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QOAA-AFN/2023

TURMA REGULAR
CONHECIMENTOS GERAIS
MÓDULO – II
JANEIRO - FEVEREIRO
2023

PORTUGUÊS E REDAÇÃO Prof. Rafael Dias


MATEMÁTICA Prof. César Loyola
GEOGRAFIA ECÔNOMICA Prof. Odilon Lugão
HISTÓRIA MILITAR NAVAL Prof. Vagner Souza

= = = = = = = = == = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = == = = = = = = = = = = = = = = =

MATERIAL INTERNO DE USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS


Proibida a reprodução total ou parcial

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Sumário
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REDAÇÃO .............................................................................................................................................................................. 7
Tipos de argumentos / parágrafos .......................................................................................................................................... 7
As relações de causa e consequência na dissertação ............................................................................................................ 8
Planejamento ......................................................................................................................................................................... 15
Introdução .............................................................................................................................................................................. 17
Redações Exemplares ........................................................................................................................................................... 25
Tipos textuais ......................................................................................................................................................................... 25
GRAMÁTICA ......................................................................................................................................................................... 49
Adjetivo .................................................................................................................................................................................. 49
Preposição ................................................................................................................................. 54
MATEMÁTICA .............................................................................................................................. 61
Potenciação e Radiciação ..................................................................................................................................................... 63
Teoria dos Conjuntos ............................................................................................................................................................. 70
Funções ................................................................................................................................................................................. 82
Função Afim (Polinomial do 1º grau) ..................................................................................................................................... 85
Função Quadrática (Polinomial do 2º grau) ........................................................................................................................... 87
Funções Exponenciais ........................................................................................................................................................... 91
Funções Logarítmicas.............................................................................................................................................................................. 92
GEOGRAFIA .................................................................................................................................107
5 - A LÓGICA DOS ESPAÇOS INDUSTRIAIS (CONTINUAÇÃO) . ..................................................................................... 109
5.3 - Ciclos tecnológicos da Revolução Industrial ................................................................................................................ 109
5.4 - Desemprego ................................................................................................................................................................ 109
5.5 - Países pioneiros no processo de industrialização - Cenários Regionais ..................................................................... 110
5.6 - Países de industrialização planificada ......................................................................................................................... 123
5.7 - Países recentemente industrializados ......................................................................................................................... 137
6. - BRASIL: modelo econômico, dinâmicas territoriais e o espaço industrial ..................................................................... 144
6.1 - Origens da industrialização brasileira .......................................................................................................................... 144
6.2 - A economia brasileira a partir de 1985 ......................................................................................................................... 150
6.3 - Estrutura e distribuição da indústria brasileira ............................................................................................................. 155
7. O Meio Técnico - Economia e Tecnologia: Geografia e Política da Energia .................................................................... 156
7.1 - Introdução - O Pano de fundo global ........................................................................................................................... 156
7.2 - A matriz energética mundial ........................................................................................................................................ 160
7.3 - Petróleo ....................................................................................................................................................................... 162
7.4 - Carvão mineral e Gás natural ...................................................................................................................................... 163
7.5 - Energia Elétrica ........................................................................................................................................................... 164
7.6 - Problemas ambientais ................................................................................................................................................. 166
7.7 - Energia e Meio Ambiente ............................................................................................................................................ 167
EXERCÍCIOS .........................................................................................................................................................................................167
HISTÓRIA ....................................................................................................................................175

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REDAÇÃO
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Tipos de argumentos / parágrafos
1. Argumento de autoridade: ajuda a sustentar o ponto de vista, pois lança mão da voz de um especialista, uma
pessoa respeitável (líder, artista, político) ou uma instituição de pesquisa considerada autoridade no assunto em debate.
Ex: O cinema nacional conquistou, nos últimos anos, qualidade e faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma
ideia na cabeça” - a famosa frase-conceito do diretor Gláuber Rocha virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130
milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado. (Adaptado de Época, 14/04/2004).

2. Argumento por exemplificação: pretende-se levar o leitor a admitir a tese ou a conclusão justificando-a por meio
de exemplos de um fato ocorrido, mostrando que aquilo que se defende é válido.
Ex: Vejam os exemplos de muitas experiências positivas — Jundiaí (SP), Campinas (SP), São Caetano do Sul (SP), Campina
Grande (PB) — sistematicamente ignoradas pela grande imprensa. Tantos exemplos levam a acreditar que existe uma tendência
predominante na grande imprensa do Brasil de só noticiar fatos negativos.

3. Argumento por comparação: O argumentador pretende levar o leitor a aderir a sua tese de modo a mostrar
diferenças e semelhanças entre dois ou mais lados.
Ex: A quebra de sigilo nas provas do Enem 2009, denunciada pela imprensa, faz todos indagarem quem seriam os responsáveis.
O sigilo de uma prova de concurso deve pertencer ao âmbito das autoridades educacionais e não da mídia. Assim como a
imprensa é responsável por seus próprios sigilos, as autoridades educacionais devem ser responsáveis pelo sigilo do Enem.

4. Argumento de provas concretas ou de princípio: comprova seus argumentos com informações incontestáveis:
dados estatísticos, fatos históricos, acontecimentos notórios.
Ex: De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) de 2008, o telefone, a televisão e o computador
estão entre os bens de consumo mais adquiridos pelas famílias brasileiras. Esses dados mostram que boa parte desses bens de
consumo é ligada ao desejo de se comunicar. A presença desses três meios de comunicação entre os bens mais adquiridos pelos
brasileiros é uma evidência desse desejo.

5. Argumentação por causa e consequência: a tese ou a conclusão é aceita justamente por ser uma causa ou uma
consequência dos fatos apresentados, ou seja, um fato ocorre em decorrência de outro.
Ex: Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal
está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica.
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter
metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o trânsito.

EXEMPLOS: Tema: Televisão

1. Argumentação por exemplificação


Já foi criada até uma campanha – Quem financia a baixaria é contra a cidadania – para que sejam divulgados os nomes
das empresas que anunciam nos programas que mais recebem denúncias de desrespeito aos direitos humanos. O mais
importante nessa iniciativa é que a participação da sociedade pode fazê-la abandonar a passividade e interferir na qualidade da
programação que chega às casas dos brasileiros.

2. Argumentação histórica
Quem assiste à televisão hoje talvez nem imagine que seu compromisso inicial, quando chegou ao país, há pouco mais
de meio século, fosse com educação, informação e entretenimento. Não se pode negar que ela evoluiu – transformou-se na
maior representante da mídia, mas, em contrapartida, esqueceu-se de educar –, informa relativamente e entretém de maneira
discutível.

3. Argumentação por constatação


Para além daquilo que a televisão exibe, deve-se levar em conta também seu papel social. Quem já não renunciou um
encontro com amigou ou a um passeio com a família para não perder a novela ou a participação de algum artista num programa
de auditório? Ao que tudo indica, muitos têm elegido a televisão como companhia favorita.

4. Argumentação por comparação


Enquanto países como Inglaterra e Canadá têm leis que protegem as crianças da exposição ao sexo e à violência na
televisão, no Brasil não há nenhum controle efetivo sobre a programação. Não é de surpreender que muitos brasileiros estejam
a defender alguma forma de censura sobre esse meio de comunicação.

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5. Argumentação por autoridade


Conforme citado pelo jornalista Nelson Hoineff, "o que a televisão tem de mais fascinante para quem a faz é justamente
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o que ela tem de mais nocivo para quem a vê: sua capacidade aparentemente infinita de massificação". De fato, mais de 80%

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da população brasileira tem esse veículo como principal fonte de informação e referência.

OPINIÕES DIFERENTES SOBRE UM MESMO TEMA


TEMA = TELEVISÃO
IDEIA DEFENDIDA (TESE)

1ª IDEIA (TESE) = A TELEVISÃO INFLUENCIA DE FORMA NEGATIVA A FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS, POIS
OS CONTEÚDOS DE SEUS PROGRAMAS SÃO ABUSIVOS.

2ª IDEIA (TESE) = A TELEVISÃO NÃO INFLUENCIA DE FORMA NEGATIVA A FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS,
EMBORA ALGUNS PROGRAMAS DEVAM SER COMBATIDOS.

ARGUMENTOS
01. ACUSAR A TELEVISÃO DE SER PERNICIOSA É UMA ATITUDE SEMELHANTE AO QUE SE FAZIA NO
PASSADO EM RELAÇÃO A ALGUMAS PUBLICAÇÕES POLÊMICAS (DANDO A ENTENDER QUE ESSA ATITUDE
É NATURAL E PASSAGEIRA).

02. AS CRIANÇAS TÊM IMITADO, NA VIDA REAL, OS ROTEIROS PRODUZIDOS PARA SEUS ÍDOLOS
TELEVISIVOS.

03. OS PERSONAGENS QUE PRATICAM CRIMES TÊM ESTIMULADO A VIOLÊNCIA ENTRE AS CRIANÇAS E OS
JOVENS.

04. MOSTRAR NA TELEVISÃO UM MUNDO TOTALMENTE HARMÔNICO SERIA TÃO ERRÔNEO QUANTO O
QUE SE TEM MOSTRADO DE FATO.

05. A TELEVISÃO NÃO PODE ABRIR MENTES OU FECHÁ-LAS PARA INCUTIR NAS CRIANÇAS VALORES
HORRENDOS.

06. AS CENAS DE SEXO, SEM ORIENTAÇÃO, FAZEM COM QUE OS JOVENS BUSQUEM O PRAZER DE FORMA
EQUIVOCADA.

TAREFA: SEPARE OS ARGUMENTOS QUE CONCORDAM E DISCORDAM DAS IDEIAS APRESENTADAS


SOBRE O TEMA PROPOSTO.

Objetivos: Desenvolver a habilidade de redação de parágrafos dissertativos com o emprego dos elementos de coesão ou
articuladores textuais próprios para a expressão de determinadas ideias.
Proposta: Faça 2 parágrafos Obs.: Cada parágrafo pode conter, no mínimo, 3 períodos.

Proposta estrutural:
1º parágrafo: Desenvolvimento
2º parágrafo: Conclusão (Portanto, logo, por isso)

Exemplo: Escapando das drogas


É muito importante que os jovens não comecem a fumar. Nesse sentido, tal pressuposto ocorre, porque o cigarro faz
muito mal à saúde, o que pode causar até a morte; além de as pesquisas mostrarem que os gastos anuais com o vício equivalem
ao que se poderia juntar para uma viagem de férias. Ninguém para, assim, de fumar sem muito sofrimento após um longo
período de abstinência.
Todos os meios de comunicação devem, portanto, intensificar as campanhas antidrogas. Nesse sentido, é preciso
reforçar a ideia de que fumo e álcool — as chamadas drogas lícitas — precisam ser evitadas a todo custo. O governo deve,
então, incentivar a mídia com alguns subsídios fiscais.

AS RELAÇÕES DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA NA DISSERTAÇÃO

Como encontrar a causa e a consequência?

tema: Constatamos que, no Brasil, existe um grande número de correntes migratórias que se deslocam do campo para as
pequenas ou grandes cidades.
causa (POR QUÊ?): A zona rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo.

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Consequência (O QUE ACONTECE EM RAZÃO DISSO?): As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses
migrantes e oferecer-lhes condições de subsistência e de trabalho.
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Alguns exemplos:
1. Tema: Muitas pessoas mais velhas são analfabetas eletrônicas, pois não conseguem operar nem mesmo um computador.
Causa: As pessoas mais velhas têm medo do novo, elas são mais conservadoras, até em assuntos mais prosaicos.
Consequência: Elas se tornam desajustadas, pois dependem dos mais jovens até para ligar um forno micro-ondas.

2. Tema: É de fundamental importância a preservação das construções que se constituem em patrimônios históricos.
Causa: A nação que deixa depredar as construções consideradas como patrimônios históricos destrói parte da história de seu
país.
Consequência: Essa situação demonstra claramente o subdesenvolvimento de uma nação, pois, quando não se conhece o
passado de um povo e não se valorizam suas tradições, despreza-se a herança cultural deixada pelos antepassados.

3. Tema: A maior parte da classe política não goza de muito prestígio e confiabilidade por parte da população.
Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se muito mais com a discussão dos mecanismos que os fazem chegar ao poder
do que com os problemas reais da população.
Consequência: Caos na saúde e na educação.

4. Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez mais
em nossa sociedade.
Causa: Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.
Consequência: Formam-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em
pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.

Exercícios: Apresentaremos alguns temas e você se incumbirá de encontrar uma causa e uma consequência para cada um
deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:

1. Tema: As linhas de ônibus que percorrem os bairros das grandes metrópoles não têm demonstrado muita eficiência no
atendimento a seus usuários.
Causa:_______________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

Consequência:

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2. Tema: A convivência familiar está muito difícil.


Causa:_______________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

Consequência:________________________________________________________________________________________

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3. Tema: As novelas de televisão passaram a exercer uma profunda influência nos hábitos e na maneira de pensar da maioria
dos telespectadores.
Causa:_______________________________________________________________________________________________

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Consequência:________________________________________________________________________________________

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4. Tema: As doenças infectocontagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da população.


Causa:_______________________________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________________________________

Consequência:________________________________________________________________________________________

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5. Tema: Apesar de alertados por ecologistas, os lavradores continuam a utilizar produtos agrotóxicos indiscriminadamente.
Causa:_______________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

Consequência:________________________________________________________________________________________

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Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas num mesmo parágrafo
ou não. Não é obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas
sugestões e suas respectivas relações:

assim, desse modo - têm valor conclusivo, exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve
normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente.

ainda - serve, dentre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um
elemento a mais dentro de um conjunto de ideias qualquer.

ademais, além do mais, além de tudo, além disso - introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo.

mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) - marcam oposição entre dois enunciados.

embora, ainda que, mesmo que - servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir
sua importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de
vista contrário.

Exercício de texto 1: Gravidez Precoce


A gravidez precoce é considerada como um problema de saúde pública no Brasil e em outros países. No Brasil, uma
em cada quatro mulheres que dão à luz nas maternidades tem menos de 20 anos de idade. Essas meninas, que não são mais
crianças, nem tão pouco adultas, estão em processo de transformação e, ao mesmo tempo, prestes a serem mães. O papel de
criança que brinca de boneca e de mãe na vida real confunde-se. Na hora do parto é onde tudo acontece. A fantasia deixa de
existir para dar lugar à realidade. É um momento muito delicado para essas adolescentes, o qual gera medo, angústia, solidão
e rejeição.
As adolescentes grávidas vivenciam dois tipos de problemas emocionais: um pela perda de seu corpo infantil, e outro
por um corpo adolescente recém-adquirido, que se está modificando novamente pela gravidez. Essas transformações corporais,
rapidamente ocorridas, de um corpo em formação para o de uma mulher grávida são vividas muitas vezes com certo espanto
pelas adolescentes. Por isso é muito importante a aceitação e o apoio quanto às mudanças que estão ocorrendo, por parte do
companheiro, dos familiares, dos amigos e, principalmente, pelos pais.
A escola muitas vezes não dispõe de estrutura adequada para acolher uma adolescente grávida. O resultado é que a
menina acaba abandonando os estudos durante a gestação, ou após o nascimento da criança, o que traz consequências
gravíssimas para o seu futuro profissional.
Os riscos de complicações para a mãe e a criança são consideráveis quando o atendimento médico pré-natal é
insatisfatório. Isso ocorre porque, normalmente, a adolescente costuma esconder a gravidez até a fase mais adiantada, o que
impede uma assistência pré-natal desde o início da gestação. É muito comum também o uso de bebidas alcoólicas e cigarros,
o que, consequentemente, aumenta os riscos de surgimento de problemas. ( Lúcia Helena Salvetti De Cicco / Diretora de
Conteúdo e Editora Chefe Fonte: http://www.saudevidaonline.com.br/gravprec.htm )

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FICHA DOCUMENTADA DA LEITURA ARGUMENTATIVA


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01.Na sua opinião, o que o título da leitura está sugerindo?

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02.Qual é a tese (ponto de vista) apresentado pelo autor no texto?


____________________________________________________________________________________________

03. Qual é o tema apresentado no texto?


____________________________________________________________________________________________

04. Segundo os argumentos apresentados pela autora no 1º parágrafo, ela aprova ou critica a gravidez na adolescência?
Identifique os argumentos da autora, justificando a sua resposta.
____________________________________________________________________________________________

05. A autora não cita exemplos, isso interfere na compreensão do leitor? Justifique sua resposta.
____________________________________________________________________________________________

06. Qual é a sua posição sobre o assunto do texto? Concorda com a autora? Por quê? Escreva um parágrafo de 7 a 10 linhas,
com 3 frases, no mínimo, na folha separada de redação do curso.

07. Marque, no texto, os elementos (conectivos) que servem de ligação entre os argumentos apresentados no texto.

08. Observe que o texto foi escrito em quatro parágrafos e, em cada um deles foi apresentada uma ideia nova. Reescreva. Com
suas palavras, a ideia apresentada em cada parágrafo.

1º parágrafo:

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

2º parágrafo:

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

3º parágrafo:

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

4º parágrafo:

____________________________________________________________________________________________________

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Exercício de texto 2: Buscando esperanças em meio ao sofrimento


As principais consequências do desemprego no Brasil se agravam a cada dia, principalmente nos grandes centros
urbanos, onde se pode observar o número excessivo de pessoas que vive na mais completa miséria, a expansão de favelas
nesses grandes centros e o aumento da criminalidade.

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Movidas pela ideia de que, nos grandes centros, o ser humano conta com melhores condições para a sua subsistência,
populações inteiras imigram do interior. O sonho termina logo que essas pessoas chegam e começam a procurar emprego. São
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inúmeros os problemas com os quais se deparam e a resposta é sempre a mesma: "Não há vaga", ou ainda "A vaga já foi

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preenchida".
Sem terem para aonde ir, essas pessoas se alojam em favelas, o que as aumenta em sua extensão territorial, ou se
formam outras que crescem do mesmo modo e vivem de maneira degradante. A luta agora é outra - com a fome, a total miséria.
O pouco que conseguem mal dá para a sua sobrevivência e a de suas crianças. Toda essa situação explica a existência de tantos
meninos que tentam vender balas, chocolates e outras pequenas mercadorias aos motoristas que param à espera do sinal abrir.
Junto com a miséria e a fome, surgem doenças, muitas vezes sem a possibilidade da cura, pois, se conseguem atendimento
médico gratuito, não têm como comprar os remédios.
Diante de todos esses problemas, pode-se acrescentar mais um: o da criminalidade. Bastaria citar a grave situação
desencadeada nas favelas entre os denominados traficantes que lá se instalam e os policiais. Todavia esse é apenas um dos
mais graves exemplos. Além da conotação que se tem com relação a quem mora em uma favela - a de bandido -, há ainda o
forte impulso da miséria que, com o desemprego, faz com que muitos roubem aqui e acolá, de pequenos a grandes roubos, de
um simples furto a assaltos à mão armada, e provocam a morte de inocentes.
Portanto pode-se confirmar a gravidade das consequências geradas pelo desemprego; consequências essas que tendem
a aumentar diariamente, pois não há muito comprometimento por parte dos governantes e da sociedade. Enquanto cada cidadão
estiver preocupado apenas com seus direitos, a taxa de desemprego continuará a crescer, e também a miséria, as favelas e a
criminalidade.

FICHA DOCUMENTADA DA LEITURA ARGUMENTATIVA

01. Na sua opinião, o que o título da leitura está sugerindo?


____________________________________________________________________________________________________

02.Qual é a tese (ponto de vista) apresentado pelo autor no texto?


____________________________________________________________________________________________________

03. Qual é o tema apresentado no texto?


____________________________________________________________________________________________________

04. Identifique os argumentos apresentados sobre o tema proposto da dissertação.


____________________________________________________________________________________________________

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05. Marque, no texto, os elementos (conectivos) que servem de ligação entre os argumentos apresentados no texto.

06. Observe que o texto foi escrito em cinco parágrafos e, em cada um deles foi apresentada uma ideia nova. Reescreva com
suas palavras a ideia apresentada em cada parágrafo.

1º parágrafo:

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2º parágrafo:

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3º parágrafo:
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4º parágrafo:

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____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

5º parágrafo:

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Exercício de texto 3: Cidadania virtual


Assistimos hoje ao fenômeno da expansão das redes sociais no mundo virtual, um crescimento que ganha atenção por
sua alta velocidade de propagação, o que traz como consequência, diferentes impactos para o nosso cotidiano. Nesse sentido,
faz-se necessário um cuidado, uma cautelosa discussão a fim de encarar essa nova realidade com uma postura crítica e cidadã
para então se desfrutar dos benefícios que a globalização dos meios de comunicação pode oferecer.
A internet abre uma ampla porta de acesso aos mais variados fatos, verbetes, imagens, sons, gráficos etc. Um universo
de informações de forma veloz e prática permite que cada vez mais pessoas, de diferentes partes do mundo, diversas idades e
das mais variadas classes sociais, possam conectar-se e fazer parte da grande rede virtual que integra nossa sociedade
globalizada. Dentro desse contexto, as redes sociais simbolizam de forma eficiente e sintética como é o conviver no século
XXI, como se estabelecem as relações sociais dentro da nossa sociedade pós-industrial, fortemente integrada ao mundo virtual.
Toda a comodidade que a rede virtual oferece é, no entanto, acompanhada pelo desafio de ponderar aquilo que se
publica na internet, de modo que fica evidente a instabilidade que existe na tênue linha entre o público e o privado. Afinal, a
internet se constitui também como um ambiente social que, à primeira vista, pode trazer a falsa ideia de assegurar o anonimato.
A fragilidade dessa suposição se dá na medida em que causas originadas no meio virtual podem sim trazer consequências para
o mundo real. Crimes virtuais, processos jurídicos, disseminação de ideias, organização de manifestações são apenas alguns
exemplos da integração que se faz entre o real e o virtual.
Para um bom uso da internet, sem cair nas armadilhas que esse meio pode eventualmente nos apresentar, é necessária
a construção da criticidade, o bom senso entre os usuários da rede, uma verdadeira educação capaz de estabelecer um equilíbrio
entre os dois mundos, o real e o virtual. É papel de educar tanto das famílias, dos professores como da sociedade como um
todo, só assim estaremos exercendo de forma plena nossa cidadania.

FICHA DOCUMENTADA DA LEITURA ARGUMENTATIVA

01. Na sua opinião, o que o título da leitura está sugerindo?


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02.Qual é a tese (ponto de vista) apresentado pelo autor no texto?


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03. Qual é o tema apresentado no texto?


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04. Identifique os argumentos apresentados sobre o tema proposto da dissertação.


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05. Marque, no texto, os elementos (conectivos) que servem de ligação entre os argumentos apresentados no texto.

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06. Observe que o texto foi escrito em cinco parágrafos e, em cada um deles foi apresentada uma ideia nova. Reescreva, com
suas palavras, a ideia apresentada em cada parágrafo.

1º parágrafo:

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____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

2º parágrafo:

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____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

3º parágrafo:

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____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

4º parágrafo:

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PLANEJAMENTO - Exemplo de roteiro de planejamento


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Tema

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Problemas do meio ambiente Ideia 1: Aquecimento global

Ideia 2: Desequilíbrio ambiental

Ideia 3:

Introdução

Técnica de introdução:
Tese: Nesse contexto, cabe ressaltar que o aquecimento global gera, sobretudo, desequilíbrio
ambiental.

Desenvolvimento

Parágrafo 1 = ideia 1
Recentemente, cientistas descobriram que o aquecimento global é causado pela enorme destruição do
meio ambiente.
Parágrafo 2 = ideia 2
Consequentemente, o meio ambiente sofre com graves desequilíbrio em sua fauna e flora.
Parágrafo 3 = ideia 3

Conclusão

Retomada da tese: O ser humano é, portanto, responsável pela destruição gradativa do meio
ambiente.

Técnicas de conclusão:

Título

NA MB, o título é a repetição do tema.

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Planejamento Textual
Tema
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Ideia 1:

Ideia 2:

Ideia 3(opcional):

Introdução

Técnica de introdução:

Tese:

Desenvolvimento
Parágrafo 1 = ideia 1 = tópico frasal 1

Parágrafo 2 = ideia 2 = tópico frasal 2

Parágrafo 3 = ideia 3 = tópico frasal 3(opcional)

Conclusão

Retomada da tese:

Técnicas de conclusão:

Título

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INTRODUÇÃO
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1) Funções:

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* Contextualizar: de onde o tema surgiu? Qual a relevância da questão proposta? Qual é a melhor estratégia para começar a
falar desse tema? Essa estratégia “fere” a essência da introdução ou, ao contrário, consegue enriquecê-la?
* Direcionar a abordagem: como o tema será tratado? Que ponto de vista será defendido?

2) Estrutura:
* 1º parágrafo do texto → cerca de cinco ou seis linhas
* Contextualização + Tese

2.1) Tese
* Conceito: eixo central / linha de raciocínio / Expressão do ponto de vista.

a) Tese explícita por etapas: explicitação dos três argumentos


* Tese explícita por etapas: trata-se da apresentação clara dos argumentos que serão explorados nos parágrafos de
desenvolvimento, resumidos em um período, na ordem em que eles aparecerão no texto.

Exemplo 1:

Tema: Consumismo

Tese: Embora necessário, o consumismo constitui uma violência simbólica, que pode levar, também, à criminalidade.

Arg1: relevância econômica

Arg2: imposição de “necessidades” / sedução publicitária

Arg3: criminalidade para o consumo

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Exemplo 2:
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Tema: Redução da maioridade penal

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Com o aumento da quantidade e da gravidade dos casos de delinquência juvenil, vem à tona o debate em torno de suas
possíveis soluções. Dentre as propostas, destaca-se a redução da maioridade penal para dezesseis anos no Brasil. Embora seja
necessário melhorar previamente o sistema carcerário, essa mudança no código penal confirma a precocidade dos jovens de
hoje e ajuda a diminuir sua imunidade frente à lei.

Arg1:

Arg2:

Arg3:

Exemplo 3:

Tema: a identidade da música brasileira


Quem vai à História descobre logo que o samba não seria o mesmo sem os ritmos africanos e as danças latinas, o
mesmo vale para outros estilos tipicamente brasileiros. Nesse contexto, vê-se com histeria o alarme diante da música americana
nas rádios e lojas de CD. Entretanto a velocidade das influências, hoje, é realmente motivo de preocupação. Afinal, embora as
trocas estejam na base de qualquer cultura, os excessos da globalização econômica precisam ser filtrados, a fim de que a música
brasileira mantenha o mosaico que sustenta sua identidade.

Arg1:

Arg2:

Arg3:

b) Tese implícita por ideia geral ou palavra-chave: sugestão sutil de ponto de vista
* Tese implícita por ideia geral ou palavra-chave: trata-se da sugestão genérica e/ou sutil da opinião que será defendida na
argumentação.

Exemplo 1:

Tema: Efeitos negativos da tecnologia:

Tese: Existe um paradoxo tecnológico: quanto maior o progresso, maior a desumanização.

Arg1: comunicação mediada

Arg2: dependência da tecnologia

Arg3: redução das identidades culturais

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Exemplo 2:
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Tema: Representações sociais da mulher no Brasil hoje

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O discurso politicamente correto parece ocupar todos os espaços sociais disponíveis. Não seria diferente no que diz
respeito à mulher. Reconhecimento por parte de autoridades, mudanças na legislação eleitoral, teses e mais teses acadêmicas.
Na hora do comercial, porém, lá está a mesma mulher-objeto de sempre, corpo escultural, boca calada. No Brasil, sem dúvida,
vive-se uma espécie de contradição, pois a imagem feminina oficial nunca coincide com a real.

Exemplo 3:

Tema: Democracia e desigualdade social no Brasil.


Sabe-se que o Brasil é, historicamente, marcado por absurdas desigualdades sociais e por nenhuma medida política
eficaz para, pelo menos, amenizá-las. Nesse contexto de displicência governamental, o abismo entre as classes apenas
aumentou e chegou, nos dias atuais, a uma assustadora realidade de divisão e segregação. O paradoxal, no entanto, é que,
mesmo em um país de muitas diferenças, há quem acredite viver em uma plena democracia.

c) Tese implícita por pergunta: questionamento retórico e sugestivo


* Tese por pergunta retórica: trata-se da sugestão de sutil de um ponto de vista por meio de um questionamento que induz
a uma resposta.

Exemplo 1:

Tema: Os avanços da consciência ecológica no mundo.

Rio 92, Rio+10, Rio+20. Não há, na história, registro de tantas reuniões e congressos para discutir os problemas
ambientais que desafiam a todos. Tema obrigatório em sala de aula e em páginas de jornal, a ecologia entrou e ficou em pauta.
O que era pura ciência alcança o cidadão comum, que, nos atos mais simples, aos poucos muda sua postura. Mantêm-se, no
entanto, os problemas mais graves, causados pelas grandes empresas de sempre. Nesse contexto, cabe indagar: de que adianta
a pura consciência individual se o sistema não vê obstáculos para sua expansão destruidora?

Tema: Redução da maioridade penal

Com o aumento da quantidade e da gravidade dos casos de delinquência juvenil, vem à tona o debate em torno de suas
possíveis soluções. Dentre as propostas, destaca-se a redução da maioridade penal no Brasil. Uma análise menos emocionada
da situação, no entanto, revela governos incapazes de oferecer educação de base; prisões lotadas, que não reintegram indivíduos
à sociedade e bandidos dispostos a aliciar pessoas cada vez mais jovens para o tráfico. Nesse contexto, será mesmo que prender
jovens de dezesseis e dezessete anos será benéfico para o país?

Exemplo 3:

Tema: Identidade da música brasileira


Samba misturado à batida “Funk”. Música eletrônica com pitadas de “Rock”. Jazz com apelo Brega. Se a essência da
música contemporânea é a mistura, o Brasil desempenha muito bem sua função. No país da miscigenação étnica, a produção
musical herda a qualidade da reciclagem criativa, responsável pela diversidade cultural da nação. Convém indagar: mosaico
ou colcha de retalhos?

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2.2) Estratégias de contextualização


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a) Tradicional

* Frases genéricas de ambientação


- “quando o assunto é (...), não são poucas as dúvidas presentes (...)”
- “muito se discute acerca de (...)”

* Evitar os lugares-comuns
- “Atualmente” (impreciso)
- “Desde os primórdios da humanidade” (não faz sentido)
- “A cada dia que passa”

Exemplos:
Tema: Descrença na política no mundo contemporâneo
Muito se tem discutido acerca da desvalorização da política no mundo atual. De fato, o descaso com o voto parece
constituir forte sintoma desse panorama. Para compreender tal fenômeno, cabe analisar a influência dos políticos, da sociedade
e do próprio sistema. Só assim será possível perceber a complexidade da situação.

Tema: Preservação ambiental


Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca de preservação ambiental hoje. Basta ler com atenção os
jornais ou observar a força dos Partidos Verdes em boa parte do mundo. Em meio a esse grande debate, ganha espaço a
valorização da água, por razões científicas, econômicas e humanitárias. Compreender tais fatores é o primeiro passo para afastar
uma ameaça grave ao próprio ser humano.

Tema: Aquecimento global


É cada vez mais frequente a discussão sobre o aquecimento global. Realmente, os cientistas alertam para os perigos
da emissão de gases poluentes, os quais afetam a temperatura da Terra. Diante disso, o homem começa a se preocupar um
pouco mais com suas atitudes, enquanto governos preparam leis e acordos. Resta saber se ainda há tempo para mudar.

b) Histórica

* Citação de época passada ou episódio histórico


* Objetivo: comparação com o presente
→ semelhança
→ diferença
* Necessidade de exatidão, sem detalhismo
* Interdisciplinaridade

Exemplos:

Tema: O fim das utopias


Em 1917, uma revolução começou a concretizar uma das maiores utopias do ser humano – a criação de uma sociedade
igualitária. Menos de um século depois, em 1989, esse ideal acabou com a destruição de um muro que, de certa forma, o
simbolizava. A sociedade mundial chegou ao século XXI descrente e cínica e apostou tudo em uma única e triste certeza: o
indivíduo. O problema – ou solução, nesse caso, – é que o homem nunca deixou de sonhar.

Tema: Trote nas universidades


Na Idade Média, quando surgiu, o trote constituía um ritual de passagem cuja violência apresentava significados
filosóficos: os traumas físicos e psíquicos ajudavam os calouros a entender seu novo lugar. Hoje, porém, essa prática tornou-
se vazia e se limita à expressão de uma violência cada vez mais banalizada.

Tema: Problemas na política brasileira


Quando o governo militar se aproveitou da vitória brasileira na Copa de 70 para fazer propaganda política, muitos
denunciaram uma postura populista. Hoje, apesar da liberdade de imprensa, não são poucos os políticos que agem apenas pela
simpatia do público e fogem de medidas impopulares. Das cotas nas universidades ao Bolsa Escola, passando pelos restaurantes
populares, muito pouco é feito para mudar, de fato, as estruturas sociais do País.

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c) Conceitual
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* Definição da palavra-chave

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* Útil em temas reflexivos abstratos

Exemplos:
Tema: Educação brasileira hoje
Em sua etimologia, educar significa elevar, conduzir a um patamar superior. Infelizmente, nem sempre a teoria se
aproxima da prática. O sistema educacional brasileiro é um bom exemplo desse distanciamento. Infraestrutura decadente, baixa
remuneração de profissionais e currículos antiquados não combinam com o discurso do Ministério da Educação, pois o tornam
etéreo.

Tema: A ciência e o dinheiro


Os dicionários registram que a ciência é o conjunto de conhecimentos de determinada área, obtidos segundo um
método objetivo e demonstrável. Embora clara, essa definição deixa de lado um fator cada vez mais presente no mundo
científico: o dinheiro. Sejam as verbas para universidades públicas, sejam os investimentos em laboratórios privados, o fato é
que os cientistas tornaram-se reféns da lógica econômica. Nesse novo contexto, a humanidade só tem a perder.

Tema: A transgressão às leis no contexto contemporâneo


Segundo o filósofo grego Aristóteles, “a lei é a razão livre da paixão”. A julgar pelo panorama atual, esse precioso
ensinamento tem sido constantemente desvirtuado. Para muitos, a paixão – como sinônimo de interesses e desejos pessoais –
revela-se elemento inerente à observância de uma lei e, o que é pior, pode ser o pretexto necessário para que esta não seja
sequer cumprida.

d) Fotográfica

* Citação de três imagens sucessivas que apresentem o tema


* Vantagem: dinamismo
* Depois é preciso fazer uma frase para explicar os flashes.

Exemplos:
Tema: Relações amorosas na atualidade
Adolescentes “ficando”. Namoros via internet. Aumento do número de divórcios. Tais são alguns dos indícios de que
as relações amorosas têm passado por transformações profundas. Sem dúvida, a economia, a tecnologia e a aceleração dos
processos têm sido decisivas na caracterização do amor contemporâneo. Cabe compreender esse processo para julgá-lo, se for
o caso.

Tema: O brasileiro diante do medo da violência


Olhos inquietos, bolsa levada à frente do corpo, andar apressado. Esses exemplos não tratam de um cidadão neurótico,
mas de um típico brasileiro morador das grandes cidades. Seja nas estatísticas, seja nas ruas, a violência aparece em todas as
suas dimensões e, dessa forma, altera o cotidiano das pessoas. Nessa realidade, todos garantem sua segurança como podem:
uns compram armas, outros planejam roteiros, outros ainda evitam sair de casa. Afinal, ninguém quer ser vítima da violência.

Tema: Identidade da música brasileira


Samba misturado à batida “Funk”. Música eletrônica com pitadas de “Rock”. “Jazz” com apelo Brega. Se a essência
da música contemporânea é a mistura, o Brasil desempenha muito bem sua função. No país da miscigenação étnica, a produção
musical herda a qualidade da reciclagem criativa, responsável pela diversidade cultural da nação. Convém indagar: mosaico
ou colcha de retalhos?

e) Jornalística

* Micronarrativa que ilustre o tema


* Uma espécie de narrativa

Exemplos:

Tema: Violência gratuita


Em junho de 2011, cinco adolescentes de classe média espancaram uma empregada doméstica na Barra da Tijuca. De
modo semelhante ao que ocorrera com o índio Galdino, incendiado em Brasília há dez anos, a vítima ainda não entendeu por
que sofreu a agressão. Às gargalhadas, o grupo repetia um fenômeno que não é novo e só piora a cada ano: a violência gratuita
praticada por jovens abastados. Embora injustificável, essa prática precisa ser compreendida para ser controlada. Eis o desafio.

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Tema: Trote nas universidades


Há cerca de cinco anos, a USP foi palco de uma tragédia: a morte de um calouro de medicina durante o trote. Esse
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episódio trouxe à tona uma discussão que ficara escondida por muito tempo. Trata-se do debate em torno dos trotes

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universitários e sua violência descontrolada. Embora represente um sadismo compreensível, essa prática vai de encontro ao
espírito universitário e pode ser substituída por atividades mais inteligentes.

f) Cultural

*Interdisciplinaridade com a cultura: música, artes, literatura, etc.


Exemplos:
Tema: O sentido do tempo para o homem contemporâneo
Entre os poderes da Arte, encontra-se a capacidade de traduzir certas percepções em palavras ou imagens especiais.
Na música, por exemplo, canções como a “Oração ao Tempo”, de Caetano Veloso, e “Tempo Rei”, de Gilberto Gil, falam de
um mesmo assunto e o fazem da mesma maneira: personificam o tempo com letras maiúsculas. Essa opção faz sentido,
sobretudo, quando se reflete acerca da importância dada ao tempo pelo homem contemporâneo, que o trata como uma espécie
de religiosidade vazia.

Tema: O sentido do tempo para o homem contemporâneo


Há cem anos, Einstein mudou a cosmovisão ocidental ao propor a teoria da relatividade. Embora se trate de assunto
complexo, a hipótese do físico alemão colocou o tempo em evidência, tornando-se a grande questão desta época. Em meio à
preponderância da economia, nunca foi tão verdadeiro o clichê “tempo é dinheiro”. Em virtude dessa visão pragmática, a
aceleração tecnológica reduz o tempo do homem, que tenta detê-lo em vão.

Tema: O sentido do tempo para o homem contemporâneo


Quando Santos Dumont inventou o relógio de pulso, talvez não tenha imaginado o quanto esse instrumento seria
importante, até mesmo para evidenciar sua obra mais famosa. Sem dúvida, seja para embarcar num avião, seja para regular
suas atividades vitais, o homem mede o tempo de tudo. Entretanto quanto mais a humanidade imagina controlar a passagem
dos ponteiros nos relógios, mais ela se torna refém desse controle.

Outros Tipos de Contextualização

g) Divisão

Tema: Exclusão Social


Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser
enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências
relatadas mostram que o combate à marginalidade social em Nova Iorque tem contado com intensivos esforços do poder público
e ampla participação da iniciativa privada.

h) Oposição

Tema: Educação no Brasil


De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com
computadores, antenas Wi-Fi, aparelhos de DVD. Esse é o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

i) Uma frase nominal seguida de explicação

Tema: Educação no Brasil.


Uma catástrofe. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Ministério da
Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3º ano do Ensino Médio submetidos ao Sistema de Avaliação da
Educação Básica (Saeb), que ainda avaliou estudantes em todas as regiões do território nacional. É preciso, então, que o
governo busque alternativas para esse grave problema.

j) Citação

Tema: política demográfica


"As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais". O comentário do fotógrafo Sebastião
Salgado sobre o que viu em Ruanda é um estímulo no estado de letargia ética que domina algumas nações do Mundo
Desenvolvido. Será que a humanidade está deixando de ser humana?

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k) Citação de forma indireta


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Tema: Escravidão

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O teórico Joaquim Nabuco, em sua comiseração pelo escravo brasileiro, disse que este só tem a própria morte. O
movimento brasileiro antiescravista, quando já fortalecido, deixou bem clara essa pungente acusação nas palavras dos
abolicionistas.

l) Comparação

Tema: Reforma agrária


O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam
o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado, e o
movimento atual pela reforma agrária, podem-se perceber algumas semelhanças. Como na época do Império existiam
elementos favoráveis e contrários a acabar com aquele mal, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação
de uma reestruturação no campo.
EXERCÍCIO DE INTRODUÇÃO

Leia com atenção o seguinte texto:

MARINHA DO BRASIL
A Marinha do Brasil é um dos ramos que compõem as Forças Armadas de nosso país, com a Aeronáutica e o
Exército. Foi criada, em 1822, no contexto da independência, e atuou em diversos conflitos que marcaram a história de nosso
país, como a Guerra do Paraguai. A Marinha possui uma grande diversidade de embarcações.
O que é a Marinha?

A Marinha é um dos três ramos que compõem as Forças Armadas do Brasil. Além da Marinha, há o Exército e a
Aeronáutica. Cada um desses ramos tem um local próprio de atuação, sendo que a Marinha se ocupa das questões relativas aos
mares e rios de nosso país. O Exército atua por terra, e a Aeronáutica, pelo céu.

O papel da Marinha é principalmente o de monitorar a costa


brasileira, além de garantir a segurança tanto dos mares quantos dos
rios navegáveis de nosso país. A Marinha deve atuar em conjunto com
os outros ramos das Forças Armadas para garantir que esse propósito se
cumpra. Essa força cumpre um papel importante em garantir a segurança
da frota de navios mercantes que navegam pelo nosso país.

A própria Marinha define a sua missão da seguinte maneira:


Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para a Defesa da
Pátria; para a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem; para o cumprimento das atribuições
subsidiárias previstas em Lei; e para o apoio à Política Externa.

Além disso, suas funções foram estabelecidas em Lei Complementar promulgada em 1999, conforme estabelecido pela
Constituição de 1988. Essa foi a Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, posteriormente modificada pela Lei
Complementar nº 117, de 2 de setembro de 2004.

Segundo essas leis complementares, o papel da Marinha é o seguinte:


Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares:
I – orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa à defesa nacional;
II – prover a segurança da navegação aquaviária;
III – contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar;
IV – implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros
órgãos do Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessária, em razão de competências específicas.
V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão nacional ou
internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de
comunicações e de instrução.

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Hierarquia e navios
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A Marinha brasileira está subordinada ao Ministério da Defesa e
ao presidente da república. Além disso, no interior da corporação, existe toda
uma hierarquia de comando.
A Marinha brasileira possui em sua estrutura uma diversidade de navios, além
de algumas aeronaves, como helicópteros. Entre os navios que a força tem,
estão:
• Fragatas
• Corvetas
• Submarinos
• Navio de socorro submarino
• Navio doca multipropósito
• Navio de desembarque de carros de combate
• Navio-aeródromo multipropósito
• Navio-escola
• Navio-tanque
• Navio veleiro
• Embarcação de desembarque de carga geral
• Navio de apoio oceanográfico
• Navio polar
• Navio oceanográfico
• Navio hidrográfico
• Navio hidrográfico faroleiro
• Navio hidroceanográfico
• Navio de pesquisa hidroceanográfico
• Navio de pesquisa hidroceanográfico
• Navio-patrulha oceânico
• Navio de apoio logístico fluvial
• Navio de apoio oceânico
• Navio-patrulha fluvial
• Navio-varredor
• Rebocador de alto-mar
• Monitor
• Navio de assistência hospitalar
• Navio-auxiliar
• Navio-transporte fluvial
• Aviso hidroceanográfico fluvial
• Navio hidroceanográfico fluvial
• Navio hidrográfico balizador

Surgimento da Marinha
A Marinha brasileira surgiu no período da independência de nosso país, em 1822. Naquele cenário, a
criação de uma Marinha foi muito importante para defender nosso movimento de independência, uma vez que
havia resistência em algumas partes do território brasileiro. A ligação com muitos locais do país só seria possível
por meio do mar ou dos rios, sendo assim, era crucial proceder com a criação desse ramo das Forças Armadas.
Inicialmente, o Brasil se aproveitou da estrutura que os portugueses haviam estabelecido aqui.
A transferência da Corte para o Rio de Janeiro, em 1808, fez com que parte do pessoal e da infraestrutura da
Marinha portuguesa fosse transferida para cá. Com a independência, tanto o pessoal quanto a estrutura da
Marinha lusa foram aproveitados na formação de nossa Marinha.
Logo depois da independência, foi criado o Ministério da Marinha, e seu comando foi entregue a Luís da
Cunha Moreira, brasileiro que fez parte da Marinha de Portugal. A composição dessa força nesse período contou
com muitos marinheiros de Portugal e da Inglaterra.
A primeira esquadra brasileira foi alçada ao mar em 14 de novembro de 1822 e atuou nos conflitos da Guerra
de Independência do Brasil, sendo enviada primeiramente para a Cisplatina e depois para a Bahia, entre 1822
e 1823. Ao longo da história brasileira, a Marinha participou de diferentes conflitos, como:
• Guerra Cisplatina
• Guerra do Paraguai
• Primeira Guerra Mundial

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• Segunda Guerra Mundial


A Marinha também atuou no combate de revoltas internas, como a Confederação do Equador, a Cabanagem e
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a Revolução Constitucionalista de 1932, e protagonizou momentos marcantes de nosso país, como a Revolta da

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Armada e a Revolta da Chibata.

Dia da Marinha Brasileira


Por fim, vale destacar que a Marinha de nosso país possui uma data comemorativa celebrada anualmente
em 11 de junho. Essa data se deu em referência à Batalha Naval de Riachuelo, uma das grandes vitórias que a
força obteve em combate. Essa batalha aconteceu em 11 de junho de 1865, e nela a esquadra brasileira, liderada
pelo almirante Barroso, derrotou a esquadra paraguaia, liderada pelo capitão Pedro Inácio.
Outra importante data comemorativa da Marinha brasileira é o 13 de dezembro, em que se celebra o Dia do
Marinheiro. Essa data comemorativa tem como referência o nascimento de Joaquim Marques Lisboa, em 13 de
dezembro de 1807. Conhecido também como almirante Tamandaré, ele é tido como o patrono da Marinha do
Brasil.
(https://www.preparaenem.com/curiosidades/marinha-do-brasil.htm)

Com base nas ideias presentes nos textos acima, redija 4 parágrafos diferentes de introdução sobre o tema:

A importância da Marinha do Brasil


OBS.:
- Utilize as várias técnicas de contextualização e de tese;
- Não se esqueça de escrever a técnica DE CONTEXTUALIZAÇÃO E DE TESE por você escolhida antes de cada
parágrafo.
- Faça 2, 3 ou 4 frases em cada parágrafo;
- Faça parágrafos de 4 a 6 linhas;

Redações Exemplares
As novas tecnologias na Marinha do Brasil (Renato Duque)
As novas tecnologias são exaltadas pela Marinha do Brasil (MB) em seus planejamentos. Nesse contexto, para entender
tal fato, cabe considerar aspectos como a importância do reaparelhamento da economia e da segurança.
Sabe-se, primeiramente, que a aquisição de novos meios é essencial para a modernização da Esquadra brasileira. A
Estratégia Nacional de Defesa disponibilizou recursos para serem empregados na compra de novos equipamentos para as
Forças Armadas. Observa-se, nessa perspectiva, a preocupação do Governo Federal em equiparar a Força Naval brasileira à
dos países centrais, uma vez que a ONU exige um requisito tecnológico mínimo para atuar sob a sua égide.
Compreende-se, também, que a MB é uma irrigadora de recursos econômicos no País. O transporte marítimo é
responsável por mais de 90% das transações comerciais do Brasil com o mundo, em virtude de ser a forma mais barata de
descolar mercadorias. Nessa direção, uma proteção eficiente das águas jurisdicionais colaborará para uma estabilidade,
necessária, a fim de captar investidores no cenário internacional.
Constata-se, além disso, que a segurança aquática é primordial para a nação. A proteção da enorme massa líquida
brasileira exige equipamentos atualizados para inibir qualquer ameaça inimiga de origem oceânica. Nesse contexto, a
construção de submarinos – convencionais e nucleares –, no Estado, proporcionará um grande avanço militar e tecnológico
para a Esquadra brasileira.
As modernas tecnologias são, portanto, muito importantes para a MB se manter forte perante as grandes potências
mundiais. A atualização da Esquadra nacional é, nesse sentido, influente para o País continuar a apoiar a ONU nas missões de
paz.

TIPOS TEXTUAIS
Segundo Marcuschi (2002), é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de sequência teoricamente
definida pela natureza linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração,
argumentação, exposição, descrição e injunção. Segundo ele, o termo tipologia textual é usado “para designar uma espécie de
sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,
relações lógicas).

Tipos textuais segundo Werlich (1973):


Observe a tabela de Werlich (1973) a seguir, a qual propõe uma matriz de critérios, partindo de estruturas linguísticas típicas
dos enunciados que formam a base do texto. Werlich toma a base temática do texto representada ou pelo título ou pelo início
do texto como adequada à formulação da tipologia. Assim, são desenvolvidas as cinco bases temáticas textuais típicas que
darão origem aos tipos textuais:

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1) A NARRAÇÃO trabalha com figuras, termos concretos para criar as personagens e fazê-las agir em determinados lugares.
Focaliza as transformações de estado, pois marca temporalmente essas ações, numa relação de anterioridade e
posterioridade, responsável pela causalidade. É a exteriorização de um fato, acontecimento por meio de formas verbais que
denotam ações continuadas. Nas estruturas narrativas, fica subentendida a ideia de ação, de acontecimento.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA NARRATIVA:


1. FOCO em ações que acontecem numa relação de causa e consequência;
2. FOCO em figuras (elementos concretos para criar as personagens e fazê-las agir em determinados lugares.);
3. FOCO nas transformações de estado; pois marca temporalmente essas ações, numa relação de anterioridade e
posterioridade, responsável pela causalidade;
4. O fator causalidade não permite a mudança ou inversão dos segmentos linguísticos formadores do texto sem que se altere
o seu sentido;
5. FOCO na progressão de acontecimentos (ideias) que se desenrolam no tempo;
6. O FOCO do texto narrativo é relatar o modo como se desenrolou um acontecimento, nas suas várias etapas.

2) A DESCRIÇÃO focaliza estados e não, ações. Serve para caracterizar seres sensíveis, isto é, que podem ser apreendidos
pelos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Como não há temporalidade, descreve-se o que existe
em um dado momento da realidade (presente ou passada), por isso seus elementos não mantêm relação de anterioridade e
posterioridade. Não existindo a causalidade, pode-se mudar ou inverter a ordem dos elementos do texto sem alterar seu
sentido. É um retrato (foto) do referente (assunto). O objetivo desse tipo de texto é a descrição dos traços mais particulares
do objeto em questão, a imagem.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DESCRITIVA:


1. O FOCO está em estados e não em ações;
2. As qualidades dos objetos são da ordem do sensorial (tato, visão, audição, olfato, paladar). Dessa maneira, o texto
descritivo convida o leitor a construir o objeto até compor o conjunto da figura, numa espécie de construção de um
quadro;
3. Não há temporalidade, logo os elementos desse tipo de texto não mantêm relação de anterioridade e posterioridade;
4. Não há a ideia da causalidade;
5. A ordem dos eventos no texto é livre, logo há simultaneidade dos fatos ou dos eventos;

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3) A DISSERTAÇÃO trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo. Como seu objetivo é defender um ponto de
vista, argumentar em defesa de uma tese, opera, predominantemente, com palavras abstratas. As afirmações estabelecem
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relações de causa, consequência, condição, concessão, tempo, etc., por isso não se pode alterar a ordem do texto. Estabelece-

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se um raciocínio que supõe uma organização do pensamento e, para chegar à conclusão que se deseja, há de haver uma
ordem de ideias, a que denominamos progressividade. É uma disposição organizada de ideias a respeito de um tema
(exteriorização de reflexões de maneira impessoal), no qual o autor defende sua tese por meio de argumentos colocados em
progressão. Para efeito didático, podem distinguir-se dois tipos de textos dissertativos: os expositivos e os argumentativos.

3.1) Dissertação expositiva – é a simples apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, sem a intenção
de influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem.
3.2) Dissertação argumentativa – é a apresentação por alguém de um saber próprio ou de uma opinião, com a intenção de
influenciar e formar a opinião do receptor da mensagem.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA TIPOLOGIA DISSERTATIVA:


1. Trabalha com ideias, por isso é temático e não, figurativo;
2. Opera, predominantemente, com palavras abstratas;
3. A função da linguagem predominante é a referencial;
4. No texto dissertativo, predomina o presente atemporal, ou seja, as formas verbais não se restringem a um momento;
5. Texto construído para tecer comentários gerais sobre um dado assunto.
6. Apresenta uma construção ideológica gradativa.

4) A INJUNÇÃO
O tipo injuntivo, também conhecido como instrucional, tem a função de explicar e expor métodos, maneiras e
instruções a fim de demonstrar como uma ação deve ser realizada. De forma direta, é o tipo de texto que enuncia o procedimento
para executar um determinado ato. É um tipo textual que embasa receitas de cozinha, bulas de medicamentos, manuais de
instruções, editais de concursos e, até mesmo, algumas publicidades.
Por não ser um tipo argumentativo, não busca o convencimento do leitor, mas tão somente instruí-lo de forma
detalhada sobre a realização de um procedimento, transmitindo-lhe informações precisas e comandos para a efetivação do ato.
Dessa forma, é um tipo que apresenta a necessidade de um interlocutor ao qual o discurso se dirige e tem como
principal objetivo a realização de alguma ação por parte dele, modificando de alguma maneira o seu comportamento, na medida
em que fornece instruções e indicações para a execução de uma tarefa ou mesmo a recomendação sobre a forma de uso de um
determinado objeto.
Alguns estudiosos enxergam no tipo injuntivo uma divisão, separando da categoria os textos chamados “prescritivos”.
Enquanto o texto injuntivo forneceria instruções sem buscar evidenciar uma imposição ao leitor – tornando-se mera instrução,
como em manuais ou receitas –, o texto prescritivo estabelece uma atitude coercitiva, proibindo comportamentos ou indicando
a única maneira de realizar algo, a qual deve submeter-se o interlocutor – como seria o caso de editais de concursos,
regulamentos e leis em geral.
A linguagem utilizada no tipo é normalmente simples, clara, direta e objetiva. É característica, por conta da
necessidade de um interlocutor, a existência de verbos no imperativo, indicando as ações que devem ser realizadas por meio
de “ordens” para sua realização. É comum que esse tipo texto também se utilize de descrições sobre objetos, ou ações, de modo
a informar o leitor com precisão para que ele possa realizar as ações indicadas.

OUTROS TIPOS TEXTUAIS


TEXTO PREDITIVO
O texto preditivo prediz, ou seja, diz antes. De fato, o entendimento do termo é a exata compreensão de seu contexto.
O tipo preditivo é aquele cujo discursos serve para indicar uma previsão, dar uma informação sobre o futuro, de forma a
antecipar os eventos que, segundo o enunciador, deverão ocorrer.
É um tipo que abarca textos como previsões do tempo, horóscopo, profecias e mesmo alguns provérbios. Como
principal característica, apresenta seus verbos no futuro do presente e, por vezes, o presente do indicativo. É comum o uso de
expressões com valor de futuro, além da existência de interlocução.
Na atualidade, reconhece-se o texto preditivo ligado às novas tecnologias. Pode-se afirmar sua presença como
resultado de algoritmos de sites de busca ou mesmo dos próprios aplicativos de celulares. Nesses casos, há a criação de uma
espécie de banco de dados de termos mais procurados ou palavras mais digitadas pelos usuários e, durante o preenchimento
das primeiras letras de um termo, o aplicativo ou site “prediz”, em forma de sugestão, um termo ou expressão que
corresponderia à busca realizada.

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TEXTO DIALOGAL
O texto dialogal é baseado na construção de um diálogo e, portanto, necessita de, no mínimo, dois interlocutores,
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criando uma espécie de texto “cogerido”, construído à base da integração de turnos entre esses interlocutores.

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Evidentemente, cada sentença de um enunciador relaciona-se com aquilo que seu interlocutor enunciou e vice-versa,
fazendo, assim, com que a trama do texto estabeleça-se por meio do diálogo que vai sendo construído, uma vez que esses
interlocutores concordam, discordam, concluem, generalizam, particularizam, justificam, exemplificam etc.
É um tipo que se percebe em diversos textos, como as entrevistas jornalísticas, os debates, as reuniões de trabalho,
conversas telefônicas, bate-papos em aplicativos e sites de mensagens diretas etc.

OS GÊNEROS TEXTUAIS

Para Porto (2009) os gêneros textuais são “modelos” de textos que circulam, socialmente e que estabelecem formas
próprias de organização do discurso. Segundo Bakhtin (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo temático, pelo estilo e
pela construção composicional, que numa esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como
o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A
escolha do gênero depende do contexto imediato e, consequentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do
conteúdo.
Segundo Marcuschi (2002), os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural
e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia.
São entidades sóciodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. Hoje contamos com
uma diversidade infinita de gêneros. (...) os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa.
Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos”.
Em nossas práticas comunicativas, fazemos uso de inúmeros gêneros textuais, considerando-se o contexto, o tema, a
relação entre os interlocutores, etc. São exemplos de gêneros textuais: diálogo face a face, bilhete, carta (pessoal, comercial,
etc.), receita culinária, horóscopo, artigo, romance, conto, novela, cardápio de restaurante, lista de compras, aula virtual, piada,
resenha, inquérito policial, ofício, requerimento, ata, relatório, o bate-papo on-line (MSN), blog, twitter (micro blog), Facebook,
mensagens SMS (celular), Whatsapp, etc.
Bakhtin evidencia inúmeras maneiras de interação entre a humanidade, nas mais variadas atividades sociais:
vendendo, comprando, trabalhando, brincando, se divertindo, etc. Os gêneros são instrumentos dessas práticas. Ele classifica
os gêneros em:
• Primários: são simples e procedem da comunicação verbal espontânea (diálogos, cartas);
• Secundários: frutos de uma comunicação cultural mais evoluída e mais complexa: romance, discurso científico, teatro, etc.

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EXERCÍCIOS
Questão (1) Analise os períodos abaixo.
• “A prestação do carro está vencendo, a crise roeu suas economias e o computador travou de vez (...).”
• “...o estresse representa um sinal de que estamos saudáveis. (...) é uma carga de ansiedade que todos recebemos para evoluir
na vida.”
• “...o cortisol, conhecido como hormônio do estresse e liberado pelo cérebro em situações de pressão.”

Eles exemplificam, respectivamente, os seguintes tipos de textos:

(A) argumentação - argumentação - descrição.


(B) argumentação - descrição - narração.
(C) descrição - narração - argumentação.
(D) narração - descrição - descrição.
(E) narração - descrição - argumentação.

Texto I – questão 2.
A sua vez
Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda
1 Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai,
cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). E,
ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis
3 antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como
se tudo isso perdesse o sentido quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que
5 parar de brincar é, de fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e
nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira.
Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha)

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7 pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já
chegou.
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QUINTANILHA, Leandro
9
Disponível em: http://www.vidasimples.abril.com.br/edicoes/073/pe_no_chao/conteudo_399675.shtml
11

13

Questão (2) Quanto à tipologia, o Texto I classifica-se como

(A) injuntivo.
(B) narrativo.
(C) descritivo.
(D) expositivo.
(E) argumentativo.

Texto II – questão 3.
A angústia de cada dia

1 O angustiado é aquele que ficará a vida toda na alternativa, na escolha, mas sem escolher. Por que não se
decide?
3
Será possível uma revolução íntima?

Sem alternativa
5
Infelizmente, não há saída nem pela direita nem pela esquerda. De um lado, a angústia foi aceita
7 como regra, sobretudo nas religiões que veneram o sofrimento. De outro, todo o esforço da ciência e da
tecnologia se erigiu como combate à angústia. Morrer, perecer, sofrer são momentos importantes da vida.
9 Melhor viver sem eles, pensam os que combatem a angústia. Travam uma espécie de combate do otimismo
contra o pessimismo, como se essa oposição tivesse necessariamente que ter um vencedor. Um combate
11 que já nasce fraco, pois não há remédio contra a angústia. A angústia nossa de cada dia cresce como grama
que é preciso aparar, torna-se gigantesca e pode até nos engolir de vez, deixar a casa debaixo do matagal.
Debaixo da grama selvagem, com paciência, um jardineiro, no entanto, constrói seu jardim.

TIBURI, Márcia. Revista vida simples. 73. ed. p. 64-65, dez. 2008. (Fragmento)

Questão (3) Quanto à tipologia, classifica-se o Texto II como

(A) expositivo.
(B) injuntivo.
(C) argumentativo.
(D) narrativo.
(E) descritivo.

Texto I – questão 4.
Constituição política e convivência
1 Vivemos uma cultura que valida a competição e a luta, e frequentemente dizemos que a
democracia é a livre disputa pelo poder. Isto é um erro, se o que queremos é uma convivência na qual não
surjam a pobreza, o abuso e a opressão como modos legítimos de vida. Não existem a competição sadia nem
a disputa fraterna. Se o que queremos é uma convivência em que não surjam a pobreza e o abuso como
3 instituições legítimas do viver nacional, nossa tarefa é fazer da democracia uma oportunidade para colaborar
na criação cotidiana de uma convivência fundada no respeito que reconhece a legitimidade do outro num
5 projeto comum, na realização do qual a pobreza e o abuso são erros e podem e devem ser corrigidos.
Façamos da democracia um espaço político para a cooperação na criação de um mundo de
convivência no qual nem a pobreza, nem o abuso, nem a tirania surjam como modos legítimos de vida. A
7 democracia é uma obra de arte político-cotidiana que exige atuar no saber que ninguém é dono da verdade,
e que o outro é tão legítimo quanto qualquer um. Além disso, tal obra exige a reflexão e a aceitação do outro
e, sobretudo, a audácia de aceitar que as diferentes ideologias políticas devem operar como diferentes modos
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9 de ver os espaços de convivência, que permitem descobrir diferentes tipos de erros na tarefa comum de criar
um mundo de convivência, no qual a pobreza e o abuso são erros que se quer corrigir. Isto é uma coisa
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diferente da luta pelo poder.

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11
(Maturana, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na
13 política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.pp. 75-76.)

15

17

Questão (4) Quanto à tipologia do texto, é correto afirmar que se trata de

(A) uma narração.


(B) uma paródia.
(C) um artigo jornalístico.
(D) um texto dissertativo-argumentativo.
(E) uma descrição de circunstâncias.

Texto II – questão 5.
1 O projeto original do Metrô/DF é composto por 29 estações, das quais 21 estão em
funcionamento. Possui, atualmente, uma frota de 20 trens, e transporta uma média de 150 mil passageiros
3 ao dia — de segunda a sexta-feira, das 6h às 23h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h.
5 As linhas do Metrô/DF possuem a forma da letra Y. Dos 42,38 Km de extensão, 19, 19 Km
interligam a estação Central — localizada na rodoviária do plano piloto de Brasília — à Estação Águas
7 Claras. Outros 14,31 Km compreendem o ramal que parte da estação Águas Claras, percorrendo
Taguatinga Centro e Norte, até Ceilândia. Por fim, 8,8 Km abrangem o trecho que liga a estação Águas
9 Claras, via Taguatinga Sul, até Samambaia.
11 A linha principal é subterrânea na Asa Sul. As estações operacionais da região possuem
passagens subterrâneas que dão acesso às superquadras 100 e 200, e aos pontos de ônibus dos Eixos W e
13 L Sul, nos dois sentidos. Em seguida passa pelo Setor Policial Sul, onde se localiza a Estação Asa Sul,
também chamada de terminal Asa Sul, em razão de integração com o sistema de transporte rodoviário. A
15 linha atravessa a via EPIA, Guará, Setor de Mansões Park Way, até chegar a Águas Claras. Nesse percurso,
há trechos de linha em superfície e também em trincheira — área subterrânea sem cobertura. Ainda nesse
17 trecho, será construído o novo terminal rodoviário interestadual de Brasília, ao lado da estação Shopping.
19 É na estação Águas Claras que a linha principal se divide em dois ramais. O ramal com destino
a Samambaia passa por Taguatinga Sul, cruzando a via EPTC — Pistão Sul, até chegar ao centro de
21 Samambaia. Esse trecho é percorrido em superfície e possui quatro estações.
23 Poderão ser construídos mais oito terminais rodoviários junto às estações do Metro/DF para
contribuir com a implantação do Programa Brasília Integrada que prevê a integração entre os sistemas
rodoviário, metroferroviário, incluindo o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Internet: <http://www.metro.df.gov.br/>. (com adaptações). Acesso em 4/5/09.

Questão (5) O texto apresentado tem como característica principal a

(A) narração de fatos geradores da história do metrô no DF.


(B) descrição de elementos da estrutura do metrô no DF.
(C) exposição de um ponto de vista acerca do metrô do DF.
(D) defesa da implantação de novos trechos do metrô no DF.
(E) descrição de um projeto de expansão do metrô no DF.

Texto III – questão 6

Projeto Brasil das Águas


1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas foi realizada pela região Centro-Oeste em
novembro. Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas de assoreamento, rios outrora
3 cristalinos agora são rios de areia. Mas também encontramos muitos outros ainda transparentes, como o

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5 Juruena e o Arraias, e visitamos uma raridade, o rio Cristalino, perto de Alta Floresta (MT), ainda intacto do
começo (na Serra do Cachimbo) ao fim (desemboca no rio Teles Pires).
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7 Cientes da preocupação dos índios do Parque Indígena do Xingu quanto à qualidade da água

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que bebem, várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque. Ouvimos os comentários ansiosos dos
9 caciques Aritana (Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do assoreamento e da deterioração dessas
águas, algo que percebem pela diminuição da quantidade de peixes. Nobre é a preocupação demonstrada por
11 eles, visando ao bem-estar das futuras gerações; não pensando apenas na geração presente.
13 No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos rios belíssimos, como o Juruena, Papagaio
e Buriti, faixas azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das nascentes em áreas ainda não
15 tomadas pela soja, na Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas praias convidativas. Bancos de areia
submersa traçando desenhos ondulados por baixo das águas transparentes. Corredeiras alegres, cachoeiras
17 escondidas e uma vegetação nativa ainda intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para Vilhena (RO),
a tentação era grande demais. Fizemos pit stop para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde
19 em pleno Juruena. Só nós dois e, na areia, as pegadas das capivaras.
Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo ao Araguaia, houve um incidente que
21 deixou o Talha-mar na Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de serviço, mas o projeto
23 não parou. O Brasil das Águas continua. Já adotamos e adaptamos o Talha-marzinho.
Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas durante a viagem perdeu-se durante o
25 incidente da Chapada: tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje, podemos anunciar que
27 17% do projeto já está realizado!

29 Gerard e Margi Moss. Internet: <http://www.brasildas

aguas.com.br/brasil_das_aguas/centro_oeste>. (com adaptações).

Questão (6) De acordo com as ideias apresentadas no texto I, assinale a alternativa correta.

(A) Pelo contexto é possível concluir que Talha-mar é o nome da embarcação marítima utilizada como transporte no dia 16
de novembro.
(B) Percebe-se no texto a intenção dos autores em narrar os acontecimentos.
(C) No trecho “Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques” (linha 9), os índios descrevem a situação para evidenciar a
preocupação com as águas.
(D) A evidência de faixas azuis atravessando matas e cerrados é relacionada a cordões de isolamento para a proteção de áreas
já depredadas.
(E) Os cordões azuis são encontrados com mais frequência em regiões onde há rios.

Texto IV — questão 7.

1 É a partir de marcas que a maioria das pessoas não consegue enxergar que um sistema de
identificação simples, fácil, rápido, econômico e extremamente preciso tem início. Com ampla aplicação
3 nas áreas civil e criminal, que pode ajudar na pesquisa de patologias e comportamento humano, como
também identificar crianças desaparecidas e colocar criminosos na cadeia, o papiloscopista trata da
5 identificação humana através das papilas dérmicas, utilizando-se do estudo das impressões digitais (a
datiloscopia), e que está completando 104 anos de função no Brasil. Apesar de regulamentada no País
desde 5 de fevereiro de 1903, a profissão aqui não é popular. Em Mossoró há apenas um profissional
7 habilitado, que é lotado na delegacia da Polícia Federal. Preferindo não se identificar, por questão de
segurança, o papiloscopista federal atuante na cidade teve o trabalho amplamente divulgado nas últimas
9 semanas, após ser o responsável pela apresentação do exame que incriminou Kleyton Alves da Silva como
autor do homicídio da jovem Iziana Paula, ocorrido no dia 27 de novembro de 2007. O perito disse que,
11 para se especializar na área, ele primeiramente prestou concurso público para o cargo e, em seguida, foi
submetido a curso rigoroso e eliminatório na Academia Nacional de Polícia, com duração de cerca de
13 quatro meses. “Trabalho com papiloscopia desde 2004, quando fiz o curso da Polícia Federal. De lá para
cá, tenho sempre buscado me reciclar indo para Natal participar de ações da equipe da capital para estar
15 sempre em contado com o serviço”, ressaltou.
A importância da profissão reside no fato de que é responsabilidade dos que nela atuam
17 organizar toda a base civil de impressões digitais, isto é, guardar e arquivar todas as impressões dos dez
dedos de cada cidadão que, por algum motivo, precise da PF, seja para adquirir um passaporte ou mesmo
19 após ser arrolado como participante de investigações. Ao trabalhar com a identificação humana,
normalmente por meio das digitais, é possível se identificar qualquer pessoa pelos dedos e palma da mão
21 e pelas marcas dos pés. É uma mão-de-obra altamente qualificada. Na PF, o cargo de papiloscopista é
visto como uma função extremamente necessária como conclusão de investigações diversas. Para se obter

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23 o êxito hoje apresentado, os profissionais foram qualificados em cursos na França e nos Estados Unidos,
junto ao FBI. Para unir as informações dos peritos em todo país, em 2003, o Departamento de Polícia
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25 Federal (DPF) implantou o Sistema Automatizado de Impressões Digitais (Afis), a mais cara aquisição do

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departamento. O Sistema Afis faz a análise de impressões digitais e tem aplicação funcional junto a
27 estrangeiros e também relatos criminais. Seja na identificação de civis (estrangeiros) ou criminalmente;
seja elaborando laudos periciais papiloscópicos ou participando de projetos de pesquisa em áreas como a
29 genética, o papiloscopista tem se revelado um profissional imprescindível para o futuro da segurança
pública. Assim, sempre que necessário, para solucionar crimes, designar a real identidade de pessoas, pode
ser consultado este arquivo.
32
Internet. <http://www2.uol.com.br/omossoroense/mudanca/conteudo/policia.html> (com adaptações).
33

Questão (7) Com base no texto , assinale a alternativa correta.

(A) Trata-se de texto dissertativo-argumentativo em que o autor defende a tese de que os papiloscopistas veem mais do que
uma pessoa comum.
(B) Trata-se de texto dissertativo-expositivo com predomínio da exemplificação.
(C) Trata-se de texto dissertativo-expositivo com predomínio da descrição.
(D) Trata-se de texto literário em que se destaca a visão artística de uma profissão.
(E) Trata-se de texto dissertativo-argumentativo em que se destaca a confrontação de ideias antagônicas.

Texto V - para os itens de 1 a 6.


Brasil e África do Sul assinam acordo de cooperação
1
O Ministério da Educação do Brasil e o da África do Sul assinaram no início de julho
3 um acordo de cooperação internacional na área da educação superior. Além de apoiar o ensino universitário
e prever a promoção conjunta de eventos científicos e técnicos, o acordo contempla o intercâmbio de
5 materiais educacionais e de pesquisa e o incentivo à mobilidade acadêmica e estudantil entre instituições
de ensino superior, institutos de pesquisa e escolas técnicas.
7
Para incentivar a mobilidade, além de projetos conjuntos de pesquisa, os dois países
9 devem promover a implantação de programas de intercâmbio acadêmico, com a concessão de bolsas, tanto
a brasileiros na África do Sul quanto a sul-africanos no Brasil, para professores e alunos de doutorado e
11 pós-doutorado. Ainda nessa área, a cooperação também prevê a criação de um programa de fomento a
publicações científicas associadas entre representantes dos dois países.
13
Segundo o ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, as equipes de ambos os
15 ministérios da Educação trabalham há tempos na construção de um acordo para incrementar a cooperação
entre os dois países. “Brasil e África do Sul têm uma grande similaridade de pensamento, oportunidades e
desafios. Esperávamos há tempos a formatação de um acordo sólido”.

Internet: <portal.mec.gov.br> (com adaptações).

QUESTÃO 8: Julgue os itens a seguir quanto à compreensão do texto e à tipologia textual.

1) A ideia central do texto está resumida no primeiro período do primeiro parágrafo.


2) Depreende-se do texto que o acordo foi assinado de modo intempestivo, o que surpreendeu as autoridades brasileiras da
área da educação superior.
3) O ministro da Educação brasileiro pronunciou-se favoravelmente ao acordo, assinalando os pontos em comum existentes
entre os dois países.
4) Quanto à tipologia, o texto caracteriza-se como expositivo.

Tomando como parâmetro a norma padrão do português escrito, julgue os itens seguintes, relativos às estruturas linguísticas
do texto.

5) Uma forma de evitar a repetição da expressão “dois países” (L.8, 12, 15) é substituí-la, na linha 12, por: ambos países.
6) No último parágrafo, as aspas estão empregadas para indicar que o trecho isolado por elas constitui citação da fala de
outrem; no caso, do ministro da Educação brasileiro.

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Texto VI - para os itens de 7 a 12.


1 Certamente você já se perguntou por que algumas pessoas têm tanto e outras tão pouco.
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Talvez a resposta não seja tão complicada quanto se pensa. (...) O principal obstáculo para a prosperidade

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3 financeira ou para se lidar com dinheiro é a ausência de educação financeira. Passamos grande parte de
nossa vida nos bancos escolares e nunca ou muito raramente recebemos orientação sobre finanças.
5
Educar-se financeiramente é a condição básica para entender como o dinheiro deve ser
7 administrado. Um cidadão educado financeiramente sabe o valor do dinheiro, o quanto é difícil ganhá-lo
e a importância de conservá-lo, respeitá-lo e fazê-lo render.
9
E você, é um cidadão educado financeiramente? Saberia o que fazer para ganhar, preservar
11 e aumentar sua riqueza? Quando você encontra uma moeda de dez centavos, como reage? Há pessoas que
desperdiçam muito dinheiro. Olham uma moeda de R$ 1 e não veem valor significativo nela. Pode ser que
13 R$ 1 já não compre muita coisa isoladamente. Mas R$ 1 por dia são R$ 30 mensais. Você saberia dizer
quanto o desperdício de R$ 1 por dia daria em um ano? E em 10 anos? E em 20 ou 30 ou 22 40 anos?
15
O que uma pessoa que desconhece os segredos do dinheiro faria se ganhasse R$ 500 mil
17 em um programa de televisão? A grande maioria apresenta uma lista imensa de “prioridades” como: ajudar
um parente ou amigo, comprar uma casa nova, comprar um carro, uma fazenda, fazer lipoaspiração, mudar
19 de visual, trocar todo o guarda-roupa etc. A lista apresenta-se como uma infinidade de itens a serem
adquiridos.
21
Este é o grande problema: não podemos ter um dinheirinho a mais e queremos comprar.
23 Compramos os chamados “passivos”. É considerado “passivo” tudo aquilo que, além de tirar nosso
dinheiro do bolso, gera mais despesas para o nosso orçamento. Uma casa maior, por exemplo, traz consigo
25 novas e maiores despesas. Um carro novo perde 25% do seu valor ao sair da concessionária, além de trazer
um aumento de gastos com seguros e impostos. Portanto, toda aquisição deve ser rigorosamente estudada
27 no que diz respeito à sua viabilidade e necessidade. A falta de conhecimento causa problemas como esses.
29 Comprar dívidas é o maior sinal de ausência de educação financeira.

G. Santos e C. Santos. Rico ou pobre: uma questão de educação.

Campinas: Armazém do Ipê, 2005, p. 4-7 (com adaptações).

QUESTÃO 9: Acerca da compreensão, da interpretação e da tipologia do texto apresentado, julgue os próximos itens.

7) O segmento a seguir poderia figurar no espaço marcado com (...), sem prejudicar a organização das ideias do primeiro
parágrafo: As pessoas educadas financeiramente sabem como fazer para preservar e aumentar sua riqueza.
8) Os autores do texto censuram as pessoas que desperdiçam tempo recolhendo moedas de pouco valor, em vez de tentarem
ganhar meio milhão em programas de televisão.
9) Segundo o texto, é uma virtude viver sob o lema: Mais vale um gosto que dinheiro no bolso.
10) Depreende-se do texto a recomendação dos autores a favor da aquisição de “passivos” à vista, caso se tenha um dinheiro
a mais sobrando, já que “Comprar dívidas” (L.31) é coisa de quem não possui educação financeira.
11) Quanto à tipologia, o texto caracteriza-se como um diálogo, em virtude das perguntas feitas diretamente ao leitor.
12) As aspas estão empregadas nas linhas 19 e 24 pelo mesmo motivo: indicar que as palavras por elas destacadas pertencem
a linguagem técnico-científica.

Texto VII – item 1.


1 Grupo Móvel — O Sr. se lembra quando o Grupo esteve aqui antes?
Jacaré — Hum! Olha, acho que faz uns oito anos...
3 Grupo Móvel — Saiu um monte de gente, por que o Sr. não saiu?
Jacaré — É, saiu um monte de gente, mas o patrão pediu para ficar e eu fiquei.
5 Grupo Móvel — O que o Sr. fez com o dinheiro da indenização que recebeu na época?
Jacaré — Construí um barraquinho... Comprei umas 10 vaquinhas...
7 Grupo Móvel — Depois disso, o Sr. recebeu mais alguma coisa?
Jacaré — Não, não recebi mais nada, além de comida. Ele disse que eu teria de pagar pelo dinheiro que
9 recebi.
Grupo Móvel — Mais nada?
11 Companheira de Jacaré — Ele diz que a gente ainda está devendo e não deixa tirar nossas vacas, diz que
são dele. Até as leitoas que pegamos no mato ele diz que são dele.

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13 Grupo Móvel — Por que o Sr. continua trabalhando?


Companheira de Jacaré — Porque ele não quer ir embora sem receber nada. Nem as vacas ele deixa a
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15
gente levar.

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Grupo Móvel — Quantos anos o Sr. tem?
17
Jacaré — Tenho 64 anos.
Grupo Móvel — E trabalha para ele há quantos anos?
19
Jacaré — Faz uns 30 anos.
Grupo Móvel — O Sr. pede dinheiro para ele?
21 Jacaré — Não, não peço. Precisa pedir? Se a gente trabalha, não precisa pedir.

O dilema de Eduardo Silva, conhecido como Jacaré, enfim, foi resolvido. Ele foi retirado
23
da fazenda em Xinguara, no Pará. O Grupo Especial Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do MTE
abriu para ele uma caderneta de poupança, onde foi depositado o valor das verbas indenizatórias devidas,
25 cerca de R$ 100 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 43 (com adaptações).

QUESTÃO 10: Acerca dos aspectos estruturais e linguísticos e dos sentidos do texto ao lado, julgue o item a seguir.

1) Por suas características estruturais, é correto afirmar que o texto em análise é uma descrição.

TEXTO VIII – questão 11.


Desaparecidos
No Brasil não existem dados oficiais que determinem a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos anualmente;
contudo, dos casos registrados, um percentual de 10 a 15% permanecem sem solução por um longo período de tempo, e, às
vezes, jamais são resolvidos. Visando a dar visibilidade a essa problemática, a Secretária Especial de Direitos Humanos, desde
2002, constituiu uma rede nacional de identificação e localização de crianças e adolescentes desaparecidos, com o objetivo de
criar e articular serviços especializados de atendimento ao público e coordenar um esforço coletivo e de âmbito nacional para
busca e localização dos desaparecidos. Hoje temos cadastrados no site da ReDesap 1.247 casos de crianças e adolescentes
desaparecidos no País. Desde a sua criação já foram solucionados 725 casos, sendo que se constatou que umas das causas mais
comuns de desaparecimento é a fuga do lar por conflito familiar. (...).
(Fonte:http://www.desaparecidos.mj.gov.br/Desaparecidos/).

Questão (11) O texto I é, predominantemente,

A) narrativo.
B) argumentativo.
C) injuntivo.
D) expositivo.
E) dialogado.

Questão (12) No gênero narrativo, adota-se normalmente a ordem da sucessão dos fatos. Não se deve, assim relatar “antes” o
que ocorre “depois”, salvo se se pretende conseguir o que, nos romances policiais e seus similares, se chama de “suspense”,
em que o interesse da narrativa decorre muitas vezes da escamoteação provisória de certos incidentes ou episódios ou da
antecipação de outros. (Othon M. Garcia, Comunicação em Prosa Moderna, 2004). A opção que mostra uma sucessão de
fatos típica de um texto narrativo, como está explicado acima é

A) Estava parada na Rua da Quitanda, próximo à da Assembléia, uma linda vitória, puxada por soberbos cavalos do Cabo.
Dentro do carro havia duas moças; uma delas, alta e esbelta, tinha uma presença encantadora; a outra, de pequena estatura,
muito delicada de talhe, era talvez mais linda que sua companheira.
B) Por esse tempo veio um grave desgosto à casa: a tia Fanny morreu, duma pneumonia, nos frios de março; e isto enegreceu
mais a melancolia de Maria Eduarda, que a amava muito também — por ser irlandesa e católica. Para a distrair, Afonso
levou-a para a Itália, para uma deliciosa vila ao pé de Roma.
C) As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, palavras de
gíria, flexões verbais, declinações e coisas assim. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras
aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes.
D) No ano seguinte, o Ateneu revelou-se-me noutro aspecto. Conhecera-o interessante, com as seduções do que é novo, com
as projeções obscuras de perspectiva, desafiando curiosidade e receio; conhecera-o insípido e banal como os mistérios
resolvidos, caiado de tédio; conhecia-o agora intolerável como um cárcere, murado de desejos e privações.
E) Essas milhas interessantes viagens hão de ser uma obra prima, erudita, brilhante, de pensamentos novos, uma coisa digna
do século. Preciso de o dizer ao leitor, para que ele esteja prevenido: não cuide que são quaisquer dessas rabiscaduras da
moda que, com o título de Impressões de Viagem, fatigam as imprensas da Europa.

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QUESTÕES COMPLEMENTARES SOBRE GÊNEROS TEXTUAIS


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1. A carroça sem cavalo

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Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite, ouviam-se muitos
barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais antiga de Santa Catarina, eram acordados
de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma
carroça andando sem cavalo e sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas,
bules, inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade. Conta-se ainda que
um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas noites de manifestação da assombração, a carroça
saía de um nevoeiro, assustava a população e, depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro.

Disponível em: www.gazetaonline.com.br. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).

Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social específica, esse texto tem
por função

a) abordar histórias reais.


b) informar acontecimentos.
c) questionar crenças populares.
d) narrar histórias do imaginário social.
e) situar fatos de interesse da sociedade.

2. Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado,
o espaço do “eu”, do texto íntimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações. autocríticas, correções
entram no próprio texto.
COELHO, M. Montaigne. São Paulo: Publifolha, 2001 (adaptado).

O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)

a) confissão, que relata experiências de transformação.


b) ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema.
c) carta, que comunica informações para um conhecido.
d) meditação, que propõe preparações para o conhecimento.
e) diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia a fábula "O gato e a barata", de Millôr Fernandes.

A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha,
desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro,
o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta,
debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua
aflição, do alto do copo.
– Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me
engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
– Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
– Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.
O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu
correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.
– Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer
você inteira.
– Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma
barata velha e bêbada?
Moral: Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.

(Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria semiótica do texto, 2005.)

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3. A função do texto, considerado o gênero a que pertence, é sobretudo


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a) fazer uma crítica política.

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b) transmitir um ensinamento.
c) satirizar comportamentos humanos.
d) humanizar os animais.
e) divertir o leitor.

4. Cartas se caracterizam por serem textos efêmeros, inscritas no tempo de sua produção e escritas, muitas vezes, no papel
que se tem à mão. Por isso, frequentemente, salvo um esforço dos próprios missivistas ou de terceiros, preocupados em
preservá-las, facilmente desaparecem, seja pelo corriqueiro de seu conteúdo, seja pela sua fragilidade material. Nem sempre é
assim, porém. Temos assistido, nestas duas décadas do século XXI, a um grande interesse pelas chamadas écritures du moi
(“escritas do eu”, na expressão de Georges Gusdorf): nunca se estudaram tantas memórias, diários, cartas, quanto nesses
últimos tempos. Publicações de memórias, diários, cartas sempre houve. Estudos, no entanto, que os enxergassem como objetos
de pesquisa, e não como auxiliares para a interpretação da obra de um escritor, como protagonistas, e não como coadjuvantes,
eram raros.
Nesse sentido, engana-se quem abre o volume Cartas provincianas: correspondência entre Gilberto Freyre e Manuel
Bandeira, lançado pela Global Editora, e julga deparar-se apenas com um livro de cartas. A organizadora preocupou-se em
contextualizar cada uma das 68 cartas, em um trabalho cuidadoso e pormenorizado de reconstituição das condições de produção
de cada uma delas, um verdadeiro resgate.

TIN, E. Diálogos intermitentes. Pesquisa Fapesp, n. 259, set. 2017.

De acordo com o texto, o gênero carta tem assumido a função social de material de cunho científico por

a) constituir-se em um registro pessoal do estilo de escrita de autores famosos.


b) ser fonte de informações sobre os interlocutores envolvidos na interação.
c) assumir uma materialidade resistente ao aspecto efêmero do tempo.
d) ser um registro de um momento histórico social mais amplo.
e) fazer parte do acervo literário do país.

5.

Esse anúncio publicitário propõe soluções para um problema social recorrente, ao

a) promover ações de conscientização para reduzir a violência de gênero em eventos esportivos.


b) estimular o compartilhamento de políticas públicas sobre a igualdade de gênero no esporte.
c) divulgar para a população as novas regras complementares para as torcidas de futebol.
d) informar ao público masculino as consequências de condutas ofensivas.
e) regulamentar normas de boa convivência nos estádios.

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Nesse texto, o entrelaçamento de vários gêneros textuais é um mecanismo discursivo para

a) destacar a fidelidade dos cães.


b) realçar as vantagens de se adotar um cão.
c) mostrar a dependência decorrente do amor aos cães.
d) enfatizar o interesse das pessoas pela adoção de cães.
e) sensibilizar a comunidade sobre a carência dos cães.

7. Epitáfio

Devia ter amado mais


Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer

Queria ter aceitado


As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração

[...]

Devia ter complicado menos


Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor

BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana.


Rio de Janeiro: Abril Music, 2001 (fragmento).
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O gênero epitáfio, palavra que significa uma inscrição colocada sobre lápides, tem a função social de homenagear os mortos.
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Nesse texto, a apropriação desse gênero no título da letra da canção cria o efeito de

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a) destacar a importância de uma pessoa falecida.
b) expressar desejo de reversão de atitudes.
c) registrar as características pessoais.
d) homenagear as pessoas sepultadas.
e) sugerir notações para lápides.

8. Caminhando contra o vento,


Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes


Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bombas e Brigitte Bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São Paulo: Phillips, 1967 (fragmento).

É comum coexistirem sequências tipológicas em um mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se destacam
na organização temática são
a) descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha cada lugar por onde passa, argumentando contra a violência urbana.
b) dissertativo e argumentativo, pois o enunciador apresenta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à cidade.
c) expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus estados físicos e psicológicos e interage com a mulher amada.
d) narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo que a descreve.
e) narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o interlocutor como andar pelas ruas da cidade contando sobre sua própria
experiência.

9.

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O gênero capa de livro tem, entre outras, a função de antecipar uma possível leitura a ser feita da obra em questão. Pela leitura
dessa capa, infere-se que seu criador teve como propósito
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a) criticar a alienação das crianças promovida pela forte presença das mídias de massa em seu cotidiano.
b) alertar os pais sobre a má influência das tecnologias para o desenvolvimento infantil.
c) satirizar o nível de criatividade de meninos isolados do convívio com seu grupo.
d) condenar o uso recorrente de aparatos eletrônicos pelos jovens na atualidade.
e) censurar o comportamento dos pais em relação à educação dada aos filhos.

10. Texto I

Texto II

O que levou Marta, seis vezes a melhor do mundo, a enfrentar a Austrália de chuteiras pretas? Adianto, não foi o futebol “raiz”.
Marta não fechou patrocínio com nenhuma das gigantes do mercado esportivo. Não recebeu nenhuma proposta à altura do seu
futebol. Isso diz muito sobre o machismo no esporte. A partir disso, a atleta decidiu calçar a luta pela diversidade.
(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/06/chuteira-sem-logo-e-com-simbolo-de-igualdade-de-genero-foi-mais-um-
golaco-de-marta/. Acessado em 18/06/2019.)

Considerando o tweet e o texto acima, é correto afirmar que a atleta

a) enfrentou o time adversário com chuteiras pretas, mesmo que não tenha sido influenciada pelo futebol “raiz”.
b) usou chuteiras sem logotipo e luta pela igualdade de gênero no esporte, mesmo sendo considerada seis vezes a melhor do
mundo.
c) não recebeu patrocínio de nenhuma grande empresa, embora a chuteira preta sem logotipo simbolize o futebol “raiz”.
d) optou por lutar contra o machismo no esporte, embora as propostas de patrocínio não tenham considerado seu valor.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia a tirinha para responder à(s) questão(ões) abaixo.

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11. Considere as seguintes afirmações:


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I. O menino questiona a mãe sobre o efeito estufa.

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II. O trecho “Eles dizem que os poluentes que jogamos no ar vão impedir a saída do calor do sol e derreter a camada de gelo
polar” apresenta um discurso indireto.
III. Quanto ao gênero, o texto trata-se de uma tirinha.
Estão corretas as afirmativas

a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Só o ensino superior salva

Sou do tipo que chora. Batizado, casamento*, mas principalmente formatura. Como é bonita a chance e o cumprimento
do estudo. Pra todo mundo, universal mesmo. 1Imagina a oportunidade a quem só poderia se formar em escola pública. De
arrepiar. Por isso comemoro aqui o diploma de mais 423 alunos da URCA, a Universidade Regional do Cariri, conforme leio
no site “Miséria”, o jornal da minha aldeia universalíssima. A festa foi nesta quinta (08/08) e haja 2orgulho na gente de pequenas
cidades e da roça nos arredores da Chapada do Araripe. São 12,5 mil alunos nesta escola mantida pelo governo cearense.
Sou do tipo que chora com o ensino público e gratuito e a chance para quem vem lá do mato. Na formatura da 3URCA,
haja primos, 4pense num povo metido, né, 5ave palavra, que orgulho enquadrado na parede. Pense numa “balbúrdia”, 6esse
povo “lá de nós”, como na bendita 7linguagem caririense, 8formada em Artes Visuais, Biologia, Ciências Econômicas, Ciências
Sociais, Direito, Enfermagem, Educação Física, Engenharia de Produção, Física, Geografia, História, Letras, Matemática,
Pedagogia, Teatro e Tecnologia da Construção Civil. Pense!
E mais orgulhosamente ainda 9vos digo: a URCA, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), 10viva o gênio Anísio Teixeira, tem a menor taxa de evasão universitária do Brasil, apenas 4,47%. Como
a turma dá valor ao candeeiro iluminista sertões adentro. Choro um Orós inteiro e ainda derramo minhas lágrimas no Jaguaribe,
rio 11que constava nos meus livros didáticos como o “rio mais seco do mundo”. 12Desculpa aí, hoje só 13venho 14com as
grandezas.
Hoje, se eu pudesse, faria você também refletir com um discurso na linha do David Foster Wallace (1962-2008).
Aquela sua fala como paraninfo de uma turma de formandos americanos do Kenyon College, em 2005, Gambier, Ohio. Ele
escreveu uma singularíssima fábula sobre — 15repare só! — dois peixinhos e a água. Recomendo a leitura. O texto está no livro
Ficando longe do fato de já estar meio que longe de 16tudo (Companhia das Letras).
De Ohio ao Cariri. Além da URCA, em 2013 conquistamos (nada é de graça) a UFCA, a brava Universidade Federal
do Cariri. 17Era um facho, uma fogueira, era um candeeiro, era uma lamparina, era uma luminária a gás butano, fez-se a luz,
pardon matriz iluminista, perdão Paris, mas o mundo e o futuro 18será de um certo Cariri que peleja, aprende a preservar e
estuda, somos a própria ideia viva de Patrimônio Universal da Humanidade, só falta o referendo da Unesco — escuto os mestres
do Reizado ao fundo, que batuque afro-indígena-futurista.
[...]
Só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara. Qual o quê, corri léguas rodoviárias, rumo ao Recife, a bordo da viação
Princesa do Agreste, ainda no comecinho dos anos 1980. Espírito beatnik, por desejo e necessidade, deixei Juazeiro — onde
morava —, o Crato de nascença, a Santana (Sítio das Cobras) afetiva de infância e a Nova Olinda das primeiras letras. Seria o
primeiro representante do clã (risos rurais amarcodianos) dos Sá-Menezes-Freire-Novais, família meio pernambucana meio
cearense, a chegar ao ensino superior. Um Xicobrás, diria, 100% escolha pública, do primário ao campus da UFPE. Hoje tenho
uma penca de primos a cada nova formatura, sem precisar sequer sair dos arredores de casa.
E pensar que não havia a 19ideia de universidade no meu terreiro. Nada disso do que hoje comemoro com os formandos
da URCA e UFCA. [...].
Só nos resta defender [...]. Sem sequer o direito ao 20VAR (olho no lance) da história. 21jmmmmmmmmmmmkk kkll
l çnçççlllçlxsp. Eita, desculpa, caro leitor, pela incompreensão da escrita, é que minha filha Irene invadiu esta crônica —
tentando ver a Pepa Pig — e dedilhou involuntariamente estas mal-traçadas linhas. [...]

Texto adaptado de Xico Sá, publicado em 10 ago. 2019.


Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/10/opinion/1565450440_001442.html. Acesso em: 14 ago. 2019

* Os termos sublinhados neste texto representam hyperlinks no texto original publicado no sítio eletrônico do jornal El País.
Conforme o dicionário Michaelis, hyperlink é, “no contexto da hipermídia e do hipertexto, endereço que aparece em destaque
(geralmente sublinhado ou apresentado em uma cor diferente) e que, a um clique no mouse, permite a conexão com outro site”.

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12. Julgue o que se afirma sobre o texto em relação ao seu gênero textual.
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I. O uso de termos e de expressões próprios da língua coloquial associados à língua culta tem por finalidade a aproximação

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com o leitor ao apresentar o assunto com menor grau de formalidade.
II. As interjeições ave (referência 5) e viva (referência 10) reproduzem o entusiasmo que toma conta do narrador em virtude
da formatura de 423 alunos em uma universidade regional da sua terra natal.
III. A utilização de expressões da linguagem informal e a referência a outros textos, bem como a presença de hyperlinks na
publicação original, não são recursos próprios do gênero textual crônica.

Estão corretas as afirmativas

a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

13. Leia o texto a seguir, publicado no Instagram e em um livro do @akapoeta João Doederlein.

A ressignificação de estrela ocorre porque o verbete apresenta

a) diversas acepções dessa palavra de modo amplo, literal e descritivo.


b) cinco definições da palavra relativas à realidade e uma definição figurada.
c) vários contextos de uso que evidenciam o caráter expositivo do gênero verbete.
d) uma entrada formal de dicionário e acepções que expressam visões particulares.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Sons que confortam
Martha Medeiros

1
Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco. 2Só estavam os três na casa: o pai, a mãe e ele, um garoto
de 13 anos. Chamaram o médico da família. 3E aguardaram. E aguardaram. E aguardaram. 4Até que o garoto escutou um
barulho lá fora. É ele que conta, hoje, adulto: 5Nunca na vida ouvira um som mais lindo, mais calmante, do que os pneus
daquele carro amassando as folhas de outono empilhadas junto ao meio-fio.
6
Inesquecível, para o menino, foi ouvir o som do carro do médico se aproximando, o homem que salvaria seu pai. Na mesma
hora em que li esse relato, imaginei um sem-número de sons que nos confortam. A começar pelo choro na sala de parto. Seu
filho nasceu. E o mais aliviante para pais que possuem adolescentes baladeiros: 7o barulho da chave abrindo a fechadura da
porta. Seu filho voltou.

E pode parecer mórbido para uns, masoquismo para outros, mas há quem mate a saudade assim: ouvindo pela enésima vez 8o
recado na secretária eletrônica de alguém que já morreu.

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Deixando a categoria dos sons magnânimos para a dos sons cotidianos: a voz no alto-falante do aeroporto dizendo que a
aeronave já se encontra em solo e o embarque será feito dentro de poucos minutos.
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9
O sinal, dentro do teatro, avisando que as luzes serão apagadas e o espetáculo irá começar.

O telefone tocando exatamente no horário que se espera, conforme o combinado. 10Até a musiquinha que antecede a chamada
a cobrar pode ser bem-vinda, se for grande a ansiedade para se falar com alguém distante.

O barulho da chuva forte no meio da madrugada, quando você está no quentinho da sua cama.

Uma conversa em outro idioma na mesa ao lado da sua, provocando a falsa sensação de que você está viajando, de férias em
algum lugar estrangeiro. E estando em algum lugar estrangeiro, ouvir o seu idioma natal sendo falado por alguém que passou,
fazendo você lembrar que o mundo não é tão vasto assim.
11
O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado. Ou mesmo a chegada da pizza.

O aviso sonoro de que entrou um torpedo no seu celular.


12
A sirene da fábrica anunciando o fim de mais um dia de trabalho.
13
O sinal da hora do recreio.
14
A música que você mais gosta tocando no rádio do carro. Aumente o volume.

O aplauso depois que você, nervoso, falou em público para dezenas de desconhecidos.
15
O primeiro eu te amo dito por quem você também começou a amar.

E o mais raro de todos: o silêncio absoluto.

MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. São Paulo: L&PM Editores, 2011.

14. Em função de uma linguagem mais simples e coloquial, a crônica, muitas vezes, pode “desrespeitar” a norma gramatical
própria do uso culto da escrita formal da língua, o que pode ser observado no texto de Martha Medeiros na seguinte passagem:

a) “Eram quatro da manhã quando seu pai sofreu um colapso cardíaco” (ref. 1), em que, gramaticalmente, o verbo “ser”,
indicando tempo, não varia em número para concordar com “quatro da manhã”.
b) “Até a musiquinha que antecede a chamada a cobrar pode ser bem-vinda” (ref. 10), em que o verbo “anteceder” exige um
complemento com preposição.
c) “A música que você mais gosta tocando no rádio do carro” (ref. 14), em que a regência do verbo “gostar” não é obedecida.
d) “O toque do interfone quando se aguarda ansiosamente a chegada do namorado” (ref. 11), em que a expressão “a chegada’
deveria vir com o acento indicativo de crase, já que o verbo “aguardar” exige complemento com a preposição “a”, bem
como o artigo que acompanha o substantivo é do gênero feminino.

15. Se quer medir forças, sei que eu me garanto,


Sem conversa frouxa, sem me olhar de canto,
Fecha a boca, ouça, eu não tô brincando,
Sua estratégia é fraca, já vou chegar te derrubando.
CONKA, Karol. Karol Conka. Download digital, 2001.

Karol Conka é uma rapper brasileira reconhecida por canções que exaltam a mulher. No refrão de Me garanto, de sua autoria,
a forma tô

a) representa uma inadequação ao grau de formalidade exigido pela letra da canção, um gênero escrito que circula oralmente
em contextos públicos.
b) caracteriza uma variedade linguística estigmatizada, já que, no Brasil, o rap está associado a comunidades socialmente
marginalizadas.
c) desmistifica a dicotomia entre a fala e a escrita, visto que figura em um gênero que apresenta um meio de produção sonoro
e uma concepção discursiva gráfica.
d) indicia a inclusão de uma variante típica da fala informal à norma padrão, visto que figura em um texto escrito formal.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


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NO MEIO DO CAMINHO

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O homem ia andando e encontrou uma pedra no meio do caminho. Milhões de homens encontram uma pedra no caminho
e dela se esquecem. Um poeta, que talvez nunca tenha encontrado pedra nenhuma, que fatalmente esqueceu muitas coisas,
esqueceu caminhos que andou e pedras que não encontrou, fez um poema dizendo que nunca esqueceria a pedra encontrada
no meio do caminho.
1
Se a rosa é uma rosa, a pedra deveria ser uma pedra, mas nem sempre é. No meu primeiro dia de escola, da qual seria
expulso por não saber falar o mínimo que se espera de uma criança, minha tia e madrinha, que nós chamávamos de Doneta,
mas tinha outro nome do qual me esqueci, levou-me pela mão em silêncio, e em silêncio ia eu, sem saber o que representava o
primeiro dia de escola.
Quando percebi o que seria aquilo – misturar-me a meninos estranhos e ferozes, ficar longe de casa e da mão da minha
tia e madrinha – entrei a espernear, aos berros – aos quais mais tarde renunciaria por inúteis.
Foi então que a tia e madrinha definiu a situação, dizendo com sabedoria: “São os abrolhos, meu filho”.
Sim, os abrolhos começaram e até hoje não acabaram. Não sei bem o que é um abrolho, mas deve ser uma pedra no
caminho da gente. A diferença mais substancial é que bastou uma pedra no meio do caminho para que um poeta dela não se
esquecesse.
Não sendo poeta, não me lembro de ter topado com pedra nenhuma no meio do caminho. Mas, em matéria de abrolhos,
sou douto. Mesmo não sabendo em que consiste um abrolho.
Como disse acima, tiraram-me daquele abrolho inicial porque não sabia falar. Aprendi a escrever mal e porcamente, e
os abrolhos vieram em legião. Faço força para esquecê-los, mas volta e meia penso que seria melhor encontrar uma pedra no
meio do caminho.

CARLOS HEITOR CONY


Folha de São Paulo, 05/05/2002.

16. A crônica é um gênero que se apresenta em diferentes tipos textuais.

Na crônica de Carlos Heitor Cony, características típicas da narração são predominantes nos seguintes parágrafos:

a) 1º parágrafo.
b) 3º e 4º parágrafos.
c) 5º e 6º parágrafos.
d) último parágrafo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

EU TENHO UM SONHO

Estou contente de me reunir com vocês nesta que será conhecida como a maior demonstração pela liberdade na história
de nossa nação.
Há dez décadas, um grande americano, sob cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a Proclamação da
Emancipação. Esse magnífico decreto surgiu como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que arderam
nas chamas da árida injustiça. Ele surgiu como uma aurora de júbilo para pôr fim à longa noite de cativeiro.
Mas cem anos depois, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do negro ainda está tristemente debilitada
pelas algemas da segregação e pelos grilhões da discriminação. Cem anos depois, o negro vive isolado numa ilha de pobreza
em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o negro ainda vive abandonado nos recantos da
sociedade na América, exilado em sua própria terra. Assim, hoje viemos aqui para representar a nossa vergonhosa condição.
De uma certa forma, viemos à capital da nação para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república
escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota
promissória da qual todos os americanos seriam herdeiros. A nota era uma promessa de que todos os homens, sim, negros e
brancos igualmente, teriam garantidos os “direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à busca da felicidade”. É óbvio neste
momento que, no que diz respeito aos seus cidadãos de cor, a América não pagou essa promessa. Em vez de honrar a sagrada
obrigação, a América entregou à população negra, um cheque que voltou com o carimbo de “sem fundos”.
No entanto, recusamos a acreditar que o banco da justiça esteja falido. Recusamos a acreditar que não haja fundos
suficientes nos grandes cofres de oportunidade desta nação. E, assim, viemos descontar esse cheque, um cheque que nos
garantirá, sob demanda, as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

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[...]
Não ficaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos inenarráveis horrores da brutalidade policial. [...] Não
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ficaremos satisfeitos enquanto nossos filhos forem despidos de sua personalidade e tiverem a sua dignidade roubada por

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cartazes com os dizeres “só para brancos”. [...] Não estamos satisfeitos e nem ficaremos satisfeitos até que “a justiça jorre como
uma fonte; e a equidade, como uma poderosa correnteza”.
E digo-lhes hoje, meus amigos, mesmo diante das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho, um sonho
profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro significado de sua crença:
“Acreditamos que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais”.
[...]
Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela
cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. [...]

KING JR., Martin Luther. Em: ABAURRE, M.L.M.; ABAURRE, M. B. M.; PONTARA, M. Português: contexto interlocução
e sentido. São Paulo: Moderna, 2016. Vol. I

17. Entre os gêneros típicos da oralidade, o discurso é normalmente escrito para, somente depois, ser falado. A partir dessa
informação e conhecendo o contexto em que o texto foi produzido, assim como seus prováveis interlocutores, avalie as
afirmações a seguir.

I. O autor utiliza, em alguns trechos do discurso, a primeira pessoa do singular. Tal escolha adequa-se ao gênero e funciona
como estratégia de convencimento do público.
II. No 4º e 5º parágrafos, a Constituição e a Declaração da Independência são comparadas a um cheque ou nota promissória.
Como o discurso não é um texto literário, o uso dessa analogia pode dificultar a compreensão dos interlocutores.
III. No 3º e 6º parágrafos, há a recorrência das expressões “cem anos depois” e “não ficaremos satisfeitos”, respectivamente.
Essa repetição é característica exclusiva do texto falado proferido sem planejamento prévio.
IV. Em “E digo-lhes hoje, meus amigos” (7º parágrafo), a expressão destacada empresta ao discurso um tom menos formal,
lembrando um diálogo. Essa é uma importante estratégia de convencimento do público.
V. Ainda no mesmo trecho: “E digo-lhes hoje, meus amigos” (7º parágrafo), a ênclise (pronome depois do verbo), embora
gramaticalmente adequada, caracteriza o discurso como um texto eloquente e formal, típico de gêneros falados.

Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas

a) I e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) III, IV e V.
e) I e V.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


Leia o texto abaixo para responder a(s) questão(ões) a seguir.

A GRAMA DO VIZINHO
Martha Medeiros

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.
Estamos todos no mesmo barco.
Há no ar certo queixume sem razões muito claras.
Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim
elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem.
De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música
que dizia: “Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento”.
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para
o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os
outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos
e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições,
não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando
na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde
coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no
escuro, alternadamente.

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Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados.


Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores.
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“Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo”.

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Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes
versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de
celebridades – reais e inventadas – fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas, tem. Paz interior, amigos leais,
nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão
divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida
comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez
que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no
sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.
Fonte: Disponível em: http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-marthamedeiros.
Acesso em 12/09/2017, às 15h13.

18. Segundo a estrutura composicional do texto A grama do vizinho, podemos afirmar que temos o seguinte gênero:

a) Editorial.
b) Artigo de opinião.
c) Crônica.
d) Parábola.
e) Anedota.

19. O texto traz questões intimistas tratadas pela autora. Em gêneros dessa natureza, é comum os autores disporem de
passagens metafóricas, relacionadas às trivialidades da vida. No trecho: “As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio
apartamento.”, pode-se inferir que a autora utiliza uma linguagem

a) denotativa para se referir à sua casa.


b) figurada para tratar sobre a sua terra natal.
c) denotativa para demonstrar que o apartamento dela não é próprio.
d) conotativa para se mostrar perdida em seu lar.
e) conotativa para se referir à sua introspecção, ao seu interior.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Texto para a(s) questão(ões) a seguir.

Carta do escritor Graciliano Ramos ao pintor Cândido Portinari

Rio – 18 – Fevereiro – 1946


1
Caríssimo Portinari:

A sua carta chegou muito atrasada, e receio que 2esta resposta já não 3o ache 4fixando na tela a nossa pobre gente da
roça. Não há trabalho mais digno, penso eu. 5Dizem que somos pessimistas e exibimos deformações; 6contudo as deformações
e miséria existem fora da arte e são cultivadas pelos que nos censuram.
O que às vezes pergunto 7a mim mesmo, com angústia, Portinari, é 8isto: se elas desaparecessem, poderíamos continuar
a trabalhar? Desejamos realmente que elas desapareçam ou seremos também uns exploradores, tão perversos como os outros,
quando expomos desgraças? Dos quadros que você mostrou 9quando almocei no Cosme Velho pela última vez, o que mais me
comoveu foi aquela mãe com a criança morta. Saí de sua casa com um pensamento horrível: numa sociedade sem classes e
sem miséria seria possível fazer-se aquilo? Numa vida tranquila e feliz que espécie de arte surgiria? Chego a pensar que
faríamos cromos, anjinhos cor-de-rosa, e isto me horroriza.
Felizmente a dor existirá sempre, a 10nossa velha amiga, nada a suprimirá. E 11seríamos ingratos se 12desejássemos a
supressão dela, não 13lhe parece? Veja como os nossos ricaços em geral são burros.
Julgo naturalmente que seria bom enforcá-los, mas se isto nos trouxesse tranquilidade e felicidade, eu ficaria bem
desgostoso, porque não nascemos para tal sensaboria. O meu desejo é que, eliminados os ricos de qualquer modo e os
sofrimentos causados por eles, venham novos sofrimentos, 14pois sem isto não temos arte.
E adeus,15 meu grande Portinari. Muitos abraços para você e para Maria.
Graciliano
sensaboria: contratempo, monotonia

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20. Observe as afirmações:


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I. A carta apresentada para leitura pertence a um gênero do discurso do domínio discursivo interpessoal, por isso prevê, em

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sua própria elaboração, uma interlocução entre emissor e destinatário, com papéis bem definidos.
II. A carta apresentada para leitura é classificada como um discurso aberto, dirigido não a um leitor-interlocutor específico,
mas a um conjunto de leitores virtuais com o objetivo de expressar opiniões e denunciar ações negativas.
III. Na carta apresentada para leitura, pode ser assinalada, entre outras, a presença das funções emotiva (na manifestação de
sentimentos do emissor), conativa (no endereçamento das mensagens ao destinatário) e referencial (no tratamento de
assuntos específicos).

Assinale a alternativa correta.

a) Estão corretas as afirmações I e II.


b) Estão corretas as afirmações I e III.
c) Estão corretas as afirmações II e III.
d) Todas as afirmações estão corretas.
e) Nenhuma das afirmações está correta.

Gabarito:

Resposta da questão 1:[D]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]


As narrativas populares compõem um importante elemento da cultura de um povo. Elas de alguma forma revelam as
representações coletivas que servem para cristalizar práticas comuns do convívio social dos indivíduos.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]


O artigo relata um fato de temática inusitada e com um toque de fantástico, recursos bastante comuns em narrativas populares
de tradição oral, conhecidas também como “causos”, cuja etimologia é proveniente do cruzamento de caso e causa. No Brasil,
esse tipo de contos recebeu influência de indígenas, africanos e portugueses, representando uma importante fonte de identidade
cultural e social, preservação da memória, união de gerações e interação de grupos. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 2:[B]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]


O artigo faz referência a um novo gênero literário em que, além de considerações filosóficas sobre determinado assunto, o
autor manifesta também subjetividade ao incluir hesitações, autocríticas e correções. Ou seja, Montaigne inclui "o espaço do
eu" na exposição de ideias e pontos de vista sem a pretensão de explorar o tema de forma conclusiva, traço característico de
um texto opinativo, como o ensaio. Assim, é correta a opção [B].

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]


O ensaio corresponde a um gênero de escrito que tem sido muito utilizado por pensadores sociais. Por ser mais fluido e não
necessitar de tantas referências bibliográficas, costuma permitir que sejam criadas conexões de pensamento mais livres.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]


A escrita filosófica inaugurada por Montaigne reflete um novo contexto da produção no campo da filosofia, que a época
moderna possibilita ao trazer para as discussões e reflexões questões humanistas. Assim, ao inaugurar esse “espaço do eu” na
escrita filosófica, Montaigne apresenta reflexões e análises subjetivas na produção acerca dos temas da época a partir de seus
ensaios.

Resposta da questão 3:[B]

Considerado o gênero fábula a que pertence o texto, composição literária em que personagens com características humanas
apresentam caráter instrutivo, é possível deduzir que sua função é transmitir um ensinamento, como se afirma em [B].

Resposta da questão 4:[E]

No último período do texto, o autor afirma que a organizadora das cartas trocadas entre Gilberto Freyre e Manuel Bandeira
preocupou-se em contextualizar cada uma, “em um trabalho cuidadoso e pormenorizado de reconstituição das condições de
produção de cada uma delas”. Desta forma, por fazer parte do acervo literário do país, o gênero cartas tem ido além do estudo
de interpretação da obra dos autores para assumir também a função social de material de cunho histórico científico. Assim, é
correta a opção [E].

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Resposta da questão 5:[A]


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A mensagem veiculada no anúncio faz uso da função conativa para influenciar e persuadir o destinatário a respeitar as mulheres
em eventos esportivos. Os sinais que apontam para o que deve ou não ser admitido durante o jogo precedem o apelo às mulheres
para que denunciem qualquer tipo de comportamento desrespeitoso ou agressivo. Assim, é correta a opção [A].

Resposta da questão 6:[B]

A caracterização do sentimento amoroso em forma de bula de remédio, recomendado para quem sofre de solidão ou qualquer
tipo de carência afetiva e a imagem de um cartaz de campanha para adoção de cães do canil municipal da prefeitura de
Florianópolis têm como objetivo sensibilizar a população para as vantagens emocionais produzidas em quem adota um cão.
Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 7:[B]

A canção trata de vários desejos do eu lírico que não foram realizados durante a sua vida. Assim, a apropriação do gênero
“Epitáfio” no título da letra da canção cria o efeito de expressar desejo de reversão de atitudes: tudo aquilo que ele queria ter
feito ao longo da vida, mas não fez.

Resposta da questão 8:[D]

É correta a opção [D], pois a letra da canção trabalha, simultaneamente, os gêneros narrativo, quando o eu lírico relata as suas
andanças pela cidade, e o descritivo, quando expõe detalhes que a caracterizam.

Resposta da questão 9:[A]

Ao analisar o título do livro, “O menino sem imaginação”, é possível fazer já um recorte da característica do personagem
abordado – ausência de imaginação. Essa leitura se complementa com a imagem apresentada: uma televisão com pernas,
simbolizando, assim, a figura do menino que seria “formado” unicamente pela televisão, isto é, pela presença das mídias de
massa, afetando sua capacidade imaginativa. O balão que sai da televisão também simboliza esse vazio.
Assim, leitura cruzada entre os elementos verbais e não verbais permite concluir que o livro busca criticar a alienação das
crianças promovida pela forte presença das mídias de massa em seu cotidiano.

Resposta da questão 10: [B]

A expressão indignada da jogadora Marta, “seis vezes a melhor do mundo”, e o seu gesto de exibir ostensivamente uma chuteira
preta sem logotipo que identificasse um patrocinador, denuncia o fato de que a mulher, além da disputa em jogo com o
adversário, ainda tem de lutar contra o machismo no esporte. Assim, é correta a opção [B].

Resposta da questão 11: [D]

Todas as afirmativas estão corretas.

Resposta da questão 12: [A]

[III] Incorreta: por tratar de fatos cotidianos, o uso de expressões da linguagem informal não se descola do gênero crônica.

Resposta da questão 13: [D]

O fato de o título do poema estar destacado à esquerda e apresentar uma abreviatura típica de entrada de palavra em dicionário
ou enciclopédia permite deduzir informações sobre o assunto, mas, neste caso, de caráter subjetivo e metafórico, típico da
linguagem poética. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 14: [C]

O verbo “gostar” é regido pela preposição “de”, dessa forma, o período em [C] deveria ser escrito como “A música DE que
você mais gosta tocando no rádio do carro” para respeitar as regras do uso formal da língua.

Resposta da questão 15: [C]

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Embora a canção esteja escrita, ela será cantada, assim, a princípio, vemos uma dicotomia fala × escrita. No entanto, esta é
desmistificada, uma vez que na própria escrita é usada uma linguagem coloquial, própria da fala, como expresso pela forma
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“tô”.

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Resposta da questão 16: [B]

Nos parágrafos 3 e 4, Carlos Heitor Cony narra como foi a sua experiência ao chegar na escola, trazendo à tona as ações e os
sentimentos suscitados por elas, os “personagens” envolvidos, o tempo e o espaço em que essas ações se passaram.

Resposta da questão 17: [A]

[II] O uso de tal analogia não dificulta a compreensão do texto, pelo contrário, torna-o mais palpável.
[III] Essa repetição também faz parte do planejamento, já que é construída a partir de uma intenção. Trata-se de uma repetição
expressiva, utilizada para dar ênfase no fato de que mesmo com o passar dos anos a desigualdade se mantém.
[IV] Os gêneros falados costumam valer-se de um discurso mais informal e coloquial.

Resposta da questão 18: [C]

Por tratar de um assunto do cotidiano (no caso, como as pessoas possuem o sentimento que “a grama do vizinho é mais verde”)
de forma breve e narrativa, podemos afirmar que é uma crônica.

Resposta da questão 19: [E]

A linguagem usada nesse trecho não é literal, mas figurada, conotativa, uma vez que a autora busca falar do processo de olhar
para si mesmo (introspecção) e perceber-se tão feliz quanto os outros.

Resposta da questão 20: [B]

A proposição [II] destoa das afirmações contidas em [I] e [III] que apontam as características principais da carta de Graciliano
Ramos a Portinari. Além da interlocução entre emissor e destinatário, com papéis bem definidos, nota-se presença da função
emotiva na manifestação de sentimentos do emissor (“nossa pobre gente”, “o que mais me comoveu, e isto me horroriza”), da
função conativa (uso de vocativo no endereçamento e verbos na primeira pessoa do plural) e da referencial, no tratamento de
assunto “arte”.
Assim, é correta apenas a opção [B].

Gramática
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa qualidade, característica ou estado dos seres em geral. É variável em gênero, número
e grau. Pode ser classificado de quatro formas.

Primitivo (não são formados por derivação de nenhuma outra palavra) – Ex.: azul, curto, feliz.
Derivado (formado por derivação) – Ex.: azulado, infeliz, desconfortável.

Simples (apresentam um radical) – Ex.: branco, claro, livre.


Composto (apresenta dois ou mais radicais) – Ex.: luso-africano, político-institucional, sul-rio-grandense.

Obs.: A locução adjetiva é uma expressão geralmente formada de preposição + substantivo, com valor de adjetivo. Ex.: A água
da chuva destruiu a lavoura de café. Ele apresentou uma atitude sem qualquer cabimento.

Emprego dos adjetivos e locuções adjetivas


1. Qualificação: livro interessante, restaurante modesto.
2. Caracterização: livro verde, livro grosso, livro de cima.
3. Informação: livro de meu pai, roupa importada da Alemanha.
4. Restrição: Secretaria de Educação, porta da sala,
5. Frequentemente, usa-se o adjetivo depois do substantivo. Ex.: Os assuntos ecológicos ganharam destaque.
6. Seu emprego antes do substantivo, em determinados contextos, confere-lhe destaque. Ex.: Suas belas músicas me encantam.
7. Sua posição, em alguns casos, pode alterar-lhe o sentido. Ex.: A personagem central era uma pobre mulher. A personagem
central era uma mulher pobre.

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INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
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1. FLEXÃO DE NÚMERO

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1.1. Plural dos adjetivos simples: seguem as mesmas regras dos substantivos.
1.2. Plural dos adjetivos compostos

1.2.1. Apenas o último elemento varia quando


*palavra invariável + adjetivo: semi-internos

*adjetivo + adjetivo: amizades luso-brasileiras; conflitos sino-soviéticos; folhas azul-claras.

OBS.: Nos substantivos compostos que designam cores, ambos os elementos vão para o plural: os verdes-claros, os amarelos-
esverdeados, os azuis-escuros.

EXCEÇÕES : surdo-mudo - surdos-mudos

1.2.2. Adjetivos referentes a cores são invariáveis quando o segundo elemento da composição é um substantivo: canários
amarelo-ouro, uniformes verde-oliva, blusas verde-garrafa, camisas vermelho-sangue

OBS.: Nos substantivos compostos desse tipo, admitem-se dois plurais:


O verde-água - os verdes-águas ou os verdes-água
O verde-abacate - os verdes-abacates ou os verdes-abacate

1.4. São adjetivos invariáveis: azul-marinho, azul-celeste e os que começam por “cor de” (Blusas cor-de-rosa)

2. FLEXÃO DE GÊNERO (formação do feminino)

2.1. Os adjetivos terminados em –o trocam essa terminação por –a.


Ex.: ativo / ativa, branco / branca

2.2. Os terminados em –es, -or e –u geralmente recebem a terminação –a.


Ex.: freguês / freguesa, sedutor / sedutora, cru/ crua.

Obs.: os adjetivos hindu, sensabor, cortês, incolor, multicor, bicolor, tricolor, maior, melhor, menor, pior, superior, anterior,
posterior são usados dessa forma também para o feminino. Ex.: roupa hindu, atitude superior.

2.3. Os terminados em –ão trocam essa terminação por –ã, -ona e, mais raramente, por –oa.
Ex.: alemão / alemã, cristão / cristã, chorão / chorona, comilão / comilona, beirão / beiroa.

2.4. Os terminados em –eu (com som fechado) trocam essa terminação por -eia/ os terminados em –eu (som aberto) trocam
por –oa.
Ex.: ateu / ateia, europeu / europeia, ilhéu / ilhoa, tabaréu / tabaroa.
Exceções: judeu / judia, sandeu / sandia, réu/ré

2.5. Feminino dos compostos: apenas o segundo elemento varia. Ex.: literatura hispano-americana

Exceção: menino surdo-mudo / menina surda-muda

Observação importante: Os adjetivos compostos cujo segundo elemento é um substantivo são invariáveis. Ex.: amarelo-ouro,
verde-mar.

2.6. Há muitos adjetivos uniformes (servem para masculino e feminino): agrícola, audaz, exemplar, frágil, ruim.

3. GRAUS DO ADJETIVO

COMPARATIVO (Indica uma relação de 1 ser para 2 adjetivos ou de 2 seres para 1 adjetivo.)

3.1. Grau comparativo de igualdade: Pedro é tão forte quanto eu./ Pedro é tão forte quanto inteligente.

3.2. Grau comparativo de superioridade: Pedro é mais forte (do) que eu./ Pedro é mais forte (do) que inteligente.

3.3. Grau comparativo de inferioridade: Pedro é menos forte (do) que eu. / Pedro é menos forte (do) que inteligente.

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OBS.: Ao se comparar 2 qualidades ou ações de sum ser, empregam-se “mais bom”, “mais mau”, “mais grande”, “mais
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pequeno” e, vez de melhor, pior, maior, menor:

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Ele é mais bom do que mau. A escola é mais grande do que pequena. Ele é mais mau do que simpático. Ele é mais
pequeno do que grande.

SUPERLATIVO (Destaca um ser)

3.4. Superlativo absoluto: Pedro é muito forte. (analítico)


Pedro é fortíssimo. (sintético)

3.5. Superlativo relativo: Pedro é o mais forte da turma. (de superioridade)


Pedro é o menos forte da turma (de inferioridade)

Obs.: na linguagem coloquial, pode-se empregar a repetição do mesmo adjetivo, sem pausa e sem vírgula.
O dia está belo belo. Ela era linda linda.

4. FORMAÇÃO DO SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO


4.1. Forma-se pelo acréscimo de –íssimo:
original - originalíssimo
belo – belíssimo
triste - tristíssimo

4.2. Adjetivos terminados em –vel têm o superlativo em –bilíssimo:


amável - ambilíssimo
terrível –terribilíssimo
móvel –mobilíssimo

4. 3. Adjetivos terminados em –z fazem o superlativo em –císsimo :


capaz – capacíssimo
feliz – felicíssimo
atroz – atrocíssimo

4. 4. Adjetivos terminados em -m e -ão recebem -níssimo :


comum – comuníssimo
são – saníssimo

4.5. Adjetivos que seguem a forma latina no superlativo :


amargo –amaríssimo
amigo – amicíssimo
antigo – antiquíssimo
benéfico – beneficentíssimo
cristão – cristianíssimo
cruel – crudelíssimo
doce – dulcíssimo
fiel – fidelíssimo
frio – frigidíssimo
geral – generalíssimo
inimigo – inimicíssimo

4.6. Adjetivos em -imo e -rimo :


célebre – celebérrimo
humilde - humílimo
livre – libérrimo
magro – macérrimo
negro – nigérrimo
pobre – paupérrimo

4.7. Adjetivos terminados em -io :


sério – seriíssimo
cheio – cheiíssimo
necessário – necessariíssimo ( também com um só –i )

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4.8. Comparativos e superlativos anômalos


adjetivos comparativo de superioridade superlativo
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Absoluto Relativo

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bom melhor ótimo o melhor
mau pior péssimo o pior
grande maior máximo o maior
pequeno menor mínimo o menor

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. “Talvez seja bom que o proprietário do imóvel possa desconfiar de que ele não é tão imóvel assim.” As palavras destacadas
assumem, respectivamente, valor de
a) substantivo e substantivo.
b) substantivo e adjetivo.
c) adjetivo e verbo.
d) advérbio e adjetivo.
e) adjetivo e advérbio.

2. Assinale o período em que ocorre a mesma relação significativa indicada pelos termos destacados em "A atividade científica
é tão natural quanto qualquer outra atividade econômica":
a) Ele era tão aplicado, que em pouco tempo foi promovido.
b) Quanto mais estuda, menos se aprende.
c) Tenho tudo quanto quero
d) Sabia a lição tão bem como eu.
e) Todos estavam exaustos, tanto que se recolheram logo.

3. “Os homens são os melhores fregueses do bairro" ... Os melhores encontra-se no grau:
a) comparativos de superioridade.
b) superlativo comparativo de superioridade.
c) superlativo absoluto sintético.
d) superlativo relativo sintético de superioridade.

4. Assinale a alternativa em que o adjetivo está flexionado no grau superlativo absoluto sintético:
a) O garoto é tão inteligente quanto sua irmã.
b) O aluno é o mais inteligente da sala.
c) A cerveja está geladíssima.
d) O político é muito influente.
e) O leite está melhor que o café.

5. O desagradável da questão era vê-lo de mau humor depois da troca de turno.


Na frase acima, as palavras em destaque comportam-se, respectivamente, como:
a) substantivo, adjetivo, substantivo
b) adjetivo, advérbio, verbo
c) substantivo, adjetivo, verbo
d) substantivo, advérbio, substantivo
e) adjetivo, adjetivo, verbo

6. Qual o significado das palavras destacadas nas frases?


a) O príncipe era um homem grande.
____________________________________________________________________________________________________

b) O príncipe era um grande homem.


____________________________________________________________________________________________________

c) Se você tem-se decepcionado com amigos cachorros, arrume um cachorro amigo.


____________________________________________________________________________________________________

d) Seja paciente no trânsito para não ser paciente (usuário do) no hospital.
____________________________________________________________________________________________________
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7. Assinale a alternativa em que o termo cego(s) é um adjetivo:


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a) "Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem aonde ir..."
b)"O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da noite escura da alma..."
c)"Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool."
d)"Naquele instante era só um pobre cego."
e)"... da Terra que é um globo cego girando ao caos."

8. Se preenchermos os espaços com a expressão colocada entre parênteses, ficará gramaticalmente correta somente a frase da
alternativa:

a) Naquele ano, passariam pela ponte... de pessoas. (duas milhões)


b) Quando chegaram ao local, ... estava dormindo. (o sentinela)
c) Tivemos... deles, mas não pudemos fazer nada. (muita dó)
d) Por causa do ferimento, ... não resistiu e morreu. (a sabiá)
e) Falta apenas... para completarmos a quantidade exigida. (uma milhar)

9. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase.


Ficou com... quando soube que... caixa do banco entregara aos ladrões todo o dinheiro... clã.

a) o moral abalado- o – do
b) a moral abalada- o – da
c) o moral abalado –o- da
d) a moral abalado – a – do
e) a moral abalada – a – da

10. Classificam-se como substantivos as palavras destacadas, exceto em:

a) "... o idiota com quem os moleques mexem...".


b) "... visava a me acostumar à morna tirania...".
c) "Adeus, volto para meus caminhos".
d) "... conheço até alguns automóveis...".
e)"... todas essas coisas se apagarão em lembranças...".

11. Classifique o grau dos adjetivos nas frases abaixo.

a) O cajueiro é mais alto que a roseira.


_____________________________________________________

b) A palmeira é a mais alta árvore desse lugar.


_____________________________________________________

c) Henrique está menos adiantado do que Paulo.


_____________________________________________________

d) Esta lição parece tão fácil como a precedente.


_____________________________________________________

e) Guardei as melhores recordações daqueles dias de férias.


_____________________________________________________

f) Sem o teu auxílio, o meu trabalho seria péssimo.


_____________________________________________________

g) fizemos uma viagem muito rápida.


_____________________________________________________

h) Moras em casa maior do que a minha.


_____________________________________________________

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PREPOSIÇÃO
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A preposição estabelece um elo de subordinação entre dois elementos oracionais (duas palavras), no entanto pode aparecer
como conectivo oracional (entre orações): Apesar de não ser bonita, Ana é agradável.

Locução prepositiva
a) advérbio + preposição: O garoto escondeu-se atrás do móvel.
b) preposição + substantivo + preposição: Não saímos por causa da chuva.

1.1. PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS E ACIDENTAIS

Essenciais - só aparecem como preposição: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, perante, sem, sob,
sobre, trás.

Acidentais - as que passaram a serem usadas como preposição: durante, conforme, visto, segundo, mediante, como (= na
qualidade de), consoante.
As preposições podem assumir diferentes valores:

VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS

Preposição “A”
Condição A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado!
Direção Quero conhecer o Brasil de norte a sul.
Fim João estudou a passar no concurso.
Meio Obteve êxito a estudo.
Lugar Estávamos ao portão do curso.
Conformidade O professor fez a questão ao método prático.
Preço Vendeu a um real o quilo.
Concessão Ele nada fazia a não ser jogar futebol.
Tempo Ao encontrar a solução, fiquei aliviado.
Instrumento Mataram a galinha a machado.
Modo Falar aos berros.
Semelhança João não saiu a vocês.
Distribuição proporcional, gradação dia a dia, mês a mês, ano a ano.
Posse Tomou o pulso ao doente.(= do doente)

1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “a”:

1 Causa
2 Direção
3 Fim
4 Meio
5 Lugar
6 Conformidade
7 Preço
8 Concessão
9 Posse
10 Instrumento
11 Modo
12 Semelhança
13 Proporção
Gradação
14 Condição

a. ( ) Escrevemos a carta a lápis.


b. ( ) Será bom que o mundo morra à fome?
c. ( ) Fui a Niterói.
d. ( ) Falaremos ao modo tradicional.
e. ( ) Do Forte de Copacabana ao Arpoador, a caminhada é tranquila.
f. ( ) Mantiveram-se no local a pedir perdão.
g. ( ) A camisa foi vendida a R$100,00.

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h. ( ) Aprenderemos pouco a pouco o assunto.


i. ( ) Passear a camelo.
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j. ( ) Matar à fome.

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k. ( ) Esqueci-me de tudo a não ser do seu nome.
l. ( ) Maria puxou ao pai.
m. ( ) Arrancou o prazer da leitura ao homem.
n. ( ) A cumprirem suas responsabilidades, serão bem recebidos.

Preposição “ATÉ”
Limite de lugar Segui você até o final da rua.
Limite de tempo Esperei até ontem.
Limite numérico O produto custará até três vezes mais.
1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “até”:
1 Limite de lugar
2 Limite de tempo
3 Limite numérico
a. ( ) Capacidade até 10 quilos de roupa.
b. ( ) As longas e cansativas caminhadas até o cemitério eram desesperadoras.
c. ( ) Tenho até hoje para enviar os documentos.
d. ( ) Apostarei até R$100,00 no jogo de hoje.
e. ( ) Debruçada até quase os meus joelhos, ela gritou.
f. ( ) Amar-te-ei até o último dia de nossas vidas.

Preposição “COM”
Companhia Gostaria de sair mais vezes com você.
Soma Uniremos as tuas com as nossas palavras.
Modo Ele gritou com força.
Instrumento Lavei a roupa com sabão de coco.
Condição Com sorte, atingiremos nossos objetivos.
Causa Os japoneses ficaram aflitos com o Tsunami.
Tempo Com seis meses de uso, as peças começam a ficar ruins.
Conformidade Reconhecemos, com o ilustre professor, que a questão deveria ser anulada.
Lugar Talvez encontremos, com o fim da estrada, água.
Concessão Com vinte anos de carreira, seu patrimônio se resume a dois carros modestos.
Meio Fui com minha moto para os lugares mais remotos do Brasil.

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “com”:


1 Companhia
2 Soma
3 Modo
4 Instrumento
5 Condição
6 Causa
7 Tempo
8 Meio
9 Conformidade
10 Lugar
11 Concessão
a. ( ) Somaremos as minhas partes com as suas para formarmos o inteiro.
b. ( ) Sairemos com a mamãe para fazer compras.
c. ( ) O aluno sorriu com timidez.
d. ( ) Resolvemos, com a orientação do Doutor, todas as questões.
e. ( ) Fiz questão de realizar a prova com uma caneta especial.
f. ( ) Andaremos e encontraremos, com o fim da rua, a casa colorida.
g. ( ) Com esse desempenho, não passará no concurso.
h. ( ) Com o tempo, seu cabelo cairá.
i. ( ) Muitos ficaram aflitos com a notícia dos terremotos no Japão.
j. ( ) Com toda sua riqueza, não consegue ser feliz.
k. ( ) Só gosto de viajar com o meu carro.

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Preposição “CONTRA”
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Lugar Ele pressionou a mão contra o peito.

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Adversidade Tudo isso é contra meus princípios.
Comparação No ano passado, o curso teve duzentas aprovações, contra trezentas e cinquenta que obtivemos este ano.

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “contra”:

1 Lugar
2 Adversidade
3 Comparação

a. ( ) O cavalo se coça contra uma cerca.


b. ( ) As pesquisas mostraram que o índice de analfabetismo aumentou 10% neste mês contra 5% no mês passado.
c. ( ) Os políticos falam contra o governo.

BIZU
A PREPOSIÇÃO CONTRA ENTRA EM EXPRESSÕES FIXAS
Ser contra / ficar contra / ir contra → opor-se a
Sou contra os charlatões. / Ninguém pode ir contra a vontade de Deus.

Preposição “DE”
Modo Os espertos vão saindo de fininho.
Lugar De longe nada se via.
Tempo A reunião acontece de manhã.
Instrumento Devia ter feito a barba de gilete.
Causa As frutas caíram do pé de podre.
Matéria A casa foi feita de madeira.
Intensidade Ele estudou de não aguentar mais o ritmo.
Negação Não quisera regressar de jeito algum.
Posse Ela bebeu com o dinheiro de Maria.
Finalidade “E o coração… é instrumento de sopro ou de percussão?”
Assunto Falava de política.
Origem “Afirmava-se que o fogo começara de uma sala” (Raul Pompéia).

1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “de”:

1 Modo
2 Lugar
3 Tempo
4 Instrumento
5 Causa
6 Matéria
7 Intensidade
8 Negação
9 Posse
10 Finalidade
11 Assunto
12 Origem
a. ( ) Ele vive de pequenos furtos.
b. ( ) Roubaram a bolsa de uma aluna da turma.
c. ( ) Cheguei de imediato.
d. ( ) Comprei uma casa de campo.
e. ( ) Meu coração pulou de saudades.
f. ( ) O fio foi feito de cobre.
g. ( ) Ele riu de todos estarem com sono.
h. ( ) A aluna falou de música com o professor.
i. ( ) Vamos capinar de enxada.
j. ( ) Sentou-se de frente para você.
k. ( ) Ela não acreditava de maneira alguma em alienígenas.
l. ( ) A manifestação começou de todos os escritório e foi até a praça.
m. ( ) Ele chegou de Paris agora
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Preposição “EM”
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Lugar Ele estava em São Paulo.

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Modo Em lágrimas, confessou o crime.
Tempo A reunião acontecerá em trinta minutos.
Causa Ela estava triste em não poder ajudar a pobre moça.
Finalidade João acariciou em despedida a face de seu pai.
Matéria O talher é feito em cobre.
Instrumento Desenharam na máquina os projetos futuros.
Meio O professor, em explicações exatas, conseguiu o gabarito.
Preço Eu estimei em vinte milhões o terreno.

1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “em”:

1 Lugar
2 Modo
3 Tempo
4 Causa
5 Finalidade
6 Matéria
7 Instrumento
8 Meio
9 preço

a. ( ) O rapaz estava contente em conseguir estudar oito horas por dia.


b. ( ) O casaco foi feito em lã.
c. ( ) Na rua do mercado, eu a vi.
d. ( ) O corte foi feito na tesoura.
e. ( ) Em março, fui nomeado.
f. ( ) Vai taxar em 10% todos os saques bancários.
g. ( ) Em desespero, corri atrás do ônibus.
h. ( ) Machado de Assis, em frases curtas, demonstrava sua depressão.
i. ( ) Deixou em herança todos os bens.

Preposição “ENTRE”
Lugar A moto estava entre os dois carros no trânsito.
Tempo Entre 1979 e 1985, foram vendidas três mil peças.
Quantidade O preço vai girar entre oito e dez dólares.
Companhia Vivia entre os mais pobres.

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “entre”:

1 Lugar
2 Tempo
3 Quantidade
4 Companhia

a. ( ) Entre junho e setembro, viajaremos ao nordeste.


b. ( ) Entre duas e três meninas, a mais bela foi a escolhida.
c. ( ) Entre as árvores estava uma linda mulher.
d. ( ) Eu adoro me deitar entre os meu cães.

Preposição “PARA”
Direção Eu caminhei para a rua animada.
Tempo Marcamos o encontro para amanhã.
Conformidade Para mim, isso não é doença.
Finalidade O aluno estuda para passar.
Condição Para desejar cantar comigo, terá de tratar da voz.
Lugar Havia um pouco de comida mais para o canto da sala.
Restrição Proibido para menores.

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1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “para”:


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1 Direção

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2 Tempo
3 Conformidade
4 Finalidade
5 Condição
6 Lugar
7 Restrição

a. ( ) Para o segundo semestre, deixaremos o problema.


b. ( ) Compraremos roupas para doar.
c. ( ) Conteúdo específico para maiores de dezoito anos.
d. ( ) Para ele, o mundo da imaginação é real.
e. ( ) Havia muito mais confete para a plateia do que para o palco.
f. ( ) Peguei um atalho para sua casa.
g. ( ) Para querer ficar comigo, terá de mudar seu jeito de pensar.

Preposição “POR”
Meio As casas são ligadas por uma escada.
Causa Aparentava mais idade por seus cabelos brancos.
Modo Resolveremos as questões por partes.
Lugar Ele passou por baixo da ponte.
Agente Ele foi baleado por uma criança.
Tempo Na piscina, por muitas horas, tomou muito sol.

1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “por”:

1 Meio
2 Causa
3 Modo
4 Lugar
5 Agente
6 Tempo

a. ( ) O meu amor deixou de comer por mim.


b. ( ) Eles se comunicavam por cartas.
c. ( ) O resultado foi dado por todos da banca.
d. ( ) Pela manhã, você surgiu radiante.
e. ( ) Por onde anda, meu filho?
f. ( ) Ele estudou a matéria por assunto.

Preposição “SOB”
Lugar (posição inferior) Namoramos sob aquelas pedras.
Causa Não se deve ficar aqui, sob o risco de ser assaltado.
Proteção A criança estava sob minha custódia.
Sujeição Bentinho foi exilado sob a regência severa da ditadura.

1. Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “sob”:

1 Lugar
2 Causa
3 Proteção
4 Sujeição

a. ( ) Só confessará sob ameaça de perder a vida.


b. ( ) Os soldados, sob o meu comando, ganharam a Guerra.
c. ( ) As nuvens se ondulavam sob o céu.
d. ( ) Estávamos sob o amparo da lei.

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Preposição “SOBRE”
Lugar (posição superior) O livro estava sobre a mesa.
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Assunto Falávamos sobre o tango brasileiro.

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Especificação Houve um acréscimo de 33% sobre os dados do governo anterior.
Preferência (acima de) Amar a Deus sobre todas as coisas.

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “sobre”:

1 Lugar
2 Assunto
3 Especificação
4 Preferência

a. ( ) Depois de ouvir a história sobre políticos, ficou deprimido.


b. ( ) Os funcionários foram multados em 30% sobre os seus salários.
c. ( ) Observou as baratas sobre o esgoto.
d. ( ) Os cuidados com os filhos estão sobre todas as outras coisas.

Preposição “ANTE”
Lugar João encontrou o livro ante o único lugar vago.
Causa ante a belíssima atuação dos flamenguistas.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “ante”:

1 Lugar
2 Causa

a. ( ) Os baderneiros parariam ante o guarda.


b. ( ) O marido chorou arrependido ante a revelação da mulher.
c. ( ) Apareciam ante mim as pessoas sedentas.
d. ( ) Ante os sinais de explosão, decidiu correr.

BIZU
A PREPOSIÇÃO ANTE COM IDEIA DE LUGAR PODE SER SUBSTITUÍDA POR: perante, diante de
A PREPOSIÇÃO ANTE COM IDEIA DE CAUSA PODE SER SUBSTITUÍDA POR: por causa de

Preposição “APÓS”
Lugar posterior Após o canteiro da obra, você encontrará um buraco.
Tempo posterior Após a apresentação, fomos ao restaurante.

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “após”:

1 Lugar
2 Tempo

a. ( ) Após o curso, situa-se o Teatro Municipal.


b. ( ) Após a apresentação, o professor se emocionou.
c. ( ) Chegando a minha rua, estacione após o orelhão.
d. ( ) Dia após dia, sonho com você.

Preposição “DESDE”
Afastamento de um lugar Ele caminhou desde o Leblon.
Início de um tempo Desde seu nascimento, era esperto.
Condição Desde que estudes, passarás.
Causa Desde que tenho muito trabalho, não fui à festa alguma.

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1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “desde”:


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1 Lugar

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2 Tempo
3 Condição
4 Causa

a. ( ) Desde que nos preocupamos com a educação, trabalhamos com zelo e


atenção.
b. ( ) Desde cedo, papai me ensinava a tocar violão.
c . ( ) Acho que todo aluno deve estudar muito, desde que não atrapalhe o
cuidado com a saúde.
d. ( ) Ele já acenava desde a escada rolante.

Preposição “PERANTE”
Diante de / Na frente de / Ante O professor, perante dois mil alunos, explicou.

Preposição “SEM”
Modo Ele fez os exercícios sem pensar.
Condição Sem sorte, nem podemos sair de casa.
Ausência (falta) “Sem ela o que é a vida?” (Castro Alves).

1 . Numere as frases de acordo com o valor semântico da preposição “sem”:

1 Modo
2 Condição
3 Ausência (falta)

a. ( ) Chorava sem dar um pio.


b. ( ) Sem estudo, ele não era ninguém.
c. ( ) Fui para São Paulo sem Maria.

BIZU
A PREPOSIÇÃO SEM ENTRA EM EXPRESSÕES FIXAS:
Exemplo: Saía gritando pelas ruas da cidade, sem quê nem para quê.
Exemplo: Sem mais, para hoje, envio-lhe saudações.
Exemplo: Sem essa, meu amor, só tenho olhos para você.

5.2. VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS PREPOSIÇÕES FORMAÇÃO


Durante, mediante, consoante, não obstante, tirante. São formados de verbos em particípio presente (-nte).
Visto, salvo, exceto, feito São formados de verbos em particípio passado.
Inclusive, exclusive, fora, afora, menos. São formas de advérbios.
Incluso, excluso São formas de adjetivos (ligadas a particípios passados).
Conforme É forma de adjetivo.
Como É forma de conjunção.
Senão É conjunção condicional SE com o advérbio de negação NÃO.
Segundo É forma de numeral ordinal.

BIZU
CONFORME / SEGUNDO / CONSOANTE
Os elementos acima podem ser conjunções confirmativas, construindo-se, então, com forma verbal no indicativo ou no
subjuntivo.
Exemplo: Conforme estudava, as informações chegavam.

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I
T
T

A
Á
E
A

C
M
M

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Assunto: MATEMÁTICA – MÓDULO II


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1) POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO

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Regras:

Definições e Demonstrações:
Raiz de 1 quociente e quociente de 2 raízes: o quociente de
2 radicais do mesmo índice, é o radical do mesmo índice cujo
o radicando é quociente dos radicandos do divisor e do
dividendo.

Raiz de 1 Raiz: A raiz de índice n da raiz de índice p de um


certo numero e a raiz de índice n.p desse numero.

Raiz de 1 produto e produto de 1 raiz: A raiz de um produto


e igual ao produto das raizes do mesmo indice.

Multiplicação de Potencia da mesma base (no caso base -


3): O produto de potencia da mesma base é a potencia com a
mesma base cujo expoente é a soma dos expoentes dos
factores.

Divisão de potencias com a mesma base (base -2): O


quociente de potencias com a mesma base é uma potencia
com a mesma base e cujo expoente é a diferença entre os
expoentes do dividendo e do divisor.

Potencia de expoente fracionário: Reciprocamente todo o


radical é convertível em potencia de expoente fracionário.

Potencia de uma potência: A potência de uma potencia é


outra potência com a base da 1ª e expoente igual ao produto
dos expoentes.

Introdução ao radical: Qualquer coeficiente ou fator de um


radical pode passar para fator do seu radicando desde que se
multiplique o seu expoente pelo índice do radical.

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Os Exercícios seguintes 1., 2. e 3. são os mais importantes para


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a manipulação fluente de potencias e raízes, verifique com


atenção a simplicidade das operações:

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O próximo exercício vem demonstrar o porque das operações
entre coeficiente (o n° fora da raiz) e radicando (o n° dentro
da raiz) são possíveis.
2. Efetue os seguintes cálculos elevando ao
Quando o expoente da raiz for igual ao expoente do radicando, quadrado cada um dos exercícios propostos:
o radicando vira coeficiente de expoente 1.

Exercícios:
Vamos resolver alguns exercícios simples da utilização de
potência e radicais, saliento, a simplicidade destes exercícios
farão com que domine muito bem esse tipo de operações
podendo posteriormente tentar resolver exercícios maiores e
mais complexos.

1. Efetue as divisões e multiplicações


propostas:

No exercício seguinte, Não se preocupe com a utilização de


letras, só precisa assumir a letra como se fosse um numero
qualquer do qual não sabe o valor.

NOTA: Existe diferença entre o uso dos sinais:

significa equivalente; usa-se quando não é feito cálculo


nenhum mas sim um arranjo, simplificação, moldagem do
exercício de forma a que possamos percebê-lo melhor.

o sinal de igual; apresenta sempre um resultado é sempre


realizada alguma operação (soma, divisão, subtração ou Resolucão 2.2
multiplicação).
1. O exercício 2., propõe que se eleve ao quadro, assim
colocamos tudo entre parênteses indicando que se vai
englobar todo o calculo no quadrado:

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3. Calcule utilizando as operações de


potências :
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2. Segundo a regra Potência de uma Potência

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multiplicam-se os dois expoentes de potencia:

3. Conforme a regra Introdução ao radical qualquer


coeficiente pode passar para radicando (para dentro da
raiz) desde que se multiplique o seu expoente pelo da
raiz:

4. Seguinte, a regra Multiplicação de potencia da mesma


base diz que se as base forem iguais então dá-se uma a
mesma base e somam-se os seus expoentes:
QUESTÕES DE CONCURSOS

1) Calculando a expressão abaixo obtemos:

a) – 10/9
5. Continuando, aplica-se a regra Raiz de uma raiz b) -3/5
onde têm-se 2 raízes com o mesmo índice ou expoente, 2, c) 2
multiplicam-se então os seus expoentes e como seu d) 3
produto resulta numa só raiz: e) 1/5

2) Qual o valor da expressão é:

a) 3/5
b) 2/3
c) 2
d) 23/7
e) 32/9

3) Simplificando a raiz temos:

a) 8
b) 10
c) 12
d) 14
e) 16

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10) Calcule :

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4) Efetuando-se a expressão obtemos: a) 2/3
b) 3/5
a) 5 c) 2
b) 7 d) 5/4
c) 9 e) 7/4
d) 10
e) 12

11) Calcule :

a) - 63/8
b) - 32/5
c) – 3/5
5) Ache o valor de : d) 7/8
e) 7/5
a) 1/3
b) 3/5
c) 2/7
d) 4/9
e) 5

12) Calcule :

a) 2
b) 3
6) Calcule o valor da expressão : c) 4
d) 5
a) – 1 e) 6
b) 0
c) 1
d) 2
e) 3

13) Desenvolva :

a) - 56/17
7) Efetue : b) - 13/23
c) - 119/25
a) 2/3 d) - 23/19
b) 5/9 e) – 17/37
c) 1/3
d) 2
e) 3

14) Calcule :

a) 15
b) 21
8) Calculando a expressão obtemos:
c) 27
d) 30
a) 2/5
e) 32
b) 3/5
c) 3
d) 4
e) 4/5

15) Calculando-se o valor de , obtemos:


9) Desenvolvendo a expressão a) 5
obtemos: b) 6
c) 8
a) 2 d) 10
b) 3 e) 12
c) 4
d) 5
e) 6

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23 . 3 2
16) Simplifique :
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6 21) (FUVEST) A expressão a seguir


25

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a) 1 28
b) 2 a)
c) 3 5
d) 4 29
e) 5 b)
5
c) 28
17) Efetue : d) 29
1
a) 2  258  3
b) 3 e)  
c) 3 2  10 
d) 2 2
22) (FUVEST) Qual é o valor da expressão:
e) 2

5+ 3 a) 3
18) Racionalize : b) 4
5− 3 c) 3
d) 2
a) 4 + 15 e) 2
b) 1 + 15

c) 1 − 15 33− n + 3.32− n − 9.31− n


23) Simplificando-se a expressão
d) 5 9.32− n
e) 3 para n ∈ℜ , obtem-se:

a) 1/6
b) 1/3
19) Desenvolva : c) 6.3n−1
1− n
d) 1 − 3
a) 10
e) −3
n+1

b) 3 10
a
c) 5 10  1 
24) (U.E. Londrina) Calculando-se −−  onde
d) 7 10  243 
e) 10 10 2
a= − , obtém-se:
5
1 1 1 1
20) Se A= + + , qual o valor de ? a) - 81
2 2 +1 2 −1 A b) - 9
c) 9
d) 81
2 e) um número não real
a)
3
2 1
b)  1  4  6 1 2
5 25) Calcule  8 2   + 16 4 − 27 3 é igual:
3 2   
c)
5 a) - 5
b) - 3
2 c) - 1
d) d) 0
2 e) 2
3 2
e)
2

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( 2 .k .5t +3 ) . ( 2 x −1.k y .5t +1 ) = 150


x y +1 −1
26) (Mackenzie) Se QUESTÕES DO CONCURSO QOAM
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, então k vale:

Í
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1) (QOAM) Entre 5 e 5.000, tem-se k números da forma 2n ,
a) 1 onde n é um número natural. Qual é o valor de k?
b) 2
c) 3 a) 8
d) 4 b) 9
e) 5 c) 10
d) 11
e) 12

27) (ESPM) 251 − 250 − 249 é igual a:

( 8)
−4
a) 2−48 2) (QOAM)
3
é igual a:
b) 2−49 a) 1/16
c) 249 b) 1/8
c) 1/6
d) 248 d) 6
e) 250 e) 16

( )
0,25
n +3 n −1 3) (QOAM - 2011) Sabendo que k= 2 9
, qual o valor
2 .2 − 2 .7
28) (F.C. Chagas) A expressão é igual a:
5.2n − 4 k 2( n +1) .k 3− n
a) 40 de ?
b) 30 k 7 : k −n
c) 5/8
d) −2−2 a)
3
e) −26 2
3
b)
4
29) Sabe-se que n é um número natural e maior do que 1. Então 2
c)
22 n + 22 n+ 2 2
o valor da expressão é:
5 2
a) 1/5 d)
n 4
b) 2
3 2
4
e)
c) 2 3
n
d)
2 k
4) (QOAM – 2012) Determine o valor de , sabendo que
n 10

( )( )
e)
5 =
k 28 2 +3 3− 2 :
5
a)
4
213 + 216 8
30) Simplificando a expressão ,obtemos: b)
215 3
a) 2
13
c)
b) 1,5 7
c) 2,25
d) 2 7
d)
e) 1 5
11
e)
6

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5) (QOAM – 2013) Qual é o valor numérico da expressão 9) (QOAM – 2018) Consideradas satisfeitas as condições de
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a +1 + a −1
2 2
a +1 − a −1
2 2 existência das frações e simplificando as expressões
E + a = 25 ?

Í
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quando

a +1 − a −1
2 2
a +1 + a −1
2 2

a) 1
b) 2 e
c) 210
d) 211 , é correto afirmar que vale:
e) 213

6) (QOAM – 2014) Sabendo-se que


−4
A +A +A +A
8 8 8 8
B
k= e   =2 o valor de
4
k é:
B 3 .B −5 .B 4 .B 7 .B −1  A
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
10) (QOAM – 2020) Dada a expressão

, onde m e n são números reais e n ≠


0. Nessas condições, o valor positivo de m é:

7) (QOAM – 2017) Ao simplificar a expressão

, encontra-se:

a)

b)
c)

d)

e)

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS:

1 A 2 E 3 C 4 D 5 D
6 C 7 B 8 A 9 D 10 E
8) (QOAM – 2017) Assinale a opção que apresenta o valor
simplificado da expressão 11 A 12 E 13 C 14 C 15 B
16 B 17 C 18 A 19 B 20 B
21 D 22 B 23 B 24 B 25 A
.
26 C 27 C 28 A 29 B 30 B
a) 1
b) 3/2
c) 2 GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS QOQM:
d) 4/3
e) 6/5 1 C 2 A 3 D 4 D 5 D
6 B 7 E 8 B 9 A 10 D

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2) TEORIA DOS CONJUNTOS Relações entre conjuntos


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Símbolos Relação de Inclusão: Para relacionar um conjunto

Í
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com outro conjunto (ou subconjunto) utilizamos a relação de
inclusão.

: pertence : existe
Exemplo: Se considerarmos o conjunto formado por todas
as letras do alfabeto e o conjunto formado pelas vogais,
: não pertence : não existe
podemos dizer que (A contém V) ou (V
está contido em A)
: está contido : para todo (ou
qualquer que seja)
Relação de Pertinência: Se é um elemento de
, nós podemos dizer que o elemento pertence ao
: não está contido : conjunto vazio
conjunto e podemos escrever . Se não é um
N: conjunto dos números elemento de , nós podemos dizer que o elemento não
: contém naturais
pertence ao conjunto e podemos escrever .
Z : conjunto dos números
: não contém inteiros Exemplos:
Q: conjunto dos números
/ : tal que
racionais •
Q'= I: conjunto dos •
: implica que números irracionais

R: conjunto dos números •


: se, e somente se reais


Símbolos das operações
Conjunto vazio: é um conjunto que não possui

: A intersecção B elementos. O conjunto vazio é representado por { } ou .

: A união B Conjunto unitário: é um conjunto que possui


somente um elemento.
A - B: diferença de A com B

a < b: a menor que b Subconjuntos: quando todos os elementos de um


conjunto A qualquer pertencem a um outro conjunto B, diz-se,
: a menor ou igual a b então, que A é um subconjunto de B, ou seja A B.
Observações:
a > b: a maior que b
• Todo o conjunto A é subconjunto dele próprio, ou seja
: a maior ou igual a b ;
• O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de
:aeb
qualquer conjunto, ou seja

: a ou b

DIAGRAMAS DE EULER-VENN – Um bom modo de


Conjunto Universo: Em certos problemas da teoria visualizarmos relações entre conjuntos é através dos
dos conjuntos, é preciso que se defina um conjunto que diagramas de Euler-Venn. Os conjuntos são representados
contenha todos os conjuntos considerados. Assim, todos os por regiões planas interiores a uma curva fechada e simples.
conjuntos trabalhados no problema seriam subconjuntos de um
conjunto maior, que é conhecido como conjunto universo, ou
Operações com conjuntos
simplesmente universo.

Por exemplo: em um problema envolvendo conjuntos de União de Conjuntos: dados os conjuntos A e B,


números inteiros, o conjunto dos números inteiros Z é o define-se como união dos conjuntos A e B ao conjunto
conjunto universo; em um problema envolvendo palavras
representado por , formado por todos os elementos
(consideradas como conjuntos de letras), o universo é o
pertencentes a A ou B, ou seja:
alfabeto.

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Conjunto Complementar: Dado um universo U,


diz-se complementar de um conjunto A, em relação ao
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universo U, o conjunto que contém todos os elementos

Í
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presentes no universo e que não pertençam a A. Também
define-se complementar para dois conjuntos, contanto que um
deles seja subconjunto do outro. Nesse caso, diz-se, por
exemplo, complementar de B em relação a A (sendo B um
subconjunto de A) — é o complementar relativo — e usa-se o
símbolo . Matematicamente:

Exemplo:

A = { 3,4,9,{10,12},{25,27} }
D = { {10,12} }
Intersecção de Conjuntos: dados os
conjuntos A e B, define-se como intersecção dos
conjuntos A e B ao conjunto representado por ,
formado por todos os elementos pertencentes a A e B,
simultaneamente, ou seja:

Conjunto das Partes ou Potência

Dado um conjunto A, definimos o conjunto das partes de A,

, como o conjunto que contém todos os subconjuntos


de A (incluindo o conjunto vazio e o próprio conjunto A).

Uma maneira prática de determinar é pensar em


todos os subconjuntos com um elemento, depois todos os
subconjuntos com dois elementos, e assim por diante.

Exemplo:
Diferença de Conjuntos: dados os conjuntos A
e B, define-se como diferença entre A e B (nesta ordem) ao
Se A = { 1, 2, 3 }, então = { ∅, {1}, {2}, {3},
conjunto representado por A-B, formado por todos os
{1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3} }.
elementos pertencentes a A, mas que não pertencem a B,

ou seja Número de subconjuntos de um conjunto: se um conjunto A


possuir n elementos, então existirão 2n subconjuntos de A.

Quantidade de subconjuntos não vazios: 2n - 1

Relação Quantitativa com 2 conjuntos:


n ( A ∪ B )= n ( A ) + n ( B ) − n ( A ∩ B )

CONJUNTOS NUMÉRICOS

• Conjunto dos números naturais (IN)

IN={0, 1, 2, 3, 4, 5,...}
Produto Cartesiano: dados os conjuntos A e B, Um subconjunto importante de IN é o conjunto IN*:
chama-se peoduto cartesiano A com B, ao conjunto AxB, IN*={1, 2, 3, 4, 5,...}  o zero foi excluído do conjunto IN.
formado por todos os pares ordenados (x,y), onde x é elemento Podemos considerar o conjunto dos números naturais
de A e y é elemento de B, ou seja ordenados sobre uma reta, como mostra o gráfico abaixo:

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• Conjunto dos números inteiros (Z) Um número irracional bastante conhecido é o número
π=3,1415926535...
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Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2,

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O conjunto IN é subconjunto de Z. • Conjunto dos números reais (IR)
Temos também outros subconjuntos de Z:
Z* = Z-{0} Dados os conjuntos dos números racionais (Q) e dos
Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = {0,1,2,3,4,5,...} irracionais, definimos o conjunto dos números reais como:
Z_ = conjunto dos inteiros não positivos = {0,-1,-2,-3,-4,-5,...}

Observe que Z+=IN.


Podemos considerar os números inteiros ordenados sobre uma
IR=Q ∪ {irracionais} = {x|x é
reta, conforme mostra o gráfico abaixo: racional ou x é irracional}
O diagrama abaixo mostra a relação entre os conjuntos
numéricos:

• Conjunto dos números racionais (Q)

Os números racionais são todos aqueles que podem ser


colocados na forma de fração (com o numerador e
denominador ∈ Z). Ou seja, o conjunto dos números racionais
é a união do conjunto dos números inteiros com as frações
positivas e negativas.

5 3 3
Então : -2, − , − 1, , 1, , por exemplo, são números racionais.
4 5 2 Portanto, os números naturais, inteiros, racionais e
irracionais são todos números reais. Como subconjuntos
Exemplos: importantes de IR temos:
IR* = IR-{0}
−3 −6 −9 IR+ = conjunto dos números reais não negativos
a) − 3 = = = IR_ = conjunto dos números reais não positivos
1 2 3
1 2 3
b) 1 = = = Obs: entre dois números inteiros existem infinitos
1 2 3 números reais. Por exemplo:
• Entre os números 1 e 2 existem infinitos números reais:
Assim, podemos escrever: 1,01 ; 1,001 ; 1,0001 ; 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,99 ; 1,999 ;
1,9999 ...
• Entre os números 5 e 6 existem infinitos números reais:
a 5,01 ; 5,02 ; 5,05 ; 5,1 ; 5,2 ; 5,5 ; 5,99 ; 5,999 ; 5,9999
Q = {x | x = , com a ∈ Z , b ∈ Z e b ≠ 0} ...
b
QUESTÕES DE CONCURSOS
É interessante considerar a representação decimal de um
número racional, que se obtém dividindo a por b.
1) Se um conjunto A possui 1024 subconjuntos, então o
Exemplos referentes aos decimais exatos ou finitos: cardinal de A é igual a:
1 6 7
= 0,333... = 0,857142857142... = 1,1666... a) 5
3 7 6 b) 6
c) 7
Exemplos referentes aos decimais periódicos ou infinitos: d) 9
1 6 7 e) 10
= 0,333... = 0,857142857142... = 1,1666...
3 7 6
Todo decimal exato ou periódico pode ser representada na
forma de número racional.

• Conjunto dos números irracionais


2) Se A, B e A ∩ B são conjuntos com 90, 50 e 30 elementos,
Os números irracionais são decimais infinitas não respectivamente, então o número de elementos do conjunto A
periódicas, ou seja, os números que não podem ser escrito na ∪ B é:
forma de fração (divisão de dois inteiros). Como exemplo de
números irracionais, temos a raiz quadrada de 2 e a raiz a) 10
quadrada de 3: b) 70
c) 85
2 = 1,4142135...
d) 110
3 = 1,7320508... e) 170

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3) Se F é um conjunto com n + 1 elementos, então o número 8) Se n é o número de subconjuntos não-vazios do conjunto


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de elementos de P(F), ou seja, conjunto das partes do conjunto formado pelos múltiplos estritamente positivos de 5, menores
F, é: do que 40, então o valor de n é:

Í
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a) 2(n + 1) a) 127
b) n + 1 b) 125
c) 2n c) 124
d) 4n d) 120
e) 110
e) 2.2n

9) Analisando as carteiras de vacinação das 84 crianças de


4) Dois clubes X e Y possuem um total de 3.000 sócios. Sabe- uma creche, verificou-se que 68 receberam a vacina Sabin, 50
se que 1.850 são sócios de X e 2.500 são sócios de Y. O receberam a vacina contra Sarampo e 12 não foram
número de sócios de X que não são sócios de Y é: vacinadas. Quantas dessas crianças receberam as duas
vacinas?
a) 350
b) 500 a) 11
c) 1.150 b) 18
d) 1.350 c) 22
e) 1.500 d) 23
e) 46

10) Sejam R e S conjuntos que possuem três elementos em


5) Sejam A e B possuem um único elemento em comum. Se o comum. Se o número de subconjuntos de R é a quarta parte
número de subconjuntos de A é igual a metade do número de do número de subconjuntos de S, o número mínimo de
subconjuntos de B, o número de elementos do conjunto A
união B é o: elementos do conjunto R ∪ S é o:

a) A metade do número de elementos de B a) 5


b) A metade do número de elementos de A b) 4
c) O dobro do número de elementos de B c) 6
d) O dobro do número de elementos de A d) 6
e) Igual ao número de elementos de B e) impossível

11) Em uma divisão do CPA são praticados dois esportes, vôlei


6) A e B são conjuntos disjuntos e subconjuntos do conjunto e natação. Exatamente 75% dos militares praticam vôlei e 70%
universo (U). Se A’ e B’ são conjuntos complementares em U natação. Sabendo que todo militar é praticante de pelo menos
um dos esportes, determine o percentual de militares que
(conjuntos universo) então (B’ – A) ∪ (A ∪ B) é: praticam somente um dos esportes.
a) Conjunto vazio a) 40%
b) Conjunto Universo b) 45%
c) A união B’ c) 50%
d) (A – B)’ d) 55%
e) A’ – B e) 60%

12) Numa pesquisa com fuzileiros navais foram feitas as


7) Num grupo de estudantes, 80% estudam inglês, 40% seguintes perguntas para que respondessem sim ou não:
estudam francês e 10% não estudam nenhuma dessas duas Gosta de tirar serviço? Gosta de realizar treinamento de
línguas. Nesse grupo, a porcentagem de alunos que estudam guerra? Responderam sim somente à primeira pergunta 65
ambas as línguas é: fuzileiro; 85 responderam sim à segunda; 30 responderam sim
a ambas; e 35 responderam não a ambas. Quantos fuzileiros
a) 25% foram entrevistados.
b) 50%
c) 15% a) 185
d) 33% b) 155
e) 30% c) 150
d) 195
e) 200

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13) Numa pesquisa realizada entre 500 pessoas, 318 gostavam 19) Numa pesquisa , verificou-se que, das pessoas
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de uma mercadoria A, 264 de uma mercadoria B e 112 consultadas, 100 liam o jornal A, 150 liam o jornal B, 20 liam
gostavam das duas mercadorias. Quantos não gostavam da os dois jornais (A e B) e 110 não liam nenhum dos dois jornais.

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mercadoria A e nem da B? Quantas pessoas foram consultadas?

a) 30 a) 320
b) 32 b) 340
c) 35 c) 350
d) 40 d) 360
e) 42 e) 380

20) Numa pesquisa de mercado, verificou-se que 2000


pessoas usam os produtos A ou B. O produto B é usado por
14) Em uma prova de concurso público compareceram 500 800 pessoas, e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo
candidatos. 30% deles acertaram a questão A, enquanto que tempo. Quantas pessoas usam o produto A?
10% acertaram as questões A e B. Quantos candidatos
acertaram apenas a questão B? a) 1480
b) 1500
a) 320 c) 1520
b) 350 d) 1540
c) 380 e) 1560
d) 400
e) 420
21) Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado
em quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa
efetuada num grupo de 120 pacientes de um hospital,
15) Numa turma de 30 alunos, 6 escrevem com a mão esquerda constatou-se que 40 deles têm o antígeno A, 35 têm o antígeno
e dois com as duas mãos. Quantos escrevem com a mão B e 14 têm o antígeno AB. Nestas condições, pede-se o
direita? número de pacientes cujo sangue tem o antígeno O.

a) 18 a) 57
b) 20 b) 59
c) 22 c) 60
d) 24 d) 63
e) 26 e) 70

22) Em uma O.M. Naval são praticados dois esportes, vôlei e


16) Numa turma de 35 alunos, 27 gostam de futebol, 16 de basquetebol. Exatamente 80% dos fuzileiros praticam vôlei e
basquete e 13 gostam dos dois. Quantos não gostam nem de 60% basquetebol. Sabendo que todo fuzileiro é praticante de
futebol e nem de basquete? pelo menos um dos esportes, determine o percentual de
fuzileiros que praticam ambos.
a) 5
b) 6 a) 28%
c) 7 b) 32%
d) 8 c) 36%
e) 9 d) 38%
e) 40%

17) Uma pesquisa entre telespectadores mostrou que, em cada


100 pessoas, 60 assistem a novela A, 50 assistem a novela B, 23) Numa competição militar com 60 sargentos do CAP, 11
50 assistem a novela C, 30 assistem as novelas A e B, 20 as jogam xadrez, 31 são homens ou jogam xadrez e 3 mulheres
novelas B e C, 30 as novelas A e C, e 10 as três novelas. jogam xadrez. Calcule o número de homens que não jogam
Quantos não assistem a essas novelas? xadrez.

a) 8 a) 20
b) 10 b) 26
c) 12 c) 30
d) 14 d) 32
e) 16 e) 34

18) Numa cidade existem dois clubes A e B, que têm juntos 24) Numa O.M. Naval há n sargentos. Sabe-se que 56
6000 sócios. O clube A têm 4000 sócios e os dois clubes têm sargentos praticam natação, 21 praticam natação e judô, 106
500 sócios comuns. Quantos sócios têm o clube B? praticam apenas um dos dois esportes e 66 não praticam judô.
O valor de n é:
a) 2300
b) 2400 a) 146
c) 2500 b) 148
d) 2600 c) 152
e) 2740 d) 156
e) 158

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25) Numa pesquisa com marujos, foram feitas as seguintes 31) A e B são conjuntos disjuntos. Se A’ e B’ são conjuntos
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perguntas para que respondessem sim ou não: Gosta de complementares em U (conjunto universo), então o
navegar? Gosta de tirar serviço? Responderam sim à primeira ∪

Í
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complementar de (B – A) (A – A’) em U é:
pergunta 90 marujos; 70 responderam sim à segunda; 25
responderam sim a ambas; e 40 responderam não a ambas. a) A’
Quantos marujos foram entrevistados. b) B’
a) 170 c) (A ∪ B)’
b) 175 d) (A ∩ B)’
c) 180
d) 182 e) A ∩B
e) 186

26) Temos 400 militares numa corporação da Marinha, 32) Sendo A e B dois conjuntos quaisquer, determine x para
constatou-se que: 160 deles são oficiais, 130 são homens e 50 que n(A) = x + 1, n(B) = 3 – x e n(A x B) = 3.
são homens oficiais. O número de militares praças mulheres é:
a) 0 ou 2
a) 150 b) 1 ou 3
b) 155 c) 2 ou 4
c) 160 d) 1 ou 4
d) 168 e) 2 ou 5
e) 170

27) Consultados 500 militares sobre as manobras de guerra a 33) Um treinamento militar era constituído de dois exercícios.
que habitualmente participam obteve-se o seguinte resultado: 300 militares concluíram somente um dos exercícios, 260
280 militares participam da manobra A, 250 participam da concluíram o segundo, 100 militares concluíram os dois e 210
manobra B e 70 participam de outras manobras distintas de A não concluíram o primeiro. Quantos militares fizeram o
e B. O número de militares que participam da manobra A e não treinamento.
participam da manobra B é:
a) 380
a) 170 b) 400
b) 180 c) 430
c) 185 d) 450
d) 190 e) 460
e) 196

28) Uma pesquisa de mercado sobre o consumo de três marcas 34) Quantos elementos nós temos em: ( A − B )  ( B − A)
A, B e C de um determinado produto apresentou os seguintes .
resultados: A 48%, B 45%, C 50%, A e B 18%, A e C 15%, B e
C 25% e nenhuma das três marcas 5%. Qual a porcentagem
dos entrevistados que consomem uma e apenas uma das três
marcas?

a) 57%
b) 58%
c) 60%
d) 61%
e) 62%

29) Numa O.M., 58% dos militares são do sexo masculino. a) 109
Entre os homens, 22% estão na O.M. há mais de cinco anos; b) 198
entre as mulheres, este percentual é de 27%. A porcentagem c) 216
total de militares da O.M. que lá servem há mais de cinco anos d) 262
é de: e) 290

a) 21,8%
b) 22,6%
c) 23,7%
35) Dados os conjuntos A = {1,3, 4, 7,8} ,
d) 24,1%
e) 25,4%
B = {2, 4, 6, 7} e C = {2,3,5, 7,8} , então o conjunto

30) Um estudo de grupos sanguíneos humanos realizados com ( A ∩ C ) − B é:


1000 pessoas (sendo 600 homens e 400 mulheres) constatou
que 470 pessoas tinham o antígeno A, 230 pessoas tinham o
antígeno B e 450 pessoas não tinham nenhum dos dois. a) {1,3,5,8}
b) {2,3, 4, 6,8}
Determine o número de pessoas que têm os antígenos A e B
simultaneamente.

a) 120 c) {3}
b) 130
c) 135 d) {3,8}
d) 140
e) 150 e) ∅

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36) Dado o conjunto =


A {1, ∅, {1, 2} ,3, {3,1}} podemos 40) O diagrama representa o conjunto
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afirmar:

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a) {∅} ∈ A
b) {1, 2} ∩ {3,1} ∈ A

c) {1, 2} ⊂ A

d) ∅∈ A
e) {1, 2} ∪ {3,1} ∈ A

37) A e B são dois conjuntos tais que A – B tem 30 elementos,


A ∩ B tem 10 elementos e A ∪ B tem 48 elementos.
Então, o número de elementos de B – A é:

a) 22
b) 12
c) 10
d) 8
e) 18
41) Sejam A, B e C três conjuntos não disjuntos. Das figuras
abaixo, aquela cuja região sombreada representa o conjunto
( A ∩ B ) − C é:
38) Dados os conjuntos A = {1,3, 4, 7,8} ,
B = {2, 4, 6, 7} e C = {2,3,5, 7,8} , então o conjunto

B − ( A ∩ C ) é:

a) {1,3,5,8}
b) {2,3, 4, 6,8}

c) {3}

d) {2, 4, 6}

e) ∅

39) A parte hachurada no gráfico, representa:

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42) Numa turma de 35 alunos, 27 gostam de futebol, 16 de 47) Num avião temos brasileiros, estrangeiros, fumantes e não
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basquete e 13 gostam dos dois. Quantos não gostam nem de fumantes. O total de passageiros é 50. 32 são brasileiros, 8
futebol e nem de basquete? homens estrangeiros não fumantes, 25 fumantes, 10 mulheres

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brasileiras não fumantes, 2 homens estrangeiros fumantes, 12
a) 5 mulheres brasileiras fumantes, 16 brasileiros fumantes.
b) 6 Determine quantos passageiros não fumantes tem no avião?
c) 7
d) 8 a) 20
e) 9 b) 22
c) 25
d) 28
e) 30

43) Um programa de proteção e preservação de tartarugas


marinhas, observando dois tipos de contaminação dos animais, 48) Numa prova de 3 questões, 4 alunos erraram todas as
constatou em um de seus postos de pesquisa, que: 88 questões; 5 acertaram só a primeira; 6 acertaram só a
tartarugas apresentavam sinais de contaminação por óleo segunda; 7 acertaram só a terceira; 9 acertaram a primeira e a
mineral, 35 não apresentavam sinais de contaminação por segunda; 10 acertaram a primeira e a terceira; 7 acertaram a
radioatividade, 77 apresentavam sinais de contaminação tanto segunda e a terceira e 6 acertaram todas as questões.
por óleo mineral como por radioatividade e 43 apresentavam Quantos alunos possui a turma?
sinais de apenas um dos dois tipos de contaminação. Quantas
tartarugas foram observadas? a) 36
b) 38
a) 144 c) 40
b) 154 d) 42
c) 156 e) 45
d) 160
e) 168

49) Após uma briga de n malucos em um hospício, verificou-


se que:
- 50 malucos perderam os olhos
44) Num grupo de 54 pessoas, 20 usam óculos, 25 são homens - 48 malucos perderam os braços
e 8 são mulheres que usam óculos. Calcule quantas mulheres - 40 malucos perderam as pernas
não usam óculos. - 28 malucos perderam os olhos e os braços
- 22 malucos perderam os olhos e as pernas
a) 20 - 24 malucos perderam os braços e as pernas
b) 21 - 10 malucos perderam braços, olhos e pernas
c) 22
d) 23 Pergunta-se:
e) 24 (1) Quantos malucos brigaram
(2) Quantos malucos perderam somente as pernas
(3) Quantos malucos tiveram pelo menos duas perdas

a) 74; 12; 18
45) Consultados 500 militares sobre as manobras e guerra a b) 100; 4; 74
que habitualmente participam obteve-se o seguinte resultado: c) 74; 4; 54
280 militares participam da manobra A, 250 participam da d) 80; 54; 6
manobra B e 70 participam de outras manobras distintas de A e) 100; 2; 30
e B. O número de militares que participam da manobra A e não
participam da manobra B é:

a) 100 50) Em uma pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias


b) 150 pessoas acerca de suas preferências em relação a três
c) 180 produtos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
d) 200 - 210 pessoas compram o produto A
e) 210 - 210 pessoas compram o produto B
- 250 pessoas compram o produto C
- 100 pessoas não compram nenhum dos três produtos
- 60 pessoas compram os produtos A e B
- 70 pessoas compram os produtos A e C
46) Num seminário sobre as doenças relacionadas ao fumo - 50 pessoas compram os produtos B e C
reuniram-se 50 pessoas, 32 são fumantes, 10 são homens não - 20 pessoas compram os três produtos
fumantes e 20 são mulheres fumantes. Quantas mulheres não
fumantes foram ao seminário. Quantas pessoas foram entrevistadas?

a) 6 a) 670
b) 8 b) 970
c) 9 c) 870
d) 10 d) 610
e) 12 e) 510

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51) Em uma pequena cidade, todos os 200 habitantes 56) (UF – Uberlândia) Num grupo de estudantes, 80% estudam
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masculinos gostam de praticar pelo menos um dos três Inglês, 40% estudam Francês e 10% não estudam nenhuma
esportes: xadrez, futebol e voleibol. Sabe-se que do total: dessas duas línguas. Nesse grupo, a porcentagem de alunos

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- 100 gostam de xadrez que estudam ambas as línguas é:
- 100 gostam de futebol
- 100 gostam de voleibol a) 25%
- 50 gostam de xadrez e futebol b) 50%
- 50 gostam de futebol e voleibol c) 15%
- 20 gostam de xadrez e voleibol d) 33%
Quantos habitantes masculinos gostam de praticar futebol e e) 30%
voleibol e não gostam de praticar xadrez?

a) 22
b) 24
c) 26 57) (VUNESP) Uma população utiliza 3 marcas diferentes de
d) 28 detergente: A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado
e) 30 colheram-se os resultados tabelados abaixo:

52) Considerando os conjuntos A = {1, 2, {2}} , B = {2} ,


C= {∅,3} e D = {1, 2,3} , assinale a opção
INCORRETA. Pode-se concluir que o número de pessoas que consomem ao
menos duas marcas é:
a) 2∈ A
{2} ∈ A `
a) 99
b) b) 94
c) 90
c) ∅∈C d) 84
d) ∅ ⊂ C e) 79
e) C ⊂ D

53) O número de subconjuntos X que satisfazem à equação 58) (UNESP) Numa classe de 30 alunos, 16 alunos gostam de
{1,3,5} ⊂ X ⊂ {1, 2,3, 4,5, 6} é: Matemática e 20 de História. O número de alunos desta classe
que gostam de Matemática e de História é:

a) 8 a) exatamente 16
b) 10 b) exatamente 10
c) 12 c) no máximo 6
d) 16 d) no mínimo 6
e) 64 e) exatamente 18

54) X e Y são dois conjuntos não vazios. O conjunto X possui 59) (AFA) Entrevistando 100 oficiais da AFA, descobriu-se que
64 subconjuntos. O conjunto Y, por sua vez, possui 256 20 deles pilotam a aeronave TUCANO, 40 pilotam o
subconjuntos. Sabe-se, também, que o conjunto Z= X ∩ Y helicóptero ESQUILO e 50 não são pilotos. Dos oficiais
possui 2 elementos. Desse modo, conclui-se que o número de entrevistados, quantos pilotam o TUCANO e o ESQUILO?
elementos do conjunto P= Y − X é igual a: a) 5
b) 10
a) 4 c) 15
b) 6 d) 20
c) 8 e) 25
d) 1
e) vazio

55) (ESAL) Foi consultado um certo número de pessoas sobre 60) Uma prova era constituída de dois problemas. 300 alunos
as emissoras de TV que habitualmente assistem. Obteve-se o acertaram somente um dos problemas, 260 acertaram o
resultado seguinte: 300 pessoas assistem ao canal A, 270 segundo. 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o
pessoas assistem o canal B, das quais 150 assistem ambos os primeiro. Quantos alunos fizeram a prova?
canais A e B e 80 assistem outros canais distintos de A e B. O
número de pessoas consultadas foi: a) 300
b) 350
a) 800 c) 400
b) 720 d) 450
c) 570 e) 500
d) 500
e) 600

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61) (UF VIÇOSA) Dentre 100 leitores dos jornais A e B, 40 lêem 67) (U.F. Ouro Preto) Numa sala de aula com 60 alunos, 11
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o jornal A e 70 lêem o jornal B. O percentual dos leitores que jogam xadrez, 31 são homens ou jogam xadrez e 3 mulheres
leem os jornais A e B é: jogam xadrez. Conclui-se portanto, que:

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a) 10% a) 31 são mulheres
b) 17% b) 29 são homens
c) 28% c) 29 mulheres não jogam xadrez
d) 11% d) 23 homens não jogam xadrez
e) 30% e) 9 homens jogam xadrez

62) (CESGRANRIO) Em uma universidade são lidos dois 68) Feito exame de sangue em um grupo de 200 pessoas,
jornais A e B; exatamente 80% dos alunos leem o jornal A e constatou-se que: 80 delas tem sangue com fator Rh negativo,
60% o jornal B. Sabendo-se que todo aluno é leitor de pelo 65 tem sangue tipo O e 25 tem sangue tipo O com fator Rh
menos um dos jornais, o percentual de alunos que leem ambos negativo. O número de pessoas, com sangue de tipo diferente
é: de O e com fator Rh positivo é:

a) 48% a) 40
b) 60% b) 65
c) 40% c) 80
d) 140% d) 120
e) 80% e) 135

63) Numa escola há n alunos. Sabe-se que 56 lêem o jornal A, QUESTÕES DO CONCURSO QOAM
21 lêem os jornais A e B, 106 lêem apenas um dos dois jornais
e 66 não leem o jornal B. O valor de n é:
1) (QOAM) Para cumprir pelo menos uma de duas missões, A
a) 127 e B, 80% das praças de uma determinada Base Naval se
b) 137 apresentaram como voluntários. Se 60% desses voluntários
c) 158 querem cumprir a missão A e 55% desses voluntários querem
d) 183 cumprir a missão B, qual é o percentual das praças da referida
e) 249 Base Naval que são voluntários para ambas as missões A e
B?

a) 15%
64) (AFA) Em um grupo de n cadetes da Aeronáutica, 17 b) 12%
nadam, 19 jogam basquetebol, 21 jogam voleibol, 5 nadam e c) 10%
jogam basquetebol, 2 nadam e jogam voleibol, 5 jogam d) 8%
basquetebol e voleibol e 2 fazem os três esportes. Qual o valor e) 6%
de n, sabendo-se que todos os cadetes desse grupo praticam
pelo menos um desses esportes?

a) 31
b) 37
c) 47
d) 51 2) (QOAM - 2006) De um certo grupo de 180 Oficiais da
e) 60 Marinha do Brasil, 122 pertencem ao conjunto T dos Tenentes,
108 pertencem ao conjunto A de Oficiais da Armada e 75
pertencem aos dois conjuntos. Quantos são os Oficiais desse
65) (UF Pará) Uma escola tem 20 professores, dos quais 10 grupo que não pertencem ao conjunto T nem ao conjunto A?
ensinam Matemática, 9 ensinam Física, 7 Química e 4 ensinam
Matemática e Física. Nenhum deles ensina Matemática e a) 155
Química. Quantos professores ensinam Química e Física e b) 100
quantos ensinam somente Física? c) 75
d) 55
a) 3 e 2 e) 25
b) 2 e 5
c) 2 e 3
d) 5 e 2
e) 3 e 4
3) (QOAM – 2007) Sejam P e Q conjuntos que possuem um
único elemento em comum. Se o número de subconjuntos de
66) Numa sociedade, existem 35 homens (que usam óculos ou P é igual ao dobro do número de subconjuntos de Q, o número
não), 18 pessoas que usam óculos, 15 mulheres que não usam de elementos do conjunto P ∪ Q é o:
óculos e 7 homens que usam óculos. O número de pessoas
que são homens ou usam óculos é: a) Triplo do número de elementos de P
b) Triplo do número de elementos de Q
a) 42 c) Quádruplo do número de elementos de P
b) 46 d) Dobro do número de elementos de P
c) 50 e) Dobro do número de elementos de Q
d) 54
e) 61

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4) (QOAM - 2008) A e B são subconjuntos de U. Se A’ e B’ são 8) (QOAM – 2012) Um homem programou um passeio de
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os seus respectivos complementares em U, então barco com seus netos, num domingo de verão, por ilhas
( A ∩ B ) ∪ ( A ∩ B ') é igual a: secundárias da Baía de Guanabara. Ele selecionou, dentre as

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muitas existentes, algumas ilhas que foram listadas formando
o seguinte conjunto: I = (Ilha das Enxadas, Ilha da Conceição,
a) A’ Ilha de Brocoió, Ilha do Sol, Ilha do Pinheiro). O objetivo do
b) B’ passeio era visitar o maior número de ilhas possível do
c) A conjunto I, porém, dependendo de fatores climáticos, isso
d) B podia não acontecer. O homem, então organizou um número
e) A’ – B’ de roteiros levando em conta a possibilidade de visitação a
cinco ilhas, quatro ilhas, três ilhas, duas ilhas e apenas a uma
ilha, pois decidiu que, mesmo com tempo ruim, ao menos a
5) (QOAM – 2009) Dados os conjuntos uma ilha, ele levaria os netos convidados.
{1, 2,3, 4,5,, 6, 7,8,9,10} ,
A∪ B ∪C =
Considerando os dados e que a ordem de visitação às ilhas
não diferencia os roteiros, quantos roteiros, foram

{2,3,8} ,
A∩ B = {2, 7} ,
A∩C =
organizados?

{2,5, 6} , {1, 2,3, 4,5, 6, 7,8} .


a) 28
B ∩C = A∪ B = b) 29
c) 30
Qual é o conjunto C−B? d) 31
e) 32
a) {7,9,10}
b) {7,8,10}

c) {5, 7,8}
9) (QOAM – 2014) Sejam A e B conjuntos não vazios tais que
d) {5, 7,9} n(A – B) = 3 e n(A) = k, logo o total de subconjuntos não vazios
A ∩ B é igual a:
e) {8,9,10}
de

a) 2 k −3
6) (QOAM - 2010) Um banco promoveu uma seleção de b) 2 k −3 − 1
pessoal para o quadro de estagiários. Exigia-se que os c) 2k −1
candidatos fossem estudantes universitários. Concluída a
seleção, foi feito um levantamento sobre as carreiras que os d) 2k −1 − 1
estagiários selecionados estavam cursando. O levantamento e) 2k − 1
apontou que:
I. 60% dos selecionados cursavam Economia ou Administração
de Empresas;
II. 30% dos selecionados cursavam Administração de
Empresas; 10) (QOAM – 2015) Seja N o número total de maneiras de
III. 25% dos selecionados que cursavam Economia também escolher pelo menos um brinquedo, de um total de 7 distintos,
cursavam Administração de Empresas. existentes em um parque de diversões. Pode-se afirmar que N
é um número natural:
De acordo com as informações apresentadas acima, é correto
afirmar que a porcentagem de selecionados que cursavam a) par, formado por dois algarismos.
Economia é igual a: b) ímpar, formado por dois algarismos.
a) 10% c) ímpar, formado por três algarismos.
b) 30% d) par, formado por três algarismos.
c) 37,5% e) ímpar, formado por um algarismo.
d) 40%
e) 55%

7) (QOAM – 2011) No intuito de conhecer suas preferências


alimentares, uma pesquisa foi feita junto à guarnição de um 11) (QOAM – 2016) Dados os conjuntos
navio que estava prestes a iniciar viagem. A pesquisa apontou e
que os marinheiros que consomem carne de frango não , determine a soma de todos os
consomem peixe. Apontou ainda que 40% consomem carne de inteiros pertencentes ao conjunto A – B.
frango, 30% consomem peixe, 15% consomem carne de frango
e carne bovina, 20% consomem carne bovina e peixe e 60% a) 3
consomem carne bovina. É correto concluir que a porcentagem b) 5
de marinheiros que não consome nenhum dos três alimentos é c) 6
igual a: d) 8
e) 9
a) 18%
b) 15%
c) 10%
d) 8%
e) 5%

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12) (QOAM – 2017) Considere o conjunto dos números naturais A relação acima não é uma função, pois existe o elemento 1
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no conjunto A, que não está associado a nenhum elemento do


Considere, ainda, que conjunto B.

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Se o símbolo # representa a quantidade de elementos de um
conjunto, é correto afirmar que:

a)
b)
c)
d)
e)
A relação acima também não é uma função, pois existe o
elemento 4 no conjunto A, que está associado a mais de um
elemento do conjunto B.
GABARITO - QUESTÕES DE CONCURSOS :
Agora preste atenção no próximo exemplo:
1 E 2 D 3 E 4 B 5 D
6 B 7 E 8 A 9 E 10 A
11 D 12 A 13 A 14 B 15 E
16 A 17 B 18 C 19 B 20 C
21 B 22 E 23 A 24 E 25 B
26 C 27 B 28 A 29 D 30 E
31 C 32 A 33 D 34 D 35 D
36 D 37 D 38 D 39 A 40 C
41 A 42 A 43 A 44 B 45 C A relação acima é uma função, pois todo elemento do conjunto
46 B 47 C 48 A 49 C 50 D A, está associado a somente um elemento do conjunto B.
51 E 52 E 53 A 54 B 55 D
56 E 57 D 58 D 59 B 60 D
61 A 62 C 63 C 64 C 65 C
66 B 67 C 68 C
DOMÍNIO E IMAGEM DE UMA FUNÇÃO:
O domínio de uma função é sempre o próprio conjunto de
GABARITO - QUESTÕES DE CONCURSOS QOAM: partida, ou seja, D=A. Se um elemento x ∈ A estiver associado
a um elemento y ∈ B, dizemos que y é a imagem de x (indica-
1 B 2 E 3 E 4 C 5 A
se y=f(x) e lê-se “y é igual a f de x”).
6 D 7 E 8 D 9 B 10 C
Exemplo: se f é uma função de IN em IN (isto significa que o
11 E 12 A domínio e o contradomínio são os números naturais) definida
por y=x+2. Então temos que:
3) FUNÇÕES • A imagem de 1 através de f é 3, ou seja, f(1)=1+2=3;
• A imagem de 2 através de f é 4, ou seja, f(2)=2+2=4;
O conceito de função é um dos mais importantes em toda a
matemática. O conceito básico de função é o seguinte: toda vez De modo geral, a imagem de x através de f é x+2, ou seja:
que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre f(x)=x+2.
eles, que faça corresponder a todo elemento do primeiro Numa função f de A em B, os elementos de B que são imagens
conjunto um único elemento do segundo, ocorre uma função. dos elementos de A através da aplicação de f formam o
O uso de funções pode ser encontrado em diversos assuntos. conjunto imagem de f.
Por exemplo, na tabela de preços de uma loja, a cada produto
corresponde um determinado preço. Outro exemplo seria o Com base nos diagramas acima, concluímos que existem 2
preço a ser pago numa conta de luz, que depende da condições para uma relação f seja uma função:
quantidade de energia consumida.
Observe, por exemplo, o diagrama das relações abaixo:

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Observações:
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• Como x e y têm seus valores variando nos conjuntos A e


B, recebem o nome de variáveis.

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• A variável x é chamada variável independente e a
variável y, variável dependente, pois para obter o valor
de y dependemos de um valor de x.
• Uma função f fica definida quando são dados seu domínio
(conjunto A), seu contradomínio (conjunto B) e a lei de
associação y=f(x).
Identificamos os pontos encontrados no plano cartesiano:

OBTENÇÃO DO DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO:


O domínio é o subconjunto de IR no qual todas as operações
indicadas em y=f(x) são possíveis.
Vamos ver alguns exemplos:

O gráfico da função será uma reta que passará pelos quatro


pontos encontrados. Basta traçar a reta, e o gráfico estará
construído.
Obs: para desenhar o gráfico de uma reta são necessários
apenas dois pontos. No exemplo acima escolhemos 4 pontos,
mas bastaria escolher dois elementos do domínio, encontrar
suas imagens, e logo após traçar a reta que passa por esses
2 pontos.

RAÍZES DE UMA FUNÇÃO


Dada uma função y=f(x), os valores, os valores de x para os
quais f(x)=0 são chamados raízes de uma função. No gráfico
cartesiano da função, as raízes são abscissas dos pontos onde
Agora o denominador: como 3-x está dentro da raiz devemos o gráfico corta o eixo horizontal.
ter 3-x ≥ 0, mas além disso ele também está no denominador, Observe o gráfico abaixo:
portanto devemos ter 3-x ≠ 0. Juntando as duas condições
devemos ter: 3-x > 0, ou seja, x < 3 (condição 2).

Resolvendo o sistema formado pelas condições 1 e 2 temos:

No gráfico acima temos: f(x1)=0, f(x2)=0 e f(x3)=0.


Portanto x1, x2 e x3 são raízes da função.

Devemos considerar o intervalo que satisfaz as duas condições


ao mesmo tempo.
Portanto, D={x ∈ IR | 2 ≤ x < 3}. FUNÇÃO CRESCENTE E FUNÇÃO
DECRESCENTE

CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO CARTESIANO


DE UMA FUNÇÃO
Para construir o gráfico de uma função f, basta atribuir valores
do domínio à variável x e, usando a sentença matemática que
define a função, calcular os correspondentes valores da
variável y. Por exemplo, vamos construir o gráfico da função
definida por y=x/2. Escolhemos alguns valores para o domínio.
Por exemplo D={2,4,6,8}, e agora calculamos os respectivos
valores de y. Assim temos:

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CLASSIFICAÇÃO DE FUNÇÕES
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As funções possuem algumas propriedades que as
caracterizam f : A→B.

Função sobrejetora
Função injetora
Função bijetora
Função inversa

Função sobrejetora: uma função é sobrejetora se, e somente


se, o seu conjunto imagem for especificadamente igual ao
contradomínio, Im = B. Por exemplo, se temos uma função f :
Z→Z definida por y = x +1 ela é sobrejetora, pois Im = Z.

FUNÇÃO COMPOSTA

Função injetora: uma função é injetora se os elementos


distintos do domínio tiverem imagens distintas. Por exemplo,
dada a função f : A→B, tal que f(x) = 3x.

Função bijetora: uma função é bijetora se ela é injetora e


sobrejetora. Por exemplo, a função f : A→B, tal que f(x) = 5x +
4.

Note que ela é injetora, pois x1≠x2 implica em f(x1) ≠f(x2)


É sobrejetora, pois para cada elemento em B existe pelos
menos um em A, tal que f(x)=y.

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Função inversa: uma função será inversa se ela for bijetora.


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Se f : A→B é considerada bijetora então ela admite inversa f :


B→A. Por exemplo, a função y = 3x-5 possui inversa y =

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(x+5)/3.

Podemos estabelecer a seguinte diagramação:

Note que a função possui relação de A→B e de B→A, então


podemos dizer que ela é inversa.

DETALHES PARA OBTER A FUNÇÃO INVERSA

4) FUNÇÃO AFIM (POLINOMIAL DO 1º


GRAU)

Definição

Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a


qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x)
= ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0.

Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente


de x e o número b é chamado termo constante.

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Temos:
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
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f(x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3

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f(x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7 f(x) = 0 ax + b = 0
f(x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Vejamos alguns exemplos:

1. Obtenção do zero da função f(x) = 2x - 5:


Gráfico f(x) = 0 2x - 5 =

O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b,


0
com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos Ox e Oy.
2. Cálculo da raiz da função g(x) = 3x + 6:
Exemplo:
g(x) = 0 3x + 6 =
0 x = -2
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos
3. Cálculo da abscissa do ponto em que o gráfico de h(x)
e ligá-los com o auxílio de uma régua:
= -2x + 10 corta o eixo das abicissas:
O ponto em que o gráfico corta o eixo dos x é aquele
a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um em que h(x) = 0; então:
ponto é (0, -1).
h(x) = 0 -2x + 10 = 0 x=5

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e Crescimento e decrescimento

Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos atribuir


outro ponto é . valores cada vez maiores a x e observar o que ocorre com y:

Marcamos os pontos (0, -1) e no plano


cartesiano e ligamos os dois com uma reta.
x -3 -2 -1 0 1 2 3
-
y -7 -4 -1 2 5 8
10

x y
0 -1 Notemos que, quando aumentos o valor de x, os
correspondentes
valores de y também aumentam. Dizemos, então que a
0 função y = 3x - 1 é crescente.
Observamos novamente seu gráfico:

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta.


O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da
reta e, como veremos adiante, a está ligado à inclinação da reta
em relação ao eixo Ox.

O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta.


Para x = 0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o coeficiente linear
é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy.

Zero e Equação do 1º Grau

Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau


f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal que f(x) = 0.

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Regra geral: Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz;


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y é negativo para valores de x maiores que a raiz.

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a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o
coeficiente de x é positivo (a > 0);
a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o
coeficiente de x é negativo (a < 0);

Justificativa:

• para a > 0: se x1 < x2, então ax1 < ax2. Daí, ax1 + b < ax2 + b, de
onde vem f(x1) < f(x2).
• para a < 0: se x1 < x2, então ax1 > ax2. Daí, ax1 + b > ax2 + b, de
onde vem f(x1) > f(x2).

Sinal

Estudar o sinal de uma qualquer y = f(x) é determinar os valor


de x para os quais y é positivo, os valores de x para os quais y
é zero e os valores de x para os quais y é negativo.
Consideremos uma função afim y = f(x) = ax + b vamos
estudar seu sinal. Já vimos que essa função se anula pra raiz

. Há dois casos possíveis:


5) FUNÇÃO QUADRÁTICA
1º) a > 0 (a função é crescente) (POLINOMIAL DO 2º GRAU)

y>0 ax + b > 0 x>


Definição

Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º


y<0 ax + b < 0 x< grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma
f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Conclusão: y é positivo para valores de x maiores que a raiz; Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:
y é negativo para valores de x menores que a raiz
1. f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1
2. f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1
3. f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
4. f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0
5. f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

Gráfico

O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx


+ c, com a 0, é uma curva chamada parábola.

Exemplo:
2º) a < 0 (a função é decrescente)
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o
valor correspondente de y e, em seguida, ligamos os pontos
y>0 ax + b > 0 x< assim obtidos.

y<0 ax + b < 0 x>

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Coordenadas do vértice da parábola


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x y

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-3 6 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para
cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem
-2 2 concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.

-1 0

Em qualquer caso, as coordenadas de V são .


Veja os gráficos:

0 0
1 2
2 6

Observação:

Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx


+ c, notaremos sempre que:

• se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;


• se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para
baixo;

Zero e Equação do 2º Grau

Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau


f(x) = ax2 + bx + c , a 0, os números reais x tais que f(x) = 0.

Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções


da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas
pela chamada fórmula de Bhaskara:

Temos:

Observação

A quantidade de raízes reais de uma função quadrática

depende do valor obtido para o radicando


, chamado discriminante, a saber:
Imagem
• quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;
• quando é zero, há só uma raiz real (para ser mais
O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a
preciso, há duas raízes iguais);
0, é o conjunto dos valores que y pode assumir. Há duas
• quando é negativo, não há raiz real. possibilidades:

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1ª - quando a > 0,
Construção da Parábola
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É possível construir o gráfico de uma função do 2º grau sem
montar a tabela de pares (x, y), mas seguindo apenas o roteiro
de observação seguinte:

1. O valor do coeficiente a define a concavidade da


a>0
parábola;
2. Os zeros definem os pontos em que a parábola
intercepta o eixo dos x;

3. O vértice V indica o ponto de mínimo


(se a > 0), ou máximo (se a< 0);
4. A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é
o eixo de simetria da parábola;
5. Para x = 0, temos y = a · 02 + b · 0 + c = c; então (0,
c) é o ponto em que a parábola corta o eixo dos y.

Sinal

Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c


e determinemos os valores de x para os quais y é negativo e
os valores de x para os quais y é positivos.
Conforme o sinal do discriminante = b2 - 4ac, podemos
ocorrer os seguintes casos:

1º - >0
Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais
distintos (x1 x2). a parábola intercepta o eixo Ox em dois
2ª quando a < 0, pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

a<0

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quando a > 0 quando a > 0


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y>0 (x < x1 ou x > x2)
y<0 x1 < x < x2

quando a <
0
quando a < 0

y>0 x1 < x < x2


y<0 (x < x1 ou x > x2)

2º - =0 3º - <0

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quando a > 0 3) 23x-1 = 322x


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Resolução: 23x-1 = 322x ⇒ 23x-1 = (25)2x ⇒ 23x-1 = 210x ; daí

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3x-1=10,
de onde x=-1/7.

4) Resolva a equação 32x–6.3x–27=0.


Resolução: vamos resolver esta equação através de uma
transformação:
32x–6.3x–27=0 ⇒ (3x)2-6.3x–27=0
Fazendo 3x=y, obtemos:
y2-6y–27=0 ; aplicando Bhaskara encontramos ⇒ y’=-3 e y’’=9
Para achar o x, devemos voltar os valores para a equação
auxiliar 3x=y:
y’=-3 ⇒ 3x’ = -3 ⇒ não existe x’, pois potência de base
positiva é positiva
y’’=9 ⇒ 3x’’ = 9 ⇒ 3x’’ = 32 ⇒ x’’=2

Portanto a solução é x=2

FUNÇÃO EXPONENCIAL

Chamamos de funções exponenciais aquelas nas


quais temos a variável aparecendo em expoente.
A função f:IRIR+ definida por f(x)=ax, com a ∈ IR+ e
a≠1, é chamada função exponencial de base a. O domínio
dessa função é o conjunto IR (reais) e o contradomínio é IR+
(reais positivos, maiores que zero).

quando a < 0 GRÁFICO CARTESIANO DA FUNÇÃO EXPONENCIAL

Temos 2 casos a considerar:


 quando a>1;
 quando 0<a<1.

Acompanhe os exemplos seguintes:

1) y=2x (nesse caso, a=2, logo a>1)


Atribuindo alguns valores a x e calculando os
6) FUNÇÕES EXPONENCIAIS correspondentes valores de y, obtemos a tabela e o
gráfico abaixo:
Chamamos de equações exponenciais toda equação na
qual a incógnita aparece em expoente. x -2 -1 0 1 2
y 1/4 1/2 1 2 4
Exemplos de equações exponenciais:
1) 3x =81 (a solução é x=4)
2) 2x-5=16 (a solução é x=9)
3) 16x-42x-1-10=22x-1 (a solução é x=1)
4) 32x-1-3x-3x-1+1=0 (as soluções são x’=0 e x’’=1)

Para resolver equações exponenciais, devemos realizar


dois passos importantes:
1º) redução dos dois membros da equação a
potências de mesma base;
2º) aplicação da propriedade:

a = a ⇒ m = n (a ≠ 1 e a > 0)
m n

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

1) 3x=81
Resolução: Como 81=34, podemos escrever 3x = 34
E daí, x=4.

2) 9x = 1
Resolução: 9x = 1 ⇒ 9x = 90 ; logo x=0.

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2) y=(1/2)x (nesse caso, a=1/2, logo 0<a<1) 7) FUNÇÕES LOGARÍTMICAS


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Atribuindo alguns valores a x e calculando os correspondentes


valores de y, obtemos a tabela e o gráfico abaixo:

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A função f:IR+IR definida por f(x)=logax, com a≠1 e a>0, é
chamada função logarítmica de base a. O domínio dessa
x -2 -1 0 1 2 função é o conjunto IR+ (reais positivos, maiores que zero) e o
y 4 2 1 1/2 1/4 contradomínio é IR (reais).

GRÁFICO CARTESIANO DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Temos 2 casos a considerar:


Nos dois exemplos, podemos observar que  quando a>1;
a) o gráfico nunca intercepta o eixo horizontal; a função  quando 0<a<1.
não tem raízes;
b) o gráfico corta o eixo vertical no ponto (0,1); Acompanhe nos exemplos seguintes, a construção
c) os valores de y são sempre positivos (potência de do gráfico em cada caso:
base positiva é positiva), portanto o conjunto imagem é
Im=IR+. 3) y=log2x (nesse caso, a=2, logo a>1)
Atribuindo alguns valores a x e calculando os
Além disso, podemos estabelecer o seguinte: correspondentes valores de y, obtemos a tabela e o
1) a > 1 gráfico abaixo:

x 1/ 1/2 1 2 4
4
y -2 -1 0 1 2

4) y=log(1/2)x (nesse caso, a=1/2, logo 0<a<1)


Atribuindo alguns valores a x e calculando os
correspondentes valores de y, obtemos a tabela e o
gráfico abaixo:
f(x) é crescente e Im=IR+
Para quaisquer x1 e x2 do domínio:
x2>x1 ⇒ y2>y1 (as desigualdades têm mesmo sentido)
x 1/4 1/2 1 2 4
y 2 1 0 -1 -2
2) 0<a<1

f(x) é decrescente e Im=IR+


Para quaisquer x1 e x2 do domínio:
x2>x1 ⇒ y2<y1 (as desigualdades têm sentidos diferentes)

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Alguns exemplos resolvidos:


Nos dois exemplos, podemos observar que
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1) log3(x+5) = 2
d) o gráfico nunca intercepta o eixo vertical;

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e) o gráfico corta o eixo horizontal no ponto (1,0). A raiz da Resolução: condição de existência: x+5>0 => x>-5
função é x=1; log3(x+5) = 2 => x+5 = 32 => x=9-5 => x=4
f) y assume todos os valores reais, portanto o conjunto Como x=4 satisfaz a condição de existência, então o
imagem é Im=IR. conjunto solução é S={4}.
Além disso, podemos estabelecer o seguinte: 2) log2(log4 x) = 1
1) a>1 Resolução: condição de existência: x>0 e log4x>0
log2(log4 x) = 1 ; sabemos que 1 = log2(2), então
log2(log4x) = log2(2) => log4x = 2 => 42 = x => x=16
Como x=16 satisfaz as condições de existência, então o
conjunto solução é S={16}.

3) Resolva o sistema:

log x + log y = 7

3. log x − 2. log y = 1

Resolução: condições de existência: x>0 e y>0


Da primeira equação temos:
log x+log y=7 => log y = 7-log x
Substituindo log y na segunda equação temos:
3.log x – 2.(7-log x)=1 => 3.log x-14+2.log x = 1 => 5.log x =
15 =>
=> log x =3 => x=103
Substituindo x= 103 em log y = 7-log x temos:
f(x) é crescente e Im=IR log y = 7- log 103 => log y = 7-3 => log y =4 => y=104.
Para quaisquer x1 e x2 do domínio: Como essas raízes satisfazem as condições de existência,
x2>x1 ⇒ y2>y1 (as desigualdades têm mesmo sentido) então o conjunto solução é S={(103;104)}.

