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2.

Energias Renováveis

É qualquer energia gerada a partir de matérias-primas naturais renováveis, como


a água, o ar, o calor da terra e o sol. Seu principal diferencial está no impacto ambiental
que causa: a energia verde produz pouquíssima poluição.
É importante notar que nem todo recurso natural é renovável, por ex, o urânio,
carvão e petróleo são retirados da natureza, porém existem em quantidade limitada.
Atualmente, alguns dos países mais avançados economicamente- como os USA
e a China-investem em fontes de energias verdes, promovendo mais empregos na área,
assim como uma economia mais sustentável.

2.1. Classificação das energias renováveis

Dentre as principais energias renováveis, pode se destacar a energia solar, eólica,


maremotriz, hidrelétrica, geotérmica e de biomassa. Essas energias podem gerar
eletricidade ou serem usadas como combustíveis, dependendo da forma que são
utilizadas.
A eletricidade verde pode ser gerada a partir da movimentação das águas
(energia hídrica), força dos ventos (energia eólica), captação da luz do sol (energia
solar), materiais orgânicos (biomassa), força das correntes oceânicas (energia
maremotriz) ou utilizando o calor da terra (energia geotérmica).

2.1.1. Energia Hídrica

A energia hídrica, é obtida pela força da movimentação de grandes massas de


água corrente ou em desníveis acentuados. Essa fonte se consolidou como um dos
métodos mais usados para gerar eletricidade em Angola.
O potencial hídrico de Angola escoado ronda anualmente os 171 milímetros,
correspondente a 250 quilómetros cúbicos de volume médio de água, mas estima-se que
o país explore apenas 5% da totalidade para o desenvolvimento socio-económico.

A potência hidráulica máxima que pode ser obtida através de um desnível, pode
ser calculada pelo produto:
P= p.Q.H.g
Em unidades do sistema internacional de unidades (SI):
 Potência(P): Watt(W)
 Queda(H): m
Densidade(ρ): kg/m³
 Vazão volumétrica(Q): m³/s
 Aceleração da gravidade(g): s²
É necessário que haja um fluxo de água para que a energia seja gerada de forma
contínua no tempo, por isto embora se possa usar qualquer reservatório de água, como
um lago, deve haver um suprimento de água ao lago, caso contrário haverá redução do
nível e com o tempo a diminuição da potência gerada (ver equação acima).
As represas (barragens) são nada mais que lagos artificiais, construídos num rio,
permitindo a geração contínua.

2.1.2. Energia Eólica


Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia útil, tal como na
utilização de aerogeradores para produzir eletricidade, moinhos de vento para produzir
energia mecânica ou velas para impulsionar veleiros.

A energia do vento é bastante consistente ao longo de intervalos anuais, mas tem


variações significativas em escalas de tempo curtas. À medida que cresce a proporção
de energia eólica numa determinada região, torna-se necessário aumentar a capacidade
da rede de modo a absorver os picos de produção, através do aumento da capacidade de
armazenamento, e de recorrer à importação e exportação de eletricidade para regiões
adjacentes quando há menos procura ou a produção eólica é insuficiente. As previsões
meteorológicas auxiliam o ajustamento da rede de acordo com as variações de produção
previstas.
A energia eólica é produzida pela força dos ventos em um processo de conversão de
energia cinética, proveniente do movimento, em eletricidade. Isso é possível de ser feito
por meio das turbinas eólicas ou aerogeradores, que se assemelham aos moinhos de
ventos e forma os parques eólicos.

Em Angola, o recurso eólico no sudoeste do país e na escarpa atlântica, apresenta


condições favoráveis à instalação de mais de 3.9 GW de parques eólicos.
2.1.3. Energia Maremotriz

Energia das marés, ou energia maremotriz, é a eletricidade gerada por meio do


desnível da água do mar provocado pelo fenômeno das marés. Trata-se de uma energia
limpa, que não produz resíduos poluentes ao meio ambiente e utiliza uma fonte
renovável, que é a água.
A geração de energia por meio das correntes que são causadas pelas marés é comumente
advinda do funcionamento de barragens e de turbinas, que se assemelham às turbinas
eólicas, porém com as hélices posicionadas na porção inferior do mastro, isto é, abaixo
da superfície do mar.

