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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE CATALISADORES NO PROCESSO DE

PRODUÇÃO DO BIODIESEL – ENGENHARIAS USF

Andressa de Castro Jeronymo¹


Cristine Russo de Oliveira¹
Mônica Tais Siqueira D’Amélio Felippe²
Universidade São Francisco
dessajeronymo@gmail.com | crist_russo@hotmail.com
1
Alunas do Curso de Engenharia Química, Universidade São Francisco; Campus Itatiba
2
Professora Dra. Orientadora, Curso de Engenharia Química, Universidade São Francisco;
Campus Itatiba.

Resumo. Soluções e possibilidades para diminuir a geração de impactos causados ao meio


ambiente pelos combustíveis são alvo de estudos em todo o mundo. Os combustíveis, sendo
em sua maioria produzidos a partir do petróleo, aumentam drasticamente a geração e emissão
de gases poluentes, além de contribuírem para maximizar o efeito estufa. O biodiesel foi
desenvolvido para minimizar o impacto poluente do diesel. Ele é produzido a partir de fontes
renováveis (junção de um óleo vegetal com metanoálcool ou etanol) em uma reação de
transesterificação. Porém, este processo de obtenção é extremamente lento, sendo necessário
o emprego de catalisadores no meio reacional, que aumentam consideravelmente a velocidade
da reação. O presente trabalho, teve como objetivo estudar a reação de obtenção do biodiesel
para identificar a obtenção mais vantajosa, em termos de eficiência, velocidade, custo e
rendimento do produto, a partir do estudo de artigos científicos que em suas pesquisas
empregaram a utilização de catalisadores de caráter ácido (ácido sulfúrico e ácido clorídrico)
e básico (hidróxido de sódio e hidróxido de potássio) em sua reação. Os resultados foram
analisados e comparados e, para melhor visualização, efetuaram-se tabelas e gráficos
utilizando os dados obtidos, apresentando as médias e desvio padrão de cada catalisador. Com
base na pesquisa realizada, pôde-se verificar a importância do uso dos catalisadores nas
produções de biodiesel, visto que os mesmos possuem a capacidade de aumentar o
rendimento da reação, bem como diminuir seu tempo e a temperatura a ser empregada no
processo. Comparando-se todas as pesquisas estudadas, pode-se concluir que a melhor
condição empregada foi com a utilização de óleo de girassol, com uso do catalisador KOH
(considerado de baixo custo), razão molar de álcool e óleo 6:1 e porcentagem de catalisadora
1,3%.O rendimento obtido nesta pesquisa foi de 100%, com tempo considerado rápido (60
minutos) e temperatura ambiente, não sendo necessário empregar maiores custos para
aumento da temperatura ao processo. É possível comprovar a eficácia e a veracidade da
pesquisa e informações coletadas devido aos desvios padrões encontrados entre os resultados
serem considerados baixos.
Comparando-se todas as pesquisas estudadas, pode-se concluir que a melhor condição
empregada foi no Óleo de Girassol², OG², onde utilizou-se o catalisador KOH, considerado de
baixo custo. O rendimento obtido nesta pesquisa foi de 100%, com tempo considerado rápido
(60 minutos) e temperatura ambiente, não sendo necessário empregar maiores custos para
aumento da temperatura ao processo. É possível comprovar a eficácia e a veracidade da
pesquisa e informações coletadas devido aos desvios padrões encontrados entre os resultados
serem considerados baixos.

Palavras-chave: biodiesel, catalisadores, biocombustíveis.

Abstract. Solutions and possibilities to reduce the generation of impacts caused to the
environment by fuels are the subject of studies worldwide. Fuels, being mostly produced from
oil, dramatically increase the generation and emission of polluting gases, in addition to
contributing to maximize the greenhouse effect. Biodiesel was developed to minimize the
polluting impact of diesel. It is produced from renewable sources (junction of a vegetable oil
with alcohol (methanol or ethanol) in a transesterification reaction. However, this process is
extremely slow, requiring the use of catalysts in the reaction medium, which considerably
increase This study aimed to study the reaction of obtaining biodiesel to identify the most
advantageous way of obtaining the product in terms of efficiency, speed, cost and yield, based
on the study of scientific articles than in its research. used the use of acid (sulfuric acid and
hydrochloric acid) and basic (sodium hydroxide and potassium hydroxide) catalysts in their
reaction.The results were analyzed and compared and, for better visualization, tables and
graphs were made using the obtained data, presenting the means and standard deviation of
each catalyst. Based on the research carried out, it was possible to verify the importance of the
use catalysts in biodiesel production, since they have the ability to increase the reaction yield,
as well as decrease its time and the temperature to be used in the process. Comparing all the
researches studied, it can be concluded that the best condition used was with the use of
sunflower oil, with the use of KOH catalyst (considered low cost), molar ratio of alcohol and
oil 6: 1 and percentage of catalyst 1.3%. The yield obtained in this research was 100%, with
time considered fast (60 minutes) and room temperature, and it is not necessary to employ
higher costs to increase the temperature in the process. It is possible to prove the effectiveness
and veracity of the research and information collected due to the standard deviations found
between the results being considered low.

