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PROJETO DE PESQUISA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
PIBIC
EDITAL 002/2022 - PIBIC/CNPq
Área de Conhecimento:
[ ] Ciências Agrárias;
[ x ] Ciências Biológicas;
[ ] Ciências da Saúde;
[ ] Ciências Exatas e da Terra;
[ ] Engenharias;
[ ] Ciências Humanas;
[ ] Ciências Sociais Aplicadas;
[ ] Linguística, Letras e Artes.
O presente projeto está inserido na área de ciências biológicas por se tratar de um estudo que
utiliza micro-organismos (leveduras) capazes de fermentar açúcares em produtos de interesse
para a área de biocombustíveis.
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Identificação da (s) área (s) prioritária (s)
Considerando que a fermentação é um processo biológico que ocorre por meio das ações de
micro-organismos e atuam sobre açúcares contidos em uma solução sintética ou complexa, o
presente estudo encontra-se inserido na área de biotecnologia. A partir desses processos
biológicos vários produtos de valor agregado podem ser formados, dentre estes o bioetanol, uma
fonte de energia renovável.
SUMÁRIO
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Introdução 04
Objetivos 06
Justificativa 07
Metodologia 09
Fonte de recursos 14
Cronograma de execução 15
Referências bibliográficas 16
INTRODUÇÃO
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A dependência global por insumos energéticos do refino de petróleo representa uma
problemática econômica e para a sustentabilidade. Constantemente são avaliadas estratégias
para reduzir o uso de produtos fósseis, que contribuem com a emissão de gases de efeito estufa
e mudanças climáticas. O uso de recursos energéticos alternativos produzidos por biomassa
biodegradável, como o bioetanol, se apresentam como uma das alternativas mais viáveis para
suprir a demanda energética mundial e minimizar os danos ao meio ambiente. (CHEN et al.,
2021; LEONG et al., 2021; ARUWAJOYE et al., 2020).
O bioetanol de segunda geração (2G), produzido a partir de biomassas lignocelulósicas,
é uma alternativa ao etanol produzido com biomassas açúcaradas ou amiláceas, que competem
pelo mercado de alimentos (SADHUKHAN et al., 2019; ALMEIDA; NASCIMENTO, 2021).
Todavia, a biomassa lignocelulósica, composta de celulose, hemicelulose e lignina, enfrenta
alguns desafios técnicos e econômicos na conversão de açúcares em bioetanol. A complexidade
das estruturas dificulta a decomposição dos polissacarídeos para liberação de açúcares
monoméricos, resultando em baixo rendimento de açúcar ou na grande variabilidade da
composição da matéria-prima (GUEDES; SANTOS, A.; SANTOS, H., 2021), na qual dificulta a
padronização das técnicas, bem como a incapacidade dos micro-organismos convencionalmente
empregados nos processos fermentativos em metabolizar os açúcares liberados durante a
hidrólise da hemicelulose (CORTIVO, 2021). Essa etapa de hidrólise, contudo, pode produzir
compostos que inibem os processos posteriores, diminuindo eficiência fermentativa (LIU et al.,
2020; ZHAO; SHAO; CHUNDAWAT, 2020).
A levedura Saccharomyces cerevisiae é o micro-organismo mais recorrente em
fermentações industriais (KUILA e SHARMA, 2016) devido a sua alta eficiência fermentativa,
mas também a resistência à elevada pressão osmótica, a tolerância à variação de pH e tolerância
a produtos inibitórios, como o próprio etanol (MUPONDWA et al., 2017). No entanto, a espécie
S. cerevisiae é incapaz de converter pentoses a etanol (BERŁOWSKA et al., 2016). Nesse
sentido, a busca por micro-organismos capazes de fermentar eficientemente todos os açúcares
existentes no hidrolisado lignocelulósico na presença de inibidores e ainda, tolerar altas
concentrações de etanol pode contribuir para uma melhor eficiência da produção de etanol 2G
(SILVEIRA, 2021).
A linhagem de levedura Candida akabanensis UFVJM-R131 é capaz de fermentar a D-
xilose em etanol, mesmo frente a compostos que são citotóxicos para as células (MATOS et al.,
2017; VALINHAS et al., 2018).
