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INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

1. INTRODUÇÃO À DISCIPLINA
Introdução Bíblica é a disciplina que visa auxiliar a compreensão dos fatos narrados nas
Sagradas Escrituras. É preciso compreender como este livro foi constituído, seu momento
histórico, bem como dos personagens envolvidos além dos escritores. É de suma importância
que o aluno dessa disciplina saiba manusear a Bíblia, conhecer os livros e onde cada um está
posicionado. A leitura sistemática da Bíblia Sagrada é imprescindível.

1.1 Bibliologia
Também conhecido como Isagoge, é o estudo que auxilia na compreensão dos fatos
narrados na Bíblia. Segundo o dicionário é a ciência da história e da composição material do
livro, em todos os seus aspectos, em nosso caso da Bíblia Sagrada.
Os aspectos principais da bibliologia são:
 Leitura e estudo;
 Estrutura, divisão, classificação, particularidades, tema central;
 Compreender que se trata de um livro inspirado por Deus;
 Cânon e sua formação;
 Preservação, linguagens, traduções;
 História, cultura, costumes, períodos, sistemas, cronologia, geografia, personagens,
dificuldades.
A linguagem usada por Deus para se comunicar com a humanidade é a própria do ser
humano. A Bíblia faz alusão a tudo que nos cerca: recursos naturais, sentimento, espaço,
dimensão; tudo aquilo nos cerca e que compreendemos muito bem. Em João 3.16, Deus usa
o amor entre pai e filho para explicar o sentimento que nutre pela humanidade. Em Mateus
17.20, Ele usa o grão de mostrada, que é tão pequeno e o monte que é imenso, fazendo dessa
forma uma comparação para explicar algo abstrato como a fé.
Dessa forma não há desculpa para não estudarmos a Bíblia e tudo que diz respeito a ela.

1.2 Necessidade das Escrituras Sagradas


A criação é a maneira como Deus se revela à humanidade. Contudo a queda do homem
trouxe um afastamento entre o Criador e a criatura. Por este motivo foi necessário que a
Palavra de Deus, antes transmitida pelos profetas se tornasse viva e eficaz. Dessa forma surge
na história a figura de um Messias, Salvador. Jesus cumpriu seu papel diante da humanidade,
sua morte trouxe redenção ao povo, que outrora andava afastado de Deus por causa do
pecado. No início a Palavra era transmitida de forma falada, a Tradição Oral, mas em algum
momento na história surgiram os manuscritos. O que nos permitiu perpetuar e divulgar toda
mensagem da antiga e da nova aliança.
Em João 1.1, o logos, palavra escrita ou falada se tornou carne, ou seja, Jesus Cisto é a
própria Palavra de Deus.

1.3 Necessidade de se estudar a Bíblia Sagrada

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“A exposição das tuas palavras ilumina e dá entendimento aos inexperientes!” Salmos


119.130.
Estudar vai além de apenas ler. É preciso tempo e dedicação para leitura e estudo da
Bíblia. Escolher um bom horário longe de distrações, um local onde se sinta confortável, com
iluminação propícia, tudo isso levará a uma leitura e compreensão proveitosa do texto.
Quanto ao porque devemos estudar a Bíblia, o próprio salmo citado anteriormente já nos
diz. Precisamos de entendimento. O próprio Salomão traz informações valiosas sobre a
sabedoria no livro de Provérbios. Adquirir e guardar o conhecimento é uma bem-aventurança
(Pv 8.32). Todos que desejarem servir ao Senhor devem manusear com intimidade a Sua
Palavra (II Tm 2.15).
Durante séculos a Palavra de Deus tem servido de alimento espiritual, bússola para seguir
um bom caminho, instrumento vivo, água para todos que têm sede, ou seja, é o manual para
todos que desejarem ter uma vida próspera e santificada na presença de Deus. Sem conhece-
la toda a humanidade estará perdida (Os 4.6) e sem vive-la todos estarão condenados (Ap
1.3).

1.4 Doutrina da Bíblia Sagrada


A doutrina é um conjunto de regras que servem de base para tudo aquilo que cremos. Em
relação às Sagradas Escrituras temos alguns pontos importantes que devem ser analisados:
 Revelação: “Deus, todavia, o revelou a nós por intermédio do Espírito! Porquanto o
Espírito a tudo investiga, até mesmo as profundezas de Deus” I Coríntios 2.10. É através
do Espírito Santo que Deus se revela a humanidade.

 Inspiração: “porquanto, jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens santos
falaram da parte de Deus, orientados pelo Espírito Santo” II Pedro 1.21. Inspiração divina é o
que difere a Bíblia Sagrada de todos os outros livros. Inspiração é a forma como enchemos
os pulmões de ar, dessa forma podemos falar, e logo após expiramos o ar, colocamos para
fora. Segundo o Pr. Antônio Gilberto: “inspiração divina é a influência sobrenatural do Espírito
Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a
mensagem divina sem mistura e erro 1”
 Iluminação: Diferente da revelação e da inspiração a iluminação é dada a todos que
creem, contudo estão intimamente relacionadas. Podemos compará-la ao conhecimento
adquirido e acumulado com o passar do tempo. Em I Coríntio 2.9-13 encontramos essas
três categorias correlacionadas, mas é no v.12 que compreendemos sobre a iluminação:
“[...] para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus”. Contudo,
apesar de estarem intimamente ligadas são independentes, pois há inspiração sem
revelação (Lc.1:1-3; IJo.1:1-4); inspiração com revelação (Ap.1:1-11); inspiração sem
iluminação (IPe.1:10-12); iluminação sem inspiração (Ef.1:18) e sem revelação (ICo.2:12;
Jd.3); revelação sem iluminação (IPe.1:10-12) e sem inspiração (Ap.10:3,4; Ex.20:1-22).

1
GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos séculos. CPAD. RJ. 2004, pág. 17.
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 Autoridade: A autoridade está relacionada a credibilidade e inspiração daquele que a


revelou, ou seja, Deus. Porém, alguns textos não revelam a vontade de Deus, apenas
foram inspirados ou revelados para narrativa dos eventos no curso da história. No texto
de Jó 22.5-11 compreende-se que a autoridade de Deus não está sendo exercida, mas um
homem comum está explanando os seus pensamentos a respeito da situação de Jó. Desta
forma, nenhum texto ou palavra deverá ser acrescentada na Bíblia Sagrada.

 Credibilidade: Toda palavra tem credibilidade quando é verídica ou pode-se comprovar


sua veracidade. Quando Satanás disse à Eva que ela não morreria se comesse do fruto,
estava contando uma mentira (Gn 3.4). A mentira da serpente não tem autoridade, mas
o texto possui credibilidade à medida que o escritor foi inspirado a escrevê-lo, e ao ser
traduzido e canonizado passou a ter credibilidade em nosso meio. O AT foi autenticado
por Jesus Cristo, mas a arqueologia como a história tem servido de confirmação para os
fatos narrados na Bíblia Sagrada.