Keyword: biodiesel, catalysts, biofuels.Fazer abstract e keyword

Introdução

A necessidade de novas fontes energéticas cresce constantemente diante da atual


situação ambiental, relacionada à queima de combustíveis fósseis e das finitas reservas do
petróleo que deverão se esgotar futuramente. Visando amenizar os impactos gerados,
combustíveis derivados do óleo vegetal, como o etanol e o biodiesel, são implantados em
diversos países do mundo, pois além de serem considerados fontes de energias alternativas,
auxiliam na redução de biomassa descartada (RAMOS, 2003).
Os óleos vegetais têm atraído interesse por se tratar de uma fonte de energia renovável
e por seu uso não provocar danos ao meio ambiente. Inicialmente o óleo vegetal foi testado
como combustível em sua forma in natura, mas obteve baixa efetividade devido à sua alta
viscosidade, o que causou problemas operacionais. Para solucionar este problema, o óleo
vegetal passa por um processo de transesterificação que resulta no biodiesel. O biodiesel é o
produto de biomassa mais utilizada atualmente como fonte de energia renovável, devido ao
fato de apresentar vantagens sobre o diesel de petróleo, sendo um promissor substituto natural
do diesel. As vantagens do uso do biocombustível vão desde a diminuição de poluentes
emitidos por combustão, ausência de toxicidade, maior lubricidade o que proporciona redução
do desgaste nas partes móveis do motor, além de ser biodegradável (CORDEIRO et al.,
2011).
O Brasil é pioneiro na América Latina no que diz respeito ao uso de biocombustíveis.
Desde 2013 o governo decretou obrigatoriedade de inserção de biocombustível ao diesel
mineral, onde inicialmente a obrigatoriedade era de 5%, e atualmente é de 11%. Há no país
uma diversidade de matérias primas que podem ser utilizadas na produção do biodiesel
(Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis, ANP, 2020).
Atualmente, o biodiesel é produzido através da transesterificação, dada pela reação do
metanol com o óleo vegetal, utilizando um reator de tanque agitado em batelada. Seu processo
de obtenção é lento, e para que ocorra mais rapidamente, é necessário que haja o auxílio de
catalisadores. Para tal, é importante identificar as melhores condições de reação e o
catalisador mais vantajoso ao processo, para que este se desenvolva de forma mais eficaz, em
um menor período de tempo e com melhor rendimento. O presente trabalho tem por objetivo
estudar a reação de obtenção do biodiesel, comparando resultados obtidos com a utilização de
catalisadores de caráter ácido e básico, com o intuito de identificar a obtenção mais vantajosa,
em termos de eficiência, velocidade, custo, qualidade e rendimento do produto.

Diesel

O óleo diesel é um combustível fóssil, obtido a partir do refino do petróleo através da


destilação fracionada, com temperaturas na faixa de 150 a 400 °C. Basicamente, é composto
por hidrocarbonetos, com baixas concentrações de átomos de enxofre, oxigênio e nitrogênio.
Sua cadeira de hidrocarbonetos varia, podendo chegar até 22 átomos de carbonos saturados
(SANTOS et al., 2007).
Esse tipo de combustível é altamente nocivo à saúde humana e ambiental, quando a
concentração de enxofre é alta, as emissões também serão elevadas, causando danos à saúde.
Essa alta concentração contribui na formação de acidez no corpo humano, causando coriza,
irritação dos olhos e garganta, além de afetar o pulmão de forma irreversível. Em contato
com a umidade atmosférica, o SO 2 gera ácido sulfúrico, contribuindo para a formação de
chuvas ácidas, causando a acidez do solo e da água. Deste modo, pode ocorrer também
arrastar metais pesados do solo para rios e lagos o que causa a contaminação e,
consequentemente, danos à vida aquática e ao ambiente ao redor. Além dos danos à saúde e
ao ambiente, é causador de danos em motores, pois durante a combustão dentro dos motores a
diesel, o trióxido de enxofre pode formar ácido sulfúrico quando em contato com água, o que
provoca a corrosão de partes do mesmo (SANTOS et al., 2007).

Biodiesel

Na década de 70, a Universidade Federal do Ceará – UFCE desenvolveu pesquisas


com o intuito de encontrar fontes alternativas de energia. As experiências acabaram por
revelar um novo combustível originário de óleos vegetais e com propriedades semelhantes ao
óleo diesel convencional: o biodiesel. Com o envolvimento de outras instituições de
pesquisas, Petrobrás e o Ministério da Aeronáutica, foi criado o PRODIESEL em 1980. O
combustível foi testado por fabricantes de veículos a diesel.
Em 1983, o Governo Federal, motivado pela alta nos preços de petróleo, lançou o
Programa de Óleos Vegetais – OVEG, no qual foi testada a utilização de biodiesel e misturas
combustíveis em veículos que percorreram mais de 1 milhão de quilômetros.
No início dos anos 90, o processo de industrialização do biodiesel foi iniciado na
Europa. Portanto, mesmo tendo sido desenvolvido no Brasil, o principal mercado produtor e
consumidor de biodiesel em grande escala foi o continente europeu. As refinarias de petróleo
da Europa têm buscado a eliminação do enxofre do óleo diesel. Como a lubricidade do óleo
diesel mineral dessulfurado diminui muito, a correção tem sido feita pela adição do biodiesel,
já que sua lubricidade é extremamente elevada. Esse combustível tem sido designado, por
alguns distribuidores europeus, de “Super Diesel”. (HOLANDA, 2004).
O biodiesel pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, desde que sejam
de origem oleaginosas ou gordurosas, alguns exemplos são algas, óleo de fritura, sebo bovino,
girassol, algodão, soja, babaçu, mamona, amendoim, macaúba, palma, castanha, eucalipto e
buriti. Sua composição é uma mistura de ésteres de ácidos graxos com mono-álcoois de
cadeia curta, como o metanol ou o etanol. Essa mistura é obtida através do processo de
transesterificação ou esterificação (SANTOS et al., 2007).
O biodiesel traz diversos benefícios ao meio ambiente, como a diminuição do efeito
estufa e da poluição, pouca emissão de partículas de carvão e também melhorias na qualidade
de vida e na saúde pública com a redução da emissão de poluentes locais, por ser
biodegradável, não tóxico e praticamente livre de enxofre e aromáticos. Quando comparado
com a queima do diesel mineral, o seu uso em um motor diesel convencional resulta numa
redução substancial de monóxido de carbono e de hidrocarbonetos não queimados
(MOREIRA, 2017).
No início do século XX os combustíveis alternativos eram resultados de óleos
vegetais, mas este óleo sem qualquer modificação era o causador de alguns problemas
relacionados ao motor. Com o uso prolongado do óleo vegetal, devido a uma combustão
incompleta, produzia depósitos carbonosos nos motores, o que causava adesão dos anéis e o
entupimento dos injetores e, portanto, a falha geral dos motores. A fim de solucionar o
problema, os óleos sofreram modificações, e originaram os diversos tipos de biodiesel. As
modificações sofridas são conhecidas como pirólise e transesterificação (RENASES, 1999).
Atualmente, o biodiesel pode ser utilizado em motores de ciclo diesel, e dispensam
qualquer tipo de modificação para tal. Todavia, esse biocombustível se comporta de maneira
semelhante ao petrodiesel. O biodiesel é completamente miscível em diesel mineral, e possui
características físico-químicas semelhantes ao diesel, porém sua lubricidade é melhor.
Fabricantes de autopeças relatam que 2% de biodiesel adicionado ao diesel aumentam em
cerca de 50% a lubricidade do combustível e, consequentemente, aumenta a vida útil das
peças desses motores (ENCARNAÇÃO, 2008).

