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Escatologia simplificada

APRESENTAÇÃO

Decidi escrever este livro pelo fato de poucas pessoas se interessarem pelo assunto por acharem difícil
demais de entender. Contudo escatologia é uma doutrina da bíblia, e Deus não deseja apenas que o
homem seja salvo mas também que chegue ao pleno conhecimento da verdade. E o conhecimento das
últimas coisas também faz parte destas verdades. Se Deus não quisesse que nós soubéssemos acerca do
fim porque deixou tudo registrado na palavra? Sabemos que “toda a escritura é inspirada por Deus e ela é
apta para o ensino, para repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”. 2 TM 3.16 Note que o
texto diz “TODA” mostrando para nós que devemos compreender e avançar em todos os assuntos,
incluindo escatologia.

Durante a leitura deste livro o Leitor vai perceber, que estarei abordando os principais pontos escatológicos
sem ser exaustivo, mas também sem perder a essência do assunto. Procurando simplificar ao máximo para
despertar o interesse e a curiosidade pelo assunto. Estarei abordando temas como, dispensacionalismo, o
estado dos mortos, Os três grandes quadros proféticos, arrebatamento tribulação e grande tribulação entre
outros. Tudo isso dentro da visão que Creio e defendo a pré-tribulacionista e milenisita. Ou seja a que crê
que seremos arrebatados antes da grande tribulação e que crê que haverá o governo de cristo na terra por
mil anos.

INTRODUÇÃO

“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus, e não há
outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade as
coisas que ainda não sucederam; que digo o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade;
(IS 46.9,10)

No mundo em que vivemos conhecimento é poder. Aqueles que detêm o conhecimento costumam ser
mais poderosos do que aqueles que não tem conhecimento. Falo de poder humano claro. Se no meio de
1000 pessoas um indivíduo conhece mais do que os outros 999 ele se destaca por isso. O nosso Deus
valoriza tanto o conhecimento que deseja repartir conosco. A bíblia é o conhecimento de Deus, a sabedoria
de Deus ao alcance dos homens e compartilhada com os homens. Deus deseja que o conheçamos. “
conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; Como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre
nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.” (OS 6.3) apesar de estar nos céus Deus deseja
que o conheçamos e que nos aprofundemos no nosso relacionamento com ele. E neste relacionamento ele
que conhece o futuro compartilha conosco um pouco do que acontecerá nos últimos dias.

Escatologia é a junção de duas palavra gregas “escathos” que significa último ou últimas coisas; e “Logos”
que significa estudo. Portanto escatologia significa estudo do fim ou das últimas coisas.

Durante muito tempo foi criado um mito de que escatologia é muito complicado que é uma matéria difícil
só para alguns estudarem é só para pessoas chamadas para os cinco dons ministeriais, mestres, apóstolos,
profetas , evangelistas e pastores. isto é uma mentira de satanás. Satanás que quer que sejamos ignorantes
acerca do nosso futuro. Mas como vimos em IS 46.9,10 Deus anuncia as coisas futuras para que todos nós
saibamos.

CAPÍTULO 1

Porque devemos estudar escatologia?

1 porquê é um tema bastante abordado nas escrituras cerca de 37% da bíblia fala no assunto. Em
todo o novo testamento apenas três livros não falam sobre o assunto, que por sinal estes livros só
tem um capítulo cada um, São eles Filemon, 2 João e 3 João.

2 Porquê revela a glória e o reino de Jesus. Estudando sobre o assunto podemos compreender
melhor quem Jesus é, a sua grandiosidade e o alcance do seu reino.

3 Estimula a santidade. Em hebreus 10.25 está escrito “não deixemos de congregar como é o
costume de alguns; antes façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o dia se
aproxima”. Os crentes da igreja primitiva tinham a expectativa da volta de cristo para os seus dias
e isto fazia com que eles se estimulassem uns aos outros a santidade. Ao estudar sobre o assunto
ficamos mais conscientes da sua vinda e isto nos faz despertar para uma vida santa e reta na
presença de Deus. Como está escrito em 1 TS 5.23 “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo;
e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.”

4 Porquê alguns assuntos estudados em escatologia fazem parte das doutrinas básicas, ressurreição
dos mortos e Juízo eterno. As doutrinas básicas estão listadas em Hb 6.1-2 “por isso pondo de
parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemos nos levar para o que é perfeito,
não lançando de novo, a base de arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de
batismos e da imposição demãos, da ressurreição dos mortos e do Juízo eterno. O nome já diz tudo
Doutrinas básicas ou seja é básico, e todo cristão que se prese deve procurar saber pelo menos o
básico.