2) 0<a<1 QUESTÕES DE CONCURSOS

1) Sejam f e g funções de R em R, sendo R o conjunto dos


números reais, dadas por f(x) = 2x - 3 e f(g(x)) = -4x + 1. Nestas
condições, g(-1) é igual a:

a) -5
b) -4
c) 0
d) 4
e) 5

2) (UFBA) Se f (g (x) ) = 5x - 2 e f (x) = 5x + 4 , então g(x) é


igual a:
f(x) é decrescente e Im=IR
Para quaisquer x1 e x2 do domínio: a) x - 2
x2>x1 ⇒ y2<y1 (as desigualdades têm sentidos diferentes) b) x - 6
c) x - 6/5
d) 5x - 2
e) 5x + 2
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

Chamamos de equações logarítmicas toda equação


que envolve logaritmos com a incógnita aparecendo no 3) (INFO) A função f é tal que f(2x + 3) = 3x + 2. Nestas
logaritmando, na base ou em ambos. condições, f(3x + 2) é igual a:

Exemplos de equações logarítmicas: a) 2x + 3


5) log3x =5 (a solução é x=243) b) 3x + 2
6) log(x2-1) = log 3 (as soluções são x’=-2 e x’’=2) c) (2x + 3) / 2
7) log2(x+3) + log2(x-3) = log27 (a solução é x=4) d) (9x + 1) /2
8) logx+1(x2-x)=2 (a solução é x=-1/3) e) (9x - 1) / 3

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4) (INFO) Sendo f e g duas funções tais que: f(x) = ax + b e g(x) 10) A função f é definida por f(x) = ax + b. Sabe-se que f(-1) =
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= cx + d . Podemos afirmar que a igualdade gof(x) = fog(x) 3 e f(3) = 1, então podemos


ocorrerá se e somente se: afirmar que f(1) é igual a:

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a) b(1 - c) = d(1 - a) a) 2
b) a(1 - b) = d(1 - c) b) -2
c) ab = cd c) 0
d) ad = bc d) 3
e) a = bc e) -3

5) (INFO) O conjunto imagem da função y = 1 / (x - 1) é o 11) 24) A função f, definida por f(x) = - 3x + m, está
conjunto: representada abaixo:

a) R - { 1 }
b) [0,2]
c) R - {0}
d) [0,2)
e) (-1 ,2]

6) (INFO) Dadas as proposições:

p: Existem funções que não são pares nem ímpares.


q: O gráfico de uma função par é uma curva simétrica em
relação ao eixo dos y.
r: Toda função de A em B é uma relação de A em B. f (2) + f (−1)
Então o valor de é:
s: A composição de funções é uma operação comutativa. f (0)
t: O gráfico cartesiano da função y = x / x é uma reta.
a) - 1
Podemos afirmar que são falsas: b) 0
c) 1
a) nenhuma d) 7/5
b) todas e) - 5/7
c) p,q e r
d) s e t
e) r, s e t
12) Seja a função
7) Dadas as funções f(x) = 4x + 5 e g(x) = 2x - 5k, ocorrerá
gof(x) = fog(x) se e somente se k for igual a:

a) -1/3
b) 1/3
c) 0
d) 1 f (1)
e) -1 O valor da razão é:
f (3)
a) – 3/2
b) – 1/2
c) 1/2
8) Sendo f e g duas funções tais que fog(x) = 2x + 1 e g(x) = 2 d) 3/2
- x então f(x) é: e) 5

a) 2 - 2x
b) 3 - 3x
c) 2x - 5
d) 5 - 2x
e) uma função par. 13) Seja uma função f do 1º Grau. Se f(-1) = 3 e f(1) = 1,
então o valor de f(3) é:

a) - 1
b) - 3
9) (PUC-RS) Seja a função definida por f(x) = (2x - 3) / 5x. O c) 0
elemento do domínio de f que tem -2/5 como imagem é: d) 2
e) 3
a) 0
b) 2/5
c) -3
d) 3/4
e) 4/3

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14) Se , então vale: 20) Dada a função definida por com


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determine os valores de a e b, sabendo-se que

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a) 5/4
b) 3/2 e
c) 1/2
d) 3/4 a) a = 2 e b = 1
e) 5/2 b) a = 3 e b = 2
c) a = 3 e b = 1
d) a = 1 e b = 2
e) a = - 2 e b = 3

15) Funções bijetoras possuem função inversa porque elas são


invertíveis, mas devemos tomar cuidado com o domínio da
nova função obtida. Identifique a alternativa que apresenta a
função inversa de f(x) = x + 3. 21) Sejam f e g funções de sendo o conjunto

a) f(x)-¹ = x – 3 dos números reais. Sabendo que e


b) f(x)-¹ = x + 3
c) f(x)-¹ = – x – 3 então é igual a:
d) f(x)-¹ = – x + 3
e) f(x)-¹ = 3x a) – 2
b) – 1
c) 0
d) 1
e) 2
16) Sejam as funções reais dadas por f(x) = 5x + 1 e g(x) = 3x
– 2. Se m = f(n), então g(m), vale:

a) 15n + 1
b) 14n – 1
c) 3n – 2 22) O lucro de uma empresa é dado por uma lei
d) 15n – 15 em que x é a quantidade vendida (em
e) 14n – 2 milhares de unidades) e L é o lucro (em Reais). Qual o valor
do lucro máximo, em reais?

a) 7200
b) 7600
c) 8000
17) Os valores de k de modo que o valor mínimo da função f(x) d) 8400
= x² + (2k – 1)x + 1 seja – 3 são: e) 9000

a) 5/2 e – 3/2
b) 2/3 e 1/2
c) 3/2 e – 2
d) 1/3 e 3
e) 2/3 e 4
23) Seja a função f: R -> R, definida por ,
calcule .

18) Seja a função definida por , tal que a) 7/2


. Então f(a + 1) – f(a) é igual a: b) 5/4
c) 3/2
a) – 1 d) 1
b) 0 e) 2
c) 1
d) f(a)
e) f(a + 1)

24) Se f-1 é a função inversa de f, que vai de R em R, cuja lei


de formação f(x) = 2x – 10, o valor numérico de f -1(2) é:
19) Se, para quaisquer valores de um conjunto S a) 1
(contido no domínio D), com temos , então b) 3
podemos afirmar que a função f é: c) 6
d) -4
a) decrescente e) -6
b) crescente
c) nula
d) constante
e) não é função

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a)
25) (Mackenzie – SP) As funções f(x) = 3–4x e g(x) = 3x+m
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são tais que f(g(x)) = g(f(x)), qualquer que seja x real. O valor
de m é:

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a) 9/4
b) 5/4
c) – 6/5
d) 9/5
e) – 2/3

26) (PUC – PR) Considere e


b)
. Calcule f(g(x)) para x = 4:

a) 6
b) 8
c) 2
d) 1
e) 4

27) Seja f: R+ → R dada por f(x) = √x e g: R → R+ dada por


g(x) = x² + 1. A função composta (g o f)(x) é dada

a) √x² + 1
b) x+1 c)
c) √x² + 1
d) √x²
e) x² + 1

28) (UNICAMP 2016) Considere o gráfico da função y = f (x)


exibido na figura a seguir.

d)

O gráfico da função inversa y = f −1(x) é dado por:

e) N.R.A

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29) (Ufes) A função cujo gráfico está representado na figura 1 31) (UEL) Sendo a função definida por
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a seguir tem inversa.


, então a expressão que define a função inversa de

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O gráfico de sua inversa é: f é:

32) (UFV) Seja f a função real tal que f(2x – 9) = x para todo
x real. A igualdade se verifica para c igual a:

a) 9
b) 1
c) 5
d) 3
e) 7

33) (Ucs–2014) O salário mensal de um vendedor é de R$


750,00 fixos mais 2,5% sobre o valor total em reais, das
vendas que ele efetuar durante o mês. Em um mês em que
suas vendas totalizarem x reais, o salário do vendedor será
dado pela expressão:

a) 750 + 2,5x
b) 750 + 0,25x
c) 750,25x
d) 750.(0,25x)
e) 750 + 0,025x

34) Uma estudante oferece serviços de tradução de textos em


língua inglesa. O preço a ser pago pela tradução inclui uma
30) (Unirio) parcela fixa de R$ 20,00 mais R$ 3,00 por pagina traduzida.
Em determinado dia, ela traduziu um texto e recebeu R$ 80,00
pelo serviço. Calcule a quantidade de páginas que foi
traduzida.

a) 18
b) 20
c) 22
d) 25
e) 30

35) O prefeito de uma cidade deseja construir uma rodovia


para dar acesso a outro município. Para isso, foi aberta uma
licitação na qual concorreram duas empresas. A primeira
Consideremos a função inversível f cujo o gráfico é visto cobrou R$ 100.000,00 por km construído (n), acrescidos de um
acima. valor fixo de R$ 350.000,00, enquanto a segunda cobrou R$
120.000,00 por km (n), acrescidos de um valor fixo de R$
150.000,00. As duas empresas apresentaram o mesmo
padrão de quantidade de serviços prestados, mas apenas uma
delas poderá ser contratada.Do ponto de vista econômico, qual
equação possibilitará encontrar a extensão da rodovia que
tornaria indiferente para a prefeitura escolher qualquer uma
das propostas apresentadas?

a) 100n + 350 = 120n + 150


b) 100n + 150 = 120n + 350
c) 100(n + 350)=120(n + 150)
d) 100(n + 350.000)=120(n + 150.000)
e) 350(n + 100.000)=150(n + 120.000)

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36) (UFSM –2005) Sabe-se que o preço a ser pago por uma 42) Um táxi começa uma corrida com o taxímetro marcando
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corrida de taxi inclui uma parcela fixa, que é denominada R$ 4,00. Cada quilômetro rodado custa R$1,50. Se ao final de
bandeirada, e uma parcela variável, que é função da distância uma corrida, o passageiro pagou R$ 37,00, a quantidade de

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percorrida. Se o preço da bandeirada é de R$ 4,60 e o quilômetros percorridos foi:
quilômetro rodado é R$ 0,96, a distância percorrida pelo
passageiro que pagou R$ 19,00 para ir de sua casa ao a) 26
shopping, é de: b) 11
c) 33
a) 5 km d) 22
b) 10 km e) 32
c) 15 km
d) 20 km
e) 25 km
43) (Enem – 2017) A igreja de São Francisco de Assis, obra
arquitetônica modernista de Oscar Niemeyer, localizada na
Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, possui abóbadas
37) (UFLAVRAS –2000 alterada) Em relação à função f(x) = 3x parabólicas. A seta na Figura 1 ilustra uma das abóbadas na
+ 2, assinale a alternativa INCORRETA: entrada principal da capela. A figura 2 fornece uma vista frontal
desta abóbada, com medidas hipotéticas para simplificar os
a) f(4)-f(2) = 6 cálculos.
b) O gráfico da f(x) é uma reta
c) O gráfico de f(x) corta o eixo y no ponto (0,2);
d) f(x) é uma função crescente
e) a raíz da função é -3/2

38) (FAAP –1997) A taxa de inscrição num clube de natação é


de R$ 150,00 para o curso de 12 semanas. Se uma pessoa se
inscreve após o início do curso, a taxa é reduzida linearmente.
Calcule quanto uma pessoa pagou ao se inscrever 5 semanas
após o início do curso.

a) R$ 62,50
b) R$ 50,50
c) R$ 74,50
d) R$ 78,50
Qual a medida da altura H, em metro, indicada na Figura 2?
e) R$ 87,50
a) 16/3
b) 31/5
39) (UFPI) A função real de variável real, definida por f (x) = (3 c) 25/4
– 2a).x + 2, é crescente quando: d) 25/3
e) 75/2
a) a > 0
b) a < 3/2
c) a = 3/2 44) (UNESP – 2017) Uma função quadrática f é dada por f(x)
d) a > 3/2 = x2 + bx + c, com b e c reais. Se f(1) = –1 e f(2) – f(3) = 1, o
e) a < 3 menor valor que f(x) pode assumir, quando x varia no conjunto
dos números reais, é igual a

a) –12.
b) –6.
40) (FGV) O gráfico da função f (x) = mx + n passa pelos pontos c) –10.
(– 1, 3) e (2, 7). O valor de m é:
d) –5.
e) –9.
a) 5/3
b) 4/3
c) 1
d) 3/4 45) (UERJ – 2016) Observe a função f, definida por:
e) 3/5

Se f(x) ≥ 4, para todo número real x, o valor mínimo da


função f é 4.
41) (UNIFOR) – A função f, do 1° grau, é definida por f(x) = 3x
+ k. O valor de k para que o gráfico de f corte o eixo das Assim, o valor positivo do parâmetro k é:
ordenadas no ponto de ordenada 5 é: a) 5
b) 6
a) 2 c) 10
b) 1 d) 15
c) 3 e) 20
d) 4
e) 5

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46) (UFSM – 2015) A água é essencial para a vida e está 49) (UfSCar–SP) Uma bola, ao ser chutada num tiro de meta
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presente na constituição de todos os alimentos. Em regiões por um goleiro, numa partida de futebol, teve sua trajetória
com escassez de água, é comum a utilização de cisternas para descrita pela equação h(t) = – 2t² + 8t (t ≥ 0) , onde t é o tempo

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a captação e armazenamento da água da chuva. Ao esvaziar medido em segundo e h(t) é a altura em metros da bola no
um tanque contendo água da chuva, a expressão instante t. Determine, após o chute:

a) o instante em que a bola retornará ao solo.


b) a altura atingida pela bola.
representa o volume (em m3) de água presente no tanque no
instante t (em minutos).
a) 5 s e 7 m
Qual é o tempo, em horas, necessário para que o tanque seja
b) 4 s e 8 m
esvaziado?
c) 6 s e 6 m
d) 4 s e 7 m
a) 360.
e) 5 s e 8 m
b) 180.
c) 120.
d) 6.
e) 3.

47) (Enem – 2013) A parte interior de uma taça foi gerada pela
rotação de uma parábola em torno de um eixo z, conforme
mostra a figura. 50) O esboço do gráfico quadrática y = 2x² - 8x + 6 é:

a)

b)

A função real que expressa a parábola, no plano cartesiano da


figura, é dada pela lei f(x) = 3/2 x2 – 6x + C, onde C é a medida c)
da altura do líquido contido na taça, em centímetros. Sabe-se
que o ponto V, na figura, representa o vértice da parábola,
localizado sobre o eixo x. Nessas condições, a altura do líquido
contido na taça, em centímetros, é

a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 5. d)
e) 6.

48) Determine as raízes ou zeros da função quadrática f(x) = x²

– 4x – 5. e) N.R.A

a) 2 e 3
b) 0 e 2
c) – 1 e 5
d) – 2 e 6
e) – 2 e 7

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51) Qual a parábola abaixo que poderia representar uma 53) Chutando-se uma bola para cima, notou-se que ela
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função quadrática com um . descrevia a função quadrática h(x) = 48x – 8x², onde h é a

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altura em metros e x o tempo em segundos depois do
a) lançamento. Qual será a altura máxima atingida pela bola?

a) 68 m
b) 72 m
c) 76 m
d) 78 m
e) 80 m
b)

54) Um garoto ao lançar uma pedra para cima, observou que


sua trajetória era dada pela função h(x) = - x² + 4x + 20, onde
h é a altura em metros e x o tempo em segundos. Qual será
altura máxima que esta pedra conseguiu atingir?

c) a) 16 m
b) 18 m
c) 20 m
d) 22 m
e) 24 m

d) 55) Uma bola de basquete é arremessada por um jogador para


o alto, percorrendo uma trajetória descrita h(x) = - 2x² + 12x,
em que h é a altura, em metros, e x o tempo, em segundos.
Qual a altura máxima atingida por esta bola?

a) 16 m
b) 18 m
e) N.R.A c) 20 m
d) 22 m
e) 24 m
52) O esboço do gráfico da função y = - x² + 1 é:

a)
56) Sabendo que 3x − 32− x =
8 , calcule o valor de
(15 − x ) 2

a) 9
b) 10
c) 11
d) 12
b) e) 15

x−2
1
( )
x
57) A solução da equação   = 27 pertence
 81 
c) ao intervalo:

a) ]0,1[
b) ]1, 2[

c) ]2,3[
d)
d) ]3, 4[

e) ]−3, 4[

e) N.R.A

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58) (Mack – SP) Dadas as funções f(x) = 2 x² – 4 e g(x) = 4 x² 64) (UNIT-SE). Uma determinada máquina industrial se
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– 2x
, se x satisfaz f(x) = g(x), então 2x é: deprecia de tal forma que seu valor, t anos após a sua compra,
é dado pela lei abaixo, onde k é uma constante real. Se, após

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a) ¼ 10 anos, a máquina estiver valendo R$ 12 000,00, determine
b) 1 o valor que ela foi comprada.
c) 8
d) 4
e) ½
a) 48000
59) Na função exponencial a seguir, calcule o valor de k. b) 48500
Considere uma função crescente. c) 64000
g(x) = (3k + 16)x d) 45900
e) 84000
a) k > - 5
b) k > - 2
c) k > 0
d) k < 3
e) k < 2 65) (UESPI 2007) Um botânico, após registrar o crescimento
diário de uma planta, verificou que o mesmo se dava de acordo
com a função abaixo, com t representando o número de dias
contados a partir do primeiro registro e f(t) a altura (em cm) da
planta no dia t. Nessas condições, é correto afirmar que o
tempo necessário para que essa planta atinja a altura de 88,18
60) Considerando que f(x) = 49x, determine o valor de f(1,5). centímetros é:

a) 81
b) 246 a) 30 dias.
c) 343 b) 40 dias.
d) 364 c) 46 dias.
e) 385 d) 50 dias.
e) 55 dias.

61) (UEMA) Seja f(x) = 3x-4 + 3x-3 + 3x-2 + 3x-1. O valor de x para 66) (U. E. FEIRA DE SANTANA - BA) O produto das
que se tenha f(x) = 40 é: soluções da equação (43 - x)2 - x = 1 é:

a) 0 a) 0
b) -2 b) 1
c) 1 c) 4
d) 4 d) 5
e) 3 e) 6

67) (FIC / FACEM) A produção de uma indústria vem


diminuindo ano a ano. Num certo ano, ela produziu mil
62) Determine o valor de a, tal que a ∈ R, de forma que a unidades de seu principal produto. A partir daí, a produção
anual passou a seguir a lei y = 1000. (0,9)x. O número de
função exponencial seja decrescente. unidades produzidas no segundo ano desse período recessivo
foi de:
a) 1 < a < 3
b) 2 < a < 5 a) 900
c) 4 < a < 6 b) 1000
d) 6 < a < 8 c) 180
e) 9 < a < 10 d) 810
e) 90

63) (Enem 2015) O sindicato de trabalhadores de uma empresa


sugere que o piso salarial da classe seja de R$ 1 800,00,
propondo um aumento percentual fixo por cada ano dedicado 68) Um biólogo está estudando uma cultura de bactérias que
ao trabalho. A expressão que corresponde à proposta salarial se reproduzem de formal exponencial. A lei de formação que
(s), em função do tempo de serviço (t), em anos, é s(t) = descreve a reprodução dessas bactérias é f(t) = Qi · 3t , em que
1800·(1,03)t. Qi é a quantidade inicial de bactérias e t é o tempo dado horas.
De acordo com a proposta do sindicato, o salário de um Sabendo que havia 200 bactérias em uma amostra, qual será
profissional dessa empresa com 2 anos de tempo de serviço a quantidade de tempo necessária para que essa cultura tenha
será, em reais, o total de 16.200 bactérias?

a) 7.416,00 a) 2 horas
b) 3.819,24 b) 3 horas
c) 3.709,62 c) 4 horas
d) 3.708,00 d) 5 horas
e) 1909,62 e) 6 horas

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75) (EsSA – 2018) Sejam


69) O valor de log 1 32 + log10 10 é:
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, definidas por

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4
a) – 3/2
b) – 1 , respectivamente. O valor de
c) 0
é:
d) 2
e) 13/2
a) 0
b) 1
c) 2
70) Se log 2 2 512 = x , então x vale: d) 3
e) 4
a) 6
b) 3/2
c) 9
d) 3
e) 2/3 76) Seja uma função f:*+ R → R, definida por
, calcule f(2) e f(6).

71) O valor da expressão a) – 2 e 1


b) 0 e 2
log 0,04 125 − log8 32 + log1000 0, 01 é: c) 2 e 3
d) 3 e 4
a) – 3/10 e) 4 e 6
b) – 3
c) 20/6
d) – 10/2
e) – 9/8

77) Seja f(x) = log2x, o valor do produto f(9) · f(8) · f(7) · … ·


72) Na equação y = 2log3 ( x + 4) , y será igual a 8 quando x for f(3) · f(2) · f(1) é igual a:
igual a:
a) 0
a) 13 b) 9
b) – 3 c) 32
c) – 1 d) 64
d) 5 e) 1024
e) 23

73) (EsSA – 2012) Se , com x real e maior que


zero, então o valor de é: 78) (Ufsm 2012) Suponha que um campo de futebol seja
colocado em um sistema cartesiano ortogonal, conforme
mostra a figura.

a)

b)

c)

d)

e)

Para que o ponto


74) (EsSA – 2013) Os gráficos das funções reais
tenha abscissa e
e possuem um único ponto em comum. O ordenada iguais, é necessário e suficiente que
valor de c é:
a) x > -1.
a) – 1/5 b) x = 5.
b) 0 c) x < -1.
c) 1/5 d) x = -5.
d) 1/15 e) x > 5.
e) 1

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79) A representação 81) (UFRRJ) O gráfico que melhor representa a função


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mostrada na figura adiante, é:

a)

b)

c)

é da função dada por y = f(x) = logn (x). O valor de logn (n3+8)


é:

a) 2
b) 4
c) 6 d)
d) 8
e) 10

e)

80) (UFF) A figura representa o gráfico da função f definida por

82) (UFSM) O gráfico mostra o comportamento da função


logarítmica na base a. Então o valor de a é:

A medida do segmento PQ é igual a:

a) 10
b) 2
c) 1
d) 1/2
e) – 2

83) (PucMG) Se então:

a) n < - 1
b) n > 3
c) – 1 < n < 0
d) 0 < n < 1
e) n > 2

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84) (PucRS) Um aluno do Ensino Médio deve resolver a 88) O altímetro é o instrumento usado para medir alturas ou
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altitudes. Trata-se de um instrumento básico exigido para


equação com o uso da calculadora. Para que seu todas as aeronaves a receber certificado. Ele mede a pressão

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resultado seja obtido em um único passo, e aproxime-se o mais atmosférica e apresenta-a como altitude.
possível do valor procurado, sua calculadora deverá possuir a
Suponha que a altitude h acima do nível do mar, em
tecla que indique a aplicação da função f definida por: quilômetros, detectada pelo altímetro de um avião seja dada
em função da pressão atmosférica p , em atm, por

A(p) = 20 ⋅ logp -1 .
Num determinado instante, a pressão atmosférica medida pelo
altímetro era 0,8 atm. Considerando a aproximação
log2 = 0,3 , qual a altitude h do avião nesse instante, em
quilômetros?

a) 1 km
b) 2 km
85) (UERJ) O número, em centenas de indivíduos, de um c) 3km
determinado grupo de animais, x dias após a liberação de um d) 4 km
predador no seu ambiente, é expresso pela seguinte função: e) 5 km

Após cinco dias da liberação do predador, o número de


indivíduos desse grupo presentes no ambiente será igual a: 89) Dado o gráfico a seguir:

a) 3
b) 4
c) 300
d) 400
e) 500

86) (U. E. FEIRA DE SANTANA – BA) O gráfico da função real


f(x) = x2 – 2:

a) intercepta o eixo dos x no ponto (1, 0);


b) intercepta o eixo dos x no ponto (0, 1);
c) intercepta o eixo dos x no ponto (2, 0);
d) intercepta o eixo dos x no ponto (0, -2);
e) não intercepta o eixo dos x. Pode-se afirmar que a lei de formação da função representada
no gráfico é:

a) f ( x ) = log 5 x
b) f ( x ) = log 2 x
c) f ( x ) = log 4 x
87) (FIC / FACEM) A produção de uma indústria vem
diminuindo ano a ano. Num certo ano, ela produziu mil d) f ( x ) = log 1 x
unidades de seu principal produto. A partir daí, a produção 5
anual passou a seguir a lei y = 1000.(0,9)x. O número de
unidades produzidas no segundo ano desse período recessivo e) f ( x ) = log 1 x
foi de: 2

a) 900
b) 1000
c) 180
d) 810
e) 90

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90) O altímetro dos aviões é um instrumento que mede a 93) (QOAM – 2021) Sabendo que log12 27 = a , calcule
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pressão atmosférica e transforma esse resultado em altitude.


Suponha que a altitude h acima do nível do mar, em log 6 16

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e assinale a opção correta.
quilômetros, detectada pelo altímetro de um avião seja dada,
em função da pressão atmosférica p, em atm, por
3+ a
1 a)
h( p ) = 20 ⋅ log10   6−a
 p
Num determinado instante, a pressão atmosférica medida 8 + 4a
b)
pelo altímetro era 0,4 atm. Considerando a 3+ a
aproximação log10 2 = 0,3 , a altitude do avião nesse 8−a
instante, em quilômetros, era de: c)
6+a
a) 5
b) 8 12 − 4a
d)
c) 9
d) 11
3+ a
e) 12 3− a
e)
6+a

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS:


91) Suponha que o número de peças produzidas por uma
empresa do polo industrial de Parnamirim é dado pela função 1 D 2 C 3 D 4 A 5 A

P(t) = 1000.log 2 (3 + t) onde t é o número de meses 6 D 7 A 8 D 9 D 10 A


e P, o número de peças produzidas, contados a partir do início 11 C 12 D 13 A 14 A 15 A
do funcionamento da empresa. O tempo necessário para que a 16 A 17 A 18 D 19 B 20 C
produção total dessa empresa seja o dobro do produzido no
primeiro mês de atividade é de 21 D 22 E 23 A 24 C 25 C
a) 1 ano e 3 meses. 26 B 27 B 28 C 29 D 30 C
b) 1 ano e 1 mês.
31 C 32 A 33 E 34 B 35 A
c) 1 mês.
d) 8 meses. 36 C 37 E 38 E 39 B 40 B
e) 9 meses.
41 E 42 D 43 D 44 D 45 A
46 D 47 E 48 C 49 B 50 A
51 D 52 C 53 B 54 E 55 B
56 C 57 B 58 D 59 A 60 C
92) (QOAM – 2021) Sejam a e b as soluções da equação 61 D 62 E 63 E 64 A 65 D
6.3 − 13.6 + 6.2 =
2x x 2x
0 . Assinale a opção que 66 E 67 D 68 C 69 B 70 A
apresenta a − b . 71 B 72 E 73 D 74 D 75 A
76 C 77 A 78 B 79 B 80 B
a) 4
b) 3 81 B 82 D 83 D 84 E 85 C
c) 2 86 A 87 D 88 B 89 A 90 B
d) 1
e) 0 91 B 92 C 93 D

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5. A LÓGICA DOS ESPAÇOS INDUSTRIAIS (continuação)


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5.3 - Ciclos tecnológicos da Revolução Industrial (continuação)

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5.3.8 - A indústria na era da globalização
No pós-guerra, os diversos avanços tecnológicos e a internacionalização da economia iniciaram a fase da Terceira
Revolução Industrial, Tecnológica ou Informacional.
Nas últimas décadas do século XX ocorreram também modificações na forma de produzir. O modelo fordista/taylorista
foi substituído pelo modelo toyotista. A capacidade de adaptação ou de flexibilização na produção (modelo toyotista) passou a
ser mais valorizada do que as divisões rígidas na produção (fordismo/taylorismo). A produção e os produtos fabricados tornaram-
se cada vez mais complexos, impondo a necessidade de integrar indústrias e laboratórios de pesquisa, o que levou a tecnologia
a ocupar um lugar cada vez mais importante na produção industrial.
Outra transformação significativa foi a criação e a ampliação da indústria de ponta, com a utilização de máquinas de
ajuste flexível, que permitem modificações rápidas no processo produtivo. Essas indústrias dependem de inovações constantes
e, portanto, de investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas.
Beneficiando-se do progresso
nos transportes e nas comunicações, a
produção industrial espalhou-se por
vários continentes, permitindo separar
a concepção e a execução do produto.
Com a globalização, a
indústria deixou de ter o espaço local
e regional como base, ultrapassando
as fronteiras nacionais. Componentes
de um produto podem ter origem em
países diferentes, pois as corporações
aproveitam as vantagens
comparativas das economias
nacionais. Qualquer desvantagem
pode acarretar a troca do fornecedor
ou mesmo a transferência de unidades
produtoras inteiras.
Estabeleceu-se uma nova
divisão de trabalho, a partir de uma
divisão territorial de indústrias. As
indústrias de ponta concentram-se nos
países centrais ou desenvolvidos. As
economias de maior avanço
tecnológico investem em novos
produtos e investem na
comercialização mundial por meio de
estratégias de marketing (estudo dos
mercados). Atuam no cotidiano das
pessoas, articulando continentes
inteiros com os mesmos produtos e as
mesmas imagens. Atualmente, esse
tipo de indústria é em parte
responsável pela preponderância de
um país sobre outro.

5.4 - Desemprego
Se, por um lado, as inovações tecnológicas introduzidas nas indústrias aumentaram a produtividade, por outro lado,
reduziram os empregos, o que implica sérias questões sociais.
Enquanto os empregos, juntamente com as fábricas, foram transferidos para os países subdesenvolvidos, nos países
centrais parte da mão-de-obra passou a ser ocupada pelo setor terciário.
Lembre-se que as atividades econômicas geralmente são classificadas em três setores:
• setor primário – compreende a agricultura, a pecuária, a caça e o extrativismo;
• setor secundário – é composto pelas atividades industriais, em qualquer nível tecnológico;
• setor terciário ou de prestação de serviços – abrange o comércio, setor financeiro, setor público, educação, transportes, em
suma todas as atividades que normalmente ocorrem em áreas urbanas, com exceção das indústrias. Esse setor complementa os
dois primeiros, pois permite ou induz ao consumo de produtos e exerce papel fundamental na produtividade.
Atualmente, com o atual estágio tecnocientífico, tende-se a redividir os setores de atividade econômica em quatro,
incluindo o setor quaternário, que abrange a pesquisa de alto nível (biotecnológica, robótica, aeroespacial etc.).

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Assim, as inovações tecnológicas do passado acabaram com alguns postos de trabalho, mas deram origem a outros, em
novos setores da economia.
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Atualmente, as inovações tecnológicas têm provocado não só aumento de produtividade, mas também desemprego em

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todos os grupos de países. Isso ocorre até mesmo no setor terciário, uma vez que a tecnologia da informação invade o setor de
serviços, automatizando bancos, telecomunicações, escritórios, comércio etc. Os computadores, além de diminuir a participação
humana, permitem produção programada e variada; a robotização reduz os custos na produção e permite realizar atividades que
envolvem riscos de segurança ou ocorrem em lugares de difícil acesso ao ser humano, como dutos ou o fundo do mar (instalação
de equipamentos).
Esse processo provoca o desemprego estrutural, que afasta do mercado de trabalho grande massa de população durante
períodos mais ou menos prolongados, atingindo principalmente jovens (dificuldade de acesso ao primeiro emprego) e
trabalhadores de pouca qualificação técnica.

5.5 - Países pioneiros no processo de industrialização - Cenários Regionais


Entre os países pioneiros no processo de industrialização encontram-se o Reino Unido, a França, a Bélgica e os Estados
Unidos. Neste capítulo estudaremos o precursor de todos (Reino Unido) e a atual maior potência econômica mundial (Estados
Unidos).
O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a se industrializar, entretanto, com o tempo seu PIB foi ultrapassado por
países que iniciaram o processo de industrialização posteriormente. Por que, embora tenha sido o pioneiro, não conseguiu
acompanhar o ritmo de crescimento econômico de seus concorrentes?
Os Estados Unidos iniciaram seu processo de industrialização na primeira metade do século XIX, um pouco depois de
sua ex-metrópole. Hoje o país é a maior potência do mundo, não só do ponto de vista econômico como também científico-
tecnológico e geopolítico-militar. Vem perdendo poder relativo no mundo, que se consolida como multipolar. Como começou a
supremacia norte-americana, que ainda se mantém no início deste século?

5.5.1 - REINO UNIDO DA GRÃ BRETANHA E IRLANDA DO NORTE


O processo de industrialização
O Reino Unido, muitas vezes chamado de Grã-Bretanha (leia o texto abaixo para entender a diferença), foi o primeiro
país a reunir as condições necessárias para o início do processo de industrialização porque foi um dos que mais acumulou capitais
durante o período do capitalismo comercial. Mas disponibilidade de capitais para investir na produção não foi o único fator
importante no processo de industrialização. Além dos econômicos, é preciso considerar também os fatores políticos, sociais,
tecnológicos e naturais, que serão analisados na sequência.
Foi na Inglaterra que ocorreu a primeira revolução burguesa da História, chamada Revolução Gloriosa. Ela terminou em
1688, com a deposição do rei absolutista Jaime II e a ascensão ao poder do príncipe holandês Guilherme de Orange e sua esposa
Maria Stuart (filha mais velha de Jaime II). Coroados rei Guilherme III e rainha Maria II, assinaram a Declaração dos Direitos
(1689), que limitava o poder político da monarquia, transferindo-o para o parlamento – no qual a burguesia estava fortemente
representada e podia, desse modo, participar das decisões políticas do país. A Inglaterra tornou-se, assim, a primeira monarquia
parlamentar do mundo, fator político que foi essencial para a eclosão da Revolução Industrial, quase um século mais tarde.
Antes mesmo da Revolução Gloriosa, para estimular as trocas comerciais, o Estado britânico já vinha tomando uma série
de medidas, como os Atos de Navegação, que impunham a exclusividade do comércio externo do país a navios britânicos.
Ancorado em medidas protecionistas e em poderosa frota naval, o Reino Unido tornou-se a maior potência mercantil do mundo
na fase final do capitalismo comercial. Os capitais acumulados nesse período foram gradativamente investidos na ampliação da
rede de ferrovias e hidrovias, na extração de carvão e na instalação de indústrias, fatores que, conjugados, permitiram grandes
avanços técnicos nas indústrias têxteis, siderúrgicas e navais, ramos mais importantes da Primeira Revolução Industrial.
O Reino Unido ainda tinha a vantagem de dispor de grandes reservas de carvão mineral, fonte de energia que possibilitou
a disseminação do uso das máquinas a vapor, inicialmente na indústria têxtil e mais tarde nos demais ramos industriais.
As principais condições econômicas e políticas para a Revolução Industrial no Reino Unido foram sendo criadas ao longo
da História: acúmulo de capitais, disponibilidade de matérias-primas e de energia, avanços técnicos e o controle do Estado pela
burguesia. Faltava, porém, a força de trabalho.
Com as Leis dos Cercamentos, nas últimas décadas do século XVII, as terras – que em grande parte eram comunais, ou
seja, apesar de pertencerem à nobreza eram cultivadas pelos camponeses – foram cercadas. Com isso, as atividades agrícolas,
muitas delas de subsistência, foram em grande parte substituídas por atividades pecuárias, particularmente a criação de carneiros,
realizada por grandes proprietários, para fornecer lã à indústria têxtil que estava se desenvolvendo. Os camponeses, que foram
gradualmente expulsos das terras, se deslocaram para as cidades à procura de trabalho.
Essa massa de trabalhadores rurais converteu-se na mão de obra barata e superexplorada da nascente indústria britânica.
A partir de então, começou de fato a se estabelecer uma relação capitalista de produção baseada no trabalho assalariado e na
exploração dos operários, o que proporcionou lucros crescentes aos industriais.

Recursos naturais e localização industrial


A localização das primeiras indústrias ocorreu próximo aos portos e às jazidas de carvão, principalmente no centro da
Grã-Bretanha, onde ficavam as maiores reservas desse combustível fóssil. Por esse motivo, houve grande industrialização nas
proximidades de Yorkshire, Lancashire e Midlands (Inglaterra), Lowlands (Escócia) e no País de Gales, provocando drásticas
transformações nas paisagens, que passaram a ser conhecidas como “regiões negras”.

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No centro da ilha foram construídas usinas siderúrgicas, o que viabilizou a produção de locomotivas e navios movidos a
vapor. As indústrias de material ferroviário e naval localizavam-se em torno das siderúrgicas, que, por sua vez, estavam perto do
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carvão, o qual também atraiu a indústria têxtil. Isso explica o grande dinamismo das regiões carboníferas britânicas durante a

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Primeira Revolução Industrial. Porém, as mudanças futuras no padrão tecnológico e energético levaram as “regiões negras” e
suas indústrias pioneiras à decadência.
Outro fator essencial de atração das indústrias foi a existência de portos marítimos e fluviais. Muitas cidades portuárias
desenvolveram um importante parque industrial, como Liverpool, Glasgow e principalmente a capital, Londres. O maior centro
industrial no Reino Unido sempre foi a região metropolitana da capital, em razão de seu poder de polarização sobre o território
britânico (nacional e colonial). Inicialmente, as indústrias menos dependentes de matérias-primas aí se localizaram por causa da
disponibilidade de mão de obra, de mercado consumidor e de rede de transportes. Durante a Primeira Revolução Industrial,
Londres, que já era o maior porto e centro comercial e financeiro britânico, tornou-se também o maior entroncamento ferroviário,
aumentando sua capacidade de polarização.
Posteriormente, na Segunda Revolução Industrial, muitas indústrias que não dependiam do carvão - automobilísticas,
aeronáuticas, químicas, elétricas, mecânicas, farmacêuticas etc. - foram se instalando em torno da metrópole, ampliando sua
importância. A partir daí, essa região metropolitana se converteu no maior entroncamento rodoviário do país e numa das maiores
confluências de rotas aéreas do mundo. Esses fatores explicam o fato de Londres ter se transformado numa das mais importantes
cidades globais da atualidade.
Por sua posição estratégica, outra cidade que se beneficiou bastante dessa nova tendência foi Birmingham, que, depois de
Londres, era o principal centro industrial britânico, polarizando uma série de cidades e com um parque industrial bastante
diversificado.
No contexto da atual revolução tecnológica, a reorganização das indústrias britânicas atinge o país de forma bastante
desigual: setorial e regionalmente. Há setores que entraram em decadência, como a indústria têxtil, a siderúrgica e a naval,
outrora as maiores do mundo e associadas às antigas bacias carboníferas. Mas há setores bastante dinâmicos, como o de material
bélico, o aeronáutico, o automobilístico, o químico-farmacêutico, o petroquímico (graças ao petróleo explorado no mar do Norte)
e o de biotecnologia. Essas novas e modernas indústrias em geral estão localizadas nas pequenas cidades do centro-sul da
Inglaterra, onde se destaca o importante parque tecnológico de Cambridge, com suas empresas de alta tecnologia.
Cambridge é uma antiga cidade universitária, localizada a cerca de 80 quilômetros a noroeste de Londres. Em torno da
Universidade de Cambridge começou a ser implantado, na década de 1970, um parque tecnológico concentrando empresas de
setores típicos da Terceira Revolução Industrial, como os de informática e biotecnologia, entre outros.
A cidade contou com fatores muito semelhantes aos do Vale do Silício (Estados Unidos): centros de pesquisa de renome,
mão de obra com alto nível de qualificação, disponibilidade de capitais de risco e desenvolvimento de empresas inovadoras. Há
outros polos de alta tecnologia no Reino Unido, como na região oeste de Londres, conhecida como Corredor Oeste ou Corredor
M4. Observe no mapa da página anterior a distribuição das principais indústrias no Reino Unido. A produção de carvão no Reino
Unido caiu sensivelmente (a maioria das minas se esgotou) e seu consumo foi substituído por gás natural, petróleo e eletricidade.
Embora o país seja produtor de petróleo, sua produção (1,1 milhão de barris/dia em 2011, vigésimo produtor mundial) não é
suficiente para abastecer o consumo interno, havendo necessidade de importação, sobretudo da Noruega. O país também é
importador de gás natural, combustível cujo consumo foi o que mais aumentou no país, especialmente para a produção de
eletricidade em termelétricas. Cresceu também a produção de energia em usinas termonucleares.
Nas regiões carboníferas, são visíveis a desindustrialização, o desemprego e o empobrecimento, principalmente no centro
da Grã-Bretanha, em cidades como Liverpool, Manchester e Sheffield. Desde a década de 1970, com o fechamento de diversas
fábricas, essa região converteu-se em zona de repulsão populacional. O empobrecimento de parte da população britânica
aumentou nos anos 1980, época em que também ocorreu maior concentração de renda nas mãos de sua elite, em prejuízo do
restante da sociedade. Essa situação resultou da perda de competitividade do país diante do aumento da concorrência em uma
economia globalizada.
O Reino Unido enfrentava, de um lado, a concorrência de economias mais competitivas, ancoradas em sistemas de
produção flexível como a japonesa e a coreana, e, de outro, economias emergentes, ancoradas em mão de obra barata, como a
China, a Índia e outros países asiáticos. A gestão da primeira-ministra Margaret Tatcher (1979-1990), do Partido Conservador,
foi marcada por políticas neoliberais que visavam reduzir o papel do Estado na economia e aumentar a competitividade das
empresas britânicas.
Nesse processo muitas empresas estatais foram privatizadas, entre as quais a BP – British Petroleum (petrolífera). Essas
privatizações reduziram a contribuição das estatais para o PIB britânico de 9%, em 1979, para 3,5%, em 1990. A BP é a maior
corporação do Reino Unido e a quarta do mundo (é a terceira no setor de petróleo), de acordo com a Fortune Global 500 2012.
Entre as grandes corporações britânicas, ainda se destacam a Vodafone (telecomunicações), Rio Tinto (mineração), a BAE
Systems (aeroespacial e material bélico), a GlaxoSmithKline e Astra Zeneca (farmacêuticas), todas entre as quinhentas maiores
empresas do mundo.
A implantação de políticas neoliberais teve como efeitos colaterais o enfraquecimento do estado de bem-estar e, durante
o governo Thatcher, o aumento da concentração de renda. No fim dos anos 1990, como mostra a tabela a seguir, apesar de ter
havido um pequeno aumento da participação dos estratos mais pobres na distribuição da renda, a participação dos 10% mais
ricos continuou aumentando, em detrimento da classe média.
A política econômica do governo Tatcher atingiu seus objetivos: reduziu o papel do Estado na economia, o deficit público
e os custos de produção das empresas e aumentou a competitividade britânica no mundo globalizado, tanto que de modo geral
foi mantida por seus sucessores, mesmo os do Partido Trabalhista. Entretanto, para isso houve um custo social e a consequente
redução de conquistas trabalhistas, o que levou a enfrentamentos com os sindicatos de várias categorias, especialmente os do

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setor de mineração, cuja greve durou um ano. O governo venceu essa queda de braço e, com o tempo, diversas minas foram
fechadas.
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A partir dessa greve emblemática, pois atingiu um setor outrora estratégico no país, os sindicatos em geral se

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enfraqueceram. O gráfico ao lado mostra que, alguns anos após o fim do governo conservador, o Reino Unido era, entre os
principais países desenvolvidos, aquele no qual os trabalhadores tinham um dos menores salários diretos e os menores benefícios
sociais e previdenciários.
Em 2010, a situação não mudou; apesar da elevação salarial, os trabalhadores industriais do Reino Unido permanecem
entre os de menor remuneração (salário + benefícios) entre os dos principais países desenvolvidos.

A potência pioneira perde poder


Embora o Reino Unido tenha crescido economicamente após a Segunda Guerra Mundial, não acompanhou o ritmo de
crescimento de outras potências econômicas como Estados Unidos, Japão e Alemanha, se considerados os avanços tecnológicos
e os ganhos de produtividade; consequentemente, foi perdendo posições no cenário internacional.
Observe na tabela a seguir o crescimento do PIB do Reino Unido no pós-Segunda Guerra e o compare com o dos
concorrentes. Perceba que até 1980 a economia britânica cresceu bem menos que as de seus competidores. No período 1981-
2010 o crescimento do PIB britânico acumulou uma taxa média de 2,7% ao ano, superando dois de seus principais concorrentes
(o Japão cresceu em média 2,0%, e a Alemanha, 1,6%); ficou atrás apenas dos Estados Unidos, que cresceram 2,8% (no mesmo
período, a China cresceu a taxas superiores a 10% ao ano).
Considerando o tamanho do PIB, a economia britânica foi ultrapassada pelo Japão e pela Alemanha após a Segunda
Guerra; antes disso, já tinha sido superada pelos Estados Unidos (após a Primeira Guerra Mundial), e, mais recentemente, também
pela China e França. Assim, o Reino Unido, que já foi a maior potência industrial do planeta, em 2011 era o sétimo PIB mundial
(quando foi ultrapassado também pelo Brasil), bem atrás das três maiores potências econômicas, principalmente da maior delas,
sua ex-colônia.
Apesar de permanecer entre as sete maiores economias mundiais, o Reino Unido já não dispõe do poder que deteve no
passado. Não está mais na liderança dos principais avanços tecnológicos e já não tem mais poder econômico e militar para
exercer influência planetária de forma isolada, como fez desde o fim do século XVIII até o começo do século XX. No entanto,
o país ainda mantém certo status de potência mundial porque o governo britânico tem atrelado sua política externa à dos Estados
Unidos, apoiando incondicionalmente as decisõestomadas em Washington. Isso ficou evidente na guerra empreendida contra
Saddam Hussein em 2003, na qual o então primeiro-ministro britânico Tony Blair, contrariando a maioria da população britânica,
apoiou política e militarmente (também enviou tropas) a invasão do Iraque pelas forças armadas dos Estados Unidos.

5.5.2 - OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


O território que hoje pertence aos Estados Unidos da América foi colonizado por britânicos, franceses e espanhóis; no
entanto, foram os britânicos que se tornaram hegemônicos e mais influenciaram a formação da sociedade norte-americana. A
primeira colônia inglesa foi fundada em 1607 na Virgínia, na costa do oceano Atlântico, e ao longo do século XVII várias outras
foram fundadas, totalizando treze colônias, que constituíram o núcleo inicial do atual território.
Em 4 de julho de 1776, representantes de todas as colônias originais promulgaram na Filadélfia a Declaração de
Independência dos Estados Unidos da América, documento fundador dessa nação. A separação só foi reconhecida pelos ingleses
ao final da Guerra de Independência (1775-1783), com a assinatura do Tratado de Versalhes. Após a independência, iniciou-se
um processo de expansão para o oeste, marcado por guerras contra os mexicanos e os povos indígenas, até então os habitantes
dessa região, e o território norte-americano passou a ter sua configuração atual (2012) - composto de cinquenta estados, além do
Distrito de Colúmbia, onde se localiza Washington, a capital do país.

Os fatores da industrialização
Quando o território do que viria a ser os Estados Unidos ainda pertencia ao Reino Unido, recebeu um grande fluxo de
imigrantes britânicos, principalmente nas colônias do Norte. Esses imigrantes, fugindo de perseguições políticas e religiosas ou
em busca de melhores condições de vida do que as da Europa, foram se fixando na faixa litorânea, num trecho conhecido como
Nova Inglaterra. Aí desenvolviam uma agricultura diversificada (policultura) em pequenas propriedades, nas quais predominava
o trabalho familiar.
Cidades como Nova York, Boston e Filadélfia começavam a surgir e crescer em ritmo acelerado, e teve início uma
atividade manufatureira, pois vários imigrantes que eram artesãos na Inglaterra, Escócia e Irlanda trouxeram consigo suas
habilidades e ferramentas. Gradativamente, foi se estruturando um mercado interno, com o predomínio do trabalho familiar no
campo e do trabalho assalariado nas cidades. Isso criou condições para a crescente expansão das manufaturas, das casas de
comércio e dos bancos.
Assim, nas colônias do Norte, organizou-se uma colonização de povoamento, enquanto nas do Sul imperava a colonização
de exploração, estruturada sobre uma sociedade rigidamente estratificada e na exploração do trabalho escravo. A economia
sulista era baseada em plantations: grandes propriedades monocultoras nas quais se cultivava principalmente o algodão e se
utilizava trabalho escravo de povos negros trazidos à força da África central. Praticamente toda a produção era exportada para o
Reino Unido. A riqueza estava fortemente concentrada nas mãos dos fazendeiros escravagistas (a que permanecia no país) e dos
comerciantes britânicos, de forma que o mercado interno prosperava muito lentamente.
Já nas colônias do Norte os negócios se expandiam com rapidez e os capitais se concentravam nas mãos da burguesia
nascente. Com o tempo, os capitalistas e outros setores da sociedade nortista desenvolveram interesses próprios que passaram a

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se chocar com os dos britânicos. O resultado desse conflito de interesses, como vimos, levou a uma guerra entre a colônia e a
metrópole e à independência política, que fez dos Estados Unidos o primeiro país livre da América.
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Com isso surge uma dúvida: por que o Reino Unido não manteve um controle mais rígido sobre as treze colônias, já que

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foi justamente nessa região que nasceram o separatismo e a industrialização? Esses fatos contrariavam os interesses britânicos:
o separatismo significava a perda de colônias, além de criar um perigoso precedente, e a industrialização, uma incômoda
concorrência. O jornalista uruguaio Eduardo Galeano deu uma boa resposta a essa questão:

A importância de não nascer importante

As treze colônias do Norte tiveram, pode-se bem dizer, a dita da desgraça. Sua experiência histórica mostrou a tremenda
importância de não nascer importante. Porque no norte da América não tinha ouro, nem prata, nem civilizações indígenas com
densas concentrações de população já organizada para o trabalho, nem solos tropicais de fertilidade fabulosa na faixa costeira
que os peregrinos ingleses colonizaram. A natureza tinha-se mostrado avara, e, também, a História: faltavam metais e mão de
obra escrava para arrancá-los do ventre da terra. Foi uma sorte. No resto, desde Maryland até Nova Escócia, passando pela Nova
Inglaterra, as colônias do Norte produziam, em virtude do clima e pelas características dos solos, exatamente o mesmo que a
agricultura britânica, ou seja, não ofereciam à metrópole uma produção complementar. Muito diferente era a situação das
Antilhas e das colônias ibéricas de terra firme. Das terras tropicais brotavam o açúcar, o algodão, o anil, a terebintina; uma
pequena ilha do Caribe era mais importante para a Inglaterra, do ponto de vista econômico, do que as 13 colônias matrizes dos
Estados Unidos. Essas circunstâncias explicam a ascensão e a consolidação dos Estados Unidos como um sistema
economicamente autônomo, que não drenava para fora a riqueza gerada em seu seio. Eram muito frouxos os laços que atavam a
colônia à metrópole; em Barbados ou Jamaica, em compensação, só se reinvestiam os capitais indispensáveis para repor os
escravos na medida em que se iam gastando. Não foram fatores raciais, como se vê, os que decidiram o desenvolvimento de uns
e o subdesenvolvimento de outros; as ilhas britânicas das Antilhas não tinham nada de espanholas nem portuguesas. A verdade
é que a insignificância econômica das 13 colônias permitiu a precoce diversificação de suas manufaturas. A industrialização
norte-americana contou, desde antes da independência, com estímulos e proteções oficiais. A Inglaterra mostrava-se tolerante,
ao mesmo tempo que proibia estritamente que suas ilhas antilhanas fabricassem até mesmo um alfinete.
GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 146.

A maioria dos primeiros imigrantes era britânica, seguidores de religiões cristãs protestantes, principalmente puritanos
(como eram chamados os calvinistas, os seguidores de João Calvino, na Grã-Bretanha), que haviam rompido com a Igreja católica
a partir da Reforma Protestante empreendida por Calvino e outros teólogos no século XVI. As religiões protestantes favoreciam
o desenvolvimento capitalista, uma vez que não condenavam moralmente a riqueza. Ao contrário, pregavam que a riqueza era
bem-vinda porque era fruto do trabalho, de uma vida austera, que afastava o fiel do pecado e o aproximava da salvação divina.
Embora o aspecto cultural não seja determinante, pois na Itália católica e no Japão xintoísta/budista o capitalismo também
floresceu, é indiscutível que o protestantismo criou condições culturais extremamente favoráveis ao desenvolvimento de um
espírito empreendedor e de uma ética do trabalho, importantíssimas para a acumulação de capitais.
Fatores de ordem natural também foram fundamentais no processo de industrialização dos Estados Unidos. O nordeste
do território, além de estar próximo do oceano - o que há muito vem facilitando os transportes marítimos e o intercâmbio
comercial -, possui grandes reservas de carvão nas bacias sedimentares próximas aos Apalaches, nos estados da Pensilvânia e de
Ohio, e importantes jazidas de minério de ferro nos escudos próximos ao lago Superior, nos estados de Minnesota e de Wisconsin.
Além disso, o país dispõe de grandes e diversificadas reservas minerais e energéticas. Veja no mapa a seguir a distribuição das
principais ocorrências minerais e a localização das principais refinarias de petróleo e usinas geradoras de energia nos Estados
Unidos.
A farta e bem distribuída rede hidrográfica foi outro fator natural que favoreceu o desenvolvimento dos Estados Unidos.
A existência, no nordeste do país, de extensos lagos com desníveis consideráveis possibilitou a construção de grandes barragens
e usinas hidrelétricas para geração de energia. Ao lado das turbinas hidráulicas foram edificadas eclusas, que permitiram às
embarcações transpor os desníveis e ampliar significativamente a rede de hidrovias, garantindo a disponibilidade de
infraestrutura de energia elétrica e de transportes para o desenvolvimento industrial. Os Grandes Lagos (como são chamados)
favoreceram imensamente os transportes: pouco a pouco, foram interligados por canais artificiais e eclusas que possibilitaram a
ligação do interior do continente com o oceano Atlântico pelo rio São Lourenço, no Canadá, e pelo Hudson, nos Estados Unidos.
Esse rio alcança o lago Erie, por meio de um canal artificial, e desemboca no Atlântico, onde fica o porto de Nova York.

A arrancada industrial
Após a independência, as diferenças econômicas, sociais e culturais entre a sociedade nortista, das colônias de
povoamento, e a sociedade sulista, das colônias de exploração, afloraram nitidamente e acabaram desencadeando um conflito
armado, na segunda metade do século XIX. As elites aristocráticas que comandavam os estados escravagistas do Sul, em franca
decadência política e econômica, na tentativa de manter o poder e a escravidão criaram os Estados Confederados da América.
Com isso, esses estados declararam sua separação (secessão) da federação americana, dominada pelos capitalistas
industriais e financeiros do Norte. Essa atitude provocou a Guerra de Secessão, ou Guerra Civil Americana.
A vitória da burguesia nortista teve como resultado geopolítico mais importante a manutenção da unidade territorial do
país, que já se estendia do Atlântico ao Pacífico. Interessada em garantir a ocupação dos territórios tomados dos povos nativos
(à custa de um grande genocídio) e aumentar o mercado consumidor para os bens produzidos por suas indústrias, a elite do Norte
passou a estimular a imigração. Em 1862 foi elaborada a Lei Lincoln (Homestead Act), segundo a qual as famílias que migrassem

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para o oeste do país receberiam 65 hectares de terra para se fixar e, caso permanecessem cultivando-os por pelo menos cinco
anos, ganhariam sua posse definitiva. Porém, embora essa lei tenha garantido a ocupação das terras do oeste, principalmente os
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férteis solos das planícies centrais, o que mais contribuiu para atrair imigrantes e ampliar o mercado interno do país foi a

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aceleração de seu processo de industrialização, sobretudo no final do século XIX e início do XX: entre 1890 e 1929, mais de 22
milhões de imigrantes, especialmente europeus, se fixaram no país.
A crise de 1929, a depressão dos anos 1930 decorrente dela e a Segunda Guerra Mundial reduziram drasticamente a
entrada de pessoas no país nos anos 1930-1940, porém, o fluxo imigratório voltou a aumentar após a guerra e atingiu seu pico
nos anos 1990, década em que entrou no país quase o mesmo número de imigrantes que nos vinte anos anteriores. Entre 1850 e
2010 os Estados Unidos foram o país que mais recebeu imigrantes no mundo, com a fixação de mais de 74 milhões de pessoas
em seu território.
Outra medida que ampliou o mercado consumidor interno foi a decretação, em 1863, do fim da escravidão nos Estados
Unidos. A partir de então, foi-se disseminando o trabalho assalariado e, pouco a pouco, foi-se estruturando, pela primeira vez na
História, uma ampla sociedade de consumo, que se consolidou após a Primeira Guerra Mundial.

Nordeste: localização industrial e decadência recente


Apesar da desconcentração recente, que estudaremos a seguir, o Nordeste dos Estados Unidos ainda é a maior região
industrial do país e uma das maiores do mundo.
Como vimos, a primeira região do país a se industrializar foi o Nordeste, onde, durante muito tempo, determinados setores
se concentraram mais em algumas cidades que em outras, definindo as “capitais” do aço, do automóvel etc.
As grandes siderúrgicas, como a United States Steel Corporation, a maior do país, localizada em Pittsburgh,
concentraram-se no estado da Pensilvânia po causa da disponibilidade de carvão, da facilidade de recepção do minério que
provém de Minnesota por meio dos Grandes Lagos e da proximidade dos centros consumidores. Apesar do fechamento de
fábricas e da transferência de usinas para outros lugares, Pittsburgh ainda é conhecida como a “capital do aço”.
A região metropolitana de Detroit, no estado de Michigan, foi o grande centro da indústria automobilística. Sua
localização numa posição central facilitou a recepção de matérias-primas e peças, além do posterior envio dos produtos acabados
(localize-a no mapa). Abrigando fábricas das “três grandes” montadoras - General Motors (GM), Ford e Chrysler - e diversas
fábricas de autopeças, a cidade tornou-se a “capital do automóvel”, mas atualmente sofre com a falência de algumas indústrias
e a saída de outras, que migram para regiões diversas em busca de menores custos de produção. Em razão da elevação do custo
da mão de obra, da má gestão praticada pelos seus administradores e da acirrada concorrência de carros de outras marcas,
especialmente japonesas e coreanas, as grandes montadoras americanas estão perdendo competitividade, situação agravada pela
crise financeira de 2008/2009.
A GM, que por décadas foi a maior montadora automobilística do mundo, pediu concordata em junho de 2009 e, para
não falir, foi encampada pelo governo norte-americano, que injetou 50 bilhões de dólares na empresa e passou a controlar 61%
de suas ações (o governo do Canadá ficou com 12%, o sindicato United Auto Workers, com 17%, e os credores, com 10%).
Entretanto, o plano do governo é se desfazer de suas ações depois de sanear a empresa, o que em 2012 ainda não tinha ocorrido.
Naquele mesmo ano, a Chrysler, para evitar a falência, teve parte de suas ações vendidas ao Grupo Fiat. A Ford, sediada em
Dearborn (Michigan), não enfrentou os mesmos problemas de suas concorrentes nacionais.
Em decorrência de seu enorme efeito multiplicador, a crise no setor automobilístico tem afetado diversos outros setores
da indústria norte-americana. Existe uma grande quantidade de indústrias complementares imprescindíveis ao funcionamento
das montadoras de automóveis: autopeças, plásticos, borrachas, vidros, equipamentos eletrônicos etc. Essas indústrias, por sua
vez, necessitam de outros setores: siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas etc. Isso evidencia como a crise é grave. Detroit já
não é mais a “capital do automóvel” porque muitas de suas antigas fábricas de carros e autopeças fecharam as portas. A cidade
e sua região metropolitana estão enfrentando o desemprego crescente, o empobrecimento da população e a deterioração urbana.
Muitos de seus moradores gostariam de se mudar, mas a profunda desvalorização imobiliária dificulta a venda de suas casas e a
compra de uma nova em outro lugar.
Diversos outros ramos industriais estão espalhados por inúmeras cidades do Nordeste dos Estados Unidos, a região de
maior concentração urbano-industrial do planeta. Ali, a História mostrou ser verdadeira a frase: “Indústria atrai indústria”.
Surgiu, assim, um grande cinturão industrial, o manufacturing belt, que se estende por várias cidades, como Chicago, Detroit,
Cleveland e Buffalo, às margens dos Grandes Lagos; Pittsburgh e Columbus, na região dos Apalaches; Boston, Nova York,
Filadélfia e Baltimore, na costa leste. Em virtude da crise de setores com forte presença na região, como o automobilístico e
outros que dependem muito dele, como o siderúrgico, e do consequente fechamento de inúmeras fábricas, muitos têm afirmado
que essa região deveria ser chamada de Rust Belt (cinturão da ferrugem) em razão da decadência industrial.

A desconcentração industrial
Está ocorrendo nos Estados Unidos, já há algumas décadas, um processo de desconcentração industrial. O cinturão
industrial (manufacturing belt) do Nordeste já chegou a concentrar, no início do século XX, mais de 75% da produção industrial
dos Estados Unidos. De lá para cá sua participação vem se reduzindo, e hoje ela é inferior a 50%. Como consequência do grande
crescimento de cidades do Nordeste, que se agruparam em gigantescas megalópoles como a que se estende de Boston a
Washington (conhecida como Boswash), passando por Nova York, tem havido uma tendência de elevação dos custos de
produção na região. Novos centros industriais surgiram no sul e no oeste do país, e centros mais antigos nessas mesmas regiões
se expandiram, acarretando uma dispersão industrial. Algumas das cidades norte-americanas que mais têm crescido estão nessas
regiões novas, como Atlanta, Dallas, Houston, Seattle, São Francisco, etc.

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Sul
As primeiras fábricas do Sul dos Estados Unidos datam de 1880: produziam fios e tecidos e foram instaladas por
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industriais da Nova Inglaterra, atraídos pela disponibilidade de matéria-prima, o algodão cultivado na região. Contudo, a

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industrialização efetiva do Sul ganhou grande impulso mesmo no início do século XX, após a descoberta de enormes lençóis
petrolíferos na região, principalmente no Texas. Após a Segunda Guerra o processo se intensificou, pois as necessidades de
defesa e de desenvolvimento do programa espacial estimularam a expansão industrial no Sul. Foi construída uma fábrica de
aviões em Marietta (Geórgia), onde hoje se encontra uma das maiores unidades da Lockheed Martin, empresa do setor
aeroespacial. Em Huntsville (Alabama), foi construído um dos centros da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, e uma
fábrica de aviões militares e mísseis da Boeing, a maior indústria aeronáutica do mundo.
No Texas, localiza-se o importante Centro Espacial de Houston, sede da Nasa. Na Flórida, em Cabo Canaveral, encontra-
se o Centro Espacial John F. Kennedy, base de lançamento de foguetes. No Texas há também importantes indústrias aeronáuticas,
em Fort Worth e San Antonio, e grandes indústrias petrolíferas em Houston, onde se destaca a Exxon Mobil. Em 2012 essa
empresa era a maior dos Estados Unidos e a segunda do mundo na lista das quinhentas maiores da revista Fortune, com um
faturamento de 453 bilhões de dólares, valor equivalente ao PIB da Argentina (a maior do mundo era a holandesa Royal Dutch
Shell, cujo faturamento era de 484 bilhões de dólares).

Oeste
A última região dos Estados Unidos a se industrializar foi o Oeste. Entre os fatores que contribuíram para a instalação de
indústrias nessa região, destacam-se:
• disponibilidade de mão de obra, que foi se estabelecendo desde a época da Corrida do Ouro, em meados do século XIX,
quando a exploração desse metal na Serra Nevada (Califórnia) atraiu muita gente;
• existência de outros minérios, como ferro e cobre, nas Montanhas Rochosas e na Serra Nevada, e de petróleo e gás
natural na Bacia da Califórnia;
• disponibilidade de elevado potencial hidrelétrico, principalmente nos rios Columbia e Colorado.
Em Seattle (estado de Washington) há uma importante concentração da indústria aeronáutica (divisão de aviões
comerciais da Boeing), e em Portland (Oregon) de indústrias siderúrgicas e metalúrgicas (alumínio), entre outras. Mas o estado
mais importante do Oeste é a Califórnia, com um parque industrial bastante diversificado, localizado principalmente no eixo São
Francisco-Los Angeles-San Diego, a segunda megalópole do país (conhecida como San-San), com indústrias petroquímicas,
automobilísticas, aeronáuticas, navais, alimentícias e outras.
Há, assim, muitos setores tradicionais. No entanto, pelo fato de ser uma industrialização relativamente recente, bastante
vinculada à indústria bélica (tendo recebido por isso fortes incentivos governamentais) e ligada a importantes universidades e
centros de pesquisas, no Oeste se encontram as mais importantes concentrações de indústrias de alta tecnologia dos Estados
Unidos, principalmente no tecnopolo do Vale do Silício.

Os principais parques tecnológicos

Vale do Silício
O Vale do Silício (Silicon Valley), no norte da Califórnia, foi o primeiro parque tecnológico implantado no mundo. Ainda
é o mais importante e serve de modelo para muitos dos que surgiram posteriormente em diversos países. Abrange as cidades de
Palo Alto, Santa Clara, San José e Cupertino, entre outras localizadas em torno da Baía de São Francisco. Essa região é chamada
de Vale do Silício porque sua formação foi baseada nas indústrias de semicondutores, que produzem microchips (ou
microprocessadores), cuja matéria-prima mais importante é o silício, e na indústria de informática, tanto de computadores e
periféricos (hardware) como de sistemas e programas (software).
Embora o início de sua industrialização remonte aos anos 1930, a expressão “Vale do Silício” surgiu em 1971, e o impulso
para o desenvolvimento da região se deu sobretudo durante a Guerra Fria, devido à corrida armamentista e aeroespacial. Foram
as indústrias eletrônicas do Vale do Silício que, por exemplo, forneceram transistores para mísseis e circuitos integrados para os
computadores que guiaram as naves Apollo, cuja série 11 atingiu a Lua. Assim, o governo dos Estados Unidos, além de subsidiar
as pesquisas nos laboratórios de universidades e empresas, garantia mercado para a produção regional, comprando parte do que
era produzido.
A criação, em 1951, do Stanford Industrial Park, no campus da universidade do mesmo nome, também teve importante
papel no desenvolvimento desse parque tecnológico, pois atraiu indústrias de alta tecnologia, principalmente do setor de
microeletrônica e informática. Outras universidades da região tiveram papel crucial na formação de mão de obra qualificada e
na produção de pesquisa avançada, entre as quais a Universidade da Califórnia (campus de Berkeley e de São Francisco), e a
Universidade Estadual de San José.
Graças aos pesquisadores dessas universidades o Vale do Silício tornou-se o principal centro de alta tecnologia do mundo.
Também contribuiu para isso a existência de um espírito empreendedor, de capitais de risco dispostos a bancar projetos
inovadores e de um ambiente favorável aos investimentos e à gestação de novas empresas. Muitas empresas dos setores de
microeletrônica e informática, que hoje estão entre as maiores do mundo, foram gestadas na região. Por exemplo, em 1939
William Hewlett e David Packard, dois estudantes da Universidade Stanford, fundaram uma empresa de computadores e
impressoras - a Hewlett-Packard, mais conhecida como HP - que em 2012 era a maior produtora de hardware dos Estados Unidos
e a segunda do mundo desse setor (a primeira era a Samsung Electronics; entre as 500 maiores empresas do mundo, a sul-coreana
estava na 20ª posição e a norte-americana, na 31ª). Mas há diversas outras no Vale, entre as quais se destacam: Intel e AMD
(semicondutores); Apple (computadores); Oracle e Adobe (programas e sistemas), Cisco Systems (TI), entre outras menos

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conhecidas. Grandes empresas do setor de informática que têm sede em outros lugares dos Estados Unidos, como a Microsoft,
em Redmond (estado de Washington), e a IBM, em Nova York (estado de Nova York), também têm filiais aí. Mesmo corporações
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japonesas e europeias mantêm centros de pesquisa na região.

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Apesar da diversificação posterior, sobretudo com a biotecnologia (observe a foto da página anterior), ainda é
predominante a participação desses setores pioneiros. Importantes empresas que se desenvolveram recentemente devido à
expansão da internet, como a Google (fundada em 1998) e o Facebook (2004), também têm sede no Vale do Silício.

Boston
No leste do país destaca-se outro importante tecnopolo, localizado na região metropolitana de Boston (Massachusetts) e
que se desenvolveu a partir dos anos 1960 ao longo da Rota 128, uma autoestrada que contorna as cidades da metrópole. Esse
tecnopolo também está vinculado à indústria bélica e ao setor de informática e abriga empresas como a Raytheon (material
bélico) e a Lionbridge Tecnologies (TI), entre outras. Mais recentemente têm se desenvolvido novos setores de alta tecnologia
na região, especialmente em Cambridge e arredores, sobressaindo-se as de biotecnologia (novos remédios e terapias) e de
equipamentos médicos, com destaque para empresas como a Biogen Idec e a Genzyme.
A região de Boston passou por um processo de reconversão industrial. Em torno dessa cidade surgiram os prédios
inteligentes dos setores ligados à nova economia informacional, muitas vezes no lugar de antigas fábricas, como as têxteis ou
navais, típicas da Primeira Revolução Industrial. Diferentemente de outras cidades do Nordeste que passaram a fazer parte do
Rust Belt, a região de Boston transformou-se num tecnopolo porque dispõe do ativo mais importante da Revolução Técnico-
Científica ou Informacional: conhecimento científico-tecnológico avançado. Isso ocorre graças aos professores e pesquisadores
da Universidade de Harvard e do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), duas das instituições de ensino e pesquisa mais
conceituadas do mundo, além da Universidade de Boston e de cerca de cinquenta outras menos conhecidas.
Além do Vale do Silício e da Rota 128, há diversos outros tecnopolos no território dos Estados Unidos, entre os quais se
destaca, logo abaixo dos dois mais importantes, o Research Triangle Park, na Carolina do Norte. Esse parque de pesquisas recebe
esse nome porque congrega empresas de alta tecnologia numa região formada por um triângulo em cujos vértices estão três das
mais importantes instituições de ensino e pesquisa do país: Duke University, North Carolina State University e University of
North Carolina at Chapel Hill.
Para finalizar, vale destacar que, como vimos anteriormente, em 2012 os Estados Unidos tinham corporações na lista da
revista Fortune, o que correspondia a 26,4% das quinhentas maiores do mundo. Entretanto, em 2001 chegou a ter 197 empresas
na lista, 39,4% do total, um recorde. De lá para cá, empresas
de países emergentes, especialmente da China, têm ocupado esse espaço. Isso é mais uma evidência do enfraquecimento
relativo dos Estados Unidos e, paralelamente, do crescente fortalecimento das economias emergentes no mundo atual.

A Alemanha e o Japão, assim como a Itália e o Canadá, industrializaram-se na segunda metade do século XIX.
São considerados países de industrialização tardia em comparação com os pioneiros que estudamos no capítulo anterior.
Neste, vamos analisar os dois primeiros, os mais importantes deste grupo.
Por que a Alemanha se industrializou tardiamente em relação aos países pioneiros?
Sua história é marcada pelo envolvimento em guerras, por destruições e reconstruções. Derrotada na Primeira e
na Segunda Guerra, foi arrasada e dividida, mas nas últimas décadas recuperou-se e em pouco tempo emergiu novamente
como potência econômica, com uma indústria moderna e competitiva. O que explica essa rápida recuperação econômica?
Que fatores mais contribuíram para isso?
O Japão foi a primeira potência industrial a se desenvolver na Ásia. A industrialização tardia o levou, como a
Alemanha, à expansão imperialista retardatária e a enfrentamentos com as potências já consolidadas. Durante a Segunda
Guerra, o país foi arrasado do mesmo modo que a Alemanha, com quem se aliou. Em menos de três décadas emergiu dos
destroços da guerra para o segundo posto na economia mundial. Entretanto, desde os anos 1990 reduziu drasticamente
seu ritmo de crescimento econômico e acabou superado recentemente pela China. O que mudou para interromper o ciclo
de crescimento anterior? Para entender seu vertiginoso avanço econômico, e depois a crise pela qual o país passou, é
fundamental estudar seu processo de industrialização.

5.5.3 - ALEMANHA
Unificação territorial e industrialização
De 1815 a 1871 a Alemanha foi uma confederação composta de 39 unidades políticas independentes (Estados, reinos,
ducados, principados e cidades-Estado). Em 1861, sob o comando de Otto von Bismarck, chanceler da Prússia, o Estado mais
poderoso da confederação germânica, iniciou-se o processo de unificação político-territorial marcado por diversas guerras contra
seus vizinhos. A Alemanha entrou em guerra contra a Dinamarca, a Áustria e a França. Venceu todas, inclusive a que travou
contra seu vizinho mais poderoso (a França), de quem tomou os territórios da Alsácia e Lorena ao final da Guerra Franco-
Prussiana (1870-1871)
Após esse período de guerras, o país completou sua unificação político-territorial. A partir daí houve uma aceleração do
processo de industrialização e, em fins do século XIX, a Alemanha já tinha uma economia mais forte que a do Reino Unido e a
da França e liderava, com os Estados Unidos, os avanços tecnológicos da Segunda Revolução Industrial.
A unificação política de 1871 tornou a Alemanha não só um único Estado, mas também um único mercado. Entretanto,
o processo de unificação econômica já havia começado com a criação do Zollverein (união aduaneira estabelecida em 1834 entre
os Estados alemães), o que estimulou desde aquela época o comércio e, portanto, o desenvolvimento industrial. Com a unificação
política, consolidou-se a integração econômica: instituição de uma moeda única, padronização das leis e constituição de um

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amplo mercado interno, que ampliou as possibilidades de acumulação de capitais. Em consequência disso, a Alemanha tornou-
se uma potência econômica e militar, mas, como não tinha colônias, envolveu-se em outras guerras com o objetivo de conquistar
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novos territórios.

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Ao longo dos séculos XIX e XX, graças à disponibilidade de grandes jazidas de carvão mineral (a hulha da bacia do Ruhr)
e à facilidade de transporte hidroviário (observe a foto da página seguinte), muitas indústrias se concentraram na confluência dos
rios Ruhr e Reno, quase na fronteira com os Países Baixos. Desde o final da Idade Média, o vale do Reno, que liga o norte da
Itália aos Países Baixos, já era uma das principais rotas do comércio, o que explica a significativa concentração de capitais na
região e os investimentos cada vez maiores, por parte de grandes proprietários de terras e banqueiros, na indústria que ali se
instalava.
Gradativamente, a população que vivia no campo migrou para as cidades, empregou-se como mão de obra assalariada e
contribuiu para a ampliação do mercado consumidor. Além desses fatores, a França, derrotada na Guerra Franco-Prussiana,
terminada em 1871, foi obrigada a ceder à Alemanha as províncias da Alsácia e Lorena (localize-as no mapa acima), ricas em
carvão e minério de ferro, e a pagar pesada indenização aos alemães. Isso significou mais recursos e acesso a novas fontes de
energia e de matérias-primas. A soma desses fatores explica a intensa industrialização da Alemanha a partir de então, mas o país
enfrentou problemas para sustentar seu crescimento econômico.

Guerras, destruição e reconstrução


Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Tríplice Aliança, formada inicialmente por Alemanha, Áustria-Hungria e
Itália (os italianos saíram em 1915), saiu derrotada pela Tríplice Entente, composta de Reino Unido, França e Rússia. Com o
desenrolar do conflito, diversos países aderiram à Tríplice Entente, entre os quais a Itália, o Japão e os Estados Unidos, ao passo
que Alemanha e Áustria só obtiveram apoio do Império Otomano. Os vitoriosos impuseram uma série de sanções à Alemanha
por meio do Tratado de Versalhes: pesadas indenizações financeiras, grandes restrições militares e significativas perdas
territoriais. Além de perder as poucas colônias ultramarinas que possuía, a Alemanha foi obrigada a devolver as províncias da
Alsácia e Lorena à França e perdeu territórios para a Polônia, que voltou a ter acesso ao mar por uma faixa de terra que passava
no meio do então território da Alemanha (e que ficou conhecida como “corredor polonês”). Porém, a situação da Áustria-Hungria
foi pior: o antigo império se fragmentou, dando origem a novos países na Europa central.
Pelo fato de ter-se unificado tardiamente, a Alemanha perdeu a fase mais importante da corrida colonial. Embora tenha
se apropriado de algumas colônias na partilha da África durante o Congresso de Berlim (1884-1885), e, também, de algumas
ilhas no Pacífico, não obteve muitas vantagens econômicas. Esses territórios eram limitados em recursos naturais e o país se viu
privado do acesso aos mercados consumidores, às reservas de matérias-primas e às fontes de energia, fatores que poderiam
acelerar sua expansão industrial. Esse conjunto de fatores levou a Alemanha a um enfrentamento bélico com o Reino Unido e a
França, as duas principais potências coloniais da época, que depois envolveu outros países e resultou na 1ª Guerra.
As sanções impostas pelo Tratado de Versalhes e a crise de 1929 conduziram a Alemanha a profunda crise social e
econômica, o que criou as condições políticas para a ascensão de Adolf Hitler ao poder. Assim que assumiu o posto de chanceler,
em 1933, Hitler dissolveu o parlamento e convocou novas eleições, vencidas esmagadoramente pelo Partido nazista. Com os
nazistas no poder, o país transformou-se numa ditadura na qual Hitler era o Führer (‘líder’, em alemão), e iniciou-se o Terceiro
Reich, que se estendeu até 1945.
Assim como no século anterior, nesse período o Estado alemão lançou-se à conquista dos territórios considerados vitais
para sua expansão econômica. O general Karl Haushofer, conselheiro geopolítico e amigo de Hitler, inspirou-se nas ideias do
geógrafo Friedrich Ratzel (1844-1904) para justificar o novo expansionismo alemão. Ratzel, cujas ideias já tinham servido para
justificar o expansionismo alemão que resultou na Primeira Guerra, formalizou o conceito que chamou de espaço vital.
Em 1938 a Alemanha anexou a Áustria com o argumento de que os dois países eram habitados por povos germânicos, e
no ano seguinte, a Tchecoslováquia, onde havia minorias alemãs. Em setembro de 1939, após a invasão da Polônia por tropas
alemãs, Grã-Bretanha e França declararam guerra à Alemanha, dando início à Segunda Guerra Mundial. Em 1941 os Estados
Unidos e a União Soviética saíram da neutralidade e entraram na guerra contra a Alemanha. Em 1945, ao final do conflito bélico,
o país estava mais uma vez derrotado: além das perdas humanas e da destruição material, sofreu novas perdas territoriais e
fragmentação política. Ao terminar a Segunda Guerra, a Alemanha teve seu território partilhado pelos países vitoriosos em quatro
zonas de ocupação, segundo tratado firmado na cidade de Potsdam, em 1945, e ainda perdeu territórios para a Polônia e a União
Soviética.
Posteriormente, em 1949, o país foi dividido em dois: as zonas de administração americana, britânica e francesa foram
unificadas e constituíram a República Federal da Alemanha (RFA), com capital em Bonn (Berlim Ocidental também ficou sob
controle daqueles três países); e como resposta, os soviéticos criaram, em sua zona de ocupação, a República Democrática Alemã
(RDA), com capital em Berlim Oriental.
Com a divisão, dois modelos sociais, políticos e econômicos foram implantados, um em cada lado da fronteira. Na
Alemanha Ocidental, influenciada pelos Estados Unidos, passou a vigorar uma economia de mercado, assentada na propriedade
privada, na livre iniciativa e na concorrência. Politicamente o país se organizou como uma democracia pluripartidária na forma
republicana de governo e, gradativamente, estruturou o Estado de bem-estar. Aliada a uma elevação significativa da
produtividade e, portanto, dos salários, houve melhora considerável da capacidade de consumo e das condições de vida da
população. Vale lembrar que estavam em território da Alemanha Ocidental as regiões industriais mais importantes do país, entre
as quais o vale do Rhur.
Em contrapartida, sob a influência da União Soviética, na Alemanha Oriental passou a vigorar uma economia planificada,
na qual os meios de produção eram quase integralmente controlados pelo Estado. Estruturou-se uma ditadura de partido único,
o Partido Socialista Unificado, criado em 1946, nos moldes do Partido Comunista da União Soviética. Havia, portanto, um

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monopólio político e econômico por parte do Estado. A produtividade crescia lentamente e o parque industrial aos poucos foi se
defasando tecnologicamente. O padrão de vida e de consumo não acompanhou os níveis ocidentais, gerando um
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descontentamento popular que só não aflorava por causa da censura e da repressão política.

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A Alemanha Ocidental, capitalista, organizou-se sob um sistema econômico estruturalmente mais competitivo e dinâmico
e beneficiou-se muito da Guerra Fria: recebeu 1,4 bilhão de dólares do Plano Marshall. Esse fato, aliado à sua entrada em
organizações supranacionais, como a Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia), foi fundamental para sua rápida
reconstrução econômica no pós-guerra, o que aprofundou as diferenças entre as duas Alemanhas.
Ao ocorrer a reunificação política, em 1990, as diferenças sociais, econômicas, políticas e culturais entre os dois sistemas
afloraram nitidamente no novo país. O contraste de padrão de vida, comportamentos, ideias e costumes entre alemães do oeste e
do leste revelavam um distanciamento muito maior do que o inicialmente esperado. Entretanto, passados mais de vinte anos da
reunificação, apesar de algumas diferenças socioeconômicas que ainda persistem - por exemplo, o desemprego e a pobreza no
leste são maiores - a Alemanha voltou a ser um único Estado-nação.
A trajetória político-econômica da Alemanha após a Segunda Guerra nega as afirmações de Ratzel no final de seu texto.
Apesar de suas perdas territoriais (mesmo com a reunificação não possui a mesma extensão que tinha antes do grande conflito
bélico), o país não entrou em decadência; ao contrário, tornou-se uma das maiores potências econômicas do mundo, com um
parque industrial muito moderno e competitivo.

Distribuição das indústrias


As indústrias alemãs foram reconstruídas, em sua maioria, nos mesmos lugares que ocupavam antes da Segunda Guerra.
A região de maior concentração continuou sendo a confluência dos rios Ruhr e Reno, pelas mesmas razões do passado: reservas
de carvão, facilidade de transporte, disponibilidade de mão de obra e amplo mercado consumidor. Porém, após a guerra houve
uma rápida modernização do parque industrial e ganhos significativos de produtividade em relação ao parque industrial britânico
e francês. Além disso, antes da guerra a Alemanha já possuía mão de obra qualificada, e maiores investimentos em educação
contribuíram para elevar ainda mais a produtividade dos trabalhadores.
Como afirmado anteriormente, a logística alemã é uma das melhores do mundo. Uma densa e moderna rede de transportes
(hidroviários, ferroviários e rodoviários), armazéns e centros de distribuição interliga os principais polos industriais aos maiores
portos do país - Hamburgo e Bremen - e ao porto de Roterdã, nos Países Baixos.
Apesar de também ter havido certa dispersão, o parque industrial ainda está fortemente concentrado no estado da Renânia
do Norte-Vestfália. Conforme se pode observar, cidades renanas como Colônia, Essen, Düsseldorf e Dortmund, entre outras,
formam uma das maiores concentrações urbano-industriais do mundo.
Também é possível perceber que há praticamente todos os ramos industriais na região do Ruhr, mas alguns merecem
destaque, como o siderúrgico, o químico, o eletroeletrônico e o de refino de petróleo. Percebe-se claramente a predominância de
indústrias pesadas e de ramos oriundos da Segunda Revolução Industrial. A reconstrução e a diversificação dos trustes,
constituídos desde o final do século XIX, possibilitaram a formação dos grandes conglomerados que atuam em vários setores.
Por exemplo, o grupo ThyssenKrupp, com sede em Düsseldorf, é um conglomerado que atua nos setores siderúrgico,
metalúrgico, mecânico, naval, de construção civil, entre outros, produzindo aço, máquinas industriais, elevadores, autopeças,
submarinos etc.
Embora haja forte concentração nas cidades do estado da Renânia do Norte-Vestfália, o parque industrial alemão está
bastante espalhado pelo território, e algumas cidades de outros estados merecem atenção especial.
• Stuttgart (Baden-Wurtemberg): possui importante concentração de indústrias mecânicas, principalmente automobilística; nessa
cidade está sediado o Grupo Daimler, terceira maior corporação da Alemanha;
• Hamburgo (Hamburgo): localizada na foz do rio Elba, é o maior porto da Alemanha e concentra, entre outras, importantes
indústrias navais – como a TyssenKrupp Marine Systems, e companhias de navegação, como a Hamburg Süd –, da mesma
forma que a vizinha Bremen;
• Wolfsburg (Baixa Saxônia): localizada próxima à antiga fronteira com a ex-Alemanha Oriental, abriga a sede do Grupo
Volkswagen, a maior corporação alemã (12ª da lista da Fortune Global 500-2012) e a segunda produtora mundial de
automóveis (atrás da japonesa Toyota).

Parques tecnológicos alemães


Como a Alemanha é um país que está na vanguarda tecnológica em diversos setores, há diversos tecnopolos em seu
território. A seguir veremos os mais importantes.
• Munique (Baviera) é um centro industrial antigo que, com o tempo, se transformou no mais importante parque tecnológico da
Alemanha, onde se concentram empresas dos setores eletrônico, de tecnologia de informação (TI), automobilístico, de
biotecnologia e aeroespacial. Implantado a partir dos anos 1970, abriga doze importantes universidades, como a Universidade
Técnica de Munique, e renomados centros de pesquisa, entre os quais treze institutos dos oitenta controlados pela Sociedade
Max Planck, principal instituição de investigação científica alemã. Aí também se localizam as principais indústrias alemãs
do setor eletrônico, como a Siemens e a Robert Bosch, além de filiais de grandes empresas de outros países.
• Outro importante tecnopolo alemão é o Chempark (parque químico) de Leverkusen (Renânia do Norte-Vestfália). Nele se
concentram mais de setenta empresas do setor químico-farmacêutico que atuam em pesquisa e desenvolvimento, produção
industrial e prestação de serviços, destacando-se a Bayer, um dos maiores conglomerados mundiais desse ramo.

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Indústrias do leste após a reunificação


As indústrias da antiga Alemanha Oriental estão localizadas principalmente em torno das cidades de Leipzig, Dresden e
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da antiga Berlim Oriental. Elas viveram uma profunda crise após a reunificação política e muitas fecharam as portas porque eram

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defasadas tecnologicamente e não conseguiram concorrer com as indústrias ocidentais, que estão entre as mais modernas e
produtivas do mundo.
O símbolo mais emblemático da defasagem tecnológica e da baixa competitividade das indústrias do leste pode ser
resumido numa palavra: Trabant. Mais conhecidos como Trabi, esses carros eram fabricados na antiga RDA. Com a abertura da
fronteira, muitos alemães orientais passaram a viajar à RFA dirigindo esses carros antiquados - vagarosos, barulhentos e de baixo
rendimento, além de poluidores - que “invadiram” o território dos Mercedes-Benz, BMW, Audi e Volkswagen, entre os mais
conceituados automóveis do mundo. Resultado: muitos Trabis eram abandonados por seus proprietários, que já não queriam os
produtos tecnologicamente defasados que eles mesmos fabricavam, e acabavam virando sucata!
Na economia planificada da Alemanha Oriental havia pleno emprego, porque o Estado era o único empregador e as
empresas, estatais, não se orientavam pela concorrência. Após a reunificação, muitas delas foram compradas por empresas do
oeste. Seus novos administradores, para enxugar o quadro de funcionários, demitiram trabalhadores, o que elevou os índices de
desemprego e agravou os problemas sociais.
Para impedir que se agravassem as desigualdades socioeconômicas, a partir da reunificação o governo despendeu vultosos
recursos para modernizar a infraestrutura da ex-RDA. Esses gastos provocaram aumento do déficit público, obrigando o governo
a emitir moeda, o que elevou a taxa de inflação. Tentando minimizar esses problemas, o Bundesbank (o banco central alemão)
manteve, ao longo de 1992 e 1993, uma política de altas taxas de juros, medida que causou desaceleração do crescimento
econômico e levou o país à recessão, em 1993, com o consequente aumento do desemprego.
Na segunda metade da década de 1990, a gradativa redução da inflação, do deficit público e do desemprego permitiram
que a economia alemã retomasse o crescimento, mas o país, um dos mais atingidos pela crise financeira de 2008/2009, enfrentou
forte recessão em 2009. Apesar disso, a economia alemã já demonstrou sinais de recuperação em 2010.
Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2008 a Alemanha exportou 1,462 trilhão de dólares, mas em
2010 o volume das exportações caiu para 1,269 trilhão de dólares (o principal mercado dos produtos alemães são os países da
União Europeia, onde naquele momento a crise era mais grave). Com isso, o país perdeu para a China, cujas vendas externas
somaram 1,578 trilhão naquele ano, a posição de maior exportador do mundo. Na pauta de exportações alemãs predominam
produtos industriais de alto valor agregado, portanto, muito valorizados. De acordo com o Relatório de desenvolvimento
industrial 2011, da Unido (Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas), em 2009 93,4% das exportações do
país eram de bens industrializados, dos quais 71,3% são produtos de média e alta tecnologia. Quando ocorrer a retomada do
crescimento na União Europeia, o país deverá ampliar suas exportações.

5.5.4 - JAPÃO
O primeiro contato dos japoneses com os europeus se deu no início do século XVI, com a chegada dos comerciantes e
evangelizadores portugueses, que lá permaneceram por cerca de cem anos. Entretanto, com a ascensão do xogunato Tokugawa,
em 1603, os estrangeiros foram proibidos de entrar no país (inclusive os portugueses), e os japoneses, de sair. Com isso o Japão
permaneceu bastante isolado do mundo exterior no período em que foi governado pelo clã Tokugawa. Havia apenas uma exceção:
as trocas comerciais feitas com os holandeses, que mantinham um entreposto comercial em Nagasaqui. Por isso, quando uma
esquadra da marinha norte-americana aportou no Japão em 1853, fato que marcou o fim desse período de isolamento, encontrou
um país ainda feudal e defasado economicamente em relação ao mundo ocidental.
Tentando realizar seu projeto geopolítico de controle dos oceanos, os norte-americanos forçaram a abertura do Japão por
meio do Tratado de Kanagawa, assinado em 1854. Essa abertura acelerou a desintegração do sistema feudal japonês e, em 1868,
encerrou-se o domínio do clã Tokugawa e do próprio regime do xogunato. Por que o Japão permaneceu isolado durante tanto
tempo? Por que os europeus e, particularmente, os britânicos, que estenderam seu império à Índia e à China, não forçaram a
entrada no país do Sol Nascente?
O Japão é um país insular muito pequeno (sua área, de 377 mil quilômetros quadrados, corresponde aos estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina), formado por montanhas e estreitas planícies, portanto, com pouquíssimas terras agricultáveis,
a maioria na zona temperada do planeta, a qual não oferecia condições para o cultivo dos cobiçados produtos tropicais, como a
cana e o algodão, entre outros. Geologicamente, o Japão é formado por uma combinação de dobramentos e vulcanismo. Localiza-
se numa zona de contato de três placas tectônicas, no Círculo de Fogo do Pacífico, o que explica sua grande instabilidade
geológica, além de um subsolo extremamente pobre em minérios e combustíveis fósseis.
Assim, o que o Japão poderia oferecer às potências colonialistas, tanto na fase do mercantilismo, como, mais tarde, na
etapa do imperialismo? Como se percebe, muito pouco, por isso o país não despertou tanto interesse nos comerciantes e
industriais europeus.
Entretanto, no final do século XIX, quando os Estados Unidos emergiram como potência e se lançaram em busca de
pontos estratégicos nos oceanos Pacífico e Atlântico, o Japão se tornou um país interessante para os norte-americanos, porque
está numa posição estratégica no Pacífico, próximo à costa do leste da Ásia. A partir de então, para não ficarem dependentes dos
Estados Unidos, os japoneses empenharam-se de modo enérgico em viabilizar seu processo de industrialização, por meio da
intervenção do Estado na economia e do militarismo. Assim como a Alemanha e a Itália, o Japão é um país de capitalismo tardio,
de imperialismo tardio, e uma aliança entre esses três países foi apenas uma questão de tempo. Isso aconteceu no contexto da
Segunda Guerra, quando formaram o eixo Berlim-Roma-Tóquio numa tentativa de dominar o mundo. Aos japoneses era muito
interessante o domínio de territórios na Ásia que pudessem viabilizar sua expansão econômica. Eles também buscavam seu
“espaço vital”.

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Industrialização e imperialismo
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O processo de industrialização e de modernização do Japão começou a partir de 1868, ano que marcou o fim do xogunato

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Tokugawa e a restauração do império (os japoneses acreditam que seu primeiro imperador foi entronado no século VII a.C.),
com a ascensão do imperador Mitsuhito. Esse novo reinado, conhecido como Era Meiji (‘governo ilustrado’, em japonês),
estendeu-se até 1912 e foi marcado por políticas modernizantes: investimentos para a criação de infraestrutura (ferrovias, portos,
minas etc.); maciços investimentos em educação, que foi universalizada e voltada à qualificação de mão de obra; abertura à
tecnologia e aos produtos estrangeiros. A Constituição de 1889 estabeleceu o imperador como chefe “sagrado e inviolável” do
Estado e também a Dieta Nacional do Japão (Parlamento). O governo também estimulou o desenvolvimento de grandes
conglomerados, que no Japão ficaram conhecidos como zaibatsus (em japonês: zai, ‘riqueza’; batsu, ‘grupo’). Esses grupos
econômicos surgiram de tradicionais e poderosos clãs de comerciantes e proprietários de terras, como Mitsubishi, Mitsui,
Sumitomo e Yasuda, entre outros menores. Com o tempo, esses grupos passaram a atuar em praticamente todos os ramos
industriais, além do comércio e das finanças. Foram incorporando empresas menores e dominando cada vez mais a economia do
país (os “quatro grandes” zaibatsus chegaram a controlar até metade de alguns setores industriais).
Como consequência dessa política modernizante, o Japão viveu um acelerado processo de industrialização. No entanto,
o país enfrentava problemas estruturais graves: escassez crônica de matérias-primas e de energia e limitação do mercado interno,
o que levou o império japonês a se aventurar em busca de territórios na Ásia e no Pacífico. Para atingir tal objetivo, investiu
pesado em seu fortalecimento militar, o que foi facilitado pela rígida disciplina xintoísta (aspecto cultural), aliada à capacidade
industrial (aspecto econômico).
A expansão territorial iniciou-se com a vitória na Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), que garantiu a ocupação de Taiwan,
e em 1910 o Japão anexou a Coreia. Posteriormente, com a vitória na guerra contra a Rússia (1904-1905), os japoneses tomaram
as ilhas Sacalinas ao norte e, em 1931, ocuparam a Manchúria, parte do território chinês, onde implantaram Manchukuo, um
Estado fantoche sob o governo do último imperador chinês, Pu Yi.
Com o objetivo de conquistar novos territórios, em 1937 o Japão iniciou uma confrontação total com a China, que se
estendeu até a Segunda Guerra. Como mostra o mapa, essa conflagração mundial marcou a fase de maior expansão territorial
nipônica, quando o país ocupou parte do Sudeste Asiático e diversas ilhas do Pacífico. Tal política expansionista, porém, levou
o país a ser derrotado na guerra e à sua quase total destruição.
Em 1941 os japoneses realizaram um ataque-surpresa à base naval de Pearl Harbor, Havaí (Estados Unidos), numa
evidência de que superestimaram seu poderio militar. Esse ato precipitou a entrada dos norte-americanos na guerra, o que acabou
levando os japoneses à derrota. Após os Estados Unidos lançarem bombas atômicas sobre Hiroxima e Nagasaki, em 6 e 9 de
agosto de 1945, respectivamente, o Japão não teve alternativa a não ser se render. A rendição - assinada em setembro de 1945
no porta-aviões Missouri, atracado na baía de Tóquio - foi o principal símbolo da superioridade tecnológica e militar norte-
americana e, ao mesmo tempo, o prenúncio do papel reservado ao Japão durante a Guerra Fria: fiel aliado político e aguerrido
adversário econômico dos Estados Unidos.

Reconstrução após a segunda guerra


Durante a ocupação, que se estendeu até 1952, quando entrou em vigor um acordo de paz assinado um ano antes (Tratado
de São Francisco), o Japão foi governado pelo Conselho Supremo das Potências Aliadas, presidido pelo general norte-americano
Douglas MacArthur. Nesse período, profundas reformas foram impostas ao país com o objetivo de modernizá-lo do ponto de
vista político e econômico. Em 1947 foi aprovada uma lei antitruste - a Lei de Proibição dos Monopólios -, o que levou os
zaibatsus à dissolução. Com isso, os norte-americanos pretendiam enfraquecer o poder dos grandes grupos e estimular a
concorrência na economia japonesa. No entanto, com o tempo os zaibatsus se rearticularam e se organizaram como keiretsus.
A Constituição, redigida e imposta pelos ocupantes em 1947, encerrou sua fase militarista ao proibir a intervenção externa
do exército japonês, que foi transformado em força de autodefesa. Na realidade, a proteção do território nipônico, até mesmo de
ataques nucleares, ficou a cargo dos Estados Unidos, com quem o Japão assinou um tratado de defesa mútua em 1954. A
Constituição também garantiu a liberdade de culto e estabeleceu a separação entre Estado e religião: o xintoísmo deixou de ser
a religião oficial e o ensino público passou a ser laico. A independência política e a soberania foram restabelecidas em 1952,
mas o imperador deixou de ser considerado uma divindade e passou a colaborar ativamente com as reformas. O imperador
Hiroito permaneceu no poder de 1926 até sua morte, em 1989 - período denominado Era Showa (‘paz brilhante’, em japonês) -,
quando foi substituído por seu filho Akihito, atual imperador do Japão (em 2012).
A recuperação econômica japonesa após a Segunda Guerra foi avassaladora. Na década de 1960, o país já tinha
conquistado o terceiro lugar na economia mundial e atingiu o segundo na década de 1980 (posição que só perdeu para a China
em 2010). Até o final dos anos 1980 o Japão foi uma das economias que mais cresceu no mundo; entretanto, desde a década de
1990 vem apresentando um crescimento muito baixo. Que fatores explicam primeiro as altas taxas de crescimento e, depois, as
baixas?
Além das intervenções modernizadoras, os Estados Unidos elegeram o Japão como o principal ponto de apoio asiático na
luta contra o comunismo sino-soviético, estratégia que se fortaleceu, sobretudo, após a Revolução Chinesa de 1949. Assim, o
Japão passou a se beneficiar da ajuda financeira do Tesouro dos Estados Unidos, fundamental para a recuperação de sua
economia. Ainda dentro da lógica da Guerra Fria, os industriais japoneses tiveram altos lucros fornecendo suprimentos às guerras
da Coreia (1950-1953) e do Vietnã (1955-1975), que foram tentativas norte-americanas de conter a expansão comunista na Ásia.
Diversos outros fatores foram importantes para a rápida recuperação econômica do país, conhecida como “milagre
japonês”, e os crescentes ganhos de produtividade:

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• a grande disponibilidade de mão de obra relativamente barata, disciplinada e qualificada (assim como a Alemanha, o Japão já
possuía trabalhadores qualificados antes da Segunda Guerra);
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• os maciços investimentos estatais em educação, que melhoraram ainda mais a qualificação da mão de obra e, junto à iniciativa

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privada, em pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
• a reconstrução da infraestrutura e dos conglomerados (os antigos zaibatsus) em bases mais modernas e a gradativa introdução
de novos métodos organizacionais, como o toyotismo (orientado pelo lema kaizen), aumentando a competitividade das
empresas;
• a desmilitarização do país e de seu parque industrial, que permitiu investimentos maiores nas indústrias civis de bens
intermediários e de capital, o que deu sustentação ao desenvolvimento de uma poderosa e competitiva indústria de bens de
consumo.
Após a Segunda Guerra, em substituição aos zaibatsus, que tinham uma holding que controlava todas as empresas do
grupo (ou seja, possuíam uma “cabeça”), as companhias japonesas reorganizaram-se formando os keiretsus (‘união sem cabeça’,
em japonês). Essa palavra é perfeita para definir as redes de empresas integradas que dominam a economia japonesa atual. As
empresas que as formam são independentes, embora muitas vezes uma possua parte minoritária das ações da outra e vice-versa.
Um keiretsu geralmente se articula em torno de algum grande banco que dá suporte financeiro às empresas da rede, as quais
atuam de forma integrada para atingir seus objetivos. Atualmente os grandes grupos japoneses - muitos deles antigos zaibatsus,
como Mitsubishi, Mitsui, Sumitomo - se organizam como keiretsu.
É importante destacar que até os anos 1970 a principal vantagem apresentada pelo Japão sobre os concorrentes da Europa
ocidental e da América do Norte foi a mão de obra barata. Essa foi a outra face do “milagre”, ou seja, a competitividade até então
esteve assentada em grande medida na superexploração da força de trabalho. Porém, com o passar do tempo, os salários foram
aumentando como decorrência da elevação da produtividade resultante dos avanços tecnológicos (como a robotização) e
organizacionais (como o toyotismo) incorporados ao processo de produção.
Na primeira metade da década de 1990 os trabalhadores japoneses alcançaram salários bastante elevados, entre os mais
altos do mundo, o que sustentou um gigantesco mercado interno e lhes assegurou um dos mais altos padrões de vida do mundo.
Entretanto, a persistência da estagnação econômica provocou o aumento do desemprego e, consequentemente, a estagnação do
valor dos salários. Somente a partir de 2005 houve uma recuperação salarial.

Carência de recursos naturais


Apesar de muito carente em matérias-primas e em fontes de energia, o Japão se transformou numa grande potência
industrial. O país possui pouquíssimas jazidas de minérios e as reservas de combustíveis fósseis são irrelevantes em face das
necessidades de sua indústria. Mesmo o potencial hidráulico, relativamente grande por causa do relevo montanhoso e do clima
úmido, já há muito tempo não é suficiente para garantir as necessidades de consumo de energia. Com isso, o país se tornou um
dos maiores importadores de recursos naturais do mundo, especialmente de combustíveis fósseis e minérios metálicos.
De acordo com o BP Statistical Review of World Energy 2011, as reservas de carvão do país são de 350 milhões de
toneladas (menos de 0,05% do total mundial), o que daria somente para dois anos de consumo, e sua produção anual é de apenas
900 mil toneladas. Com isso, o Japão importa praticamente 100% do carvão que consome. O território japonês também abriga
reservas de petróleo muito reduzidas: segundo o World Factbook 2012, em 2011 o país produziu 17,5 mil barris de petróleo
diários (74º produtor mundial) para um consumo de cerca de 4,5 milhões de barris/dia (terceiro consumidor mundial). Isso
significa que sua produção equivale a apenas 0,4% do consumo interno, o que faz do país o terceiro maior importador de petróleo
do mundo.
Conforme o relatório Minerals Yearbook 2010, o Japão importa 100% do minério de ferro, 100% do minério de cobre e
93% do minério de zinco que consome. Ao mesmo tempo que é grande importador de minério de ferro, por exemplo, é importante
produtor e exportador de produtos siderúrgicos o que ajuda na formação de saldos comerciais superavitários para compensar as
despesas com importações de recursos naturais e a limitação relativa de seu mercado interno, o Japão passou a exportar volumes
cada vez maiores de produtos industrializados. Assim, a economia japonesa foi gradativamente se convertendo numa grande
importadora de produtos primários (metade de sua pauta de importações) e numa gigantesca exportadora de bens industrializados
e exportador de aço. A Nippon Steel é a maior indústria siderúrgica do país e a sexta do mundo: em 2011, segundo a World Steel
Association, suas usinas produziram 33,4 milhões de toneladas de aço (a primeira era a indo-luxemburguesa ArcelorMittal, com
97,2 milhões de toneladas).

Principais setores industriais e sua distribuição


O Japão é um país fortemente industrializado, e de suas fábricas sai uma gama muito diversi_ cada de produtos. Os bens
intermediários, de capital e especialmente os de consumo de maior valor agregado, como os que aparecem nas fotos a seguir,
são predominantes em suas vendas ao exterior. De acordo com o Relatório de desenvolvimento industrial 2011, em 2009, 96,7%
de sua pauta de exportações era composta de bens industrializados, dos quais 78,7% eram produtos de média e alta tecnologia.
Especialmente a partir dos anos 1980, os produtos “made in Japan” ganharam o mundo devido ao seu preço competitivo, sua
qualidade e confiabilidade.
Como vimos, as primeiras indústrias foram implantadas no Japão no início da Era Meiji, quando teve início seu processo
de industrialização. Inicialmente, predominavam as fábricas de produtos têxteis, que utilizavam seda e algodão como matéria-
prima. Contudo, desde o começo do século XX, por conta das necessidades militares, o Estado e a iniciativa privada passaram a
investir em indústrias intermediárias e de bens de capital, como siderúrgicas, químicas e de máquinas e equipamentos. As
indústrias de bens de consumo, porém, nunca deixaram de se expandir. Com os avanços tecnológicos, passaram a ser produzidas

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_ bras sintéticas, como o náilon, e novos setores foram se desenvolvendo, como o eletrônico, o automobilístico e o mecatrônico,
entre outros.
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A distribuição das indústrias no território japonês foi condicionada, entre outros fatores, por uma forte dependência em

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relação ao exterior, tanto para exportar como para importar, somada ao fato de o país ser insular e montanhoso.
A insularidade e a dependência de produtos primários importados condicionaram especialmente o desenvolvimento da
indústria naval, uma das mais importantes do país. A frota naval japonesa foi quase toda destruída durante a Segunda Guerra,
mas, para um país com as condições geográficas do Japão, era estratégico possuir uma marinha mercante bem equipada. Por isso
o governo incentivou o desenvolvimento dessa indústria: protegeu o mercado interno e assegurou encomendas para mantê-la
funcionando. Com o tempo, os investimentos em tecnologia, a qualificação da mão de obra e a elevação da produtividade
transformaram a indústria naval do país na maior e mais competitiva do mundo: em meados dos anos 1980, chegou a responder
por quase 60% das encomendas mundiais de navios. Com o crescimento da concorrência de países onde os custos de produção
são menores, o Japão foi perdendo terreno. No início dos anos 2000 sua indústria naval foi superada pela coreana e, em meados
daquela década, pela chinesa. Segundo a Associação Japonesa de Construtores Navais, em 2008 a Coreia do Sul foi responsável
por 40,5% das encomendas mundiais de novos navios, a chinesa, por 33,4%, e a japonesa, por 16,8%.
Assim, a maior parte do parque industrial japonês situa-se próximo aos grandes portos, nas estreitas planícies litorâneas,
onde, além da facilidade de transporte, historicamente a população se concentrou em razão da possibilidade de praticar a
agricultura do arroz, a mais importante do país. Com a industrialização, a população foi se instalando em torno dessas cidades
portuárias, principalmente na costa voltada para o Pacífico, onde hoje se localizam as maiores concentrações urbano-industriais
do país.
No sudeste da ilha de Honshu (a maior do país em extensão) fica a segunda aglomeração urbano-industrial do mundo, e
no eixo Tóquio-Osaka encontra-se o trecho mais importante da megalópole japonesa. Extremamente diversificado, esse cinturão
industrial concentra cerca de 80% da produção do país, e as regiões de Tóquio e Osaka, sozinhas, são responsáveis por cerca da
metade desse total. Nessas duas cidades estão 81% das sedes administrativas das maiores corporações japonesas constantes da
lista da revista Fortune Global 500 2012 (69% em Tóquio). As sedes administrativas das grandes corporações, assim como suas
respectivas fábricas, são muito mais concentradas espacialmente no Japão (principalmente na região da capital) do que nos
Estados Unidos e na Alemanha.

Principais parques tecnológicos


O Japão, ao lado dos Estados Unidos e da União Europeia, é o líder em novas tecnologias na atual Revolução
Informacional. O país abriga diversos centros de pesquisa e inúmeras indústrias de alta tecnologia, concentrados principalmente
em seus dois mais importantes tecnopolos, ou cidades da ciência, como os japoneses denominam seus parques tecnológicos:
Tsukuba e Kansai.
A Cidade da Ciência de Tsukuba, no município de Ibaraki, a 60 quilômetros a nordeste de Tóquio, é o principal tecnopolo
do país e um dos mais importantes do mundo (localize-a no mapa da página 191). Sua implantação começou na década de 1960,
com investimentos estatais, e, ao longo dos anos 1970 e 1980, recebeu diversos centros de pesquisas governamentais. Em 2010
existiam 55 institutos públicos e privados de educação e pesquisa em funcionamento, entre eles a Universidade de Tsukuba, a
Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada, o Instituto
Nacional de Estudos Ambientais. Desde meados dos anos 1980, com a consolidação desse parque tecnológico, ocorreu a
instalação de muitas empresas privadas em seu interior.
A Cidade da Ciência de Kansai abrange os municípios de Kyoto, Osaka e Nara; por isso esse tecnopolo também é
conhecido pelo acrônimo Keihanna (Kei = Kyoto, Han = Osaka, Na = Nara). Trata-se da segunda região mais industrializada do
Japão, e sua implantação começou em meados dos anos 1980. Porém, diferentemente deTsukuba, que é um empreendimento
predominantemente estatal, em Kansai há uma forte presença de laboratórios de empresas privadas, como a Panasonic e a Canon.
Lá também há importantes universidades e centros de pesquisa públicos e privados geradores de tecnologias inovadoras:
Universidade de Osaka, Instituto de Ciência e Tecnologia de Nara, Instituto Internacional de Pesquisas Avançadas em
Telecomunicações em Kyoto, entre outros. Um dos mais importantes setores de alta tecnologia em que o Japão é líder mundial,
e que pressupõe o domínio da microeletrônica e da mecânica, é a robótica. O país domina o desenvolvimento e a aplicação da
robótica ao processo produtivo. A utilização de robôs, sobretudo na indústria automobilística, que é o setor mais automatizado
da economia nipônica, foi um dos principais fatores que colaboraram para o grande aumento da produtividade e da
competitividade de seu parque industrial. Em 2012, havia no Japão dezenas de empresas produzindo robôs industriais, tanto para
o mercado interno como para exportação. A Fanuc, a maior delas, tem sede em Yamanashi e filiais em outras cidades do Japão
e em outros países, como Estados Unidos, Alemanha, China, Coreia do Sul e Brasil.
Apesar de o Japão manter a liderança da produção e utilização de robôs industriais, a crise de 2008/2009 atingiu
fortemente sua economia e levou a uma diminuição dos estoques em operação. Em 2008, 34% dos robôs industriais em
funcionamento no mundo operavam em fábricas japonesas, mas em 2009 esse percentual se reduziu para 33% e havia previsão
de redução para 24% em 2012.

Crises econômicas
O grande sucesso econômico do Japão resultou de uma eficiente combinação de livre mercado com planejamento estatal.
O influente Ministério da Indústria e do Comércio Internacional, criado em 1951, teve papel importante na elaboração de
diretrizes macroeconômicas de longo prazo. Em 2001, após passar por um processo de reorganização, teve seu nome mudado
para Ministério da Economia, Comércio e Indústria. Funcionando em sintonia com os grandes grupos econômicos, após a
Segunda Guerra o Estado japonês deu sustentação e apoio à competição para a conquista de mercados no exterior.

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Entretanto, no início dos anos 1990 a economia japonesa perdeu fôlego e entrou em um período de estagnação que de
certa forma foi consequência do sucesso dos anos anteriores. O grande acúmulo de riquezas no país levou os agentes econômicos
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a uma crescente especulação com ações, o que provocou uma enorme alta na Bolsa de Valores de Tóquio e dos imóveis, que

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atingiram valores estratosféricos. Os bancos japoneses, que na época chegaram a ocupar oito das dez primeiras posições entre
os maiores grupos financeiros do mundo, segundo o relatório World Investiment Report 2012, da Unctad, emplacaram apenas
dois entre os dez maiores, considerando o patrimônio: o Mitsubishi UFJ Financial Group e o Mizuho Financial Group. A
concessão de grandes empréstimos sem critério, principalmente para o mercado imobiliário, gerou grande especulação nesse
setor. Essa bolha especulativa - financeira e imobiliária - estourou no início dos anos 1990. Os valores das ações e dos imóveis
despencaram, fazendo a crise se propagar pela economia real e provocar o fechamento de empresas e o aumento do desemprego.
Os bancos, não tendo como receber dos devedores, deixaram de fazer novos empréstimos. Muitas empresas (industriais e
comerciais) e instituições financeiras (bancos, seguradoras, corretoras de valores etc.) foram à falência, levando o país à
estagnação econômica.
Agravando esse quadro, a população, receosa com a crise, passou a poupar mais, o que reduziu ainda mais os níveis de
consumo. Esse fato, além de aumentar a historicamente alta taxa de poupança interna, dificultou a retomada do crescimento
econômico. Com isso, a economia japonesa cresceu nos anos 1990 apenas 1% na média anual, e nos anos 2000 foi ainda pior:
0,9% (recordando: na década de 1980 o crescimento médio anual havia sido de 4,1%).
Como mostram os dados do gráfico abaixo, a economia japonesa estava esboçando uma reação em meados dos anos 2000,
mas com a crise mundial de 2008/2009 o país entrou novamente em recessão.
Apesar da estagnação que viveu nos anos 1990 e 2000 e de ter sido um dos países mais atingidos pela crise de 2008/2009,
o Japão permanece como terceiro PIB do mundo (foi superado pela China em 2010) e é uma potência industrial de primeira
linha: moderna e competitiva. O país sedia algumas das maiores corporações transnacionais do planeta, com destaque para
Toyota, Nissan e Honda (automóveis); Hitachi, Panasonic e Sony (eletrônicos em geral); Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo (navios,
automóveis, bancos etc.); Fujitsu e NEC (computadores e softwares); Canon e Fujifilm (equipamentos fotográficos); Nippon
Steel (aço), todas na lista das 500 maiores da revista Fortune.

5.5.5 - UNIÃO EUROPEIA: rumo à integração industrial?


A Europa foi o berço das primeiras grandes aglomerações industriais do planeta, na maioria polarizadas pela presença de
complexos siderúrgicos. Na pioneira Grã-Bretanha, a siderurgia assentou-se sobre as reservas de hulha do Black Country
(Birmingham), do País de Gales e do sul da Escócia.
Na Alemanha, o Vale do Rio Ruhr tornou-se a maior região siderúrgica da Europa. A hulha do Ruhr e das reservas
menores na Bélgica abastecia também as indústrias francesas, através do sistema fluvial do Rio Reno e de seus afluentes. Essa
integração industrial franco-alemã transformou as ricas regiões da fronteira em foco de disputas geopolíticas e militares, que se
estenderam do século XIX à Segunda Guerra Mundial. No pós-guerra, o tratado da Comunidade Européia do Carvão e do Aço
(Ceca) transformou a disputa em colaboração ativa, unificando fretes e tarifas em toda a bacia do Rio Reno.
Entretanto, apesar da integração precoce de parte da siderurgia, a lógica das economias nacionais é que presidiu a
implantação da atividade industrial no continente.
Cada país tinha seu mercado, delimitado e regulado por uma moeda nacional, no interior do qual as empresas traçavam
suas estratégias de localização.
Assim, diversos setores industriais europeus desenvolveram estruturas paralelas. Não existe, por exemplo, uma indústria
automobilística europeia, mas sim indústrias automobilísticas francesas, alemãs e italianas. A localização das sedes e das
unidades produtivas dessas empresas foi escolhida em função de fatores internos a cada um desses países. É por isso que é muito
difícil comparar o espaço industrial da União Européia com o dos Estados Unidos, apesar de se tratar de economias de dimensões
similares. A produção do espaço industrial estadunidense se deu no interior de um único mercado nacional, regulado por uma
única moeda - o dólar.
Na Alemanha, principal potência econômica da União Européia, o complexo industrial do Reno-Ruhr continua a ocupar
lugar de destaque, mas existem muitos outros polos industriais importantes, comandados principalmente pelas indústrias
mecânicas, químicas e eletrônicas.
Na França, os principais centros industriais desses mesmos setores espalham-se no centro-norte do país, destacando-se a
região parisiense, a Alsácia-Lorena e a região da cidade de Lion.
Na Grã-Bretanha, grande parte dos novos investimentos se direciona para a região de Londres, que concentra indústrias
químicas e mecânicas. As velhas regiões industriais carboníferas, por sua vez, há décadas enfrentam um quadro de crise
econômica e social generalizada. Na Itália, os centros industriais mais importantes, ligados principalmente à siderurgia e às
indústrias mecânicas, situam-se em Turim, Milão e Gênova, no norte do país.
O aprofundamento da integração econômica entre os países da União Européia, coroado em janeiro de 1999 com a adoção
de uma moeda única - o euro -, abriu o caminho para uma profunda reorganização espacial da indústria européia. Contando com
um espaço monetário unificado, as empresas e os setores industriais tendem a traçar suas estratégias locacionais visando o
conjunto do mercado europeu. Os processos de fusão entre empresas, de eliminação de unidades produtivas redundantes e de
mudança de localização de fábricas refletem as necessidades geradas pela concorrência em escala européia.
A integração também parece ser o caminho da indústria de alta tecnologia. Com a criação de grandes consórcios de
pesquisa e desenvolvimento, as empresas européias buscam enfrentar a concorrência com o Japão e os Estados Unidos. A
indústria aeronáutica ilustra esse fenômeno, tal como mostra o caso da Airbus.

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5.6 - Países de industrialização planificada


5.6.1 - UNIÃO SOVIÉTICA / RÚSSIA
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Embora as primeiras fábricas da Rússia tenham sido construídas no século XIX, ainda na época do Império Czarista, seu

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processo de industrialização só se acelerou após a Revolução de 1917, que deu origem à União Soviética. Na China esse processo
ocorreu somente depois da Revolução de 1949, inicialmente com apoio soviético. Nos dois países, após as mencionadas
revoluções socialistas, foram implantadas economias planificadas, baseadas na propriedade estatal dos meios de produção e no
planejamento centralizado.
Com o colapso do socialismo, em 1991 a União Soviética fragmentou-se, dando origem a quinze países independentes,
sendo a Rússia o maior e mais importante deles. Depois de passar por profunda crise nos anos 1990, o país gradativamente
renasce como potência, porém, agora na condição de economia emergente, ao lado de China, Índia, Brasil, África do Sul (com
os quais compõe o grupo Brics), México, entre outros. O que levou a União Soviética à decadência e ao colapso econômico e
político-territorial? Que fatores explicam a retomada do crescimento econômico da Rússia e seu gradativo retorno à condição de
potência?

Origem e crise da economia planificada


A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), formada em 1922, nasceu da vitória dos bolcheviques, sob a
liderança de Vladimir Lenin, na Revolução Russa de 1917. Politicamente, o novo Estado consolidou-se sob o governo de Josef
Stálin (1924-1953), que sucedeu a Lenin após sua morte, em 1924, quando foi implantado um regime de partido único - o Partido
Comunista da União Soviética (PCUS) -, extremamente centralizado e autoritário. O cargo máximo na hierarquia de poder era o
de secretário-geral do PCUS, escolhido entre os membros do Politburo instalados no Kremlin, sede do governo em Moscou.
Como consequência da revolução, a economia passou por um processo forçado de estatização e planificação:
• praticamente todos os meios de produção - fábricas, minas, fazendas etc., além do comércio e dos serviços - foram estatizados,
ou seja, foram confiscados pelo Estado e passaram a ser controlados pelo governo;
• as metas de produção industrial, mineral e agrícola do país passaram a ser definidas por planos quinquenais, elaborados pelo
Comitê Estatal de Planejamento, mais conhecido por Gosplan (o acrônimo vem do russo Gosudarstvennyi planovyi komitet).
O primeiro plano quinquenal,
implementado de 1928 a 1932, tinha como
principal objetivo construir as bases da
economia socialista, por isso priorizou a
implantação da indústria pesada, a expansão
da infraestrutura básica e a criação de
fazendas coletivas, forçando os agricultores a
aderir ao novo modelo de produção. Com isso
a economia cresceu significativamente e a
produção industrial teve grande avanço, como
mostra a tabela a seguir. No entanto, as metas
de produtividade estabelecidas pelos planos
quinquenais eram quantitativas e quase não
levavam em conta a qualidade dos produtos.
Sob a economia planificada, a União
Soviética saltou de uma posição periférica, no
início do século XX, ao posto de segunda
economia do planeta, na época da Segunda
Guerra Mundial, posição que ainda manteve
por alguns anos. Principalmente na década de
1930, enquanto as potências ocidentais sofriam o impacto da crise de 1929, o crescimento industrial soviético foi muito rápido.
Observe na tabela que, devido ao colapso econômico provocado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pela Revolução
de 1917, o país socialista partiu de um patamar muito baixo em 1920.
A economia planificada foi bem-sucedida no período em que o mundo se organizou segundo os padrões tecnológicos da
Segunda Revolução Industrial. Enquanto a produção e, portanto, a tecnologia e os índices de produtividade tiveram como
referência aqueles padrões, a União Soviética esteve em pé de igualdade com os Estados Unidos e outros países capitalistas
desenvolvidos. Como vimos, desde o primeiro plano quinquenal os planejadores soviéticos priorizaram as indústrias
intermediárias e de bens de capital, com o objetivo de garantir autonomia ao país, além de investir na infraestrutura necessária
para sustentar o processo de industrialização. Indústrias como a siderúrgica, a petrolífera, a bélica e a de máquinas e equipamentos
tiveram enorme crescimento: por exemplo, do início do primeiro plano quinquenal até o final do segundo, a produção de aço
saltou de 4 para 18 milhões de toneladas. Foram construídas barragens e hidrelétricas, ferrovias, redes de transmissão de energia,
portos, aeroportos etc.
O segundo plano quinquenal (1933-1937) continuou a priorizar a indústria pesada, e o terceiro (1938-1942) foi
interrompido pela eclosão da Segunda Guerra. O quarto plano quinquenal (1946-1950) foi direcionado à recuperação da
economia e à reconstrução das fábricas e das obras de infraestrutura destruídas pelo conflito bélico. Os planos seguintes
continuaram enfatizando o setor industrial de base e o bélico, já no contexto da Guerra Fria e da corrida armamentista. Tudo isso
possibilitou um elevado crescimento econômico.

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Nos primórdios da Terceira Revolução Industrial, a União Soviética chegou a liderar alguns setores: por exemplo, ao
lançar ao espaço, em 1957, o primeiro satélite artificial (Sputnik), ou quando colocou o primeiro astronauta (Yuri Gagarin) em
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órbita ao redor da Terra, em 1961. No entanto, a partir da década de 1970, quando a Revolução Técnico-Científica começou a

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se acelerar nos países capitalistas desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, a União Soviética não conseguia acompanhá-
los e começou a sofrer defasagem econômica e tecnológica. Uma fatia crescente do orçamento era comprometida com a indústria
bélica e aeroespacial, setores em que o país se mantinha competitivo por conta da corrida armamentista com os Estados Unidos.
Entretanto, ao contrário do que acontecia nos Estados Unidos e na Europa ocidental, na União Soviética as inovações
tecnológicas desenvolvidas nesses setores não migravam para as indústrias civis, dinamizando a economia e gerando novos
produtos. Como a produtividade da indústria em geral e do setor de bens de consumo em particular era baixa e não acompanhava
os avanços tecnológicos dos países capitalistas desenvolvidos, seu parque industrial mostrou-se incapaz de produzir bens em
quantidade e qualidade suficientes para abastecer a população, gerando filas e aborrecimentos.
No início da década de 1980, os Estados Unidos deram o golpe de misericórdia na enfraquecida economia soviética. Em
1981, Ronald Reagan, do Partido Republicano, foi eleito presidente em substituição a Jimmy Carter, do Partido Democrata, tido
por muitos como um governo fraco em política externa. Logo depois de assumir o cargo, Reagan triplicou o orçamento para a
defesa. Com isso a União Soviética não teve mais como continuar a corrida armamentista e os acordos de paz tornaram-se
necessários e urgentes.
Em 1985, Mikhail Gorbatchev ascendeu ao cargo de secretário-geral do PCUS. Além de negociar acordos de redução de
armas, seu desafio era recolocar o país no mesmo patamar tecnológico do mundo ocidental e aumentar a produtividade da
economia, assim como a oferta e a qualidade de bens de consumo para a população.
O próprio Gorbatchev fez uma análise bastante realista dessa situação em um livro lançado logo depois de chegar ao
poder, um best-seller mundial na época. Leia o trecho a seguir - “Estava-se desenvolvendo uma situação absurda: a URSS, o
maior produtor mundial de aço, matérias-primas, combustíveis e energia, apresentava escassez de tais recursos devido ao uso
ineficiente ou ao desperdício. Apesar de ser um dos maiores produtores de grãos para alimentação, tinha de comprar milhões de
toneladas por ano para forragem. Possuímos o maior número de médicos e leitos hospitalares para cada mil habitantes, e, ao
mesmo tempo, existem claras deficiências em nossos serviços de saúde. Nossos foguetes conseguem encontrar o cometa de
Halley e atingir Vênus com uma precisão surpreendente, mas ao lado desses triunfos científicos e tecnológicos existe uma
ineficiência óbvia para aplicar nossas conquistas científicas às necessidades econômicas, e muitos dos eletrodomésticos na URSS
apresentam uma qualidade sofrível.
Infelizmente, isso não é tudo. Iniciou-se uma gradual erosão de valores ideológicos e morais de nosso povo.
Ficou claro que a taxa de crescimento caía rapidamente e que todo o mecanismo de controle de qualidade não estava
funcionando de forma adequada. Havia falta de receptividade com relação aos avanços científicos e tecnológicos, a melhoria do
padrão de vida estava diminuindo e havia dificuldade no fornecimento de alimentos, habitação, bens de consumo e serviços.
(...)”
GORBATCHEV, Mikhail. Perestroika: novas ideias para o meu país e o mundo. São Paulo: Best Seller, 1987. p. 20.

Gorbatchev, rompendo com o imobilismo da era Brejnev, logo que assumiu o poder propôs um conjunto de reformas
voltadas para a modernização da economia soviética, chamado perestroika (‘reestruturação’, em russo), visando à superação de
suas profundas contradições. Planejava criar condições para atrair investimentos estrangeiros: facilitar a formação de empresas
mistas (joint ventures), assegurando o acesso a novas tecnologias da Terceira Revolução Industrial; introduzir processos
produtivos e métodos de controle de qualidade inovadores, a fim de modernizar as empresas estatais; entre outras medidas, que
visavam ao aumento da produtividade. Para ele, outra necessidade urgente era frear a corrida armamentista. Esperava com isso
diminuir os gastos militares e obter os recursos necessários a essas mudanças. Desde que chegou ao poder, Gorbatchev sempre
tomou a iniciativa para a assinatura de acordos de paz com os Estados Unidos, o que lhe valeu o prêmio Nobel da Paz em 1990.
A implantação dessas mudanças econômicas também envolveu reformas no sistema político-administrativo. Era preciso
pôr fim à ditadura desmontando o aparelho repressor herdado da era Stálin e assegurando liberdade de imprensa e direitos
democráticos mínimos. Com a implantação da glasnost (‘transparência política’, em russo), teve início a abertura política na
União Soviética. Entretanto, a incipiente desmontagem do aparelho repressor liberou forças contidas havia muito tempo.
Nacionalistas de várias repúblicas da União começaram a reivindicar autonomia em relação a Moscou. Durante a existência da
União Soviética, muitas minorias étnicas foram oprimidas pelos russos, a etnia majoritária e que de fato detinha o poder no país.
As repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia), anexadas à União Soviética após a Segunda Guerra, foram pioneiras,
declarando sua independência. Em seguida, o separatismo ganhou força nas demais regiões do país, levando à completa
fragmentação política da antiga superpotência.

O fim da União Soviética e o ressurgimento da Rússia


Mikhail Gorbatchev, que já estava sendo fortemente cobrado pela crise econômica e pelos insucessos da perestroika, teve
de contemporizar com as pressões dos separatistas. Buscando manter a coesão territorial do país, tentou firmar um novo Tratado
da União, fazendo um acordo com as repúblicas e concedendo-lhes maior autonomia no âmbito de uma federação renovada.
Isso, porém, era inaceitável para os comunistas ortodoxos russos e, ao mesmo tempo, não contentava os separatistas mais radicais.
Um dia antes de entrar em vigor o acordo firmado entre Gorbatchev e os representantes das repúblicas, os comunistas
ortodoxos e setores conservadores das forças armadas deram um golpe de Estado e mantiveram Gorbatchev em prisão domiciliar
em sua casa de veraneio, onde passava as férias. A tentativa golpista, que durou de 18 a 20 de agosto de 1991, fracassou por falta
de apoio popular, por divisões no PCUS e nas forças armadas e por causa da resistência liderada pelo reformista Boris Yeltsin
(1931-2007), eleito presidente da Rússia um mês antes. Após a fracassada tentativa golpista, Mikhail Gorbatchev foi reconduzido

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a seu cargo. No entanto, o poder soviético se enfraquecera, porque as repúblicas, uma a uma, proclamaram a independência
política. Fortalecido com a crise, Yeltsin iniciou o gradativo desmonte das instituições da União Soviética, como a proibição de
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funcionamento do PCUS na Rússia e o confisco de seus bens, contribuindo para o esvaziamento do poder de Gorbatchev. No

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início de dezembro de 1991, a própria Rússia, principal sustentáculo da União Soviética, sob a presidência de Yeltsin, proclamou
sua independência política, num golpe velado contra Gorbatchev.
Um encontro dos presidentes da Rússia, Ucrânia e de Belarus, realizado em 8 de dezembro de 1991, selou o fim da União
Soviética e firmou o Acordo de Minsk (capital de Belarus, sede do encontro), que criou a Comunidade de Estados Independentes
(CEI). Em 21 de dezembro, essa comunidade foi instituída pelo Tratado de Alma-Ata (Cazaquistão), pelo qual 11 das antigas
repúblicas soviéticas aderiram à CEI (em 1993, a Geórgia também ingressou); apenas Lituânia, Letônia e Estônia optaram por
não fazer parte do grupo. Em 25 de dezembro, com seu poder completamente esvaziado, Gorbatchev renunciou ao cargo de
presidente da União Soviética. No dia seguinte, a bandeira vermelha com a foice e o martelo, da União Soviética, foi arriada do
Kremlin e em seu lugar foi hasteada a bandeira branca, azul e vermelha, da Federação Russa. Esse fato simbolizou o fim da
URSS e a passagem do poder para a Rússia.
A CEI foi criada como tentativa de gerir a interdependência econômica que existia entre as repúblicas da União Soviética
e continuou existindo após se tornarem países politicamente independentes. Por exemplo, a Ucrânia depende de petróleo e gás
natural russos, e a Rússia depende dos cereais produzidos nas férteis terras negras ucranianas. O Cazaquistão tem importante
produção de petróleo e carvão, mas como possui extensas áreas de desertos, depende da importação de alimentos das outras
repúblicas. Praticamente todas as ex-repúblicas soviéticas dependiam, e em grande medida ainda dependem, da importação de
produtos da indústria russa. Embora os países almejem diversificar seu comércio, o peso da história comum e da proximidade
geográfica faz com que ainda haja considerável dependência em relação à Rússia, o país mais industrializado e a maior economia
da região.
A Rússia ocupou o espaço da antiga União Soviética no cenário internacional como o assento de membro permanente do
Conselho de Segurança da ONU. No entanto, perdeu poder no mundo, mesmo na região em que influenciava diretamente, o
Leste Europeu, onde viu vários de seus antigos satélites ingressarem na Otan e na União Europeia. O fracasso da perestroika e a
conturbada transição para a economia de mercado lançaram o país em profunda recessão. Segundo o Banco Mundial e o FMI,
no período 1990-2000, o PIB russo encolheu 4,7% na média anual (o recorde foi em 1994, quando caiu 12,7%). A economia do
país encolheu constantemente até 1996; em 1997 esboçou uma reação, mas veio a crise russa de 1998 e o PIB encolheu
novamente. A partir de 1999, a economia da Rússia entrou num período de crescimento elevado (entre 2000 e 2010 cresceu em
média 5,4% ao ano), só interrompido pela crise financeira de 2008/2009.

O resultado da recessão dos anos 1990 e da crise de 1998 foi a elevação do desemprego, que atingiu 11,4% da população
ativa em 1998; com isso, houve aumento da pobreza e piora dos indicadores de distribuição de renda. No entanto, a partir de
1999 o PIB da Rússia passou a crescer com taxas anuais elevadas, impulsionado pela desvalorização de sua moeda, que estimulou
suas vendas ao exterior, e pela elevação do preço do petróleo, seu principal produto de exportação. Isso contribuiu para uma
melhora nos indicadores de distribuição de renda.

A indústria russa
Os imensos recursos naturais
A Rússia, em razão de sua enorme extensão territorial e da diversidade de sua estrutura geológica, é um dos países mais
ricos do mundo em recursos minerais. Há em seu território extensas áreas de bacias sedimentares, ricas em combustíveis fósseis,
e de escudos cristalinos, ricos em minerais metálicos, além do enorme potencial hidráulico de seus extensos rios, que possibilitou
a construção de grandes usinas hidrelétricas nos trechos planálticos.
A Rússia dispõe de importantes reservas de fontes de energia, com destaque para o petróleo e o gás natural.
No ranking mundial, segundo a Statistical Review of World Energy-2022, da British Petroleum, a Rússia estava em
terceiro lugar em produção e pouco abaixo da Arábia Saudita (10.994.000/10.954.000 bpd, respectivamente. Quanto a exportação
é o segundo exportador mundial de petróleo do mundo (o primeiro é a Arábia Saudita), tendo exportado em média 8.234 mbp/dd.
A maior produção se encontra na bacia do Volga-Ural e na Sibéria ocidental e oriental. Possui as maiores reservas e é o
maior produtor e exportador de gás natural do planeta. Em 2021 extraiu 701.7 bilhões de metros cúbicos e exportou 35% desse

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total, sendo o principal fornecedor de vários países da Europa ocidental. As principais regiões produtoras são Pechora (extremo
norte da Rússia europeia) e Sibéria ocidental, mas há importantes reservas também na Sibéria oriental.
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A Rússia é também um importante produtor de carvão mineral: em 2011 extraiu 334 milhões de toneladas (sexto produtor

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mundial). A extração se concentra nas bacias de Pechora e Donets (fronteira com a Ucrânia), na porção europeia, e nas bacias
da Sibéria ocidental (principalmente na região do Kuzbass). Na parte asiática estão mais de 80% das reservas e, portanto, as
maiores possibilidades de ampliação da produção. O país é um grande produtor de eletricidade (terceiro do mundo). Em 2021,
gerou 1.157,1 terawatts/h, sobretudo em termelétricas movidas a petróleo, gás e carvão e em grandes usinas hidrelétricas. As
principais se encontram nos rios da bacia do Volga (porção europeia de seu território) e nos rios que cortam os planaltos do sul
da Sibéria ocidental, principalmente no Ienissei e no Angara.
A Rússia dispõe de grandes reservas de minérios metálicos e não metálicos extraídos nos escudos cristalinos dos Montes
Urais, onde se encontram as principais províncias minerais do país e outras no planalto central siberiano. Destaca-se como grande
produtor de diamante industrial, níquel, platina, entre outros, como mostra a tabela. Também é importante produtor de urânio,
extraído de jazidas da Sibéria ocidental. Esse minério radiativo é enriquecido tanto para fins pacíficos quanto bélicos: é usado
na movimentação de reatores de usinas termonucleares que produzem energia elétrica, mas também nas ogivas que armam os
mísseis balísticos do arsenal nuclear russo.
A riqueza do subsolo russo, especialmente o petróleo e o gás natural, tem sido fator fundamental para a recuperação da
produção industrial, mas seu grande mercado interno de consumo também é muito importante. Com a recuperação econômica,
após anos de recessão, surgiu uma significativa classe média ávida por novos produtos, provocando o crescimento das indústrias
de bens de consumo: automóveis, eletroeletrônicos, vestuário etc., setores que não eram priorizados durante a vigência do
controle estatal da economia.

O parque industrial
As duas principais concentrações industriais na Rússia são a região dos Montes Urais e a de Moscou, mas há
concentrações menores na Sibéria ocidental (observe o mapa da página seguinte). Nas proximidades dos Urais há predominância
de indústrias de bens intermediários, como as siderúrgicas, devido à disponibilidade do minério de ferro e de carvão mineral. As
duas maiores empresas mineradoras e siderúrgicas do país - Severstal e a Evraz Group – possuem minas de ferro e carvão e
usinas siderúrgicas em diversos lugares do país e do exterior. Há também indústrias de bens de capital, como a de máquinas e
equipamentos. As principais refinarias e petroquímicas do país estão próximas aos grandes lençóis petrolíferos, principalmente
na bacia do Volga-Ural, que fica entre Moscou e os Urais.
Em torno da capital predominam indústrias de bens de consumo e de bens de capital por causa da existência de um amplo
mercado consumidor e da boa infraestrutura de transportes e telecomunicações. Na Sibéria ocidental, em razão da grande
disponibilidade de recursos minerais, há importante concentração de indústrias pesadas, como siderúrgicas e metalúrgicas,
principalmente na região do Kuzbass.
Com o fim do socialismo, iniciou-se um processo de privatização e de adoção de mecanismos da economia de mercado
nas ex-repúblicas soviéticas, além da instauração de um processo de modernização da economia.
Na Rússia, durante o governo de Boris Yeltsin (1991-1999), uma parte das antigas empresas estatais foi privatizada.
Dessas, algumas foram compradas por corporações estrangeiras ou por fundos de investimento, outras tiveram suas ações
distribuídas entre os empregados, mas muitas delas acabaram caindo nas mãos de políticos influentes ou mesmo de grupos
criminosos que corromperam agentes do Estado para conseguir o controle de antigas estatais pagando valores muito baixos.
Esses grupos foram um dos setores da sociedade russa que mais enriqueceu. Desde a época da União Soviética controlavam uma
economia paralela que floresceu nos interstícios da economia planificada em decorrência da escassez dos mais variados produtos.
Entretanto, como veremos, ainda há muitas empresas sob o controle total ou parcial do Estado russo.
Depois de um período de profunda crise, com a retomada do crescimento econômico surgiram grandes corporações russas
de capital aberto, isto é, com ações cotadas na Bolsa de Valores de Moscou. É o caso da Gazprom (principal produtora de gás
natural do planeta, maior empresa russa e 15a na lista da Fortune Global 500 2012), da Lukoil e da Rosneft Oil, ambas também
listadas naquela pesquisa. Essas três empresas são responsáveis por extrair petróleo e gás natural em diversos pontos do território
russo e no exterior. Não é por acaso que as maiores corporações russas sejam do setor energético: como vimos, o petróleo e o
gás são duas das maiores riquezas naturais do país.
Apesar do avanço do processo de privatização, diversas
empresas, principalmente desses setores estratégicos,
continuam pertencendo, em parte, ao Estado. Em 2021, a
Gazprom ainda tinha mais de 50% de suas ações nas mãos do
governo russo, seu maior acionista. Do capital da Rosneft Oil,
75% das ações pertenciam ao Estado russo. A Lukoil começou
a ser privatizada em 1993: o governo foi se desfazendo de suas
ações e em 2004 vendeu o restante que possuía do capital da
empresa.
O presidente Vladimir Putin, em seu primeiro mandato
(2000-2004), planejava vender as empresas estatais que
restaram, e que não fossem competitivas ou estratégicas, para
sanear as contas públicas e garantir um crescimento de 7% ao ano em seu segundo mandato (2004-2008). Com isso o governo
russo projetava dobrar o PIB do país até o final daquela década. A economia russa vinha crescendo a taxas elevadas, até que a
crise financeira a atingiu em cheio, provocando profunda recessão em 2009. Em 2010, porém, o crescimento foi retomado e,

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apesar desse percalço, o valor do PIB do país duplicou desde 2004 e mais que quadruplicou ao longo daquela década. Ou seja,
Putin atingiu seu objetivo e acabou sendo reeleito. Em 2008, não pôde se candidatar a um terceiro mandato consecutivo e foi
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substituído por Dmitri Medvedev (ex-membro do Conselho de Administração da Gazprom), presidente eleito com seu apoio (em

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retribuição foi por ele indicado ao cargo de primeiro-ministro). Em 2012, Putin foi eleito presidente para um novo mandato de
quatro anos e, mantendo o rodízio de poder com Medvedev, indicou-o ao cargo de primeiro-ministro.
Com o rápido crescimento econômico nos anos 2000, ao mesmo tempo que as empresas russas têm ganhado importância
no mundo, vem crescendo o fluxo de investimentos estrangeiros no país, que atingiu 75 bilhões de dólares em 2008 e depois caiu
um pouco por causa da crise. De acordo com a Unctad, os capitais estrangeiros têm sido atraídos pelo crescimento do mercado
interno e pela possibilidade de exploração dos recursos naturais, especialmente no setor energético. Por exemplo, a petrolífera
Yukos, que chegou a ser a maior empresa privada russa, faliu em 2006 e foi comprada pela italiana ENI em associação com a
compatriota Enel. Outro exemplo: naquele mesmo ano a petrolífera francesa Total e a norueguesa Statoil Hydro firmaram
parceria com a Gazprom para a exploração de gás natural no gigantesco campo de Shtokman, no mar de Barents. Compare os
dados da Rússia com os números dos Estados Unidos, o maior receptor de investimentos do mundo, e de outros países do Brics.

CEI: da desconcentração estratégica ao modelo exportador


Na antiga União Soviética, o processo de industrialização foi marcado pelo controle estatal sobre os meios de produção
e pelo planejamento centralizado. Nesse caso, as estratégias de localização industrial não derivaram de fatores econômicos; elas
resultaram de escolhas políticas.
Dispondo de imensas reservas de carvão, petróleo e minérios nos Montes Urais, na Ásia Central e na Sibéria ocidental, o
Estado investiu intensamente na criação de regiões industriais dispersas, associadas aos recursos naturais. Essa dispersão
funcionava como uma medida de segurança, tornando a indústria soviética menos vulnerável na hipótese de uma guerra.
Assim, a indústria de base do país desenvolveu-se em cinturões sucessivos, ao longo do traçado da Ferrovia Transiberiana.
Cada um desses cinturões organiza-se em torno de um polo produtivo de grandes dimensões, nucleado por algumas usinas
gigantescas. A indústria de bens de consumo, que jamais conheceu um grande desenvolvimento, apresenta maior difusão espacial
e atende aos mercados locais.
Quando a União Soviética deixou de existir, a indústria pesada (que transforma produtos brutos em semi-elaborados)
enfrentava problemas agudos de defasagem tecnológica. O vasto processo de privatização das empresas estatais implicou o
fechamento de unidades produtivas obsoletas, com queda abrupta da produção, do emprego e do PIB.
Mas, no contexto da implantação da economia de mercado na área da CEI, o setor industrial representa forte atrativo para
as corporações transnacionais. A indústria pesada está assentada sobre ampla base de recursos naturais, dispõe de mão-de-obra
qualificada e opera com baixos custos de trabalho. Essas vantagens comparativas fundamentam o novo modelo exportador que
se consolida na Rússia, principal herdeira da indústria pesada soviética, e mais lentamente em algumas outras repúblicas da CEI.
O setor energético está no centro da reconversão da economia russa. Atualmente, a exportação de produtos primários -
principalmente petróleo bruto e gás natural- representa mais de 40% do total, e as manufaturas básicas - o aço, o alumínio e os
produtos da indústria mineral- equivalem a cerca de 30% das vendas externas totais.

Algumas observações sobre o governo Putin - apoio empresarial e popular

Rússia: por que economia do país é chamada de 'capitalismo de camaradas'


Carlos Serrano (@carliserrano) - BBC News Mundo - 18 março 2022

O colapso da poderosa União Soviética em 1991 marcou o fim da era comunista. E foi também a entrada da Rússia no
que era seu maior inimigo: o sistema capitalista.
A Rússia tem um sistema bancário, reconhece a propriedade privada, acessa o mercado de capitais… "tudo o que
normalmente atribuiríamos a um país capitalista", disse à BBC News Mundo (o serviço em espanhol da BBC) Carlos Siegrel,
professor da Divisão de Economia e Assuntos Globais da Universidade Rutgers, nos EUA.
É o país com maior extensão territorial do mundo e obtém grandes receitas com as exportações de petróleo e gás.
A Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que a Rússia "desempenha um papel descomunal nos mercados
mundiais de petróleo".
Em 2021, a revista Forbes classificou a Rússia em quinto lugar entre os países com mais bilionários.
A Rússia é um país capitalista, mas vários especialistas concordam que após a queda da URSS, os líderes russos, primeiro
Boris Yeltsin e depois Vladimir Putin, alimentaram um modelo econômico que favoreceu algumas poucas figuras mais próximas
ao governo.
"Capitalismo de camaradas" é como chamam alguns analistas, como Anders Åslund, autor do livro Russia's Crony
Capitalism: The Path from Market Economy to Kleptocracy ("O Capitalismo de Camaradas da Rússia: o Caminho de uma
Economia de Mercado para uma Cleptocracia", em tradução livre).
Como funciona a economia da Rússia e por que seus críticos a associam ao aparecimento de oligarcas e corrupção?

Mudança de sistema
Segundo Siegrel, para entender a economia russa hoje, é preciso voltar ao colapso da União Soviética.
As empresas que antes pertenciam ao Estado seriam privatizadas.
"A questão era como privatizá-las", diz o especialista.

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O que aconteceu, diz ele, foi que muitas das grandes empresas privatizadas foram deixadas nas mãos de ex-funcionários
do governo soviético ou de pessoas bem relacionadas.
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Essas pessoas, que por estarem próximas do governo conseguiram privilégios para assumir as empresas, hoje são

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conhecidas como os oligarcas.
"Fazem parte da elite empresarial ultrarrica com poder político desproporcional", afirma Stanislav Markus, professor de
negócios internacionais da Universidade da Carolina do Sul em um artigo em inglês no site The Conversation.
Segundo Markus, os oligarcas surgiram em duas ondas.
A primeira foi a partir de 1990, durante o governo de Boris Yeltsin, quando grandes empresas estatais foram vendidas a
um preço considerado baixo a um seleto grupo de magnatas em troca de benefícios.
A segunda onda foi promovida por Putin por meio de contratos com o Estado, explica Markus.
O modelo era baseado em empresas privadas de infraestrutura, defesa e saúde que vendiam seus serviços ao governo a
um preço muito superior ao preço de mercado, em troca de propinas aos funcionários que viabilizavam a transação.
"Assim, Putin enriqueceu uma nova legião de oligarcas que lhe deviam suas enormes fortunas", diz Markus.
Esse conluio é o que chamam de "capitalismo de camaradas" ou "de compadres".
"A Rússia é um país com um capitalismo de camaradas, é muito parecido com o que você teria em economias fascistas,
onde o Estado e algumas indústrias colaboravam entre si", diz Siegliel.
"Neste caso, eles colaboram por meio de mecanismos de corrupção."
Eszter Wirth, professora de Economia Internacional da Pontifícia Universidade Comillas, na Espanha, descreve a Rússia
como um "sistema aparentemente capitalista".
"Onde a maior parte da riqueza é gerada em setores caracterizados pela busca de renda, nepotismo e compra de favores",
disse Wirth à BBC Mundo.
Wirth explica que Putin implementou um sistema baseado no modelo soviético, caracterizado por grandes empresas
estatais, e combinou com o sistema de oligarquia de Yeltsin.
"Essas empresas estatais controlam 55% da economia russa, que lembram a era socialista", diz a especialista.

"Sistema cleptocrático"
Esse mecanismo, dizem os especialistas, funciona da seguinte forma: os oligarcas não se envolvem em assuntos políticos,
e o Kremlin não se envolve nos negócios desses magnatas.
"Os oligarcas ajudaram Putin a permanecer no poder por meio de sua imobilidade política e apoio financeiro a iniciativas
internas do Kremlin", diz Markus.
A ONG Transparência Internacional descreve a Rússia como possuidora de um "sistema cleptocrata".
"A grande riqueza que os cleptocratas russos acumularam, e continuam a desfrutar, ajudou o presidente Putin a reforçar
seu controle e poder...", disse a organização em um artigo de 4 de março.
A revista The Economist coloca a Rússia em primeiro lugar em seu Índice de Capitalismo de Camaradas.
O índice mede o número de bilionários cujas fortunas podem estar ligadas à proximidade com o governo, especialmente
por meio de negócios como bancos, cassinos, defesa, indústrias extrativas e construção.
A publicação sustenta que na Rússia existem 120 bilionários, dos quais 70% atendem às características de um "capitalista
camarada".
"28% do PIB [Produto Interno Bruto] russo corresponde à riqueza dos bilionários russos [oligarcas] que atuam em setores
rentistas [ligados ao Estado]", diz Wirth.

Sem concorrência
Sieglel afirma que esse mecanismo corrupto também afeta o progresso da indústria russa.
"Normalmente essas empresas teriam que competir entre si, essa competição as levaria a serem mais eficientes, a contratar
o pessoal certo", diz o professor.
"Mas o que aconteceu foi que o governo, e isso também acontece em outros países, protegeu muitos desses indivíduos de
uma concorrência direta."
"Como resultado, o que você tem na Rússia é uma série de empresas que não são tão eficientes em termos de produção
porque não têm concorrência."

Montanha russa
Globalmente, a Rússia é o segundo maior exportador de petróleo, depois da Arábia Saudita. E é o terceiro maior
produtor de petróleo, atrás dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, segundo a Agência Internacional de Energia.
Possui a segunda maior reserva de carvão, depois dos EUA.
40% do gás natural que a Europa consome vem da Rússia, produzido pelo monopólio estatal Gazprom.
Além disso, o país é rico em terras raras (importantes para a indústria eletrônica) e produtos agrícolas como trigo, milho
e óleo de girassol.
Essas riquezas naturais, especialmente gás e petróleo, ajudaram a superar várias crises e altos e baixos econômicos nas
últimas décadas.
Quando Putin chegou ao poder, o país estava encerrando uma década de hiperinflação, em que o PIB caiu e a
desigualdade aumentou.
Economicamente, a década de 1990 na Rússia foi "uma década perdida", como Wirth descreve em um artigo.
Mas a chegada de Putin ao poder deu um novo rumo ao país .

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Durante os primeiros 8 anos do governo de Putin, a Rússia teve uma recuperação que, segundo Wirth, é atribuída ao
aumento global dos preços dos hidrocarbonetos, principal produto de exportação russo.
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A crise de 2008 e 2009 interrompeu esse crescimento, mas em 2013 um novo aumento nos preços do petróleo ajudou na

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recuperação.
Mas em 2014 e 2015, os preços caíram novamente, o rublo perdeu valor e a inflação cresceu.
"A dependência excessiva das exportações de petróleo e gás natural durante a era Putin teve seu preço na economia
russa", escreve Wirth.
"A Rússia continua sendo um país com grandes superávits comerciais quando os preços das commodities estão altos e
poderia investi-los na modernização de maquinário e infraestrutura obsoletos", diz a analista.
"Mas, como as exportações estão concentradas nas mãos de alguns oligarcas, eles preferem investir em fundos no
exterior, razão pela qual a Rússia vem passando por um processo de fuga de capitais há anos para paraísos fiscais, como Suíça
ou Londres."
Sieglel concorda que a economia russa não é muito diversificada, acrescentando que "eles não têm incentivo para
inovar".
"Apesar dos recursos, eles não têm as instituições adequadas para inovação em termos de novos produtos ou
tecnologia", diz ele.
O professor também indica que, diferentemente de outros países capitalistas, na Rússia não há leis antitruste e não há
ambiente legal que estimule a concorrência.

Sanções
Nos últimos três anos, a Rússia teve um crescimento econômico moderado.
Segundo o Banco Mundial, o impacto da pandemia foi menor do que em outros países entre os russos.
Isso pode ser resultado da política de ajudas fiscais do Estado e pelo fato de que o setor de serviços é relativamente
pequeno, além de um setor público grande, que diminui os efeitos sobre o desemprego.
Ainda assim, a professora Wirth chama as taxas de crescimento econômico da Rússia de "decepcionantes" para um dos
países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul).
Além disso, desde que Putin invadiu a Crimeia em 2014, a Rússia enfrentou sanções que a isolaram de mercados
ocidentais.
E o país agora enfrenta um pacote de sanções internacionais ainda mais forte em resposta à invasão da Ucrânia.
Essas medidas incluem a expulsão dos maiores bancos russos da Swift, a rede internacional de pagamentos, dificultando
o processamento de transações que vêm do exterior.
Putin já ofereceu ajuda estatal aos bancos sancionados.
Centenas de bilhões de euros de reservas do banco central russo também foram congelados.
Cerca de 300 marcas suspenderam suas operações na Rússia.
E sanções individuais também foram aplicadas a dezenas de bilionários que EUA, Reino Unido e Europa consideram
como oligarcas próximos a Putin.
No último mês, o rublo perdeu mais de 40% de seu valor em relação ao dólar.
Com base nessas sanções, o banco de investimentos Goldman Sacks estima que o PIB da Rússia pode cair 7% neste
ano.
A empresa de análise de mercado Oxford Economics calcula que a pressão sobre os mercados financeiros russos pode
ter um impacto de 6% no PIB, em comparação com as previsões feitas antes da crise.
A aposta do Ocidente é que essas sanções isolem e sufoquem a economia russa, como medida de pressão para que Putin
suspenda os ataques.
Wirth, no entanto, é cética quanto à eficácia dessas sanções.
"Em regimes autoritários, as sanções econômicas foram ineficazes: nem no Irã nem na Coreia do Norte geraram
mudanças políticas", diz ela. "Putin também parece não querer ouvir ninguém além de si mesmo."
Enquanto isso, a Ucrânia permanece sob fogo russo implacável.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60789330. Acesso 12 dez 2022

Guerra na Ucrânia: por que Putin é tão popular na Rússia - e como isso pode mudar agora
Noah Buckley - The Conversation* - 8 março 2022

Desde que chegou ao poder em 2000, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mantém níveis de aprovação junto ao
eleitorado russo que dariam inveja à maioria dos líderes mundiais.
Antes da recente invasão da Ucrânia, o índice de aprovação de Putin era de 71%, de acordo com uma pesquisa
independente. Ao contrário do que a maioria das pessoas acreditam, essa pesquisa independente revela que o apoio a Putin não
é uma ficção ou uma manipulação dos números.
Enquanto a Rússia segue com seu ataque à Ucrânia, uma olhada na percepção pública de Putin ao longo dos anos pode
nos ajudar a entender como os russos reagirão a essa guerra violenta - e qual será o futuro da sua popularidade.
Em minha pesquisa, investigo o que impulsiona a aprovação pública de líderes autoritários, incluindo Putin. Eu e outros
pesquisadores descobrimos que o desempenho econômico do país tem sido um fator constante no apoio dos russos a Putin nos

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últimos 20 anos. Após o colapso econômico da Rússia na década de 1990 e a queda da União Soviética, Putin vem dependendo
da recuperação e da estabilidade da economia para sustentar sua popularidade.
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Hoje, fatores práticos como bem-estar financeiro e taxas de inflação geralmente dominam a percepção que muitos russos

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têm sobre seu governo. Isso acontece mesmo em tempos de fervor patriótico, como o aumento maciço na aprovação de Putin
observado após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
Como grande parte do mundo ocidental agora está impondo sanções econômicas paralisantes à Rússia, essas demandas
básicas por uma geladeira cheia e por renda estável provavelmente não vão desaparecer só por causa de uma onda qualquer de
sentimento pró-guerra.
É preciso lembrar que Putin também é popular por causa de quem ele é e o que ele representa - liderança firme. Seu apelo
pessoal - a masculinidade conspícua e o jeito de homem do povo - e seu papel em trazer a Rússia de volta ao palco principal dos
assuntos globais apenas reforçam sua atratividade junto aos russos.

Ter voz
No entanto, esses fatores econômicos básicos e o ressurgimento geopolítico da Rússia não são suficientes para contar toda
a história por trás do apoio a Putin e seu regime. O público russo também valoriza ter voz em seu sistema político.
Em uma pesquisa em andamento, realizada com os coautores Ora John Reuter e Quintin Beazer, mostramos que a
aprovação dos russos a Putin diminui quando a capacidade dos eleitores de votarem para prefeito de sua cidade é retirada pelo
regime. Isso ainda está muito longe de ser um clamor por uma democracia liberal plena, mas dados de pesquisas de opinião
sugerem que os russos querem que seus líderes políticos prestem contas a eles.
A sensação de que ninguém está ouvindo pode levar à decepção no sistema e em Putin. Essa demanda por participação
democrática na operação do vasto e complexo sistema de governo da Rússia é um fator poderoso que molda as percepções dos
russos sobre Putin e sobre o regime dominante.
Nos últimos anos, a Rússia tornou-se cada vez mais um governo repressivo e autoritário. A oposição, a mídia independente
e a dissidência aberta foram reprimidas. Essa tendência provavelmente só antagonizará ainda mais os muitos membros do público
russo que querem que suas vozes sejam ouvidas. Agora, a crescente guerra econômica e diplomática com o Ocidente apenas
aprofundará as tendências isolacionistas e antidemocráticas do regime e levará a uma desconexão pública ainda maior das
autoridades.
Alguns no país começaram a entender a natureza destrutiva da guerra de seu país contra a Ucrânia. Milhares de pessoas
foram presas por participação em protestos antiguerra em todo o país. Isso pode ser má notícia para Putin, cujo apoio na Rússia
depende de apatia política.
Ao examinar centenas de milhares de respostas a pesquisas de opinião pública russas de 2003 a 2019, descobri que a
simples existência de protestos públicos reduz a aprovação de Putin e de seu regime. Membros do público em geral aprendem
sobre os crimes do regime com esses protestos e descobrem que há mais dissidentes em sua sociedade do que eles poderiam ter
imaginado anteriormente. Em outras pesquisas em andamento, meus coautores e eu descobrimos que, quando os russos
descobrem que os níveis de aprovação de Putin não são tão altos quanto eles pensavam, seus próprios sentimentos em relação a
ele azedam bastante.

O poder do povo
Em conjunto, essa pesquisa mostra que a popularidade de Putin é baseada de maneira geral em fundações sólidas — e
não em algo manipulado ou imaginário.
Essas fundações serão severamente abaladas pela guerra que ele está causando a sangue frio. Se o sentimento antiguerra
na Rússia continuar a crescer, e o povo reunir a coragem enorme necessária para expressar dissidência diante da repressão brutal,
poderemos ver parte da popularidade de Putin derreter.
Pesquisas de opinião pública na Rússia sugerem que os danos catastróficos que a economia russa sofrerá como resultado
do ataque à Ucrânia provavelmente prejudicarão muito Putin. O aumento do sentimento de protesto e uma diminuição ainda
maior na sensação dos russos de que eles têm voz nas decisões tomadas em seu país podem levar a uma escalada na reprovação
de Putin.
Observar a opinião pública durante "bons tempos" em regimes autoritários como a Rússia só nos revela uma parte da
história de como as atitudes mudam durante uma crise. Putin tem uma ampla base de apoio e uma máquina de propaganda que
ele pode usar para limitar os danos à sua reputação. No entanto, revoltas em massa, descontentamento e até revolução podem
pegar todos de surpresa em regimes autoritários. Nós não devemos ignorar o povo russo.

* Noah Buckleyé professor assistente de Ciência Política da Trinity College Dublin.


Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença
Creative Commons.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60645326. Acesso 12 dez 2022

A importância geopolítica do Mar Negro e do porto de Sebastopol para a Rússia no século XXI

"Porto de Sebastopol é imprescindível para a Rússia"


Stephanie Höppner (ca)
16/03/201416 de março de 2014

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Base de Sebastopol tem posição estratégica no acesso ao Mediterrâneo e é a única capaz de receber toda a frota russa do
Mar Negro. Para especialista, Rússia não quer deixar Mediterrâneo sob influência dos EUA.
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O interesse do presidente russo, Vladimir Putin, pela República Autônoma da Crimeia, cujos habitantes decidem em

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referendo neste domingo (16/03) se a região será anexada à Rússia, não é somente político e econômico. A península tem uma
posição estratégica no Mar Negro e possui o porto de Sebastopol, o único capaz de acolher e dar logística à completa frota de
navios da Rússia no Mar Negro.
Para Klaus Mommsen, especialista em marinhas estrangeiras, o Mar Negro é um "trampolim" em direção ao Mar
Mediterrâneo, que exerce um papel importante para a política externa russa. Com isso, Putin não pretende deixar o Mar
Mediterrâneo como área de influência da Marinha dos EUA.
"Quando se quer atuar de verdade na região do Mediterrâneo, isso só é possível a partir daquela região [Mar Negro]", diz
o também articulista da revista MarineForum em entrevista à DW.
Deutsche Welle: A frota russa do Mar Negro está estacionada há décadas na Crimeia ucraniana. Por que o local é tão
importante para Moscou?
Klaus Mommsen: A Crimeia tem uma posição estratégica dominante no Mar Negro – a península avança mar adentro.
Para a Rússia, ela é um trampolim em direção ao Sul, ou seja, para o Mar Mediterrâneo e Oriente Médio. Mesmo nos tempos da
União Soviética, ali se encontravam estaleiros, capazes de prestar assistência e reparos a navios de guerra.
Você poderia detalhar a importância da base militar de Sebastopol?
Trata-se do único porto capaz realmente de acolher e proporcionar a respectiva logística à completa frota russa do Mar
Negro. Para os russos, não há alternativa. Embora outra base esteja sendo construída em Novorossiysk, ao norte de Sochi, ela
poderá receber só parte da frota. Além disso, Novorossiysk é uma base pequena e sem baías de proteção. Dependendo do vento,
os navios que ali aportam podem ser avariados pelas ondas. Com as suas muitas baías, Sebastopol é bem diferente.
Por esse motivo, Sebastopol não é somente a principal base da frota russa do Mar Negro, mas também da Marinha
ucraniana. Elas se encontram ali, lado a lado. Se a Ucrânia rescindisse o contrato sobre a base e expulsasse os russos, a frota do
Mar Negro teria um problema.
Porque a frota do Mar Negro é tão importante para a Rússia?
A Rússia está cercada em grande parte pelo mar: no norte é o Ártico, a frota do norte tem grandes desafios no inverno,
pois as rotas para o Atlântico são longas. Também no Mar Báltico as distâncias são longas. Quando se quer atuar de verdade na
região do Mediterrâneo, isso só é possível a partir daquela região. Para a política externa russa, o Mar Mediterrâneo exerce um
papel importante. Em meados de 2013, também foi restabelecida uma esquadra permanente no Mediterrâneo. Os russos não
querem entregar essa região à Marinha americana.
O que a Rússia acertou com a Ucrânia para que Sebastopol pudesse ser utilizada como base da frota?
Este é um acordo de longa data, que foi fechado sob o governo do antigo presidente russo Yeltsin. Ele sucedeu a uma
disputa. A Ucrânia afirmou que, após a dissolução da União Soviética, os navios nos portos pertenciam a eles. Houve um acordo
e parte da frota foi dada aos ucranianos – na maioria navios que, de qualquer forma, já estavam avariados.
Em 1997, um contrato de arrendamento [para o uso pelos russos do porto em Sebastopol] foi fechado por 20 anos. Sob o
governo de Yushchenko, antecessor de Yanukovytch, esse contrato foi praticamente rescindido. Quando chegou ao poder,
Yanukovytch não somente o reativou, mas também o prorrogou por mais 20 anos. Isso levou novamente a uma disputa – e até
mesmo a questionamentos constitucionais.
Por que os ucranianos aceitaram então o acordo?
Por um lado, por razões econômicas: em contrapartida, a Rússia prometeu gás natural mais barato. Em segundo lugar,
por motivos políticos: Yanukovytch está, notoriamente, mais próximo dos russos do que do Ocidente.
Qual o papel da frota do Mar Negro na crise atual?
Nesse conflito, a frota do Mar Negro exerce um papel secundário. Não deverá haver nenhum confronto no mar.

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/porto-de-sebastopol-%C3%A9-imprescind%C3%ADvel-para-a-r%C3%BAssia-diz-
analista/a-17500256. Acesso em 26 out 2022

5.6.2 - China
A China foi a economia que mais cresceu no mundo ao longo dos anos 1980 e 1990, e nos anos 2000 continuou crescendo
a taxas médias de 10% ao ano, quando alcançou a segunda posição entre os maiores PIBs do planeta. Como explicar as aceleradas
transformações pelas quais a China vem passando? Como compreender seu rápido salto à condição de potência mundial?

A formação da China comunista


A China é um país milenar. Ao longo de séculos de história, alternou períodos de maior ou menor produção econômica,
tecnológica e cultural. Porém, no final do século XIX, sob o governo da dinastia Manchu, o império estava decadente. A figura
do imperador era apenas decorativa, e naquela época o país fora partilhado entre potências estrangeiras.
No início do século XX, sob a liderança do político Sun Yat-sen (1866-1925), foi organizado um movimento nacionalista
hostil à dinastia Manchu e à dominação estrangeira. Esse movimento culminou em uma revolução que atingiu as principais
cidades do país, pôs fim ao império e instaurou a república em 1912, dando origem à República da China. Sob a direção de Yat-
sen foi organizado o Partido Nacionalista, o Kuomintang.
Apesar da proclamação da república, o país continuava envolto no caos político, econômico e social, e mantinham-se os
laços de dependência com as potências estrangeiras.

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Nessa época começou a se desenvolver uma incipiente industrialização, com a chegada de investidores estrangeiros
interessados em aproveitar a mão de obra muito numerosa, por isso barata, e a grande disponibilidade de matérias-primas.
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Começaram a ser instaladas algumas fábricas nas principais cidades do país, sobretudo em Xangai. No conjunto, porém, a China

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continuava a ser um país camponês dominado por estrangeiros. A tímida industrialização foi interrompida pela invasão e
ocupação japonesa, na década de 1930, e pela guerra civil, que se estendeu de 1927 até 1949.
Nesse contexto, ideias revolucionárias ganharam força entre muitos intelectuais chineses. À influência da Revolução
Russa juntou-se o sentimento nacionalista e anticolonial, dando origem ao Partido Comunista Chinês (PCCh), em 1921. Entre
os fundadores desse partido estava Mao Tsé-tung (1893-1976), seu futuro líder.
Com a morte de Sun Yat-sen, o Kuomintang passou a ser controlado pelo militar Chiang Kai-shek (1887-1975), que a
partir de 1928 passou a liderar o Governo Nacional da China, embora não controlasse todo o território do país. Após curta
convivência pacífica, o governo nacionalista colocou o PCCh na ilegalidade, iniciando uma guerra civil entre comunistas e
nacionalistas que se estendeu até o fim da década de 1940. Em 1934, os japoneses implantaram na Manchúria, com a conivência
das potências ocidentais, Manchukuo (‘Estado da Manchúria’, em japonês), um país apenas formalmente independente. Seu
governante era Pu Yi, o último imperador chinês, na realidade um governante fantoche. Quem de fato governava Manchukuo
eram os japoneses, que tinham se apoderado de uma das regiões mais ricas em minérios e combustíveis fósseis de toda a China.
Em 1937, os japoneses declararam guerra total contra a China e chegaram a ocupar, próximo do fim da 2ª GM, cerca de
dois terços de seu território. Somente nesse breve período houve um apaziguamento entre comunistas e nacionalistas,
empenhados em derrotar os invasores japoneses. Bastou o Japão assinar sua rendição para que o conflito interno na China
reacendesse e se intensificasse.
Depois de 22 anos de guerra civil, com breves interrupções, os comunistas do Exército de Libertação Popular – formado
por voluntários, em sua maioria camponeses, e liderado por Mao Tsé-tung - saíram vitoriosos. Em outubro de 1949 foi
proclamada a República Popular da China, e o território continental do país foi unificado sob o controle dos comunistas,
comandados por Mao, então secretário-geral do PCCh: nascia a China comunista. Entretanto, os membros do Kuomintang,
comandados por Chiang Kai-shek, se refugiaram na ilha de Formosa, onde fundaram a República da China ou China nacionalista,
mais conhecida como Taiwan, que o governo de Pequim sempre considerou uma província rebelde.

Relação China-Taiwan
A história de Taiwan, por conta da Guerra Fria, é marcada pelo conflito com Pequim e pela duplicidade da política norte-
americana em relação aos dois países. Após a Revolução Comunista, a cadeira reservada à China na ONU foi oferecida a Taiwan,
que a ocupou até o início da década de 1970. A República Popular da China, com cerca de 1 bilhão de habitantes, simplesmente
não era reconhecida. Com o rompimento sino-soviético, em 1965, os Estados Unidos passaram a ter grandes interesses na
aproximação com a China comunista. Em 1972, o então presidente norte-americano, Richard Nixon, fez uma viagem ao país,
dando início ao reconhecimento do governo de Pequim. No ano anterior, o país havia sido reconhecido pela ONU e admitido
como membro permanente do Conselho de Segurança, ao mesmo tempo que Taiwan foi expulsa da organização por exigência
chinesa. Em 1979, os Estados Unidos romperam relações com Taiwan e reconheceram oficialmente a China. Há setores da
sociedade de Taiwan que defendem sua readmissão na ONU e o restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados
Unidos, que, apesar de não reconhecerem o país oficialmente, vendem armas a ele, criando atritos com Pequim. A concretização
dessas metas é difícil, pois contraria os interesses chineses. A China sempre deixou claro que é contrária à independência da ilha
e ameaça invadi-la caso isso venha a acontecer. Os governos dos dois países vêm adotando uma posição moderada em relação a
essa questão e firmando acordos que visam a uma aproximação na área econômica, que pode levar no futuro a uma “reunificação
pacífica”, garantindo certa autonomia a Taiwan, como aconteceu com a reincorporação de Hong Kong, em 1997 (esse território,
hoje uma Região Administrativa Especial da China, era administrado pela Grã-Bretanha desde 1842).
A Revolução Chinesa de 1949 foi um importante divisor de águas na história do país, e isso já ficara evidente quando
Mao Tsé-tung, em discurso feito durante a fundação da República Popular da China, afirmou para uma multidão em Pequim: “O
povo chinês se levantou [...]; ninguém nos insultará novamente”.
No início do período revolucionário, a China seguiu o modelo político-econômico vigente na antiga União Soviética, país
que inclusive enviou muitos técnicos e assessores para ajudar no desenvolvimento da economia chinesa. Com base na ideologia
marxista-leninista, implantou-se um regime político centralizado sob o controle do Partido Comunista Chinês, cujo líder máximo
era o secretário-geral (cargo ocupado por Mao Tsé-tung até 1976). Economicamente, com a coletivização das terras, foram
implantadas de modo gradativo as comunas populares, que seguiam, de modo geral, o modelo das fazendas coletivas da União
Soviética. O Estado passou a controlar também todas as fábricas e a exploração dos recursos naturais; seu processo de
industrialização só deslanchou mesmo após 1949. Vale lembrar que a Revolução Chinesa foi essencialmente camponesa. Para
ter uma ideia, nessa época havia no país em torno de 3,2 milhões de operários, o que equivalia a apenas 0,6% da população de
cerca de 540 milhões de habitantes.

O processo de industrialização
Em 1957, Mao Tsé-tung lançou um ambicioso plano econômico, conhecido como o Grande Salto à Frente, que se estendeu
até 1961. Esse plano pretendia acelerar a consolidação do socialismo por meio da implantação de um parque industrial amplo e
diversificado. Para tanto, a China passou a priorizar investimentos na indústria de base, na bélica e em obras de infraestrutura
que sustentassem o processo de industrialização. Apesar de dispor de numerosa mão de obra e de abundantes recursos naturais,
a industrialização chinesa teve idas e vindas. Devido à burocracia e à má gestão, o Grande Salto à Frente desarticulou
completamente a incipiente economia industrial do país. Além disso, a industrialização chinesa inicialmente padeceu dos mesmos

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males do modelo em que se inspirou: baixa produtividade, produção insuficiente, má qualidade dos produtos, concentração de
capitais no setor armamentista e burocratização.
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As divergências e as desconfianças entre os líderes dos dois principais países socialistas aumentavam cada vez mais. Em

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1964, a China fez seu primeiro teste subterrâneo com uma bomba atômica e, três anos depois, com a de hidrogênio. A União
Soviética, por sua vez, não admitia perder a hegemonia nuclear no bloco socialista. Esse fato decisivo, somado às divergências
quanto ao modelo de socialismo, acabou provocando, em 1965, o rompimento entre a União Soviética e a China. Como
consequência, Moscou retirou os assessores e os técnicos que mantinha em território chinês, agravando ainda mais seus
problemas econômicos. O rompimento sino-soviético abriu caminho para a aproximação sino-americana. Foi nessa época que,
como vimos, a República Popular da China recebeu a visita do presidente dos Estados Unidos e foi admitida na ONU, tornando-
se membro permanente do Conselho de Segurança. Com a morte de Mao Tsé-tung (1976), após um curto período de disputa
interna pelo poder, Deng Xiaoping foi indicado ao cargo de secretário-geral do PCCh (dois anos depois), posição em que
permaneceu por 14 anos. Nesse período implantou diversas medidas que caracterizam a reforma econômica, a “segunda
revolução da China”, como ele diz na epígrafe, responsável pela completa transformação do país. Mao foi responsável pela
primeira revolução chinesa, a socialista, Deng, pela segunda, a “socialista de mercado”.

A “economia socialista de mercado”


O gigante chinês, depois de viver décadas em estado de letargia, à margem do explosivo crescimento econômico de seus
vizinhos – o Japão e os Tigres Asiáticos –, resolveu finalmente se modernizar. Sob o comando de Deng Xiaoping, iniciou-se, a
partir de 1978, um processo de reforma econômica no campo e na cidade, paralelamente à abertura da economia chinesa ao
exterior. Jiang Zemin (sucessor de Deng, foi secretário-geral do PCCh de 1992 a 2002), num balanço apresentado no 14º
Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (1992), assim avaliou esse processo: [...] A III Sessão Plenária do XI Comitê
Central, realizada em 1978, e a direção coletiva central que nela se formou, nucleada em torno do camarada Deng Xiaoping,
assumiram a árdua missão de realizar uma grande virada histórica e iniciar um novo período de desenvolvimento da causa do
socialismo em nosso país. [...]
Na III Sessão Plenária do XI Comitê Central, nosso partido repudiou de maneira categórica a política errônea de “tomar
a luta de classe como elo central”, política “esquerdista” inaplicável à sociedade socialista, e deslocou o centro do trabalho do
Partido e do Estado para a construção econômica. Retificou-se, desse modo, o desvio da linha política. Ao mesmo tempo que
deslocava o centro de seu trabalho, nosso Partido adotou a grande decisão de levar a cabo a reforma e a abertura e, diante da
tendência errônea surgida no processo de retificação do desvio, destacou a necessidade de persistir no caminho socialista, na
ditadura democrática popular, na direção do Partido Comunista da China e no marxismo-leninismo e no pensamento de Mao
Tsé-tung, mantendo assim uma bandeira bem definida. [...]
Com base no cumprimento fundamental da tarefa de retificar o desvio, realizou-se, em 1982, o XII Congresso Nacional
do Partido. Ali, propôs-se a ideia de “integrar a verdade universal do marxismo com a realidade concreta de nosso país, seguir
nosso próprio caminho e construir um socialismo com peculiaridades chinesas”, e estabeleceu-se a meta de quadruplicar, em
duas etapas, o Produto Nacional Bruto até o final deste século. Mais tarde, traçou-se a estratégia da terceira etapa, que consiste
em materializar, fundamentalmente, a modernização socialista do país em meados do próximo século. Assim, nosso Partido
ergueu a grande bandeira do progresso para o século XXI à frente dos povos de todas as nacionalidades do país.
ZEMIN, Jiang. Balanço das reformas. Revista de política externa. São Paulo: Paz e Terra/Nupri-USP. v. 1, n. 4,
mar./maio 1993. p. 148-150.
O que significa “integrar a verdade universal do marxismo com a realidade concreta de nosso país [...] e construir um
socialismo com peculiaridades chinesas”? Trata-se, na prática, de conciliar o processo de abertura econômica e a adoção de
mecanismos característicos da economia de mercado (aceitação da propriedade privada e do trabalho assalariado, estímulo à
iniciativa privada e ao capital estrangeiro) com a manutenção, no plano político, de uma ditadura de partido único, que o regime,
numa contradição, chama de “ditadura democrática popular”. Tal discurso mostra com clareza a importância das reformas
econômicas para o regime chinês e a busca por justificar ideologicamente a simbiose da economia de mercado com o
planejamento estatal centralizado. É uma tentativa de perpetuar a hegemonia do PCCh, apoiando-se, porém, numa economia em
crescimento e em moldes capitalistas, que seriam impensáveis na China de algumas décadas atrás. A evidência mais forte de que
os dirigentes chineses não estavam (e até hoje não estão) planejando uma abertura também no plano político foi a dura repressão
aos manifestantes na praça da Paz Celestial. Ocorrido em 1989, o movimento, liderado pelos estudantes, reivindicava a abertura
política, além da econômica, que já estava em curso.
Até hoje não há eleições diretas na China. Em 2012, Xi Jinping foi indicado pelo Comitê Central do PCCh, eleito durante
seu 18º Congresso Nacional, para o cargo de secretário-geral (sucedeu a Hu Jintao, que ficara no poder de 2002 a 2012) e em
2013 assumiu o cargo de presidente da República (também em substituição a Hu). Xi demonstrou intenção de continuar com a
reforma/abertura na economia e, embora tenha criticado a corrupção reinante no partido e seu divórcio do povo, a
reforma/abertura política ainda é um tabu.
No final dos anos 1970, num país de quase 1 bilhão de habitantes, dos quais 75% camponeses, era compreensível que a
reforma fosse iniciada pela agricultura. Foram extintas as comunas populares e, embora a terra continuasse pertencendo ao
Estado, cada família poderia cultivá-la como desejasse e comercializar livremente uma parte de sua produção. A reforma na
agricultura provocou a disseminação da iniciativa privada e do trabalho assalariado no campo, levando a um aumento da
produtividade e da renda dos agricultores. Houve também uma expansão do mercado interno, com o consequente estímulo à
economia como um todo. Mas a grande transformação ainda estaria por acontecer, ao atingir a indústria.
A partir de 1982, após o 12º Congresso Nacional do PCCh, iniciou-se o processo de abertura no setor industrial. Empresas
estatais tiveram de se enquadrar à realidade e foram incentivadas a se adequar aos novos tempos, melhorando a qualidade de

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seus produtos, baixando seus preços e ficando atentas às demandas do mercado. Além disso, o governo permitiu o surgimento
de pequenas empresas e autorizou a constituição de empresas mistas (joint ventures), visando atrair o capital estrangeiro.
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A grande virada, porém, veio com a abertura das chamadas zonas econômicas especiais, já no início dos anos 1980 – as

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primeiras foram as de Zhuhai, Shenzhen, Shantou, Xiamen e Hainan. Com o tempo foram implantadas cidades abertas, portos
abertos, entre outras modalidades de abertura ao exterior. O objetivo fundamental dessas diversas áreas abertas, espécies de
enclaves capitalistas dentro do território chinês, era atrair empresas estrangeiras, as quais levaram, além de capitais, tecnologia
e experiência de gestão empresarial, que faltavam aos chineses. Num esforço para ampliar as exportações, a China concedeu aos
capitais estrangeiros ampla liberdade de atuação nessas novas regiões industriais, especialmente nas zonas econômicas especiais
(a maioria se concentra na província de Guangdong). Consequentemente, desde os anos 1990 o país tem ocupado quase sempre
a posição de segundo maior receptor de investimentos produtivos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Quase todas as
transnacionais com atuação global têm filiais na China, mas para se instalar em seu território precisam criar joint ventures com
empresas nacionais, o que implica transferência tecnológica.
É importante destacar que as empresas estrangeiras são atraídas por um conjunto de fatores que tornam o território chinês
altamente favorável a uma produção voltada ao mercado externo e ao abastecimento do crescente mercado interno:
• Baixos salários e mão de obra razoavelmente qualificada: a população é numerosa e os sindicatos são proibidos;
• Política tributária que favorece as exportações: redução ou isenção de impostos sobre produtos industrializados;
• Controle da taxa de câmbio: a cotação do yuan é mantida artificialmente baixa pelo governo, o que torna os produtos exportados
baratos no mercado internacional;
• Disponibilidade de moderna Infraestrutura nas zonas econômicas especiais: o governo tem investido maciçamente em portos,
ferrovias, rodovias, telecomunicações, etc.;
• Disponibilidade de recursos naturais usados como matéria-prima e fontes de energia, mas apesar de seus imensos recursos
naturais a China é grande importador;
• Permivissidade com relação à poluição e à degradação ambiental: essa política está mudando;
• Nos últimos anos, grande crescimento e fortalecimento do mercado interno: está havendo uma elevação da renda da população.

A economia que mais cresce no mundo e suas contradições


Desde o início da década de 1980 até 2010, a China tem sido a economia que mais cresce no mundo, a uma taxa média
de 10% ao ano. Entretanto, há regiões de seu território que crescem ainda mais. A província de Guangdong, a mais dinâmica do
país e onde a internacionalização está mais avançada, apresentou uma taxa de crescimento de cerca de 12% ao ano, a mesma
apresentada desde 1993 pela cidade de Xangai, escolhida pelo governo para ser o centro financeiro e de negócios da China.
Como consequência desse impressionante crescimento, entre 1980 e 2010 o PIB chinês aumentou 2 810% e se tornou o segundo
maior do planeta.
Além da liberalização econômica, dos impostos baixos e do yuan desvalorizado, outro fator fundamental que vem atraindo
vultosos capitais para a China é o baixíssimo custo de uma mão de obra muito disciplinada e relativamente qualificada. Esse
ainda é o principal fator de competitividade da indústria chinesa. Na China paga-se cerca de 1 dólar por hora trabalhada, muito
menos do que ganham os trabalhadores industriais em países desenvolvidos, como o Japão e os Estados Unidos, e mesmo em
países emergentes, como o Brasil e o México.
O governo também tem procurado atrair de volta ao país parte dos chineses que vivem no exterior, sobretudo nos Estados
Unidos. Quer de volta empresários, engenheiros e cientistas com experiência em empresas ocidentais. Vale lembrar também que
as populações de Taiwan, Hong Kong e Cingapura são compostas predominantemente de chineses, o que favorece o fluxo de
capitais, informações e pessoas, além da presença de uma “cultura capitalista” na região.
Outro fator que muito contribuiu para o desenvolvimento chinês foram as enormes reservas de minérios e de combustíveis
fósseis em seu subsolo. Entretanto, o rápido crescimento econômico e a constante elevação do consumo interno têm levado a
China a importar cada vez mais recursos minerais (e também agrícolas). Segundo o Banco Mundial, em 2010, do valor de 1,4
trilhão de dólares que o país importou, 38% eram matérias-primas agrícolas, minérios e combustíveis fósseis. Segundo a Agência
Internacional de Energia, em 2010 a China foi o segundo maior comprador de petróleo do mundo, responsável por 11,4% das
importações mundiais (o primeiro foram os Estados Unidos, com 25%).
Para garantir acesso a esses recursos, o governo chinês e empresas do país têm feito maciços investimentos em países em
desenvolvimento, especialmente da África subsaariana. Isso fez com que alguns analistas estabelecessem uma correlação entre
essa expansão econômica da China e o imperialismo europeu do século XIX a meados do XX. Porém, seus líderes não se cansam
de dizer que a expansão da China atual é marcada pelo que chamam de “ascensão pacífica” (depois o termo foi trocado por
“desenvolvimento pacífico”, para não gerar atrito com os Estados Unidos).
Diferentemente dos países imperialistas europeus, a China não pretende colonizar a África. Diversamente da ação dos
Estados Unidos e da União Soviética durante a Guerra Fria, não busca impor sua ideologia política nem seu sistema econômico.
Afirma querer apenas fazer negócios e garantir a disponibilidade de recursos naturais, assegurando seu crescimento econômico
sustentado e contribuindo para o crescimento dos outros países. De fato, com sua demanda crescente no mercado internacional,
a China tem contribuído para a valorização dos produtos primários, predominantes na pauta de exportação de diversos países em
desenvolvimento. Muitas nações africanas, como Angola, vêm apresentando rápido crescimento econômico, em grande parte,
graças aos investimentos chineses.
Os chineses também têm investido na construção de enormes usinas hidrelétricas, como a de Três Gargantas, a maior do
mundo, e em energias alternativas, como a eólica.
Os baixos custos de produção têm levado os produtos do país a ganhar cada vez mais mercados no mundo. De acordo
com dados da OMC, em 1980, no início das reformas econômicas, as exportações chinesas somavam 18 bilhões de dólares (25º

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lugar na lista dos maiores exportadores do mundo). Trinta anos depois, o país exportou mercadorias no valor de US$1,6 trilhão,
tornando-se o maior exportador do mundo. Para ter uma ideia do explosivo crescimento das exportações chinesas, basta compará-
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lo com o de outro país do Brics, o Brasil. Em 1980, nosso país exportou mercadorias no valor de 20 bilhões de dólares (19º lugar

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na lista) e, em 2010, 202 bilhões de dólares (22º lugar). Enquanto as exportações brasileiras cresceram 910% no período, as
chinesas cresceram 8 667%!
O governo chinês aumentou gradativamente a quantidade de produtos industrializados na pauta de exportação do país.
Em 1980, 48% de suas exportações eram compostas de produtos industrializados; em 2010, esse índice subiu para 94%, de
acordo com o Relatório Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2012. Desse percentual, a maior parte é composta de produtos
de baixo e médio valor agregado, intensivos em trabalho, ou seja, que se valem da enorme disponibilidade de mão de obra barata
como vantagem competitiva. Entretanto, o governo tem se esforçado para aumentar os produtos de maior valor agregado na
pauta de exportação. Para isso, desde meados da década de 1980 vem implantando tecnopolos, as chamadas zonas de
desenvolvimento econômico e tecnológico, que buscam atrair indústrias de alta tecnologia. Em 2010, de acordo com o relatório
do Banco Mundial, 27,5% dos produtos industrializados exportados pelo país já eram bens de alta tecnologia, que são intensivos
em capital. Grande parte desses produtos é fabricada nas mais de cinquenta zonas de desenvolvimento econômico e tecnológico
situadas predominantemente na costa leste, tais como Xangai, Cantão, Fuzhou, Xiamen e Hainan. Muitas dessas regiões
industriais de alta tecnologia localizam-se em zonas econômicas especiais ou em cidades abertas.
A entrada da China na OMC, em 2001, foi um dos principais acontecimentos da economia internacional no início deste
século e reforça sua posição mundial como grande país comerciante. Ao se adequar às regras dessa organização, o país ampliou
as possibilidades de negócios para suas empresas exportadoras e para as empresas estrangeiras que exportam para seu mercado
interno.
O rápido crescimento econômico concentrado principalmente nas cidades costeiras provocou o aumento das migrações
internas, apesar das restrições do governo central. Por exemplo, a população da cidade de Shenzen, localizada na província de
Guangdong, próxima a Hong Kong, saltou de 300 mil habitantes, em 1975, para 9 milhões, em 2010. De acordo com a ONU, a
cidade saltou da 401ª posição entre as maiores do mundo para a 26ª colocação. Foi a cidade que mais cresceu no mundo nas
últimas três décadas. A maioria dos migrantes vai em busca de melhores salários nas zonas econômicas especiais e nas cidades
livres, mas é sobretudo essa migração que impede uma elevação maior da remuneração dos trabalhadores. O governo tem
procurado interiorizar a economia, estimulando o desenvolvimento de novos centros industriais, mas é na fachada litorânea que
ainda estão as maiores oportunidades de trabalho.
Outro aspecto desse crescimento acelerado foram os graves impactos ambientais provocados pelo rápido e insustentável
crescimento econômico. Até os anos 1990 não havia nenhuma preocupação com a questão ecológica por parte do regime chinês,
a ordem era crescer a qualquer custo e gerar urgentemente empregos, lucros, saldos comerciais e impostos. Como consequência
dessa política, as agressões ambientais cresceram vertiginosamente: as cidades chinesas estão entre as mais poluídas do mundo,
assim como seus cursos de água, o que tem causado diversas doenças à população, e muitos de seus recursos naturais estão à
beira do esgotamento.
A Agência de Proteção Ambiental Nacional (Nepa, na sigla em inglês) foi criada em 1984, mas nessa época a prioridade
era o crescimento econômico. Somente a partir do / m dos anos 1990 começou a se disseminar no país a consciência de que o
crescimento precisa ser sustentável, não apenas do ponto de vista econômico e social, mas também do ponto de vista ecológico,
e o próprio governo está preocupado com a questão.

Políticas ambientais na China


[...] A proteção ambiental apenas começou, realmente, a exercer plena presença na agenda política na China a partir dos
anos 1990, quando seis leis e regulamentos ambientais foram revisados e/ou aprovados. Uma das mudanças mais significativas
na política foi a revisão do Código de Painel da República Popular da China, em 1997. Ele adicionou novos artigos referentes à
responsabilidade de danos e proteção de recursos naturais e do meio ambiente, e responsabilidade sobre a falta de gestão
ambiental.
Muita atenção tem sido direcionada à redução de emissões de poluentes atmosféricos e à melhoria da qualidade do ar na
China. Como exemplos, podemos citar uma série de leis, regulamentos e padrões tais como a Lei na Prevenção e Controle da
Poluição Atmosférica, os Padrões Ambientais Nacionais da Qualidade do Ar e os Padrões, de Emissão de Poluentes Atmosféricos
para as Centrais de Energia Térmica. De acordo com a literatura as emissões de SO2 (dióxido de enxofre) foram controladas
com sucesso em Beijing, mas não em outras cidades como Xangai ou as cidades do delta do rio Pérola. Muita atenção também
tem sido dedicada à redução de emissões veiculares. Embora o número de veículos aumente em cerca de 10% ao ano em Beijing,
Xangai e nas cidades do delta do rio Pérola, as concentrações de NO2 (dióxido de nitrogênio) e de CO2 (dióxido de carbono)
não aumentaram devido às medidas de controle eficazes.
Em 1998, o Nepa foi promovido de subministério a ministério: a Administração de Proteção Ambiental do Estado (Sepa).
Em 2008, a Sepa foi rebatizada como Ministério da Proteção Ambiental (MEP) e elevada a ministério pleno sob o Conselho
Estatal. Essa mudança foi considerada um sinal do desejo do governo chinês em realizar sérios esforços para melhorar o meio
ambiente. O MEP é o principal órgão de formulação e execução de políticas ambientais. Ele abrange diversas diretorias de
prevenção de poluição em níveis estaduais, municipais e distritais que pareceriam cumprir exigências normais para a execução
de leis e o incentivo do bom comportamento ambiental. Essas diretorias podem realizar inspeções surpresa e os governos centrais
e locais podem impor penalidades para as quebras dos regulamentos.
Além disso, a China tem as leis que tratam questões específicas e setores específi cos tais como o ambiente marinho, o
ar, a água, e assim por diante. Além das leis nacionais há muitas leis regionais e locais que abordam o meio ambiente. De acordo
com os resultados publicados por Huang (2010), a política ambiental chinesa deu mais atenção às questões da água e da poluição

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atmosférica; a poluição radioativa também tem recebido grande interesse. Os instrumentos da política mudaram da ênfase em
regulamentos de comando-e-controle para incentivos econômicos. [...]
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FERREIRA, L. C.; BARBI, F. Questões ambientais e prioridades políticas na China. Com Ciência - revista eletrônica de

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jornalismo científico, n. 137, Campinas: Labjor-Unicamp/SBPC, 10 abr. 2012.
Disponível em: <www.comciencia.br/comciencia/handler.php?>. Acesso em: 14 nov. 2012.

O parque industrial
A China dispõe atualmente de um parque fabril muito diversificado, e grandes corporações estão se constituindo no país.
Em 2012, havia 73 empresas chinesas, a maioria delas estatal, na lista das quinhentas maiores do mundo. Entre elas estão:
Sinopec Group (setor petrolífero e petroquímico; em 2012 era a maior empresa do país e a quinta na lista da revista Fortune),
China Nacional Petroleum (setor petrolífero), State Grid (energia elétrica), Baosteel (setor siderúrgico), China Railway Group
(setor ferroviário), Dongfeng Motor e China FAW Group (setor automobilístico) e Aviation Industry Corporation of China (setor
aeronáutico).
Vinte anos antes não havia nenhuma empresa chinesa nessa lista. Essa mudança reflete o explosivo crescimento
econômico do país e evidencia a crescente importância de suas empresas no mundo. Acompanhe, na tabela, a evolução do número
de empresas chinesas entre as maiores do mundo em comparação com outros países. Porém, nem só de grandes empresas vive a
economia chinesa. A maioria dos empregados e grande parte da produção para a exportação, principalmente das mercadorias de
baixo valor agregado, concentram-se em milhões de pequenas empresas espalhadas pelo país, incluindo a zona rural.
Em muitos setores industriais, principalmente nos estratégicos, as empresas chinesas são controladas predominantemente
pelo Estado. Entretanto, o setor privado está em crescimento constante e, se considerarmos a economia como um todo, em
número de empresas, em empregos oferecidos e em patrimônio, já superou o setor estatal, como mostram os gráficos. Entretanto,
em termos de patrimônio, o Estado ainda tem uma participação importante, indicando que continua dono das maiores empresas
do país. No setor privado predominam empresas nacionais pequenas e médias, que são também as que mais empregam.
A maioria das grandes empresas transnacionais do mundo e mesmo algumas de menor porte têm instalado filiais na China
para aproveitar o gigantesco mercado interno, que não para de crescer, e as vantagens competitivas que o país oferece para
exportação (quase todas as quinhentas da lista da revista Fortune possuem filiais lá). Há inclusive algumas multinacionais
brasileiras instaladas no país: WEG (motores elétricos), Embraco (compressores), entre outras.
O acelerado crescimento econômico da China e sua transformação em “fábrica do mundo” modificou radicalmente as
paisagens do país, especialmente as urbanas. As cidades cresceram exponencialmente, fábricas foram erguidas por todos os lados
e a poluição cresceu na mesma proporção, mas ao mesmo tempo esse processo tirou milhões de pessoas da pobreza e constituiu
uma classe média numerosa. Em 1981, segundo o Banco Mundial, 97,8% da população chinesa vivia na pobreza (com menos
de 2 dólares/dia); em 2008, a população que estava na penúria caiu para 29,8%. A expansão da classe média, com crescente
poder de compra, ampliou significativamente o mercado consumidor interno, como se pode constatar pelos dados da tabela.
Entretanto, ao mesmo tempo, esse crescimento acelerado vem concentrando renda nos estratos mais ricos da sociedade e
contribuindo para ampliar as desigualdades sociais, como mostra a tabela ao lado.
De acordo com o Hurun Report, em 2010 havia na China 189 pessoas com uma fortuna superior a US$1 bilhão (só perdia
para os Estados Unidos, com quatrocentos bilionários). O vínculo com o Partido Comunista ajuda a fazer negócios e a enriquecer:
segundo o mesmo relatório, um terço das mil pessoas mais ricas da China pertence ao PCCh.
Essas são algumas das contradições da “economia socialista de mercado”.

CHINA: uma nova potência industrial


A China se tornou uma potência industrial e exportadora nos últimos decênios. A política de liberalização e abertura
econômica lançada em 1978 abriu o país para os investimentos estrangeiros.
As vantagens concedidas pelo governo às companhias transnacionais e a mão-de-obra barata abundante transformaram o
país em uma das mais importantes plataformas de exportação de bens de consumo do mundo, em especial nos setores intensivos
em mão-de-obra, tais como têxteis e de brinquedos. A participação do país no comércio mundial passou de menos de 1 % em
1973 para perto de 8% em 2006. A concorrência com os produtos chineses vem provocando falências generalizadas em vastas
regiões industriais do mundo subdesenvolvido.
A internacionalização da economia acelerou as transformações estruturais no espaço chinês, aprofundando as diferenças
de renda entre a cidade e o campo e entre a indústria e a agricultura. O ponto de partida das reformas industriais foi a criação das

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Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), em 1984, que funcionam como verdadeiros enclaves econômicos internacionalizados. As
empresas instaladas em ZEEs beneficiam-se de legislação especial. A maioria desses enclaves situa-se em cidades do litoral
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sudeste ou em polos urbanos dos vales dos rios Yang-Tsé e Huang-Ho.

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O litoral, onde se concentram as principais cidades, configura-se como espaço econômico internacionalizado. O
dinamismo econômico dessa faixa, onde a renda per capita é mais elevada, difunde-se aos poucos e através dos vales fluviais
para o cinturão agrícola interior. Nessas províncias essencialmente rurais, a agricultura percorre uma trajetória desigual de
modernização e libera numeroso contingente de trabalhadores para o litoral industrializado. As estimativas indicam que mais de
100 milhões de pessoas estão em permanente migração na China, constituindo força de trabalho temporária nos polos urbanos e
industriais.
A indústria pesada, por sua vez, concentra-se na Manchúria, que dispõe de vastas reservas de carvão mineral e importantes
jazidas de ferro. O complexo estatal de indústrias de base instalado nessa região garante ao país o primeiro lugar na produção
mundial de aço. Contudo, essa área sofre de problemas estruturais de defasagem tecnológica.

5.7 - Países recentemente industrializados


Levando em conta a industrialização ao longo da História, os países emergentes são considerados recém-industrializados
porque neles esse processo teve início cerca de um século e meio depois das nações pioneiras.
Em 2010, apenas as cinco maiores concentravam 62% do valor da produção industrial desse grupo (em 1995 eram 55%),
com grande destaque para a China.
Separamos os países estudados em três grupos distintos: os latino-americanos, que implantaram o modelo de
industrialização por substituição de importações; os Tigres Asiáticos, que criaram plataformas de exportações; e os que
pertencem ao Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul - IBAS. Analisaremos mais detalhadamente os países com produção
industrial mais relevante de cada um deles, respectivamente: Brasil, México e Argentina; Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura;
Índia e África do Sul.
Entretanto, vale lembrar que atualmente o processo de industrialização, além de se expandir para outros países emergentes
latino-americanos, asiáticos e africanos, tem atingido países de outras regiões do mundo, como o Leste Europeu (com destaque
para a Polônia) e o Oriente Médio (com destaque para a Turquia). Esses dois países vêm recebendo muito investimento de
empresas europeias, principalmente alemãs, que têm montado fábricas em seus territórios para se beneficiar os custos menores
de produção e da proximidade do mercado da União Europeia.

5.7.1 - América Latina: substituição de importações


O processo de industrialização
Embora o processo de industrialização esteja atingindo outros países da América Latina (como Venezuela, Colômbia,
Chile e Peru), Brasil, México e Argentina são as maiores, mais industrializadas e diversificadas economias da região; por isso
vamos aprofundá-los.
Os três países se tornaram
independentes no início do século
XIX e, no final dele, iniciaram
lentamente seu processo de
industrialização (até então eram
basicamente exportadores de
produtos minerais e agrícolas para os
países já industrializados), que se
intensificou somente a partir da
década de 1930. Isso porque, com a
crise de 1929 e a depressão
econômica que se seguiu, os países
industrializados passaram a importar menos, o que fez com que Brasil, México e Argentina tivessem seus níveis de exportação
drasticamente reduzidos, o que lhes dificultou importar diversos produtos industrializados. Essa queda no ingresso de produtos
importados acelerou a industrialização voltada a substituir muitos bens de consumo, principalmente vindos da Europa.
Algumas das primeiras fábricas pertenciam à aristocracia latifundiária, que tinha acumulado capital com as exportações
de produtos agropecuários e passou a investi-los na indústria, no comércio e no sistema financeiro. Os estancieros argentinos
(donos de estancias, grandes propriedades rurais) ganharam muito dinheiro exportando carne e trigo; no Brasil, destacavam-se,
principalmente, os fazendeiros de café, conhecidos como barões do café; e, no México, os proprietários das haciendas (fazendas).
Todos eram grandes latifundiários, com forte influência econômica e política em seu país. Com isso, parte da aristocracia
latifundiária gradativamente se transformou em burguesia industrial e financeira e diversificou suas fontes de lucro, o que explica
como muitos latifúndios, mesmo improdutivos, continuavam nas mãos de seus antigos proprietários. Além disso, parte do
dinheiro dos fazendeiros ficava depositada em bancos e era emprestada para financiar a instalação de indústrias, muitas das quais
fundadas por imigrantes europeus. A inexistência de uma efetiva reforma agrária enquanto se industrializavam, como ocorreu
nos países desenvolvidos, é um dos fatores que explicam a urbanização acelerada e desordenada, a acentuada desigualdade social
e a consequente limitação do mercado interno dos países de industrialização recente da América Latina. O processo de
industrialização não foi acompanhado de políticas sociais e econômicas voltadas à distribuição de renda e maior inserção da
população pobre no mercado de consumo.

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Outro agente importante no início da industrialização foi o Estado, que passou a investir em indústrias de bens
intermediários – mineração e siderurgia, petrolífera e petroquímica etc. – e em infraestrutura – transportes, telecomunicações,
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energia elétrica etc. Na América Latina, os maiores símbolos desse modelo foram as estatais petrolíferas: Petrobras (fundada em

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1954), Pemex (Petróleos Mexicanos, 1934), PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A., 1975) e a argentina YPF (Yacimientos
Petrolíferos Fiscales, 1922). Em 2012 todas continuavam sob o controle total ou parcial do Estado, eram tanto as maiores
empresas nos respectivos países como, com exceção da YPF, as primeiras colocadas da América Latina na lista Fortune Global
500 (a YPF foi comprada em 1999 pela espanhola Repsol, mas em 2012 o governo argentino voltou a controlá-la ao expropriar
51% das ações de um bloco de 57,4% que pertencia à Repsol). Após a Segunda Guerra, o modelo de industrialização por
substituição de importações mostrou suas limitações: carência de maiores volumes de capitais que permitissem dar continuidade
ao processo, inexistência de setores industriais importantes, como a indústria de bens de capital, e defasagem tecnológica. Foi
nessa época que começou a entrada de capitais estrangeiros. As filiais de empresas transnacionais promoveram expansão de
muitos setores industriais nesses países: automobilístico, químico-farmacêutico, eletroeletrônico, de máquinas e equipamentos e
outros, que até então tinham uma produção limitada ou inexistente. Nos setores tradicionais também entraram grandes empresas
alimentícias e têxteis, juntando-se às nacionais já existentes e, em muitos casos, incorporando-as. Assim, houve um grande
avanço no processo de industrialização do Brasil, do México e da Argentina, o qual passou a se assentar no tripé de capital
estatal, nacional e estrangeiro. A entrada das corporações transnacionais contribuiu para o surgimento de novas empresas
nacionais em diversos setores, muitas delas complementares às estrangeiras: por exemplo, a entrada das empresas
automobilísticas estimulou o desenvolvimento de muitas indústrias nacionais de autopeças.
Esse modelo vigorou também em outros países latino-americanos, como a Venezuela, a Colômbia, o Chile e o Peru, que,
embora tenham menor grau de industrialização, vêm apresentando rápido crescimento econômico neste século, maior até do que
as duas maiores economias da região. Com o tempo, a indústria tornou-se um setor muito importante na economia do Brasil, do
México e da Argentina (e de outros países da América Latina), com uma significativa participação nos respectivos PIBs. Os mais
importantes complexos industriais estão concentrados nas grandes regiões metropolitanas: no triângulo São Paulo-Rio de
Janeiro-Belo Horizonte, no Brasil; no eixo Buenos Aires-Rosário, na Argentina; e no eixo Cidade do México-Guadalajara e em
Monterrey, no México. Mas há concentrações industriais também na região de Caracas (Venezuela), Bogotá (Colômbia) e
Santiago (Chile). Esses países, embora menos importantes do ponto de vista industrial, também são classificados como
emergentes.
O modelo de substituição de importações incentivou a produção interna de muitos bens de consumo, que deixaram de ser
comprados no exterior, como roupas, calçados, eletrodomésticos, carros, entre outros. Ao mesmo tempo, requeria a importação
de outros bens que não eram produzidos internamente, como máquinas e equipamentos, e exigia a constituição de uma
infraestrutura de transportes, energia e telecomunicações, demandando cada vez mais investimentos. Como a poupança interna
era limitada, esse modelo de industrialização foi muito dependente de capital estrangeiro, e os recursos externos entravam nesses
países como investimento produtivo, por meio da instalação de filiais de transnacionais, ou por empréstimos contraídos pelos
governos e por empresas privadas nacionais.

Crises financeiras e baixo crescimento econômico


No pós-Segunda Guerra, o crescimento econômico do Brasil, do México e da Argentina foi bastante elevado, estendendo-
se até o início dos anos 1980. Como vimos, o desenvolvimento desses países esteve em grande medida assentado em empréstimos
estrangeiros, que a partir dos anos 1970 passaram a ser mais disponíveis no mercado financeiro mundial. Nessa época, houve
um aumento do crédito porque os bancos dos países desenvolvidos passaram a reciclar os petrodólares, ou seja, a emprestar
vultosos recursos depositados pelos países exportadores de petróleo que ganharam muito dinheiro com a elevação dos preços do
barril a partir de 1973. Entre 1974 e 1981, os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) acumularam
360 bilhões de dólares com exportações, e metade desses recursos foi depositada em bancos dos países desenvolvidos. A grande
oferta de dinheiro no mercado financeiro fez as taxas de juros internacionais caírem após 1973, atingindo o ponto mais baixo
entre 1975-1977.
A partir desse período, os países em desenvolvimento, sobretudo os latino-americanos, endividaram-se pesadamente. Por
exemplo, segundo o Banco Central do Brasil, nosso país tinha uma dívida externa total de 8,2 bilhões de dólares em 1971, que
saltou para 25,1 bilhões em 1975 (acompanhe os valores subsequentes no gráfico a seguir). O problema é que os juros não foram
fixados nesse patamar e as taxas para a amortização futura da dívida eram flutuantes, isto é, oscilavam em função do mercado
internacional.
Depois do primeiro aumento das taxas de juros, provocado pela crise do petróleo de 1973, houve uma segunda elevação
bem mais forte, com a crise petrolífera de 1979. No final da década de 1970, em consequência de uma política do governo norte-
americano de manutenção de altas taxas de juros para conter a inflação, atrair investimentos e financiar seu déficit orçamentário
e comercial, os Estados Unidos converteram-se no principal receptor de dinheiro no mundo. Assim, além de sobrarem poucos
recursos para os países em desenvolvimento, ainda houve uma elevação artificial de suas dívidas. Como consequência disso,
houve uma explosão do endividamento dos países latino-americanos.
O primeiro grande sinal da crise foi dado em 1982, quando o México decretou a moratória de sua dívida externa. Daquele
momento em diante, aprofundou-se nesses três países a política do “exportar é o que importa”, visando à obtenção de moeda
forte, sobretudo dólares, para o pagamento dos juros da dívida. No entanto, esse esforço acabou contribuindo para baixar os
preços dos produtos primários, na época majoritários em suas exportações, reduzindo a entrada de receitas em moeda estrangeira.
Ao mesmo tempo, os governos mantinham uma política de contenção de importações de produtos industrializados. Tal
medida provocou o sucateamento dos parques produtivos, dada a dificuldade de comprar máquinas e equipamentos necessários
à sua modernização.