Matérias primas para produção de biodiesel

A escolha da matéria-prima para a produção de biodiesel é condicionada por fatores de


ordem geográfica, assim como pelo preço e a respectiva disponibilidade. Deste modo, nos
Estados Unidos utiliza-se mais o óleo de soja, enquanto que na Europa são preferidos os óleos
de colza e girassol, no Sudeste Asiático o óleo de palma e nas Filipinas, o óleo de coco.
As diferentes matérias-primas vão originar diferentes propriedades. Um biodiesel
produzido a partir de um óleo com maior teor em ácidos graxos saturados é caracterizado por
uma maior estabilidade oxidativa e elevado número de cetano mas com piores desempenhos a
temperaturas mais baixas. Deste modo, os óleos com maior grau de insaturações são
preferíveis para climas mais quentes. (BERNARDO, 2010).
A TTabela 1 mostra a composição de ácidos graxos em diversos tipos de óleo vegetal
para comparação:

Tabela 1 – Tabela 1: Composição típica de alguns óleos e gorduras, em ácidos graxos (Fonte:
Adaptado de BERNARDO, 2010).
Composição em ácidos gordos (%m/m)
C12:0 C14:0 C16:0 C18:0 C18:1 C18:2 C18:3 C20:0 C22:0 C24:0
Amendoim * * 7-12 1,5-5 64-86 4-15 0,5-1 <1,5 2-4 1-2
Coco 41-46 18-21 9-12 2-4 5-9 5-9 0,5-3 Vest. Vest. Vest.
Colza Vest. Vest. 2-4 1,2 52-66 17,25 8-11 0,5-1 0,5-2 0,5
Girassol Vest Vest. 5,5-8 2,5-6,5 14-34 55-73 <0,4 <0,5 0,5-1 <0,5
Milho Vest. Vest. 9-12 1-3 25-35 40-60 <1 <0,5 <0,5 <0,5
Palma Vest. 1-2 41-46 4-6,5 37-42 8-12 <0,5 <0,5 * *
Algodão Vest. 0,5-2 21-27 2-3 14-21 45-58 <0,2 <0,5 Vest. Vest.
Soja * <0,5 8-12 3-5 18-25 49-57 6-11 <0,5 Vest *
Gorduras animais
Banha <0,5 <1,5 24-30 12-18 36-52 10-12 <1 <0,5 * *
Sebo Vest. 2-4 23-29 20-35 26-45 2-6 <1 <0,5 Vest. *

Também é importante que se leve em consideraçãoconsidere o rendimento do óleo


antes da escolha da matéria prima empregada na produção do biodiesel, conforme expresso na
Ttabela 2:

Tabela 2 – Rendimento em óleo de matérias primas para produção de biodiesel


(Fonte: Adaptado de BERNARDO, 2010).

Cultura Rendimento em óleo


(L/ha)
Milho 172
Soja 446
Canôla 1190
Jatrofa 1892
Coco 2689
Óleo de Palma 5950
Tabela 2: Rendimento em óleo de matérias primas para produção de biodiesel (Fonte: Adaptado
de BERNARDO, 2010).
Transesterificação

No processo de transesterificação, o óleo vegetal reage com um álcool (metanol ou


etanol) e resulta em um éster e biodiesel, sendo a glicerina o principal subproduto. Para que o
biodiesel possa ser utilizado, ele passa por alguns processos de separação, filtração e
purificação (ENCARNAÇÃO, 2008). A Figura 1 mostra a reação de transesterificação do
biodiesel.
Figura 1 – Figura 1: Reação de Transesterificação (Fonte: Adaptado de ENCARNAÇÃO,
2008).

O mecanismo da reação se dá apenas em uma etapa, sendo uma reação elementar. As


moléculas de triglicerídeos, gordura vegetal ou animal, se chocam com as moléculas de um
álcool, metanol ou etanol. Esta etapa é a etapa limitante da reação, portanto um catalisador,
ácido ou básico, é acrescido à reação. Após, a reação segue para formar moléculas de
biodiesel e moléculas de glicerina.
A Figura 2 mostra, de maneira simplificada, o processo de produção do biodiesel.
Figura 2 – Figura 2: Etapas do processo de transesterificação (Fonte: Adaptado de ENCARNAÇÃO,
2008).

