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Universidade Licungo
Quelimane, 2021
INTRODUÇÃO
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_pdp_cien_uepg
_vivianebuhrerdasilva.pdf
AFETO
Afeto (affectus ou adfectus em latim) é um conceito usado em filosofia por Spinoza, Deleuze e
Guattari, o qual designa um estado da alma, um sentimento. De acordo com a Ética III, 3,
Definição 3, de Spinoza, um afeto é uma mudança ou modificação que ocorre
simultaneamente no corpo e na mente. A maneira como somos afetados pode diminuir ou
aumentar a nossa vontade de agir.
Segundo (Spinoza) diz que afeto é a representação de apego de uma pessoa para outra, bem
como a alguma coisa. Essa tendência em um laço acaba por gerar carinho entre as partes, bem
como confiança, intimidade e saudade quando estamos distantes um do outro. Condensa bem
o amor que uma pessoa sente pela outra, seja por palavras ou ações.
Também é visto como um conjunto de atribuições psíquicas que se movimentam através dos
sentimentos, emoções e paixões. Podemos dizer que também há uma certa dualidade nesse
movimento. Isso porque sempre vem acompanhado de alegria ou tristeza, dor ou prazer,
agrado ou desagrado, satisfação e insatisfação… Etc.
O afeto é uma porta para que possamos agir humanamente. Assim, graças a ele, podemos
demonstrar as nossas emoções e sentimentos a outro ente. É um laço que foge de obrigações
sexuais, mas que, ainda assim, permite uma relação mais aprofundada entre as partes
(Spinoza,
1992).
Outra questão essencial e prévia é a compreensão da dimensão moral ligada aos diversos
temas que integram a sexualidade humana, da diversidade moral que é característica da
sociedade contemporânea e das implicações éticas e deontológicas que tal diversidade acarreta
no desempenho profissional em contextos de educação sexual.
Por outro lado, na história da educação sexual têm surgido diversos modelos de intervenção
que transportam diferentes finalidades, diferentes quadros morais e diferentes níveis de
abrangência temática e que se integraram em diferentes contextos sociais e históricos. Nesta
unidade serão apresentados estes diferentes modelos existentes, com ênfase na abordagem e
explicação do modelo biográfico ou de desenvolvimento pessoal e social de educação sexual
no qual se situam os autores deste referencial. Esta unidade abordará, finalmente, o actual
enquadramento legal e normativo dos programas de educação sexual e, de forma mais geral,
dos programas de saúde sexual e reprodutiva destinados aos jovens, sendo igualmente
apresentados alguns dos recursos existentes nesta área em termos de recursos pedagógicos,
linhas de ajuda e serviços de atendimento.
No intuito de criar sua própria identidade os adolescentes entram em conflito com seus
valores e os valores de seus pais, criando assim um conflito provisório dentro do ambiente
familiar. Desta maneira mesmo que não estejam em concordância com os pensamentos dos
adultos referencia, eles parecem levar em consideração a opinião deles em suas decisões.
No intuito de criar sua própria identidade os adolescentes entram em conflito com seus
valores e os valores de seus pais, criando assim um conflito provisório dentro do ambiente
familiar. Desta maneira mesmo que não estejam em concordância com os pensamentos dos
adultos referencia, eles parecem levar em consideração a opinião deles em suas decisões.
Estados conflituosos parecem ser comuns nesta fase, porém estes conflitos podem ser
vivenciados de formas diferentes por cada adolescente, esta diferença esta fundada nas
diferentes classes sociais e culturais. Diante destes conflitos e diante das incertezas que
marcam este período, algumas questões surgem: Em que momento os adolescentes estão
preparados para receber as informações necessárias? A família deve participar deste
processo? De que forma? A família se interessa pela sexualidade dos filhos?
