A água é um dos compostos químicos mais importantes para os seres humanos e a vida em

geral, à medida que se desenvolve em nosso planeta.

Olhando para o aspecto puramente quantitativo, devemos indicar que o

A água cobre aproximadamente 72% da superfície da Terra, e essa importância

viva inclui percentagens muito elevadas desta substância na sua composição. Valgan

Como exemplo do conteúdo aproximado de água de vários organismos,

Seguintes dados:

O próprio sangue humano e os fluidos corporais de muitos animais são notavelmente

semelhantes à água do mar.

Uma característica única da água é que ela é a única substância química

que em nosso planeta ocorre nos três estados de agregação: sólido, líquido e gasoso, em
estado natural.

Do ponto de vista qualitativo, podemos começar por salientar que todos as formas de vida,
mesmo no deserto, requerem um aporte significativo de água e quase todas as funções de
nutrição e excreção dos seres vivos são baseadas em água.

A água, além disso, actua como fonte de oxigênio tanto na fotodecomposição atmosférica

como na fotossíntese das plantas verdes. Neste último processo, o hidrogênio passa a fazer
parte da matéria vegetal, com pequenas exceções. A função fotossintética é a base de toda a
vida na Terra e na água intervém nele de duas maneiras:

- Transitório: já que como parte da corrente de transpiração é retornado na medida certa.

- Permanente: fornece o hidrogênio que se combina na planta.

- Fotossíntese: o envolvimento da água neste processo é o seguinte:

2H20 ---+ 0 2 + 4e- +4H+

2NADP + 4e- + 2H• --+ 2NADPH

2H+ +2 NADPH + C02 ---+ 2NADP +H20 + CH20

Saldo líquido: C02 + H20 ---+ CH20 + 0 2

1.1.1. Abundância

Na Tabela 1.1 vemos a distribuição do total de água no nosso planeta nos diferentes tipos
existentes. Observamos que o maior percentual é água salgada dos mares e oceanos, em
princípio não útil para a maior parte do actividades humanas, o que torna necessário tratá-lo
antes de seu uso. Apenas um pouco menos de 0,7% (que é cerca de 4,1010 kg/pessoa) é água
doce, que é essencial e de grande importância, pelo que também será necessário manter a sua
qualidade. Além disso, do total água doce, menos de 0,01% são águas superficiais, que são, em
princípio, as mais facilmente acessíveis.

No entanto, estas quantidades de água doce são suficientes para as actividades humanas,
mesmo num futuro ainda distante. Eles são calculados na ordem de cerca de

46.000 km3 de recursos hídricos de água doce, disponíveis em todo o mundo, que

Representam mais de 5.000 m3/habitante-ano. Os recursos hídricos são entendidos como

a quantidade de água que circula pelos rios de uma área e as reservas acumuladas

A utilização da água em diferentes usos leva ao levantamento de duas questões

essenciais:

1. Os diferentes critérios de qualidade e métodos de tratamento de água usar.

2. As diferentes águas residuais produzidas e, portanto, a necessidade de diferentes métodos

de depuração.

Também é conveniente saber a diferença entre usos e demandas, termos que às vezes eles são
usados de forma intercambiável:

- Uso de água: volume de água utilizado para atender uma demanda.

Outro significado desta palavra refere-se à sua finalidade (irrigação, abastecimento,

industrial...).

- Demanda de água: volume de água necessário para satisfazer ou atende de maneira ideal às
necessidades de um determinado uso. Geralmente é igual ou maior que uso de água

1.1.2. Ciclo hidrológico e poluição

Também é conveniente relembrar o ciclo hidrológico da água para observar a inter-relação

entre as diversas formas em que se encontra. Vemos que a quantidade

a água total permanece praticamente em equilíbrio constante devido à compensação

dos processos de evaporação e transpiração (fenômeno pelo qual a planta

libera o excesso de água na atmosfera através dos poros muito pequenos do

folhas chamadas estômatos, que também atuam como poros de troca

para oxigênio e dióxido de carbono que participam da fotossíntese) com o

de precipitação e escoamento. O balanço hídrico seria o seguinte balanço:

Balanço hídrico:

Precipitação = Escoamento (Superficial + Subterrâneo) + Evapotranspiração.