O sistema formado pela barragem realiza o represamento da água e, por esse motivo,
costuma ser construído em áreas de baías, enseadas ou reentrâncias do mar no litoral,
formando uma espécie de bacia. O controle do fluxo de água é feito por meio de
comportas. A água é armazenada quando a maré está cheia, ou seja, quando há um
aumento no nível do mar. Quando a maré abaixa, a água é liberada e, durante sua saída,
ela obrigatoriamente passa pelas turbinas instaladas na porção inferior das barragens.
No sistema de turbinas, essas estruturas são fixadas na camada de areia que recobre o
fundo do mar.
2.1.4. Energia Geotérmica

Energia geotérmica (ou energia geotermal) é a energia derivada do calor interno do


planeta Terra. É uma fonte de energia limpa e renovável, que está disponível de maneira
constante na natureza. No entanto, sua exploração é mais fácil nas proximidades do
encontro de placas tectônicas. A energia geotérmica pode ser convertida em
eletricidade, o que acontece no interior das usinas geotérmicas, ou ser empregada
diretamente para o aquecimento e resfriamento de imóveis.

O interior do planeta Terra é constituído pelo magma e por um núcleo, ambos a


temperaturas extremamente elevadas que variam entre 2.000 °C e 6.000 °C na sua
camada mais interna. Os processos físicos e químicos que acontecem abaixo da crosta
terrestre, como as correntes de convecção do magma, a intrusão magmática e o
decaimento radioativo, são responsáveis por transferir parte do calor interno para as
rochas e os corpos d’água, como os aquíferos, em algumas regiões do nosso planeta.

A água superaquecida no subsolo pode ser liberada em superfície de diversas


maneiras, sendo as principais delas através de gêiseres, saídas de vapor, minas e lagos
de água termal. É por meio dessas fontes de água aquecida que chega até a superfície
que a energia geotérmica é aproveitada de diferentes maneiras.
2.1.5. Energia Biomassa

