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QOAA-AFN/2023

TURMA REGULAR
CONHECIMENTOS GERAIS
MÓDULO – I
NOVEMBRO - DEZEMBRO
2022/2023

PORTUGUÊS E REDAÇÃO Prof. Rafael Dias


MATEMÁTICA Prof. César Loyola
GEOGRAFIA ECÔNOMICA Prof. Odilon Lugão
HISTÓRIA MILITAR NAVAL Prof. Vagner Souza

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MATERIAL INTERNO DE USO EXCLUSIVO DOS ALUNOS


Proibida a reprodução total ou parcial

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Sumário
PORTUGUÊS ........................................................................................................................................... 5

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REDAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 7
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CAPÍTULO 1: O TEXTO DISSERTATIVO ...................................................................................................................................... 7


CAPÍTULO 2: TEXTOS PARA ANÁLISE E EXERCÍCIOS PRELIMIRARES ................................................................................10
CAPÍTULO 3: COMO MELHORAR A ESCRITA? .........................................................................................................................19
CAPÍTULO 4: ESQUEMA BÁSICO TEXTO ARGUMENTATIVO ..................................................................................................24
GRAMÁTICA ................................................................................................................................................................................26
CAPÍTULO 1: Acentuação Gráfica ................................................................................................................................................26
CAPÍTULO 2: USO DO HÍFEN ......................................................................................................................................................28
MORFOLOGIA
CAPÍTULO 3: SUBSTANTIVO ........................................................................................................................................................................... 35
MATEMÁTICA ....................................................................................................................................... 43
MÓDULO DE UM NÚMERO REAL .............................................................................................................................................................. 45
PLANO CARTESIANO ................................................................................................................................................................................... 46
CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS ......................................................................................................................................................... 47
ÁREA DE FIGURAS PLANAS ...................................................................................................................................................................... 47
MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES ...................................................................................................................... 48
POLINÔMIOS .................................................................................................................................................................................................. 53
EQUAÇÕES POLINOMIAIS (ALGÉBRICAS) .............................................................................................................................................. 56
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS E DE POLÍGONOS ........................................................................................................................... 56
RELAÇÕES MÉTRICAS NA GEOMETRIA ................................................................................................................................................. 57
QUESTÕES DE CONCURSOS ....................................................................................................................................................................... 66
GEOGRAFIA .......................................................................................................................................... 81
1 - REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS EM GEOGRAFIA ........................................................................................83
1.1 - Regionalização no território brasileiro ...................................................................................................................................83
1.2 - Há outras formas de regionalização e que todos conhecem ................................................................................................88
1.3 - Conteúdo político-ideológicos dos mapas: projeções de Mercator e Peters .........................................................................88
1.4 - Atenção aos Estreitos! ..........................................................................................................................................................89
2 - O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO ...............................................................................................93
2.1 - Breve caracterização ............................................................................................................................................................93
2.2 - O capitalismo comercial ........................................................................................................................................................93
2.3 - O capitalismo industrial .........................................................................................................................................................94
2.4 - O início do capitalismo financeiro .........................................................................................................................................95
2.5 - O capitalismo informacional - A revolução informacional ......................................................................................................99
3 - REPENSANDO AS VISÕES DE MUNDO .............................................................................................................................102
3.1 - Metrópole e colônia .............................................................................................................................................................102
3.2 - Primeiro Mundo Segundo Mundo e Terceiro Mundo ..........................................................................................................103
3.3 - Países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento ......................................................................................103
3.4 - Países do Norte e do Sul ....................................................................................................................................................104
3.5 - Países centrais, periféricos e emergentes ..........................................................................................................................105
3.6 - O problema das classificações ...........................................................................................................................................105
3.7 - As contradições das classificações nas instituições especializadas ...................................................................................106
4 - GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO ..........................................................................109
4.1 - Do pós-guerra aos dias atuais (Da velha ordem à nova ordem mundial) ..........................................................................109
5 - A LÓGICA DOS ESPAÇOS INDUSTRIAIS ...........................................................................................................................121
5.1 - As transformações no espaço .............................................................................................................................................121
5.2 - Fatores de localização industrial: concentração e desconcentração ..................................................................................124
5.3 - Ciclos tecnológicos da Revolução Industrial .......................................................................................................................128
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................................................................ 138
HISTÓRIA .............................................................................................................................................147

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REDAÇÃO

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CAPÍTULO 1: O TEXTO DISSERTATIVO

I. Assunto, tema e título


Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, é necessário reconhecer a diferença que existe entre o assunto, o
tema e o título.

Assunto: é a definição da área sobre a qual versará o texto. É uma macroideia.


Ex: A violência (há diversos tipos)

Tema: é uma ideia menor, específica. É um recorte do assunto.


Ex: A violência urbana

Título: é uma referência ao tema que será abordado. Recomenda-se que seja curto e, se possível, demonstre criatividade.
Ex: Dias de incerteza

Observação
Há concursos que não exigem colocação de título. Ainda assim, recomenda-se que sempre seja colocado devido ao seu caráter
funcional de delimitação do tema. Na MB, o título é o próprio tema. Não se deve pular linha entre o título e a introdução.

II. A dissertação é um texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista. Ou, então, pelo questionamento
acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, utilizados
por ele para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias.
Para se obter uma exposição clara e ordenada, a dissertação é geralmente organizada em três partes:

1. Introdução – constituída geralmente de um parágrafo, deve conter a ideia principal a ser desenvolvida, ou seja, denotar os
objetivos do texto, o ângulo da análise e hipótese ou a tese a ser defendida. Há diversas e flexíveis maneiras de se começar
uma dissertação. O importante é que o parágrafo da introdução seja sucinto e conciso e que deixe claras as diretrizes do
texto.

2. Desenvolvimento ou argumentação – exposição de elementos que vão fundamentar a ideia principal que pode vir
especificada através da argumentação, de pormenores, de causa e de consequência, definições, dados estatísticos, ordenação
cronológica etc.

3. Conclusão – é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já foi
fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação.

A dissertação objetiva
A dissertação objetiva caracteriza-se pelo texto escrito em terceira pessoa. Embora o autor esteja transmitindo ao leitor
sua visão pessoal a respeito do tema, ele jamais aparece para o leitor como uma pessoa definida.
Nas dissertações objetivas, o autor expõe os argumentos de forma impessoal e objetiva, não se incluindo na exploração,
o que confere ao texto um caráter imparcial, facilitando a aceitação, por parte do leitor, das ideias expostas (prova da MB).

A dissertação subjetiva
A dissertação subjetiva caracteriza-se pelo texto escrito em primeira ou segunda pessoa. Consequentemente, o texto
perde seu caráter impessoal e assume, de forma explícita, um caráter pessoal.

III. Critérios básicos de avaliação


1. Abordagem do tema
2. Tipo textual
3. Coerência
4. Coesão
5. Modalidade escrita

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IV. Modelos dissertativos

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1) Expositivo: panorama imparcial de ideias, informações.

2) Argumentativo: defesa de um ponto de vista.

OBS: texto argumentativo ≠ texto opinativo → Sustentar opinião ≠ parafrasear opinião

V. Qualidades de um bom texto dissertativo-argumentativo

1. Objetividade

* Análises objetivas, mesmo nos temas abstratos.


* Análises científicas, sem uso de argumentos religiosos.
* Análise racional, sem tom emotivo.
* Análise universal, sem uso de experiências pessoais.
* Tom ponderado / seguro: evitar radicalismos.

Obs.: Evitar pontuação expressiva (exclamações, reticências) e expressões radicais (“é um absurdo” / “é ridículo”).

VI. Linguagem impessoal

Usar a terceira pessoa do singular (Sabe-se que...; Reconhece-se que..., É evidente que...)

VII. Uso de fatos e não de opiniões

Pessoal Impessoal

Fato x A Marinha é uma instituição secular


Eu acho a Marinha uma ótima instituição secular. A Marinha é uma ótima instituição secular.
Opinião

Logo, escrever de forma impessoal é uma forma de expressar opiniões como se elas fossem fatos (impessoalidade ≠
imparcialidade)

* Imparcialidade ≠ impessoalidade
* Objetivo: evitar redundâncias + aumentar credibilidade.

VIII. Exigências da modalidade escrita

* Padrão culto, com simplicidade e clareza


* Ausência de traços de oralidade

- gírias (“desde que o mundo é mundo”)


- contrações (“pra”, “né”)
- “internetês”
- vocabulário impreciso (“coisa”)
- abreviatura
- períodos longos ou curtos demais

IX. Estrutura na prova da MB

* Mínimo: quatro parágrafos


* Máximo: cinco parágrafos
Cada parágrafo deverá conter o mínimo de 2(introdução e conclusão) 3 períodos (desenvolvimento).
Um bom parágrafo deverá ter de cinco a dez linhas.

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EXEMPLO DE UMA DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA

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Redação nota 1000 no ENEM
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Tema: Os avanços tecnológicos tendem a nos afastar mais uns dos outros ou a nos unir ainda que superficialmente?

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, ao formular a sua tese “Modernidade Líquida”, na qual expõe a superficialidade
das relações sociais no contexto da Terceira Revolução Industrial, estabeleceu forte conexão com cenário vigente. A julgar pelo
panorama atual, é possível perceber que, infelizmente, os avanços tecnológicos proporcionaram a fragilidade dos contatos
qualitativos. Nesse contexto, tal defasagem revela o caráter social da Modernidade bem como a perda gradual da argumentação
favorecida pela internet. Assim, compreender tais fatores é essencial para combater a perpetuação desse problema.
Em primeira análise, é fundamental constatar que o advento de novos meios de comunicação está inexoravelmente
associado à fragmentação dos vínculos afáveis. Sob essa ótica, a dinâmica comunicativa estimulada pelos incrementos
tecnológicos relaciona-se intimamente com o postulado do sociólogo Bauman. Tal ligação ocorre, pois o meio virtual, ao oferecer
uma rápida interação entre os indivíduos por meio dos aplicativos de comunicação, promove contatos quantitativos em
detrimento dos qualitativos, o que motiva a ascensão do individualismo na sociedade e dialoga diretamente com o enunciado do
pensador Bauman, uma vez que a liquidez dos laços interpessoais ̶ responsáveis pela valorização dos espaços de atuação e
convivência pública ̶ impossibilita a consolidação de relações amistosas. Por consequência desse fato, o ser humano regride ao
seu estado primitivo, no qual predomina o egoísmo, haja vista essa polarização de relacionamentos viabilizar uma visão
dessemelhante pelo próximo, o que é incompatível com a vida coletiva, pois se caracteriza como uma instituição orgânica
baseada na cooperação. Dessa forma, fica claro que os avanços tecnológicos estão associados ao afastamento interativo da
comunidade.
Além disso, é valido observar que a internet está indubitavelmente conexa com redução da capacidade argumentativa
dos seus usuários. Nesse sentido, pode-se concretizar um paralelo entre a atualidade e o surgimento da Filosofia, porquanto, no
passado, o florescimento do pensamento crítico esteve ligado aos conflitos de ideias antagônicas dos povos gregos em um
contexto de expansão comercial e intelectual denominado Helenismo. Já na Contemporaneidade, a seletividade de contatos e
informações, favorecidas pelas redes sociais, possibilita a formação de grupos com as mesmas virtudes, o que é prejudicial para
a oratória do indivíduo, porque o senso crítico é mediado pela discussão sadia de opiniões opostas. Dessa maneira, o dialogo
cibernético diverge do método retórico e filosófico da Antiguidade Grega.
Torna-se evidente, portanto, que o avanço tecnológico está inquestionavelmente atrelado à desintegração das relações
interpessoais, que, por sua vez, é maléfico para a sociedade. Para resolver esse problema, é necessário que o Ministério da
Educação invista em informática educativa, por meio da promoção de palestras abertas para a população, realizadas nas escolas
públicas durante os finais de semana e ministradas por profissionais graduados por Antropologia, que discutam a moderação no
uso de aparatos modernos e a importância dos vínculos afetivos na esfera coletiva. Consequentemente, tal medida tem a
finalidade de promover aos cidadãos um olhar mais crítico acerca da tecnologia e estimular a cooperação no social. Assim, a
comunidade será mais integrada em suas interações.

FICHA DOCUMENTADA DA LEITURA ARGUMENTATIVA

1. Qual é o assunto apresentado no texto?


_______________________________________________________________________________________________

2. Identifique a tese (ponto de vista principal) apresentada pelo autor no texto?


_______________________________________________________________________________________________

3. Identifique os argumentos apresentados sobre o tema.


_______________________________________________________________________________________________

4. Marque, no texto, os elementos que servem de ligação (conectivos).

5. Qual é a sua posição sobre o tema do texto? Concorda com o autor? Por quê? Escreva um parágrafo de 7 a 10 linhas, com 3
frases, no mínimo, na folha separada de redação do curso.

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CAPÍTULO 2: TEXTOS PARA ANÁLISE E EXERCÍCIOS PRELIMIRARES

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Texto 1: Guerra contra o novo coronavírus


Marinha atua desde o início da pandemia em todo o País para mitigar os efeitos causados pela Covid-19
Por: Primeiro-Tenente Ana Carolina Freitas de Oliveira

Em meados de fevereiro de 2020, anunciava-se a chegada do novo coronavírus ao País. Seguindo protocolos já
experimentados em outros países, o Brasil abriu diversas frentes de trabalho, envolvendo todas as pastas do Executivo, com o
objetivo de diminuir as consequências da doença. O Ministério da Defesa então deflagrou a Operação “Covid-19”, que uniu as
três Forças Armadas para proteger os brasileiros da devastação causada pelo vírus. Concomitante, a Marinha do Brasil deu início
à Operação “Grande Muralha”: Força-Tarefa comandada pelo Diretor-Geral do Pessoal da Marinha, que utiliza todos os recursos
disponíveis para o enfrentamento dos efeitos da doença.
Desde o início da operação, a Marinha emprega mulheres, homens, meios navais e de fuzileiros navais para enfrentar a
pandemia, realizando ações assertivas, pautada em dois princípios basilares: serenidade e firmeza. A determinação do
Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, é que se trabalhe com tenacidade e coragem. “É oportuno
reiterar os merecidos cumprimentos aos setores de abastecimento, de saúde, material, desenvolvimento tecnológico, Corpo de
Fuzileiros Navais, militares que permanecem, diuturnamente, mantendo nossa plena capacidade operativa”, disse.

A OPERAÇÃO “COVID-19”
Foram criados, para a operação, dez comandos conjuntos, compostos por militares das três Forças, que planejam o
emprego coordenado e integrado dos meios de logística, inteligência e comunicações, em apoio aos órgãos de saúde e de
segurança pública. A Marinha é responsável por dois deles: Comando Conjunto da Bahia e do Rio Grande do Norte e Paraíba.

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TECNOLOGIA
Militares e pesquisadores unem forças para buscar soluções para o enfrentamento da pandemia. A Marinha desenvolveu

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diversos projetos para mitigar os efeitos do novo coronavírus.
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Respiradores
Em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP), foi iniciada, em junho, a produção em escala do ventilador
pulmonar emergencial, batizado de “inspire”. De baixo custo e desenvolvido pela Escola Politécnica da universidade, o aparelho
pode ser produzido em até duas horas, com tecnologia nacional e baixo custo. Sob a supervisão da Diretoria-Geral de
Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, a fabricação das estruturas mecânicas conta com a participação do Centro
Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Tanto a concepção técnica quanto a produção estão a cargo de engenheiros
integrantes do Projeto de Desenvolvimento da Planta Nuclear Embarcada, do primeiro submarino brasileiro com propulsão
nuclear.

Protetor Biólogico
A Equipe de Resposta Nuclear, Biológica, Química e Radiológica do 2° Batalhão de Operações Ribeirinhas
(2°BtlOpRib), de Belém (PA), desenvolveu um protetor biológico tóraco-facial para evitar o contágio de equipes de saúde que
lidam com pacientes contaminados. De baixo custo, foi projetado com especialistas do Hospital Naval de Belém (HNBe). O
protótipo, que diminui drasticamente o risco de contágio da doença, foi criado pelo Tenente Fuzileiro Naval Hélio Augusto
Corrêa da Silva Junior.
Ele conta que a ideia do protetor surgiu durante um estágio em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica.
“Pensei em algo que pudesse isolar o paciente e proteger os profissionais durante os procedimentos nas ambulâncias e nas UTIs,
evitando a contaminação e a disseminação do vírus”.

Máscaras de Proteção
O Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) criou protótipos de máscaras faciais rígidas do tipo
face shield. Em campanha desenvolvida junto ao SOS 3D Covid-19, profissionais civis cederam o projeto inicial da máscara,
que foi aprimorado pelo CTecCFN. Também há a produção de máscaras faciais descartáveis, feitas em TNT. Até junho, já
haviam sido confeccionadas quase 120 mil unidades, com produção diária de cerca de 4,5 mil. Em fase de desenvolvimento pelo
CTecCFN, estão produtos como dois capacetes de pressão positiva – um para ser usado por profissionais de saúde em ambientes
contaminados e outro por pacientes diagnosticados com Covid-19 e que não necessitam de entubação.

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Para a tropa, está em desenvolvimento um modelo de máscara operativa, tipo balaclava (“touca ninja”). A produção
será terceirizada, com estimativa de confecção de 10 mil unidades. O CTecCFN também realizou pesquisa sobre o uso de

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lâmpadas UV para a descontaminação de ambientes.
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AÇÕES INTERNAS
No âmbito da Operação “Grande Muralha”, o Sistema de Abastecimento da Marinha trabalha para manter a Força
operando a serviço da Pátria em meio à pandemia. São empregados esforços para que sejam fornecidos combustíveis a viaturas
e demais meios operativos. Além disso, estão sendo distribuídos equipamentos de proteção individual, como máscaras e álcool
em gel, às organizações militares.

O Comandante da Marinha também emitiu o Plano de Atividades da Força, que tem o objetivo de orientar a progressão
das ações a serem adotadas para manter a capacidade operacional e garantir a segurança orgânica. “Trabalhamos a partir de
balizas como flexibilidade, transparência e unidade de comando. Superaremos e venceremos a guerra contra o coronavírus”,
declarou o Almirante Ilques.
(Fonte: Marinha em Revista - Ano 10 - Número 14 - setembro 2020

Exercício 1: Escreva um texto com 2 parágrafos, de 5 a 7 linhas cada um, em que você defenda o trabalho da
Marinha do Brasil no combate à COVID-19. Crie uma linha de raciocínio sobre o tema.
Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo.

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Texto 2: Primeiro submarino nuclear brasileiro será usado em 2023

Entenda a importância disso para a segurança e a ciência nacionais


Guilherme Rosa

O Brasil possui duas amazônias. A primeira todo mundo conhece: 3,2 milhões de km² de floresta e biodiversidade. A
outra, apesar de ocupar toda a porção leste do país, ainda é quase secreta. É a Amazônia Azul, como a Marinha convencionou
chamar o território submerso na costa brasileira. A área tem 4,4 milhões de km² de água salgada, e importância econômica
incrível — dali é retirado 90% de nosso petróleo e por ali passa 95% de nosso comércio exterior. Escondidos sob as ondas,
somente 5 submarinos patrulham essa imensidão — é como patrulhar as fronteiras da floresta amazônica e deixar o miolo
desprotegido. Com a descoberta do pré-sal, cuidar dessa área se fez mais urgente ainda.
Para isso, a Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo: até 2047, o país terá 26 submarinos patrulhando sua costa.
O primeiro passo foi no final de 2008, quando o governo brasileiro firmou um convênio com a França para a transferência da
tecnologia do submarino Scorpène. O segundo foi em julho de 2011, com o início da fabricação das novas embarcações no
estaleiro de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A próxima geração de submarinos brasileiros deve chegar aos mares em 2017. Mais
importante que isso, no entanto, são as mudanças que os engenheiros brasileiros planejam fazer no projeto francês. A ideia é
realizar um transplante: sai o motor a diesel, entra um reator nuclear. Começando agora, a Marinha espera concluir a construção
do primeiro submarino movido a propulsão nuclear em 2023.
Com isso, o Brasil entraria para o seleto clube dos países que dominam a tecnologia — China, Estados Unidos, França,
Inglaterra e Rússia. Para se ter uma noção da importância estratégica desse veículo, esses 5 são justamente os membros
permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Corpo de aço, coração nuclear
Segundo o almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, atual comandante da Marinha do Brasil, o submarino é
o veículo com o melhor custo/benefício na guerra naval. “Sua vantagem determinante é a capacidade de se ocultar e surpreender”,
diz. Na guerra das Malvinas, por exemplo, foi o elemento surpresa que permitiu a um submarino britânico realizar o maior ataque
do conflito, quando destruiu um navio argentino e matou 368 homens.
No entanto, os submarinos convencionais têm um grande inconveniente: após alguns dias submersos eles precisam
voltar à superfície para literalmente pegar ar e recarregar as baterias — e lá se vai o elemento surpresa. Já o submarino nuclear,
graças à capacidade quase inesgotável do seu reator, pode ficar debaixo d’água por meses e atingir altas velocidades por tempo
ilimitado. “Ele pode chegar a qualquer lugar rapidamente. Para o inimigo, significa estar em todos os lugares ao mesmo tempo”,
diz Moura Neto. Mas homens têm limites: quando o submarino nuclear sobe, é para repor alimentos e desestressar a tripulação.
Engenheiros brasileiros já estão na França para receber treinamento na montagem do submarino. As peças mais caras,
como o casco de aço, periscópio e sonar, terão de ser importadas de lá. Já a tecnologia nuclear será totalmente desenvolvida no
Brasil, e a Marinha vai usar a técnica nacional de fissão nuclear (para saber o que é fissão, leia a matéria Não faça você mesmo,
nesta edição; para saber como ela move as turbinas, ver infográfico ao lado). Além disso, os submarinos virão armados com
torpedos e mísseis Exocet franceses. Cada embarcação vai custar cerca de US$ 1,5 bilhão.

Tecnologia profunda
Desde os anos 70 os militares brasileiros planejam a construção de um submarino nuclear, mas sofriam com barreiras
impostas pelas potências estrangeiras. A tecnologia teve de ser desenvolvida aqui dentro — em 1982, o país dominou o ciclo de
combustível nuclear. A partir dos anos 90, os recursos minguaram, até a ressurreição recente do projeto. O próximo passo deve
ser a construção de um reator nuclear em solo, para testar o equipamento. Ele está sendo desenvolvido no Centro Experimental
Aramar, em Iperó (SP), e deve ser concluído em 2014.
Uma preocupação que envolve o projeto é a falta de profissionais para lidar com a tecnologia. A Comissão Nacional de
Energia Nuclear, que em 1991 tinha 3.750 servidores, hoje tem somente 2.550 — com idade média de 56 anos. “Há uma
necessidade urgente de reposição e de formação de novos profissionais”, diz José Roberto Piqueira, vice-diretor da Escola
Politécnica da USP. Pensando nisso, a USP irá abrir em 2013 um curso de graduação em Engenharia Nuclear, ao lado do centro
da Marinha em Iperó. Parcerias entre as duas instituições já estão nos planos. Submarinos e engenheiros nucleares: é o Brasil
buscando novos voos — ou melhor, mergulhos.

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Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT275468-17773,00.html

Exercício 2: Escreva um texto com 2 parágrafos, de 5 a 7 linhas cada um, em que você defenda a construção e o uso
do submarino nuclear pelo Brasil. Crie uma linha de raciocínio sobre o tema.
Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo.

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Texto 3: Navios da Marinha chegam a Suape para reforçar o combate ao óleo que atinge o litoral

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Fuzileiros integram a operação 'Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida', que monta base em Pernambuco a partir desse domingo
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(10). Embarcações são as duas maiores da Marinha.


Por G1 PE e TV Globo
10/11/2019 11h21

Navios da Marinha trazem fuzileiros e equipamentos para reforçar combate ao óleo no NE

Os dois maiores navios da Marinha do Brasil chegaram, nesse domingo (10), ao Porto de Suape, no Grande Recife,
para reforçar o combate ao vazamento de óleo no Nordeste. Uma das bases da operação "Amazônia Azul, Mar Limpo é Vida"
fica em Suape. A partir do estado, as tropas, veículos e helicópteros que chegaram com as embarcações serão distribuídos pela
costa nordestina.
"Uma das bases vai ficar aqui [em Suape], mas vamos levar não só os navios, como tropas e veículos, para outros locais
como Fortaleza, Salvador, Ilhéus, que fica perto do Parque de Abrolhos, ou seja, vamos espalhar ao longo da costa do Norte e
Nordeste", afirmou o almirante José Cunha.
Além de Suape, o almirante afirmou que uma base será montada em Tamandaré, no Litoral Sul, de ondem devem sair
equipes para atuar no estado vizinho, Alagoas. Cerca de 700 fuzileiros navais vieram com os dois navios.
As duas embarcações, o navio-doca multipropósito (NDM) Bahia e o porta-helicópteros multipropósito (PHM)
Atlântico, deixaram o Rio de Janeiro no dia 4 de novembro. O óleo já atingiu 427 localidades, segundo o mais recente balanço
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), divulgado na sexta-feira (8).

Fuzileiros navais chegaram ao Porto de Suape, neste domingo (10), em operação para combater o vazamento de óleo no litoral
nordestino — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

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O objetivo é monitorar principalmente manguezais, estuários e o lado externo dos arrecifes, sempre em conjunto com
as equipes que já atuam no combate ao desastre ambiental. Os militares foram treinados para fazer a limpeza desses locais.

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"Ontem [sábado, 9], nós recebemos um engenheiro da Petrobras que nos deu palestras sobre como despoluir mangues, arrecifes
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e praias, e também como são as precauções de segurança para essa despoluição", detalhou o almirante Cunha.
Os navios e helicópteros seguem sendo utilizados ao longo da costa em busca de manchas de óleo em alto-mar ."Não só quando
eles [equipes da Marinha] detectarem, mas quando também formos acionados, nós vamos ao local e retiramos a mancha e os
pontos de poluição", afirmou Cunha.

Navios da Marinha do Brasil chegaram ao Porto de Suape, neste domingo (10), com helicópteros e outros veículos para atuar na
costa do Nordeste — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

Além de fuzileiros, os dois navios trouxeram equipes médicas para atuar na questão da saúde. Somente em
Pernambuco, foram notificados 66 casos suspeitos de intoxicação de pessoas que tiveram contato com o óleo nas praias.
"Um dos nossos trabalhos aqui é fazer uma investigação a respeito das pessoas que tiveram contato com o óleo e
apresentaram algum sintoma. Nós colocaremos em solo diversas equipes móveis de saúde que passarão nas principais localidades
afetadas", adiantou o vice-almirante Paulo Martino Zuccaro, comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra.

Navios que chegaram a Pernambuco neste domingo (10) trouxeram caminhões que podem fazer auxílio na operação contra óleo
nas praias — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

Um protocolo foi montado, com um questionário que deve ser aplicado às pessoas que tiveram contato com a substância.
As equipes vão percorrer as localidades atingidas pelo óleo, entrando em contato com a população.
"Nós construiremos um banco de dados, que será passado para as agências, órgãos de saúde tanto no nível federal,
quanto no nível estadual e municipal, para que eles possam dar acompanhar a evolução do quadro de saúde dessas pessoas que
apresentaram algum tipo de anormalidade", apontou o vice-almirante.
Foram trazidos também cerca de 30 caminhões, 25 viaturas leves, um trator, seis equipamentos de engenharia e 18
embarcações menores pelas equipes que chegaram neste domingo. Segundo os militares da Marinha, não tem data prevista para
a operação terminar.

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Navio da Marinha do Brasil atracou no Porto de Suape neste domingo (10); fuzileiros vão atuar no combate ao óleo que
atinge o Nordeste — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

Óleo em Pernambuco
Neste domingo (10), as equipes da Prefeitura de Ipojuca encontraram pequenos fragmentos de óleo preso a sargaço
Praia de Serrambi. O município informou que era ainda resquício da substância, que ainda é "expulsa" pelo mar. "Toda orla
passa por um pente fino da prefeitura diariamente e os rescaldos que aparecerem serão limpos", disse a assessoria de comunicação
municipal.
Um relatório, divulgado na sexta (8) pelo governo estadual, apontou que 16 praias do litoral pernambucano que foram
atingidas pelas manchas de óleo, em outubro deste ano, estão liberadas para o banho.
De acordo com o documento, foram feitos testes para detectar a presença de hidrocarbonetos, componentes do petróleo,
e de substâncias como benzeno, tolueno, etilobenzeno e xileno. O relatório indicou que não foram constatados compostos
orgânicos encontrados no petróleo e que, em grandes concentrações, podem causar danos à saúde.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco, desde 2 setembro, 48 praias e oito rios tiveram registro
de manchas. O boletim da Marinha do sábado (9) apontou que as praias pernambucanas estavam limpas, sem sinais de novos
casos de petróleo.

Fonte: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/11/10/navios-da-marinha-chegam-a-suape-para-atuar-no-
combate-ao-vazamento-de-oleo-no-nordeste.ghtml

Exercício 3: Escreva um texto com 4 parágrafos de 5 a 7 linhas cada, sendo


1º parágrafo: apresentação do problema do vazamento de óleo + TESE;
2º parágrafo: explicação do problema do vazamento de óleo;
3º parágrafo: explicação da importância da MB para a preservação ambiental;
4º parágrafo: REAFIRMAÇÃO DA TESE + explicação de soluções da pirataria marítima.
Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo.

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Texto 4: Curso de Medicina Operativa prepara militares para atuar em Operações de Paz da ONU
19 de outubro de 2022 07:00

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Em 2022, o Brasil recebeu uma certificação inédita da Organização das Nações Unidas (ONU) para participar
de missões de paz, elevando a capacidade da tropa da Marinha do Brasil (MB) para o nível 3. Esse fato ampliou ainda
mais a necessidade de atuação e capacitação das ações de Medicina Operativa, já que ela está presente nas operações
navais, calamidades públicas e missões humanitárias e de paz.
A Medicina Operativa é um segmento da área de saúde que tem como propósito assistir os indivíduos em
operações militares, em ambiente crítico ou de combate, onde os recursos humanos e materiais – tais como
suprimentos, tempo, local, condições climáticas e epidemiológicas – podem estar significativamente restritos ou
adversos. Ela é baseada em princípios, técnicas e conhecimentos estabelecidos pela assistência de saúde em geral,
porém adaptada às peculiaridades da vida militar.
Sua capacidade de atuação é bastante abrangente, podendo ser aplicada em todos os ambientes onde
operam militares da MB, como lembra o Diretor do Centro de Medicina Operativa da MB, Capitão de Mar e Guerra
(Médico) Kleber Coelho de Moraes Ricciardi. “Estamos em terra, no ar e no mar; acima e abaixo da linha d’água; nas
Operações de Paz e humanitárias; no apoio às situações de desastre; além de nos mantermos sempre presentes no
continente antártico”.

Curso Especial Unidade Médica Nível II


Hoje, data em que é comemorado o Dia do Médico, destacam-se as peculiaridades e características próprias
do médico no ambiente operacional. Esse profissional necessita de uma formação militar adequada às funções a qual
precisa desempenhar e que difere da medicina comum praticada no dia a dia dos hospitais, devendo também estar
apto a atuar e sobreviver em ambientes hostis, reagir rapidamente contra fogos e explosivos, orientar-se no terreno,
entre outros desafios.
Com o objetivo de capacitar pessoal em atividades de saúde para atuar em Operações de Paz da ONU ou
em resposta a desastres e em operações de ajuda humanitária, é realizado pela MB, anualmente, o Curso Especial
Unidade Médica Nível II. Anteriormente realizado como adestramento, após reformulação, o curso teve sua primeira
edição em 2019.

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O propósito do curso é preparar Oficiais e Praças da MB, das Forças Armadas e Forças Auxiliares para o
desempenho de funções técnicas como integrantes de uma Unidade Médica Nível Dois, ativada em apoio às

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Operações de Manutenção de Paz (OMP) da ONU, à resposta em desastres e às operações de ajuda humanitária
provendo, assim, assistência e serviços de saúde adequados e integrados, salvaguardando a vida humana.
O curso, com duração de aproximadamente um mês, possui parte teórica e parte prática e inclui atividades
como natação utilitária, sobrevivência básica na selva, Unidade de Treinamento de Escape para Aeronaves Submersas,
atendimento pré-hospitalar, entre outros. A Primeiro-Tenente (Médica) Noelle Gonçalves de Pinho, que foi uma das
alunas da última edição, conta por que decidiu fazer o curso. “Quero estar apta a atuar em Operações de Paz e
Humanitárias, situações em que as pessoas realmente precisam de nós e, com isso, minha atuação será sempre muito
gratificante”, reforçou ela.
De acordo com o Capitão de Mar e Guerra Ricciardi, “ao concluírem essa etapa, os militares estarão
capacitados para integrar o apoio de saúde para contingentes em Operações de Paz até o nível II de evacuação, bem
como atuar em situações inesperadas de apoio aos desastres naturais ou antropogênicos”. Um exemplo recente dessa
atuação deu-se no início desse ano, com as fortes chuvas ocorridas na região de Petrópolis (RJ).
A ONU possui vários níveis de evacuação e cada estágio possui um determinado modelo de atendimento
médico. No nível I, a capacidade diz respeito ao suporte básico de vida e a estabilização do paciente, com capacidade
máxima para dois dias de internação e observação dos pacientes. Na Unidade Médica Nível II, cria-se a estrutura de
um pequeno hospital, com capacidade cirúrgica, atendimento com especialidades médicas diversas e condições de
internação por um período maior e com mais leitos disponíveis.

Exercício 4: Escreva um texto com 2 parágrafos de 5 a 7 linhas cada, sendo


1º parágrafo: Apresentação do método da capacitação + TESE;
2º parágrafo: Explicação das causas e consequências da capacitação;
3º parágrafo: Explicação da finalidade da capacitação;
4º parágrafo: REAFIRMAÇÃO DA TESE + conclusão da capacitação.
Dica: faça, pelo menos, 3 frases por parágrafo.

CAPÍTULO 3: COMO MELHORAR A ESCRITA?


1. USO DO GERÚNDIO NO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

1. O gerúndio é uma forma nominal que apresenta o processo verbal em curso. Daí decorrem as seguintes características (uso
correto):
a) valor de modo (Ele saiu chorando. = Ele saiu choroso.)
b) valor de tempo ( Encontramos Pedro estudando.= Encontramos Pedro que estudava.)
c) valor de duração (Permaneceu atendendo. = Permaneceu no atendimento.)
d) valor de causa/explicação (Enfrentando João, Pedro fez sucesso com as meninas. = Por enfrentar João, Pedro fez sucesso
com as meninas. Ou Pedro fez sucesso com as meninas, porque enfrentou João.)

(Percebendo que o ladrão se aproximava, sentiu medo. =Por perceber que o ladrão se aproximava, sentiu medo. Ou Sentiu
medo, pois percebeu que o ladrão se aproximava.)

e) valor de condição ( Sendo decidido assim, cumpra o acordado.= Se for decidido assim, cumpra o acordado.)
f) ação imediatamente anterior à do verbo principal (Recebendo os documentos, encaminhou-os logo à chefia. = Quando
recebeu os documentos, encaminhou-os logo à chefia.)

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1.2. Desvios mais comuns no emprego do gerúndio:

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a) Quando a ação descrita pela forma no gerúndio e o verbo da oração principal não puderem ser simultâneas.
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Exemplo de erro: Chegando, saiu.


Correto: Ele chegou e, logo após, saiu.

b) Quando a ação expressa pelo gerúndio é posterior à do verbo da oração principal.


Exemplo de erro: Pela manhã, a menina não tomou o remédio, passando muito mal durante à tarde.
Correto: Pela manhã, a menina não tomou o remédio, consequentemente passou muito mal durante à tarde.
Pela manhã, a menina não tomou o remédio e passou muito mal durante à tarde.

c) Quando o gerúndio tem valor de adjetivo.


Exemplo de erro: Encontrou uma nota no jornal comemorando o fato.
Correto: Encontrou uma nota comemorativa do fato no jornal.

d) Quando o gerúndio é empregado para generalizações ou conclusões não fundamentadas.


Exemplo de erro: O garoto chorava muito causando medo aos que ali passavam.
Correto: O garoto chorava muito, o que pode ter causado medo aos que ali passavam.

d) Quando o gerúndio é empregado para futuro


Exemplo de erro: Eu vou estar providenciando seu contrato.
Correto: Eu vou providenciar.
Eu providenciarei.

EXERCÍCIOS

1. Verifique se ambas as construções correspondem ao considerado como bom uso do gerúndio. Escolha a que considera mais
aceitável ou mais correta. Justifique sua posição com base nas observações acima.

a) O policial viu o bandido correndo pela praia.

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___________________________________________________________________________________________

b) O aluno apareceu, sendo recebido pela direção da escola duas semanas depois.

___________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________

c) A Marinha do Brasil criou um militar vencendo a competição.

___________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________

d) O aluno vai estar fazendo a prova dia 5 de novembro.

___________________________________________________________________________________________

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2. As generalizações e as conclusões “precipitadas” devem ser evitadas durante a elaboração de um texto dissertativo-

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argumentativo porque constituem uma espécie de vício na escrita. O mau uso do gerúndio pode gerar tais situações. Analise as

situações abaixo e reescreva-as adequadamente:

A) O Brasil passa por um bom momento na economia gerando um futuro de prosperidade e avanço tecnológico.

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

b) As autoridades têm investido em novos projetos na área da Educação trazendo a tão esperada arrancada social.

_____________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

3. Assinale os períodos em que há uso inadequado de gerúndio e corrija-os:

a) A comunidade internacional vem esforçando-se no sentido de acompanhar, da melhor maneira possível, a crise no mundo

árabe. Observando diariamente o que lá ocorre.

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

b) Os pais devem acompanhar a vida escolar de seus filhos. Demonstrando amor e dedicação. Só assim as crianças terão bom
aproveitamento como estudantes.

____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________

c) Isso ocorre para fazer barulho e chamar atenção dos demais, tornando o trânsito mais barulhento, aumentando o estresse e

prejudicando a audição de muitos.

____________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

d) O país precisa solucionar o problema do menor abandonado alcançando o desenvolvimento social tão esperado.
___________________________________________________________________________________________

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2. USO DE COLOQUIALISMOS OU EXPRESSÕES DE REGISTRO INFORMAL:

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O texto dissertativo-argumentativo deve revelar certa capacidade de expressão formal, elegante, isenta e sem marcas da
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linguagem oral. Devem ser evitados os seguintes tipos de construção:


Sem falar que... (É importante mencionar ainda ...);
Não tem nada a ver ... (Não há relação clara entre ...);
Não vale a pena ... (Não é válido ...);
Bom que se diga... (É preciso que se mencione/evidencie/aponte ...).

3. USO DE VOCABULÁRIO INADEQUADO:


A escolha do vocabulário revela a formação e a experiência de vida daquele que escreve ou fala. Usar as palavras
adequadas ao contexto indica preparo e qualificação do autor de um texto. Ter claro o significado de palavras como etnia, raça,
cidadania, sociedade, nação, estado é realmente importante.

Exemplos de uso indevido:


Esse modelo tem desenvolvido diversos campos de trabalho para a sociedade ( população ).
Um bom governo deve priorizar questões básicas para a sobrevivência de sua população (para a qualidade de vida da
população ).
Através dos erros, chegaremos aos acertos ( Por meio dos ...).
É preciso que a humanidade se conscientize da necessidade de ... (que os indivíduos se conscientizem...)
É preciso que a sociedade daquele lugar ... (comunidade)
No caso em tela ... ( Em casos como esses...)

OBS.: a locução usada para qualificar um nome deve manter-se no singular (meios de transporte, meios de comunicação, pais
de família, casos de mortalidade);

OBS.: deve ser evitada a locução expletiva é que ( Na verdade, a política é que fará a mudança . / a política fará ) /Devido à má
distribuição de alimentos, é que a fome vem.... ( ...alimentos, a fome vem ...)

4. FALTA DE CONCISÃO:
A redundância retórica é uma das formas mais comuns da prolixidade.
Observe-se o exemplo (GARCIA,1986): “Conforme a última deliberação unânime de toda a Diretoria, a entrada, a
frequência e a permanência nas dependências deste Clube, tanto quanto a participação nas suas atividades esportivas, recreativas,
sociais e culturais, são exclusivamente privativas dos seus sócios, sendo terminantemente proibida, seja qual for o pretexto, a
entrada de estranhos nas referidas dependências do mesmo.”
Tal aviso poderia ser simplesmente: “É proibida a entrada (ou frequência, ou a permanência) de estranhos” ou “Só é
permitida a entrada de sócios.”
Ao redigir, o autor de um texto deve buscar o equilíbrio entre enfatizar seu ponto de vista e manter a clareza e a
objetividade daquilo que diz.

5. OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES:

É preciso revisar o próprio texto com atenção para evitar

a) ausência de oração principal no período:


Isso porque a política ... / Claro que a saúde é importante ... / Interessante destacar que ...
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b) ausência de preposição antes do pronome relativo:

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Essa é a crise que a imprensa se refere todo dia. / O local onde vai o migrante torna-se sua nova casa. / É comum a mídia
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valorizar as falas das celebridades que faz alusão.


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6. PROBLEMAS DE ESTRUTURAÇÃO SINTÁTICA

6.1. USO DE FRASES TRUNCADAS


Frase TRUNCADA é um erro de construção que consiste em pontuar uma oração subordinada (ou uma locução) como se fosse
uma frase completa.

Ex.: O Brasil precisa encarar seus problemas. Com determinação e seriedade. (locução pertencente à frase anterior). Trouxe
sugestões. Que são muitas. (oração subordinada à anterior).

ATENÇÃO: todo enunciado deve ter sujeito e verbo; não deve ser introduzido por conjunção subordinativa, pronome
relativo ou forma nominal (infinitivo, gerúndio e particípio) sem que haja oração principal a que se refira.

Marque com (X) as frases fragmentadas e reescreva-as de forma adequada:

a) ( ) Como o governo quer fazer reformas. O Legislativo parece disposto a ouvi-lo.


_____________________________________________________________________________________________________

b) ( ) O governo quer fazer reformas. Que visam beneficiar a todos.


_____________________________________________________________________________________________________

c) ( ) O governo quer fazer reformas. Em curto espaço de tempo.


_____________________________________________________________________________________________________

d) ( ) Uma vez que o governo quer fazer reformas, o Legislativo parece disposto a começar a colaborar.
_____________________________________________________________________________________________________

e) ( ) O governo quer fazer reformas. Sob condições específicas e de seu interesse.


_____________________________________________________________________________________________________

f) ( ) Todos gostariam de acreditar no governo. Cientes da importância das reformas.


_____________________________________________________________________________________________________

g) ( ) Acreditar no governo e importante. Para ele poder efetuar as reformas pretendidas.


_____________________________________________________________________________________________________

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6.2. USO DE FRASES SIAMESAS

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Frase siamesa é um erro de construção que consiste em unir duas frases completas como se fosse uma só.

Ex.: Nosso País precisa resolver o problema da fome, a fome revela um grande desequilíbrio social. Nosso País precisa resolver
o problema da fome, pois ela revela um grande desequilíbrio social.

ATENÇÃO: - para corrigir esse erro, pode-se empregar ponto, ponto e vírgula, conjunção coordenativa ou transformar uma das
frases em oração subordinada.

Reescreva as seguintes frases de modo adequado:

a) Havia muitos interessados na queda do Presidente Collor, lembro-me de ter visto isso nos jornais.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

b) As farmácias de manipulação representam um setor em ascensão na economia brasileira, os números das estatísticas
comprovam essa afirmação.
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

c) No alto da montanha, há minérios, depois de explorados, renderão muito a nós.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

d) A onça é um animal em extinção, essa é alvo constante de caçadores.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

e) A testemunha negava-se a depor, ela estava com medo do réu.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

CAPÍTULO 4: ESQUEMA BÁSICO TEXTO ARGUMENTATIVO


COMO COMEÇAR
Imagine que você possua um determinado tema sobre o qual deve redigir um texto argumentativo. A sua primeira
providência é reescrever o tema e perguntar POR QUÊ? Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível
resposta para a questão, procure recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma
noção de qualquer tema que lhe vier apresentado. O ideal, para que seu texto explore suficientemente o assunto, é que você
obtenha duas ou três “respostas” para a questão formulada; estas respostas chamam-se argumentos. Veremos um exemplo.

TEMA: Ao chegar ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.

Existem populações imersas em completa miséria


POR QUÊ? A paz é interrompida por conflitos internacionais
O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico

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Repare que essas respostas são exaustivamente noticiadas pelos meios de comunicação, evidentemente você encontrará

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mais respostas para sua pergunta, isso significa mais argumentos para seu texto, mas atente-se para o tamanho do texto,
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dependendo do objetivo da redação, o texto não pode ser MUITO longo. Lembre-se também de que cada argumento será
desenvolvido e argumentos demais podem deixar seu texto complexo e extenso.

Uma vez que você estabeleceu o número de argumentos (baseado no número de respostas), você já dispõe do necessário
para iniciar seu texto. Um texto argumentativo (dissertação) deve constar de três partes: INTRODUÇÃO,
DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. Com os dados acima, você já é capaz de escrever o primeiro parágrafo de seu texto.
Esse parágrafo traz uma visão geral do seu texto, apresenta o tema e os argumentos. Esse parágrafo é a INTRODUÇÃO.

Ao chegar ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam a todos.
Nesse contexto, essa situação ocorre, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida por
conflitos internacionais, além de o meio ambiente encontrar-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.

Note que o TEMA foi acrescido dos TRÊS argumentos com a utilização de CONECTIVOS. Esses conectivos
(geralmente conjunções) tornam o texto COESO. Aprender a utilizar conectivos é importante para a construção de textos, já que
o texto começou com frases isoladas que foram CONECTADAS de forma COESA.
Após a Introdução, você fará a argumentação propriamente dita, ou seja, você irá desenvolver seu texto, de modo a
expandir os argumentos apresentados na Introdução. Essa fase do seu texto é chamada de DESENVOLVIMENTO. Logo o
próximo parágrafo tratará sobre o seu primeiro argumento. Veja o exemplo:

Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis, existem legiões de famintos em pontos específicos da Terra.
Nos países chamados subdesenvolvidos, sobretudo em certas regiões da África, há um numeroso contingente de pessoas
que vivem abaixo da linha da pobreza. No Brasil, tal questão é visível em diversas regiões, tanto em zonas rurais do
Nordeste quanto nas zonas urbanas em morros e favelas de grandes cidades. É preciso, por isso, que os líderes mundiais
busquem soluções para retroceder esse mal.

Depois disso, você deverá entrar com o segundo argumento. Lembre-se de que, como começará um novo
ARGUMENTO, você deve iniciar um novo parágrafo, mas não se esqueça da CONTINUIDADE do texto, então use um
conectivo para manter a COERÊNCIA do texto. A coerência é a relação lógica das ideias do texto, sem ela, os argumentos
pareceriam fragmentos soltos e sem sentido. Vejamos como ficaria a continuação do texto com a entrada de um novo argumento.

Além disso, nas últimas décadas, têm sido frequentes os conflitos internacionais. Dois exemplos de tal situação
foram os atentados terroristas contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 e, mais recentemente, a crise
sociopolítica da Líbia e de outros países da África. Há também a crescente violência urbana que tem gerado sentimentos
de pânico e insegurança nos brasileiros, os quais são facilmente notados na ocupação das favelas ocorridas no Rio de
Janeiro.

Note que as ideias apresentadas são bastante atuais, ao utilizar dados da contemporaneidade, você mostra que é uma
pessoa bem informada e preocupada com as questões de seu tempo. Ademais, falar de fatos passados só vale a pena se forem
essenciais a sua argumentação. Repare também que o novo argumento foi iniciado com ALÉM DISSO, que é uma expressão
que dá uma ideia de adição e continuidade. Você deverá apresentar seu último argumento para manter a continuidade, por isso
utilize mais um parágrafo, mas não repita o ALÉM DISSO.

Ademais, outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela utilização desenfreada dos
recursos não renováveis. Essa questão acontece, porquanto há o desmatamento de florestas e a poluição de rios e
mananciais. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente se desgaste mais rápido e diminua seu poder de
autorrenovação. Consequentemente, a natureza tem entrado em estado de desequilíbrio, o que afeta a qualidade de vida
das pessoas e dos animais e plantas.

Você incluiu mais um argumento e note que a expressão que inicia o parágrafo dá essa ideia. Após essa argumentação,
você escreverá a CONCLUSÃO, com base no que foi dito no DESENVOLVIMENTO.

Percebe-se, portanto, que, embora o terceiro milênio seja caracterizado como a época de avanços tecnológicos, o
homem está longe de solucionar os graves problemas que afligem grande parcela da humanidade. Novas tecnologias são
criadas para solucionar problemas novos, entretanto velhas questões como fome, guerras e devastação ambiental
continuam insolúveis. O ideal seria utilizar os avanços de hoje como ferramentas para salvar o planeta de seu declínio
para que as gerações futuras usufruam, pelo menos, de um local suficientemente habitável.

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Na conclusão, você reafirmou o tema e deu sua opinião com base nos argumentos. Na maioria das vezes, é importante
construir perguntas e sugerir soluções para os problemas, pelo menos, de forma abrangente. É bom mostrar preocupação com a

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persistência do problema e enfatizar que você é capaz de compreender a problemática e propor soluções. A conclusão deve
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iniciar com palavras que deem ideia de que você está finalizando o texto como o “portanto”.

GRAMÁTICA
CAPÍTULO 1: ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Regras Gerais (não houve mudanças pelo novo Acordo Ortográfico):
Leva
Terminados em: EXEMPLOS
acento?

Monossílabos
-a(s), -e(s), -o(s) Sim
tônicos

-a(s), -e(s),
Oxítonas Sim
-o(s), -em, -ens

-a(s), -e(s),
Não *
Paroxítonas -o(s), -em, -ens,
-am

Sim
Proparoxítonas Qualquer letra

* Essas terminações não fazem parte de ditongos nem são nasais.

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Regras Especiais (Só houve mudanças na posição paroxítona):

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Ditongos Levam acento os ditongos abertos quando oxítonos. (-éi, -éu, -ói)

1ª vogal (em ditongo, acento só nas oxítonas / nas paroxítonas: 1- com


Hiatos
ditongo decrescente, acento proibido; 2- com ditongo crescente, acento
obrigatório) + í(s), ú(s) [sem nh]

a) de timbre: pôde [e fôrma(s), opcionalmente]


Acentos diferenciais b) de tonicidade: pôr
c) de número: ele tem/eles têm, ele vem/eles vêm (e derivados)

Latinismos álibi, fórum, harmônium, memorândum, múndi, superávit e tônus.

Exercícios

01. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série 06. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série
de monossílabos tônicos. de palavras com ditongo.
(a) crás, lá, vá, más; (a) andróide, epopéia, tipóia;
(b) fé, pés, és, Sé; (b) pastéis, arranha-céus, corrói;
(c) quê, vê-lo, mês, três; (c) europeus, colmeia, centopeia;
(d) pó, nós, só, cós; (d) boi, urubu-rei, apogeu;
(e) pô-lo, pô-la, pôs, côr. (e) Gláuber, Áurea, Cleide.

02. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série 07. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série
de palavras paroxítonas. de palavras com hiato.
(a) dândi, beribéri, íbis, Cáli; (a) voo, enjoo;
(b) ônus, cáctus, lótus, retrovírus; (b) magôa, corôa;
(c) factótum, parabélum, álbuns, fóruns; (c) creem, leem;
(d) hífens, plâncton, elétrons; (d) perdoa-o, abençoa-a;
(e) bíceps, tríceps, quadríceps. (e) deem-me, reveem-nos.

03. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série 08. Assinale a opção que contém erro de acentuação no i da
de palavras paroxítonas. série de palavras com hiato.
(a) âmbar, éter, fêmur, sênior; (a) Icaraí, Jacareí;
(b) cóccix, tórax, ônix, Fênix; (b) saídas, caístes;
(c) dólmen, pólen, próton, nêutron; (c) atraindo, contribuiu;
(d) incrível, imóvel, míssil, afável; (d) ladainha, coroinha;
(e) ímã, Cristovão, sótão, órfã. (e) gratuíto, fluído (subst.).

04. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série 09. Assinale a opção que contém erro de acentuação no u da
de palavras paroxítonas terminadas em ditongo. série de palavras com hiato.
(a) escritório, etérea, série; (a) Grajaú, tuiuiú;
(b) suspensório, calendário, abstêmios; (b) reúnem, mundaú;
(c) ingênuo, anágua, mágoa; (c) baiúca, feiúra;
(d) bilíngue, anáguas, contíguo; (d) conteúdo, transeunte;
(e) distíngues, extínguem, conséguem. (e) Raul, extrauterino.

05. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série 10. Assinale a opção que contém apenas acentos diferenciais
de palavras proparoxítonas. (aqueles que não podem ser explicados por nenhuma regra
(a) insólito, tétrico, nostálgico; ortográfica) de timbre ou de tonicidade.
(b) rúbrica, cosmonáutico, letárgico; (a) pôr (verbo), pôde (pret. Perf.) e fôrma (=modelo oco);
(c) antropofágico, hiperbólico, ótico; (b) dê (verbo), é (verbo), réis (moeda antiga);
(d) dramático, econômico, hermenêutico; (c) fábrica (subst.), sábia (adjetivo), sabiá (subst.);
(e) fétido, hálito, metalúrgico. (d) bobó (subst.), lã(subst.) camelô (comerciante de calçada);
(e) convidássemos, envolvêssemos, retornássemos.

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11. Assinale a opção que contém um par de formas verbais que 15. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no

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caracteriza o segundo componente como caso de acento singular.
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diferencial de número (3ª pessoa do plural). (a) júnior; (b) trenó;


(a) (ele) intervém & (eles) intervêm; (c) pôster; (d) fôrma; (e) sustém.
(b) (ele) relê & (eles) relêem;
(c) (ele) entretêm & (eles) entretém; 16. Assinale a opção que contém palavra acentuada apenas no
(d) (ele) prevê & (eles) prevêem; plural.
(e) (ele) tém & (eles) têm. (a) pera (b) urubu;
(c) vez; (d) juiz; (e) item.
12. Assinale a opção cuja série de palavras recebe acento em
virtude da mesma regra ortográfica. 17. Assinale a opção que contém erro de acentuação na série
(a) contratá-la, vendê-la, atraí-la, propô-lo; de palavras oxítonas.
(b) táxi, pálido, maracujá, hábito; (a) sofá, atrás, maracujá, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-
(c) escarcéu, carretéis, caracóis; lo-á;
(d) cânion, ômicron, sêmen; (b) banzé, pontapés, você, buquê, japonês, obtê-lo, recebê-la-
(e) atraísse, faraó, Anhangabaú. emos;
(c) jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, indispô-lo;
13. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em (d) além, alguém, também, ele intervém;
virtude da mesma regra ortográfica de LUNÁTICA. (e) armazéns, parabéns, vinténs, hiféns.
(a) anômalo; (b) dígrafo;
(c) metáfora; (d) antítese; 18. Assinale a opção que não contém palavra acentuada em
(e) clímax. virtude da mesma regra ortográfica de FREGUÊS.
(a) carijó; (b) matinês;
14. Assinale a opção que contém palavra acentuada tanto no (c) vatapá; (d) açaí; (e) ioiô
singular como no plural.
(a) (o) inglês; (b) (o) álcool; 19. Assinale a opção cuja série de palavras recebe acento em
(c) (o) convés; (d) (o) cós; virtude da mesma regra ortográfica de ÍNDIO.
(e) (ele) antevê. (a) estapafúrdia, espécie;
(b) acessível, caráter;
(c) chimpanzé, tarumã;
(d) Estêvão, Asdrúbal;
(e) intrínseco, rígido;

CAPÍTULO 2: USO DO HÍFEN


Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen
em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti,
aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo,
pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.


Exemplos:
anti-higiênico anti-histórico macro-história

Exceção: Não se emprega hífen com os prefixos des- e in- quando o 2º elemento perde o h inicial: desumano (nesse
caso, a palavra humano perde o h), desumidificar, inábil, inumano etc.

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:
aeroespacial anteontem
agroindustrial antiaéreo

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar,
coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

Atenção: o encontro de vogais diferentes tem facilitado o fenômeno da elisão de vogal do 1º e do 2º elemento:
eletracústico, ao lado de eletroacústico, por exemplo. Mais uma vez se recomenda que se evitem essas elisões, ressalvados os
casos já correntes na tradição lexicográfica.

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3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.

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Exemplos:
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anteprojeto autopeça
antipedagógico autoproteção

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas
letras.
Exemplos:
antirracismo cosseno
antirreligioso infrassom
antirrugas minissaia
antissocial

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico contra-atacar
anti-imperialista contra-ataque
auto-observação micro-ondas
contra-almirante

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante
Exemplos:
hiper-requintado inter-regional
inter-racial sub-bibliotecário

Atenção:

• Nos demais casos, não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-
americano etc.
• Quando o 1º elemento está representado pela forma mal e o 2º elemento começa por vogal, h ou l, usa-se hífen: mal-
afortunado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo etc.; porém, malcriado, malditoso, malgrado, malnascido,
malvisto etc. Exceção: Mal com o significado de “doença” grafa-se com hífen: mal-caduco (epilepsia), mal-francês (sífilis)
etc.
• Com o prefixo não, só se usa hífen nas seguintes palavras: não-me-deixes, não-me-esqueças, não-me-toquense, não-me-
toques, não-te-esqueças, não-te-esqueças-de-mim.
• Com o prefixo bem-, só não se usa hífen com as seguintes palavras: bem de alma, bem de fala, bem te vi (simpatizante de
partido político).

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.
Exemplos:
hiperacidez interindustrial
interestadual superamigo
interestelar superaquecimento

8. Com os prefixos tônicos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice, vizo, sota, sota, usa-se sempre o hífen.
Exemplos:
além-mar ex-presidente sem-terra
além-túmulo pós-graduação vice-diretor
aquém-mar pré-história sota-almirante
ex-aluno pré-vestibular soto-capitão
ex-diretor pró-europeu vizo-rei
ex-hospedeiro recém-casado
ex-prefeito recém-nascido

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9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani (normalmente quando a palavra for oxítona): -açu, -guaçu e -

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mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
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10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente
vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Emprega-se o hífen nos compostos por justaposição sem termo de ligação quando p 1º elemento, por extenso ou reduzido,
está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal.
Exemplos:
Afro-asiático Decreto-lei Porta-aviões
Afro-luso-brasileiro Guarda-chuva Porta-retrato
Amor-perfeito Guarda-noturno Primeiro-ministro
Ano-luz João-ninguém Sócio-democracia
Arcebispo-bispo Luso-brasileiro Sul-africano
Arco-íris Má-fé Tio-avô
Conta-gotas Mesa-redonda Vaga-lume

Observação: Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:
girassol mandachuva paraquedista
madressilva paraquedas pontapé

Atenção:

• As formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, sino- e assemelhadas continuarão a
ser grafadas sem hífen: afrodescendente, afrogenia, afrofilia; eurocêntrico, francofone, lusofonia etc.
• Os outros compostos com a forma verbal para- e manda- seguirão sendo separados por hífen conforme a tradição
lexicográfica: para-brisa(s), para-choque(s), para-lama(s), etc.; manda-lua, manda-tudo.
• O acordo não trata nem exemplifica compostos formados com elementos repetidos, com ou sem alternância vocálica ou
consonântica, do tipo blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tico-tico, tique-
taque, xique-xique etc. O espírito do Acordo sugere que tais compostos entrem na regra geral, ou seja, são de natureza
nominal, não contêm elemento de ligação, constituem unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio. Assim
também os possíveis derivados: lenga-lengar, zum-zunar.
• Serão escritos com hífen os compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo: cobra-d’água, mestre-d’armas,
mãe-d’água, olho-d’água etc.
• Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver.
Exemplo: hei de, hás de, hão de, etc.

12 . Emprega-se o hífen nos topônimos compostos pelas formas grã, grão, ou por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por
artigo.
Exemplos:
Grã-Bretanha Passa-Quatro Baía de Todos-os-Santos
Grão-Pará Quebra-Costas Entre-os-Rios
Abre-Campo Albergaria-a-Velha

Atenção: serão hifenizados os adjetivos gentílicos derivados de topônimos compostos que contenham ou não elementos de
ligação. Exemplos: alto-rio-docense, belo-horizontino, cruzeirense-do-sul, mato-grossense, mato-grossense-do-sul, juiz-forano
etc.

13. Emprega-se o hífen nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e áreas afins, estejam ou não ligadas por
preposição ou qualquer outro elemento.
Exemplos:
Abóbora-menina Erva-do-chá (mas malmequer)
Coco-da-baía Vassoura-de-bruxa Bem-te-vi
Erva-doce Feijão-verde Formiga-branca
Couve-flor Bem-me-quer

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14. Não se emprega o hífen nas locuções, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou
conjuncionais.

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Cão de guarda À parte À toa (adj.)


Fim de semana À vontade Dia a dia(subs.)
Cor de café com leite Abaixo de Deus nos acuda
Ele próprio À parte de Um maria vai com as outras
Quem quer que seja A fim de que

15. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve
ser repetido na linha seguinte.
Exemplos:

Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex-


-alunos.

Resumo
Emprega-se o hífen quando:

1º elemento HÍFEN 2º elemento


Prefixo que termina por vogal HÍFEN Iniciado por vogal igual à vogal final do 1º
elemento ou iniciado por h
Prefixo quer termina com r (hiper, inter, super) HÍFEN Iniciado por h ou r
Prefixo que termina com b (ab, ob, sob, sub) HÍFEN Iniciado por b, h ou r
Prefixo que termina com d (ad) HÍFEN Iniciado por d, h ou r
Mal HÍFEN Iniciado por vogal, h ou l
Circum, pan HÍFEN Iniciado por vogal, h, m, ou n
co HÍFEN Iniciado por h
Ex, pós, pré, pró, sota, soto, vice, vizo, além, aquém, recém, sem, HÍFEN Qualquer elemento
bem
Elemento normalmente oxítono. HÍFEN -açu, -guaçu, -mirim

Exercícios

1. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (a) belo-horizontino, bom-bocado, peixe-boi;
compostas. (b) novaiguaçuense, tampouco, peixe-espada;
(a) recém-inaugurada, granfino; (c) beladona, prima-dona, peixe-de-briga;
(b) grão-rabino, tambor-mor; (d) primo-irmão, tão somente, peixe-japonês;
(c) és-nordeste, acácia-negra; (e) misto-quente, sanguessuga, peixe-prego.
(d) bico-de-lacre, girassol;
5. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras
(e) quarta-feira, rio-grandense-do-sul.
compostas.
2. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (a) peça-chave, guarda-civil, salário-hora;
compostas. (b) bode-expiatório, roupa-de-baixo, camisa-social;
(a) bota-fora, come-e-dorme; (c) camisa de força, guarda-noturno, redator chefe;
(b) limpa-vidros, vai e vem; (d) salário-família, baba de moça, meio-tempo;
(c) canário-da-terra, gato de botas; (e) à queima-roupa, pão de ló, rosa-cruz
(d) passa-tempense, pega-varetas;
6. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen.
(e) cata-vento, Iaiá me sacode.
(a) Comprei cheiro-verde, amor-perfeito e laranja--seleta.
3. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (b) Plantei batata-inglesa, bem-me-quer e capim--gordura.
compostas. (c) Encomendei a erva-cidreira, o inhame-roxo e a maria-sem-
(a) são-paulino, santo-amarense; vergonha.
(b) santa-cruzense, donquixotismo; (d) Fotografei a salsa-do-campo, a sempre-viva e a rosa dos
(c) pica-pau, vaivém; ventos.
(d) ato-show, novo-horizontino; (e) Pedi a vitamina-de-frutas, a gaiola-torácica e um saco-de-
(e) queda de braço, pé de moleque. gatos.
4. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras
compostas.

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7. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. 14. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras

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(a) Falarei amanhã na convenção luso- derivadas.
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-hispanobrasileira. (a) circum-adjacente, circum-navegação, circunlabial;


(b) Trataremos de questões técnico-industriais. (b) ex-atleta, ex-corrupto, ex-patrão;
(c) O acordo sino-tibetano vai acontecer. (c) não-conformista, não cumprimento, não-
(d) Houve uma perigosa celebração fanático- -violência;
-religiosa. (d) pós-colonial, pós-pago, pós-socrático;
(e) Faremos estudos sintático-semântico- (e) vice-almirante, vice-liderança, vice-reitor.
-estilísticos.
15. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras
8. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. derivadas.
(a) Fiquei habituado ouvindo apenas cantigas de maldizer (a) adjunto, ad-rogação;
(b) Desengonçado e mal-acabado, o negócio ia de mal a pior. (b) arqui-inimigo, arqui-hiperbólico;
(c) Houve aquele mal estar porque ele é um mal agradecido. (c) co-herdeiro, copiloto;
(d) Apresentaram-me um menino mal-educado e malcriado. (d) contra-reforma, contra-senha;
(e) Meus olhos malferidos revelam que estou mal- (e) pericárdio, perissístole.
-humorado.
16. Identifique a opção que contém apenas palavras com erro
9. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. quanto ao uso de hífen.
(a) Bem-aventurado aquele que é bem-ordenado por seus pais. (a) antiácido, antiaéreo, anti-hemorrágico, anti-
(b) Essas bem-feitorias são atribuídas a criaturas bem-ditas. -herói, anti-inflacionário;
(c) Fiquei bem-visto no rádio quando perceberam que sou (b) contracheque, contra-ataque, contradança, contraespião,
bem-falante. contraindicação;
(d) Meu terno ficou bem-acabado e o preço foi bem barato. (c) extra-conjugal, extra-curricular, extra-escolar, extra-
(e) Um profissional bem-vestido é sempre bem- gramatical, extra-judicial;
-vindo. (d) sobrecapa, sobrecoxa, sobre-erguer, sobre-
-humano, sobrevoo.
10. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen. (e) ultra-apressado, ultrafecundo, ultra-humano, ultramarino,
(a) Seu sangue azul é uma questão de ponto de vista. ultrarradical.
(b) O carro forte bateu num gelo baiano.
(c) Consta do livro de bordo que ele é um bom-copo. 17. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen.
(d) A pedra de toque da economia foram as medidas (a) Para interagir comigo, vai ser preciso interconectar
preventivas do Governo. máquinas.
(e) Mandaram para o olho da rua aquele menino de ouro. (b) Nosso interrelacionamento é apenas intersocial.
(c) O ônibus interescolar faz transporte interbairros.
11. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (d) Li um estudo inter-helênico com abordagem
derivadas. interdisciplinar.
(a) caeté-açu, araçá-guaçu, igarapé-miriense; (e) Ela fez um exame interocular e intermaxilar.
(b) curumim-açu, jataí-guaçu, araçá-mirim;
(c) jataí-açu, maracanã-guaçu, tucu-mirim; 18. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen.
(d) tangará-açu, caroba-guaçu, abelha-mirim; (a) A justaposição não é o mesmo que a contraposição.
(e) tucumã-açu, mirim-guaçu, araçá-guaçu. (b) O pós-comunismo talvez se assemelhe com o pré-
apocalipse.
12. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (c) A desumanização das pessoas gera o que se chama
derivadas. inumanidade.
(a) extra-atmosférico, extra-ordinário; (d) O trans-atlântico naufragou por falta de retropropulsores.
(b) metacelulose, meta-histórico; (e) O exemplo supracitado não é igual ao infraescrito.
(c) paraolimpíadas, parapsicologia;
(d) pré-adolescência, pré-nupcial; 19. Identifique a frase que contém erro quanto ao uso de hífen.
(e) ultraoceânico, ultrassonografia; (a) Vi um sem-terra conversando com um sem-
-teto.
13. Assinale a opção que contém erro na grafia de palavras (b) Entreouviram meu depoimento porque deixaram a porta
derivadas. entreaberta.
(a) anteconjugal, anteontem; (c) Ela tem hipo-sensibilidade e hiper-atividade.
(b) antielitista, antiimperialista; (d) Faço palestras intramuros e uso meu próprio retroprojetor.
(c) sobre-exposição, sobressair; (e) As regiões supra-hepática e suprarrenal estão normais.
(d) sublunar, subalpino;
(e) super-realidade, supersafra.

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20. “Um acordo entre os dois países facilitará a coprodução de 23. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra

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filmes”. Caso o prefixo não fosse CO, mas SUPER, como seria formada por recomposição.
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grafada a palavra? (a) maxissaia;


(a) super-produção; (b) mesofauna;
(b) superprodução; (c) mono-espécie;
(c) super produção; (d) multi-imperialismo;
(d) súper-produção; (e) unissexuado.
(e) súper produção;
24. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra
21. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra formada por recomposição.
formada por recomposição. (a) neoexpressionismo;
(a) aeroespacial; (b) paleomagnético;
(b) agroindustrial; (c) pluriocular;
(c) cardiorrespiratório; (d) poliinsaturado;
(d) eletrossiderurgia; (e) pseudossufixo.
(e) lipoigiene.
25. As combinações tetra + campeonato, penta + sílabo, hexa
22. Assinale a opção que contém erro na grafia da palavra + valência, hepta + cloro e octo + secular, formadas por
formada por recomposição. composição, devem ser escritas com ou sem hífen?
(a) macrorregião; (a) Todas elas devem ser escritas com hífen;
(b) mega-operação; (b) Nenhuma delas deve ser escrita com hífen;
(c) micro-hino; (c) O hífen é opcional nas cinco palavras;
(d) mididesvalorização; (d) Apenas penta-sílabo e octo-secular recebem hífen;
(e) minimercado. (e) Apenas tetra-campeonato recebe hífen;

Exercícios Complementares
1.

Mantida a norma-padrão da língua portuguesa, a frase que preenche corretamente o segundo balão é:
a) Todos os dragões o tem.
b) Todos os dragões têm isso.
c) Os dragões todos lhe tem.
d) Sempre se encontra dragões com isso.
e) Sofre disso todos os dragões.

2. Em qual alternativa todas as palavras em negrito devem ser 3. Quanto à ortografia e à acentuação, assinale a alternativa
acentuadas graficamente? CORRETA.
a) Atraves de uma lei municipal, varias pessoas recebem a) Após um gesto de comando, os que ainda estão de pé sentão-
ingressos gratis para o cinema. se e fazem silencio para houvir o diretor.
b) É dificil correr atras do prejuizo sozinho. b) Mesmo que sofresse-mos uma repreenção por queixa de
c) Aqui, em Foz do Iguaçu, a dengue esta sendo um grande algum professor mais cioso de suas obrigações, a oférta
problema de saude publica. parecia-nos irrecusável.
d) O bisneto riscou os papeizinhos com o lapis. c) Marta nunca deicha o filho sózinho na cosinha, temerosa de
e) O padrão economico do juiz é elevado. que ele venha a puchar uma panela sobre sí.
d) À excessão de meu primo, que se mostrava um tanto
pretencioso, todos os garotos eram bastante humildes.
e) A perícia analisaria a flecha, em busca de vestígios que
pudessem fornecer indícios sobre sua trajetória.

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4. Assinale a alternativa em que as palavras estão acentuadas 9. Marque a alternativa em que todas as palavras devem ser

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graficamente pelas mesmas regras por que estão acentuadas, acentuadas:
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respectivamente, em: "chalé", "céu", "existência". a) parabens - tambem - idem - porem


a) atrás, dói, próprio. b) ninguem - holandes - atras - cipo
b) três, caráter, evidência. c) Parana - nuvem - vezes - fuba
c) Jaú, caráter, máscara. d) armazen - talvez - atraves - ingles
d) pré-requisitos, ruína, vários. e) japonesa - marques - ole - apos
e) fé, mídia, competência.
10. Em cada série de palavras a seguir, apenas uma deve ser
5. As palavras que são acentuadas graficamente pelas mesmas acentuada. Assinale-a:
regras de "fácil", "científica" e "Moisés", respectivamente, a) cedo - biologia - velozes - bau
são: b) campainha - toda - bolo - companhia
a) negócio, saída, já. c) dicionario - dificil - editora - tenis
b) espírito, atribuída, herói. d) anel - trovão - rua - poço
c) cárter, lógica, atrás.
d) incluído, século, dólar. 11. Devem ser acentuados todos os vocábulos de:
e) benefício, saúde, cafés. a) bau, rainha, restituiste
b) construimos, distraido, substituia
6. Assinale a alternativa em que todas as palavras mudariam c) faisca, gaucho, viuvez
de sentido, caso estivessem sem acento. d) saisse, saiu, uisque
a) sóbrio, história, está
b) vários, vítimas, matá-los Gabarito:
c) é, já, país
d) é, está, país Resposta da questão 1: [B]
e) têm, matá-los, sóbrio As alternativas [A], [C], [D] e [E] apresentam desvios à norma
culta da língua portuguesa. Para que isso não acontecesse,
7. Assinale a alternativa que o texto está acentuado deviam ser substituídas por:
corretamente. [A] Todos os dragões o têm.
a) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgilia [C] Os dragões todos o têm.
era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas [D] Sempre se encontram dragões com isso.
e finas, amorável, elegante, austera, um modêlo. [E] Sofrem disso todos os dragões.
b) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília Assim, é correta apenas a alternativa [B].
era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas
e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. Resposta da questão 2: [A]
c) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília “Através” é oxítona terminada em “es”, “várias” é paroxítona
era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades solidas terminada em ditongo (acompanhado de “s”) e “grátis” é
e finas, amorável, elegante, austera, um modêlo. paroxítona terminada em “is”. Assim, as três palavras devem
d) A principio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgilia ser acentuadas.
era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas
e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. Resposta da questão 3: [E]
e) A princípio, metia-me grandes sustos. Achava que Virgília Apenas a opção [E] está correta. As demais deveriam ser
era a perfeição mesma, um conjunto de qualidades sólidas substituídas por:
e finas, amoravel, elegante, austera, um modelo. [A] – após um gesto de comando, os que ainda estão de pé
sentam-se e fazem silêncio para ouvir o diretor;
8. Assinalar a alternativa em que todos os hiatos não precisam [B] – mesmo que sofrêssemos uma repreensão por queixa de
ser acentuados: algum professor mais cioso de suas obrigações, a oferta
a) balaústre - saúde - viúvo - baú parecia-nos irrecusável;
b) juízes - jesuíta - ateísmo - taínha [C] – Marta nunca deixa o filho sozinho na cozinha, temerosa
c) paúl - atraír - raínha - raíz - juíz de que ele venha a puxar uma panela sobre si;
d) baía - contribuír - saída - juízo [D] – à exceção de meu primo, que se mostrava um tanto
e) faísca - baínha - caída - ataúde pretensioso, todos os garotos eram bastante humildes.
Resposta da questão 4: [A]
Resposta da questão 5: [C]
Resposta da questão 6: [D]
Resposta da questão 7: [B]
Resposta da questão 8: [C]
Resposta da questão 9: [B]
Resposta da questão 10: [A]
Resposta da questão 11: [B]

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MORFOLOGIA

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CAPÍTULO 3: SUBSTANTIVO
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS - Substantivo é a palavra que dá nome aos seres em geral (pessoas, lugares, animais, coisas,
ações ou qualidades). É variável em gênero, número e grau. O substantivo pode ser classificado sob vários critérios:

Comum (generaliza um nome) - Ex.: países, nome, carro.


Próprio (particulariza um nome) – Ex.: Brasil, João, Fusca.

Coletivo (noção de grupo) – Ex.: enxame, matilha, pinacoteca.


Concreto (o nome apresenta existência própria) – Ex.: mesa, ventilador, Saci-Pererê.
Abstrato (o nome depende de algo ou de alguém para existir) – Ex.: amor, beijo, pontapé.

Primitivo (nome que não provém de nenhuma outra palavra) – Ex.: árvore, flor, carta.
Derivado (nome formado a partir de outro) – Ex.: arvoredo, florista, carteiro.

Simples (apresenta um radical) – Ex.: chuva, palma, tempo.


Composto (apresenta dois ou mais radicais) – Ex.: guarda-chuva, palma-de-santa-rita, passatempo.

Obs.: 1. Se for levado em consideração apenas o aspecto semântico, em algumas situações, a identificação contextual de um
substantivo pode ficar mais complexa. Sugere-se antepor à palavra um artigo (definido ou indefinido) ou pronome (possessivo,
demonstrativo ou indefinido). Aceitando a palavra uma dessas determinações, será interpretada como substantivo. Assim, tem-
se:
artigo + substantivo: o dia, os dias, um dia, uns dias.
pronome + substantivo: meu dia, este dia, algum dia.

2. As palavras podem passar a substantivos se receberem a anteposição de um artigo. Exemplo: O amar ainda é
importante. O feio bonito lhe parece. O doce perguntou ao doce qual era o doce mais doce: o doce respondeu ao doce
que o doce mais doce era o doce de batata-doce.

Flexão de Gênero
Os substantivos em português podem pertencer ao gênero masculino ou ao gênero feminino. São masculinos os substantivos a
que se pode antepor o artigo o: o homem, o gato, o mar, o dia, o pôr do sol. São femininos os substantivos a que se pode antepor
o artigo a: a mulher, a menina, a gata, a terra, a semana, a mesa.

Importante: O uso das palavras masculino e feminino costuma provocar confusão entre a categoria gramatical de gênero e a
característica biológica dos sexos. Para evitá-la, observe que se define gênero como um fato relacionado com a concordância das
palavras em seu relacionamento linguístico: pó, por exemplo, é um substantivo masculino pela concordância que estabelece com
o artigo o, e não porque se possa pensar num possível comportamento sexual das partículas de poeira.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Formação do feminino:

1 – Substantivos biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino.

a) a maior parte dos substantivos terminados em –o átono forma o feminino com –a.
Ex.: menino / menina, gato / gata

b) a maior parte dos substantivos terminados em consoante forma o feminino pelo acréscimo de –a.
Ex.: camponês / camponesa, juiz / juíza, professor / professora.
Obs.: ator/atriz, imperador / imperatriz, embaixador / embaixatriz (esposa do embaixador) ou embaixadora (mulher que ocupa o
cargo), senador / senadora.

c) a maior parte dos substantivos terminados em –ão forma o feminino por –ã ou –ao.
Ex.: anfitrião / anfitriã, cidadão/ cidadã, leão / leoa, leitão / leitoa.
Obs.: nos aumentativos, a substituição é por –ona: sabichão / sabichona, valentão / valentona.
Destaquem-se os pares: sultão/sultana, cão/cadela, ladrão / ladra, perdigão / perdiz, barão/baronesa.

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d) alguns substantivos ligados a título de nobreza, ocupações ou dignidades formam feminino em -esa, -essa, -isa.
Ex.: Abade / abadessa, duque / duquesa, poeta/poetisa.

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e) alguns substantivos terminados em –e formam o feminino com a substituição desse –e por –a.
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Ex.: infante / infanta, monge / monja, governante/governanta, hóspede/hóspeda, parente/parenta, presidente/presidenta,


alfaiate/alfaiata. (OBS.: Também aparecem como uniformes)
f) alguns substantivos apresentam formações irregulares para o feminino.
Ex.: herói / heroína, marajá / marani, rei / rainha.
g) Alguns apresentam radicais diferentes.
Ex.: cavaleiro / amazona, cavalheiro / dama, genro / nora, pai / mãe, bode / cabra, cavalo / égua.
h) os terminados em vogal tônica, -s, -l, -z têm a forma feminina em -a:
guri/guria, peru/perua, freguês/freguesa, oficial/oficiala, zagal/zagala, juiz/juíza

2 – Substantivos Uniformes
a) Comuns de dois gêneros: apresentam uma única forma para os dois gêneros. Nesse caso, a distinção entre a forma masculina
e feminina é feita pela concordância com um artigo ou outro determinante.
Ex.: o/a artista, o/a cliente, o/a colega, o/a gerente.
b) Sobrecomuns: designam seres humanos e são sempre do mesmo gênero.
Ex.: o algoz, o cônjuge, a criança, o indivíduo, a vítima, a criatura, a testemunha.
c) Epicenos: designam animais (e algumas plantas) e são sempre do mesmo gênero.
Ex.: a águia, o jacaré, o besouro, o mamoeiro, a palmeira, a baleia.
Observações sobre gênero:
1. Mudança de gênero e de significado:

o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os


movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à o guia (pessoa que guia outras)
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) a guia (documento, pena grande das asas das
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou aves)
proibição de trânsito)
o grama (unidade de peso)
o cabeça (chefe) a grama (relva)
a cabeça (parte do corpo)
o caixa (funcionário da caixa)
o cisma (separação religiosa, dissidência) a caixa (recipiente, setor de pagamentos)
a cisma (ato de cismar, desconfiança)
o lente (professor)
o cinza (a cor cinzenta) a lente (vidro de aumento)
a cinza (resíduos de combustão)
o moral (ânimo)
o capital (dinheiro) a moral (honestidade, bons costumes, ética)
a capital (cidade)
o nascente (lado onde nasce o Sol)
o coma (perda dos sentidos) a nascente (a fonte)
a coma (cabeleira)
o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor)
o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro) a maria-fumaça (locomotiva movida a vapor)
a coral (cobra venenosa)
o pala (poncho)
o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e de a pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo)
outros sacramentos)
a crisma (sacramento da confirmação) o rádio (aparelho receptor)
a rádio (estação emissora)
o cura (padre, pastor, curandeiro, médico)
a cura (ato de curar) o voga (remador)
a voga (moda, popularidade)
o estepe (pneu sobressalente)
a estepe (vasta planície de vegetação)

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2. Substantivos que apresentam dúvida quanto ao gênero:


MASCULINO: clã, milhar, champanha, dó, eclipse, estratagema, orbe, suéter, telefonema, diadema.

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FEMININO: alface, bacanal, preá, cal, cútis, dinamite, gênese, libido, omoplata, síndrome, sentinela.

MASCULINO OU FEMININO: ágape, componente (masculino no Brasil e feminino em Portugal), avestruz, diabetes,
personagem, sabiá, dengue, gambá, hélice, sósia, trama.

Flexão de Número

1. Substantivos Simples
a) Acrescenta-se a desinência –s aos substantivos terminados em vogal, ditongo oral ou ditongo nasal –ãe:
Ex.: casa / casas, herói / heróis, mãe /mães
Obs.: “avôs” (o avô materno e o paterno) e avós (casal formado por avô e avó, ou plural de avó).

b) Acrescenta-se a desinência –s aos substantivos terminados em –m. Essa letra é substituída por –n- na forma do plural.
Ex.: atum / atuns, homem / homens, jardim / jardins

d) A maioria dos substantivos terminados em –ão forma o plural com –ões. (incluem-se os aumentativos)
Ex.: balão / balões, botão / botões, leão / leões.

• Os paroxítonos terminados em –ão e alguns poucos oxítonos e monossílabos formam o plural com –s. Ex.: bênção /
bênçãos, chão / chãos, cristão / cristãos, irmão / irmãos, órfão / órfãos.
• Alguns substantivos terminados em –ão formam o plural com –ães. Ex.: alemão / alemães, capitão / capitães, sacristão
/ sacristães, cão / cães.
• Em alguns casos, há mais do que uma forma aceitável para esses plurais; a tendência da língua portuguesa atual no
Brasil é utilizar a forma de plural em –ões. Ex.: anão / anões / anãos, ancião / anciões / anciães / anciãos, verão / verões
/ verãos, vilão / vilões/ vilães/ vilãos, guardião / guardiões / guardiães, ermitão / ermitões / ermitães/ ermitãos.

e) Os substantivos terminados em –r e –z formam o plural com -es.


Ex.: açúcar / açúcares, cruz / cruzes, hambúrguer / hambúrgueres.
Obs.: Caráter / caracteres, júnior / juniores, sênior / seniores, Júpiter/Jupíteres, Lúcifer/Lucíferes

f) Os substantivos terminados em –s formam o plural com acréscimo de –es; quando paroxítono ou proparoxítonos, são
invariáveis.
Ex.: gás / gases, mês / meses, país / países, o atlas / os atlas, um lápis / dois lápis, o ônibus / os ônibus, o pires / os pires.

g) Os substantivos terminados em –al, -el, -ol e –ul formam o plural em –is.


Ex.: canal / canais, álcool / alcoóis ou álcoois), papel / papéis
Obs.: mal / males, real (antiga moeda) / réis, cônsul / cônsules, gol / gols.

h) Os substantivos oxítonos terminados em –il trocam o –l pelo –s; os paroxítonos trocam essa terminação por –eis.
Ex.: ardil / ardis, fóssil / fósseis, barril / barris, fuzil / fuzis.
Obs.: projétil / projéteis / projetis, réptil / répteis / réptis.

i) Os substantivos paroxítonos terminados em –x são invariáveis; a indicação de número depende da concordância com algum
determinante.
Ex.: um clímax / alguns clímax, o tórax / os tórax

2. Observações sobre número:


2.1. Plural com metafonia (som da letra o fica aberto como em ovos)
abrolho, antolho, caroço, choco, corcovo, coro, corpo, corvo, despojo, destroço, esforço, fogo, forno, foro, fosso, imposto,
jogo, miolo, olho, osso, ovo, poço, porco, posto, povo, reforço, rogo, socorro, tijolo, torto, troço.