5 Estudar escatologia nos traz despertamento para a eternidade e a brevidade da vida 1 pe 2.11-12
“amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais,
que fazem guerra contra a vossa alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos
gentios, para que naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em
vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.” 1 pe 2.17 “Ora o mundo passa, bem
como a sua concupscência; aquele porém que faz a vontade de Deus permanece para sempre”

6 Nos faz conhecer a nossa bendita esperança: Tt 2.11-14 “Porquanto a graça de Deus se manifestou
salvadora a todos os homens, educando-nos para que renegadas a impiedade e as paixões
mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita
esperança e a manifestação da glória do grande Deus e salvador cristo Jesus, o qual a sí mesmo se
deu por nós a fim de remir-nos de toda a iniquidade e purificar para si mesmo, um povo
exclusivamente seu zeloso e de boas obras.

Citei apenas alguns motivos do porquê devemos estudar escatologia para nos trazer despertamento, e para
que tenhamos uma vida santa e reta aguardando o seu retorno.

CAPÍTULO 1

AS TRÊS CHAVES PARA SE INTERPRETAR CORRETAMENTE AS ESCRITURAS

Muitos críticos dizem que a bíblia é um livro complexo e difícil de se entender, e que de todos os assuntos
tratados nas escrituras escatologia é o mais complexos de todos. Isto é uma inverdade, engana-se quem
pensa desta maneira. Vamos olhar pela ótica humana. Todos que se comunicam desejam ser
compreendidos, mas na comunicação quem fala é tão importante como quem está recebendo o que está
sendo comunicado. Um tem a responsabilidade sobre o que está sendo dito e o outro tem a
responsabilidade de interpretar corretamente a informação, ou conhecimento transmitido. A prova disto
são as retratações que são feitas por pessoas que cometeram erros ao se expressarem mal em jornais,
revistas ou até mesmo em seu círculo social. Um pedindo desculpas por não ter se expressado bem, e o
outro pedindo desculpas por ter entendido mal. É muito comum nos depararmos com este tipo de situação
em nosso cotidiano.

No caso da bíblia não teremos problemas por parte de quem fala, porque Deus não erra ele é infalível. A
bíblia foi escrita por homens, mas foi inspirada por Deus. “Toda escritura é inspirada por Deus, é útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça.” 2 tm 3.16 NVI

A bíblia foi escrita num período de aproximadamente 1600 anos, e foi escrita por aproximadamente 40
autores diferentes. A maioria deles jamais se viram por serem de épocas diferentes. Como explicar a
harmonia e o sincronismo do que foi escrito, com tamanha precisão e a riqueza de detalhes que o torna
único no mundo e um Best seler? Simplesmente o livro mais vendido em todos os tempos e Deus o maior
autor de todos . Os 66 livros que compõe esta obra magnífica se completam e se fundem. Apenas um Deus
maravilhosos poderia ser o autor de uma obra desta envergadura.
Concluímos então que Deus não falha ao comunicar as suas verdades contidas em sua palavra, então o
problema não está em quem transmite. Está muitas vezes na forma como nós a interpretamos as
escrituras.

Em Lc 10.25 Jesus foi interrogado por um mestre da lei que lhe fez a seguinte pergunta? O que é preciso
fazer para herdar a vida eterna? Jesus então lhe faz duas perguntas. O que está escrito na lei? E “como a
interpretas?”

Jesus ressaltou a importância de saber o que estava escrito. E depois a importância de se interpretar
corretamente o que estava escrito, e por último ele diz em Lc10.28 Faça isto e viverá. Ou seja Jesus ressalta
a importância de se praticar o que está escrito.

Concluímos então que não basta saber o que está escrito, é preciso também interpretar o que está escrito
corretamente.

Para ajudar na interpretação das escrituras estarei passando para o leitor 3 chaves para se interpretar
corretamente as escrituras, pois sabemos que pequenas chaves abrem grandes portas, e as portas que
serão abertas serão a do conhecimento. Estas 3 chaves poderão ser usadas não apenas para estudar
escatologia mas também para estudar toda a bíblia.