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A combinação de altas taxas de juros (maior endividamento) com baixos preços de produtos de exportação (menores
receitas) só podia resultar, para muitos países, em uma grave crise econômica. A crise da dívida atingiu os países em
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desenvolvimento em geral, mas em particular os latino-americanos, os mais endividados. Assim, para esses países, os anos 1980

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ficaram conhecidos como a “década perdida”: suas economias sofreram com baixo crescimento e elevada inflação.
Esse modelo econômico provocou forte concentração de renda, sobretudo no Brasil (segundo o Banco Mundial, em 1989
os 10% mais ricos da população se apropriavam de 51,3% da renda nacional, enquanto os 10% mais pobres detinham apenas
0,7%), porque se assentava em baixos salários pagos aos trabalhadores, o que restringiu a expansão do mercado interno e, como
consequência, o próprio processo de industrialização. Paradoxalmente, o modelo que visava substituir importações, ou seja, ter
autonomia para suprir o mercado interno, acabou limitando-o. Os bens de consumo produzidos, notadamente automóveis e
produtos eletrônicos, eram voltados apenas para pequena parcela da população.
A década de 1990 foi marcada pela estabilização das economias dos países latino-americanos. A redução da inflação foi
alcançada após a implantação de medidas como o controle dos gastos públicos, a privatização de empresas estatais e a abertura
econômica para produtos e capitais estrangeiros. Essas medidas mudaram a modalidade de endividamento externo e melhoraram
o desempenho da economia, entretanto, as crises continuaram ocorrendo, agora no contexto da globalização financeira.
Com os avanços tecnológicos na informática e nas telecomunicações, ampliaram-se as possibilidades de investimentos
no mercado mundial. Há diversas modalidades de investimentos de capitais no sistema fi- nanceiro globalizado, destacando-se
as ações, os títulos da dívida pública e as moedas estrangeiras.
Além do mercado acionário, que cresceu de forma significativa, uma das modalidades de investimento especulativo mais
difundidas na atual globalização financeira é a compra e a venda de títulos da dívida pública. A emissão desses títulos pelos
governos é uma forma de os países tomarem dinheiro emprestado. Ao comprá-los, os investidores – em geral bancos ou corretoras
que fazem a intermediação entre pessoas e empresas que aplicam no mercado financeiro – emprestam dinheiro ao Estado, que
terá de pagar juros pelo empréstimo.
O problema do capital especulativo é que ele é volátil, ou seja, não cria raízes, transferindo-se rapidamente de um setor,
ou mesmo de um país, para outro, e por isso gera poucos empregos. Além disso, tende a fragilizar as economias dos países
porque os operadores das empresas financeiras muitas vezes retiram o dinheiro quando aqueles mais precisam de capital. Essa
foi a origem das crises financeiras de diversos países emergentes ao longo da década de 1990. Vejamos o caso mais emblemático:
o do México.

A CRISE MEXICANA DE 1994-1995


O México havia sido o primeiro país a sucumbir à crise da dívida na década de 1980 e foi novamente o primeiro a
sucumbir à globalização financeira da década seguinte. A crise de 1994-1995 deveu-se à saída de capitais especulativos,
reduzindo rapidamente as reservas de dólares do país, o que provocou instabilidade em suas contas externas e desvalorização da
moeda nacional (o peso). Um dos problemas mais graves da economia mexicana era o desequilíbrio crescente em sua balança
comercial: em 1990, o déficit no comércio exterior foi de US$3 bilhões; em 1992, tinha atingido US$20 bilhões. Para fechar seu
balanço de pagamentos, o governo mexicano passou a recorrer a capitais especulativos por meio do aumento da taxa de juros de
seus títulos públicos. Em 1992, entraram US$16 bilhões; em 1993, US$18 bilhões, e a partir daí começou a haver evasão de
capitais.
O início das operações dos guerrilheiros do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em janeiro de 1994,
somou a instabilidade política aos desequilíbrios econômicos pelos quais o país passava. Assim, criou-se um ambiente de
profunda insegurança que acabou afugentando os investidores de curto prazo. Estes passaram a vender seus bônus do Tesouro e
a retirar o dinheiro do México, levando o país a uma grave crise econômica que o obrigou a recorrer ao FMI para fechar seu
balanço de pagamentos. Houve acentuada queda do crescimento econômico e aumento da inflação, do desemprego e da dívida
externa. O país só começou a se recuperar dessa crise a partir de 1996.
Crises semelhantes à mexicana, associadas a saídas maciças de capitais especulativos de países que apresentam
desequilíbrios em seus balanços de pagamentos, ocorreram também no Brasil em janeiro de 1999 e na Argentina em 2001-2002.
A crise financeira iniciada nos Estados Unidos em 2008 se espalhou pelo mundo em 2009 e atingiu mais fortemente os
países desenvolvidos, mas também provocou consequências nos países emergentes.
Dos três principais emergentes da América Latina, o México foi o mais atingido por essa nova crise financeira, devido à
sua forte dependência econômica em relação aos Estados Unidos. Desde a criação do Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio (Nafta, em inglês) em 1994, cresceu a participação do mercado norte-americano nas exportações mexicanas, atingindo
cerca de 80%. Com a crise, os déficit comerciais do México, que já vinham se acumulando, aumentaram significativamente.
O Brasil foi um dos países da América Latina menos atingidos pela crise de 2008/2009, em grande parte em razão dos
saldos comerciais favoráveis e do grande acúmulo de reservas internacionais ao longo dos anos 2000, como mostram as tabelas
a seguir. Pela primeira vez numa crise financeira mundial não houve fuga maciça de capitais do Brasil. O Banco Central, em vez
de subir a taxa de juros para tentar conter a evasão de capitais estrangeiros, baixou-a, seguindo a tendência internacional, para
estimular a recuperação da economia. Quando a crise se agravou, em outubro de 2008, a taxa de juros era de 13,75% ao ano e,
em julho de 2009, caiu para 8,75% (em outubro de 2012 estava em 7,25%).

5.7.2 - Tigres asiáticos: plataforma de exportações


A origem dos Tigres
Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura não eram muito diferentes da maioria de seus vizinhos asiáticos até a Segunda Guerra
Mundial. Os dois primeiros, de maior extensão territorial, eram países agrícolas, cuja população, em sua maioria, vivia no campo
e desenvolvia uma agricultura arcaica, com predomínio do cultivo de arroz. Todos tinham população pouco numerosa, em sua

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maioria analfabeta, território reduzido, sem nenhuma reserva importante de recursos minerais ou combustíveis fósseis, portanto,
um futuro econômico que não lhes parecia muito promissor. No entanto, atualmente possuem algumas das economias mais
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dinâmicas e modernas do mundo. Como isso aconteceu?

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A península da Coreia, como a ilha de Taiwan, foi ocupada pelo Japão desde o fim da Guerra Sino-Japonesa (1894-1895)
até o fim da Segunda Guerra Mundial.
A península da Coreia foi dividida após a Segunda Guerra, dando origem a dois países: a Coreia do Norte, socialista, e a
Coreia do Sul, capitalista. Ao fim da guerra travada entre elas, de 1950 a 1953, a península continuou dividida. Enquanto a
Coreia do Norte tornou-se um dos países mais isolados e atrasados do mundo, a Coreia do Sul se transformou na maior economia
dos quatro Tigres e quarta da Ásia.
Taiwan (ou República da China), com capital em Taipé, constituiu-se como Estado a partir da fuga dos membros do
Partido Nacionalista (Kuomintang), após a Revolução de 1949, como vimos no capítulo anterior.
Cingapura era um entreposto comercial da Companhia Britânica das Índias Ocidentais desde 1824. Essa pequena ilha,
depois de pertencer ao Império Britânico, integrou a Federação da Malásia, mas sua independência definitiva ocorreu apenas em
1965, quando foi constituída a República de Cingapura.
Durante a Segunda Guerra, todos esses territórios estiveram sob ocupação japonesa. Após a guerra, sobretudo a partir dos
anos 1970, eles passaram por um acelerado processo de industrialização, favorecido pela lógica da Guerra Fria: fizeram parte de
um arco de alianças liderado pelos Estados Unidos para fazer frente ao avanço sino-soviético e receberam apoio financeiro desse
país. Nas décadas de 1980 e 1990, apresentaram alguns dos maiores índices de crescimento econômico do mundo e, desde essa
época, suas economias estão entre as que mais têm incorporado novas tecnologias ao processo produtivo. Além disso, vêm
diminuindo as desigualdades sociais e melhorando seus indicadores socioeconômicos. Desde os anos 1980, ficaram conhecidos
como Tigres Asiáticos (junto de Hong Kong), porque o forte empenho na busca de novos mercados no exterior levou suas
economias a crescer, em média, 7,4% ao ano. Resultado do modelo de plataforma de exportações, cujas características veremos
em seguida: em 1965, nos primórdios do processo de industrialização de cada um desses três territórios, eles detinham uma
participação de cerca de 1% do comércio mundial; em 2010, segundo a OMC, essa participação atingiu 7%.

Industrialização e crescimento acelerado


Nos Tigres Asiáticos foram implantados regimes políticos centralizadores após a Segunda Guerra, e os dois países mais
importantes - Coreia e Taiwan - eram governados por ditaduras militares. Nessa época, o Estado teve papel fundamental no
planejamento estratégico para estimular a industrialização e as exportações. Entre outras medidas:
• concedeu incentivos às exportações, como redução de impostos;
• manteve uma política de desvalorização cambial;
• tomou medidas protecionistas (elevação de tarifas de importação) contra os concorrentes estrangeiros;
• investiu pesadamente em educação e concedeu bolsas de estudos no exterior;
• impôs restrições ao funcionamento dos sindicatos;
• fez grandes investimentos em infraestrutura de transporte, energia, etc.;
• restringiu o consumo para elevar o nível
de poupança interna via medidas fiscais
(elevação de impostos) e controle das
importações.
O alto nível de poupança interna
desses países, aliado à ajuda financeira
recebida do Tesouro dos Estados Unidos no
contexto da Guerra Fria, mais empréstimos
contraídos em bancos no exterior (a taxas de
juros fixas) possibilitaram a arrancada da
industrialização.

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No início da industrialização, a mão de obra nesses países asiáticos era muito barata e relativamente qualificada e
produtiva, por causa do bom nível educacional. Esse baixo custo, associado às medidas governamentais, como os subsídios às
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exportações e o controle da política cambial, tornava os produtos dos Tigres muito baratos. Isso lhes garantiu alta competitividade

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no mercado mundial e, portanto, elevados saldos comerciais, os quais eram reinvestidos a fim de alcançar maior capacitação
tecnológica.
Vale destacar que, desde os primórdios de seu processo de industrialização, as sociedades dos Tigres Asiáticos
perceberam a importância de investir em educação, principalmente no nível básico, como condição fundamental para a formação
de trabalhadores e pesquisadores qualificados, a geração de novas tecnologias e o aumento da produtividade. Principalmente a
Coreia do Sul, a maior e mais moderna economia entre os Tigres, desde o início deu muito valor à educação básica e a tomou
como suporte para seu desenvolvimento socioeconômico. O país sempre vem aparecendo nas primeiras posições no Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Esse exame é realizado desde 2000 pela Organização de Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) para avaliar conhecimentos e habilidades essenciais dos alunos de 15 anos (em tese,
concluintes do Ensino Fundamental). Dele participam os membros da OCDE e alguns países convidados, como o Brasil, que
sempre tem ocupado as últimas posições.
Ao contrário dos países latino-americanos e africanos, os Tigres Asiáticos tinham um vizinho com um modelo bem-
sucedido em que se espelhar: seguiram de maneira quase integral os passos do Japão. Além disso, se beneficiaram de uma
conjuntura mundial liberal, principalmente nos Estados Unidos, dispondo, assim, de amplos mercados para colocar seus
produtos, o que os ajudou a se converterem em plataformas de exportação. Durante muito tempo esses países foram conhecidos
como exportadores de produtos de baixa qualidade e de tecnologia banal, mas hoje estão vendendo produtos sofisticados de alto
valor agregado, como navios, automóveis, semicondutores, computadores, tablets, smartphones, etc. Mais recentemente, o
aumento da renda per capita, e a elevação salarial, resultante do crescimento da produtividade da economia, ocasionaram uma
expansão quantitativa e qualitativa dos mercados internos, sobretudo na Coreia do Sul. Esse país, além de ser o mais populoso
dos quatro, é também aquele no qual os trabalhadores recebem os salários mais elevados (embora ainda seja metade do que
ganham norte-americanos e japoneses).
Deve-se salientar que a elevação dos custos da mão de obra e a valorização de suas moedas têm levado esses países,
novamente seguindo os passos do Japão, a aprimorar suas indústrias. Os Tigres têm investido em novos setores industriais, mais
avançados tecnologicamente, transferindo indústrias tradicionais e intensivas em mão de obra para outros países da região, onde
o custo da força de trabalho é menor. Assim como investidores japoneses, norte-americanos e europeus, os empresários dos
Tigres também têm construído filiais na Tailândia, na Malásia e na Indonésia, que, como os primeiros Tigres, também cresceram
aceleradamente, de 1980 a 2010, conforme se pode constatar pelos dados da tabela a seguir. Por isso esses três países são
conhecidos como os Novos Tigres. Há ainda muitos investimentos sendo feitos na China, sobretudo por empresários de origem
chinesa com empresas sediadas em Taiwan e Cingapura.
Apesar de muitos pontos em comum, principalmente quanto ao processo de industrialização, há grandes diferenças entre
esses países, em particular quanto à estrutura industrial.
A Coreia do Sul é o país mais industrializado dos Tigres Asiáticos, e sua economia é controlada por redes de grandes
empresas, denominadas chaebols, a exemplo dos keiretsus japoneses. Fabricam uma enorme diversidade de produtos, desde aço
e navios até artigos eletrônicos e automóveis, além de também atuarem no setor financeiro e no comércio. Os chaebols sul-
coreanos cada vez mais colocam seus produtos mundo afora, figuram na lista das maiores empresas do mundo e já são
responsáveis por algumas inovações tecnológicas. Entre eles se destacam: a Samsung Electronics (a maior empresa do país e 20ª
do mundo, de acordo com a The Global 500, 2012), a SK Holdings, a Hyundai Motor, a LG Electronics e a Hyundai Heavy
Industries (todas na lista da revista Fortune).
As maiores concentrações industriais na Coréia do Sul estão no litoral, nas proximidades de portos, como Busan, o maior
do país e um dos maiores do mundo. Essa localização favorece a chegada de matérias-primas agrícolas, minerais e fósseis, com
forte presença na pauta de importações (segundo o Banco Mundial, 44% em 2010), e a saída de produtos industrializados,
majoritários na pauta de exportações (89% em 2010).
Taiwan tem seis empresas na lista da Fortune Global 500 2012; a maior delas é a Hon Hai Precision Industry (a 43ª do
mundo). Essa empresa é detentora da marca Foxconn, que produz motherboards (placas-mãe), notebooks, tablets e smartphones
para diversas marcas ocidentais, entre as quais a norte-americana Apple. Estão sediadas no país mais duas empresas do setor
microeletrônico que estão entre as quinhentas maiores: Quanta Computer e Compal Electronics. A especialização das empresas
taiwanesas lhes permite agilidade e flexibilidade para se adaptarem às inovações tecnológicas, assegurando-lhes maior
competitividade. Cingapura transformou-se num dos maiores entrepostos comerciais do mundo e importante centro financeiro
asiático. Em 2012, o país apresentava o melhor índice de desempenho em logística do mundo, como vimos no capítulo 6, e em
2010 possuía o segundo porto mais movimentado do planeta. Além disso, tem procurado investir em indústrias de alto valor
agregado, como a naval e a eletrônica. Está sediada no país a Flextronics International, segunda fabricante mundial de
componentes eletrônicos, atrás apenas da Foxconn.

Diferenças entre o modelo asiático e o latino-americano


“A diferença entre o modelo asiático, se se pode chamar assim, e o modelo latino-americano, é que o modelo asiático é
construído sobre poupança interna e mercado externo, enquanto o modelo latino-americano é construído sobre poupança externa
e mercado interno.” Essa frase de Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do Brasil de 2003 a 2010, sintetiza bem as
diferenças estruturais entre o modelo econômico baseado em substituição de importações e o modelo que se apoiou em
exportações. Entretanto, não expressa que o modelo asiático, ao investir em educação e garantir melhor distribuição de renda,

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possibilitou, mais do que o latino-americano, a constituição de um amplo mercado interno. A exclusão social foi uma das piores
decorrências do modelo econômico implantado na América Latina.
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Outra diferença importante é que o modelo asiático, ao apoiar o desenvolvimento em poupança interna e implantar um

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Estado eficiente, mantendo as contas públicas controladas, permitiu, bem antes dos países da América Latina, maior crescimento
econômico com a inflação sob controle. A inflação alta foi durante muito tempo um perverso mecanismo de concentração de
renda nos países da América Latina, mesmo quando a economia cresceu. Como vimos, o modelo asiático, em comparação com
o latino-americano, propiciou maiores taxas de crescimento econômico, maior elevação e melhor distribuição da renda per capita,
consequentemente, assegurou maior alta do índice de desenvolvimento humano.

5.7.3 - Países do fórum IBAS


O Fórum de Diálogo IBAS é uma cooperação trilateral firmada em 2003 entre três importantes países emergentes: Índia,
Brasil e África do Sul. Seu objetivo é aprofundar a cooperação Sul-Sul no âmbito econômico, científico e cultural e aumentar o
poder de negociação com os países desenvolvidos nos organismos internacionais, como a ONU e a OMC.
Apesar de se localizarem em continentes diferentes, esses países apresentam muitas características comuns e por isso
buscam uma aproximação. Segundo o próprio Fórum: “Índia, Brasil e África do Sul procuram, principalmente a partir da década
de 1990, elevar seu perfil internacional a partir de atributos cuja semelhança, por si só, justifica a maior aproximação entre os
três países: são potências intermediárias, com forte influência em suas respectivas regiões, democracias consolidadas e
economias em ascensão e que, dadas as evidentes desigualdades internas, confrontam desafios comuns de desenvolvimento”.

O modelo de industrialização desses dois países emergentes se aproxima do vigente no Brasil: também visou à
substituição de importações e teve (e ainda tem) forte presença do Estado na economia.

ÍNDIA
A Índia, um dos mais importantes países emergentes, possui uma das economias que mais cresce no mundo, ancorada em
seu gigantesco mercado consumidor: é a 2ª população do planeta (superada apenas pela chinesa; veja a tabela acima). Segundo
o Banco Mundial, o país cresceu em média 8% ao ano no período 2000-2010 (só ficou atrás da China). Entretanto, iniciou seu
processo de industrialização muito tarde, somente após a Segunda Guerra, quando se libertou do domínio do Reino Unido.
Em 1947, depois de longa campanha sob a liderança de Mohandas Gandhi (1869-1948), mais conhecido como Mahatma
(‘grande alma’, em sânscrito), o país obteve sua independência política. O partido Congresso Nacional Indiano (Indian National
Congress, INC), de maioria hindu, assumiu o poder, tendo como primeiro-ministro outro importante líder do movimento de
independência, Jawarhalal Nehru (1889-1964), que governou até sua morte. Seu partido, porém, permaneceu no poder até 1996,
quando o Partido do Povo Indiano (Bharatiya Janata Party, BJP) venceu as eleições. O país é uma república parlamentarista, e
os indianos gabam-se de ser a maior democracia do mundo, como aparece no próprio slogan do INC: “O maior partido
democrático do mundo”.
Sob o governo de Nehru, a Índia teve uma forte participação do Estado no início de seu processo de industrialização,
embora houvesse também capitais britânicos e norte-americanos. Como se tratava de um governo do grupo dos países não
alinhados, contou também com a assistência técnica soviética em diversos setores, como o petroquímico e o bélico. O Estado
investiu principalmente na indústria de bens intermediários, na indústria bélica e em obras de infraestrutura. Contribuíram ainda
para o processo de industrialização as grandes reservas de minérios, como cromo (2º produtor mundial), ferro (4º) e manganês
(5º), e de combustíveis fósseis, principalmente o carvão mineral, sua principal fonte de energia. Em 2011, o país extraiu de suas
minas 586 milhões de toneladas de carvão mineral (7,5% de toda a produção do planeta), sendo o terceiro produtor mundial. Em
2011, as reservas de petróleo eram de cerca de 9 bilhões de barris (19ª do planeta), e sua produção era de 897 mil barris diários
(23º produtor mundial). A produção interna equivalia a apenas 27% do consumo/dia, tornando o país um grande importador
desse combustível fóssil.

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As maiores concentrações industriais do país estão no nordeste do território indiano, em torno de cidades como Janshedpur
e Kolkata (Calcutá), com destaque para indústrias pesadas, como siderúrgicas, mecânicas, carbo e petroquímicas, em razão das
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reservas de carvão, petróleo e minérios. Mas há concentrações industriais em outras regiões, inclusive de alta tecnologia, como

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em Bangalore, no sul do país.
A Índia dispõe de um parque fabril diversificado, com praticamente todos os setores industriais, e, também, já possui
algumas empresas entre as maiores do mundo, com destaque para a Indian Oil (maior do país e 83ª do mundo na lista da Fortune
Global 500 2012). A empresa atua em extração, transporte e refino de petróleo e no setor petroquímico. Foi criada em 1959, no
governo de Nehru, com o objetivo estratégico de sustentar o desenvolvimento industrial do país e garantir o abastecimento de
petróleo e derivados. A Indian Oil é o símbolo maior da intervenção estatal no processo de industrialização da Índia (como é a
Petrobras, no Brasil) e até hoje é controlada pelo governo central, que em 2012 detinha 78,9% das ações da companhia.
Outras duas grandes empresas indianas são a Tata Motors e a Tata Steel (314ª e 401ª na lista das 500 maiores em 2012);
ambas pertencem ao Grupo Tata, cujo controle está nas mãos do bilionário Ratan N. Tata. Esse gigantesco conglomerado é
composto de 94 empresas que atuam em mais de oitenta países nos mais diversos setores industriais: siderúrgico, químico,
automobilístico, aeroespacial, informática, entre outros; assim como também nos serviços e nas finanças.

Um país de profundos contrastes


Apesar de a Índia possuir um parque industrial diversificado, em 2010 este ocupava somente 14% da PEA e produzia
26% do PIB. O país continua sendo essencialmente rural e agrícola: em 2010, 69% de sua população ainda vivia no campo, e a
agricultura ocupava 52% da PEA, mas contribuía com somente 19% do PIB. Os serviços ocupavam apenas 34% da PEA, mas
contribuíam com 55% do PIB e, atualmente, é o setor da economia indiana que mais cresce e se moderniza. Esses dados indicam
- e veremos mais elementos que os corroboram - que a Índia é um país marcado por profundos contrastes socioeconômicos.
Ultimamente, dentro de um processo de abertura ao capital estrangeiro combinado com uma política de desregulamentação e de
privatização, a Índia tem atraído muitos investimentos externos, com destaque para capitais norte-americanos. Um dos fatores
que mais têm contribuído para isso, além da mão de obra barata e cada vez mais qualificada, é o mercado interno em crescimento.
Apenas pequena parcela da população indiana é de fato consumidora, já que a maior parte dela está abaixo da linha internacional
de pobreza (em 2010, segundo o Banco Mundial, 68,7% dos indianos viviam na pobreza, com menos de 2 dólares por dia, e
32,7% na extrema pobreza, com menos de 1,25 dólar por dia). Porém, mesmo que somente um quarto dos indianos tenha
efetivamente capacidade de consumo, isso corresponde a pouco mais de 300 milhões de pessoas, o que equivale a uma vez e
meia a população brasileira. Com a modernização e o rápido crescimento econômico, a parcela da população pertencente à classe
média vem se ampliando.
Na Índia, o moderno e o arcaico, a opulência e a miséria convivem lado a lado. Enquanto é imensa a legião de pobres,
sua economia é uma das que mais cresce no mundo desde a década de 1990, e cada vez mais dispõe de indústrias e serviços de
alta tecnologia, como informática (software e hardware), tecnologias da informação e comunicação (TI) e biotecnologia. O país
é um dos maiores exportadores mundiais de softwares e de produtos da área de TI e possui algumas das mais importantes
empresas mundiais que atuam nesses setores, concentradas sobretudo em torno do parque tecnológico de Bangalore. Além disso,
muitas corporações dos Estados Unidos e do Reino Unido têm terceirizado seus serviços de atendimento telefônico ao
consumidor e de telemarketing, deixando-os sob responsabilidade de empresas indianas. A mão de obra barata compensa o custo
da ligação telefônica internacional, que tem caído com o avanço tecnológico.
Bangalore é um dos mais importantes parques tecnológicos do mundo. A cidade abriga diversas universidades e centros
de pesquisa, a maioria do governo indiano, entre os quais se destacam: Universidade de Bangalore, Instituto Indiano de Ciência,
Instituto Internacional de Tecnologia da Informação e Organização Indiana de Pesquisa Espacial. Em torno deles se
desenvolveram diversas empresas nacionais (estatais e privadas) de alta tecnologia - Industan Aeronautics (aeronáutica), Infosys
(softwares), Tata Technologies (softwares), Wipro Technologies (TI), entre muitas outras - e ao mesmo tempo se instalaram na
região filiais de praticamente todas as maiores e mais conhecidas corporações transnacionais desses setores. Somando as
empresas nacionais e as estrangeiras, há mais de trezentas companhias dos setores de informática e de TI instaladas em
Bangalore, que por isso ficou conhecida como o “Vale do Silício” da Índia.
“Qualquer empresa que não exija presença física pode funcionar em co-sourcing [terceirização].” Isso me foi dito por
Azim Premji, presidente da Wipro, na sede da empresa, em Bangalore. A Wipro é uma das maiores companhias indianas que
trabalha com terceirização no exterior. A Índia tornou-se uma importante fonte de mão de obra qualificada de baixo custo, com
um corpo de trabalhadores altamente habilitados e que falam inglês, capazes de competir com os melhores, especialmente em
tecnologia e ciência, ganhando apenas uma fração do que um trabalhador semelhante ganha nos EUA e na Europa. [...]
A Índia está se tornando um centro importante de pesquisa e desenvolvimento para muitos companhias multinacionais.
A IBM investiu quase 2 bilhões de dólares no país nos últimos quatro anos e pretende triplicar essa soma, chegando a 6 bilhões
nos próximos dois anos. Atualmente a IBM tem 43 mil empregados na Índia, de um total de 330 mil no mundo inteiro. A Intel
vai investir US$1 bilhão na Índia nos próximos cinco anos; a Cisco, outro US$1,1 bilhão. A Microsoft investirá US$1,7 bilhão
e contratará mais 3 mil empregados. [...]
Em 2003, o grupo The Indus Enterpreneur (TIE) calculou que 15 mil a 20 mil indianos deixaram o Vale do Silício e
voltaram para sua terra. Amar Babu, da Intel Índia, disse-me que cerca de 15% dos empregados da Intel em Bangalore são
indianos que voltaram dos EUA. Muitos do que retornam de lá estão imbuídos de boa dose de empreendedorismo. Eles usam
sua capacidade empresarial e seu dinheiro para criar novas empresas na Índia. Alguns moram lá, outros estão começando novas
companhias em solo indiano, embora continuem morando nos Estados Unidos. Outros, ainda, voam tanto que não sabem mais
onde moram.”
KAMDAR, Mira. Planeta Índia: a ascensão turbulenta de uma nova potência global. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 27-29.

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ÁFRICA DO SUL
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O processo de industrialização da África do Sul se intensificou a partir da independência política, em 1961 (como a Índia,

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também foi colônia do Reino Unido), e contou com uma forte participação de capitais estrangeiros, predominantemente norte-
americanos e britânicos. Os investimentos externos distribuíram-se por vários setores, com destaque para a indústria extrativa,
enquanto os estatais concentraram-se na indústria de bens intermediários e em obras de infraestrutura. Hoje o parque industrial
sul-africano é diversificado, como mostra o mapa da página seguinte.
Embora a África do Sul seja a maior economia do continente africano e possua importantes empresas nacionais (estatais
e privadas), nenhuma delas consta na lista das 500 maiores do mundo. Também não há nenhuma empresa da África na lista da
revista Fortune. Isso é um dos indicadores da baixa concentração de capitais em suas empresas e da limitação do mercado interno
dos países africanos. Em 2011, o PIB da África do Sul, apesar de corresponder a 33% do produto bruto de toda a África
subsaariana (nessa região há 47 países), equivalia a 91% do PIB argentino ou a 16% do brasileiro.
Os fatores que mais contribuíram para a industrialização da África do Sul foram a disponibilidade de mão de obra barata
– os trabalhadores negros eram super explorados – e as enormes reservas minerais e energéticas. No início do processo eles
serviram para atrair investimentos estrangeiros, mas com o aumento da pressão internacional contra o apartheid, principalmente
a partir dos anos 1980, muitas empresas transnacionais deixaram de investir no país.
Além das pressões externas, muitos líderes sul-africanos lutaram contra o regime segregacionista, entre os quais o mais
conhecido é Nelson Mandela. Ele foi o maior líder do Congresso Nacional Africano, o mais antigo grupo antiapartheid (fundado
em 1912) e o partido político atualmente no poder (2012). Com a introdução do voto secreto e universal em 1994, Mandela,
recém-saído da prisão, foi eleito o primeiro presidente negro do país.
Apesar da extinção do regime do apartheid, a desigualdade socioeconômica permanece. A África do Sul é um dos países
com pior distribuição de renda no mundo: segundo o relatório 2012 do Banco Mundial, os 10% mais ricos se apropriam de 51,7%
da renda nacional, e os 10% mais pobres, de 1,2%. Segundo o mesmo relatório, 31,3% da população vive na pobreza (com menos
de 2 dólares/dia) e 13,8%, na extrema pobreza (com menos de 1,25 dólar/dia). A maioria da população pobre é composta de
negros, por isso, políticas de ação afirmativa têm sido postas em prática por sucessivos governos desde Mandela para compensar
essa desigualdade.
A concentração da renda nacional e a população relativamente pequena (quatro vezes menor que a brasileira e 24 vezes
menor que a indiana) restringem o mercado interno e inibem uma expansão mais acelerada do PIB sul-africano. Embora nos
anos 2000 tenha aumentado a taxa de crescimento econômico em relação à década anterior, na qual o país estava saindo do
apartheid, não chegou a apresentar um desempenho tão elevado como o da Índia, embora tenha superado o do Brasil. Segundo
o Banco Mundial, na década de 1990, o PIB da África do Sul cresceu em média 2,1% ao ano, e, no período 2000-2010, quase
dobrou, foi para 3,9%.

6. - BRASIL: modelo econômico, dinâmicas territoriais e o espaço industrial


6.1 - Origens da industrialização brasileira
Embora a industrialização brasileira tenha começado de forma incipiente na segunda metade do século XIX, período em
que se destacaram importantes empreendedores, como o barão de Mauá, no eixo São Paulo-Rio de Janeiro, e Delmiro Gouveia,
em Pernambuco, foi principalmente a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que o país passou por um processo
significativo de desenvolvimento industrial e de maior diversificação do parque fabril. Isso porque houve uma redução da entrada
de mercadorias estrangeiras no Brasil por causa do conflito na Europa.
Em 1919, as fábricas de tecidos, roupas, alimentos, bebidas e fumo (indústrias de bens de consumo não duráveis) eram
responsáveis por 70% da produção industrial brasileira; em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, essa porcentagem havia
sido reduzida para 58% por causa do aumento da participação de outros produtos, como aço, máquinas e material elétrico.
Contudo, a industrialização brasileira ainda contava, predominantemente, com indústrias de bens de consumo não duráveis e
investimentos de capital privado nacional.
Apesar da importância do desenvolvimento do setor industrial e do setor agrícola na economia brasileira, as atividades
terciárias (como serviços, comércio, energia, transportes e sistema bancário) apontavam índices de crescimento econômico
superiores aos das atividades agrícolas e industriais. Isso porque é no comércio e nos serviços que circula toda a produção agrária
e industrial. A agricultura cafeeira – principal atividade econômica nacional até então – exigia a implantação de uma eficiente
rede de transportes, e assim as ferrovias foram se desenvolvendo no país para escoar a produção do interior para os portos.
Também se estabeleceu um sistema bancário integrado à economia mundial e um comércio para atender às necessidades
crescentes nas cidades.
Apesar de ter passado por importantes períodos de crescimento como o da Primeira Guerra, a industrialização brasileira
sofreu seu maior impulso a partir de 1929, com a crise econômica mundial decorrente da quebra da Bolsa de Valores de Nova
York. Principalmente na região Sudeste do Brasil, essa crise se refletiu na redução do volume de exportações de café e na perda
da importância dessa atividade no cenário econômico, o que contribuiu para a diversificação da produção agrícola brasileira.
Outro acontecimento que contribuiu para o desenvolvimento industrial foi a Revolução de 1930, que desalojou a
oligarquia agroexportadora paulista do poder e abriu novas possibilidades político-administrativas em favor da industrialização,
uma vez que o grupo que tomou o poder com Getúlio Vargas era nacionalista e favorável a tornar o Brasil um país industrial.
Apesar disso, a agricultura continuou responsável pela maior parte das exportações brasileiras até a década de 1970.
A partir da crise de 1929, as atividades industriais passaram a apresentar índices de crescimento superiores aos das
atividades agrícolas. O colapso econômico mundial diminuiu a entrada de mercadorias estrangeiras que poderiam competir com
as nacionais, incentivando o desenvolvimento industrial.

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É importante destacar que o café permitiu a acumulação de capitais que serviram para implantar toda a infraestrutura
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necessária ao impulso da atividade industrial. Os barões do café, que residiam nos centros urbanos, sobretudo na cidade de São

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Paulo, para cuidar da comercialização da produção nos bancos e investir na Bolsa de Valores, aplicavam enorme quantidade de
capital no sistema financeiro, capital esse que ficou em parte disponível para a implantação de indústrias e infraestrutura. Todas
as ferrovias, construídas com a finalidade principal de escoar a produção cafeeira para o porto de Santos, interligavam-se na
capital paulista e constituíam um eficiente sistema de transporte. Havia também grande disponibilidade de mão de obra imigrante
que foi liberada dos cafezais pela crise ou que já residia nas cidades, além de significativa produção de energia elétrica. Além
desses fatores, o colapso econômico mundial causou a diminuição da entrada de mercadorias estrangeiras, que poderiam competir
com as nacionais.
A associação desses fatores constituiu a semente do processo de industrialização, que passou a germinar notadamente na
cidade de São Paulo, onde havia maior disponibilidade de capitais, trabalhadores qualificados e a infraestrutura básica a que nos
referimos. Regiões dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais também intensificaram seus processos de
industrialização.
Na instalação de novas indústrias predominava, com raras exceções, o capital de origem nacional, acumulado nas
atividades agroexportadoras. A política industrial comandada pelo governo federal era a de substituir as importações, visando à
obtenção de um superavit cada vez maior na balança comercial e no balanço de pagamentos, para permitir um aumento nos
investimentos nos setores de energia e transportes.

O governo Vargas e a política de “substituição de importações”


Getúlio Vargas, que governou o país pela primeira vez de 1930 a 1945, foi o presidente empossado pela Revolução de
1930, de cunho modernizador. Até então, o mundo capitalista acreditava no liberalismo econômico, ou seja, que as forças do
mercado deveriam agir livremente para promover maior desenvolvimento e crescimento econômico. Com a crise, iniciou-se um
período em que o Estado passou a intervir diretamente na economia para evitar novos sobressaltos do mercado. Essa prática de
intervencionismo estatal na economia seguiu o modelo proposto pelo keynesianismo.
De 1930 a 1956, a industrialização no país caracterizou-se por uma estratégia governamental de implantação de indústrias
estatais nos setores de bens de produção e de infraestrutura: siderurgia (Companhia Siderúrgica Nacional - CSN), extração de
petróleo e petroquímica (Petrobras) e bens de capital (Fábrica Nacional de Motores - FNM, que, além de caminhões e automóveis,
fabricava máquinas e motores), e também da extração mineral (Companhia Vale do Rio Doce - CVRD) e da produção de energia
hidrelétrica (Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf). A implantação desses setores industriais e de infraestrutura
estratégica necessitava de investimento inicial muito elevado. Como essas atividades na época eram pouco atraentes ao capital
privado, fosse ele nacional ou estrangeiro, porque o retorno do capital investido era muito lento, o Estado se incumbiu de realizar
esses investimentos.
Portanto, nesse período, a ação do Estado foi decisiva para impulsionar e diversificar os investimentos no parque industrial
do país, combatendo os principais obstáculos ao crescimento econômico. Além de fornecer os bens de produção e os serviços de
que os industriais privados necessitavam em suas indústrias de bens de consumo, o Estado os fornecia a preços mais baixos do
que os cobrados pelas empresas privadas, fossem elas nacionais ou estrangeiras. Essa medida visava ao fortalecimento do parque
industrial brasileiro. Era uma política fortemente nacionalista.
Foram criados órgãos estatais de regulamentação da atividade econômica, encabeçados pelo Conselho Nacional de
Economia (CNE); e indústrias em setores estratégicos. A intervenção estatal no setor de base da economia foi priorizada. Embora
a expressão substituição de importações possa ser utilizada desde que a primeira fábrica foi instalada no país, permitindo
substituir a importação de determinado produto, foi o governo Getúlio Vargas que iniciou a adoção de medidas fiscais e cambiais
que caracterizaram uma política industrial voltada à produção interna de mercadorias que até então eram importadas.
As duas principais medidas adotadas foram a desvalorização da moeda nacional (réis até 1942 e, a seguir, cruzeiro) em
relação ao dólar, o que tornava o produto importado mais caro (desestimulando as importações), e a implantação de leis e tributos
que restringiam, e às vezes proibiam, a importação de bens de consumo e de produção que pudessem ser fabricados internamente.
Em 1934, Getúlio Vargas promulgou uma nova constituição, que incluiu a regulamentação das relações de trabalho. Entre
as principais medidas que beneficiaram o trabalhador figuravam a criação do salário-mínimo, as férias anuais e o descanso
semanal remunerado. Com essa atitude, que garantia o apoio da classe trabalhadora, e com o apoio das elites agrária e industrial,
Vargas conseguiu aprovar uma nova constituição em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da Segunda Guerra,
em 1945, período que ficou conhecido como Estado Novo.
Nessa época foram criados órgãos estatais de regulamentação da atividade econômica, encabeçados pelo Conselho
Nacional de Economia (CNE) e por indústrias em setores estratégicos, visando combater os obstáculos ao crescimento
econômico. A intervenção estatal no setor de base da economia (petroquímica, siderurgia, energia elétrica e indústria de cimento,
por exemplo) foi priorizada.
Graças a essa intervenção do Estado, houve grande crescimento da produção industrial, com exceção do período da
Segunda Guerra. Durante os seis anos desse conflito armado, em razão da carência de indústrias de base e das dificuldades de
importação, o crescimento industrial brasileiro foi de 5,4%, uma média inferior a 1% ao ano. A atuação do Estado revelou-se,
então, importante para estimular a produção industrial. Houve significativo crescimento na produção interna em diversos setores
que sofreram restrições durante a guerra, mas o setor de transportes, cuja expansão não poderia ocorrer sem a importação de
veículos, máquinas e equipamentos, sofreu forte redução.

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O governo Dutra (1946-1951)


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Graças à afinidade ideológica de Getúlio Vargas com o nazifascismo, que foi derrotado na Segunda Guerra, as oposições

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liberais se fortaleceram e, em 1945, o presidente foi deposto. Vargas retornou ao poder em 1951, dessa vez eleito pelo povo.
Com sua saída, assumiu a Presidência o general Eurico Gaspar Dutra, em 1946, que instituiu o Plano Salte, destinando
investimentos aos setores de saúde, alimentação, transportes, energia e educação. Até 1950, quando terminou seu mandato, o
Brasil passou por grande incremento da capacidade produtiva.
Durante a Segunda Guerra, o país exportou diversos produtos agrícolas, industriais e minerais para os países europeus em
conflito, obtendo enorme saldo positivo na balança comercial. Esse saldo, porém, foi utilizado no decorrer do governo Dutra,
com a importação de máquinas e equipamentos para as indústrias têxteis e mecânicas, o reequipamento do sistema de transportes
e o incremento da extração de minerais metálicos, não metálicos e energéticos.
Além disso, houve forte mudança na política econômica do país com a abertura à importação de bens de consumo, o que
contrariava os interesses da indústria nacional. Os empresários nacionais defendiam a reserva de mercado, isto é, que o governo
adotasse medidas que tornassem as mercadorias importadas mais caras ou mesmo proibissem sua entrada no país.
Boa parte das reservas cambiais acumuladas ao longo da Segunda Guerra foi utilizada na importação de cremes dentais,
geladeiras, chocolates, brinquedos, artigos decorativos e muitos outros produtos que agradavam à classe média. Ao utilizar as
reservas, essa mudança obrigou o governo a desvalorizar o cruzeiro em relação ao dólar e emitir papel-moeda, o que provocou
inflação e consequente queda de poder aquisitivo dos salários.
Leia, no texto a seguir, as três teorias de desenvolvimento – a neoliberal, a desenvolvimentista-nacionalista e a
nacionalista radical – que embasavam, na primeira metade do século XX, o debate político sobre as estratégias a ser adotadas
para estimular o crescimento econômico. Note que há muitas semelhanças com as ideias discutidas atualmente.

Fórmulas para o crescimento


A fórmula neoliberal baseava-se na suposição de que o mecanismo de preços deveria ser respeitado como a determinante
principal da economia. As medidas fiscais e monetárias, bem como a política de comércio exterior, deveriam seguir os princípios
ortodoxos estabelecidos pelos teóricos e praticantes da política de banco central dos países industrializados. Os orçamentos
governamentais deveriam ser equilibrados e as emissões severamente controladas. O capital estrangeiro deveria ser bem recebido
e estimulado como ajuda indispensável para um país em que há falta de capitais. As limitações impostas pelo governo ao
movimento internacional do capital, do dinheiro e dos bens deveriam ser reduzidas ao mínimo. [...]
A segunda fórmula era a desenvolvimentista-nacionalista [...]. A nova estratégia deveria visar a uma economia mista, na
qual o setor privado recebia novos incentivos, na proporção de um determinado número de prioridades de investimento. Ao
mesmo tempo, o Estado interviria mais diretamente, através das empresas estatais e das empresas de economia mista, no sentido
de romper os pontos de estrangulamento e assegurar o investimento em áreas nas quais faltasse, ao setor privado, quer a vontade,
quer os recursos para se aventurar. Os defensores dessa fórmula reconheciam que o capital privado estrangeiro poderia
desempenhar um papel importante, mas insistiam em que só fosse aceito quando objeto de cuidadosa regulamentação pelas
autoridades brasileiras.
A fórmula desenvolvimentista-nacionalista foi apresentada por um grupo pequeno, mas variado. O seu denominador
comum era um forte nacionalismo. [...]
A terceira fórmula era a do nacionalismo radical. Merece menos atenção que as outras duas, como fórmula econômica,
porque foi apresentada mais dentro de um espírito de polêmica política, do que como estratégia cuidadosamente pensada para o
desenvolvimento. [...] Os nacionalistas radicais atribuíam o subdesenvolvimento brasileiro a uma aliança natural de investidores
particulares e governos capitalistas dentro do mundo industrializado. Essa conspiração procurava limitar o Brasil eternamente a
um papel subordinado, como exportador de produtos primários, cujos preços eram mantidos em níveis mínimos, e importador
de bens manufaturados, cujos preços eram mantidos em níveis exorbitantes, por organizações monopolistas.
SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964). 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p.
117-120. Thomas Skidmore (1932-) é norte-americano e historiador brasilianista.

O retorno de Getúlio e da política nacionalista


Ao retornar à Presidência em 1951, eleito pelo povo, Getúlio Vargas retomou seu projeto nacionalista: passou a investir
em setores que deram suporte e impulsionaram o crescimento econômico – sistemas de transportes, comunicações, produção de
energia elétrica e petróleo - e restringiu a importação de bens de consumo. Apoiado por um grande movimento nacionalista
popular, Getúlio dedicou-se à criação da Petrobras (1953) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico - BNDE (1952),
que passou a ter a ação ampliada para as demandas sociais nos anos 1990 e, por isso, mudando a denominação para BNDES.
No confronto entre os getulistas, defensores da política nacional-desenvolvimentista, e os defensores da fórmula
neoliberal, que preferiam promover a abertura da economia aos produtos e capitais estrangeiros, o projeto de Getúlio acabou
sendo derrotado.
Os liberais argumentavam que, com a economia fechada, a modernização e a expansão do parque industrial nacional
ficavam dependentes do resultado da exportação de produtos primários. Qualquer crise ou queda de preço desses produtos,
particularmente do café, resultava em crise na modernização e expansão do parque industrial.

Juscelino Kubitschek e o plano de metas


Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), houve um grande crescimento econômico em consequência da
implantação do chamado Plano de Metas. Tratava-se de um amplo programa de desenvolvimento que previa maciços

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investimentos estatais em diversos setores da economia - agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e
construção civil -, tornando o Brasil um país atraente aos investimentos estrangeiros. Embalado por uma ideologia
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desenvolvimentista, o governo divulgava o objetivo de fazer o país crescer “50 anos em 5”, e buscava interiorizar a ocupação do

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território, integrando espaços com domínios naturais e ocupados pela agricultura e pecuária aos grandes centros urbano-
industriais. Foi nessa época que a capital federal foi transferida do litoral para o interior com a construção de Brasília, inaugurada
em 1960. Seu projeto urbanístico e a arquitetura materializaram a busca de modernização do país, que à época ainda era dominado
por estruturas econômicas e políticas herdadas do período agrário-exportador.
Na execução desse plano, 73% dos investimentos dirigiram-se aos setores de energia e transportes. Isso permitiu grande
aumento da produção de hidreletricidade e de carvão mineral, forneceu o impulso inicial ao programa nuclear, elevou a
capacidade de prospecção e refino de petróleo, pavimentação e construção de rodovias (14 970 km), além de melhorias nas
instalações e serviços portuários, aeroviários e reaparelhamento e construção de pequena extensão de ferrovias (827 km).
Paralelamente, em virtude dos investimentos estatais em obras de infraestrutura e incentivos do governo, houve expressivo
ingresso de capital estrangeiro, responsável por grande crescimento da produção industrial, principalmente nos setores
automobilístico, químico-farmacêutico e de eletrodomésticos. O parque industrial brasileiro passou, assim, a contar com
significativa produção de bens de consumo duráveis, o que sustentou e deu continuidade à política de substituição de importações.
Ao longo do governo JK consolidou-se o tripé da produção industrial nacional, formado pelas indústrias:
• de bens de consumo não duráveis, que desde a segunda metade do século XIX já vinham sendo produzidos, com amplo
predomínio do capital privado nacional;
• de bens de produção e bens de capital, que contaram com investimento estatal nos governos de Getúlio Vargas;
• de bens de consumo duráveis, com forte participação de capital estrangeiro, como vimos anteriormente.
Entretanto, o sucesso do Plano de Metas resultou num significativo aumento da inflação e da dívida externa, contraída
para financiar seus investimentos.
Além disso, a opção pelo transporte rodoviário, sistema não recomendável em países territorialmente extensos como o
nosso, marcou economicamente o Brasil de forma duradoura, diminuindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado
internacional, com consequências até os dias atuais.
A política do Plano de Metas acentuou a concentração do parque industrial na região Sudeste, agravando os contrastes
regionais. Com isso, as migrações internas intensificaram-se, provocando o crescimento acelerado e desordenado dos grandes
centros urbanos, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.
Os problemas decorrentes da falta de planejamento urbano permanecem até hoje e abrangem aglomerações urbanas que
não abrigam grande parque industrial.
A concentração do parque industrial no Sudeste determinou a implementação de uma política federal de planejamento
econômico para o desenvolvimento das demais regiões. Em 1959, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene), e, nos anos seguintes, dezenas de outros órgãos, como a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam),
a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), a Superintendência de Desenvolvimento do Sul (Sudesul) e
a Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf ), entre outras que foram extintas ou transformadas em
agências de desenvolvimento a partir do início da década de 1990.

O governo João Goulart e a tentativa de reformas


João Goulart, conhecido como Jango, exerceu o cargo de ministro do Trabalho de Getúlio Vargas e se elegeu duas vezes
como vice-presidente, nos mandatos de JK e de Jânio Quadros. Na época, era permitido votar para presidente e vice de partidos
ou coligações diferentes. No decorrer de seu governo, o Brasil passou por uma grande crise política, iniciada em 25 de agosto de
1961 com a renúncia do presidente Jânio, empossado poucos meses antes. A crise agravou-se com os problemas econômicos
herdados do governo JK, como a dívida externa e, sobretudo, a inflação.
A posse de Jango, em 25 de setembro de 1961, ocorreu após a instauração do parlamentarismo, que reduziu os poderes
do chefe do Executivo (Presidente).
Essa manobra política foi a solução encontrada para resolver uma crise institucional que abalava a unidade dos setores
militares: os três ministros das Forças Armadas pressionavam o Congresso a votar pela desqualificação de Jango como presidente
por motivos de “segurança nacional” (no contexto da Guerra Fria, uma forma de desqualificar um governante aos olhos dos
setores conservadores da sociedade era taxá-lo de comunista). Contudo, vários comandantes regionais, encabeçados pelo III
Exército (Rio Grande do Sul), defendiam a posse do vice-presidente para que a Constituição não fosse desrespeitada.
Durante o período parlamentarista do governo João Goulart (até início de 1963), como o presidente não conseguiu
estruturar uma diretriz de política econômica, houve aumento da inflação e do desemprego, e redução nas taxas de crescimento,
problemas que haviam provocado várias greves em 1962. Nesse contexto, fortaleceu-se a posição dos que defendiam a realização
de um plebiscito pelo qual a população poderia optar entre a continuidade do regime parlamentarista ou o retorno ao
presidencialismo.
Em 6 de janeiro de 1963, o retorno ao presidencialismo foi aprovado com 82% dos votos, o que conferiu amplos poderes
ao presidente, permitindo-o encaminhar as reformas de base. Propunha-se uma ampla reforma dos sistemas tributário, bancário
e eleitoral, a regulamentação dos investimentos estrangeiros e da remessa de lucros ao exterior, além da reforma agrária e de
maiores investimentos em educação e saúde. Tal política, de caráter claramente nacionalista, foi tachada de comunista pelos
setores mais conservadores da sociedade civil e militar, criando as condições para o golpe militar de 31 de março de 1964.
O que estava em jogo não era o embate entre socialismo e capitalismo, mas o papel que cabia ao Estado: investir
preferencialmente no setor público (educação, saúde, habitação, infraestruturas urbana e agrária) ou em setores que beneficiavam
as empresas privadas (como o de construção, sobretudo de usinas hidrelétricas e rodovias). A vitória, garantida pela força das

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armas, foi a dos que defendiam a segunda opção. A história desse período demonstra que o caminho adotado pelas forças
conservadoras melhorou a vida de alguns em detrimento da maioria da população, fato revelado pela crescente concentração de
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renda ao longo do regime militar, que veremos a seguir.

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O período militar
Em 1º de abril de 1964, após um golpe de Estado que tirou João Goulart do poder, teve início no país o regime militar,
com uma estrutura de governo ditatorial. O Brasil possuía o 43º PIB do mundo capitalista e uma dívida externa de 3,7 bilhões
de dólares. Em 1985, ao término do regime, o Brasil apresentava o 9º PIB do mundo capitalista e sua dívida externa era de
aproximadamente 95 bilhões de dólares, ou seja, crescemos muito, mas à custa de um pesado endividamento. O parque industrial
cresceu de forma bastante significativa e a infraestrutura nos setores de energia, transportes e telecomunicações se modernizou.
No entanto, embora os indicadores econômicos tenham evoluído positivamente, a desigualdade social aprofundou-se muito nesse
período, concentrando a renda nos estratos mais ricos da sociedade. Segundo o IBGE e o Banco Mundial, em 1960, os 20% mais
ricos da sociedade brasileira dispunham de 54% da renda nacional, em 1970 passaram a contar com 62%, e em 1989, com 67,5%.
O trecho a seguir nos mostra uma consequência imediata do modelo econômico adotado pelos governos militares, que foi
agravado pelo êxodo rural iniciado na década de 1950.

As distorções do “milagre brasileiro”


Concomitante ao “paraíso de consumo” que se abria para a classe média dos grandes centros urbanos, onde proliferavam
supermercados, shoppings e os outdoors de construtoras oferecendo inúmeros lançamentos de apartamentos de luxo, crescia
também a população marginalizada e miserável. A população favelada de Porto Alegre elevou-se de 30 mil pessoas em 1968
para 300 mil em 1980; a do Rio de Janeiro, de 450 mil em 1965 para 1,8 milhão em 1980; e a de São Paulo, de 42 mil em 1972
para mais de um milhão em 1980.
REZENDE FILHO, Cyro de Barros. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Contexto, 1999. p. 140. (Manuais).

Entre 1968 e 1973, período conhecido como “milagre econômico”, a economia brasileira desenvolveu-se em ritmo
acelerado.
Esse ritmo de crescimento foi sustentado por investimentos governamentais que promoveram grande expansão na oferta de
alguns serviços prestados por empresas estatais, como energia, transporte e telecomunicações. No entanto, várias obras tinham
necessidade, rentabilidade ou eficiência questionáveis, como as rodovias Transamazônica e Perimetral Norte e o acordo nuclear
entre Brasil e Alemanha. O setor de telecomunicações também foi beneficiado nesse período. Os investimentos nesse setor foram
feitos graças à grande captação de recursos no exterior, o que elevou a dívida externa, pois boa parte desse capital foi investido
em setores pouco rentáveis da economia. Como pagar a parcela da dívida contraída com a construção de rodovias na Amazônia?
Outro aspecto importante na questão do crescimento econômico no período militar foi o dos investimentos externos. O
capital estrangeiro penetrou em vários setores da economia, principalmente na extração de minerais metálicos (projetos Carajás,
Trombetas e Jari), na expansão das áreas agrícolas (monoculturas de exportação), nas indústrias química e farmacêutica, e na
fabricação de bens de capital (máquinas e
equipamentos) utilizados pelas indústrias
de bens de consumo.
Como o aumento dos preços dos
produtos (inflação) não era integralmente
repassado aos salários, a taxa de lucro dos
empresários foi ampliada com a diminuição
do poder aquisitivo dos trabalhadores.
Aumentava-se, assim, a taxa de
reinvestimento dos lucros em setores que
gerariam empregos principalmente para os
trabalhadores qualificados e exclui os
pobres, o que deu continuidade ao processo
histórico de concentração da renda
nacional.
Ficou famosa a frase do então ministro da Fazenda Delfim Netto, em resposta à inquietação dos trabalhadores ao ver seus salários
arrochados: “É necessário fazer o bolo crescer para depois reparti-lo”. O bolo (a economia) cresceu – o Brasil chegou a ser a 9a
maior economia do mundo capitalista no início da década de 1980 (em 2012, segundo o Fundo Monetário Internacional, o Brasil
era a 6a economia do mundo) – e, até hoje, a renda permanece concentrada (em 2009, segundo o Banco Mundial, os 10% mais
ricos se apropriavam de 42,9% da renda nacional).
Nesse contexto, as pessoas da classe média que tinham qualificação profissional viram seu poder de compra ampliado,
quer pela elevação dos salários em cargos que exigiam formação técnica e superior, quer pela ampliação do sistema de crédito
bancário, permitindo maior financiamento do consumo. Enquanto isso, os trabalhadores sem qualificação tiveram seu poder de
compra diminuído e ainda foram prejudicados com a degradação dos serviços públicos, sobretudo os de educação e saúde.
No final da década de 1970, os Estados Unidos promoveram a elevação das taxas de juros no mercado internacional,
reduzindo os investimentos destinados aos países em desenvolvimento. Além de sentir essa redução, a economia brasileira teve
de arcar com o pagamento crescente dos juros da dívida externa, contraída com taxas flutuantes.

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Diante dessa nova realidade, a saída imposta pelo governo para obter recursos que permitissem honrar os compromissos
da dívida pode ser sintetizada na frase: “Exportar é o que importa”. Porém, como tornar os produtos brasileiros
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internacionalmente competitivos? Tanto em qualidade como em preço, as mercadorias produzidas na época em um país em

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desenvolvimento como o Brasil, que quase não investia em tecnologia, enfrentavam grandes obstáculos.
As soluções encontradas foram desastrosas para o mercado interno de consumo:
• redução do poder de compra dos assalariados, conhecido como arrocho salarial;
• subsídios fiscais para exportação (cobrava-se menos imposto por um produto exportado que por um similar vendido no mercado
interno);
• negligência com o meio ambiente, levando ao aumento de diversas formas de poluição, erosão e de outras agressões ao meio
natural;
• desvalorização cambial: a valorização do dólar em relação ao cruzeiro (moeda da época) facilitava as exportações e dificultava
as importações;
• diminuição do poder aquisitivo das famílias para combater o aumento dos preços.
Essas medidas, adotadas em conjunto, favoreceram a venda de produtos no mercado externo, mas prejudicaram o mercado
interno, reduzindo o poder de compra do brasileiro. Assim se explica o aparente paradoxo: a economia cresce, mas o povo
empobrece.
Na busca de um maior superavit na balança comercial, o governo aumentou os impostos de importação não apenas para
bens de consumo, como também para os bens de capital e bens intermediários. A consequência dessa medida foi a redução da
competitividade do parque industrial brasileiro frente ao exterior ao longo dos anos 1980. Os industriais não tinham capacidade
financeira para importar novas máquinas e, por causa da falta de competição com produtos importados, não havia incentivos à
busca de maior produtividade e qualidade dos produtos. Com isso, as indústrias, com raras exceções, foram perdendo
competitividade no mercado internacional e as mercadorias comercializadas internamente tornaram-se caras e tecnologicamente
defasadas em relação às estrangeiras.
Os efeitos sociais dessa política econômica se agravaram com a crise mundial, que se iniciou em 1979. As taxas de juros
da dívida externa atingiram, em 1982, o recorde histórico de 14% ao ano. A partir de então, a economia brasileira passou por um
período em que se alternavam anos de recessão e outros de baixo crescimento. Isso se arrastou por toda a década de 1980 e início
da de 1990, período que se caracterizou pela chamada ciranda financeira: o governo emitia títulos públicos para captar o dinheiro
depositado pela população nos bancos. Como as taxas de juros oferecidas internamente eram muito altas, muitos empresários
deixavam de investir no setor produtivo – o que geraria empregos e estimularia a economia aumentando o PIB – para investir no
mercado financeiro. Na época, essa “ciranda” criava a necessidade de emissão de moeda em excesso, o que elevou os índices de
inflação.
Outro aspecto negativo da política econômica do período militar merece destaque: se as medidas adotadas tinham como
objetivo o crescimento do PIB a qualquer custo, o que fazer com as empresas ineficientes, à beira da falência? A solução
encontrada para esse problema foi a estatização. O Estado brasileiro adquiriu empresas em quase todos os setores da economia
utilizando recursos públicos, em parte acumulados com o pagamento de impostos por toda a população. O crescimento da
participação do Estado na economia, de 1964 a 1985, foi muito grande. Em 1985, cerca de 20% do PIB era produzido em
empresas estatais, enquanto os serviços tradicionalmente públicos, como saúde e educação, estavam se deteriorando por causa
da falta de recursos, que eram redirecionados dos setores sociais para os produtivos.
O período dos governos militares no Brasil caracterizou-se pela apropriação do poder público por agentes que desviaram
os interesses do Estado para as necessidades empresariais. As carências da população ficaram em segundo plano; as prioridades
foram o crescimento do PIB e o aumento do superavit na balança comercial. O objetivo de qualquer governo é o de aumentar a
produção econômica. O problema é saber como atingi-lo sem comprometer os investimentos em serviços públicos, que
possibilitam a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Apesar do exposto, durante o período do regime militar, o processo de industrialização e de urbanização continuou
avançando, resultando em significativa melhora nos índices de natalidade e mortalidade, que registraram queda, além do aumento
da expectativa de vida. A interpretação desse fato deve levar em conta o intenso êxodo rural, já que nas cidades aumentou o
acesso a saneamento básico e atendimento médico-hospitalar, bem como a remédios e programas de vacinação em postos de
saúde, e o fato de que muitos migrantes conseguiram melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos.
O fim do período militar ocorreu em 1985, depois de várias manifestações populares a favor das eleições diretas para
presidente da República. Os problemas econômicos herdados do regime militar foram agravados no governo que se seguiu, o de
José Sarney, e só foram enfrentados efetivamente nos anos 1990.
Como síntese do processo de industrialização na época do regime militar, leia o texto a seguir, no qual a autora caracteriza
as diferentes fases desse processo.

Depois da tempestade, vem o “milagre”


Do ponto de vista da industrialização brasileira propriamente dita, o golpe de 1964 não trouxe nenhuma mudança nos
rumos por ela tomada desde 1955. Muito pelo contrário, o papel da ditadura militar foi o de consolidar o modelo econômico
implantado nos anos 1950, aperfeiçoando-o. Logo, a primeira característica da industrialização brasileira dessa época foi a
permanência das diretrizes estabelecidas pelo Plano de Metas, mantendo-se o tripé inaugurado nos anos 1950 a pleno vapor.
A história da economia e da industrialização brasileiras do pós-64 pode ser dividida em três períodos:
a) 1962-67 – fase caracterizada como de crise e recessão;
b) 1968-74 – fase de retomada do crescimento industrial vulgarmente conhecida como “milagre econômico brasileiro”, em
virtude das elevadas taxas de crescimento de nossa economia;

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c) de 1974 até o presente (1992) – fase em que o “milagre” entrou em total e completo declínio, sem que as várias saídas tentadas
tenham conseguido grande sucesso.
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MENDONÇA, Sônia. A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna, 1997. p. 67-68. (Polêmica).

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6.2 - A economia brasileira a partir de 1985

O plano cruzado
Tancredo Neves, eleito indiretamente em 1985, não chegou a ser empossado porque faleceu. Nessa eleição, os eleitores
foram os parlamentares – deputados federais e senadores – e os representantes dos partidos políticos que formavam o Colégio
Eleitoral. Seu vice, José Sarney, que apoiou o regime militar desde seu início, assumiu o cargo de presidente em 15 de março do
mesmo ano. Durante seu mandato, preocupou-se em implementar reformas, visando estabilizar a economia e obter apoio popular.
Embora tenha implantado posteriormente outros três pacotes na tentativa de estabilizar a moeda, seu governo ficou
marcado pelo primeiro deles, o Plano Cruzado, lançado em 28 de fevereiro de 1986. Entre as principais medidas destacavam-se
a troca da moeda nacional - mil cruzeiros passaram a valer um cruzado - e o congelamento de preços e salários. Com exceção
do mínimo (que subiu 16%), todos os salários foram definidos com base no poder de compra médio dos últimos seis meses e
acrescidos de um abono de 8%. Essas medidas, associadas à manutenção das datas de reajuste das categorias profissionais, ao
aumento dos prazos de financiamento dos crediários para a compra de bens de consumo e ao controle da taxa de câmbio,
promoveram rápido aumento no poder de compra dos assalariados.
O plano contou com grande apoio da população e de parcela expressiva de economistas dos partidos de oposição. A
população foi estimulada a denunciar os estabelecimentos comerciais, principalmente supermercados que aumentavam os preços
de suas mercadorias, desobedecendo ao congelamento imposto pelo plano. As taxas de inflação tiveram uma queda vertiginosa,
mantendo-se baixas até outubro de 1986, e levaram o PMDB, partido do presidente, a eleger os governadores de 22 das 24
unidades da Federação (estados e Distrito Federal) então existentes (atualmente são 27).
Com o aumento da demanda, rapidamente começaram a sumir produtos das prateleiras, e a escassez - que em alguns casos
era real, mas em outros era provocada por fabricantes e comerciantes, que se recusavam a vender seus produtos pelo preço
congelado - levou à cobrança de ágio na comercialização.
Nessa época, como o Brasil possuía uma das economias mais fechadas do mundo ocidental (nossa abertura comercial se
iniciou em 1990), não havia possibilidade de o governo liberar a importação de bens de consumo para combater o aumento dos
preços.
No caso da carne, os pecuaristas se recusavam a abater o gado, e a escassez do produto criou um mercado paralelo, com
a carne sendo vendida a preços muito superiores aos definidos pelo congelamento.
O retorno dos reajustes de preços ocorreu com rapidez e, consequentemente, a inflação voltou a subir em decorrência da:
• cobrança de ágio na comercialização de produtos;
• falta de concorrência dos produtos importados;
• contínua elevação nas cotações do dólar em relação à moeda nacional – que provocava a elevação de preços em todos os
produtos importados, como petróleo, trigo e máquinas;
• manutenção do déficit público, que alimentava novamente a ciranda financeira.
Logo após as eleições de outubro de 1986 (para a escolha de novos governadores, senadores, deputados federais e
estaduais), foi lançado o Plano Cruzado II, com grandes reajustes nas tarifas públicas e forte aumento nos impostos indiretos,
reduzindo o poder de compra da população. Em fevereiro de 1987 foi abolido o controle oficial de preços e a correção monetária
voltou a ser mensal, para acompanhar o descontrole inflacionário, cuja consequência é a diminuição dos salários reais. Também
foi decretada a moratória do pagamento da dívida externa, o que bloqueou imediatamente o ingresso de capital estrangeiro no
país e criou grandes dificuldades de negociação no mercado internacional.
Nos anos seguintes, o governo José Sarney se caracterizou por perda de popularidade e pelo lançamento de outros dois
planos econômicos (Plano Bresser e Plano Verão), todos com sérios problemas para ser postos em prática. Apesar das sucessivas
tentativas de controle, uma das principais heranças do governo Sarney foi uma altíssima inflação: 53% em dezembro de 1989,
atingindo 85% em março de 1990, quando o mandato se encerrou.
Ao longo da década de 1980, a ciranda financeira e as altas taxas de inflação, com a consequente perda do poder de
compra dos salários, foram responsáveis por um período de estagnação na produção industrial e de baixo crescimento econômico
(segundo o Banco Mundial, o PIB brasileiro cresceu em média 2,7% nos anos 1980). A necessidade de controlar a inflação e
ajustar as contas externas - fortemente comprometidas com o aumento do preço do petróleo e das taxas de juros no mercado
internacional - havia levado o governo do general João Baptista Figueiredo (1979-1985), o último do regime militar, a se
preocupar com ajustes de curto prazo na política econômica. O mesmo ocorreu na gestão de Sarney. Essa prioridade significou
uma década inteira sem planejamento econômico de longo prazo, com exceção de alguns setores (política de reserva de mercado
para informática e incentivo à exportação de celulose, por exemplo). Houve, nesse período, uma queda de 5% na participação
da produção industrial no PIB brasileiro.
No campo da política econômica e do papel do Estado, o governo Sarney foi responsável por um incipiente processo de
privatização de empresas estatais, começando a retirar o Estado do setor produtivo para concentrar sua ação na fiscalização e na
regulamentação. Foram vendidas dezessete empresas estatais, das quais as mais importantes foram a Aracruz Celulose, a Caraíba
Metais e a Eletrossiderurgia Brasileira (Sibra).

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O plano Collor
Fernando Collor, eleito em 1990 para suceder a Sarney, foi o primeiro presidente a chegar ao poder via voto popular após
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o fim do regime militar. Um dia depois da posse, o novo governo lançou um plano de estabilização econômica, que ficou

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conhecido como Plano Collor, baseado no confisco generalizado por dezoito meses dos depósitos bancários em dinheiro
superiores a 50 mil cruzeiros (cerca de R$ 6 800,00, em valores de dezembro de 2012 usando o IPCA como indexador, ou R$ 3
200,00, caso se utilize o dólar como referência). Com isso, a equipe econômica esperava reduzir o consumo e, consequentemente,
frear a inflação. A falta de dinheiro em circulação reduziu a inflação, de 85% ao mês em março, para 14% em abril de 1990.
A liberação antecipada dos recursos retidos poderia ser feita pelo Ministério da Fazenda, que estudava os pedidos caso a
caso. Podiam ser liberados depósitos de empresas para pagamento de salários e dinheiro de pessoas doentes que necessitavam
de tratamento médico, entre outros casos. Como havia exceções que permitiam a liberação dos recursos bloqueados, aumentavam
as pressões exercidas por políticos e lobistas para obtê-las, o que se tornou grande fonte de corrupção. As práticas de corrupção,
comandadas pelo tesoureiro da campanha eleitoral de Collor, foram amplamente divulgadas pela imprensa. As demais empresas
e trabalhadores receberam seu dinheiro de volta em dezoito parcelas, que começaram a ser pagas após dezoito meses de confisco.
Segundo cálculos divulgados na época, o poder de compra do dinheiro devolvido havia se reduzido em aproximadamente 40%,
uma vez que os índices de reajuste utilizados foram menores que os da inflação.
A permissão para a elevação dos preços de alguns serviços privados e tarifas públicas levou ao retorno da espiral
inflacionária já no início de 1991, antes que o plano completasse seu primeiro ano. Os índices da inflação ocorrida após o Plano
Collor foram menores que os índices anteriores a esse plano porque havia falta de dinheiro em circulação no mercado.
A consequente recessão (em 1992 houve uma queda de 0,5% no PIB) levou a um grande aumento do desemprego e da
economia informal, uma vez que o plano não promoveu crescimento econômico, distribuição de renda, nem combate ao déficit
público.
Além do confisco monetário, o Plano Collor apoiava-se em outros três pontos:
• diminuição da participação do Estado no setor produtivo por meio da privatização de empresas estatais (dezoito empresas, com
destaque para Usiminas e Embraer) e da concessão à iniciativa privada da exploração de rodovias, portos, ferrovias e
hidrelétricas, entre outros;
• eliminação dos monopólios do Estado em telecomunicações e petróleo, e fim da discriminação ao capital estrangeiro, que, entre
outros investimentos, poderia participar dos leilões de privatização;
• abertura da economia ao ingresso de produtos e serviços importados por meio da redução e/ou eliminação dos impostos de
importação, reservas de mercado e cotas de importação.
Essas medidas tiveram continuidade durante os governos de Itamar Franco (sucedeu a Fernando Collor) e Fernando
Henrique Cardoso.

A abertura comercial, a privatização e as concessões de serviços


A abertura do mercado brasileiro aos bens de consumo e de capital, iniciada em 1990 e facilitada pela redução dos
impostos de importação, merece uma análise à parte por causa de sua influência no processo de industrialização do Brasil. A
compra no exterior de máquinas e equipamentos industriais de última geração promoveu a modernização do parque industrial e
o aumento da produtividade, e, portanto, da capacidade de competição no mercado internacional; entretanto, a modernização da
produção causou grande elevação nos índices de desemprego estrutural.
No setor de bens de consumo, a entrada de produtos importados de países que aplicavam elevados subsídios às
exportações e pagavam baixíssimos salários (com destaque para a China, nos setores de calçados, têxteis e de brinquedos)
provocou a falência de muitas indústrias nacionais, contribuindo para elevar mais ainda o desemprego. Por outro lado, a
concorrência com mercadorias importadas fez com que a qualidade de muitos produtos nacionais melhorasse e provocou
significativa redução dos preços, beneficiando os consumidores.
Na indústria automobilística, embora num primeiro momento tenha havido grande redução no número de trabalhadores
por unidade fabril, verificou-se significativo aumento no número de instalações industriais, com a entrada de novas fábricas, que
até então não produziam no Brasil (Honda, Toyota, Renault, Peugeot e outras), e novos investimentos de outras empresas, que
já estavam instaladas antes da abertura às importações, como a construção de uma nova fábrica da Ford em Camaçari (BA) ou
da GM em Gravataí (RS). A abertura econômica propiciou um aumento no número de fábricas e uma diversificação de marcas,
além de uma dispersão espacial (até então existiam indústrias apenas em São Paulo e Minas Gerais). Com isso, em 2008, o Brasil
transformou-se no quinto produtor mundial de automóveis.
Tanto a privatização de empresas estatais quanto a concessão de exploração dos serviços de transporte, energia e
telecomunicações a empresas privadas nacionais e estrangeiras apresentaram aspectos positivos e negativos, dependendo da
forma como foram realizadas as transferências e dos problemas relacionados à administração e à fiscalização.
A maioria das empresas privatizadas, quando eram estatais, dependia de recursos do governo e não pagava diversos tipos
de impostos. Ao privatizá-las, os governos federal, estaduais e municipais trocaram uma fonte de prejuízos por uma maior
arrecadação de impostos. Por exemplo, no setor siderúrgico, a única estatal lucrativa era a Usiminas, que, estrategicamente, foi
a primeira a ir a leilão, para que os investidores acreditassem na disposição de reforma estrutural do Estado brasileiro; atualmente,
cerca de 80% do seu capital pertence a a economia brasileira a partir de 1985 35 investidores brasileiros e 20% a investidores
japoneses. Todas as demais companhias siderúrgicas - a Nacional (CSN), a de Tubarão (CST) e a Paulista (Cosipa, comprada
pela Usiminas em 2009), entre outras - eram deficitárias. Com isso passaram a ser lucrativas, a pagar altas somas de impostos
nas três esferas do governo e aumentaram o volume de exportação do país.
Nos setores de transportes e telecomunicações, além de as empresas serem deficitárias, os sistemas estavam muito
deficientes e o Estado tinha dificuldade política e baixa capacidade de investimento para recuperá-los. As rodovias estavam em

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péssimo estado de conservação e uma linha telefônica era considerada um patrimônio pessoal (três anos antes da privatização do
sistema Telebrás), chegando a custar R$5 mil (praticamente US$5 mil) no mercado paralelo em 1995. Além disso, as tarifas
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estavam muito defasadas. Seu valor era estabelecido segundo conveniências políticas e manipulado para que não pressionasse

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as taxas de inflação, o que elevava o déficit público e acabava por alimentar a própria inflação.
Com a privatização e a concessão de exploração dos serviços públicos, esses setores receberam investimentos privados,
se expandiram e passaram a operar em condições melhores que anteriormente, à custa de aumento nas tarifas.
Na década de 1990, os governos eram acusados pelos partidos de oposição de vender o patrimônio do Estado e abandonar
a infraestrutura nas mãos da iniciativa privada, com claro prejuízo para a população. Porém, desde aquela época até os dias
atuais, o Estado continua legalmente comandando todos os setores concedidos e privatizados por intermédio da ação de agências
reguladoras: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional
do Petróleo (ANP), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), entre outras.
Por meio dessas agências, o Estado brasileiro regula e fiscaliza os serviços e controla o valor das tarifas praticadas em
cada um dos setores. O aumento no preço do pedágio, do pulso telefônico ou da energia elétrica obedece às condições
estabelecidas nos contratos de concessão. Para aumentar os preços, as empresas concessionárias devem cumprir metas de
investimento, comprovar aumento de custos ou registrar em contrato que o reajuste estará atrelado a algum índice de inflação.
Em alguns casos, até o percentual de lucro que as empresas podem obter está estabelecido em contrato.
Entre os casos de má gestão, tanto por parte do governo quanto das empresas concessionárias, destaca-se o da energia
elétrica. Em 2001, foi imposto um racionamento à população e, em 2009 e 2012, ocorreu um colapso no abastecimento que
deixou grande parte do país sem energia elétrica por algumas horas (conhecido como “apagão”), conforme veremos no capítulo
seguinte. Esses fatos se explicam pela falta de planejamento estratégico, fiscalização e investimentos no setor.
As empresas de telefonia continuam com sérios problemas técnicos e de atendimento ao consumidor, prestando serviços
com qualidade inferior à de congêneres dos países desenvolvidos, onde fica a sede de algumas delas. Não é raro os sistemas
entrarem em pane e ocorrer desrespeito às normas legais de atendimento ao cliente. Em razão disso, frequentemente, as agências
reguladoras lavram multas, ou mesmo chegam a proibir a expansão do atendimento.
No entanto, a indexação de algumas tarifas públicas causa problemas à população e ao custo de produção industrial. Como
geralmente os salários não são indexados (os reajustes são negociados por setor e sindicato), não acompanham os reajustes das
tarifas, que ano a ano aumentam seu peso nos orçamentos familiares.
Uma das principais críticas ao processo de privatização e concessão refere-se ao destino dado ao dinheiro arrecadado pelo
Estado nos leilões – direcionado ao pagamento de juros da dívida interna, sem amortização do montante principal – e à
desnacionalização provocada por esse processo.
Com as privatizações e a abertura da economia brasileira, houve forte ingresso de capital estrangeiro em setores
produtivos anteriormente dominados pelo Estado e por empresas de capital privado nacional. Com a entrada de capital
estrangeiro no setor produtivo, a economia brasileira reduziu sua dependência do capital especulativo, o que a tornou mais sólida
e mais bem estruturada, mas aumentou a saída de dólares na forma de remessa de lucros e pagamento de royalties às matrizes
das empresas que se instalaram no país. Para equilibrar o balanço de pagamentos, as estratégias principais são o incentivo às
exportações, ao aumento no fluxo de investimentos estrangeiros, à internacionalização de empresas brasileiras e outras.
Apesar do exposto, o Brasil ainda tem uma economia muito fechada do ponto de vista comercial quando comparada à de
outros países, tanto os desenvolvidos quanto alguns emergentes. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), em
2011, sua participação mundial era de apenas 1,8% nas exportações e 1,6% nas importações, enquanto a participação dos Estados
Unidos, por exemplo, era de 16,0% e 12,0%, e a da Coreia do Sul, que tem um PIB menor que o brasileiro, de 3,9% e 3,6%,
respectivamente.
Assim, a partir de 1990, os sucessivos déficits públicos se transformaram em superavit à custa de maior desnacionalização
da economia, o que aumentou o fluxo de royalties e remessas de lucros. Em contrapartida, a acelerada modernização de alguns
setores da economia fez aumentar a competitividade da nossa produção agrícola e industrial no mercado internacional.

O Plano Real
Com a renúncia de Collor, seu vice-presidente, Itamar Franco, assumiu o comando do governo brasileiro por pouco mais
de dois anos - de outubro de 1992 até o final de 1994. Nos primeiros sete meses de seu mandato, três ministros passaram pela
pasta da Fazenda, as taxas de inflação se mantiveram muito altas (observe o gráfico da página seguinte) e o crescimento
econômico muito baixo (segundo o Banco Mundial, entre 1990 e 1994, o PIB brasileiro cresceu apenas 2,2% em média).
Em maio de 1993, o presidente transferiu seu ministro das Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, para o
Ministério da Fazenda. A intenção era a de colocar no cargo um político com livre trânsito entre os vários partidos políticos com
representação no Congresso Nacional na época.
O governo tentaria iniciar o processo de estabilização econômica por intermédio de uma negociação política, conduzida
diretamente pelo ministro da Fazenda. A primeira medida adotada foi a de cortar três zeros da moeda corrente e passar a chamá-
la de cruzeiro real – ato ineficiente e de fundo meramente psicológico, que não reduziu a inflação.
O Plano Real, que permitiu controlar a inflação depois de sete pacotes malsucedidos, foi lançado em março de 1994 e se
baseava na paridade entre a nova moeda, o real, e o dólar, com cotação de R$ 1,00 = US$ 1,00.
Para controlar o câmbio, o governo elevou as taxas de juros, com a intenção de atrair capitais especulativos do exterior e
aumentar as reservas de dólares do Banco Central. Na lógica desse plano, à medida que a estabilização da moeda se consolidasse
e o Congresso Nacional aprovasse as reformas estruturais necessárias ao controle do déficit público (principalmente a reforma
da previdência, a tributária e a trabalhista), haveria maior ingresso de capitais produtivos e o Banco Central poderia reduzir as
taxas de juros sem comprometer o desenvolvimento econômico.

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Antes da substituição do cruzeiro real pelo real, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), cuja cotação diária
acompanharia a cotação da moeda norte-americana. A partir de 1º de março de 1994, a URV passou a valer um dólar e a
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população deveria acompanhar a variação de preços na cotação das duas moedas: o cruzeiro real, que perdia valor diariamente,

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e a URV, cujo valor deveria variar pouco. Na prática, a inflação em cruzeiro real era a inflação brasileira, mas a população não
deveria aceitar aumentos de preços em URVs, porque isso significaria inflação em dólar, que nos Estados Unidos era inferior a
5% ao ano. Depois de três meses, quando considerou aceitáveis os índices de inflação em URV, o governo substituiu o cruzeiro
real pelo real e garantiu a conversão inicial da nova moeda pela cotação R$ 1,00 = US$ 1,00.
Nos três primeiros anos de sua vigência, o Plano Real proporcionou grandes avanços ao país, o que garantiu a vitória de
Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 1994 e de 1998. De imediato, houve aumento de 28% no poder
aquisitivo da população de baixa renda, como resultado do controle da inflação, que antes nunca era repassada integralmente aos
salários nas épocas de reajuste. Esse aumento no poder de compra incluiu no mercado de consumo muitas famílias que estavam
abaixo da linha de pobreza, estimulando o aumento da produção industrial. Com o lançamento do Plano Real, o rendimento
médio dos trabalhadores subiu de 742 para 983 reais. Isso significou um aumento de 28% no poder aquisitivo, índice equivalente
ao da taxa mensal de inflação no mês de lançamento da URV. Entretanto, o Banco Central foi forçado a manter os juros elevados
devido:
• à falta de empenho do governo e à conduta da oposição, contrária aos projetos de reforma enviados ao Congresso;
• ao déficit comercial resultante da manutenção de uma taxa de câmbio irreal;
• à ocorrência de crises externas que reduziram a entrada de dólares na economia brasileira.
Como vimos, a manutenção de juros altos inibe o desenvolvimento das atividades produtivas, limitando o crescimento do
PIB. Nesse contexto, a partir de 1997, os ganhos de renda da população de menor poder aquisitivo foram praticamente anulados
pelo aumento dos índices de desemprego e de inflação não repassada aos salários. Apesar de mantida em índices considerados
aceitáveis, a inflação acumulada ano a ano reduziu o poder aquisitivo dos assalariados, concentrando ainda mais a renda. Leia o
texto a seguir, que explica como a inflação reduz o poder aquisitivo da população de baixa renda.

Como a inflação concentra renda


Até 1994, a economia brasileira apresentou índices bastante elevados de inflação, mas esses índices nunca foram
integralmente repassados aos salários, havendo forte concentração de renda. Por exemplo, se a inflação era de 50%, os salários
eram reajustados em 40%, reduzindo o poder aquisitivo dos trabalhadores e aumentando a margem de lucro dos empresários.
Mesmo que o índice de reajuste dos salários fosse de 50%, continuaria havendo transferência ou concentração de renda
porque, em 1994, 80% dos trabalhadores brasileiros recebiam até três salários-mínimos mensais (71,6% em 2008), e a maioria
não tinha como investir e proteger seu salário no mercado financeiro para manter o poder de compra do seu dinheiro.
Há várias entidades que divulgam índices de inflação, como a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da
Universidade de São Paulo (Fipe/USP), o IBGE e a FGV, entre outras. Cada uma adota uma metodologia de cálculo própria. Por
exemplo, pode-se medir a inflação nos distribuidores atacadistas ou no varejo para as diferentes classes de renda mensal, e até
mesmo para as diferentes regiões do país.
O índice de inflação é composto por muitas variáveis – alimentação, moradia, transporte, vestuário, educação, saúde,
lazer, serviços públicos; portanto, varia para as diferentes faixas de renda. Por exemplo, se o preço dos alimentos subir, o índice
será maior para a população de baixa renda, pois a alimentação tem um peso maior em suas despesas mensais. Por outro lado, se
subir o preço das passagens aéreas e dos automóveis, as classes mais abastadas serão mais atingidas.
Vamos comparar o efeito da inflação para duas pessoas: uma com salário mensal de R$ 600 e outra de R$ 6 mil. Para
simplificar a comparação e facilitar o entendimento, vamos considerar apenas o efeito do item alimentação nessas duas faixas
de renda.
A pessoa que ganha R$ 600 gasta, aproximadamente, R$ 200, ou 33,3% do seu salário, com alimentação. Quem ganha
R$ 6 mil pode gastar, por exemplo, quatro vezes mais (R$ 800), e, mesmo assim, despenderia apenas 13,3% da sua renda mensal.
Se os gastos com alimentação sofrerem um aumento de 50%, o índice de inflação será de 16,66% para quem ganha R$ 600 (ou
seja, R$ 100 a mais do que gastava: R$ 100/600 x 100 = 16,66%), mas apenas de 6,66% para quem ganha R$ 6 mil (R$ 400/6
000 x 100 = 6,66%).
Como o governo divulgava um único índice de inflação, válido para todas as faixas de renda em todo o território nacional,
saía perdendo quem ganhava menos. Suponha que o governo divulgasse um índice médio de 11,66%, o qual fosse utilizado para
reajuste salarial. O que aconteceria? O trabalhador mais pobre teve uma inflação de 16,66% e seu salário foi reajustado em
11,66% — perdeu poder aquisitivo, ficou mais pobre. Já quem ganha mais teve uma inflação de 6,66% e seu salário também foi
reajustado em 11,66% — aumentou seu poder aquisitivo. Imagine isso acontecendo todos os meses durante vários anos seguidos
e perceba o desastre provocado na distribuição da renda nacional entre as diferentes faixas de renda.
Ao longo da campanha eleitoral de 1998, o Brasil sofreu um forte ataque especulativo, o que levou o governo a abandonar
o compromisso de manutenção das taxas de câmbio da época (aproximadamente R$ 1,30 por dólar), e em janeiro de 1999 houve
uma maxidesvalorização do real: o dólar subiu de cerca de R$ 1,60 para R$ 2,20. Essa nova cotação deu início a um aumento
nas exportações e a uma redução no volume de bens importados. Observe, ao lado, o comportamento da nossa balança comercial
no período.
A maxidesvalorização cambial do início de 1999 só permitiu saldos positivos na balança comercial brasileira a partir de
2001, pois as empresas precisam de um tempo relativamente longo para conquistar mercados, comercializar seus produtos e
receber pelas vendas realizadas. Além da desvalorização cambial, não podemos esquecer que a modernização da economia
contribuiu para o aumento da competitividade das empresas brasileiras.

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Num primeiro momento, essa desvalorização cambial provocou aumento da inflação, uma vez que produtos importados
(como trigo, petróleo, máquinas e equipamentos de comunicação e informática, entre outros) ficaram mais caros e a população
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em geral, novamente, teve perda de seu poder aquisitivo. Depois que esse aumento foi repassado ao preço dos produtos,

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entretanto, a desvalorização cambial permitiu que vários setores industriais aumentassem sua produção, porque muitos bens de
consumo e de capital, anteriormente importados, ficaram mais caros no mercado interno. Embora involuntária, essa foi uma
prática de protecionismo. A redução no volume das importações, associada ao aumento nas exportações, reduziu – mas não
eliminou – a vulnerabilidade da economia brasileira e sua dependência do ingresso de capital estrangeiro.
Ao longo do governo Fernando Henrique, os índices de crescimento econômico foram baixos e o desemprego continuou
elevado, na casa de 10% da População economicamente ativa (PEA), ou seja, as pessoas ocupadas mais a parcela de pessoas
desocupadas que estão procurando trabalho. Esses fatores, associados à consequente perda de poder aquisitivo dos assalariados
a partir de 1997, colaboraram para a derrota de José Serra (PSDB) contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2002.
Durante a campanha eleitoral daquele ano e durante o período de transição entre o governo de Fernando Henrique e o de Lula, a
moeda norte-americana novamente sofreu forte valorização especulativa, chegando a ser cotada a R$ 4,00.
Ao longo do governo Lula (2002-2010), a cotação do dólar recuou para cerca de R$ 1,80, e as taxas de juros caíram para
8,75% ao ano (dados de janeiro de 2010), pois não houve mudanças bruscas quanto à política econômica vigente:
• estabelecimento de metas para a inflação;
• responsabilidade fiscal com aumento do superavit primário, que em 2002 aumentou de 3,75% para 4,25% do PIB;
• elevação nas taxas de juros do Banco Central, atingindo 26,5% em abril de 2003, a partir de quando foi passando por lentas
reduções;
• manutenção do câmbio flutuante;
• garantia de cumprimento dos contratos;
• ampliação da rede de proteção social com aumento da transferência direta de renda para a população de baixo poder aquisitivo.
Nesse contexto, os índices de crescimento econômico apresentaram elevação em 2007 e 2008. Além de, em linhas gerais,
dar continuidade à política econômica do governo Fernando Henrique, o governo de Lula tomou medidas que:
• cessaram as privatizações e concessões de serviços públicos;
• aumentaram os superávits comerciais;
• ampliaram os programas de transferência de renda à população carente;
• melhoraram a confiança dos investidores estrangeiros no Brasil – o risco-país caiu para cerca de 200 pontos;
• elevaram a cotação dos títulos da dívida pública emitidos pelo governo brasileiro;
• elevaram as reservas internacionais, o que levou o país a quitar sua dívida com o FMI e se tornar credor em dólar, em vez de
devedor (segundo o Banco Central do Brasil, em 4 de dezembro de 2012, as reservas atingiram US$378 bilhões, superando os
compromissos internacionais do país);
• elevaram a dívida interna (resultante da emissão de títulos da dívida pública) de R$ 684 bilhões para R$ 1,9 trilhão entre abril
de 2002 e outubro de 2012.
Com esse conjunto de medidas, houve uma retomada da captação de empréstimos no exterior, feitos por empresas
brasileiras, fluxo que estava estagnado desde a campanha eleitoral. O aumento da oferta de dólares na economia também foi
decisivo para a queda da cotação da moeda norte-americana em relação ao real ao longo de 2003, primeiro ano do novo governo.
Entretanto, apesar dos avanços, o crescimento econômico permaneceu baixo.
Na média, o crescimento do PIB ao longo dos dois governos de Fernando Henrique Cardoso foi de apenas 2,3% ao ano.
Nos oito anos do governo Lula, o crescimento melhorou, com média de 4,4%, mas continuou baixo, além de inferior ao de outros
países emergentes nesse mesmo período. São índices baixos para um país com as enormes carências sociais que o Brasil
apresenta.
O baixo crescimento econômico não permitiu que fossem gerados os empregos necessários para a absorção daqueles,
especialmente os mais jovens, que estavam tentando entrar no mercado de trabalho. No período de 1995 a 2011 houve um
aumento de 23,8 milhões de pessoas ocupadas, mas o crescimento da PEA foi maior – 27 milhões de pessoas tentaram entrar no
mercado de trabalho. Resultado: embora a taxa de desemprego tenha se mantido entre 6,1% e 6,7%, em números absolutos houve
crescimento.
Em resumo, entre 1994 e 1999 foi possível controlar a inflação manipulando o câmbio, o que gerou sobrevalorização da
nossa moeda e grande déficit na balança comercial. Para financiar esse déficit, o país passou a depender da entrada de capitais
especulativos, atraídos por uma política de juros internos elevados. A manutenção dos juros altos por vários anos resultou no
aumento do déficit público, no aumento da dívida interna e em baixos índices de crescimento industrial (de 1995 a 1999, a
produção industrial brasileira cresceu em média apenas 1,2% ao ano, e o PIB, 2,2%, na média do período).
Para combater esse quadro, o governo promoveu uma desvalorização cambial em janeiro de 1999 e o comércio exterior
brasileiro passou, em 2001, a apresentar superavit. Porém, somente a partir de outubro de 2003 foi possível reduzir os juros, o
que continuou acontecendo até 2012, ano em que houve queda para um dígito (7,25% ao ano no mês de dezembro). Mesmo
assim, o país ainda apresentava a quarta maior taxa do mundo, sendo superado apenas por Argentina, Egito e Índia.
Quando eclodiu a crise econômica mundial de 2008, o Brasil e outros países emergentes se encontravam em situação
econômica muito melhor que a das crises de 1997, 1999 e 2001. A inflação controlada dentro das metas estabelecidas, os juros
em queda, um grande volume de reservas em moeda estrangeira no Banco Central e um mercado interno em crescimento
permitiram que o país sofresse consequências bem mais brandas que as verificadas nos Estados Unidos, na União Europeia e no
Japão.
Em 2011 foi empossada na Presidência da República Dilma Rousseff, ex-ministra e sucessora de Lula. Os primeiros dois
anos de seu governo foram marcados por baixo crescimento do PIB (2,3% em 2011 e 0,9% em 2012) e manutenção das linhas

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gerais da política econômica de seu antecessor, com ampliação dos programas de transferência de renda à população carente e
redução das taxas de juros.
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Ao longo dos oito anos de governo Lula e na primeira metade do governo Dilma, os investimentos em infraestrutura

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foram insuficientes para sustentar um crescimento econômico mais acelerado, e houve deterioração na qualidade de alguns
serviços públicos, com destaque para o transporte aéreo, que apresentou alguns episódios de grande transtorno aos usuários. Para
enfrentar a necessidade de novos investimentos em transportes, energia e outros setores, em 2012 o governo Dilma retomou o
projeto de Fernando Henrique para atrair investimentos privados por meio da concessão da administração de usinas, aeroportos,
portos, rodovias e ferrovias à iniciativa privada.

6.3 - Estrutura e distribuição da indústria brasileira


Em 2010, a atividade industrial era responsável por 23% do PIB brasileiro. Segundo o IBGE (Sistema de Contas Nacionais
2005-2009), as atividades mais importantes em 2009 e responsáveis por quase 75% do total do valor da transformação industrial
do país foram: fabricação de produtos alimentícios e bebidas (21%), fabricação de veículos automotores (12%), produtos
químicos e farmacêuticos (11%), derivados de petróleo e biocombustíveis (10%), metalurgia e produtos de metal (10%),
máquinas, equipamentos e materiais elétricos (7%), informática, eletrônicos e ópticos (3%). Porém, embora os produtos não
industrializados tenham obtido grande crescimento entre 2000 e 2010 – de US$ 9 bilhões para US$ 73 bilhões, principalmente
por causa do aumento da importação de matérias-primas e de alimentos pela China e outros países emergentes –, a exportação
de produtos de alta e média tecnologias cresceu de cerca de US$ 20 bilhões para US$ 47 bilhões nesse mesmo período.
Essa modernização do parque industrial ganhou impulso com a instalação de diversos parques tecnológicos (ou
tecnopolos) espalhados pelo país, que estimulam a parceria entre as universidades, as instituições de pesquisa e as empresas
privadas, e buscam maior competitividade e desenvolvimento de produtos.
No Brasil, os parques tecnológicos aparecem em todas as regiões, num total de 55 espalhados pelo país em 2012. Os
principais estão localizados em:
• São Paulo, Campinas e São José dos Campos (SP); Santa Rita do Sapucaí e Viçosa (MG); e Rio de Janeiro (RJ), no Sudeste;
• Recife (PE); Fortaleza (CE); Campina Grande (PB); e Aracaju (SE), no Nordeste;
• Porto Alegre (RS); Florianópolis (SC); e Cascavel (PR), no Sul;
• Brasília (DF), no Centro-Oeste;
• Manaus (AM) e Belém (PA), no Norte.
Entre os aspectos positivos da dinâmica atual da indústria brasileira, podemos destacar:
• grande potencial de expansão do mercado interno, com desconcentração de produção e consumo (que vem se fortalecendo
pelas políticas de transferência de renda promovidas pelos governos federal, estaduais e municipais);
• o aumento nas exportações de produtos industrializados, mesmo que em ritmo inferior ao dos produtos primários, em virtude
das crescentes importações chinesas;
• o aumento na produtividade;
• a melhora da qualidade dos produtos.
A indústria ainda enfrenta, porém, vários problemas que aumentam os custos e dificultam a maior participação no mercado
externo, tais como:
• preço elevado da energia elétrica;
• problemas de logística: deficiências e altos preços nos transportes;
• baixo investimento público e privado em desenvolvimento tecnológico;
• baixa qualificação da força de trabalho - mão de obra barata não é mais vantagem;
• elevada carga tributária;
• barreiras tarifárias e não tarifárias impostas por outros países à importação de produtos brasileiros.
Devido a esses problemas, a partir da metade da década passada, a participação percentual do setor industrial na
composição do PIB vem sofrendo reduções.
A abertura da economia brasileira na década de 1990 facilitou a entrada de muitos produtos importados, forçando as
empresas nacionais a se modernizar e incorporar novas tecnologias ao processo produtivo para concorrer com as empresas
estrangeiras. Apesar da modernização, continua havendo aumento no contingente de trabalhadores na indústria de todos os
gêneros, porém, como vimos, esse aumento não acompanhou o ritmo de ingresso de mão de obra no mercado de trabalho.

Desconcentração da atividade industrial


Em função de fatores históricos e de novos investimentos em infraestrutura de energia e transportes, entre outros, o parque
industrial brasileiro vem se desconcentrando e apresenta uma maior dispersão espacial dos estabelecimentos industriais em
regiões historicamente marginalizadas.
Embora desde o início do século XX o eixo São Paulo-Rio de Janeiro seja responsável por mais da metade do valor da
produção industrial brasileira, até a década de 1930, a organização espacial das atividades econômicas era dispersa. As atividades
econômicas regionais progrediam de forma quase totalmente autônoma. A região Sudeste, onde se desenvolvia o ciclo do café,
quase não interferia nem sofria interferência das atividades econômicas que se desenvolviam no Nordeste (cana, tabaco, cacau e
algodão) ou no Sul (carne, indústria têxtil e pequenas agroindústrias de origem familiar). As indústrias de bens de consumo, a
maioria ligada aos setores alimentício e têxtil, escoavam a maior parte da sua produção apenas em escala regional. Somente um
pequeno volume era destinado a outras regiões, não havendo significativa competição entre as empresas instaladas nas diferentes
regiões do país, consideradas até então arquipélagos econômicos regionais.

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Com a crise do café e o impulso à industrialização, comandada pelo Sudeste, esse quadro se alterou. Intensificou-se um
processo de integração dos mercados regionais, comandado pelo centro econômico mais dinâmico do país, o eixo São Paulo-Rio
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de Janeiro, interligando os arquipélagos econômicos regionais. Houve um aumento da participação de produtos industriais do

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Sudeste nas demais regiões do país, o que levou muitas indústrias, principalmente nordestinas, à falência.
Além de terem se iniciado historicamente com mais força no Sudeste, as atividades industriais tenderam a concentrar-se
nessa região por causa de dois outros fatores básicos:
• a complementaridade industrial: as indústrias de autopeças tendem a se localizar próximo às automobilísticas; as petroquímicas,
próximo às refinarias; etc.;
• a concentração de investimentos públicos no setor de infraestrutura industrial: pressionados pelos detentores do poder
econômico, os governantes costumam atender às suas reivindicações.
O governo gasta menos concentrando investimentos em determinada região em vez de distribuí-los pelo território
nacional, sobretudo no início do processo de industrialização, quando os recursos eram mais escassos.
A primeira grande ação governamental para dispersar o parque industrial aconteceu em 1968, quando foi criada a
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e instalado um polo industrial naquela cidade, o que promoveu grande
crescimento econômico. A seguir, como resultado dos Planos Nacionais de Desenvolvimento dos governos Médici (1969-1974)
e Geisel (1974-1979), no final da década de 1970 e início da seguinte, começaram a ser inauguradas as primeiras usinas
hidrelétricas nas regiões Norte e Nordeste: Tucuruí, no rio Tocantins (PA); Sobradinho, no rio São Francisco (BA); e Boa
Esperança, no rio Parnaíba (PI). Quando o governo passou a atender ao menos parte das necessidades de infraestrutura das
regiões historicamente marginalizadas, começou a haver um processo de dispersão do parque industrial pelo território, não
apenas em escala nacional, mas regional, com industrialização dispersa pelo território de várias regiões e estados brasileiros.
Além da alocação de infraestrutura, ao longo da década de 1990, as indústrias passaram a se dispersar em busca de mão
de obra mais barata e onde os sindicatos são menos atuantes, provocando a intensificação da guerra fiscal entre estados e
municípios que reduzem impostos e oferecem outras vantagens, como doação de terrenos, para atrair as empresas.
Mesmo no estado de São Paulo, o mais equipado do país quanto à infraestrutura de energia e transportes, historicamente
houve maior concentração de indústrias na Região Metropolitana de São Paulo.
Entretanto, atualmente, seguindo uma tendência já verificada em países desenvolvidos, tem ocorrido um processo de
deslocamento das indústrias em direção às cidades médias em todas as regiões do país, como as que receberam a instalação dos
parques tecnológicos. Isso é possível graças ao grande desenvolvimento da informática e à modernização da infraestrutura de
produção de energia, transporte e comunicação, criando condições de especialização produtiva por intermédio da integração
regional. As regiões tendem, atualmente, a se especializar em poucos setores da atividade econômica e a buscar em outros
mercados (do Brasil ou do exterior) as mercadorias que satisfaçam as necessidades diárias de consumo da população.

7. O Meio Técnico - Economia e Tecnologia: Geografia e Política da Energia


7.1 - Introdução - O Pano de fundo global
The Energy Outlook explora as forças que moldam a transição energética global até 2050 e as principais incertezas em
torno dessa transição. É provável que o sistema energético global passe por uma reestruturação fundamental para se
descarbonizar, o que criará desafios e
oportunidades para o setor. Três cenários
principais - Rápido, Net Zero e Negócios como
sempre - fornecem uma gama de resultados
possíveis para compreender a gama de incertezas
à frente.

As emissões de carbono do uso de energia


são a maior fonte de emissões de gases de
efeito estufa
Evidências científicas sugerem que a causa
dominante das mudanças climáticas é a
liberação de gases de efeito estufa (GEE). O
World Resources Institute (WRI) estima que o
total de GEEs foi igual a 49,4 Gt CO2e em
2016, com as emissões de carbono do uso de
energia sendo a maior fonte de GEEs,
respondendo por cerca de 65% de todos os
GEEs.
A estimativa das emissões de carbono da
energia usada no Energy Outlook difere
ligeiramente da definição do WRI. O Energy
Outlook não modela as emissões fugitivas de metano da produção de hidrocarbonetos e, portanto, elas são excluídas das
estimativas usadas. O Outlook, entretanto, inclui emissões de combustíveis de bunker que estão excluídas da definição do WRI.
Com base na definição do Energy Outlook, as emissões de carbono do uso de energia em 2016 foram de 32,9 Gt CO2e,
semelhante à estimativa do WRI de 32,3 Gt CO2e.

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Além das emissões de carbono do uso de energia, o WRI estima que as outras principais fontes de emissões em 2016
foram: agricultura (5,8 Gt CO2e); processos industriais (2,8Gt CO2e); uso da terra e mudança florestal 3.2 GtC02e); e instalações
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de gestão de resíduos (1,6 Gt CO2e).

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Em termos de emissões de carbono do uso de energia, quase metade das emissões provém da energia usada na indústria.
O restante é dividido igualmente entre os setores de transporte e edifícios (incluindo agricultura).
Conforme a transição energética avança, algumas emissões podem ser evitadas mais prontamente do que outras. Em
particular, as emissões de carbono de atividades ou processos que são relativamente simples ou baratos de eletrificar podem ser
reduzidas à medida que o setor de energia é cada vez mais descarbonizado. Uma exceção a isso são as demandas sazonais de
aquecimento e resfriamento em edifícios. Embora essas demandas possam ser eletrificadas, a escala das flutuações sazonais é
difícil de atender em um setor de energia fortemente baseado em energia renovável intermitente.
A maioria das emissões que são difíceis de abater resultam de atividades ou processos que são difíceis de eletrificar e,
portanto, precisam de fontes alternativas de energia de baixo carbono. Isso inclui processos industriais de alta temperatura, como
os usados em ferro e aço, cimento e produtos químicos. Também inclui serviços de transporte de longa distância, incluindo
caminhões pesados, e marítimo.

PIB global segue em expansão, mas em


ritmo mais lento
A economia mundial continuará a
crescer nos próximos 30 anos,
impulsionada pelo aumento da riqueza e
dos padrões de vida no mundo em
desenvolvimento, mas a um ritmo mais
lento do que no passado.
A média de crescimento anual do
PIB global é de cerca de 2,6% (com base
na Paridade do Poder de Compra em
2015) em todos os três cenários. Esse
crescimento é consideravelmente mais
lento do que sua média nos últimos 20
anos, em parte refletindo o impacto
persistente da Covid-19 na atividade
econômica. Veja abaixo uma discussão sobre o tratamento da Covid-19 no Panorama de Energia deste ano.
O crescimento econômico mais fraco do que no passado também reflete o suposto impacto crescente das mudanças
climáticas no potencial produtivo da economia (veja Mudanças climáticas, abaixo, e Estimativas das mudanças climáticas no
crescimento do PIB para uma discussão desse impacto).
A expansão da atividade global é apoiada pelo crescimento populacional, com a população mundial aumentando em mais
de 2 bilhões de pessoas para cerca de 9,6 bilhões em 2050.
Mas o fator mais importante que sustenta o crescimento global é o aumento da produtividade (PIB per capita) - e, portanto,
da prosperidade (renda per capita) - que impulsiona cerca de 80% da expansão do PIB global em relação ao Outlook.
As economias em desenvolvimento respondem por mais de 80% do crescimento da economia mundial, com China e Índia
contribuindo com cerca de metade desse aumento.
O crescimento da atividade global e da prosperidade é sustentado por altos níveis contínuos de urbanização, que muitas
vezes é parte integrante do processo de desenvolvimento, levando a níveis crescentes de industrialização e produtividade. Os
países que devem ter um ritmo relativamente rápido de urbanização nos próximos 30 anos - ou seja, o nível de urbanização deve
aumentar em pelo menos um terço até 2050 -
contribuem com bem mais da metade do
aumento da produção mundial sobre o
Outlook, apesar de representar menos de um
terço do PIB global em 2018.

O impacto das mudanças climáticas no


crescimento econômico aumenta em
relação ao Outlook
Mudança no PIB per capita em relação
à projeção usando temperaturas médias que
são mantidas constantes no nível atual.
Supõe-se que a concentração crescente
de gases de efeito estufa em todos os três
cenários terá um impacto crescente no
crescimento e no potencial produtivo da
economia global.

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O aumento das temperaturas, combinado com padrões climáticos mais extremos e o aumento do nível do mar, pode
desencadear uma série de impactos que reduzem o crescimento econômico. Os esforços para reduzir ou mitigar as emissões de
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carbono também podem desviar o investimento de outras fontes de crescimento.

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Estimar o tamanho potencial desses impactos é altamente incerto, com a maioria dos modelos e estudos ambientais e
econômicos existentes capturando apenas um subconjunto desses efeitos, muitas vezes de forma muito imperfeita. Por exemplo,
a literatura econômica na qual nosso impacto ilustrativo sobre o PIB se baseia considera apenas o aumento das temperaturas.
Para fins ilustrativos, o nível do PIB em 2050 em todos os três cenários é projetado para ser cerca de 5% menor em relação
a um mundo hipotético no qual a concentração de gases de efeito estufa foi congelada nos níveis atuais. Presume-se que esses
efeitos sejam maiores nas regiões que têm as temperaturas médias mais altas atualmente (consulte Estimativas de mudanças
climáticas no crescimento do PIB para mais detalhes).
O impacto negativo do aumento dos níveis de temperatura é maior no BAU, onde pouco progresso é feito na redução das
emissões de carbono. Mas os custos iniciais das ações políticas tomadas para reduzir as emissões são maiores em Rápido e Net
Zero, de forma que o impacto geral no PIB nos próximos 30 anos é projetado para ser amplamente semelhante em todos os três
cenários.
É importante ressaltar que se os cenários fossem extrapolados para além de 2050, a erosão da riqueza e da prosperidade
no BAU ficaria progressivamente pior, levando a níveis significativamente mais baixos de atividade e bem-estar do que no
Rápido ou Net Zero.
Os modelos e estudos ambientais e econômicos que sustentam essas estimativas ilustrativas do impacto do aquecimento
global sobre a atividade econômica são altamente incertos e quase certamente incompletos - por exemplo, eles não captam muitos
dos custos humanos potenciais. Edições futuras do Energy Outlook atualizarão essas estimativas à medida que o entendimento
científico e econômico desses efeitos melhorar.

A demanda de energia cresce liderada pelo aumento da prosperidade, parcialmente compensada por ganhos de eficiência
O crescimento da demanda global de
energia é sustentado por níveis crescentes de
prosperidade nas economias emergentes. A
energia primária aumenta cerca de 10% no
Rapid and Net Zero e cerca de 25% no BAU.
Muito desse aumento no consumo de
energia - todo o crescimento no Rapid and
Net Zero e mais da metade no BAU - deriva
de economias que estão se urbanizando
rapidamente.
As taxas médias de crescimento da
energia primária em Rapid (0,3% aa) e Net
Zero (0,3% aa) são significativamente mais
lentas do que nos últimos 20 anos (2,0% aa),
refletindo uma combinação de crescimento
econômico mais fraco e melhorias mais
rápidas em intensidade energética (energia utilizada por unidade do PIB). A energia primária em ambos os cenários atinge
amplamente os platôs na segunda metade do Outlook.
A eficiência energética medida em termos de consumo final de energia melhora em mais em Zero Líquido do que em
Rápido, mas esses ganhos são compensados em termos de energia primária pelo maior uso de eletricidade e hidrogênio, que
requerem quantidades consideráveis de energia primária para produzir.
O crescimento da energia primária em BAU (0,7% a.a.) é mais rápido e sustentado do que nos outros dois cenários,
refletindo ganhos mais lentos em eficiência energética.
Os declínios mais rápidos na intensidade de energia em relação à história em Rápido e Net Zero são um fator crítico na
mitigação do crescimento das emissões de carbono. Mantendo as outras coisas iguais, se a intensidade energética em relação ao
Outlook melhorasse na mesma taxa dos últimos 20 anos, as emissões de carbono em 2050 seriam mais de um quarto mais altas
no Rápido e Net Zero.
Políticas e ações para promover melhorias na eficiência energética são fundamentais para alcançar uma transição de baixo
carbono.

Presume-se que a Covid-19 tenha um impacto persistente na atividade econômica e na demanda de energia
A pandemia de Covid-19 é antes de tudo uma crise humanitária, mas a escala do custo econômico e da ruptura também
deve ter um impacto significativo e persistente na economia global e no sistema de energia. No momento em que este artigo foi
escrito, o número de novos casos da pandemia ainda está aumentando e, portanto, a avaliação de seu eventual impacto é altamente
incerta.
A visão central utilizada nos principais cenários é que a atividade econômica se recupera parcialmente do impacto da
pandemia nos próximos anos conforme as restrições são atenuadas, mas que alguns efeitos persistem. O nível do PIB global é
estimado em cerca de 2,5% menor em 2025 e 3,5% em 2050 como resultado da crise. Esses impactos econômicos afetam de
maneira desproporcional as economias emergentes, como Índia, Brasil e África, cujas estruturas econômicas estão mais expostas
às ramificações econômicas da Covid-19.

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A pandemia também pode levar a uma série de


mudanças comportamentais; por exemplo, se as pessoas
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optarem por viajar menos, mude de transporte público

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para outros meios de transporte ou trabalhe em casa com
mais frequência. Muitas dessas mudanças
comportamentais provavelmente se dissiparão com o
tempo, conforme a pandemia for controlada e a confiança
pública for restaurada. Mas algumas mudanças, como o
aumento do trabalho em casa, podem persistir.
Em Rapid, presume-se que o impacto da
pandemia reduza o nível de demanda de energia em cerca
de 2,5% em 2025 e 3% em 2050. Os impactos são mais
pronunciados sobre a demanda de petróleo, que é cerca
de 3 Mb / d menor em 2025 e 2 Mb / d em 2050 como
resultado da pandemia. A maior parte desta redução
reflete o ambiente econômico mais fraco, com cerca de 1
Mb / d de redução em 2025 como resultado de várias mudanças de comportamento. Os impactos marginais em BAU e Net Zero
são semelhantes.
Existe o risco de que as perdas econômicas da Covid-19 sejam significativamente maiores, especialmente se houver novas
ondas de infecção. Essa possibilidade é explorada em um caso de 'maior impacto', no qual a Covid-19 reduz o nível do PIB
global em 4% em 2025 e quase 10% em 2050. Neste caso de 'maior impacto', a crise causa o nível de demanda de energia em
Rapid em 2050 a ser 8% menor, com o nível de demanda de petróleo em torno de 5 Mb / d menor.

O desenvolvimento econômico depende tanto do acesso à energia quanto da qualidade desse acesso

Existe uma forte ligação entre o acesso à energia e o bem-estar e prosperidade econômicos. A importância do acesso à
energia está consubstanciada no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 da ONU, que visa “garantir o acesso a
energia acessível, confiável, sustentável e moderna para todos”.
Uma medida monitorada
pelo ODS 7 é o acesso global à
eletricidade, onde o número de
pessoas sem acesso é estimado
ter diminuído de 1,2 bilhão em 2010
para 790 milhões em 2018 *.
A prosperidade e o
desenvolvimento econômico
dependem não apenas da
capacidade de acesso à
eletricidade, mas também da
quantidade e qualidade do
fornecimento de eletricidade.
A estrutura de vários
níveis do Banco Mundial
fornece uma medida de
qualidade de acesso, em que o
acesso de Nível 1 equivale a Fonte: Oxford Economics; BP Statistical Review 2019
Camadas com base nas definições do Banco Mundial
níveis muito básicos de * O acesso Tier 3 pressupõe menos de 16 horas de eletricidade ininterrupta de média potência durante o dia e menos
fornecimento (iluminação com de 4 horas durante a noite
disponibilidade limitada), embora
para Nível 5, que denota acesso a suprimentos abundantes e confiáveis.
Há uma forte ligação entre o desenvolvimento econômico e a qualidade do acesso à eletricidade: cerca de três quartos dos
países de renda baixa e média-baixa em 2018 tinham acesso relativamente limitado à eletricidade (Nível 3 ou inferior); enquanto
mais de 90% dos países de alta renda tinham acesso ao Nível 5.
Embora se estima que a parcela da população mundial sem qualquer acesso à eletricidade tenha diminuído para 10% em
2018, cerca de 45% da população mundial vivia em países com acesso Tier 3 ou inferior. Em todos os três cenários, cerca de um
quarto da população mundial em 2050 vive em países ou regiões em que os níveis médios de consumo de eletricidade ainda são
equivalentes ao acesso Tier 3 ou inferior.
Melhorar a qualidade do acesso à eletricidade - e o acesso à energia de forma mais geral - em todo o mundo provavelmente
exigirá uma série de diferentes abordagens de políticas e tecnologias, incluindo o desenvolvimento de geração de energia
descentralizada e fora da rede.
* Fonte: Tracking SDG7: The Energy Progress Report 2020
https://www.bp.com/en/global/corporate/energy-economics/energy-outlook/introduction.html. Acesso 22 fev 2021

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7.2 - A matriz energética mundial


Na era pré-industrial, as forças humana e animal representaram as fontes de energia dominantes, assim como os ventos,
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que moviam embarcações e moinhos; a água corrente, que movia rodas d'água; e a madeira, cuja combustão servia para

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aquecimento doméstico, preparo de alimentos e fundição de metais.
A era industrial baseou-se numa revolução energética. As tecnologias mecânicas e, mais tarde, elétricas e eletrônicas
apoiaram-se essencialmente nos combustíveis fósseis. No século XIX, o carvão mineral foi o alicerce energético da indústria e
dos modernos meios de transporte. No século XX, o petróleo somou-se ao carvão e acabou tornando-se a principal fonte
energética.
O predomínio do petróleo consolidou-se ao longo das últimas quatro décadas. Nesse período, o consumo de gás natural
multiplicou-se por quatro, aproximando-se do consumo de carvão. A tríade dos combustíveis fósseis é responsável por 90% da
energia comercial consumida no mundo. O restante divide-se quase totalmente entre as fontes hídrica e nuclear.
Com a alta do preço do barril de petróleo entre 1980 e 1985, consequência da situação política do Irã, principal produtor,
o consumo desse recurso experimentou retrocesso, mas depois voltou a crescer. O ritmo dessa expansão deve se reduzir, em
virtude do encarecimento do produto, que reflete uma forte redução na descoberta de novas reservas em condições de extração
comercial.
O consumo de carvão mineral apresenta uma dinâmica inversa à do petróleo. Quando os preços do segundo sobem,
aumenta a produção de carvão, com a intensificação da exploração de minas antigas e a abertura de minas novas. Esse é o motivo
da expansão de consumo de carvão no início do século XXI, que foi impulsionado pelo forte crescimento econômico da China.
O consumo de gás natural segue outra lógica.
A sua expansão persistente decorre das qualidades
ambientais do recurso, que gera emissões menores de gases
de estufa. Alguns analistas narram a história dos
combustíveis na era industrial como uma sequência que se
inicia num “ciclo dos sólidos” (carvão e madeira), continua
num "ciclo do líquido" (petróleo) e chega ao "ciclo do gás"
(gás natural).
A produção de energia em usinas nucleares decolou
na década de 1970, mas enfrentou forte oposição dos
movimentos ambientalistas. Em consequência, inúmeros
projetos foram abandonados, principalmente na Europa, e o
crescimento da produção perdeu velocidade desde 1990.
Atualmente, governos e lideranças ambientalistas descobrem as virtudes da fonte nuclear, que não gera emissões de gases de
estufa, o que parece indicar um novo ciclo de construção de usinas.
A produção hidrelétrica cresce lentamente, em virtude das limitações naturais do potencial dos rios. Nas antigas potências
industriais, o aproveitamento hidrelétrico atingiu há décadas um ponto próximo do máximo. A expansão da produção ocorre,
atualmente, em países em desenvolvimento que possuem significativo potencial explorável. O Brasil destaca-se no panorama
mundial por sua elevada produção hidrelétrica.
O balanço energético global não se circunscreve às fontes comercializadas no mercado internacional. Além delas, são
utilizados combustíveis renováveis, um item que abrange os biocombustíveis e combustíveis tradicionais. Os biocombustíveis
apresentam amplas perspectivas de crescimento, mas ainda não são comercializados internacionalmente em larga escala.
Combustíveis tradicionais, como a lenha e excrementos de animais, têm baixa eficiência energética, mas são bastante utilizados
para o aquecimento doméstico e para o preparo de alimentos em regiões rurais pobres.
Finalmente, há fontes alternativas, como a eólica, a solar e a geotérmica, que prosperam apenas em algumas áreas do
mundo, sob o impulso de condições naturais particularmente favoráveis ou de subsídios governamentais. Em conjunto, elas
respondem por uma fração quase insignificante do consumo mundial.
Estratégias energéticas
A transição da economia pré-industrial para a economia industrial representou um salto vertiginoso no consumo de
energia mundial. Mas o salto inicial representou apenas o primeiro de uma série de saltos que acompanharam o desenvolvimento
tecnológico das sociedades, a urbanização da população e a difusão da indústria e dos transportes modernos pelo mundo.

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Do ponto de vista econômico e social, energia e desenvolvimento estão estreitamente ligados. Em 2004, nos Estados
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Unidos, o consumo anual de energia era de 7,9 toe (abreviatura, em inglês, de ton of oil equivalent, ou seja, toneladas equivalentes

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de petróleo - tep) per capita e, na França, situava-se em torno de 4,4 toe per capita. Existem diferenças importantes nos padrões
de consumo energético entre os dois países, mas em ambos o consumo médio é bastante elevado. Os contrastes entre os países
desenvolvidos e os demais são marcantes: no México, o consumo anual per capita de energia era de 1,6 toe; na China, de 1,2 toe;
no Brasil, de 1,1 toe; na Bolívia, de 0,6 toe.
Os níveis de desenvolvimento econômico e os contingentes demográficos explicam a distribuição do consumo de energia
comercial pelas grandes regiões e países. Os Estados Unidos figuram, isoladamente, como o maior consumidor de energia do
mundo. A União Europeia e a China ocupam as posições seguintes. Juntos, eles respondem por metade do consumo energético
global.
A Ásia/Pacífico consome um terço da energia comercial do mundo. Na região, além da China, Japão e Índia figuram
como grandes consumidores. Não há relação direta entre o tamanho do PIB e o consumo energético: a Rússia é o terceiro maior
consumidor mundial de energia, à frente do Japão, que possui PIB maior.
O consumo energético baseia-se, em quase todos os lugares, principalmente, na queima de combustíveis fósseis. Isso
significa que os níveis de consumo se associam aos níveis de emissões de gases de estufa decorrentes do uso de petróleo, carvão
mineral e gás natural. Contudo, a relação não é direta, pois depende da composição das matrizes energéticas nacionais.
Os Estados Unidos figuraram, até 2005, como o maior emissor de gases de estufa, devido ao seu elevado consumo
energético. Mas, em 2006, a China assumiu a dianteira e lançou na atmosfera cerca de 6,2 bilhões de toneladas de CO2, contra
os 5,8 bilhões dos Estados Unidos. O consumo de energia chinês ainda é menor que o norte-americano, mas a sua matriz assenta-
se fortemente sobre o carvão mineral, que gera emissões de CO2 ainda maiores que as do petróleo.

As matrizes nacionais refletem as estratégias energéticas de cada país,


ou seja, as decisões políticas sobre produção, consumo e importação de
energia. Essas decisões, por sua vez, são influenciadas pelas características do
meio natural e pelas disponibilidades de recursos no território nacional. Uma
comparação entre as matrizes energéticas de quatro países esclarece os fatores
que orientam as decisões estratégicas.
Os Estados Unidos destacavam-se como o maior produtor mundial de
petróleo até a década de 1970 e organizaram sua matriz em torno desse
combustível, o que hoje provoca dependência em relação aos fornecedores
externos. O país dispõe também das maiores reservas comprovadas de carvão
mineral. Os combustíveis fósseis dominam a matriz norte-americana, embora
a energia nuclear desempenhe papel de destaque.
A China apresenta matriz assentada sobre o carvão. Ela dispõe de
amplas reservas carboníferas, que abastecem quase todas as suas usinas
termelétricas. O país, que exportava petróleo, tornou-se na década de 1990 o
terceiro maior importador mundial do produto, atrás dos Estados Unidos e do
Japão. Atualmente já supera os EUA como importador. A importância da
biomassa no seu consumo energético deriva do uso intenso de lenha e
excrementos animais no meio rural.
A França baseia a sua matriz nas usinas nucleares, em virtude de
depender de petróleo importado e da decisão de dominar a tecnologia nuclear
para finalidades militares. Os investimentos na geração elétrica convencional
concentram-se em modernas usinas a gás natural. A sua matriz energética é
uma das mais limpas do mundo, o que se reflete em baixas emissões per capita
de gases de estufa.
O Brasil, por motivos diferentes, também apresenta uma das matrizes
energéticas mais limpas do mundo. Apesar do elevado consumo de petróleo,
o país desenvolveu estratégias baseadas na exploração intensa de seus vastos
recursos hídricos para a geração de eletricidade. Além disso, desde a década
de 1970, voltou esforços para a produção comercial de biocombustíveis, que
é favorecida pela amplitude da área agrícola e pelas condições climáticas
adequadas ao cultivo de cana-de-açúcar.
Nas últimas décadas, houve grande desenvolvimento tecnológico e aumento nos investimentos em prospecção de petróleo
que resultaram, entre outras, na descoberta de grandes reservas na camada pré-sal, uma formação geológica da plataforma
continental brasileira de aproximadamente 150 milhões de anos que se formou com o afastamento dos continentes, em
profundidades superiores a 5 mil metros.
O petróleo continua a ser a principal fonte de energia do planeta, seguido pelo carvão mineral e pelo gás natural. Essa
situação é preocupante, já que aproximadamente 80% da energia consumida mundialmente provém dessas três fontes não
renováveis, que um dia se esgotarão. Será necessário um período de transição para nos adaptarmos à utilização de novos tipos
de energia. Essa transição envolverá reformas e reestruturações, principalmente no sistema de transportes (seja ele rodoviário,
ferroviário, hidroviário ou aéreo) e na produção industrial, por meio da adaptação de máquinas e motores a outro tipo de energia;

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assim como a readequação das usinas termelétricas (hoje acionadas predominantemente pela combustão de petróleo, gás ou
carvão) a uma nova fonte de energia primária. Isso já vem ocorrendo em vários países para diminuir a dependência externa e
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evitar os impactos ambientais decorrentes.

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Em qualquer país, a estrutura energética é um dos elementos mais decisivos da economia e da geopolítica, por isso esse
setor é considerado estratégico. A produção industrial, os sistemas de transportes e de telecomunicações, a saúde, a educação, o
comércio, a agricultura, todas as atividades, enfim, dependem de energia. Qualquer sobressalto no setor energético interfere na
posição do país no comércio mundial, já que, na composição dos custos de produção, a energia é um fator que pode tornar a
mercadoria mais ou menos competitiva no comércio internacional. Por isso o setor energético geralmente é controlado pelo
Estado, que atua diretamente na produção de energia, por meio de empresas estatais ou pela concessão dessa produção a empresas
privadas.
Todos os países almejam a autossuficiência energética e baixos custos na produção de energia para que as atividades
econômicas não fiquem sujeitas às oscilações de preço das fontes importadas. A busca por uma matriz energética diversificada
constitui estratégia de planejamento adotada por várias nações para evitar desabastecimento ou enfrentar crises econômicas,
como aconteceu com os aumentos do preço do petróleo em 1973, 1980, 1990 e 2007. Até recentemente, a grande preocupação
ao optar por determinada fonte de energia se restringia ao preço, mas, atualmente, em muitos países, essa opção também está
voltada à busca de fontes que sejam renováveis e limpas.
Para atingir esses objetivos há a necessidade de racionalizar o uso de energia observando as estratégias que causam menos
impactos econômicos, sociais e ambientais. Deve-se combater o desperdício de energia, aumentar a eficiência dos equipamentos
(residenciais, industriais, de serviços, etc.), promover a reciclagem de materiais, valorizar produtos e serviços que consumam
menos energia para ser disponibilizados, reorganizar a localização e o transporte de mercadorias e de pessoas, e controlar as
emissões de poluentes.
Além da busca pela maior eficiência energética, a intensificação do aquecimento global provocado pelo efeito estufa tem
levado os países a buscar fontes de energia menos poluentes, como a hidreletricidade, a nuclear, a eólica, a solar, a geotérmica e
a biomassa, entre outras. Nesse contexto, a utilização crescente de fontes renováveis de energia é a melhor alternativa na busca
da sustentabilidade ambiental, econômica e social.

7.3 - Petróleo
O petróleo é um hidrocarboneto fóssil de origem orgânica encontrado em bacias sedimentares resultantes do soterramento
de antigos ambientes aquáticos. Seus diversos subprodutos se apresentam em todos os estados de agregação: sólido (asfalto e
plásticos, entre outros), líquido (óleos lubrificantes, gasolina e outros combustíveis) e gasoso (gás combustível). Em suas formas
de ocorrência natural, é utilizado há muito tempo: na vedação dos reservatórios de água construídos pelos incas; na pavimentação,
em conjunto com pedras, das estradas romanas e na vedação de antigas embarcações.
Desde a década de 1930, com a construção das primeiras indústrias petroquímicas, o petróleo é uma matéria-prima
importantíssima, presente de forma constante em nosso cotidiano nas mais diversas formas: materiais de construção e de
embalagem, ingredientes de tintas, de fertilizantes e de produtos farmacêuticos, além de inúmeros tipos de plásticos.
Sua utilização como fonte de energia iniciou-se em 1859, na Pensilvânia, Estados Unidos, quando Edwin Drake, um
perfurador de poços, encontrou petróleo a apenas 21 metros de profundidade e passou a comercializá-lo com as cidades – para
ser utilizado na iluminação pública –, com as indústrias e com as companhias de trem – em substituição ao carvão mineral usado
nas máquinas a vapor.
O petróleo, por ser líquido e apresentar maior facilidade de transporte que o carvão mineral, passou a ser consumido em
quantidades crescentes a cada ano. O carvão foi a fonte de energia que impulsionou o crescimento industrial e econômico de
diversos países desde o final do século XVIII, na Primeira Revolução Industrial. No entanto, no século XIX, com a Segunda
Revolução Industrial, esse papel foi assumido pelo petróleo. O incremento do consumo foi acompanhado pelo surgimento de
centenas de companhias petrolíferas atuando em todas as quatro fases econômicas de sua exploração: extração, transporte, refino
e distribuição.
Com a invenção do motor a explosão interna e seu uso em veículos, o consumo mundial de petróleo disparou. As empresas
do setor petrolífero cresceram no mesmo ritmo do consumo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Algumas dessas
empresas tornaram-se transnacionais e deram oportunidade para a formação do cartel e do oligopólio no setor petrolífero em
escala mundial. Em 1928, as sete maiores empresas do setor formaram um cartel, conhecido como “sete irmãs”, que dividiu o
planeta em áreas de influência, controlando a extração, o transporte, o refino e a distribuição da principal fonte de energia dos
sistemas de transportes e da produção industrial do globo. Esse fato causou forte reação em diversos países, principalmente nos
que dependiam da importação do produto.
Na tentativa de controlar tanto o comércio como as demais atividades petrolíferas, começaram a se desenvolver, principalmente a partir
da década de 1930, diversas empresas estatais, que passaram a atuar diretamente nas quatro fases econômicas de exploração do petróleo, ou
pelo menos em uma delas, segundo as prioridades estabelecidas internamente. Entre os exemplos mais significativos estão a Pemex (México),
a PDVSA (Venezuela), a Indian Oil (Índia) e a ENI (Itália). No Brasil, com a criação da Petrobras em 1953, a extração, o transporte e o refino
foram estatizados. Em 1995, foi extinto o monopólio da Petrobras, uma empresa de capital aberto que tem o governo federal como sócio
majoritário (28,5% das ações, em 2012) e com o controle de sua estrutura administrativa; toda a regulamentação do setor petrolífero no Brasil
continua sob a responsabilidade do Estado.
A segunda ação na tentativa de desmobilização do poder das “sete irmãs” concretizou-se em 1960, com a criação da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), fundada por Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela.
Em 1973, os países da Opep promoveram um drástico aumento no preço do barril (159 litros) – de 2,70 para 11,20 dólares
–, aproveitando-se de uma situação política criada pela guerra do Yom Kippur (quando Egito, Síria e outros países atacaram
Israel, dando início ao quarto conflito armado entre árabes e israelenses). Esse foi o chamado “primeiro choque do petróleo”,
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que provocou crise econômica em muitos países. Boa parte dos dólares que movimentavam o comércio internacional foi para o
Oriente Médio, onde se localizam as maiores reservas e os maiores exportadores mundiais do produto.
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Nos anos de 1979 e 1980, com a ocorrência da revolução islâmica no Irã e a eclosão da guerra com o Iraque, os países

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importadores ficaram preocupados com a possibilidade de ingresso de outras nações árabes no conflito. Se isso acontecesse, a
oferta mundial de petróleo estaria comprometida, o que levou muitos países a comprar o produto para aumentar seus estoques
estratégicos. Com esse brusco aumento da procura, a Opep elevou o preço do barril a 34 dólares (como vimos, em 1973, o preço
era de apenas 2,70 dólares).
Essas bruscas elevações do preço do petróleo agravaram a crise econômica do mundo desenvolvido, que já se arrastava
desde o final da década de 1960. Essa crise, porém, atingiu de forma mais severa os países importadores de petróleo, notadamente
os mais pobres, que tiveram sua balança comercial seriamente comprometida. Para enfrentar esse problema e diminuir a
dependência energética, muitos países importadores estabeleceram duas estratégias complementares: aumentar a produção
interna e substituir o petróleo por outras fontes de energia.
No mesmo período, vários países
produtores de petróleo que não
integravam a Opep – principalmente a
antiga União Soviética (com destaque
para a Federação Russa), o México e a
Noruega – incrementaram sua produção
e tornaram-se grandes exportadores.
Com o petróleo custando 34 dólares o
barril, justificavam-se os investimentos
em prospecção e os custos de extração
em qualquer local do planeta. A então
União Soviética foi extraí-lo na Sibéria;
os Estados Unidos, no Alasca; e o
México, o Brasil e os países do mar do
Norte, em suas plataformas continentais.
Com o aumento da produção
mundial e a substituição do petróleo por
outras fontes, a lei da oferta e da procura
entrou em ação e, em 1986, a cotação do
barril caiu para 12 dólares. Essa queda
nos preços pôs em dúvida a viabilidade
econômica de muitas fontes alternativas,
já que a criação de novos modelos energéticos previa constantes elevações no preço do petróleo. Além disso, tornou pouco
competitiva, e às vezes até ineficiente, a extração em águas profundas. Com a queda vertiginosa do preço do barril de petróleo,
algumas fontes alternativas – como o etanol, no caso brasileiro – tornaram-se inviáveis economicamente no contexto daquela
época, quando ainda não havia preocupação em diversificar a matriz energética e combater o aquecimento global.
A partir de 1986, disputas internas na Opep tornaram cada vez mais difícil estabelecer um acordo de preços e cotas de
produção entre os países-membros. Os Estados Unidos conseguiram aprofundar a fragilização da organização por meio de
favorecimentos comerciais à Arábia Saudita e ao Kuwait, que passaram a aumentar suas produções, causando sérios problemas
internos à Opep.
Em dezembro de 1990, o Iraque, economicamente abalado com os gastos de oito anos de guerra com o Irã, invadiu o
Kuwait e ameaçou invadir a Arábia Saudita, sob o pretexto de disputa territorial, mas a verdade é que esses países estavam
extrapolando as cotas de produção de petróleo estabelecidas pela Opep e forçando uma queda no preço do barril no mercado
mundial. A fim de defender seus interesses comerciais, os Estados Unidos, liderando uma coalizão de vários países e com o
apoio da ONU e de várias nações árabes, intervieram imediatamente no conflito enviando tropas ao Oriente Médio. Isso obrigou
o Iraque a se retirar do território do Kuwait em janeiro de 1991. Durante o conflito, conhecido como Guerra do Golfo, o barril
de petróleo chegou a custar quase 40 dólares; com o fim do conflito, o preço voltou a cair e chegou a 20 dólares.
Em 2003, contrariando resolução da ONU, os Estados Unidos invadiram militarmente o Iraque, derrubaram o regime de
Saddam Hussein (1937-2006) e passaram a controlar as reservas petrolíferas desse país, que estão entre as maiores do mundo.
No início de 2004, o preço do barril estava em torno de 30 dólares, mas com os problemas enfrentados pelas forças de ocupação,
sobretudo como resultado da resistência armada iraquiana e o impulso no consumo causado pelo crescimento econômico
mundial, chegou a 93 dólares no início de 2008. Em janeiro de 2012, seguindo uma tendência de alta no preço internacional das
matérias-primas, estava cotado em 109 dólares o barril.
Podemos dividir os maiores produtores de petróleo em dois subgrupos: exportadores e importadores. No primeiro estão
os detentores de grandes reservas – portanto, de excedentes exportáveis. Os maiores representantes desse grupo são a Arábia
Saudita e a Rússia. No segundo estão países como os Estados Unidos e a China, que, apesar de grandes produtores, são também
grandes consumidores e dependem de importações para o abastecimento de seu mercado interno. Embora os Estados Unidos
sejam o terceiro produtor mundial de petróleo, ocupam a primeira posição entre os importadores; a China é o quarto maior
produtor, mas é o segundo maior importador. O Japão, terceiro maior importador, não é produtor de petróleo, importa
praticamente 100% de seu consumo.

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7.4 - Carvão mineral e Gás natural

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O carvão mineral e o gás natural ocupam, respectivamente, a segunda e a terceira posições no consumo mundial de
energia: o carvão mineral é responsável por aproximadamente 40% da geração de eletricidade, e o gás natural, por cerca de 20%.
Isso significa que mais da metade da energia elétrica produzida no planeta é obtida em usinas que utilizam carvão mineral ou
gás natural como fonte primária de energia.
Entre as fontes não renováveis de energia, o carvão mineral é a mais abundante, principalmente nos países do hemisfério
norte. Além disso, segundo estimativas, quando o petróleo se esgotar, as reservas de carvão ainda terão uma vida útil muito
longa. Isso o torna hoje o substituto imediato do petróleo em situação de crise e aumento de preço.
O uso do carvão mineral, porém, acarreta sérias agressões ambientais, pois sua estrutura molecular contém enorme
quantidade de carbono e enxofre que, após a queima, são lançados na atmosfera na forma de gás carbônico (CO2), que agrava o
efeito estufa, e de dióxido de enxofre (SO2), o grande responsável pela chuva ácida.
O carvão mineral é uma rocha metamórfica de origem sedimentar e não deve ser confundido com o vegetal, obtido da
madeira carbonizada em fornos. No que se refere à sua utilização prática, o carvão mineral é muito mais eficiente, pois possui
grande poder calorífero e sua queima libera muito mais energia que a do carvão vegetal, o que amplia suas possibilidades de
utilização em atividades siderúrgicas e na produção de energia em usinas termelétricas.
Além de constituir fonte de energia, o carvão mineral é importante matéria-prima da indústria de produtos químicos
orgânicos, como piche, asfalto, corantes, plásticos, inseticidas, tintas e náilon, entre outros.
Já o gás natural, além de ser mais barato e facilmente transportável por meio de dutos, apresenta uma queima quase limpa
(pouco poluente) em comparação ao carvão e ao petróleo.
Trata-se de uma fonte de energia muito versátil, pois pode ser utilizada na geração de energia elétrica (em usinas térmicas),
nas máquinas e altos-fornos industriais, nos motores de veículos, nos fogões e no aquecimento das residências, entre outros. Em
razão disso, vem sendo cada vez mais empregado nos transportes, na termeletricidade, na produção industrial e no consumo
doméstico.
A partir da década de 1980, o
consumo de gás natural vem
apresentando forte expansão. Segundo a
Agência Internacional de Energia, entre
1973 e 2011, a produção mundial mais
que dobrou, passando de 1,2 bilhão para
3,3 bilhões de metros cúbicos, mas,
mesmo assim, manteve a terceira
posição na matriz energética mundial.
Entre as fontes utilizadas em usinas
termelétricas, saltou do quarto para o
segundo lugar, ficando atrás apenas do
carvão.

7.5 - Energia elétrica


A energia elétrica é produzida principalmente em usinas termelétricas, hidrelétricas e termonucleares. Em qualquer dessas
usinas, ela é produzida por uma turbina, que consiste essencialmente num conjunto cilíndrico de aço que gira em torno de seu
eixo no interior de um receptáculo imantado. Na turbina, portanto, a energia cinética (de movimento) é transformada em energia
elétrica. Nos diferentes tipos de usinas, o que difere é a energia primária utilizada para mover as turbinas, como veremos a seguir.

Hidreletricidade
Os rios que apresentam desnível acentuado em seu percurso tendem a apresentar potencial hidrelétrico aproveitável,
principalmente se seu suprimento de água for garantido por clima ou hidrografia favoráveis. Não é necessária a ocorrência de
quedas-d’água, mas de desníveis que possibilitem a construção de uma barragem que forme uma represa e crie uma queda
artificial. Trata-se de uma forma não poluente, barata e renovável de obtenção de energia, embora o alagamento de grandes áreas
por causa da construção das barragens e do represamento da água cause impacto ambiental. Em terrenos mais planos, ocorre
inundação de enormes áreas, enquanto em terrenos que possuem desnível acentuado, a superfície inundada é menor. A energia
tende a ser produzida com maior eficiência quanto maior for o desnível obtido entre o nível de água e a turbina. Em terrenos com
maior declividade é possível obter maiores desníveis com menor superfície de água represada.
Dessa forma, a construção de uma barragem deve ser precedida de minucioso estudo do impacto ambiental e arqueológico,
para que se avalie a viabilidade técnica, social, ambiental e econômica do represamento.
Na prática, a produção de energia hidrelétrica depende da energia solar, pois a água, em seu ciclo, é transportada para
compartimentos mais elevados do relevo pela evaporação e posterior precipitação. Por isso, os países de relevo acidentado,
grande extensão territorial (portanto, maior área de insolação) e muitos rios contam com grande potencial hidráulico. É o caso
do Brasil, do Canadá, dos Estados Unidos, da China, da Rússia e da Índia.

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Observe, na tabela ao lado, que o Brasil


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ocupa posição importante na produção total de

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energia elétrica e percentual da hidreletricidade na
geração total de energia elétrica.
Grandes represas - a formação de grandes represas
apresenta aspectos positivos e negativos:

Aspectos positivos
• Geração de energia elétrica mais limpa e barata
que a obtida por outras fontes.
• Possibilidade de controle de enchentes a jusante.
• Melhora das condições de abastecimento de água
para a população.
• Maiores possibilidades de instalação de projetos
de agricultura irrigada.
• Incremento da utilização do transporte fluvial.
• Estímulo à piscicultura.
• Incentivo à instalação de equipamentos de esporte, turismo e lazer.

Aspectos negativos
• Possível necessidade de desmatamento prévio da área a ser inundada e/ou de resgate de animais ilhados durante o
preenchimento da represa.
• Possível necessidade de deslocamento de cidades, povoados ou comunidades indígenas.
• Salinização da água dos reservatórios em regiões de evaporação intensa.
• Mudança no fluxo dos sedimentos e no volume de água do rio.
• Assoreamento da represa e consequente comprometimento de sua capacidade geradora.
• Inundação de sítios arqueológicos.
• Perda de solo agricultável.
• Redução da vegetação nativa e da biodiversidade.

Termeletricidade
A obtenção de energia elétrica pela termeletricidade é feita com maiores custos e com maior impacto ambiental, mas a
construção de uma usina desse tipo requer investimentos menores que a de uma hidrelétrica. O que faz a turbina de uma usina
termelétrica girar é a pressão do vapor de água obtido pela queima de carvão mineral, gás ou petróleo (entre vários outros
combustíveis possíveis, como o bagaço de cana-de-açúcar, muito utilizado no Brasil), que aquece uma caldeira contendo água.
Enquanto a fonte primária de energia das usinas hidrelétricas é a água, disponível no local onde é instalada, a das termelétricas
tem de ser extraída e transportada (e por vezes importada), o que encarece o produto final: a energia elétrica. Sua vantagem em
relação à hidreletricidade é que a localização da usina é determinada pelo mercado consumidor, e não pelo relevo e hidrografia,
o que possibilita sua instalação nas proximidades da área onde há demanda, acarretando gastos menores na transmissão da energia
elétrica obtida.

Energia atômica
Desde o início deste século, em razão do agravamento do aquecimento global, a utilização da energia nuclear para
obtenção de energia elétrica voltou à agenda internacional como importante alternativa à queima de combustíveis fósseis. Em
2010, as usinas nucleares foram responsáveis por cerca de 10,3% de toda a energia elétrica produzida no mundo.
Assim como nas termelétricas, o que movimenta a turbina de uma usina nuclear é o vapor de água, só que neste caso o
aquecimento da água para produzir o vapor é feito a partir da fissão nuclear, realizada a partir da quebra de átomos de urânio.
Em vários países é grande a produção de energia elétrica em usinas nucleares, apesar do alto custo de instalação,
funcionamento e conservação. Em muitos deles houve o esgotamento das possibilidades de produção hidrelétrica e há carência
de combustíveis fósseis para a produção de energia em centrais termelétricas.
Apesar de apresentarem algumas vantagens em relação aos outros tipos de usinas, como, por exemplo, o custo do
quilowatt-hora produzido, que é menor que o obtido em usinas termelétricas que utilizam carvão como fonte primária, a opinião
pública mundial tem exercido forte pressão contrária à instalação de novas centrais. As usinas nucleares são potencialmente
muito mais perigosas por utilizarem fontes primárias radiativas, e demandam um alto custo para a destinação final dos seus
rejeitos – o lixo atômico. Em caso de acidentes (como o de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979; o de Chernobyl,
na Ucrânia, em 1986; e o de Fukushima, no Japão, em 2011, causado por terremoto seguido de tsunami), a radiatividade leva
anos ou mesmo décadas para se dissipar. Nos Estados Unidos, por exemplo – país responsável por quase 30% da geração mundial
de energia elétrica em centrais nucleares –, não se constroem novas usinas desde o acidente de 1979. Diversas outras formas de
obtenção de energia elétrica vêm sendo pesquisadas por vários países, como a energia solar, a geotérmica, a eólica, a variação
das marés, a fusão nuclear (de átomos de hidrogênio), etc., mas a instalação dessas usinas e a produção em larga escala ainda
dependem da redução dos custos.

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Energia solar
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A energia solar é utilizada na geração de eletricidade e no aquecimento da água, ou seja, basicamente como fonte de luz

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e de calor, sendo uma boa opção para atender a população que mora em localidades rurais sem acesso à rede de energia elétrica.
Nas cidades, seu uso vem se intensificando em residências, hotéis, hospitais, clubes e outros, que buscam redução dos custos da
eletricidade. Sua captação é realizada por coletores para o aquecimento e por células fotovoltaicas para converter a energia solar
em eletricidade.

Energia eólica
A energia eólica é obtida do movimento dos ventos e das massas de ar, que por sua vez resultam das diferenças de
temperatura existentes na superfície do planeta. É uma forma limpa e renovável de obtenção de energia que está disponível em
muitos lugares do planeta.

7.6 - Problemas ambientais


Embora não sejam poluentes, as turbinas eólicas também provocam impactos: as hélices emitem ruídos de baixa
frequência que incomodam moradores, animais, turistas e outros; quando instaladas em rotas de migração de pássaros, podem
matar muitos deles.
No Brasil as usinas eólicas são viáveis em regiões onde a velocidade média dos ventos é superior a 6 m/s. O maior
potencial eólico disponível e instalado no país está localizado na região Nordeste.

Biomassa
Biomassa é qualquer tipo de matéria orgânica não fóssil, vegetal ou animal, que possibilite obtenção de energia. Entre os
produtos mais utilizados destacam-se o etanol obtido da cana-de-açúcar, da beterraba, do milho e da madeira; o lixo orgânico
(cuja decomposição nos aterros produz biogás); a lenha; o carvão vegetal; e os diversos tipos de óleos vegetais que podem ser
transformados em biodiesel (soja, dendê, mamona, algodão e trigo, entre outros). A utilização de biomassa como fonte de energia
é muito antiga, remonta ao tempo em que o ser humano controlou o fogo e começou a queimar lenha para se aquecer e cozinhar
os alimentos. Atualmente, vem aumentando bastante seu consumo por causa da instabilidade do preço do petróleo e, em geral,
por sua queima produzir menos poluentes do que a dos combustíveis fósseis.
Hoje em dia ela é considerada uma das principais alternativas na busca por maior diversificação na matriz energética,
visando reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, porque possibilita a obtenção de energia elétrica e de biocombustíveis.
O etanol e o biodiesel são combustíveis não tóxicos e biodegradáveis, cuja queima em substituição aos derivados de petróleo
reduz de 40% a 60% a emissão de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, por serem isentos de enxofre em sua
composição, não causam chuva ácida.
Desde 2005, quando entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, muitos países aceleraram a busca por fontes de energias
renováveis e menos poluentes, cujo consumo está em expansão em escala mundial. A produção de biocombustíveis vem
apresentando grande possibilidade de crescimento econômico e geração de empregos na agricultura e nas usinas, com efeito
multiplicador nos demais setores que integram sua cadeia produtiva (máquinas, equipamentos, fertilizantes, setores de serviços,
comércio e transporte).
A expansão da produção e do consumo dos biocombustíveis depende muito do preço do barril de petróleo, que, como
vimos, sofre grandes oscilações em função da ocorrência de guerras e crises econômicas. Quando aumenta o preço do barril de
petróleo, há tendência de busca de fontes mais baratas e os biocombustíveis ganham competitividade; ao contrário, nas épocas
em que cai o preço do barril de petróleo, os biocombustíveis perdem mercado.
Porém, independentemente das oscilações no preço do petróleo, o setor de biocombustíveis e toda sua cadeia produtiva
têm recebido incentivo governamental em alguns países, como Estados Unidos, Brasil, Alemanha e França, embora sua produção
e consumo sejam mais caros que a utilização de óleo diesel e gasolina. Isso ocorre graças às vantagens que ele oferece em termos
sociais, estratégicos e ambientais, como a geração de empregos, a segurança energética, a redução na emissão de poluentes e o
declínio no volume das importações, o que melhora o resultado da balança comercial.
Muitos países possuem legislação que obriga a mistura de álcool e biodiesel na gasolina e no óleo diesel (derivados de
petróleo). Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, Unep Yearbook 2008), na Europa, até 2020,
10% dos combustíveis usados no setor de transportes deverão ter origem agrícola, percentual que já é adotado na Colômbia,
Venezuela e Tailândia. Na China, é obrigatória a mistura de 10% nas cinco províncias com maior volume de transporte de carga
e pessoas. O Brasil, em 2012, misturava 20% de álcool à gasolina, 5% de biodiesel ao diesel de petróleo, e era o único país do
mundo com carros flex, movidos a etanol ou gasolina, ou com a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção.
Essas exigências provocaram redução nos índices de poluição atmosférica, sobretudo nos centros urbanos, entretanto,
geraram uma grande demanda por matéria-prima agrícola. O aumento no consumo de óleo de palma no Sudeste Asiático, por
exemplo, provocou desmatamento na região, e a alta no preço de alguns cereais – principalmente o milho – é atribuída ao aumento
de sua utilização para produzir etanol.
Como o milho é utilizado como ração na criação de gado e aves e constitui matéria-prima para produção de vários tipos
de alimentos industrializados, há grande receio de aumento de preços nos alimentos, principalmente carne bovina, suína e de
aves, leite e seus derivados, ovos, farinha - matéria-prima de pão, macarrão, bolachas etc. - e outros.
Em 2007, um consórcio de vinte agências da Organização das Nações Unidas (UN – Energy) divulgou um relatório
apontando algumas preocupações sobre o aumento no consumo de biocombustíveis em escala mundial: sua produção poderá
comprometer a disponibilidade e elevar os preços de alimentos e, consequentemente, agravar a subnutrição e a fome pelo mundo?

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Haverá maior degradação dos biomas em consequência da expansão da área cultivada? O que acontecerá com os pequenos
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produtores agrícolas?

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Caso a produção de biocombustíveis seja planejada para contemplar o desenvolvimento sustentável, poderá ser algo muito
positivo. Para isso, deve-se pensar nos benefícios que resultam da redução na emissão de gás carbônico, mas, também, na
preservação dos biomas e na geração de empregos e renda, enfim, na sua sustentabilidade ambiental e socioeconômica.

7.7 - Energia e Meio Ambiente


Os sistemas de transportes, a produção industrial e a termeletricidade utilizam predominantemente combustíveis fósseis,
cuja queima é altamente poluente, com indesejáveis consequências sobre a saúde, além de acentuar o efeito estufa e causar outros
sérios problemas ambientais, como as chuvas ácidas e a intensificação das ilhas de calor. A hidreletricidade, a fissão nuclear e
as formas de produção energética que utilizam diversos tipos de biomassa também têm, em maior ou menor grau, impactos
ambientais.
Somente algumas fontes alternativas, como a energia solar, a eólica, a geotérmica e a da variação das marés quase não
causam impactos ambientais, mas seu aproveitamento, embora crescente em vários países, é restrito a locais que apresentam
condições ideais e, até o momento, a escala de utilização é pequena, por causa do alto custo de instalação das unidades captadoras
e transformadoras. Segundo a Agência Internacional de Energia, a participação dessas fontes no consumo mundial de energia,
embora baixo, aumentou de 0,1% para 0,9% entre 1973 e 2010.
Em 2010, somente 13,1% da energia consumida no planeta era proveniente de fontes renováveis, e a participação das
fontes eólica, solar e geotérmica era bastante reduzida.
Quanto ao aumento no consumo mundial de energia, há um fato interessante a destacar: nos países desenvolvidos, esse
consumo, embora alto, está praticamente estabilizado. Nesses países o aumento, quando há, ocorre no mesmo ritmo do
crescimento populacional, ou seja, com índices inferiores a 1% ao ano, uma vez que a maioria da população atingiu padrões de
consumo que se estabilizaram em níveis bastante elevados. Além disso, segundo estimativas da Agência Internacional de
Energia, o aumento esperado tende a ser anulado pela eficiência energética cada vez maior dos aparelhos domésticos, pelo
consumo cada vez menor de combustível nos automóveis e máquinas industriais, e pelo crescente volume de reciclagem de
materiais, entre outras medidas que provocam economia no consumo de energia.
O aumento do consumo mundial de energia, portanto, tem ocorrido nos países em desenvolvimento, sobretudo nos
emergentes, em virtude do crescimento populacional e do crescimento econômico, que provocam crescimento na produção e
venda de produtos, principalmente automóveis e eletrodomésticos.
O maior incremento na participação percentual do consumo mundial de energia ocorreu na China e em outros países
asiáticos, onde a produção industrial vem crescendo em ritmo acelerado. Segundo estimativas, entre 2015 e 2020, os países em
desenvolvimento, sobretudo os emergentes, estarão, em termos absolutos, consumindo mais energia que os desenvolvidos, o que
torna ainda mais urgente a necessidade de um planejamento energético que considere os impactos ambientais. Se a matriz
energética atual e o padrão mundial de consumo forem mantidos, a emissão de gases provocada pela queima de combustíveis
fósseis tenderá a aumentar, agravando ainda mais os problemas ambientais no planeta. A solução envolve a substituição de fontes
não renováveis e altamente poluentes por outras renováveis e menos agressivas ao meio ambiente.

EXERCÍCIOS

01. Um dos maiores problemas da atualidade é o aumento desenfreado do desemprego. O texto abaixo destaca esta situação.
O desemprego é hoje um fenômeno que atinge e preocupa o mundo todo. [...] A onda de desemprego recente não é conjuntural,
ou seja, provocada por crises localizadas e temporárias. Está associada a mudanças estruturais na economia, daí o nome de
desemprego estrutural. O desemprego manifesta-se hoje na maioria das economias, incluindo a dos países ricos. A OIT estimava
em 1 bilhão – um terço da força de trabalho mundial – o número de desempregados em todo o mundo em 1998. Desse total, 150
milhões encontram-se abertamente desempregados e entre 750 e 900 milhões estão subempregados.
Almanaque Abril 1999 [cd-rom]. São Paulo: abril.

Pode-se compreender o desemprego estrutural em termos da internacionalização da economia associada:

(A) a uma economia desaquecida que provoca ondas gigantescas de desemprego, gerando revoltas e crises institucionais.
(B) ao setor de serviços que se expande provocando ondas de desemprego no setor industrial, atraindo essa mão de obra para
este novo setor.
(C) ao setor industrial que passa a produzir menos, buscando enxugar custos, provocando, com isso, demissões em larga escala.
(D) às novas formas de gerenciamento de produção e novas tecnologias que são inseridas no processo produtivo, eliminando
empregos que não voltam.
(E) ao emprego informal que cresce, já que uma parcela da população não tem condições de regularizar o seu comércio.

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02. Os textos a seguir relacionam-se a momentos distintos da nossa história.


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A integração regional é um instrumento fundamental para que um número cada vez maior de países possa melhorar a sua

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inserção num mundo globalizado, já que eleva o seu nível de competitividade, aumenta as trocas comerciais, permite o aumento
da produtividade, cria condições para um maior crescimento econômico e favorece o aprofundamento dos processos
democráticos. A integração regional e a globalização surgem assim como processos complementares e vantajosos.
“Declaração de Porto”, VIII Cimeira ibero-americana, Porto, Portugal, 17 e 18 de outubro de 1998.

Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no Brasil, substituindo o que não era possível ou era muito
caro importar. Foi assim que a crise econômica mundial e o encarecimento das importações levaram o governo Vargas a criar
as bases para o crescimento industrial brasileiro.
Pomar, W. Era Vargas – a modernização conservadora.
É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:
(A) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as exportações e, no segundo, as importações.
(B) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista.
(C) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração regional e, para o segundo, a política de substituição
de importações.
(D) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao desenvolvimento econômico.
(E) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o aprofundamento democrático e, para o segundo, a globalização
é geradora da crise econômica.

03. A atividade industrial e a industrialização brasileira estão desigualmente distribuídas pelas regiões do país. Construídas
predominantemente no século XX, elas são componentes da modernização urbana que reinventa nossa sociedade e dinâmica
espacial.
Sobre a indústria e industrialização brasileira, é correto afirmar:
(A) a industrialização tem suas raízes fincadas na economia da cana-de-açúcar e do café, que possibilitou a acumulação de capital
necessária para a diversificação em investimentos no setor industrial, e esse fato permitiu a produção de bens de consumo
duráveis, sobretudo automóveis e eletrodomésticos.
(B) a indústria nasce dos capitais restantes do declínio da economia da cana-de-açúcar e do café. Esses capitais impulsionaram
uma diversidade de pequenas indústrias de produção de bens de consumo não duráveis, tais como perfumaria, cosméticos,
bebidas, cigarros, que apoiadas pelo estado se difundiram pelo país.
(C) a ação do estado foi fundamental para desencadear o processo de industrialização brasileira, por exemplo, criando empresas
estatais, como a antiga companhia Vale do rio doce e a companhia siderúrgica nacional, para investir na indústria de base.
Sem elas não seria possível a implantação de indústria de bens de consumo duráveis.
(D) a industrialização brasileira é fruto da capacidade inovadora do estado e do empresariado nacional. Este último não mediu
esforços para construir em todo o território nacional sistemas de transporte, comunicação, energia e portos, necessários à
circulação de bens, serviços e pessoas por todas as regiões.
(E) a industrialização brasileira se tornou possível a partir de investimentos do capital internacional, que não mediu esforços para
construir em todo o território nacional sistemas de transporte, comunicação, energia e portos, necessários à circulação de
bens, serviços e pessoas por todas as regiões.

04. Leia os trechos da letra da canção a seguir:


Três apitos
Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você.
[…]
Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro,
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?
[…]
Mas você não sabe
Que enquanto você faz pano
Faço junto do piano
Estes versos pra você.
Nos meus olhos você vê
Que eu sofro cruelmente,
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens a você.
(Noel Rosa)
Disponível em: <http://tresapitos.noelrosa.letrasdemusicas.com.br>. Acesso em: 2 abr. 2010.

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Com base na letra da canção e nos conhecimentos sobre industrialização brasileira, é correto afirmar:
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(A) trata-se de um processo destituído de relevância social, porque passou despercebido pela população das metrópoles, cujo

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cotidiano manteve-se inalterado.
(B) alterou as relações campo-cidade, as paisagens urbanas, os hábitos de consumo das pessoas, as relações sociais e criou novas
profissões e postos de trabalho.
(C) a indústria têxtil prejudicou o desenvolvimento do setor automobilístico, porque em ambos havia grande necessidade de mão
de obra especializada.
(D) os apitos das fábricas foram proibidos nas grandes metrópoles industrializadas, porque provocavam poluição sonora que era
potencializada pelas buzinas dos carros.
(E) manteve inalterado o equilíbrio populacional entre campo e cidade, porque as indústrias têxteis demandavam pouca mão de
obra, dado o seu alto grau de mecanização.

05. Após a 2ª GM, a maioria dos países latino-americanos implementou políticas de industrialização por substituição de
importações que tiveram resultados diversos. Considere as seguintes afirmações sobre os efeitos que a implementação dessas
políticas teve no Brasil.
I. ela acelerou a migração campo-cidade.
II. ela favoreceu a industrialização nas regiões sudeste e sul.
III. ela reforçou o papel do estado brasileiro nas políticas territoriais.

Quais estão corretas?

(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas III.
(D) apenas II E III.
(E) I, II e III.

06. [...] Liberalismo, o Neo, bateu à porta da quitinete onde morava o Estado Mínimo e sua numerosa família. O Estado Mínimo
– diga-se de passagem – já fora o máximo no passado, requisitado por todos, vivia confortavelmente em uma cobertura duplex
no edifício Keynes. A partir dos anos 1980, seu prestígio começou a declinar diante da campanha orquestrada pelo Liberalismo
que avançou no seu patrimônio e privatizou suas empresas sob o pretexto de que ele, Estado, não entendia nada de economia,
cobrava altos impostos e impedia a maximização dos seus lucros. Empobrecendo, o Estado teve que se mudar para um
apartamento menor e depois para outro menor ainda e hoje vive em uma modesta unidade no conjunto habitacional Milton
Friedmam. [...]
Novaes, Carlos Eduardo. Liberalismo e estado mínimo. Jornal do Brasil, rio de Janeiro, 1º mar. 2009.

A opção que apresenta exemplos, no Brasil, que confirmam a explicação contida no trecho da crônica é:

(A) privatização de bancos, aumento das barreiras alfandegárias, aplicação dos planos Quinquenais.
(B) desestatização de empresas, desregulamentação da economia, criação de agências reguladoras.
(C) redução da concentração do poder administrativo federal, redução das taxas de juros, criação dos Órgãos de planejamento
regional.
(D) ampliação da esfera de atuação das secretarias de governo, reforma fiscal, implementação de programas de desenvolvimento
nacional.
(E) nacionalização de empresas, redução das tarifas alfandegárias, implementação dos programas nacionais de desenvolvimento.

07. É possível afirmar através de uma visão de síntese do processo histórico da industrialização no Brasil entre 1880 e 1980, que
esta foi retardatária cerca de 100 anos em relação aos centros mundiais do capitalismo. Podemos identificar cinco fases que
definem o panorama brasileiro de seu desenvolvimento industrial: 1880 a 1930, 1930 a 1955, 1956 a 1961, 1962 a 1964 e 1964
a 1980.

Leia com atenção as afirmações a seguir, identificando-as com a sua fase de desenvolvimento industrial.

I. Modelo de desenvolvimento associado ao capital estrangeiro, sem descentralizar a indústria do Sudeste de forma significativa
em direção a outras regiões brasileiras; corresponde ao período de Juscelino Kubitschek, com incremento da indústria de
bens de consumo duráveis e de setores básicos.
II. Modelo de política nacionalista da Era Vargas, com o desenvolvimento autônomo da base industrial demonstrado através da
construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ressalta-se que, neste período, a Segunda Guerra Mundial
impulsionou a industrialização.
III. Período de desaceleração da economia e do processo industrial motivados pela instabilidade e tensão política no Brasil.

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IV. Implantação dos principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis ou indústria leve, mantendo-se a
dependência brasileira em relação aos países mais industrializados. O Brasil não possuía indústrias de bens de capital ou de
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V. Período em que o Brasil esteve submetido a constrangimentos econômicos, financeiros e sociais devido a seu endividamento
no exterior com o objetivo de atingir o crescimento econômico de 10% ao ano. Mesmo assim, não houve muitos avanços na
área social. Modernização conservadora com o governo militar.
Adaptado de: São Paulo (estado). Secretaria da Educação. Geografia, Ensino Médio. São Paulo, 2008.

A sequência das fases do desenvolvimento industrial brasileiro descritas nas afirmações é

(A) IV, II, I, III, V.


(B) I, II, V, IV, III.
(C) III, IV, V, I, II.
(D) I, III, II, V, IV.
(E) III, IV, II, V, I.

08. A respeito das disparidades regionais do Brasil, é correto afirmar que:


(A) elas sempre existiram na nossa história, com o Nordeste sendo a região mais carente desde os primórdios da colonização.
(B) elas se tornaram mais graves com a globalização, que ocasionou uma acelerada industrialização do Sudeste e um retrocesso
no Nordeste.
(C) elas foram adquirindo as suas características atuais com a industrialização do país e tornaram-se assunto da política nacional
a partir dos anos 1950.
(D) elas decorrem fundamentalmente das diversidades naturais do nosso território e da distribuição espacial das riquezas
minerais.
(E) elas são um problema nacional desde a colonização, devido às secas do Nordeste, que sempre exigiram políticas voltadas
para o desenvolvimento dessa região.

09. Os chineses não atrelam nenhuma condição para efetuar investimentos nos países africanos. Outro ponto interessante é a
venda e compra de grandes somas de áreas, posteriormente cercadas. Por se tratar de países instáveis e com governos ainda não
consolidados, teme-se que algumas nações da África tornem-se literalmente protetorados.
Brancolli, F. China e os novos investimentos na África: neocolonialismo ou mudanças na arquitetura global?
Disponível em: <http://opiniaoenoticia.com.br>. Acesso em: 29 abr. 2010. (adaptado).
A presença econômica da China em vastas áreas do globo é uma realidade do século XXI. A partir do texto, como é possível
caracterizar a relação econômica da China com o continente africano?
(A) Pela presença de órgãos econômicos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que
restringem os investimentos chineses, uma vez que estes não se preocupam com a preservação do meio ambiente.
(B) Pela ação de ONGs (Organizações Não Governamentais) que limitam os investimentos estatais chineses, uma vez que estes
se mostram desinteressados em relação aos problemas sociais africanos.
(C) Pela aliança com os capitais e investimentos diretos realizados pelos países ocidentais, promovendo o crescimento econômico
de algumas regiões desse continente.
(D) Pela presença cada vez maior de investimentos diretos, o que pode representar uma ameaça à soberania dos países africanos
ou manipulação das ações destes governos em favor dos grandes projetos.
(E) Pela presença de um número cada vez maior de diplomatas, o que pode levar à formação de um mercado comum sino-
africano, ameaçando os interesses ocidentais.

10. Em meados de 1980, as estratégias político-econômicas conduzidas pelo novo secretário-geral do Partido comunista, Mikhail
Gorbachev, acabaram contribuindo para o colapso da URSS e de seu regime socialista. Sobre essas estratégias, considere as
seguintes afirmações.
I. A “Glasnost” tinha por finalidade revitalizar o socialismo através, entre outras reformas, de uma relativa democratização do
sistema.
II. A não concessão de maior independência política aos estados-membros da URSS rendeu a Gorbachev o apoio da ala
conservadora do partido.
III. A “Perestroika” buscou reestruturar a economia estatal planificada, com o objetivo de impedir a crescente privatização dos
meios de produção e a concentração fundiária.
Quais estão corretas?
(A) apenas I.
(B) apenas II.
(C) apenas I e II.
(D) apenas II e III.
(E) I, II e III.

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11. A China é o país mais populoso do planeta e uma potência militar que tem conseguido atrair investimentos estrangeiros em
grande proporção, sustentando um crescimento econômico que lhe confere um papel estratégico e de crescente projeção no
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cenário mundial. Sobre a China, assinale a alternativa INCORRETA.

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(A) em 1949 foi proclamada a república Popular da China, sob liderança de Mao Tsé-Tung. O socialismo implantado rompeu a
dominação colonial e imperialista que havia explorado a China por quase cinco séculos.
(B) a partir do final da década de 1970 o governo toma uma série de medidas econômicas liberalizantes que propiciaram a
abertura e a modernização da economia por meio de uma política estatal elaborada e controlada firmemente pelos líderes
do Partido comunista.
(C) em busca de prover a demanda de energia no mesmo ritmo do crescimento econômico do país foi construída, no rio Yangtzé,
a usina hidrelétrica de Três Gargantas, que se encontra entre as maiores centrais hidrelétricas do mundo.
(D) a China caracteriza-se pela maior concentração populacional na sua extensa faixa litorânea, local de maior dinamismo
econômico no país e onde foram criadas as zonas econômicas especiais (ZEEs), áreas específicas para a entrada de capital
internacional que, por intermédio de joint ventures – associação entre empresas estrangeiras e locais – produzem para a
exportação.
(E) no contexto da nova Divisão Internacional do trabalho, a China destaca-se por contar com uma mão de obra abundante,
altamente qualificada e bem remunerada o que favorece seu comércio interno.

12. A partir da década de 1950, verificou-se uma intensificação no processo de industrialização em diversas regiões do planeta.
No caso de países latino-americanos, como, por exemplo, o Brasil, a Argentina e o México, em que se baseou, fundamentalmente,
a industrialização?

(A) nos recursos minerais e no crescimento populacional.


(B) na farta mão de obra barata e na baixa taxa de crescimento vegetativo.
(C) na internacionalização dos mercados, primeiramente, e nas elevadas taxas de reserva cambial.
(D) nas diversidades regionais e na renda per capita da população.
(E) na substituição das importações e, posteriormente, na internacionalização dos mercados.

13. A industrialização do sudeste asiático ocorreu em duas etapas. Na primeira, surgiram os chamados Tigres de primeira geração,
que receberam capital do Japão. Na segunda, eles investiram nos Tigres da segunda geração. Assinale a alternativa que lista
corretamente os tigres asiáticos de primeira e de segunda geração.

(A) Primeira geração: Coreia do Sul, Taiwan e Cingapura - segunda geração: Indonésia, Malaísia e Tailândia.
(B) Primeira geração: Coreia do Sul, Malaísia e Taiwan - segunda geração: Cingapura, Indonésia e Tailândia.
(C) Primeira geração: Taiwan, Tailândia e Malaísia - segunda geração: Coreia do Sul, Cingapura e Indonésia.
(D) Primeira geração: Coreia do sul, Cingapura e Indonésia - segunda geração: Malaísia, Tailândia e Taiwan.
(E) Primeira geração: Cingapura, Indonésia e Tailândia - segunda geração: Coreia do Sul, Malaísia e Taiwan.

14. Bangalore, na Índia, Campinas, no Brasil e San Francisco, nos estados unidos, têm em comum:

(A) o fato de serem importantes centros tecnológicos.


(B) a condição de “cidades globais”.
(C) a presença da indústria bélica.
(D) serem importantes centros cinematográficos.
(E) a condição de capitais internacionais de movimentos antiglobalização.

15. O peso econômico dos Brics é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão
do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos Brics já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia. Para dar uma ideia do
ritmo de crescimento desses países, em 2003, os Brics respondiam por 9% do PIB mundial e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em
2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul) totalizou US$11 trilhões ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB
pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$19 trilhões ou 25%.
Disponível em: <www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismosinter-regionais/agrupamentobrics>. acesso em: jun. 2012. (Fragmento).
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul são os países de “economia emergente” que formam o grupo Brics. Este agrupamento de países
representa um bloco político-econômico:

(A) formal, constituído por países com interesses e papéis semelhantes na Organização Mundial do Comércio, integrantes de
uma contemporânea regionalização globalizada.
(B) informal, composto por países com interesses e papéis semelhantes na nova ordem mundial, integrantes de uma
contemporânea regionalização globalizada.
(C) informal, constituído por países do G-8 e com interesses e papéis conflitantes na nova ordem mundial, integrantes de uma
contemporânea regionalização globalizada.
(D) formal, composto por países com interesses e papéis semelhantes no conselho de segurança da ONU, integrantes de uma
contemporânea regionalização globalizada.
(E) informal, originalmente, e formal, posteriormente, composto por países com interesses semelhantes a maior atuação no
cenário global, como alternativa a liderança norte-americana e o G-7.
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16. Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades de produção onde os
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salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os mais altos e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais

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elevada.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 (adaptado).

No texto estão apresentadas estratégias empresariais no contexto da globalização. Uma consequência social derivada dessas
estratégias tem sido:

(A) o crescimento da carga tributária.


(B) o aumento da mobilidade ocupacional.
(C) a redução da competitividade entre as empresas.
(D) o direcionamento das vendas para os mercados regionais.
(E) a ampliação do poder de planejamento dos estados nacionais.

17. A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato,
manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato, em que se:

(A) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada.


(B) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série.
(C) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas.
(D) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado.
(E) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.

18. Considere o papel da técnica no desenvolvimento da constituição de sociedades e três invenções tecnológicas que marcaram
esse processo: invenção do arco e flecha nas civilizações primitivas, locomotiva nas civilizações do século XIX e televisão nas
civilizações modernas.
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes afirmações:

I. A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços, provocando mudanças na forma de organização social e na utilização
de fontes de alimentação.
II. A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, ampliando possibilidades de locomoção e provocando mudanças na
visão de espaço e de tempo.
III. A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo apenas participação passiva do ser humano, não provocou
mudanças na sua forma de conceber o mundo.

Está correto o que se afirma em:

(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.

19. Sobre os diferentes tipos de indústrias e a sua dinâmica espacial, assinale o que for correto.

(A) as indústrias de bens de produção ou de base produzem bens para outras indústrias, gastam muita energia e transformam
grandes quantidades de matérias-primas. São exemplos desse tipo de indústrias: petroquímicas, metalúrgicas, siderúrgicas,
entre outras.
(B) as indústrias de bens de capital ou intermediárias produzem máquinas, equipamentos, ferramentas ou autopeças para outras
indústrias, como, por exemplo, as indústrias dos componentes eletrônicos e a de motores para carros ou aviões.
(C) as indústrias de ponta estão ligadas ao emprego de alta tecnologia, elevado capital e de número grande de trabalhadores
qualificados. Elas dependem de inovações constantes para que sejam possíveis modificações rápidas no processo de
produção.
(D) a partir de 1990, intensificou-se no Brasil o processo de desconcentração industrial, ou seja, muitas indústrias deixaram áreas
tradicionais e instalaram unidades fabris em novos espaços na busca de vantagens econômicas, como incentivos fiscais,
menores custos de produção, mão de obra mais barata, mercado consumidor significativo e atuação sindical fraca.
(E) as indústrias de bens de consumo estão divididas em duráveis e não duráveis. A primeira se refere à indústria de automóveis,
eletrodomésticos e móveis. Já as não duráveis estão ligadas ao setor de vestuário, alimentos, remédios e calçados.

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20. Os fatores locacionais da indústria passaram por grandes modificações, desde o século XVIII, alterando as decisões
estratégicas das empresas acerca da escolha do local mais rentável para
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seu empreendimento.

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O esquema ao lado apresenta alguns modelos de localização da
siderurgia, considerando os fatores locacionais mais importantes para
esse tipo de indústria: minério de ferro, carvão mineral, mercado e sucata.
No caso dos modelos C e D, as mudanças socioeconômicas que justificam
as escolhas de novos locais para instalação de usinas siderúrgicas nas
últimas décadas são, respectivamente:

(A) dispersão dos mercados consumidores - revalorização das economias


de aglomeração.
(B) eliminação dos encargos com a mão de obra - generalização das redes
de telecomunicação.
(C) diminuição dos preços das matérias-primas - substituição de fontes
de energia tradicionais.
(D) redução dos custos com transporte - ampliação das práticas de
sustentabilidade ambiental.

21. A organização do espaço geográfico através de redes de comunicação eliminou a necessidade de fixar as atividades econômicas num
determinado lugar. Isso vale para muitos serviços, que podem ser prestados a partir de qualquer lugar do mundo para qualquer outro, bastando
que estes locais estejam conectados.
Sobre essas redes de comunicação, é correto afirmar que:

(A) eliminaram as restrições produtivas dos diferentes espaços geográficos, criando condições de trabalho igualitárias em todos os países do
mundo.
(B) contribuíram, pela velocidade da informação e diversidade de serviços, para a dispersão geográfica dos processos produtivos industriais,
cujas etapas estão localizadas em diferentes países.
(C) possibilitaram a disseminação dos lucros das empresas multinacionais, pela interligação de sistemas industriais de produção.
(D) ampliaram as trocas no comércio internacional, mas não possibilitaram grandes transformações na organização do espaço geográfico
mundial.
(E) diminuíram, por sua ampliação, as desigualdades sociais entre os países, tendência mundial da atualidade.

22. Leia o texto a seguir.


Seguindo uma tendência observada nas empresas européias e americanas, alguns investidores brasileiros estão migrando parte de seus negócios
da China para o Vietnã. Os setores calçadista e têxtil são os que mais observaram esse tipo de mudança, com a instalação principalmente de
fábricas americanas e europeias no Vietnã. Em estudo divulgado em março, a Câmara de Comércio Americana de Xangai, a AmCham, apontou
que 88% das empresas estrangeiras sondadas optaram inicialmente por operar na China por causa dos baixos custos, porém, 63% dessas
afirmaram que se mudariam ao Vietnã para cortar ainda mais o preço de produção.
<www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/07/080709_vietannegociosmw.shtml>. adaptado.

Pode ser associada ao conteúdo da notícia a seguinte afirmação:

(A) atualmente, grande parte das empresas multinacionais é originária dos países subdesenvolvidos e aí estão instaladas.
(B) embora seja objeto de investimentos capitalistas, o sistema socialista chinês ainda afugenta as empresas multinacionais.
(C) a globalização facilitou a mobilidade de capitais e empresas, aumentando a competição entre países.
(D) nos países asiáticos, o alto custo da mão de obra é compensado pela abundância de matérias-primas minerais baratas.
(E) a abertura comercial propiciada pela globalização permitiu às empresas brasileiras concorrerem com as dos países europeus.

23. Por referência a dinâmica e o desenvolvimento do modo de produção capitalista em relação à organização do espaço geográfico e aos
problemas ambientais, analise:

I. A internacionalização dos problemas ambientais durante a 2ª Revolução Industrial foi uma consequência das disputas interimperialistas
ocorridas a partir da unificação alemã e italiana, que se constituíram como novos países capitalistas.
II. O espaço geográfico mundial, após a crise de 1929, teve uma intensa reorganização produtiva, considerando a aplicação da política de bem-
estar social, o taylorismo/fordismo e o just in time, estruturas administrativas que possibilitam a produção/reprodução ampliada do capital.
III. Os problemas da organização do espaço geográfico têm relação direta com as categorias de análise central da geografia, como paisagem,
região, espaço, território e lugar, sendo estes, em muitos momentos, adjetivados como meio ambiente.
IV. A produção em série e o consumo de massa, implantados com o New Deal, estão na base da crise pela qual passa a economia americana
atualmente.
São corretas:

(A) I, II, III, IV


(B) II, III, IV
(C) II, IV
(D) II, III
(E) I, II, III

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24. São as principais características do Vale do Silício, nos Estados Unidos:


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(A) localizado no oeste dos Estados Unidos, próximo a importantes centros de pesquisa, forma um complexo industrial com destaque para os
ramos típicos da Terceira Revolução Industrial.
(B) também conhecido por cinturão (belt), constitui-se na principal área produtora de cereais dos Estados Unidos, sobretudo de milho e trigo,
além de pecuária intensiva.
(C) formado por erosão glacial, constitui-se numa área de preservação permanente, onde se destacam as faias, as sequoias e as bétulas, espécies
típicas da floresta boreal.
(D) localizado no nordeste dos EUA, constitui-se numa área de antiga concentração industrial, destacando-se as indústrias de bens de produção
pela abundância de matérias-primas, energia e mão de obra e pela facilidade de transporte.
(E) é uma das principais áreas de extração mineral, sobretudo de silício, cobre e ferro, altamente prejudicada pela degradação do meio ambiente.

GABARITO:
1 D 2 C 3 C 4 B 5 E
6 B 7 A 8 A 9 D 10 A
11 E 12 E 13 A 14 A 15 E
16 B 17 B 18 E 19 D 20 D
21 B 22 C 23 D 24 A

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ÍNDICE
Índice ................................................................................................................................................. 001

AS NAÇÕES
(Continuação)
5) Grã-Bretanha ................................................................................................................................ 003
6) Alemanha ...................................................................................................................................... 024
7) Japão ............................................................................................................................................. 032
8) Estados Unidos ............................................................................................................................. 039

Leitura Complementar ................................................................................................................... 047


A História da Navegação .................................................................................................................. 047
Os Navios de Madeira: construindo embarcações e navios .............................................................. 047
O Desenvolvimento da Navegação Oceânica: os instrumentos e as cartas de marear ..................... 048
A Vida a Bordo dos Navios Veleiros ............................................................................................... 048
Os Reflexos da Revolução Industrial na Navegação ........................................................................ 049
A Roda Vai Girando ......................................................................................................................... 053
Da Vela ao Vapor .............................................................................................................................. 057

Artigo: Evolução Tecnológica no Setor Naval na Segunda Metade do Século XIX e as Anx
Consequências para a Marinha do Brasil.

BRASIL
Capítulo I – A Descoberta do Brasil ............................................................................................. 061
1) As Razões da Expansão Marítima ................................................................................................ 061
2) Os Portugueses se Espalham pelo Mundo .................................................................................... 063
3) A América Descoberta .................................................................................................................. 064
4) O Acordo de Tordesilhas .............................................................................................................. 066
5) O Caminho das Índias Decifrado .................................................................................................. 067
6) A Viagem de Cabral ..................................................................................................................... 067

Capítulo II – A Colonização do Brasil .......................................................................................... 069


1) O Período Pré-Colonial (1500 – 1530) ......................................................................................... 069
2) O Período Colonial (1530 – 1808) ............................................................................................... 071
2.1) A Expedição de Martim Afonso de Sousa .............................................................................. 071
2.2) O Projeto Agrícola da Exploração Colonial Portuguesa ........................................................ 073
2.3) O Sistema de Capitanias Hereditárias .................................................................................... 074
2.4) A Centralização do Governo .................................................................................................. 075
2.5) Os Governadores Gerais ......................................................................................................... 076
A) Tomé de Sousa ................................................................................................................... 076
B) Duarte da Costa .................................................................................................................. 077
C) Men de Sá .......................................................................................................................... 077
2.6) A Sucessão de Men de Sá ...................................................................................................... 078
2.7) A União Ibérica (1580 – 1640) .............................................................................................. 079
2.8) A Restauração em Portugal .................................................................................................... 080
2.9) As Invasões do Território Português Brasileiro ..................................................................... 081
A) Os Franceses ..................................................................................................................... 081
A.1) A França Antártica .................................................................................................... 081
A.2) A França Equinocial .................................................................................................. 084
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A.3) As Ações de Corsários Franceses no Rio de Janeiro ................................................. 085


A.4) Nova Ação Francesa .................................................................................................. 087
B) Os Ingleses ......................................................................................................................... 088
C) Os Holandeses .................................................................................................................... 090
C.1) A Invasão da Bahia (1624 a 1625) ............................................................................. 090
C.2) A Invasão de Pernambuco (1630 a 1654) .................................................................. 091
C.3) O Governo de Nassau (1637 a 1644) ......................................................................... 093
C.4) A Luta de Reconquista (A Insurreição Pernambucana) ............................................. 095
2.10) Os Anos do 1700 .................................................................................................................. 098
A) A Descoberta do Ouro ....................................................................................................... 098
B) Os Vice-Reis na Bahia ....................................................................................................... 099
C) Progressos do Rio de Janeiro ............................................................................................. 099
D) A Administração do Marquês de Pombal ......................................................................... 100
E) O Governo dos Vice-Reis no Rio de Janeiro ..................................................................... 101
F) Progresso Econômico ........................................................................................................ 102
G) As Revoltas Coloniais – Inconfidências e Sedições .......................................................... 105
G.1) Conspiração ou Conjura de Nosso Pai ...................................................................... 105
H) As Questões de Fronteiras ................................................................................................. 105
H.1) Tratado de Lisboa (1681) ........................................................................................... 106
H.2) Tratados de Utrecht (1713 e 1715) ............................................................................ 106
H.3) Tratado de Madri (1750) ............................................................................................ 106
H.4) A Guerra Guaranítica (1753-1756) ............................................................................ 107
H.5) O Distrato de El Pardo (1761) ................................................................................... 108
H.6) Perda e Restauração do Rio Grande .......................................................................... 108
H.7) O Tratado de Santo Ildefonso (1777) ........................................................................ 110
H.8) O Tratado de Badajós (1801) ..................................................................................... 110

Bibliografia ...................................................................................................................................... 112

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CAPÍTULO IV

AS NAÇÕES
5) Grã-Bretanha:
A Grã-Bretanha teve sempre seu destino ligado ao mar e aos portos e rios
que desde os tempos primitivos abriram suas regiões interiores ao oceano.
Assim, muito antes que aspirasse dominar os mares, a eles esteve sujeita. Dos
povoadores iberos e celtas aos saxões e dinamarqueses, dos comerciantes pré-
históricos e fenícios aos senhores romanos e normandos, sucessivas vagas de
colonos guerreiros, os mais enérgicos homens do mar, agricultores e traficantes
da Europa vieram pelas águas para habitar a Ilha ou para insinuar os seus
conhecimentos e espírito aos antigos habitantes. Entretanto, os primeiros povos
que habitaram a Grã-Bretanha não se notabilizaram no mar. A Inglaterra vivia
então da agricultura e do pastoreio. Seus homens eram pastores e fazendeiros
antes que mercadores ou marinheiros, e antes da conquista normanda, por longo
tempo, nem o Estado nem a Marinha insular estiveram habilitados a defender a
Ilha. Exceto quando protegida pelas galés e legiões romanas, a antiga Grã-
Bretanha esteve, portanto, particularmente exposta à invasão.
Mas se invadir a Grã-Bretanha era extraordinariamente fácil antes da conquista normanda, tornou-se
extraordinariamente difícil depois. A razão é clara. Um Estado bem organizado, com um povo unido em
terra e uma força naval no mar, podia defender-se por detrás do canal contra qualquer superioridade militar.
Assim, nos tempos antigos, a relação da Inglaterra com o mar foi passiva e receptiva e nos tempos
modernos, ativa e adquiridora. Num e noutro caso é a chave de sua evolução.
Nos séculos seguintes à conquista normanda, embora permanecesse a Inglaterra um país sobretudo
agrícola, o adensamento progressivo de uma população de pescadores, marinheiros e mercadores nos
magníficos e inúmeros portos marítimos e fluviais começou a revelar a futura tendência do povo da Ilha.
Essa classe aumentou em prestígio e em riqueza, primeiro em consequência das Cruzadas e depois em
virtude da Guerra dos Cem Anos.
No decurso da longa série de conflitos com a França nos séculos XIV e XV, é curioso observar, tão
cedo na história, que os principais traços da política inglesa já aparecem impostos pela situação do país. A
Inglaterra tinha necessidade da supremacia no mar, na falta da qual não podia continuar o comércio, nem
enviar tropas ao continente, nem se manter em ligação com as tropas já enviadas. Enquanto a superioridade
naval foi mantida, a Inglaterra manteve-se em solo francês, graças à ligação constante com seus exércitos
desembarcados no continente. Todavia, as comunicações foram perturbadas várias vezes pela investida de
marinheiros gauleses e a reação de um país populoso como a França obrigou, no fim da longa luta, os
ingleses a se retirarem. De qualquer forma, o solo britânico se viu a salvo dos ataques inimigos, a não ser
das suas rápidas e pequenas investidas. A verdadeira expansão marítima inglesa começou, porém, mais
tarde e pode ser datada da criação da Marinha Real.
Na realidade, a Inglaterra, em 1485, era ainda um país pastoril. A fonte principal de riquezas
derivava não da construção naval ou da manufatura de têxteis, mas de fazendas de ovelhas, do crescimento
da lã. Os principais mercados para esses produtos eram as ricas cidades dos Países Baixos no estuário do
Reno. Durante a Guerra dos Cem Anos, o canal da Mancha fora defendido, na medida do possível, pelos
combativos marinheiros da frota mercante, lutando, por vezes, separadamente como piratas, por vezes como
em Sluys, sob comando nomeado pelo rei. Henrique V começara a construir uma esquadra real, mas a sua
obra não passara dos primórdios e foi posteriormente descontinuada.
Henrique VII encorajara a Marinha Mercante; no entanto, não armou uma frota exclusivamente para
fins de guerra. Coube a Henrique VIII criar uma armada efetiva de navios reais de combate, com estaleiros
reais em Woolwich e Deptford; fundou também a corporação da Casa da Trindade. A política marítima de
Henrique VIII teve importância dupla. Não só criou navios especialmente tripulados e apetrechados para o
combate em serviço nacional, como também os seus arquitetos navais planejaram muitos desses navios
segundo um modelo aperfeiçoado. Eram veleiros melhor adaptados ao oceano do que as galés a remos das
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potências mediterrâneas, e mais bem adaptadas à manobra em batalha do que os navios redondos do tipo
medieval, a bordo dos quais navegavam os mercadores ingleses, e os espanhóis atravessavam o Atlântico.
Ao mesmo tempo, o descobrimento da América veio incentivar a atividade comercial da Inglaterra.
As Ilhas Britânicas tinham sido, durante a Idade Média, um setor marginal relativamente pouco
importante do mundo civilizado; um país conhecido, no máximo, como fornecedor de lã ou de estanho. É
verdade que já se achavam nas Ilhas as premissas geográficas de seu poderio ulterior; os magníficos portos
marítimos e abundantes portos fluviais, aos quais, durante a maré alta, podiam chegar as embarcações de
maior calado; a técnica perfeita, a experiência naval que os habitantes da costa tinham adquirido em sua
luta contra os elementos e, sobretudo, a esplêndida posição marítima, a coberto dos ataques do continente
e a posição mercantil posteriormente tão elogiada entre os Estados mais progressivos da Europa e as terras
virgens das colônias americanas.
Gradualmente, durante os reinados Tudors, os ingleses perceberam que a sua remota posição insular
se modificara e passara a ponto central, dominando com vantagem as modernas rotas de comércio e de
colonização. O poder, a riqueza e a aventura os esperavam no longínquo termo de viagens oceânicas
fabulosamente longas. A luta pela supremacia comercial e naval sob as novas condições se travaria
claramente entre a Espanha, a França e a Inglaterra; todos esses países estão voltados para o oceano
Atlântico, que subitamente se tornara o principal centro de comunicações do mundo, e cada um deles
encontrava-se em processo de unificação sob um Estado moderno, com consciência étnica agressiva e sob
uma monarquia poderosa. Dessa forma, dos tempos Tudors em diante, a Inglaterra tratou a política europeia
simplesmente como um meio de firmar a sua própria segurança face à invasão e de levar avante os seus
planos ultramarinos. A sua insularidade, convenientemente aproveitada, deu-lhe imensa vantagem sobre a
Espanha e a França na concorrência marítima e colonial.
Com a sua configuração estreita e irregular, com uma linha de costa grandemente recortada, por fim
em paz com seu único vizinho terrestre, a Escócia, bem fornecida de portos, grandes e pequenos, apinhados
de marinheiros e pescadores, o Estado encontrava-se sujeito à influência e às ideias dos homens de comércio
e da armação naval, que formavam uma única classe com as melhores famílias provinciais nos condados
marítimos. Dado que nenhum ponto na Inglaterra se situa a mais de setenta milhas da costa, uma elevada
proporção dos seus habitantes tinha algum contato com o mar, ou pelo menos com as populações marítimas.
Acima de tudo, Londres está sobre o mar, ao passo que Paris está no interior e Madri fica o mais distante
possível da costa. Por conseguinte, na Inglaterra, embora a população total fosse pequena em comparação
com a francesa ou a espanhola, havia uma grande comunidade marítima acostumada há séculos a sulcar as
tempestuosas vagas do mar no Norte. Em breve, os representantes da comunidade marítima inglesa
começaram a estender o raio de ação de suas atividades, já agora contando com a proteção da Marinha de
Guerra Real, construída e armada segundo princípios modernos, e que dava apoio profissional aos esforços
guerreiros de mercadores e piratas particulares.
A fim de encontrar saída para a nova manufatura têxtil, os mercadores aventureiros da Inglaterra,
desde o princípio do século XV, procuraram vigorosamente novos mercados na Europa, não sem o
constante derramar de sangue, por mar e por terra, numa época em que a pirataria era tão geral que
dificilmente podia ser considerada desonrosa e em que os privilégios comerciais eram frequentemente
recusados e conquistados ao gume de espada. Com o fito de aproveitar uma situação vantajosa, foram
fundadas, com o apoio da Coroa, várias companhias de comércio, e, naturalmente, a Marinha Mercante
inglesa teve forte impulso. Assim, de 76 navios com mais de cem toneladas, que a Grã-Bretanha dispunha
em 1560, o número subiu a 177 em 1582, quase todos pertencentes às quatro principais companhias: a das
Índias, a do Levante, a de Moscou e a da Guiné.
Lado a lado com as mais guerreiras empresas de Drake, roubando aos espanhóis e abrindo o
comércio com as colônias pela força dos canhões, também houve muito tráfego de caráter mais pacífico na
Moscóvia, na África e no Levante (mar Negro). No entanto, era impossível traçar uma clara linha divisória
entre os comerciantes pacíficos e os guerreiros, porque, por seu lado, os portugueses atacavam todos os que
se aproximavam das costas africanas ou indianas. Não raras vezes, na costa africana, repercutiu o estrépito
da batalha entre os contrabandistas ingleses e os monopolizadores portugueses, e, para o fim do reinado de
Isabel I (Elizabeth I – A Rainha Virgem), os mesmos ruídos começaram a quebrar o silêncio dos mares

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indianos e do arquipélago malaio. Um combate naval com um pirata ou com um rival estrangeiro constituía
incidente inevitável na vida do mais honesto comerciante, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra.
Em Londres, formaram-se companhias para suportar as despesas e os riscos das necessárias
hostilidades; a Rainha passou-lhes cartas de concessão de autoridade diplomática e militar para o outro lado
do globo (Cartas de Corso)1, aonde nunca chegaram navios do rei ou embaixadores reais. Os comerciantes
ingleses, viajando para aproveitar as suas oportunidades legais, foram os primeiros a representar o país na
corte do Czar, em Moscou, e do Mongol, em Agra. Os comerciantes isabelinos não hesitavam também em
atravessar o Mediterrâneo, apesar da guerra com a Espanha. A Companhia do Levante comerciava com
Veneza e as suas ilhas gregas, e com o mundo muçulmano mais para além. Dado que os inimigos navais
eram os venezianos e os espanhóis, o Sultão acolheu bem os heréticos ingleses em Constantinopla. Mas na
rota até aí tinham que se defender das galés espanholas, próximo do estreito de Gibraltar e dos piratas da
Barbaria, ao longo da costa argelina. Tais foram os princípios do poder marítimo inglês no Mediterrâneo,
se bem que não fosse antes dos tempos Stuarts que a Marinha Real seguiu até onde a frota mercantil travara
já tantas batalhas.
A guerra entre a Espanha e a Inglaterra, tanto tempo adiante, eclodiu enfim em 1587. Felipe II
enviou no ano seguinte contra a Grã-Bretanha uma grande esquadra, a Invencível Armada, conduzindo um
exército de vinte e dois mil homens que deveria ser reforçado pelos terços espanhóis estacionados nos
Países Baixos (Holanda). Os números das duas esquadras chefiadas, respectivamente, por Howard e pelo
Duque de Medina Sidônia não eram desiguais. Os ingleses, combinando a Marinha Real com a Marinha
Mercante armada, dispunham de esmagadora superioridade de canhões bem como de arte náutica e arte de
artilharia. Os espanhóis só eram superiores em tonelagem de navios secundários e em soldados que
alinhavam no convés, mosqueteiros e piqueiros, esperando em vão que os ingleses se aproximassem,
segundo as antigas regras de guerra naval. Mas os ingleses preferiam o duelo entre a artilharia e a infantaria
à distância. Não admira por isso que a esquadra espanhola sofresse terrível estrago, ao passar pelo Canal.
Já desmoralizados ao chegarem à baía de Calais, manobraram mal os navios, em face dos barcos de
fogo de Drake, e fracassaram em todas as tentativas de embarcar o exército do Príncipe de Parma que os
aguardava.
Depois de outra derrota, em grande batalha diante de Gravelines, os espanhóis deveram a uma
mudança dos ventos conseguirem escapar da total destruição nos baixios arenosos da Holanda; os navios
correram enfunados pela tempestade, sem provisões, sem água e sem abrigo, à roda das costas penhascosas
da Escócia e da Irlanda. Os ventos, as vagas e as rochas do remoto noroeste completaram muitos naufrágios
começados pelo canhão no canal da Mancha. Os grandes navios, às fornadas de dois e de meia dúzia ao
mesmo tempo, amontoaram-se nas costas onde os homens das tribos célticas, que tudo ignoravam e nada
se preocupavam com as lutas dos povos civilizados que arremessavam essa colheita de náufragos para as
suas regiões, chacinaram e esbulharam, aos milhares, os melhores soldados e os mais altivos nobres da
Europa.
A primeira tentativa séria da Espanha para conquistar a Inglaterra foi também a última. O esforço
colossal despendido em construir e equipar a Invencível Armada, filha de tão ardentes preces e expectativas,
não podia, como o futuro mostrou, repetir-se efetivamente, embora daí em diante a Espanha mantivesse no
Atlântico uma frota de guerra mais formidável do que nos dias em que Drake pela primeira vez viajara até
o continente espanhol. Mas o resultado da luta decidira-se logo em princípio por esse acontecimento único
que toda a Europa imediatamente reconhecera como um ponto de inflexão da História. O destino da Armada
demonstrou a todo o mundo que o senhorio dos mares passara dos povos mediterrâneos para as gentes do
Norte.
A Inglaterra não elaborara ainda um sistema financeiro e militar capaz de suportar o seu recente poder
naval. Ao término do reinado de Isabel, com escassos cinco milhões de habitantes, não era bastante rica e
populosa para anexar as possessões espanholas ou fundar um império colonial próprio, mesmo a colônia
estabelecida por Raleigh, na Virgínia, era prematura, em 1587.

1
A diferença entre o pirata e o corsário era apenas que o segundo tinha autorização de um Estado para suas ações, tendo
obrigações com este Estado de partilha dos bens pilhados ou no cumprimento de uma missão em nome do rei.
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Quando na época Stuart, a riqueza acumulada e a população supérflua da Inglaterra lhe permitiram
retomar a obra colonizadora, dessa vez em paz com a Espanha, o rumo dos puritanos e outros imigrantes
levou-os necessariamente às paragens setentrionais da América onde não se encontravam espanhóis.
Enquanto a Marinha espanhola exerceu o exclusivo domínio do Mar das Caraíbas, do oeste do
Atlântico e do leste do oceano Pacífico, nenhuma ocupação britânica foi possível, quer nas Índias
Ocidentais, quer no litoral da América do Norte. Enquanto a Marinha portuguesa dominou o Atlântico Sul
e o oceano índico, o comércio com o Oriente pela rota do Cabo esteve fora de questão. Ao ser destroçado
em conjunto o poderio naval peninsular na guerra que depois da derrota da Armada continuou até 1604,
ficaram abertas ambas, a leste e a oeste, ao comércio inglês e à colonização. Entretanto, por falta de apoio
do Estado, a expansão marítima comercial da Grã-Bretanha não atingiu, nos primeiros anos do século XVII,
toda a pujança de que já era capaz; houve mesmo um período de retrocesso durante o reinado de Jaime I, o
único rei Stuart que desprezou totalmente a Marinha.
Os conflitos entre a Inglaterra e a Espanha diminuíram em 1603, com a morte da rainha Isabel e a
ascensão ao trono de Jaime I, também rei da Escócia e filho de Maria Stuart (que havia sido assassinada
pela prima, a rainha Isabel). Hipnotizado pelo mito espanhol, mais do que Isabel, Jaime logo selou aliança
com o inimigo da véspera. Fazendo isso, abandonou a luta pela independência dos holandeses e lançou
as sementes para futuras hostilidades entre a Inglaterra e a Holanda.
A Inglaterra continuava a ser uma comunidade marítima, mas durante trinta anos deixou de ser uma
potência naval. A incúria com a Marinha anulou alguns dos efeitos benéficos da paz com a Espanha. Os
termos do tratado que encerrou a guerra isabelina davam aos mercadores ingleses liberdade de comércio
com a Espanha e com as suas possessões na Europa, mas não mencionavam as pretensões dos marítimos
isabelinos no tráfego com a América Espanhola e com as regiões monopolizadas por Portugal na África e
na Ásia. O governo inglês não continuou a apoiar tais pretensões e deixou decair a Marinha Real, ao passo
que procurava com toda a sua força não consentir na pirataria. Nestas circunstâncias, prosseguiu a guerra
privada com os espanhóis e portugueses, sem o auxílio do Estado.
Durante o próprio reinado de Jaime I, a Companhia Inglesa das Índias Orientais fundou uma frutuosa
feitoria em Surate e no reinado de Carlos I edificou a fortaleza de São Jorge, em Madrasta, e ergueu outras
feitorias em Bengala. Tais foram as humildes origens comerciais do domínio britânico na Índia. Mas de
início esses comerciantes das Índias Orientais não eram apenas feitores: destruíam o monopólio português
pela ação diplomática nas cortes dos potentados gentios ou pela metralha dos navios no mar.

Ao governo regicida (de Cromwell) cabe o crédito da ressurreição do


poder naval inglês e do estabelecimento da Marinha, numa base de permanente
eficiência que todos os governos subsequentes, qualquer que fosse a sua feição
política, honestamente esforçaram-se por manter. As medidas que se tomaram,
escreve Julius Corbett, transformaram a Marinha, de modo a adaptar-se à sua
finalidade moderna, e estabeleceram a Inglaterra como a grande potência naval
do mundo. O renascimento da Marinha de Guerra, com Blake, e o Governo do
Estado, por uma classe de homens em contato estreito com a comunidade
marítima e especialmente com Londres, fizeram reviver inevitavelmente a
rivalidade com os holandeses.
Durante uma geração, os marinheiros da Holanda tinham dominado,
frequentemente, com bastante insolência, os mares da Europa Setentrional e da
América e os oceanos Atlântico e Índico; tinham pescado nas áreas de pesca
britânicas e quase monopolizado o comércio de transportes da Inglaterra e das
suas colônias americanas. O reaparecimento sério da concorrência inglesa foi
Oliver Cromwell marcado pelo Ato de Navegação e pela Guerra Anglo-Holandesa de 1653-54.

Mas o desfecho da luta contra a supremacia marítima da Holanda não foi decidido antes dos
primórdios do século XVIII. Já há muito, no reinado de Ricardo II, os Parlamentos tinham promulgado Leis
de Navegação, a fim de limitarem a entrada de navios estrangeiros nos portos ingleses, mas devido à
escassez da Marinha inglesa, não foi possível fazê-las cumprir. A situação mudou durante a ditadura de
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Cromwell. O “Ato de Navegação” votado em 1651 pelo Longo Parlamento, por proposição de Cromwell,
e que foi designado pelo nome de Magna Carta da Marinha Inglesa tinha um duplo fim: arruinar o poderio
comercial holandês e por conseguinte desenvolver a Marinha inglesa.
Pelo Ato de Navegação, as mercadorias procedentes dos países extra
europeus e desembarcadas na costa inglesa deveriam ser importadas em
navios de construção e de proprietário inglês ou comandado por comandante
inglês. Pelo menos três quartos das tripulações deveriam ser formados de
marinheiros ingleses. Além do mais, reservavam-se exclusivamente aos
navios ingleses as cabotagens, a relação entre as colônias e as comunicações
entre a Inglaterra e suas colônias. O comércio de importação das mercadorias
europeias não foi permitido senão aos ingleses e aos navios dos países de
origem, isto para evitar os intermediários holandeses. Essas medidas tiveram
por efeito imediato um aumento da navegação britânica e por conseguinte
estimularam a fabricação dos navios. O próprio Estado contribuiu largamente,
encorajado pelos preços dos grandes armadores e dos importadores de trigo,
o que permitiu aos primeiros desenvolver uma grande atividade. Para que os
armadores pudessem facilmente recrutar as tripulações necessárias aos seus
navios, os órfãos foram obrigados a se tornarem marinheiros, facilitou-se a
Carlos I
naturalização de marinheiros estrangeiros, prometeram-se auxílios aos
marinheiros velhos ou doentes, às viúvas e aos órfãos dos desaparecidos no
mar.
Para dar confiança ao público e levar os armadores a aumentarem as frotas mercantes, esquadras
poderosas faziam a política dos mares, e mediante um pagamento módico, um engenhoso sistema de seguro
protegia os negociantes contra todo acidente. Bem cedo os estaleiros nacionais eram impotentes para
atender ao ritmo sempre crescente do tráfego marítimo.
O “Ato de Navegação" foi dessa forma um repto a todas as navegações marítimas e em especial uma
declaração de guerra lançada aos holandeses. O conflito declarado entre as duas potências marítimas
começou em 1653, e, apesar do valor de seus marinheiros, a Holanda foi vencida depois de quase dois anos
de guerra. A Holanda sofreu mais do que a Inglaterra, porque possuía menos recursos em terra e porque,
pela primeira vez, desde que constituía uma nação, defrontava uma potência hostil que bloqueava o canal
da Mancha às frotas mercantes que lhe traziam de longe a vida e a riqueza.
As alterações profundas surgidas na política interna da Grã-Bretanha após a morte de Cromwell já
não mais afetaram o desenvolvimento marítimo do país. A corte e o Parlamento da Restauração aceitaram
as tradições de esquadra de guerra da República. Carlos II e seu irmão Jaime mostraram interesse pessoal
pelas questões navais e o Almirantado continuou a ser bem servido. O Parlamento Cavalheiro e o Partido
Tory consideravam a Marinha com especial favor.
Em breve eclodiu outra guerra marítima com a Holanda, o reacender da luta entre as duas
comunidades mercantes, iniciada durante a República. Por ambos os contendores ela foi conduzida com as
mesmas esplêndidas qualidades de perícia naval combativa e na mesma escala colossal da primeira vez. De
novo a nação maior levou a melhor na guerra, e, pelo Tratado de Breda, a Holanda cedeu Nova Amsterdã
à Inglaterra que passou a chamar a cidade de Nova York.
Ainda mais uma vez, em 1672, a Inglaterra, aliando-se à França, entrou em luta contra a Holanda,
mas dela se retirou um ano e meio após. O Parlamento Cavalheiro acabara por compreender que essa guerra,
bem analisada, não era a continuação da antiga luta entre a Inglaterra e a Holanda pela supremacia naval.
O desaparecimento da Holanda como potência independente encerraria em si a ameaça à segurança
marítima inglesa, porque o delta do Reno cairia nas mãos da França. A França também era um concorrente
marítimo, potencialmente até mais formidável do que a Holanda, e caso se estabelecesse em Amsterdã,
rapidamente poria fim à supremacia naval inglesa.
A partir das guerras anglo-holandesas, a política externa da Inglaterra caiu cada vez mais sob a
influência de considerações mercantis. No fim do período Stuart, a Inglaterra era a maior nação
manufatureira e comercial do mundo. Londres ultrapassara Amsterdã como o maior empório mundial.
Havia um comércio próspero com o Oriente, o Mediterrâneo e as colônias americanas, baseado na venda
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de artigos têxteis ingleses, cujo transporte até o outro lado do globo se efetuava nos grandes navios de
navegação oceânica dessa nova era. Já então as classes governantes estavam resolvidas a gastar o que fosse
necessário na Marinha e o mínimo no Exército.
Ao período da guerra mercantil anglo-holandesa sucedeu o da luta sustentada entre a Inglaterra e a
França pela hegemonia do mar, bem como para manter o equilíbrio europeu. Essa série de guerras,
conhecidas como a segunda guerra dos cem anos perdurou, nos mares, até a batalha de Trafalgar, em 1805,
e, em terra, até Waterloo dez anos depois. Na realidade, o conflito consistiu de sete guerras, separadas umas
das outras por pequenos intervalos de paz indecisa. Cada vez mais se começaram a perceber, especialmente
depois que o gênio iluminado de Pítt tornou claro o fato, que o objetivo supremo era o senhorio dos mares
e a manutenção do império nele baseada.
Desde a guerra dos Trinta Anos o Estado francês, sob a enérgica direção de Richelieu, havia
robustecido seu poder em tais condições, que já podia intervir com probabilidade de êxito nos mares. Tinha-
se apropriado de ricas possessões coloniais, e uma poderosa frota estava disposta a defender o comércio
ultramarino. O conflito entre as duas grandes potências europeias em ascensão tornou-se inevitável. A
primeira guerra da longa série foi a chamada da Liga de Augsburgo, que durou de 1689 a 1697. Graças à
eficiente Marinha criada por Colbert, no início a vitória sorriu às armas francesas. Em 1690, a Esquadra
francesa, sob o comando de Tourville, derrotou a frota aliada anglo-holandesa na batalha de Beachy Head,
mas a vitória não foi devidamente aproveitada. Os cortesãos da terrestre Versailles não tinham o sentido da
oportunidade naval que raras vezes faltou aos estadistas que atentavam ao fluxo e refluxo do mundo através
das marés que batem o Tâmisa.
Dois anos depois, os aliados triunfaram sobre Tourville na batalha naval de La Hougue. La Hougue
mostrou-se tão decisivo quanto Trafalgar, porque Luiz XIV, tendo desafiado com sua política grosseira e
arrogante toda a Europa para uma guerra terrestre, não conseguiu manter a Marinha francesa à altura de
suas necessidades, devido ao esforço despendido com os exércitos e fortalezas necessários à defesa
simultânea de todas as suas fronteiras terrestres. A superioridade temporária da Marinha de Guerra francesa,
em 1690, resultara da política bélica da corte e não se fundara no mesmo grau que as marinhas da Inglaterra
e da Holanda em recursos proporcionalmente elevados de navegação mercantil e riqueza comercial.
Quando, portanto, a política guerreira de Luiz XIV o induziu a descuidar-se da Marinha, a favor das forças
terrestres, o declínio naval francês precipitou-se e tornou-se permanente, com o que sofreram o comércio e
as colônias francesas.
Os marinheiros da França, quando a sua grande esquadra deixou de ter missão a cumprir, voltaram
as suas energias para a pirataria. O Almirante Tourville foi eclipsado por Jean Bart. O comércio inglês
sofreu com a sua ação e a dos outros corsários, mas prosseguiu a despeito desses entraves, ao passo que o
comércio francês desapareceu dos mares. Ao se fecharem as fronteiras da França, devido à posição de
exércitos hostis, essa nação teve de passar a sustentar-se dos seus próprios recursos decrescentes, enquanto
a Inglaterra se abastecia em todo o mundo, desde a China a Massachusetts. Assim, em paralelo com o
desenvolvimento da Inglaterra deu-se a decadência marítima e financeira da França.
A Guerra da Liga de Augsburgo terminou pelo indeciso
Tratado de Ryswick. Após um intervalo difícil de quatro anos,
estalou de novo em escala ainda mais ampla a Guerra de
Sucessão da Espanha, que terminou com o Tratado de Utrecht
em 1713. Esse tratado, que abre o período estável e
característico da civilização do século XVIII, assinala o advento
da supremacia marítima, comercial e financeira da Grã-
Bretanha.
A primeira condição de guerra vitoriosa contra Luiz
XIV, quer no mar, quer em terra, era a aliança da Inglaterra e da
Holanda. A colaboração apresentava-se menos difícil porque a
inveja comercial da Inglaterra pela Holanda diminuía à medida
que os navios holandeses baixavam ante os recursos pela
primeira vez mobilizados de seu aliado.