2.2. Plural dos diminutivos: põem-se no plural os dois elementos e suprime-se o -s do substantivo como nos exemplos: animai
(-s) zinhos - animaizinhos
leõe (-s) zinhos - leõezinhos
lençoi (-s) zinhos – lençoizinhos

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2.3. Plural dos nomes gregos em N:


certâmen – certamens ou certâmenes

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dólmen ( dolmem) - dolmens ou dólmenes
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gérmen – germens ou gérmenes


hífen – hifens ou hífenes
pólen (polem) - polens ou pólenes
regímen - regimens ou regímenes

2.4. Nomes empregados só no plural


afazeres , alvíssaras, anais, belas-artes, belas-letras, confins, exéquias, núpcias, trevas, víveres, nomes dos naipes
(ouros, espadas, copas, paus)

2.5. Nomes que não variam:


o tórax – os tórax
o ônix – os ônix
MAS: cós – cós ou coses

2.6. Variações semânticas


Bem (o que é bom) - bens (propriedades)
Féria (produto do trabalho diário) - férias (dias de descanso)

2.7. Plural dos nomes estrangeiros


Campus - campi
Corpus - corpora
Pro labore - pro laboribus
Curriculum - curricula
Memorandum - memoranda
Logos - logoi
Topos - topoi
Lady - ladies
Sportman - sportmen
Blitz – blitze

3. Plural dos substantivos compostos


a) somente o PRIMEIRO elemento vai para o PLURAL
1. nos compostos com preposição clara ou oculta ;
cavalo-vapor – cavalos-vapor
cana-de-açúcar - canas-de-açúcar
jararaca-de-cauda-branca - jararacas-de-cauda-branca

2. quando o segundo exprime a ideia de fim, semelhança, ou delimita o primeiro:


navio-escola - navios-escola
manga-rosa - mangas-rosa
peixe-boi – peixes-boi
salário-família - salários-família
bomba-relógio - bombas-relógio

b) somente o SEGUNDO elemento vai para o PLURAL


1. nos compostos com GRÃO, GRÃ e BEL:
grã-cruz - grã-cruzes
grão-prior - grão-priores
bel-prazer - bel- prazeres

2. nos compostos de tema verbal ou palavra invariável + substantivo ou adjetivo:


furta-cor - furta-cores
beija-flor - beija-flores
abaixo-assinado - abaixo-assinados
alto-falante - alto - falantes
ex-marido - ex-maridos
vice-rei - vice-reis
todo-poderoso - todo-poderosos

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3. nos compostos de três ou mais elementos não sendo o segundo preposição:

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bem-te-vi - bem-te-vis
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4. nos compostos de emprego onomatopeico com repetição total ou parcial


da primeira unidade:
reco-reco - reco-recos
tique-taque - tique-taques

5. Nos compostos grafados ligadamente:


Fidalgo - fidalgos
Girassol - girassóis
Vaivém – vaivéns
Pontapé - pontapés

c) ambos VARIAM
1. nos compostos de dois substantivos ou substantivo e adjetivo :
terça-feira - terças-feiras
salário-mínimo - salários-mínimos
amor-perfeito - amores-perfeitos
guarda-civil - guardas-civis
guarda-mor - guarda-mores
lugar-comum - lugares-comuns

obs.: lugar-tenente - lugar-tenentes (Bechara) e lugares-tenentes (VOLP).

2. nos compostos de temas verbais repetidos :


corre-corre - corres-corres
ruge-ruge - ruges-ruges
pula-pula - pulas-pulas

OBS.: Há também: corre-corres, ruge-ruges, pula-pulas

ATENÇÃO : ficam invariáveis


a) as frases substantivas:
a estou-fraca - as estou-fraca
o disse me disse - os disse me disse
o bumba meu boi - os bumba meu boi
o fora da lei - os fora da lei

b) os compostos de tema verbal e palavra invariável ;


o ganha pouco – os ganha pouco
o pisa mansinho - os pisa mansinho
o cola tudo - os cola tudo

c) os compostos de dois temas verbais de significado oposto :


o leva e traz - os leva e traz
o vai-volta - os vai-volta

CUIDADO: admitem mais de um plural os compostos


guarda-marinha - guardas-marinha, guardas-marinhas(BECHARA) e guarda-marinhas (VOLP)
padre-nosso - padres-nossos ou padre-nossos
salvo-conduto - salvos-condutos ou salvo-condutos

Grau dos substantivos

Os graus aumentativo e diminutivo dos substantivos podem ser formados por dois processos.

1. Sintético: com acréscimo de sufixos aumentativos ou diminutivos.


Ex.: rato / ratão / ratinho.

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2. Analítico: com acréscimo de adjetivo que indica aumento ou diminuição de proporções.


Ex.: rato / rato grande / rato pequeno.

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Obs.: No uso efetivo da LP, as formas sintéticas de indicação de grau são normalmente usadas para conferir valores afetivos aos
seres nomeados pelos substantivos. Observe formas como amigão, partidão, bandidaço, mulheraço; livrinho, rapazola,
futebolzinho. Em todas elas, o que interessa é transmitir sentimentos como carinho, admiração, ironia ou desprezo, e não noções
ligadas ao tamanho físico dos seres nomeados.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Circule os substantivos presentes nas frases:

a) Os cabelos soltos caíam-lhe sobre a testa.


b) João agradeceu o convite.
c) A cada dia eu ficava mais alegre.
d) A festa na casa de Rodrigo foi barulhenta.
e) Fortaleza é uma bela cidade.
f) A tristeza se estampava no seu sorriso.
g) A discussão foi muito animada.
h) Meus tios combinaram a pescaria.
i) O preso denunciou os comparsas.
j) Ele me deu vontade de rir.
k) Sentia angústia com o trânsito.
i) A neve era artificial.
m) Levei um susto com o caminhão.

2. I - O cônjuge se aproximou.

II - O servente veio atender-nos.


III - O gerente chegou cedo.

Não está claro se a frase se refere a homem ou mulher


a) no primeiro período.
b) no segundo período.
c) no terceiro período.
d) no primeiro e no segundo períodos.
e) no segundo e no terceiro períodos.

3. Aponte a frase que não contenha um substantivo empregado no grau diminutivo:

a. Coleciono corpúsculos significativos por princípios óbvios da minha natureza.


b. Faça questiúnculas somente se forem suficientes para a formação de ideias essenciais.
c. Os silvícolas optaram pelo uso da linguagem fundamental em gestos e expressões.
d. O chuvisco contínuo de gracejos sentimentais perturba-me a mente cansada.
e. Esses versículos poderão complicar sua relação com os visitantes de má política.

4. Assinale o período que NÃO contém um substantivo sobrecomum:

a. Ele foi a testemunha ocular do crime naquela polêmica reunião.


b. Aquela jovem ainda conserva a ingenuidade meiga e dócil da criança.
c. A intérprete morreu mantendo-se como um ídolo indestrutível na memória de seus admiradores.
d. As famílias desestruturam-se quando os filhos adolescentes agem sem consciência.
e. A criatura executou com melancolia e suavidade a sinfonia preferida pela platéia.

5. Assinale a opção em que a flexão em gênero não altera o significado da palavra.

a) Em Brasília, morávamos num apartamento voltado para o nascente.


b) Seus problemas estavam estreitamente relacionados ao cura.
c) O caixa havia modificado radicalmente seu comportamento.
d) Saiu do teatro para interpretar um personagem já consagrado na televisão.

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6. Use artigos e estabeleça corretamente a concordância de gênero nas frases seguintes:

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a) ___ cabeça da rebelião foi decapitad___. ____ cabeça foi expost__ em praça pública.
b) Tod__ ___ capital da empresa está aplicad__ em bancos d__ capital do país.
c) ___ cura confessou-se incapaz de proporcionar remédios para ___ cura dos pacientes.
d) ___ moral dos jogadores era pequen__.
e) Quem sabe consigamos construir ___ moral mais voltad__ para a eliminação das desigualdades sociais?
f) Quant__ gramas de ouro teriam sido espalhad__s pel__ grama?

7. Indique o sentido de cada uma das palavras destacadas nas frases:

a) É um sujeitinho!
b) É um mulherão!
c) É um timaço!
d) É um timeco!
e) Vou passar uns diazinhos na praia.
f) Que gentalha!
g) Por que você se envolve com essa gentinha?
h) Ele pegou um peixão! Quatro quilos!
i) A namorada dele é um peixão!

8. Somente em uma das frases de cada conjunto a palavra em destaque exerce o papel de substantivo. Identifique-a e circule-a.

a) I. O homem sempre teve o sonho de explorar o universo infinito.


II. O homem sempre teve o sonho de explorar o infinito.
III. O saber é infinito.

b) I. A velha igreja ficava do lado direito da avenida.


II. O barulho era tanto que não ouvimos direito o que ela disse.
III. Você não tem o direito de prejudicar seus amigos.

c) I. A planta do apartamento não está muito detalhada.


II. O agricultor planta as sementes meses antes da colheita.

9. Forme o plural dos diminutivos:

a) papel:_____________________________________
b) colher: ____________________________________
c) flor:_______________________________________
d) anel: _____________________________________
e) farol:_____________________________________

10. Forme o plural dos compostos:

a) zum-zum: ____________________________________________________________________
b) pé de moleque: ________________________________________________________________
c) banana-maçã: _________________________________________________________________
d) ex-namorado: _________________________________________________________________
e) beija-flor: ____________________________________________________________________
f) navio-aeródromo: ________________________________________________________________
g) navio-aríete: ____________________________________________________________________
h) navio-auxiliar: __________________________________________________________________
i) navio-baleeiro: __________________________________________________________________

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j) navio-carvoeiro: _________________________________________________________________
k) navio-cisterna: __________________________________________________________________

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l) navio-correio: ___________________________________________________________________
m) navio-escola: ___________________________________________________________________
n) navio-escolta: ___________________________________________________________________
o) navio-farol: ____________________________________________________________________
p) navio-hospital: __________________________________________________________________
q) navio-oficina: ___________________________________________________________________
r) navio-petroleiro: _________________________________________________________________
s) navio-sonda: ____________________________________________________________________
t) navio-tanque: ____________________________________________________________________
u) navio-tênder: ____________________________________________________________________
v) navio-transporte: _________________________________________________________________
w) navio-varredor: __________________________________________________________________

11. Preencha com a palavra adequada:

a) A estátua assenta em ___________________ de granito.( sapato / sapata)


b) Não beba água de ________________. Não pise em _________________d’água. (poço / poça)
c) Adoro-te, ó _______________ da santa cruz! Traze _____________para o fogo. ( lenho / lenha)
d) De um só ______________ pode fazer-se um barco. Esta casa é de __________________.(madeiro / madeira)
e) Era um mármore branco cortado de ___________ verdes. O sangue gelou-se-me nas ___________. (veios /veias)
g) __________________de roseira. _________________de peixe. (espinho / espinha)
h) Uso _____________ de couro. O guerreiro vinha de espada à ____________. (cinto / cinta)
i) ____________florestal. ______________________ com apetitosas alfaces. (horto / horta)
j) O cruzado trazia sobre a armadura ______________escarlate. A jovem gostava de usar __________ verde. (saio / saia)

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C
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Assunto: MATEMÁTICA – MÓDULO I Propriedades do Módulo


1) |a| = |-a|, para todo a real

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1) MÓDULO DE UM NÚMERO REAL
Não é difícil constatar isso. Observe:
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Podemos dizer que módulo é o mesmo que distância de um |2| = 2


número real ao número zero, pois o módulo de número real surgiu |10| = 10
da necessidade de medir a distância de um número negativo ao |-5| = 5
zero. |-2| = 2
|-10| =10
Ao medirmos a distância de um número negativo qualquer ao |5| = 5
zero percebe-se que a distância fica negativa e como não é usual
dizer que uma distância ou comprimento é negativo foi criado o
módulo de número real que torna o valor positivo ou nulo. 2) |x²|=|x|² = x², para todo x real

Assim, podemos dizer que o módulo de um número real irá seguir Verifiquemos isso para todas as possibilidades de valores de x:
duas opções: positivo, nulo ou negativo.
 O módulo ou valor absoluto de um número real é o a) para x = 5
próprio número, se ele for positivo. 5² = 25
|5|² = 5² = 25
 O módulo ou valor absoluto de um número real será o
|5²|=|25|= 25
seu simétrico, se ele for negativo.

A representação de um módulo ou valor absoluto de um número b) para x = 0


real é feito por duas barras paralelas. 0² = 0
|0|² = 0² = 0
Veja o resumo da definição de módulo de um número real abaixo: |0²|=|0|= 0

|x| = x, se x ≥ 0 e -x, se x < 0 c) para x = -3


(-3)² = 9
Veja alguns exemplos de como encontrar o módulo ou valor |-3|² = 3² = 9
absoluto de números reais. |(-3)²|= |9| = 9
• |+4| = 4
3) |a . b|=|a|.|b|, para quaisquer a e b reais
• |-3| = - (-3) = 3
Veja:
• |10 – 6 | = |+4| = 4
a) a e b positivos
• |-1 – 3| = |-4| = - (-4) = 4 a=3eb=5
|3 . 5|= |15|= 15
• |-1| + |5| - |6| = -(-1) + 5 – 6 = 1 + 5 - 6 = 6 – 6 = 0 |3|.|5|= 3 . 5 = 15
• - | -8| = -[-(-8)] = - 8 b) a e b de sinais opostos
Veja alguns exemplos de como encontrar o módulo de valores a = -2 e b = 4
desconhecidos. |-2 . 4| = |-8|= 8
|-2|.|4| = 2 . 4 = 8
• |x + 2| nesse caso teremos duas opções, pois não sabemos o
valor da incógnita x. Assim, seguimos a definição: c) a e b negativos
x + 2, se x + 2 ≥ 0, ou seja, x ≥ -2 a = -7 e b = -10
- (x + 2), se x + 2 < 0, ou seja, x < -2 |-7 . (-10)| = |70| = 70
|-7|.|-10| = 7 . 10 = 70
• |2x – 10|
2x – 10, se 2x – 10 ≥ 0, ou seja, 2x ≥ 10 → x ≥ 5
-(2x – 10), se 2x – 10 < 0, ou seja, 2x < 10 → x < 5 4) |a + b| ≤ |a| + |b|, para quaisquer a e b reais
2
• |x – 9| a) a e b positivos
x 2 – 9, se x2 – 9 ≥ 0 a=6eb=5
x2–9≥0 |6 + 5| = |11 |= 11
x2≥9 |6| + |5|= 6 + 5 = 11
x ≥ 3 ou x ≤ -3 |6 + 5| = |6| + |5|
- (x 2 – 9) , se x2 – 9 < 0 b) a e b de sinais opostos
x2 – 9 < 0 a = -5 e b =1
x2 < 9 |-5 + 1| = |-4| = 4
-3 < x < 3 |-5| + |1|= 5 + 1 = 6
Concluímos que o módulo de um número real é sempre |-5 + 1| < |-5| + |1|
positivo ou nulo.
c) a e b negativos
a = -8 e b = -3
|-8 + (-3)| = |-11| = 11
|-8| + |-3| = 8 + 3 = 11
|-8 + (-3)| = |-8| + |-3|

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5) ||a|-|b|| ≤ |a - b|, para quaisquer a e b reais 2) PLANO CARTESIANO


a) a e b positivos Muitas vezes, para localizar um ponto num Plano Cartesiano,

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a=4eb=1 utilizamos dois números racionais, numa certa ordem.
||4| - |1|| = |4 - 1| = |3 |= 3
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|4 - 1| = |3| = 3 Denominamos esses números de par ordenado. Exemplos:


||4| - |1|| = |4 - 1|

b) a e b de sinais opostos
a = -1 e b =9
||-1| - |9|| = |1 - 9| = |-8| = 8
|-1 - 9| = |-10| = 10
||-1| - |9|| < |-1 - 9|

c) a e b negativos
a = -10 e b = -3
||-10| - |-3|| = |10 - 3| = |7| = 7
|-10 - (-3)| = |-7| = 7
||-10| - |-3|| = |-10 - (-3)|

d) a e de sinais opostos
a = 4 e b = -3 Assim:
||4| - |-3|| = |4 – 3 |= |1|= 1
|4 - (-3)| = |7| = 7
||4| - |-3|| < |4 - (-3)| Indicamos por (x, y) o par ordenado formado pelos
elementos x e y, onde x é o 1º elemento e y é o 2º
Além dessas propriedades, não é difícil verificar que |a - b|=| b - elemento.
a|, para quaisquer a e b reais.
Observações
Exercícios resolvidos
1. De um modo geral, sendo x e y dois números racionais
1) Calcular:
quaisquer, temos: . Exemplos
a) |6| + 1 = 6 + 1 = 7

b) |-5| + 9 = 5 + 9 = 14 2. Dois pares ordenados (x, y) e (r, s) são iguais somente


se x = r e y = s.
c) |-10| - 1 = 10 -1 = 9

d) |-6| - |-2| = 6 - 2 = 4
Representação gráfica de um Par Ordenado
e) |0,2 - 0,9| = |-0,7| = 0,7 Podemos representar um par ordenado através de um ponto
em um plano.
f) |3 - x|, para x = -3
|3 - x| = |3 - (-3)| = |6| = 6 Esse ponto é chamado de imagem do par ordenado.

2) Escrever uma expressão equivalente sem o módulo:


Coordenadas Cartesianas
a) | b) |x - 6|, com x > 6
Como x > 6, a expressão de dentro do módulo é positiva. Os números do par ordenados são chamados coordenadas
Logo, nesse caso, |x - 6|= x - 6. cartesianas. Exemplos:

A (3, 5) ==> 3 e 5 são as coordenadas do ponto A.


b) |x - 1| + |x - 3|, com x > 3
Como x > 3, as duas expressões são positivas. Denominamos de abscissa o 1º número do par ordenado, e
Logo, nesse caso, |x - 1| + |x - 3| = x – 1 + x - 3 = 2x - 4. ordenada, o 2º número desse par. Assim:

3) Achar os possíveis valores de x, em cada caso:

a) x = | - 1|
Resposta: x = 1

b) |x| = 1
Resposta: x = 1 ou x = -1, pois |1| = |-1| = 1

c) |x| = -1
Resposta: x não existe, pois não existe um número tal que seu Plano Cartesiano
módulo seja negativo.

d) X² = 36
Resposta: x = 6 ou x = -6

e) |x| = |-2|
Resposta: x = -2 ou x = 2, pois |2| = |-2| = 2
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Representamo NÚMERO DE
s um par ordenado EM FUNÇÃO DO EM FUNÇÃO DO
LADOS

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em um plano NÚMERO DE NÚMERO DE
(OU
cartesiano. ÂNGULOS LADOS
ÂNGULOS)
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Esse plano é
formado por duas 3 triângulo trilátero
retas, x e y,
perpendiculares 4 quadrângulo quadrilátero
entre si.
5 pentágono pentalátero
A reta horizontal
é o eixo das 6 hexágono hexalátero
abscissas (eixo x).
7 heptágono heptalátero
A reta vertical é
o eixo das 8 octógono octolátero
ordenadas (eixo y).
9 eneágono enealátero
O ponto comum
10 decágono decalátero
dessas duas retas é
denominado 11 undecágono undecalátero
origem, que
12 dodecágono dodecalátero
corresponde ao par
ordenado (0, 0). 15 pentadecágono pentadecalátero
20 icoságono icosalátero

Localização de um Ponto

Para localizar um ponto num plano cartesiano, utilizamos


a seqüência prática: 4) ÁREA DE FIGURAS PLANAS
• O 1º número do par ordenado deve ser localizado no Quadrado
eixo das abscissas. Retângulo

• O 2º número do par ordenado deve ser localizado no


eixo das ordenadas.

• No encontro das perpendiculares aos eixos x e y, por


esses pontos, determinamos o ponto procurado.
Exemplo:
Triângulo
Paralelogramo
• Localize o ponto (4, 3).

Trapézio Losango

Triângulo equilátero

3) CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS


Os nomes dos polígonos dependem do critério que utilizamos
para classificá-los. Se usarmos o número de ângulos ou o
número de lados, teremos a seguinte nomenclatura:

NOME DO POLÍGONO

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5) MATRIZES, DETERMINANTES E A matriz identidade de 3ª ordem, ou seja, de ordem 3×3 ou


simplesmente de ordem 3 é:
SISTEMAS LINEARES

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Matrizes e Determinantes I
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Matriz de ordem m x n : Para os nossos propósitos, podemos


considerar uma matriz como sendo uma tabela retangular de
números reais (ou complexos) dispostos em m linhas e n 4) Transposta de um matriz A : é a matriz At obtida de A
colunas. Diz-se então que a matriz tem ordem m x n (lê-se: ordem permutando-se as linhas pelas colunas e vice-versa.
m por n)

Exemplo:
Exemplos:

A = ( 1 0 2 -4 5) - Uma linha e cinco colunas ( matriz de ordem 1


por 5 ou 1 x 5)

A matriz At é a matriz transposta da matriz A .

Notas:

4.1) Se A = At , então dizemos que a matriz A é simétrica.


B é uma matriz de quatro linhas e uma coluna, portanto de ordem
4 x 1.
4.2) Se A = – At , dizemos que a matriz A é anti-simétrica.
É óbvio que as matrizes simétricas e anti-simétricas são
Notas: quadradas .

1) se m = n , então dizemos que a matriz é quadrada de ordem 4.3) sendo A uma matriz anti-simétrica , temos que A +
n. At = 0 (matriz nula) .

Exemplo: - Produto de matrizes

Para que exista o produto de duas matrizes A e B , o número de


colunas de A , tem de ser igual ao número de linhas de B.

Amxn x Bnxq = Cmxq

Observe que se a matriz A tem ordem m x n e a matriz B tem


ordem n x q , a matriz produto C tem ordem m x q .
A matriz X é uma matriz quadrada de ordem 3×3, dita Vamos mostrar o produto de matrizes com um exemplo:
simplesmente de ordem 3 .

2) Uma matriz A de ordem m x n , pode ser indicada como A =


(aij )mxn , onde aij é um elemento da linha i e coluna j da matriz.

Assim , por exemplo , na matriz X do exemplo anterior , temos


a23 = 2 , a31 = 4 , a33 = 3 , a3,2 = 5 , etc. Onde L1C1 é o produto escalar dos elementos da linha 1 da 1ª
matriz pelos elementos da coluna1 da segunda matriz, obtido da
3) Matriz Identidade de ordem n : In = ( aij )n x n onde aij = 1 se i = j seguinte forma:
e aij = 0 se i ¹ j .
L1C1 = 3.2 + 1.7 = 13. Analogamente, teríamos para os outros
Assim a matriz identidade de 2ª ordem, ou seja, de ordem 2×2 ou elementos:
simplesmente de ordem 2 é: L1C2 = 3.0 + 1.5 = 5
L1C3 = 3.3 + 1.8 = 17
L2C1 = 2.2 + 0.7 = 4
L2C2 = 2.0 + 0.5 = 0
L2C3 = 2.3 + 0.8 = 6
L3C1 = 4.2 + 6.7 = 50
L3C2 = 4.0 + 6.5 = 30
L3C3 = 4.3 + 6.8 = 60, e, portanto, a matriz produto será igual a:

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Portanto, o determinante procurado é o número real negativo. -


77.

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Principais propriedades dos determinantes
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P1) somente as matrizes quadradas possuem determinantes.


Observe que o produto de uma matriz de ordem 3×2 por
outra 2×3, resultou na matriz produto P P2) o determinante de uma matriz e de sua transposta são iguais:
de ordem 3×3. det(A) = det( At ).
Nota: O produto de matrizes é uma operação não comutativa,
ou seja: A x B ¹ B x A
P3) o determinante que tem todos os elementos de uma fila
iguais a zero, é nulo.
DETERMINANTES Obs: Chama-se FILA de um determinante, qualquer LINHA ou
COLUNA.
Entenderemos por determinante, como sendo um número ou
uma função, associado a uma matriz quadrada , calculado de P4) se trocarmos de posição duas filas paralelas de um
acordo com regras específicas . determinante, ele muda de sinal.

É importante observar, que só as matrizes quadradas P5) o determinante que tem duas filas paralelas iguais ou
possuem determinante . proporcionais, é nulo.

Regra para o cálculo de um determinante de 2ª ordem P6) multiplicando-se (ou dividindo-se) os elementos de uma fila
Dada a matriz quadrada de ordem 2 a seguir: por um número, o determinante fica multiplicado (ou dividido) por
esse número.

P7) um determinante não se altera quando se substitui uma fila


pela soma desta com uma fila paralela, multiplicada por um
número real qualquer.

• O determinante de A será indicado por det(A) e P8) determinante da matriz inversa : det( A-1) = 1/det(A) .
calculado da seguinte forma :
• det (A) = ad – bc
Se A-1 é a matriz inversa de A , então A . A-1 = A-1 . A = In , onde
In é a matriz identidade de ordem n . Nestas condições , podemos
Exemplo: afirmar que det(A.A-1) = det(In) e portanto igual a 1.
Logo , podemos também escrever det(A) . det(A-1) = 1 ;
logo , concluímos que: det(A-1) = 1 / det(A).

Nota: se det(A) = 0 , não existe a matriz inversa A-1. Dizemos


então que a matriz A é SINGULAR ou NÃO INVERSÍVEL.

Ora, senx.senx + cosx.cosx = sen2x + cos2x = 1 ( Relação


Fundamental da Trigonometria ) . Portanto, o determinante da P9) Se todos os elementos situados de um mesmo lado da
matriz dada é igual à unidade. diagonal principal de uma matriz quadrada de ordem n, forem
nulos (matriz triangular), o determinante é igual ao produto dos
elementos da diagonal principal.
Regra para o cálculo de um determinante de 3ª ordem ( Regra de
SARRUS).
Exemplos:

Para o cálculo de um determinante de 3ª ordem pela Regra de


Sarrus, proceda da seguinte maneira: 1) Qual o determinante associado à matriz?

1 – Reescreva abaixo da 3ª linha do determinante, a 1ª e 2ª linhas


do determinante.

2 – Efetue os produtos em “diagonal”, atribuindo sinais negativos


para os resultados à esquerda e sinal positivo para os resultados
à direita.

3 – Efetue a soma algébrica. O resultado encontrado será o


determinante associado à matriz dada. Observe que a 4ª linha da matriz é proporcional à 1ª linha (cada
elemento da 4ª linha é obtido multiplicando os elementos da 1ª
linha por 3). Portanto, pela propriedade P5, o determinante da
Exemplo:
matriz dada é NULO.

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2) Calcule o determinante: • Este teorema permite o cálculo do determinante de uma


matriz de qualquer ordem. Como já conhecemos as regras
práticas para o cálculo dos determinantes de ordem 2 e de

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ordem 3, só recorremos à este teorema para o cálculo de
determinantes de 4ª ordem em diante. O uso desse
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teorema, possibilita abaixar a ordem do determinante.


Assim, para o cálculo de um determinante de 4ª ordem, a
sua aplicação resultará no cálculo de quatro determinantes
de 3ª ordem. O cálculo de determinantes de 5ª ordem, já
justifica o uso de planilhas eletrônicas, a exemplo do Excel
for Windows, Lótus 1-2-3, entre outros.
Observe que a 2ª coluna é composta por zeros; FILA
NULA Þ DETERMINANTE NULO, conforme propriedade P3
• Para expandir um determinante pelo teorema de Laplace, é
acima. Logo, D = 0.
mais prático escolher a fila (linha ou coluna) que contenha
mais zeros, pois isto vai facilitar e reduzir o número de
3) Calcule o determinante: cálculos necessários.

3 – Cálculo da inversa de uma matriz.

a) A matriz inversa de uma matriz X, é a matriz X-1 , tal que X . X-


1
= X-1. X = In, onde In é a matriz identidade de ordem n.

b) Matriz dos cofatores da matriz A: é a matriz obtida substituindo-


Ora, pela propriedade P9 acima, temos: D = 2.5.9 = 90 se cada elemento pelo seu respectivo cofator.
Símbolo: cof A .
Matrizes e Determinantes II
c) Fórmula para o cálculo da inversa de uma matriz:

1 – Definições:

1.1 – Chama-se Menor Complementar ( D ij ) de um elemento


aij de uma matriz quadrada A, ao determinante que se obtém
eliminando-se a linha i e a coluna j da matriz.
Assim, dada a matriz quadrada de terceira ordem (3×3) A a seguir Onde: A-1 = matriz inversa de A;
: det A = determinante da matriz A;
(cof A)T = matriz transposta da matriz dos cofatores de A .

Sistemas Lineares I

1 – Equação linear

Entenderemos por equação linear nas variáveis (incógnitas) x1,


Podemos escrever:
x2, x3, … , xn , como sendo a equação da forma
D23 = menor complementar do elemento a23 = 9 da matriz A .
a1.x1 + a2.x2 + a3.x3 + … + an.xn = b onde a1, a2, a3, … an e b são
Pela definição, D23 será igual ao determinante que se obtém de
números reais ou complexos.
A, eliminando-se a linha 2 e a coluna 3, ou seja:
a1, a2, a3, … an são denominados coeficientes e b, termo
independente.

Nota: se o valor de b for nulo, diz-se que temos uma equação


linear homogênea.

Da mesma forma determinaríamos D11, D12, D13, D21, D22, D31, Exemplos de equações lineares:
D32 e D33. Faça os cálculos como exercício!
2x1+3x2 =7(variáveis ou incógnitas x1 e x2,coeficientes 2 e 3,e
1.2 – Cofator de um elemento aij de uma matriz : cof ( aij ) = (-1 termo independente7)
) i+j . Dij .
Assim por exemplo, o cofator do elemento a23 = 9 da matriz do 3x + 5y = 5 (variáveis ou incógnitas x e y, coeficientes 3 e 5, e
exemplo anterior, seria igual a: termo independente 5)
cof(a23) = (-1)2+3 . D23 = (-1)5 . 10 = – 10.

2x + 5y + z = 17 (variáveis ou incógnitas x, y e z, coeficientes 2,5


2 – Teorema de Laplace e 1 e termo independente 17)

• O determinante de uma matriz quadrada é igual à soma dos -x1 + 3x2 -7x3 + x4 = 1 (variáveis x1, x2 , x3 e x4, coeficientes -1, 3,
produtos dos elementos de uma fila qualquer (linha ou -7, e 1 e termo independente 1)
coluna) pelos respectivos cofatores.

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2x + 3y + z – 5t = 0 (variáveis ou incógnitas x, y, z e t, e termo


independente nulo). Sistemas Lineares II

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Logo, este é um exemplo de equação linear homogênea. 1 – Sistema linear
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2 – A solução de uma equação linear É um conjunto de m equações lineares de n incógnitas (x1, x2,
x3,… , xn) do tipo:
a11x1 + a12x2 + a13x3 + … + a1nxn = b1
Já estamos acostumados a resolver equações lineares de uma
a21x1 + a22x2 + a23x3 + … + a2nxn = b2
incógnita (variável), que são as equações de primeiro grau. Por
a31x1 + a32x2 + a33x3 + … + a3nxn = b3
exemplo: 2x + 8 = 36, nos leva à solução única x = 14. Já, se
………………………………………………………..
tivermos uma equação com duas incógnitas (variáveis), por ………………………………………………………..
exemplo x + y = 10, a solução não é única, já que poderemos ter
am1x1 + am2x2 + am3x3 + … + amnxn = bn
um número infinito de pares ordenados que satisfazem à
equação, ou seja: x=1 e y=9 [par ordenado (1,9)], x =4 e y =6 [par
ordenado (4,6)], x = 3/2 e y 17/2 [par ordenado (3/2,17/2)], … , Exemplo:
etc. 3x + 2y – 5z = -8
4x – 3y + 2z = 4
7x + 2y – 3z = 2
Consideremos agora, uma equação com 3 incógnitas.
0x + 0y + z = 3
Temos acima um sistema de 4 equações e 3 incógnitas (ou
Seja por exemplo: x + y + z = 5 variáveis).
Os termos a11, a12, … , a1n, … , am1, am2, …, amn são
As soluções, serão x=1, y=4 e z=0, uma vez que 1+4+0 =5; x=3, denominados coeficientes e b1, b2, … , bn são os termos
y=7 e z=-5, uma vez que independentes.
3+7- 5=5; x=10, y=-9 e y=4 (uma vez que 10-9+4=5); … , que A ênupla (a 1, a 2 , a 3 , … , a n) será solução do sistema linear
são compostas por 3 elementos, o que nos leva a afirmar que se e somente se satisfizer simultaneamente a todas as m
as soluções são osternos ordenados (1,4,0), (3,7,-5) , (10, -9, equações.
4), … , ou seja, existem infinitas soluções (um número infinito de
ternos ordenados) que satisfazem à equação dada. Exemplo: O terno ordenado (2, 3, 1) é solução do sistema:
x + y + 2z = 7
De uma forma geral, as soluções de uma equação linear 3x + 2y – z = 11
de duas variáveis, são pares ordenados; de três variáveis, x + 2z = 4
são ternos ordenados; de quatrovariáveis, 3x – y – z = 2
são quadrasordenadas; … . pois todas as equações são satisfeitas para x=2, y=3 e z=1.
Se a equação linear possuir n variáveis, dizemos que as
soluções são n – uplas (lê-se ênuplas) ordenadas. Notas:

Assim, se a ênupla ordenada (r1, r2, r3 , … , rn) é solução da


equação linear 1 – Dois sistemas lineares são EQUIVALENTES quando
a1.x1 + a2.x2 + a3.x3 + … + an.xn = b, isto significa que a possuem as mesmas soluções.
igualdade é satisfeita para Exemplo: Os sistemas lineares
x1 = r1, x2 = r2 , x3 = r3 , … , xn = rn e poderemos escrever:
a1.r1 + a2.r2 + a3.r3 + … + an.rn = b.
2x + 3y = 12
S1:
3x – 2y = 5
3 – Exercícios resolvidos:
5x – 2y = 11
S2:
1 – Se o terno ordenado (2, 5, p) é solução da equação linear 6x 6x + y = 20
– 7y + 2z = 5, qual o valor de p?

são equivalentes, pois ambos admitem o par ordenado (3, 2)


Solução: Teremos por simples substituição, observando que x = como solução. Verifique!
2, y = 5 e z = p,
6.2 -7.5 + 2.p = 5. Logo, 12 – 35 + 2p = 5. Daí vem
imediatamente que 2p = 28 e portanto, p = 14. 2 – Se um sistema de equações possuir pelo menos uma solução,
dizemos que ele é POSSÍVEL ou COMPATÍVEL.
2 – Escreva a solução genérica para a equação linear 5x – 2y +
z = 14, sabendo que o terno ordenado 3 – Se um sistema de equações não possuir solução, dizemos
(a , b , g ) é solução. que ele é IMPOSSÍVEL ou INCOMPATÍVEL.

Solução: Podemos escrever: 5a - 2b + g = 14. Daí, tiramos: g = 4 – Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui apenas
14 – 5a + 2b . Portanto, a solução genérica será o terno ordenado uma solução, dizemos que ele é DETERMINADO.
(a , b , 14 – 5a+ 2b ).
5 – Se o sistema de equações é COMPATÍVEL e possui mais de
Observe que arbitrando-se os valores para a e b , a terceira uma solução, dizemos que ele é INDETERMINADO.
variável ficará determinada em função desses valores. Por
exemplo, fazendo-se a = 1, b= 3, teremos 6 – Se os termos independentes de todas as equações de um
g = 14 – 5a + 2b = 14 – 5.1 + 2.3 = 15, ou seja, o terno (1, 3, 15) sistema linear forem todos nulos, ou seja
é solução, e assim, sucessivamente. Verificamos pois que b1 = b2 = b3 = … = bn = 0, dizemos que temos um sistema linear
existem infinitas soluções para a equação linear dada, sendo o HOMOGÊNEO.
terno ordenado
(a , b , 14 – 5a + 2b ) a solução genérica.
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Exemplo: Substituindo o valor de x na segunda equação, vem:


x + y + 2z = 0 3[(10+my) / 2] + 5y = 8
2x – 3y + 5z = 0

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5x – 2y + z = 0 Multiplicando ambos os membros por 2, desenvolvendo e
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simplificando, vem:
2 – Exercícios Resolvidos 3(10+my) + 10y = 16
30 + 3my + 10y = 16
2.1 – UEL – 84 (Universidade Estadual de Londrina) (3m + 10)y = -14
y = -14 / (3m + 10)
Se os sistemas

Ora, para que não exista o valor de y e, em conseqüência não


x+y=1 exista o valor de x, deveremos ter o denominador igual a zero, já
S1:
x – 2y = -5 que , como sabemos,NÃO EXISTE DIVISÃO POR ZERO.
ax – by = 5
S2: Portanto, 3m + 10 = 0 , de onde conclui-se m = -10/3, para que o
ay – bx = -1
sistema seja impossível, ou seja, não possua solução.

são equivalentes, então o valor de a2 + b2 é igual a:


Agora, resolva e classifique os seguintes sistemas:

a) 1
a) 2x + 5y .- ..z = 10
b) 4
………….3y + 2z = ..9
c) 5
…………………3z = 15
d) 9
e) 10
b) 3x – 4y = 13
…..6x – 8y = 26
Solução:

Como os sistemas são equivalentes, eles possuem a mesma c) 2x + 5y = 6


solução. Vamos resolver o sistema S1: ….8x + 20y = 18
x+y=1
x – 2y = -5 Resposta:
a) sistema possível e determinado. S = {(25/3, -1/3, 5)}
Subtraindo membro a membro, vem: x – x + y – (-2y) = 1 – (-5). b) sistema possível e indeterminado. Possui um número infinito
Logo, 3y = 6 \ y = 2. de soluções.
Portanto, como x+y = 1, vem, substituindo: x + 2 = 1 \ x = -1. c) sistema impossível. Não admite soluções.
O conjunto solução é portanto S = {(-1, 2)}.

Como os sistemas são equivalentes, a solução acima é também


Sistemas Lineares III
solução do sistema S2. Logo, substituindo em S2 os valores de x
e y encontrados para o sistema S1, vem: Regra de Cramer para a solução de um sistema de equações
a(-1) – b(2) = 5 Þ - a – 2b = 5 lineares com n equações e n incógnitas.
a(2) – b (-1) = -1 Þ 2 a + b = -1 Gabriel Cramer - matemático suíço – 1704/1752.

Consideremos um sistema de equações lineares


Multiplicando ambos os membros da primeira equação (em com n equações e n incógnitas, na sua forma genérica:
azul) por 2, fica:
-2 a – 4b = 10
a11x1 + a12x2 + a13x3 + … + a1nxn = b1
a21x1 + a22x2 + a23x3 + … + a2nxn = b2
a31x1 + a32x2 + a33x3 + … + a3nxn = b3
Somando membro a membro esta equação obtida com a …………………………………………….= …
segunda equação (em vermelho), …………………………………………….= …
fica: -3b = 9 \ b = – 3 an1x1 + an2x2 + an3x3 + … + annxn = bn

onde os coeficientes a11, a12, …, ann são números reais ou


Substituindo o valor encontrado para b na equação em complexos, os termos independentes
vermelho acima (poderia ser também na outra equação em b1, b2, … , bn , são números reais ou complexos e x1, x2, … ,
azul), teremos: xn são as incógnitas do sistema nxn.
2 a + (-3) = -1 \ a = 1.
Portanto, a2 + b2 = 12 + (-3)2 = 1 + 9 = 10.
Portanto a alternativa correta é a letra E. Seja D o determinante da matriz formada pelos coeficientes das
incógnitas.

2.2 – Determine o valor de m de modo que o sistema de


equações abaixo,
2x – my = 10
3x + 5y = 8, seja impossível.

Solução:
Teremos, expressando x em função de m, na primeira equação:
x = (10 + my) / 2

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Seja D xi o determinante da matriz que se obtém do sistema 6) POLINÔMIOS


dado, substituindo a coluna dos coeficientes da incógnita
xi ( i = 1, 2, 3, … , n), pelos termos independentes b1, b2, … , bn. • Definição

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Uma função polinomial ou simplesmente polinômio, é


toda função definida pela relação P(x)=anxn + an-1.xn-1 + an-2.xn-2 +
... + a2x2 + a1x + a0.
Onde:
an, an-1, an-2, ..., a2, a1, a0 são números reais chamados
coeficientes.
A regra de Cramer diz que: n ∈ IN
Os valores das incógnitas de um sistema linear de n equações e x ∈ C (nos complexos) é a variável.
n incógnitas são dados por frações cujo denominador é o
determinante D dos coeficientes das incógnitas e o numerador é GRAU DE UM POLINÔMIO:
o determinante D xi, ou seja:
xi = D xi / D Grau de um polinômio é o expoente máximo que ele possui.
Se o coeficiente an≠0, então o expoente máximo n é dito grau do
Exemplo: Resolva o seguinte sistema usando a regra de polinômio e indicamos gr(P)=n. Exemplos:
Cramer: a) P(x)=5 ou P(x)=5.x0 é um polinômio constante, ou seja,
x + 3y – 2z = 3 gr(P)=0.
2x – y + z = 12 b) P(x)=3x+5 é um polinômio do 1º grau, isto é, gr(P)=1.
4x + 3y – 5z = 6 c) P(x)=4x5+7x4 é um polinômio do 5º grau, ou seja,
gr(P)=5.
Para o cálculo dos determinantes a seguir, é conveniente rever Obs: Se P(x)=0, não se define o grau do polinômio.
o capítulo Determinantes clicando AQUI. Para retornar, clique
em VOLTAR no seu browser.
• Valor numérico
Teremos:
O valor numérico de um polinômio P(x) para x=a, é o número
que se obtém substituindo x por a e efetuando todas as
operações indicadas pela relação que define o polinômio.
Exemplo:
Se P(x)=x3+2x2+x-4, o valor numérico de P(x), para x=2, é:
P(x)= x3+2x2+x-4
P(2)= 23+2.22+2-4
P(2)= 14

Observação: Se P(a)=0, o número a chamado raiz ou zero

 + x3
4
x  - 2
7x +
9x
- 1 ≡ (x 2 + 3x - 2) (x 2 - 2x + 1) + (2x + 1)
  
P(x) D(x) Q(x) R(x)
de P(x).
Por exemplo, no polinômio P(x)=x2-3x+2 temos P(1)=0; logo,
1 é raiz ou zero desse polinômio.

Alguns exercícios resolvidos:

1º) Sabendo-se que –3 é raiz de P(x)=x3+4x2-ax+1, calcular


o valor de a.

4x2 − 2x + 3 2x − 1
− 4x2 + 2x 2x
Portanto, pela regra de Cramer, teremos:
3
x1 = D x1 / D = 120 / 24 = 5 Resolução: Se –3 é raiz de P(x), então P(-3)=0.
x2 = D x2 / D = 48 / 24 = 2 P(-3)=0 => (-3)3+4(-3)2-a.(-3)+1 = 0
x3 = D x3 / D = 96 / 24 = 4 3a = -10 => a=-10/3
Resposta: a=-10/3
Logo, o conjunto solução do sistema dado é S = { (5, 2, 4) }.
2º) Calcular m ∈ IR para que o polinômio
P(x)=(m2-1)x3+(m+1)x2-x+4 seja:
Agora, resolva este: a) do 3ºgrau b) do 2º grau c) do 1º grau
2 x + 5y + 3z = 20
5 x + 3y – 10z = – 39 Resposta:
x+y+z=5 a) para o polinômio ser do 3º grau, os coeficientes de x2 e
x3 devem ser diferentes de zero. Então:
Resposta: S = { (-1, 2, 4) } m2-1≠0 => m2≠1 => m≠1
m+1≠0 => m≠-1
Portanto, o polinômio é do 3º grau se m≠1 e m≠-1.

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b) para o polinômio ser do 2º grau, o coeficiente de x3 deve • Divisão de polinômios


ser igual a zero e o coeficiente de x2 diferente de zero.

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Então: Sejam dois polinômios P(x) e D(x), com D(x) não nulo.
m2-1=0 => m2=1 => m=±1
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Efetuar a divisão de P por D é determinar dois polinômios


m+1≠0 => m≠-1 Q(x) e R(x), que satisfaçam as duas condições abaixo:
Portanto, o polinômio é do 2º grau se m=1.
1ª) Q(x).D(x) + R(x) = P(x)
c) para o polinômio ser do 1º grau, os coeficientes de x2 e 2ª) gr(R) < gr(D) ou R(x)=0
x3 devem ser iguais a zero. Então:
m2-1=0 => m2=1 => m=±1
m+1=0 => m=-1
Portanto, o polinômio é do 1º grau se m=-1.
P( x) D( x )
3º) Num polinômio P(x), do 3º grau, o coeficiente de x3 é 1. Se R( x) Q( x)
P(1)=P(2)=0 e P(3)=30, calcule o valor de P(-1). Nessa divisão:
Resolução: P(x) é o dividendo.
Temos o polinômio: P(x)=x3+ax2+bx+c. D(x) é o divisor.
Precisamos encontrar os valores de a,b e c (coeficientes). Q(x) é o quociente.
Vamos utilizar os dados fornecidos pelo enunciado do problema: R(x) é o resto da divisão.
P(1)=0 => (1)3+a.(1)2+b(1)+c = 0 => 1+a+b+c=0 => a+b+c=-1 Obs: Quando temos R(x)=0 dizemos que a divisão é exata,
P(2)=0 => (2)3+a.(2)2+b(2)+c = 0 => 8+4a+2b+c=0 => ou seja, P(x) é divisível por D(x) ou D(x) é divisor de P(x).
4a+2b+c=-8
P(3)=30 => (3)3+a.(3)2+b(3)+c = 30 => 27+9a+3b+c=30 =>
9a+3b+c=3 Se D(x) é divisor de P(x) ⇔ R(x)=0
Temos um sistema de três variáveis:
x 4 + x3 − 7 x 2 + 9 x − 1 x 2 + 3x − 2
Resolvendo esse sistema encontramos as soluções:
a=9, b=-34, c=24
− x 4 − 3x3 + 2 x 2 x 2 − 2 x + 1 → Q( x)
Portanto o polinômio em questão é P(x)= x3+9x2-34x+24. − 2 x3 − 5 x 2 + 9 x − 1
O problema pede P(-1):
P(-1)= (-1)3+9(-1)2-34(-1)+24 => P(-1)=-1+9+34+24 + 2 x3 + 6 x 2 − 4 x
P(-1)= 66
Resposta: P(-1)= 66 x2 + 5x − 1
− x 2 − 3x + 2
• Polinômios iguais 2 x + 1 → R( x)

Dizemos que dois polinômios A(x) e B(x) são iguais ou Exemplo:


idênticos (e indicamos A(x)≡B(x)) quando assumem valores Determinar o quociente de P(x)=x4+x3-7x2+9x-1 por D(x)=x2+3x-
numéricos iguais para qualquer valor comum atribuído à variável 2.
x. A condição para que dois polinômios sejam iguais ou idênticos Resolução: Aplicando o método da chave, temos:
é que os coeficientes dos termos correspondentes sejam
iguais.
Verificamos que:
Exemplo:
Calcular a,b e c, sabendo-se que x2-2x+1 ≡
a(x2+x+1)+(bx+c)(x+1). • Divisão de um polinômio por um binômio da
forma ax+b
Resolução: Eliminando os parênteses e somando os termos
semelhantes do segundo membro temos: Vamos calcular o resto da divisão de P(x)=4x2-2x+3 por
x2-2x+1 ≡ ax2+ax+a+bx2+bx+cx+c D(x)=2x-1.
1x2-2x+1 ≡ (a+b)x2+(a+b+c)x+(a+c) Utilizando o método da chave temos:
Agora igualamos os coeficientes correspondentes:
Logo: R(x)=3
Substituindo a 1ª equação na 2ª: A raiz do divisor é 2x-1=0 => x=1/2.
1+c = -2 => c=-3. Agora calculamos P(x) para x=1/2.
Colocando esse valor de c na 3ª equação, temos: P(1/2) = 4(1/4) – 2(1/2) + 3
a-3=1 => a=4. P(1/2) = 3
Colocando esse valor de a na 1ª equação, temos:
4+b=1 => b=-3. Observe que R(x) = 3 = P(1/2)
Resposta: a=4, b=-3 e c=-3. Portanto, mostramos que o resto da divisão de P(x) por D(x)
é igual ao valor numérico de P(x) para x=1/2, isto é, a raiz do
a + b = 1 divisor.

a + b + c = −2 • Teorema do resto
a + c = 1
 O resto da divisão de um polinômio P(x)
Obs: um polinômio é dito identicamente nulo se tem todos pelo binômio ax+b é igual a P(-b/a).
os seus coeficientes nulos.
Note que –b/a é a raiz do divisor.

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2ª) Generalizando, temos:


Exemplo: Calcule o resto da divisão de x2+5x-1 por x+1.
Resolução: Achamos a raiz do divisor: r1 − r2 ar − ar1
R( x) = x+ 2 = 0+0 = 0

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x+1=0 => x=-1
Pelo teorema do resto sabemos que o resto é igual a P(-1): a−b a−b
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P(-1)=(-1)2+5.(-1)-1 => P(-1) = -5 = R(x)


Resposta: R(x) = -5. Se P(x) é divisível por n fatores distintos (x-a1), (x-a2),..., (x-
an) então P(x) é divisível pelo produto (x-a1)(x-a2)...(x-an).

• Teorema de D’Alembert Exemplo:


Um polinômio P(x) dividido por x dá resto 6 e dividido por (x-
1) dá resto 8. Qual o resto da divisão de P(x) por x(x-1)?
Um polinômio P(x) é divisível pelo Resolução:
0 é a raiz do divisor x, portanto P(0)=6 (eq. 1)
binômio ax+b se P(-b/a)=0
1 é a raiz do divisor x-1, portanto P(1)=8 (eq. 2)
Exemplo: Determinar o valor de p, para que o polinômio E para o divisor x(x-1) temos P(x)=x(x-1) Q(x) + R(x)
P(x)=2x3+5x2-px+2 seja divisível por x-2. (eq. 3)

Resolução: Se P(x) é divisível por x-2, então P(2)=0. O resto da divisão de P(x) por x(x-1) é no máximo do 1º grau,
P(2)=0 => 2.8+5.4-2p+2=0 => 16+20-2p+2=0 => pois o divisor é do 2º grau; logo:
p=19 R(x)=ax+b
Resposta: p=19.
Da eq.3 vem:
P(x)=x(x-1) Q(x) + ax + b
• Divisão de um polinômio pelo produto (x- Fazendo:
a)(x-b) x=0 => P(0) = a(0)+b => P(0) = b (eq. 4)
x=1 => P(1) = a(1)+b => P(1) = a+b (eq. 5)
Vamos resolver o seguinte problema: calcular o resto da
divisão do polinômio P(x) pelo produto (x-a)(x-b), sabendo-se que Das equações 1, 2, 4 e 5 temos:
os restos da divisão de P(x) por (x-a) e por (x-b) são,
respectivamente, r1 e r2.
Temos: b = 6
a é a raiz do divisor x-a, portanto P(a)=r1 (eq. 1) 
b é a raiz do divisor x-b, portanto P(b)=r2 (eq. 2) a + b = 8
E para o divisor (x-a)(x-b) temos P(x)=(x-a)(x-b) Q(x) + R(x) Logo, b=6 e a=2.
(eq. 3) Agora achamos o resto: R(x) = ax+b = 2x+6
Resposta: R(x) = 2x+6.
O resto da divisão de P(x) por (x-a)(x-b) é no máximo do 1º
grau, pois o divisor é do 2º grau; logo:
R(x) = cx+d • O dispositivo de Briot-Ruffini
Da eq.3 vem: Serve para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um
P(x) = (x-a)(x-b) Q(x) + cx + d binômio da forma (ax+b).
Fazendo:
Exemplo: Determinar o quociente e o resto da divisão do
COEFICIENTES DE P(x) polinômio P(x)=3x3-5x2+x-2 por (x-2).

 
RAIZ DO DIVISOR 

2 3 −5 1 −2 Resolução:

↓ 3.(2) − 5 1.(2) + 1 3.(2) − 2 Observe que o grau de Q(x) é uma unidade inferior ao de
P(x), pois o divisor é de grau 1.
Resposta: Q(x)=3x2+x+3 e R(x)=4.
3
1
3
 
4

COEFICIENTES DO QUOCIENTE Q(x) RESTO
Para a resolução desse problema seguimos os seguintes
x=a => P(a) = c(a)+d (eq. 4) passos:
x=b => P(b) = c(b)+d (eq. 5) 1º) Colocamos a raiz do divisor e os coeficientes do
dividendo ordenadamente na parte de cima da “cerquinha”.
Das equações 1, 2, 4 e 5 temos: 2º) O primeiro coeficiente do dividendo é repetido abaixo.
3º) Multiplicamos a raiz do divisor por esse coeficiente
repetido abaixo e somamos o produto com o 2º coeficiente do
ca + d = r1 dividendo, colocando o resultado abaixo deste.
 4º) Multiplicamos a raiz do divisor pelo número colocado
cb + d = r2 abaixo do 2º coeficiente e somamos o produto com o 3º
coeficiente, colocando o resultado abaixo deste, e assim
Resolvendo o sistema obtemos: sucessivamente.
5º) Separamos o último número formado, que é igual ao
Observações: resto da divisão, e os números que ficam à esquerda deste serão
1ª) Se P(x) for divisível por (x-a) e por (x-b), temos: os coeficientes do quociente.
P(a)= r1 =0
P(b)= r2 =0
Portanto, P(x) é divisível pelo produto (x-a)(x-b), pois:

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• Decomposição de um polinômio em fatores


Veja alguns exemplos:
Vamos analisar dois casos:

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x4 + 9x2 – 10x + 3 = 0
1º caso: O polinômio é do 2º grau. 10x6 – 2x5 + 6x4 + 12x3 – x2 + x + 7 = 0
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De uma forma geral, o polinômio de 2º grau x8 – x6 – 6x + 2 = 0


P(x)=ax2+bx+c que admite as raízes r1 e r2 pode ser decomposto x10 – 6x2 + 9 = 0
em fatores do 1º grau, da seguinte forma:
As raízes de uma equação polinomial constituem o conjunto
solução da equação. Para as equações em que o grau é 1 ou 2,
ax2+bx+c = a(x-r1)(x- o método de resolução é simples e prático. Nos casos em que o
grau dos polinômios é 3 ou 4, existem expressões para a
Exemplos: obtenção da solução.
1) Fatorar o polinômio P(x)=x2-4.
Resolução: Fazendo x2-4=0, obtemos as raízes
r1=2 e r2=-2. Teorema Fundamental da Álgebra (TFA)
Logo: x2-4 = (x-2)(x+2).
Toda equação polinomial p(x) = 0, de grau n onde n ≥ 1,
2) Fatorar o polinômio P(x)=x2-7x+10. admite pelo menos uma raiz complexa.
Resolução: Fazendo x2-7x+10=0, obtemos as
raízes r1=5 e r2=2. Exemplo 1
Logo: x2-7x+10 = (x-5)(x-2).
Determine o valor do coeficiente K, sabendo que 2 é a raiz da
equação:
2º caso: O polinômio é de grau maior ou igual a 3. 2x4 + kx3 – 5x2 + x – 15 = 0
Conhecendo uma das raízes de um polinômio de 3º
grau, podemos decompô-lo num produto de um polinômio do 1º Se 2 é raiz da equação, então temos:
grau por um polinômio do 2º grau e, se este tiver raízes, podemos
em seguida decompô-lo também. 2(2)4 + k(2)3 – 5(2)2 + 2 – 15 = 0
2*16 + k*8 – 5*4 + 2 – 15 = 0
Exemplo: Decompor em fatores do 1º grau o polinômio 2x3- 32 + 8k – 20 + 2 – 15 = 0
2
x -x. 8k + 34 – 35 = 0
Resolução: 8k – 1 = 0
2x3-x2-x = x.(2x2-x-1)  colocando x em evidência 8k = 1
Fazendo x.(2x2-x-1) = 0 obtemos: x=0 ou 2x2-x-1=0. k = 1/8
Uma das raízes já encontramos (x=0). Temos que o valor do coeficiente k é 1/8.
As outras duas saem da equação: 2x2-x-1=0 => r1=1 e
r2=-1/2. Exemplo 2
Portanto, o polinômio 2x3-x2-x, na forma fatorada é:
2.x.(x-1).(x+(1/2)). Determine o valor de m, sabendo que –3 é raiz da equação: mx3
+ (m + 2)x2 – 3x – m – 8 = 0.
Generalizando, se o polinômio P(x)=anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0
admite n raízes r1, r2,..., rn, podemos decompô-lo em fatores da Temos que:
seguinte forma:
m(–3)3 + (m + 2)( –3)2 – 3(–3) – m – 8 = 0
m(–27) + (m + 2)(9) + 9 – m – 8 = 0
anxn+an-1xn-1+...+a1x+a0 –27m + 9m + 18 + 9 – m – 8 = 0
–27m + 9m – m = 8 – 18 – 9
= an(x-r1)(x-r2)...(x- – 19m = –19
r ) m=1

Observações: O valor de m é 1.
1) Se duas, três ou mais raiz forem iguais, dizemos
que são raízes duplas, triplas, etc. 8) SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS E DE
2) Uma raiz r1 do polinômio P(x) é dita raiz dupla ou
de multiplicidade 2 se P(x) é divisível por (x-r1)2 e
POLÍGONOS
não por (x-r1)3. Quando comparamos duas figuras geralmente queremos saber
quais as semelhanças existentes entre elas. Algumas vezes elas
são iguais, algumas vezes são apenas parecidas e também
existem os casos em que as figuras comparadas são
completamente diferentes. Na matemática, frequentemente as
7) EQUAÇÕES POLINOMIAIS (ALGÉBRICAS) figuras geométricas são comparadas e os resultados possíveis
são: Figuras congruentes, figuras semelhantes e figuras
Equação polinomial ou algébrica é toda equação da forma p(x) diferentes. A seguir, discutiremos a semelhança entre polígonos
= 0, em que p(x) é um polinômio: e os casos de semelhança entre triângulos.
r1 − r2 ar − ar1
c= e d= 2 , com a ≠ b Dois polígonos são semelhantes quando existe
a−b a−b proporcionalidade entre seus lados e seus ângulos
correspondentes são todos iguais. Existir uma razão de
r −r ar − ar1
Logo : R ( x) = 1 2 x + 2 , com a ≠ b proporcionalidade quer dizer que se dividirmos a medida de um
a−b a−b lado da primeira figura pelo valor de um lado da segunda figura e
o resultado for, por exemplo, o número 3, então todas as divisões
entre medidas de lados da primeira figura por medidas dos lados
p(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a1x + a0 de grau n, com n ≥ 1. da segunda figura terão 3 como resultado.
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2- Caso Lado Lado Lado (LLL): Se dois triângulos possuem três


lados proporcionais, então esses dois triângulos são
semelhantes. Portanto, não é necessário verificar os ângulos.

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Isso ocorre no caso dos hexágonos da imagem acima. Repare


que a divisão de qualquer lado do primeiro hexágono por
qualquer lado do segundo tem 3 como resultado.

Para que dois polígonos sejam semelhantes, deve existir


proporcionalidade entre seus lados correspondentes, além de Na imagem acima, observe que as razões entre lados
ângulos correspondentes congruentes. correspondentes têm o mesmo resultado:

AB = BC = CA = 1
Voltando ao exemplo dos hexágonos acima, observe que a razão DE EF FD 2
entre lados correspondentes é sempre 3: Então, pelo segundo caso de semelhança, esses triângulos são
semelhantes.
AB = BC = CD = DE = EF = FA = 3
GH HI IJ JK KL LG 3- Caso Lado Ângulo Lado (LAL): Dois triângulos que possuem
dois lados proporcionais e o ângulo entre eles congruente são
semelhantes. Observe este caso de semelhança no exemplo:
Para mostrar que eles são semelhantes, falta apenas mostrar que
seus ângulos correspondentes são congruentes. Nesse caso
são, por terem sido construídos como polígonos regulares.

Para os triângulos a regra é a mesma. Dois triângulos são


semelhantes caso três ângulos correspondentes sejam
congruentes e 3 lados correspondentes possuam a mesma
razão de proporcionalidade.
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Porém, é possível verificar a semelhança nos triângulos de
uma forma mais simples. Basta observar se eles se enquadram
em um dos casos de semelhança de triângulos a seguir:
1- Caso Ângulo Ângulo (AA): Dois triângulos são semelhantes
se possuírem dois ângulos correspondentes congruentes.
Não é necessário verificar o terceiro ângulo e nenhuma
proporcionalidade entre os lados. Basta que dois ângulos sejam
congruentes e os dois triângulos já podem ser declarados
semelhantes, como no exemplo a seguir:

AB = CA = 1
DE FD 2
Nesse exemplo, o ângulo de 90 graus fica entre os lados
proporcionais. Configurando assim o caso LAL.

9) RELAÇÕES MÉTRICAS NA GEOMETRIA

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


As relações métricas relacionam as medidas dos elementos de
um triângulo retângulo (triângulo com um ângulo de 90º).
Os elementos de um triângulo retângulo estão apresentados
abaixo:

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Usando que encontramos a proporção:

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Da semelhança entre os triângulos HBA e HAC encontramos a


proporção:

Temos ainda que a soma das projeções m e n é igual a


hipotenusa, ou seja:

Sendo:

a: medida da hipotenusa (lado oposto ao ângulo de 90º) Teorema de Pitágoras


b: cateto A mais importante das relações métricas é o Teorema de
c: cateto Pitágoras. Podemos demonstrar o teorema usando a soma de
h: altura relativa à hipotenusa duas relações encontradas anteriormente.
m: projeção do cateto c sobre a hipotenusa
n: projeção do cateto b sobre a hipotenusa Vamos somar a relação b2 = a . n com c2 = a . m, conforme
mostrado abaixo:
Semelhança e relações métricas

Para encontrar as relações métricas, utilizaremos semelhança de


triângulos. Considere os triângulos semelhantes ABC, HBA e
HAC, representados nas imagens:
Como a = m + n, substituindo na expressão anterior, temos:

Assim, o Teorema de Pitágoras pode ser enunciado como:

A hipotenusa ao quadrado é igual a soma dos quadrados dos


catetos.

Exemplos
1) Encontre o valor de x e de y na figura abaixo:

Primeiro calcularemos o valor da hipotenusa, que na figura está


representado por y.
Como os triângulos ABC e HBA são semelhantes ( Usando a relação: a = m + n
), temos as seguintes proporções: y=9+3
y = 12
Para encontrar o valor de x, usaremos a relação b2 = a.n, assim:
x2 = 12 . 3 = 36

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2) A medida da altura relativa à hipotenusa de um triângulo


retângulo é 12 cm e uma das projeções mede 9 cm. Calcular a
medida dos catetos desse triângulo.

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Primeiro vamos encontrar o valor da outra projeção usando a
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relação: h2 = m . n

b)

Vamos encontrar o valor da hipotenusa, usando a relação a = m


+n
a = 16 + 9 = 25
Agora é possível calcular o valor dos catetos usando as
relações b2 = a . n e c2 = a . m

2) Determine a medida das projeções em um triângulo retângulo


cuja hipotenusa mede 13 cm e um dos catetos 5

Fórmulas
Na tabela abaixo, reunimos as relações métricas no triângulo
retângulo.

Relações Métricas no Círculo


No estudo das relações métricas no círculo é importante
apresentar alguns conceitos básicos como Corda, Raio, Diâmetro
e Tangência entre Reta e Circunferência. Na sequência, veja as
relações existentes no círculo.
Para estudar um círculo é essencial compreender os conceitos
básicos desta forma geométrica.
Conceitos básicos:

1. Uma CORDA é todo segmento de reta cujas extremidades


Exercícios Resolvidos pertencem à circunferência.
2. Uma reta que tenha um único ponto em comum com uma
circunferência é uma reta TANGENTE a essa circunferência.
1) Num triângulo retângulo, a hipotenusa mede 10 cm e um dos
catetos mede 8 cm. Nessas condições, determine:

a) a medida da altura relativa à hipotenusa


b) a área do triângulo

Ver Resposta
a)

3. Uma reta que tenha dois pontos em comum com uma


circunferência é uma SECANTE a essa circunferência.

O círculo possui algumas importantes relações métricas


envolvendo segmentos internos, secantes e tangentes. Através
dessas relações obtemos as medidas procuradas.

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Cruzamento entre duas cordas Exemplo 2

O cruzamento de duas cordas no círculo gera segmentos

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proporcionais, e a multiplicação entre as medidas das duas
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partes de uma corda é igual à multiplicação das medidas das


duas partes da outra corda. Observe:

x * (42 + x) = 10 * (30 + 10)


x2 + 42x = 400
x2 + 42x – 400 = 0

Aplicando a forma resolutiva de uma equação do 2º grau:

AP * PC = BP * PD

Exemplo 1

Os resultados obtidos são x’ = 8 e x’’ = – 50. Como estamos


trabalhando com medidas, devemos considerar somente o valor
positivo x = 8.

Segmento secante e segmento tangente


partindo de um mesmo ponto
Nesse caso, o quadrado da medida do segmento tangente é
igual à multiplicação da medida do segmento secante pela
x * 6 = 24 * 8 medida de sua parte externa.
6x = 192
x = 192/6
x = 32

Dois segmentos secantes partindo de um


mesmo ponto
Em qualquer circunferência, quando traçamos dois segmentos
secantes, partindo de um mesmo ponto, a multiplicação da
medida de um deles pela medida de sua parte externa é igual à
multiplicação da medida do outro segmento pela medida de sua (PQ)2 = PS * PR
parte externa. Observe:
Exemplo 3

RP * RQ = RT * RS x2 = 6 * (18 + 6)
x2 = 6 * 24
x2 = 144
√x2 = √144
x = 12

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Relações Métricas no Quadrado Inscrito Demonstração das relações métricas no quadrado


inscrito

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As relações métricas no quadrado inscrito são formas de
encontrar a medida de seu lado e apótema a partir do raio da Para demonstrar essas relações, será necessário observar
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circunferência que o circunscreve. primeiro as seguintes informações:

Dizemos que um quadrado é inscrito em Não pare agora. Tem mais depois da publicidade ;)
uma circunferência quando todos os seus vértices pertencem a 1 – Como o apótema divide o lado do quadrado em
ela. Como o quadrado é um polígono regular – que possui dois segmentos congruentes, podemos dizer que a medida de
todos os lados com a mesma medida e ângulos internos cada um deles é igual a l/2.
congruentes –, existem relações que podem ser usadas para
calcular a medida de seu lado e de seu apótema a partir
apenas do raio da circunferência. Para isso, vale lembrar de 2 – Como se trata de um polígono regular, o apótema e o lado
algumas definições básicas do polígono regular inscrito: com o qual ele se encontra são perpendiculares.

3 – Como se trata de um polígono regular, o apótema também é


Elementos básicos do polígono regular inscrito bissetriz do ângulo central que ele corta.

1 – Centro: O centro de um polígono regular inscrito tem a Observe que cada ângulo central, definido por dois raios
mesma localização que o centro da circunferência que o consecutivos em um quadrado inscrito, sempre é reto. Isso
circunscreve. acontece porque todos os ângulos têm de ser iguais, já que o
quadrado é um polígono regular. Como são quatro ângulos
centrais, então: 360/4 = 90°. O apótema é bissetriz desse ângulo,
2 – Raio: O raio de um polígono regular inscrito é a distância
portanto, divide-o em outros dois ângulos de 45°.
entre seu centro e a borda da circunferência. Como se trata de
um polígono, essa distância só pode ser obtida entre o centro do
polígono e um de seus vértices. Colocando todas essas informações em uma figura de
um quadrado inscrito, temos:
3 – Apótema: É a distância entre o centro de
um polígono regular e o ponto médio de um de seus lados. No
caso do quadrado inscrito, o apótema também forma um ângulo
reto com o lado com o qual faz contato.

A imagem a seguir mostra um exemplo dos elementos citados:

Ao lado, separamos o triângulo OPB formado por um dos raios e


um dos apótemas. Nesse triângulo, podemos calcular o seno e
o cosseno de 45°. Observe:

Sen45° = l/2
r

Relações métricas no quadrado inscrito √2 = l


2 2
r
1 – O lado do quadrado inscrito é igual ao raio multiplicado pela
raiz de 2. Em outras palavras:
√2 = l
2 2r
l = r√2
r√2 = l
2 – O apótema do quadrado inscrito é igual à metade da
medida do raio, multiplicado pela raiz de 2. Em outras palavras:
l = r√2

a = r√2
2 Cos45° = a
r

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√2 = a
2 r As relações métricas no triângulo equilátero inscrito

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r√2 = a são expressões que podem ser usadas para calcular algumas
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2
das medidas dessa figura por meio apenas da medida do raio
a = r√2 da circunferência.
2
Dizemos que um polígono está inscrito em
Exemplo:
uma circunferência quando todos os seus vértices pertencem a
Calcule a medida do lado e do apótema de
um quadrado inscrito em uma circunferência de raio igual a 100 ela. Um triângulo equilátero é aquele que possui todos os
cm.
lados congruentes. Como consequência disso, todos
Solução: Para obter essas medidas, basta substituir o valor do
os ângulos dele também são congruentes e medem 60°.
raio nas fórmulas do apótema e do lado
do quadrado inscrito na circunferência:
A partir dessas informações, observe as relações métricas

l = r√2 no triângulo equilátero inscrito.

l = 100√2 Um triângulo inscrito define três ângulos centrais de 120°

Para perceber isso, veja que o triângulo equilátero divide


a = r√2
2
a circunferência em três partes iguais, como mostra a figura a

a = 100√2 seguir:
2

a = 50√2

Sendo assim, cada ângulo interno é a terça parte da

circunferência completa:

1·360 = 120

3
É possível encontrar algumas medidas do quadrado cujos
vértices são pontos de uma circunferência
Lado do triângulo inscrito é obtido pela expressão:

l = r√3

Relações Métricas no Triângulo Equilátero Nessa expressão, l é a medida do lado do triângulo e r é a


Inscrito
medida do raio da circunferência na qual essa figura

está inscrita.
As relações métricas no triângulo equilátero inscrito são formas
de encontrar medidas dessa figura usando o raio da
circunferência.

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Essa expressão é obtida a partir do próprio triângulo, no qual sen60° = l/2

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podem ser demarcados o raio do círculo e o apótema, como r
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feito na imagem a seguir: √3 = l

2 2r

√3 = l

r√3 = l

l = r√3

Apótema do triângulo equilátero inscrito é dado pela

expressão:

a= r

Essa expressão é obtida a partir do cálculo do cosseno de 60°


O apótema é um segmento de reta que parte do centro de um
no triângulo POC da relação métrica anterior. Calculando
polígono e vai até o ponto médio de um de seus lados. Como
cosseno de 60°, temos:
esse triângulo é equilátero, o apótema também é bissetriz e
cos60° = a
altura do ângulo central AÔC.
r
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1= a
Já sabemos, então, que, no triângulo construído, temos um
2 r
ângulo reto e um ângulo de 60°, como destacado na figura.
r=a
Além disso, também sabemos que o apótema divide o lado AC
2
ao meio. Assim, o segmento PC da figura mede l/2.
Exemplo:
Depois desse procedimento, que também será usado na
Calcule os comprimentos do apótema e do lado de
próxima relação métrica, observe apenas o triângulo POC, em
um triângulo equilátero inscrito em uma circunferência de raio
destaque na imagem abaixo:
20 cm.

Solução: Para calcular essas medidas, basta usar as fórmulas

dadas para descobrir o apótema e o lado

do triângulo equilátero, substituindo nelas a medida do raio

da circunferência.

Apótema:

a= r

Se calcularmos o seno de 60° nesse triângulo, temos: a = 20

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a = 10 cm

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Lado:

l = r√3

l = 20√3

l = 20·1,73

l = 34,6 cm
As relações métricas no hexágono regular inscrito são
fórmulas que podem ser usadas para encontrar a medida de seu
lado e a medida de seu apótema a partir apenas do raio
da circunferência na qual ele está inscrito. Essas fórmulas são:
l=r

Em que o raio da circunferência é igual ao lado do hexágono e:


a = r√3
2
Nessa fórmula, a é o apótema e r é o raio da circunferência.

Construções e elementos no hexágono inscrito


Antes de discutir essas fórmulas, convém realizar algumas
construções no hexágono a fim de que suas demonstrações
tornem-se mais diretas.
1º – Escolha dois vértices consecutivos do hexágono e construa
As relações métricas permitem obter medidas de um triângulo os raios da circunferência que se ligam a eles. Observe na
equilátero inscrito em uma circunferência imagem a seguir que esses raios são os segmentos OA e OB, os
quais, unidos ao segmento AB, formam um triângulo:

Relações Métricas no Hexágono Regular


Inscrito

As relações métricas no hexágono regular inscrito são fórmulas


usadas para calcular lado e apótema a partir da medida do raio
de uma circunferência.
Dizemos que um polígono está inscrito quando existe
uma circunferência que contém todos os seus vértices. Além
disso, um polígono é regular quando ele possui todos os lados
com a mesma medida e seus ângulos internos são congruentes.
Portanto, um hexágono regular inscrito é um polígono que
possui seis lados com a mesma medida e seis ângulos internos
congruentes e cujos vértices são todos pontos pertencentes a 2º – Trace o apótema do hexágono, que, na imagem acima, é o

uma circunferência. Veja na figura abaixo um hexágono regular segmento AP. O apótema é um segmento de reta que liga o
inscrito:
centro de um polígono a um de seus lados, formando com ele

um ângulo reto.

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3º – Como o polígono é regular, o apótema também é mediana √3 = a

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do lado AB e bissetriz do ângulo AÔB. 2 r
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4º – Observe que o ângulo AÔB mede 60°. Isso acontece porque r√3 = a

o polígono é regular, então, cada um de seus seis ângulos 2

centrais é igual a 360°/6 = 60°. a = r√3

2
5º – Como os lados AO e BO do triângulo ABO são raios
Exemplo: Calcule a medida do lado e do apótema de
da circunferência na qual o hexágono está inscrito, então,
um hexágono regular inscrito em uma circunferência de raio
eles são congruentes. Isso significa que esse triângulo é
10 cm.
isósceles e que os ângulos da base são iguais. Pela soma dos
Lado: como l = r, teremos que l = 10 cm.
ângulos internos do triângulo, concluímos que cada ângulo

interno de ABO mede 60°. Portanto, ele é um triângulo Apótema: Usando a fórmula encontrada, teremos:

equilátero.
a = r√3
Dadas essas propriedades, colocaremos todas as medidas
2
encontradas no triângulo ABO. Observe que, se o lado
a = 10√3
do hexágono mede l, então, o segmento PB = l/2.
2

a = 5√3 cm.

Demostração das relações métricas

Primeiramente, sabendo que o triângulo ABP é equilátero, o lado

l do hexágono tem a mesma medida que o raio

da circunferência. Assim:
As relações métricas podem ser usadas para calcular medidas
l=r
do hexágono regular inscrito em uma circunferência

Além disso, considere o triângulo OPB da imagem anterior e

calcule o cosseno de 30°:

Cos30° = a

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QUESTÕES DE CONCURSOS 7) Resolva a seguinte equação modular |3x-8 | = 13.

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a) – 3 ou 2/3
1) Encontre a solução da equação modular: |x – 3| = 5 b) – 5/3 ou 7
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c) – 2/3 ou 8
d) 2 ou 5/2
a) 0 ou 6
e) 2/3 ou 6
b) – 1 ou 8
c) 2 ou 6
d) – 2 ou 8
e) 2 ou 8

2) Resolvendo a equação modular |2x + 3| = 5, temos como


solução: 8) Encontre o conjunto solução da equação | 3x+2 | = x+1

a) – 4 ou - 1 a) – 3/4 ou – 1/2
b) – 3 ou – 2 b) – 5/3 ou 2/3
c) – 2 ou 0 c) – 1/3 ou 3/2
d) 0 ou 3 d) 2 ou 3/2
e) 2 ou 4 e) 1/3 ou 4

3) Resolva a equação modular |x + 3| = |2x – 1|.


a) – 4 ou 2/3
b) - 2/3 ou 4
c) – 2 ou 3/4
d) 0 ou 3/2
e) 4 ou 8
9) Resolva a equação | 3x+1 | = | x-3 |.

a) – 1/4 ou 1/2
b) – 2 ou 1/2
c) – 2/3 ou 3/2
4) (UFJF) O número de soluções negativas da equação modular d) 2 ou 5/2
|5x – 6| = x² é: e) 2/3 ou 2

a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
10) As raízes reais da equação |xl 2 + |x| - 6 = 0 são tais que:

a) a soma delas é – 1.
b) o produto delas é – 6.
c) ambas são positivas.
5) (PUC SP) O conjunto solução S da equação |2x – 1| = x – 1 é: d) o produto delas é – 4.
e) n.d.a.
a) S = {0, 2/3}
b) S = {0, 1/3}
c) S = Ø
d) S = {0, -1}
e) S = {0, 4/3}
11) (UCSal) O maior valor assumido pela função y = 2 - ½ x - 2½
é:

a) 1
6) Resolva a seguinte equação modular | x+3 | = 7. b) 2
c) 3
a) – 6 ou 4 d) 4
b) – 8 ou 6 e) 5
c) – 10 ou 4
d) 4 ou 8
e) 6 ou 10

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14) A área da figura abaixo é:


12) O gráfico abaixo mostra a produção de copos descartáveis
de uma fábrica, no período de 1995 a 2001.

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a) 24 cm²
b) 30 cm²
c) 33 cm²
d) 36 cm²
e) 48 cm²

É correto afirmar que:


15) A área de uma sala com a forma da figura a seguir é de:
a) a menor produção da fábrica ocorreu em 1998.
b) de 1997 a 1998 a produção de copos diminuiu.
c) a produção de copos em 2000 foi aproximadamente o dobro
da produção de 1998.
d) em 2001 a produção de copos não sofreu alteração em relação
ao ano anterior.
e) a produção de 2001 apresentou um aumento de 200 milhões
de copos em relação à produção de 1995.

13) “Brasileiros investiram US$ 93 bi no exterior, grande parte em


países com baixa tributação.”
(O Globo 04/11/2005)
O gráfico abaixo mostra os recursos que vão para fora do país:
a) 30 m²
b) 26,5 m²
c) 28 m²
d) 24,5 m²
e) 22,5 m²

16) De uma chapa quadrada de papelão recortam-se 4 discos,


conforme indicado na figura. Se a medida do diâmetro dos
círculos é 10 cm, qual a área (em cm²) não aproveitada da chapa?

Assinale a alternativa correta.

a) A diferença entre o capital brasileiro investido no exterior em


2001 e 2003 foi de US$ 140,94 bilhões.
b) Em 2002 o total de capital brasileiro investido no exterior foi de
US$ 72 325 000.
c) O investimento de capital brasileiro no exterior em 2004 foi
inferior 32% em relação a 2001.
d) O total de capital brasileiro investido no exterior em 2004 foi de a) 40 - 20 π
noventa e três bilhões e duzentos e quarenta e três mil dólares. b) 400 - 20 π
e) Em 2004 houve um investimento de vinte bilhões e novecentos c) 100 - 100 π
e dezoito milhões de dólares a mais que em 2002. d) 20 - 20 π
e) 400 - 100 π

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17) A figura adiante mostra a planta baixa da sala de estar de um 20) As varandas de dois apartamentos A e B, representados
apartamento. Sabe-se que duas paredes contíguas quaisquer pelas plantas abaixo, têm áreas equivalentes.
incidem uma na outra perpendicularmente e que AB = 2,5 m, BC

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= 1,2 m, EF = 4,0 m, FG = 0,8 m, HG = 3,5 m e AH = 6,0 m
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Qual a área dessa sala em metros quadrados?

a) 37,2
b) 38,2
c) 40,2 A varanda do apartamento A é quadrada e tem 11,6m de
d) 41,2 perímetro. A área da varanda do apartamento B é igual a:
e) 42,2
a) 11,6m²
b) 8,41m²
18) Na figura abaixo têm-se 4 semicírculos, dois a dois tangentes c) 7,84m²
entre si e inscritos em um retângulo d) 5,8m²
e) 4,205m²

21) As medidas da área de três superfícies distintas (X, Y e Z)


foram determinadas usando-se unidades de medida diferentes
para cada superfície, como indica a tabela abaixo:

Se o raio de cada semicírculo é 4cm, a área da região


sombreada, em centímetros quadrados, é: (Use: π=3,1).

a) 24,8
b) 25,4
c) 26,2
d) 28,8
e) 32,4

19) A figura a seguir é formada por 3 quadrados iguais.

O resultado de cada medição foi o seguinte:


• Área da superfície X: 36 unidades
• Área da superfície Y: 14 unidades
• Área da superfície Z: 18 unidades

Quais destas superfícies têm áreas iguais?

a) X, Y e Z.
b) Apenas X e Y.
Podemos afirmar que a área da região mais escura é, c) Apenas X e Z.
aproximadamente: d) Apenas Y e Z.
a) 5,52 cm² e) As três superfícies têm áreas diferentes.
b) 22,32 cm²
c) 89,30 cm²
d) 52,46 cm²
e) 198,81 cm²

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22) Analise a figura a seguir: 24) (CESGRANRIO) Márcia gostaria de dois vasos de madeira
idênticos para decorar a entrada da sua casa. Por só conseguir
comprar um do que mais gostou, ela decidiu contratar um

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marceneiro para construir outro vaso com as mesmas
dimensões. O vaso deve ter as quatro faces laterais em forma de
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trapézio isósceles e a base é um quadrado.

Sabendo que EP é o raio da semicircunferência de centro em E,


como mostra a figura acima, determine o valor da área mais
escura e assinale a opção correta. Dado: número π=3

a) 10 cm2
b) 12 cm2
c) 18 cm2
d) 10 cm2
Sem levar em consideração a espessura da madeira, quantos
e) 24 cm²
metros quadrados de madeira serão necessários para reproduzir
a peça?
23) (Enem - 2015) O esquema I mostra a configuração de uma
quadra de basquete. Os trapézios em cinza, chamados de
a) 0,2131 m2
garrafões, correspondem a áreas restritivas.
b) 0,1311 m2
c) 0,2113 m²
d) 0,3121 m²
e) 0,4042 m²

25) (SAP SP 2013) Ricardo esteve em um lançamento imobiliário


onde a maquete, referente aos terrenos, obedecia a uma escala
de 1:500. Ricardo se interessou por um terreno de esquina,
conforme mostra a figura da maquete.

Visando atender as orientações do Comitê Central da Federação


Internacional de Basquete (Fiba) em 2010, que unificou as
marcações das diferentes ligas, foi prevista uma modificação nos
garrafões das quadras, que passariam a ser retângulos, como
mostra o Esquema II.

A área, em metros quadrados, desse terreno é de

a) 300.
b) 755.
c) 120.
Após executadas as modificações previstas, houve uma d) 525.
alteração na área ocupada por cada garrafão, que corresponde a e) 600
um(a)
a) aumento de 5 800 cm2.
b) aumento de 75 400 cm2.
c) aumento de 214 600 cm2.
d) diminuição de 63 800 cm2.
e) diminuição de 272 600 cm2.

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26) Dada a figura a


seguir e sabendo-se que os dois 29) O ponto O é o centro de uma circunferência de raio r,
conforme a figura. Se r = 4 cm, calcule a área da região
quadrados possuem lados iguais a 4cm, sendo O o sombreada.

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centro de um deles, quanto vale a área da parte
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preenchida?

a) 100 a) 4(π – 2) cm²


b) 4(π – 3) cm²
b) 20 c) 4(2π – 2) cm²
c) 5 d) 2(π – 3) cm²
e) 2(π – 2) cm²
d) 10
e) 14

30) (EsSA - 2011) O valor de k real, para que o sistema

27) Na figura seguinte, estão representados um quadrado de


lado 4, uma de suas diagonais e uma semicircunferência de raio
2. Então a área da região hachurada é: seja possível e determinado, é:

a) k ≠ - 1/2
b) k ≠ 1/2
c) k ≠ - 1/6
d) k ≠ - 3/2
e) k ≠ - 7/2

31) (EsSA – 2015) Sabendo-se que uma matriz quadrada é


a) (π/2) + 2 invertível se, e somente se, seu determinante é não-nulo e que,
se A e B são duas matrizes quadradas de mesma ordem, então
b) π+ 2 det (A.B) = (det A).(det B), pode-se concluir que, sob essas
c) π+ 3 condições:
d) π+ 4 a) se A é invertível, então A.B é invertível.
e) 2π+ 1 b) se B não é invertível, então A é invertível.
c) se A.B é invertível, então A é invertível e B não é invertível.
d) se A.B não é invertível, então A ou B não é invertível.
e) se A.B é invertível, então B é invertível e A não é invertível.