Catalisadores
Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade de reação sem sofrerem
modificação da sua natureza química no processo. As reações que envolvem catalisadores
podem ser classificadas em catálise homogênea (quando o catalisador e os reagentes
constituem uma só fase) e catálise heterogênea (quando o catalisador e os reagentes
apresentam mais de uma fase), sendo que esses catalisadores podem ter natureza ácida ou
básica (COSTA, 2011). Sua funcionalidade é diminuir a energia de ativação da reação ou
fazer uma rota alternativa com menor energia de ativação, aumentando assim a velocidade da
reação. Os catalisadores não alteram a composição química dos reagentes e dos produtos de
uma reação (MENEGHETTI et al., 2013).
Em algumas situações, não é possível que ocorra uma reação sem a presença de um
catalisador, pois as moléculas necessitam de energia cinética mínima a fim de propiciar a
ruptura das ligações entre os reagentes, formando novas ligações, os produtos. Quanto maior
for essa energia necessária para a ruptura, maior será a energia de ativação e,
consequentemente, mais lenta será a reação. A característica de acelerar uma reação depende
das propriedades do catalisador, sendo as principais propriedades a atividade, seletividade e
estabilidade. Para que a reação consiga ultrapassar a energia de ativação, o catalisador cede
um átomo à reação facilitando a mesma, e no final esse átomo é devolvido. A capacidade
catalítica pode ser melhorada através da ativação dos seus sítios. A frequência de reação por
sítio ativo mostra quantas vezes uma molécula atinge a superfície e reage formando o produto
ou quantos ciclos por segundo a molécula colide com os sítios ativos e reage. Mas, nem todas
as moléculas que se chocam sobre os sítios ativos reagem, elas colidem, porém, retornam sem
concretizá-la, é necessário energia suficiente para reagir. Os sítios ativos de um catalisador
são os responsáveis pela promoção da reação (SCHMAL, 2010).
A utilização de catalisadores básicos, como os hidróxidos e metóxidos, requer o
emprego de matérias-primas puras, pois se possuírem grande teor de ácidos graxos livres,
estes reagem com o catalisador, levando à formação de sabões. Essa saponificação, além de
causar consumo de catalisador, é inconveniente, pois dá origem à formação de emulsões,
dificultando a purificação do biodiesel ao final da reação (MENEGHETTI et al., 2013).

Característica dos catalisadores

Os catalisadores são substâncias que precisam ter algumas características importantes


que permiteam desenvolver bem seu papel de reduzir a energia potencial de uma reação
química. Podem ser citadas como características fundamentais de um catalisador (SCHMAL,
2010):
 Seletividade: a morfologia é muito importante pois ele pode selecionar os compostos
que passarão por dentro dele. Pode selecionar pelo tamanho, permitindo entrada de
moléculas menores que seus poros, pode selecionar quimicamente, tendo
características que favoreçam alguma reação específica. Esse tipo de catalisador é
conhecido como peneira molecular, ou zeólitas. Além disso, como a reação ocorre na
superfície do catalisador, quanto mais poroso ele for, mais área de contato terá para
promover a reação.
 Resistência Mecânica: como o fluido da reação passa pelo catalisador, ele precisa ter
boa resistência ao atrito, à friabilidade e ao esmagamento.
 Estabilidade Térmica: ele precisa ser estável nas diferentes condições de temperatura
de uma reação, pois elas podem liberar (exotérmicas) ou absorver (endotérmicas)
calor.
 Regenerabilidade: permitir que seja reativado e reutilizado.
 Reprodutibilidade: reproduza os resultados.
 Preço: baixo custo para ser atrativo e baratear o produto.
A atuação do catalisador realiza-se em sua estrutura interna e em sua superfície. As
reações podem ser de dois tipos: sensíveis, quando a taxa de reação varia de acordo com o
diâmetro da partícula, e insensíveis quando não há mudança do diâmetro. Portanto a taxa de
reação por sítio ativo varia significativamente de acordo com o diâmetro da partícula. Para
que a reação seja promovida por catalisador, é preciso que a etapa controladora seja a cinética
química. Isso porque, neste tipo de reação, ocorrem muitos outros fenômenos de transferência
de massa, de difusão intra e extra partícula, além de fenômenos físicos, químicos e físico-
químicos (FOGLER, 2009).

Velocidade da reação

A velocidade de uma reação depende da temperatura, pressão e da concentração dos


reagentes e produtos. Como em um sistema em batelada a concentração varia com o tempo, e
em um sistema contínuo a concentração varia com a posição, a velocidade da reação
dependerá também, do tempo e/ou da posição. Portanto essa velocidade decresce com o
tempo ou posição, tendendo a zero quando todo o reagente será consumido ou quando está no
equilíbrio.
Os fatores que influenciam a velocidade da reação são: a área de contato entre os
reagentes, esse fator é relevante quando um dos reagentes é sólido pois quanto maior a área,
maior será a velocidade. Concentração dos reagentes, quanto maior a concentração, maior
será a velocidade. Temperatura e energia de ativação, independente se a reação é exotérmica
ou endotérmica com o aumento da temperatura, a frequência de colisões intermoleculares
também aumenta, além da energia cinética das moléculas fazendo com que um maior número
alcance a energia mínima para reagir. Um aumento na energia cinética, agitação molecular,
favorece a ruptura das moléculas (FOGLER, 2009).