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A Inglaterra prosperou durante a guerra, ao passo que o fardo das contribuições para a guerra e o
esforço na luta minaram lentamente a grandeza artificial da pequena república. A Grã-Bretanha, em
consequência, acentuou ainda mais sua primazia naval. O fato é tanto mais de espantar por ter sido a guerra
destituída de qualquer ação notável. O domínio anglo-holandês nos mares era tão completo que não pôde
ser desafiado, e isso condicionou todo o curso da guerra. Apenas uma vez grandes esquadras se
encontraram, e os resultados foram indecisos. Desistiram então os franceses da luta pelo mar e se
concentraram na guerra pela destruição do comércio. Os aliados puderam assim enviar seus exércitos,
quando e como quiseram.
O feito mais notável da Marinha durante a guerra foi a captura da cidade de Gibraltar por Rooke e
Shovel, em 1704, e a conquista de Minorca com a magnífica baía de Porto Mahou, por Stanhope e Leake,
em 1708.
O esmagador poderio naval da Inglaterra foi o fator determinante na história europeia durante o
período mencionado, mantendo a guerra no estrangeiro enquanto conservava seu próprio povo em
prosperidade no território metropolitano e construía o grande Império. Mas nenhuma das conquistas
territoriais, ou todas juntas, comparou-se em grandeza e muito menos em solidez com o ganho da Inglaterra
de seu inigualável poderio naval, que começara durante a Guerra da Liga de Augsburgo e que recebeu seu
acabamento na de Sucessão da Espanha. Com ele a Inglaterra controlou o grande comércio oceânico, graças
a navios de guerra que não tinham rivais e que as outras nações, exauridas, não podiam enfrentar. Esses
navios estavam agora seguros, baseados em sólidas posições em todos os cantos disputados do mundo. O
comércio, que havia assegurado sua prosperidade e a de seus aliados e a sua eficiência militar durante a
guerra, embora atacado e perturbado pelos corsários inimigos (aos quais ele só pôde prestar atenção parcial
em vista das constantes exigências noutros setores) começou, com um salto, vida nova quando a guerra
acabou.
O Tratado de Utrecht juntamente com o Tratado suplementar de Raistádt, feito em 1714,
inauguraram um quarto de século de paz quase perfeito. Exaurido pelo sofrimento, em todo o mundo o
povo ansiava pelo retorno da prosperidade e do comércio pacífico. Não havia nenhum país apto como a
Inglaterra, com riqueza, capital e navios, para levar a cabo essa missão e colher as vantagens. Durante a
guerra de Sucessão da Espanha, a eficiência da Marinha Real significara viagens seguras e, mais ainda,
utilização dos navios mercantes. Os navios mercantes ingleses, sendo melhores protegidos que os
holandeses, ganharam a reputação de oferecer mais seguro transporte, e o tráfego naturalmente passara cada
vez mais para suas mãos. Essa conquista de preferência mundial foi mantida em tempo de paz. Mas do que
nenhuma outra potência, a Inglaterra consolidou então as bases sólidas do poderio marítimo, o qual não
residia meramente na sua grande Marinha. A França tivera tal Marinha em 1688, que desaparecera corno
uma folha no fogo. Nem residia só no comércio próspero; poucos anos depois da época em questão, o
comércio da França tomaria magníficas proporções, mas o primeiro tiro de guerra o varreria dos mares
como a Marinha de Cromwell já antes eliminara o da Holanda. Foi com a união dos dois (Comércio e
Marinha), cuidadosamente compensados, que a Inglaterra conquistou o poderio naval sobre e a despeito
dos outros Estados. Assim, essa conquista, se acha associada à Guerra de Sucessão da Espanha. Antes dessa
guerra, a Inglaterra era uma das potências navais; depois dela passou a ser a potência naval, sem uma
segunda. Esse poderio ela alcançou só, sem compartilhar com amigos ou disputar com inimigos. Ela só era
rica e, no seu controle dos mares e da navegação intensiva, tinha a fonte de riqueza já tão segura nas mãos,
que não havia, na época, perigo de um rival no oceano.
Seguiu-se uma era de paz. Uma certa interferência, é verdade, foi causada no começo do período
pelos esforços espanhóis para recobrarem as ilhas de Sardenha e Cicília que, pelos tratados, haviam sido
cedidas à Áustria e à Sabóia, respectivamente. Uma frota inglesa, entretanto, sob o comando do Almirante
George Byng, restaurou a tranquilidade em agosto de 1718, ao largo do cabo Pássaro, graças a uma
esmagadora vitória sobre a esquadra espanhola.
A longa luta só recomeçou em 1739. No começo, a França permaneceu neutra, e a Inglaterra disso
se aproveitou para iniciar uma série de ataques contra a sua secular inimiga, a Espanha. O Almirante Vernon
começou bem a guerra, capturando com apenas seis navios a cidadela fortemente defendida de Porto Bello
(1739), mas esse sucesso preliminar foi contrabalançado pelos fracassos de Cartagena (1740-41) e de
Santiago de Cuba (1741). No Mediterrâneo, uma esquadra combinada franco-espanhola de vinte e sete
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navios chocou-se ao largo de Toulon com a esquadra inglesa de vinte e nove navios do Almirante Mathews.
A batalha foi violenta, mas indecisa. O conflito crucial, entretanto, entre a Grã-Bretanha e a França, ocorreu
não na Europa, mas na Índia e na América do Norte, onde pequenos esquadrões bateram-se com violência
e habilidade.
A paz de Aix-la-Chapelle, que pôs fim a essa guerra chamada de Sucessão da Áustria, marcou
apenas uma trégua de oito anos, e nada decidiu em definitivo.
Mais uma vez o longo conflito recomeçou em 1756. Os ingleses aplicaram seu esforço diretamente
no conflito marítimo, colonial e comercial. A Inglaterra estabeleceu como objetivo precípuo o completo
domínio do mar para expulsar os franceses da América do Norte e para os impedir de estabelecer um
império na Índia. Noutras palavras, eles reconheceram pela primeira vez, claramente, a natureza do conflito
em que estavam mergulhados, intermitentemente, por mais de um século.
A guerra não começou bem para a Inglaterra. A ilha de Minorca foi capturada por tropas francesas
desembarcadas da esquadra de La Galissonière (1757), e uma frota inglesa enviada em socorro da ilha foi
repelida. Dois anos depois, porém, as vitórias navais de Lagos e Quiberon eliminaram a ameaça de uma
invasão das Ilhas Britânicas. Nesse predestinado ano de 1759, os franceses perderam, ao todo, não menos
de trinta e cinco navios de linha e ficaram assim reduzidos à impotência nos mares. A Espanha, entretanto,
que até então se conservara fora da guerra, tinha ainda uma armada de cerca de 50 navios. Em 1762, ela foi
atraída ao conflito pela promessa de recobrar Gibraltar e Minorca. Sua entrada na guerra meramente serviu
para completar o triunfo britânico. Em agosto de 1762, Havana foi capturada e com ela doze navios de
linha, para não mencionar tesouros avaliados em mais de três milhões de libras. Dois meses depois, Manilha
e todas as Ilhas Filipinas foram capturadas por uma expedição enviada da Índia.
A paz de Paris (1763), que pôs fim à Guerra dos Sete Anos, deu à Inglaterra a supremacia absoluta
na América do Norte e na Índia, além da posse de importantes ilhas no mar das Caraíbas. Ao mesmo tempo,
a Marinha Mercante inglesa, que a despeito de todas as guerras crescera de 1.320 navios em 1666 para
5.730 em 1760, alcançou a supremacia que iria durar até o século XX.
Seguiram-se cerca de quinze anos de paz, durante os quais a França reconstruiu sua frota de guerra.
O levante das Colônias Inglesas na América do Norte deu ensejo à França e à Espanha de lutarem
novamente pela posse das rotas marítimas. Na Índia, Souffren, com poucos navios, conseguiu lutar algumas
vezes vantajosamente contra as forças navais inglesas, superiores em número. Em 1781, a supremacia
inglesa nas águas americanas foi perdida. Uma esquadra francesa, sob o comando do Conde de Grasse,
muito mais numerosa e de melhores navios que o esquadrão inglês, sob o comando do Almirante Graves,
cortou as comunicações da Ilha com a força principal britânica, conduzida por Lorde CromwelI, em
Yorktown, e compeliu-a a rendição. A queda de Yorktown marcou o fim virtual da Guerra da Independência
Americana, mas a vitória decisiva alcançada pelo Almirante Rodney na batalha de Santas restituiu em parte
a supremacia naval britânica e permitiu à Inglaterra alcançar melhores termos de paz (1783). As perdas de
suas melhores colônias e o renascimento da Marinha francesa pareceram indicar uma próxima decadência
da Inglaterra. Todavia, as ligações vitais das outras partes do Império Britânico foram mantidas, como
durante todas as guerras do século XVIII, e, após a derrota de 1783, a Inglaterra entrou rapidamente em
fase de recuperação, tirando de suas colônias os recursos necessários.
Em breve, por ocasião da Revolução, a Marinha francesa se auto destruiu, e, quando, em 1792, o
conflito entre as duas potências recomeçou, não havia competidor sério para a Royal Navy.
A guerra final entre a França e a Inglaterra, fechando a secular luta, durou mais de vinte anos (1793-
1815), durante os quais só houve breves tréguas de meses. A supremacia marítima britânica nunca foi
seriamente ameaçada em qualquer ocasião da guerra, salvo, talvez, por um curto período de 1797, quando
uma série de motins irrompeu nas frotas inglesas. Em vão, a França tentou restabelecer o balanço naval,
assumindo sucessivamente o controle, por um meio ou outro, das frotas da Espanha, Holanda e Dinamarca.
Todas elas, uma a uma, foram derrotadas pelos grandes chefes ingleses do tempo: Howe, Jervis, Duncan e
Nelson. Em 1794, Howe derrotou Villaret Joyeuse no canal da Mancha; em 1797, Jervis, ao largo do cabo
de São Vicente, destroçou uma frota espanhola; oito meses depois, Duncan derrotava os holandeses ao
largo de Camperdown, e no ano seguinte, Nelson alcançou a vitória de Aboukir.
Durante os dez anos de guerra da Primeira Coligação (1792-1802), o comércio ultramarino britânico
expandiu-se extraordinariamente a despeito dos corsários franceses. As importações que tinham sido em
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1781, cerca do fim da guerra da América, de 318 milhões de francos, e, em 1792, no começo da Revolução,
de 491 milhões, elevaram-se, em 1799, a 748 milhões. As exportações em produtos manufaturados da
Inglaterra, que tinha sido, em 1781, de 190 milhões, em 1792 de 622 milhões, elevaram-se, em 1799, a 849
milhões. Assim, tudo havia triplicado desde o fim da guerra da América e pouco mais ou menos dobrado
depois da guerra da Revolução. Em 1788, o comércio inglês havia empregado 13.827 navios e 107.925
marinheiros; utilizou, em 1801, 18.877 navios e 143.661 marinheiros. Nesse último ano, a Grã-Bretanha
possuía 814 navios de guerra de todos os tamanhos em construção, em reparos, armando-se ou em
operações. Nesse número, incluíam-se 100 navios de linha e 200 fragatas sob velas, distribuídos por todos
os mares; 20 naves e 40 fragatas de reserva, prontas para sair dos portos. Não se podia, portanto, estimar
sua forca efetiva em menos de 120 vasos de linha e 250 fragatas, guarnecidos por 120 mil marinheiros.

Batalha Naval de Trafalgar, ao Sul da Espanha, na entrada do mar Mediterrâneo.

Ao recomeçar a guerra em 1803, depois da pequena trégua resultante do Tratado de Amiens, a França
procurou não disputar a hegemonia naval, mas obter uma superioridade momentânea no canal da Mancha,
que permitisse a transposição do exército de 150 mil homens reunidos em torno de Boulogne. Napoleão
engendrou vários planos visando reunir diversas esquadras francesas e espanholas bloqueadas em Brest,
Rochefort, Cádiz, La Coruña e Toulon, mas tudo desabou com a esmagadora derrota de Trafalgar.

Com a vitória de Lorde Nelson, a supremacia naval britânica foi


estabelecida, na verdade, em todos os mares, eliminando qualquer ameaça
por mais de um século. Napoleão, contudo, não abandonou a disputa naval,
mas mudou de tática. Foram construídos numerosos bons navios que,
isolados ou em pequenas flotilhas, depredaram o comércio britânico. Os
corsários causaram grandes estragos, pois era extremamente difícil
capturá-los. Entre os anos de 1805 e 1815, os corsários capturaram 5.314
navios ingleses.

Ao todo, de 1792 a 1815, a Grã-Bretanha perdeu nos oceanos cerca


de 9 mil navios de comércio, o que não impediu sua frota mercante
aumentar de 1.540.000 para 2.616.000 toneladas.

Em compensação, os navios franceses obrigaram a esquadra inglesa a se concentrar nas águas


europeias de tal maneira que, quando uma guerra com os Estados Unidos da América irrompeu em 1812,
os pequenos navios ingleses enviados através do Atlântico sofreram certo número de derrotas humilhantes
numa série de ferozes duelos navais. No fim, entretanto, o poderio naval prevaleceu. Todos os portos
americanos foram bloqueados, e o comércio dos Estados Unidos foi inteiramente varrido dos mares.
O completo domínio dos mares, que a grande vitória de Nelson em Trafalgar conferiu à Inglaterra,
teve efeito decisivo nas fases finais da Guerra Napoleônica: frustrou a tentativa de Napoleão para, por meio
do Bloqueio Continental, eliminar o comércio inglês da Europa; quebrou sua projetada colisão naval contra
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a Grã-Bretanha, pela captura da esquadra dinamarquesa em 1807; tornou possível a continuação vitoriosa
da Guerra Peninsular (1808-14) na qual os recursos militares de Napoleão ficaram isolados; cortou a França
das fontes vitais de suprimento. O poderio marítimo também afetou profundamente o desenvolvimento do
Império Britânico durante esses vinte e dois anos gloriosos. Datam de então novas conquistas coloniais
inglesas na América, na África do Sul e na Índia.
A derrota de Napoleão deu à Grã-Bretanha o senhorio sobre os mares, senhorio que não foi
seriamente desafiado durante cem anos. Esse domínio a elevou a proeminência do mundo, de uma forma
que ela nunca antes alcançara. A Inglaterra ficou numa posição comparável à de Veneza na Idade Média
ou a da Holanda na primeira metade do século XVII. Nesses cem anos a Grã-Bretanha esforçou-se para não
se envolver em qualquer conflito de importância, exceto na breve Guerra da Criméia de 1854-56.
Devido à supremacia industrial da Grã-Bretanha vitoriosa, o advento da idade do vapor e do ferro nos
mares redundou inteiramente em sua vantagem, tanto mais que tinha então dificuldades em obter madeiras.
E o frete de ida de carvão, vendável na maioria dos portos de todo o globo, constituiu forte estímulo para a
navegação britânica. Através do resto do século, a Marinha insular continuou a desenvolver-se sem
rivalidade séria. Assim, em 1870 a Grã-Bretanha já dispunha de 1.202.000 toneladas de navios a vapor,
enquanto os Estados Unidos só contavam com 192.000, e a França com 154.000. Entretanto, a revolução
industrial, tornando obsoletos os antigos navios de madeira que por séculos haviam engrandecido o Império
Britânico, permitiu, ao mesmo tempo, às demais potências
industriais consagrarem-se à construção de novos tipos de vasos de
guerra, ameaçando, por conseguinte, o poderio naval inglês.

Depois da Guerra da Criméia, a França iniciou a construção


de navios de guerra de novo tipo, extremamente poderosos.
Também a Rússia, analisando as consequências fatais de sua
importância naval, tanto no mar Negro como no Báltico, durante a
mesma guerra, empenhou-se em construir uma armada do novo A península da Criméia
tipo.

Após 1870, tanto a Alemanha como a Itália começaram a construção de navios, embora as respectivas
atividades não causassem alarma até próximo ao fim do século. As crescentes marinhas dos Estados Unidos
e do Japão, também, a princípio, não causaram inquietação.
A partir de 1897, von Tirpitz, apoiado pelo Kaiser, deu início ao grandioso programa naval alemão.
O alto nível alcançado pela indústria germânica bem cedo fez ver que uma nova potência ia surgir nos
mares. A Inglaterra se alarmou ante essa possibilidade e começou a grande corrida armamentista naval
entre as duas nações. Ao deflagrar a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha dispunha da segunda Marinha
de Guerra do mundo, e sua frota de comércio crescia cada ano mais, levando os produtos germânicos a
todos os cantos da Terra. A Alemanha manteve-se, contudo, na defensiva nos mares ante a superioridade
da Marinha Real aliada às Marinhas francesa, russa e italiana. A supremacia na superfície dos mares pela
Grã-Bretanha e seus aliados se deu realmente desde o princípio mais absoluto do que fora em qualquer
guerra precedente. Ao romperem as hostilidades, a Alemanha tinha para mais de dois mil navios a vapor e
cerca de três mil navios à vela empregados no comércio. Em poucas semanas, cada um deles fora capturado
ou internado, e durante o decorrer dos quatro anos de guerra nenhum voltou a navegar como navio mercante.
O imenso e lucrativo comércio exterior da Alemanha foi inteiramente eliminado. A Alemanha teve, é
verdade, um novo e poderoso poder no submarino. O submarino era, e ainda é, um mero instrumento de
destruição. Ele foi completamente incapaz de fazer qualquer coisa para reviver o extinto tráfego da
Alemanha.
Comparadas ao bloqueio inglês dos Impérios Centrais e à campanha submarina alemã, as outras
operações navais de guerra foram relativamente insignificantes, pouco ou nada contribuindo para o
desenrolar do conflito. A Frota Alemã de Alto Mar nunca se atreveu a um teste decisivo e perdeu
oportunidade após oportunidade para influir decisivamente nos acontecimentos. A fuga do Goeben e do
Breslau no Mediterrâneo, a escaramuça ao largo de Heligoland (agosto de 1914), a batalha de Coronel
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(novembro de 1914) com a sua sequência ao largo das Ilhas Falklands (dezembro de 1914), a caça ao largo
de Dogger Bank (janeiro de 1915), a longa e penosa aventura dos Dardanellos (abril de 1915-janeiro de
1916), todos foram meros episódios dramáticos e espetaculares, custosos mas indecisos.
Depois de a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha, a Rússia e a Áustria-Hungria estarem engajadas, a
Turquia entrou na guerra, em outubro de 1914, ao lado dos impérios centrais (Alemanha e Áustria-
Hungria). As frentes estavam paralisadas, tanto a ocidental quanto a oriental. Foi nessa oportunidade que a
Rússia pediu socorro a seus aliados ocidentais, França e Grã-Bretanha. A pressão austro-alemã na frente
oriental era grande. Além disso, os turcos invadiram o Cáucaso, obrigando a Rússia a mais um esforço
defensivo naquela área. Assim, pressionados, os russos necessitavam de apoio logístico, especialmente
munições e precisavam também escoar sua produção de cereais, que tinham em excesso desde que os turcos
lhes fecharam o estreito de Dardanelos para exportações.
Decidiu-se apoiar à Rússia pelos Dardanelos, afastando-se todas as demais hipóteses de alcançá-la
pelo mar. A tarefa de coube, porém, exclusivamente à marinha. Winston Churchill, então primeiro lorde do
Almirantado, entusiasmara-se com a ideia de chegar à Rússia pelo estreito de Dardanelos. Os Aliados
fizeram inúmeras tentativas. Os turcos haviam minado o estreito e fortificado suas margens sob a orientação
de um general alemão, Von Saunders.
Os aliados perderam ali alguns navios, até que
perceberam que não podiam tomar os Dardanelos
apenas com navios, porque navios nunca tomaram
posição alguma de terra. Quando, depois de
empregarem até navios novos – como foi o caso dos
super-dreadnoughts classe Queen Elizabeth – o que
resultou no pedido de demissão de lorde Fisher, os
aliados decidiram usar tropas de terra, já sendo tarde
demais. Uma das margens do estreito de Dardanelos
era na península de Galípoli, onde o desastre foi
completo. Tudo aconteceu ao contrário do que se
pretendia. A Turquia (Império Otomano) fortaleceu-se
e a Bulgária entrou na guerra a favor das potências
centrais. Tudo porque se empregou erradamente
o poder naval. Tudo porque os partidários de uma
rígida estratégia terrestre não quiseram renunciar a suas Super-Dreadnought “Queen Elizabeth”
convicções. O mau emprego dos navios resultou numa
custosa lição.
O grande revés experimentado pelos Aliados com a campanha de Constantinopla, como também
ficou conhecida a Campanha dos Dardanelos, foi seguida de uma gigantesca batalha naval, a maior do
mundo até então, a Batalha da Jutlândia (também chamada de Skagerrak pelos alemães). A batalha da
Jutlândia (31/05/1916), de longe a mais considerável ação naval da guerra, poderia bem ter sido decisiva,
mas não o foi. Na verdade, Jutlândia foi seguida por dois anos e meio de agonia desnecessária. No fim,
porém, o poderio naval teve sua parte decisiva, derrotando a campanha submarina, assegurando o trânsito
seguro das forças inglesas e americanas, conservando abertas todas as comunicações aliadas.
A estratégia marítima britânica envolvia uma atividade principal: o bloqueio do inimigo. Esse
bloqueio, muitas vezes furado, não conseguiu impedir que um perigosíssimo elemento aparecesse no
cenário da guerra naval: o submarino.
O submarino era uma arma obscura. Ninguém conhecia exatamente seu valor. Nunca havia sido
experimentado em larga escala. Era conhecido apenas como um navio adequado para a defesa dos portos.
O submarino era, exclusivamente, um navio de emprego defensivo. Sem condições de alcançar cedo uma
vitória que pretendiam obter sobre a França com seis semanas de guerra, os alemães voltaram-se tenazmente
contra os Aliados no mar, especialmente contra a Grã-Bretanha, lançando as campanhas submarinas.
Ao começar a guerra, os ingleses tinham 64 submarinos, os franceses, 73, e os alemães, 23. Quando
a guerra terminou, os alemães haviam construído mais de 800 submarinos, o que mostra a importância que
deram a este tipo de navio. A primeira campanha submarina foi em 1915; a segunda, em
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1916. Ambas, porém, foram restritas, isto é, tinham como objetivo os navios mercantes inimigos,
preferencialmente aos de guerra, quando em águas declaradas como zona de guerra. Dentre os navios
afundados, no entanto, contavam-se frequentemente navios neutros, o que gerava protestos diplomáticos.
A guerra restrita dava poucos resultados, considerando-se, sobretudo, o abuso de bandeiras neutras por
parte dos ingleses.
Por fim, em 1917, o Imperador da Alemanha, Guilherme II, proclamou a campanha submarina
irrestrita. Os alemães afundariam os navios mercantes de qualquer nacionalidade que navegassem na zona
de guerra em torno das ilhas britânicas. Os alemães pretendiam liquidar com a economia inglesa e fazer o
povo inglês padecer de fome, já que a Grã-Bretanha importava alimentos em grande quantidade. Os alemães
calculavam que, em 1917, a comida era transportada para a Grã-Bretanha por 10.750.000 toneladas de
navios mercantes, dos quais dois terços era ingleses. Os alemães pretendiam afundar uma média de 600.000
t de navios mercantes por mês, fazendo com que em pouco tempo a Grã-Bretanha passasse fome. Tudo
teria dado excelente resultado para os alemães, não fossem estudos novos que se fizeram sobre o tráfego
marítimo.
Verificou-se o seguinte: o tráfego no canal da Mancha, realizado em comboio, trazia o índice de
apenas cinco afundamentos em 2.600 viagens, o que significa apenas 0,19% de perdas; nas viagens para a
Noruega, com o uso de comboio, as perdas eram da ordem de 0,24%, enquanto sem comboio elevavam-se
a 25%. Tais resultados induziam ao uso do comboio como medida geral a ser adotada para o
tráfego marítimo durante a guerra.
O Almirantado britânico, contudo, reagia à ideia, fundamentando-se em argumentos aparentemente
razoáveis como:
a) a velocidade do comboio teria que ser reduzida em função do navio mais lento, o que aumentaria
demasiadamente a demora nas travessias;
b) os portos ficariam congestionados em face da chegada simultânea de um número grande de navios
para as operações de carga e descarga;
c) a viagem em grupo aumentava os riscos de colisão e de consequente perda de navios;
d) o emprego de navios de guerra para a cobertura dos comboios retirá-los-ia de missões ofensivas,
com prejuízo para o desenvolvimento das operações navais.
Os oficiais partidários do comboio contra-argumentaram e por fim viu-se que tinham razão, pois:
a) os comboios poderiam ser agrupados de modo a se comporem de navios com velocidade
aproximadamente igual; os muito lentos viajariam escoteiros (isolados); assim, não haveria substancial
prejuízo na rapidez das viagens;
b) a chegada programada, em certa data, de um comboio de navios, permitiu melhor planejamento e
execução das operações de carga e descarga do que a vinda aleatória de navios escoteiros, impossibilitados
de prevenir sua chegada ao porto, por terem que manter silêncio-rádio;
c) os comandantes de navios mercantes mostraram-se hábeis em manter a posição de seus navios em
formatura;
d) a missão de comboio requisitou poucos navios para escolta, muito menos do que se imaginava,
geralmente 5% dos navios engajados em missões operativas, nunca ultrapassando a porcentagem de 15%
destes.
A vitória do emprego do comboio deveu-se, sobretudo, ao Almirante Sims, da US Navy, que tratava,
em Londres, do apoio dos Estados Unidos à Grã-Bretanha. Sims exigiu do Almirantado britânico
a adoção do comboio, pressionando-o a aceitar tal solução, pela qual se entusiasmara ao tomar
conhecimento dos estudos realizados, em função da substancial ajuda que os americanos começavam a
prestar com sua entrada na guerra.
O comboio foi a salvação do tráfego marítimo inglês. Todas as outras contramedidas mostraram-se
fracas em comparação a esta. Depois de usarem minas, redes, hidrofone, mercantes armados, navios-
armadilha (Q-ships), carga de profundidade e comboio, tudo contra os submarinos, apareceu a grande
novidade da época, o avião, também usado em larga escala na proteção à navegação mercante. No final da
guerra, 565 aviões, hidraviões e zepelins apoiaram comboios (últimos seis meses do conflito). Voaram uma
média de 14 mil horas por mês, marca somente ultrapassada em meados de 1943, na Segunda Guerra
Mundial. Tais equipamentos aéreos avistaram 28 submarinos inimigos e atacaram 19. Embora não tenham
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alcançado nenhum afundamento, seu caráter pioneiro foi brilhante, marcando o início de uma tática
antissubmarina que se desenvolveria mais tarde no segundo grande conflito do século. Dentre as centenas
de comboios com proteção aérea e de superfície, apenas seis foram atacados, com cinco afundamentos.
Em 11 de novembro de 1918, a Grande Guerra acabou, e, pouco depois, toda a frota alemã se rendeu;
dezenove encouraçados, cinco cruzadores de batalha, dezesseis cruzadores ligeiros, noventa e dois
contratorpedeiros, cinquenta torpedeiros e cento e cinquenta e oito submarinos. Nessa mesma época, a Grã-
Bretanha dispunha de quarenta e nove navios de linha, oitenta e oito cruzadores de vários tipos e para mais
de trezentos contratorpedeiros. Nunca antes fora tão esmagador o domínio dos mares pela Inglaterra, como
em fins de 1918.
Rapidamente, após a guerra, a Grã-Bretanha recuperou a primazia da Marinha Mercante que
perdera, por efeito da campanha submarina, para a crescente frota de comércio dos Estados Unidos. Em
1925, a Grã-Bretanha já estava com sua frota mercante inteiramente restaurada e voltou a participar do
tráfego mundial mais ou menos na mesma proporção de antes da guerra. Além de atender às permutas do
vasto Império, a Marinha de comércio inglesa cobria deficiências de transporte em regiões afastadas de
todo o mundo. Nos portos brasileiros, argentinos, chilenos, chineses e etc, era a bandeira do Reino Unido
a mais vista; 35% das exportações americanas eram feitas em porões ingleses. Já não era, entretanto, a Grã-
Bretanha a única potência marítima, nem permitiam mais seus recursos financeiros manter a supremacia
absoluta, conservada por cerca de duzentos anos. Entre as duas guerras, ela procurou nas conferências de
desarmamento salvaguardar sua posição, mas foi obrigada a aceitar a paridade naval com os Estados
Unidos.
A par disso, outras potências navais surgiram ameaçadoras: a Itália, no Mediterrâneo, e o Japão, no
extremo Oriente, se bem que contrabalançados pelas Marinhas francesa e americana, respectivamente.
O governo inglês, preocupado com um possível desenvolvimento da marinha de guerra germânica,
iniciou negociações secretas com os alemães, sem qualquer consulta à França. Em 18/06/1935, a Europa
soube, estarrecida, que Londres permitia aos nazistas a construção de uma frota de alto-mar equivalente a
1/3 da marinha britânica, com uma proporção ainda maior de submarinos. Tal acordo equiparava a força
naval alemã à francesa. A notícia provocou em Paris uma profunda irritação contra os ingleses, que haviam
agido em função de seus interesses exclusivos e abandonado a França, diante de uma Alemanha cada vez
mais poderosa. Ressentidos com os britânicos, os franceses procuraram então se aproximar da Itália, como
um meio de barrar o caminho à Alemanha.
Mussolini aceitou com entusiasmo a mão que a França lhe estendia, o que vinha servir seus planos
imperialistas. O Fascismo consolidara-se internamente, e a população italiana atingira um nível de
prosperidade material até então jamais alcançado.
Entretanto, a própria psicologia do fascismo obrigava os dirigentes a estimularem constantemente o
povo, conservando-o sempre excitado, a fim de manter o prestígio de Mussolini. O Duce queria evitar que
a população italiana se habituasse à rotina, diminuindo o apoio ruidoso que lhe prestava e que afagava sua
volúpia de poder. Devido a seu temperamento, era um líder que precisava de grandes gestos e de atos
igualmente grandiosos, para alimentar sua enorme vaidade. Embora houvesse feito uma administração de
incontestável valor na Itália, isso não lhe bastava. Sua concepção histórica impelia-o a imitar Júlio Cesar,
fazendo-o entrar, também, para a galeria dos grandes homens, sob o tríplice rótulo de administrador,
estadista e conquistador.
Desde que começou a Segunda Guerra Mundial, o principal esforço da Alemanha no mar foi
orientado no sentido de cortar as ligações oceânicas do Império Britânico, recorrendo principalmente à
arma submarina e à aviação. A Batalha do Atlântico, que começou no primeiro dia da guerra, foi assim a
campanha naval chave de todo o conflito. Seu desenrolar não pôde ser determinado pelos resultados de um
encontro decisivo, mas pelas listas anotadas numa folha onde figuravam navios perdidos em face de navios
construídos, navios afundados em face de submarinos alemães destruídos. Referindo-se à Batalha do
Atlântico, assim se expressou Winston Churchill: "A única coisa que sempre me atemorizou realmente
durante a guerra foi o perigo dos submarinos. A nossa linha vital mesmo através dos amplos oceanos e
particularmente nas entradas para a Ilha estava em perigo. Sentia-me ainda mais ansioso a respeito dessa
batalha do que me sentira a respeito da gloriosa luta aérea chamada Batalha da Grã-Bretanha”.

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Em maio de 1939, Mussolini havia enviado a Hitler um memorando
ultrassecreto, que foi levado a Berlim por Cavallero, oficial-general que mais
tarde foi chefe do estado-maior e que viria a ter um destino trágico (tendo
recusado seus serviços à Alemanha, foi assassinado pela Gestapo em
setembro de 1943, sendo sua morte camuflada em suicídio). A nota do Duce,
conhecida hoje em dia como "Memorando Cavallero", poderia ter assegurado
alguma tranquilidade à Europa, talvez mesmo a paz, se tal trégua fosse
aproveitada. Mussolini achava que um conflito seria inevitável, mas a Itália
não poderia estar envolvida nele antes de três anos. Ele pedia, então, ao
Fuehrer que evitasse a guerra até 1942. Hitler concordou a princípio com as
sugestões do Duce.

Em fins de maio de 1939, era assinado o "Pacto de Aço" entre a Itália e a Alemanha. Seu primeiro
artigo especificava que as duas potências se manteriam em contato permanente e concordariam em todos
os assuntos de interesse comum; o artigo terceiro estipulava que, se uma das partes contratantes se envol-
vesse em uma ação militar, a outra devia auxiliá-la com todas as suas forças. Em 11 de agosto, Ribbentrop
anunciava ao Conde Ciano que a Alemanha atacaria a Polônia e lhe solicitava a aplicação do pacto. Os
italianos, não tendo sido consultados previamente, poderiam prevalecer-se do artigo primeiro do pacto para
sofismarem sobre o terceiro. Preferiram, entretanto, agir dentro do espírito do "Memorando Cavallero": a
entrada em guerra três anos antes do que haviam previsto pegava-os desprevenidos.
Em 25 de agosto, Mussolini telegrafava a Hitler dizendo-lhe que a Itália não podia entrar em
campanha, a menos que recebesse uma ajuda substancial em dinheiro e materiais, inclusive combustíveis.
Attolico, embaixador italiano em Berlim, fez ver que a liberação de tais matérias, devia ser imediata, prece-
dendo mesmo a entrada em guerra. No mesmo dia, Hitler respondia que não tinha condições de atender
imediatamente tais exigências. Dizia também que compreendia a situação da Itália e lhe pedia simplesmente
que operasse deslocamentos de tropas com o fim de reter junto a suas fronteiras forças franco-britânicas.
Uma nova troca de mensagens confirmou a neutralidade italiana com a aquiescência de Hitler. A
manobra da Itália poderá ser taxada de oportunista, mas na verdade, como hoje se sabe, era bastante grave
o despreparo de seu Exército, o que justificava sua atitude. A Itália proclamou, então, sua não beligerância,
termo que, para Mussolini, significava neutralidade, favorável à Alemanha. Durante a guerra, os italianos
passariam da não beligerância à guerra contra os Aliados, depois à co-beligerância, ou guerra ao lado destes.
Apesar do termo inquietante de não beligerância, a posição tomada pela Itália em setembro de 1939
nos foi extremamente favorável.
A Espanha, extenuada pela guerra civil e inquieta com o pacto de não agressão germano-russo,
encontrava na decisão da Itália uma razão suplementar para não entrar na luta e proclamou sua neutralidade.
No Mediterrâneo Oriental a situação era ainda melhor. A Turquia, ao contrário do que acontecera em 1914,
era francamente favorável aos Aliados e, em 19 de outubro, foi assinado um tratado entre a Turquia, a
França e a Grã-Bretanha, dando garantias à Grécia e à Romênia, o que foi seguido por contatos entre os
estados-maiores. Assim, todas as costas do Mediterrâneo estavam neutras ou se encontravam sob o domínio
da França ou da Grã-Bretanha. A guerra começava nesse teatro nas condições mais favoráveis, apesar da
necessidade de que tinham as duas potências de manter aí forças de segurança.
Durante muitos anos os estados-maiores franceses haviam tido no primeiro plano de suas
preocupações o transporte rápido de tropas da África do Norte para a metrópole. A Marinha, a quem cabia
grande responsabilidade, havia estudado a questão em todas as suas formas e previsto todas as
eventualidades. As turmas da Escola de Guerra Naval estavam todas dedicadas a este problema e uma
grande parte dos exercícios da Esquadra tinha como motivo o tema da passagem. Tudo se tornou fácil pela
neutralidade da Itália e a impotência das forças navais alemãs.
No começo da guerra, a Alemanha dispunha essencialmente de dois encouraçados - Scharnhost e
Gneisenau; três encouraçados de bolso; três cruzadores pesados; cinco cruzadores ligeiros; uns cinquenta
contratorpedeiros e cinquenta e sete submarinos, dos quais somente vinte e seis eram capazes de agir fora
do Mar do Norte. As forças de superfície alemãs não podiam penetrar no Mediterrâneo devido a sua inferio-
ridade e os submarinos tinham muito que fazer no Atlântico.
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Além do mais, em 7 de setembro, Hitler ordenava aos submarinos alemães que não empreendessem
nenhuma ação ofensiva contra os navios franceses. Ele esperava, então, que a França, após a derrota da
Polônia, aceitasse uma paz de compromisso. Tal ordem foi revogada em 23 de setembro, mas a Marinha
alemã não enviou submarinos ao Mediterrâneo. Somente no verão de 1941 os primeiros U-Boot transporão
Gibraltar.
Assim, a situação do Mediterrâneo em 1939 se apresentava o mais favoravelmente possível. A França
e a Grã-Bretanha puderam destacar para o Atlântico uma grande parte das forças reservadas para combater
a Itália. Somente alguns navios leves, participando do bloqueio, asseguravam a proteção ao tráfego
marítimo no Mediterrâneo contra eventuais corsários inimigos.
Por outro lado, a estratégia aliada pretendia, em longo prazo, realizar uma intervenção nos Bálcãs,
onde a diplomacia preparava o terreno. Ao mesmo tempo, uma divisão argelina foi enviada à Síria. A
manobra de alas, bastante empregada pelos chefes franceses, baseava-se na certeza da cristalização da frente
nordeste, o que infelizmente estava errado. A neutralidade da Itália, que deixava aos Aliados o domínio
inconteste do Mediterrâneo, permitia conceber grandes planos para o futuro, esperando-se conservar as
margens desse mar.
A conservação da supremacia do Atlântico pelos britânicos, a
despeito das forças aéreas e marítimas do Eixo, durante os dois
terríveis primeiros anos de guerra, conta-se entre os feitos mais
extraordinários da História. O principal problema naval das nações
unidas na Segunda Guerra Mundial foi, até pelo menos o meio do
ano de 1943, o de achar um número de navios de guerra para
assegurar a proteção conveniente da navegação comercial.
Ante a destruição gigantesca sofrida pelas marinhas de
comércio aliadas, as disponibilidades de navios de transporte
tornaram-se o fundamento da estratégia de guerra aliada. Os aliados Navio mercante torpedeado
perderam quatro milhões de toneladas de barcos mercantes em 1940
e mais de quatro milhões em 1941.
Em 1942, foram postos a pique quase 8 milhões de toneladas
da navegação aliada, então já aumentada depois que os Estados
Unidos se tinham tornado aliados. Submarino Alemão (U-Boat)
Até fins de 1942, os submarinos afundaram navios mais depressa do que os aliados podiam construí-
los. Em começos de 1943, o nível das novas tonelagens foi subindo nitidamente, e as perdas diminuíram.
Antes do fim daquele ano, a nova tonelagem havia finalmente ultrapassado as perdas marítimas oriundas
de causas diversas.
O segundo semestre presenciou, pela primeira vez, as perdas de submarinos excederem a sua
capacidade de poderem ser substituídos. Logo viria o tempo em que seriam afundados no Atlântico mais
submarinos do que navios mercantes. “A Batalha do Atlântico", afirmou ainda Winston Churchill, foi o
fator dominante durante toda a guerra. Jamais podíamos esquecer que tudo que acontecesse algures, em
terra, no mar ou no ar, dependia em última instância do resultado daquela batalha, e, em meio a todas as
outras preocupações, considerávamos os seus altos e baixos, dia a dia presos de esperança ou apreensão.
No Mediterrâneo, área de grande importância estratégica e econômica devido ao canal de Suez, a
Inglaterra teve brilhante e importante atuação durante a Segunda Grande Guerra. Contra a relativamente
poderosa esquadra italiana, os ingleses colocaram no Mediterrâneo forças consideráveis organizadas
inicialmente em duas esquadras, a do Oriente sob o comando do almirante Cunningham, com base em
Alexandria, e a Força H, com base em Gibraltar, destinada a atuar no Atlântico ou no Mediterrâneo, com a
dupla missão de participar da proteção das rotas oceânicas e de assegurar, dentro do Mediterrâneo
Ocidental, escolta para os comboios com destino a Malta, onde mais tarde foi montada a força K, e a
Alexandria. Seu comandante era o Almirante Somerville, que estava diretamente subordinado ao
Almirantado. Ao todo, os britânicos contavam com seis couraçados, dois porta-aviões e um número
apreciável de cruzadores, 33 contratorpedeiros e alguns submarinos. Graças à arma aérea embarcada
estavam numa posição de equilíbrio ou até de superioridade.

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No início do conflito, em 1940, os italianos acreditavam que podiam destruir unidades navais com
bombardeamentos em altitude praticados pelos seus trimotores Savoia S79, o que se revelou errado.
Posteriormente, estes aviões foram utilizados como torpedeiros aéreos mas ainda com pouca eficácia, já
que nem sempre se aproximavam o suficiente dos navios a atacar para conseguir o êxito pretendido pela
missão.
Os alemães ficaram àquela altura muito admirados com a forte presença naval britânica no
Mediterrâneo, já que então preparavam intensamente aquilo que poderia ter sido a invasão alemã da Grã-
Bretanha. Obviamente, a direção britânica não acreditava na possibilidade de os alemães conseguirem com
as suas reduzidas forças navais atravessar a Mancha, o que foi rapidamente reconhecido pelo próprio
comando alemão que desistiu da operação sem ter verdadeiramente feito mais que juntar em alguns portos
franceses um certo número de navios.
O bloqueio marítimo foi, desde o princípio, mais severo do que durante a Primeira Guerra Mundial.
Foram muito extensas as listas de contrabando absoluto e condicional estabelecidas pelos Aliados. Em 8 de
setembro, já estavam designados os portos de controle. Em 19 de dezembro, foi criado o sistema dos
navicerts: o navio que aceitasse ter a sua carga examinada por um agente aliado em um porto neutro, se não
transportasse contrabando, recebia um certificado que lhe permitia atravessar rapidamente os cruzeiros de
controle. Ele encontrava em tal método uma vantagem certa, enquanto a própria vigilância aliada era mais
fácil e mais segura.
Desde o começo da guerra, as importações dos neutros vizinhos da Alemanha foram limitadas a um
certo valor, com o que se evitavam os desvios para o inimigo, que, na guerra de 1914-18, haviam sido de
vulto. Nos tempos de paz, os países danubianos enviavam suas exportações destinadas à Alemanha pelo
Mar Negro ou pelo Mediterrâneo. Era-lhes preciso usar o Danúbio em contrapartida e, durante os períodos
de gelo, as estradas de ferro, cujo rendimento era ainda menor.
Dispondo de meios para comércio, os Aliados podiam comprar, ainda que a preços elevados, na
Suécia, na Bélgica e no Sudeste da Europa, matérias-primas, que a Alemanha só podia obter com pesadas
dificuldades. A Itália chegou a fornecer material de guerra à França, do que o Reich se queixou
amargamente. O Governo italiano respondeu neste caso que tais vendas lhe permitiam obter fornecimentos
necessários à sua preparação militar e que o aumento de sua força ajudava indiretamente o seu aliado. Tudo
isso podia parecer bastante sutil, mas muitos italianos ainda hesitavam. "Ganhai vitórias e estaremos
convosco", dizia Ciano aos Aliados.
Novas medidas de bloqueio vinham alterar nossas relações com a Itália. Em 21 de novembro de 1939,
os Aliados anunciaram que, em represálias às minagens efetuadas ilegalmente pelos alemães, eles se
apoderariam de todas as exportações da Alemanha, sem levar em conta a bandeira do navio transportador.
Tais medidas contrariavam a Declaração de Paris, de 1856. O Japão, a Bélgica, a Holanda, a Dinamarca e
a Suécia reclamaram. A 27 de novembro, o Rei Jorge assinava a "Ordem em Conselho" e a 28 o Governo
francês publicava um decreto, tudo para aplicar a decisão tomada em comum; sua execução começou em 4
de dezembro. Entretanto, não foram apreendidas as exportações alemãs de carvão para a Itália, que
passassem sob pavilhão neutro. Em dezembro, o Governo italiano enviou à Grã-Bretanha uma nota de
protesto contra o bloqueio, solicitando sobretudo o fim dos desvios das rotas dos navios e a anulação de
todo o controle das comunicações entre a Itália e seu império colonial. Deixando a porta aberta às
discussões, o Governo britânico rejeitou as pretensões da Itália em 9 de janeiro de 1940.

Em fevereiro, fracassaram as negociações entre a Grã-


Bretanha e a Itália para um tratado de comércio e, em 18 desse mês,
Sir Percy Lorraine informava ao Conde Ciano, em Roma, que todos
os transportes de carvão que viessem da Alemanha, por via marítima,
com destino à Itália, seriam detidos.
No início de março, treze carvoeiros italianos partiram da
Alemanha com destino à Península Itálica; foram rapidamente
interceptados no Mar do Norte pela Esquadra britânica, e não
Mussolini e Hitler em desfile surtiram efeito os protestos italianos.

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Por mais severo que fosse o bloqueio, não podia ter senão uma fraca influência sobre o desenrolar do
conflito. A Alemanha havia organizado uma política de autossuficiência que diminuía sua vulnerabilidade.
Por outro lado, ela contava receber da União Soviética as matérias-primas que lhe faltavam. O bloqueio
irritou profundamente os italianos. Embora não tendo sido a causa principal de sua entrada na guerra, serviu
à propaganda de Mussolini para preparar a opinião pública.
Desde a queda da Polônia a Itália estava convencida da vitória alemã. Em 10/03/1940, Ribbentrop
vinha a Roma. Após essa visita, Mussolini encontrou-se com Hitler em Bremer, a 18 do mesmo mês, e lhe
prometeu intervir. Em 31 de março, o Duce enviou ao Rei e aos altos chefes militares uma nota ultra-secreta
sobre a necessidade de se engajar no que chamava de "guerra paralela". A guerra estava, portanto, decidida
no pensamento de Mussolini, em fins de março de 1940. A derrota da França apenas o ajudou a vencer
resistências internas e o levou a antecipar a data das hostilidades.
As intenções dos italianos não eram desconhecidas dos Aliados. Desde fins de abril, a Grã-Bretanha
retirou seus navios mercantes do Mediterrâneo e tomou junto com a França as medidas militares previstas
para ocaso de guerra contra a Itália. Por convenção, a Grã-Bretanha encarregava-se do Mediterrâneo
Oriental e da guarda do Estreito de Gibraltar; a França encarregava-se da bacia ocidental. Um encouraçado
e três cruzadores franceses foram destacados para Alexandria às ordens do alto comando britânico e, por
outro lado, os submarinos de Malta foram colocados à disposição do comando francês. Todas as medidas
de segurança foram tomadas em tempo, no mar, pelos dois aliados e em nenhum momento eles ficaram em
posição de serem surpreendidos por um repentino ataque aeronaval italiano. Em maio, o ritmo dos aconteci-
mentos na frente ocidental conduziu Mussolini a precipitar a entrada em guerra.
A campanha pela imprensa crescia na Península e permitia prever o próximo desencadeamento das
hostilidades. Entre os agravos invocados para arrastar o país à luta, destacava-se o bloqueio. A imprensa
publicou um relatório de Luca Pietromarchi, chefe do escritório da guerra econômica, em que punha em
relevo os prejuízos sofridos pela Itália por causa do bloqueio naval e, sobretudo, devido à maneira como
foi este exercido. Em 8 de junho, um novo relatório proclamava que a Itália não podia mais tolerar tal
situação. No dia 10, às 18 horas, do famoso balcão do Palácio Veneza, Mussolini anunciava a entrada na
guerra, a partir da zero hora do dia 11 daquele mês. Várias corporações e associações haviam dirigido ao
Duce mensagens de calorosa adesão. Assim, eles aprovavam o que o Presidente Roosevelt iria chamar de
punhalada nas costas, e que era pior na realidade, pois era um golpe dado em um combatente já vencido.
Porém, inúmeros italianos reprovavam em silêncio essa agressão contra irmãos de raça. O país entrava em
guerra com a consciência profundamente inquieta e perturbada. Colocavam-se todas as suas esperanças
numa guerra curta, estado de espírito pouco favorável para suportar a longa adversidade que o futuro
reservava.
Em 8 de junho, o Almirantado italiano tinha dado a ordem de refugiarem o mais rapidamente possível
em águas neutras a todos os navios mercantes italianos que não pudessem demandar um porto do Eixo.
Com o fim de melhorar sua balança comercial, a Itália havia deixado navegar sem restrições a sua frota
mercante, e a repentina entrada em guerra não lhe havia permitido recuperar em tempo os seus navios. 218
navios, representando cerca de 1.200.000 toneladas de arqueação, permaneciam no estrangeiro. Esta perda
atingia cerca de um terço da marinha mercante italiana e os navios que ela envolvia estavam entre os
melhores. Isto era um revés do qual não se deu plenamente conta logo, mas que teve mais tarde as piores
consequências. Não existe marinha de guerra forte sem uma correspondente marinha mercante. O
Almirantado italiano sabia disso, mas o governo de Mussolini o ignorava. Depois, o Duce viria lamentar
amargamente o que o pessoal de marinha na Itália chamou de tragédia inicial de sua frota mercante.
O teatro do Mediterrâneo Ocidental caracteriza-se por sua compartimentagem. Ele é esquadrinhado
pela linha das Baleares, orientada do sudeste para o nordeste, e pela linha Córsega-Sardenha-Sicília, que
isola o Mar Tirreno. Tal separação havia conduzido o comando francês a dividir em três grupos suas forças
de alto mar: em Toulon, a Segunda Esquadra; em Oran, a Terceira Eseiiadra, ambas na Argélia; em Argel,
uma divisão de cruzadores. Além disso, havia sido criado um comando de teatro sob as ordens do Almirante
Esteva. Este tinha a missão de assegurar proteção aos comboios e estabelecer dispositivos de segurança:
um dispositivo no Sudoeste para reforçar e escalonar a vigilância exercida pelos britânicos em Gibraltar;
um dispositivo no Sudeste, entre a Sicília e a Tunísia; um dispositivo no Nordeste, no Alto Tirreno.

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O Almirante Esteva dispunha de elementos ligeiros de superfície, de submarinos e de aviões, mas as
esquadras não estavam sob suas ordens, pois eram subordinadas diretamente ao Almirante Darlan, coman-
dante-em-chefe das forças navais francesas, sediado em Maintenon. Esta organização se justificava pela
necessidade de se manterem as comunicações entre as forças de alto mar do Atlântico e do Mediterrâneo,
e também pela excelência das transmissões de que dispunha o comandante-em-chefe em Maintenon, onde
a Marinha havia estabelecido um quartel-general altamente organizado.

Os italianos haviam disposto suas forças no Baixo Tirreno e no


Mar Jônio, podendo elas juntar-se através do Estreito de Messina. A
15 de junho, os italianos declararam perigosa para a navegação uma
zona de 12 milhas em volta das costas da metrópole, da Albânia e das
colônias. A 10 de junho, anunciaram que o Estreito da Sicília devia
ser considerado como minado e que a navegação neutra poderia
demandar o Estreito de Messina. Realizaram operações de minagem
entre a Tunísia e a Sicília, tendo sido estas executadas com a cobertura
de cruzadores e contratorpedeiros, sem terem sido perturbadas por
Bombardeiro Consolidated B-24 forças navais inimigas.

A única operação de certa importância no Mediterrâneo Ocidental foi o bombardeio de Gênova e de


Vado pela Segunda Esquadra francesa. Prevista inicialmente para o dia 12 de junho, ela foi adiada 48 horas
por causa das hesitações do Governo francês. Este estimava, então, que a Itália, em presença de uma
Alemanha poderosa, procuraria evitar o esmagamento da França no tratado de paz, sendo necessário: pois,
não se indispor contra ela. Mussolini, entretanto, pensava sobretudo em arrancar à França e à Grã-Bretanha
o máximo de despojos possível, aos mínimos custos. Em 12 de junho, o bombardeio de Bizerta, realizado
por cerca de vinte aviões italianos, resultou na decisão do Governo francês, e o Almirante Darlan, às 22,50
horas, deu a ordem para se executar a operação. A esquadra regressou a Toulon por volta do meio-dia do
dia 14.
No Mediterrâneo Oriental, compreendendo quatro encouraçados, um navio-aeródromo, cinco
cruzadores e uns tantos contratorpedeiros, a Esquadra de Alexandria explorava o mar até o sul da Itália,
desde o dia 11 de junho, sem encontrar o inimigo. Em 21 do mesmo mês, uma esquadra composta do
encouraçado Lorraine, de quatro cruzadores britânicos e de contratorpedeiros bombardeou os depósitos de
munição e de material em Bardia, sem resposta dos italianos. Os cruzadores franceses de Alexandria
fizeram uma exploração no mar Egeu e, de sua parte, os italianos suspenderam para cruzeiros com a sua
Segunda Esquadra. Em 11 de junho, um submarino italiano havia afundado o velho cruzador inglês
Calypso, junto à Ilha de Creta. As aviações oponentes bombardearam algumas posições: os franceses
atacaram Savona, Gênova, Livorno, Cagliari e Palermo; os italianos, Malta, Bizerta, Toulon e Marselha.
Todas essas operações tiveram pequena envergadura. As operações aeronavais se limitaram, em suma, a
escaramuças.
Em 22 de junho, o armistício franco-alemão foi assinado em Rethondes. Isso implicava no
desarmamento da Esquadra. Os alemães não exigiram bases no Mediterrâneo, mas a cessação da luta estava
subordinada à assinatura do armistício franco-italiano, que teve lugar a 24 de junho, perto de Roma.
Apresentam-se de modo diverso os entendimentos havidos entre Hitler e Mussolini anteriores a esses
acontecimentos. A versão que se segue parece verídica. A 19 de junho, Hitler e Mussolini encontraram-se
em Munique. Ribbentrop aconselhou moderação aos italianos. Contudo, Mussolini reivindica a ocupação
da Córsega, da Tunísia e da França até o Ródano. Hitler aceitou. Tendo refletido sobre os argumentos de
Ribbentrop, Mussolini telegrafou para Berlim em 22 de junho, dizendo que renunciava a suas exigências
para facilitar a aceitação do armistício pelos franceses. Hitler respondeu que os italianos podiam agir como
melhor lhes aprouvesse. Estes, então, limitam-se a exigir, do ponto de vista territorial, a desmilitarização
dos portos franceses do Mediterrâneo, a desmilitarização de uma faixa de 50 quilômetros na fronteira dos

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Alpes, da linha do Mareth e de 200 quilômetros na fronteira da Líbia com a Argélia; finalmente, a utilização
do porto de Djibuti e a parte francesa da estrada de ferro de Adis-Abeba.
A principal razão que levou o Eixo a renunciar a qualquer exigência séria na África do Norte foi o
desejo dos alemães de concluírem rapidamente o seu affaire com a França. Além disso, a existência da
Esquadra francesa pesava grandemente nas decisões do Eixo. Desde que ficou evidente que a Grã-Bretanha
continuaria a luta, o comando alemão decidiu aniquilá-la, primeiro pela invasão, depois pelo bloqueio. Nos
dois casos, a Esquadra francesa podia prestar um precioso auxílio aos ingleses, e uma tentativa dos
germano-italianos sobre a Tunísia ou a Argélia pô-la-ia no lado inglês. Assim, o poderio da Marinha
francesa contribuiu para salvaguardar a África do Norte. O império e a Esquadra permaneceram nas mãos
do Governo francês: dois trunfos que se valorizavam um ao outro.
Desde 15 de julho, os alemães tentaram sair das cláusulas do
armistício. Reivindicaram bases no Sul da França e na África do
Norte, além da utilização da estrada de ferro Túnis-Casablanca, o que
lhes foi negado. Quando a Luftwaffe foi vencida nos céus de Londres,
alemães e italianos compreenderam ainda melhor os seus erros. Além
do mais, eles não estavam de acordo sobre a atitude a ser mantida com
relação à França.
O Almirante Raeder, comandante da Marinha alemã, teve
durante longo tempo a esperança de ver a Esquadra francesa e a
África do Norte, junto com Dacar, passarem para o lado da
Alemanha. Totalmente voltado para a guerra naval, ele via nisso
um elemento decisivo na luta contra a Grã-Bretanha e, para
atingir seus fins, era partidário da ideia de se fazerem grandes
concessões à França. Hitler estava hesitante e Mussolini, cético.
O Duce queria que a Esquadra francesa fosse desarmada
eficazmente, os efetivos, reduzidos, e as munições e o
combustível, desembarcados. Sua vontade não foi atendida.
Objeto da inquietação e da cobiça dos beligerantes, a África do Norte dará lugar a uma longa luta
diplomática, onde a ação, muitas vezes discordante, da Alemanha e da Itália se opôs à dos Estados Unidos.
Com a maior dificuldade, a França conseguiu preservar sua posição contra o Eixo até o momento do
desembarque aliado.
Os ingleses alcançaram esmagadoras vitórias no Mediterrâneo experimentando pequenas perdas. Em
Tarento, em 11 de novembro de 1940, afundaram três encouraçados italianos e perderam apenas dois
aviões. Em Matapan, em março de 1941, destruíram três cruzadores e dois contratorpedeiros e tiveram
apenas um avião abatido e um homem morto. Tais fatos, valorizados pela propaganda aliada, deram ao
grande público a impressão de que a vitória no mar foi fácil no Mediterrâneo.
Ao contrário disso, entretanto, a luta foi bastante dura. As tripulações dos navios de guerra e
mercantes britânicos que transpuseram muitas vezes o perigoso estreito da Sicília, "a alameda de bombas",
à custa de perdas terríveis, disseram, sem disfarçar a verdade, o que foi o combate. As estatísticas são
bastante eloquentes: por ocasião do armistício com a Itália, em setembro de 1943, a Esquadra britânica
havia perdido tantos navios no Mediterrâneo quanto a Esquadra italiana.
A luta foi rude e, durante muito tempo, indecisa. Todos os franceses se lembram das flutuações da
frente na Líbia, com as alternativas de esperança e decepção que elas acarretavam. Viu-se Rommel
ameaçando Suez num momento em que a Esquadra de Alexandria, enfraquecida por pesadas perdas,
reduzira-se à defensiva.

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A princípio, a França após o armistício ficou em uma
situação complicada. De um lado os Alemães os haviam presos ao
tratado, do outro, os Aliados queriam uma reação francesa. O
governo de Sua Majestade ordenou a Royal Navy para empregar a
força que se fizesse necessária para impedir que os navios caíssem
nas mãos dos alemães ou dos italianos. Depois de ter contato com
a Marinha em Vichy, o Almirante Gensoul rejeitou o ultimato. É
difícil aceitar uma exigência estrangeira sob ameaça de força. Tal
consideração, contudo, devia ser relevada. Aceitando o ultimato, o
almirante salvava a esquadra e a reservava para o futuro. Mas isso
violava o armistício, o que podia acarretar consequências
desastrosas, talvez o reinício da luta e a ocupação da África.
Em Mers El Kebir, parecendo esgotadas todas as possibilidades de se chegar a um acordo, a esquadra
britânica abriu fogo. Não era uma batalha, mas uma execução. Os navios franceses não tinham nenhuma
liberdade de manobra, pois estavam reunidos em um lugar restrito. O Almirante Gensoul havia revidado o
fogo com seus canhões, mas não pudera suspender, uma vez que fora informado desde o início que qualquer
movimento poria fim às negociações que estavam ocorrendo entre a França e a Alemanha, o que colocaria
o povo francês diretamente sob mira alemã. Os navios ingleses beneficiavam-se da observação aérea,
enquanto os aviões franceses não estavam em condições de intervir imediatamente.
O bombardeio britânico não durou mais do que um quarto de hora.
Em Alexandria as coisas não eram tão difíceis já que a esquadra francesa se encontrava em conjunto
com as forças britânicas. As opções eram manter-se com a esquadra britânica, desarmar-se no porto ou
afundar-se. As duas primeiras colocariam a França em agravo com a Alemanha e a princípio seriam
afundados os navios, mas quando as notícias de Mers El Kebir chegaram, pensaram os franceses em
combater os ingleses, mas se evitou o pior aceitando o desarmamento da esquadra no porto de Alexandria.
O problema para a Força H era o estreito de Messina com a ilha Pantelária. A inexistência de radares
e de navios aeródromos italianos facilitaram a ações britânicas no Mediterrâneo. No entanto, os engenhos
de assalto conseguiram o forçamento de Alexandria causando um revés na guerra que ainda contou com o
apoio dos alemães aos italianos. O Eixo quase consegue controlar Suez, no entanto as forças conjuntas de
ingleses, americanos e agora de franceses pertencentes ao governo independente sediado em Londres
fazendo parte da resistência, conseguiram rechaçar os alemães. Com o armistício italiano terminou a grande
guerra naval do Mediterrâneo e essa frente passou a ser utilizada para ingressar no território alemão.
Restava a Hitler uma alternativa para destruir a Grã-Bretanha: a invasão, já que não poderia derrotá-
la em seu elemento. Os alemães cuidaram de planejar a grande operação Leão Marinho (Sealion), para
desembarcarem nas ilhas britânicas. Antes da invasão, bombardearam duramente o solo britânico, lançando
uma terrível campanha aérea, conhecida correntemente como batalha da Inglaterra. Os alemães
encontraram, contudo, a defesa impressionante realizada pela Real Força Aérea (RAF) e, embora tenham
tentado durante todo o segundo semestre de 1940 e o primeiro semestre de 1941, acabaram por desistir.
Não haveriam de subjugar a Grã-Bretanha pelo ar. Haviam errado enormemente considerando o avião
como arma absoluta, fazendo eco à doutrina do General Douhet, italiano, que a havia lançado entre as duas
guerras mundiais, exagerando a importância do avião. O poder marítimo ainda não haveria de ceder à nova
e temível arma. Embora até hoje se discuta o problema do avião em face do navio e a Segunda Guerra
Mundial tenha trazido grandes novidades nesse setor, a verdade é que os usuários do mar mais uma vez
venceram.
Ao começar a guerra, ainda em 1939, iniciaram-se os ataques do Eixo à navegação dos Aliados no
oceano Atlântico. Como dito, o principal meio desses ataques foi o submarino. Depois de pequena dúvida,
os ingleses adotaram o sistema de comboios, que tivera tanto êxito no conflito global precedente. Os
alemães, reconhecendo a impossibilidade de uma guerra regular sobre as águas, adotaram definitivamente
a guerra submarina como linha de ação. O comandante da frota submarina alemã, Almirante Doenitz, era
partidário entusiástico desse tipo de navio. Por fim, acabaria por assumir o comando da marinha alemã,
substituindo o Almirante Raeder, que se desentendera constantemente com Hitler em questões estratégicas,
uma delas exatamente sobre o emprego dos submarinos.
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Os submarinos germânicos espalharam-se por todo o Atlântico, chegando até as costas brasileiras,
onde torpedeariam navios nossos, o que resultou no estado de beligerância entre o Brasil e os países do
Eixo Berlim-Roma (depois acrescido de Tóquio, quando do ataque japonês a Pearl Harbor. Embora eficaz,
o sistema de comboios era mais vulnerável do que durante a Primeira Guerra Mundial, devido aos novos
recursos com que contava a guerra sob as águas. O índice de afundamentos era maior onde não chegava a
proteção aérea à navegação, uma vez que as distâncias eram superiores ao raio de ação dos aviões
encarregados dessa cobertura. Mesmo depois da entrada dos Estados Unidos da América na guerra, com a
utilização de bases em ambas as margens do Atlântico, na Groenlândia e nas ilhas de Cabo Verde, persistia
uma grande área ao norte daquele oceano, conhecida como “black pit”, onde não alcançava a cobertura
aérea aos comboios. Aí davam-se grandes perdas.
Foi uma invenção norte-americana que liquidou com o “Black pit”: o navio-aeródromo de escolta,
dos quais os EUA construíram nada menos do que 121 unidades durante o conflito. Tais navios faziam
a cobertura aérea próxima ao comboio, integrando sua escolta. Com eles organizaram-se os grupos
de caça e destruição (hunter killer groups), que reduziram consideravelmente o efeito dos submarinos
inimigos. A partir de então os mares podiam ser completamente cobertos pelos aviões destinados à proteção
da navegação mercante. Ao todo, os U-boats alemães (U-booten) afundaram 2.775 navios mercantes
aliados, dos quais apenas 28% navegavam em comboio. De um total de perdas de 23.351.000 t pelas mais
variadas causas, os submarinos alemães foram responsáveis por 14.573.000 t, ou seja, 62,4% dos
afundamentos. A Alemanha empregou 1.175 submarinos em toda a guerra, tendo perdido 781 deles,
enquanto a Itália perdeu apenas 85 submarinos, sendo que 21 desses navios no oceano Atlântico. É de se
notar, no entanto, que os Aliados realizaram mais de 300 mil viagens marítimas com êxito através do oceano
Atlântico, ao mesmo tempo que muitas outras centenas de milhares de viagens se realizaram sem danos nas
águas costeiras da Grã-Bretanha. Tais dados motivam-nos a crer na importância das comunicações
marítimas e na necessidade de protegê-las. Daí a relevância do controle do tráfego marítimo. Foi dentro de
todo esse esquema, na defesa da navegação mercante dos Aliados, que se empenhou a Marinha do Brasil
na campanha do Atlântico.
Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha havia sido ultrapassada nos mares
pelos Estados Unidos. Entretanto, enquanto os Estados Unidos encostavam uma grande parte de seus navios
mercantes construídos em regime de urgência durante a guerra, a Inglaterra mantinha seus estaleiros em
plena atividade. Tendo perdido 12 milhões de toneladas de navios de comércio durante o conflito, já estava
em 1946 com 90% da tonelagem de 1939 e três anos depois com 100%. Mais uma vez voltou assim a
recuperar sua posição a frota de comércio inglesa, mas em quase todos os mares encontrou a concorrência
de novas bandeiras.
O período de pós-guerra viu a Grã-Bretanha perder a posição que ocupara no cenário marítimo
durante três séculos.
Ao mesmo tempo em que diminuía a percentagem da participação da Marinha Mercante inglesa no
tráfego marítimo, era perdida a supremacia naval para os Estados Unidos e União Soviética, e
desmembrava-se o antigo Império Colonial.

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6) Alemanha:

Abstraindo a intensa atividade marítimo-


comercial desenvolvida nos fins da Idade Média e nos
primórdios da Idade Moderna pelas cidades hanseáticas, a
participação alemã nos empreendimentos oceânicos foi
diminuta até época bem recente.
O povo alemão, habitando dezenas de
diferentes Estados, muitos dos quais não dispunham de limites
marítimos, dizimado por seguidas e prolongadas guerras, não
participou da investida para os mares iniciada pelos portugueses
e prosseguida depois pela Espanha, Holanda, Inglaterra e
França. O comércio alemão para o além-mar caiu assim nas
mãos dos holandeses.

A partir do século XVIII, a Prússia começou a emergir como o mais poderoso dos Estados
germânicos, mas, cercada por nações rivais, também ela não pôde cogitar do desenvolvimento marítimo,
nem sequer empreender a construção de uma esquadra que protegesse o litoral do Báltico contra os ataques
inimigos. Assim, durante todo o século XVIII, não se encontra nenhum traço da Marinha de Guerra da
Prússia. A necessidade de haver uma se fizera sentir no país por várias vezes durante esse período
perturbado, mas o estado precário das finanças do reino fez sempre adiar a realização dessa empresa. Suecos
e dinamarqueses disso se aproveitaram para levar a bom termo várias campanhas em solo da Alemanha, no
decorrer dos séculos XVII e XVIII.
Em meados do século XIX, a Prússia criou uma pequena Marinha de Guerra. Ela surgiu por força
da guerra contra a Dinamarca e foi planejada levando em conta as peculiaridades da campanha contra aquele
país nórdico. Terminada a guerra, seguiu-se novamente um período de esquecimento para a nascente
Marinha prussiana. Os recursos militares que se davam aos navios alemães em serviço eram fracos. Era o
resultado pouco brilhante de uma política naval sempre entravada e sacrificada. Por conseguinte, antes de
1870 a esquadra alemã aumentou apenas por golpes. Como a Marinha Mercante era pouco desenvolvida
para poder incrementar a construção naval, acompanhando os novos processos, a Marinha de Guerra era
obrigada a recorrer quase sempre ao estrangeiro.
Decorreram assim longos anos antes que a Alemanha se convertesse em potência naval. Somente
quando várias circunstâncias favoráveis coexistiram surgiu a Marinha que iria disputar à Grã-Bretanha a
supremacia dos mares. A razão principal desse retardamento pode ser atribuída à posição geográfica do
país. Com efeito, o território alemão é quase todo fechado por terra e onde ele toca o mar este é dominado
por potências situadas mais favoravelmente. Em terra, a Alemanha dispunha sobre os seus vizinhos das
facilidades de milhares de comunicações interiores. No mar, os territórios das potências inimigas,
ocupavam posições estratégicas mais favoráveis, permitindo o controle dos acessos oceânicos aos portos
germânicos.
Dentro de uma estratégia nitidamente continental, a Prússia iniciou em meados do século XIX uma
série de guerras expansionistas, visando firmar-se como grande potência europeia. Nas guerras de 1864
(contra a Dinamarca) e 1866 (contra a Áustria), não houve encontro naval de qualquer espécie, e na guerra
franco-prussiana de 1870-71 houve apenas um combate no mar, entre dois pequenos navios.
Depois, porém, que a Alemanha constituiu um Império, em 1871, pela união dos vários Estados
germânicos, a necessidade de um poder naval capaz de defender os interesses alemães no ultramar tornou-
se patente.
O rápido desenvolvimento do comércio alemão sob o estímulo das indenizações francesas e tarifas
protetoras exigia novas fontes de matéria-prima e novos mercados. O maior incremento da população, por
outro lado, indicava a necessidade de lugar para a expansão germânica no ultramar. Por muitos anos a
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emigração de alemães da terra-pátria, em média cerca de dois mil por dia, dirigira-se em grande fluxo para
os Estados Unidos, para o Brasil, para a Argentina e outras regiões onde o Governo Imperial não tinha
controle. Parecia claro que colônias eram desejadas e mesmo necessárias. Em 1884, a Alemanha, sem
mover um navio ou disparar um canhão, achou-se possuidora de território na África, cuja área combinada
excedia a mais de quatro vezes a área do Império Germânico na Europa. Depois da Inglaterra, da França e
dos Estados Unidos, a Alemanha ocupava, enfim, posto eminente no comércio internacional, posição essa
que se consolidou com o passar dos anos.
Entre todas as potências mercantis foi a Alemanha a que relativamente acusou o mais grandioso
desenvolvimento até a Primeira Guerra Mundial.
A indústria metalúrgica, que já na primeira metade do século avançava com sucesso, no fim dos
oitocentos e no primeiro decênio do século XX, prosperou a passos gigantescos, graças à descoberta de
jazidas de minério de ferro no subsolo da Alemanha. Em 1871, a produção de ferro alemã não superava
1.563.000 toneladas e mantinha 23 mil operários, e em 1904, a produção passava a 10 milhões de toneladas
e ocupava 35 mil pessoas. A produção de aço aumentou da mesma maneira. Em 1912, ela era avaliada em
17 milhões de toneladas contra 1.100 mil em 1887.
Desse modo, se antes de 1880 a Alemanha ocupava o quarto lugar no comércio mundial, em 1914
ocupava o segundo. De 1898 a 1914 o comércio externo da Alemanha aumentou em 100%, dos quais três
quartos eram de comércio marítimo cuja escala era em Roterdã (Alemanha) e Antuérpia (Bélgica).
As cidades costeiras do mar do Norte e do Báltico beneficiaram-se amplamente do cuidado
incessante dado à Marinha e da expansão comercial alemã no ultramar. Hamburgo, na embocadura do Elba,
agigantou-se. Porto franco desde 1881, possuía em 1914, 1.087 navios que deslocavam 1.362.000
toneladas. Todo ano entravam e frequentavam seu porto mais de 30 mil navios. A importação subia a 12
milhões de toneladas, e a exportação a nove. Naturalmente as companhias marítimas de Hamburgo
cresceram em número e como entidade, de modo extraordinário. A partir de 1885, Bismarck começou a
autorizar fortes subvenções do Governo Imperial à Marinha Mercante germânica.
Em 1870, uma só companhia existia, a Hamburg Amerika Line; em 1914, depois de quarenta anos,
portanto, havia não menos de quarenta companhias orgulhosas. Só a Hamburg dispunha de um capital não
inferior a 125 milhões de marcos, sendo proprietária de 388 navios com uma tonelagem que, em 1910,
subia a 1.021.963 toneladas.
Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, a frota mercante alemã era a segunda do mundo. Ela
compreendia mais de quatro mil navios com mais de cinco milhões de toneladas. Oitenta mil marinheiros
guarneciam esta frota. A percentagem da Alemanha na frota mercante mundial, que era, em 1874-75,
somente 5,2%, elevou-se até o começo da guerra a 10,8%.
Estimulados pelo desenvolvimento da Marinha Mercante e
amparados por uma sólida indústria siderúrgica, os estaleiros alemães
proliferaram. Em 1870, havia no país apenas sete estaleiros. Esse
número elevou-se a 107 em 1912. Enquanto até o nono decênio do
século XIX os grandes navios transatlânticos só procediam da
Inglaterra, as conhecidas firmas de armadores de Hamburgo e Bremen
fizeram daí por diante suas encomendas aos estaleiros alemães,
estimulando-os com isso a desenvolverem uma capacidade de produção
cada vez mais elevada. Em poucos anos, converteram-se esses
estaleiros em empresas construtoras de primeira categoria, e a contínua
ampliação de suas explorações demonstrou o desenvolvimento
crescente dessa indústria.

Kaiser Guilherme II

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O aumento do comércio alemão depois de 1871 e o crescimento da Marinha Mercante mostraram a
necessidade de uma Marinha de Guerra. Essa necessidade foi posteriormente acentuada pelo
estabelecimento do Império Colonial. Contudo, somente quando o jovem Kaiser Guilherme II subiu ao
trono é que a construção de uma forte Marinha foi encarada. A impotência da Alemanha devido à falta de
Marinha foi amplamente demonstrada em 1896, quando o Kaiser foi incapaz de enfrentar o Presidente
Krueger, do Transvaal, com outro meio que não mais telegramas. Ainda mais efetivamente foi demonstrada
em 1889, quando começou a guerra Anglo-Bôer.
O Kaiser se enfurecia quando os navios mercantes alemães, carregados de armas e munições para os
Bôeres, eram detidos pelos cruzadores ingleses e condenados ao confisco por tribunais britânicos. Usando
a experiência sul-africana como um meio para inflamar a opinião pública alemã (que é altamente
inflamável), ele conseguiu as duas primeiras das quatro Ligas Navais sob as quais foi construída a grande
frota que custou ao povo alemão 200 milhões de libras. O zelo do Kaiser pela construção naval foi
posteriormente estimulado pela Guerra Hispano-Americana de 1898, na qual a influência decisiva do
poderio naval foi demonstrada conspicuamente. Depois de 1896, o Kaiser passou a contar com o concurso,
na pasta da Marinha, do Almirante Von Tirpitz, que foi a alma do desenvolvimento naval da Alemanha.
Ao raiar o século XX, a Alemanha reunia as condições fundamentais necessárias a uma potência
naval: comércio, atividade industrial, sentido militar, aptidão para a organização, amor ao trabalho, poderio
do Estado e patriotismo. Bem cedo os programas modestos das duas primeiras Ligas Navais foram
abandonados (1898 e 1900). O segundo ato naval acelerou e quase dobrou o programa de 1898, procurando
criar uma frota de combate com 34 encouraçados, 38 grandes cruzadores e 106 pequenos cruzadores. A
Inglaterra evidentemente não deixou de considerar o desenvolvimento da Marinha alemã e, sob o pulso
firme de Lord Fisher, ampliou, por seu turno, o programa de construção naval. As duas grandes potências
europeias iniciaram então uma corrida armamentista que durou até o início da Primeira Guerra Mundial.
Em agosto de 1914, a Alemanha tinha a segunda Marinha de Guerra do mundo. Sua esquadra
compunha-se de 13 encouraçados modernos, 30 encouraçados antiquados, 5 cruzadores de batalha, 60
cruzadores pesados, 12 cruzadores ligeiros, 152 contratorpedeiros, 45 torpedeiros e 40 submarinos. O
emprego dessa formidável força naval no conflito de 1914-18 presta-se até hoje a controvérsias. A Marinha
alemã bateu-se com denodo, e a alta qualidade de seus navios foi comprovada por mais de uma vez. Ela
não impediu, contudo, que a Marinha Mercante alemã abandonasse todos os mares, com exceção do Báltico.
A supressão do comércio germânico no além-mar teve consequências funestas para as armas do
Kaiser. Ao contrário da guerra de 1870, relativamente curta, o domínio das rotas oceânicas foi adquirindo,
com o correr dos meses, cada vez maior importância, uma vez perdido o elã inicial do avanço dos exércitos
alemães na França. Com a estabilização dos exércitos beligerantes na luta de trincheiras, a guerra assumiu
um aspecto de desgaste que tornava problemática a vitória da Alemanha, cortada das principais fontes de
suprimento do mundo. A guerra de corso começou a ser considerada, por certo círculos na Alemanha, como
o único recurso capaz de quebrar o esforço da guerra aliada. O submarino tinha-se revelado capaz de
ameaçar a vida econômica da Inglaterra malgrado a proteção de sua esquadra. A íntima dependência que a
Inglaterra se achava de sua Marinha Mercante permitia a esperança de ver o Estado insular tão
profundamente atingido que não pudesse prosseguir na luta. Quatro quintos dos víveres e das matérias-
primas que consumia, com exceção do carvão e da metade do minério de ferro, procediam do além-mar.
Levou muito tempo, porém, para felicidade dos aliados, antes que a Alemanha se empregasse a fundo na
guerra de corso submarina. Todo o esforço naval do país, antes da guerra, tinha sido consagrado a Forças
de Alto-Mar e relativamente pouca atenção se tinha dado à Força de Submarinos. Além do mais, havia os
problemas políticos, que eram os principais. A guerra submarina irrestrita fatalmente arrastaria para o
campo aliado outras potências.
No decorrer de 1915, a média mensal de afundamento de navios mercantes por submarinos foi de
120 mil toneladas. Antes de iniciada a guerra submarina, o comércio marítimo procedente da Inglaterra ou
a ela destinado não tinha sofrido apreciavelmente. O encarecimento do frete mantinha-se em limites
razoáveis, e o povo inglês, em suma, sofria pouco. Não havia carência, e o encarecimento da vida era
suportável. A guerra submarina, ao contrário, modificou sensivelmente as condições de vida na Inglaterra.
O frete se elevou notavelmente. De janeiro a maio de 1915, dobrou; em janeiro de 1916, era em média dez
vezes mais elevado que antes da guerra (janeiro de 1914). Os preços do comércio, grosso modo, seguiram
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a ascensão antes mesmo que as importações tivessem sofrido reduções bastantes para se falar em penúria
de mercadorias. No fim de 1916, a perda de tonelagem tornara-se já sensível. Era evidente que o problema
da guerra submarina se reduzia a uma questão de tonelagem. Os argumentos a favor da campanha submarina
irrestrita eram fortes em face dos resultados já alcançados com a campanha moderada empreendida até
então. No entender de von Tirpitz e von Scheer não se poderia atingir a Inglaterra senão no seu comércio
marítimo. O meio para se alcançar o objetivo era a guerra submarina sem restrições à qual a Inglaterra não
poderia sustentar por mais de seis a oito meses, considerando os recursos de que os aliados dispunham
então
Os estaleiros tinham estado bastante ativos em 1915 para fornecer um número de submarinos
satisfatório, mas tinha-se perdido um ano precioso. Durante o ano de 1916 a Inglaterra teve tempo para
tomar, metodicamente, as contramedidas. O resto do ano de 1916 se passou em discussões entre o Estado-
Maior Geral, a Marinha e o Governo do Império; o Chefe do Estado-Maior Geral procurando forçar o
Governo a empreender a guerra submarina sem restrições, enquanto tentava fazer o Comandante-Chefe
recomeçar a guerra comercial restrita.
A guerra submarina sem restrições começou enfim a 1º de fevereiro de 1917. Tratava-se de quebrar
a resistência da Inglaterra, destruindo seu comércio marítimo, malgrado a superioridade de sua esquadra.
Dois anos e meio de guerra se tinham passado sem ter sido iniciada essa tarefa, até que as autoridades
responsáveis se viram na obrigação de utilizar os meios de que dispunham para evitar o desastre ameaçador.
Começou então a fase crucial da guerra marítima, e todas as nações beligerantes compreenderam que o seu
resultado seria talvez mais importante ainda que a decisão da batalha do
Maine. Nunca potência alguma colocou tal empenho e tantos recursos em
cortar as vias marítimas da nação inimiga como fez a Alemanha em
relação à Inglaterra em 1917 e 1918. Esforço semelhante só viria a ser
empreendido em idênticas circunstâncias na Segunda Guerra Mundial.

Nenhuma campanha mobilizou tantos recursos no mundo todo


quanto essa primeira Batalha do Atlântico. Enquanto a guerra de corso,
realizada pelos franceses nos conflitos dos séculos XVII, XVIII e XIX,
não chegou a impedir o crescimento da Marinha Mercante inglesa, a
campanha submarina irrestrita em poucos meses causou uma diminuição
sensível na tonelagem mundial.
O número de submarinos cresceu sempre mesmo com as
contramedidas aliadas. No começo do ano de 1915, o número de unidades
consagradas à guerra no comércio era de 24. A tonelagem afundada
durante o ano de 1915 não atingiu o número de seis semanas de guerra
sem restrições. Em 1916, o número de submarinos foi acrescido para 87
entre os vários tipos, mais 14 estavam em experiência e 151 em
construção. Trinta e cinco submarinos não haviam regressado às bases
desde o início das hostilidades. No primeiro dia de guerra submarina sem restrições havia já no mar do
Norte 57 submarinos, no Báltico, oito, em Flandres, 38, e as bases do Mediterrâneo dispunham de 31.
A tonelagem afundada aumentou brutalmente, atingindo a mais de um milhão de toneladas nos meses
de abril a junho de 1917, fato não registrado em nenhum mês na Segunda Guerra Mundial.
As potências aliadas tomaram uma série de contramedidas eficazes não só organizando comboios de
navios mercantes fortemente escoltados como também aperfeiçoando a técnica do combate ao submarino
e realizando, em todos os países possíveis, principalmente nos Estados Unidos, um programa de construção
naval em massa capaz de compensar as perdas experimentadas. Tais medidas lograram sucesso, e os
submarinos alemães pagaram pesado tributo. Durante a guerra foram utilizados ao todo 360 submarinos;
184 não regressaram.
O sucesso da campanha submarina achava-se comprometido. Os alemães procuraram reunir todos
os seus recursos industriais para aumentar a produção de submarinos. Cento e vinte haviam sido
encomendados em dezembro de 1917 e mais duzentos e vinte em janeiro de 1918, mas destes, até setembro
de 1918, apenas 74 haviam sido entregues.
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Enquanto isso a poderosa frota alemã realizara poucas saídas depois da batalha de Jutlândia em maio
de 1916 (de 31/05 à 01/06/1916, indecisa apesar do vulto). Os navios parados nas bases, em contato com
as forças desmoralizantes que grassavam na retaguarda, acabaram contaminados, e já em 1917 os primeiros
indícios de indisciplina surgiram nos encouraçados.
Ante a ameaça do colapso na Frente Ocidental, o Alto Comando Alemão decidiu realizar uma
surtida desesperada com toda a esquadra, mas a 29 de outubro de 1918, ao ser conhecida a ordem,
explodiram desordens em vários navios, sobretudo nos encouraçados. A surtida teve que ser suspensa.
Com o fim da guerra, a frota alemã foi enviada para Scapa Flow onde se auto afundou ao se difundir
a suspeita de que os navios seriam entregues aos vencedores. Em águas inglesas, foram dessa forma
afundados 19 encouraçados, 5 cruzadores de batalha, 16 cruzadores, 92 contratorpedeiros, 50 torpedeiros e
152 submarinos.
Sem frota de guerra e com a Marinha Mercante reduzida a 600 mil toneladas, assim terminou a
primeira fase da expansão alemã nos mares.
Embora derrotada de forma esmagadora e malgrado as dificuldades sem conta surgidas em
consequência do conflito, revolução, inflação, indenização etc., a estrutura sólida da economia alemã
permitiu uma rápida volta do país às transações comerciais. O renascimento do comércio acarretou,
logicamente, o incremento da Marinha Mercante. Em 1923, só a Companhia Norddenstcher Lloyd tinha já
em construção 28 novos navios com 232 mil toneladas, e 34 grandes transatlânticos de outras companhias
estavam sendo construídos numa série de estaleiros. A Marinha de Guerra, porém, não pôde acompanhar o
crescimento da frota de comércio em virtude de cláusulas do Tratado de Versailles e permaneceu reduzida
até o advento do nazismo.

No começo da terceira década do


século, a Alemanha já era novamente uma das
três importantes nações comerciais do mundo.
Sua Marinha Mercante ultrapassava cinco
milhões de toneladas. Com a subida dos nazistas
ao poder, a Alemanha iniciou febrilmente seus
preparativos para a guerra. Todavia Hitler e seus
auxiliares imediatos não encararam o aspecto
naval do futuro conflito com grande zelo. Faltou
à Alemanha a firme vontade de um Von Tirpitz,
bem como a megalomania de Guilherme II. Em
confronto com o rápido desenvolvimento do
Exército e da Força Aérea, a Marinha germânica
A única tentativa de construção de um porta-aviões alemão:
o KMS Grafe Zeppelin. Sua construção foi iniciada em 1938,
aumentou pouco. Também não foi considerada
mas nunca foi concluído devido às rixas de Goering e Raeder. no começo pelo Alto-Comando a eventualidade
de uma guerra contra a Inglaterra.
O Almirante Raeder, contudo, não aceitou esses pontos de vista e, apontando a Von Blomberg a
expansão da Marinha francesa, conseguiu maiores verbas. Com esses fundos ele iniciou os fundamentos de
uma pequena e equilibrada esquadra.
O Tratado de Londres, assinado em 1935, permitiu à Alemanha possuir uma esquadra equivalente
a trinta e cinco por cento da frota de superfície inglesa, e acordos posteriores estipularam que a força de
submarinos germânicos poderia ser igual à britânica. A Alemanha podia construir, pelos tratados, cinco
navios de linha, dois porta-aviões, vinte e um cruzadores e sessenta e quatro destróieres. Na verdade, porém,
tudo o que possuíam por ocasião do começo da guerra eram 2 encouraçados, 11 cruzadores e 25 destróieres.
Cinquenta e sete submarinos estavam já construídos quando a guerra começou.
Em 1937, Hitler alterou os planos da expansão alemã, tornando a guerra com a Inglaterra quase uma
certeza. Para a Marinha alemã tornou-se preciso uma revisão dos planos estabelecidos noutras hipóteses.
Era necessário tempo, e Hitler prometeu que não haveria guerra contra a Inglaterra até 1944 ou 1945. Foi
elaborado, então, com base nessa hipótese, um plano para aumentar o poderio naval tanto quanto possível.
Esse plano, conhecido como Plano Z, foi baseado na capacidade total dos estaleiros alemães e no tipo de
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guerra a ser engajada. A concepção do Almirante Raeder da guerra naval contra a Inglaterra visava evitar
grandes ações e concentrar os ataques contra a Marinha Mercante.
Submarinos e rápidos e poderosos navios de superfície, operando independentemente ou com porta-
aviões, eram encarados como os melhores meios de levar adiante essa linha de ação. O desenvolvimento
da Aviação Naval, também cogitado, foi fortemente combatido por Goering.
Na primavera de 1939, a anexação da Tchecoslováquia e as ordens preliminares para a invasão da
Polônia tornaram claras a Raeder e ao Estado-Maior da Armada que a guerra com a Inglaterra teria lugar
muito antes do previsto. Raeder mostrou a Hitler a falta de preparo naval da Alemanha, mas a invasão da
Polônia não foi adiada, deflagrando o conflito.
No mesmo dia da declaração de guerra foi afundado o primeiro navio mercante inglês, dando início
à campanha que, conhecida como batalha do Atlântico, tornou-se a maior, mais importante e mais monótona
batalha da guerra. Em essência, foi ela uma luta entre a Alemanha e os Aliados, visando cada qual
estrangular a linha de suprimento do inimigo. Começada no dia da abertura das hostilidades ela durou até
dois dias antes do armistício, cinco anos e oito meses mais tarde, mas antes de chegar ao fim, 4.783 navios
mercantes com mais de 21 milhões de toneladas e 635 submarinos foram afundados.
Em linhas gerais, a guerra no Atlântico foi repetição da
do Primeiro Conflito Mundial. Em poucos dias, a bandeira de
comércio germânica desapareceu dos mares exceto no Báltico.
A frota de superfície alemã empreendeu algumas investidas
sem grandes resultados, a não ser na Campanha da Noruega,
onde, à custa de pesadas perdas, atingiu plenamente seu
objetivo. Pouco a pouco os navios de superfície alemães
deixaram de constituir preocupação séria, e o submarino
cresceu cada vez mais em importância.
A orientação seguida pelos dirigentes alemães na guerra
naval também foi a repetição da política obedecida pelo
Governo do Kaiser na Primeira Guerra Mundial. No começo, Produção nos EUA de navios para
durante mais de um ano, confiança ilimitada nos resultados das os aliados durante a 2ª GM
fulminantes campanhas terrestres. Com o prolongamento da
guerra, maior atenção à guerra naval, e, por fim, concentração angustiosa dos recursos disponíveis no ataque
às comunicações aliadas, visando a uma decisão já impossível.
Nos oito primeiros meses da guerra, a Alemanha, dispondo de menos de sessenta submarinos, não
causou grandes danos à navegação aliada. As perdas sofridas foram compensadas pelas novas construções
e pelos navios do Eixo capturados.
Depois da queda da França e com a entrada em serviço de um número crescente de submarinos, a
devastação das frotas mercantes atingiu ritmo alarmante. Em maio de 1942 havia, operando nos oceanos,
124 submarinos alemães e mais 114 estavam em experiência no Báltico. No decorrer de 1942, o pior ano
da batalha do Atlântico, foram afundados 1.570 navios mercantes com quase oito milhões de toneladas. A
Alemanha estava vencendo a batalha, tendo perdido, até agosto de 1942, 105 submarinos, ou seja, uma
perda mensal de 4,9% das unidades em operação. Todavia, em fevereiro de 1943, foram afundados 19 U-
Boats, em março, 15 e em abril, 16. Essas perdas já eram elevadas, mas, em maio, uma série de ataques
aeronavais no golfo de Gasconha afundou 37 submarinos, ou seja, aproximadamente 30% de todos os
submarinos no mar.
A batalha do Atlântico assumiu aspecto mais animador para os aliados que no decorrer desse ano de
1943 perderam menos da metade dos navios afundados no ano anterior. A Alemanha procurou elevar a
produção de submarinos de 30 para 40 por mês com sacrifício da produção numa série de setores
importantes. O número de submarinos em operação cresceu sempre, mas as escoltas aliadas eram cada vez
mais eficientes.
Em dezembro de 1943, a frota submarina consistia em 419 unidades, das quais 161 para operações,
168 em experiência e 90 usadas para treinamento.
Em junho de 1944, havia 181 U-Boats em atividade, número que caiu para 140 em dezembro, em
virtude de perdas no mar e dos bombardeios aéreos dos estaleiros.
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Entretanto, a produção de submarinos fez uma recuperação espetacular apesar de todas as
dificuldades, e, em fevereiro de 1945, Doenitz informou a Hitler que 237 U-Boats estavam sendo
preparados. O total de 450 submarinos em comissão foi o máximo que a Alemanha possuiu, mas esse
máximo, coincidiu justamente com um dos mínimos na destruição de navios aliados. Na última ofensiva
submarina, em abril de 1945, 57 submarinos foram destruídos, 33 no mar e 24 nos portos, por bombardeio
aéreo, ao passo que apenas 13 navios mercantes aliados foram afundados.
A frota de superfície alemã durante todo o conflito viu o número de seus navios diminuir. Uma a
uma as principais unidades foram sendo destruídas: primeiro o Graf Spee, ainda em 1939, depois a
campanha da Noruega desfalcou a esquadra de vários cruzadores e de mais de uma dezena de
contratorpedeiros. Em 1941, o Bismarck foi afundado; em 1943 o Schanhorst, em 1944 o von Tirpitz. No
final da guerra, os bombardeios aéreos afundaram ou danificaram outros navios mais. As perdas não foram
substituídas, em virtude de a Alemanha ter consagrado aos navios de superfície baixa prioridade no esforço
de guerra, depois de 1942. Dessa forma, a construção do navio-aeródromo Graf Zepelim foi suspensa, e
depois do fracasso de um ataque de cruzadores germânicos a um comboio inglês escoltado por
contratorpedeiros por ordem de Hitler, não se cogitou mais da construção de navios de superfície de porte
alentado. Hitler chegou mesmo, na sua ira, a determinar a retirada dos canhões de grosso calibre dos navios
maiores, para utilizá-los como artilharia de campanha.
No final da guerra, os marinheiros dos navios de superfície alemães foram reunidos em divisões
especiais e marcharam para lutar nas trincheiras em defesa do solo ameaçado, tal como os franceses haviam
feito em 1870, e os russos em 1854.
Ao terminar a guerra, 156 submarinos germânicos renderam-se aos aliados e 221 foram destruídos
pelas próprias guarnições. Os poucos navios da Marinha de Guerra alemã, encontrados nos portos
ocupados, foram distribuídos pelas nações vencedoras. Da Marinha Mercante também restava pouca coisa.
Assim, pela segunda vez, em menos de trinta anos, a Alemanha perdeu a expressão como país
marítimo; como depois da Primeira Guerra Mundial, a vitalidade da economia germânica iria permitir em
poucos anos o renascimento da Marinha Mercante.
Na Guerra Fria iniciada em 1949 são criadas a República Federal da Alemanha (RFA, ou Alemanha
Ocidental), capitalista, e a República Democrática Alemã (RDA, ou Alemanha Oriental), socialista. No
governo do primeiro-ministro Konrad Adenauer (de 1949 a 1963), da União Democrata-Cristã (CDU), a
RFA vive uma fase de prosperidade, estimulada pelo Plano Marshall, projeto de reconstrução da Europa
capitalista, comandado pelos EUA.
As duas repúblicas alemãs tornam-se o centro do conflito entre EUA e URSS durante a Guerra Fria.
Em 1948, os soviéticos ordenam o bloqueio de Berlim, que é rompido por uma gigantesca ponte aérea dos
EUA. Em 1955, a Alemanha Ocidental ingressa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a
aliança militar ocidental. A Alemanha Oriental reage e adere, no mesmo ano, ao Pacto de Varsóvia, bloco
militar liderado pela URSS. Em 1961, autoridades orientais constroem o Muro de Berlim, com a finalidade
de deter o fluxo de refugiados para o Ocidente. A aproximação entre as duas Alemanhas inicia-se no fim
dos anos 1960. Em 1973, RDA e RFA entram na Organização das Nações Unidas (ONU) como dois Estados
soberanos.
A queda do Muro de Berlim: o dirigente alemão oriental Erich Honecker, no poder desde 1971,
resiste à liberalização no bloco comunista, deflagrada em meados da década de 1980, pela URSS. Em 1989,
milhares de alemães orientais fogem para a Alemanha Ocidental pela Hungria e pela Áustria. Em outubro,
manifestações pró-democracia levam à substituição do linha-dura Honecker por Egon Krenz. No mês
seguinte, sob pressão, Krenz ordena a abertura do Muro de Berlim, que logo é derrubado pela população.
O episódio dá início ao processo de reunificação.
Na primeira eleição livre da RDA, em 1990, vence a Aliança pela Alemanha, pró-unificação.
Impulsionada pelo chanceler da RFA, Helmut Kohl (da CDU), realiza-se a união monetária (julho) e
política (outubro). O novo Parlamento confirma Kohl no cargo de chanceler.
Alemanha reunificada: o país paga um preço alto pela reunificação, com aumento do desemprego.
Num clima social tenso, imigrantes sofrem atentados de grupos neonazistas. O governo impõe, em 1996,
um programa de austeridade, com corte de benefícios previdenciários. A vitória do Partido Socialdemocrata
(SPD) nas eleições de 1998 representa a maior derrota eleitoral da CDU no pós-guerra. Como não obtém
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maioria parlamentar, o SPD coliga-se com o Partido Verde e elege chanceler o líder socialdemocrata
Gerhard Schröder. Um dos compromissos da coalizão é fechar as usinas nucleares alemãs até 2021.
Fatos recentes: como consequência dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, o Parlamento
alemão aprovou em novembro a participação do país na intervenção militar no Afeganistão. As
investigações revelam que os atentados foram planejados na Alemanha, na chamada célula de Hamburgo.
Em dezembro, o Parlamento aprova um pacote de medidas antiterrorismo. Suspeitos são presos, grupos
radicais islâmicos banidos e dezenas de milhões de euros são confiscados de contas suspeitas de financiar
o terror.
Imigração: nas últimas décadas, a Alemanha atrai milhares de imigrantes, o que alimenta um
crescente sentimento xenofóbico. Ao mesmo tempo, a estagnação demográfica – marcada por baixas taxas
de natalidade e o envelhecimento da população – torna o país dependente de mão-de-obra estrangeira.
Depois de intensos debates, em março de 2002 o Parlamento aprova uma lei de imigração que favorece a
entrada no país de estrangeiros altamente qualificados e impõe ações mais rigorosas contra a imigração
ilegal. O projeto é criticado pela oposição, que teme o aumento da xenofobia. Oficialmente, mais de 7
milhões de estrangeiros, na maioria turcos, vivem em solo alemão, mas estima-se que haja mais 1,5 milhão
de ilegais. Os atentados de extremistas de direita contra imigrantes aumentam a cada ano.
A vitalidade do povo alemão novamente demonstrou ao mundo sua capacidade de superação e a
economia alemã é uma das mais fortes na atualidade, mesmo frente às diversas crises políticas e econômicas
que têm colocado a União Europeia em cheque.

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7) Japão:
Até a restauração Meiji (1868), o Japão era quase unicamente
um país agrícola. A terra japonesa é, entretanto, muito estéril, havendo
pouco espaço para o desenvolvimento progressivo das lavouras, pois a
natureza montanhosa das ilhas e as rígidas temperaturas na grande ilha
nórdica de Yeso impedem a expansão agrícola. Assim sendo, as terras
disponíveis no Japão nas quais se pode colher com aproveitamento
oscilam apenas entre 15 a 20%. Em grande parte, as terras aproveitáveis
destinam-se às culturas do arroz e da cevada que, com a pesca
abundante nos mares circunvizinhos, constituem a base da alimentação
japonesa.
A restauração Meiji marcou uma mudança de época, transformando completamente o Japão numa
moderna nação industrial. A restauração teve lugar cerca de um século após a revolução industrial inglesa.
A visita dos navios negros conduzidos pelo Comodoro Perry à Uraga levantou a nação japonesa do estado
sonolento que havia durado mais de dois séculos devido à reclusão do mundo exterior. A abolição dos clãs
governamentais e a completa mudança de todas as instituições políticas, sociais e econômicas introduziram
o Japão no período de industrialização capitalista. Durante dez anos, porém, a agitação interna provocada
pelo novo estado de coisas impediu o progresso do país.
Com o término da Rebelião Saigo em 1877, várias indústrias surgiram em rápida sucessão, e pouco
a pouco o comércio exterior se desenvolveu.
A navegação japonesa era então quase inteiramente costeira, e o comércio exterior era feito em
porões estrangeiros. Entretanto, com o correr dos anos, o desenvolvimento do intercâmbio comercial com
as outras nações conduziram à fundação de várias companhias de navegação, todas elas amparadas pelo
Governo.
Querendo ampliar cada vez mais o campo das
atividades nacionais, o Japão adotou uma política de
linhas imperialistas, cuja finalidade principal era a
conquista de novos mercados consumidores e fontes
de matérias-primas. Em consequência, o Governo
japonês procurou desde cedo criar uma Marinha de
Guerra capaz de atender à sua política exterior.
A primeira manifestação concreta do
imperialismo japonês foi a inesperada agressão à
China em 1894 (Primeira Guerra Sino-Japonesa,
1894-95). A recém-criada Marinha logo alcançou o
domínio absoluto do mar Amarelo, com a vitória de
Yalu, abrindo caminho às forças terrestres que não
tiveram grande dificuldade em derrotar o Exército
chinês. O efeito dessa guerra vitoriosa nos negócios
foi extraordinário. A guerra não só chamou a atenção
do mundo para o Japão, como estimulou seu
comércio exterior. Além do mais, o Japão recebeu
uma indenização da China de 400 milhões de taels
para não mencionar a aquisição de Formosa e a
hegemonia na Coréia. Acima de tudo, a guerra deu
confiança ao país na própria força e capacidade. O encouraçado Matsushima, construído pela
França e montado no Japão, carro-chefe da
Marinha Imperial Japonesa durante o conflito sino-
japonês.

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Não é, pois, de estranhar que o comércio e os meios industriais, inativos por muitos anos, de súbito
entrassem em período de grande animação e desenvolvimento. A vitalidade da nação, adormecida nos anos
de depressões, surgiu com energia durante a guerra e depois de seu término transladou-se para o comércio
e para os empreendimentos industriais. O comércio exterior recebeu impulso considerável, e o seu
desenvolvimento continuou nos anos seguintes.
A lei de apoio à navegação, promulgada em 1896, acelerou o crescimento da navegação ultramarina
pelas Companhias Japonesas. Até 1887, cerca de 87% das exportações japonesas e 88% das importações
eram feitas em navios estrangeiros. Em 1901, as exportações em navios mercantes estrangeiros eram de
apenas 48%. A partir dessa época, a posição da navegação na economia nacional do Japão tornou-se muito
importante, ocupando lugar de destaque, na balança internacional de pagamentos do país.
Com interesses no ultramar acrescidos e não
pretendendo abandonar as linhas-mestras de sua
política imperialista, o Japão não se deteve, após a
guerra contra a China, na ampliação de sua frota de
guerra. Em 1895, foi estabelecido e aprovado pelo
Parlamento um programa naval com uma despesa
global de 95 milhões de iens para a construção de
navios e o equipamento dos portos. No ano seguinte,
desde que se soube da intenção da Rússia de
concentrar uma frota poderosa no oceano Pacífico,
um programa suplementar foi estabelecido o qual Base Naval de Porto Arthur após o ataque japonês

subia a 118 milhões de iens.


O parlamento sancionou sem explicações esse esforço que impunha um fardo extremamente pesado
a todo o povo japonês. A maior parte dos navios foi encomendada no estrangeiro, principalmente na
Inglaterra, pois o estado da indústria de construção naval no Japão, que apenas nascia, não permitia contar
com a execução rápida e perfeita demanda.
Percebendo que os interesses antagônicos russo-japoneses só tenderiam a aumentar com o tempo, o
Governo japonês, assim que se sentiu forte no mar e em terra, determinou o ataque, sem declaração de
guerra, à esquadra tzarista fundeada em Porto Arthur.
Os japoneses assumiram vigorosamente a ofensiva em terra e no mar, desde o início das
hostilidades, não dando oportunidade aos russos para se recobrarem dos golpes iniciais ou concentrarem
recursos.
Bem treinados e bem comandados, os nipônicos pouco a pouco cercaram de perto a Base Naval de
Porto Arthur, por terra e mar. As diversas tentativas russas para romper o cerco fracassaram. Depois de
uma prolongada resistência, a praça se rendeu em janeiro de 1905. Já então a esquadra russa no Pacífico
praticamente deixara de existir. Os combates e as minas tinham destruído um grande número de navios. As
unidades restantes foram sabotadas em Porto Arthur quando a queda da Base se tornou certa.
Num esforço supremo, a Rússia reuniu os navios das esquadras
do mar Báltico e do mar Negro e os enviou, sob o comando do
Almirante Rodjestvensky, para o Extremo Oriente. Essa força naval,
heterogênea e desorganizada, empreendeu uma longa e exaustiva
viagem do norte da Europa aos mares do Japão, contornando o sul da
África. A esquadra russa sofreu esmagadora derrota no estreito de
Tsushima, onde o Almirante Togo a interceptou com seus navios
mais rápidos, mais bem comandados. Apenas três navios russos
conseguiram escapar à destruição e ao cativeiro e atingir
Vladivostok. Com essa vitória naval, o Japão se colocou entre as
grandes potências mundiais. A vitória deu nova vida aos negócios, e
em 1906 o povo tomou-se de febre por novos empreendimentos.
O comércio de exportação mostrou um incremento notável. As
indústrias expandiram-se em ritmo mais acelerado ainda. Em 1892, o número de operários nas fábricas era
de aproximadamente 300 mil. Em 1897, já eram 440 mil e, em 1911, setecentos e noventa mil. De todas as
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indústrias as que mais se desenvolveram foram a de construções navais e as relacionadas com as atividades
marítimas para fins pacíficos ou não. Desde a guerra russo-japonesa, quando constituíra e armara a maior
parte de sua esquadra em estaleiros estrangeiros, o Japão procurou desenvolver as próprias construções
navais de maneira a não depender de ninguém no futuro.
Esse objetivo foi alcançado completamente, e em breve o Japão conseguiu não somente utilizar os
próprios aços, pólvoras, carvão e víveres, mas também as próprias produções técnicas para o Exército e
para a Marinha. Daí por diante o progresso não cessou, e já na Primeira Grande Guerra a maioria dos navios
japoneses era de construção nacional. Osaka, Kioto, Yokoama, Nagasaki, Kobe, Wakudate transformaram-
se em centros marítimos e industriais de importância mundial. A capacidade anual dos estaleiros japoneses
já então ultrapassava 600 mil toneladas, facilitando o rápido desenvolvimento da Marinha Mercante que de
528 navios com 330 mil toneladas em 1895 alcançou 1.390 unidades em 1905 com 930 mil toneladas, para
atingir em 1929 mais de quatro bilhões de toneladas.
Da segunda década do século XX até a Segunda Guerra Mundial, o Japão teve a terceira Marinha
Mercante do mundo, só sendo ultrapassada pela Inglaterra e pelos Estados Unidos. De todos os
empreendimentos levados a cabo no país desde a restauração Meiji, nenhum tivera maior sucesso, embora
o progresso noutros setores também fosse notável, bastando notar que o número-índice de produção geral
do Japão foi 475 em 1931, tomando como base 100, em 1905, ao término da guerra russo-japonesa com o
número de fábricas aumentando de 32.390, em 1909, para 67.318 em 1932.
Outro setor de atividade em que o povo japonês se distinguiu foi na pesca marítima. A linha da costa
nipônica é irregular e daí ser longa em comparação com a área das ilhas. As ilhas também são cercadas em
alguns lugares por correntes marítimas quentes e noutros por correntes frias o que favorece, sobremodo, o
aparecimento de espécies diversas. A posição natural e as proximidades dos centros de consumo fizeram,
naturalmente, a pesca se desenvolver desde a Antiguidade. Antes, porém, de se ocidentalizar, a pesca no
Japão era, sobretudo, costeira, enquanto mais recentemente a esfera de atividade de pesca dos japoneses é
muito grande, ocupando um terço das áreas de pesca do mundo. Ela cobre o estreito de Behring, a Austrália,
a Nova Zelândia e o oceano índico.
Premido pela pobreza do solo e pelo aumento da população a buscar no mar os recursos
indispensáveis à vida, nenhum povo retira das águas tantas riquezas quanto o japonês. A pesca fornece mais
de cinco milhões de toneladas de peixe, anualmente. A pesca em águas russas foi um importante direito
concedido ao Japão pelo Tratado de Portmouth, que pôs fim à guerra de 1904/05, o que revela a
preocupação constante do Governo nesse particular. Ainda é do mar que os japoneses retiram algas
utilizadas na alimentação do povo e uma série de outras riquezas para a exportação, Outrossim, a
participação de produtos marítimos na exportação japonesa é realmente notável, oscilando em torno de 10%
do total.
Por conseguinte, tanto para a subsistência do povo como para manter sua atividade econômica, o
Japão dependia do mar e de fontes de matéria-prima externas. A gigantesca industrialização do país e o
aumento da população tornaram cada vez maior a dependência do exterior. Em relação a carvão, cobre,
depósito de ferro sulfuroso, enxofre, o Japão era autossuficiente, mas os depósitos eram inadequados. Por
essa razão, o Japão procurou ansiosamente fontes permanentes de
suprimento.
A China, a Rússia, as Índias Orientais Holandesas e os
Estados Unidos forneciam ao Japão a maior parte das matérias-
primas que faltavam, mas todas essas nações ou eram possíveis
inimigas, ou controladas por potências rivais.
Prosseguindo na sua política imperialista, o Japão invadiu
a Manchúria em 1931 de onde passou a extrair ferro e carvão. Em
1937 atacou a China, ocupando as regiões mais ricas daquele pais.
Em 1940, depois da queda da França, ocupou a Indochina e, por
fim, aproveitando as dificuldades das potências anglo-saxônicas
na Europa, lançou as vistas para as Índias Orientais Holandesas,
ricas em petróleo, borracha e muitas outras matérias-primas.

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A Holanda, a Inglaterra e os Estados Unidos evidentemente não estavam inclinados a cederem as
ricas áreas da Indonésia, e o Japão decidiu pela guerra.
Os japoneses tinham, no começo, a intenção de fazer uma guerra relâmpago. O plano fundamental
consistia em avançar rapidamente para o sul, a fim de se apoderarem das regiões onde se encontravam os
recursos cuja importância estratégica era vital.
Eles contavam estabelecer, em seguida, um perímetro em defesa, a leste e a oeste, ao abrigo do qual
esses recursos poderiam ser explorados. Esperavam organizar assim uma defesa escalonada em
profundidade, cuja ruptura se poderia mostrar tão difícil que os Estados Unidos seriam susceptíveis de
cessar a guerra e procurar uma paz de compromisso.
A condição fundamental para o sucesso desse plano era a
realização de uma batalha decisiva com a esquadra americana no início
das hostilidades, a fim de destruí-la antes que o imenso poderio
industrial da América se fizesse sentir no teatro de guerra. Para levar a
cabo o plano, o Japão dispunha da terceira Marinha de Guerra do mundo
a qual, entre as duas guerras, fora notavelmente desenvolvida com
pesados sacrifícios para o povo.
A primeira parte do plano foi executada ultrapassando as
previsões mais otimistas. As Filipinas, as Índias Orientais Holandesas
e a Malásia, com a Base Naval de Singapura, caíram antes das datas
previstas. A Marinha japonesa expulsou ou destruiu em sanguinolentos USS Nevada após o bombardeio
em Pearl Harbour
encontros as forças navais holandesas, americanas e inglesas.
A segunda parte do plano foi cumprida apenas em parte. A Marinha americana sofrera um rude
golpe em Pearl Harbour, mas impunha-se outro encontro para reduzi-la à impotência. A batalha do mar de
Coral não trouxe, também, a decisão almejada.
Essa esperança desvaneceu-se em junho de 1942, em Midway, Alasca (EUA)
em consequência de uma operação imaginada pelo Almirante
Yamamoto para criar a ocasião almejada para a batalha. No decorrer da
operação, os japoneses perderam quatro de seus melhores navios-
aeródromo e com eles a melhor oportunidade que tiveram de conseguir
a batalha final.
O que Midway começara foi terminado pela Campanha das ilhas
Salomão que, de agosto de 1942 até fins de 1943, causou desgaste
considerável à Marinha japonesa. Tolhida pelo número de seus navios
e tendo falta de pilotos treinados, a força de navios aeródromos
japoneses se encontrou reduzida à impotência. A ideia de apoiar a
defesa do perímetro, pela Marinha, foi abandonada no fim de 1943, e
quando os americanos desembarcaram nas Marshall, a esquadra deixou
Truk pelas Carolinas Ocidentais, abandonando à sua sorte as guarnições Japão
avançadas. Cada vez mais inferiorizado face à Marinha americana em
meios de superfície e aéreos, o Japão perdeu a iniciativa no Pacífico.
Além da perda de poderio ofensivo de sua esquadra, dois outros graves problemas pesavam na
estratégia marítima japonesa. Em primeiro lugar, era preciso proteger seu tráfego marítimo, sangue do
Império. Fato estranho: os japoneses negligenciaram completamente a ameaça submarina a despeito dos
sucessos alcançados pela Alemanha no decorrer das duas guerras mundiais, erro tanto mais grave em
virtude de o Japão não poder construir navios senão em número limitado. As consequências dessa falta
capital foram agravadas pelas perdas em contratorpedeiros e outros navios de escolta no decorrer da longa
campanha das Salomão, o que colocou o Comando Naval na impossibilidade de proteger eficazmente a
Marinha Mercante. O acréscimo súbito da destruição ocasionada pelos submarinos, no fim de 1943,
prometia levar ao desastre uma nação cuja capacidade de continuar a guerra repousava unicamente no
intercâmbio marítimo.
Enfim, os japoneses foram terrivelmente prejudicados pela falta de combustível, falta essa que
aumentou consideravelmente suas dificuldades militares. Eles tinham entrado na guerra com uma
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tonelagem completamente insuficiente de petroleiros, e os sucessos logrados pelos submarinos americanos
agravaram rapidamente a situação. Se o Japão pôde conquistar no primeiro arranco as regiões mais ricas
em petróleo do mundo, não resolveu jamais o problema dos transportes e dos suprimentos de combustível
líquido, elemento essencial à guerra moderna. Os estoques disponíveis não cessaram de diminuir até o fim
do conflito.
Entretanto, a despeito de todas as dificuldades, a ameaça criada pela invasão de Saipan obrigou o
Japão a arriscar a esquadra. A aviação dos navios-aeródromo estava mais ou menos reconstituída e treinada.
Reinava um grande otimismo a respeito do resultado que ela poderia obter. Na batalha do mar das Filipinas,
a 19 e 20 de junho de 1944, os japoneses registraram, entretanto, a perda de três navios-aeródromo (dos
quais dois foram afundados por submarinos que furaram a barreira insuficiente dos contratorpedeiros), mais
outro navio-aeródromo foi avariado, e a aviação embarcada foi quase totalmente destruída.
Pelo meio do verão de 1944, o Japão se encontrava em grande perigo. Enfraquecido intensamente
pelas perdas experimentadas em certas categorias de armas, cambaleando sob os golpes sucessivos e
incessantes dos americanos, os japoneses não tinham realizado o desejo de travar uma batalha naval
decisiva. A destruição de navios de comércio realizada pelos submarinos e pelos aviões dos navios-
aeródromo paralisava cada vez mais eficazmente a economia de guerra, e os laços que ligavam a metrópole
às regiões do Sul, onde encontravam os recursos indispensáveis, afrouxavam dia a dia.
Em outubro de 1944, ante o desembarque americano nas Filipinas, que ameaçava cortar
definitivamente as comunicações marítimas da metrópole com as fontes de matéria-prima do Sul, o Japão
lançou todos os navios e aviões remanescentes de sua Marinha em busca de uma batalha decisiva. De 21 a
26 de outubro, feriu-se a grande batalha do Golfo de Leste que praticamente pôs fim à Marinha do Micado
como força combativa. Em cinco dias o Japão perdeu quatro navios-aeródromo, três encouraçados, seis
cruzadores pesados, quatro cruzadores ligeiros e onze contratorpedeiros. Muitos outros navios foram
gravemente avariados. A derrota causou uma confusão e uma desorganização que tornaram os navios
remanescentes presas fáceis para as aeronaves dos porta-aviões americanos, para os submarinos e navios
ligeiros. No fim de janeiro novas perdas haviam custado ao Japão um encouraçado, dois grandes navios-
aeródromo, um navio-aeródromo de escolta, três cruzadores e vinte e um contratorpedeiros.
Ao todo, no decorrer da guerra, a Marinha Imperial japonesa perdeu 328 navios dos 489 que
estiveram em serviço. Quanto à Marinha Mercante, perdeu 4.780.000 toneladas de navios, a maior parte
dos quais, 63%, afundados pelos submarinos americanos. Restava apenas pouco mais de 1 milhão de
toneladas de navios mercantes, em agosto de 1945. Os vinte e dois estaleiros existentes no Japão não
conseguiram construir mais do que um milhão de toneladas por ano, o que não bastou para compensar as
perdas.
No final da guerra, o Japão tinha seus exércitos
praticamente intactos e ainda uma grande Força Aérea,
mas a Marinha de Guerra, a Frota Mercante e as áreas
industriais estavam devastadas. Sem Marinha para
proteger as linhas de suprimentos, sem navios para
carregar as matérias-primas e sem fábricas para efetivar a
transformação desse material em equipamento, a nação
japonesa era incapaz de continuar a luta. Seria erro supor
que a sorte do Japão foi determinada pela bomba atômica.
Sua derrota era coisa certa antes mesmo que tivesse caído
a primeira bomba e foi provocada pelo esmagador poderio
naval. Somente isso é que tornou possível o domínio das
bases oceânicas de onde se desfecharia o ataque final e
forçaria o exército metropolitano a capitular sem tardança.
O Japão assina a capitulação a bordo do encouraçado Missouri

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No pós-guerra, o Japão, desmembrado de suas antigas possessões em Formosa, na Manchúria, na
China, na Coréia e nas ilhas do Pacífico, atirou-se mais uma vez para o mar em busca do amparo econômico.
Em agosto de 1945, quando o imperador anuncia ao povo japonês a capitulação, um quarto das
cidades encontravam-se destruídas pelos bombardeamentos e a frota mercantil, que era a terceira no mundo,
tinha sido afundada.
Em 1948 a produção agrícola tinha diminuído 60%, o consumo 55% e a produção industrial 65%,
relativamente aos valores que detinham no período anterior à guerra. A inflação tornou-se praticamente
incontrolável e o mercado negro expandiu-se.
Apesar de ter perdido 2 milhões de soldados e 700 mil civis durante a 2ª Guerra Mundial, o Japão
teve de suportar a pressão demográfica originada pelo acolhimento de 6,2 milhões de japoneses repatriados
da Manchúria, da Coréia e da Formosa, e pelo "baby-boom" provocado pelo regresso dos soldados a casa.
A miséria e o desemprego aumentavam, enquanto o iene, a moeda nacional, deixou de ser cotada
no mercado mundial. A par desta situação econômica e social catastrófica, o Japão vai ter de pagar
indenizações de guerra, encontrando-se à mercê dos vencedores.
Ocupado pelos EUA que lhe impõe a sua Constituição, o Japão esqueceu o seu passado militarista
e concentra-se exclusivamente na sua reconstrução. Os EUA vão proteger militarmente o Japão e prestar-
lhe auxílio econômico. A ajuda americana tem como objetivo promover a recuperação da economia
nipônica e simultaneamente garantir um aliado na região, num período em que se verificava a expansão
soviética ao Sudeste Asiático e ao Extremo-Oriente.
A reconstrução do Japão foi, sobretudo, conduzida pelo Comando Supremo das Forças Aliadas
(SCAP).
São-lhe atribuídas várias tarefas:
Desarmamento - Renunciando o Japão a usar a guerra como meio de regular conflitos.
A democratização da sociedade japonesa - Através da atribuição de uma relativa autonomia ao poder
local, da aplicação de uma legislação sindical menos rígida, de um ensino mais democrático, etc.
A reforma agrária - Baseada na redistribuição pelos camponeses (42% da população ativa no final
da guerra) de terras confiscadas aos proprietários pouco produtivos - a alteração da estrutura fundiária
conduziu à modernização da agricultura no Arquipélago.
A eliminação do poder de alguns Zaibatsus - Em nome da "livre concorrência", em particular
daqueles que tiveram um papel importante durante o conflito mundial, contribuindo para alimentar a
máquina de guerra japonesa.
Os Zaibatsus são grupos econômico-financeiros, pertencentes a famílias e regidos pela tradição, que
tem vindo a desenvolver-se desde a época Meiji (1868-1912). Inicialmente, apoiaram-se na existência de
uma mão-de-obra barata e abundante, passando depois a dominar a indústria pesada, a navegação comercial
e o comércio externo.
Em quatro décadas (1950-1990), o Japão conheceu um processo de desenvolvimento econômico e
social consistente, transformando-se na segunda maior potência econômica do mundo. Durante a década
de 50, o PNB aumentou 150% em termos constantes.
Entre 1958 e 1961 foram criados três milhões de novos empregos, enquanto o subemprego e o
desemprego deixaram de ser significativos. A estrutura da população ativa e do PIB alterou-se, acentuando-
se o peso das atividades associadas aos setores secundário e terciário.
Os japoneses tiveram de responder com eficácia, uma vez que necessitavam de multiplicar as suas
exportações para pagar as crescentes importações de bens energéticos, de produtos alimentares e de
matérias-primas.
A estrutura das importações era dominada pelos hidrocarbonetos, o carvão e o ferro, em vez do
algodão, e as exportações passaram a ser constituídas por aço, navios e máquinas, em substituição dos
tecidos de algodão e de outros bens de menor qualidade. Os mercados abastecedores e de destino também
sofreram alterações. Embora o comércio externo Japonês continue a se concentrar na região da Ásia, os
EUA passaram a ser o principal país cliente e fornecedor.
A afirmação do poderio econômico, comercial e financeiro do Japão só foi possível pela conjugação
de fatores que atuaram simultaneamente:
O papel do Estado;
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Uma base industrial sólida e variada, orientada para os setores de ponta; e
As características dos recursos humanos.
O papel desempenhado pelo Estado em matéria econômica foi bastante importante. Canalizando os
recursos financeiros para as empresas e efetuando vultosos investimentos nas telecomunicações, nos
caminhos-de-ferro e na engenharia rural, o governo fomentou uma política de obras públicas que chegou a
representar 20% do PNB. Deste modo, criou emprego e estimulou a procura interna ao construir
importantes infraestruturas – como as planícies roubadas ao mar ou os túneis ferroviários.
Simultaneamente, o Estado Japonês desenvolveu uma planificação indicativa, incentivou a
inovação, limitou os fatores de riscos de certas atividades consideradas importantes apoiando as
reestruturações industriais, controlando o volume das importações e protegendo as empresas nipônicas da
concorrência.
Para além do importante papel do Estado, o outro fator que fez com que o Japão saísse da crise,
foram os recursos humanos.
O povo japonês foi muito importante para o desenvolvimento do país, a sua qualidade baseia-se
num sistema escolar muito competitivo - Desde o nível de escolaridade mais elementar, que exige um
grande esforço por parte dos estudantes, mas que garante um elevado grau de qualificação e permite o
acesso a empregos garantidos nas grandes empresas a todos os lugares da hierarquia. Num nível de
formação elevado - Que permite que todos os trabalhadores possam estar permanentemente capacitados
para exercer com competência a sua atividade.
A qualidade de mão-de-obra permite implementar nas empresas processos de produção com níveis
de exigência muito elevados, como os círculos de qualidade, e generalizar a produção "sem defeitos". A
adoção rápida da inovação e a capacidade de invenção, que são geralmente reconhecidas como importantes
atributos para o sucesso do Japão, devem-se em grande parte à qualidade da mão-de-obra.
Na pesca e sobretudo na construção naval voltaram os japoneses a se destacar no cenário mundial.
Não é de crer, entretanto, que a China ou a URSS permitam o ressurgimento do Poder Marítimo japonês na
sua antiga plenitude.

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8) Estados Unidos:

A América colonial era basicamente um país de


fazendeiros. Havia também criadores, alguns artífices,
mercadores e funcionários, mas seu número não representava
senão uma pequena minoria em face da massa considerável de
fazendeiros. Na Nova Inglaterra, contudo, o solo não era fértil.
Um fazendeiro podia, por seu
trabalho, ganhar o sustento e
talvez economizar um pouco,
mas não lhe era possível
prosperar e acumular reservas.
Por outro lado, o avanço para o interior era dificultado por
formidáveis barreiras geográficas. Esta razão e o litoral com seus
magníficos portos e angras e a vizinhança de farta pesca prenderam a
população à costa. Assim, nessa parte da América os colonos orientaram-
se, desde o início, para o mar, tornando-se pescadores, marinheiros,
construtores de navios e mercadores, contrastando com a população
agrícola das outras regiões da Colônia.
Portanto, desde cedo a Nova Inglaterra converteu-se numa
comunidade anfíbia cuja capital era Boston, uma cidade comercial junto
ao oceano. As florestas que vinham até a beira-mar facilitavam a As 13 colônias iniciais
construção naval. O oceano era fonte de alimentos para os colonos, e
algumas espécies de peixe seco mais abundante eram vendidas na Europa,
fornecendo a base de um prospero comercio externo.
Com o tempo, outros produtos da colônia, tais como peles, fumo, cereais e carne defumada, foram
acrescidos à exportação, transformando o comércio com o além-mar no fator principal da vida econômica
da região. A maior parte das exportações destinava-se às Índias Ocidentais, à Inglaterra e à Espanha. As
colônias, em troca, recebiam melaço e numerosos produtos manufaturados que não fabricavam.
As transações comerciais, entre as próprias colônias também dependiam das vias líquidas, pois as
longas distâncias e as florestas tornavam sumamente difíceis as comunicações terrestres, enquanto o mar,
juntamente com suas numerosas baías e rios navegáveis, oferecia um meio rápido e mais fácil de transporte
interno.
Por mais de duzentos anos, as vias aquáticas naturais constituíram as únicas vias dignas de menção
na América, não somente para o transporte de mercadorias, mas também para os viajantes de longas
jornadas.
A necessidade do transporte interno e o crescimento do comércio externo favoreceram a aparição
de uma próspera indústria de construções navais à qual as magníficas florestas forneciam excelentes
madeiras.
Depois de 1676 mais de setecentos navios foram construídos somente no Massachusetts. Em 1775,
dos 7.694 navios empregados no comércio da Grã-Bretanha, 2.342 eram de construção americana. Cerca
de 1.769, o volume do comércio colonial no além-mar beirava um milhão de toneladas com o valor
aproximado de 5.500.00b libras. O comércio externo tornara-se a verdadeira razão de ser da Nova
Inglaterra. Era um assunto de primordial importância do Hudson ao Chesapeake. Mais para o sul, o povo
dedicava-se principalmente à agricultura de produtos exportáveis, mas também lá a economia dependia de
forma vital do transporte no oceano. Por essa época, os navios da colônia, carregando produtos coloniais e
guarnecidos por marinheiros americanos, frequentavam os principais portos da Europa e das Índias
Ocidentais, então uma importante região comercial. Cerca de mil navios da colônia trafegavam nos
Domínios Britânicos. Além disso, um número substancial era encontrado em toda parte. Mais de trezentos
navios eram empregados na pesca da baleia e muitos mais, menores, dedicavam-se à pesca do bacalhau.

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Tão íntima era a conexão entre o comércio marítimo e a prosperidade das Colônias que elas se aprestavam
a lutar mesmo contra a Mãe-Pátria quando esta interferiu fortemente no intercâmbio marítimo.
Ao longo de todo o período colonial, a partir do século XVII, a grande causa de irritação dos colonos
contra a metrópole eram as Leis de Navegação. O famoso “Ato de Navegação" posto em vigor por
Cromwell, em 1660, interditou às colônias inglesas a importação e exportação de toda mercadoria, a não
ser em navios ingleses ou coloniais. Proibiu, além disso, que certos artigos, tais como o fumo, açúcar,
algodão, lã, madeiras comuns, madeiras de tintura etc., fossem encaminhados para outros países que não a
Inglaterra ou domínios seus. A essa lista juntaram-se mais tarde outros artigos. Havia ainda outras leis do
mesmo gênero: as leis sobre os cereais e as leis contra as manufaturas; as primeiras, feitas para favorecer o
fazendeiro inglês, entraram em vigor cerca de 1666. Elas interditavam, praticamente, o mercado inglês aos
cereais cultivados nas colônias. Esse procedimento levou Nova Inglaterra e Nova York a fabricarem objetos
manufaturados, ao que a Inglaterra respondeu, interditando a produção industrial nas colônias.
A lei inglesa mais dura nessa campanha de
supressão do comércio colonial foi provavelmente a sobre
o açúcar, em 1733. O Governo britânico procedia dessa
forma baseado no princípio, então admitido por todas as
nações europeias, de que as colônias existiam para
enriquecer a Mãe-Pátria. Esse princípio levava a
subordinação dos interesses coloniais aos interesses da
metrópole.
O fim da Grã-Bretanha era exportar para a América
produtos manufaturados e ao mesmo tempo importar
matérias-primas, fazendo inclinar a balança comercial a seu Boston Téa Party: revolta colonial americana
favor. Em 1759, o total de exportações da Nova Inglaterra contra as leis inglesas sobre o comércio
para a Grã-Bretanha elevou-se a 38.000 libras e as
importações a 600.000 libras.
Num ponto a política inglesa estimulou grandemente a indústria americana: a construção de navios
da Nova Inglaterra em virtude das Leis de Navegação colocou os navios construídos nas colônias no mesmo
pé dos navios de origem inglesa.
Essas leis exclusivistas motivaram a insatisfação dos colonos com o domínio da metrópole, e bem
cedo, sobretudo depois da Guerra dos Sete Anos, outras causas vieram aumentar o mal-estar. A irritação
foi crescendo com o correr dos anos, e por fim, eclodiu a rebelião aberta. Com a guerra surgiu a necessidade
de ser criada uma força naval, mas os colonos preferiram, na luta no mar, dedicar-se sobretudo à rendosa
guerra de corso. Numerosos navios particulares foram empregados como corsários e destruíram um número
muito grande de navios mercantes ingleses. Quase todos os Estados enviaram corsários contra o inimigo.
Massachusetts forneceu mais de quinhentos, a Pensilvânia quase o mesmo número.
Em 1775, o Congresso ordenou a construção de uma frota nacional, e um ano depois treze navios
estavam terminados. Alguns desses navios não chegaram a se fazer ao mar; quase todos os outros foram
capturados ou queimados antes do fim da guerra, não, todavia, sem terem prestado antes grandes serviços
ao país.
A Revolução Americana (1776-1783) viu nascer a
marinha dos Estados Unidos da América. Seu ideário liberal
influenciou cabeças no Brasil, resultando na Conjuração das Minas
Gerais (1789) conhecida como Inconfidência Mineira. As lutas
desenvolveram-se no mar e em terra. O apoio da França, ressentida
com a perda do Canadá para a Inglaterra alguns anos antes, foi
decisivo para os norte-americanos. Repetiu-se nessa campanha
memorável uma situação análoga à de Xerxes na Grécia, após a
Batalha de Salamina. Tendo os britânicos perdido a Batalha de
Assinatura da Independência dos EUA
Chesapeake (05/09/1781), o General Cornwallis ficou isolado na
América sem poder receber o apoio de que necessitava e acabou
rendendo-se às tropas de Jorge Washington.
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Concluída a aliança com a França, a poderosa frota desse país foi empregada no serviço da causa
patriota. Juntou-se a ela, posteriormente, a Frota espanhola com a declaração de guerra da Espanha à
Inglaterra em 1779. A Inglaterra iria contar, ainda, com um outro inimigo. Pelo fim de 1780, arrebentou a
guerra com a Holanda, e, desde então, foi necessário à Grã-Bretanha lutar contra três grandes potências
europeias além da América.
Nos mares, coube à Marinha francesa o papel preponderante. Com a Royal Navy dispersa por todo
o mundo, lutando contra três grandes potências navais, a Inglaterra perdeu para a França o controle dos
mares junto às colônias revoltadas, e suas forças de terra, desamparadas da metrópole, foram obrigadas à
rendição, face ao Exército franco-americano.
A Grã-Bretanha vencida assinou a paz em 1783. Também nesse Tratado percebe-se a importância
que os dirigentes britânicos sempre deram aos assuntos marítimos. O Mississipi ficava aberto aos navios
americanos e ingleses. Os americanos continuavam com direitos de pesca nas costas da Terra Nova e do
golfo de São Lourenço.
Foi assim que no decorrer da Guerra da Independência surgiu a Marinha americana, mas a massa
heterogênea que a constituía (corsários particulares, navios pertencentes às colônias e navios armados pelo
Congresso) dissolveu-se no caos que se seguiu à guerra. Em 1785, ano da venda do último navio, os Estados
Unidos não possuíam um só navio de guerra. Entretanto, muito pouco tempo depois do fim da Guerra da
Independência, a necessidade de uma marinha fez-se sentir em virtude da captura de navios mercantes
americanos pelos corsários do Bei de Alger. Em 1793, os corsários argelinos espalhavam-se no Atlântico e
em um mês capturaram onze navios americanos. Essa situação vergonhosa levou enfim o Congresso a
tomar medidas, e no ano seguinte foi iniciada a construção de várias fragatas.
Os navios recém-construídos não tiveram, porém, o batismo de fogo em luta contra os piratas do
Norte da África e sim na guerra contra os corsários franceses das Antilhas. As operações navais contra a
França duraram ao todo cerca de dois anos e meio. A guerra nunca foi formalmente declarada,
desenrolando-se apenas nas Antilhas e foi muito proveitosa à jovem Marinha americana. O grande
acréscimo das exportações, devido à proteção dada pelos cruzeiros de navios americanos e os brilhantes
sucessos obtidos nos combates navais deram à Marinha uma popularidade necessária naqueles dias em que
a manutenção de um navio de guerra parecia a muitos ameaça de monarquismo.
Mal terminadas as lutas contra os corsários franceses, a Marinha americana levou a cabo uma série
de operações navais no Mediterrâneo contra o Bei de Trípoli. A guerra contra os norte africanos serviu para
proporcionar certa expansão à Marinha. A duração relativamente longa da luta (1801-05) nesse teatro
afastado de operações, aprimorou o valor combativo das guarnições. Estas vantagens seriam apreciadas
devidamente cerca de dez anos depois na guerra contra a Inglaterra.
Apesar do contratempo representado pelas operações nas Antilhas e no Mediterrâneo, o comércio
marítimo americano expandia-se rapidamente. As guerras napoleônicas absorveram de tal forma as
populações da Europa que uma parte sempre crescente do comércio marítimo coube à América. Durante
vinte anos os lucros desse comércio foram enormes, e a navegação mercante progrediu a passos de gigante.
Em 1790 o valor total das exportações dos Estados Unidos elevara-se a 19 milhões de dólares; cinco anos
mais tarde, 26 milhões de dólares de mercadorias procedentes somente das possessões francesas,
holandesas e espanholas foram importadas para serem em seguida reexportadas. Em 1806, o valor das
reexportações elevou-se a 60 milhões de dólares. Não é de estranhar que a Inglaterra se tenha sentido
alarmada quanto ao futuro de sua supremacia marítima e, dedicando-se ainda à fase econômica de sua luta
contra Napoleão, ela pôs em vigor medidas restritivas.
A Inglaterra declarou então bloqueio geral da França, desde o Elba até Brest, com um bloqueio
cerrado do Sena e Ostende (ato do Conselho de 16 de maio de 1806). Napoleão respondeu com o famoso
decreto de Berlim (21 de novembro de 1806), o qual declarou as Ilhas Britânicas, dali por diante, em estado
de bloqueio.
O comércio americano encontrava-se assim entre as duas pedras de mó. O remédio previsto pelo
Presidente Jefferson para todos esses problemas foi a coerção pacífica. Em 1807, ele decretou para todos
os navios empregados no comércio exterior um embargo que durou quinze meses e que custou oito milhões
de dólares só aos comerciantes da Nova Inglaterra. O embargo foi extremamente impopular nos Estados
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Unidos que sofreram bem mais que a Europa. O espetáculo oferecido pelo país era o mais desolador. Os
navios ficavam a apodrecer nos portos. Cereais, algodão, fumo e outros produtos acumulavam-se nos
celeiros dos fazendeiros do Norte, dos plantadores do Sul e ao longo do cais nos portos de mar. A maior
parte dos historiadores vê no voto e na aplicação do embargo um grande erro de Jefferson. As consequências
do embargo para a França foram mínimas. Napoleão lançou o decreto de Bayonne que determinou a captura
de todos os navios americanos encontrados nas águas francesas, espanholas e italianas. Ele confiscou assim
mais de duzentos navios americanos. O embargo afetou mais a Inglaterra, mas mesmo lá os efeitos foram
inferiores aos esperados. A guerra contra a Inglaterra foi, contudo, adiada para o período presidencial
seguinte.
Durante a presidência de Madison, no quatriênio que se seguiu, ante a inquietante situação
internacional, foi proposta no Congresso a construção de uma esquadra relativamente poderosa de 10 navios
de linha e 20 fragatas, porém o Congresso, dominado pela oposição Jeffersoniana contrária à política
armamentista naval, julgou a proposta custosa e perigosa para a liberdade pública. Em consequência, ao ser
iniciada a guerra contra a Inglaterra em 1812, a Marinha americana compunha-se de apenas dezesseis
navios em estado de servir. Além disso, havia 257 chalupas canhoneiras construídas nos anos precedentes,
pois Jefferson, que se opunha tão violentamente à Marinha, tinha grande confiança nesse tipo de
embarcação, destinada à defesa das costas. Tais embarcações, entretanto, se mostrariam sem valor.
Durante esse conflito, também chamado de Segunda Guerra de Independência dos EUA, as fragatas
americanas, mais bem construídas, venceram uma série de combates singulares contra congêneres ingleses.
Esses êxitos parciais, todavia, não puderam evitar o absoluto controle dos mares pela esmagadora
superioridade naval dos britânicos. O comércio americano foi banido dos oceanos, e os ingleses
desembarcaram tropas a seu bel prazer no litoral dos Estados Unidos, chegando mesmo a incendiar
Washington. O que restava da pequena Marinha americana ficou bloqueado nos portos. A retaliação
americana foi a guerra de corso.
A perda que sofreu o comércio marítimo inglês durante os dois anos e meio de guerra foi
incalculável. O Congresso autorizou cerca de duzentos e cinquenta corsários que varreram os oceanos à
cata dos infelizes navios mercantes, capturando centenas deles. Estima-se em 600 o número de navios
mercantes ingleses vítimas dos corsários e dos navios de guerra americanos. Um grande número deles,
porém, foi retomado pelos ingleses, antes de atingir portos americanos.
Com o fim da guerra em 1815, a Marinha Mercante
americana voltou à senda do progresso. Na Nova Inglaterra, a
construção naval atingiu elevados índices de perfeição, e de suas
carreiras saíram os famosos Clippers, os navios mais velozes da
Marinha a vela, os quais chegavam a navegar mais de 420 milhas
em 24 horas.
A partir de meados do século, a Marinha de Comércio
americana entrou em decadência. Vários fatores concorreram para
esse fim, mas o principal foi o fracasso da construção naval do país
em acompanhar a evolução da vela para o vapor e da madeira para
o ferro. Outra razão foi a marcha para o Oeste que então se
processava, absorvendo todas as atenções e todos os interesses,
com o correspondente crescimento das estradas de ferro.
O deflagrar da Guerra Civil foi o sopro que acabou com a
fase áurea da Marinha Mercante dos Estados Unidos.
Paralelamente, a Marinha de Guerra dos Estados Unidos não fez
grandes progressos após a paz de 1815. Ela foi empregada numa
série de operações secundárias, tais como na guerra contra o Bei de
Alger e nas operações que suprimiram a pirataria nas Antilhas. Sua
ação contra o México foi muito restrita em face da não existência
de oposição nos mares. Digna de nota foi a ação do Comodoro
Perry no Japão em 1854, abrindo aquele país ao comércio mundial.

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Ao começar a Guerra Civil, a Marinha dos Estados Unidos estava em precário estado. A 4 de março
de 1861, quando o Presidente Lincoln prestou juramento assumindo as funções, ela tinha em serviço,
compreendendo navios de transporte e auxiliares, 42 navios, dos quais apenas 23 movidos a vapor poderiam
ser considerados de algum valor. Por sua cegueira e indiferença, o Congresso havia desorganizado a
Marinha quase tanto quanto havia feito a administração. Em seguida ao desastre financeiro de 1857, a renda
da Nação tinha diminuído, e, nos esforços de economia, o Congresso havia destruído a Marinha. A oposição
às construções e mesmo aos reparos dos navios vinha tanto dos Estados do Norte quanto dos Estados do
Sul, os membros do Congresso pelo Ohio e o Ilinois conduziam o ataque ao orçamento da Marinha e à
Marinha propriamente dita. No seu conjunto, o Congresso era apático.
A Guerra Civil começou com o bombardeio do Forte Sumter a 12 de abril de 1861. O novo Ministro
da Marinha, capaz, ocupou-se logo com vigor da direção dos assuntos navais. Foram estabelecidos
rapidamente planos para o rearmamento naval. O orçamento da Marinha votado pelo Congresso precedente,
que era de 13 milhões de dólares, foi elevado para 43.500.000.

Os Arsenais do Norte, onde o trabalho tinha sido quase


inteiramente suspenso durante os anos que precederam a guerra,
tornaram-se o teatro de grande animação. Alguns meses depois do
bombardeio do Forte Sumter, o Norte tinha onze mil homens ocupados
em recolocar em atividade velhos navios desarmados, a reparar os navios
chegados das estações longínquas e a construir novos navios adaptados
especialmente para os serviços previstos. Ao mesmo tempo, o Ministro
da Marinha, apelando para todas as fontes, comprava e adaptava navios
mercantes. Os navios incorporados à esquadra exigiam guarnições para
armá-los, e, antes do fim do ano, o número de marinheiros elevava-se de
7.600 para 22 mil.

Durante a guerra, as duas grandes tarefas da Marinha dos estados do Norte (federados) foram o
bloqueio das costas confederadas (do Sul) e a separação em duas porções da confederação pelo domínio do
rio Mississipi. Essas duas operações eram essenciais para impedir a chegada de munições e
aprovisionamento aos exércitos confederados, batendo-se no Leste. A captura de Port Royal, o bizarro
combate de Hampton Road, as operações no baixo Mississipi, a batalha da baía de Mobile, os encontros da
baía de Albermale marcaram o desenrolar das duas ações fundamentais.
A rigor, o bloqueio e a ocupação dos portos confederados puseram fim ao comércio do Sul. Durante a
guerra, a esquadra bloqueadora capturou ou destruiu 1.150 navios com as respectivas cargas,
representando um valor total de 30 milhões de dólares. Por outro lado, a Marinha Mercante americana
sofreu forte redução no decorrer da guerra. De 2.500.000 toneladas em 1861, ela caiu para 1.500.000 em
1865, ao acabar o conflito, concorrendo para o declínio não só a destruição oriunda das operações bélicas,
mas também a perda do mercado de transporte para a Marinha inglesa.
Em condições normais, a navegação comercial americana poderia renascer após a Guerra de
Secessão como se restabelecera depois da guerra de 1812. A razão pela qual ela não retomou vida, residiu
na mudança das circunstâncias econômicas acarretadas, ao menos, em parte, pelo aumento dos impostos
que tornaram impossível construir e armar navios de forma barata, como faziam os rivais estrangeiros.
Também foram nocivas certas leis de navegação que interditavam a compra de navios estrangeiros para
navegar sob pavilhão americano. Essas medidas tiveram efeito penoso sobre a Marinha Mercante e levaram
o capital americano a não mais ser empregado em navios, mas de preferência nas empresas ferroviárias,
usinas e minas. Em consequência, rapidamente a percentagem do tráfego marítimo efetuado em porões de
navios americanos decaiu. Ela era de 66,5% ainda em 1860. Em 1865 caíra a 27,7% e cerca de 1901 baixara
a 8,2%.
O desenvolvimento da ciência da Guerra Naval que tinha sido tão rápida nos Estados Unidos durante
a guerra de Secessão, parou bruscamente com ela. Durante vinte anos os Estados Unidos não tiveram um
só navio encouraçado. No decorrer do período do Presidente Hayes, a Marinha americana era inferior à de

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qualquer nação europeia, e mesmo os dois encouraçados do Chile, bem guarnecidos, teriam constituído
uma força superior a todos os navios de guerra americanos reunidos.
A Marinha nessa época parecia não ter
nenhum defensor junto ao Governo, e o país, em
geral, parecia inteiramente indiferente às suas
necessidades. Todos os créditos arrancados ao
Congresso eram destinados à manutenção dos navios
existentes, e uma boa parte desse dinheiro era
esbanjado porque os parlamentares estavam bem
mais interessados em atender aos casos de seus
eleitores do que em fazer reparar os navios. A sombra
da negligência havia quase completamente obliterado
a Marinha em 1881, quando dificilmente um único
navio estava preparado para missões de guerra e
poucos estavam em condições para um cruzeiro
normal.
O ano de 1881, em que Garfield assumiu a
presidência, marca o ponto mais baixo atingido pela
Marinha desde os dias em que os Estados Unidos
tinham pagado tributo ao Bei de Argel. Não é de
espantar que os comandantes americanos dessa época
tivessem vergonha de levar seus navios às águas
europeias.
Se o ano de 1881 marca o mínimo atingido
pela Marinha americana, também marca o início da
recuperação. Embora dificultado pela má vontade do
Congresso, o Presidente Arthur conseguiu dar início
à regeneração da Marinha americana. Em 1885, ainda
foi preciso recorrer ao estrangeiro para a montagem
de canhões modernos nos navios em construção, mas USS Monitor - 1862
cinco anos depois a criação de um mercado
americano de navios de guerra e de canhões fez desenvolver nos Estados Unidos estabelecimentos
industriais capazes de fabricar os modelos mais aperfeiçoados de equipamentos bélicos. As perspectivas de
um conflito próximo com a Espanha vieram acelerar o renascimento da Marinha de Guerra americana e
quando a guerra deflagrou, em 1898, ela não teve dificuldades em esmagar em Manila, em Santiago de
Cuba, as frotas obsoletas da Espanha.
Em lugar de declinar depois da assinatura da paz, como acontecera nas outras vezes, a Marinha de
Guerra americana progrediu a passos de gigante, contrastando com a decadência da frota de comércio.
Embora o comércio externo houvesse aumentado enormemente entre 1880 e 1914, o número de navios
empregados nesse tráfego continuara a diminuir. Em 1880, cerca de 1.200.000 toneladas eram registradas
como se dedicando ao comércio com o estrangeiro; em 1914 só havia um milhão de toneladas.
A Primeira Guerra Mundial forçou a terceira expansão da Marinha Mercante americana. A ameaça
da interrupção das rotas marítimas aliadas por parte dos submarinos alemães obrigou os Estados Unidos a
dedicarem à construção de navios mercantes uma parte considerável de seus recursos.
O programa gigantesco de construções da Emergency Fleet Corporation permitiu o lançamento ao
mar em 1917 de três milhões e meio de toneladas. Graças a esse esforço, em poucos anos os Estados Unidos
passaram a contar com a segunda frota mercante do mundo a qual só era sobrepujada pela inglesa. Ela
passou de pouco mais de quatro milhões de toneladas, em 1914, para 14.574.000 em 1920, ou seja, de 4%
para 23% da tonelagem mundial. Também a Marinha de Guerra americana sofreu grande expansão em
virtude da Primeira Guerra Mundial e bem cedo ocupou o segundo posto.

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Entre as duas guerras, a frota
mercante americana declinou ante a
concorrência europeia. Embora
continuando a ocupar o segundo
posto, sua participação na tonelagem
mundial caiu de 22%, em 1923, para
14% em 1939, quando dispunha em
serviço de 6 milhões de toneladas, ou
seja, menos da terça parte da Marinha
de Comércio britânica. Apenas 25%
das transações mercantis com o além-
mar eram efetuados em porões
americanos. A construção naval
ultrapassava de pouco a cifra de cem
mil toneladas anuais. A Marinha de
Guerra, entretanto, não foi descuidada
e permaneceu em nível próximo ao da
Grã-Bretanha.
Contraste dos anos de depressão nos EUA

A Segunda Guerra Mundial elevou os Estados Unidos à primazia incontestável nos mares. O perigo
crescente de um conflito na Europa levou o governo de Roosevelt a pôr em execução um gigantesco
programa naval que já ia bem adiantado quando do ataque a Pearl Harbour. Empregando-se a fundo em
dois oceanos, a Marinha dos Estados Unidos rapidamente se recuperou dos golpes iniciais e empreendeu
ação decisiva tanto na batalha do Atlântico como contra o Japão. No Atlântico, a quantidade fabulosa de
navios de escolta e aeronaves que a América colocou na luta antissubmarina teve efeitos decisivos. No
Pacífico, a esmagadora superioridade americana bem cedo varreu os nipônicos das principais áreas por eles
conquistadas na arrancada inicial da guerra e por fim atingiu o próprio território metropolitano japonês.

Os estaleiros dos Estados Unidos, nos quais


chegaram a trabalhar mais de novecentos mil operários em
1944, produziram navios para a América e para quase
todos os países aliados, conseguindo compensar as perdas
tremendas oriundas da campanha submarina. Só em 1942
foram lançados ao mar mais de oito milhões de toneladas
de navios mercantes e, em 1943, dezenove milhões.
No fim das hostilidades, a Marinha de Guerra dos
Estados Unidos ultrapassava três milhões de toneladas, e
a Marinha Mercante cinquenta milhões.
No pós-guerra, mais uma vez a Marinha Mercante
americana cedeu ante a recuperação das frotas de
comércio europeias. A Grã-Bretanha voltou ao primeiro
posto em tonelagem de navios de comércio com a
passagem para a reserva de um grande número de
unidades americanas. Em 1946, já 33% do comércio
exterior americano eram transportados em porões
estrangeiros, proporção que se elevou a 50% em 1950.
Nesse mesmo ano, a frota mercante dos Estados Unidos,
em serviço, estava reduzida a 11 milhões de toneladas,
cerca da metade do Reino Unido, sendo bem verdade que
os armadores americanos também dispunham de mais USS Iowa em 1982, encouraçado lançado
alguns milhões de toneladas sob as bandeiras do Panamá, em 1943, com participação na 2ª GM, no
Vietnã e na Coréia.
Libéria e outros países.
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Onde os Estados Unidos conservaram a primazia absoluta, sem mostrar a mínima intenção de perdê-
la, foi na Marinha de Guerra. Se depois da Guerra de Sucessão da Espanha restou apenas uma grande
potência naval, a Inglaterra, depois da Segunda Guerra Mundial coube aos Estados Unidos essa situação
privilegiada.

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Leitura Complementar

A HISTÓRIA DA NAVEGAÇÃO
Os rios, lagos, mares e oceanos eram obstáculos que os seres humanos do passado muitas vezes
precisavam ultrapassar. Primeiro, eles se agarravam a qualquer coisa que flutuasse. Depois, sentiram a
necessidade de descobrir como transformar materiais, para que estes, flutuando, pudessem se sustentar
melhor sobre a água. Assim, ao longo do tempo, em cada lugar surgiu uma solução, que dependeu do
material disponível: a canoa feita de um só tronco cavado; a canoa feita da casca de uma única árvore; a
jangada de vários troncos amarrados; o bote de feixes de juncos ou de papiro; o bote de couro de animais
e outros.
Durante o século XV, os portugueses decidiram que deveriam prosperar negociando diretamente
com o Oriente, por meio do mar. Para alcançar bom êxito nesse ambicioso projeto de interesse nacional,
foi necessário: explorar a costa da África no Oceano Atlântico e encontrar a passagem, ao sul do continente
africano, para o Oceano Índico; chegar às Índias e lá negociar diretamente as mercadorias; trazê-las para
Portugal em navios capazes de transportar quantidades relativamente grandes de carga e defender esse
comércio. Isso exigiu desenvolvimentos científicos e tecnológicos para os navios e para a navegação.
Todas essas soluções simples, no entanto, não transportavam muita coisa, ou eram difíceis de
manejar, ou mesmo perigosas em águas agitadas. Era necessário desenvolver embarcações construídas a
partir da junção de diversas partes, para que fossem maiores e melhores.
Os portugueses desenvolveram e utilizaram: caravelas 2 para explorações; naus 3 como navios
mercantes para o comércio e galeões 4 como navios de guerra. Mas isso só não bastava para chegar com
sucesso ao porto de destino.
A navegação, quando se mantém terra à vista, é feita pela observação de pontos geográficos de terra
determinando a posição do navio em relação à costa. Quando não se avista mais a terra e quando o mar e o
céu se encontram no horizonte a toda volta, é necessário saber em que direção o navio segue e a posição
em que se está em relação à superfície do globo terrestre.
Foi necessário, portanto, desenvolver instrumentos capazes de indicar a direção do navio (bússola),
a latitude (astrolábio) e a longitude (cronômetro).

OS NAVIOS DE MADEIRA:
CONSTRUINDO EMBARCAÇÕES E NAVIOS
As caravelas provavelmente tiveram sua origem em embarcações de pesca, que já existiam na
Península Ibérica3 desde o século XIII. Tinham, em geral, velas latinas4. Essas velas são muito boas para
navegar quase contra o vento, contribuindo para que as caravelas fossem muito úteis na costa da África.
Foi principalmente com elas que os portugueses exploraram o litoral africano durante o século XV. As
caravelas foram os navios mais importantes para Portugal até a descoberta do Cabo da Boa Esperança, que
permitiu contornar a África, passando do Oceano Atlântico para o Oceano Índico. A partir de então, o
transporte de mercadorias por naus passou a ser o mais importante.

2
CARAVELA – de caravo, do inglês caravel, do francês caravelle, navio de casco alto na popa e baixo na proa, de proa aberta
ou coberta, arvorando de um a quatro mastros de velas bastardas (latinas e triangulares) e armado com até dez peças de artilharia.
Sua tonelagem variava de 60 a 160t. Algumas caravelas tinham velas redondas no mastro do traquete; foram os navios mais
utilizados pelos portugueses nos descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI.
3
NAU – Até fins do século XV, navio de porte relativamente grande, com acastelamentos à proa e à popa, arvorando geralmente
um só mastro com vela redonda (ou “pano”). Daí até fins do século XVI, princípios do XVII, as naus foram aumentando de
tamanho, tornaram-se muito bojudas (boca com cerca de 1/3 do comprimento da quilha), passaram a arvorar até três mastros
(traquete, grande e mezena) envergando pano redondo e uma vela latina quadrangular à popa, além de gurupés, e tinham até três
ou quatro cobertas com duas a três baterias de canhões. Com o passar dos anos, foi-se modificando o seu velame. Eram
embarcações imponentes, em geral ricamente ornamentadas, mas de difícil manejo
4
GALEÃO – do inglês galeno, do francês galion – embarcação de alto-bordo, dois ou três mastros envergando velas redondas
e gurupés com velas de proa, empregada no transporte de ouro e prata da América para Espanha e Portugal, nos séculos XVI,
XVII e XVIII. Era armado com numerosos canhões.

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A nau era um navio mercante com grandes espaços nos porões para carregar as mercadorias do
Oriente. Essa ênfase na carga, no entanto, fazia com que as naus fossem mal armadas. Levavam poucos
canhões para carregar mais mercadorias e eram presas fáceis para os navios dos países que começariam a
desafiar o monopólio português do comércio com o Oriente pelo Cabo da Boa Esperança, da chamada
Carreira da Índia. Até então, Portugal vinha utilizando caravelas bem armadas como navios de guerra, mas,
desde o início do século XVI, sentira a necessidade de desenvolver o galeão, um navio de guerra maior e
com mais canhões, para combater turcos no Oriente e corsários e piratas europeus ou muçulmanos no
Atlântico. O galeão foi a verdadeira origem do navio de guerra para emprego no oceano. Foi construído
para fazer longas viagens e combater longe da Europa.

O DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO OCEÂNICA:


OS INSTRUMENTOS E AS CARTAS DE MAREAR
Um dos instrumentos mais importantes que, no passado, permitiram as Grandes Navegações foi a
bússola, inventada pelos chineses. A bordo ela é chamada de agulha magnética e, antigamente, de agulha
de marear. Basicamente, ela consta de uma agulha imantada que se alinha em função do campo magnético
natural da Terra, podendo-se, então, saber a direção em que está o polo norte magnético. Assim, é possível
saber a direção em que o navio segue, ou seja, seu rumo.
Para saber exatamente a posição em que se está em relação ao globo terrestre, é necessário calcular
a latitude e a longitude do lugar. O cálculo prático da longitude depende de se saber, com precisão, a hora.
Porém, a inexistência de relógios (cronômetros) que não fossem afetados pelos movimentos do navio,
causados pelas ondas, fez com que a hora não pudesse ser calculada no mar até o século XVIII, quando
foram desenvolvidos cronômetros adequados à utilização a bordo dos navios, para o cálculo da longitude.
A latitude não era difícil de calcular e, por ela e pela estimativa de quanto o navio havia se deslocado, os
navegadores da época das Grandes Navegações sabiam aproximadamente onde estavam. Evidentemente,
erros de navegação ocorreram, com consequências desastrosas.
Outros instrumentos utilizados mais tarde, como o quadrante e o sextante, mediam a altura do Sol
pelo ângulo em relação ao horizonte, permitindo estimar a hora e o cálculo de longitude.
As cartas náuticas, mapas do mar, eram muito imprecisas e passaram por difícil processo de
desenvolvimento. As que foram inicialmente feitas pelos portugueses eram conhecidas como portulanos.
A partir do final do século XVI, passou-se a utilizar a Projeção de Mercator, usada até os dias de hoje nas
cartas náuticas. Nela os meridianos e os paralelos são representados por linhas retas que se interceptam
formando ângulos de 90 graus. Isso causa consideráveis distorções nas latitudes mais elevadas, porém tem
a vantagem de os rumos e as marcações de pontos de terra serem linhas retas, facilitando a plotagem nas
cartas. Como a Terra é aproximadamente esférica (na verdade um geóide), a distância mais curta entre dois
pontos não é uma linha reta na Projeção de Mercator, mas isso é somente um pequeno inconveniente, e a
curva que representa a menor distância pode ser calculada pelo navegador.

A VIDA A BORDO DOS NAVIOS VELEIROS:


A vida a bordo dos navios veleiros era muito difícil. A Idade da Vela representou para os
marinheiros muito sacrifício. O trabalho a bordo, manobrando com as velas, muitas vezes durante
tempestades, exigia bastante esforço físico e era arriscado. A comida, sem possibilidade de contar com
uma câmara frigorífica, era deficiente, principalmente em vitaminas, o que causava doenças como o
beribéri (pela carência de vitamina B) e o escorbuto (pela carência de vitamina C). Durante os longos
períodos de mau tempo, não havia como secar as roupas. A higiene a bordo também deixava muito a
desejar. Muitos morreram nas longas viagens oceânicas.
O escorbuto, no entanto, merece destaque, pois foi uma doença que causou a morte de muitos
marinheiros nas longas travessias no mar, quando a dieta dependia apenas de peixe, carne salgada e biscoito
(feito de farinha de trigo, o último alimento que se deteriorava a bordo dos veleiros). Ele é causado pela
falta de vitamina C na dieta. As gengivas incham e sangram, os dentes perdem sua fixação, aparecem
manchas na pele, sente-se muito cansaço. Com o tempo, vem a morte. Em uma viagem da Marinha inglesa
(força naval comandada pelo Comodoro George Anson), em 1741, dos dois mil homens que partiram da
Inglaterra, somente 200 regressaram. A maioria morreu por causa do escorbuto. Ele foi responsável por
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mais mortes na Idade da Vela do que os combates, os naufrágios, as tempestades e todas as outras doenças
juntas.
A prevenção do escorbuto obtém-se bebendo, frequentemente, um pouco de suco de limão (que é
rico em vitamina C), como parte da dieta. Essa solução surgiu no final do século XVIII, tornando mais
saudável a vida a bordo nos navios.
Agora é possível deduzir porque a maioria dos piratas representados em filmes não possui alguns
dentes.

OS REFLEXOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA NAVEGAÇÃO:


O navio a vela surgiu praticamente junto com a navegação e os homens estavam já habituados a
manobrar com ela. Sua manutenção implicava apenas a conservação de seus aparatos, com materiais
relativamente fáceis de encontrar. Seu emprego dependia apenas do adestramento da tripulação e das
condições da natureza, tornando seu uso quase ilimitado.
As bases e os portos mundiais serviam para facilitar o provimento aos navios dos meios necessários
à subsistência de seus homens, provimentos estes que em sua maioria – água e comida – também poderiam
ser obtidos junto à costa, ou para a obtenção de mercadorias para o comércio, aí, o papel de relevo estava
nas mãos dos comerciantes locais em cada empório.
Todo o espaço de bordo destinava-se exclusivamente ao transporte de carga e ao alojamento da
guarnição, exceto no caso dos navios de guerra, em que cabiam ainda os canhões e sua respectiva munição.
O navio à vela tinha se mostrado ao longo de séculos como um meio mais eficiente, barato e rápido
para o comércio do que os meios terrestres, e para as marinhas de guerra, era um instrumento de poder a
circular em todos os oceanos.
O século XVIII modificou estes parâmetros. Tramava-se o fim da vela como aparelho propulsor dos
navios sob a força dos ventos.
No começo do século XVIII um francês chamado Papin tentou adaptar uma máquina a vapor numa
embarcação. Não que isso fosse totalmente uma novidade. Desde épocas remotas os mais brilhantes
cientistas já tinham feito projetos, muitos dos quais provaram-se ser totalmente impraticáveis, para
máquinas autossuficientes de força, tanto a terra quanto para navegar ou voar.
Mais tarde, James Watt, no final do século XVIII, construiu a primeira máquina propriamente a
vapor. A Grã-Bretanha estava sendo transformada em seu sistema de produção com a adoção de um
elemento inteiramente novo, que modificaria as relações de trabalho e as estruturas. A introdução da
mecanização fabril, substituindo quase toda a mão-de-obra humana, viria a trazer tantas e tão grandes
transformações em todos os campos das atividades humanas que, ao conjunto dessas modificações cada
vez mais aceleradas e profundas, deu-se o nome de Revolução Industrial.
A máquina proveu maior rendimento do trabalho, reduziu custos e aumentou a produção, mas
solicitou muito maior dispêndio de energia. A grande fonte energética logo utilizada foi o carvão.
O aperfeiçoamento desses mecanismos entre o final do século XVIII e início do XIX levou as
sociedades a um processo de desenvolvimento técnico crescente. Como não podia deixar de ser, as marinhas
mercante e de guerra sofreram o impacto da Revolução Industrial, não de forma igualitária, tendo em vista
as características e o emprego de cada uma.
De um modo geral, as vésperas da Revolução Industrial, o navio de comércio e o de guerra muitas
se confundiam, por isso, as desconfianças quanto às transformações da vela para o vapor foram em ambas
as esferas.
Até a Revolução Industrial (e científica), todas as transformações ocorridas nos meios navais foram
oriundas das próprias experiências, necessidades e possibilidades dos homens do mar. Com a Revolução
Industrial, os “cientistas” passaram a determinar essas transformações, ou seja, as modificações na forma e
no emprego das embarcações não ocorriam mais do mar para os estaleiros e arsenais em terra, mas das
oficinas e laboratórios em terra forçando seu uso no mar. A máquina a vapor era, portanto, invenção do
homem de terra, estranho ao ambiente marítimo e às lides marinheiras.
No entanto, os cientistas acompanhando as novas transformações tecnológicas e mercantilistas,
projetavam suas máquinas a fim de desenvolverem cada vez mais capacidade de gerar riquezas às suas
nações, quer pela melhoria da capacidade comercial quer pelo aumento do poder militar. Como não podia
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deixar de ser, foi no campo comercial, mais especificamente no transporte de passageiros, em que a
navegação a vapor se desenvolveu mais rapidamente.
Em comparação com o emprego inicial em outras atividades, a propulsão a vapor para o transporte
de passageiros foi mais atraente, pois trouxe a regularidade nas viagens. A dependência dos fatores externos
como vento e correntezas marítimas foi superada e, agora navegando em linha reta, as distâncias eram
encurtadas e o tempo otimizado. Outra área bastante atraente era a da navegação fluvial. Vencer as curvas
dos rios, desviando de bancos de areia e contra a correnteza, era extremamente difícil para a navegação à
vela. A autopropulsão removia estes entraves e era tudo o que mais se queria em uma época de grandes
transformações.
Foi o engenheiro norte americano Robert Fulton que começou o emprego do vapor como elemento
de propulsão para o transporte marítimo. Aos treze anos de idade, Fulton que era filho de irlandeses,
desenvolveu seu primeiro aparato de propulsão para embarcações, adaptando-o a um barco pesqueiro. Em
1807, Fulton fez o seu navio Clermont subir o rio Hudson, de Nova Iorque até Albany, em 32 horas, o que
favoreceu mais tarde uma linha regular de transporte fluvial entre as duas cidades.
O transporte a vapor fluvial e lacustre logo proliferou nos Estados Unidos da América,
desenvolvendo-se mais do que na Europa. Enquanto que os EUA estavam desenvolvendo seus meios de
transporte e de ligação entre as cidades, com longas e difíceis distâncias a percorrer, a Europa já tinha toda
uma rede de comunicação terrestre interligando pontos relativamente curtos. Outra característica geográfica
é que os EUA têm uma rede de grandes e pequenos rios, canais e lagos que facilitavam a comunicação.
No entanto, na Europa a navegação a vapor também prosperou. Em 1816, o Élise, francês, fez a
travessia marítima do canal da Mancha em 17 horas, sob forte tempestade, alcançando Paris por via fluvial.
Fora da Europa, o Brasil foi um dos primeiros países a compreender a importância do navio a vapor;
já em 1826, o Marquês de Barbacena obteve concessão para estabelecer uma linha regular de navegação a
vapor no recôncavo baiano.
Em 1838, dois navios a vapor atravessaram o oceano Atlântico da Europa para a América do Norte.
Partindo de Londres, o primeiro a chegar foi o Sirius a Nova Iorque, inaugurando a travessia oceânica de
passageiros. Em sua viagem, o combustível que levara foi pouco, o que o obrigou a usar móveis, portas e
até um dos mastros como lenha para as caldeiras. A viagem, porém, foi feita toda a vapor. Quatro horas
depois do Sirius, chegou a Nova Iorque o segundo navio a vapor, o Great Western, que maior em tamanho
e capacidade de acomodação de passageiros e carga e com uma viagem mais bem planejada, chegou ainda
com os porões cheios de carvão.
Estas viagens inauguraram as travessias atlânticas a vapor, mas demonstraram que o navio a vapor
precisava de estoques de carvão para suas viagens, o que exigia paióis de armazenamento que, juntamente
com as máquinas, diminuía o espaço útil para a carga. Essas foram as duas grandes objeções que se
levantaram contra os navios a vapor para a marinha mercante. Aplicado, no entanto, com grandes vantagens
para o transporte de passageiros, o vapor logo se consagrou para a carga, sendo as dificuldades iniciais
superadas com o maior dimensionamento dos navios e o melhor aproveitamento do espaço a bordo.
Logo apareceram as primeiras companhias de navegação a vapor. A primeira delas foi a Cunard
Line, inaugurada em 1840 com a viagem do Britannia entre a Inglaterra e os Estados Unidos da América.
Em 1843, apareceu a grande novidade, o casco de ferro do Great Britain, construído pelo famoso
engenheiro naval Isambard Brumel. O Great Britain era dotado de hélice, o que também era novidade, pois
até então os navios de vapor eram de madeira, propulsados por rodas de pás laterais. Houve também,
frequentemente, navios com rodas de pás à popa, destinados mais à navegação fluvial, pois as rodas na
popa estavam protegidas de impactos em bancos de areia, pedras submersas ou de troncos, galhos, e outros
materiais flutuantes.
Durante a revolução do vapor, a marinha à vela atingiu o apogeu. Em 1845, apareceu nos Estados
Unidos da América o primeiro clipper, de casco longo e fino, com enorme superfície vélica, que lhe permitia
atingir alta velocidade. Em 1851, apareceu o Flying Cloud, o mais belo e mais rápido veleiro de todos os
tempos. O Clipper atravessava o Oceano Atlântico em aproximadamente 14 dias, fazia a ligação entre Nova
Iorque e São Francisco via cabo Horn, extremo sul da América do Sul, em 89 dias. Esse tipo de navio foi
amplamente usado no transporte de chá da Índia para a Europa, através do cabo da Boa Esperança até a
abertura do canal de Suez, em 1869.
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A Revolução Industrial também começou a mudar o porte das embarcações. Para atender à
crescente demanda de passageiros entre a Europa e a América, navios maiores começaram a aparecer,
dotados de grande conforto. O maior e mais revolucionário de todos os navios a vapor do século XIX foi o
Great Eastern, lançado ao mar em 1858, com 230 metros de comprimento, todo de ferro e deslocando
22.600 toneladas e que, além das pás laterais tinha um hélice. Sua velocidade alcançava 25 nós, podendo
transportar quatro mil passageiros ou dez mil soldados.
A supremacia do hélice sobre as rodas de pás laterais determinou a transformação das embarcações
e seus cascos começaram a ser feitos de ferro e depois de aço. O início do século XX já viu os grandes
liners, que majestosamente singravam o oceano Atlântico num intenso movimento mercante. Todas essas
transformações não se fizeram, entretanto, sem grandes implicações. A principal delas disse respeito ao
próprio homem que guarnecia os navios. Houve necessidade de todo um processo de formação de gente
apta para conduzir as novas máquinas. Não apenas formar, mas acostumar os marinheiros à nova paisagem
técnica que pouco a pouco tomou conta de suas vidas. A profissão especializou-se e qualificou-se de modo
diverso do que se fazia até então. O simples contato com o mar não credenciava mais um profissional
marítimo; era preciso mais: uma perfeita familiarização com os equipamentos mecânicos com que lidaria
dali em diante. A máquina tomou conta do navio, mas não alterou aquele espírito romântico e nostálgico
com que até hoje se experimentam as singraduras dos longos mares da Terra.
A marinha de guerra sempre foi conservadora. No livro Fatos da História Naval, os autores
descrevem que Napoleão já se queixava de seus almirantes, porque estes dificilmente aceitavam qualquer
ideia de inovação e que isso é uma peculiaridade dos homens do mar, particularmente dos que lutam no
mar, e que dificultou ainda mais a adoção do vapor nos navios de guerra.
No entanto, outros fatores pesaram muito na adoção dessa forma de propulsão para as marinhas de
guerra. Primeiro que as nações marítimas, dentre elas principalmente a Grã-Bretanha, tinham feito vultosos
investimentos em navios de madeira e à vela. Adotar o vapor àquela altura significava jogar fora todo o
investimento feito, já que novas táticas e novos métodos haveriam de surgir. Além disso, o vapor trazia
necessidades logísticas diferentes. O raio de ação reduzir-se-ia consideravelmente. Fazia-se imprescindível
o estabelecimento de toda uma rede fornecedora de combustível, lubrificantes e sobressalentes espalhada
pelo mundo, sem contar nos gastos com formação de pessoal e adoção de maquinários para dotar estaleiros
e oficinas.
Outro critério que pesava na escolha do vapor para os navios de guerra estava na confiança, ou
melhor, na falta de confiança na nova tecnologia. Os prejuízos ocorridos a um navio mercante, de cargas
ou passageiros, são mínimos em comparação a um navio de guerra. Não é apenas a integridade física das
pessoas a bordo que está ameaçada pela incapacidade de reparo e pronto emprego de um navio de guerra,
mas toda a capacidade dissuasória de uma nação. Sem credibilidade, uma marinha de guerra não é capaz
de cumprir com sua missão, e a credibilidade está diretamente condicionada pela capacidade da marinha
em demonstrar mobilidade, permanência, versatilidade e flexibilidade. Se qualquer um desses itens faltar,
faltará a credibilidade. As máquinas ainda não ofereciam a desejada segurança.
Um dos maiores problemas relacionados com a confiança dos navios a vapor por ocasião de seu
surgimento estava justamente nas pás laterais. Primeiro porque eram um alvo fácil, expostas não apenas ao
risco de acidentes com qualquer material flutuante acima ou fixo abaixo d’água, mas aos possíveis tiros
certeiros do inimigo. Segundo é que as rodas de pás laterais ainda tiravam muito espaço das laterais para a
colocação de canhões, pois a artilharia da época era disposta pelos bordos. Isso implicava a redução do
poder de fogo dos navios, ou seja, de seu poder ofensivo.
Aos poucos as marinhas começaram a construir alguns navios de vapor para a guerra. O Brasil
adquiriu na Grã-Bretanha, em 1825, a primeira unidade a vapor para sua marinha de guerra, a barca Correio
Imperial, um navio-auxiliar. Em dezembro de 1847, foi lançado ao mar na Inglaterra o primeiro navio de
combate a vapor que o Brasil teve, a fragata Dom Afonso, com rodas laterais.
Com a invenção do hélice em 1836, pelo inglês Francis Smith e o sueco John Ericson, as questões
foram mudando. Os inconvenientes das rodas de pás desapareceram. A vulnerabilidade da própria máquina
em relação ao inimigo também diminuiu quando passou a ser construída sob a linha-d’água, onde ficava
mais protegida. Em 1850, a França lançou ao mar a primeira belonave movida a hélice, o Napoléon,
construído pelo notável engenheiro naval francês Dupuy de Lôme. Em 1852, os ingleses lançaram o
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Agamêmnon, também a hélice. Era apenas mais um capítulo da corrida armamentista entre a Inglaterra e a
França após as Guerras Napoleônicas do início do século.
A Guerra da Criméia (1853-1856), envolvendo russos, turcos, gregos, ingleses e franceses serviu
para consagrar os navios a vapor, mas também trouxeram uma novidade: o navio dotado de couraça. Para
tomar o Forte de Kimburn, Napoleão III mandou construir cinco baterias flutuantes dotadas de proteção de
ferro (couraça). Destas, três (Lave, Tonnante e Dévastation) tomaram parte no assalto, com grande êxito.
Bombardearam duramente a fortaleza e quase não sofreram danos materiais. Isso chamou a atenção de
todas as marinhas do mundo para o valor da couraça. Em 1859, os franceses lançaram ao mar a fragata
Gloire, de madeira, mas dotada de couraça. Foi o primeiro navio propriamente couraçado que apareceu. No
ano seguinte, sob pressão da opinião pública, o Almirantado britânico lançou ao mar o Warrior of de Seas,
couraçado com o casco todo de ferro.
A Guerra de Secessão dos Estados Unidos da América (1861-1865) também serviu para demonstrar
o valor dos navios a vapor e dotados de couraça. No combate de Hampton Roads, em 1862, defrontaram-
se dois navios de couraça: a fragata confederada, sulista, Virginia (ex-Merrimac), com uma casamata, e o
navio novo federal, nortista, Monitor, que possuía uma torre giratória. A Merrimac tinha borda alta, toda
fechada. O Monitor tinha o convés ao nível d’água, sem borda-livre. A luta durou mais de duas horas, em
que esteve à prova a resistência das novas proteções, tendo sido o primeiro combate entre navios
encouraçados na história. O resultado tático foi indeciso, já que não houve vencedor neste combate. O
Monitor viria a consagrar a torre giratória e deu nome à toda uma classe de navios que existe até hoje, e
que teve pleno uso em várias guerras pelo mundo, como na Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança,
entre Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, logo após a Guerra de Secessão Americana, e mais
recentemente na guerra do Vietnã (1961-1972). O navio encouraçado estava consagrado depois de Hampton
Roads. O estrago feito pela Virginia nos navios de madeira que estavam no ancoradouro mostrou que a
madeira era impotente contra o ferro.
No Brasil, a oficialidade estava a par das grandes modificações que então ocorriam no mundo.
Nossas dificuldades na produção energética implicavam a importação do carvão, o que onerava bastante a
operação dos navios a vapor. O emprego dos navios mistos (a vapor e vela), porém, que ainda se fazia em
grande escala pelos mares, foi um recurso bastante usado aqui. Os ministros da Marinha frequentemente
recomendaram aos comandantes de navios que, nos cruzeiros ao longo da costa, apenas usassem velas,
empregando o vapor somente nos casos de manobras ou quando a necessidade assim o exigisse.
A última grande batalha naval brasileira com navios de madeira foi a do Riachuelo, em 1865. Esta
também foi a primeira batalha naval no mundo em que só se usou vapor. O navio encouraçado fez sua
aparição no Brasil durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), por necessidade tática e estratégica do teatro
de operações. Os rios paraguaios estavam poderosamente defendidos pelas fortalezas e demais posições
armadas por Solano López. Para vencê-las era preciso contar com navios encouraçados. O governo imperial
encomendou navios encouraçados na França e na Inglaterra, ao mesmo tempo que mandou construí-los
aqui, no Arsenal de Marinha da Corte, hoje do Rio de Janeiro.
Durante a Guerra do Paraguai chegamos a possuir 17 navios encouraçados, dos quais seis monitores,
além de corvetas e fragatas. O primeiro navio dotado de couraça que possuímos foi a corveta Brasil, de
1864. Ela foi comprada na França, durante o período em que estivemos com as relações cortadas com a
Inglaterra devido a chamada Questão Christie, que está abordada na apostila de História do Brasil.
Os progressos dos recursos defensivos dos navios foram acompanhados pelos meios ofensivos. O
projetil passou a ser explosivo, o que definitivamente desabilitava os navios de madeira, como acontecera
com os navios turcos, impiedosamente destruídos pelos russos na Batalha de Sinope (1853) durante a
Guerra da Criméia.
Tal foi a preocupação com a defesa dos navios, que as couraças cresceram exageradamente de
espessura, variando de 8, 12, 14 e até 24 polegadas. Isso as tornou impenetráveis para os projetis, pois o
desenvolvimento do canhão não alcançara recursos capazes de fazer a penetração de tais peças de ferro.
Assim, apareceu, ou melhor, reapareceu uma arma antiga, o esporão. A massa do navio aliada à velocidade
de aproximação poderia levar o navio atacante a afundar o navio inimigo pelo impacto de seu esporão sobre
o casco adversário.

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No começo do emprego dos navios encouraçados, as obras-vivas dos navios não eram protegidas
pelas couraças, o que facilitava a penetração do esporão, já que este ficava sob a água. O esporão veio
modificar radicalmente a tática naval, que voltou a ser a do abalroamento, como era dois mil anos antes.
Foi em 1866 que se deu a primeira batalha contemporânea em que o esporão foi empregado com
êxito. Somente com o advento da artilharia pesada nos fins do século XIX, é que o canhão retomou seu
lugar na tática naval. Isso se deu particularmente a partir de 1905, na Batalha de Tsushima, após o
afundamento de um encouraçado por tiros de canhão durante a Guerra Russo-Japonesa (1904- 1905).
Mesmo assim, a arquitetura naval ainda conservou as proas dos grandes encouraçados com a forma de
aríete durante muito tempo.
Outra grande novidade da Revolução Industrial na marinha de guerra foi o advento do submarino.
Surgido já na Guerra da Revolução Americana (1776-1783), quando fracassou em sua missão de adaptar
uma carga explosiva no casco de um navio de guerra inglês, o submarino teve maior impulso a partir de
meados do século XIX, quando apareceram o Brandtaucher dos prussianos (1850) e o Plongeur dos
franceses (1863).
A técnica de construção deste tipo de navio só foi propriamente dominada no fim do século XIX.
Foi então que se manifestou uma intensa atividade, cujos princípios básicos tinham sido elaborados por
John P. Holland e Simon Lake, dos Estados Unidos, Nordenfeldt, da Suécia, Garret, da Inglaterra, e Isaac
Peral, da Espanha. A França tomou a chefia do movimento com os submarinos Gymnote, Gustave Zedé e
Narval, bem como com suas flotilhas de pequenos Goubet elétricos. Mas o Holland, adotado pela marinha
norte-americana em 1900, devido ao construtor John P. Holland, é tido geralmente como o protótipo do
submarino moderno, que, hoje em dia, impulsionado por um potente reator atômico e armado com mísseis
balísticos, ameaça tornar-se o autêntico navio de guerra do futuro próximo.
No Brasil, nossos primeiros submarinos vieram em 1913, construídos na Itália, os famosos classe F
(F 1, F 3 e F 5).
Foi, porém, o começo do século XX que trouxe o orgulho das esquadras. A Grã-Bretanha lançou ao
mar em 1906 o Dreadnought, encouraçado que tornou imediatamente obsoletos todos os demais
encouraçados que não eram de sua classe. Ele tinha dez canhões de 12 polegadas dispostos em cinco torres
duplas, com poder de fogo duas vezes e meia maior do que os navios de linha de seu tempo. Sua velocidade
alcançava 21,5 nós, com máquinas de 27.500 HP. Deslocava 17.900 toneladas, com 183 m de comprimento
e 8,5 m de calado. Seu custo foi a terrível realidade de £ 1.813.100, preço astronômico para a época. O
Dreadnought revolucionou tanto as marinhas de guerra, que, assim como o Monitor norte-americano, deu
nome a um tipo de navio, passando a ser também substantivo comum. Daí em diante, os navios de linha
passaram a ser pré-dreadnought, dreadnought, ou, pouco depois, super-dreadnought. Dentre estes estava o
Queen Elizabeth, construído em 1914, com 25 nós de velocidade, oito canhões de 15 polegadas e 16 de 6
polegadas.
O Brasil também acompanhou o grande progresso dos navios de linha, recebendo, em 1909 e 1910,
os dreadnoughts Minas Gerais e São Paulo, de 19.300 toneladas, com 12 canhões de 13 polegadas (305
mm). Deixamos de receber o Rio de Janeiro, de 1912, maior navio do mundo em sua época, com 27.500 t
e 14 canhões de 12 polegadas, que foi vendido à Turquia pelo governo do Marechal Hermes da Fonseca e,
durante a Grande Guerra, arrecadado pela Grã-Bretanha com o nome de Agincourt.

A RODA VAI GIRANDO:


O navio de madeira tinha conduzido a guerra nos mares durante mais de dois séculos. O encouraçado
pesado apenas conseguiu manter sua supremacia durante 50 anos. Qual teria sido o único e verdadeiro
inimigo? A marcha do progresso, que quebra a associação de ideias já concebidas, pois nunca houve nas
grandes questões marítimas, como em qualquer outro assunto, uma época de aperfeiçoamento mais rápido
do que na primeira metade do século XX.
No entanto, durante certo tempo, o navio de guerra ficou como a expressão suprema do poderio
nacional, não apenas para as potências navais clássicas da Europa, mas também para as novas nações em
ascensão, como os Estados Unidos da América, o Japão e a Alemanha, cujas vitórias no mar anunciaram
pela primeira vez que o equilíbrio das forças ia ser quebrado. Deste modo, em 1898, os Estados Unidos da
América, com sua esquadra incipiente, triunfaram facilmente da Espanha, em águas ocidentais e, em 1905,
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os japoneses, que já tinham mostrado dez anos antes seu poderio marítimo numa guerra curta com a China,
puseram em xeque as ambições orientais dos russos numa grande batalha naval no estreito de Tsushima.
Os navios japoneses de Tsushima eram, em sua maioria, de construção britânica, visto que a Grã-Bretanha
se mantinha a senhora incontestável dos mares. No ano seguinte, o Dreadnought britânico, com seus
canhões de 12 polegadas e sua velocidade de 21 nós, superara todas as outras belonaves e inaugurava a
corrida dos armamentos que deveria conduzir à Primeira Guerra Mundial.
Desde 1914 que a Alemanha, nova potência naval, tinha começado a ameaçar a Grã-Bretanha com
uma esquadra de alto-mar (hoch see flotte) que era considerada a segunda do mundo. Além disso, no
decorrer dos primeiros anos de guerra, enquanto os exércitos se atolavam na frente ocidental, tornou-se
evidente para muitos espíritos que a decisão teria que ser tomada no mar. As esquadras francesa e britânica
mantinham um precário domínio nos oceanos, encerrando a Alemanha num bloqueio que ela seria obrigada
a quebrar caso não quisesse perder a guerra. A Batalha da Jutlândia, em 1916, pôs frente a frente, no mar
do Norte, as duas esquadras mais poderosas do mundo, mas, não obstante todas as perdas sofridas pelos
britânicos durante esse combate, não conseguiram afrouxar o nó corredio britânico. No ano anterior (1915),
os ingleses desesperando de romper a frente ocidental, tinham tentado atacar a Alemanha pelo flanco,
organizando um ataque anfíbio nos Dardanelos. Ambas as operações falharam e a partida continuava
empatada. Como poderia a Alemanha quebrar o cerco? A única resposta possível estava no submarino.
O submarino, utilizado pela primeira vez pelos alemães no mar alto, já tinha mostrado suas
possibilidades, ao afundar, em 1914, três cruzadores britânicos com suas tripulações, e ao torpedear, em
1915, o paquete Lusitânia, o que muito contribuiu para envenenar as relações com os Estados Unidos da
América. Em 1917, as perdas aliadas ascendiam a meio milhão de toneladas por mês. No entanto, a partir
de 1918, com a entrada dos Estados Unidos da América na guerra e, ao mesmo tempo, a reorganização do
sistema de comboios, o vento começava a virar.
A Segunda Guerra Mundial foi fértil em surpresas. O navio-aeródromo destronou irrevogavelmente
o encouraçado. No princípio das hostilidades, os ingleses perderam o Royal Oak, torpedeado por um
submarino e, mais tarde, no Pacífico, duas belas unidades, o Prince of Wales e o Repulse, destruídas por
aviões japoneses. Os alemães tinham construído maravilhosos e modernos vasos de guerra: Graf Spee,
Bismarck, Scharnhost, Gneisenau e Prinz Eugen, mas, depois de alguns ataques mortíferos contra as
unidades aliadas, foram reduzidos à impotência, a partir de 1942. Os franceses não tiveram possibilidades
de utilizar sua esquadra, que renascia. Parte dela foi, em 1940, impiedosamente destruída pelos ingleses em
Mers el Kébir, tendo quase todo o resto afundado por vontade própria em Toulon, em 1942, para evitar que
caísse nas mãos dos inimigos. Por seu lado, os italianos, como não tinham radar, foram surpreendidos e
vencidos pelos ingleses em 1941 na Batalha do Cabo Matapã. Em seguida, por falta de carburante, seus
navios viram-se ignominiosamente obrigados a permanecer no porto. Foi, no entanto, a inexistência de
navios-aeródromos e de radar que levou os italianos a perderem a guerra naval. Em 1941, os norte-
americanos sofreram o desastre de Pearl Harbor, mas, daí até 1945, afundaram a maior parte da esquadra
japonesa, compreendendo alguns monstros de 64.000 t, como o Yamato.
Como é natural, as unidades de superfície entraram frequentemente na luta, principalmente no
Pacífico. No entanto, o equilíbrio das forças foi sempre salvaguardado pelo navio-aeródromo e pelo
submarino. No Atlântico, a guerra submarina foi um pouco menos espetacular do que tinha sido durante o
primeiro conflito mundial, se bem que, no auge da campanha, os alemães dispusessem de 400 submarinos.
Para mais, as medidas tomadas contra os submarinos mostraram-se eficazes e, a partir de 1943, com o
aparecimento de navios norte-americanos pré-fabricados, dos tipos Liberty e Victory, a ameaça estava
conjurada. No Pacífico, os submarinos norte-americanos desempenharam um papel decisivo na derrota
japonesa, afundando mais de metade da tonelagem comercial nipônica e perto de 30% de suas unidades de
guerra. Mais tarde, de colaboração com outros navios, levaram, gradualmente, a guerra de ilha em ilha, até
atingirem o arquipélago nipônico. Em 1945, operavam no Pacífico 150 navios-aeródromos britânicos e
norte-americanos.
A Segunda Guerra Mundial viu o desenvolvimento de ataques anfíbios altamente organizados, os
quais começaram em 1940 com a invasão alemã da Noruega e continuaram com a extraordinária retirada
anfíbia, levada a cabo, no decorrer desse mesmo ano, pelo Exército inglês em Dunquerque, sob o fogo
inimigo. Numerosos engenhos especializados para o desembarque foram aperfeiçoados para facilitar a ação
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aliada nas costas do norte da África, da Sicília, da Normandia e da Provença. O desembarque na Normandia,
apoiado por mais de 2 mil aviões, 800 navios de guerra e 4 mil barcos das mais variadas espécies, viu
generalizar-se o uso de portos artificiais. Similares técnicas de desembarque deveriam, daí em diante, vir a
ser empregadas no Pacífico.
Também os paquetes tiveram um papel importante na guerra, funcionando como transportes de
tropas. Levaram, dum continente a outro, 1,5 milhão de soldados, e há mesmo quem afirme que os
gigantescos Queen Mary e Queen Elizabeth conseguiram, graças a seus serviços, abreviar as hostilidades
pelo menos em um ano. Esta estatística mostra, por si só, como o paquete evolucionou desde a época do
Great Western em 1838, com suas 1.755 t de arqueação e seus 8 nós de velocidade. Em comparação, o
Queen Elizabeth andava a 30 nós, deslocando 86.673 toneladas.
A era dos transatlânticos gigantes, autênticos palácios flutuantes, rivalizando entre si na velocidade,
no tamanho, no conforto e no prestígio nacional, iniciou-se em 1907, com o Mauretânia e seu infeliz gêmeo
Lusitânia. O Mauretânia, com suas linhas puras, suas quatro imponentes chaminés e sua velocidade (os
quatro hélices permitiam-lhe atingir 25 nós), conservou a bandeira azul durante mais de 22 anos, efetuando
o percurso Europa–América em 4 dias e 16 horas, o que ainda atualmente se pode considerar honroso. Tanto
ele como o irmão foram os primeiros grandes navios mercantes a turbinas, se bem que ainda fossem
alimentados a carvão e não a nafta, o que implicava em 324 homens à fornalha, para padejarem por dia
cerca de 1.000 t de combustível para suas caldeiras. No tempo dos grandes transatlânticos, o público tinha
seus favoritos. Foram surgindo o Olympic, construído em 1912, e seu irmão gêmeo Titanic, que afundou ao
chocar com um iceberg na viagem inaugural; o maravilhoso Aquitania, de 1914, que viria a ser reformado
em 1950; em 1927, o inesquecível Île de France; em 1929, o alemão Bremen; em 1933, o italiano Rex; em
1935, o Normandie, obra-prima de arte decorativa, mas que viria a arder no porto de Nova Iorque, em 1942;
em 1939, o holandês New Amsterdam etc.
Apesar das grandes perdas motivadas pelas duas grandes guerras, a frota mercante mundial foi
sempre aumentando com regularidade, à medida que ia se especializando. Uma grande variedade de
transportes, desde os pequenos navios de cabotagem aos petroleiros gigantes, percorre todos os mares, todos
os portos e todos os rios navegáveis do mundo e, pouco a pouco, vai substituindo os clíperes e os veleiros
do cabo Horn. O desenvolvimento mais espetacular diz respeito aos petroleiros. Tendo começado em 1886
com algumas pequenas unidades de menos de 3.000 t, a frota petroleira atingiu a proporção de 16% da
totalidade da tonelagem mundial, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Hoje, principalmente graças ao
espírito empreendedor de certos ricos armadores de nacionalidade grega, tem aumentado constantemente.
Por exemplo, o petroleiro francês Esso Parentis, de 1958, colosso de 38.000 t, pode navegar a 17 nós. Cada
vez há maior tendência para equipar tanto cargueiros como paquetes com diesel, dando assim o golpe de
misericórdia no navio a vapor, que não chegou a reinar um século. Os navios comerciais mais
especializados, os de pesca, tornaram-se oficinas flutuantes, principalmente os baleeiros, capazes de
capturar e acomodar toneladas e toneladas de sua carga em cada viagem. Hoje em dia, muitas nações lançam
suas frotas de pesca em todos os oceanos, encontrando-se ainda algumas delas representadas pelos últimos
veleiros.
Os últimos veleiros! Não poderemos fazer tal afirmação, pois o veleiro de recreio subsiste. Sempre
houve barcos de recreio, mas foi Carlos II da Inglaterra, grande apaixonado pelo mar, quem inaugurou a
moda do iatismo. O iate dos holandeses era um rápido e pequeno veleiro, bom marinheiro, armado com
pouco pano e utilizado frequentemente no transporte do correio diplomático ou de passageiro de marca.
Carlos II mandou construir 26 iates desse tipo, utilizando-os não só nos negócios de Estado, mas também
para seu prazer e para regatas. No século XVIII, quando a guerra naval se tornara uma arte de bem manobrar,
o iatismo popularizou-se pela força das circunstâncias. As regatas de Cows começaram em 1810 e, em
meados do século, esse tipo de desporto tinha conquistado vários países, de tal forma que as grandes regatas
passaram a fazer parte de seus costumes.
Os tipos de iates de competição eram tão diversos que, em 1878, foi necessário adaptar o handicap
ou abono. A partir de 1907, com a função da International Yacht Racing Union, foram prescritos
regulamentos uniformes para todos os gêneros de regatas e todas as classes de embarcações. O iate a vapor,
que apareceu a partir de 1825 e foi em parte desprezado pelos verdadeiros marinheiros até cerca de 1850,
em breve se tornou uma necessidade na vida dos reis e dos milionários, como os Astor e os Vanderbilt nos
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Estados Unidos da América. O barco a motor, também chamado por graça de “o iate do pelintra”, estreou-
se no começo do século XX com frágeis engenhos, impulsionados pelos primeiros motores de automóvel.
Em 1920, a grande burguesia adotava-o. Atualmente, os grandiosos veleiros tornaram-se acessíveis a quem
possua alguns rendimentos e grande amor ao mar.
Depois da Segunda Guerra Mundial, as marinhas de guerra sofreram rápidas transformações e seu
futuro ainda hoje, nessa última terça parte do século XX, é incerto. A Grã-Bretanha, outrora senhora dos
mares, já só nos aparece em terceiro lugar, depois dos Estados Unidos da América, que estão à cabeça com
grande avanço, e da União Soviética. A natureza e a função do navio de guerra evoluíram igualmente. Desde
que a artilharia clássica perdeu sua importância, o encouraçado cedeu lugar ao navio-aeródromo.
Cruzadores, contratorpedeiros e unidades menores dependem atualmente do navio-aeródromo, como
antigamente dependiam do encouraçado. O avião com cargas nucleares tornou-se arma naval e os EUA
aumentam, cada vez mais, a frota de enormes navios-aeródromos, tipo Forrestal (60 mil toneladas),
suscetível de lançar para o ar 32 bombardeiros em quatro minutos. O navio-aeródromo funciona à maneira
de uma base naval, de forma a poder operar em qualquer parte do mundo. A arma do cruzador e de outras
unidades de superfície é o míssil teleguiado, capaz de assegurar a defesa antiaérea, de alvejar outro navio,
ou ainda de destruir instalações portuárias. Para aumentar o alcance e a mobilidade de suas unidades de
superfície, os EUA empreenderam um programa de navios atômicos, como o navio-aeródromo Enterprise,
gigante de 85.350 t, e o Long Beach, cruzador lança-mísseis teleguiados. Os navios-aeródromos classe
Nimitz são, no início deste século XXI, os maiores navios de guerra do mundo; podem levar 100 aviões e
seus reatores desenvolvem mais de 260 mil cavalos-vapor.
Na hora em que todas as grandes nações dependem, para sua defesa, de mísseis atômicos
intercontinentais e de bombardeiros estratégicos, o papel duma frota de superfície parece contestável. Pode
ser principalmente útil nos conflitos menores, onde a mobilidade é primacial, e igualmente na caça a
submarinos. Com efeito, o submarino, engenho outrora desprezado, revestiu-se de novo e terrível
significado. Os russos não têm navios-aeródromos, mas possuem a maior frota de submarinos do mundo,
compreendendo vários de propulsão nuclear. Os EUA, no entanto, mantêm-se à frente no que respeita a
submarinos atômicos. Sua frota aumenta com monstros pisciformes e rápidos, capazes de operarem imersos
durante meses e daí lançarem 16 mísseis balísticos Polaris sobre os objetivos.
O primeiro submarino de propulsão nuclear foi o Nautilus, lançado ao mar em 1954, criado pelo
Almirante Hyman Rickover, personalidade energética que, apesar das enormes dificuldades, conseguiu
terminar o projeto em tempo recorde. Desde aí os EUA lançaram à água uma importante frota de submarinos
atômicos de vários modelos. Dentre estes encontra-se o Triton, unidade impulsionada por dois reatores e
dispondo de um radar tão aperfeiçoado que parece um verdadeiro laboratório eletrônico flutuante. O
submarino atômico, com seu enorme potencial de guerra, tem o futuro à frente, mas talvez venha a se tornar
no paquete ou no cargueiro do futuro. Em 1958, o Nautilus, imitado mais tarde pelo Skate, passou do
Atlântico para o Pacífico sob a calota polar ártica, navegando a maior parte do tempo debaixo de bancos de
gelo e reconhecendo, pela primeira vez, a passagem noroeste, de enorme importância prática.
Tanto na superfície como nas profundidades, o futuro é assunto para conjecturas. Os franceses
arriscaram muito no seu magnífico e moderno paquete France; os italianos fizeram entrar em serviço, em
1964, duas grandes unidades; mas na Inglaterra, a Companhia Cunard decidiu não substituir
apressadamente o Queen Mary, já envelhecido. O futuro será, certamente, do paquete de tonelagem média,
de utilização mais elástica, que responderá também não só à procura de passageiros regulares, mas à voga
crescente dos cruzeiros oceânicos. Experiências feitas com novos tipos de embarcações, talvez no futuro,
venham atingir realizações revolucionárias.
O hidrodeslizador, do tipo hovercraft, que avança sustentado por uma almofada de ar, poderá ser
utilizado para travessias rápidas no Mancha. Além disso, a técnica da asa imersa, que levanta a quilha do
barco por cima das vagas para aumentar a rapidez, aperfeiçoa-se incessantemente. Quanto à investigação
submarina, o batiscafo do Professor Augusto Piccard e de seu filho Jacques (Jaime) permitiu, em 1960,
atingir o máximo absoluto de profundidade, ou seja, 12.600 m numa fossa do Oceano Pacífico. Tudo isso
é o prelúdio dum programa de investigação, cuja importância aumentará com o advento do submarino
atômico.

