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3 ÍB U C A S

DEUS TE CHAMOU,
MAS VOCÊ SABE PARA QUÊ?
Você sabe qual a sua vocação?
Você sabe qual o seu chamado?
Você sabe diferenciar vocação de chamado?

Descubra o propósito de Deus na sua vida. Pois é


impossível imaginar o desenvolvimento da história
relatada nas Escrituras, acerca do que Deus tem
realizado no mundo desde a Criação até os dias atuais
sem considerarmos as pessoas que o Senhor escolheu
para usá-las segundo o seu propósito.

Descubra sua vocação. Viva intensamente o que Deus


tem preparado para realizar por você e através de você.
Pois nada é mais trágico do que viver sem a direção,
perdido, sem conhecer o propósito da existência.

CB©
.JÇÕES
3ÍBLICAS
A luno | 2 o T rim estre de 2 0 2 4
C om entarista: Osiel Gom es

SUMARIO
A C arreira que N os E stá Proposta
O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar
ao Céu

Lição í - O Início da Caminhada 3


Lição 2 - A Escolha entre a Porta Estreita e a Porta Larga 8

Lição 3 - 0 Céu - 0 Destino do Cristão 13


Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada 18

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão 23

Lição 6 - As Nossas Armas Espirituais 28

Lição 7 - 0 Perigo daMurmuração 32

Lição 8 - Confessando e Abandonando 0 Pecado 37


Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho 42

Lição 10 - Desenvolvendo uma Consciência de Santidade 47


Lição 1 1 - A Realidade Bíblica do Inferno 52

Lição 1 2 - A Bendita Esperança: A Marca do Cristão 56

Lição 13 - A Cidade Celestial 60


CB©
Presidente da Convenção Geral
llÇÕES
das Assembléias de Deus no Brasil
José Wellington Costa Junior
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Bezerra da Costa
3ÍBIICAS
Diretor Executivo Prezado(a) aluno(a),
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações 0 caminho que o cristão faz com Cristo
Alexandre Claudino Coelho inicia com a experiência do Novo Nas­
Consultor Doutrinário e Teológico cim ento e prossegue até o dia em que
Elienai Cabral ele chegará à cidade celestial. Entre esse
Gerente Financeiro início e chegada, o crente se depara com
Josafá Franklin Santos Bomfim muitos desafios e obstáculos.
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva Para refletir a respeito desse caminho,
Gerente Comercial
que se inicia com o Novo Nascimento e
Cícero da Silva seus muitos desafios, neste trim estre,
Gerente da Rede de Lojas e stu d arem o s a “A Carreira que Nos
João Batista Guilherme da Silva Está Proposta: 0 Caminho da Salvação,
Gerente de TI Santidade e Perseverança para Chegar ao
Rodrigo Sobral Fernandes Céu”. Nele, refletiremos à luz da Palavra
Gerente de Comunicação de Deus, assuntos como a realidade do
Leandro Souza da Silva Céu, do Inferno, da Tentação, da bendita
Chefe do Setor de Educação Cristã esperança.
Marcelo Oliveira
Nosso propósito é que, ao longo deste
Chefe do Setor de Arte & Design
Wagner de Almeida trim estre, você pense a respeito de sua
jornada com Cristo neste mundo. Como
Editor
Marcelo Oliveira cristãos peregrinos, o anseio de encontrar
Revisora
com Cristo deve n o rtear toda a nossa
caminhada.
Cristiane Alves
Projeto Gráfico
Leonardo Engel I Marlon Soares Bom trimestre!
Diagramação
Nathany Silvares José Wellington Bezerra da Costa
Capa Presidente do Conselho
Marlon Soares I Nathany Silvares Administrativo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Av. Brasil, 34.401 - Bangu Diretor Executivo
Rio de Janeiro - RJ - Cep 21852-002
TeL: (21) 2406-7373
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G#0®
LIÇÃO 1
7 de Abril de 2024

^ r
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Jesus respondeu e disse-lhe: Na
verdade, na verdade te digo que O Novo Nascimento marca 0
aqueie que não nascer de novo início da jornada do crente em
não pode ver 0 Reino de Deus.” Jesus Cristo.
(Jo33)

\_____________________________ ____________________________ )
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 8.2; 12.2 Quinta - Jo 14.26


A nova vida com Cristo por meio do Na nova vida com Cristo temos o
Espírito Espírito Santo, o Consolador
Terça - Ef 1.3-6 Sexta - Jo 16.7-11; Rm 8.5-7
Na nova vida com Cristo temos A nova vida com Cristo é uma ação
Deus como Pai poderosa do Espírito
Quarta - 1 Co 15.57 Sábado - 1 Pe 1.23
Na nova vida com Cristo temos o A nova vida com Cristo é gerada
Filho conosco por intermédio da Palavra

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 3


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 3 .1-8
1 - E havia entre os fariseus um homem 5 - Jesus respondeu: Na verdade, na ver­
chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. dade te digo que aquele que não nascer
2 - Estefoi ter de noite comJesus e disse-lhe: da água e do Espírito não pode entrar
Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de no Reino de Deus.
Deus, porque ninguém pode fazer estes 6 - 0 que é nascido da carne é carne,
sinais que tufazes, se Deus nãofor com ele. e o que é nascido do Espírito é espírito.
3 - Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, 7 - Não te maravilhes de te ter dito:
na verdade te digo que aquele que não nas­ Necessário vos é nascer de novo.
cer de novo não pode ver o Reino de Deus. 8 - 0 vento assopra onde quer, e ouves a
4 - Disse-lhe Nicodemos: Como pode um sua voz, mas não sabes donde vem, nem
homem nascer, sendo velho? Porventura, para onde vai; assim é todo aquele que
pode tornar a entrar no ventre de sua é nascido do Espírito.
mãe e nascer?

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO natural. Ela poderá ser longa ou curta,


Neste trim e stre, estud arem os a mas não eterna. Essa trajetória huma­
Jornada do Cristão. Para iniciarmos a na é marcada pelas fases da infância,
os nossos estudos, temos o propósito adolescência, juventude, vida adulta
de compreender o início de nossa ca­ e velhice. Tam bém é caracterizad a
minhada com Cristo e o quanto somos por dois momentos: o nascimento e a
agraciados com a presença da Santíssima morte. É a esse tipo de jornada da vida
Trindade nessa trajetória. Conceitua­ que Jesus se refere quando diz: “ O que
remos também o Novo Nascimento e é nascido da carne é carne” (Jo 3.6).
0 estudaremos como uma experiência b) Vida com Cristo. A vida humana
proveniente do Espírito Santo, conforme pode se tornar uma jornada maravilho­
sa quando convidamos o Senhor Jesus
as Escrituras nos apresentam. Final­
para fazer parte dela. A nova vida com
mente, m ostrarem os a im portância
Cristo é o começo de uma nova história,
do Novo Testam ento no início dessa
de felicidade verdadeira e de plenitude
jornada de fé.
no Espírito (Rm 8.2). Nessa vida há
novos propósitos, novos pensamentos
1 - A CAMINHADA COM CRISTO e novas esperanças (Rm 12.2). Afinal,
1. Com preendendo os dois cam i­ nos tornamos um(a) filho(a) de Deus.
nhos. Na história humana, temos dois Esse tipo de jornada de vida que nosso
caminhos: o da vida natural e o da vida Senhor se refere quando diz: “ O que é
com Cristo. nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).
a) Vida humana. A primeira se in i­ 2. Os três com panheiros da nossa
cia no momento do nosso nascimento cam in had a. Quando recebem os Je -

4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024


sus como Salvador, Deus passa a ser
o nosso Pai (Ef 1.3-6 ). Agora somos
cuidados, instruídos e fortalecidos por
Pelo intermédio dEle,
Ele. Temos um relacionamento de pai
e filho. Além do Pai, temos também o Deus operou o m ilagre
seu Filho como aquEle que nos concede do Novo Nascimento,
a vitória contra o pecado e toda a sorte transform ando a nossa
de males (1 Co 15.57); e, por nos amar, natureza caída e nos
nos concedeu a sua vida (Jo 3.16) e nos
tornando em seus legítim os
conduz em segurança para o seu reino
celestial (Cl 2.6,7). Finalmente, temos filhos.”
agora o terceiro membro da trindade, o
Espírito Santo como nosso auxiliador e
consolador (Jo 14..26). Pelo intermédio
dEle, Deus operou o m ilagre do Novo
raizado na religião judaica. Ele conhecia
Nascimento, transform ando a nossa
profundamente Deus, segundo a tradição
natureza caída e nos tornando em seus
monoteísta do judaísmo, os ensinos da Lei
legítim os filhos. Tudo isso sign ifica
e dos Profetas e a história do seu povo.
nascer do Espírito ou Novo Nascimento
Mas ao que se nota, sua tradição não
(Jo 3.6; Jo 1.13; 1 Co 15.50).
oferecia o que sua alma precisava. Por
isso Nicodemos foi ao encontro de Cristo,
II - 0 NOVO NASCIMENTO identificando nEle o real poder de Deus,
1. Por que precisam os do Novo Nas­ conforme podemos comprovar nestas
cim ento? No início do diálogo entre suas palavras: “ ninguém pode fazer estes
Jesus e Nicodemos, o termo “ homem” sinais que tu fazes” (Jo 3.2). Conhecendo
se destaca. Esse substantivo masculino bem o coração desse príncipe dos ju ­
do grego ãnthrõpos, que significa “ ho­ deus, Jesus foi direto ao ponto: “Aquele
mem” , tem um uso genérico no texto que não nascer de novo não pode ver
e, por isso, seu sentido inclui todos os o Reino de Deus” (Jo 3.3). Portanto, a
seres humanos (Jo 3.4.). nova vida que Nicodemos precisava só
Assim, o Senhor Jesus afirmou que seria encontrada diretamente na ação
Nicodemos precisava nascer de novo, um poderosa do Espírito Santo (Jo 16.7-11;
novo nascimento vindo diretamente do Rm 8.5-7).
céu. Como homem, ele estava na con­ 3 .0 Novo Nascimento e seu processo.
dição caída de todos os seres humanos A expressão “de novo” , que significa “do
“porque todos pecaram” (Rm 3.23). Nesse céu” (Jo 3.31; Gl 6.15; 1 Jo 3.9), mostra que
sentido, todo ser humano precisa passar a nova vida com Cristo, isto é, a vida
pelo processo de regeneração, experi­ eterna, gerada por intermédio da Palavra
mentar uma ação divina no interior, ou (1 Pe 1.23), vem de cima, de Deus e de
seja, nascer de novo (Jo 3.5; 20.22; 15.5; mais ninguém (Jo 1.13). Para explicar
2 Co 5.17). esse processo de nascer de novo, nosso
2. A religião não faz nascer de novo. Senhor fez uso de dois termos: “ água”
Nicodemos era um príncipe dos judeus. e “ E spírito” . Com a água, de acordo
A inclusão do termo “ fariseu” no relato com o contexto do Evangelho de João,
evidencia que era um homem bem en- pode-se referir à Antiga Lei e, simboli­

ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 5


camente, ao seu sentido (Jo 1.33; 4..7-14.; nesse documento sagrado, mas todos
738 ,39). Ora, nosso Senhor cumpriu a ganham relevância apenas quando estão
Lei (Mt 5.17), de modo que ao falar da relacionados à sombra de nosso Senhor.
velha ordem, a representação da água Tudo se volta para a pessoa de Cristo,
era assegurada; mas por intermédio posto que seu m in istério tem um a
da nova ordem, a Nova Aliança, por ênfase salvífica cujo interesse maior
meio obra do Espírito Santo, a água é o de reconciliar o mundo com Deus
iria jorrar para a vida eterna (Jo 4.14). (Mt 1.21,23; Jo 1.14; íTm 2.5).
Com o Espírito, nosso Senhor faz o uso
3. A importância do Novo Testamen­
analógico do vento, do grego pneuma
to na cam inhada do cristão. O Antigo
(espírito, vento). Ninguém pode vê-lo
Testamento tem grande im portância
nascer, nem para onde vai, mas pode
para o povo de Deus. O Senhor Jesus o
senti-lo. Semelhantemente, a vida com
dividiu, evidenciando três categorias
Cristo se inicia pela regeneração (gennao
- ser nascido) como obra do Espírito que apontavam para sua pessoa: Lei,
Santo que transform a pessoas pela fé Profetas e Escritos (Lc 24.44). Contudo,
em Cristo. Esse processo é um milagre o cristão deve começar sua jornada de fé
do alto, um mistério da fé. pelo Novo Testamento. Este documento
sagrado reflete o desenvolvimento da
III - 0 NOVO TESTAMENTO E A revelação divina, envolvendo a vida
CAMINHADA DE FÉ DO CRISTÃO e o m inistério de nosso Senhor Jesus
1 . 0 Novo Testamento. O conceito de Cristo, no qual se desdobra todo o plano
Novo Testamento como Escritura é um arquitetado por Deus a respeito da nossa
processo gradual na vida da Igreja. No salvação. No Antigo Testamento temos a
início, ele não era visto pela Igreja como promessa; no Novo, o seu cumprimento
um livro, mas como uma unidade que (Hb 1.1,2). Nesse testamento, temos a
fazia a diferença entre a Antiga Aliança consumação do plano do Pai em Jesus
(a Lei) e a Nova Aliança (o Evangelho) para que o ser humano fosse reconciliado
com o cumprimento pleno em Cristo com Ele e iniciasse uma nova jornada
(Gl 4.4). Esse entendimento deriva das de fé (2 Co 5.19).
raízes bíblicas (2 Co 3.6). Nesse contexto,
a palavra “ aliança” ganha relevância.
CONCLUSÃO
Traduzida pela Septuaginta, da palavra
A jornada com Cristo tem início com
grega áiathéke, de acordo com Jeremias
o Novo Nascimento. Ela se estende por
31.31, ela tem o sentido de ordenação,
meio de uma longa peregrinação espiri­
dispensação e economia da salvação. Do
tual até o relacionamento perfeito com
latim , o termo testamentum traz essa
mesma força descritiva do termo diathéke. Jesus (Mt 16.24). Nessa peregrinação, os
Assim , do ponto de vista canônico, o que começaram a nova vida com Cristo
Antigo e o Novo Testamentos formam podem contar com a presença do Pai,
as Escrituras Sagradas do cristão. do Filho e do Espírito Santo. Assim ,
2. seremos guiados pelas palavras do Novo
O tem a p rincip al do Novo T e s­
tam en to . O tem a c e n tra l do Novo Testamento que tratam da vida, morte
Testamento é a pessoa de Jesus Cristo. e ressureição do Senhor Jesus, em quem
Há diversos personagens apresentados a nossa fé está fundamentada.

6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL ■ MAIO ■ JUNHO 2024


REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que é a nova vida com Cristo?

2. Quais os três com panheiros da cam inhada cristã?

3. Explique o term o “ hom em ” , de acordo com a lição.

4. O que a expressão “ de novo” significa e, ao m esm o tempo, demonstra?

5. Por que o cristão deve começar sua jornada de fé pelo Novo Testamento?

VOCABULÁRIO
M onoteísta: adepto do monoteísmo; doutrina que ensina a existência de
uma única divindade
Analógico: relativo à analogia; relação de semelhança entre coisas ou fatos.
Septuaginta: Antiga tradução em grego do Antigo Testamento hebraico.

LEITU R A S PARA APROFUNDAR

The
C H O SEN
O S E S C O L H ID O S

EU TE C H A M E I P ELO N O M E

OBRâ CSMP1STA
IHCÜJINDO A PCRS6HS

JERRY B. JENKINS

O Peregrino
TheChosen
Ura dos maiores clássicos da literatura Baseado na aclamada série de vídeos
cristã. Escrita no século XVII, esta obra The Chosen, a história mais incrível já
fala sobre a caminhada de Cristão, contada sobre a vida de Jesus ganha uma
um homem que deixou a Cidade da nova narrativa do autor best-seller do
Destruição rumo à Cidade Celestial. New York Times Jerry B. Jenkins.

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 7


LIÇÃO 2
14 de Abril de 2024

A ESCOLHA ENTRE A PORTA


ESTREITA E A PORTA LARGA

TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Porfiai por entrar pela
A porta estreita não é
porta estreita, porque eu vos
uma opção, mas a única
digo que muitos procurarão
alternativa disponível para 0
entrar e não poderão.”
crente entrar no Céu.
(Lc 13.24)

V__________________________________

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 15.24 Quinta - 1 Co 6.9,10; Gl 5 19 - 2 1


A ideia da “ porta estreita” presente A recompensa de quem entra pela
no AT “ porta larga”
Terça - Mt 5.39,48 Sexta - Is 1.15,16; 55-75 Jr 7-3-7
Princípios celestiais da “ porta A “ porta estreita” é um chamado
estreita” ao arrependimento
Quarta - Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24 Sábado - Pv 28.13; 1 Jo 1.7
Renúncia e a glória progressiva da A “ porta estreita” é um caminho
“ porta estreita” de confissão e de perdão

8 LIÇÕES BÍBLICAS ■ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 7.13,14; 3.1-10.


Mateus 7 de seus lombos e alimentava-se de ga­
13 - Entrai pela porta estreita, porque fanhotos e de mel silvestre.
larga é a porta, e espaçoso, 0 caminho 5 - Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a
que conduz à perdição, e muitos são os Judeia, e toda a província adjacente aoJordão;
que entram por ela; 6 - e eram por ele batizados no rio Jor­
14 - £ porque estreita é a porta, e aper­ dão, confessando os seus pecados.
tado, 0 caminho que leva à vida, e poucos 7 - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos
há que a encontrem. saduceus que vinham ao seu batismo,
dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos
M ateus 3 ensinou a fugir da ira futura?
1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista 8 - Produzi, pois, frutos dignos de ar­
pregando no deserto da Judeia rependimento
2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque é 9 - e não presumais de vós mesmos, di­
chegado 0 Reino dos céus. zendo: Temos por pai a Abraão; porque eu
3 - Porque este é 0 anunciado pelo profeta vos digo que mesmo destas pedras Deus
Isaías, que disse: Voz do que clama no pode suscitar filhos a Abraão.
deserto: Preparai 0 caminho do Senhor, 10 - E também, agora, está posto 0 ma­
endireitai as suas veredas. chado à raiz das árvores; toda árvore,
4 - £ este João tinha a sua veste de pelos pois, que não produz bom fruto é cortada
de camelo e um cinto de couro em torno e lançada no fogo.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO essa concepção é encontrada no Antigo


Nesta lição, estudaremos 0 símbolo Testamento (Pv 15.24). Sabemos que a
da porta estreita e da larga, do caminho porta é uma entrada existente em um
apertado e do espaçoso. Nosso propósito edifício ou 0 muro de uma cidade, algo
é pontuar algumas razões que nos mos­ muito comum nos tempos antigos, em
tram porque devemos escolher a porta que a cidade era toda murada e, ao re­
estreita e, do ponto de vista bíblico, como dor de todo 0 edifício, havia uma porta
entrar pelo caminho apertado. Nesse estreita. Era por meio dessa porta que
sentido, veremos que 0 início da nossa todos entravam e saíam da cidade.
jornada deve levar em conta 0 caminho 2 . 0 caminho apertado. Quando fa­
que nos conduz ao Céu. lamos de caminho apertado, apontamos
para a conduta, a maneira de viver que
I - PORTAS E CAMINHOS evidencia salvação ou perdição. Nesse
1. A porta estreita. A ideia de uma sentido, a linguagem figurada do “ ca­
“ porta estreita” como caminho para a m inho apertado” , conform e M ateus
vida está presente tanto na literatura 7, aponta para os que desejam a vida
judaica quanto na cristã. Por exemplo, eterna. Não por acaso, a palavra “ aper-