 Infalibilidade: Não existe falha quanto a revelação e inspiração dada por Deus nas
Sagradas Escrituras. Aquilo que Deus revelou o homem escreveu. Porém alguns
obstáculos se colocaram no meio do caminho, como por exemplo a tradução,
compreensão, interpretação, grafia. Dessa forma a falha tornou-se humana e não divina.
A Bíblia Sagrada não erra, jamais, o que pode ocorrer é o homem interpretá-la
erroneamente, fora do seu contexto. Por isso precisamos manuseá-la com sabedoria e no
momento em que formos transmiti-la pedirmos que o Espírito Santo nos dê sua
inspiração.

 Autenticidade: A autenticidade está relacionada a autoria. Diz-se do livro onde a autoria


citada por ele pôde ser comprovada. As cartas são exemplo de autenticidade, pois trazem
no seu texto a informação de quem as escreveu. Quanto a carta aos Hebreus, até os dias
atuais não puderam chegar a um consenso, uma vez que este documento não traz
informação de autoria. Muitos foram os meios empregados para se comprovar a
autenticidade de um livro sagrado.

 Canonicidade: A palavra grega kanon derivou do hebraico kaneh que significa junco ou
vara de medir (Ap.21:15); dessa forma tomou o sentido de norma, padrão ou regra
(Gl.6:16; Fp.3:16). Portanto, os livros que compõem o Canon Sagrados passaram por
minuciosas avaliações. Quanto a autenticidade e inspiração divina. A inspiração divina é
o que difere os livros canônicos dos não canônicos, também conhecidos como espúrios
ou apócrifos. Todo livro considerado não inspirado por Deus integrava uma outra lista.

 Animação: Segundo o dicionário é a ação ou efeito de dar alma ou vida. Portanto a Bíblia
Sagrada nos anima, ou seja, nos faz viver. Por conseguinte, também podemos dizer que
ela é vida, pois somente algo que tem vida poderá gerar vida. "A Palavra de Deus é viva e

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eficaz, e mais cortante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da
alma e do espírito e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração"(Hb.4:12).

 Preservação: “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu” (Sl 119.89); “O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). Durante
séculos vários homens foram responsáveis pela preservação das Escrituras, dos
manuscritos e rolos sagrados. Mas, o que o texto se refere não é apenas dos livros físicos,
mas da Palavra em si. Ainda que se levantem para impedir que a mensagem de Cristo seja
passada, Deus se empenhou para torna-la eterna e isso ninguém jamais poderá mudar.
Contudo, assim como Paulo o nosso dever é defender e preservar a Palavra de Deus (Fp
1.7).

 Interpretação: A disciplina responsável pela interpretação dos textos bíblicos é chamada


de hermenêutica. É através da interpretação compreendemos o sentido do texto. É neste
momento que precisamos ler sistematicamente a Bíblia Sagrada e pedir de o Espírito
Santo de Deus nos inspire, pois assim garantiremos que a Palavra de Deus está sendo
ensinada e transmitida corretamente.

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2. A BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia Sagrada é um dos livros mais antigos do mundo. Possui diversas traduções.
Segundo a enciclopédia eletrônica Wkipédia2:
A Bíblia de Gutenberg é o incunábulo 3 impresso da tradução em latim da Bíblia, por
Johann Gutenberg, em Mogúncia (atual Mainz), Alemanha. A produção da Bíblia começou
em 1450, tendo Gutenberg usado uma prensa de tipos móveis 4. Calcula-se que tenha
terminado em 1455. Essa Bíblia é considerada o incunábulo mais importante, pois marca
o início da produção em massa de livros no Ocidente. Uma cópia completa desta Bíblia
possui 1282 páginas, com texto em duas colunas; a maioria era encadernada em dois
volumes. A Bíblia contém 73 livros, dividida em Antigo Testamento e Novo Testamento.
Acredita-se que 180 cópias foram produzidas, 45 em pergaminho e 135 em papel. Elas
foram impressas, rubricadas e iluminadas à mão em um período de três anos.

2.1 Estrutura física


No AT possuíam a forma de rolos (Jr 36.2) feitos de papiro ou pergaminho. O papiro é
uma planta aquática em forma de bambus com mais de 4 metros de altura, que cresce junto
à rios e lagos no Oriente Próximo5. Sua confecção ocorre da seguinte maneira: o bambu é
cortado em partes iguais e descascado. A parte interior é cortada em tiras e sobrepostas
levemente uma sobre a outra na posição horizontal. Uma outra camada é colocada por cima,
mas na posição vertical. Com um malho bate-se até formar uma superfície lisa e em seguida
um raspador é passado por cima. Uma folha pronta é emendada à outra pelas laterais e em
seguida bate-se novamente com o malho. Este processo é repetido até que alcance o tamanho
desejado.
Já o pergaminho era feito de pele de animal curtida e polida. Para a escrita considera-se
um material superior ao papiro utilizado nos primórdios da Era Cristã. Mas, é do papiro que
deriva a palavra papel e seu uso data-se de 3000 a.C.
No início da sua construção cada livro foi separadamente escrito e mantido, não estavam
unidos como atualmente.

2.2 Vocábulo
Quanto ao vocábulo Bíblia não se pode achar nas Sagradas Escrituras, isso porque deriva
da palavra grega “biblos”. Nome dado à folha de papiro preparada para a escrita. Os rolos
eram chamados de “biblion” e vários desses rolos formavam uma bíblia, que quer dizer
coleção de pequenos livros. Com a invenção do papel os rolos cederam seus lugares e a

2
C.f.: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_de_Gutenberg
3
Lvro impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis.
4
Na área da tipografia, refere-se aos tipos móveis das prensas mecânicas para impressão de textos. Podem ser
feitos de dois materiais: os tipos de metal (ou tipos fundidos) e de madeira. Tipo é , também, o termo referente
aos caracteres das letras.
5
É uma região geográfica que abrange diferentes países para Arqueólogos e Historiadores, de um lado, e para
cientistas políticos, economistas e jornalistas, de outro. O termo foi aplicado originalmente para os Estados dos
Bálcãs no Leste Europeu, mas hoje em dia normalmente descreve os países do Sudoeste Asiático entre o Mar
Mediterrâneo e o Irã, especialmente em contextos históricos.
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palavra “biblos” deu origem ao que conhecemos como livro derivando palavras como:
biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc.
A palavra "bíblia" é derivada do latim e diz respeito especificamente, aos livros que são
reconhecidos como canônicos pela Igreja cristã. Acredita-se que originou da expressão “ta
biblia”, um dos usos cristãos mais antigos. Um termo sinônimo de “a Bíblia” é “os escritos” ou
“as Escrituras” (em grego hai graphai, ta grammata), frequentemente usado no NT para
designar, no todo ou em parte, os documentos do Antigo Testamento. Mateus 21.42 diz:
“Nunca lestes nas Escrituras?” (en tais graphais). Em 2 Timóteo 3.15, temos “as sagradas
letras” (ta hiera grammata), e o versículo seguinte diz: “Toda Escritura é inspirada por Deus”
(pasa graphe theopneustos). Em 2 Pedro 3.16, “todas” as epístolas de Paulo são incluídas junto
com “as outras Escrituras” (tas loipas graphas), as quais presumem-se que sejam os escritos
do Antigo Testamento e provavelmente os evangelhos também.