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DA VELA AO VAPOR:
Os melhores veleiros dependiam do capricho dos ventos. Consequentemente, não é para admirar
que, no decorrer dos séculos, tenham surgido numerosos projetos para substituir essa fonte de energia por
qualquer outra mais segura e mais constante. A grande ideia era a roda acionada por animais de tração ou
por músculos humanos. Assim foi na China, no tempo dos romanos e na Idade Média. Em 1798, quando
Napoleão planejava invadir a Inglaterra, um inventor propôs-lhe uma “fortaleza flutuante”, enorme jangada,
munida de rodas com pás, postas em movimento por quatro aparelhos acionados pelo vento e instalados um
em cada canto. As fragatas inglesas ter-lhe-iam chamado um figo!
Quando apareceu pela primeira vez no século XVIII, o navio a vapor era quase tão primitivo como
esse engenho. Ele também foi igualmente desprezado, pois, ao contrário do veleiro que tinha seguido uma
evolução contínua, o navio a vapor era concebido por gente de terra e, como tal, apresentava-se como um
subproduto, não do oceano, mas da Revolução Industrial. Os verdadeiros marinheiros desprezavam-no ao
mesmo tempo que o temiam. Durante vários anos, o navio a vapor sulcou as águas dos rios que o tinham
visto nascer, longe dos mares tumultuosos onde combatiam os navios de linha e onde os navios de longo
curso ligavam incessantemente à Europa as Índias Orientais e Ocidentais. Pouco a pouco, o vapor foi-se
aventurando no mar alto, especializando-se em primeiro lugar no transporte de passageiros, onde a
regularidade era motivo de recompensa. Depois, nos meados do século XIX, foi adotado pela marinha de
guerra e, finalmente, pela marinha mercante, onde então reinava o clíper, o último e o mais belo de todos
os veleiros.
A máquina a vapor tinha dado o poderio e o impulso à Revolução Industrial. Construído à volta de
seu motor, o navio a vapor estava ligado ao progresso de sua central térmica. A primeira máquina, chamada
atmosférica, de Newcomen (cerca de 1700), era demasiadamente fraca para movimentar um barco. O
mesmo se pode dizer da marmita de Denis Papin que, pela mesma época, seu autor parece ter querido
adaptar a um navio de pás.
Isto, porém, ficará para sempre um mistério, pois o protótipo de Papin foi destruído em 1707 por
marinheiros ciumentos. Papin desistiu. Depois de Jaime Watt, por volta de 1770, ter inventado a primeira
máquina a vapor digna deste nome, outras tentativas foram feitas em França para a aplicar à navegação. Os
Condes de Auxiron e Follenay construíram um navio a vapor, que foi afundado no Rio Sena (quem sabe se
por barqueiros alarmados), mesmo antes de ter sido experimentado. Foi o Marquês de Jouffroy d’ Abbans
quem, em 1783, fez a primeira demonstração dum vapor viável. O seu pyroscapho conseguiu subir a
corrente do rio Saona durante 15 minutos.
A América do Norte sucedeu à França. A imensidade de suas distâncias, a mediocridade de suas
estradas e a abundância de rios favorecia a navegação a vapor. Cerca de 1760, o industrial Guilherme Henry
tentou lançar um navio a vapor no rio Conestoga e, em 1802, Olívio Evans, da Filadélfia, um dos primeiros
inventores da caldeira a alta pressão, construiu uma enorme draga anfíbia, capaz de avançar com
exasperante lentidão, tanto em terra como no mar. Mais ou menos na mesma época, João Stevens construiu
vários navios a hélice e, em 1808, efetuou com o Phoenix, por meio de seu engenho de pás, o primeiro
trajeto marítimo de Nova Iorque a Delaware. Os mais célebres desses pioneiros, porém, foram Fitch e
Fulton, duas personalidades completamente diferentes. Com efeito, enquanto Roberto Fulton provocou
admiração por seu talento de engenheiro e de homem de negócios, João Fitch não passava de um sonhador
quimérico e sempre sem dinheiro. No entanto, foi o primeiro a construir uma série de navios providos de
remos mecânicos que trabalhavam nos bordos ou à popa. Um desses engenhos efetuou um serviço regular
no rio Delaware durante o verão de 1790, cobrindo mais de 3.200 km. Fitch, porém, tinha o complexo da
adversidade. Depois de alguns anos de miséria, suicidou-se em 1798.
Foi Fulton, com seu espírito de assimilação universal, que finalmente transformou o brinquedo de
seus predecessores num meio de transporte prático. Sofreu a influência de Guilherme Henrique, aliás como
Fitch a sofrera também e, em 1793, partiu para a Inglaterra, com o intuito de falar de navios e de motores
com alguns pioneiros, tais como Watt e Boulton. Depois de 1797, mandou construir em França um pequeno
submarino, o Nautilus, acionado por uma vela à superfície e por um hélice manual quando imerso. Em
1802, associou-se a Roberto Livingston, ministro dos Estados Unidos da América em Paris, com o fim de
construírem navios a vapor. Em 1803, experimentaram no rio Sena, com pleno êxito, um primeiro e pequeno
engenho. Depois, tendo encomendado a Watt e a Boulton um conjunto de máquinas com peças
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desmontáveis, regressaram à América do Norte, onde construíram o seu Clermont. Este começou por ser
conhecido como “o capricho de Fulton”, mas, quando em agosto de 1807, subiu o rio Hudson até Albany
em 32 horas e tornou a descer em 30 horas, os céticos tiveram que se render à evidência. Estava demonstrada
a possibilidade de navegação a vapor. O Clermont iniciou a 1o de outubro uma linha regular entre Nova
Iorque e Albany transportando em cada viagem perto de 100 passageiros Nos Estados Unidos da América
a navegação a vapor expandiuse rapidamente. Em 1809, o Lago Champlain viu resfolegar seus primeiros
vapores. O New Orleans, de Fulton, Livingston e Nicolau Roosevelt entrou em serviço em 1812 no rio
Mississipi. Em 1822, esse rio e seus afluentes orgulhavam-se dos 35 vapores que, com o pequeno calado,
altas chaminés, balanceiros e enormes rodas de pás iriam se tornar característicos desses cursos d’água.
Na Europa, onde as estradas eram boas, a navegação a vapor progrediu mais lentamente. Houve
tentativas isoladas. Na Escócia, cerca de 1780, Patrício Miller equipou com um motor construído por
Guilherme Symington dois dos seus navios a pás e duplo casco. Um outro desses motores acionou em 1802
o rebocador Charlotte Dundas. Os serviços comerciais começaram na realidade com o Comet, de Henrique
Bell, que desde 1812 servia o rio Clyde, de Glasgow até Greenock. Cada viagem custava cerca de 3 a 4
xelins. A partir de 1815, o rio Clyde era percorrido por 15 navios a vapor e havia muitos mais em serviço
na Grã-Bretanha. A França, neste capítulo, estava muito atrasada e, em 1835, tinha apenas 82 vapores contra
os 500 da Inglaterra. Daí por diante, os navios começaram a pulular em todos os lagos e rios da Europa,
arriscando-se em seguida a afrontar os oceanos. Em 1816, o Élise efetuou uma perigosa viagem de 17 horas,
em pena tempestade, através do canal da Mancha, tendo depois subido o rio Sena para ser aclamado em
Paris. Três anos mais tarde, um magnífico veleiro norte-americano, o Savannah, equipado com rodas de
pás e com um motor auxiliar, realizou a travessia de ida e volta do oceano Atlântico.
No entanto, o veleiro continuava a ser o rei dos mares. As potências europeias, esgotadas pelas
guerras contra Napoleão, estavam dispostas a manter o statu quo. Para isso, utilizavam suas formidáveis
esquadras a vela, que intimidavam os revoltosos, quer fosse pela simples exibição de suas bandeiras, ou por
um bombardeamento, ou até por uma guerra em miniatura, se tal se tornasse necessário. De tempos em
tempos, as marinhas davam-se ao luxo de uma pequena aventura. Em 1827, as esquadras de França,
Inglaterra e Rússia juntaram-se para esmagar os turcos na batalha de Navarino, e assegurarem a
independência da Grécia. Em 1830, os franceses atacaram Argel e começaram a construir um império na
outra margem do mar Mediterrâneo. Entretanto, as potências tradicionalmente coloniais, em especial a
Inglaterra e a Holanda, consolidaram as vastas possessões que tinham, mantendo as rotas comerciais por
meio de seus navios de longo curso da Ásia. Foi então que começaram a aparecer, quase por toda a parte,
as graciosas embarcações da Nova Inglaterra, transportadoras de bacalhau para a Europa e para as Antilhas,
de gelo para os portos importantes, e que trocavam peles do Alasca por chá, seda e porcelana do Celeste
Império. Quando, depois de 1820, a indústria britânica de baleias sucumbiu, os marinheiros da Nova
Inglaterra, que caçavam baleias desde épocas coloniais, redobraram seus esforços, penetrando, segundo as
palavras de Melville, “mesmo através dos estreitos de Bering e nos cantos e recantos mais secretos do
planeta”. Os exploradores avançaram ainda mais longe; João Ross e Eduardo Parry penetraram no Ártico,
em busca da passagem do Noroeste, enquanto Jaime Ross (sobrinho do precedente) e o francês Dumont
d’Urville partiam para o oceano Antártico.
Na altura do aparecimento da navegação a vapor, a marinha a vela atingiu o apogeu de sua glória.
O clíper, com o casco comprido e estreito, a roda da proa afilada e sua enorme superfície vélica, era feito
para a velocidade. Tinha sido concebido para responder à procura de chá fresco, vindo das Índias, e teve
sua consagração quando a descoberta do ouro na América e na Austrália incitou as multidões a emigrar.
Parece ter sido inventado na América, tendo o primeiro verdadeiro clíper, o Rainbow, de 1845, sido
desenhado por João Griffiths, de Nova Iorque. O veleiro mais rápido e certamente o mais belo de todos os
tempos foi o Flying Cloud, de Donald McKay, construído em 1851. Quanto ao seu Great Republic, de 108
metros de comprimento, foi provavelmente a maior unidade jamais construída em madeira. Os melhores
clíperes atravessavam o Oceano Atlântico em 14 dias, ligando Nova Iorque a São Francisco via cabo Horn
em 89 dias. Quando a Guerra de Secessão interrompeu o tráfego dos clíperes norte-americanos, os clíperes
ingleses, com o famoso Cutty Sark, sucederam-lhes até o momento em que se abriu o canal de Suez. Essa
obra, terminada em 1869, assegurava aos vapores o comércio do Oriente e tocava o dobre de finados para

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a marinha dos veleiros. Os navios do cabo Horn, de casco metálico, com quatro ou cinco mastros,
sobreviveram até o século XX, mas desapareceram completamente a seguir.
Enquanto os clíperes navegavam através dos oceanos, os pesados vapores, tal como a tartaruga da
fábula, avançaram de forma lenta mas segura. Em abril de 1838, dois vapores chegaram à baía de Nova
Iorque, inaugurando o serviço de passageiros através do oceano Atlântico. O pequeníssimo Sirius,
carregado com 94 passageiros (especialmente construído para o mar da Irlanda), fez toda a viagem a vapor,
mas, tendo pouco carvão, a tripulação viu-se obrigada a queimar móveis, beliches, portas de cabines e, por
fim, até um dos mastros. Quatro horas depois, o Great Western, construído pela companhia ferroviária do
mesmo nome, sob desenho do notável arquiteto naval Isambard Kingdom Brunel, chegava a Nova Iorque
com oito passageiros a bordo e os paióis cheios de carvão. Foi este o primeiro autêntico navio transatlântico,
ao qual se seguiram numerosos navios do mesmo tipo. Entre estes, contava-se o Great Britain (1843), que
Brunel tinha dotado com um revolucionário casco de ferro com hélice. Podia transportar 260 passageiros e
1.200 toneladas de carga. Depois do êxito do Great Western, começaram a formar-se as primeiras
companhias de navegação a vapor. A primeira foi a Cunard Line, inaugurada em 1840 por Samuel Cunard,
com a primeira viagem do Britannia, da Inglaterra a Boston. Depois apareceram, a partir de 1849, a Collins
Line (EUA); de 1858, a HamburgAmerika Linie; de 1858, a Norddeutcher Lloyd; e, finalmente, a
Companhia Geral Transatlântica, inaugurada em 1864. Pela mesma época, steamers norte-americanos
começavam a atravessar o Oceano Pacífico e, em 1839, a Peninsular and Oriental Line enviava seus navios
subindo o mar Vermelho até Alexandria, ao encontro dos da Companhia das Índias Orientais.
Nesses primeiros navios, o conforto dos passageiros era bem superior ao que os veleiros podiam
oferecer. Já em 1809, o Clermont tinha 54 beliches destinados à viagem noturna para Albany. No entanto,
os esplendores dourados das últimas unidades do rio Mississipi, com roda à popa, raramente foram
ultrapassados. Em 1840, uma companhia francesa oferecia “todas as comodidades desejadas, cabines
espaçosas, salões ricamente decorados, mobiliados com gosto e embelezados com espelhos e tapetes...” Isto
apenas dizia respeito à primeira classe. Os passageiros da terceira, na sua maioria emigrantes, apenas
dispunham de uma rede para se deitarem ou de um simples lugar na coberta. Cerca de 1850, a emigração,
principalmente para os Estados Unidos da América, aumentou desmesuradamente.
O mais famoso e mais azarento dos navios da época foi o gigantesco Great Eastern, de Brunel,
lançado à água em 1858. Matou Brunel de desgosto, arruinou a companhia que o mandara construir e, como
navio de passageiros, foi um fiasco completo, se bem que, finalmente, tenha prestado bons serviços no
assentamento de cabos submarinos. Seu duplo casco era de ferro; duas rodas de pás e um hélice o
propulsionavam. Podia transportar 4 mil passageiros, se bem que isso não tivesse acontecido com
freqüência, pois logo que foi posto no serviço, em 1860, verificou-se que balançava horrorosamente.Foi
reformado dois anos mais tarde. No entanto, o Great Eastern tinha meio século de avanço sobre sua época.
Sua tonelagem manteve-se inigualada até 1904.
Transatlânticos de modelo mais vulgar progrediram rapidamente durante a segunda metade do
século XIX. Os cascos passaram a ser construídos apenas de ferro e, por fim, de aço. Se bem que a roda de
pás inspirasse grande confiança aos passageiros, o hélice acabou por se impor. As velas desapareceram. O
tamanho e a velocidade aumentavam em cada nova unidade e, a partir de então, dois ou três hélices e uma
máquina de tripla expansão entravam no domínio público. Foi então que o cargueiro especializado começou
sua carreira, primeiramente como navio para transporte de carvão; depois da abertura do canal de Suez,
para fornecer os portos de escala; por fim, como navio de carga universal.
Depois de 1850, a Revolução Industrial europeia começou a estender-se a todo o mundo. Ao cabo
de meio século, uma boa parte da Ásia e da África estava colonizada, enquanto os imigrantes afluíam às
duas Américas, à Austrália e à Nova Zelândia. Por fim, os portos do Japão, depois de tanto tempo
aferrolhados, cederam após o Comodoro M. C. Perry ter estabelecido relações comerciais com o império
nipônico em 1854. O instrumento dessa expansão tinha sido a marinha a vapor, tanto mercante como de
guerra. No entanto, os almirantados só adotaram o vapor como último recurso, supondo que as rodas de pás
eram demasiadamente vulneráveis para os combates. Começaram por utilizar pequenas fragatas mistas,
como a Sphynx, construída em França em 1829, mas foi apenas em 1836, quando o inglês Francisco Pettit
Smith e o sueco João Ericsson inventaram um hélice prático, que os navios de guerra passaram a usar
completamente a nova força motora. Brunel, com seu navio experimental Rattler, construído em 1841,
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obteve um verdadeiro triunfo sobre o Alecto, navio a rodas de pás, numa autêntica prova de força disputada
em 1841. Igualmente convertidos ao hélice, os franceses laçaram seu Napoléon em 1850, concebido por
Dupuy de Lôme.
Em 1852, os ingleses lançaram à água o Agamemnon. Esses dois navios eram ainda veleiros com
amuradas de madeira e canhões apontados para bordadas, mas, pela primeira vez, a vela estava subordinada
ao vapor. Tempos antes, João Ericsson, que tinha partido para a América, construíra o Princeton, por conta
dos Estados Unidos da América.
A guerra da Criméia (1853-1856) tinha posto em foco a superioridade das marinhas a vapor e das
embarcações couraçadas. Esse fato deu a Dupuy de Lôme a ideia de construir seu navio, o Gloire (1859),
cujas chapas tinham 10 a 12 cm de espessura. Alarmada, a Inglaterra lançou o Warrior no ano seguinte
(1860), mas foi no combate entre os navios Merrimac ou Virginia (sulista) e Monitor (nortista) em 1862,
durante a Guerra de Secessão que foram mostradas as vantagens do navio couraçado. O Merrimac, fragata
transformada, atacava a irrisória esquadra nortista, na baía de Hampton Roads, quando o Monitor,
recentemente lançado por Ericsson, fez sua aparição. Era um navio de pequenas dimensões, baixo,
semelhante a uma jangada dominada por uma torre revolucionária. Essa famosa batalha não teve resultado
decisivo, mas levou à utilização das canhoneiras couraçadas durante todo o resto do conflito, principalmente
no rio Mississipi, quando da campanha de Vicksburg e durante a Batalha de Mobile Bay. Para o resto, foram
utilizados navios de madeira, a vela ou a vapor.
O couraçado estava cada vez mais em moda. Os espanhóis lançaram à água seu Numancia, em 1864,
e os austríacos, uma fragata encouraçada em 1865. Depois da invenção do obus, a torres com canhões
substituíram as baterias laterais e as portinholas de outrora. Os couraçados engrossaram e as velas
desapareceram, como no caso do navio britânico Devastation, de 1873.
Em 1876, os italianos apareceram com navios de guerra desenhados pelo genial Benedito Brin. O
Duílio e o Dandalo eram motivo de orgulho por seus quatro grandes canhões de 50 t dispostos em duas
torres. A Inglaterra respondeu com o Inflexible, equipado com canhões de 80 t. Em 1892, surgiu o
encouraçado pesado, com o Royal Sovereign, da Marinha Real britânica, inteiramente revestido de aço,
dotado de quatro canhões de grande calibre, tendo também um arsenal de artilharia ligeira e de
metralhadoras destinadas a interceptar torpedeiros. Estes navios pequenos e rápidos (torpedo boats) foram
postos na carreira em 1870, depois de o torpedo de R. Whitehead ter sido terminado.
O torpedeiro teve numerosos adeptos, mas seu êmulo, o submarino, continuava a ser considerado
um “brinquedo perigoso”. Depois do Nautilus de Fulton, tinham-se feito grandes esforços para aperfeiçoar
o submarino. Apareceram então o Brandtaucher dos prussianos (1850), o Plongeur dos franceses (1863) e,
por fim, o Hunley dos estados norte-americanos do Sul, que afogou sucessivamente quatro de suas
tripulações durante a Guerra de Secessão, e foi para o fundo com uma fragata nortista, sua única vítima.
Só no fim do século XIX a técnica estava suficientemente avançada para solucionar os
complexos problemas postos à navegação submarina. Foi então que se manifestou uma intensa atividade,
cujos princípios básicos tinham sido elaborados por João P. Holland e Simão Lake, dos Estados Unidos da
América, Nordenfeldt, da Suécia, Garrett, da Inglaterra e Isaac Peral da Espanha. A França tomou a chefia
do movimento com os submarinos Gymnote, Gustave Zedé e Narval, bem como com suas flotilhas de
pequenos Goubet elétricos. Mas o Holland adotado pela marinha norte-americana em 1900, devido ao
construtor João P. Holland, é tido geralmente como o protótipo do submarino moderno que hoje em dia,
impulsionado por um potente reator atômico, ameaça tornar-se, armado com mísseis balísticos, o autêntico
navio de guerra do futuro próximo.

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BRASIL

CAPÍTULO I

A “DESCOBERTA” DO BRASIL

Antes de qualquer coisa, é necessário explicar o termo


descobrimento para a “invenção do Brasil”. Diferente da
conotação de achado, de ocasional, o termo descobrimento está
mais relacionado à “destampamento”, a retirar a cobertura,
demonstrando ao mundo as propriedades aqui pertencentes à
coroa portuguesa.
Pedro Álvares Cabral recebeu a incumbência, dentre
todas as ordens que compunham sua missão de navegar até às
Índias e obter mercadorias, de realizar uma pequena exploração
da terra a descobrir e registrar a presença portuguesa na “Terra
Nova”. Para tal, após cumprir esta parte da missão, mandou
escrever uma extensa carta, através de seu escritor oficial Pero
Vaz Caminha, contando e descrevendo os achados na terra, a qual
juntou com diversos suvenires como aves, plantas e pequenos
objetos das tribos indígenas, e mandou de volta a Portugal em um
dos seus treze navios recebidos para a empreitada.
Para uma melhor compreensão, vamos descrever os
fatores que preexistiram ao descobrimento do Brasil.

1) As Razões da Expansão Marítima:


Durante o século XIII, a população europeia redescobriu o comércio e o valor da moeda,
consequência do melhor emprego das técnicas agrícolas e consequentemente da alimentação dos homens.
Cresceram os bens de consumo e as trocas se reanimaram, permitindo aparecer um novo tipo de
profissional: o mercador, e uma nova classe social: a nobreza mercantil, ou simplesmente, a burguesia.
Abrindo suas próprias rotas, os comerciantes acampavam em locais de sua escolha e exibiam suas
mercadorias. Nasciam, assim, as feiras, sendo famosas as de Flandres e Champagne. Aos poucos, esse
comércio foi sendo transferido para as cidades (burgos), que cresceram em tamanho e população, tornando
o europeu mais exigente e refinado.
A busca de novas mercadorias provocou o aparecimento das especiarias (produtos destinados as
classes mais abastadas), que vinham principalmente das Índias. Os mercadores organizavam caravanas e as
transportavam até Constantinopla ou Alexandria, onde eram apanhadas pelos navegantes italianos,
especialmente os de Gênova e Veneza, que as distribuíam no mercado europeu. Ao lado do cravo, canela,
gengibre, açúcar, pimenta e etc., usados na farmácia e culinária, misturavam-se o incenso, mirra, tecidos e
tapetes, pérolas, pedras preciosas, tudo em pequena quantidade e por preços elevados, tendo em vista os
impostos (pedágios, câmbio monetário e tarifas alfandegárias) que nelas incidiam, nos diversos lugares por
onde passavam. Existia, assim, uma ligação comercial com as Índias, que ninguém sabia bem onde ficavam,
mas que todos falavam de suas fabulosas riquezas e costumes extravagantes. As viagens de Marco Polo,
fantasiosamente descritas em seu “Livro das Maravilhas do Mundo”, excitavam o espírito dos aventureiros.
Assim, os mercadores acumularam riquezas e se agruparam em associações de proteção ao seu
desenvolvimento. Essas associações eram chamadas de Guildas. Alguns mercadores conseguiram edificar
impérios econômicos fabulosos. Um vasto circuito se originou, abrangendo do mar Mediterrâneo ao mar
Báltico, passando pelo oceano Atlântico e o mar do Norte. No Báltico, a presença de comerciantes alemães
(prussianos, teutões, germânicos, etc.) permitiu surgir uma das mais famosas formas de associação de

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comércio: a HANSA, que congregava várias cidades, como Lübeck, Hamburgo, Antuérpia, Leipzig,
Bremen etc., provocando o enriquecimento dos portos intermediários, como Lisboa.
Mas esse progresso viria a ser bruscamente afetado. As migrações dos povos mongóis
convulsionaram a Ásia no século XIII. Seus parentes próximos, os turcos, procuraram o ocidente,
estabelecendo-se na Ásia Menor, fazendo de Brussa sua capital. Atravessaram os Dardanelos, em 1354, e
ocuparam Galípoli. Invadiram a Trácia, comandados pelo Sultão Murad, que enfrentou, com êxito, os
sérvios na batalha de Kosovo (15/06/1389). Bajazet I, filho de Murad, completou essa conquista e venceu
os cristãos na batalha de Nicópolis (1396). Restava o Império Bizantino, quase restrito à área da cidade de
Constantinopla, último reduto de cristianismo encravado nessas conquistas turcas. O Sultão Maomé II
dispôs-se a conquistá-lo, entrando em Constantinopla em 29 de maio de 1453 (queda de Roma Oriental).
Esses eventos perturbaram o comércio europeu, ocasionando uma crise na segunda metade do século
XIV. Dificuldades climáticas e ebulição política causada pela Guerra dos Cem Anos contribuíram para essa
crise, agravada pela presença da peste bubônica proveniente da Ásia nos porões dos navios desde a época
dos Cruzados. Enquanto a população enfurecida caçava bruxos e endemoniados, proliferavam
tranquilamente os ratos portadores de pulgas contaminadas por uma bactéria que provocava a doença. Os
camponeses, irrequietos, pilhavam as caravanas, reduzindo a segurança das rotas terrestres. Na França ficou
conhecida a Jacquerie, que era uma associação de ladrões. A tríade guerra-peste-fome reduziu
drasticamente a população europeia em aproximadamente 1/3 e foi um duro golpe no comércio que se via
prejudicado na fonte fornecedora e, agora, no mercado consumidor.
O estabelecimento turco em Constantinopla, transformada em capital das terras conquistadas e
rebatizada de Istambul, provocou a ruína do comércio mediterrâneo, dificultando a obtenção das especiarias
que se tornaram menos abundantes e, portanto, mais caras. Era necessário encontrar um meio de se chegar
às Índias, fontes das especiarias, e impedir o avanço turco. Como o ideal de cruzada ainda se encontrava
latente, o desejo de difundir o cristianismo mesclou-se aos interesses econômicos. Igualmente, tornava-se
urgente, para a Europa, achar ouro. As raras minas europeias desse metal se exauriram no mundo antigo e
o progresso exigia o ouro como base das transações comerciais modernas.
Esse plano simples esbarrava em vários e complicados problemas para a ciência da época, amarrada
em falsas noções, especialmente quanto ao formato da Terra e às verdadeiras distâncias geográficas, e ao
misticismo religioso. Tais desconhecimentos levaram os homens a acreditarem em muitas fantasias,
relativas às Índias e ao mar Tenebroso (oceano Atlântico), achando que era povoado por monstros e com
abismos em suas bordas (a cultura da época pregava que a Terra era reta e quadrada), ou no fabuloso reino
cristão do Preste João, situado no centro da África, que seria cheio de riquezas incontáveis.
Com o progresso comercial, surgiram nas cidades mais ricas redutos de saber chamados de
“Universidades”. Nestes redutos, o conhecimento dos antigos estudiosos gregos e romanos começou a ser
reencontrado e analisado (citemos, em especial, a Geografia, de autoria do grego Claudio Ptolomeu),
associado aos conhecimentos de matemática e astronomia, adquiridos dos árabes.
Alguns sábios chegaram a sustentar a esfericidade da Terra, principiaram a observação das estrelas,
verificaram mapas antigos. Pierre d'Ailly, bispo de Cambrai, resumindo o que se conhecia da geografia da
época, escrevia “Imago Mundi” (1483).
Ao mesmo tempo, penetravam no continente europeu, provenientes da China através dos árabes,
várias invenções que, em conjunto, marcariam o início dos tempos modernos: a bússola, que permitia a
orientação para os navegantes, a pólvora, que provocou a invenção das armas de fogo, facilitando a defesa
dos aventureiros e intensificando as ações dos usurpadores, e o papel que, aliado à descoberta da técnica
tipográfica (Gutenberg entre 1440 e 1450), difundiu os conhecimentos. A mais importante dessas invenções
ocorreu em Portugal. Partindo das antigas embarcações mediterrâneas, os portugueses aperfeiçoaram
lentamente a caravela, comprida, leve, popa quadrada, proa levantada, utilizando três velas latinas, que mais
tarde foram trocadas por velas redondas, capaz, assim, de viagens arrojadas em alto-mar. O astrolábio,
círculo de bronze graduado (provavelmente uma invenção grega, adaptada por Martin Behaim, de
Nüremberg), servia para medir a altura dos astros e estrelas e determinar a posição do viajante, utilizando-
se, para o mesmo fim, o quadrante e a balestilha.
A figuração dos continentes se aperfeiçoa com a presença de “cartas”, contendo inúmeras fantasias,
chamadas “portulanos” (as primeiras cartas náuticas). Granjearam fama o alemão Martin Behaim e o
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holandês Mercator (Gerhard Kremer), que vinculou seu nome ao primeiro sistema científico de
representação cartográfica.
O grande problema da náutica da época consistia em não se conhecer qualquer processo que
permitisse a determinação da longitude a bordo.

2) Os Portugueses se Espalham pelo Mundo:


Foi Portugal, pequeno país ibérico, com privilegiada posição em frente ao oceano Atlântico, que
tomou a dianteira nas navegações. Barrado em suas pretensões a Este, pelo crescente poderio de Castela, o
mar apresentava-se como seu destino natural.
No reinado de D. Sancho II (1223-1245) podem ser assinaladas as primeiras tentativas de
implantação de uma frota naval pertencentes ao estado, ordenando inclusive a construção de locais
específicos nas praias para reparo de embarcações.
D. Dinis (1279-1325) criou mecanismos de desenvolvimento da marinha e do comércio português.
Realizou os primeiros tratados de comércio com os ingleses, instituiu a Marinha Real, criou o primeiro
posto de Almirante, Nuno Fernandes Cogominho, e plantou florestas para a indústria naval.
No reinado de D. Fernando I (1367-1383) a construção naval ganhou grande incentivo com isenções
de impostos, criação de vantagens e garantias (seguros feitos pela Companhia das Naus) aos construtores
navais.
A expansão ultramarina portuguesa começou quando D. João I (1385-1433), por desejos de seus
filhos, os infantes D. Duarte (mais tarde D. Duarte I de 1433-1438), D. Pedro e D. Henrique (o Navegador),
ordenou a conquista da cidade marroquina de Celta, que caiu em seu poder a 21 de agosto de 1415. A
cristandade acompanhava com grande interesse a atividade do único povo cristão que começou a lutar
contra os infiéis (árabes, mulçumanos ou mouros) e a obter vitórias.
D. Henrique, o Navegador (assim chamado porque se dedicou às navegações e não porque tenha
navegado), foi a alma da expansão marítima portuguesa. A partir de 1418, exerceu a função de governador
da Ordem de Cristo: tornava-se quase um sacerdote. Provavelmente em 1418, fixou a sua residência em
Sagres, longe da Corte, onde mais facilmente poderia dedicar-se à sua cruzada: a descida pelo litoral
africano e a sua consequente identificação. Ele sentiu a necessidade de conseguir boas informações, quase
todas obtidas em Celta, local de concentração caravaneira. Ele juntou mapas, narrativas de pilotos, velhos
manuscritos, livros da época. Rodeou-se de vários personagens, como Jaime de Maiorca e o astrônomo
Abraão Zacuto, autor do “Almanach Perpetuum”, na tentativa de aperfeiçoar os conhecimentos geográficos
para que a sua empresa não representasse mera aventura, mas traduzisse o resultado de investigação
científica, matemática... Ele não tinha interesse em descobrir riquezas; o seu desejo era apenas expandir a
Fé de Cristo.
Lançaram-se, então, os portugueses (e todos os estrangeiros que em Portugal oferecessem os seus
serviços) na descoberta do desconhecido litoral africano. Desde 1418, quando João Gonçalves Zarco e
Tristão Vaz Teixeira encontram a ilha de Porto Santo, ao alcançaram a Madeira e os Açores, por Diogo de
Silves. Em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Em 1441, Antão Gonçalves atingiu um rio que chamou
do Ouro. Logo depois (1442), Nuno Tristão chegou ao Cabo Branco e ilha de Arguim. Em 1445, Lançarote,
Gonçalo de Sintra e Dinis Dias acharam o Cabo Verde. Nesse mesmo ano, o veneziano Alvisse Da Mosto
atingiu o Rio Gâmbia; nova viagem fez em 1457, quando, então, divisou uma desconhecida constelação,
batizando-a de Cruzeiro do Sul. Em 1460, Pedro de Cintra navegou até Serra Leoa.
Este período coincide com o advento do humanismo em Portugal, em decorrência do intenso
relacionamento com as cidades comerciais italianas e o Papado. Vários intelectuais, procedentes de distintas
regiões europeias, procuram o reino português. A expansão ultramarina permitiu uma convergência de
interesses entre os setores mercantis, clero e nobreza, ficando ao Estado o papel de controlador. Essa aliança
garantia aos comerciantes as possibilidades de riqueza sem o bloqueio do Estado, ao clero a secular luta
contra os infiéis e o controle religioso das áreas conquistas, ampliando os domínios da Santa Sé, aos nobres
a riqueza advinda do poder e ao Estado a riqueza na cobrança de impostos e tributos.
A morte do infante D. Henrique, ocorrida em 13/11/1460, arrefeceu o ritmo das navegações, dando
uma esfriada nos ânimos dos navegadores que, timidamente, continuaram por meios próprios os estudos do

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oceano. Prosseguiram mais tarde os portugueses, orientados pelo próprio Rei D. João II que somente subiu
ao trono em 1481, indo até 1495.
Nesta oportunidade, já estava maduro e definido um plano sistemático para serem alcançadas as
Índias. Revestindo as viagens de cauteloso sigilo, substituindo as cruzes de madeira por padrões de granito,
o rei desdobrou a ideia dedicando-se a descobrir a rota para lá.
Em 1482, Diogo Cão aportou no Rio Zaire. Pouco depois (1485), em nova viagem, descobriu o
Cabo do Padrão. Como Diogo Cão não encontrara o término do continente africano, o rei resolveu
solucionar esta questão incumbindo Bartolomeu Dias para prosseguir na rota marítima, a Pero da Covilhã
de ir, por terra, até o Mar Vermelho e a Afonso de Paiva para encontrar o suposto reino do Preste João.
Partiram os dois últimos de Lisboa em 8 de maio de 1487.
Covilhã alcançou Sofala e percorreu as costas da África Oriental. Finalmente, em janeiro de 1488,
Bartolomeu Dias dobrou a ponta terminal do continente africano, chamando-a de Cabo das Tormentas,
denominação essa trocada pelo monarca para Cabo da Boa Esperança.
Essa expansão vinha ao encontro de desejos cristãos. A cristandade estava apreensiva, desde a
derrota de Nicópolis (1396) e da queda de Constantinopla (1453), com o avanço turco. Por isso, Portugal
obteve, da Santa Sé, seguidas e proveitosas concessões que, em resumo, doavam todas as terras, descobertas
e por descobrir, para os portugueses (Bulas Rex regnume, Et sisuscepti, de Eugênio IV; Cuncta mundi, de
Nicolau V, Interccetera quée, de Calisto III; Aeterni regis, de Xisto IV, e Orthodoxóe fidei, de Inocêncio
VIII).

3) A América Descoberta:
O reino português transformou-se num centro de aventureiros, sábios e navegantes de várias
nacionalidades que se empenhavam na tarefa da descoberta do caminho para as Índias. Entre eles, destacou-
se Cristóvão Colombo, uma das figuras mais discutidas da História.
Genovês de origem, talvez nascido em 1451, pouco sabemos de seus primeiros anos de vida. Não
parece ter feito grandes estudos (Eu, que não sou um sábio... escreveu), mas, com certeza, impressionou-se
pelo movimento das descobertas, nas quais vários compatriotas seus participavam. Lançarote, Usodimare,
os irmãos Vivaldi, Antonio da Noli, eram todos genoveses a serviço do Infante. O livro de Marco Polo
devia ser sua leitura preferida, especialmente este trecho o impressionava: "Cipango (Japão) é uma ilha do
Oriente que está no mar alto, longe da terra firme 1.005 milhas... chamam a este mar o de Cin, mas ele é o
grande mar do Ocidente".
É possível que Colombo tenha navegado à Islândia, onde entrou em contato com as notícias que os
descendentes dos vikings guardavam de Vinland, a futura América, reunidas na Erik Saga Rhauda (seus
drakkars já foram encontrados nas costas americanas). Depois dessa viagem, estabeleceu-se em Portugal.
Mas, os conhecimentos ou ignorâncias deste genovês ainda constituem um enigma para os
estudiosos de sua vida. Para sobreviver, realizou algumas viagens comerciais por conta de firmas
genovesas. Nessa oportunidade, 1481, casou-se com Filipa Moniz, herdeira do rico comerciante
Bartolomeu Perestrelo. Esse casamento lhe permitiu refletir sobre seu grande projeto; Colombo passa a
viver na ilha de Porto Santo, próxima da Madeira, onde nasceu seu filho Diego. É possível, também, que
tenha efetuado algumas viagens em caravelas portuguesas pelo litoral africano. Aos poucos, foi
amadurecendo a ideia de chegar às Índias pelo caminho do Ocidente, ao mesmo tempo em que muito
aprendia com os portugueses.
Incentivado pelo conteúdo da carta do sábio florentino Paolo Toscanelli (por alguns tidos como
apócrifa), que acreditava na esfericidade da Terra, enviada ao cônego Fernão Martins, em Lisboa, da qual
deve ter tomado conhecimento, Colombo instalou-se em Lisboa onde já vivia seu irmão Bartolomeu e,
certamente em 1484, conseguiu que o Rei D. João II examinasse o seu projeto para chegar às Índias por
meio mais rápido: atravessaria o mar Tenebroso. Para melhor convencer o soberano, argumentou com a
redondeza da Terra e determinou que cada grau tivesse 56,5km (o certo é 111km), tornando pequena a
distância entre Lisboa e a costa da Índia. Ouvido por um conselho de homens de saber foram seus planos
desaprovados e recusados em seguida pelo rei, não propriamente porque os portugueses não aceitassem as
suas ideias, nessa fase das navegações bem válidas, mas porque Colombo exigia demais, podendo muitos
portugueses fazer o mesmo pelo amor à Pátria.
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Colombo não queria tentar a sua aventura sem o respaldo de um soberano. Em 1485, dirigiu-se para
Castela. Passou um tempo no convento franciscano de La Rabida, causando forte impressão a Frei Antonio
de Marchena, que o encorajou. Dirigiu-se a Sevilha, ligando-se ao banqueiro florentino Berardi. Este o
apresentou ao Duque de Medinaceli, que se propôs financiar o projeto. Mas Colombo desejava o apoio real.
Fernando e Isabel, reis de Aragão e Castela, empenhavam-se em vencer o último reduto mouro: o reino de
Granada. Auxiliado, também, pelo Duque de Medinasidonia. Colombo conseguiu uma entrevista com a
rainha em Córdoba e uma promessa para o futuro.
Colombo instalou-se junto à Corte, que se fixara em Córdoba, e aguardou até que se se transferiu
com a Corte para Salamanca no final do ano de 1486. Nesta cidade, os reis católicos fizeram reunir uma
comissão de sábios visando a apreciar o projeto de Colombo. Esta comissão conclui ser o mesmo inviável.
Desanimado, Colombo retornou a Lisboa e tentou retomar as conversações com o Rei D. João II, sem
qualquer êxito. No final do ano de 1489, encontrava-se em terras espanholas, no acampamento real diante
de Baza.
O tempo passou; suas esperanças iniciais diminuíram. O prior do convento, Padre Luan Pérez,
convenceu-o a ter paciência, ao mesmo tempo em que enviava uma carta à rainha, que convocou Colombo
à sua presença. Novamente expôs seus planos. Meses depois, em 2 de janeiro de 1492, Granada rendeu-se:
estava aberto o caminho para Colombo.
Os reis católicos aceitaram as suas imposições nas Capitulações de Santa Fé (17 de abril). Com
dinheiro adiantado à Coroa pelos banqueiros Luis Santángel e Francisco Pinelo e alguma ajuda dos
armadores de Palos, Martim e Vicente Pinzón, totalizando 1.170.000 maravedis (pequena moeda de cobre
em uso), Colombo reuniu duas caravelas, a Pinta (140t) e a Nina (100t) e a nau Santa Maria (250t),
guarnecidas com 110 homens.
Partiu de Palos a 3 de agosto. A 8 de setembro, suspendeu das Canárias e entrou no desconhecido.
Descobrindo no percurso o fenômeno da declinação magnética, Colombo chegava, a 12 de outubro, na ilha
de Guanaany, por ele chamada San Salvador (hoje Watling Island, uma das Bahamas).
Como não se acharam sinais de civilização, a viagem prosseguiu; Colombo encontrou Cuba
(chamada de Joana) e Haiti (batizada de Espanhola); nesta ilha, construiu um forte com os restos da Santa
Maria, chamado Navidad, deixando uma guarnição sob o comando de Diego Arana. Ao regressar, Colombo
aportou primeiro em Lisboa, comunicando ao Rei D. João II que descobrira o caminho para as Índias.

Colombo ainda realizou mais


três viagens ao Novo Mundo:
em 1493, com 17 navios e
tripulação de 1.500 homens,
de caráter colonizador;
algumas ilhas foram
descobertas e Colombo
fundou Isabela, na Espanhola;
em 1498, tendo atingido terras
continentais americanas e, em
1502, quando explorou o
litoral da América Central,
morrendo pouco depois
(20/05/1506), em Valladolid,
sem saber que achara um
continente novo.

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4) O Acordo de Tordesilhas:
A existência de diversas bulas papais assegurando aos
portugueses terras não descobertas, fez com que os reis da
Espanha logo recorressem ao Papa Alexandre VI, pertencente à
família aragonesa dos Bórgias (portanto parente dos reis), para que
lhes confirmasse a posse das terras encontradas por Colombo.
Através das bulas Eximin e Devotionis (de 03/05/1493) e das duas
Inter Coetera (de 04/05/1493), o papa estabeleceu uma
demarcação para a soberania de Castela, imaginando um
meridiano que, distante 100 léguas das ilhas de Açores e Cabo
Verde, daria início às posses castelhanas.
D. João II não se conformou e disse: “ficou mui confuso e
creo verdadeiramente que esta terra descoberta lhe pertencia”.
Tentou, diplomaticamente, a anulação das Bulas, sem resultado.
Mandou que Ruy de Sande propusesse um paralelo, o das
Canárias, para servir de divisão entre as posses de Castela e
Portugal, que guardaria o domínio meridional. Recusada essa
proposta, enviou a Castela Rui de Pina e Pero Dias, os quais não
obtiveram resultados satisfatórios. Apelou, então, para a ameaça,
aparelhando forte esquadra que disputaria, pelas armas, as terras
descobertas.
Os reis católicos espanhóis não se interessaram, porém, em
medir forças com Portugal; a fatigante luta contra os mouros e os
negócios da Itália aconselhavam uma política pacífica. Assim,
Castela procurou negociações diretas. Na pequena cidade
castelhana de Tordesilhas, reuniram-se os negociadores (D.
Gutierrez de Cárdenas, D. Enrique Enriquez e o Dr. Rodrigo Maldonado, por parte de Castela, e Rui de
Sousa, seu filho João de Sousa, Ayres de Almada e Duarte Pacheco Pereira, representando Portugal), que
assinaram, a 7 de junho de 1494, a Capítulacíon de La
Partícion del Mar Oceano, por meio da qual ficavam fixadas
as áreas de influência dos dois países, através de um meridiano
(em toda a extensão da Terra) que passasse a oeste de 370
léguas do arquipélago de Cabo Verde: as terras não europeias
a leste seriam de Portugal e as situadas a oeste ficavam
espanholas.
Esse tratado representou uma grande vitória da
diplomacia lusa, pois defendia a rota africana que os nautas
portugueses há tantos anos perseguiam. Por outro lado, sem
esclarecer de qual ilha partiria a contagem e nem qual o tipo
de légua a ser usado, o tratado nunca pôde ser realmente
demarcado, nem respeitado por ambos os países, que se
interessavam na persistência da dúvida.
A Capitulação de Saragoza (22/04/1529),
consequência da descoberta das Molucas por Fernão de
Magalhães, procurou solucionar esse problema. Reconheceu
Portugal, governado por D. João III, serem as Molucas
pertencentes à Espanha, adquirindo-as por 350 mil ducados.
Com isso, firmava-se o meridiano de Tordesilhas, na América,
entrando na posse portuguesa a Banda Oriental do Uruguai, as
terras do Chaco Paraguaio e grande parte da região amazônica.

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5) O Caminho das Índias Decifrado:


A viagem de Pero de Covilhã permitiu ao Rei D. João II entrar na posse de um cálculo de distância
entre a costa da África e o Malabar (costa ocidental da Índia); isso em 1491. Estava completada, embora
empiricamente, a triangulação do caminho para as Índias: Lisboa, Cabo da Boa Esperança e Calecute.
Morreu D. João II em 1495. Seu substituto, D. Manuel I, o Venturoso, reuniu homens (160) e armas
usuais e artilharia em quatro embarcações (S. Gabriel, S. Rafael, Bérrio, e um transporte para mantimentos
chamado de São Miguel), cujo comando deu a Vasco da Gama, "experimentado nas coisas do mar, em que
tinha feito muito serviço a El-Rei D. João".

A 8 de julho de 1497, a armada partia da praia do


Restelo, pequena língua de areia colada à Torre de
Belém. A viagem foi penosa. Depois de dobrarem o
Cabo da Boa Esperança, as naus de Vasco da Gama
alcançaram a Baía de S. Brás, onde destruíram a nau
transporte; chegaram a Moçambique a 22 de março e
em Mombaça a 7 de abril. Nestes locais observaram
a hostilidade dos habitantes. Em Melinde, Vasco da
Gama conseguiu um prático, Ahmad lbn Madjid, que
conduziu os portugueses a Calecute, chegados neste
local a 20 de maio de 1498. Durante três meses, Vasco
da Gama demorou-se em Calecute, esforçando-se, em
vão, por atar relações amigáveis com o governante
Vasco da Gama chega em Mombaça, no Quênia, em 7/4/1498 local, o Samorin.

A 29 de agosto, resolveu regressar a Portugal. Em Cananore, adquiriu muitas especiarias. Atacada


de escorbuto, a tripulação ficou reduzida; somente a 7 de janeiro (1499) a expedição aportou a Melinde,
confiando o nauta português ao potentado local um padrão (Monumento de pedra que os portugueses
erguiam em terras por eles descobertas) "por nome Santo Espírito". Em fins de agosto, dava entrada em
Lisboa, com metade dos navios e da tripulação, rendendo, a aventura, mais de 5.000 %.

6) A Viagem de Cabral:
As riquezas que as Índias ofereciam afiguravam-se imensas. Era necessário, porém, que os
portugueses se impusessem aos habitantes e aos monopolizadores do comércio das especiarias. Resolveu,
então, D. Manuel reunir uma tripulação escolhida em uma forte esquadra, entregando o seu comando, com
o título de capitão-mor, a Pedro Álvares Cabral, que, além de pequenos conhecimentos náuticos, possuía
provada capacidade de administração. Secundava-lhe no comando Sancho de Tovar. Serviam-lhe de
orientação instruções escritas sob a inspiração de Vasco da Gama (o original, incompleto, acha-se no
Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa).
A expedição partiu de Lisboa a 9 de março de 1500. Nela embarcaram hábeis pilotos, como
Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo, Gaspar de Lemos, Nicolau Coelho, Simão de Miranda, Duarte Pacheco
Pereira; destacava-se, ainda, o mestre João, físico de bordo, Pero Vaz de Caminha, escrivão da feitoria a
ser fundada, frei Henrique Soares, que arcava junto com poucos religiosos com a tarefa de evangelização
dos infiéis, e Aires Correia, que ia ser o feitor. Somavam 1500 homens em 10 naus e três navios menores.
Dificuldades entravaram a viagem. Perto de Cabo Verde, desapareceu a nau comandada por Vasco
de Ataíde, "comida pelo mar” como se dizia. Afastando-se da costa da África, os portugueses tomaram a
direção sul-sudoeste, com a intenção de achar terras. A 21 de abril, pressentiram sinais de terra; no dia
seguinte, viram pequena elevação, que recebeu o nome de Monte Pascoal. A 23, chegaram junto à praia, na
foz do Rio Caí, onde foram travados os primeiros contatos com os indígenas. Procuraram um ancoradouro
mais ao norte, fundeando numa enseada, por eles batizada de Porto Seguro (hoje Baía Cabrália, no litoral
do Estado da Bahia). Verificaram-se novos contatos amigáveis com os naturais; rezaram-se duas missas,
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uma no ilhéu da Coroa Vermelha e outra em terra firme, e tomou-se posse da terra levantando-se uma
grande cruz de madeira. Batizou-se a terra, que se supunha ser uma ilha, com o nome de Vera Cruz. Pedro
Álvares resolveu notificar ao rei o acontecido. Extensa carta foi escrita por Pero Vaz de Caminha, levada
por Gaspar de Lemos, que, a 2 de maio, retornava a Portugal. No mesmo dia, Cabral partia para as Índias,
onde cumpriu a sua missão.
Sobre o “achamento” do Brasil existem três documentos importantes: a carta de Caminha
(encontrada no Arquivo da Torre do Tombo por José de Seabra da Silva e publicada em 1817 por Aires do
Casal), a carta do mestre João ao Rei D. Manuel I e a carta deste aos reis católicos, verdadeira comunicação
oficial. Ainda podemos citar a Relação do Piloto Anônimo (publicada no livro Paesi Nuovamente Ritrovatí,
de Montalbocido) e o manuscrito Valentím Fernandês, publicado em 1940, pela Academia Portuguesa da
História.
Não há hoje dúvida de que a expedição, de quatro caravelas, comandada por Vicente Yanez Pinzón
atingiu, em janeiro de 1500, o litoral do atual Estado do Ceará (ponta de Mucuripe), dando, assim, a
prioridade do descobrimento aos espanhóis. Pinzón prosseguiu a sua viagem para o Rio Oiapoque. Na sua
esteira navegou outro espanhol, Diego de Lepe, com dois navios, tendo reconhecido as regiões do atual
Amapá, após haver alcançado Pinzón na foz do Rio Amazonas.

Vasco da Gama entrega a carta de D. Manuel I, rei de Portugal, ao Samorim


(governante) de Calecute na Índia.

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CAPÍTULO II

A COLONIZAÇÃO DO BRASIL

1) O Período Pré-Colonial (1500 – 1530):


De 1500 a 1530, Portugal preocupou-se exclusivamente em desvendar a terra encontrada,
inexistindo um plano de colonização. Por isso, se chama de Pré-Colonial a esta fase.
Não se sabe ao certo em que data, em 1500, a Carta do Descobrimento chegou a Lisboa com as
notícias da terra achada, mas foram estas notícias, sem dúvida, que motivaram o monarca a organizar uma
expedição com destino à terra descoberta, no ano seguinte, com três naus; nela embarcou Américo Vespúcio
como observador comercial. Ela percorreu grande parte do litoral, batizando e mapeando os acidentes, de
acordo com as festas do calendário religioso. As informações obtidas ocasionaram a mudança do nome da
terra descoberta para Terra de Santa Cruz, mas decepcionaram o rei: ela não passava de uma região vasta e
sem possibilidades econômicas imediatas. Nesse mesmo ano de 1501, ainda foi armada a expedição de João
da Nova, sobre a qual pouco sabemos, mas que, possivelmente, encontrou a Ilha de Ascensão. Em 1502,
percorreu a costa Estevão da Gama, tendo achado a ilha da Trindade. Entre 1502 e 1503, Fernão de Loronha
esteve no Brasil, tendo descoberto a ilha que chamou de São João ou Quaresma (hoje Fernando de
Noronha).
A instauração de uma colônia portuguesa no território americano não se deu imediatamente após a
tomada de posse por Pedro Álvares Cabral em 1500. Portugal mantinha seus recursos voltados para o
comércio oriental, deixando o Brasil, por alguns anos, numa posição secundária, visto que aqui não haviam
sido encontrados metais preciosos ou produtos similares aos do rentável comércio afro-asiático. A única
preocupação com o território recém-conquistado era a de garantir a sua posse diante das contínuas
investidas de outros países europeus.
A primeira expedição exploradora enviada ao Brasil, em 1501, além de nomear diversas localidades
litorâneas, como a baía de Todos os Santos e o lugarejo de São Sebastião do Rio de Janeiro, confirmou a
existência do pau-brasil, madeira da qual se extraía um corante já utilizado na Europa para tingimento de
tecidos. Em 1503, outra expedição chefiada por Gonçalo Coelho fundou feitorias no litoral fluminense,
visando à armazenagem da madeira e ao carregamento de navios. Administrados pelos feitores, muitos
desses entrepostos eram fortificações que garantiam a posse lusa em detrimento de outros conquistadores.
Ao formarem plantios e dedicarem-se à criação de animais para o sustento, transformavam-se, também, em
núcleos colonizadores.
Devido à abundância do pau-brasil no litoral brasileiro, Portugal estabeleceu o estanco, ou seja, o
monopólio real sobre a exploração do produto. Mais à frente, diante da inexistência de braços europeus
suficientes nas embarcações e nas feitorias, e devido à extração adentrar ao território em algumas
localidades, utilizou-se mão-de-obra dos nativos indígenas para garantir a extração das madeiras. Por meio
do escambo (troca) os indígenas realizavam o corte e o transporte da madeira e recebiam por isso objetos
vistosos, mas de pouco valor, como espelhos e miçangas.
A extração do pau-brasil atraía também os contrabandistas estrangeiros, o que levou o governo
português a enviar, sob o comando de Cristóvão Jacques, expedições militares ao litoral brasileiro, em 1516
a 1519, 1521 a 1522 e 1526 a 1528 com práticas de extrema violência contra qualquer navio ou pessoa não
portuguesa encontrados em águas brasileiras.
Concluía-se que a região encontrada aparecia em época inoportuna para Portugal, apesar de possuir
um pau-de-tinta, logo declarado monopólio da Coroa. Desprezá-la não traduzia uma boa política, pois era
conveniente manter sempre garantida a rota marítima para as Índias. Por isso, o rei resolveu alugar a terra.
Foi feito, então, o “Trato”, isto é, uma concessão por três anos a Fernão de Loronha, Bartolomeu Marchione
e Benedito Morelli (provavelmente cristãos novos), para explorar as riquezas da terra, mediante o
pagamento de 4.000 cruzados anuais e o compromisso de enviar à nova terra seis navios pelo mesmo espaço
de tempo. Concedia-se ao primeiro comerciante uma capitania hereditária: o arquipélago por ele
descoberto. Pouco sabemos hoje dos aspectos jurídicos desse Trato e o seu funcionamento.
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Esses arrendatários armaram, então, a expedição de 1503, sob o comando de Gonçalo Coelho,
integrando-a Américo Vespúcio, que, assim, retornava ao Novo Mundo. Dividida em duas esta expedição,
depois das ilhas de Fernando de Noronha, onde naufragou o navio capitânia, ignora-se por onde andou o
seu comandante, que só reapareceu em Portugal quatro anos depois. Parece que Vespúcio explorou a costa
até Cabo Frio, onde fez uma entrada e construiu um pequeno reduto fortificado (primeira feitoria em terras
brasileiras).
O fato de a América ter hoje esse nome prende-se a este
personagem e suas viagens na costa brasileira. Um grupo de
humanistas da cidade de Saint-Dié, França, protegido por Renato,
Duque da Lorena, imaginou reimprimir a Geografia de Ptolomeu,
com uma introdução que ilustrasse aos leitores sobre a importância
desse geógrafo antigo. Incumbido dessa introdução,
Waldseemüller compôs uma primeira parte de cosmografia geral e
uma segunda, formada pela narrativa das viagens de Vespúcio
contidas nas cartas enviadas a seu amigo Soderini (consideradas
por muitos como apócrifas) e a Lourenço de Médicis. O mapa que
acompanhava o estudo de Waldseemüller trazia o nome América
colocado na costa brasileira, passando depois a designar todo o
continente, em detrimento do seu verdadeiro descobridor.
Pormenor do mapa de Waldseemüller de 1507

Em 1511, situa-se a viagem da nau Bretoa (cujo nome provém de sua construção em algum estaleiro
da Bretanha), comandada por Cristóvão Pires e tendo por piloto João Lopes de Carvalho, provavelmente
ainda pertencente ao Trato. Do Brasil arrecadou 5.008 toros de pau-de-tinta, 35 indígenas e 70 animais. A
expedição de Estevão Fróis, que navegou no litoral norte em 1513, acabou por ser apreendida pelas
autoridades espanholas nas Antilhas. Em 1514, esteve em nossas costas a expedição armada por D. Nuno
Manoel (pilotava um dos dois navios João de Lisboa), conhecida pela Nova Gazeta da Terra do Brasil
(publicada na Alemanha e sem data sob o título original Newveil Zeytungauss Pressillglandt) e que, talvez,
tenha percorrido o rio da Prata antes dos espanhóis.
Acredita-se que, por essa ocasião, terminou o Trato com Fernão de Loronha ou que o mesmo
possuísse novo arrematante, o armador Jorge Lopes Bixorda.
Diversos navios ou armadas aportavam nas costas brasílicas em demanda das Índias ou delas, de
retorno, paravam para se abastecerem de água e alimentos.
Foram essas expedições que, por vezes, largaram degredados ou que, sofrendo naufrágios,
proporcionaram o aparecimento, em diversos pontos da costa, de portugueses que representaram o traço de
união entre os indígenas e a futura colonização. Destacaram-se Diogo Álvares Correia, apelidado
Caramuru, João Ramalho, Cosme Fernandes, conhecido como o Bacharel de Cananéia, Antônio Rodrigues,
Francisco de Chaves e Aleixo Garcia, que chegou a terras hoje pertencentes ao Paraguai e Bolívia
precedendo, nessas regiões, os espanhóis, encontrando a morte nas mãos dos índios guaranis.
Por essa época, a terra descoberta começou a ser chamada de Brasil. A origem desse nome pode se
prender à cor de brasa da madeira (vermelha) que existia em abundância no litoral, pode ser uma corruptela
do italiano versino ou versil, nome de madeira de tinta proveniente do Oriente ou da geografia medieval
que havia inventado uma ilha no mar Tenebroso (oceano Atlântico) chamada Barzil ou Bersil, onde
existiam muitas riquezas, inclusive e sobretudo o versil. Ora, fácil foram os navegantes identificarem a terra
encontrada com a lendária ilha. Lá, em 1503, Giovani da Empoli dizia: "... la terra della Vera Croce ouer
del Bresil cosi nominata" (in Viaggio Fatto nell’India, Venetia, 1554). Denominavam-se brasileiros todos
aqueles que comerciavam com o pau-de-tinta.
Durante esse período, andou velejando em nosso litoral o português João Dias de Solís (1515 a
1516) a serviço de Castela, na tentativa de encontrar uma passagem para as Índias. O mesmo fez outro
português (igualmente a serviço de Castela), Fernão de Magalhães (1519), o qual, tendo permanecido 13
dias na Baía de Guanabara, nos últimos dias de dezembro, batizou involuntariamente a região com o nome
de Rio de Janeiro, e, mais feliz que seus antecessores, descobria a tão cobiçada passagem no extremo sul
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da América. Mais tarde, 1526, o veneziano Sebastião Caboto percorreu a costa brasileira (suas viagens de
ponto a ponto da costa deu origem ao estilo de navegação que foi batizado mais tarde de cabotagem).
O pau-de-tinta atraiu também os franceses, corsários a mando do Rei Francisco I (este monarca
desconhecia o "Testamento de Adão” que havia dividido o mundo em duas partes entre os reis de Portugal
e Espanha, seus primos). Ele enviou corsários (entrelopos) com o objetivo de apanhar a madeira.
Conhecemos bem a expedição do navio Espoir, comandado por Binot Paulmier de Gonneville, que
percorreu a Baía de Todos os Santos, em 1504. Jean Parmentier, francês de Dieppe, velejou do Amazonas
ao Prata, por volta de 1525 (citado em Ramúsio: Delle Navigationi ed viaggi, III); mas muitos outros navios
dos estaleiros de Jean Ango certamente aqui estiveram. Hábeis no trato com os indígenas, esses mairs (como
eram chamados os franceses pelos indígenas) gozavam de maior simpatia. Por isso, D. Manuel I determinou
que Cristóvão Jaques, descendente de ilustre família aragonesa e fidalgo da Casa Real, e os dois navios a
seu comando policiassem o litoral, o que pouco adiantou. Essa viagem durou de 21 de junho de 1516 a 9
de maio de 1519; Jaques fundou uma feitoria na Ilha de Itamaracá (em Pernambuco).
De novo, o rei enviou Cristóvão Jaques ao Brasil, com dois navios, em 1521, em uma viagem de
reconhecimento pela costa meridional: a crítica história moderna, baseada em documentação irrefutável
(carta de Juan de Zúniga ao Imperador Carlos V, existente no Arquivo Geral de Simancas), conclui que
Jaques penetrou no rio da Prata e explorou o rio Paraná.
Morrendo D. Manuel I em 1521, subiu ao trono D. João III; as notícias que chegavam à Corte de
Lisboa de que navios franceses estavam sendo armados para efetuarem o corso nas terras brasileiras levaram
o monarca a incumbir o mesmo Cristóvão Jaques, em 1527, de idênticas funções policiadoras, com uma
nau e cinco caravelas, mas Jaques procurou desincumbir-se da missão. Sabemos ter havido cruento combate
na baía de Todos os Santos. É possível que tenham ocorrido outros encontros com corsários, mas, sozinho,
pouco podia fazer. Em 1528, Jaques regressou a Portugal, Substituiu-o Antônio Ribeiro, sobre o qual nada
sabemos. E, finalmente, exerceu esta atividade Duarte Coelho, entre 1530 e 1531, tendo combatido os
índios caetés que favoreciam os franceses.
Durante esses trinta anos, os portugueses (pêros para os indígenas) mantiveram contatos amistosos
com os naturais, os quais se prestaram bem na exploração da madeira. O homem de pele branca despertava
curiosidade e um irresistível atrativo para a mulher indígena. Ele significava superioridade.
Algumas feitorias, escassamente habitadas, começaram a povoar a costa: havia a de Cabo Frio, uma
na Baía de Todos os Santos, cujo feitor chamava-se João de Braga, e outra no litoral de Pernambuco.

2) O Período Colonial (1530 – 1808):

2.1) A Expedição de Martim Afonso de Sousa:


Tendo em vista a rápida decadência das Índias, nas qual
Portugal estava perdendo homens e dinheiro e não mais
adquirindo os fabulosos lucros iniciais, resolveu D. João III
voltar-se para o Brasil. O próprio Cristóvão Jaques propunha ao
rei começar a colonização.
Passados 30 anos da chegada de Cabral, diante da
progressiva crise do comércio com o Oriente e das ameaças
estrangeiras ao domínio sobre seu território na América,
Portugal voltou-se para a efetiva colonização dessas terras.
Foram organizadas expedições colonizadoras, sendo a primeira
delas a comandada por Martim Afonso de Souza, que aqui
chegou em 1531.
Nomeado capitão-mor da esquadra e das terras coloniais
pelo rei de Portugal, Martim Afonso chegou trazendo homens,
sementes, plantas, ferramentas agrícolas e animais domésticos.
Estava imbuído de amplos poderes para descobrir novas
riquezas, combater estrangeiros, policiar, administrar e povoar
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as terras coloniais. Consigo embarcaram cerca de 400 colonos, entre os quais Vicente Lourenço, piloto-
mor, Pedro Anes, que conhecia a língua dos indígenas, Pero Cápico, depois escrivão em S. Vicente,
Henrique Montes, que acompanhara Solis na expedição ao Prata e regressara a Portugal com Caboto, e o
seu irmão Pero Lopes de Sousa. Todos em duas naus, um galeão e duas caravelas.
Partiram de Lisboa, a 3 de dezembro de 1530. Em janeiro chegaram ao cabo de S. Agostinho, onde
apresaram três navios franceses, sendo os mesmos incorporados à armada portuguesa. Diogo Leite recebeu
incumbência de, com as duas caravelas, percorrer o litoral norte, acreditando-se que, provavelmente,
velejou até a foz do rio Gurupi. A esquadra continuou viagem rumo sul, parando na Baía de Todos os
Santos, onde os portugueses entraram em contato com Caramuru. Prosseguindo, em meio a fortes ventos e
chuvas, aportaram, a 30 de abril, na Baía de Guanabara, onde Martim Afonso permaneceu três meses.
Reaparelhou os navios, ordenou a confecção de dois bergantins de 15 bancos, fez pequenas explorações
perto do litoral e mandou construir uma casa sólida na embocadura de um rio, a qual foi chamada pelos
índios de carioca (a casa do branco).
Além de organizar expedições que penetraram no território para reconhecimento e busca de
riquezas, Martim Afonso dirigiu-se à foz do rio da Prata, no sul, para efetivar o domínio luso diante da
crescente presença espanhola na região. Lá aprisionou vários navios piratas franceses.
Colocando em prática sua política colonizadora, iniciou a distribuição de sesmarias (lotes de terra)
aos novos habitantes que se dispusessem a cultivá-las, bem como a plantação da cana-de-açúcar e a
construção do primeiro engenho da colônia. Um ano antes de partir para Portugal, havia fundado, em 1532,
as vilas de São Vicente e Santo André da Borda do Campo, respectivamente, no litoral e no interior do atual
estado de São Paulo.
Suspenderam em direção sul até a ilha de Cananéia (atual ilha de Bom Abrigo), onde ficaram 44
dias. Instado por Francisco de Chaves e pelo Bacharel de Cananéia, que afirmavam serem grandes as
riquezas do interior, o capitão-mor mandou que alguns homens (talvez 80), chefiados por Pero Lobo,
penetrassem em busca delas guiados por Chaves, mas eles nunca voltaram. Continuaram rumo sul. Na
entrada da Lagoa dos Patos um bergantim desapareceu, em virtude do mau tempo. Tendo o capitânia
naufragado, na Punta del Este de Maldonado, pararam na ilha da Palma. Martim Afonso determinou que
seu irmão inspecionasse o rio da Prata, com um bergantim e 30 homens. Pero Lopes nada encontrou de
importante. Martim Afonso aguardou o retorno do irmão e, juntos, rumaram para o norte. No dia 20 de
janeiro, entraram na enseada de São Vicente. A terra pareceu tão convidativa que decidiram erigir neste
local uma povoação. Assim, no dia 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso fundou uma vila na ilha de São
Vicente. Nessa região vivia um português entre os índios chamado Antônio Rodrigues. No alto da serra
onde João Ramalho, também português, vivia, Martim Afonso lançou as bases de outra povoação:
Piratininga (de curta vida). Iniciou-se a agricultura de tipo europeu e aclimatou-se a cana-de-açúcar.
Tendo em vista o mal estado dos navios, resolveu-se que Martim Afonso permaneceria em São
Vicente e que Pero Lopes retornaria a Portugal (utilizando as melhores embarcações), a dar conta ao rei do
que se havia passado. A 22 de maio, partiu Pero Lopes.
No litoral de Pernambuco deu combate e se apoderou de duas embarcações francesas; em seguida,
atacou poderoso fortim francês, comandado pelo Senhor de La Motte, guarnecido com 70 homens,
conseguindo dominar seus ocupantes, depois de 18 dias de lutas. Pero Lopes fez erigir uma fortificação
(em Igaraçu), na qual deixou homens comandados por Vicente Martins Ferreira.
Nessa mesma ocasião, a esquadra portuguesa de Antônio Correia aprisionava, na costa espanhola
da Andaluzia, a nau La Pélerine (15/08/1532), contendo muitos toros de pau-brasil, algodão, papagaios e
outras mercadorias. D. João III amadurecia os planos de colonização mais abrangente.
O Dr. Diogo de Gouveia, que dirigia em Paris o Colégio de Sainte Barbe, argumentou a necessidade
de uma colonização mais eficaz; sua carta ao soberano português, escrita em Rouen, é datada de 01/03/1532.
Em carta enviada a Martim Afonso (por João de Sousa), escrita em 28 de setembro, o rei lhe comunicava
o propósito de dividir o Brasil em capitanias hereditárias. Martim Afonso regressou ao reino depois de 13
de março de 1533, deixando o Padre Gonçalo Monteiro para dirigir os negócios de sua capitania.

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2.2) O Projeto Agrícola da Exploração Colonial Portuguesa:


A partir do século XV, políticas colonizadoras diferenciadas marcaram a integração do continente
americano à vida política e, principalmente, econômica europeia. Parte da América do Norte foi colonizada
por ingleses como uma região de povoamento, embora o Sul do território dos atuais Estados Unidos fosse
uma região de exploração.
Já a colonização ibérica na atual América Latina caracterizou-se por basear-se no domínio
monopolista metropolitano, a serviço do Estado e de sua classe mercantil, que tinha interesse em assegurar
a posse e a exploração colonial e executar a administração e a fiscalização.
Pelas características peculiares tanto da realidade da colônia portuguesa quanto da expansão lusa, a
colonização optou pela agricultura. Também diferentemente das colônias espanholas, caracterizadas pela
atividade mineradora, não foi possível a utilização em larga escala da mão-de-obra indígena. Pelo menos
não em longo prazo, visto que na colônia (a essa altura já denominada Brasil), a população nativa era
relativamente pouco numerosa e foi rapidamente exterminada na faixa litorânea.
Para viabilizar a ocupação e o povoamento da colônia, a Coroa portuguesa recorreu ao cultivo da
cana-de-açúcar, pois aqui, ao contrário do que ocorrera nas áreas de dominação espanhola, não foram
descobertas jazidas de metais preciosos.
Levado da Ásia para a Europa por árabes e cristãos engajados nas cruzadas durante a Idade Média,
o açúcar era uma especiaria das mais valiosas no início do século XV. Chegou a fazer parte de dotes de
rainhas e princesas e era comercializado a preços elevados, garantindo alta lucratividade aos mercadores.
Embora Portugal já conhecesse a agricultura da cana-de-açúcar desde o século XIII, foi só na
segunda metade do século XIV, com D. Henrique, o navegador, que a atividade açucareira ganhou
amplitude e deixou de ser uma produção limitada e isolada. Essa mudança deu-se graças à instalação de
engenhos na ilha da Madeira, seguida de avanço das técnicas de cultivo e grande utilização da mão-de-obra
escrava, trazida das regiões conquistadas da costa africana. Assim, as lavouras de cana espalharam-se pelos
arquipélagos atlânticos, ganhando importância também nos arquipélagos dos Açores, de Cabo Verde e nas
ilhas de São Tomé e Príncipe.
A consequente aproximação de Portugal com os mercadores e banqueiros de Flandres (norte da
Europa), responsáveis pelo financiamento, refino e distribuição do açúcar, possibilitou o acesso dos
portugueses à infraestrutura comercial europeia, controlada pelos holandeses, bem como ao seu abundante
capital, para o financiamento do empreendimento agrícola brasileiro.
De posse dessas condições, Portugal tinha ainda a solução para o problema da mão-de-obra,
podendo dar início a um empreendimento de tão vastas proporções. A escravidão era a muito praticada por
europeus e árabes na África negra. Foi considerada uma instituição justa, quando, no seu início, os
portugueses escravizavam os mouros, considerados infiéis pelos cristãos. A "infidelidade" religiosa acabou
sendo também estendida aos negros africanos não islâmicos, legitimando sua escravização.
Os negros africanos compunham
mão-de-obra compulsória e abundante,
fundamental para a implantação da
indústria canavieira em um extenso
território. Dois fatores explicam, em
resumo, o emprego do trabalho escravo
africano em maior escala quando
comparado ao indígena: os interesses
ligados ao tráfico negreiro, que logo se
tornou um empreendimento altamente
lucrativo para a Coroa e mercadores
portugueses, e o simples
desaparecimento da população indígena
da área açucareira.

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2.3) O Sistema de Capitanias Hereditárias:


Os resultados proveitosos que o sistema de capitanias
alcançou em diversas ilhas portuguesas, especialmente
na Madeira, levaram o rei a empregá-lo igualmente no
Brasil. Resumia-se em doar o uso de pedaços de terra a
cidadãos escolhidos, que possuíssem fortuna própria e
que pudessem correr os riscos existentes.
Devemos, hoje, admirar a notável estratégia empregada
pelo governo português: destituído de recursos
pecuniários para empreender a ocupação da terra
brasileira, acenou com largas perspectivas para que
alguns empresários arcassem com o ônus e
enfrentassem o incógnito, permanecendo a Coroa à
espera dos lucros futuros.
Foi, então, o Brasil dividido em 15 grandes lotes de
terra, mediante várias paralelas que partiam de ponto
conhecido da costa (na verdade 14 capitanias) e
terminavam na incerta linha de
Tordesilhas, entregues a 12 homens de confiança
durante o ano de 1534. Pertenciam à baixa nobreza e já
haviam prestado importantes serviços ao rei. É possível
que o mapa de Gaspar Viegas tenha servido de base para
as divisões territoriais.

Cada donatário recebia uma Carta de Doação, documento pelo qual se efetivava a doação do uso,
com a descrição da terra e a outorga da governança da mesma, com o título de capitão-mor, explicitando
seus direitos e deveres; e um Foral, que fixava os direitos, deveres, foros, tributos e coisas que os futuros
colonos deviam ao rei ou ao capitão-donatário.
O capitão-donatário não se tornava proprietário da capitania: ficava na sua posse, que era transmitida
hereditariamente em linha masculina, preferentemente, sem ser objeto de negociações ou partilha. Exercia
a justiça, podendo até condenar à morte, nomeava funcionários, doava terras para cultivo (sesmarias),
mantinha propriedade plena em determinada área escolhida, cobrava impostos à população (5% do pau-
brasil e do pescado, 1% dos impostos pagos à Coroa, postagens e 500 reis anuais dos tabeliães). Podia
acoitar e homiziar réus julgados e condenados no reino e em outras capitanias, com a finalidade de facilitar
o povoamento. Tinha o direito de fundar vilas, o que, em Portugal, era atribuição exclusiva do rei. Era-lhe
permitido reduzir os naturais ao cativeiro e vendê-los em Portugal até o máximo de 39 por ano. A Coroa
reservava-se o direito de cunhar moedas e estipulava como rendas o quinto (20%) dos metais e pedras raras,
a dizima das colheitas (10%), a vintena do pescado (5%) e o monopólio do pau-brasil (estanco).
Aos donatários cabia ocuparem as suas terras e iniciarem o povoamento e a obtenção de lucros. Os
que se aventuraram em plagas americanas tiveram de enfrentar dificuldades enormes com os índios, que
não compreenderam, com o ambiente geográfico hostil e com a falta de recursos. Por isso, formou-se a
opinião que o sistema resultou em um fracasso, que é um erro. Foram as capitanias que iniciaram a ocupação
efetiva do litoral e mantiveram um estado de alerta, impedindo a conquista estrangeira, ao mesmo tempo
em que o português impunha a sua cultura ao gentio.
Vejamos como os donatários se houveram com suas capitanias. Antônio Cardoso de Barros não se
preocupou com sua terra. João de Barros, Fernão Álvares de Andrade e Aires da Cunha associaram-se e
enviaram uma expedição que alcançou poucos resultados, perdendo a vida este último no naufrágio da
capitânia. A vila de Nazaré desapareceu em três anos. A tentativa de Luis de Melo em 1554 acabou
fracassando, motivo pelo qual as capitanias ao norte da de Itamaracá ficaram sem colonização.

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A capitania de Pero Lopes (que, como seu irmão, não regressou ao Brasil, desaparecendo em
naufrágio na costa de Madagascar), em Itamaracá, permaneceu vítima das incursões de franceses que
instigavam os indígenas contra os portugueses; administrou-a Francisco de Braga e, após a morte de Pero
Lopes, João Gonçalves. As lutas contra os selvagens não permitiram o seu progresso e o da pequena vila
de Conceição. Os outros quinhões de Pero Lopes não receberam atenção. Pero Góis da Silveira erigiu na
sua capitania de São Tomé a vila da Rainha, mas não conseguiu a paz com os índios goitacás, e a região
permaneceu no abandono. Vasco Fernandes Coutinho emigrou com toda a sua família para sua capitania
do Espírito Santo; fundou uma vila (Vila Velha) e iniciou a plantação do açúcar. Em 1558, fundou a vila
de Vitória. Retirou-se para a Europa (Lisboa), deixando em seu lugar D. Jorge de Menezes, que não soube
evitaras dissensões com os indígenas. Coutinho renunciou, após vinte anos, os seus direitos. Em Porto
Seguro, Pero de Campos Tourinho fundou a vila do mesmo nome e, facilitado pela acolhida dos índios
tupiniquins, pôde expandir o povoamento em direção ao interior com o nascimento de núcleos, como Santo
Amaro e Santa Cruz. Essa harmonia foi quebrada em 1550 quando morreu Tourinho, e seu filho, Fernão,
mostrou-se incompetente e despertou a fúria dos índios aimorés. A irmã de Fernão, Isabel, vendeu os
direitos da capitania ao Duque de Aveiro. A capitania da Bahia possuía habitantes antes da criação das
donatárias; seu capitão, Francisco Pereira Coutinho, transportou-se para ela com colonos em sete navios e
teve o apoio de Diogo Álvares. Foi levantada uma vila, chamada do Pereira (1535). Após os primeiros
momentos de tranquilidade, os abusos dos portugueses provocaram a revolta indígena, e Coutinho e sua
gente morreram nas mãos dos tupinambás. Em 1548, esta capitania reverteu à Coroa. Jorge de Figueiredo
Correa, donatário de Ilhéus, mandou instalar uma povoação com o nome de São Jorge dos ilhéus, mas nunca
pisou em suas terras, deixando a sua administração para o castelhano Francisco Romero. Seus filhos e
herdeiros, Jorge e Jerônimo, venderam-na ao comerciante italiano radicado em Lisboa, Lucas Giraldes.
Duas capitanias, a de Pernambuco, de Duarte Coelho, e a de São Vicente, de Martim Afonso (que
não mais retornou ao Brasil), prosperaram, tendo em vista o êxito da plantação de cana e a aliança com os
índios locais. Engenhos moíam a cana, e o português ia substituindo a simples exploração do pau-brasil
pela produção açucareira. Duarte Coelho fundou, na sua capitania, a vila de Olinda, em 9 de março de 1535,
recebendo muitos colonos do reino e de outras capitanias; Recife, à beira d'água, nasceu no ano seguinte.
Na de São Vicente, Braz Cubas deu início ao povoado de Santos (1545) que se desenvolveu com rapidez.
Alguns estrangeiros (os Adorno de Gênova e os Schetz da Holanda) contribuíram para o progresso da
capitania. Um engenho, chamado de São Jorge dos Erasmos, foi o primeiro existente. Enfrentaram, também,
as suas dificuldades: a primeira, o ataque a Igaraçú pelos índios, descrito por Hans Staden, e a segunda, a
desconhecida "guerra do Iguape", motivada pelo Bacharel de Cananéia e espanhóis de Ruy Mosqueira,
foragido da expedição de Caboto, que naquele local passaram a residir (1534), expulsos todos pela gente
de São Vicente. Seus habitantes compreenderam a necessidade de organizarem uma defesa; seguindo o
modelo português, a ordenança foi formada em 9 de setembro de 1542, integrada por portugueses e
tupiniquins amigos. Nesse mesmo ano, a primitiva vila mudou-se para terra firme.
Durante 15 anos uma nova paisagem se criara. Onde antes existiam matas e algumas feitorias para
arrecadação do pau-brasil, agora frutificavam povoados e vilas. Em 1539, Belchior Camacho recebeu em
capitania a ilha da Trindade.
Apesar de iniciado o povoamento, os corsários não tinham desistido do Brasil, edificando feitorias
nos locais abandonados pelos portugueses. Em muitos pontos, como o êxito da colonização dependia de se
organizar a luta contra os indígenas a fim de permitir o desenvolvimento da agricultura. Esses fatos e mais
a decadência do comércio com as Índias levaram o Rei D. João III ao estabelecimento de uma administração
centralizada na terra do Brasil.

2.4) A Centralização do Governo:


Diante das dificuldades existentes, os donatários e vários colonos apelaram ao rei, pedindo o seu
auxílio. D. João resolveu atendê-los, dando um corretivo no sistema instituído, sem, contudo, modificá-lo.
Encarregou D. Antônio de Ataíde, Conde da Castanheira, de organizar uma regulamentação que,
aprovada a 17 de dezembro de 1548, criava um governo no Brasil, sem extinguir o sistema de Capitanias
Hereditárias, antes, completava-o, centralizando-o. O “Regimento Castanheira” possuía 41 artigos e sete
suplementares regulando as funções do governador.
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Ao governador (que só foi denominado geral depois de 1577) incumbia “dar favor e ajuda as outras
povoações e se ministrar justiça e prover nas cousas que comprirem a meu serviço e aos negócios de minha
fazenda e a bem das partes”. Colocava-se acima dos donatários, pois representava a própria pessoa do rei.
Ficava assim com a alçada judicial, única modificação expressiva na autoridade dos donatários. Estes
continuavam a comandar as forças militares em suas respectivas capitanias; mas o governador detinha a
autoridade militar sobre todo o território brasileiro.
O governador não devia interferir nas capitanias a não ser quando solicitado, para restabelecer a
ordem ou por desrespeito do donatário. Ao governador cabia desenvolver a economia e aumentar a
produção açucareira. O mesmo regimento criava os cargos de ouvidor geral, superior aos magistrados
existentes, provedor-mor da Fazenda, para fiscalizar a arrecadação de impostos de todas as capitanias, e
capitão-mor da Costa, para comandar as operações navais contra invasores. Tais cargos deviam melhor
prover a administração. Finalmente, proibiu a escravização do silvícola, exceto para os que fossem
capturados em "guerra justa".
Para a sede do governo, D. João III
escolheu a Capitania da Bahia,
retomada pela terça (pensão) de
400 mil réis anuais ao filho de
Francisco Pereira Coutinho,
falecido. Surgia, assim, a primeira
Capitania Real ou da Coroa. Ao
mesmo tempo, estabelecia que nela
fosse fundada a primeira cidade,
Salvador, capital da Colônia.

2.5) Os Governadores Gerais:

A) Tomé de Sousa:
O primeiro governador tinha de reunir boas qualidades de administração e comando. A Carta Régia
de 7 de janeiro de 1549 nomeava Tomé de Sousa (primo de Martim Afonso e do Conde da Castanheira)
para exercer o difícil encargo; fidalgo austero, adquirira fama nas guerras da África como militar de valor.
A 29 de março, aportava na vila do Pereira trazendo Pero Góis da Silveira como Capitão-mor da Costa,
Antônio Cardoso de Barros, como Provedor-mor da Fazenda, Pero Borges, Ouvidor-geral, e o Padre
Manoel da Nóbrega, chefiando seis jesuítas, além de colonos, seiscentos soldados, quatrocentos degredados
e operários sob as ordens do mestre Luis Dias.
Escolheu um sítio elevado, em frente à vila do Pereira, e nele ergueu Salvador, que permaneceu a
capital da Colônia por dois séculos. Dedicou os primeiros momentos da sua administração a essa tarefa,
recebendo ajuda de Caramuru, de um castelhano chamado Filipe Guilhem e dos índios tupinambás, aos
quais apavorou com os canhões que trouxera.
Desenvolveu a cultura da cana-de-açúcar, introduziu o gado vindo de Cabo Verde, doou sesmarias,
tendo-se tornado famosa a Casa da Torre de Garcia d'Ávila, que se dedicou à criação extensiva de bovinos.
Organizou uma entrada em busca de metais preciosos, comandada pelo castelhano Francisco Brueza de
Espiãosa, que nada encontrou.

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Tomé de Sousa revelou-se um sábio administrador: a todos cativou, apesar de, algumas vezes, ter
sido muito enérgico. Fez uma viagem demorada pelas capitanias; encantou-se com a beleza selvagem da
Guanabara; admirou o progresso de São Vicente, acabando de erguer a fortaleza da Bertioga; reconheceu a
fundação das vilas de Santos e Santo André de Borda do Campo (08/04/1553), iniciativa de João Ramalho,
e criou a vila de Itanhaém. Durante o seu governo, em 1551, o Papa Júlio III criou o primeiro bispado,
vindo exercer a função D. Pero Fernandes. Os jesuítas iniciaram a catequese e o ensino, tendo sido fundado
o colégio da Bahia, ao lado da igreja da Ajuda, por eles construída. Em 1551, diversas moças órfãs
chegaram a Salvador.
Entregou a administração ao seu sucessor, em 13 de julho de 1553. Por essa época, esteve Hans
Staden, pela segunda vez, em terras brasileiras, Embarcado na armada de Diego de Senabria que se dirigia
ao Prata, naufragou, sendo acolhido em São Vicente na casa de seu patrício Heliodoro Eoban. Foi
contratado para servir na Bertioga, mas se descuidou e caiu prisioneiro dos indígenas. Outro alemão, Uirich
Schmidel, natural de Straubing, acompanhou D. Pedro de Mendonça ao rio da Prata, aventurando-se,
depois, em nossas terras, atingindo São Vicente em junho de 1553, deixando interessante relato muito
elucidativo desta fase de nossa história.

B) Duarte da Costa:
Para substituir Tomé de Sousa, o rei escolheu Duarte da Costa, Armeiro-mor do reino, nomeado a
1º de março, mas só a 13 de julho de 1553 chegava a Salvador, trazendo 260 pessoas, entre as quais estava
um filho seu, Álvaro, herói das lutas nas Índias, e o jesuíta Luis da Grã, com alguns padres e o irmão José
de Anchieta.
Talvez animado de bons desejos, Duarte da Costa não pôde demonstrá-los. Faltava-lhe a prática do
mando e a experiência da guerra. O seu governo foi logo agitado pelo desentendimento entre seu filho, mais
liberal, e o bispo, intransigente. A população dividiu-se, prejudicando a administração, diminuindo a
autoridade do governador. O rei chamou o bispo a Lisboa, a fim de pessoalmente lhe relatar os
acontecimentos. Embarcou no navio N. S da Ajuda, e, quando este passou nos Baixios de D. Rodrigo,
naufragou; apanhado pelos caetés (onde hoje é a praia do Francês, Maceió, Alagoas), junto com os 95 que
se salvaram, sofreu suplício, a 15 de junho de 1556, em ritual mágico-religioso (escaparam um português,
"língua", e dois escravos índios, portadores das notícias). A atitude dos caetés valeu-lhes represália
implacável e uma mudança política em face das populações indígenas.
Difícil, hoje, concluir quem estava com a razão; contudo, sem o concurso de D. Álvaro, os indígenas
não seriam expulsos do Recôncavo (1555).
A 25 de janeiro de 1554, os jesuítas, tendo à frente Nóbrega, Provincial da Companhia, fundavam
o Colégio dos Meninos de São Paulo, em Piratininga, origem da cidade de São Paulo.
Sem que Duarte da Costa pudesse impedir, os franceses, comandados por Nicolau Durand de
Villegagnon, instalavam-se, em 1555, na Baía de Guanabara. Amargurou-o a impossibilidade de reagir,
bem como a morte do rei D. João III, seu protetor (11/06/1557); na vila do Pereira, morria Diogo Álvares,
o Caramuru. Duarte da Costa terminou o seu governo (1558) enfrentando revoltas indígenas em
Pernambuco, no Espírito Santo, em Porto Seguro, bem como, no sul, os tamoios, liderados pelo feroz
Cunhambeba, ameaçaram os colonos.

C) Men de Sá:
Para substituir Duarte da Costa, o Rei D. João III escolheu um homem (Carta régia de 23/07/1556)
considerado virtuoso e de grande cultura jurídica (era desembargador da Casa de Suplicação e irmão do
poeta Francisco Sá de Miranda). Men de Sá aportou em Salvador a 28 de dezembro de 1557 (mas só
assumiu o cargo a 3 de janeiro), sabendo que teria dois problemas graves a enfrentar: pacificar a população
da capital, agitada com os eventos do governo anterior, e expulsar os franceses da Guanabara.
Começou por adotar diversas medidas repressivas contra os abusos do povo, especialmente o jogo.
Desenvolveu a agricultura da cana-de-açúcar, em parte negligenciada. Construiu um engenho real, a fim de
atender aos lavradores mais modestos. Incentivou a formação de aldeamentos indígenas, proibindo que se
dessem aguardente e armas aos índios. Combateu os goitacás (do Espírito Santo), que se submeteram após
vários combates (sendo mais importante a batalha dos Nadadores), num dos quais faleceu seu filho Fernão.
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Ao mesmo tempo, Vasco Rodrigues Caldas reduziu à obediência as tribos do Rio Paraguaçu, e Braz Fragoso
amansou os aimorés. Organizou duas entradas, confiando uma à direção de Vasco Rodrigues Caldas (1561)
e outra a Martim Carvalho (1568).
Os caetés, declarados "fora da lei", acabaram desaparecendo, vítimas da “Guerra Justa”. E muitos
outros índios também sucumbiram em decorrência da epidemia de varíola, que, trazida por embarcadiços
portugueses, alastrou-se entre as povoações do litoral e interior próximo.
Men de Sá chefiou uma expedição contra os franceses alojados na Baía de Guanabara; em virtude
de persistirem esses estrangeiros na mesma região, a metrópole enviou reforços, sob o comando de Estácio
de Sá, que trazia instruções para fundar um núcleo português, a cidade de São Sebastião, na área cobiçada
pelos franceses, o que foi executado em 1º de março de 1565. Permaneceram em lutas intermitentes cerca
de dois anos. Men de Sá resolveu, então, retornar à Guanabara, em 1567, participando da expulsão dos
franceses e transferindo a cidade para local mais adequado, visando ao seu desenvolvimento.

2.6) A Sucessão de Men de Sá:


A tarefa de Men de Sá estava cumprida, e ele pediu que o substituíssem. Estava velho, enfermo e
saudoso da pátria. Numa carta desabafava: "... não parece justo que por servir bem, a paga seja terem-me
degredado em terra de que tão pouco fundamento se faz".
Em 1570, o Rei D. Sebastião (governando desde 1568) designou D. Luiz Fernandes de Vasconcelos.
Este, porém, não chegou ao Brasil. Suas seis naus, com colonos e 40 jesuítas, chefiados pelo Padre Inácio
de Azevedo, foram atacadas por piratas franceses sob o comando de Jacques Sore (13/09/1571), na altura
das Canárias. Conseguiu, o futuro governador, escapar (o mesmo não acontecendo com parte dos jesuítas
atirados ao mar), tomando a direção das Antilhas, rumando, em seguida, para os Açores. Com alguns
reforços, dirigiu-se novamente para o Brasil, encontrando-se no caminho com outro pirata francês, Jean
Capdeville. O governador morreu no combate que se travou, bem como outros portugueses, sendo
martirizados os jesuítas, em número de 13, que ainda restavam. Esses jesuítas foram todos beatificados com
o título de “Os 40 Mártires do Brasil”.
Men de Sá prosseguiu governando, não mais contando com um auxiliar valioso: o Padre Manoel da
Nóbrega falecia no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1570.
Em 2 de março de 1572, morria Men de Sá em Salvador, deixando apreciável fortuna pessoal e rica
em paz a terra que por tanto tempo governara. Foi sepultado na igreja dos padres da Companhia de Jesus.
O Ouvidor-geral, Fernão da Silva, passou a responder interinamente. A vastidão territorial da
Colônia levou o governo português a uma nova experiência para melhor administrar. Assim, por ato de 10
de dezembro de 1572, o Brasil foi dividido em duas partes: o norte, com capital em Salvador, e estendendo-
se até o Porto Seguro, e o sul, tendo por sede o Rio de Janeiro.
Recebeu o governo do norte Luis de Brito e Almeida, ficando com o do sul Antônio Salema, ambos
experimentados na administração. Luis de Brito preocupou-se com a exploração do interior, organizando
diversas entradas com o objetivo de encontrar riquezas. Valeu-se de Sebastião Fernandes Tourinho, que
subiu o Rio Doce, e de Antônio Dias Adorno, que entrou pelo Rio Caravelas. Nada, porém, descobriram.
Os metais continuavam escondidos, desafiando a argúcia e o apetite dos colonizadores. Lutou contra os
potiguares de Itamaracá, com pouco êxito. Iniciou, também, a conquista de Sergipe, obtendo resultados
negativos, como antes já ocorrera com Garcia d'Ávila. Antônio Salema expulsou os franceses de Cabo Frio,
numa audaz expedição de quatrocentos homens e setecentos índios, ao mesmo tempo em que submeteu os
tamoios. Isso permitiu a tranquilidade para a população carioca,
Por regresso ao reino de Antônio Salema (1577), Luis de Brito assumiu o governo voltando-se à
administração unificada, por Alvará de 12/04/1577, nomeado, nessa mesma data, Lourenço da Veiga. Foi
então, por isso, denominado de Governo Geral.
Luis de Brito exerceu o governo por mais alguns meses, passando-o a 1º de janeiro de 1578, Durante
a administração de Lourenço da Veiga houve tentativas de conquista da Paraíba e verificou-se a União
Ibérica. Veiga faleceu em Salvador, a 04/06/1581.

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2.7) A União Ibérica (1580 – 1640):


O rei D. Sebastião (1557 a 1578), que substituía seu avô D. João III (que nove filhos tivera sem que
algum tenha sobrevivido) aos três anos de idade, representou para os portugueses uma esperança. O
monarca, envolvido por uma educação anacrônica, acalentou a conquista do Marrocos. Seus conselheiros
tentaram, em vão, demovê-lo. O jovem rei arregimentou voluntários, alugou mercenários em Flandres,
obteve homens da Espanha, sob o comando do Coronel Alonso Aguilar. Aprestou, assim, um exército de
18 mil homens que, sem algum preparo militar, desembarcava em Tânger, na África. Caminharam a pé até
Larache, seu objetivo. Contra eles Mulei Abdel-Malek reuniu grandes forças e os cercou em Kar-el-Kebir
(Alcazer-Quebir) a 04/08/1578. A luta foi sangrenta, e o rei sucumbiu com o seu exército.
Portugal ficava sem a O Cardeal de 66 anos
sua mocidade, sem conseguiu governar
dinheiro, sem o seu rei e Portugal durante dois
sem a vitória para anos, cercado de gente
compensar tão grandes malévola e
perdas. O único possível inescrupulosa. Morreu
herdeiro de D. Sebastião sem indicar um
era seu tio-avô, o cardeal sucessor, extinguindo-
D. Henrique, que dos 13 se com ele a dinastia
filhos de D. Manuel I o de Avis (31/01/1580).
único que ainda estava
vivo.
Declarada a vacância do trono, diversos pretendentes apareceram, emergindo três candidatos com
possibilidades concretas, por serem netos do Rei D. Manuel I: D. Catarina, Duquesa de Bragança, filha de
D. Duarte I, Duque de Guimarães; D. Antônio, Prior do Crato (isto é, chefe do ramo português da Ordem
de Malta), filho de D. Luís, Duque de Beja; e Filipe II, que reinava na Espanha, filho de D. Isabel.
As pretensões da duquesa se esmaeceram, preferindo o povo a D. Antônio; mas este tinha contra si
ser filho natural de mãe judia, pois D. Violante Gomes era uma cristã-nova. Venceu o rei da Espanha,
inicialmente corrompendo com ouro a nobreza portuguesa e, depois, com um rápido argumento: um
exército de 25 mil infantes invadiu o reino luso sob o comando do Duque d'Alba.
Aclamado em Santarém, aceito na capital, D. Antônio, que chegou a ter um curto reinado de um
mês, esboçou uma fraca reação, com forças minguadas e irregulares, no encontro da Ponte de Alcântara.
D. Antônio perdia e fugia para os Açores. A 16 de abril de 1581, as Cortes reunidas em Tomar reconheceram
Filipe II (de Espanha), rei de Portugal, com o título de Filipe I (em Portugal). Abria-se uma nova fase
histórica, comumente denominada de DOMNIO ESPANHOL. Na verdade, a designação é imprópria, uma
vez que existiu, apenas, uma UNIÃO REAL ou UNIÂO IBÈRICA, não se concretizando a anexação de
Portugal à Espanha.
Dos Açores, D. Antônio tentou uma
reação. Pediu auxílio à rainha-mãe de França,
Catarina de Médicis, que lhe enviou o primo,
Filipe Strozzi, conhecido nauta florentino, com
50 navios. O prêmio para essa ajuda francesa
era a parte sul do Brasil, sempre cobiçada pela
França. O mesmo florentino rondou, com três
navios, o Rio de Janeiro: portava o título de
vice-rei ... mas não conseguiu apoderar-se da
cidade graças à habilidade da mulher do
governador, Salvador Correia de Sá, ausente na
ocasião. De Sevilha e Lisboa, lançou-se ao seu
encontro D. Álvaro de Bazán, Marquês de
Santa Cruz, com 34 galeões.
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A batalha ocorreu perto da Ilha Terceira (25/06/1582), com a derrota de D. Antônio e a morte de
Strozzi e de D. Francisco Portugal, ativo auxiliar do Prior do Crato. O Brasil seria mesmo da Espanha, por
algum tempo.
A promessa de Filipe II (de Espanha) de preservar relativa autonomia de Portugal e manter suas
colônias sem submetê-las à Espanha, garantiu à colônia portuguesa na América poucas mudanças políticas
significativas. Houve apenas substituição da metrópole que exercia o monopólio comercial e o controle
administrativo. No entanto, o domínio espanhol acabou por abolir, na prática, as determinações do tratado
de Tordesilhas, o que favoreceu o avanço dos colonos portugueses em direção ao interior, permitindo a
expansão do território, estimulada principalmente pela busca de metais preciosos.
Como se pode constatar, durante a União Ibérica, o Brasil teve governantes exclusivamente
portugueses. Contudo, uma nova paisagem se criara como consequência do período dos “Filipes”: o
Nordeste e o Norte integravam-se ao território luso; a penetração para o interior se intensificara; criou-se
um intercâmbio comercial no Cone Sul com os centros espanhóis localizados no Rio da Prata; nasceram
diversos povoados e vilas; e expeliram-se os estrangeiros em quase todos os pontos litorâneos que tentaram
se estabelecer.

2.8) A Restauração em Portugal:


O domínio dos Filipes reduzira, gradualmente, Portugal à miséria. Conduzido pelo Conde-duque de
Olivares, mantinha-se dócil província de Espanha. A cobrança do imposto extraordinário de quinhentos mil
cruzados fez explodir tumultos populares em Évora que se alastraram no Alentejo e Algarve, passando ao
Minho, atingindo o Porto e Lisboa. Tropas espanholas investiram sobre terras lusas cometendo os mais
reprováveis atropelos.
O envolvimento da Espanha em diversos conflitos militares na Europa, porém, pôs seus inimigos
contra a colônia portuguesa. Inglaterra, França e Países Baixos realizaram várias invasões ao território da
colônia. Isso enfraqueceu a economia lusitana, acarretando um movimento pela restauração da autonomia.
Uma revolução na Catalunha, tendo por fulcro Barcelona, ajudou os portugueses. Em 1639,
começou a fervilhar uma conspiração que encontrou apoio na nobreza e no clero, em especial os jesuítas.
O povo aceitou satisfeito, pois jamais compactuara com o domínio espanhol.
Depois de alguns momentos de indecisão, o Duque de Bragança foi aclamado rei, em 1º de
dezembro de 1640, com o nome de D. João IV, após uma rebelião vitoriosa em Lisboa. Os restauradores
só se libertaram do domínio inaugurando o governo da dinastia de Bragança.
Para combater as dificuldades econômicas herdadas do período anterior, o novo monarca
intensificou a exploração e reforçou a administração colonial, criando o Conselho Ultramarino. A
centralização política colonial e a rigidez fiscalizadora da metrópole intensificaram-se com a ampliação dos
poderes administrativos dos governos-gerais, que subordinaram colonos e donatários, e a eliminação
progressiva das capitanias particulares. Os inúmeros choques entre a Coroa e os interesses locais semearam
as primeiras manifestações contra a autoridade metropolitana.

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O Brasil recebeu com alegria as notícias da restauração do governo em Portugal em fevereiro de
1641. O Marquês de Montalvão tratou de reconhecer o novo monarca (embarcando as poucas tropas
espanholas e napolitanas existentes), o mesmo fazendo Salvador Correia de Sá e Benevides no Rio de
Janeiro. Em São Paulo, a aclamação de Amador Bueno 5 não tem maior expressão: ela reflete as ligações
da capitania com as terras platinas.

2.9) As Invasões do Território Português Brasileiro:

A) Os Franceses:
Durante o século XVI, os corsários franceses frequentavam o litoral brasileiro, retirando o
ibirapitanga nativo (pau-brasil), atividade que se mostrava cada vez mais arriscada, tendo em vista o
progresso da colonização portuguesa. Melhor seria empenharem-se na fundação de um núcleo permanente.
A França vivia dias agitados; católicos e calvinistas (huguenotes) não se entendiam, e a intolerância desses
grupos antagônicos provocava distúrbios políticos. Uma colônia na América serviria de refúgio a todos que
desejassem viver e prosperar em paz. Constituíram, estas, as razões que nortearam a criação da França
Antártica.

A.1) A França Antártica:


Henrique II, reinando na França, resolveu enviar às terras brasileiras o piloto e cartógrafo do Havre,
Le Testu, com o objetivo de colher informações sobre a costa. Essa viagem, ocorrida em 1551, teve a
duração de seis meses. Le Testu confeccionou 56 portulanos (cartas náuticas primitivas).
Concebeu a expedição colonizadora o Vice-Almirante da Bretanha (cargo político e não militar).
Nicolas Durand de Villegagnon, cavaleiro de Malta, senhor de Tercy, Marquês de Villegagnon e
personagem de destaque na corte francesa. Com habilidade, despertou o interesse do cardeal de Lorena,
acenando-lhe com a difusão do catolicismo, e do Almirante Gaspard de Coligny, simpático à Reforma
Protestante, possuidor de valimento junto ao rei Henrique II. Uma viagem exploratória foi realizada por
Villegagnon ao Brasil (com um ou dois navios), tendo os franceses visitado a área de Cabo Frio e
adjacências. Villegagnon concluiu ser a Guanabara o melhor sítio para instalar a sua colônia. Ao retornar
para a França, conseguiu a aprovação de seu plano e a dotação de dez mil francos.
Com dois navios de 200t e um menor para carga e quatrocentos homens, católicos e huguenotes da
ralé de Paris e Rouen, a expedição largou do Havre em agosto de 1555 e entrou na Baía de Guanabara a lº
de novembro do mesmo ano, instalando-se numa ilha que os índios chamavam de Serigipe (hoje
Villegagnon, onde funciona a Escola Naval). Todos ajudaram a levantar um forte, que tomou o nome de
Coligny, para servir de abrigo e defesa da posição.

5
O primeiro fato histórico significativo e pitoresco do Brasil se deu por ocasião da proclamação do paulistano Amador
Bueno de Ribeira como rei de São Paulo. Após a separação das coroas lusa e espanhola, e iniciada a restauração
do Reino de Portugal, em 1640, parte da população da cidade, em geral de origem espanhola, decide proclamar rei
um de seus filhos mais ilustres. Alguns desejavam continuar fiéis ao reino de Castela, pois acreditavam que em
breve estariam de novo sob sua autoridade. Mas, para não dar mostras de seu intento, esse grupo dizia apenas
proclamar um filho de São Paulo como seu rei. Amador Bueno, entretanto, consciencioso e percebendo a artimanha
das famílias espanholas, declinou o convite. Porém, chegaram a jurá-lo de morte, caso ele não aceitasse a coroa
paulistana. Ele, então, já seguido pelos gritos de muitos, refugia-se no Mosteiro de São Bento. O Abade e a
comunidade monástica saíram para deter a multidão, que logo se conteve em respeito aos religiosos. Bastava gritar
ao lado de fora do mosteiro sua aclamação. Aos poucos, os religiosos foram convencendo a população da falacidade
o intento, até acalmarem-se e desistirem de vez do que planejavam fazer.

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Villegagnon desenvolveu uma grande atividade. Impôs uma


disciplina férrea entre os colonos que, por isso, passaram a
detestá-lo, urdindo mesmo uma conspiração para matá-lo que,
descoberta, levou à morte na forca dos dois responsáveis.
Conseguiu, porém, o chefe francês o desenvolvimento da colônia,
a implantação de uma agricultura e a amizade dos índios tamoios
(que o chamaram de Paicolás), por ele cativados com astúcia.
Em 1557, chegou à Guanabara Bois-le-Comte, sobrinho de
Villegagnon, com três navios, neles embarcados trezentos
colonos, cinco mulheres e teólogos calvinistas (Pierre Richer e
Guillaume Chartier), provocando muitas discussões, bem ao sabor
da época. Alguns insatisfeitos preferiram retirar-se do forte,
estabelecendo-se na Carioca, construindo, ao lado, uma olaria: 1ª
Briqueterie. Outros se embrenharam pelas matas.

Desiludido, Villegagnon retornou à Europa (em 1559), prometendo voltar, o que nunca cumpriu,
ganhando, assim, dos calvinistas, o apelido de “Caim da América”. Conseguiu, no entanto, uma indenização
por parte do governo português e, do governo francês, uma carta de corso contra os portugueses; mas não
a usou, preferindo negociá-la com Portugal, recebendo a soma de trinta mil ducados.
O Governador Men de Sá encontrava-se em Ilhéus quando recebeu notícias dos franceses por um
que desertara: Jean de Coynta, senhor de Bouléz, que, em troca da liberdade, lhe forneceu as informações
que precisava sobre a posição militar de seus patrícios e do Forte de Coligny.
A situação não permitia delongas; os jesuítas aconselhavam a fundação de um núcleo na Guanabara:
Nóbrega, em carta de 2 de setembro de 1557 ao padre Miguel de Torres, em São Vicente, afirmava esse
ponto de vista, "como sempre se desejou".
Chegados, enfim, os reforços tão insistentemente pedidos, a 30 de novembro de 1559, chefiados por
Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha, Men de Sá reuniu mais homens, em duas naus e três navios menores,
e dirigiu-se para a Guanabara. O ataque ao Forte de Coligny verificou-se a 15 de março de 1560; resistiram
os intrusos por dois dias. Orientados por Bouléz, dois portugueses (Manoel Coutinho e Afonso Martins
Diabo) conseguiram entrar no forte e explodir seu paiol de pólvora, causando grande confusão. Os franceses
se retiraram escondendo-se nos matos próximos, com a ajuda dos tamoios; 74 renderam-se, Esse combate
é historiado em carta do padre Nóbrega, que o assistiu, datada de 01/06/1560, ao Cardeal D. Henrique.
Men de Sá limitou-se a arrasar o forte. Não dispunha de gente nem meios para criar um núcleo de
povoamento permanente, o que seria aconselhável. Da Guanabara, dirigiu-se a São Vicente e, depois, para
Salvador. No Espírito Santo, aceitou a renúncia do donatário Vasco Fernandes, nomeando Belchior de
Azevedo para administrar a região. Bouléz ficou em São Vicente, mas, hostilizado pelos habitantes, foi
remetido para Salvador onde enfrentou processo como herege e mandado, em seguida, preso para a
Inquisição de Lisboa onde foi desterrado para a Índia.
Os franceses, orientados pelos tamoios, tomaram novas posições na Ilha de Paranapuan (hoje
Governador). Insuflando os indígenas, conseguiram que o chefe Cunhambeba os reunisse para o ataque a
São Vicente e ao Colégio dos Meninos de São Paulo. Compreendendo o perigo que se avizinhava das
povoações portuguesas, o padre Manoel da Nóbrega e o irmão José de Anchieta entrevistaram-se com os
chefes indígenas. Duraram cinco meses as negociações, três dos quais Anchieta ficou como refém (quando
então compôs o poema à Virgem), terminando com o armistício de Iperoig (próximo de Ubatuba): os
portugueses não mais seriam atacados (14/09/1563).
Da terra do Brasil não cessavam de chegar a Lisboa pedidos no sentido de se fundar uma povoação
no Rio de Janeiro. Constitui documento valioso a carta de Brás Cubas a D. Sebastião de 25 de abril de 1562.

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O Governador Men de Sá confiou a Estácio de Sá (seu sobrinho) a delicada tarefa de obter, na Corte,
novos recursos contra os franceses e a licença para a fundação de uma cidade.
A metrópole, compreendendo o perigo que representavam os franceses na Guanabara, resolvia
enviar reforços sob o comando de Estácio de Sá, igualmente incumbido de fundar uma cidade, ponto de
apoio para garantir o êxito da empresa.
Com seis caravelas e duzentos homens, Estácio de Sá aportou em Salvador no dia 1º de maio de
1563, onde obteve alguns voluntários. Logo, iniciou viagem para o sul, passando no Espírito Santo, ali
apanhando o chefe Araribóia e seus temiminós, que se incorporaram à expedição com a finalidade de se
vingarem dos tamoios. Estácio de Sá entrou na Guanabara, apresou uma nau francesa, tendo permanecido
por dois meses observando as posições (janeiro/fevereiro de 1564). Seguiu, depois, para São Vicente, onde
passou o resto do ano em preparativos. No princípio do ano de 1565, reuniu todos e, a 1º de março, chegou
ao Rio de Janeiro, desembarcando em ponto estratégico previamente escolhido (hoje é a praça de esportes
da Escola de Educação Física do Exército, na Urca), fundando, assim, a cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro. Ergueram-se casas rústicas em torno do marco da fundação, cercadas por um muro artilhado de
madeira e barro; no centro instalaram a câmara e cadeia, a casa do governador e a capela, sob a orientação
do Padre Gonçalo de Oliveira e do irmão Anchieta, abrigando a estátua do Padroeiro. Nada de grandioso,
apenas um estabelecimento militar. Os primeiros funcionários receberam suas incumbências.
Durante dois anos, ficaram portugueses e franceses em luta, sem haver, contudo, um encontro
aberto. Famoso ficou o Combate das Canoas, durante o qual se diz ter aparecido o próprio São Sebastião
em auxílio dos lusos.
Instado por Anchieta que, passando pelo Rio de Janeiro, observara quão frágil era a posição dos
portugueses, resolveu o governador dar uma ajuda pessoal. Aproveitando estar no porto de Salvador a
esquadra (três galeões) de Cristóvão de Barros, nela embarcou-se, acompanhado do bispo D. Pero Leitão,
do padre Inácio de Azevedo (visitador da Companhia) e de muitos voluntários. Chegaram ao Rio a 18 de
janeiro de 1567. Acertaram iniciar o ataque a 20, dia do Santo Guerreiro, protetor da cidade e do Exército
de Portugal. Em Uruçu-Mirim (hoje Glória/Flamengo), os franceses perderam heroicamente. Alvejado no
olho por uma seta ervada, Estácio de Sá entrou em agonia, morrendo um mês depois. A raridade de
documentos não nos permite hoje conhecer esse personagem; situa-se entre os muitos jovens idealistas que
Portugal produziu, plasmando com sua presença os instantes decisivos do nascimento da cidade (a Igreja
de S. Sebastião guarda seus restos mortais). Seguiu-se o ataque ao reduto de Paranapuan (hoje Ilha do
Governador), com dois dias de duração.
Expulsos os estrangeiros, resolveu o Governador Men de Sá garantir a posse da região contra outros
ataques. Assim, no primeiro dia de março de 1567, transferiu a cidade para o Morro do Descanso, depois
chamado do Castelo (já demolido), porque todo o conjunto lembrava um castelo medieval, excelente sob o
ponto de vista estratégico e livre dos ares pouco salubres da baixada. Nomeando seu sobrinho Salvador
Correa de Sá (04/03/1568) para o governo da cidade, rumou satisfeito para o norte. Para Araribóia deu
terras onde hoje é o Rio Comprido: em 1573, o chefe índio mudou-se, com sua gente, para o lado oposto
da baía, conhecido por Praia Grande, fundando o aldeamento de São Lourenço, que deu origem a Niterói
(= água escondida). Toda a região foi erigida em capitania da Coroa, a segunda portanto. Apesar de
pertencer a Martim Afonso de Sousa, que ainda vivia, por ele não foi reclamada.
Os corsários franceses fixaram-se, então, em Cabo Frio. E não tardaram em investir sobre a
desguarnecida cidade do Rio de Janeiro. Em 18 de maio de 1568, surpreenderam os seus habitantes
entrando, de imprevisto, na baía com quatro naus, oito lanchas e várias canoas e se prepararam para o ataque
à taba de Araribóia que ainda não se havia transferido para a Praia Grande. Contando com pequeno reforço
(35 homens) enviado pelo Governador Salvador Correa de Sá, Araribóia optou por desferir um ataque de
surpresa. O êxito obtido foi notável: em pouco tempo os invasores partiram confusos e envergonhados.
Os habitantes da cidade, animados por essa vitória, resolveram persegui-los. Embarcaram em canoas
e, a 8 de junho, avistaram o reduto francês em Cabo Frio, protegido por uma nau de 200t. Iniciou-se o
combate que pendeu para os lusos após a morte do comandante francês atingido na viseira de sua armadura
por certeira flecha. A nau, abordada em seguida, caiu em mãos portuguesas; conduzida para o Rio de
Janeiro, teve a artilharia aproveitada para as defesas da cidade.

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No segundo governo de Salvador Correa (1577 a 1598), o Rio de Janeiro sofreu outra incursão de
franceses como resultado da ajuda que a Rainha Catarina de Médicis prestou a D. Antônio, Prior do Crato,
a fim de que este pudesse obter o trono português vago com a morte do Cardeal D. Henrique em 1580. O
florentino Filippe Strozzi, primo da rainha, recebeu o título de vice-rei do Brasil e se apressou em vir
apoderar-se do Rio de Janeiro. Três naus apresentaram-se à entrada da Baía de Guanabara (1583). O
governador achava-se ausente; mas a população, liderada por sua mulher, D. Inês, acendeu fogueiras e
iludiu os intrusos com falsos movimentos que deram a impressão de grande número de pessoas. O ataque
não chegou a se consumar.
Poidemil de Soson, capitão da nau Le Volant, guarnecida de 116 homens, aportou (1595) em Sergipe
no desejo de retirar madeira; capturados por Diogo de Quadros, foram na condição de prisioneiros para
Salvador, morrendo todos enforcados. No mesmo ano, Elisee de La Tramblade, capitão da nau Le Saige,
com 75 homens, visava igualmente ao comércio do pau-brasil; o Governador D. Francisco de Sousa, que
os capturou, concedeu-lhes a liberdade. Ainda no mesmo ano, outros franceses desembarcaram em Ilhéus,
afugentando os moradores e procuraram saquear as casas; alguns poucos destemidos, liderados pelo mestiço
Antônio Fernandes, alcunhado de Catucadas, organizaram-se e revidaram contra os intrusos, logrando
eliminar vários, inclusive o chefe, motivo pelo qual os gauleses se retiraram.
Entre 15 e 18 de agosto de 1597, uma armada francesa, composta de 13 navios, investiu sobre o
Forte do Cabedelo, na Paraíba; o comandante, contando com 20 homens e cinco peças de artilharia, resistiu,
morrendo heroicamente. Os franceses retiraram-se para o norte.
Para os franceses seria mais seguro o estabelecimento de uma empresa definitiva onde lançariam as
bases de uma ocupação permanente. A costa equinocial do Brasil servia aos seus intentos.

A.2) A França Equinocial:


Entre 1596 e 1597, o Capitão Jean Guerard, de Dieppe, andou explorando a costa norte. É quase
certo que outros marujos franceses comerciaram com os tupinambás. Acredita-se que em 1594, Jacques
Riffault, bom conhecedor desta costa norte do Brasil, imaginou criar uma colônia na região que permanecia
abandonada. Regressando ao seu país, Riffault cativou um gentil-homem de Saint Maure de Touraine,
chamado Charles des Vaux com o projeto de um estabelecimento duradouro no Maranhão. Armaram três
navios e partiram em 15 de março de 1594, mas acabaram perdendo um deles em frente à Ilha Upaomeri
(depois batizada de São Luís). Os franceses deixaram-se ficar nela, misturando-se aos gentios, obtendo a
sua estima. Desgostoso com seus companheiros, Riffault, reduzido a um único navio, retornou à França
deixando ainda vários colonos sob a orientação de Charles des Vaux. Depois de alguns anos aproveitando
um dos navios de Dieppe, des Vaux conseguiu regressar à Europa e procurou interessar a Corte francesa
no sentido de erguer uma colônia naquelas paragens.
O Rei Henri IV determinou a Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, de seguir para o
Maranhão para assegurar-se do que dizia des Vaux. La Ravardière deixou Cancale em 12 de janeiro de
1604 regressando em agosto. E, com o posto de Vice-Almirante da Costa do Brasil, velejou, outra vez, para
a América, em 1607, estando entre os seus tripulantes des Vaux. Após 18 meses, retornou à França
acreditando ser possível a colonização francesa na costa equinocial.
O assassinato do rei Henri IV (14/05/1610) impediu um apoio oficial e rápido. Parece que La
Ravardière se entusiasmou com as possibilidades da região. Mas a empresa exigia dinheiro. Depois de
alguns meses, La Ravardière obteve o amparo de François de Rasilly, senhor de Aumelles, que obteve os
bons ofícios do Conde de Soissons, Charles de Bourbon, príncipe de sangue, bem como do banqueiro
Nicolas de Harlay de Sancy, Barão de Bolle e de Gros-Boís. Em 1612, concluíam-se os aprestos da
expedição. Em três navios (Régent, Charlotte e Sainte Anne), Daniel de La Touche embarcou colonos,
soldados, fidalgos e quatro padres capuchinhos.
Partiram de Cancale a 19 de março de 1612; passaram por Fernando de Noronha, costearam o
Nordeste e, a 26 de julho, aportaram à ilha do Maranhão. A 6 de agosto começaram a erguer um povoado
fortificado, com a ajuda indígena, inaugurando-o no primeiro dia de novembro de 1612, com o nome de
São Luís.
Na verdade, os franceses não alcançaram as riquezas prometidas nem encontraram metais e pedras
com os quais sonhavam. Doenças e dificuldades várias geraram descontentamentos, diante das regras
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estabelecidas pelos chefes, em observância aos desejos dos padres capuchos. A ausência da continuidade
do amparo oficial contribuiu para o desânimo geral, apesar de Rasilly, que retornou à França em 7 de
dezembro, ter pelejado pela empresa do Maranhão, conduzindo consigo alguns índios que receberam
batismo diante de Luís XIII. A ajuda que recebeu, de seis mil escudos, da rainha-mãe serviu apenas para
armar de novo o Régent e fazê-lo retornar ao Maranhão com alguns reforços (15/07/1614) e transportando
dez padres capuchinhos sob o comando do padre Archange Pembroke.
Sabedores, os portugueses, desse estabelecimento francês, procuraram logo eliminá-lo antes que
aumentasse. O Governador Gaspar de Sousa organizou uma expedição com oito navios e a confiou a
Jerônimo de Albuquerque – brasileiro nato, que por sua condição é considerado o primeiro brasileiro a
comandar uma força naval –, neto do tuxaua Arcoverde, tendo como segundo o Sargento-mor Diogo de
Campos Moreno (que, em 1615, escreveu Jornada do Maranhão); a esta expedição agregou-se Martim
Soares Moreno quando passou pelo Ceará. Nessa região, em Jericoacoara, construíram um forte costeiro
(N. S. do Rosário) e exploraram a terra e a marinha em direção ao Maranhão. Em cumprimento desta
missão, Martim Soares fez-se tanto ao largo com o seu navio que se viu arrastado pelas correntes até as
Antilhas de onde se passou à Europa.
Com segurança, avançou Albuquerque e desembarcou com seus homens em Guaxenduba (hoje
Tajuaba), a 26 de outubro de 1614; construíram um reduto, sob orientação de Francisco de Frias de
Mesquita, e lhe deram o nome de S. Maria; contavam com trezentos soldados e duzentos índios.
Não perderam tempo os franceses em atacá-los, a 11 de novembro, tomando três embarcações e
fazendo prisioneiros, e a 19 (Combate de Guaxenduba) com duzentos homens brancos e 1.500 índios, todos
em sete naus e 46 canoas, combatendo-se com água pela cintura a maior parte desse dia. Ficaram mortos
115 franceses e prisioneiros, nove; Albuquerque teve 11 mortos e 18 feridos, entre estes um filho.
Apesar da superioridade numérica, os franceses sofreram derrota tão grande que La Ravardière
solicitou um armistício (com a intenção de obter reforços na França ou um acordo diplomático), aceito
imprudentemente por Albuquerque, mas que, no entanto, permitiu tempo para se conseguir reforços no
Brasil. Seguiram representantes diplomáticos para as respectivas cortes europeias (Capitão Du Prats e
Gregório de Albuquerque para Paris e Sargento-mor Diogo Moreno e Mathieu Maillard para Lisboa), onde
não despertaram interesse. Albuquerque passou-se para a ilha, nela fundando o Fortim de S. José de Itapari.
Ignorando a autorização do Rei Filipe II permitindo que os franceses permanecessem em terras do
Maranhão, o Governador Gaspar de Sousa determinou que Alexandre de Moura, Capitão-Mor de
Pernambuco, se preparasse para repelir os franceses. O próprio governador deslocou-se para Recife a fim
de, pessoalmente, incentivar os derradeiros aprestos.
Assim, em outubro de 1615, grossos reforços (seiscentos soldados em nove navios) portugueses
aportaram ao Maranhão, chefiados por Alexandre de Moura, que, juntando as suas forças com as de
Jerônimo de Albuquerque, cercou a fortificação francesa (São Luís), guarnecida com duzentos homens e
17 peças de artilharia. Com medo de ser tratado como pirata, o que representaria a forca, La Ravardière
optou pela capitulação firmada no dia 4 de novembro de 1615; no dia imediato, o forte foi entregue aos
portugueses. Os franceses retiraram-se quase todos. La Ravardière e des Vaux foram conduzidos a
Pernambuco e desta capitania para Lisboa, onde permaneceram encarcerados na Torre de Belém, nela
morrendo des Vaux. La Ravardière foi solto após três anos.
Jerônimo de Albuquerque, que apôs ao seu nome o de Maranhão, foi designado governador das
terras conquistadas.

A.3) As Ações de Corsários Franceses no Rio de Janeiro:


Nascera a Cidade do Rio de Janeiro da luta contra os franceses de Villegagnon. Nascera militar.
Encastoara-se numa elevação estratégica, logo conhecida como Morro do Castelo, provendo a sua defesa
na construção de baterias e pequenas fortificações. Eliminado o perigo francês, alijados estes do litoral sul,
pôde os cariocas procurar os terrenos secos da várzea, onde se desenvolveu a cidade durante o século XVII.
Caminhos e ruas se foram formando sem ordem, à medida que as casas iam sendo construídas ou que se
erguiam as igrejas e conventos, maciços trabalhos que até hoje afrontam o tempo. Dedicando-se ao cultivo
da cana-de-açúcar, à pesca da baleia dentro da baía, mas, principalmente, ao comércio, sendo importante o
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de escravos, a população da cidade prosperou e aumentou no decorrer do século XVII, atingindo a casa dos
dez mil. A descoberta do ouro no planalto trouxe a euforia a todos, sacudindo seus moradores da mansa
vida que por mais de cem anos desfrutavam. Trazia notoriedade para a cidade.
E constituiu essa a razão principal que moveu Jean François Duclerc a tentar tomar o Rio de Janeiro
em 1710. A cobiça do ouro. Auxiliou-o a política europeia: Portugal aliara-se à Inglaterra pelo célebre
Tratado de Methuen (1703), contrário à subida de Filipe d'Anjou, neto de Luis XIV de França, ao trono
espanhol, como Filipe V.
Com uma nau (L'Oríflame), quatro fragatas (L’Atlante, La Díane, La Valeur e La Venus) e 1300
homens, decidiu o Capitão-de-Navio Duclerc tomar o Rio de Janeiro. Soubera quão fracas eram a tropa e a
defesa da praça sob o governo de Francisco de Castro Moraes, o qual, em vão, havia clamado junto ao rei
sobre a necessidade de reaparelhamento geral. A 17 de agosto, surgiram os franceses na entrada da barra,
arvorando bandeiras inglesas, estratagema que não funcionou. Tiros cruzados impediram maior
aproximação. Rumaram para o sul, desembarcando na ilha Grande; nela saquearam fazendas e obtiveram
quatro escravos de Bento do Amaral da Silva que, daí por diante, lhes serviram como guias. A tentativa de
atingirem as areias de Sacopenapan (Copacabana hoje) foi frustrada pelo Tenente Rodrigo de Freitas e por
alguns populares. Mas, a 11 de setembro, entraram por Guaratiba sem serem molestados.
Duclerc caminhou, com seus comandados, pelos capinzais da Tijuca, pilhando e depredando.
Tocada a rebate na cidade, acorreram os homens a se apresentarem aos seus oficiais. Somavam dois mil,
ao todo, e mais alguns voluntários. Em conjunto levantaram uma trincheira que ia do Morro da Conceição
ao de S. Antônio (já demolido) e aguardaram o invasor. Na Lagoa da Sentinela, houve combate com a
Companhia dos Estudantes, comandada por Bento do Amaral Coutinho, sem resultados. Os franceses
prosseguiram pelo caminho de Mata-Cavalos (hoje Rua Riachuelo), encontrando, na Lagoa do Desterro,
um punhado de homens liderados por Frei Francisco de Menezes. Mas o frade, que já fora militar, não
logrou barrar o passo do invasor, que avançou em direção do Morro do Castelo. Não puderam subi-lo e
tomar o Forte de S. Sebastião, dada a resistência movida por populares. Desistiu Duclerc de se apoderar
desse morro, embrenhando-se pelas ruas até chegar ao Largo do Carmo (hoje Praça XV), desnorteado e
com a sua formação militar dispersa. No largo, se generalizou o combate. Tentou o chefe francês abrigar-
se no Convento do Carmo, desconhecendo que os seus ocupantes eram exímios na arte da pancadaria. O
governador, oficiais e suas praças chegavam ao largo, procedentes da trincheira, cuja defesa não mais se
fazia necessária. Quase bloqueado, Duclerc invadiu o trapiche de Luis da Mota, esboçando uma resistência
anulada pela presença de canhões apontados contra a construção. Preferiu capitular: 220 ficaram feridos;
mortos, 450. Por parte da cidade as perdas tinham se elevado a trezentos, com igual número de feridos.
Alguns prédios estavam em chamas.
Distribuíram-se os soldados franceses nas guarnições militares em regime de prisão (600
provavelmente); os comandantes dos navios que conduziram os invasores, inteirando-se do sucedido por
um aviso mandado pelo próprio Duclerc, deliberaram rumar para a Martinica. Dias depois, os oficiais
franceses receberam ordem de embarcar para Salvador. E o Capitão Duclerc ficou encerrado no Colégio
dos jesuítas, de onde saiu, para uma casa da Rua da Quitanda, com a cidade por menagem; apesar da guarda
que o protegia, quatro mascarados invadiram-na e o assassinaram (18/03/1711), constituindo esse crime,
até hoje, um mistério.

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A.4) Nova Ação Francesa:


Homem habituado ao mar (era Capitão-de-Navio), Duguay-Trouin já havia concebido o ataque ao
Rio de Janeiro e encontrava-se em preparativos, quando as notícias do malogro de Duclerc, e logo depois
de seu assassinato, ecoaram na Corte francesa. Esses fatos lhe deram um pretexto emocional.

Reunindo navios dados pelo rei ao capital de


acionistas (1.200.000 francos obtidos com de
Coulange, de Beauvais, de La Sandre-le-Fer, de
Belle-Isle-Pepin, de L'Espine d'Anican, de
Chapdelaine e do Conde de Toulouse) que
acreditavam nas riquezas que devia possuir a
cidade do Rio de Janeiro, Duguay-Trouin pôde
compor uma esquadra de 17 navios (capitânia
Le Lys, de 74 peças de artilharia) e obter 5.764
homens. Durante a viagem ele apresou mais um
navio de origem inglesa.

Prevenido pela metrópole, o Governador Castro Moraes organizou a defesa, concitando o General-
de-Batalha-do-Mar Gaspar da Costa Ataíde, apelidado "o Maquines", a que colaborasse, utilizando os
homens e os recursos de seus quatro navios, que estavam casualmente no porto do Rio. O efetivo total da
cidade atingia 3.270 homens, muitos dos quais índios, ou populares, pouco afeitos à profissão das armas.
A 12 de setembro de 1711, despontaram os franceses na entrada da barra, forçando-a, graças a um
pequeno nevoeiro. Os tiros dos fortes litorâneos não impediram a entrada dos franceses, apesar de terem
provocado trezentas baixas. Navegaram, lentamente, em direção da ilha de Villegagnon, sem serem
molestados, pois a fortificação nela instalada encontrava-se inoperante por causa da explosão do paiol de
pólvora. Bombardearam a cidade, ao mesmo tempo em que procuraram tomar as naus do Maquines,
conseguindo apenas uma, pois as outras foram inutilizadas por ordem de seu comandante.
Solicitou, o governador, que o Maquines garantisse, com seus homens, a ilha das Cobras, ponto
vulnerável. Mas não sabemos até hoje porque esse militar, tão famoso em guerras passadas, negligenciou
a sua parte, permitindo que os franceses tomassem a ilha nessa mesma noite. Tiros foram trocados com
peças assestadas no Mosteiro de S. Bento, mas sem proveito algum. Na manhã de 14, Duguay-Trouin
desembarcou seus homens na praia de S. Diogo, perto da Bica dos Marinheiros, e ocupou os morros de S.
Diogo, Livramento e Conceição, instalando, neste último, na casa do bispo, o seu quartel general. Do dia
15 ao 18, os invasores fustigaram a cidade com seus canhões. Castro Moraes procurou resistir, ao mesmo
tempo em que pedia ajuda às capitanias vizinhas. Apenas de Parati chegavam 580 homens, sob o comando
de Francisco do Amaral Gurgel.
No dia 19, um emissário francês exigia a rendição. Castro Moraes respondeu: "... Enquanto a
entregar-vos a cidade pelas ameaças que me fazeis, havendo-me ela sido confiada por El-Rei, meu Senhor,
não tenho outra resposta a dar-vos senão que a hei de defender até a última gota de meu sangue". Mas na
tarde do dia seguinte, os militares e notáveis da cidade, reunidos em conselho pelo governador, votaram
unanimemente pelo abandono da praça e a concentração em outra posição, com o auxílio de reforços, para
se proceder a um contra-ataque. Ordenada a retirada, esta se verificou no correr da noite, transformando-se
numa fuga desordenada e vergonhosa, em meio a um temporal fantástico, onde não foram poucos os saques
às propriedades da área rural. Concentraram-se todos em Moxambomba (hoje Nova Iguaçu).
Os próprios prisioneiros da expedição anterior, logrando evadirem-se, avisaram na manhã de 21 ao
comandante francês que a cidade se encontrava em suas mãos. Os fortes se renderam.
Donos da cidade, os franceses procederam a uma completa pilhagem, enquanto se calavam as
últimas resistências esparsas, momento em que morreu Bento do Amaral Coutinho. Duguay-Trouin não
ficou satisfeito com o saque: exigiu do governador um resgate, para não terminar de destruir a cidade.
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Tentou ganhar tempo Castro Moraes, mas, pressionado pelos principais, que temiam perda de suas
propriedades, acabou cedendo em pagar a soma de 610.000 cruzados, além de cem caixas de açúcar e
duzentos bois. Como se imaginava, chegaram os reforços do planalto, comandados por Antônio de
Albuquerque Coelho de Carvalho, que, inexplicavelmente, não se empenhou em nenhuma ação militar com
os seus seis mil companheiros.
A 13 de novembro, partia Duguay-Trouin com uma expressiva presa, cujos lucros foram fixados
em 95%. Pensou atacar Salvador a pretexto de livrar os oficiais de Duclerc ainda presos. Ventos difíceis o
impediram, perdendo, mesmo, dois navios. Do rei francês, recebeu a promoção a Chefe-de-Esquadra e a
comenda de S. Luis e, da História, a fama de marujo audaz. Escreveu depois um livro de memórias.
O povo do Rio de Janeiro atribuiu a Castro Moraes a sua desventura. Alcunhou-o de grosseiro nome
e instou para que Albuquerque assumisse. Realmente, o governador não estava à altura de exercer um
comando militar; tivera êxito em 1710, como consequência do malogro do adversário, não por sua tática
militar. A sua incapacidade se demonstrava diante de um chefe como Duguay-Trouin. Castro Moraes foi
preso, bem como outros oficiais, abrindo-se logo uma devassa, com ouvidores da Bahia, que concluíram
pela culpabilidade de todos, remetidos, em seguida, para o Reino. O governador perdeu seus bens e partiu,
deportado, para o Indução, somente reabilitado em 1730; os militares receberam castigos severos e destinos
semelhantes. Menos o Maquines, contra quem nada se imputou. Uma segunda devassa aberta em Lisboa e
terminada em 1716 concluiu pela culpabilidade de Gaspar da Costa, condenado à prisão, pena que não se
aplicou por falecimento do réu. Antônio de Albuquerque foi, também, censurado pela sua atitude, perdendo
a governança.

B) Os Ingleses:
Os ingleses interessaram-se pelas riquezas nativas do Brasil ainda no século XVI. William Atkins,
em comando do navio Paul of Plymouth, realizou três viagens proveitosas à costa brasileira em 1530, 1536
e 1540. Mas, as correrias de flibusteiros ingleses nos mares brasileiros ocorreram quando o Brasil, seguindo
o destino de Portugal, passou a ser administrado pela Espanha. A rivalidade existente entre esta potência e
o reino de Elizabeth I, que projetava a Inglaterra nos mares, explica as incursões inglesas nos lados
meridionais do Oceano Atlântico. Devemos, também, assinalar a existência das cartas de John Whithali,
inglês radicado em Santos, enviadas a parentes, narrando a presença de pepitas de ouro; elas aguçaram os
corsários, contribuindo, assim, para as viagens de alguns deles.
Em 1583, Edward Fenton, com dois navios, investiu sobre a vila de São Vicente, travando combate
com três galeões espanhóis, comando de André de Equino, que se encontravam no local. Depois de cinco
dias, Fenton desistiu da empresa, apesar de ter afundado um dos galeões. Um dos navios ingleses,
capitaneado por Luke Ward, rumou imediato para a Inglaterra; Fenton ainda fez aguada no Espírito Santo
e tentou comerciar com o donatário Vasco Fernandes Coutinho.
Em 21 de abril de 1587, Robert Withringhton e Christopher Lister, cada um comandando uma nau
de guerra e contando com mais duas embarcações, entraram na Baía de Todos os Santos, apresando
pequenos navios mercantes. A cidade de Salvador resistiu, mas os dois corsários saquearam as fazendas do
recôncavo até junho. Durante esse período, houve diversos pequenos combates com perdas de ambos os
lados.
Quando Thomas Cavendish (o corsário elegante) resolveu excursionar no Brasil, já havia realizado
a famosa viagem de circunavegação do globo, a terceira que se tinha notícia. Sua esquadra era composta
de um galeão, duas naus e dois navios menores, com quatrocentos homens de guarnição. Em Cabo Frio,
apresou um navio português; desembarcou na ilha Grande, onde fez aguada e provocou desordens. Em
seguida, atacou a Vila de Santos (15/12/1591) e dela se apoderou, saqueando-a. O mesmo destino encontrou
a Vila de São Vicente. Cavendish as deixou parcialmente destruídas e incendiadas. Satisfeito, levantou
ferros em 03/02/1592, velejando litoral sul. Atingiu o Estreito de Magalhães. Dificuldades várias o
pressionaram a regressar pelo Oceano Atlântico. Perto de Santos obteve alguns víveres. Resolveu atacar,
de novo, a vila, mas os habitantes repeliram os intrusos. Cavendish rumou para o norte, atingiu Vitória e
desembarcou uma força de ocupação. Em renhido combate, os habitantes e mais índios guerreiros
destroçaram o contingente inglês. Na ilha de São Sebastião abandonou 20 feridos, dos quais apenas dois

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sobreviveram, sendo um deles Antony Knivet, que escreveu curioso relato de suas aventuras. Cavendish
faleceu, com 37 anos, nessa viagem de retorno à Inglaterra.
James Lancaster, tendo como colaborador Edward Fenner, se apresentou diante de Recife e Olinda
com uma armada de 12 navios em abril de 1595. Os moradores não dispunham de forças para efetuar uma
resistência. Recife foi tomada. Quatro dias depois, chegaram três naus e dois navios menores sob o comando
do francês Jean Noyer que se associou aos ingleses. Durante 31 dias, a vila do Recife foi saqueada. Os
recifenses hostilizaram os corsários com táticas de guerrilhas e muitos foram mortos, inclusive Jean Noyer.
Mas o resultado econômico da empresa mostrou-se excelente para os invasores.
Os ingleses ambicionaram se estabelecer na região amazônica, com visíveis interesses de
colonização. Em 1604, Charles Leigh comerciou com os indígenas locais; o mesmo ocorreu com Robert
Harcourt em 1609. A partir de abril até o final do ano de 1610, Sir Thomas Roe realizou minucioso
reconhecimento hidrográfico, visando à descoberta de riquezas. Retornou à Inglaterra, mas enviou duas
expedições até 1614, época em que deve ter sido construído pequeno reduto na embocadura do rio
Amazonas. Sabedor que a região amazônica podia proporcionar muitas vantagens, o Capitão Roger North
obteve uma concessão real (1619) e formou, com nobres e pessoas de dinheiro, uma companhia de
exploração. North, escolhido governador da colônia a ser implantada, organizou uma expedição que se
lançou ao mar em 30/04/1620. Em sete semanas, alcançou a foz do Amazonas navegando até a confluência
do rio Jenipapo, onde já existiam ingleses. Nesse local estacionou. North regressou, depois, à Inglaterra.
Na Amazônia, o posto avançado da colonização portuguesa era o Forte do Presépio; governava-o,
desde 18 de junho de 1621, Bento Maciel Parente, que tudo informava à metrópole do avanço dos ingleses.
De Lisboa, chegava ao Brasil uma nau artilhada, de reforço, sob o comando de Luiz Aranha de Vasconcelos.
Aranha penetrou no Rio Amazonas até o Xingu, tendo destruído os fortes holandeses de Maturu e Nassau;
retornou a Belém com muitos prisioneiros. Na mesma ocasião, Parente excursionou no Rio Amazonas
combatendo o posto inglês fundado por North. Pouco depois, as duas expedições, de Parente e de Aranha,
juntaram-se, ocasião em que foi atacada uma nau holandesa comandada por Pieter Adriaansz, que preferiu
atear fogo ao seu navio para que o mesmo não caísse em mãos dos portugueses. Parente erigiu um forte no
Gurupá e o guarneceu com 50 homens.
Os estrangeiros não desistiram das luxurientas terras amazônicas. Em 1625, o irlandês James Purcell
e o holandês Nikolaas Ouclaen fixaram-se na foz do Xíngu (Mandiutuba). Tão logo as notícias chegaram
ao Forte do Presépio, Parente determinou que Pedro Teixeira, Jerônimo de Albuquerque e Pedro da Costa
Favela, conduzindo cinquenta soldados e trezentos índios, desalojassem os intrusos. Participava desta
expedição Frei Antônio da Marciana. Atacaram o inimigo no dia 23 de maio de 1625, bipartindo as forças
por terra e embarcadas em canoas. Durante a noite, os ingleses e holandeses fugiram agasalhando-se em
outras duas casas-fortes que possuíam rio abaixo. Pedro Teixeira perseguiu-os, juntamente com Costa
Favela, matando alguns e fazendo muitos prisioneiros, inclusive Purcell, que obteve a liberdade em seguida.
No meio do ano de 1627, Roger North, Robert Harcourt e mais 55 associados fundaram a Companhia da
Guiana. No início do ano de 1628, 112 colonos deslocaram-se para a Amazônia, chefiados por James
Purcell. Sem serem incomodados, ergueram fortim de madeira no Tucuiu, nas vizinhanças do
estabelecimento que Pedro Teixeira arrasara quatro anos antes. Pedro Teixeira recebeu a incumbência de
combater os estrangeiros; em setembro de 1629, fortificou-se perto dos inimigos. Teixeira contava com 120
soldados e 1.600 índios. Com essa gente cercou o forte que tinha o nome de Torrego. Em 24 de outubro, os
do forte se entregaram. Teixeira fez 180 prisioneiros incluindo James Purcell que, pela segunda vez, caía
em mãos dos portugueses. A Companhia da Guiana não esmoreceu: em outubro, logo após a rendição do
Forte Torrego, e perto dele, duzentos colonos ergueram o Forte North e prosperaram. Somente em 1631,
mês de janeiro, pôde o Governador do Pará, Jácome Raimundo de Noronha, organizar uma expedição
contra estes ingleses. O combate foi sangrento em razão da resistência oferecida pelos ingleses. Com a fuga
e morte destes, Noronha desmanchou o reduto e retomou a Belém.
A última tentativa inglesa ocorreu ainda nesse mesmo ano de 1631, financiada pelo Conde de
Berkshire. O Capitão Roger Fry, conduzindo um navio e quarenta homens, erigiu o Forte de Cumau,
próximo à foz do Rio Matari. Contra eles partiu Feliciano Coelho de Carvalho, com 240 soldados e cinco
mil índios, utilizando 127 canoas. Fry morreu nos combates que se travaram. Os ingleses retiraram-se, e
Feliciano Coelho arrasou o forte.
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Os atos portugueses para garantir a posse das terras amazônicas foram de extrema crueldade. Os
estrangeiros presos geralmente eram enforcados e as tribos indígenas que apoiassem os não portugueses
eram aprisionadas e escravizadas. Para impedir a reentrada de estrangeiros, foi concebida uma flotilha
permanente na região, apoiando as ações e patrulhando os rios.

C) Os Holandeses:
A inabilidade com que o Rei Filipe II tratou o problema religioso nos Países Baixos e debilidade da
coroa espanhola após a derrota da Invencível Armada para a Inglaterra, originaram uma guerra de libertação
que acabou sendo vitoriosa para os holandeses. Nascia um novo país, a República das Províncias Unidas
dos Países Baixos, a futura Holanda, e em franca rivalidade com a Espanha. Esta fechou seus portos aos
navios batavos, cônscia do poderio marítimo que desfrutava. Para a Holanda que surgia afigurava-se
indispensável à libertação dos mares, mas só a iria obter através de lutas. Desenvolvendo-se rapidamente,
graças aos capitais judeus provenientes da Península ibérica, a Holanda organizou empresas mercantis que
deram origem ao seu império. A primeira foi a Companhia das Índias Orientais (1602), seguindo-se a das
Índias Ocidentais, criada por Willen Usselinx. A sua administração compunha-se de 19 diretores, o
chamado Conselho dos Dezenove, que funcionava em Amsterdã e Midelburg. Essas duas companhias
constituíam empresas mercantis paraestatais, de amplos poderes, pouco influindo nelas os “stathouders”
(governantes) dessa República das Províncias Unidas dos Países Baixos durante esse período que interessa
ao Brasil (Moritz, de 1584 a 1625, Frederich-Henrich, de 1625 a 1647, Willen II, de 1647 a 1650, e Johan
van Witt, de 1650 a 1672). Para justificar a expansão marítima de sua pátria, Hugo von Groot escreveu
Maré liberum, em 1609, tendo provocado uma grande polêmica na Europa.
Deduz-se, portanto, que o procedimento de Filipe II atiçou os holandeses a procurarem nas próprias
fontes os produtos que distribuíam na Europa; a paralisação do mecanismo de revenda dos mesmos
representaria a morte da nação, que fundamentava a sua economia no comércio. O desejo de dominar as
terras produtoras de açúcar não consistiu a única razão das invasões holandesas em terras do Brasil;
desestabilizar o império espanhol (e português) no Atlântico consistia o objetivo primordial.
Por isso, alguns holandeses andaram investigando o nosso litoral. Os quert, comandando uma urca
holandesa, participou do assalto à Bahia impetrado pelos corsários ingleses Withringhton e Lister. Em 9 de
fevereiro de 1599, Olivier van Noortt, utilizando as boas qualidades do seu navio Eendracht, tentou
desembarcar no Rio de Janeiro, mas foi repelido. No mesmo ano, Hartman e Broer, com sete embarcações,
assolaram o recôncavo baiano conseguindo alguma presa. Em 1604, Paulus van Carden, com sete navios,
aventurou-se na Bahia, apoderando-se de muito açúcar. Dez anos depois, Joris van Spilberg, com seis
navios, ocupou a ilha Grande, efetuando depredações em São Vicente e em Santos. Pouco depois, em 1615,
o Governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, afugentou holandeses que se encontravam em Cabo
Frio, logrando fazer alguns prisioneiros, enviados para o governador geral.
Os holandeses interessaram-se, também, pela Amazônia; sabe-se que Pieter Adriaansz fundou, em
1616, uma colônia na margem do Rio Paru. Um comércio intenso e regular se estabeleceu. Os portugueses
reagiram enviando uma expedição sob o comando de Luís Aranha de Vasconcelos, que destruiu redutos
holandeses e apresou uma nau capitaneada por Adriaansz. Outro holandês, Nikolaas Ouclaen, associou-se
ao irlandês Purcell e fundou um núcleo na foz do Rio Xingu (Mandiutuba) arrasado por Pedro Teixeira,
Jerônimo de Albuquerque e Pedro da Costa Favela. Ouclaen escapou levando muitos em sua companhia.
Teixeira e seus companheiros perseguiu-os atingindo os fortes da ilha dos Tucujus, que combateram e
tomaram no dia seguinte, regressando a Belém com prisioneiros. Ouclaen morreu no campo de batalha.
Afigurava-se melhor, concluíram, ocupar a Zuickerlând, isto é, a terra do açúcar. Foi o que
aconselhou à Companhia, em 1624, Jan Andries Moerbeeck no escrito que intitulou “Motivos porque a
Companhia das Índias Ocidentais deve tirar ao rei da Espanha a terra do Brasil”.

C.1) A Invasão da Bahia (1624 a 1625):


O Governador do Estado do Brasil, Diogo de Mendonça Furtado, prevenido pela metrópole da
iminente invasão, recebera ordens de preparar a defesa. Organizaram-se milícias e todos aguardavam os
holandeses, que não apareceram. Mas o Bispo D. Marcos Teixeira, cioso da Sé que estava construindo, não
admitiu a paralisação dos trabalhos; desentendeu-se com o governador prejudicando a defesa.
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Quando, na manhã de 09/05/1624, chegaram os holandeses, Salvador estava desguarnecida.
Apresentaram-se com um total de 26 navios e 3.300 homens, sob o comando do Almirante Jacob Willekens,
sendo o Coronel Joan van Dorth o encarregado do desembarque e ocupação.
Os holandeses pisaram em terra entre o Forte de Santo Antônio e a cidade; a população masculina,
armada em guerra, procurou resistir. Sentindo a inutilidade de barrar o passo do inimigo, fugiram todos
para o interior e ergueram o Arraial do Rio Vermelho, permanecendo o governador e 17 auxiliares, bem
como os jesuítas, que foram aprisionados e enviados para a Holanda. Estavam vitoriosos os intrusos.
Haviam conquistado com facilidade a capital da Colônia. Apesar de uma proclamação democrática e do
apelo que fez para que todos voltassem aos seus afazeres, van Dorth governou uma cidade vazia. A
população havia se reunido em torno do bispo e decidiu cercar Salvador e empregar o método de
emboscadas, levando em conta o conhecimento melhor do terreno. Formaram 27 companhias de ataque,
com vinte a quarenta homens em cada, que apareciam nos lugares mais diversos e mantinham o inimigo
assustado. Numa dessas emboscadas (17 de junho), Francisco Padilha e seu primo, Francisco Ribeiro,
mataram van Dorth, e, noutra, o seu sucessor, Albert Schouten (3 de setembro).
Durante quase um ano permaneceram em luta; o bispo, esgotado pelas duras fainas, durante as quais
se procurara redimir de suas atitudes iniciais, faleceu a 8 de outubro, substituído, em 3 de dezembro, por
Francisco de Moura, que apertou o cerco contra Salvador.
Com morosidade, o Rei Filipe IV (e III de Portugal) organizou uma expedição militar de libertação,
conhecida como Jornada dos Vassalos, composta de 38 navios espanhóis, 20 portugueses e 4 napolitanos,
todos sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osório, Marquês de Villanueva de Valdueza; os napolitanos
achavam-se dirigidos pelo Marquês de Coprani, sendo seu Sargento-mor Giovani Vicenzo Sanfelice, feito
depois Conde de Bagnoli com notável atuação na invasão holandesa em Pernambuco. A Jornada dos
Vassalos, assim chamada por ter entre seus nobres fidalgos espanhóis, portugueses e italianos, todos
voluntários para defender a causa da coroa ibérica. A Jornada dos Vassalos foi também a maior força naval
que havia atravessado o Atlântico até aquela data.
Entraram na Baía de Todos os Santos em 29 de março, exatamente 86 anos depois da chegada de
Torné de Sousa. Durante o mês de abril, procedeu-se o desembarque das tropas e se destruiu ou apresou o
material flutuante inimigo; alguns combates ocorreram no centro de Salvador. Cercados, os holandeses,
pela mão de seu chefe, Johann Errist Kijf, assinaram a paz e se retiraram do Brasil no primeiro dia de maio
de 1625. A armada de socorro holandesa chegou depois da retomada de Salvador.
A Companhia das Índias Ocidentais não obtivera os lucros que sonhara. Antes, só adquirira
prejuízos advindos dos graves erros de planejamento da empresa. Pensou que atacando a capital
conquistaria toda a Colônia; menosprezou o adversário, supondo que ele não teria competência ou que não
se unisse; não conservou sua força naval, perdendo, assim, o domínio do mar. Contudo, aprendera que o
melhor ponto da costa era Pernambuco.
Nesse mesmo ano de 1625, nos dias 12 e 13 de março, Pieter Hein investiu sobre Vitória, no Espírito
Santo; mas os habitantes repeliram os intrusos. Em 1627, o mesmo Hein, com nove navios e 1.500 homens,
efetuou uma sortida contra Salvador (já sem a presença da Jornada dos Vassalos) apresando diversos navios
mercantes. Hein continuou assolando o recôncavo; em um desses combates, no Rio Pitanga (12 de junho),
com os habitantes perdeu a vida o Capitão Francisco Padilha. No ano seguinte, Hein conseguiu apreender
15 naus componentes da esquadra da Prata, comandada por D. Juan de Benavides. Foi com o lucro dessa
presa, calculado em 15 milhões de florins, que a Companhia pôde preparar outra expedição contra o Brasil.
Mas, Pieter Hein não ganhou as glórias do comando: morreu em 1629.

C.2) Invasão de Pernambuco (1630 a 1654):


Entretanto não se acreditava em uma segunda invasão, nem nas advertências de Frei Antônio
Rosado, que clamava que “de Holinda para Holanda não havia mais que uma diferença de um i para um
a” (segundo a grafia da época que escrevia os dois nomes com H). Os espanhóis, tomando conhecimento
que se tramava a ocupação de Pernambuco, determinaram que o seu Capitão-mor, Matias de Albuquerque,
regressasse ao Brasil, concedendo-lhe uma ajuda de 27 soldados e três caravelas. Albuquerque fez o que
pôde para a defesa da capitania.

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Em 14 de fevereiro de 1630, surgiram os
holandeses em frente a Olinda. Era uma armada de 69
velas, entre as quais 35 grandes naus, e 7.280 homens,
entre marujos e soldados. Todos comandados pelo
Almirante Wendrich Comeliszoon Lonck e do Coronel
Diederik van Waerdenburch. Forçaram o porto sem
conseguir entrar, por estar a barra obstruída, preferindo
desembarcar 2.948 homens mais ao norte, na praia do
Pau Amarelo, guiados pelo judeu Antônio Dias, que
morara em Pernambuco. Matias de Albuquerque, com
850 homens, ofereceu combate junto ao Rio Doce,
perdendo, apesar da bravura de seus comandados.
Ainda houve resistência em Olinda, mas Matias de
Albuquerque retirou-se para Recife onde ainda
Gravura neerlandesa mostrando o cerco a Olinda em 1630
esboçou um contra-ataque.

Percebendo que a permanência em Recife se mostrava arriscada, destruiu os armazéns, navios com
preciosas cargas e se retirou para as margens do Rio Capiberibe, a igual distância entre os dois núcleos,
fundando o Arraial do Bom Jesus (04/03/1630), formado com todos aqueles que fugiam dos holandeses.
Com a capitulação do Forte de São Jorge, comandado por Antônio Lima, os holandeses ocuparam Recife
(03/03/1630).
Enquanto o arraial se tornava uma fortificação capaz de resistir aos inimigos, os nossos
organizaram-se no sistema de guerrilhas que bons resultados dera na primeira invasão. Os mais diversos
elementos se confraternizaram para combater os intrusos, destacando-se os índios do bravo Poti (depois
batizado de Antônio Filipe Camarão) e diversos negros sob o comando de Henrique Dias.
As guerrilhas predispunham os invasores a um permanente estado de sobreaviso, causando, assim,
intenso nervosismo nos holandeses, que se viram em situação constrangedora. Por isso, construíram as
fortificações do Brum, de Cinco Pontas e Três Pontas.
Logo receberam reforços: 16 navios e cerca de mil homens sob o comando de Adriaen Iansen Pater.
Por isso, animaram-se a ocupar a ilha de Itamaracá, onde ergueram o Forte Orange. Entretanto, o governo
espanhol aprestou uma esquadra que visava a compelir os invasores a uma capitulação. Comandava-a D.
Antonio de Oquendo. Este atingiu Salvador em 13 de junho (1631); em setembro, fez-se ao mar para
conduzir reforços para Matias de Albuquerque. Os holandeses estavam, porém, vigilantes; Oquendo tentou
safar-se se dirigindo para o sul; Pater seguiu-o.
Encontraram-se as duas esquadras em setembro de 1631, em Abrolhos, travando o primeiro combate
naval de larga envergadura da história brasileira (Combate Naval de Abrolhos) e de toda a América até
aquele momento. Outra grande batalha só terá lugar em 1640. Oquendo dispunha de vinte navios de guerra,
com 439 peças, comboiando navios que transportavam açúcar e 12 caravelas com tropas de apoio, sob o
comando do Conde de Bagnoli. Pater tinha 16 navios com 472 peças. Às nove horas de manhã, começou a
batalha que durou até o anoitecer. Oquendo repeliu o ataque adversário provocando a sua fuga, tendo sido,
portanto, o vencedor, apesar de ter tido tantas perdas quanto Pater, que morreu nesse dia, afundando com
sua capitânia Prinz Wíllen. Complementando a sua missão, Oquendo conseguiu desembarcar o
destacamento militar comandado pelo Conde de Bagnoli; pouco depois, esta força juntou-se aos que
seguiam Albuquerque.
A posição dos holandeses estabilizara-se. Dispunham, nesse momento, de sete mil homens. Seu
comandante, Coronel Waerdenburch, firmou-se na Ilha de Itamaracá; a direção do Forte Orange foi
entregue ao Coronel Crestofle d'Artischau Arciszewsky, mercenário polonês.
Por ordem de Albuquerque, Bagnoli e trezentos napolitanos dirigiram-se para o Cabo de Santo
Agostinho, onde erigiram o Forte de Nazaré.
Em 25 de novembro, Waerdenburch incendiou Olinda e se concentrou no Recife. Tentou conquistar
o Forte Cabedelo, na foz do Rio Paraíba, sem sucesso; a pequena expedição do Capitão Smient atingiu o
Forte Ceará e não foi mais feliz; e a investida sobre o Forte dos Reis Magos redundou em fracasso.
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Mas, a traição de Calabar (20 de abril de 1632) mudou a sorte dos acontecimentos. Domingos
Fernandes Calabar era um natural da terra, nascido em Porto Calvo; seu interesse residia na ambição de
enriquecer. Desentendendo-se com Albuquerque, talvez por causa do contrabando de alimentos, foi expulso
do arraial. Os holandeses, agora dirigidos por um homem de valor, o General Sigmund von Schkoop, e
tendo o apoio de um conhecedor da terra, conseguiram desarticular as guerrilhas e alcançar inúmeras
vitórias: partindo do Forte de Orange, na Ilha de Itamaracá, dominaram toda a ilha, expulsando o Capitão
Salvador Pinheiro e sua gente; assaltaram Igaraçu; cercaram o forte do Rio Formoso, onde o Capitão Pedro
de Albuquerque e vinte homens resistiram a quatro ataques mas morreram 19; o capitão, ferido, foi
conduzido ao Recife e se restabeleceu, seguindo para as Antilhas e daí para a Europa. Waerdenburch
retirou-se para a Europa, sendo substituído (24/03/1633) pelo Major Rembach. Ainda com a participação
de Calabar, uma expedição, sob o comando de Lichtardt, ocupou Natal e cercou o Forte dos Reis Magos,
no Rio Grande do Norte, capitulando a sua guarnição (12/12/1633). Em 16 de dezembro (1634), os
holandeses conquistaram o Forte de Cabedelo na Paraíba; em seguida, assaltaram o Forte de Santo Antônio,
situado na margem esquerda do Rio Paraíba, e investiram sobre Filipéia, que passou a se chamar Frederícia.
Continuando sob a orientação de Calabar, os holandeses ocuparam Porto Calvo e obtiveram a rendição do
Forte de Nazaré (02/07/1635). Em seguida, cercaram o Arraial do Bom Jesus, que se rendeu em 8 de julho,
apesar dos esforços de seu comandante, Coronel André Marin.
Cerca de sete mil pessoas encetaram penosa marcha para o sul, em direção a Alagoas. Reagiu
Sebastião do Souto cercando Porto Calvo e obrigando a render-se o Major Picard, com seus 402 homens,
entre os quais se encontrava Calabar. Albuquerque, sabedor deste episódio vitorioso, acorreu em Porto
Calvo e ordenou o enforcamento de Calabar, que, assim, ocorria, por ironia da História, na terra que nascera
(22 de julho de 1635).
Esses fatos sacudiram a Corte do rei espanhol que mandou um reforço de 1.700 soldados, sob o
comando do General D. Luis de Roias y Boria, Duque de Gandía, substituto de Albuquerque, recolhido
preso ao Reino. Resolveu o afoito duque oferecer combate aberto. Em Mata Redonda, próximo a Porto
Calvo, alinhou seus combatentes, 1.100, contra 1.300 do Coronel Arciszewsky, perdendo espetacularmente,
sendo morto logo aos primeiros tiros (18/01/1636). Seu exército contou duzentas baixas e recuou para Porto
Calvo; os holandeses tiveram quarenta mortos e 85 feridos, mas não souberam aproveitar a vitória. O duque
foi substituído por Bagnoli, que prudentemente volveu ao sistema de guerrilhas.

C.3) Governo de Nassau (1637 a 1644):


Firmava-se, assim, o Domínio Holandês. As exportações de açúcar aumentavam gradativamente,
bem como o pau-brasil e outros produtos; a população voltava aos seus afazeres normais. Por isso, a
Companhia procurou um homem que reunisse o gênio militar à capacidade administrativa para consolidar
seus domínios. A escolha recaiu no Conde Johan Mouritz von Nassau-Siegen, natural de Dilenburg
(17/06/1604), dotado de aguda inteligência e educação humanista esmerada; falava alemão, holandês,
francês e latim com fluência. Contava, então, com 33 anos de idade. O príncipe alemão chegou ao Recife a
23 de janeiro (1637), com o título de governador geral, capitão-general e almirante, enfeixando, assim,
todos os poderes militares e civis. Trouxe soldados, colonos, artesãos, cientistas e artistas.
Desenvolveu-se logo uma atividade militar. Expulsou Bagnoli de Alagoas, após a vitória de
Comandatuba (18/02/1637), ribeiro que deságua no Rio das Pedras, ao sul de Porto Calvo, Alagoas. Nassau
atacou, com 4.400 homens, o destacamento de 1.180 do Tenente-Coronel Alonso Ximenes de Almirón, que
sofreu grandes perdas (Henrique Dias teve a metade de seu braço esquerdo amputada). Bagnoli retirou-se
para o sul com sua gente, deixando ainda alguns no forte de Porto Calvo que capitulou em 6 de março.
Em Penedo, à margem do São Francisco, Nassau levantou um forte; devastou Sergipe e absorveu
parte do Ceará até Fortaleza, No ano seguinte, 16 de abril, uma esquadra holandesa, comando de Joan van
der Mast, contando com a presença do Conde de Nassau, entrou na Baía de Todos os Santos desejando
ocupar Salvador. Desembarcaram em praia deserta e avançaram sobre a cidade defendida pelo Conde de
Bagnoli e sua gente. O Governador geral, Pedro da Silva, depois cognominado “o Duro”, a tudo proveu,
Verificaram-se vários combates isolados, salientando-se ataque, noturno, de Nassau em 18 de maio, ganho
pelos nossos graças à investida que Luis Barbalho fez na retaguarda do inimigo. No dia 25, Nassau desistiu
de ocupar Salvador: regressou com sua gente aos navios velejando para Pernambuco. O Rei Filipe IV
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recompensou o governador dando-lhe o título de Conde de São Lourenço e ao Conde de Bagnoli, a
dignidade de príncipe e o feudo do Monteverde. Nassau dirigiu, então, o seu interesse para a costa da África:
conquistou São Jorge da Mina, de onde obteve muitos escravos. Recife foi feita sua capital, com o nome
de Cidade Maurícia (Mouritzstadt). Nela levantou o seu palácio, o Vriburg (Retiro), cujo chão é ocupado
hoje pela sede do governo de Pernambuco (Palácio das Princesas).
Nassau caracterizou o seu governo pela inteligência, sobriedade e bom senso. Procurou logo
embelezar a sua capital a fim de dotá-la de todo o conforto, melhorando o padrão de vida da população.
Diversas ruas e praças receberam calçamento de tijolos esmaltados à moda holandesa; pontes foram
construidas e os alagados foram drenados por meio de canais, muitos dos quais projetados pelo engenheiro
Frederik Pistor. Fundou o primeiro observatório astronômico da América, dirigido por Georg MarcGrave.
Nele, também, atuou o cosmógrafo Michiel de Reyter. MarcGrave associou-se a Willen Piso, que era
médico do conde e ambos escreveram a História Naturalis Brasiliée (Leyclen, 1648). Algumas expedições
procuraram devassar o interior e descobrir riquezas, destacando-se aquela que Gidean Morris de Jorge
dirigiu.
As artes floresceram, com os pintores Franz Post (irmão de Pieter), o alemão Zacharías Wagener, o
desenhista Albert Ekhout.
Estabeleceu a liberdade de fé, cada qual podia ter a religião que quisesse. Com essa política, Nassau
conseguiu atrair muitos brasileiros e portugueses, chegando a conceder-lhes assentos nos conselhos de
Escabinos (Schepenen), que substituíram as câmaras de vereadores, cujo presidente, o escolteto, defendia
os interesses da Companhia e possuía o poder de polícia. Os judeus abriram sinagogas, sendo duas na capital
do Brasil Holandês: Zur Israel e Maguen Abrahan.
A lavoura da cana renasceu, permitindo lucros fabulosos, graças ao funcionamento de engenhos,
cujos antigos senhores receberam atenções e mercês. Um desses, João Fernandes Vieira, nascido na Ilha da
Madeira, obteve importante posição. Nassau preocupou-se com a plantação da mandioca, alimento popular,
e impediu a derrubada de cajueiros, cujos frutos serviam para alimentação dos pobres.
A importância que Recife atingiu no século XVII como sede do Brasil Holandês explica,
igualmente, a presença de estrangeiros, devendo-se registrar o comerciante francês Louis Heins, católico,
mas existiram alguns calvinistas, como Joachim Soler (franceses aderiram aos luso-brasileiros contra os
holandeses, sendo interessante lembrar a figura de François Dumont, que se especializou em artifícios
militares de fogo). Diversos ingleses viveram no Recife como mercenários da Companhia das Índias. Os
irlandeses dedicaram-se ao comércio ambulante. Numerosos, também, foram os alemães, alguns
mercenários, como o Coronel Von Schkoppe. Muitos israelitas se estabeleceram no Recife, aproveitando-
se do clima de liberdade; é o caso do médico Abraão Mercalo e do rabino Isaac da Fonseca.
Não haviam desanimado os nossos. Da metrópole, vinha o Conde da Torre, D. Fernando de
Mascarenhas, novo governador, com 26 galeões e outros navios menores transportando reforços. Era 20 de
janeiro de 1639. André Vidal de Negreiros e Antônio Dias Cardoso dirigiram-se para a Paraíba, para
organizarem guerrilhas contra os holandeses. Nessa oportunidade, diversos paulistas, incluindo Antônio
Raposo Tavares, atingiram Salvador a fim de integrar a força do Conde da Torre.
O conde preparou-se por quase um ano, fazendo-se ao mar em novembro, com 48 navios de guerra
e vários transportes, levando uma tropa de reforço de diversas capitanias brasileiras, todas sob o comando
do Príncipe de Bagnoli. Nassau mandou-lhe ao encontro uma esquadra de 41 navios, dirigida pelo
Almirante Willem Cornellizoon Loos, A 12 de janeiro, encontraram-se ao norte de Itamaracá, na altura da
Ponta de Pedras, morrendo Loos nesse mesmo dia; o segundo combate travou-se no dia seguinte em frente
ao Cabo Branco; o terceiro, no dia 14, ocorreu na altura da Paraíba, havendo perda de ambos os lados; o
último encontro verificou-se no dia 17, perto da baía Formosa, tendo o Conde da Torre repelido os
holandeses que perderam três navios. O conde determinou o desembarque de 1.400 soldados em Touros
(Rio Grande do Norte). Estes, conduzidos por Luis Barbalho, atravessaram território inimigo, travando
vários combates, atingindo, enfim, Salvador após quatro meses de marcha.
A Batalha Naval de 1640, a segunda grande batalha em águas brasileiras, foi uma derrota para os
hispano-luso-brasileiros. Após cinco dias de combates intermitentes, as tropas não haviam sido
desembarcadas, a força naval estava cada vez mais ao norte de onde deveriam estar e com resultados
insatisfatórios, a força holandesa muito pouco sofrera e, por conseguinte, os holandeses continuavam a
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manter o domínio dos mares, e se aproveitando desse domínio expandiram sua conquista ao longo da costa
nordestina.
Substituído o Conde da Torre, mandado preso para Lisboa onde findou nos cárceres de S. Julião,
chegava D. Jorge de Mascarenhas, Marquês de Montalvão, o primeiro a possuir o título de vice-rei do
Brasil, empossado a 26/05/1640, sem que o Brasil fosse elevado à categoria de vice-reinado. Em
01/12/1640, ocorreria a restauração da coroa em Portugal, com o Duque de Bragança sendo empossado rei
com o título de D. João IV.

C.4) A Luta de Reconquista (A Insurreição Pernambucana):


Devido aos elevados custos das guerras europeias, principalmente com a Inglaterra, a Companhia
das Índias Ocidentais adotara nova política financeira e administrativa para a região nordestina. A nova
estratégia impunha crescentes restrições aos gastos e cobranças dos empréstimos feitos aos senhores de
engenho, o que contrariava o caminho escolhido por Nassau. Em junho de 1641, Holanda assinou uma
trégua de dez anos com Portugal, mas antes de assinar este armistício, trataram de alargar suas conquistas,
ocupando no Brasil as regiões de Sergipe e Maranhão e, na África, São Tomé e Angola. Nassau não
concordava com essa política e seu descontentamento levou-o a ser destituído do cargo e a regressar ao seu
país em 1644.
Os últimos anos da administração de Nassau foram de crescentes dificuldades na economia
açucareira nordestina, com o declínio de preços no mercado europeu, a perda de safras por incêndios, pragas
e inundações, a elevação dos juros dos empréstimos e a consequente falência de muitos senhores, de
engenho.
Com a saída de Nassau, foi retomado o confronto com a Companhia das Índias Ocidentais. Antes
mesmo que ele deixasse o Brasil, a luta havia-se reacendido no Maranhão, culminando com a expulsão dos
holandeses de São Luís. A insurreição alastrou-se por todo o Nordeste, atingindo, em 1645, Pernambuco,
onde a situação se tornava cada vez mais tensa, dada a intensificação da cobrança das dívidas contraídas na
época de Nassau. Logo depois, eclodiu o movimento que determinou a expulsão definitiva dos holandeses
da região, a Insurreição Pernambucana.
A inteligente administração de Nassau afastou a possibilidade de uma grande reação contra os
holandeses. Sua saída provocou o desejo de expulsar os intrusos. Um conselho de três negociantes fanáticos
(Hamel, de Amsterdã, Bas, de Harlen, e Bullestrate, de Midelburg) substituía Nassau, direcionando-se por
restringir a liberdade religiosa. A repulsa ao luteranismo embasou um forte sentimento popular contra os
holandeses.
Cumpre consignar, porém, que os eventos que culminaram com a saída dos holandeses principiaram
no Maranhão, a 30/09/1642, ainda na administração nassoviana. Antônio Muniz Barreiros tomou, aos
invasores, o Forte do Calvário, no Itapecuru, e derrotou-os em Cotim; Antônio Teixeira de Melo, que passou
a exercer o comando, venceu a batalha do Outeiro da Cruz, em 22/02/1644, obrigando os batavos a se
retirarem no dia 28, atravessando o Ceará. André Vidal de Negreiros coordenou a insurreição: ele conseguiu
atrair o rico português João Fernandes Vieira. Vários senhores de engenho aderiram à causa que não podia
ser oficial, tendo em vista o Tratado de Paz.
Os colonos não contaram inicialmente com a ajuda direta de Portugal (sem finanças pelo desastroso
período de União Ibérica, preso à Trégua dos Dez Anos com a Holanda e em guerra de libertação com a
Espanha) e defendiam interesses próprios discordantes da política oficial lusa. Após as primeiras vitórias
dos colonos, o movimento foi ganhando apoio metropolitano, com o envio de reforços. O fortalecimento
da luta, que tinha entre seus líderes o negro Henrique Dias e o indígena Felipe Camarão, ganhou mais força
com o apoio dos grandes senhores de engenho às forças populares.
De tudo sabia o Governador Geral Antônio Teles da Silva, que recebera instruções secretas do rei
no sentido de desencadear uma guerra subversiva nos domínios holandeses.
O Sargento-mor Antônio Dias Cardoso recebeu incumbência de penetrar na região da Paraíba e
Pernambuco para treinar homens. Seu nome, hoje, emerge como figura exponencial na atividade militar,
que precede à ação propriamente dita.
Assim, a "guerra brasílica", que teve tão bons resultados iniciais, cedeu lugar à presença de
profissionais com bom nível de treinamento. E como não era possível alcançar uma vitória somente com a
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tropa de linha, procedeu-se a um amplo recrutamento nos interiores próximos e distantes. Um relatório
holandês resume como se afiguravam as forças luso-brasileiras: "É um exército composto tanto de soldados
como de moradores, mamelucos, índios e negros".
Sob o pretexto de vencer índios em revolta, ardilosamente provocada por Filipe Camarão com seus
seguidores, atingiu Pernambuco uma força sob o comando de Henrique Dias, e, para "prenderem" João
Fernandes Vieira, uma tropa de infantaria foi mandada para Pernambuco, comando de André Vidal de
Negreiros e Martim Soares Moreno. O plano contava, ainda, com a adesão de Dirk Hoogstraten, que
comandava o Forte de Nazaré, e Gaspar van der Ley, casado com uma brasileira. Marcou-se o início da
conjura para 24 de junho de 1645. Os insurgentes se denominaram de independentes.
Souberam de tudo os batavos por causa das denúncias de Sebastião Carvalho e Fernando Vale,
obrigando os nossos a se apressarem e a deflagrarem o movimento a 13 de junho. Encontraram-se, perto
do monte das Tabocas (03/08/1645), os 1.600 homens conduzidos por Antônio Dias Cardoso contra os
1500 homens comandados pelo Coronel Hendríck van Haus, resultando em uma vitória dos independentes.
Vieira recebeu o comando geral e marchou sobre Recife, compelindo os batavos a uma capitulação no
Engenho de Nassau (Casa-forte) em 17 de agosto.
Os êxitos dos independentes conduziram à organização, na Bahia, em 1644, de uma força naval para
auxiliá-los. Inicialmente esta Força foi encaminhada para Pernambuco, fundeando em frente à Recife.
Tentando camuflar suas intenções eles declararam que estavam ali para apoiar os holandeses na pacificação
da praça, no entanto, receberam como resposta às suas cartas o pedido de se retirarem Dalí, e não sendo
favorável a ação por estarem em número reduzido, em posição inferior e devido a tempestades que
ocorreram durante sua estadia, acabaram se retirando sem ter havido qualquer combate. Este episódio ficou
conhecido como “A Jornada do Galeão”. Esta força improvisada, comandada pelo Coronel Jerônimo
Serrão de Paiva, acabou por se separar das forças de Salvador Correa de Sá devido às tempestades e abrigou-
se na Baía de Tamandaré, litoral de Pernambuco. No dia 09/09/1645, o Almirante Lichthardt resolveu atacá-
la. Os navios portugueses (sete naus, três caravelas e quatro menores) estavam fundeados. Os holandeses
investiram com oito navios. Os marujos e soldados portugueses atiraram-se na água e fugiram: uma derrota
completa de Serrão de Paiva.
Apesar deste revés, Fernandes Vieira e seus seguidores prosseguiram em direção a Recife e
fundaram o Arraial Novo do Bom Jesus, na Várzea. Sua construção começou a partir de 15/10/1647. A luta
foi intensa naquele ano, Sigmund von Schkoop assolou a ilha de Itaparica e obteve algumas vantagens. A
possível ameaça a Salvador motivou o rei português a preparar uma força naval. Denomina-a "Armada de
Socorro do Brasil", dando o comando a Antônio Teles de Menezes, feito Conde de Vila Pouca de Aguiar.
Em 24 de dezembro de 1647, os vinte navios dessa armada chegavam a Salvador.
Von Schkoop não aguardou a presença deste reforço; abandonou Itaparica em 15 de dezembro. E
qual seria o efetivo holandês nesta oportunidade? Os holandeses deviam contar com uma força de,
aproximadamente, cinco mil homens, além de uns mil indígenas. Excetuando estes, os homens estavam
treinados segundo o sistema europeu, próprio da Guerra dos 30 Anos. Mas o moral da tropa já começava a
enfraquecer.
Desejando evitar o prolongamento das hostilidades, o Rei D. João IV efetuou gestões diplomáticas
neste ano de 1647. Enviou à Holanda o Padre Antônio Vieira com a oferta de três milhões de cruzados em
troca da devolução das terras, o que não foi aceito. Pensou o jesuíta em oferecer a Holanda, a título precário,
a capitania de Pernambuco, pela desistência das outras terras; expôs suas ideias em documento que o rei
português apelidou de "Papel Forte" (14/03/1647). Mas a sugestão do Padre Vieira foi recusada pelo
Conselho da Coroa,
O mesmo jesuíta, então, elaborou o plano de uma companhia de comércio, no estilo holandês, que
deveria colaborar para a expulsão dos holandeses em troca de vantagens comerciais futuras. A Companhia
Geral de Comércio do Brasil somente se constituiu com capitais dos cristãos-novos que obtiveram do rei a
suspensão do confisco de seus bens (06/02/1649).
Não havendo como escapar da luta armada, o rei deliberou enviar um experimentado militar para
comandar os independentes. Escolheu Francisco Barreto de Menezes (que tinha 30 anos de idade), que
recebeu o posto de Mestre-de-Campo-General. Após acidentada viagem, Barreto conseguiu chegar ao
Arraial Novo, onde tomou posse de seu cargo em 16 de abril de 1648. Barreto soube valer-se de André
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Vidal e Dias Cardoso, prováveis planejadores dos movimentos que precederam os combates nos arredores
de Recife, Percebendo a intenção do comando holandês de impor à população civil, que apoiava o
movimento insurrecional, pesadas perdas, Barreto se antecipou e se postou em local favorável a uma
batalha, isto é, nos Montes Guararapes (cuja significação é: nos tambores).
Em 19 de abril de 1648, Barreto obteve uma vitória expressiva nesse local. Contava com 2.220
homens provenientes da Paraíba, de Igaraçú, de Goiana e da Bahia. Os holandeses deviam contar com 4.500
homens e, talvez, 500 indígenas. A batalha travou-se mais precisamente no Boqueirão, abaixo do Morro do
Telégrafo. A batalha durou cinco horas: holandeses tiveram 515 mortos e 523 feridos; os independentes
sofreram 80 baixas (contando-se entre estas o índio Poti, que veio a falecer em 24 de agosto). No dia
seguinte, Barreto apoderou-se de Olinda e estreitou o cerco sobre Recife.
No Rio de Janeiro, o seu governador, Salvador Correa de Sá e Benevides, aprestou expedição com
a finalidade de reconquistar Angola. Com novecentos homens e guarnições distribuídos em 21 navios,
Benevides partiu para a África em 12 de maio de 1648, logrando êxito em sua missão. Devido a base desta
ação ter sido o Rio de Janeiro e ainda contar com a participação de brasileiros, inclusive índios, a libertação
de Angola em favor da coroa lusa em 1648 é considerada a primeira projeção brasileira de poder para o
exterior. A evidência da necessidade da manutenção das rotas de navegação entre Portugal, a África e o
Brasil, levou a criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil, ainda em 1648.
A impossibilidade de continuar sustentando o domínio do mar conduziu a situação difícil para os
invasores. Por isso, o Coronel Van den Brinck deliberou desferir outra batalha. Com 4.200 homens e seis
canhões, ocupou os Montes Guararapes. Os nossos, dispondo de 2.600 infantes e 150 cavalarianos, tentaram
desalojá-los, sem conseguir; às 13 horas do dia 19 de fevereiro (1649), os holandeses desceram das posições
que se encontravam, travando-se a luta na planície, decidindo-se favoravelmente para os independentes.
Brinck faleceu na refrega, juntando-se às mil baixas inimigas.
A guerra ainda prosseguiu por mais cinco anos; os holandeses não se expunham além de Recife, e
os independentes não dispunham de artilharia de sítio nem de engenheiros para acometer as fortificações
da cidade.
Ao mesmo tempo em que os holandeses sofriam
derrotas na colônia, como na batalha do monte
das Tabocas e nas duas batalhas de Guararapes,
enfraqueciam-se também no cenário europeu
diante da Inglaterra, que se transformara na sua
principal concorrente no comércio internacional.

Batalha de Guararapes (1879), Victor Meirelles. Museu


Nacional de Belas Artes, Brasil

Vários holandeses compreenderam que a luta estava próxima do fim e, amotinados, buscaram
refúgio nas Antilhas. E as guerras navais que se abriram entre a Holanda e a Inglaterra, em decorrência do
Ato de Navegação, de Cromwell, concorreram para apressar o desfecho. Os Atos de Navegação, decretados
pelo governo inglês de Oliver Cromwell a partir de 1650, protegiam os mercadores ingleses e suprimiam a
forte participação holandesa no comércio inglês. As tensões crescentes deram início à guerra entre Países
Baixos e Inglaterra (1652-1654), o que favoreceu a maior aproximação entre ingleses e portugueses. Diante
da derrota militar para os britânicos, os holandeses, enfraquecidos e desgastados, também perderam para
as forças luso-pernambucanas, que, em 1654, puseram fim à sua dominação sobre o Brasil.
Schkoop e seus homens se viram reduzidos ao Recife, perdendo as suas praças fortes, cercados por
mar pelos 64 navios mercantes e 13 de guerra, comando do Almirante Francisco de Brito Freire, armados
pela Companhia Geral de Comércio do Brasil. Assim, capitulou o Forte do Rego (14/01/1654). Na margem
esquerda do rio Capibaribe, rendeu-se o reduto Altenar (Major Berghen e 180 homens); no dia 23, pediu
armistício o Forte Cinco Pontas, comandado por Waulter van Loo. Três dias depois, Cilbert de With e
Huybrecht Brest assinaram com Francisco Álvares Moreira, o Capitão Manoel Gonçalves Correa e o
Capitão Afonso de Albuquerque uma capitulação, com 27 artigos, no local chamado Campina do Taborda

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(nome de um pescador residente no local). Barreto recebeu as chaves de Recife no dia 28. Os holandeses
retiraram-se, em seguida, das terras brasileiras; alguns, porém, permaneceram misturando-se à população
local.
A Companhia das Índias Ocidentais não se deu por vencida: em 1657 declarou guerra a Portugal e
formalizou o bloqueio naval à entrada do Rio Tejo. Diante da resistência portuguesa, as hostilidades se
abriram, passando em seguida às negociações diplomáticas graças à interferência do Rei da Inglaterra,
Carlos II. Tantas exigências impôs o governo holandês que, somente a 06/08/1661, o Rei Afonso VI
conseguiu a assinatura do Tratado de Haia, pelo qual a Companhia das Índias Ocidentais desistiu do Brasil,
indenizada com quatro milhões de cruzados e a posse do Ceilão, Málaca e Molucas.

2.10) Os Anos do 1700:

A) A Descoberta do Ouro:
A pobreza da inicialmente próspera capitania de São Vicente, frente ao sucesso do empreendimento
açucareiro no Nordeste, levou à organização de bandeiras, expedições cujo objetivo era procurar riquezas
no interior da colônia e apresamento de nativos, além de ataques contratados a quilombos, como ocorreram
posteriormente.
Diante da ocupação de Pernambuco e da região africana de Angola pelos holandeses, as demais
capitanias não tinham acesso a carregamentos de escravos. Assim, embora as primeiras bandeiras de
apresamento de índios visassem obter mão-de-obra para a pequena lavoura paulista ou a venda para regiões
próximas, progressivamente passaram também a sanar as dificuldades dos senhores de engenho do
Nordeste, onde se localizava a maior produção agrícola baseada em mão-de-obra escrava.
Muitas bandeiras atacaram as missões jesuíticas do Oeste e Sul da colônia, capturando milhares de
nativos e cobrando um valor mais alto pelos aculturados por estarem adaptados ao trabalho agrícola.
A atividade apresadora de índios entrou em decadência, com o fim do domínio espanhol e a
retomada do comércio de africanos pelos portugueses, normalizando o abastecimento de escravos para a
colônia. Os paulistas organizados em bandeiras dedicaram-se, então, a atacar aldeamentos de nativos
insubmissos e de negros fugidos que viviam em quilombos. Essas expedições, a serviço dos fazendeiros ou
da administração colonial, eram chamadas de bandeiras de contrato, destacando-se a de Domingos Jorge
Velho, que venceu a resistência dos cariris e janduís e destruiu o quilombo de Palmares, em fins do século
XVII.
As mais importantes bandeiras foram, contudo, as destinadas à procura de metais preciosos,
incentivadas pela metrópole devido ao declínio da economia açucareira nordestina na segunda metade do
século XVII devido ao sucesso do empreendimento exercido pelos holandeses nas Antilhas após a expulsão
do Brasil. O financiamento das expedições paulistas trouxe a descoberta de ouro na região de Minas Gerais
– como em Vila Rica, atual Ouro Preto, e Sabará –, depois Mato Grosso e Goiás, dando início à atividade
econômica mineradora na colônia.
Portugueses, estrangeiros e colonos de
outras áreas, apelidados pelos paulistas de
emboabas (forasteiros), foram atraídos para a
região das minas, entrando em conflito
armado com os descobridores das jazidas e
terminando por expulsá-los da região. Os
bandeirantes paulistas dirigiram-se, então,
para a região central da colônia; em 1719,
Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro em
Cuiabá e, em 1722, Bartolomeu Bueno Filho
achou riquezas em Goiás.

A área de mineração no início do século XVII


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Apesar de terem dizimado e submetido à escravidão muitos grupos indígenas, é inegável a
contribuição das bandeiras para a ocupação e povoamento do interior do Brasil, fundando povoados,
criando vilas, dando início à exploração mineradora e, sobretudo, ampliando as fronteiras da colônia além
dos limites estabelecidos pelo tratado de Tordesilhas.

B) Os Vice-Reis na Bahia:
A descoberta do ouro e dos diamantes e o consequente progresso da Colônia despertaram a
administração portuguesa, que passou a olhar com maior interesse para o Brasil, Coincidiu com o
desabrochar do iluminismo cartesiano entre os pensadores europeus, que influenciaram os governantes a
assumir atitudes mais justas para com os povos. Reinou D. João V de 1706 a 1750.
A partir de 1714 os governadores gerais, que tinham por capital Salvador, ostentam o título de vice-
rei, sem, contudo, existir qualquer ato de elevação do Brasil a vice-reino; foram enviados ilustres homens
e administradores capazes, que empreenderam obras de vulto.
O Marquês de Angeja (D. Pedro Antônio de Noronha) realizou ótimo governo (1714 a 1718); serviu-
se do Brigadeiro Jean Massé, calvinista francês, que ergueu fortificações no estilo Vauban e reformou e
ampliou os fortes de S. Marcelo e do Barbalho, ambos em Salvador. Reabriu a Casa da Moeda, aumentou
a Sé, enquanto a população ia construindo suas casas sem regularidade alguma. La Barbinnais, francês,
visitou Salvador nessa época deixando interessante descrição da cidade e de seu povo devoto e indolente.
O Conde de Vimieiro (D. Sancho de Faro) sucedeu-lhe (1718) e, já doente, morreu a 13 de outubro
de 1719, ficando uma Junta a exercer a administração. Conseguiu celebridade em razão do castigo aplicado
aos piratas ingleses, cujo navio encalhara na costa fluminense, em Macaé, enforcando 27.
Trazia a experiência, por ter sido vice-rei da Índia, o Conde de Sabugosa (Vasco Fernandes Cesar
de Menezes), que assumiu em 1720, estendendo, por 15 anos, o seu governo. Completou as obras de
fortificações e visitou diversas capitanias; severo e disciplinador, condenou sete soldados à morte,
consequência de um motim em Salvador (10/05/1728); esclarecido, criou a Academia Brasílica dos
Esquecidos, a 7 de março de 1724, em dependências de seu palácio, tendo se reunido 18 vezes. Iniciou a
cobrança do donativo para perfazer o dote da Infanta D. Maria Bárbara (1727), num total de sete milhões
de cruzados (a serem pagos em 25 anos).
Substituiu-o Conde das Galveias (André de Meio e Castro), assumindo a 11 de maio de 1735;
favoreceu a capital, concorrendo para a construção de três conventos de freiras: Lapa, Mercês e Soledade,
este, iniciativa do jesuíta Gabriel Malagrida.
Sucedeu-lhe o Conde de Antouguia (D. Luis Pedro Peregrino de Carvalho de Menezes e Ataíde) em
1749, permanecendo como vice-rei até 1755.
Governou, em seguida (primeira intervenção do Marquês de Pombal), o 6º Conde dos Arcos (D.
Marcos de Noronha), de 1755 a 1760. O conde reedificou o fortim do Rio Vermelho, bem como cobrou
impostos que facilitaram Pombal na reconstrução de Lisboa, vitimada pelo terremoto de 1755. O 1º
Marquês do Lavradio (D. Antônio de Almeida Soares e Portugal), último dos vice-reis que teve Salvador
como capital, exerceu sua atividade por apenas seis meses, porque logo faleceu, ficando uma junta em seu
lugar até 1763, quando houve a transferência da capital para o Rio de Janeiro.

C) Progressos do Rio de Janeiro:


A tomada da cidade por Duguay-Trouin repercutiu fundo no espírito de seus habitantes: sacudiu-os
da letargia do século anterior, fez-lhes nascer ideias patrióticas. A metrópole, por sua vez, preocupou-se
com a defesa da praça, escoadouro natural da riqueza do planalto. Enviou o Brigadeiro João Massé com a
incumbência de relatar as falhas militares e propor os meios de saná-las. O brigadeiro imaginou cercar o
centro urbano de forte muro, o qual o protegeria dos lados de terra, mas deixaria indefesa a marinha.
Contudo, a sua construção começou a ser feita.
Em 1719, começa a governança de Ayres de Saldanha e Albuquerque, em cuja administração foi
erguido o Aqueduto da Carioca, uma dupla fila de arcos ligando o morro do Desterro (depois Santa Teresa)
ao de S. Antônio (já demolido), para que pudesse ser conduzido o precioso líquido até o chafariz, na ocasião
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construído, que se chamou da Carioca, dando nome também ao largo e à Rua do Piolho, que dele saía em
direção ao Campo dos Ciganos (hoje Praça Tiradentes).
Substituiu-o (1725 a 1732) Luis Vahia Monteiro, o Onça, assim apodado pela sua valentia pessoal
e ousadia no combate à marginalidade que proliferava na cidade. Opôs-se com tenacidade ao descaminho
do ouro; ergueu uma fortaleza na ilha das Cobras, retomada aos padres bentos; abandonou a construção do
muro de defesa por entender que ele nada defendia. Suas atitudes contrariaram a muitos notáveis que
começaram a lhe mover oposição. Desgostou-se e adoeceu, momento em que a Câmara se aproveitou para
afastá-lo do cargo.
Inicia-se, então, o longo governo de Gomes Freire de Andrade, depois, em 1758, feito Conde da
Bobadela. Servindo-se do engenheiro e artista, Brigadeiro José Fernandes Pinto Alpoim, levantou a Casa
do Trem (trem = conjunto de apetrechos militares), hoje servindo de sede do Museu Histórico Nacional,
ergueu a casa do governador, no Largo do Carmo (hoje Praça XV de Novembro), construiu o Convento de
S. Teresa (onde se encontra enterrado), acreditando nos ideais religiosos de Madre Jacinta de São José.
Perto da Lagoa do Boqueirão, mandou levantar o Convento da Ajuda (demolido em 1913). Na Ilha de
Villegagnon, arrasou pequena elevação para edificar uma imponente fortificação, da qual ainda se guardam
restos encastoados na Escola Naval. Seu devotamento à cultura lhe permitiu apadrinhar a criação das
Academias dos Felizes e dos Seletos, bem como a instalação da tipografia de Antônio Isidoro da Fonseca.
Incumbido pelo Marquês de Pombal de chefiar a comissão demarcadora meridional do Tratado de Madri,
esteve ausente da governança por vários anos, empenhando-se arduamente na tarefa que lhe fora confiada.
Faleceu no Rio, a 12 de janeiro de 1763. Já estava amadurecida a ideia de transferir a capital de Salvador
para o RJ, onde melhor se atenderia à mineração e às fronteiras platinas.
Durante esse período, a cidade se alargou em direção norte, ocupando terras pertencentes aos
jesuítas, ou em direção de Botafogo, onde João de Sousa Pereira Botafogo possuía extensa propriedade.
Lagoas vão sendo aterradas, transformadas em largos e praças, Mas as ruas, tortuosas, ainda não tinham
iluminação nem calçamento. Apresentava-se florescente a vida econômica, quer por causa dos contratos
das baleias, quer pelo mercado de "peças" da África, ou mesmo pela produção de açúcar e aguardente. A
indústria naval encontrava-se em franco progresso. A crescente prosperidade de seus habitantes, aliada ao
forte espírito religioso, permitiu a construção de suntuosas igrejas.

D) A Administração do Marquês de Pombal:


Grandes mudanças se operaram no início do reinado de D. José I, que ascendeu ao trono português
em 1750. Nomeando Sebastião José de Carvalho e Melo, antigo representante em cortes da Inglaterra, 1738,
e Áustria, 1744, onde se casou com Leonor Daun (da nobreza austríaca), ministro do Estrangeiro e Guerra,
o rei depositou, gradativamente, em suas mãos confiança e poderes. Dignificou-o como Conde de Oeiras e
Marquês de Pombal. Sua presença e atuação apagaram o rei: o verdadeiro monarca foi Pombal.
O Iluminismo forneceu o respaldo para a atuação do Marquês de Pombal, em Portugal e no Brasil.
Percebeu, o esclarecido ministro, que os padres inacianos dificultavam a execução dos acordos
diplomáticos no Sul do Brasil, agitado pela Guerra Guaranítica. Por isso, determinou a liberdade dos índios
(Carta-régia de 04/04/1755 para o Estado do Grão-Pará e Maranhão e 08/05/1758 para o Estado do Brasil),
acabando com a administração dos sacerdotes nas aldeias.
Mas os jesuítas desfrutavam de grandes poderes. Chegaram mesmo, conforme entendeu a
investigação da época, a conspirar contra a vida do rei, junto com o Duque de Aveiro (D. José I escapou
com ferimentos de um atentado à bala em 03/09/1758, ocorrido perto do Palácio da Ajuda, quando voltava
à noite da casa de uma amante. Condenados diversos implicados, em um processo um pouco obscuro, entre
os quais os marqueses de Távora, fortes opositores políticos do primeiro ministro, Pombal conseguiu o
assentimento do rei para expulsar os jesuítas de terras portuguesas (03/09/1759). Os 550 inacianos
residentes no Brasil foram compelidos a sair.
O prosseguimento da Guerra Guaranítica conduziu a acertar com a Espanha o Tratado de El Pardo
(1761): a guerra indígena chegava ao fim, mas novos conflitos se abriam nas fronteiras sulinas tendo por
antagonistas os aliados anteriores. Pombal anulou todas as regalias dos antigos capitães donatários,
acabando por abolir as primitivas capitanias, em 1759, através de concessões aos donatários existentes.
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Conservou-se apenas o nome, como divisão administrativa. Reuniu as capitanias de Porto Seguro e Ilhéus
à da Bahia. Criou as de São José do Rio Negro, Rio Grande de São Pedro e Piauí. Tendo em vista a extração
do ouro e o cuidado com a fronteira sulina, achou o marquês ser melhor transferir a capital para o Sul,
escolhendo a cidade do Rio de Janeiro. Elevou a Colônia à categoria de vice-reino (1763), abrindo uma
época faustosa para o Brasil.
Extinguiu, em 1774, o estado do Maranhão, centralizando a administração. Numerosas vilas
nasceram e se desenvolveram em todo o território. Instalou-se, no Rio de Janeiro, um Tribunal da Relação
(1751), bem como diversas juntas de justiça, nas capitanias. Pombal preocupou-se com a situação
econômica do Brasil, criando as Companhias de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e de Pernambuco e
Paraíba. Acabou com os contratos de diamantes. Dos Açores, conseguiu enviar perto de vinte mil colonos
a fim de contrabalançar a medida de liberdade dos índios. Ao mesmo tempo, estimulou os casamentos entre
portugueses e nativas. Aboliu a discriminação entre cristãos velhos e novos, estes de procedência judia
(25/05/1773). Diminuiu os poderes do tribunal da Inquisição (01/09/1774).
A morte do Rei D, José I (24/02/1777) interrompeu a atuação do Marquês de Pombal. A nova
soberana, D. Maria I, derrubou o marquês, perseguiu-o e condenou-o a viver a vinte léguas de Lisboa; esse
movimento ficou conhecido como a "Viradeira". D. Maria I governou somente até 1792, quando, pela
insanidade que a perturbou, ocupou a regência seu segundo filho, D. João (mais tarde D. João VI).

E) O Governo dos Vice-Reis no Rio de Janeiro:


A transferência da capital para o Rio de Janeiro e a elevação a vice-reino, medidas tomadas pelo
Marquês de Pombal, em 1763, marcaram uma nova etapa para o Brasil: um amadurecimento, lento, mas
decisivo, caracteriza o governo dos vice-reis no Rio de Janeiro.
Homens de reconhecida capacidade administrativa e militar, dedicados funcionários, pertencentes à
nobreza e ligados à monarquia, os vice-reis conduzem o Brasil a uma época de esplendor dentro do período
colonial, encerrada com a chegada da Corte, em 1808.
O Conde da Cunha (D. Antônio Álvares da Cunha), primeiro desses vice-reis, preocupou-se com a
organização militar. Recebeu o Tenente-General João Henrique Böhm, com seus auxiliares, Jacques Funck
e Francesco Roscio, e os regimentos portugueses, para os quais construiu quartéis. Criou uma companhia
de dragões de cavalaria, para a guarda do vice-rei. Reaparelhou diversas fortificações costeiras,
especialmente as do Rio de Janeiro e a de S. Antônio do Monte Frio, em Macaé. Como ponto alto de sua
administração, criou o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Teve, também, de executar a Carta-régia de
1766, que extinguiu o ofício de ourives em Minas, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Substituiu-o, em
31/08/1767, o Conde de Azambuja, D. Antônio Rolim de Moura, continuador de sua obra.
A partir de 1769, comanda os destinos do Brasil o Marquês do Lavradio (D. Luis d'Almeida
Portugal). Durante nove anos, foi um incansável administrador, incrementando as atividades agrícolas,
introduzindo as culturas do chá, do arroz, da anileira (para a fabricação do anil ou índigo), do cânhamo,
protegendo as primeiras plantações de café, despertando o interesse pela amoreira e a cultura do bicho-da-
seda e da cochonilha, pequeno inseto nativo do México capaz de produzir matéria tintorial (ácido
carmínico). Mandou arruar parte da capital, dando origem ao bairro da Glória, que dotou de um chafariz
que se conserva até hoje. Reaparelhou as defesas do Rio de Janeiro e edificou o Forte do Leme. Durante
sua gestão partiram as tropas luso-brasileiras para o sul, obtendo, o Tem-General Böhm, a restauração do
Rio Grande. Houve, contudo, a perda da ilha de Santa Catarina. Não se descuidou o marquês da instrução,
criando uma Aula de Comércio, para caixeiros.
Sucedeu-lhe outro grande estadista: Luis de Vasconcelos e Sousa (30/04/1778 a 09/05/1790),
dedicado ao embelezamento da capital. Preparava-a, sem o saber, para receber a monarquia. Ajudado por
Mestre Valentim (Valentim da Fonseca e Silva), construiu o Passeio Público, onde se espalhava, pestilenta,
a Lagoa do Boqueirão, com terras do morro das Mangueiras, que desapareceu; ganhava a cidade um salão
ao ar livre. E, em frente ao portão principal, nascia a rua das Belas Noites (Marrecas, depois), em aclive
suave, a encontrar-se com a dos Barbonos (hoje Evaristo da Veiga). Inaugurou a iluminação pública a óleo
de baleia ou peixe, com 73 lampiões e povoou a cidade de chafarizes, em especial o da Pirâmide, da lavra
de Mestre Valentim. Criou a Casa dos Pássaros, origem do Museu Nacional. Reedificou a Igreja e
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Recolhimento do Parto, vítima de grande incêndio (1789). Perseguiu os contrabandistas de ouro e conseguiu
encarcerar o famoso bandido Mão-de-Luva, alcunha de Manoel Henriques, que desencaminhava o ouro
que encontrara em um arraial (hoje cidade de Cantagalo - RJ). Uma conjuração, tendo por cenário Vila
Rica, pretendeu emancipar parte do Brasil; seus líderes, denunciados, acabaram presos, sendo o mais
famoso Tiradentes.
O Conde de Resende (D. José Luis de Castro), que assumiu em seguida (até 14/10/1801), não se
tornou bem-visto pela população, que lhe deu o apelido de “Conde da Resinga”; levantou o segundo andar
do palácio dos vice-reis; abriu algumas novas ruas na capital. Apressou a devassa contra os conjurados
mineiros, que se concluiu em sua gestão. Fechou a Sociedade Literária, crendo ter esta implicações com o
movimento de Minas. Ocorreu, também, a Conjuração Baiana.
Seguiram-se D. Fernando José de Portugal e Castro e D. Marcos de Noronha e Brito, 8º Conde dos
Arcos (até 22/01/1808).

F) Progresso Econômico:
O século XVIII corresponde ao ciclo do ouro, consequência lógica do encontro das minas e veios
auríferos pelos bandeirantes e desbravadores. Os mineradores e tropeiros vão lentamente sedimentando a
conquista obtida, também, graças ao aventureiro ávido de riquezas, que termina por se fixar no interior após
a dissolução de seus sonhos de grandeza.
Em 1702, 19 de abril, a metrópole organizou o Regimento dos Superintendentes, Guardas-Mores e
Oficiais-Deputados para as Minas de Ouro e, para cumpri-lo, instituiu a Intendência das Minas.
Qualquer descoberta devia ser comunicada à intendência; os guardas-mores demarcavam o local e
distribuíam as "datas" (porções de terra), exclusão de uma, do descobridor, e de outra, da Coroa. As demais
entravam em sorteio para os candidatos possuidores de, no mínimo, 12 escravos.
A princípio, os mineradores apenas afastavam o cascalho da margem dos ribeirões com toscos
instrumentos; passo importante representou a adoção da bateia, de origem africana. A presença da água
consistia em necessidade elementar: apanhava-se ouro nos córregos (ouro da água), nas margens dos rios
(ouro de tabuleiro) e nas encostas secas (ouro de grupiara), utilizando-se a água para o desmonte do
cascalho. A "cata" do ouro era simples nos dois primeiros casos, mas complicava-se no terceiro, devendo-
se levar a água, por força humana ou animal, a regos de madeira, provocando, pela atuação da gravidade, a
lavagem das faldas dos montes e a formação de uma "cata" artificial. Daí a importância das águas ser origem
de muitas desavenças. Obtinha-se o ouro de veio talhando a rocha e triturando os pedaços em pilões.
Ao rei cabia 20% do ouro encontrado: consistia no "quinto", imposto que aparece nas Ordenações
e Regimentos mineiros, desde os primeiros tempos coloniais. Em virtude das dificuldades de arrecadação
e de fiscalização, a Intendência estipulou, em 1713, por proposta dos mineradores, a finta, anuidade fixa
cobrada ao distrito mineiro, montante em trinta arrobas de ouro; em 1718, reduziu-se para 25. Esta fórmula
não suprimia a sonegação; por isso, a metrópole criou as Casas de Fundição em 1720, mas com atuação
efetiva a partir de 1725, destinadas a converter o ouro minerado em barras seladas, proibindo-se,
igualmente, a circulação do ouro não quintado, A produção diminuiu tanto que a Intendência das Minas
aplicou a capitação, a partir de 1º de julho de 1735, sem eliminar a arrecadação dos quintos. A capitação
consistia numa taxa fixa (quatro oitavas e 3/4) que o minerador pagava por cada escravo de mais de 14 anos
empregado na sua lavra; as lojas, vendas e boticas da região mineira contribuíam com uma capitação que
variava entre oito e 24 oitavas (cada oitava equivalia a 3,586 gramas). Avolumaram-se os protestos contra
esse sistema, injusto, pois devia ser pago mesmo nas fases de pesquisa ou ainda que nenhum resultado se
chegasse, Assim, a Coroa retomou ao quinto, depois de 3 de dezembro de 1750, exigido sob a forma de
finta, equivalente a cem arrobas. Somaram-se os déficits por causa da exaustão dos veios auríferos,
arrecadados compulsoriamente sob a forma de derrama, a qual não consistia em novo imposto.
Mas o contrabando do ouro ou o "descaminho", bem como a falsificação dos selos reais para a
fabricação de barras sem a retirada do imposto, floresceu em todo o século XVIII, apesar das medidas
repressivas e da vigilância dos registros, postos de fiscalização nos caminhos das Minas. Através de trilhas
pouco frequentadas, o ouro era levado a Salvador ou ao Rio de Janeiro e, desses portos, para outros lugares,
como Açores, Buenos Aires, Antilhas, de onde se transportava para a Europa. Contribuía a venalidade de
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muitos funcionários públicos, mesquinhamente pagos. Utilizava-se qualquer fardo para esconder o ouro,
tendo ficado famosos os “santos-de-pau-oco”. O governador do Rio, Luis Vahia Monteiro, sobre tudo isso
preveniu a Coroa, não tendo desta recebido apoio devido. Célebre ficou a quadrilha de Inácio de Souza
Ferreira que tinha uma fundição clandestina na serra de Paraopeba e agentes espalhados nas principais
cidades.
Calcula-se a produção aurífera em 982t, o que representa boa parte do ouro circulante no mundo.
Entretanto, a condição política do Brasil não lhe permitiu aproveitar-se dessa riqueza para próprio
desenvolvimento. Serviu para Portugal levar uma vida luxuosa e de ócio, adquirindo produtos
manufaturados ingleses e entregando à Inglaterra, aos poucos, o ouro brasileiro. Mas o sonho das minas
não durou muito: antes de terminar o século XVIII, o ouro já estava esgotado. Deficiências técnicas e
ignorância dos mineradores aliaram-se para impedir a extração de depósitos profundos.
As primeiras notícias de diamantes datam de 1714, Pouco depois, em 1727, Bernardo da Fonseca
Lobo achou as primeiras pedras no sítio de Morrinhos, em Cerro Frio. Vários mineradores acorreram à
região. Em 1734, Portugal criou a Intendência dos Diamantes, submetida a uma legislação especial, o
Regimento das Terras Diamantinas (conhecido como Livro da Capa Verde), datado de 1771. Até 1740,
permitiu-se a livre exploração; depois, contratou-se com particulares a obtenção dos diamantes,
delimitando-se o Distrito Diamantífero, cujo centro localizava-se no Arraial do Tijuco (hoje Diamantina).
O contratador devia pagar, aproximadamente, £40.000 anuais. Famosos ficaram Felisberto Caldeira Brant,
que encontrou falência depois de vários infortúnios, e João Fernandes Oliveira, que não mediu dinheiro
para contentar Xica da Silva. Calcula-se em três milhões de quilates o fornecimento durante a época
colonial, provocando uma baixa de 75%, por quilate, na venda de diamantes em mercados da Europa.
A exploração das minas acarretou um rápido povoamento do interior. Sendo o ouro a preocupação
maior, ninguém pensou em plantar e criar, o que gerou uma grande dificuldade de vida, pela deficiência
dos meios de subsistência. A comida vinha de muito longe e chegava às Minas por preços absurdos. Assim,
surgiram as fortunas alicerçadas no comércio e na criação de gado. O ouro mudou o posicionamento social:
nos séculos anteriores importavam as grandes sesmarias agora, a situação social fundamentava-se nas
riquezas móveis. Com o tempo, dispersam-se os mineradores, arraiais, povoados e vilas se formavam, se
desenvolveu o comércio com o litoral, ao mesmo tempo em que são abertos caminhos percorridos pelos
tropeiros. A parte Sul, com o Rio de Janeiro à frente, progrediu muito, enquanto o Nordeste entrou
lentamente em decadência.
Corria o dinheiro português quer cunhado no Reino, quer produzido nas casas de moeda em Minas.
De ouro existiam: a dobra de oito escudos e valor de 12,800 réis, a dobra de quatro escudos, com valor de
6.400 réis, a meia-dobra, de 3.200, o escudo, de 1.600 réis, o meio-escudo e o quarto de escudo, chamado
cruzado. De 1724 a 1727, existiram os cruzados-novos, com valor de 480 réis. A unidade da moeda de prata
chamava-se tostão, com valor de 100 réis. Havia moedas de cobre de 40 e 20 réis, A diversidade de moedas
e a variedade de cunhagens produziram um sistema monetário verdadeiramente anárquico, isso sem contar
com a presença de moedas falsificadas pelas próprias casas de moedas ou por particulares.
O açúcar, grande riqueza do século XVII, ocupou, no século XVIII, lugar secundário. Fazendas se
despovoaram por causa das minas, coincidindo com a baixa do preço do produto que já começava a
enfrentar a concorrência do produzido nas Antilhas. Contudo, a Bahia exportava, em 1798, de 14 a 18 mil
caixas de açúcar, e Pernambuco, de 12 a 13 mil.
O cultivo do tabaco intensificou-se pelo desenvolvimento do vício de fumar. Antonil dedicou 12
capítulos de seu livro ao tabaco. Havia, em Lisboa, uma Alfândega do Tabaco, reorganizada por Pombal
em 1751. Em certos anos, o lucro com o tabaco subia ao dobro do que se obtinha com o ouro. Provavelmente
em 1757, Pombal enviou à Vila de Cachoeira, na Bahia, André Moreno com a incumbência de preparar o
tabaco em folhas para a fabricação de charutos. O cacau conseguiu um lugar de destaque, existindo
plantações em Ilhéus, sul da Bahia.
Somente no final do século, renasceu a economia agrícola vinculada ao algodão, vegetal têxtil nativo
da América. O nascimento de indústrias fabris mecanizadas, resultado da descoberta da máquina a vapor
(James Watt em 1769), ofereceu ao Brasil a oportunidade de produzir algodão e vendê-lo à Inglaterra, que
começou a encontrar dificuldades de extrair de suas próprias colônias americanas. Em 1775, a produção
atingia cinco milhões de libras (peso), aumentando, em 1791 para 26 milhões. O cultivo do algodão
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concentrou-se no Maranhão, espalhando-se, depois, em outros pontos do litoral. As atividades ficaram
vinculadas ao escravo, usando-se o descaroçamento manual; a máquina inventada por Eli Whitney, em
1793, não chegou a ser conhecida no Brasil.
Os colonizadores se aproveitaram de muitas espécies vegetais indígenas, neste século XVIII, já
participando da alimentação dos habitantes, como procuraram plantar os vegetais que normalmente
integravam a sua dieta europeia; o trigo e a uva não chegaram a se desenvolver, apesar dos esforços
despendidos; diversas árvores frutíferas se deram bem e passaram a ser cultivadas, Merece citação especial
o coqueiro, proveniente da Ásia e da Oceania. O vice-rei, 2º Marquês do Lavradio, iniciou o cultivo do
arroz e do chá, este plantado com sucesso nos arredores do Rio de Janeiro. Não sendo alimentícias, mas de
alto interesse, lembremos o cultivo da amoreira, da anileira e do cânhamo. Utilizou-se, também, o mate,
proveniente das missões guaraníticas.
O café, introduzido no Pará, em 1727, pelo ajudante Francisco Xavier Palheta, que transportou a
planta da Guiana Francesa, cumprindo ordem do governador do Estado do Maranhão, João Maia da Gama,
ainda estava em fase de aclimatação.
Percorrendo a costa norte do Brasil lentamente e sem muito sucesso, o café chegou ao Rio de
Janeiro, trazido pelo desembargador do Maranhão João Alberto Castelo Branco, ocasião em que governava
a Repartição do Sul Gomes Freire de Andrade (1760). Apenas duas mudas foram plantadas em chãos do
Convento dos Barbonos, na rua do mesmo nome (hoje Evaristo da Veiga). Apesar dos desvelos dos padres,
uma delas morreu, mas a outra se desenvolveu dando frutos que, apanhados pelo holandês J. Hoppman,
este os plantou em suas terras de Mata Porcos (hoje Estácio), formando extenso cafezal, protegido pelo
vice-rei Marquês do Lavradio. Rapidamente, os pés de café se espalharam na terra carioca, principalmente
na fazenda do Mendanha (Campo Grande – RJ), de propriedade do Padre Antônio Couto da Fonseca, que
os plantou na vila de Resende, fundada pelo vice-rei Conde de Resende. Ao final do século, podiam ser
vistas plantações de café em São Paulo e Minas Gerais.
Durante o século XVII, o gado bovino subiu morosamente pelas duas margens do Rio São Francisco
até as suas nascentes. Criado extensivamente, ele se multiplicou em terras mineiras, atingindo, neste século
XVIII, o planalto goiano e mato-grossense. De São Vicente, foi o gado levado para Paranaguá, e de tal
maneira ele se desenvolveu, que os criadores procuraram os "campos de cima", fundando Curitiba. De
Curitiba, o gado caminhou para o sul, encontrando bons pastos nos pampas sulinos. Nessa região, o gado
cavalar começou a ser criado com bastante proveito, barateando o preço da montaria até então acessível a
poucos, No fim do século, a área sulina produzia excelente charque, distribuído para todo o Brasil,
ocasionando a decadência parcial do gado nordestino.
A circulação de riquezas, resultado da descoberta das minas, provocou o nascimento de pequenas
manufaturas: cerâmica, metalurgia, ourivesaria, tecelagem e outras menores, o que não foi bem-visto pela
metrópole. Em 1766, ficava proibida a profissão de ourives. O alvará de 5 de janeiro de 1785 proibiu a
instalação de estabelecimentos fabris. Em consequência, as tecelagens paralisaram-se, com exclusão
daquelas destinadas ao fabrico de tecidos para os escravos e sacaria. Bastante desenvolvida mostrou-se a
pesca da baleia, cetáceo abundante no litoral sul, em especial na Baía de Guanabara. No Rio de Janeiro
funcionaram armações que industrializavam a carne, o azeite, as barbatanas e o espermacete (cera branca
existente na cabeça de baleias e cachalotes empregada na fabricação de cosméticos). Os curtumes
necessários a obtenção de couro, utilizável para a exportação, existiram em vários centros urbanos. E as
fábricas de anil, no Rio e no Pará, chegaram a exportar para a metrópole até quinhentas arrobas anuais.
Continuamos, neste século XVIII, a enviar para a metrópole os produtos nativos brasileiros,
recebendo, em troca, os manufaturados de origem portuguesa ou estrangeira, através de comerciantes
portugueses. Chamava-se, esse intercâmbio, de Pacto Colonial, estando vedado a qualquer nação fazer o
comércio direto em portos brasileiros. Mas, em algumas vezes, navios ingleses burlavam esse acordo e,
alegando arribada forçada, efetuavam trocas comerciais diretas, com alguns subornos às autoridades locais.
O comércio interno, por via terrestre com as terras espanholas, tornou-se muito importante e até hoje pouco
conhecido, dado o seu caráter de contrabando. Muitos “peruleiros” embrenhavam-se pelas regiões
desconhecidas, visando lucros com as populações andinas, brancas ou nativas.
Apesar de a Companhia Geral de Comércio do Brasil ter sido extinta em 1720, a ideia renasceu
durante a época de Pombal, que criou, em 1755, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão
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e, em 1759, a Companhia de Pernambuco e Paraíba. Ambas conseguiram altos lucros praticando abusos
na venda de produtos que monopolizavam. Foram extintas por D. Maria I em 1778 e 1779, respectivamente.
O comércio negreiro mostrou-se ativo e compensador durante este século XVIII, graças às
necessidades das minas, onde o africano não vivia muito tempo. Havia um trânsito permanente de tumbeiros
para os mercados brasileiros, enriquecendo a quantos a esse negócio se dedicavam.
Relativamente ao comércio interno, não possuímos dados suficientes. Tratava-se de mercadorias
destinadas à exportação e que eram transportadas aos portos de embarque; e os produtos estrangeiros que,
a partir desses mesmos portos, se distribuíam no resto do país. Tropas de muares percorriam os caminhos
conhecidos solidificando a conquista que os bandeirantes haviam iniciado.

G) As Revoltas Coloniais - Inconfidências e Sedições:


No final do século XVII, o Brasil começou a entrar numa fase de profundas transformações. Reinóis,
nativos e escravos amalgamavam-se nas duras tarefas de conquistar a terra, domesticar o gentio e,
sobretudo, expulsar invasores. Formava-se lentamente a argamassa do povo brasileiro, provocando
movimentos sediciosos ainda inconsistentes e de fundo nitidamente econômico, uma reação contra o
fiscalismo exagerado. A amplitude territorial e a heterogeneidade da população não permitiram a presença
de movimentos amplos e sim regionais.
Estão entre as principais revoltas a Aclamação de Amador Bueno (SP), A Sedição do Rio de Janeiro,
A Revolta de Beckman (MA), A Guerra dos Emboabas (SP/MG), A guerra dos Mascates (PE), O Motim
do Maneta (BA), A Revolta de Vila Rica e A Conjuração do Rio de Janeiro, todas de caráter nitidamente
terrestre e sem participação de fatos marítimos.
Houve também movimentos de Emancipação como a Conjuração ou Inconfidência Mineira e a
Conjuração Bahiana.
Nesta parte veremos apenas as revoltas que tiveram alguma participação naval, e ao longo da
apostila as demais como nos combates no Pará (Cabanagem), no Rio Grande do Sul (Guerra dos Farrapos
ou Revolução Farroupilha), na Bahia (Sabinada), no Maranhão e Piauí (Balaiada) e em Pernambuco
(Revolta Praieira – após a coroação de D. Pedro II).

