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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS-BIOQUÍMICA

DOUGLAS DE JESUS DA SILVA CLAUDINO

EFEITO DE SOLVENTES EUTÉTICOS PROFUNDOS NA SÍNTESE


ENZIMÁTICA DE ÉSTERES DE AÇÚCAR

CURITIBA

2023
DOUGLAS DE JESUS DA SILVA CLAUDINO

EFEITO DE SOLVENTES EUTÉTICOS PROFUNDOS NA SÍNTESE


ENZIMÁTICA DE ÉSTERES DE AÇÚCAR

Projeto de mestrado apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Ciências-
Bioquímica. Setor de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Paraná.
Data de Matrícula: 14/03/2023
Data de Entrega: 31/08/2023

Orientadora: Profa. Dra. Nadia Krieger

CURITIBA

2023
Resumo

Os ésteres de açúcar são compostos de alta relevância, com aplicação nas indústrias
farmacêuticas e de alimentos. O processo químico de produção destes ésteres é
complicado devido à grande quantidade de grupos hidroxila com reatividades químicas
semelhantes presentes nos carboidratos e à necessidade de modificação regiosseletiva
de carboidratos para se obter o composto desejado; na síntese química, há necessidade
de adição de grupos protetores das hidroxilas que não se deseja esterificar e que devem
ser removidos para obtenção do produto final. O processo enzimático é vantajoso, uma
vez que enzimas são e podem produzir o produto desejado em uma única etapa de
reação. Outro problema na produção de ésteres de açúcar é a utilização de solventes
orgânicos, como dimetilformamida e piridina, que são substâncias tóxicas e podem
resultar na formação de compostos secundários indesejáveis, trazendo diversos
problemas ambientais. Com o avanço da química verde, foram desenvolvidos solventes
ambientalmente mais corretos para a síntese de ésteres, como os solventes eutéticos
profundos (DESs), que vêm demonstrando resultados promissores. O objetivo deste
trabalho é a síntese enzimática de ésteres de açúcar, utilizando solventes eutéticos
naturais (NADESs), puros ou em misturas, produzidos com açúcares e cloreto de colina.
Como catalisadores da reação serão utilizados o sólido fermentado de Burkholderia
contaminans LTEB11 contendo lipases, a lipase LipC12 imobilizada e, para
comparação, a lipase B de Candida antarctica (CALB). Os resultados deste trabalho
poderão permitir a síntese de ésteres de açucares em meios reacionais considerados
“verdes” como alternativa aos solventes orgânicos atualmente utilizados.

Palavras-chave: lipases, ésteres de açúcar, sólidos fermentados, solventes eutéticos


profundos, Burkholderia contaminans LTEB11, LipC12.
1 INTRODUÇÃO

Ésteres de ácidos graxos de açúcar, também conhecidos como ésteres de açúcar (EAs),
são biossurfactantes não iônicos capazes de reduzir a tensão superficial e promover a
mistura de componentes imiscíveis, como óleo e água (Ren & Lamsal, 2017). Essa
propriedade se deve à natureza anfifílica da molécula, uma vez que os EAs são
glicoconjugados formados a partir de ligações covalentes entre um carboidrato e um
lipídio, contendo uma fração hidrofílica e uma fração hidrofóbica (Villalobos et al., 2018;
Ibinga et al., 2019).

Os ésteres de açúcar são comumente aplicados nas indústrias de alimentos,


farmacêuticas e de cosméticos devido às suas propriedades emulsificantes,
estabilizantes, espumantes e detergentes (Lamsal et al., 2017; Semproli et al., 2023).
Além disso, dependendo da composição, EAs exibem propriedades antitumorais,
antimicrobianas, anticáries e inseticidas, o que os tornam ideais para a produção de
fármacos, vacinas e em biorremediação de solos contaminados (Godoy et al., 2016;
Tian et al., 2016; Neta et al., 2015). Vale ressaltar que os EAs não são tóxicos, são
benignos ao meio ambiente e biodegradáveis, uma vez que são derivados de matéria-
prima renovável (Nitschke et al., 2002; Semproli et al., 2023).

