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COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS --> carvão ; petróleo ; gás natural

ENERGIAS ALTERNATIVAS --> urânio;renováveis (solar, eólica, hídrica, marés, geotérmica, biomassa)

 Temos boas condições para o aproveitamento de energias renováveis porém não são
tão exploradas talvez como deveriam, e não podemos depender apenas de energias
renováveis pois são instáveis
 Contudo, os combustíveis fosseis continuam a fazer parte de cerca de 50% da
utilização de energia em Portugal ; sendo, maioritariamente, importados obrigando a
que tenhamos uma dependência energética

Gasoduto

 O gás natural consumido em Portugal é proveniente da Argélia através


o Gasoduto do MAGREB (Argélia -> Marrocos)
o Gasoduto de Espanha (Tarifa -> Córdoba -> Bojador -> Elvas)
 Entra em Portugal em Campo Maior (Norte de Elvas)
 Gasoduto português (de Braga a Sines) tem uma central de armazenamento

Via Marítima

 É transportado em navios metaneiros


 Chega ao terminal de Sines, sob a forma líquida (GNL-gás natural liquefeito)
 É regaseificado em Sines entrando no gasoduto até Braga
 Quanto maior o nº de países a quem importamos, melhor para assegurar o nosso
abastecimento. A Argélia é um país instável e durante alguns tempos Portugal estava
dependente deste país para a obtenção de gás natural o que era bastante negativo e
perigoso para o país pois a qualquer momento este abastecimento podia deixar de existir
 A China, o Japão e a Rússia são responsáveis por 50% da produção de gases poluentes para
a atmosfera a nível mundial

PORQUÊ GASODUTOS E NÃO CAMIÕES – CISTERNA ?

 Mais barato e mais rápido


 Menos poluente
 Seriam necessários muitos camiões cisterna e necessidade de travessias marítimas o
que seria dispendioso (combustível) e perigoso (sinistralidade e acidentes)

A produção de energia através de combustíveis fosseis faz-se em centrais termoelétricas que


se localizam principalmente no litoral devido à proximidade da matéria-prima (acessibilidade
aos portos)

RECURSOS RENOVÁVEIS

 recurso natural que pode ser restaurado por processos naturais, a uma velocidade
superior do consumo pelos seres humanos, tendo a sua utilização vindo,
progressivamente, a aumentar

Energia Eólica

 Produzida por aerogeradores


 1ª fonte de energia renovável utilizada, ou seja, a mais importante
 Tem boas condições de aproveitamento nas áreas mais ventosas -> parques eólicos
(conjuntos de aerogeradores) localizadas no litoral e nas regiões montanhosas a Norte
do Tejo
 Vantagens :
o Segura e renovável
o As instalações são moveis
o Construção rápida
 Desvantagens :
o Impacto visual , sonoro e sobre as aves (choque com as pás)
o Intermitência do vento (não há sempre vento)

Energia Hídrica


Aproveitamento da força matriz da água nas barragens para produzir eletricidade

Temos cerca de 100 barragens para produção de energia e 800 miní-hidricos

A maioria das centrais hidroelétricos localizam-se a Norte do Tejo (com exceção do
Alqueva)
-> maior abundância de água
-> relevo acidentado
-> maior rede hidrográfica
 Vantagens :
o Renovável
o Custo baixo poluente
o As barragens também permitem aproveitamento de água para consumo e
regadio (rega do campo)
 Desvantagens :
o Custos elevados de construção e manutenção
o Variações interanuais resultantes das oscilações no regime hidrológico => anos
de seca -> maior importação ; -> maior utilização de carvão
 Transvazes – sistemas de transferência de água de rio para rio

Energia Solar

 Energia produzida através da utilização de painéis fotovoltaicos


o Há maiores potencialidades no sul -> elevado nº de horas do sol
o Temos 2 centrais fotovoltaicas -> Brinches (Serpa) ; Amareleja (Mourão)
 Produzem e vendem energia à REN
 Vantagens :
o Não poluente
o As centrais necessitam de uma manutenção mínima
o Os painéis solares são cada vez mais potentes e o seu custo tem vindo a diminuir
(economizamente viável)
o Portugal tem um grande ritmo de insolação (nº de horas de sol) especialmente
no Alentejo e na “Terra Quente” transmontana
 Desvantagens :
o Preço de produção da energia é relativamente elevado (custo inicial do
equipamento)
o Quantidade de energia dependente do estado do tempo
o Não há produção de energia durante a noite

Energia Geotérmica

 Calor do interior da terra


 Mais importante nos Açores (vulcanismo ativo)
o A central geotérmica da Ribeira Grande abastece parte da energia de S. Miguel

Energia Biomassa

 Queima de lixo doméstico e/ou florestal


o Produz o biodiesel – combustível não poluente

Portugal Continental

 Aproveitamento da geotermia de baixa temperatura ou termal


o Termas (Pólos termais) : chaves ; S. Pedro do Sul ; …
o Aproveitamento de aquíferos profundos – hospital da força aérea

Consumo

 O consumo de energia tem vindo a aumentar


o Desenvolvimento dos transportes
o Expansão da indústria
o Modernização da agricultura
o Melhoria da qualidade
 Mas ainda temos um dos menores consumos UE
o Menor desenvolvimento das atividades económicas
o População não tem os níveis de conforto da UE
 previsão : aumento do consumo de energia
 necessidade
o Aumentar a eficiência energética
o Diminuir a dependência dos combustíveis fósseis
o Diversificar as fontes de energia
o Apostar mais nas energias renováveis
 As centrais termoelétricas produzem energia através da queima de combustíveis
fósseis (principalmente gás natural) e estas contribuem para o efeito de estufa pois
largam na atmosfera grandes quantidades de CO₂.
 Em Portugal, a grande maioria destas centrais funciona a gás natural sendo o menos
poluente dos combustíveis fosseis, porém ainda existem duas a carvão: a de Sines e a
do Pego que é a mais recente central construída em Portugal (anos 70) e dependia do
petróleo que não era extraído na Europa, após a crise petrolífera Portugal teve de
deixar de depender do petróleo, passando a depender do carvão que apesar de mais
poluente é mais fiável

ESTRUTURA DA ATMOSFERA

 Atmosfera -> camada gasosa que envolve a Terra e à qual se mantém ligada pela
atração gravitacional. É formada por várias camadas, que se distinguem umas das
outras pela forma como varia a temperatura e pela sua composição química.
Troposfera

 É a camada mais densa da atmosfera


 Contém 99% do vapor de água
 Tem uma espessura média de 12 km
 É onde ocorrem os fenómenos atmosféricos
 A temperatura diminui com a altitude (devido à irradiação), cerca de 6,5° por cada
1000 metros (gradiente térmico vertical)

Estratosfera

 Localiza-se sobre a troposfera até aos 50 km de altitude


 Constituída por várias subcamadas
 Entre os 20 e os 50 km encontra-se a camada de ozono
 Ozono
o Atua como filtro para a radiação solar, absorvendo em particular a radiação
ultraviolenta
o A absorção da radiação solar faz aumentar a temperatura desta camada a partir
dos 25 km passando a temperatura a aumentar até à estratopausa

Mesosfera

 Estende-se desde os 50km até aos 80 de altitude


 A temperatura diminui de forma abrupta, chegando aos -100°C na mesopausa
o Nesta camada não há absorção de energia solar
 Trava a entrada de meteoros

Termosfera

 Da Mesosfera até aos 600km de altitude


 A temperatura volta a aumentar, podendo atingir os 1000°C
 Os gases são muito rarefeitos, apresentando-se as moléculas sob a forma de partículas
eletrizadas (iões) -> ionosfera
 importante para as comunicações a grande distância (reflete as ondas de rádio)
 Forma-se as auroras boreais

Exosfera

 É a camada externa da atmosfera, fazendo a transição para o espaço interplanetário

FUNÇÕES DA ATMOSFERA

 Filtra a absorve radiações


 Protege a superfície terrestre do impacto de meteoros
 Controla a temperatura
o A troposfera evita que o calor libertado pela Terra (Irradiação) se perca para as altas
camadas da atmosfera. Assegurando a manutenção durante a noite na troposfera

RADIAÇÃO SOLAR

 O sol emite radiação eletromagnética em vários comprimentos de onda


 A maioria da radiação solar faz-se na banda da luz visível porém não é a única imitida
pelo sol
 Apenas uma pequena parte da radiação solar emitida atinge o limite superior da
atmosfera
 constante solar – energia que chega ao limite superior da atmosfera
 Da quantidade de energia que atinge o limite superior da atmosfera (constante solar)
só cerca de 48% atinge a superfície terrestre
 radiação global – total de radiação proveniente do sol que atinge a superfície
terrestre

As perdas de energia na atmosfera devem-se :

 Absorção -> radiação solar absorvida por poeiras, nuvens e gases (ex. ozono
estratosférico, que absorve grande parte de radiação UV)
 Reflexão -> radiação solar refletida pelo topo das nuvens e pela superfície terrestre
(albedo)
 Difusão – radiação solar que os gases e partículas constituintes da atmosfera
dispersam e se perdem, exceto uma pequena parte que atinge indiretamente a
superfície terrestre.

RADIAÇÃO GLOBAL (48% da constante solar)

o 32% radiação direta & 16% radiação difusa

A radiação solar que chega à superfície terrestre, essencialmente em forma de luz, é absorvida
e transformada em energia calorifica, sendo posteriormente reenviada para a atmosfera ->
Irradiação

 Quanto maior a temperatura do corpo, menor o comprimento de onda da energia


emitida e vice-versa. Assim, o comprimento de onda da energia emitida pelo sol é
muito inferior (luz visível) ao comprimento de onda da energia reemitida pela terra
(infravermelhos)

EFEITO DE ESTUFA

 A temperatura durante a noite não desce até valores muito negativos ;


 Em dias de céu nublado, as temperaturas são normalmente mais elevadas que em dias
de céu limpo

VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR COM A LATITUDE

 O ângulo de incidência dos raios solares diminui


 A massa atmosférica atravessada pelos raios solares aumenta
o Maiores perdas de energia por absorção, reflexão e difusão
 A energia que chega à superfície atinge uma área maior
o Menor quantidade de energia por unidade de superfície
o Menor irradiação
VARIAÇÃO DA TEMPERATURA AO LONGO DO DIA

 Movimento de rotação -> movimento que a terra executa em torno do seu eixo, dura 24h
o Responsável pela : sucessão dos dias e das noites ; variação diurna da radiação
 Ao nascer do sol
o O ângulo da incidência solar é nulo
 Do nascer do sol ao meio-dia
o O ângulo de incidência dos raios solares aumenta
-> diminui a massa atmosférica atravessada
-> aumenta a quantidade de energia solar recebida por unidade de superfície
 Ao meio-dia
o O ângulo de incidência dos raios solares é maior
-> menor massa atmosférica atravessada
-> maior quantidade de energia recebida por unidade de superfície
 Do meio-dia ao pôr do sol
o Diminui o ângulo de incidência dos raios solares
o Aumenta a massa atmosférica atravessada
o Diminui a quantidade de energia recebida por unidade de superfície
 Depois do pôr do sol
o O ângulo de incidência é nulo
 É necessária uma transformação da energia e de comprimento de onda da radiação
solar para calor, processo que demora cerca de 2/3 horas a ser realizado

VARIAÇÃO DIURNA DA TEMPERATURA

 A temperatura aumenta do nascer do sol até +/- às 14h (hora de maior irradiação) e a
partir desta hora vai diminuindo lentamente.
 Mínimo de temperatura ao nascer do sol
o Durante a noite a irradiação vai sendo cada vez menor

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA AO LONGO DO ANO

 Movimento de translação -> movimento que a terra executa em torno do sol ; dura 365
dias e 6 horas
o É responsável pela
 duração do dia natural (nº horas de sol) ;
 variação do ângulo de incidência dos raios solares ao longo do ano

PRIMAVERA – 21 de março – EQUINÓCIO DE MARÇO (Equador)

VERÃO – 21 de junho – SOLSTÍCIO DE JUNHO (trópico de Câncer)

OUTONO – 23 de setembro – EQUINÓCIO DE SETEMBRO (Equador)

INVERNO – 21 de dezembro – SOLSTÍCIO DE DEZEMBRO (trópico de Capricórnio)


 equinócio -> mesmo número de horas de dia e de noite; o sol emite radiação
diretamente no Equador
 solstício -> número de horas de dia superiores às de noite e vice-versa ; o sol emite
radiação nos trópicos

PORTUGAL

Solstício Junho

 o sol às 12h incide perpendicularmente sobre o trópico de Câncer (23°27’N)


o A maior duração do dia natural
o Grande ângulo de incidência da radiação solar
 Menor massa atmosférica atravessada (menores perdas)
 Maior quantidade de radiação solar recebida por unidade de superfície

entre o Solstício de Junho e o Solstício de Dezembro

 Diminuição do dia natural


 Diminuição do ângulo de incidência
 Aumento da massa atmosférica atravessada
o A radiação global recebida vai diminuindo

Solstício de Dezembro

 A luz do sol incide perpendicularmente às 12 horas no trópico de Capricórnio (23°27’S)


o Menor duração do dia natural
o Menor ângulo de incidência da radiação solar
 Maior massa atmosférica atravessada (maiores perdas)
 Menor quantidade de radiação global recebida por unidade de superfície

entre o Solstício de Dezembro e o Solstício de Junho

 Aumento do dia natural


 Aumento do ângulo de incidência
 Diminuição da massa atmosférica atravessada
o A radiação global recebida vai aumentando

 Apenas existe possibilidade de, ao meio-dia, o sol fazer um ângulo de 90° com a
superfície em regiões intertropicais (entre os trópicos 23°27’N <--> 23°27’S) sendo
impossível isso acontecer, seja em que altura do ano, nas latitudes portuguesas.