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 9


tado” vem do verbo grego thlíbõ que de uma porta e de um caminho em que
significa “prensar como uvas, espremer, entram pessoas que vivem segundo
pressionar com firmeza, caminho com­ suas próprias idéias (Jz 21.25) e que
primido, contraído; metaforicamente, não desejam ajustar-se aos ensinos das
aborrecer, afligir, angustiar” . Assim, Escrituras Sagradas (Jo 7.38).
o caminho apertado é o que nos leva a
praticar os ensinamentos de Jesus de
modo bem concreto: amar os inimigos, II - POR QUE ENTRAR PELA
não praticar a hipocrisia, acum ular PORTA ESTREITA É DIFÍCIL
tesouros no céu dentre outros p rin ­ 1. Uma porta aberta, porém, difícil.
cípios celestiais ensinados no Sermão A porta para a entrada na pátria ce­
do Monte (Mt 5.39,48). lestial está aberta. Porém, há muitos
3. impedimentos para que a alma humana
Porta larga e caminho espaçoso.
A porta larga e 0 cam inho espaçoso a atravesse: 0 egoísmo, 0 ego inflado,
simbolizam uma vida sem compromisso a idolatria, dentre outros. Contudo,
com Cristo, segundo 0 padrão do Mundo. nosso Senhor ensinou que para tomar
Essa porta recebe muitas pessoas que o caminho do céu é preciso negar a si
expressam crenças e valores segundo a mesmo, deixar m orrer 0 que somos
sua vã maneira de viver. Um caminho para v iver a vida com Ele a fim de
que tem seduzido muitos por meio da que resulte uma glória progressiva e
busca irrefreada do prazer e das idéias indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; G1 5.24).
que negam a Bíblia como nossa única 2. As oportunidades da porta larga
regra de fé e conduta. Tratam-se, pois, são atraentes. Para muitos, 0 caminho

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“ PORTAS DA CIDADE
No mundo antigo, as portas desempenhavam
um papel crítico nas defesas de uma cidade.
As portas geralmente eram 0 ponto mais fraco
nos muros de uma cidade e, portanto, muitas
vezes 0 ponto de ataque dos exércitos sitiantes.
Para uma cidade ser forte, não bastavam muros
maciços; tinha de ter portas fortes.
As portas da cidade também eram 0 local
dos tribunais judiciais, bem como o local onde
os impostos eram recolhidos. Jeremias 38.7
indica que 0 rei realizou a corte em uma das
portas de Jerusalém. Quando os profetas do
AT atacam a injustiça, eles frequentemente
se referem às portas da cidade como lugar de
justiça (Am 5.15).” Amplie mais 0 seu conhe­
cimento, lendo 0 Dicionário Bíblico Baker,
editado pela CPAD, p.400.

10 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2024


da porta estreita não é atraente, pois
a porta larga oferece uma jornada de f l
prazeres, deleites e libertinagem. En­
tretanto, os que andam nesse caminho D iferen tem en te da
são dominados pelas ilusões da vida,
p o rta la rg a e do
enredando-se numa sedutora fantasia.
É um caminho de apego prazeroso ao cam in h o esp a ço so ,
mundo e de desprezo a Deus (1 Jo 2.15,16). a p o rta e stre ita e o
Tragicam ente, todos os que amam 0 cam in h o apertad o
mundo não terão direito a entrar nos
céus (l Co 6.9,10; G1 5.19-21). Por isso, 0
requ erem u m a
cristão comprometido com 0 Evangelho tra n sfo rm a ç ã o in terio r,
de Cristo sabe que “ 0 mundo passa, e u m a d ecisão p e sso a l
a sua concupiscência; mas aquele que
faz a vontade de Deus permanece para
sempre” (1 Jo 2.17).
3. As razões das exigências. Dife­
rentemente da porta larga e do caminho
espaçoso, a porta estreita e 0 caminho
to era a mesma pregada por Isaías e
apertado requerem uma transformação
Jeremias (Is 1.16,15; 55-7 ; Jr 73 - 7)- Por
interior, uma decisão pessoal e uma
essa razão, é importante ponderar que
disposição em seguir na contramão da
0 arrependimento bíblico não é uma
maioria. Só começa a trilhar pelo cami­
questão meramente emocional, mas uma
nho da porta estreita quem se reconhece
disposição para mudar de ideia e um
em Cristo como um pecador (2 Co 12.9) e
exercício que envolve 0 aspecto mental e
com disposição de viver uma vida dirigida
moral do pecador. Por meio da pregação
por Ele como um novo começo (2 Co 5.17).
e da aceitação do Evangelho, mediante a
A partir dessa jornada, o Evangelho nos
ação regeneradora do Espírito Santo, 0
faz caminhar em santidade, seguir os
pecador renuncia ao pecado, reorienta a
passos de Cristo e andar como Ele andou
vida e firma uma resolução de deixar 0
(1 Jo 2.6). Então, estaremos prontos para
caminho espaçoso para tomar 0 caminho
criar raízes e enfrentar os obstáculos de
que conduz para a vida eterna.
nossa jornada cristã (Lc 8.13,14).
2. Confissão de pecados. O m inis­
tério de João Batista foi impactante, de
III - ENTRANDO PELA PORTA E modo que iam ter com ele toda Judeia
PELO CAMINHO DO CÉU e a província do Jordão (Mt 3.5). Os
1. Arrependimento de pecados. Por que iam até João confessavam os seus
meio das p alavras do arauto divino, pecados para serem batizados. Ora, a
João Batista (Mt 3.1-10), a mensagem Bíblia diz que todos pecaram e separados
pregada por ele para entrar no Reino estão da glória de Deus (Rm 3.23). Sem
de Deus é 0 Arrependim ento. João é que 0 homem reconheça que é pecador,
uma voz que ecoa entre a Antiga e a jamais compreenderá que precisa de um
Nova Alianças, confirmando as palavras Salvador. Nesse aspecto, a confissão
dos profetas do Antigo Testam ento, pessoal dos pecados é uma perspectiva
pois sua mensagem de arrependimen- nova que aparece com 0 ministério de

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 11


Era preciso apresentar frutos na vida
v v
como a marca de um arrependimento
sincero. Em Lucas, podemos contem­
Assim, quando o homem
plar frutos concretos que João Batista
reconhece em confissão esperava de quem se arrependesse:
que é um pecador, ele honestidade, misericórdia, respeito às
recebe o perdão de seus autoridades, dentre outros (Lc 3.11-14).
pecados.” Isso era a prova de que a natureza da
pessoa havia sido verdadeiram ente
tran sfo rm ad a. Portanto, um a p e s­
soa que teve um encontro verdadeiro
com Jesus produzirá frutos dignos de
João Batista. Em Israel, a confissão arrependimento, uma nova forma de
era nacional e se dava em dia especial pensar e agir, um novo estilo de vida
como no Dia da Expiação (Nm 5.7). Por (Mt 3.2; 21.29; Mc 1.15).
meio do modelo de vida de João Batista,
a confissão de pecados passou a fazer CONCLUSÃO
parte da tradição cristã. Desse modo, a No momento que inicia sua jo r­
nada com Cristo, 0 cristão deve ter a
pessoa confessa os seus pecados (SI 32.5)
e afirm a que crê em Deus Poderoso e consciência de que escolheu o caminho
Salvador (Rm 10.9,10). Assim, quando estreito e a porta apertada para trilhar
0 homem reconhece em confissão que o caminho do céu. Isso significa que
é um pecador, ele recebe 0 perdão de precisam os renunciar ao eu, nossos
seus pecados (Pv 28.13; 1 Jo 1.7). pensamentos e desejos, para que Cristo
3. Produzindo frutos de arrepen­apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por
dimento. Para João Batista, 0 batismo meio de um verdadeiro arrependimento,
e a confissão somente não seriam as confissão de pecados e a experiência
provas verdadeiras da mudança de vida. do perdão.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que sign ifica dizer “ cam inho apertado” ?

2. O que a “ porta la rg a ” e 0 “ cam inho espaçoso” sim bolizam ?

3. O que 0 Senhor Jesus ensinou a respeito de fazer 0 cam inho da “ por­


ta estreita”?

4. O que a “ porta estreita” requer da pessoa?

5. Que tipo de disposição deve haver no arrependim ento bíblico?

12 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


^ r
TEXTO ÁUREO
“Mas a nossa cidade está
VERDADE PRÁTICA
nos céus, donde também O crente deve viver a vida cristã
esperamos o Salvador, o com a mente voltada para 0 céu
Senhor Jesus Cristo.” como sua legítima esperança.
(Fp 3.20)

V______________ •

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 1.1; Mt 3.2; Ap 21.10 Quinta - Hb 12.23; G14.26; Fp 3.20
A maravilhosa realidade bíblica do Céu: morada de Deus e pátria
Céu dos santos
Terça - 1 Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6 Sexta - Jo 14.3
Estaremos para sempre com o A promessa de que estaremos com
Senhor no Céu Cristo no Céu
Quarta - 1 Co 9.24; 2 Tm 4.8 Sábado - 1 Co 15.26,54; Is 61.3; 65.19
Há um prêmio a ser alcançado: Uma nova realidade experimentada
0 Céu no Céu

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 13


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Filipen ses 3 .13 ,14 ,2 0 ,2 1; Apocalipse 2 1 .1 - 4


Filipenses 3 Apocalipse 21
13 - Irmãos, quanto a mim, não julgo que 1 - E vi um novo céu e uma nova terra.
0 haja alcançado; mas uma coisa faço, Porque já 0 primeiro céu e a primeira terra
e é que, esquecendo-me das coisas que passaram, e 0 mar já não existe.
atrásficam e avançando para as que estão 2 - E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova
diante de mim, Jerusalém, que de Deus descia do céu,
14 - prossigo para o alvo, pelo prêmio da adereçada como uma esposa ataviada
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. para 0 seu marido.
20 - Mas a nossa cidade está nos céus, 3 - E ouvi uma grande voz do céu, que
donde também esperamos 0 Salvador, 0 dizia: Eis aqui 0 tabernáculo de Deus com
Senhor Jesus Cristo, os homens, pois com eles habitará, e eles
2 1 - que transformará 0 nosso corpo serão o seu povo, e 0 mesmo Deus estará
abatido, para ser conforme 0 seu corpo com eles e será 0 seu Deus.
glorioso, segundo 0 seu eficaz poder de 4 - E Deus limpará de seus olhos toda
sujeitar também a si todas as coisas. lágrima, e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor, porque já as
primeiras coisas são passadas.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO céus (Gn 1.1), aparece 419 vezes no


Ao homem n atural é im possível Antigo Testam ento. O term o grego
discernir as coisas espirituais, visto ouranós, céu (Mt 3.2; Ap 21.10), aparece
que elas só podem ser d iscern id as 280 vezes no Novo Testam ento com
espiritualmente (l Co 2.14). Por isso, a dois sentidos: 1) como firm am ento,
sabedoria humana apresenta diversas universo, atm osfera; 2) céus siderais
concepções enganosas a respeito do e estrelados, região acim a dos céus
céu, a ponto de negar a sua existên­ sid erais, sede da ordem das coisas
cia. Contudo, ao cristão é garantido a eternas e perfeitas onde Deus e cria­
gloriosa promessa de desfrutar do céu turas celestes habitam.
como sua morada na vida eterna com Nas traduções da Bíblia em língua
Deus (Jo 11.25,26; 14.2,3; At 1.11). Em portuguesa, a palavra shamayim foi
vista disso, 0 nosso propósito é 0 de traduzida por “ altura” ; e ouranós, como
m ostrar 0 céu como destino glorioso “ algo elevado” . Ambas as palavras são
de todo cristão peregrino. usadas para se referir a três locais dis­
tintos: 1) céu atmosférico (Dt 11.11,17);
I - CÉU: O ALVO DE TODO 2) universo ou firmamento dos céus (Gn
CRISTÃO 1.14; 15.5; Hb 1.10); 3) morada de Deus
l. D efin in d o céu. A p alav ra h e(Is
­ 63.15; Mt 7-11,21; Ap 3.12). Dos três
braica shamayim, que sign ifica céu, locais aplicados à palavra céu, 0 mais

14 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


A expressão a “ nossa pátria está nos
v v céus” sintetiza bem essa nova realidade
(Fp 3.20). Ao mencionar essa expres­
N esse sen tid o , o pod er são, 0 apóstolo mostra que temos uma
que está em su a vid a cidadania celestial (Ef 2.19). Para viver
a plenitude dessa cidadania, 0 cristão
ve m do céu e o h a b ilita a
peregrina para algo perfeito, absoluto,
ven cer a cada d ia .” em que finalmente terá o corpo abatido
transformado conforme 0 corpo glorioso
de Jesus Cristo (1 Co 15.44; 1J0 3.2).

II - A DESCRIÇÃO DO CÉU
importante para o ctistão é o terceiro, SEGUNDO O LIVRO
a morada de Deus. DO APOCALIPSE
2 .0 céu conforme o ensino de Paulo. 1. O novo céu e a nova terra. Depois
O apóstolo Paulo foi arrebatado até o da abertura dos sete selos, conforme
terceiro céu. Não por acaso, esse céu Apocalipse 6, em que predominaram
está enfatizado nas cartas do apóstolo a desordem, a tribulação e 0 juízo, o
como lugar celestial, o lar dos salvos quadro revelado na sequência é 0 de um
em Cristo Jesus, onde temos um destino novo estado eterno. O apóstolo João diz
assegurado: o de estar para sempre com que 0 primeiro céu e a primeira terra
o Senhor (t Ts 4.17; cf. Ef 1.3,20; 2.6). passaram, o mar não existe mais; esse
Por isso, vivendo em Cristo, 0 crente céu (também ouranós) é 0 espaço astro­
desenvolve um relacionamento na esfera nômico, não se trata da habitação eterna
do reino, de modo que, ainda que não de Deus. Então, o apóstolo contempla
tenha ido para o céu, toda a sua vocação um novo céu e uma nova terra (Ap 21.1).
é celestial no presente momento de sua O adjetivo grego kainós (novo), que
vida. Dessa form a, 0 poder que está aparece no texto, traz a ideia de novo
em sua vida vem do céu e 0 habilita a com respeito à forma; fresco, recente,
vencer a cada dia. não usado. Nesse sentido, 0 novo céu é
3 . 0 alvo do cristão. Depois de salvo, um lugar sem precedente, incomum e
não pertencemos mais a este mundo. desconhecido. Isaías profetizou a criação
Por isso, Paulo ensina que prossegue de novos céus e nova terra (Is 65.17); o
para 0 alvo, isto é, a linha de chegada apóstolo Pedro confirmou essa espe­
que 0 atleta alcança 0 prêmio (1 Co 9.24; rança (2 Pe 3.13). Esse lugar é 0 destino
2 Tm 4.8). Assim, 0 apóstolo persegue do cristão, um novo lar completamente
0 prêmio com determinação, liberdade, redimido, sem qualquer sem elhança
empenho e com os olhos fixos no Autor com 0 mundo antigo, pois “ eis que faço
da Salvação (Hb 12.2). Igualmente, 0 novas todas as coisas” (Ap 21.5).
cristão passa a ter 0 céu como alvo por 2. A linda cidade como nossa nova
causa da soberana vocação, que vem de morada. No versículo 2 (Ap 21), o após­
cima, isto é, de Deus por meio de Jesus tolo João faz menção à descida da Cidade
Cristo. O seu alvo revela o resultado Santa e somente a partir do versículo
de uma nova vida e, por isso, 0 crente 9 que ele começa a descrever a beleza
se volta para as coisas do céu (Cl 3.2). dessa cidade. Por meio de passagens

ABRIL • MAIO • JUNHO 202Z, LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 15


do Novo Testamento, a Nova Jerusalém remos no céu é a de que Deus enxugará
pode ser descrita como a morada de de n ossos olhos todas as lágrim as.
Deus, a pátria dos salvos, lugar em que Essas lágrim as simbolizam a tristeza,
os santos habitarão (Hb 12.23; Gl 4.26; 0 sofrimento, as tragédias humanas e
Fp 3.20). Assim, cremos e afirmamos outros diversos m ales que não terão
que essa linda cidade será um lugar lugar nessa nova realidade de vida, pois
em que Deus e 0 Cordeiro são 0 seu todas as primeiras coisas são passadas
templo; a glória de Deus a iluminará, (1 Co 15.26,54: Is 61.3; 65.19).
e o Cordeiro será a sua lâmpada (Ap Tudo isso será p o ssív e l porque
21.22,23). Na Nova Jerusalém não haverá haverá também uma transform ação
dor, tristeza ou sofrimento (Ap 21.4). no mundo físico, de modo que ele será
Além disso, depois da ressureição (Ap inteiram ente transform ado e liberto
20.4), e quando todas as coisas forem da corrupção, como Paulo esclareceu
consumadas, essa Jerusalém Celestial a respeito da redenção do mundo m a­
descerá do céu e ficará para sempre na terial (Rm 8.21).
nova terra. O apóstolo João descreve a 3. O Céu como repouso eterno. A
Nova Jerusalém Celestial como 0 lugar de expressão “ repouso” nada tem a ver
redimidos que habitam a gloriosa Cidade. com tédio, pois no Céu haverá cons­
Portanto, para nós, a visão descrita em tante atividades: adoração (Ap 19.1-8);
Apocalipse 21 refere-se ao Céu como a serviço (Ap 22.3); ilim itada aprendi­
eternidade, a Nova Jersusalém como a zagem (l Co 13.12). T rata-se de uma
Nova Cidade, 0 nosso novo lar criado dimensão completamente distinta do
sem pecado, onde a bem-aventurança que conhecemos atualmente. Por isso,
eterna será desfrutada pelos santos quando afirmamos que 0 Céu será um
para todo o sempre. lugar de repouso ou de descanso é pelo
fato de que 0 crente descansará de suas
fatigas, cansaço e exaustão presentes
III - CÉU: O FIM DA JORNADA
hoje (Ap 14.13); estaremos plenamente
CRISTÃ
satisfeitos em comunhão uns com os
1. Estarem os onde Deus está. Em
outros e com 0 nosso Senhor (Mt 8.11;
Apocalipse 21, há uma concretização da
Ap 19.9). Esse lugar de repouso é 0 fim
jornada cristã em que 0 crente estará
de nossa jornada cristã, é a exp eri­
onde Deus habita, conforme 0 nosso
mentação da morada dos redimidos.
Senhor disse que v iria e nos levaria
Portanto, toda nossa vida cristã atual
para estarmos com 0 Pai (Jo 14.3). Nesse
deve ser vivida com a mente voltada
lugar, habitaremos com Deus em seu
para a realidade eterna do Céu como
tabernáculo, pois nós seremos 0 seu
verdadeira esperança (Cl 3 -2).
povo e Ele 0 nosso Deus (Ap 21.3). Tudo
isso se tornará realidade no futuro,
quando nossa união com Deus se dara CONCLUSÃO
sem impedimento, cumprindo toda a Para se viver a esperança celestial é
expectativa tanto do Antigo quanto do preciso nascer de novo, viver em Cristo
Novo Testamentos (Lv 26.11-12; Ez 43.7; e transform ar a mente. É preciso ter
uma nova natureza (Jo 3.12). Sem isso,
2C0 6.16; Ap 7.15).
2. As lágrim as cessarão. Uma das é impossível crer nas coisas espirituais,
mais gloriosas bênçãos que desfruta- pois estas só podem ser discernidas

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


16 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO
espiritualmente (1 Co 2.14). Portanto, Cristo, conform e as regras d ivin as
prossigam os a nossa jornada para 0 estabelecidas na Palavra de Deus (1 Co
Céu de glória, o alvo de todo salvo em 9.24; 2 Tm 4.8).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Dos três locais aplicados à palavra Céu, qual 0 m ais im portante para
o cristão de acordo com a lição?