G.1) Conspiração ou Conjura de Nosso Pai:


Logo depois da expulsão dos holandeses de Pernambuco, verificou-se um motim popular no Recife
contra a pessoa do seu terceiro capitão-general, Jerônimo de Mendonça Furtado, o “Xumberga" (assim
apelidado por usar bigodes iguais a von Schomberg), que todos sabiam tirano e desonesto.
O pretexto surgiu quando o governador ofereceu festejos ao Marquês de Mondevergue, comandante
de uma esquadra francesa de 12 velas procedente de São Lourenço em direção a Madagascar. A
cordialidade pareceu traição. Conspiraram o ouvidor André de Barros Rego, os vereadores de Olinda,
Lourenço Cavalcanti, João Ribeiro e alguns principais.
Organizada uma falsa procissão de Nosso Pai ou Viático (destinada à extrema-unção dos
moribundos), na tarde de 31 de agosto (1666), esta tomou a direção da casa do governador, que não hesitou
em acompanhá-la. Em determinado momento, os conjurados dominaram a escolta do governador, o
colocaram no Forte do Brum, remetendo-o preso, no dia seguinte, para o Reino (em Portugal, recebeu
condenação de cárcere perpétuo na Ásia). No mesmo dia, a população depredou casas e atacou aos marujos
franceses.
O vice-rei não castigou o delito; nomeou André Vidal de Negreiros para prover o cargo, nele
permanecendo seis meses.

H) As Questões de Fronteiras:
A fronteira do Sul do Brasil demorou a ser definida devido à ferrenha disputa travada entre Portugal e
Espanha que tinham interesse em dominar a estratégica região platina. Para consolidar o domínio da região, os

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dois reinos travavam diversas batalhas –nas quais o poder naval de ambos os lados foi muito empregado –e
vários acordos foram firmados.

H.1) Tratado de Lisboa (1681):


Já no primeiro ano de sua fundação, 1680, a Colônia do Sacramento foi atacada e reconquistada aos
espanhóis pelo governador de Buenos Aires, sendo devolvida aos portugueses em 1683 após a assinatura
do Tratado de Lisboa, em 1681.

H.2) Tratados de Utrecht (1713 e 1715):


Desde o século XVI, corsários franceses farejaram as costas brasílicas contrabandeando o pau-de-
tinta. Suas tentativas de fixação na terra, em toda a região do Atlântico Sul, foram frustradas pelos
portugueses, que sempre conseguiam alijá-los, empurrando-os para o Norte. Localizados bem acima da foz
do Amazonas, empenharam-se em uma expansão em terras, não bem definidas, de Portugal. Invadiram o
Amapá, chamado de Guiana brasileira. O Governador do Estado do Maranhão, Antônio de Albuquerque,
apressou-se em enviar tropas que iniciaram difícil e prolongada luta, solucionada pelo Tratado de Utrecht
de 1713.
A morte do rei de Espanha Carlos II, em novembro de 1700, sem deixar um sucessor, acabou por
colocar toda a Europa em adversidade. A tentativa de se colocar no trono espanhol um rei de origem
francesa propiciava um desequilíbrio nos pesos da balança do poder europeu, já que os dois maiores e mais
poderosos exércitos da época eram justamente os francês e espanhol. As negociações diplomáticas de
Utrecht representaram o fim dessa Guerra de Sucessão da Espanha. Delas fez parte Portugal por ser aliado
da Inglaterra, enviando João Gomes da Silva, Conde de Tarouca, e D. Luis da Cunha, que obtiveram com
a diplomacia o que teria sido muito dispendioso com a força das armas. No Tratado de 11 de abril, a França
renunciava as suas pretensões às terras do Cabo do Norte, situadas entre os rios Amazonas e Oiapoque ou
Vicente Pinzón (como ainda é chamado pelos franceses), aproveitando-se este último para servir de
fronteira entre as duas nações. Representou um êxito diplomático português.
No segundo Tratado de Utrecht, 6 de fevereiro de 1715, a Espanha restituiu a Colônia do Sacramento
a Portugal, sem, contudo, provocar a calma na região. A reabertura das lutas luso-espanholas europeias,
entre 1735 e 1737, predispôs Portugal a se desfazer da Colônia.

H.3) Tratado de Madri (1750):


O conflito ocorrido entre as cortes portuguesa e espanhola entre 1735 e 1737 motivou a terceira
investida hispânica sobre a Colônia de Sacramento. Cumprindo ordem do governador de Buenos Aires, em
junho de 1735, navios espanhóis já empreendiam um bloqueio naval à colônia lusa enquanto quatro mil
soldados realizavam um sítio por terra.
No Rio de Janeiro, o governador interino, Brigadeiro José Silva Paes, preparou e enviou, às pressas,
uma força naval para socorrer a colônia. Assim que chegou à região do Prata, essa força naval dissipou o
bloqueio que os navios espanhóis vinham impondo à Colônia de Sacramento. Em Portugal, o recebimento
da notícia do assédio espanhol à colônia lusa levou o rei a ordenar o preparo de uma força naval que foi
constituída por duas naus e uma fragata. Essa força suspendeu de Lisboa em março de 1736 e, ao chegar
ao Rio de Janeiro, recebeu reforços. Juntou-se a ela o Brigadeiro Silva Paes, contendo ordens de socorrer a
Colônia de Sacramento e, se possível, reconquistar Montevidéu (fundada e abandonada pelos luso-
brasileiros e novamente fundada pelos espanhóis) e fortificar o Rio Grande de São Pedro.
A força naval portuguesa no Prata combateu os espanhóis, apoiou a Colônia de Sacramento e
estabeleceu o domínio do mar na região. Após alcançar seus objetivos, parte dessa força regressou ao Rio
de Janeiro.
O Brigadeiro Silva Paes permaneceu no Sul e, após ameaçar um ataque a Montevidéu – que não
ocorreu devido ao grande risco dos navios ficarem encalhados –, decidiu partir para o Rio Grande de São
Pedro e cumprir a missão de fortificá-lo. Ao chegar, tratou o Brigadeiro de organizar suas defesas e mandou
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construir o forte que denominou Jesus, Maria e José. Estavam assim criadas as condições para o início da
povoação da região, que recebeu, mais tarde, casais açorianos para ocupar a terra.
Mesmo após a assinatura por portugueses e espanhóis do armistício de 1737, o cerco terrestre à
Colônia de Sacramento continuou, demonstrando a grande instabilidade que existia nas relações entre as
duas colônias. Procurando solucionar suas questões de limites, Portugal e Espanha resolveram assinar, em
1750, o Tratado de Madri, que, dentre outras medidas, estabeleceu a posse da Colônia de Sacramento para
a Espanha e a de Sete Povos das Missões para Portugal. Esse tratado foi fruto do trabalho de Alexandre de
Gusmão, secretário de D. João V, junto ao qual teve grande influência. Foram nomeadas duas comissões
para demarcarem a fronteira, uma para o norte – onde Portugal teve como representante Francisco Xavier
de Mendonça Furtado (irmão do Marquês de Pombal) – e outra para o sul, sendo o representante português
Gomes Freire de Andrade. A troca estabelecida pelo Tratado não foi efetuada, pois os índios que viviam
nas Missões se recusaram a deixar o local, empreendendo uma resistência armada, levando os luso-
espanhóis a responderem com ação militar conjunta que, em 1756, por meio da força, ocuparam a região

H.4) A Guerra Guaranítica (1753-1756):


Duas comissões mistas se constituíram com o propósito de demarcar as novas fronteiras. A comissão
do sul iniciou os seus trabalhos em 1752. Achava-se integrada pelo Marquês de Valdelirios, delegado
espanhol, e pelo Conde da Bobadela, representando Portugal. O Conde fez-se acompanhar de numerosos
técnicos e homens de saber. A região a ser percorrida era apreciavelmente conhecida.
Os demarcadores do norte, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal,
e D. José de Iturriaga, depararam com imensas dificuldades telúricas. Seus trabalhos mal começaram, tendo
sido quase nulos os resultados. D. Antônio Rolim de Moura Tavares, que substituiu Mendonça Furtado,
fundou um destacamento militar, em 1760, origem do Forte de Nossa Senhora da Conceição (Rondônia).
Apesar da clareza do Tratado, os colonos do Sacramento negaram-se a abandonar a Colônia, ao
mesmo tempo em que os índios guaranis se rebelavam na localidade de Santa Tecla, instigado pelos jesuítas.
Gomes Freire, com o objetivo de cumprir a sua missão, mandou levantar, 1752, na confluência dos rios
Pardo e Jacuí, uma fortificação, denominando-a de Jesus-Maria-José (esse forte deu origem à cidade do
Rio Pardo).
Portugueses e espanhóis combinaram um ataque conjunto às Missões, mas que redundou em
fracasso, já que o Governador de Buenos Aires, D. José de Andonaegui, não prosseguiu em sua marcha
envolvente. Gomes Freire, exposto ao ataque dos índios tapes e goanoas (ou minuanos), travou algumas
escaramuças sangrentas e se retirou, em novembro de 1754, para o reduto de Jesus-Maria-José.
Inutilmente o Padre Luis Altamirano, enviado do Geral dos jesuítas, instava para que a luta cessasse
e que todos (deviam somar uns trinta mil) abandonassem as novas posses portuguesas; obedeceram os
Povos de S. Borja, S. Luís e S. Lourenço, recusando-se os demais. Alegavam a importância geográfica dos
Povos e a perda das extensas plantações de erva-mate, fonte substancial da riqueza da região, que os
portugueses iriam se apoderar e controlar daí por diante.
A teimosia dos jesuítas repercutiu mal nas Cortes Ibéricas, provocando o aparecimento de um
acentuado espírito anti-jesuítico. O rei da Espanha afastava o seu confessor, o Padre Rábago, poderoso
advogado da Companhia. Ordens expressas chegavam a Gomes Freire e a Valdelirios para que tomassem
a região das Missões e acabassem com a Guerra Guaranítica. No primeiro dia de fevereiro de 1756, as
forças conjuntas se reuniram ao lado do arroio Jaguari: somavam 2.500 infantes, dirigidos por Bobadela,
Andonaegui, D. José Joaquim de Viana, Governador de Montevidéu, e Tomás Luis Osório, Coronel de
Dragões do Rio Grande. Os indígenas aglomeravam-se em torno da liderança de Neenguiru, que havia sido
batizado com o nome de Nicolau.
Combateram em Vacacaí no dia 7 e em Caiboaté no dia 10, onde a mortandade indígena
transformou-se em verdadeira hecatombe (1.500 mortos). Em 10 de maio, foi vencida a última resistência
dos índios no combate de Churieby; a 17 de maio, conquistava-se o Povo de S. Miguel, submetendo-se os
demais. Os nativos que sobraram refugiaram-se nos matos.
Empossado governador de Buenos Aires, em 4 de novembro 1756, D. Pedro de Cevallos, inimigo
do Tratado de 1750, prometeu aos jesuítas sua simpatia, ao mesmo tempo em que permitiu que os índios
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retornassem aos Povos. Por isso, Gomes Freire retirou-se para o Rio de Janeiro (aonde chegou a 20 de abril
de 1759), permanecendo precária a posse das Missões. Na Colônia, a luta prosseguia sem solução.

H.5) O Distrato de El Pardo (1761):


Já tinha começado na Europa a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) entre Inglaterra e França, diante
da qual Portugal permanecera neutro. Mas a tendência de Carlos III de Espanha ligar-se à França no
chamado Pacto de Família e a consequente necessidade para o reino português de manter a aliança inglesa,
somando-se ao incômodo que a Guerra Guaranítica ocasionava em terras americanas, embasaram a
proposta do Marquês de Pombal ao Rei D. José I de anulação do Tratado de Madri. O Tratado de El Pardo,
assinado a 12 de fevereiro de 1761, não foi outro tratado de limites, mas um simples distrato. E nem por
isso sobreveio a paz. No ano seguinte, combatiam espanhóis e portugueses em sua fronteira europeia, estes
ajudados por Lorde Abermale. Pombal estava certo: a Inglaterra não lhe faltara.
Essa campanha europeia não se revestiu de grande importância; serviu, porém, para demonstrar a
fraqueza da organização militar portuguesa e, logo em seguida, para melhorá-la a contratação de um famoso
militar de Frederico da Prússia, o Conde reinante de Schaumburg-Lippe.

H.6) Perda e Restauração do Rio Grande:


D. Pedro de Cevallos, oficial de excelente reputação, pôs cerco à Colônia, com cerca de seis mil
homens e cinco navios de guerra, obrigando-a a rendição, em 27 de outubro de 1762. Depois de 26 dias de
assédio, o Brigadeiro Vicente da Silva da Fonseca, que a comandava, capitulou (Fonseca foi preso no Rio
de Janeiro e remetido nesta condição a Lisboa; faleceu nove anos depois na prisão do Limoeiro).
Tentou uma reação o corsário inglês John Macnamara, que se encontrava a serviço de Portugal, com
dois navios ingleses, uma fragata portuguesa e mais oito transportes incorporados no Rio de Janeiro.
Macnamara dirigiu-se para o sul e atacou Sacramento; mas sua capitânia, a fragata Lord Clive, incendiou-
se, nela falecendo. Diante da investida espanhola, o Coronel Tomás Luis Osório partiu do Rio Pardo com
quatrocentos dragões e dez canhões rumo sul, fundando (04/12/1762) a fortificação que batizou de Santa
Teresa.
Após cinco meses, a 8 de abril de 1763, Cevallos avançou pelo litoral atlântico com um efetivo de
três mil homens e 24 peças de artilharia; conquistou os fortes de Santa Teresa, comandado pelo Coronel
Tomás Luis Osório, que capitulou com seus 150 homens no dia 19 (posto em liberdade pelos espanhóis,
Osório foi preso, em seguida, pelos portugueses, encontrando a morte na forca, em Lisboa), e de S. Miguel,
defendido pelo Capitão João Alves Ferreira. Cevallos apoderou-se da vila do Rio Grande e da margem sul
do canal (12/05/1763), retirando-se, os habitantes, para Viamão acompanhados do Governador Coronel
Inácio Elói Madureira.
A paz europeia, assinada em Paris em 10 de fevereiro de 1763, determinou a devolução dessas
conquistas; mas Cevallos só entregou a Colônia, conservando a posse do Rio Grande, tentando transformar
em definitiva aquela ocupação transitória.
Contra os invasores, os habitantes locais, reforçados por aventureiros paulistas, abriram uma guerra
de guerrilhas, Em março de 1764, o novo governador da região, José Custódio de Sá e Faria, concluiu o
Forte de São Caetano e erigiu o do Tebiquari (Taquari atual). A guarnição militar do Rio Grande
desejava uma ação imediata contra os espanhóis; aumentada com contingentes vindos do Rio de Janeiro
em comando do Coronel José Marcelino de Figueiredo (cujo nome verdadeiro era Manoel Jorge de
Sepúlveda), acordaram, os chefes, desfechar um ataque contra a vila do Rio Grande. Atravessaram o canal
de acesso da Lagoa dos Patos na noite de 28 de maio de 1767; pressentidos pelos inimigos, manobrando
mal o desembarque, optaram pela retirada. Não esmoreceram; realizaram uma segunda investida em 5 de
junho com êxito. Os portugueses firmaram-se em São José do Norte.
O Marquês de Pombal, governando efetivamente Portugal, não pensava em desamparar a região:
transferiu a capital do Brasil para o Rio de Janeiro (1763) e deu minuciosas instruções ao Conde da Cunha,
primeiro vice-rei. Em 1767, a 5 de outubro, desembarcava no Rio de Janeiro o Tenente-General João
Henrique Böhm, alemão, trazendo consigo o Brigadeiro Jacques Funck, sueco, o Capitão italiano Francesco
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Giovanni Roscio, além de 70 oficiais portugueses de todos os postos hierárquicos e três regimentos
(Estremós, Bragança e Moura). Böhm desenvolveu notável atividade para realizar a campanha no Sul.
Os espanhóis não se mostravam inativos. Em novembro de 1773, D. Juan Vértiz y Salcedo,
governador de Buenos Aires, deslocou-se de Montevidéu com 574 infantes em três colunas, em direção da
vila do Rio Pardo, onde se encontrava o Coronel José Marcelino, nomeado governador da região
conflagrada. No caminho, Salcedo ergueu as fortificações de Santa Tecla (está localizada próxima da atual
cidade de Bagé) e São Martinho. Uma dessas três colunas invasoras chocou-se com as forças comandadas
pelo Capitão Rafael Pinto Bandeira (em 2 de janeiro), obtendo esta importante vitória (Santa Bárbara).
Segunda derrota (em 14 de janeiro) em Tabatinga, perto de Rio Pardo, acrescido do desgaste de suas
cavalhadas, obrigaram a Salcedo a desistir da empresa. Ele recuou para a vila do Rio Grande, atingindo-a
em 9 de fevereiro.
Chegara o momento da reação luso-brasileira. Pombal preparou um minucioso plano político-militar
e o enviou, sob sigilo, ao Marquês do Lavradio. Em dezembro de 1774, Böhm concentrou forças em Santa
Catarina, transportadas pelos navios comandados pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra irlandês Robert
MacDouall (duas fragatas, cinco corvetas, quatro sumacas e um bergantim, guarnecidos com 1.050 homens
e 172 canhões). Seu efetivo era de 6.717 homens. Acamparam em São José do Norte.
Comandados por D. José de Molina, os espanhóis aguardavam o combate com 2.200 homens
aquartelados na vila do Rio Grande e distribuídos nos fortes da Barra, de Santa Bárbara, Trindade,
Mangueira e Ladino. Uma força naval, liderada por D. Francisco Xavier de Morales, completava a defesa.
O Tenente-General Böhm articulou o seu ataque determinando, primeiro, que o Capitão Rafael Pinto
Bandeira investisse sobre o entrincheiramento de S. Martinho localizado em frente a Rio Pardo. Pinto
Bandeira optou pelo ataque de surpresa pela retaguarda: em 31 de outubro de 1775 obteve êxito. Segundo,
que o mesmo capitão dominasse o Forte de Santa Tecla; com 619 homens, Bandeira iniciou o combate em
10 de março (1776). Os espanhóis (comando do Capitão Luiz Ramirez) resistiram, mas preferiram capitular
no dia 26.
Livre, assim, o interior, Böhm passou a desencadear a terceira fase, em parte desenvolvida ao
mesmo tempo: MacDouall tentou um desembarque (19/02/1776) que redundou em fracasso. Os espanhóis
passaram a denominar o Forte de Santa Bárbara de Triunfo em homenagem a esta vitória.
MacDouall retirou-se para Santa Catarina deixando no comando naval o Capitão-de-Mar-e-Guerra
George Hardcastle. Mas Böhm não se deu por vencido. Aguardou o momento oportuno.
Às 2 horas da madrugada de 1º de abril, depois de iludirem os adversários com demonstrações
festivas (comemoração do aniversário da Rainha D. Mariana Victória), os luso-brasileiros atravessaram o
canal em jangadas organizados em dois destacamentos. O primeiro dirigiu-se para o Forte do Mosquito,
conquistando o seu objetivo às 4h30min; o segundo encaminhou-se para o Forte da Trindade, dominando-
o com alguma dificuldade. Obtidas essas cabeças de ponte, o assalto dos luso-brasileiros passou a ser total.
O Forte da Barra caiu ao amanhecer, o mesmo ocorrendo com o da Mangueira. A esquadra portuguesa, sete
navios, passou a combater contra as posições espanholas; o Forte Ladino cedeu ao peso do ataque, na
madrugada do dia 2. Os navios espanhóis tentaram a fuga; metade deles, três, encalharam, safando-se os
outros em comando de D. Francisco Moralles, para o Rio da Prata. Somente às 17 horas, rendeu-se o Forte
do Triunfo. Pela madrugada do dia 3, os espanhóis abandonaram a vila do Rio Grande e as últimas posições
que detinham.
Esses sucessos militares ecoaram fortemente na Europa. Carlos III, rei espanhol, armou poderosa
esquadra de 19 navios de guerra e 97 mercantes, guarneceu-a com 13 mil homens, e a entregou a D. Pedro
de Cevallos, com o título de vice-rei do Prata. Na madrugada de 20 de fevereiro (1777), surgiu Cevallos
em frente à Ilha de Santa Catarina, provocando pânico na população e no seu comandante militar, o
Marechal-de-Campo Antônio Carlos Furtado de Mendonça, que não reagiu frente ao inimigo. Diante da
força espanhola, MacDouall retirou-se, cauteloso... Dispara alguns tiros o Forte de S. José da Ponta Grossa.
Diante da inexistente reação, Cevallos ocupou as diversas fortificações, a maioria das quais abandonada.
Em 5 de março, o Brigadeiro Custódio de Sá e Faria, mais inclinado aos espanhóis, assinou uma
capitulação; alguns militares se internaram no continente, indo à procura do Exército do Sul.
Cevallos mandou, embarcados, o governador da ilha, Pedro José Gama de Freitas, e o tíbio Marechal
Furtado de Mendonça para o Rio de Janeiro. Cevallos permaneceu 22 dias na ilha, velejando, depois, para
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a vila do Rio Grande no desejo de retomá-la, mas fracassou por causa de ventos contrários que dispersou a
sua esquadra. Dirigiu-se, então, para Sacramento. Com sete mil homens, sitiou a praça (29 de maio), que
estava sob o governo do Coronel Francisco José da Rocha, exigindo a rendição, o que ocorreu em poucos
dias. Cevallos demoliu tudo que encontrou.

H.7) O Tratado de Santo Idelfonso (1777):


A morte de D. José I (24/02/1777) conduziu ao trono português sua filha D. Maria I. Neste momento
delicado da política europeia, estando Portugal entre a França napoleônica, a Espanha de Carlos IV e os
tratados com a Inglaterra, acabou sendo invadido pela Espanha a mando de Napoleão em episódio
conhecido como Guerra das Laranjas. A rainha D. Maria pensou em obter um definitivo acordo de
fronteiras. Depois das confabulações diplomáticas de D. Francisco Inocêncio de Souza Coutinho com o
Ministro Marquês de Florida Blanca, as Coroas Ibéricas assinaram, a 1º de outubro de 1777, o 2º Tratado
de Santo Idelfonso (o 1º foi assinado em junho e Napoleão não o aprovou, obrigando a um novo tratado
mais desfavorável a Portugal). A área da Colônia do Sacramento e os Sete Povos ficavam em poder da
Espanha, reconstituindo-se, acima do Rio Pepiri-Guaçu, a linha do Tratado de 1750. A Ilha de Santa
Catarina foi devolvida sem dificuldades (artigo 22) ao Coronel Francisco Antônio da Veiga Cabral
(23/03/1778). Apresentando erros geográficos, esse Tratado aduziu mais benefícios para Espanha, graças à
inteligência de Florida Blanca, digno representante da Ilustração e a força de Napoleão.
As quatro comissões demarcadoras iniciaram a sua difícil tarefa em meio a muitas discussões e
desavenças pessoais. A primeira partida, no sul, esteve a cargo de Sebastião da Veiga Cabral e D. José
Varela y Ulloa, destacando-se o matemático Dr. José de Saldanha, que escreveu importante relato; dirigiu
a segunda partida o Coronel Francesco Roscio e D. Diogo de Alvear, não conseguindo encontrar o Rio
Igurei; as outras duas ocuparam-se de Mato Grosso e Amazonas.
Os trabalhos demarcatórios se estenderam de 1780 a 1790, época em que se obteve a pacificação
dos índios muras, habitantes da região do Alto Amazonas.
Mais uma vez não chegaram a completar a sua incumbência: desentendimento entre as Coroas
Ibéricas. D. Lázaro de Ribera, governador do Paraguai, invadiu o sul de Mato Grosso e atacou o Forte de
Nova Coimbra (16/09/1801), sem conseguir intimidar o Tenente-Coronel Ricardo Francisco de Almeida
Serra e suas 40 praças.
José Borges do Canto e Manoel dos Santos Pedroso, campeadores que percorriam as coxilhas
sulinas, reuniram aventureiros e invadiram, em 1801, os Sete Povos, logrando anexar a disputada região.
Ao mesmo tempo, o Governador do Rio Grande, Sebastião da Veiga Cabral, determinou a ocupação de
Cerro Largo (povoação fortificada que deu origem à atual cidade uruguaia de Melo) por tropas do Coronel
Manuel Marques de Souza: o forte espanhol capitulou em 30 de outubro, tendo sido desmantelado. Outra
coluna, comando do Tenente-Coronel Patrício José Correia da Câmara, perseguiu os espanhóis rumo sul;
encontrou o Forte de Santa Tecla abandonado e, em três semanas, o arrasou para que não pudesse ser mais
ocupado.

H.8) O Tratado de Badajós (1801):


A estabilidade entre as relações luso-espanholas foi afetada quando Napoleão Bonaparte, desejoso
de castigar Portugal por participar, com seus navios, de cruzeiros ingleses no Mediterrâneo e visando a
trazer os portugueses para zona de influência francesa, forçou a Espanha a declarar guerra a Portugal em
1801. O rompimento das relações entre os dois países na Europa durou poucas semanas, sem ações militares
dignas de registro, ficando o episódio conhecido como a Guerra das Laranjas. Na América, porém, a
chegada da notícia sobre o conflito entre as duas coroas desencadeou o rompimento de hostilidades entre
as populações da fronteira. No Rio Grande de São Pedro, tropas foram aprestadas para defenderem as
fronteiras, ainda em processo demarcatório, e os luso-brasileiros invadiram e conquistaram os Sete Povos
das Missões, do lado espanhol, enquanto os hispano-americanos invadiram o Sul de Mato Grosso. O
Tratado de Badajós pôs fim à guerra de França e Espanha contra Portugal, tendo a Espanha por direito de

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guerra, conservado a praça de Olivença, na Europa, e a Colônia de Sacramento. Portugal recuperou no sul
da América o território dos Sete Povos das Missões.

A família real portuguesa embarca para o Brasil no cais de Belém (Portugal) em 29/11/1807.

MÓDULO 2 REGULAR - 111 - QOA-AA/AFN 2023


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BIBLIOGRAFIA:

Esta apostila de História do Brasil, com enfoque em História Marítima (Civil e Militar) Brasileira, foi
desenvolvida com dados dos seguintes meios:

Fontes Impressas:

ALENCAR, Carlos Ramos de, Alexandrino, O Grande Marinheiro. Serviço de Documentação da Marinha,
Rio de Janeiro, 1989.
BELOT, R. de, A Guerra Aeronaval no Mediterrâneo. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 1939-1945.
CAMINHA, Vice-Almirante João Carlos. História Marítima. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército
(BibliEx), Coleção General Benício, 1976.
FROTA, Guilherme de Andrea, Quinhentos Anos de História do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do
Exército (BibliEx), Coleção General Benício, 2000.
GOMES, Laurentino, 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta
enganaram Napoleão e mudaram a história de Portuga e do Brasil. São Paulo: Ed. Planeta, 2007.
HART, B. H. Liddell, As Grande Guerras da História. 3º Ed. São Paulo: IBRASA, Instituição Brasileira
de Difusão Cultural S. A.
_____ Introdução à História Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha,
2006
LIMA, Roberto Luiz Fontenelle. Guerra e Desarmamento: Duque de Caxias: Imprensa Naval.
SCHWARTZ, Stuart B., Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550 - 1835. 1ª
reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1995
VIANA FILHO, Vice-Almirante Arlindo, Estratégia Naval Brasileira. Abordagem à História da Evolução
dos Conceitos Estratégicos Navais Brasileiros. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército (BibliEx),
Coleção General Benício, 1995.
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio – História Geral e do Brasil.
São Paulo: Scipione, 2000, vol. único.

Fontes Eletrônicas:

Arquivos Diversos, em www.mar.mil.br e seus sítios correlatos.


Brasil Império (e outros períodos), em http://www.professordehistoria.com/imperio.htm
O Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira, em http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br

MÓDULO 2 REGULAR - 112 - QOA-AA/AFN 2023


QOAA-AFN/2023
TURMA REGULAR
CONHECIMENTOS GERAIS
MÓDULO – III
MARÇO - ABRIL
2023

PORTUGUÊS E REDAÇÃO Prof. Rafael Dias


MATEMÁTICA Prof. Rodrigo Melo
GEOGRAFIA ECÔNOMICA Prof. Odilon Lugão
HISTÓRIA MILITAR NAVAL (*) Prof. Vagner Souza

* Será abordado o Livro “Marinha do Brasil - Uma Síntese Histórica” – (SDM, RJ, 2018) - Não incluso neste módulo.

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MATERIAL INTERNO DE USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS


Proibida a reprodução total ou parcial

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Sumário

PORTUGUÊS ........................................................................................................................................................................... 5
REDAÇÃO................................................................................................................................................................................ 7
Desenvolvimento ..................................................................................................................................................................... 7
As relações de causa e consequência na dissertação .......................................................................................................... 10
Conclusão .............................................................................................................................................................................. 11
Sugestão de temas para textos dissertativos ........................................................................................................................ 17
GRAMÁTICA ......................................................................................................................................................................... 18
Advérbio ................................................................................................................................................................................. 18
Numeral ................................................................................................................................................................................. 21
Verbo ..................................................................................................................................................................................... 22
Pronome ................................................................................................................................................................................ 45

MATEMÁTICA ........................................................................................................................................................................ 63
Sequências ............................................................................................................................................................................ 65
P.A. (Progressão Aritmética) ................................................................................................................................................. 66
P.G. (Progressão Geométrica) .............................................................................................................................................. 81
Análise Combinatória ............................................................................................................................................................. 95
Probabilidade ....................................................................................................................................................................... 114

GEOGRAFIA ........................................................................................................................................................................ 119


8 - Brasil: energia ................................................................................................................................................................. 121
8.1 - Petróleo e gás natural .................................................................................................................................................. 121
8.2 - Carvão mineral ............................................................................................................................................................ 122
8.3 - Energia elétrica ............................................................................................................................................................ 123
8.4 - Biocombustíveis .......................................................................................................................................................... 126
9 - O transporte de cargas no Brasil .................................................................................................................................... 129
10. - Ambiente e política internacional ................................................................................................................................. 130
10.1 - Interferências humanas nos ecossistemas ................................................................................................................ 130
10.2 - A importância da questão ambiental ......................................................................................................................... 133
10.3 - Conferências mundiais sobre o meio ambiente e desenvolvimento .......................................................................... 134
10.4. Interferências humanas no clima ................................................................................................................................ 136
10.5 - Fenômenos naturais .................................................................................................................................................. 139
10.6 - Principais acordos internacionais .............................................................................................................................. 140
10.7 - As conferências das Partes ....................................................................................................................................... 141
11 - Brasil - meio ambiente e a política ambiental: as Unidades de Conservação ............................................................... 143
11.1 - Histórico das leis ambientais brasileiras .................................................................................................................... 143
11.2 - O código florestal ....................................................................................................................................................... 144
11.3 - As Unidades de Conservação ................................................................................................................................... 146
11.4 - Os biomas brasileiros ................................................................................................................................................ 147
12 - A agricultura e a diversidade do meio rural .................................................................................................................. 148
12.1 - Os sistemas de produção agrícola ............................................................................................................................ 148
12.2 - A revolução verde ...................................................................................................................................................... 150
12.3 - A população rural e o trabalhador agrícola ................................................................................................................ 151
13 - Brasil - os complexos agroindustriais e a questão agrária ............................................................................................ 153
13.1 - A dupla face da modernização agrícola ..................................................................................................................... 153
13.2 - As relações de trabalho na zona rural ....................................................................................................................... 154
13.3 - Produção agropecuária brasileira .............................................................................................................................. 157
14 - O crescimento demográfico mundial ............................................................................................................................ 159
14.1 - Características e crescimento da população mundial ................................................................................................ 159
14.2 - Crescimento populacional ou demográfico ................................................................................................................ 161
14.3 - Os fluxos migratórios e a estrutura da população ..................................................................................................... 164
14.4 - As atividades econômicas e pobreza no mundo ....................................................................................................... 166
15 - A população brasileira - a nova dinâmica demográfica ................................................................................................ 167
15.1 - Os primeiros habitantes ............................................................................................................................................. 168
15.2 - As correntes imigratórias ........................................................................................................................................... 170
15.3 - Os principais fluxos migratórios ................................................................................................................................. 171

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15.4 - Aspectos demográficos ............................................................................................................................................. 172
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15.5 - A estrutura da população brasileira ........................................................................................................................... 173


15.6 - A janela de oportunidade demográfica do Brasil ....................................................................................................... 174
15.7 - A PEA, os trabalhadores e a distribuição de renda ................................................................................................... 175
15.8 - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ............................................................................................................ 176

EXERCÍCIOS ....................................................................................................................................................................... 177

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REDAÇÃO

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DESENVOLVIMENTO
1) Conceitos
* Desenvolvimento é a demonstração por etapas da tese, de forma que cada parágrafo ajude a comprovar a totalidade do ponto
de vista central da dissertação, apresentado na introdução.

* Argumento é todo procedimento linguístico que visa fazer o receptor aceitar o que lhe foi comunicado, levá-lo a crer no que
foi dito e fazer o que foi proposto.

2) Estruturas do desenvolvimento

2.1) Geral
* Preferencialmente dois parágrafos, de 7 a 10 linhas cada.

* Parágrafo é uma unidade de texto em que se desenvolve uma ideia central, articulada ao todo.

Qualidades gerais do desenvolvimento

a) Coerência
* Externa: relação de sentido entre o texto e a realidade (sensatez)

* Interna: relação de sentido entre as ideias do texto


- Não contradição
- Articulação de ideias
- Sequência lógica (progressão temática)

b) Coesão
* Expressão formal da coerência, trata-se do conjunto de mecanismos linguísticos que estabelecem relações entre as partes do
texto.

2.2) Interna

→→→ PORQUE →→→


Argumento = opinião / ideia + base / fundamentação
←←← PORTANTO ←←←
Escrever bem é importante, porque o mercado valoriza profissionais capazes de se expressar com eficiência.
(ORDEM NATURAL)
O mercado valoriza profissionais capazes de se expressar com eficiência, portanto escrever bem é importante.
(ORDEM INVERSA)

ARGUMENTAÇÃO = TÓPICO FRASAL + FUNDAMENTAÇÃO


=
(Síntese da ideia Explicação / Demonstração
+ Opinião)
Exemplos: Tema: Os efeitos da tecnologia

Exemplos:
De fato, as tecnologias têm produzido alguns efeitos perversos no comportamento humano (Tópico frasal). Embora
permitam um aumento quantitativo da comunicação, as máquinas tendem a reduzir o contato direto entre as pessoas por
estabelecer uma espécie de solidão. Além disso, o uso frequente de equipamentos eletrônicos costuma aumentar o sedentarismo
tanto físico quanto intelectual (Fundamentação). Desse modo, cabe às pessoas manter o bom senso no uso dessas tecnologias.
(Miniconclusão)
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Ademais, para agravar esse quadro, o emprego dessas inovações gera consequências negativas para o meio ambiente
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(Tópico frasal). Poluição do ar, lixo tóxico e esgotamento dos recursos naturais são alguns aspectos desse processo. No limite, o
próprio planeta talvez já se encontre ameaçado diante do aquecimento global e do desequilíbrio ecológico, ambos provocados
pela ação do homem e de suas máquinas (Fundamentação). Os líderes mundiais devem, então, buscar medidas mais eficazes.
(Miniconclusão)

a) Tópico frasal: declaração “inicial” – afirmativa ou negativa – com um juízo de valor acerca do tema, ou seja, é a frase em
que se expressa a opinião a ser provada, no parágrafo, em relação ao tema.

Dica: adjetivos podem ser úteis na formulação de pontos de vista.


Positivo / negativo
Benéfico / prejudicial
Necessário / supérfluo
Eficaz / ineficaz
Adequado / inadequado
Bom / ruim

b) Ampliação / Fundamentação: demonstração / comprovação da opinião pela apresentação de evidências e/ou premissas.

3) Fundamentação (convencimento)

a) Base Factual: apresentação de evidências (exemplos, estatísticas, percepções da realidade).

* Critérios de validade:
- Pertinência → relação com o tema
- Suficiência → quantidade
- Relevância → ≠ exceções

b) Base Ideal: criação de uma linha de raciocínio pelo uso de premissas (conceitos pouco questionáveis, “verdades universais”)

* Critérios de validade:
- Relação de causa x consequência
- Profundidade
- Reflexões sobre o tema.

Exemplos:

Tema: Como a educação pode combater a violência?


Ademais, a educação pode constituir meio eficaz de combate à violência (Tópico frasal). Nesse sentido, em pesquisa
recente da Unesco, identificou-se que o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) investido por um país em educação é
inversamente proporcional às suas taxas de criminalidade, o que comprova uma sensação comum a estudiosos. Há exceções,
sem dúvida, mas sua baixa incidência ajuda a confirmar a regra (Fundamentação – Base Factual).

Ademais, a educação pode constituir meio eficaz de combate à violência (Tópico frasal). Nessa perspectiva, cabe
entender que tal situação ocorre, porque, em sua origem, muitos crimes são explicados por fatores morais, mais do que por
pressões sociais, uma vez que, sem dúvida, o que leva alguém a infringir uma lei, em última instância, são seus valores. Dessa
forma, o sistema educacional pode oferecer alternativas, na medida em que exerce participação decisiva na formação do caráter
individual (Fundamentação – Base Ideal).

Tema: A adoção no Brasil


Além disso, pessoas solteiras devem ter direito a adotar crianças órfãs nas mesmas condições dos casais (Tópico frasal).
Nesse âmbito, um olhar atento para a atual configuração da sociedade brasileira permite perceber que são muitos os casos de
crianças bem-educadas e felizes criadas por apenas uma pessoa, já que divórcios, falecimentos ou abandonos não impedem a
constituição de um ambiente favorável à educação. Percebe-se, assim, que a permissão da adoção deve ser garantida a todos.
(Fundamentação – Base Factual).
Além disso, pessoas solteiras devem ter direito a adotar crianças órfãs nas mesmas condições dos casais (Tópico frasal).
Nesse sentido, é preciso considerar que a função central de uma família, no que diz respeito às crianças, é educá-las da melhor
maneira possível: com afeto e valores sólidos. De fato, tais características não dependem da estrutura familiar, pois podem ser
alcançadas também por pessoas solteiras, com filhos naturais ou adotados. A essência seria, assim, a mesma. (Fundamentação
– Base Ideal).

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Uso de exemplos
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* Funções
- Esclarecer ideia complexa
- Concretizar o abstrato
- Ilustrar tópico
- Demonstrar conhecimento
- COMPROVAR OPINIÃO

* Critérios de escolha
- Notoriedade
- Invulgaridade
- Relevância
- Síntese

Tema: A juventude atual brasileira


As motivações de vida de grande parte dos adolescentes têm origens as mais diversas, muitas vezes tangencia o
antagonismo. Diante de uma realidade sem grandes perspectivas como a atual, o idealismo juvenil perde espaço, e o anseio
solidário e o interesse financeiro tornam-se igualmente decisivos para indivíduos dessa faixa etária. Prova disso é a preferência
por carreiras como Medicina e Direito, que conseguiriam satisfazer os desejos mais díspares de um crescente número de
jovens.

Paradoxalmente, a juventude parece ser o grupo social que tem mais perdido a esperança e, com ela, seu poder de
transformação. Nesse sentido, ideologias falidas, ausência de exemplos positivos, formação escolar pouco crítica e alienação
produzida pela mídia: são muitos os fatores desse panorama; a consequência é, entretanto, uma só – o sentido revolucionário que
marcou a década de 60 cede espaço ao extremo pragmatismo. Mais do que um grande ideal ou valor, o que tem tido maior
repercussão nas recentes campanhas estudantis, por exemplo, são os aumentos de mensalidade.

Paradoxalmente, a juventude parece ser o grupo social que tem mais perdido a esperança e, com ela, seu poder de
transformação. Nesse sentido, ideologias falidas, ausência de exemplos positivos, formação escolar pouco crítica e alienação
produzida pela mídia: são muitos os fatores desse panorama; a consequência é, entretanto, uma só – o sentido revolucionário que
marcou a década de 60 cede espaço ao extremo pragmatismo. Um exemplo dessa situação são as respostas dadas por
vestibulandos sobre suas escolhas profissionais: a maioria procura apenas estabilidade financeira.

Tema: O racismo no Brasil

Ademais, o preconceito racial está enraizado na sociedade brasileira. Há cerca de duas semanas, uma pesquisa
universitária revelou o que já se sabia – trabalhadores negros ganham, em média, muito menos que os brancos, em todos os
níveis salariais. Esse dado não prova apenas a existência do racismo; revela, também, que nem mesmo a ascensão profissional
de um indivíduo manifesta a superação do preconceito, o que faz o discurso brasileiro da democracia racial perder seu principal
argumento. Afinal, se o preconceito no Brasil fosse apenas social, como explicar que os executivos negros ganhem menos que
os brancos.

Ademais, o preconceito racial está enraizado na sociedade brasileira. Nos classificados dos jornais, é cada vez mais
comum encontrar ofertas de empregos para pessoas de "boa aparência", situação que se refere a um dos muitos exemplos do
racismo velado presente no Brasil, já que, na prática, preterem-se quase sempre os negros: como o adjetivo "boa" só existe
segundo critérios subjetivos, a Constituição Federal é respeitada e, consequentemente, o preconceito se perpetua em sua forma
mais cruel. Por ser sutil, esse racismo dificilmente é detectado e combatido, e, com a consciência limpa, as elites permitem a
manutenção da democracia que lhes convém: só para elas.

Atenção:

Tema: A impunidade no Brasil


O principal culpado pelo desabamento do Palace, senhor Sérgio Naya, foi cassado na câmara, teve seus registros de
engenheiro inválidos, sofreu ações de danos morais e materiais, além de um processo penal. Para quem considerava certa a
impunidade, eis uma prova de que os meios legais podem ser eficientes e rápidos quando querem. Basta, portanto, que a sociedade
desperte neles essa vontade.

O principal culpado pelo desabamento do Palace, senhor Sérgio Naya, foi cassado na câmara, teve seus registros de
engenheiro inválidos, sofreu ações de danos morais e materiais, além de um processo penal. Eis mais um exemplo de um raro
caso de punição rápida e eficaz no Brasil. Em função dessa raridade, cria-se a falsa impressão de que a impunidade acabou. Tal
alívio, portanto, atrapalha mais do que ajuda, na mudança de comportamento da sociedade.

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AS RELAÇÕES DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA NA DISSERTAÇÃO
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CAUSA
Substantivo motivo, razão, causa, base, origem, explicação, o porquê, fundamento, justificação, justificativa etc.
Verbos causar, gerar, acarretar, originar, provocar, motivar, permitir, criar, ocasionar, determinar etc.
Locuções prepositivas em virtude de, em razão de, por causa de, em vista de, por motivo de, por isso que, já que, visto que,
e conjunções uma vez que, porque, pois, como etc.

Para indicar a causa, a língua portuguesa oferece várias possibilidades:


- O desemprego nos centros urbanos constitui uma das causas fundamentais do surgimento das favelas.
- O desemprego nos centros urbanos gera o surgimento das favelas.
- O surgimento das favelas é decorrente, sobretudo, do desemprego nos centros urbanos.
- Surgem as favelas porque, nos centos urbanos, aumenta o desemprego.

CONSEQUÊNCIA

Substantivo efeito, resultado, resultante, sequela, seguimento, produto, consequência, fruto, reflexo,
desenlace, repercussão etc.
Verbos derivar, resultar, vir de, ser resultado de, ter origem em, decorrer etc.
Locuções prepositivas pois, por isso, por consequência, portanto, por conseguinte, consequentemente, logo, então, em
e conjunções virtude disso, como resultado, devido a isso, em vista disso etc.

Para indicar a consequência, a língua portuguesa oferece várias possibilidades:


- O surgimento das favelas constitui uma das consequências do desemprego nos centros urbanos.
- O surgimento das favelas resulta, sobretudo, do desemprego nos centros urbanos.
- Cresce o índice de desemprego nos centros urbanos, consequentemente surgem as favelas.
- Surgem as favelas em virtude, sobretudo, do desemprego nos centos urbanos.

Exercício: Reelaborar essas duas redações exemplares, de modo que elas fiquem com 2 parágrafos de desenvolvimento.

As novas tecnologias na Marinha do Brasil (Renato Duque)


As novas tecnologias são exaltadas pela Marinha do Brasil (MB) em seus planejamentos. Nesse contexto, para entender
tal fato, cabe considerar aspectos como a importância do reaparelhamento, da economia e da segurança.
Sabe-se, primeiramente, que a aquisição de novos meios é essencial para a modernização da Esquadra brasileira. A
Estratégia Nacional de Defesa (END) disponibilizou recursos para serem empregados na compra de novos equipamentos para
as Forças Armadas. Nessa perspectiva, observa-se a preocupação do Governo Federal em equiparar a Força Naval brasileira à
dos países centrais, uma vez que a ONU exige um requisito tecnológico mínimo para atuar sob a sua égide.
Compreende-se, também, que a MB é uma irrigadora de recursos econômicos no País. O transporte marítimo, segundo
dados do site oficial da MB, é responsável por mais de 90% das transações comerciais do Brasil com o mundo, em virtude de
ser a forma mais barata de deslocar mercadorias. Consequentemente, uma proteção eficiente das Águas Jurisdicionais Brasileiras
(AJB) colaborará para uma estabilidade necessária, a fim de captar investidores no cenário internacional.
Além disso, constata-se que a segurança aquática é primordial para a Nação. A proteção da enorme massa líquida
brasileira exige equipamentos atualizados para inibir qualquer ameaça inimiga de origem oceânica, por isso a construção de
submarinos – convencionais e nucleares –, no Estado, proporcionará grande avanço militar e tecnológico para a Esquadra
brasileira.
As modernas tecnologias são, portanto, muito importantes para a MB se manter forte perante as grandes potências
mundiais. A atualização da Esquadra nacional é, de fato, influente para o País continuar a apoiar a ONU nas missões de paz.

Vocação e Superação de um bom Oficial com Coragem, Disciplina e Honra (Renato Duque)
Um bom Oficial, além de vocação, deve ter superação para ultrapassar as dificuldades da carreira militar, especialmente
da Marinha do Brasil (MB). Nesse contexto, para entender tal fato, cabe considerar aspectos, como a importância da coragem,
da disciplina e da honra.

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Sabe-se, em primeiro lugar, que a coragem pode ser observada de duas formas – a física, a moral. Aquela é verificada

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quando se vence o medo do enfrentar qualquer perigo para o cumprimento da missão; esta é a transposição, às vezes, dos próprios
princípios para atingir os ordenamentos da Instituição. O combatente que desempenhar essa qualidade tornar-se-á, assim, um
exemplo para seus subordinados.
Compreende-se, também, que a disciplina é a pedra angular sobre a qual se estrutura a dinâmica de uma Organização
Militar (OM). Esse preceito é visualizado, por exemplo, pela obediência pronta aos superiores hierárquicos e pelo bom
andamento dos trabalhos. Uma Unidade com homens doutrinados terá, então, sempre êxito nas atividades executadas.
Além disso, constata-se que a honra induz o marinheiro a praticar o bem. Essa virtude é o patrimônio da alma do indivíduo
que se transmite, por intermédio de experiências e atitudes, aos mais modernos. De fato, tal item da Rosa das Virtudes permite
que o combatente nunca entregue o pavilhão de seu País ao oponente, mesmo sob forte pressão, porque o levará a lutar,
bravamente, até a morte.
O oficial da MB precisa, portanto, de vocação para escolher a profissão e de superação para transpor as adversidades do
cotidiano. Nesse âmbito, a Esquadra procura, por meio das Instituições de Ensino, capacitar seus líderes com os mais influentes
valores morais.

EXERCÍCIOS DE DESENVOLVIMENTO

1) Para cada letra, faça 1 parágrafo de desenvolvimento, de 7 a 10 linhas, com 3 frases, no mínimo, em cada um. Siga as
instruções.

a) Assunto: Petróleo
Delimitação do assunto: o Problema do petróleo no mundo de hoje.
Objetivo: Mostrar a necessidade de racionalizar o consumo de petróleo.

b) Assunto: Desemprego
Delimitação do assunto: O problema do desemprego nos centros urbanos.
Objetivo: Indicar as causas do desemprego nos centros urbanos.

c) Assunto: Desemprego
Delimitação do assunto: O problema do desemprego nos centros urbanos.
Objetivo: Indicar as consequências do desemprego nos centros urbanos.

d) Assunto: Televisão
Delimitação do assunto: a violência da televisão.
Objetivo: Apontar efeitos positivos e negativos da violência na televisão.

e) Assunto: As grandes cidades


Delimitação do assunto: Condições de vida nas grandes cidades.
Objetivo: Mostrar os contrastes entre as condições de vida de ricos e pobres nas grandes cidades.

f) Assunto: Preconceitos
Delimitação do assunto: Preconceitos raciais.
Objetivo: Apresentar argumentos contra preconceitos raciais.

g) Assunto: Preconceitos
Delimitação do assunto: Preconceitos raciais
Objetivo: Apontar as causas dos preconceitos raciais nos Estados Unidos (contra negros) e na Alemanha de Hitler (contra judeus).

h) Assunto: Preconceitos
Delimitação do assunto: Preconceitos raciais
Objetivo: Apontar as consequências da existência de preconceitos raciais nos Estados Unidos (contra negros) e na Alemanha
de Hitler (contra judeus)

CONCLUSÃO
1- Funções
* Básica: extrair a essência dos argumentos / ratificar a tese / confirmar o ponto de vista.
* Avançada: ampliar as fronteiras do texto / elevar ou manter o nível de interesse do leitor, surpreendendo-o.

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Exemplos:
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Tema: De que maneira o esporte pode se transformar em fator positivo para a sociedade brasileira?
(Introdução): A realização dos jogos pan-americanos, no Rio de Janeiro, evidenciou a importância do esporte para a sociedade
brasileira. Provas dessa situação foram os estádios lotados e a grande audiência televisiva. Nesse contexto, para que a prática
desportiva possa desempenhar sua função nacionalista e sua participação na inclusão social, é preciso que o governo e as
empresas a considerem prioridade pública. (Tese)

(Conclusão): Torna-se evidente, portanto, que o esporte é capaz de exercer uma influência positiva na coesão nacional e no
desenvolvimento social, desde que o Estado e o segundo setor façam sua parte. (Reafirmação da tese). Na base dessa ideia,
porém, deve estar presente uma sociedade que saiba desse valor e exerça pressão sobre os demais agentes sociais. Só dessa
maneira a competição pode ser, de fato, saudável para todos. (Desfecho criativo)

Tema: Efeitos negativos das tecnologias


(Introdução): Rádio, TV, carro, luz, computador, telefone, avião. Uma lista com as inovações tecnológicas que estão à volta de
todos não teria fim. Da mesma forma, a sensação de que esses avanços trazem conforto e praticidade costuma ser a opinião mais
frequente. Nesse contexto, um olhar cuidadoso para a história recente do mundo permitirá, no entanto, perceber que os efeitos
negativos da tecnologia são graves e atingem os planos socioeconômico, comportamental e ambiental. (Tese)

(Conclusão): Fica explícito, portanto, que os efeitos negativos das tecnologias existem e atingem os mais diversos setores.
(Reafirmação da tese). Nesse âmbito, culpar os avanços tecnológicos pelas consequências de seu uso seria, entretanto, uma visão
distorcida do problema. Afinal, eles são apenas instrumentos a serviço das pessoas. Resta, de fato, ao homem abandonar o
otimismo excessivo e o pessimismo extremo, para procurar um meio termo que lhe seja benéfico. Ainda há tempo. (Desfecho
criativo)

É preciso evitar, entretanto, os seguintes “deslizes” na elaboração do trecho conclusivo:

a) Desculpas do tipo “Nem todos concordam com isso, mas é a minha opinião.”, “Isso é o que possível fazer com o pouco tempo
dado para prova...”

b) Expressões já estereotipadas: “Diante dos fatos acima mencionados.” , “Frente ao exposto acima...”, “Conclui-se que...”

c) Introduzir outro tema ou encerrar com assunto não pertinente ao desenvolvimento: “Ainda seria importante mencionar outro
fato que...”; “Muito ainda se pode abordar em relação a esse assunto, mas ...” (A conclusão deve fechar o texto e, assim, o
deixaria em aberto.)

Portanto, na prática, a conclusão serve como uma “amarração” de tudo o que foi abordado na introdução e no desenvolvimento
do texto. Dessa forma, tal conclusão garantirá uma unidade com o tema ou título proposto.

2- Estrutura
Reafirmação da tese + Desfecho criativo

2.1) Básica (Reafirmação da tese): reescrever a tese, com novos termos e um conectivo de conclusão (portanto, logo, dessa
forma, por conseguinte etc.).

Dica: É estilisticamente melhor o deslocamento do conectivo para o meio da frase.

2.2) Avançada (Desfecho criativo): apresentar novo conteúdo, de preferência com relação circular com a introdução /
recomendável: frase de desfecho (fragmento final curto e impactante).

a) Reflexão
* Propor um pensamento aprofundado sobre a questão de fundo
* Objetivo: fazer o leitor pensar

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Exemplos:
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Tema: A relação entre o homem e o tempo


Pode-se, portanto, ficar com a sensação de que, em essência, pouco mudou; afinal, do relógio de sol ao digital, a
diferença é apenas quantitativa. Esse não é, entretanto, um detalhe desprezível, haja vista a presença de relógios em todas as
esferas da vida humana, que regem o funcionamento da sociedade atual. Não deixa de ser irônico: o homem queria ter o tempo
sob controle; agora, ele próprio está, de fato, sob controle de sua invenção.
Tema: Trote nas universidades
É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da violência a que a sociedade
brasileira está submetida. A lógica de quem raspa o cabelo de um calouro é a mesma de quem xinga o motorista ao lado. Assim,
ao condenar tal hábito, é preciso pensar sobre o quanto dele se pratica nas mínimas atitudes cotidianas.
b) Ressalva
* Antecipação a possíveis críticas céticas
* “Resta saber se (...)” / “(...), desde que (...)”
Exemplos:

Tema: Trote nas universidades


É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da violência a que a sociedade
brasileira está submetida. Infelizmente, muitos obtêm prazer com o sofrimento alheio. Resta saber, por isso, se os universitários
estão dispostos a acabar com seu poder sádico de vingança em prol de uma confraternização menos divertida, porém mais
humana.

Tema: Como superar o problema da impunidade na sociedade brasileira


A impunidade no Brasil deve ser, portanto, combatida pela sociedade e por seus representantes na política. Entre
combater e superar a impunidade, contudo, há uma sensível diferença. Resta saber se, mesmo com todas as medidas corretas,
algum dia será possível imaginar o país livre, de fato, desse mal. Por agora, a redução da frequência de crimes sem punição já
seria uma vitória: um passo de cada vez.

A impunidade no Brasil deve ser, portanto, combatida pela sociedade e por seus representantes na política. É preciso
perceber, no entanto, que transformações verdadeiras só podem ser imaginadas se houver um desejo real de mudança do quadro.
Depois de séculos de crimes sem punição, o brasileiro habituou-se a regras de convívio flexíveis, e, muitas vezes, beneficia-se
com seus famosos – e indesejáveis – “jeitinhos”. Resta saber se discurso revoltado da sociedade algum dia se transformará, de
fato, em atitudes concretas.

c) Ironia
* Humor crítico, sutil e indireto, porém claro.
* Qualidade: sintonia de inteligências
* Evitar ironias em temas graves (Ex.: fome, prostituição infantil)
Exemplos:
Tema: A esperança do brasileiro
No Brasil, portanto, a esperança tem perdido toda sua carga positiva para se transformar em apenas mais uma expressão
da postura apática diante de quase tudo. Felizmente, porém, pelo menos no futebol e nas novelas, o brasileiro consegue manter
seu otimismo. Espanta perceber que ninguém tenha visto o óbvio: lançar um Neymar ou até um ganhador de “Big Brother” para
presidente. No mínimo, os votos nulos diminuiriam – o que não deixa de ser uma vitória.

Tema: Trote nas universidades

É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da violência a que a sociedade
brasileira está submetida. Nesse âmbito, a permanecer o atual quadro, em pouco tempo o vestibular poderá dispensar as provas
discursivas e medir os bíceps dos candidatos. Será, no mínimo, mais adequado à lógica imperante.

d) Analogia / Metáfora
* Associação do tema a uma situação de outra natureza
* Circularidade com a introdução
* Estratégia criativa

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Exemplos:
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Tema: Por que o vestibular é considerado problemático?


(Introdução): Quando o assunto é vestibular, não há calmante suficiente nem remédio algum para a miopia típica desse período.
Em geral, a pressão da família, o mito do momento decisivo e a falta de maturidade dos candidatos são os principais fatores que
levam pais e filhos ao desespero. Nem sempre, no entanto, a culpa é do concurso, mas isto poucos conseguem enxergar.

(Conclusão): Pouco se pode fazer, portanto, para mudar a realidade do vestibular, por ele cumprir, com rigor, sua função de
seleção. Muito se pode mudar, entretanto, a respeito do pensamento das pessoas. É preciso, de fato, que todos usem os óculos
da razão e enxerguem que existe uma saída para tudo, nem que esta seja o tempo — ao menos, restará a paciência.

Tema: Por que o homem contemporâneo tem dificuldade de viver um grande amor?
(Introdução): Quando o tema é o grande amor, pensa-se logo em algo inalcançável, ou seja, uma relação desejada por todos os
homens, mas que mais se enquadra em um conto de fadas com personagens medievais do que na realidade do homem
contemporâneo. Nesse contexto, pode-se dizer que a dificuldade em atingir essa idealização está intimamente ligada à distância
comportamental entre essas duas eras.

(Conclusão): Fica fácil, portanto, entender a utopia que se tornou o grande amor. Nesse âmbito, não se podem esperar moldes
divinos em uma sociedade que buscou a mudança para a chamada Modernidade, e, caso se queira facilitar a experiência de viver
tão grandioso sentimento, armadura e cavalo branco aguardam adormecidos.

e) Solução
* Evitar discursos “vazios”, panfletários → redação ≠ discurso político
* Dois níveis:

- Conjuntural: soluções emergenciais / amenização dos sintomas


Ex: desemprego de recessão → seguro desemprego / acordos setoriais

- Estrutural: soluções de longo prazo


Ex: desemprego da globalização → qualificação profissional / escolas técnicas

* Necessidade de bom senso → soluções aplicáveis


* Demonstração de consciência das limitações

GOVERNO:
- Melhoria no sistema de fiscalização
- Criação / aprimoramento de leis possíveis
- Desburocratização dos processos (justiça, por exemplo)
- Intensificação do trabalho de assistentes sociais
- Benefícios fiscais (subsídios governamentais)
- Investimento em mão de obra qualificada e infraestrutura
- Projetos de conscientização

ONG:
- Assistencialismo: arrecadação de alimentos, roupas, livros
- Capacitação: pré-vestibulares comunitários + treinamento técnico
- Defesa de causa (e denúncias): contra corrupção, violência, desmatamento, voto consciente
MÍDIA
- Campanhas de conscientização
- Análise crítica dos fatos
- Cobertura cuidadosa
- Ficção engajada (novelas, filmes e minisséries sobre o tema)
- Divulgação de projetos
- Estímulo a ações afirmativas e à cidadania plena
INSTITUIÇÕES DE ENSINO:
- Novas disciplinas (ampliação do foco para educação crítica e moral)
- Acompanhamento dos professores
- Criação de microcosmos
- Visita a instituições, exposições
- Organização de palestras e/ou oficinas

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FAMÍLIA:
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- Presença mais frequente dos pais na educação dos filhos


- Maior atenção à formação moral, e não apenas intelectual
- Bom senso no equilíbrio entre liberdade e responsabilidade
OBS: a família deve ser conscientizada pelos outros agentes antes de agir para evitar discursos vazios.

INICIATIVA PRIVADA
- Parcerias público-privadas
- Auxílios para os funcionários

Exemplos:

Tema: Preconceito Linguístico: um meio de exclusão social.


O uso do preconceito linguístico como meio de exclusão social deve ser, portanto, combatido. Neste âmbito, é necessário
que a Escola – instituição responsável pelo desenvolvimento das potencialidades do indivíduo – demonstre a multiplicidade da
língua para os alunos. Essa ação será realizada por meio do acréscimo do tópico “Variantes Linguísticas” na matéria “Português”,
a qual deve expor os diferentes sotaques, gírias e regionalismos existentes e a maleabilidade da língua. Tal feito tem como
objetivo de reduzir o preconceito linguístico, por retratar que não existe apenas uma forma correta de falar.

A postura negativa dos meios de comunicação e a negligência das escolas contribuem, portanto, para o preconceito
linguístico como forma de exclusão social. Nesse sentido, cabe às instituições de ensino, por meio de atividades, como debates
e rodas de conversa em escolas abertas para toda comunidade, informar sobre os danos causados pela discriminação de diferentes
dialetos, como mostrada na mídia, com o fito de estimular o senso crítico. Com efeito, tais medidas apresentam a finalidade de
promover, de forma ampla, a compreensão de que essa problemática necessita ser solucionada pela união da escola e da
comunidade.

f) Vantagens secundárias
* Além das principais, evidenciar outras vantagens.

Exemplos:

Tema: Trote nas universidades


É inegável, portanto, que a prática do trote constitui mais uma vertente da banalização da violência a que a sociedade
brasileira está submetida. Nesse âmbito, sua proibição definitiva, além de evitar situações fatais, ainda poderia diminuir a tensão
de quem, merecidamente, lutou por uma vaga com afinco. Só assim a entrada na Universidade representaria uma vitória completa.

Tema: Voto opcional


Torna-se explícito, portanto, que o voto facultativo é o melhor e o mais coerente caminho para a democracia brasileira.
Não bastassem as transformações no longo prazo, essa mudança também teria impacto imediato ao evitar o crime de boca de
urna, afinal os indecisos simplesmente não sairiam de casa. Menos delitos e menos lixos, pelo menos, por um dia.

EXERCÍCIOS DE CONCLUSÃO
1. A redação abaixo foi feita em uma prova e responde à pergunta “Por que o brasileiro transgride as leis?” e apresenta somente
os parágrafos de desenvolvimento. Analise-a sob todos os aspectos, e crie uma introdução e uma conclusão.

Deus é o brasileiro
Falta introdução.
Nas situações de desrespeito às leis, a análise aponta sempre para o individualismo. Afinal, se os benefícios próprios
superam os malefícios alheios, a transgressão vale a pena. Para o Brasil, em particular, essa não é uma lógica qualquer: em nossa
história, a desobediência tem sido uma razoável estratégia para lidar com imposições absurdas. Fossem as normas distantes,
criadas em outro continente, ou os atos institucionais plenos de razão da Ditadura Militar, as leis “precisavam” ser infringidas.
Nessa perspectiva, o bom senso e a ideia de justiça prevalecem sobre a frieza dos papéis. Com o tempo, porém, as práticas
humanas tendem a se tornar hábitos. Assim, da lógica da sobrevivência, passa-se à transgressão pura e simples, em que não há
motivos, apenas pretextos. Como cultura, o que pode ter sido uma necessidade torna-se um valor tão entronizado no brasileiro,
que só causa espanto após uma viagem ao exterior e, mesmo assim, por pouco tempo.
Para completar o quadro, não se encontra no Brasil aquilo que, em outros países, limita as razões egoístas — a autoridade.
Reformas constitucionais, leis oportunistas, códigos obsoletos se unem à fiscalização ineficaz para produzir uma situação caótica.
Se a impunidade fosse apenas possível, já seria suficiente para mover infratores, mas no Brasil trata-se de uma certeza histórica,
demonstrada por quem deveria dar o exemplo: políticos, fiscais e até juízes.
Falta Conclusão.

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2) Faça o mesmo. Desta vez, o tema proposto foi “O mundo é um lugar para o riso ou para o choro?”.

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A castração do homem
Falta introdução.
Apesar de toda a evolução da sociedade, ainda predomina o maniqueísmo da Idade Média: quem ri ascende; quem chora
padece. De fato, é comprovado cientificamente que o riso faz bem à alma, pois aumenta a longevidade e conserva o espírito
jovem. Em contrapartida, o choro seria o anúncio da morte, a exemplo dos românticos, que, para não sofrer, preferiam a busca
pela paz eterna.
Entretanto, é preciso entender que as lágrimas e os sorrisos não se excluem; antes se complementam. Por mais estranho
que seja, para conseguir rir, é preciso chorar. Como o homem é um ser complexo, que desvaloriza tudo o que é obtido com
facilidade, é necessário que ele passe por um processo de sensibilização, a fim de dar valor aos momentos bons. A alegria, para
o homem, é uma espécie de bonança, ao encontrar sentido na vida, após compreender que sobreviver em meio a tantas injustiças
e desigualdades é uma vitória.
Acima desse processo de procura e encontro da felicidade plena, está o fato de que o homem — ser individual e instável
— alterna suas sensações conforme o momento pelo qual está passando. Não é possível criar uma generalização para a sociedade,
pois cada pessoa vive um conflito existencial distinto, em que chorar pode ser um desabafo, e o riso uma felicidade.
Falta conclusão.

3) Faça o mesmo. Desta vez, o tema proposto foi o seguinte: “Fatores socioeconômicos, culturais e políticos da violência no
Brasil”.
Projeção
Falta introdução.
Além da doença do século – o estresse –, que pode mover reações agressivas, existe outro fator comportamental que
pode estimular a violência. Em busca de audiência, programas de televisão exploram cenas fortes que passam a mensagem de
que a violência é eficaz. Dessa forma, transforma-se o potencial violento em ato. Essa conversão é ainda estimulada pela realidade
econômica em que as pessoas estão inseridas.
Isso ocorre porque a desigualdade de renda gera exclusão, que pode levar a uma reação radical pela busca ilícita de
inclusão na sociedade – essencialmente capitalista e materialista. Uma dessas formas ilegais muito presente na atualidade é o
crime organizado. No Brasil, ele é uma atividade econômica altamente lucrativa e sedutora, devido à impunidade, pois não paga
impostos – em um país onde a média tributária é de 40%. No caso do tráfico de drogas, além de não ter gastos com propaganda,
apresenta demanda inelástica. Assim, a lógica econômica da não punição explica muitos crimes.
Essa explicação se baseia na ineficiência e na corrupção sistêmica da polícia, na lentidão e na excessiva burocracia da
justiça, na fragilidade da legislação e na ineficácia do sistema penitenciário. Enquanto a segurança pública e o judiciário não
forem suficientes, não serão as leis – com redutores de pena, pena máxima baixa e não cumulativa – nem as prisões – com fugas
recorrentes e possível liberdade de comunicação externa – que conseguirão inibir a violência e seus fatores de predisposição.
Falta conclusão.

Redações exemplares de Carlos Renato Duque Xavier

A importância do líder na Marinha do Brasil


O líder é bastante exaltado na Marinha do Brasil (MB), especialmente quando se destaca nas menores frações, as quais
são mais adversas. Nesse contexto, para entender tal fato, cabe considerar aspectos como a importância da coragem, da disciplina
e da liderança.
Ressalta-se, em primeiro lugar, que a coragem pode ser observada de duas formas – a física e a moral. Aquela é verificada
quando se supera o medo ao enfrentar qualquer perigo no cumprimento da missão; esta é visualizada quando se ultrapassam, às
vezes, os próprios princípios para atingir os ordenamentos da Instituição. O militar que desempenha, então, essa qualidade tornar-
se-á um exemplo para seus subordinados.
Compreende-se, também, que a disciplina é uma característica fundamental de um líder. Tal virtude é a pedra angular
sobre a qual se estrutura a dinâmica de uma Organização Militar (OM). Esse valor é notado, por exemplo, pela utilização total
da energia em favor do serviço e pela obediência pronta às ordens superiores hierárquicas. Uma unidade com homens doutrinados
logrará, assim, êxito nas atividades executadas sempre.
Ademais, constata-se que a liderança é um dos conceitos mais relevantes para a Armada. Esse preceito, para efeito
didático, é a arte de influenciar pessoas para agirem – voluntariamente – em prol dos objetivos da Força, por isso quartéis buscam
capacitar seus combatentes, por meio de cursos e exercícios militares, com o propósito de estarem sempre preparados para
superar as adversidades.
O líder é, portanto, muito importante para a MB conquistar seus objetivos e superar os obstáculos. Nesse âmbito, a
Organização procura, por intermédio das Instituições de Ensino, qualificar seus oficiais com melhores valores morais para se
tornarem multiplicadores de conhecimento.

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A Paz
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A paz é bastante almejada pela sociedade contemporânea e buscada pela Marinha do Brasil (MB) em recentes ações
urbanas. Nesse contexto, para entender tal prática, cabe considerar aspectos como a importância do emprego da Força, da
atividade social e da operação conjunta.
Ressalta-se, em primeiro lugar, que a firme presença dos militares é benéfica para a população. Nessa perspectiva, os
combatentes buscam fornecer às comunidades uma melhor segurança ao executarem manobras repressivas. Os soldados, para
atuarem dentro da norma, necessitam, contudo, da regularização jurídica, visto que seus poderes constitucionais são outros,
como, por exemplo, a manutenção da Soberania Nacional.
Também a atividade social é muito importante para alcançar a paz nas localidades. Nessa direção, a ação cívico-social
propicia atendimento médico e jurídico exames clínicos e competições esportivas a fim de estruturar os laços entre os marinheiros
e a sociedade. A Esquadra realiza, por sua vez, o Programa Olímpico da Marinha (PROLIM) para capacitar atletas de bairros
carentes com apoio no desenvolvimento físico e moral.
Além dessa questão, a segurança conjunta atua de maneira bastante eficiente. A guarda integrada entre as Forças Armadas
– estaduais e nacionais – resulta em um acúmulo de experiência e de conhecimento. Consequentemente, os trabalhos executados
pelos setores de inteligência de logística e de operações alcançam a eficácia necessária para diminuir os índices de violência nas
comunidades apoiadas.
A Esquadra tem atuado, portanto, de forma muito contundente nas ações solicitadas pelo Governo Federal na busca do
restabelecimento da lei e da ordem na sociedade. Nesse âmbito, os combatentes da MB estão sempre prontos para atuarem nas
missões que forem benéficas para o País a fim de proporcionar o melhor para a população.

SUGESTÕES DE TEMAS PARA TEXTOS DISSERTATIVOS

1. Quais são as soluções para o problema das drogas, em sua 28. Energia nuclear
opinião? 29. O Brasil pode: o sucesso em nossa tecnologia.
2. Autoridade e responsabilidade: o exercício consciente do 30. A importância da disciplina
poder. 31. Pena de morte é solução?
3. “A Pátria não é ninguém: são todos. E cada qual tem, no 32. Com o desenvolvimento tecnológico, principalmente na
seio dela, o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação.” área dos computadores, chegará o dia em que ninguém mais
(Rui Barbosa) lerá um livro?
4. Liberdade e responsabilidade. 33. União: forma coletiva de mudança
5. A tecnologia a serviço da comunicação 34. Saúde e Genética: uma associação da modernidade
6. A importância da família para a sociedade moderna. 35. A água: um bem comum.
7. O planeta Terra hoje 36. Pequenos atos, grandes atitudes.
8. Deve o menor ser penalizado criminalmente aos dezesseis 37. A importância de bem-fazer e fazer o bem.
anos? 38.Existirá justiça se nós a exercermos.
9. Brasil: país de contrastes 39. Concorrência: aspecto positivo de hoje
10. A importância da arte na educação infantil 40. A fé na vida do homem moderno
11. Um eterno dilema: deve-se dar o peixe ou ensinar a 41. Ser forte no mar é garantia de paz.
pescar? 42. O Brasil é um país marítimo.
12. A relação homem/mulher mudou após a emancipação 43. Liderança no ambiente de trabalho
feminina? 44. O cumprimento do dever
13. A participação das Forças Armadas no combate ao 45. O Poder Marítimo no Brasil.
narcotráfico 46. Os riscos da expansão das redes sociais na Internet.
14. Profissão: vocação ou influência do mercado de trabalho? 47. A importância da Marinha para a sociedade brasileira.
15. O trabalho na vida do ser humano 48. Senso de responsabilidade
16. Ameaças à democracia no mundo contemporâneo. 49. A importância do patrimônio da Amazônia Azul
17. 17.“Se a juventude soubesse e a velhice pudesse...” 50. O Legado dos V Jogos Mundiais Militares
18. Você acha justo que, em muitas ocasiões, o brasileiro “dê 51. Educação à distância na MB
um jeitinho”? 52. A honra
19. Tanto a ideologia quanto a ignorância podem cegar os 53. O militar e a sociedade brasileira.
homens. 54. Os faróis e a segurança da navegação.
20. Perseverar é preciso. 55. A importância do submarino para o Brasil.
21. A difícil arte de conviver no trabalho 56. A Marinha do Brasil ontem e hoje.
22. A vida militar 57. A Marinha do Brasil ontem, hoje e amanhã.
23. “Assim é se lhe parece.” 58. O futuro da Marinha do Brasil.
24. Preservação e desenvolvimento 59. O Poder Naval e o Poder Marítimo.
25. 25.“Ontem o rio deu vida à cidade, hoje a cidade destrói a 60. A importância da Liderança na Carreira Naval.
vida do rio.” 61. A evolução tecnológica e a Marinha do futuro.
26. Modernidade e tradição: faces necessárias a qualquer 62. A imagem da Marinha: oportunidades da atualidade.
povo. 63. Eu, tenente.
27. A natureza hoje

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GRAMÁTICA
ADVÉRBIO
Advérbio é palavra invariável que caracteriza o processo verbal, exprimindo circunstâncias em que esse processo se desenvolve.

Ex.: “Hoje não ouço as vozes daquele tempo.” (circunstâncias de tempo e negação).

Obs. 1: Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração inteira; nessa situação, normalmente transmitem a avaliação
de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Ex.: Infelizmente, os deputados não aprovarão as emendas. Possivelmente
não haverá como avisá-los.

Obs. 2: As locuções adverbiais são conjuntos de duas ou mais palavras que funcionam como um advérbio. São geralmente
formadas por preposição + substantivo ou por preposição + advérbio. Ex.: “Estavam todos lá”. (advérbio). Estavam todos à
frente (locução adverbial) do rei. Já andei aqui. (advérbio). Comecei por aqui. (locução adverbial).

1. Classificação dos advérbios

a) de afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente.


b) de dúvida: acaso, por ventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez.
c) de intensidade: bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quão, quase, tanto, tão.
d) de lugar: abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, cá, fora, junto, longe, perto.
e) de modo: assim, depressa, devagar, mal, melhor, pior e quase todos os terminados em mente (normalmente)
f) de negação: não
g) de tempo: agora, ainda, amanhã, antes, breve, cedo, jamais, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde

2. Advérbios interrogativos são advérbios empregados em interrogativas diretas e indiretas. São eles:

a) de causa: por que (Por que não trouxeste o livro? Quero saber por que não trouxeste o livro.)
b) de lugar: onde (Onde está o livro?)
c) de modo: como (Como está o rapaz ferido ontem?)
d) de tempo: quando (Quando ele foi ferido? Precisamos saber quando ele foi ferido.)

3. Gradação dos advérbios

Os advérbios de modo podem ser empregados com diferentes gradações. Podem apresentar grau comparativo (Caminhava
mais depressa que eu.) ou superlativo (Estranhou muitíssimo a forma de agir do pai.). As palavras melhor e pior podem tanto ser
empregadas como adjetivos ou advérbios. Ex.: Ele se sentia melhor/ pior naquele dia. (=mais “bem”=advérbio). Ele era melhor
do que o irmão. (=mais “bom”=adjetivo).

Advérbios são, tradicionalmente, classificados como palavras invariáveis, mas é comum, principalmente na linguagem
coloquial, o advérbio assumir uma forma diminutiva, com intenção de valorizar, ou seja, com valor superlativo. Ex: Chegou
cedinho ao trabalho. Ele vive falando baixinho. Outra forma de ênfase ao que está sendo dito é repetir o advérbio. Ex.: Estava
quase quase a descobrir a verdade. Descobrirá logo logo que ela o trai.

4. Palavras denotativas

São palavras classificadas à parte em função do sentido que adquirem no contexto em que se encontram. Não devem ser
incluídas entre os advérbios, pois não modificam o verbo, nem o adjetivo, nem outro advérbio.

a) de inclusão: até, inclusive, mesmo, também Ex.: Até o presidente do clube sorriu.
b) exclusão: apenas, salvo, só, somente, senão Ex.: Só o presidente do clube sorriu.
c) designação: eis Ex.: Eis o nosso candidato.
d) realce: cá, lá, é que, só Ex.: Sei lá, não sei de nada. Eu cá é que sei?
e) retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor Ex.: Ressurgi, isto é, recuperei-me da cirurgia.
f) situação: afinal, agora, então Ex.: Afinal, ele virá ou não para a reunião?

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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
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Há palavras que assumem diferentes valores semânticos, morfológicos e sintáticos, que dependem do contexto.

Palavras pronome indefinido advérbio


Comeu muito doce. (bastante) Comeram muito ontem.
muito, bastante Comeu muitos doces. (bastantes) Chegaram muito cansados.
Lutou muito bravamente.

Palavra adjetivo advérbio


alto, baixo Ele é alto. Ele é baixo. Falou alto. Falou baixo

Palavra substantivo numeral advérbio


Achei um meio. Tomou meio copo. Ele anda meio triste.
meio Achei os meios. Ela anda meio triste.

meia Ela achou somente uma meia Tomou meia taça de vinho. xxxxxxxxx
preta.

Exercícios

1. Em cada par de frases a seguir, classifique a palavra destacada.


a) Faça isso direito!
Saiu pelo portão direito.
b) Pagou barato o par de tênis que está usando.
É um carro barato?
c) Breve nos tornaremos a ver.
O discurso do paraninfo foi breve.
d) Fale baixo!
É um homem baixo.
2. Aponte a alternativa correta para a complementação da frase dada a seguir, com relação à concordância nominal:
Ela parecia ....... irritada e, à ...... voz, porém com .............. razões, dizia ........... desaforos.
a) meio – meia – bastantes – bastantes.
b) meio – meia – bastante – bastantes.
c) meia – meia – bastante – bastante.
d) meio – meia – bastante – bastante.
e) meia – meia - bastante - bastantes
3. Classifique a palavra assinalada usando:
(A) para advérbio;
(B) para pronome indefinido;
(C) para numeral;
(D) para substantivo;
(E) para adjetivo.
1. Maria tomou a meia da mão da irmã. ( )
2. Maria tomou meia xícara de café. ( )
3. Pedro anda meio ( ) triste; precisa achar meio( ) de reagir.
4. Pedro derramou meio bule. ( )
5. João comprou muito doce. ( )
6. João está muito gordo. ( )
7. Carlos deseja ter bastante amigo lá. ( )
8. Carlos deseja bastante este cargo. ( )
9. Ana adquiriu mais livros. ( )
10. Ana está mais aborrecida ainda. ( )
11. Rodrigo é um menino alto. ( )
12. Rodrigo costuma resmungar alto. ( )
13. Lutou tanto e hoje tem salário baixo. ( )
14. Comprou alto-falantes novos para o carro. ( )

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4. CLASSIFIQUE OS ADVÉRBIOS SUBLINHADOS:
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1. DEPOIS ME OFERECERAM UMA LATA DE COMIDA.


2. EU SENTI QUE ELES NÃO IAM ME ENTENDER NUNCA.
3. ISSO ESTÁ MUITO INTERESSANTE!
4. EMBORA DE BARRIGA VAZIA, LATIA LÁ DENTRO.
5. FOI ASSIM QUE EU PERDI UM GRANDE AMIGO.
6. EU SEMPRE LHE DIZIA ISSO.
7. ENGOLIU O BOLO DEPRESSA.
8. IMEDIATAMENTE ELE CAIU.
9. O BANDIDO ESTAVA LONGE.
10. ELE JÁ NEM ME RECONHECIA.
11. FIZ TUDO MUITO CALMAMENTE: DEVAGAR SE CHEGA MAIS DEPRESSA.
12. AS ILUSÕES ANDAM SEMPRE NA FRENTE E AS DESILUSÕES, ATRÁS.
13. TEU IRMÃO PARTIU ONTEM, MEIO TRISTE. TALVEZ NÃO O VEJAS TÃO CEDO.
14. UNS COMEM POUCO; OUTROS, DEMAIS.
15. ÀS VEZES VEMOS PESSOAS QUE FALAM BEM E AGEM MAL.
16. A CASA ERA MUITO VELHA, O TELHADO JÁ MEIO TORTO.
17. COMO SE FAZ PARA OBTER ÁGUA BEM LIMPA?
18. SENTIU-SE EXTRAORDINARIAMENTE FORTE.
19. A CIDADE HOJE É BOM DIFERENTE DO QUE FOI OUTRORA.
20. A MÁQUINA TRABALHAVA ININTERRUPTAMENTE.
21. VIVE-SE BEM AQUI.
22. ELE AGIU CORRETAMENTE.
23. LEVANTOU CEDINHO E APRONTOU-SE BEM DEPRESSA.
24. HÁ COISAS MUITO CARAS E POUCO ÚTEIS.

5. SUBLINHE OS ADVÉRBIOS DAS FRASES E DIGA AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE INDICAM:

1. CERTAMENTE, A FAMÍLIA DA VIÚVA NÃO ERA MUITO UNIDA.


2. NUNCA TINHAM VISTO UM CRIME TÃO ENGENHOSO.
3. O HOMEM TALVEZ NÃO VÁ PARA O HOSPÍCIO, MAS PARA UMA PRISÃO.
4. A FAMÍLIA PROVAVELMENTE ADOROU O FATO DE ELE TER IDO PARA MUITO LONGE.
5. O PLANO DELE NÃO FUNCIONOU MUITO BEM.
6. NO DIA SEGUINTE, ALMOÇAMOS NUM RESTAURANTE E TOMAMOS VINHO; DEPOIS, NUM BAR, FIQUEI
ALISANDO TERNAMENTE SUAS MÃOS.

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NUMERAL
Numeral é a palavra que indica número ou ordem numa determinada série.
Os numerais classificam-se em cardinais, ordinais, fracionários ou multiplicativos.

a) Anteposto ao substantivo, o número romano deve ser lido como ordinal; posposto ao substantivo, deve ser lido como
cardinal, concordando com a palavra número subentendida. Ex.: Reprisaram a VII Copa do Mundo. (sétima). Interrompi a
leitura na página XXII. (vinte e dois).

b) A leitura de leis, decretos e portarias deve ser feita com ordinais até nono; depois deve ser feita com cardinais.
Ex.: Decreto VII (sétimo), Portaria X (dez)

c) Nomes de papas, soberanos, séculos e partes de obra devem ser lidos com ordinais até décimo; depois deve ser feita com
cardinais. Ex.: Henrique V (quinto), século XI (onze)

d) AMBOS pode ser classificado, segundo BECHARA, como numeral ou como pronome. Ex.: Ambas as filhas ou As filhas
ambas. Ambos os livros ou Os livros ambos.
Pode ser substituído por “um e outro”. Ex.: Ambas (as) razões ou Uma e outra razão. “Ambos” não pode ser usado numa
situação que indique contrariedade. Ex.: As suas partes chegaram a um entendimento no processo. (E não Ambas as partes.)
a) Podem ser grafados com lh ou li: bilhão/bilião, trilhão/trilião, quatrilião, quintilião, sextilião, setilião, octilião. As formas
com lh são mais usuais no Brasil.
b) Os adjuntos de milhar e milhões devem ficar no masculino. Ex.: Alguns milhares de pessoas se expõem. Os milhares de
pessoas estudam línguas estrangeiras.
c) O numeral cardinal pode, às vezes, ser empregado para indicar número indeterminado.
Ex.: Peço-lhe um minuto de sua atenção. (por alguns poucos minutos)
Contou-lhe o fato em duas palavras. (por poucas palavras)
Ele tem mil e um defeitos. (por muitos defeitos)
d) Último, penúltimo, antepenúltimo, anterior, posterior, derradeiro, anteroposterior e outros tais, ainda que exprimam
posição do ser, não têm correspondência entre os numerais e devem ser considerados adjetivos.
e) Têm emprego como substantivos e guardam analogia com os coletivos: dezena, década, dúzia, centena, lustro,
sesquicentenário, grosa etc.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Comente o valor dos numerais destacados nas frases seguintes:

a) Já lhe disse isso um milhão de vezes!


b) É artigo de primeira!
c) Isso é trocar seis por meia dúzia.
d) Comprou um carro de segunda e agora se arrepende.
e) Dou dez pela aparência e zero pela sutileza.

2. Assinale o caso em que não haja expressão numérica de sentido indefinido:

a) Ele é o duodécimo colocado.


b) Quer que veja este filme pela milésima vez?
c) "Na guerra os meus dedos dispararam mil mortes."
d) "A vida tem uma só entrada; a saída é por cem portas."

3. Analise as duas orações que seguem e atenda ao propósito de responder ao seguinte questionamento:

O prêmio foi entregue a um garoto.


Na biblioteca havia apenas um garoto estudando.

Quanto à classe morfológica, os termos em destaque possuem a mesma classificação? Justifique.

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4. Assinale o item em que não é correto ler o numeral como vem indicado entre parênteses:

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a – Pode-se dizer que no século IX (nono) o português já existia como língua falada. ( )
b – Pigmalião reside na casa 22 (vinte e duas) do antigo Beco do Saco do Alferes em Aparecida. ( )
c - Abram o livro, por favor, na página 201 (duzentos e um). ( )
d – O que procuras está no art. 10 (dez) do código que tens aí à mão.( )
e – O Papa Pio X (décimo), cuja morte teria sido apressada com o advento da Primeira Guerra Mundial, foi canonizado em
1954.( )

5. Nas frases abaixo, coloque dentro dos parênteses, a letra que indica a classificação das palavras em negrito.
1 – Numeral cardinal.
2 – Numeral ordinal.
3 – Numeral multiplicativo.
4 – Numeral fracionário.
5 – Numeral coletivo.
( ) José chega ao aeroporto; duas horas depois do avião ter decolado.
( ) Consegui a vigésima terceira classificação no concurso de contos da escola.
( ) Ainda resta a metade da torta.
( ) Ele trabalhou o dobro do que havia planejado.
( ) Recebi um doze avos do meu salário.
( ) Ele recebeu dois terços da herança paterna.
( ) Vendi duas dúzias de ovos.

VERBO
Verbo é a palavra que exprime um processo situado no tempo. Esse processo pode ser uma ação, um estado, um fenômeno ou
uma mudança de estado. Flexiona-se em pessoa, número, tempo, modo e voz.

INDICATIVO (fato) PRESENTE (ando, corro, parto)


MODO SUBJUNTIVO (hipótese) PRET. PERFEITO (andei, corri, parti)
IMPERATIVO (ordem) PRET. IMPERF. (andava, corria, partia)
TEMPO
PRET. + Q. PERF. (andara, correra, partira)

SINGULAR (IND.) FUT. DO PRES. (andarei, correrei, partirei)


NÚMERO FUT. DO PRET. (andaria, correria, partiria)
PLURAL

PRIMEIRA (eu / nós)

ATIVA (suj. pratica ação) PESSOA SEGUNDA (tu / vós)


VOZ PASSIVA (suj. sofre ação) TERCEIRA (ele / eles)
REFLEXIVA (suj. pratica e sofre ação)

Estas formas são denominadas nominais por poderem desempenhar


INFINITIVO (andar) funções de nomes.
FORMAS  O olhar dela era insinuante. (substantivo)
GERÚNDIO (andando)
NOMINAIS  É considerado um caso perdido. (adjetivo)
PARTICÍPIO (andado)  Recebeu o prêmio chorando. (oração adverbial)

1. Variação de número: possui três pessoas gramaticais no singular e no plural.


singular plural
 primeira pessoa (a que fala) eu nós
 segunda pessoa (a quem se fala) tu vós
 terceira pessoa (de quem se fala) ele/ela eles/elas

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2. Variação de modo: modos verbais são as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude (de certeza, de dúvida,
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de suposição, de mando etc.) da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Há o modo Indicativo (da certeza, da realidade),
o Subjuntivo (da dúvida, da hipótese, da eventualidade) e o Imperativo (da ordem, conselho ou súplica).

3. Variação de tempo: é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Os três tempos naturais
são presente, pretérito e futuro. O primeiro é indivisível, mas os outros dois se dividem.
Modo Indicativo: presente; pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
Modo Subjuntivo: presente, pretérito imperfeito e futuro.
Obs: o Imperativo divide-se em Imperativo Afirmativo e Imperativo Negativo (mas que não envolvem propriamente a noção
de tempo).
4. Variação de aspecto: é uma categoria verbal que manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa
pelo verbo. A ação pode ser considerada como concluída, ou como não concluída, ou seja, observada quanto à sua duração. A
noção de aspecto verbal é importante, pois permite perceber valores semânticos atribuídos ao verbo ou ao contexto em que
esse se encontra.
Ex.: Ele começou a chorar. Ele continua a chorar. Ele acabou de chorar. A seguir, encontram-se os principais aspectos.
a) aspecto pontual: Acabo de ler um livro. (= no momento)
b) aspecto durativo: Continuo a ler um livro.
c) aspecto contínuo: Vou lendo o livro até cansar.
d) aspecto descontínuo: Voltei a ler o livro.
e) aspecto incoativo (início de ação): Comecei a ler um livro.
f) aspecto conclusivo: Acabei de ler um livro muito bom. (ação já passada há algum tempo)

No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferenças entre o pretérito
perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tempos é uma diferença de aspecto, pois está ligada à
duração do processo verbal. Observe:

- Quando o vi, cumprimentei-o. O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.

- Quando o via cumprimentava-o. O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por
período impreciso de tempo.

O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não impõem precisos ao
processo verbal:
- Faço isso sempre.
- É provável que ele faça isso sempre.

Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em suas várias formas do
indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:
- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fincado) dois dias antes.
- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.

Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz respeito à localização do
processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir processos localizados num ponto preciso do tempo:
- No momento em que o vi, acenei-lhe.
- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.

Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:


- Sempre que saía, trancava todas as portas.

O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo verbal. Veja:
- Tenho encontrado problemas em meu trabalho. Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do
indicativo, indica um processo repetido ou frequente, que se prolonga até o presente.

- Estou almoçando.
A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo que se prolonga. É
largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas também em outros tempos (estava almoçando, estive
almoçando, estarei almoçando, etc.).

Obs.: em Portugal, costuma-se utilizar o infinitivo precedido da preposição a em lugar do gerúndio.


Por exemplo: Estou a almoçar.

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- Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse.
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As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presente e futuro do pretérito
compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do aspecto perfeito - ao qual se acrescenta a noção de que
os efeitos produzidos permanecem, uma vez realizada a ação.

- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.


Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do término e do início do
processo verbal.
- Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.
- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.
As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a interrupção de outro, respectivamente.

5. Variação quanto à voz verbal: voz verbal é a forma como o verbo se apresenta para expressar a relação do sujeito com a
ação realizada. O fato expresso pelo verbo pode ser representado de três formas:

a) como praticado pelo sujeito: a chamada voz ativa. Ex.: João escolheu Pedro para aquele cargo.
b) como sofrido pelo sujeito: a chamada voz passiva. Ex.: Pedro foi escolhido por João para aquele cargo.
c) como sofrido e praticado pelo sujeito. Ex.: João escolheu-se para assumir aquele cargo.

Diferença entre voz passiva analítica e sintética

a) Voz passiva analítica: mais de uma forma verbal; pode aparecer com agente da passiva; sempre introduzido por
preposição (por, pelo, pela, de). Ex.: Os combatentes foram atingidos pelos inimigos ferozes.

b) Voz passiva sintética: uma só forma verbal (sempre VTD) + pronome se (partícula apassivadora); nunca aparece com
agente da passiva; verbo deve concordar com o sujeito. Ex.: Procura-se uma casa. (= Uma casa é procurada.). Procuram-se
casas. (= Casas são procuradas.) Elevam-se os juros. Os juros são elevados.

EXERCÍCIOS SOBRE VOZES VERBAIS


1. Observe o modelo e faça o mesmo nas frases seguintes de modo a reescrevê-las na voz passiva:

A namorada ofendeu o rapaz com palavras grosseiras ontem.


O rapaz foi ofendido pela namorada ontem com palavras grosseiras.

a) Naquele dia, o professor esqueceu um aluno na sala.

b) Quase todos os alunos traziam o material da aula.

c) Durante muito tempo, o animal escondeu o ferimento da pata com astúcia.

d) A doce menina temia a fúria de sua mãe mais uma vez.

e) Vinha promovendo reuniões secretas com os policiais da Corregedoria-Geral.

f) Desde então, os operários estavam retirando mensalmente dividendos dos lucros da fábrica.

2. Reescreva as orações na voz ativa:

a) O motorista foi roubado por pivetes.

b) Algumas vítimas foram socorridas pelos bombeiros com presteza.

c) Na manhã fria, as mulheres foram presas pelos policiais.

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3. Reescreva as orações, que estão na voz passiva analítica, na passiva sintética ou pronominal:
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a) Eram encaminhados dez casos de latrocínio por dia.

b) Muitos milhões foram desviados ali.

c) Pouca coisa foi feita a respeito.

d) Desabrigados são alojados em escolas.

e) São permitidos empréstimos de livros raros.

MODOS E TEMPOS VERBAIS

Indicativo: exprime uma atitude de certeza. É usado quando se toma como real ou verdadeiro o conteúdo daquilo que se fala
ou escreve.

PRESENTE – além de exprimir os processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momento em que se fala ou
escreve, o presente expressa:
 ação habitual ou fato permanente: Nesta casa, todos acordam cedo.
 em narrativas, uma ação que se quer tornar presente, conferindo-lhe vivacidade: o chamado presente-histórico. No dia 15 de
janeiro de 1985, o povo toma as ruas para comemorar o fim da ditadura.
 ação próxima no futuro e de realização considerada certa: Volto hoje à noite.
 ordem, de forma delicada e familiar de tratamento: Amanhã vocês resolvem essa questão para mim.

PRETÉRITO – indica um fato anterior ao momento em que se fala e divide-se em três tipos.
1. Imperfeito - tem limites imprecisos: transmite uma ideia de continuidade, de processo não concluído. Pode ser utilizado
para
 indicar o que no passado era contínuo ou frequente: Fazia ginástica todos os dias.
 exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de outro: O dia clareava quando chegamos à
cidade.
2. Perfeito - exprime os processos verbais concluídos e localizados num momento ou período do passado. Ex.: A assembléia
terminou às dez horas da manhã.
 O Pretérito Perfeito Composto exprime processos que se repetem ou prolongam até o presente: Tenho lutado pelas coisas
em que acredito.
3. Mais-Que-Perfeito - exprime um processo que ocorreu antes de outro processo passado: Quando abri a porta, percebi que
alguém invadira (ou tinha invadido) o quarto e remexera (tinha remexido) tudo.

FUTURO do Presente - exprime basicamente os processos certos ou prováveis que ainda não se realizaram no momento em
que se fala ou escreve: Haverá uma passeata de protesto amanhã.
 Em lugar do presente, pode ser usado também para exprimir dúvida ou incerteza: Esta cidade terá (tem) atualmente uns
seiscentos mil habitantes.
 O futuro do presente composto exprime um fato ainda não realizado no momento presente, mas já passado em relação a outro
fato futuro: Quando chegarmos lá, o evento já terá acabado.

FUTURO do Pretérito - exprime processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo. Ex.: Anos depois,
teríamos a oportunidade de perceber nosso erro.
 Também se usa esse tempo para exprimir dúvida ou incerteza em relação a um fato passado: Haveria dez mil pessoas na
manifestação.
 O futuro do pretérito composto exprime um processo encerrado posteriormente a uma época passada a que nos estamos
referindo: Soube-se que antes do anoitecer as tropas inimigas já teriam atingido os limites da cidade.
Subjuntivo: exprime uma atitude de dúvida, de possibilidade. É usado quando se toma como provável, duvidoso ou hipotético
o conteúdo daquilo que se fala ou escreve.

PRESENTE do Subjuntivo - exprime processos que se desenvolvem no momento em que se fala ou escreve. Ex.: Pena que
a vida seja tão difícil para muitos!
 Também se podem exprimir fatos ainda não realizados no momento em que se fala ou escreve. Ex.: É possível que ela
compareça às aulas amanhã.

PRETÉRITO Imperfeito do Subjuntivo – exprime fatos ou possibilidades hipotéticos passados (Chovesse ou não, ele estava
lá.); de futuro (Se ele confessasse, talvez isso fosse um bem para ele.)

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FUTURO do Subjuntivo- indica possibilidades ainda não realizadas no momento em que se fala ou escreve. Ex.: Quando
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puder, irei visitá-lo.


 Esse tempo se relaciona com o futuro do presente do indicativo na expressão de fatos condicionados cuja realização julgamos
possível: Se vier aqui no próximo mês, trarei (Futuro do Presente do Ind.) sua encomenda.

Além de conhecer modos e tempos verbais, é importante aprender a reconhecer as formas nominais.
Formas nominais do verbo - são três: o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Essas formas são chamadas nominais porque
podem assumir comportamento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) em determinadas circunstâncias.

INFINITIVO - é a forma como designamos os verbos. Apresenta como desinência característica o –r: jogar, vender, partir.
Há duas formas de infinitivo em português: o pessoal e o impessoal. No primeiro deles, o processo verbal é relacionado a
algum ser; no segundo, não há relação entre o processo verbal e qualquer ser: Perguntei se havia algo para se fazer. / Fazer
algo ajuda a passar o tempo.
 Em sua forma composta, o infinitivo tem valor de passado, indicando um processo já concluído no momento em que se fala
ou escreve: Ter ficado até o fim da festa não nos valeu nenhuma satisfação maior.

PARTICÍPIO - é a forma nominal que participa, ao mesmo tempo, da natureza do verbo e do adjetivo. Sua natureza verbal se
manifesta nas locuções verbais, tempos compostos e orações reduzidas. Ex.: O problema terá sido resolvido até segunda-feira.
/ Até que tivesse terminado o trabalho, ficou impedido de sair. Aprovado o procedimento, iniciaremos os trabalhos. / Calado
num canto, ele nos observava atentamente.
 Assume função adjetiva quando atua como caracterizador de substantivos. Ex.: Teve papel destacado (atuação destacada)
no encaminhamento da questão.

GERÚNDIO - além da natureza verbal, pode desempenhar função de advérbio e de adjetivo. Atua como verbo nas locuções
verbais e orações reduzidas. Indica normalmente um processo incompleto ou prolongado: Estou lendo o livro que você me
emprestou.
 A forma composta do gerúndio tem valor de pretérito, indicando processo já concluído no momento em que se fala ou escreve.
Ex.: Tendo feito várias reclamações por escrito que não foram atendidas, resolvi vir pessoalmente até a repartição.

LOCUÇÕES VERBAIS - as formas nominais dos verbos são bastante empregadas na formação das chamadas locuções
verbais, conjuntos de verbos que, numa oração, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o
último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa
ocorrem nos verbos auxiliares. Ex.: Ninguém poderá sair antes do término da sessão. Todos poderão sair. (e não saírem)
1.
EMPREGO DO INFINITIVO
2.
1.1. Infinitivo impessoal ou não-flexionado : utiliza-se em locuções verbais.
Ex.. : Os candidatos podem obter a anulação da prova. INCORRETO: ...podem obterem...

1.2. Infinitivo pessoal : utiliza-se em orações reduzidas.


Ex.: O professor providenciou para elas receberem o material. (= para que elas recebessem o material.).

1.3. É importante distinguir o uso do Infinitivo Pessoal e do Futuro do Subjuntivo.


Ex.: Amar faz bem. (Infinitivo com valor de substantivo= Amor faz bem a mim.)
Amares faz bem a ti. (forma nominal = Infinitivo flexionado- não há ideia de tempo)
Quando amares, isso fará bem a ti. (tempo verbal = Futuro do Subjuntivo – há ideia de tempo)

NÃO ESQUECER:
a) Em orações reduzidas introduzidas por uma preposição com sujeito oculto (sendo o mesmo da or. anterior), a flexão é
a é facultativa . Ex.: Elas chegaram para trabalhar. (ou trabalharem)

b) A presença de verbos causativos (mandar, deixar, fazer e sinônimos) levam a casos distintos de concordância :
1. sujeito antes do verbo = infinitivo flexionado ( Ela mandou os pais saírem .)
2. sujeito depois do infinitivo = flexão facultativa ( Ela mandou sair ou saírem os pais.)
3. sujeito for um pronome oblíquo = flexão proibida ( Ela mandou-os sair.)

c) O uso de auxiliar com infinitivo pode atribuir a uma frase diferentes sentidos.
*TER + INFINITIVO = sentido de obrigação : Tenho de passar no concurso.
*HAVER + INFINITIVO = sentido de desejo : Hei de conseguir esta vaga.

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2. EMPREGO DAS FORMAS ABUNDANTES DE PARTICÍPIO
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INFINITIVO PART. REGULAR (ter e haver) PART. IRREGULAR (ser,estar e ficar)


aceitar aceitado aceito / aceite
assentar assentado assento / assente
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
ganhar ganhado ganho
gastar gastado gasto
isentar isentado isento
juntar juntado junto
limpar limpado limpo
matar matado morto
pagar pagado pago
prender prendido preso
imprimir imprimido impresso

Correlação Verbal

Início com o tempo Presente:

1. Presente do indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo


Ex.: Hoje eu sei que tive chances com aquela mulher.

2. Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo


Ex.: Espero que ele te tenha apresentado àquela mulher.

3. Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo


Ex.: Só hoje eu vejo que, naquela época, havia chances com ela.

4. Presente do Indicativo + Futuro do Presente do Indicativo


Ex.: Sei que você me apresentará àquela mulher.

5. Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo


Ex.: Quero que você me apresente àquela mulher ainda hoje!

Iniciando com o tempo Pretérito

6. Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Ex.: Pedi que você me apresentasse àquela mulher.

7. Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo


Ex.: Notei que você ia apresentar-me àquela mulher.

8. Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo


Ex.: Quis que você me tivesse apresentado àquela mulher.

9. Pretérito Perfeito do Indicativo + Futuro do Pretérito do Indicativo


Ex.: Disseram que ela seria apresentada a mim.

10. Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Ex.: Desejava que você me apresentasse àquela mulher.

11. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Futuro do Pretérito (simples ou composto) do Indicativo


Ex.: Se eu passasse por ela, apresentaria (teria apresentado) a você.

12. Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo


Ex.: Queria que ela tivesse sido apresentada a mim.

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13. Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
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Ex.: Apelara que você me apresentasse àquela mulher.


·
14. Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo + Futuro do Pretérito Composto do Indicativo
Ex.: Se eu tivesse passado por ela, teria apresentado a você.

Iniciando com o tempo Futuro

15. Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Ex.: Desejaria que me apresentasse àquela mulher.

16. Futuro do Pretérito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo


Ex.: Gostaria que você tivesse visto aquela mulher.

17. Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Indicativo/Presente do Indicativo


Ex.: Quando eu passar por ela, apresentarei/apresento a você.

18. Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Composto do Indicativo


Ex.: Quando chegarmos até lá, ela já terá ido embor

EXERCÍCIOS SOBRE VERBOS


1. "Eu não sou o homem que tu PROCURAS, mas desejava VER-TE, ou, quando menos, possuir o TEU retrato."
Se o pronome "tu" fosse substituído por "Vossa Excelência", em lugar das palavras em destaque no trecho transcrito teríamos,
respectivamente, as seguintes formas:

a) procurais, ver-vos, vosso.


b) procura, vê-la, seu.
c) procura, vê-lo, vosso.
d) procurais, vê-la, vosso.
e) procurais, ver-vos, seu.

2. A transformação passiva da frase "A religião te inspirou esse anúncio." apresentará o seguinte resultado:

a) Tu te inspiraste na religião para esse anúncio.


b) Esse anúncio inspirou-se na tua religião.
c) Tu foste inspirado pela religião nesse anúncio.
d) Esse anúncio te foi inspirado pela religião.
e) Tua religião foi inspirada nesse anúncio.

3. Preencha os espaços da frase transformada com as formas adequadas dos verbos assinalados na frase original.

Original: Para você "vir" à Cidade Universitária é preciso "virar" à direita ao "ver" a ponte da Alvarenga.
Transformada: Para tu _______ à Cidade Universitária é preciso que ________ à direita quando ________ a ponte da
Alvarenga.

a) vir - vire - ver. b) vires - vires - veres.


c) venhas - vires - vejas. d) vir - viras - ver.
e) vires - vires - vires.

4. Tendo em conta a flexão e o emprego do verbo de acordo com a norma culta da língua, assinale a opção em que a forma
entre parênteses NÃO completa corretamente a lacuna da frase:

a) Se .......... atender a meu pedido, tudo se resolverá bem. (puderem)


b) Se .......... a questão com cuidado, tudo se resolverá bem. (verem)
c) Se .......... a proibição, haverá inúmeras reclamações. (mantiverem)
d) Se .......... uma análise cuidadosa, encontrarão a melhor solução. (fizerem)
e) Se .......... mais papéis nesta caixa, a arrumação ficará perfeita. (couberem)

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5. Em "Se aceitas a comparação, distinguirás...", se a forma "aceitas" for substituída por "aceitasses", a forma "distinguirás"
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deverá ser alterada para


a) vais distinguir. b) distinguindo. c) distingues.
d) distinguirias. e) terás distinguido.

6. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.


Transpondo da voz ativa para a passiva a frase "Os alunos haveriam de ouvir os conselhos do mestre", obtém-se a forma verbal
...... .
a) teriam sido ouvidos b) haveriam de ser ouvidos
c) haveria de ser ouvido
d) seriam ouvidos e) ouvir-se-iam

7. Assinale o item que completa corretamente as lacunas.


_____havido um acréscimo na violência urbana e, se______este quadro,_____, em um futuro breve, mais vítimas inocentes.

a) Tem - mantivermos - existirão


b) Tem - mantermos - existirão
c) Tem - mantermos - existirá
d) Teem - mantivermos - existirão
e) Têm - mantivermos - existirão

8. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.


...... sendo ...... ao diretor os documentos ...... à inscrição para o concurso.

a) Estão - entregues - relativo


b) Está - entregues - relativos
c) Está - entregue - relativo
d) Estão - entregues - relativos
e) Estão - entregue - relativos

9. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.


Assim que ...... o resultado do concurso, ...... aqui te informar.
a) vermos - viremos b) virmos - viéssemos
c) vejamos - viéramos d) vejamos - viemos
e) virmos - viremos

10. Assinalar a alternativa que contém erro no emprego da forma verbal:

a) Ele reouvera os bens que lhe tinham sido roubados.


b) Se ela intervisse em nosso favor, ganharíamos a questão.
c) Quando você expuser seus trabalhos, mande-me avisar.
d) O partido previu a vitória do candidato.
e) Pressupus que todos chegariam a tempo.

11. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.


Não se ...... admitir que se ...... tantos pelo que ...... uns poucos.

a) podem - punam - fizeram


b) pode - puna - fez
c) podem - puna - fizeram
d) pode - punam - fez
e) pode - punam - fizeram

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES:
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Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
12. Transpondo para a voz ativa a frase "As datas das provas estavam sendo fixadas pela comissão de exames", obtém-se a
forma verbal.
a) estava fixando
b) fixavam-se
c) eram fixadas
d) fixava
e) estavam fixando

13. Transpondo para a voz passiva a frase "Os examinadores teriam questionado os vestibulandos", obtém-se a forma verbal.
a) seriam questionados
b) tinham sido questionados
c) questionariam
d) teriam sido questionados
e) haveriam de ser questionados

14. O professor, ..... que alguém ..... resultados negativos, ..... a tempo.
a) receando - previsse - interveio
b) receiando - prevesse - interveio
c) receiando - previsse - interviu
d) receando - prevesse - interviu
e) receando - previsse - interviu

15. Daquela escola ..... recursos para que os funcionários se ..... contra novas crises e ..... a cantina.
a) provieram - precavissem - provissem
b) provieram - precavessem - provessem
c) proviram - precavessem - provessem
d) proviram - precavissem - provissem
e) provieram - precavissem - provessem

16. Se você não ..... o que sacou da minha conta e se eu não ..... meu crédito junto à gerência, ..... responder a um processo.
a) repuser - reaver - caber-lhe-á
b) repuser - reouver - caber-lhe-á
c) repor - reouver - couber-lhe-á
d) repor - reaver - caber-lhe-á
e) repuser - reouver - couber-lhe-á

17. Assinalar a alternativa que completa corretamente as lacunas das seguintes orações:
I. Nós_____a Brasília e_____a Praça dos Três Poderes.
II. O professor_____a prova a pedido do aluno.
III. _____eles os objetos que haviam perdido?
a) vimos - viemos - reveu - reouveram
b) revimos - vimos - reviu - reaveram
c) viemos - vemos - reveu - reouveram
d) vimos - viemos - reviu - reaveram
e) viemos - vimos - reviu - reouveram

18. Indique a alternativa em que há erro gramatical:

a) Se isto lhe convir, aceite.


b) Eu não cri, ele creu.
c) Espero que você não me denigra.
d) Não tínhamos chegado ainda mas ele já tinha escrito o aviso.
e) Ele proveio de um lugar suspeito.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
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Por onde passava, ficava um fermento de desassossego, os homens não reconheciam as suas mulheres, que subitamente
se punham a olhar para eles, com pena de que não tivessem desaparecido, para enfim poderem procurá-los. Mas esses mesmos
homens perguntavam, Já se foi, com uma inexplicável tristeza no coração, e se lhes respondiam, Ainda anda por aí, tornavam
a sair com a esperança de a encontrar naquele bosque, na seara alta, banhando os pés no rio ou despindo-se atrás dum canavial,
tanto fazia, que do vulto só os olhos gozavam, entre a mão e o fruto há um espigão de ferro, felizmente ninguém mais teve de
morrer.(José Saramago, Memorial do Convento)

19. Nesta narrativa, o emprego predominante do imperfeito do indicativo visa a


a) destacar os elementos descritivos inseridos, trazendo-os para o primeiro plano.
b) apresentar a peregrinação de Blimunda como um fenômeno dinâmico e contínuo.
c) desenhar como pano de fundo os traços do cenário em que decorre a ação.
d) marcar o tom dissertativo, em contraposição ao tom descritivo dos trechos em que ocorre o perfeito.
e) levar a entender Blimunda como personagem consciente do decorrer do tempo.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento


Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Vinícius de Morais)

20. "E das bocas unidas fez-se a espuma". Sujeito do verbo fazer:
a) bocas b) bocas unidas c) se d) espuma
e) indeterminado

21. "E das bocas unidas fez-se a espuma". A partícula "se" é o:


a) sujeito
b) índice da indeterminação do sujeito
c) objeto direto
d) objeto indireto
e) pronome apassivador

22. Nas frases:


1. "ACELERE, feminista!"
2. "Talvez a saída SEJA fazer como um amigo meu."
3. "Na menor brecadinha, SERIA uma batida na certa."
4. "... deixei que todas PAGASSEM a conta inteira."

os verbos em maiúsculo estão, respectivamente, no:


a) imperativo afirmativo; presente do subjuntivo; futuro do pretérito do indicativo; pretérito imperfeito do subjuntivo;
b) imperativo afirmativo; imperativo afirmativo; futuro do presente do indicativo; presente do indicativo;
c) presente do indicativo; presente do subjuntivo; futuro do pretérito do indicativo; pretérito imperfeito do subjuntivo;
d) presente do subjuntivo; imperativo afirmativo; futuro do pretérito do indicativo; pretérito imperfeito do subjuntivo;
e) imperativo afirmativo; presente do subjuntivo; futuro do pretérito do indicativo; presente do indicativo.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
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"Sobre a história do arquipelago, explicou que fora doado pelo Rei de Portugal, em 1504, a Fernão de Noronha. O
primeiro nome fora ilha de São João. Naqueles tempos era comum batizar os lugares com o nome da festa religiosa do dia da
descoberta. Pode-se dizer, então, que ela foi vista pela primeira vez por olhos de navegantes europeus num dia 24 de junho,
entre 1500 e 1503.(Abdias Moura, em o SEGREDO DA ILHA)

23. Observe "que fora doado pelo Rei de Portugal ...".

Sobre esta frase, não se pode dizer:


a) o verbo DOAR está usado na voz passiva;
b) DOAR é um verbo transitivo direto e indireto;
c) DOAR pode ser substituído por DAR;
d) REI DE PORTUGAL é agente da passiva e A FERNÃO DE NORONHA é objeto indireto;
e) é oração principal, dentro de um período composto por subordinação.

24. "Tenho visto", parágrafo 2, corresponde à forma simples:


a) vejo b) vi c) via d) vira

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Lá pela metade do século 21, já não haverá superpopulação humana, 1como hoje. Os governos de todo o mundo -
presumivelmente, todos democráticos - poderão 3incentivar as pessoas à reprodução. E será melhor que o façam com as
melhores pessoas. A eugenia humana - a escolha dos melhores exemplares para a reprodução, de modo a aprimorar a média da
espécie, como já se fez com cavalos - encontrará o período ideal para sair da prancheta dos cientistas para a vida real. Pessoas
selecionadas por suas características genéticas serão empregadas do Estado. O funcionalismo público terá uma nova categoria:
a dos reprodutores.

Este exercício de futurologia foi apresentado seriamente pelo professor do Instituto de Biociências da USP Oswaldo
Frota-Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Alemanha - Ética e Genética, quarta-feira à noite. [...] Nas conferências de
segunda e terça, a eugenia 2foi citada como um perigo das novas tecnologias, uma ideia que não é cientificamente - e muito
menos eticamente - defensável.
(Teixeira, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror. ZERO HORA, 6.10.95, p. 5, 2º Caderno)

25. Assinale a alternativa que apresenta a forma passiva correta da frase que começa em 'Os governos...' (primeiro parágrafo)
a) As pessoas poderão ser incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo - presumivelmente todos democráticos.
b) A reprodução será incentivada pelos governos de todo o mundo - presumivelmente todos democráticos.
c) A reprodução das pessoas poderá ser incentivada pelos governos de todo o mundo - presumivelmente todos democráticos.
d) As pessoas serão incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo - presumivelmente todos democráticos.
e) O incentivo à reprodução será dado às pessoas pelos governos de todo o mundo - presumivelmente todos democráticos.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES DE VERBOS

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto abaixo é referência para a(s) quest(ões) a seguir.

Dependendo do contexto em que são empregados, termos como “aí”, “até” e “ir” ora denotam espaço, ora denotam
tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre são precisamente especificados no dicionário.
Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicação de tempo ou de espaço com a mesma palavra seja o verbo
“ir”. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocínio) do verbo “ir” é de deslocamento: “alguém vai de A a B” quer
dizer que alguém se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espaço.
Dizemos também, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas é claro que a rodovia não se
desloca: ela começa em uma cidade e termina em outra. Não há sentido de deslocamento nessa oração, mas ainda estamos no
domínio do espaço.
Agora, veja-se outro caso: também dizemos que o período colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto
de vista). Nesse exemplo, ninguém se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espaço, dois lugares extremos. Agora não
se trata mais de espaço. Trata-se de tempo. E o verbo é o mesmo.
POSSENTI, Sírio. Analogias. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias>. Acesso em 23
mai. 2014.

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1. O verbo “ir” tem, ainda, outro uso corrente não contemplado no texto: pode ser uma partícula unicamente gramatical

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responsável por marcar o tempo futuro do verbo principal da oração. Assinale a alternativa representativa desse uso.
a) Enquanto aguardamos o telefonema da Joana, o Luís vai ao mercado e compra os salgados para o café.
b) O período de inscrição para o concurso foi divulgado: vai de novembro a dezembro.
c) Já noticiaram: o técnico vai divulgar o nome dos jogadores convocados nesta semana.
d) Amanhã, este carro vai para a oficina, para reparos no freio e na lataria.
e) Você já guardou tudo? Vai que ele chegue sem avisar...

2. Considere o trecho a seguir: [...] Há não muito tempo, perguntávamos (1) a quem não entendia o que falávamos se gostaria
(2) que desenhássemos (3) a explicação. Era uma brincadeira, uma forma de infantilizar o interlocutor. Chegou o dia em que
a piada perdeu a graça, porque deixou de ser piada.

A indicação da desinência modo-temporal dos verbos 1, 2 e 3, grifados nesse trecho, está correta em
a) (1) pretérito imperfeito do subjuntivo; (2) futuro simples do indicativo; (3) pretérito perfeito do indicativo.
b) (1) pretérito perfeito do indicativo; (2) pretérito imperfeito do indicativo; (3) pretérito imperfeito do indicativo.
c) (1) pretérito imperfeito do indicativo; (2) futuro do pretérito do indicativo; (3) pretérito imperfeito do subjuntivo.
d) (1) pretérito mais-que-perfeito do indicativo; (2) futuro do pretérito do indicativo; (3) pretérito perfeito do subjuntivo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Responda à(s) questões a seguir com base no texto abaixo.

Dois caminhos se 1abriram diante do paulista Marcus Smolka em 2007, quando ele 2concluiu o pós-doutorado no
Ludwig Institute for Cancer Research, em San Diego (EUA).
Um deles 3era retornar ao Brasil e associar-se a um centro de pesquisa dotado de espectrômetro de massa, um
equipamento novo, que ele dominava como poucos. Nesse caso, 4trabalharia como uma espécie de operador da máquina,
rodando os trabalhos de outros cientistas. Nas horas vagas, 5poderia usá-la para dar continuidade a suas próprias pesquisas. A
outra opção 6era aceitar um convite da Universidade Cornell, no Estado de Nova York. Por essa proposta, 7ganharia um
laboratório e teria um espectrômetro só para si, aos 33 anos de idade.
8
Para Smolka, nenhuma das duas opções 9era a ideal. 10O que ele queria mesmo era voltar ao Brasil e ter um
espectrômetro. Mas a proposta que apresentou ao Fundo de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) esbarrou no custo do
equipamento, da ordem de US$ 1 milhão. O brasileiro 11acabou escolhendo Cornell.
Smolka é hoje parte de uma expressiva comunidade de cientistas brasileiros que estão radicados no Exterior,
produzindo pesquisa de ponta e ajudando a mudar os rumos do conhecimento. Tradicionalmente encarado como fuga de
cérebros, o fenômeno é, na verdade, uma tendência global.
Adaptado de: Histórias de cientistas brasileiros ajudam a explicar o fenômeno da exportação de cérebros.Zero Hora, Planeta
Ciência. 24/7/2015

3. Assinale a alternativa correta sobre o emprego das formas verbais no texto.


a) No primeiro parágrafo, “abriram” (referência 1) e “concluiu” (referência 2) expressam atitudes que começaram a se
concretizar num passado recente.
b) As ocorrências de “era” (referências 3, 6 e 9) podem ser substituídas por “poderia ser”, sem prejuízo para o sentido e para a
coerência do texto.
c) O emprego do futuro do pretérito (referências 4, 5 e 7) indica uma hipótese que não será confirmada no final do texto.
d) O uso de “havia escolhido” no lugar de “acabou escolhendo” (referência 11), além de correto, seria mais coerente com o
nível de formalidade do texto.
e) A utilização do presente do indicativo no quarto parágrafo determina a caracterização de um cenário atual.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Considere o texto para responder à(s) questão(ões): Tintim

Durante alguns anos, o tintim me intrigou. Tintim por tintim: o que queria dizer aquilo? Imaginei que fosse alguma misteriosa
medida de outros tempos que sobrevivera ao sistema métrico, como a braça, a légua, etc. Outro mistério era o triz. Qual a exata
definição de um triz? É uma subdivisão de tempo ou de espaço. As coisas deixam de acontecer por um triz, por uma fração de
segundo ou de milímetro. Mas que fração? O triz talvez correspondesse a meio tintim, ou o tintim a um décimo de triz.
Tanto o tintim quanto o triz pertenceriam ao obscuro mundo das microcoisas.
Há quem diga que não existe uma fração mínima de matéria, que tudo pode ser dividido e subdividido. Assim como existe o
infinito para fora – isto é, o espaço sem fim, depois que o Universo acaba – existiria o infinito para dentro. A menor fração da
menor partícula do último átomo ainda seria formada por dois trizes, e cada triz por dois tintins, e cada tintim por dois trizes,
e assim por diante, até a loucura.
Descobri, finalmente, o que significa tintim. É verdade que, se tivesse me dado o trabalho de olhar no dicionário mais cedo,
minha ignorância não teria durado tanto. Mas o óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre. Está no Aurelião. Tintim,
vocábulo onomatopaico que evoca o tinido das moedas.

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Originalmente, portanto, "tintim por tintim" indicava um pagamento feito minuciosamente, moeda por moeda. Isso no tempo
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em que as moedas, no Brasil, tiniam, ao contrário de hoje, quando são feitas de papelão e se chocam sem ruído. Numa
investigação feita hoje da corrupção no país tintim por tintim ficaríamos tinindo sem parar e chegaríamos a uma nova concepção
de infinito.
Tintim por tintim. A menina muito dada namoraria sim-sim por sim-sim. O gordo incontrolável progrediria pela vida quindim
por quindim. O telespectador habitual viveria plim-plim por plim-plim. E você e eu vamos ganhando nosso salário tin por tin
(olha aí, a inflação já levou dois tins).
Resolvido o mistério do tintim, que não é uma subdivisão nem de tempo nem de espaço nem de matéria, resta o triz. O Aurelião
não nos ajuda. "Triz", diz ele, significa por pouco. Sim, mas que pouco? Queremos algarismos, vírgulas, zeros, definições para
"triz". Substantivo feminino. Popular.
"Icterícia." Triz quer dizer icterícia. Ou teremos que mudar todas as nossas teorias sobre o Universo ou teremos que mudar de
assunto. Acho melhor mudar de assunto.
O Universo já tem problemas demais.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)

4. Considere o seguinte trecho: “É verdade que, se tivesse me dado o trabalho de olhar no dicionário mais cedo, minha
ignorância não teria durado tanto. Mas o óbvio, às vezes, é a última coisa que nos ocorre”. Os verbos grifados encontram-se
conjugados, respectivamente:
a) pretérito perfeito do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, presente do subjuntivo.
b) pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo, presente do indicativo.
c) pretérito mais que perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, presente do subjuntivo.
d) pretérito imperfeito do subjuntivo, pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo.
e) pretérito imperfeito do subjuntivo, futuro do pretérito do indicativo, presente do indicativo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Pesquisadores querem colocar carne artificial à venda em até 5 anos

Os cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, montaram uma nova companhia para transformar a carne
artificial em um hambúrguer que seja, segundo eles, mais saboroso e barato.
Dois anos atrás, a equipe de pesquisadores mostrou um protótipo em Londres. Mas o custo para a produção desse
hambúrguer era altíssimo: cerca de 215 mil libras (mais de R$ 1,2 milhão).
"Estou confiante que, quando for oferecido como uma alternativa à carne, um número cada vez maior de pessoas vai
achar difícil não comprar nosso produto por razões éticas", disse à BBC o diretor da nova empresa, Peter Verstrate.

"Acredito que vamos colocar (o produto) no mercado em cinco anos", disse o professor Mark Post, que desenvolveu
a carne artificial nos laboratórios da Universidade de Maastricht.
Post acrescentou que, inicialmente, o produto estaria disponível apenas sob encomenda, mas, quando a demanda pela
carne artificial se estabelecer e o preço cair, deve chegar às prateleiras de supermercados.

Células-tronco

O hambúrguer artificial é feito a partir de células-tronco, aquelas que podem se desenvolver em tecidos em diversas formas,
tais como nervos e pele.
A maioria dos pesquisadores que trabalham com células-tronco tenta cultivar tecido humano para transplantes ou para substituir
tecido muscular doente, células nervosas ou cartilagem.
Mark Post, no entanto, usa essas células para cultivar músculo e gordura para a fabricação dos hambúrgueres artificiais.
O processo começa com células-tronco retiradas do músculo de uma vaca. No laboratório, essas células são colocadas em uma
cultura – uma solução – com nutrientes e elementos químicos que promovem seu aumento para ajudá-las a crescerem e se
multiplicarem.
Três semanas depois os cientistas já estão com mais de um milhão de células-tronco, que são divididas e colocadas em
recipientes menores. As células já crescidas se transformam em pequenas tiras de músculo de aproximadamente um centímetro
de comprimento e apenas alguns milímetros de espessura.
As pequenas tiras são então coletadas e juntadas em pequenos montes, coloridas e misturadas com gordura.
O hambúrguer resultante deste processo foi preparado e provado em uma entrevista coletiva em Londres, há dois anos.
Um especialista gastronômico que provou a iguaria disse que o gosto estava "próximo da carne, mas não era tão suculento",
mas outro disse que tinha gosto de um hambúrguer de verdade.
Peter Verstrate disse à BBC que o hambúrguer servido em 2013 ainda não era o produto finalizado.
"Era proteína, fibra muscular. Mas carne é muito mais que isso – é sangue, é gordura, tecido de ligação, e tudo isso soma ao
gosto e à textura."
"Se você quer imitar a carne, precisa fazer todas estas coisas também – e você pode usar tecnologias de engenharia de tecido
–, mas ainda não tínhamos feito isso naquele momento", acrescentou.

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Mosa Meat, a empresa que Verstrate estabeleceu com Post e a Universidade de Maastricht, quer sintetizar carne moída no
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laboratório de forma que ela seja tão saborosa quanto a carne real e a um custo igual ao da carne moída vendida hoje.
Nos últimos dois anos, Post e sua equipe progrediram nas pesquisas, mas o cientista percebeu que, para colocar o produto no
mercado em um prazo de cinco anos, terá que acelerar os estudos.
A Mosa Meat vai empregar 25 cientistas, técnicos de laboratórios e gerentes. Um dos objetivos principais é descobrir como
iniciar a produção em massa dessa carne.
Os pesquisadores também vão analisar formas de fazer costeletas usando impressoras 3D. Mas vai demorar um pouco mais
para comercializar esses produtos.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151017_carne_artificial_mercado_fn

5. Considerando o texto “Pesquisadores querem colocar carne artificial à venda em até 5 anos”, bem como a norma padrão
da Língua Portuguesa, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e em seguida assinale a alternativa correta.

( ) “Dois anos atrás, a equipe de pesquisadores mostrou um protótipo em Londres”. O verbo grifado está conjugado no
pretérito imperfeito e se trata de uma ação que se iniciou no passado, mas que continua no presente.
( ) “Dois anos atrás, a equipe de pesquisadores mostrou um protótipo em Londres”. O verbo grifado está conjugado no
pretérito perfeito e se trata de uma ação terminada.
( ) “Nos últimos dois anos, Post e sua equipe progrediram nas pesquisas, mas o cientista percebeu que, para colocar o produto
no mercado em um prazo de cinco anos, terá que acelerar os estudos”. O verbo grifado está conjugado no futuro do
presente e se refere a uma ação futura.
( ) “Nos últimos dois anos, Post e sua equipe progrediram nas pesquisas, mas o cientista percebeu que, para colocar o produto
no mercado em um prazo de cinco anos, terá que acelerar os estudos”. O verbo grifado está conjugado no futuro do
pretérito e se refere a uma possibilidade.

a) F, V, V, F. b) F, V, V, V. c) F, V, F, F. d) V, V, F, V. e) V, F, F, V.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

6. Ainda quanto à natureza semântica (de significado) e sintática (de relação gramatical) dos elementos presentes no texto,
há, a seguir, apenas uma alternativa errada. Assinale-a.
a) O termo “de idosos” caracteriza o substantivo “abrigo”, funcionando como adjunto adnominal deste.
b) “de doações” é complemento do verbo “precisa”, denominando-se objeto indireto, por ser introduzido por preposição.
c) Sintaticamente, no anúncio, a palavra “contar” está para “fazer”, assim como “O segredo” está para “Nosso objetivo”.
d) “Chegar”, “compartilhar” e “doar” são verbos de primeira conjugação e, no anúncio, estão no modo imperativo.
e) “ser uma rede de solidariedade” e “apoiar instituições de diversos segmentos divulgando as suas necessidades” indicam as
finalidades para a existência do grupo.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: SOMOS TODOS ESTRANGEIROS
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Volta e meia, em nosso mundo redondo, colapsa o frágil convívio entre os diversos modos de ser dos seus habitantes.
1
Neste momento, vivemos uma nova rodada 2dessas com os inúmeros refugiados, famílias fugitivas de suas guerras civis e
massacres. Eles tentam entrar na mesma Europa que já expulsou seus famintos e judeus. Esses movimentos introduzem gente
destoante no meio de outras culturas, estrangeiros que chegam falando atravessado, comendo, amando e rezando de outras
maneiras. Os diferentes se estranham.
Fui duplamente estrangeira, no Brasil por ser uruguaia, em ambos os países e nas escolas públicas por ser judia. A
instrução era tentar mimetizar-se, falar com o menor sotaque possível, ficar invisível no horário do Pai Nosso diário.
Certamente todos conhecem esse sentimento de sentir-se estrangeiro, ficar de fora, de não ser tão autêntico quanto os
outros, ou não ser escolhido para o que realmente importa. Na 3infância, tudo é grande demais, amedronta e entendemos
fragmentariamente, como recém-chegados. Na puberdade, perdemos a familiaridade com nossos familiares: o que antes parecia
natural começa __________ soar como estrangeiro. 4Na 5adolescência, sentimo-nos estranhos __________ quase tudo,
andamos por aí enturmados com os da mesma idade ou estilo, tendo apenas uns aos outros como cúmplices para existir.
O fim desse desencontro deveria ocorrer no começo da vida adulta, quando trabalhamos, procriamos e tomamos
decisões de repercussão social. Finalmente 6deveríamos sentir-nos legítimos cidadãos da vida. 7Porém, julgamos ser uma
fraude: 8imaginávamos que os adultos eram algo maior, mais consistente do que sentimos ser. Logo em seguida disso, já
começamos a achar que perdemos o bonde da vida. O tempo nos faz estrangeiros __________ própria existência.
Uma das formas mais simples de combater todo esse 9mal-estar é encontrar outro para chamar de diferente, de
inadequado. 10Quem pratica o bullying, quer seja entre alunos ou com os que têm hábitos e aparência distintos do seu, conquista
momentaneamente a ilusão da legitimidade. Quem discrimina arranja no grito e na violência um lugar para si.
Conviver com as diferentes cores de pele, interpretações dos gêneros, formas de amar e casar, vestimentas, religiões
ou a falta delas, línguas faz com que todos sejam estrangeiros. Isso produz a mágica sensação de inclusão universal: 11se formos
todos diferentes, ninguém precisa sentir-se excluído. Movimentos migratórios misturam povos, a eliminação de barreiras de
casta e de preconceitos também. Já pensou que delícia se, no futuro, entendermos que na vida ninguém é nativo. 12A existência
de cada um é como um barco em que fazemos um trajeto ao final do qual sempre partiremos sem as malas.
Texto adaptado de Diana Corso, publicado em 12 de setembro de 2015. Disponível em:
<http://wp.clicrbs.com.br/opiniaozh/2015/09/12/artigo-somos-todos-estrangeiros/?topo=13,1,1,,,13>. Acesso em: 19 out.
2015

7. Atribua (V), para verdadeiro, e (F), para falso, às afirmativas abaixo.

( ) A substituição dos pronomes demonstrativos neste e dessas (ref. 1 e 2) pelos pronomes demonstrativos nesse e destas,
respectivamente, manteria a correção gramatical da frase.
( ) Quanto à acentuação gráfica, as palavras infância (ref. 3) e adolescência (ref. 5) são paroxítonas acentuadas porque
terminam em ditongo crescente.
( ) Os verbos deveríamos (ref. 6) e imaginávamos (ref. 8) estão conjugados no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito do
modo indicativo.
( ) O vocábulo mal-estar (ref.9) necessita de hífen porque o segundo termo inicia por uma vogal.
( ) Na frase marcada pela referência 4, a mudança do sujeito de 1ª pessoa do plural para a 1ª pessoa do singular implica em
duas alterações, a fim de manter a sintaxe de concordância adequada.

A sequência correta, de cima para baixo, é

a) F – V – F – V – F. b) V – V – F – V – V. c) V – V – V – F – F. d) F – F – V – V – V.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Crônica parafraseada de uma Síria em guerra

Ela abre os olhos. Não fosse o cheiro horrível de morte, o silêncio seria até agradável, mas o olfato a lembra que não
há paz 1– nem pessoas, vizinhos, crianças. A trégua na manhãzinha não traz esperança. Tão somente lhe permite descansar o
corpo, mas não a mente. As lembranças da noite anterior ainda produzem sobressaltos. Bombas, casas caindo e soldados
gritando.
Levanta-se, bebe o pouco da água que restou do copo ao lado da cama. Já não é tão limpa, nem farta como antes.
Sempre um gosto amargo misturado com H2O.
Abre a geladeira, e só encontra comida enlatada e congelada. E mesmo não tão congelada assim, já que os cortes
diários de eletricidade derretem as camadas de gelo.
Os sobrinhos ainda dormem, e ela tenta orar. Não consegue. A mente desconcentra-se facilmente. Em uma prece
fragmentada, pede a Deus descanso e trégua. E faz a oração sem pensar muito. Não precisa; é a mesma oração das últimas
semanas.

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Ela não quer sair de casa. Não é teimosia, é falta de opção. 2“Para onde ir?”, pergunta, com uma voz desesperançosa.

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Está tão confusa que não consegue imaginar saídas.


Nem a piedade de enterrar os mortos o governo permite. Cadáveres estão espalhados pelas ruas. As forças de Assad
3
impediram de sepultar ou mesmo remover os restos mortais. Ou seja, mesmo viva, ela não tem como fugir da morte
escancarada diante de seus olhos. Não é fácil acreditar na vida, quando a realidade grita o contrário.
Se não podem sepultar os mortos, os sobreviventes tentam ao menos ajudar a curar as feridas dos machucados. Não
podem levá-los aos hospitais da cidade, já que há um medo generalizado de que o governo prenda os feridos como se fossem
prisioneiros de guerra. Resta improvisar atendimento nos campos. Não bastasse a precariedade do atendimento, não há
medicamentos suficientes.
Rebeca, de 32 anos, é trabalhadora autônoma. Ou melhor, 4era. Agora já não sabe mais o que é e o que faz em sua
cidade Damasco, capital da Síria.

Crônica parafraseada do depoimento de uma moradora da capital da Síria (identificada apenas pela letra “R”) ao jornal Folha
de São Paulo, de quarta-feira, dia 25. A Síria está em revolta há 16 meses contra a ditadura de Bashar al-Assad. Nos últimos
dias, o confronto contra os rebeldes se acirrou e as mortes aumentaram.
Disponível em: <http://ultimato.com.br/sites/fatosecorrelatos/2012/07/26/cronica-parafraseada-de-uma-siria-em-guerra/>
Acesso em: 14 set. 2015.

8. Leia: “Levanta-se, bebe o pouco da água que restou do copo ao lado da cama.”
Tomando-se a frase isoladamente do texto, caso o pronome “se” fosse substituído pelo pronome “te”, o verbo levantar
a) sofreria mudança em seu modo verbal, passando do subjuntivo para o imperativo, e o verbo beber permaneceria inalterado.
b) não sofreria alteração em seu modo verbal, permanecendo no indicativo, assim como o verbo beber.
c) sofreria modificação em seu modo verbal, passando do indicativo para o imperativo, e o verbo beber não necessitaria de
ajustes.
d) não sofreria alteração em seu modo verbal, permanecendo no subjuntivo, mas o verbo beber seria modificado.

9. Considerando a flexão das formas verbais impediram (ref. 3) e era (ref. 4), é correto afirmar que
a) os dois verbos estão conjugados no pretérito imperfeito do modo indicativo.
b) os dois verbos estão conjugados no pretérito perfeito do modo indicativo.
c) o verbo impedir está conjugado no pretérito perfeito do indicativo, e o ser, no pretérito imperfeito do indicativo.
d) o verbo impedir está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, e o ser, no futuro do subjuntivo.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O monstro da procrastinação - Penélope Salles. Blog Posgraduando.com

Assim como eu, você tem um monte de coisas para fazer: textos para ler, um artigo para escrever, e-mails importantes
para responder, casa para limpar (porque a vida não está fácil para ninguém)? E nessa hora o que você sente é aquela vontade
de conferir a última novidade do Facebook? Ou de ver um vídeo no YouTube, passar aquela fase do Candy Crash ou ainda
tirar aquela soneca boa no meio da tarde?
Quem nunca?
Infelizmente a perfeita consciência disso não faz as coisas acontecerem como num passe de mágica. É preciso muito
mais que força de vontade para deixar o monstro peludo da procrastinação de lado e fazer aquilo que realmente é necessário.
Vou falar de cinco estratégias que tenho adotado e que têm me ajudado nesta batalha diária contra este monstro terrível:
1. Listas
Faça uma lista de tudo o que precisa ser feito no dia e selecione aquelas que são prioritárias. Não se esqueça de listar
até mesmo aquelas atividades consideradas mais “chatas”, mas que são importantes. Eu sei que muita gente já faz isso, mas a
necessidade de planejar o dia a dia só surgiu quando eu percebi que não tinha tempo suficiente para fazer tudo o que precisava.
Este hábito facilita e muito a minha vida, já que tenho que me dividir entre o mestrado, a monitoria, o cuidado com a casa,
família.
Costumo toda noite, antes de ir dormir, fazer uma lista de tarefas para o dia seguinte na minha agenda. Você pode
usar o bloco de notas no celular, o Evernote no computador ou a ferramenta que melhor se adeque à sua rotina. Com a lista de
atividades em mãos, fica mais fácil visualizar o que precisa ser feito. Se não sabemos exatamente o que fazer, vamos deixar
para mais tarde e aí a procrastinação vai tomar conta.

2. Objetivos claros
É claro que sem força de vontade não fazemos nada nessa vida, mas para agirmos precisamos ter claro quais são os
nossos objetivos.
Por que é importante fazer o fichamento do texto X? É importante porque vou utilizá-lo para a produção do meu
artigo. Por que ler o livro Y? Porque ele será discutido na próxima aula. E assim por diante. Dessa forma, até mesmo as tarefas
mais simples e corriqueiras acabam sendo ressignificadas e a partir daí não serão mais ignoradas.

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3. Prazos pré-estabelecidos
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Ao sabermos a data de uma prova, nos descabelamos e começamos a estudar desesperados, não é mesmo? Nada como
uma boa pressão para nos mexermos rapidinho. Então, é preciso estabelecer prazos para as tarefas a serem realizadas e depois
determinação para cumpri-los.
Você tem que ler um texto X para a aula? Defina um prazo para realizá-lo. Precisa escrever um artigo? Estabeleça
uma data para terminá-lo. Você precisa preparar uma apresentação para um seminário? Determine o dia que precisará concluí-
lo. E por fim, cumpra os prazos e você se sentirá feliz por ter conseguido vencer mais uma batalha contra este monstro.

4. Fuja das Distrações


Você já percebeu que é só iniciar uma tarefa importante, como escrever o projeto do mestrado, terminar a leitura de
um livro, estudar para a prova, que tudo ao redor acaba distraindo a nossa atenção? Uma hora é o Facebook, outra é Whatsapp,
SMS, e-mails, TV e assim por diante. E essas pequenas distrações consomem tanto do nosso tempo que no final acabamos não
fazendo nada do que nos propomos a realizar. Largue tudo, que isso não te pertence mais. Pelo menos nos horários que você
estabeleceu para cumprir as suas tarefas.
Eu mesma tenho que aplicar a Técnica Pomodoro para conseguir me concentrar de verdade. Essa técnica é bem
simples: você coloca um despertador (eu coloco o timer da cozinha ou então, o despertador do celular) para tocar em 25
minutos. Enquanto isso você realiza uma tarefa e não faz outra coisa neste tempo. Se lembrar de algo, anote num papel, mas
depois continue sua tarefa até terminar o tempo. Depois dos 25 minutos, descanse 5 e faça as coisas que estavam pendentes.
Você verá uma grande diferença na sua rotina.
Pronto! Você perceberá que priorizar uma tarefa só é melhor do que tentar realizar várias ao mesmo tempo e não
conseguir concluir nenhuma.

5. Recompensa
Apesar de soar um pouco estranho, a recompensa é a motivação para muitas pessoas cumprirem as tarefas necessárias.
Seria mais ou menos o seguinte: você se propõe a fazer determinada atividade e, como forma de realizá-la, promete a si mesmo
uma recompensa no final. Embora nem todo mundo concorde com ela, acho que é uma estratégia para nos motivarmos a
realizar as tarefas mais difíceis ou mais “chatas”.
Espero que estas dicas ajudem vocês a evitar a procrastinação.

10. No texto, encontramos verbos conjugados no modo imperativo, como “faça” e “fuja”. A autora usou esse tempo verbal
para expressar: a) ordem. b) pedido. c) súplica. d) conselho. e) crítica.

11. Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel, perto de
Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber
que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais
belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos narrados, destaca-se a
a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto.
b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos.
d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais.
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor.

12. Assinale a alternativa cujo termo em negrito exprime um fato que NÃO pertence a um tempo
determinado.
a) Em 2014, uma tendência se consolidou: produtos digitais estão cada vez mais sendo vendidos do mesmo jeito que a maioria
das churrascarias serve carne: em sistemas de rodízio. Mas isso não quer dizer que o modelo esteja decidido.
(Superinteressante, ed. 34, fev. 2015, p. 20)
b) As inovações dão fôlego à civilização: quando um novo passo da ciência origina um produto disruptor, surgem mercados
que alimentam a economia. (Veja, 3 dez. 2014)
c) Especialistas têm desenvolvido treinos que ajudam a restaurar o equilíbrio. A reabilitação vestibular, por exemplo, envolve
atividades para os olhos e a cabeça que buscam estimular o cérebro a lidar com sinais distorcidos que vêm da orelha interna.
(Mente e Cérebro, Ano XXI, No 265, p.31)
d) A busca por inovar, uma capacidade (até onde se sabe) exclusiva do Homo Sapiens, é o motor das engrenagens da civilização.
Inovações, sempre nascidas para solucionar necessidades pulsantes da humanidade, levam a transformações definitivas no
modo como produzimos e dão início a mudanças profundas nas relações humanas. (Veja, 3 dez. 2014)

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13.
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A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação
ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que contribui para esse destaque é o emprego
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação

14. Em textos instrucionais, é frequente o emprego de comandos ao leitor e de declarações que os justificam. Observe esse
princípio nos excertos de um texto sobre as utilidades do sal de cozinha no ambiente doméstico (coluna da direita) e associe-
os aos significados correspondentes (coluna da esquerda).
(1) Comando ( ) O sal afasta alguns insetos que podem sofrer desidratação ao entrarem em contato com ele.

(2) Declaração ( ) Prepare uma solução de sal com água e borrife nos cantos da casa.

( ) No cano da pia da cozinha, jogue um pouco de água bem salgada.

( ) Com esse procedimento, são evitados entupimentos causados pelo acúmulo de gordura.

( ) No interior dos sapatos, coloque um pouco de sal.

( ) Eliminam-se a umidade e o mau cheiro.


A sequência correta é
a) 2  2  1 1 2  2. b) 1 2  2  1 2  1.
c) 2  1 2  1 2  1. d) 1 2  1 2  1 2.
e) 2  1 1 2  1 2.

15. Em que opção todas as formas verbais destacadas estão de acordo com a norma padrão da língua?
a) Quando vimos o acidente, freiamos imediatamente. Outros, contudo, não se precaviram, e mais batidas aconteceram.
b) Ainda que eles compossem com afinco, não obteriam as músicas necessárias para o espetáculo.
c) Muitas empresas mantém serviço de atendimento ao consumidor, mas quando nós propusemos alterações nos contratos, não
fomos ouvidos.
d) Quando eu intermedeio as discussões, não aceito que imponham determinadas ideias.
e) Embora ele não me mantivesse informada sobre o contrato, eu intervi na negociação e obtive sucesso.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: CANÇÃO DO VER
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Fomos rever o poste.


O mesmo poste de quando a gente brincava de pique
e de esconder.
1
Agora ele estava tão verdinho!
O corpo recoberto de limo e borboletas.
Eu quis filmar o abandono do poste.
O seu estar parado.
O seu não ter voz.
O seu não ter sequer mãos para se pronunciar com
as mãos.
Penso que a natureza o adotara em árvore.
Porque eu bem cheguei de ouvir arrulos1 de passarinhos
que um dia teriam cantado entre as suas folhas.
Tentei transcrever para flauta a ternura dos arrulos.
Mas o mato era mudo.
Agora o poste se inclina para o chão − como alguém
que procurasse o chão para repouso.
Tivemos saudades de nós.

Manoel de BarrosPoesia completa. São Paulo: Leya, 2010.


1
arrulos − canto ou gemido de rolas e pombas

16. A memória expressa pelo enunciador do texto não pertence somente a ele.
Na construção do poema, essa ideia é reforçada pelo emprego de:
a) tempo passado e presente b) linguagem visual e musical c) descrição objetiva e subjetiva
d) primeira pessoa do singular e do plural

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Para responder à(s) questão(ões), leia o poema de Catulo da Paixão Cearense (1863-
1946).

O Azulão e os tico-ticos

Do começo ao fim do dia,


um belo Azulão cantava,
e o pomar que atento ouvia
o seus trilos de harmonia,
cada vez mais se enflorava.

Se um tico-tico e outras aves


vaiavam sua canção...
mais doce ainda se ouvia
a flauta desse Azulão.

Um papagaio, surpreso
de ver o grande desprezo,
do Azulão, que os desprezava,
um dia em que ele cantava
e um bando de tico-ticos
numa algazarra o vaiava,
lhe perguntou: 1“Azulão,
olha, dize-me a razão
por que, quando estás cantando
e recebes uma vaia
desses garotos joviais,
tu continuas gorgeando
e cada vez canta mais?!”

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Numas volatas sonoras,
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o Azulão lhe respondeu:


“Caro Amigo! Eu prezo muito
esta garganta sublime
e esta voz maravilhosa...
este dom que Deus me deu!

Quando, há pouco, eu descantava,


pensando não ser ouvido
nestes matos por ninguém,
2
um Sabiá*, que me escutava,
num capoeirão, escondido,
gritou de lá: — meu colega,
bravos! Bravos... muito bem!

Pergunto agora a você:


quem foi um dia aplaudido
pelo príncipe dos cantos
de celestes harmonias,
(irmão de Gonçalves Dias,
um dos cantores mais ricos...)
— que caso pode fazer
das vaias dos tico-ticos?”

* Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa está representado neste Sabiá, pois foi a “Águia de Haia” um dos maiores
admiradores de Catulo e prefaciador do seu livro Poemas bravios.

17. Na fala do papagaio, na referência 1, uma das formas verbais não apresenta, como deveria, flexão correspondente à mesma
pessoa gramatical das demais. Trata-se de
a) continuas. b) dize. c) canta. d) recebes. e) estás.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Uma revolução em cinco minutos

Usar a tecnologia para construir um mundo melhor tem seu lado frívolo. 1Mas, 11felizmente, 2também tem um lado bem
sério. Principalmente na política. A tecnologia 10pode ajudar governos a adotar medidas que 3beneficiam a população.
Avanços tecnológicos facilitaram a criação de ferramentas que ajudam não só a promover a cidadania, mas também a vigiar,
a reportar e a agir contra a restrição dos direitos civis. Por isso, pode-se argumentar que está cada vez mais difícil manter um governo
injusto e cada vez mais fácil se rebelar contra regimes antidemocráticos.
6
Se você quiser monitorar os países onde há desrespeito à democracia, uma das 4melhores ferramentas é o projeto
ChokePoint. Inspirado nos acontecimentos no Egito e na Líbia, o ChokePoint (chokepointproject.net) é uma plataforma que expõe o
intercâmbio de informação entre países. Se houver uma parada súbita no tráfego de dados, o sistema alerta sobre um provável corte
da liberdade de expressão naquele país. [...]
E 7se você quiser organizar um protesto? Aqui entra a tecnologia também. Em agosto, manifestantes contra o governo
usaram em Londres o API do GoogleMaps para mostrar, em tempo real, por quais ruas a polícia estava se aproximando. [...]
Mas 8se você não mora em áreas de conflito e protesto não é seu estilo, há várias maneiras de usar a tecnologia para 12facilitar
o engajamento. Em sites como o Change.org (change.org) é possível reunir milhares de pessoas para assinar uma petição. Em sites
locais, como o FixMyStreet (fixmystreet.com) ou eDemocracy (forums.e-democracy. org/about), é possível discutir problemas da
comunidade e acionar as autoridades.
É claro que a tecnologia também pode ser usada para terrorismo, mas a maioria da população é contra esse tipo de atividade.
É 13gratificante saber que 9podemos contar com a tecnologia para engajar grupos que vão provocar mudanças, sejam para a denúncia
de buracos na sua rua ou a derrubada de regimes ditatoriais. O mundo conectado é capaz de construir uma sociedade mais 5justa.
Fonte: LARIU, Alessandra. Uma revolução em cinco minutos. INFO, Nov. 2011, p.52. (adaptado)

18. O texto é um artigo de opinião que apresenta recursos linguísticos típicos de estruturas dissertativo-argumentativas. Assinale a
alternativa em que o elemento linguístico está corretamente analisado no contexto em que ocorre.

a) “Mas” (ref. 1) associado a “também” (ref. 2) ressalta o lado "sério" da tecnologia e elimina o lado "frívolo".
b) Os elementos “beneficiam” (ref. 3), “melhores” (ref. 4) e “justa” (ref. 5) sinalizam avaliações positivas à sociedade.
c) O elemento “se” (refs. 6, 7 e 8), introduz possibilidades de ações que prescindem do uso de recursos tecnológicos.
d) O emprego de “podemos” (ref. 9), em 1ª pessoa, marca inclusão da autora e dos leitores na possibilidade de uso da tecnologia para
engajamento de grupos sociais.
e) O emprego de “pode” (ref. 10), em 3ª pessoa, marca convicção da autora sobre o uso da tecnologia para a prática de terrorismo.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A estranha passageira . Stanislaw Ponte Preta
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– O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de voo - e riu nervosinha, coitada.
Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se foi a oportunidade
de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e me fiz de educado respondendo
que estava às suas ordens.
Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço
ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. A coisa foi
ficando ridícula:
– Para que esse saquinho aí? – foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.

– É para a senhora usar em caso de necessidade – respondi baixinho.


Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e
exclamou:
– Uai... as necessidades neste saquinho? No avião não tem banheiro? Alguns passageiros riram, outros – por fineza – fingiram
ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue* (...) e não parava de
badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou
o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos por todos os lados.
O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi
que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta:
– Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela?
Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.
Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do “show”. Mesmo os que mais se divertiam
com ele resolveram abrir jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.
Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janelinha para ver a paisagem) e
gritou:
– Puxa vida!!!

Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:
– Olha lá embaixo.
Eu olhei. E ela acrescentou: – Como nós estamos voando alto, moço.
Olha só... o pessoal lá embaixo parece formiga.
Suspirei e lasquei:
– Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou voo.
<http://atividadeslinguaportuguesa.blogspot.com.br/2013/08/a-estranha-passageira-estanislaw-ponte.html> Acesso em:
26.02.2015. Adaptado.

* azougue: indivíduo que expressa ligeireza; quem é muito rápido.

19. “O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem.
Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa.”

As formas verbais em destaque foram empregadas no modo indicativo e a respeito delas é correto afirmar que
a) esquentara está no pretérito mais-que-perfeito e expressa incerteza sobre os fatos.
b) esquentara está no pretérito imperfeito e expressa convicção sobre fatos futuros.
c) percebi está no pretérito perfeito e expressa ação concluída no passado.
d) apertava está no pretérito perfeito e expressa ação habitual e repetitiva.
e) percebi está no pretérito imperfeito e expressa ação que perdura até o presente.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A crescente intolerância no Rio Grande do Sul - Marcelo Gonzatto.

Atos de intolerância como a agressão racista sofrida pelo ex-árbitro de futebol Márcio Chagas da Silva, que encontrou
bananas lançadas sobre seu carro após apitar um jogo do Campeonato Gaúcho, em março de 2014, estão entranhados no
cotidiano dos gaúchos. Embora poucos casos como esse ganhem atenção, um estudo inédito revela que, a cada 36 horas, em
média, uma ocorrência envolvendo preconceito foi registrada pela Polícia Civil nos últimos sete anos. Nada menos que 1.677
queixas decorrentes de ofensas ou ameaças carregadas de ódio a alguma etnia, nacionalidade ou origem chegaram 1__________
delegacias gaúchas.
Isso significa que, a cada dia e meio, um confronto marcado pelo desprezo entre brancos, negros, asiáticos, indígenas
ou judeus, entre gaúchos e não gaúchos, brasileiros e estrangeiros, entre pessoas de origens ou culturas diferentes desmentiu

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2
__________ reputação de hospitalidade que a população do Estado costuma atribuir 3__________ si. Mas nem mesmo a

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contabilidade oficial consegue dar a dimensão total do preconceito.
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Como 4__________ pouca sistematização na coleta de dados sobre esse tipo de violação no país, é difícil fazer
comparações entre os Estados. 5Além disso, muitas vezes, uma cifra maior de denúncias pode revelar um grau mais elevado
de conscientização e 6mais facilidade de acesso a órgãos de fiscalização do que um maior número de situações de intolerância
de fato. Por isso, é difícil supor se um gaúcho é mais ou menos amistoso que um paulista ou baiano - mas as informações
disponíveis dão conta de um cotidiano de 7beligerância.
O sociólogo José Luiz Bica de Melo identifica alguns traços culturais do gaúcho que estimulam determinadas formas
de discriminação: o projeto de desenvolvimento baseado na vinda do imigrante europeu, em vez da integração do negro,
contribuiu para a formação de estereótipos. Além disso, há uma certa tendência 8__________ violência fundamentada na
questão histórica de que 9estabelecemos fronteiras através da guerra e 10construímos nosso mapa com as patas dos cavalos. Em
muitas das fronteiras invisíveis que dividem os habitantes do Pampa, a guerra continua.
Disponível em:<http://zh.clicrbs.com.br>(Acesso em 02 abr. 2015).

20. Considerando a correlação verbal do texto, no fragmento textual: "estabelecemos fronteiras através da guerra e construímos
nosso mapa" (ref. 9), os verbos sublinhados estão conjugados na
a) primeira pessoa do singular do presente do indicativo.
b) primeira pessoa do plural do presente do indicativo.
c) primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
d) primeira pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo.

Gabarito:

Resposta da questão 1: [C]


Na alternativa [C], o verbo “ir” forma uma locução verbal (“vai divulgar”) que substitui o verbo no futuro do presente do
indicativo (“divulgará”).

Resposta da questão 2: [C]


Caso os verbos estivessem conjugados como em [A] teríamos: perguntássemos – gostará – desenhamos.
Caso os verbos estivessem conjugados como em [B] teríamos: perguntamos – gostava – desenhávamos.
Caso os verbos estivessem conjugados como em [D] teríamos: perguntáramos – gostaria – tenhamos desenhado.

Resposta da questão 3: [E]


[A] Incorreta. Ambos verbos estão conjugados no pretérito perfeito do Indicativo, anterior ao pretérito imperfeito.
[B] Incorreta. “Era” está conjugado no pretérito imperfeito do Indicativo, referindo-se a, portanto, uma ação concreta; tal
forma não equivale ao uso de “poderia ser”, expressão de uma possibilidade e exemplo de futuro do pretérito do
Indicativo.
[C] Incorreta. As possibilidades indicadas, todas relacionadas à proposta da Universidade Cornell para Smolka, concretizam-
se ao término do texto, uma vez que essa é a escolha do cientista após a negativa brasileira.
[D] Incorreta. “Havia escolhido” não corresponde à ideia de conclusão de um processo relacionada à expressão “acabou
escolhendo”.
[E] Correta. O uso do advérbio de tempo “hoje” confirma a contemporaneidade da afirmação.

Resposta da questão 4: [E]


[A] Incorreta: Caso os verbos estivessem conjugados nesses tempos, eles seriam: tive – teria – ocorra
[B] Incorreta: Caso os verbos estivessem conjugados nesses tempos, eles seriam: tinha – teve – ocorre
[C] Incorreta: Caso os verbos estivessem conjugados nesses tempos, eles seriam: tivera – tinha – ocorra
[D] Incorreta: Caso os verbos estivessem conjugados nesses tempos, eles seriam: tivesse – teria – ocorreu

Resposta da questão 5: [A]


1a afirmativa falsa: o verbo está conjugado no pretérito perfeito, indicando uma ação iniciada e concluída no passado.
4a afirmativa falsa: o verbo está conjugado no futuro do presente, indicando uma ação futura.

Resposta da questão 6: [D]


Os verbos “compartilhar” e “doar” de fato estão no modo imperativo, uma vez que buscam sugerir que o leitor faça algo (no
caso, que ele compartilhe e doe), função indicada pelo modo imperativo. Já o verbo “chegar”, conjugado em “chegue”, está
no presente do subjuntivo, pois indica uma hipótese de algo que pode vir a acontecer (no caso, espera-se que a voz chegue até
as pessoas). Assim, embora a conjugação para o imperativo na terceira pessoa do singular (chegue) e subjuntivo na terceira
pessoa do singular (chegue) seja a mesma, na prática textual as funções e efeitos são distintos.

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Resposta da questão 7: [A]
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Primeira afirmativa: Falsa: existem diferenças entre os termos “destas” e “dessas”, “neste” e “nesse” no que diz respeito à
proximidade daquele que fala com o que é dito. Quando o falante está próximo do momento em que se fala, ele faz uso do
pronome “neste”, e quando está longe usa “nesse”. Quando o falante não está próximo daquilo a que se refere, ele faz uso do
pronome “desse”, e quando está perto usa “deste”.
Terceira afirmativa: Falsa: “deveríamos” está no futuro do pretérito e “imaginávamos” está no pretérito imperfeito.
Quinta afirmativa: Falsa: A frase ficaria com mais alterações: “Na adolescência, senti-me (1a alteração) estranho (2a
alteração) a quase tudo, andei (3a alteração) por aí enturmado (4a alteração) com os da mesma idade ou estilo (...).”

Resposta da questão 8: [C]


Para a segunda pessoa do singular (tu), a forma verbal no presente é “levantas”, enquanto que a forma para o imperativo é
“levanta”. Assim, ao trocar o pronome “se”, por “te”, teríamos o termo “levanta-te”, que estaria no imperativo. Além disso, a
forma verbal “bebe” corresponde tanto ao presente do indicativo para a 3a pessoa do singular, quanto ao imperativo para a 2 a
pessoa do singular. Mudando para o pronome “te” e, portanto, para a 2 a pessoa, esse verbo passaria a estar também na 2a
pessoa do imperativo, mantendo a coesão verbal.

Resposta da questão 9: [C]


[A] Incorreta: caso estivessem no pretérito imperfeito do indicativo, as formas seriam “impediam” e “era”.
[B] Incorreta: caso estivessem no pretérito perfeito do indicativo, as formas seriam “impediram” e “foi”.
[D] Incorreta: caso o verbo “impedir” estivesse no pretérito imperfeito do subjuntivo ele seria “impedissem” e caso o verbo
“ser” estivesse no futuro do subjuntivo ele seria “impedir”.

Resposta da questão 10: [D]


Os verbos conjugados no modo imperativo podem expressar uma ordem, um pedido ou uma súplica. Neste contexto, em que
a autora expõe várias técnicas para evitar a procrastinação de tarefas, os verbos faça e fuja expressam sentido de um
conselho, uma dica.
Resposta da questão 11: [C]
O autor usa verbos no pretérito perfeito (“embarquei”, “vim” e “fiquei”) para relatar tempos passados e concluídos,
alternando-os com verbos no pretérito mais-que-perfeito (“passara”, e “estivera”) para descrever ações que tinham
acontecido antes daqueles primeiros. Assim, o recurso usado pelo autor para organizar a sequência de eventos é a alternância
de tempos do pretérito, como se afirma em [C].
Resposta da questão 12: [A]
No excerto da opção [A], o termo “serve” não pertence ao tempo determinado (presente momentâneo) da oração iniciada
com o adjunto adverbial “Em 2014”, que se refere ao momento específico da venda contínua de produtos digitais. Na frase
“do mesmo jeito que a maioria das churrascarias serve carne: em sistemas de rodízio”, o termo em negrito expressa ação
habitual (presente frequentativo). Assim, é válida a opção [A].
Resposta da questão 13: [C]
No período “vai ser bom, não foi”, a sequência das expressões verbais, “vai ser” com noção de futuro, assim como o pretérito
do perfeito referente ao passado, sugerem a velocidade de ação que a empresa pretende apresentar como sua característica
principal. Assim, é correta a opção [C].
Resposta da questão 14: [E]
Para expressar comando, é preciso conjugar o verbo no modo imperativo, o que ocorre em “Prepare”, “jogue” e “coloque”.
Por sua vez, para expressar declarações, conjuga-se o verbo no presente do indicativo, como em “afasta”, “são” e “eliminam-
se”.
Resposta da questão 15: [D]
[A] freamos; precaveram.
[B] compusessem.
[C] mantêm.
[E] intervim.
Resposta da questão 16: [D]
A primeira pessoa do plural usada nos termos verbais do primeiro e último versos, assim como a primeira do singular usada
na maioria dos que servem à construção do poema, indica que o eu lírico fala também de outras pessoas que o acompanham a
revisitar aquelas memórias. Assim, é correta a alternativa [D].
Resposta da questão 17: [C]
O papagaio define a 2ª pessoa do singular como forma de tratar o Azulão, logo a forma verbal “canta” deveria ser conjugada
igualmente (“cantas”), dando continuidade à frase anterior: (“tu continuas gorjeando e cada vez cantas mais?!”).

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Resposta da questão 18: [D]
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[A] Incorreta. A associação entre “mas” e “também” assumem a ideia de adição.


[B] Incorreta. As duas primeiras palavras estão relacionadas à tecnologia, porém a terceira refere-se à sociedade.
[C] Incorreta. As três ocorrências da conjunção condicional introduzem possibilidades de ações quando a tecnologia está
presente para os fins de tornar a sociedade mais justa.
[D] Correta. Ao conjugar o verbo na 1ª pessoa do plural, o autor pretende estender suas palavras aos leitores também; o
caráter generalizante é cabível no contexto deste artigo de opinião, posto indicar um desejo de bem-estar universal.
[E] Incorreta. O verbo “pode” indica possibilidade, não convicção da autora.
Resposta da questão 19: [C]
Esquentara está conjugado no pretérito mais-que-perfeito do Indicativo, expressando uma ação anterior às demais ações
indicadas pelos verbos no pretérito perfeito do Indicativo.
Percebi está conjugado no pretérito perfeito do Indicativo, expressando uma ação pontual e concluída no passado.
Apertava está conjugado no pretérito imperfeito do Indicativo, expressando uma ação habitual e repetitiva no passado.

Resposta da questão 20: [B]


[A] Incorreta: Forma da primeira pessoa do singular do presente do indicativo: estabeleço e construo.
[C] Incorreta: Forma da primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo: estabelecemos e construímos. Apesar da
forma ser a mesma, no contexto os verbos se referem à construção de características dos gaúchos, ou seja, tratam de aspectos
do presente, e não de algo que foi feito e concluído no passado, como o pretérito perfeito indicaria.
[D] Incorreta: Forma da primeira pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo: estabelecíamos e construíamos.

PRONOME
Pronome é a palavra que substitui os seres ou se refere a eles, considerando-os como pessoas do discurso ou relacionando-os
com elas. Os pronomes classificam-se em vários tipos.

Pronome pessoal:
 Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também representar, quando na 3ª pessoa,
uma forma nominal anteriormente expressa (A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do
chefe).
A seguir um quadro com todas as formas do pronome pessoal:
Pronomes pessoais

Pronomes oblíquos
Número Pessoa Pronomes retos
Átonos Tônicos

primeira eu me mim, comigo


singular segunda tu te ti, contigo
terceira ele, ela o, a, lhe, se ele, ela, si, consigo

primeira nós nos nós, conosco


plural segunda vós vos vós, convosco
terceira eles, elas os, as, lhes, se eles, elas, si, consigo

 Os pronomes pessoais apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase. Os pronomes
pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos, geralmente, de complemento.
EX.: Ele a viu ontem. (Ele=sujeito; a= objeto direto)

 Os pronomes oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição. Em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição
com já é parte integrante do pronome.
Ex.: Isto é para mim. Sairei com eles. Sairemos contigo. Estou entre mim e ti.
 Os pronomes de tratamento estão enquadrados nos pronomes pessoais. São empregados como referência à pessoa com quem
se fala (2ª pessoa), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pessoa. Também são considerados pronomes de tratamento
as formas você, vocês (provenientes da redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.

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 Quanto ao emprego, as formas oblíquas o, a, os, as completam verbos que não vêm regidos de preposição (Verbos

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Transitivos Diretos); enquanto lhe e lhes para verbos regidos das preposições(não expressas) (Verbos Transitivos
Indiretos).
Ex.: Eu o quero. (o = objeto direto) / Eu lhe enviei o arquivo. (lhe = objeto indireto)
 Os pronomes átonos o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e viram no(a/s), se a
terminação verbal for em ditongo nasal.

Ex.: Vou trazer a ficha amanhã. José traz os documentos. Maria quis um biscoito ontem.
Vou trazê-la amanhã. José trá-los Maria qui-lo ontem.

Encomendaram a torta. Põe os ovos na mesa.


Encomendaram-na. Põe-nos na mesa.

 Os pronomes o/a (s), me, te, se, nos, vos desempenham função se sujeitos de infinitivo ou verbo no gerúndio, junto ao verbo
fazer, deixar, mandar, ouvir e ver (Mandei-o entrar / Eu o vi sair / Deixei-as chorando).

 A forma você, atualmente, é usada no lugar da 2ª pessoa (tu/vós), tanto no singular quanto no plural, levando o verbo para
a 3ª pessoa.

 Já as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à pessoa e de Sua, quando fizermos
referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.

Ex.: Vossa Alteza deveria viajar menos. (ao falar com um príncipe)
Sua Alteza deveria viajar menos. (ao falar a respeito de um príncipe)

 Quando precedidos de preposição, os pronomes retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como oblíquos. Eu e tu não podem
vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um verbo no infinitivo.
Ex.: Isto é para eu fazer. Está na hora de tu comeres.

 Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ter valor reflexivo, enquanto se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco.

Ex.: Ao agir assim, tu te prejudicas ainda mais. (te = a ti mesmo) – Pron. Oblíquo Reflexivo
O garoto atirou-se na piscina. (se = a si mesmo) - Pron. Oblíquo Reflexivo.
Pai e filho se acusavam abertamente. (se = um ao outro) - Pron. Oblíquo Recíproco.

 As formas si e consigo têm valor exclusivamente reflexivo e são usados para a 3ª pessoa. Já conosco e convosco devem
aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios,
numeral ou oração adjetiva).
Ex.: Ele sempre leva consigo uma foto da filha. (consigo = com ele mesmo)
Erro: Eu gostaria de viajar consigo para o litoral.
Correções: Eu gostaria de viajar contigo (ou com você) para o litoral.

 Quanto ao uso das preposições junto aos pronomes, deve-se saber que não se pode contrair as preposições com pronomes
que sejam sujeitos
Ex.: Em vez de ele continuar, desistiu ≠ Vi as bolsas dele.
Está na hora de a Dilma agir.

 Os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro / Pesavam-lhe os olhos), enquanto alguns
átonos são partes integrantes de verbos como suicidar-se, apiedar-se, condoer-se, ufanar-se, queixar-se, vangloriar-se.

 Já os pronomes oblíquos podem ser usados como expressão expletiva. Ex.: Não me venha com essa.

Pronome possessivo:
 Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam em gênero e número com
a coisa possuída.
 São pronomes possessivos da língua portuguesa as formas:
1ª pessoa: meu(s), minha(s) nosso(a/s);
2ª pessoa: teu(s), tua(s) vosso(a/s);
3ª pessoa: seu(s), sua(s) seu(s), sua(s).

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 Quanto ao emprego, normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do substantivo que

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determina.
 O possessivo pode indicar cálculo aproximado. Por exemplo: Ele já deve ter seus 40 anos.
 O uso do possessivo seu (a/s) pode causar ambiguidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s). Ex.: (Ele disse
que Maria estava trancada em sua casa. Casa de quem?) (A garotinha olhava para o pai sem saber qual seria o seu destino.
Destino de quem?); pode também indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos).
 Já nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética de Senhor.

Pronome demonstrativo:
Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço e dentro do próprio texto. São:
este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo. Isto, isso e aquilo são invariáveis e se empregam exclusivamente como
substitutos de substantivos.
As formas mesmo, próprio, semelhante, tal (s) e o (a/s) podem desempenhar papel de pronome demonstrativo.
Quanto ao emprego, os pronomes demonstrativos apresentam-se da seguinte maneira:

 localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá);


Ex.: indicar a proximidade (ou não) de algo em relação a quem fala (Este livro é meu.); de quem escuta (Esse livro é o
seu?); ou distante de ambos ( Você sabe de quem é aquele livro que está na gaveta?).

 localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado remoto ou bastante vago);
Ex.: (Naquele tempo, não havia perigo algum em sair à noite.); tempo presente (Neste dia, queremos te homenagear.); tempo
passado recente (Nesses dias, venho trabalhando muito.)
 localização no próprio texto: retomar palavras ou expressões já citadas (ajudam a estabelecer referências no texto)
Ex.: A mãe parecia triste; a filha passava a mão no cabelo distraída; a avó parecia ausente. Esta era muito idosa, essa parecia
extremamente jovem e aquela ainda era muito bonita.

 uso anafórico, em referência ao que já foi ou será dito - este (novo enunciado) e esse (retoma informação);

 o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s), isto (Leve o que lhe pertence);

 tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a) e semelhante, quando anteposto ao substantivo
a que se refere e equivalente a "aquele", "idêntico" (O problema ainda não foi resolvido, tal demora atrapalhou as
negociações / Não brigue por semelhante causa);
 mesmo e próprio são demonstrativos se precedidos de artigo, quando significarem "idêntico", "igual" ou "exato".
Concordam com o nome a que se referem (Separaram crianças de mesmas séries);

 como referência a termos já citados, os pronomes aquele (a/s) e este (a/s) são usados para primeira e segunda ocorrências,
respectivamente, em apostos distributivos (O médico e a enfermeira estavam calados: aquele amedrontado e esta calma /
ou: esta calma e aquele amedrontado);
 pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com os pronomes demonstrativos (Não acreditei no que estava vendo /
Fui àquela região de montanhas / Fez alusão à pessoa de azul e à de branco);
 podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele estava com aquela paciência /
Aquilo é um marido de enfeite);

Pronome relativo:
São aqueles que retomam um substantivo ou um outro pronome anterior a eles.
Ex.:
1. Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral.
2. Tarsila do Amaral pintou o quadro Abaporu.

1+2 = Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, que pintou o quadro Abaporu.
QUE: relativo básico (refere-se a pessoas, coisas, lugar, tempo). Ex.: Este é o livro que compramos.

QUEM: refere-se a pessoas. Ex.: Pedro é o menino a quem aludimos ontem.

CUJO: sempre ideia de posse (= seu, sua). Ex.: Este é o livro cujo autor virá à escola. (autor do livro, seu autor)
CUJO não admite o uso posterior de artigo. INCORRETO: ... cujo o autor.

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O QUAL, A QUAL: usados para evitar ambiguidade e com preposições. Ex.: Chegou o irmão da menina o qual conhecemos
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(a qual conhecemos). Este é um fato contra o qual lutaremos sempre. Há uma conquista salarial sem a qual não teríamos tudo
isso.

ONDE: usado somente para indicar lugar. Ex.: Moramos em um prédio onde não há garagem.

QUANDO: tendo com referente palavra relativa a tempo. Ex.: Era um tempo quando todos se entendiam.

QUANTO: tendo como referente tudo, todo, toda. Ex.: Em tudo quanto olhei, não vi nada anormal.

Pronome indefinido:
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico, representando pessoas,
coisas e lugares. Alguns também podem dar ideia de conjunto ou quantidade indeterminada. Em função da quantidade de
pronomes indefinidos, merece atenção sua identificação.
São pronomes indefinidos de:
 pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem;
 pessoas, lugares, coisas: que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro
(a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada.
Sobre o emprego dos indefinidos devemos atentar para:
 algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (=nenhum) (Computador algum resolverá o problema).
 algum, antes do substantivo a que se refere, assume valor afirmativo.(=pelo menos um) (Algum computador resolverá o
problema.).
 cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada uma).
 alguns pronomes indefinidos, se vierem depois do nome a que estiverem se referindo, passam a ser adjetivos. (Certas
pessoas deveriam ter seus lugares certos / Comprei várias balas de sabores vários).
 bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo, unindo-se a ele por verbo de ligação
(Isso é bastante para mim).
 o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa".
 o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não está nada contente hoje).
 existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que, o que quer, seja quem for, cada um etc.
 todo, no singular e sem artigo, antes de um substantivo, indica sentido de “qualquer” ou “cada”. (Toda cidade parou para
ver a banda.).
 todo, no singular e com artigo, antes de um substantivo, indica sentido de totalidade, “inteiro”.(Toda a cidade parou para
ver a banda).
 todos, no plural, indica a totalidade de um conjunto. (Todos os livros antigos serão restaurados. As lojas todas estiveram
fechadas no Carnaval.).
 todo, no singular e depois de substantivo, também significam totalidade, “inteiro”.

Outras observações relevantes:

a) Algumas palavras classificadas tradicionalmente como advérbios podem ser utilizadas como pronomes indefinidos ao
referirem-se a substantivos ou pronomes (os advérbios referem-se a verbos, adjetivos ou outros advérbios).
Ex.: Trouxe muito livro interessante. Trouxe mais livros. ( pronomes indefinidos)
Chorou muito ontem. Estava mais irritado que ele. (advérbios)

b) Os pronomes podem variar e os advérbios, segundo a norma culta da língua, não.

c) Do ponto de vista sintático, os pronomes podem determinar substantivos, à semelhança dos adjetivos, razão pela qual se
denominam pronomes adjetivos, ou podem exercer a função de um substantivo, uso em que recebem o nome de pronomes
substantivos. Ex.: Estes documentos são válidos. (pron. demonstrativo adjetivo). Nada se resolverá assim. (pronome indefinido
substantivo).

d) Os pronomes concordam com o nome a que se referem. (Os livros aos quais me refiro são bons. As revistas as quais havia
perdido foram encontradas logo. O menino cujo tornozelo fora ferido estava bem agora. A menina cuja perna fora ferida estava
bem agora.)

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
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1. Complete com as formas adequadas dos pronomes pessoais 2. Nas frases abaixo, assinale a que contém incorreção no
referentes à primeira pessoa do singular: uso de pronome:
a) Ele está triste com nós todos.
a) Para __________________ , todos são iguais. b) Interessa que venha com nós três.
b) Para __________________ chegar cedo à empresa, preciso c) Os irmãos virão com nós que somos seus tutores.
embarcar no primeiro ônibus. d) Na ocasião, portaremos conosco os documentos.
c) Para __________________, chegar cedo à empresa já é e) Procure andar conosco que sabemos do seu problema de
um hábito. locomoção.
d) Por __________________, todos vão se classificar.
e) Por _________________ ser nervoso, não me saí bem. 3.Qual a única frase que permite o emprego de consigo?
f) Entre __________________ e vocês, sempre houve diálogo. a) Falaram muito mal __________ lá no salão.
g) Entre a turma e ___________ sempre houve diálogo. b) Iremos __________ na formatura.
h) Entre __________ pedir e você atender, que distância! c) Carregava __________ o dinheiro que tinha.
h) Entre você e ________________,não há discussão. d) O diretor está querendo negociar um acordo
__________
e) Deixarei __________ a parte mais fácil do trabalho.

4 ) Una as orações com pronome relativo, de modo a formar um só período:

1) Pedro tem um amigo. O amigo é honesto.


_____________________________________________________________________________________

2) Pedro tem um amigo. Conheceu o amigo na faculdade.


_____________________________________________________________________________________

3) Pedro tem um amigo. Refere-se ao amigo sempre.


_____________________________________________________________________________________

4) Pedro tem um amigo. Faz referência ao amigo sempre.


_____________________________________________________________________________________

5) Pedro recebeu um amigo. Todos manifestaram ao amigo apreço e atenção.


_____________________________________________________________________________________

6) Pedro foi a um restaurante. No restaurante foi muito bem tratado.


_____________________________________________________________________________________

7) Pedro comprou um livro novo.O autor do livro é famoso.


_____________________________________________________________________________________

8) Devemos respeitar as pessoas. Convivemos com as pessoas.


_____________________________________________________________________________________

9) Ele mora num edifício. Os moradores do edifício são educados.


_____________________________________________________________________________________

10) João é um deputado. Todos devemos respeito a João.


_____________________________________________________________________________________

11) Há uma moça lindíssima no prédio. Resido no prédio.


_____________________________________________________________________________________

12) Pedro não acredita em benzimentos e curandeiras. O pai de Pedro é médico.


_____________________________________________________________________________________

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5. Utilizando pronomes relativos, complete as lacunas 9. Indique a frase em que há o emprego de pronome
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adequadamente: adjetivo.
a) Tudo foi por água abaixo.
É muito bom o livro __________ recebeste.
b) Nada funcionou bem no dia.
__________ páginas rabiscastes.
c) Ninguém aceitou aquela proposta.
__________ gostas.
d) Não, li somente aquela.
__________ aludimos.
__________ nos apaixonamos.
10. Em "Somos o que somos", o termo grifado é um
pronome:
6. As frases seguintes são frequentes na língua coloquial e
a) relativo c) demonstrativo
familiar. Reescreva-as de acordo com o padrão culto da
b) indefinido d) pessoal oblíquo
língua.
a) Vi ele ontem. 11. "Ele é um velho. Sua lucidez causa espanto."
___________________________________________ "Drummond é um poeta. Seus versos a todos comovem."
"A casa parecia ser nova. Seu muro caiu."
b) Encontrei ela no supermercado. Para unir cada grupo de duas orações em um só período,
___________________________________________ devem ser usados, respectivamente, os pronomes relativos:
a) cuja - cujos - cujo
c) Deixa eu em paz! b) cuja a - cujo os - cujo o
___________________________________________ c) que - que - que
d) o qual - os quais - a qual
d) Ela trouxe algumas revistas pra mim dar uma olhada. e) o qual- o qual - cujo
___________________________________________
12. Em uma frase, quais pronomes devem ser usados,
f) Está tudo terminado entre eu e tu. respectivamente, para designar a própria caneta e a caneta de
____________________________________________ um interlocutor?
a) essa - esta
g) Isto é para mim levar ao correio. b) esta – aquela
___________________________________________ c) esta - essa
d) aquela – essa
h) Cheguei a cantar pra ti dormir. e) essa – esta
___________________________________________

i) Fizeram ele desistir do emprego.


___________________________________________

i) Trouxe ele aqui pra dar uma força pra gente.


___________________________________________

7. Reescreva cada uma das frases seguintes, substituindo o


termo destacado por um pronome pessoal oblíquo átono:

a) Leve sua reivindicação aos vereadores.

b) Leve sua reivindicação aos vereadores.


c) Mostre seus trabalhos ao crítico especializado.

d) Mostre seus trabalhos ao crítico especializado.

8. Observe os seguintes versos:


"Dizem que a fonte da serra / que cai da penha no chão, / é
pranto mudo da terra / que Deus transforma em canção."
Quantos pronomes relativos apresentam?
a) 4 c) 2
b) 3 d) 1

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1. No período “Semanalmente [os desempregados] obrigam- e) I, II, III são corretas.


se a cumprir o mesmo ritual”, o se é chamado de pronome
reflexivo, porque faz recair a ação verbal sobre o mesmo 5. Leia o fragmento abaixo.
sujeito que a pratica. “Os dispêndios sociais no país correspondem a cerca de
A alternativa que o pronome átomo não apresenta 21% do PIB – a taxa mais alta da América Latina. São
essa mesma característica é: igualmente grandes, porém, os obstáculos institucionais
para que tais recursos cumpram a sua finalidade. Portanto,
a) O cachorrinho esperneou acuado, depois sossegou, melhor fariam os políticos se ajudassem a removê-los em
deitou-se e fechou os olhos. vez de inventar alquimias tributárias que podem render
b) Quem nos ridicularizou? votos, mas prejudicam as soluções”. (O Estado de S.
c) Ferimo-nos com a ponta da faca. Paulo, 23/10/1999)
d) Sai de perto do fogo, menino, tu vais te queimar! Os termos destacados referem-se, respectivamente, a:
e) Voltando-se aos presentes, disse: estes canalhas não
perdem por esperam. a) dispêndios sociais – políticos.
b) 21% do PIB – obstáculos institucionais.
2. Assinale a alternativa que completa corretamente as c) Taxa mais alta – dispêndios sociais.
lacunas da frase. d) Obstáculos institucionais – políticos.
Tivemos um caso..., mas hoje não...mais nada entre... e e) Dispêndios sociais – 21% do PIB.
ela.

a) há dois anos atrás – há – eu 6. “Apesar de abominar, por exemplo, a violência e a


b) dois anos atrás – há – eu corrupção, acho-as consequência de nossos atos, pelos
c) há dois anos – há – eu quais somos, em medidas diversas, responsáveis”. (João
d) a dois anos atrás – existe – mim Ubaldo Ribeiro)
e) dois anos atrás – há - mim As palavras em destaque referem-se respectivamente a :

3. Assinale a alternativa que completa corretamente as a) a violência e a corrupção – nossos atos.


lacunas. b) a corrupção – nossos atos.
Meu amigo, pediram para...marcar a data de viagem, mas c) a violência e a corrupção – responsáveis.
antes devo...para conversar...sobre os detalhes. d) a violência – responsáveis.
e) medidas diversas – nossos atos.
a) mim – encontrar-te – contigo
b) eu – encontrar-lhe – com você 7. Observe as orações
c) mim – encontrá-lo – consigo I. a) O Xavier, com todos os seus tubérculos, presidia ao
d) eu – encontrá-lo – com você banquete noturno.
e) eu – encontrá-lo – consigo b) Eu nada comi no banquete noturno.
II. a) Teria que escrever um diário de viagem e não umas
4. No início de 2000, a imprensa fez uma série de memórias, como estas são.
acusações ao prefeito de São Paulo.Diante da divulgação b) Nestas memórias entra a substâncias da vida.
de sua provável renúncia, o prefeito Celso Pitta declarou III. a) Marcela juntava-as todas dentro de uma caixinha
que continuaria no governo, o que foi objeto da seguinte de ferro.
manchete em um jornal: b) Ninguém nunca soube onde ficava a chave da
“Pitta promete ficar no governo municipal até o seu final”. caixinha.
Sobre essa manchete, considere as seguintes afirmações: IV. a) Saíste à rua.
I. A palavra seu só pode referi-se à palavra governo, b) Todos os correeiros te vaiaram e maltrataram.
por ser a mais próxima.
II. A frase, como está estruturada, pode significar que
Pitta será prefeito até o fim de sua vida. Unindo as orações acima, subordinado a segunda à
III. A frase, como está estruturada, pode significar que primeira, os pronomes relativos a serem empregados em
Pitta cumprirá integralmente seu mandato na prefeitura. I, II, III, IV são, respectivamente:
Agora, assinale a alternativa correta.
a) que – em que – que – que
a) Apenas I é correta. b) onde – onde – que – onde.
b) Apenas II e III são corretas. c) em que – nas quais – cuja – onde.
c) Apenas II é correta. d) Onde – que – cuja – em que.
d) Apenas I e II são corretas. e) No qual – em cujas – cujas – na qual.

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8. Uma as frases abaixo por meio de um pronome relativo e assinale a alternativa correta.
O eclipse encantou multidões. A magia do eclipse afagou a alma.

a) O eclipse, que a magia afagou a alma, encantou multidões.


b) O eclipse, cuja magia afagou a alma, encantou multidões.
c) O eclipse, cuja a magia dele afagou a alma, encantou multidões.
d) O eclipse, cuja a magia afagou a alma, encantou multidões.
e) O eclipse afagou a alma onde sua magia encantou a todos.

9. Assinale a opção em que a palavra onde está corretamente empregada:

a) Após o comício, houve briga onde estavam envolvidos estudantes de duas escolas diferentes.
b) Os músicos criaram um clima de alegria onde o anfitrião foi responsabilizado.
c) Foi importante a reforma do estatuto da escola, de onde resultou melhoria do ensino.
d) Viver em um país onde saúde e educação são valorizadas é um direito de qualquer cidadão.
e) Na reunião de segunda-feira, várias decisões foram tomadas pelos sócios da empresa, onde também foi decidido o reajuste
das tarifas.

Gabarito dos exercícios complementares de pronome.


1. B 2. E 3. B 4. B 5. B 6. A 7. C 8. B 9. D

Exercícios complementares de Substantivos, Adjetivos e Pronomes

1. Considerando as palavras adolescentes, derrocada, necessário e professora, é CORRETO afirmar:


a) As palavras derrocada e professora têm o mesmo número de sílabas.
b) Todas as palavras são substantivos abstratos.
c) A divisão silábica correta de adolescentes é: a-do-le-scen-tes, pois não se separam os encontros consonantais.
d) Adolescentes é um substantivo sobrecomum.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

A garagem de casa
1
Com o portão enguiçado, e num 2convite a 3ladrões de livros, a 4garagem de casa lembra uma biblioteca pública
permanentemente aberta para a rua. 5Mas não são 6adeptos de literatura 7os indivíduos que ali se abrigam da chuva ou do sol a
pino de verão. 8Esses desocupados 9matam o tempo jogando porrinha, ou lendo os jornais velhos que mamãe amontoa num
canto, sentados nos degraus do escadote com que ela alcança as prateleiras altas. 10Já quando fazem o obséquio de me liberar
o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de tudo um pouco, em boa parte remessas de editores
estrangeiros que têm apreço pelo meu pai. 11Num reduto de literatura tão sortida, como bem sabem os habitués de sebos, fascina
a perspectiva de por puro acaso dar com um livro bom. 12Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na caça a um
tesouro se tem a felicidade de deparar com outro bem, mais precioso ainda. Hoje revejo na mesma prateleira velhos conhecidos,
algumas dezenas de livros turcos, ou búlgaros ou húngaros, que papai é capaz de um dia querer destrinchar. Também continua
em evidência o livro do poeta romeno Eminescu, que papai ao menos 13tentou ler, como é fácil inferir das folhas cortadas a
espátula. Há uma edição em alfabeto árabe das Mil e Uma Noites que ele não 14leu, mas cujas ilustrações 15admirou longamente,
como denunciam os filetes de cinzas na junção das suas páginas coloridas. Hoje tenho experiência para saber quantas vezes
meu pai 16leu um mesmo livro, posso quase medir quantos minutos ele se 17deteve em cada página. 18E não costumo perder
tempo com livros que ele nem sequer 19abriu, entre os quais uns poucos eleitos que mamãe 20teve o capricho de empilhar numa
ponta de prateleira, confiando numa futura redenção. Muitas vezes a vi de manhãzinha compadecida dos livros estatelados no
escritório, com especial carinho pelos que trazem a foto do autor na capa e que papai despreza: parece disco de cantor de rádio.
(Chico Buarque. O irmão alemão. 1 ed. São Paulo. Companhia das letras. 2014. p. 60-61.
Texto adaptado com o acréscimo do título.)

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A obra O irmão alemão, último livro de Chico Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa a existência de um
desconhecido irmão alemão, fruto de uma aventura amorosa que o pai dele, Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma alemã,
lá pelo final da década de 30 do século passado. Exatamente quando Hitler ascende ao poder na Alemanha. Esse fato é real: o
jornalista, historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, na época, solteiro, deixou esse filho na Alemanha. Na família,
no entanto, não se falava no assunto. Chico teve, por acaso, conhecimento dessa aventura do pai em uma reunião na casa de
Manuel Bandeira, por comentário feito pelo próprio Bandeira.

Foi em torno da pretensa busca desse pretenso irmão que Chico Buarque desenvolveu sua narrativa ficcional, o seu romance.
Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o que o leitor tem em mãos [...] não é um relato histórico. Realidade e ficção
estão aqui entranhadas numa narrativa que embaralha sem cessar memória biográfica e ficção”.

2. Considere a expressão “a garagem de casa” (ref. 4) e o que se diz sobre ela.

I. O emprego do vocábulo casa sem a determinação do artigo definido, como acontece no texto, indica que a casa é da pessoa
que fala.
II. A introdução do artigo definido antes do substantivo casa – garagem da casa – indicaria não só que o falante não é o
proprietário da casa, ou pelo menos não a habita, mas também que o referente casa, representado no texto pelo vocábulo
casa, já aparecera no texto, portanto não seria novo para o leitor.
III. A introdução do artigo indefinido um antes do substantivo casa – garagem de uma casa – indicaria que o referente casa,
representado pelo vocábulo casa, ainda não aparecera no texto, portanto seria novo para o leitor.

Está correto o que se diz em

a) I e II apenas.
b) I, II e III.
c) I e III apenas.
d) II apenas.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

O conhecimento
Diante da natureza, o homem – animal racional – não age como 1os animais 2inferiores. 3Estes apenas esforçam-se
pela vida. O homem, 4além disso, esforça-se por entender a natureza e, embora sua inteligência seja dotada de limitações, tenta
sempre dominar a 5realidade, agir sobre ela para torná-la mais adequada às suas próprias necessidades. E, à medida que a
domina e transforma, também amplia ou desenvolve suas próprias necessidades.
Esse 6processo permanente de acúmulo de conhecimentos sobre a natureza e de ações racionais capazes de transformá-
la compõe o universo de ideias que hoje denominamos “Ciência”.
Ciência é, pois, o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Por meio da investigação
científica o homem reconstitui artificialmente o universo real em sua própria mente. Mas essa reconstituição ainda não é
definitiva. A descoberta e a compreensão de fatos quase sempre levam à necessidade de descobrir e compreender novos fatos.
E como o resultado das investigações depende dos conhecimentos já adquiridos e de instrumentos capazes de aprofundar a
observação, a Ciência está sempre limitada às condições de sua época.
O que era conhecimento verdadeiro para o sábio da Antiguidade já não o era para o cientista do Renascimento; e o
que foi verdadeiro para o cientista do século XVIII pode já não o ser para o cientista dos nossos dias. Assim diz-se também
que a ciência é falível, ou seja, pode ser exata apenas para determinado período. O conceito científico que o homem tem do
mundo é cada vez mais amplo, mais profundo, mais detalhado e mais exato. Mas está ainda muito longe de ser completo.
Assim, considerando-se o desenvolvimento 7histórico da ciência, é lógico pressupor que o cientista do final do século XXI
disporá de conhecimentos muito mais desenvolvidos e exatos do que os de hoje.
Afinal, o que é conhecer?
Em linhas gerais, conhecer é estabelecer uma relação entre a pessoa que conhece e o objeto que passa a ser conhecido.
No processo de conhecimento, quem conhece acaba por, de certo modo, apropriar-se do objeto que conheceu. De certa forma
“engole” o objeto que conheceu. Ou seja, transforma em conceito esse objeto, reconstitui-o na sua mente.
O conceito, no entanto, não é o objeto real, não é a realidade, mas apenas uma forma de conhecer (ou conceber, ou
conceituar) a realidade. O objeto real continua existindo como tal, independentemente do fato de o conhecermos ou não.
(Galliano. O método científico: teoria e prática. Editora Harper& Row do Brasil Ltda. São Paulo: 1979. p. 16-17.)

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3. Observe as relações entre os elementos do primeiro parágrafo.
I. O “Estes” (ref. 3) aponta para “os animais inferiores” (ref. 1).
II. O “isso” de “além disso” (ref. 4) refere-se à oração “Estes apenas esforçam-se pela vida” (ref. 3), resumindo-a.
III. O substantivo “realidade” (ref. 5) não é retomado por nenhuma anáfora.

Está correto o que se diz apenas em

a) I e II. b) II e III. c) I. d) III.

4. Atente à passagem de um parágrafo para o outro e assinale o que está INCORRETO.


a) A passagem do primeiro para o segundo parágrafo é feita pelo emprego de um pronome demonstrativo, que aponta para um
lugar no texto – o que vem antes – e um substantivo – processo –, que resume o que foi dito no primeiro parágrafo.
b) A passagem do segundo para o terceiro parágrafo é feita pela repetição de um vocábulo.
c) A passagem do terceiro para o quarto parágrafo se dá pela retomada de um vocábulo.
d) A passagem do quarto para o quinto parágrafo se dá somente pela progressão das ideias.

5. Assinale a alternativa incorreta em relação ao período da novela A hora da estrela, de Clarice Lispector : “Quando eu era
mulher-dama já ia juntando meu dinheirinho, dando porcentagem à chefa, é claro.”

a) O vocábulo “mulher-dama” é um substantivo composto, e refere-se à madame Carlota; se pluralizado fica mulheres-damas.
b) O período é composto, formado por quatro orações, sendo que a segunda e a terceira orações são reduzidas do gerúndio, em
relação à primeira oração que é a principal.
c) A palavra “já”, no período, indica uma circunstância de tempo.
d) O substantivo “dinheirinho” quanto à flexão de grau é diminutivo sintético, e o sufixo -inho está sendo usado para indicar
valor afetivo.
e) A palavra “mulher-dama”, sintaticamente, é predicativo do sujeito, e “dando”, quanto à transitividade, é verbo transitivo
direto e indireto.

A(s) questão(ões) a seguir abordam um poema de Raul de Leoni (1895-1926).

A alma das cousas somos nós...

Dentro do eterno giro universal


Das cousas, tudo vai e volta à alma da gente,
Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
Nada mais, na verdade,
Nunca mais se repete exatamente...

Sim, as cousas são sempre as mesmas na corrente


Que no-las leva e traz, num círculo fatal;
O que varia é o espírito que as sente
Que é imperceptivelmente desigual,
Que sempre as vive diferentemente,
E, assim, a vida é sempre inédita, afinal...

Estado de alma em fuga pelas horas,


Tons esquivos e trêmulos, nuanças
Suscetíveis, sutis, que fogem no Íris
Da sensibilidade furta-cor...
E a nossa alma é a expressão fugitiva das cousas
E a vida somos nós, que sempre somos outros!...
Homem inquieto e vão que não repousas!
Para e escuta:
Se as cousas têm espírito, nós somos
Esse espírito efêmero das cousas,
Volúvel e diverso,
Variando, instante a instante, intimamente,
E eternamente,
Dentro da indiferença do Universo!...

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6. Indique o verso em que ocorre um adjetivo antes e outro depois de um substantivo:
a) O que varia é o espírito que as sente
b) Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
c) Tons esquivos e trêmulos, nuanças
d) Homem inquieto e vão que não repousas!
e) Dentro do eterno giro universal

7. Leia um trecho do poema de Cora Coralina.


Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lancamos hoje no solo da vida. (...)
A palavra destacada, nesse fragmento, morfologicamente, classifica-se como um
a) artigo definido, pois determina o substantivo.
b) artigo indefinido, pois indetermina o substantivo.
c) advérbio, pois atribui uma circunstancia ao verbo.
d) pronome pessoal, pois designa a pessoa do discurso.
e) pronome relativo, pois refere-se a um termo anterior.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Apesar do apoio popular, é bastante difícil que ocorram alterações na forma de punir adolescentes infratores no médio
prazo. Isso porque a maioridade penal em 18 anos (estabelecida pelo artigo 228 da Constituição Federal) é considerada um
direito fundamental dos adolescentes. Por isso, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil e especialistas
argumentam que o artigo se trata de uma cláusula pétrea, que não pode ser alterada.
“É uma cláusula imutável. Para alterar a maioridade penal seria necessário fazer uma nova constituição”, diz Melina
Fachin, professora de Direito Constitucional da UFPR.
Ainda que Câmara e Senado tenham interpretações diferentes e aprovem uma das Propostas de Emenda à Constituição
(PECs), alterando o artigo 228 da Carta Magna, a decisão se estenderia ao Supremo Tribunal Federal.
Outra alternativa seria mudar pontos do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], prevendo outras formas e
períodos de punição aos menores de 18 anos. MPF e OAB também já se manifestaram contra a hipótese. “O ECA é uma norma
infraconstitucional. Então, sua alteração também seria inconstitucional, porque haveria conflito com o que a Constituição
disciplina”, observa Melina.
Além do viés constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos de Violência da UFPR,
Pedro Bodê, defende o ECA e questiona as intenções de alteração na legislação. “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode
expiatório da derrocada dos governos e falência das políticas públicas que eles representam. É transformar a vítima em réu”,
afirma.
O deputado Fernando Francischini (PEN) discorda e se apega ao clamor público para justificar a redução. “A
Constituição é feita para proteger a população. A gente não pode dizer que a Constituição é imutável, se a própria população
quer mudá-la.”

8. Ainda em relação ao texto, é CORRETO afirmar:

a) Na frase “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório(...)”, a expressão em destaque significa que “uma pessoa é
culpada pela ocorrência de um fato, por ser a responsável por isso”.

b) Em “Além do viés constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos de Violência da UFPR, Pedro
Bodê, defende o ECA (...)”, o termo em destaque pode ser substituído por “além do aspecto constitucional...”

c) Em “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório da derrocada dos governos e falência das políticas públicas (...)”,
o vocábulo destacado significa “apogeu”, ”ápice”.

d) Na frase “A Constituição é feita para proteger a população.”, os vocábulos destacados são, respectivamente, substantivo e
adjetivo.

e) Em “A gente não pode dizer que a Constituição é imutável, se a própria população quer mudá-la.”, a palavra grifada é um
pronome possessivo.

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9. Os quadrinhos a seguir são do cartunista brasileiro Henfil, famoso por criar personagens como Fradim e, especialmente,
a ave Graúna e seus companheiros, o cangaceiro Zeferino e o Bode Orelana.

Com base na leitura dos quadrinhos que compõem o texto, é CORRETO afirmar que:

01) ao declarar que, para votar, é necessário ler os anúncios, panfletos, cartazes e faixas de um candidato (quadrinho 03), a
personagem Bode Orelana defende que o eleitor faça sua escolha unicamente a partir do conteúdo veiculado pela campanha
publicitária.
02) o direito a voto do eleitor analfabeto é negado por Bode Orelana. Sua justificativa é a incapacidade do eleitor de
compreender o que realmente importa sobre um candidato, ou seja, sua personalidade e caráter.
04) na fala “Que qui custa ele votar uma vez?” (quadrinho 02), a palavra destacada poderia ser omitida, já que se trata de um
termo expletivo, utilizado apenas para dar ênfase à pergunta feita.
08) no primeiro quadrinho, a personagem ave Graúna utiliza um substantivo no grau diminutivo, “abatidinho”, para fazer
alusão à estatura de Zeferino.
16) no período “Tá tão abatidinho, tão jururu porque não pode votar” (quadrinho 01), o sujeito da frase que foi omitido
corresponde a Zeferino, impedido de participar do pleito por ser analfabeto.

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Leia a charge abaixo para responder as questões.

10. Sobre a classe gramatical das palavras do texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Como as personagens estão descrevendo a si mesmas, são abundantes os adjetivos, entre os quais se incluem azuis, atlético,
magra e sensual.
b) Como a principal função do texto é descrever, nele não ocorrem verbos, que são próprios de textos narrativos.
c) No texto, curiosamente, não ocorrem pronomes pessoais ou de tratamento, que são bastante comuns em diálogos.
d) O único substantivo que aparece no texto é a palavra olhos, como seria de esperar em um diálogo em que as pessoas falam
sobre si mesmas.
e) Na fala da mulher, a palavra super, originalmente um prefixo, está sendo usada como um substantivo que caracteriza boca.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES:


Sotaques no papel
Feitos sem pretensão científica, “dicionários” informais exploram as falas típicas de estados brasileiros
Em suas viagens para casa, de Brasília ao Piauí, o jornalista Paulo José Cunha, de 57 anos, gosta de puxar uma cadeira e ouvir
as histórias de dona Yara, sua mãe. Desses momentos familiares, o professor da Universidade Federal de Brasília (UnB)
coletou grande parte dos verbetes e expressões tipicamente piauienses que deram origem à 4Grande Enciclopédia
Internacional de Piauiês.
O cirurgião vascular paraibano Antonio Soares da Fonseca Jr., de 61 anos, autor do Dicionário do Português Nordestino, conta
que primeiro escolhia aleatoriamente algum destino entre Rio Grande do Norte e Sergipe. Depois de pegar um avião de São
Paulo, sentava na primeira mesa de 5boteco da região e chamava o primeiro que passava para dividir uma cerveja. Aí era
ligar o gravador e registrar o 6papo carregado de expressões, como 3o substantivo “lapada” (pancada), o verbo “cascavilhar”
(procurar minuciosamente), a profissão “capagato” (técnico agrícola) e a aprendiz de interjeição “pronto” (“quando olhei,
pronto!, tudo havia acabado”).
É nesse ambiente informal de pesquisa empírica que a maioria dos dicionários regionais é concebida. Sem o peso da
responsabilidade de seguir as metodologias exigidas pela academia, esses trabalhos são marcados pela despretensão e pelo
bom humor.
[...]
De tão encantado com o falar do catarinense, o comerciante, taxista e escritor Isaque de Borba Corrêa, de 47 anos, é um
autodidata em linguística. Nada parecido com o Isaque que em 1981 lançou o Dicionário do Papa-Siri, com expressões
típicas da região de Camboriú e do Vale do Itajaí. Ele conta que tinha vergonha de dizer que estava montando um livro
naqueles moldes. Hoje, termos como 1“dialetologia” (estudo dos traços linguísticos dos dialetos) e 2“idiotismos” 16(traços
que mais caracterizam uma língua em relação a outras que lhe são cognatas) são rotina na vida do autor que, em 2000,
lançou uma obra “mais evoluída”, segundo sua avaliação: o Dicionário Catarinense.
[...]
O trabalho desenvolvido pelos apaixonados por regionalismos é visto com ressalvas pelos lexicógrafos 8profissionais. Mesmo
o termo “dicionário” para identificar as obras é contestado, por exemplo, pelo lexicógrafo 14Francisco da Silva Borba,
organizador do Dicionário Unesp do Português Contemporâneo, que reúne cerca de 60 mil verbetes.
– Esses trabalhos são, na verdade, vocabulários. É o recolhimento de palavras de determinada região – explica.
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[...]
– 17Eles podem, assim, induzir a erro e oficializar versões equivocadas – analisa o lexicógrafo 15Francisco Filipak, autor do
Dicionário Sociolinguístico do Paraná.
Diferentemente dos demais vocabulários regionais, o de Filipak é concebido como um dicionário, 9de fato. Após 1330 anos de
pesquisa, catalogação e seleção, 18ele reuniu os 6 mil verbetes que compõem o estudo de 400 páginas. Seguindo 10à risca a
metodologia dos 11grandes dicionários do país, Filipak incluiu todas as designações de cada verbete, citando suas variações
vocabulares típicas só daquela região. Hoje, com 83 anos, 19diz desconhecer outro dicionário regional que tenha se guiado
pelo mesmo 12rigor metodológico.
Mesmo sendo de autores 7diletantes, os dicionários regionais são valorizados pelos pesquisadores que formulam obras
consagradas. Todos constam das prateleiras das equipes que atualizam os maiores dicionários da língua.

11. Com base no texto, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

01) O valor dos dicionários regionais advém do seu caráter empírico, isto é, da relativa falta de rigor metodológico com que
são elaborados.
02) O trabalho dos dicionaristas diletantes, apesar de ser largamente empírico e não seguir métodos científicos rígidos, é de
algum interesse para os lexicógrafos profissionais.
04) O relato sobre Isaque de Borba Corrêa confirma o fato de que os dicionaristas regionais desenvolvem seu trabalho de forma
empírica, sem buscar conhecimentos científicos que o embasem.
08) Em seu trabalho de dicionarista, Antonio Soares da Fonseca Jr. obedece a certo rigor científico, porque escolhe o lugar
onde fará a pesquisa, o informante e o tópico da conversação.
16) Devido aos cuidados metodológicos empregados em sua composição, o Dicionário Sociolinguístico do Paraná não pode
ser considerado mera obra empírica de pesquisador diletante.

12. Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) com relação aos fatos de linguagem do texto.

01) O uso das aspas em “dicionários” (subtítulo), “dialetologia” (ref. 1) e “idiotismos” (ref. 2) serve para indicar ironia,
discordância da autora em relação ao valor que outros atribuem aos termos.
02) A classificação elaborada por Antonio Soares da Fonseca Jr. (ref. 3), além de informal, é equivocada, porque o termo
“lapada” seria mais bem enquadrado como verbo do que como substantivo e porque não existe uma classe dos “aprendizes
de interjeição”.
04) O título Grande Enciclopédia Internacional de Piauiês (ref. 4), dado ao dicionário elaborado por Paulo José Cunha, revela
ao leitor a grande abrangência e seriedade do trabalho dos lexicógrafos amadores.
08) O emprego dos termos informais “boteco” (ref. 5) e “papo” (ref. 6), que destoa um pouco do restante do texto, marcado
pelo uso da variedade culta escrita, pode ser explicado em parte como reflexo do próprio assunto tratado, a informalidade
com que Antonio Soares da Fonseca Jr. colhe dados para seu dicionário.
16) O adjetivo “diletantes” (ref. 7) funciona no texto como sinônimo de “profissionais” (ref. 8), uma vez que o texto aproxima
o trabalho dos autores diletantes, “apaixonados por regionalismos”, ao dos lexicógrafos profissionais.
32) As expressões “de fato” (ref. 9), “à risca” (ref. 10), “grandes dicionários do país” (ref. 11) e “rigor metodológico” (ref. 12),
assim como a informação de que o dicionário de Filipak consumiu “30 anos de pesquisa, catalogação e seleção” (ref. 13),
servem ao mesmo fim argumentativo, que é dar ao leitor uma impressão de solidez científica dessa obra.

13. Com base no texto, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

01) Observa-se que, nas ref. 14 e 15, quando o nome de um pesquisador é introduzido no texto, segue-se um aposto, separado
do restante do texto por vírgula(s), conforme previsto nas regras de pontuação.
02) O trecho “traços que mais caracterizam uma língua em relação a outras que lhe são cognatas” (ref. 16) poderia ser reescrito
como “traços que mais caracterizam uma língua em relação a outras que são cognatas delas”, sem prejuízo ao sentido do
texto.
04) No trecho “Eles podem, assim, induzir a erro [...]” (ref. 17), se a palavra “erro” fosse substituída por “falha”, seria
necessário escrever “Eles podem, assim, induzir à falha [...]”, porque a presença do substantivo feminino implicaria uma
crase, nesse contexto.
08) No trecho “[...] ele reuniu os 6 mil verbetes que compõem o estudo de 400 páginas” (ref. 18), o pronome relativo “que”
poderia ser substituído por “cujos”, caso se desejasse um estilo mais formal.
16) Se seguidas à risca as regras de colocação pronominal previstas na norma padrão, o pronome “se” deveria aparecer
anteposto ao verbo “tenha” em “[...] diz desconhecer outro dicionário regional que tenha se guiado pelo mesmo rigor
metodológico” (ref. 19).