28) Na figura abaixo têm-se 4 semicírculos, dois a dois tangentes


entre si e inscritos em um retângulo

32) (EsSA – 2018) Dadas as matrizes .


Considerando que a equação matricial A.X = B tem solução
única, podemos afirmar que:

a) k ≠ 2
b) k ≠ 3
Se o raio de cada semicírculo é 4cm, a área da região c)
sombreada, em centímetros quadrados, é d) k ≠ 5
(Use: π=3,1). e) k ≠ 6

a) 24,8
b) 25,4
c) 26,2
d) 28,8
e) 32,4

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33) (EsSA – 2019) Seja A uma matriz de ordem 3 tal que Det (A)
= 4. Então Det (2A) vale:
37) (Mackenzie) Com relação ao sistema ,k

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a) 34 ∈ R, considere as afirmações:
b) 32
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c) 30 I. É indeterminado para um único valor de k.


d) 26 II. Sempre admite solução, qualquer que seja k.
e) 22 III. Tem solução única, para um único valor de k.

Das afirmações acima:

a) somente I está correta.


b) somente I e II estão corretas.
c) somente II e III estão corretas.
34) ( EsSA – 2019) Considere as matrizes e d) nenhuma está correta.
e) todas estão corretas.
O valor de det (X.Y) é:

a) 0
b) 1 38) (U. Potiguar-RN) A equação
c) 2
d) 3
e) 4

= 0 tem raízes reais. Logo a soma das raízes é igual a:

a) 1
35) Sejam as matrizes: A = B = e A x B b) 6
c) 2
d) –3
= . O valor da soma x + y + z é: e) 4
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5 39) (UEMS) Considere o seguinte sistema linear:

36) (UFRS) O sistema de equações


Assinale a alternativa correta:

a) o sistema é indeterminado;
b) x – y = – 1;
c) o sistema é impossível;
d) x + y = 3;
e) 2x + y = 0.
tem solução se e só se o valor de a é:

a) 6
b) 5 40) (Unifor-CE) Sejam as matrizes
c) 4
d) 2
e) zero

Se A.B = C, então é verdade que:

a) x = y
b) z = 2y
c) x + y = –1
d) y + z = 0
e) x . y = –1

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41) (UFMS) O sistema obtido da equação matricial 45) (EsSA – 2014) Para que o polinômio do segundo grau A(x) =
3x² - bx + c, com c > 0 seja o quadrado do polinômio B(x) = mx
+ n, é necessário que:

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a) b² = 4c
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b) b² = 12c
é: c) b² = 12
d) b² = 36c
a) Possível e indeterminado. e) b² = 36
b) Impossível.
c) Possível e determinado com solução (2, 1, –1).
d) Possível e determinado com solução (1, 1, 2).
e) Possível e determinado com solução (– 1, 1, 2).

46) (EsSA – 2015) Sendo o polinômio P(x) = x³ + 3x² + ax + b um


cubo perfeito, então a diferença a – b vale:

a) 3
b) 2
c) 1
d) 0
42) Se A = (aij) é matriz quadrada de ordem 3 tal que aij = i – j e) – 1
então podemos afirmar que o seu determinante é igual a:

a) 0
b) 1 47) (EsSA – 2015) Uma equação polinomial do 3º grau que
c) 2 admite as raízes – 1, - 1/2 e 2 é:
d) 3
e) -4 a) x³ - 2x² - 5x - 2 = 0
b) 2x³ - x² - 5x + 2 = 0
c) 2x³ - x² + 5x - 2 = 0
d) 2x³ - x² - 2x - 2 = 0
e) 2x³ - x² - 5x - 2 = 0

43) Calcule o determinante da matriz:

48) (EsSA – 2016) O grau do polinômio (4x – 1).(x² – x – 3).(x +


1) é:

a) 6
b) 5
c) 3
d) 4
a) 10 e) 2
b) 12
c) 13
d) 15
e) 20 49) (EsSA – 2016) O conjunto solução da equação x³ – 2x² – 5x
+ 6 = 0 é:

a) {- 3; - 1; 2}
b) {- 0,5; - 3; 4}
c) {- 3; 1; 2}
d) {- 2; 1; 3}
e) {0,5; 3; 4}
44) (EsSA – 2011) Sabe-se que 1, a e b são raízes do polinômio
p(x) = x³ – 11x² + 26x – 16, e que a > b. Nessas condições, o
valor de é:

a) 49/3 50) (EsSA – 2019) Identifique a alternativa que apresenta o


b) 193/3 produto das raízes da equação 5.x³ - 4.x² + 7.x – 10 = 0.
c) 67
d) 64 a) 2
e) 19 b) 1
c) 0
d) – 1
e) – 2

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51) (EsSA – 2019) Qual a soma dos coeficientes dos termos do 57) (Unirio) Numa cidade do interior, à noite, surgiu um objeto
voador não identificado, em forma de disco, que estacionou a 50
desenvolvimento de ? m do solo, aproximadamente. Um helicóptero do exército, situado

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a aproximadamente 30 m acima do objeto, iluminou-o com um
a) 68 holofote, conforme mostra a figura anterior. Sendo assim, pode-
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b) 64 se afirmar que o raio do disco mede, em m, aproximadamente:


c) 60
d) 56
e) 50

52) (EsSA -2020) Dado o polinômio


Analise as informações a
seguir:

I. O grau de p(x) é 5.
II. O coeficiente de x³ é zero.
III. O valor numérico de p(x) para x = - 1 é 9.
IV. Um polinômio q(x) é igual a p(x) se, e somente se, possui
mesmo grau de p(x) e os coeficientes são iguais. É correto o que
se afirma em:

a) I apenas
b) I e II apenas
c) I, II e III apenas
d) II, III e IV apenas a) 3,0
e) I, III e IV apenas b) 3,5
c) 4,0
d) 4,5
e) 5,0
53) (EsSA – 2019) O valor que deve ser somado ao polinômio 2x³
+ 3x² + 8x + 15 para que ele admita 2i como raiz, sendo i a
unidade imaginária é:

a) – 3
b) – 2
c) 0 58) (Cefet 2015) A ilustração a seguir representa uma mesa de
d) 1 sinuca retangular, de largura e comprimento iguais a 1,5 e 2,0 m,
e) 2 respectivamente. Um jogador deve lançar a bola branca do ponto
B e acertar a preta no ponto P, sem acertar em nenhuma outra,
antes. Como a amarela está no ponto A, esse jogador lançará a
bola branca até o ponto L, de modo que a mesma possa rebater
54) Sabendo que 12 é raiz de p(x) = x² – mx + 6, determine o e colidir com a preta.
valor de m.

a) 6
b) 2
c) 1
d) 7/4
e) 25/2

55) Fornecido o polinômio p(x) = 2x³ – 6x² + mx + n, se p(2) = 0 e


p(–1) = –6, determine os valores de m e n.

a) m = 1 e n = 2
b) m = 2 e n = 4
c) m = 3 e n = 4
Se o ângulo da trajetória de incidência da bola na lateral da mesa
d) m = 4 e n = 5
e o ângulo de rebatimento são iguais, como mostra a figura, então
e) m = 4 e n = 6
a distância de P a Q, em cm, é aproximadamente

a) 67
b) 70
56) (Aeronáutica) Seja a equação polinomial x³ + bx² + cx + 18 =
c) 74
0. Se –2 e 3 são suas raízes, sendo que a raiz 3 tem
d) 81
multiplicidade 2, o valor de “b” é
e) 90
a) 8
b) 6
c) -3
d) -4
e) 0

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59) (Enem 2013) O dono de um sítio pretende colocar uma haste 61) (Puccamp) Os triângulos ABC e AED, representados na
de sustentação para melhor firmar dois postes de comprimentos figura a seguir, são semelhantes, sendo o ângulo ADE
iguais a 6 m e 4 m. A figura representa a situação real na qual os congruente ao ângulo ACB

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postes são descritos pelos segmentos AC e BD e a haste é
representada pelo segmento EF, todos perpendiculares ao solo,
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que é indicado pelo segmento de reta AB. Os segmentos AD e


BC representam cabos de aço que serão instalados.

Se BC = 16 cm, AC = 20 cm, AD = 10 cm e AE = 10,4 cm, o


perímetro do quadrilátero BCED, em centímetros, é

a) 32,6
b) 36,4
Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF? c) 40,8
d) 42,6
a) 1 m e) 44,4
b) 2 m
c) 2,4 m
d) 3 m
e) 26 m 62) (Mack) No triângulo retângulo em A da figura a seguir, h
pode ser:

60) (Epcar – 2016) Um terreno com formato de um triângulo


retângulo será dividido em dois lotes por uma cerca feita na
mediatriz da hipotenusa, conforme mostra figura.

a) 2a/3.
b) 3a/4.
c) 4a/5.
d) 3a/5.
e) 2a/5.

63) (UFPE) Na figura abaixo, ABD e BCD são triângulos


retângulos isósceles. Se AD = 4, qual é o comprimento de DC?

Sabe-se que os lados AB e BC desse terreno medem,


respectivamente, 80 m e 100 m. Assim, a razão entre o perímetro
do lote I e o perímetro do lote II, nessa ordem, é

a) 4√2
b) 6
c) 7
d) 8
e) N.R.A e) 10

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64) (Enem) 66) Observe os trapézios a seguir e determine o valor de x.

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a) 8
b) 7
c) 6
d) 5
e) 4
Na figura acima, que representa o projeto de uma escada com 5
degraus de mesma altura, o comprimento total do corrimão é
igual a

a) 1,8 m.
b) 1,9 m. 67) Na figura, as medidas estão em centímetros. Determine x.
c) 2,0 m.
d) 2,1 m.
e) 2,2 m.

65) (USP) Para construir a pipa representada na figura ao lado


pelo quadrilátero ABCD, foram utilizadas duas varetas, linha e
papel.

a) 5 cm
b) 6 cm
c) 7 cm
d) 8 cm
e) 9 cm

68) Qual o valor de y na figura? As medidas indicadas estão em


centímetros.

As varetas estão representadas pelos segmentos AC e BD. A


linha utilizada liga as extremidades A, B, C e D das varetas, e o
papel reveste a área total da pipa.

Os segmentos AC e BD são perpendiculares em E, e os ângulos


ABC e ADC são retos. Se os segmentos AE e EC medem,
respectivamente, 18 cm e 32 cm, determine o comprimento total
da linha, representada por AB + BC + CD + DA
a) 2,5 cm
a) 80 cm
b) 3,0 cm
b) 100 cm
c) 3,5 cm
c) 120 cm
d) 4,0 cm
d) 140 cm
e) 5,0 cm

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69) O valor de x na figura é:


72) Num círculo, a corda CD é perpendicular ao diâmetro
AB no ponto E. Se AE × EB = 3 , a medida de CD é:

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C
a) 3

b) 3 x
c) 2 3 A E B
d) 3 3 x
a) 3/5
D
e) 4
b) 20/3
c) 4
d) 1
e) 5

73) Duas cordas cortam-se no interior de um círculo. Os


segmentos da primeira são expressos por 3 x e x + 1 e os
70) Qual o valor de x na figura? da Segunda por x e 4 x − 1 . O comprimento da maior corda,
qualquer que seja a unidade, é expresso pelo número:

a) 17
b) 19
c) 21
d) 30
e) 32

a) 6
b) 8
c) 10 74) O Valor de x na figura é:
d) 12
e) 14
a) 3 6
b) 4,8 4
c) 7,5
1
d) 3 5 x
71) O valor de x na figura é: 3
e) 5
a) 1
b) 4
3
c) x 3
5
20
d) 2 10 75) Na figura, AB = 7m, AD = 6m e DE = 4m . Então, BC é igual
3
a:
e) 5
a) 3m E
b) 5m D
c) 11 m
A
d) 12 m
e) n. d. a B
C

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80) Dois fios, de comprimentos 1,5 m e 1,3 m, estão


76) Na figura seguinte, são dados: PC = 4cm e AB = 6cm perfeitamente esticados e presos no topo de uma haste,
. A medida do segmento PB, em cm é: perpendicular ao solo, conforme mostra a figura.

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a) 2 A
b) 3
c) 1,5 B
d) 2,5 P
e) 3,5

C
Sabendo que a espessura da haste é 5 cm, então a distância, em
metros, entre os pontos B e C é

a) 1,65
b) 1,60
77) (FATEC-SP) Se os catetos de um triângulo retângulo T, c) 1,55
medem, respectivamente, 12 cm e 5 cm, então a altura de T d) 1,50
e) 1,45
relativa à hipotenusa é:

81) Calcular x:
a) 12/5 m
b) 5/13 m D
c) 12/13 m
d) 25/13 m
e) 60/13 m 6

A 4 E
C x
3
78) Sabe-se que a altura de um triângulo retângulo mede 48 cm
e a medida de um dos catetos é igual a 60 cm. A projeção B
desse cateto sobre a hipotenusa é:

a) 33 a) 9
b) 34 b) 8
c) 35 c) 7
d) 36 d) 6
e) 37 e) 5

82) Calcule o valor de x:

79) (Cesgranrio-RJ) Num triângulo retângulo em A, a altura


relativa à hipotenusa mede 12, e o menor dos segmentos que ela
determina sobre a hipotenusa, 9. O menor lado do triângulo 6 x
mede:
x

8
a) 24/7
b) 13/5
a) 12,5 c) 7/4
b) 13 d) 5
c) 15 e) 4
d) 16
e) 16,5

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83) Na figura abaixo a medida de x vale: 86) Determine as medidas do lado e do apótema do polígono
A regular abaixo:

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a) 11,25 10
b) 11,75
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c) 12,25 15
d) 12,75 15
e) n.r.a x O•
8 cm
B C
20
a) L = 6 e Ap = 3 3
84) Na figura abaixo, o raio r da circunferência mede 8cm. Se os b) L = 6 e Ap = 5 3
arcos AB, BC e BD representam semicircunferências, então o
valor da área em negrito, em cm², é: c) L = 8 e Ap = 2 3
d) L = 8 e Ap = 3 3
e) L = 8 e Ap = 4 3

87) Determine as medidas do lado e do apótema do polígono


regular abaixo:

O•
a) 64π
b) 32π
c) 24π 4
d) 16π
e) 8π

a) L =12 e Ap = 2 3
85) Determine a medida do lado do polígono regular abaixo: b) L =10 e Ap = 2 3
c) L =8 e Ap = 2 3
d) L =12 e Ap = 3 3
e) L =10 e Ap = 3 3
1,5

O 88) Semicircunferências são traçados sobre os lados de um
quadrado cujo lado mede 10 cm. Calcular a área das quatro
pétalas pintadas na figura ao lado.

a) 2
b) 2 2
c) 3 2
d) 1,5 2
e) 2,5 2
...
a) (20π−80) cm²
b) (30π−90) cm²
c) (50π−100) cm²
d) (60π−100) cm²
e) (60π−120) cm²

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GABARITO:

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1 D 2 A 3 B 4 E 5 A
6 C 7 B 8 A 9 B 10 D
11 B 12 C 13 E 14 B 15 B
16 E 17 E 18 D 19 D 20 B
21 C 22 B 23 A 24 D 25 D
26 E 27 B 28 D 29 A 30 D
31 D 32 C 33 B 34 A 35 C
36 B 37 D 38 A 39 E 40 E
41 E 42 A 43 D 44 C 45 B
46 B 47 E 48 D 49 D 50 A
51 B 52 C 53 A 54 E 55 B
56 D 57 A 58 A 59 C 60 D
61 E 62 E 63 D 64 D 65 D
66 B 67 B 68 D 69 A 70 C
71 C 72 C 73 B 74 A 75 E
76 A 77 E 78 D 79 C 80 E
81 B 82 A 83 A 84 C 85 D
86 E 87 A 88 C

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O
G
R
E

A
F
I

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1. REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS EM GEOGRAFIA

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Argumentos para a revisão conceitual: a abordagem é elementar, isto porque refere-se a conceitos do atual
ensino fundamental e muitos alunos não se lembram ou ainda têm dúvidas. É necessária muita atenção na
leitura dos textos e, principalmente, nas questões durante as provas. Pois, o eixo da questão pode estar na
localização do fenômeno contextualizado.
Estes conceitos não serão comentados individualmente ao longo das aulas, salvo quando manifestado pelo(s)
aluno(s). Logo, não deve(m) deixar passar quaisquer dúvidas durante as aulas. Isto porque a(s) mesma(s)
pode(m) se transformar em dívida(s) na hora da prova!!!!!
Qual será a reação do candidato???

1.1 - Regionalização dos continentes: EUROPA

Mesmo tendo a segunda menor extensão territorial do mundo, o continente europeu possui grandes
diversidades espaciais ao longo da sua área. Formada por muitos países de espaços territoriais pequenos e
médios, com exceção da Rússia (maior país do mundo), a Europa é palco de várias regionalizações
caracterizadas pelas diferenças físicas e socioeconômicas. Com uma grande história sobre as sociedades
geradas neste continente, analisar cada nação europeia requer sempre um trabalho complexo, pois
necessitamos conhecer o seu passado para compreender suas questões atuais. Dessa forma, divide-se a Europa
em seis regiões: Europa Nórdica, Europa Central, Península Ibérica, Leste Europeu, Península dos Bálcãs e
Países Bálticos.

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Europa Nórdica - Situada no extremo norte da Europa, os países Nórdicos são caracterizados por serem de
alto padrão de vida social e economias estáveis. Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia fazem parte

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desta região, demonstrando que problemas sociais não são temas desses países. Com índices de renda per
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capta entre US$ 19.000 (o valor mais baixo) até US$ 28.000, essas nações estão a anos-luz da realidade
mundial. Particularmente, a Noruega que, segundo o IDH (ONU) tem sido classificado entre os cinco maiores
nos últimos 15 anos. O padrão de vida nórdico chega a diferenciar-se do padrão europeu. Com pouca
população e muito dinheiro circulando em seus territórios, esses países distribuem muito bem suas riquezas.
No campo físico, a região é muito conhecida pelos fiordes noruegueses que estão na península Escandinava
(Noruega e Suécia), enquanto a ilha da Islândia, que se situa bem afastada da massa continental europeia,
possui grandes processos vulcânicos por estar numa falha tectônica. Outro fato interessante da Europa
Nórdica, é o acontecimento do “sol da meia-noite” (no verão) e da aurora boreal (no inverno). Isto é possível
em virtude de a região estar localizada na proximidade do Polo Norte (países setentrionais).
Europa Central - Conhecida também como centro geoeconômico da Europa, por agrupar os países mais ricos
e influentes em questões mundiais, essa região é na verdade o coração europeu em todos os sentidos. Esta área
é formada por doze nações que são difundidas em todo o mundo como governantes da União Europeia (UE),
pois nesta região está localizada a sede da UE em Bruxelas, capital da Bélgica. Países como: Alemanha, Reino
Unido, França e Itália, são grandes potências econômicas e participam como membros do G-7, e Áustria,
Bélgica, Irlanda (Eire), Holanda, Luxemburgo, Liechtenstein, Suíça, Mônaco, San Marino e Vaticano dão
suporte econômico para a União Europeia. Os países dessa região possuem economias estáveis e bons níveis
de vida. O território da Europa Central é caracterizado por diferentes formas de relevo, podemos encontrar
desde extensas planícies (como na região dos Países Baixos – Holanda) até grandes montanhas, onde está
localizado o Mont Blanc (Monte Branco) com 4.810 metros de altitude (ponto mais alto da Europa), situado
na região dos Alpes, entre a França e a Itália.
Península Ibérica - São três nações que compõem esta região: Andorra, Espanha e Portugal. Mas nem por
isso deixa de ter significativa importância para a Europa. Esses países (Espanha e Portugal) foram grandes
potências na época da colonização das Américas, sendo que atualmente suas influências estão mais
relacionadas com o continente europeu. Participam da União Europeia desde a sua criação e são grandes
produtores agrícolas na Europa por terem suas terras em latitude mais baixa, o que condiciona um clima mais
quente do que outros países do continente. São grandes os atrativos turísticos da região, tanto suas famosas
praias mediterrâneas, como pelas questões históricas. O relevo da região é muito peculiar, pois se tem áreas
de montanhas (Serra Nevada) e extensas planícies e planaltos. O nome Ibérica provém da península em que
se localizam essas nações.
Leste Europeu - Com a maior extensão territorial das divisões regionais da Europa, o Leste Europeu é
composto por países originados com o fim da Guerra Fria e com nações que faziam parte do bloco socialista
da Europa. Em consequência deste fato, a inserção na EU dependeu de muitos investimentos dos vizinhos
ocidentais e rigorosos ajustes na economia, que geraram crises, principalmente na década atual. Alguns deles
também se uniram para reunir forças e formaram a CEI (ex-URSS). Esta região é “liderada” pela Rússia, mas
possui outras nações importantes e conhecidas: Polônia, Romênia, Hungria, República Tcheca, Ucrânia,
Eslováquia, Moldávia, Belarus, Geórgia, Armênia e Azerbaidjão. No que se refere ao relevo local podemos
citar os montes Urais, que fazem a divisão da Europa com a Ásia, e extensas planícies que são áreas agrícolas
de suma importância para estes países.
Península dos Balcãs ou Balcânica - Conhecida nos últimos anos como palco da Guerra da Iugoslávia, essa
região está mergulhada em diversos problemas de ordem sociais e econômicos, onde Iugoslávia, Croácia,
Bosnia-Herzegovina e Macedônia levarão anos para se reestruturar internamente. Porém, Grécia, Bulgária,
Eslovênia, Albânia e Turquia (parte europeia), antes da crise econômica e imigratória atual não se
encontravam em situação tão precária, vale destacar que a Grécia é um país-membro da União Europeia desde
a sua criação. Em consequência da guerra nos Balcãs, a região necessitou de ajuda financeira internacional
pois teve sérios problemas em sua infraestrutura. Por outro lado, observamos o turismo grego se destacando
no panorama mundial. Caracterizado por regiões montanhosas, os Balcãs possuem um relevo peculiar ao
longo de sua extensão, encontrando planícies somente no norte desta região.

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Países Bálticos - Tendo o menor território de todas as regiões da Europa, os Países Bálticos são formados por
três nações provindas do extinto mundo socialista: Estônia, Letônia e Lituânia. Vale lembrar que esta região

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possui este nome em razão do mar que banha essas três nações, o Mar Báltico. Estes países conseguiram sua
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independência com o fim da URSS e este fato se explica o atraso deles em relação aos vizinhos ocidentais. As
empresas de celulose e pesqueiras têm investido muito na modernização. Desde o fim da URSS se
manifestaram a favor da inserção na UE. As três nações se uniram de tal forma que é muito difícil relacionar
uma delas sem pensar na outra, isto pode ser explicado pela proximidade geográfica, cultural e religiosa que
elas possuem. A região é caracterizada por extensas planícies, mas também é composta por montanhas em seu
interior.

AMÉRICAS

ÁFRICA
Regionalização do continente africano - Quem tem alguma noção do processo histórico de ocupação e
partilha da África entre as potências europeias, bem como de sua descolonização, regionalizar o continente
africano não é uma tarefa nada fácil, tendo em vista a coexistência de fronteiras artificiais herdadas pela
partilha de seu território. As formas de regionalização mais usuais de dividir a África são baseadas na divisão
regional política e/ou na divisão regional étnica.
1. Divisão Regional Política - De acordo com a sua divisão político-administrativa e a localização dos países,
o continente africano se apresenta dividido em 5 regiões. Alguns autores consideram 6 regiões, pois
consideram a “África do oceano Índico” (ou África Indo-Oceânica) como uma região distinta, desarticulando-
a da “África Oriental”.
Outras divisões regionais políticas, no entanto, não conferem as mesmas áreas das regiões.
A divisão, aqui, apresentada foi extraída do material didático do curso sobre o Continente Africano oferecido
pelo CEDERJ. E, de acordo com este, politicamente, o continente apresenta-se dividido nas seguintes regiões:

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I. África Setentrional ou do

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Norte: distribuídos sob 2 sub-
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regiões: o Machrsch (leste) e o


Magreb (oeste);
II. África Ocidental;
III. África Central;
IV. África Oriental: disposta em
duas sub-regiões, a Norte-Oriental
(Chifre da África) e a Centro-
Oriental;
V. África Meridional ou Austral.

2. Divisão Regional Étnica - Esta


divisão se baseia na grande
diversidade étnico-cultural do
continente africano. E, em linhas
gerais, o continente é dividido em dois
grandes complexos regionais, a saber:
I. África Branca ou Setentrional
(Norte): constituída por 5 países e o
território de Saara Ocidental. Alguns
autores, no entanto, incluem
Mauritânia nesta região, que se
caracteriza pelo predomínio da
população branca, de influência árabe
e islâmica. Alguns autores
denominam-na com “África do Norte
ou Islâmica”.
Embora todos sejam subdesenvolvidos, mas comparados com os demais países africanos, apresentam
melhores indicadores sociais e econômicos.
O deserto do Saara representa um obstáculo natural da África Branca, se constituindo em uma área anecúmena,
ou seja, de baixa densidade demográfica.
Áreas de difícil acesso e fixação do homem.
II. África Negra ou Subsaariana: esta região é formada por 48 países, sendo predominantemente de população
negra.
Esta região é caracterizada por uma grande diversidade étnico-cultural (povos, línguas, religiões etc.),
correspondendo a área do continente africano marcada pelo subdesenvolvimento crônico, pelos conflitos
armados, epidemias, Aids, miséria, desnutrição, fome, entre outros problemas socioeconômicos.

ÁSIA - A Ásia está localizada a leste do meridiano de Greenwich, ou seja, no Oriente, o continente está
situado no hemisfério norte. De todos os continentes existentes, a Ásia é o maior, sua área é de 44 milhões de
quilômetros quadrados.
Os limites de fronteira que existem no continente asiático são: ao norte, Oceano Glacial Ártico; ao sul, Oceano
Índico; a leste, Oceano Pacífico; a oeste, Mar Vermelho, que o separa do continente africano, o Mar
Mediterrâneo e os Montes Urais que o separa da Europa.
Além de ser o maior continente do mundo, abriga cinco dos dez países mais populosos do planeta, são eles:
- China (1,402 bilhões habitantes), Índia (1,380 bilhão), Indonésia (234 milhões), Paquistão (180 milhões),
Bangladesh (162 milhões), Japão (127 milhões).
O produto da soma de todos os países citados representa, aproximadamente, 60% ou 4,1bilhões do total da
população do planeta.

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OCEANIA -

A Oceania tem 8.923.000 Km², dos quais 85% correspondem à Austrália. É um conjunto de ilhas
situadas no Oceano Pacífico. Dividido em três grupos de ilhas: Melanésia ou “ilhas negras”; de Micronésia,
as “pequenas ilhas”; e Polinésia, compreende o maior número de ilhas.
A Austrália e a Nova
Zelândia localizam-se na
Oceania ou Novíssimo
Continente, são países
desenvolvidos do
continente. Os demais são
economicamente
dependentes. São os únicos
países do chamado Norte
industrializado ou mundo
desenvolvido que se situam
ao sul do Equador.
A Nova Zelândia é um
arquipélago constituído por
duas ilhas principais e outras menores, localizadas ao sul da Oceania.
Alguns de seus países procuram desenvolver o turismo ou atrair investimentos estrangeiros com isenção
de impostos e garantia de anonimato, o que os caracteriza como "paraísos fiscais".
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1.2 - Há outras formas de regionalização que todos conhecem –

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1.3 -Conteúdo político-ideológicos dos mapas: projeções de Mercator e Peters

A primeira vista você pode estranhar o mapa-múndi apresentado, que pode dar a impressão de estar
“invertido” e “distorcido”. Isso acontece porque estamos acostumados a observar os mapas “normais”

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centrados na Europa, com o hemisfério norte acima do sul, e, em geral, com as terras do hemisfério norte
desproporcionalmente maiores. Como o nosso planeta é esférico, podemos representá-lo tendo qualquer ponto

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como centro. A opção entre diferentes representações cartográficas não é simplesmente técnica, mas, também,
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política ou geopolítica. Na verdade, qualquer mapa contém uma visão de mundo e um conteúdo político-
ideológico.

Projeções de Mercator e Peters: Diferentes maneiras de ver o Mundo


Projeção de Mercator:
- Nesta projeção os meridianos e os paralelos são
linhas retas que se cortam em ângulos retos.
- Manteve as formas dos continentes, mas não
respeitou as proporções reais.
- Nela as regiões polares aparecem muito
exageradas.
- Favorece as desigualdades econômicas, pois
amplia de maneira desigual, e aumenta mais o
Hemisfério Norte.
- Excelente para a navegação.
- Perfeita nos ângulos e formas.
- Coloca a Europa no centro do mapa
(Eurocentrismo).

Projeção de Peters:
- Alterou as formas em para manter as reais
proporções dos continentes.
- Apesar de deformar a forma dos continentes,
esta projeção mantém a área proporcional
dos continentes, mais próxima do tamanho
real.
- Destaque ao continente Africano no centro do
mapa.
- Propostas de Peters: Valorização do mundo
subdesenvolvido, mostrando sua área real.

Lembre-se:
"por trás de cada mapa, sempre existe um conteúdo Político-Ideológico".

1.4 - Atenção aos Estreitos!


Em Geografia, um estreito é um canal de água que une dois corpos aquosos e separa duas massas
de terra.
Os estreitos fazem por vezes parte de rotas comerciais importantes e por isso têm relevância
estratégica, do ponto de vista econômico e militar.
Quando os lados dos estreitos estão em países que tenham disputas envolvidas - a relevância, do
ponto de vista geopolítico, é maior ainda!
Nesse Módulo destacaremos os principais. Nem todos representam, no momento, preocupação no
ambiente das relações internacionais.
Não apresentaremos quaisquer textos pormenorizando informações a respeito de qualquer um
dos estreitos, mas sugerimos que você desperte interesse e procure informações a respeito daqueles que
exercem papel relevante na circulação econômica ou que estejam sob disputa entre países.
Durante as aulas serão apresentadas informações pertinentes a relevância de alguns dos estreitos
que citaremos a seguir.

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2. O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO

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2.1 - Breve caracterização
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Sistema econômico que se desenvolveu na Europa com a crise do feudalismo e se expandiu econômica
e territorialmente pelo mundo a partir do século XVI e sobrepôs-se a outros sistemas de produção, até se tornar
hegemônico. No capitalismo é caracterizado por um sistema econômico em que os meios de produção e
distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço,
distribuição e investimentos devem ser equilibrada pelo mercado e não pelo governo como ocorre no
socialismo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e pagam salários aos
trabalhadores com interesse sempre no lucro.
Desde o século XVI vem se transformando e passou por diversas etapas marcadas por características
diferentes no que tange às relações de produção e de trabalho (1ª, 2ª e 3º R.I.) , às tecnologias empregadas e
às doutrinas que orientam seu funcionamento (mercantilismo, liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo).
O capitalismo é também chamado de economia de mercado tem como base o lucro, a propriedade
privada e o pluripartidarismo. Considerando seu processo de desenvolvimento, costuma- se dividir o
capitalismo em quatro etapas: comercial, industrial, financeira e informacional.
Quais são as características mais importantes de cada uma das etapas do processo de desenvolvimento
do capitalismo?
O que diferencia o capitalismo em seu atual momento de expansão das etapas precedentes?
Como as mudanças nesse sistema econômico levam a transformações no espaço geográfico?
É o que veremos a seguir.

2.2 - O capitalismo comercial - Séc. XVI até a primeira metade do séc. XVIII
O capitalismo comercial estendeu-se do fim do século XV até o século XVIII. Durante esse período a
produção de mercadorias era essencialmente artesanal e a maior fonte de riquezas era o comércio. Tudo o que
pudesse ser vendido com muito lucro, como perfumes, sedas tapetes, especiarias e até mesmo seres humanos
escravos, transformava-se em mercadoria nas mãos dos comerciantes europeus.
Essas transações comerciais se intensificaram com a expansão marítima das potências econômicas da
Europa ocidental na época (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Países Baixos) em busca de novas rotas de
comércio, sobretudo para as Índias. Foi o período das Grandes Navegações, descobrimentos de novas terras
e povos, das conquistas territoriais e da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da
África. Com as Grandes Navegações, as trocas comerciais proporcionaram grande acúmulo de capitais por
parte dos Estados europeus por isso a primeira etapa desse sistema econômico é chamada capitalismo
comercial. Ou seja, quase todo o lucro acumulado pelos capitalistas era oriundo do comércio. Tem
início o processo de globalização.
Nesse período a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos
acumulados, prática conhecido como Metalismo. Para garantir a acumulação de metais os países europeus,
as metrópoles, colonizaram vários territórios em outros continentes, sendo que no início nas Américas, e o
mundo foi dividido entre as potências europeias da época. O objetivo das metrópoles eram explorar os metais
preciosos presentes nas colônias período conhecido como Colonialismo. As regiões colonizadas no início da
expansão marítima formaram o chamado "comércio triangular": produtos europeus para a África, escravos
africanos para as colônias americanas e produtos tropicais americanos para a Europa.
Os metais preciosos eram explorados das colônias e proporcionou grande acúmulo de riquezas nos
países europeus, principalmente à Inglaterra, que emerge como principal potência no final desse período. Esse
acúmulo inicial de capitais foi fundamental para a eclosão da Revolução Industrial, que marcou o começo
de uma nova etapa do capitalismo chamado de Capitalismo industrial, já no século XVIII.

2.2.1 - Doutrina: Mercantilismo


A economia, nessa fase inicial de expansão do capitalismo, funcionava segundo a doutrina
mercantilista, que defendia a intervenção governamental nas relações comerciais, a fim de promover a
prosperidade nacional e aumentar o poder dos Estados. O poder político estava centralizado nas mãos dos
monarcas, ou seja do governo.

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2.3 - O capitalismo industrial - Segunda metade do séc. XVIII até a segunda metade do séc. XIX

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O comércio não era mais a essência do sistema, embora continuasse importante para fechar o ciclo
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produção-consumo. Nessa nova fase, o lucro provinha principalmente da produção de mercadorias com
auxílio de máquinas, que tornaram a produção mais rápida, realizada por trabalhadores assalariados que sofria
e ainda sofre com a mais-valia. O lucro se dava com a produção em quantidade de tecidos, máquinas,
ferramentas e armas. E com os rápidos avanços nos transportes, com o surgimento dos trens e dos barcos a
vapor, aumentavam os ganhos dos capitalistas.
É com o capitalismo industrial que se consolida um mecanismo da exploração capitalista, definindo
como mais-valia. A mais valia é resultado da grande diferença da remuneração que o trabalhador ganha
com o que ele produz. Toda jornada de trabalho corresponde a uma remuneração, que garantirá a subsistência
do trabalhador. No entanto, o trabalhador produz um valor maior de produtos do que aquele que recebe como
salário. Essa quantidade produtos, produzidas pelo trabalho e que não é pago ao trabalhador, é o lucro que fica
com os proprietários das fábricas, fazendas, minas, lojas e outros empreendimentos. Dessa forma, em todo
produto ou serviço está embutido esse valor, que é apropriado pelo dono desses meios de produção e permite
o acúmulo de lucro pela burguesia (a classe dos capitalistas do período).
O regime assalariado é, portanto, a relação de trabalho mais adequada ao capitalismo e se disseminou à
medida que o capital se acumulava em grande escala nas mãos dos donos dos meios de produção. O aumento
da produção desse período motivado pelas máquinas provocou uma crescente necessidade de expansão dos
mercados consumidores para consumir a produção em larga escala. Ao mesmo tempo o trabalhador
assalariado, além de apresentar maior produtividade que o escravo, tem renda disponível para o consumo. Por
isso a escravidão entrou em decadência e o trabalho assalariado passou a predominar, embora ainda hoje exista
escravidão no mundo, até mesmo no Brasil. A Inglaterra foi o país que mais incentivou o fim da escravidão
com interesse em ampliar o mercado consumidor dos seus produtos industrializados.

2.3.1 - Primeira Revolução Industrial


Nas primeiras décadas do século XVIII, o Reino Unido da Grã-Bretanha (formado em 1707 com a
unificação entre a Inglaterra e a Escócia) comandou a primeira Revolução Industrial que deu início a uma
nova fase do capitalismo, o capitalismo industrial. A revolução motivada principalmente pela inclusão de
máquinas nas fábricas, que antes só funcionavam de forma manual, gerou uma grande transformação no
sistema de produção de mercadorias, na organização das cidades e do campo e nas condições de
trabalho.
Essa fase deu início a um grande aumento da capacidade de transformação da natureza, por meio da
utilização de máquinas hidráulicas e a vapor, o que provocou grande aumento no volume de mercadorias
produzidas e a consequente necessidade de ampliação do mercado consumidor em escala mundial. Esse
período também foi marcado por uma crescente aceleração da circulação de pessoas e mercadorias, graças à
expansão das redes de transporte terrestre, com o trem (a locomotiva a vapor foi criada em 1805), e marítimo,
com o barco a vapor (criado em 1814), intensificando o processo de globalização.

2.3.2 - Doutrina: Liberalismo


Ao contrário da doutrina mercantilista, presente no capitalismo comercial, em que o estado interferia na
economia, na nova etapa do capitalismo, industrial, era conveniente para a burguesia que a economia
funcionasse segundo a lógica do mercado, com o Estado interferindo cada vez menos diretamente na produção
e no comércio. Essa nova fase do estado interferindo menos na economia é denominada Liberalismo. A partir
de então, caberia ao Estado, nos limites de seu território, garantir a livre-iniciativa, a concorrência entre as
empresas e o direito à propriedade privada, e, no comércio internacional, o apoio às empresas nacionais na
concorrência com as de outros países e a proteção do mercado interno contra a concorrência desleal.
Consolidou-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo. Essa doutrina afirma que cada
um, ao buscar seu próprio interesse econômico, contribuiria para o interesse coletivo de modo mais eficiente.
Por isso é contrário à intervenção do Estado na economia e defende a "mão invisível" do mercado. Os
princípios liberais aplicados às trocas comerciais internacionais redundaram na defesa do livre-comércio, ou
seja, a defesa da redução, e até abolição, das barreiras tarifárias para a livre circulação de mercadorias, o que
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servia perfeitamente aos interesses do Reino Unido, país mais industrializado - a potência da época e
interessado em abrir mercados para seus produtos em todo o mundo.

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Portanto, o liberalismo permanecia muito mais como ideologia capitalista, porque, na prática, a livre
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concorrência, característica da etapa industrial do capitalismo, era bastante limitada. O Reino Unido que estava
com sua industrialização consolidada, enquanto os outros países europeus, que ainda estavam na fase
principiante da industrialização, permaneciam com práticas protecionistas. O Estado, por sua vez, passou a
intervir na economia como agente produtor ou empresário, mas, sobretudo, como planejador e coordenador.
Essa atuação intensificou-se, principalmente, após a crise econômica de 1929 que resultou em acentuada
queda da produção industrial e do comércio e aumento do desemprego em todo o planeta.

2.4 - O início do capitalismo financeiro - (2ª metade do séc. XIX até a 2ª metade do séc. XX)
Nessa etapa do capitalismo, os bancos assumiram um papel mais importante como financiadores da
produção. Incorporaram indústrias, que, por sua vez, incorporaram ou criaram bancos para lhes dar suporte
financeiro. Por esse motivo tornou-se cada vez mais difícil distinguir o capital industrial (também o agrícola,
comercial e de serviços) do capital bancário. Uma melhor denominação para essa nova organização
econômica, bancos fortemente vinculados às indústrias, passou a ser o capitalismo financeiro.
Uma das características mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista, na segunda
metade do século XIX, foi a formação de grandes empresas industriais e comerciais e o acelerado aumento do
número de bancos e outras empresas financeiras. A concorrência acirrada favoreceu as grandes empresas,
levando a fusões e incorporações que resultaram na formação de monopólios ou oligopólios em muitos
setores da economia. Monopólio é quando uma única empresa domina o mercado e oligopólio é quando um
grupo de empresas controla o mercado controlando a oferta de determinado bem ou serviço. O monopólio é
ruim para o mercado, pois acaba com a concorrência. É bom lembrar que, por ser intrínseco à economia
capitalista, esse processo continua acontecendo, e grandes corporações da atualidade foram fundadas nessa
época.
Esse capitalismo foi se consolidando, inicialmente nos Estados Unidos, com um vigoroso mercado de
capitais. As empresas deixaram de ser familiares e se transformaram em sociedades anônimas de capital
aberto, isto é, empresas que negociam suas ações em Bolsas de Valores e os sócios (sociedade) são anônimos
em sua maioria. Isso permitiu a formação das grandes corporações da atualidade, cujas ações estão, em parte,
distribuídas entre milhares de acionistas. Em geral, essas grandes empresas têm um acionista majoritário, que
pode ser uma pessoa, uma família, uma fundação, um banco ou uma holding, ao passo que os pequenos
investidores são proprietários do restante, muitas vezes milhões de ações. A Petrobrás é um exemplo desse
tipo de empresa sendo que o maior acionista é o governo. A expansão do mercado de capitais é uma das
marcas do capitalismo financeiro. É nas Bolsas de Valores que se negociam as ações de empresas de capital
aberto. O mercado passou a ser dominado por grandes corporações através de diferentes formas de
organizações das indústrias e empresas.

2.4.1 - Formas de organização das empresas - Trustes, Cartéis e Conglomerados


Foi no capitalismo financeiro que as empresas começaram a se organizar de forma que pudessem aumentar
seus lucros. As principais formas de organização são os Trustes, Cartéis e Conglomerados.
Trustes - empresa que costumam controlar todas as etapas da produção, desde a extração da matéria-
prima da natureza e sua transformação em produtos até a distribuição das mercadorias. Desde o final
do século XIX, em cada setor da economia - petrolífero, elétrico, siderúrgico, têxtil, ferroviário etc. - passaram
a predominar algumas grandes empresas, que ficaram conhecidas como trustes. O truste resulta de fusões e
incorporações ocorridas em determinado setor de atividade, como aconteceu, sobretudo, com empresas
petrolíferas e automobilísticas, que se tornaram gigantescas. Sendo assim o truste é quando várias empresas
(transporte, extração, produção, logística, mercado) se unem, perdem autonomia e viram uma única empresa.
Conglomerados - vários trustes constituídos no final do século XIX e início do século XX transformaram-se
em conglomerados, ou seja, uma única empresa que atua em diferentes setores da economia (produz
desde caneta, computador e carros). Resultando em um ampliado processo de concentração de capitais e

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de uma crescente diversificação dos negócios. Os conglomerados, também chamados grupos ou corporações,
visam dominar a oferta de determinados produtos ou serviços no mercado e são o exemplo mais bem-acabado

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de empresas do capitalismo monopolista. Por exemplo: o grupo General Electric, sediado nos Estados
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Unidos, atua em diversos ramos industriais. Fabrica uma grande variedade de produtos - lâmpadas elétricas,
fogões, geladeiras, equipamentos médicos, motores de avião, turbinas para hidrelétricas, etc. - e atua nos
setores financeiro e de comunicações.
Há, especialmente nos países desenvolvidos, variados exemplos de conglomerados que atuam em
diversos setores da economia: Daimler (Alemanha), Sony (Japão), Fiat (Itália), Nestlé (Suíça), Unilever
(Reino Unido e Países Baixos), mas já há também importantes conglomerados em países emergentes: Sinopec
(China), Hyundai (Coreia do Sul), Tata (Índia), Pemex (México), etc.
No Brasil também há conglomerados importantes, como a Petrobras, maior empresa brasileira, que
atua na distribuição de derivados de petróleo e gás natural, biocombustíveis e energia elétrica e funciona como
um truste no ramo energético, pois realiza desde a exploração, a produção, o refino e a comercialização de
petróleo. O exemplo da Petrobras nos faz entender que uma única empresa pode ser: um conglomerado, um
truste e um monopólio. A Itaúsa, o Bradesco, a Vale, a Ultrapar e a Votorantim também são importantes
conglomerados brasileiros.
Ao se transformar em conglomerados, as grandes corporações diversificaram os setores e os mercados
de atuação. Expandindo-se pelo mundo, principalmente após a Segunda Guerra, transformaram-se em
empresas transnacionais. Surgidas da tendência expansionista do capitalismo, essas empresas se
caracterizam por desenvolver uma estratégia de atuação internacional a partir de uma base nacional, onde está
sua sede e o controle das filiais espalhadas por outros países.

Cartel - ocorre quando vários trustes, ou mesmo empresas de menor porte, fazem acordos entre si
estabelecendo um preço comum, dividindo os mercados potenciais e, portanto, inviabilizando a livre
concorrência em determinado setor da economia. Formam um oligopólio. Diferentemente do que acontece
no truste, no cartel não há a perda de autonomia das empresas envolvidas, nem tampouco participação
acionária entre os participantes. O cartel é consequência de acordos entre empresas, em geral grandes, com o
intuito de compartilhar determinados setores da economia, controlar os preços dos produtos no mercado e
combinar preços em licitações públicas. Esses acordos abusivos entre empresas inibem a competição no setor
em que ocorrem - elevando o preço dos produtos e prejudicando os consumidores - e a concorrência em obras
públicas - elevando seu preço e prejudicando os contribuintes - cidadãos. Por isso na maioria dos países foram
criadas leis que proíbem a cartelização. No Brasil, a lei 12.529, de 30 de novembro de 2011, sobretudo em
seu artigo 116, define esse abuso de poder das empresas como crime contra a ordem econômica.

Holding - Empresas que são controladas por uma outra empresa. Tem como objetivo a manutenção da
estabilidade da empresa controladora, garantindo uma lucratividade média, já que pode haver rentabilidades
diferentes em cada setor e, consequentemente, em cada empresa do grupo. A Petrobras é uma Sociedade
Anônima, isto é, uma companhia de capital aberto cujas ações são negociadas em Bolsa de Valores. O governo
brasileiro é seu principal acionista: em 2012 a União Federal era proprietária de 50% das ações ordinárias. O
conglomerado é composto de diversas empresas comandadas diretamente pela holding Petrobras.

2.4.2 - Segunda Revolução Industrial


No fim do século XIX, e ainda na fase do capitalismo financeiro, mudanças importantes estavam
acontecendo dentro das fábricas: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam rapidamente,
devido à introdução de novas máquinas e fontes de energia mais eficientes, como o petróleo e a eletricidade;
aprofundava-se a especialização do trabalhador em uma única etapa da produção; e crescia a fabricação em
série.
Nessa fase a industrialização foi se expandindo para outros países europeus, como a Bélgica, a França,
a Alemanha, a Itália e até para fora da Europa, alcançando os Estados Unidos e, de forma incipiente, o Japão
e o Canadá. Esses países que se industrializaram só na segunda revolução, praticaram medidas protecionistas
à sua indústria nascente. Mesmo os Estados Unidos, país que hoje tem forte tradição liberal, só passou a
defender o liberalismo no comércio internacional quando já tinham estruturado uma indústria competitiva.

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Na Segunda Revolução Industrial ocorre a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia
no processo produtivo e a criação dos primeiros laboratórios de pesquisa das atuais grandes corporações

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industriais. Tendo como pioneiros os Estados Unidos e a Alemanha, a ciência passou a ser cada vez mais
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apropriada pelo capital, ou seja, posta a serviço das empresas para o desenvolvimento de novos produtos e a
melhora de produtos já existentes.
A siderurgia avançou significativamente, assim como a indústria mecânica, graças ao aperfeiçoamento
da fabricação do aço. Na indústria química, com a descoberta de novos elementos e materiais, ampliaram-se
as possibilidades para novos setores, como o petroquímico. A descoberta da eletricidade beneficiou as
indústrias e a sociedade como um todo, pois proporcionou o aumento da produtividade, a melhora nas
condições de vida e maior autonomia das indústrias com relação a definição de suas localizações frente aos
demais que influenciam nos custos da produção. O desenvolvimento do motor a combustão interna e a
consequente utilização de combustíveis derivados de petróleo abriram novos horizontes para as indústrias
automobilísticas e aeronáuticas, possibilitando sua expansão e a dinamização dos transportes. Com o crescente
aumento da produção e a industrialização expandindo-se para outros países, acirrou-se a concorrência entre
as empresas.
Era cada vez maior a necessidade de garantir novos mercados consumidores e melhores oportunidades
de investimentos lucrativos, além de acesso a novas fontes de energia e de matérias-primas era o início de
muitas das atuais grandes corporações e pela expansão imperialista.

2.4.3 - Imperialismo
Foi nesse contexto do capitalismo que ocorreu a expansão imperialista europeia na África e na Ásia.
As potências imperialistas buscavam ampliar seus territórios, e os empresários, seus lucros na busca por
matéria prima e mercado consumidor. O capitalismo, desde sua origem na Europa, foi ampliando sua área de
atuação no planeta. A expansão imperialista disseminou o sistema para outras partes do mundo.
No Congresso de Berlin (1884-1885), as potências industriais europeias partilharam o continente
africano entre elas. Na Ásia, extensas áreas também foram partilhadas, como a Índia que passou a ser o
território colonial britânico mais importante.
A partilha imperialista estabelecida pelas potências industriais consolidou a divisão internacional do
trabalho (DIT), pela qual as colônias, sobretudo as africanas, especializaram-se em fornecer matérias-primas,
especialmente minérios como o ferro, chumbo e cobre, além de produtos de origem agrícola, como algodão,
aos países que então se industrializavam e exportavam produtos industrializados.
Essa divisão, inicialmente delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na etapa do capitalismo
industrial. Assim, estruturou-se nas colônias uma economia complementar e subordinada à das potências
imperialistas. No fim do século XIX também emergiram potências industriais fora da Europa, com destaque
para o Japão, na Ásia, e principalmente os Estados Unidos, na América.
A expansão imperialista japonesa, como a europeia, foi marcada pela ocupação e anexação de territórios.
Iniciou-se com a tomada de Formosa (China), após a vitória na Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), seguida
pela ocupação da península da Coreia (anexada em 1910) e da Manchúria (China), em 1931, entre outros
territórios. O imperialismo norte-americano sobre a América Latina foi um pouco diferente do europeu sobre
a África e a Ásia e do japonês, também sobre a Ásia.
Enquanto nas colônias africanas e asiáticas as potências imperialistas mantinham controle político e
militar direto, os norte-americanos exerciam controle indireto, patrocinando golpes de Estado, principalmente
na América Central e no Caribe, e apoiando a ascensão de ditadores nacionais, alinhados com os interesses
dos EUA. As intervenções militares eram localizadas e temporárias, como o controle exercido sobre Cuba
(1899-1902) e em seguida as intervenções seguiram para diversos países da região.
Com o fim da Segunda Guerra, já em 1945, agravou-se o processo de decadência das antigas potências
europeias, que já vinha ocorrendo desde o fim da Primeira Guerra Mundial. Aos poucos, elas foram perdendo
seus domínios coloniais na Ásia e na África e, com a destruição provocada pela Grande Guerra, as colônias
conquistaram sua independência num processo que ficou conhecido como descolonização.
Outra característica específica desse período foi o surgimento de duas formas de organização do trabalho
conhecidas como Taylorismo e Fordismo.

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2.4.4 - Formas de organização do trabalho: Taylorismo e Fordismo

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Foi nesse contexto de Segunda Revolução Industrial e consolidação de capitalismo financeiro é que surge
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as primeiras formas de organização de trabalho padronizadas com o objetivo de aumentar a produtividade


através da racionalização do trabalho. Essas organizações foram criadas nos EUA pais que se destacou nessa
fase da industrialização.
Taylorismo - foi a primeira e consistia basicamente em controlar os tempos e os movimentos dos
trabalhadores e fracionar as etapas do processo produtivo de forma que o operário desenvolvesse tarefas ultra
especializadas e repetitivas com o objetivo de aumentar a produtividade no interior das fábricas. Eram novos
procedimentos organizacionais aplicados à indústria. O criador dessa nova forma de trabalho o engenheiro
americano Frederick W. Taylor desenvolveu essa teoria a partir da observação dos trabalhadores nas
indústrias e concluiu que para dinamizar a produção era necessário hierarquizar e sistematizar o trabalhador,
monitorar o tempo de trabalho e premiar os que realizam uma tarefa em menor tempo.
Fordismo - é conhecido como uma evolução nos procedimentos de Taylor. O industrial norte-americano
Henry Ford inovou os métodos de produção de Taylor ao introduzir esteiras rolantes na sua linha de montagem
de automóveis: as peças chegavam até os operários que, parados, executavam sempre as mesmas tarefas
referentes à produção de cada parte do carro. O fordismo distingue-se do taylorismo por apresentar uma visão
abrangente da economia, não fica restrito as mudanças organizacionais no interior das fábricas. Ford percebeu
que a produção em grande escala exigia consumo em massa, o que pressupunha produtos mais baratos e
salários mais altos para os trabalhadores. Com isso havia uma economia em crescimento com salários em
ascensão, trabalhadores consumindo, os empresários com grandes lucros e o estado arrecadando mais
impostos.
Contudo, a superprodução nas indústrias devido a linha de produção fordista gerou um grande estoque
de produtos que não estavam sendo absorvidos pelos consumidores. A consequência disso foi a Crise de
1929.

2.4.5 - Doutrina: Keynesianismo


A doutrina que surgiu nessa fase do capitalismo financeiro foi a Keynesiana que criticava o pensamento
econômico clássico e o princípio da "mão invisível", ou seja, criticava o liberalismo e o suposto equilíbrio
espontâneo do mercado.
O keynesianismo, que passa a ser valorizada, após a crise de 1929, defendia a intervenção do Estado na
economia para evitar crises de superprodução, como a de 1929. Propunha o aumento dos gastos públicos como
mecanismo para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos. Essa crise ocorreu por causa
da quebra da Bolsa de Nova York. A quebra da bolsa ocorreu por causa do excesso de produção das indústrias
devido a linha de produção fordista e a falta de controle sobre a especulação sobre as ações das empresas,
principalmente industriais.
Em 1933, Franklin Roosevelt, então presidente dos Estados Unidos, pôs em prática um plano de combate
à crise que se estendeu até 1939. Chamado New Deal ('novo plano' ou 'novo acordo), foi um clássico exemplo
de intervenção do Estado na economia. Baseado em um audacioso plano de construção de obras públicas e
de estímulos à produção, visando reduzir o desemprego, o New Deal foi fundamental para a recuperação da
economia norte-americana e, posteriormente, do restante do mundo. Essa política de intervenção estatal numa
economia fortemente oligopolizada ficou conhecida como keynesianismo, por ter sido o economista John
Maynard Keynes seu principal teórico e defensor. Representou claramente uma contraposição ao liberalismo
clássico, que até então permanecia como ideologia capitalista dominante.
Superada a crise, com a retomada do crescimento da economia, principalmente após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), começam a se consolidar os grandes conglomerados capitalistas. Ou seja, do ponto de
vista econômico, o pós-Segunda Guerra foi marcado por acentuada mundialização da economia capitalista,
sob o comando das transnacionais. Foi a época de gestação das profundas transformações econômicas pelas
quais o mundo vem passando, sobretudo a partir do fim dos anos 1970, como a Terceira Revolução Industrial
e o processo de globalização da economia.

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2.5 - O capitalismo informacional - A revolução informacional


Com o início da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-

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Científica ou Revolução Informacional, o capitalismo, como propõe o sociólogo espanhol Manuel Castells,
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atingiu seu período informacional. Essa nova etapa começou a se gestar no pós-Segunda Guerra, mas se
desenvolveu, sobretudo a partir dos anos 1970 e 1980.
A partir daí, empresas, instituições e diversas tecnologias foram responsáveis pelo crescente aumento
da produtividade econômica e pela aceleração dos fluxos materiais e imateriais - de capitais, mercadorias,
informações e pessoas. Nessa etapa do capitalismo, os avanços tecnológicos potencializaram a produção
industrial e o sistema financeiro.
As novas tecnologias empregadas no processo produtivo, a exemplo da robótica, permitiram grande
aumento da produtividade industrial e da diversificação dos produtos. Além disso, os avanços tecnológicos
na informática permitiram que os fluxos de capitais ocorressem sem a necessidade física do dinheiro,
possibilitando um enorme crescimento do setor financeiro globalizado.
Entretanto, a característica fundamental dessa etapa do desenvolvimento capitalista é a crescente
importância do conhecimento. Os produtos e serviços têm um conjunto cada vez maior de conhecimentos a
eles agregados, valorizando-os. A fabricação de um televisor ou um automóvel, por exemplo, envolve, além
do material e da mão de obra (também cada vez mais qualificada), uma série de conhecimentos específicos.
Produtos e serviços têm, portanto, uma nova característica - seu crescente teor informacional.
Mas o conhecimento também vai se incorporando ao território, constituindo o que o geógrafo Milton
Santos chamou de meio técnico-científico-informacional, que aparece predominantemente nos países
desenvolvidos e nas regiões mais modernas dos países emergentes, e é a base para os fluxos da globalização.
Os países na vanguarda da Revolução Informacional são aqueles que lideram a Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) com destaque para os EUA, país que mais investe em P&D em termos absolutos, possui o maior
número de pesquisadores, mais publica artigos técnicos e científicos em revistas especializadas e que obtém
as maiores receitas de royalties e taxas de licenciamento sobre novas tecnologias de produtos e serviços.
As duas revoluções industriais anteriores foram impulsionadas pelo desenvolvimento de novas fontes
de energia a primeira, por carvão, e a segunda, por petróleo e eletricidade. A revolução ora em curso é
impulsionada pelo conhecimento, embora, evidentemente, a energia continue sendo crucial (um computador
de última geração não funciona sem energia elétrica ou bateria).
Durante a expansão imperialista era imprescindível para as indústrias o acesso a fontes de matérias-
primas e de energia para a manutenção do processo produtivo. Hoje, na época da globalização embora o acesso
a recursos naturais continue sendo muito importante, é imprescindível o acesso ao conhecimento, fruto de
investimentos em P&D.
Desde os primórdios da espécie humana, as sociedades produzem conhecimentos diversos: uma
ferramenta, como um arado puxado por algum animal, por exemplo, que produziu avanços na agricultura,
implica algum conhecimento para produzi-lo e utilizá-lo.
O que mudou hoje, então?
Atualmente o conhecimento é o principal responsável pelo desenvolvimento, pela produção e pela
utilização dos produtos e serviços. Por isso, quanto mais avançados forem, mais incorporam conhecimentos,
que são a base da atual Revolução Técnico-Científica e Terceira Revolução Industrial
As primeiras indústrias, da era das chaminés, desenvolveram-se em torno das bacias carboníferas.
Atualmente, as empresas de alta tecnologia estão próximas a universidades e outras instituições de pesquisa,
onde se desenvolvem os parques tecnológicos ou tecnopolos. Nesses centros industriais, há grande
concentração de indústrias de informática (hardware e software), telecomunicações, robótica e biotecnologia,
entre outras de alta tecnologia. Os parques tecnológicos são um exemplo evidente do meio técnico-científico-
informacional. Nos países emergentes há pouco investimentos em pesquisa científica e tecnológica e as que tem
são desenvolvidas em sua maioria por instituições governamentais e universidades. Exemplo no Brasil: Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Instituto Tecnológico de Aeronáutica – (ITA), Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) entre outros. Já nos países desenvolvidos as pesquisas tecnológicas são desenvolvidas
principalmente pelo setor privado. A falta de grandes investimentos nos países emergentes ocorre devido a falta
de interesse, corrupção e graves problemas sociais para serem resolvidos como fome, miséria e desemprego.

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Desde a década de 1970, está havendo uma grande revolução nas unidades de produção, nos serviços e
nas residências. Grande parte dessa revolução deve-se a uma aos novos materiais como uma pequena peça

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de silício chamada chip, que possibilitou a construção de computadores cada vez mais rápidos, precisos e
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baratos. O desenvolvimento de satélites e de cabos de fibra óptica, entre outras tecnologias, tem permitido
grandes avanços nas telecomunicações. As tecnologias da informação e comunicação têm facilitado o
gerenciamento de dados e acelerado o fluxo de capitais, mercadorias e informações em escala mundial por
diversos meios, entre os quais se destaca a internet.
Com a aceleração contemporânea, o capitalismo atingiu o estágio planetário, a atual fase de
globalização. Estrutura-se um mundo cada vez mais integrado por modernos meios de transportes e
telecomunicações. Por isso podemos dizer que vivemos em um capitalismo informacional-global. Entretanto,
como veremos no próximo capítulo, a globalização e seus fluxos abarcam o espaço geográfico de forma
bastante desigual, pois alguns países e regiões estão mais integrados que outros, e os "comandantes" desse
processo estão concentrados em poucos lugares.

2.5.1 - Forma de organização do trabalho: Toyotismo/produção flexível


Com o avanço para a Terceira Revolução Industrial e um capitalismo informacional ocorre também um avanço
para novos métodos de organização de produção chamados de Toyotismo ou produção flexível. O fordismo
começa a perder espaço. Esses novos métodos de organização do trabalho começaram a ser desenvolvidas
na fábrica da Toyota Motor Company, em Toyota City no Japão, após a Segunda Guerra. As principais
mudanças foram:
- as grandes fábricas que possibilitavam a produção em série e escala, foram substituídas ou complementadas
pela economia de escopo, desenvolvida em plantas menores e flexíveis, que podem mudar a organização
interna;
- substituiu a linha de produção, típica da fábrica fordista, por equipes de trabalho ou células de produção, nas
quais cada equipe fica encarregada de todo o processo produtivo. Essa inovação ficou conhecida como
círculos de controle de qualidade (CCQ) e reduziu significativamente os defeitos de fabricação, pois tal
controle passou a ser feito pela própria equipe ao longo do processo produtivo, e não apenas no final, como
na produção fordista;
- o just-in-time ("no momento certo", em inglês) procura estabelecer uma sintonia fina entre a fábrica, seus
fornecedores e consumidores. A organização da produção pressupõe um abastecimento contínuo dos
insumos (peças e matérias-primas) necessários para a fabricação de determinado produto. Dessa forma,
eliminam-se ou reduzem-se drasticamente os estoques. O escoamento da produção também é planejado para
ocorrer "no momento certo".
Junto com essa nova organização do trabalho foram surgindo no processo produtivo máquinas cada vez
mais sofisticadas e, finalmente, robôs. No início, eles desempenhavam as tarefas repetitivas ou as mais
perigosas e insalubres, mas, com o passar do tempo, substituíram mais e mais operários. Com a crescente
automação das fábricas, muitos operários passaram a trabalhar em outros setores, particularmente nos
serviços. Já outros perderam seus postos de trabalho, que desapareceram definitivamente, caracterizando o
desemprego estrutural. Com essas mudanças, o mercado de trabalho tem exigido trabalhadores mais
qualificados, mais versáteis, com capacidade de aprendizagem permanente e mais envolvidos com a sua
profissão.
Essas inovações implantadas no sistema produtivo, particularmente nos países desenvolvidos, ficaram
conhecidas como produção flexível, em contraposição à rigidez do fordismo, e permitiram nova fase de
expansão para muitas empresas. Entretanto, enquanto o fordismo ficou mais associado aos métodos
organizacionais no interior das fábricas, a produção flexível se refere ao contexto mais amplo no qual se insere,
contemplando, além das formas de organização produtiva, também as relações de trabalho e as políticas
econômicas. O desenvolvimento dessa nova organização da produção tem gerado novas relações de trabalho,
como a terceirização, novos processos de fabricação e novos produtos. As novas relações de trabalho são
caracterizadas pela terceirização, salários mais baixos e direitos trabalhistas mais restritos ou inexistentes e
profissionais com cada vez mais poder de adaptação e estudo. A maior parte desses empregos tem sido criada
nos países em desenvolvimento, onde ainda em grande parte se mantém o método de produção fordista,
baseado na superexploração dos trabalhadores. A terceirização consiste em repassar para outras empresas

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atividades de suporte, como limpeza, segurança, manutenção, alimentação etc. A palavra de ordem passa a
ser competitividade e, para aumentá-la, as empresas buscam incessantemente racionalizar a produção,

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cortando custos e implantando novos processos produtivos nas indústrias. Tudo isso visando a aumentar seus
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lucros. Nesta, a produção passa a se descentralizar em escala nacional e mundial.

2.5.2 - Doutrina: Neoliberalismo


Doutrina que valoriza a redução da intervenção do estado na economia, baseia-se no liberalismo clássico
e acrescenta novas normas. Se desenvolveu desde o final dos anos 1930, mas só foi colocada em prática já no
capitalismo informacional com os EUA, sob a presidência de Ronald Reagan (1981-1988), e no Reino Unido,
sob o governo da primeira-ministra Margaret Thatcher (1979-1990). Na década de 1990, as políticas
neoliberais se disseminaram para os países em desenvolvimento através de organismos como o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial através do Consenso de Washington que ocorreu em 1989
nos EUA. Nessa reunião os EUA “sugeriram” que os esses países aderissem ao neoliberalismo.
Ao assumir a Presidência dos EUA, Ronald Reagan (Partido Republicano), em seu discurso de posse
proferido em 20 de janeiro de 1981, afirmou: "Na atual crise, o governo não é a solução de nossos
problemas; o governo é o problema’’. Ele se referia à crise capitalista dos anos 1970, que evidenciava certo
esgotamento das políticas keynesianas e era agravada pelos choques do petróleo (elevação dos preços do barril
em 1973 e 1979). O governo Reagan, baseado na doutrina neoliberal, foi marcado por redução do papel
regulador do Estado na economia, por cortes de impostos - beneficiando especialmente os mais ricos -,
supostamente para estimular o investimento e a produção, e por imposição da doutrina neoliberal aos
países em desenvolvimento, que estavam enormemente necessitados do apoio do FMI para obterem novos
empréstimos externos para minimizarem a crise na balança de pagamentos.
O Brasil, que aderiu a política neoliberal a partir da década de 1990, o Estado funciona como um
fiscalizador e regulador dos serviços prestados pelas empresas privatizadas, através de agências reguladoras.
Por exemplo a ANAEL, ANATEL, ANAC, ANTT entre outras. Houve uma grande quantidade de
privatizações de empresas privadas para reduzir o papel do estado na economia, além da flexibilização das
leis trabalhistas com medidas que reduziram os direitos dos trabalhadores através de novas relações de trabalho
como a terceirização e contratos.
O neoliberalismo, no plano internacional, tinha o objetivo de reduzir as barreiras aos fluxos globais de
mercadorias e capitais (abertura econômica e financeira), o que beneficiou principalmente os países
desenvolvidos e suas corporações transnacionais.
Entretanto, alguns países emergentes, como a China, a Índia, os Tigres Asiáticos, o México e o Brasil,
também se beneficiaram ao receber muitos investimentos produtivos e ampliar sua participação no comércio
mundial. Contudo, há entre os emergentes, aqueles que continuam dependendo muito da exportação de
produtos primários o que faz com que sua balança comercial não seja favorável.
A ampliação dos fluxos de capitais, principalmente o financeiro, e a falta de controle estatal sobre o
mercado - sobretudo nos Estados Unidos, país de forte tradição liberal - acabou levando o capitalismo a uma
grave crise econômica em 2008/2009.

Consequências do Neoliberalismo para os EUA


Nos EUA, a crise teve seu auge em setembro de 2008 com a falência do Lehman Brothers, centenário
banco de investimento norte-americano. A mais grave crise, desde 1929, originou-se no sistema financeiro
norte-americano e em pouco tempo se espalhou pelo mundo, atingindo também a economia real dos países.
Dessa forma, o neoliberalismo foi posto em xeque, como fica evidente no discurso de posse do presidente dos
Estados Unidos Barack Obama (Partido Democrata), proferido no dia 20 de janeiro de 2009: "Tampouco a
pergunta diante de nós é se o mercado é uma força do bem ou do mal. Seu poder para gerar riqueza e
expandir a liberdade não tem igual, mas esta crise nos fez lembrar que, sem um olhar atento, o mercado
pode sair do controle - e que uma nação não pode prosperar por muito tempo se favorece apenas os
prósperos". Trata-se de um discurso muito diferente do feito por Ronald Reagan 28 anos antes.
Como admitiu o então presidente dos Estados Unidos, o principal motivo da crise econômica foi a
fiscalização deficiente do mercado, principalmente financeiro, por parte do Estado. Com o propósito de
corrigir essa falha, em junho de 2009 o governo norte-americano lançou um plano de regulação, considerado

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a maior intervenção do Estado na economia desde os anos 1930 (pós-crise de 1929). Entre outras medidas,
esse plano assegurou amplos poderes ao Federal Reserve (ou Fed, o Banco Central dos EUA) para regular e

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supervisionar todo o sistema financeiro do país. Para isso foi criada uma agência com o intuito de
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supervisionar os bancos. O governo poderá intervir em empresas "grandes demais para quebrar", evitando,
assim, que possam contaminar o mercado. Também foi criada a Agência de Proteção dos Consumidores, cujo
objetivo é coibir práticas abusivas do setor financeiro, como ocorreu no caso das hipotecas. Num país de forte
tradição liberal, é natural que esse plano encontrasse resistência por parte da oposição, do Partido Republicano
e, especialmente, das empresas financeiras, que não teriam mais total liberdade de atuação no mercado. Um
dia antes do lançamento do plano, Obama já alertava para esse fato: "Vamos ouvir muita conversa de que não
precisamos de mais regulação e de que não queremos as mãos do governo sobre o mercado. Mas não podemos
esquecer o desastre em que nos metemos exatamente pela falta dessa regulamentação mais rigorosa, o que
levou a um comportamento irresponsável de alguns".

3. REPENSANDO AS VISÕES DE MUNDO


Estudaremos a origem e as principais características das diferentes classificações dos países ao longo da
história, os estados nacionais passaram por diferentes formas de classificação ou regionalização que segue
critérios segundo: o índice de desenvolvimento humano, social, econômico e tecnológico.

3.1 - Metrópole e colônia


A primeira forma de classificar e regionalizar o mundo dividiu os países em dois grupos de chamados
de metrópoles e colônias. Desde o descobrimento até o começo do século XX, o mundo estava dividido nessas
duas áreas distintas: metrópoles e colônias. As metrópoles eram os países da Europa e dos Estados Unidos
que exploravam as colônias e retiravam suas riquezas. As colônias eram países da América, África e Ásia.
O colonialismo ocorreu entre o século XVI e início do século XIX com a exploração da América. As
principais metrópoles eram Portugal, Espanha e Inglaterra.
A partir do século XIX com o processo de independência da América teve início o imperialismo ou
neocolonialismo. Foi quando houve uma busca das metrópoles por novas colônias e o alvo passou a ser a
África, a Ásia e a Oceania.
Durante a Segunda Guerra Mundial, desencadeou-se o processo de independência política das colônias
(África e Ásia) que até então viviam sob o controle das potências europeias. Esse processo histórico ficou
conhecido como descolonização. Entre as décadas de 1940 e 1960 várias guerras e guerrilhas de libertação
nacional eclodiram na África e na Ásia e houve um generalizado processo de descolonização nesses
continentes.
Nessa época surgiram vários novos países independentes todos marcados por profundos problemas
socioeconômicos: altas taxas de natalidade e mortalidade, baixa expectativa de vida, subnutrição,
analfabetismo e muitos outros problemas associados à pobreza extrema. No pós segunda guerra, com vários
países independentes, aumentou a visibilidade desses problemas e levou o mundo a ter maior consciência das
desigualdades entre os países e por isso foram criadas novas classificações.
Os países que foram colônias no passado, hoje, possuem na maioria da sua população, um padrão de vida
muito inferior ao considerado mínimo para atendimento das necessidades básicas de alimentação, moradia,
saneamento básico, saúde, educação e trabalho, segundo estatísticas e avaliações de organismos internacionais,
como a ONU e suas agências e o Banco Mundial. Esses países que foram colônias e que hoje são chamados de
países em desenvolvimento ou subdesenvolvido, apresentam profundas desigualdades sociais e regionais e baixo
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Muitos dos Estados africanos e asiáticos (que conquistaram sua
independência na segunda metade do século XX) e das nações latino-americanas (independentes desde o século
XIX) têm, além de diversos problemas em sua estrutura social e política, economias frágeis e dependentes. Grande
parte deles não conseguiu diversificar sua economia e continua exportando produtos primários de origem
agropecuária e mineral, como na época do colonialismo.
Com o fim da Segunda Guerra mundial, se consolida, em termos geopolíticos, um mundo bipolar, ou seja,
um mundo dividido em países: capitalistas e socialistas. Os países capitalistas eram influenciados pelos EUA e os
socialistas eram influenciados pela URSS. Com essa nova organização geopolítica do mundo, que recebeu no nome
de Guerra Fria, dar se início a uma nova forma de regionalizar o mundo que classifica os países em Primeiro,
Segundo e Terceiro mundo.
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3.2 - Primeiro, Segundo e Terceiro mundo.


No período da Guerra Fria (1947-1989) era comum classificar os Estados nacionais em um dos "três

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mundos": o Primeiro formado por países capitalistas desenvolvidos e industrializados, são os países ricos,
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que no período colonial eram as metrópoles e por isso se transformaram em economias mais diversificadas; o
Segundo composto pelos países socialistas sob a liderança da União Soviética, com economia estatal e
planificada e o Terceiro integrado pelos países subdesenvolvidos capitalistas, na sua maioria, mas também
por alguns socialistas não alinhados com a então superpotência socialista, no período colonial e neocolonial
eram as colônias e por isso menos desenvolvidos.
As nações do Terceiro Mundo localizavam-se na Ásia, na África, a maioria recém independente naquele
momento, e na América Latina. As exceções de países que foram colônias e na nova geopolítica da Guerra
Fria eram classificados como primeiro mundo foram os EUA e a Austrália. Ambos colônia de povoamento e
não de exploração. A expressão "Terceiro Mundo" foi criada pelo economista francês Alfred Sauvy (1898-
1990), em 1952, para se referir às nações pobres que estavam à margem do cenário político-econômico
internacional naquele momento histórico.

Conferência de Bandung
Em 1955, foi realizada em Bandung na Indonésia, uma conferência que reuniu as nações recém
independentes da Ásia e da África. Nesse encontro, o termo Terceiro Mundo passou a ser identificado como
uma terceira via de desenvolvimento, uma alternativa ao capitalismo norte-americano e ao socialismo
soviético. Com isso a Conferência de Bandung lançou as bases do movimento dos países não alinhados
com a URSS e com os EUA.
O objetivo era estabelecer o futuro de uma nova força política global constituída de países do Terceiro
Mundo, visando a promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao
que era considerado colonialismo ou neocolonialismo, por parte dos Estados Unidos e da União Soviética.
Após a Segunda Guerra mundial, o fato de pertencer ao Terceiro Mundo tinha um significado
geopolítico e socioeconômico e expressava alguma identidade entre os países que pertenciam a esse grupo por
isso da organização da conferência. Essa conferência foi a primeira forma de união entre os países pobres em
busca de fortalecimento de seus interesses. Hoje, com alguns objetivos similares e funcionando de forma mais
forte no cenário mundial existe os BRICS, o G-20 o IBAS, organizações que estudaremos adiante.
Essa classificação do mundo é datada historicamente e pertence ao contexto da Guerra Fria. A
regionalização caracterizada pela divisão entre Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo foi amplamente utilizada
durante a Guerra Fria, período em que prevaleceu a rivalidade entre as duas superpotências EUA e URSS.
Assim, embora eventualmente ainda seja usada, essa classificação, atualmente não faz sentido empregar essas
expressões por quê:
- No começo da década de 1990, com a extinção da União Soviética e o enfraquecimento do socialismo, o
termo Segundo Mundo tornou-se obsoleto, pois deixou de ser representativo como realidade político-
econômica global. Ou seja, com o com o fim da União Soviética e, portanto, da Guerra Fria, os países
classificados como de segundo mundo deixaram de existir.
A partir de então, as preocupações mundiais voltaram-se muito mais para as desigualdades existentes
entre os diversos países no que diz respeito ao acesso às tecnologias, à distribuição de renda e ao nível de vida
das populações. Nesse contexto, foram mais utilizadas novas regionalizações, com o objetivo de expressar
com mais exatidão a organização do espaço mundial contemporâneo. Entre elas, cabe destacar a divisão do
mundo em países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento e a em países centrais,
periféricos e emergentes.

3.3 - Países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento


É outro critério de regionalização que leva em conta os aspectos relacionados às desigualdades
socioeconômicas entre as nações e o nível de desenvolvimento socioeconômico. Ou seja, considera o patamar
em que se encontra a economia do país e o padrão de vida de sua população em relação aos demais países do
mundo. De acordo com o critério utilizado para essa regionalização, podemos considerar os:
Países desenvolvidos são aqueles com alto nível de industrialização, diversificado mercado de consumo de
bens e de serviços e cuja população usufrui de um elevado padrão de vida. De maneira geral, a economia dos
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países desenvolvidos é vigorosa, e seu crescimento depende, basicamente, de suas forças produtivas internas.
Possuem altos investimentos em tecnologia e pesquisa o que permite exportar produtos com alto valor

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agregado e ter uma balança comercial favorável. As características principais são:
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Elevada escolaridade e expectativa de vida, exporta tecnologia, baixo crescimento natural da população, baixa
concentração de renda, industrializado e população predominantemente urbana, renda per capita alta, PIB Alto
e são países que são sede das Multinacionais.
Países subdesenvolvidos possuem um nível de industrialização muito baixo ou com economia baseada
predominantemente no setor primário (agropecuária e atividade extrativa), dependentes tecnológica e
financeiramente dos países ricos e cuja população, em sua maioria, apresenta baixo padrão de vida. As
principais características desses países são: baixo escolaridade e expectativa de vida, alto crescimento
populacional, alta concentração de renda, dependente dos países ricos, país exportador de produtos primários,
a população rural é predominante, renda per capita baixa, PIB baixo e voltado predominantemente para
produtos primário, poucas multinacionais se instalam nesses países por causa da falta de infraestrutura.
Países em desenvolvimento países que tem características dos países pobres e dos países ricos. Características
que são dos países pobres são: a população na maioria possuem péssimas condições de vida com muita
desigualdade, corrupção e pobreza, a escolaridade e expectativa de vida em transição, exporta tecnologia e
matéria prima, crescimento da população em transição( redução), alta concentração de renda, dependente dos
países ricos, renda per capita em transição, PIB voltado para produtos primários e o fato de ser nesses países
que predomina a localização do processo produtivo das multinacionais. Contudo esses países possuem
reduzidas empresas que podem ser consideradas multinacionais. Já em relação as características que são dos
países ricos podemos mencionar a industrialização e o predomínio da população urbana. Contudo a
industrialização é resultado de investimentos externos, pois esses países não investem em desenvolvimento
tecnológico.
Os conceitos de desenvolvimento e de subdesenvolvimento passaram a ser usados com mais frequência
a partir da década de 1950, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a divulgar
periodicamente dados estatísticos de diferentes nações do mundo, como taxa de mortalidade infantil,
expectativa de vida, analfabetismo, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e renda per capita. Esses
dados revelaram a existência de grandes contrastes entre as nações desenvolvidas e as menos desenvolvidas
economicamente: atualmente, sabe-se que cerca de 50,5% da população mundial vive em países cuja renda
per capita anual é igual ou inferior a mil dólares, o que caracteriza uma situação de subdesenvolvimento; já
uma parcela restrita da população do planeta vive em países considerados desenvolvidos, nos quais a renda
per capita anual é igualou superior a 30 mil dólares.

3.4 - Países do Norte e do Sul


As nações desenvolvidas e as subdesenvolvidas também são chamadas, respectivamente, de países do
Norte e países do Sul. Essa denominação leva em conta, basicamente, a posição geográfica dessas nações,
pois, com exceção da Austrália e da Nova Zelândia, os países desenvolvidos encontram-se na porção
setentrional do hemisfério Norte, enquanto os subdesenvolvidos situam-se, de maneira geral, ao sul das nações
desenvolvidas.

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3.5 - Países centrais, periféricos e emergentes


Nesse contexto, foram estabelecidas novas regionalizações, com o objetivo de expressar com mais exatidão a

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organização do espaço mundial contemporâneo. Entre elas, cabe destacar os:
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- Países ricos ou centrais - grupo formado pelas nações mais ricas e industrializadas (como Estados Unidos,
Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia e países da União Europeia), que se encontram no centro do sistema
capitalista, exercendo forte domínio econômico e tecnológico sobre as nações mais pobres.
- Países pobres ou periféricos - grupo formado pelo restante das nações do mundo, que apresentam
desenvolvimento tecnológico e econômico menor, assim como forte dependência financeira em relação aos
países ditos centrais,
estando, por isso, na periferia do sistema capitalista onde a maioria da população apresenta más condições
de vida.
- Países emergentes grupo formado por países que se encontram em transição e com industrialização recente.
Possui características dos países ricos e características dos países pobres. Contudo o que predomina são as
características dos países pobres como desigualdade social elevada, carência dos serviços públicos,
infraestrutura precária, exportação, em sua maioria, de produtos primários. Dentre as características dos
países ricos está a exportação de produtos industrializados, apesar de predominar produtos primários, e
população urbana.

3.6 - O problema das classificações


Essas classificações são utilizadas por instituições internacionais, como a ONU e o Banco Mundial em
seus relatórios. Contudo, há divergências entre a lista dos países emergentes das instituições internacionais e
até mesmo nas listas que são recorrentes na mídia internacional. Isso ocorre porque na atualidade é inviável
qualquer tentativa de agrupar os mais de duzentos países do mundo em apenas duas ou três categorias, pois
há uma grande heterogeneidade entre esses países do ponto de vista social e econômico, especialmente
no interior do grupo considerado países em desenvolvimento ou também chamados de emergentes. Com o
surgimento dos países de industrialização recente, denominados emergentes, o grupo de países então
classificados de Terceiro Mundo ficou muito heterogêneo.
Mesmo no interior dos países desenvolvidos têm aumentado as diferenças econômicas e sociais, pois
tem países ricos em que os índices de desigualdade social, marginalização e pobreza tem aumentado mais do
que em outros países também ricos. Isso especialmente a partir do início da crise financeira nos Estados Unidos
em 2008/2009 que posteriormente atingiu vários países europeus.
A ONU criou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e usa a expressão "combate à pobreza", e
não "ao subdesenvolvimento". O termo “em desenvolvimento” transmite a ideia de que em algum momento
futuro o país irá atingir o desenvolvimento. Isso é reforçado quando os países pobres são chamados de "países
em desenvolvimento" ou de "países menos desenvolvidos" pelos organismos internacionais. Entretanto, os
países desenvolvidos de hoje não foram considerados subdesenvolvidos no passado.
Desenvolvimento e "subdesenvolvimento" são realidades opostas, porém inseparáveis, resultantes do
processo de mundialização do capitalismo e das formas de explorações. Tanto o subdesenvolvimento quanto
o desenvolvimento são resultados do período colonial e neocolonial quando houve uma grande transferência
de riqueza das colônias para as metrópoles, fruto da exploração colonialista e imperialista, criando as
condições para o desenvolvimento econômico, que com o tempo elevaria as condições de vida da população.
A diferença de renda no mundo não era muito pronunciada no início das Grandes Navegações, mas foi
aumentando ao longo do desenvolvimento desigual do capitalismo e tornou-se muito profunda no período
contemporâneo. O desenvolvimento econômico foi maior no Novo Mundo, sobretudo nos Estados Unidos, no
Japão e na Europa ocidental, onde se encontram os países desenvolvidos. O desenvolvimento foi muito baixo
na América Latina, na Ásia (excetuando o Japão) e principalmente na África, o continente que mais sofreu
com o imperialismo europeu e que menos se desenvolveu economicamente.
Essa situação vem modificando lentamente a partir da década de 1990 com o rápido crescimento
econômico que vem ocorrendo em diversos países em desenvolvimento. Países emergentes como China,
Brasil, Rússia, Índia e México, entre outros são em muitos aspectos como PIB, produção industrial, recursos
naturais e potencial do mercado interno são mais ricos que muitos países classificados como desenvolvidos.
Porém, apesar de as elites desses países terem alto padrão de vida o IDH da maioria da população é inferior

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ao dos países desenvolvidos o que significa um baixo desenvolvimento social. Além disso, a infraestrutura
produtiva (energia, telecomunicações, portos, rodovias, etc.) muitas vezes apresenta problemas. Exemplos

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dessa dinâmica são:
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- Os países do golfo Pérsico produtores de petróleo como Arábia Saudita e Kuwait, estão no grupo dos países
de alta renda per capita. Entretanto como a riqueza desses países se concentra nas mãos de uma pequena
minoria eles não podem ser considerados desenvolvidos.
- O Brasil país de renda média - alta tem uma das piores distribuições de renda do mundo de acordo com
pesquisa do Banco Mundial. A riqueza está distribuída de forma muito mais desigual nos países em
desenvolvimento.