A velocidade de reação pode ser descrita pela Equação (1):



❑ v = k*concentração (1)

Onde k é a constante cinética (unidade depende da ordem da reação), C é a


concentração do reagente (mol/L) e n é a ordem da reação. Ae a fórmula determinação de k é
feita pela Equação de Arrhenius, de k está apresentada na Equação 2:

( ❑❑ )

❑❑ ❑

onde “Ea’’ refere-se é a energia de ativação (J/mol), k0 é a constante da velocidade (mesma


unidade de k), R é a constante dos gases (8,3144 J/mol.K) e T a temperatura absoluta da
reação (K) . Para que a velocidade seja favorecida, é necessário que haja uma baixa energia de
ativação, e a utilização de um catalisador no meio reacional auxilia que isto ocorra
(SCHMAL, 2010) através de novos caminhos de reação.
O modelo cinético clássico afirma que para que ocorra uma reação, é necessário que
haja a ativação da molécula, onde, através da colisão a molécula adquire um nível energético
que ultrapassa a energia de barreira cinética para conseguir reagir. Caso a molécula não
consiga energia suficiente para para se transformar-se em produto, ela retorna ao seu estado
inicial. E, esse processo é chamado de espécie desativada.
A fim de explicar a cinética do mecanismo de reação, um estado de transição
localizado com energia é formado, onde só existe um grau de liberdade que corresponde a
energia de vibração, devido a à dissociação da molécula. Se a molécula possui energia inferior
à energia da barreira, desativa-se retornando ao seu estado original. Quando a molécula
ultrapassa a energia de barreira, não volta mais (RENASES, 1999).
Energeticamente representa-se as seguintes etapas, mostradas na Figura 3:

A. Formação do radical B. Estado de equilíbrio C. Decomposição do radical


em produtos

Figura 3 – Figura 3: Etapas energéticas da cinética do mecanismo de reação (Fonte: Adaptado de


SCHMAL, 2010).

O gráfico A apresenta o estado inicial, em que há a formação de radicais devido à


colisão das moléculas com energia. No gráfico B, que é a segunda etapa, há o equilíbrio entre
as moléculas e os radicais formados. O gráfico C mostra o resultado final onde as moléculas
conseguem ultrapassar a barreira energética e há a formação de produtos (SCHMAL, 2010).
Para que os reagentes se convertam em produtos, é necessário que haja energia
suficiente para tal. A fim de diminuir essa energia de ativação um catalisador é adicionado a
reação, ele irá favorecer a diminuição da energia de ativação através da modificação do
mecanismo da reação, ou seja, proporciona uma rota diferente ao sistema. Suponha a reação
de formação do trióxido de enxofre:
Reação sem o catalisador:

SO2 + ½ O2 → SO3 Ea = 240 kJ/mol (3)

Com a presença do catalisador a reação terá aceleração elevada, pois o catalisador


proporciona um novo mecanismo menos energético:

Mecanismo:

SO2 + NO2 →SO3 + NO (consumo do catalisador) (4)

NO + ½ O2 → NO2 (regeneração do catalisador) (5)

Reação global:

SO2 + ½ O2 → SO3 Ea = 110 kJ/mol (6)


A energia de ativação do trióxido de enxofre diminuiu de 240 kJ/mol para 110 kJ/mol,
uma redução de mais de 50% de sua energia. Este exemplo mostra a importância dos
catalisadores e como agem, isto é, alteram o caminho da reação e, assim, diminuem a energia
de ativação necessária (FOGLER, 2009).
A variação da energia de ativação pode ser observada graficamente, como a
apresentada na Figura 4.

Figura 4 – Figura 4: Comparação de energia de ativação em uma reação com e sem o catalisador
(Fonte: Adaptado de SCHMAL, 2010).

Na Figura 4, a linha vermelha representa a energia de ativação que ocorre sem o


catalisador, enquanto a linha azul, representa a energia necessária quando há a presença do
catalisador, a qual é muito menor. O catalisador é uma opção eficaz e demanda menor energia
para a reação (SCHMAL, 2010).

Metodologiaaterial e Métodos

Levantamento bibliográfico

O presente estudo foi conduzido com base em revisões bibliográficas de publicações


nacionais e internacionais, considerando a utilização de catalisadores em processos químicos
para a verificação e análise de mudanças e melhorias na velocidade do meio reacional.
Realizou-se o levantamento bibliográfico em acervo eletrônico de publicações científicas
(artigos científicos, monografias, teses e publicações de eventos científicos), onde ao final da
pesquisa foram escolhidos os artigos de maior relevância em relação a qualidade de conteúdo,
com informações a respeito dos catalisadores utilizados na pesquisa, tipo de álcool e óleo,
porcentagem do catalisador, razão molar, temperatura, tempo e rendimento.