2.3 Nomes dados à Bíblia Sagrada


Os nomes mais comuns encontrados na Bíblia Sagrada, são:
 Escrituras: “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores
rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso
aos nossos olhos?” Mateus 21.42
 Sagradas Escrituras: “O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras
[...]” Romanos 1.2
 Livro do Senhor: “Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas coisas faltará,
ninguém faltará com a sua companheira; porque a minha boca tem ordenado, e o seu
espírito mesmo as te” Isaías 34.16
 A Palavra de Deus: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que
espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas
e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hebreus 4:12
 Os Oráculos de Deus: “Muita, em todos os aspectos. Principalmente porque lhes foram
confiados os oráculos de Deus” Romanos 3:2

2.4 Divisão e subdivisões


Também conhecido como estrutura ou composição da Bíblia Sagrada. É a forma como
está classificada por assunto. Sua principal divisão é Antigo e Novo Testamento. Suas
subdivisões tratam dos assuntos de cada livro ou grupo de livros.
A palavra testamento vem do grego “diatheke”, que significa aliança, conserto;
testamento. Sabemos que testamento é um documento que contém as últimas vontades de
uma pessoa, em como se dará a divisão de seus bens após sua morte. A palavra “aliança” é
usada no NT: “Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é
a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós...” Lucas 22:20. No AT a palavra
usada é “berith” que significa “concerto”.
Tertuliano e Orígenes foram os primeiros a usarem o termo Antigo Testamento para os
39 livros das Escrituras hebraicas. A primeira divisão também é conhecida como Antigo

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Concerto, selado com sangue de animais: “E tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do
povo, e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos. Então tomou
Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o
Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras” Êxodo 24:7,8. Da mesma forma que o
Novo Testamento é visto como a Nova Aliança, selada com o sangue de Jesus Cristo.

2.4.1 Antigo Testamento


Composto por 39 livros escritos em hebraico, possuem algumas palavras em aramaico e
persa, línguas adquiridas no período do exílio babilônico. O AT está classificado em 4 grupos
de acordo com os assuntos que seus respectivos livros pertencem: Lei (Pentateuco), História,
Poesia (Devocional), Profecia. Vejamos:
 Lei (5): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
 História (12): Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas,
Esdras, Neemias e Ester.
 Poesia (5): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares ou Cânticos.
 Profecia (17): Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Profetas
menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
Todos esses livros serão estudados em disciplina própria, Antigo Testamento, onde temas
como autoria, data, propósito, política, religião, geografia, entre outros, serão abordados
minuciosamente.

2.4.2 Novo Testamento


Com 27 livros, também está subdividido em 4 grupos: Biografia, História, Epístolas ou
Doutrina e Profecia. Escrito em grego koiné, o comum. Vejamos:
 Biografia (4): Mateus, Marcos, Lucas e João.
 História (1): Atos dos Apóstolos.
 Epístolas (21): Paulinas: Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Efésios, Gálatas, Filipenses,
Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito e
Filemom. Gerais: Hebreus, Tiago, I Pedro, II Pedro, I João, II João, III João e Judas.
 Profecia (1): Apocalipse ou Revelação.
Assim como os livros do AT, esses também serão estudados em disciplina p´ropria, Novo
Testamento.

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3. PARTICULARIDADES IMPORTANTES
Além do conhecimento histórico-cultural que adquirimos ao estudarmos a Bíblia Sagrada,
também existem informações peculiares que nos serão de grande importância, pois nos
trarão conhecimento. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo todo, logo após a
invenção do prelo6, isso ocorreu em 1452, na Mogúncia, Alemanha.

3.1 Tema central da Bíblia Sagrada


“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha
que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos
Salmos” Lucas 24.44 [Grifo].
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim
testificam” João 5:39 [Grifo]
“Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a
geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” Apocalipse 22.16 [Grifo].
Na visão de F.F Bruce:
A mensagem central da Bíblia é a história da salvação e, ao longo de ambos os
Testamentos, podem ser distinguidos três elementos comuns nessa história reveladora:
aquEle que traz a salvação, o meio de salvação e os herdeiros da salvação. Isso poderia
ser reformulado sob o aspecto da idéia do concerto, dizendo que a mensagem central da
Bíblia é o concerto de Deus com os homens e que os elementos comuns são: o Mediador
do concerto, a base do concerto e o povo do concerto. Deus mesmo é o Salvador do seu
povo; é Ele que confirma seu concerto de misericórdia com o povo. Quem traz a salvação,
o Mediador do concerto, é Jesus Cristo, o Filho de Deus. O meio de salvação, a base do
concerto, é a graça de Deus, que exige de seu povo uma resposta de fé e obediência. Os
herdeiros da salvação, o povo do concerto, são o Israel de Deus, a Igreja de Deus. 7 [Grifo]

3.2 Divisões: capítulos e versículos


Originalmente as Escrituras Sagradas não foram divididas em capítulos e versículos. Isso
ocorreu em 1250, pelo Cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das
Escrituras. Em 1445 o Rabi Nathan fez a divisão do AT, já em 1551, o NT foi feito por Robert
Stevens, um impressor de Paris. Stevens foi responsável pela publicação da Vulgata Latina 8,
em 1555, a primeira Bíblia dividida em capítulos e versículos.
A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O AT possui 929 capítulos e 23.214
versículos e o NT 260 capítulos e 7.959 versículos. Quanto ao número de palavras e letras
dependerá do idioma e da versão impressa.