3.7 - As contradições das classificações nas instituições especializadas


Não há uma classificação consensual sobre quais são os países incluídos na categoria "emergente".
De acordo com o glossário do G-20 (Grupo dos 20), "países emergentes" são aqueles que estão em
rápido processo de crescimento econômico e industrialização; são considerados em transição entre a situação
de "países em desenvolvimento" para a de "países desenvolvidos".
Segundo a Unctad, há os "países emergentes" e os "países menos desenvolvidos". A Unctad lista apenas
dez países como economias emergentes. Para a Unctad, os "países menos desenvolvidos", aqueles que
apresentam graves problemas socioeconômicos e os piores índices de desenvolvimento humano, são os mais
vulneráveis e os países mais pobres do mundo. Estão nessa categoria 49 países: 34 localizados na África, 14
na Ásia/Pacífico e um na América (Haiti). São os países que despertam mais atenção por parte dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio. Essa organização classifica também alguns dos antigos países socialistas de
"economias em transição". A Unctad reconhece que é difícil classificar os países e faz a seguinte ressalva:
"As designações 'desenvolvido', 'em transição' e 'em desenvolvimento' foram adotadas por conveniência
estatística e não necessariamente expressam um julgamento sobre o estágio alcançado por um país em
particular no processo de desenvolvimento".
Já na mídia especializada em negócios, é comum países como China, Rússia, Índia, Indonésia, Turquia,
África do Sul, Marrocos e Colômbia, entre outros, também serem apontados como economias emergentes.
Entre os diversos exemplos da dificuldade de classificar os países e suas consequentes inconsistências,
podemos destacar:
- a Coréia do Sul, país com um índice de desenvolvimento humano bastante elevado e uma das economias
mais modernas e competitivas do mundo, ainda aparece no grupo das economias emergentes da Unctad,
embora a própria ONU já a classifique como país desenvolvido;
- a Romênia, país do antigo bloco socialista que, embora tenha um Índice de Desenvolvimento Humano
elevado, é um dos mais atrasados da Europa. Por ser membro da União Europeia está no grupo das economias
desenvolvidas.
Contudo há divergências entre a lista dos países emergentes da Unctad e a denominação recorrente na
mídia internacional. Os países que eram socialistas, mas que entraram na União Europeia, como o exemplo
citado, não foram classificados como "economias em transição', mas sim como "desenvolvidos". A Rússia,
por sua vez, herdeira da União Soviética, é considerada uma "economia em transição".
No Atlas do desenvolvimento global 2011, o Banco Mundial faz o seguinte comentário: "Economias
de baixa e média renda são muitas vezes definidas como economias em desenvolvimento.” Não se pretende
com isso concluir que todas as economias deste grupo estão vivenciando desenvolvimento similar ou que as
outras economias são superiores ou atingiram o estágio final de desenvolvimento'. Por sua vez, os países de
alta renda são em geral definidos como economias desenvolvidas. Mas há várias exceções, como a Arábia
Saudita, um país de alta renda que não é considerado desenvolvido.
Segundo o Banco Mundial mesmo nos países por ele designados "em desenvolvimento" há um elevado
percentual de pobres na população, sobretudo nos do Sul da Ásia e nos da África subsaariana onde está a
maioria dos "países menos desenvolvidos". São pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia portanto
abaixo da linha de pobreza internacional (sobrevivem na pobreza extrema aquelas que têm renda inferior a
1,25 dólar/dia).

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3.7.1 - Distribuição da pobreza

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A maioria dos países que apresentam elevados percentuais de pobreza em sua população se localiza na
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África subsaariana, entretanto o maior contingente de pobres ainda se encontra no Sul da Ásia e sobretudo na
Índia: em 2008 eram 862 milhões de indianos vivendo com menos de 2 dólares por dia. Os africanos nessa
situação perfaziam 562 milhões de indivíduos, mas espalhados por 47 países da região ao sul do Saara.
A China ainda possuía 399 milhões de pobres, mas foi o país que mais reduziu a pobreza desde o início
da década de 1980 quando começou seu acelerado crescimento econômico.
Em 2008 apenas três regiões - Leste da Ásia / Pacífico, Sul da Ásia e África subsaariana - concentravam
95% das pessoas que vivem com menos de 2 dólares/dia.
Entre 1981 e 2008 houve uma redução da pobreza no mundo e quem mais contribuiu para isso foi o
Leste da Ásia e sobretudo a China. A pobreza é muito desigual entre os países, mesmo nas regiões onde há
mais concentração de pessoas pobres.

3.7.2 - Índice de desenvolvimento humano (IDH)


O IDH é uma medida sumária do desenvolvimento humano, que mede as realizações médias de um país
em três dimensões básicas do desenvolvimento: uma vida longa e saudável, o acesso ao conhecimento e um
padrão de vida digno. Por isso o IDH permite analisar as condições de vida de uma população, para além dos
indicadores econômicos tradicionais (como renda per capita e PIB), pois são considerados os sociais
(expectativa de vida, mortalidade infantil e analfabetismo)
Analisar o desenvolvimento de um país apenas do ponto de vista macroeconômico significa obter uma
visão parcial e limitada da realidade devem ser considerados os aspectos políticos (respeito aos direitos
humanos, participação política da população, entre outros) e a sustentabilidade ambiental.
O economista indiano Amartya Sen, um dos criadores do IDH, define o desenvolvimento como um
processo de expansão das liberdades reais dos seres humanos, o que inclui o acesso a bons serviços de
educação e saúde, garantias de direitos civis, etc. Segundo ele, não podemos encarar o desenvolvimento apenas
do prisma dos indicadores econômicos.
Desde 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) calcula e divulga o Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) de quase todos os países. Esse índice fornece um retrato mais preciso
das condições de vida das populações.
As tradicionais explicações que enfatizam as relações econômicas entre os países ao longo da História,
embora não sejam falsas, consideram apenas uma faceta desse complexo problema. Ao darem destaque à
relação Norte-Sul e aos antagonismos entre os países ricos e os pobres (e muitos nem são tão pobres) como
responsáveis pelas desigualdades sociais, encobrem as contradições internas tanto dos países em
desenvolvimento quanto dos países desenvolvidos.

3.7.3 - Entre os motivos da pobreza


Com poucas exceções, os países em desenvolvimento, principalmente os "países menos desenvolvidos",
são, ou foram por longo período, governados por ditaduras ou regimes democráticos pouco consolidados, sob
o comando de elites em geral indiferentes ao bem-estar social do restante da população. Por isso, o Estado
deixa de cumprir muitas de suas atribuições básicas e dedica-se a satisfazer aos interesses da classe social ou
do grupo étnico que detém o poder. Essa apropriação do Estado por um setor da sociedade (clã ou etnia, por
exemplo) é mais comum nos países menos desenvolvidos, sobretudo na África subsaariana, e denominada
pelo sociólogo espanhol Manuel Castells de "Estado predatório". Em casos extremos, uma pessoa ou uma
família chega a comandar um país.
Em países em desenvolvimento que atingiram certo grau de industrialização, como muitos dos
emergentes, é frequente um grupo social ou partido político se apropriar do aparelho de Estado. Nesse caso, é
comum a concessão de subsídios e de generosos incentivos fiscais a diversos grupos econômicos ligados ao
poder instituído, muitas vezes em detrimento de investimentos sociais que poderiam beneficiar a maioria pobre
da população. O desvio das funções do governo, a relação entre o Estado e o capital, o governo e o partido
político, a impunidade e o desrespeito à cidadania acabaram intensificando nos países em desenvolvimento,
especialmente nos menos desenvolvidos, outro fenômeno: a corrupção.

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Embora não seja exclusividade desses países, este problema está fortemente arraigado na maioria deles,
devido à falta de transparência e à impunidade, e consome vultosos recursos, que poderiam ser investidos na

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solução dos graves problemas sociais que enfrentam. A corrupção é um problema que aparece em todos os
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países: desenvolvidos, emergentes e menos desenvolvidos. Entretanto, ela é muito mais séria nos países em
desenvolvimento, especialmente nos menos desenvolvidos, onde o sistema jurídico é frágil e a cidadania,
pouco consolidada.

3.7.4 - Paraísos fiscais


Estreitamente ligada ao problema da corrupção está a questão dos "paraísos fiscais". Muitas vezes o
dinheiro obtido em esquemas ilícitos é transferido para paraísos fiscais no exterior, muitos deles localizados
em países desenvolvidos ou em territórios ultramarinos desses países.
É importante salientar que o IPC avalia apenas a corrupção no setor público, portanto, não leva em
consideração que muitos países na lista dos menos corruptos dão suporte financeiro aos criminosos que atuam
no mundo, principalmente nos países mais pobres. Ou seja, alguns países ricos e "altamente limpos" são
coniventes com a corrupção. Por exemplo: a Suíça, um dos países menos corruptos do mundo (IPC 8,8), tem
um histórico de abrigar em seu sistema bancário - em contas secretas - dinheiro oriundo de esquemas de
corrupção de países em desenvolvimento. Por isso vem crescendo a pressão sobre os paraísos fiscais para que
seus sistemas financeiros sejam mais transparentes e menos coniventes com a corrupção internacional.

3.7.5 - A violência e a pobreza


Outro sério problema que várias das nações menos desenvolvidas enfrentam, sobretudo as africanas e
asiáticas, são as guerras civis que as arruínam social e economicamente. De acordo com a publicação lhe
State of the World Atlas 2012, das trinta guerras em andamento em 2010, dezessete ocorriam na Ásia (sendo
cinco no Oriente Médio), nove na África (sete na região subsaariana), três na América Latina e uma na Europa.
Essas guerras atingiam principalmente os chamados "Estados falidos", aqueles países em que a sociedade
está em maior ou menor grau mais vulnerável aos conflitos violentos e à desagregação social e econômica.
Dos quinze Estados com maior índice de falência, dez são da África subsaariana, quatro da Ásia e um
do Caribe.
Alguns dos países mais pobres do mundo, muitos dos quais na lista dos "Estados falidos", têm mais
despesas públicas com as forças armadas do que com saúde e educação. É exatamente o oposto do que ocorre
nos países mais desenvolvidos. Entretanto, deve ser lembrado que o percentual gasto com armas nas maiores
potências econômicas mundiais, embora pequeno em termos percentuais, representa muito dinheiro devido ao
tamanho de seus PIBs.
Em 2010, os Estados Unidos foram o país que mais gastou, em termos absolutos, com armamentos no
mundo. Em termos relativos está longe da Arábia Saudita, mas como o PIB norte-americano era de 14.587
bilhões de dólares naquele ano, os 4,8% do orçamento de suas forças armadas corresponderam a 700 bilhões
de dólares. Os sauditas comprometeram 10,4% de um PIB de 435 bilhões de dólares, o que correspondeu a
um gasto total de 45 bilhões de dólares. O valor dos gastos norte-americanos com armas é quinze vezes maior
do que o dos sauditas e corresponde a uma vez e meia o PIB desse país do Oriente Médio, que é a 23ª economia
mundial (os dispêndios armamentistas da maior potência militar do planeta superam o PIB de mais de 90%
dos países-membros da ONU). Note como a situação dos países mais pobres é perversa: têm um PIB pequeno
e gastam proporcionalmente mais com armas, sobrando menos para investimentos sociais.
É importante lembrar também que os países "menos desenvolvidos" não são produtores de armamentos,
por isso importam dos países desenvolvidos (e de alguns "emergentes"), principalmente das grandes potências
militares, os maiores exportadores mundiais de material bélico. Apenas os Estados Unidos são responsáveis
por 30% do comércio internacional de armas.
Enquanto bilhões de dólares são gastos em armas no mundo todo, milhões de pessoas não têm o que
comer. Nos países pobres, principalmente na África subsaariana há adultos, jovens e crianças morrendo em
guerras, nas quais se usam armamentos caros importados dos países ricos, e de fome, porque não têm como
produzir alimentos nem comprar comida.
Em muitos "países menos desenvolvidos" e com graves problemas institucionais a falta de perspectivas
socioeconômicas faz com que muitos jovens principalmente do sexo masculino sejam aliciados por grupos

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armados. A superação da falta de perspectivas socioeconômicas, do desalento que impera nos países pobres,
passa antes de tudo por romper o círculo vicioso pobreza-guerra-pobreza, principalmente nos chamados

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"Estados falidos". Contudo, essa não é uma tarefa fácil, por causa dos interesses envolvidos tanto dos grupos
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que detêm o poder nesses países quanto dos exportadores de armas. Mas a tomada de consciência internacional
da importância de combater a pobreza e a desesperança mobilizou os países do mundo em torno dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio.

3.7.6 - Objetivos de desenvolvimento do milênio


Na Cúpula do Milênio, realizada em 2000 na sede da ONU, em Nova York, foi lançada uma ambiciosa
proposta para reduzir a pobreza mundial e melhorar os indicadores de desenvolvimento humano dos países da
África, da Ásia e da América Latina, onde se encontra a maioria dos pobres do mundo. Os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) constam da Declaração do Milênio das Nações Unidas, documento
assinado pelos países-membros da ONU (na ocasião eram 189). Todos os países-membros da organização
assumiram oito compromissos, a serem postos em prática até o ano de 2015. 1º Erradicar a extrema pobreza
e a fome, 2º Atingir o ensino básico universal, 3º Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das
mulheres, 4º reduzir a mortalidade infantil, 5º Melhorar a saúde materna, 6º Combater o HIV, a Malária e
outras doenças, 7º Garantir a sustentabilidade ambiental, 8º Estabelecer uma parceria mundial para o
desenvolvimento.

4. GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO


4.1 - Do pós-guerra aos dias atuais (Da velha ordem à nova ordem mundial)
Para entender as transformações desse período é necessário estudar a ordem internacional, ou seja, o
arranjo geopolítico e econômico que regula as relações entre as nações do mundo nesse momento histórico
que vai desde o fim da Segunda Guerra até os dias de hoje.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial o mundo vem passando por importantes mudanças geopolíticas
e econômicas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial teve início a Guerra Fria (1947-1991) período marcado
pelo antagonismo geopolítico-ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética, pela bipolarização de
poder entre as duas superpotências e pelo medo da eclosão de uma guerra nuclear. Para compreender esse
período vamos entender a Segunda Guerra Mundial.

4.1.1 -A Segunda Guerra Mundial


Durante a Segunda Guerra Mundial a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), criada em
1922, o Reino Unido, França e os EUA, grupo dos Aliados, lutaram do mesmo lado, visando derrotar as forças
do Eixo (Alemanha, Japão e Itália).
A União Soviética sofreu grandes perdas humanas (mais de 20 milhões de pessoas morreram, a maioria
civis) e prejuízos materiais (grande parte das indústrias, cidades e fazendas foi destruída) por causa da guerra,
por isso estabeleceu como metas a reconstrução do país e a busca do equilíbrio bélico com o rival ocidental.
Diferentemente, os EUA, que ingressaram
no conflito somente em 1941, além de perderem
relativamente poucos combatentes, conseguiram
manter intactas suas cidades, indústrias e
propriedades agrícolas, e ainda aumentaram a
produtividade industrial e acumularam vultosas
reservas. Emergiam, portanto, duas
superpotências no cenário mundial: a URSS e os
EUA.
No final da guerra, em 1945, a derrota dos
países do Eixo e, ao mesmo tempo, o
enfraquecimento econômico, militar e político
do Reino Unido e da França, levaram o mundo a
um período de grandes transformações
econômicas e geopolíticas.
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As potências europeias perderam importância geopolítica, já que o poder passou para as novas potências
que emergiram. Essas novas transformações deram início a um período conhecido como Guerra Fria causando

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uma divisão política e econômica da Europa, principalmente, de acordo com os interesses das duas grandes
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potências.
4.1.2 - Guerra Fria - A Velha Ordem Mundial
A divergência ideológica entre Estados Unidos, que defendia a expansão do capitalismo pelo mundo, e
a União Soviética, que defendia o socialismo, seguiam linhas político-econômicas diferentes. O capitalismo é
um sistema que defende a economia de mercado, o pluripartidarismo e uma sociedade dividida em classes
sociais. Já o socialismo é um sistema que organiza o território a partir de uma economia planificada, sem
divisão de classes sócias, do ponto de vista teórico, e unipartidária.
O mundo era bipolar, ou seja, havia duas superpotências que comandavam o mundo e essas duas
potencias dividiram a Europa em zonas de influências como mostra o mapa ao lado, a Europa Ocidental
também conhecida como países do oeste e Europa Oriental como países do leste.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial a relação se transformou num confronto indireto.
Confronto indireto porque como definiu bem o cientista político francês Raymond Aron: "Guerra Fria,
paz impossível, guerra improvável". A paz era impossível porque as superpotências apresentavam, em vários
aspectos, um antagonismo insuperável. A guerra era improvável porque, se ocorresse e culminasse num
enfrentamento nuclear, não haveria vencedores, podendo mesmo levar ao fim da humanidade ou ao menos a
barbárie. Isso porque as armas de destruição em massa - mísseis carregados com bombas nucleares - eram
construídas pelas duas superpotências.
Como cada uma das superpotências tentava disseminar seus respectivos sistemas econômicos e seus
valores político - ideológicos, a divisão do mundo em dois blocos rivais e a emergência do conflito Leste-
Oeste foram marcadas pelo antagonismo geopolítico-militar e pela propaganda ideológica. Cada uma delas,
ao mesmo tempo que fazia esforços para ampliar sua área de influência, tentava conter a expansão da outra,
numa época marcada pela bipolarização de poder entre os EUA e a URSS, que ficou conhecida como Guerra
Fria.
Nesse período as duas superpotências, buscando manter o equilíbrio bélico e a paridade nuclear,
mantiveram uma acirrada corrida armamentista em que as armas eram construídas não para serem usadas,
sobretudo os letais mísseis nucleares, e sim para servir de instrumento para demonstração de força. Nenhum
dos lados admitia ficar em posição de inferioridade. Em suma, o que garantiu a paz durante esse período foi a
premissa de que o conflito bélico asseguraria a mútua destruição por isso imperou uma "paz armada".
Que fato marcou o início da Guerra Fria?
A Guerra Fria teve início a partir do final da Segunda Guerra mundial. Contudo, em 1947, quando os
Estados Unidos lançaram as bases da Doutrina Truman e do Plano Marshall, é considerado um dos marcos
do início desse período histórico.
Nesse ano o presidente Harry S. Truman (que governou o país de 1945 a 1953) incentivou a concessão
de créditos para a Grécia e a Turquia com o objetivo de sustentar governos pró-ocidentais naqueles países.
O objetivo geopolítico fundamental da Doutrina Truman era a contenção do socialismo, isolar a União
Soviética e impedir a expansão de sua área de influência.
Complementando a Doutrina Truman, o então secretário de Estado norte-americano, George C.
Marshall, idealizou o Plano Marshal de ajuda econômica para acelerar a recuperação econômica dos países
da Europa Ocidental. Esse plano tinha como objetivo, além dos já citados acima, o de recuperar mercados
para produtos e capitais norte americanos.
Além do Plano Marshall, direcionado à Europa no início da década de 1950, foi elaborado o Plano
Colombo, voltado para estimular o desenvolvimento de países do Sul e Sudeste da Ásia através de ajuda
financeira. O Japão foi beneficiado por um programa de ajuda bilateral e, entre 1947 e 1950, recebeu US$2,5
bilhões (em valores da época) diretamente do Tesouro dos Estados Unidos.
Todos esses planos de ajuda econômica possibilitaram o fluxo de produtos e capitais norte-americanos
e, junto com a Doutrina Truman, a contenção do expansionismo soviético. Para administrar e distribuir os
recursos do Plano Marshall, em 1948 foi constituída a Organização Europeia de Cooperação Econômica
(OECE) que depois passou a se chamar Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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4.1.3 - Alianças militares dos EUA


Com o mesmo objetivo de conter o socialismo, além das ajudas econômicas foram feitas também

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alianças militares. No início da Guerra Fria, muitos setores da sociedade norte-americana acreditavam que, se
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a União Soviética estendesse sua influência a outros países além do Leste Europeu e da China (que aderiu ao
socialismo em 1949), todos os países, sucessivamente, acabariam caindo nas "garras" do inimigo. Esse
pressuposto geopolítico ficou conhecido como efeito dominó. Para contê-lo, os Estados Unidos criaram várias
alianças militares: na Europa Ocidental a Organização do tratado do Atlântico Norte - Otan, no Sudeste
Asiático a Organização do Tratado do Sudeste da Ásia - Otase) e no Oriente Médio o Pacto de Bagdá. Além
de acordos bilaterais com alguns países como o Japão e a Coreia do Sul, estabelecendo um cinturão de
isolamento em torno da superpotência rival, que ficou conhecido como cordão sanitário. A mais importante
dessas organizações militares foi a Otan.
Aliança militar Norte Americana - OTAN
A Otan, criada em 1949 e com sede em Bruxelas (Bélgica),
para defender a Europa Ocidental da ameaça soviética. Com a
criação da Otan, os EUA delimitaram sua zona de influência na
Europa Ocidental por meio da construção de uma série de bases
militares e da constituição de um gigantesco mercado de
armamentos convencionais e nucleares para seu complexo
industrial-militar e também de seus aliados.
A Otan foi uma criação norte-americana em represália ao
bloqueio, por terra, feito a Berlim Ocidental pelos soviéticos. Para
furar o bloqueio os aliados capitalistas abasteceram Berlim
Ocidental pelo ar, por meio de uma "ponte aérea", furando o
bloqueio terrestre imposto pela URSS, entre junho de 1948 e
maio de 1949, foi uma reação à implantação do marco, moeda
que circulava na parte ocidental da Alemanha. Depois de onze meses, o bloqueio foi suspenso, mas esse
acontecimento foi a primeira grave crise da Guerra Fria.
Outra consequência importante do bloqueio a Berlim feito pelos soviéticos foi a criação da República
Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental, em maio de 1949, nas zonas ocupadas pelos Estados
Unidos, Reino Unido e França. A resposta soviética veio em outubro daquele mesmo ano com a criação da
República Democrática Alemã (RDA) ou Alemanha Oriental em sua respectiva zona e ocupação.
Atualmente, entre as novas funções constam garantir a paz na Europa e dar apoio em intervenções
internacionais, como no Afeganistão. Ao ampliar sua atuação: fixou-se nas trocas militares de técnicas de
segurança com a Europa, nas intervenções de conflitos e até no combate ao narcotráfico.
Além disso, vem ganhando novos países-membros: em 1999 entraram na organização a Hungria, a
Polônia e a República Tcheca. Durante as negociações para a incorporação de países do Leste na organização,
a Rússia posicionou-se contra essa política expansionista, alegando que isso poria em risco a sua segurança,
mas acabou aceitando-a em troca de sua entrada no G-7, rebatizado de G-8. Finalmente, no início de 2002,
com a criação do Conselho Otan-Rússia, esse país passou a ser considerado um aliado estratégico, encerrando
mais um capítulo da história da Guerra Fria. Em 2004, mais sete países do antigo bloco oriental ingressaram
na Otan, e, em 2009, mais dois, elevando para 28 o número de países-membros. O ingresso de ex-integrantes
do Pacto de Varsóvia demonstra como o mundo mudou do ponto de vista geopolítico desde o fim da Guerra
Fria.

4.1.4 - Divisão da Alemanha - socialista e capitalista


A divisão da Alemanha foi uma das consequências do período da Guerra Fria onde o mundo era dividido
entre capitalismo e socialismo. Com o fim da Segunda Guerra a Alemanha foi dividida entre os vencedores:
americanos, britânicos, franceses que ficaram com a Alemanha ocidental e a URSS com a Alemanha oriental.

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O mesmo aconteceu com Berlim, sua antiga

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capital que ficou dividida entre a parte oriental
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socialista e a ocidental capitalista.


Até a década de 1960 muitos berlinenses
deixaram o setor oriental em busca de melhores
oportunidades de trabalho no setor ocidental. Para
acabar com esse êxodo de trabalhadores e reafirmar
a soberania sobre seu setor da cidade, as autoridades
orientais construíram em 1961 o Muro de Berlim,
com extensão de 159 km, um dos símbolos mais
significativos do mundo bipolar e das tensões da Guerra Fria. Ao dividir Berlim, com um muro de concreto,
materializava-se no território de uma cidade todo o antagonismo dessa época: o conflito Leste-Oeste, ou
socialismo versus capitalismo.

4.1.5 - Aliança militar da URSS: Pacto de Varsóvia


Quando a Alemanha Ocidental ingressou na Otan, em
1955, a resposta soviética veio com a criação de uma aliança
militar sob seu comando: o Pacto de Varsóvia. O Pacto de
Varsóvia é uma aliança militar assinada na capital da Polônia. A
União Soviética delimitava, assim, sua própria zona de influência
e seu principal mercado de armas com a Alemanha Oriental, o
que consolidou a divisão da Europa pela "cortina de ferro"
[expressão criada em 1946 por Winston Churchill, então
primeiro-ministro inglês). Os países europeus orientais eram
também conhecidos como "países da cortina de ferro".
Com o fim da Guerra Fria, a importância das alianças
militares tem diminuído, e aquelas que não foram extintas
sofreram reestruturação. A mais importante delas, a OTAN,
reduziu seu arsenal militar, ganhou mais mobilidade, flexibilidade e novas atribuições.

4.1.6 - A Ordem Econômica da Guerra Fria - Instituições internacionais criadas no período


A seguir faremos uma breve descrição sobre as principais instituições ou organismos internacionais
criados no período da Velha ordem mundial (Guerra Fria) e que ainda estão em funcionamento. Contudo
muitas delas ampliaram suas funções e mudaram de nomes. Vamos entender o funcionamento dessas
instituições antes e após a Guerra fria. Essas instituições permanecem com grande importância no mundo
contemporâneo.

Conferência de Bretton Woods - Nos últimos meses, antes do final da Segunda Guerra, norte-americanos e
britânicos, preocupados com a recuperação econômica de um mundo devastado pelo conflito bélico,
convocaram a Conferência de Bretton Woods, em 1944. Os representantes dos 44 países participantes
temiam a ocorrência de uma crise econômica, como a dos anos 1930, e lançaram um plano que visava garantir
a reconstrução e a estabilidade da economia mundial após o término da guerra. Nessa reunião, foi estabelecido
um novo padrão monetário - o dólar-ouro, em substituição ao ouro, padrão vigente até então. Apesar da
participação de várias nações, incluindo a União Soviética e o Brasil, quem definia as regras do plano eram
os Estados Unidos e, em menor grau, o Reino Unido.
Durante a Conferência de Bretton Woods foram constituídos dois organismos que até hoje são muito
atuantes no cenário político, econômico e financeiro mundial:
- o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), a instituição mais conhecida do Banco
Mundial, e
- o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ambos com sede em Washington, capital dos EUA, já nasceram controladas pela potência hegemônica.

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Ao Bird coube, inicialmente o financiamento da reconstrução dos países devastados pela guerra e,

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atualmente, o financiamento a longo prazo de projetos visando o desenvolvimento dos países-membros (188
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em 2012). Em 1960 foi criada a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), que hoje concede
empréstimos sem juros e assistência técnica aos 81 países mais pobres do mundo (39 dos quais na África
subsaariana).
A AID, o Bird e mais três instituições compõem o Grupo Banco Mundial. Originalmente chamado
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento BIRD, atualmente é mais conhecido como Banco
Mundial. A principal atividade do Banco Mundial é fornecer empréstimos para os países em desenvolvimento
em diversos programas de capital.
O que primeiro foi uma motivação para financiar a reconstrução dos países mais prejudicados pela
segunda guerra, quando era mais conhecido como BIRD, com o passar do tempo, se tornou uma possibilidade
para dar espaço aos países mais desfavorecidos em cooperação ao desenvolvimento da sua economia e
capacidade produtiva com a constituição do AID. Através das suas iniciativas como o AID, o Banco Mundial
executa programas de redução da pobreza nas regiões mais críticas a nível mundial, dá apoio a programas de
capital, promove iniciativas no âmbito da melhora do meio ambiente apoiando soluções inovadoras, entre
outras.
O Banco Mundial oferece empréstimos para dar impulso a diversas iniciativas destinadas a projetos de
melhoria em áreas como saúde, energia, saneamento, infraestrutura e, a partir deste século, mitigação dos
impactos no meio ambiente, decorrentes dos projetos socioeconômicos.
O FMI foi criado para zelar pela estabilidade financeira mundial através de duas atribuições básicas:
garantir empréstimos aos países que tenham dificuldade para fechar seu balanço de pagamentos e assegurar a
estabilidade nas taxas de câmbio, sempre tendo o dólar como padrão de referência.
Constituído no ano 1944, o Fundo Monetário Internacional é a organização encarregada do controle e
monitoramento do sistema financeiro mundial através da regulação de taxa cambial e balança de pagamentos
dos países membros, prestando assistência técnica e financeira nos casos que for necessário. Objetiva evitar
acontecimentos críticos se repetirem, como a crise do ano 1929 nos Estados Unidos. O FMI concede
empréstimos a países credenciados com problemas financeiros e estabelece rigorosas regras que os países
deverão cumprir para atingir as metas impostas pelo organismo.

Conferência Econômica de Havana - Para complementar as medidas econômicas idealizadas em Bretton


Woods, foi constituído, em 1947, na Conferência Econômica de Havana, o Acordo Geral de Tarifas e
Comércio (Gatt, do inglês General Agreement on Tariffs and Trade). Com sede em Genebra (Suíça), seu
objetivo principal era combater medidas protecionistas e estimular o comércio mundial. O Gatt, assim como
o Bird e o FMI, sempre atuou em cooperação com a ONU. Desde 1995, quando passou a denominar-se
Organização Mundial do Comércio (OMC), tem procurado aumentar sua influência nas questões
comerciais mundiais. Durante o GATT foram realizadas sete rodadas de negociações para estimular o
comércio entre seus países membros. Quando se diz estimular o comércio entre os países significa reduzir ou
acabar com as tarifas alfandegárias e estimular o livre comércio, acabar com medidas conhecidas como
dumping, reduzir a presença de medidas não tarifárias como as restrições impostas a produtos através de
requisitos sanitários, ambiental e trabalhistas e hoje se discute muito dos subsídios agrícolas.
As 5 primeiras foram para discutir a redução das tarifas: 1ª Rodada de Genebra em 1947, 2º Rodada
Annecy em 1949, 3º Rodada Torquay em 1951, 4º Rodada Genebra em 1956 e a 5º Rodada Dillon em
1960/1961. A sexta Rodada Kennedy e a sétima Rodada Tóquio além de permanecerem discutindo formas
de diminuir as tarifas começou a discutir também medidas antidumping.
A sétima rodada é tida como a mais importante por ter ampliado ainda mais as discussões e incluído
medidas não protecionistas aos produtos agrícolas, têxtil, serviços. Até então as rodadas se limitavam a
privilegiar a liberdade comercial de produtos industriais, ou seja, produtos dominados pelos países ricos.
A oitava rodada recebeu o nome de Rodada Uruguai, durou até 1994 e foi quando o GATT passou a
denominar-se Organização Mundial do Comércio (OMC). O GATT era apenas um conjunto de acordos, no
que se transformou, em OMC passou a ter o mesmo status do BIRD e do FMI. Por isso teve mais força para
fiscalizar o comércio mundial e fortalecer o multilateralismo.

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ONU - A Organização das Nações Unidas foi criada ao final da Segunda Guerra Mundial com o objetivo

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de preservar a paz e a segurança no mundo, além de promover a cooperação internacional para resolver
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questões econômicas, sociais, culturais e humanitárias. O principal objetivo era evitar a eclosão de uma nova
guerra. Sediada em Nova York, a ONU substituiu a Liga das Nações, criada após a Primeira Guerra.
Em 1945, representantes de 51 países, reunidos na Conferência de São Francisco (Estados Unidos),
aprovaram uma Carta de Princípios que deveria orientar as ações da entidade no mundo após a Segunda
Guerra. Contudo, durante a Guerra Fria, num mundo bipolar, a ONU tinha sua capacidade de ação bastante
limitada, pois suas decisões ora contrariavam interesses norte-americanos, ora soviéticos. O lado que se sentia
prejudicado vetava a resolução que lhe contrariasse.
A ONU e sua organização - Atualmente, a ONU conta com diversas agências e vários órgãos, dos quais
os mais importantes são a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança (CS).
A Assembleia Geral congrega as delegações dos países membros (193 em 2012). Faz uma reunião por ano
(pode haver, entretanto, sessões de emergência), mas não decide sobre questões de segurança e cooperação
internacional, limitando-se a fazer recomendações.
O Conselho de Segurança é o órgão de maior poder da ONU. É composto de delegados de quinze
países-membros, dos quais cinco são permanentes e dez eleitos a cada dois anos. O poder desse órgão está
concentrado nas mãos dos cinco membros permanentes, que têm poder de veto: qualquer decisão só é posta
em prática se houver consenso entre Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia (que substituiu a
extinta União Soviética).
O CS pode investigar disputas e conflitos internacionais ou no interior de um país, propor soluções
visando a acordos de paz e adotar sanções que vão desde o corte das comunicações ou das relações
diplomáticas até o bloqueio econômico. Em último caso, pode autorizar o uso da força militar, como ocorreu
em intervenções na Somália (1993), na Guerra de Kosovo (1999) e na ocupação do Afeganistão (2001), todas
sob a liderança dos Estados Unidos.
A alocação das forças de paz da ONU, como a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti
(Minustah), enviadas àquele país em 2004, sob o comando do Brasil, também passa por aprovação do CS.

A ONU e sua força de decisão ameaçada - Um episódio que pôs a ONU em xeque: na guerra contra o
Iraque (2003), os Estados Unidos, com apoio solitário do Reino Unido, optaram por invadir o território
iraquiano sem a autorização do CS, com o intuito de derrubar o ditador Saddam Hussein (ele foi condenado à
morte e executado em 2006). Sabendo que não teria o apoio necessário dos membros do CS, o governo norte-
americano, sob a Presidência de George W Bush (2001-2009), resolveu apostar no unilateralismo e ignorou
o órgão. Tal atitude desgastou a ONU e, por extensão, o multilateralismo construído desde sua criação,
porque fez com que a ONU perdesse a prerrogativa de decidir sobre intervenções militares. O fato de a ONU
estar sediada em Nova York é uma das evidências da influência que os Estados Unidos tinham quando ela foi
criada.
Conselho de segurança da ONU na atualidade - O Conselho de Segurança da ONU continua sendo o
órgão mais importante da ONU. Contudo a sua composição não expressa a correlação de forças do mundo
atual, e sim a de quando a ONU foi criada, resultante do desfecho da Segunda Guerra. Por isso, em 2004, o
Brasil, a Alemanha, o Japão e a Índia formaram um grupo para tentar acelerar sua reforma. Em 2005 esse
grupo apresentou à Assembleia Geral um projeto que previa a expansão do número de membros permanentes.
Diante da falta de consenso, o projeto não foi acatado, mas o Brasil não desistiu de seu propósito. Por ser o
maior da América Latina em termos territorial, populacional e econômico, o país é um candidato natural a
uma vaga permanente caso o CS seja ampliado. O governo brasileiro tem feito articulações diplomáticas no
sentido de conquistar um assento permanente no Conselho de segurança. É importante um Conselho mais
representativo e democrático que contemple uma expansão dos assentos permanentes e não permanentes, com
países em desenvolvimento da África, da Ásia e da América Latina. É inaceitável a perpetuação de
desequilíbrios contrários ao espírito do multilateralismo.
Portanto, mesmo os EUA, que têm procurado se manter neutros nesse debate, e os outros membros
permanentes vierem a concordar em ampliar o CS, os postulantes ainda enfrentarão problemas, já que a entrada
no CS depende da aprovação de dois terços dos Estados-membros da ONU.
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Na América Latina, o México e possivelmente a Argentina, apesar da parceria no Mercosul, poderiam


questionar a entrada do Brasil. Na África, também há outros pretendentes, como o Egito e a Nigéria, que

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podem concorrer com a África do Sul. Na Ásia o conflito indo-paquistanês poderia se acirrar porque o
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Paquistão não se conformaria com a entrada da Índia, seu inimigo histórico. Ainda na Ásia, a China tende a
vetar a entrada do Japão por não querer vê-lo fortalecido política e militarmente na região. Na Europa a
situação da Alemanha não é confortável porque os italianos também são pretendentes a uma vaga no Conselho
e não querem ser preteridos. Cada pretendente terá de angariar o máximo de apoios para conseguir seu
objetivo, principalmente na região em que se localiza. O Brasil já obteve apoio de quase todos os membros
permanentes do CS, com exceção dos EUA, que até 2012 não tinham se posicionado. O apoio da China e da
Rússia foi formalizado no primeiro encontro do Brics.

Da OECE a OCDE - Para administrar e distribuir os recursos do Plano Marshall, em 1948 foi constituída a
Organização Europeia de Cooperação Econômica (Oece). Entre 1948 e 1952 foram transferidos recursos
da ordem de US$13 bilhões a dezoito países europeus ocidentais. Os principais beneficiados pelo programa
de recuperação foram: Reino Unido (24%), França (20%), Alemanha Ocidental (11%) e Itália (10%). Grande
parte desse dinheiro foi usada para comprar máquinas e equipamentos, matérias-primas, fertilizantes e
alimentos, entre outros bens, que ajudaram a recuperar a economia europeia, mas também a estimular a
indústria e a agricultura norte-americanas. A maioria dos produtos era adquirida dos Estados Unidos porque
parte desse dinheiro era doação, vinculada à compra de produtos de empresas do país, e outra parte era
empréstimo.

OCDE - Em 1961 a OECE passou a se chamar Organização de Cooperação e Desenvolvimento


Econômico (OCDE), porque nações não europeias foram admitidas e novos objetivos foram traçados. Os
novos países não europeus desenvolvidos admitidos foram: Japão (1964), Finlândia (1969), Austrália (1971)
e Nova Zelândia (1973). Está sediada em Paris e seus fundadores foram os 18 países beneficiados pelo plano
Marshal mais os EUA e o Canadá. Durante décadas a OCDE foi conhecida como o "clube dos ricos",
congregando alguns' dos países mais ricos e industrializados do mundo.
De acordo com a Convenção assinada pelos vinte países fundadores, seus objetivos são:
- alcançar um crescimento econômico vigoroso e sustentável, gerando empregos e melhorando o padrão de
vida da população dos países-membros, enquanto mantém a estabilidade financeira;
- contribuir para a expansão econômica sustentada dos países-membros e não membros e para o
desenvolvimento da economia mundial e
- contribuir para a expansão do comércio mundial com base em acordos multilaterais.

OCDE na atualidade - A partir da década de 1990, com a entrada de México, República Tcheca, Hungria,
Polônia, Coreia do Sul, Eslováquia, Chile, Eslovênia, Estônia e Israel, a OCDE não é mais composta apenas
de países desenvolvidos, como no início. Entre os 34 países que hoje compõem a organização há economias
emergentes e países do antigo bloco socialista.
Em contrapartida, Brasil e China, por exemplo, ainda não fazem parte da OCDE, apesar de maiores e
mais industrializados do que muitos membros da organização. Desde 1998 o Brasil vem mantendo um
programa de cooperação com a OCDE em diversas áreas. Por exemplo, tem participado do Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês). Em maio de 2007, o Conselho de Ministros
da OCDE adotou uma resolução que iniciou tentativas com o governo brasileiro visando à sua entrada na
organização. Negociações semelhantes foram iniciadas com os governos da Rússia, China, Índia, Indonésia e
África do Sul. Portanto, há forte tendência de a OCDE ampliar o número de seus membros.

OMC - começou a funcionar em 1995 e em 2008 eram 153 membros. A China entrou em 2001. A função dela
é servir de conciliadora em relação a problemas ligados ao comércio mundial. Quando um país se sente
prejudicado no comércio internacional tem o direito de apresentar a OMC um pedido de sanção contra esta
nação que está transgredindo as regras da organização. Cabe o OMC chegar a uma decisão consensual.
Liderada pela OMC aconteceram 4 rodadas chamadas de Conferências Ministeriais da OMC. A
primeira em 1996 foi em Cingapura, a segunda em 1998 em Genebra, a terceira em Seattle no EUA, a quarta

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em 2001 em Doha no Catar e a quinta em 2003 em Cancún. Nessas reuniões lideradas pela OMC as discussões
tinham como objetivo conquistar a total liberalização do comércio mundial. Contudo, há divergências de

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interesses entre os países emergentes e os países centrais. Os países centrais se recusam a diminuir os subsídios
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agrícolas na sua agricultura e essa política protecionista prejudica os países emergentes e periféricos.
Foi nesse contexto que foi criado o G-20 comercial que é uma união entre países emergentes (em
desenvolvimento) para pressionar os países ricos a abolir as políticas protecionistas. Mesmo com a articulação
desses países emergentes que tem grande legitimidade por sua capacidade de traduzir os interesses dos países
emergentes em propostas concretas e consistentes a intransigência dos países ricos faz com que o impasse
permaneça até os dias de hoje.

O FIM DA GUERRA FRIA


O fim desse período marcante no pós-guerra deve ser entendido como um processo que teve início
com a adoção das políticas da perestroika e glasnot, com a chegada de Mikhail Gorbatchev ao poder na
URSS. Nesse primeiro momento o governo soviético definia que a sua política para o seu exterior próximo,
o leste europeu, seria de não intervenção nas respectivas políticas domésticas – era o início do
enfraquecimento do Pacto de Varsóvia. Na sequência, foi dado início a política de flexibilização que
possibilitaria o surgimento de novos partidos e a realização de eleições aos parlamentos das repúblicas
soviéticas - logo o fim da política de partido único.
O segundo momento foi a retomada da liberdade política no leste europeu, com a realização de eleições
livres e novos partidos políticos. O fato mais marcante foi a queda do Muro de Berlim em 1989, derrubado
por seus cidadãos,
O último advento foi a dissolução da União Soviética em 1991, dando origem a quinze novos países.
Com isso chegou ao fim o arranjo geopolítico e econômico que vigorou no pós-guerra. Com o término da
Guerra fria o sistema que prevaleceu em grande parte dos países foi o capitalismo.
Entretanto, mesmo com o fim da Guerra Fria ainda há resquícios daquele período histórico, como o
bloqueio imposto a Cuba, que desde 2014 vem diminuindo com ações do atual presidente Barack Obama, e
a divisão da península da Coréia. Ambos os países ainda são socialistas.

Países que permaneceram socialistas pós Guerra Fria: Cuba e Coreia do Norte
Cuba - os EUA mantêm um embargo econômico a Cuba desde 1962, ano em que o país caribenho foi expulso da OEA.
O embargo e a expulsão se deram em retaliação ao alinhamento de Cuba com a URSS, após a vitória da revolução de
1959, sob o comando de Fidel Castro, que depôs o ditador Fulgêncio Batista, então aliado dos EUA. Em 2012, Fidel
Castro ainda continuava no poder, mas o Poder Executivo era exercido efetivamente por seu irmão, Raul Castro. Apesar
de algumas concessões do regime, como a permissão de viagens de cidadãos cubanos ao exterior, o embargo norte-
americano vem sofrendo uma redução gradual.

Coreia do Sul e do Norte


Com a derrota do Eixo na Segunda Guerra Mundial, a Coreia, que havia sido dominada pelo Japão nesse período,
foi dividida entre norte-americanos e soviéticos, com o intuito de provocar a rendição e a desocupação japonesa. Mesmo
depois de terminada a Grande Guerra, a península permaneceu dividida de um lado, a Coreia do Norte, socialista, aliada
da URSS (hoje da China), e, de outro, a Coreia do Sul, capitalista, aliada dos EUA - e foi palco de uma guerra regional
no período 1950-1953.
Ampliando o foco de tensão que vem desde o final dessa guerra, a Coreia do Norte tem investido no
desenvolvimento de armas nucleares e se transformou em um dos principais focos de instabilidade do mundo atual. Em
2006, o país fez seu primeiro teste nuclear subterrâneo e, apesar das sanções internacionais impostas pelo CS da ONU,
em 2009 fez uma segunda explosão em local de grande profundidade, com uma bomba mais potente.
Em 2003, o governo do Japão estimava que as Forças Armadas norte-coreanas dispunham de cerca de cem mísseis
com alcance de 1300 quilômetros, portanto capazes de atingir qualquer ponto do território japonês. Atualmente, a Coreia
do Norte já possui mísseis de maior alcance, que podem atingir 3 mil quilômetros. Esses mísseis foram exibidos numa
parada militar na capital do país em 2010.

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Com o fim do mundo bipolar da Guerra Fria, a tendência era que a ordem internacional fosse multipolar
porque o Japão e a Alemanha se recuperaram da destruição sofrida na Segunda Guerra e despontaram como

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potências econômicas e tecnológicas.
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A recuperação japonesa foi tão consistente que nos anos 1980 muitos analistas creditavam que o país
alcançaria os EUA e talvez até se transformasse na maior potência econômica do mundo. Paralelamente a
isso, a Alemanha e a França lideraram a formação da União Europeia (integração iniciada na década de 1950,
com o objetivo principal de recuperar e fortalecer as economias de seus membros). Entretanto, com o passar
do tempo nenhum deles se mostrou à altura de desafiar a hegemonia norte-americana e consolidar um mundo
multipolar. O mundo multipolar só começou a se consolidar no século XXI, 10 anos após o fim da Guerra
Fria.
4.1.7 - Pós-Guerra Fria: a nova ordem mundial
A Ordem Unipolar - alguns especialistas afirmam que com o fim da Guerra Fria o mundo mudou a ordem
geopolítica de bipolar para unipolar. A unipolaridade ocorre pelo fato de que nenhum país conseguiu superar
ou se igualar a superpotência norte americana. Veja os motivos abaixo:
1 - O Japão, mesmo no auge de seu poder econômico, era uma potência com limitações geopolíticas. Por causa
da derrota na Segunda Guerra e da constituição elaborada no período de ocupação norte-americana,
renunciou à posse de armas nucleares e mesmo de forças armadas com capacidade de intervenção externa.
O país possui apenas forças de autodefesa, e parte de sua segurança está a cargo dos EUA. Além disso,
desde meados da década de 1990, o Japão entrou num período de baixo crescimento econômico alternado
com anos de recessão. Em 1985, o PIB japonês correspondia a 32% do PIB norte-americano; em 1995,
essa relação atingiu 71% (maior aproximação); mas, em 2005, caiu para 36%, voltando aos níveis dos
anos 1980.
2 - A Alemanha, embora seja uma grande potência econômica e tecnológica, recuperado sua plena soberania
e se fortalecido economicamente após a reunificação de 1990, também tem limitações geopolíticas: suas
forças armadas estão sob o controle da Otan, organização sempre comandada por um general norte-
americano.
3 - A Rússia, apesar de herdeira do poderoso arsenal nuclear soviético, mergulhou em profunda crise
econômica nos anos 1990, da qual começou a se recuperar somente na década passada. Porém, tem sido
fortemente atingida com a queda das commodities energéticas no mercado internacional e da forte redução
de investimentos externos, em decorrência da pressão dos governos das potências ocidentais contrários
ao envolvimento do governo Putin nos movimentos separatistas na Ucrânia.
4 - A China, nos anos 1990, apesar de vir crescendo a taxas elevadas desde o início dos anos 1980, antes de
almejar se alçar a potência mundial tinha muitos problemas internos a resolver, como garantir o
crescimento econômico sustentado e gerar empregos para sua enorme população. Na metade da década
atual tem mostrado dificuldade em manter as elevadas taxas de crescimento econômico.
Em razão disso, na década de 1990 muitos especialistas em relações internacionais argumentavam que
o mundo bipolar da Guerra Fria tinha sido substituído por um mundo unipolar, onde reinava apenas uma
superpotência com poder geopolítico e militar incontestável e enorme superioridade no campo econômico e
tecnológico: os Estados Unidos. A tese da unipolaridade se fortaleceu com a reafirmação do poder militar
norte-americano após a eleição de George W. Bush em janeiro de 2001 e, sobretudo, após os ataques de 11 de
setembro daquele ano.
Esse atentado terrorista levou os Estados Unidos à guerra no Afeganistão, cujo objetivo era capturar
Osama bin Laden e destruir as bases da organização Al Qaeda naquele país. Dois anos depois, à guerra contra
o Iraque, cujo intento era depor Saddam Hussein, que supostamente armazenava armas de destruição em
massa. Essa última guerra, na realidade uma invasão nos moldes do antigo imperialismo, ocorreu sem a
legitimação de urna resolução aprovada no CS da ONU, reforçando o unilateralismo norte-americano.
Essas medidas refletiam a chamada Doutrina Bush, que consistia em desencadear ataques preventivos
contra países que, segundo o Pentágono, poderiam abrigar ou apoiar terroristas e ameaçar a segurança dos
Estados Unidos. Além do Afeganistão e do Iraque, já atacados, desde o governo de George W. Bush constam

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da lista do Pentágono como ameaças à segurança dos Estados Unidos o Irã e a Coreia do Norte, países situados,
de acordo com o então presidente norte-americano, em seu linguajar maniqueísta, no chamado eixo do mal.

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Num de seus discursos, Bush chegou a ameaçar: "Cada nação e cada religião têm de tomar uma decisão
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agora. Ou estão conosco ou estão com os terroristas". A unipolaridade só começa a dar sinais de declínio
com a crise dos EUA em 2008. Com a eclosão da crise mundial em 2008, houve mudanças significativas -
políticas, econômicas e consequentemente geopolíticas - no cenário descrito anteriormente. Com essa crise
houve um enfraquecimento da economia norte-americana, embora deva ser lembrado que ela já vinha dando
sinais de que não estava bem desde o início dos anos 2000.
A Ordem Multipolar - com a eleição do democrata Barack Obama, em 2008 (assumiu em janeiro de 2009),
em grande parte ajudado pela crise de 2008, houve uma importante mudança de rumo na política externa
norte-americana. Com o novo governo, os EUA abandonaram o unilateralismo da Doutrina Bush e vêm
apostando no multilateralismo, que representa a valorização da negociação e do diálogo, até mesmo com
países antes inseridos no chamado eixo do mal. Também se reaproximaram de tradicionais aliados, como a
França e a Alemanha, cujas relações estavam estremecidas desde a intervenção no Iraque, ação que esses
países não apoiaram. Com a reeleição de Obama, em novembro de 2012, para mais um mandato de quatro
anos, essa política externa teve continuidade.
A tese da unipolaridade foi totalmente superada diante de vários motivos entre eles: a nova postura
política e econômica norte-americana, o fortalecimento econômico da China, considerada à segunda economia
mundial (em 2010) e principal credora dos EUA, à emergência do G-20 financeiro e comercial e do grupo
conhecido como Brics. Outro importante indicador das mudanças na correlação de poder econômico entre as
potências atuais é o fato de os Estados Unidos serem o país mais endividado do mundo e ser justamente a
China seu maior credor, superando recentemente o Japão.
Embora os Estados Unidos continuem com mais poder do que os outros países, as relações entre as
potências consolidadas e emergentes caminham para uma situação de maior equilíbrio, de maior simetria e até
mesmo de maior interdependência; enfim, para um mundo multipolar. Previsões são sempre sujeitas à prova
de realidade, mas apontam um cenário de mudanças na correlação de forças em futuro próximo, indicando a
emergência de novas potências no mundo.
Mundo multipolar: novas potências - Vários governos de países em desenvolvimento têm se empenhado no
aprofundamento da cooperação entre si e na busca por um mundo mais representativo. Segundo alguns
especialistas, essa cooperação é denominada cooperação Sul-Sul. Com isso visam aumentar a aproximação
tecnológica e econômica entre eles e o poder de negociação com os países desenvolvidos - muitas vezes
chamados de países do Norte. Abaixo veremos grupos que realizam fóruns de discussão para aumentar o poder
político e ter maior participação e decisão no cenário mundial.
Os principais grupos são: BRICS, IBAS e o G20. Todos esses
grupos são compostos na maioria por países emergentes ou periféricos o
que demonstra uma maior organização desses países para lutarem por
maior participação política e decidirem seus destinos.
O grupo Brics não é um bloco econômico, não é uma aliança
política nem militar. Brics é um acrônimo que define um grupo formado
por cinco importantes países emergentes no cenário internacional -
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (que se juntou ao grupo em
2011). Esse grupo começa a se destacar no cenário mundial por causa de coleta de dados feita por especialistas
que previram que esses quatro países estarão entre as seis maiores potências econômicas do mundo em 2050.
Os dados coletados que mostram um futuro promissor foram: tamanho do PlB, taxa de crescimento
econômico, renda per capita; tamanho da população, participação no consumo global e movimentação
financeira. O Brasil e Rússia possuem abundância de recursos naturais, enquanto China e Índia, de mão de
obra mercado consumidor é isso que lhes dá esse potencial de crescimento.
Os países do Brics, principalmente a China, são os que têm maior potencial para ocupar uma vaga entre
as grandes potências de um mundo multipolar em construção. Dois membros do Brics - Brasil e Rússia estão
entre os maiores compradores de títulos públicos do governo norte-americano e consequentemente passa a ser
credores o que significa uma interdependência.

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Fóruns de discussões do BRICS - Há, contudo, apesar de muitas diferenças internas, pontos em comum e
interesses convergentes entre seus membros, e por isso esse grupo acabou realizando fórum de discussões.

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Em 16 de junho de 2009, aconteceu na Rússia a primeira reunião dos chefes de Estado e de governo dos
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quatro países do grupo (antes do ingresso da África do Sul, que só viria a ocorrer em 2011), e desde então eles
se reuniram outras vezes.
O objetivo deles é, antes de tudo:
a) mostrar unidade diante das potências já estabelecidas,
b) discutir estratégias para terem maior participação nas decisões políticas e econômicas que afetam o mundo e
c) obter maior projeção internacional.
Durante a III Cúpula do Bric, realizada em Sanya (China) em 2011, a África do Sul foi convidada a
fazer parte do grupo, que assim ganhou o "S" de South Africa. Apesar de ser a maior economia africana, a
África do Sul tem um PlB pequeno comparado aos outros quatro. No entanto, tem um peso político importante
como representante desse continente.

IBAS - O Fórum de Diálogo da Índia-Brasil-África do Sul (IBAS) reúne três grandes sociedades pluralistas,
multiculturais e multirraciais de três continentes, isto é, Ásia, América do Sul e África, como um agrupamento
puramente Sul-Sul de países com ideais compartilhados e comprometidos com o desenvolvimento sustentável
inclusivo, na busca de bem-estar para seus povos. O que tem de comum entre essas nações que realizam o
fórum esta: são potências intermediarias, com forte influência nas regionais, democracias consolidadas e
economias em ascensão. Os problemas em comum são a alta desigualdade interna o que permite encontrar
soluções juntas já que possuem o mesmo desafio.
O grupo tem como objetivo reformas nos mecanismos de tomada de decisões em nível global como
exemplo: reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas e são contra os subsídios dos países ricos aos
produtos agrícolas locais. Ou seja, buscam em suas reuniões estratégias de conseguirem uma ordem multipolar
com maior atenção as opiniões dos países emergentes. O grupo busca atuar de forma coordenada nos fóruns
internacionais para aumentar o poder de negociação de seus membros e, como candidatos a membro
permanente do CS da ONU, defendem a reforma desse órgão.

G-20 Financeiro - Com as sucessivas crises que atingiram as


economias emergentes no final da década de 1990, tornou-se
necessária a criação de um novo fórum para discutir formas de
regulação do sistema financeiro internacional. O G-20, criado em
1999, é composto pelos países do G-8, pela Austrália, pelos dez
países emergentes com maior peso econômico no mundo e, ainda, a
União Europeia. Trata-se do reconhecimento da crescente
importância econômica dos países emergentes, principalmente
China, Brasil e Índia, e da aceitação de que até então eles não tinham
uma participação adequada nos destinos da economia mundial.
A Europa já está super-representada pois além de abrigar
quatro países como representantes individuais - Alemanha,
França, Reino Unido e Itália -, ainda tem a própria União Europeia,
que representa os 27 países do bloco.
Atualmente, o fórum que tem ganhado projeção, especialmente depois da crise de 2008/2009. É o G-20
(Grupo dos 20), que congrega também as principais economias emergentes.
O G-20 congrega cerca de dois terços da população do planeta, 90% do PIB mundial e 80% do comércio
internacional.
A reunião inaugural do fórum aconteceu em dezembro de 1999, em Berlim (Alemanha) e desde então
vêm ocorrendo reuniões anuais.
A décima reunião regular do G-20 realizou-se em novembro de 2008 em São Paulo, alguns dias depois
ocorreu uma nova reunião em Washington. Só que nessa reunião extraordinária, convocada para buscar saídas para
a crise financeira, os países do G-20 estiveram pela primeira vez representados por seus chefes de Estado e de
governo. Foi mais uma demonstração da crescente importância das economias emergentes as menos atingidas pela
crise mundial.
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Dando continuidade às negociações os chefes de Estado e de governo do G-20 reuniram-se novamente


em abril de 2009 em Londres quando foi lançado um plano com medidas visando à superação da crise

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financeira global. Em razão do agravamento da crise houve outra reunião do G-20 ainda em setembro daquele
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ano em Pittsburgh (Estados Unidos) e mais duas em 2010: Toronto (Canadá) e Seul (Coreia do Sul).
Em 2012 realizou-se a sétima cúpula do G-20 em Los Cabos (México). Nela foi acordado o "Plano de
Ação de Los Cabos" com medidas voltadas à estabilização financeira e à recuperação da demanda do mercado
consumidor para assegurar a continuidade do crescimento econômico e a recuperação do emprego. Para
contribuir para atingir esses objetivos foi acertado entre os líderes do grupo um aumento da capacidade de
empréstimo do FMI com um aporte de novos recursos da ordem de 456 bilhões de dólares (os Brics se
comprometeram com 83 bilhões de dólares).

G 20 comercial - Outro exemplo do fortalecimento dos países em


desenvolvimento ocorreu na 5ª Conferência Ministerial da OMC,
realizada em Cancún (México), em setembro de 2003. Nela foi
constituído, mais uma vez sob a iniciativa da diplomacia
brasileira e dos aliados do IBAS, um grupo de países que ficou
conhecido como G-20 (Grupo dos 20) comercial. O G-20
comercial busca defender os interesses dos países em
desenvolvimento nas negociações comerciais com os países
desenvolvidos - outro exemplo de cooperação Sul-Sul. O objetivo
é pressionar os países ricos a reverem suas medidas protecionistas
no setor agrícola.
O G-20 comercial (do qual faziam parte, em 2012, 23 membros) é composto apenas de países em
desenvolvimento: doze da América Latina, seis da Ásia e cinco da África a Rússia não faz parte do grupo.
Representam 60 % dos habitantes do planeta e 70% de sua população rural. São responsáveis por 26% das
exportações agrícolas. Seu principal objetivo é pressionar os países desenvolvidos a reduzirem os subsídios
no setor agrícola. Esses subsídios são responsáveis pela menor exportação de produtos dos países pobres para
os países ricos.

G-7/G-8 X G-20 - Ainda no período da Guerra Fria, além das organizações econômicas criadas em Bretton
Woods e em Havana, os países mais ricos constituíram um fórum de debates sobre a conjuntura econômica
e política mundial, conhecido durante muito tempo como G-7. Esse grupo é composto por países ricos que
organizavam a política econômica de acordo com seus interesses muitas vezes não levando em consideração
os países emergentes e periféricos. Por se caracterizar como um fórum, o grupo não tem uma sede fixa, e a
cada ano o encontro acontece num país-membro, quando são debatidas as questões mundiais de interesse do
grupo.
O G-7 (Grupo dos 7) teve sua origem em um encontro realizado em 1975, no qual se reuniram
representantes das principais potências capitalistas da época: França (o país anfitrião), Estados Unidos,
Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão. Nasceu, portanto, como G-6.
Em 1977, o Canadá passou a fazer parte do grupo, que se transformou em G-7. Durante anos esse fórum
aglutinou as sete maiores economias do mundo.
Em 1997, num encontro realizado em Denver (Estados Unidos), a Rússia foi admitida como membro do
grupo, que passou a ser chamado de G-8. A entrada da Rússia no grupo dos países mais ricos do mundo é
contraditória porque o país é classificado como emergente. Mas como durante as negociações para a incorporação
de países do Leste na OTAN a Rússia posicionou-se contra, alegando que isso poria em risco a sua segurança, o
Grupo do G 7 ofereceu a participação da Rússia no grupo. A Rússia acabou concordando com a entrada de países
do leste europeu na OTAN em troca de sua entrada no G-7, rebatizado de G-8.
O G-8 está descaracterizado porque não reúne mais as maiores economias do planeta e o cenário econômico
mundial está muito mais complexo do que na época em que foi criado. O grupo não dispõe mais de condições para
continuar a ser o diretor da economia mundial. Muitas de suas atribuições foram transferidas para o G20 financeiro
que congrega países emergentes países centrais na busca do fortalecimento da economia mundial, proporcionando
uma estabilidade financeira no mercado global, garantindo um futuro sustentado para todos os países. Diante disso
os emergentes adquiriram um peso maior nas decisões mundiais.
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5. A LÓGICA DOS ESPAÇOS INDUSTRIAIS

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5.1 - As transformações no espaço
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A geografia das indústrias - A importância da indústria


A atividade industrial é muito importante nas economias dos países desenvolvidos e de muitos países
em desenvolvimento, principalmente dos emergentes. Entretanto, não é simples captar a real contribuição do
setor industrial para a economia de um país. Por exemplo, nos países industrializados mais avançados, a maior
contribuição para o PIB vem do setor de serviços, não do industrial, embora este continue muito importante.
Mesmo em muitos países em desenvolvimento, a maior contribuição para o PIB vem dos serviços. Nos países
desenvolvidos os serviços contribuem em média com aproximadamente 75% do PIB, a indústria com mais ou
menos 25% e a agropecuária com 1% ou 2%. Nos Estados Unidos, por exemplo, em 2009, os serviços
contribuíram com 78% do PIB, a mais alta taxa do mundo, a indústria com 21% e a agropecuária com 1%.
Entretanto, sem a indústria não existiriam boa parte dos serviços e menos ainda a agricultura, que depende de
insumos industriais para produzir alimentos e matérias-primas.
Embora haja países extremamente pobres, como a Etiópia, em que o setor industrial tem uma
participação muito reduzida no PIB, há outros, como a Argélia, onde essa participação é muito elevada, bem
maior que em alguns países desenvolvidos. Entretanto, esse percentual não mostra se nesses países a atividade
industrial é moderna ou arcaica, se é diversificada ou dependente de um único setor (como no caso da Argélia,
muito dependente do petróleo), se as fábricas usam máquinas modernas e robôs, e a produtividade é alta, ou
se usam muita mão de obra, e a produtividade é baixa.
Em outras palavras, a contribuição da indústria para o PIB, considerada de forma isolada, não é
suficiente para mostrar a importância quantitativa e qualitativa da atividade industrial em um país. Por isso, a
Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (Unido) elaborou o Índice de Competitividade
Industrial, um indicador que mede várias dimensões desse setor de atividade. Com base nele, é possível avaliar
de forma mais abrangente a importância da indústria e seu grau de desenvolvimento tecnológico em diversos
países.

Classificação das indústrias


Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE, todas as atividades
desenvolvidas na economia brasileira estão classificadas em 21 grandes categorias: A – Agricultura, pecuária,
produção florestal, pesca e aquicultura; B – Indústrias extrativas; C – Indústrias de transformação, e por aí
vai, até a letra U. Cada uma dessas atividades é dividida em setores e subsetores. A classificação da CNAE
segue padrões internacionais utilizados em levantamentos estatísticos para permitir comparações entre o Brasil
e outros países.
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A produção industrial brasileira está, então, classificada em duas grandes categorias: B – indústrias

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extrativas, divididas em cinco setores: extração de petróleo e gás natural, extração de minerais metálicos, etc.;
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e C – indústrias de transformação, distribuídas em 24 setores: fabricação de produtos alimentícios, têxteis,


químicos, de máquinas e equipamentos, etc.
O que é comumente chamado de indústria da construção civil, o IBGE chamou de construção (item F
da lista da CNAE), categoria que abriga os setores de construção de edifícios e obras de infraestrutura. Há
outra classificação, com base na qual o IBGE coleta dados e divulga os Indicadores da produção industrial por
categorias de uso. Nessa classificação, mais sintética, o órgão do governo federal agrupa todos os setores e
subsetores das indústrias de transformação da CNAE em três categorias, de acordo com os bens produzidos.

Existem ainda outras formas de classificação das indústrias, como sugere o texto a seguir.

Tipos de indústrias
Segundo a função:
a) indústrias germinativas – são as que geram o aparecimento de outras indústrias. Exemplo: a petroquímica.
b) indústrias de ponta – são as indústrias dinâmicas, que comandam a produção industrial. Exemplo: as
indústrias química e automobilística.
Segundo a tecnologia:
a) indústrias tradicionais – são as que estão ainda ligadas às vantagens oriundas da primeira “revolução”
industrial. podem ser empresas familiares (empresas “clânicas”) e denunciam sua presença pelos seus
aspectos internos e externos e por sua localização. Há empresas brasileiras que são ainda deste tipo.
b) indústrias dinâmicas – são aquelas ligadas ao desenvolvimento recente da química, eletrônica e
petroquímica, principalmente.
Utilizam muito capital e tecnologia e relativamente pouca força de trabalho, possuem uma flexibilidade maior
de localização do que as anteriores e operam em economia de escala.
Segundo a aplicação dos recursos ou fatores:
a) indústrias capitais intensivas – as que aplicam os maiores recursos nos fatores capital e tecnologia.
b) indústrias trabalho intensivas – as que empregam os maiores recursos em força de trabalho.

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5.1.1 - Evolução das Indústrias


Indústria é a atividade por meio da qual os seres humanos transformam matéria-prima em produtos

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semiacabados (matérias-primas para outros produtos) ou em produtos acabados. Nos dias atuais essa atividade
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é muito importante, pois quase tudo o que consumimos e utilizamos é processado ou produzido por ela.
Além de oferecer empregos, a indústria produz capital, desenvolve o comércio, os transportes e os
serviços, dinamizando a economia. Um país industrializado pode suprir muitas de suas necessidades de
consumo internas, reduzir as importações e aumentar as exportações.
Quanto à evolução histórica da indústria, podemos reconhecer três estágios fundamentais: o artesanato,
a manufatura e a maquinofatura.
• Artesanato. Estágio em que o produtor (artesão) era responsável por todas as fases da produção e até mesmo
pela comercialização (em geral, local) do produto. Quase não havia divisão social do trabalho e não se
utilizavam máquinas, mas somente ferramentas simples. O artesanato prevaleceu até por volta do século XVII,
porém ainda pode ser encontrado em todas as partes do mundo, sobretudo nos países e comunidades mais
defasados tecnicamente.
• Manufatura. Apesar de a expressão "manufaturado" ser frequentemente empregada para designar os produtos
industrializados, a manufatura corresponde ao estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura.
Nessa fase, já havia divisão do trabalho (cada operário realizava uma tarefa ou se responsabilizava por parte
da produção), mas a produção ainda dependia fundamentalmente do trabalho manual, embora se empregassem
algumas máquinas simples. De modo geral, nessa fase o artesão deixou de ser o responsável por todas as
etapas da produção e se transformou em assalariado. O capital e os meios de produção já eram propriedades
de um patrão. A manufatura caracterizou a fase inicial do capitalismo, sobretudo nos séculos XVII e XVIII.
• Maquinofatura. É o estágio atual, iniciado no século XVIII, com a Revolução Industrial. Pode ser
caracterizado pelo emprego maciço de máquinas e fontes de energia modernas (carvão mineral, petróleo etc.),
produção em larga escala, grande divisão e especialização do trabalho. Em muitos casos, a divisão do trabalho
é tão grande ou específica que o trabalhador perde a noção do todo ou do produto final. Em outros casos, o
processo está tão modernizado que a mão de obra é quase inexistente, sendo a produção quase totalmente
realizada por robôs.
Há muitas diferenças na forma como cada país se integrou ou ainda se integra a esses estágios.

5.1.2 - Classificações da Indústria


As indústrias podem ser classificadas de acordo com vários critérios, como a maneira de produzir, a
quantidade de matéria-prima ou de tecnologia, empregadas na produção, entre outros.
Levando em conta a maneira de produzir: temos as indústrias extrativas, que utilizam meios financeiros e
técnicas modernas para extrair recursos naturais (como, por exemplo, minérios, madeira, pescado); as
indústrias de beneficiamento ou de processamento, que beneficiam ou refinam produtos como o petróleo
(petroquímica) e cereais, por exemplo; a indústria de construção (como a construção civil); e a indústria de
transformação (de calçados, de computadores, entre outros), que transforma ou reelabora a matéria-prima.
Quanto à quantidade de matéria-prima e energia empregadas na produção: podemos falar de indústrias
leves, (de bebidas, de produtos farmacêuticos etc.), que consomem menos energia e matérias-primas e de
indústrias pesadas (de máquinas, navios, veículos), que, por exigirem vultosos investimentos, contaram
inicialmente com capital estatal ou pertencem a grandes grupos empresariais.
Quanto à tecnologia empregada: temos as indústrias tradicionais, características da Primeira Revolução
Industrial, que ainda requerem bastante mão de obra, em regime fordista, e utilizam tecnologia tradicional; e
as indústrias dinâmicas, como a informática, a aeroespacial e outras, que dependem mais de tecnologia
moderna e de capital, requerendo menos mão de obra (porém mais qualificada).
Quanto ao destino dos produtos, podemos dividir as indústrias em dois grandes grupos:
• de bens de produção - São aquelas que produzem bens para outras indústrias. Podem ser de dois tipos: as
indústrias de bens intermediários, que produzem matérias-primas que servirão de base para outras
indústrias, como, por exemplo, a extrativa mineral, a petroquímica, a siderúrgica, a metalúrgica, a do
cimento e a química de base; e as indústrias de bens de capital ou de equipamentos, que produzem
equipamentos para outras indústrias, ou seja, são responsáveis em parte pelo funcionamento destas. São
exemplos as indústrias que produzem máquinas, motores, outros equipamentos, material de transporte.

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• de bens de consumo - São as indústrias que produzem bens (mercadorias) para uso e consumo da população,
como a indústria têxtil, a alimentícia, a de móveis etc. Geralmente localizam-se nas proximidades dos

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centros consumidores.
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As indústrias de bens de consumo, por sua vez, podem ser divididas em indústrias de bens de consumo
duráveis (automóveis e eletrodomésticos, por exemplo) e de bens de consumo não-duráveis (alimentos,
calçados, roupas e remédios, entre outros).

5.2 - Fatores de localização industrial: concentração e desconcentração


5.2.1 - As transformações na indústria e nos espaços
Dentre outros assuntos, na apostila anterior tratamos das fases da Revolução Industrial, que gerou profundas
transformações socioeconômicas, decorrentes do progresso da técnica aplicada à indústria.
A partir da industrialização, o espaço geográfico também se modificou: cidades e regiões inteiras se
formaram e se organizaram. A função comercial das cidades na Idade Média cedeu lugar à função industrial, o que
fortaleceu a divisão territorial do trabalho não só entre o meio rural e o urbano, mas também entre as cidades. Em
alguns lugares, a produção em larga escala deu origem à sociedade de consumo; em outros, a ampliou.
Num primeiro momento, a industrialização restringiu-se aos países desenvolvidos. Da Inglaterra, onde se
originou na segunda metade do século XVIII, ela se expandiu para os demais países europeus (século XIX), além
dos Estados Unidos, do Japão e da Rússia. A etapa em que ocorreu a industrialização dos atuais países
desenvolvidos é conhecida como industrialização clássica. Durante muito tempo a industrialização foi um
privilégio das grandes potências, que fizeram dessa atividade uma forma de domínio, pois países e colônias
dependiam de seus fornecimentos.
Os diagramas abaixo representam diferentes estratégias de localização da indústria siderúrgica, considerando
a localização das matérias-primas e dos mercados de consumo.
A melhor localização é a que possibilita a maior rentabilidade - essa é a regra básica da teoria da localização
industrial.
Na etapa inicial da industrialização moderna - ocorrida no século XIX na Europa, Estados Unidos e Japão -
, os custos de transporte eram extremamente elevados.
Como o carvão mineral representava a fonte de energia básica tanto para as indústrias de base que produzem
matéria-prima para outras indústrias como para as indústrias de bens de consumo que produzem para o mercado
consumidor, as bacias carboníferas tornaram-se áreas de concentração fabril. Também ocorreu a concentração
industrial em áreas produtoras de minério de ferro.
Durante a primeira metade do século XX, entretanto, o carvão foi perdendo o domínio que exercia sobre o
suprimento energético industrial. O petróleo, o gás natural e a eletricidade, cujos custos de transporte são muito
menores, passaram a ser amplamente usados como fonte de força motriz ou de energia térmica. Além disso, os
meios de transporte obtiveram desenvolvimento espantoso.
Mesmo assim, as velhas regiões fabris que haviam nascido associadas a jazidas carboníferas ou a
reservas minerais continuaram a responder pela maior parte da produção industrial do mundo. A introdução
das linhas de montagens fabris e a emergência do sistema de produção em série, dirigido para o consumo de
massas, reafirmaram as vantagens locacionais das grandes concentrações industriais. As novas empresas e os
setores industriais em ascensão beneficiaram-se do ambiente industrial criado pelas indústrias já instaladas,
mercado consumidor, força de trabalho, das redes ferroviárias e rodoviárias e serviços.
Essa dinâmica de crescimento é conhecida pela expressão economias de aglomeração. Como vimos, o
meio geográfico típico do regime fordista é o das grandes aglomerações de fábricas, de mercados de consumo
e de trabalhadores.
Nas últimas décadas do século XX, com o esgotamento do fordismo e a emergência da revolução tecno
científica, os novos padrões locacionais passaram a apontar no sentido da desconcentração espacial das
indústrias, ou seja, da busca de novas áreas de localização e da emergência de novos polos produtivos,
afastados das aglomerações tradicionais.

Os fatores locacionais - são as diversas vantagens que determinado lugar pode oferecer para atrair a instalação
de indústrias. No momento de optar por uma localidade para instalar uma indústria, os empresários levam em
consideração os fatores mais importantes para aumentar a taxa de lucro de seu investimento. Os principais
fatores locacionais que atraem indústrias, de modo geral, são:

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• matérias-primas: minerais e agropecuárias;


• energia: petróleo, gás, eletricidade etc.;

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• mão de obra: pouco qualificada (baixa remuneração) ou muito qualificada (alta remuneração);
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• tecnologia: parques tecnológicos, incubadoras, universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento


(P&D);
• mercado consumidor: relacionado à quantidade de pessoas e disponibilidade de renda;
• logística: disponibilidade e custos competitivos de transporte e armazenagem;
• rede de telecomunicações: telefonia fixa e móvel, internet etc.;
• complementaridade: proximidade de indústrias afins;
• incentivos fiscais: redução ou isenção de impostos concedida pelo Estado nas três esferas de poder.
Durante a Primeira Revolução Industrial, do final do século XVIII até meados do século XIX, como o
carvão era a fonte de energia usada para movimentar as máquinas, e a precariedade dos meios de transporte
dificultava seu deslocamento por longas distâncias, as jazidas de carvão mineral eram um dos fatores mais
importantes para a localização das fábricas. Daí ter ocorrido uma intensa industrialização em torno das
principais bacias carboníferas britânicas, alemãs, francesas e norte-americanas, para citar os exemplos mais
relevantes. Com a Segunda Revolução Industrial, na última metade do século XIX, e a utilização de outras
fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade, houve modernização dos meios de transporte de cargas e
passageiros, e a proximidade das jazidas de carvão foi cada vez mais perdendo importância como fator
locacional das fábricas.
Os derivados de petróleo, além de serem fonte de energia, constituem matéria-prima essencial na
fabricação de diversos produtos, como plásticos, borrachas, tecidos sintéticos, fertilizantes, tintas, cosméticos
etc. Um dos setores que mais cresceu desde a descoberta dessa nova fonte de energia e matéria-prima foi a
indústria petroquímica. Implantadas nas primeiras décadas do século XX, nessa época as petroquímicas se
concentravam perto das reservas de petróleo, mas a construção de oleodutos e de grandes navios petroleiros
levou à sua dispersão espacial.
É importante destacar que os custos com transporte são um dos principais fatores locacionais para as
indústrias pesadas. Por exemplo, a maioria das refinarias de petróleo se localiza próxima aos grandes centros
consumidores de seus produtos, o que nem sempre coincide com as áreas de extração, porque é mais barato
transportar o petróleo bruto que seus derivados – gasolina, nafta, querosene e outros derivados ocupam volume
maior que o petróleo bruto, demandando maior custo de transporte.
Em contrapartida, a proximidade das jazidas de minérios, como ferro, manganês etc., constituem um
dos principais fatores para a localização das indústrias siderúrgicas, como as do Quadrilátero Ferrífero (Minas
Gerais), porque é mais barato transportar as chapas de aço do que o minério bruto.
Como vimos, nas últimas décadas, um fator determinante para a localização de qualquer tipo de indústria
é a existência de uma boa logística de transportes e armazenagem que possibilite o recebimento de matérias-
primas e o escoamento das mercadorias produzidas a custos competitivos. Por isso, muitos centros industriais
importantes desenvolveram-se próximos a portos marítimos ou fluviais ou ainda em entroncamentos
rodoviários ou ferroviários. Centros industriais mais modernos – que produzem bens de alto valor agregado,
como os da área de informática – tendem a se localizar perto de aeroportos. Com a mobilidade do capital e
das mercadorias pelo mundo, a logística ganha importância determinante na alocação dos investimentos
produtivos no espaço geográfico.
Com o desenvolvimento tecnológico e o consequente barateamento dos transportes, as indústrias,
mesmo as que utilizam muita matéria-prima, já não precisam se localizar perto das reservas. O Japão, por
exemplo, grande produtor de aço, importa todo o minério de ferro e o carvão utilizados em suas indústrias; o
Canadá, grande produtor de alumínio, importa toda a alumina (óxido de alumínio, resultante do primeiro
processamento da bauxita) necessária à sua produção. Tanto as indústrias siderúrgicas japonesas como as
metalúrgicas canadenses localizam-se em áreas onde os navios carregados de minérios podem atracar. O
Japão, contudo, não é grande produtor de alumínio, porque o que mais conta no funcionamento dessa indústria
é a energia elétrica, da qual o Canadá, por sua vez, é grande produtor. A produção de alumínio a partir da
alumina consome muita energia e tende a se localizar em países que têm grande disponibilidade de energia
hidrelétrica, caso do Canadá e também do Brasil.

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Antigamente, a disponibilidade de mão de obra e a proximidade do mercado consumidor eram fatores

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fundamentais para a localização de muitas indústrias, sobretudo as de bens de consumo, como
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eletrodomésticos, alimentos e roupas. É por isso que o fenômeno industrial esteve inicialmente ligado às
concentrações urbanas, particularmente às grandes cidades, como Londres, Paris, Nova York, Tóquio,
Munique, São Paulo, Cidade do México e Seul.
Muitas vezes, a instalação de uma indústria ou de um distrito industrial promove o crescimento das
cidades em seu entorno, enquanto em outros casos as cidades atraem indústrias, que por sua vez promovem
seu crescimento e as transformam em polos de atração de novos estabelecimentos industriais. Vê-se, portanto,
que as cidades e as indústrias se influenciaram de maneira recíproca. Isso ocorreu principalmente até meados
do século XX, mas já faz tempo que as indústrias têm saído das grandes cidades.
Além desses fatores, há outro que, cada vez mais, vem ganhando importância na hora da decisão sobre
onde implantar uma nova fábrica: os incentivos fiscais. Interessadas em atrair novas fábricas, diversas esferas
de governo concedem isenções de impostos às empresas que pretendem se instalar em seus territórios. Em
geral fazem essas concessões a indústrias que têm efeito multiplicador, isto é, que atraem outras fábricas que,
por sua vez, não terão incentivos, o que em geral compensa a isenção concedida. Por exemplo, o governo de
um estado concede incentivos fiscais para atrair uma indústria automobilística – como fez o governo da Bahia
com a Ford, cuja fábrica foi inaugurada em 2001, no município de Camaçari –, que atrai várias indústrias de
autopeças para seu entorno. Porém, os incentivos fiscais têm de complementar outros fatores locacionais;
isoladamente não conseguem atrair indústrias.
É comum também a cessão de terrenos para a instalação de unidades produtivas, muitas vezes até mesmo
com a infraestrutura básica já implantada. Em qualquer país, quando uma grande empresa anuncia o projeto
de uma nova fábrica, começa uma “guerra” fiscal entre suas unidades políticas internas (estados, províncias,
departamentos etc.) e entre municípios com o objetivo de atraí-la, para aumentar a geração de empregos e a
arrecadação de impostos, entre muitos outros benefícios.

5.2.2 - Concentração Industrial


As indústrias tradicionais (as primeiras a se formar, pouco automatizadas e que empregavam muita
mão de obra) procuravam se instalar em áreas que ofereciam o maior número ou a melhor combinação possível
de fatores necessários à produção (fontes de energia, capitais, mão de obra abundante, transporte eficiente
para fornecimento de matéria-prima e escoamento de mercadorias) e à comercialização dos produtos (mercado
consumidor). Procuravam assim obter o menor custo de produção e distribuição possível, para ter o máximo
de lucro. Em geral, encontravam essas condições nas proximidades dos grandes centros urbanos. Durante a
Primeira Revolução Industrial (meados do século XVIII e primeira metade do XIX), inúmeras cidades
industriais surgiram nas proximidades de regiões carboníferas (fonte de energia mais utilizada na época) da
Inglaterra (Yorkshire, Lancashire, Midlands), da Alemanha (Vale do Ruhr), da França (Alsácia, Lorena), da
Rússia (Donetz) e da Polônia (Silésia).
Durante a Segunda Revolução Industrial (segunda metade do século XIX), com o desenvolvimento
de novos meios de transporte e o surgimento de novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade,
mais fáceis de transportar, o carvão foi perdendo importância na localização industrial. Surgiram, assim, novas
áreas industriais.
Na segunda metade do século XX, as concentrações de indústrias tradicionais eram importantes polos
econômicos, constituindo verdadeiros complexos, tal sua quantidade e variedade. Alguns exemplos são o
manufacturing belt (cinturão das indústrias) do NE dos EUA e as concentrações industriais da Europa
Ocidental e do Japão.

5.2.3 - Desconcentração industrial


Muitas das tradicionais regiões industriais já não são os polos industriais mais importantes. Nos Estados
Unidos, por exemplo, a indústria moderna situa-se nos estados do sul (Texas, Louisiana, Mississipi) e na
Califórnia. Na região Sudeste brasileira, o setor de serviços já ultrapassa o setor industrial. A Europa ocidental
e o Japão têm exportado muitas indústrias para os chamados "países emergentes" da América Latina e da Ásia.