Estudo e comparações
Para analisar as informações obtidas, os dados foram organizados em uma tabela com
as informações sobre qual o álcool utilizado, qual catalisador, porcentagem de catalisador,
tempo de reação, temperatura e rendimento.... Efetuou-se uma tabela para informações
pertinentes aos catalisadores ácidos e outra com informações referentes aos catalisadores
básicos, onde em cada uma delas foi comparado dois tipos de catalisadores. As informações
mais relevantes encontradas em cada tabela efetuada foram comparadas por meio de gráficos
para melhor visualização. Para analisar o gráfico realizou a soma do desvio padrão das
amostras e a média entre elas, para ficar mais visível no gráfico. Após, discutiu-se como cada
tipo de óleo reagiu aos ambientes propostos e qual obteve maior rendimento e,
consequentemente o catalisador mais viável a ser utilizado.
Quais foram os critérios que utilizaram, fizeram alguma conta?? Tudo precisa estar
descrito aqui

Resultados e Discussão

Após a leitura e pesquisa de artigos científicos, teses e publicações realizou-se um


levantamento dos dados dos diferentes tipos de óleo utilizado na produção do biodiesel, seu
rendimento, tempo de reação, porcentagem de catalisador, temperatura, razão molar e o tipo
de álcool utilizado. Esses parâmetros comparativos são foram tanto para os catalisadores
ácidos quanto os básicos. Os catalisadores ácidos escolhidos nos artigos foram os ácidos
sulfúrico, H2SO4, e clorídrico, HClL, já os catalisadores básicos são os hidróxidos de sódio,
NaOH, e de potássio, KOH, como mostra as tabelas a seguir:

Tabela 3 – Parâmetros comparativos dos catalisadores básicos (Fonte: Próprio autor.)


Tabela 3: Parâmetros comparativos dos catalisadores básicos (Fonte: Próprio autor.)

Analisando inicialmente os três primeiros óleos, Óleo de Soja Refinado, OV, Óleo de
Fritura, OF e Óleo de Soja Degomado, OD que reagiram com o mesmo álcool, catalisador,
razão molar e temperatura, variando apenas a porcentagem de catalisador e o tempo. Nota-se
que somente com a variação do tempo, a diferença dos resultados do rendimento é
praticamente nula, mas quando a porcentagem do catalisador é diminuída, seu rendimento é
consideravelmente menor. Portanto, para que obtenha-sese obtenha um rendimento maior é
importante iniciar a reação com a concentração de catalisador alta, pois é um fator de
influência significativa. Já o tempo, não é necessário estendê-lo para obter um resultado
maior, pois pois é um fator de menor não é um fator de grande influência. Para a produção do
biodiesel utilizando o OV e OF, as mesmas condições foram empregadas, e observa-se que os
mesmos obtiveram rendimentos semelhantes, porém para a reação utilizando OF, foi
necessário empregar um tempo maior de processo, 90 minutos, indicando que a produção
utilizando OV é mais vantajosa por ser realizada em menos tempo nas mesmas condições de
OF.
Verificando o Óleo de Girassol com alto teor de ácido oleico, s óleos OGD, Óleo de
Girassol com alto teor de ácido erúcico, OGA, e Óleo de Girassol com baixo teor de ácido
erúcico, OGB que reagiram com o mesmo álcool, catalisador, porcentagem de catalisador e
tempo, variando a razão molar e a temperatura, obtiveram altos rendimentos. No entanto o
óleo OGB que adquiriu um aumento na razão molar e uma diminuição significativa na sua
temperatura obteve o maior rendimento. Portanto, para obter um rendimento alto é importante
que o fator de influência, a razão molar álcool:óleo seja maior. A temperatura exerce pouca
interferência no resultado do rendimento.
O Óleo Colza com acidez de 2,29 mg KOH/g amostra, OC, utilizou metanol como
álcool e mesmo catalisador, variando a razão molar, porcentagem de catalisador, temperatura
e tempo de reação, porém obteve rendimento alto.ÓLEO OC ?? ?
Conferindo Com os Óleos de Girassol¹, óleos OG¹ e o Óleo de Girassol², OG² que
reagiram com o mesmo álcool, catalisador, temperatura e tempo, mas com razão molar,
porcentagem de catalisador e tempo diferentes obtiveram rendimentos significativamente
diferentes, sendo o OG² com rendimento de 100%. Com o intuito de que o rendimento seja de
100%, a porcentagem de catalisador utilizado é mais alta, e houve uma diferença de razão
molar. Comprova-se que uma maior porcentagem de catalisador e a modificação da razão
molar de 9:1 para 6:1 é capaz de aumentar o rendimento da reação, sendo possível também
empregar um menor tempo para efetuar a reação.
Agora analisando os óleos de Girassol³, OG³ à Óleo de Girassol6, OG6 que 6

utilizaram o mesmo álcool, catalisador, e razão molar, variando porcentagem de


catalisador, temperatura e tempo de reação obtiveram rendimentos completamente
diferentes. Há uma diferença grande abissal quando comparados os rendimentos obtidos
dos óleos OG³ e OG44, 100%, com os óleos OG e5 e OG6 ,, 4,7%. Essa diferença deve-se
5 6

ao fato dade a porcentagem do catalisador utilizado ser de 5% para OG³ e OG 4 e 1% 4

para OG5 e OG6 . A porcentagem de catalisador foi de suma importância no resultado


5 6

de rendimento da reação, uma vez que com o seu aumento, consequentemente haverá o
aumento do rendimento, assim como sua diminuição acarretará na diminuição do
rendimento, portanto está é a variável de maior influência.
Ao comparar o Óleo de Girassol², OG², com o Óleo de Girassol7, OG77G , observa-
7

se que utilizaram álcool e razão molar equivalentes, com uma divergência mínima de
porcentagem entre os catalisadores utilizados, 0,3%, sendo KOH para OG² e NaOH
para OG7OG . Nota-se que apesar dos rendimentos nos dois processos serem análogos, a
7