Estima-se que circulem aproximadamente 500.000 km3 de água por ano, através dos processos
envolvidos na equação anterior.
A Figura 1.1 indica uma série de ações humanas que influenciam

dito ciclo: em relação ao aspecto dos recursos hídricos, o mais importante é

destacar, em relação às águas superficiais, a criação de reservatórios e canais, e a utilização de

recursos correspondentes às águas subterrâneas

através de diferentes tipos de poços. Quanto ao uso (agrícola, urbano e industrial) e posterior
descarte da água utilizada, o ciclo também indica duas

factos relacionados com a poluição antropogénica: por um lado, a poluição é um problema que
pode propagar-se de uma área para outra, por exemplo, das águas superficiais para as águas
subterrâneas ou das águas dos rios para as águas do mar, e por outro lado, haverá uma relação
entre problemas de poluição

poluição atmosférica e do solo com poluição da água, sendo o maior exemplo

conhecido, encontramos isso na chuva ácida.

Da mesma forma, vemos como manter um equilíbrio entre diferentes tipos de

A água é essencial, pois, por exemplo, a sobreexploração dos aquíferos subterrâneos pode
provocar infiltrações de água salobra, o que pode levar à ter consequências de gravidade
significativa.

1.1.3. Usos da água

É importante ter em conta as diferentes utilizações da água pelo homem, por

o interesse que você tem em comparar recursos e necessidades hídricas no aspecto

quantitativo e também porque será de grande importância na avaliação

poluição da água e os tratamentos que tornam possível a sua utilização.

Os seguintes usos são geralmente diferenciados:

- Usos consuntivos: Consumo de água propriamente dita, com modificação do

qualidade. São essencialmente considerados:

1. Urbano, doméstico ou de abastecimento.

2. Industriais.

3. Agrícola.

- Outros usos:

4. Geração de energia elétrica.

5. Meios de subsistência aquáticos (aquicultura).

6. Recreativo e estético.

7. Navegação.
8. Outros: Extração de agregados, ambientais (fluxo ecológico)...

Mencionamos antes que a distribuição dos recursos aquáticos é muito irregular, o mesmo
poderia ser dito em relação ao seu uso, pois depende do grau desenvolvimento de um país ou
região e seu tipo de economia.

A nível global, considera-se que o consumo total de água ronda os 3.000 Km 3 /ano, distribuídos
nos seguintes percentuais aproximados: uso agrícola (75%), uso industrial (20%) e uso
doméstico (5%).

A Figura 1.2 mostra dados sobre a distribuição dos usos da água em diferentes países,
dependendo do grau de desenvolvimento e das actividades económicas predominantes neles.

Uma amostra das diferentes demandas dependendo do grau de desenvolvimento pode ser

sejam os valores do uso doméstico per capita, em três famílias médias:

Nova York 300 L/dia Nigéria 120 L/dia Índia 25 L/dia...

e demandas por água, dando origem a bacias com excedentes e déficits hidráulicos. Estas
situações conduzem à possibilidade de transferências de um para outro, com abordagens
muito discutíveis na sua realização, nas quais se entrelaçam razões ecológicas, políticas e
económicas.

A utilização da água em diferentes usos leva ao levantamento de duas questões

Essenciais:

1. Os diferentes critérios de qualidade e métodos de tratamento de água

usar

2. As diferentes águas residuais produzidas e, portanto, a necessidade de

diferentes métodos de depuração.

Também é conveniente saber a diferença entre usos e demandas, termos que

Às vezes eles são usados de forma intercambiável:

- Uso de água: volume de água utilizado para atender uma demanda.

Outro significado desta palavra refere-se à sua finalidade (irrigação, abastecimento,

industrial...).

- Demanda de água: volume de água necessário para satisfazer

atende de maneira ideal às necessidades de um determinado uso. Geralmente é igual ou maior

que

uso de água.

1.2. PROPRIEDADES DA ÁGUA E CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS

Vamos relembrar algumas das propriedades físico-químicas da água que mais importância têm
do ponto de vista ambiental.