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No pós-guerra, empresas transnacionais estadunidenses, europeias e, posteriormente, japonesas


estiveram à frente do processo de estabelecimento de modernas regiões industriais em países dos continentes

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africano, asiático e latino-americano. Aproveitando-se da variedade de recursos naturais, da mão de obra e
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energia baratas e abundantes, dos incentivos governamentais e da falta ou ineficiência de legislações de


proteção ao meio ambiente, as corporações multiplicaram o número de filiais, modificando as paisagens dessas
regiões.
Atualmente essa desconcentração industrial tem-se acentuado e as indústrias abandonam áreas
tradicionais (com custos de produção elevados) em busca de localizações mais vantajosas, principalmente em
áreas que ofereçam mão de obra barata, mercado consumidor expressivo, atuação sindical fraca ou inexistente,
isenções de impostos, concessões, incentivos fiscais etc. A modernização dos meios de comunicação permite
vender produtos e serviços com mais facilidade (via internet, por exemplo) para qualquer parte do mundo,
sem estar fisicamente próximo dos grandes centros de consumo ou das fontes de matérias-primas. As redes de
comunicação permitem administrar e controlar, simultaneamente, empresas em todo o mundo.
A indústria têxtil, a siderúrgica e a de bebidas, por exemplo, têm transferido suas fábricas para os países
subdesenvolvidos, em busca de mão de obra mais barata. Mesmo as indústrias de base, tradicionalmente
situadas em locais ricos em matéria-prima, de modo a reduzir gastos com transporte, nas últimas décadas
afastaram-se desses locais e, em muitos países centrais, aproximaram-se do litoral.
Atualmente, a China é o maior produtor têxtil mundial, mas também a Índia, o Paquistão e a Indonésia
vêm incrementando a produção e as vendas no mercado externo. Por sua vez, as indústrias têxteis dos Estados
Unidos e da União Europeia passaram a investir em novas tecnologias, tais como fibras químicas, tornando-
se cada vez mais intensivas em capital e especializando-se em produtos de maior valor agregado. Além disso,
os países ricos e seus estilistas continuam a ditar os padrões da moda e da elegância, no mundo todo.
Com a modernização das comunicações e dos transportes, matérias-primas provenientes do interior ou
de outros países podem chegar rapidamente aos portos, nas proximidades dos quais se instalam siderúrgicas,
petroquímicas etc. Dessa forma, é possível exportar mercadorias com a mesma facilidade.
Assim, as indústrias já não precisam mais se localizar nos corredores das áreas produtoras, o que
dificultava muito o transporte até o mercado de consumo. Elas se espalham pelos continentes em busca de
vantagens.
Na escala global, a tendência de desconcentração é resultante da industrialização de vastas regiões do
mundo subdesenvolvido, em especial no Sudeste Asiático e na América Latina, que ocupam fatias
significativas da produção industrial mundial em muitos setores.
Também no setor automobilístico, o peso das indústrias situadas em países subdesenvolvidos tem
aumentado significativamente. Atraídas pelos menores custos de mão de obra, a Colagenose, a Ford, a
Chrysler, a Citröen e a Peugeot passaram a fabricar motores em suas filiais mexicanas. Além disso, várias
fábricas de montagem final de automóveis para exportação foram implantadas na cidade de Monterrey,
enquanto a Volkswagen se instalou em Puebla e a Nissan em Águas Calientes. Os Estados Unidos são o
destino de grande parte dessa produção mexicana.
No contexto da América do Sul, o Brasil é considerado estratégico no mapa das grandes transnacionais
do automóvel: nesse caso, elas são atraídas não só pelos baixos salários, mas também pela grande dimensão
do mercado interno.
A Coreia do Sul representa um caso singular: o país desenvolveu uma indústria automobilística própria,
que concorre em muitos mercados com as montadoras sediadas nos países desenvolvidos.
Mesmo os setores considerados de alta tecnologia, como o de informática, passam por uma
desconcentração, ainda que seletiva, no plano internacional. O setor de pesquisa e de concepção de novos
produtos e equipamentos permanece fortemente concentrado nos Estados Unidos, no Japão e na União
Europeia; porém, parte da linha de produção dos chips e microprocessadores, da montagem final dos
equipamentos e a produção de alguns tipos de software migraram para países industrializados semiperiféricos,
em especial para a Índia.
Na escala nacional, também ocorre uma tendência à desconcentração. As velhas concentrações
industriais dos países desenvolvidos vêm perdendo terreno para novas regiões produtivas, marcadas pelo uso
de tecnologias modernas, pelo baixo consumo energético e pela forte integração com as universidades e os
centros de pesquisa e desenvolvimento.

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A maior parte das antigas regiões industriais formadas em torno das bacias carboníferas da Europa e dos
Estados Unidos, por exemplo, apresenta diminuição das atividades produtivas, perda de dinamismo e elevadas

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taxas de desemprego.
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5.3 - Ciclos tecnológicos da Revolução Industrial


A Revolução Industrial divide a história das civilizações em duas épocas nitidamente diferentes. Antes
dela, a economia repousava sobre uma base técnica que evoluía apenas muito lentamente. Depois dela, a
transformação tecnológica transformou-se no fundamento da vida econômica. Do ponto de vista social e
cultural, as civilizações pré-industriais norteavam-se pela tradição, enquanto a civilização industrial orienta-
se pela mudança.
A economia industrial desenvolve-se, desde o nascimento das primeiras fábricas, através de ciclos
longos que começam com uma fase de rápido crescimento e acumulação de capital, atravessam uma fase de
estabilização e, em seguida, conhecem uma fase descendente caracterizada pela redução do crescimento e dos
lucros empresariais. O economista russo Nikolai Krondatieff, pesquisando na década de 1920 as estatísticas
de produção industrial, consumo, preços, juros e salários da Grã-Bretanha, Estados Unidos e França, foi o
primeiro a registrar esses ciclos longos. Mais tarde, o economista austríaco Joseph Schumpeter estudou-os em
profundidade, conseguindo associá-los à marcha da inovação tecnológica.

5.3.1 - A "Destruição Criadora"


A “Destruição Criadora” – segundo teoria elaborada pelo economista austríaco Joseph Schumpeter,
nos anos 1930, a economia mundial se desenvolve por meios de ciclos ou ondas de inovações tecnológicas.
(...) Schumpeter estabeleceu que a economia evolui por meio da “destruição criadora”. Quando um conjunto
de novas tecnologias encontra aplicações produtivas, as tecnologias tradicionais são “destruídas”, deixando
de criar produtos capazes de competir no mercado econômico. Nesse momento as empresas que estão
inserindo as inovações tecnológicas obtêm lucros de monopólio. Isto porque não há concorrentes ou muito
pouca concorrência, até o momento em que começa a ocorrer a inflexão no comportamento dos preços. A
economia evolui com a introdução de produtos ou serviços que adotam tecnologias cada vez mais baratas e
que atendem as finalidades das primeiras. A partir desse momento passa a ocorrer a diminuição da
lucratividade devido ao aumento da oferta. A lucratividade diminui de tal forma que a concorrência tira dos
mercados as empresas que não conseguem trabalhar com margem tão pequena de lucros. Ou, então, as
empresas financeiramente mais fortes adquirem (compram) as mais fracas, incorporando suas parcelas nos
mercados. Esse momento é chamado de concentração de capitais e, normalmente, ocorrem na fase final das
ondas de inovação e antecedem o, possível, início de uma nova onda.

5.3.2 - Ondas de inovação tecnológica da economia industrial

A fase inicial de cada onda de inovação é a época de ouro dos empreendedores. Adaptando
pioneiramente as novidades tecnológicas à produção, empreendedores ousados conquistam vastos mercados.
Quase do nada, surgem empresas de grande porte, que se tornam símbolos do seu tempo. Enquanto isso,

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grandes empresas baseadas em padrões tecnológicos superados entram em crise e acabam se reformulando ou
simplesmente desaparecem. É na fase inicial que ocorre a "destruição criadora". Quando a onda de inovação

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atinge a fase de estabilização, as novidades tecnológicas consistem em aperfeiçoamentos do padrão
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tecnológico estabelecido. Essa é a época de ouro das grandes empresas, que dominam mercados já plenamente
configurados. Os pequenos empreendedores, que não dispõem de recursos financeiros vultosos, são incapazes
de concorrer com as grandes empresas. Frequentemente, seus empreendimentos e suas inovações são
incorporados pelas empresas dominantes. Outras vezes, tecnologias melhores são rejeitadas, pois um padrão
menos eficiente adquiriu aceitação geral.
Na fase descendente da onda de inovação, os mercados estão saturados. A economia registra
superprodução. Inúmeras empresas revelam-se incapazes de sustentar a concorrência, cada vez mais feroz, e
são incorporadas por conglomerados mais poderosos. Essa é a época de ouro da centralização de capitais.
Quando, finalmente, uma nova onda se inicia, surgem mercadorias revolucionárias. Sob o impacto da
"destruição criadora", a superprodução é eliminada pois os consumidores dirigem-se, ansiosamente, para os
novos produtos disponíveis. Assim, o ciclo recomeça, em novas bases tecnológicas.

5.3.3 - Tecnologia e geografia


Os ciclos econômicos longos estão associados às formas de organização do espaço geográfico. A energia
hidráulica, fundamento dos primórdios da industrialização, atraiu as fábricas para as margens dos cursos de
água. A máquina a vapor, desde meados do século XIX, atraiu as fábricas para os depósitos carboníferos. O
advento das ferrovias possibilitou a exploração de novas terras pela agropecuária comercial. A energia elétrica
libertou a indústria das localizações tradicionais e revolucionou a divisão técnica do trabalho no interior das
fábricas.
A Inglaterra deu a largada para a Revolução Industrial. Nas últimas décadas do século XVIII, uma série
de inovações na tecnologia de produção (como a máquina de fiar e o tear hidráulico) possibilitou a
mecanização do setor têxtil. A produtividade das indústrias algodoeiras - as primeiras indústrias modernas -
cresceu exponencialmente a partir de então. Produzia-se muito mais e em muito menos tempo.
Ao lado da indústria têxtil, a modernização das fundições de ferro impulsionou o ciclo inicial da
industrialização. Há séculos, o ferro era fundido em fornalhas a lenha. A utilização do carvão mineral em
altos-fornos capazes de gerar temperaturas elevadíssimas inaugurou a siderurgia moderna.
O carvão se tornava cada vez mais importante. A sua utilização, como força motriz, foi iniciada com o
aperfeiçoamento da máquina a vapor, em 1769. Mas apenas em meados do século XIX, na Inglaterra, a
máquina a vapor substituiu, largamente, o tear hidráulico. Na França e nos EUA, a energia hidráulica
sobreviveu por mais tempo.
A revolução do carvão expressou-se, fora das fábricas, no setor de transportes. As ferrovias e os barcos
a vapor "encurtaram" as distâncias, reduzindo brutalmente os custos de deslocamento de matérias-primas e
alimentos. Na segunda onda de inovações da Revolução Industrial, as terras das planícies centrais dos Estados
Unidos tornaram-se celeiros de alimentos para as cidades europeias.
Não por acaso, o século XIX ficou conhecido com a "era das ferrovias". Ao mesmo tempo em que
serviam para escoar mais rapidamente os produtos e para unificar os mercados, as ferrovias foram uma
excelente opção para os investidores dos países industrializados. Assim, rapidamente, os trilhos ferroviários
ganharam o mundo, barateando os custos de transportes e aumentando os lucros do comércio.
A segunda onda caracterizou-se, ainda, por um grande salto tecnológico na siderurgia. O forno
Bessemer, inventado em 1855, utilizava rajadas de oxigênio no refino do ferro fundido, permitindo a obtenção
de aços de alta qualidade. No oeste da Alemanha, junto às jazidas carboníferas do vale do rio Ruhr,
desenvolveram-se os conglomerados siderúrgicos da maior concentração industrial europeia.
As cidades industriais típicas do século XIX - tais como Manchester e Liverpool, na Inglaterra, e
Colônia, na Alemanha - eram de tamanho médio, localizadas junto às bacias carboníferas. Elas concentravam
a produção siderúrgica e a produção de têxteis de algodão. O ritmo da produção fabril regulava a vida nesses
centros urbanos, onde a maioria da população era composta de empregados assalariados das indústrias.
A primeira onda da Revolução Industrial restringiu-se, praticamente, à Grã-Bretanha. Na segunda onda,
se espraiou pela Europa, fincando raízes na Bélgica, França, Alemanha, Suécia e, um pouco depois, na
Holanda, Itália, Áustria e Rússia. Do outro lado do Atlântico, a indústria estabelecia-se nas cidades do nordeste

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dos EUA. No final do século, sob o impulso da centralização do poder político, o Japão decolava para o
industrialismo.

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Durante a maior parte do século XIX, a Grã-Bretanha conservou a liderança econômica. A sua frota
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mercante, a maior do mundo, havia conquistado o domínio dos mares. A supremacia comercial garantiu a
disponibilidade dos capitais necessários para o investimento industrial e assegurou o controle sobre os
mercados fornecedores de matérias-primas.
A Revolução Industrial abriu as portas para a formação da economia mundo, ou seja, para a incorporação
de todos os povos e continentes nos fluxos mercantis e circuitos de investimentos centralizados pelas potências
industriais. Nas últimas décadas do século XIX, navios cargueiros singravam os oceanos transportando
mercadorias industriais, matérias-primas minerais e produtos agrícolas. O imperialismo - anexando novas
áreas coloniais na África e Ásia e esferas de influência na América Latina - criou um verdadeiro mercado de
dimensões planetárias.
As potências industriais importavam basicamente dois tipos de mercadorias: matérias-primas e produtos
agrícolas tropicais. Para as colônias e áreas de influência, elas exportavam seus produtos industrializados,
principalmente os têxteis e metalúrgicos. A estrutura comercial britânica revela com nitidez a divisão
internacional do trabalho gerada pelas ondas iniciais da Revolução Industrial: no século XIX, alimentos e
matérias-primas constituíam 75% das importações; 85% das exportações eram produtos fabricados.
A borracha das florestas equatoriais da África e do Brasil, o estanho da Bolívia, o cobre do Chile, do
Peru e do Congo, por exemplo, se tornara matéria-prima fundamental para as novas indústrias europeias e
norte-americanas. Os navios mercantes traziam das regiões tropicais enormes quantidades de cacau, açúcar e
café, gêneros cujo consumo estava se popularizando nas cidades da Europa e dos Estados Unidos.
O traçado das ferrovias ilumina uma das características essenciais da geografia produzida pelo
imperialismo. Na França e na Inglaterra, assim como nos demais países industrializados da Europa, foram
construídos troncos principais complementados por uma densa rede de trilhos que se espalham em todas as
direções, facilitando o transporte no interior do território e unificando o mercado interno. Nos Estados Unidos,
os grandes ramais ferroviários cortaram transversalmente o território e ajudaram a integrar o oeste agrícola ao
nordeste industrial.
Entretanto, na África - como também na América Latina - as ferrovias nasceram para ligar as regiões
produtoras de matérias-primas aos portos exportadores. Até hoje, o seu traçado serve de espelho da
organização do espaço produzida pelo imperialismo. Nesse caso, o mercado externo funcionava como
principal motor da economia. As redes de transporte, em vez de integrar, fragmentavam os espaços nacionais.
Junto com o espaço geográfico de dimensões planetárias, emergia uma divisão internacional do trabalho que
marcaria de forma duradoura as populações de continentes inteiros.
A divisão internacional do trabalho no capitalismo industrial envolvia também fluxos de investimentos
diretos das potências econômicas para as suas esferas de influência. Tais investimentos de capital
concentravam-se, essencialmente, em setores de infraestrutura (eletricidade, iluminação, telefonia) e
transportes (ferrovias, portos).
Na última década do século XIX, a economia industrial britânica foi ultrapassada pelos Estados Unidos.
Na primeira década do século XX, era ultrapassada também pela Alemanha. Contudo, a sua duradoura
liderança passada continuou, por algum tempo, a se refletir nos investimentos de capital no exterior. No início
da Primeira Guerra Mundial, os capitais britânicos estabelecidos no estrangeiro representavam mais que o
dobro dos investimentos franceses e quase o triplo dos investimentos alemães
A geografia dos movimentos de capitais refletia, com bastante fidelidade, a influência política das
potências. Os capitais britânicos fluíam para todos os continentes, alimentando negócios no Império, na
América e no Oriente. França, Alemanha e Holanda tinham vultosos investimentos, direcionados para a
Europa do leste e as colônias afro-asiáticas. Na época, os capitais norte-americanos apenas começavam a
ganhar o estrangeiro, limitando-se praticamente aos países vizinhos da América do Norte.
Os países fábricas dominavam o mundo com os seus produtos e seu capital. As economias coloniais e
semicoloniais se especializaram na produção de uns poucos produtos primários, e cada vez mais se tornavam
dependentes dos mercados e investimentos externos.

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Os parques tecnológicos

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Atualmente, um fator fundamental para a escolha da localização industrial é a existência de mão de obra
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com alto nível de qualificação, principalmente para as indústrias de alta tecnologia. Não por acaso, as empresas
de semicondutores (microchips), informática (equipamentos, programas e sistemas), telecomunicações, novos
materiais, biotecnologia, entre outras, se concentram nos parques tecnológicos ou parques científicos, também
chamados de tecnopolos. Utilizaremos esses termos indistintamente ao longo dos próximos capítulos, embora
no Brasil a expressão mais utilizada é parque tecnológico. Leia a definição a seguir.

O que é um parque Científico ou Tecnológico?


De acordo com a Associação de parques Científicos do Reino Unido (UKSpA), um parque científico é
um apoio a empresas e uma iniciativa de transferência de tecnologia que:
• incentiva e apoia a criação e a incubação de empresas inovadoras, de alto crescimento e de base tecnológica.
• oferece um ambiente em que grandes empresas transnacionais podem desenvolver interações estreitas e
específicas com um centro local de produção de conhecimentos, trazendo benefícios mútuos.
• possui ligações formais e operacionais com centros de produção de conhecimentos tais como universidades,
institutos de ensino superior e centros de pesquisa.
Fonte: UNESCO – United nations Educational, Scientific and Cultural organization. Science policy and Capacity-Building.
Concept and definition. Disponível em: <www.unesco.org/new/en/natural-sciences/science-technology/universityindustry-
partnerships/unispar-programme/concept-anddefinition>. Acesso em: 15 nov. 2012. (traduzido pelos autores).

Os parques tecnológicos são o exemplo mais acabado da geografia industrial do capitalismo


informacional. Esses novos centros industriais e de serviços têm relação com a Terceira Revolução Industrial,
assim como as bacias carboníferas tinham com a Primeira ou as jazidas petrolíferas com a Segunda. Os
tecnopolos constituem os pontos de interconexão da rede mundial de produção de conhecimentos e os
principais centros irradiadores das inovações que caracterizam a revolução tecnológica que se iniciou nas
últimas décadas do século XX. Muitas das empresas inovadoras que existem hoje no mundo se desenvolveram
numa incubadora, no interior de um parque tecnológico.
Os tecnopolos concentram-se especialmente nos Estados Unidos, na União Europeia e no Japão, embora
existam em outros países desenvolvidos e também em alguns países emergentes: no Brics, na Coreia do Sul,
em Taiwan, no México, entre outros.

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5.3.4 - O fordismo e o "século americano"


No alvorecer do século XX, um novo conjunto de tecnologias deflagrava a terceira onda da

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industrialização. O uso do petróleo como combustível e a invenção do motor a combustão interna originavam
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a indústria automobilística. Nascia, ao mesmo tempo, a moderna indústria química. A eletricidade tornava-se
a fonte de energia das fábricas. Os motores elétricos e, com eles, as linhas de montagem propiciavam um salto
extraordinário na produtividade do trabalho.
Simultaneamente, a difusão do telex e do telefone revolucionavam as comunicações. "Os últimos serão
os primeiros" - esse provérbio bíblico descreve, com alguma precisão, a evolução do mundo industrial durante
a terceira onda. A maturidade industrial britânica foi atingida muito cedo, em meados do século XIX, cerca
de 70 anos depois da decolagem industrialista. A Alemanha, a França e os Estados Unidos, que só então
decolavam para o mundo industrial, não precisaram sequer de meio século para alcançar a maturidade. Esses
países retardatários aproveitaram-se dos avanços tecnológicos britânicos para queimar etapas e saltar degraus.
Na Grã-Bretanha, pelo contrário, a força inercial dos velhos padrões tecnológicos sabotava o ritmo da
inovação.
Os Estados Unidos constituem o exemplo mais notável desse avanço por saltos que caracterizou a
industrialização das potências retardatárias. As suas condições históricas e geográficas específicas -
principalmente, a ausência de um passado feudal e as enormes potencialidades agrícolas do seu território -
possibilitaram um surto de desenvolvimento desconhecido nos demais países industriais.
A etapa do consumo de massa, caracterizada pela incorporação da maior parte da população ao mercado
consumidor de bens industriais, foi atingida pelos Estados Unidos já na década de 1920. Na Europa industrial,
inclusive na pioneira Grã-Bretanha, essa etapa só veio a ser alcançada mais tarde, pouco antes ou logo depois
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A “economia mundo” atravessou dois grandes ciclos no século XX. Até a Segunda Guerra Mundial
viveu a onda tecnológica baseada nos motores a combustão interna, no petróleo e na eletricidade. Essa onda
propiciou a "idade de ouro" da década de 1920, caracterizada pelo intenso crescimento que se seguiu à
Primeira Guerra Mundial, abruptamente interrompida pelo crash da Bolsa de Nova York, em 1929. A Grande
Depressão da década de 1930 assinalou, dolorosamente, a fase descendente do ciclo.
Depois da Segunda Guerra Mundial o crescimento foi retomado sobre novas bases tecnológicas. A
indústria eletrônica criou centenas de novos produtos e conferiu mais um impulso à produção automobilística.
O desenvolvimento da petroquímica gerou a indústria de plásticos e fibras sintéticas. A aeronáutica civil
beneficiou-se dos avanços na aviação militar, produzindo mais uma revolução nos transportes.
A quarta onda industrial reativou a produção e a circulação de mercadorias. Nas décadas do pós-guerra,
o crescimento industrial e a ampliação do comércio mundial atingiram índices maiores que os registrados
desde meados do século XIX.
A hegemonia dos Estados Unidos atingiu o seu ápice pouco depois da Segunda Guerra Mundial, quando
a vitalidade das suas indústrias contrastava com a desorganização geral dos sistemas produtivos dos países
europeus e do Japão, arrasados pelo conflito. O Produto Nacional Bruto (PNB) das cinco potências
econômicas europeias e do Japão somados não atingiam o da potência hegemônica. A quarta onda de inovação
desenvolvia-se, em escala ainda mais pronunciada que a terceira, como uma "onda americana". As novas
tecnologias surgiam nas indústrias da América do Norte e os novos produtos estabeleciam-se, em primeiro
lugar, no mercado consumidor dos EUA.

5.3.5 - Adeus ao fordismo


A economia industrial do século XX desenvolveu-se sobre a base da aplicação da eletricidade à produção
e da reorganização das fábricas em torno da linha de montagem. Essas inovações, introduzidas por Henry Ford
na sua fábrica de automóveis, disseminaram-se por todos os setores e permitiram a produção em série de
mercadorias estandardizadas para mercados de massa. O aprofundamento da divisão técnica do trabalho, o
emprego de mão de obra numerosa e semiqualificada e a utilização intensiva de energia são características
associadas ao fordismo.
A revolução tecnocientífica e as indústrias de ponta da onda atual de inovações anunciam o esgotamento
do fordismo. O conceito de produção serializada para mercados homogêneos é substituída pela de produção
flexível de mercadorias adaptadas a nichos de mercado com exigências específicas. A meta fordista da redução

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de preços através da constante ampliação da escala de produção dá lugar ao contínuo aperfeiçoamento


tecnológico dos produtos, com incorporação de valor a cada nova versão. Os computadores pessoais, por

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exemplo, custam cada vez mais, mas a sua capacidade de processamento cresceu muito mais rapidamente que
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seus preços.
As indústrias de ponta da revolução tecnocientífica não são vorazes consumidoras de energia. Elas se
caracterizam pela intensa aplicação da ciência e do conhecimento na elaboração de novos produtos. As
empresas que lideram a inovação investem pesadamente em pesquisa científica e tecnológica. As
universidades e centros de pesquisa constituem elos da produção industrial e a mão de obra de alta qualificação
é disputada pelas corporações da informática, das telecomunicações, da robótica, da biotecnologia e da
química fina.

EMPRESA IBM Samsung Canon Sony Microsoft Panasonic Toshiba Hon Hai Qualcomm
PATENTE 6.809 4.676 3.825 3.098 2.660 2.601 2.416 2.279 2.103
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/inspiracao/Empresa/noticia/2014/01/ibm-lidera-ranking-de-patentes

O meio geográfico típico do fordismo são as concentrações industriais associadas a jazidas carboníferas,
reservas minerais ou metrópoles. Essas concentrações estruturam-se em torno de ferrovias, rodovias ou portos.
No seu entorno, estendem-se cidades ou bairros operários. A atividade sindical é intensa e as relações sociais
são marcadas pelos movimentos reivindicativos de tipo corporativo.
O meio tecnocientífico-informacional é pós-fordista. As corporações estruturam redes de âmbito global,
integradas virtualmente pelas tecnologias da informação. Essas redes abrangem centros de pesquisa e
laboratórios, plantas industriais e uma vasta gama de empresas fornecedoras de produtos e serviços. Muitas
vezes, a administração empresarial foi inteiramente separada das plantas industriais, assim como os centros
de pesquisa e laboratórios. A produção em larga escala realiza-se, frequentemente, em fábricas estabelecidas
em países que dispõem de força de trabalho barata. Os diversos componentes de um produto podem ser
fabricados em lugares diferentes do mundo, selecionados em função das vantagens comparativas de cada país.
As operações produtivas repetitivas automatizam-se e a mão de obra semiqualificada é largamente substituída
por robôs industriais.
Texto de autoria de Demétrio Magnoli – Graduado em Jornalismo e Ciências Sociais pela USP e Doutor em Geografia Humana
pela USP
5.3.6 - A Terceira Revolução Industrial
Hoje, um fantasma ronda a vida dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos estudiosos, trata-se de
um desemprego estrutural, isto é, causado pelas transformações que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de
desenvolvimento produtivo e tecnológico que predomina nos países capitalistas avançados. Essas
transformações apresentam diferenças nos países onde ocorrem, mas estão alterando a organização do
processo produtivo e do trabalho em todos eles e no resto do mundo também. E tais mudanças afetam o
conjunto do mundo do trabalho.
À primeira vista, os robôs ou as novas tecnologias de produção parecem ser os únicos e mais cruéis
causadores desse desemprego. No entanto, existem outras razões de ordem econômica, social, institucional e
geopolítica que, associadas à tecnologia, formam um conjunto que explica melhor aquilo que, para alguns
analistas, significaria até mesmo o fim de uma sociedade organizada com base no trabalho.
O sistema capitalista sofreu transformações ao longo de sua história. As mudanças podem ser profundas,
acumular tensões sociais e graves problemas econômicos, gerar crises, guerras e revoluções políticas, mas o
sistema permanece basicamente o mesmo, isto é, trata-se de um sistema produtor de mercadorias cuja venda
tem por objetivo o lucro. Por isso o chamamos, indistintamente, de economia de mercado ou economia
capitalista.
No entanto, para que as empresas capitalistas produzam mais e mais mercadorias - com maior eficiência
e melhores níveis de produtividade, ganhando em competitividade em relação a outras empresas, e sempre
que possível obtendo lucros crescentes - elas precisam criar e aplicar novas técnicas e novas formas de
organização da produção e do trabalho, dividir funções com outras empresas, negociar salários, estipular taxas
de lucros etc.
Mas o capitalismo não se restringe apenas às unidades empresariais e suas dinâmicas internas. Na
sociedade como um todo, existem outros componentes extremamente importantes que precisam ser levados
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em consideração, pois interferem na vida das próprias empresas. Tais componentes podem ser as formas
institucionalizadas, como as regras do mercado, a legislação social, a moeda, as redes financeiras, em grande

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parte estabelecidas pelo Estado, ou ainda, as disputas pelo poder das nações, o comércio internacional, a renda
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e o consumo de cada família, a qualidade dos recursos humanos, as convenções coletivas, as ideias produzidas
etc.
Quando esse conjunto de elementos, e muitos outros, é razoavelmente ajustado e aceito pela sociedade
(não se trata de um consenso pleno, pois sempre haverá oposições e tensões), estamos diante de um modelo
de desenvolvimento capitalista dominante, com uma organização territorial correspondente. E esse modelo
permanece até que uma nova crise ocorra e novos rearranjos sejam feitos na sociedade e no espaço.
Após a crise de 1929, o modelo de desenvolvimento que aos poucos passou a dominar nos países de
tecnologia avançada - Estados Unidos, Japão e em boa parte da Europa -, mantidas suas especificidades, levou
o nome de fordismo, pois nesse modelo foram incluídas formas de produção e de trabalho postas em prática
pioneiramente nos EUA, nas décadas de 1910 e 1920, nas fábricas de automóveis do empresário norte-
americano Henry Ford.
O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960,
que ficou conhecido na história do capitalismo como “Os Anos Dourados”.
O modelo fordista pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o mercado ativo,
ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes. Porém, os salários não podiam crescer a ponto
de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis salariais e os lucros aumentando os preços dos
produtos, o que gerou uma crise inflacionária.
Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do
Vietnã foi um exemplo. A moeda americana ficou debilitada. Esse país, que durante todo o período de domínio
do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial com base em sua moeda - o dólar -, viu esse
sistema monetário declinar. A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos.
Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer.
A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse com aquilo que era
considerado a rigidez do modelo fordista. A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de
produção, nas formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos mercados de massa,
então saturados.
As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram espacialmente sua
produção por continentes inteiros. Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram
mais que os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se.
Os países de economia avançada precisaram criar internamente condições de competitividade. A
saturação dos mercados acabou gerando uma produção diversificada para atender a consumidores
diferenciados. Os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis. Diminuiu o número de trabalhadores
permanentes e cresceu o número de trabalhadores temporários. Flexibilizaram-se os salários - cresceram as
desigualdades salariais, segundo a qualificação dos empregados e as especificidades da empresa. Em muitas
empresas, juntou-se o que o taylorismo separou: o trabalhador pensa e executa. Os sindicatos viram reduzidos
seu poder de representação e de reivindicação. Ampliou-se o desemprego.
Os compromissos do Estado do bem-estar social foram sendo rompidos pouco a pouco. Eliminaram-se,
gradativamente, as regulamentações do Estado.
As políticas keynesianas - que se revelaram inflacionárias, à medida que as despesas públicas
aumentavam e a capacidade fiscal estagnava - forçaram o enxugamento do Estado.
A transformação do modelo produtivo começou a se apoiar nas tecnologias que já vinham surgindo nas
décadas do pós-guerra (automação e robotização) e nos avanços das novas tecnologias da informação. O
método de produção americano foi substituído pelo método japonês de produção enxuta, que combina
máquinas cada vez mais sofisticadas com uma nova engenharia gerencial e administrativa de produção - a
reengenharia, que elimina a organização hierarquizada. Agora, engenheiros de projetos, programadores de
computadores e operários interagem face a face, compartilhando ideias e tomando decisões conjuntas.
O novo método, rotulado por muitos como toyotismo, numa referência à empresa japonesa Toyota,
utiliza menos esforço humano, menos espaço físico, menos investimentos em ferramentas e menos tempo de
engenharia para desenvolver um novo produto. A empresa que possui um inventário computadorizado,

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juntamente com melhores comunicações e transportes mais rápidos, não precisa mais manter enormes
estoques. É o just in time.

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O novo método permite variar a produção de uma hora para outra, atendendo às constantes exigências
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de mudança do mercado consumidor e das mudanças aceleradas nas formas e técnicas de produção e de
trabalho. A ordem é manter estoques mínimos, produzindo apenas quando os clientes efetivam uma
encomenda.
As grandes empresas começaram a repassar para as pequenas e médias empresas subcontratadas um
certo número de atividades, tais como concepção de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção de
componentes, segurança, alimentação e limpeza. Isso passou a ser conhecido como terceirização. Com ela, as
grandes empresas reduziram suas pesadas e onerosas rotinas burocráticas e suas despesas com encargos
sociais, concentrando-se naquilo que é estratégico para seu funcionamento.
A produção flexível vem transformando espaços e criando geografias, à medida que ocorrem
redistribuições dos investimentos de capital produtivo e especulativo e, consequentemente, redistribuição
espacial do trabalho. Numerosas empresas se transferiram das tradicionais concentrações urbanas e regiões
industriais congestionadas, poluídas e sindicalizadas, para novas áreas nas quais a organização e o poder de
luta dos trabalhadores são pouco significativos. Surgiram novos complexos de produção - os complexos
científicos produtivos -, ligados a universidades e centros de pesquisa onde as inovações são constantes.
Um caso exemplar desses complexos é o do Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia, cujo modelo
se difundiu por vários países. Nesse complexo, a Universidade de Stanford, juntamente com empresas do ramo
da microeletrônica, criou um parque tecnológico cuja fama cresceu com a produção de semicondutores e o
uso do silício como matéria-prima para sua fabricação. O Vale do Silício faz parte de uma área maior em torno
da baía de São Francisco onde se estabeleceram numerosas indústrias de alta tecnologia.
Esses tecnopolos também são encontrados no interior das tradicionais regiões industriais que vêm se
modernizando, a exemplo da região industrial de Frankfurt, na Alemanha, ou ainda daquelas que procuram
sair de uma situação de estagnação, como no caso da região de Turim, na Itália, ou de Lyon, na França.
O sistema just in time exige também uma reorganização do território. As firmas subcontratadas pelas
grandes empresas se aglomeram em torno da planta terminal de produção, criando um tipo de aglomeração
produtiva.
Esse é o caso da fábrica da Volkswagen, instalada em Resende (RJ), que vem atraindo outras empresas
que produzirão, no próprio terreno da fábrica, componentes utilizados na montagem de ônibus e caminhões.
Sem nenhuma dúvida, vivemos hoje mudanças profundas que se refletem no mundo do trabalho. Para
os mais otimistas, a questão do desemprego tecnológico será resolvida pela própria tecnologia avançada que
estimulará o surgimento de novos setores produtivos e de atividades humanas a ela ligados, exigindo, assim,
novos trabalhadores. Para outros, o sonho dos empresários de fábricas sem operários está prestes a ser
realizado.
Também nos setores agrícolas e de serviços, as máquinas substituem o trabalho humano. Corporações
multinacionais fazem notar que estão cada vez mais competitivas, e ao mesmo tempo anunciam demissões em
massa. A questão que se coloca neste final de século é a seguinte: para onde vão os trabalhadores?
A resposta dependerá da posição assumida pelas sociedades como um todo.

5.3.7 - A Quarta Revolução Industrial – o que é e como ela deve afetar nossas vidas
Adaptado de Valeria Perasso – BBC - 22 out 2016

No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos
os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta
revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.

Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se
cumpridas as previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade.
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como
vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será

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diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do livro A
Quarta Revolução Industrial, publicado em 2016.

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Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas
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que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum.


No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais
distantes do planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda.
Suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético.
Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?
O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do encontro
desses desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do
desenvolvimento tecnológico.
"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas,
mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital
(anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da
"revolução".
"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução
industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade
dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os
países", diz o Fórum.
Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A
primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850,
trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com
a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações.
Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome vem,
na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013
para levar sua produção a uma total independência da obra humana.
A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das
coisas e à computação na nuvem.
Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões
descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas.
O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O
princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas.
Os números econômicos são impactantes: segundo calculou a consultora Accenture em 2015, uma
versão em escala industrial dessa revolução poderia agregar 14,2 bilhões de dólares à economia mundial nos
próximos 15 anos.
No Fórum Mundial de Davos, em janeiro de 2016, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais
entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs,
inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras 3D.
Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar
com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo.

Revolução para quem?


Os países mais desenvolvidos adotarão as mudanças com mais rapidez, mas os especialistas destacam
que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar.
A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade de
vida de populações inteiras, diz Schwab. São as mesmas populações que se beneficiaram com a chegada do
mundo digital - e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e pedir um táxi a partir de um celular antigo e
barato.
Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.

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"O futuro do emprego será feito por vagas que

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não existem, em indústrias que usam
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tecnologias novas, em condições planetárias


que nenhum ser humano já experimentou", diz
David Ritter, CEO do Greenpeace
Austrália/Pacífico em uma coluna sobre a
quarta revolução industrial para o jornal
britânico The Guardian.
E os empresários parecem entusiasmados -
mais que intimidados - pela magnitude do desafio,
uma pesquisa aponta que 70% têm expectativas
positivas sobre a quarta revolução industrial.
Ao menos esse é o resultado do último
Barômetro Global de Inovação, uma pesquisa que
compila opiniões de mais de 4.000 líderes e pessoas
interessadas nas transformações em 23 países.
Ainda assim, a distribuição regional é desigual
e os mercados emergentes da Ásia são os que estão
adotando as transformações de uma forma mais intensa que os de economias mais desenvolvidas.
"Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo
complicado de se colocar em prática", reconhece o estudo.

Os perigos do cibermodelo
Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com o
"darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver.
E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser
mais devastador que aquele gerado pela terceira revolução.
"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade
que mais me preocupa é a dos valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças
que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para
o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU).
"Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões
(políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz.
"Considerando que manter o status quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental sobre
a forma e os objetivos desta nova economia", diz Ritter, que considera que deve haver um "debate
democrático" em relação às mudanças tecnológicas.
Por um lado, há quem desconfie de que se trata de uma quarta revolução: é certo que as mudanças são
muitas e profundas, mas o conceito foi usado pela primeira vez em 1940 em um documento de uma revista de
Harvard intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos, que trazia um futuro sombrio para avanço da
tecnologia e seu uso representa uma "preguiça intelectual", diz Garbee.
Outros, mais pragmáticos, alertam que a quarta revolução só aumentará a desigualdade na
distribuição de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de segurança geopolítica.
O mesmo Fórum Econômico Mundial, em 2016, reconheceu que "os benefícios da abertura estão em
risco" por causa de medidas protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que
foram exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução deverá enfrentar se
quiser entregar o que promete.
"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o entusiasmo
não é desculpa para a ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima
dos marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso dela", diz Garbee.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309. Acesso em 05 nov 2021

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EXERCÍCIOS

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01. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) do Ministério da Justiça condenou, ontem, as empresas
Roche, Basf e Aventis. Segundo o Cade, essas empresas teriam restringido a oferta e elevado os preços no Brasil das
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vitaminas A, B2, B5, C e E, na segunda metade dos anos 90. Elas também teriam impedido a entrada de vitaminas
chinesas, a preços mais baratos, no Brasil. As empresas já haviam sido condenadas por práticas semelhantes na Europa
e EUA.
Juliano Basile. Adaptado de Valor Econômico, 12/04/2007
Desde o final do século XIX, tornou-se um aspecto marcante do modo de produção capitalista a formação de grandes
empresas capazes de controlar a maior parte ou mesmo todo o mercado de um ou mais produtos.
A notícia acima expressa a seguinte prática presente nessa realidade centenária, associada à seguinte característica do
atual momento econômico:

(A) holding – fusão de companhias do mesmo setor.


(B) cartel – controle do mercado em escala planetária.
(C) oligopólio – padronização mundial das leis de concorrência.
(D) dumping – protecionismo para produtos de países emergentes.
(E) conglomerados – reunião de empresas nacionais.

02. No fim da década de 80 e início dos anos 90 a bipolaridade mundial declinou; da polaridade ideológica e militar
leste/oeste passou-se para a econômica e política norte/sul. Isto significa dizer que atualmente há oposição entre:

(A) o oeste rico e industrializado e o leste pobre e agrário;


(B) o oeste pobre e agrário e o sul rico e muito industrializado;
(C) o leste pobre e agrário e o norte rico e industrializado;
(D) o sul rico e industrializado e o norte pobre e agrário;
(E) o norte rico e industrializado e o sul pobre e em processo de industrialização.

03. Como resposta à crise do modelo de produção em massa, consumo em massa (fordismo), as empresas passaram a
introduzir equipamentos tecnológicos cada vez mais sofisticados, implementando mudanças nas relações de produção
e trabalho que passaram a constituir a política do neoliberalismo, que propõe o:

(A) estado mínimo, ou seja, que deve atuar o mínimo possível, de preferência como regulador da economia e não como
empresário.
(B) combater à privatização das empresas estatais, fortalecendo o papel do Estado na economia.
(C) Fortalecimento de medidas nacionais frente à concorrência global.
(D) Aumento dos direitos trabalhistas e do poder dos sindicados.
(E) Estímulo à competitividade através do fortalecimento da economia de escala, fim da terceirização dos serviços e
incentivo à política de subsídio fiscais.

04. O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro não tem, em
si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a
toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade
objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da
empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade,
uma empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental

(A) competitividade decorrente da acumulação de capital.


(B) implementação da flexibilidade produtiva e comercial.
(C) ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
(D) socialização das condições de produção.
(E) mercantilização da força de trabalho.

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05. “Durante a Guerra Fria, era comum classificar os países do globo em um dos três mundos: o primeiro era composto pelos países
capitalistas desenvolvidos e era liderado pelos Estados Unidos; o segundo, formado pelos países socialistas, sob a liderança da

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União Soviética; e o terceiro, integrado pelos países subdesenvolvidos, capitalistas em sua maioria e localizados na América Latina,
na África e na Ásia”.
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(MOREIRA, João C. & SENE, Eustáquio de. Geografia para o Ensino Médio, 2002)
Sobre o Terceiro Mundo, pode-se afirmar que:

(A) A luta anticolonial gerou novas nações independentes na Ásia e África que procuravam alterar as regras do comércio mundial,
as quais estavam fundadas nos preços aviltados dos produtos industrializados que exportavam e nos altos preços dos produtos
agrícolas que importavam.
(B) A Conferência de Bandung, de 1955, lançou os princípios políticos do “não-alinhamento”, ou seja, uma posição diplomática e
geopolítica de afastamento das principais superpotências, fortalecendo a partir daí o conceito de conflito Norte-Sul.
(C) A convergência político-ideológica entre os participantes da Conferência de Bandung, estimulou posições importantes quanto
aos problemas da economia mundial, fato que permitiu o aumento dos preços dos produtos que aqueles países exportavam.
(D) A Conferência de Bandung consolidou a posição “terceiro-mundista” que procurou definir uma “terceira via” de
desenvolvimento, a qual deveria estar atrelada ao capitalismo norte-americano.
(E) O conceito de Terceiro Mundo está relacionado principalmente ao fator pobreza, o qual é exclusivo da América Latina, da África
e da Ásia.

06. Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana, México e França, usando os mais
avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na Coreia. A campanha publicitária é
desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias, feitas em Nova York para serem veiculadas no mundo todo.
Teias globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente.
REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educator, 1994 (adaptado).
A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de

(A) linhas de montagem e formação de estoques.


(B) empresas burocráticas e mão de obra barata.
(C) controle estatal e infraestrutura consolidada
(D) organização em rede e tecnologia de informação.
(E) gestão centralizada e protecionismo econômico.

07. O mundo entrou na era do globalismo. Todos estão sendo desafiados pelos dilemas e horizontes que se abrem com a formação
da sociedade global. Um processo de amplas proporções envolvendo nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos nacionais,
grupos e classes sociais, economias e sociedades, culturas e civilizações.
(IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997)
No texto, é feita referência a um momento do desenvolvimento do capitalismo. A expansão do sistema capitalista de produção nesse
momento está fundamentada na:

(A) difusão de práticas mercantilistas.


(B) propagação dos meios de comunicação.
(C) ampliação dos protecionismos alfandegários.
(D) manutenção do papel controlador dos Estados.
(E) conservação das partilhas imperialistas europeias.

08. Leia o texto.


“No século atual, o eurocentrismo - que predominou durante 300 anos – sofre o impacto do aparecimento de dezenas de novos
países na Ásia e na África. Simultaneamente, os países do Terceiro Mundo iniciam mudanças nas relações entre ricos e pobres,
dominadores e dominados. É neste contexto que o professor Arno Peters publica seu planisfério (1973). Esse mapa é um
bom negócio para os países situados na zona intertropical do planeta, pois corrige a subestimação das áreas do planisfério de
Mercator. Ele representa cartograficamente as reivindicações de igualdade entre os países.”
FONTE: CARVALHO, Sílvia de Faria Pereira. in: Mapas são a linguagem da Geografia. Estado de Minas. Caderno Gabarito.
pág. 6 a 8. Belo Horizonte. 3/3/95.
Com base no texto e em seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) A projeção de Mercator é vantajosa para os países do norte, pois aumenta o tamanho dos países localizados entre os trópicos e
os círculos, diminuindo, em contrapartida, os espaços ocupados pelos países intertropicais.
(B) Ao se afirmar como centro de expansão do comércio, das grandes conquistas e de apropriação de terras na América, África e
Ásia, a Europa tornou-se o centro de referência e localização para as outras regiões do globo.
(C) A projeção de Peters, assim como a de Mercator, apresenta distorções, mas representa fielmente os contornos dos continentes,
permitindo que os países da faixa intertropical apareçam em sua verdadeira localização no globo terrestre.
(D) Atualmente, Estados Unidos, Japão e Rússia também se autodefiniram como referência e modelo para a humanidade, o que só
veio reforçar a continuidade de utilização do mapa de Mercator, pois esses países localizam-se em latitudes equivalentes a da
Europa.
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09. O IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

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e é calculado para diversos países desde 1990. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais perto de 1, maior é o
desenvolvimento humano, ou seja, a qualidade de vida medida do país ou do local onde é calculado com base em
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indicadores.
Analise as seguintes afirmativas sobre o IDH.
I. O IDH é calculado em função da média de três componentes: fertilidade, educação e renda do chefe do domicílio.
II. O indicador do nível educacional do IDH é medido por uma combinação da taxa de alfabetização de pessoas de 15
anos ou mais e da taxa bruta de matrículas em relação à população de 7 a 22 anos de idade.
III. O indicador de renda do IDH é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), real per capita em dólares, segundo o
critério de Paridade do Poder de Compra.
IV. O indicador de fertilidade do IDH é medido pelo número médio de filhos por mulher em idade de procriar, ou seja,
considerado dos 15 aos 49 anos de idade.
V. O indicador de longevidade do IDH é medido pela esperança de vida ao nascer.
Marque a opção certa.

(A) I e IV estão corretas.


(B) II, III e V estão corretas.
(C) III e IV estão corretas.
(D) II, IV e V estão corretas.
(E) I, III e IV estão corretas.

10. Ao analisarem-se os indicadores econômicos e sociais entre países, verificam-se disparidades entre eles. Assinale a
opção que explica as desigualdades mundiais.

(A) A capacidade para a produção e trabalho é determinada pelo clima temperado, característica predominante nos
países do Norte.
(B) A superação do Subdesenvolvimento é uma questão de tempo, pois os países ditos desenvolvidos passaram pela
mesma situação no passado.
(C) A economia capitalista é marcada pelas fortes desigualdades socioeconômicas entre as regiões do mundo,
apresentando um desenvolvimento desigual e combinado.
(D) As relações comerciais estão baseadas na deterioração dos termos de trocas, onde os países do Sul especializaram-
se em bens de capital e os do Norte em bens primários.
(E) A fragilidade dos países do Sul deve-se a ausência de blocos econômicos entre eles, fato que impede maior
articulação frente às pressões impostas pelos países do Norte.

11. Sobre as classificações dos países quanto aos níveis de desenvolvimento, considere as seguintes afirmativas:
I. A pertinência da divisão do mundo em três grupos (Primeiro Mundo, Segundo Mundo, Terceiro Mundo) é hoje
bastante questionada: de um lado, o surgimento dos Países Recentemente Industrializados (Newly Industrialized
Countries) tornou o chamado Terceiro Mundo muito heterogêneo; de outro lado, a crise do bloco socialista fez com
que os países que o integravam passassem a ser, em sua maioria, “economias de transição”, o que desatualizou o
conceito de Segundo Mundo.
II. Atualmente, está sendo amplamente utilizada a seguinte classificação: países desenvolvidos, países em
desenvolvimento e países subdesenvolvidos.
III. Dentre as características dos países desenvolvidos encontram-se as seguintes: alto desenvolvimento tecnológico,
participação expressiva dos setores secundário e terciário na economia, renda per capita elevada, distribuição de
renda relativamente homogênea.
Assinale a alternativa correta:

(A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.


(B) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
(C) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
(D) Todas as afirmativas são verdadeiras.
(E) Nenhuma das afirmativas é verdadeira.

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12. “A industrialização ampliou a divisão do trabalho dentro da unidade de produção (a fábrica) e no interior da
sociedade de cada país. Ao mesmo tempo, estabeleceu a Divisão Internacional do Trabalho entre os países industriais

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e as regiões fornecedoras de produtos agrícolas e minerais”.
(LUCCI, E. A. et. al. Território e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. Ensino Médio.
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Editora Saraiva, 2005. p.56).


Assinale a alternativa que NÃO expressa uma característica da Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

(A) Os países desenvolvidos exportam produtos tecnológicos e os países subdesenvolvidos exportam matérias-primas.
(B) A formação da DIT está relacionada, principalmente, com os eventos ligados ao colonialismo.
(C) Conferências internacionais são anualmente realizadas para se definir qual tipo de produto cada país produzirá no
contexto do comércio internacional.
(D) A Divisão Internacional do Trabalho envolve, entre outras questões, as relações desiguais entre o norte desenvolvido
e o sul subdesenvolvido nos campos político e econômico.

13. Pouco antes do término da Segunda Guerra Mundial, com a criação da Conferência de Bretton Woods, os EUA já se articulavam
para estabelecer novas políticas econômicas, que agilizassem a dinâmica comercial global, fato que acabaria por condicionar toda
uma reorganização da conjuntura internacional inerente aos interesses do capital. A partir dessa conferência, assinale a opção que
apresenta a criação de uma nova articulação nesse sentido.

(A) O padrão-ouro, utilizado para definir o valor das moedas a partir do peso do ouro ou equivalente, foi substituído pelo padrão
dólar-ouro, tornando a moeda norte-americana a nova referência monetária internacional, ao mesmo tempo em que os EUA se
comprometiam a trocar, sempre que necessário, dólares por ouro.
(B) O FMI, com a função de garantir a estabilidade e a recuperação do sistema financeiro global, acabou tornando-se o maior
articulador da recuperação socioeconômica dos países mais pobres, uma vez que os capitais produtivos investidos nesses
territórios são oriundos dessa instituição.
(C) O Banco Mundial, criado em 1950, com a finalidade de financiar a reconstrução dos aliados asiáticos especialmente o Japão,
tornou-se a instituição mais importante para os anseios comerciais dos EUA regionalmente, além de coordenar e fiscalizar os
empréstimos destinados aos investimentos de infraestrutura aos países endividados.
(D) O Gatt, de 1959, cuja finalidade básica foi integrar as tarifas comerciais entre todos os países latino-americanos, exceção feita
a Cuba, acabou sendo estendido a todo o bloco capitalista durante a Guerra Fria, no entanto, com o fim da bipolarização,
acabou sendo substituído pela OMC.
(E) A OCDE, criada na década de 1940, surgiu como um órgão de consulta e coordenação de políticas econômicas e sociais, cuja
finalidade básica foi aproximar a relações comerciais entre os países pobres e ricos, contribuindo, assim, para a circulação de
pessoas, bens e serviços em seus territórios.

14. A lógica da operação das empresas multinacionais ou globais no contexto da Divisão Internacional é:

(A) a inserção dessas no mundo desenvolvido, proporcionando uma maior democratização no acesso às novas tecnologias em todo
o mundo.
(B) a atualização do sistema internacional, quando os países subdesenvolvidos, agora industrializados, também passam a exportar
produtos industrializados.
(C) a ampliação da política do pleno emprego que, a partir da segunda metade do século XX, adquiriu uma dinâmica global.
(D) o fortalecimento das leis ambientais e trabalhistas, principalmente naqueles países onde essas indústrias se instalam,
dinamizando assim o processo de distribuição de renda.

15. Nas últimas décadas, muitos países que tinham uma economia voltada basicamente para o setor primário têm recebido em seus
territórios filiais ou subsidiárias de multinacionais, fato que vem modificando profundamente seus perfis econômicos e suas funções
dentro da atual divisão internacional do trabalho (DIT).
Com base nas informações do texto e nos conhecimentos sobre a DIT e suas implicações, é correto afirmar:

(A) A implantação das multinacionais, nos países periféricos, gerou grandes lucros, porque o lucro era reinvestido no seu território,
diversificando o processo produtivo.
(B) A nova DIT não alterou as desigualdades no processo produtivo, mas possibilitou o dinamismo da economia de todos os países
do Terceiro Mundo, devido à interferência estatal.
(C) Os países de industrialização clássica, como o Brasil, o México e a Argentina, saíram mais fortalecidos que os demais países
periféricos, porque os investimentos externos produtivos priorizam esses mercados.
(D) Essa nova Distribuição Internacional do Trabalho caracteriza-se pela mudança do perfil econômico das nações periféricas e pela
diminuição da dependência econômica dessas nações.
(E) Os países centrais, na nova Distribuição Internacional do Trabalho, fornecem produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico
e os países periféricos, produtos de primeira e segunda geração industrial.

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16. Emergentes deverão responder por 57% do PIB mundial até 2030
A participação dos países emergentes no PIB mundial passou de 38% em 2000 para 49% neste ano e deverá atingir

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57% em 2030, segundo o estudo Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Deslocamento da Riqueza,
publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira (…).
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FERNANDES, D. BBC Brasil, 16 jun. 2010. Disponível em:


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/06/100616_relatorioeconomia_df.shtml. Acesso em: 13 mar. 2015.
A expressão países emergentes caracteriza:

(A) o grupo de países que fatalmente se tornarão desenvolvidos em breve.


(B) o conjunto de economias nacionais subdesenvolvidas com relativo grau de crescimento econômico e social.
(C) os Estados que possuem um forte poder de intervenção na economia, mas que ainda precisam desenvolver os seus
níveis de industrialização.
(D) o agrupamento formalmente registrado de nações que possuem territórios com grande potencial para exploração
econômica.

17. As duas grandes marcas do século XX foram as guerras mundiais e o socialismo, ocasiões que geraram um terceiro
grande fenômeno: a Guerra Fria, em que a moldura de uma ordem mundial bipolar se baseava na rivalidade entre os
EUA e a União Soviética. Analise as proposições seguintes sobre as grandes transformações do século XX:
I. A partir de 1945, o mundo esteve dividido, predominantemente, em blocos de países sob influência dos EUA e da
União Soviética, que entraram em confronto de forma direta, o que levou o mundo a temer o deflagrar de uma
guerra nuclear iminente.
II. No Plano Marshall encontra-se a origem da Guerra Fria. Esse Plano representou a resposta americana à crise
europeia, por meio do financiamento americano da reconstrução da Europa.
III - O zênite da Guerra Fria aconteceu quando duas graves crises colocaram à prova a resolução das duas superpotências
e comprovaram o perigo de uma guerra total. Trata-se da crise de Berlim, em 1961, e a crise dos mísseis em Cuba,
em 1962.
IV - Por consequência do fim da Guerra Fria e da queda o muro de Berlim, o socialismo definitivamente deixou de
existir e de orientar a política de diversos países.
V - Pode-se concluir que, para o quadro histórico do final do século XX e início deste século, tanto o socialismo quanto
o capitalismo conseguiram consolidar diretrizes para os graves problemas socioeconômicos e políticos que afligem
a humanidade.
Após a análise das proposições, assinale a alternativa verdadeira:

(A) Apenas o item III é correto.


(B) Os itens II e III estão errados.
(C) Apenas o item V é correto.
(D) Os itens II e III estão corretos.
(E) Os itens I, II e III estão corretos.

17. A “queda do muro de Berlim”, ocorrida no final de 1989, é um dos marcos do surgimento de uma “nova ordem
mundial”, que pode ser compreendida a partir de duas dimensões: a geopolítica e a econômica.
Quais as mudanças geopolíticas e econômicas decorrentes dessa “nova ordem mundial”?.
Marque a opção INCORRETA:

(A) Do ponto de vista geopolítico, a principal mudança foi o fim do período denominado de Guerra Fria e, por
conseguinte, da bipolaridade de poder das superpotências mundiais (União Soviética e Estados Unidos) e dos
blocos mundiais por elas comandados.
(B) Na “nova ordem geopolítica mundial”, denominada “ordem multipolar”, as superpotências se impõem mais em face
do seu poderio econômico do que bélico.
(C) A “nova ordem mundial” é o processo de globalização da economia, com a formação de blocos econômicos
regionais, tais como a União Europeia e o Nafta.
(D) Na “nova ordem”, o poder está vinculado diretamente ao avanço tecnológico, a níveis de produtividade, à
disponibilidade de capitais, à competitividade e à qualificação da mão- de-obra.
(E) Na “nova ordem mundial” ocorreram as maiores guerras e crises econômicas que colocou em questionamento a
funcionalidade e eficiência do capitalismo.

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18. A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa

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idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares
manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes,
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enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer.
Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram
expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado).
Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque:

(A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.


(B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
(C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
(D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
(E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

19. As fábricas inglesas e os usos e significados do relógio


Era exatamente naquelas atividades – fábricas têxteis e oficinas – em que se impunha rigorosamente a nova disciplina do
tempo que a disputa sobre o tempo se tornava mais intensa. No princípio, os piores mestres tentavam expropriar os
trabalhadores e todo conhecimento sobre o tempo. “Eu trabalhava na fábrica do sr. Braid”, declarou uma testemunha: “Ali
trabalhávamos enquanto ainda podíamos enxergar no verão, e não saberia dizer a que horas parávamos de trabalhar. Ninguém,
a não ser o mestre e o filho do mestre, tinha relógio, e nunca sabíamos que horas eram. Havia um homem que tinha relógio
[...]. Foi-lhe tirado e entregue à custódia do mestre, porque ele informava aos homens a hora do dia [...]”.
THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em comum: estudos sobre cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das
Letras, 2008, p. 293
Sobre as relações de trabalho e seus movimentos de resistência ao longo da história, é CORRETO afirmar que:
I. como reflexo das alterações nas relações de trabalho decorrentes da Revolução Industrial, originaram-se movimentos de
resistência como o Ludismo, reconhecido pela destruição das máquinas como forma de protesto contra as relações de
trabalho.
II. a publicação da Carta de Obrigações em 1830, resultante do movimento conhecido como Cartismo, foi uma reação
vitoriosa da burguesia industrial britânica contra os movimentos operários que lutavam por melhores condições de
trabalho.
III. no contexto da Revolução Industrial, os industriais recorriam ao trabalho feminino e à exploração da mão de obra infantil
como opção para não aumentar os custos da produção.

(A) I e II estão corretas.


(B) I e III estão corretas.
(C) II e III estão corretas.
(D) Somente I está correta.
(E) Somente III está correta.

20. As transformações desencadeadas pela Revolução Industrial Inglesa foram muito mais sociais que técnicas, tendo em
vista que é nessa fase que se aprofundam as diferenças entre ricos e pobres.
(HOBSBAWM, Eric J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979).
Sobre o impacto social da industrialização nas relações entre campo e cidade na Inglaterra, considere as afirmativas a seguir.
I. O desenvolvimento agrícola e o cercamento dos campos para a criação de ovelhas expulsaram um número crescente de
trabalhadores do campo para as cidades, constituindo um exército de mão de obra barata de reserva para a indústria.
II. A industrialização encontrou as melhores condições para florescer em Londres, a maior cidade do reino, onde a monarquia,
aliada à burguesia, abriu mão de impostos sobre a terra para favorecer o crescimento econômico.
III. A indústria desencadeou a exploração extensiva e intensiva de recursos naturais, causando a poluição do ar e da água,
com consequências graves, sobretudo, para a qualidade de vida das populações mais pobres.
IV. O aumento da população urbana provocou uma crise de moradia, com o encarecimento dos aluguéis e a ocupação de
lugares insalubres, o que tornou ainda mais precárias as condições de vida da classe operária.
Estão corretas apenas as afirmativas

(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, II e IV.
(D) I, III e IV.
(E) todas estão corretas

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21. Sobre a Segunda Revolução Industrial é INCORRETO afirmar que:

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(A) implementou nas indústrias as linhas de montagens, esteiras rolantes e o método de racionalização da
produção em massa, chamado de fordismo.
(B) caracterizou-se pelos avanços ultrarrápidos, que resultaram na obsolescência também veloz especialmente
na microeletrônica, na robótica industrial, na química fina e na biotecnologia.
(C) a utilização da energia elétrica e do petróleo possibilitaram a intensificação do desenvolvimento
tecnológico, permitindo a sua produção em grande escala.
(D) estabeleceu uma nova e acirrada disputa entre as grandes potências industriais que buscavam o aumento
de seus lucros e uma saída para seus excedentes de produção e capitais.
(E) possibilitou o desenvolvimento de grandes indústrias e concentrações econômicas, que culminaram nos
"holdings", trustes e cartéis.

22. Sobre os diferentes tipos de indústrias e a sua dinâmica espacial, assinale o que for INCORRETO.

(A) as indústrias de bens de produção ou de base produzem bens para outras indústrias, gastam muita energia
e transformam grandes quantidades de matérias-primas. São exemplos desse tipo de indústrias:
petroquímicas, metalúrgicas, siderúrgicas, entre outras.
(B) as indústrias de bens de capital ou intermediárias produzem máquinas, equipamentos, ferramentas ou
autopeças para outras indústrias, como, por exemplo, as indústrias dos componentes eletrônicos e a de
motores para carros ou aviões.
(C) as indústrias de ponta estão ligadas ao emprego de alta tecnologia, elevado capital e de número grande de
trabalhadores qualificados. Elas dependem de inovações constantes para que sejam possíveis
modificações rápidas no processo de produção.
(D) a partir de 1990, intensificou-se no Brasil o processo de desconcentração industrial, ou seja, muitas
indústrias deixaram áreas tradicionais e instalaram unidades fabris em novos espaços na busca de
vantagens econômicas, como incentivos fiscais, menores custos de produção, mão de obra mais barata,
mercado consumidor significativo e atuação sindical fraca.
(E) as indústrias de bens de consumo estão divididas em duráveis e não duráveis. A primeira se refere à
indústria de automóveis, eletrodomésticos e móveis. Já as não duráveis estão ligadas ao setor de vestuário,
alimentos, remédios e calçados.

23. Leia o texto a seguir.


Seguindo uma tendência observada nas empresas europeias e americanas, alguns investidores brasileiros
estão migrando parte de seus negócios da China para o Vietnã. Os setores calçadista e têxtil são os que mais
observaram esse tipo de mudança, com a instalação principalmente de fábricas americanas e europeias no
Vietnã. Em estudo divulgado em março, a Câmara de Comércio Americana de Xangai, a AmCham, apontou
que 88% das empresas estrangeiras sondadas optaram inicialmente por operar na China por causa dos
baixos custos, porém, 63% dessas afirmaram que se mudariam ao Vietnã para cortar ainda mais o preço de
produção.
<www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/07/080709_vietannegociosmw.shtml>. adaptado.
Pode ser associada ao conteúdo da notícia a seguinte afirmação:

(A) atualmente, grande parte das empresas multinacionais é originária dos países subdesenvolvidos e aí estão
instaladas.
(B) embora seja objeto de investimentos capitalistas, o sistema socialista chinês ainda afugenta as empresas
multinacionais.
(C) a globalização facilitou a mobilidade de capitais e empresas, aumentando a competição entre países.
(D) nos países asiáticos, o alto custo da mão de obra é compensado pela abundância de matérias-primas
minerais baratas.
(E) a abertura comercial propiciada pela globalização permitiu às empresas brasileiras concorrerem com as
dos países europeus.
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24. A globalização que marca a nova fase do desenvolvimento capitalista se caracteriza pela mundialização

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da produção, da circulação e do consumo. Processo este que foi viabilizado pelo avanço técnico acelerado.
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As transformações rápidas que ocorrem na economia e na sociedade têm hoje a finalidade de intensificar a
competitividade, que é mola propulsora do processo de globalização. Podemos identificar como estratégias
competitivas do capitalismo globalizado:
I. A produção de transgênicos que, embora polêmica, é mais produtiva, aumenta a resistência às pragas e cria
a dependência dos produtores junto às empresas que controlam as sementes geneticamente modificadas.
II. A customização, ou seja, a fabricação de produtos sob encomenda para atender às especificações do
consumidor final, em substituição à produção padronizada em série e com grandes estoques.
III. A flexibilização da produção através da adoção de um mesmo padrão produtivo das linhas de montagem,
distribuídas pelos vários países do mundo, o que reduz custos e retira a identificação de um produto como
sendo de uma nacionalidade.
IV. A adoção do protecionismo às empresas nacionais através dos subsídios e das cotas para dificultar a
concorrência dos produtos estrangeiros dentro dos territórios nacionais.
Estão corretas apenas as alternativas:

(A) I, II e III.
(B) I, III e IV.
(C) I e IV.
(D) II, III e IV.
(E) II e III.

GABARITO:
1 B 2 E 3 A 4 C 5 B
6 D 7 B 8 C 9 D 10 C
11 D 12 C 13 A 14 B 15 E
16 D 17 B 18 E 19 A 20 B
21 E 22 B 23 D 24 C 25 E

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HISTÓRIA MILITAR-NAVAL Prof. VAGNER SOUZA

APRESENTAÇÃO

Caro Aluno,

Este Módulo faz parte de um conjunto de elementos didáticos que por ocasião de sua produção
visava dois objetivos: o primeiro deles é oferecer um material de fácil leitura, que possa lhe ajudar a
elucidar e compreender os fatos da história, contribuindo com isso para a aquisição de informações que
ajudam não só na busca dos seus ideais, mas também para toda sua vida. O segundo foi de elaborar um
material que seja resumido sem deixar de descrever todos os dados imprescindíveis para o fim que se
destina.

Buscamos elaborar um manual de história centrado na própria história, trazendo à tona


informações dos fatos dentro de uma ótica precisa, a partir do acúmulo de conhecimentos descritos pelas
obras citadas pela Bibliografia do Edital do Concurso para o QOAA/AFN em 2022. No entanto, como prevê
os editais dos concursos anteriores, a bibliografia sugerida serve apenas como base para o estudo da
matéria, sem excluir outras publicações de natureza histórica, fato este que ocorreu, eventualmente, nos
últimos anos do concurso, onde foram utilizadas várias citações de revistas e autores de história não
contidos na bibliografia sugerida. Portanto, este Módulo serve como base de estudo sem excluir para o
Candidato a leitura dos livros sugeridos pela MB e nem outras fontes de História.

O Módulo I é o primeiro de um conjunto de unidades teóricas, sempre revistas, sendo, portanto,


um material aprimorado e atualizado. No entanto, como nosso período letivo inicia-se antes da publicação
do Edital 2023, caso haja alguma alteração, será fornecido material complementar para estudo, assim
como utilizaremos diretamente os livros mais trabalhados em questões dos últimos três concursos.

Alguns concursos anteriores primaram pela utilização de gravuras e mapas como parte do
enunciado das questões das provas. Levando isto em consideração, este Módulo conta com alguns
elementos visuais que buscam auxiliar na localização geográfica ou temporal, facilitando a memorização
dos fatos e a possível integração com as questões por ocasião do concurso. Logo, este Módulo não é
apenas uma adaptação das apostilas anteriores, mas sim um material moderno e inovador e sempre
atualizado.

Não existem fórmulas mirabolantes em educação, o que há é dedicação contínua, tanto por parte
de quem leciona quanto por parte dos alunos. A conjunção destes esforços é, no mínimo, razão suficiente
para a construção de um saber, para aquisição de cultura e para uma melhor qualidade de vida social,
tanto para você quanto para seus familiares.

O sucesso em concursos sempre é traduzido em números, mas o sucesso pessoal, este sim, é medido
pela satisfação plena do dever cumprido e da busca incessante pelos ideais de cada um.

Um abraço e bons estudos,

Prof. Vagner P. de Souza


Curso Adsumus

MÓDULO 1 REGULAR -1- QOA-AA/AFN 2023


HISTÓRIA MILITAR-NAVAL Prof. VAGNER SOUZA

ÍNDICE DESTE MÓDULO


Apresentação dos Módulos ................................................................................................................................................................... 01
Programa e Bibliografia do QOA-AA-AFN 2022 ........................................................... ......................................................................... 03
Introdução ao Módulo 1 ........................................................................................................................................................................ 04
1) Conceituando História ....................................................................................................................................................................... 04
2) Datando a História ............................................................................................................................................................................ 04

Capítulo I – A Idade Antiga ................................................................................................................................................................... 06


1) A Relação Entre as Primeiras Civilizações e o Mar ........................................................................................................................... 06
1.1) As Profissões Marítimas ................................................................................................................................................................. 06
1.2) Comparação entre o Navio Mercante e O Navio de Guerra Antigo .............................................................................................. 07
2) Os Povos da Antiguidade .................................................................................................................................................................. 08
2.1) A Civilização Egípcia ...................................................................................................................................................................... 09
2.2) A Civilização Mesopotâmica .......................................................................................................................................................... 11
2.3) A Civilização Cretense ................................................................................................................................................................... 13
2.4) A Civilização Fenícia ...................................................................................................................................................................... 13
2.5) A Civilização (Fenícia) Cartaginesa ............................................................................................................................................... 14
2.6) A Civilização Grega ....................................................................................................................................................................... 17
2.7) A Civilização Romana .................................................................................................................................................................... 22

Capítulo II – A Idade Média ................................................................................................................................................................. 27


1) O que é Idade Média ........................................................................................................................................................................ 27
2) O Império Bizantino .......................................................................................................................................................................... 27
3) O Império Árabe ............................................................................................................................................................................... 28
4) Os Reinos Bárbaros .......................................................................................................................................................................... 29
5) O Reino Cristão dos Francos ............................................................................................................................................................ 29
6) O Navio de Guerra Medieval ........................................................................................................................................................... 30
7) Guerra e Comércio na Idade Média ................................................................................................................................................ 31
8) A Civilização Viking ........................................................................................................................................................................... 31
9) A Crise da Idade Média .................................................................................................................................................................... 33
10) O Movimento Cruzadista ............................................................................................................................................................... 34
11) A Retomada do Comércio ............................................................................................................................................................. 35
12) As Repúblicas Marítimas da Península Itálica ............................................................................................................................. 36
12.1) Pisa ............................................................................................................................................................................................. 36
12.2) Gênova ....................................................................................................................................................................................... 37
12.3) Veneza ..................................................................................................................................... .................................................. 38
13) As Grandes Invenções ................................................................................................................................................................... 40

Capítulo III – A Idade Moderna ............................................................................................................................................................ 42


1) A Grande Crise dos Séculos XIV e XV ................................................................................................................................................. 42
2) A Revolução Comercial e o Mercantilismo ....................................................................................................................................... 42
3) A Transição para a Idade Moderna ................................................................................................................................................... 42
4) Os Estados Modernos e o Mercantilismo .......................................................................................................................................... 43
5) A Expansão Comercial ...................................................................................................................................................................... 44

Capítulo IV - As Nações ........................................................................................................................................................................ 50


1) Portugal ............................................................................................................................................................................................ 50
1.1) A Descoberta do Caminho Marítimo para as Índias ....................................................................................................................... 55
1.2) Outras Navegações Portuguesas .................................................................................................................................................... 57
1.3) O Apogeu de Portugal ..................................................................................................................................................................... 58

Bibliografia do Módulo .......................................................................................................................................................................... 58

MÓDULO 1 REGULAR -2- QOA-AA/AFN 2023


HISTÓRIA MILITAR-NAVAL Prof. VAGNER SOUZA

Programa QOA-AA-AFN 2022

HISTÓRIA MILITAR-NAVAL

a) As Idades Antiga e Média:


- A relação das civilizações do Mediterrâneo e do Atlântico com os espaços marítimos – expansão, comércio e guerra.

b) A Idade Moderna:
- A Expansão Marítima Europeia dos séculos XV a XVII:
- As navegações portuguesas;
- As navegações espanholas;
- O Poder Marítimo e Naval e os conflitos europeus;
- As expedições marítimas no processo de colonização da América; e
- O papel das Marinhas nas disputas europeias pela colônia portuguesa na América.

c) A formação do mundo contemporâneo:


- As Guerras Napoleônicas e o Poder Naval;
- A formação da Marinha Imperial e sua ação na Independência do Brasil;
- Ação da Marinha Imperial na consolidação do Império: os conflitos internos no Primeiro Reinado e no Período Regencial;
- Ação da Marinha Imperial nos conflitos externos: Guerra Cisplatina e Campanha contra Oribe e Rosas;
- A Revolução Industrial e a incorporação de novas tecnologias às Marinhas Mercante e de Guerra;
- A atuação da Marinha do Brasil na Guerra da Tríplice Aliança contra o governo do Paraguai; e - A Marinha do Brasil na
República Velha.

d) O mundo contemporâneo a partir do século XX:


- A 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e o papel das Marinhas;
- A Marinha do Brasil na 1ª Guerra Mundial – a DNOG;
- O Brasil e o mundo entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial:
- A Marinha do Brasil no entre Guerras;
- A 2ª Guerra Mundial (1939-1945);
- A Marinha do Brasil na 2ª Guerra Mundial;
- O mundo pós-guerra – as Marinhas na manutenção da paz;
- A Marinha do Brasil após a 2ª Guerra Mundial; e
- A atuação da Marinha do Brasil no pós-64: programas de reaparelhamento e Programa Antártico Brasileiro.

Bibliografia de HMN do Concurso


ABREU, Guilherme Mattos de. (Org.) Marinha do Brasil: Uma Síntese Histórica. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da
Marinha, 2018.
ALBUQUERQUE, Antonio Luiz Porto e; SILVA, Léo Fonseca e. Fatos da História Naval. 2.ed. Rio de Janeiro: Serviço de
Documentação da Marinha, 2006. Disponível em:
http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/00000b/00000bd4.pdf
CAMINHA, João Carlos. História Marítima. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1980. Introdução à História
Marítima Brasileira. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2006. Disponível em:
http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/000008/00000898.pdf
SERAFIM, Carlos Frederico Simões(coord.); BITTENCOURT, Armando de Senna (org.). Coleção Explorando o Ensino – História:
A Importância do Mar na História do Brasil. Vol. 13. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2006. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/secirm/sites/www.marinha.mil.br.secirm/files/historia.pdf
VIDIGAL, Armando A. F. A evolução do pensamento estratégico naval brasileiro: meados da década de 70 até os dias atuais.
Rio de Janeiro: Clube Naval, 2002. ______. A Evolução tecnológica no setor naval na segunda metade do século XIX e
as consequências para a Marinha do Brasil. In.: Revista Marítima Brasileira. V. 120/N.10-12. Rio de Janeiro, out/dez
2000. pp. 131-197. Disponível em: http://www.redebim.dphdm.mar.mil.br/vinculos/000008/000008a0.pdf
VIDIGAL, Armando A. F.; ALMEIDA, Francisco E. Alves (Orgs.). Guerras no Mar: Batalhas e Campanhas Navais que Mudaram a
História. Rio de Janeiro: Record, 2009.

MÓDULO 1 REGULAR -3- QOA-AA/AFN 2023


HISTÓRIA MILITAR-NAVAL Prof. VAGNER SOUZA

INTRODUÇÃO

1) Conceituando História:
O estudo de História permite ao homem o conhecimento necessário para compreender sua trajetória, facilitando
entender de que forma ele alcançou o estágio atual, onde errou e acertou, possibilitando um melhor planejamento de suas
ações, contribuindo para resultados melhores em seus objetivos.
A História abrange todas as faces da ação humana. Podemos “contar” histórias de cunho social, político, religioso ou
militar, e, independente de “qual” história estivermos falando, ela nunca será isolada no tempo ou no espaço e sempre terá
uma íntima relação de causa e consequência com outro(s) fato(s) que pode anteceder ou suceder a ele. Tudo o que ocorreu
com o homem, e este pôde registrar ou deixar ser registrado, é parte integrante de sua história.
Nenhuma sociedade chegou a qualquer patamar sem contato com outro grupo social, e o fruto dessas relações é que
fazem parte do estudo que será demonstrado em nossos módulos.

2) Datando a História:
De uma forma geral, a História é dividida em Pré-História e História. O advento da escrita permitiu grandes avanços
aos grupos sociais humanos e é o marco divisório entre uma e outra fase deste desenvolvimento primário. A partir da escrita
o homem pôde descrever por si só sua trajetória.
Em relação à Pré-História, cabe aos estudiosos desvendar os segredos a partir de vestígios deixados por estas
comunidades/sociedades, o que é genericamente denominado de Documento Histórico.
Dividimos a História Ocidental, e por influência cultural e econômica também a Oriental, em antes e depois do
nascimento de Cristo. Apesar desta figura – Jesus Cristo – ser representativa apenas para a Fé Cristã, o domínio exercido pelos
povos seguidores desta filosofia religiosa a outros povos como judeus e mulçumanos, acabou por influenciar suas culturas. A
essa classificação descrevemos como antes de Cristo (a.C. ou AC) e depois de Cristo (d.C. ou DC). Há também a inscrição AD
(Anno Domini – “Ano do Senhor”) para o período compreendido apenas após o nascimento de Cristo. Só é obrigatório escrever
a referência se ela for antes do nascimento de Cristo, como exemplo, podemos utilizar a Batalha Naval de Salamina, entre
gregos e persas, ocorrida no ano de 480 a.C.

Os judeus se encontram em um calendário que está 3761 anos à frente do calendário cristão e os mulçumanos
começaram a contar seu tempo no ano 622 da era Cristã. Assim, quando nossas aulas começaram neste ano de 2021, os judeus
estavam no ano de 5782.
O primeiro ano do calendário islâmico, ou ano 1, corresponde a 16 de julho de 622 d.C., quando ocorreu a Hégira ou
Hijra, evento histórico do Islã, que se refere à migração do profeta Maomé de Meca para Medina.
O calendário islâmico, também chamado de calendário muçulmano ou ‫( التقويم الهجري‬at-taqwīm al-hijrī, em árabe) é um
calendário lunar, logo, a contagem dos dias é feita de acordo com a observação das fases da Lua. Em 2020, teve início o ano
1442 que compreende o período entre 20 de agosto de 2020 e 9 de agosto de 2021. Em 10 de agosto de 2021 inicia o ano 1443
e vai até 29 de julho de 2022. Normalmente, a notação utilizada é 1443 AH, do latim Anno Hegirae ("Ano da Hégira"), copiando
à notação cristã AD.
O calendário muçulmano é utilizado oficialmente em muitos países, por exemplo, na Arábia Saudita. Mas também em
muitas regiões com população muçulmana, o calendário é utilizado para marcar as celebrações religiosas, a exemplo do
Ramadã.

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Os calendários judaicos e islâmicos são fortemente marcados pelos dogmas religiosos dessas sociedades, o que
determina, por exemplo, que o calendário islâmico seja lunar e não solar. Essas características fazem com que os anos não
sejam de 365 dias.
Existem e existiram também outros calendários que servem e serviram para a contagem do tempo por diversos povos,
com o calendário chinês (Em 2021 teve o início do ano que ocorreu em 12 de fevereiro, quando começou o Ano do Boi (Búfalo)
de Metal, que corresponde ao ano 4719 do calendário chinês, cujo término acontecerá em 31 de janeiro de 2022) e os antigos
calendários Maia e Egípcio, mas nenhum de interesse para nosso concurso.
O marco histórico “Cristo” permitiu ao homem ocidental datar um calendário que regride do infinito (∞) até o ano 0
(zero) e progride do ano 0 até os dias atuais. Essa datação é marcada por dia, mês e ano (não necessariamente nesta ordem
para todas as sociedades cristãs) em números arábicos e os séculos em números romanos. Para comparação entre uma data e
seu século basta escrever o número do ano sempre com quatro dígitos. Caso os dois últimos números da direita terminem em
00 (zero zero), será o número formado pelos dois dígitos da esquerda. Exemplo: nascimento de Cristo – 0000 – século 0, ou
descobrimento do Brasil – 1500 – século XV (quinze). Caso os dois números da direita terminem diferente de zero, será o da
esquerda mais um (+1). Exemplo: Proclamação da Independência do Brasil – 1822 – século XIX (dezenove), Primeira Guerra
Mundial – 1914 a 1918 – século XX (vinte).
Nosso atual calendário é denominado Gregoriano por ter sido instituído pelo papa Gregório XIII em 1582. O calendário
gregoriano foi instituído a partir do calendário de Dionísio, um abade de Roma, que o fez no ano 525, a partir do calendário
romano. Portanto, podem haver algumas discrepâncias em relação à datação de alguns fatos, principalmente os encontrados
na época aC, não comprometendo a história.
Os números romanos são representados pelas letras latinas I, V, X, L, C, D e M, relacionando-os aos números arábicos
são: 1, 5, 10, 50, 100, 500 e 1000. Os conjuntos numéricos se somam caso estejam à direita de uma unidade numérica e
subtraem caso estejam à esquerda. Portanto a data de Proclamação da Independência do Brasil, em números romanos foi: VII
– IX – MDCCCXXII (7-9-1822).
Há diversos marcos históricos. Eles servem para delimitar determinados fatos, épocas ou períodos sem, no entanto,
resumi-los. Conforme já demonstrado, a história não é estática e sim dinâmica e, mesmo sendo relativa a fatos passados, ela
encontra-se em constante evolução devido a novas fontes históricas que possam surgir ou a uma nova verdade construída a
partir de uma nova visão de algum historiador. Mas os fatos são os fatos e estes não podem ser, e não serão, mudados jamais.

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CAPÍTULO I

A IDADE ANTIGA

Compreende-se como História Antiga o período que vai do início da História, a partir da invenção da escrita,
aproximadamente 4000aC, até 476dC, ano da queda de Roma Ocidental, como capital do Império Romano do Ocidente. A
queda de Roma finaliza a Idade Antiga e inicia o período conhecido como Idade Média.

1) A Relação Entre as Primeiras Civilizações e o Mar:


Os aspectos geográficos são os mais importantes para a determinação de um povo como sendo de caráter terrestre ou
não. Terras férteis e abundância de matérias-primas que suprissem um povo obrigatoriamente o fixariam em sua posição
geográfica, no entanto, a escassez de alimentos, ou de produtos, forçosamente o impeliria a sair de suas terras em busca de
suas necessidades.
Notadamente, as vias de comércio e transporte fluvial ou marítimo sempre foram – e são – as mais fáceis e baratas de
serem exercidas.
Ao longo da história temos exemplos de povos que saíram de suas terras em busca de áreas mais férteis e promissoras,
e até mesmo de povos denominados nômades, que nunca tiveram uma localidade fixa. Na maioria das vezes, o que ocorreu
para que um povo deixasse seu território foi a busca pelos produtos que lhes faltavam, no entanto, a ganância econômica, a
vontade política ou a influência religiosa (e cultural) também foram determinantes.
Essa busca ocorreu através da guerra e da dominação física, passando a controlar as áreas produtoras e seus habitantes,
ou através do comércio, principalmente pela troca dos excedentes de produção1 entre povos ou regiões, e da influência cultural
ou política.
Mas o comércio, ou a necessidade de busca por produtos, não explica por si só a opção de um povo pelo mar. Temos
vários exemplos de que esta opção se deu de modo forçado, pelas próprias necessidades naturais advindas do progresso social
de seus habitantes, pela agressão de outros povos ou pelo contínuo contato com sociedades de características marítimas.

1.1) As Profissões Marítimas:


A figura do armador, ou seja, do homem que prepara navios para viagens, dotando-o de equipamento e de tripulação,
é muito antiga na História. O armador nem sempre foi o comerciante marítimo ou proprietário do navio, no entanto, na
Antiguidade o mais comum era ser as três coisas ao mesmo tempo.
O comandante do navio, vulgarmente chamado de capitão, era geralmente um experimentado marinheiro.
O marinheiro, muitas vezes iniciado na profissão à força (costume que chegou até o século XX em muitos países), era
geralmente um homem inculto que só conhecia bem a sua profissão (também isso chegou até o século XX). A bordo cuidava
das velas, dos cabos e fazia um sem-número de funções variadas.
O mestre era um experimentado marinheiro cuja atribuição principal era a manobra do velame e a supervisão geral do
convés.
Havia ainda a figura do piloto, que às vezes era o próprio capitão; seu mister era a navegação e, para isso, tinha
conhecimentos técnicos acima da maioria do pessoal.

Tabela 1: Lista das Principais Funções da Tripulação de um Navio


Capitão Comandante do navio. Responsável pelo cumprimento da missão.
Condestável Oficial diretamente subordinado ao capitão. Responsável pela operação e manutenção dos
canhões de bordo.
Piloto Cuida da navegação.
Sota-piloto Auxilia o piloto.
Mestre Comanda a guarnição, dirige as tarefas de bordo e a manobra de âncoras e velas.
Contramestre Auxilia o mestre. Responsável pelo acondicionamento da carga.
Guardião Auxilia o contramestre.