3.3 Observações

6
É uma forma de impressão gráfica, considerada pioneira na reprodução de livros comparado ao que se tinha
na época. A invenção é do alemão Johann Gutenberg que, em 1450, adaptou a prensa utilizada na produção de
vinho para uma máquina de impressão gráfica. O mecanismo era composto por uma alavanca que fazia pressão
sobre as letras tingidas de tinta que ao entrarem em contato com o papel faziam a impressão.
7
COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. CPAD. RJ. 1998. Págs. 23 e 24.
8
Versão latina da Bíblia Sagrada, escrita por S. Jerônimo no final do século IV e início do V.
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 O Salmo 119 é o maior capítulo e o 117 é o menor;


 Ester 8.9 é o maior versículo e Êxodo 20.30 é o menor9;
 Em algumas linguagens o menor versículo é João 11.35;
 Ester e Cantares não trazem a palavra Deus, mas se pode ver a presença dEle;
 8.000 referências a Deus sob vários nomes;
 1.845 referências diretas e indiretas sobre a volta de Jesus;
 II Reis 19 é idêntico ao Isaías 37;
 AT encerra com a palavra “maldição” o NT com a frase “a graça do nosso Senhor Jesus
Cristo”
 O nome de Jesus está no primeiro e no último versículo do NT;
 Os números 3 e 7 são predominantes em toda à Bíblia.

3.4 Manuseio
A leitura frequente da Bíblia faz com que nos aperfeiçoemos e a dominemos. Conhecer
as divisões e subdivisões ajuda na hora de encontrar mais rapidamente uma referência.
Devemos nos habituar com este Livro Sagrado. Deve-se criar métodos para decorar os livros,
bem como os versículos e onde cada assunto está localizado. Por exemplo textos específicos
para oração, santificação, ministério de Jesus, as curas e os milagres de Jesus, história dos
personagens mais relevantes da Bíblia e seus acontecimentos mais importantes, etc.
Na leitura de um texto é preciso saber que existem diferenças relevantes como por
exemplo:
 Texto: são as palavras contida em uma passagem da Bíblia, podendo ser um ou mais
versículos.
 Contexto: são os textos que estão localizados antes e depois do texto principal
abordado no momento da leitura. Quando lemos um único versículo, escolhido de
forma aleatória, a compreensão do que o texto quer nos ensinar fica prejudicada. Por
exemplo, no texto de João 5.5: “E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos,
se achava enfermo”, se a leitura está sendo feita pela primeira vez, fica impossível
saber o que está acontecendo com esse homem, onde ele se encontra, quem está
narrando. Somente consegue-se compreender que existe um homem doente há 38
anos. Mas, quando se lê dos versículos 1 até o 9, compreende-se o que chamamos de
contexto: um homem doente que precisava de ajuda e recebeu a cura de Jesus, um
milagre.

 Referência: é a informação direta do texto lido, indicando livro, capítulo e versículo.


Quanto ao versículo pode-se dividir em partes “a” e “b”. Por exemplo: [Não te glories
contra os ramos;] Romanos 11.18a [e, se contra eles te gloriares, não és tu que
sustentas a raiz, mas a raiz a ti.] Romanos 11.18b. Na parte “a” Jesus está dando uma
ordem direta do que não se deve fazer e na parte “b” Jesus nos traz uma conjunção
concessiva, admitindo a possibilidade de uma contradição.

9
Isso nas versões portuguesas com exceção da “Tradução Brasileira” que é Lucas 20.30.
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 Inferência: é a conclusão que se pode tirar de um texto sem que esteja explícito. Por
exemplo, em João 20.26 “E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos
dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se
no meio, e disse: Paz seja convosco” [Grifo], é comum dizerem que Jesus atravessou as
paredes. Outro texto, comumente interpretado por inferência é: Mateus 7.7 “Pedi, e
dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”, onde se interpreta
dizendo que podemos pedir qualquer coisa que Deus nos concederá, quando na
verdade o contexto Bíblico está se referindo ao Espírito Santo e pra isso será preciso
conferir em Lucas 11.9-13. Este tipo de interpretação traz um enorme perigo para
distorção do texto, é preciso se utilizar de textos explícitos para interpretar os não
explícitos, o mais correto é não interpretar um texto sem que se possa comprovar.

3.5 Versões e traduções


As traduções da Bíblia, toda ou em parte, até 1984, atingiram a 1.796 línguas e dialetos,
atualmente já ultrapassa 2.000, porém, restam muitas línguas por serem traduzidas. Fica,
portanto, uma missão para o povo de Cristo! Muitas foram as versões, mas observaremos
apenas as mais conhecidas.

3.5.1 Em hebraico
 O Codex Aleppo ou Códice de Alepo no (Hebraico: ‫כֶּתֶּ ראֲ ָרםצֹובָ א‬, (sˁovɔʔ ʔăɾɔm de
kɛθɛɾ) Keter Aram Tsova é o mais antigo e completo manuscrito da Bíblia Hebraica de
acordo com o Tiberiano Massorá, produzido e editado pelo respeitado massoreta
Aaron ben Moses ben Asher. Datado de 930 d.C., cerca um terço dele, inclui quase
toda a Torá. Considera-se o manuscrito original de maior autoridade massoreta, que
segundo a tradição familiar, estas Escrituras Hebraicas foram preservadas de geração
em geração.
 Codex de Leningrado ("Codex Leningradensis, L") catalogado com a sigla "Firkovich B
19", é um dos mais antigos e completos manuscritos do texto massorético da Bíblia
hebraica, escrito em pergaminho e datado de 1008 EC, de acordo com o Colophon
(book), é a cópia completa mais antiga das Escrituras Hebraicas do mundo.

3.5.2 Em samaritano
 Pentateuco Samaritano ou Torá Samaritana é o nome que se dá à Torá usada pelos
judeus samaritanos.

3.5.3 Em aramaico
 Peshito ou Peshitta, é a versão padrão da Bíblia no idioma siríaco (é um dialeto, ou
grupo de dialetos, do Aramaico oriental).

3.5.4 Em grego

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 Codex Vaticanus, também conhecido como Manuscrito 'B' ou 03 (Gregory-Aland),


pertence ao século III. Foi considerado por Westcott e Hort como o melhor manuscrito
grego do Novo Testamento. É um dos manuscritos mais antigos da Bíblia.
 Codex Sinaiticus, também conhecido como Manuscrito 'Aleph' (primeira letra do
alfabeto hebraico), é um dos mais importantes manuscritos gregos já descobertos, pois
além de ser um dos mais antigos doséculo III), e o único codex que contém o Novo
Testamento inteiro. Atualmente acha-se no Museu Britânico.
 Codex Alexandrinus, também conhecido como Manuscrito 'A', pertence à primeira
metade do século IV. Este códice contém a Septuaginta e grande parte do Novo
Testamento. Juntamente com o Codex Sinaiticos e com o Codex Vaticanus, este é um
dos mais completos manuscritos gregos antigos da Bíblia.

3.5.5 Em latim
 Vetus Latina foi o nome comumente dado aos textos bíblicos traduzidos para o latim
antes da tradução de São Jerônimo, conhecida como Vulgata. Vetus Latina é uma
expressão em latim que significa "Latim Antigo". Vulgata é a forma latina abreviada de
vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução
ou leitura de divulgação popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como
autêntica) de um texto.