2. O que 0 apóstolo mostra com a expressão a “ nossa pátria está nos céus”?

3. Segundo a lição, como o apóstolo João descreve a nova Jerusalém ?

4. Cite um a das m ais gloriosas bênçãos que desfrutarem os no Céu.

5. De acordo com a lição, como a nossa vida cristã atual deve ser vivida?

LEITU RAS PARA APROFUNDAR

ROBERTJ. MORGAN ■

OS 5 0 g
ACONTECIMENTOS 1
FINAIS N A l
HISTÓRIA DA
HUMANIDADE

Os 50 Acontecimentos Estudos sobre o


Finais na História da Apocalipse
Humanidade Em busca de respostas às questões
Apocalipse são as palavras escritas no livro de Apocalipse,
finais da Bíblia sobre os últimos nesta obra você encontrará uma
dias do mundo. A chave é solene advertência a todos os
entender sua sequência simples cristãos que se preocupam em
dos cinquenta eventos finais da preparar-se para o breve retorno
história mundial. de Cristo.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 17


COMO SE CONDUZIR
NA CAMINHADA

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“Andai com sabedoria para A jornada para Céu deve ser
com os que estão de fora, feita com prudência e sabedoria
remindo o tempo." num contexto de oposição a
(Cl 4 -5) nossa maneira de viver.

^ ____________________________ ___________ J
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 13.15 Quinta - Pv 9.9,10


0 Senhor Jesus como nosso modelo A necessidade da prudência na
de vida caminhada
Terça - Jo 4 3 4 ; 6.38; 17-4 Sexta - Ef 2.2,3
Fazendo a vontade do Pai na Não podemos trilhar 0 caminho
caminhada dos néscios na jornada
Quarta - 1 Co 9.24-27 Sábado - Cl 4.5
A jornada espiritual semelhante à Remindo 0 tempo ao longo da
de um atleta caminhada
L __________________________________ ____________________________ J
18 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

E fésio s 5 .15 - 17
15 - Portanto, vede prudentemente como 17 - Pelo que não sejais insensatos, mas
andais, não como néscios, mas como sábios, entendei qual seja a vontade do Senhor.
16 - remindo 0 tempo, porquanto os
dias são maus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO expressa que Ele é 0 nosso modelo de


Na jornada da vida cristã 0 Pai Ce­ conduta, 0 nosso padrão de vida. Sim,
lestial estabelece 0 padrão de conduta há um padrão de conduta que tem como
para a vida eterna. Ele sinaliza como base 0 nosso Senhor e quem deseja fazer
devemos agir ao longo desse caminho a vontade de Deus neste mundo deve
para 0 Céu. Por isso, como evidência do olhar para Jesus, 0 autor e consumador
seu amor e cuidado, preparando tudo da nossa fé (Hb 12.2).
para que trilhemos bem o caminho da 2. Fazendo a vontade de Deus. Como
verdade, 0 Pai nos corrige em nossa Filho de Deus, Jesus procurou agradar
jornada cristã. Por isso, nesta lição, ao Pai na jornada desta vida, fazendo
estudaremos a respeito de como de­ sempre a sua vontade (Jo 4.34; 6.38;
vemos nos conduzir pelo caminho que 17.4). Não por acaso, nosso Senhor
nos leva ao Céu. nos incentivou a buscar a vontade
do Pai na oração que Ele ensinou aos
discípulos, o “ Pai N osso” (Mt 6.10;
I - O PADRÃO DE CONDUTA NA cf. Mt 26.39,42). Aos olhos humanos,
CAMINHADA CRISTÃ parece muito difícil andar no padrão
1. Jesus como nosso padrão de con­
divino de Cristo. Entretanto, isso é
duta. Antes de an alisarm os 0 texto possível quando buscamos 0 auxílio do
bíblico de Efésios 5, cabe-nos refletir alto, conforme oração ensinada por Ele
a respeito de um padrão geral de con­ (Mt 6.9-13). Logo, 0 cristão que deseja
duta para fazer a vontade do Pai nesta ir para 0 céu procura fazer a vontade
caminhada cristã. Há um padrão que 0 de Deus, deixando de lado 0 caminho
Senhor Jesus espera de seus discípulos do egoísmo, do orgulho e da vaidade;
para fazer a vontade de Deus nesta vida? procurando se aproxim ar e praticar
A palavra “ padrão” expressa uma norma a “ Lei de Ouro” ensinada pelo nosso
determinada por consenso, ou por uma Senhor: “ tudo 0 que vós quereis que os
autoridade oficial, que se torna base de homens vos façam fazei-lho também
comparação consagrada como modelo vós” (Mt 7.12; cf. Rm 13.8,10).
a ser seguido. O Senhor Jesus ensinou 3. Uma vida cristã bem-sucedida. A
0 seguinte: "Porque eu vos dei exem­ respeito da vida cristã, o apóstolo Paulo
plo, para que, como eu vos fiz, façais disse que estamos numa “ competição
vós também” (Jo 13.15). Ora, esse texto espiritual” e, por isso, devemos procurar

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 19


VI compreensão, discernimento (Pv 9.9).
Em provérbios 9.10, quando se diz que
0 justo “ crescerá em prudência” , o
[...] O c ristão que d eseja termo traz a ideia de ensino, instrução
ir p ara o Céu p rocu ra e capacidade para ensinar. No Novo
Testamento, a palavra remete a algo
fa z e r a vo n tad e de Deus, que Deus derramou sobre nós, ou seja,
d eixan d o de lado o “ toda a prudência” , entendimento, co­
cam in h o do eg o ísm o , do nhecimento e amor à vontade de Deus
(Ef 1.8). Então, podemos conceituar
o rg u lh o e da va id a d e.”
prudência como virtude que nos permite
agir com cuidado e moderação diante
de situações desafiadoras; é uma razão
prática que nos permite discernir entre
as escolhas mais adequadas para fazer
o caminho certo para nos acharm os 0 bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).
qualificados (1 Co 9.24-27). Dessa forma, 2. Não andeis como néscios! Após­
0 cristão possui um padrão que 0 levará tolo Paulo diz que não devemos andar
a uma vida espiritual bem-sucedida. como néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo
Sabemos que pessoas bem-sucedidas asophos, traz a ideia de alguém in ­
procuram espelhar-se em outras pes­ sensato, tolo, ignorante e embotado
soas ilustres, equilibradas e resilientes (Lc 24.25); mas como “ sábios”, ou seja,
(cf. 1 Co 11.1). Ora, em Cristo Jesus temos diligente, cuidadoso e sábio, cheio do
esse padrão e modelo. Ele foi resiliente, Espírito Santo para fazer a vontade do
equilibrado e ilustre até a morte, de Senhor. Ser néscio reflete uma vida
modo que 0 apóstolo Paulo escreveu de ignorância espiritual, ausência de
sobre o nosso Senhor, exortando que 0 sabedoria e desprovida de luz divina;
imitássemos: “ De sorte que haja em vós significa estar imerso numa jornada de
0 mesmo sentimento que houve também pecado (Ef 2.2,3). Por isso, 0 apelo do
em Cristo Jesus” (Fp 2.5; cf. Mt 11.29). apóstolo Paulo para 0 crente é: “ vede
prudentemente como andais”. Em outras
II - FAZENDO A CAMINHADA palavras: seja prudente. O apóstolo deixa
COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA claro que os que vivem na carnalidade
1.0 jam ais agradarão a Deus (Rm 8.8).
que é prudência? Podemos dividir
0 capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a 3. Andeis como sábios! O adjetivo
caminhada do cristão em amor (Ef 5.1-14); que Paulo usa para qualificar quem
2) uma caminhada sábia (Ef 5.15-17); 3) caminha para 0 céu é “ sábio” , do grego
uma trajetória cheia do Espírito Santo sophós, uma pessoa hábil, perita. Esse
(Ef 5.18-33). Aqui, nos deteremos na adjetivo descreve em essência a vida do
segunda parte. Em Efésios 5, o apóstolo cristão dirigida pelo Espírito Santo. Ora,
Paulo ensina a respeito da caminhada os que andam no Espírito, caminham
do cristão neste mundo. Neste capítulo, na luz, na santidade e tem sabedoria
a palavra “ prudência” se destaca. De (Ef 1.8; Cl 4.5). Por meio da luz divina,
acordo com 0 Antigo Testam ento, a que habita 0 crente, seu andar é com
palavra “ prudência” tem conotação de discernimento, a sabedoria realmente 0

20 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2024


faz distinguir entre o que deve ou não
fazer. Há um compromisso de jamais vv
voltar a conduta antiga do mundo. Con­
tudo, é relevante compreender que essa A p ersp ectiva da
sabedoria não é humana, não surge de im in en te vo lta do n o sso
cursos acadêmicos; ela é espiritual, vem de
S en h o r fa z com que não
cima. Por meio dessa sabedoria, andamos
em santidade (Hb 12.14) e nos tornamos p ercam o s tem po com
semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2; Gl 3.26). c o isa s b a n a is .”

III - VENCENDO OS DIAS MAUS


1. Remindo o tempo. O versículo 16
de Efésios 5 apresenta 0 verbo remir
como tradução do grego exagorázõ.
Ele possui dois sentidos: 1) redim ir,
resgatar do poder de outro pelo paga­ 3. Os dias são maus. Outra expres­
mento de um preço; 2) comprar para são que chama atenção é “ os dias são
uso próprio. Então, podemos dizer que maus” (Ef 5.16). Ela revela que estamos
remir é uma expressão usada para se inseridos numa sociedade dominada
referir à sabedoria dos compradores pelo pecado, que pode tomar o nosso
que esperavam 0 momento certo para tempo e nos levar a prática do mal.
comprar de acordo com 0 melhor preço Não podemos nos conformar com essa
oferecido pelo mercado. Com a expressão possibilidade, não podemos ser insen­
“ remindo 0 tempo”, 0 apóstolo Paulo satos a tal ponto, mas entender “ qual
se refere ao cristão que se conduz de seja a vontade de Deus” (Ef 5.17). Desse
maneira proveitosa e sábia no contexto modo, a vontade de Deus tem a ver com,
deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.5). como cristãos, aproveitarmos o tempo
2. Rem indo 0 tem po e a Volta do para fortalecer nossa vida espiritual,
Senhor. Quando se falava a respeito de praticar 0 bem para com os outros, ler
remir 0 tempo entre os cristãos primiti­ a Bíblia, orar, se consagrar e congregar
vos, estes tinham em mente a iminência (Gl 6.10; Hb 10.25).
da segunda vinda do Senhor Jesus,
ou seja, esse esperado acontecimento CONCLUSÃO
poderia acontecer a qualquer momento Em nossa caminhada para as man­
(l Co 15.51)- Por isso, os cristãos eram sões c e le s tia is p recisam o s se g u ir
incentivados a procurar sabiamente 0 padrão divino, isto é, as norm as
aproveitar todas as oportunidades, em determinadas pelo Pai, que estão in ­
especial, no sentido de se prepararem seridas em sua Palavra (2 Tm 3.16). É
espiritualmente para aquele dia. Assim, preciso viver sábia e prudentemente,
a perspectiva da iminente volta do nos­ aproveitando bem as oportunidades
so Senhor faz com que não percamos de fazer 0 bem, e não deixarm o-nos
tempo com coisas banais; antes, nos dominar pelos dias maus, na certeza
exorta a viver de maneira sábia, santa de que a Vinda do Senhor se aproxima
e piedosa, pois 0 Senhor Jesus pode e, isso, nos incentiva de maneira santa
voltar a qualquer momento (1 Ts 4.15). (Hb 12.14).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 21


REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a palavra “ padrão” expressa?

2. Como o capítulo 5 da Carta aos Efésios pode ser dividido?

3. De acordo com a lição, conceitue as palavras “ prudência” e “ néscio” .

4. Explique a expressão “ rem ir” .

5. O que a expressão “ os dias são m aus” revela?

AN
EX

W EA VER

Descanse em Deus Graça Diária


Em Descanse em Deus, Joanna Devocionais diários que irão falar
Weaver, autora best-seller de ao seu coração. Nesta obra você
Como ter 0 Coração de Maria no encontrará excelentes reflexões
Mundo de Marta, com partilha para aplicação ávida diária, que
sua própria jornada e convida utilizam exemplos para visualizar
você a uma confiança mais e entender melhor a graça de Deus.
profunda em Deus.

2 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


LIÇÃO 5
5 de Maio de 2024

OS INIMIGOS DO CRISTÃO

í
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
“Se vivemos no Espírito,
Na jornada da fé há inimigos
andemos também no
que tentam nos atrapalhar:
Espírito. Não sejamos cobiçosos
0 Diabo, a Carne e 0 Mundo;
de vanglorias, irritando-nos uns
mas em Cristo somos mais
aos outros, invejando-nos uns
que vencedores.
aos outros.” (Gl 5.25,26)
\ ___________________________

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 13.39; Lc 11.18 Quinta - 1 Jo 2.16


A realidade bíblica do Inimigo de Concupiscência da carne, dos olhos
nossas almas e soberba da vida
Terça - Mt 4 .1-12 Sexta - Jo 12.31; 15.18
Como tentador, o Diabo atua para O mundo como sistema que
desestabilizar 0 crente procurar oprimir 0 crente
Quarta - Gl 5.19; 6.8 Sábado - Tg 5.7
A realidade bíblica da Carne como É preciso sujeitar-se a Deus e
inimiga da jornada resistir 0 Diabo

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 23


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rom anos 6 .1 1- 14 ; 1 João 2 .1 5 - 17


Romanos 6 14 - Porque 0 pecado não terá domínio
11 - Assim também vós considerai-vos sobre vós, pois não estais debaixo da lei,
como mortos para 0 pecado, mas v i­ mas debaixo da graça.
vos para Deus, em Cristo Jesus, nosso
Senhor. 1 João 2
12 - Não reine, portanto, o pecado em 15 - Não ameis 0 mundo, nem 0 que no
vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes mundo há. Se alguém ama 0 mundo, o
em suas concupiscências; amor do Pai não está nele.
13 - nem tampouco apresenteis os vossos 16 - Porque tudo 0 que há no mundo, a
membros ao pecado por instrumentos de concupiscência da carne, a concupiscência
iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, dos olhos e a soberba da vida, não é do
como vivos dentre mortos, e os vossos Pai, mas do mundo.
membros a Deus, como instrumentos 17 - E 0 mundo passa, e a sua concupis­
de justiça. cência; mas aquele que faz a vontade de
Deus permanece para sempre.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO O Novo Testamento mostra a atuação
Na jornada da vida cristã nos de­ do Diabo por cerca de 25 vezes das 29
param os com perigos que ameaçam passagens dos Evangelhos em que Jesus
a trajetória do nosso cam inho para o menciona. Em seu ministério, nosso
o céu. Nela, encontraremos três ini­ Senhor atesta a realidade de Satanás
migos que buscam nos atrapalhar: o (Mt 13.39; Lc 11.18).
Diabo, a carne e o mundo. O Diabo 2. A descrição de Satanás. As Escri­
e mundo estão do lado extern o de turas Sagradas descrevem Satanás como
nossa trajetória; a carne, porém, está um ser espiritual que pertencia a uma
do lado de dentro: é a nossa natureza ordem angelical dos querubins, sendo
p ecam in osa. Por isso, n esta lição, 0 m ais exaltado deles (Ez 28.12,14).
estudarem os esses três inim igos da Em Judas 9, por ele pertencer a uma
Jornada da Vida Cristã. ordem elevada, está registrado que o
Arcanjo Miguel contendeu com Satanás
I - O PRIMEIRO INIMIGO DO a respeito do corpo de Moisés, mas não
CRISTÃO: O DIABO ousou pronunciar juízo de maldição
1. O Diabo é real. A existência do
contra ele. De fato, Satanás é 0 chefe dos
Diabo como pessoa é descrita desde anjos caídos. Ele possui poder, porém,
0 primeiro livro da Bíblia. No Antigo suas ações estão limitadas, mas é visto
Testamento, as ações de Satanás são como 0 deus deste século, o príncipe
descritas em Gênesis, 1 Crônicas, Jó, da potestade do ar (2 Co 4.4; Ef 2.2).
Salm os, Isaías, Ezequiel e Zacarias. Também podemos afirmar que Satanás

2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


é um ser que possui personalidade, ou 1 Sm 30.22; 2 Co 6.15). Esses nomes
seja, ele tem inteligência (2 Co 11.3), revelam uma natureza cruel, perversa
raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) e e destruidora do nosso Inimigo.
vontade própria (Is 14.13,14; 2 Tm 2.26).
Nosso Senhor considerava Satanás como
II - O SEGUNDO INIMIGO DO
uma pessoa e, por isso, usou pronomes
CRISTÃO: A CARNE
pessoais para se referir a ele (Mt 4.1-12;
1. Conceito bíblico de carne. Há qua­
cf. Jó 1.6-12; 2.1-4).
tro definições para a palavra “ carne”
3. A id en tid ad e do In im igo . Po­
na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo
demos conhecer 0 Inim igo por meio
humano e dos animais (Gn 2.21); 2) 0
dos nomes que a Bíblia usa para des- corpo humano inteiro (Êx 4.7); 3) 0 ser
crevê-lo: Serpente, re fe re -se a sua humano segundo a sua fragilidade e
sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); mortalidade (SI 78.39); 4 ) a natureza
Satanás, mencionado 52 vezes, adversário hum ana pecam inosa (G1 5.19; 6.8).
ou opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Dentre muitas perspectivas da palavra
Diabo, aparece 35 v ezes, acusador carne na Bíblia, a expressão “ concupis-
(Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela 0 seu cência da carne” tem grande relevância
caráter (1 Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, (1 Jo 2.16). Quando 0 apóstolo João usa
revela sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); esse termo, ele se refere à satisfação
Tentador, ação tentadora no campo carnal em todas as suas dimensões:
da m entira e da imoralidade (At 5.3; glutonarias, sensualidade, bebedeira,
1 Co 7.5); Enganador (Ap 12.9; 20.2,3); relações sexuais ilícitas. A expressão
Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); revela que não há critério ou norma
Belial, pessoa má, sem valor (Jz 19.22; moral num contexto em que a busca

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“ Como é que Deus, como o Senhor so­


berano, permitiría a existência de tamanha
oposição? [...] Na estratégia da redenção, a
tolerância divina quanto à oposição satânica
é só provisória; não faz parte do processo da
redenção da humanidade. Pelo contrário: a
vontade de Deus é que todos triunfemos sobre
a oposição satânica. Deus não está secreta­
mente por trás das obras de Satanás, embora
possa obrigar tais obras a concorrerem para
a redenção do homem. M as não há nada
em comum entre Satanás e Deus.” Amplie
mais o seu conhecimento, lendo a Teologia
Sistem ática: Uma Perspectiva Pentecostal,
editado pela CPAD, pp.208-10.