A síntese de ésteres de açúcar pode ser realizada através de processos químicos ou


enzimáticos (Siebenhaller et al., 2018). A rota química, com ou sem solvente, requer
altas temperaturas e, quando combinada com um catalisador alcalino, pode promover a
formação de subprodutos tóxicos (Godoy et al., 2016; Lima et al., 2018; Neta et al.,
2015). Além disso, o método químico produz múltiplos isômeros, devido à natureza poliol
dos carboidratos, que possuem vários grupos hidroxila semelhantes. Assim, o grupo
desejado deve ser separado dos demais, pela adição de grupamentos protetores, que
posteriormente devem ser removidos, tornando o processo difícil e demorado (Borges,
2007; Villalobos et al., 2018).

Por outro lado, a rota enzimática é um processo que não requer a proteção ou
desproteção dos grupos hidroxila (Adachi & Kobayashi, 2005), uma vez que enzimas
são regiosseletivas. Além disso, a rota enzimática exige baixa temperatura de reação,
permite a utilização de solventes mais ecológicos, além de propiciarem altos
rendimentos e maior pureza do produto de interesse (Neta et al., 2012; Siebenhaller et
al., 2018). As lipases (EC 3.1.1.3), são as mais indicadas para realizar reações de
transesterificação para a síntese de ésteres de açúcar devido à sua eficiência e
versatilidade em diferentes condições (Gumel et al., 2011).
O objetivo do trabalho é a síntese enzimática de ésteres de açúcar, utilizando solventes
eutéticos profundos naturais também conhecidos pela sigla em inglês NADES (Natural
Deep Eutectic Solventes) puros ou misturados, produzidos com cloreto de colina e
açúcares. Serão utilizadas lipases naturalmente imobilizadas no sólido fermentado,
provenientes do fermentado em estado sólido de Burkholderia contaminans LTEB11
(SFBC), a lipase LipC12 imobilizada e, para fins comparativos, a lipase B de Candida
antarctica (CALB). Os resultados possibilitarão a produção de ésteres de açúcar em
meios reacionais mais ecológicos como alternativa aos solventes orgânicos tradicionais.

2 REVISÃO DA LITERATURA

As lipases (triacilglicerol EC 3.1.1.3) são enzimas pertencentes à classe das hidrolases,


cuja principal função biológica é catalisar a hidrólise de triacilgliceróis de cadeia longa
na interface lipídio/água (Jaeger & Reetz, 1998). Diferentemente de outras enzimas,
elas apresentam um ótimo nível de atividade e estabilidade em meios não aquosos e
não dependem de cofatores. Isso possibilita a catálise de diversas reações, como
esterificação, transesterificação, aminólise e interesterificação (Diaz et al., 2006;
Villeneuve et al., 2000).

As lipases podem ser classificadas de acordo com sua seletividade em 1)


quimiosseletivas: reconhecimento de diferentes tipos de ácidos graxos, de acordo com
o tamanho da cadeia de carbono e o grau de insaturação; 2) enantiosseletivas:
reconhecimento de isômeros de um racemato; 3) regiosseletivas: reconhecimento de
diferentes posições de grupos funcionais idênticos (Sánchez et al., 2018; Villalobos,
2016). Dependendo do tipo, algumas lipases podem não apresentar seletividade, sendo
então consideradas como não seletivas.

O grupo de pesquisa do Laboratório de Tecnologia Enzimática e Biocatálise (LTEB) da


Universidade Federal do Paraná (UFPR) vem desenvolvendo, ao longo dos anos,
diversos projetos para a produção de lipases por fermentação no estado sólido (FES) a
partir de resíduos agroindustriais. Um dos microrganismos utilizados pelo LTEB é a
espécie Burkholderia contaminans, variante pertencente ao complexo Burkholderia
cepacia (BCC). A escolha de B. contaminans se deve à alta estabilidade e atividade da
enzima em solvente orgânico (Alnoch et al., 2018).

Estudos prévios com o sólido fermentado de B. contaminans LTEB11 contendo lipases


naturalmente imobilizadas foram realizados por Villalobos et al. (2018), para a síntese
do éster metil-α-D-6-acetilglucopiranosídeo (6-OAc-α-MetGlc) em um meio livre de
solvente (no qual apenas os substratos compõem o meio reacional) contendo o açúcar
metilado metil-α-D-glucopiranosídeo e acetato de vinila como agente acilante. Foi
relatada uma conversão de 76% em 72 h, com rendimento de 1,05 g do produto 6-OAc-
α-MetGlc.