VARIAÇÃO DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA DA RADIAÇÃO SOLAR EM PORTUGAL (12h)

•21dez – 26° ; •21fev / out – 39° ; •21 mar/ set – 50° ; •21abr/ ago – 62° ; •21 jun - 73°

OUTROS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A VARIAÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR

Exposição Geográfica
 As vertentes viradas a Sul recebem maior radiação solar e com maior ângulo de
incidência (estão expostas ao sol)  vertente soalheira
 As vertentes viradas a Norte  vertente úmbria (radiação difusa, mas nunca direta)

Nebulosidade

 A nebulosidade aumenta a absorção, a reflexão e a difusão da radiação solar incidente,


diminuindo a radiação global recebida à superfície ;
 A nebulosidade vai, ainda, concentrar a irradiação junto à superfície, provocando a
contra irradiação (efeito de estufa) e um aumento da temperatura.

PORQUÊ O MÍNIMO DE TEMPERATURA NO MÊS DE JANEIRO EM PORTUGAL?

 A 21 de dezembro, o sol incide diretamente no trópico de capricórnio (23°27’S). Assim há


um menor dia natural, há mais nebulosidade, uma reduzida altura do sol e um reduzido
ângulo de incidência. A massa atmosférica atravessada é maior que dá origem a maiores
perdas de energia e a radiação que chega à superfície vai incidir numa área maior. Pelo
que temos uma menor concentração de energia por unidade de superfície. Esta radiação
vai ser absorvida pela terra e reemitida cerca de 1 mês depois (dezembro->janeiro) sob a
forma de calor (irradiação). Assim, a um mínimo de radiação no solstício de dezembro
corresponde a um mínimo de temperatura em janeiro.

DISTRIBUIÇÃO DA RADIAÇÃO SOLAR

… EM PORTUGAL CONTINENTAL

 Valores significativos da radiação global


 Grande variabilidade anual

Esta radiação forte a sul é


aproveitada, a nível
económico, no litoral
através da atividade balnear
e, no centro, através dos
painéis fotovoltaicos.

a radiação global em Janeiro é reduzida

 Devido ao solstício de Dezembro (sol diretamente no trópico de capricórnio)


o Menor quantidade de energia
 Maior nebulosidade
 Menor ângulo de incidência (menor altura do sol)
 Menor duração do dia natural
=> maior porção de atmosfera atravessada (+ perdas)

a radiação global em Julho é elevada

 Devido ao solstício de Junho (sol diretamente no trópico de Câncer)


o Maior quantidade de energia
 Menor nebulosidade
 Maior ângulo de incidência (maior altura do sol)
 Maior duração do dia natural

 RADIAÇÃO GLOBAL ANUAL


 Mínima – Noroeste
 Máxima – Sudeste
 Fatores do clima que explicam estas variações
o Latitude (menor latitude nas regiões do sul)
o Proximidade do mar (maior nebulosidade <- menos irradiação)
o Altitude e Exposição das vertentes (aumenta a nebulosidade, reduzindo a
insolação e a radiação global)

… NA MADEIRA

 Maior radiação -> menor latitude


 Devido ao ângulo de incidência do sol que vem de sul (vertente soalheira), provoca,
por causa das montanhas, uma sombra a norte (vertente úmbria)

… NOS AÇORES

 Forte influência oceânica


o Maior nebulosidade  Menor radiação global

 Radiação global anual => Temperatura média anual

 Amplitude Térmica Anual (Ata)


o Ata = Tmáx. – Tmin.
 Temperatura média anual
 Norte mais montanhoso e com uma Ta mais baixa
 Sul com menor altitude e Ta mais elevada
 Os locais com menor Ta correspondem aos topos das principais cadeiras
montanhosas
 No vale do Douro (vertente soalheira) ocorrem a Ta elevadas

ISOTÉRMICAS

 Linhas que unem pontos de igual temperatura média

Isotérmicas em Janeiro

 Amplitude de variação térmica relativamente reduzida (7 a 12°C)


 Diminuição da temperatura média de sudoeste para nordeste
 Temperaturas médias relativamente baixas
 Valores mais baixos no NE transmontano (<7°C) – (Bragança)
o Latitude elevada
o Continentalidade (afastamento do oceano)
 Valores mais elevados no SO do Algarve (>12°C) – (Sagres)
o Latitude mais reduzida
o Proximidade do oceano
 Conjunção de 2 fatores
 Latitude -> gradiente N/S
 Continentalidade / proximidade do oceano -> gradiente E/O
o o oceano desempenha uma ação moderadora no litoral (não muito calor no
verão nem muito frio no inverno)

Isotérmicas em Julho

 temperaturas médias relativamente elevadas (17° a 28°C)


 maior amplitude de variação térmica
 valores mais baixos no litoral e mais elevados no vale superior do Douro (>28°C)
 a temperatura aumenta do litoral para o interior
 as isotérmicas distribuem-se quase paralelas á linha de costa

ÁGUA -> recurso natural, renovável, escasso e essencial à vida

 97,6% - água salgada (oceanos e mares)


 2,4% - água doce < ---- apenas uma pequeníssima parte da água está disponível para
utilização daí ser um recurso escasso
o Grande maioria encontra-se em:
 Calotes polares e glaciares
 Águas subterrâneas e profundas
o Águas continentais <- 0,3%
 Cursos de água
 Lagos
 Toalhas freáticas exploráveis

Renovável -> ciclo da água

 O sol aquece a água do oceano


o Evaporação
 Vapor de água na atmosfera
 O vapor de água na atmosfera é transportado através do vento
 As massas de ar ao arrefecerem provocam a condensação do vapor de água

FORMAÇÃO DE NUVENS
 Numa nuvem, quando as gotas de água coalescem (juntam-se) e já são suficientemente
pesadas caem sob a forma de precipitação líquida (chuva) e sólida (neve, granizo).
 A maior parte da precipitação volta a cair nos oceanos
 Outra parte vai cair sobre os continentes, onde por ação da gravidade, a água vai escoar à
superfície => escoamento superficial
 Parte desta água é drenada pelos rios, que a transportam até ao oceano
 Outra parte vai alimentar os lagos e, por processos de infiltração, as toalhas friáticas =>
alguma desta água retoma à superfície, através de nascente e constituir rios.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA

o Peso da atmosfera sobre a superfície


o A pressão normal à superfície é de cerca de, 1015 Hpa (hectopascais)
 A pressão não é sempre constante e varia com:
o A Altitude : quanto maior a altitude, menor é a pressão, em virtude da menor espessura
da atmosfera que está por cima.

 A Temperatura : quanto mais elevada é a temperatura, menor é a pressão. Com o


aumento da temperatura há uma “dilatação” do ar, logo as partículas que os constituem
ficam mais afastadas e a pressão é menor.

 A Latitude : circulação geral da atmosfera

Isóbaras : linhas que unem pontos de igual pressão atmosférica

o Pressão normal: 1013 Hpa


o Alta pressão: > 1015 Hpa ; limite divergente
o Baixa pressão: < 1015 Hpa ; limite convergente

Representação em superfície representação em altitude

 Circulação do ar numa:
o Alta pressão : o ar é subsidente em altitude e diverge em superficie
o Baixa pressão : o ar converge à superfície e ascende em altitude

Vento : deslocação do ar devido à diferença de pressão

 O ar (vento) desloca-se sempre das A para as B, sendo a sua velocidade maior quanto
maior for a diferença de pressão (gradiente barométrico)
o Quanto mais juntas estão as isóbaras maior é a velocidade do vento
 Os centros barométricos (ou de pressão) registam, devida à circulação do ar no seu
interior, estados de tempo característicos de cada um deles.

Baixa Pressão / Depressão

 O ar converge à superfície e é obrigado a subir em altitude


 À medida que o ar ascende, a temperatura diminui, criando condições para que haja a
condensação do vapor de água e consequente formação de nuvens.
o Céu nublado e, por vezes, precipitação

Humidade Relativa (HR)

Tensão Máxima / Ponto de Saturação (TM)

o Capacidade que o ar tem de conter vapor de água a uma dada temperatura

TM depende da temperatura : quando a temp. aumenta , aumenta a TM e diminui a HR

……

Alta Pressão / Anticiclone

 O ar, ao ser obrigado a descer em altitude, vai encontrar temperaturas …………


o Não há condições favoráveis à condensação e à formação de nuvens,
independentemente da temperatura.

CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA

em superfície
em altitude

A pressão atmosférica tem faixas de acordo com a latitude

o Regiões polares (altas pressões)

O ar muito frio e muito denso das regiões polares dá origem a altas pressões de origem
térmica (o ar ascende em altitude, devido às baixas temperaturas).

o Latitudes médias ≈60° (baixas pressões)

O ar tropical vindo das A subtropicais encontra o ar frio polar vindo das A polares. Há uma
convergência à superfície, que dá origem às B subpolares.

Mas, o ar quente e o ar frio não se misturam, por terem densidades diferentes. O ar frio, mais
denso, desloca-se sob o ar quente, que tende a ascender, formando-se a frente polar.

o Latitudes tropicais ≈30°

O ar desce em altitude, gerando os A subtropicais. O ar diverge em superfície em direção eo


circulo polar e ao Equador.

o Equador 90°

Os ventos alíseos de N e S convergem, formando os B equatoriais.


As faixas de pressão não ocupam permanentemente as mesmas posições -> deslocam-se em
latitude (movimentam-se para N e para S, acompanhando o movimento anual aparente do sol)

Janeiro

O HN recebe menos radiação solar (solticio de Dezembro)

o A polares ganham intensidade e exercem a sua influência em regiões mais meridionais.


o Deslocam as perturbações da frente polar, associadas às B subpolares, mais para sul
=> Portugal -> influência predominante das B subpolares associadas à frente polar

Julho

No HN, há um maior aquecimento

o A subtropicais deslocam-se mais para Norte, assim como a frente polar


=> Portugal -> influencia predominante das A subtropicais

--

Quando 2 massas de ar de características diferentes convergem, não se misturam, ficam


separadas por uma zona de transição -> superfície frontal

A interseção da superfície frontal com a superfície da terra denomina-se de Frente.

(sempre que há uma superfície frontal há uma baixa pressão)

Frente polar

o Resulta do confronto entre as massas de ar frio polar, que tendem a deslocar-se para sul
e as massas de ar quente tropical, que tendem a movimentar-se para Norte.
o Quando o ar quente avança sobre o ar frio : superfície frontal quente -> frente quente
o Quando o ar frio avança sobre o ar quente : superfície frontal fria -> frente fria

FORMAÇÃO DE UMA PERTURBAÇÃO FRONTAL

1) Frente estacionária -> o ar tropical desloca-se


para leste paralelamente ao ar polar que se
desloca para Oeste

2) Ondulação da frente polar -> o ar quente tropical


tende a avançar cada ver mais para Norte e o ar
frio cada vez mais para sul

3) Perturbação frontal (conjunto formado pela


associação de uma frente quente, uma frente
fria e uma baixa pressão) -> do confronto da massa
de ar frio com a massa de ar quente, vão surgindo
ondulações cada vez mais pronunciadas. O ar
ascende em altitude devido à força feita pelos “empurrões”

4) A frente quente e frente fria deslocam-se no mesmo


sentido (O->E), mas a velocidades diferentes. A frente
fria progride mais rapidamente que a frente quente.
O ar frio ao penetrar em cunha sob o ar quente, obriga-o
a subir mais depressa que a frente quente. A frente fria
posterior junta-se ao ar frio anterior, obrigando todo o
ar quente a subir => Frente Oclusa-> frente resultante
da junção da frente fria com a frente quente
(morte da perturbação frontal)

ESTADOS DE TEMPO ASSOCIADOS A UMA PERTURBAÇÃO FRONTAL

1) Ar frio anterior

Inicio do agravamento do estado do tempo

o Nuvens de grande desenvolvimento horizontal devido à subida lenta do ar ao longo da


superfície frontal quente
o Céu nublado
o Ocorrem as primeiras precipitações, sob a forma de chuviscos (chuva miudinha e
persistente)

2) Frente Quente
o Muita nebulosidade
o Chuva contínua e de longa duração
o Temperatura relativamente baixa, embora com tendência para subida progressiva
3) Ar Quente

Melhoria geral do estado de tempo

o Céu pouco nublado


o Temperatura relativamente elevada para a época

4) Frente Fria

Agravamento do estado de tempo

o A nebulosidade aumenta, com nuvens de grande desenvolvimento vertical, devido à


rápida subida do ar quente ao longo da superfície frontal fria
o Precipitação intensa e de curta duração (aguaceiros)

5) Ar frio posterior
o A nebulosidade diminui
o A precipitação diminui a temperatura diminui

PRECIPITAÇÃO

Ocorre quando o movimento ascendente do ar é capaz de provocar um arrefecimento


suficiente para ser ultrapassado o ponto de saturação e temos a condensação do vapor de
água. A precipitação ocorre em forma de chuva (pluviosidade); granizo e neve.