3.5.6 Em inglês
 Bíblia de Wycliffe é o nome dado a um conjunto de traduções da Bíblia para o Inglês
médio, feitas sob a direção de John Wycliffe. Elas surgiram aproximadamente ao longo
de um período entre os anos de 1382 e 1395.[22] Estas traduções bíblicas foram a
causa inspiradora do movimento pré-Reforma Protestante dos lolardos, que rejeitava
muitos dos ensinamentos da Igreja Católica.
 Bíblia do rei James (em português Jaime ou Tiago), também conhecida como Versão
do rei James ou Bíblia KJV (em inglês: Authorized King James Version, Versão
Autorizada do rei Jaime), é uma tradução inglesa da bíblia realizada em benefício da
Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I. A primeira publicação data de 1611, causou
um profundo impacto não apenas nas traduções inglesas posteriores, mas na literatura
inglesa como um todo.
 Bíblia de Genebra é a segunda mais popular versão da Bíblia no idioma inglês, ficando
atrás apenas da King James. Versões em outros idiomas, baseadas na edição inglesa,
foram produzidas em países onde o calvinismo possui adeptos. Sua edição em
português é publicada pela Editora Cultura Cristã, vínculada à Igreja Presbiteriana do
Brasil.

3.5.7 Em espanhol
 Reina-Valera que alcançou muita ampla difusão durante a Reforma protestante do
Século XVI, representa a primeira tradução castelhana completa, direta e literal dos

11 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

bíblicos textos em grego, hebraico e aramaico, e deve seu nome à suma de esforços
de Casiodoro de Reina, seu autor principal, materializados na Bíblia do Urso (Basiléa,
Suíça, 1569), e de Cipriano de Valera, seu primeiro revisor, materializados na Bíblia do
Cântaro (Amsterdam, Países Baixos, 1602).

3.5.8 Em alemão
 Bíblia de Lutero (ou Bíblia Luther) é uma tradução alemã da Bíblia, produzida por
Martinho Lutero, impressa pela primeira vez em 1534. Esta tradução é considerada
como sendo em grande parte responsável pela evolução da moderna língua alemã. "A
tarefa de traduzir a Bíblia, que ele assumiu, o absorveu até o final de sua vida."10 Em
(1521 - 1522) Lutero começou a traduzir o Novo Testamento para o Alemão, a fim de
torná-la mais acessível a todas as pessoas do "Sacro Império Romano-Germânico.

3.5.9 Em português
 João Ferreira de Almeida é a tradução considerada um marco na história da Bíblia em
português porque foi a primeira tradução do Novo Testamento a partir das línguas
originais.
 António Pereira de Figueiredo, por ser uma versão com português mais recente, foi
considerada melhor que a de Almeida, apesar de não ter sido baseado nos idiomas
originais. O Novo Testamento foi publicado entre 1778 e 1781 em seis volumes. O
Antigo Testamento foi publicado entre 1782 e 1790 em 17 volumes. A versão em sete
volumes, que é considerada padrão, foi publicada em 1819, sendo que a versão em
volume único foi publicada em 1821.
 Bíblia de Rahmeyer, comerciante natural de Hamburgo, Pedro Rahmeyer é
responsável por uma tradução completa da Bíblia em português, e está em exposição
no Museu de Hamburgo. Supõe-se que, durante os 30 anos que ficou em Lisboa, tenha
traduzido do alemão.

3.6 Abreviaturas

Antigo Testamento Novo Testamento


Livro Abrev. Capítulos Livro Abrev. Capítulos
Gênesis Gn 50 Mateus Mt 28
Êxodo Ex 40 Marcos Mc 16
Levítico Lv 27 Lucas Lc 24
Números Nm 36 João Jo 21
Deuteronômio Dt 34 Atos At 28
Josué Js 24 Romanos Rm 16
Juízes Jz 21 I Coríntios I Co 16

10
BRECHT, Martin. Martinho Luthero Formando e Definindo a Reforma 1521-1532. Fortress Press, Minneapolis.
Pág. 46
12 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

Rute Rt I 4 II Coríntios II Co 13
I Samuel I Sm 31 Gálatas Gl 6
II Samuel II Sm 24 Efésios Ef 6
I Reis I Rs 22 Filipenses Fp 4
II Reis II Rs 25 Colossenses Cl 4
I Crônicas I Cr 29 I Tessalonicenses I Ts 5
II Crônicas II Cr 36 II Tessalonicenses II Ts 3
Esdras Ed 10 I Timóteo I Tm 6
Neemias Ne 13 II Timóteo II Tm 4
Ester Et 10 Tito Tt 3
Jó Jó 42 Filemon Fm 1
Salmos Sl 150 Hebreus Hb 13
Provérbios Pv 31 Tiago Tg 5
Eclesiastes Ec 12 I Pedro I Pe 5
Cantares Ct 8 II Pedro II Pe 3
Isaías Is 66 I João I Jo 5
Jeremias Jr 52 II João II Jo 1
Lamentações Lm 5 III João III Jo 1
Ezequiel Ez 48 Judas Jd 1
Daniel Dn 12 Apocalipse Ap 22
Oséias Os 14
Joel Jl 3
Amós Am 9
Obadias Ob 1
Jonas Jn 4
Miquéias Mq 7
Naum Na 3
Habacuque Hc 3
Sofonias Sf 3
Ageu Ag 2
Zacarias Zc 14
Malaquias Ml 4

Existem outros tipos de abreviaturas que são importantes e estão relacionadas às versões
das traduções Bíblicas, são elas:
 ARC: Almeida Revista e Corrigida
 ARA: Almeida Revista e Atualizada
 FIG: Antônio Pereira de Figueiredo (impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, Londres)
 SOARES: Matos Soares (versão popular dos católicos brasileiros)
 RHODEN: Humberto Rhoden (versão particular desse ex padre brasileiro)

13 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

 CBSP: Centro Bíblico de São Paulo (edição católica)


 TRAD. BRAS.: Tradução Brasileira

Quanto a era:
 “a.C”: Antes de Cristo. Todo acontecimento ocorrido antes do nascimento de Jesus
Cristo. Os eventos registrados no AT.
 “d.C”: Depois de Cristo. Após o nascimento de Jesus Cristo uma nova contagem do
calendário é feita começando do ano 1 até o presente momento. Uma outra opção é
“AD”, “Anno Domini” o “Ano do Senhor”. Todos os eventos registrados no NT.