1
Entende-se como excedente de produção produtos agrícolas ou fabris que, não tendo mercado interno ou sendo produzido
exclusivamente para o mercado externo, passam a ser dispostos para trocas comerciais.
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Barbeiro-cirurgião Possuía alguns conhecimentos para tratar de feridos e algumas doenças.
Carpinteiro Repara o navio e equipamentos de madeira.
Calafate Repara a estanqueidade do navio, mantendo a embarcação capaz de flutuar.
Tanoeiro Responsável por consertar tonéis.
Cozinheiro Prepara as refeições.
Meirinho Executa ordens do capitão referentes à justiça. Controla a pólvora e a munição. Ninguém
manuseia fogo a bordo sem sua permissão, função que mais tarde passou a ser do capitão do
fogo.
Bombardeiro O mesmo que artilheiro.
Escrivão Oficial de fazenda, encarregado de escriturar a receita e despesa de bordo dos navios de guerra.
Marinheiro Pessoa com experiência no mar e habilidades em marinharia.
Grumete Pessoa sem experiência no mar. Faz atividades pesadas.
Pajem Jovem de pouca idade e subordinado ao guardião. Encarregado das limpezas e varreduras do
navio.
Fonte: Marinhado Brasil: Uma Síntese Histórica. SDM, 2018, p. 35

1.2) Comparação entre o Navio Mercante e o Navio de Guerra Antigo:


Se compararmos os dois tipos básicos de navios na Antiguidade,
vemos que o primeiro era lento e bojudo, ao passo que o segundo era
rápido e esguio, o que se explica pelas suas finalidades. Enquanto o
mercante pretendia transportar o máximo possível de carga com um
mínimo de custo operacional, o navio de guerra queria chegar o mais
rapidamente junto do inimigo para combatê-lo, pouco importando quanto
custasse isso em termos de dinheiro. Sim, porque, enquanto um navio
mercante tinha uma tripulação pequena, um navio de combate levava, em
média, 200 homens, mesmo considerando que os remadores não eram
pagos pelo seu trabalho (a maioria era formada de escravos, prisioneiros e
condenados), a necessidade de alimentá-los e mais a despesa com todos os
Típico navio mercante da Antiguidade guerreiros e tripulantes fazia com que o navio de guerra fosse caro, que só
os governos podiam permanentemente manter.
O transporte de riquezas pelo mar deu ensejo ao surgimento da pirataria, tão antiga quanto o próprio comércio
marítimo. Isso suscitou a necessidade de os navios mercantes se defenderem, para o quê se embarcaram guarnições
aguerridas, aptas para o combate de abordagem2. A crescente ameaça ao comércio marítimo, contudo, só pôde efetivamente
ser controlada pela criação de navios especiais, com grande capacidade de manobra, cujo fim era a defesa dos poucos “navios
redondos”. Assim surgiu o navio de guerra, a serviço dos navios mercantes e, portanto, da economia de cada nação ou império.
O navio de guerra egípcio, do qual temos a melhor descrição
entre os mais remotos, tinha pouca boca, o que lhe valeu ser chamado
de “navio comprido”, pois, ao contrário do mercante, era bem mais
estreito. Tinha o fundo chato, o que, juntamente com a característica
anterior, fazia com que oferecesse pouca resistência à água. Sua
propulsão principal era o remo. Havia uma longa fileira de remos de
ambos os bordos, manejados pelos remadores que eram acorrentados
aos bancos para que não tentassem fugir na hora do combate;
obviamente morriam quando o navio afundava.
Os navios de guerra possuíam também velas, cujos mastros eram
arriados na hora da batalha para evitar que sua queda atingisse os
ocupantes do navio.

Típico navio de guerra da Antiguidade

As velas eram usadas nas travessias longas, longe do inimigo, a fim de poupar os remadores, e no caso de haver
necessidade de bater em retirada para aumentar a velocidade de fuga; de fato, “içar as velas” era, no combate, sinônimo de
“fugir”.

2
A abordagem era a principal técnica utilizada nos combates navais na Antiguidade.
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Por causa do seu fundo chato e de sua pouca resistência aos temporais, os navios de guerra não fundeavam como os
mercantes; eram puxados para terra, ficando em seco. Essa circunstância ocasionou algumas “batalhas navais” travadas em
terra, quando acontecia de um inimigo atacar a esquadra antes que os navios pudessem ser postos a flutuar. Os principais
eventos ocorreram na Batalha de Micale (479aC), na qual os gregos venceram os persas, e na Batalha de Egos-Pótamos (405aC)
em que os espartanos venceram os atenienses.
Quanto às suas dimensões, sabemos que uma trirreme grega tinha geralmente 25 metros de comprimento por apenas
seis metros de boca. O navio de guerra conduzia a bordo, além do pessoal marítimo como qualquer navio, os guerreiros e os
remadores. Os guerreiros eram soldados terrestres que simplesmente embarcavam e seus comandantes lideravam a batalha
naval. Mais tarde, porém, o combatente do mar foi se distinguindo do combatente de terra, e o ateniense Formion3 será o
primeiro “general do mar”, ou seja, o primeiro almirante.
A arma principal do navio de guerra não era o soldado que ia a bordo, mas uma protuberância colocada na proa à linha
d’água chamada esporão, aríete ou rostrum, destinada a penetrar profundamente na nave inimiga e, assim, pô-la a pique;
acontecia, porém, muitas vezes, que o esporão se quebrava com o choque e o navio atacante, com um rombo na proa, também
ia a pique. Foram os fenícios os grandes aperfeiçoadores do esporão, que passou a ser revestido de bronze, o que o tornou
ainda mais temível.

2) Os Povos da Antiguidade:
Vários povos participaram do início de nossa jornada na terra. A região compreendida pelo Mar Mediterrâneo,
abrangendo o continente Africano, Asiático e Europeu, foi o cenário para o florescimento das principais nações que
compreenderam este período. A presença do homem é comprovada neste mesmo período no continente Americano e na
Oceania, mas infelizmente não fazem parte de nosso estudo povos como os astecas (na América) e os aborígines (Oceania),
bem como os povos asiáticos da face leste do continente, banhados pelo oceano Pacífico e dos africanos voltados ao oceano
Atlântico Sul ou ao Índico.
O Mediterrâneo (terra do meio) foi a principal via de formação das culturas ocidentais e de várias asiáticas e africanas.
As primeiras civilizações4 surgiram nesse cenário até a região compreendida pela
Mesopotâmia (“Terra entre Rios” – Tigre e Eufrates) denominada de Oriente Próximo.
Portanto, a Antiguidade é dividida em Antiguidade Oriental, a Leste ou ao Oriente, compreendendo os povos fenícios,
hebreus, persas, egípcios e a Mesopotâmia, e Antiguidade Ocidental ou Clássica, a Oeste, participando povos como os gregos
e romanos.

2.1) A Civilização Egípcia:


A natureza especial do solo e do sistema hidrográfico característico
do Egito fez das margens do rio Nilo uma terra fértil. Desde sua remota
origem até a queda da antiga monarquia, o povo egípcio se dedicou,
sobretudo, à agricultura e teve poucos contatos com os povos vizinhos.
Fatores diversos, porém, fizeram com que, ao lado da agricultura,
conseguisse também a indústria5 alcançar nível elevado, e por volta do
ano 3.300aC, a fabricação de tecidos, motivada em grande parte pela
esplêndida qualidade do linho daquelas regiões, já alcançava importância.
Instalada no extremo nordeste da África, em região desértica, a
civilização egípcia floresceu as margens do rio Nilo, se beneficiando de seu
regime de cheias. As abundantes chuvas que caem durante certos meses
do ano na nascente do rio, ao sul, nas terras altas do interior do
continente africano, provocam o transbordamento de suas águas e o consequente depósito de húmus, fertilizando suas
estreitas margens. Ao final do período de cheias, o rio volta ao seu leito normal e as margens, naturalmente fertilizadas, tornam
possível uma rica agricultura.

3
Vencedor dos espartanos e seus aliados em vários combates, principalmente na batalha do golfo de Corinto (429 aC), quando
fez inteligente manobra antes de atacar. É considerado o pai da tática naval, que, depois dele, passou a ser feita pela combinação
de choque e movimento; só no século XIV surgiu o terceiro elemento, o fogo, isto é, o canhão.
4
Civilização: Termo empregado a partir da Revolução Francesa por estudiosos iluministas para classificar uma sociedade pelo
seu estágio de desenvolvimento.
5
A concepção de indústria não pode ser vista aos olhos da atualidade no sentido de fábrica mecanizada. Os produtos eram
rudimentares e o sistema de produção, ou transformação, era primário.
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Contudo, diante do aumento populacional que aconteceu durante a época
neolítica, faziam-se necessárias obras hidráulicas, como a construção de diques e
canais, para o cultivo agrícola. Estudos e pesquisas arqueológicas e históricas
apuraram que a organização do trabalho às margens do Nilo, a construção de diques
e outras obras hidráulicas coube inicialmente às coletividades locais e regionais,
conhecidas como nomos, que mais tarde foram articuladas a uma estrutura
governamental central mais complexa.
Ao longo da história egípcia, a organização político-social se estruturou em
torno da terra e dos canais de irrigação, tendo o Estado despótico6 o controle de toda
a estrutura econômica, social e administrativa. Por meio de suas instituições
burocráticas, militares, culturais e religiosas, o Estado subordinava toda a população
e garantia a realização das obras de irrigação.
Juntamente com seus cereais, que em período de escassez eram solicitados
pelos países vizinhos, fornecia o Egito uma série de produtos artísticos, dando com
isso potente estímulo ao comércio.
Como o Nilo era navegável, mesmo no período de seca, e os canais que
sulcavam o país contribuíam para intensificar o tráfego, se explica a existência de um
animado tráfego interior cujo centro foi Pelusio, cidade solidamente fortificada que
ficava perto da fronteira oriental. O tráfego marítimo teve, em compensação, escassa
importância durante a época dos faraós. As costas desprovidas de abrigos e perigosas
para a navegação, a falta de madeiras e os preceitos sacerdotais que predicavam a aversão ao mar, serviram de estímulo para
a repulsa que esse povo de agricultores sentia pela água.
Entretanto, o governo interveio por diversas vezes no comércio por meio de expedições navais em que o faraó tomava
a iniciativa, com o fim de estabelecer relações diretas de troca com os países do Ponto (Ponto Euxino ou Mar Negro), situados
na Arábia Meridional e fornecedoras de incenso, produto então muito procurado.
Semelhantes expedições, determinadas pelos faraós e organizadas pelo Estado, foram, sobretudo, frequentes durante
as XII e XIII dinastias. Depois da instalação da Nova Monarquia, o tráfego pelo mar Vermelho, quase completamente
interrompido sob a dominação dos Icsos, retornou, graças ao poder real, com uma força e um arrojo até então desconhecidos.
As expedições marítimas se multiplicaram, sobretudo devido à iniciativa dos faraós da XVIII dinastia, ao mesmo tempo em que
aumentavam as trocas com a Núbia. Esse período foi conhecido como Renascimento Saíta, devido a transferência da capital
para a cidade de Saís. Após as conquistas realizadas nas costas asiáticas, o centro político do Egito se transportou, com Ramsés
II, para o Norte, ou mais exatamente para o delta Oriental. O Egito se abriu então largamente ao contato com os povos
navegadores do Mediterrâneo.
Os últimos faraós se esforçavam por completar e aperfeiçoar a
obra de organização do comércio egípcio realizado por seus
predecessores. Psamético fundou numerosos centros de negócios e uma
grande frota mercante. Necao, mais empreendedor ainda, deu forte
impulso ao comércio arábico com o fim de colocar nas mãos dos egípcios
o monopólio do tráfego das especiarias 7.
A expedição naval mais importante foi favorecida pelo Faraó Necao
no século VIaC, conhecida como o Périplo de Hanno, onde navegadores
fenícios fizeram o périplo africano, ou seja, contornaram todo o
continente africano a partir do mar Mediterrâneo, feito este só repetido
vinte séculos mais tarde por Vasco da Gama, navegador português, em
1498, partindo de Lisboa até Calecute na Índia.

Continente Africano

6
Déspota: governo tirano, opressivo ou dominador onde não há liberdade plena para os cidadãos.
7
Compreende-se por especiarias todos os produtos que alcançavam grande valor econômico, seja para uso culinário, cosmético,
farmacológico ou de ornamentação. Os produtos de cunho religioso geralmente alcançavam os mais elevados preços, tornando-
se os principais nas relações de troca.
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Embora os fenícios tenham sido os principais navegadores da


Antiguidade, a melhor descrição que temos de um navio mercante
provém dos egípcios. O navio mercante, de um modo geral,
apresentava forte calado e tinha boca relativamente larga; por esta
última característica era chamado “navio redondo”, o que
evidentemente era força de expressão. Seu meio de propulsão era a
vela, embora possuísse alguns remos para auxiliar a manobra de
entrada e saída dos portos, assim como para o caso de completa
calmaria. Essa evolução veio junto com o desenvolvimento egípcio
apoiado no comércio marítimo fenício.
Mapa antigo demonstrando Alexandria no Egito

Conquistado através dos séculos8, pelos assírios, persas, e por fim pelos gregos, sob Alexandre “O Grande”, o Egito não
perdeu a importância comercial. Bem pelo contrário, com um gesto de vidente, o conquistador macedônio Alexandre fundou
a cidade de Alexandria numa situação incomparável, na costa vasta e sem refúgios de um país interior, incomensuravelmente
rico, na desembocadura do seu único rio de grande porte, no limite de duas partes do mundo asiático e africano e unido com
a Europa pelo mar Mediterrâneo. Desenvolveu-se Alexandria com inesperada rapidez, se convertendo não só em magnífico
centro de arte e de ciência como também na praça comercial mais grandiosa do mundo antigo. Ela concentrava ao mesmo
tempo os gêneros e os produtos manufaturados do vale do Nilo, os gêneros e as matérias-primas vindas da Etiópia, da África
Oriental, da Arábia e da Índia, os quais, por seu intermédio, se espalhavam em todo o mundo grego até o Ocidente. Sua
população, onde se misturavam gregos, egípcios e judeus orientais, já se distinguia pela fisionomia cosmopolita que caracteriza
hoje os grandes portos do Levante9.
Não obstante, convém observar que, no Nilo como no
Eufrates, o centro de gravidade da vida econômica era
constituído pela agricultura e que a indústria e o comércio só
secundariamente ocupavam a vida dos moradores. A
principal atividade do povo egípcio foi sempre a cultura dos
campos e a criação de animais, sendo os principais produtos
o trigo, o algodão, o linho e o papiro, porquanto o comércio
em Alexandria era exercido em grande parte por judeus e
gregos, e o emprego nas construções públicas de obras
hidráulicas, palácios ou tumbas era feito durante o período
de cheia do rio, onde não se podia trabalhar a terra.

Mapa da atual Alexandria no Egito


As referências feitas por Plutarco, um pensador e filósofo grego, e por outros historiadores ao número de navios
queimados pelos soldados de Júlio César em Alexandria, durante a conquista romana, e às forças navais de Antônio, na guerra
contra Augusto10, mostram não terem sido pequenos os recursos do Egito no mar, malgrado o caráter terrestre de seu povo.
Em suma, o Egito antigo se caracteriza, sob o ponto de vista marítimo, como uma nação continental que se desenvolveu
inicialmente livre da influência das rotas oceânicas e que, por força do próprio progresso, foi levada a participar cada vez mais
das atividades nos mares. A evolução egípcia exemplifica também a tendência de povos interiores buscarem a saída livre das
rotas marítimas, como decorrência inevitável do seu desenvolvimento.

8
As invasões constantes tiveram grande efeito sob a cultura egípcia, sobretudo o domínio macedônio de Alexandre que permitiu
a penetração da ideias gregas na sociedade egípcia. Esse domínio instaurou uma dinastia de origem macedônica chamada
ptolomaica ou lágida, à qual pertenceu Cleópatra. Seu filho com o imperador romano Júlio César foi o último faraó ptolomaico,
tendo todo o Egito caído nas mãos dos romanos de modo definitivo. Até o fim da dinastia ptolomaica a dominação romana se
restringia a retirar do Egito apenas os grãos necessários para a subsistência do povo romano em todo o Império.
9
Levante: lado onde o sol nasce, a leste, também chamado de Nascente em contraposição de Poente (onde o sol se põe).
10
O fato mais importante foi a Batalha Naval de Ácio ou Actium, na guerra contra o triunvirato romano.
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2.2) A Civilização Mesopotâmica:
A Mesopotâmia se situa no Oriente Médio entre os rios
Tigre e Eufrates, que ficam no atual Iraque, na região conhecida
como Crescente Fértil. Seu nome vem do grego (meso = meio e
pótamos = água) e significa "terra entre rios", mostrando a causa da
fertilidade dessa região, embora esteja localizada em meio a
montanhas e desertos.
No que se refere à organização socioeconômica, existem
grandes semelhanças entre a civilização egípcia e mesopotâmica.
No entanto, algumas diferenças de caráter físico-geográfico podem
ser destacadas. Enquanto o Egito apresentava grande isolamento
geográfico, o que lhe possibilitou longos períodos de estabilidade
política, a Mesopotâmia é, ainda hoje, uma planície aberta a
invasões por todos os lados. Além disso, o regime de cheias do Tigre
e do Eufrates não é tão regular como o do Nilo, não sendo raras
violentas inundações e até períodos de seca na região banhada por
eles.
Em termos políticos, o Egito se caracterizou por ter na instituição monárquica, personificada no faraó, o seu principal
fator de unidade, enquanto na Mesopotâmia esse fator era a cidade. Logo, enquanto os egípcios entendiam-se como parte de
algo maior, que incluía aldeias, nomos e o faraó acima de tudo, na Mesopotâmia a identidade era dada pela cidade à qual os
indivíduos pertenciam.
Os primeiros vestígios de sedentarismo humano na Mesopotâmia datam de aproximadamente 10.000aC. O crescimento
dos primeiros núcleos urbanos da região se fez acompanhar do desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico, que
tornou possível a drenagem de pântanos, a construção de diques e barragens, para evitar inundações e armazenar água para
épocas de seca.
O sucesso dos empreendimentos feitos nas atividades produtivas levou à formação de grandes cidades com mais de mil
habitantes já por volta de 4.000aC, como Uruk. Tais cidades tinham principalmente função militar, protegendo a população e
a riqueza gerada pela agricultura, e tornando possível o controle político.
Participaram da história dessa região principalmente os povos sumérios e acádios. Ao final do Período Neolítico, diversas
cidades já haviam sido criadas na região, todas elas autônomas e habitadas por sumérios, povo oriundo do vizinho planalto do
Irã. Ur, Nipur, Lagash, além da já citada Uruk, foram os principais cidades desses centros urbanos. Eram governados por patesís,
mistura de chefe militar e sacerdote. Eles controlavam a população, cobrando impostos e administrando as obras hidráulicas
junto com numerosos auxiliares. As terras eram consideradas propriedade dos deuses, cabendo ao homem servi-los, não só
com o trabalho agrícola, mas também com a construção de templos - os zigurates.
Os sumérios chegaram a estabelecer relações comerciais com povos vizinhos, tanto na direção Oeste, para o mar
Mediterrâneo, como na direção Leste, rumo à Índia. Desenvolveram a escrita cuneiforme, composta de símbolos fonéticos em
forma de cunha, fundamentais para registrar as complexas transações econômicas características desses povos.
Por volta de 2.400aC, o povo acádio, que há algum tempo vinha se introduzindo na região, estabeleceu sua hegemonia
na Mesopotâmia. O rei acádio Sargão I unificou o centro e o sul do vale, submetendo os sumérios ao mesmo tempo em que
incorporava sua cultura, porém, contínuas invasões estrangeiras inviabilizaram a permanência do Império Acádio, que acabou
desaparecendo por volta de 2.100aC.
Logo após foi a vez dos babilônios. Os amoritas vindos do sul do deserto árabe derrubaram os acádios. Seu principal
líder foi Hamurábi, responsável por uma gama de normas sociais conhecidas como Código de Hamurábi ou Leis de Talião, que
determinavam a pena imposta para as transgressões, geralmente de forma violenta como por mutilações e morte.
Os amoritas foram seguidos por hititas, cassitas e por fim assírios. Foram os assírios que organizaram militarmente a
região, usando carros de guerra e armas de ferro, muito superiores as de cobre utilizadas pelos seus vizinhos. Após estes,
vieram os caldeus e os medos. Estes foram tão importantes nas guerras organizadas entre os persas e os gregos, que por tal
motivo foram chamadas de Guerras Medas.
Ciro I (559 - 529 aC), rei persa, foi quem dominou a região do Império Babilônico em 539 aC, submetendo seus vizinhos
medos. Com a prática expansionista, os persas logo invadiram a Mesopotâmia, a Palestina e a Fenícia, chegando ao Ocidente
à Ásia Menor e, no Oriente, à Índia.
Ciro, o principal conquistador, foi bastante hábil em se aliar às elites locais dos territórios conquistados em vez de
simplesmente submetê-las, garantindo relativa estabilidade a um vasto império. Seu filho e sucessor, Cambises, atacou o Egito,
conquistando o vale do Nilo após a vitória na batalha de Pelusa (525 aC). Contrariando as regras de tolerância de seu pai, deu
início a um período de centralização autoritária e de submissão dos povos conquistados.

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O período de maior florescimento persa ocorreu no reinado de Dario I (524 -
484 aC), que dividiu o império em províncias, as satrápias. Os sátrapas eram
encarregados da cobrança e do pagamento de impostos ao imperador. Foi Xerxes I,
sucessor de Dario I, que deu prosseguimento às invasões a Grécia que acabaram
resultando na decadência do Império Persa e o início do apogeu do povo grego nas
Guerras Medas.
Os hebreus foram um caso à parte da história da região. Voltados diretamente
para o Mediterrâneo tiveram vários episódios de contato com os demais povos
mesopotâmicos, ora sendo invadidos por esses ora sendo os dominadores. Estão os
hebreus e os judeus11 diretamente relacionados às culturas religiosas mais influentes
do mundo atual, concentrando mais de 90% da população mundial entre cristãos,
judeus e mulçumanos.
Mural em alto relevo retratando
as tropas persas e seus aparatos
de guerra.

Os povos da antiga Mesopotâmia eram politeístas, ou seja, adoravam vários deuses, que representavam elementos da
natureza. Acreditavam que esses deuses – que habitariam os zigurates, templos em forma de pirâmides – podiam interferir
em sua vida, causando o bem e o mal. Ishtar, deusa da chuva, da primavera e da fertilidade, ganhou muita importância na.
Havia também deuses próprios de cada cidade. Os povos mesopotâmicos destacaram-se na ciência, arquitetura e literatura.
Observando o céu, os sacerdotes desenvolveram os princípios da Astronomia e da Astrologia. Os zigurates, além de morada
dos deuses e de abrigar celeiros e oficinas, eram também verdadeiras torres de observação dos céus. Possibilitaram cálculos
do movimento de planetas e estrelas e a posterior elaboração de sofisticados calendários. Foram os mesopotâmios que
elaboraram o calendário dividindo o ano em doze meses e a semana em sete dias, cada um dos quais dividido em dois períodos
de doze horas.
Os mesopotâmios desenvolveram ainda cálculos algébricos, dividiram o círculo em 360 graus e calcularam as raízes
quadrada e cúbica. Sua arquitetura introduziu o uso de arcos e a decoração em baixo-relevo. Na literatura, criaram poemas e
narrativas épicas, como a epopeia de Gilgamesh. Esse texto, considerado por alguns estudiosos a narrativa escrita mais antiga
de que se tem notícia (c. 2000 aC), conta as aventuras do lendário rei sumério Gilgamesh, de Uruk, na Mesopotâmia, que teria
sido o quinto rei da primeira dinastia após o dilúvio de Uruk. Um dos episódios traz a referência ao dilúvio, narrativa recorrente
em muitas culturas, estando presente nas narrativas mais antigas do Velho Testamento, que faz parte do livro sagrado dos
judeus e dos cristãos.
No Império Persa, assim como entre outros povos da Antiguidade oriental, a população estava submetida à servidão
coletiva e prestava serviços obrigatórios ao Estado. O comércio era realizado por povos subjugados, como fenícios, babilônios
e hebreus. A burocracia, formada pelos sátrapas e sacerdotes, tinha grande importância na sustentação do poder imperial.
O poder do imperador era garantido pelo seu numeroso exército, mantido com propósitos expansionistas. A existência
desse exército, porém, não impediu o fracasso dos ataques feitos por Dario I e seu sucessor, Xerxes I, à Grécia. Durante quase
todo o século V a.C., os gregos e os persas se enfrentaram em conflitos que se tornaram conhecidos como Guerras Médicas –
nome que faz referência ao povo medo, da Pérsia – ou Guerras Greco-Pérsicas. Em seu expansionismo, os persas haviam
dominado as cidades gregas da Anatólia, na atual Turquia, prejudicando o comércio da Grécia com o Oriente. Os gregos lutavam
pela independência dessas cidades.

11
Os judeus são parte do povo hebreu, sendo resultado de uma divisão que ficou conhecida como diáspora, ficando os hebreus
com a capital em Samaria e os judeus na Judéia.
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2.3) A Civilização Cretense:
O povo mais antigo que se constituiu como uma talassocracia12 é
o cretense, que habitava a ilha de Creta, hoje pertencente à Grécia.
Suas origens remontam a 3400aC. Desde cedo, os minuanos
(cretenses) se entregaram a um ativo intercâmbio comercial com os
povos da região do Levante; por volta de 2000aC, suas relações
mercantis com o Egito eram intensas. Os cretenses dominaram todo
o Mediterrâneo Oriental, mas, em 1750aC, um grande cataclismo
arruinou o poderio de Creta e favoreceu a invasão de um povo
continental vindo da Grécia. O poderio cretense não existia mais em
1400aC. A herança dos cretenses foi recolhida pelos fenícios, que
vieram a dominar não apenas o Mediterrâneo Oriental, mas todo o
referido mar até o estreito de Gibraltar (as “Colunas de Hércules” na
denominação grega).

2.4) A Civilização Fenícia:


O povo mais antigo que achou na indústria e no comércio seu principal interesse econômico foi o fenício. A Geografia
provê a explicação para esse interesse. A Fenícia, na época mais brilhante de sua história, não era mais que uma região estreita
que, desde Arad até o Monte Carmelo, entendia-se num comprimento de 50 léguas do 35º ao 33º grau de latitude norte e
numa largura, entre o Mediterrâneo e as escarpas rochosas do Líbano, de 3 a 10 quilômetros. Tal território não podia sustentar
seus habitantes, pois a agricultura oferecia um rendimento mísero pela escassa fecundidade do solo. O país se compunha de
ravinas por onde desciam torrentes de neve fundida.
Compreende-se porque os habitantes consideravam, desde época muito remota, o mar como fonte de seu sustento. O
Monte Líbano não lhes permitia ir para o interior das terras, no entanto fornecia-lhes madeira de construção naval, como
pinheiros, ciprestes e cedros. A costa, por sua vez, oferecia uma série de portos naturais, nos quais os fenícios construíram as
cidades onde se instalou uma população de pescadores e marinheiros com uma aristocracia 13 (talassocracia) de comerciantes.
Depois de terem buscado na pesca a subsistência que a
terra não lhes podia oferecer, eles se fizeram mercadores e
piratas, favorecidos pela posição geográfica de seu território em
frente aos países fecundos da Bacia Mediterrânea, ao lado dos
estados antigos de maior desenvolvimento cultural e industrial e
colhendo, por meio do comércio, as riquezas do Levante e
distribuindo-as pelas regiões do Oeste. Foram os fenícios os
primeiros a romperem com a tradição do comércio terrestre.
Organizavam-se em cidades-estados interdependentes
chefiadas pela elite mercantil. Beirute, Aca, Jaffa e, sobre todas
elas, Biblos, Tiro e Sidon, se tornaram os pontos de apoio de uma
atividade mercantil que enlaçava os círculos culturais asiáticos e
egípcios, tornando os fenícios depositários de uma vasta cultura mediterrânea que influenciou a cultura dos gregos e, mais
tardiamente, dos romanos.
Os fenícios exploraram sucessivamente as costas do Mediterrâneo Oriental e as ilhas dos arquipélagos, oferecendo aos
gregos, ainda bárbaros, os produtos da indústria egípcia ou asiática. Quando podiam aprisionavam mulheres e crianças para
as venderem como escravos noutro lugar. Com intuição feliz, andavam e procuravam, nos vários centros, a matéria-prima que

12
Talassos = mar e cratos = governo, ou seja, literalmente, “governo do mar”; diz-se do governo que é dominado por homens
ligados ao mar, como os do comércio marítimo, da pesca, da marinha de guerra etc.
13
Aristocracia: tipo de organização social e política em que o governo é monopolizado por um número reduzido de pessoas
privilegiadas, não raro por herança como fidalguia, nobreza. Grupo de indivíduos que se distinguem pelo saber.
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escasseava, não só no próprio país, mas nas regiões e nos estados vizinhos. Souberam se tornar indispensáveis a tal ponto, que
obtiveram dos faraós egípcios o monopólio da grande e pequena cabotagem 14 entre os portos daquele Império.
Unindo a audácia aventureira do marinheiro à habilidade do mercador, eles conseguiram rapidamente estabelecer
entre os povos disseminados ao longo do Mediterrâneo e além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) um sistema de
trocas intensas.
As invasões egípcias efetuadas sob as dinastias XVII, XIX e XX não parecem ter afetado o desenvolvimento comercial dos
fenícios. Aceitando o domínio dos faraós, em troca obtiveram o monopólio do comércio egípcio e puderam estender suas
relações ao mesmo tempo sobre o Mediterrâneo e o mar Vermelho. É nessa época que se situa a fundação das primeiras
colônias fenícias na costa da Cária e da Kilídia, em Chipre, em Creta, em várias ilhas dos arquipélagos e do norte da África. Sidon
que não tinha sido na origem senão uma cidade de pescadores herdou a supremacia antes exercida pelas cidades de Arad e
Biblos, tornando-se a metrópole de um vasto império marítimo.
Forçados mais tarde pelos progressos da Marinha grega a se retirarem, pouco a pouco, das ilhas dos arquipélagos do
mar Egeu, os fenícios estabeleceram numerosos empórios na parte ocidental do Mediterrâneo, na Espanha, Gália, Itália, Sicília,
Malta, Córsega, Sardenha e ilhas Baleares. Entre os séculos XI e IX a.C., depois da fundação da Utica (na Tunísia) e de Cádiz,
antes de Cartago, os fenícios desenvolveram as trocas comerciais na parte ocidental do Mediterrâneo. Para proteger a rota
mercantil de Gades (Cádiz) e de Malaca (Málaga), criaram estações marítimas na Sicília da mesma forma que na Tunísia, nos
pontos do litoral onde havia os melhores portos naturais. As ilhas vizinhas, Malta, Gozo, Pantelaria e Lampedusa, foram
transformadas em estações marítimas.
Na Sicília, o avanço dos colonos gregos no começo do século VIII aC, provocou a retirada gradual dos fenícios para o
noroeste da ilha onde eles conservaram as cidades de Panormium (mais tarde Palermo), Motya e Solans, que estavam bem
colocadas para curtas travessias à vela em direção a Cartago, esta já uma cidade florescente.
Provavelmente, os fenícios estabeleceram também ponto
de apoio no local onde hoje se situa Lisboa. Alguns historiadores
admitem mesmo que os fenícios tenham estendido suas
expedições marítimas até as ilhas Canárias, em pleno Atlântico, e
talvez ainda mais ao sul, às ilhas do Cabo Verde.
Outros historiadores admitem apenas que navegantes
isolados talvez tenham chegado às costas do mar Vermelho, às
ilhas Canárias e às Scilly (Inglaterra); em compensação, a
hipótese de uma influência mercante fenícia na África Meridional
e de uma navegação em caráter regular pelo mar Vermelho e
pelo oceano Índico, ou de verdadeiras expedições à Grã-Bretanha
e às costas nórdicas, são hoje consideradas como desprovidas de
fundamento. Gades (Cádiz), na parte meridional da península
Ibérica, é a colônia fenícia mais avançada que se conhece com
segurança.
As cidades fenícias não se comunicavam facilmente uma com as outras, a não ser por mar, e conservaram entre si uma
autonomia, constituindo mesmo cada centro urbano uma unidade política independente. Compreende-se que entre elas
tenham nascido rivalidades ferozes, chegando algumas a emprestar esquadras às potências estrangeiras para abater a rival.
Ao que consta, Tiro foi obrigada certa vez a enfrentar navios de Sidon cedidos aos assírios.
Naturalmente as dissensões internas facilitaram a agressividade das nações próximas e, além dos egípcios, os fenícios
sofreram o domínio de vários outros povos no decorrer de sua história. A opressão de estados mais poderosos talvez tenha
concorrido para incrementar a expansão marítima fenícia. A própria Cartago, ao que parece, foi fundada por imigrantes que
fugiam ao domínio estrangeiro ou a lutas internas. Muitas vezes, porém, favorecidas pela posição de suas cidades, geralmente
construídas em ilhas ou em penínsulas de fácil defesa, os fenícios resistiram ferozmente às invasões. Provavelmente, a posse
livre do mar garantiu o suprimento das cidades sitiadas, pois de outra forma é difícil explicar como Tiro, por exemplo, só tenha
caído em poder dos assírios após cinco anos de assédio, ou tenha resistido por treze anos ao cerco dos babilônios sob o
comando de Nabucodonosor.
Através dos séculos e apesar das múltiplas vicissitudes15, o comércio marítimo ficou sendo sempre a principal atividade
do povo fenício. Por causa dele, tiveram os fenícios que conquistar e conservar o domínio absoluto do mar, o que conseguiram,
graças a instituições particulares. Para conservar o monopólio do tráfego marítimo, as comunidades fenícias guardavam
rigorosamente secretos seus itinerários comerciais. Aos artigos trazidos de países longínquos associavam lendas de serpentes

14
Cabotagem: termo utilizado para fazer referência às navegações de Cabotto, navegador italiano que percorria a costa de ponto
em ponto para demarcá-la. A navegação de cabotagem é aquela feita de porto em porto de pequena distância, em contraponto a
navegação de longo curso.
15
s.f. Mudança das coisas que se sucedem, alternativa, alternância, eventualidade, acaso, azar, revés, instabilidade.
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aladas e gigantescos pássaros venenosos. Quando preciso, assaltavam os navios de outros povos que ousassem concorrer aos
mesmos mercados e indicavam derrotas16 erradas com o fito de causar a perda dos rivais. Para estenderem as suas navegações
tornaram-se exímios construtores navais. Os seus navios eram quase redondos e de pouco calado, a fim de poderem navegar
junto à praia. Venciam o vento contrário por meio de velas largas e grandes remos. Para a guerra construíam navios longos e
afilados. Ainda foram os fenícios os primeiros a aproveitarem no mar as observações astronômicas de que os outros povos se
serviam para adivinhações.
A superioridade dos fenícios no setor marítimo era reconhecida por todos os demais povos que, ou recorriam
diretamente à utilização de sua Marinha, ou encomendavam a construção de suas frotas nos estaleiros de Tiro e Sidon. Ao que
consta, a frota de Salomão bem como a de Semiramis e a de Sesóstris foram construídas nos estaleiros daquelas cidades;
Assurbanipal valeu-se de uma esquadra fenícia para o transporte de seus exércitos, Nilo acima, na conquista do Egito e os
babilônios recorriam aos navios de Sidon para o deslocamento de tropas ao longo do rio Eufrates. Também foram em navios
fenícios que os persas procuraram disputar aos gregos o domínio do mar Egeu no decorrer das Guerras Medas.
Embora recente investigação tenha reduzido as exageradas ideias que prevaleciam a respeito da indústria, do comércio
e do tráfego dos fenícios, não pode haver dúvida alguma de que, como mestres na navegação, deram grande impulso ao tráfego
marítimo no Mediterrâneo onde foram os primeiros portadores da cultura, difundindo as invenções feitas pelo Egito e pela
Ásia. Concentraram igualmente em suas mãos todo o comércio mundial daquela época. Na história dos grandes monopólios
mercantis, o procedimento dos fenícios foi considerado como exemplar pelo espaço de vários séculos.
A potência econômica fenícia foi arruinada pela conquista macedônica e pela fundação de Alexandria cerca de 332aC.
Cartago, a mais importante de suas colônias, que já possuía o comércio do Mediterrâneo Ocidental, herdou o comércio fenício.
Foi, assim, a Fenícia a primeira nação no mundo antigo a se constituir e evoluir sob a influência contínua e direta do mar.

2.5) A Civilização (Fenícia) Cartaginesa:


A fundação de Cartago é posterior, cerca de três séculos, ao começo da colonização fenícia no Oriente. Pode-se
datá-la, sem medo de errar, dos fins do século IX a.C.
Graças à sua situação geográfica favorável, no norte da África, do lado ocidental do Mediterrâneo e de frente à
península17 Itálica, e à intensa atividade comercial exercida por seus habitantes, Cartago se tornou a mais poderosa das colônias
fenícias do Ocidente. Ela era o único grande centro africano ao qual afluíam as caravanas do interior do Continente Negro, de
modo que o tráfego incessante a enriqueceu com singular rapidez.
Depois que Tiro perdeu a primazia comercial e política em consequência do desastroso domínio assírio, Cartago a
substituiu na proteção das colônias fenícias e se converteu no centro de um verdadeiro império marítimo e comercial. No
começo do século VaC, sua preponderância era reconhecida pelas comunidades que Tiro e Sidon haviam fundado ao longo da
costa do Mediterrâneo Ocidental, até além das “Colunas de Hércules” (Estreito de Gibraltar). Cartago exercia hegemonia na
Sicília Ocidental, na Sardenha, nas ilhas Baleares, nas costas meridionais da Espanha e em toda África do Norte até a Cirenaica.
Tanta riqueza fácil ensoberbeceu a classe dirigente que cedeu à tentação de uma política imperialista, com dano das terras
vizinhas, para usufruir em proveito próprio e monopolizar em sua exclusiva vantagem os recursos do mundo Mediterrâneo
Ocidental. Os territórios submetidos passaram a constituir não somente pontos de apoio para o imperialismo marítimo
cartaginês, mas também zonas de ocupação e barreiras que abrangiam a Bacia Ocidental do Mediterrâneo. Esse mar formava
assim uma espécie de mar fechado, submetido ao domínio ilimitado e ao controle rigoroso dos cartagineses. Os cartagineses
tinham por norma atacar e afundar os navios estrangeiros surpreendidos nas zonas marítimas reservadas ao seu tráfego.
Para atingirem o império absoluto do comércio do Mediterrâneo, os cartagineses fizeram de sua cidade um porto
privilegiado. Para ele afluíam todos os produtos transportados dos empórios, colônias e portos estrangeiros. Assim, o porto de
Cartago se tornou o grande mercado do Mediterrâneo Ocidental e o ponto de cruzamento de todas as vias marítimas pelas
quais refluíam em seguida para a periferia as mercadorias importadas. Cartago tomou, por outro lado, medidas enérgicas para
guardar no Atlântico, e ao longo de toda a costa mediterrânea da África do Norte, o monopólio do comércio. Se no mar Tirreno,
os golfos de Gênova e de Lião e ao longo da Espanha Oriental ela não pôde afastar os gregos, conseguiu lhes interditar o acesso
a todas as regiões sobre as quais exercia autoridade política ou hegemonia econômica.
Pode-se dizer que a política cartaginesa do monopólio do mar deu resultados surpreendentes, considerando que os
gregos no século VaC não se aventuravam no Mediterrâneo Ocidental.
Toda essa série de medidas e o empenho com que foram mantidas demonstram que a política geral de Cartago parece
ter sido, sobretudo, inspirada por preocupações comerciais. Ao contrário da Roma Republicana, negociar para o cartaginês era
uma grande honra. A aristocracia não se considerava diminuída, consagrando seus recursos e atividades aos afazeres
comerciais. Muitos nobres eram armadores ou banqueiros. Cartago foi uma das cidades antigas onde o comércio foi mais

16
Derrota: termo utilizado na marinharia significando rota, caminho ou direção tomada pelos navios.
17
Península: Porção de terra cercada de água por três lados e mantendo sua ligação com uma porção de terra maior.
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poderoso e onde pesou mais pelos destinos da nação. Aníbal, depois da derrota de Zama, parece ter compreendido isso. Ele
se esforçou por medidas enérgicas para tirar o Estado da tirania dos magnatas financeiros.
Contudo, a intervenção do Estado se mostrou muito eficaz na organização de expedições de fins comerciais através dos
mares ainda inexplorados. A esse respeito, convém notar a viagem marítima realizada por Hannon ao longo da costa ocidental
da África. Os novos itinerários marítimos descobertos pelos exploradores cartagineses eram mantidos secretos e
cuidadosamente guardados nos arquivos do Estado (protecionismo) 18. A tendência dos cartagineses a reforçarem
constantemente seu domínio comercial, a combaterem toda concorrência estrangeira e a dominarem as rotas marítimas
também é constatada pelo fato de o Estado Púnico possuir uma frota mercante e militar inteiramente nacionais, ao contrário
das forças de terra, que eram constituídas por mercenários. Com isso eles queriam evitar que um dia surgissem cidades rivais
de Cartago, mesmo entre as cidades fenícias confederadas.
Nas vésperas das Guerras Púnicas19, o domínio comercial de Cartago, tanto no Mediterrâneo como no Atlântico, era
considerável. Para explorar esse domínio, Cartago dispunha de um aparelhamento do qual se conhecem certos elementos. A
frota mercante era conhecida pelas dimensões de suas unidades, grandes galeras que navegavam a vela e, na falta de vento,
a remo, pela habilidade das guarnições e dos comandantes que não se contentavam em seguir o litoral, mas enfrentavam o
alto-mar, observando os astros. Essa frota encontrava escalas, refúgios, pontos de apoio habilmente escolhidos e bem
aparelhados. As construções navais tinham lá lugar importante, empreendidas e dirigidas algumas por armadores e outras pelo
próprio Estado. Políbio, um Geógrafo e Historiador grego, registrou na sua obra Histórias que os cartagineses eram hábeis
nessa indústria. A África lhes fornecia as madeiras e a Espanha o esparto 20 para o aparelho. O aparelhamento dos portos e a
organização dos estaleiros e oficinas especiais progrediram juntamente com a navegação. Para conservar as comunicações
livres e manter as colônias na dependência absoluta, grandes frotas de guerra impediram o desembarque de rivais ou inimigos.
As forças de Cartago aumentaram mais ainda nas sucessivas
lutas com os etruscos, gregos, massílios e finalmente com os
romanos, e era espantosa a rapidez com que suas perdas eram
substituídas, graças à padronização dos meios navais. A sua base
principal era a própria Cartago.

No começo, a frota de guerra era constituída apenas por


trirremes21, cujo tamanho foi aumentado no tempo de Alexandre.

Por ocasião das guerras púnicas, Cartago construiu navios de cinco (quinquirremes) e de sete (septirremes) fileiras de
remos os quais podiam transportar cento e vinte soldados e trezentos marinheiros. Contra Siracusa, Cartago armou cento e
cinquenta e dois navios, e contra Roma muitos mais. Para Xerxes consta que Cartago forneceu dois mil grandes navios de
transporte por ocasião das guerras medas.
A política comercial cartaginesa, se foi nociva para os povos marítimos rivais, como os gregos e romanos, não o foi
menos nociva para as comunidades fenícias confederadas cujos interesses foram sacrificados aos fins particulares exclusivistas
da cidade que as dominava. É fácil compreender como o princípio do mar livre (mare nostrum), pregado pelos romanos durante
a luta com o estado cartaginês (Guerras Púnicas), atraiu bem cedo o favor e o apoio das populações submetidas ao jugo
marítimo de Cartago, com grande dano para esta.
Assim, Roma, ao destruir o domínio cartaginês sobre os mares, não somente livrou a classe comerciante italiana de um
longo pesadelo, mas abriu as rotas marítimas do Mediterrâneo a todos os povos que por muito tempo haviam sido oprimidos.
Qualquer que sejam as lacunas de nosso conhecimento sobre o comércio púnico, não é menos certo que o tráfego,
sobretudo marítimo, foi o elemento mais importante da economia cartaginesa. Foi graças ao intercâmbio que Cartago teve
prosperidade; foi pelo comércio que desempenhou papel proeminente na história do Mediterrâneo Ocidental, foi o comércio
que lhe deu, entre as grandes cidades do Mundo Antigo, sua fisionomia original.

18
Protecionismo: Prática ou doutrina de proteção aos produtores de um país ou região, em geral pela imposição de obstáculos à
importação de produtos concorrentes, por meio de tarifas alfandegárias, etc.
19
Púnico: relativo ou pertencente aos cartagineses ou a Cartago, cidade-estado fundada pelos fenícios em 814 aC, na região
próxima à atual Túnis (Tunísia, N. da África), e que foi destruída pelos romanos em 146 aC e pelos árabes em 698 dC.
20
Esparto: planta medicinal, da família das gramíneas (Stipa tenacissima), cujas folhas se empregam no fabrico de cestas, cordas,
esteiras, etc...
21
Trirremes: embarcações com três ordens de remo de cada lado do costado, armados em três pavimentos e eventualmente com
uma vela redonda. O máximo que se conseguiu produzir foram as embarcações de sete ordens de remo sendo que as mais
utilizadas foram as trirremes e as quinquirremes.
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2.6) A Civilização Grega:


Uma das características físicas fundamentais da Grécia é a íntima
penetração entre o mar e a terra. Enquanto pelos golfos sumamente ramificados
que oferecem admiráveis ancoradouros o mar penetra profundamente no país
montanhoso, a terra firme, por sua vez, em incontáveis ilhas e penínsulas, avança
no elemento líquido. Por outro lado, a Grécia sempre foi um país de escassa
extensão, com solo pobre e difícil à comunicação interna.

A civilização grega se concentrou no sul da península Balcânica, nas ilhas


do mar Egeu e no litoral da Ásia Menor. A origem da civilização grega está
intimamente ligada à ilha de Creta, no sul do mar Egeu. O relevo e o isolamento
das localidades facilitaram a organização de cidades-estados autônomas.
No século XVa.C. ocorreu uma onda invasora formada pelos aqueus e, posteriormente, pelos dórios, eólios e jônios,
habitantes do norte da península Balcânica. Esses povos fazem parte do grupo linguístico indo-europeu que formam esta
sociedade. As invasões dórias impuseram um violento domínio, forçando a população a um processo que ficou conhecido como
Primeira Diáspora Grega, retirando grande parte da população grega do continente para as ilhas, favorecendo o contato
marítimo destas comunidades e levando ao atraso as comunidades continentais, obrigando a deixarem a vida urbana e
comercial, dedicando-se às atividades rurais. A consequência desse fato foi o desenvolvimento marítimo das comunidades
insulares e o atraso para as comunidades peninsulares ou continentais.
O baixo rendimento da agricultura grega tornou na antiguidade a importação de grãos, principalmente trigo, em muitas
cidades, particularmente em Atenas, uma necessidade de primeira ordem. A produção de cereais do território ateniense
representava anualmente cerca de um terço das necessidades de sua população. Nos anos de má colheita, ela nem isso atingia.
O que faltava era importado quase exclusivamente por via marítima e provinha do Ponto (Ponto Euxino ou mar Negro), do
Egito, da Sicília e da Líbia.
A continuidade da expansão demográfica e a permanente escassez de terras na Grécia fizeram com que os excedentes
populacionais balcânicos e insulares buscassem outras áreas para sua sobrevivência, em um processo de colonização grega na
península balcânica e no mar Negro, saindo das ilhas e passando para o continente, sendo chamado esse processo de Segunda
Diáspora Grega. A consequência desse fato foi a difusão da cultura grega (helenismo) por todas as áreas do entorno da
península e dos conhecimentos náuticos das populações marítimas que viviam nas ilhas gregas.
Para atender a esse suprimento indispensável, os atenienses trocavam o azeite da Ática pelos cereais da Cítia. Para
colocar o seu azeite no mercado cita, tiveram de envasilhá-lo em ânforas22 e embarcá-lo para o além-mar. Essas atividades é

22
são vasos antigos de origem grega de forma geralmente ovóide, confeccionados em barro ou terracota e possuidoras de duas
alças, geralmente terminado em sua parte inferior por uma ponta ou um pé estreito, e que servia sobre tudo para o transporte e
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que deram origem às olarias e à Marinha Mercante da Ática. Face à pobreza do solo, se compreende também que a pesca
tenha assumido um papel importante na vida grega. Ela se tornou a ocupação habitual de numerosas populações marítimas,
não somente na Grécia propriamente dita, mas no golfo de Taranto e nas costas da Sicília, a Oeste, e nos Dardanelos, na
Propôntida e no Bósforo, a Nordeste.
Ao lado dos alimentos vegetais e das carnes fornecidas pelo pastoreio, o peixe fresco, salgado ou seco se tornou um
dos pratos frequentes e preferidos dos gregos. A insuficiência dos recursos naturais do solo e as possibilidades agrícolas muito
limitadas compeliram o povo ateniense a procurar na indústria e no comércio marítimo seus principais recursos econômicos.
A par da pobreza do solo, outras causas, sem dúvida, devem ter concorrido para a expansão grega no Mediterrâneo. Tudo
indica, porém, ter sido essa a razão preponderante.
Aproveitando a experiência adquirida na pesca e no tráfego marítimo, do século IX mais ou menos até o fim do século
VIIaC, os gregos se espalharam em todos os sentidos no Mediterrâneo. Fundaram numerosas colônias no Mediterrâneo
Oriental e no Mediterrâneo Central; pelos Dardanelos e o Bósforo, atingiram o Ponto Euxino (mar Negro); penetraram além
do estreito de Messina no Mediterrâneo Ocidental. A Grécia propriamente dita, antes confinada na parte meridional da
península dos Bálcãs, foi acrescentada, entre outros territórios, a Grécia asiática que se ocupava do litoral ocidental da Ásia
Menor, e a Grande Grécia, cujas cidades se agrupavam no sul da Itália e na maior parte na Sicília. O mar Egeu e o mar Jônio
foram incluídos ao mundo helênico 23. Se a penúria da terra, resultado de circunstâncias diversas, determinou as primeiras
partidas de colonos gregos, mais tarde, progressivamente, outros fatores tiveram papel importante no progresso da expansão
helênica. A necessidade no começo, depois a experiência e o gosto da navegação, encorajaram os gregos para a vida marítima.
Então, a função do mar na vida nacional dos gregos adquiriu toda a sua importância. Era pelo mar, e só por ele, que as colônias
se comunicavam com a mãe pátria. Sua independência, ao mesmo tempo política e econômica, a salvaguarda mesmo de sua
existência, exigiu uma marinha poderosa. Corinto, Cádiz de Eubra, Mileto, Fócida, Rodes, Siracusa, Taranto e Marselha
armavam frotas numerosas de comércio e guerra, bem antes que Atenas se tornasse a rainha dos mares helênicos.
Assim, os helenos, ao mesmo tempo em que ocupavam fora de seu país de origem, novas terras, quase todas ricas,
criavam em muitas paragens longínquas centros de influência e de negócios e tomavam posse do mar que separava e ligava
simultaneamente todas as partes do mundo grego. Essa supremacia das esquadras nas rotas marítimas teve por efeito
transformar a economia grega superando a sociedade fenícia. Se antes, nas baías gregas, os fenícios desembarcavam suas
mercadorias, que eram trocadas pelos produtos locais, ao que parece mais seguidamente por gado, depois foram os próprios
marinheiros gregos que levaram ao Egito, à Síria, à Ásia Menor, e aos povos da Europa, alguns civilizados como os etruscos,
outros ainda atrasados como os citas, os gauleses e os iberos, os objetos manufaturados, as obras de arte, tecidos, armas, joias
e vasos pintados que os bárbaros tinham ânsia de possuir. Paulatinamente, os fenícios, antigos senhores do tráfego marítimo
do Oriente para o Ocidente, foram repelidos pelos gregos para fora do mar Egeu, do Ponto Euxino e do mar Jônio, não
guardando a supremacia naval a não ser na costa da África e oeste do Grande Syrte e nas paragens das Colunas de Hércules
(Cartago).
O mar Tirreno assistiu a luta dos gregos contra os cartagineses e etruscos. A ardente rivalidade das potências marítimas
e coloniais deu então um vivo desenvolvimento à navegação. Depois que os fenícios foram afastados pelos gregos dos mares
e dos mercados do Mediterrâneo, as indústrias helênicas encontraram saída e clientela. Para se aproveitarem de alguns e
satisfazerem a outros, os gregos tiveram que se desenvolver. Produzia-se então entre a indústria e o comércio, sobretudo
marítimo, um duplo efeito de ação: o comércio tendo necessidade de suprimentos fornecidos pela indústria; a indústria
devendo sua prosperidade ao comércio.
O desenvolvimento do tráfego marítimo acarretou, logicamente, a prosperidade das cidades portuárias. No século V
a.C., a cidade e porto de Pireu havia se transformado no centro de um sistema de vias marítimas, podendo-se dizer quase de
linhas de navegação regular. Para o Nordeste seguiam as linhas de cabotagem que serviam as colônias da Macedônia, da
Calcídia, da costa da Trácia e à grande rota dos estreitos do Ponto Euxino, de importância capital para Atenas, pois assegurava
em grande parte seu abastecimento de cereais e de peixe seco. Para leste, através do mar Egeu e das Cícladas os navios que
saíam do Pireu ganhavam as ilhas e os principais portos da Ásia Menor. Em direção ao sudeste, os gregos saíam do mar Egeu
entre Creta e Rodes, iam a Chipre, aos portos fenícios e ao empório ativo e próspero de Neucrates. O mar Jônio e o
Mediterrâneo Central não formavam uma bacia menos propícia à expansão comercial. Depois de dobrarem os pontos
meridionais do Peloponeso, os navegantes podiam rumar direto para oeste em direção à Sicília, ou aproar a Noroeste para
atingirem a Grande Grécia, ou penetrarem no Adriático e avançarem até Hadria e o país das Bocas do Pó 24. Mais longe que a
Grande Grécia, Marselha e seus vizinhos, escalonados entre Nice e Rosas, marcavam os pontos extremos do comércio helênico
a Oeste. Tal atividade marítima não se explicaria se a arte de navegar e a organização material dos portos não tivessem atingido

armazenamento de gêneros de consumo, sobretudo líquidos, especialmente o vinho. Servia também para conter azeite, frutos
secos, mel, derivados do vinho, cereais ou mesmo água.
23
Em referência a Helena, uma divindade mãe, protetora e geradora de todos os indivíduos dessa sociedade de características
nítidas matriarcais.
24
Rio Pó, principal rio da parte oriental da Itália onde floresceu uma das principais comunidades pertencentes a este povo,
fundando a cidade de Veneza, conhecida como La Serenissima.
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certo desenvolvimento. Os navios gregos dessa época já podiam carregar cerca de 250 toneladas 25 e navegavam geralmente à
vela, recorrendo aos remos apenas em circunstâncias excepcionais. A utilização da vela subordinou a navegação ao regime dos
ventos, principalmente no mar Egeu.
Para uma frota mercante numerosa e composta de unidades relativamente importantes eram precisos portos
especialmente aparelhados. Docas foram cavadas e molhes construídos a fim de protegerem os navios ancorados das vagas
de alto-mar e facilitar a descarga de mercadorias. Pouco se sabe acerca das frotas de guerra gregas antes das Guerras Medas.
Elas não deveriam ser desprezíveis, pois de outra forma é difícil explicar a expulsão dos fenícios de regiões importantes do
Mediterrâneo e a expansão marítima helênica numa época de pirataria generalizada. É provável também que a Marinha de
Guerra grega não estivesse em bom estado por ocasião da 1ª Guerra Meda. Com efeito, não se sabe de nenhum engajamento
naval nessa primeira fase da luta, que foi travada em terra, tendo os gregos deixado o exército persa cruzar impunemente os
mares. Entre as duas primeiras Guerras Medas também a Grécia muito sofreu com os ataques dos piratas eginetas, o que
parece indicar a sua fraqueza nos mares. Têm-se referências mais concretas acerca das frotas de guerra helenas a partir desse
período.
A primeira das grandes guerras dos gregos contra os persas – conhecidas como Guerras Médicas ou Medas, devido ao
nome de um dos povos constituintes do Império Persa, os medos – ocorreu em 492aC e constou do envio de um exército,
através do Helesponto (Dardanelos atual) e da Trácia, em direção ao interior da Grécia, acompanhado por uma esquadra, que
o seguiria pelo litoral do mar Egeu, a fim de garantir-lhe o flanco esquerdo e o apoio logístico26, no entanto, uma boa parte da
esquadra persa foi destruída por mau tempo quando contornava o monte Atos, junto à costa. Sem o apoio naval, essa tentativa
de invasão não chegou a se concretizar.
Em 490aC, os persas liderados por Dario I partiram novamente na tentativa de conquistar os povos gregos, e chegaram
a desembarcar em suas terras, mas foram surpreendidos pelo exército ateniense na planície de Maratona e, apesar de sua
superioridade numérica, foram derrotados pelos gregos. O prestígio ateniense cresceu tremendamente após essa vitória, e a
cidade começou a se destacar entre as demais pólis gregas. Precavendo-se contra um possível novo ataque persa, após a
primeira Guerra Médica, os atenienses procuraram fortalecer sua marinha de guerra, já que o cenário das lutas seria o mar
Egeu.
A terceira ofensiva persa iniciou-se em 480 a.C.,
quando o imperador Xerxes I partiu com
aproximadamente 100 mil homens em direção à Grécia.
Os gregos se uniram contra os invasores, mas, apesar do
sucesso espartano em retardar o avanço do inimigo no
desfiladeiro de Termópilas, os persas conseguiram invadir
e saquear Atenas.
Apesar de vitoriosa, a campanha persa acabou se
enfraquecendo na medida em que suas tropas não eram
facilmente guarnecidas por suprimentos e reforços
(logística).
A derrota na grande Batalha Naval de Salamina,
diante de Atenas, selou o destino dos persas, que, mais
uma vez, se retiraram sem terem conseguido tomar a
Grécia. Esta Batalha foi a primeira batalha naval de larga
envergadura registrada na história humana.
E provável que a pressão militar exercida pelos
persas estimulou a sociedade helênica a forjar para sua
própria defesa o poderoso instrumento militar que foi a
marinha ateniense. Um vulto histórico, Temístocles, se
distinguiu então no estabelecimento da supremacia naval
ateniense. Assim se refere Plutarco (Filósofo e Prosador
grego) à época mais decisiva da história grega: Os
atenienses encaravam a derrota dos bárbaros em
Maratona como o fim da guerra, mas Temístocles
pensava, ao contrário, que ela era apenas o prelúdio de
A Batalha Naval de Salamina maiores combates.

25
Tonelada em referência a tonel, indicando a quantidade de barris que um navio podia transportar e não a medida de peso
atualmente registrada para 1000Kg.
26
Apoio logístico é o apoio que se dá a uma força militar em operações suprindo-a de materiais, pessoal, conforto etc. para
garantir-lhe os meios necessários ao desempenho de sua missão.
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Prevendo de longe os acontecimentos, ele se preparava para assegurar, desde então, a salvação da Grécia, com o apoio
de seus concidadãos. Com esse fito, seu primeiro cuidado foi ousar propor aos atenienses efetuar a construção de galeras com
três ordens de remos, aproveitando as rendas provenientes das minas de prata de Laurium. Esta nova frota deveria fornecer
os meios de resistir aos eginetas que, senhores dos mares, o cobriam com seus numerosos navios e faziam à Grécia a guerra
mais terrível que ela então sustentara. Construíram-se, com a prata das minas, 100 galeras que combateram posteriormente
contra Xerxes. Desde esse momento, ele fixou a vista dos atenienses sobre o mar e soube induzi-los a formar uma considerável
marinha, lhes mostrando que em terra não estavam em condições de resistir nem mesmo aos seus vizinhos, mas que, ao
contrário, com forças navais poderiam repelir os bárbaros e governar o resto da Grécia.
Quando, dez anos depois da batalha de Maratona, os persas novamente intentaram a invasão da Grécia, os navios, por
cuja construção Temístocles havia pugnado, saíram a dar combate à numerosa frota inimiga. Os gregos obtiveram um primeiro
sucesso na batalha naval de Artemisium, porém a batalha decisiva foi o grande encontro naval de Salamina (480aC), que
testemunhou a total destruição da gigantesca, mas heterogênea27 armada de Xerxes pela frota dos atenienses e de seus aliados
admiravelmente bem coordenados, embora inferiores em número a menos de um terço de seus adversários.
Foi então que a Grécia se salvou graças ao mar, e seus navios contribuíram para reconstruir Atenas que havia sido
inteiramente destruída.
Apesar de terem vencido a Leônidas, rei de Esparta, a ameaça de perder a segurança de suas comunicações marítimas
obrigou os persas, depois da batalha de Salamina, a baterem em retirada apesar da enorme superioridade de forças de que
dispunham.
Após o término das Guerras Medas, Temístocles fez fortificar o Pireu porque havia reconhecido a comodidade de seu
porto. Nisso seguiu uma política inteiramente oposta à dos antigos reis de Atenas, os quais tinham tido a intenção de afastarem
seus súditos do comércio marítimo e de fazê-los abandonar a navegação para se dedicarem à agricultura. A história da Grécia
foi em seguida grandemente decidida por seus marinheiros. Sob o comando de Cimom, a frota grega foi primeiramente dirigida
contra Chipre e Bizâncio a fim se perseguir os persas. Chipre foi libertada e Bizâncio tomada. Por fim, todas as colônias gregas
da Ásia Menor recobraram a liberdade. Como Temístocles previra, o império do mar acarretara o da terra, e os gregos, se bem
que divididos e minados por discórdias internas, conservaram sua independência durante séculos, graças ao poderio marítimo
que souberam manter no Mediterrâneo Oriental.
Durante a guerra, as pólis gregas formalizaram uma aliança conhecida como Liga de Delos. Tratava-se basicamente de
uma união militar contra os persas e adquiriu esse nome porque as cidades membros da Liga pagavam tributos e impostos que
eram depositados na ilha de Delos, a fim de sustentar a frota e os exércitos conjuntos de todas as cidades-estados. Atenas,
com seu prestígio e poderio econômico, logo passou a administrar os recursos de Delos, se tornando líder da Liga.
Dispersa a frota inimiga, obtiveram os gregos a superioridade no mar. Sem possibilidade de receber o apoio logístico de
que precisava, o exército persa viu-se forçado à retirada. Permaneceu no território helênico apenas uma força terrestre de
cerca de 50 mil homens, que foi batida em Platéia, cerca de 60 quilômetros a noroeste de Atenas, em 479 a.C. Na mesma
ocasião, em Micale, nas costas da Ásia Menor, os gregos destruíram o resto da esquadra persa, numa “batalha naval” em
terra28.
Após a expulsão dos persas, os gregos perseguiram-nos até a Ásia Menor, libertando diversas cidades gregas da região,
impondo-lhes um tratado de paz (Paz de Cimon, 449 a.C.) e consolidando o domínio grego sobre todo o Mediterrâneo oriental.
Ao final das guerras contra os persas, os atenienses insistiram na manutenção da Liga de Delos e, portanto, na cobrança
de tributos. Tal iniciativa gerou a insatisfação das demais cidades gregas, que, todavia, poucos podiam fazer contra o poderio
militar ateniense. Chegava ao apogeu o imperialismo ateniense, ou seja, o período em que Atenas passou a dominar a Grécia
Antiga, subordinando a maior parte das cidades-estado.
Os atenienses passaram a interferir na vida política e social das outras pólis, transferindo o tesouro de Delos para Atenas
e frequentemente utilizando a força para manter a Grécia subjugada. O controle dos recursos de outras cidades abriu caminho
para o apogeu ateniense, e o século VaC, particularmente entre os anos de 461 a.C. e 429 a.C., ficou conhecido como a Idade
de Ouro de Atenas, quando a cidade era dirigida por Péricles.
A insatisfação contra o domínio ateniense existia não apenas nas cidades da Liga de Delos, mas também entre as cidades
aristocráticas que não se alinhavam com Atenas, tendo Esparta à frente delas. Estas logo se organizaram em aliança, formando
a Liga do Peloponeso ou Liga Espartana.
O fim primitivo da Liga de Delos era a proteção de uma posterior agressão persa. Como a ameaça persa se desvaneceu,
a Liga tendeu a se dissolver, mas Atenas impediu sua desaparição e gradualmente converteu a confederação num Império
Marítimo, império esse mantido em sujeição pelo poderio naval. Essa transformação conduziu, por fim, à chamada Guerra do
Peloponeso entre Atenas, império marítimo, e Esparta, potência terrestre, cada uma com os respectivos aliados. Enquanto os
atenienses conservaram o domínio do mar, permaneceram invencíveis. Em 431 a.C., Atenas e Esparta entraram em guerra,

27
A Armada de Xerxes era composta pelos navios pertencentes às diversas nações que eles haviam conquistado, como das
cidades-estados fenícias e de localidades gregas da Ásia Menor.
28
Quando navios de guerra guardados em terra firme são destruídos antes de serem postos a flutuar.
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arrastando as demais pólis para o conflito. Atenas tinha o poderio marítimo, enquanto os exércitos de Esparta detinham o
domínio terrestre, devastando os campos da Ática e cercando Atenas. Durante anos espartanos e atenienses se enfrentaram,
encerrando o conflito em 404 a.C., quando Esparta venceu.
Dois grandes desastres: o primeiro foi a perda nas batalhas em Siracusa (413 a.C.) e o segundo em Egos-Pótamos (405
a.C.) – uma batalha naval travada em terra firme – causaram a desgraça, e o curto império de Atenas pereceu. Vitoriosos, os
espartanos conduziram seus navios ao Pireu e conquistaram Atenas, assumindo a hegemonia da Grécia. Esparta foi, assim, a
primeira potência nitidamente terrestre cujos guerreiros bem aquilataram29 a importância da Marinha na luta contra o inimigo
cuja principal fonte de recursos residia no mar.

Entre os séculos III e II a.C., a Grécia esteve sob domínio da Macedônia,


caracterizando o que ficou conhecido como período helenístico.
Inicialmente governados por Felipe II, vencedor de Queronéia, os macedônios
não se limitaram à conquista da Grécia, logo partindo para o Oriente. O principal
responsável por essas grandiosas conquistas foi Alexandre, o Grande, filho de Felipe II.

Península Itálica

Siracusa – Leste da Sicília

Educado por Aristóteles, Alexandre assimilou valores da cultura grega e, após sufocar revoltas internas, partiu para a
expansão territorial, tomando a Ásia Menor, a Pérsia e chegando até as margens do rio Indo, na Índia. Morreu precocemente,
aos 33 anos de idade (323 a.C.), e o grande império que conquistara não sobreviveu ao seu desaparecimento. As divisões
políticas e as constantes lutas internas levaram ao enfraquecimento do Império Macedônico e à posterior ocupação pelos
romanos.
Assim como a ruptura das linhas de comunicações marítimas pode implicar a derrota de forças terrestres, como exposto
acima, pode-se neutralizar ou eliminar a ação marítima por operações terrestres
bem orientadas. Claríssimo exemplo disso é a campanha de Alexandre, o Grande, quando saiu para a Ásia Menor, por
via terrestre, para conquistar o império persa. Partindo a princípio diretamente contra os persas, Alexandre cruzou o
Helesponto em 334 a.C. com cerca de 35 mil homens, atingindo vitoriosamente a cidade de Sardis, na Ásia Menor, que tomou.
Sentindo, entretanto, que os persas ameaçavam sua retaguarda com o poder naval de que dispunham, Alexandre
decidiu voltar-se para o litoral antes de prosseguir pelo interior. É que os persas ameaçavam desembarcar na Grécia,
empregando sua ainda vasta esquadra, ao mesmo tempo que ameaçavam as comunicações de Alexandre com a Macedônia e
impediam os portos, que se submeteram aos gregos, de exercerem o comércio marítimo.
A estratégia de Alexandre aí foi inversa da de Temístocles em Salamina. Avançou sobre o litoral persa e dominou as
bases da marinha inimiga, impedindo-a de dispor dos recursos que só nesses pontos
encontraria. Afastado esse perigo, pôde Alexandre completar a conquista da Ásia persa, dirigindo-se para a
Mesopotâmia e o planalto do Irã, chegando a atingir a Índia. Veem-se assim dois tipos de ação claramente distintos com um
mesmo fim. Em um deles, o mar usado para desarticular atividades militares terrestres; noutro, a ação em terra neutralizando
o uso do mar. Ambos são aspectos marítimos da defesa nacional.
A grande obra de Alexandre da Macedônia no plano cultural sobreviveu ao esfacelamento de seu império territorial. O
movimento expansionista promovido por Alexandre foi responsável pela difusão da cultura grega pelo Oriente, fundando
cidades (várias delas batizadas com o nome de Alexandria) que se tornaram verdadeiros centros de difusão da cultura grega
no Oriente. Entre estas cidades a mais notável e a que mais se destacou foi Alexandria no Egito, cidade importante para as
culturas egípcia, grega e romana, entre outras. Nesse contexto, elementos gregos acabaram-se fundindo com as culturas locais.
Esse processo foi chamado de helenismo e a cultura grega mesclada a elementos orientais deu origem à cultura helenística,
numa referência ao nome como os gregos chamavam a si mesmos - helenos.
Pelos séculos afora, sob o domínio romano ou constituindo parte do Império Bizantino, os gregos jamais deixaram seus
hábitos marítimo-comerciais. Rodes, Delos e Corinto foram, depois de Atenas, verdadeiros centros do comércio mundial numa
época em que o domínio romano já se estendia por todas as praias do Mediterrâneo.

29
Apreciar, avaliar, apurar, aperfeiçoar. Aperfeiçoar-se: aquilatar-se na virtude.
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Tal como a Fenícia, toda a história grega se acha intimamente ligada aos acontecimentos que se desenrolaram nas águas
do Mediterrâneo.

2.7) A Civilização Romana:


Na segunda metade do século V a.C., Roma era ainda uma república aristocrática de camponeses. A maior parte das
famílias possuía um pequeno campo. Toda a família habitava pequenas cabanas e cultivavam os campos inteiramente com
trigais, deixando uma pequena parte para fazê-lo com parreiras e oliveiras. Suas habitações eram pequenas e de aspecto pobre,
sua alimentação era frugal, as vestimentas muito simples. Possuíam poucos metais preciosos e faziam quase tudo em casa,
inclusive o pão e as vestimentas para os escravos e as mulheres. Assim, o que Roma comprava no exterior era pouco. Exportava
poucas mercadorias: madeira para a construção de navios e sal.
Reunindo ao seu redor, numa confederação, as pequenas repúblicas
rurais nas quais o povo falava a mesma língua latina, Roma pôde elevar-se
pouco a pouco acima das outras repúblicas da península Itálica.
Na segunda metade do quinto século e nas primeiras décadas do quarto
século a.C., Roma combateu, à cabeça da confederação latina, os ossos, volscos
e etruscos numa série de guerras que lhe permitiram estabelecer quatro novas
tribos no seu território aumentado. Fortificada por esses primeiros sucessos,
Roma foi em seguida levada a guerrear durante o fim do quarto século e a
primeira metade do terceiro os sanitas, os etruscos, os sabinos, os membros
rebeldes da confederação latina, os gauleses da costa do Adriático e as milícias
gregas de Pirro vindas de Taranto. Roma adquiriu, em suma, nessas guerras a
alta soberania sobre toda a Itália. Mais importante, porém, que as
consequências políticas foram as consequências econômicas e sociais dessas
guerras.
A posse de uma linha da costa, desenvolvida como a que circunda a
península, desde a foz do Arno, no mar Tirreno, até o litoral de Úmbria,
passando pelo estreito de Messina, dobrou a importância do Estado romano
como potência marítima que substituiu os etruscos e os gregos, e que deveria bem cedo entrar em luta com o Estado de
Cartago. Os romanos, a partir de então, passaram a participar do comércio do mundo e a procurar os refinamentos da
civilização helênica melhor conhecida por causa das trocas mais frequentes com as colônias gregas da Itália meridional.
Os contatos com o mar e a posse de vários portos trouxeram para Roma a necessidade de possuir uma frota mercante.
Datam dessa época vários tratados firmados entre Roma e Cartago e as colônias gregas acerca das zonas de navegação para
os respectivos navios. Os navios romanos já singravam, portanto, o mar Tirreno e cruzavam o estreito de Messina. Mas esse
enriquecimento não enfraqueceu absolutamente as tradições e não foi seguido imediatamente de uma mudança de costumes.
Submetida à proteção de uma nobreza que defendia os antigos costumes rústicos, a plebe guardou também os hábitos
ancestrais, permanecendo uma plebe valente e fecunda de camponeses.
No quarto e no terceiro séculos aC, Roma pôde espalhar na Itália não somente sua influência e suas leis, mas também
sua raça e sua língua. A criação de colônias reafirmou o caráter agrícola da política de Roma. No decorrer desse período o
Estado esforçou-se por criar uma base econômica essencialmente terrestre, fundada na pequena propriedade rural, com o fito
de assegurar a existência de uma massa demográfica de tendências conservadoras das quais, ao mesmo tempo, as
necessidades mais imediatas fossem satisfeitas. A massa camponesa prestava-se tanto às fadigas da vida do campo como às
dos deveres militares. O soldo de guerra e os donativos dos generais após a vitória era para eles um lucro ajuntado ao da terra,
e a guerra, uma indústria complementar da agricultura. Foi com esses camponeses, que eram ao mesmo tempo soldados, que
a nobreza romana pôde vencer uma primeira vez Cartago, a grande potência mercantil, cuja expansão comercial acabou por
vir chocar-se com a expansão militar e agrícola de Roma.
Entretanto, as lutas sociais ganhariam nova dimensão no contexto da expansão territorial, provocando transformações
econômicas profundas, a ponto de abalar de forma decisiva a estabilidade republicana. De fato, a República romana era
agressiva, ou seja, colocava em prática ampla política de expansão territorial. Entre os séculos V e III a.C., Roma conquistou
toda a península Itálica. O apogeu dessas conquistas ocorreu com as Guerras Púnicas, contra Cartago.
Essa cidade, fundada pelos fenícios, desde a decadência grega controlava praticamente todo o comércio na bacia do
Mediterrâneo. Sua situação geográfica privilegiada, uma vez que estava situada no norte da África e dominava a ilha da Sicília,
contribuiu para o monopólio da ligação do Mediterrâneo ocidental com o oriental pelos cartagineses.
Já os romanos viam a Sicília como um prolongamento da península e tinham interesse em suas terras férteis. Dessa
forma, o choque de imperialismos entre Roma e Cartago acabou por desencadear a guerra. Entre 264 e 146 a.C., ocorreram
três grandes guerras, que culminaram com a destruição de Cartago e o controle romano de vastos territórios espalhados por
todo o Mediterrâneo.

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Vendo a expansão romana, Cartago logo pressionou os gregos da Sicília, produtores de trigo, a fim de manter essa ilha
sob sua tutela, antes que Roma se apoderasse dela. A ameaça cartaginesa, entretanto, gerou a grande crise que se iniciou em
264 a.C.
Cartago, rica por seu comércio, dispondo de uma frota poderosa e dona das três grandes ilhas itálicas, foi o inimigo mais
terrível que Roma teve em toda a sua história. A primeira guerra Púnica durou cerca de vinte e três anos (264-241 a.C.) e se
desenrolou quase toda na Sicília. Os romanos alcançaram em terra sucessivos êxitos nos anos iniciais do conflito, ocupando
uma série de praças fortes inimigas, como os cartagineses, donos do mar, reconquistavam facilmente as cidades costeiras, bem
cedo os romanos compreenderam que era impossível conquistar e conservar a Sicília, a costa e as cidades contra a frota
cartaginesa, sem terem navios para se opor.
Sendo uma ilha o pivô da disputa, a guerra a se travar tinha que ser marítima; e Cartago tinha a vantagem. Com sua
poderosa e adestrada marinha, os cartagineses punham sua capital a salvo das investidas romanas, enquanto interditavam o
comércio marítimo de Roma e pilhavam suas costas. Não restava aos romanos outra alternativa. A serem fragorosamente
derrotados por Cartago, tinham que se transformar em nação marítima! Era o grande e grave desafio que a guerra trazia aos
latinos.

Uma galera cartaginesa naufragada na costa


romana serviu de modelo a copiar30, e as encostas dos
montes Apeninos forneceram a madeira necessária.
Sessenta dias foram suficientes para serem construído
cento e trinta navios de madeira verde e as guarnições
serem treinadas na manobra.
A fim de neutralizar a habilidade superior dos
adversários, foram inventados os "corvos", espécie de
pontes com grampos que prendiam um navio ao
outro, os quais reduziam a luta a combates corpo a
corpo como em terra firme.
Galera Romana (Trirreme) com corvo

Assim se conta a história miraculosa, mas é mais provável que os romanos também tenham recebido uma esquadra de
Hieron, poderoso no mar e desejoso de conservar seus domínios na Sicília. Seja como for, o Cônsul Duílio alcançou perto de
Lipari a primeira vitória marítima. Feriram-se nos anos seguintes várias batalhas navais, tais como as de Mile, Cnemo, Trepano
e Egatas, em que a vitória favoreceu em geral aos romanos. Segundo os historiadores antigos, em alguns desses encontros
havia mais de trezentos navios combatendo de cada lado e ambas as facções sofreram perdas prodigiosas. Durante a Primeira
Guerra Púnica – só do lado romano, não menos de setecentas quinquirremes teriam sido afundadas, quer em batalhas, quer
em tempestades.
Com o passar do tempo, a estrutura “corvo” foi abandonada. Levou algum tempo para os romanos perceberem que o
peso agregado a estrutura superior das embarcações criava muita instabilidade, tendo esta novidade inicialmente feito toda a
diferença na disputa entre uma nova sociedade migrando para o mar contra uma antiga sociedade que já sulcava as ondas do
mar Mediterrâneo e além das Colunas de Hércules.
Foi assim que, realizando talvez a melhor obra de toda a sua grandiosa história, o povo romano, eminentemente ligado
a terra, dedicado à agricultura e à vida pastoril, criou uma forca naval, tão bem organizada, armada e comandada, que

30
Os navios da Antiguidade eram feitos de peças únicas, como quebra-cabeças. Isso trazia vantagens, como a facilidade em se
padronizar formas e tamanhos, mas também a desvantagem da fragilidade das embarcações e a possibilidade de serem copiadas
pelos inimigos.
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conquistou, em pouco tempo, o domínio do mar da Sicília e obrigou Aníbal (na Segunda Guerra Púnica) a dar a longa volta pela
Espanha e pela Gália para chegar à Itália.
No fim da Primeira Guerra Púnica, Roma procurou instalar-se por sua vez no além-mar. A política econômica do Estado
romano afastou-se do seu fim tradicional e adotou novas diretrizes. Com essa guerra começou uma nova história de Roma e
do mundo, sobretudo porque acarretou na Itália o aparecimento da era mercantil na antiga sociedade agrícola, aristocrática e
guerreira. Com a conquista da Sicília, o comércio dessa ilha, pelo qual muito azeite e cereais eram exportados, passou dos
cartagineses para os mercadores italianos e romanos, lhes aumentado o número e a riqueza.
A aristocracia romana, que não tinha até então desejado possuir senão terras, começou também a imitar a nobreza
cartaginesa que ela havia vencido e que se compunha de negociantes.
Também ela começou a tentar especulações, a colocar no mar pequenas flotilhas, a fazer negócios com as exportações
da Sicília e a viver no luxo. Muitos romanos que tinham visitado os países estrangeiros como soldados ou fornecedores dos
exércitos e que tinham avaliado suas possibilidades, foram induzidos ao comércio pela abundância de capital, pelo consumo
crescente de produtos asiáticos na Itália e pelo poder de Roma no Mediterrâneo. Muitos deles venderam os campos de seus
pais e compraram um navio. Construíram-se muitos pequenos estaleiros na costa italiana, e as florestas públicas da Sila, de
onde se retirava a resina para os navios, foram alugadas por grandes somas. Não houve membro da nobreza senatorial que
não participasse dos ganhos do comércio marítimo, emprestando aos cidadãos romanos ou aos libertos os capitais necessários
às suas empresas; à expansão militar sucedeu a expansão mercantil.
Roma cessou de ser a capital de um povo essencialmente agrícola em que a riqueza era fundada principalmente na
propriedade rural e nos recursos agrícolas. Tornou-se a aglomeração tumultuosa onde a indústria, o comércio, o tráfico e o
dinheiro adquiriram uma importância antes desconhecida. Dessa lenta decomposição de uma sociedade guerreira, agrícola e
aristocrática, que havia começado quando Roma já tinha conquistado a hegemonia militar no Mediterrâneo, nasceu o que se
pode chamar o verdadeiro imperialismo romano. Essa política foi inaugurada pela terceira declaração de guerra a Cartago (149
a.C.) e pela conquista da Macedônia e da Grécia. Após uma pérfida declaração de guerra, depois de vergonhosas derrotas,
depois de muitos esforços e de três anos de guerra, Cartago foi incendiada por Cipião Emiliano, e seu comércio passou para as
mãos dos mercadores romanos.
A vitória sobre Cartago fez Roma senhora do Mediterrâneo Ocidental. A conquista da Grécia, a derrota dos soberanos
orientais Antíocus, Mitridate e mais tarde Cleópatra asseguraram sua hegemonia nos mares orientais. Entrementes, a profunda
mudança operada na estrutura social e econômica da Itália colocou a população na dependência estreita das comunicações
marítimas.
Roma, entretanto, não encontrou logo a paz em seus domínios crescentes. O período de 133-31 a.C. foi acidentado pela
guerra civil, que agitou a República com problemas gerados pela sua própria expansão. As estruturas romanas não resistiam
mais às novas condições da imensidão de suas terras e da multiplicidade de seus habitantes.
A cultura de cereais, a qual durante tanto tempo se tinham, sobretudo, consagrado os camponeses italianos, caiu cada
vez mais em decadência. Não sendo a produção local bastante copiosa para atender a todas as exigências, foi necessário
procurar fora do Lácio31 o suprimento de farinha indispensável à alimentação das cidades. A anexação ao Estado romano da
Sicília, da Sardenha e, mais tarde, dos territórios de Cartago, da Ásia Menor, e enfim do Egito favoreceu uma importação
considerável de cereais feita através dos portos da foz do rio Tibre. Calcula-se que nessa época Roma importasse 20 milhões
de bushels32 de trigo do Egito e de outras partes da África.
Considerando que a viagem de Alexandria a Óstia levava em média 25 dias e que cada libúrnia transportava no máximo
250 toneladas (lembrando que são tonéis e não unidades de 1.000Kg), bem se pode avaliar o número elevado de navios para
atender a tal importação. Após a destruição de Cartago Roma pôde acreditar estar senhora incontestável de toda a extensão
do mar Interior e foi apenas a grande república móvel dos piratas que pôs em atividade os estaleiros navais. O surgimento do
poderio dos piratas prova a que ponto Roma se julgava segura em todas as áreas do Mediterrâneo. Exagerando sua quietude,
não vendo nenhum Estado cuja Marinha a pudesse ameaçar, não tendo a considerar senão os corsários habituais, o Governo
Senatorial de Roma tinha, por incúria, deixado suas frotas ao abandono. Então os bandidos da Cilícia e da Fenícia entraram em
ação, pondo a saque numerosas cidades costeiras, aproveitando as ocasiões propiciadas por qualquer grave conflito, como o
da guerra contra Mitridate. Os piratas dispunham de arsenais, portos, vigias, remadores e pilotos hábeis, além de navios de
todas as espécies, tão bons quanto temíveis.
O comércio romano experimentou dificuldades crescentes. Em particular, os comboios de trigo, tão indispensáveis à
Itália, foram quase paralisados pela ação dos piratas. Face ao perigo, a Marinha romana foi restaurada em regime de urgência,
e Pompeu teve à sua disposição 500 navios, 120.000 homens, todos os recursos do tesouro nacional, conforme sua solicitação,
e até o Comando de todas as margens até 70 km para o interior, a fim de combater os piratas nas suas bases. Uma guerra
curta, mas violenta, libertou o Mediterrâneo da ameaça pirata, permanecendo apenas remanescentes dos antigos ladrões dos
mares em regiões afastadas.