Com o intuito de aumentar a tolerância dessa levedura fermentadora de pentoses frente
aos inibidores celulares e aprimorar o rendimento e a produtividade da fermentação alcoólica, foi
realizado um processo de adaptação celular em hidrolisado hemicelulósico de torta de girassol.
De acordo com Opalek e Wloch-Salamon (2020) a adaptação é um método utilizado para
melhorar características genotípicas do micro-organismo, tais como tolerância aos inibidores,
sensibilidade à temperatura, bem como a produção de bioetanol a partir de substratos
lignocelulósicos. O desempenho fermentativo dessa levedura aclimatada em diferentes
concentrações de etanol, contudo, ainda não foi estudado. Nesse sentido, o presente projeto tem
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como objetivo avaliar a tolerância ao etanol, em diferentes concentrações, na linhagem C.
akabanensis UFVJM R131 silvestre e adaptada.
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OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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JUSTIFICATIVA
Pelo exposto, com o projeto apresentado pretende-se aprofundar o conhecimento dos efeitos da
adaptação evolutiva sobre a fermentação de xilose na presença de compostos inibidores,
avaliando parâmetros morfológicos e cinéticos da linhagem de Candida akabanensis UFVJM-
R131 adaptada em comparação com a linhagem silvestre.
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As respostas às questões sugeridas no projeto poderão revelar características metabólicas e
cinéticas que preencherão lacunas científicas sobre a espécie e conduzirão a possível indicação
da nova linhagem microbiana como agente fermentativo ou modelo de estudo para a produção
de etanol de 2ª geração. Como são pouquíssimos os estudos dedicados à espécie C.
akabanensis, as repostas e ou processos resultantes do projeto proposto trará avanços
relevantes para a área de microbiologia aplicada.
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METODOLOGIA
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Reativação e autenticação dos micro-organismos
Processo fermentativo
Preparo do inóculo
O inóculo será preparado por meio da transferência de uma alçada da cultura crescida
em meio YPMD sólido para 30 mL de meio YPMD líquido, contido em Erlenmeyer de 50 mL, sob
velocidade de agitação de 100 rpm, à 28°C, por 12 horas. Ao atingir 1,0 de densidade óptica,
uma alíquota do meio será centrifugado a 4000 rpm por 10 min, seguida do descarte do
sobrenadante. As células serão recuperadas e ressuspensas em água e novamente submetida
a centrifugação e então, inoculadas no meio fermentativo na proporção de 10%.
O processo fermentativo será realizado em 50 mL de meio sintético YPMDX líquido
(Yeast extract - Peptone - Malt - Dextrose), composto por 3,0 g L-1 de extrato de levedura; 3,0 g
L-1 de extrato de malte; 5,0 g L-1 de peptona de soja e 5 g L-1 de glicose e 5 g L-1 de xilose,
contidos em frascos cônicos tipo Erlenmeyer de 125 mL. O processo será conduzido sob
velocidade de agitação de 100 rpm, à 28°C e o monitoramento do processo e do crescimento
celular será realizado através da retirada de alíquotas de 1000 µL a cada 4, 6 ou 8 horas, durante
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36 horas. A alíquota será centrifugada a 4000 rpm por 10 minutos e serão realizadas análises de
crescimento e parâmetros fermentativos.
Crescimento
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(Equação 1)
No qual,
n = média de cinco contagens.
1000 = fator de conversão de mm³ para mL.
0,004 = volume do quadrado onde foi realizada a contagem.