PRIMEIRA CHAVE

INTERPRETAÇÃO LITERAL OU LITERALISMO

A interpretação literal é aquela que considera o que está escrito, da forma como está escrito ao pé da letra
sem rodeios. Este tipo de interpretação é utilizado em todas as outras doutrinas da bíblia e não seria
diferente para escatologia. Sem o literalismo pode-se cair em exageros e erros de interpretações.

A interpretação literal é a base ou alicerce para se utilizar os outros dois tipos de interpretações que
veremos a seguir.

INTERPRETAÇÃO FIGURADA

A interpretação figurada é aquela que se utiliza de figura de linguagem., “É a chamada força de expressão”.

Exemplo: Jesus disse “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará
pastagens”(Jo 10.9) NVI

Neste caso se formos aplicar a interpretação literal aqui nós vamos pensar que Jesus é uma porta de
madeira ou de metal ou de outro material qualquer. Neste caso o contexto fala sobre salvação, Jesus está
querendo dizer que ele é o meio pelo qual o homem poderá ser salvo. Todo o contexto deve ser analizado
na hora de se interpretar as escrituras ninguém pode pegar um versículo isolado do seu contexto e criar um
sentido diferente. Tudo deve estar em perfeita harmonia.

Em EZ 36.26 Deus diz “Darei um coração novo a vocês, e porei um e porei um espirito novo em vocês;
tirarei de vocês o coração de pedra e colocarei um coração de carne.”

O texto acima fala sobre “o coração de pedra “ que seria tirado e que seria posto um coração de carne. Se
fôssemos ser literal nesta interpretação estaríamos pensando, em um coração mineral, sólido como a
pedra. Mas Deus está se utilizando de uma figura de linguagem, para falar que o homem ao nascer de novo
estaria sensível ao pecado.
Portanto nas duas passagens acima nós temos que utilizar a interpretação figurada, porque o autor em seu
contexto se utiliza de uma figura de linguagem para ressaltar verdades espirituais.

Interpretação simbólica

E aquela que é utilizada em passagens contendo objetos inanimados ou animados.

No livro de Daniel no capítulo 2 Nabucodonosor tem um sonho, e neste sonho ele vê uma estátua (Objeto
inanimado) ou seja que não expressa movimento ou ação. Esta estátua simbolizava o governo das nações
gentias ou um governo que não pertence a Israel. O texto fala de uma pedra cortada sem o auxílio de mãos
que destrói a estátua e o vento dissipa o que sobra da estátua. E a pedra se torna numa montanha. A pedra
simboliza cristo, e a montanha que enche a terra é o seu governo milenar. Note que a pedra está em
movimento e atinge a estátua, depois o vento sopra e varre o que sobrou, e depois a montanha enche a
terra. Os objetos se tornam (animados) ganham movimento. A pedra, o vento, a montanha. Todos esses
elementos se tornam símbolos de coisas que aconteceram e que irão acontecer. Daí, damos o nome de
interpretação simbólica, pois se utiliza de objetos animados ou inanimados.

Como escatologia é doutrina bíblica que se depara com mais símbolos e figuras de linguagem que qualquer
outra doutrina, se não procurarmos as verdades literais e analisarmos o contexto como um todo com o
máximo de cuidado, podemos cometer exageros e erros doutrinários.

Quando houver interpretação figurada ou simbólica devemos sempre procurar a verdade literal.

SEGUNDA CHAVE

DISPENSACIONALISMO

A palavra dispensação vem do grego “oikonomá” (oikos=casa+nomos=lei) Ou seja “gerenciamento ou


administração dos negócio de uma casa”

Deus o maior administrador de todos ao longo das épocas, para cada fase da humanidade ele se utilizou de
meios diferentes para falar com o homem comunicando assim seu plano para a humanidade. Cada
dispensação nós podemos dizer que é uma “fase de revelação”.

Ao todo são sete fases de revelação ou dispensações, são elas:

Inocência, consciência, governo humano, patriarcas ou promessas, lei, igreja, e milênio. Das sete
dispensações seis já se cumpriram só falta uma o “milênio”.