3.7 Linguagem da Bíblia Sagrada


A palavra de Deus é sua revelação para toda a humanidade. Sendo assim, uma das formas
que Deus utilizou para se comunicar conosco foi a escrita. Originalmente o AT foi escrito em
hebraico com alguns textos em aramaico. Posteriormente foi traduzido para o grego, chamada
de Septuaginta ou Versão dos Setenta. Segundo F.F Bruce:
A conexão entre a língua e o pensamento não é imprecisa. A língua é produto e reflexão
da alma humana. Ela não é apenas uma roupa para o pensamento vestir ou despir à
vontade, mas é o "corpo" do qual o pensamento é a "alma". Cada língua que Deus
ordenou para transmitir a revelação divina tem uma "personalidade" que a torna
adequada para tal propósito. As duas principais línguas das Escrituras, o grego e o
hebraico, representam duas importantes famílias lingüísticas: a indo-européia e a
semítica.11
Quanto à tradução, Bruce:
Nenhuma tradução pode substituir as línguas originais da Bíblia no que tange à
importância primária para a transmissão e perpetuação da revelação divina. Esses idiomas
deveriam ser aprendidos não meramente no que diz respeito ao aspecto "externo" —
com gramática e léxico —, mas também no que se relaciona ao aspecto "interno" a
apropriada apreciação pela singularidade de cada um.
Uma referência à língua hebraica não é encontrada no AT, está relacionada ao povo
hebreu. Em Isaías 19.18: “Naquele tempo haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão
a língua de Canaã e farão juramento ao Senhor dos Exércitos; e uma se chamará: Cidade de
destruição” [Grifo], a língua falada pelo povo hebreu é chamada de “língua de Canaã”. Em
Neemias 13.23,24: “Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres
asdoditas, amonitas e moabitas. E seus filhos falavam meio asdodita, e não podiam falar
judaico, senão segundo a língua de cada povo.” [Grifo], a língua judaica é uma referência para
o povo judeu, que passou a ser conhecido dessa forma durante o exílio babilônico.
Quanto à história e origem da língua hebraica, Larry Walker aduz:
Na Idade Média, era opinião comum que o hebraico era a língua primitiva da humanidade.
Mesmo na época da colonização da América, o hebraico ainda era referido como "a mãe
de todas as línguas". Hoje, a erudição lingüística tornou tal teoria insustentável. O
hebraico é, na realidade, um dos vários dialetos cananeus, que incluíam o fenício, o

11
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 291.
14 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

ugarítico e o moabita. Existiam outros dialetos cananeus (por exemplo, o amonita), mas
insuficientes inscrições restaram para a investigação dos estudiosos. Tais dialetos já
estavam presentes na terra de Canaã antes que os israelitas a conquistassem. [...] O inglês
usado no tempo de Alfredo, 0 Grande (século IX d.C.), quase parece uma língua
estrangeira para os que falam o inglês contemporâneo. Embora o hebraico não tenha sido
exceção para esse princípio geral, permaneceu, assim como outras línguas semíticas,
notavelmente estável durante muitos séculos. [...] Aparentemente, vários dialetos
hebraicos existiam lado a lado nos tempos do Antigo Testamento, como está espelhado
no episódio envolvendo a pronunciação da palavra hebraica "chibolete/sibolete" (Jz 12.4-
6). Parece que os israelitas que viviam ao oriente do rio Jordão pronunciavam a letra inicial
com um forte som de "ch", ao passo que aqueles em Canaã proferiam o som simples de
"s". Os eruditos também identificaram outras características distintas do hebraico, que
poderiam ser descritas como próprias das regiões Norte ou Sul do país.12
Quanto ao aramaico, é considerado uma língua secundária do AT, encontrada em
seções do livro de Daniel 2.4b até 7.28 e Esdras 4.8 até 6.18 e 7.12-26). Frases e expressões
em aramaico também aparecem em Gênesis 31.47, Jeremias 10.11 e no Novo Testamento.
Gênesis 31.47 retrata o uso do hebraico e do aramaico feito por duas pessoas que eram
contemporâneas. Jacó, o pai dos israelitas, e Labão, o arameu, referiram-se ao mesmo
memorial ou "montão do testemunho" em sua própria língua: Labão chamou-o pela expressão
em aramaico, mas Jacó usou o termo em hebraico. Linguisticamente, o aramaico é muito
próximo ao hebraico e parecido na estrutura. Os textos em aramaico na Bíblia são escritos
com os mesmos caracteres que os em hebraico. Ao contrário do hebraico, o aramaico usa um
vocabulário maior, incluindo muitas palavras emprestadas e uma variedade maior de
conectivos. Também contém um elaborado sistema de tempos verbais, ampliado pelo uso de
particípios com pronomes ou com várias formas do verbo "ser".
No período do NT, Larry Walker traz a seguinte informação:
No pensamento popular, o aramaico era a língua comum da Palestina durante 0 tempo
de Jesus. Não obstante, isso não está inteiramente correto e é provável que seja uma
supersimplificação da situação lingüística daquela época. Os nomes usados no Novo
Testamento refletem o aramaico (Bartolomeu, Barjonas, Barnabé), o grego (André, Filipe)
e o latim (Marcos), bem como o hebraico. Não há dúvida de que o aramaico era
extensamente falado, como o eram o grego e o hebraico. O latim provavelmente estava
limitado aos círculos militar e governamental. 13
O grego, também utilizado tanto no AT quanto no NT, na opinião de Walker:
A língua grega é bela, rica e harmoniosa como instrumento de comunicação. É uma
ferramenta adequada tanto para o pensamento vigoroso quanto para a devoção religiosa.
Durante seu período clássico, o grego era a língua de uma das maiores culturas mundiais.
Durante esse período cultural, a língua, a literatura e a arte desenvolveram-se mais do
que a guerra. [...] As conquistas de Alexandre, o Grande, fomentaram a expansão da
língua e cultura gregas. Os dialetos regionais foram amplamente substituídos pelo grego

12
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 292-294.
13
Idem. Pág. 307.
15 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

"helenístico" ou "coiné" (comum). O grego coiné é um dialeto preservado e conhecido


por meio de milhares de inscrições que retratam todos os aspectos da vida diária.14
De acordo com Broadus David Hale:
O grego havia penetrado em todas as nações do mundo civilizado conhecido e se tornou
a língua do comércio, governo, comunicação e religião. Mas, em algumas comunidades
que estavam “fora do caminho”, os nativos ainda se prendiam a seus dialetos. O grego
era a língua principal, e muitas pessoas não o entendiam prontamente. Por esta razão,
quando o cristianismo penetrou naquelas áreas que não usavam o grego como a língua
principal, os Evangelhos e os primeiros escritos cristãos, foram traduzidos para a língua
nativa. As mais importantes destas são o siríaco, o cóptico e o latim antigo. 15

14
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 308.
15
HALE, David Broadus. Intodução ao Estudo do Novo Testamento. Hagnos. SP. 2002. Pág. 46.
16 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