ABRIL • MAIO ■ JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 25


IV humano (1 Co 15.39), m as também à
natureza pecaminosa (Rm 8 .6 ). Nesse
sentido, embora uma mesma palavra
possa trazer sentidos diferentes, não
A carn e o p õ e -s e a Deus e há razão de confundir-se entre “carne”
como corpo e “ carne” como natureza
a o s seu s p ro p ó sito s, p o is pecaminosa, pois 0 que é produzido pela
ela ten cio n a ca m in h ar natureza pecaminosa, logo, é reconhe­
de m odo in dependente cido; como por exemplo: a idolatria é
uma obra da carne,ou seja, da natureza
do A ltíssim o ; seu desejo
humana pecaminosa (G1 5.20).
e vo n tad e estão fo ra dos
p la n o s d ivin o s, ela faz III - O TERCEIRO INIMIGO DO
com que o se r hum ano CRISTÃO: O MUNDO
a ja com o se fo sse o 1. Perspectivas bíblicas da palavra
“ mundo” . Há cinco conotações bíblicas
p ró p rio D eu s.”
para a palavra mundo: 1) a terra (SI 24.1);
2) 0 conjunto das nações conhecidas (1
Rs 10.23); 3) a raça humana (SI 9.8; Jo
3.16); 4) 0 universo (Rm 1.20); 5) os que
se opõem a Deus. Esses têm 0 Diabo
como chefe e vivem na impiedade (Jo
pelo prazer individual dita a tendência. 12.31; 15.18). De modo geral, a Bíblia
É o egoísmo em grau elevado. usa a palavra “ mundo” para descrever
2. A Carne no Novo Testam ento. duas grandes realidades: a) 0 plane­
Na perspectiva do Novo Testamento, ta Terra em que habitamos (SI 19-4 );
o termo grego sdrx, isto é, “ carne” , é b) as pessoas que vivem de maneira
uma referência direta à totalidade da independentes de Deus. A passagem
natureza humana pecaminosa, à parte de 1 João 2.15, quando diz para “ não
de Deus, degradada, sem a presença amarmos 0 mundo”, a ideia é a de uma
do Espírito Santo. Em suas cartas, o sociedade separada de Cristo e que se
apóstolo Paulo evidencia o que uma manifesta contrariamente a Deus, pois
natureza dominada pela carne pode está dominada pelos vícios mais infa­
produzir (G1 5.19-21; Cl 3 -5 ,9). A carne mes, e cujas ações não condizem com
opõe-se a Deus e aos seus propósitos, a vontade de Deus. Na epístola, esses
pois ela tenciona cam inhar de modo vícios são classificados em três níveis:
independente do Altíssimo; seu desejo concupiscência da carne, concupiscência
e vontade estão fora dos planos divinos, dos olhos e a soberba da vida.
ela faz com que 0 ser humano aja como 2. Três níveis de vícios infam es. As
se fosse 0 próprio Deus. concupiscências da carne, dos olhos e
3. A perspectiva doutrinária da pala­ a soberba da vida são níveis de vícios
vra carne. Doutrinariamente, a “ carne” infam es que todo cristão encontrará
é a natureza humana depois da queda de diante de sua jornada:
Adão. Como vimos, a expressão “ carne” a) A concupiscência da carne. A con­
pode ser usada para se referir ao corpo cupiscência da carne tem a ver com

26 LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


a natureza hum ana com pletam ente Para vencer essas investidas é preciso
dominada pelo pecado, corrompida, ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18).
decaída, todo ato do corpo para fins É preciso também viver plenamente em
maléficos e imorais. Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus
b) A concupiscência dos olhos. A concu- (Mt 7.21). Sendo assim , precisam os
piscência dos olhos tem a ver com tudo
nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo,
o que envolve a mente e a imaginação.
pois temos a sublime promessa: “ ele
Ela cria o desejo pelas coisas pecami­
fugirá de vós” (Tg 5.7).
nosas oferecidas pela mídia, música,
filmes, literatura, a arte para ceder aos
desejos carnais. CONCLUSÃO
c) A soberba da vida. Esse nível de vício O apóstolo Pedro nos ad verte a
expressa a autoglorificação do homem respeito do plano do Inimigo em nos
no pecado, denotando seu egoísmo, trag a r (1 Pe 5.8) com 0 objetivo de
vangloria e ateísm o. É o homem da
destruir a obra realizada por Cristo
atualidade desprezando o Criador em
em nossas vidas. Ele quer enfraquecer
oposição deliberada.
a nossa caminhada rumo aos céus. A
3. Vencendo o mundo. Há um sis­
tema carnal que age sob 0 controle do ação diabólica é feita m ediante aos
M aligno, que busca nos rem over do ataques do Inimigo. Então, para não
caminho que leva ao céu por meio de ceder aos seus ardis, precisamos viver
ideologias anticristãs, estilos de vidas constantemente sob a presença do Es­
que não glorificam a Deus e form as pírito Santo, preparados e fortalecidos
contrárias aos valores do Evangelho. em Deus (G1 5.16; Ef 6.10).

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que 0 Senhor Jesus atestou em seu m inistério?

2. Cite ao menos três nomes em que podemos conhecer o Inimigo na Bíblia.

3. O que a expressão “ concupiscência da carne” revela?

4. Qual a perspectiva do Novo Testam ento em relação a palavra grega


sárx, ou seja, carne?

5. De acordo com a lição, quais são os três níveis de vícios infam es?

ABRIL ■ MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 27


"A r
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“Porque as armas da nossa Diante da batalha
milícia não são carnais, mas, espiritual, temos poderosas
sim, poderosas em Deus, para armas espirituais a nossa
destruição das fortalezas.” disposição: a Palavra de
(2 Co 10.4) Deus, a Oração e o Jejum.
J
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ef 6.1,2 Quinta - SI 5517 ; Ef 6.18


As armas do crente são espirituais e A Oração, uma arma espiritual
devem ser usadas na jornada indispensável
Terça - 1 Pe 5.8 Sexta - Mt 4.1-4; At 13.2,3
0 Inimigo apresenta diversas O Jejum, um instrumento espiritual
estratégias contra nós indispensável na caminhada
Quarta - Mt 4 -4 ; 1 Pe 2.2 Sábado - 2 Tm 3 16 ; Jo 17.9,20-22;
A Palavra de Deus, uma poderosa At 1 4 2 3
arma espiritual Estudando a Palavra, orando e jejuando

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


28 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 4 .1-4 ,16 -2 0


Lucas 4 gundo 0 seu costume, na sinagoga e
l - E Jesus, cheio do Espírito Santo, vol­ levantou-se para ler.
tou do Jordão e foi levado pelo Espírito 17 - E fo i-lh e dado 0 livro do profeta
ao deserto. Isaías; e, quando abriu 0 livro, achou 0
2 - E quarenta dias foi tentado pelo diabo, lugar em que estava escrito:
e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, 18 - 0 Espírito do Senhor é sobre mim,
e, terminados eles, teve fome. pois que me ungiu para evangelizar os
3 - E disse-lhe 0 diabo: Se tu és 0 Filho pobres, enviou-me a curar os quebran-
de Deus, dize a esta pedra que se trans­ tados do coração,
forme em pão. 19 - a apregoar liberdade aos cativos, a dar
4 - E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito vista aos cegos, a pôr em liberdade os opri­
está que nem só de pão viverá 0 homem, midos, a anunciar 0 ano aceitável do Senhor.
mas de toda palavra de Deus. 20 - E, cerrando 0 livro e tornando a
16 - E, chegando a Nazaré, onde fora dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos
criado, entrou num dia de sábado, se­ de todos na sinagoga estavam fitos nele.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO são: escudo (Ef 6.16), capacete (iSm 17.5),


Na lição anterior, estudamos a res­ couraça (1 Sm 17.5) e caneleiras (1 Sm 17.6).
peito de três opositores que se mostram Essas armas eram usadas pelos exércitos
como obstáculos de nossa jornada: 0 antigos, bem como pelo exército de Israel,
Diabo, a Carne e o Mundo. Nesta lição, com a diferença de que este era instado a
enfatizaremos três armas, isto é, re­ colocar a sua confiança no Senhor (SI 20.7).
cursos espirituais em que todo crente Entretanto, para os cristãos, “armas” aqui
precisa lançar mão diante dos obstáculos tem um sentido metafórico, pois nosso
da jornada: a Palavra de Deus, a Oração combate não é de corpo a corpo com outra
e 0 Jejum. Desde 0 início de nosso andar pessoa, mas contra 0 mal encabeçado pelo
com Cristo, estam os diante de uma Diabo e seus demônios, que se valem do
batalha espiritual que só terá fim com Mundo e da Carne.
0 Arrebatamento da Igreja para o céu. 2. As estratégias do Inim igo. Não
podemos desprezar o conhecimento a
I - AS ARMAS DO CRENTE respeito da força do Inimigo de nossas
1. As armas. De modo geral, podemos almas. O Novo Testamento revela 0 que
classificar as armas como instrumentos 0 Diabo é capaz de fazer para ludibriar
de ataque e de defesa. Nas Escrituras, os as pessoas: arrebatar a boa Palavra do
principais instrumentos de ataque são: coração (Mt 13.19); buscar altas posições
espada (1 Sm 17.45); vara (SI 23.4); funda com mentiras (At 5.3); usar pessoas para
(1 Sm 17.40); arco e flecha (2 Rs 13.15); lança trair (Lc 22.3,4); escravizar (2 Tm 2.26);
(Js 8.18); e dardo (2 Sm 18.14). Os de defesa enfraquecer a fé do crente (Lc 22.32); en-

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 29


ganar com doutrinas demoníacas (1 Tm tantes armas espirituais que 0 crente tem
4.1). Não por acaso, 0 apóstolo Pedro ao longo de sua jornada para o Céu (Sl
nos alertou a respeito da sagacidade do 55.17). Prestemos atenção para a seguinte
Inimigo: “ Sede sóbrios, vigiai, porque 0 declaração: “orando em todo tempo com
diabo, vosso adversário, anda em der- toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18).
redor, bramando como leão, buscando Note que 0 apóstolo Paulo não insere a
a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). oração como uma peça da armadura, pois
3. O chefe de toda força do mal. na
O verdade, é como se ela trouxesse um
apóstolo Paulo escreve claramente que 0 ajuste ou alinhamento para a armadura
Diabo é 0 chefe de todos os poderes das toda. Nesse aspecto, essa imagem traz
trevas que batalham contra nós (Ef 6.11; uma ideia de que a oração fortalece todas
Rm 13.12). Até mesmo 0 apóstolo dos as esferas da nossa vida.
gentios foi por vezes impedido pelo 3. 0 Jejum. Aliado à Palavra de Deus
Inim igo por meio de in strum en tos e à oração, a prática do jejum é uma
humanos (1 Ts 2.18). Essa é uma das terceira arma espiritual do crente du­
razões que 0 apóstolo cunha Satanás rante a jornada para 0 Céu. Tanto no
como 0 “ príncipe da potestade do ar” Antigo quanto no Novo Testamento, 0
(Ef 2.2). Destacando ainda sua força e jejum é uma prática presente. Esse ato
autoridade na hierarquia do mal, o Diabo é usado no contexto de busca de uma
é denominado de “ 0 deus deste sécu­ orientação divina (Êx 34.28; Dt 9.9; 2
lo” (2 Co 4.4). Portanto, não podemos Sm 12.16-23). No Novo Testamento, 0
ignorar que 0 Inimigo tem um reino Senhor Jesus jejuou (Mt 4 -1- 4 ) e disse
organizado com seus servos, emissários, que seus discípulos também 0 fariam
principados e potestades (Lc 11.17-22). (Mt 9 .14- 17; Lc 533 - 39). A Igreja Pri­
m itiva observava a prática do jejum,
buscando orientação divina para 0 envio
II - AS TRÊS ARMAS
de obreiros (At 13.2,3; 14.23). O apóstolo
ESPIRITUAIS DO CRISTÃO
Paulo também jejuava por ocasião de
1. A Palavra de Deus. O Senhor Jesus
seu ministério (2 Co 6.5; 11.27). Logo,
disse que não vivemos apenas de pão,
0 jejum tem um valor glorioso para a
mas de toda a Palavra de Deus (Mt 4.4).
vida do crente, pois é um ato que nos
Dessa maneira, 0 apóstolo Pedro acon­
auxilia a ter mais intimidade com Deus.
selha que “ desejemos afetuosamente” 0
“leite racional” para o desenvolvimento
da nossa salvação, isto é, 0 estudo perse­ III - JESUS CRISTO: O NOSSO
verante da Palavra de Deus para o nosso MAIOR MODELO
crescimento espiritual (1 Pe 2.2). Uma 1. Vencendo o Diabo com a Palavra.
vez nutrido e solidificado com a Palavra, Há dois episódios im portantes que
estamos firmados em Deus para resistir relatam 0 destaque especial que 0 Se­
às influências malignas, às armadilhas de nhor Jesus deu à Palavra em Lucas 4.
Satanás e demais estratégias (Mt 7.24,25). O primeiro enfatiza que 0 Senhor Jesus
Logo, quem se rende à Palavra de Deus venceu 0 Tentador com a Palavra de
experimenta a influência frutífera da Deus (Lc 4.4; cf. Dt 8.3). No segundo, Ele
verdade divina (Jo 17.17). leu uma passagem do profeta Isaías na
2. A Oração. Aliada ao estudo da Pa­ sinagoga em Nazaré e tomou para si 0
lavra, a oração é uma das mais impor­ cumprimento do texto lido (Lc 4.16-20;

30 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


cf. Is 61.1,2). Nosso Senhor deixou claro 0 Senhor Jesus jejuava (Lc 4.2). Ora,
nesses episódios que os princípios da Ele também espera que 0 im item os,
Palavra de Deus devem estar presen­ jejuando. Infelizmente, há quem ensine
tes em nossa vida na batalha contra o que não precisamos jejuar. Exceto os
Maligno. Por isso, nessa contenda, 0 que têm problemas de saúde, por isso é
apóstolo Paulo aconselha-nos a tomar muito importante estarmos sob orien­
a espada do Espírito, ou seja, a Palavra tação médica, todo seguidor de Cristo é
de Deus, a única arm a de ataque na estimulado pela Bíblia a jejuar. Ademais,
armadura do crente (Ef 6.17), uma arma quando aliamos 0 estudo da Palavra e a
poderosa e eficaz que provém do Espírito oração ao jejum, aprofundamos a nossa
Santo de Deus (2 Tm 3.16). intimidade com Deus e nos tornamos
2. Vivendo em oração. O evangelista m ais sensíveis à sua voz, conform e
Lucas mostra que Jesus se retirava para os acontecia com a liderança e os membros
lugares desertos para orar (Lc 5.16; 6.12; da igreja antiga que jejuavam como 0
9.28). Ele orava pelos apóstolos e pela Senhor Jesus (At 9.9; 13.2,3).
Igreja (Jo 17.9,20-22), pelos seus algozes
(Lc 23.34), por Simão (Lc 22.31,32), pelos CONCLUSÃO
que se encontravam junto ao túmulo de O nosso Inimigo é ardiloso e perver­
Lázaro (Jo 11.41,42). Ele sabia bem do valor so. Por isso, não podemos ignorar suas
da oração e, por isso, gastava muito tempo estratégias. Contra ele, lutaremos com
falando com Deus. Nesse sentido, nosso armas espirituais: Palavra, Oração e Jejum.
Senhor conta conosco para que nos dedi­ Essas armas promovem crescimento e
quemos à prática da oração, selecionando fortalecimento para nossa vida ao longo de
um local reservado, horário e prioridade nossa jornada espiritual. Assim, segundo
para buscar a Deus em súplicas (Mt 6.6). 0 modelo de vida do nosso Senhor Jesus,
3. Vivendo em jejum. Além de medi­ que fez uso dessas armas, podemos vencer
tar na Palavra e perseverar em oração, as estratégias do Maligno.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, qual é 0 sentido que devemos considerar a


palavra “ arm a”?

2. Cite ao menos três estratégias do Inim igo para ludibriar as pessoas.

3. Cite as três arm as espirituais do crente.

4. O que acontece quando aliam os estudo da Palavra, Oração e Jejum?

5. O que a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração prom ovem em nossa


jornada espiritual?

ABRIL ■M AIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 31


0 PERIGO DA MURMURAÇÃO

*\ r

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“E não murmureis, como A prática da murmuração
também alguns deles enfraquece a vida espiritual,
murmuraram e pereceram acaba com a comunhão da igreja
pelo destruidor.” local e nos impede de desfrutar
(1 Co 10.10) das promessas de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Êx 16.11 Quinta - Hb 4.16


A murmuração dos israelitas nos Devemos chegar a Deus com
dias de Moisés confiança, não com murmuração
Terça - Lc 15.2; At 6.1 Sexta - l Co 10.10
A murmuração nos dias de Jesus e A prática da murmuração e a morte
dos apóstolos espiritual
Quarta - 1 Ts 5.12,13; Hb 13.17 Sábado - Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22
Devemos evitar a murmuração A murmuração traz divisão e
contra a liderança separação

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


32 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Exodo 16.1-7; 1 Coríntios 10.10.11


Êxodo 16 para cada dia, para que eu veja se anda
1 - E, partidos de Elim, toda a congre­ em minha lei ou não.
gação dos filhos de Israel veio ao deserto 5 - E acontecerá, ao sexto dia, que pre­
de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos pararão 0 que colherem; e será 0 dobro
quinze dias do mês segundo, depois que do que colhem cada dia.
saíram da terra do Egito. 6 - Então, disse Moisés e Arão a todos
2 - E toda a congregação dos filhos de os filhos de Israel: Â tarde sabereis que
Israel murmurou contra Moisés e contra 0 Senhor vos tirou da terra do Egito,
Arão no deserto. 7 ~ e amanhã vereis a glória do Senhor,
3 - Eos filhos de Israel disseram-lhes: porquanto ouviu as vossas murmurações
Quem dera que nós morréssemos por contra 0 Senhor; porque quem somos nós
mão do Senhor na terra do Egito, quando para que murmureis contra nós?
estávamos sentados junto às panelas de
carne, quando comíamos pão até fa r­ 1 Coríntios 10
tar! Porque nos tendes tirado para este 10 - E não murmureis, como também
deserto, para matardes de fome a toda alguns deles murmuraram e pereceram
esta multidão. pelo destruidor.
4 - Então, disse 0 Senhor a Moisés: Eis 11 - Ora, tudo isso lhes sobreveio comofigu­
que vos farei chover pão dos céus, e 0 ras, e estão escritas para aviso nosso, para
povo sairá e colherá cada dia a porção quem já são chegados os fins dos séculos.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO são as seguintes: do hebraico, o verbo
É verdade que há ações maléficas que liyn, “ resmungar”, “ reclamar” e “ mur­
vêm direto do Inimigo, mas também é m urar” (Nm 14.36); e 0 substantivo
verdade que há as que são produzidas higgayown, “ m ed itaçã o ” , “ m úsica
dentro de nós como obras da carne. solene”, “ pensamento” , “ conspiração”
Uma delas é o pecado da Murmuração. (Lm 3-62); do grego, o verbo goggúzõ,
Esse pecado é tão perigoso em nossa “ murmurar”, “ resmungar”, “ queixar-
jornada que pode nos levar à queda. Ele - s e ” , “ dizer algo contra em um tom
não acontece instantaneamente, pois baixo” , “ dos que confabulam secreta­
geralmente sucede a incredulidade. Sim, mente” (Jo 7.32). De acordo com essas
incredulidade e murmuração andam palavras, 0 murmurador tem 0 espírito
juntas. Por isso, nesta lição, estudare­ dominado pelo descontentamento, de­
mos os perigos da murmuração à luz da sacordo, ira, queixas e oposição. Nem
recomendação do apóstolo: “Fazei todas Deus escapa dele, pois basta lembrar
as coisas sem murmurações” (Fp 2.14). do que foi feito contra Moisés e Arão
(Êx 15.24; 17.3; Nm 14.27; 16.41).
I - A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA 2. O comportamento dos murmu-
1 . 0 que é murmurar? As principais radores. De acordo com os dois testa­
palavras para murmuração na Bíblia mentos da Bíblia, 0 mal da murmuração

