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INSTITUTO DE BIOTECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA
DISCIPLINA: TECNOLOGIA DE PROCESSOS FERMENTATIVOS
Os meios podem ser líquidos e sólidos. Os líquidos são usados quando se deseja um grande número de
células, sendo muito utilizado para iniciar uma fermentação ou como inóculo para grandes escalas. Quanto à
produção de meio de cultivo (líquido) para propagação de leveduras vale destacar que as células de levedura,
durante o processo de fermentação alcoólica, possuem necessidades nutricionais sendo a multiplicação, o
crescimento celular e a eficiência da transformação do açúcar em álcool diretamente influenciados pelos
nutrientes presentes no meio (AMORIM, 2005; RIBEIRO et al., 1987). Como fonte nutricional, estudos
mostram a necessidade do nitrogênio, visto que ele é essencial para o crescimento e multiplicação de
leveduras, a utilização dos açúcares na geração de biomassa e produção de carboidratos de reserva, o fósforo
para integrar as moléculas de ATP, o enxofre como constituinte dos aminoácidos e a influência dos íons
minerais (Zn, Co, Mn, Cu) na atividade enzimática das células (AMORIN, et al., 1996; BELLUCO, 2001).
Segundo Camili et al. (2006), a concentração adequada de nutrientes tem uma importante relevância, e
podem impactar de forma negativa o processo fermentativo. A falta de nutrientes pode reduzir o rendimento
alcoólico e a viabilidade celular da levedura.
Para acompanhar a evolução de um processo fermentativo, faz-se necessário a determinação da
concentração de açúcares ao longo do tempo. Uma técnica para tal análise utiliza-se da refratometria (Índice
de refração ou Brix). A refração é o fenômeno segundo o qual, quando um raio luminoso passa obliquamente
de um meio para outro, de densidade diferente, percorre uma direção diferente. Destaca-se o uso de tal
propriedade na identificação de compostos e na determinação de concentrações, em misturas binárias
homogêneas, de compostos conhecidos. Já o Brix (símbolo °Bx) é uma escala numérica que mede a
quantidade de sólidos solúveis em uma solução de sacarose. A escala Brix é utilizada na indústria de
alimentos para medir a quantidade aproximada de açúcares em sucos de fruta, vinhos e na indústria de
açúcar. A escala de brix, criada por Adolf F. Brix (1798 - 1870) foi derivada originalmente da escala de
Balling, recalculando a temperatura de referência de 15,5 °C. A quantidade de sólido solúvel é o total de
todos os sólidos dissolvidos em água, começando com açúcar, sal, proteínas, ácidos e etc. Os valores de
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leitura medidos é a soma de todos eles. Uma solução de 25 °Bx tem 25 gramas do açúcar da sacarose por 100
gramas de líquido. Ou 25 gramas do açúcar da sacarose e 75 gramas da água nos 100 gramas da solução.
Em termos gerais, a fermentação implica na utilização de microrganismos na transformação da
matéria orgânica catalisada por enzimas (MENEZES, 1980). As leveduras são os microrganismos mais
importantes na obtenção do álcool por via fermentativa. O gênero Saccharomyces é um dos grupos de
microrganismos mais estudados pela comunidade científica. Esse interesse é função da ampla aplicação
desses microrganismos na indústria de biotecnologia. Essa levedura tem sido relatada como agente de
transformação desde 1800 (ANDRIETTA, STECKELBERG, ANDRIETTA, 2006).
A Saccharomyces cerevisiae é uma levedura fortemente empregada em processos de fermentação
alcoólica, apresentando a capacidade de converter o açúcar presente na matéria-prima (sacarose) em açúcares
simples e facilmente fermentescíveis, como a glicose. A reação de conversão do açúcar (glicose) em etanol é
representada de forma generalizada pela expressão abaixo.
Através desta expressão pode-se observar que para cada mol de açúcar (glicose) consumido, dois
moles de etanol e dióxido de carbono são produzidos. Em condições ideais, o rendimento de produto (etanol)
através do consumo de substrato (glicose) é de 0,511 g/g.
Na fermentação alcoólica, os substratos (açúcares) são transformados em produtos (etanol), e parte
da energia (ATP) gerada é usada para a produção de biomassa (células). Assim, as concentrações de
substrato (açúcar), produto (etanol) e células (levedura) variam com o tempo da fermentação. Hiss (2001)
define a variação dessas concentrações como cinética química do sistema.
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3.2 Determinação do teor de açúcar (refratômetro) (Material utilizado para a obtenção de dados em
laboratório)
✓ Algodão higroscópico;
✓ Amostras de fermentação alcoólica;
✓ Banho termostático;
✓ Refratômetro de bancada do tipo ABBE;
✓ Sacarose (ou glicose);
✓ Vidraria diversa.