Biomassa é toda matéria orgânica de origem vegetal ou animal usada com a


finalidade de produzir energia.
Na definição de biomassa para a geração de energia, excluem-se os
tradicionais combustíveis fósseis, embora estes também sejam derivados da vida vegetal
(carvão mineral) ou mineral (petróleo e gás natural), embora resultado de várias
transformações que requerem milhões de anos para acontecerem. A biomassa pode ser
considerada um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis fósseis não se
renovam a curto prazo.
3. Energia Solar
Energia solar é um termo que se refere à energia proveniente da luz e do calor do
Sol. É utilizada por meio de diferentes tecnologias em constante evolução, como o
aquecimento solar, a energia solar fotovoltaica, a energia heliotérmica, a arquitetura
solar e a fotossíntese artificial.
Tecnologias solares são amplamente caracterizadas como ativas ou passivas,
dependendo da forma como capturam, convertem e distribuem a energia solar. Entre as
técnicas solares ativas estão o uso de painéis fotovoltaicos, concentradores solares
térmicos das usinas heliotérmicas e os aquecedores solares. Entre as técnicas solares
passivas estão a orientação de um edifício para o Sol, a seleção de materiais com massa
térmica favorável ou propriedades translúcidas e projetar espaços que façam o ar
circular naturalmente.
No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1 410 W/m² de
energia, medição feita numa superfície normal (em ângulo reto) com o Sol. Disso,
aproximadamente 19% é absorvido pela atmosfera e 35% é reflectido pelas nuvens. Ao
passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz
visível e luz ultravioleta.
Em 2011, a Agência Internacional de Energia disse que "o desenvolvimento de
tecnologias de fontes de energia solar acessíveis, inesgotáveis e limpas terá enormes
benefícios a longo prazo. Ele vai aumentar a segurança energética dos países através da
dependência de um recurso endógeno, inesgotável e, principalmente, independente de
importação, o que aumentará a sustentabilidade energética, reduzirá a poluição, reduzirá
os custos de mitigação das mudanças climáticas e manterá os preços dos combustíveis
fósseis mais baixos.
A Terra recebe 174 petawatts (GT) de radiação solar (insolação) na zona superior da
atmosfera. Dessa radiação, cerca de 30% é reflectida para o espaço, enquanto o restante
é absorvido pelas nuvens, mares e massas terrestres. O espectro da luz solar na
superfície da Terra é mais difundida em toda a gama visível e infravermelho e uma
pequena gama de radiação ultravioleta.
A energia solar pode ser aproveitado em diferentes níveis em todo o mundo.
Consoante a localização geográfica, quanto mais perto do equador, mais radiação solar
pode ser potencialmente captada para produção de energia solar.
A quantidade de energia solar que atinge a superfície do planeta é tão grande que,
em um ano, é o mesmo que cerca de duas vezes o que seria obtido a partir de todos os
recursos não-renováveis da Terra combinados, como carvão, petróleo, gás natural e
urânio
Efeitos geográficos potenciais ocorrem porque as áreas que estão mais perto do
equador recebe uma maior quantidade de radiação solar. No entanto, a utilização de
tecnologias de energia fotovoltaica que podem seguir a posição do Sol pode aumentar
de forma significativa o potencial da energia solar em áreas que estão mais distantes do
equador.
Além disso, a disponibilidade de terra tem um grande efeito sobre a energia solar
disponível, porque os painéis solares só podem ser instalados em áreas que não têm
dono e que sejam adequadas para este tipo de equipamento. Telhados são geralmente
considerados um lugar adequado para células solares, sendo que muitas pessoas
descobriram que elas podem coletar energia diretamente através de suas casas desta
forma.
Técnicas solares ativas usam energia fotovoltaica, energia solar concentrada,
coletores solares térmicos, bombas e ventiladores para converter a luz solar em
resultados úteis. As técnicas solares passivas incluem a seleção de materiais com
propriedades térmicas favoráveis, projetando espaços por onde o ar circula naturalmente
e referenciando a posição de um edifício em relação ao Sol. As tecnologias solares
ativas aumentam a oferta de energia, enquanto as tecnologias solares passivas reduzem
a necessidade de recursos alternativos.
3.1. Radiação Solar
Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em
particular aquela que é transmitida sob a forma de radiação electromagnética. Cerca de
metade desta energia é emitida como luz visível na parte de frequência mais alta do
espectro electromagnético e o restante na do infravermelho próximo e como radiação
ultravioleta. A radiação solar fornece anualmente para a atmosfera terrestre 1,5 x 1018
kWh de energia, a qual, para além de suportar a vasta maioria das cadeias tróficas,
sendo assim o verdadeiro sustentáculo da vida na Terra, é a principal responsável pela
dinâmica da atmosfera terrestre e pelas características climáticas do planeta.
A radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre provém da região da