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Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessidades e atividades da vida sociocultural. Por isso, caracterizam-se por uma função
social específica, um contexto de uso, um objetivo comunicativo e por peculiaridades linguísticas e estruturais que lhes conferem
determinado formato. Esse classificado procura convencer o leitor a comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se

a) da predominância das formas imperativas dos verbos e de abundância de substantivos.


b) de uma riqueza de adjetivos que modificam os substantivos, revelando as qualidades do produto.
c) de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir ao texto um efeito de certeza.
d) do emprego de numerais, quantificando as características e aspectos positivos do produto.
e) da exposição de opiniões de corretores de imóveis no que se refere à qualidade do produto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

No processo da Revolução Francesa, quando destruíram os últimos resquícios do feudalismo na eufórica noite de 4 de agosto
de 1789, os deputados concordaram em manter o dízimo da Igreja, 2em vez de simplesmente aboli-lo sem qualquer
compensação. Mas, desde então, 1houve sinais de que a promessa seria abandonada. “Eles desejam ser livres, mas não sabem
ser justos”, reclamou o abade de Seyès, referindo-se a alguns colegas da Assembleia. Robespierre não era nem antipadres
nem anticlerical; 3é difícil determinar sua posição quanto ao futuro da Igreja na Revolução. Às vezes, era veemente crítico e,
em outras vezes, retornava à interpretação da doutrina cristã, pois, a seu ver, o cristianismo era a religião dos pobres e daqueles
de coração puro — riqueza chamativa e luxo não deveriam fazer parte dele. Os pobres, segundo ele, eram oprimidos não
apenas pela fome, mas também pelo espetáculo escandaloso de clérigos autoindulgentes, 4que esbanjavam insensivelmente
o que 5pertencia aos pobres por direito.

15. Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes.

a) No trecho “houve sinais de que a promessa seria abandonada” (ref. 1), o substantivo “promessa” tem como referente o trecho
“em vez de simplesmente aboli-lo sem qualquer compensação” (ref. 2).
b) O trecho “é difícil determinar sua posição quanto ao futuro da Igreja na Revolução” (ref. 3) pode ser substituído corretamente
por quanto ao futuro da Igreja, é difícil determinar, na Revolução, a posição de Robespierre.
c) No trecho “que esbanjavam insensivelmente o que pertencia aos pobres por direito” (ref. 4), o complemento direto de
“esbanjavam” é modificado por uma oração adjetiva.
d) A estrutura “pertencia aos pobres por direito” (ref. 5) pode ser substituída corretamente por era um direito dos pobres.

Gabarito:

Resposta da questão 1: [A]


[A] Correta: der-ro-ca-da (4 sílabas)
pro-fes-so-ra (4 sílabas)
[B] Incorreta: “adolescentes” e “professora” são substantivos concretos.
[C] Incorreta: a-do-les-cen-tes (5 sílabas).
[D] Incorreta: “adolescentes” na verdade é um substantivo comum de dois gêneros.
[E] Incorreta: apenas [A] está correta

Resposta da questão 2: [B]


É válida a opção [B], pois todas as proposições são corretas.

Resposta da questão 3: [A]


A proposição [III] é incorreta, pois o termo “realidade’ constitui uma anáfora, por se relacionar com o termo “natureza”,
mencionado anteriormente. Como as demais são verdadeiras, é correta a opção [A].

Resposta da questão 4: [D]


A opção [D] é incorreta, pois a progressão das ideias é estabelecida também pelo advérbio “afinal” da oração interrogativa,
como elemento coesivo da argumentação, desenvolvida nos parágrafos anteriores, e a conclusão, formulada nos
seguintes.

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Resposta da questão 5: [B]
[A] Mulher-dama é um substantivo composto formado por um substantivo e um adjetivo, sendo assim, as duas palavras
variam de acordo com o número.
[B] Correta. Tem-se na primeira oração: Quando eu era (...) uma Oração Subordinada Adverbial Temporal e a Oração
Principal é: já ia juntando meu dinheirinho.
[C] O advérbio já é um marcador de tempo, dá a ideia de imediatismo.
[D] O diminutivo dinheirinho expressa afetividade por um dinheiro extra, certamente, conseguido para complementação das
despesas.
[E] Sintaticamente a expressão mulher-dama é um predicativo do sujeito. Aparece depois de um sujeito (eu) mais um verbo
de ligação era. Já o verbo dar aparece com dupla predicação: transitivo direto do objeto porcentagem e indireto do objeto
à chefa.

Resposta da questão 6: [E]


[A] Antes do substantivo espírito há um verbo de ligação e a partícula subordinativa que.
[B] Antes e depois do substantivo vaivém tem os pronomes nesse e tudo respectivamente.
[C] Não há nada antes do substantivo Tons porque abre o período. O substantivo nuanças aparece justaposto ao verso.
[D] Antes do substantivo Homem não há nenhum vocábulo, não atendendo à exigência da questão.
[E] Correta. Antes do substantivo giro tem o adjetivo eterno de depois tem o adjetivo universal, atendendo às exigências da
questão.

Resposta da questão 7: [E]


O termo “que” está retomando a expressão “semente boa” do verso anterior. Assim, o verso “que lançamos hoje no solo da
vida” pode ser substituído por “Lançamos a semente boa hoje no solo da vida”.
Essa função de retomar/referir-se a um termo anterior é cumprida pelo pronome relativo, como expresso em [E].

Resposta da questão 8: [B]


[A] Incorreta: a correta definição para a expressão “bode expiatório” é: pessoa que não é culpada pela ocorrência de um fato,
mas que acaba sendo responsabilizada por ele.
[C] Incorreta: “derrocada” significa “destruição” ou “decadência”.
[D] Incorreta: “a população” também é substantivo.
[E] Incorreta: a palavra grifada é um pronome pessoal oblíquo.

Resposta da questão 9: 01 + 04 + 16 = 21.


Os itens [02] e [08] são incorretos, pois
[02] a justificativa para negar o direito a voto do eleitor analfabeto baseia-se no fato de ele não poder acompanhar o conteúdo
veiculado pela campanha publicitária;
[08] o termo “abatidinho” pertence à classe dos adjetivos.

Assim, são corretos apenas [01], [04] e [16].

Resposta da questão 10: [A]


[B] Incorreta: existem verbos que se focam mais em ações e, portanto, predominam em textos narrativos. No entanto, há
também verbos para descrição, tais como “ser”, “ter” e “estar”.
[C] Incorreta: “você” e “eu” são exemplos de pronomes de tratamento e pessoal que aparecem no texto.
[D] Incorreta: há outros substantivos, como “boca”.
[E] Incorreta: a palavra “super” está sendo usada como um advérbio de intensificação do atributo “sensual”.

Resposta da questão 11: 02 + 16 = 18.


Os itens [01], [04] e [08] apresentam afirmações incorretas, pois

[01] nem todos os dicionários regionais são elaborados de forma empírica, como atesta o do lexicógrafo Francisco Filipak,
autor do “Dicionário Sociolinguístico do Paraná”;
[04] Isaque de Borba Corrêa aprimorou o seu trabalho inicial divulgado em 1981, “Dicionário do Papa-Siri”, ao publicar
“Dicionário Catarinense” em 2000, fruto de pesquisa e embasamento científico;
[08] Antonio Soares da Fonseca Jr. escolhia aleatoriamente o lugar e o informante que serviriam de apoio para a sua
pesquisa.
Assim, 02 + 16 = 18.

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Resposta da questão 12: 08 + 32 = 40.
Os itens [01], [02], [04] e [16] apresentam afirmações incorretas, pois
[01] enquanto que o uso das aspas em “dicionários” expressa ironia, em “dialetologia” e “idiotismos” imprime ênfase aos
termos;
[02] as classificações de “lapada” e “aprendizes de interjeição” são adequadas, substantivo e interjeição, respectivamente, já
que o primeiro define a ação (“pancada”) e o segundo, uma expressão emotiva de alívio (ufa!);
[04] os dicionários elaborados por lexicógrafos amadores caracterizam-se pela despretensão e pelo bom humor;
[16] o termo “diletantes” caracteriza pessoas que exercem uma atividade por prazer, e não por obrigação;
Assim, 08 + 32 = 40.

Resposta da questão 13: 01 + 16 = 17.


As proposições [02], [04] e [08] são incorretas, pois
[02] o termo “lhe” desempenha função de complemento nominal de “cognatas”, devendo ser substituído por termo
equivalente precedido da preposição “a” (a ela);
[04] na frase original, o termo regido pela preposição “a” não apresenta artigo (“a erro”), por isso é improcedente a
ocorrência de crase, fusão de preposição e artigo, em “a falha”;
[08] no trecho citado não existe correlação de substantivos com ideia de posse entre si, o que invalida o uso do pronome
“cujos”.
Assim, 01 + 16 = 17.

Resposta da questão 14: [B]


É correta a alternativa [B], pois os termos “linda”, “maravilhoso”, “amplo” e “tranquila” para designar as características da
residência, jardim, espaço gourmet e a rua onde está situada a casa à venda permite deduzir que esse classificado utiliza
uma profusão de adjetivos para revelar as qualidades do produto.

Resposta da questão 15:


a) Incorreto.
b) Incorreto.
c) Correto.
d) Incorreto.

As afirmações transcritas em [A] e [B] e [D] são incorretas, pois:

Em [A], o substantivo “promessa” remete a “manter o dízimo da igreja”.


Em [B], a alteração sugerida alteraria o sentido da frase original, já que o adjunto adverbial “na revolução” remete a “futuro
da igreja” e não à indicação da posição de Robespierre durante o processo revolucionário.
Em [D], a expressão “por direito” na frase “pertencia aos pobres por direito” alude a um poder legítimo, mas não legalizado,
enquanto a sugerida para substituição sugere uma prerrogativa passível de ser exigida por estar consignada em lei.

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Módulo III - REGULAR - MARÇO E ABRIL – MATEMÁTICA – PROFº RODRIGO MELO

1) SEQUÊNCIAS

Definição: Sequência (ou sucessão) é um conjunto de coisas, objetos, números, dispostos ordenadamente.
Exemplos:

a) (2, 4, 6, 8, 10, 12, ...) – Sucessão dos números pares positivos.

b) (janeiro, fevereiro, março, ..., dezembro) – Sucessão dos meses do ano.

c) (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, ...) – Sequência dos números primos.

d) (3, 31, 11, 1, 7, 10) – Sequência de chegada do campeonato mundial de pilotos.

Basta inverter a ordem de dois elementos em qualquer dos exemplos dados, para termos imediatamente uma nova sequência
e não a mesma.

Abreviadamente, numa sucessão, chamamos o primeiro termo de a1 , o segundo de a2 , o terceiro de a3 , e assim por diante,
fazendo sempre com que o índice indique a posição do termo.
Uma sucessão com n termos seria indicada:
a1 , a2 , a3 , a4 ,..., an (observe: o índice varia de 1 até n)
Uma com 20 termos terá:
a1 , a2 , a3 ,..., an ,..., a20 (aqui n varia de 1 a 20)

As sequências mais importantes na Matemática são aquelas que obedecem a uma lei de formação, de modo que sempre
possamos encontrar qualquer um de seus elementos.

Exemplos:

a) Seja a sequência definida por an  3n  2 (observe: n aparece duas vezes). Substituindo-se n sucessivamente por 1, 2, 3,
4, ... vamos encontrando a1 , a2 , a3 , a4 ,...:
a1  3.1  2  5
a2  3.2  2  8
a3  3.3  2  11
a4  3.4  2  14
etc.
portanto, a sequência é (5, 8, 11, 14, ...)

Assim, a n representa um termo qualquer (geral) da sequência. Podemos encontrar, por exemplo, o décimo, sem saber os
anteriores. Basta fazer n = 10.
a10  3.10  2  32

b) Seja encontrar a sequência cujo termo geral é dado por an  n 2  2 n


a1  12  2.1  3
a2  22  2.2  8
a3  32  2.3  15
a4  42  2.4  24
etc.
portanto, a sequência é (3, 8, 15, 24, ...)

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2) P.A. (PROGRESSÃO ARITMÉTICA)

Progressão aritmética é uma sequência numérica na qual, a partir do segundo, cada termo é igual à soma de seu
antecessor com uma constante, denominada razão.

Exemplos:

a1  3, r  1 (3, 4, 5, 6, 7, ...) P.A. crescente


a1  7, r  3 (7, 4,1, - 2, - 5, ...) P.A. decrescente
1 1 1 1 5 7 3 
a1  , r   , , , , ,...  P.A. crescente
6 3 6 2 6 6 2 
a1  7, r  0 (7, 7, 7, 7, 7, ...) P.A. constante
a1  5, r  5 (- 5, - 10, - 15, - 20, ...) P.A. decrescente

Razão: Fazendo cada termo de P.A. menos o antecessor encontramos a razão.


r  an  an 1
- a P.A. só é crescente se r > 0
- a P.A. só é decrescente se r < 0

Fórmula do termo geral de uma P.A.: an  a1  (n  1).r


Observe que aparecem quatro variáveis:
an - termo geral
a1 - primeiro termo
n - quantidade de termos
r - razão da P.A.

Fórmula Alternativa: aw  ak   w  k  .r
aw - termo posterior
ak - termo anterior
w - posição posterior
k - posição anterior

Quase todos os problemas de progressões aritméticas fornecem o valor de três das quatro variáveis e pedem o valor da quarta.
Logo, podem ser resolvidos por aplicação direta da fórmula do a n .

Observe que aparecem quatro variáveis:

(a1  a n ).n
Soma de termos de uma P.A. finita : Sn 
2

S n - soma do n primeiros termos


an - último termo
a1 - primeiro termo
n - quantidade de termos

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Propriedades de uma P.A.:

1º Propriedade – A soma dos termos extremos de uma P.A. finita é igual à soma de dois termos equidistantes dos extremos.
a1  an  a2  an 1

2º Propriedade – Em toda P.A., qualquer termo, excetuando-se o dos extremos, o valor de um determinado termo é igual à
média aritmética dos termos ao seu lado.
an 1  an 1
an 
2
3º Propriedade – Quando a quantidade de termos for impar, o termo central é a média aritmética dos termos extremos.
a1  a n a 2  a n1
an = =
2 2
4º Propriedade - A soma dos termos de ordem ímpar de uma PA é o produto do termo do meio pela sua posição.

Si = TM x a(m)

Representações Especiais:

É muito comum, em exercícios, serem citadas progressões aritméticas de 3, 4 ou 5 termos, fornecendo a soma deles. Nesses
casos, para facilitar a resolução dos problemas, é conveniente utilizar as notações ao lado:
- Para representar 3 termos, use  x  r  .x.  x  r  (razão r)
- Para representar 4 termos, use
 x  3r  . x  r  .  x  r  x  3r  (razão 2r)
- Para representar 5 termos, use
 x  2r  .  x  r  .x.  x  r  x  2r  (razão r)

QUESTÕES DE CONCURSOS

1) Sabendo-se que numa P.A. o seu décimo termo é igual a 15 e a razão é igual a 3. Qual é o seu trigésimo termo?
a) 45
b) 50
c) 60
d) 65
e) 75

2) Sabendo-se que os três primeiros termos de uma P.A. são, respectivamente, x – 1, x + 5 e 4x – 4, encontre o valor numérico
do quarto termo.
a) 20
b) 22
c) 25
d) 26
e) 28

3) Calcular x de modo que 3x – 1, x + 3 e x + 9, sejam termos consecutivos de uma P.A. na ordem enunciada.
a) - 2
b) - 1
c) 0
d) 1
e) 2

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4) Qual o 15° termo da P.A. (- 5, - 2, 1, 4, ...)?
a) 32
b) 35
c) 37
d) 40
e) 46

5) Numa P.A. o quinto e o décimo-segundo termos são respectivamente, 10 e 80. O primeiro termo, então, é:
a) - 30
b) - 20
c) - 10
d) 5
e) 10

6) Determine o número de termos de uma P.A. em que o primeiro termo é 2, o último termo é 22 e a razão é igual ao número
de termos.
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

7) Numa P.A., o décimo termo é 72 e o termo precedente é 65. Calcule o primeiro termo.
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

8) A soma de três números em P.A. é 18, e o produto dos termos extremos é 32. Determine os números.
a) (2, 4, 6)
b) (4, 6, 8)
c) (1, 3, 5)
d) (3, 5, 7)
e) (4, 7, 10)

9) Determine o termo de ordem cem de uma P.A. finita, de primeiro termo – 20 e razão 7.
a) 578
b) 587
c) 593
d) 627
e) 673

10) Determine o valor da soma dos 100 primeiros números inteiros positivos.
a) 4890
b) 4980
c) 5050
d) 5600
e) 5860

11) Determine o valor da soma dos 30 primeiros números ímpares positivos.


a) 820
b) 860
c) 876
d) 900
e) 960
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12) Determine o valor da soma dos 20 primeiros termos da sucessão (10, 13, 16, 19, ...).
a) 568
b) 608
c) 676
d) 720
e) 770

13) Determine o valor da soma de todos os múltiplos de 7 compreendidos entre 10 e 100.


a) 604
b) 632
c) 682
d) 728
e) 756

14) Determine o número de termos de uma P.A. finita, de primeiro termo 5 e razão 6, sabendo que a soma de seus termos é 320.
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) 12

15) Determine o número de múltiplos de 9 compreendidos entre 100 e 10.000.


a) 1.098
b) 1.100
c) 1.140
d) 1.182
e) 1.202

16) Determine a soma de todos os múltiplos de 7 que são maiores do que 100 e menores do que 1000.
a) 68.734
b) 69.962
c) 70.336
d) 71.680
e) 72.324

17) Numa P.A,, a soma dos sete primeiros termos é 7 e a soma dos doze primeiros termos é 102. Determine o primeiro termo e a razão.
a) – 8 e 3
b) – 12 e 5
c) 8 e – 3
d) 7 e 4
e) 3 e 7

18) Numa P.A., a soma do terceiro e oitavo termos é 27, e a soma do quinto e nono termos é 18. Calcule a soma dos dez primeiros termos.
a) 130
b) 135
c) 138
d) 140
e) 142

19) Numa P.A., a soma dos cinco primeiros termos é 30 e o terceiro termo é igual à soma dos primeiros dois. Escreva os cinco termos da
P.A.
a) (2, 4, 6, 8, 10)
b) (3, 5, 6, 7, 8)
c) (2, 5, 8, 11, 14)
d) (3, 6, 9, 12, 15)
e) (4, 5, 6, 7, 8)
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20) Numa P.A. de onze termos, o primeiro excede o último em 50. O sexto termo é 36. Calcule a soma dos seis primeiros termos.
a) 272
b) 291
c) 298
d) 306
e) 312

21) Somando o terceiro termo de uma P.A. com o nono obtemos 44 e somando o sexto com o décimo-segundo, 62. Determine
o centésimo terma dessa P.A.
a) 294
b) 302
c) 304
d) 306
e) 308

22) Calcule a soma dos 20 primeiros termos da sucessão (10, 13, 16, ...).
a) 750
b) 756
c) 760
d) 764
e) 770

23) O primeiro termo de uma P.A. é – 10 e a soma dos oito primeiros termos é 60. A razão dessa P.A. é:
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

24) Determine o valor de x na soma x + 2x + 3x + ... + 39x + 40x = 4100.


a) 46
b) 50
c) 5
d) 6
e) 8

25) Uma P.A. tem vinte elementos. Seu 1° termo é 1 e a soma de seus termos é 590. Determine o 15° elemento.
a) 40
b) 43
c) 45
d) 48
e) 50

26) Em uma P.A., a soma do terceiro com o sétimo termo vale 30, e a soma dos doze primeiros termos vale 216. A razão dessa P.A. é:
a) – 2
b) – 1
c) 1
d) 2
e) 3

27) Um fuzileiro naval corre sempre 500 metros a mais do que no dia anterior. Sabendo-se que ao final de 15 dias ele correu
um total de 67.500 metros, o número de metros percorridos no 3° dias foi:
a) 1850
b) 1920
c) 2000
d) 2080
e) 2130
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28) Um para-quedista em queda livre percorre 3 m no primeiro segundo, 12 m no segundo, 21 m no terceiro segundo, e assim
por diante. Continuando nessa sequência, quantos metros terá percorrido após 10 segundos?
a) 435
b) 460
c) 485
d) 492
e) 500

29) As medidas dos lados de um triângulo são expressas por x + 1, 2x e x² - 5 e estão em P.A. nessa ordem. Calcule o perímetro
do triângulo.
a) 18
b) 20
c) 22
d) 24
e) 26

30) Numa progressão aritmética com 51 termos, o 26° termo é 2. A soma dos termos dessa progressão é:
a) 80
b) 90
c) 102
d) 110
e) 120

31) Ao efetuar a soma de cinqüenta parcelas da P.A. (202, 206, 210, ...), por distração não foi somada a 35° parcela. Qual foi
a soma encontrada?
a) 14.342
b) 14.662
c) 14.846
d) 15.184
e) 15.230

32) Quantos são os inteiros positivos múltiplos de 7 e 11 e menores do que 10.000?


a) 125
b) 126
c) 127
d) 128
e) 129

33) A média aritmética de 20 números em progressão aritmética é 60. Retirados os primeiro e último termos da progressão, a
média aritmética dos termos restantes será:
a) 56
b) 57
c) 60
d) 61
e) 62

34) Um capitão de corveta dispões seu regimento num triângulo completo, colocando um militar na primeira linha, dois na
segunda, três na terceira e assim por diante. Forma assim um triângulo com 171 militares. Qual é o número de linhas?
a) 16
b) 18
c) 20
d) 23
e) 25

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35) (MACK-SP) O trigésimo primeiro termo de uma progressão aritmética de primeiro termo 2 e razão 3 é:
a) 63
b) 65
c) 92
d) 95
e) 98

36) (FEI-SP) A razão de uma P.A. de 10 termos, onde o primeiro termo é 42 e o último é – 12, vale:
a) – 5
b) – 9
c) – 6
d) – 7
e) 0

37) O termo geral de uma P.A. é dado por an = 2n – 1. Então o terceiro termo da P.A. vale:
a) 2
b) 3
c) 5
d) 6
e) 4

38) Numa progressão aritmética, temos a7 = 5 e a15 = 61. Então, a razão é igual a:
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

39) (MACK-SP) O produto das raízes da equação x² + 2x – 3 = 0 é a razão de uma P.A. de primeiro termo 7. O 100° termo dessa P.A. é:
a) – 200
b) – 304
c) – 290
d) – 205
e) – 191

40) (UFRS) O número de múltiplos de 7 entre 50 e 1206 é:


a) 53
b) 87
c) 100
d) 165
e) 203

41) A razão de uma P.A., na qual a3 + a5 = 20 e a4 + a7 = 29, vale:


a) 3
b) 5
c) 7
d) 9
e) 11

42) (CATANDUVA-SP) Se numa P.A. de 3 termos a soma dos extremos é 12, o termo médio é:
a) 5
b) – 5
c) 6
d) – 6
e) 0
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43) Sabendo que a sequência (x, 3x + 1, 2x + 11) é uma P.A., a razão dessa P.A. será:
a) 6
b) 4
c) 9
d) 5
e) 7

44) (PUC-SP) Os lados de um triângulo retângulo estão em P.A. de razão 3. Calcule-os:


a) 3, 6, 9
b) 6, 9, 12
c) 12, 15, 18
d) 9, 12, 15
e) n.d.a

45) Numa P.A. de 3 termos tais que sua soma seja 24 e seu produto seja 440, o primeiro termo pode ser:
a) 5 ou 8
b) 8 ou 11
c) 5 ou 11
d) 4 ou 5
e) 10 ou 11

46) (UFPR) O perímetro de um triângulo retângulo é 48 cm e seus lados estão em P.A. As medidas desses lados em cm são:
a) 20, 16, 12
b) 18, 16, 14
c) 13, 16, 19
d) 10,16, 22
e) 26,16, 6

47) (FGV) A soma dos 50 primeiros termos de uma P.A, na qual a6 + a45 = 160, vale:
a) 3.480
b) 4.000
c) 4.320
d) 4.200
e) 4.500

48) (PUC – RS) Um teatro tem 18 poltronas na primeira fila, 24 na segunda, 30 na terceira e assim na mesma sequência, até a
vigésima fila que é a última. O número de poltronas desse teatro é:
a) 92
b) 150
c) 1.500
d) 132
e) 1.320

49) Ache o sexagésimo número natural ímpar:


a) 115
b) 117
c) 119
d) 121
e) 123

50) Ache o 5° termo da P.A. (a + b, 3a – 2b, ...):


a) 7a – 9b
b) 9a – 7b
c) 7a – 11b
d) 9a – 11b
e) 9a – 13b
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51) Numa P.A. de razão 5, o primeiro termo é 4. Qual é a posição do termo igual a 44?
a) 8°
b) 9°
c) 10°
d) 11°
e) 12°

52) Ache a1 numa P.A, sabendo que r = 1/4 e a17 = 21.


a) 11
b) 13
c) 15
d) 17
e) 19

53) Quanto termos de uma P.A. finita, de razão 3, sabendo-se que o primeiro termo é – 5 e o último é 16?
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) 12

54) Calcule o número de termos da P.A. (5, 10, ..., 785):


a) 147
b) 150
c) 153
d) 155
e) 157

55) Qual o primeiro termo de uma P.A. cujo sétimo termo é 46, sendo o termo precedente 39?
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 7

56) Quantos múltiplos de 7 podemos escrever com 3 algarismos?


a) 124
b) 125
c) 126
d) 127
e) 128

57) Quantos números inteiros existem, de 100 a 500, que não são divisíveis por 8?
a) 347
b) 351
c) 359
e) 362
e) 368

58) Quantos termos aritméticos devemos interpolar entre 2 e 66 para que a razão da interpolação seja 8?
a) 7
b) 8
c) 9
d) 10
e) 11

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59) Determine a média aritmética dos seis meios aritméticos que podem ser interpolados entre 10 e 500:
a) 250
b) 255
c) 260
d) 265
e) 270

60) Uma fábrica produziu, em 2006, 6530 unidades de um determinado produto e, em 2008, produziu 23330 unidades do
mesmo produto. Sabendo que a produção anual desse produto vem crescendo em progressão aritmética, pede-se:
- Quantas unidades do produto essa fábrica produziu em 2007?
- Quantas unidades foram produzidas em 2011?
a) 14.930 e 48.530
b) 14.986 e 48.602
c) 15.116 e 48.798
d) 15.324 e 48.904
e) 15.612 e 49.762

61) (UFSC-96) Assinale a ÚNICA proposição CORRETA.


A soma dos múltiplos de 10, compreendidos entre 1 e 1995, é:
a) 198.000
b) 19.950
c) 199.000
d) 1.991.010
e) 19.900

62) (PUC) Um veículo parte de uma cidade A em direção a uma cidade B, distante 500 km. Na 1ª hora do trajeto ele percorre
20 km, na 2ª hora 22,5 km, na 3ª hora 25 km e assim sucessivamente. Ao completar a 12ª hora do percurso, a que distância
esse veículo estará de B?
a) 95 km
b) 115 km
c) 125 km
d) 135 km
e) 155 km

63) (U.E.Londrina) Uma criança anêmica pesava 8,3 kg. Iniciou um tratamento médico que fez com que engordasse 150 g por
semana durante 4 meses. Quanto pesava ao término da 15ª semana de tratamento?
a) 22,5 kg
b) 15 kg
c) 10,7 kg
d) 10,55 kg
e) 10,46 kg

64) O valor de x na igualdade é:


a) 50
b) 150
c) 1275
d) 2250
e) 2550

65) Encontre o valor de x para que a sequência (2x, x + 1, 3x) seja uma progressão aritmética:
a) 2/3
b) 3/5
c) 4/7
d) 5/9
e) 7/11

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66) Numa progressão aritmética em que a2 + a7 = a4 + a k, o valor de k é:
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8

67) (UFPA) Sabendo que a sequência (1 – 3x, x – 2, 2x + 1) é uma P.A, determinar o valor de x:
a) – 2
b) 0
c) 2
d) 4
e) 6

68) (CESGRANRIO) Em uma progressão aritmética de 41 termos e de razão 9, a soma do termo do meio com o seu antecedente
é igual ao último termo. Então, o termo do meio, é:
a) 369
b) 189
c) 201
d) 171
e) 180

69) (PUC-RS) As medidas dos ângulos internos de um triângulo estão em progressão aritmética de razão 20°. O menor ângulo
desse triângulo mede:
a) 30°
b) 40°
c) 50°
d) 60°
e) 80°

70) (UFPA) Três números estão em P.A. A soma destes números é 15 e o seu produto 105. Qual a diferença entre o maior e o
menor?
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8

71) (UNICAMP) Sabe-se, de uma progressão aritmética, que a soma do 6° termo com o 16° termo é 58 e que o 4° termo é o
quádruplo do 2° termo. Qual entre os números abaixo não é termo desta progressão?
a) 8
b) 11
c) 20
d) 25
e) – 1

72) (UFBA) Numa progressão aritmética, o primeiro termo é 1 e a soma do n-ésimo termo com o número de termos é 2. A
razão dessa progressão é:
a) 2n – 1
b) 2n – 2
c) n – 1
d) 1
e) – 1

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73) (UFRN) O número de múltiplos de 7 entre 50 e 150 é:
a) 9
b) 12
c) 14
d) 16
e) 23

74) (U.C.SALVADOR) Quantos são os múltiplos de 5 compreendidos entre 99 e 1988?


a) 375
b) 376
c) 377
d) 378
e) 379

75) (COVEST) Indique o número de inteiros divisíveis simultaneamente por 7 e por 11, entre 1 e 7000:
a) 70
b) 96
c) 85
d) 90
e) 87

76) (PUC-SP) Um escritor escreveu, em um certo dia, as 20 primeiras linhas de um livro. A partir desse dia, ele escreveu, em
cada dia, tantas linhas quantas havia escrito no dia anterior, mais 5 linhas. O livro tem 17 páginas, cada uma com exatamente
25 linhas. Em quantos dias o escritor terminou de escrever o livro?
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) 17

77) (U.C.SALVADOR) No decorrer de uma viagem que teve a duração de 6 dias, um automóvel percorreu 60 km no 1° dia,
80 km no 2° dia, 100 km no 3° dia e assim, sucessivamente, até o 6° dia. O total de quilômetros percorridos por esse automóvel
durante os 6 dias foi:
a) 220
b) 380
c) 460
d) 580
e) 660

78) (CESESP) Dois andarilhos iniciam juntos uma caminhada. Um deles caminha uniformemente 10 km por dia e o outro
caminha 8 km no 1° dia e acelera o passo de modo a caminhar mais 1/2 km cada dia que se segue. Assinale a alternativa
correspondente ao número de dias caminhados para que o 2° andarilho alcance o primeiro:
a) 10
b) 9
c) 3
d) 5
e) 21

QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1) (QOAM) Seja (a1, a2, a3, a4, a5, a6) uma progressão aritmética. Qual é o valor de a1, se a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + a6 =
126 e a6 – a1 = 20?
a) 15
b) 14
c) 13
d) 12
e) 11
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2) (QOAM – 2006) Uma carga de 930 quilogramas de suprimentos deve ser desembarcada da seguinte forma: no primeiro dia, 50
quilogramas; no segundo dia, 55 quilogramas; no terceiro dia, 60 quilogramas; e assim sucessivamente, isto é, a cada dia, 5 quilogramas a
mais do que no dia anterior. Desta forma, em exatamente quantos dias essa carga de suprimentos deverá ser desembarcada?
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14

3) (QOAM – 2007) Na compra a prazo de um produto, o total pago por uma pessoa foi de R$ 672,00. A entrada teve valor correspondente a
um sexto do total, e o restante foi pago em quatro parcelas, cujos valores formam uma progressão aritmética crescente de razão R$ 40,00.
Qual foi o valor da última prestação?
a) R$ 200,00
b) R$ 205,00
c) R$ 210,00
d) R$ 215,00
e) R$ 220,00

4) (QOAM – 2008) Em uma progressão aritmética de 37 termos, o décimo nono vale 126. Qual e a soma de todos os seus termos de ordem
ímpar?
a) 2205
b) 2231
c) 2268
d) 2394
e) 2457

5) (QOAM – 2009) Dada a progressão aritmética (a1, a2, a3, ..., a14, a15, a16) onde a8 = 4. Qual o valor de a1 + a15?
a) 2
b) 4
c) 5
d) 6
e) 8

6) (QOAM – 2010) Uma fragata recém construída foi lançada ao mar obedecendo a um determinado programa de testes durante 20 dias. No
primeiro dia no mar deveria navegar uma certa distância x; no segundo dia navegar o dobro do que navegou no primeiro dia; no terceiro dia
navegar o triplo do 1° dia; e assim sucessivamente. Ao final de 20 dias, o total navegado nos testes atingiu a marca de 6300 nós. Quantos nós
foram navegados no 1° dia de testes?
a) 35
b) 30
c) 25
d) 20
e) 15

7) (QOAM – 2011) A soma dos p elementos iniciais da P.A. Vale:

a)

b)

c)

d)

e)

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8) (QOAM – 2012) Qual o valor de n que torna a sequência 2 + 3n; - 5n e 1 – 4n, nessa ordem, uma progressão aritmétrica?
a) – 1/3
b) –1 /2
c) 0
d) 1
e) 1/2

9) (QOAM – 2013) Sabendo que x e y são algarismos do sistema decimal e que os números 10x+y, 10y+x e 100x+y estão em progressão
aritmética nessa ordem, pode-se afirmar que a soma dos termos dessa progressão vale:
a) 193
b) 183
c) 173
d) 163
e) 153

x  4 2x 1 3
10) (QOAM – 2015) Sabendo que , e x , nesta ordem, determinam uma progressão aritmética, determine x2 e assinale
2 3
a opção correta.
a) 10
b) 8
c) 6
d) 4
e) 2

11) (QOAM – 2016) Um articulista escreveu, em um certo dia, as 20 primeiras linhas de um artigo. A partir desse dia, ele escreveu, em cada
dia, tantas linhas quanto havia escrito no dia anterior, mais 5 linhas. O artigo tem 17 páginas, cada uma com exatamente 25 linhas. Sendo
assim, ao terminar de escrever o artigo, ele trabalhou:
a) mais de 5 dias e menos de 8 dias.
b) mais de 8 dias e menos de 11 dias.
c) mais de 11 dias e menos de 14 dias.
d) mais de 14 dias e menos de 18 dias.
e) mais de 18 dias e menos de 21 dias.

12) (QOAM – 2017) Observe a sequência construída sobre a sigla MB da Marinha do Brasil a seguir.

Continuando com esse padrão, pode-se afirmar que o número 2017 estará apenas na seguinte posição:

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13) (QOAM – 2017) Uma sala de um teatro foi construída com 30 fileiras. A primeira fileira tem 25 cadeiras; a segunda, 27
cadeiras; a terceira, 29 cadeiras e assim por diante, até a 30ª fileira. Uma peça será encenada nessa sala para arrecadar fundos
para uma entidade filantrópica. Nesta apresentação, cada cadeira será vendida por R$ 10,00, sem exceção. Qual será o valor
máximo possível de ser arrecadado nessa apresentação?
a) R$ 16.200,00
b) R$ 12.450,00
c) R$ 9.600,00
d) R$ 6.080,00
e) R$ 2.400,00

14) (QOAM – 2018) Considere que xª e yª são a x-ésima linha e a y-ésima coluna dessa tabela, respectivamente.

A tabela indica uma distribuição matemática dos números naturais. O número 2018 está localizado na xª linha e na yª coluna.
Sendo assim, é correto afirmar que o produto xy é igual a:
a) 1015
b) 1515
c) 2054
d) 3024
e) 3514

15) (QOAM – 2019) Um Capitão de Fragata Médico, que serve na Escola Naval, recomendou que o aspirante sob seus cuidados
reiniciasse suas atividades físicas por caminhadas todos os dias. O aspirante iniciou caminhando 1 km no primeiro dia. A cada
dia, a partir do segundo, caminhou a distância percorrida no dia anterior mais uma distância fixa. Dessa forma, no 13º dia, o
aspirante caminhou 19 km. Sendo assim, pode-se afirmar que a sequência de distâncias percorridas a cada dia, em quilômetros,
é uma progressão:
a) Geométrica, sendo o segundo termo equivalente ao dobro do primeiro.
b) Geométrica, em que .
c) Geométrica, uma vez que a soma dos 13 termos é igual a 20.
d) Aritmética, em que .
e) Aritmética, em que a razão é igual a 1,5.

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS:


1 E 2 B 3 B 4 C 5 A 6 A 7 D 8 B 9 E 10 C
11 D 12 E 13 D 14 C 15 B 16 C 17 A 18 B 19 A 20 B
21 C 22 E 23 D 24 C 25 B 26 D 27 C 28 A 29 D 30 C
31 B 32 E 33 C 34 B 35 C 36 C 37 C 38 C 39 C 40 D
41 A 42 C 43 E 44 D 45 C 46 A 47 B 48 C 49 C 50 D
51 B 52 D 53 A 54 E 55 B 56 E 57 B 58 A 59 B 60 A
61 C 62 A 63 D 64 C 65 A 66 B 67 C 68 B 69 B 70 A
71 D 72 E 73 C 74 D 75 D 76 C 77 E 78 B

GABARITO – QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1 E 2 C 3 A 4 D 5 E 6 B 7 A 8 A 9 B 10 D
11 B 12 A 13 A 14 B 15 E

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3) P.G. (PROGRESSÃO GEOMÉTRICA)

Progressão geométrica é uma sequência numérica na qual, a partir do segundo, cada termo é igual ao produto de
seu antecessor com uma constante, denominada razão.

Exemplos:

a1  4, q  2 (4, 8, 16, 32, ...) P.G. crescente


1
a1  128, q  (128, 64, 32, 16, 8, ...) P.G. decrescente
2
a1  2, q  3 (- 2, - 6, - 18, - 54, ...) P.G. decrescente
1
a1  81, q  (- 81, - 27, - 9, - 3, ...) P.G. crescente
3
a1  3, q  1 (3, 3, 3, 3, 3, ...) P.G. constante
a1  5, q  10 (1, - 10, 100, - 1000, 10000, ...) P.G. alternante (ou oscilante)

Razão: Dividindo cada termo de uma P.G. pelo seu antecessor, encontramos a razão.
an
q
an 1

- a P.G. só é crescente se
a1 > 0 e q > 1 ou a1 < 0 e 0 < q < 1

- a P.G. só é decrescente se
a1 > 0 e 0 < q < 1 ou a1 < 0 e q > 1

- a P.G. só é alternante (oscilatória) se a razão for negativa


q<0

Fórmula do termo geral de uma P.G.: an  a1.qn1


Observe que aparecem quatro variáveis:
an - termo geral
a1 - primeiro termo
n - quantidade de termos
q - razão da P.G.

w k
Fórmula Alternativa: aw  ak .q
aw - termo posterior
ak - termo anterior
w - posição posterior
k - posição anterior

Quase todos os problemas de progressões geométricas fornecem o valor de três das quatro variáveis e pedem o valor da quarta.
Logo, podem ser resolvidos por aplicação direta da fórmula do a n .

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a1.  q n  1
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Soma de termos de uma P.G. finita: Sn 
q 1
Observe que aparecem quatro variáveis:
S n - soma do n primeiros termos
q - razão da P.G.
a1 - primeiro termo
n - quantidade de termos
a1 Obs.:
Limite da soma de uma P.G. infinita e decrescente: Sn 
1 q
1º) A palavra “soma” não tem aqui o emprego habitual, uma vez que a adição das infinitas parcelas nunca termina, sendo
preferível dizer “limite da soma”.

2º) A mesma fórmula vale para uma P.G alternante ilimitada se o módulo dos termos for decrescente, ou seja, sempre que -
1 < q < 1.

Propriedades de uma P.G.:


1º Propriedade – O produto dos termos extremos de uma P.G. finita é igual ao produto de dois termos equidistantes dos
extremos.
a1.an  a2 .an 1
Ex.:

2º Propriedade – Em toda P.G., qualquer termo, excetuando-se o dos extremos, o valor de um determinado termo é igual à
média geométrica (raiz do produto) dos termos ao seu lado.
an  (an 1 ).(an 1 )
ou: O valor ao quadrado de um determinado termo é igual ao produtos dos termos ao seu lado. an  ( an 1 ).( an 1 )
2

Ex.:

3º Propriedade – Quando a quantidade de termos for impar, o valor ao quadrado do termo central é igual ao produto dos
termos extremos.
Ex.:

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Representações Especiais:

É muito comum, em exercícios, serem citadas progressões geométricas de 3, 4 ou 5 termos, fornecendo a soma deles. Nesses
casos, para facilitar a resolução dos problemas, é conveniente utilizar as notações ao lado:
x
- Para representar 3 termos, use   .x.  x.q  (razão q)
q
- Para representar 4 termos, use
x.  x.q  .  x.q 2  x.q3  (razão q)
- Para representar 5 termos, use
 x   x
 2  .   .x.  x.q   x.q  (razão q)
2

q  q

QUESTÕES DE CONCURSOS

1) (Santa Casa – SP) Os frutos de uma árvore, atacados por uma moléstia, foram apodrecendo dia após dia, segundo os termos
de uma progressão geométrica de primeiro termo 1 e razão 3, isto é, no primeiro dia apodreceu 1 fruto, no segundo dia 3 outros,
no terceiro dia 9 outros, e assim sucessivamente. Se, no sétimo dia, apodreceram os últimos frutos, o número de frutos atacados
pela moléstia foi:
a) 363
b) 364
c) 729
d) 1092
e) 1093

2) No primeiro dia do mês, um frasco recebe 3 gotas de um remédio; no segundo dia ele recebe 9 gotas; no terceiro dia recebe
27 gotas, e assim por diante. No dia em que recebeu 2187 gotas, ficou completamente cheio. Em que dia do mês isso aconteceu?
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

3) (FUVEST) Um país contraiu em 1829 um empréstimo de 1 milhão de dólares, para pagar em cem anos, à taxa de juros de
9% ao ano. Por problemas de balança comercial, nada foi pago até hoje, e a dívida foi sendo “rolada”, com capitalização anual
dos juros. Qual dos valores a seguir está mais próximo do valor da dívida em 1989? Para os cálculos adote .
a) 14 milhões de dólares
b) 500 milhões de dólares
c) 1 bilhão de dólares
d) 80 bilhões de dólares
e) 1 trilhão de dólares

4) (FUVEST) Dado um quadrado Q1 cujo lado tem comprimento L = 1, considere a sequência infinita de quadrados
onde cada quadrado é obtido unindo-se os pontos médios dos lados do quadrado anterior. A soma das áreas de
todos os quadrados da sequência é:
a) 4

b)

c) 4/3

d) 2

e)

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5) (CESGRANRIO) A população de certa cidade é, hoje, igual a P0 e cresce 2% ao ano. A população dessa cidade daqui a n anos será:
a)
b)
c)
d)
e)

6) (Ufpe) Em certa cidade a população de ratos é 20 vezes a população humana. Supondo que ambas as populações crescem em progressão
geométrica, onde a população humana dobra a cada 20 anos e a de ratos a cada ano, quantos ratos haverá por habitante dentro de 20 anos?
a)
b)
c)
d)
e)

7) (Ufpe) A cada mês que passa, o preço de uma cesta básica de alimentos diminui 3% em relação ao seu preço do mês anterior.
Admitindo que o preço da cesta básica no primeiro mês é R$ 97,00, o seu preço no 12° mês será, em reais:
a)
b)
c)
d)
e)

8) (Uelondrina) Seja Tn o termo geral de uma sequência de triângulos eqüiláteros, com . O primeiro termo T1 tem lado de medida
x. Cada termo tem como medida dos lados a metade da medida dos lados do termo anterior. Dessa forma, a medida da altura do triângulo T3
é:
a) x/4
b)

c)

d)

e)

9) (Unitau) A soma dos termos da sequência (1/2, 1/3, 2/9, 4/27, ...) é:
a)
b)
c)
d)
e) 3/5

10) (PUC-MG) O valor do produto é:

a)
b)
c)

d)
e)

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11) Determine a razão da progressão geométrica em que a3 = 8 e a7 = 5000.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

12) Calcule o primeiro termo da progressão geométrica em que a6 = 12500 e razão igual a 5.
a) 4
b) 5
c) 6
d) 10
e) 15

13) Sabendo-se que numa determinada P.G. o terceiro termo é igual a 10 e a razão é igual a 2, então neste caso, qual será o oitavo termo?
a) 300
b) 320
c) 340
d) 350
e) 380

14) Determine a razão da P.G.


a) 2
b) 3
c)
d)
e) 1/3

15) Determine a razão da P.G.


a)
b)
c)
d)
e)

16) Determine o número de termos da P.G. (2/3, 2, 6, ..., 486).


a) 7
b) 8
c) 9
d) 10
e) 11

17) Para a P.G. (1/9, 1/3, ..., 729) qual seria a quantidade de termos?
a) 7
b) 8
c) 9
d) 10
e) 11

18) Ache o número de termos da P.G. (100, 20, ..., 0,0064).


a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

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19) Determine o número de termos da P.G. (0,125; 0,5; ...; 128).
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

20) Qual o nono termo da P.G. (1, 2, 4, ...)?


a) 32
b) 64
c) 128
d) 256
e) 512

21) A soma de três números em P.G. é 14 e o produto 64. Determine esses números.
a) (1, 2, 4)
b) (1, 3, 9)
c) (-1, -2, -4)
d) (1, 4, 16)
e) (2, 4, 8)

22) Determine a razão de uma P.G. em que o primeiro termo é 1/4 e o quarto termo é 2/27.
a) 1/3
b) 2/3
c) 1/5
d) 2/5
e) 3/5

23) Numa P.G, o sexto termo é 162 e o quarto termo é 18. Determine o primeiro termo e a razão.
a) a1 = 2/3 e q = 3
b) a1 = 1/3 e q = 3
c) a1 = 2/3 e q = 4
d) a1 = 1/3 e q = 5
e) a1 = 2/3 e q = 6

24) Numa P.G, o sétimo termo é 3/32 e a razão é 1/2. Determine o primeiro termo.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

25) Quantos termos tem uma P.G. cujo primeiro termo é 1/2, a razão é 2 e o último termo é 128?
a) 7
b) 8
c) 9
d) 10
e) 11

26) Numa P.G, a soma do segundo e terceiro termos é 96, e a do primeiro e terceiro é 80. Quais os possíveis valores para a razão?
a) 2 e 3
b) 2 e 4
c) 3 e 4
d) 3 e 5
e) 4 e 6

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27) Numa P.G. de termos positivos, a soma dos dois primeiros é 9 e a soma dos dois seguintes é 36. Calcule o primeiro termo.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

28) A soma de três números em P.G. crescente é 26 e o termo do meio é 6. Qual o maior desses números?
a) 16
b) 18
c) 20
d) 22
e) 23

29) Sabendo que, numa P.G de cinco termos, o 1° termo é 4 e o último é 324, determine a razão dessa P.G.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

30) Numa P.G, o 5° termo é igual a 243. Calcule o seu 1° termo, sabendo que ele é igual à razão.
a) – 3
b) – 2
c) 2
d) 3
e) 4

31) Quantos meio geométricos devemos inserir entre 2 e 1024 de modo que a razão de interpolação seja 2?
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

32) Se numa Progressão Geométrica, de termos positivos, o terceiro termo é igual à metade da razão, o produto dos três
primeiros termos é igual a:
a) 1/8
b) 1/4
c) 8
d) 16
e) 32

33) Num programa de condicionamento físico, um atleta nada sempre o dobro do dia anterior. Se no 1° dia ele nadou 25 m,
quanto ele nadará no 6° dia?
a) 640 m
b) 696 m
c) 700 m
d) 768 m
e) 800 m

34) Quantos termos tem a P.G. ?


a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) 12
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35) Sabendo que a sucessão (x – 1, x + 1, x + 4, ...) é uma P.G, calcule o seu quarto termo.
a) 15
b) 21
c) 17/5
d) 19/3
e) 27/2

36) Se a sequência (x, 3x + 2, 10x + 12) é uma progressão geométrica, calcule o valor de x.
a) – 2 ou 2
b) – 2 ou 3
c) – 3 ou 3
d) – 4 ou 4
e) – 4 ou 5

37) Determine x, sabendo que (x – 4, x – 1, 2x – 2) é uma P.G.


a) 1
b) 7
c) 1 ou 7
d) 2 ou 3
e) 3 ou 4

38) Qual é o número que se deve acrescentar aos termos da sequência (- 1, 3, 15) par se obter uma P.G?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

39) Calcule a soma da série infinita 2/3 + 2/9 + 2/27 + ...


a) 1/8
b) 1/4
c) 1/2
d) 1
e) 2

40) Resolva a equação x + x/2 + x/4 + x/8 + ... = 48.


a) 12
b) 14
c) 16
d) 20
e) 24

41) No primeiro teste da Loto apostei R$ 2,00 e, sem acertar, fui sempre dobrando as apostas nos testes seguintes. Qual o meu
prejuízo total após o décimo teste?
a) R$ 1.026,00
b) R$ 1.634,00
c) R$ 2.046,00
d) R$ 2.432,00
e) R$ 2.860,00

42) Resolva a equação x/8 + x/4 + ... + 32x = 511/2.


a) 1/4
b) 1/2
c) 2
d) 3
e) 4
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43) Sendo x + x/3 + x/9 + ... = 3 e y + 2y + 3y + ... + 39y + 40y = 4100. Quanto vale a razão y/x³?
a) 2/3
b) 3/5
c) 4/7
d) 5/8
e) 7/9

44) A soma dos “infinitos” termos de uma P.G. é 4 e a soma dos dois primeiros termos da P.G. é 15/4. Determine os três
primeiros termos da P.G.
a) (3, 3/4, 3/16)
b) (4, 4/5, 4/25)
c) (4, 8, 16)
d) (3, 9, 27)
e) (4, 12, 36)

45) Sabendo que, numa P.G, o primeiro termo é 1/20 e que a razão vale 2. Qual a soma dos oito primeiros termos?
a) 27/2
b) 31/3
c) 51/4
d) 16
e) 20

46) Considere uma P.G. em que o 3° termo é 40 e o 6° termo é – 320. Sabendo que a razão é negativa, determine a soma dos
oito primeiros termos.
a) – 650
b) – 720
c) – 850
d) 130
e) 240

47) o 7° termo de uma P.G. é 8 e a razão é – 2. Determine a soma dos três primeiros termos dessa progressão.
a) 1/8
b) 1/4
c) 2/5
d) 3/8
e) 5/9

48) Considere a P.G. (3, 12, ...). Se somarmos os n primeiros termos dessa P.G, encontraremos 4.095. Determine n.
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

49) Quantos termos devermos tomar na P.G. (3, 6, 12, ...) para que a soma seja 381?
a) 6
b) 7
c) 8
d) 9
e) 10

50) Qual o primeiro termo de uma P.G. de 7 termos, razão 2 e soma dos termos 508?
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6
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51) Um vazamento em um tanque de óleo de uma corveta provocou a perda de 2 litros no 1° dia. Como o orifício responsável
pelas perdas foi aumentando, no dia seguinte o vazamento foi o dobro do dia anterior. Se essa perda foi dobrando a cada dia,
quantos litros de óleo foram desperdiçados no total, após o 10° dia?
a) 1.962
b) 1.984
c) 2.012
d) 2.046
e) 2.168

52) Uma bola é lançada, na vertical, de encontro ao solo, de uma altura h. Cada vez que bate no solo, ela sobe até a metade da
altura de que caiu. Determine a distância total percorrida pela bola em sua trajetória, até atingir o repouso.
a) h
b) 2h
c) 3h
d) 4h
e) 5 h

53) Determinar a soma dos termos da P.G. (1, 4, 16, ..., 1024).
a) 1.365
b) 1.416
c) 1.495
d) 1.562
e) 1.608

54) Hoje a Marinha do Brasil qualifica anualmente 20.000 militares e, a cada ano, deve qualificar 30% a mais do que no ano
anterior, com meta para os próximos 5 anos. Quantos militares serão qualificados no quinto ano para atender a meta?
a) 56.642
b) 57.122
c) 57.864
d) 58.182
e) 58.870

55) (MACK) Sabendo-se que x, x + 9 e x + 45 estão em P.G. determine o valor de x.


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

56) A soma de três números em P.G. é 21 e o produto é 216. Escreva a P.G.


a) (3, 6, 12) ou (12, 6, 3)
b) (2, 6, 18) ou (18, 6, 2)
c) (1, 2, 4) ou (4, 2, 1)
d) (1, 3, 9) ou (9, 3, 1)
e) (4, 8, 16) ou (16, 8, 4)

57) (ITA) Suponha que os números 2, x, y, 1458 estão em P.G, nessa ordem. O valor de x + y é:
a) 90
b) 100
c) 180
d) 360
e) 1460

58) (UFPR) Calcular a razão de uma P.G, sabendo-se que o seu 1° termo é o dobro da razão e que a soma dos dois primeiros termos é 24.
a) 4 ou – 3
b) – 4 ou 3
c) 5 ou 3
d) – 5 ou 3
e) n.d.a
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59) Numa P.G, a soma do 3° com o 5° termo é 60 e a soma do 7° com o 9° termo é 960. O 1° termo da P.G. vale:
a) 3 ou – 3
b) 2
c) 2 ou – 2
d) 3
e) n.d.a

60) Calcule o valor de x na expressão x + 3x + 9x + ... + 729x = 5465.


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

61) Uma bactéria de determinada espécie divide-se em duas a cada duas horas. Depois de 24 horas, qual será o número de
bactérias originadas de uma bactéria?
a) 1.024
b) 4.096
c) 4.095
d) 4.094
e) n.d.a

62) (Unifor-CE) Um turista anotou diariamente, por 5 dias, seus gastos na compra de artesanato e percebeu que essas quantias formavam
uma progressão geométrica de razão 2. Se o gasto total foi de R$ 465,00, a maior quantia gasta em um dia na compra de artesanato foi:
a) R$ 202,00
b) R$ 208,00
c) R$ 210,00
d) R$ 225,00
e) R$ 240,00

63) (UCDB-DF) Na segunda-feira, uma garota conta um segredo a três amigas. Na terça-feira, cada uma dessas amigas conta
esse segredo a três outras amigas. E assim, a cada dia, no decorrer da semana, as garotas que ouviram o segredo no dia anterior,
contam-no a três outras amigas. No final da sexta-feira dessa semana, o número de garotas que conhecem o segredo é igual a:
a) 82
b) 121
c) 244
d) 364
e) 1090

64) Numa progressão geométrica de termos positivos, o limite da soma dos infinitos termos é igual ao triplo do primeiro termo.
A razão é igual a:
a) 1/2
b) 1/3
c) 1/4
d) 2/3
e) 3/4

QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1) (QOAM – 2007) Se uma Progressão Geométrica, de termos positivos, o terceiro termo é igual à metade da razão, o produto
dos três primeiros termos é igual a:
a) 8
b) 4
c) 1/4
d) 1/8
e) 1/16

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2) (QOAM – 2008) Qual é o décimo termo da progressão geométrica  6

2, 2,... ?

a) 26 2
b) 4 6 2
c) 8 6 2
d) 16 6 2
e) 32 6 2

3) (QOAM – 2009) Dada a progressão geométrica  


2; 3 2; 6 2;... , qual o valor de a4 – a10?
a) 3/2
b) 1
c) 1/2
d) – 1/2
e) – 3/2

4) (QOAM – 2010) Sabe-se que 7  3 ; 7  3 e x são, nessa ordem, três termos consecutivos de uma progressão
geométrica, logo, x é igual a:
a) 7 3 3
7 3
b)
4
c) 2 7  4 3
d) 4 7  6 3
e) 2 3  7

5) (QOAM – 2012) Analise as afirmações abaixo sobre uma progressão geométrica finita (A1, A2, A3, .......... A10) que tem o
primeiro termo igual a 2 e o segundo igual a 6.
1 1
I)  A10  8  3.  2  8
1 1
II)  A7  6  3.  2  6
3 3
III)  A6  5  32.  2  5
1 1
IV)  A9  4  32.  2  4
Assinale a opção correta.

a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras


b) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras
c) Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras
d) Apenas a afirmativa IV é verdadeira
e) Apenas a afirmativa III é verdadeira

6) (QOAM – 2013) Ao inserir 5 meios geométricos reais entre 2 e 128, qual será a razão da progressão obtida?
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6

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7) (QOAM – 2014) Sejam " " e " x" números reais, tais que  2
, x, 2 2  é uma progressão aritmética nesta ordem e
 , x,9  é uma progressão geométrica nesta ordem. A soma dos possíveis valores de  é igual a:
a) 8
b) 6
c) 4
d) 2
e) 0

8) (QOAM – 2015) Em uma progressão geométrica de razão q (q > 0), tem-se que o quarto termo é igual a 3, e o vigésimo
8
termo é igual a 12. Sendo assim, o valor de q é:
a) 2
b) 4
c) 8
d) 16
e) 32

9) (QOAM – 2016) Um motorista avista um obstáculo e freia seu carro. Após a frenagem, o carro percorre ‘x’ metros no 1º
segundo, ‘x’/2 m no segundo seguinte, ‘x’/4 m no 3º, e assim sucessivamente, até o 8º segundo, após o qual ele para. Se o
obstáculo estava a 135 m do carro e x = 64, a que distância do obstáculo o carro parou?
a) 16 m
b) 15 m
c) 14 m
d) 7,5 m
e) 5 m

10) (QOAM – 2016) Observe as etapas a seguir.

A etapa 1 exibe o quadrado ABCD de lado 4 e o arco de circunferência AC, com centro em D. Na etapa 2, constrói-se o
quadrado CEFG, com lado CE = 2 cm, sobre CD e arco de circunferência CF, com centro em E. Para a etapa 3, acrescenta-se,
à etapa 2, o quadrado FHIJ, com lado FJ = 1 cm sobre EF e arco FI com centro em J. Continuando a construção de novas
etapas, infinitamente, e mantendo-se o mesmo padrão das etapas 1, 2 e 3, os arcos desenham uma falsa espiral. Qual o
comprimento, em cm, dessa falsa espiral?

a) π
b) 2 π
c) 3 π
d) 4 π
e) 5 π

11) (QOAM – 2017) Considere a progressão geométrica ( ; ; ; ) Sendo assim, é


correto afirmar que o sétimo termo da sequência vale:

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12) (QOAM – 2018) Seja

Continuando com o padrão desses termos, é correto afirmar que S é igual a:

13) (QOAM – 2019) Seja , calcule e assinale a opção correta.

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS


1 E 2 B 3 E 4 D 5 D 6 B 7 B 8 E 9 A 10 D
11 D 12 A 13 B 14 D 15 D 16 A 17 C 18 B 19 A 20 D
21 E 22 B 23 A 24 E 25 C 26 A 27 C 28 B 29 B 30 D
31 C 32 A 33 E 34 B 35 E 36 A 37 B 38 C 39 D 40 E
41 C 42 E 43 D 44 A 45 C 46 C 47 D 48 A 49 B 50 C
51 D 52 C 53 A 54 B 55 E 56 A 57 C 58 B 59 D 60 E
61 D 62 E 63 D 64 D

GABARITO – QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1 D 2 C 3 C 4 D 5 C 6 A 7 E 8 A 9 D 10 D
11 D 12 B 13 E

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4) ANÁLISE COMBINATÓRIA

Princípio multiplicativo
UMA ADIÇÃO COM PARCELAS IDÊNTICAS

A multiplicação é regida por um princípio que pode ser resumido assim: multiplicar é realizar uma adição com parcelas
idênticas.

Quando fazemos a contagem de alguma quantidade - as ovelhas de um rebanho, os cachorros de um canil, as pessoas de uma
sala - não estamos interessados nem nas ovelhas, nem nos cachorros e muito menos nas pessoas. Queremos apenas saber quanto
é. Nessa ocasião, as coisas reduzem-se a números. O interesse é pela quantidade, e não pela qualidade.

Interessa também saber se as coisas estão ordenadas segundo algum padrão. Os objetos estão ordenados em alguma ordem, é
necessário saber: as colunas são iguais? Se em cada coluna há três soldados, teremos três colunas de três, ou três por três. Se
forem quatro colunas teremos quatro por três. E assim por diante.

Esta ordenação das coisas em colunas iguais é, na verdade, uma soma com parcelas idênticas. Ela é chamada de princípio
multiplicativo, que só é válido no interior do princípio aditivo: se iguais resultam iguais, o número é igual aos números das
colunas iguais.

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Colunas iguais ordenadas formam retângulos:

Para indicar a quantidade no interior do retângulo, os matemáticos usaram os riscos diagonais.

Estes riscos passaram a indicar o princípio multiplicativo na escrita numérica. Assim, três por treze é indicado 3 x 13.

A seguinte sentença, em palavras, há quatro meninas e para cada uma mando três beijos meus, pode ser pensada como um
retângulo de quatro colunas de três beijos:

Que resulta a sentença matemática 4 X 3.

Análise Combinatória

Introdução:
Análise Combinatória é o conjunto de técnicas utilizadas para facilitar grandes cálculos, técnicas de contagem indiretas de
resultados ou ocorrências ou ainda acontecimentos. O objetivo central deste assunto é aprender como em determinadas vezes
podemos prever e calcular a quantidades de situações finais possíveis sob determinadas condições.

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Princípio Aditivo:
Quando temos escolhas substitutivas, elas são caracterizadas pelo elemento textual “OU”.

Ex.: Num quartel devemos escolher entre os militares um responsável por uma seção, se temos 10 oficiais e 15 sargentos
habilitados para tal função, de quantas maneiras podemos escolher 1 oficial ou 1 sargento?
RESPONSÁVEIS = OFICIAIS + SARGENTOS = 10 + 15 = 25 POSSÍVEIS RESPONSÁVEIS

Princípio Multiplicativo:
Quando temos escolhas complementares, elas são caracterizadas pelo elemento textual “E”.

Ex.: Num quartel devemos escolher entre os militares uma dupla responsável por uma seção, se temos 10 oficiais e 15 sargentos
habilitados para tal função, de quantas maneiras podemos escolher 1 oficial e 1 sargento para tal função?
RESPONSÁVEIS = OFICIAIS x SARGENTOS = 10 x 15 = 150 POSSÍVEIS RESPONSÁVEIS

OBS.: Na nossa etapa inicial de estudos a maior parte das situações propostas recairá no Princípio Multiplicativo.

Fatorial de um número:

n!=n.(n-1).(n-2)...3.2.1

Definições especiais:
0!=1
1!=1

3) Quatro times de futebol (Grêmio, Santos, São Paulo e Flamengo) disputam o torneio dos campeões do mundo. Quantas são
as possibilidades para os três primeiros lugares?
R.: Existem 4 possibilidades para o 1º lugar, sobrando 3 possibilidades para o 2º lugar e 2 possibilidades para o 3º lugar (4.3.2
= 24 possibilidades).

Arranjo simples:
n!
An , p 
(n  p)!
OBS: Quando a ordem altera o resultado do agrupamento

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5) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com os algarismos do sistema decimal (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9) sem
os repetir, de modo que:

a) Comecem com 1.
R.: O número pode possuir três algarismos, sendo que para o primeiro existe apenas 1 possibilidade (1) e para os outros dois
ainda existem 9 números disponíveis:

b) Comecem com 2 e terminem com 5.


R.: Para o primeiro algarismo existe apenas 1 possibilidade (2), e para o terceiro também existe apenas 1 possibilidade (5).
Para o segundo ainda existem 8 possibilidades:

c) Sejam divisíveis por 5.


R.: Para um número ser divisível por 5, ele deve terminar com 0 ou com 5. Primeiramente vamos calcular o número de divisíveis
por 5 que terminam com 0:
- Para o terceiro algarismo existe apenas 1 possibilidade (0), e para os dois primeiros ainda existem 9 números disponíveis.
Portanto o número de divisíveis por 5 que terminal com 0 é:

- Agora calculamos quantos divisíveis por 5 terminam com 5: para o terceiro algarismo existe apenas uma possibilidade (5).
Para o primeiro algarismos existem ainda 8 possibilidades, pois o número não pode começar com 0 (senão seria um número
de 2 algarismos). E para o segundo algarismo também existem 8 possibilidades (o segundo algarismo pode ser 0).

R.: O número de divisíveis por 5 é 72 + 64 = 136 números.

6) Quantos são os números compreendidos entre 2000 e 3000 formados por algarismos distintos escolhidos entre 1, 2, 3, 4, 5,
6, 7, 8 e 9?
R.: O número dever ter quatro algarismos (pois está entre 2000 e 3000). Para o primeiro algarismo existe apenas uma
possibilidade (2), e para os outros três ainda existem 8 números disponíveis, então:

Permutação Simples: É um caso particular de arranjo simples. É o tipo de agrupamento ordenado onde entram todos os
elementos.

OBS: Não temos elementos repetitivos.

7) Quantos números de 5 algarismos distintos podem ser formado por 1, 2, 3, 5 e 8?

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8) Quantos anagramas da palavra EDITORA:
a) Começam por A.
Para a primeira letra existem apenas uma possibilidade (A), e para as outras 6 letras existem 6 possibilidades. Então o total é:

b) Começam por A e terminal com E.


Para a primeira letra existe 1 possibilidade (A), e para última também só existe 1 (E), e para as outras 5 letras existem 5
possibilidades. Então o total é:

8) Calcule de quantas maneiras podem ser dispostas 4 damas e 4 cavalheiros, numa fila, de forma que não fiquem juntos dois
cavalheiros e duas damas.
R.: Existem duas maneiras de fazer isso:
C – D – C – D – C – D – C – D ou D – C – D – C – D – C – D– C
Colocando um cavalheiro na primeira posição temos como número total de maneiras:

Colocando uma dama na primeira posição temos também:

Portanto o total é 576 + 576 = 1152 maneiras.

Combinação Simples: é o tipo de agrupamento em que um grupo difere do outro apenas pela natureza dos elementos
componentes.

OBS: Quando a ordem não altera o resultado do agrupamento

10) Com 10 espécies de frutas, quantos tipos de salada, contendo 6 espécies diferentes podem ser feitas?

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11) Numa reunião com 7 rapazes e 6 moças, quantas comissões podemos formar com 3 rapazes e 4 moças?

Permutação com repetição: Usada para formar anagramas a partir de palavras com repetições de letras.

OBS: Temos elementos repetitivos.


n = Total
a,b,c,... = quantidades repetitivas

12) Quantos anagramas possui à palavra MISSISSIPI.

S = 4 REPETIÇÕES
I = 4 REPETIÇÕES

Permutação circular: Usada para colocar filas em formação circular.

QUESTÕES DE CONCURSOS

1) (UFBA) Com os dígitos 1, 2, 3, 4, 6 e 8, podem-se formar x números ímpares, com três algarismos distintos cada um.
Determine x.
a) 50
b) 40
c) 30
d) 20
e) 10

2) (FAAP) Quantas motos podem ser licenciadas se cada placa tiver 2 vogais (podendo haver vogais repetidas) e 3 algarismos
distintos?
a) 25.000
b) 120
c) 120.000
d) 18.000
e) 32.000

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3) (Vunesp) Determinar quantos são os números de três algarismos, múltiplos de 5, cujos algarismos das centenas pertencem
a 1, 2,3, 4 e os demais algarismos a 0,5, 6, 7,8,9 :
a) 35
b) 45
c) 48
d) 84
e) 54

4) (UFMG) Considere formados e dispostos em ordem crescente todos os números que se obtêm permutando os algarismos 1,
3, 5, 7 e 9. O número 75391 ocupa, nessa disposição, o lugar:
a) 21º
b) 64º
c) 88º
d) 92º
e) 120º

5) (UFF) Escreva usando fatorial, o produto 20 . 18 . 16.14 . … . 6 . 4. 2 é equivalente a:


a) 210
10
b) 2 .10!
10
c) 2 .20!
d) 10!
e) 20!

6) (Cesgranrio) Em um campeonato de futebol, cada um dos 12 times disputantes joga contra todos os outros uma só vez. O
número total de jogos desse campeonato é:
a) 32
b) 36
c) 48
d) 60
e) 66

7) (Unitau) O número de anagramas da palavra BIOCIÊNCIAS que terminal com as letras AS, nesta ordem é´:
a) 9!
b) 11!
c) 9!
3!2!
d) 11!2!
e) 11!3!

8) (Mackenzie) Os anagramas distintos da palavra MACKENZIE que têm a forma E ……E são em número de:
a) 9!
b) 8!
c) 2.7!
d) 9! 7!
e) 7!

9) (UFSC) Calcule o número de anagramas da palavra CLARA em que as letras AR aparecem juntas e nesta ordem:
a) 24
b) 25
c) 26
d) 27
e) 28
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10) (ITA) O número de anagramas da palavra VESTIBULANDO, que não apresentam as cinco vogais juntas, é:
a) 12!
b) (8!).(5!)
c) 12! (8!).(5!)
d) 12! 8!
e) 12! (7!).(5!)

11) (UFMG) Formam-se comissões de três professores escolhidos entre os sete de uma escola. O número de comissões distintas
que podem, assim, ser formadas é:
a) 35
b) 45
c) 210
d) 7³
e) 7!

12) (Mackenzie) Num grupo de 10 pessoas temos somente 2 homens. O número de comissões de 5 pessoas que podemos
formar com 1 homem e 4mulheres é:
a) 70
b) 84
c) 140
d) 210
e) 252

13) (Puccamp) Numa escola há 15 professores, sendo que 3 deles lecionam Matemática. Deseja-se formar uma comissão de 5
professores para analisar os preços cobrados na cantina da escola. Nessa comissão, exatamente um membro deve lecionar
Matemática. De quantas maneiras diferentes pode-se formar a comissão?
a) 120
b) 1370
c) 1485
d) 1874
e) 3325

14) Um homem vai a um restaurante disposto a comer um só prato de carne e uma só sobremesa. O cardápio oferece oito pratos
de carnes e cinco pratos diferentes de sobremesa. De quantas formas pode o homem fazer a sua refeição?
a) 36
b) 40
c) 48
d) 56
e) 60

15) Um homem possui 10 ternos, 12 camisas e 5 pares de sapatos. De quantas formas poderá vestir um terno, uma camisa e
um par de sapatos?
a) 480
b) 520
c) 556
d) 580
e) 600

16) Se  x  1!  3  x! , então x é igual a:


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
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17) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os dígitos 1, 2, 3, 7 e 8?
a) 86
b) 92
c) 100
d) 112
e) 125

18) Temos um conjunto de 10 nomes e outro de 20 sobrenomes. Quantas pessoas podem receber um nome e um sobrenome,
com esses elementos?
a) 180
b) 200
c) 220
d) 230
e) 236

19) Em um campeonato de futebol, participam 20 times. Quantos resultados são possíveis para os três primeiros lugares?
a) 5.784
b) 5.892
c) 6.000
d) 6.450
e) 6.840

20) Uma linha ferroviária tem 16 estações. Quantos tipos de bilhetes devem ser impressos, se cada tipo deve assinalar a estação
de partida e de chegada respectivamente?
a) 226
b) 240
c) 256
d) 300
e) 312

21) Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0, 1, 2, ..., 9. O segredo do cofre é composto por uma sequência de 3
dígitos distintos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverão fazer (no máximo) para conseguir abri-lo?
a) 720
b) 730
c) 750
d) 786
e) 800

22) Quantos anagramas da palavra PASTEL começam e terminam por consoante?


a) 246
b) 252
c) 264
d) 278
e) 288

23) O grêmio estudantil de uma escola realiza eleições para preenchimento das vagas de sua diretoria. Para presidente
apresentam-se cinco candidatos; para vice-presidente, oito candidatos; e para secretário, seis candidatos. Quantas chapas podem
formar?
a) 230
b) 240
c) 250
d) 268
e) 272

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24) Com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6 quantos números pares de 3 algarismos distintos podemos formar?
a) 56
b) 58
c) 60
d) 62
e) 64

25) Quantos anagramas da palavra FILTRO começam por consoantes?


a) 480
b) 492
c) 500
d) 512
e) 520

26) Quantos anagramas distintos podemos formar com a palavra PERNAMBUCO que começam com a sílaba PER?
a) 4.980
b) 5.000
c) 5.020
d) 5.040
e) 5.100

27) Em quantos anagramas da palavra CAVALO as letras A estão juntas?


a) 116
b) 120
c) 128
d) 130
e) 140

28) Usando apenas os algarismos 0, 1, 4, 6 e 8, determine a quantidade de números que podemos formar com 4 algarismos
distintos?
a) 84
b) 90
c) 96
d) 100
e) 108

29) Com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6 são formados números de 4 algarismos distintos. Dentre eles quantos são divisíveis por
5?
a) 60
b) 68
c) 70
d) 76
e) 80

30) Quantos são os números de quatro algarismos formados somente por algarismos ímpares?
a) 560
b) 600
c) 615
d) 625
e) 630

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31) Num ônibus há cinco lugares. Duas pessoas entram no ônibus. De quantas maneiras diferentes elas podem se sentar?
a) 20
b) 24
c) 25
d) 28
e) 30

32) Dez pessoas, entre elas João e Fabiana, devem ficar em fila. De quantas formas isso pode ser feito se João e Fabiana devem
ficar sempre juntos?
a) 689.450
b) 692.340
c) 796.000
d) 710.500
e) 725.760

33) Quantas duplas de tênis podem ser formadas a partir de um grupo de 6 pessoas?
a) 12
b) 15
c) 16
d) 18
e) 20

34) De quantas maneiras pode-se formar uma comissão de 3 pessoas escolhidas a partir de um grupo de 8 pessoas?
a) 56
b) 60
c) 64
d) 68
e) 70

35) Quantas comissões de quatro membros podem ser formadas com um conjunto de nove pessoas?
a) 112
b) 118
c) 124
d) 126
e) 130

36) Quantos subconjuntos com 3 elementos cada um, tem um conjunto com 8 elementos?
a) 52
b) 56
c) 60
d) 64
e) 70

37) Tomam-se dez pontos sobre uma circunferência. Quantos triângulos podemos construir com vértice nesses pontos?
a) 120
b) 126
c) 130
d) 134
e) 140

38) Numa sala, temos 5 oficiais e 6 sargentos. Quantos grupos podemos formar, tendo 2 oficiais e 3 sargentos?
a) 180
b) 192
c) 200
d) 216
e) 230
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39) A diretoria de uma empresa é constituída por 7 diretores brasileiros e 4 japoneses. Quantas comissões de 3 brasileiros e 3
japoneses podem ser formadas?
a) 120
b) 136
c) 140
d) 152
e) 160

40) Em um grupo de 15 profissionais existem 5 médicos, 7 engenheiros e 3 advogados. Quantas comissões de 5 pessoas
podemos formar, cada qual constituída de 2 médicos, 2 engenheiros e 1 advogado?
a) 580
b) 592
c) 600
d) 614
e) 630

41) Sobre uma reta, marcam-se 8 pontos e sobre outra reta, paralela à primeira, marcam-se 5 pontos. Quantos triângulos
obteremos, unindo 3 quaisquer desses pontos?
a) 200
b) 210
c) 220
d) 232
e) 236

42) Com seis pontos distintos sobre uma reta e um ponto fora dela, quantos triângulos podem ser formados?
a) 12
b) 15
c) 18
d) 20
e) 24

43) Carlos e Ana fazem parte de um grupo de 15 pessoas. De quantas maneiras é possível formar um grupo com 5 pessoas, se
Carlos e Ana devem necessariamente fazer parte dele?
a) 248
b) 262
c) 274
d) 280
e) 286

44) Carlos e Ana fazem parte de um grupo de 15 pessoas. De quantas maneiras é possível formar um grupo com 5 pessoas, de
modo que Carlos e Ana NÃO façam parte dele?
a) 1.164
b) 1.196
c) 1.242
d) 1.287
e) 1.294

45) Quantos são os anagramas da palavra NAVAL.


a) 52
b) 60
c) 64
d) 70
e) 80

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46) De quantas maneiras podem se sentar 4 pessoas em uma mesa circular?
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 8

47) De quantas maneiras podemos formar uma roda com 10 crianças?


a) 360.020
b) 360.956
c) 361.876
d) 362.230
e) 362.880

48) Com os algarismos 0, 1, 2, 4 e 5, sem os repetir, quantos números compreendidos entre 200 e 1000 podemos formar?
a) 32
b) 36
c) 40
d) 42
e) 50

49) Supostamente a diretoria de ensino da Marinha é composta por 10 almirantes, que podem ocupar a função de comandante,
diretor e coordenador pedagógico. De quantas maneiras podemos formar com os 10 membros militares, as posições
mencionadas acima?
a) 680
b) 700
c) 720
d) 740
e) 756

50) Quer-se escolher um presidente, um secretário e um tesoureiro para a administração do clube naval, entre doze militares
igualmente qualificados. De quantas maneiras a escolha pode ser feita?
a) 1.280
b) 1.296
c) 1.300
d) 1.320
e) 1.346

51) São dados 12 pontos em um plano, dos quais cinco e somente cinco estão alinhados. Quantos triângulos distintos podem
ser formados com vértices em três quaisquer dos 12 pontos?
a) 200
b) 210
c) 220
d) 236
e) 248

52) Cinco sargentos e uma oficial pretendem utilizar um banco de cinco lugares. De quantas maneiras diferentes podem sentar-
se, nunca ficando em pé a oficial?
a) 600
b) 620
c) 640
d) 656
e) 692

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53) Em uma reunião social, cada pessoa cumprimentou todas as outras havendo ao todo 45 apertos de mão. Quantas pessoas havia na
reunião?
a) 8
b) 9
c) 10
d) 11
e) 12

54) Dispomos de 5 cores e queremos pintar uma faixa decorativa com 3 listas, cada uma de uma cor. De quantas maneiras isso pode ser
feito, se não podemos repetir a mesma cor em posições adjacentes?
a) 60
b) 68
c) 72
d) 76
e) 80

55) Os polígonos de k lados (k múltiplos de 3), que podemos obter com vértices nos 9 pontos de uma circunferência, são em número de:
a) 83
b) 84
c) 85
d) 168
e) 169

56) A partir de um grupo de oito pessoas quer-se formar uma comissão constituída de quatro integrantes. Nesse grupo, incluem-se Arthur e
Felipe, que, sabe-se, não se relacionam um com o outro. Portanto, para evitar problemas, decidiu-se que esses dois, juntos, não deveriam
participar da comissão a ser formada. Nessas condições, de quantas maneiras distintas se podem formar essa comissão?
a) 70
b) 35
c) 55
d) 45
e) 40

57) (UERJ) Numa cidade, os números telefônicos não podem começar por zero e têm oito algarismos, dos quais os quatro primeiros
constituem o prefixo. Considere que os quatro últimos dígitos de todas as farmácias são 0000 e que o prefixo da farmácia VIVAVIDA é
formado pelos dígitos 2, 4, 5 e 6, não repetidos e não necessariamente nesta ordem. O número máximo de tentativas a serem feitas para
identificar o número telefônico completo dessa farmácia equivale a:
a) 6
b) 24
c) 64
d) 168
e) NDA

58) (UNESP) Um certo tipo de código usa apenas dois símbolos, o número zero (0) e o número um (1) e, considerando esses símbolos como
letras, podem-se formar palavras. Por exemplo: 0, 01, 00, 001 e 110 são algumas palavras de uma, duas e três letras desse código. O número
máximo de palavras, com cinco letras ou menos, que podem ser formadas com esse código é:
a) 120
b) 62
c) 60
d) 20
e) 10

59) As antigas placas para automóveis, com duas letras seguidas de quatro algarismos, foram substituídas por novas com três letras seguidas
de quatro algarismos. Nestas placas, bem como nas antigas, são utilizadas as 23 letras do alfabeto português, mais as letras K, W e Y. Quantos
carros a mais puderam ser emplacados com o novo sistema?
a) 192.000.000
b) 193.000.000
c) 194.000.000
d) 195.000.000
e) 169.000.000
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60) (MACK) Dentre os anagramas distintos que podemos formar com n letras, das quais duas são iguais, 120 apresentam estas
duas letras iguais juntas. O valor de n é:
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
e) 122

61) A figura mostra a planta de um bairro de uma cidade. Uma pessoa quer caminhar do ponto A ao ponto B por um dos
percursos mais curtos. Assim, ela caminhará sempre nos sentidos “de baixo para cima” ou “da esquerda para a direita”. O
número de percursos diferentes que essa pessoa poderá fazer de A até B é:

a) 95.040
b) 40.635
c) 924
d) 792
e) 35

62) Um clube de tênis deve selecionar 2 duplas mistas de um grupo de 5 homens e 4 mulheres. De quantas maneiras isso pode
ser feito?
a) 100
b) 116
c) 120
d) 126
e) 130

QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1) (QOAM) Um cozinheiro dispõe de dois tipos de arroz, três tipos de feijão, quatro tipos de carne e cinco tipos de salada. Quantas opções
diferentes têm para fazer uma refeição em que deverá usar um tipo de arroz, dois tipos de feijão, dois tipos de carne e três tipos de salada?
a) 12
b) 120
c) 144
d) 360
e) 1440

2) (QOAM) Um Departamento de uma determinada OM tem sete Oficiais. De quantas maneiras distintas pode-se formar uma representação
composta por três desses Oficiais?
a) 35
b) 70
c) 105
d) 175
e) 210

3) (QOAM) Quantos são os anagramas da palavra MARINHA?


a) 504
b) 603
c) 840
d) 1260
e) 2520
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4) (QOAM) Em determinada situação, empregaram-se sinais luminosos para transmitir o código Morse. Esse código só
emprega dois sinais: ponto e traço. Na situação mencionada, as palavras transmitidas tinham de uma a seis letras. Quantas
palavras distintas poderiam ser utilizadas neste caso?
a) 15
b) 30
c) 64
d) 126
e) 720

5) (QOAM – 2007) O jogo de dominó possui 28 pedras distintas. Quatro jogadores repartem entre si essas 28 peças, ficando
cada um com sete peças. O número de maneiras distintas com que se pode fazer tal distribuição é dado pela divisão de 28! Por:
a) 7!4!
b) 4!24!
4
c) (7!)
d) 7!24!
e) 7!21!

6) (QOAM – 2008) Dispondo-se de cinco tipos de saladas, sete tipos de pratos quentes e quatro tipos de sobremesas, quantos
são os cardápios diários e diferentes que podem ser feitos, escolhendo-se, para cada dia, dois tipos de salada, três tipos de pratos
quentes e um tipo de sobremesa, dentre os que foram disponibilizados?
a) 49
b) 350
c) 700
d) 1050
e) 1400

7) (QOAM – 2009) Uma pessoa vai trabalhar usando cinto e gravata de cores diferentes. Para que ela possa trabalhar 30 dias
com conjuntos diferentes, qual é o número mínimo de peças (número de cintos mais número de gravatas) de que precisa?
a) 10
b) 11
c) 12
d) 17
e) 31

8) (QOAM – 2010) Em um congresso científico há 6 físicos e 5 químicos. Quantas comissões de 7 cientistas é possível formar
entre eles, de modo que em cada comissão haja 2 químicos?
a) 440
b) 325
c) 288
d) 120
e) 60

9) (QOAM – 2011) Um trenzinho de um parque de diversões possui 8 pequenos vagões com capacidade para uma criança em
cada vagão. De quantos modos pode-se acomodar um grupo de 8 crianças nesse trenzinho de forma que Ana e Bruno, duas das
crianças do grupo, ocupem apenas o primeiro ou o último vagão?
a) 20160
b) 11520
c) 5640
d) 1440
e) 1080

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10) (QOAM – 2012) Observe a figura a seguir.

Oito pessoas A, B, C, D, E, F, G e H vão ocupar, para um passeio, os 8 lugares de um barco, como mostra a figura. As pessoas ocuparão o
barco obedecendo as seguintes restrições: as pessoas A e B só poderão ocupar o lado ímpar do barco, enquanto a pessoa C só poderá ocupar
o lado par. As demais pessoas poderão ocupar qualquer assento. Quantas serão as maneiras possíveis de assentar totalmente as oito pessoas
neste barco?
a) 1080
b) 1640
c) 2040
d) 4320
e) 5760

11) (QOAM – 2013) Uma pessoa possui 10 argolas de dedo (tipo aliança), todas de cores distintas e quer distribuí-las por 6 dedos de suas
mãos, não colocando argolas nos dedos mínimos nem nos polegares. De quantas maneiras essa pessoa poderá fazer a distribuição dessas
argolas usando apenas uma argola em cada dedo e levando em conta que a ordem das mesmas nos dedos é relevante?
a) 210
b) 7560
c) 65600
d) 151200
e) 1000000

12) (QOAM – 2014) A senha de um cadeado deve ser formada por uma sequência de 4 algarismos, escolhidos entre os elementos do conjunto
1, 2,3, 4, 7,8,9 . Sabendo que o primeiro algarismo da esquerda é maior do que 4 e que o último algarismo da direita é ímpar, quantas
sequências diferentes que podem ser formadas?
a) 588
b) 441
c) 386
d) 324
e) 293

13) (QOAM – 2015) Seja N o número total de maneiras de escolher pelo menos um brinquedo, de um total de 7 distintos, existentes em um
parque de diversões. Pode-se afirmar que N é um número natural:
a) par, formado por dois algarismos.
b) ímpar, formado por dois algarismos.
c) ímpar, formado por três algarismos.
d) par, formado por três algarismos.
e) ímpar, formado por um algarismo.

14) (QOAM – 2015) Em uma montanha russa os passageiros embarcam em um veículo com 5 carrinhos interligados. Esses carrinhos possuem
4 lugares cada. Um grupo de oito amigos quer ocupar exclusivamente os dois primeiros carrinhos, porém João, Pedro e Sérgio exigem
embarcar no carrinho da frente, enquanto Soraia e Marta exigem embarcar no segundo carrinho. De quantas maneiras diferentes pode-se
embarcar essas oito pessoas nos dois primeiros carrinhos, atendendo ao pedido de todos?
a) 720
b) 1728
c) 3600
d) 5040
e) 10368

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15) (QOAM – 2016) A tripulação completa de um avião para um voo internacional é composta por 13 pessoas: 2 pilotos, 2
engenheiros, 2 mecânicos, 4 aeromoças e 3 comissários de bordo. O responsável pela empresa escalará uma equipe para um
desses voos e tem a sua disposição 4 pilotos, 5 engenheiros, 2 mecânicos, 6 aeromoças e 5 comissários de bordo. Essa empresa
poderá escalar a equipe de forma completa de quantos modos?
a) 9000
b) 8400
c) 7200
d) 6400
e) 5600

16) (QOAM – 2017) Uma senhora teve que trocar sua senha a pedido do programa de segurança do seu banco. Ao tentar usar
a nova senha, constata que não se recorda da ordem exata dos algarismos que a compõem. Ela sabe que a nova senha é composta
por seis algarismos e que a centena 355 e a dezena 17 ocupam alguma posição na senha. Lembra também que, além desses
cinco algarismos, a senha tem um outro que é par. Ela dispõe de três tentativas diárias para digitar a senha no caixa eletrônico,
sendo que, se errar a terceira, bloqueia o cartão. A senhora lista as senhas possíveis e, diariamente, fará todas as tentativas que
puder, sem bloquear o cartão, até descobrir a senha. Em quantos dias, no máximo, ela descobrirá a senha?
a) 10
b) 15
c) 21
d) 27
e) 30

17) (QOAM – 2017) Uma secretária ficou encarregada de buscar na internet alguns detalhes sobre uma empresa, mas não
anotou o nome dessa empresa, por isso terá um pouco mais de trabalho para realizar a tarefa. Sendo assim, essa secretária
elaborou a seguinte lista com aquilo que lembrava sobre o nome da empresa:

 é uma sigla com cinco letras: três vogais e duas consoantes;


 as consoantes, que são distintas, pertencem ao conjunto ;e
 as três vogais são iguais.

Quantas siglas diferentes existem nessas condições?


a) 2520
b) 1200
c) 600
d) 120
e) 60

18) (QOAM – 2019) As placas de automóveis no padrão Mercosul começaram a ser usadas em São Paulo e no Rio de Janeiro
e, em breve, serão usadas em todo o território brasileiro. Observe a imagem de uma nova possível placa:

Há ainda placas do tipo abaixo, conforme a figura, que ainda circulam nos carros nesses estados.

Observe que na placa acima, Ex: (1), a sequência será LLLNLNN, em que L é a letra e N é o número, nesta ordem. Já a placa
do Ex: (2) será de LLLNNNN, em que L é a letra e N é o número, também nesta ordem. Considerando as do modelo Mercosul,
em relação as que ainda circulam, quantas placas a mais serão confeccionadas, baseadas em nosso sistema de numeração de 0
a 9 e com o alfabeto de 26 letras?

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19) (QOAM – 2020) Um condomínio é composto por 7 edifícios enfileirados. Na manutenção que está sendo feita, decidiu-se
por pintar cada edifício com uma só cor. Além disso, dispõe-se de 4 cores diferentes e dois edifícios consecutivos não poderão
ter a mesma cor. Nessas condições, quantas são as opções de pintura dos edifícios desse condomínio?

20) (QOAM – 2021) Quantos são os anagramas da palavra MARINHA que NÃO possuem vogais juntas?

a) 120
b) 240
c) 420
d) 720
e) 1680

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS

1 B 2 D 3 C 4 C 5 B 6 E 7 C 8 E 9 A 10 C
11 A 12 C 13 C 14 B 15 E 16 B 17 E 18 B 19 E 20 B
21 A 22 E 23 B 24 C 25 A 26 D 27 B 28 C 29 A 30 D
31 A 32 E 33 B 34 A 35 D 36 B 37 A 38 C 39 C 40 E
41 C 42 B 43 E 44 D 45 B 46 C 47 E 48 B 49 C 50 D
51 B 52 A 53 C 54 E 55 E 56 C 57 B 58 B 59 E 60 C
61 D 62 C

GABARITO – QUESTÕES DO CONCURSO QOAM

1 D 2 A 3 E 4 D 5 C 6 E 7 B 8 E 9 D 10 E
11 D 12 A 13 C 14 B 15 A 16 B 17 B 18 B 19 C 20 D

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5) PROBABILIDADE

A história da teoria das probabilidades, teve início com os jogos de cartas, dados e de roleta. Esse é o motivo da grande
existência de exemplos de jogos de azar no estudo da probabilidade. A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance
de ocorrência de um número em um experimento aleatório.

Experimento Aleatório

É aquele experimento que quando repetido em iguais condições, podem fornecer resultados diferentes, ou seja, são resultados
explicados ao acaso. Quando se fala de tempo e possibilidades de ganho na loteria, a abordagem envolve cálculo de
experimento aleatório.

Espaço Amostral

É o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. A letra que representa o espaço amostral, é S.

Exemplo:

Lançando uma moeda e um dado, simultaneamente, sendo S o espaço amostral, constituído pelos 12 elementos:

S = {K1, K2, K3, K4, K5, K6, R1, R2, R3, R4, R5, R6}

1. Escreva explicitamente os seguintes eventos: A={caras e m número par aparece}, B={um número primo aparece},
C={coroas e um número ímpar aparecem}.
2. Idem, o evento em que:

a) A ou B ocorrem;

b) B e C ocorrem;

c) Somente B ocorre.

3. Quais dos eventos A,B e C são mutuamente exclusivos

Resolução:

1. Para obter A, escolhemos os elementos de S constituídos de um K e um número par: A={K2, K4, K6};

Para obter B, escolhemos os pontos de S constituídos de números primos: B={K2,K3,K5,R2,R3,R5}

Para obter C, escolhemos os pontos de S constituídos de um R e um número ímpar: C={R1,R3,R5}.

2. (a) A ou B = AUB = {K2,K4,K6,K3,K5,R2,R3,R5}

(b) B e C = B Ç C = {R3,R5}

(c) Escolhemos os elementos de B que não estão em A ou C;

B Ç Ac Ç Cc = {K3,K5,R2}

3. A e C são mutuamente exclusivos, porque A Ç C = Æ

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Conceito de probabilidade

Se em um fenômeno aleatório as possibilidades são igualmente prováveis, então a probabilidade de ocorrer um evento A é:

Por, exemplo, no lançamento de um dado, um número par pode ocorrer de 3 maneiras diferentes dentre 6 igualmente prováveis,
portanto, P = 3/6= 1/2 = 50%

Dizemos que um espaço amostral S (finito) é equiprovável quando seus eventos elementares têm probabilidades iguais de ocorrência.

Num espaço amostral equiprovável S (finito), a probabilidade de ocorrência de um evento A é sempre:

Propriedades Importantes:

1. Se A e A’ são eventos complementares, então:

P( A ) + P( A' ) = 1

2. A probabilidade de um evento é sempre um número entre Æ (probabilidade de evento impossível) e 1 (probabilidade do


evento certo).

Probabilidade Condicional

Antes da realização de um experimento, é necessário que já tenha alguma informação sobre o evento que se deseja observar.
Nesse caso, o espaço amostral se modifica e o evento tem a sua probabilidade de ocorrência alterada.

Fórmula de Probabilidade Condicional

P(E1 e E2 e E3 e ...e En-1 e En) é igual a P(E1).P(E2/E1).P(E3/E1 e E2)...P(En/E1 e E2 e ...En-1).

Onde P(E2/E1) é a probabilidade de ocorrer E2, condicionada pelo fato de já ter ocorrido E1;

P(E3/E1 e E2) é a probabilidade ocorrer E3, condicionada pelo fato de já terem ocorrido E1 e E2;

P(Pn/E1 e E2 e ...En-1) é a probabilidade de ocorrer En, condicionada ao fato de já ter ocorrido E1 e E2...En-1.

Exemplo:

Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se ocorrer um sorteio de 2 bolas, uma de cada vez e sem reposição,
qual será a probabilidade de a primeira ser vermelha e a segunda ser azul?

Resolução:

Seja o espaço amostral S=30 bolas, e considerarmos os seguintes eventos:

A: vermelha na primeira retirada e P(A) = 10/30

B: azul na segunda retirada e P(B) = 20/29


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Assim:

P(A e B) = P(A).(B/A) = 10/30.20/29 = 20/87

Eventos independentes

Dizemos que E1 e E2 e ...En-1, En são eventos independentes quando a probabilidade de ocorrer um deles não depende do fato
de os outros terem ou não terem ocorrido.

Fórmula da probabilidade dos eventos independentes:

P(E1 e E2 e E3 e ...e En-1 e En) = P(E1).P(E2).p(E3)...P(En)

Exemplo:

Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 vermelhas e 20 azuis. Se sortearmos 2 bolas, 1 de cada vez e repondo a sorteada na urna,
qual será a probabilidade de a primeira ser vermelha e a segunda ser azul?

Resolução:

Como os eventos são independentes, a probabilidade de sair vermelha na primeira retirada e azul na segunda retirada é igual
ao produto das probabilidades de cada condição, ou seja, P(A e B) = P(A).P(B). Ora, a probabilidade de sair vermelha na
primeira retirada é 10/30 e a de sair azul na segunda retirada 20/30. Daí, usando a regra do produto, temos: 10/30.20/30=2/9.

Observe que na segunda retirada forma consideradas todas as bolas, pois houve reposição. Assim, P(B/A) =P(B), porque o fato
de sair bola vermelha na primeira retirada não influenciou a segunda retirada, já que ela foi reposta na urna.

Probabilidade de ocorrer a união de eventos

Fórmula da probabilidade de ocorrer a união de eventos:

P(E1 ou E2) = P(E1) + P(E2) - P(E1 e E2)

De fato, se existirem elementos comuns a E1 e E2, estes eventos estarão computados no cálculo de P(E 1) e P(E2). Para que
sejam considerados uma vez só, subtraímos P(E1 e E2).

Fórmula de probabilidade de ocorrer a união de eventos mutuamente exclusivos:

P(E1 ou E2 ou E3 ou ... ou En) = P(E1) + P(E2) + ... + P(En)

Exemplo: Se dois dados, azul e branco, forem lançados, qual a probabilidade de sair 5 no azul e 3 no branco?

Considerando os eventos:

A: Tirar 5 no dado azul e P(A) = 1/6

B: Tirar 3 no dado branco e P(B) = 1/6

Sendo S o espaço amostral de todos os possíveis resultados, temos:

n(S) = 6.6 = 36 possibilidades. Daí, temos:P(A ou B) = 1/6 + 1/6 – 1/36 = 11/36

Exemplo: Se retirarmos aleatoriamente uma carta de baralho com 52 cartas, qual a probabilidade de ser um 8 ou um Rei?

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Sendo S o espaço amostral de todos os resultados possíveis, temos: n(S) = 52 cartas. Considere os eventos:

A: sair 8 e P(A) = 4/52

B: sair um rei e P(B) = 4/52

Assim, P(A ou B) = 4/52 + 4/52 – 0 = 8/52 = 2/13. Note que P(A e B) = 0, pois uma carta não pode ser 8 e rei ao mesmo tempo.
Quando isso ocorre dizemos que os eventos A e B são mutuamente exclusivos.

QUESTÕES DE CONCURSOS

1) Uma indústria produziu num determinado mês 450 peças, das quais 180 estavam defeituosas e o número de peças perfeitas
corresponde a:
a) 2/5
b) 3/5
c) 2/3
d) 3/4
e) 5/6

2) Você faz parte de um grupo de 10 pessoas, para três das quais serão distribuídos prêmios iguais. Calcule a probabilidade de que
você seja um dos premiados.
a) 2/3
b) 1/3
c) 7/10
d) 3/10
e) 3/5

3) Jogando-se dois dados, qual a probabilidade de que a soma dos pontos obtidos seja menor que 4?
a) 1/12
b) 1/10
c) 1/8
d) 1/6
e) 1/5

4) Com os dígitos 1, 4, 7, 8 e 9 são formados números de três algarismos distintos. Um deles é escolhido ao acaso. Qual a probabilidade
de ele ser ímpar?
a) 2/3
b) 3/5
c) 2/7
d) 3/7
e) 5/8

5) Dois dados perfeitos são lançados ao acaso. A probabilidade de que a soma dos resultados obtidos seja 6 é:
a) 1/36
b) 5/36
c) 5/30
d) 1/30
e) 1/5

6) Uma moeda e um dado, não viciados, são lançados simultaneamente. A probabilidade de se obter uma cara e uma face par é:
a) 1/12
b) 1/8
c) 1/6
d) 1/4
e) 1/2

7) A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar uma única bola de uma urna contendo 4 bolas brancas, 3 vermelhas e 5
azuis, é:
a) 1/3
b) 1/2
c) 1/4
d) 1/12
e) n.d.a.

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8) Escolhido ao acaso um elemento do conjunto dos divisores positivos de 30, a probabilidade de que ele seja par ou primo é:
a) 1/8
b) 3/4
c) 1/2
d) 3/8
e) 7/8

9) (EsSA – 2014) Jogando-se um dado comum de seis faces e não-viciado, a probabilidade de ocorrer um número primo e maior que
4 é de:
a) 1/3
b) 1/2
c) 1/6
d) 2/3
e) 5/6

10) (EsSA – 2015) A probabilidade de um jogador de futebol marcar o gol ao cobrar um pênalti, é de 80%. Se esse jogador cobrar
dois pênaltis consecutivos, a probabilidade dele fazer o gol, em ambas as cobranças, é igual a:
a) 16%
b) 20%
c) 32%
d) 64%
e) 80%

11) (EsSA – 2019) Uma caixa preta contém 10 bolas numeradas de 0 a 9. Uma bola é retirada ao acaso sem reposição. Qual a
probabilidade de ser a bola com o número 7?
a) 10%
b) 25%
c) 20%
d) 34%
e) 30%

12) (UEL-PR) Devido à ameaça de uma epidemia de sarampo e rubéola, os 400 alunos de uma escola foram consultados sobre as
vacinas que já haviam tonado. Do total, 240 haviam sido vacinados contra sarampo e 100 contra rubéola, sendo que 80 não haviam
tomado nenhuma dessas vacinas. Tomando-se ao acaso um aluno dessa escola, a probabilidade de ele ter tomado as duas vacinas é:
a) 2%
b) 5%
c) 10%
d) 15%
e) 20%

13) (UFPE) Uma equipe de socorro, formada por 4 médicos, deve ser escolhida, aleatoriamente, dentre 4 cirurgiões e 6 ortopedistas.
A probabilidade de que o grupo escolhido tenha pelo menos um cirurgião é:
a) 209/210
b) 1/210
c) 1/14
d) 13/14
e) 3/5

14) (CESGRANRIO) Um pesquisa realizada em dois banco, A e B, revelou que 40% dos funcionários do banco A e 30% dos
funcionários do banco B têm nível universitário. Escolhendo-se, aleatoriamente, um funcionário de cada banco, a probabilidade de
que pelo menos um dos escolhidos tenha nível universitário é:
a) 12%
b) 46%
c) 58%
d) 40%
e) 52%

GABARITO – QUESTÕES DE CONCURSOS

1 B 2 D 3 A 4 B 5 B 6 D 7 A 8 B 9 C 10 D
11 A 12 B 13 D 14 C

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Módulo III - REGULAR - JANEIRO E FEVEREIRO – GECON – PROFº ODILON LUGÃO
8.0 - BRASIL: ENERGIA
O Brasil possui um potencial energético privilegiado se comparado ao de muitos outros países. A utilização de fontes
renováveis, como o aproveitamento hidrelétrico, e a obtenção de energia a partir da biomassa (com base em produtos orgânicos
de origem vegetal) como fonte primária são expressivas, e a produção de petróleo e gás natural, fontes não renováveis, vem
aumentando gradualmente.
A partir de 1980 tem havido uma tendência à redução da dependência externa de energia no Brasil, apesar do crescimento
do consumo, principalmente de 1995 em diante.

Em 2011, o Brasil apresentou uma dependência de importação de 8,3% do total da energia consumida no país, destacando
-se as importações de carvão mineral e derivados de petróleo e de energia elétrica do Paraguai, que é sócio do Brasil na usina de
Itaipu.
Para atingir a autossuficiência energética, são necessários investimentos na produção, transmissão e distribuição, além de
modernização dos sistemas de transporte urbano, de cargas e da produção industrial, visando à diminuição de consumo nesses
setores.
Como vimos, 44,1% do consumo total de energia é obtido no Brasil de fontes renováveis: hidráulica e eletricidade, lenha,
carvão vegetal, produtos da cana-de-açúcar, além de outras, como gás obtido em aterros, subprodutos de plantações diversas etc.
É o que se observa nos gráficos a seguir, nos quais fica evidente que os maiores consumidores de energia são os setores industrial
e de transportes.

8.1 - Petróleo e gás natural


Somente em 1938, dez anos após a formação do cartel das “sete irmãs”, foi perfurado o primeiro poço de petróleo em
território nacional. A perfuração aconteceu em Lobato, bairro da periferia de Salvador (BA), na bacia sedimentar do Recôncavo.
Esse fato motivou o governo brasileiro a criar o Conselho Nacional de Petróleo (CNP) para planejar, organizar e fiscalizar o
setor petrolífero.
Em 1953, apoiado por um grande movimento popular, o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobras e instituiu o
monopólio estatal na extração, transporte e refino de petróleo no Brasil. Esse movimento de cunho nacionalista, sob o slogan “O
petróleo é nosso”, questionava o domínio estrangeiro no setor.
Em virtude da crise do petróleo de 1973, houve a necessidade de aumentar a produção interna para diminuir a quantidade
de petróleo importado. Naquela época, o Brasil produzia apenas 14% do petróleo que consumia, o que tornava o país bastante
dependente, e sua economia ficava vulnerável às oscilações externas no preço do barril.
Nesse contexto de crise, o governo brasileiro viu-se obrigado a firmar contratos de risco com grupos privados, autorizando
que também realizassem a prospecção no território brasileiro. Inicialmente foram selecionadas e abertas para exploração dez
áreas nas quais poderia haver petróleo. Caso a empresa incumbida da prospecção encontrasse petróleo, os investimentos feitos
seriam reembolsados e ela se tornaria sócia da Petrobras naquela área. Caso não encontrasse, a empresa arcaria sozinha com os
prejuízos da prospecção. Foram assinados dez contratos envolvendo empresas nacionais e estrangeiras, mas nenhuma delas
chegou a encontrar petróleo. Com a promulgação da Constituição em 1988, esses contratos foram proibidos, e a Petrobras voltou
a exercer o monopólio de extração até 1995.
Além disso, nas décadas de 1970 e 1980, o governo passou a incentivar, por meio de vultosos empréstimos a juros
subsidiados, indústrias que substituíssem o petróleo por energia elétrica. A participação percentual do petróleo na matriz
energética nacional diminuiu de 1979 a 1984, e a partir de então voltou a apresentar crescimento. Em 2006, a produção interna
de petróleo (1,8 milhão de barris por dia, naquele ano) passou a abastecer 100% das necessidades nacionais de consumo – em
2011, a produção diária média foi de 2,2 milhões de barris.
Com a revisão constitucional feita em 1995, foi novamente quebrado o monopólio da Petrobras na extração, transporte,
refino e importação de petróleo e seus derivados. O Estado passou a ter o direito de realizar leilões e contratar empresas privadas
ou estatais, tanto nacionais quanto estrangeiras, que queriam atuar no setor.

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Em 1997 foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP), uma autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia
com a atribuição de regular, contratar e fiscalizar as atividades ligadas ao petróleo e gás natural no Brasil. Ações como licitações,
exploração, importação, exportação, transporte, refino, política de preços, reajustes e controle de qualidade, entre outras
atribuições, são conduzidas pela ANP, cujo presidente é indicado pelo ministro de Minas e Energia e empossado após seu nome
ser aprovado pelo Congresso Nacional.
Em 2012, a Petrobras possuía quinze refinarias, treze delas localizadas no Brasil, uma nos Estados Unidos e uma no
Japão. Desde 2006, o país importa apenas pequenas quantidades de derivados que não são produzidos internamente. Em caso de
nova crise mundial no setor petrolífero, o país estará menos sujeito a adversidades, já que a produção brasileira é suficiente para
abastecer o mercado interno. Até por volta de 1999 o Brasil apresentou dependência do petróleo externo, por causa do aumento
do consumo, apesar da crescente produção, até que mais ou menos em 2000 a dependência foi reduzida por conta do crescimento
da produção interna.
O aumento da produção interna nas últimas décadas deve-se à descoberta de uma importante bacia petrolífera em alto-
mar na plataforma continental de Campos, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, que começou a ser explorada em 1976.
Em 2012, essa bacia era responsável por mais de 80% da produção nacional de petróleo. Com cerca de cem mil quilômetros
quadrados, estende-se do estado do Espírito Santo, nas imediações da cidade de Vitória, até Arraial do Cabo, no litoral norte do
estado do Rio de Janeiro, e detém as maiores reservas de petróleo em produção do Brasil, destacando -se os campos de Albacora,
Marlim e Barracuda, situados em águas profundas (mais de 800 metros).
No continente, a área mais importante na extração é Mossoró (Rio Grande do Norte), seguida do Recôncavo Baiano.
Recentemente, foi descoberta uma pequena jazida continental em Urucu, a sudoeste de Manaus, onde há grandes reservas de gás
natural. O gás tornou-se importante fonte de energia para o parque industrial da Zona Franca de Manaus.
Em 2008, a Petrobras anunciou a descoberta de enormes reservas de petróleo e de gás natural a mais de 5 quilômetros de
profundidade e a 300 quilômetros da costa, na camada pré-sal da bacia de Santos. Segundo estimativas, essa camada pode conter
mais de 30 bilhões de barris, o que coloca o país como detentor de uma das maiores reservas mundiais de petróleo de boa
qualidade. As descobertas na bacia de Santos deverão colocar o Brasil no mesmo patamar dos grandes produtores mundiais.

Como mostram os gráficos anteriores, embora mais cara que a extração no continente, no Brasil predomina a exploração
de petróleo na plataforma continental, sob as águas do oceano Atlântico. O Rio de Janeiro é o estado responsável pela maior
produção (bacia de Campos).
O gás natural é a fonte de energia que vem apresentando as maiores taxas de crescimento na participação em nossa matriz
energética – entre 1998 e 2011, por exemplo, aumentou de 3,7% para 9,9% do total de energia consumida no país. O Rio de
Janeiro é o maior produtor, seguido por Espírito Santo e Amazonas, e há uma parcela variável que é importada, principalmente
da Bolívia. O gás natural vem substituindo, principalmente, derivados de petróleo – o gás liquefeito de petróleo (GLP) e o óleo
combustível na indústria; o óleo diesel e a gasolina nos transportes –, e vem sendo usado na geração de termeletricidade em
usinas construídas nos últimos anos ao longo dos 7198 quilômetros de gasodutos existentes no país em 2011.

8.2 - Carvão mineral


Do carvão mineral é possível obter o coque siderúrgico, cuja queima aquece os altos-fornos em que ocorre a depuração
do minério de ferro. Nessa etapa se produz o ferro-gusa, matéria-prima a partir da qual o ferro fundido e o aço são fabricados. O
carvão encontrado em território brasileiro acha-se em uma fase menos avançada de transformação geológica. Não é usado na
siderurgia, porque possui alto teor de enxofre e sua queima libera menos energia que o necessário para essa atividade, o que leva
as empresas a importar hulha (carvão coqueificável).
Até 1990, as companhias siderúrgicas eram legalmente obrigadas a utilizar uma mistura de 50% de carvão nacional com
50% de carvão importado. Com a revogação dessa obrigação, as empresas passaram a consumir somente o carvão importado,
cuja qualidade é superior, e a produção nacional de carvão metalúrgico foi bastante reduzida, caindo de 1,2 milhão de toneladas,
em 1988, para apenas 114 mil em 2007.

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Embora existam jazidas de carvão mineral em outros estados da federação, elas são muito pequenas e pouco espessas.
Apenas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná as camadas de carvão apresentam viabilidade econômica para exploração.
No Rio Grande do Sul encontra-se a jazida de Candiota, a maior do país, mas seu carvão tem baixo potencial calorífico e
não compensa beneficiá-lo e transportá-lo a longas distâncias. É utilizado somente em usinas termelétricas locais, como a de
Canoas e a de Candiota, e seu consumo se restringe às cercanias das áreas de extração, no próprio estado.
No Brasil, o consumo de carvão mineral representa apenas 0,4% do total mundial. Em 2010, cerca de 71% do carvão
consumido no país era importado e 29%, produzido internamente. O carvão importado é integralmente utilizado em usinas
siderúrgicas; da produção nacional, 33% são consumidos em usinas termelétricas, e o restante em indústrias de celulose,
cerâmica, cimento e carboquímicas. Em Santa Catarina se concentram cerca de 41% da produção do carvão energético e 100%
do metalúrgico. O Rio Grande do Sul fornece aproximadamente 58% do carvão energético, e o Paraná, apenas cerca de 1% do
total de carvão produzido no país.

8.3 - Energia elétrica


A produção de energia e A regulação estatal
Em 2011, o Brasil contava com 2 608 usinas para produção de energia elétrica em operação, com capacidade de 117 134
megawatts (MW). Desse total, 991 eram hidrelétricas de diversos tamanhos, 1 539 térmicas utilizando gás natural, biomassa,
óleo diesel e carvão mineral, duas eram nucleares e 76 eram solares.
Há também usinas de energia eólica, com destaque para o Ceará e o Rio Grande do Sul, mas em 2012, as 82 usinas eólicas
do Brasil foram responsáveis por somente 1,7% (1 814 MW) da eletricidade produzida no país. Entretanto, há tendência de
crescimento no uso dessa fonte de energia limpa e renovável: em 2012 havia 79 usinas eólicas em construção no Nordeste e no
Sul do país – com potência total de 1 950 MW –, e 210 projetos, com capacidade de 5 678 MW, já outorgados e aguardando o
início das obras.
As usinas hidrelétricas, que têm a maior capacidade instalada de produção no país, produzem energia mais barata e com
menos impactos ambientais, quando comparadas às usinas termelétricas e termonucleares.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em mais de 243 mil MW, e a
capacidade nominal instalada de produção estava, em 2011, na casa dos 108 mil MW, ou seja, cerca de 44% do potencial
disponível. Até o final da década de 1980, as hidrelétricas produziam cerca de 90% da eletricidade consumida no país, mas em
2011 essa participação tinha recuado para cerca de 74%, principalmente por causa da construção de usinas termelétricas movidas
a gás natural e biomassa.
O maior potencial hidrelétrico instalado no Brasil está na bacia do rio Paraná, da qual, em 2011, 72% da disponibilidade
já havia sido aproveitada. Em seu rio principal localiza‑se a usina de Itaipu, e destacam‑se também os rios Grande,
Paranapanema, Iguaçu e Tietê. Eles drenam a região onde se iniciou efetivamente o processo de industrialização brasileiro e que,
além da demanda mais elevada, conseguiu exercer maior pressão política na alocação de recursos investidos em infraestrutura.
O maior potencial hidráulico disponível do país localiza‑se nas bacias do Amazonas, do qual somente 1% é aproveitado.
Em Rondônia, no rio Madeira, duas usinas de médio porte estavam em construção em 2012: Santo Antônio (licitada em 2007) e
Jirau (licitada em 2008), cada uma com cerca de 3 mil MW de potência. Nesse mesmo ano estava sendo construída a usina de
Belo Monte, no rio Xingu, a maior delas, com potência de 11 233 MW (cerca de 2/3 da capacidade de Itaipu).
De 1950 até o início da década de 1980 foi fundamental a participação do Estado no planejamento e na produção de
energia. A partir do final da década de 1980, o Estado vem se retirando da produção em diversos setores (como energia,
telecomunicações, transportes, siderurgia, mineração e petroquímica), incentivando investimentos privados e concentrando sua
ação na regulação e fiscalização por intermédio dos ministérios e das agências criadas para esse fim. Nesse contexto, o setor
elétrico brasileiro (envolvendo a geração, a transmissão e a distribuição de eletricidade), que era quase totalmente controlado por
empresas estatais federais e estaduais, começou a ser privatizado a partir de 1995.
De 1964, quando foi criada a Eletrobrás, holding estatal de energia elétrica, até 1995, os investimentos utilizados na
expansão do setor eram obtidos de três fontes: tarifas cobradas dos consumidores, impostos arrecadados pelos governos estaduais
e federal, e empréstimos tomados em instituições estrangeiras, que ampliavam nossa dívida externa. Em 1995, o Governo Federal
iniciou a privatização de parte das empresas controladas pela Eletrobrás por intermédio do Programa Nacional de Desestatização,
criado em 1990. Em 1996 foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador e fiscalizador do setor.
Após a privatização, as empresas de energia elétrica, incluindo algumas estatais que não foram privatizadas, como a Cemig (cujo
sócio majoritário é o governo de Minas Gerais), competem entre si para vender a energia produzida, que é transmitida por um
sistema de alta tensão para empresas que atuam exclusivamente na distribuição aos consumidores finais: residências, empresas,
comércio, governos e outras instituições.

A necessidade de diversificar a matriz energética


Depois da crise de 2001, a Aneel e outros órgãos governamentais passaram, entre outras medidas, a incentivar a instalação
de usinas termelétricas, principalmente nas localidades próximas a gasodutos, uma vez que a produção de energia elétrica pela
queima de gás natural é pouco poluente. A utilização de gasodutos barateia o transporte e permite melhor distribuição geográfica
das usinas.
Na busca por maior diversidade de nossa matriz energética, pretende -se, com o incentivo à instalação de termelétricas,
evitar novas crises. As usinas hidrelétricas, que produzem energia mais barata, permanecem prioritárias no abastecimento, mas
as termelétricas podem ser acionadas em períodos de pico no consumo ou quando é necessário preservar o nível de água nas
represas. Entretanto, devido à falta de planejamento, em 2012, muitas termelétricas estavam sendo usadas de forma permanente
para garantir o abastecimento, o que provocou aumento no preço da energia para as residências, as indústrias e os serviços.
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A opção pela diversificação da matriz energética com prioridade para usinas menores difere bastante da adotada durante
a década de 1970 e início da de 1980, quando foi dado grande impulso ao setor energético com a construção de grandes usinas.
Depois das crises do petróleo de 1973 e 1979, a produção de hidreletricidade passou a receber grandes investimentos, por se
tratar de fonte alternativa ao petróleo. A política governamental estabeleceu como prioridade a construção de usinas com grandes
represas, porque na época não havia exigência de aprovação dos projetos pelos órgãos ambientais, o que passou a ocorrer somente
a partir de 1986. É o caso de Itaipu, no rio Paraná (localizada na fronteira do Paraná com o Paraguai), a maior usina hidrelétrica
brasileira. No Norte, as principais usinas são Tucuruí, no rio Tocantins, e Balbina, no rio Uatumã, ao norte de Manaus; e no
Nordeste, Sobradinho e Xingó, no rio São Francisco.
Essas grandes obras são polêmicas e algumas apresentam aspectos técnicos questionáveis. Usinas com o potencial de
Itaipu, Tucuruí e Sobradinho exigem a construção de enormes represas, que causam danos sociais e ambientais irreversíveis:
extinção de espécies endêmicas (que só existem nessa área), inundação de sítios arqueológicos, alteração da dinâmica de erosão
e sedimentação, deslocamento de população que vive em cidades, reservas indígenas e comunidades quilombolas, entre outros
danos.
A usina de Paulo Afonso, localizada na divisa entre Bahia e Pernambuco, apresenta a melhor relação entre área inundada
e potência final. Isso se explica pelo acentuado desnível do relevo do planalto da Borborema. Já a pior relação é a da usina de
Balbina, localizada na planície Amazônica, cuja energia gerada abastece apenas 50% das necessidades de consumo de Manaus.
Aproveite para comparar com uma obra que usa tecnologia moderna: a usina de Belo Monte, que em 2012 estava sendo
construída no rio Xingu, tem previsão de alagar uma área de 516 km² e produzir 11 233 MW.
Com o provável esgotamento das possibilidades de construção de grandes usinas hidrelétricas na região Sudeste e os
investimentos no Sistema Interligado Nacional, passou a ocorrer uma descentralização da geração para regiões que estiveram
marginalizadas ao longo do século XX. Esse fato vem favorecendo o investimento em novas fontes de energia e o
desenvolvimento das atividades econômicas em regiões historicamente desprovidas de infraestrutura básica. Está ocorrendo uma
desconcentração do parque industrial, principalmente nas regiões Sul, Nordeste e Norte.

O Sistema Interligado Nacional


O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com
predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro
subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte.
A interconexão dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, propicia a transferência de energia entre
subsistemas, permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias. A
integração dos recursos de geração e transmissão permite o atendimento ao mercado com segurança e economicidade.
A capacidade instalada de geração do SIN é composta, principalmente, por usinas hidrelétricas distribuídas em dezesseis
bacias hidrográficas nas diferentes regiões do país. Nos últimos anos, a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões
Nordeste e Sul, apresentou um forte crescimento, aumentando a importância dessa geração para o atendimento do mercado. As
usinas térmicas, em geral localizadas nas proximidades dos principais centros de carga, desempenham papel estratégico
relevante, pois contribuem para a segurança do SIN. Essas usinas são despachadas em função das condições hidrológicas
vigentes, permitindo a gestão dos estoques de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas, para assegurar o
atendimento futuro. Os sistemas de transmissão integram as diferentes fontes de produção de energia e possibilitam o suprimento
do mercado consumidor.

Fonte: http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-que-e-o-sin. Acesso em 30 jan 2022

Sistema Interligado Nacional: Como funciona o sistema de produção e transmissão de energia elétrica no Brasil?
É de conhecimento fundamental que o Brasil tem como predominância o uso de usinas hidrelétricas para a produção de
energia elétrica, e o maior desafio de países de grandes regiões como o nosso é como transmitir e distribuir essa energia para a
população da forma mais eficiente possível. A partir disso, foi criado
em 1998 o SIN – Sistema Interligado Nacional – que coordena e
controla esses meios de geração, produção e distribuição de energia
elétrica. O mapa ao lado mostra as linhas de transmissão do país.
O mapa mostra como, apesar de complexo, o sistema de
distribuição de energia do Brasil é interligado: apenas 1,7% da
capacidade de produção de eletricidade do país encontra-se fora do
SIN, localizados principalmente na região amazônica. São mais de 170
mil quilômetros de linhas de transmissão. O Brasil é um dos poucos
países do mundo que tem essa característica de ser praticamente toda
interligada.
O Sistema Interligado Nacional traz várias vantagens para a
distribuição de energia. Tais elas são:
 Aproveitamento da sazonalidade das chuvas: Os períodos de chuva
diferem de acordo com as regiões do país, alguns lugares chovem em
uma época, outros lugares chovem em outra época. Como o sistema
de geração é hídrico, é necessário ter um sistema interligado para
garantir o equilíbrio de produção e transmissão.

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 Confiabilidade do sistema que diminui as interrupções de energia: se acontecer uma falha ou um erro em uma linha de

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transmissão, o sistema interligado consegue redirecionar energia elétrica para certos pontos, garantindo que menos pessoas
sejam afetadas por um possível apagão por menos tempo possível.
Também a nível de confiabilidade, vale ressaltar os inúmeros casos de apagões e blecautes dos Estados Unidos, por
exemplo. O sistema de produção e transmissão dos EUA é basicamente dividido em 3 grandes sistemas separados, ou seja, não
interligados. A exemplo do nível de confiabilidade baixa desse país, o blecaute ocorrido em agosto de 2003, que atingiu mais de
45 milhões de pessoas, durou várias horas, e em algumas das regiões chegou a durar cerca de 90 horas. Se o sistema de
distribuição fosse totalmente interligado, poderia, como citado anteriormente, ocorrer uma distribuição em pontos das falhas.

A crise de energia de 2001 e os “apagões” de 2009 e 2012


Desde a segunda metade da década de 1980, o Brasil investiu muito pouco na construção de novas hidrelétricas, e a partir
de 1994, com o Plano Real, houve grande aumento no consumo residencial e industrial de energia. Além disso, nos últimos anos
do século XX, houve uma sequência de verões com chuvas em volume inferior à média da estação, o que fez baixar
significativamente o nível dos reservatórios, particularmente no Sudeste, comprometendo o abastecimento. Por isso, foi lançado
um programa de economia forçada de energia, sem o qual seria necessário recorrer ao racionamento. As regiões Norte e Sul, nas
quais o fornecimento não estava comprometido, puderam ficar fora do programa de economia.
O episódio mostrou que, além da carência de investimentos em geração, o setor de energia elétrica possuía outro entrave
à sua eficiência: a inexistência de linhas de transmissão unificando todo o território nacional. Caso existisse uma rede com
densidade adequada, em 2001 o governo poderia ter evitado a interrupção na distribuição da energia elétrica conduzindo energia
das usinas das regiões Sul e Norte para as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Após a crise, o setor passou a receber
investimentos, e atualmente o sistema é interligado em todo o território.
Em 2009 e em 2012 houve outros graves problemas de transmissão que atingiram o fornecimento de energia elétrica e
deixaram vários estados do país completamente no escuro por várias horas.

A crise hídrica de 2021


O que explica a nova crise hídrica e quais riscos ela traz para o Brasil?
Segundo o governo federal, o Brasil está diante da maior crise hídrica em quase um século, o que pode ter efeitos sobre a
geração e distribuição de energia. Para explicar as causas, consequências e possíveis soluções para o problema, a Sputnik Brasil
conversou com uma pesquisadora do setor.
Os reservatórios de hidrelétricas no Brasil registram baixo volume de água, em razão da incidência de chuvas abaixo do
esperado. No início de maio, em entrevista ao site Poder360, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, classificou a
situação como a maior crise hídrica desde 1931 e sinalizou que todas as termelétricas brasileiras serão acionadas, tendo em vista
que o país entrou no período seco - com menos chuvas - que deve durar até novembro. As mais de cem termelétricas no Brasil
utilizam óleo, carvão, gás natural e biomassa para gerar energia e costumam ser utilizadas para compensar demandas não
atendidas pelas hidrelétricas.
Albuquerque afirmou ainda que os níveis dos reservatórios preocupam desde outubro do ano passado e que o uso das
termelétricas já ocorria ao longo desse período para preservar os níveis de água. Além disso, usinas com gás importado da
Argentina e Uruguai também foram acionadas. Ainda segundo o ministério, o risco de racionamento foi afastado pelas medidas,
apesar de que a conta de luz das famílias deve aumentar devido ao acionamento das termelétricas.
O atual volume útil de reservatórios nas regiões Sudeste e Centro-Oeste é pior que os índices de maio de 2015, ano em
que uma crise semelhante ocorreu, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esses mesmos dados são
os que apontam que o período entre setembro de 2020 e abril de 2021 foi o de menor incidência de chuvas nas regiões onde estão
as hidrelétricas desde 1931, quando essas informações começaram a ser colhidas.
Diante da crise hídrica, que pode gerar problemas de energia no Brasil, o governo brasileiro montou uma sala de situação
para monitorar o problema. A primeira reunião do grupo ocorreu na quinta-feira (13). A sala de situação pretende desenhar um
plano de ação para reduzir a vazão nos reservatórios e evitar que o Brasil passe a racionar energia em meio à pandemia da
COVID-19.

Risco de racionamento
Para Heloísa Firmo, engenheira civil do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Politécnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apesar das medidas do governo, há um risco real de a atual crise levar a situações
de racionamento de energia no Brasil.
"Há risco de racionamento de energia no Brasil, sim. Hoje em dia, por conta dos últimos anos, a gente no Brasil
tem tido muita restrição quanto a reservatórios de regularização. E o que é regularizar? É tornar regular. E para tornar
regular a vazão de um rio é necessário um reservatório. Com o passar dos anos, nos últimos dez, 20 anos a gente passou
a construir reservatórios, usinas, como a gente chama, a fio d'água, com reservatório muito pequeno ou praticamente
sem reservatório", explica a pesquisadora em entrevista à Sputnik Brasil.
Conforme detalha a professora, com esses tipos de reservatórios, o Brasil tem uma capacidade reduzida de resistir a um
período sem chuvas, de quatro a cinco meses, sendo que essa capacidade chegou a ser de até três anos.
"Com o passar dos anos o aumento do número de usinas a fio d'água, em detrimento de usinas com grandes
reservatórios, fez com que o sistema elétrico ficasse mais vulnerável. Então, eu diria que há risco, sim, de racionamento
de energia no Brasil, de falta de energia", reforça.
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Firmo aponta que o termo mais correto para o risco oferecido pela situação atual seria não de um racionamento, mas de
uma racionalização, com cortes programados e pontuais. Mesmo assim, a professora da UFRJ salienta que uma eventual
recuperação econômica no Brasil pode agravar o cenário.
"Qualquer retomada na economia vai gerar um aumento na demanda de energia. E aí, sim, acho que o risco de
racionamento começa a aparecer mais. Porque, por enquanto, a economia está ainda bastante retraída por conta da
pandemia da COVID-19", explica a professora, que lembra ainda que a crise hídrica pode se estender a outros setores
para além do energético, como no agronegócio e no abastecimento das famílias.

Fonte: http://www.drhima.poli.ufrj.br/index.php/br/destaque/noticias/325-o-que-explica-a-nova-crise-hidrica-e-quais-riscos-
ela-traz-para-o-brasil. Acesso em 30 jan 2022

O programa nuclear
O programa nuclear brasileiro teve início em 1969, quando o Brasil adquiriu da empresa W. Westinghouse, dos Estados
Unidos, a usina de Angra I, com capacidade de produção de 626 MW (5% da capacidade de Itaipu), sem que essa aquisição fosse
acompanhada de transferência de tecnologia. A usina foi instalada na praia de Itaorna (“pedra podre”, em tupi-guarani), em
Angra dos Reis, sobre uma falha geológica, ou seja, uma área potencialmente sujeita a movimentos tectônicos (o que o topônimo
criado pelos indígenas já alertava). Foi apelidada de “vagalume”, tal a incidência de problemas técnicos que desde sua
inauguração obrigaram a sucessivos desligamentos. Sua construção se iniciou em 1972, mas o fornecimento de eletricidade só
teve início treze anos depois, em 1985. Meses mais tarde, entretanto, foi interditada, e só voltou a funcionar em 1987, sempre de
forma intermitente. Somente a partir de 1995 seu funcionamento tornou-se regular.
Em 1975, o Brasil assinou um acordo nuclear com a Alemanha por intermédio da empresa Siemens. Inicialmente previa-
se a construção de oito usinas, com transferência de tecnologia. Após consumir bilhões de dólares em compra e armazenagem
de equipamentos, transferência de tecnologia, salários e outras despesas fixas, uma dessas usinas, Angra II, que deveria começar
a funcionar em 1983, só ficou pronta em 2001, com capacidade de produção de 1 350 MW. A construção de Angra III, que
também terá 1 350 MW de potência, foi paralisada durante muitos anos, mas em 2008 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais (Ibama) expediu licença prévia autorizando a retomada das obras, cuja conclusão estava prevista para 2014.
Em 2011, a participação das usinas Angra I e II na produção nacional de energia elétrica representava 2,7% do total, mas o estado
do Rio de Janeiro é altamente dependente do fornecimento dessas usinas.
Com a crise de abastecimento de energia enfrentada em 2001, a redução do custo de produção de energia em usinas
termonucleares e os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Kyoto, o governo brasileiro incluiu a expansão do parque
nuclear em suas estratégias de investimento, mas sem definição de novas usinas.

8.4 - Biocombustíveis
Biocombustíveis são derivados de biomassa, como cana-de-açúcar, oleaginosas, madeira e outras matérias orgânicas. Os
mais utilizados são o etanol (álcool de cana, no caso brasileiro) e o biodiesel (oleaginosas), que podem ser usados puros ou
adicionados aos derivados de petróleo, como gasolina e óleo diesel.
Em 2011, a biomassa (principalmente derivados da cana-de-açúcar e lenha) foi a segunda fonte de energia mais consumida
no Brasil, com participação de 23,8% na nossa matriz energética, superada apenas por petróleo e gás natural, com 42,5%. O
Brasil apresenta condições muito favoráveis para a produção de etanol e biodiesel, pois tem grande extensão de áreas
agricultáveis, com solo e clima favoráveis ao cultivo de oleaginosas e cana.
Os biocombustíveis podem proporcionar vantagens que contemplam a sustentabilidade econômica, social e ambiental. O
aumento de sua produção reduz o consumo de derivados de petróleo e consequentemente a poluição atmosférica, gera novos
empregos em toda sua cadeia produtiva, promove a fixação de famílias no campo, aumenta a participação de fontes renováveis
em nossa matriz energética, e ainda pode se tornar importante produto da nossa pauta de exportações.
Entretanto, o crescimento da demanda por biocombustíveis no mercado mundial e a expansão na área cultivada com cana
e outras culturas no país geraram preocupação com a possível diminuição do cultivo de alimentos, que poderia causar aumento
nos preços, e o desmatamento de áreas de vegetação nativa. O Brasil, porém, apresenta um enorme estoque de áreas desmatadas
e improdutivas, principalmente pastagens abandonadas, que podem ser utilizadas para a produção de energia sem comprometer
o abastecimento alimentar ou o meio ambiente.

Biodiesel
O país dispõe de várias espécies de plantas oleaginosas que podem ser usadas na produção de biodiesel, com destaque
para mamona, palma (dendê), girassol, babaçu, soja e algodão, e é o segundo maior produtor mundial de etanol. Os Estados
Unidos − maior produtor mundial desse combustível − utilizam o milho para sua produção, a um custo superior ao obtido com
a cana no Brasil.
A utilização de biodiesel no mercado brasileiro foi regulamentada pela Lei n. 11 097, de 2005, que criou a obrigatoriedade
da mistura do produto ao diesel de petróleo em percentuais crescentes que deveriam atingir 5% em 2013, meta alcançada já em
2009. A partir dessa lei, a produção de biodiesel vem aumentando em ritmo muito acelerado.
Também foi criado o Selo Combustível Social e implantado um sistema de incentivos fiscais e subsídios para a produção
de biodiesel realizada com matéria-prima cultivada em pequenas propriedades familiares do Norte e Nordeste, principalmente
na região do semiárido.

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Entretanto, até 2011, a possibilidade de a produção de biodiesel colaborar para a melhoria das condições de vida dos
agricultores familiares ainda era limitada. Naquele ano, 81% do biodiesel produzido no Brasil foi obtido da soja e 13% do sebo
bovino, produtos obtidos predominantemente em grandes propriedades, com os pequenos produtores fornecendo apenas o
suficiente para as usinas conquistarem os benefícios fiscais.
Além de abastecer o mercado interno, parte da produção nacional de biodiesel é exportada, principalmente para a União
Europeia.

Etanol (álcool)
Em 14 de novembro de 1975, na busca de saídas para o primeiro choque do petróleo, foi criado o Programa Nacional do
Álcool (Proálcool), com o objetivo de introduzir a mistura gasolina-álcool (álcool anidro) e a fabricação de veículos movidos
exclusivamente a álcool (álcool hidratado). Foram concedidos vultosos empréstimos aos maiores produtores de cana-de-açúcar,
a juros subsidiados, para que construíssem usinas de grande porte para a produção de etanol (álcool que pode ser obtido de milho,
cana e outros vegetais; da madeira obtém-se metanol). Os atraentes financiamentos estenderam-se, em volumes me nores, a
pequenos e médios produtores agrícolas, que, na implantação do projeto, substituíram suas culturas diversificadas por cana-de-
açúcar e se tornaram fornecedores de matéria-prima aos usineiros.
Por causa do programa, ocorreram alterações na organização espacial do campo. Como não havia estabelecido preço
mínimo para a tonelada de cana-de-açúcar até 1989, o governo deixou os pequenos e médios produtores à mercê dos grandes
usineiros, já que não compra cana, apenas o álcool produzido nas usinas. Quem não possuía usina era obrigado a vender sua
produção aos usineiros, que costumavam pagar muito pouco pela cana-de-açúcar, prejudicando milhares de pequenos e médios
proprietários. Nas regiões em que foi implantado o Proálcool, agravaram-se os problemas relacionados à concentração de terras:
aumento do número de trabalhadores diaristas, incentivo à monocultura e êxodo rural.
Também em relação ao consumo, os subsídios foram enormes: de 1976 a 1989, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA) cobrado de carros movidos a álcool foi equivalente a 50% do valor correspondente ao de carros a gasolina;
e o valor do litro de álcool era limitado, por lei, a 65% do preço da gasolina. O preço do combustível era determinado por razões
políticas, e não econômicas, e quem arcava com o prejuízo era o Estado, por meio da Petrobras. A partir de 1989, o governo
diminuiu os subsídios para a produção e o consumo de álcool, o setor entrou em crise e o país passou a importá-lo da Europa.
Desde o início da década de 1990, quando houve falta de álcool e consequente perda de confiança, até 2002, os
consumidores preferiram veículos movidos a gasolina. Por conta disso, no final desse período, menos de 1% dos veículos
fabricados tinham motor a álcool, enquanto em 1982 esse percentual chegava a 90%.
Atualmente, poucos veículos são movidos exclusivamente a álcool. Por determinação do Conselho Interministerial do
Açúcar e do Álcool (Cima), o etanol é misturado à gasolina na proporção de 20% a 25%, o que garante a manutenção de sua
produção. Se esse procedimento não fosse adotado, a qualidade do ar nos grandes centros urbanos pioraria muito, porque essa
mistura reduz a emissão de gases poluentes e elimina a necessidade de adicionar chumbo (usado como moderador de explosão)
à gasolina, tanto que os Estados Unidos e alguns países da Europa passaram a importar álcool e tecnologia brasileira de produção
para melhorar as condições ambientais em seus grandes centros urbanos.
Embora o etanol seja uma fonte de energia eficiente, o programa foi implantado, em escala nacional, numa época em que
sua produção e consumo apresentavam custos maiores que os da produção da gasolina – por isso houve a necessidade dos
subsídios. Atualmente, entretanto, após o grande desenvolvimento tecnológico obtido no setor e os diversos aumentos no preço
do barril de petróleo a partir de 1997, o álcool tornou-se economicamente viável. Além disso, desde 2002, a indústria
automobilística passou a produzir carros com motores bicombustíveis (movidos a etanol e/ou a gasolina), o que contribuiu muito
para o aumento do consumo de álcool. Em 2011, cerca de 90% dos carros zero-quilômetro vendidos no mercado eram “flex”,
como ficaram conhecidos os automóveis bicombustíveis.

Etanol de milho
Etanol de milho no Brasil?
Soou estranho quando as primeiras notícias sobre utilizar milho para produzir álcool combustível chegaram ao Brasil, vindas
dos Estados Unidos (EUA). O milho é o principal cereal utilizado na alimentação de humanos e animais, razão pela qual é amplamente
cultivado, com produção global superior a um bilhão de toneladas: 1,07 bilhões de toneladas em 2017, seguido pelo trigo, num distante
segundo lugar, com cerca de 750 milhões de toneladas (Mt).
O etanol, no entender dos brasileiros, se faz com cana de açúcar, muito mais eficiente e mais defensável desde uma perspectiva
social e econômica. Um hectare de cana produz cerca de 80 toneladas no centro sul do Brasil e rende 89,5 litros de etanol/t, totalizando
mais de 7 mil litros de biocombustível/ha. Já o milho, embora seja mais eficiente na produção de etanol por tonelada de produto (400
litros/t), proporciona uma produção média de etanol/ha de apenas 2.240, considerando a média da produção brasileira do grão, que é
de 5,55 t/ha (97,71 Mta em 17,71 Mha). Mesmo considerando a excelente produtividade média do milho norte-americano (11 t/ha), a
produção de etanol por área pouco ultrapassa a metade do etanol produzido a partir da cana no Brasil.
Os EUA utilizam cerca de 150 Mt de milho para produzir etanol e podem dar-se a esse luxo porque produzem cerca de 33% da
safra mundial do grão (370 Mt em 2016), dispondo, mesmo assim, de volume suficiente para atender as exportações e a enorme demanda
da indústria doméstica de proteína animal (carnes, ovos, produtos lácteos, entre outros).
Após extraído o etanol, o processamento do milho deixa um subproduto denominado DDG (Dried Distillers Grains), sigla em
inglês para Grãos Secos de Destilaria ou Grãos de Destilaria, produto utilizado na alimentação animal em substituição parcial do milho.
Apesar de ser um insumo relativamente novo no mercado brasileiro, o DDG está presente nos confinamentos norte-americanos há mais
de 25 anos e sua utilização foi crescendo conforme aumentou a oferta do produto, em decorrência da elevação da produção de etanol
de cereais nos EUA.

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No Brasil já operam quatro usinas de etanol de milho, todas localizadas no estado do Mato Grosso. Três são usinas flex,
produtoras de etanol de cana na safra e etanol de milho na entressafra da cana, e uma é exclusiva para a produção de etanol de
milho, que para garantir o suprimento contínuo de matéria prima, está oferecendo 33% mais pela saca de 60 kg (R$ 16 vs R$
12/sc), do que o mercado exportador. Isto se faz possível graças à agregação de valor ao grão transformado em etanol e DDG.
Produção de etanol a partir do grão de milho foi a solução encontrada para atender a ociosidade das destilarias na
entressafra da cana e para ajudar na desova dos excedentes de produção do milho, evitando a pressão dos preços para baixo e
reduzindo o custo com o transporte para os portos. Foi a solução encontrada, também, para resolver a falta de espaço para o
armazenamento do “milho sem teto” das supersafras do grão, que se acumula pela falta de interesse do produtor em comercializar
o produto a baixo preço.
A grande vantagem do etanol feito de milho é que o grão pode ser armazenado e utilizado à medida das necessidades da
indústria, o que não acontece com a cana, que precisa ser processada logo após sua colheita. Para a produção do etanol de milho
não existe entressafra, podendo ser utilizado ininterruptamente ao longo de todo o ano.
O DDG começou a ser produzido no Brasil em 2010, nas três usinas flex do MT. Entre 2013 e 2014, o DDG começou a
fazer parte de alguns confinamentos mato-grossenses em substituição ao farelo de soja nas dietas de bovinos e não decepcionou.
Atualmente, não somente o Mato Grosso, como também os Estados de MS, GO e MG, têm tirado proveito desse subproduto da
indústria do etanol, cujos teores de proteína bruta (PB) variam entre 26 a 30%. Segundo o IBGE, em 2016, a produção de etanol
de milho no Brasil alcançou o montante de 750 milhões de litros.
Tudo parece indicar que o milho será cada vez mais utilizado para a produção de etanol no Brasil, principalmente na
Região Centro-Oeste, onde se concentra o maior volume de produção de milho e onde os preços são mais baixos dada a maior
deficiência da logística de transporte e armazenagem.

Autor: Amélio Dall’Agnol – Pesquisador da Embrapa Soja


http://radar.cnpso.embrapa.br:8080/documents/10179/16724/Etanol+de+milho+no+Brasil/eecaf6b7-587b-4db1-9bac-
6a8b777a9800;jsessionid=576F6E9E3E51D65FDA21794FA8BD507D

A produção de etanol de milho no Brasil é crescente e tem ganhado espaço ao lado do etanol de cana, da qual a produção
brasileira é destaque mundial. Ambas atendem demandas de todo o País, mas as questões logísticas são um entrave para o
escoamento do grão de milho, que tem como líder de produção o estado do Mato Grosso.
O Brasil é o maior consumidor de etanol do mundo depois dos Estados Unidos, em grande parte por causa do amplo uso
de carros que podem rodar com o biocombustível ou com a gasolina convencional. Embora a maior parte das necessidades seja
satisfeita com a produção nacional, o Brasil absorve algumas importações, principalmente dos EUA.
“A rentabilidade de etanol de milho vai variar, mas a possibilidade é interessante para produtor de etanol diversificar os
riscos climáticos e de matéria-prima. Por outro lado, para o produtor de grãos, há a diversificação de receitas, sendo que ele entra
para mercado de energia. Tudo isso acaba reduzindo riscos da operação e contribuição para diversificação da economia do
Centro-Oeste brasileiro e a produção de grãos na região”, avalia.
O Brasil é superavitário em milho, principalmente no Centro-Oeste. A produção é crescente e varia de um ano para o
outro principalmente por causa da safrinha, conforme explica Botelho. “A oferta que temos é mais que suficiente para atender
demandas das primeiras plantas de etanol de milho. O Centro-Oeste é líder por causa das adequações climáticas, o que tem
levado ao forte crescimento da produção. Trata-se de uma região onde já existe produção de soja, ou seja, a rentabilidade não
precisa ser tão grande, porque a terra já é bem remunerada”, analisa.
A produção de milho no Brasil até alguns anos atrás era concentrada principalmente na primeira safra e no Sul, onde o
milho tinha um preço maior que no Centro-Oeste. Lá, a proximidade com o porto facilita a exportação, sendo que a produção
era voltada para o mercado de ração e a exportação não era tão cara. Botelho destaca que “havia essa produção de milho muito
concentrada na primeira safra ali no Sul. Porém a viabilidade econômica dessa produção se mostrou maior na segunda safra e no
Centro-Oeste. Desafios logísticos tornaram o milho mais barato, o que ajudou a viabilizar produção de etanol de milho. Além
disso, até os anos 2010, havia um aumento muito rápido na produção de etanol de cana e a demanda era atendida pela produção
de etanol de cana. A estagnação dessa produção estimulou produção a partir do milho”.

Mercado
A produção de etanol a partir do milho é competitiva, mas não deve substituir a cana, sendo apenas mais uma opção no
mercado brasileiro. Apesar das características similares e da facilidade de produção em usinas flex, a logística ainda é um gargalo.
As usinas flex são uma realidade extremamente competitiva, uma vez que há a utilização do bagaço da cana como biomassa para
geração da energia necessária no processo industrial, bem como para a cogeração de energia elétrica.
Hoje, aproximadamente 38% da frota utiliza etanol. Alguns dos produtores de etanol de cana podem utilizar a mesma
estrutura para produzir a partir de cana ou milho – que são as chamadas flex. Entretanto, é preciso fazer algumas adaptações, já
que os processos de fermentação e destilação são diferentes, além da preparação do caldo. A fábrica, entretanto, é movida com
a mesma energia e o mesmo vapor.
Sendo assim, existe certo compartilhamento, dependendo dos processos produtivos, possibilitando investimentos em
usinas flex. Além disso, a produção de etanol a partir do milho precisa de energia, sendo que a usina de cana tem a vantagem de
dispor do bagaço, que gera vapor para atender a demanda da produção de etanol de milho. Além disso, aproveita-se a expertise
do mercado sucroenergético, tendo em vista que as empresas possuem atuação no mercado, com áreas comerciais e
administrativas já acostumadas ao setor, o que facilita essa flexibilização para mercado de milho.

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A dificuldade logística é um dos grandes entraves para o escoamento do etanol de milho, o que trava o crescimento da
produção, já que o combustível precisa chegar com preço competitivo na bomba. “Os dois vão conviver naturalmente, ajudando
o Brasil a diminuir importação de gasolina”, acredita Pádua, da Única. Entre as vantagens, destaca-se a grande produção do grão,
que ocorre durante todo o ano, enquanto a da cana é de abril a novembro. Assim, o milho segue ainda que durante a entressafra
da cana.
Por outro lado, de acordo com Botelho, o preço do grão varia muito de um ano para o outro. Ainda assim, o etanol de
milho tem se mostrado competitivo, mas depende muito da safra de milho e da safra de cana para dar continuidade a essa
competitividade. Para o futuro, a projeção é que esta produção se mantenha crescente. “Em cinco ou 10 anos, nós já veremos
etanol de milho brasileiro sendo direcionado para todas as regiões do Brasil. Mato Grosso tem mostrado que já está se
aproximando do limite, movimento que deve se ampliar pelo País”
Norte e Nordeste são destinos mais favorecidos pelo etanol de milho do Mato Grosso pela proximidade logística. O
Norte é atendido principalmente pelos portos da bacia do Rio Amazonas. A expectativa é que seja possível fazer esse
deslocamento até o Nordeste, além de Goiás, por meio do caminho rodoviário, continuando na entressafra de cana. Após esses
mercados, as usinas, com certeza, vão começar a destinar etanol para Sul e Sudeste do Brasil.
A produção de etanol de milho no Brasil está em firme ascendência. Na previsão da União Brasileira do Etanol de Milho
(Unem), serão produzidos cerca de 2,5 bilhões de litros em 2020/21. Se isso se concretizar, o aumento será de 54,32% em relação
ao resultado de 2019/20, de 1,62 bilhão de litros.
Segundo um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o biocombustível produzido com o
grão está sendo atualmente fabricado em 16 usinas, sendo que quatro delas processam apenas o milho. A expectativa da indústria,
segundo o departamento, é que pelo menos outras sete plantas, que já estão nos estágios de planejamento, desenvolvimento ou
construção, entrem em operação até 2022.
Este compromisso com o aumento na produção do biocombustível com o cereal vem de um otimismo na indústria como um
todo. Diferentemente do que ocorre com a cana-de-açúcar, o mercado do milho sofre menos com sazonalidades da safra, influências
climáticas e dificuldades de armazenamento. Somado aos incentivos à produção de biocombustíveis, o cenário é atrativo.

Demais fontes consultadas em 12 abr 2021


. As condições que viabilizam o sucesso do etanol de milho no Brasil - NovaCana - 01 dez 2020
https://www.novacana.com/n/etanol/mercado/condicoes-viabilizam-sucesso-etanol-milho-brasil-
011220#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20etanol%20de,1%2C62%20bilh%C3%A3o%20de%20litros.
. Etanol de milho no Brasil - 02/07/2019 etanol de milho
Ana Flávia Marinho-Canal-Jornal da Bioenergia
https://www.canalbioenergia.com.br/etanol-de-milho-e-de-cana-na-producao-de-combustivel/
. Novas usinas alavancam produção de etanol de milho no Brasil
http://etanoldemilho.com.br/2020/11/10/novas-usinas-alavancam-producao-de-etanol-de-milho-no-brasil/

9 - O transporte de cargas no Brasil


Na matriz brasileira de transportes de cargas predomina o modal rodoviário. Quando comparado com os modais
ferroviário e hidroviário, o rodoviário é o que mais consome energia para transportar a mesma quantidade de carga em
determinada distância. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), quanto ao consumo de combustível, para transportar uma
tonelada de carga a uma distância de 1 000 km consomem-se 5 litros no modal hidroviário, 10 no ferroviário e 96 no rodoviário.
Esse maior consumo de energia se reflete em maiores custos para o frete – prejudicando a atividade econômica e a
sociedade em geral –, maior emissão de poluentes, maior risco de acidentes e maiores congestionamentos nas estradas, zonas
portuárias e nos centros urbanos.
Segundo o Ministério dos Transportes, em 2007, o Brasil possuía 1 735 612 km de rodovias, dos quais somente 218 641
km eram pavimentados, contra 30 784 km de ferrovias e 27 000 km de hidrovias (em 2006), sendo que, por falta de investimentos
no setor, apenas 10 000 km são efetivamente utilizados. Como o país tem dimensões continentais, nosso modelo de transporte
de cargas seria mais eficiente nas esferas econômica e ambiental se tivesse priorizado os sistemas ferroviário e hidroviário-
marítimo, que consomem menos energia. Entretanto, é frequente o transporte em caminhão de mercadorias fabricadas em São
Paulo, ao lado do porto de Santos, para cidades portuárias, como Recife ou Porto Alegre, o que aumenta o custo final dessas
mercadorias.
Essa opção política pelo sistema rodoviário se iniciou na segunda metade da década de 1920, ao longo do mandato de
Washington Luís, cujo slogan de governo era: “Governar é abrir estradas”. Ainda no século XX, Getúlio Vargas, promovendo a
integração das regiões brasileiras, Juscelino Kubitschek, com seu Plano de Metas e a construção de Brasília, e os presidentes
militares do período da ditadura, com o programa de integração do Norte e Centro-Oeste às demais regiões, também priorizaram
as rodovias. Isso se explica por uma associação de fatores: é mais rápido e barato construir uma rodovia que uma ferrovia; o
setor rodoviário e as indústrias automobilísticas são grandes geradoras de empregos diretos e indiretos; historicamente, houve
pressão política de empresas multinacionais, falta de planejamento estratégico de médio e longo prazos, e, até 1973, baixos
preços do barril de petróleo.
Somente a partir do final do regime militar (principalmente após 1996, com o início do processo de privatização e
concessão de exploração de portos, rodovias e ferrovias), os investimentos começaram a ser distribuídos de maneira mais
equilibrada entre os vários modos de transporte. Com isso houve uma redução na participação percentual das rodovias e um
aumento das ferrovias e hidrovias no transporte de cargas a longa distância.

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Assim como a energia elétrica e o petróleo, os transportes terrestres e aquáticos são fiscalizados e regulamentados por
agências: em 2001, foram criadas a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq).
As rodovias apresentam a vantagem da mobilidade, o que não se verifica nas ferrovias por dependerem de estações − nem
nos portos – onde há um limite no número de embarcações que podem atracar. Além disso, o sistema rodoviário é insubstituível
em trajetos de curta distância, pois é economicamente inviável a construção de estações ferroviárias e portos muito próximos
uns dos outros.
A estruturação de uma malha de transportes eficiente envolve uma associação entre os modais de transportes utilizados
para deslocar as cargas a longas distâncias, conhecida como sistema intermodal ou multimodal. Nesse sistema, a carga é
transportada por caminhões em viagens de curta distância até a estação ou o porto, e passa a ser transportada por trens ou navios
em viagens de grandes distâncias.

10 - Ambiente e Política Internacional


10.1 - Interferências humanas nos ecossistemas
Desde que os mais distantes antepassados do homo sapiens atual surgiram na Terra, há mais de l milhão de anos, a espécie
humana vem transformando a natureza. No início, essa transformação causava impacto ambiental irrelevante, seja pelo fato de
haver uma pequena população vivendo no planeta, seja por não dispor de técnicas que lhe permitissem fazer grandes
transformações no espaço geográfico.
Com o passar do tempo, alguns grupos humanos começaram a cultivar alimentos e a domesticar animais, fixando-se em
determinados lugares (sedentarização). Com a revolução agrícola, em aproximadamente 10000 a.C., o impacto sobre a natureza
começou a aumentar gradativamente, devido à derrubada de parte das florestas para permitir a prática da agricultura e da pecuária,
e para fornecer madeira para a construção de abrigos mais confortáveis e a obtenção de lenha para cozinhar e aquecer (energia).
Outro importante resultado da revolução agrícola e da sedentarização do ser humano foi o surgimento das primeiras cidades, há
mais ou menos 4 500 anos, o que aumentou ainda mais o consumo de energia e de matérias-primas.
Desde o surgimento do ser humano, a população mundial demorou milhares de anos para atingir os 170 milhões de
habitantes, no início da era cristã.
Depois, precisou de “apenas” 1 700 anos para quadruplicar, atingindo os 700 milhões às vésperas da Revolução Industrial.
A partir daí, passou a crescer num ritmo acelerado, atingindo quase 1,2 bilhão de pessoas por volta de 1850. Cem anos depois,
em 1950, esse número já tinha dobrado novamente, atingindo aproximadamente 2,5 bilhões de seres humanos. Em 1970, já
éramos mais de 3,5 bilhões e, em 1990, mais de 5 bilhões de habitantes no planeta, dobrando em menos de cinquenta anos. No
ano 2000, ultrapassamos a marca de 6 bilhões, e em 2011 chegamos a 7 bilhões de habitante.
Os números anteriores levaram muitas pessoas a concluir que o crescente aumento dos impactos ambientais na época
contemporânea era resultado apenas do acelerado crescimento demográfico. É importante perceber que, além do crescimento
demográfico, ocorreram avanços técnicos, que aumentaram cada vez mais a capacidade de transformação da natureza. Até a
Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, nunca o ser humano tinha reunido tamanha capacidade de consumir matérias-
primas e fontes de energia e, portanto, de transformar a natureza. Os impactos ambientais passaram a crescer em ritmo muito
acelerado.
É importante lembrar que os ecossistemas têm grande capacidade de regeneração e recuperação ante eventuais impactos
esporádicos, descontínuos ou localizados, muitos dos quais decorrentes da própria natureza. Contudo, a agressão causada pelas
atividades humanas é contínua, não dando tempo para que o ambiente se regenere. Portanto, é urgente a necessidade de se
rediscutir o modelo de desenvolvimento, o modelo de consumo, a desigual distribuição de riqueza e o padrão tecnológico
existentes no mundo atual.

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Hotspot, também chamado de ponto crítico, é um termo em inglês cunhado pelo cientista Norman Myers. O ponto crítico
se refere a lugares que possuem uma biodiversidade extremamente rica e, ao mesmo tempo, ameaçada de extinção. De acordo
com a organização Conservation International, para uma região ser considerada um hotspot (em português: ponto crítico) de
biodiversidade, esta deve obedecer a dois critérios:
 A região deve possuir um número de espécies de plantas vasculares endêmicas de ao menos 1.500. Ou seja, uma grande
quantidade de plantas que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta, sendo, portanto, insubstituíveis;
 Além disso, sua vegetação original deve estar ameaçada de extinção, que é quando esta se encontra em 30% ou menos da sua
vegetação nativa primária.
Os critérios estão atrelados às plantas, pois estas são cruciais, já que são produtoras primárias, a base de diversas cadeias
alimentares, além de servirem de abrigo para outros seres vivos, como aves e mamíferos. Um alto grau de endemismo, por sua
vez, é a medida do quão única e insubstituível a biodiversidade de uma região é, devendo esta, portanto, receber especial atenção
no que diz respeito a medidas de conservação.

Qual a importância dos hotspots de biodiversidade?


O conceito de hotspot foi sugerido pelo cientista Norman Myers em 1988, a partir da crescente preocupação de
ambientalistas e ecologistas acerca da rápida perda de habitats em áreas de grande biodiversidade e endemismo.
A biodiversidade é o que sustenta toda a vida na Terra, inclusive a vida humana, pois sem a diversidade de espécies não
haveria alimento, ar ou qualquer condição para manutenção de sociedades. Havendo recursos financeiros e de tempo limitados
para a conservação da biodiversidade, a delimitação de hotspots é uma forma estratégica de direcionamento dos esforços para a
redução da taxa de extinção da biodiversidade global.
Os hotspots servem ainda como indicadores dos efeitos das atividades humanas sobre o meio ambiente. Hoje existem
36 hotspots (sendo dois destes brasileiros), os quais se encontram nos ecossistemas mais ricos e importantes no mundo e que
abrigam muitas populações humanas em estado de vulnerabilidade que têm sua sobrevivência diretamente atrelada à natureza
dessas regiões. Para se ter uma ideia, apesar de representarem apenas 2,5% da superfície da Terra, os ecossistemas presentes
nos hotspots correspondem a 35% dos serviços ecossistêmicos dos quais essas populações vulneráveis dependem.

Quais são os dois hotspots brasileiros?


Os dois hotspots de biodiversidade no Brasil são o Cerrado e a Mata Atlântica.

Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro depois da Amazônia e originalmente cobria uma área de 2.031.990 km².
Desta área, apenas 21,3% ainda se encontra intacta. Neste bioma, existem diferentes tipos de vegetação, muito por conta das
variadas condições do solo.
O Cerradão é sua única formação florestal, a qual consegue atingir até 7 metros de altura nos solos mais férteis. Já o
Cerrado stricto sensu é formado por espécies herbáceas bem desenvolvidas, pequenas árvores e arbustos. Suas outras formações
são o campo limpo e o campo sujo, além das matas de galeria.
O clima no Cerrado é tropical, apresentando chuvas concentradas entre abril e outubro. Sua estação seca bem definida é
acompanhada de queimadas, naturais e provocadas pelo homem. Estas duas características são relevantes para a ecologia do
Cerrado, cujas plantas típicas são próprias de regiões secas e com adaptações ao fogo (árvores com cascas grossas, folhas
resistentes e capacidade de regeneração rápida). O fogo tem ainda um papel importante na germinação das sementes de várias
plantas da região.
O Cerrado é hoje a mais importante região do agronegócio do Brasil, sendo seu consequente impacto ambiental uma
ameaça às mais de 12 mil plantas nativas, das quais mais de 4 mil são endêmicas, aos grandes mamíferos como o lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), a anta (Tapirus terrestris), o veado-campeiro
(Ozotoceros bezoarticus), a onça-pintada (Panthera onca) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), além de 856 espécies de aves.
A degradação ambiental deste ambiente prejudica ainda as pessoas que dependem de seus recursos naturais, como
populações indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos e quebradeiras de coco babaçu.

Mata Atlântica
A Mata Atlântica é composta por uma série de ecossistemas de florestas tropicais da América do Sul, incluindo
os manguezais e os ambientes de restinga. Os tipos de vegetação deste bioma são determinados pela altitude que ocupam nesta
região de clima tropical, sendo estes as matas de grandes altitudes, as florestas de encostas e as matas da planície costeira.
Existem ainda formações mais secas, que são as florestas mistas e as matas semi-decíduas de interior.
De acordo com dados da SOS Mata Atlântica, apenas 12,4% da área original (estimada em 1.200.000 km²) estão intactos.
A região que compreende este bioma foi a primeira a ser colonizada e é hoje a de maior adensamento populacional do país, o
que exerce grande pressão sobre o bioma. O endemismo da Mata Atlântica é composto pela seguinte quantidade de espécies:
 5 mil plantas;
 71 espécies de mamíferos, incluindo o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie-bandeira da região;
 133 espécies de peixes;
 148 espécies de aves, incluindo o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis);
 286 espécies de anfíbios; e
 94 espécies de répteis.

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Quantos hotspots há no mundo?
Além desses dois hotspots da biodiversidade brasileira, existem outros 34 hotspots presentes na Terra:
AMÉRICA DO NORTE (2):
 Província Florística da Califórnia
 Floresta de Pinho – Encino de Sierra Madre (México e EUA)

AMÉRICA CENTRAL (2):


 Mesoamércia (Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize e México).
 Ilhas do Caribe

AMÉRICA DO SUL (5):


 Tumbes – Choco – Magdalena (Panamá, Colômbia, Equador e Peru).
 Florestas Valdívias (Chile Central).
 Andes Tropicais
 Cerrado
 Mata Atlântica (Brasil, Paraguai e Argentina).

ÁFRICA (8):
 Floresta da Guiné (África Ocidental).
 Chifre da África
 Floresta de Afromontante (África Oriental).
 Montanhas do Arco Oriental
 Madagascar e Ilhas do Oceano Índico
 Maputaland – Pondoland – Albany (África do Sul, Swazilândia e Moçambique).
 Província Florística do Cabo (África do Sul).
 Karoo de Plantas Suculentas (África do Sul e Namíbia).

ÁFRICA E EUROPA (1):


 Bacia do Mediterrâneo

EUROPA (2):
 Cáucaso
 Região Irano – Anatólica

ÁSIA (6):
 Montanhas da Ásia Central
 Himalaias
 Ghats Ocidentais (Índia e Sri Lanka).
 Montanha do Centro Sul da China
 Japão
 Regiões da Indo – Birmânia

ÁSIA E OCEANIA (1):


 Sunda (Indonésia, Malásia e Brunei).

OCEANIA (7):
 Filipinas
 Wallacea (Indonésia)
 Sudoeste da Austrália
 Ilhas da Polinésia e Micronésia (incluindo Hawai).
 Ilhas da Melanésia Oriental
 Nova Caledônia
 Nova Zelândia

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Dentre estes, os Andes
Tropicais são o
maior hotspot do mundo,
com cerca de 1/6 de todas
as espécies de plantas do
planeta.
Ainda que partes
desses hotspots se
encontrem dentro de
áreas protegidas, as
mudanças na paisagem
ao redor destas afetam
sua biodiversidade e
funções ecossistêmicas.
Sendo necessário,
portanto, a ação articulada
com outras estratégias de
conservação, como o
monitoramento contínuo
da conservação da
biodiversidade.

10.2 - A importância da questão ambiental


Ao final da década de 1960, o mundo estava polarizado entre dois blocos políticos e econômicos antagônicos: o capitalista,
sob a influência dos Estados Unidos (que comandava o “primeiro mundo”), e o socialista (ou “segundo mundo”), sob influência
da União Soviética.
Nessa época, os problemas ambientais começavam a ser enfrentados no primeiro mundo, sobretudo na Europa, e os países
do segundo mundo ainda buscavam acelerar seu processo de industrialização promovendo grandes agressões ambientais. Entre
os países em desenvolvimento (na época também conhecidos como “terceiro mundo”), em sua maioria capitalistas, também
imperava um modelo de crescimento econômico bastante agressivo ao meio ambiente.
A preocupação com o meio ambiente era vista pelos países em desenvolvimento como uma forma de os países
desenvolvidos impedirem seu crescimento econômico. Indira Ghandi, primeira-ministra da Índia, afirmou que “A pobreza é a
pior forma de poluição”, e acabou desempenhando um importante papel no enfoque da agenda da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972.
No início da década de 1970, as principais correntes de pensamento sobre as causas da degradação ambiental culpavam
a busca incessante do crescimento econômico e a “explosão demográfica” pelo aumento da exploração dos recursos naturais,
pela poluição e pelo desmatamento. Em 1971 foi publicado um estudo chamado Limites do crescimento, realizado por um grupo
de cientistas de vários países que se reuniam com a intenção de estudar os problemas mundiais. Esse grupo ficou conhecido
como Clube de Roma e seu estudo analisou cinco variáveis: tecnologia, população, nutrição, recursos naturais e meio ambiente,
concluindo que o planeta entraria em colapso até o ano 2000 caso fossem mantidas as tendências de produção e consumo
vigentes. Para evitar o colapso, sugeriam a redução tanto do crescimento populacional quanto do crescimento econômico, política
que ficou conhecida como “crescimento zero”.
Imediatamente, os países em desenvolvimento contestaram essa política acusando-a de ser muito simplista e considerar
que todos os países eram homogêneos quanto ao consumo de energia e matérias-primas.
Embora tenha sido muito criticada, a política do “crescimento zero” tornou pública a noção de que o desenvolvimento
poderia ser limitado pela disponibilidade finita dos recursos naturais do planeta.
Todos os seres humanos precisam satisfazer suas necessidades básicas de moradia, alimentação, saúde, vestimentas e
educação. Qualquer modelo de desenvolvimento que impeça essa satisfação é insustentável tanto do ponto de vista social quanto
ambiental, uma vez que a manutenção da pobreza dificulta o enfrentamento das questões ambientais. É necessário redefinir os
objetivos e estratégias de desenvolvimento, o que pressupõe um padrão menos dispendioso de consumo entre a parcela mais rica
da população mundial e novos paradigmas para a sociedade como um todo, como nos alertou Mahatma Gandhi.

A inviabilidade do modelo consumista de desenvolvimento


Os países desenvolvidos abrigam em torno de um quinto da população mundial, ou cerca de 1,4 bilhão de habitantes. No
entanto, eles respondem pelo consumo de mais da metade de todos os recursos (matérias-primas, energia e alimentos) produzidos
ou extraídos da natureza. Caso esse padrão de consumo fosse estendido aos dois terços da humanidade que atualmente vivem
em condições de pobreza ou miséria, a demanda por matérias-primas e energia e a produção de lixo levariam as agressões
ambientais a patamares insustentáveis, como vem ocorrendo em vastas áreas rurais e urbanas do território chinês.
Há mais de duas décadas a China vem apresentando os mais elevados índices de crescimento econômico do mundo, com
grande incremento na produção industrial (segundo o Banco Mundial, seu PIB cresceu em média 10,6% ao ano no período 1990-
2000 e 9,3% entre 2001 e 2010).

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Esse explosivo crescimento aumentou muito a demanda por matérias-primas e fontes de energia e, consequentemente, a
produção de resíduos que poluem o ar, a água e o solo – em 2008, a China já era o maior emissor de dióxido de carbono na
atmosfera.
Como a preservação do meio ambiente reduziria a competitividade de sua economia, até o final do século passado o
governo chinês fez vistas grossas e permitiu que os níveis de poluição atingissem patamares insustentáveis. Embora atualmente
a China seja um dos países que mais investem na busca de energias renováveis e não poluentes e em preservação ambiental,
algumas regiões ainda estão com sérios problemas de abastecimento de água para a população e a irrigação agrícola devido ao
desmatamento (que compromete as nascentes) e à poluição provocada pelo lançamento nos rios de esgoto domiciliar e industrial
sem tratamento. Nas maiores cidades, a poluição atmosférica provocada pelos veículos e indústrias tornou a qualidade do ar
quase sempre imprópria, comprometendo a saúde da população.
Além de utilizar seus próprios recursos naturais de forma ecologicamente insustentável, a China transformou-se num
grande importador de matérias-primas e fontes de energia, contribuindo para a elevação do preço de muitos produtos primários
no mercado internacional e interferindo no meio ambiente de lugares muito distantes de seu território.
Especialmente em países africanos, como Angola, Nigéria e Sudão do Sul, a China tem investido em vários projetos de
extração de minérios e de petróleo para garantir o abastecimento de seu parque industrial.
O exemplo chinês nos mostra que a grande questão que se coloca hoje em dia para todos os países é a busca de um modelo
de desenvolvimento que seja social e ecologicamente sustentável, isto é, que não cause tantos impactos ao meio ambiente e que
promova melhor distribuição da riqueza. Para isso, como veremos a seguir, seria necessário um novo modelo de sociedade.
Essa discussão esteve presente em várias conferências mundiais sobre meio ambiente, população e desenvolvimento:
Estocolmo-72, Rio-92, Conferência sobre População e Desenvolvimento (realizada no Cairo, Egito, em 1994), Conferência
Mundial sobre Assentamentos Humanos – Habitat II (Istambul, Turquia, em 1996), Rio + 10 (Johannesburgo, África do Sul,
2002) e Rio + 20 (Rio de Janeiro, 2012).
O fortalecimento da democracia e da cidadania em escala mundial pode colaborar, pela pressão da sociedade civil
organizada, para a solução desses complexos problemas. A seguir, vamos estudar as principais conferências mundiais sobre meio
ambiente e desenvolvimento.

10.3 - Conferências mundiais sobre o meio ambiente e desenvolvimento


Estocolmo-72
Como vimos, os impactos ambientais são decorrência de modelos de desenvolvimento que encaram a natureza e seus
complexos e frágeis ecossistemas apenas como inesgotáveis fontes de energia e de matérias-primas, além de receptáculo dos
resíduos poluentes produzidos pelas cidades, indústrias e atividades agrícolas. Todos esses impactos foram provocados porque
a natureza era vista apenas como fonte de lucros.
A humanidade progrediu tanto em termos tecnológicos que passou a ver a natureza como algo separado dela mesma. Já
nos séculos XVIII e XIX, os impactos ambientais provocados pela crescente industrialização eram muito grandes. Entretanto,
ainda eram localizados e atingiam basicamente os trabalhadores, as camadas mais pobres da população. Os proprietários das
fábricas moravam distante das regiões fabris e tinham como se refugiar das diversas formas de poluição. Com o passar do tempo,
devido à crescente expansão do processo de industrialização e urbanização, os impactos ambientais foram aumentando, até que,
após a Segunda Guerra Mundial (1939- -1945), passaram a ter consequências globais.
Para debater tais problemas, foi realizada, de 5 a 16 de junho de 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Homem
e o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia). Nesse encontro, foram rediscutidas as polêmicas sobre o antagonismo entre
desenvolvimento e meio ambiente apresentadas em 1971 pelo Clube de Roma.
Como vimos, a política do “crescimento zero” propunha o controle da natalidade e o congelamento do crescimento
econômico como única solução para evitar que o aumento dos impactos ambientais levasse a uma tragédia ecológica mundial.
Obviamente, essa era uma péssima solução para os países em desenvolvimento, os que mais necessitavam de crescimento
econômico para promover as melhorias da qualidade de vida da população.
A Declaração de Estocolmo, documento elaborado ao final do encontro, composto por uma lista de 26 princípios,
estipulou ações para que os países buscassem resolver os conflitos inerentes entre as práticas de preservação ambiental e o
crescimento econômico. Ficou estabelecido o respeito à soberania das nações, isto é, a liberdade de os países em desenvolvimento
buscarem o crescimento econômico e a justiça social explorando de forma sustentável seus recursos naturais.
Outras decisões importantes desse encontro foram a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma) e a instituição do dia 5 de junho, data do seu início, como Dia Internacional do Meio Ambiente.
Ao longo da década de 1970, após a Conferência, vários países passaram a criar órgãos de defesa do meio ambiente e
legislações de controle contra a poluição ambiental – em vários países, poluir passou a ser crime.

O desenvolvimento sustentável
Em 1983, a Assembleia Geral da ONU indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para
presidir uma comissão encarregada de estudar o tema ambiental. Em 1987, foi publicado pela Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento da ONU um estudo denominado “Nosso futuro comum”, mais conhecido como Relatório
Brundtland. Esse estudo, que defendia o desenvolvimento para todos, buscava um equilíbrio entre as posições antagônicas
surgidas na Estocolmo-72 e criou a noção de desenvolvimento sustentável, “aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. Já as sociedades sustentáveis
estariam baseadas em igualdade econômica, justiça social, preservação da diversidade cultural, da autodeterminação dos povos
e da integridade ecológica. Isso obrigaria pessoas e países a mudanças não apenas econômicas, mas sociais, morais e éticas.

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Legislação ambiental no Brasil
Como vimos no capítulo anterior, em 1981 foi aprovada pelo Congresso Nacional brasileiro a Lei 6 938, que instituiu a
Política Nacional do Meio Ambiente e criou as bases para a proteção ambiental ao conceituar expressões como “meio ambiente”,
“poluidor”, “poluição” e “recursos naturais”. Em 1986, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou uma
resolução sobre o tema e passou a ser exigido o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo resumo no Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/Rima), além do licenciamento e autorização expedidos pelo Ibama para a realização de qualquer obra ou
atividade que provoque impacto ambiental.
A norma legal que instituiu no Brasil a obrigatoriedade de realização de Estudo de Impacto Ambiental e de sua divulgação
ao público em um documento acessível aos que não são especialistas na área, chamado Relatório de Impacto Ambiental.
Obrigatoriamente, no EIA/Rima deve-se desenvolver um diagnóstico ambiental, considerando o meio físico, o biológico e o
socioeconômico.
A Constituição Federal brasileira de 1988, promulgada um ano após a publicação do relatório Nosso futuro comum,
incorporou o conceito de desenvolvimento sustentável e foi a primeira da história brasileira a dedicar um capítulo ao meio
ambiente. Ela estabelece, no artigo 225, que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Rio-92
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Cúpula da Terra,
Rio-92 ou Eco-92, foi realizada em 1992 no Rio de Janeiro e reuniu representantes de 178 países, além de milhares de membros
de organizações não governamentais (ONGs) numa conferência paralela. Esse encontro, que na fase preparatória teve como
subsídio o Relatório Brundtland, definiu uma série de resoluções, visando alterar o atual modelo consumista e excludente de
desenvolvimento para outro, social e ecologicamente mais sustentável.
O objetivo fundamental era tentar minimizar os impactos ambientais no planeta, garantindo, assim, o futuro das próximas
gerações. Na busca do desenvolvimento sustentável, foram elaboradas duas convenções, uma sobre biodiversidade, outra sobre
mudanças climáticas; uma declaração de princípios relativos às florestas e um plano de ação.
A Convenção sobre Biodiversidade e a Convenção sobre Mudanças Climáticas têm como agente financiador um
organismo denominado Fundo Global para o Meio Ambiente – GEF (do inglês, Global Environment Facility). Criado em 1990,
o GEF é dirigido pelo Banco Mundial e recebe apoio técnico e científico dos Programas das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud) e para o Meio Ambiente (Pnuma).
• A Convenção sobre Biodiversidade traçou uma série de medidas para a preservação da vida no planeta. Em vigor desde 1993,
essa convenção tenta frear a destruição da fauna e da flora, concentradas principalmente nas florestas tropicais, as mais ricas
em biodiversidade.
• A Convenção sobre Mudanças Climáticas, em vigor desde 1994, estabeleceu várias medidas para diminuir a emissão de
poluentes pelas indústrias, automóveis e outras fontes poluidoras, com o objetivo de atenuar o agravamento do efeito estufa, o
avanço da desertificação etc. Nessa convenção, foi assinado o Protocolo de Kyoto (Japão, 1997), visando à redução da emissão
de poluentes na atmosfera.
• A Declaração de Princípios Relativos às Florestas é uma série de indicações sobre manejo, uso sustentável e outras práticas
voltadas à preservação desses biomas.
• O Plano de Ação, mais conhecido como Agenda 21, é um ambicioso programa para a implantação de um modelo de
desenvolvimento sustentável em todo o mundo durante o século XXI. Esse objetivo, entretanto, requer volumosos recursos, e
os países desenvolvidos comprometeram-se a contribuir com 0,7% de seus PIBs para essa finalidade. Com o objetivo de
fiscalizar a aplicação da Agenda 21, foi criada a Comissão de Desenvolvimento Sustentável. O órgão, sediado em Nova York
e vinculado à ONU, agrega 53 países-membros, entre os quais o Brasil. Muitos países, contudo, não estão cumprindo o
compromisso, com raras exceções, como os países nórdicos.

Rio + 10
A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio + 10, foi realizada em Johannesburgo,
África do Sul, em 2002, reunindo delegações de 191 países. O principal objetivo do encontro foi realizar um balanço dos
resultados práticos obtidos depois da Rio-92.
Nesse encontro foram discutidos quatro temas, escolhidos como mais importantes para a busca do desenvolvimento
sustentável:
• erradicação da pobreza;
• mudanças no padrão de produção e consumo;
• utilização sustentável dos recursos naturais;
• possibilidades de se compatibilizar os efeitos da globalização com a busca do desenvolvimento sustentável.
Desde o início das discussões ficou acordado entre os participantes que na ocasião não seriam discutidos os temas das
duas convenções assinadas na Rio-92 (Biodiversidade e Mudanças Climáticas), mas sim os mecanismos que possibilitassem
ampliar sua implantação na prática. Essa intenção ficou descrita no documento final do encontro: Plano de Implementação da
Agenda 21, no qual se propõem alterações nos padrões mundiais de produção e consumo, com utilização racional dos recursos
naturais e busca de modelos sustentáveis que utilizem menor quantidade de energia e produzam menos resíduos poluentes.

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Porém, o Plano de Implementação da Agenda 21 acabou se restringindo a um conjunto de diretrizes que cada país
signatário pode ou não realizar na prática. Como não há nenhum órgão internacional de controle, os acordos realizados nas
conferências da ONU constituem o consenso mínimo sobre os temas abordados após as nações presentes apresentarem suas
posições.
Segundo o próprio documento oficial do encontro, “[...] na prática, os documentos aprovados em Johannesburgo apenas
representam um conjunto de diretrizes e princípios para as nações, cabendo a cada país transformá-las em leis nacionais para
garantir a sua realização”.

Rio + 20
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012.
Inicialmente, havia a expectativa de que fossem realizadas ações concretas para colocar em prática os temas discutidos
durante a Rio-92, como a implantação da Agenda 21 em escala global e outros também ligados ao desenvolvimento sustentável,
na busca de maior justiça social, crescimento econômico e preservação ambiental. Entretanto, o documento final ficou restrito a
uma série de declarações e não vinculou nenhuma obrigação aos países participantes.
Esse documento, chamado O futuro que queremos, não apresentou nenhum avanço teórico ou prático em relação às
conferências anteriores. Foi apresentada a proposta de criação do conceito de economia verde, mas após muitas críticas e
discussões teóricas não se chegou a um consenso sobre o seu conteúdo. Muitas outras decisões importantes, como a criação de
um mecanismo de financiamento ao desenvolvimento sustentável e a concretização de um acordo para a proteção do alto-mar,
foram adiadas para os próximos encontros.
Leia sobre as dificuldades de implementação de algumas medidas discutidas durante o encontro.

O que era esperado e o que a Rio + 20 produziu na prática


Transição para a economia verde
Esperado: como financiar a transição para a economia verde e o acesso a tecnologias mais limpas.
Resultado: economia verde aparece no texto final como um dos “instrumentos” para o desenvolvimento sustentável, mas sai da
Rio + 20 sem um conjunto rígido de regras.
Status do Pnuma
Esperado: que o Pnuma se tornasse uma agência independente da ONU com contribuições de todos os países-membros.
Resultado: países concordaram em “fortalecer” e promover “mudanças de patamar” do Pnuma, mas não o transformaram em
agência.
PIB
Esperado: que fosse lançado processo na ONU para desenvolver indicadores econômicos que complementassem ou
substituíssem o PIB.
Resultado: Assembleia Geral da ONU pede que Comissão de Estatística das Nações Unidas estude indicado res de
crescimento para “complementar” PIB.
Objetivos de desenvolvimento sustentável (ods)
Esperado: que fossem definidas metas sociais e ambientais para substituir as atuais Metas do Milênio, que terminam em
2015.
Resultado: Assembleia Geral da ONU criará neste ano grupo de trabalho de 30 integrantes para propor metas de
desenvolvimento sustentável em 2013.
Oceanos
Esperado: que saísse da Rio + 20 um acordo de implementação da Convenção da ONU sobre o direito do mar, de 1982, para
proteger a biodiversidade em alto-mar.
Resultado: texto apenas menciona “tomar uma decisão” até 2015 sobre criar ou não esse instrumento.
Pobreza
Esperado: metas para a erradicação da pobreza.
Resultado: texto final menciona que é “essencial haver sistemas de proteção social para reduzir as desigualdades e a exclusão
social”, mas definição das metas deve vir com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
CONFERÊNCIA repete promessas e adia ações para 2015. Folha de S. Paulo. São Paulo, 23 jun. 2012. Cotidiano, p. 11.
Disponível em: <http://acervo.folha.com.br/fsp/2012/06/23/15//5795865>. Acesso em: 12 out. 2012.Compreendendo
conteúdos
10.4 - Interferências humanas no clima
Poluição atmosférica
A poluição atmosférica é provocada por fontes:
• estacionárias, como indústrias, usinas termelétricas e incineradores;
• móveis, como caminhões, ônibus e carros;
• esporádicas, como incêndios em fontes diversas.
É um dos grandes problemas de saúde pública, principalmente nas grandes aglomerações urbanas. Na zona rural brasileira,
a prática de queimadas em canaviais e os incêndios em florestas e outras formações vegetais são os principais responsáveis pela
poluição atmosférica.

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Com o lançamento de gases e partículas sólidas na atmosfera, tanto pode ocorrer um desequilíbrio nas proporções de
gases que já a compõem (caso da elevação da concentração de dióxido de carbono ou gás carbônico), quanto a presença de gases
estranhos a ela, como é o caso do dióxido de enxofre, dos óxidos de nitrogênio e do monóxido de carbono. Ocorre também o
aumento de elementos ou partículas que naturalmente não aparecem na composição atmosférica, como o chumbo, as poeiras
industriais, os aerossóis, as fumaças negras, os hidrocarbonetos, os solventes, etc.
A elevação dos níveis de poluentes na atmosfera traz uma série de desconfortos às pessoas, tais como irritação nos olhos
e na garganta – os mais imediatos – e problemas respiratórios, principalmente para os que já têm predisposição a eles, como
aqueles que têm doenças crônicas (asma e bronquite, por exemplo). Alguns fenômenos naturais, como a ocorrência de inversões
térmicas, os longos períodos de estiagem ou a própria configuração do relevo, aumentam a concentração de poluentes na
atmosfera ou dificultam sua dispersão.

O efeito estufa e O aquecimento global


O efeito estufa é um fenômeno natural e fundamental para a vida na Terra. Ele consiste na retenção do calor irradiado
pela superfície terrestre nas partículas de gases e de água em suspensão na atmosfera, evitando que a maior parte desse calor se
perca no espaço exterior. A consequência é a manutenção do equilíbrio térmico do planeta e a sobrevivência das várias espécies
vegetais e animais que compõem a biosfera. Sem esse fenômeno, seria impossível a vida na Terra como a conhecemos hoje.
O fenômeno tem esse nome porque se assemelha àquilo que ocorre nas estufas de plantas, frequentemente utilizadas nos
países de clima temperado para abrigar determinadas espécies durante o inverno.
Uma estufa é uma construção com paredes e teto de vidro ou plástico transparente, a qual tem a capacidade de reter calor,
mantendo a temperatura interna mais elevada que a externa. Você pode perceber o efeito estufa no cotidiano. Por exemplo, num
dia ensolarado os motoristas procuram estacionar seus veículos em uma vaga na sombra porque o interior de um carro exposto
ao sol fica quente e abafado. Um carro funciona como se fosse uma estufa: os raios solares entram pelo vidro, mas depois o calor
não consegue sair.
A crescente emissão de certos gases que têm capacidade de absorver calor, como o metano, os clorofluorcarbonetos
(CFCs) e, principalmente, o dióxido de carbono, faz com que a atmosfera retenha mais calor do que deveria em seu estado
natural. O problema, portanto, não está no efeito estufa, mas em sua intensificação, causada pelo desequilíbrio da composição
atmosférica. A intensa e permanente queima de combustíveis fósseis e de florestas tem elevado os níveis de dióxido de carbono
na atmosfera desde a Primeira Revolução Industrial, com efeitos cumulativos.
As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global provocado pela intensificação do efeito estufa levaram a
Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) a criar, em 1988,
o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), um grupo formado por 2500 cientistas de 130
países.
Segundo o relatório de 2007 do IPCC, poderá ocorrer um aumento entre 1,4 e 5,8 ºC na temperatura do planeta entre 1990
e 2100. Nesse mesmo período o nível do mar poderá subir de 10 a 90 centímetros por causa da fusão do gelo do topo das
montanhas, do derretimento da camada que recobre as terras polares e da dilatação da água dos mares. Outra possível
conseqüência do aquecimento global é a alteração nos climas e na distribuição das plantas pela superfície do planeta. O aumento
da temperatura modifica o metabolismo das plantas e a transpiração, alterando a quantidade de água necessária ao seu
desenvolvimento. Disso deve decorrer o aumento da produtividade agrícola em algumas regiões e a diminuição em outras.

Redução da camada de ozônio


De toda a radiação solar que atinge a superfície da Terra, 45% é luz visível, 45% é radiação infravermelha e 10% são
raios ultravioleta, cujo aumento de intensidade poderia comprometer as condições de vida no planeta e a própria sobrevivência
da espécie humana.
Acima dos 15 km de altitude há uma grande concentração de ozônio, o que forma uma espécie de escudo ou filtro natural,
com cerca de 30 km de espessura, contra a ação dos raios ultravioleta.
Desde a década de 1980 os satélites meteorológicos vêm fornecendo imagens que mostram a destruição da camada de
ozônio, principalmente sobre a Antártida.
O principal responsável por essa destruição é o gás CFC (clorofluorcarbono), usado como fluido de refrigeração em
geladeiras e aparelhos de ar-condicionado e como solvente nas embalagens de aerossóis e nas espumas plásticas.
Em 1986, 120 países assinaram o Protocolo de Montreal (Canadá), um acordo de redução do uso de CFC. Todos os artigos
que continham CFC deveriam ter sua produção e utilização interrompidas até 1996, e essa substância deveria ser substituída por
outras inofensivas ao ozônio, como o HFC (hidrofluorcarbono) e outros, que atualmente são usados nas geladeiras.
Além do grande buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, foram detectados miniburacos também sobre o polo norte.
A preocupação era se a circulação atmosférica não faria esses buracos se ampliarem, atingindo regiões mais habitadas. Governos
e indústrias, sob pressão da sociedade civil, tomaram iniciativas para colocar em prática os acordos firmados pelo Protocolo de
Montreal – entre outras, substituir o CFC usado em motores de geladeiras, condicionadores de ar e outros equipamentos. Desde
então houve uma significativa redução da emissão desse gás e já há projeções de que a camada de ozônio pode ser completamente
recomposta até meados deste século.

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Ilhas de calor
A ilha de calor é uma das mais evidentes demonstrações da ação humana como fator de mudança climática. O fenômeno resulta
da elevação das temperaturas médias nas áreas urbanizadas das grandes cidades, em comparação com áreas vizinhas. A diferença de
temperatura entre o centro da cidade e as áreas periféricas pode chegar até 7 ºC. A expansão da mancha urbana de São Paulo, por
exemplo, provocou um aumento de 1,3 ºC na temperatura média anual entre 1920 e 2005, que subiu de 17,7 ºC para 19 ºC. Isso ocorre
por causa das diferenças de irradiação de calor entre as áreas impermeabilizadas e as áreas verdes. A substituição da vegetação por
grande quantidade de casas e prédios, viadutos, ruas e calçadas pavimentadas faz aumentar significativamente a irradiação de calor para
a atmosfera, em comparação com as zonas rurais, onde, em geral, é maior a cobertura vegetal. Além disso, nas zonas centrais das
grandes cidades é muito maior a concentração de gases e materiais particulados lançados por veículos automotores. Esses materiais são
responsáveis por um efeito estufa localizado, que colabora para aumentar a retenção de calor. A isso se soma o calor liberado pelos
motores dos veículos, o que acentua o fenômeno da ilha de calor. Nas grandes metrópoles os veículos atingem milhões de unidades;
por exemplo, na cidade de São Paulo, em 2012, havia cerca de 6 milhões de veículos automotores em circulação.
Deve-se salientar, no entanto, que uma cidade pode ter diversos picos de temperatura espalhados pela mancha urbana – como
mostra, por exemplo, o mapa ao lado –, caracterizando várias ilhas de calor. Uma região densamente edificada e industrializada
apresenta picos de temperatura mais elevados do que bairros residenciais com grandes áreas verdes.
A formação de ilhas de calor facilita a ascensão do ar, formando uma zona de baixa pressão. Isso faz com que os ventos soprem,
pelo menos durante o dia, para essa área central, trazendo, muitas vezes, maiores quantidades de poluentes. Sobre a zona central da
mancha urbana forma-se uma “cúpula” de ar pesadamente poluído. No caso das grandes metrópoles, com elevados índices de poluição,
os ventos que sopram de zonas industriais periféricas rumo às zonas centrais concentram ainda maiores quantidades de poluentes.
Nessas cidades, do alto dos prédios ou quando se está chegando por uma estrada, pode-se ver nitidamente uma “cúpula”
acinzentada recobrindo-as.

As chuvas ácidas
Mesmo em ambiente não poluído, as chuvas são sempre ligeiramente ácidas. A combinação de gás carbônico e água presentes
na atmosfera produz ácido carbônico, que dá às chuvas uma pequena acidez. O fenômeno das chuvas ácidas de origem antrópica causa,
porém, graves problemas por resultar da elevação anormal dos níveis de acidez da atmosfera, em conseqüência do lançamento de
poluentes produzidos sobretudo por atividades urbano-industriais. Trata-se de mais um fenômeno atmosférico causado, em escala local
e regional, pela emissão de poluentes das indústrias, dos meios de transporte e de outras fontes de combustão. Os principais causadores
desse fenômeno são o dióxido de nitrogênio e o trióxido de enxofre – que é a combinação do dióxido de enxofre, emitido pela queima
de combustíveis fósseis, e do oxigênio, já presente na atmosfera.
A concentração de trióxido de enxofre aumentou na atmosfera com a ampliação do uso de combustíveis fósseis nos transportes,
nas termelétricas e nas indústrias. Cerca de 90% do dióxido de enxofre é eliminado pela queima do carvão e do petróleo. Já pelo menos
70% do dióxido de nitrogênio é emitido pelos veículos automotores. Enquanto a concentração do primeiro está gradativamente
diminuindo na atmosfera, a do segundo está aumentando, por causa da maior utilização do transporte rodoviário.
Os países que mais colaboram para a emissão desses gases são os industrializados do hemisfério norte. Por isso as chuvas ácidas
ocorrem com mais intensidade nessas nações, principalmente no nordeste da América do Norte e na Europa ocidental.
Como ocorrem as chuvas ácidas? O trióxido de enxofre e o dióxido de nitrogênio lançados na atmosfera, ao se combinarem com
água em suspensão, transformam-se em ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso, respectivamente, que têm elevada capacidade de
corrosão.
A ação corrosiva da chuva ácida foi detectada no século XVIII e sua intensidade só tem aumentado. Em 1872, Robert Angus
Smith, inspetor de saúde pública de Londres, escreveu o livro Ar e chuva: fundamentos de uma climatologia química, no qual apontava
a grande concentração de ácido sulfúrico no ar londrino e a conseqüente oxidação das peças de metal da cidade.
Além de causar corrosão de metais e deterioração de monumentos históricos – alguns extremamente valiosos, como os
monumentos gregos de Atenas –, as chuvas ácidas provocam impactos, muitas vezes, a centenas de quilômetros das fontes poluidoras.
Muitos lagos da Escandinávia estão acidificados por causa das chuvas alteradas pelo lançamento de dióxido de enxofre e de
dióxido de nitrogênio por indústrias localizadas na Alemanha, Reino Unido e França, a centenas de quilômetros ao sul. O mesmo
ocorreu com lagos canadenses, localizados bem ao norte dos centros industriais da região dos Grandes Lagos. A acidificação das águas
está matando todas as formas de vida nesses lagos. É impossível a manutenção da vida num ambiente com ph menor que 2,3, mas,
antes mesmo de se chegar a esse nível de acidez, muitas espécies já perecem, desequilibrando o ecossistema aquático.
Outro impacto causado pelas chuvas ácidas, que é tanto mais grave quanto mais próximo das fontes poluidoras, é a destruição
da cobertura vegetal. Essa tragédia ecológica é muito comum nos países desenvolvidos.
No Brasil, esse fenômeno ocorre de forma significativa na região metropolitana de São Paulo, nas cidades mineiras onde se
produz aço e no Rio Grande do Sul, próximo às termelétricas movidas a carvão, cuja poluição atinge até o Uruguai.
Décadas de 1980 e 1990 em Cubatão, município da Região Metropolitana da Baixada Santista (SP). Em alguns pontos da escarpa
da serra do Mar, nas proximidades das principais fontes poluidoras, parte da vegetação de pequeno e médio porte desapareceu. As
árvores resistiram à poluição, mas, com a morte dos vegetais de pequeno porte, o solo ficou exposto, o que favoreceu a ocorrência de
escorregamentos e agravou o desmatamento das encostas. Nos últimos anos, porém, a diminuição da emissão de poluentes pelas
indústrias do polo petroquímico e siderúrgico de Cubatão permitiu a reconstituição da vegetação nas encostas afetadas pelo processo.
A preocupação com os impactos ambientais, como os que vimos neste capítulo, vem desde a Conferência das Nações Unidas
sobre o Homem e o Meio Ambiente, realizada na Suécia (Estocolmo) em 1972. As questões lá apontadas, como a incompatibilidade
entre o modelo consumista de desenvolvimento e a conservação do meio ambiente, afloraram novamente na Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, na Rio + 10, realizada em Johannesburgo em
2002, e de forma mais tímida na Rio + 20, no Rio de Janeiro, em 2012.

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Mesmo quando os países não chegaram a um acordo, como ocorreu num importante encontro realizado em Copenhague pelo
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), houve consenso mundial sobre a necessidade de compatibilizar
crescimento econômico e conservação do meio ambiente para as futuras gerações, o que significa a defesa de um desenvolvimento
sustentável.

10.5 - Fenômenos naturais


Inversão térmica
Trata-se de um fenômeno natural agravado pela ação humana, mais frequente nos meses de inverno, em períodos de
penetração de massas de ar frio. As inversões térmicas acontecem em escala local por apenas algumas horas. São mais comuns
no final da madrugada e no início da manhã. Durante esse período, ocorre o pico da perda de calor do solo por irradiação;
portanto, as temperaturas são mais baixas, tanto a do solo quanto a do ar. Quando a temperatura próxima ao solo cai abaixo de 4
ºC, o ar, frio e pesado, fica retido em baixas altitudes. Esse fenômeno ocorre preferencialmente em áreas conhecidas como “fundo
de vale”, que permitem o aprisionamento do ar frio. Camadas mais elevadas da atmosfera são ocupadas com ar relativamente
mais quente, que não consegue descer. Como resultado, a circulação atmosférica local fica bloqueada por certo tempo, ocorrendo
uma inversão na posição habitual das camadas, com o ar frio permanecendo embaixo e o ar quente acima – daí o nome inversão
térmica. Logo após o nascer do sol, à medida que o solo e o ar próximo a ele vão se aquecendo, o fenômeno vai gradativamente
se desfazendo. O ar aquecido passa a subir e o ar resfriado, a descer, recuperando o padrão habitual da circulação atmosférica e
desfazendo a inversão térmica.
Esse fenômeno pode ocorrer em qualquer lugar do planeta, porém é mais comum em áreas onde o solo ganha bastante
calor durante o dia e o irradia com intensidade à noite.
Um ambiente favorável para a inversão térmica são as grandes cidades, que, pelo fato de apresentarem extensa área
construída, desmatada e impermeabilizada por cimento e asfalto, absorvem grande quantidade de calor durante o dia. À noite,
no entanto, perdem calor rapidamente. No meio urbano isso vem acompanhado de um problema extra: com a concentração do
ar frio nas camadas mais baixas da atmosfera, ocorre também a retenção de toneladas de poluentes. É importante destacar que,
em regiões onde o ar não é poluído, a ocorrência de inversão térmica não provoca nenhum problema ambiental. Já nas áreas
urbanas que têm grande concentração de poluição no ar, esse fenômeno constitui um sério problema ambiental.

El niño
Enquanto as inversões térmicas acontecem em escala local por apenas algumas horas, El Niño é um fenômeno climático
natural que ocorre em escala planetária por períodos de aproximadamente dois a sete anos. Ele se manifesta como um
aquecimento (3 ºC a 7 ºC acima da média) das águas do oceano Pacífico nas proximidades do equador.
Geralmente, no hemisfério sul os ventos alísios sopram no sentido leste-oeste com velocidade média de 15 m/s,
aumentando o nível das águas do oceano Pacífico nas proximidades da Austrália, onde ele é cerca de 50 cm superior ao das
proximidades da América do Sul. Além disso, esses ventos provocam correntes que levam as águas da superfície, mais quentes,
nessa mesma direção.
Nos anos de ocorrência de El Niño, a velocidade dos ventos alísios diminui para cerca de 1 a 2 m/s. Sem a sustentação
dos ventos, o nível das águas se eleva em direção à América do Sul, e as águas superficiais, por se deslocarem menos, têm sua
temperatura aumentada. Em decorrência, provocam grandes mudanças na circulação dos ventos e das massas de ar, além de
evaporação mais intensa, com aumento do índice de chuvas em algumas regiões do planeta e ocorrência de estiagem em outras.
A razão dessa mudança na intensidade dos ventos alísios ainda é uma incógnita; as pesquisas em andamento não chegaram a
uma explicação conclusiva. Nos anos em que o fenômeno ocorre, a América do Sul sofre ainda a ação de uma massa de ar quente
e úmida periódica que atua no sentido noroeste-sudeste.
No Brasil, essa massa de ar desvia a umidade da Massa Equatorial Continental, a responsável pelas chuvas na caatinga,
em direção ao sul do país. A consequência é a ocorrência de enchentes no Brasil meridional e de seca na região do clima semiárido
nordestino e extremo norte do país, principalmente em Roraima. Outra consequência é o desvio da Massa Polar Atlântica para o
oceano Atlântico antes de atingir a região Sudeste, o que atenua a queda normal de temperaturas no inverno.
Existe um fenômeno que ocorre com menor frequência e que tem características opostas às de El Niño. Por esse contraste,
esse fenômeno foi denominado La Niña. Nos anos em que La Niña ocorre, há um resfriamento das águas superficiais do Pacífico
na costa peruana, o que também altera as zonas de alta e baixa pressão, provocando mudanças na direção dos ventos e das massas
de ar. As causas que determinam o aparecimento desses dois fenômenos naturais são desconhecidas.
Atualmente, a ocorrência de El Niño e de La Niña pode ser prevista com seis a nove meses de antecedência.
Existe, no oceano Pacífico, um conjunto de boias que monitoram a temperatura da superfície do mar e indicam os
primeiros sinais da formação do fenômeno. O monitoramento permite adotar medidas para enfrentar os problemas gerados pela
alteração climática. Assim os pescadores podem se adaptar à maior ou menor disponibilidade de pescado; os agricultores, se
prevenir contra quebras na produção agrícola; e o poder público pode se antecipar para atender às necessidades da população em
áreas sujeitas a secas ou inundações.

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Os impactos socioambientais provocados por esses fenômenos levaram o Senado Federal a criar, em 1997, uma comissão
especial para elaborar propostas que minimizem seus efeitos no campo, nas cidades e no meio ambiente natural:
• assistência para evitar a desestruturação da produção agrícola provocada por estiagens no Nordeste e enchentes no Sul;
• adoção de medidas emergenciais para minimizar o êxodo rural e seus impactos na vida dos migrantes e na organização interna
das cidades;
• medidas de prevenção contra a ocorrência de incêndios em áreas de preservação ambiental, como o que atingiu cerca de 20%
do território do estado de Roraima em 1997 e 1998;
• medidas de prevenção e assistência à população da região Sul que reside em áreas sujeitas à ocorrência de enchentes;
• fornecimento de água e cestas básicas à população afetada pela seca no Sertão nordestino.

10.6 - Principais acordos internacionais


O protocolo de kyoto e O mecanismo de desenvolvimento limpo
Está comprovado que alguns ciclos de aquecimento e resfriamento da Terra ocorrem naturalmente.
Na história geológica do planeta os períodos glaciais, em que as calotas polares se expandiram, alternaram-se com
períodos interglaciais, quando as calotas polares retrocederam e houve aquecimento. Entretanto, não há consenso se hoje vivemos
um período interglacial que provoca uma elevação natural da temperatura ou se o aquecimento global tem causas apenas
antrópicas.
Há cientistas que discordam da avaliação do IPCC de que o aquecimento global tem origem antrópica, por isso são
chamados de céticos. O fato é que está havendo uma gradativa elevação da temperatura, o que acarreta diversos problemas
ambientais.
Visando ao enfrentamento do problema, foi realizada em 1997 a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, em
Kyoto (Japão). Nessa reunião foi firmado um acordo para a redução da emissão de gases do efeito estufa, chamado de Protocolo
de Kyoto, que entrou oficialmente em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, após ratificação da Rússia em novembro de 2004.
Com base nos níveis de 1990, esse documento definiu uma redução média de 5,2%, meta que deveria ter sido atingida em 2012
e foi estendida até 2020 na Conferência das Partes (COP 18), realizada nesse mesmo ano. Para os principais países emissores, o
índice fixado foi maior (membros da União Europeia, 8%; Estados Unidos, 7%; Japão, 6%). Entretanto, até esse ano a meta não
foi cumprida, o Protocolo expirou e não havia sido realizado outro acordo que o substituísse, apesar das tentativas durante a Rio
+ 20.
Para os países em desenvolvimento não foram estabelecidos níveis de redução. Essa decisão provocou a oposição dos
países desenvolvidos ao acordo. Os Estados Unidos, por exemplo, divulgaram nota oficial em 2001 comunicando que estavam
abandonando o Protocolo de Kyoto, o que gerou grande polêmica internacional.
Alegaram, para tanto, que o cumprimento do acordo limitaria o seu crescimento econômico. A redução do nível de
emissões de gases se ampara em algumas estratégias, dentre as quais se destacam:
• a reforma dos setores de energia e transportes;
• o aumento na utilização de fontes de energia renováveis;
• a limitação das emissões de metano no tratamento e destino final do lixo;
• a proteção das florestas e outros sumidouros de carbono.
Os cientistas do IPCC estão divididos em três grupos de trabalho que têm por objetivo realizar um diagnóstico das
condições climáticas em todas as regiões do planeta, fornecer informações sobre as causas e possíveis consequências dessas
mudanças e propor ações para a solução dos problemas. O grupo de trabalho I concentra-se no estudo do clima; o II estuda os
impactos e as opções de ação para evitá-los; o III ocupa-se das dimensões econômica e social do problema.
No período de 1990 a 2001 o IPCC divulgou três relatórios sobre as mudanças climáticas, nos quais apontava a ocorrência
do aquecimento global, mas não era conclusivo quanto às causas do fenômeno. Alguns cientistas defendiam a tese da
responsabilidade das atividades humanas; outros achavam que se tratava de variação normal de temperatura resultante da própria
dinâmica da atmosfera que se modifica ao longo do tempo geológico.
O quadro mudou a partir de fevereiro de 2007, quando foi divulgado o quarto relatório do IPCC. O documento expôs a
tese, questionada por alguns cientistas céticos, de que a emissão de gases é a grande responsável pelo aquecimento global e que
esse fenômeno causa consequências ambientais, sociais e econômicas.
O Protocolo de Kyoto contém um interessante mecanismo de desenvolvimento limpo, proposto pela diplomacia brasileira,
que permite ajustes de metas que atendem interesses tanto de países desenvolvidos quanto de países em desenvolvimento. Trata-
se de um mecanismo de compensação: por exemplo, uma empresa norte-americana que emite muitos gases estufa pode pagar
para que uma empresa brasileira invista em formas de retirada desses gases da atmosfera.

Mecanismo de desenvolvimento limpo (mdl) - A função do mdl


Vamos imaginar uma usina, nos Estados Unidos ou na Europa, responsável pela geração de tantos MW [megawatt], que
funciona à base de carvão ou de petróleo e que movimenta toda uma região industrializada. Esta usina certamente não poderá,
em curto ou médio prazo, reduzir a sua emissão, até porque não se converte parte do modelo, se converte uma usina toda. Esta
usina precisa, então, ser transformada de uma usina térmica a carvão ou petróleo em uma usina de queima de outro combustível.
Isto não é fácil. Assim, a relutância dos Estados Unidos em fazer valer o Protocolo de Kyoto é resultante de pressão exercida no
Congresso americano para que isso não ocorra.

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[...] O Brasil, como tem sido historicamente um país de diplomacia competente, propôs uma inclusão ao Protocolo de
Kyoto que se refere ao Mecanismo de desenvolvimento Limpo e que diz mais ou menos o seguinte: Esta usina do hemisfério
norte, por exemplo, que está emitindo CO2 e que não tem tempo suficiente para fazer uma reconversão dentro dos prazos
estabelecidos pelo Protocolo, poderá pagar para que alguém aqui no brasil, na Argentina, ou na áfrica, por meio de um sistema
de produção vegetal, capte carbono da atmosfera e transforme este carbono em celulose. Este sistema de produção vegetal poderá
fixar um volume de carbono igual ou maior que aquele emitido pela usina em questão e esta deverá financiar o empreendimento
agrícola compensador de sua emissão.

Exercício e aplicação do mdl


Quando se começou a falar em mecanismo de desenvolvimento limpo, quase que exclusivamente se pensou na fixação
de carbono através de florestas pelo fenômeno da fotossíntese, em que o vegetal pega o carbono da atmosfera e transforma-o em
celulose. [...] se for feita uma plantação de mamona, no ciclo vegetativo da planta está sendo fixado carbono. E depois a mamona
produz um grão que vai dar um óleo que vai substituir o diesel e emitir menos CO2. Está sendo feito, neste caso, um duplo MdL.
A partir de então começou a se pensar em vários vegetais que trouxessem esta vantagem, isto é, fixar carbono através de
biomassa no seu ciclo vegetativo e desenvolver um grão que produzisse óleo vegetal substitutivo ao óleo diesel. E é nesta hora
que cresce a importância do Brasil. A já chamada hoje agricultura energética – aquela que vai se dirigir especificamente para
produzir óleos vegetais, bem como álcool e o bagaço da cana.
NASCIMENTO, Carlos Adilio Maia do. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Instituto brasileiro de Produção sustentável e
direito Ambiental (IbPs). disponível em: <http://ibps.com.br/category/especial/>. Acesso em: 8 set. 2012. Carlos Adilio Maia
do Nascimento é presidente do Instituto Brasileiro de Produção sustentável e direito Ambiental (IbPs).

10.7 - As conferências das Partes


A Organização das Nações Unidas (ONU) realiza, anualmente, algumas Conferências das Partes (COP, na sigla em
inglês), onde se discutem ações práticas para execução de algum acordo internacional. Esses encontros recebem o nome da
cidade onde são realizados – as partes são os países signatários do Acordo.
Por exemplo, a cada dois anos se realiza a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica. Em 2010
aconteceu a COP 10 sobre o tema em Nagoya (Japão), no qual mais de 200 países chegaram a um acordo e assinaram um
importante Tratado – o Protocolo de Nagoya –, que reconheceu o direito dos países e comunidades, como as indígenas, sobre
sua biodiversidade.
Já para implementação do que foi acordado na Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas, desde
1995 são realizados encontros anuais sobre o tema, e a COP 15, que aconteceu em Copenhague (Dinamarca), em 2009, provocou
grande repercussão na imprensa. Nesse encontro, que contou com representantes de 193 países, as partes tentaram chegar a um
acordo sobre ações que deveriam ser implantadas para dar continuidade ao Acordo de Kyoto, que expirou em 2012, mas nada
de prático foi decidido.