As gotículas de água e/ou cristais de gelo vão-se juntando (coalescência) ==> as gotículas
aumentam de volume e de peso e assim conseguem vencer a resistência do ar ascendente.

Tipos de precipitação

o Precipitação frontal (frentes)

Forma-se pela subida do ar quente numa superfície frontal. As chuvas frontais são
características das zonas de convergência das latitudes médias (frente polar).

Predominam em Portugal sobretudo no Norte principalmente no inverno

Descida em latitude dos centros barométricos

o Precipitação Depressionária

Forma-se pela subida do ar numa Baixa Pressão (perturbação frontal -> B subpolar)

o Precipitação Orográfica
Forma-se quando a massa de ar húmido encontra uma barreira montanhosa e é obrigado a
subir. Ao subir, a massa de ar arrefece, o vapor de água condensa => formação de nuvens e
precipitação.

Na vertente oposta, o ar subcide e fica mais seco.

As chuvas orográficas são frequentes em Portugal, em áreas de relevo acidentado, em especial


nas vertentes expostas aos ventos húmidos responsáveis por parte do contraste de
precipitação em litoral e interior.

 Nas ilhas a distribuição decalca o relevo, ou seja, quanto mais alto mais chove

o Precipitação Convectiva

São provocadas por uma subida brusca do ar, em resultado de um intenso aquecimento da
superfície. O ar, ao ascender rapidamente, arrefece e o vapor de água condensa

Nuvens de grande desenvolvimento vertical; chuva intensa e de curta duração


frequentemente acompanhadas de trovoada

Podem ocorrer no interior de Portugal, no verão, devido às temperaturas elevadas <->


influencia de uma massa de ar tropical, por vezes dá origem a uma Baixa Pressão de origem
térmica, no interior da península ibérica.

DISTRIBUIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO E PORTUGAL

->Grande irregularidade

 Temporal : anual / interanual


 Espacial

Irregularidade Anual (ao longo do ano)

 Máximo de precipitação => de Novembro a Fevereiro


o Influencia das Baixas pressões Subpolares
o Passagem frequente de sistemas frontais
o Temperatura mais baixa -> maior facilidade de saturação do ar
 Mínimo de precipitação => Julho e Agosto
o Influencia das Altas pressões Subtropicais
o Temperatura mais elevada -> menor facilidade de saturação do ar

Irregularidade interanual

o Grande irregularidade (1977 -> 1200mm ;;; 2005 -> 500mm)


o As deslocações em altitude das B subpolares e das A subtropicais não são iguais

Distribuição espacial da precipitação

->grandes contrastes especiais na repartição da precipitação

A precipitação diminui de N para S e do litoral para o interior


EXCESSÃO -> relevo

Valores mais elevados : noroeste ; Serra da Estrela

Valores mais reduzidos : Orla Algarvia ; vale do rio Guadiana ; vale superior do rio Douro

Fatores influentes da distribuição da precipitação

1) Latitude
 Norte -> precipitação mais abundante (maior influência da passagem de perturbações
frontais)
 Sul -> maior influencia dos Anticiclones Subtropicais

2) Altitude
 Com o aumento da altitude a temperatura diminui -> maior possibilidade de
condensação do vapor de água => precipitação
 Relevo concordante : orientação mais ou menos paralela à linha de costa , opõem-se à
penetração para o interior do ar húmido proveniente do oceano -> chuvas orográficas
o Exemplo: Barreira de condensação ; Serras da penela, Gerês, Alvão, Mourão,…
 O relevo exerce uma ação importante na distribuição da precipitação
o Nas áreas de maior altitude do NO e Centro, sobretudo nas vertentes voltadas a
Oeste, as precipitações orográficas reforçam as frontais
o No interior Norte, a precipitação reduzida deve-se à barreira de condensação
que, dispondo-se paralelamente à linha de costa impede a penetração dos
ventos húmidos do Atlântico.
o A disposição da cordilheira central (discordante) permite a penetração dos
ventos húmidos de oeste, pelo que o contraste litoral/interior é menor
o Na serra algarvia, devido à altitude (mais possibilidade de condensação do vapor
de água), registam-se os valores de precipitação mais elevados no sul do país.
o Nas regiões autónomas a precipitação é mais abundante nas áreas de mais
altitude e nas vertentes mais expostas aos ventos húmidos.

3) Posição dos vales dos rios / Traçado dos rios


 Quando os vales têm uma orientação oeste/este permitem que as massas de ar húmido
penetrem até ao interior
 O vale do Guadiana e o vale superior do rio Douro têm uma maior exposição às massas de
ar indas do quadrante leste
4) Continentalidade / Proximidade do Oceano
 Os lugares mais próximos do oceano têm tendência a ter maior precipitação do que o
interior
o O ar marítimo vai perdendo sucessivamente humidade devido às precipitações
que vai desencadeando

ESTADOS DE TEMPO MAIS FREQUENTES EM PORTUGAL


 Estado de tempo -> condições da atmosfera, num determinado momento e lugar,
relativamente a elementos como a temperatura, precipitação, nebulosidade, pressão
atmosférica, … Representam-se em cartas sinópticas
 Cartas sinópticas -> cartas que representam as condições atmosféricas através de
símbolos, permitindo observar e prever o estado de tempo.

SITUAÇÕES METEORÓGICAS MAIS FREQUENTES DE INVERNO

No inverno, a temperatura média é relativamente baixa

o Menor duração do dia natural


o Menor ângulo de incidência dos raios solares
o Influência predominante da massa de ar polar

Normalmente registam-se as maiores quantidades de precipitação

o Influencia predominante das B subpolares e passagem sistemática das perturbações


frontais

 Anticiclone de origem térmica

Por vezes, devido ao intenso arrefecimento do interior da península ibérica, o ar torna-se


denso e pesado => formação de um anticiclone de origem térmica (o anticiclone pode também
centrar-se na Europa Ocidental)

Dão origem a céu limpo ; acentuado arrefecimento noturno (formação de geada) ; tempo
muito frio (massa de ar continental) ; grande amplitude térmica noturna

-> a formação destes anticiclones provoca a deslocação das perturbações frontais para Norte

-> com o céu limpo pode ocorrer um aumento de temperatura durante o dia, o que faz dissipar
(desaparecer) o anticiclone.

SITUAÇÕES METEREOLÓGICAS MAIS FREQUENTES DE VERÃO

No verão, a temperatura média é relativamente elevada

o Maior duração do dia natural


o Maior angulo de incidência dos raios solares
o Influencia predominante das massas de ar quente tropical

Influencia predominante das A subtropicais (A Açores)

o Céu limpo
o Vento predominante de oeste ou NO
o Temperatura elevada

 Depressão de origem térmica


com menor frequência, forma-se uma B de origem térmica, devido ao elevado aquecimento do
interior da península ibérica

 Precipitação convectiva e trovoadas principalmente no interior do país.


 Ocasionalmente a B de origem térmica estende até ao Norte de África
o Massa de ar tropical seca vinda do deserto do Saara => tempo muito mais quente e
seco , vento de leste

CLIMA

 Sucessão de estados de tempo durante, pelo menos, 30 anos

Elementos do clima (caracterizam-no)

o Temperatura ;; Precipitação ;; Vento ;; Humidade

Fatores do clima (condicionam-no)

o Latitude ;; Continentalidade ;; Exposição das vertentes ;; Altitude

Para analisar os dois principais elementos do clima utilizam-se gráficos Termopluviométricos


que permitem analisar simultaneamente a variação da temperatura e da precipitação ao longo
do ano, num determinado lugar

o No verão : baixa precipitação, elevada temperatura


o No inverno : elevada precipitação, baixa temperatura

 Mês seco -> mês onde a precipitação é menor ou igual ao dobro da temperatura, ou seja,
quando, na elaboração do gráfico, se respeita a proporção P=2T
 -> todos os meses cujas barras de precipitação se encontrem abaixo da linha da
temperatura são meses secos (normalmente: maio, junho, julho, agosto, setembro)

CONJUNTOS CLIMÁTICOS EM PORTUGAL

Portugal tem características climáticas do clima temperado mediterrâneo, que são alteradas
regionalmente por alguns fatores.

Definam-se 3 grandes conjuntos climáticos devido à influência da altitude

sticas Norte Litoral


peraturas médias são amenas ao longo do ano (verão ameno e inverno suave)
da amplitude térmica anual
anual de precipitação é elevado (>1000mm), a Barreira de condensação e reforço da precipitação pela orografia
m-se pelo menos 2 meses secos

 CLIMA MEDITERRÂNEO DE FEIÇÃO MARÍTIMA


sticas Norte Interior
peraturas médias são elevadas no verão e baixas no inverno, com frequente ocorrência de geadas
itude térmica anual é acentuada
pitação é relativamente reduzida, pois as montanhas do NO impedem a penetração dos ventos húmidos do
co
m-se 3 a 5 meses secos

Nesta região, destaca-se o vale superior do rio Douro, com maior secura e temperaturas
médias mais elevadas, pois além de não receber a influência dos ventos do Atlântico, está
exposto aos ventos secos de Leste

 CLIMA MEDITERRÂNEO DE FEIÇÃO CONTINENTAL

sticas Sul
peraturas médias são amenas no inverno e elevadas no verão (verão quente e seco e inverno curto e suave)
itude térmica anual é moderada
pitação é fraca, sobretudo no interior do Alentejo
m-se, geralmente, 4 a 6 meses secos

 CLIMA MEDITERRÂNEO

No Sul existem algumas diferenciações:


 Litoral Ocidental -> A influência Atlântica é maior e, por isso, as temperaturas médias são
mais amenas e existe maior humidade
 Interior Alentejano -> Tem uma maior amplitude térmica anual e menor precipitação, o
que torna a região particularmente vulnerável à ocorrência de secas
 Litoral Algarvio -> Mais sujeito às influências tropicais, tem invernos mais suaves e verões
quentes e prolongados

sticas Altitude
eas de montanha, a influência da altitude torna o inverno mais rigoroso e o verão mais fresco e húmido,
ndo-se valores de precipitação mais elevados
erno é frequente cair neve nas terras mais altas do centro e Norte do País

AÇORES

o A localização geográfica dos Açores condiciona muito o clima do arquipélago dos Açores
o As temperaturas médias são amenas ao longo do ano (Verão ameno e Inverno suave)
o A amplitude térmica anual é moderada ou fraca
o No máximo têm 2 meses secos, podendo não haver nenhum
o O clima dos Açores é caracterizado por elevados níveis de humidade, chuvas regulares e
abundantes e um regime de ventos rigorosos

MADEIRA

O relevo acidentado e a sua orientação este-oeste conferem grandes diferenças climáticas


entre vertente Norte e Sul da ilha

o Na vertente Norte, os ventos húmidos do Atlântico tornam a precipitação mais elevada. A


temperatura média é mais baixa (vertente úmbria). Tem 2 meses secos
o A vertente sul, mais abrigada e exposta aos ventos provenientes do Norte e África, é mais
seca. A temperatura é mais elevada (vertente soalheira). Tem 4 ou mais meses secos.

DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

 Quantidade de água existente na natureza possível ser utilizada


 Depende essencialmente da precipitação

Disponibilidades hídricas

ais : rios, lagos, lagoas, albufeiras


igem na precipitação. Devido à ação da gravidade e às características do terreno a precipitação escorre ao longo
tentes -> escoamento superficial que organiza em: riachos; ribeiros; rios
neas : nascentes, lençóis de água

Gestão das disponibilidades hídricas

 Esta gestão tem de ter em conta:


o A irregularidade temporal
 As maiores necessidades de consumo verificam-se na época de menor
disponibilidade hídrica
o A desigualdade na distribuição espacial
 A maior disponibilidade hídrica está concentrada a Norte
o Acentuada dependência de Espanha
o Diferentes necessidades regionais
o Principalmente a irregularidade da precipitação, em Portugal, tanto interanual como ao
longo do ano, torna difícil a gestão das disponibilidades hídricas
 Podem ocorrer situações de carência de água durante a época estival

REDE HIDROGRÁFICA

 Conjunto formado por um rio principal e por todos os seus afluentes e subafluentes
 A quantidade de água que circula na rede hidrográfica depende: quantidade de
precipitação; coberto vegetal; solo e subsolo; relevo; ação humana

Rede hidrográfica Portuguesa

 Nacional : Cávado; Ave; Vouga; Mondego; Lis; Sado; Mira, Arade


 Internacional : Minho; Lima; Douro; Tejo; Guadiana

Bacias Hidrográficas

 Áreas drenadas por uma rede de cursos de água (rede hidrográfica) cujas águas confluem
num rio principal

… em Portugal

 A rede hidrográfica portuguesa é dominada por rios luso-espanhóis. Cerca de 45% de


escoamento fluvial vem de Espanha
-> desafios à gestão da água entre Portugal e Espanha
 A maioria dos rios em Portugal escoam em direção ao Atlântico, no sentido NE-SO,
seguindo a inclinação geral do relevo. Com exceção do Guadiana, Sado, Mira e Lis

 A Norte, devido ao relevo mais acidentado e à precipitação mais elevada:


o A rede hidrográfica é mais densa e mais hierquizada
o Os rios têm vales relativamente apertados e grandes declives
 A sul, devido ao relevo mais aplanado e à menor precipitação:
o A rede hidrográfica é menos densa
o Os rios têm vales mais largos

RIO
 Têm origem numa nascente (loca onde a água surgo do subsolo)
 A água segue as linhas de maior declive, formando um canal de escoamento
 O rio vai ganhando caudal com os afluentes
 À medida que o declive diminui, o caudal aumenta
 O rio vai alargando até à foz (parte terminal de um rio, no mar ou rios)
 Afluente é um rio menor que desagua no rio principal
 Interflúvios são as regiões mais elevadas ou altas, servindo de divisores entre uma Bacia e
outra, é o mesmo que divisor de águas
 O leito do rio é o espaço ocupado pelas águas do rio

Perfil Longitudinal de um rio

 Linha que une os pontos do fundo do vale desde a nascente até à foz
 Os rios apresentam um maior declive a montante (para o lado da nascente) do que a
jusante (para o lado da foz)

 Ao longo do perfil distinguem-se 3 cursos:


o Curso Superior (vale em V fechado)
 Corresponde ao curso a montante, onde o rio executa sobretudo uma ação de DESGASTE
 As águas correm a grande velocidade, arrancando material geológico ao fundo do vale
 O fundo de vale é escavado, pelo que as vertentes possuem um declive muito
acentuado
 Escavamento do fundo de vale => vales encaixados e vertentes abruptas
o Curso Intermédio (vale em V mais aberto)
 Corresponde ao troço onde predomina a ação de TRANSPORTE
 O rio possui mais água e sedimentos que provocam o sapamento da base da vertente
(erosão de sapa)
 A parte superior da vertente desmorona-se, por falta de sustentabilidade, provocando
o alargamento do vale
o Curso Inferior (vale em caleira aluvial)
 Corresponde ao troço a jusante
 Domina a ação de ACUMULAÇÃO
 O declive é muito baixo e o caudal já não tem capacidade para transportar todo o
material detrítico, então começa a depositar os sedimentos
 Dá origem às planícies aluviais

O REGIME DOS CURSOS DE ÁGUA

A irregularidade espacial e temporal da precipitação, em Portugal, origina uma variação


intranual do caudal dos rios.

 Caudal de um rio -> volume de água (m²) que passa numa dada secção de um rio por
segundo (m³/s)

REGIME DE UM RIO

 Variação do caudal ao longo do ano. Reflete a variação da precipitação.

No verão
 O verão, em Portugal, é quente e seco, pelo que a precipitação é inferior à
evapotranspiração. Então, o caudal dos rios diminui
 O rio fica reduzido ao seu leito de estiagem (mais pequeno) e no Sul alguns ribeiros
chegam mesmo a secar
 Leito de estiagem -> Canal fluvial com menor quantidade de água que o normal, ocorre nas
épocas mais secas do ano.
 As primeiras chuvas servem para repor as reservas hídricas do solo (ausência de
escoamento superficial)

No inverno

 No Inverno, a precipitação mais abundante e a diminuição da evaporação (menor


temperatura), dá origem a um aumento do caudal

O caudal máximo normal ocorre, em média, 1 a 2 meses após o máximo de precipitação. Nesta
altura, o solo já está saturado de água, começa a haver escoamento superficial e cedência de
água por parte dos aquíferos.

Em períodos de chuva intensa, por vezes, o caudal aumenta de tal forma que transborda as
margens habituais, inundando as áreas próximas. O rio ocupa o seu leito de inundação ou de
cheia.

 Leito de cheia -> Espaço que é inundável em época de cheia quando o nível das águas
ultrapassa os limites do leito normal. Só ocorre em anos muito chuvosos.

Regime dos rios a Norte

No Norte o relevo é mais acidentado e a precipitação é maior

 Rede hidrográfica mais densa e mais hierquizada


 Caudais médios mais abundantes
 Cheias frequentes no inverno, com menor tempo de concentração (tempo que o rio leva a
escoar a água da chuva) devido ao declive.
 No verão, o caudal reduz apenas cera de 25%

Regime dos rios a Sul

A sul o relevo é mais plano, com existência de grandes planícies aluviais (ex. Tejo e Sado) e a
precipitação é menor

 Rede hidrográfica menos densa


 O regime dos rios é mais regular. Ocorrem menos cheias, mas quando ocorrem são
torrenciais (o leito de inundação é, em média, 200 vezes o leito normal)
 Os ribeiros mais pequenos secam (rios temporários)

Irregularidade espacial do regime dos rios


Aumenta de Norte para Sul e do litoral para o interior

Irregularidade temporal

O escoamento apresenta uma grande irregularidade interanual, acompanhando a


irregularidade da precipitação

 Para regularizar o caudal

Para colmatar a irregularidade temporal, tanto anual como interanual, mantendo um caudal
médio durante todo o ano

 estruturas de forma a armazenar a água em épocas de chuva reduzindo os caudais dos rios
a jusante.
 Esta água armazenada poderá será utilizada mais tarde em épocas de seca, mantendo os
caudais dos rios acima do natural. 
 Destas estruturas destacam-se as barragens, os diques e os canais de derivação.

Obras de engenharia para evitar inundações

 Barragens -> estruturas de armazenamento de água e produção de energia


 Diques -> barreiras ao longo do leito de cheia para limitar o transbordo do rio
 Canais de derivação -> ramificações construídas nas planícies de inundação para aumentar
o escoamento e controlar o leito normal

 Barragens
 Barreira artificial feita em cursos de água para retenção de grandes quantidades de água.
A montante da barragem forma-se uma albufeira (lago artificial).

A construção de barragens permite

 Regular os caudais
 Evitar algumas cheias
 Manter um escoamento mínimo na época estival
o Minimizar os problemas de escassez e grande irregularidade dos recursos hídricos a Sul
 Potencializar a abundância de água armazenada a Norte para a produção de energia
elétrica

Vantagens da construção de barragens :

 Regularizar o regime dos rios;


 Produzir eletricidade;
 Reservar a água para a rega e o abastecimento da população;
 Desenvolvimento de atividade turísticas
 Criação de novas áreas de regadio

Desvantagens da construção de barragens :

 Elevado investimento inicial;


 Retenção de sedimentos transportados pelo rio;
 Alteração dos ecossistemas (fauna e flora);
 Possibilidade de algumas populações serem obrigadas a se deslocar.

Ocupação humana

A ocupação humana agrava o efeito das cheias, devido:

 Ocupação dos leitos de cheia;


 Impermeabilização dos solos
 Impede a infiltração da água e aumenta o escoamento superficial
 Desflorestação
 Aumenta o escoamento superficial e a erosão do solo (arrasta a parte superficial do solo e
vai provocar o assoreamento dos rios)

LAGOS, LAGOAS E ALBUFEIRAS

 Lagos -> Depressões naturais de grandes dimensões. Não existem no território nacional.

Lagoas

 Depressões naturais de pequena profundidade onde se acumula água doce ou salobra


(mistura de água doce com água salgada)
 Origem Marinha e Fluvial
o Maioria das existentes em Portugal
o Localizam-se na faixa costeira e são constituídas por água salobra
-> exemplos: Esmoriz; Pateira de Fermentelos; Tocha; Óbidos; Albufeira; Melides; Santo
André

 Origem Glaciária
o São pouco numerosas, resultam da erosão nas rochas provocada pelo movimento do
gelo glaciário. Quando os glaciares recuaram, as bacias assim formadas encheram-se de
água proveniente da fusão do gelo.
o Localizam-se nas áreas mais elevadas da Serra da Estrela (água doce)
-> exemplos: Lagoa Comprida; Covão do meio; Covão dos conchos; Covão do Curral;
Covão do forno; Lagoacho
 Origem Tectónica
o São pouco numerosas, são pequenas depressões originadas por fracturas
o Localizam-se no maciço calcário estremenho (água doce)
-> exemplos: Polje de Minde; Arrimal; Mendiga; Alvados
 origem Vulcânica
o Localizam-se nos Açores
o Resultam do abatimento de antigas crateras, onde se acumulam águas pluviais e de
nascente (água doce)
-> exemplos: Sete cidades; Furnas; Fogo

Lagunas
 Depressão natural de pequena profundidade formada por água salobra ou salgada,
localizada no litoral e que comunica com o mar através de um canal

Albufeiras

 Lagos artificiais que se formam pelo enchimento a montante de uma barragem devido a
um paredão criado pelo homem. Constituem os mais importantes reservatórios de água
doce superficial em Portugal.

No Norte e Centro há mais barragens, devido à maior densidade da rede hidrográfica e aos
caudais mais abundantes e regulares. Proporcionando melhores condições para, além do
abastecimento de água, a produção de energia hidrelétrica.

No Sul, onde o período estival é mais acentuado, as barragens servem, essencialmente para o
abastecimento de água à população e para a rega

Aquíferos

 Formação geológica que permite a circulação e armazenamento e água nos seus espaços
vazios, possibilitando a sua exploração económica rentável sendo importantes reservas de
água doce.
 A água da chuva infiltra-se no solo e no subsolo devido à gravidade;
 Durante a infiltração, a água pode encontrar uma camada de rocha impermeável,
começando a acumular-se em profundidade

Dependem : precipitação; natureza das rochas (grau de impermeabilidade)

Tipos de aquíferos

 Porosos -> A água circula através de espaços vazios, ou poros, entre grãos que formam
as rochas detríticas desagregadas (areias, arenitos, conglomerados pouco agregados,
…). As rochas sedimentares de origem detrítica, como os arenitos e as areias, são
bastante permeáveis, permitindo a infiltração da água e a formação de aquíferos
 Fissurados e /ou fraturados -> Ocorrem nas rochas pouco permeáveis (granito, xisto,
basalto), onde a água circula em fendas, falhas e outro tipo de descontinuidades.
 Cársicos -> A água circula em cavidades formadas pela dissolução química do calcário.
Esta dissolução começa quando a água se infiltra em pequenas fendas, que vão
alargando com a continuação da dissolução, levando à formação de largos canais
subterrâneos por onde se dá uma intensa circulação de água formando uma Toalha
Cársica
REPARTIÇÃO GEOGRÁFICA DOS AQUÍFEROS – AULA 7- VER IMAGENS

Produtividade aquífera -> é a quantidade de água que é possível extrair continuamente de um


aquífero, sem afetar a reserva e a qualidade da água. Depende da natureza da rocha.

Maciço antigo ou hespérico

 Constituído essencialmente por granitos (permeabilidade reduzida) e xistos


(permeabilidade muito reduzida).
 Dificultam a infiltração da água e a formação de aquíferos importantes
 A água só consegue infiltrar-se nos locais onde as rochas estão fissuradas (aquíferos
fissurados e /ou fraturados)
 Menores disponibilidades hídricas

Orlas sedimentares

 Predominam as rochas sedimentares detríticas e calcárias (permeáveis)


 Permitem a infiltração e a formação de aquíferos porosos e cársicos
 Elevada disponibilidade hídrica
 Na orla meridional, o sistema de aquíferos é relativamente importante, mas com menor
produtividade aquífera, devido à menor precipitação e à maior evaporação. Existindo
situações de sobre-exploração dos aquíferos, em virtude da fraca precipitação e da
pressão turística durante o verão

Bacias Sedimentares do Tejo e do Sado

 Formadas por rochas sedimentares detríticas, que permitem uma grande infiltração e uma
grande disponibilidade hídrica.
 Aquíferos porosos de grande produtividade que correspondem ao mais extenso aquífero
da península Ibérica.

PRINCIPAIS PROBLEMAS NA UTILIZAÇÃO DA ÁGUA – AULA 8- VER IMAGENS

A qualidade da água depende do consumo e do excesso deste e da poluição.