Hoje nós estamos na dispensação da igreja. È fundamental saber em que dispensação estamos, para não
fazermos confusão na hora de interpretar a bíblia. Vou dar um exemplo: Quando tínhamos 12 anos de
idade cauçavamos um número baixo, vamos supor que seja 36 e agora estamos com 30 anos de idade e
calçamos agora 40. Com certeza o sapato 36 que usávamos não cabe mais em nossos pés. Porque os nossos
pés cresceram. Além do mais após 18 anos a moda mudou muito de lá pra cá, mesmo que usássemos o
sapato, além de ficar desconfortável já está fora de moda. É o caso da velha aliança a “Lei” essa
dispensação já ficou ultrapassada, por isso foi necessário instituir uma nova aliança. Em HB 8.13 diz
“chamando nova esta aliança, ele tornou antiquada a primeira; e o que torna antiquado e envelhecido está
pronto a desaparecer.” Estamos sem dúvida em uma nova aliança que está firmada em superiores
promessas estamos na dispensação da igreja. Não podemos querer viver na velha aliança calçando 36
quando na verdade o sapato fica apertado e está fora de moda.

Não estou com isso desprezando o velho testamento e o que está escrito alí, pois tudo foi inspirado por
Deus e ainda tem muita coisa para se cumprir. Além do mais particularmente gosto muito de pregar
também no A.T existem verdades espirituais alí que se refletem no novo testamento. A fase que mudou,
estamos vivendo em uma nova dispensação.

Citei o exemplo acima para que possamos nos localizarmos melhor, e saber a importância de se saber em
que dispensação estamos.

INOCÊNCIA

Quando Deus criou o homem, o criou em condições perfeitas, deu a ele habilidades e autoridade para
governar sobre a terra e sujeita-la. A sua comunhão com Deus era plena e diária, assim a troca de sabedoria
e de conhecimento era transmitida através dessa comunhão.

Deus criou o homem com uma consciência e livre para fazer o que quisesse a esta liberdade chamamos de
livre arbítreo. o homem era inocente em criação e em seu estado original vivia sem pecado, mas
consciente dos seus atos e livre para fazer o que quisesse.

Deus deu ao homem apenas uma ordenança, não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal. E ele juntamente com sua mulher desobedeceram e comeram do fruto. Ambos pecaram eseus olhos
foram abertos e passaram a conhecer tanto o bem quanto o mal.

CONSCIÊNCIA

Depois da queda, consciente do que fez, o homem foi expulso do jardim do éden era responsável por fazer
todo o bem que conhecia e se abster de todo mal obedecendo a sua própria consciência. Mas em Gn 3.15
deus dá ao homem uma promessa de redenção da humanidade, que nasceria dele um descendente que
traria de volta o que fora perdido com a queda. A dispensação da consciência vai da queda do homem até o
dilúvio, quando Deus escolhe Noé por ele ser justo diante dele, e o manda construir uma embarcação para
salvar ele sua família e os animais.

GOVERNO HUMANO

Esta dispensação se inicia após a saída de Noé da arca, onde Deus dá ao homem uma ordem para que se
espalhe, se multiplique e povoe a terra. A característica principal desta dispensação é que agora o governo
seria do homem pelo homem, ou seja, o homem teria que se sujeitar um ao outro através de governos.
Deus delegou ao homem certo nível de autoridade em que este deveria obedecer a Deus através do seu
próximo. Daí a instituição de cargos de autoridades, caciques, chefes de clãs, reis prefeitos governadores
etc...
CURIOSIDADES

Esta dispensação dura até a torre de babel onde acontece a confusão das línguas. Flávio Josefo grande
historiador judeu, nos conta em seu livro a história dos hebreus o seguinte: Em GN 10.8-10 aparece um
homem chamado Ninrode a bíblia diz que ele era valente caçador diante do senhor, em algumas traduções
diz rebelde contra o Senhor. Este homem havia fundado várias cidades dentre elas a famosa cidade de
Nínive e governava várias outras inclusive babel. Nota-se nele uma grande liderança pois a bíblia diz em Gn
10.8 “o primeiro homem poderoso na terra.” Se utilizando de seu poder e influência ele se levanta contra a
ordenação de Deus de se espalhar sobre a terra e consegue juntar pessoas e recursos materiais para
construir uma torre que pudesse tocar os céus. Sua idéia era se precaver de futuras represálias, pois se
Deus quisesse destruir a terra novamente com o dilúvio, eles com uma torre tão alta estariam a salvo. O
que ele não contava era com a confusão das línguas, pois deixando de falar a mesma linguagem não mais
se intenderiam um ao outro, cessando com isto a obra. Em suma tiveram que se espalhar sobre a terra e se
dividir formando assim os países e as nações.

PROMESSA OU PATRIARCAIS

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