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 33


estava no meio do povo Deus, entre os Terra Prometida (Êx 7-1,2). Após expe­
israelitas dos dias de Moisés (Êx 16.11); rimentar grande livramento, esse povo
nos dias de Jesus Cristo com os escribas passou a murmurar contra a liderança de
e fariseus (Lc 15.2); na igreja em Jerusa­ Moisés e Arão de maneira sistemática,
lém, no início (At 6.1). Esse mal revela alegando que 0 Legislador 0 conduzia
um com portam ento inconveniente, para morrer em pleno deserto (Êx 16.3).
um temperamento inquieto, indiretas Nesses relatos, percebemos que a mur­
sa rcá stica s. O com portam ento dos muração sucede à incredulidade. Há uma
murmuradores é tão sério que chegou ausência de fé e se passa escolher 0 que
a ameaçar a unidade da Igreja em Atos, é mau: a prática da murmuração. Logo,
se não fosse o cuidado dos apóstolos não se pode esperar mais atitudes de
(At 6 .1-7). Por isso, precisam os ter bondade, sinceridade e verdade de quem
toda cautela com esse comportamento, submerge na murmuração, mas, sim de
pois o pecado da murmuração, além de impaciência, ingratidão e desrespeito à
enfraquecer a nossa vida espiritual, liderança bíblica (1 Ts 5.12,13; Hb 13.17).
também altera negativamente a nossa 2. A murmuração contra Deus. O
saúde emocional e física. Senhor Deus respondeu às murmurações
3. O crente murmurador. Quem se
do povo, dizendo que faria cair “ pão dos
diz salvo em Cristo e tem 0 Espírito céus” (Êx 16.4). Entretanto, 0 Senhor
Santo em sua vida não pode natura­ deixou claro que contemplou as suas
lizar a prática da murmuração. Não “ m urm urações” , m as tratou 0 povo
é normal um crente cheio do Espírito com piedade e compaixão (Êx 16.12).
Santo se entregar a esse pecado. NesseOra, 0 Senhor Deus contempla todas as
sentido, estão presentes a indisciplina
nossas ações, sabe do que precisamos e
e 0 descuido com as virtudes do E s­ necessitamos. Por isso, diante de uma
pírito (G1 5.16). Quando um crente se circunstância difícil, é muito melhor nos
torna um murmurador, ele passa a ser dirigirmos a Ele de maneira humilde,
um instrumento do Maligno contra a graciosa e amorosa do que nos ache-
obra de Cristo no mundo, permitindo garmos a Ele com ingratidão, queixas
ao Diabo dominá-lo e usá-lo de todas e murmuração (Hb 4.16).
as maneiras. Assim, não é possível o 3. Por que é perigoso murmurar? A
crente murmurador ser alegre, bondoso Palavra de Deus diz: “ quem se endu­
e agradável por meio de sua atitude, receu contra ele [Deus] e teve paz?” (Jó
visto que sua alm a está doente, pois 9.4). À luz desse texto, podemos dizer
0 corpo só será luminoso se os olhos que a murmuração configura um ato
forem bons (Mt 6.22,23). de impiedade extrem a contra Deus.
Ela se torna perigosa porque, além de
II - MURMURAÇÃO: IMPEDI­ revelar uma ausência de fé, lim ita a
MENTO DA PRIMEIRA GERA­ nossa capacidade de enxergar as ações
ÇÃO À TERRA PROMETIDA de Deus em nossas vidas e no contexto
1. A murmuração contra os líderesem que estam os. Por conseguinte, a
escolhidos por Deus. Deus escolheu murmuração cega-nos diante de Deus.
Moisés e seu irmão, como seu au xi- Não lembramos mais das grandes obras
liador, para libertar 0 povo de Israel do Senhor em nossa vida. Não por acaso,
da escravidão de Faraó e conduzi-lo à 0 apóstolo Paulo reúne os episódios de

34 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


murmuração dos israelitas para que os
crentes da atualidade tenham cuidado e v v
não pratiquem esse pecado a fim de não
serem destruídos (1 Co 10.10,11; Rm 15.4). P o r isso , d ian te de u m a
circu n stân cia d ifícil, é
III - MURMURAÇÃO: UM PECA­
DO QUE NOS IMPEDE DE EN­ m uito, é m uito m elh o r
TRAR NA CANAÃ CELESTIAL n o s d irig irm o s a Ele de
1 .0 fim dos israelitas murmuradores. m an eira hum ilde
Examinando os textos de Números 14.29
e 16.41-49, percebemos que, por causa
da murmuração, os israelitas daquela
geração não entraram na terra da pro­
messa, foram mortos e sepultados no comunhão da igreja local. Além disso, o
deserto (Nm 14.29). A peregrinação de nosso Senhor disse que 0 reino dividido
Israel pelo deserto nos serve de exemplo contra si mesmo é “ devastado” e não
e advertência em nossa jornada para “ subsistirá” (Mt 12.25; cf. Lc 1.17-22).
que não adotemos seu comportamento Há também 0 mal de caráter espiritual.
murmurador. Devido a esse pecado, os Por exemplo, a murmuração também
israelitas perderam de vista os pro­ resulta em mentiras e calúnias, portanto,
pósitos divinos e não alcançaram 0 0 Espírito Santo não habita uma vida
cumprimento da promessa. que é dominada por esse tipo de obras
2 . 0 destino dos murmuradores. À carnais (Ef 4.30; G1 5.19-21). Por isso,
luz dos relatos do livro de Números, 0 afirmamos que quem se entrega a tal
apóstolo Paulo faz uma séria adver­ prática acaba atraindo outros pecados
tência ao povo da Nova Aliança: “ E para a sua vida, tais como: idolatria,
não murmureis, cómo também alguns rebelião, adultério, blasfêm ias contra
deles murmuraram e pereceram pelo Deus. Como consequência acaba pres­
destruidor” (1 Co 10.10). Isso significa tando serviço ao Inimigo e estacionando
que um crente que vive praticando a no meio do trajeto celestial.
murmuração já se encontra espiritual­
mente morto, perdeu a comunhão com CONCLUSÃO
0 Senhor e não tem mais 0 prazer nas Nesta lição, vimos 0 quanto a prática
coisas espirituais. Logo, 0 seu destino da murmuração é perigosa e destruido-
é a morte, que, à luz do Antigo Testa­ ra tanto para a vida espiritual quanto
mento, infelizmente, tem caráter físico para a vida comunitária na igreja local
e espiritual. A murmuração é um perigo ao longo da nossa jornada cristã. Não
ao longo da nossa trajetória cristã. devemos, pois, ignorar a advertência da
3. Os m ales da m urm uração. Há Palavra de Deus quanto ao pecado da
muitos males que a murmuração pode murmuração (Rm 15.4). Ora, a vontade
provocar. Por exemplo, na vida da igreja de Deus é a de que participemos de suas
local a murmuração pode trazer desâni­ promessas. Portanto, evitemos 0 mal da
mo espiritual, contendas comunitárias, murmuração em nossas casas, igrejas e
rebeldias espirituais e divisões ministe­ em qualquer lugar que nos relacionemos
riais. Esse processo acaba com a vida de com 0 próximo.

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 35


REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, o murmurador tem o espírito dominado pelo quê?

2. Por que precisam os ter cautela com o comportamento murmurador?

3. Como 0 Senhor Deus respondeu à murmuração dos israelitas?

4. O que percebemos ao exam inar os textos do livro de Números?

3. O que Paulo traz à Igreja à luz do exemplo do livro de Números?

VOCABULÁRIO
Cautela: preocupação para evitar transtorno e perigo; cuidado; prudência.
Naturalizar: passar a ter como próprio; adaptar-se; adotar.
Imerge: o que afunda, mergulha.

COMENTÁRIO I
DEVOCIONAL
DA B Í B L I A

Comentário Beacon Comentário Devocional


Antigo Testamento da Bíblia
O Comentário Bíblico Beacon traz Essa obra traz os índices de
uma interpretação abrangente assuntos, esboço do conteúdo de
da Bíblia Sagrada elaborada cada livro da Bíblia, guia para
por 40 teólogos evangélicos leitura, panorama geral do capítulo,
conservadores. São 10 volumes, compreensão do texto, devocional,
cinco para o Antigo Testamento aplicação pessoal, citações
e cinco para 0 Novo. importantes e índice remissivo.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


36 LIÇÕES B fBU C A S • ALUNO
'N
TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA
“ O que encobre as suas Para desfrutar um caminho de
transgressões nunca prosperará; restauração e reconciliação com
mas o que as confessa e deixa Deus, precisamos confessar 0
alcançará misericórdia.” pecado e abandoná-lo de uma
(Pv 28.13) vez por todas.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - SI 32.5 Quinta - 2 Sm 12 .1- 4 , 7-9
Confessando as nossas O pecado do rei Davi, 0 ungido do
transgressões ao Senhor Senhor
Terça - Rm 3,10 -12 Sexta - Mt 6.12
Reconhecendo a nossa natureza Em primeiro lugar, nos dirigimos a
pecaminosa diante dc Deus Deus para 0 perdão dos pecados
Quarta - Gn 3.8,14-19 Sábado - 2 Co 5.18
O pecado de nossos primeiros pais, Deus investiu homens para 0
Adão e Eva ministério da reconciliação

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 37


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 51.1-12; 1 João 1.8-10


Salm os 51 8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria, para
1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus, que gozem os ossos que tu quebraste.
segundo a tua benignidade; apaga as 9 - Esconde a tua face dos meus pecados
minhas transgressões, segundo a multidão e apaga todas as minhas iniquidades.
das tuas misericórdias. 10 - Cria em mim, ó Deus, um coração
2 - Lava-me completamente da minha puro e renova em mim um espírito reto.
iniquidade e purifica-me do meu pecado. 11 - Não me lances fora da tua presença
3 - Porque eu conheço as minhas trans­ e não retires de mim 0 teu Espírito Santo.
gressões, e 0 meu pecado está sempre 12 - Torna a dar-me a alegria da tua salvação
diante de mim. e sustém-me com um espírito voluntário.
4 - Contra ti, contra ti somente pequei,
efiz 0 que a teus olhos é mal, para que 1 João 1
sejas justificado quando falares e puro 8 - Se dissermos que não temos pecado,
quando julgares. enganamo-nos a nós mesmos, e não há
5 - Eis que em iniquidade fui formado, verdade em nós.
e em pecado me concebeu minha mãe. 9 - Se confessarmos os nossos pecados, ele
6 - Eis que amas a verdade no íntimo, e éfiel e justo para nos perdoar os pecados
no oculto me fazes conhecer a sabedoria. e nos purificar de toda injustiça.
7 - Purifica-me com hissopo, e ficarei 10 - Se dissermos que não pecamos, fa ­
puro; lava-m e, e ficarei mais alvo do zemo-lo mentiroso, e a sua palavra não
que a neve. está em nós.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - A CONFISSÃO DE PECADO


Atualmente, muitos acreditam que 1. Definição. 0 verbo “ confessar”, da
não é preciso confessar 0 pecado por palavra hebraica yadah, aparece como
denominá-lo mera fraqueza ligada ao “ jogar” , “ atirar”, “ lançar” (l Rs 8.33),
ambiente e aos aspectos hereditários. uma palavra que vem da raiz verbal de
Nesta lição, veremos que a Bíblia não hadah que significa “ estender a mão”.
ensina assim. Em sua epístola, 0 apóstolo Essa palavra está presente 900 vezes no
João escreve que o pecado é real e, por Antigo Testamento, aparecendo com o
isso, é um perigo para a vida do crente, sentido de “tomar conhecimento”, “saber”,
pois suas consequências são trágicas. “ reconhecer”. A palavra aparece no AT no
A orientação bíblica é a de que, caso contexto de confissão de pecado (Sl 32.5).
ocorra um pecado, ele deve ser con­ No Novo Testamento, 0 verbo grego para
fessado, abandonado como evidência “ confessar” é homologéo, que significa
do arrependimento para que 0 crente “concordar com”, “consentir”, “conceder”.
arrependido possa receber o perdão de Essa palavra é composta da raiz homou,
Deus (1 Jo 2.9; cf. SI 32.5). junto de pessoas reunidas; e de lógos, do

ABRIL • MAIO ■ JUNHO 2 0 2 4


38 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
ato de falar. A palavra homologéo ocorre
25 vezes no Novo Testamento (Mt 7.23,
Rm 10.9,10; Tg 5.16). Há um verbo grego Assim, quem experimenta
importante para “ confessar”, eksomolo- o ato sincero e humilde
géo (Mt 3.6), que significa “ professar”,
“ reconhecer aberta e alegremente para a
da confissão de pecado,
honra de alguém”; “prometer publicamente alcança a misericórdia
que fará algo”, “ comprometer-se com”. de Deus. Então, a alma
Logo, podemos dizer que confessar é uma é consolada, e a vida
maneira de declarar o que se crê ou sabe.
espiritual é restaurada.”
2. A confissão bíblica de pecado. O
ensino bíblico geral da confissão de pe­
cado traz a ideia de reconhecê-lo e fazer
a sua confissão, pois 0 perdão depende
desse ato (Sl 32.5; 1 Jo 1.9). Essa confissão pecado não se trata apenas de um ensino
pode ser no momento da conversão; ou judaico, mas também cristão. A Epístola
depois dela, quando pecados cometidos de João corrobora com a necessidade de se
podem ser contra Deus ou contra um confessar 0 pecado, deixá-lo e alcançar 0
irmão (Mt 5.21,22). Importante ressaltar, perdão (1 Jo 1.9). Em contrapartida, quem
porém, que, segundo 0 ensino bíblico, ignora a confissão de pecado, ocultando-o,
era tão somente depois da confissão de vive uma vida de aparência e de morte
pecados que se poderia viver verdadei­ espiritual; semelhante ao que os nossos
ramente uma vida de oração e comunhão primeiros pais, Adão e Eva, viveram ao
com Deus (Ne 1.6; Sl 66.18; Lc 18.9-14). tentar ocultar os seus pecados diante de
3 .0 símbolo da confissão de pecado. Deus (Gn 3.8); bem como 0 rei Davi, 0
No ato da confissão de pecados, a pes­ homem segundo 0 coração de Deus, que
soa reconhece de maneira autônoma os procurou ocultar do Senhor seus pecados
pecados cometidos e que, por isso, se (2 Sm 11; 12).
encontra indigna de estar na presença 2. As consequências do pecado de
de Deus. Ela reconhece a sua natureza Adão e Eva. A realidade bíblica do pe­
pecaminosa diante do Altíssim o (Rm cado pode ser vista no primeiro casal,
3.10-12). Então, em arrependim ento Adão e Eva, quando pecou e, por isso,
sincero e em confissão, busca 0 que lhe recebeu sentenças devidas (Gn 3.14-19).
é garantido por meio da Palavra de Deus: Além disso, nossos primeiros pais per­
0 perdão. Assim, quem experimenta 0 deram o direito de viver no ambiente
mais perfeito e belo que Deus criou (Gn
ato sincero e humilde da confissão de
3.24). Por isso na vida de Adão e Eva há
pecado alcança a misericórdia de Deus
consequências trágicas do pecado, tais
(Pv 28.13). Então, a alma é consolada e
como: alteração da condição física de
a vida espiritual é restaurada.
ambos; a transição da natureza imortal
para mortal; diversas tenções no gênero
II - O PERIGO DO PECADO NÃO humano e na natureza. Assim, sabemos
CONFESSADO que as consequências do pecado de nos­
1. Os males dos pecados não confessa­ sos primeiros pais não se limitaram a
dos. Quando lemos e analisamos Provér­ eles, mas perpassaram a todo 0 gênero
bios 28.13, percebemos que a confissão de humano e natural (Rm 5.12-14).

ABRIL ■ M AIO ■ JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS ■ALUNO 39


assim como nós perdoamos aos nossos
v v devedores” (Mt 6.12). Em 1 João 1, lemos
que os nossos pecados devem ser confes­
[...] O cultar o pecado é sados a Cristo (1 Jo 1.7-9)- Dessa forma,
perdoar pecado é uma prerrogativa de
decidir por trilh a r um a Deus Pai por intermédio do Senhor Jesus,
jo rn a d a de so frim e n to mediante a sua obra no Calvário.
esp iritu a l e e m o c io n a l.” 2. Alcançando cura e restauração. O
texto áureo da presente lição nos lembra
que ocultar 0 pecado é decidir por trilhar
uma jornada de sofrimento espiritual e
emocional. Mas quem deixa de lado 0
orgulho e a soberba para trilhar o ca­
3. As consequências do pecado de
minho humilde da confissão de pecado
Davi. O rei Davi pagou um alto preço vive uma vida mais leve. Não há nada
com 0 seu pecado. A Bíblia mostra que, mais restaurador que desfrutar das mi­
por isso, a espada não sairia da sua casa sericórdias do Senhor (Pv 28.13). Não há
(2 Sm 12.10-12). Os capítulos ll e 12 de nada mais consolador do que confessar o
2 Samuel revelam o conflito e o senso pecado e deixá-lo definitivamente, pois
de culpa que marcavam a vida de um assim encontraremos descanso para a
homem que, por certo tempo, ocultou 0 alma. Todo esse processo de confissão e
seu pecado, trazendo-lhe enfermidades abandono de pecado revela a eficácia do
morais e aflição que 0 levavam a gemidos. ministério da reconciliação de Deus por
O Salmo 32 mostra que, por se manter meio de Jesus Cristo (2 Co 5.18). Quem
em silêncio, não confessando 0 seu pe­ faz assim encontra 0 caminho de cura e
cado, Davi enfraqueceu cada vez mais, restauração, conforme lemos nas pala­
perdendo 0 vigor espiritual (Sl 32.2-4). Já vras do salmista: “Enquanto eu me calei,
0 Salmo 51 mostra a confissão de pecado envelheceram os meus ossos pelo meu
do rei, reconhecendo todos os seus erros bramido em todo 0 dia. [...] Confessei-te
a fim de que eles fossem perdoados e 0 0 meu pecado e a minha maldade não
salmista purificado (Sl 51.2-6). encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor
as minhas transgressões; e tu perdoaste
III - CONFISSÃO DE PECADO: a maldade do meu pecado” (Sl 51-3,5)-
UM CAMINHO DE CURA
E RESTAURAÇÃO
CONCLUSÃO
1. C onfessando o pecado a Deus.
Em nossa caminhada cristã estamos
Segundo o ensino bíblico, a confissão
sujeitos ao pecado. Encobri-lo e viver
de pecados deve prim eiram ente ser
uma vida espiritual de aparência não
dirigida a Deus, por intermédio de seu
é uma opção bíblica para 0 caminho
Filho, pois só Ele pode perdoar os nossos
da cura e da restauração. Logo, uma
pecados (Sl 51-3,4 ; Mt 9-2,6). Ao longo
jornada de perdão só é possível com a
do seu ministério, o Senhor Jesus disse
confissão do pecado praticado e a re­
à mulher pecadora: “ Os teus pecados
solução de abandoná-lo de uma vez por
te são perdoados” (Lc 7-48 )- Na oração
todas. Quem procede assim desfrutará
do Pai-Nosso, o Senhor Jesus ensinou:
das infindáveis misericórdias divinas.
“ [Pai] Perdoa-nos as nossas dívidas,

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


4 0 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual ideia o ensino geral da Bíblia traz a respeito da confissão de


pecado?