Fontes de contaminação das águas subterrâneas e superficiais

 Efluentes domésticos
o Têm uma grande componente orgânica e uma elevada variedade de bactérias e vírus
o A grande maioria dos efluentes domésticos, em Portugal, estão ligados a Estações de
Tratamento de Águas Residuais (ETAR)
o Mas podem constituir uma importante fonte de poluição dos cursos de água e, por vezes,
das águas subterrâneas no caso das fossas séticas de menor qualidade e sem ligação à
rede de esgotos
 Efluentes industriais
o As águas utilizadas no processo produtivo ou para lavagens e arrefecimento são
contaminadas com diversos produtos químicos e mesmo tratados (ETAR) podem alterar
o meio, por aumento da temperatura. Podem ter elevadas cargas tóxicas e metais
pesados
o Estes efluentes podem ser diluídos na água dos rios ou arrastados para os aquíferos por
infiltração
 Efluentes de origem pecuária
o A sua composição e os seus efeitos são, no essencial, semelhantes aos dos efluentes
domésticos (grande componente orgânica e uma elevada variedade de bactérias e vírus),
mas uma exploração pecuária pode produzir uma quantidade de resíduos equivalentes à
de povoações de média dimensão.
o Em Portugal, ainda há instalações com deficiências no controlo de resíduos e casos de
incumprimento de legislação, que proíbe o seu lançamento nos meios hídricos sem
tratamento
 Químicos agrícolas
o Os fertilizantes, inseticidas e herbicidas utilizados na agricultura, muitos de elevado teor
em substâncias tóxicas, dissolvidos na água da rega ou da chuva, infiltram-se no solo,
contaminando as toalhas freáticas ou escorrem à superfície, vindo a contaminar os
cursos de água
o É uma forma de poluição muito difusa, pode afetar áreas muito extensas e, também por
isso, é difícil de detetar e de controlar

Fatores que fazem diminuir as reservas hídricas

 Salinização
o É um processo que perante a sobre-exploração, permite a intrusão de água salgada
que, por ser mais densa que a água doce, tende a penetrar no aquífero, fazendo
chegar grandes quantidades de água salgada a furos e poços, inutilizando a sua
exploração
o Ocorre nos aquíferos que se localizam junto ao litoral e é mais frequente em anos de
menor precipitação, por não haver a recarga natural dos aquíferos
o Nesta situação, o consumo de água deve ser racionalizado pois, por vezes, a
salinização torna-se irreversível
o Acontece com alguma regularidade, no verão, no Algarve. A fraca produtividade
aquífera (menor precipitação e maior evaporação) acentua-se no verão em virtude da
pressão turística, levando à sobre-exploração dos aquíferos e à sua salinização
 Desflorestação
o Ao deixar o solo desprotegido, a água da chuva escorre pelas vertentes e não se
infiltra, comprometendo a recarga dos aquíferos
o A água de escorrência, também, vai arrastar uma maior quantidade de carga sólida
das vertentes (erosão da camada superficial do solo) até aos rios, que pode provocar
o assoreamento, diminuindo a sua capacidade de armazenamento de água
 Urbanização
o Num solo impermeabilizado, a água da chuva não se infiltra, é canalizada pelas
sargetas até ao rio (sistema de águas pluviais)
o quando a precipitação é abundante escorre pelas ruas, o que pode ser acompanhado
pela saturação do sistema de água pluviais e dá origem a inundações urbanas
o Não há a recarga dos aquíferos
 Eutrofização
o Acontece quando um curso de água se torna extremamente rico em nutrientes, em
resultado da descarga de resíduos com elevadas concentrações de fosfatos e nitratos
(substâncias muito utilizadas na agricultura, para aumentar a fertilidade dos solos e
controlar as pragas)
o Os fosfatos e os nitratos provocam o crescimento exagerado das plantas aquáticas
(algas), formando uma “manta verde” à superfície, que impede que a luz solar chegue
aos seres vivos que dela necessitam e provocando um consumo excessivo de
oxigénio.

GARANTIR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE QUALIDADE – AULA Nº 9 – VER IMAGENS

 O abastecimento público de água em Portugal ainda não é de 100% pois, apesar de a


grande maioria da população portuguesa ser servida através do abastecimento publico de
água (98.63%), ainda existem lacunas, por exemplo, em áreas rurais com baixo nº de
habitantes onde não é rentável a inserção deste abastecimento visto que o custo de tal,
por habitante, é bastante dispendioso. Para além disto também existem zonas em que a
população residente de certo local não aceita a inserção deste tipo de procedimento pois
tal implica uma mudança nos seus hábitos e um custo elevado da despesa familiar.

 É fundamental que a água residual seja drenada e tratada antes de ser devolvida à
natureza, para não colocar em risco a qualidade e a quantidade de recursos hídricos
disponíveis

 Para não colocar em risco os recursos hídricos é necessário:


o existir um alargamento das redes de drenagem, ou seja, de esgotos;
o um aumento do tratamento de águas residuais através dos ETAR; uma regularização,
fiscalização e criminalização do lançamento de efluentes poluidores nos cursos de água;
o a melhoria das práticas agrícolas de modo a privilegiar as mais amigas do ambiente;
o a criação de incentivos às empresas para a reconversão tecnológica, de modo a torná-las
mais ecológicas;
o a aplicação do princípio “poluidor-pagador”, com coimas progressivas, segundo a
gravidade de danos;
o a dinamização de campanhas de educação ambiental para a população.
 Funcionamento de uma ETAR
1) Tratamento Preliminar - Numa primeira fase, as águas residuais, produzidas pela
população através do uso doméstico ou pelas indústrias, chegam à ETAR onde são filtrados
e separados os resíduos de maior dimensão.
2) Tratamento Primário - A seguir, as águas residuais passam pela Decantação Primária, onde
as partículas sólidas em suspensão são eliminadas por ação da gravidade.
3) Tratamento Secundário - As águas residuais sofrem um Tratamento Biológico, com
bactérias que digerem a matéria orgânica existente. A seguir, passam pela Decantação
Secundária, que permite o depósito das lamas resultantes da ação das bactérias.
4) Tratamento Terciário - Nesta etapa do tratamento, as águas residuais são submetidas a
uma desinfeção e remoção de nutrientes. Removem-se as bactérias, os sólidos em
suspensão, os nutrientes em excesso e os compostos tóxicos específicos, tornando-as mais
puras. Depois de passar por este tratamento, a água pode ser usada na agricultura, na rega
de campos de golfe, na rega de espaços verdes, na lavagem de pavimentos e ruas, entre
outras utilizações possíveis.
5) Descarga Final da Água - Finalmente, a água é devolvida à natureza em condições
ambientalmente seguras.

Para utilizar a água com maior eficiência é necessário reduzir os consumos e eliminar
desperdícios:

PNUEA (Programa Nacional para o uso eficiente da água)

 instrumento de política ambiental nacional que tem como principal objetivo a promoção
do Uso Eficiente da Água em Portugal, especialmente nos setores urbano, agrícola e
industrial, contribuindo para minimizar os riscos de escassez hídrica e para melhorar as
condições ambientais nos meios hídricos, sem pôr em causa as necessidades vitais e a
qualidade de vida das populações, bem como o desenvolvimento socioeconómico do país.

 medidas para o uso eficiente da água no setor urbano


o Reduzir o volume de água perdida nas redes de abastecimento
o Utilizar máquinas de lavar roupa/ louça com carga completa e optando por programas de
menor consumo
o Criar hábitos pessoais que evitem os desperdícios
o Utilizar autoclismos com dupla descarga
o Manter o equipamento em boas condições (p. ex: torneiras)
o Reutilizar a água (ex: rega)
o Tratar as águas residuais
 medidas para o uso eficiente da água no setor agrícola
o Efetuar o transporte de água em condutas, para evitar a evaporação e a infiltração;
o Renovar o equipamento de rega e melhorar as técnicas de modo a gastar apenas a água
necessária (ex: gota-a-gota);
o Regar em períodos de menor calor;
o Selecionar culturas bem adaptadas às características climáticas;
o Promover a alimentação dos sistemas por água da chuva
 medidas para o uso eficiente da água no setor industrial
o Eliminar as perdas de água na rede de abastecimento;
o Substituir os equipamentos e utilizar tecnologia que evite a perda de água durante o
processo produtivo
o Promover a recirculação e a reutilização da água no processo produtivo;
o Tratar as águas residuais

Para valorizar os recursos hídricos, o PNUEA pretende :

 proporcionar atividades de lazer; atividades turísticas e culturais


 explorar atividades biogenéticas como a aquacultura.

Para planear a gestão da água, o PNUEA pretende :

 proteger e conservar os meios hídricos através do plano Nacional da água, de planos de


gestão de região hidrográfica e de planos de gestão de bacia hidrográfica
 cooperação luso-espanhola.

PLANEAR A GESTÃO DA ÁGUA – AULA Nº10

É necessário fazer uma gestão planeada e concertada dos recursos hídricos, através:

o Planos de proteção dos recursos hídricos


o Cooperação luso-espanhola

Planos de proteção dos recursos hídricos

 NACIONAL - Plano Nacional da Água (PNA) - Abrange todo o território nacional


 Estabelece as grandes linhas de opção a serem integradas pelos restantes instrumentos
de planeamento das águas
o Evitar a continuação da degradação, proteger e melhorar o estado dos ecossistemas
aquáticos e terrestres;
o Promover a utilização sustentável da água;
o Reduzir a poluição das águas;
o Mitigar os efeitos das inundações e das secas;
o Assegurar o fornecimento de água em quantidade e qualidade
 REGIONAL- Planos de gestão de região hidrográfica (PGRH)
 Abrangem as bacias hidrográficas numa região hidrográfica
 Regiões hidrográficas: Minho e Lima; Cávado, Ave e Leça; Douro; Vouga e Tejo; Sado e
Mira; Guadiana; Ribeiras do Algarve.
 Cada PGRH engloba os planos de gestão de bacia hidrográfica

 LOCAL - Planos de gestão de bacia hidrográfica (PGBH)


 Caracterizam física e socialmente da área da bacia hidrográfica;
 Identificam as pressões e impactos da atividade humana sobre a bacia hidrográfica;
 Traçam cenários prospetivos
 Definem objetivos, prevêm medidas e ações concretas a implementar na bacia hidrográfica

Cooperação luso-espanhola

 O planeamento e a gestão dos recursos hídricos portugueses não podem deixar de ser
articulados com Espanha, nas bacias hidrográficas partilhadas
 Em 1998, foi realizada a Convenção de Albufeira (acordo sobre a cooperação para a
proteção e o aproveitamento sustentável das águas das bacias hidrográficas luso-
espanholas) que definiu caudais mínimos e parâmetros de qualidade das águas.
 Problemas que podem ocorrer:
o Redução dos caudais em tempo de seca, pois a capacidade de armazenamento das
albufeiras espanholas é considerável;
o Poluição das águas em Espanha, o que se reflete em Portugal;
o Agravamento das situações de cheias, quando as barragens espanholas fazem
descargas volumosas;
o Construção de novas barragens ou transvases em Espanha, o que pode reduzir os
caudais

 Transvase: Transferência de reservas hídricas entre diferentes bacias hidrográficas

 A gestão planeada e concertada dos recursos hídricos permitirá:


 Um melhor conhecimento das disponibilidades e potencialidades hídricas;
 Uma melhor distribuição e utilização da água;
 Uma mais eficaz proteção, conservação e requalificação dos recursos hídricos;
 A definição de um quadro estável de relacionamento com Espanha face aos rios
internacionais;
 Uma gestão dos recursos hídricos em articulação com os restantes setores de
ordenamento do território, nomeadamente o ambiente e a ocupação humana das bacias
hidrográficas.

CARACTERÍSTICAS DA LINHA DE COSTA – AULA Nº12

Linha de Costa

 Área de contacto entre o mar e a terra . Caracteriza-se pela sua dinâmica , os seus limites
não são estanques e movem-se em função da maré ; das condições do mar (muito
diferentes de verão e de inverno) e dos sedimentos erodidos ou depositados

Características gerais da linha de costa em Portugal continental

o Estende-se por cerca de 2500 Km;


o Tem um contorno praticamente retilíneo;
o Predomina a costa em arriba (rochosa)

Tipos de costa

 Costa em arriba
o Resulta do contacto do mar com afloramentos rochosos de maior dureza (granito, xisto e
alguns calcários) -> arribas
o Predomina o desgaste
o Em geral, é alta e escarpada
o Troços da costa portuguesa com costa alta e escarpada:
 da nazaré até à foz do rio Tejo;
 cabo da roca;
 do cabo Espichel até à foz do rio Sado;
 do cabo de Sines até ao cabo de São Vicente
 Barlavento algarvio
o No litoral norte a costa é, sobretudo, baixa e rochosa, apesar da grande dureza das
rochas
o Costa de emersão -> Área do litoral que emergiu por efeito do recuo das águas do mar
(regressão marinha).

 Costa Baixa
o Resulta do contacto do mar com formações rochosas mais brandas (arenitos, argilas,…) e
onde há deposição de areias nas reentrâncias -> praias
o Troços da costa portuguesa com costa baixa.
 entre Espinho e São pedro de Moel;
 estuário do Tejo;
 da foz do rio Sado ao Cabo de Sines
 no sotavento algarvio.

 Costa nos Açores e na Madeira


o Domina a costa alta e escarpada
o A costa baixa é pouco representativa é pouco representativa, encontrando-se as maiores
extensões em Porto Santo e em São Miguel.