temperatura e tempo foram relativamente maiores quando utilizou-sese utilizou o


catalisador NaOH. Portanto conclui-se que, para o OG, o catalisador KOH é mais
vantajoso.
Verificando Para os Óóleoso de Soja¹, s OS¹, ao Óleo de Soja³, à OS³, utilizaramou-se
o mesmo álcool, catalisador, razão molar, porcentagem de catalisador e tempo, porém com
temperaturas divergentes, 60, 45 e 32°C, respectivamente. Nota-se que com a maior
temperatura, obteve-se o maior rendimento (94%) e a temperatura de 32°C ocasionou um
rendimento inferior (64%). Desse modo conclui-se que quanto maior a temperatura utilizada
no processo, maior será seu rendimento para esses óleos.
Comparando o Óleo de Amêndoa¹, AO¹, ao Óleo de Amêndoa³,à AO³, observa-se que
utilizaram o mesmo álcool, catalisador, razão molar, temperatura e tempo, variando apenas a
porcentagem do catalisador, 2, 1 e 0,5%, respectivamente. O maior rendimento obtido foi para
AO¹, 56%, onde utilizou-se a maior porcentagem de catalisador, e o menor rendimento obtido
foi para AO³, 32,8%, onde a porcentagem do catalisador foi inferior aos demais. Comprova-se
então que com maiores porcentagens de catalisador no meio, o rendimento do biodiesel é
maior.
A Ttabela 4abaixo foi elaborada utilizando os dados obtidos nos artigos referentes aos
catalisadores ácidos empregados nas pesquisas:
Tabela 4 – Parâmetros comparativos dos catalisadores ácidos (Fonte: Próprio autor).

Tabela 4: Parâmetros comparativos dos catalisadores ácidos (Fonte: Próprio autor).

Verificando o Óleo de Fritura, s óleos OF, Óleo de Coco, OC, e Óleo de Soja, OS, que
utilizaram álcool, temperatura e tempo divergentes, e o mesmo catalisador, mas não foi
encontrado a razão molar do OC e OS e nem a porcentagem de catalisador de OF e OC.
Porém, razão molar e porcentagem de catalisador, nota-se que OF obteve um rendimento de
78%, com razão molar de 6:1, provavelmente a porcentagem de catalisador era
consideravelmente alta, uma vez que altas porcentagens de catalisador favorecem o
rendimento final da reação. Levando em conta o OS que utilizou uma porcentagem de 2% de
catalisador, onde seu rendimento foi de 92% e. O OC, onde não foi possível encontrar razão
molar e porcentagem de catalisador, que obteve um rendimento bem inferior, 44%. De acordo
com os dados encontrados, é possível perceber que a temperatura é um fator de influência

relevante nas reações, onde todas tiveram rendimentos divergentes. o processo não poderia ser
con Considerando vantajoso devido ao baixo rendimento em umo tempo
relativamenteconsideravelmente alto, 480 minutos, bem como a temperatura empregada em
OS, 130°C, qude OC, nota-se que não foi vantajoso, muito tempo empregado e baixo
rendimento. Portanto, pode se concluir que e poderia aumentar os custos da produção.
Repara-se que os três óleos dispuseram de tempos elevados até chegar no resultado e não tão
vantajosos.. Para ponderar qual o óleo e método mais vantajoso dentre esses, seria necessário
conhecer os valores dos rendimentos e razões molares, podendo ser solucionado em um
experimento futuro.
Observa-se que nas pesquisas de Óleo de Macaúba¹, OM¹, ao Óleo de Macaúba7, à
OM7, empregou-se o mesmo tipo de catalisador, razão molar, temperatura e tempo, alterando-
se apenas o tipo de álcool e porcentagem de catalisador. Comparando os rendimentos obtidos
com a utilização dos dois álcoois, é possível observar que o metanol, MeOH, possui maior
eficiência, visto que apresentou maiores rendimentos com porcentagens de catalisador
equivalentes às pesquisas utilizando etanol, EtOH. Nas pesquisas onde varia-se a quantidade
de catalisador, nota-se um rendimento mais elevado com a utilização de uma maior
porcentagem do mesmo. É possível então concluir que os maiores rendimentos foram obtidos
utilizando metanol e uma maior porcentagem de catalisador.
Nas pesquisas do Óleo de Girassol, s OG, Caroço Algodão, OCA, Óleo de Fritura, OF,
e Óleo de Girassol + Soja, OGS, que utilizaram mesmo álcool, catalisador e tempo,
divergindo na razão molar, porcentagem de catalisador e temperatura, obtiveram rendimentos
de pouca diferença. Com exceção do OGS que obteve o maior rendimento, 99%, devido ao
fato de ser uma mistura de dois óleos, de girassol e de soja. Pode-se dizer que a junção do
metanol com o H2SO4 possui bons rendimentos de biodiesel.
Em Óleo de Amêndoa¹, OA¹ ao Óleo de Amêndoa5à, OA53, o álcool, catalisador,
razão molar, temperatura e tempo utilizados são foram equivalentes, variando apenas a
porcentagem de catalisador em cada. Observa-se que o maior rendimento obtido foi em OA¹,
76,3%, onde a porcentagem do catalisador foi a maior dentre as cinco pesquisas, e o menor
rendimento ocorreu em OA5, 47%, onde empregou-se a menor porcentagem de catalisador.
Apesar do maior rendimento ser considerado alto, o processo não é relativamente vantajoso
devido ao tempo necessário para que ocorra ser ligeiramente maiordiscrepante quando
comparado ao tempo empregado em outras pesquisas. Observa-se que uma maior
porcentagem de catalisador não altera tal tempo, e aA temperatura utilizada apesar de não ter
variado nesta pesquisa, é considerada alta, e maiores temperaturas afetariam ainda mais o
custo do processo.
Comparando-se as tTabelas 3 e 4, calcularamou-se as médias do rendimento, tempo e
temperatura dos catalisadores, conforme expresso na tTabela 5, onde os processos que
empregaramou-se catalisadores básicos atingiram uma média de rendimento superior aos
catalisadores ácidos, 94,15% e 59,78%, respectivamente, empregando menores tempos e
temperatura para a reação.