Na Tabela 1.5 observamos os valores de algumas dessas propriedades, e em relação a elas

podemos fazer as seguintes anotações:

Altos valores de sua capacidade térmica e calor latente de fusão

e vaporização, o que significa que os aquíferos têm uma grande

efeito estabilizador do clima. Os pares água líquida/água sólida e água líquida/vapor de água
atuarão como autênticos reguladores térmicos, ambos os

clima e também dos seres vivos. Nos seres vivos, as perdas de calor pela respiração e pelo suor
são grandes; um adulto elimina de 300 a 400 g de água por dia.

por respiração e 600 a 800 g por evaporação cutânea, representando uma perda de ca

Na regulação climática não podemos esquecer a importância do efeito combinado do vapor de

água e do dióxido de carbono (C02) na manutenção,

mais ou menos constante e ordenada, da temperatura na superfície do

terra. A radiação solar não absorvida (zona visível) aquece a superfície

terrestre e é emitido à noite na forma de radiação de ondas longas, zona

infravermelho, que é amplamente absorvido pelo CO2 atmosférico e pela água; Essa absorção
é responsável por manter a temperatura em

as horas da noite. O fato de o vapor d'água não estar distribuído uniformemente e sua
concentração também ser maior próximo à superfície

terrestre, faz com que, por exemplo, em climas desérticos muito secos, como o

umidade muito baixa, o solo fica muito quente durante o dia e muito frio

durante a noite (quase não há vapor de água para absorver energia durante o dia e

então evite que ele seja liberado à noite).

- A alta condutividade térmica, a mais alta dos líquidos não metálicos, é quase

o dobro da maioria, isso permite trocas de calor em

Em pouco tempo, toda a massa de água disponível entra em ação, fato que pode

ser muito importante nos seres vivos para poder transferir calor em caso de circulação
impedida.

- Altas temperaturas de fusão e ebulição, em comparação com seus equivalentes sulfeto de

hidrogênio (H2S), seleneto de hidrogênio (H2Se) e telureto de hidrogênio.

hidrogênio (H2Te), que como se sabe se deve à existência de ligações de

hidrogênio intramolecular. Se não fosse esse fato, a água “deveria” derreter entre -100 e -
1SOºC e ferver em torno de -70 ou -80ºC, o que seria um gás que

teria evaporado no espaço interestelar em eras geológicas anteriores e a vida como a

conhecemos não poderia existir.

Variação anômala na densidade, sendo o valor maior como líquido do que

como um sólido, o que faz com que o gelo flutue na superfície das águas e

serve como isolamento contra o ar frio externo, evitando o congelamento

muito profundo do lençol freático, o que significa um grande benefício

para a vida aquática e até mesmo para certas atividades humanas. Esse

fato também relata alguns efeitos negativos, como os danos que

ocorre nos tecidos de plantas e animais devido à expansão do

a água congela, o que causa a ruptura das células. Este mesmo efeito,

quando ocorre na superfície da Terra, causa a decomposição de

materiais rochosos para produzir solos férteis.

Alto valor de tensão superficial, o que implica que o solo pode

reter uma maior quantidade de líquido; em geral - nem sempre - constitui

uma vantagem para o crescimento das plantas.

- Grande capacidade solvente, é um dos fatos mais transcendentais. Ele

A água é um solvente extremamente versátil, o que se refletirá quando examinarmos a

composição das águas naturais. É também o meio em

em que se desenvolvem numerosos equilíbrios e reações de diferentes tipos, ácido-base,

solubilização-precipitação, oxidação-redução. Sua alta capacidade solvente se deve a:

1. A capacidade de reagir com substâncias de vários tipos (ácidos, bases e

mesmo metais) para dar origem a compostos solúveis.

2. A capacidade de formar ligações de hidrogênio com substâncias de

natureza muito diversa, mesmo de natureza orgânica, como álcoois de

baixo peso molecular.

3. O pequeno tamanho molecular (0 = 0,2 nm) que permite penetrar no

espaços interiônicos e intermoleculares de várias substâncias que causam

sua desintegração.

4. O alto valor do seu momento dipolar que o faz orientar-se para superar as forças de coesão e
liberar ou dispersar os íons do

sais ou moléculas de solutos polares.

5. O alto valor da constante dielétrica, que permite reduzir o

força de atração entre os íons de um cristal.