Com o desenvolvimento do conceito de química verde, muitos estudos vêm se


dedicando no desenvolvimento de solventes mais sustentáveis. Os líquidos iônicos (LIs)
foram as primeiras alternativas potencialmente boas seguindo este conceito, devido à
sua não volatilidade, estabilidade térmica e alto poder de solvatação. Por outro lado, os
LIs possuem desvantagens, como o alto custo e difícil síntese. Além disso, o conceito
de “solvente verde” vem sendo contestado para LIs, devido à sua possível toxicidade e
baixa capacidade de biodegradação (Durand et al., 2013; Javaherian & Saghanezhad,
2019).

Atualmente, como alternativa para substituir os LIs e manter suas características


vantajosas, uma nova geração de solventes ecológicos foi formulada: os solventes
eutéticos profundos (DES), normalmente formados pela mistura de um composto
doador de ligação de hidrogênio (HBD) e um composto aceptor de ligação de hidrogênio
(HBA). Assim como os LIs, os solventes eutéticos possuem baixa viscosidade, baixo
ponto de fusão e baixa volatilidade. Contudo, diferente dos líquidos iônicos, a síntese
de DES é muito mais simples e não se faz necessário processos de purificação. Além
disso, são compostos biodegradáveis, características que tornam os DESs mais
atraentes para indústrias farmacêutica e de alimentos (Taysun et al., 2022).

Uma categoria especial de DES são os solventes eutéticos profundos naturais (em
inglês, natural deep eutectic solvents, NADES), que são formulações compostas por
matérias-primas renováveis derivadas de metabólitos vegetais, tais como ácidos graxos,
amidos, açúcares e ácidos orgânicos (Jeliński et al., 2019). NADES têm sido objeto de
crescente investigação devido às suas características intrínsecas, tais como a
sustentabilidade e a ausência de riscos à saúde, o que os torna escolhas altamente
promissoras para diversas aplicações industriais (Lapeña et al., 2019; Xia et al., 2020)

Outra característica vantajosa na utilização de NADES e de DES em geral é a


possibilidade de se obter diversas combinações de formulação, permitindo modulações
de acordo com a reação de interesse. Como os EAs são carboidratos, é viável adaptar
o método para que a glucose possa fazer simultaneamente parte do solvente e do
substrato da reação. (Siebenhaller et al., 2018).
A Tabela 1 apresenta estudos recentes sobre a síntese enzimática de ésteres de açúcar
em diferentes meios reacionais. Observa-se que a lipase mais utilizada nos trabalhos é
a lipase comercial CALB e que as conversões (de 5% até 98%), e tempo de reação (de
2 a 72 h) variam bastante a depender do doador de acila, cuja cadeia alquílica varia de
comprimento (de C4 a C18) e do solvente utilizado, como DES, LIs, álcoois, DMSO,
tetraidrofurano, acetona e meio livre de solvente. Além disso, o carbono 6 do açúcar é
a posição mais acilada, mostrando seletividade da maioria das enzimas para esta
posição, provavelmente porque é a que oferece menos impedimento estérico.

A maioria dos trabalhos apresentados na Tabela 1 relata a utilização de solventes


orgânicos e, apenas no trabalho de Villalobos et al. (2018), a síntese foi conduzida em
um meio livre de solvente, resultando em um rendimento de 76% em 72 h. Alguns meios
contendo solventes orgânicos podem favorecer as conversões em éster e diminuir o
tempo reacional, como é o caso dos meios com terc-butanol/DMSO e 2-metil-2-
butanol/DMSO, que proporcionaram conversões de 98% em 24 h (Çetinkaya et al.,
2020). Por outro lado, as conversões para os meios contendo DES (ChCl:Glucose)
variaram de 5% em 72 h (Siebenhaller et al., 2017) até 75% em 24 h (Zhao et al., 2016)
utilizando a mesma lipase (Novozyme 435). Estes resultados mostram que ainda há
muito a explorar em termos de meios e condições reacionais e lipases utilizadas para a
síntese de ésteres de açúcar.
Tabela 1. Síntese de ésteres de açúcar em diferentes meios reacionais (Continua).