Percebemos que os adolescentes estão interessados no saber e não medem esforços para
alcançá-lo. Ainda que eles se sentissem à vontade para tratarem destes assuntos conosco ou
com seus amigos, observamos em algumas de suas falas o desejo de dividir estes assuntos
com seus pais ou aqueles que desempenhassem tal papel. STENGEL (2003) entende
A família frente a esta demanda, não se sente devidamente preparada para suprir tais
necessidades, como lembra CANO & FERRIANE (2000)
Recebemos esta fala e para melhor compreendermos o que ela pensava sobre este assunto, nós
a indagamos: "Como acontece o dialogo entre você e sua mãe?" Ela nos declarou que
conversa com sua mãe sobre as mudanças no seu corpo e sobre menstruação. Ao
questionarmos se sua mãe tem conhecimento de seu namoro com um outro adolescente
também participante do programa e do Projeto Fala Sério, ela nos relata de uma forma
descontraída que sua mãe não sabe que ela já teve seu primeiro beijo, e diz acreditar que ela
não tem conhecimento de seu relacionamento afetivo. Nos parece que quando o assunto se
refere as mudanças no corpo dos seus filhos, os pais se dispõem a conversar mais abertamente,
permanecendo neste assunto, sem tratar do afetivo. A dificuldade dos pais em discutir a
relação afetiva e sexual dos filhos é apontada por STENGEL (2003) quando afirma que
“Lidar com a vida afetiva e/ou sexual dos filhos pode ser complicado e
ate mesmo conflitiva para os pais. Essa dificuldade advêm do fato de os
pais terem que admitir que seus filhos cresceram, estão se tornando
adultos e tem sexualidade que, a partir de agora, pode ser exercida
plenamente. Outra causa dessa dificuldade é o tabu em torno do tema da
sexualidade, que provoca constrangimento ou vergonha, principalmente
quando tratado entre pais e filhos.” (STENGEL, 2003)
Segundo BOCARDI citado por CANO & FERRIANE (2000)
Em nossa vivencia diante dos relatos dos adolescentes entendemos que a família apresenta
dificuldades em discutir estes assuntos transferindo esta responsabilidade para a escola. Por
acreditarem que nesse ambiente seus filhos serão devidamente orientados. Ignorando que a
escola trata desse tema numa perspectiva biológica, limitando-se ao ensino da anatomia e
fisiologia da reprodução humana. Eximindo-se o afetivo.
Os adolescentes acreditam que a escola é um local onde as informações são passadas de forma
mais correta. Porem alguns queixam-se que na escola as aulas de biologia concentram-se no
funcionamento do corpo e na reprodução humana, não mais que isso. Muitos deles ate
consideram a aula de biologia monótona. Outra disciplina relatada pelos adolescentes que
contempla superficialmente o tema sexualidade é o Ensino religioso. Contudo, eles esperam
que na escola possam ter também um espaço para esclarecer suas duvidas referentes a
sexualidade e afetividade.
CONCLUSÃO
Por parte dos adolescentes temos observado uma demanda, no que se refere aos assuntos
ligados a sexualidade e afetividade. Apesar dos conflitos entre adolescentes e seus pais,
observamos um desejo expresso por eles que estes assuntos sejam debatidos dentro do
ambiente familiar.
Os adolescentes demonstram uma necessidade de buscar informações para sanar suas duvidas
mais imediatas, por não encontrarem apoio na família eles recorrem a outros meios, sejam
eles amigos, escola, através da mídia, pesquisas na internet, entre outros. Sem, porém,
encontrar respostas que lhes deem segurança diante da angustia vivenciada nesta fase. Então,
nota-se um maior interesse deles quando lhes é permitido uma aproximação e quando se da a
eles a oportunidade de se expressarem do modo em que se sintam à vontade. Em nossas
oficinas percebemos que eles querem alguém que se aproxime afetivamente e lhes passem
segurança ao transmitir as informações. No que diz respeito a família, acreditamos que apesar
de terem consciência da necessidade de dialogo entre eles e seus filhos, no que se refere a
assuntos ligados a sexualidade e afetividade, estes pais se sentem despreparados para
assumirem tal função.
A partir da fala apresentada pelos adolescentes, podemos constatar que seus pais se sentem
constrangidos em abordar certos temas. Como se evitando este dialogo eles pudessem de
alguma forma fazer com que a vida afetivo-sexual de seus filhos fossem adiadas. Com esta
atitude a família tenta transferir para a escola a responsabilidade da educação sexual de seus
filhos, acreditando que nesta instituição eles serão devidamente orientados. Porém diferente da
orientação sexual que têm como objetivo uma intervenção sistemática na área da sexualidade,
podendo ser realizada dentro das escolas ou em projetos sociais, a educação afetivo-sexual é
de responsabilidade da família por se tratar de um processo informal no qual o sujeito adquiri
as informações e valores necessários para que possa gozar integralmente de sua sexualidade.