31
Em italiano Lazio, a região em torno da cidade de Roma.
32
Cerca de oito galões de medida para produtos secos, como grãos.
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Na medida em que a expansão territorial prosseguia jovens generais se destacavam, tanto na arena política quanto na
militar. Em 60 a.C., o Senado elegeu uma verdadeira junta militar. O primeiro triunvirato era formado pelos generais Júlio
César, Pompeu e Crasso, que dividiram entre si os territórios controlados por Roma. A morte de Crasso rompeu o equilíbrio,
levando Pompeu e Júlio César ao choque armado na disputa pelo poder, que resultou na vitória de César.
Nos anos que se seguiram, a Marinha romana desempenhou papel saliente nos acontecimentos. Em todas as guerras
civis do fim da República, a vitória pertenceu aos que se deslocavam mais facilmente e mais rapidamente de um extremo ao
outro do Mediterrâneo. Foi essa uma das grandes vantagens com que contou César. A posse de forças navais importantes
permitiu ao Sexto Pompeu realizar operações perigosas contra o Triunvirato, mesmo próximo à Itália, as quais só não foram
decisivas devido à perseverança de Otávio e aos talentos de Agripa.
Proclamando-se ditador vitalício, centralizando todo o poder político em suas mãos e, portanto, enfraquecendo o
Senado, Júlio César acabou sendo vítima de uma conspiração da elite e foi assassinado nas escadarias do próprio edifício do
Senado. Sua morte causou profunda comoção popular e o retorno das lutas civis, que só foram acalmadas com o surgimento
de um segundo triunvirato. Seus membros, Marco Antônio, Otávio e Lépido, oficiais do exército, logo também entraram em
conflito entre si.
Enfim, a luta suprema que presidiu e fundou o regime imperial foi decidida em uma batalha no mar, a que se realizou
em Ácio ou Actium, entre as esquadras de Otávio, comandadas por Agripa, e de Antônio, que contava com a participação de
Cleópatra e de navios egípcios. Em 31 a.C. Otávio conseguiu derrotar seus rivais, recebendo do Senado os títulos de Princeps
(primeiro cidadão) e Imperator (o supremo), arrogando para si o título de Augustus (divino). Concentrando os poderes em suas
mãos e realizando uma série de reformas. Otávio inaugurou o Império Romano.
Augusto não fechou os olhos às lições dos acontecimentos. Logo que outros cuidados o permitiram, estabeleceu
esquadras permanentes, tanto para consolidar seu poder como para garantir os comboios de trigo necessários à alimentação
da Itália. Na época de Augusto, as principais esquadras romanas tinham base em Ravenna e Misenum. Havia, além do mais,
espalhados pelo Império, esquadrões em Fórum Julei, Bocas do Orontes, Alexandria, Parpathus (entre Creta e Rodes), Aquiléia
(mar Adriático), no mar Negro e na Grã-Bretanha. Flotilhas fluviais estacionavam no Reno, no Danúbio e até no Eufrates. Devido
aos duradouros distúrbios civis, a pirataria tornou-se uma atividade esporádica; muitos desses bandidos, dálmatas ou sicilianos,
alistaram-se no serviço do Império, e a segurança do mar foi restabelecida e não foi perturbada durante dois séculos, salvo em
certas partes do Euxino (mar Negro), onde Roma tinha poucos interesses.
O controle do Mediterrâneo (Mare Nostrum, como passou a ser chamado pelos romanos após a abertura feita a partir
da destituição de Cartago) permitiu a Roma dispor durante séculos de uma grande rota central entre suas províncias e,
transportando suas legiões por essa via, realizar concentrações de forças, rápidas para a época, nos pontos mais importantes.
As rotas marítimas favoreceram os deslocamentos estratégicos, que por seu turno asseguravam a grandeza e o poderio de
Roma. Foi o período da Pax Romana, um período em que Roma realmente esteve acima das outras nações.

A partir do século III da era cristã, a


civilização romana entra em crise,
caracterizando assim o Baixo Império. A
expansão territorial, base de toda a riqueza e
estabilidade política e social do império, foi-se
esgotando. Esse esgotamento ocorreu em
virtude, entre outras coisas, da própria
dimensão territorial alcançada, da pressão dos
povos dominados e vizinhos, e da distância,
custos e inviabilidade de novas anexações, na
medida em que surgiam obstáculos naturais
detendo os romanos, desde os desertos da
África e do Oriente Médio até as florestas do
Europa Central.

O Império Romano em seu apogeu

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A interrupção da expansão territorial para a manutenção e o fortalecimento das fronteiras levou à escassez de mão-de-
obra. Na medida em que novos escravos não eram capturados, entrou em crise a economia escravista romana. Ao mesmo
tempo os custos das estruturas imperiais, como as militares e administrativas, continuavam exaurindo o poderio romano,
reativando disputas entre chefes militares e acelerando a crise imperial. Paralelamente, crescia em meio à população cativa a
adesão a uma nova crença: o cristianismo, que surgira durante o governo de Otávio Augusto e logo passou a se expandir dentro
das fronteiras do império.
O espiritualismo cristão, isto é, a crença na vida após a morte, chocava-se com a tradicional religião romana - inspirada
na grega, essencialmente prática e ligada à obtenção de vantagens concretas e imediatas.
Para os escravos, o espiritualismo cristão e seu caráter ético era consolador e carregado de esperanças: para os bons
cristãos, uma vida melhor após a morte (no paraíso) e, para os maus ou para os pagãos, o contrário (uma vida eterna no
inferno). Em última análise, o cristianismo oferecia para os escravos uma alternativa, ainda que após a morte. Sendo universal,
contrária à violência, rejeitando a divindade do imperador, bem como a estrutura hierarquizada e militarizada do império, a
nova religião passou a ter um caráter subversivo para a estrutura política romana. Na medida em que o colapso econômico
rondava o império criando miséria, cada vez mais homens livres se convertiam ao cristianismo, que era a única religião a
oferecer vantagens após a morte, diante da falta de perspectivas.
Em meio à decadência, o Estado romano passou a intervir cada vez mais na vida econômica e social, tratava-se de salvar
o Império, e, nesse processo, destacam-se os imperadores:
Diocleciano (284-305): criou o Édito Máximo, fixando os preços das mercadorias e salários, numa tentativa de combater
a crescente inflação. Não teve sucesso, tendo gerado apenas problemas de abastecimento. Do ponto de vista administrativo,
criou a tetrarquia, dividindo o império entre quatro generais.
Constantino (313-337): por meio do Édito de Milão, declarou a liberdade de culto aos cristãos, encerrando a violenta
perseguição que lhes era impingida. Estabeleceu também uma segunda capital para o império, em Constantinopla, a leste e
junto ao mar Negro, numa parte do império menos atingida pela crise do escravismo.
Teodósio (378-395): transformou o cristianismo em religião oficial do império (Édito de Tessalônica), nomeando-se
chefe da religião organizada. Dividiu o Império Romano em duas partes: do Ocidente (com capital em Roma) e do Oriente (com
capital em Constantinopla).
No governo de Teodósio, um novo problema agravou a situação já
caótica de Roma: a intensificação da penetração dos bárbaros. Inicialmente
recebidos no império como trabalhadores agrícolas, muitas vezes arrendando
vastas extensões de terras antes cultivadas por escravos, a entrada dos
bárbaros no império logo se transformou em invasão. De fato, no ano de 476,
os hérulos invadiram e saquearam a cidade de Roma, derrubando o último
imperador, Rômulo Augusto, e decretando o fim do Império Romano, ao
menos em sua parte ocidental.
As invasões bárbaras, contudo, longe de serem a causa única da queda do império, foram mais um sintoma de sua
crescente debilidade. Na realidade, o império, enfraquecido economicamente pela crise do escravismo, por sua vez acelerada
pela expansão do cristianismo, não teve condições de se defender de ataques externos.
Durante todo o decurso das guerras da República e do Império, a possibilidade de apoio marítimo constituiu um fator
de segurança e de recursos importantes, enquanto as dificuldades eram maiores nas regiões periféricas afastadas das costas,
onde as comunicações eram mais penosas e vulneráveis.
A evolução de Roma tal como a do Egito, mostra a importância crescente do Mediterrâneo na história de um povo que
se desenvolveu originalmente longe dos mares, mas que por fim ficou na estreita dependência, sob o ponto de vista econômico,
militar e político, das rotas marítimas.

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CAPÍTULO II

A IDADE MÉDIA

1) O que é Idade Média:


Médio é uma palavra que usamos para designar algo que está no meio, que exprime uma posição intermediária entre
um ponto e outro. Na periodização eurocêntrica estabelecida no século XVIII, a Idade Média estaria no meio da história, entre
a Idade Antiga e a Idade Moderna. Assim, o período de aproximadamente mil anos que vai convencionalmente da queda de
Roma (Império Romano do Ocidente), após a ocupação pelos hérulos em 476, até a tomada de Constantinopla (Império
Romano do Oriente) pelos turco-otomanos em 1453, foi chamado de Idade Média.
Entre os séculos XIV e XVI, generalizou-se na Europa uma série de movimentos artísticos e científicos que tinham em
comum o rompimento com valores do período anterior e a recuperação de outros inspirados na Grécia e Roma antigas. Estes
movimentos receberam o nome de Renascimento, exibindo a ideia embutida de que na Idade Média a ciência e as artes haviam
praticamente sucumbido sob a força do dogmatismo religioso.
Os renascentistas foram geralmente vistos como continuadores dos ideais científicos, artísticos e estéticos das
civilizações clássicas. Era como se houvesse um grande intervalo entre os antigos gregos e romanos e os renascentistas de
então. Esse intervalo, esse "meio", sob o prisma de um único processo de avanço da humanidade, acabou recebendo o nome
de Idade Média.
Da mesma maneira que não se pode considerar aceitável a ideia de que entre 476 e 1453 o mundo ficou coberto por
um manto de trevas culturais, também é distorcida a ideia de que todo o mundo teria passado pelas mesmas situações que a
Europa. É preciso lembrar que a Idade Média é uma periodização que está circunscrita ao continente europeu e não a toda
humanidade.

2) O Império Bizantino:
O colapso do Império Romano do Ocidente não foi acompanhado no Oriente. Pelo contrário, o império estabelecido
em Constantinopla sobreviveu às invasões bárbaras e perduraria por todo o período medieval. A partir da cidade de
Constantinopla (a antiga Bizâncio dos gregos, hoje Istambul na Turquia) o império Romano do Oriente desenvolveu um amplo
comércio e detinha uma rica agricultura, obtinha lucros nas suas relações com o Ocidente e foi menos atingido pela crise do
escravismo.
Em termos políticos, a autoridade máxima do Império Bizantino era o imperador, ao mesmo tempo chefe do exército
e da Igreja. Era auxiliado por vasta burocracia, elemento central das estruturas políticas imperiais.
O principal imperador bizantino foi Justiniano (527-565 d.C.), responsável pela temporária reconquista de grande
parte do Império Romano do Ocidente, incluindo a própria cidade de Roma. Seu maior legado, na verdade, foi a compilação
das leis romanas do século II, o Corpus Júris Civilis (Corpo do Direito Civil), uma revisão e atualização do direito romano que
serviu de base para os códigos civis de diversas nações na atualidade. O Codex Justinianus foi redigido por uma comissão de
dez juristas e era composto das constituições imperiais, da compilação de normas jurídicas (chamada Digesto ou Pandectas),
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de um resumo para os estudantes de direito (chamado Institutas) e de novas leis para solucionar controvérsias jurídicas
(chamadas Novelas ou Autênticas).
Além disso, Justiniano procedeu à construção da catedral de Santa Sofia, monumento arquitetônico no estilo
bizantino, voltado para a expressão da fé cristã, com suas abóbadas e mosaicos.
No auge do governo Justiniano, no século VI, seguiu-se um longo período de decadência, com alguns poucos intervalos
de recuperação, culminando, no final, na queda definitiva do Império Bizantino em 1453, quando os turco-otomanos tomaram
Constantinopla. Dos séculos VI ao VIII, sucederam-se crescentes pressões nas fronteiras orientais do Império Bizantino, bem
como sobre seus domínios no Ocidente, acentuando os gastos com guerras e as dificuldades econômicas e administrativas,
num progressivo encolhimento do território imperial.
Durante a Baixa Idade Média (séculos X ao XV), além das pressões de povos e impérios nas suas fronteiras orientais e
perdas de territórios, o Império Bizantino foi alvo da retomada expansionista ocidental, a exemplo das Cruzadas (especialmente
da quarta cruzada, como veremos). O predomínio econômico das cidades italianas naquele momento de avanço ocidental
ampliou o enfraquecimento bizantino. Com a expansão dos turco-otomanos no século XIV, tomando os Bálcãs e a Ásia Menor,
o império acabou reduzido à cidade de Constantinopla. Com a queda em 1453, os turcos transformaram-na em sua capital,
passando a chamá-la Istambul, como é conhecida até hoje.
O cristianismo predominou na parte oriental do império, embora tenha se desenvolvido de forma peculiar em
comparação ao Ocidente. Em Istambul, manteve-se muito da estrutura governamental herdada de Roma e, pouco a pouco, o
imperador passou a ser considerado também o principal chefe da Igreja. Enquanto isso, no Ocidente, em meio à crise final do
Baixo Império, o bispo de Roma, com apoio do imperador, era elevado à chefia de toda a Igreja (455), tornando-se o primeiro
papa da cristandade com o nome de Leão I.
Contudo, apesar de preservar as tradições jurídicas e administrativas romanas, os bizantinos sofreram clara influência
helênica. Adotaram o grego como idioma oficial no século III, mantiveram contato constante com povos asiáticos, além de
vivenciarem a invasão persa e o posterior assédio árabe.
Esses elementos imprimiram-lhes certas características, como o desprezo por imagens - de Cristo, da Virgem ou de
santos, denominados ícones -, que levaria os bizantinos a um movimento de destruição conhecido por iconoclastia.
Questionando os dogmas cristãos pregados pelo clero que seguia o papa de Roma, deram origem a algumas heresias (correntes
doutrinárias discordantes da interpretação cristã tradicional).
Tal panorama de tensões, alimentadas pelas diferenças entre Oriente e Ocidente, e as inevitáveis disputas pelo poder
entre o papa e o imperador culminaram na divisão da igreja, em 1054, criando uma cristandade oriental, chefiada pelo
imperador e sediada em Constantinopla (Igreja Ortodoxa), e uma ocidental, sob o comando do papa, sediada em Roma (Igreja
Católica Apostólica). Esse episódio recebeu o nome de Cisma do Oriente e consolidou as diferenças entre tradições e forma de
organização do culto de cada uma das igrejas.

3) O Império Árabe:
A península Arábica apresenta-se com o uma região desértica e com poucas áreas propícias ao estabelecimento de
núcleos de povoamento permanente (oásis e partes litorâneas). Seus primeiros habitantes foram tribos de nômades do
deserto, os beduínos.
Por volta do século VI, mais de 300 tribos de origem semita habitavam a região, incluindo as tribos urbanas, que
ocupavam a faixa costeira do mar Vermelho e do sul da península, de melhores condições climáticas e maior fertilidade do
solo. Concentravam-se principalmente em Meca, sua principal cidade, e na cidade de Iatreb.
A importância de Meca era decorrente de seu valor comercial e religioso, uma vez que lá se encontra a Caaba,
santuário em que se depositavam as imagens dos diversos ídolos representando os deuses das tribos árabes (hoje a Caaba tem
outra representação). A tribo dos coraixitas possuía grande poder e prestígio e controlava a cidade de Meca.
Nascido em 570 e membro da tribo coraixita, apesar de oriundo de família humilde, Maomé passou a pregar uma
nova fé após anos de meditação e peregrinação. Reunindo elementos judaicos e cristãos no Corão, livro sagrado escrito após
a morte do profeta, o islamismo pregava a existência de um deus único, Alá (aos mesmos moldes do Cristianismo – Deus – e
do Judaísmo – Javé).
Maomé condenava a peregrinação das tribos até Meca para idolatrar os vários deuses (politeísmo) representados na
Caaba (tenda central usada como uma espécie de santuário ou altar). Sentindo-se ameaçados, os coraixitas repudiaram a nova
religião e expulsaram Maomé e seus seguidores para a cidade vizinha de Iatreb (que teve seu nome mudado para Medina, que
quer dizer “a cidade do profeta"). Essa fuga caracterizou a Hégira, em 622, que deu início ao calendário muçulmano.
Bem recebido em Iatreb, o profeta conseguiu o apoio dos comerciantes locais e a ajuda dos beduínos como soldados
para conquistar Meca. Em pouco tempo, todos os povos árabes da península converteram-se ao islamismo, o que os unificou.
Após a morte do profeta, em 632, a expansão religiosa prosseguiu, agora no contexto da djihad (guerra santa), visando
a conversão dos infiéis, ou seja, daqueles que não seguem o islamismo (corrente filosófica do Islã). Nesse momento o poder
passou para as mãos dos califas, herdeiros de Maomé, agora chefes religiosos e políticos.

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O Império Islâmico que se formava avançou primeiramente sobre os vizinhos territórios bizantinos e persas. Durante
a dinastia Omíada (661-750), contudo, os árabes avançaram também para o Ocidente, tomando o norte da África e chegando
à península Ibérica. O avanço árabe em direção à Europa Ocidental só foi barrado na batalha de Poitiers (732), quando árabes
e francos se enfrentaram.
Contidos a oeste, não desistiram os árabes de tentar o prosseguimento de sua expansão a leste, onde um grande
obstáculo se opunha a seus propósitos: a cidade de Constantinopla, baluarte do Império Romano do Oriente. Nas lutas pela
conquista de Constantinopla, são vistas grandes campanhas navais decisivas na sorte da Europa Oriental. Diversas investidas
fizeram os maometanos por mar e por terra, até que a invenção do fogo grego33, aparecido em 677, no quarto ano de sítio que
sofria a capital oriental, permitiu ao Imperador Constantino IV, conhecendo as possibilidades da nova arma, empregá-la com
pleno êxito contra seus inimigos, destruindo a esquadra árabe junto ao mar de Mármara.
Sitiada ainda diversas vezes no correr dos séculos seguintes por árabes e turcos, Constantinopla sustentou a luta e
permaneceu fora do alcance dos estrangeiros que pretendiam dominá-la.
Ela, contudo, que salvara a civilização cristã do Ocidente, obstando o avanço de seus inimigos, veio a ser, por ironia
da História, pilhada barbaramente pela quarta cruzada (cristã), de 1204. Finalmente, fraca em terra e no mar, Constantinopla
caiu em mãos dos turcos, em 1453.
A unidade do império foi quebrada sob a dinastia Abássida, que substituiu a Omíada em 750, possibilitando o advento
de califados independentes, sediados em grandes cidades como Bagdá (Iraque), Córdoba (Espanha) e Cairo (Egito).
A perda da unidade política foi acompanhada da desagregação religiosa, com o surgimento de duas seitas principais:
a dos sunitas e a dos xiitas. Os primeiros fundavam sua crença no Suna, livro que continha os ditos e feitos de Maomé;
acreditavam na livre escolha dos chefes políticos pela comunidade de crentes. Os xiitas, por sua vez, defendiam que o poder
político e religioso deveria concentrar-se nas mãos de uma única pessoa, que descendesse do profeta Maomé, tornando
absoluto o poder do Estado.
As ações dos povos árabes tiveram consequências muito além de seu próprio império. A expansão pela bacia do
Mediterrâneo, o controle que obtiveram sobre a região e as constantes incursões realizadas no litoral sul da Europa intensificou
na Europa Ocidental a decadência comercial e a ruralização.

4) Os Reinos Bárbaros:
A queda de Roma em 476 marcou o fim do Império Romano do Ocidente e, para muitos historiadores europeus e
ocidentais, inaugurou a Idade Média. Na Europa Ocidental esse período foi marcado pela consolidação do modo feudal de
produção, em substituição ao escravismo greco-romano.
As invasões bárbaras, que marcaram o final do Império Romano, não se encerraram em 476, pelo contrário,
continuaram ocorrendo durante boa parte da Alta Idade Média. Desde o século VII, foram seguidas pelas invasões dos árabes
no sul e sudoeste, pelos vikings no Norte e outros povos vindos do Leste. São as invasões e o estado de guerra constante na
Europa que nos permitem compreender a estrutura econômica e social do feudalismo.
O contato da Europa Ocidental com os povos invasores não só foi responsável pela derrubada do Império Romano
como também substituiu a unidade pela diversidade cultural. A fragmentação político-cultural nos antigos domínios romanos
acarretou o surgimento de vários reinos bárbaros, além da substituição do latim pela mescla com outras línguas.
A ruralização passou a caracterizar a Europa medieval. De fato, desde o final do Império Romano, as cidades vinham
sendo abandonadas devido a invasões e saques. Por outro lado, a falta de mão-de-obra escrava atraía vastos contingentes de
trabalhadores para o campo. Sob a condição de servos nas terras que lhes eram arrendadas, o movimento dessa população
marcava a volta para uma economia rural de subsistência.
Devido à instabilidade causada pelas guerras, com a concentração da população em comunidades rurais isoladas, o
comércio entrou em franca decadência, assim como a utilização de moedas. Com o intuito de se protegerem da agressão
externa, construíram-se residências fortificadas dos senhores e castelos, tendo nas proximidades as comunidades rurais.
Ao mesmo tempo, ocorria o fortalecimento do cristianismo, pouco a pouco se impondo à nova sociedade em
formação. Vários reinos bárbaros converteram-se à doutrina cristã, destacando-se entre eles o dos francos.

5) O Reino Cristão dos Francos:


Desde o século II os francos vinham pressionando as fronteiras do Império Romano, até se estabelecerem na região
da Gália, atual França. O domínio sobre toda a Gália foi possível graças à conversão ao cristianismo de Clóvis, neto do herói
franco Meroveu, em 496. Contando com o apoio da Igreja, Clóvis organizou o reino franco e consolidou a dinastia merovíngia.

33
O fogo grego era mistura altamente inflamável, que resistia até mesmo à ação da água e que aderia fortemente à madeira
das embarcações em que caía. Sua composição é desconhecida até hoje, mas parece que alcatrão e enxofre dela faziam parte,
assim como salitre, o que agregava oxigênio a mistura, fazendo-a arder até embaixo d’água.
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A ideia de Estado e bem público desapareceu junto com o Império Romano, passando a terra a ser distribuída entre o
clero e a nobreza, como recompensa por serviços prestados. A figura do rei tornava-se, assim, bastante frágil entre os francos,
submetida ao poder dos proprietários de terra.
A pouca autoridade dos reis do período valeu-lhes o título de "reis indolentes", que tinham suas funções normalmente
delegadas ao “major domus”, espécie de primeiro-ministro. O mais importante deles foi Carlos Martel, que comandou os
francos na batalha de Poitiers (732), derrotando os árabes e interrompendo sua expansão em direção ao centro do continente.
Em 751, o filho de Carlos Martel, Pepino “o Breve”, contando com o apoio papal, depôs o último soberano merovíngio.
Iniciou-se uma nova dinastia, a Carolíngia. Pelo apoio recebido, Pepino cedeu ao papa grande extensão de terra no centro da
península Itálica. Passando para a administração direta da Igreja, sob o nome de Patrimônio de São Pedro, esse território
constituiu o embrião do atual Estado do Vaticano.
Carlos Magno, filho de Pepino, assumiu o trono em 768, fundando o Império Carolíngio, período de maior poder dos
francos na Alta Idade Média. Além de doar as terras adquiridas nas guerras de conquista à nobreza e ao clero, em troca de
lealdade, dividiu o território sob seu controle em condados e marcas34.
Os administradores dessas áreas eram nomeados pelo imperador e fiscalizados por um corpo de funcionários
chamados missi dominici (emissários do senhor). Dessa forma, Carlos Magno podia controlar um vasto território, fazendo valer
as suas leis, as chamadas Capitulares, primeiras leis escritas do ocidente medieval.
O título de imperador do novo Império Romano do Ocidente foi concedido a Carlos Magno pelo papa Leão III no ano
800. O mandatário da Igreja via na ampliação do reino franco uma possibilidade de expansão do cristianismo e o retorno à
própria concepção de império, desaparecida desde a queda de Roma, no qual o poder imperial seria o anteparo da Igreja.
Carlos Magno foi responsável, portanto, por uma experiência centralizadora durante a conturbada Alta Idade Média.
O êxito administrativo de Carlos Magno foi acompanhado por significativo desenvolvimento cultural, estimulado pelo
próprio imperador. O latim caíra em desuso com os povos germanos, e a língua escrita entrara em decadência (Pepino era
analfabeto e o próprio Carlos Magno limitava-se a rabiscar seu nome).
Entretanto, o chamado Renascimento Carolíngio mudou esse quadro, ainda que temporariamente. Escolas foram
fundadas, o ensino estimulado e várias obras da Antiguidade greco-romana preservadas, graças principalmente à atuação da
Igreja, que logo teria quase o monopólio da cultura no continente europeu.
O Império Carolíngio, porém, não sobreviveu à morte de Carlos Magno, em 814. Hordas invasoras - vikings da
Escandinávia, magiares do Leste europeu e novas incursões árabes a partir do Mediterrâneo, aliadas às disputas sucessórias -
levaram ao fim a efêmera unidade territorial.
Luís, o Piedoso, filho de Carlos Magno, herdou o império e o governou até 841. Seus filhos, pelo tratado de Verdun
(843), fizeram a partilha do império e aceleraram sua derrocada. Condes, marqueses e outros nobres passaram a ter crescente
importância, fortalecendo a tendência à descentralização. Consolidava-se, nesse contexto, o feudalismo.

6) O Navio de Guerra Medieval:


Todas as lutas no mar durante a Idade Média eram realizadas a bordo de navios a remo. Na Alta Idade Média 35 um
tipo de navio comumente empregado foi o drômon, palavra significando “navio rápido” ou “navio corredor”. Tinha duas ordens
de remos, conduzindo uma tripulação de cerca de 300 homens; “no meio desse navio elevava-se um grande castelo construído
com traves e com seteiras para os arqueiros. No castelo de proa elevava-se uma espécie de pequena torre, talvez giratória, da
qual, desde a invenção do fogo grego, certos tubos, que eram uma espécie de canhões primitivos, lançavam uma substância
inflamada sobre os conveses do adversário. O drômon tinha dois mastros de velas latinas36 e 30 a 40 remos em cada bordo”.
Tanto os cristãos como os árabes combatiam com esse tipo de navio.
O navio a remos ainda foi amplamente usado no mar Mediterrâneo para fins militares. Depois da invenção do canhão,
este foi adaptado à proa das galeras, de modo a atingir o inimigo pela frente, durante a aproximação das esquadras. De outra
forma não podia ser, aliás, já que os bordos eram tomados pelos remos, que compunham o aparelho propulsor dos navios.
Por ocasião das disputas entre a cristandade e os mouros, durante o século XVI, no mar Mediterrâneo, deu-se a última
grande ação entre navios de remos na história naval. Foi a Batalha de Lepanto, travada em 1571, junto à península Helênica,
que resultou em vitória para os cristãos, sem, contudo, grande significação estratégica, já que não foi explorada devidamente.
Embora reduzidos em sua ameaça contra a Europa, os muçulmanos, ainda por muitos anos, mantiveram atividades predatórias
que fustigavam o comércio marítimo mediterrâneo.

34
É desse período que surge os títulos nobiliárquicos de marquês e conde, referentes aos nobres responsáveis pelos territórios
mais extremos do reino, os marcos do território, ou aos condados, regiões politicamente administradas pelo rei.
35
Período que vai do século V ao X, onde todos os meios que caracterizam a Idade Média foram crescentes, como a fragmentação
territorial, social, cultural e econômica, levando ao surgimento de vários pequenos reinos rurais.
36
Velas Latinas, triangulares, diferentes das velas redondas que eram quadrangulares.
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O aparecimento da pólvora veio dar novas dimensões à guerra e criou na mente dos homens pacíficos um grande
temor, muito semelhante, guardada as devidas proporções, com o que hoje se observa em relação às armas nucleares.
A pólvora já era conhecida dos chineses talvez desde a época em que viveu Cristo. Marco Polo conta que viu belos
fogos de artifício na China. Mas sabe-se que, pelo menos uma vez, os chineses empregaram a pólvora na guerra, sob a forma
de foguetes. Foram os árabes que transmitiram aos europeus a fórmula da pólvora. As primeiras armas chamadas de fogo
foram os canhões; só muito depois é que surgiram as armas portáteis. Os foguetes que, como já vimos, foram anteriores aos
canhões, só voltaram a ter importância no século XX.
A invenção do canhão determinou profundas alterações na História e não apenas de caráter militar. Contribuiu para
o fim do feudalismo, já enfraquecido pelas cruzadas, em benefício do poder dos reis, porque estes, apoiados pela burguesia,
tinham mais recursos financeiros para comprar a nova arma. A arma de fogo portátil, então, contribuiu sensivelmente para
diminuir a desigualdade social, porque permitia que “qualquer miserável plebeu abatesse o mais nobre dos cavaleiros”, como
disse, horrorizado, um cronista da época. De fato, o plebeu era o homem que lutava a pé e que pouca chance tinha no combate
contra o nobre pesadamente armado a cavalo, até então.
Na marinha, o canhão forçou lentamente o abandono do navio a remos que, embora mais manobreiro que o navio a
vela, não podia conduzir o mesmo número de canhões que este.

7) Guerra e Comércio na Idade Média:


Durante toda a Idade Média, o comércio marítimo intensificou-se no Mediterrâneo, tendo como principais
intermediários as cidades italianas, verdadeiras potências mercantis e financeiras da Europa. Elas mantinham grandes frotas
comerciais, realizando as trocas através de entendimentos com os árabes, já que as mercadorias orientais, de grande aceitação
na Europa, antes de chegarem às margens mediterrâneas passavam pelas terras do Oriente. Mesmo após a descoberta da rota
marítima para o Oriente, contornando o continente africano, o comércio mediterrâneo se manteve, embora em declínio,
constituindo grande preocupação para Veneza e outras cidades italianas que o monopolizavam.
No Atlântico, os empreendimentos náuticos foram de caráter diverso. Durante a Idade Média já se realizavam viagens
costeiras entre o mar Mediterrâneo e o norte da Europa, com fins comerciais. A Guerra dos Cem Anos ativou particularmente
esse comércio marítimo, em face da conflagração nos territórios continentais. A Inglaterra, sempre notável pela maneira de
resolver seus problemas, apresentou um sistema interessante para o emprego dos navios. Havia um acordo entre o rei e os
armadores, pelo qual estes cediam seus navios ao governo em caso de necessidade, para que servissem como navios de guerra.
Para isso, os navios mercantes sofriam uma pequena alteração. Na proa e na popa construíam-se armações de madeira, no
formato de torres, destinadas a abrigar os soldados embarcados caso o navio fosse abordado, para que dali pudessem
prosseguir no combate. Isso porque a tática naval da Idade Média, mesmo para navios a pano, como era o caso dos que
navegavam no Atlântico, era a abordagem. As manobras eram no sentido de aproximar os navios para permitir essa
abordagem.
O pouco poder ofensivo dos primitivos canhões impunha que essa arma fosse empregada contra o homem e não
contra o material, já que neste não faria dano considerável. Geralmente, a tripulação vencida era jogada pela borda. Sendo
fracos em seu poder ofensivo, esses canhões navais primitivos eram chamados de mens killers, por só causarem dano forte
nos homens. Só mais tarde, aperfeiçoando-se os canhões navais e aumentando-se seus tamanho e poder, eles foram chamados
de ship killers, porque danificavam os navios fortemente. Com o tempo, verificou-se que as tais armações construídas na proa
e na popa dos navios mercantes, para abrigar soldados no caso de abordagem, eram úteis mesmo em tempo de paz, pois
facilitavam a defesa do navio contra piratas. Com isso, os navios mercantes passaram a manter essa adaptação em caráter
permanente. O que deu origem aos castelos de proa e de popa dos navios, que ainda hoje se veem na arquitetura naval.
Essa integração entre marinha de guerra e marinha mercante foi significativa, pois não podemos compreendê-las
isoladamente. E a Inglaterra, que mais tarde dominou os mares, só organizou sua marinha de guerra como força militar
independente e regular no reinado de Henrique VIII (1509-1547), já no século XVI. Daí em diante, sempre no interesse da
expansão de seu comércio marítimo e de suas atividades coloniais, os ingleses fizeram crescer proporcionalmente sua Royal
Navy, até vê-la a maior e a mais poderosa do mundo.

8) A Civilização Viking:
Embora viking signifique guerreiro, os vikings eram povos das enseadas abundantes tanto na Dinamarca, país de
planícies arenosas, através das quais se desenhavam tortuosos canais marítimos, como na Noruega, pátria dos “fiordes”
(gargantas escarpadas que levam as ondas até o coração dos montes, em alguns pontos por centenas de milhas).
Ao longo do curso sinuoso desses fiordes, um pedaço de terra fértil entre o precipício e o estuário dava lugar a campos
de trigo e a um grupo de casinhas de madeira. Próximo, uma encosta alcantilada trazia a espessa floresta até a borda da água,
atraindo o lenhador e o construtor de barcos.

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Ao cimo de tudo, os cordões nus das montanhas erguiam-se até os campos gelados e os cumes glaciais, dividindo os
povoados dos fiordes uns dos outros, como pequeninos reinos, atrasando por séculos a união política da Noruega e lançando
os habitantes, intrépidos para o mar, em busca de alimento e de fortuna.
Traficantes de peles, caçadores de baleias, pescadores, mercadores, piratas e ao mesmo tempo assíduos cultivadores
do solo, os escandinavos sempre foram um povo anfíbio. Desde a ocupação de sua terra, em data indeterminada da Idade da
Pedra, o mar fora sempre o seu caminho de povoado para povoado e o único meio de comunicação com o mundo exterior.
Até o fim do século VIII, a área da pirataria dos vikings confinara-se principalmente às costas do mar Báltico. Tinham-se
contentado eles em se saquearem reciprocamente e aos vizinhos mais próximos, mas no tempo dos romanos já infestavam as
costas da Gália Belga (Bélgica) e da Bretanha (Inglaterra). Ao que consta, só na época de Carlos Magno começaram a atravessar
o oceano e a atacar os países cristãos do Ocidente. Foram necessários séculos de experiências e sem dúvida inúmeros
naufrágios para que os vikings aprendessem a conhecer as etapas e as épocas mais favoráveis para a navegação. Pouco a pouco
eles aprenderam a passar de ilha em ilha aproveitando o bom tempo e a construir navios maiores.
Desde o fim do século VIII ou começo do IX, quando seus exércitos e suas frotas aumentaram em número e em
importância, as expedições vikings alongaram-se. Essas expedições regularizaram-se em seguida, cada burgo fornecendo um
número determinado de navios. O sucesso das primeiras expedições de grande envergadura e o superpovoamento relativo do
Norte contribuiu, assim, em grande medida, para arrancar homens de seus lares, particularmente em certas regiões, como as
Ilhas dinamarquesas, onde, por força de lei, uma parte do povo devia emigrar desde que o superpovoamento se acentuasse.
A fome, depois de uma má colheita nesses climas inóspitos, por vezes, lançava povoados inteiros em busca de novas
terras, pois os homens do Norte sentiam a falta de águas piscosas e de terras abundantes em caça. O “Caminho dos Cisnes”,
como cantavam em suas canções, fornecia-lhes o que recusava a terra mal cultivada ou estéril ou a pesca insuficiente para
remediar a fome. Tornando-se mais audaciosos nas suas navegações, empreenderam viagens que, mesmo depois da agulha
magnética, foram apenas renovadas.
Foram três as rotas básicas escandinavas de imigração durante a era viking:
- Primeiro, a rota Oriental que penetrou no coração dos territórios eslavos foi seguida principalmente pelos suecos,
até Novgorod e Kiew, fundando o primeiro Estado russo e daí descendo pelo rio Dnieper abaixo para atravessar o mar Negro
e importunar as muralhas de Constantinopla.
As outras duas rotas desenhavam-se ao Ocidente:
- Havia a rota seguida principalmente pelos noruegueses, a qual poderemos chamar de linha exterior ou Ocidental
Externa: levava às mais aventurosas viagens marítimas, ao povoamento da Islândia e da Groenlândia, à descoberta da América
do Norte; conduzia às Orkneys, Caithness, Ross, Galloway e Dunfries, onde grandes colônias escandinavas trouxeram o primeiro
elemento nórdico à vida das Higlands e do sudoeste da Escócia. Foram ainda os noruegueses que conquistaram as Hébridas, a
oeste da Escócia, e descobriram trinta e cinco ilhas que chamaram de Faroe. O Mainland e as quarenta e cinco ilhas que a
cercaram, ilhas famosas pela pesca do arenque, foram também descobertas pelos vikings. Por essa linha exterior, vieram se
estabelecer importantes colônias norueguesas em Cumberland, Westmoreland, Lancashire, Cheshire e na costa da Gales do
Sul. A Irlanda foi durante algum tempo invadida, e Dublin, Cork, Limerick, Wicklow e Waterford foram fundadas como cidades
dinamarquesas. Enquanto os suecos dirigiam-se para a Rússia e para a Ásia, os noruegueses descobriam a rota para a Irlanda
pelo norte da Escócia e, mesmo fazendo escala na Groenlândia, foram até a América procurar peles.
- Os dinamarqueses tinham escolhida rota interior ou Ocidental Interna que, mais próxima de seu país, conduzia às
costas da Escócia, da Northumbria e da Neustria.
É em 787 que pela primeira vez a crônica anglo-saxônica descreve a chegada à Inglaterra de três navios de homens do
Norte, vindos do país dos ladrões. A partir do ano de 793, as curtas notas anuais das crônicas contêm, quase todas, referências
a alguma incursão dos pagãos. Ora eles pilhavam um convento e massacravam os monges, ora as hordas pagãs espalhavam a
devastação entre os Northumbrios. Pouco a pouco a importância das frotas inimigas cresceu. Em 851, pela primeira vez os
pagãos passaram o inverno na ilha de Thanet; no mesmo ano, trezentos de seus barcos vieram à embocadura do Tamisa, e
suas guarnições tomaram de assalto Cantuária e Londres.
Lentamente, durante cinquenta anos ou mais, antes que o movimento atinja seu zênite, toda a Noruega e toda a
Dinamarca despertam para a verdade de que não havia poder marítimo a defender as Ilhas Britânicas ou o famoso Império
Carolíngio, que os anglo-saxões e os francos eram gente terrestre e que os irlandeses utilizavam pequenos barcos de couro. O
mundo estava assim exposto ao poder marítimo viking.
Nos anos seguintes, os pagãos foram chamados por seu nome real, dinamarqueses, e as crônicas referem-se aos
movimentos dos exércitos, fortes, às vezes de dez mil homens. Bem equipados, bem armados, muito hábeis em construir
campos fortificados, obedecendo cegamente aos reis do mar, seus chefes, os vikings, guarneciam, em grupos de sessenta a
setenta homens, os seus navios de guerra de sólida construção, as drakkas 37, e desembarcavam em locais de onde pudessem

37
As embarcações vikings de comércio eram conhecidas como Knnors. Durante a história desse povo eles desenvolveram várias
embarcações, com características diferentes e próprias ao emprego a que se destinavam, no entanto, as embarcações clássicas,
as Drakkas ou Drakars, é que foram demonstradas nos épicos difundidos pelos cinemas no mundo.
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enfrentar com êxito a reação dos habitantes do país invadido. Foi assim que Noirmontiers tornou-se sua base no litoral da
França, Thanet no da Inglaterra e a ilha de Man no mar da Irlanda. Os que operavam na França vinham, sobretudo, da
Dinamarca, reunidos em pequenas flotilhas que perlongavam a costa. Subiam os rios, saqueavam as igrejas e destruíam as
cidades, ou para poupar o país, faziam-se pagar um resgate calculado em libras de prata. Os primeiros bandos haviam aparecido
antes dos fins do reinado de Carlos Magno, mas, depois dos meados do século IX, esses invasores estabeleceram-se com suas
famílias em campos entrincheirados junto à embocadura dos rios, de onde em todas as primaveras partiam para agir no
interior. Além da ilha Noirmontiers, os normandos instalaram-se na foz do rio Sena e subiram o rio Garona, saqueando as
cidades. Até cerca de 860, entretanto, ocuparam na França apenas em pontos da costa e algumas ilhas, fazendo
ocasionalmente expedições de saque pelo interior. Depois, as expedições transformaram-se em verdadeiras migrações. Nos
anos seguintes, os normandos embrenharam-se pelo interior da França, devastando uma enorme região e chegando mesmo
a sitiar Paris em 886.
Os vikings que seguiam a linha exterior e os que seguiam a linha interior muitas vezes se cruzavam no caminho.
Encontravam-se dinamarqueses e noruegueses na Normandia, no sul da Irlanda e no norte da Inglaterra, e ambos penetravam
indiferentemente na Hispânia, no Mediterrâneo e no Levante.
Toda essa espantosa exploração, que tocou a costa norte-americana cinco séculos antes de Colombo, esse habitual e
quase diário desafio das tempestades da Costa Wratch e das Hébridas, foi levado a cabo em longos barcos descobertos,
impelidos a remos e manobrados pelos próprios guerreiros com o auxílio de uma única vela.
A coragem e a perícia naval de marinheiros, que se aventuraram em tais barcos a empreender tais viagens, nunca
foram ultrapassadas na história marítima. Muitas vezes pagaram pela sua ousadia. O Wessex, no tempo do rei Alfredo, salvou-
se uma vez graças ao naufrágio de uma esquadra inteira, quando uma tempestade lançou cento e vinte galés dinamarquesas
contra os penhascos de Swanage.
Em quase todas as regiões em que dominaram pelas armas, os vikings acabaram assimilados pelas populações
vencidas. Na Grã-Bretanha, os dinamarqueses e noruegueses ou foram repelidos ou fundiram-se com os anglo-saxões com o
decorrer dos anos. Na Franca, não são bem conhecidas as circunstâncias segundo as quais o rei dinamarquês Rollon obteve o
território que veio a constituir o Ducado da Normandia. Estabelecidos nos férteis campos da Franca, pouco a pouco os
normandos perderam os hábitos violentos é adotaram a língua e a cultura francesa.
Nos séculos que se seguiram, o espírito aventureiro dos descendentes dos vikings os levou a participarem de muitas
empresas guerreiras, tais como a conquista da Inglaterra em 1066 por Guilherme “o Conquistador”, a expulsão dos árabes do
sul da Itália e da Sicília, e as Cruzadas.
Em poucas gerações, contudo, os normandos mudaram radicalmente seus hábitos antigos, e a Normandia converteu-
se numa região conhecida tanto pela excelência de seus rebanhos e de seus pomares quanto pela fama de seus marinheiros e
pescadores.
Em síntese, a história dos nórdicos é um flagrante exemplo da influência da geografia na evolução de um povo. Talvez
mais ainda que nas histórias grega e fenícia, a natureza especial das regiões escandinavas explique a epopeia viking.

9) A Crise da Idade Média:


A estrutura econômica, social, política e cultural que predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média, em
substituição ao escravismo greco-romano, foi chamada de feudalismo e caracterizou o modo de produção do período.
Lembrando que, dentro de certa visão de história (o materialismo histórico), modo de produção significa a forma como se
organiza a produção de riquezas numa sociedade, o que implica um conjunto de relações econômicas, mas também sociais,
políticas e culturais, intimamente ligadas entre si e interferindo umas nas outras. Permite também, em linhas gerais,
caracterizar um determinado período histórico em uma dada região.
As transformações ocorridas no Império Romano do Ocidente, como o êxodo urbano e a ruralização causados pela
crise escravista, foram aceleradas com as invasões bárbaras, resultando na queda do império em 476. A partir daí, e
estendendo-se até o século X, sucedeu, então, um período marcado pelo predomínio da vida rural e ausência ou severa
redução do comércio no continente europeu, denominado Alta Idade Média.
Só a partir do século XI, quando se iniciaram diversas mudanças significativas para a economia feudal, é que as
atividades baseadas no comércio e na vida em cidades, pouco a pouco, ganharam impulso. Essas mudanças deram início ao
período que chamamos de Baixa idade Média, o qual se estendeu até o século XV. Ele é chamado de Baixa Idade Média por ter
sido marcado pelo surgimento dos elementos que desencadeariam a decadência do feudalismo.
As origens de tais mudanças encontram-se no esgotamento do sistema feudal, progressivamente abalado pelas
transformações em curso na Europa, sendo a principal delas o surto demográfico verificado a partir dos séculos X e XI. De fato,
a diminuição progressiva no ritmo das invasões, que caracterizaram praticamente toda a Alta Idade Média, ofereceu a
contrapartida de condições mais estáveis de vida, o que provocou gradativo, mas significativo, aumento de população. Por
volta do século X, estima-se que os índices de natalidade superassem os de mortalidade em toda a Europa.

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A expansão demográfica chocava-se com o imobilismo do sistema feudal, baseado em unidades produtivas
autossuficientes, comumente chamadas de feudos. Cada feudo produzia o bastante para o seu próprio consumo e, devido às
limitações técnicas predominantes, não ocorria o aumento de produtividade necessário para satisfazer à crescente população.
Além da insegurança e das guerras, entre outros fatores, a servidão feudal não era motivadora de intensa inovação
tecnológica, já que aumentar a produção não implicava participar dos frutos (lucros). Na estrutura feudal o aumento da
produtividade quase sempre significava acréscimo na tributação, inibindo o empenho por uma produtividade maior.
Finalmente, o próprio isolamento de cada feudo fazia com que eventuais progressos técnicos tivessem maior dificuldade de
transpor sua própria região.
Alguns setores artesanais, entretanto, sustentaram-se e desenvolveram-se no período, trabalhando para a nobreza e
o alto clero: armeiros, que serviam aos nobres guerreiros, ourives, pintores e construtores, que trabalhavam na edificação de
catedrais e castelos, etc.
Algumas inovações técnicas aplicadas aos trabalhos agrícolas, ainda assim, foram observadas no período, como a
utilização dos arados de ferro no lugar dos de madeira, mais fracos e menos eficientes, e o aperfeiçoamento de moinhos
hidráulicos. Buscou-se ainda expandir as terras cultivadas com o aterramento de pântanos e a derrubada de florestas. A
população, no entanto, continuava a crescer em ritmo mais acelerado que o da produção.
Na medida em que o sistema como um todo não podia mais sustentar o excedente populacional, muitos acabaram
sendo marginalizados e expulsos dos feudos. A marginalização social atingiu não apenas servos como também senhores.
Nobres sem-terra, vítimas do direito de primogenitura, que dava apenas ao filho mais velho as terras e os títulos paternos,
vagavam pela Europa, como cavaleiros andantes38. Ofereciam seus préstimos militares a outros senhores em troca de terras
ou de rendas, derivadas da cobrança de pedágios em estradas e pontes, por exemplo.
Muito mais numerosos e igualmente excluídos, os servos buscavam sobreviver ocultando-se em bosques e
reocupando antigos centros urbanos abandonados. Quando encontrados, eram perseguidos pelos nobres, que não os
admitiam em suas terras saturadas.
Nesse contexto, assiste-se na Baixa Idade Média (período que vai do século X ao século XV) a um crescente
expansionismo: o chamado “Drang Nach Osten”, isto é, a expansão germânica em que cavaleiros alemães (teutônicos), sob o
pretexto da propagação do cristianismo, dirigiram-se para o Oriente, para a atual Rússia, subjugando a região báltica, a
reconquista cristã dos territórios tomados pelos árabes na península Ibérica e o movimento cruzadista, que contou com a
participação de inúmeros cavaleiros de toda a Europa. Era a conquista de novas terras e riquezas para fazer frente ao quadro
de dificuldades que marcava os primeiros séculos da Baixa Idade Média.

10) O Movimento Cruzadista:


As cruzadas foram expedições principalmente militares, organizadas pela Igreja Católica de Roma, com o objetivo de
reconquistar o Santo Sepulcro, em Jerusalém, do domínio muçulmano. Houve também interesses econômicos de cidades-
estados como Gênova e Veneza na obtenção de mercados fornecedores e consumidores dos produtos comercializados pela
oligarquia e interesses espirituais de uma imensa massa de pessoas que realmente acreditavam estar cumprindo as ordens de
Deus.
Esse avanço já era desejado pelos imperadores bizantinos, que esperavam o auxílio do Ocidente no combate a vários
povos vizinhos orientais, especialmente os turcos seljúcidas.
Esse povo, organizado pela dinastia turca seljúcida (do fundador Seldjuk), nos séculos XI-XIII, tinha no islamismo e na
união das tribos sua força expansionista. De Bagdá, conquistada em 1055, dirigia-se para a Ásia Menor, ameaçando o reduto
cristão bizantino. No século XIII, ganhou força a nova dinastia turca dos otomanos que no século XIV lideraria novo processo
expansionista na região.
A Igreja católica passou a organizar as expedições militares, com o objetivo, inclusive, de projetar sua influência no
território bizantino, dominado pela Igreja ortodoxa, que era a Igreja bizantina criada com o Cisma do Oriente, em 1054, e
independente do papa de Roma.
Os milhares de indivíduos de alguma maneira excluídos da estrutura social feudal foram fundamentais na montagem
dessas expedições. A espinha dorsal dos exércitos cruzados era formada por cavaleiros sem-terra, enquanto o grosso das tropas
a pé era constituído por antigos servos. Além disso, milhares de pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, dispunham-se
a seguir os cruzados e fazer a peregrinação aos locais sagrados quando fossem libertados.
Outros interesses em jogo envolviam o comércio, atividade até então secundária, mas crescente em importância em
meio ao surto demográfico a que a Europa assistia. Negociantes italianos passaram a se interessar por entrepostos e vantagens
na busca de produtos orientais e pela possibilidade de abertura do mar Mediterrâneo ao comércio.

38
O mito desses cavaleiros é que gerou histórias como de Dom Quixote de La Mancha e Robin Hood, nobres de origem,
mantendo atitudes nobres e puras, mas marginalizados no crime ou na mendicância.
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Em 1095, o papa Urbano II pronunciou um inflamado discurso no Concílio de Clermont, conclamando os cristãos a
ingressarem nas expedições cruzadistas rumo ao Oriente. Do século XI ao XIII, partiram da Europa cristã oito expedições 39:
- Primeira cruzada (1096-1099): chamada de Cruzada dos Nobres, chegou a conquistar Jerusalém e a organizar na
região um reino em moldes feudais (Houve uma cruzada anterior a esta que, enquanto os exércitos se preparam para a jornada,
uma horda de pessoas humildes partiu na frente, sendo conhecidos como cruzada dos mendigos ou dos fiéis, em alusão a
crença que a pobreza levaria o crente ao reino dos céus).
- Segunda cruzada (1147-1149): foi organizada após a reconquista turca de Jerusalém, mas fracassou.
- Terceira cruzada (1189-1192): chamada Cruzada dos Reis, devido à participação dos monarcas da Inglaterra (Ricardo
Coração de Leão), da França (Filipe Augusto) e do Sacro Império Romano-Germânico (Frederico Barba-Roxa). Não tendo
atingido seus objetivos militares, resultou no estabelecimento de acordos diplomáticos com os turcos que possibilitaram as
peregrinações.
- Quarta cruzada (1202-1204): chamada de Cruzada Comercial por ter sido liderada por comerciantes de Veneza,
potência mediterrânea em grande ascensão. Foi desviada de Jerusalém, alvo religioso da investida cruzadista, para
Constantinopla, que acabou sendo saqueada.
- Quinta, sexta, sétima e oitava cruzadas (1218-1270): secundárias sob todos os aspectos, não tiveram sucesso.
As expedições cruzadistas não conseguiram resolver as dificuldades europeias decorrentes do aumento populacional,
dos entraves feudais e da ambição por novas terras, e no campo foi preciso aprimorar a produtividade agrícola para alimentar
a crescente população. Algumas cidades, que nunca deixaram de fazer comércio durante os primeiros séculos da Idade Média,
e outras que emergiram ou ganharam impulso com os fluxos rurais daqueles que eram marginalizados nos feudos tiveram
amplas vantagens com as cruzadas.
Os exemplos mais marcantes são de Gênova e Veneza, porque seus comerciantes enriqueceram alugando barcos e
financiando os cruzados.
O misticismo e a espiritualidade que impregnavam a época medieval são plenamente visíveis na Cruzada das Crianças
(1212), organizada a partir da crença de que somente os “puros" e "inocentes" poderiam libertar Jerusalém (as crianças foram
colocadas nas frentes de batalha como escudos, já que somente como criança é que o cristão herda o reino dos céus). O mesmo
aconteceu no início do movimento cruzadista, na chamada Cruzada dos Mendigos, organizada em 1096. Ambas foram
dizimadas, principalmente no percurso europeu.
Não foram somente essas expedições, ocorridas ao longo de quase 200 anos, que levaram ao renascimento comercial
da Europa, mas elas, certamente, contribuíram para sua dinamização. Não propiciaram, também, enriquecimento aos
europeus: pelo contrário, empobreceram-nos, especialmente aos cavaleiros. Além disso, em vez de unir a cristandade, criaram
oportunidade para divergências entre interesses de algumas regiões (como entre os governantes da terceira cruzada,
rivalizando-se por domínios), enquanto propiciaram muitas violências contra os não cristãos.
As cruzadas tiveram, contudo, um papel significativo na mentalidade europeia. O espírito delas seria importante na
motivação, por exemplo, da reconquista cristã da península Ibérica aos árabes muçulmanos e das grandes navegações que
levaram à descoberta da América.

11) A Retomada do Comércio:


Paralelamente, desde o século XII, organizavam-se no norte da Europa as hansas (nome em teutônico ou alemão) ou
associações de mercadores, Na Inglaterra destacava-se a Merchant of the Staple, associação que controlava a venda de lã (seu
mais forte produto) e a importação de produtos oriundos da região flamenga (Flandres, futura Holanda).
Logo aconteceria a reunião de diversas hansas no norte da atual Alemanha, dando origem à forte Liga Hanseática,
cujas poderosas cidades (Hamburgo, Bremen, Lübeck, Rostock) passaram a controlar todo o comércio dos mares do Norte e
Báltico. Seus comerciantes traziam trigo e pescado, importantes para a população que continuava a crescer, e madeiras,
fundamentais para os crescentes empreendimentos de construção naval, além de outros produtos.
Dessa forma, consolidavam-se dois polos comerciais na Europa da Baixa Idade Média: um italiano e outro germânico.
A ligação desses dois polos se fazia por rotas terrestres que convergiam para as planícies da Champanhe, região no centro da
França. Lá se realizavam grandes feiras, onde os comerciantes do Norte encontravam os do Sul, e que funcionavam como
verdadeiros centros de articulação do crescente comércio europeu.
A rota terrestre das feiras apresentava graves inconvenientes como a insegurança. De fato, durante quase todo o
século XIV, a Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra praticamente impossibilitou a utilização desses caminhos, levando
ao declínio das feiras. A partir daí surgiram rotas alternativas. A primeira delas, marítima, contornava a península Ibérica,
dinamizando a atividade mercantil em Portugal e Espanha. A segunda era fluvial e incluía a difícil travessia dos Alpes, seguida
da navegação pelo rio Reno até Flandres, no norte da Europa.

39
O número de expedições e a classificação muda conforme o contexto em que são analisadas por um historiador, podendo variar
conforme o foco em que é estudada.
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O crescente comércio e as transações financeiras tornaram necessário o retorno da utilização em larga escala de
moedas, o que gerou a introdução de letras de câmbio e o desenvolvimento de atividades bancárias em geral. A terra deixou
de ser a única fonte de riqueza e, nesse contexto, surgiu um novo grupo social, o dos mercadores, que trabalhavam diretamente
no comércio e a dos burgueses, detentores de capital.
O dinheiro, e a acumulação dele, passam a reger as economias, fazendo surgir um novo contexto econômico em
contrapartida do escambo, o Capitalismo.

12) As Repúblicas Marítimas da Península Itálica:


12.1) Pisa:
A posição natural muito propícia, na foz do rio Arno, então navegável até sob os muros da cidade, fez de Pisa
importante centro comercial desde o primeiro século da Idade Média. O estuário do Arno oferecia então bom abrigo e espaço
suficiente, ao passo que a correnteza forte do rio se opunha ao assoreamento da saída para o mar.
Do lado de terra, não contando com barreira protetora de montanhas como Gênova e limitando-se com os territórios
de Lucas, em fase de expansão, Pisa não possuía possibilidades de engrandecimento. A cidade voltou assim os olhos para o
mar e no século X teve boas ocasiões de satisfazer suas ambições marítimas. Era o único porto sobre o Tirreno, no interior da
Itália Lombarda, e além do mais, nessa ocasião, Gênova não podia oferecer concorrência, pois toda costa lígure estava presa
das devastações sarracenas (mouras ou islâmicas) que ameaçavam controlar o mar Tirreno, desde as costas da Tunísia e da
Espanha. Perante a ameaça muçulmana, Pisa e Gênova coligaram-se e realizaram esforços vigorosos e constantes para
expulsarem os infiéis do mar que tinham como próprio.
No fim do século XI, as duas cidades lançaram repetidos ataques contra as principais cidadelas do poderio árabe. Os
árabes foram assim expulsos da Sardenha, onde pisa reservou-se privilégios comerciais. Na Sicília, a própria Palermo, que era
então um grande porto de mar e uma cidade de 300 mil habitantes, foi atacada pelos pisanos, o que contribuiu para a
reconquista da Ilha. Na Tunísia, os pisanos e genoveses puseram a saque Mehedia, que era sem dúvida a cidade mais poderosa
da costa da África e que se havia convertido num ninho de piratas.
Afastados assim do mar Tirreno, os inimigos dos cristãos, as duas novas repúblicas viram prosperar seu comércio. Suas
frotas, crescentes em força e em número de navios, empreenderam viagens mais longas e abriram novas rotas.
A expansão marítima e comercial da República Pisana era então guiada pelo governo, que intervinha mesmo no
domínio das atividades particulares, procurando, de uma parte, afastar os obstáculos e entraves que se opunham ao livre
trânsito das mercadorias, e de outra, levar gradualmente a conquista ao Oriente, principal fonte de lucros.
Do século XI ao século XIII, os núcleos urbanos da península Italiana, e em particular as cidades marítimas, entraram
em rivalidade para a conquista da primazia política e comercial sob a influência de dois fatores preponderantes: as cruzadas e
a criação do Império Latino do Oriente. Ao começarem as cruzadas, as Repúblicas Italianas não viram apenas uma continuação
da luta tantas vezes empreendida contra os infiéis, mas também uma oportunidade única para obter vantagens econômicas.
Pisa, como as outras grandes repúblicas marítimas italianas, não só participou diretamente da guerra contra os muçulmanos
estabelecidos na Palestina, como também soube cobrar bom preço pelo transporte dos exércitos cristãos do Oriente. Ao
mesmo tempo, a comuna procurou estabelecer nos países recém-conquistados pelos cruzados proeminência comercial,
obtendo concessões especiais para os mercadores pisanos.
A Primeira Cruzada valeu a Pisa privilégios e feitorias ao longo da costa Síria e da Palestina. A Segunda lhe favoreceu
o comércio ao longo das costas italianas e sicilianas. Em 1108, tendo ajudado com uma frota a conquista de Laodicéia, obteve
em compensação um quarteirão naquela cidade e outro em Antioquia. Entre 1108 e 1124, Pisa conseguiu quarteirões em
Trípoli, em Tiro e em Jerusalém. Ainda nesse período, ela se fez outorgar um quarteirão em Constantinopla e um cais no Corno
de Ouro e, mais tarde, para contrabalançar a influência genovesa no Tirreno e na costa da Espanha, fez um tratado de comércio
com o Emir de Valência (1150).
A atividade dos pisanos na costa asiática não os impediu de olhar mais adiante, para o Egito, onde os atraíam dois
grandes centros: Alexandria e Cairo. No fim de 1154, um tratado de comércio com o Califa Fatimita 40 abriu aquela região ao
comércio pisano, mas em 1157 a captura de uma nave pisana, a venda dos marinheiros como escravos na Tunísia, a ruptura
do tratado, levou Pisa a favorecer o jovem e valoroso rei de Jerusalém, Almarico, que, nos anos de 1163 a 1169, por cinco vezes
levou a guerra ao vacilante califado. O assédio de Alexandria pela frota pisana em 1167, contudo, terminou em insucesso.
Quando em 1171 Saladino assenhoreou-se do Egito, não restou aos pisanos outro recurso senão negociar com o grande
conquistador muçulmano.
Na Terceira Cruzada (1189-1192), os navios pisanos transportaram um exército toscano, sendo aproveitado o ensejo
para a venda, por preço caro, de vitualhas41 e roupas aos companheiros de armas.

40
Fatimita: uma das ordens dos mulçumanos, como os sunitas e os xiitas. Seguem a Fátima, uma das filhas de Maomé.
41
Vitualhas: conjunto de materiais e equipamentos necessários a manutenção de tropas em ação longe de suas bases.
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A par da expansão longínqua nos mares da África e do Levante, a Comuna Pisana procedia com igual vigor para
concentrar no seu porto o comércio do mar Tirreno, da costa toscana à Sicília. Desde 1137, ajudada por Lactário e Spplimburgo,
Pisa dera o golpe de graça na rival, Amálfi, apoderando-se da Ischia e de Sorrento.
O sucesso de Pisa valeu-lhe a animosidade das cidades vizinhas, em particular Gênova, que visava à supremacia no
mar Tirreno, e das cidades do interior como Lucas e Florença, ciumentas de a verem exercer controle sobre o único escoadouro
marítimo da Toscana. Em 1194, Messina foi tomada, e os pisanos destruíram o empório genovês da cidade. A vitória, porém,
foi paga a preço caro: o favor imperial aos genoveses contribuiu para a perda de treze navios da frota pisana. Dessa época
começa a decadência da potência pisana, sendo no começo quase imperceptível devido às manobras políticas e estratégicas
feitas por Gênova que aguardou o momento certo para atacar e destruir Pisa.
Na longa série de lutas que se seguiu, Pisa se viu atacada por terra e por mar, ressentindo-se de sua pequena base
territorial e da falta de uma fronteira facilmente defensável. Por fim, Gênova conseguiu destruir o porto e o comércio de Pisa,
em 1284, jogando na embocadura do rio Arno enormes blocos de pedra retirados da ilha vizinha de Capri. Foi construído assim
um molhe que, se opondo à obra de limpeza da corrente, permitiu o acúmulo de sedimentos. A derrota naval de Melória,
poucos anos depois, selou a decadência de Pisa. Na paz estipulada em Gênova em 1299, Pisa teve de ceder uma parte da
Sardenha, a região de São Bonifácio, na Córsega, e obrigou-se a não armar galeras durante quinze anos.

12.2) Gênova:
A origem de Gênova não é menos remota que a pisana e data certamente dos primeiros tempos da vida marítima no
mar Tirreno. O porto de Gênova não era nem o maior nem o melhor dos portos da costa Lígure, mas era sem dúvida o melhor
situado. Gênova ocupa o ponto mais setentrional dessa costa. Os montes Apeninos, na verdade, elevam-se imediatamente
atrás da cidade e a separam do vale do rio Pó, mas ao mesmo tempo protegem-na muito eficazmente do lado de terra. Embora
fossem possíveis culturas variadas, como trigo, oliveira, vinhas e laranjeiras, o território restrito da República de Gênova, que
se estendia ao longo da costa Lígure, era incapaz de produzir a quantidade suficiente de gêneros alimentícios para a população
e matérias-primas para a indústria.
A pesca, em compensação, era abundante na costa e as florestas dos Apeninos dispunham de boas madeiras para a
construção naval. Foi, portanto, no mar que Gênova procurou suas possibilidades econômicas. Dessa forma Gênova conseguiu
reerguer-se nas vezes em que sofreu as destruições das invasões sarracenas
Na primeira metade do século X, Gênova, ao conseguir sacudir o jugo feudal do Marquês de Obertenghi, conquistou
ao mesmo tempo sua unidade comercial e um lugar elevado entre as cidades marítimas da Península. Não muitos anos depois,
Gênova, unida a Pisa, na célebre campanha da Sardenha contra Mogahid, em 1015-16, iniciou naquela ilha o comércio do sal,
e na Córsega uma tenaz penetração, sem temer suas futuras relações com a aliada daqueles dias. Os navios das duas Comunas 42
chegaram unidos à costa da Síria em 1065, depois a Caffa. Em 1087, combateram juntos os árabes de Mehedia, e desse modo,
na segunda metade do século XI a comuna genovesa firmou seu poderio marítimo no sul do Mediterrâneo. Lá, como em Pisa,
os armadores e os navegantes prevalecendo na vida citadina criaram a administração consular e, ao mesmo tempo, a
Campagna. As riquezas acumuladas, o crédito assegurado, uma sucessão de governos com a mesma orientação, acabaram por
constituir uma nobreza de origem mercantil, diferente da feudal. A nobreza em Gênova não tinha, assim, por base a
propriedade imobiliária, mas os estabelecimentos comerciais e a navegação. Essa nobreza fornecia os governadores das ilhas
conquistadas no Levante e os comandos das forças navais.
A participação de Gênova na Primeira Cruzada (1096-99) permitiu-lhe fundar uma linha de empórios ao longo da costa
da Síria e da Palestina, fato de uma importância comercial considerável, tendo em conta que esses países eram relativamente
povoados e produtivos naquela época. Os bons resultados alcançados estimulariam os empreendimentos posteriores. As
expedições multiplicaram-se, os braços e o capital da cidade não foram suficientes. No princípio do século XIII (1206) uma nova
instituição, o Consolato del Mare, foi criada. Ocupava-se exclusivamente da parte financeira dos empreendimentos marítimos,
permanecendo dependente do poder central.
O incremento da atividade marítima de Gênova acarretou inevitavelmente a rivalidade das outras cidades italianas
com interesses idênticos, e, a partir do começo do século XIII, os três principais centros marítimos comerciais da Itália
sustentaram entre si diferentes lutas que abarcaram quase duzentos anos.
A fim de promover sua expansão marítimo-comercial, os cidadãos de Gênova criaram, na primeira metade do século
XIII, uma associação de caráter militar que tomou o nome de Maona. Era ela constituída por um núcleo de cidadãos que, com
seus navios, procediam às despesas de qualquer expedição naval empreendida no interesse e sob a direção da Comuna.
A Comuna nomeava o Almirante que comandaria os navios armados por conta dos componentes. O lucro da empresa
e a administração dos lugares eventualmente conquistados revertiam para a Comuna, depois das despesas da Maona terem
sido ressarcidas. A primeira Maona, por ordem cronológica, parece ter sido a de Ceuta em 1234, quando um grupo de cidadãos
armou por conta própria mais de cem navios, entre galeras e navios de comércio. Outras Maonas importantes foram a de

42
Comuna: associação de mercadores italianos, principalmente de Gênova, podendo ser comparada às cooperativas modernas.
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Chios, em 1346, da qual resultou a captura daquela ilha no mar Egeu, e a de Chipre em 1374, onde foi fundada importante
colônia.
Ao começar o século XIV, Gênova estava no apogeu de sua atividade marítimo-comercial. A ajuda prestada na
restauração do Império Romano do Oriente valera-lhe vários empórios estabelecidos em quarteirões de Constantinopla, Pera
e Gaiata. Pera tornou-se o centro da administração colonial genovesa no Estado Grego, e Caffa o das colônias do mar Negro.
Por cerca de 1300, Gênova foi a primeira cidade mediterrânea a começar a organizar viagens para os portos de Bruges e de
Londres.
Na segunda metade do século XIV, as grandes operações de comércio ficaram circunscritas a Veneza e a Gênova, pois
Pisa não mais se ergueu depois da derrota de Melória e da perda da Sardenha. A Grécia havia perecido sob a cimitarra turca e
os navios do Norte apareciam raramente nos portos do Sul. Os genoveses tinham o comércio de toda a costa Lígure e
dominavam desde o Corvo até o Mônaco. Aprovisionavam de sal a Luquia, frequentavam Civita Vecchia e Corneto, foram
sempre em grande número em Messina e em Palermo. No Adriático, visitavam frequentemente Manfredônia, Ancona e mesmo
Veneza, nos intervalos de paz. Faziam comércio importante com Marselha, Aigues Mortes, Saint Epidius e Montpelier. Na
África, os navegantes genoveses tinham privilégios assegurados pelos maometanos. O Egito era mais frequentado pelos
venezianos. Os genoveses não deixaram, contudo, de aparecer nos mercados de Alexandria, de Roseta e Damieta e de se
estabelecer mesmo no Grande Cairo e de concluir tratados vantajosos com os sultões. Todavia, a área principal das operações
comerciais de Gênova permaneceu sempre no Levante, isto é, nos países da Ásia e da Europa, submetida aos príncipes gregos,
tártaros, búlgaros e turcos. Seu comércio com o Levante se fazia por meio de uma série de escalas que atingiam a China de
uma parte e as Índias de outra, seguindo as costas do Golfo Arábico.
Havia ainda outros centros em toda a Romênia, na Macedônia e no Arquipélago Grego. Na Anatólia, Gênova possuía
Smirna e as duas Fócidas, ricas em alúmen43. De Chipre retirava madeiras de construção, cedro, ferro, cereais, açúcar, algodão
e azeite, além dos produtos que vinham do Oriente. Outras companhias genovesas haviam-se estabelecido no litoral do
Oceano, nos Países Baixos e na Inglaterra. Além do mais, Gênova dominava a ilhas da Córsega, Sardenha, Malta e Sicília. Gênova
tinha, em resumo, além de uma parte considerável do comércio europeu, as três grandes vias de comércio da Ásia Central e
da Índia: a primeira, pelo mar Negro, pelo Cáspio e o Volga; a segunda, a Pagolat e a Laiazzo, pelo Golfo Pérsico, Alepo e a
Armênia; e a terceira, a Alexandria, pelo mar Vermelho e o Egito.
Apesar da posição privilegiada alcançada como potência marítimo-comercial na segunda metade do século XIV, já
cinquenta anos depois se notavam os primeiros sinais de decadência de Gênova. As vitórias navais de Melória e de Curzola
haviam constituído o ápice da potência marítima de Gênova, porém haviam exigido um esforço imenso e produzido um grande
consumo de forças. As perdas em vidas nas guerras eram desastrosas para os genoveses, porque eles não empregavam tropas
mercenárias, mas cidadãos, dos quais dois mil morreram na jornada de Loiera e três mil prisioneiros morreram nos ergástulos
(prisões). O desenvolvimento da Marinha catalã, as dissensões internas cada vez mais graves, a alternância do domínio
estrangeiro, a luta persistente contra Veneza, o desastre da Guerra de Chioggia (1378-81), e a dominação francesa do rei Carlos
VI (1396-1409) são as várias etapas de uma gradual decadência. Não conseguiram impedi-la a administração de Simão
Boccanegra nem os triunfos que por vezes a Marinha genovesa alcançou, perpetuando com honra suas tradições bélicas.

12.3) Veneza:
Durante a era Longobarda, nas ilhas da Laguna Adriática, surgiu a cidade destinada a liderar, na Idade Média, todas as
demais, por riqueza econômica e poderio marítimo: Veneza. A ilha da Laguna, habitada na Idade Antiga por famílias de
pescadores, tornou-se no último século do Império Romano o lugar de refúgio das populações de terra firme, fugitivos das
hordas bárbaras de Alarico, de Átila, de Ricimero e etc.
As lagunas situadas no interior do Adriático não ofereciam senão magros recursos aos seus habitantes, apenas
pequenas superfícies permaneciam acima das águas, havia poucas terras cultiváveis e estas eram mal drenadas; a água potável
era escassa. Por outro lado, as lagunas ocupavam uma excelente posição geográfica, considerando que elas se encontravam
perto da região plana mais vasta da Itália e num ponto onde as rotas marítimas do Mediterrâneo penetravam mais
profundamente no continente europeu.
As primeiras atividades dos habitantes das lagunas foram condicionadas pelo caráter de seu habitat. Eles tiveram em
primeiro lugar que adaptar as terras às suas necessidades, consolidando o solo, cavando canais, construindo diques e
preparando bacias para os navios, enfim, começaram a cultivar o trigo, a vinha e a recolher água de chuva em cisternas. É um
fato significativo que desde 536 os habitantes das lagunas sejam descritos como salineiros e piratas marítimos. Veneza chegou
a conseguir no norte da Itália o monopólio virtual do comércio do sal, passando as cidades continentais a depender de Veneza
para seu aprovisionamento. Não havendo possibilidade de outra indústria a não ser a do sal, que era com a pesca e com os
proventos da pirataria o usual nos povos marítimos daquele tempo os únicos artigos de comércio, os venezianos abriram novos

43
Alúmen é o sulfato duplo de alumínio e potássio, podendo também ser de sódio. É comumente conhecido como predra-ume ou
pedra de alúmem. Tem várias aplicações hoje em dia, mas na Antiguidade era muito comum o uso como desodorante,
adstringente (pós-barba), para curtir couros, para o preparo de pão e purificação de água.
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horizontes a ideais mais vastos, de tal modo que, no início do século VI, os navios dos insulares sulcavam ao largo e ao longo
do Adriático, fazendo o tráfego de gêneros diversos com Bizâncio (Constantinopla) e com as terras do Oriente.
Assim, Veneza, à medida que progredia, tornou-se uma guarda avançada fronteiriça do mercado grego até
aproximadamente o ano 1.000, se bem que usufruindo uma grande independência, permanecendo como parte do Império
Bizantino, situação política que favoreceu sensivelmente seu progresso. Por outro lado, sua situação e sua superioridade
marítimas, que a tornaram de acesso difícil, colocaram as lagunas ao abrigo da conquista lombarda. Carlos Magno apoderou-
se da maioria das ilhas, mas essa conquista foi efêmera. Também pôde Veneza escapar quase completamente às rivalidades e
complicações da Península. Sob esse prisma, Veneza foi mais favorecida que Gênova. Enfim, pela mesma razão, a situação
geográfica das lagunas estimulou o desenvolvimento de uma comunidade de interesse que encontrou sua expressão na
administração centralizada do Doge. Segundo a tradição, o Ducado de Veneza Marítima constituiu-se em 697 (O Primeiro
Duque ou Doge foi Paolucio Anafesto), concentrando numa só mão a atividade múltipla e dividida dos insulares,
A decadência de outras cidades deixou Veneza livre para explorar o potencial comercial de sua excelente posição
geográfica. Entretanto, a nascente República não estava em condições de alcançar projeção mundial, por ter ficado ocupada
em contínuas lutas contra os piratas eslavos e sarracenos que infestavam o mar Adriático. Até o fim do século VIII, o Império
Bizantino controlou a entrada do Adriático desde as cidades costeiras de Durazzo e de Brindisi, mas as devastações dos árabes
na Itália Meridional ameaçaram bloquear essa passagem. Ao mesmo tempo, a costa Dálmata, com suas numerosas baías
abrigadas, seus inúmeros canais e suas ilhas, constituía a base da pirataria eslava. Pouco a pouco Veneza conquistou a
supremacia no mar, infligindo derrotas aos árabes. Fundou, cerca do ano 1000, uma série de empórios ao longo da costa
Dálmata, em Zara, Veglia, Arbe, Tran e Spalato.
Desimpedido o mar Adriático da ameaça dos piratas, pôde Veneza enfim beneficiar-se das vantagens de sua posição,
face às correntes mercantis da Idade Média. Com efeito, para o Adriático convergem cerca de três rotas naturais: uma, a vereda
adriática; a segunda, formada pelo vale do Pó; e a terceira, o escoadouro para o sul dos diversos caminhos alpinos de acesso
fácil, ligando o Adriático à Alemanha, à França e aos Países Baixos. Noutras palavras, colocada geograficamente quase a meio
caminho das duas extremidades da bacia Mediterrânea e ligada politicamente à grande cidade comercial de Constantinopla,
Veneza tinha toda facilidade para atuar como agente de distribuição em todo esse mar.
Os sucessos no Adriático deram a Veneza não somente acesso às grandes quantidades de madeira de construção que
eram trazidas aos portos da Dalmácia dos altos planaltos da Hinterlândia, mas também ao trigo e aos vinhos da Itália do Sul.
Além do mais, teve acesso livre a campos comerciais de maior envergadura. Seja como vassalo, aliado ou inimigo vitorioso do
Império Bizantino, Veneza jamais perdeu de vista seus interesses mercantis. Já no século X ela havia adquirido em
Constantinopla prioridade sobre suas concorrentes italianas, Amálfi e Bari. Em 1082, se fez outorgar o direito de comerciar
sem pagar nenhum direito em toda a extensão do Império Bizantino.
Na época da Primeira Cruzada (1096), Veneza, já uma importante potência naval, pôde colocar à disposição das
cruzadas a frota necessária ao transporte de homens, cavalos e víveres para a Terra Santa. Ao mesmo tempo, mantinha
relações comerciais com Alexandria, em poder dos infiéis. Um século depois (1204), fazendo a Quarta Cruzada servir a seus
próprios fins, Veneza se apoderou de Zara, na costa da Dalmácia, e possibilitou a tomada de Constantinopla pelos cruzados,
com a consequente criação do efêmero Império Latino do Oriente. A Quarta Cruzada acabou totalmente com o predomínio da
metrópole do Bósforo e converteu Veneza em potência normativa. O Império Grego ruiu e na partilha recebeu Veneza
territórios tão vastos que o Doge pôde chamar-se com orgulho Senhor de uma quarta parte e de um oitavo de todo o Império
Romano. A cidade das lagunas, todavia, visava assegurar o predomínio mercantil de modo incondicional e não ocupar uma
extensão territorial de difícil defesa.
Na busca de suas ambições comerciais, Veneza edificou um vasto Império que se compunha, sobretudo, de territórios
úteis ao comércio e que pudessem ser vigiados por sua Marinha. Como colônia de fato, os venezianos só mantiveram a Ilha de
Creta, que era um lugar de repouso e de refúgio no cruzamento das linhas de navegação mais importantes do que nas culturas
do arroz, do algodão e da cana-de-açúcar que havia lá. Fora disso, Veneza só teve a posse de alguns pequenos portos na costa,
vantajosamente colocados no ponto de vista comercial e de fácil defesa. Mesmo o domínio veneziano na Dalmácia exercia-se
apenas no litoral, onde ela conservava vários portos principais.
Tal como em Pisa e Gênova, a ação do governo fazia-se sentir fortemente em todos os setores ligados ao comércio
marítimo da cidade. No começo da primavera, o Estado procedia à abertura do mar, pondo em atividade o que se chamava as
esquadras do tráfego, que eram formadas por frotas mercantes de importância diversa e que, por todo o período da navegação,
eram alugadas à sociedade de mercadores e especuladores. Cada ano armavam-se, por conta do Estado, seis esquadras de
tráfego compostas de 3.300 navios com cerca de 36 mil homens de guarnição. O tráfego se orientava em três direções
principais: para o Norte da África, para o Leste do Mediterrâneo e pelo sul da Europa, do lado ocidental. Uma das rotas
mercantis conduzia ao Egito; em Alexandria e no Cairo, eram recebidas as mercadorias pelos árabes que as levavam para o
outro lado do mar Vermelho. Para a costa da Síria dirigiam-se suas frotas, para levar peregrinos aos Santos Lugares e tomar a
bordo gêneros do Oriente para a viagem de volta. Também no noroeste do Mediterrâneo apareciam frequentemente as naves
de Veneza e entabulavam benéficas relações mercantis, apesar dos sangrentos encontros que tiveram com os barcos
genoveses. Em Tana, nas proximidades da desembocadura do rio Don, estabeleceram os venezianos uma colônia onde
trocavam peles russas e mercadorias índias, embora o principal objetivo fosse negociar no mercado de escravos que existia
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nessa localidade. Para o oeste, estendeu paulatinamente os venezianos sua influência com os sarracenos da África Setentrional,
da Espanha e com os habitantes do sul da França que estiveram em estreitas relações mercantis.
Dada a enorme importância da marinha para Veneza e se bem que os estaleiros fossem dirigidos por empresas
privadas, o Estado regulava e dirigia a produção, seguindo leis rigorosas concernentes aos processos de fabricação dos navios,
suas dimensões, seu aparelhamento, enfim, o trabalho dos operários. Nenhum veneziano podia construir nos limites da
República navios que não tivessem as medidas rigorosamente previstas. Os interesses da defesa militar exigiam, com efeito,
que, em caso de necessidade, os navios mercantes pudessem ser facilmente transformados em navios de guerra. Eis a
explicação da prodigiosa rapidez com que aquela República renovava sua frota,
A primeira metade do século XV viu o apogeu do poderio marítimo-comercial veneziano. No ano de 1423, o Doge
Tomaz Mocenigo, em relatório apresentado aos conselheiros, estimava serem 3.300 os mercadores navegantes. Por essa
época, nem só no Mediterrâneo e no Oriente aplicava-se a atividade veneziana. Na França, na Alemanha, no Flandres e na
longínqua Inglaterra, durante o último século da Idade Média, penetraram também os comerciantes e os navegantes da
Sereníssima. Com Portugal, a República teve relações diretas e de alguma intensidade pelo fim do século XV, devido ao tráfego
de cana-de-açúcar que a ilha da Madeira produzia em grande abundância. Cada ano, navios portugueses carregados de açúcar
chegavam a Veneza, porém a amizade entre os dois Estados não durou muito. Em 1498, um navio português saqueou uma
nave veneziana que se dirigia a Salônica e se apoderou de outra de Creta, carregada de vinho, ao passo que o avanço lusitano,
ao longo da costa africana em busca do caminho marítimo para as Índias, suscitava o receio justo dos dirigentes do Estado.

13) As Grandes Invenções:


O fim da Idade Média é marcado por importantes invenções. Na arte da navegação, deu-
se um acontecimento de grande importância no século XIII, que foi a introdução da bússola na
Europa; esse instrumento já era conhecido pelos chineses, parecendo mesmo que os mongóis já
se orientavam por ela em suas incursões pela Europa. Coube aos árabes servirem de ligação entre
o Oriente e a Europa, apesar de suas contínuas lutas com os cristãos; na época das cruzadas, os
europeus devem ter tomado conhecimento dessa invenção, que, a princípio, foi considerada coisa
de feiticeiro.

Nos fins do século XIII, no entanto, o uso da bússola já estava


generalizado na Europa, para a navegação. Juntamente com outros
instrumentos da época, o astrolábio e a balhestilha davam ao navegador um
seguro conhecimento de sua latitude. Quanto à longitude, porém, o único
meio de conhecimento era pelo caminho percorrido, o que se obtinha, com
grande margem de erro, navegando-se até o paralelo desejado e daí rumando
para leste ou oeste até o ponto desejado.

Coube aos portugueses o papel principal do grande espetáculo


dos descobrimentos marítimos. Suas primeiras navegações
foram feitas empregando-se navios como a Barcha ou Barca e
o Barinel.

A partir de 1440, aproximadamente, os portugueses


inventaram, ou melhor, aperfeiçoaram um novo tipo de navio,
que viria a ser o mais característico dessa época: a caravela,
navio mais alongado que seus antecessores a vela, de borda
alta, empregando velas latinas (triangulares), o que o
tornava apto a navegar quase
contra o vento, a orçar.

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A Caravela:
De origem mourisca, de
armação latina, com porte
aproximadamente de 50 a 100
tonéis: “Navio capaz de
afrontar mares tempestuosos
e de lutar contra uma
condição de tempo
atmosférico difícil, a caravela
portuguesa foi, até os fins do
século XV, triunfalmente, o
navio dos descobrimentos”.

A Nau:
Depois de explorada toda a costa africana do Atlântico, os
portugueses adotaram novo tipo de navio, a nau, bem maior do que a
caravela e capaz de navegar muito longe do litoral, mesmo com tempo
hostil. Foi com esse tipo de navio que Vasco da Gama fez sua viagem às
Índias.

O galeão:

Quando Portugal descobriu o caminho para as Índias, acabou por


desviar a maior parte do comércio europeu, prejudicando as cidades
marítimas italianas. Ao chegar as Índias, e dominar o comércio local, os
portugueses prejudicaram os dominadores antecessores de Portugal: os
árabes.
Assim, ao concretizar as Grandes Navegações, os portugueses
criaram como inimigos no Atlântico os italianos, e no Índico, os árabes,
passando, portanto, a necessitar de um navio especificamente para a
guerra: o Galeão.

Tanto as caravelas, quanto as naus e os galeões eram artilhados, sendo que as caravelas se utilizavam apenas de
canhões de pequeno calibre, enquanto o Galeão, além de portar canhões de maior calibre, carregava uma quantidade maior
de unidades e dos apetrechos necessários ao seu emprego.

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CAPÍTULO III

IDADE MODERNA

1) A Grande Crise dos Séculos XIV e XV:


A Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra marcou toda a Europa do século XIV. As rotas comerciais terrestres
que cruzavam a França, importantes para a articulação do comercio continental, ficaram comprometidas pela guerra, tornando
necessário o estabelecimento de caminhos alternativos.
Ao mesmo tempo, a peste negra trazida nos porões dos navios que circulavam entre o Oriente e Ocidente, dentro da
bacia do Mediterrâneo, devastou a população europeia em muitas áreas, levando à violenta retração dos mercados
consumidores e, portanto, da atividade comercial. Cerca de um terço da população europeia foi vitimado pela Peste.
Finalmente, a fome generalizada, provocada pela escassez de víveres no cenário de destruição da guerra e abandono
das cidades afetadas pela doença, completou o contexto do que ficou conhecido como a crise do século XIV.
A epidemia de peste negra começou a declinar por volta de 1350. As ocorrências de fome, porém, continuariam
ocorrendo esporadicamente até o final do século e a paz entre França e Inglaterra só seria estabelecida em meados do século
seguinte. Entretanto, a entrada do novo século significou o surgimento de novos problemas.
A diminuição da população europeia criou uma situação na qual a retomada da atividade comercial se faria de forma
lenta, na mesma medida da própria expansão demográfica. O desvio de metais preciosos para o Oriente, na compra das
especiarias e outros artigos de luxo, e o esgotamento das minas destes metais preciosos, principalmente ouro e prata, no
continente europeu, tornavam limitada a oferta de moeda, estrangulando o comércio.
E, finalmente, o monopólio da lucrativa rota mediterrânea das especiarias, exercido pelas cidades italianas,
notadamente Gênova e Veneza, restringia a possibilidade de lucros de outras cidades europeias.
Foram esses fatores que acabaram por forçar a burguesia europeia a buscar novas alternativas para expandir o
comércio, e a saída evidente era a navegação atlântica. Teve origem aí o processo de expansão marítima europeia.
A empreitada de enfrentar a desconhecida navegação no oceano Atlântico exigia investimentos de vulto, que estavam
muito além das possibilidades de qualquer cidade europeia isoladamente. Em outras palavras, era necessária a mobilização
ampla de recursos, o que foi feito em escala nacional, tornando a centralização monárquica um verdadeiro pré-requisito para
a expansão marítima.
Pelo fervilhante porto de Gênova passavam mercadorias das regiões mais longínquas do Oriente.
Como vimos, França e Inglaterra estiveram envolvidas na Guerra dos Cem Anos até o século XV, o que retardou o
processo de centralização monárquica nos dois países. A Espanha ainda enfrentava os muçulmanos, somente expulsos
completamente da península Ibérica em 1492. Outros territórios europeus também se apresentavam fragmentados, inclusive
os vastos territórios que faziam parte do Sacro Império Romano-Germânico. Assim, a unificação precoce de Portugal (em
relação às demais monarquias do continente) contribuiu decisivamente para as primeiras iniciativas na expansão marítima
europeia.