Substratos Condições
Conversão Posição do
Lipases Componentes (razão Temperatura Referências
Carboidrato Agente acilante (%) grupo acila
molar) / tipo (°C)
Decanoato de Mentol:Ácido decanoico Hollenbach et
Novozyme 435 D-glucose 50 11 (6 h) 6
Vinila (1:1), DES al. (2022)

ChCl:Glucose Zhao et al.


Novozyme 435 D-glucose Laurato de Vinila 45 75 (24 h) 6
(1:2), DES (2016)

Octanoato de ChCl:Glucose Siebenhaller et


Novozyme 435 D-Glucose 50 5 (72 h) 6
Vinila (1:1), DES al., (2017)

Imidazólio:Tetrafluoroborato Huang et al.


Novozyme 435 D-glucose Acetato de Vinila 55 71 (6 h) 6
(1:1), LI (2012)
1-butil-3-metilimidazólio:
Lee et al.
Novozyme 435 D-glucose Laurato de Vinila Trifluorometanosulfonato 40 69 (11 h) 6
(2008)
(1:1), LI
1-butil-3-metilimidazólio:
Chang et al.
Novozyme 435 D-glucose Laurato de Vinila Tetrafluoroborato 50 75 (12 h) 6
(2018)
(1:1), LI
1-butil-3-metilimidazólio:
Mai et al.
Novozyme 435 D-glucose Laurato de Vinila Trifluorometanosulfonato 50 96 (24 h) 6
(2011)
(1:1), LI

Arniza et al.,
Lipozyme® TL IM Sorbitol Ácido Cáprico Álcool terc-butílico 55 76 (24 h) 6
(2020)

1: Novozyme 435: Lipase B de Candida antarctica imobilizada; 2: DES, solvente eutético profundo; 3: ChCl: cloreto de colina; 4: LI, líquido
iônico; 5: DMSO: Dimetilsufóxido; 6: Lipozyme® TL IM: Lipase imobilizada de Thermomyces lanuginosus; 7: α-MetGlc: Metil-α-D-
glucopiranosídio; SFBC: Sólido Fermentado de Burkholderia contaminans.
Tabela 1. Síntese de ésteres de açúcar em diferentes meios reacionais (Continuação).

Lipase de Pâncreas de Vescovi et al.,


Xilose Ácido Cáprico Álcool terc-butílico 60 70 (2 h) 6
Porco (PPL) (2017)

Terc-butanol/DMSO Çetinkaya et
Novozyme 435 Frutose Ácido Oleico 55 98 (24 h) 6
2-metil-2-butanol/DMSO al., (2020)

Nguyen et al.,
Candida antarctica A Maltopentaose Ácido Palmítico DMSO 60 22 (72 h) 6
(2019)

Oliva et al.,
Pseudomonas stutzeri L-ramnose Laurato de Vinila Tetraidrofurano 35 92 (3 h) 4
(2022)

Marathe et al.,
Novozyme 435 Trealose Ácido Palmítico DMSO 55 35 (24 h) 6
(2020)

Bernal et al.,
Pseudomonas stutzeri Lactulose Ácido Palmítico Acetona 40 26 (48 h) -
(2015)

D-xilose Méline et al.,


Novozyme 435 Laurato de Viníla 2-metilbutan-2-ol 50 57 – 75 (4 h) 5
L-arabinose (2018)

Cabezas et al.,
Novozyme 435 Frutose Ácido Láurico DMSO 55 19 (72 h) 6
(2022)

Bacillus
thermoproteolyticus Isomaltotriose Ácido Palmítico DMSO 45 89 (24 h) 6 Liu, (2017)
rokko

Villalobos et
SFBC α-MetGlc Acetato de Vinila Livre de solvente 65 76 (72 h) 6
al., (2018)

1: Novozyme 435: Lipase B de Candida antarctica imobilizada; 2: DES, solvente eutético profundo; 3: ChCl: cloreto de colina; 4: LI, líquido iônico;
5: DMSO: Dimetilsufóxido; 6: Lipozyme® TL IM: Lipase imobilizada de Thermomyces lanuginosus; 7: α-MetGlc: Metil-α-D-glucopiranosídio; SFBC:
Sólido Fermentado de Burkholderia contaminans.
3 JUSTIFICATIVA