4. O CÂNON BÍBLICO
Conforme a explicação dada pelo Reverendo R. T. Beckwith:
O termo "cânon" é proveniente do grego, no qual kanon significa regra, lista — um padrão
de medida. Com relação à Bíblia, diz respeito aos livros que satisfizeram o padrão e que,
portanto, foram dignos de inclusão. Desde o século IV, o vocábulo kanon é usado pelos
cristãos para indicar uma lista autoritária de livros que pertencem ao Antigo ou ao Novo
Testamento.16
No que tange aos livros que deveriam ou não compor o Cânon Sagrado, há muito se
diverge. No passado, anterior ao cristianismo, os samaritanos rejeitavam todos os livros do AT
com exceção do Pentateuco. Ezequiel, Provérbios, Cantares de Salomão, Eclesiastes e Ester
sofreram pressão por alguns eruditos dos primeiros séculos da Era Cristã quanto às evidências
internas em relação a sua canonicidade. Já no período dos pais da igreja houve dúvidas quanto
aos livros apócrifos que pertenciam às Bíblias grega e latina sobre terem sido ou não
inspirados por Deus.
Sobre o porquê da canonicidade desses livros explica Backwith:
O que qualifica um livro para um lugar no cânon do Antigo ou do Novo Testamento não é
simplesmente o fato de ser antigo, informativo e útil, e de fazer muito tempo que é lido
e valorizado pelo povo de Deus, mas sim que tenha a autoridade de Deus para o que diz.
Deus falou através do autor humano, a fim de ensinar o povo em que acreditar e de que
maneira se comportar. Não é tão-somente um registro da revelação, mas também a
permanente forma escrita da revelação. É o que queremos dizer quando afirmamos que
a Bíblia é "inspirada", o que, nesse particular, torna os livros da Bíblia diferentes de todos
os outros.

Na opinião do Pastor Antônio Gilberto: “No sentido religioso, cânon não significa aquilo
que mede, mas aquilo que serve de norma, regra.”17

4.1 Antigo Testamento


No AT a revelação de Deus era transmitida de forma escrita e oral. A Arqueologia
comprova que séculos antes de Moisés, na Palestina, a escrita já era conhecida. Documentos
como inscrições, placas, sinetes e documentos antediluvianos têm sido encontrados pela
Arqueologia.
Sobre este assunto, Beckwith:
A doutrina da inspiração da Bíblia foi completamente desenvolvida apenas nas páginas do
Novo Testamento. Mas, muito antes disso, já encontramos na história de Israel certos
escritos reconhecidos como autoridade divina e como regra escrita de fé e conduta para
o povo de Deus. Identificamos isso na resposta do povo, quando Moisés leu para eles o
livro do concerto (Êx 24.7), ou quando o Livro da Lei, achado por Hilquias, foi lido primeiro
para o rei e depois para a congregação (2 Rs 22—23; 2 Cr 34), ou ainda quando Esdras leu
o Livro da Lei para o povo (Ne 8.9,14-17; 10.28- 39; 13.1-3). Os escritos em questão são
uma parte do Pentateuco ou ele todo — no primeiro caso, provavelmente uma parte bem
pequena do Êxodo, capítulos 20 a 23. O Pentateuco é tratado com a mesma reverência

16
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 79.
17
GILBERTO, Antônio. Obra citada. Pág. 30.
17 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

em Josué 1.7,8, 8.31 e 23.6-8; 1 Reis 2.3,2 Reis 14.6 e 17.37, Oséias 8.12, Daniel 9.11,13,
Esdras 3.2,4,1 Crônicas 16.40,2 Crônicas 17.9,23.18, 30.5,18,31.3 e 35.26.18 [Grifo]
O cânon do AT como conhecemos foi terminado após 445 a.C, no tempo de Esdras.
Quanto a subdivisão judaica, conforme citado por Jesus em Lucas 24.44, era: LEI, PROFETAS E
ESCRITOS.

4.1.1 Subdivisão hebraica


Está subdividida em três categorias Lei, Profetas e Escritos. Com 24 livros ao invés dos
39 que conhecemos, pois, 15 livros foram suprimidos, está dividido da seguinte maneira:

LEI Pentateuco 5 livros

PROFETAS: 1 livro
o Primeiros profetas Josué
Juízes 1 livro
Os dois de Samuel 1 livro
Os dois de Reis 1 livro
o Últimos profetas Isaías 1 livro
Jeremias 1 livro
Ezequiel 1 livro
Os doze profetas menores 1 livro
ESCRITOS
o Livros Poéticos Salmos 1 livro
Provérbios 1 livro
Jó 1 livro
o Os cinco rolos Cantares 1 livro
Rute
Lamentações de Jeremias 1 livro
Eclesiastes 1 livro
Ester 1 livro

HISTÓRICOS: Daniel 1 livro


Esdras e Neemias 1 livro
Os dois de Crônicas 1 livro
Total 24 livros

O cânon hebraico não segue a ordem cronológica, uma vez que essa não era a principal
preocupação dos judeus.

18
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 81
18 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

4.1.2 Subdivisão Septuaginta (LXX)


A divisão que utilizamos, em 39 livros, vem da Septuaginta, traduzida da Vulgata Latina.
A LXX é a tradução do hebraico para o grego. Também é conhecida como Cânon de Alexandria,
cidade onde foi produzida.
Ezequias Soares cita Josefo:
Josefo distingue os livros inspirados dos apócrifos: "Escreveu-se também tudo o que se
passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma
sequência de profetas não se lhes dá o mesmo crédito". Esses livros foram produzidos
tardiamente e nunca fizeram parte do cânon sagrado, como não o fazem até a atualidade,
na Bíblia Hebraica. Nós os chamamos de apócrifos e pseudoepígrafos. Os católicos
chamam os apócrifos de deuterocanônicos e os pseudoepígrafos, de apócrifos. Contém
todos os livros do Cânon Hebraico mais os apócrifos e os pseudoepigráficos.19
Citando Gonzales, ele diz:
Eles foram reconhecidos pelos judeus de Alexandria como inspirados, quando o cânon
judaico já os havia excluído: A interpretação tradicional é que os judeus alexandrinos eram
mais liberais do que os da Palestina e isto os levou a aceitar a inspiração divina de livros
que não tinham a mesma autoridade entre os judeus palestinos. Contudo, também é
possível que esses livros tivessem grande autoridade tanto na Palestina quanto na
diáspora, e que finalmente foram excluídos do cânon porque se prestavam a
interpretações heterodoxas.20
Quanto aos acréscimos da LXX, contém todos os livros do Cânon Judaico, mais os
apócrifos e alguns pseudoepígrafos. Seus acréscimos são: Sabedoria, Eclesiástico, Tobias,
Judite, III e IV Esdras, I à IV Macabeus, Baruque, sua segunda parte é conhecida como a Epístola
ou Carta de Jeremias, Acréscimos ao livro de Ester (10.4—16.24), Acréscimos ao livro de Daniel
(Oração dos Três Moços 3.24-90, Suzana 13, Bel e o Dragão 14), Oração de Manassés.
Sobre o arranjo desses livros, Soares cita que:
Desses livros, apenas 3 e 4Esdras, 3 e 4Macabeus e a Oração de Manassés não foram
incorporados à Bíblia Católica, no Concílio de Trento (1549-1563). A ordem dos livros da
LXX é também diferente; os do Pentateuco mantêm a mesma sequência. Depois disso,
seguem os históricos, os poéticos ou sapienciais e, em seguida, os proféticos. A diferença
é que os apócrifos aparecem intercalados com os livros canônicos e a ordem dos Profetas
Menores diverge um pouco da do Cânon Judaico, e, consequentemente, com o nosso
Antigo Testamento. Além disso, os Profetas Maiores aparecem depois dos Profetas
Menores, encerrando, assim, o cânon com o livro do profeta Daniel (Apêndice 3). 21
Aduz ainda que:
A Versão dos Setenta, segundo relatos de Aristeias, Fílon e Josefo, não é a mesma
Septuaginta que conhecemos hoje, constituída de todo o Antigo Testamento e mais os
apócrifos e alguns pseudoepígrafos. O que aconteceu em Alexandria, na corte de
Ptolomeu II, foi a tradução apenas do Pentateuco. Toda a discussão levantada sobre a
Carta de Aristeias diz respeito à Torá. É difícil saber como e quando os demais livros foram