 Ação do mar sobre a linha de costa


 Erosão marinha -> processo de desgaste pela força do movimento constante das ondas
que desgasta e fragmenta as formações rochosas do litoral (abrasão marinha), de
transporte e acumulação desses sedimentos.
 Abrasão marinha -> poder erosivo das ondas, reforçado pela areia e pelos fragmentos
arrancados à base das arribas e transportadas pelas correntes marítimas. Dá origem ao
recuo da arriba.

1) A abrasão marinha desgasta a base da arriba, retirando apoio à parte superior


2) A parte superior da arriba fica sem base de sustentação, acaba por se desmoronar e dá
origem ao recuo da arriba. Os fragmentos rochosos acumulam-se na base da arriba,
formando a plataforma da abrasão
3) A continuidade do processo faz recuar cada vez mais a arriba a alargar a plataforma de
abrasão. No mar também se acumulam materiais do desgaste da arriba -> plataforma
de acumulação.
 Plataforma de abrasão -> faixa entre o mar e a arriba, ligeiramente inclinada para o
mar que, na maré baixa fica emersa e submergindo na maré alta.
 Arriba fóssil -> arriba que deixa de mar atingida pelo mar como a da Costa da Caparica.

Zonas de deposição

 Os fragmentos resultantes da abrasão marinha (desgaste da arriba) são transportados


pelas correntes marítimas e depositados em locais onde a velocidade das correntes é
menor, dando origem a formas de relevo como as praias.
Formas de deposição

 Praia -> acumulação da areia na faixa litoral, ou seja, acumulação dos sedimentos vindos
das arribas ;
 Restinga -> acumulação de areia ligada à faixa litoral por uma das suas extremidades e com
a outra livre ; língua de areia . ex.: península de troia
 Tômbolo -> acumulação de areia que liga uma praia a uma ilha ; ex.: Peniche
 Ilha-barreira -> acumulação de areia paralela à costa e dela separada por uma laguna
delimitando-a e impedindo-a de ser uma baía. Ex.:tavira

PRINCIPAIS ACIDENTES DO LITORAL PORTUGUÊS – AULA Nº 13

Acidentes Litorais

 Conjunto de reentrâncias e saliências que constituem exceções ao caracter regular


dominante na costa portuguesa.
 Haff-Delta de Aveiro
 É um sistema lagunar de água salobra que teve origem em simultâneo numa regressão
marinha e na acumulação de sedimentos marinhos e fluviais, numa antiga reentrância
litoral, dando origem a pequenas ilhotas.
o Formação
 Fase inicial : existe uma extensa baía onde desaguam os rios Águeda, Vouga e Cértima
onde os sedimentos arrancados pela abrasão marinha, ao litoral rochoso a Norte,
foram arrastados pela corrente marítima (deriva litoral), dando origem a um cordão
arenoso (restinga). Enquanto este cordão se vai estendendo vai-se estabelecendo outro
de Sul para Norte e à medida que estes cordões avançam, isolam as águas marinhas
formando uma laguna onde o rio Vouga e alguns afluentes passaram a desaguar e
depositar as aluviões que dão origem a pequenas ilhotas.
 Fase atual : formação da laguna onde desagua o rio Vouga formando um delta interior,
com uma estreita saída para o mar e onde as restingas quase coalescem, e a barra é
mantida artificialmente (dragagem).
 Concha de S. Martinho
 Baía semicircular com uma estreita abertura para o mar,
que outrora foi um grande golfo cuja dimensão foi sendo
reduzida pela acumulação de sedimentos marinhos.
 Tômbolo de Peniche
 istmo resultante da acumulação de areias e seixos transportados pelo mar que uniram a
ilha de Peniche e as do Baleal ao continente.
o Formação: Peniche e o Baleal eram, no século XII ilhas e a Atouguia da Baleia um
importante porto de pesca e de construção naval. No século XIV e XV começa a ser
verificada uma deposição de material detrítico, transportado pela deriva litoral, ou seja,
pela corrente marítima formando uma ilha a sul, ilhas do Baleal e a formação de areais
junto à costa. No século XVII e até à atualidade continua a haver deposição de material
detrítico ligando a ilha a sul do Baleal ao continente e aumentando os areais junto à
costa, até que a ilha do Baleal e a de Peniche ficaram totalmente ligadas ao continente.
 Estuário do Tejo & do Sado
 estão localizados na foz dos próprios rios e correspondem às reentrâncias mais
acentuadas do litoral português, tendo resultado da ação conjunta do mar e do rio. Nos
estuários é importante a influência das marés, havendo uma mistura entre água doce e
salgada dando origem à água salobra e há uma acumulação de sedimentos tanto de
origem marinha como fluvial, dando origem a mouchões, ou seja, ilhas de acumulação
aluvional e a restingas como por exemplo a península de Tróia.
o Os estuários do Tejo e do Sado são importantes pela sua dimensão e especifidade que
permitem um importante desenvolvimento das atividades portuárias (no Porto de
Lisboa e de Setúbal) e constituem zonas húmidas de grande riqueza ecológica (Reservas
naturais do estuário do Tejo e do Sado).
 Lido de Faro
 Zona lagunar que resulta da acumulação de sedimentos marinhos, desgastados na costa
rochosa do barlavento, que foram transportados pela deriva litoral (Oeste-leste).
o A deposição destes sedimentos deu origem a uma série de ilhas barreira e restingas que
de desenvolveram paralelamente à linha de costa e que separam o mar da zona lagunar

Cabos

 Saliências talhadas em formações rochosas muito resistentes, a maioria em costa alta. A


exceção, em costa baixa, é o Cabo de Santa Maria.

Importância dos acidentes litorais

O caracter retilíneo da costa portuguesa, exposta a condições meteorológicas por vezes


muito adversas e a agitação marítima, sobretudo no litoral ocidental dá origem a acidentes
naturais que assumem uma grande importância para a pesca.

As saliências são áreas privilegiadas para a localização dos portos de mar. Muitos portos
localizam-se a sul dos cabos, os obrigam naturalmente dos ventos de O e NO e das correntes
Norte-Sul (deriva litoral).

As reentrâncias constituem abrigos naturais que facilitam a navegabilidade e protegem as


infraestruturas portuárias e as embarcações das correntes marítimas, dos ventos e da
agitação marítima associada. Ex: Aveiro, Lisboa, Setúbal, Olhão.

PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM OS RECURSOS PISCATÓRIOS – AULA Nº14

Abundância de peixe

 É influenciada:
o Pelas condições de temperatura, iluminação, salinidade e oxigenação das águas  que
variam com a profundidade das águas e com as diferentes correntes marítimas  e vão
fazer depender a existência de maior ou menor quantidade de plâncton (base alimentar
do pescado).

Estrutura das áreas litorais

 Plataforma continental
 extensão submersa da placa continental, de reduzido declive e cuja profundidade não
ultrapassa os 200mm, é uma área de elevada abundância de peixe proporcionando mais
de 80% das capturas totais da pesca mundial, termina com um acentuado aumento de
declive no talude continental e constitui somente 10% dos fundos marinhos.
 Talude continental (área de grande declive que circunda a plataforma continental)
 Planície abissal (área de grande profundidade)

o Pouca profundidade permite a penetração da luz e a existência de fitoplâncton e de algas;


o Abundancia de oxigénio, devido à agitação das águas;
o Baixo teor de sal, devido à mistura com a água doce dos rios
o Águas ricas em nutrientes: a formação de fitoplâncton é favorecida pela matéria orgânica
transportada pelos rios

Plataforma continental portuguesa

o É estreita (entre 30 a 60Km) e quase inexistente nos Açores e na Madeira, condição pouco
favorável à abundância de pescado

CORRENTES MARITIMAS

 Deslocações de grandes massas de água individualizadas pelas suas características,


nomeadamente a temperatura

Favorecem a abundância de pescado:

o As áreas de confluência de uma corrente fria com uma corrente quente


 Por originarem maior agitação e oxigenação das águas e, consequentemente formação
de plâncton, favorecendo a diversidade de espécies e a renovação de stocks
o Correntes frias
 Sobretudo as com origem na subida das águas profundas, que arrastam matéria orgânica
e mineral depositada no fundo do mar e por isso mais ricas em nutrientes (upwelling)

Upwelling

o É a subida de águas oceânicas relativamente frias, vinda das camadas mais profundas, para
compensar o deslocamento das águas superficiais repelidas pelos ventos superficiais
o Em Portugal, no verão, na costa ocidental, a nortada (vento do quadrante norte) desvia as
águas superficiais para o largo (oeste) devido à força de coriollis, dando origem ao
upwelling

O MAR NACIONAL – AULA Nº15

Os países que possuem de fronteiras marítimas têm o direito a usufruir das suas riquezas

 Zonas marítimas sob jurisdição portuguesa


o Águas interiores marítimas -> corresponde às massas de água que se encontram
localizadas entre a linha de base reta e a linha de costa, para fora das embocaduras dos
rios e rias.
o Mar territorial -> Estende-se até às 12 milhas náuticas. O Estado costeiro exerce
soberania sobre o leito do mar, subsolo marinho e pleno controlo sobre a massa de água
e espaço aéreo sobrejacente. Os navios militares e de Estado gozam de imunidade e
todos os demais estão sujeitos à jurisdição do Estado costeiro, gozando, todavia, do
direito de passagem inocente, definida por ser contínua, ordeira e rápida, de acordo com
regras de segurança e proteção ambiental que o Estado costeiro define.
o Zona contígua -> estende-se a partir do limite exterior do mar territorial até às 24 milhas
náuticas. O Estado costeiro exerce, nesta zona, a jurisdição que estabeleceu para o
território nacional e mar territorial, prevenindo e combatendo a criminalidade.
o Zona económica exclusiva -> Zona marítima, adjacente ao mar territorial, até às 200
milhas náuticas. A ZEE inclui a zona contígua. Na ZEE, os Estados costeiros, exercem a sua
soberania e jurisdição, detendo o direito a explorar, gerir e conservar os recursos
naturais aí existentes, vivos e não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito
do mar e seu subsolo, incluindo a exploração e aproveitamento dos recursos energéticos
renováveis, a partir do vento, das ondas e das correntes marinhas. Os Estados costeiros
podem, assim na ZEE, autorizar, construir e regular a construção de infraestruturas para
aproveitamento dos recursos naturais, incluindo a possibilidade de instalação de ilhas
artificiais.  A ZEE portuguesa compreende 3 subáreas: subárea do continente (287 521
km2), subárea dos Açores (930 687 km2) e subárea da Madeira (442 248 km2).
o Plataforma continental (conceito jurídico) -> O termo Plataforma Continental
compreende dois conceitos distintos: o conceito geológico e o conceito jurídico. Apesar
de ambos conceitos estarem, em larga medida, relacionados, o facto é que na prática
eles traduzem realidades muito distintas, em particular no caso português. A plataforma
continental geológica diz respeito à porção do leito e subsolo das áreas submarinas que,
com início na linha de costa, se estendem em declive suave até uma profundidade de
200m, na transição com o talude continental. No entanto, juridicamente, o Estado
costeiro poderá estabelecer o limite exterior da sua plataforma continental para além
das 200 milhas náuticas de acordo com critérios científicos. Na Plataforma continental
(conceito jurídico) Estado costeiro exerce direitos de soberania sobre a plataforma
continental (conceito jurídico) para efeitos de exploração e aproveitamento dos seus
recursos naturais, sendo os mesmos exclusivos, no sentido de que, se o Estado costeiro
não explora a plataforma continental ou não aproveita os recursos naturais da mesma,
ninguém pode empreender estas atividades sem o seu expresso consentimento. Portugal
submeteu, em 2009, na Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) a
demarcação dos limites exteriores da sua plataforma continental para além das 200
milhas náuticas. 
o Região de busca e salvamento -> A coordenação das operações de busca e salvamento
marítimo é realizada em centros de controlo em Lisboa, em Ponta Delgada e no Funchal.
o No total, Portugal é responsável por assegurar este serviço num espaço geográfico com
cerca de 5.754.848 km2 dos quais 572.914 km2 correspondem à SRR (Search and Rescue
Region) Lisboa (continente e Madeira) e 5.181.934 km2 à SRR Santa Maria (Açores). 
 Vantagens do aumento da plataforma continental
o Aumento dos direitos de soberania sobre a plataforma continental para efeitos de
exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais, ou seja, recursos minerais e
seres vivos que existam no fundo do mar e no subsolo.
o Os recursos vivos são os organismos que estejam em contacto permanente com o fundo
e/ou subsolo marinho, como sejam esponjas e corais. Os recursos não vivos dizem
respeito, por exemplo, a recursos minerais ricos em ouro, manganês, cobalto, titânio,
elementos das terras raras, telúrio, metais do grupo da platina, níquel, cobre, zinco e
cobalto.