Parâmetros fermentativos
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(Equação 2)
Onde:
Yp/s= rendimento em etanol (gp gs-1)
P = concentração final de etanol (g L-1)
Si = concentração inicial de açúcar presente no meio (g L-1)
Sf = concentração final de açúcar presente no meio (g L-1)
(Equação 3)
Onde:
Qp = produtividade volumétrica (g L-1 h-1)
P = concentração final de etanol (g L-1)
t = tempo de fermentação (h)
(Equação 4)
Onde:
Ef= eficiência fermentativa (%)
Yp/s = rendimento em etanol (g g-1)
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FONTE DOS RECURSOS
EQUIPAMENTOS
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CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
_____________________________________________________________________
2022 2023
Atividades
set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago
Revisão Bibliográfica x x x x x x x x x x x x
Planejamento e treinamento x x x
Reativação e autenticação das leveduras x x
Manutenção das linhagens de leveduras x x x x
Avaliação do efeito do etanol na concentração 2% para a viabilidade da levedura C. x
akabanensis UFVJM-R131
Avaliação do efeito do etanol na concentração 4% para a viabilidade da levedura C. x x
akabanensis UFVJM-R131
Avaliação do efeito do etanol na concentração 6% para a viabilidade da levedura C. x x
akabanensis UFVJM-R131
Avaliação do efeito do etanol na concentração 8% para a viabilidade da levedura C. x x
akabanensis UFVJM-R131
Apresentação de trabalhos em eventos científicos x x x x
Elaboração do relatório final x x
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHEN, J.; ZHANG, B.; LUO, L.; ZHANG, F.; YI, Y.; SHAN, Y.; LIU, B.; ZHOU, Y.; WANG, X.; LÜ,
X. A review on recycling techniques for bioethanol production from lignocellulosic biomass.
Renewable and Sustainable Energy Reviews, 149, 111370, 2021.
CORTIVO, Paulo Roberto Dall. Produção de etanol de segunda geração por leveduras
isoladas da biodiversidade brasileira: Engenharia de biorreatores e estratégias de
fermentação. 2021. Tese (Doutorado) - Curso de Microbiologia Agrícola e do Ambiente,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/233628#. Acesso em: 26 jun 2022.
GUEDES, J. M.; SANTOS, A. G. D.; SANTOS, H. S. dos. Uso da biomassa como fonte energética
para produção de biocombustíveis. Ambiente: Gestão e Desenvolvimento, [S. l.], v. 1, n. 1,
2021. DOI: 10.24979/ambiente.v1i1.947. Disponível em:
https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/947. Acesso em: 26 jun. 2022.
KUILA, A.; SHARMA, V. Enzymatic Hydrolysis and Fermentation of Lignocellulosic Biomass for
Bioethanol Production. Molecular Enzymology and Drug Targest, v. 2, nº 4, 2016.
KUMAR, R. S.; SINGH, P.; GHOSH, S. Sequential fermentation for enhanced volumetric
productivity of bioethanol from mixed sugars. Fuel, v. 308, n. August 2021, p. 121984, 2022.
LEONG, H.Y.; CHANG, C.K.; KHOO, K.S.; CHEW, K.W.; CHIA, S.R.; LIM, J.W. CHANG, J.S.;
SHOW, P.L. Waste biorefinery towards a sustainable circular bioeconomy: a solution to global
issues. Biotechnol Biofuels, v. 14, n. 87, 2021.
LIU, F. et al. Environmental life cycle assessment of lignocellulosic ethanol-blended fuels: A case
study. Journal of Cleaner Production, v. 245, p. 118933, 2020. Disponível em:
<https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2019.118933>.
MATOS, J. P.; SOUZA, K. R.; SANTOS, A. S.; PANTOJA, L. A.; Fermentação alcoólica de
hidrolisado hemicelulósico de torta de girassol por Galactomyces geotrichum UFVJM-R10 e
Candida akabanensis UFVJM-R131, Química nova, v.XY, p.1-8, 2017.
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MUPONDWA, E.; LI, X.; TABIL, L.; SOKHANSANJ, S.; ADAPA, P. Status of Canada's
lignocellulosic ethanol: Part II: Hydrolysis and fermentation technologies. Renewable and
Sustainable Energy Reviews, v. 79, p. 1535-1555, 2017.
VALINHAS, R. V., PANTOJA, L. A., MAIA, A. C. F., MIGUEL, M. G. C., VANZELA, A. P. F.,
NELSON, D. L., SANTOS, A. S.; Xylose fermentation to ethanol by new Galactomyces
geotrichum and Candida akabanensis strains. PeerJ, 6, 2018.
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