Tabela 5 – Médias de rendimento, tempo e reação.

Média Ácidos Básicos


Rendimento 59,78 94,15
Tempo 454,74 100,42
Temperatura 66,32 52,46
Catalisador 1,38 1,52
Tabela 5: Médias de rendimento, tempo e reação.

O Ggráfico 1abaixo mostra a variação dos rendimentos de cada catalisador em relação


aos estudos realizados. Cada coluna do gráfico refere-se a um estudo, sendo as colunas azuis
os catalisadores básicos, e as colunas verdes os catalisadores ácidos. A linha amarela e a
vermelha representam o desvio padrão da amostragem, sendo a linha amarela o desvio padrão
superior mais a média, DesvPad+, e a linha vermelha o desvio padrão inferior menos a média,
DesvPad-. A linha cinza representa a média de variação entre os desvios padrão.:

Gráfico 1: Comparação dos catalisadores.

Através do gráfico, onde estudos de 1 a 18 referem-se à catalisadores básicos e do


estudo 19 a 36 referem-se à catalisadores ácidos, percebe-se que há uma variação grande do
rendimento dos catalisadores ácidos e básicos, onde os básicos apresentaram rendimento
consideravelmente maior, indicando maior viabilidade. Construiu-se a média de variação
entre eles e seus desvios padrão, DesvPad+ e DesvPad-, LSC, limite superior de controle, e
LIC, limite inferior de controle, onde os valores amostrais dos rendimentos estão distribuídos
em torno da média, sendo que um desvio padrão pequeno indica que eles estão condensados
próximos da média. Portanto, quanto menor o desvio padrão, mais homogênea é a
amostragem. Os estudos 17 e 18 estão abaixo do DesvPad-LIC, transformando-se em
resultados baixos, onde a possível causa desse baixo rendimento possa ser o tipo de álcool e
catalisador empregados.
A partir do estudo 19, todos realizados com catalisadores ácidos, os resultados abaixo
do DesvPad-LIC, mostra que a eficácia de 100% ao final da reação é baixa, fazendo com que
este tipo de catalisador não seja viável. Concluindo-se que o catalisador de maior viabilidade
e eficácia neste tipo de reação, são os catalisadores básicos. Portando, é possível comprovar a
eficácia e a veracidade da pesquisa e informações coletadas devido aos desvios padrões
encontrados entre os resultados serem considerados baixos.
Realizou-se uma pesquisa para verificação dos custos empregados na utilização de
cada tipo de catalisador, que foram expressos na Tabela 7tabela abaixo:

Tabela 7 – Custo dos catalisadores (Fonte: Próprio autor).

Catalisador Valor (R$)


KOH 46,66
NaOH 53,00
HCl 26,25
H2SO4 90,00

Tabela 6: Custo dos catalisadores.


Nota-se que o catalisador mais barato é o HCL com preço de R$ 26,25, e os catalisadores
básicos apresentaram preços parecidos, considerados de custo mediano. O H 2SO4 obteve o
preço menos vantajoso. Porém, não podemos definir e escolher um catalisador apenas
levando-se em consideração seu custo, visto que apesar de um reagente apresentar menor
valor, o mesmo pode precisar ser empregado em maiores proporções no processo, em maiores
tempos e temperaturas, ou gerar maiores resíduos de difícil descarte, fazendo com que seu uso
não seja tão vantajoso. Por isso é preciso analisar todas as variáveis antes de escolher o
catalisador ideal.
Ao mesmo tempo que o catalisador ácido é mais barato, HCl, também é o mais caro,
H2SO4, portanto é mais vantajoso vantajosa a utilização dos catalisadores básicos. Além de
possuir maiores rendimentos nas reações empregadas, possuem o menor valor na hora da
compra, contendo o melhor custo benefício.

Conclusões
Com base na pesquisa realizada, pôde-se verificar a importância do uso dos
catalisadores nas produções de biodiesel, visto que os mesmos possuem a capacidade de
aumentar o rendimento da reação, bem como diminuir seu tempo e a temperatura a ser
empregada.
As reações estudadas utilizaram catalisadores básicos, NaOH e KOH, e ácidos, HCl e
H2SO4, com parâmetros de comparação variáveis como temperatura, tempo de reação,
porcentagem de catalisador, razão molar, tipo de óleo e rendimento final da reação, onde
depois de analisados, foi possível verificar que os catalisadores básicos apresentaram maior
desempenho, com média de rendimento de 94,15%, utilizando-se menores tempos e menores
temperaturas, indicando condições mais favoráveis para que a reação ocorra. Comparando-se
todas as pesquisas estudadas, pode-se concluir que a melhor condição empregada encontra-
sefoi na reação do Óleo de Girassol, (descrever o óleo e não usar siglas) em OG², onde
utilizou-se o catalisador KOH, considerado de baixo custo. O rendimento obtido nesta
pesquisa foi de 100%, com tempo considerado rápido (60 minutos) e temperatura ambiente,
não sendo necessário empregar maiores custos para aumento da temperatura ao processo. É
possível comprovar a eficácia e a veracidade da pesquisa e informações coletadas devido aos
desvios padrões encontrados entre os resultados serem considerados baixos.

Agradecimentos pode ser incluído entre as conclusões e referências.

Gostaríamos de agradecer a orientadora Monica por ter nos dado todo o suporte e
orientação necessária para a realização deste artigo, e a coordenadora Rosana por estar sempre
acompanhando de perto o trabalho e dando sugestões de melhoria.

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