COP26: relatório final decepcionou e deixou lacunas


Nações ricas ignoraram apelo de criação de instrumento que permitisse aos países vulneráveis acessar recursos
financeiros para ações de prevenção e reconstrução contra eventos climáticos. Meta para limitar aumento da temperatura
nas próximas décadas também não atende urgência das mudanças climáticas.
Adaptado de : https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-26/noticia/2021/11/15/as-lacunas-em-que-o-relatorio-final-da-
cop26-nao-avancou.ghtml 15 nov 2021

O texto final da 26ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), publicado no
sábado (13) após duas semanas de negociações em Glasgow, na Escócia, teve avanços em relação ao tema do uso dos
combustíveis fósseis, mas não atende às reivindicações dos países pobres por justiça climática e não garante o objetivo de limitar
o aquecimento global a 1,5°C.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se mostrou satisfeito com a aprovação do "Pacto de Glasgow para o clima",
assinado por 200 países, mas admitiu que a alegria está "tingida de decepção" no que se refere "àqueles para os quais a mudança
climática já é uma questão de vida ou morte".
"Podemos estimular, mas não podemos obrigar nações soberanas a fazer algo que não querem fazer. É decisão delas",
completou Johnson, se referindo à recusa dos mais ricos em criarem um fundo para ajudar países em desenvolvimento e mais
vulneráveis aos desastres causados pelo clima se reconstruírem.
Apesar de os países ricos terem prometido no Acordo de Paris, em 2015, um fundo de US$ 100 bilhões anuais a partir de
2020 para apoiar os países mais vulneráveis a enfrentarem as mudanças climáticas, esse financiamento ainda não foi colocado
em prática.
Indignadas pelo descumprimento das promessas de financiamento climático anual, as nações em desenvolvimento
batalharam em Glasgow para a criação de um mecanismo específico para reparar os danos já causados pelos efeitos devastadores
do aumento de tormentas, secas e ondas de calor em suas regiões. O apelo foi chamado de "perdas e danos".
Contudo, os países ricos negaram a criação deste mecanismo específico, enquanto o texto final apenas se propõe a analisar
os pedidos de indenizações por danos e perdas dos países mais vulneráveis a médio prazo.

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"Estamos muito decepcionados pela ausência de elementos sobre perdas e danos e expressaremos nossas demandas em
seu devido momento", declarou a Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS, na sigla em inglês), à France Presse.
“Viemos para negociar um acordo robusto sobre as perdas e danos sofridos. Queríamos mais financiamento para nossa
ação climática. Esperávamos obter apoio para nossas situações e necessidades particulares. Nós imploramos como fizemos na
COP22, COP23, COP 24, COP 25... Esperávamos ser ouvidos, mas como em reuniões anteriores, nosso pedido foi rejeitado”,
disse à RFI o ministro do Meio Ambiente do Quênia, Keriako Tobiko.
Relatórios apresentados na COP26 mostram como os efeitos das mudanças climáticas afetam de maneira desigual os
países. Um dos exemplos são os países africanos, que emitem apenas 3% das emissões de gases de efeito estufa, mas que já
gastam, por ano, 10% do seu PIB com os impactos climáticos.
Estima-se que, sem ajuda internacional, nações pobres poderão gastar 20% do PIB por ano em 2050 com impactos de
eventos extremos.
O Brasil foi um dos que pressionou nações ricas a cumprirem a promessa de fundo de financiamento climático de US$
100 bilhões ao ano. Segundo ambientalistas, no entanto, o governo não está em boa posição para requisitar financiamento, diante
dos recordes em taxas de desmatamento.
Além disso, O Brasil tem cerca de R$ 3 bilhões "parados" no cofre público desde 2019 do Fundo Amazônia - fundo que
recebia investimentos internacionais para serem aplicados na conservação da floresta e no combate ao desmatamento.

'Pedalada' no uso do carvão


O "Pacto de Glasgow para o clima" foi o primeiro documento de uma COP a mencionar o termo "combustíveis fósseis",
como o carvão e o petróleo, principais vilões do aquecimento global.
Apesar do avanço, no último minuto na plenária final da COP26, a Índia, com apoio da China, pediu para trocar a
expressão “eliminar gradativamente” por “reduzir gradativamente” o uso de carvão e os subsídios a combustíveis fósseis.
As propostas indianas, "garantem a sobrevida dessas fontes de energia. Chuta para 2022 decisões importantes sobre
ambição", diz nota técnica do Observatório do Clima, fazendo referência à COP27, que ocorrerá no Egito.
Para a gerente para Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy Brasil, Karen Oliveira, no
âmbito dos acordos de mitigação das emissões, o compromisso mais interessante foi o assumido entre Estados Unidos e China,
de não importar produtos que contribuam com o desmatamento e alcançar 100% de eletricidade livre de carbono até 2035.
China e Estados Unidos representam 40% das emissões de gases do planeta.
Na contramão do mundo, Brasil quer investir bilhões em parque de usinas térmicas de carvão mineral.
Metas não limitam aquecimento global
Diversas organizações ligadas ao meio ambiente, como o Greenpeace e a WWF, publicaram notas alertando que as
decisões do "Pacto de Glasgow", na prática, não resultarão em um aquecimento limitado a 1,5°C na comparação com a era pré-
industrial, meta ambiciosa proposta no Acordo de Paris em 2015.

Avanços da COP26
Entre os avanços conquistados em Glasgow, os ambientalistas destacam duas declarações importantes para a mitigação
dos ases de efeito estufa como carbono e metano - ambas foram assinadas pelo Brasil: a primeira se compromete a zerar e reverter
o desmatamento no mundo até 2030 (Acordo de Florestas); a segunda estipula o corte de emissões globais de metano de 30%
em 2030 em relação aos níveis de 2020 (Acordo de Metano).
"O acordo sobre florestas é especialmente importante para o Brasil, que em 2020 tinha 46% de suas emissões advindas
de desmatamento. Mesmo que o atual governo brasileiro não tenha intenção de cumpri-lo, os três principais compradores de
commodities do Brasil — China, Estados Unidos e União Europeia — aderiram ao pacto, e a China anunciou que considerará a
legislação para barrar importações de produtos advindos de desmatamento", diz nota do Observatório do Clima.
Demais acordo vistos como avanços na COP26:
 Energia limpa: cerca de 450 organizações financeiras, que controlam US$ 130 trilhões, concordaram em apoiar a tecnologia
"limpa", como energia renovável, e, para isso, direcionar o financiamento das indústrias de queima de combustíveis fósseis;
 Acordo de Carvão: mais de 40 países - incluindo grandes usuários de carvão, como Polônia, Vietnã e Chile - concordaram
em abandonar o carvão;
 Manifesto da Soja do Reino Unido: 27 empresas grandes empresas assinaram o compromisso para garantir que os embarques
físicos de soja para a região não sejam cultivados em áreas onde árvores foram cortadas ou a vegetação nativa convertida em
terras agrícolas após janeiro de 2020.

Adaptação
Já a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, apelou aos Estados a implementar acordos sobre o alvo de 1,5 ° C que
garanta a neutralidade de carbono até meados do século.

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Sem isso, “milhões de refugiados, deslocados e apátridas serão severamente afetados”.


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Os esforços para mitigar as emissões, aumentar o financiamento e o apoio à adaptação devem passar de palavras a ações em
favor de deslocados e apátridas.
O Acnur vê essas medidas como “essenciais para proteger comunidades vulneráveis e evitar consequências arrasadoras
para milhões de refugiados, deslocados e apátridas”.

Direitos Humanos
Um novo relatório do Escritório para os Direitos Humanos da ONU, foca a região africana do Sahel onde as temperaturas
estão subindo 1,5 vez mais rápido do que a média global.
Chuvas erráticas e as estações chuvosas irregulares são acompanhadas por inundações frequentes e limitam os meios de
subsistência afetando colheitas e pastagens na área abarcando nove países.
Em cidades, especialmente nas áreas costeiras, aumenta o nível do mar e inundações vão forçando a população a optar
pela migração que “piora a situação de vulnerabilidade de milhões de pessoas”.

Fim dos combustíveis fósseis


Um mundo livre de transportes movidos a combustíveis fósseis pode estar se aproximando.
De acordo com debates desta quarta-feira, veículos elétricos, navios de transporte que usam apenas combustíveis
sustentáveis e aviões que voam com hidrogênio verde podem sair do universo da ficção em breve, já que muitos governos e
empresas relataram estar investindo para que se tornem realidade.
Mais de 100 governos nacionais, cidades, estados e grandes empresas assinaram a Declaração de Glasgow sobre Carros
e Ônibus de Emissão Zero. O texto prevê encerrar a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais
mercados e em 2040 em todo o mundo. Pelo menos 13 nações também se comprometeram a acabar com a venda de veículos
pesados movidos a combustíveis fósseis até 2040.

Transporte marítimo mais verde


O setor de transporte marítimo também se movimentou hoje, com 200 empresas de toda a cadeia de valor se
comprometendo a dimensionar e comercializar navios e combustíveis com emissão zero até 2030. Eles também pediram aos
governos que implementem os regulamentos e a infraestrutura necessária para permitir uma transição justa até 2050.
Enquanto isso, 19 países assinaram a Declaração de Clydebank para apoiar o estabelecimento de rotas marítimas de livres
de emissões. Isso significa criar pelo menos seis corredores de emissão zero até meados desta década e os demais em operação
até 2030.
“Existem cerca de 50 mil navios mercantes no mundo, então é uma grande tarefa, e acho que diferentes partes do
transporte marítimo devem se movimentar em ritmos diferentes. Portanto, ter o compromisso da Declaração
de Clydebank para rotas verdes permite que os pioneiros experimentem e provem a tecnologia e, em seguida, reduzam os custos,
criem a política, habilitem os ecossistemas que são necessários e, então, outros podem aprender com isso e então
seguir”, afirmou a representante da ONU para Mudança Climática, Katharine Palmer, em entrevista à ONU News.
Esses “corredores verdes” significam que os navios que transportam mercadorias em todo o mundo viajariam sem usar
combustíveis de hidrocarbonetos e, em vez disso, usariam combustíveis derivados de hidrogênio verde, gerado por energia
renovável, eletricidade e outras opções sustentáveis.
“Também inclui o envolvimento com produtores de energia para que eles possam produzir combustível sustentável
o suficiente. Uma colaboração público-privada com os governos [também será necessária] para estabelecer a
legislação necessária”, acrescentou a especialista.
Nove grandes marcas, incluindo Amazon, Ikea, Michelin, Unilever e Patagonia anunciaram que até 2040, planejam
transferir 100% de seu frete marítimo para navios movidos a carbono zero.

11. - Brasil - Meio Ambiente e a Política Ambiental: As Unidades de Conservação


11.1 - Histórico das leis ambientais brasileiras
A expressão “meio ambiente” deve ser entendida em seu significado mais amplo, englobando o meio ambiente natural e o
cultural (construído pelo trabalho humano). Envolve todas as dimensões que tornam a vida das pessoas mais saudável e equilibrada,
como a qualidade do ar, o conforto térmico e acústico e outros.
No Brasil, a legislação relativa ao meio ambiente é ampla e bem elaborada. Ela aborda aspectos ligados ao desmatamento, à
emissão de gases, ao lançamento de resíduos, ao uso de agrotóxicos, etc. Os problemas ambientais que observamos com frequência,
amplamente divulgados pelos meios de comunicação – queimadas ilegais, desmatamentos, poluição atmosférica e dos recursos hídricos
e vários outros problemas que comprometem a qualidade de vida das pessoas e a preservação das condições atuais às futuras gerações
–, não resultam da limitação da legislação, mas da ineficiência das ações educativas e de fiscalização.
Ao longo dos períodos colonial e imperial de nossa história, foram elaboradas algumas leis voltadas à proteção do meio
ambiente, mas elas tinham abrangência restrita, como a proteção ao pau-brasil e a algumas espécies animais. Já no período republicano,
em 1911 foi criada a primeira reserva florestal do país, onde atualmente se encontra o estado do Acre; em 1921 foi criado o Serviço
Florestal do Brasil, que atualmente é o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); e em 1934 foi aprovada
a primeira versão do Código Florestal, que estudaremos neste capítulo.

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Durante o período da ditadura militar (1964-1985), foram criados projetos de ocupação humana e econômica das regiões
Norte e Centro-Oeste que provocaram grandes impactos negativos ao meio ambiente. Esses projetos previam a expansão da
agricultura e a criação de gado em áreas de floresta e a prática de garimpo, mineração e extração de madeira, instituída com a
abertura das rodovias de integração.
Como os impactos, principalmente na floresta Amazônica, trouxeram repercussão negativa em escala mundial, em 1974
o governo brasileiro promoveu mudanças de estratégia, implantando ações de proteção ambiental: combate à erosão, criação das
Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental, metas para o zoneamento industrial e criação da Secretaria Especial do
Meio Ambiente. Em 1979, foi criado o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que instituiu, em 1981, a Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA, Lei n. 6 938).
Essa lei promoveu um grande avanço ao apresentar as bases para a proteção ambiental e conceituar expressões como
“meio ambiente”, “poluidor”, “poluição” e “recursos naturais”. Nela se destaca a exigência de elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), de caráter técnico e detalhista, e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima), menos detalhado e
dirigido ao público leigo. Esses dois documentos são necessários para o licenciamento em qualquer atividade que provoque
impactos ambientais. A PNMA busca a preservação e a recuperação das áreas ambientalmente degradadas, visando garantir
condições de desenvolvimento social e econômico, a segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana.
A partir de então se instituiu que o meio ambiente é um bem público a ser resguardado e protegido, em prol da
coletividade. Outro grande destaque na evolução do Direito Ambiental brasileiro foi atingido com a Constituição Federal de
1988, a primeira de nossa história que dedicou um capítulo a esse tema e consagrou o direito de todos a um meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
O parágrafo terceiro do seu artigo 225 estipula que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados”. A previsão de sanções penais significa a criminalização das atividades prejudiciais ao meio ambiente,
o que foi regulamentado somente dez anos depois, em 1998, com a Lei n. 9 605. Conhecida como Lei dos Crimes Ambientais,
ela define os crimes contra a fauna e a flora, além dos relacionados à poluição, ao ordenamento urbano, ao patrimônio cultural e
outros.
Quem comete agressões ambientais como desmatamento, poluição do ar ou de águas, ou falsificação de Relatório de
Impacto Ambiental, é punido com multa, proibição de exercício de certas atividades e até mesmo com cadeia.

11.2 - O código florestal


O Código Florestal foi criado em 1934 e reformulado duas vezes: em 1965 e em 2012 (Lei n. 12 561/12). Nesse ano
houve muitos embates entre ambientalistas – que queriam ampliar as áreas de preservação e a obrigação de recompor o que foi
desmatado irregularmente – e grandes proprietários – que queriam autorização para ampliar as áreas de agricultura e pecuária
sem recompor os biomas. Esta é uma das mais importantes leis ambientais do país e estabelece as normas de ocupação e uso do
solo em todos os biomas brasileiros. Os incisos II e III do artigo 1º, parágrafo 2º, merecem destaque, pois definem as áreas de
preservação e as reservas legais:

• Áreas de Preservação Permanente (APPs): segundo a Lei 12651/2012, APP são áreas “cobertas ou não por vegetação nativa,
e possuem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.
No Brasil, a percepção da necessidade de se proteger áreas específicas, que sejam representativas dos ecossistemas
naturais surge desde a criação do primeiro Código Florestal em 1934. O referido Código manifestava algumas características
preservacionistas e se apresentava de forma bastante conservacionista na época. Embora dispostos na legislação, a proteção e
conservação dessas áreas não ocorriam de forma satisfatória, e continuavam sendo entregues a exploração humana.
Dessa forma ocorre a edição e aperfeiçoamento da lei, tornando vigente o Código Florestal de 1965. Ele passa a limitar a
utilização da propriedade rural por seus proprietários e qualifica as florestas em território nacional como bens de interesse comum
a todo o povo brasileiro.
Na década de 1980 por meio de uma medida provisória, a extensão das áreas de preservação permanente hídricas foi
alterada, passando de 5 para 30 metros em cursos d´água com largura inferior a 10 metros. Tal atitude se baseou em estudos
realizados após a ocorrência de grandes enchentes no estado de Santa Catarina, os levantamentos apontavam que os danos
econômicos poderiam ser menores caso as faixas de APPs fossem maiores.
Entre outros motivos, inclusive pela existência de ambiguidades de interpretação, o chamado Novo Código Florestal é
publicado pela Lei nº 12.651 em 25 de maio de 2012, revogando a lei de 1965 (Antigo Código Florestal). Entre os argumentos
utilizados no Senado para a aprovação da “Nova Lei Florestal” estava a preocupação em remunerar produtores rurais pela
preservação de APPs e RLs através de Pagamentos por Serviços Ambientais (5).
Nova Lei Florestal dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, tratando especificamente sobre as áreas de preservação
permanente (APP). Logo determina que “a vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica”. Assim sendo, a intervenção ou a
supressão de vegetação nativa será permitida somente nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto
ambiental previsto na Lei. Sendo permitido o acesso de pessoas e animais para obtenção de água e para realização de atividades
de baixo impacto ambiental. Entre outros motivos, inclusive pela existência de ambiguidades de interpretação, o chamado Novo
Código Florestal é publicado pela Lei nº 12.651 em 25 de maio de 2012, revogando a lei de 1965 (Antigo Código Florestal).
Entre os argumentos utilizados no Senado para a aprovação da “Nova Lei Florestal” estava a preocupação em remunerar
produtores rurais pela preservação de APPs e RLs através de Pagamentos por Serviços Ambientais.

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Como são classificadas as Áreas de Preservação Permanente?
De acordo com o Código Florestal considera-se como Áreas de Preservação Permanente, sejam em zonas rurais ou
urbanas:
I. "as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, conforme medidas
descritas na imagem a seguir".
II. "as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, conforme descrito a seguir"
III. "as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água
naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento"
IV. "as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros"
V. "as encostas ou partes destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive"
VI. "as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues" VII - "os manguezais, em toda a sua extensão" VIII
- "as bordas dos tabuleiros ou chapadas, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros"
IX. "o topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25º
"
X. "as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação"
XI. "a faixa marginal de veredas, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e
encharcado".
Existem ainda áreas de preservação permanente que são consideradas de interesse social, definidas por ato do Chefe do
Poder Executivo. Sendo essas áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas as seguintes finalidades:
. "conter a erosão do solo, mitigar riscos de enchentes, deslizamentos de terra e de rocha
. proteger as restingas, veredas e várzeas;
. abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
. proteger sítios de beleza exuberante ou de valor científico, cultural ou histórico;
. formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
. assegurar condições de bem-estar público;
. auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares, e
. proteger áreas úmidas, especialmente as de importância.
Existem ainda áreas de preservação permanente que são consideradas de interesse social, definidas por ato do Chefe do
Poder Executivo. Sendo essas áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas as seguintes finalidades:
internacional."

Importância das APPs para os recursos hídricos


Desde a década de 30 e 60 com a criação das APPs, o conceito dessas áreas é intimamente ligado aos recursos hídricos.
A vegetação presente em áreas ambientalmente importantes, como nas faixas marginais de rios e nascentes desempenha um
importante papel na proteção e manutenção dos recursos hídricos, levando a melhoria da qualidade e do volume de água
produzido pela bacia hidrográfica. A cobertura florestal possui grande influência sobre diversos processos que afetam
diretamente os recursos hídricos, entre eles a erosão do solo, o assoreamento e poluição dos cursos d’água. A vegetação é
responsável pela interceptação das chuvas, proporcionando maiores taxas de infiltração de água no solo e menor escoamento
superficial. Isso reduz o carreamento de partículas do solo e consequentemente a ocorrência e magnitude dos processos citados
acima. A manutenção do regime de infiltração de água no solo contribui para a recarga dos aquíferos, assim como diminui a
ocorrência de eventos extremos como inundações e enchentes.

• Reservas Legais: o atual Código Florestal define a Reserva Legal como: Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(…)
III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a
função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa;
A reserva legal é a área do imóvel rural que, coberta por vegetação natural, pode ser explorada com o manejo florestal
sustentável, nos limites estabelecidos em lei para o bioma em que está a propriedade. Por abrigar parcela representativa do
ambiente natural da região onde está inserida e, que por isso, se torna necessária à manutenção da biodiversidade local.
No Brasil, a Constituição da República garante a todos o direito tanto a um meio ambiente diverso e sustentável, como o
direito ao desenvolvimento econômico. Não é difícil perceber que a busca da realização de um destes direitos pode vir a conflitar
com o outro. O instituto da Reserva Legal é mais um dos instrumentos pelos quais o legislador brasileiro busca criar uma ponte
entre estes dois interesses fundamentais.
O primeiro conceito de Reserva Legal surgiu em 1934, com o primeiro Código Florestal. Foi atualizado em 1965, na Lei
Federal nº 4.771 (o Código Florestal recentemente revogado) que dividia as áreas a serem protegidas de acordo com as regiões,
e não pelo tipo de vegetação como é no atual Código. Fixava um mínimo de 20% a ser mantido nas “florestas de domínio
privado” na maior parte do país, ressalvando uma proibição de corte de 50% nas propriedades “na região Norte e na parte Norte
da região Centro-Oeste”.
Hoje, como visto anteriormente, o conceito é mais restritivo. A Reserva Legal, que junto com as Áreas de Preservação
Permanente tem o objetivo de garantir a preservação da biodiversidade local, é um avanço legal na tentativa de conter o
desmatamento e a pressão da agropecuária sobre as áreas de florestas e vegetação nativa. Ambientalistas defendem a sua

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preservação, o setor produtivo argumenta se tratar de intromissão indevida do Estado sobre a propriedade privada, o que
diminuiria a competitividade da agricultura e a capacidade de produção do país.
O percentual da propriedade que deve ser registrado como Reserva Legal vai variar de acordo com o bioma e a região em
questão, sendo: 80% em propriedades rurais localizadas em área de floresta na Amazônia Legal; 35% em propriedades situadas
em áreas de Cerrado na Amazônia Legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação ambiental em
outra área, porém na mesma microbacia; 20% na propriedade situada em área de floresta, outras formas de vegetação nativa nas
demais regiões do país; e 20% na propriedade em área de campos gerais em qualquer região do país (art. 12).
Cabe a todo proprietário rural o registro no órgão ambiental competente (estadual ou municipal) por meio de inscrição no
Cadastro Ambiental Rural - CAR. As especificidades para o registro da reserva legal vão depender da legislação de cada Estado.
Uma vez realizado o registro fica proibida a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão ou de desmembramento, com
exceção das hipóteses previstas na Lei (art. 18). Em geral, nas áreas de reserva legal é proibida a extração de recursos naturais,
o corte raso, a alteração do uso do solo e a exploração comercial exceto nos casos autorizados pelo órgão ambiental via Plano de
Manejo ou, em casos de sistemas agroflorestais e ecoturismo.

11.3 - As unidades de conservação


As unidades de conservação são áreas de
preservação agrupadas conforme a restrição ao uso. As
unidades classificadas como de restrição total são
denominadas Unidades de Proteção Integral; aquelas
cujo nível de restrição é menor e têm uso voltado ao
desenvolvimento cultural, educacional e recreacional são
denominadas Unidades de Uso Sustentável. Ao todo
foram definidas 12 unidades de conservação, que estão
agrupadas na tabela ao lado, de acordo com seu nível de
restrição.

Objetivos das unidades de conservação


O Código Florestal, com várias outras leis que se
seguiram, serviu de base para a criação do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, que
têm como propósitos:
I. contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas
jurisdicionais;
II. proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III. contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
IV. promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V. promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI. proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII. proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e
cultural;
VIII. proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX. recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X. proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI. valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII. favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo
ecológico;
XIII. proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu
conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
BRASIL. Presidência da República Federativa. Lei n. 9 985/2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC). Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 7 out. 2012.

Para a criação dessas unidades, o Ibama, ao lado do Banco Mundial e do WWF, organização não governamental atuante
no mundo inteiro, propôs uma classificação para os biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Campos Sulinos, Mata Atlântica,
Pantanal, Cerrado e Costeiros. Também foram delimitados os ecótonos, zonas de transição entre esses ecossistemas, que
apresentam características mistas.
É importante destacar que a criação de leis, decretos e normas voltados à questão ambiental ao longo da história brasileira
é consequência do aumento da importância do tema no mundo e no Brasil. Essa evolução deu-se de forma lenta, mas contínua.
Como veremos no próximo capítulo, esse processo foi influenciado pelas conquistas obtidas em âmbito internacional nas diversas
conferências mundiais voltadas ao meio ambiente, e parte da sociedade civil brasileira cumpriu um importante papel ao
pressionar os governos e legisladores em aprovar leis eficazes e incluir o tema na própria Constituição do país.

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11.4 – Os biomas brasileiros
São seis os grandes biomas brasileiros (continentais). Os
biomas são conjuntos de ecossistemas (vegetal e animal) com uma
diversidade biológica própria.
Segundo o IBGE, no Brasil há seis tipos de biomas continentais e
um bioma marinho ou aquático. Quais são os biomas terrestres
brasileiros, então?
 Amazônia
 Cerrado
 Caatinga
 Mata Atlântica
 Pantanal
 Pampa

Biomas Terrestres do Brasil


Por suas dimensões continentais, o país abriga biomas tão
distintos entre si como florestas tropicais até a vegetação cerrada.
Conheça um pouco mais dessa diversidade:
Amazônia
Bioma Amazônia: rios, mata fechada e uma diversidade
biológica insuperável
Considerado o maior Bioma brasileiro e a maior reserva de diversidade biológica do mundo, o bioma
Amazônia corresponde a quase metade do território nacional.
Abrange os estados brasileiros do: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima; parte de Rondônia, Mato Grosso, Maranhão
e Tocantins.
O clima dessa região é quente e úmido e sua densa vegetação é caracterizada pela floresta amazônica com árvores de
grande porte.

Bioma Cerrado
O cerrado brasileiro só perde para a Amazônia em termos de diversidade natural
O Cerrado é considerado o segundo maior bioma do Brasil em extensão. Ele abrange os estados do: Maranhão, Distrito
Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Além disso, ocupa uma pequena área de outros seis estados.
O clima predominante no cerrado é tropical sazonal, com períodos de chuvas e de secas. Já a sua vegetação, é caracterizada
por árvores de troncos retorcidos, gramíneas e arbustos. Em geral, as árvores são de pequeno porte e esparsas.

Bioma Caatinga
A Caatinga ocupa grande parte da região nordeste do país. Ela abrange os estados do: Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
Além disso, há presença desse tipo de bioma em pequenas partes dos estados do Maranhão e de Minas Gerais.
Típico do clima semiárido, localizado no sertão nordestino, a caatinga apresenta uma vegetação arbustiva de médio porte,
com galhos retorcidos e folhas adaptadas para os períodos de secas. Os cactus são característicos da Caatinga.

Bioma Mata Atlântica


A Mata Atlântica ocupa a faixa litorânea de norte à sul do país. Assim, ela engloba a totalidade de três estados brasileiros:
Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina; grande parte do Paraná e pequenas porções de onze estados.
O clima predominante é tropical-úmido com altas temperaturas e índice pluviométrico. A vegetação nesse bioma é
marcada pela presença de árvores de grande e médio-porte formando uma floresta densa e fechada.

Bioma Pantanal
O Bioma Pantanal, considerado o de menor extensão territorial do país, abrange dois estados brasileiros, a saber: Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul.
O clima predominante é tropical continental com altas temperaturas e chuvas, de verão chuvoso e inverno seco.
A vegetação do pantanal é marcada pelas gramíneas, árvores de médio porte, plantas rasteiras e arbustos. O nome desse
bioma remete às regiões alagadiças presentes, ou seja, os pântanos.

Bioma Pampa
O Pampa é o único bioma brasileiro presente somente numa unidade federativa. Ele ocupa mais da metade do território
do Rio Grande do Sul.
O clima é subtropical com as quatro estações do ano bem definidas e sua vegetação é marcada pela presença de gramíneas,
arbustos e árvores de pequeno porte.
Além disso, esse bioma é constituído de amplas áreas de pastagens, onde se desenvolvem grandes rebanhos.

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Biomas aquáticos
Os biomas aquáticos correspondem aos ambientes de água doce (lagos, rios, igarapés...) e salgada (mares e oceanos). Eles
são tão ricos em diversidade de espécies quanto os terrestres e precisam ser conservados.
A maior parte do nosso planeta, mais de 70%, é constituído por água salgada. O bioma marinho é classificado conforme
a profundidade da água e das regiões iluminadas ou não pelos raios solares.
Já os biomas de água doce abrangem os córregos, lagos, lagoas, geleiras, reservatórios subterrâneos e rios.

12. - A agricultura e a diversidade do meio rural


A atual configuração espacial das atividades agropecuárias e da zona rural é resultado da ação da sociedade sobre a
natureza ao longo da História, o que ocorreu de modo muito desigual entre os diversos países e regiões do planeta. Há países,
como a França, e regiões, como o Oeste Paulista, onde é utilizada tecnologia de ponta na produção agrícola; em outros, como
vários países da África Subsaariana e áreas do Sertão nordestino, ainda se pratica agricultura de subsistência, com técnicas
rudimentares de produção.
As condições socioeconômicas, os aspectos físicos e ambientais, os diferentes hábitos alimentares, o nível de
desenvolvimento tecnológico, a estrutura legal, o destino da produção, o modelo de política agrária, os índices de produtividade,
entre outros fatores, determinam a configuração socioespacial e a sustentabilidade ambiental das atividades agropecuárias.
Nas atividades agropecuárias, tanto a diversidade quanto a alteração das relações de trabalho com a natureza são resultado
da existência de diferentes sistemas de produção.

12.1 - Os sistemas de produção agrícola


Considerar a produção agrícola como um sistema envolve a análise de suas dimensões naturais (fertilidade do solo,
topografia, disponibilidade de água) e socioeconômicas (desenvolvimento tecnológico, grau de capitalização, estrutura fundiária,
relações de trabalho). Dada a diversidade de modos de vida e de produção, das leis trabalhistas e ambientais, das condições
econômicas e da oferta de crédito, além de outros fatores, as condições da produção agrícola mundial são muito heterogêneas.
Porém, alguns aspectos são comuns a todos os sistemas que veremos a seguir. Por exemplo, a sustentabilidade dos sistemas
agrícolas é essencial para o desenvolvimento do espaço rural tanto em regiões ricas quanto em regiões pobres.
Os sistemas agrícolas e a produção pecuária podem ser classificados como intensivos ou extensivos, de acordo com o
grau de capitalização e o índice de produtividade, decorrentes do uso de insumos, maquinaria e tecnologia de ponta. É importante
destacar que essa classificação independe do tamanho da área de cultivo ou de criação.
As propriedades que, por meio da utilização de modernas técnicas de preparo do solo, cultivo e colheita (uso de
fertilizantes, inseticidas, sistemas de irrigação e mecanização), apresentam elevados índices de produtividade praticam a
agricultura intensiva. Já as propriedades que praticam a agricultura extensiva são as que não dispõem de capitais para investir e
utilizam técnicas rudimentares, obtendo baixos índices de produtividade.
Na pecuária, o rendimento é avaliado pelo número de cabeças por hectare. Quanto maior a densidade de cabeças,
independentemente de o gado estar solto ou confinado, maior é a necessidade de ração, de pastos cultivados e de assistência
médica veterinária. Com isso, há aumento da produtividade e do rendimento, que são características da pecuária intensiva.
Quando o gado se alimenta apenas em pastos naturais e a criação apresenta baixa produtividade, trata-se de pecuária extensiva.
Outra maneira de classificar os sistemas de produção está relacionada à forma de gestão da mão de obra. Isso permite
distinguir o predomínio de agricultura familiar ou de agricultura empresarial (patronal).

Agricultura familiar - Na agricultura familiar, a administração da propriedade e dos investimentos necessários às decisões sobre
o que e como produzir são tomadas pelos membros de uma família, sendo ou não eles os donos da terra – algumas famílias
produzem em terras arrendadas.
Em geral, nesse tipo de agricultura o trabalho é realizado pelos membros da família, mas muitas vezes há contratação de
mão de obra no mercado.
Se a política agrícola está voltada à fixação das famílias no campo, ao aumento da oferta de alimentos no mercado regional
e à geração de maior número de postos de trabalho, a agricultura familiar tem um papel importante em seu desenvolvimento. Ela
pode promover uma maior oferta de alimentos e reduzir o fluxo migratório para as cidades, já que um maior contingente de mão
de obra permanece ocupado no campo.
Em geral, considera-se, equivocadamente, que a agricultura familiar não tem condições de produzir excedentes
exportáveis por causa do porte das propriedades, geralmente pequenas e médias. No entanto, por meio do cooperativismo, a
associação de vários pequenos e médios produtores tem possibilitado aumentar sua participação no mercado mundial.

Agricultura de subsistência - Um tipo de agricultura familiar que prevalece nas regiões pobres é a agricultura de subsistência,
voltada às necessidades imediatas de consumo alimentar dos próprios agricultores e seus dependentes. A produção é obtida em
pequenas e médias propriedades ou em parcelas de grandes propriedades (nesse caso, parte da produção é entregue ao dono da
terra como pagamento do aluguel), com a utilização de técnicas tradicionais e rudimentares. Por falta de recursos e de assistência
técnica, as sementes utilizadas são de qualidade inferior, não se investe em fertilizantes e, portanto, a produção e a produtividade
são baixas. Após alguns anos de cultivo, há diminuição da fertilidade natural do solo, quase sempre exposto a processos erosivos.
Em alguns casos, ao perceber que o volume de produção está diminuindo, a família desmata uma área próxima e pratica a
queimada para acelerar o plantio, dando início à degradação acelerada de uma nova área, a qual será brevemente abandonada –
nesse caso, pratica-se a agricultura itinerante.

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Na agricultura familiar de subsistência, predominam as pequenas propriedades, que podem ser cultivadas em:
• parceria, quando o agricultor aluga a terra e paga por seu uso com parte da produção;
• arrendamento, quando o aluguel é pago em dinheiro;
• regime de posse, quando os agricultores simplesmente ocupam terras devolutas – terras desocupadas, vagas, que não possuem
dono regular ou que pertencem ao Estado.
Essa realidade existe hoje em boa parte dos países da África Subsaariana, do Sul e Sudeste Asiático e da América Latina,
mas o que prevalece atualmente é uma agricultura de subsistência voltada ao comércio urbano. Nesse caso, o agricultor e sua
família cultivam algum produto que será vendido na cidade mais próxima, mas o dinheiro que recebem é suficiente apenas para
lhes garantir a subsistência. Não há excedente de capital que lhes permita buscar uma melhoria das técnicas de cultivo e o
aumento de produtividade. Esse tipo de agricultura é comum em áreas onde falta infraestrutura e, portanto, a terra é mais barata.

Agricultura de jardinagem - Outro tipo de agricultura familiar é a chamada agricultura de jardinagem, expressão que se
originou no Sul e Sudeste Asiático, onde há enorme produção de arroz em planícies inundáveis, com utilização intensiva de mão
de obra. Esse sistema é praticado em pequenas e médias propriedades cultivadas pelo dono da terra e sua família ou em parcelas
de grandes propriedades. Embora sua estrutura apresente variação entre os países e regiões onde é praticada, nessa forma de
produção predomina alta produtividade, pois se recorre à seleção de sementes, à utilização de fertilizantes, à aplicação de avanços
biotecnológicos e às técnicas de preservação do solo que permitem a fixação da família na propriedade por tempo indeterminado.
Em países como Filipinas, Tailândia, Indonésia e outros do Sudeste Asiático, que apresentam elevada densidade
demográfica, as famílias contam com áreas muitas vezes inferiores a um hectare (10 000 metros quadrados) e têm condições de
vida bastante precárias. Em países que realizaram reforma agrária – Japão, Coreia do Sul e Taiwan – e ao redor dos grandes
centros urbanos de áreas tropicais, após a comercialização da produção e a realização de investimentos para a nova safra, há um
excedente de capital que permite melhorar, a cada ano, as condições de trabalho e a qualidade de vida das famílias. Entretanto,
como a propriedade e, consequentemente, o volume de produção são pequenos, os agricultores dependem de subsídios
governamentais para permanecer produzindo.
Na China, a produção também ocorre, predominantemente, em propriedades muito pequenas (inferiores a um hectare por
família) e em condições de trabalho quase sempre precárias. Como a população é muito numerosa, a opção de incentivos
governamentais voltados à modernização da produção agrícola foi substituída pela utilização de enormes contingentes de mão
de obra. No entanto, em algumas províncias litorâneas tem ocorrido um processo de modernização da agricultura, impulsionado
pela expansão de propriedades particulares e da capitalização proporcionada pela abertura econômica.

Cinturões verdes e bacias leiteiras - Outro tipo de agricultura com predomínio de mão de obra familiar é encontrado nos
cinturões verdes e nas bacias leiteiras. Ambos se localizam ao redor dos grandes centros urbanos, principalmente nos países
desenvolvidos e emergentes, onde a terra é valorizada. Neles se praticam agricultura e pecuária intensivas para atender às
necessidades de consumo da população local. Em tais áreas, produzem-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de
leite e derivados em pequenas e médias propriedades. Após a comercialização da produção, o excedente obtido é aplicado na
modernização das técnicas de cultivo e criação.

Agricultura empresarial - Na agricultura empresarial (ou patronal), prevalece a mão de obra contratada e desvinculada da
família do administrador ou do proprietário da terra. Em geral, nesse tipo de agricultura a produtividade é muito alta em
decorrência da seleção de sementes, do uso intensivo de fertilizantes, do elevado grau de mecanização no preparo do solo − no
plantio e na colheita −, da utilização de silos de armazenagem e do sistemático acompanhamento de todas as etapas de produção
e comercialização por técnicos, engenheiros e
administradores. Sua produção é voltada ao abastecimento
tanto do mercado interno quanto do externo, e é mais comum,
sobretudo, nos países desenvolvidos – Estados Unidos,
Canadá, Austrália e alguns países da União Europeia –, em
economias emergentes como Brasil, Argentina, Indonésia e
Malásia, e em algumas regiões tropicais da África que vêm
recebendo investimento estrangeiro, principalmente da
China e de países do Oriente Médio.
Dessa forma, as atividades agrícolas e pecuárias estão
integradas aos setores industriais e de serviços, criando uma
grande cadeia produtiva. Os insumos (fertilizantes,
inseticidas, rações, vacinas, combustíveis) e equipamentos
(tratores, colheitadeiras, sistemas de irrigação, estufas, etc.)
utilizados pela agropecuária são produzidos por indústrias de
bens de capital. Em contrapartida, os produtos agrícolas
abastecem as agroindústrias responsáveis pelo
processamento de matérias-primas e de alimentos, as
indústrias químicas, têxteis, de mobiliário e de muitos outros
produtos que são consumidos no mercado interno e/ou são
exportados.

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A agropecuária exerce influência direta sobre vários setores da economia, criando uma vasta cadeia produtiva. Essa
influência é chamada pelos economistas de “efeitos para a frente e para trás”, ou, ainda, “efeitos a montante e a jusante”. Antes
da produção agrícola e pecuária, são acionadas indústrias de máquinas, adubos, agrotóxicos, vacinas, rações, arames para cercas,
etc. Após a produção, as atividades na agroindústria, na armazenagem e na comercialização são postas em ação. Além disso, ao
longo de toda a cadeia estão envolvidos os setores de transporte, energia, telecomunicações, administração, marketing, vendas,
seguros e muitos outros. Essa extensa cadeia produtiva constitui os complexos agroindustriais, que são as fazendas onde se obtêm
a produção e os agronegócios, que envolvem todas as atividades primárias, secundárias e terciárias que fazem parte da cadeia
produtiva.
Para ilustrar a importância econômica dos agronegócios, podemos observar os dados quantitativos brasileiros de 2012
segundo o Ministério da Agricultura. Nesse ano, o PIB da agropecuária foi de R$ 157 bilhões (cerca de 6% do PIB brasileiro),
mas os agronegócios foram responsáveis por cerca de 37% do PIB, 40% das exportações e 5% das importações brasileiras.
Os governos também costumam analisar o setor agropecuário considerando sua ligação com outras esferas
socioeconômicas: a importância dos agronegócios para o mercado de trabalho e no combate ao desemprego, a garantia de
abastecimento alimentar em quantidade e qualidade satisfatórias e, finalmente, sua influência na balança comercial ao reduzir as
importações e estimular as exportações. Esses fatores levam muitos países, sobretudo os desenvolvidos, a estabelecer políticas
protecionistas e subsídios à produção agropecuária, o que cria fortes distorções no mercado mundial e prejudica muitos países
em desenvolvimento, especialmente os de baixa renda.
Nos Estados Unidos, por exemplo, as grandes propriedades organizaram-se em cinturões em função das características
do clima e do solo. O alto nível de capitalização exigiu uma especialização produtiva em grandes propriedades. Na área de um
cinturão, embora haja outros produtos, predomina um determinado tipo de cultivo que lhe dá o nome, como o cinturão do
milho/soja (observe o mapa ao lado).
No Brasil também existem várias regiões especializadas em determinado produto: cana-de-açúcar e laranja no Oeste
Paulista; grãos (soja, milho e outros) na Campanha Gaúcha, no Oeste Baiano, no sul do Maranhão e do Piauí e em vastas áreas
do Centro-Oeste; criação de aves e suínos e processamento de sua carne no Oeste Catarinense; produção irrigada de frutas no
Vale do São Francisco, entre muitos outros exemplos.
Outro tipo de agricultura cuja mão de obra está desvinculada do proprietário ou do administrador é a plantation – grande
propriedade monocultora e com produção de gêneros tropicais (café, frutas, cereais etc.) voltada para a exportação. Forma de
exploração típica dos países tropicais, a plantation foi amplamente utilizada durante a colonização europeia na América, com
mão de obra escravizada. Expandiu-se posteriormente para a África e para o Sul e o Sudeste Asiático. Na atualidade, esse sistema
permanece em várias regiões de países em desenvolvimento (Colômbia, países da América Central, Gana, Costa do Marfim,
Índia, Malásia etc.). Além de mão de obra assalariada, utiliza trabalho semiescravizado, quando se trabalha em troca de moradia
e alimentação, adota tecnologias defasadas e não obtém grande produtividade.

12.2 - A revolução verde


A partir da década de 1950, os Estados Unidos e a ONU incentivaram a implantação de mudanças na estrutura fundiária
e nas técnicas agrícolas em vários dos então chamados países subdesenvolvidos, muitos dos quais ex-colônias recém-
independentes. Em plena Guerra Fria, a intenção dos norte-americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular
por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do então Terceiro Mundo. Além do mais,
a indústria química, que se desenvolveu voltada para o setor bélico, apresentava certa capacidade ociosa nesse período.
Esse conjunto de mudanças técnicas na produção agropecuária que ficou conhecido por Revolução Verde consistia na
modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes melhoradas) e na
mecanização do preparo do solo – do cultivo e da colheita – visando ao aumento da produção de alimentos.
Com esse objetivo os Estados Unidos ofereceram financiamentos para a importação dos insumos, maquinaria e
capacitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os governos dos então países
subdesenvolvidos passaram a promover pesquisa e divulgação de técnicas de cultivo entre os agricultores e a fornecer créditos
subsidiados.
Entretanto, a proposta era a adoção do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões onde se implantou a Revolução
Verde, desconsiderando a variação das condições naturais, das necessidades e possibilidades dos agricultores. Como
consequência, a médio e longo prazos essas inovações causaram impactos socioeconômicos e ambientais muito graves. Apesar
de terem proporcionado aumento de produtividade por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos −
principalmente de cereais e tubérculos −, isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras em condições ideais
para a modernização − relevo plano para possibilitar a mecanização e condições climáticas favoráveis, entre outros. Em países
onde não foi realizada a reforma agrária e cujos trabalhadores agrícolas não tinham propriedade familiar, sobretudo na África e
no Sudeste Asiático, a mecanização da produção diminuiu a necessidade de mão de obra, contribuiu para o aumento dos índices
de pobreza e provocou êxodo rural.
O sistema mais utilizado pelos países que seguiram as premissas da Revolução Verde foi a monocultura, o que resultou
em sérios impactos ambientais, como mostra o texto da página seguinte.
Além dos desequilíbrios ambientais causados pela monocultura, a modernização substituiu as inúmeras variedades
vegetais por algumas poucas. Grandes indústrias iniciaram o processo de controle sobre o comércio e a pesquisa que modificam
a semente dos vegetais cultivados e passaram a controlar toda a cadeia de insumos. Como essas sementes modificadas não são
férteis, os agricultores são obrigados a comprar novas sementes a cada safra se quiserem obter boa produtividade. Isso se tornou
um grande obstáculo para os pequenos agricultores, pois trouxe a necessidade de compra e reposição constante de sementes e
fertilizantes que se adaptem melhor a elas, aumentando muito o custo de produção.

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Os problemas ambientais rurais
[...] O cultivo de espécie vegetal única (soja, trigo, algodão, milho, entre outros) em grandes extensões de terras favorece
o desenvolvimento de grande quantidade de pequenas espécies animais invasores, as pragas que se alimentam desses produtos.
É o caso da lagarta da soja, do besouro-bicudo do algodão e de bactérias como o ácaro dos mamoeiros, o cancro-cítrico dos
laranjais e as diversas pragas dos cafezais, dos fungos que atacam o trigo e o milho e das pragas que infestam os canaviais. Já o
cultivo de várias espécies, ou seja, a policultura, implica competitividade entre elas e elimina a possibilidade da disseminação
de pragas. Nas monoculturas as pragas proliferam rapidamente, e em dois ou três dias uma plantação de soja ou de algodão pode
ser totalmente dizimada. Para evitar isso, utilizam-se cada vez mais inseticidas e fungicidas químicos, que podem ser altamente
prejudiciais à saúde do homem.
O cultivo mecanizado é obrigatoriamente acompanhado do uso de fertilizantes químicos, e para o controle das chamadas
“ervas daninhas”, ou do “mato”, que nascem e crescem mais rapidamente que as espécies plantadas, aplicam-se os herbicidas,
tão tóxicos quanto os venenos empregados para controlar insetos e fungos.
A aplicação frequente de quantidades cada vez maiores desses produtos químicos, genericamente chamados de insumos
agrícolas, contamina o solo. Além disso, eles são transportados pela chuva para riachos e rios, afetando, desse modo, a qualidade
das águas que alimentam o gado, abastecem as cidades e abrigam os peixes. O veneno afeta a fauna, e os pássaros e os peixes
desaparecem rapidamente das áreas de monocultura, favorecendo a proliferação de pragas, lagartas, mosquitos e insetos em
geral. A impregnação do solo com venenos e adubos químicos tende a torná-lo estéril pela eliminação da vida microbiana. [...]
ROSS, Jurandyr, L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. 6. ed. São Paulo: Edusp, 2011. p. 226. (Didática 3).

12.3 - A população rural e O trabalhador agrícola


Até a década de 1970, de forma geral, a organização do espaço rural mundial era amplamente condicionada pela
agropecuária. Essas atividades deveriam garantir não só o abastecimento de alimentos à população, mas também o fornecimento
de matéria-prima a vários setores industriais e, em muitos casos, gerar excedentes exportáveis que permitissem a entrada de
divisas no país. Naquela época, a grande maioria da população rural trabalhava na agropecuária.
Atualmente, nos países e nas regiões em que predominam modernas técnicas de produção, os agricultores são a minoria
dos trabalhadores e até mesmo dos moradores do espaço rural. Isso acontece porque os habitantes da zona rural, em sua maioria,
trabalham em atividades não agrícolas ou em cidades próximas. Ecoturismo e turismo rural, hotéis-fazenda, campings, pousadas,
sítios, casas de campo, restaurantes típicos, parques temáticos, prática de esportes variados, transportes, produção de energia,
abastecimento de água, etc., são atividades rurais que ocupam um contingente de trabalhadores maior que as atividades
agropecuárias. No entanto, quando consideramos as pessoas que trabalham nas diversas atividades ligadas à cadeia produtiva
que envolve a agropecuária (fábricas de insumos, sementes, tratores, irrigação, comercialização, transportes e outros, que
compõem os agronegócios), a participação da PEA aumenta.
Em contrapartida, onde a agropecuária é descapitalizada e utiliza técnicas rudimentares de produção, como é
predominante nos países em desenvolvimento, sobretudo nos de menor renda, a maioria dos trabalhadores rurais se dedica a
atividades diretamente ligadas à agropecuária. Nessas regiões, o papel do Estado na regulamentação das relações de trabalho, do
acesso à propriedade da terra e da política de produção, financiamento e subsídios agrícolas assume importância fundamental no
combate à pobreza, à subnutrição e à fome. Já nos chamados “Estados falidos”, como Haiti, Sudão, Afeganistão, Timor Leste e
outros dominados por conflitos e desagregação social, a ação internacional é muito importante para a busca do desenvolvimento
socioeconômico.
Em regiões e países de economia moderna, embora tenha havido redução no número de trabalhadores agrícolas, vem
aumentando a densidade de atividades encontradas no espaço rural e a de trabalhadores urbanos que aí querem residir,
provocando alteração na distribuição da população entre cidade e campo. Além disso, como vimos, muitos cidadãos urbanos
trabalham no campo e se deslocam diariamente da cidade onde moram para trabalhar em agroindústrias ou em comércio e
prestação de serviços localizados fora do perímetro urbano.
Essa dinâmica alterou a tendência de aceleração do processo de urbanização ao longo do século XX nos países
desenvolvidos e em alguns emergentes. No senso comum, somos levados a pensar que a maioria dos países desenvolvidos tem
percentuais elevados e crescentes de população urbana, mas, na realidade, o percentual de população rural mostra-se bastante
significativo em muitos desses países e, em alguns casos, maiores que o percentual de população rural encontrado em países em
desenvolvimento.
Note que em países desenvolvidos, como Suíça e Noruega, o percentual de população residente na zona rural é
relativamente alto, e o número de trabalhadores agrícolas, pequeno. Isso quando comparado com alguns países emergentes, como
o Chile, e de baixa renda, como a Etiópia, cujo número de trabalhadores agrícolas chega a se equiparar ao número de moradores
da área rural.
A produção agropecuária no mundo
Ao longo do século XX, os países desenvolvidos intensificaram a produção agropecuária por meio da modernização das
técnicas de cultivo e criação. Atualmente sua produtividade é elevada e eles obtêm enorme volume de produção, que abastece o
mercado interno e é responsável por grande parcela dos produtos agropecuários que circulam no mercado mundial.
Se há uma quebra na safra dos principais produtos cultivados nos Estados Unidos, nos principais países da União Europeia
ou no Canadá, por exemplo, os reflexos no comércio mundial e na cotação dos produtos são imediatos. Apesar disso a
participação das atividades agrícolas na economia desses países é reduzida.

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A China é o maior produtor mundial de alimentos e está entre as cinco primeiras colocações em todos os gráficos.
Entretanto, para abastecer seu enorme mercado interno, o país depende da importação de vários produtos agrícolas, sendo o
Brasil um de seus principais fornecedores, com destaque para a soja.
Nos países em desenvolvimento, foram principalmente as regiões agrícolas que abastecem o mercado externo que
passaram por semelhante processo
de modernização das técnicas de
cultivo e colheita. Em muitos
países, isso provocou um êxodo
rural e promoveu a concentração,
na periferia das grandes cidades, de
trabalhadores que perderam seus
empregos na zona rural.
No mundo em
desenvolvimento, é impossível
estabelecer generalizações, já que
os contrastes verificados entre
países mais pobres e alguns
emergentes – a Etiópia e o Brasil,
por exemplo – se repetem também no interior dos próprios países, onde convivem, lado a lado, modernas agroindústrias e
pequenas propriedades nas quais se pratica a agricultura de subsistência.
As atividades agrícolas constituem a base da economia em alguns países de baixa renda e em regiões atrasadas de países
emergentes. Uma vez que neles se pratica uma agricultura de baixa produtividade, o percentual da PEA que trabalha no setor é
sempre superior a 25%, atingindo às vezes índices bem mais altos, como em Uganda, onde 82% da PEA é agrícola. É comum
vigorar uma política governamental que priorize a produção agrícola voltada ao mercado externo, mais lucrativo, em detrimento
das necessidades internas de consumo, já que o poder aquisitivo da população é baixo.

Biotecnologia e alimentos transgênicos


A biotecnologia compreende o desenvolvimento de técnicas voltadas à adaptação ou ao aprimoramento de características
dos organismos animais e vegetais, visando ao aumento da produção e à melhoria da qualidade dos produtos.
Há várias décadas, seu desenvolvimento vem proporcionando benefícios socioeconômicos e ambientais na agropecuária
de diversos países. A seleção de sementes, os enxertos realizados em plantas, o cruzamento induzido de animais de criação e a
associação de culturas são algumas das técnicas agrícolas que fazem parte da biotecnologia e são praticados há muito tempo. É
possível cultivar plantas de clima temperado, como a soja, o trigo e a uva, em regiões de clima tropical; acelerar o ritmo de
crescimento das plantas e a engorda dos animais; aumentar o teor de proteínas, vitaminas e sais minerais em algumas frutas,
verduras, legumes e cereais; aumentar o intervalo de tempo entre o amadurecimento e a deterioração das frutas, entre outras
inovações que beneficiam os produtores, os comerciantes e os consumidores.
Em meados da década de 1990, porém, um ramo da biotecnologia − a pesquisa genômica – passou a lidar com um novo
campo que gerou e continua gerando muita controvérsia: a produção de organismos geneticamente modificados (OGMs), mais
conhecidos como transgênicos. No caso das plantas, estas podem se tornar resistentes à ação de pragas ou de herbicidas. Outras
modificações genéticas mais antigas, como o melhoramento das sementes ou o aumento na proporção de nutrientes dos
alimentos, nunca chegaram a ser criticadas da mesma maneira.
Essa nova tecnologia apresenta vários aspectos positivos e negativos, o que tem gerado muitas polêmicas. Entre os
positivos, destacam-se a elevação nos índices de produtividade, a redução do uso de agrotóxicos e a consequente redução dos
custos de produção e das agressões ambientais, além da criação de plantas resistentes a vírus, fungos e insetos, bem como de
variedades resistentes a secas e solos ácidos. Quanto aos aspectos negativos, aponta-se, sobretudo, a falta de conclusões
confiáveis sobre os eventuais impactos ambientais do seu cultivo em grande escala, além dos possíveis efeitos danosos à saúde
humana. Outro aspecto duramente criticado é o monopólio no controle das sementes – por exemplo, a empresa Monsanto produz
sementes de uma variedade de soja chamada Roundup Ready, cuja tradução é “preparada” ou “pronta para o Roundup”, herbicida
fabricado pela própria empresa.
Os Estados Unidos liberaram o cultivo e a comercialização de milho, soja, algodão e outras plantas transgênicas em
meados da década de 1990, e em 2011 mais de 80% de sua produção de grãos utilizavam essas sementes. Em 2001, um estudo
da Organização Mundial de Saúde (OMS) concluiu que os alimentos transgênicos aprovados para a comercialização não fazem
mal à saúde e contribuem para melhorar as condições ambientais ao reduzir, na maioria dos cultivos, o volume de pesticidas
empregados na agricultura – essa posição passou a ser apoiada pela ONU em maio de 2004. Argentina, Índia, China, Ucrânia,
Canadá e outros países também liberaram seu cultivo e comercialização, mas a maior aceitação desses produtos no Brasil só
ocorreu em 2003, quando o Reino Unido e outros países da União Europeia divulgaram estudos comprovando a segurança
ambiental e humana das plantas transgênicas. Em 2011, cerca de 80% da soja plantada na Europa e 60% da cultivada no Brasil
era transgênica.
É importante ressaltar, entretanto, que não se pode generalizar esse tipo de estudo. O cultivo de plantas transgênicas é
pesquisado e liberado caso a caso. Saber que atualmente o algodão ou o milho, quando transgênicos, não oferecem riscos ao
meio ambiente nem à saúde das pessoas não significa que outros tipos de OGMs sejam igualmente seguros. Além disso, técnicas
de pesquisa mais refinadas em contínuo desenvolvimento podem mostrar no futuro que o que hoje se considera seguro na
realidade não era.

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No Brasil, a regulamentação e fiscalização do uso de alimentos transgênicos ficou a cargo da Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Algumas de suas atribuições são a
implementação da Política Nacional de Biossegurança sobre os transgênicos, o estabelecimento de normas técnicas de segurança
e a emissão de pareceres sobre a proteção da saúde humana e do meio ambiente.

A agricultura orgânica
Paralelamente ao aumento do cultivo de transgênicos, vem crescendo o número de agricultores e consumidores adeptos
da agricultura orgânica, um sistema de produção que não utiliza nenhum produto agroquímico – fertilizantes, inseticidas,
herbicidas e, muito menos, geneticamente modificados. A adubação do solo é realizada com matéria orgânica e o combate às
pragas, com controle biológico – uso de predadores naturais.
Há, também, grande preocupação em manter o equilíbrio ecológico do solo – suporte para a fixação das raízes e sua fonte
de nutrientes –, fundamental nesse tipo de agricultura. Os produtores que adotam a agricultura orgânica buscam, portanto, manter
o equilíbrio do ambiente e de seu plantio por meio da preservação dos recursos naturais. Em conjunto, esses fatores tornam a
produção orgânica mais dispendiosa no curto prazo e esses alimentos ainda custam mais caro nos supermercados e feiras, embora
haja tendência de redução caso aumente o consumo. Embora lentamente, seu consumo vem apresentando crescimento por parte
de pessoas que preferem pagar um pouco mais por produtos mais saudáveis e cuja produção provoca menores agressões que as
dos produtos cultivados com adubos e inseticidas químicos. Aliás, o custo de reparação ambiental da agricultura química de
larga escala deveria estar incluído em seus preços – ela provoca um passivo ambiental que toda a sociedade terá que pagar
futuramente, o que torna sua produção mais barata que a orgânica apenas no curto prazo.
Esse tipo de agricultura valoriza a manutenção de faixas de vegetação nativa, além da rotação e associação de culturas, e
por isso envolve somente propriedades policultoras com suas vantagens socioeconômicas e ambientais inerentes: na grande
maioria, a produção é obtida em pequenas propriedades familiares, aumentando a oferta de ocupação produtiva à população rural
e diminuindo a migração para as cidades, além de promover maior preservação dos solos e não usar insumos químicos.
No Brasil, como em muitos outros países, a produção de alimentos orgânicos é fiscalizada, e as embalagens são
certificadas para que o consumidor tenha confiança no produto e garantia de que não está ingerindo substâncias potencialmente
nocivas. A partir de janeiro de 2010, a Lei Federal 10 831/2003 passou a exigir que os produtores e fabricantes de produtos
orgânicos coloquem selo de certificação emitido por empresas habilitadas pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro)
segundo as normas adotadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

13. - Brasil - Os Complexos Agroindustriais e A Questão Agrária


Em 2012 a agropecuária brasileira, considerada em sua totalidade desde as culturas de roça até os complexos agroindustriais, foi
responsável por 6% do PIB do país. Contudo, tendo em conta toda a cadeia produtiva envolvida nos agronegócios (insumos,
tratores, irrigação, transportes, energia, etc.), sua participação alcançou 37% de toda a produção econômica nacional. Ela tem,
assim, importante efeito multiplicador no crescimento do PIB e na pauta de exportações. Desde a década de 1980 até os dias
atuais, o crescimento do PIB agrícola foi maior que o dos demais setores da economia.

13.1 - A dupla face da modernização agrícola


Quando se analisa a modernização da agricultura, e comum que se pense apenas na modernização das técnicas –
substituição de trabalhadores por máquinas, uso intensivo de insumos e desenvolvimento da biotecnologia – e que se esqueca de
observar as consequências dessa modernização nas relações sociais de produção e na qualidade de vida da população.
O campo brasileiro foi dominado pela grande propriedade ao longo da História. Entre as décadas de 1950 e 1980, a
monocultura e a mecanização foram estimuladas como modelo de desenvolvimento e crescimento econômico por sucessivos
governos. Enquanto isso, a agricultura familiar esteve relegada o segundo plano na formulação das políticas agrícolas, resultando
no deslocamento de grandes contingentes de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo para as cidades, devido às
dificuldades de produção e comercialização. Aqueles agricultores que não conseguiram acompanhar o ritmo das inovações
tecnológicas tiveram dificuldades de competir no mercado porque obtinham baixa produtividade e, consequentemente, baixa
renda. Essa e uma situação que perdura até os dias de hoje em muitas regiões do país.
Diferentemente do ocorrido em países desenvolvidos, em nosso país muitos dos empregos no setor urbano‑industrial
eram mal remunerados e não proporcionavam condições adequadas de moradia, alimentação e transporte nem outras
necessidades cotidianas básicas. Os agricultores dos países europeus ocidentais e dos Estados Unidos que migraram para as
cidades o fizeram predominantemente por fatores de atração (maior densidade de comércio e serviços, salários mais altos, melhor
qualidade de vida, etc.). No Brasil os fatores de repulsão (concentração de terras, baixos salários, desemprego etc.) foram os que
mais contribuiram, e ainda contribuem, para explicar o movimento migratório rural‑urbano. E impossível entender as grandes
desigualdades sociais do Brasil, que apresenta uma das maiores concentrações de renda do mundo, sem considerar esse fato. A
opção pelo fortalecimento da agricultura familiar e a realização de reforma agrária, sobretudo nas décadas em que a população
era predominantemente rural, poderiam ter possibilitado melhores condições de vida a milhões de famílias.
Uma das consequências da modernização das técnicas e a completa subordinação da agropecuária ao capital industrial –
além da valorização das terras agricultáveis –, que promove a concentração das propriedades e a intensificação do êxodo rural.
A rápida e cada vez maior acumulação de capital de um lado, por parte dos grandes produtores, e o estabelecimento de precárias
relações de trabalho de outro lado determinam a dupla face da modernização agrícola brasileira.

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Desempenho da agricultura familiar e empresarial
Uma política de desenvolvimento da produção agropecuária deve contemplar o abastecimento interno, a reforma agrária,
o fortalecimento da agricultura familiar e o aumento nas exportações.
Mesmo com o abandono histórico, em função do domínio da grande propriedade, as unidades familiares são elementos
fundamentais no espaço geoeconômico rural. As grandes propriedades produzem mais carne bovina, soja, cafe, cana‑de‑acucar,
laranja e arroz, enquanto as unidades familiares estão a frente na produção de milho, batata, feijão, mandioca, carnes suína e de
aves, ovos, leite, verduras, legumes e frutas.
Segundo o Censo Agropecuário 2006, nesse ano existiam 4,4 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar:
representavam 84% do total, mas ocupavam apenas 24% da área destinada a agropecuária. Já os patronais (cerca de 800 mil
propriedades) representavam 16% do número de estabelecimentos e ocupavam 76% da área total. Esses números retratam uma
estrutura agrária ainda muito concentrada no país: a área média dos estabelecimentos familiares era de 18 hectares, e a dos
empresariais, de 309 hectares. Apesar disso, em 2006 a agricultura familiar foi responsável por um terço do Valor Bruto da
Produção (VBP) da agropecuária nacional e, em contrapartida, a agricultura patronal, por 2/3 do VBP. Esses números
demonstram que, no geral, as propriedades familiares são mais eficientes, isto é, nelas o aproveitamento econômico da área e
maior do que nas propriedades empresariais – e isso vale para todas as regiões brasileiras.
Os números indicam a eficiência média da agricultura familiar, mas nem todas elas estão nas mesmas condições. Por
exemplo, uma família que tenha uma propriedade rural próxima a um grande centro urbano e produza alimentos de forma
intensiva tera uma rentabilidade muito maior do que outra que pratique agricultura extensiva em propriedade mais distante, por
causa dos altos custos de transporte e de sua baixa produtividade.

13.2 - As relações de trabalho na zona rural


Em 2011, aproximadamente 16 milhões de pessoas (15,7% da PEA) trabalhavam em atividades agrícolas. Segundo os Censos
Agropecuários do IBGE, entre 1996 e 2006, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores abandonaram as atividades agropecuárias, o que
significou, nesse período, uma redução de 8,5% no contingente de trabalhadores agrícolas. Apesar da diversidade de atividades
econômicas que se desenvolvem no espaço rural brasileiro, como o turismo e toda a cadeia de serviços a ele associadas (restaurantes,
hospedagens, guias, entre outros), a agricultura familiar continua sendo a principal geradora de empregos no campo. Sua importância
e seu papel no crescimento econômico brasileiro vêm aumentando nos últimos anos, principalmente após o debate sobre temas como
desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, segurança alimentar e melhoria das condições de vida dos trabalhadores
rurais.
Contudo, grande parcela das pessoas ocupadas na agricultura familiar nao consegue obter uma renda mínima que lhes assegure
condições dignas de vida. Para criar os filhos e sobreviver, muitos pequenos agricultores realizam trabalho fora de suas propriedades,
em outros estabelecimentos (familiares ou patronais), ou atuam em atividades nao agrícolas. Além disso, para muitas famílias a
aposentadoria rural de apenas um salário-mínimo (para homens com mais de 60 anos e mulheres com mais de 55) e a principal fonte
de renda.
Na zona rural brasileira encontramos as seguintes relações de trabalho:
• Trabalho temporário: os boias-frias (Centro‑Sul), os corumbás (Nordeste e Centro‑Oeste) ou os peões (Norte) são trabalhadores
diaristas e temporários. Recebem por dia segundo a sua produtividade, dispõem de trabalho somente em determinadas épocas do ano
e não possuem registro em carteira de trabalho. E uma mão de obra que atende principalmente a agroindústria de cana‑de‑açúcar,
laranja, algodão e café, e trabalha apenas no período do plantio e da colheita. Há famílias que, embora possuam uma pequena
propriedade, fazem trabalhos temporários em latifúndios, retornando depois para casa. Aqueles que não possuem propriedade
trabalham como “volantes”, isto e, ao terminar a temporada de serviço em uma região, são obrigados a se deslocar até encontrar outro
trabalho. Embora ilegal, essa relação de trabalho continua existindo: os trabalhadores são contratados por intermediários, conhecidos
como “gatos”, que fornecem a mão de obra ao fazendeiro.
• Trabalho familiar: caracterizado pelo predomínio da mão de obra familiar em pequenas e médias propriedades – de subsistência ou
comercial – e representa cerca de 80% da mão de obra nos estabelecimentos agrícolas. No caso de a família obter bons índices de
produtividade e rentabilidade, a qualidade de vida e boa e seus membros raramente têm necessidade de complementar a renda com
outras atividades. Essa relação de trabalho é encontrada no cinturão verde das grandes cidades e em algumas regiões agroindustriais,
principalmente na da laranja no estado de São Paulo, dos frigoríficos no Oeste catarinense, além de outros casos em que as famílias
fornecem matéria‑prima a grandes empresas processadoras. No entanto, quando a agricultura praticada pela família e extensiva e de
subsistência, seus membros se vêem obrigados a complementar a renda como trabalhadores temporários em épocas de corte, colheita
ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais. Às vezes, buscam subemprego até mesmo nas cidades, retornando ao campo
apenas em épocas necessárias ou propícias ao trabalho na propriedade familiar.
• Trabalho assalariado: empregados em fazendas e agroindústrias representam apenas 10% da mão de obra agrícola. São trabalhadores
que tem registro em carteira e que recebem, portanto, pelo menos um salário-mínimo por mês. Contam ainda com direito a férias
(com acréscimo de um terço do salário), 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Servico (FGTS), descanso semanal remunerado
e aposentadoria.
• Parceria e arrendamento: parceiros e arrendatários alugam a terra de um proprietário para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel
for pago em dinheiro, diz‑se que há arrendamento; se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, ocorre
uma parceria. Caso a divisão seja feita meio a meio, o parceiro será chamado de meeiro; caso seja feita com um terço, ele será
conhecido como terceiro; caso seja de um quarto, como quarteiro.
• Escravidão por dívida: trata‑se do aliciamento de mão de obra com falsas promessas. Ao empregar‑se na fazenda, o trabalhador e
informado de que está endividado e, como seu salário nunca e suficiente para quitar a dívida, fica aprisionado sob a vigilância de
jagunços (capangas armados a serviço de fazendeiros).

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Posseiros e grileiros
Posseiros são trabalhadores rurais que ocupam terras sem possuir o título de propriedade. Por causa do descaso histórico
do poder público na administração dos problemas do campo e na realização da reforma agrária, muitos deles se engajaram em
movimentos sociais, sendo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) o mais representativo.
Para as ocupações, em geral são escolhidas fazendas improdutivas que se encaixam nos pré‑requisitos constitucionais da
realização da reforma agrária, para pressionar o governo a desapropriá‑la e realizar os assentamentos. Entretanto, a partir do
início deste século tem ocorrido com mais frequência invasão e destruição de propriedades produtivas, centros de pesquisa e
orgãos públicos, o que configura uma ação ilegal. Em muitos casos, os enfrentamentos decorrentes dessas ações causam sérios
conflitos e mortes entre lavradores, a polícia e os jagunços.
Alguns assentamentos, com destaque aos que se organizaram em cooperativas, foram bem‑sucedidos e prosperaram, mas
os que não conseguiram se organizar, muitas vezes porque foram implantados em áreas desprovidas até mesmo de infraestrutura
que permita o escoamento da produção, fracassaram.
Grileiros são os invasores de terras que conseguem, mediante corrupção, uma falsa escritura de propriedade da terra.
Costumam agir em áreas de expansão das fronteiras agrícolas ocupadas inicialmente por posseiros, o que causa grandes conflitos
e inúmeras mortes.

O estatuto da terra e a reforma agrária


No primeiro texto a seguir, o agrônomo Francisco Graziano Neto contextualiza historicamente o Estatuto da Terra (Lei 4
504, de 30 de novembro de 1964) promulgado para embasar um programa de reforma agrária que não foi realizado. Também
analisa o que estava por trás de sua elaboração. Segundo o discurso oficial, buscava‑se democratizar o acesso a propriedade
rural, modernizar as relações de trabalho e de produção e, consequentemente, colaborar para o crescimento econômico do país.
O Estatuto da Terra possibilitou a realização de um Censo agropecuário que fornecesse os dados estatísticos necessários
a elaboração de uma política de reforma agrária. Para a realização desse Censo, tornou‑se necessário classificar os imóveis rurais
por categorias, da mesma forma que, para realizar um censo demográfico, o IBGE classifica as pessoas por idade, sexo, cor e
renda.
No entanto, logo surgiu uma dificuldade em razão da grande diversidade das características físicas e das condições
geográficas do imenso território brasileiro. A adoção de uma unidade fixa de medida (por exemplo, 1 hectare) não bastaria para
classificar de maneira realista os imóveis rurais. Um hectare no fértil e úmido Oeste paulista corresponde a uma realidade agrícola
totalmente diferente da de um hectare no solo ácido do Cerrado ou no Semiárido nordestino. Para resolver essa dificuldade, foi
criada uma unidade especial de medida de imóveis rurais – o módulo rural, derivado do conceito de propriedade familiar.
Leia o texto a seguir.

Estatuto da terra
Temerosos com a expansão da Revolução Cubana, ocorrida em 1959, os Estados Unidos formularam a Aliança para o
Progresso, política que estimulava reformas nas estruturas agrárias dos países latino-americanos, visando constituir uma vigorosa
classe média rural no campo. Com anseios capitalistas e aspirações consumistas, essa classe média seria o melhor freio à
revolução comunista na América Latina. Em outras palavras, era preferível à oligarquia rural entregar os anéis que os dedos.
O Estatuto da Terra, como é conhecida a Lei 4 504/64, promulgada no governo de Castelo Branco, representou a expressão
máxima dessa visão reformista defendida na época. O Estatuto propunha uma “solução democrática” à “opção socialista”.
Procurava, dessa forma, impulsionar o desenvolvimento do capitalismo no campo.
Mas a propalada democratização da posse da terra não ocorreu. Nem mesmo sendo a reforma agrária proposta para
fortalecer o capitalismo contra a expansão do socialismo na América Latina. A maioria dos países ensaiou, quase todos eles
elaboraram planos, fizeram discursos, mas a redistribuição das terras nunca saiu do papel para valer.
Ao contrário da divisão da propriedade, o capitalismo impulsionado pelo regime militar após 1964 promoveu a
modernização do latifúndio através do crédito rural subsidiado e abundante. Toda a economia brasileira cresceu vigorosamente,
urbanizando-se e industrializando-se, sem necessitar democratizar a posse da terra nem precisar do mercado interno rural. Era o
mundo se globalizando, promovendo uma nova divisão internacional do trabalho.
O projeto de reforma agrária foi, assim, esquecido. O resultado é que as estruturas agrárias dos países da América Latina,
com o Brasil na liderança, continuaram extremamente concentradas. Permaneceu o problema clássico: muita terra na mão de
pouca gente, muita gente com pouca terra.
De econômico, o problema da terra virou social. A industrialização e o crescimento econômico não precisaram da reforma
agrária para se efetivar. Isso é uma verdade histórica que desmentiu os economistas de esquerda da época, que incluíam os
“desenvolvimentistas”. Mas restou o argumento ideológico: é uma grande injustiça a miséria que existe no campo, e essa deve-
se à má distribuição das terras.
Assim o problema da terra foi trazido aos nossos dias. Como uma revolta da cidadania às injustiças sociais. Embora se
argumente ainda com as razões econômicas da reforma agrária, mudou o eixo da discussão principal.
GRAZIANO, Francisco. Estatuto da Terra. In: BRASIL em foco 2000 [CD-ROM]. Brasília: Ministério das Relações
Exteriores; São Paulo: Terceiro Nome, 2000. Francisco Graziano é agrônomo e doutor em Administração, lecionou Economia
Rural na Universidade Estadual Paulista (Unesp), exerceu a presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) e foi secretário da Agricultura do estado de São Paulo.

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O que é propriedade familiar e módulo rural?
O inciso II, do art. 4º, do Estatuto da Terra (Lei 4 504/64), define como “Propriedade Familiar” o imóvel rural que, direta
e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o
progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente, trabalhado com
a ajuda de terceiros. O conceito de propriedade familiar é fundamental para entender o significado de Módulo Rural. O conceito
de módulo rural é derivado do conceito de propriedade familiar, e, sendo assim, é uma unidade de medida, expressa em hectares,
que busca exprimir a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e as condições do
seu aproveitamento econômico.
INSTITUTO Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Disponível em: <www.incra.gov.br>. Acesso em: 2 fev. 2013.

Estatuto da terra, propriedade familiar e módulo rural


A propriedade familiar possui área de dimensão variável, levando em consideração basicamente três fatores que, ao
aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do modulo. Esses fatores são:
• Localização da propriedade: se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, em região bem atendida por
sistema de transportes, ele proporciona rendimentos maiores do que um imóvel mal localizado, por isso terá uma área menor.
• Fertilidade do solo e clima: quanto mais propícias as condições naturais – relevo, solo, clima e hidrografia – da região, menor a
área do modulo.
• Tipo de produto cultivado e tecnologia empregada: em uma região do país onde se cultiva mandioca ou batata, por exemplo, e
se utilizam técnicas tradicionais, o módulo rural deve ser maior do que em uma região que produz soja ou algodão com emprego
de tecnologia moderna.
Com esses critérios, a partir da década de 1990 passou‑se a utilizar uma classificação regulamentada em lei após a
Constituição Federal de 1988. São consideradas pequenas as propriedades com até 4 módulos rurais, médias as de 4 a 15 módulos
e grandes as que superam 15 módulos. Essa mudança foi necessária porque o art. 185 da Constituição, do capítulo que trata da
reforma agrária, proíbe a desapropriação, para fins de assentamento rural, de pequenas e médias propriedades, assim como de
grandes propriedades produtivas. Leia o trecho da Constituição.

A reforma agrária na Constituição de 1988


Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até 20 (vinte) anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será prevista em lei.
Parágrafo 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro.
[...]
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem -estar dos proprietários e dos trabalhadores. [...]
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 jan. 2013.

Embora a Constituição de 1988 tenha fornecido instrumentos legais ao Estado para a realização da reforma agrária, na
prática os assentamentos têm ocorrido em ritmo lento. A maioria dos proprietários contestava na justiça a desapropriação de suas
terras, argumentando que não eram improdutivas ou que o preço da indenização não correspondia ao valor de mercado. Isso fazia
com que os processos se arrastassem por anos, impedindo o assentamento das famílias selecionadas pelo Incra.
Tal problema foi solucionado em dezembro de 1996, quando foi firmado um importante acordo no Congresso Nacional
e foi aprovada a Lei do Rito Sumário de Desapropriação. Com essa lei, o pagamento da indenização passou a ser acompanhado
pela posse imediata da propriedade em litígio, ou no prazo estipulado pelo juiz, sem que o recurso judicial do proprietário para
questionar o valor pago ou o laudo que declarou a terra como improdutiva impeça sua retirada. Em contrapartida, foi aprovada
outra lei que proibiu a desapropriação de propriedades invadidas.
Nesse acordo, os deputados e senadores que representavam os interesses dos grandes proprietários rurais votaram a favor
do rito sumário de desapropriação. De outro lado, os que defendiam a realização acelerada da reforma agrária votaram a favor
da não desapropriação das terras invadidas. Essas medidas possibilitaram ao governo imprimir maior velocidade aos projetos de
assentamento.
Apesar dos assentamentos realizados a partir da década de 1990, ainda há grande concentração de terras em mãos de
alguns poucos proprietários, enquanto a maioria dos produtores rurais detém uma parcela muito pequena da área agrícola. Há
um número estimado em centenas de milhares de trabalhadores urbanos e rurais aguardando assentamento, enquanto cerca de
32% da área agrícola nacional é constituída por propriedades nas quais a terra é improdutiva.

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Também em 1996 foi estabelecida a possibilidade de impulsionar a realização da reforma agrária por via fiscal, que
consiste em utilizar a cobrança de impostos como mecanismo de alteração da estrutura fundiária. No Brasil, o Imposto Territorial
Rural (ITR) sempre foi muito baixo e altamente sonegado. Naquele ano, porém, foram criadas trinta alíquotas para esse imposto:
quanto maior a propriedade e menor o seu grau de utilização, maior o imposto; e vice‑versa: quanto menor a propriedade e maior
o seu grau de utilização, menor o valor a ser pago. Quem possui imóvel rural de até 50 hectares, por exemplo, e utiliza mais de
80% da área, paga a menor alíquota – de 0,08% do valor venal da propriedade – ao ano. No outro extremo, quem possui imóvel
rural de mais de 5 mil hectares e utiliza menos de 30% da área, paga 20% ao ano de ITR. Assim, a cada cinco anos, o proprietário
desembolsará o valor de sua propriedade aos cofres do governo. Na prática, essa lei obriga os latifundiários a produzir em suas
terras, vendê‑las, subdividi‑las ou arrendá‑las, para torná‑las produtivas.
É importante destacar que atualmente a distribuição de terras não é suficiente para melhorar as condições de vida das
camadas mais pobres da população. No Brasil, o enfrentamento dos problemas da agricultura deve ser estruturado por políticas
fundiárias regionais, porque uma fórmula única não pode ser aplicada em todo o território, tendo em vista as diferentes
necessidades. Em alguns casos, o ITR pode ser um importante mecanismo de combate à pobreza no campo, em outros, a
distribuição de terras pode obter resultado melhor, enquanto para os trabalhadores rurais empregados nas agroindústrias, tanto
os boias-frias quanto os empregados permanentes, a modernização das relações de trabalho e o aumento da renda podem
constituir o caminho mais rápido de combate à pobreza.

13.3 - Produção agropecuária brasileira


Como vimos, as atividades agropecuárias e
a cadeia produtiva nela envolvida foram
responsáveis por 37% do PIB nacional. O Brasil é
líder mundial na produção e exportação de café,
açúcar, álcool e suco de frutas e o maior
exportador mundial de soja, carne bovina, carne de
frango, tabaco, couro e calçados de couro.
O gráfico ao lado mostra a participação de
cada estado brasileiro e das Grandes Regiões na
produção de cereais.
Atualmente, as fronteiras agrícolas se
expandem principalmente pelo Centro-Oeste e
pela periferia da Amazônia, em regiões de relevo
relativamente plano – o que facilita a mecanização
– e de solos e climas favoráveis utilizando
corretivos e, às vezes, irrigação.
Bastante heterogênea, a estrutura produtiva do setor agropecuário conta, de um lado, com forte participação da agricultura
familiar e, de outro, com a presença de grandes conglomerados nacionais (alguns dos quais já expandiram seus negócios para o
exterior e se transformaram em transnacionais) e estrangeiros que se posicionam entre os maiores do mundo. No país existem
grandes frigoríficos de carne bovina ( JBS Friboi e Bertin, que, após se fundirem, formaram o maior frigorífico do mundo, e
Marfrig), suina e de aves (Perdigão e Sadia, cuja fusao originou a BRF Brasil Foods), usinas de açúcar e álcool (Copersucar e
Cosan), fábricas de suco de laranja e outras frutas (LDC Agroindustrial e Citrosuco), produtores e beneficiadores de soja (Bunge
e Cargill) e café (Cooxupe e Cafe Santa Clara) que colocaram o Brasil na primeira posição entre os exportadores mundiais desses
produtos.
Segundo o Censo Agropecuário, em 2006 somente 10% dos estabelecimentos agrícolas brasileiros utilizavam trator na
preparação dos solos, cultivo ou colheita (um indicador básico de tecnologia no campo). A título de comparação: nos Estados
Unidos e na França, mais de 90% dos estabelecimentos agrícolas possuem tratores.
As máquinas estavam fortemente concentradas no Centro-Sul, região com a agropecuaria mais moderna do país e com a
presença dos grandes conglomerados agroindustriais. Por meio do uso de tratores, e possível inferir sobre a utilização de outras
tecnologias e serviços no campo brasileiro, que provavelmente e ainda menos comum: irrigação, seleção de sementes, assistência
técnica especializada, uso de imagens de satélites e outras.
No Brasil, o potencial de crescimento econômico decorrente do fortalecimento do agronegócio e da agricultura familiar
é muito grande. Além disso, relatorios de vários organismos internacionais, entre eles a Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento (Unctad), apontam que deve haver grande demanda mundial por alimentos nos próximos anos e
colocam o Brasil como importante fornecedor de grãos, proteína animal e biocombustível.
Segundo projeções da ONU, existem todas as condições estruturais para que o Brasil, quinto maior exportador agrícola
mundial em 2008, possa ocupar a primeira posição: extensa área agricultável ainda improdutiva, condições naturais favoráveis,
centros de pesquisa de ponta (com destaque para a Embrapa) e formação de mão de obra qualificada em universidades e escolas
técnicas.
O crescimento do comércio exterior de produtos agrícolas, porém, depende de os países desenvolvidos implementarem
mudanças em suas políticas agrícolas. O Brasil e outros países em desenvolvimento enfrentam restrições que os impedem de
aumentar o volume de exportações por conta do protecionismo dos países mais ricos: por meio de uma série de medidas, aplicadas
de forma isolada ou conjunta, eles protegem seu setor agrícola, além de concederem elevados subsídios a seus agricultores. Entre
essas medidas, destacam-se:
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• barreiras tarifárias: elevação dos impostos sobre os produtos importados;


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• barreiras não tarifárias: geralmente utilizadas como argumento para restringir importações por meio de proibições, cotas ou
mesmo sobretaxas. São elas:
- barreiras fitozoossanitárias: alegação de que produtos da agropecuária correm risco de contaminação;
- cláusulas trabalhistas: sobretaxa ou proibição de importação de produtos cultivados ou fabricados em países cujas leis
trabalhistas são deficientes, os salários baixos ou que utilizam trabalho escravizado ou semiescravizado;
- cláusulas ambientais: sobretaxa ou proibição de importação de produtos cultivados ou fabricados em países onde ocorrem
agressões ambientais no processo de produção;
- embargo: proibição de importação de qualquer produto de países governados por regimes ditatoriais, que abriguem grupos
terroristas, pratiquem tortura, perseguição política ou religiosa e que não respeitem a Declaração Universal dos Direitos
Humanos da ONU;
- estabelecimento de cotas de importação: limitação da quantidade de produtos de determinado país que pode ingressar no
mercado interno.
Além das dificuldades externas para a exportação de produtos agrícolas, há também fatores internos que reduzem o
potencial de crescimento e a competitividade do Brasil:
• deficiências no setor de transportes e armazenagem, o que aumenta os custos operacionais;
• elevada carga tributária;
• baixa disponibilidade de crédito e financiamentos;
• falta de incentivo a formação de cooperativas;
• pequena abrangência espacial de energia elétrica na zona rural, inibindo investimentos em irrigação e armazenagem, entre
outros.
Apesar dessas dificuldades, o Brasil ocupa, como vimos, uma posição importante no mercado mundial como exportador
de produtos agrícolas. Entretanto, para abastecer o mercado interno, o país necessita importar alguns alimentos, como o trigo,
cuja área plantada foi reduzida de 1990 até 2002, quando voltou a apresentar relativo crescimento. Em 1990, foi eliminado o
monopólio de sua comercialização, até então exercida pelo Banco do Brasil e, a partir de então, os moinhos ficaram livres para
comprar o produto de qualquer fornecedor, nacional ou estrangeiro. Como a produção de trigo do Canadá e dos Estados Unidos
recebe elevados subsidios governamentais para a exportação, muitas vezes o produto importado acaba chegando ao Brasil mais
barato que o nacional.
Ao longo da História, a política agrícola brasileira tem oferecido mais incentivos aos produtos agrícolas de exportação,
quase sempre cultivados nos grandes latifúndios, em detrimento da produção para o mercado interno, geralmente obtida em
pequenas e médias propriedades. Somente a partir 1995, com a estabilização da economia e os programas assistenciais de
transferência de renda que promoveram aumento do poder de consumo das camadas mais pobres da população, houve uma
inversão de rumos, e os produtos que receberam mais incentivos foram o arroz, o feijão, a mandioca e o milho (largamente usado
na produção de ração para o gado), que, assim, passaram a apresentar significativo aumento da área cultivada da produção obtida.
Esse aumento da produção de itens voltados em sua maioria para o mercado interno explica-se também pela prática da associação
de culturas em grandes propriedades, o que proporciona ganhos na comercialização do produto associado e economia de gastos
com a preservação dos solos.
Em relação a criação de animais, as aves, sobretudo os galináceos, compõem o maior número; a Região Sudeste possui
cerca de 35% das aves destinadas a produção de ovos, enquanto a Região Sul concentra mais de 50% das que serão abatidas. O
segundo rebanho do país é o de bovinos.
De acordo com o IBGE, em 2011 o país tinha atingido um efetivo de quase 213 milhões de cabeças de gado bovino, sendo
o maior do mundo em termos comerciais (ou o segundo em números totais, ja que o primeiro é o da Índia, onde, contudo, esses
animais não têm uso comercial, pois são considerados sagrados).
O crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e Norte do país vem sendo registrado desde o fim da década de
1980, superando áreas tradicionais de pecuária bovina, como as do Sul. Os maiores rebanhos de bovinos encontram-se nos
estados de Mato Grosso (13,7% do total), Minas Gerais (11,2%), Mato Grosso do Sul (10,1%), Goiás (10,2%), Para (8,5%) e
Rio Grande do Sul (6,7%).
A pecuária bovina brasileira vem passando, desde a década de 1980, por uma mudança estrutural, deixando de ser
predominantemente extensiva. Tem-se tornado cada vez mais frequente a seleção de raças e a vacinação do gado, que é
alimentado em pastos cultivados, no período chuvoso, e com ração, nos períodos de estiagem. Essas características são tipicas
da pecuária semi-intensiva ou intensiva, cada vez mais dominada por grandes empresas agroindustriais.
O tempo medio de engorda diminuiu de quatro anos, na década de 1970, para dois anos e meio, da década de 1990 até os
dias de hoje. Os criadores que não acompanham esses índices têm um custo de produção maior e, em geral, não conseguem repor
o número de cabecas em seu rebanho após o abate do boi gordo. Assim, suas atividades tornam-se ineficientes e inviáveis.
Essas mudancas vêm ocorrendo, ainda que mais lentamente, mesmo em regiões onde predominava a pecuária extensiva.
É o caso do Sertão nordestino, da Região Centro-Oeste e da periferia da Amazônia.
Apesar da modernização no setor, ocorre com certa frequência a divulgação de notícias sobre a ocorrência de focos de
febre aftosa, como as que ocorreram nos estados de Mato Grosso do Sul em 2006 e no Paraná em 2012. Essa doença − altamente
contagiosa e que atinge bovinos, suínos, ovinos e caprinos − e transmitida entre o gado pelo simples contato, e seus sintomas são
febre, aftas na boca, feridas nas patas e mamas. Isso impede os animais de pastar, reduzindo seu peso e a produção de leite,
podendo levá-los a morte.

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A aftosa provoca grandes prejuízos, uma vez que o gado contaminado deve ser sacrificado para a doença nao se expandir,
e sua ocorrência recorrente já levou vários países que importam carne do Brasil a declarar embargo, prejudicando as exportações.
Entretanto, a doença não apresenta riscos à saúde humana e raramente é transmitida pelo consumo de carne ou leite.
Em vários países europeus a febre aftosa foi erradicada por meio do controle de trânsito do gado e da vacinação
obrigatória. No Brasil, embora a vacinação seja obrigatória e, também, exista controle de trânsito, nem sempre a lei é cumprida,
e o rebanho fica sujeito a contaminação, principalmente quando há importação de gado de alguns países vizinhos. O governo
brasileiro e os criadores têm procurado aperfeiçoar esses mecanismos zoossanitários preventivos. Para aumentar o controle e a
aceitação da carne brasileira no mercado internacional, o Ministério da Agricultura criou em 2002 o Sistema Brasileiro de
Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Esse mecanismo permite o rastreamento dos animais desde
seu nascimento aé o momento em que sua carne é processada para ir à mesa do consumidor, garantindo sua procedência.
Outro fator importante para garantir as exportações (o Brasil ocupa a segunda posição mundial, sendo superado somente
pelos Estados Unidos) foi a “moratória dos grãos”, implantada em 2006, e a “moratória da carne”, de 2009. Trata-se de acordos
celebrados entre distribuidores, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional
dos Exportadores de Cereais (Anec), grandes frigoríficos, cadeias de supermercados e ONGs (como Greenpeace e WWF), nos
quais há o comprometimento de não comercializar produtos agropecuários de áreas desmatadas após 2006.

14. O crescimento demográfico mundial


Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (unfpa), em 2012, nosso planeta era habitado por mais de 7 bilhões
de pessoas, distribuídas de maneira desigual pelos países e regiões. No primeiro bimestre de 2022 ultrapassaremos o contingente
de 8 bilhões de habitantes.
Atualmente, a dinâmica demográfica da população é muito desigual entre os países. Nas economias desenvolvidas o
crescimento demográfico é pequeno, sendo negativo em alguns casos; já nos países pobres e emergentes encontramos as mais
variadas situações: há nações onde o elevado crescimento populacional compromete a busca do desenvolvimento sustentável, ao
lado de outras onde a população tende a se estabilizar nas próximas décadas, como é o caso do Brasil.

14.1 - Características e crescimento da população mundial


A População Mundial
Dos mais de 7 bilhões de habitantes que o planeta abrigava em 2012, mais de 75% vivem em países pobres ou emergentes,
cerca de 42% trabalham na agropecuária, silvicultura ou pesca e 774 milhões de pessoas (11,4%) com 15 anos de idade ou mais
são analfabetas. Nos países desenvolvidos, 64% dos cidadãos têm acesso à internet, enquanto na América Latina e no Caribe
esse número cai para 24%; no Sul e Sudeste Asiático o índice é 14%, e na África subsaariana somente 4% da população tem
acesso à rede mundial de comunicação.
No entanto, muitos países tiveram um grande crescimento econômico e melhoraram a qualidade de vida de suas
populações, durante a segunda metade do século XX e início do século XXI. De acordo com o Banco Mundial, em 1990 cerca
de 1,9 bilhão de pessoas vivia em condições de pobreza extrema (com menos de US$ 1,25 por dia), número que se reduziu para
aproximadamente 1,3 bilhão em 2008, apesar do crescimento populacional do período.
O grande crescimento econômico da China retirou 507 milhões de pessoas da pobreza extrema, mas, nesse mesmo
período, na África subsaariana houve aumento de 295 milhões para 415 milhões de pessoas nessas condições. Entretanto, na
África subsaariana houve redução no percentual de pobreza extrema em relação ao total da população, entre 1990 e 2008, o que
se explica pelas elevadas taxas de natalidade.
As disparidades não são apenas essas. Em 2010, segundo o Unfpa, nos países desenvolvidos, a esperança de vida média
era de 75 anos para os homens e 82 anos para as mulheres; na América Latina e Caribe, 72 e 78; e na África subsaariana, 54 e
56 anos; ou seja, uma diferença de mais de 21 anos para os homens e de 26 para as mulheres de média de vida entre os extremos.
No entanto, se consideramos os países isoladamente, esses extremos ficam mais evidentes: as mulheres do Japão viviam, em
média, 87 anos e as de Guiné-Bissau, 50 anos.
Tais diferenças se explicam pela deficiência ou, muitas vezes, pela completa falta de acesso a água potável, a uma
alimentação adequada, a coleta e tratamento de esgoto, a educação de qualidade, a condições adequadas de habitação e,
principalmente, a bons programas de saúde que atendam toda a população, incluindo campanhas de vacinação, hospitais e
maternidades de qualidade, entre outros.

População, Povo e Etnia: Conceitos Básicos


População é o conjunto de pessoas que residem em determinada área, que pode ser um bairro, um município, um estado,
um país ou até mesmo o planeta como um todo. Ela pode ser caracterizada segundo vários aspectos: por gênero (masculino e
feminino), faixa etária (jovens, adultos e idosos), religião, etnia, local de moradia (urbana ou rural) e atividade econômica (ativa
ou inativa), entre outros. Além disso, as condições de vida e o comportamento da população são retratados por meio de
indicadores sociais: taxas de natalidade e mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.
No Brasil, população e povo são conceitos que possuem distinção jurídica. Como a população é o conjunto de todos os
habitantes, ela engloba, por exemplo, estrangeiros residentes no país. Estes têm direitos assegurados por tratados internacionais
e na própria Constituição Federal, mas não são cidadãos e nem fazem parte do povo brasileiro. O artigo 1º, § 1º da Constituição
Federal, expressa: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição”. Desse modo, somente os brasileiros natos e os estrangeiros naturalizados que, de forma regulamentada, têm
direitos e deveres de participação na vida política do país, constituem o povo brasileiro, no sentido jurídico-político do termo.

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Quando nos referimos à população de um país, por exemplo, também podemos considerar os conceitos de populoso e
povoado, que envolvem, respectivamente, a noção de população absoluta (número total de habitantes) e de população relativa
(número de habitantes por quilômetro quadrado). Um país é considerado populoso quando o número absoluto de habitantes é
alto. O Brasil é o quinto país mais populoso do planeta, com cerca de 194 milhões de habitantes (em agosto de 2012, segundo o
IBGE), embora seja pouco povoado, pois possui aproximadamente 22 hab./km2.
Ao considerarmos a qualidade de vida da população, os conceitos populoso e povoado devem ser interpretados com
atenção. Um país não oferece melhores ou piores condições de vida aos seus cidadãos simplesmente pelo fato de se apresentar
pouco ou muito povoado. Os Países Baixos, apesar de terem elevada população relativa (400 hab./km2), apresentam uma
estrutura econômica e de serviços públicos que atende às necessidades dos seus cidadãos. Já o Brasil, com uma baixa população
relativa, tem muitos problemas na área social por causa da carência de serviços públicos de qualidade, de empregos com salários
dignos, de habitações adequadas, etc. Nesse contexto, em última instância, o que conta é a análise das condições de vida da
população, e não apenas a análise dos números demográficos. Daí a importância de se considerar, além das condições
socioeconômicas, o acesso aos direitos humanos universais estabelecidos pela ONU.

Os Direitos Humanos Universais


O texto seguinte, foi escrito, em 1998, pelo jurista Dalmo de Abreu Dallari, quando se comemoravam os cinquenta anos
da Declaração Universal os Direitos Humanos.

O Que São Direitos Humanos - Direitos Humanos: Noção e Significado


Para entendermos com facilidade o que significam direitos humanos, basta dizer que tais direitos correspondem às
necessidades essenciais da pessoa humana. Trata-se daquelas necessidades que são iguais para todos os seres humanos e que
devem ser atendidas para que a pessoa possa viver com a dignidade que deve ser assegurada a todas as pessoas. Assim, por
exemplo, a vida é um direito humano fundamental, porque sem ela a pessoa não existe. Então a preservação da vida é uma
necessidade de todas as pessoas humanas. Mas, observando como são e como vivem os seres humanos, vamos percebendo a
existência de outras necessidades que são também fundamentais, como a alimentação, a saúde, a moradia, a educação, e tantas
outras coisas.

Pessoas com valor igual, mas indivíduos e culturas diferentes


Não é difícil reconhecer que todas as pessoas humanas têm aquelas necessidades e por esse motivo, como todas são iguais
– uma não vale mais do que a outra, uma não vale menos do que a outra –, reconhecemos também que todos devem ter a
possibilidade de satisfazer aquelas necessidades.
Um ponto deve ficar claro, desde logo: a afirmação da igualdade de todos os seres humanos não quer dizer igualdade
física nem intelectual nem psicológica. Cada pessoa humana tem sua individualidade, sua personalidade, seu modo próprio de
ver e de sentir as coisas. Assim, também os grupos sociais têm sua cultura própria, que é resultado de condições naturais e sociais.
Um grupo humano que sempre viveu perto do mar será diferente daquele que vive, tradicionalmente, na mata, na montanha ou
numa região de planícies. Do mesmo modo, os costumes e as relações sociais da população de uma grande metrópole não serão
os mesmos da população de uma cidadezinha pobre do interior, distante e isolada dos grandes centros. Da mesma forma, ainda,
a cultura de uma população predominantemente católica será diferente da cultura de uma população muçulmana ou budista.
Em tal sentido as pessoas são diferentes, mas continuam todas iguais como seres humanos, tendo as mesmas necessidades
e faculdades essenciais. Disso decorre a existência de direitos fundamentais, que são iguais para todos.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p. 7-8. (Polêmica).
Dalmo de Abreu Dallari é jurista e professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

O que é nação e etnia?


O texto de Dalmo Dallari nos remete ao conceito de nação, importante nos estudos da geografia da população. Esse
conceito será aqui utilizado, em seu sentido antropológico, como sinônimo de etnia, definindo um grupo de pessoas que
apresentam uma história comum e vivenciam um padrão cultural que lhes assegura uma identidade coletiva. Assim, a população
de um país pode conter várias nações ou etnias, como é bastante evidente na Rússia, na Índia, na China e na Indonésia. Podemos
dizer, portanto, que há países multinacionais ou multiétnicos. Mesmo o Brasil é composto de diversas nações indígenas
minoritárias – os Yanomami, os Kaiapó, os Munduruku, os Kadiwéu, os Guarani, além de outras 215 etnias (sem contar os mais
de oitenta povos isolados sobre os quais a Funai afirma ainda não haver informações objetivas). Em sentido antropológico,
muitas vezes a palavra povo também é utilizada como sinônimo de nação e etnia, daí falar em povo Kaiapó, povo Guarani, etc.
A Funai, por exemplo, utiliza a expressão “povos indígenas” em seus textos e atividades.
É importante ressaltar que na população de um país, mesmo que as pessoas tenham ideais comuns e formem realmente
uma nação, existe a necessidade da ação do Estado para intermediar os conflitos de interesses. Em países desenvolvidos, as
diferenças econômicas são atenuadas pelo acesso de grande parte da população de baixa renda a eficientes sistemas públicos de
saúde, educação de qualidade, transporte, moradia e lazer, o que é possível graças a um sistema tributário de cunho distributivo.
Já nos países pobres e em alguns emergentes, o Estado costuma beneficiar mais os interesses privados de uma minoria da
população em detrimento dos serviços públicos, tais como educação, transporte público, saneamento básico, segurança etc.,
necessários à maioria da população.

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Quanto mais acentuadas as diferenças sociais e a concentração de renda, maior é a distância entre a média dos indicadores
socioeconômicos da população e a realidade em que vive a maioria dos cidadãos. No Brasil, como mostra a tabela, a taxa de
analfabetismo funcional da população que recebe até meio salário-mínimo por mês é quase seis vezes superior à parcela que
recebe mais de dois salários-mínimos.
Portanto, diante de uma tabela ou gráfico contendo quaisquer indicadores sociais de uma população, temos de considerar
como está distribuída a renda do país para podermos avaliar a confiabilidade da média obtida.

A Discriminação de Gênero - No que se refere à igualdade entre as pessoas como direito humano fundamental, é importante
ressaltar que em muitos países ainda existe forte discriminação de gênero, isto é, as mulheres não têm as mesmas condições de
vida e oportunidades que são oferecidas aos homens em relação a educação, atuação no mercado de trabalho e participação
política. Nos países desenvolvidos, principalmente nos da Europa ocidental, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, tem
havido grande avanço na redução das desigualdades de gênero, e as mulheres obtiveram muitas conquistas. Embora em nível
menor, o avanço também vem ocorrendo em países emergentes como o Brasil, a Argentina, o Chile, a Índia, a Turquia e a África
do Sul. Entretanto, em alguns outros emergentes e em muitos países e regiões mais pobres do mundo, principalmente na África
subsaariana e no Oriente Médio, as mulheres ainda sofrem grande discriminação e apresentam taxas de escolarização,
participação política e condições de emprego bem inferiores às da população masculina, além de frequentes maus-tratos. Leia o
texto do Unfpa, que demonstra a relação entre a cultura e a desigualdade de gênero.

Cultura, Gênero e Direitos Humanos - A cultura – padrões herdados de significados compartilhados e de entendimentos
comuns – influencia o modo como as pessoas regem suas vidas e oferece uma lente por meio da qual podem interpretar sua
sociedade. As culturas afetam a forma como as pessoas pensam e agem, mas não produzem uniformidade de pensamento ou de
comportamento.
As culturas devem ser vistas em seu contexto mais amplo: elas influenciam e são influenciadas por circunstâncias externas
e, em resposta a elas, se modificam. As culturas não são estáticas; as pessoas estão continuamente envolvidas em remodelá-las,
embora alguns aspectos da cultura continuem a influenciar escolhas e estilos de vida por períodos muito longos.
Os costumes, normas, comportamentos e atitudes culturais são tão variados quanto ambíguos e dinâmicos. É arriscado
generalizar e é particularmente perigoso julgar uma cultura pelas normas e valores de outra. Tal simplificação excessiva pode
levar à presunção de que todo membro de uma cultura pensa de forma idêntica. Isso não somente se trata de uma percepção
equivocada, mas ignora um dos acionadores da mudança cultural, que são as múltiplas expressões da resistência interna, a partir
das quais as transições emergem. O movimento em direção à igualdade de gênero é um bom exemplo desse processo em
funcionamento. [...]
Contudo, a desigualdade de gênero continua disseminada e arraigada em muitas culturas. As mulheres e as meninas
constituem 3/5 do bilhão de pessoas mais pobres do mundo: as mulheres são 2/3 dos 960 milhões de adultos em todo o mundo
que não sabem ler, e as meninas representam 70% dos 130 milhões de crianças que não vão para a escola. Algumas normas e
tradições culturais e sociais perpetuam a violência associada ao gênero, e tanto os homens como as mulheres podem aprender a
fazer “vista grossa” ou aceitar a situação. De fato, as mulheres podem defender as estruturas que as oprimem.
O poder opera dentro das culturas por meio da coerção que pode ser visível, oculta nas estruturas do governo e da
legislação, ou estar enraizada nas percepções que as pessoas têm delas mesmas. As relações de poder são, portanto, o cimento
que liga e molda a dinâmica de gênero e fundamenta o raciocínio e a maneira como as culturas interagem e se manifestam.
Práticas como o casamento de crianças (que é uma das principais causas da fístula obstétrica e da mortalidade materna) e a
mutilação ou excisão genital feminina (que tem consequências gravíssimas para a saúde) continuam a existir em muitos países
apesar de haver leis proibindo-as. As mulheres podem até ajudar a perpetuar tais práticas, na crença de que são uma forma de
proteção para seus filhos e para elas mesmas. Os avanços na igualdade de gênero nunca vieram sem um embate cultural. As
mulheres da América Latina, por exemplo, tiveram sucesso ao dar visibilidade à violência associada ao gênero e assegurar uma
legislação adequada, contudo sua aplicação continua a ser um problema.
FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNFPA). Relatório sobre a situação da população mundial 2008.
Disponível em: <www.unfpa.org.br>. Acesso em: 13 dez. 2012.

14.2 - Crescimento populacional ou demográfico


Segundo a ONU, do início dos anos 1970 até 2012, o crescimento da população mundial caiu de 2,1% para 1,1% ao ano,
o número de mulheres em idade reprodutiva que utilizam algum método anticoncepcional aumentou de 10% para 63%, e o
número médio de filhos por mulher (taxa de fecundidade) caiu de 6 para 2. Ainda assim, esse ritmo continua elevado e, caso se
mantenha, a população do planeta saltará de mais de 7 bilhões, em 2012, para 9 bilhões em 2050.
Os países em desenvolvimento abrigavam 5,7 bilhões de pessoas em 2011 e, em 2050, deverão ter 7,9 bilhões. Já nos
países desenvolvidos o crescimento nesse mesmo período será bem menor, com a população absoluta aumentando de 1,24 para
1,28 bilhão de pessoas e, caso não se considerasse o ingresso de imigrantes, haveria redução para 1,15 bilhão.
À medida que a população mundial aumentou de 2,5 bilhões em 1950 para 7 bilhões em 2012, a proporção dos que vivem
nos países pobres e emergentes da África, Ásia e América Latina aumentou de 68% para mais de 80%. Na China e na Índia,
respectivamente, com mais de 1,3 e quase 1,2 bilhão de habitantes em 2011, vivem aproximadamente 36% da população mundial.
Já a proporção das pessoas que vivem nos países desenvolvidos diminuirá de 17% em 2012 para 14% em 2050 por causa da
redução em seu ritmo de crescimento vegetativo. Em contrapartida, a população africana, que representava 9% da população
mundial em 1950, deverá representar 21% em 2050.

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O crescimento demográfico de uma
determinada área (seja bairro, cidade,
estado, país, grupo de países, continente)
está ligado a dois fatores: ao crescimento
natural e à taxa de migração. O primeiro,
também denominado crescimento
vegetativo, corresponde à diferença entre
nascimentos (natalidade) e óbitos
(mortalidade) verificada numa população; o
segundo é a diferença entre a entrada e a
saída de pessoas da área considerada. Tendo
como referência essas duas taxas, o
crescimento populacional poderá ser
positivo ou negativo.
Desde a Antiguidade, o crescimento
populacional é tema de reflexão para muitos
estudiosos que se preocuparam com o
equilíbrio entre a organização da sociedade,
a dinâmica demográfica e a exploração dos
recursos naturais.
Na Grécia antiga, Platão e Aristóteles
advertiram que não seria possível ampliar as
áreas de cultivo na mesma velocidade do crescimento populacional, o que tenderia a aumentar os níveis de pobreza e a escassez
de alimentos ao longo das sucessivas gerações.
Somente a partir do século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo, o crescimento populacional passou a ser
encarado como um fato positivo, uma vez que, quanto mais pessoas houvesse, mais consumidores também haveria. Nessa época,
foi publicada a primeira teoria demográfica de grande repercussão, formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus
(1766-1834), que será analisada a seguir.

Teoria de Malthus
Em 1798, Malthus publicou seu Ensaio sobre a população, no qual desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava
basicamente em dois postulados:
• Se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais etc., a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Cresceria, portanto,
em progressão geométrica e constituiria um fator variável, que aumentaria sem parar.
• O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética e possuiria certo limite de produção, por
depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.
Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que
o da produção de alimentos. Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois
todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria
crescendo. A consequência disso seria a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta – a fome. Para
evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da Igreja anglicana, na época contrária aos métodos
anticoncepcionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los.
Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: o ritmo de crescimento da população do planeta desacelerou e
a produção de alimentos aumentou graças à elevação da produtividade (quantidade produzida por área) decorrente do
desenvolvimento tecnológico.
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às
limitações tecnológicas da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do
comportamento demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para
todo o planeta no decorrer da História. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso
tecnológico aplicado à agricultura.
Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da
fome no mundo ao crescimento populacional. Mais da metade da população mundial passa fome ou está subnutrida, mas isso é
resultado da má distribuição da renda, que impede o acesso de grandes parcelas da população a produtos em quantidade e
qualidade necessárias a uma alimentação balanceada, e não da carência na produção de alimentos. Nos primeiros anos do século
XXI, a produção agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas, enquanto a população do
planeta era de 7 bilhões.

Teoria Neomalthusiana
Em 1945, com o término da Segunda Guerra, foi realizada a Conferência de São Francisco (EUA), na qual foram
discutidas estratégias de desenvolvimento para evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala mundial. Havia apenas um
ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades
econômicas no planeta. Assim sendo, como explicar e, mais difícil ainda, enfrentar a questão da miséria nos países pobres, na
época chamados de subdesenvolvidos?

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Esses países buscaram identificar a raiz de seus problemas na colonização de exploração realizada em seus territórios e
na desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor amplas
reformas nas relações econômicas, em escala planetária, que diminuiriam as vantagens comerciais e, portanto, o fluxo de capitais
e a evasão de divisas dos países subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos.
Nesse contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da
fome e do atraso em muitos países. Essa teoria era defendida por setores das sociedades e dos governos dos países desenvolvidos
– e por alguns setores dos países em desenvolvimento – com o intuito de se esquivarem das questões socioeconômicas centrais.
Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade que eram verificadas
em quase todos os países pobres, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos
recursos para serem investidos em infraestrutura e nos setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das
atividades econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os
neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser
utilizado pelos agentes econômicos.
Verifica-se que essa teoria, embora com postulados diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma
conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da pobreza. Seus defensores passaram a propor, então,
programas de controle de natalidade nos países em desenvolvimento mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais.
Era uma tentativa de enfrentar problemas socioeconômicos com programas de controle da natalidade e de acobertar os efeitos
danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida – serviços de educação e saúde precários – que vigoram naqueles
países, com base apenas em uma argumentação demográfica. Além do mais, afirmar que, naquela época, os países
subdesenvolvidos desperdiçavam em investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo é uma
conclusão bastante simplista. Alguns países, como a Alemanha (onde foi implantado o primeiro sistema educacional do mundo,
no início do século XIX), o Japão (onde a contribuição da educação foi decisiva para a rápida recuperação após a Segunda
Guerra) e, mais recentemente a Coreia do Sul (que atualmente passou a ser considerada um país desenvolvido), entre outros,
evidenciam que investimentos sociais, especialmente em educação, são um poderoso motor do desenvolvimento econômico.

Teoria Demográfica Reformista


Na mesma Conferência de São Francisco, representantes dos países então chamados subdesenvolvidos elaboraram a teoria
reformista, que chega a uma conclusão inversa à das duas teorias demográficas mencionadas.
Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do
subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, com elevado desenvolvimento humano, o controle da natalidade ocorreu de
maneira simultânea à melhoria da qualidade de vida. Além disso, os cuidados com o controle de natalidade foram passados
espontaneamente de uma geração a outra à medida que foram se alterando os modos de vida e os projetos pessoais dos membros
das famílias, as quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao longo do século XX. Uma população jovem numerosa só se
tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque não foram realizados
investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. Mais pessoas com acesso a educação e com renda em alta significa
um maior mercado consumidor, o que estimula o desenvolvimento econômico. Esse é um dos motores do elevado crescimento
econômico chinês desde 1980.
A falta de investimentos em educação gerou um imenso
contingente de mão de obra sem qualificação, que continuamente
ingressa no mercado de trabalho, além de muitos que não
conseguem uma vaga e sobrevivem do subemprego. Tal realidade
tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador,
assim como os salários dos que estão empregados, e a empobrecer
enormes parcelas da população desses países. É necessário o
enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e
econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.
Para os defensores da corrente reformista, a tendência de
controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se
comparar a taxa de natalidade entre as famílias pobres e as de maior
poder aquisitivo. À medida que as famílias melhoram suas
condições de vida – educação, assistência médica, acesso à
informação, etc. – permitindo uma diversificação dos projetos
pessoais de seus membros, elas tendem a ter menos filhos.
O cotidiano de milhões de famílias, principalmente nos
países em desenvolvimento, transcorre em condições de extrema
pobreza e a maioria não tem consciência das determinações
econômicas e sociais às quais está submetida, vivendo de
subempregos, em sub moradias, subalimentada e sem acesso a
informações e serviços de planejamento familiar. Todo indivíduo
deveria ter o direito de determinar o tamanho de sua família, de escolher quando ter seus filhos e de fazer um planejamento
familiar, permitindo o gozo de outros direitos, inclusive à saúde, ao ensino e a uma vida com dignidade.
Enfim, a teoria reformista é a mais abrangente entre as três, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos
de forma integrada, partindo de situações concretas do dia a dia das pessoas.

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Índices de Crescimento Populacional
Segundo a ONU, a taxa média de fecundidade
necessária para a reposição da população sem que haja
decréscimo no total é de 2,1 filhos por mulher. Os números da
tabela ao lado mostram que, enquanto em muitos países a taxa
supera esse valor, em outros ela é inferior. Nesses casos, ou
esses países incentivam a natalidade e aceitam a entrada de
imigrantes, ou suas populações tendem a diminuir.
Caso a projeção da ONU se mantenha, entre 2010 e
2050 a população de 31 países pobres (Níger, Afeganistão e
outros) vai duplicar ou aumentar ainda mais, enquanto em 45
países desenvolvidos ou emergentes (Alemanha, Rússia e
outros) a população vai decrescer no mesmo período. Veja a
tabela acima.
Atualmente, o que se verifica na média mundial é uma
queda dos índices de natalidade e mortalidade, embora em
alguns países as taxas ainda se mantenham muito elevadas. Essa queda está relacionada principalmente ao êxodo rural (saída de
pessoas do campo para se fixarem nas cidades) e suas consequências no comportamento demográfico de uma população
crescentemente urbana, como as listadas abaixo.
• maior custo para criar os filhos – é mais caro criar filhos na cidade, pois é necessário adquirir maior quantidade de alimentos
básicos, que deixam de ser cultivados pela família. Além disso, o ingresso dos dependentes no mercado de trabalho urbano
costuma acontecer mais tarde que no campo (em muitos casos é o trabalho familiar que gera o sustento), o preço da moradia é
mais elevado e as necessidades gerais de consumo – vestuário, lazer, medicamentos, transportes, energia, saneamento e
comunicação – aumentam substancialmente;
• acesso a métodos anticoncepcionais – com a urbanização, as pessoas passaram a ter mais informação e acesso a farmácias,
hospitais e postos de saúde e a pílulas anticoncepcionais, preservativos e esterilização, entre outros métodos contraceptivos;
• trabalho feminino extradomiciliar – no meio urbano, aumenta sensivelmente o percentual de mulheres que trabalham fora e
desenvolvem uma carreira profissional. Para essas mulheres, sucessivas gestações acarretam queda no padrão de vida e
comprometem sua atividade profissional;
• aborto – por ser um procedimento ilegal na maioria dos países, os índices de abortos clandestinos são desconhecidos. Sabe-se,
porém, que a urbanização elevou bastante sua ocorrência, contribuindo para a queda da natalidade;
• acesso a assistência médica, saneamento básico e programas de vacinação – nas cidades, a expectativa de vida é maior que no
campo. Portanto, com a urbanização, principalmente nos países em desenvolvimento, caem as taxas de mortalidade.
• aspectos subjetivos – ligados às opções pessoais de vida de cada indivíduo.
A partir da Segunda Guerra, os avanços na ciência médica – principalmente a descoberta dos antibióticos e o
desenvolvimento de vacinas – aliados à urbanização causaram uma grande queda nas taxas de mortalidade, mesmo em países
pobres. O crescimento vegetativo aumentou em todo o planeta até a década de 1970. A partir daí, as taxas de mortalidade, em
condições normais – excluindo-se, portanto, os países que enfrentaram guerras, epidemias ou grandes desastres – tenderam a
estabilizar-se em níveis próximos a 0,6% nos países desenvolvidos e a continuar apresentando pequenas quedas nos países em
desenvolvimento.

14.3 - Os fluxos migratórios e a estrutura da população


Movimentos Populacionais - o deslocamento de pessoas entre países, regiões, cidades etc. é um fenômeno antigo, amplo e
complexo, pois envolve as mais variadas classes sociais, culturas e religiões. Os motivos que levam a tais deslocamentos são
diversos e apresentam consequências positivas e negativas, dependendo das condições e dos diferentes contextos
socioeconômicos, culturais e ambientais em que ocorrem.
Existem causas religiosas, naturais, político-ideológicas, psicológicas e, também, as guerras, entre outras, associadas a
esses movimentos populacionais. O que se verifica ao longo da História é que predominam os fatores de ordem econômica. Nas
áreas de repulsão populacional, observam-se crescente desemprego, subemprego e baixos salários; já nas áreas de atração
populacional, vislumbram-se melhores perspectivas de emprego e salário e, portanto, melhores condições de vida. É o caso da
emigração em direção aos países-membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com
destaque aos Estados Unidos, ao Canadá, ao Japão, a alguns países da Europa ocidental e à Austrália.
Os movimentos populacionais podem ser classificados em:
• voluntário – quando o movimento é livre;
• forçado – como nos casos de escravidão e de perseguição religiosa, étnica ou política;
• controlado – quando o Estado controla numérica ou ideologicamente a entrada e/ou saída de migrantes.
Qualquer deslocamento de pessoas traz consequências demográficas (o número de habitantes aumenta nas áreas de atração
e diminui nas de repulsão) e culturais (influências em termos de língua, religião, culinária, arquitetura, artes e costumes em
geral), que costumam ser positivas, pois ocorre a troca e o enriquecimento dos diferentes valores postos em contato.

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Em 2011, segundo dados da ONU, cerca de 214 milhões de pessoas residiam fora de seu país de origem, o que supera o
total da população brasileira (cerca de 190 milhões) e equivale a 3% da população mundial, percentual que duplicou desde 1970.
Parte do aumento do percentual de imigrantes na população mundial está ligada, principalmente, ao desmembramento político-
territorial da União Soviética (1991). Antes da fragmentação territorial havia 2,4 milhões de imigrantes na antiga superpotência;
em 2000, cerca de 29 milhões de pessoas, ou 16% do total mundial, eram imigrantes em países que fizeram parte da União
Soviética. Dessa forma, o desmembramento das repúblicas que a compunham em 15 países independentes provocou um aumento
de quase 27 milhões de imigrantes no total mundial. Na realidade, são pessoas que moram nos países da antiga União Soviética,
mas fora da nação onde nasceram. Por exemplo, há muitos russos vivendo na Ucrânia, no Casaquistão, entre outros dos 15 países,
mas sobretudo há muitas pessoas de diversas das nacionalidades que compunham a antiga superpotência vivendo na Rússia.
Os países desenvolvidos abrigam 60% dos imigrantes do planeta e, portanto, 40% residem em países em desenvolvimento.
A Europa é a maior receptora de imigrantes (69,8 milhões em 2010, segundo a ONU), seguida pela Ásia (61,3 milhões) e pela
América do Norte (50 milhões). Por países, como veremos, a maior recepção de imigrantes é a dos Estados Unidos (48,2 milhões
em 2010).
Em muitos casos, os emigrantes são responsáveis por importante ingresso de capital em seus países de origem. Ainda de
acordo com a ONU, em 2010 eles repatriaram cerca de US$ 325 bilhões, com a intenção de ajudar suas famílias ou realizar
poupança que lhes permitisse regressar no futuro; em contrapartida, os países de onde saem os emigrantes enfrentam a perda de
trabalhadores, muitos deles qualificados, que poderiam contribuir para o crescimento econômico e a melhoria das condições de
vida.
No final de 2011, havia no mundo 42,5 milhões de pessoas deslocadas de seu lugar de origem por perseguição – 15,5
milhões refugiadas em seu próprio país de origem. Os países que mais originaram refugiados no ano de 2011 foram o Afeganistão
(2,6 milhões), o Iraque (1,4 milhão) e a Somália (1,0 milhão).

Estrutura da População
A estrutura da população mundial deve ser analisada considerando sua distribuição por sexo, número, idade, ocupação,
renda, educação, saúde e outros indicadores que expressam os aspectos quantitativos e qualitativos da organização social,
importantes para ações de planejamento de investimentos, tanto governamental quanto privado. Para fins didáticos, vamos dividir
o estudo da estrutura da população em quatro categorias, que nos mostram informações sobre demografia, atividade econômica
e qualidade de vida.
• número, sexo e faixa etária dos habitantes: esses dados, obtidos pelo censo demográfico, são expressos por um gráfico chamado
pirâmide etária;
• atividades econômicas (primárias, secundárias e terciárias);
• distribuição da renda e do consumo;
• crescimento econômico e desenvolvimento social.

Pirâmide etária - ou pirâmide de idades, é um gráfico que mostra o número de habitantes (em números absolutos ou relativos)
e sua distribuição por sexo e idade. Pode retratar dados da população mundial, de um país, estado, município, etc. Sua simples
visualização nos permite tirar algumas conclusões referentes à taxa de natalidade e à expectativa de vida da população. Observe
as pirâmides a seguir:

Até a década de 1960, era possível classificar o nível de desenvolvimento de um país observando apenas sua pirâmide
etária. Os países em desenvolvimento – exceto a Argentina e o Uruguai – apresentavam altas taxas de natalidade e baixa
expectativa de vida, o que deixava suas pirâmides com aspecto triangular. No entanto, a partir do intenso processo de urbanização
e com os melhores resultados do planejamento familiar, muitos países em desenvolvimento – como o Brasil – passaram a
apresentar forte redução das taxas de natalidade e significativo aumento na esperança de vida.

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Desse modo, não se pode mais caracterizar as condições de desenvolvimento de um país apenas pela análise de sua
pirâmide etária. Essa classificação exige um estudo mais complexo, que considere vários indicadores sociais e econômicos, como
vem sendo feito pela ONU desde 1990, com a divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano.
Quando observamos uma pirâmide etária, é necessário ter em mente, ainda, a história da população recenseada, para que
se conheça a causa de alguma configuração incomum.

14.4 - As Atividades Econômicas e Pobreza no Mundo


Tradicionalmente, é comum classificar as atividades secundárias (industriais e de construção civil) e terciárias (comércio,
serviços e administração pública) como urbanas, e as atividades primárias (agrícolas, garimpo, pesca artesanal) como rurais.
Hoje, porém, devido à modernização da produção agrícola, dos sistemas de transportes e de telecomunicações, verificada em
diversos países e regiões do planeta, ampliaram-se as possibilidades de industrialização e oferta de serviços no campo. Nas
modernas agroindústrias, as atividades industriais (operação e manutenção das máquinas) e de serviços (informática, marketing,
etc., muitas vezes realizados em escritórios localizados nas cidades) empregam mais pessoas do que as atividades agrícolas ou
primárias (preparo do solo, plantio e colheita).
Também o setor industrial passou por muitas transformações ao longo das últimas décadas. Até o fim dos anos 1970 e
começo dos 1980, a maioria dos trabalhadores das indústrias trabalhava na linha de montagem, operando e cuidando da
manutenção das máquinas, embalando produtos e realizando diversas outras atividades mecânicas e repetitivas. Atualmente, nas
indústrias de alta tecnologia, a linha de montagem tem elevados índices de robotização e informatização da produção utilizando
um número reduzido de trabalhadores. Já as atividades administrativas, jurídicas, de publicidade, vendas, alimentação, segurança,
limpeza e várias outras empregam um número crescente de trabalhadores. Assim, a maioria dos empregados das indústrias de
alta tecnologia está, na realidade, prestando serviços.
Em razão da crescente imbricação das atividades econômicas, as estatísticas que mostram a distribuição da População
Economicamente Ativa (PEA) nos três setores da economia (primário, secundário e terciário), ainda muito utilizadas, já não dão
conta da complexidade da realidade atual. Considerando essas mudanças, muitos institutos de pesquisa que coletam dados em
escala mundial agrupam as atividades econômicas em três setores: agropecuária, indústria e serviços.
A observação dos dados da tabela permite chegar a algumas conclusões sobre a economia dos países. Se o número de
trabalhadores na agropecuária for elevado, correspondendo, por exemplo, a 25% da PEA, isso indica que a produtividade do
setor é baixa, já que um quarto dos trabalhadores abastece a si mesmo e aos outros 75% alocados em outras atividades. A relação
na PEA é, nesse caso, de um trabalhador agrícola
para três em outros setores.
Por outro lado, se o número de
trabalhadores for baixo, por exemplo, 5%, a
produtividade no setor é alta, já que eles abastecem
a si mesmos e aos outros 95%; a relação é de um
trabalhador agrícola para cada 19 em outros
setores. Podemos afirmar que esse país apresenta
uma atividade agropecuária com elevada utilização
de adubos, fertilizantes, sistemas de irrigação e
mecanização, o que amplia a produtividade e reduz
o percentual da PEA no setor. Nos países
desenvolvidos, a agropecuária ocupa de 1% a 5%
da PEA.
As condições econômicas refletidas na distribuição da mão de obra por atividade econômica, salvo em casos excepcionais,
como em áreas desérticas ou montanhosas, devem ser analisadas sempre tendo como base a agropecuária. A participação da PEA
em atividades industriais não reflete a produtividade e o tipo de indústria recenseado. Por exemplo, com a simples informação
de que 20% ou 30% da PEA encontra-se em indústrias, não sabemos se esse percentual produz computadores ou goiabada, aviões
ou chinelos. No entanto, se as atividades agrícolas apresentam alta produtividade, podemos concluir que a indústria do país é
predominantemente moderna, já que é ela que fornece os adubos, os fertilizantes, os sistemas de irrigação, as máquinas e os
tratores utilizados no campo. Mesmo que parte desses insumos seja importada, nos países em que a agricultura é moderna os
demais setores também são.
A modernização da agropecuária é induzida por vários fatores: processo de industrialização-urbanização, competitividade
no setor de exportação, concorrência de produtos importados, necessidade de preservação das condições ecológicas e de
utilização racional dos recursos naturais (desenvolvimento sustentável).

Distribuição da Renda
Não basta consultar a pirâmide etária e saber quantas crianças atingirão a idade escolar no próximo ano para planejar o
número de vagas nas escolas da rede pública. Também é necessário saber como será a distribuição dessas crianças nas redes
pública e privada, o que envolve a análise não apenas da qualidade do ensino oferecido pelo Estado, mas também das condições
econômicas dos estudantes e do suporte que deve ser oferecido – material escolar, merenda, transporte e outros.
Assim sendo, se o planejamento governamental não considerar a distribuição da renda nacional, suas políticas de educação,
saúde, habitação, transporte, abastecimento, lazer, etc. correm sério risco de fracassarem. Da parte da iniciativa privada, o
planejamento do atendimento às demandas do mercado tem, necessariamente, de levar em conta não apenas o número, o sexo e
a idade dos consumidores, mas sobretudo seu poder aquisitivo.

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A análise dos indicadores de distribuição de renda mostra que nos países em desenvolvimento e em alguns emergentes há grande
concentração do rendimento nacional bruto em mãos de pequena parcela da população, enquanto nos desenvolvidos ela está mais bem
distribuída. O que ocasiona isso?
Além dos baixos salários que vigoram nos países pobres e em alguns emergentes e da dificuldade de acesso à propriedade
regular (urbana ou rural), há basicamente dois fatores que explicam a concentração de renda: o sistema tributário – os impostos pesam
mais para os mais pobres – e a inflação – quase sempre não repassada integralmente aos salários.
O imposto direto é aquele que recai diretamente sobre a renda ou a propriedade dos cidadãos. É considerado o mais justo, pois
pode ser cobrado de maneira progressiva e proporcional, de modo que quem recebe salários maiores obtém mais renda (lucros, aluguéis,
etc.) ou possui mais propriedades (imóveis, automóveis, etc.) paga parcelas mais elevadas, enquanto os que têm menos rendimentos e
poucas posses pagam menos ou até ficam isentos. O governo, que arrecada de forma diferenciada parte da renda nacional, pode distribui-
la na forma de escolas e hospitais, financiando a aquisição de casa própria, subsidiando setores econômicos que gerem empregos,
investindo em saneamento básico, etc. ou criando mecanismos de transferência direta de renda.
Já os impostos indiretos estão incluídos no preço das mercadorias e dos serviços que a população utiliza em seu cotidiano.
Podem ser considerados injustos quando assumem proporções elevadas, já que é cobrado sempre o mesmo valor do consumidor, não
importando a sua faixa de rendimento. Por exemplo, um operário que ganha três salários-mínimos por mês e compra um litro de leite
paga o mesmo valor de impostos indiretos que um profissional liberal que compra o mesmo litro de leite e ganha trinta salários mínimos.
É, por isso, um tipo de imposto que pesa mais no bolso de quem ganha menos, pois não há possibilidade de aplicar a progressividade
na arrecadação e, portanto, de distribuir a renda.
Em muitos países em desenvolvimento, a carga de impostos indiretos é elevada, enquanto nos países desenvolvidos o maior
volume de recursos arrecadados pelo governo recai sobre os impostos diretos. Outro fator preponderante é que, nos países em
desenvolvimento, os serviços públicos em geral são muito precários, prevalecendo um mecanismo perverso de reprodução da pobreza.
Filhos de trabalhadores de baixa renda dificilmente têm acesso a sistemas eficientes de educação, constituindo, na maioria dos casos,
mão de obra sem qualificação e, como consequência, mal remunerada, dificultando o rompimento desse círculo vicioso.
Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados, sobretudo dos países desenvolvidos,
tem se deteriorado ainda mais. Tem-se intensificado a abertura ou a transferência de filiais de empresas para países em desenvolvimento,
onde os salários são mais baixos e a legislação trabalhista é mais flexível, em detrimento dos trabalhadores. Em muitos desses países
os assalariados têm uma participação menor na renda nacional e podem ser demitidos sem muitos encargos para as empresas. A busca
por maiores lucros atinge a escala mundial, e não apenas a nacional, o que vem diminuindo a oferta de postos de trabalho e até mesmo
os salários pagos em muitos países desenvolvidos.
Acrescente-se a isso o desemprego estrutural (redução de postos de trabalho em virtude das novas formas de organização do
trabalho e da produção), verificado em países cujas empresas investem em informatização e robótica, que tende a fragilizar a ação dos
sindicatos e a diminuir a força dos empregados em processos de negociação salarial.
Devido a sua importância, o assunto tem dominado as últimas discussões em encontros do G-20, do Fórum Econômico Mundial
(reunião de lideranças empresariais, políticas, sindicais e científicas que ocorre anualmente na cidade de Davos, na Suíça) e de várias
cúpulas patrocinadas pela ONU, que têm influência nas diretrizes econômicas, nos financiamentos gerenciados pelo FMI e pelo Banco
Mundial e nas determinações da Organização Mundial de Comércio (OMC).

Crescimento Econômico e Desenvolvimento Social


O grande crescimento do PIB mundial ocorrido nas últimas décadas é resultado do desenvolvimento de novas tecnologias
aplicadas à produção agrícola e industrial e às atividades terciárias. Apesar de o crescimento da população mundial ter se mantido
constante, o crescimento do PIB apresentou grandes variações anuais, como se verifica no gráfico a seguir. Embora em alguns anos
esse indicador apresente um crescimento superior ao da população, o aumento da renda mundial pouco beneficia os habitantes das
regiões e dos países mais pobres do planeta, assim como não beneficia por igual a população dos países mais ricos.
Entre outubro de 2008, quando eclodiu uma crise econômica nos Estados Unidos (que depois se espalhou para o mundo), e o
final de 2009, em muitos países houve recessão e em outros ocorreu desaceleração do ritmo de crescimento. Em escala mundial ocorreu
queda do PIB e aumento nos índices de desemprego, mas no final de 2009 já havia sinais de recuperação na economia mundial.
A partir da década de 1970, mais e mais governos passaram a vincular as questões ambientais à análise dos problemas sociais,
ampliando a abordagem das teorias demográficas estudadas no capítulo anterior. No enfoque encaminhado pela ONU, população, meio
ambiente e desenvolvimento devem ser analisados conjuntamente por serem variáveis cada vez mais interdependentes. Durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, houve um consenso
de que tais questões estão intimamente vinculadas. Esse foi o encaminhamento ratificado na Conferência Mundial sobre População e
Desenvolvimento, realizada no Cairo em 1994, e na Cúpula do Milênio, em 2000. Lembre-se de que nesse ano foram estabelecidas oito
metas – os objetivos de desenvolvimento do milênio –, que deveriam ser atingidas até 2015, mas nem todas serão alcançadas igualmente
em todos os países e regiões do mundo.

15. A população brasileira


Durante os primeiros dois séculos de colonização portuguesa, a população do Brasil foi constituída por indígenas, africanos e
portugueses. Houve, ainda nesse período, pequena participação de franceses, holandeses e britânicos que tentaram se apoderar de
parcelas do território que atualmente compreende, respectivamente, os estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão. Dessa
forma, indígenas, africanos, portugueses e a mestiçagem entre eles, que foi intensa, formaram a base cultural da população brasileira.
Mais tarde ocorreu a influência de outros povos que para cá imigraram, principalmente a partir de meados do século XIX até a década
de 1930 e, no pós-guerra, na de 1950: italianos, espanhóis, alemães, poloneses, japoneses e árabes que se instalaram em diversas regiões
do país.
Nas últimas décadas do século XX e início deste, outros latino-americanos, chineses, coreanos, angolanos e demais povos
africanos compõem os novos grupos que para cá vêm em busca de novas condições de vida.

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Historicamente, todos esses povos vêm contribuindo para a formação da diversidade cultural do país, o que se reflete em
modos de vida, ideias, costumes e valores, tanto em seus aspectos materiais quanto imateriais: língua, religião, culinária,
vestimenta, artefatos, arquitetura, festas populares, música, esportes, entre outros.

15.1 - Os primeiros habitantes


Não há consenso entre os pesquisadores sobre o número de indígenas que ocupavam o que é hoje o território brasileiro
antes da chegada dos portugueses. Segundo o historiador Ronaldo Vainfas no livro Brasil: 500 anos de povoamento, as
estimativas variam entre 1 milhão e 6,8 milhões de nativos, pertencentes a várias nações ou etnias. As mais numerosas, e que
ocupavam as maiores extensões territoriais, eram a Jê e a Tupi-Guarani.
Entretanto, é inquestionável que, de 1500 aos dias de hoje, os indígenas sofreram intenso genocídio, principalmente por
transmissão de doenças trazidas pelos europeus e para as quais não tinham imunidade. Muitos povos também sofreram etnocídio
(destruição da cultura em si), pois passaram a falar outra língua e a professar nova religião e alteraram seus modos de vestimenta
e alimentação, ou seja, passaram a fazer parte da sociedade implantada pelos colonizadores. Além disso, foram travadas muitas
guerras contra os colonizadores, que tentavam aprisionar os nativos como cativos, provocando milhares de mortes. Havia, ainda,
guerras entre diferentes nações indígenas, que se intensificavam quando os indígenas fugiam das regiões ocupadas pelos europeus
em direção a terras de outros povos, ou quando alguns grupos se aliavam militarmente a portugueses, franceses e holandeses
para lutar contra nações inimigas.
De acordo com a Funai e o Censo Demográfico do IBGE, em 2010 os descendentes indígenas estavam reduzidos a 897
mil indivíduos distribuídos entre 505 terras indígenas e algumas áreas urbanas (0,4% da população total do país), concentrados
principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste. Segundo as mesmas estimativas, há 82 referências (32 confirmadas) de grupos
isolados, isto é, que não estabeleceram contato com a sociedade brasileira.
Somente a partir da metade do século XX, verificou-se uma tendência de aumento desse contingente, principalmente em
função da demarcação de terras indígenas, que em 2012 ocupavam 12,5% do território brasileiro. Em 2010, 36% dos indígenas
viviam em áreas urbanas e 64%, na zona rural, e a taxa de crescimento da população indígena, de 3,5% ao ano, era bem superior
à média da população não indígena, de 0,8%. Entre as 305 etnias existentes no país, os Yanomami ocupam a terra indígena mais
populosa, com 25,7 mil habitantes, distribuídos entre os estados de Amazonas e Roraima. A etnia Tikuna (AM) é a mais
numerosa, com 46 mil pessoas, seguida pelos Guarani Kaiowá (MS), com 43 mil membros. Os indígenas isolados não foram
contabilizados no Censo 2010 em razão da política de preservação cultural.

Povos indígenas: condições de vida


O Censo 2010 investigou pela primeira vez o número de etnias indígenas (comunidades definidas por afinidades
linguísticas, culturais e sociais), encontrando 305 etnias, das quais a maior é a Tikuna, com 6,8% da população indígena. Também
foram identificadas 274 línguas indígenas. Dos indígenas com 5 anos ou mais de idade, 37,4% falavam uma língua indígena e
76,9% falavam português.
Mesmo com uma taxa de alfabetização mais alta que em 2000, a população indígena ainda tem nível educacional mais
baixo que o da população não indígena, especialmente na área rural. Nas terras indígenas, nos grupos etários acima dos 50 anos,
a taxa de analfabetismo é superior à de alfabetização.
[...] Entre as crianças indígenas nas áreas urbanas, as taxas são próximas às da população em geral, ambas acima dos 90%.
A análise de rendimentos comprovou a necessidade de se ter um olhar diferenciado sobre os indígenas: 52,9% deles não
tinham qualquer tipo de rendimento, proporção ainda maior nas áreas rurais (65,7%); porém, vários fatores dificultam a obtenção
de informações sobre o rendimento dos trabalhadores indígenas: muitos trabalhos são feitos coletivamente, lazer e trabalho não
são facilmente separáveis e a relação com a terra tem enorme significado, sem a noção de propriedade privada.
Em 2010, 83,0% das pessoas indígenas de 10 anos ou mais de idade recebiam até um salário-mínimo ou não tinham
rendimentos, sendo o maior percentual encontrado na região Norte (92,6%), onde 25,7% ganhavam até um salário mínimo e
66,9% eram sem rendimento. Em todo o país, 1,5% da população indígena com 10 anos ou mais de idade ganhava mais de cinco
salários-mínimos, percentual que caía para 0,2% nas terras indígenas.
Somente 12,6% dos domicílios eram do tipo “oca ou maloca”, enquanto, que no restante, predominava o tipo “casa”.
Mesmo nas terras indígenas, ocas e malocas não eram muito comuns: em apenas 2,9% das terras, todos os domicílios eram desse
tipo e, em 58,7% das terras, elas não foram observadas.
IBGE. Censo 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 set. 2012.
Povos indígenas: condições de vida
A criação de parques e terras indígenas onde ficam asseguradas as condições de vida em comunidade dos povos nativos
constitui o reconhecimento do direito de existência de culturas diferenciadas, com valores, tradições e costumes próprios. O
princípio que embasa a demarcação de suas terras é o fato de serem os primeiros habitantes deste território. Segundo a visão de
mundo das diversas nações indígenas, a terra constitui a base de seu sustento, o lugar onde jazem seus ancestrais e onde se
reproduzem sua cultura, identidade e forma de organização social.

A Formação da População Brasileira


Desde o século XVI, início da colonização, os portugueses foram se fixando no Brasil. Entre 1532 e a segunda metade do
século XIX, houve a transferência forçada de povos africanos para o Brasil, que vieram trabalhar como escravos. A partir de
1870, aumentou a imigração livre de europeus, asiáticos e latino-americanos, que povoaram o território e se miscigenaram entre
si e com negros e indígenas. Os descendentes de todos esses povos formam a população brasileira atual. Leia o texto a seguir:

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O povo brasileiro
Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e
com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos.
Nessa confluência, que se dá sob a regência dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas,
formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo (Ribeiro, 1970), num novo modelo de
estruturação societária. Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras,
fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais dela oriundos.
Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos existam.
Povo novo, ainda, porque é um novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma forma singular de organização
socioeconômica, fundada num tipo renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo, inclusive,
pela inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros.
[...] Essa unidade étnica básica não significa, porém, nenhuma uniformidade, mesmo porque atuaram sobre ela três forças
diversificadoras. A ecológica, fazendo surgir paisagens humanas distintas onde as condições do meio ambiente obrigaram a
adaptações regionais. A econômica, criando formas diferenciadas de produção, que conduziram a especializações funcionais e
aos seus correspondentes gêneros de vida. E, por último, a imigração, que introduziu, nesse magma, novos contingentes humanos,
principalmente europeus, árabes e japoneses. Mas já o encontrando formado e capaz de absorvê-los e abrasileirá-los, apenas
estrangeirou alguns brasileiros ao gerar diferenciações nas áreas ou nos estratos sociais onde os imigrantes mais se concentram.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 9-21.
Darcy Ribeiro (1922-1997) foi antropólogo, professor universitário, ministro do governo João Goulart, vice-governador do Rio
de Janeiro e senador por esse estado.
A miscigenação da população brasileira
Como podemos observar na tabela ao lado, segundo o IBGE, os percentuais de pessoas que se consideram brancas e
negras vêm se reduzindo, e o número das que se consideram pardas, aumentando, o que demonstra que continua havendo
miscigenação na população brasileira.
É importante ressaltar que, embora essa miscigenação seja uma realidade histórica, os dados da tabela refletem a pesquisa
do Censo 2010, que é baseada na forma como as pessoas se viam. Os recenseadores eram instruídos a mostrar, em 25% dos
domicílios pesquisados, um cartão com as opções de cor: branca, preta, amarela, parda e indígena. Nem sempre os mestiços ou
pardos se declaravam como tal, havendo muitos mulatos que se declaravam pretos, enquanto outros se declaravam brancos;
mestiços de brancos com indígenas se declaravam indígenas, enquanto outros se declaravam brancos. Além disso, existem muitas
pessoas que, por particularidades culturais do lugar onde vivem, não se identificam com nenhuma das cinco opções oferecidas
para enquadramento da resposta.
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE em anos diferentes dos anos do Censo
demográfico, são visitados apenas alguns domicílios. Em 1976, em vez de apresentar cartão com opções de cor, os recenseadores
anotaram a resposta espontânea da pessoa pesquisada. Embora as cores utilizadas no censo tenham constado em 57% das
respostas, foram mencionados 136 termos para designar cores, alguns curiosos: alvarenta, fogoió, lilás, marinheira, castanha,
enxofrada, pálida, roxa, sarará e turva, entre outros.
A espécie humana é uma só, não existem raças. O conceito de raça (ou mesmo cor, que seria sua expressão fenotípica),
como ainda aparece nas pesquisas do IBGE, não se sustenta cientificamente. O texto a seguir mostra que, geneticamente, a
espécie humana é uma só, não pode ser dividida em raças. O racismo é uma construção histórica e ideológica recente e que deve
ser desconstruída.
O DNA do racismo
Colunista conta como as raças foram inventadas e destaca que agora é nosso dever desinventá-las
Parece existir uma noção generalizada de que o conceito de raças humanas e sua indesejável consequência, o racismo,
são tão velhos como a humanidade. Há mesmo quem pense neles como parte essencial da “natureza humana”. Isso não é verdade.
Pelo contrário, as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade.
Nas civilizações antigas não são encontradas evidências inequívocas da existência de racismo (que não deve ser
confundido com rivalidade entre comunidades). É certo que havia escravidão na Grécia, em Roma, no mundo árabe e em outras
regiões. Mas os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra e não havia de maneira alguma a ideia de que eles fossem
“naturalmente” inferiores aos seus senhores. A escravidão era mais conjuntural que estrutural – se o resultado da guerra tivesse
sido outro, os papéis de senhor e escravo estariam invertidos.
A emergência do racismo e a cristalização do conceito de raças coincidiram historicamente com dois fenômenos da era
moderna: o início do tráfico de escravos da África para as Américas e o esvanecimento do tradicional espírito religioso em favor
de interpretações científicas da natureza.
[...]
Diversidade humana
Antes de prosseguirmos, proponho ao leitor um simples experimento. Dirija-se a um local onde haja grande número de
pessoas – uma sala de aula, um restaurante, o saguão de um edifício comercial ou mesmo a calçada de uma rua movimentada.
Agora observe cuidadosamente as pessoas ao redor.
Deverá logo saltar aos olhos que somos todos muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Realmente, podemos
ver grandes similaridades no plano corporal, na postura ereta, na pele fina e na falta relativa de pelos, características da espécie
humana que nos distinguem dos outros primatas.

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Por outro lado, serão evidentes as extraordinárias variações morfológicas entre as diferentes pessoas: sexo, idade, altura,
peso, massa muscular e distribuição de gordura corporal, comprimento, cor e textura dos cabelos (ou ausência deles), cor e
formato dos olhos, formatos do nariz e lábios, cor da pele, etc. Estas variações são quantitativas, contínuas, graduais. [...]

Taxonomia da humanidade
Vejamos agora, em nítido contraste com as conclusões do experimento de observação empírica acima, a rigidez da
classificação da humanidade feita pelo naturalista sueco Carl Linnaeus (1707-1778) na edição de 1767 do seu Systema Naturae
(“Sistema da natureza”). Ele apresentou, pela primeira vez na esfera científica, uma divisão taxonômica da espécie humana.
Linnaeus distinguiu quatro raças principais (além de uma quinta, mitológica, que não levaremos em consideração) e qualificou-
as de acordo com o que ele considerava suas características principais:
• Homo sapiens europaeus: Branco, sério, forte
• Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, avaro
• Homo sapiens afer: Negro, impassível, preguiçoso
• Homo sapiens americanus: Vermelho, mal-humorado, violento
[...]
Esse tipo de associação fixa de características físicas e psicológicas, que incrivelmente ainda persiste na atualidade, não
faz absolutamente nenhum sentido do ponto de vista genético e biológico! O genoma humano tem cerca de 20 mil genes e
sabemos que poucas dúzias deles controlam a pigmentação da pele e a aparência física dos humanos. Está 100% estabelecido
que esses genes não têm nenhuma influência sobre qualquer traço comportamental ou intelectual.
[...]
O genial poeta Chico Buarque de Holanda sugere na canção “Apesar de você”: “Você que inventou a tristeza, / Ora, tenha
a fineza / De desinventar...”. Parafraseando-o, podemos dizer que, se a cultura ocidental inventou o racismo e as raças, temos,
agora, o dever de desinventá-los!
Não será tarefa fácil; alguns diriam mesmo impossível, pois as categorias raciais estão entranhadas nas nossas instituições
sociais. Para levá-la a cabo, devemos nos alinhar com uma proposta do grande político americano Robert Kennedy (1925-1968):
“Há aqueles que veem as coisas como elas são e perguntam por quê. Eu sonho com coisas que nunca foram e pergunto: por que
não?”.
PENA, Sérgio Danilo. O DNA do racismo. Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/deriva-
genetica/o-dna-do-racismo>. Acesso em: 9 dez. 2010.
Sérgio Danilo Pena é professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais.

15.2 - As correntes imigratórias


Como a Coroa portuguesa não fazia registros oficiais, não existem dados de quantos negros escravizados ingressaram no
Brasil, quais foram os anos de maior fluxo, por qual porto entraram e de que lugar da África vieram. O gráfico da página ao lado
mostra apenas a entrada de imigrantes livres a partir de 1808, não considerando a corrente africana, a mais importante até 1850.
Segundo estimativas, como a encontrada no livro Brasil: 500 anos de povoamento, ingressaram no país pelo menos 4 milhões
de africanos de 1550 a 1850, a maioria de Angola, Ilha de São Tomé e Costa do Marfim.
Entre as correntes imigratórias especificadas no gráfico, a mais importante foi a portuguesa, que se iniciou efetivamente
em 1530, se estendeu até os anos 1980 e voltou a acontecer a partir da crise econômica mundial que se iniciou em 2008, com a
vinda de profissionais qualificados em busca de emprego. Além de serem numericamente mais significativos, os imigrantes
portugueses espalharam-se por todo o território nacional.
A segunda maior corrente de imigrantes livres foi a italiana; a terceira, a espanhola; e a quarta, a alemã. A partir de 1850,
a expansão dos cafezais pelo Sudeste e a necessidade de efetiva colonização da região Sul levaram o governo brasileiro a criar
medidas de incentivo à vinda de imigrantes europeus para substituir a mão de obra escravizada. Entre as principais medidas
adotadas e divulgadas na Europa, incluíam-se o financiamento da passagem e a suposta garantia de emprego, com moradia,
alimentação e pagamento anual de salários.
Embora atraente, essa propaganda governamental revelou-se enganosa e escondia uma realidade perversa: a escravidão
por dívida. O imigrante, ao fim de um período de trabalho duro nas lavouras de café, quando deveria receber seu pagamento, era
informado de que seu salário não fora suficiente para pagar moradia e alimentos consumidos ao longo do ano. Muitas vezes o
salário não dava sequer para pagar as despesas de transporte – que, segundo a propaganda do governo, seria gratuito. A saída do
imigrante da fazenda somente seria permitida quando a dívida fosse quitada. Como não tinha condições de pagar o que devia,
ele ficava aprisionado no latifúndio, vigiado por capangas. Na prática, tratava-se de uma escravidão por dívida, comum até hoje
em vários estados do Brasil, sobretudo na Amazônia. Essa realidade levou a Alemanha, em 1859, e a Itália, em 1902, a proibirem
os incentivos à imigração para o Brasil, isto é, cada cidadão alemão ou italiano que quisesse emigrar para este país teria de viajar
com recursos próprios.
Além dos cafezais da região Sudeste, outra grande área de atração de imigrantes europeus, com destaque para portugueses,
italianos e alemães, foi o Sul do país. Nessa região, os imigrantes ganhavam a propriedade da terra, onde fundaram colônias de
povoamento (pequenas e médias propriedades, com mão de obra familiar e produção policultora destinada ao abastecimento
interno) que prosperaram bastante. Muitas dessas colônias, com o tempo, se transformaram em importantes cidades, como Porto
Alegre (RS) e Florianópolis (SC), fundadas por portugueses; Joinville e Blumenau (SC), por alemães; Caxias do Sul, Garibaldi
e Bento Gonçalves (RS), por italianos, dentre dezenas de outras – algumas foram fundadas por outros europeus que vieram em
menor quantidade, como os eslavos (poloneses e ucranianos) no Paraná. Os espanhóis não fundaram cidades; em vez disso
espalharam-se pelos grandes centros urbanos de todo o Centro-Sul brasileiro, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.

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Em 1908, aportou em Santos a primeira embarcação trazendo colonos japoneses. O destino de quase todos foram as
lavouras de café do oeste do estado de São Paulo e norte do Paraná; alguns se instalaram no vale do Ribeira (SP) e ao redor de
Belém (PA). Da década de 1980 até 2008/2009, porém, alguns descendentes de japoneses, fazendo o caminho inverso de seus
ancestrais, emigraram em direção ao Japão como trabalhadores (os chamados decasséguis), ocupando postos de trabalho
desprezados por cidadãos japoneses, geralmente em linhas de produção industrial. Com a crise econômica do fim da década de
2000 e o aumento do desemprego no Japão, esse fluxo estagnou-se e muitos decasséguis voltaram ao Brasil.
As correntes imigratórias de menor expressão numérica incluem judeus (espalhados pelo país e provenientes de diversos
países, principalmente europeus), árabes (sírios e libaneses, também espalhados pelo país), chineses e coreanos (mais
concentrados em São Paulo) e eslavos (principalmente poloneses, lituanos e russos, mais concentrados em Curitiba e outras
cidades paranaenses). Há também sul-americanos (sobretudo argentinos, uruguaios, paraguaios, bolivianos e chilenos), a maioria
na Grande São Paulo.

15.3 - Os principais fluxos migratórios


Segundo dados do IBGE, em 2011, 40% dos habitantes do país não eram naturais do município em que moravam, e cerca
de 16% deles não era procedente da unidade da federação em que moravam.
Esses números mostram que predominam movimentos migratórios dentro do estado de origem e que há um crescimento
dos fluxos urbano-urbano e intra metropolitano, isto é, aumenta o número de pessoas que migram de uma cidade para outra no
mesmo estado ou em determinada região metropolitana em busca de melhores condições de moradia. No entanto, permanecem
os movimentos migratórios interestaduais.
Analisando a história brasileira, percebemos que desde o tempo da colonização os movimentos migratórios estão
associados a fatores econômicos. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e se iniciou o do ouro em Minas
Gerais, houve um grande deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país.
Mais tarde, com o ciclo do café e o processo de industrialização, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro se tornou o grande polo
de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de emprego ou de melhores salários. Somente a partir da
década de 1970, com o processo de desconcentração da atividade industrial e a criação de políticas públicas de incentivo à
ocupação das regiões Norte e Centro-Oeste, a migração em direção ao Sudeste começou a apresentar significativa queda.
Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego,
receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. É o que acontece atualmente no estado de São Paulo.
As cidades médias e grandes do interior – como Campinas, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Sorocaba e São José do Rio
Preto, assim como algumas menores em suas respectivas regiões – apresentam índices de crescimento econômico maiores que
os da Grande São Paulo, o que gera aumento populacional. Essa situação ocorreu graças ao desenvolvimento dos sistemas de
transportes, energia e telecomunicações, que integraram o interior do estado não só ao país, mas ao mundo. Boa parte da produção
econômica estadual é destinada ao mercado externo.
Atualmente, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais cuja população menos cresce no Brasil. Em primeira
posição, figuram algumas capitais de estados da região Norte, com destaque para Palmas (TO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC),
localizadas em áreas de expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vêm as capitais nordestinas e, finalmente,
as do Sul do Brasil.

Êxodo rural e migração pendular - Em 1920, apenas 10% da população brasileira vivia em cidades. Cinquenta anos depois,
em 1970, esse percentual já era de 56%. De acordo com o Censo 2010, hoje quase 85% da população brasileira é urbana. Estima-
se que, entre 1950 e 2000, 50 milhões de pessoas migraram do campo para as cidades, fenômeno conhecido como êxodo rural.
É importante lembrar que, na maioria dos casos, esses migrantes se deslocaram para as cidades com pouquíssimo dinheiro e em
condições muito precárias, consequência de uma política agrária que modernizou o trabalho do campo e concentrou a posse da
terra. Esse processo ocorreu associado a uma industrialização que permanecia concentrada nas principais regiões metropolitanas,
que, por isso, se tornavam áreas muito atrativas.
No entanto, como as cidades receptoras desse enorme contingente populacional não receberam investimentos públicos
suficientes em obras de infraestrutura urbana, passaram a crescer desordenada e aceleradamente, com a autoconstrução, o
erguimento de sub moradias e o surgimento de loteamentos (em grande parte clandestinos) em suas periferias. Esse processo
reduziu os vazios demográficos que existiam entre uma cidade e outra e, somado a outros fatores, colaborou para a formação de
regiões metropolitanas.

A emigração - Os movimentos de população sempre estão associados a fatores de repulsão e de atração, e muitas vezes os
emigrantes saem contrariados de seu país de origem, como indica o verso da epígrafe. A partir da década de 1980, o Brasil
começou a se tornar um país com fluxo imigratório negativo – número de emigrantes maior que o de imigrantes (veja o gráfico
na página seguinte).
Do início da década de 1980 até a crise mundial que se iniciou em 2008, muitos brasileiros se transferiram para os Estados
Unidos, Japão e Europa (sobretudo Portugal, Inglaterra, Espanha e França), entre outros destinos, em busca de melhores
condições de vida, já que no Brasil os salários pagos são muito mais baixos se comparados aos desses países e os índices de
desemprego e subemprego costumam ser mais elevados. Há, também, muitos brasileiros estabelecidos no Paraguai, quase todos
produtores rurais que para ali se dirigiram em busca de terras baratas e de uma carga tributária menor que a brasileira. Como a
maioria dos emigrantes entra clandestinamente nos países a que se dirigem, há estimativas precárias sobre o volume total do
fluxo migratório.

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Entretanto, desde a eclosão da crise econômica que se iniciou em 2008, o Brasil passou a receber muitos imigrantes de
países latino-americanos, com destaque para Bolívia, Peru e Paraguai, e de alguns países europeus, principalmente Portugal e
Espanha; além disso, muitos brasileiros que moravam no exterior voltaram para o país. Assim, a partir desse ano, o Brasil deixou
de ser um país onde predominava a emigração e passou a receber muitos estrangeiros. Tradicionalmente, os principais destinos
dos emigrantes de países da América do Sul e Central são os Estados Unidos e a Espanha. Porém, como a economia brasileira
conseguiu enfrentar a crise com muito mais vigor que a de muitos países desenvolvidos e há grande facilidade de deslocamento
terrestre para cá, muitos emigrantes latinos trocaram de destino.

15.4 - Aspectos demográficos


Crescimento vegetativo e transição demográfica
A sociedade brasileira vem passando por grande mudança na taxa de fecundidade (número médio de filhos que uma
mulher teria ao final do seu período fértil), o que gera reflexos diretos no crescimento populacional. Em 2010, a taxa de
fecundidade da mulher brasileira era 1,8, nível inferior aos 2,1 considerados pela ONU como nível de reposição da população.
A redução do número de filhos por mulher é consequência de uma série de fatores, destacando-se urbanização, melhora nos
índices de educação, maior acesso ao planejamento familiar, maior ingresso das mulheres no mercado de trabalho e mudança
nos valores socioculturais.
Entre 1950 e 1980, a população brasileira cresceu em média 2,8% ao ano, índice que projetava sua duplicação a cada 25
anos. Em 2010, o crescimento populacional tinha caído para 0,8% ao ano, com a população tendendo a dobrar a cada 87 anos.
Paralelamente a essa acentuada redução da natalidade, vem aumentando a esperança de vida ao nascer.
O Brasil, portanto, está passando por uma transição demográfica, que se acentuou a partir do início da década de 1980.
Vem se reduzindo a participação de crianças e aumentando a de jovens, adultos e idosos no conjunto total da população,
o que é fruto da redução da fecundidade e do aumento da esperança de vida.
Essas alterações na composição etária da população mostram que o Brasil ingressou no período de passagem da chamada
“janela demográfica”. Isso acontece quando diminui a razão de dependência, isto é, há redução do peso das crianças (0 a 14
anos) e dos idosos (65 anos ou mais), segmentos definidos como economicamente dependentes, sobre a população de 15 a 64
anos de idade, que é o intervalo de idades que concentra a PEA. Em 2010, cerca de 33% da população era composta de crianças
e idosos e 67% estavam na faixa de 15 a 64 anos. O percentual de população em idade ativa deve aumentar até 2025 e, a partir
de então, começará a diminuir, conforme demonstra o gráfico da página anterior, que traz os valores em números absolutos.
O crescimento vegetativo corresponde à diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade. O gráfico a seguir mostra
os nascimentos e os óbitos e o crescimento vegetativo em números absolutos. O aumento dos óbitos está associado ao crescimento
e ao envelhecimento populacional: à medida que aumenta o número absoluto da população e a participação percentual de idosos
no conjunto total dela, há uma elevação no número de óbitos.
Em termos percentuais, a taxa de mortalidade brasileira já atingiu um patamar equivalente ao de países desenvolvidos,
próximo a 6‰. Isso significa que seis habitantes morrem a cada grupo de mil, tendendo a se estabilizar por algumas décadas e,
posteriormente, crescer, chegando a 8 ou 9‰.
Perceba também que, segundo as projeções, a partir de 2036 a população brasileira deverá parar de crescer e, então, sofrer
redução, porque o número de óbitos tenderá a ser maior que o de nascimentos.
Essas mudanças no comportamento demográfico permitem que os governos – federal, estadual e municipal – estabeleçam
planos de investimentos em educação e saúde muito mais favoráveis do que na década de 1970, quando o ritmo de crescimento
da população beirava os 3% ao ano. Para os jovens, o investimento hoje pode priorizar a melhoria da qualidade do serviço
prestado e não mais a expansão da rede, como antes, quando era necessário construir cada vez mais escolas e hospitais e, para
os idosos, há necessidade de expansão dos serviços públicos.
Em razão dessa pressão demográfica, a necessidade de aumento acelerado do número de vagas nas escolas e de leitos
hospitalares, por exemplo, foi acompanhada de grande deterioração da qualidade dos serviços prestados nessas áreas. Os
investimentos públicos e as políticas sociais do período não garantiram a qualidade desses serviços. Nessa época, 52% da
população tinha menos de 20 anos, e o discurso oficial sobre o controle da natalidade chamava a atenção para as consequências
negativas de uma explosão demográfica, que poderia comprometer a possibilidade de melhoria das condições de vida da
população.
Na política educacional, a redução relativa da população em idade escolar permite aumentar os recursos destinados à
melhoria da qualidade do ensino. Para que isso ocorra, é necessário que se mantenha o mesmo nível percentual de investimentos
do PIB no setor e que esses sejam realizados com responsabilidade. Desde 1988, a Constituição obriga os governos a vincularem
parte da arrecadação de impostos à educação.
O crescimento da população com idade acima de 60 anos exige maiores investimentos no sistema de saúde, pois os idosos
requerem mais cuidados médicos, tanto na medicina preventiva como na curativa. Além disso, o aumento percentual de idosos
em relação à PEA tem provocado desequilíbrios no sistema público de previdência social, já que diminui, proporcionalmente, o
número de trabalhadores na ativa que devem contribuir com a arrecadação previdenciária repassada para as aposentadorias.

Esperança de vida e mortalidade infantil - A esperança de vida ao nascer e a taxa de mortalidade infantil são importantes
indicadores da qualidade de vida da população de um país porque refletem fatores como escolaridade, saneamento básico,
serviços de saúde, campanhas de vacinação, atenção ao pré-natal, aleitamento materno, nutrição e outros. Analisando os dados
da tabela e do gráfico a seguir, constatamos que os contrastes regionais são muito acentuados no Brasil. Em 2009, no Sul, a
expectativa de vida ao nascer era 4,8 anos maior que a do Nordeste, onde o índice de mortalidade infantil, embora tenha

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apresentado grande redução entre 2000 e 2010, continua elevado em relação às outras regiões. Esses indicadores correspondem
a uma média e, portanto, não revelam as variações entre as classes sociais em cada região.
Embora tenha caído de aproximadamente 100‰ para 16‰ entre 1970 e 2010, a mortalidade infantil no Brasil ainda é
alta se comparada com a de outros países com nível de desenvolvimento semelhante. No mesmo período, essa taxa era de 10,5‰
na Argentina e 7,3‰ no Chile. Com relação aos países desenvolvidos, a distância é ainda maior: Noruega, 3,5‰, e Japão, 2,2‰.
Nesses países, os fatores da mortalidade infantil independem de políticas de infraestrutura social; já no caso do Brasil, o
percentual de mortes associadas à carência de serviços públicos essenciais ainda é elevado.

15.5 - A estrutura da população brasileira


O aumento da esperança de vida da população brasileira
ao nascer, acompanhado da queda das taxas de natalidade e
mortalidade, vêm provocando mudança na pirâmide de idades.
Está ocorrendo um significativo estreitamento em sua base, que
corresponde aos jovens, e alargamento do meio para o topo, por
causa do aumento da participação percentual de adultos e
idosos.
De 1992 para 2010, a participação dos menores de 10
anos na população total caiu de 22,1% para 15,2%, enquanto a
das pessoas de 60 anos ou mais aumentou de 7,9% para 11%.
Quanto à distribuição da população brasileira por
gênero, o país se enquadra nos padrões mundiais: nascem cerca
de 106 homens para cada 100 mulheres; no entanto, a taxa de
mortalidade infantil e juvenil masculina é maior e sua
expectativa de vida, menor. Assim, embora nasçam mais
homens que mulheres, é comum as pirâmides apresentarem
uma parcela ligeiramente maior de população feminina. Assim,
além de as mulheres terem maior expectativa de vida, as mortes violentas vitimam mais homens jovens do que mulheres, como
veremos a seguir. Segundo o IBGE, em 2010 o Brasil tinha 93,4 milhões de homens (49%) e 97,3 milhões de mulheres (51%).

A mortalidade de jovens e adultos


Um aspecto demográfico da população brasileira que vem se tornando cada vez mais preocupante é o aumento das mortes
de adolescentes e adultos jovens do sexo masculino por causas externas, como assassinatos e acidentes automobilísticos causados
por excesso de velocidade, imprudência ou uso de álcool. Isso provoca impactos na distribuição etária da população e na
proporção entre os sexos, além de trazer implicações socioeconômicas. Segundo o IBGE, se não ocorresse morte prematura de
população masculina, esperança de vida média dos brasileiros seria maior em dois ou três anos. A sobremortalidade masculina,
isto é, o percentual em que o número de mortes de pessoas do sexo masculino é maior que o verificado no sexo feminino, desde
a década de 1970 e sobretudo a partir dos anos 1990, passou a crescer a sobremortalidade masculina entre 15 e 35 anos, faixa
etária em que fatores externos causadores de morte violenta são mais frequentes. Como resultado dessa realidade, vem
aumentando o predomínio de mulheres na população total. Em 1980 havia 98,7 homens para cada grupo de 100 mulheres. Em
2010, esse índice havia se reduzido para 96,3 homens para cada grupo de 100 mulheres.

Desnutrição e obesidade
Até pouco tempo atrás, a desnutrição era um problema sério entre a população mais pobre no Brasil. No entanto, ao
observarmos os dados do gráfico a seguir verificamos que atualmente a obesidade é um problema de saúde pública que afeta
proporcionalmente mais que o dobro de pessoas que sofrem com desnutrição e fome. A obesidade aumenta o risco de doenças
associadas ao acúmulo de gordura subcutânea e no sangue, afeta os sistemas circulatório e respiratório, predispõe ao surgimento
de diabetes, hipertensão, dores nas articulações. Se considerarmos o sobrepeso em conjunto com a obesidade, os números
apontam que em 2009 quase 64% da população estava nessa situação, contra 2,7% de pessoas com déficit de peso.
Ainda segundo dados do IBGE, em 2009 havia cerca de 124 milhões de pessoas com 20 anos ou mais, sendo que desse
total 3,3 milhões (2,7%) apresentavam déficit de peso, 60 milhões estavam com excesso de peso e 18 milhões (14%), em estado
de obesidade. É importante destacar que obesidade e excesso de peso não indicam, necessariamente, que a pessoa esteja bem
alimentada. Há muitas pessoas nessas situações que são anêmicas porque sua alimentação não é equilibrada. Uma dieta
balanceada deve ser composta de frutas, legumes, verduras, carnes, leite, pães e cereais, proporcionam do equilíbrio entre
proteínas, vitaminas, sais minerais e carboidratos.
Segundo nota oficial divulgada com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003, já naquela época a população adulta
brasileira não apresentava sinais de desnutrição. Isso porque a taxa de 4% está dentro dos padrões internacionais: uma proporção
de pessoas é magra por sua própria constituição genética. Intervalos entre 3% e 5% aparecem em todas as populações não
expostas a problemas de nutrição, e apenas quando os déficits superam 5%, considera-se que a população está com problemas
de disponibilidade e/ou variedade de alimentos.
A melhora nas condições de alimentação provocou aumento na altura média dos brasileiros. Segundo a pesquisa Saúde
Brasil 2008, do Ministério da Saúde, a população brasileira está ficando mais alta: entre 1994 e 2008, a altura média das mulheres
adultas aumentou 3,3 cm (1,55 para 1,58 m), e a dos homens, 1,2 cm (1,68 para 1,70 m).

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15.6 - A janela de oportunidade demográfica do Brasil
A história da humanidade é a história da luta pela sobrevivência e pela extensão do ciclo de vida. Os seres humanos, até
recentemente, conviviam com altas taxas de mortalidade, especialmente uma elevadíssima mortalidade infantil. Em meados do
século XIX, a esperança de vida da população mundial estava ao redor de 30 anos de idade. Mas os avanços no padrão de vida
e as melhorias da medicina e das condições de saneamento e higiene reduziram as taxas de mortalidade, primeiro nos países de
maior grau de urbanização e industrialização e depois no chamado Terceiro Mundo. A esperança de vida ao nascer da população
mundial chegou à casa de 70 anos em 2010.
Após certo lapso de tempo, quando se consolidou o aumento do número de filhos sobreviventes, os casais passaram a
limitar os nascimentos, provocando a queda das taxas de fecundidade. Esse processo conhecido como transição demográfica é
um dos fenômenos sociais mais importantes da modernidade e acontece de forma sincrônica com o avanço das forças produtivas
e o desenvolvimento econômico.
No Brasil, as taxas de mortalidade infantil começaram a cair de forma rápida e consistente a partir do fim da Segunda
Guerra Mundial. Vinte anos depois, teve início a transição da fecundidade. A taxa de mortalidade infantil caiu de 135 por mil
em 1950 para 15 por mil em 2010, enquanto a esperança de vida ao nascer passou de 50 anos em 1950 para 73 anos em 2010. O
número de nascimentos nas famílias permaneceu elevado e acima de seis filhos por mulher até meados da década de 1960,
iniciando a partir daí um expressivo movimento de declínio, atingindo a taxa de 1,9 filho por mulher, segundo o censo
demográfico de 2010.
Todo país que passa pela transição demográfica experimenta, necessariamente, uma transformação da sua estrutura etária.
Em um primeiro momento, a base da pirâmide populacional se estreita, enquanto aumenta o peso relativo da população adulta.
Em um segundo momento, após décadas de transformação da estrutura de idade, há um crescimento, absoluto e relativo, da
população idosa. As mudanças no formato da pirâmide populacional geram alterações na razão de dependência demográfica
entre os grupos predominantemente consumidores e os majoritariamente produtores.
O Gráfico 1 mostra a razão de dependência demográfica para o Brasil no período de 1950 a 2100. Nota-se que, entre 1950
e 1970, houve aumento da percentagem de crianças (0-14 anos) em relação à população adulta (15-64 anos), elevando também
a razão de dependência total. Em 1970, havia cerca de 90 pessoas dependentes para cada 100 pessoas em idade de trabalhar.
Mas,em função da queda da fecundidade, a razão de dependência total veio caindo consistentemente e deve atingir o seu ponto
mais baixo (44 pessoas dependentes para cada 100 pessoas em idade produtiva) no quinquênio 2020-25.

Razão de dependência demográfica no Brasil: 1950-2100

Fonte: World Population Prospects: The 2012 Revision, http://esa.un.org/unpd/wpp/index.htm

Ou seja, em meados do século passado, havia quase uma pessoa dependente para uma pessoa em idade de trabalhar, mas
esta relação caiu pela metade, devendo ficar abaixo de 50% entre 2010 e 2030. Isso quer dizer que a carga econômica da
dependência demográfica se reduziu bastante, possibilitando o aumento da renda per capita e a elevação da capacidade de
poupança, tanto das famílias como em nível agregado. Maiores taxas de poupança – em termos micro e macroeconômicos –
significam a possibilidade de maiores investimentos em capital humano e de incremento da taxa bruta de capital fixo.
Esse fenômeno único e fundamental para a decolagem do desenvolvimento é chamado de “bônus demográfico” ou
“dividendo demográfico”. Trata-se de uma “janela de oportunidade” que requer políticas econômicas adequadas para que a
demografia possa ser colocada a serviço do desenvolvimento econômico e social, do bem-estar da população e do cuidado com
o meio ambiente.

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O Bônus Demográfico é, portanto, um fenômeno que ocorre em um período de tempo no qual a estrutura etária da população
apresenta menores razões de dependência (baixa proporção de crianças, adolescentes e idosos) e maiores percentuais de população em
idade economicamente ativa, possibilitando que as condições demográficas atuem no sentido de incrementar a qualidade de vida e
reduzir os níveis de pobreza e desigualdade. Também pode contribuir para a redução das desigualdades de gênero, pois a queda das
taxas de fecundidade e de mortalidade infantil transformam, em especial, a vida das mulheres, que passam a dedicar menos tempo às
tarefas da reprodução e do cuidado dos filhos, ganhando mais tempo para cuidar de si próprias, investir na qualificação profissional e
se incorporar à população economicamente ativa (PEA).
Todavia, o bônus demográfico é um fenômeno temporário e requer condições macroeconômicas adequadas, especialmente
investimentos em educação de qualidade, saúde e trabalho decente. Nos anos 1980, a chamada década perdida, o Brasil desperdiçou o
início do bônus demográfico devido à crise econômica que aumentou o desemprego, reduziu a renda e não criou oportunidades
educacionais para os jovens. Nos anos 1990, a economia cresceu e as condições sociais melhoraram, mas em ritmo insuficiente para
utilizar todo o potencial da estrutura etária. O melhor aproveitamento do bônus demográfico brasileiro aconteceu no quinquênio 2004-
2008, quando houve crescimento da renda, redução da pobreza, do desemprego e das desigualdades sociais e regionais. Mas, após a
recessão de 2009, o desempenho da economia brasileira tem ficado abaixo do esperado e aquém de suas potencialidades.
O bônus demográfico dura o tempo de passagem de uma estrutura etária jovem para uma estrutura etária idosa (60 anos e mais
ou 65 anos e mais). A data para definição do início da terceira idade depende de fatores culturais e institucionais. O tempo exato de
duração do bônus depende do ritmo de queda das taxas de fecundidade. Mas, em geral, o dividendo demográfico tem uma extensão de
cerca de 50 anos. No Brasil, a razão de dependência demográfica vai começar a aumentar por volta de 2030, pois o percentual de idosos
vai crescer rapidamente, significando que a janela de oportunidade vai começar a se fechar gradualmente. No final do século XXI, a
razão de dependência total terá voltado ao nível de 1970, puxado pelo processo de envelhecimento populacional.
A PIA – População em Idade de Trabalhar (15-59 anos ou 15-64 anos) – cresceu de cerca de 50% da população total, por volta
de 1970, para quase 70% entre 2010 e 2025. No mesmo período, as pessoas em idades consideradas dependentes (0-14 anos + 60 anos
e mais ou 65 anos e mais) diminuiram sua percentagem para cerca de 30%. Isso significa que a janela de oportunidade demográfica
estava se abrindo. Porém, entre 2025 e 2030 a janela vai começar a se fechar e vai inverter a relação entre “produtores” e “consumidores”
antes do final do século XXI, variando de acordo com a idade média da aposentadoria. Quanto mais cedo for a média de idade dos
beneficiários da previdência, mais curta será a janela de oportunidade (ou bônus, ou dividendo).
Portanto, o Brasil tem pouco tempo para colher o bônus demográfico, reduzir a pobreza e investir em infraestrutura econômica
e social. Em um futuro não muito distante, o país vai ter que conviver com a diminuição do número de pessoas economicamente ativas
e o aumento da população idosa, especialmente aquela acima de 80 anos, que requer muitos gastos com saúde e cuidado individual.
Precisamos aproveitar as condições contemporâneas favoráveis, antes do envelhecimento populacional e antes da subida da razão de
dependência demográfica.
O caminho para um horizonte saudável e sustentável, evidentemente, depende das condições determinadas historicamente, mas
são os passos dados no presente que irão definir a configuração do futuro. O que plantamos hoje, iremos colher amanhã. O Brasil vai
precisar de uma grande elevação da produtividade do trabalho para lidar com o fechamento da janela de oportunidade demográfica.

O artigo acima foi escrito por: José Eustáquio Diniz Alves - doutor em Demografia e professor titular do mestrado em Estudos
Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE).
Fonte: http://coletiva.labjor.unicamp.br/index.php/artigo/a-janela-de-oportunidade-demografica-do-brasil/ Acesso em 10 fev 2023

15.7 - A PEA, os trabalhadores e a distribuição de renda no Brasil


Uma parcela significativa da PEA (15,7%) brasileira trabalha em atividades agrícolas, o que retrata o atraso de parte da
agricultura brasileira. Embora esse número venha diminuindo graças à modernização e à mecanização agrícola em algumas localidades,
nas regiões mais pobres do país a agricultura é praticada de forma tradicional e ainda ocupa muita mão de obra.
O setor industrial brasileiro, incluindo a construção civil, absorve 21,8% da PEA, número comparável ao de países
desenvolvidos. A partir da abertura econômica, que se iniciou na década de 1990, houve grande modernização do parque industrial
brasileiro, e algumas empresas dos setores petroquímico, extrativo mineral, siderúrgico, máquinas e equipamentos, construção civil,
aeronáutico, entre outros, ganharam projeção internacional, com transnacionais como a Petrobras, a Vale, a Gerdau, a WEG, a
Odebrecht e a Embraer atuando, respectivamente, nos setores mencionados.
Já as atividades terciárias apresentam mais problemas, uma vez que englobam os maiores níveis de subemprego. No Brasil,
62% da PEA exercem atividades terciárias. No setor formal de serviços (como escolas, hospitais, repartições públicas, transportes, etc),
as condições de trabalho e nível de renda são muito contrastantes: há instituições avançadas em termos tecnológicos e administrativos
ao lado de outras bastante atrasadas. Por exemplo, ao compararmos o ensino oferecido nas escolas, públicas ou privadas, de qualquer
nível, percebemos grandes diferenças em termos de qualidade. O mesmo ocorre com hospitais.

A participação das mulheres na PEA e nos rendimentos


Quanto à composição da PEA por gênero, nota-se certa desproporção: em 2011, 42,1% dos trabalhadores eram do sexo feminino.
nos países desenvolvidos, essa participação é mais igualitária, com índices próximos de 50%. O aumento da participação feminina na
PEA ganhou grande impulso com os movimentos feministas das décadas de 1970 e 1980, que passaram a reivindicar igualdade de
gênero no mercado de trabalho, nas atividades políticas e em demais esferas da vida social. Além disso, a perda de poder aquisitivo dos
salários em geral fez com que as mulheres entrassem cada vez mais no mercado de trabalho para complementar a renda familiar.
No Brasil, as mulheres apresentam melhores indicadores na área de educação do que os homens, mas no mercado de trabalho,
muitas vezes, elas se sujeitam a salários menores – o salário delas corresponde, em média, a 70% do dos homens –, mesmo quando
exercem função idêntica, com o mesmo nível de qualificação e na mesma empresa. Isso tem feito com que parte dos empresários prefira
a mão de obra feminina. Além disso, há predominância feminina em empregos de qualificação e salários baixos, como é o caso do
trabalho doméstico e o das operadoras de telemarketing. O número de mulheres no mercado de trabalho é maior somente na faixa de
até um salário-mínimo e dos que não têm rendimento; nas demais faixas os homens predominam.

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Quando se analisa o perfil das pessoas desocupadas também se verifica que alguns grupos têm maior dificuldade de
inserção no mercado de trabalho. Quase 60% das mulheres com 15 anos de idade ou mais estavam desocupadas, superando o
percentual dos que nunca tinham trabalhado, dos jovens entre 18 e 24 anos de idade, dos pretos e/ou pardos e dos que não tinham
completado o ensino médio.
Nas sociedades onde a democracia está mais consolidada e a cidadania mais articulada, existe igualdade de oportunidades
de trabalho entre homens e mulheres. A redução da discriminação por gênero é um importante fator de combate à pobreza.

Participação dos afrodescendentes na renda nacional


Para a avaliação do grau de desenvolvimento de um país não basta considerar apenas seu crescimento econômico, é
fundamental também considerar como se dá a distribuição das riquezas entre sua população. Em 2009, as diferenças de
rendimento por cor ou raça eram maiores do que as que vimos por gênero, com as pessoas classificadas como pretas e pardas
pelo IBGE recebendo aproximadamente 57% do rendimento da população classificada como branca.
Embora as desigualdades entre os gêneros e entre a cor ou raça venham se reduzindo desde a década de 1970, elas ainda
são muito acentuadas, e combater essas diferenças é um dos fatores fundamentais para a redução da pobreza no país. A diferença
na taxa de frequência escolar dos adolescentes brancos e pretos de 15 a 17 anos de idade caiu de cerca de 13% para 3% entre
1992 e 2009, e que a melhora do índice foi crescente para todas as cores ou raças da população brasileira.

A distribuição de renda
Quanto à distribuição de renda, o Brasil
apresenta um dos piores índices do mundo. A
tabela a seguir mostra que a participação dos
mais pobres na renda nacional é muito pequena,
e a dos mais ricos é muito expressiva. Esse
mecanismo de concentração de renda, com
resultados perversos para a maioria da
população, foi construído principalmente no
processo inflacionário de preços nos anos 1980
e 1990. Como vimos no capítulo 2, os reajustes
da inflação nunca foram totalmente repassados
aos salários. Além disso, no sistema tributário brasileiro a carga de impostos indiretos (como ICMS, IPI e ISS), que não
distinguem faixas de renda, chega a 50% da arrecadação. Naquele período, sucessivos governos agravaram o processo de
concentração de renda ao aplicar seus recursos em benefício de setores ou atividades privadas, em detrimento dos investimentos
em educação, saúde, transporte coletivo, habitação, saneamento e outros serviços públicos.
Entretanto, embora a participação dos mais pobres na renda nacional ainda seja muito baixa, esse índice vem apresentando
lenta melhora. A partir de 1994, com o Plano Real e os programas assistenciais, os mais pobres vêm lentamente aumentando sua
participação na renda nacional.

15.8 - O Índice De Desenvolvimento Humano (IDH)


Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano
2007-2008, do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), a partir do ano de 2005 o Brasil
passou a fazer parte dos países com desenvolvimento humano
elevado, ocupando o último lugar desse grupo (70º lugar).
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2011,
naquele ano o país estava no 84o lugar.
Das três variáveis consideradas no cálculo do IDH
(longevidade, educação e renda – veja gráfico ao lado), a que
apresentou a maior contribuição para a melhora do índice
brasileiro foi o avanço na educação. Em contrapartida, a renda
foi a variável que menos contribuiu. No item longevidade, que
permite avaliar as condições gerais de saúde da população, os
avanços também foram significativos.
Ao longo das décadas de 1990 e 2000, o Brasil
apresentou avanços na educação. Segundo o Pnud, entre 1990
e 2007, a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou
mais aumentou de 82% para 90%; no mesmo período, a taxa
de matrícula no Ensino Fundamental de crianças entre 7 e 14
anos aumentou de 86% para 97%. Além disso, a taxa de
alfabetização de adultos, que, segundo o IBGE, compreende
as pessoas com mais de 15 anos, cresceu de 86,9% em 2000 para 90,0% em 2007. No mesmo período, a esperança de vida ao
nascer cresceu de 67,6 para 72,2 anos, enquanto a renda per capita subiu de US$ (PPC) 7 349 para US$ (PPC) 9567.
Os estados brasileiros apresentaram variação positiva no IDH ao longo da década de 1990, embora algumas posições
tenham se alterado.

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EXERCICIOS

01. Sobradinho
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
Adaptado de: SÁ e GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977.

O trecho da música faz referência a importante obra na região do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial
dessa construção foi:
(A) a migração forçada da população ribeirinha.
(B) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
(C) a preservação da memória histórica da região.
(D) a ampliação das áreas de clima árido.
(E) a redução das áreas de agricultura irrigada.

02. No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a Estrada de Ferro Carajás, pertencente e diretamente operada pela
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), na região Norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em São
Luís. Por seus aproximadamente 900 quilômetros de linha passam, hoje, 5 353 vagões e 100 locomotivas.
Adaptado de: <www.transportes.gov.br>. acesso em: 27 jul. 2010.

Aferrovia em questão é de extrema importância para a logística do setor primário da ec onomia brasileira, em especial
para porções dos estados do Pará e Maranhão. Um argumento que destaca a importância estratégica dessa porção do
território é a:
(A) produção de energia para as principais áreas industriais do país.
(B) produção sustentável de recursos minerais não metálicos.
(C) capacidade de produção de minerais metálicos.
(D) logística de importação de matérias-primas industriais.
(E) produção de recursos minerais energéticos.

03. A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no Rio Xingu, no município de Vitória de Xingu, no Pará. A usina
será a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do
Xingu tomam a paisagem com seus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecharam estradas de
uma região que será inundada pelas águas da usina.
Adaptado de: BACOCCINA, D.; QUEIROZ, G.; BORGES, R. Fim do Leilão, Começo da Confusão. Istoé Dinheiro.
São Paulo: Três, ano 13, n. 655, 28 abr. 2010.

Os impasses, resistências e desafios associados à construção da usina Hidrelétrica de belo monte estão relacionados:
(A) ao potencial hidrelétrico dos rios no Norte e Nordeste quando comparados às bacias hidrográficas das regiões Sul, Sudeste
e Centro-oeste do país.
(B) à necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento no crescimento do país com os esforços para a conservação
ambiental.
(C) à grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e à escassez dos recursos direcionados para o pagamento pela
desapropriação das terras.
(D) ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e à ausência de reconhecimento desse direito por parte das
empreiteiras.
(E) ao aproveitamento da mão de obra especializada disponível na região Norte e o interesse das construtoras na vinda de profi
ssionais do Sudeste do país.

04. A Idade da Pedra chegou ao fim, não porque faltassem pedras; a era do petróleo chegará igualmente ao fim, mas não por falta de
petróleo.
Xeque Yamani, ex-ministro do Petróleo da arábia Saudita. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 ago. 2001.
Considerando as características que envolvem a utilização das matérias-primas citadas no texto em diferentes contextos histórico-
geográficos, é correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na idade da Pedra, o fim da era do petróleo
estaria relacionado:
(A) à redução e esgotamento das reservas de petróleo.
(B) ao desenvolvimento tecnológico e à utilização de novas fontes de energia.
(C) ao desenvolvimento dos transportes e consequente aumento do consumo de energia.
(D) ao excesso de produção e consequente desvalorização do barril de petróleo.
(E) à diminuição das ações humanas sobre o meio ambiente.
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05. No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e oceanos, irradiada pelo Sol, evapora-se, dando
origem a nuvens, e se precipita como chuva. É então represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina,
acionando geradores. a eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada em motores e outros
aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem
para represar a água.

Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção, devem ser destacados:
(A) aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.
(B) chuva ácida e efeito estufa.
(C) alagamentos e intensificação do efeito estufa.
(D) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
(E) alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.

06. A Lei F ederal n. 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em
volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido ao consumidor. De acordo com essa lei,
biocombustível é “derivado de biomassa renovável para uso em mot ores a combustão interna com ignição por
compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia que pos sa substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil”.

A introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira:


(A) colabora na redução dos efeitos da degradação ambiental global produzida pelo uso de combustíveis fósseis, como os
derivados do petróleo.
(B) provoca uma redução de 5% na quantidade de carbono emitido pelos veículos automotores e colabora no controle do
desmatamento.
(C) incentiva o setor econômico brasileiro a se adaptar ao uso de uma fonte de energia derivada de uma biomassa inesgotável.
(D) aponta para pequena possibilidade de expansão do uso de biocombustíveis, fixado, por lei, em 5% do consumo de derivados
do petróleo.
(E) diversifica o uso de fontes alternativas de energia que reduzem os impactos da produção do etanol por meio da monocultura
da cana-de-açúcar.

07. O potencial brasileiro para gerar energia a partir da biomassa não se limita a uma ampliação do Proálcool. O país
pode substituir o óleo diesel de petróleo por grande variedade de óleos vegetais e explorar a alta produtividade das
florestas tropicais plantadas. Além da produção de celulose, a utilização da biomassa permite a geração de energia elétrica
por meio de termelétricas a lenha, carvão vegetal ou gás de madeira, com elevado rendimento e baixo custo.
Cerca de 30% do território brasileiro é constituído por terras impróprias para a agricultura, mas aptas à exploração
florestal. A utilização de metade dessa área, ou seja, de 120 milhões de hectares, para a formação de florestas energéticas,
permitiria produção sustentada do equivalente a cerca de 5 bilhões de barris de petróleo por ano, mais que o dobro do
que produz a Arábia Saudita atualmente.
Adaptado de: VIDAL, José Walter Bautista. Desafios internacionais para o século XXI. Seminário da Comissão de
Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, ago. 2002.

Para o Brasil, as vantagens da produção de energia a partir da biomassa incluem:


(A) implantação de florestas energéticas em todas as regiões brasileiras com igual custo ambiental e econômico.
(B) substituição integral, por biodiesel, de todos os combustíveis fósseis derivados do petróleo.
(C) formação de florestas energéticas em terras impróprias para a agricultura.
(D) importação de biodiesel de países tropicais, em que a produtividade das florestas seja mais alta.
(E) regeneração das florestas nativas em biomas modificados pelo homem, como o Cerrado e a mata atlântica.

08. O setor residencial brasileiro é, depois da indústria, o que mais consome energia elétrica. a participação do setor
residencial no consumo total de energia cresceu de forma bastante acelerada nos últimos anos. Esse crescimento pode ser
explicado:
I. pelo processo de urbanização no país, com a migração da população rural para as cidades.
II. pela busca por melhor qualidade de vida com a maior utilização de sistemas de refrigeração, iluminação e
aquecimento.
III. pela substituição de det erminadas fontes de energia – a lenha, por exemplo – pela energia elétrica.

Dentre as explicações apresentadas:


(A) apenas III é correta.
(B) apenas I e II são corretas.
(C) apenas I e III são corretas.
(D) apenas II e III são corretas.
(E) I, II e III são corretas.

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09. A energia geotérmica tem sua origem no núcleo derretido da Terra, onde as temperaturas atingem 4 000 ºC. Essa energia é
primeiramente produzida pela decomposição de materiais radiativos dentro do planeta. Em fontes geotérmicas, a água,
aprisionada em um reservatório subterrâneo, é aquecida pelas rochas ao redor e fica submetida altas pressões, podendo atingir
temperaturas de até 370 ºC sem entrar em ebulição. Ao ser liberada na superfície, à pressão ambiente, ela se vaporiza e se
resfria, formando fontes ou gêiseres. O vapor de poços geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de
turbinas para gerar eletricidade. A água quente pode ser utilizada para aquecimento direto ou em usinas de dessalinização.
Adaptado de: HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e meio ambiente. Ed. ABDR.

Depreende-se das informações acima que as usinas geotérmicas:


(A) utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os riscos decorrentes de ambas.
(B) funcionam com base na conversão de energia potencial gravitacional em energia térmica.
(C) podem aproveitar a energia química transformada em térmica no processo de dessalinização.
(D) assemelham-se às usinas nucleares no que diz respeito à conversão de energia térmica em cinética e, depois, em elétrica.
(E) transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, depois, em energia térmica.

10. Grandes lagos artificiais de barragens, como o Nasser, no rio Nilo, o Three Gorges, na China, e o de Itaipu, no Brasil,
resultantes do represamento de rios, estão entre as obras de engenharia espalhadas pelo mundo, com importantes efeitos
socioambientais.
Acerca dos efeitos socioambientais de grandes lagos de barragens, considere as afirmações abaixo.
I. Enquanto no passado grandes lagos de barragem restringiam-se a áreas de planície, atualmente, graças a progressos
tecnológicos, situam-se, invariavelmente, em regiões planálticas, com significativos desníveis topográficos.
II. a abertura das c omportas que represam as águas dos lagos de barragens impede a ocorrência de processos de sedimentação,
assim como provoca grandes enchentes a montante.
III. Frequentes desalojamentos de pessoas para a implantação de lagos de barragens levaram ao surgimento, no Brasil, do
movimento dos atingidos por barragens – mab.
IV. Por se constituírem como extensos e, muitas vezes, profundos reservatórios de água, grandes lagos de barragens provocam
alterações microclimáticas nas suas proximidades.

Está correto o que se afirma em


(A) I e II, apenas.
(B) II, II e III, apenas.
(C) II, III e IV, apenas.
(D) III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.

11. Os recursos energéticos utilizados atualmente podem ser classificados de várias formas, sendo usual a dis tinção baseada na
pos sibilidade de r enovação desses recursos (renováveis e não renováveis), numa escala de tempo compatível com a expectativa
de vida do ser humano.

Considerando o exposto e o conhecimento sobre o tema abordado, é correto afirmar:


(A) o petróleo é uma fonte de energia renovável, pois novas descobertas, a exemplo do petróleo extraído do pré-sal, comprovam que é
um recurso permanente e inesgotável.
(B) o carvão mineral é uma fonte de energia renovável, pois a utilização de lenha para sua produção pode ser suprida através de projetos
de reflorestamento.
(C) o gás natural é uma fonte de energia renovável, pois é produzido concomitantemente ao petróleo, através de processos geológicos
de duração reduzida, semelhantes à escala de tempo humana.
(D) a biomassa é uma fonte de energia renovável, pois é produzida a partir do refino do petróleo, que é um recurso não renovável, mas
pode ser reciclado.
(E) a energia eólica é uma fonte de energia renovável, pois é produzida a partir do movimento do ar, o que a torna inesgotável.

12. Espalhadas do Espírito Santo a Santa Catarina, reservas de petróleo na área chamada de pré-sal prometem dar novo sentido
à estrofe do Hino Nacional “deitado eternamente em berço esplêndido.”
Zero Hora, Porto alegre, 20 abr. 2008.

Acerca do tema, que envolve as descobertas petrolíferas a gr andes profundidades, é correto afirmar que o petróleo é um(a):
(A) Substância que no brasil é encontrada principalmente em escudos cristalinos oceânicos, formada pela deposição de restos animais
e vegetais em ambientes planctônicos.
(B) Hidrocarboneto fóssil de origem orgânica, encontrado em bacias sedimentares, explorado no Brasil principalmente em solo
marítimo por meio de plataformas, e está em risco de escassez no mundo.
(C) Substância oleosa constituída basicamente por uma combinação de carbono e hidrogênio encontrada em escudos cristalinos, cuja
descoberta, no Brasil, tornou desnecessária a importação.
(D) recurso energético renovável utilizado como instrumento de influência política global e especulação financeira; sua descoberta
elevou o brasil, em curto prazo, ao grupo de elite dos produtores de petróleo.
(E) Substância que, juntamente com seus derivados, possui uso isento de riscos ambientais; sua tecnologia de exploração, desenvolvida
pela PETROBRAS, coloca o brasil como membro da OPEP.

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13. Lideranças indígenas denunciam construção de represas na bacia Amazônica
Lideranças indígenas denunciaram, em Londres, os efeitos negativos da possível construção de três represas na Bacia do Amazonas:
as hidrelétricas do Rio Madeira e Belo Monte, no Brasil, e a hidrelétrica de Paquitzapango, no Peru. As três represas, segundo as
lideranças, irão prejudicar as comunidades indígenas na região, além de causar um desequilíbrio ambiental nos ecossistemas locais.
Segundo Yakarepi, representante de uma tribo do Pará, “não existem garantias que assegurem a proteção dos direitos humanos das
tribos”.
Postado em: 2/3/2011 no Portal EcoDesenvolvimento. organizado pela redação do sítio eletrônico. Adaptado de:
<www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/fevereiro/lideres-indigenas-denunciam-construcao-derepresas#ixzz1X8oeFapb>.
Acesso em: 5 jul. 2011.
Belo Monte e a questão do desenvolvimento hidrelétrico sustentável
A Usina Hidrelétrica Belo Monte, com obras no Rio Xingu, Pará, é vista por alguns setores técnicos como um exemplo contundente da
possibilidade de se obter energia farta proveniente de hidrelétricas e, ao mesmo tempo, oferecer garantias aos direitos das populações
tradicionais e respeito ao meio ambiente. Segundo Marcelo Corrêa, diretor-presidente da Neoenergia S. A., “não se pode desprezar o
potencial hidráulico do Brasil, com cerca de 260 mil MW, dos quais 40,5% estão localizados na nova fronteira hidroenergética
brasileira, a Bacia Hidrográfica do Amazonas”.
Adaptado de: Homepage da Norte Energia S.A., responsável pela construção de belo monte. Disponível em:
<http://pt.norteenergiasa.com.br/2011/07/15/belo-monte-desenvolvimenio-hidreletrico-sustentavel/>. Acesso em: 5 jul. 2011.
O governo brasileiro planeja construir cerca de 60 represas na região amazônica, mas o tema provoca opiniões diferentes
em setores da sociedade. Uma explicação fundamental par a as dif erenças de opinião apontadas encontra-se em:
(A) capacidade tecnológica e financeira desigual entre os atores sociais.
(B) interesses divergentes relativos ao modo de ocupar o espaço regional.
(C) contradição persistente entre populações tradicionais e ecologistas.
(D) pressão crescente de outros países para o uso de recursos naturais.
(E) disparidade cultural intensa entre as sociedades indígena e branca.

14. A seleção dos locais para implementação de usinas hidrelétricas leva em consideração, entre outros fatores, a demanda
por energia e a topografia do relevo da região.
Considerando o exposto e a literatura sobre a produção de energia hidrelétrica no Brasil, identifique as afirmativas
corretas (C) e erradas (E):
( ) a bacia hidrográfica do rio Amazonas, apesar da enorme malha hidrográfica, sofre restrições à implantação de
usinas hidrelétricas, devido às suas características topográficas, as quais exigem o alagamento de extensas áreas
florestadas.
( ) a bacia hidrográfica do rio Uruguai apresenta o maior potencial hidrelétrico do país, porém não é aproveitada em
toda a sua potencialidade, tendo em vista as dificuldades naturais (relevo plano) e econômicas (baixo índice de
desenvolvimento) da região.
( ) a bacia hidrográfica do rio Paraná é a que apresenta o maior potencial hidrelétrico em operação no país, tendo em
vista as condições naturais e econômicas da região.
( ) a bacia hidrográfica do rio São Francisco apresenta alto potencial hidrelétrico aproveitado, pois seu relevo propicia
a construção de usinas hidrelétricas e há significativa demanda de energia no Nordeste.
( ) a bacia hidrográfica do rio Tocantins apresenta grande potencial hidrelétrico instalado, pois possui rios caudalosos
que percorrem extensas planícies e sua região apresenta grande demanda de energia, devido ao seu parque
industrial.

Aponte a opção que indica a sequência correta.


(A) C C E C E.
(B) E E C E E.
(C) C C E E C.
(D) E C C E C.
(E) C E C C E.

15. O acidente em Fukushima reaviva o trauma nuclear no Japão e leva o mundo a debater se essa fonte de energia é
realmente segura e imprescindível. Países cancelam ou reavaliam seus planos atômicos.
Veja. São Paulo: abril, 23 mar. 2011.
Considerando o texto e seus conhecimentos referentes à produção, uso e consumo da energia nuclear, é incorreto afirmar:
(A) a alta do petróleo é um fator favorável para que haja investimentos em energia nuclear, considerando o custo-benefício.
(B) o acidente de Chernobyl assim como o de Fukushima desencadeiam movimentos sociais antienergia nuclear.
(C) a produção de energia nuclear torna-se uma medida viável para os países com limitação de potencial hidrelétrico.
(D) a produção de energia nuclear brasileira é sabidamente eficiente por sua origem em tecnologia alemã, com altos padrões de
exigência para o funcionamento.

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16. As hidrelétricas têm desempenhado um papel destacado no processo de desenvolvimento econômico do Brasil. No entanto,
na fase de construção, as hidrelétricas causam diversos impactos diretos ao meio ambiente, tais como:
I. esvaziamento demográfico com forte emigração urbana.
II. possível alteração do trajeto do rio nas proximidades da obra.
III. desmatamento para construção de estradas.
IV. terraplanagem para a instalação de obras de apoio.
V. grandes mudanças climáticas regionais.

Estão corretas apenas:


(A) I e V.
(B) II e IV.
(C) III e V.
(D) I e II.
(E) II, III e IV.

17. Considere as afirmativas abaixo:


I. O cinturão carbonífero do Brasil está localizado na região Sul, na parte oriental da bacia do Paraná.
II. No Brasil, a obtenção do carvão metalúrgico a partir do carvão mineral é suficiente para abastecer as usinas siderúrgicas do país.
III. O carvão mineral é uma fonte de energia pouco expressiva no Brasil.

Assinale a alternativa correta:


(A) apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
(B) apenas a afirmativa ii é verdadeira.
(C) apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
(D) nenhuma afirmativa é verdadeira.
(E) todas as afirmativas são verdadeiras.

18. A política dos EUA de estímulo à produção de etanol está vinculada:


(A) não apenas à procura de combustíveis alternativos, dos quais o etanol é um exemplo, mas também a transformações no processo produtivo,
beneficiando, assim, a proteção de reservas florestais de países em desenvolvimento.
(B) à busca de transformações culturais e políticas, de modo a promover uma verdadeira “revolução verde”, com mudanças permanentes de
padrões e hábitos de produção, distribuição, circulação e consumo de alimentos industrializados.
(C) à lógica de mercado, segundo a qual o cultivo de produtos agrícolas é direcionado para a fabricação de biocombustíveis, mais lucrativos,
o que gera escassez e elevação dos preços dos alimentos.
(D) à procura de combustíveis alternativos, como o etanol, a fim de potencializar o uso da terra, gerando emprego, renda e conjuntamente a
expansão da produção de alimentos para um mercado em constante processo de ampliação.
(E) a mudanças de uma cultura consumista para uma cultura preservacionista, objetivando a manutenção dos padrões atuais de desenvolvimento
econômico e social e a preservação dos recursos naturais do planeta.

19. Uma empresa norte‑americana de bioenergia está expandindo suas operações para o Brasil para explorar o mercado de
pinhão‑manso. Com sede na California, a empresa desenvolveu sementes híbridas de pinhão‑manso, oleaginosa utilizada hoje
na produção de biodiesel e de querosene de aviação.
Adaptado de: MAGOSSI, E. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 maio 2011.

A partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão‑manso abre para o Brasil a oportunidade econômica de:
(A) ampliar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo a diferentes condições climáticas.
(B) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao varejo.
(C) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em favor de fontes alternativas.
(D) baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energeticas de valor economico superior.
(E) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera.

20. No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita da cana‑de‑açúcar tem sido induzida também pela legislação ambiental,
que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo
sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com
cana‑de‑açúcar.
BALSADI, O. et al. Transformações tecnológicas e a forçaa de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990 ‑2000.
Revista de economia agrícola, v. 49 (1), 2002.

O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de modernização da produção
canavieira. Em torno da associacao entre elas, uma mudança decorrente desse processo e a:
(A) perda de nutrientes do solo devido a utilização constante de máquinas.
(B) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.
(C) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.
(D) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.
(E) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.

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AS QUESTÕES 21, 22 E 23 REFEREM-SE AOS DEPOIMENTOS ABAIXO:

Em uma disputa por terras, em Mato Grosso do Sul, dois depoimentos são colhidos: o do proprietário de uma fazenda e o de um
integrante do Movimento dos Trabalhadores rurais sem Terra:

Depoimento 1

A minha propriedade foi conseguida com muito sacrifício pelos meus antepassados. Não admito invasão. Essa gente não sabe
de nada. Estão sendo manipulados pelos comunistas. Minha resposta será a bala. Esse povo tem que saber que a Constituição do
Brasil garante a propriedade privada. Além disso, se esse governo quiser as minhas terras para a reforma agrária terá que pagar,
em dinheiro, o valor que eu quero – proprietário de uma fazenda no Mato Grosso do Sul.

Depoimento 2

Sempre lutei muito. Minha família veio para a cidade porque fui despedido quando as máquinas chegaram lá na usina. Seu moço,
acontece que eu sou um homem da terra. Olho pro céu, sei quando e tempo de plantar e de colher. Na cidade não fico mais. Eu
quero um pedaço de terra, custe o que custar. Hoje eu sei que não estou sozinho. Aprendi que a terra tem um valor social. Ela é
feita para produzir alimento. O que o homem come vem da terra. O que é duro e ver que aqueles que possuem muita terra e não
dependem dela para sobreviver pouco se preocupam em produzir nela – integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST), de Corumbá (MS).

21. O Centro‑Oeste apresentou‑se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente
virgem, não possuindo infraestrutura de monta nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pode, assim, receber uma
infraestrutura nova, totalmente a servico de uma economia moderna.
Adaptado de: SANTOS, M. A urbanização brasileira. São Paulo: EDUSP, 2005.

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação
foi o avanço da:
(A) industrialização voltada para o setor de base.
(B) economia da borracha no sul da Amazônia.
(C) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
(D) exploração mineral na Chapada dos Guimaraes.
(E) extrativismo na região pantaneira.

22. A partir da leitura do depoimento 1, os argumentos utilizados para defender a posição do proprietário de terras são:
I. A Constituição do país garante o direito a propriedade privada; portanto, invadir terras é crime.
II. O MST é um movimento político controlado por partidos políticos.
III. As terras são fruto do árduo trabalho das famílias que as possuem.
IV. Este é um problema político e depende unicamente da decisão da justiça.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):


(A) I, apenas.
(B) I e IV, apenas.
(C) II e IV, apenas.
(D) I, II e III, apenas.
(E) I, III e IV, apenas.

23. A partir da leitura do depoimento 2, quais os argumentos utilizados para defender a posição de um trabalhador rural
sem terra?
I. A distribuição mais justa da terra no país está sendo resolvida, apesar de que muitos ainda nao tem acesso a ela.
II. A terra é para quem trabalha nela e não para quem a acumula como bem material.
III. É necessário que se suprima o valor social da terra.
IV. A mecanização do campo acarreta a dispensa de mão de obra rural.

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):


(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) II e IV, apenas.
(D) I, II e III, apenas.
(E) I, III e IV, apenas.
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24. Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações ácidas em Manchester após a
Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de dióxido de carbono e enxofre na atmosfera que, ao reagirem
com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A chuva ácida não
necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes, ao
serem lançados na atmosfera, são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de forma
pura apresenta pH 7, e, ao contatar agentes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que
provoca reações, deixando consequências.
Disponível em: <www.brasilescola.com>. acesso em: 18 maio 2010 (adaptado).
O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio ambiente: a chuva ácida
(pluviosidade com pH baixo). esse fenômeno tem como consequência
(A) a corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e acidificação dos lagos.
(B) a diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da atmosfera.
(C) a destruição da fauna e da flora e redução de recursos hídricos, com o assoreamento dos rios.
(D) as enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo, automóveis e fios de cobre da rede
elétrica.
(E) a degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no nordeste do nosso país.

25. As áreas do planalto do cerrado – como a chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no
Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a planície pantaneira mato-grossense
(com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo durante a estiagem.
Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis freáticos
e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas
águas da calha dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras. cabeceiras ameaçadas.
Ciência Hoje. rio de Janeiro: SBPC. v. 42, jun. 2008 (adaptado).
A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície pantaneira e à preservação de sua grande
biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais que exijam
(A) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato-grossense.
(B) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a biodiversidade.
(C) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo.
(D) o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o
período de cheias.
(E) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os
ecossistemas.

26. O artigo 1º da Lei federal nº. 9 433/1997 (Lei das Águas) estabelece, entre outros, os seguintes fundamentos:
I. a água é um bem de domínio público;
II. a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III. em situações de escassez, os usos prioritários dos recursos hídricos são o consumo humano e a dessedentação de
animais;
IV. a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.

Considere que um rio nasça em uma fazenda cuja única atividade produtiva seja a lavoura irrigada de milho e que a
companhia de águas do município em que se encontra a fazenda colete água desse rio para abastecer a cidade. considere,
ainda, que, durante uma estiagem, o volume de água do rio tenha chegado ao nível crítico, tornando-se insuficiente para
garantir o consumo humano e a atividade agrícola mencionada. Nessa situação, qual das medidas adiante estaria de
acordo com o artigo 1o da Lei das Águas?
(A) manter a irrigação da lavoura, pois a água do rio pertence ao dono da fazenda.
(B) interromper a irrigação da lavoura, para se garantir o abastecimento de água para consumo humano.
(C) manter o fornecimento de água apenas para aqueles que pagam mais, já que a água é bem-dotado de valor econômico.
(D) manter o fornecimento de água tanto para a lavoura quanto para o consumo humano, até o esgotamento do rio.
(E) interromper o fornecimento de água para a lavoura e para o consumo humano, a fim de que

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