2. O que a pessoa reconhece no ato de confissão de pecado?

3. O que podemos compreender em Provérbios 28.13?

4. Segundo a lição, 0 que pode acontecer com quem ignora a recom en­
dação bíblica de confessar o pecado?

5. Segundo 0 ensino bíblico, a confissão de pecados deve ser dirigida


prim eiram ente a quem?

LEITU RAS PARA APROFUNDAR

sA M IG O
Doutrina
Pecado PEC AD O RES

A Doutrina do Pecado Amigo de Pecadores


Embora alguns não acreditem que Nesta obra, Rich Wilkerson Jr.
0 pecado exista, a Bíblia em todo m ostra as profundas implicações
o tempo faz questão de revelar do fato de Jesus nos chamar de
e denunciar a sua existência, amigos, não por causa de quem
mostrando de onde ele veio, seus somos ou do que temos feito, mas
efeitos nocivos e como ele afeta o por quem Ele é.
mundo físico e o espiritual.

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 41


--------------------------- - N r

TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não VERDADE PRÁTICA
entreis em tentação; na No lugar de ceder à tentação,
verdade, o espírito está pronto, é melhor triunfar sobre ela.
mas a carne é fraca.”
(Mt 26.41)
V __________ ______________________
_______________ J

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 3.1-5 Quinta - Ef 6.11,17


A tentação que se origina do Diabo Vencemos a tentação com a Palavra
e seus ardis de Deus
Terça - Tg 1.14 ,15 Sexta - Rm 12.2
A tentação que se origina de dentro Não se conformando com os apelos
do ser humano do mundo
Quarta - 1 Co 10.13 Sábado - 2 Tm 2.22
Toda tentação faz parte da esfera A melhor estratégia é fugir da
^hum ana _______ tentação

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


4 2 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 4 .1-11
1 - Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito Aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
ao deserto, para ser tentado pelo diabo. e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca
2 - E , tendo jejuado quarenta dias e qua­ tropeces em alguma pedra.
renta noites, depois teve fome; 7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito:
3 - E, chegando-se a ele 0 tentador, disse: Não tentarás 0 Senhor, teu Deus.
Se tu és 0 Filho de Deus, manda que estas 8 - Novamente, 0 transportou 0 diabo
pedras se tornem em pães. a um monte muito alto; e mostrou-lhe
4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está todos os reinos do mundo e a glória deles.
escrito: Nem só de pão viverá 0 homem, 9 ~ E disse-lhe: Tudo isto te darei se,
mas de toda a palavra que sai da boca prostrado, me adorares.
de Deus. 10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás,
5 - Então 0 diabo 0 transportou à Cidade porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
Santa, e colocou-o sobre 0 pináculo do templo, adorarás e s ó a ele servirás.
6 - e disse-lhe: Se tu és 0 Filho de Deus, 11 - Então, 0 diabo 0 deixou; e, eis que
lança-te daqui abaixo; porque está escrito: chegaram os anjos e o serviram.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO nifica “ teste” , “ provação” (Dt 4.34;


A tentação é algo que 0 crente en­ 9-22; Si 95 -8). A segunda e a terceira
frentará ao longo de sua jornada. Não são palavras gregas respectivamente:
por acaso, o Senhor Jesus nos ensinou a peirasmós, “ teste”, “ prova”, aparecendo
orar de modo que Deus não deixasse que 25 vezes no Novo Testamento (At 20.19;
caíssemos em tentação (Mt 6.13 - NVT). 1 Co 10.13; Tg 1.2,12); e 0 verbo peirázõ,
Por isso, nesta lição, estudaremos 0 con­ testar, submeter à prova (Jo 6.6; G1 6.1;
ceito bíblico de tentação, a maneira como Ap 2.2,10), ocorrendo aproximadamente
nosso Senhor a enfrentou no deserto e 36 vezes no Novo Testamento. Assim,
como devemos resisti-la. Veremos que podemos dizer que tentação é um ex­
é imperioso seguir a recomendação de perimento, teste ou prova diante de
Jesus Cristo a respeito de vigiar e orar uma atração para fazer 0 mal a fim de
para não cedermos à tentação ao longo obter prazer ou lucro.
da caminhada (Mt 26.41). 2. Duas vias da tentação. De acordo
com a Palavra de Deus, a tentação pode
vir primeiramente do Diabo (Gn 3) e,
I - A TENTAÇÃO E SUA ESFERA também, de dentro do ser humano (Tg
HUMANA 1.14,15). Ela tem origem no Diabo quando
1. Conceito bíblico de tentação. Na
0 seu objetivo, semelhantemente ao que
Bíblia, três p alavras aparecem para aconteceu com Jesus, é de desviar-nos
conceituar “ tentação” . A prim eira é da rota de nossa m issão e propósito
a palavra hebraica massáh, que sig ­ de vida estabelecido por Deus. Já a que

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 43


contra 0 Adversário, 0 “ príncipe deste
v v mundo” (Jo 16.11; cf. Ef 2.2). O objetivo de
Satanás era fazer com que Jesus desviasse
A in da que o In im ig o de seu propósito, satisfazendo desejos
p o ssa n o s p ersu a d ir a e necessidades, contrariando a vontade
de Deus (cf. Jo 4.34)- Por isso, houve um
c a ir em ten tação, e sta se
ataque intenso do Maligno contra nosso
dá no cam po da e sfe ra Senhor, que resistiu sabiamente por meio
h u m an a e te rre n a .” da oração, do jejum e da Palavra. Embora
fisicamente frágil, 0 Senhor Jesus estava
espiritualmente forte.
2. As áreas que Jesu s foi tentado.
Podemos dizer que Jesu s Cristo foi
nasce de dentro do ser humano tem a tentado em três áreas: a área física, a
ver com os vícios da alma quando, no natureza divina e a área espiritual. Na
lugar de darmos primazia ao fruto do área física, o Diabo 0 tentou pedindo
Espírito, entregamo-nos à atração, ao que transformasse pedras em pães, após
engodo e ao deleite da concupiscência sentir fome devido ao processo de jejum,
da carne. Ambas as vias da tentação se pois isso revelaria que Ele era 0 Filho
processam na esfera humana. de Deus (Mt 4.3). Na área da natureza
3. Tentação: um fenômeno hum a­ divina, 0 Diabo tenta Jesus pedindo que
no. Na Epístola de Tiago está escrito: Ele se atirasse do pináculo do Templo,
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus pois os anjos 0 guardariam (Mt 4 -5 ,6).
sou tentado; porque Deus não pode ser Na área espiritual, 0 Diabo tenta nosso
tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg Senhor, desafiando-o a evitar 0 cami­
1.13). É verdade que há a provação que nho da cruz para estabelecer um reino
vem da parte de Deus para aperfeiçoar 0 pela sua força, 0 que seria prontamente
caráter do crente (Tg 1.2,4; Mt 5.48; 1 Pe aceito pelos judeus; mas era necessário
1.7). Contudo, um teste que incita ao mal apenas uma coisa: Jesus deveria adorar
não vem de Deus, ou seja, as ações que 0 Diabo (Mt 4 .9). Assim, podemos dizer
evidenciam uma vida dominada pelas que o nosso Senhor foi tentado na área
paixões carnais são de inteira respon­ física, com as necessidades humanas;
sabilidade humana (Mt 5.28; Rm 8.6). em sua natureza divina, com a ideia
Ainda que o Inimigo possa nos persuadir de ostentar seus divinos atributos ao
a cair em tentação, esta se dá no campo público; e na área espiritual, no sentido
da esfera humana e terrena (l Co 10.13). de idolatrar outro ser.
3. Como Jesus venceu a tentação?
I I - O SENHOR JESUS Nosso Senhor venceu 0 Diabo com a
E A TENTAÇÃO Palavra de Deus. Em todas as áreas da
1. A provação do Senhor Jesus. Detentação, Ele respondeu: “ Está escrito” .
acordo com 0 Evangelho de Mateus, após Na primeira tentação, Ele disse: “ Está
o batismo de Jesus, 0 Espírito Santo 0 escrito: nem só de pão viverá 0 homem,
conduziu ao deserto (cf. Mc 1.12,13; Lc mas de toda a palavra que sai da boca
4.1,2). Foram 40 dias sendo tentado por de Deus” (Mt 4.4)- Na segunda tentação,
Satanás, uma intensa batalha espiritual Ele disse: Está escrito: “ Não tentarás ao

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


4 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
Senhor teu Deus” (Mt 4.7). Na terceira
tentação, Ele disse: “Vai-te, Satanás,
porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
VI
adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Em caso de ced er à
Nessa batalha espiritual contra 0 Diabo, tentação, não ten tem os
nosso Senhor sempre apelou para a ex­
se ju stific a r, cu lp ar os
posição da Palavra de Deus. Isso significa
que Ele via a Escrituras como autoridade o u tros ou ig n o ra r os
suprema de fé e de prática. Assim, ao a to s p e c a m in o so s.”
lado da oração e do jejum, conforme já
estudamos, devemos vencer 0 Inimigo
e seus ardis tentadores com a Palavra
de Deus (Ef 6.11,17). Imitemos o nosso
divino Mestre! isso, precisamos seguir 0 que 0 apóstolo
Paulo escreveu a Timóteo: “Fuja de tudo
III - RESISTINDO À TENTAÇÃO que estimule as paixões da juventude”
1. Todos somos tentados. Por mais (2 Tm 2.22 - NVT). Portanto, ao longo
que observemos as disciplinas da ora­ da nossa jornada, a melhor estratégia é
ção, do jejum e da leitura da Palavra, o fugir da tentação.
Inimigo não deixará de nos tentar. Por 3. Arrependa-se! No meio da nossa
esse motivo, temos de estar conscientes caminhada, é possível que 0 crente ceda
a respeito, visto que vivemos em uma a tentação e, por isso, rompa a comu­
cultura pós-moderna que, por meio de nhão com Deus. Contudo, é possível
seus artistas, escritores, filósofos e, até restabelecer 0 relacionam ento com
mesmos “ teólogos”, intentam naturalizar Ele por meio da confissão de pecados,
0 relativismo, procurando nos moldar arrependim ento e quebrantam ento
conforme seus costumes mundanos. espiritual. Há um caminho de cura e
Diante disso, somos encorajados pelas restauração para quem age dessa m a­
Escrituras a assumir a postura de Cristo neira (Pv 28.13). Por essa razão, em caso
e a não se conformar com este mundo de ceder à tentação, não tentemos nos
(Rm 12.2). justificar, culpar os outros ou ignorar
2. Rejeite a tentação! Há uma célebre os atos pecaminosos. O caminho divino
frase do reformador Martinho Lutero: é 0 da confissão e arrependimento para
“Você não pode impedir que os pássaros desfrutar 0 perdão.
voem sobre sua cabeça, mas pode impedir
que eles se instalem com seus ninhos!”. CONCLUSÃO
Embora não seja um versículo da Bíblia, Semelhante ao Senhor, que foi ten­
a frase revela uma verdade que encon­ tado em tudo, mas não pecou (Hb 2.18;
tramos na Palavra de Deus. Podemos 4.15); podemos seguir 0 caminho de não
percebê-la na fuga de José diante da sermos seduzidos pela tentação. Assim,
mulher de Potifar (Gn 39.12); na atitude podemos desfrutar mais de uma vida em
de Jó em fugir do mal (Jó 1.1). Assim, não santidade e comunhão com Deus. Por isso,
podemos impedir que a tentação apare­ ao oferecermos resistência à tentação
ça, mas, com a força do Espírito Santo, ao longo da jornada, lograremos êxito
podemos evitar que ela nos domine. Por e receberemos a coroa da vida (Tg 1.12).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2024


LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 45
REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, como podemos conceituar tentação?

2. Quais são as duas vias da tentação?

3. Em quais áreas 0 Senhor Jesus foi tentado?

4. Para 0 que o Senhor Jesus sempre apelou contra o Diabo?

5. Qual é a m elhor estratégia diante da tentação?

VOCABULÁRIO
Engodo: qualquer tipo de cilada, manobra ou ardil que vise enganar,
ludibriar outrem, induzindo-o a erro.

LEITU RAS PARA APROFUNDAR

„ MYER„ . :
i PtARLM AN :
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j!i ----------^ --------- j li
I! Epístolas Pauunas jj

'T '

Quando Deus Diz Não Comentário Bíblico -


“Não” é uma resposta que Epístolas Paulinas
nunca desejamos ouvir. Myer Pearlman, com a habilidade
Homens como o Rei Davi e que lhe é peculiar, faz um breve
o apóstolo Paulo também comentário das cartas escritas
ouviram de Deus a mesma pelo apóstolo Paulo. Ele aborda
resposta. Como entender a pontos-chave como 0 plano da
vontade de Deus? salvação, a Lei e a Graça, vida
cristã e outros.

4 6 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2024


I

DESENVOLVENDO UMA
CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE
\

VERDADE PRÁTICA
TEXTO ÁUREO
Na jornada para 0 Céu,
“Segui a paz com todos e
devemos estar conscientes a
a santificação, sem a qual
respeito da necessidade de
ninguém verá o Senhor.”
ter uma vida santa para nos
(Hb 12.14).
encontrarmos com 0 Senhor.
V__________________
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Jo 17.17 Quinta - 1 Co 6.11


A Palavra de Deus gera verdadeira A santificação inicial na jornada
santidade Sexta - Ef 4.20-24,27-30
Terça - Rm 6.19-22 A santificação progressiva na
Um chamado para a santificação na jornada
jornada Sábado - í T s 4.13-18
Quarta - Rm 8.29; 1 Jo 3.2 A glorificação final após a jornada
0 propósito de ser como Jesus da vida cristã
L ___________ ____________________________________________ A
ABRIL ■M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 47
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Pedro 1.13-21
13 - Portanto, cingindo os lombos do vosso 18 - sabendo que não foi com coisas cor­
entendimento, sede sóbrios e esperai in­ ruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
teiramente na graça que se vos ofereceu resgatados da vossa vá maneira de viver
na revelação de Jesus Cristo, que, por tradição, recebestes dos vossos
14 - como filhos obedientes, não vos pais,
conformando com as concupiscências que 19 - mas com 0 precioso sangue de Cristo,
antes havia em vossa ignorância; como de um cordeiro imaculado e incon-
15 - mas, como é santo aquele que vos taminado,
chamou, sede vós também santos em toda 2 0 - 0 qual, na verdade, em outro tempo,
a vossa maneira de viver, foi conhecido, ainda antes da fundação do
16 - porquanto escrito está: Sede santos, mundo, mas manifestado, nestes últimos
porque eu sou santo. tempos, por amor de vós;
17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem 21 - e por ele credes em Deus, que o res­
acepção de pessoas, julga segundo a obra suscitou dos mortos e lhe deu glória, para
de cada um, andai em temor, durante 0 que a vossa fé e esperança estivessem
tempo da vossa peregrinação, em Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO é um substantivo masculino que sig­


A palavra “ consciência” nos remete nifica “ sacralidade” , “ posto à parte” ,
a ideia de percepção a respeito de algo que pode se referir a Deus, aos lugares,
que está em nossa volta, é 0 estado coisas, algo à parte, separado. Essa
em que estamos despertos, acordados palavra deriva da raiz verbal hebraica
qadash, que traz a ideia de “ consagrar”,
e lúcidos no tem po presente e, por
“ santificar”, “ preparar”, “ dedicar”, “ ser
isso, sabemos que existim os. Desse
consagrado”, “ ser santo”, “ ser santifi­
jeito, o crente em Jesus, que iniciou
cado”, “ ser separado”. Nesse sentido, a
a sua jornada de fé com Cristo, deve
palavra qôdesh aparece cerca 469 vezes
estar consciente a respeito de viver
no Antigo Testamento como santidade
uma vida santa, sem a qual, a Bíblia
(Êx 15.11), coisa santa (Nm 4.15), san­
a firm a : “ nin guém verá 0 S en h o r”
tuário (Êx 36.4). Outrossim, 0 adjetivo
(Hb 12.14). Nesta lição, estudaremos qádôsh, muito presente no Pentateuco,
a importância da santidade em nossa os primeiros livros da Bíblia, traz a ideia
jornada para o Céu. de um dia, uma pessoa ou uma nação
inteiram ente consagrada, separada,
I - A PERSPECTIVA BÍBLICA DA santificada a Deus (Gn 2.3 Êx 19-6).
SANTIFICAÇÃO 2. No Novo Testam ento. O verbo
1. S an tificação no Antigo T e sta­ grego hagiadzô, quer dizer “ santificar”,
mento. Do hebraico qôdesh, santidade traz a ideia de “ tornar santo” , “ puri-

4 8 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4


ficar ou con sagrar” , “ ven erar” , “ ser
santo”. Esse termo abrange o sentido
v v
de o crente tornar-se puro, de modo a
estar purificado e santificado por obra N esse asp ecto , todo
graciosa do Espírito Santo (l Co 6.11). cren te reg en erad o é
Nesse sentido, no Novo Testamento,
a santidade operada na vida do crente
ch am ad o p o r D eus p ara
é uma obra autêntica do alto (Ef 5.26; o u vir, g u a rd a r e p ra tic a r
1 Ts 5.23). se u s m a n d a m en to s,
3. A santidade exigida pela Palavra.
de m odo que se ja a su a
Em nossa jornada cristã rumo ao Céu,
a Palavra de Deus exige santidade em sa n ta h a b ita ç ã o .”
todas as áreas de nossa vida. Isso porque
a palavra da verdade nos santifica (Jo
17.17)- Desse modo, 0 crente em Jesus
não pode ter compromisso com 0 com­
portamento pecaminoso, visto que em
sua lida diária, ele tem um compromisso
de buscar um estilo de vida santo, pois 2. T rês e stág io s da san tificação .
Em primeiro lugar, a santificação do
sabe que sem ele não podemos ver 0
Senhor (Hb 12.14). crente inicia com o Novo Nascimento,
pois por intermédio do Espírito Santo, o
crente é declarado justo diante de Deus,
II - A SANTIFICAÇÃO E SEUS completamente regenerado, declarado
ESTÁGIOS sem pecado; trata-se da santificação
l. A realid ad e da san tific a ç ã o . inAicial ou posicionai (1 Co 6.11). Em
p a rtir do que estu d am os sobre os segundo lugar, há 0 estágio progressivo
term os bíblicos a respeito da san ti­ da santificação neste mundo, em que 0
ficação, podemos afirm ar que se trata crente se despoja do “ velho homem”
de um ato, um estado e um processo e vai se revestindo do “ novo homem”
pelo qual 0 pecador se torna santo até alcan çar a p erfeita im agem de
(Rm 6.19-22; 1 Ts 4 -l_ 7). Em primeiro Cristo (G1 5.16-18; Ef 4.20-24,27-30).
lugar, a santificação é um ato de se­ Esse estágio leva ao último: 0 da glo­
paração do mundo. Em segundo, ela rificação. Esse é o momento em que
é um processo cujo propósito é levar 0 crente será como Jesus é (Rm 8.29;
o cristão a se tornar sem elhante ao 1J0 3.2) e receberá um corpo ressurreto
nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 8.29). tal qual 0 do nosso Senhor, por ocasião
Assim , a santificação busca ap erfei­ da sua aparição após a ressureição (Jo
çoar 0 crente de modo que a imagem 20.24-29; cf. 1 Ts 4.13-18).
de Cristo se re flita plenam ente em 3. O alvo da santificação. Segundo
sua vida (2 Co 7.1; Ef 4 .12 ,13; 5.26). o estudo dos três estágios da san tifi­
Nesse caso, a san tificação bíblica é cação, percebemos que o propósito da
um processo que abrange pelo m e­ santificação é tornar 0 crente perfei-
nos três estágios: Santificação inicial tamente coerente com a plenitude do
(posicionai), Santificação Progressiva caráter divino (Mt 5.8). Nesse aspecto,
e Glorificação. todo crente regenerado é chamado por