Um dos problemas da síntese enzimática de ésteres de açúcar é a polaridade do


substrato, que requer meios polares para solubilização, ou meios livres de solvente
orgânico contendo apenas o carboidrato e o doador de acila. Ambos os meios reacionais
podem ser prejudiciais à atividade enzimática e reduzir a produtividade do processo. A
hipótese deste trabalho é que a utilização de DES, particularmente os naturais,
utilizando os próprios açúcares como doadores de ligação de hidrogênio, poderá não só
resolver o problema de solubilidade do substrato no meio reacional, mas também
aumentar a produtividade do processo estudado previamente por Villalobos et al. (2018)
para a síntese de EAs em meio livre de solventes. Além disso, a utilização de NADES
proporcionará uma abordagem ambientalmente correta do processo de síntese
enzimática de ésteres de açúcar.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Estudar o efeito de solventes eutéticos profundos naturais (NADES) na síntese


enzimática de ésteres de açúcar utilizando a lipase LipC12 imobilizada, o sólido
fermentado de Burkholderia contaminans LTEB11 contendo lipases naturalmente
imobilizadas e a lipase comercial (B) de Candida antarctica imobilizada.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Sintetizar e caracterizar um solvente eutético profundo utilizando como aceptor


de ligação de hidrogênio (HBA) o cloreto de colina e como doador de ligação de
hidrogênio (HBD) a D-glucose, em uma razão molar de 1:1;
• Realizar reações de síntese de ésteres de açúcar em NADES com as lipases
LipC12 imobilizada, SFBC e CALB;
• Realizar reações de síntese de ésteres de açúcar em meio livre de solventes
com as lipases LipC12 imobilizada, SFBC e CALB;
• Otimizar o método de extração dos produtos do meio reacional com DES;
• Analisar os produtos da reação por HPLC, RMN e IR;
• Otimizar a síntese de ésteres de açúcar pelo estudo da cinética da reação,
temperatura, concentração de enzima;
• Extrair e caracterizar os produtos formados na síntese dos ésteres de açúcar por
HPLC, RMN e IR;
• Determinar a estabilidade das lipases no sistema NADES e no meio livre de
solventes, avaliando-se suas atividades residuais após as reações de síntese;
• Comparar os resultados obtidos com os NADES com os do sistema livre de
solventes.

5 ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Os experimentos serão realizados no Laboratório de Tecnologia Enzimática e


Biocatálise (LTEB), no Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná.
A estratégia de ação deste trabalho, representada na Figura 1, será dividida em: Síntese
e caracterização de NADES; Acetilação da D-glucose em NADES e em meio livre de
solvente; Otimização da síntese em NADES; Extração e caracterização do produto por
espectrometria de ressonância magnética nuclear (RMN), cromatografia a líquido de
alta eficiência (CLAE) e infra vermelho (IR); Purificação do produto em cromatografia
flash.
Figura 1: Estratégia deste projeto

Síntese do solvente eutético profundo natural: o NADES será composto por


cloreto de colina (HBA) e D-glucose (HBD) em uma razão molar de 1:1. Primeiramente,
o cloreto de colina (ChCl) deverá ser seco em uma estufa por aproximadamente 48 h
por se tratar de um composto higroscópico. Após isso, pesar e misturar o ChCl seco e
D-glucose em um béquer e aquecer no micro-ondas em potência baixa até atingir o
ponto de fusão. Após a síntese, o DES será caracterizado por RMN e IR.

Reações de síntese: serão realizadas reações de síntese com cada uma das
enzimas (LipC12, SFBC e CALB) em diferentes concentrações. Em um frasco
Erlenmeyer com tampa serão adicionados o de DES e o (217 mmol) de acetato de vinila.
Para fins de comparação será realizado a reação em meio livre de solvente onde será
adicionada a D-glucose e o acetato de vinila. Após essa etapa, os frascos Erlenmeyer
serão colocados em um agitador orbital e incubados por 24 horas a 250 rpm e
temperaturas de 37 a 60 °C. Após o período de incubação, a enzima será adicionada
ao frasco e o sistema será incubado novamente sob as mesmas condições por mais 72
horas. Será coletada uma alíquota de 500 µL dos meios de reação para posterior análise
por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), ressonância magnética nuclear
(RMN) e espectroscopia de infravermelho (IR).