fotosfera solar, uma camada ténue de plasma com aproximadamente 300 km de
espessura e com uma temperatura superficial da ordem de 5 800 K.
Dada a dependência entre a composição espectral e a temperatura, traduzida na
chamada lei de Planck, a composição espectral da luz solar corresponde.
Composição espectral aproximadamente àquela que seria de esperar na radiação de
um corpo negro aquecido a cerca de 6 000 K, embora apresentando uma clara assimetria
resultante da maior absorção da radiação de comprimento de onda mais curto pelas
camadas exteriores do Sol (veja figura à direita).
Em termos de comprimentos de onda, a radiação solar ocupa a faixa espectral de
100 nm a 3 000 nm (3 μm), tendo uma máxima densidade espectral em torno dos
550 nm, comprimento de onda que corresponde sensivelmente à luz verde amarelada.
A parte mais alongada do espectro (para a direita na imagem ao lado), tem a sua
máxima intensidade na banda dos infravermelhos próximos, decaindo lentamente com a
diminuição da frequência.
A energia solar incidente sobre a atmosfera e a superfície terrestre segue um de três
destinos ser: reflectida, absorvida ou transmitida.
Energia refletida e albedo
Parte substancial da energia recebida sobre a superfície terrestre é reenviada para o
espaço sob a forma de energia reflectida. As nuvens, as massas de gelo e neve e a
própria superfície terrestre são razoáveis reflectores, reenviando para o espaço entre 30
e 40% da radiação recebida (enquanto a Lua reflecte sob a
Interação com a Terra forma de luar apenas 7 a 12% da radiação incidente). A esta
razão entre a radiação reflectida e incidente chama-se albedo.
Absorção atmosférica
Conforme pode ser observado na imagem do tópico anterior, entre a irradiância do
Sol medida fora da atmosfera (linha verde) e a energia que atinge a superfície da Terra
(linha vermelha) existem diferenças substanciais resultantes da absorção atmosférica.
Esta é selectiva, atingindo o seu máximo em torno dos pontos centrais dos espectros de
absorção dos gases atmosféricos (indicados na imagem).
Repare-se a elevada absorção do ozónio (O3) atmosférica na banda dos ultravioleta
e no efeito do vapor de água (H2O) e do dióxido de carbono (CO2), estes actuando
essencialmente sobre os comprimentos de onda maiores.
Esta absorção selectiva está na origem do efeito de estufa, devido ao facto da
radiação terrestre, resultante do retorno para o espaço da radiação solar por via do
aquecimento da Terra, ser feita essencialmente na banda dos infravermelhos longos,
radiação para a qual o CO2 tem grande capacidade de absorção.
A parcela absorvida dá origem, conforme o meio, aos processos de fotoconversão e
termoconversão. Na fotoconversão, a energia absorvida é remetida, embora em geral
com frequência diferente, sendo os novos fotões em geral sujeitos a novas absorções,
num efeito em cascata que em geral termina numa termoconversão, a qual consiste na
captura da energia e a sua conversão em calor, passando o material aquecido a emitir
radiação com um espectro correspondente à sua temperatura, o que, no caso da Terra,
corresponde à radiação infravermelha que forma o grosso da radiação terrestre.
Transmissão
De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera, apenas uma
fracção atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela
atmosfera. Esta fracção que atinge o solo é constituída por uma componente directa (ou
de feixe) e por uma componente difusa.
Para além das duas componentes atrás referidas, se a superfície receptora estiver
inclinada com relação à horizontal, haverá uma terceira componente reflectida pelo
ambiente circundante (nuvens, solo, vegetação, obstáculos, terreno).
Antes de atingir o solo, as características da radiação solar (intensidade, distribuição
espectral e angular) são afectadas por interacções com a atmosfera devido aos efeitos de
absorção e espalhamento. Essas modificações são dependentes da espessura da camada
atmosférica atravessada (a qual depende do ângulo de incidência do Sol, sendo maior ao
nascer e pôr-do-sol, daí a diferente coloração do céu nesses momentos).
Este efeito é em geral medido por um coeficiente designado por Coeficiente de
Massa de Ar (AM), o qual é complementado por um factor que reflete as condições
atmosféricas e meteorológicas existentes no momento.
3.2. Energia Solar heliotermica
A energia heliotérmica, também chamada concentrating Solar Power (CSP) ou
termossolar, consiste em um tipo de energia solar. Desta forma, ela faz parte de um
grupo de energias renováveis que busca diminuir a emissão de gases poluentes no
mundo. Assim, esta energia renovável é usada para a conversão de radiação solar em
eletricidade de forma indireta.
Esse tipo de energia é frequentemente instalado em uma usina heliotérmica, também
conhecida como planta heliotérmica ou usina termossolar, Isso porque é necessário um
território extenso para a instalação de seus coletores e espelhos solares inviabilizando
instalações menores.
No sistema, são utilizados painéis solares feitos de espelhos, que concentram os
fótons da luz solar provenientes da irradiância direta normal (DNI) do sol.

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