2) A Revolução Comercial e o Mercantilismo:


O Antigo Regime dominante em quase toda a Europa durante a Idade Moderna caracterizava-se pela combinação de
elementos tipicamente feudais com outros surgidos do desenvolvimento comercial. Assim, as seculares tradições políticas,
sociais e econômicas remanescentes da velha ordem feudal foram-se mesclando aos interesses de uma burguesia cada vez
mais atuante e promovendo modificações nas antigas relações.
Nesse período, os reis tentaram preservar o “status” político da nobreza, ao mesmo tempo em que acomodavam, na
estrutura de poder vigente, os interesses da burguesia comercial, cujas finanças se mostravam cada vez mais necessárias aos
negócios do Estado. Em decorrência, essas mudanças, antes de significarem uma profunda ruptura com o passado,
representaram a permanência das antigas hierarquias, que mantinham vastos setores da população europeia à margem do
poder.

3) A Transição para a Idade Moderna:


Assim como as cruzadas dinamizaram o renascimento das atividades comerciais na Europa, a expansão marítima
provocou uma verdadeira revolução comercial, na medida em que a atividade mercantil passou a ser exercida em escala
mundial. Em meio a esse processo, muitas instituições feudais já não atendiam às novas necessidades econômicas e à
estruturação do poder centralizado, resultando, ao longo do tempo, em sua decadência enquanto se estruturava uma nova

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ordem socioeconômica, que alguns estudiosos denominam capitalismo comercial, chamado por outros de capitalismo
mercantil.
Contudo, tal ordem carregava ainda vários elementos sobreviventes do feudalismo, a exemplo do poder e prestígio
advindos de questões hereditárias (títulos de nobreza e clericais) e não do sucesso econômico. De outro lado, os grupos sociais
mais dinâmicos, como aqueles atrelados aos negócios comerciais e financeiros, aceleravam a acumulação progressiva de
riquezas (acumulação primitiva de capitais), forjando as condições que desembocariam na industrialização dos séculos XVIII e
XIX, quando a ordem capitalista burguesa atingiria sua maturidade e completaria sua formação como sistema hegemônico e
poderoso.
Entre os séculos XV e XVIII, período denominado Idade Moderna ou época do Antigo Regime, o capitalismo comercial
foi se consolidando, abrindo espaços políticos para comerciantes e banqueiros. Entre as aspirações desses indivíduos
constavam, contraditoriamente, os títulos e privilégios da nobreza, a fim de assegurarem sua supremacia, de resto já garantida
pelo poder econômico.
Quanto aos nobres, os novos tempos desafiavam a manutenção dos seus privilégios, adquiridos há séculos, exigindo-
lhes esforços para se adaptarem à nova ordem e garantirem alguns dos seus privilégios e poderes. Somente no final da Idade
Moderna os burgueses romperiam definitivamente com as antigas tradições e resquícios estamentais, sendo já
suficientemente fortes para criar uma estrutura econômica, social e política à sua própria imagem, de fato capitalista,
eliminando os últimos vestígios feudais. Mas para chegar a isso, predominaram durante o período moderno o rompimento e
a combinação de interesses dos herdeiros da velha ordem e dos nascidos do desenvolvimento comercial e urbano, consistindo
na transição do capitalismo comercial.
A formação dos Estados Centralizados iniciada na Baixa Idade Média e a dinamização comercial e urbana, tiveram
importância fundamental para a expansão mercantil. Em cidades onde já ocorriam as trocas monetárias e a produção
manufatureira, passou a vigorar maior controle da arrecadação de tributos e da circulação de mercadorias e de dinheiro por
parte do rei e seus auxiliares. A produção manufatureira que ganhava impulso era, então, realizada por trabalhadores
assalariados, contratados pelo proprietário que também era patrão. Consolidavam-se novas relações sociais e produtivas,
rompendo barreiras feudais tradicionais.
No campo, muitas das antigas obrigações feudais que caracterizavam a servidão foram sendo abolidas ao longo dos
séculos, concomitantemente à introdução do trabalho assalariado e à expropriação das terras comunais.
Durante a Idade Moderna, a sociedade continuava dividida em ordens: clero, nobreza e povo. Tal divisão refletia ainda
a persistência de valores medievais que separavam as pessoas entre "os que rezavam", "os que combatiam" e "os que
trabalhavam". Porém, à medida que se acumulavam riquezas nas mãos de parcelas desiguais da população, esboçava-se uma
sociedade mais dinâmica em que se destacavam classes de proprietários de terra (clero e nobreza), de burgueses (comerciantes
e artesãos) e de trabalhadores (assalariados, camponeses livres e servos).

4) Os Estados Modernos e o Mercantilismo:


Os Estados modernos europeus surgiram, a princípio, do processo de aproximação entre monarquia e burguesia, em
busca de crescentes quantidades de recursos monetários. Para tanto, muitos reis europeus protegeram e estimularam os
negócios burgueses, quer desmontando as estruturas feudais que entravavam o comércio, promovendo e gerenciando a
expansão comercial com as grandes navegações (Portugal, Espanha, França) ou, ainda, incentivando a criação e a manutenção
de colônias na América (França, Inglaterra, Países Baixos).
A atenção dos reis aos negócios mercantis exigia-lhes o fortalecimento de seu poder, imprimindo um caráter
absolutista às monarquias. Modificava-se, assim, o sistema político feudal em que cada vassalo reinava soberanamente sobre
seu feudo. Estimulando a atividade mercantil, o monarca garantia seu próprio fortalecimento, na medida em que ampliava a
base de arrecadação de impostos. Com tais recursos, sustentava uma poderosa administração estatal com vasta burocracia,
verdadeira base de seu poder, constituída, essencialmente, por membros da nobreza.
Ao convocá-los para exercer novos papéis na sociedade, os reis possibilitavam aos nobres a manutenção de seus
privilégios, contrabalançando a expansão burguesa. Dessa forma, tanto nobres como burgueses permaneciam dependentes
do rei. Juntos e articulados na estrutura do Estado moderno, monarcas, burgueses e nobres combinavam poderes que
garantiam a ordem, a sujeição popular, a dinâmica comercial e os privilégios, constituindo o chamado Antigo Regime.
Dentre as diversas medidas adotadas pelos reis absolutistas europeus para promover o fortalecimento financeiro do
Estado, encontra-se a adoção de um conjunto de diferentes práticas econômicas conhecidas como mercantilismo. Embora não
tivessem constituído uma teoria econômica, nem tenham sido aplicadas de maneira homogênea na Europa, as práticas
mercantilistas possuíam alguns elementos comuns.

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Elas partiam do ideal metalista44, ou seja, baseavam-se na concepção de que a riqueza de um Estado dependia da
quantidade de metais preciosos existente dentro de suas fronteiras. O metal poderia ser obtido de forma direta, pela
exploração de minas (aliás, como já dito, esgotadas na Europa desde o século XV), ou do comércio, que possibilitava atrair e
acumular moedas. Assim, surgiu o princípio da balança comercial favorável, que associava a riqueza de uma nação à sua
capacidade de exportar mais que importar.
Deste entendimento sobre a formação da riqueza nacional, muitos reis adotaram uma série de medidas favoráveis à
ampliação das exportações. Por meio do estímulo à produção manufatureira e diminuição das importações, impunham
barreiras tarifárias aos produtos estrangeiros, principalmente às manufaturas que pudessem ser fabricadas dentro das
fronteiras de seu Estado (protecionismo). Tais orientações, revelando um alto grau de intromissão do Estado nas atividades
produtivas, caracterizaram o mercantilismo como uma política econômica fortemente intervencionista.
A adoção das práticas mercantilistas pelos diversos Estados europeus acabou por gerar um impasse econômico: como
realizar o comércio quando todos querem vender (exportar) e ninguém quer comprar (importar)? Em outras palavras: como
tornar a balança comercial mais favorável aos interesses do reino? Muito desse impasse foi resolvido pelas armas, acreditando-
se que o aumento da riqueza de um reino só seria possível no confronto direto com Estados vizinhos.
A saída foi o estabelecimento de colônias nas terras descobertas na América, em meio à expansão marítima. Assim,
cada nação europeia, na medida do possível, buscou tornar-se metrópole de uma ou mais colônias, disputando e desbancando
Estados rivais no expansionismo. As colônias deveriam se converter em áreas com as quais as metrópoles iriam estabelecer
um comércio desigual, isto é, desequilibrado em benefício de um dos lados, o que garantiria sua balança comercial favorável
(Pacto Colonial). Ao mesmo tempo, seriam extraídos das colônias os metais preciosos que estavam esgotados na Europa,
alcançando-se assim, por quaisquer vias, os objetivos mercantilistas e o fortalecimento do poder do Estado.
Devido às maiores possibilidades de acumulo de riqueza, a colonização passou a ser o principal meio pelo qual os
Estados europeus tentaram atingir seus objetivos mercantilistas. Portugal e Espanha, precoces na expansão marítima e na
partilha do mundo que se seguiu, usufruíram de significativos meios para se enriquecerem: Portugal pôde explorar o mercado
de especiarias, ao ter estabelecido rotas alternativas para as Índias Orientais. A Espanha apoderou-se de imensa riqueza em
ouro e prata ao iniciar o processo de exploração das minas americanas, na primeira metade do século XVI.
As demais nações europeias não reconheceram a partilha do mundo entre as nações ibéricas, e, ao longo do século
XVI, cobiçaram ferozmente a riqueza acumulada pelos reinos ibéricos, dedicando-se frequentemente a ataques a suas colônias.
Países como França e Inglaterra, retardatários no processo de expansão marítima, pobres em colônias, foram obrigados a
enfatizar outros aspectos do mercantilismo, como o industrialismo.
De certa forma, é irônico observar que a base manufatureira da França e principalmente da Inglaterra seria
fundamental para a futura expansão capitalista desses dois países. Por outro lado, Espanha e Portugal, com vastas colônias de
onde eram capazes de extrair grande volume de metais preciosos, acabaram se estagnando economicamente, tornaram-se
cada vez mais dependentes de suas possessões na América e, não raro, passaram por violentos surtos inflacionários provocados
pelo excesso de metais preciosos. Além disso, a manutenção de estruturas políticas que beneficiavam a nobreza e o clero foi
fundamental para que as nações ibéricas ficassem aquém do processo de desenvolvimento capitalista que se anunciava.

5) A Expansão Comercial:
Até época relativamente recente a ausência de boas estradas, as vastas extensões desabitadas, as montanhas e
demais acidentes geográficos constituíam empecilhos sérios ao desenvolvimento das trocas comerciais. O intercâmbio de
artigo de pequeno volume e peso ainda era viável nas caravanas de muares ou camelos, ou em carroças, mas jamais as
transações de vulto destinadas a abastecer de gêneros alimentícios populações numerosas, ou a suprir de matérias-primas
indústrias avançadas. Dessa forma, a vantagem oferecida pela superfície ilimitada do mar para o transporte longínquo e o frete
reduzido para os produtos do solo ou da indústria evidenciaram-se desde a remota Antiguidade.
Na realidade, não foi senão no dia em que a navegação permitiu a países distantes e diferentes entre si em civilização
comunicarem-se, que o comércio propriamente dito nasceu. Por mar, o caminho está feito, ou antes, não há necessidade de
estradas; o elemento líquido suporta indiferentemente qualquer peso e sua superfície permite o deslocamento livre em
qualquer direção. A força motriz mais fraca, força gratuita, se é empregado o vento, é suficiente para pôr em movimento
massas enormes.
Não é, portanto, de ser admirar que o mar tenha sido por todos os tempos o grande caminho do comércio e que povos
separados por mil léguas de mar encontrem-se na realidade mais vizinhos que outros separados por cem léguas de terra firme.
Mesmo agora, com os progressos do transporte por via terrestre, o transporte pelo mar é ainda menos oneroso, o que significa
trabalho e custo menor. O preço do transporte da tonelada quilométrica não ultrapassa quase nunca de um quinto a um
décimo do preço do transporte por via férrea. Em Marselha, o preço do carvão, que vem por mar da Inglaterra, passando pelo
estreito de Gibraltar e que percorre 3.500 quilômetros, é menor do que o do carvão transportado por estrada de ferro

44
No caso específico espanhol é utilizado o termo Bulhonismo, em referência ao nome da moeda espanhola. A Espanha foi a
nação que mais empregou o metalismo em toda a história.
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procedente das minas de La Grande Combe, situadas a 177 quilômetros. Mares de livre navegação, lagos, rios ou canais
navegáveis constituem dádivas da natureza a determinadas regiões.
As vias aquáticas e a posição relativa das grandes regiões produtoras e consumidoras têm orientado os fluxos
comerciais do mundo. Por muitos séculos o Mediterrâneo foi o centro de cruzamento, no Mundo Ocidental, das mais
importantes linhas comercial-marítimas. Hoje é o Atlântico Norte.
Em outras épocas, alguns países beneficiaram-se da situação de proximidade das principais linhas de deslocamento
de mercadorias e das facilidades de acesso ao mar, propiciadas pelos seus litorais, para assumirem a função lucrativa de
intermediários do comércio mundial. A grande importância adquirida na História Econômica pelo comércio fenício, púnico,
holandês, genovês, veneziano ou inglês originou-se justamente do fato de ter abarcado uma área extensíssima, servindo não
apenas a algumas nações ou mesmo a algum império, mas a vários continentes. As mercadorias que os navios fenícios deixavam
ou apanhavam nos portos desde a Espanha até o mar Negro, não eram, na sua maioria, nem destinadas às cidades sírias nem
delas procedentes. Mais provavelmente os artigos egípcios e babilônicos constituíam maior parte da carga. Nas viagens de ida
e nas viagens de volta, os artigos trazidos eram desembarcados nos portos de onde pudessem atingir, depois, os países mais
povoados e adiantados da época, sobretudo o Egito, a Assíria ou a Babilônia.
Também na Idade Média não era o sal, nem as sedas, nem os espelhos produzidos na Cidade dos Doges que enchiam
os milhares de navios venezianos nas viagens de ida para os extremos do Mediterrâneo, nem ao consumo dos habitantes da
cidade, ou da indústria, se destinavam na sua maioria as mercadorias carregadas no regresso. Chegada a Veneza, parte
substancial da carga tomava o caminho da França, da Alemanha ou da Holanda pelas estradas alpinas. Mais tarde, ainda não
foram o queijo, o arenque seco ou os tecidos holandeses que bastaram para encher os porões dos navios batavos. Era
necessário aí acrescentar os vinhos franceses, as manufaturas e o carvão da Inglaterra, as madeiras dos países do Báltico, as
peles russas, as especiarias orientais e etc.
A prosperidade e a riqueza da Fenícia, de Gênova, de Veneza, da Holanda e mesmo de Portugal achavam-se de tal
modo na dependência dos lucros provenientes dos fretes e da revenda de mercadorias levadas por seus navios de um ponto
para outro das respectivas áreas de atividade mercantil, que aquelas nações entraram em decadência quando perderam a
posição privilegiada de intermediárias comerciais.
Tão grandes e evidentes são as vantagens advindas da exploração das rotas marítimo-comerciais, que desde a
antiguidade observa-se a tendência das nações procurarem obter a exclusividade de sua utilização sempre que as
circunstâncias o permitiam. Se o monopólio dos caminhos marítimos por uma única potência, nos moldes almejados pelos
fenícios e cartagineses ou mesmo pelos genoveses, venezianos e holandeses, não é hoje viável, nem por isso deixou de existir
uma desenfreada competição internacional pela preponderância nas linhas de navegação mais lucrativas.
A superabundância de produtos agrícolas, manufaturados ou do subsolo, constitui uma segunda circunstância
favorável à criação e ao desenvolvimento do comércio marítimo, pois o extravasamento dos excessos naturalmente se
encaminha pela rota mais fácil, em busca dos mercados deles sequiosos (necessitados). Sem dúvida alguma, nos Estados
Unidos, a prosperidade de grande número de cidades da costa do Atlântico, do Pacífico e do golfo do México, bem como o
desenvolvimento da Marinha Mercante, têm sido devidos ao volumoso comércio exportador e importador do país. Outro tanto
se pode afirmar do progresso de Hamburgo e de Bremen, cidades que a partir da segunda metade do século passado mais se
têm beneficiado do extraordinário surto do comércio exterior alemão. Nesses dois centros, os estaleiros e as instalações
portuárias e a tonelagem de navios mercantes neles registrados acompanharam o incremento das transações comerciais da
Alemanha. De uma maneira geral, as cidades portuárias que servem de escoadouro a regiões produtivas, convertem-se em
centros de intensa atividade comercial, tendendo ligar mesmo os países de características continentais aos empreendimentos
marítimos.
Algumas cidades como Londres, Nova York e Rotterdam, na atualidade, e Alexandria, na Antiguidade, situadas sobre
rios, no ponto de encontro das navegações marítimas e fluviais, beneficiaram-se, mais do que quaisquer outras, do movimento
mercantil nascido em consequência da situação vantajosa por elas ocupadas. Por um lado, toda a produção do interior desce
pelo caminho natural das águas até encontrar o grande centro de distribuição representado pelas cidades da foz. Em
contrapartida, também é nesses centros que os produtos importados desembarcam antes de ganhar em sentido inverso os
mercados interiores. Foi assim que Alexandria, recebendo pelo Nilo os artigos agrícolas e industriais produzidos no Egito, então
um dos países mais ricos e adiantados, em contato pelo Mediterrâneo com a maior parte das nações bárbaras e civilizadas da
época, converteu-se numa das principais cidades da Antiguidade.
Rotterdam, na foz do Reno e do Escalda, que permitem a livre passagem de barcaças até bem o interior da Europa,
passando em zonas ricas da Bélgica, Alemanha e França, é o exemplo moderno, dos mais eloquentes, de um centro de comércio
que se beneficia, sobretudo, da posição geográfica. Anualmente, muitas toneladas são movimentadas nos vinte e poucos
quilômetros de cais daquela cidade. Não apenas o comércio exportador e importador dos Países Baixos, mas também o
comércio das nações circunvizinhas encontra ali um ponto intermediário imprescindível. A fome de matérias-primas do Ruhr
é saciada em grande parte por Rotterdam, mais próxima que os portos alemães do Norte. A gigantesca produção da parte mais
industrial da Alemanha também se serve do seu porto quando destinada aos países do Sul da Europa, ou de outros continentes.

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Na América do Norte, nenhum centro comercial beneficia-se tanto da situação geográfica quanto Nova York. Já um
dos centros comerciais mais importantes desde os tempos coloniais, graças a seu porto na foz do rio Hudson, servindo a uma
área rica, Nova York agigantou-se com a abertura do canal Eriê em 1818, o qual permitiu a comunicação fácil com toda a vasta
e rica região dos Grandes Lagos. Seu desenvolvimento foi depois acelerado pela prosperidade da indústria americana
localizada, em grande parte, dentro do raio de absorção do seu porto. É hoje Nova York o porto de maior movimento no
mundo, ultrapassando mesmo Londres.
Bem outra era a situação de Lisboa e Sevilha. Não sendo os rios Tejo e Guadalquivir navegáveis acima daquelas
cidades, nem constituindo o interior de Portugal e Espanha importantes regiões produtoras ou consumidoras, permaneceram
os dois portos ibéricos apenas como portos de escala para os produtos asiáticos e americanos, mas não como verdadeiros
centros distribuidores. Coube à Marinha holandesa a tarefa, negligenciada pelos portugueses, de embarcar em Lisboa os
produtos ali acumulados e encaminhá-los para os mercados do norte da Europa, via Amsterdã ou Rotterdam. Com o fim do
Império Colonial Português nas Índias, os navios batavos passaram a fazer o percurso direto sem mais irem a Lisboa.
Assim, a prosperidade comercial promove a formação de cidades portuárias, de características semelhantes, tanto
nos países marítimos como nos continentais. Até um país eminentemente agrícola, como a China, viu crescer Xangai
desmedidamente por força da intensa atividade comercial ali desenvolvida, no cruzamento de rotas marítimas e fluviais.
Mesmo não levando o resto do país a se ligar aos empreendimentos oceânicos, não há dúvida de que o nascimento de cidades
portuárias importantes, fruto da expansão comercial, marca um passo decisivo no sentido do desenvolvimento marítimo, pois
nelas, paulatinamente, congregam-se os elementos materiais e humanos indispensáveis à conquista dos caminhos sobre as
ondas e nelas passam a habitar as classes de prestígio com interesses permanentes e vultosos nas atividades náuticas.
Graças ao florescente comércio e graças às condições geográficas que possibilitaram o desenvolvimento de alguns de
seus portos, nações eminentemente continentais, como o Egito antigo, os Estados Unidos, a Alemanha e a Rússia foram levadas
a participar da História Marítima.
É fato notório que o desenvolvimento econômico impõe, tacitamente, maior entrelaçamento mercantil entre as
nações e, consequentemente, uma maior dependência as comunicações marítimas. Tal fato é observado desde a Antiguidade,
adquirindo ainda maior realce com a Revolução Industrial. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, as cifras são
concludentes. Segundo o relatório apresentado em 1952 pela Materiais Policy Comission, a produção americana em 1900 foi
superior ao consumo em 15%. Em 1950 o consumo ultrapassou em 9% a produção. A estimativa da época para 1975,
considerando o aumento da população e do padrão de vida, previa um déficit de 20%. Em tais condições, na dependência
crescente de fontes externas, a antiga política isolacionista do agrado dos primeiros estadistas americanos, como Washington
e Jefferson, e ainda sustentada em certas regiões do país, tornou-se impossível. Uma lei de embargo ao comércio exterior,
como a decretada pelo Presidente Jefferson, em 1807, seria hoje rejeitada como absurda antes de qualquer discussão.
A dependência progressiva da economia germânica às fontes externas é também facilmente constatada. Basta um
rápido confronto entre as situações econômicas enfrentadas pela Alemanha durante as sucessivas guerras que enfrentou
desde o fim do século XIX. Com efeito, durante os conflitos externos de envergadura, o esforço total exigido coloca à prova
não só a estrutura social e política da nação, mas também põe à mostra todas as suas possibilidades e limitações econômicas.
Sem depender grandemente do exterior, a Alemanha venceu a França em 1870. O armamento de superior qualidade produzido
pelo seu parque industrial em rápida ascensão não necessitava então de matérias-primas procedentes do ultramar ou mesmo
de outros países europeus. Já na guerra de 1914-18, o esforço de guerra alemão foi seriamente afetado pela dificuldade em
conseguir determinados artigos essenciais no exterior. No Segundo Conflito Mundial, mais uma vez privada das comunicações
marítimas com a maior parte do mundo, a economia de guerra alemã exigiu decisões estratégicas de alta relevância. A
Campanha da Noruega, em 1940, assegurou o suprimento de minério de ferro, cuja interrupção teria feito cair a produção
siderúrgica germânica em 50%. Entretanto, a falta de petróleo constituiu sempre um pesadelo para a Alemanha, que, em 1942,
foi obrigada a orientar sua ofensiva de verão na Rússia em busca dos poços do Cáucaso, abandonando objetivos de elevada
significação como Moscou e Leningrado.
Na verdade, os alemães, e muito menos os americanos, não se dedicam aos afazeres náuticos com o mesmo vigor e a
mesma eficiência dos povos que procuram o mar compelidos pelo ambiente geográfico. A participação americana no
transporte marítimo de suas próprias exportações e importações, por várias vezes no século XX desceu a percentagens bem
baixas. Mesmo depois da Segunda Guerra Mundial, a Marinha Mercante dos Estados Unidos não tem enfrentado
vantajosamente a concorrência inglesa, norueguesa ou holandesa. Entretanto, o vulto do comércio americano, por si só, é
capaz de absorver toda a capacidade de transporte da frota mercante do país. Mediante algumas poucas leis protecionistas, a
frota de comércio dos Estados Unidos tem podido desenvolver-se, visto estar garantida a demanda de seus serviços.
A expansão comercial, mesmo sem incutir nos povos continentais a noção de dependência econômica do mar, cria
um jogo de interesses que obriga os governos a travarem contato com uma série de problemas, entre os quais o do
desenvolvimento marítimo é fundamental. Tanto na Alemanha como nos Estados Unidos, bem antes das duas guerras
mundiais, a ação estatal se fez sentir na esfera marítima, visando à salvaguarda de interesses nacionais de primeira magnitude.
Com o surto do comércio alemão, Bismarck, em 1885, iniciou as subvenções a companhias de navegação germânica e
posteriormente veio a interessar-se por colônias. De forma semelhante à política exterior americana, coincidindo com a

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expansão mercantil do país, adquiriu caráter até então inédito, assumindo, inclusive, aspecto imperialista no fim do século XIX
e começo do XX. Em ambos os países, essa mudança foi seguida de aumento considerável das respectivas marinhas de guerra.
A influência do comércio no desenvolvimento das atividades oceânicas implicitamente estabelece identidade entre
os povos de espírito mercantilista e os de espírito marítimo. Essa identificação é flagrante entre as diversas nações de
características marítimas. Com exceção dos vikings, que permaneceram mais ligados à pesca e à pirataria, os demais povos de
acentuadas tendências marinheiras descambaram também com vigor para a exploração marítimo-comercial. Duas ordens de
razões explicam o fato: primeiro, nos países de solo pobre ou limitado, como acontece na maioria das nações marítimas, uma
fração importante dos habitantes é forçosamente desviada do trabalho da terra para as atividades comerciais e industriais, em
busca de amparo econômico; o comércio assume assim uma relevância dificilmente atingível nas nações de economia agrária.
Segundo, só pela importação podem ser obtidos certos produtos indispensáveis à alimentação do povo e ao funcionamento
da indústria, o que implica, em contrapartida, um esforço para desenvolver o comércio exportador que equilibre o sistema de
trocas.
Viu-se que na Grécia antiga a população de Atenas dependia do suprimento de trigo das regiões do mar Negro. O
azeite, os artigos de cerâmica e os produtos espículas constituíam os elementos com que os gregos efetuavam as trocas
indispensáveis. De forma idêntica, os venezianos, muitos séculos depois, foram encaminhados para o comércio, visto não haver
possibilidade de encontrar no solo da República recursos suficientes ao abastecimento dos habitantes. O sal, primeiro, e depois
os vidros e as sedas permitiram o desenvolvimento de um comércio capaz de contrabalançar as importações. Também o
reconhecido espírito mercantil do povo holandês provavelmente nasceu da necessidade de comprar fora das fronteiras
produtos agrícolas para a população adensada num território de escassa área.
Dos países do Báltico, da Alemanha e da França procediam grande parte dos alimentos com que, quotidianamente,
cada holandês completava suas refeições de peixe, e da Grã-Bretanha chegava a lã indispensável ao funcionamento das
indústrias têxteis. O arenque seco e o queijo serviram de base inicial à prosperidade mercantil dos Países Baixos, possibilitando
a importação dos variados produtos de que careciam. Tal vulto atingiu o comércio holandês depois que se converteu na
principal preocupação do Estado.
Semelhantemente, a expansão comercial da Inglaterra, a partir do século XVIII, estabeleceu um sistema de troca, cuja
preservação tem sido até os dias atuais o propósito número um dos estadistas britânicos. Não tanto para atender aos reclamos
básicos da população de um país marítimo, mas principalmente visando consolidar a posse da fonte de seu poderio, o vasto
Império ultramarino, o povo inglês tem-se dedicado com ardor inigualável aos empreendimentos oceânicos.
Chega-se aqui ao ponto em que a expansão comercial, o colonialismo e o desenvolvimento marítimo entrelaçam-se.
De uma maneira geral, os povos marítimos são também os povos colonizadores. As mesmas causas que os fazem procurar o
mar, os propelem também a emigrar em busca de amparo econômico noutras plagas.
O colonialismo, entretanto, nem sempre apresenta a mesma feição. Alguns movimentos colonizadores foram
espontâneos, obedecendo a condições naturais, nascendo da ânsia de conseguir terras férteis ou as riquezas fáceis
representadas pelos minérios nobres. A expansão grega nos séculos IX e X aC constitui um exemplo típico de uma obra colonial
nascida da penúria das terras. As invasões vikings, parte da obra colonial portuguesa, inglesa, espanhola e mesmo holandesa
constituem outros exemplos nos quais populações se transladaram em massa para outros continentes, levando o sangue, a
língua e os costumes, fundando, em suma, novas pátrias em novos ambientes. Mais comumente, porém, o movimento colonial
tem possuído raízes comerciais. É a ânsia de assegurar o controle das fontes de matéria-prima e de mercados consumidores
que tem determinado a maioria delas.
O caráter comercial da colonização fenícia, cartaginesa, veneziana, genovesa, pisana e holandesa, e algumas vezes o
da inglesa e da lusitana, já foi acentuado. Sobretudo na Ásia e na África, os povos europeus visaram, antes de tudo, o
estabelecimento de pontos de apoio onde pudessem efetuar as trocas mercantis. Também na América as potências
colonizadoras não viram prolongamentos da Mãe-Pátria, mas campos a serem explorados comercialmente, do que resultou,
por fim, a revolta dos habitantes. Tanto a Inglaterra como a Espanha e Portugal, seguindo o espírito da época, cercearam, com
as leis odiosas, o desenvolvimento econômico das colônias, desde que o mesmo pudesse por alguma forma ferir seus
interesses.
O colonialismo, baseado na posse de mercados produtores de matérias-primas e consumidores de produtos
manufaturados, levou mesmo alguns países continentais, como a França, a Alemanha e a Rússia, a dele participarem. A obra
colonial foi aí mais resultante da ação estatal, tendo sido mínima a participação direta do povo, com pouca disposição para se
deslocar em massa, em caráter definitivo, para ambientes geográficos inteiramente adversos. Todavia, qualquer que seja sua
feição, os impérios coloniais têm dependido sempre da interligação marítima, impondo, consequentemente, o
desenvolvimento dos empreendimentos oceânicos para sua preservação e para atender ao intenso sistema de trocas.
Com a expansão comercial nos mares e com o colonialismo, devemos considerar outro aspecto da história do
desenvolvimento marítimo: o que se prende às contendas pela supremacia nas rotas oceânicas, lutas essas que têm
condicionado os destinos de muitos povos.
Conforme se verificou, a maioria das evoluções marítimas processou-se sob o império da força. Raros países lograram
atingir preponderância nos negócios marítimos sem terem apelado para a guerra. Quase nenhuma nação entrou em

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decadência nos mares que não fosse em consequência de luta armada. Na antiguidade os fenícios procuraram eliminar todos
os possíveis concorrentes nas rotas oceânicas, não poupando meios para alcançar esse fim. Eles foram suplantados pelos
gregos, na porção oriental do Mediterrâneo, depois de uma luta secular. Na parte ocidental do Mediterrâneo, os cartagineses,
que também eram fenícios de origem, suplantaram os etruscos e rechaçaram as investidas gregas, mas foram, por sua vez,
derrotados pelos romanos nas guerras surgidas em disputa das colônias na Sicília. Durante todo o fim da Idade Antiga, Roma
exerceu um benevolente domínio sobre o Mediterrâneo, no qual foi possível, aos povos de suas praias comerciarem dentro
dos limites que convinham. Ela era Senhora do Mundo Antigo.
Na Idade Média, as cidades marítimas da Itália, tendo provocado a ruína comercial de Bizâncio e vencedoras dos
sarracenos no Mediterrâneo, entraram em luta entre si, quando seus interesses foram idênticos nas colônias do Oriente. No
século XVI Portugal aniquilou a tiros de canhão o comércio egípcio e árabe na Índia, sendo depois espoliado de suas conquistas
pelos ingleses e holandeses. Esses povos do Norte da Europa já antes se dedicavam com afinco ao assalto do transporte
espanhol e por fim se defrontaram em luta em disputa do bocado todo. No século XVII, a França procurou ascender à categoria
de potência colonial e comercial, ganhando, em consequência, a inimizade da Holanda e, sobretudo, da Inglaterra, com quem
guerreou desde os tempos de Richelieu até Napoleão. Ainda no fim do século XIX a Inglaterra e a França eram nações rivais,
com interesses coloniais antagônicos bem acentuados. Surgiu, porém, ameaça maior obrigando os dirigentes da França e da
Grã-Bretanha a fazerem uma revisão fundamental na política exterior. O desenvolvimento marítimo-comercial germânico
preocupou não apenas a Inglaterra, mas também os Estados Unidos, que já haviam eliminado a Espanha como nação influente
nas Antilhas. Duas guerras mundiais aniquilaram as pretensões alemãs nas rotas marítimas.
Os russos chegaram ao mar Báltico lutando contra os suecos e os germânicos, e ao mar Negro, guerreando contra os
turcos. Suas ambições na Manchúria e na Coréia provocaram a agressão japonesa de 1904. O Japão, convertendo-se em
importante potência comercial marítima, passou a ser no Oriente o inimigo potencial da Inglaterra, da Holanda e dos Estados
Unidos. A Segunda Guerra Mundial pôs fim às aspirações nipônicas de domínio naquela parte do mundo.
Não se pode atribuir apenas à rivalidade marítimo-comercial colonial a causa de desencadeamento de tantas guerras
que tão decisivamente influíram nos destinos dos novos, mas, sem dúvida alguma, sua contribuição não foi pequena, e a
repercussão dessas lutas na esfera marítima foi imensa.
Às margens dos conflitos internacionais, desde a remota Antiguidade até pelo menos o século passado, foram os
mares teatro de lutas quase permanentes, pois populações numerosas viveram consagradas ao assalto das riquezas
transportadas pelos navios. Todos os povos do Mediterrâneo, de uma forma ou de outra, mesmo os mais civilizados,
dedicaram-se, com bastante intensidade, à prática do roubo em alto-mar.
Os habitantes das ilhas do mar Egeu, em particular, faziam da pirataria a indústria nacional por excelência. Eles já
preocupavam os Atenienses na época de Temístocles, cinco séculos aC, sendo combatidos por César, Pompeu e Augusto,
muitas gerações depois, e durante toda a Idade Média, italianos, bizantinos e sarracenos sofreram seus ataques de rapina.
Os comerciantes pisanos, genoveses e venezianos, por seu turno, também eram corsários quando a oportunidade
surgia. Amálfi, Gênova, Pisa e Veneza eram centros de pirataria organizada. Elas deveram à pirataria uma boa parte de suas
riquezas. Tão normal eram considerados os ataques aos navios de outras nacionalidades que o termo corsário, empregado nos
atos genoveses, nada tinha de reprovável ou pejorativo. Numerosos foram os mercadores italianos que, tendo dívidas a cobrar
de algum grego e não o podendo fazer, se tornaram corsários a fim de arrancar pela força o que não obteriam de outra forma.
Ainda nos séculos XVI e XVII as companhias inglesas e holandesas, destinadas à exploração comercial na América e no
Oriente, usavam métodos de rapina que mais se assemelhavam aos utilizados por verdadeiros piratas. Algumas nações, a
exemplo dos Estados berberes do Norte da África, tinham mesmo na pirataria a principal fonte de renda. Até meados do século
XIX a concessão de cartas de corso foi de uso corrente em todos os países envolvidos em guerra, constituindo um meio para
bandidos internacionais ou aventureiros sequiosos de riquezas se aproveitarem das hostilidades. Os corsários foram alguns
dos melhores marinheiros da Grã-Bretanha, como Drake, Hawkin e Releigh, e da França, como Jean Bart, Duguay-Trouin e
Surcout.
A necessidade de proteger o tráfego marítimo dos assaltos das potências inimigas ou dos piratas e a conveniência em
privar o adversário das vantagens das rotas sobre as águas, conduziram à formação, desde épocas bem remotas, das marinhas
de guerra. A necessidade de marinha de guerra, no sentido restritivo da palavra, surge, portanto, da existência do transporte
marítimo e desaparece com ele, exceto no caso de a nação ter tendências agressivas e manter a marinha mercante como um
ramo da organização militar. A ligação da marinha de guerra ao transporte marítimo é tão íntima que por muito tempo não
houve nítida distinção entre o navio de combate e o navio mercante. Principalmente na Antiguidade, os traficantes cuidavam,
eles próprios, da proteção de suas frotas mercantes, armando os navios, e também dos ataques ao transporte dos rivais. O
comerciante era ao mesmo tempo marinheiro e guerreiro, adotando o procedimento mais conveniente conforme as
circunstâncias.
Assim agiam os fenícios, os cartagineses, os gregos e os italianos cujas Maonas não eram mais do que expedições
marítimo-comerciais apoiadas na força militar. Ainda nos séculos XVI e XVII, os traficantes portugueses, ingleses, franceses e
holandeses resolviam muitas de suas disputas a tiros de canhão, malgrado a paz reinante entre seus países. Foi da amálgama
de corsários, aventureiros, comerciantes, navios de comércio, navios particulares ou armados pelo Estado, que nasceram as

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Marinhas de Guerra inglesa e holandesa. Desde que se constituíram definitivamente as marinhas de guerra sob a égide do
Estado, o apoio das forças navais ao comércio passou a ser reflexo da política adotada pelo governo. Foi apoiado nos canhões
das marinhas de guerra que as potências europeias, do século XVII ao século XIX, alargaram seus domínios coloniais e
comerciais na Ásia, África e Oceania. Foi devido à presença da esquadra do Comodoro Perry que o Japão se viu constrangido a
reatar relações com o resto do mundo.
Sem dúvida alguma, a interligação das histórias do comércio, da expansão colonial e do poderio marítimo remonta
aos fenícios. Sem o apoio de marinha de guerra, própria ou de potência aliada, nenhuma nação logrou beneficiar-se por muito
tempo do transporte oceânico. O lento trabalho do estabelecimento de uma rede comercial e a formação de uma frota
mercante, devidamente apoiada em terra, servidora dessa rede mercantil, são obras de alento que exigem décadas de labor
continuado em setores múltiplos, por parte de milhares de indivíduos.
Em caso de guerra, a falta de poder no mar tem representado o fim de toda essa obra em pouco tempo. Como a
eventualidade de um conflito armado nunca pôde ser afastada do espírito de dirigentes responsáveis, pois a História mostra
que os ciclos guerreiros se repetem num intervalo menor do que o tempo exigido pelo completo desenvolvimento marítimo-
comercial de um país, resulta que, quase sempre, as marinhas militares expandem-se à medida que a esfera do comércio
marítimo da nação se amplia. Muitas vezes, porém, a exiguidade de recursos materiais impede o desenvolvimento da Marinha
de Guerra de acordo com suas responsabilidades, e o país é obrigado a confiar a proteção de seus interesses marítimos a
potências estrangeiras, valendo-se de alianças. Foi para a proteção recíproca do comércio marítimo que as cidades gregas
fundaram as chamadas Ligas Délicas. Foi procurando o apoio do poderio naval britânico, necessário à preservação de seu
Império, que Portugal, enfraquecido no mar, renovou constantemente sua aliança com a Inglaterra.
Durante as duas guerras mundiais, sem a proteção da Royal Navy e da US Navy, as frotas mercantes, o comercio e a
maior parte das colônias dos demais países aliados teriam sido destruídos ou capturados. Enquanto a marinha de comércio e
as atividades mercantis de países poderosos como a Alemanha, a Itália e o Japão eram quase totalmente eliminadas dos mares,
nações de pequeno poderio naval como a Noruega, a Holanda e a Grécia encontraram na aliança com as potências anglo-
saxônicas a relativa segurança que preservou de catástrofe total seus interesses marítimos e coloniais.
A expansão do comércio marítimo de uma nação tem o efeito paradoxal de estimular o desenvolvimento das marinhas
de guerra dos inimigos eventuais, pois no exercício do poder marítimo as potências não visam apenas utilizar a rota oceânica,
mas também negar seu uso ao inimigo. Desde que se torna evidente a dependência de um país às rotas marítimas, é quase
certo procurarem as potências rivais dispor dos meios para, em caso de guerra, atacarem esse elo vital. Foi por essa razão que
no século XVII a Marinha Real inglesa se desenvolveu até ultrapassar a Marinha de Guerra batava, numa época em que os
Países Baixos tinham uma frota mercante quatro vezes superior à britânica, dominando o comércio mundial. Com as derrotas
de sua esquadra e consequente paralisação do comércio, a Holanda se viu obrigada a pedir a paz, embora nenhum exército
inglês ameaçasse seu território metropolitano.
Substituindo a Holanda no tráfego mundial, daí em diante a situação se inverteu para a Grã-Bretanha e, em todos os
conflitos seguintes de que participou, o seu comércio marítimo foi o alvo predileto dos ataques navais inimigos. Não podendo
atacar o território da própria Inglaterra, protegida por poderosa Marinha de Guerra, os esforços navais das potências que
contra ela guerreavam voltaram-se sempre com fúria para as ligações marítimas na esperança de obter o seu estrangulamento
econômico. O assalto ao comércio marítimo inglês incentivou por quase três séculos os corsários franceses, holandeses e
americanos. Empresas e estaleiros foram fundados com o único fim de proporcionarem recursos a tais ataques.
Na Primeira Guerra Mundial, a partir de 1917, grande parte do esforço bélico alemão foi orientado no sentido de
eliminar o comércio marítimo aliado, principalmente britânico, última esperança de alcançar a vitória. Centenas de submarinos
foram construídos em série, com a máxima rapidez, na tentativa desesperada de obter a solução. Antes da Segunda Guerra
Mundial a Marinha de Guerra germânica foi planejada, tendo ainda como fim principal o ataque ao sistema de transportes
marítimos dos inimigos eventuais. Também é a dependência ao comércio marítimo por parte das potências anglo-saxônicas
que determinou a ascensão da Marinha de Guerra russa no século XX.
Pelas razões acima expostas, pode-se afirmar que a expansão comercial foi um estímulo dos mais decisivos para o
desenvolvimento marítimo, pois hoje como nos últimos três mil anos o transporte sobre as águas é o mais barato e muitas
vezes o único viável. Todavia, enquanto nas evoluções marítimas de determinados povos o desenvolvimento comercial
apareceu como elemento derivado do ambiente geográfico ao qual ele se somou incrementando ainda mais os
empreendimentos oceânicos, nas evoluções do Egito, Alemanha etc., foi a expansão comercial fator inicial e decisivo da marcha
dessas nações para as aventuras sobre as superfícies líquidas. Não se pode dizer, com efeito, que foi o hábito da navegação
que levou os egípcios antigos, os alemães ou os americanos a se transformarem em traficantes nos mares, mas sim a
necessidade de comerciar que os compeliu a cuidarem das empresas marítimas.
Paralelamente, verifica-se constituir a capacidade de utilizar as vias marítimas em quaisquer circunstâncias, negando
ao mesmo tempo sua utilização às potências inimigas, a expressão última e almejada do desenvolvimento de uma nação nos
oceanos.

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CAPÍTULO IV

AS NAÇÕES
1) Portugal:
Projetada sobre o Oceano Atlântico, a Península Ibérica é a região mais ocidental
da Europa.
Desde épocas pré-históricas, povos lígures e iberos, talvez provenientes do norte
da África, se estabeleceram na região, seguidos dos celtas, oriundos do centro da
Europa, nos fins do século VII aC. misturaram-se, formando uma população que se
convencionou chamar de celtibero. Fenícios, gregos e cartagineses, povos marítimos
e comerciantes, frequentaram a costa mediterrânea da península, localizando-se,
eventualmente, em trechos dessa costa, fundando feitorias ao mesmo tempo em
que impregnavam os seus costumes nos habitantes.
A disputa entre Roma e Cartago pela supremacia no Mar Mediterrâneo salientou
a importância estratégica da região. A vitória de Roma abriu as portas da Ibéria ao
seu domínio. Tornou-se célebre a resistência de Viriato, chefe destemido dos
Lusitanos, que enfrentou as legiões romanas a partir de 147aC, conseguindo um
acordo de paz em 141aC. A luta prosseguiu, terminando com o assassinato de Viriato
139aC por três traidores. A destruição de Numância 133aC consolidou a conquista
romana. A elevada cultura romana exerceu, então, sobre os povos mesclados da
região, uma forte influência, em especial nos costumes, na língua (latim vulgar, que
era falado pelos comerciantes e soldados) e na religião, com a assimilação do
cristianismo.
Com o enfraquecimento do Império Romano, no século V, povos bárbaros
penetraram em seus domínios, apoderando-se das terras que lhes apraziam. Em 409,
álanos, vândalos e suevos conquistaram a Península Ibérica sobrepondo-se à
população existente e, em parte, cristianizada.
Nada construíram, antes, guerrearam entre si e não puderam resistir à
penetração dos visigodos em 414, chefiados por Ataulfo. Em pouco tempo, os
visigodos estenderam o seu poder sobre a península e, quando, em 586, morreu o
Rei Leovigildo, formavam um poderoso reino. Seu filho Recaredo adotou o
cristianismo como religião oficial (587).
Ao mesmo tempo em que a religião cristã impregnava os habitantes da Península Ibérica, outra religião, recentemente
formada por Mafoma (Maomé), espalhava-se entre os povos do norte da África. Atrair mais elementos, mesmo empregando
a Guerra Santa, passou a ser a meta prioritária dos recém-convertidos.
O Rei visigodo Rodrigo não se mostrou com capacidade para detê-los. Derrotado na batalha próximo do lago Janda,
em julho de 711, reorganizou as forças em Segoyuela, mas, neste local, perdeu o reino e a vida (713). Rapidamente, os invasores
muçulmanos, em sua maioria berberes, ocuparam a região, impondo seus hábitos à população amedrontada.
Alguns visigodos cristãos não aceitaram a nova soberania. Refugiaram-se nas montanhas das Astúrias e, dirigidos pelo
nobre Pelagio, iniciaram a reconquista, Ao mesmo tempo, os invasores exerciam na população (chamada moçárabe 45) forte
influência, dando início à cultura do arroz e da cana-de-açúcar, criando a manufatura da seda e da lã, produzindo uma
arquitetura de rara beleza, restando muitos exemplos na região sul da atual Espanha.
Pouco a pouco, os cristãos, espremidos ao norte, organizaram-se e recuperaram territórios aos mouros (isto é, aqueles
que não professavam a fé católica), transformando-os em mudéjares.
Depois da vitória alcançada na batalha de Covadonga, em 718, os cristãos formaram o reino das Astúrias.
Sucessivamente, constituíram os reinos de Leão, Navarra, Aragão e Castela. A luta contra os mouros excitava os nobres, alguns
provenientes de outras terras, ávidos de glórias militares e que nela divisavam uma verdadeira cruzada. Raimundo, filho do
Conde da Borgonha, e seu primo Henrique ofereceram-se ao Rei de Leão e Castela, Afonso VI, para participarem das lutas.

45
Moçárabe: população cristã em territórios dominados pelos islâmicos. Apesar de manterem sua fé cristã, adotaram a língua e
outros costumes árabes durante o período de controle desse povo sobre territórios na península ibérica. Com a retomada do
controle do território pelos cristãos, os islâmicos que ficaram na mesma condição foram chamados de mudéjare.
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Os dois jovens francos tão bem se houveram que o rei lhes premiou largamente. Raimundo recebeu o governo da
Galiza e a filha do rei, Urraca, em casamento. D. Henrique ganhou um pequeno condado, chamado Portucalense, cujo nome
deriva de uma antiga povoação romana na foz do Rio Douro e a mão de outra filha de Afonso VI, Taraja.
O Conde Henrique de Borgonha combateu os mouros com vigor. Seu filho, D. Afonso Henriques, obteve, em 25 de
julho de 1139, uma notável vitória contra os mouros (talvez na região de Beja ou nas planuras de Ourique), intitulando-se REX
nesse mesmo ano, atitude legitimada graças ao amparo dos papas Lúcio II e Alexandre III em troca da vassalagem oferecida.
Em 1143, o Rei Afonso VII confirmou, ao Conde de Portucale o título de REX (Tratado de Zamora). Estava fundado o Reino de
Portugal.
A dinastia de Borgonha começa com D. Afonso Henriques. Seguiram-se
Sancho I, primogênito de D. Afonso Henriques, Afonso II, Sancho II, deposto pelo
Papa Inocêncio IV, com isso acarretando luta civil em Portugal, terminada com a
subida, ao trono, de Afonso III, D. Dinis, seu filho, em cujo reinado foram criadas
as Universidades (1290), a princípio em Lisboa e depois (1308) sediada em
Coimbra, e a Ordem de Cristo (Bula de João XXII de 15 de março de 1319), D.
Afonso IV, D. Pedro I, que coroou Inês de Castro rainha depois de morta, e,
finalmente, D. Fernando, falecido em 1383. Entretanto, foi ele quem aumentou
o espaço geográfico do reino, tomando-o, palmo a palmo aos mouros,
conquistando também o reino do Algarve, ao sul.

Esta fase da história portuguesa é caracteristicamente militar,


como consequência da Guerra de Reconquista. A principal atividade
econômica é a agricultura. O rei governava seus súditos com firmeza,
convocando, quando lhe aprazia, uma assembleia, intitulada Cortes,
composta por representantes dos nobres, clero e povo, Portugal não
experimentou um sistema feudal como ocorria em outras regiões
europeias, em decorrência do poder exercido pela realeza.
Essa política centralizadora só foi possível graças à criação de vários
funcionários incumbidos do sistema fiscal e judiciário, capazes de transitar
no emaranhado de leis que se encontravam em vigor. A primeira tentativa
de ordenar a legislação ocorreu no reinado de Afonso III; chamou-se Livro
das Leis e Posturas.

Observatório de Sagres, no Cabo São


Vicente, ao Sul do Algarve

Com a morte de D. Fernando, pretendeu o trono D. João, rei de Castela, casado com D. Beatriz, filha do rei falecido. O
povo e pequena parte da nobreza apoiaram a D. João, mestre da Ordem de Cavalaria de Avis, filho bastardo de D. Pedro I. Na
batalha de Aljubarrota (1385), o Mestre de Avis, ajudado pelo condestável D. Nuno Álvares Pereira, venceu as pretensões dos
castelhanos e deu início à Dinastia de Avis. D. João I instalou-se firmemente no trono, caminhando para o absolutismo
monárquico. Ligado à burguesia, reduziu os direitos dos nobres e do clero, ao mesmo tempo em que se voltou para o
alargamento dos horizontes comerciais, exigidos por essa mesma burguesia, que cobiçava as riquezas das distantes Índias.
Diversas cidades litorâneas transformaram-se em entrepostos comerciais; a pesca se desenvolveu.
D. João I faleceu em 1433, substituído por seu filho D. Duarte, que instituiu a Lei Mental (08/04/1434) que assim se
chamou porque já se achava estruturada na mente de D. João I, possivelmente com a ajuda do doutor João das Regras. Em
síntese, ela proibia que os não primogênitos, mulheres, ascendentes e colaterais pudessem herdar bens doados pela Coroa.
Foi, assim, um duro golpe na nobreza.
No reinado seguinte, de D. Afonso V, as leis de Portugal foram reunidas nas Ordenações Afonsinas que receberam
publicação em 1446.
Depois dos vikings, os portugueses foram os primeiros que lançaram as vistas para a imensidão do oceano Atlântico.
Diversas causas concorreram para dar a esse pequeno povo uma hegemonia mercantil de caráter colonial. Portugal só
aparentemente está ligado ao planalto castelhano, pois o curso alto dos rios peninsulares não é navegável por causa da
estiagem e da irregularidade do fundo do leito. Em compensação, a navegabilidade do curso baixo dos rios, juntamente com
os grandes portos do litoral, deu conexão econômica às regiões ocidentais, de maneira que Portugal constitui um Estado
costeiro com interesses marítimos perfeitamente definidos. As aspirações nacionais orientaram-se assim necessariamente
para o mar.
Por outro lado, no Portugal primitivo, a produção industrial, excluindo-se a da marinha de sal, mal bastava às mais
elementares necessidades da vida cotidiana. Por escassas que fossem, e de fato o eram, as aspirações de conforto ou de luxo

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então existentes, só pelo comércio de importação poderiam ser satisfeitas. Em contrapartida, havia excedentes quanto a certos
produtos agrícolas, pecuários e apícolas e neles se encontraria natural fundamento de equilibradas trocas comerciais.

Porém só com os progressos da constituição


territorial do País essas trocas se estabeleceram em
acentuado ritmo, criando-se então condições adequadas e,
como, ao tomarem vulto, elas impunham o uso da via
marítima, também só então verdadeiramente se estabeleceu
o contato entre o Homem e o Mar na orla do ocidente
peninsular em que se instituíra o Estado português.
A conquista de Lisboa (1147), transferindo para os
portugueses a posse de um porto natural de excepcional
valor, abria à expansão comercial portuguesa por via
marítima as mais lisonjeiras perspectivas; e a posse de Silves,
temporária primeiro (1189-1191), definitiva desde os meados
do século XIII, privando os muçulmanos do último dos seus
grandes portos ocidentais, bases de ação naval depredadora
dos litorais cristãos - consolidou as condições de segurança
necessárias àquela expansão.

Antigo mapa de Lisboa, cerca de 1812, feito pelo inglês Sir Arthur, conde de Wellington, durante as Guerras Napoleônicas.

Pode dizer-se que até o fim do século XII não houve marinha da Espanha Ocidental. As lutas de reconquista eram
exclusivamente por terra, e a imperícia marítima dos cristãos, juntamente com os relativos progressos dos árabes, concorria
para tornar difícil a conservação das praças litorâneas conquistadas. Os primeiros dispunham apenas de pequenas lanchas
costeiras, enquanto os outros, tinham navios regularmente armados e equipados, com que percorriam toda a costa ocidental,
refrescando nos seus portos, abastecendo-os de munições e gente quando estavam cercados e desembarcando amiúde com
o fim de atacar os campos dos cristãos e cativar os indefesos. Mas, desde meados do século XII o exame das armas de cruzados,
com cujo auxílio Lisboa e depois Alcácer foram tomadas, tinha vindo acrescentar os conhecimentos, demonstrando ao mesmo
tempo que sem o império no mar, jamais poderia levar-se a cabo a conquista do sul do reino.
A conquista de Constantinopla pelos turcos em 29 de maio de 1453, seguida pouco depois pela da Ásia Menor e da
Península dos Bálcãs, acarretou o dano e, por fim, a supressão do tráfego que as cidades comerciais da Itália, especialmente
Gênova, mantinham com os Portos do Bósforo, do mar Negro e do Cáspio. A conquista de Constantinopla marcou o início de
um crescente movimento de destruição das vantagens e regalias comerciais que Veneza e Gênova usufruíam há muito tempo.
Tornaram-se dia a dia mais difíceis as relações das colônias italianas estabelecidas no antigo Império Bizantino com as cidades
pátrias, não só pelas dificuldades do intercâmbio, como pelas depredações, confiscos e perdas de foros que elas próprias
sofriam. Por fim, os descobrimentos portugueses no Atlântico deslocaram as correntes mercantis que cruzavam o
Mediterrâneo da Ásia para a Europa. Quando Pedro Pasqualigo, embaixador de Veneza em Lisboa, comunicou que os
portugueses tinham achado uma nova rota para as Índias e oferecido especiarias mais baratas que os venezianos, esse
acontecimento foi considerado um desastre público. Em consequência, os venezianos fizeram saber ao sultão do Egito que seu
país e sua religião estavam em perigo e ofereceram-lhe armas e braços para exterminar os recém-vindos. A ajuda veneziana
aos camorins hindus não impediu, contudo, o estabelecimento dos portugueses na Índia e noutros pontos do Oriente. Assim,
outra das principais fontes da prosperidade da República mudou de explorador.
Veneza, provida de uma marinha grandiosa, superior a de qualquer outro Estado, pôde conservar ainda no século XVI
um prestígio invejável e uma importância política e comercial incomum. As fontes de sua prosperidade e de seu poderio se
achavam, entretanto, já cortadas, e a decadência processou-se inexoravelmente daí por diante, até o final do século XVIII,
quando Napoleão extinguiu o Estado Veneziano.
A empresa de Silves, no tempo de Sancho I, já tinha navios portugueses. Essa marinha existiu nos reinados de Sancho
II e de Afonso III, como o provam as expedições marítimas que terminaram pela conquista definitiva do Algarves e as façanhas
do lendário Fuás Roupinho. Havia então já um corpo de tropas especiais de embarque e nas terceiras navais se construía, sob
direção de mestres estrangeiros, navios de alto bordo para as frotas militares do rei. A frota de navios grossos que ajudara a
tomada de Faro, as fustas, as barcas, as caravelas, as pinaças e as bojudas naus do tempo deviam, em caso de guerra, defender
eficazmente o magnífico estuário do Tejo. No tempo de Afonso III, já o poder marítimo português é de tal ordem que os navios
vão em socorro à Castela, e o Papa convida os lusitanos a acompanhar as gentes do Norte às cruzadas.
Livre da ameaça árabe, graças à conquista das principais cidades costeiras e sendo propelido para o mar em virtude
de razões já citadas, o comércio português pôde iniciar seus primeiros passos. Já em 1194 há notícias de ter naufragado um
navio português que se destinava a Bruges, e os portugueses são encontrados nos meados do século XII na feira anual de São
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Demétrio em Tessalônica. Em 1202, João Sem Terra tomava sob sua proteção os mercadores portugueses que fossem residir
nos seus domínios. Em 1290, as relações comerciais com a França eram já tão importantes que Filipe, o Belo, concedeu aos
mercadores portugueses que frequentavam o porto de Honfleur, importantes privilégios, confirmados depois por vários
monarcas franceses que àquele sucederam. Inversamente, os comerciantes estrangeiros começaram a interessar-se por
Portugal. Os armadores da Normandia, do Flandres e da Inglaterra já no fim do século XIII demandavam o Tejo para mercadejar.
Com o desenvolvimento do comércio, o da marinha, sua servidora, impulsionou por sua vez a indústria de construção
naval nas margens do Tejo. Em 1237 e 1260, fazem-se referências muito claras ao arsenal régio e à carreira de construção em
Lisboa.
O reinado de D. Diniz marca uma segunda era na história da Marinha nacional. Sendo a Marinha Mercante e a Militar
reciprocamente indispensável, os cuidados do rei administrador dirigiram-se principalmente a fomentar a primeira, cuja
importância o tratado de comércio feito em 1308 com a Inglaterra acusa D. Diniz na sua eficiente missão organizadora, tendo
criado o serviço de recrutamento nas povoações marítimas.
As condições de navegação nessa época de pirataria infrene impunham caráter militar à Marinha Mercante,
confundindo-se assim as duas marinhas nacionais, cujo incremento levou D. Diniz a criar, em 1307, para sua superintendência,
o cargo de Almirante Maior.
A obra de D. Diniz foi continuada por D. Fernando, que assistiu ao pleno desenvolvimento de uma potência comercial
e marítima. O rei em pessoa era armador e negociante de certos gêneros exclusivos. Criou o rei bolsas de seguros marítimos
mútuos, em Lisboa e no Porto, com o produto de uma taxa especial lançada sobre o comércio, instituindo o cadastro ou
estatística naval. Reduziu à metade os direitos de importação dos gêneros trazidos por navios nacionais, estabelecendo assim
um direito diferencial de bandeira, a cuja sombra se multiplicou o número dos navios mercantes portugueses. Deu, aos que
desejassem construí-los, a faculdade de cortar as madeiras nas matas reais. Os cuidados do rei em favor da Marinha Mercante
abraçavam também a Marinha de Guerra. A armada que foi bloquear Sevilha (1372) era no dizer do cronista – formosa
campanha de ver – e contava trinta e duas galés e trinta naus redondas. Vinte e três meses teve bloqueado o Guadalquivir e
retirou-se o bloqueio com o decreto de paz. Outra frota quase tão poderosa como essa foi ainda ao Mediterrâneo, na seguinte
guerra de Castela, para sofrer o desastre de Saltes (1381).
A Marinha foi uma criação da monarquia e um produto da nação. Desde a reunião das esquadras cruzadas no Tejo
para a conquista de Lisboa, desde a introdução dos genoveses, que vieram ensinar a navegar, vê-se começar a se formar essa
nação cosmopolita, destinada à vida comercial, marítima e colonizadora. Toda a atenção administrativa se aplica para o
desenvolvimento da navegação e do comércio pelo magnífico porto aonde todos os navios, em viagem dos mares do Norte
para o Mediterrâneo, vinham refrescar, desde que Lisboa era cristã.
O desenvolvimento do comércio, da navegação e de outras atividades correlatas, como não podia deixar de ser,
promoveu em Portugal a ascensão da burguesia que até então pouca importância tivera no quadro social da nação. Esta
burguesia comercial, rica, ativa, inteligente, não podia deixar de sentir as mesmas aspirações das suas congêneres das restantes
nações marítimas da Europa. E a sua influência na gênese da expansão marítima portuguesa não se pode negar. Influência bem
poderosa, porquanto é certo que desde meados do século XIV a sua ação política era progressiva. No século seguinte, os reis
portugueses já dispunham do instrumento marítimo indispensável a obras mais vastas.
Sobre a abertura do mar, o primeiro lugar cabe indiscutivelmente aos portugueses. Foram eles que durante mais de
200 anos abriram novos caminhos, exploraram novas fontes de riquezas e descobriram novas terras. A descoberta da América
por Colombo, a serviço da Espanha, é um episódio isolado, ao passo que as navegações portuguesas se desenrolaram com
caráter de continuidade e, muitas vezes, com planos preestabelecidos.
Portugal inicia em 1415, conquistando Ceuta, uma obra de
expansão com um horizonte tão vasto que em menos de um século
realizou todos os objetivos econômicos da Europa, duplicou os
conhecimentos geográficos e feriu de morte o poder muçulmano no
Oriente. Duas ordens de razões explicam a primazia de Portugal, desde
que a expansão ultramarina perdeu a feição de mero tentame,
característico dos séculos XIII e XIV: por um lado, a incapacidade das
demais nações marítimas; por outro, o grau de aptidão que Portugal
atingira.

Ceuta, hoje território espanhol no Marrocos.

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Veneza, Gênova e Aragão, sobre não disporem de recursos financeiros e militares exigidos por uma nação completa e
demorada, eram potências mediterrâneas, portanto com uma situação geográfica que as colocava em nível de inferioridade
relativamente à expansão por via atlântica.
Castela e França estavam a braços com alarmantes problemas políticos e militares de que dependia a sua definitiva
constituição territorial. Em Portugal, pelo contrário, tudo se congregava no sentido de tornar viável a obra de expansão com
que sonhavam todos os grandes espíritos europeus.
A extensão territorial e a independência nacional eram problemas definitivamente resolvidos; Portugal podia
consagrar todos os seus esforços a outro qualquer empreendimento. Estreita faixa de terra debruçada sobre o Atlântico, a
situação geográfica e uma remota atividade marítima dos habitantes já de antemão estabeleciam o sentido atlântico da
expansão portuguesa. Inicialmente, o objetivo do príncipe D. Henrique era modesto: explorar as costas da África além do Cabo
Não46.
Em meio ao primeiro quartel do século XV, a virtual capacidade
portuguesa para a tarefa do descobrimento marítimo foi valorizada pela
clarividente e firme intervenção de um homem o infante D. Henrique,
comumente conhecido pelo epíteto de Navegador, não porque largamente
tivesse navegado, pois não excederam Marrocos os seus maiores percursos
marítimos, mas por se reconhecer que à sua ação decisiva se deveram o início e
os primeiros êxitos da expansão ultramarina portuguesa. Fundando a Escola de
Navegação e o Observatório, em Sagres, o infante D. Henrique não só
proporcionou aos marinheiros portugueses elementos para mais arrojadas
investidas contra o oceano, como também sistematizou as expedições marítimas
que passaram a serem organizadas em obediência a diretrizes seguras. A bússola,
o astrolábio e o quadrante já guiavam as expedições marítimas enviadas
anualmente de Sagres pelo Infante a sondar o oceano, ou a descer a costa para
o sul. As ilhas de Porto Santo, Madeira e os Açores foram por esta forma
descobertas.
Com o ano de 1434, abriu-se na história de Portugal um período de sistemáticas explorações marítimas que, lançadas
cadencialmente como vagas contra a costa de todo o sul da África, em sessenta e quatro anos rasgara o caminho pelo oceano
até a Índia. A primeira que se registra é a de Afonso Gonçalves Balda e de Gil Eanes que, com uma barca e um barinel47, foram
para além do Bojador cerca de cinquenta léguas. Nos anos seguintes, outros exploradores avançaram cada vez mais, para o
sul, tendo Nuno Tristão ultrapassado o cabo Branco. A mais baixa latitude geográfica (10ºN) logrou-a em 1446 Álvaro
Fernandes, sobrinho do Capitão Zarar, que foi para o sul do cabo Verde cento e dez léguas.
Na data da morte do Infante (1460) estavam, por conseguinte, descobertos, reconhecidos, estudados e explorados
cerca de dois mil quilômetros de costa para além do cabo Bojador.
No reinado de Afonso V, as expedições foram em pequeno número. As campanhas marroquinas desviavam a atenção
da conquista do oceano. Todavia, o golfo da Guiné foi reconhecido graças às viagens empreendidas por iniciativa de Fernão
Gomes, cidadão de Lisboa. Destacaram-se as expedições de Fernando Pó, Lopo Gonçalves, Rui Sequeira, Diogo Cão e Pero de
Sintra, que em 1471, segundo consta, foi o primeiro navegante português a atingir o hemisfério sul.
A empresa iniciada pelo infante D. Henrique prosseguiu nas mãos do rei D. João II que tomou a peito descobrir os
mundos remotos. O seu poder naval era já tão grande, que o Tejo via com pasmo o famoso galeão de mil tonéis, monstro
boiando n'água, eriçado de canhões. Nunca os estaleiros tinham produzido navio tão grande. Mandou o rei aperfeiçoar as
bússolas, desenhar cartas marítimas para orientação das rotas, cometendo esses estudos a uma junta que fez as primeiras
tábuas de declinação do Sol.
As expedições marítimas foram reiniciadas com maiores recursos. Em 1486 Bartolomeu Dias recebe a missão de
descobrir a passagem sul do continente africano, e, em 1488, após ter sido jogado mar afora por uma violenta tempestade,
voltou para leste para retomar o acompanhamento do litoral como vinha fazendo e teve a surpresa de verificar que não o
encontrava mais; voltou então para o norte e reencontrou o litoral à sua frente (W-E); após prosseguir para leste algum tempo
voltou e só então descobriu o extremo sul da África, que, muito acertadamente, chamou de cabo das Tormentas, rebatizado
mais tarde de cabo da Boa Esperança.

46
O Cabo Não ou Cabo do Não, actual Cabo Chaunar, é um cabo situado na costa atlântica da África, no sul do Marrocos,
entre Tarfaya e Sidi Ifni. Até ao século XV era considerado intransponível por europeus e muçulmanos, de onde se originou o
seu nome.
47
Barca era um navio pequeno de madeira, com uma só coberta e com velas latinas e que podia levar ou não cesto de gávea.
Barinel é uma embarcação pequena que possui vela quadrangular podendo também ser movido utilzando remos.
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1.1) A Descoberta do Caminho Marítimo para as Índias:


Portugal não se garantiu apenas por meio de instrumento diplomático na questão da propriedade das terras
descobertas e por descobrir. Usou também o velho e eficiente recurso da união familiar: D. Manuel, rei de Portugal, pediu a
mão de D. Isabel, filha dos Reis católicos Fernando e Isabel, para sua rainha, realizando-se o casamento em 1497. Somente
depois de garantidas para si as terras africanas já
descobertas e afastada durante muito tempo a possibilidade de conflito com a Espanha é que Portugal reiniciou a sua jornada
para as Índias pelo oriente.
No entanto, quando Vasco da Gama parte em 1497, ele segue a rota de todos os navegantes que demandavam a costa
da África até a altura de Serra Leoa e daí, surpreendentemente, guina para alto mar,
afastando-se do golfo da Guiné, região onde as calmarias eram frequentes e onde começava o trecho do litoral africano em
que a corrente de Benguela e os ventos dominantes são contrários ao sentido de navegação. A corrente Sul-Equatorial e os
ventos dominantes o levam para além do meio do Atlântico, a ponto de ver sinais de terra, do que daria notícia a Cabral,
quando este partiu para sua viagem em 1499,
da qual resultaria a descoberta do Brasil. Durante três meses só vê céu e água. Navegando decididamente no rumo aproximado
sul, vai encontrar, na altura do Prata e do sul da África, correntes e ventos favoráveis que o levam diretamente ao extremo sul
da África.
Nos dez anos que mediaram entre essas duas viagens e enquanto tantas coisas importantes aconteciam, como já
vimos, é obvio que alguém andou esquadrinhando todo o Atlântico Sul. Observando o regime dos ventos, não nos
surpreenderemos tanto com a viagem de Vasco da Gama, pois na navegação para o golfo da Guiné a ida e a volta não se faziam
pelo mesmo caminho, o que demonstrava perfeito conhecimento do regime e do sentido das correntes marinhas no Atlântico
Norte.

Representação de Calecute no atlas


"Civitates orbis terrarum"
(Georg Braun e Franz Hogenber, 1572

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Passado o cabo da Boa Esperança, sobe ele o litoral africano do Índico até encontrar povos que lhe dão seguras notícias
das Índias, pois mantinham com essas regiões um comércio regular; esse comércio era feito pelos árabes, que desde o século
VIII possuíam o domínio do mar no oceano Índico. Contratando, por bom dinheiro, um excelente piloto árabe, Vasco da Gama
segue diretamente para as tão desejadas Índias, aonde chega às proximidades de Calicute, em 20 de maio de 1498.
Os navios lusitanos, de grande porte em comparação com os dos árabes, não tinham a liberdade de ação dos navios
de guerra inimigos, mas tinham maior poder de fogo. E o mundo estava entrando numa época de predomínio do fogo sobre
movimento e choque. Foi nessa disputa que os portugueses, apesar das distâncias mas fortemente amparados por um governo
resoluto, em poucos anos tomaram dos orientais o domínio dos mares índicos e passaram a exercer, com exclusividade, o
comércio das especiarias e demais mercadorias do Oriente para a Europa.
Com a chegada de Vasco da Gama a Calicute na Índia, a ligação marítima imediata entre a Europa e as Índias tinha
sido conseguida. O encontro dessa rota marítima foi somente o primeiro passo para o verdadeiro fim. A questão mais difícil
estava ainda de pé: estabelecer nas costas índicas mediante pacíficas negociações com os chefes indígenas ou por imposição
da força, pontos de apoio para o comércio e adquirir depois, em face dos árabes, uma posição dominante. Os árabes tinham
em seu poder, há vários séculos, toda a navegação comercial pelo mar Vermelho e do golfo Pérsico até Málaca, depósito
principal dos produtos da Ásia Oriental. Era preciso arrebatar aos árabes essa situação de predomínio.
Mal Vasco da Gama regressou com as provas do resultado feliz de sua viagem, treze navios se fizeram à vela sob o
comando de Pedro Álvares Cabral, levando mil e duzentos soldados para vencer os hindus. Ao demandar o cabo da Boa
Esperança, a frota aportou ao litoral brasileiro, acrescendo dessa forma os domínios do rei de Portugal, tomando posse das
terras demarcadas pelo Tratado de Tordesilhas. Na Índia, Cabral recebeu por toda parte votos de amizade e voltou para
Portugal carregando riquezas nos poucos navios que haviam escapado às desventuras da expedição. O rei, encorajado por esse
primeiro ensaio, equipou quinze navios de alto bordo, sendo confiado o comando a Vasco da Gama. O almirante português
reduziu vários estados à condição de tributários, destroçou a frota do samorim de Calicute, e a presa enorme que encontrou
nesses navios valeu-lhe uma acolhida entusiástica no regresso.
Em viagem posterior, Francisco de Albuquerque obteve consentimento do rei de Cochino para construir o Forte de
Santiago e a Igreja de São Bartolomeu. Assim foi colocada a primeira pedra do domínio espiritual e temporal de Portugal no
país, domínio que iria durar até 1961. A heroica resistência no Forte Santiago, com Eduardo Pacheco à frente de um punhado
de bravos, contra a investida de dezenas de milhares de soldados do samorim consolidou a posição portuguesa na Índia. A
partir desse momento, Portugal se considerou senhor dessas paragens. Não satisfeito de retirar ricas mercadorias, enviou
Francisco de Almeida na qualidade de Vice-Rei. A prudência e o valor de Almeida foram coroados do mais feliz sucesso. Ele
submeteu as tribos dos reis de Quilo a, de Mombaça e de outros Estados, construindo também muitos fortes. Lourenço, seu
filho, abordou a ilha de Ceilão. A posição e os portos dessa ilha fazem com que ele seja o centro do comércio da África e da
China. Nenhum porto é comparável, nesses mares, ao de Trinquernale.
O Plano de domínio português acha-se esboçado na carta que o primeiro Vice-Rei, Francisco de Almeida, enviou a D.
Manuel I. É esse um dos documentos mais importantes da história portuguesa no Oriente: "Toda a nossa força seja no mar,
desistamos de nos apropriar da terra. As tradições antigas de conquista, o império sobre reinos tão distantes não convém.
Destruamos estas gentes novas [árabes, afegãos, etíopes, turcomanos] e assentemos as velhas e naturais desta terra e costa e
depois iremos mais longe. Com as nossas esquadras teremos seguro o mar e protegidos os indígenas em cujo nome reinaremos
de fato sobre a Índia, e se o que queremos são os produtos dela, o nosso império marítimo assegurará o monopólio português
contra o turco e o veneziano”.
Perante a ameaça portuguesa e instigado por Veneza, o sultão do
Egito enviou para a Índia, mar Vermelho abaixo, uma numerosa frota de
guerra. Porém em Diu, a 3 de fevereiro de 1509, Francisco de Almeida a
destroçou, apesar de os egípcios contarem com o concurso de artilheiros
italianos.
Nos anos seguintes, os portugueses iniciaram uma política de
conquista que, graças aos eminentes dotes militares de Afonso de
Albuquerque, se traduziu numa série de extraordinários êxitos. Assaltou
Goa, na costa de Malabar; depois ocupou as Molucas e após uma
desesperada luta apoderou-se da rica cidade de Malaca. A notícia das
invencíveis esquadras estrangeiras, estendendo-se ao longo dos países
litorâneos do oceano Índico e de todas as partes, acudiram embaixadores
de reis indígenas para fazer alianças e tratados de comércio.

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Esses acordos permitiram o estabelecimento de feitorias e a construção de


firmes fortalezas para protegerem os comerciantes portugueses. Desse modo,
ficou o Extremo Oriente submetido à esfera de interesse da Lusitânia. Mas
Albuquerque percebeu, com extraordinária perspicácia que, para aniquilar
totalmente a hegemonia mercantil dos árabes (mouros, como diziam os
portugueses), era preciso obturar a rota de importância mundial até então, que
atravessava o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico. Todos os seus recursos militares
fracassaram diante dos muros de Aden, mas no ano de 1515 conseguiu forçar
a cidade de Ormuz e, levantando nela uma grande fortaleza, cortou ao
comércio arábico a ligação com o Mediterrâneo. Ormuz, Goa e Malaca, os três
pontos cardeais do império fundado por Albuquerque no breve período de
cinco anos, valiam o domínio em todo o mar das Índias e a vassalagem de todas
as costas, desde Sofala, em África, ao cabo de Jar-Hafum; desde Khor Fakhan,
na Arábia, até o golfo Pérsico; desde o Indo até ao cabo Kumari; daí às bocas
do Ganges e, descendo pelo Arakan e pelo Pegu, até Malaca com as ilhas
Península Arábica dispersas de Madagascar e Sokotra, Anjediva, os arquipélagos de Lakha
(Laquedivas) e de Malaca (Maldivas), Sinala (Ceilão) e Sumatra e Java, Bornéu
e as Molucas até os pontos extremos de Banda e Ambon.
Decaídos os árabes de sua privilegiada posição de intermediários entre o Oriente e o Ocidente, a corrente de produtos
orientais, que da Ásia anteriormente ia para a Europa através do Mediterrâneo, foi encaminhada diretamente para Portugal,
seguindo a via marítima.
A expansão portuguesa na Ásia continuou no decorrer de quase todo o século XVI, exigindo frequentemente o recurso
às armas, o que absorvia grande parte dos recursos do reino. Durante esse tempo, os portugueses mantinham suas pretensões
no Marrocos, sustentando diversas guerras, embora de pequena envergadura. Ao mesmo tempo, seus navegantes
descobriram várias ilhas no Atlântico Sul, chegaram às costas do Canadá e exploraram quase todo o litoral da América do Sul.
A partir da terceira década desse século também foi iniciada a colonização do Brasil, e Portugal soube defender com indomável
energia a posse das novas terras, enfrentando a crescente agressividade de marinheiros ingleses, franceses e holandeses. Num
extremo do mundo, seus marinheiros, comerciantes e religiosos chegaram ao Japão e se estabeleceram em Macau, na China;
no outro, seus pescadores, ao largo da Terra Nova começaram a retirar dos mares o bacalhau ali encontrado em cardumes
imensos e, segundo consta, auxiliaram o navegante francês Jacques Cartier nas suas primeiras explorações no Canadá. Assim,
os portugueses, que não tinham quarenta mil homens sob armas, faziam tremer o Império de Marrocos, os Berberes da África,
os mamelucos, os árabes e todo o Oriente de Ormuz à China, do cabo da Boa Esperança até Cantão, exercendo seu domínio
sobre mais de quatro mil léguas, por meio de uma cadeia de empórios e fortalezas.

1.2) Outras Navegações Portuguesas:


Os lusos andaram mesmo, como diz o poema famoso Os Lusíadas, “por mares nunca dantes navegados”, pelo menos
por europeus.
Mesmo antes da descoberta da América por Colombo, já nela teriam estado os portugueses: em 1491, João Vaz Corte
Real e Álvaro Martins Homem estiveram na Terra Nova e, no mesmo ano da viagem de Colombo, João Fernandes Labrador e
Pedro de Barcelos descobriram a península que teria até hoje o nome do primeiro.
Em 1501, Gaspar Corte Real descobriu o estreito de Davis, entre a Groenlândia e o continente norte-americano e
esteve naquela grande ilha.
As navegações lusitanas no Índico levaram à conquista de quase toda a costa da África e à descoberta de inúmeras
ilhas (Ceilão, Maurício, Reunião, Madagascar, Maldivas, Sonda, Sumatra, etc.).
Em 1516, Duarte Coelho atinge a Cochinchina (atual Vietnã) e, em 1525, Luiz Vaz Torres descobre a Austrália. A Nova Guiné,
em 1538, com João Fogaça, e o Japão, em 1541, com Fernão Mendes Pinto e Antônio da Mota, mostram quão longe chegaram
os portugueses para as bandas do Oriente.
Mas, o ponto alto das navegações lusitanas viria com as viagens de João Martins que, em 1588, descobriu a passagem
do noroeste, passando pelo estreito de Davis, mar de Baffin, ilhas Árticas, norte do Alasca e estreito de Bering, vindo a sair no
Pacífico, e de David Melgueiro que, em 1660, descobriu a passagem do nordeste, partindo do Japão, passando pelo norte da
Sibéria e das ilhas Spitzberg e chegando a Portugal pelo norte do Atlântico.
Desse imenso império colonial pouco restou a Portugal; a decadência começou em 1580 com a entrega da coroa ao
Rei espanhol Felipe II, o que fez com que os holandeses, que estavam em luta com os espanhóis, passassem a atacar os navios
portugueses.

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1.3) O Apogeu de Portugal:
Apesar dos sintomas de decomposição, o império comercial português atingiu, no fim do século XVI, o seu apogeu. As
frotas singravam carregadas de preciosidades até os mares do Japão e da China, requerendo o serviço de mais de quatrocentos
navios de alto bordo, além de duas mil caravelas e vasos menores. Considerada a obra toda do pequeno reino, convém
reconhecer a sua grandeza excepcional em relação às limitações de recursos. Portugal era um pequeno Estado com escassa
população e condições econômicas limitadas. Fundando sua expansão política e econômica no comércio marítimo e no império
colonial viu-se face a face com as grandes potências marítimas que ambicionavam por igual a implantação de colônias e linhas
de comércio oceânicas. Exangue em homens, sem recursos, principalmente devido às funestas campanhas no Marrocos, e
tendo perdido a independência para a Espanha após o desastre de Alcácer-Kibir48, Portugal não pôde manter a maior parte de
seu grandioso império ante a investida cada vez mais pertinaz das novas potências marítimas surgidas na Europa. Enquanto os
Países Baixos solapavam o poder lusitano nas Índias Orientais, seja por ações diretas, seja fomentando a rebelião dos indígenas
já submetidos, a Inglaterra colaborava na ruína do império português, ajudando em 1622 a Pérsia a reconquistar Ormuz.
A Espanha, que se esforçava para proteger suas colônias na América, deixou em pleno abandono as possessões
portuguesas, principalmente após a morte de Felipe III (de Espanha) em 1621. No Brasil, onde já havia uma população de
origem portuguesa relativamente numerosa, as investidas holandesas fracassaram, mas na África e no Oriente os empórios e
fortalezas lusitanas, que dispunham de limitadas guarnições e com as comunicações precariamente mantidas com a metrópole,
foram sendo tomadas uma a uma.

Em 1640, Portugal conseguiu sacudir o domínio espanhol. D. João IV,


elevado ao trono pelo voto popular, encontrou o reino arruinado por 61 anos de
servidão (União Ibérica), sem exército, sem navios, sem artilharia. Seguiram-se quase
vinte anos de guerras antes que a independência portuguesa fosse formal e
definitivamente reconhecida pelas demais potências europeias. Os portugueses
recobraram o Brasil, mas perderam as Molucas, Cochim, Ceilão, o cabo da Boa
Esperança e tudo mais de que os holandeses se haviam apoderado nas Índias
Orientais. Por outro lado, já não havia condições nos séculos XV e XVI para serem
recomeçadas as aventuras oceânicas. O tempo do valor pessoal havia passado. No
lugar das navegações aventurosas estavam estabelecidas linhas de comércio regular
controladas por rivais poderosos. Dessa forma, a Holanda e a Inglaterra foram as
herdeiras do império econômico construído por Portugal.

BIBLIOGRAFIA DESTE MÓDULO


- ALBUQUERQUE, Antonio L. P. & SILVA, Leo F. Fatos da História Naval - 2.ed. – Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da
Marinha, 2006.
- CAMINHA, Vice-Almirante João Carlos. História Marítima. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército (BibliEx), Coleção General
Benício, 1980.
- HART, B. H. Liddell, As Grandes Guerras da História. 3ª ed. São Paulo: IBRASA, 1982.
- MAGNOLI, Demétrio. História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2009.
- VEYNE, Paul. O Império Greco-Romano. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2009.
- VICENTINO, Cláudio & DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio – História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione.
2002. vol. único.
- VIDIGAL, Armando & ALMEIDA, Francisco E. A. Guerra no Mar: Batalhas e Campanhas Navais que Mudaram a História. Rio
de Janeiro: Record, 2009

48
O desastre de Alcácer-Kibir corresponde ao falecimento do rei de Portugal D. Sebastião, que combatendo no norte da África
os mulçumanos, ainda como parte das guerras de reconquista e das cruzadas, desaparece em batalha. Sua morte gera duas
situações históricas: a primeira é que ele tinha 23 anos de idade à época e ainda não tinha herdeiros. Após sua morte, assumiu o
trono seu tio que era cardeal da Igreja Romana e que ao morrer também não tinha herdeiros, permitindo a tomada do trono de
Portugal pelos espanhóis, correspondendo este período à União Ibérica. A segunda situação é que seu desaparecimento fomentou
histórias de que ele havia sido arrebatado ao reino dos céus e de lá retornaria comandando hordas celestiais para combater os
infiéis mulçumanos. Deste fato surgem os movimentos religiosos conhecidos como sebastianistas, com ações principalmente na
colônia portuguesa do Brasil.
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