19
SILVA, Ezequias Soares da. Septuaginta: Guia histórico e literário. Hagnos. SP. 2009. Pág. 28
20
Idem. Pág. 29
21
Idem. Pág. 32
19 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

traduzidos e, do mesmo modo, quando os apócrifos e pseudoepígrafos escritos


originalmente em grego foram produzidos.22

4.1.3 Formação canônica


Conforme as palavras do Pr. Antônio Gilberto:
O Cânon do Antigo Testamento foi formado num espaço de mais de mil anos (+ - 1046
anos) - de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta
de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C. Esdras não foi o último escritor na
formação do cânon do Antigo Testamento; os últimos foram Neemias e Malaquias,
porém, de acordo com os escritos históricos, foi ele que, na qualidade de escriba e
sacerdote, reuniu os rolos canônicos, ficando também o cânon encerrado em seu
tempo.23
Quanto a data do reconhecimento e fixação do Cânon, aduz que:
Em 90 d.C. Em Jâmnia, perto da moderna Jope, em Israel, os rabinos, num concilio sob a
presidência de Joha-nan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo
Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros, especialmente
dos "Escritos". Note-se porém que o trabalho desse concilio foi apenas ratificar aquilo que
já era aceito por todos os judeus através de séculos. Jâmnia, após a destruição de
Jerusalém (70 d.C.) tornou-se a sede do Sinédrio - o supremo tribunal dos judeus.24

4.2 Novo Testamento


Escrito muitos séculos depois do AT ter se completado, o NT foi escrito em um período
de 50 anos, na opinião de Milton Fisher, que declara ainda que alguns estudantes modernos
aumentariam este intervalo abrangendo ambos os Testamentos.
Sobre o termo Novo Testamento, Fisher:
Tertuliano, notável escritor cristão das primeiras duas décadas do século III, foi um dos
primeiros a chamar as Escrituras cristãs de "Novo Testamento". Esse título havia
aparecido antes (c. 190) em uma composição feita contra o montanismo, de autor
desconhecido. Esse fato é significativo. Seu uso colocou as Escrituras do Novo Testamento
em um nível de inspiração e autoridade igual ao do Antigo Testamento. 25
A ordem composta pelos 27 livros vem da Vulgata, não levando em consideração uma
sequência cronológica.
Existem alguns livros que são citados no NT e que se encontram desaparecidos: I Co
5.9 uma carta anterior à I Coríntios; Cl 4.16 uma carta escrita aos de Laodiceia que também
deveria ser lida pelas igrejas em Colosso.

22
SILVA, Ezequias Soares da. Obra citada. Pág. 33
23
GILBERTO, Antônio. Obra citada. Pág. 31
24
Idem. Pág. 33
25
COMFORT, Philip Wesley. Obra citada. Pág. 99
20 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

4.2.1 Subdivisão
Encontra-se dividido da seguinte forma:

EVANGELHOS Mateus 4 livros


Marcos
Lucas
João

HISTÓRIA Atos dos Apóstolos 1 livro

EPÍSTOLAS:
o Paulinas Romanos, I e II Coríntios, 13 epístolas
Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, I e II
Tessalonicenses, I e II
Timóteo, Tito e Filemom.

o Gerais Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, 8 epístolas


II e III João e Judas.

REVELAÇÃO Apocalipse 1 livro

Total 27 livros

4.2.2 Necessidade da escrita


Na opinião de Antônio Gilberto:
Com o correr do tempo, o grupo de apóstolos diminuiu. O Evangelho espalhou-se. Surgiu
a necessidade de reduzi-lo à forma escrita, para ser transmitido às gerações futuras. Era
o plano de Deus em marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de
casos difíceis surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos, etc. (Ver 1
Coríntios 1.11; 5.1; 7.1.)26
Quanto a sua divulgação, aduz que:
Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2). A
Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do Senhor Jesus,
bem como as que Ele, pelo Espírito Santo inspirou aos escritores sacros. Ele mesmo disse:
"Tenho muito que vos dizer... mas o Espírito de verdade... dirá tudo o que tiver ouvido e
vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.12,13).27

4.2.3 Testemunhas
Alguns cristãos primitivos dão testemunho desses escritos, são eles:

26
GILBERTO, Antônio. Obra citada. Pág. 35
27
Idem.
21 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

o Clemente de Roma (95 DC);


o Policarpo (110 DC) escreveu aos Filipenses, cita cartas de Paulo;
o Inácio (110 DC);
o Justino Mártir (140 DC);
o Irineu (130-200 DC) chama o NT de “Escrituras”;
o Orígenes (185-254 DC). Segundo Antônio Gilberto: “homem erudito, piedoso e viajado,
dedicou sua vida ao estudo das Escrituras. Em seu tempo, os 27 livros já estavam completos;
ele os aceitou, embora com dúvida sobre alguns (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João).”

4.3 Datas e períodos


O AT foi escrito em um espaço de mais ou menos 1046 anos, de Moisés a Esdras 1491-
445 AC, visto que o último livro, Malaquias, está dentro do período de Neemias. O NT,
completado em menos de 100 anos. De acordo com Broadus Tessalonicenses foi escrito em
50 DC e Apocalipse 81-96 DC, isso daria um intervalo de 50 anos, conforme anteriormente
citado por Milton Fisher.

22 | P á g i n a
INTRODUÇÃO BÍBLICA 1

5. LIVROS APÓCRIFOS
nn
6. MANUSCRITOS BÍBLICOS
nnn

23 | P á g i n a

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