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n20D 1,3320 1,3355 1,3370 1,3395 1,3415 1,3440 1,3455 1,3465 1,3645 1,3785 1,3945 1,4085
b. Medição
i. Acoplar o refratômetro a um banho termostático, na temperatura de 20°C.
ii. Abrir o prisma e limpar a superfície usando um lenço de papel umedecido com água destilada;
iii. Adicionar algumas gotas de água destilada sobre o prisma e fechar lentamente para que não ocorra
formação de bolhas de ar;
iv. Girar o botão até que a linha de contato entre a área escura e a clara vista pela ocular estivesse na
marca ‘0’;
v. Abrir o prisma limpando-o com papel e com o auxílio da uma pipeta, colocar algumas gotas de
amostra sobre o prisma;
vi. Aguardar alguns minutos para que o líquido entre em equilíbrio térmico com o prisma;
vii. Procurar lentamente na ocular a linha de separação entre a região iluminada e a escura, usando para
isto o botão de variação de ângulo;
viii. Com a linha de separação bem nítida posiciona-se a divisão entre as duas regiões exatamente no centro
do retículo;
ix. Procede-se à leitura do índice de refração e do °BRIX.
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absorbância mensurada a 650 nm. A concentração celular será determinada com o auxílio de uma curva
de calibração (concentração celular versus Absorbância) previamente construída (Anexo 1).
e. Determinação da concentração de glicose: A determinação de glicose será realizada através da curva de
calibração (índice de refração versus concentração de glicose) estabelecida a partir dos resultados
obtidos do procedimento experimental descrito no item 4.2. Serão aliquotados 10 mL do caldo de
fermentação e centrifugados (5000 rpm por 15 min). Após isso, o índice de refração do sobrenadante
obtido da centrifugação será determinado e correlacionado com a concentração de glicose (g/L).
f. Determinação da concentração de etanol: A concentração de etanol formado será determinada por
gravimetria, avaliada a partir do volume de CO2 liberado durante o processo fermentativo com auxílio
de uma balança analítica. Observa-se pela estequiometria da reação de fermentação (Eq. 1) que a
quantidade de etanol produzida está diretamente relacionada com a quantidade de CO2 liberada. Logo,
avaliando-se a evolução de CO2 (variação da massa do reator em grama) e dividindo este valor pelo
volume de caldo (em L) em um dado instante (Vn), pode-se estimar o valor da concentração de CO2 pela
Eq. (2) e a de etanol Eq. (3).
g. Cálculo dos fatores de conversão de substrato em produto (YP/S): O fatorde conversão de substrato em
produto será calculado através da Equação 4. Na qual Pf é a concentração final de etanol (g/L) e P0 é
concentração inicial de etanol (g / L). Sf é a concentração de substrato final (gsubstrato/L), S0 é a
concentração de substrato inicial (gsubstrato/L).
(4)
h. Determinação da velocidade específica máxima de crescimento (μmáx): A taxa específica máxima de
crescimento (µmáx) será obtida por regressão linear da Equação 5 em que X0 e X representam a
concentração de células no tempo inicial e no tempo t, respectivamente. O tempo de geração (tg) será
calculado pela Equação 6 (Bailey e Ollis, 1986).
(5)
ln ( 2 )
tg =
máx (6)
a) Fazer registros (foto/vídeo) do ensaio realizado em casa. Analisar qualitativamente os resultados obtidos
e discutir os fenômenos observados.
b) Construir curvas de calibração para determinação do teor de açúcar utilizando o refratômetro a partir de
dados disponibilizados pela professora (Tabela 1) (Parte quantitativa).
c) Construir a curva mostrando a variação na concentração de glicose, de etanol e de células com o tempo
e e analisar quanto às fases de crescimento celular e à classificação do produto de acordo com Garden e
Equação de Ludecking-Piret.
d) Determinar a velocidade máxima específica de crescimento (µmax) e o tempo de duplicação celular (tg),
assim como o fator de conversão de biomassa em etanol (YP/S), rendimento (%) e produtividade.
e) Avaliar a produção de etanol total, além de comparar com dados da literatura
6. Bibliografia
AMORIM, H. V. Ethanol production in a petroleum dependent world: the Brazilian Experience. Sugar Journal, v. 67, p.
11-14, 2005.
AMORIM, H.V., BASSO, L.C., ALVES, D.M.G. Processos de produção de álcool – Controle e monitoramento,
Editora Fermentec/FEALQ/ESALQ- USP, Piracicaba, São Paulo, 103 p, 1996.
ANDRIETTA, S. R.; STECKELBERG, C.; ANDRIETTA, M. G. S. Bioetanol – Brasil, 30 anos na vanguarda.
Multiciência, Universidade de Campinas, 2006.
BAILEY J. E.; OLLIS D. F. Bichemical Engineering Fundamentals. Second edition. New York, 1986.
BARROSO, M., PINEIRO, M., SILVA SERRA, E., SEIXAS DE MELO, J. Refractometria na determinação do teor de
açúcar e de aspartame em bebidas comerciais. Departamento de Química da Universidade de Coimbra, Rua Larga,
3049-535 Coimbra, Portugal, p.61-64.
BELLUCO, A. E. S. Alterações fisiológicas e de composição em Saccharomyces cerevisiae sob condições não
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Piracicaba, Brasil, 2001.
BORZANI, W., SCHMIDEL, W., LIMA, U.A., Aquarone, E. Biotecnologia Industrial – Fundamentos. Vol. 01. Editora
Edgard Blücher Ltda. 2001.
CAMILI, E. A.; CABELLO, C.; CARDOSO, M. G. Produção de etanol de tratada com processo de flotação. 2.ed.
Lavras: UFLA, 2006.
HISS, H. Cinética de processos fermentativos In: SCHMIDELL, W.; LIMA, U.A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W.R
(Coord.) Biotecnologia Industrial. São Paulo: Edgard Blücherp, 93-122, 2001.
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