 Com a extensão da plataforma continental, teremos direito a uma maior área de pesca na
coluna de água?
o Não, os direitos de soberania sobre a plataforma continental não incluem a coluna de
água. Na plataforma continental o Estado Costeiro apenas tem direitos exclusivos de
exploração e aproveitamento dos seres vivos pertencentes a espécies sedentárias que
existam no fundo e/ou subsolo marinhos, pois estes estão sob sua soberania.
 Há alguma hipótese de se encontrar petróleo neste novo território?
o Dificilmente. A ocorrência de petróleo no offshore profundo encontra-se tipicamente
localizada relativamente próximo das margens continentais geológicas. Como a nossa
plataforma continental geológica é relativamente estreita a possível descoberta de
petróleo no offshore profundo estará provavelmente incluída na Zona Económica
Exclusiva.
 Qual a diferença entre Zona Económica Exclusiva e Plataforma Continental?
o A Zona Económica Exclusiva é uma zona situada além do mar territorial cuja largura
poderá ir até às 200 milhas marítimas. A ZEE compreende a coluna de água e o fundo do
mar (solo e o subsolo das áreas submarinas). A Plataforma Continental compreende
apenas a solo e subsolo (e não a coluna de água), em toda a extensão do prolongamento
natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental.

A ATIVIDADE PISCATÓRIA – aula nº 16

O mar é utilizado como recurso para : Pesca; Aquicultura; Extração de sal; Atividade turística,
lazer e recreio ; Indústria conserveira ; Energia das ondas

 A atividade piscatória é uma atividade tradicional, que sempre assumiu grande


importância em Portugal por o peixe é uma componente fundamental na alimentação
portuguesa. Existem assim, numerosas comunidades piscatórias ao longo da costa que
possuem um peso considerável no emprego. Contudo, o peso da pesca no PIB é muito
reduzido (cerca de 1%).

 A quantidade de peixe capturado pela frota portuguesa tem vindo a diminuir, devido:
o À redução substancial da pesca longínqua (sobretudo de bacalhau)
o Diminuição dos stocks
o Medidas restritivas impostas pela Política Comum das Pescas e pelos acordos
internacionais (licenças de pesca; quotas de pesca-total admissível de capturas-TAC ;
épocas de captura)

 Condicionantes da captura de peixe em Portugal


o Reduzida extensão da plataforma continental em Portugal
o Redução dos stocks devido ao excesso de pesca
-> fazendo com que exista capturas em pesqueiros externos : Áreas de soberania
estrangeira & Águas internacionais (apesar da frota pesqueira atuar principalmente em
territórios nacionais)

Principais áreas de pesca longínqua

 Atlântico Nordeste
o Costa do NO da Europa, em especial a Noruega (bacalha, red-fish, sarda, cavala e
carapau)
 Atlântico Noroeste – NAFO
o Costa da América do Norte, em especial a Terra Nova e a Gronelândia (bacalhau.
Palmeta, abrótea e raia)
 Atlântico Centro-Oeste
o Costa ocidental de África, nomeadamente entre Marrocos e o Golfo da Guiné (espadarte
e crustáceos).

ARTES DE PESCA

Cerco
o Pesca efetuada com a utilização de ampla parede de rede, sempre longa e alta, que
largada de uma embarcação é manobrada de maneira a envolver o cardume.
o O navio dá uma volta de 360º à volta do cardume para o envolver no cerco.
Desta forma o pescado ficará no centro do arrasto e poderá ser apanhado.
o Espécies-alvo: sardinha, cavala, sarda, boga, biqueirão (anchova) e carapaus  
o  % mínima de espécies-alvo por viagem: 80%.

Arrasto

o Pesca efetuada com redes rebocadas por uma embarcação.


o É uma rede cónica onde é retida a captura.
o Principais espécies alvo com 70% de espécies-alvo: carapau, verdinho, lulas
e potas, polvo, esparídeos, pata-roxas, faneca, língua, congro, cantarilhos e
rascassos, xaputa, imperadores, azevia, cabras e ruivos

Polivalente (artes de pesca variadas)

Redes de Emalhar e de tresmalho

o Neste tipo de pescas deixa-se a rede suspensa, num local onde sabe-se
que existe um determinado tipo de peixe que pretendemos capturar.
o O peixe ao passar pela rede fica emalhado, isto é, preso nas suas malhas,
devido ao seu próprio movimento de encontro à rede.

Anzol

o Este método permite a pesca individual. É utilizado para a pesca de atum e de outras
espécies médias de peixe

Armadilhas

o Este método consiste em levar o pescado a entrar dentro da armadilha


através de um isco. Estas são de fácil entrada, mas de difícil saída, para
que o peixe fique preso no seu interior.

Arte Xávega

o rede envolvente-arrastante que é largada a partir de uma embarcação e


manobrada a partir de terra (para a praia) manualmente ou com recurso
a animais ou a equipamentos de força

Apanha

o Método de pesca individual, caracterizado pela não utilização de


utensílios especialmente fabricados para esses fim, não provocando
ferimentos graves na captura.

PRINCIPAIS TIPOS DE PESCA – aula 17

Pesca Local

o Faz-se perto da costa (até 6 milhas da costa);


o As embarcações têm pequena dimensão, potência e autonomia, não excedem os 9m, a
maioria é de madeira e com uma potência de motor reduzida;
o Pratica-se a pesca polivalente, muitas vezes com artes de pesca artesanais;
o Utiliza muita mão-de-obra;
o Curto tempo de permanência no mar (algumas horas)
o Captura espécies de elevado valor comercial, como o polvo, o choco, o robalo ou o
linguado

Pesca Costeira

o Operam até 12 milhas da costa (mar territorial);


o Utilizam embarcações com mais de 9m e com maior potência;
o Praticam a pesca do cerco ou do arrasto;
o Têm meios de conservação do pescado;
o Normalmente permanecem no mar vários dias

Pesca do Largo ou Longínqua

o Operam a mais de 12 milhas da costa (ex: pesca na NAFO, na Islândia, na Noruega);


o Utilizam grandes embarcações;
o Permanecem no mar vários meses;
o Utilizam técnicas modernas de deteção de cardumes (sonar), captura e conservação do
pescado;
o As embarcações mais sofisticadas são verdadeiras unidades industriais (capturam,
preparam, embalam, congelam e armazenam o pescado) – Navio-fábrica

FROTA DE PESCA PORTUGUESA

o A frota de pesca portuguesa é a 4ª maior da UE, ao nível do nº embarcações e a 6ª


maior ao nível da tonelagem bruta
o É uma frota bastante envelhecida (idade média de 35 anos);
o Predominam as pequenas embarcações (84% têm até 9m);
o As grandes embarcações representam apenas 2,1% da frota;
o A frota é composta essencialmente por embarcações de pequena dimensão, com
tonelagem abaixo da média da UE.
o O nº de embarcações tem vindo a diminuir
POLÍTICA COMUM DAS PESCAS

-> assenta nos seguintes aspetos

 Conservação
o estabelecer totais admissíveis de capturas, bem como a limitar o esforço de pesca, e
incluir medidas técnicas que contemplem regras sobre as artes de pesca e tamanhos
mínimos de desembarque para certas espécies, bem como a obrigação de registar e
declarar as capturas e os desembarques.
 Ambiente
o limitar o impacto ambiental das pescarias, entre as quais a proteção de espécies como
mamíferos marinhos, pássaros e tartarugas, peixes jovens, stocks de peixes vulneráveis e
proteção de habitats sensíveis
 Estruturas
o instrumento financeiro e destina-se a apoiar os objetivos da PCP, nomeadamente a
exploração sustentável dos recursos piscatórios, o reforço da competitividade e da
viabilidade dos operadores do setor, a promoção de métodos respeitadores do
ambiente, o fornecimento do apoio necessário às pessoas empregadas no setor e a
promoção do desenvolvimento sustentável das zonas de pesca
 Gestão das frotas
o Destina-se a limitar a capacidade piscatória, bem como alcançar um melhor equilíbrio
entre a capacidade piscatória total e os recursos disponíveis nos mares
 Organização do mercado comum
o procura estabelecer um equilíbrio entre a procura do mercado e a oferta dos pescadores,
relativamente às regras da concorrência
 Relações com países terceiros
o estabeleceu acordos, com base no desenvolvimento de uma pesca sustentável e
responsável, que permitem o acesso dos navios de pesca comunitários às zonas de pesca
desses países. Igualmente a UE celebrou diversos acordos internacionais, no domínio da
pesca e do direito marítimo
 Controlo e execução
o É aos Estados-Membros que cabe assegurar o cumprimento das regras adotadas no
âmbito da PCP. O controlo das atividades de pesca é indispensável para garantir o
respeito das regras, dissuadir a fraude e garantir uma pesca sustentável. Para reforçar os
controlos foi criada a Agência Comunitária do Controlo das Pescas, que iniciou as suas
atividades em 2007.

Consequências da gestão das frotas (PCP) para Portugal:

o
Restrições no acesso à profissão de pescador (necessidade de formação profissional);
o
Reestruturação da frota
 Abate de embarcações de pesca local
 Melhoria da competitividade da frota
-> Reconversão de embarcações de pesca costeira com tecnologia mais avançada
-> Novas embarcações de pesca costeira e longínqua
 Menos embarcações, mas mais modernas e competitivas

Infraestruturas portuárias
 Há muitos portos em Portugal porém, muitos continuam sem ter as condições de abrigo
necessárias
o As adversidades provocadas pelos ventos fortes e pela agitação marítima, constituem
um perigo para as embarcações e para as frágeis infraestruturas portuárias,
especialmente no inverno
 Apesar de muitas embarcações terem sofrido melhoramentos nos últimos anos, as
reduzidas dimensões de alguns portos para operarem embarcações modernas e a falta de
infraestruturas de apoio adequadas representam entraves ao desenvolvimento da
atividade piscatória em algumas comunidades tradicionalmente ligadas à pesca
 O desenvolvimento do setor das pescas depende das infraestruturas portuárias
o Melhoria dos molhes de proteção
o Apetrechamento dos cais de acostagem e de desembarque com equipamento de
descarga modernos, que agilizem o processo
o Existência de instalações frigoríficas e Lotas modernas
 O nº de pescadores tem vindo a diminuir devido a fatores como:
o Falta de atratividade do setor
o Reforma de pescadores
o Diminuição da possibilidade de captura de peixe (épocas de defeso, quotas de pesca,
esgotamento de stocks)
o Alterações no acesso à profissão (formação profissional)
o Perda de importância da pesca tradicional
o Modernização funcional da frota (evolução tecnológica das embarcações)
 Caracterização da mão-de-obra (2018)
o Predomínio da faixa etária entre os 35 e os 54 anos
o Grau de envelhecimento relativamente elevado (média de idades 41 anos)
o Os pescadores com 55 e mais anos prevalecem na pesca em áreas interiores
o A pesca do cerco tem maior percentagem de pescadores com menos 35 anos (24,3%)
o O arrasto é a que apresenta menos pescadores com mais de 55 anos (11,9%)

 Entraves da mão de obra à modernização


o O relativamente elevado grau de envelhecimento
o Níveis de instrução muito reduzidos
 É necessário elevar os níveis de qualificação da mão-de-obra e apostar na
formação profissional, para se conseguir trabalhar com equipamentos
tecnologicamente mais avançados
 É importante para o desenvolvimento das pescas
o O desenvolvimento tecnológico das embarcações
o As longas permanências no mar
o
A necessidade de aplicar normas comunitárias que visam a sustentabilidade do mar
e a regulação da atividade
 O que exige maior qualificação profissional e formação ao longo da vida

AQUICULTURA - AULA Nº 18

 Cultura de espécies aquáticas em ambientes controlados


o pressupõe a intervenção humana no processo de produção (repovoamento, alimentação e
proteção contra predadores) e a existência de propriedade sobre o resultado da produção
o Forma alternativa de obtenção de pescado
o Ajuda a reduzir a pressão sobre os stocks, favorecendo a sua recuperação

Tipos de estabelecimento de aquicultura

 Unidade de reprodução -> onde se produzem ovos, larvas, juvenis ou esporos (1%)
 Unidade de engorda -> Onde se promove o crescimento e a engorda dos espécimes
o Flutuante – localizada na água (2%)
o Viveiro – localizada no leito do mar, rio ou lagoa (ex: viveiro de bivalves) (87%)
o Tanque – localizada em terra, construídos normalmente em betão (10%)

Regimes da aquicultura

 Extensivo
o
Regime de aquicultura no qual a alimentação é exclusivamente natural
 Intensivo
o Regime de aquicultura no qual a alimentação é predominantemente artificial
 Semi-intensivo
o Regime de aquicultura no qual se associam ao alimento natural suplementos de alimento
artificial

Aquicultura quanto ao tipo de água

 Doce
o
Cultura de espécies aquáticas de água doce (peixe de rio)
 Salgada
o Cultura de espécies aquáticas de água salgada (peixe de mar)
 Salobra (doce+salgada)
o Cultura de espécies aquáticas em água cujo grau de salinidade é significativo, embora
não seja constantemente elevado

-> Ver power point

Vantagens da aquicultura

 Menor preço de mercado do produto;


 É uma alternativa sustentável em relação à pesca;
 Preservação das espécies & manutenção de stocks;
 Cumprimento de quotas de pesca e épocas de defeso

Problemas da aquicultura (intensiva)


 As rações e os produtos utilizados podem prejudicar os ecossistemas, caso sejam lançados
no ambiente sem o devido tratamento;
 Os criadores utilizam grandes quantidades de proteínas de baixo custo para ração
 Rápida propagação de doenças e, consequentemente, um menor tempo de reação a
qualquer problema

SALINICULTURA, TURISMO E LAZER – AULA Nº19

Salinicultura

 Extração de sal por evaporação da água do mar


 Atividade muito antiga em Portugal, que tem vindo a decrescer
-> Encerramento de muitas salinas, devido à concorrência de países com mão-de-obra
mais barata, que colocam no mercado sal a preços com que Portugal não pode competir

Salinas

 A costa atlântica portuguesa, compreendida entre a “Ria de Aveiro” e a Foz do Guadiana,


apresenta condições potencialmente favoráveis (sistemas lagunares) para a produção de
sal marinho por evaporação solar, especialmente a Sul.
 Portugal possui, na parte continental do território, cinco Salgados (conjuntos de salinas):
Aveiro, Figueira da Foz, Tejo, Sado e Algarve.
 Em termos de condições edafoclimáticas, é no Algarve que se encontram reunidas as
melhores condições para a produção de sal marinho, tendo este Salgado representado, em
2018, cerca de 95% da produção nacional.
 Em 2018 a área total de produção no Continente foi de 1 294 hectares, a que corresponde
uma área média de 17,5 hectares por salina.