Otimização da síntese em NADES: mediante a avaliação dos dados analíticos


coletados, terá como critérios preponderantes a análise da cinética enzimática, a
influência da temperatura e a otimização da concentração enzimática. Além da escolha
da enzima mais adequada para a síntese (LipC12 ou SFBC). A abordagem abrangente
desses fatores nos possibilitará não somente compreender suas interações, mas
também identificar fatores que podem influenciar a síntese desejada e também permitirá
maximizar o rendimento na obtenção dos produtos desejados.

Extração do produto: será adicionado ao meio reacional 2 mL de água a 50


ºC em agitação magnética de 1200 rpm por 30 min. Após esse tempo será adicionado
3,5 mL de acetato de etila e agitando-se por mais 45 s. A fase orgânica contendo os
glicolipídios será coletada para purificação e análise (Siebenhaller et al., 2018).

Purificação do produto em cromatografia flash: a fase orgânica da extração


será filtrada em papel Whatman n. 1, lavada com álcool metílico (3x20 mL) e
concentrada por rotaevaporação. Para a cromatografia flash será utilizada uma coluna
de 20 mm de diâmetro e 29 cm de altura preenchida com sílica gel 60. A fase móvel
será uma solução de acetato de etila/metanol (9:1). As amostras serão coletadas
durante a eluição e a saída do produto será determinada por cromatografia em camada
delgada (CCD) em placas de sílica gel utilizando como fase móvel acetato de
etila/metanol. Após a corrida, as cromatoplacas serão reveladas com resorcinol-ácido
sulfúrico (resorcinol a 4% (v/v) em etanol1/H2SO4conc 20:1). Em seguida a placa será
aquecida até o surgimento das manchas (Stahl, 1965; Wicaksana et al., 2018).

Caracterização do produto por CLAE: amostras coletadas ao longo da


reação de síntese serão analisadas por cromatografia de alta eficiência num
cromatógrafo equipado com um detector de índice de refração (DIR) operado a 40 ºC.
Será utilizada uma coluna iônica Hi-Plex Ca, com dimensões 250 mm de comprimento
e 4,6 mm de diâmetro em temperatura constante de 65 ºC. Para fase móvel será
utilizada uma solução aquosa de ácido sulfúrico 5 mM, com um fluxo de 0,6 mL min-1. O
volume de injeção da amostra será de 20 µL com um tempo de análise de 30 min. Os
dados obtidos serão analisados através de um software Cham Station Open Lab LC®.
Caracterização do produto por RMN: Para a caracterização estrutural do
produto será utilizado um espectrômetro BRUKER DRX 600 (Centro de RMN do
Departamento de Bioquímica UFPR) na frequência base de 400,13 MHz para 1H e 13C.
A amostra será solubilizada em CDCl3 e colocada em tubos de 5 mm de diâmetro em
temperaturas de 25 °C e 50 °C para análise.

Caracterização do produto por IR: será empregado um espectrômetro de


transformada de Fourier equipado com um detector refrigerado por nitrogênio líquido e
um divisor de feixe de brometo de potássio (KBr). O espectrômetro funcionará sob
pressão contínua de gás nitrogênio seco para eliminar interferências do CO2 e H2O
atmosféricos. Os espectros de referência serão adquiridos em condições idênticas,
utilizando janelas em branco feitas de seleneto de zinco (ZnSe). Posteriormente, os
espectros coletados serão processados utilizando o software Grams/AI v.7.02.

6 CRONOGRAMA

O presente trabalho está sendo executado em 24 meses, no período de março


de 2023 a março de 2025.

2023 2024 2025


Atividades
2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º
Revisão Bibliográfica
Conclusão das disciplinas
Síntese de DES
Ensaios de atividade enzimática
Caracterização do DES por RMN e IR
Síntese de éster de açúcar
Purificação do produto
Caracterização do produto por RMN, CLAE e IR
Organização dos resultados
Redação da dissertação
Defesa
Tabela 2. Cronograma da execução das atividades.
7 RESULTADOS ESPERADOS

• Síntese e caracterização bem-sucedidas de ésteres de açúcar, demonstrando a


viabilidade do método proposto;

• A obtenção de um aumento significativo no rendimento da reação;

• Elaboração de um artigo científico de alta qualidade contendo os resultados do


projeto, com o intuito de ser submetido e publicado em uma revista reconhecida
na área.

REFERÊNCIAS

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