Tipos de sal

 Flôr de sal (1%)


o sal obtido da evaporação da água do mar, pela ação do calor do sol e da energia do
vento, em salinas de traçado tradicional, quando recolhido de modo manual, diária e
exclusivamente da camada sobrenadante da solução salina dos cristalizadores.
 Sal marinho tradicional (20%)
o obtido da evaporação da água do mar, pela ação do calor do sol e energia do vento em
salinas com traçado tradicional e colheita manual do sal.
 Outro sal marinho (79%)
o aquele que é obtido da evaporação da água do mar, pela ação do sol e da energia do
vento, em salinas com outro traçado e com extração do sal dos cristalizadores utilizando
meios mecânicos.

Como se produz sal

1. Os trabalhos preparatórios iniciam-se normalmente em Março com a limpeza dos tanques


e reparação do tabuado que os limita. 
2. O passo seguinte numa marinha em produção é a preparação das águas, isto é a
concentração das mesmas.
3. A água é canalizada e conduzida através do esteiro até ao viveiro (reservatório de água)
onde se instala durante um período de tempo prolongado de forma que as partículas
insolúveis se depositem, assim que os trabalhos de preparação marinha se encontrem
efetuados segue-se o enchimento dos vários tanques com as águas do viveiro este
processo é efetuado por gravidade e controlado por sistema de comportas e portas.
4. Estas águas expostas ao sol e ao vento vão evaporando e consequentemente concentram
as águas o processo é acompanhado diariamente pelo salineiro de forma a controlar a
circulação, níveis e concentrações da água
5. Em Junho em anos sem grandes alterações climatéricas fica pronta a primeira safra de sal
e é extraída pelos modos tradicionais com o auxilio do rodo o sal é rapado formando
pequenos peões de sal (montes de sal) onde fica a secar durante uns tempos, de seguida é
levado para a serra de sal onde fica a completar o processo de secagem, assim que
completa esta fase o sal é extraído da serra e levado para a casa do sal (local de
armazenamento do sal) onde é feito o ensacamento, este processo dura normalmente até
meados de Setembro.

Oportunidades

 Obtenção de produtos de sal de elevada qualidade, como a flor de sal, que face ao seu
preço mais elevado possibilitou a recuperação e revitalização de muitas salinas;
 Valorizar a importância ambiental das zonas húmidas
o A Salinicultura tradicional é uma atividade económica sustentável, amiga do ambiente,
onde as salinas fazem parte de um ecossistema que integra microalgas, flora halófita e
avifauna variada -> Proporciona atividades complementares como a observação de aves
(turismo), produção de microalgas e salicórnia (produtos de uso culinário de elevado
valor)
o A vegetação dos muros das salinas proporciona condições para a nidificação, proteção e
alimentação de várias aves aquáticas e estabiliza os tanques das salinas. 
 Algumas das espécies mais comuns de fauna são, o Flamingo-comum, Garça branca,
Garça real, Pilrito-pequeno, Perna-longa, Alfaiate
o No que respeita a micro-algas há que referir a Dunaliella (Dunaliella salina) que é o ponto
de partida na cadeia alimentar do ecossistema das salinas, pois alimenta a Artemia
salina, um macro-invertebrado que é a base da cadeia alimentar de várias aves aquáticas.
o Ao nível da flora as salinas são compostas maioritariamente pela Sarcocórnia a Sapeira e
a Salicórnia ou espargo do mar que é comestível, possuindo extremidades tenras e
suculentas com um delicioso sabor salgado, muito apreciada em países como França e
Itália.

Fileira do turismo e lazer ligado ao mar (outras atividades)

 Mergulho e exploração subaquática ; Exploração de grutas e arribas ; Náutica de recreio ;


Turismo de praia ; Surf ; Observação de animais marinhos

A INDÚSTRIA TRANSFORMADORA DO PESCADO - AULA 20

Em 2017 a indústria transformadora da pesca e aquicultura, na agregação dos subsectores,


atingiu uma produção total de 225 mil toneladas. De acordo com os últimos dados relativos à
indústria transformadora da pesca, notamos que o setor «congelados» e «preparações e
conservas» tem vindo a ser mais valorizado e mais procurado gerando mais dinheiro. Pelo
contrário, o setor «secos e sagados» demonstra uma quebra nas vendas, devido, em grande
parte, ao menor consumo de bacalhau salgado seco, trocado pelo produto na forma congelada
 Congelados (49%)
o Principais produções: bacalhau; polvo, marisco
o Subsetor mais recente da industria transformadora
o Produtos cada vez mais procurados (filetes, marisco, …)
 Adequação à forma de vida (+ fáceis e rápidos de fazer)
 Segurança alimentar que proporcionam
o Absorve uma boa parte da matéria-prima nacional, embora recorra à importação
o Papel relevante na balança comercial
 Secos e salgados (25%)
o Principais produções: bacalhau salgado seco <- do qual depende quase exclusivamente
o Tradicional implantação no nosso país
 Quotas de pesca reduzidas
 Portugal é o maior consumidor mundial de bacalhau salgado seco
 Representa cerca de metade do consumo nacional de peixe e 40% das importações
 Preparações e conservas (26%)
o Principais produções: atum, tunídeos; sardinhas, cavala…
o Aposta fortemente na exportação
o Importância crescente no mercado nacional
 Imagem de tradição e bem fazer
 Peso na balança comercial dos produtos da pesca e aquicultura

GESTÃO E VALORIZAÇÃO DO LITORAL E DOS RECURSOS MARÍTIMOS - AULA Nº21

Problemas do litoral

 Sobre-exploração dos recursos da pesca -> Redução de stocks


 Poluição das águas -> Descargas de efluentes ; Tráfego marítimo
 Elevada pressão urbanística -> Litoralização ; Turismo balnear

Sobre-exploração dos recursos da pesca

 A pesca portuguesa incide em pesqueiros a curta distância da costa capturando um


reduzido nº de espécies e contribuindo assim para a progressiva diminuição de stocks de
espécies como: a Sardinha, o Tamboril, a Pescada e o Lagostim.
 No âmbito da Política Comum das Pescas, com o objetivo de garantir a sustentabilidade da
pesca e das comunidades que dela vivem, são definidos 3 tipos de regras, que respeitam:
o Ao esforço da pesca definindo a dimensão das frotas e o período de capturas (definição
de épocas de defeso) ;
o Às quantidades, fixando por espécie, o total autorizado de captura (TAC) sob a forma de
quotas de pesca;
o Às técnicas utilizadas
 Indicando quando e onde se pode pescar
 Definindo tamanhos mínimos de desembarque e malhagens mínimas de rede
 Exigindo o uso de artes de pesca seletivas que reduzem as capturas acessórias e os
danos no ambiente marítimo

Poluição das águas

 As águas portuguesas apresentam um risco considerável de poluição, devido:


o Grande concentração de população e atividades económicas no litoral
 Geram efluentes com elevadas cargas de nutrientes e poluentes de origem agrícola,
industrial e urbana
o Intensa atividade portuária e grande intensidade de tráfego marítimo
 Ao longo dos nossos corredores marítimos, navegam em média, 200 navios por dia
(cerca de ¼ são petroleiros)

Tráfego marítimo na ZEE portuguesa

 A centralidade de Portugal relativamente às principais rotas marítimas coloca a nossa


costa sob um grande risco -> rota de passagem obrigatória de grande parte do tráfego
marítimo causando poluição pela navegação resultante:
o Da libertação para a atmosfera de elevados níveis de óxidos de enxofre e de azoto (em
2017 na costa portuguesa as emissões dos cruzeiros foram 86 vezes superiores às dos
carros que circulam nas estradas portuguesas);
o Despejos ilegais da lavagem dos porões no mar; Derrames de petróleo -> marés negras
 A enorme extensão da ZEE portuguesa dificulta o controlo do espeço marítimo português,
havendo assim necessidade de fiscalização que tem como objetivos:
o Controlar a captura de espécies não permitidas
o Prevenir o esgotamento dos recursos
o Controlar a descarga de poluentes
o Diminuir a poluição marítima
o Garantir o respeito pelas quotas de pesca
o Controlar o transporte de substâncias proibidas

Pressão urbanística

 A forte litoralização da distribuição da população e das aglomerações urbanas fazem com


que exista uma ocupação desordenada de muitas áreas do litoral, o que pode causar um
problema.
 O turismo balnear, embora tenha uma grande contribuição para o PIB nacional, coloca as
áreas costeiras sobre grande pressão e tem impactos ambientais graves, como:
o Construção sobre arribas e dunas (destruindo-as);
o Aumento da produção de resíduos e efluentes urbanos;
o Sobre-exploração dos aquíferos;
o Redução da biodiversidade; e Destruição de fauna e flora

 Assim, tanto a degradação da paisagem com construção desenfreada nas áreas litorais
como o turismo balnear têm deixado marcas em todo o litoral colocando em risco todo o
seu equilíbrio.

Ação do homem sobre o litoral

 A pressão das atividades humanas acelera os processos de erosão nas regiões litorais e
provoca alterações na linha de costa -> degradando o litoral e erodindo a costa
o A agricultura e outras atividades no interior como abate de arvores -> escoamento de
fertilizantes, pesticidas e sedimentos
o A indústria -> poluição atmosférica e aquática, resíduos termais
o O povoamento urbano -> esgotos, lixos, erosão dragagem e enchimento por aterro
o Lazer e turismo
o Transporte -> derrames de petróleo, dragagem
o Aquacultura -> conversão de terrenos alagadiços em viveiros piscícolas, descarga de
resíduos
o Reservas marinhas
o Pesca -> sobrepesca, métodos destrutivos de pesca

GESTÃO E VALORIZAÇÃO DO LITORAL E DOS RECURSOS MARÍTIMOS – AULA Nº22

Degradação do litoral

 Diminuição da quantidade de sedimentos que atingem a costa


o
Barragens
o
Extração de areia dos rios
 Pressão humana sobre as dunas
o Coloca em risco a estabilidade das dunas
o Impede a fixação de vegetação
-> Avanço da areia e do mar
 Construção sobre as arribas
o Provoca um desmoronamento mais rápido e consequente recuo da arriba

 Grande parte da costa portuguesa tem um elevado risco de erosão pois a configuração da
linha de costa é predominantemente regular o que faz com que exista uma maior
exposição à ação erosiva do mar

 Algumas de medidas
o Interdição de construção nas dunas;
o Limitação da construção próxima da linha de costa;
o Reposição de areias nas praias;
o Limitação à extração de areia;
o Construção de passadiços nas dunas;
o Construção de estruturas de proteção do litoral (esporões e paredões) -> obras
dispendiosas que induzem a erosão a sul, onde são construídas

Planos de ordenamento da orla costeira (POOC) -> Para organizar a costa portuguesa

 Objetivos do POOC
o Ordenar os diferentes usos e atividades específicas da orla costeira;
o Classificar as praias e regulamentar o uso balnear;
o Valorizar e qualificar as praias consideradas estratégicas por motivos ambientais e
turísticos;
o Enquadrar o desenvolvimento das atividades específicas da orla costeira
 Ações prioritárias dos POOC
1) Identificar áreas de risco ;
2) Estabelecer as regras para a utilização da orla costeira ;
3) Requalificar as praias e recuperar os sistemas dunares ;
4) Estabilizar as arribas e fazer a alimentação artificial das praias (colocando areia) ;
5) Demolir e remover as estruturas localizadas em áreas de risco ;
6) Manutenção e construção de obras de engenharia para a proteção do litoral

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