ABRIL ■ M AIO ■ JUNHO 202A LIÇÕES BÍBLICAS ■ ALUNO 4 9


IV Senhor Jesus Cristo, a Igreja foi santifi­
cada para apresentar-se gloriosa, santa e
sem defeito diante de Deus (Ef 5.26,27).
[...] C om p reen d er a Por isso, como membros do Corpo de
san tid ad e e a ju stiç a de Cristo neste mundo, comprados pelo
seu precioso sangue, somos exortados
D eus com o atrib u to s
e convocados a andar em santidade
é im p o rtan te p ara (Hb 12 .14 ). E m p en hem o-nos a nos
re co n h e ce rm o s que Ele consagrarm os a Deus em verdadeira
é san to , reto , ju sto e santidade (Rm 12.1)!
3. Santidade e justiça de Deus. Bi-
verd ad eiro . E que, p or blicamente, a santidade e a justiça são
isso , ja m a is d e ix a rá o atributos divinos que se relacionam.
se r h u m an o im p un e Como vimos, essa virtude aponta para
a essência de Deus, que é totalmente
d ian te de su a rebelião
puro, como bem afirma João: “ Ele é luz
e nEle não há treva algum a” (1 Jo 1.5).
Tudo em Deus é santo, puro e verda­
deiro. A justiça dEle aponta para a sua
retidão, para a harmonia de sua justiça
com a Lei. Desse modo, compreender
Deus para ouvir, guardar e praticar a santidade e a justiça de Deus como
seus mandamentos, de modo que seja a atributos é importante para reconhe­
sua santa habitação de Deus (Jo 14-23). cermos que Ele é santo, reto, justo e
verdadeiro. E que, por isso, jam ais
deixará 0 ser humano impune diante
III - O JULGAMENTO DO DEUS de sua rebelião contra a sua santidade
SANTO e justiça (Gn 6.12,13).
1 .0 Deus Santo. A Bíblia revela Deus
como o Santo de Israel (Is 1.4), com um
nome Santo (Is 57-15); os serafins decla­
CONCLUSÃO
ram a sua santidade (Is 6.3) e, em santi­ Na jornada para 0 Céu, 0 cristão
dade, ninguém pode se igualar a Deus precisa desenvolver uma consciência
(l Sm 2.2). Desse modo, a Bíblia afirma da santidade de Deus para que possa
enfaticamente que Deus é Santo. A s­ to m á-la como 0 padrão perfeito de
sim, Ele é 0 nosso parâmetro para uma vida. Devemos sempre progredir em
vida de santidade, conforme registra santidade desde 0 momento em que
o texto bíblico: “ Santos sereis, porque iniciamos a vida com Cristo até 0 final
eu, 0 Senhor, vosso Deus, sou santo” de nossa jornada (ljo 2.3). Estamos no
(Lv 19.2; cf. 1 Pe 1.16). Portanto, à luz tempo de ser conscientes de que Deus
da santidade de Deus, somos chamados ama a todos e não deseja que ninguém se
a ser santos em nossa jornada. perca. Todavia, os que rejeitam uma vida
2. Santidade exigida a todos os cren­santa e se entregam ao pecado sofrerão
tes. A Igreja de Cristo neste mundo é 0 a condenação eterna, pois santidade e
santuário dedicado ao Senhor (Ef 2.21). justiça são atributos de Deus que não
Por meio do nosso amado Salvador, 0 se contradizem.

ABRIL - M AIO • JUNHO 2024


50 LIÇÕES BÍBLICAS - ALUNO
REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que a Palavra de Deus gera?

2. Segundo a lição, o que querem os dizer com santificação?

3. M encione os três estágios da santificação.

4. Como a Bíblia revela Deus?

5. Para o que a Bíblia aponta a santidade de Deus?

r---------------------------- 1
VOCABULÁRIO
Lida: ato ou efeito de lidar; labuta.
1___________________________________________________________________ 4

LEITU RAS PARA APROFUNDAR

s a is

d f

Santidade A Santidade que Liberta


Buscando ocupar um espaço Ao ler este livro você descobrirá,
não antes desbravado no estudo por meio de exemplos da vida de
do tema, 0 pastor e doutor Jesus, 0 plano de Deus para sua
em filosofia Bernie A. Van De vida: restaurar você. Viva a vida
Walle preparou esta introdução de Jesus. Experimente o alívio
teológica para que você absoluto da Santidade.
redescubra a santidade bíblica.

ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 51


LIÇÃO 1 1
16 de Junho de 2024

A REALIDADE BÍBLICA
DO INFERNO
-

TEXTO ÁUREO
“Então, dirá também aos que VERDADE PRÁTICA
estiverem à sua esquerda: O Inferno é um lugar real de
Apartai-vos de mim, malditos, dor, agonia e desespero. Sua
para o fogo eterno, preparado realidade é um alerta para nós
para 0 diabo e seus anjos.” ao longo de nossa jornada.
(Mt 25.41)
V_____________ L______________ _______________________________ )

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Tm 3.5; cf. Mt 7.15 Quinta - 2 Pe 2.4


A enganosa aparência de piedade Inferno como lugar de prisão dos
dos falsos ensinadores anjos caídos
Terça - 2 Tm 3.8; cf. Êx 7.11 Sexta - Mt 23.33; 25.41,46
Um contexto de resistência à Inferno como castigo eterno, fogo
verdade eterno
Quarta - Jó 17.13; SI 16.10; Is 38.10 Sábado - Mt 25.46; Jo 5.26
Inferno como sepultura, lugar dos Passar a eternidade tem a ver com
mortos uma escolha

52 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

M ateus 2 5 .4 1-4 6
41 - Então, dirá também aos que estive­ 44 - Então, eles também lhe responderão,
rem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, dizendo: Senhor, quando te vimos com
malditos, para ofogo eterno, preparado fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu,
para 0 diabo e seus anjos; ou enfermo, ou na prisão e não te servimos?
42 - porque tive fome, e não me destes de 45 - Então, lhes responderá, dizendo:
comer; tive sede, e não me destes de beber; Em verdade vos digo que, quando a um
43 - sendo estrangeiro, não me reco­ destes pequeninos 0 não fizestes, não 0
lhestes; estando nu, não me vestistes; fizestes a mim.
e estando enfermo e na prisão, não me 46 - E irão estes para 0 tormento eterno,
visitastes. mas os justos, para a vida eterna.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO plenária da Bíblia e, por isso, agem para


O Inferno é um dos assuntos princi­ enfraquecer a doutrina bíblica sobre o
pais do Novo Testamento. O Senhor Jesus Inferno, dizendo que se trata de um pen­
ensinou mais a respeito do Inferno que samento pagão que deve ser erradicado da
0 Céu nas páginas dos Evangelhos. Ele Bíblia. Outros chegam até a admitir que
também ensinou mais sobre 0 Inferno certas pessoas irão para o Inferno, mas
do que 0 apóstolo Paulo. Por isso, nesta por tempo provisório. Porém, durante esse
lição, estudaremos a doutrina bíblica do período, serão purificadas e receberão
Inferno. Situaremos a resistência atual uma segunda chance para entrar no Céu.
de muitos em relação à doutrina, vere­ 2. 0 ensino do Universalismo. Outro
mos as principais palavras que traduzem argumento muito frequente atualmente
“ Inferno” e mostraremos que negar essa é o falso ensino de que, no final das
doutrina bíblica significa negar todo o contas, todas as pessoas irão para o
cristianismo bíblico. Céu. Por exemplo, não haveria diferença
no destino de um assassino frio e cruel
para um crente que buscou ter uma
1 - O PENSAMENTO HUMANO A vida santa, fugindo do pecado. A ideia
RESPEITO DO INFERNO central do Universalism o é a de que
1. Filósofos e teólogos de mente cau-
todos somos filhos de Deus e, como Ele
terizadas. Os que vivem na incredulidade, é um Ser de amor, não pode condenar
dominados pelos poderes das trevas neste 0 ser humano a uma punição eterna.
mundo, negam prontamente a realidade 3. O alerta apostólico. Esses falsos
do Inferno. Filósofos humanistas dizem ensinos revelam a fraude que muitos
que a afirmação bíblica da existência do intelectuais cristãos cometem a respeito
Inferno não é compatível com os valores do cristianismo bíblico. O que eles fazem é
éticos modernos. Teólogos modernos transformar a verdade de Deus em men­
e pós-m odernos negam a inspiração tira, negar integralmente o ensinamento

ABRIL • M AIO • JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 53


bíblico a respeito da realidade bíblica do mento foram traduzidas pela palavra
Inferno como se encontra claramente “ In fern o” : hades (traduz a hebraica
exposto no Novo Testamento. Não por Sheol); tártaro, geena.
acaso, o apóstolo Paulo escreveu a respeito A palavra hades significa “ lugar de
desses falsos ensinadores: eles teriam castigo” (Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23); tam­
aparência de piedade, mas negariam sua bém pode se referir ao estado de morte
eficácia (2 Tm 3-5; cf. Mt 7-15); resisti- que 0 ser humano experimentará no fim
riam à verdade (2 Tm 3.8; cf. Êx 7.11); da vida (Mt 16.18; At 2.27,31; Ap 1.18).
apostatariam da fé e dariam ouvido A palavra tártaro traz a ideia de um
a doutrina de demônios, tendo suas abismo mais profundo que a sepultura,
consciências cauterizadas (1 Tm 4.1). a habitação dos ímpios mortos em que
Atualmente, estamos testemunhando eles sofrem punição pelas suas obras
de m aneira vivid a todos os alertas más. Os anjos caídos estão presos neste
apostólicos quanto aos falsos ensinos lugar (2 Pe 2.4).
e ensinadores dos últimos dias. A palavra geena, que aparece 12 vezes
no Novo Testamento, significa “ castigo
eterno” . É uma palavra que deriva de
II - COMO A PALAVRA INFERNO
termos hebraicos atrelados ao Vale de
APARECE NA BÍBLIA
Hinom, ao lado sul e leste de Jerusalém.
1. No Antigo Testamento. A primeira
Nesse lugar, os adoradores de Moloque
palavra a ser destacada no Antigo Tes­
sacrificavam bebês pelo fogo (2 Rs 16.3;
tamento é Sheol, “ mundo inferior dos
21.6). Não por acaso, 0 profeta Jeremias
mortos”, “ sepultura”, “ inferno”, “cova”.
se referiu ao Vale de Hinom como de
Ela traz a ideia do AT para “ morada dos
julgamento (Jr 7-32; 19-6). No tempo do
mortos” , “ lugar que não tem retorno” .
NT era um lugar em que se queimava 0
Essa palavra aparece 65 vezes no AT:
lixo da cidade. Essa palavra recebeu todo
sepultura, lugar para onde os mortos
o simbolismo de “ castigo eterno” , “ fogo
iam (Jó 17.13; Sl 16.10; Is 38.10); os fiéis
eterno” e “julgamento final” (Mt 23.33;
seriam resgatados desse lugar (Sl 16.9-11;
25.41,46) que faz jus ao termo Inferno.
49.15); os ímpios não seriam resgatados
de lá (Jó 21.13; 24.19; Sl 9 -17; 55-15)- No
AT, o ensino sobre 0 destino das pessoas III - A DOUTRINA BÍBLICA DO
se concentrava mais para 0 lugar onde INFERNO
os corpos das pessoas iam, não para 0 1 . 0 conceito bíblico de Inferno. À luz
destino da alma após a morte. Não há, de Mateus 25.41, 0 Inferno é um lugar
portanto, um texto claro no AT a respeito real. O Deus justo e bom jamais faria
da divisão do Sheol entre um lugar de um lugar como esse para 0 ser humano
castigo e outro de bênçãos. Assim , 0 criado à sua imagem e semelhança (Gn
Antigo Testamento aponta para 0 Novo. 1.26), mas, sim, para 0 Diabo e seus anjos
Neste Testamento a doutrina do destino que se rebelaram contra Ele (2 Pe 2.4; Jd
eterno das pessoas após a morte é bem 12.6; Ap 12.7). Entretanto, quando 0 ser
clara. Contudo, de modo geral, a palavra humano despreza a Deus e sua Palavra,
hebraica Sheol também é descrita como colocando-se sob 0 governo do deus deste
lugar de castigo (Jó 24.19). século, 0 Diabo, será também sentenciado
2. No Novo Testamento. Três palavras e destinado ao mesmo lugar que Satanás
gregas que aparecem no Novo Testa­ e seus demônios foram (2 Co 4. 4).

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


54 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO
2 .0 que ensina a doutrina? A realidade no Lago de Fogo, 0 Inferno, logo após 0
do Inferno é um ensino integralmente julgamento do Grande Trono Branco (Ap
bíblico (Mt 10.28; 23.33; Mc 9 -43; Lc 12.5), 20.11-15). Contudo, precisamos observar
descrito como um lugar de tristeza, vergo­ algo importante. A ida do ser humano para
nha, dor e extrema agonia. Isso porque o 0 Inferno não é uma iniciativa primária
ser humano irá para 0 Inferno de maneira de Deus, mas um fruto da escolha do ser
integral: corpo e alma. Assim, de acordo humano em viver deliberadamente em
com 0 vasto ensino do Novo Testamento, rebelião contra 0 Altíssimo. O ensino bí­
todas as pessoas que desprezam Jesus blico é claro e simples: os que rejeitaram
como Senhor e Salvador de suas vidas a Cristo receberão 0 castigo eterno (Mt
passarão a eternidade totalmente se­ 25.46); os que escolheram a Cristo rece­
paradas de Deus, na presença do Diabo berão a vida eterna (Jo 5.26). Portanto, a
e seus demônios (Mt 25.41). escolha de ir para 0 Céu ou para 0 Inferno,
3 . 0 castigo será eterno. Diversas pas­ se passará a eternidade com Cristo ou sem
sagens do Novo Testamento denotam a Ele, é pessoal.
realidade do Inferno como lugar de castigo
eterno: fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc CONCLUSÃO
9.43,48); fornalha acesa (Mt 13.42,50); À luz da Bíblia, a possibilidade de
trevas (Mt 8.12; 22.13); fogo eterno (Mt passar a eternidade num contexto de dor e
25.41); Lago de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15). sofrimento é real. Por isso, essa realidade
Então, o castigo eterno se configura como deve valorizar mais a tão grande salvação
uma penalidade aos que se rebelaram que Deus providenciou para as nossas
contra Deus e sua Palavra. Por isso, esse vidas e, por isso, devemos estar firmados
castigo tem relação direta com o pecado. em Jesus durante a nossa jornada de fé,
Todos os pecadores que não se arrepen­ pois sem Cristo, 0 ser humano passará
deram de seus pecados serão lançados a eternidade longe de Deus.

REVISANDO O CONTEÚDO

l. Explique pelo m enos um argum ento apresentado na lição que nega 0


ensino bíblico sobre o Inferno.

2. O que os falsos ensinadores afirm am ao distorcerem as verdades do


cristianism o bíblico?

3. Qual palavra do Novo Testam ento traz 0 sim bolism o de “ castigo


eterno” , “ fogo eterno” e “ julgam ento fin a l”?

4. Cite ao m enos três expressões que descrevem 0 Inferno.

5. De quem é a iniciativa prim ária do destino do ser hum ano ao Inferno?

ABRIL ■ MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 55


A BENDITA ESPERANÇA
A M ARCA DO CRISTÃO

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“Aguardando a bem - A esperança cristã é a âncora
aventurada esperança e o que mantém a alma do crente
aparecimento da glória do firm e diante dos dissabores em
grande Deus e nosso Senhor nossa jornada de fé.
Jesus Cristo.” (Tt 2.13)
V_____________________________

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 8.24,25 Quinta - Rm 8.18


A esperança é uma expectativa ao O que nos aguarda é maior que as
que não se vê aflições atuais
Terça - l Pe 1.23 Sexta - At 27.29; Hb 6.18,19
A esperança cristã é uma A esperança cristã como âncora da
consequência do Novo Nascimento
alma
Quarta - Gn 3.15; Ap 12.9
A esperança como fio condutor das Sábado - 1 Jo 3.2,3
Escrituras A esperança de sermos como Jesus é

56 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rom anos 8 .18 -2 5


18 - Porque para mim tenho por certo 22 - Porque sabemos que toda a criação
que as aflições deste tempo presente geme e está juntamente com dores de
não são para comparar com a glória que parto até agora.
em nós há de ser revelada. 2 3 - E não só ela, mas nós mesmos, que
19 - Porque a ardente expectação da temos as primícias do Espírito, também
criatura espera a manifestação dos filhos gememos em nós mesmos, esperando
de Deus. a adoção, a saber, a redenção do nosso
20 - Porque a criação ficou sujeita à corpo.
vaidade, não por sua vontade, mas por 24 - Porque, em esperança, somos salvos.
causa do que a sujeitou, Ora, a esperança que se vê não é espe­
21 - na esperança de que também a mes­ rança; porque 0 que alguém vê, como o
ma criatura será libertada da servidão da esperará?
corrupção, para a liberdade da glória dos 25 - Mas, se esperamos 0 que não vemos,
filhos de Deus. com paciência 0 esperamos.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO cida por meio de Cristo, a “esperança da


Desde quando 0 crente nasce de novo, glória” e a “ esperança nossa” (Cl 1.27;
ele é convocado a viver uma vida de espe­ 1 Tm 1.1). Portanto, do ponto de vista
rança. Nesse sentido, a esperança cristã bíblico, podemos dizer que a esperança
tem 0 seu fundamento na ressurreição é “ a confiança no cumprimento de uma
do Senhor Jesus (1 Pe 1.3,21). É uma obra grande expectativa”.
poderosa de Deus que move a Igreja de 2. A esperança nas cartas do apóstolo
Cristo a trabalhar pela causa do seu Paulo. O assunto da esperança cristã está
reino. Assim, a lição desta semana tem o bem presente nas cartas apostólicas de
propósito de expor 0 ensino da esperança Paulo. Nelas, percebemos a esperança
cristã e o quanto ele é importante em na ressurreição dos mortos em Cristo
nossa jornada para o céu. (At 23.6; 1 Ts 4.13,14); a esperança do
cumprimento da promessa (At 26.6,7);
I - PARA ONDE APONTA A a esperança da justiça (G1 5.5); a espe­
ESPERANÇA DO CRISTÃO? rança do Evangelho (Cl 1.5); a esperança
1. A esperança cristã. De acordo com do arrebatamento da Igreja (1 Ts 5.8);
0 Novo Testamento, a “esperança” é uma a esperança da vocação (Ef 1.18); a es­
expectativa favorável e confiante que se perança da vida eterna (Tt 1.2; 3.7); e,
fundamenta ao que não se vê, ao futuro finalmente, a esperança do aparecimento
(Rm 8.24,25). Nesse caso, ela pode ante­ da glória de Deus e do Senhor Jesus Cristo
cipar aquilo que é bom (Tt 1.2; 1 Pe 1.21). (Tt 2.13). Na Primeira Carta de Paulo aos
Não por acaso, o apóstolo Paulo escreve Coríntios, a esperança aparece como a se­
que a esperança do cristão foi estabele­ gunda virtude mencionada ali (1 Co 13.13).

ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 57


3. Deus: o autor da nossa esperança. (Rm 15.4). Nesse aspecto, 0 que a Palavra
Essa esperança é uma consequência do de Deus diz a respeito do que nos aguarda
Novo Nascimento em Cristo Jesus, de na eternidade com Cristo é glorioso e in­
modo que esse processo envolve uma obra comparável, em que as aflições do tempo
plenamente sobrenatural, espiritual (l Pe presente não podem ser comparadas com
1.23). Por isso, Deus é 0 autor da nossa es­ a glória a ser revelada em nós (Rm 8.18).
perança, conforme 0 apóstolo Paulo mostra Assim, a Bíblia é um livro de profecia
em sua carta (Rm 15.13). Logo, por meio que produz alegria e consolo ao coração
dessa viva esperança, estamos prontos do crente. Nela, encontramos um Deus
para suportar perseverantemente todos soberano, que governa as nossas vidas e
os dissabores ao longo da nossa jornada age em favor de seu povo.
ao Céu (Hb 10.32-36). Ora, a nossa fé tem 3. Por que uma doutrina da esperan­
sido provada pela história por meio das ça? A razão de termos uma doutrina da
perseguições cruéis e muitos outros desa­ esperança é porque confiamos na pro­
fios que sempre nos testaram. Entretanto, messa da ressureição dos que morreram
a Igreja de Cristo nunca sucumbiu a eles, em Cristo, da transformação dos que
sempre prosperou e floresceu por causa estiverem vivos por ocasião de sua volta
de uma esperança gloriosa que nunca (1 Ts 4.13-18). Trata-se de uma promessa
puderam tirar de nós, a confiança na vida gloriosa para reinar com Cristo. Como
eterna com Deus (At 20.24). ainda não alcançamos essa promessa,
vivem os na esperança de que breve­
II - A PERSPECTIVA ESCATO- mente tudo se cumpra, pois quem fez a
LÓGICA DA ESPERANÇA CRISTÃ promessa é fiel para cumprir (Hb 10.23).
1. A Bíblia focaliza 0 futuro. A história
da Criação se inicia com Deus. O primeiro III - A ESPERANÇA CRISTÃ
livro da Bíblia, Gênesis, nos revela isso. COMO ÂNCORA DA ALMA
Infelizmente, ao se desdobrar os aconte­ 1. N ossa esperan ça como âncora.
cimentos do início de Gênesis, o pecado Podemos descrever a âncora como uma
provocou desarmonia na Criação. Entre­ pesada peça de ferro presa a uma corrente
tanto, Deus age para que tudo volte a ser grossa e lançada ao fundo do mar com 0
perfeito, equilibrado e harmônico. Isso que propósito de manter um navio parado (At
0 apóstolo Paulo revela a partir da menção 27.29). O escritor aos Hebreus descreve a
que faz à abrangência cósmica da morte esperança cristã como uma “ âncora da
de Jesus Cristo (Ef 1.10). Essa promessa alma segura e firme” durante a jornada
originou no Éden, com o descendente com Cristo (Hb 6.18,19). Ela representa
da mulher, e se revela hoje por meio de tudo 0 que sustenta e estabiliza a alma
Cristo como fio condutor das Sagradas do crente em tempos de incertezas.
Escrituras (Gn 3.15; Ap 12.9). 2. Por que a esperança do crente é a
2. A esperança no porvir traz consolo melhor? Essa esperança que traz certeza
e alegria ao crente. A doutrina das últimas à alma do salvo não pode ser comparada
coisas, denominada de Escatologia, estuda com esperança dos ímpios. O apóstolo
as coisas futuras. Muitos vivem com medo Paulo afirm a que, sem Cristo, não há
do futuro, do que pode acontecer com eles, esperança para 0 ser humano (Ef 2.12).
mas os cristãos se consolam e se alegram Dessa forma, trata-se de uma esperança
no que a Bíblia diz a respeito do futuro vã. Por consequência, há diversas espe­

58 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


ranças presentes na cultura humana. Por ria de maneira iminente, isto é, poderia
exemplo, há religiões que expressam sua acontecer a qualquer momento (Mt 25.1-13).
esperança em uma história cíclica, como Semelhantemente, devemos estar em
no Hinduísmo, em que a vida é vista de prontidão, aguardando 0 dia em que o
acordo com o ciclo de nascimento, morte nosso Senhor arrebatará a sua Igreja. Não
e reencarnação; outros povos buscam sabemos o dia nem a hora que 0 Senhor
pautar a sua esperança em astrologia, virá, mas a nossa parte é manter a nossa
quirom ancia, dentre várias práticas esperança viva e firme (Lc 18.8).
pagãs que a Bíblia proíbe; na política,
muitos fundamentam suas esperanças CONCLUSÃO
em ações revolucionárias que não passam Lutas, dissabores, provações, morte,
de ilusão. Em síntese, podemos dizer que dentre outas coisas, 0 salvo em Cristo
toda esperança fora de Cristo é vazia, sem poderá enfrentar tudo isso firmado na
sentido; já a esperança em Cristo é segura, esperança verdadeira que é Cristo Jesus,
consoladora e com propósito (Cl 1.27). nosso Senhor. Assim , seguirem os a
3. Mantendo firm e a esperança. nossa
À jornada sem temor e sem per­
luz do Novo Testamento, afirmamos que der a fé. A história testemunhou que 0
a Segunda Vinda de Cristo é 0 grande Cristianismo cresceu e prosperou porque
motivo para 0 crente permanecer firme os cristãos entenderam que essa vida é
e manter sua esperança, de modo que provisória, sendo apenas uma parte de
isso requer uma vida de pureza para um todo muito maior: a eternidade com
desfrutar da promessa de ser como Jesus Cristo. Portanto, mantenhamos firme
é (l Jo 3-2 ,3)- Naqueles dias, os discípulos a confissão da nossa esperança, pois o
de Cristo entendiam que a sua vinda se­ que prometeu é fiel (Hb 10.23).

REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, e do ponto de vista bíblico, 0 que é esperança?

2. Diante da viva esperança, para que estam os prontos?

3. Que tipo de livro a Bíblia é?

4- Por que tem os um a doutrina da esperança?

5 -À luz do Novo Testam ento, 0 que podem os afirm ar quanto à esperança


cristã?

VOCABULÁRIO
Cósmica: esfera que representa 0 planeta Terra; 0 globo terrestre; 0 mundo.

ABRIL - M AIO - JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 59


-
r

TEXTO ÁUREO VERDADE PRÁTICA


“Mas a nossa cidade está A cidade celestial é 0 alvo
nos céus, donde também de toda a nossa jornada que
esperamos o Salvador, o iniciou com 0 Novo Nascimento
Senhor Jesus Cristo.” e se consumará com a entrada
(Fp 3.20) pelos portões celestiais.

\ __________________________ ______________________________ _ _ y

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 23.46; 2 Co 12.2-4 Quinta - Jo 4.10


0 Paraíso como a habitação de 0 rio da água da vida fluirá
Deus, dos anjos e dos salvos abundantemente
Terça - Ap 3.12 Sexta - Fp 3.20
A Nova Jerusalém, a cidade que A nossa verdadeira morada está
descerá do Céu nos Céus
Quarta - Cl 1.20 Sábado - 2 Co 5 8; Fp 1.21,23
A reconciliação de tudo 0 que está A esperança sincera de todo cristão
na Terra e no Céu peregrino

60 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 2 1.9 - 14 ; 2 2 .1- 5

Apocalipse 21 14 - E o muro da cidade tinha doze


9 - £ veio um dos sete anjos que tinham fundamentos e, neles, os nomes dos doze
as sete taças cheias das últimas sete apóstolos do Cordeiro.
pragas e falou comigo, dizendo: Vem,
m ostrar-te-ei a esposa, a mulher do Apocalipse 22
Cordeiro. 1 - £ mostrou-me 0 rio puro da água da
10 - E levou-me em espírito a um grande vida, claro como cristal, que procedia do
e alto monte e mostrou-me a grande trono de Deus e do Cordeiro.
cidade, a santa Jerusalém, que de Deus 2 - No meio da sua praça e de uma e
descia do céu. da outra banda do rio, estava a árvore
1 1 - E tinha a glória de Deus. A sua luz era da vida, que produz doze frutos, dando
semelhante a uma pedra preciosíssima, seu fruto de mês em mês, e as folhas da
como a pedra de jaspe, como 0 cristal árvore são para a saúde das nações.
resplandecente. 3 - E ali nunca mais haverá maldição con­
12 - E tinha um grande e alto muro com tra alguém; e nela estará 0 trono de Deus
doze portas, e, nas portas, doze anjos, e e do Cordeiro, e os seus servos 0 servirão.
nomes escritos sobre elas, que são os no­ 4 - £ verão 0 seu rosto, e na sua testa es­
mes das doze tribos de Israel. tará 0 seu nome.
13 - Da banda do levante, tinha três 5 - £ ali não haverá mais noite, e não
portas; da banda do norte, três portas; necessitarão de lâmpada nem de luz do
da banda do sul, três portas; da banda sol, porque 0 Senhor Deus os alumia, e
do poente, três portas. reinarão para todo 0 sempre.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO I - O PARAÍSO ETERNO


Os cristãos que têm conhecimento 1. O que é o P araíso ? A p rim eira
das Sagradas Escrituras sabem que não definição que podemos mencionar de
foram destinados para viver apenas paraíso é o Céu como morada de Deus,
neste mundo. Aqui, somos peregrinos dos anjos e dos salvos (2 Co 12.2-4 ).
e forasteiros (l Pe 2.11). Brevemente os Quando estava na cruz, nosso Senhor fez
portões celestiais se abrirão e partire­ uma promessa ao ladrão arrependido:
mos para viver eternamente com 0 Pai, “ Em verdade te digo que hoje estarás
em nossa pátria celestial (Fp 3.20). Por comigo no P araíso” (Lc 23.43). Essa
isso, estudaremos a respeito do Paraíso promessa foi prontamente cumprida,
Eterno, a Cidade Celestial, o Eterno Es­ pois, quando por ocasião de sua morte,
tado em que desfrutaremos da presença o corpo do Senhor Jesus foi para a se­
de Deus e como as Escrituras ensinam pultura, mas seu espírito para 0 Pai, ou
como será a nossa glorificação final. seja, para 0 Céu, 0 lugar de habitação de
Aqui, se encontra 0 que nos aguarda ao Deus (Lc 23.46). Não há como mensurar
final de nossa Jornada Cristã. tamanha alegria do ladrão ao ouvir de

ABRIL • MAIO • JUNHO 2 0 2 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 6l


Jesus a promessa de um encontro no II - O ETERNO E PERFEITO
Paraíso. Este lugar é a expressão de toda ESTADO
soma das bem-aventuranças em Cristo. 1.0 estado perfeito à luz da doutrina
O apóstolo Paulo foi arrebatado e levado bíblica. De Gênesis a Apocalipse, há um
ao Paraíso (2 Co 12.4), que é 0 mesmo propósito divino na consumação dos
lugar que aparece em Apocalipse 2.7. séculos, onde tudo ocorrerá por ocasião
2. 0 da Segunda Vinda de Cristo Jesus, após 0
que é a Cidade Eterna? Depois do
julgamento final, após 0 Milênio (Ap 20), Milênio, em que serão estabelecidos um
e a purificação da Terra por meio de fogo Novo Céu e uma Nova Terra (Ap 21.1).
(2 Pe 3.10), surgirá a Nova Jerusalém, que Nesse tempo, 0 propósito original de
figura como a Cidade Eterna de Deus (Ap Deus se cumprirá e toda Terra se en­
3.12; 21; 22). Quando esteve neste mundo, cherá de sua glória. Conforme 0 apóstolo
0 Senhor Jesus assegurou que prepararia Paulo escreveu, haverá reconciliação
um lugar para os santos (Jo 14.2,3). geral de todas as coisas, em que Céu
A Nova Jerusalém, criada por ocasião e Terra serão a mesma grei (Cl 1.20).
da purificação ocorrida na Terra (2 Pe Por isso, 0 perfeito e eterno estado é
3.10), tem sua origem no Céu, e será descrito na Bíblia como um lugar belo,
também terrena, visto que substituirá a de santidade e perfeição, pois a antiga
antiga cidade que estava contaminada; ordem, em que im perava a natureza
ela descerá diretamente dos Céus (Ap do pecado, foi abolida e deu lugar a um
21.1-3). Nessa ocasião, os salvos serão lugar santo, puro e perfeito.
cidadãos dessa cidade, desfrutarão das 2. O estado perfeito à luz de Apo­
bênçãos eternas e a habitarão com seus calipse 2 2 .1-5 . O livro do Apocalipse
corpos transformados em um estado traz alguns símbolos que descrevem
glorioso (1C0 15.54). de maneira mais vivida o divino estado
3. Quando a eternidade começará? Deperfeito de todas as coisas. São símbolos
acordo com 0 estudo atento de Apocalip­ que comunicam a singularidade desse
se, depois do Arrebatamento da Igreja, novo estado: a) um rio; b) a árvore; c)
ocorrerá a Grande Tribulação por um a ausência de males; d) a presença de
período de sete anos, em seguida nosso Deus.
Senhor retornará gloriosa e triunfante­ a) A vida eterna descrita como um rio.
mente por ocasião de sua Segunda Vinda O apóstolo João descreve essa eterni­
e implantará 0 Reino Milenial. Depois dade como um rio da vida que brota
do Milênio, entraremos no glorioso Es­ do trono de Deus e do Cordeiro (Ap
tado Eterno (Ap 21; 22). Aqui, devemos 22.1). Aqui, está presente o aspecto
cuidar para não confundir 0 Milênio simbólico do rio como símbolo de vida
com 0 Estado Eterno. Este caracteriza que em diversas vezes 0 Senhor Jesus
a eternidade sem fim em que passa­ mencionou como água da vida (Jo 4.10;
remos com Deus; aquele é um período cf. Sl 46.4; Ez 47.1-12).
em que Jesus reinará por mil anos na b) A vida eterna descrita como árvore.
Terra e, ao final desse período, pessoas A árvore da vida remonta ao livro de
serão julgadas diante do Trono Branco, G ênesis (Ap 22.2; cf. Gn 2 .9 ; 3-22).
0 Juízo Final (Ap 20.11-15). Aguardemos Seus 12 frutos, de mês em mês, e suas
piedosamente o Reino Eterno, 0 Novo folhas simbolizam a vida que triunfou
Céu, a Nova Terra e a Nova Jerusalém! sobre as enfermidades e a morte. Não

62 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • MAIO • JUNHO 202Z,


haverá mais dores nem doenças, pois levam os nomes dos 12 apóstolos está
no divino estado eterno, a morte não evidente que se trata de pessoas ori­
prevalecerá mais. ginárias de todas as eras (Ap 21.9-14).
c) A vida eterna sem males. Não haveráAs pessoas tanto de Israel quanto da
mais “ maldição contra alguém” (Ap 22.3). Igreja serão reunidas, formando um só
O problema do coração do ser humano Corpo de Cristo, cumprindo-se plena­
será para sempre resolvido, pois o mal mente dessa forma o que está escrito
será plenamente erradicado. Ali, 0 trono em Gálatas: “ nisto não há judeu nem
de Deus e do Cordeiro estarão centrali­ grego” (G1 3.28). Viveremos na Nova
zados no coração do ser humano. Cidade sem qualquer tipo de segre­
d) A vida eterna na presença de Deus. gação, discrim inação e diferença de
Contemplaremos a Deus face a face (1 classes, pois seremos um só povo em
Co 13.12), e sua presença será a nossa Cristo Jesus.
luz para sempre (Ap 22.4). Que alegria 3. Finalmente em casa. Sabemos que
indizível! Prestaremos culto olhando nossa morada final não é aqui neste
diretamente para Ele. Sua presença glo­ mundo, nem na sepultura, prova disso é
riosa fará com que não haja mais noite, que somos denominados de peregrinos
não havendo mais qualquer escuridão, e estrangeiros nesta Terra (Hb 11.13).
e para sempre reinaremos com Ele. O apóstolo Paulo nos lembra de que a
nossa cidade está nos Céus (Fp 3.20). Os
III - O ESTADO FINAL DE cristãos que verdadeiramente mantêm
TODOS OS SANTOS comunhão com Cristo e sua Palavra
1. O que todo c ren te sa lv o deve cultivam em seu coração 0 desejo de ir
esperar? Os santos de Deus, tanto do para a casa, como anelava o apóstolo
Antigo quanto do Novo Testamento, dos gentios (2 Co 5.8; Fp 1.21,23). Essa
nunca viveram nesta Terra com a ideia é a nossa grande recompensa de quan­
de perm anecer nela eternam ente. O do findarmos, aqui na Terra, a nossa
p a tria rca Abraão v iv ia nela com a jornada. Essa é a bendita esperança de
esperança da Cidade C elestial, cujo todo cristão sincero que deseja morar
construtor é Deus (Hb 11.9,10; G1 4.26; no Céu.
Hb 11.16). Moisés passou por ela com
essa mesma intenção, deixou 0 Egito CONCLUSÃO
e sua glória porque tinha consciência O Céu é 0 destino final de uma jor­
de algo melhor, a recompensa gloriosa nada que se iniciou com 0 Novo Nasci­
(Hb 11.24-27). Por isso, 0 cristão que mento. Do início da jornada até 0 final,
vive neste mundo sabe que, aqui, ele enfrentaremos inimigos que intentam
é peregrino nesta jornada, pois está nos desviar da rota para 0 Céu. Por
con scien te de que o seu lar, a sua isso, durante a travessia da jornada, é
verdadeira cidade, é a celestial de onde necessário toda vigilância e zelo, sa­
0 nosso grande e m aravilhoso Deus bendo que aquEle que começou a boa
habita (Ap 21.3,22; 22.3). obra a aperfeiçoará até 0 dia do nosso
2. Viveremos todos em unidade. Ao Senhor Jesus Cristo (Fp 1.6). Portanto,
se fazer menção dos inscritos nas 12 coloquemos nossos olhos no Autor e
portas da cidade, onde estão os nomes Consumador da nossa fé, olhando para
das 12 tribos de Israel, e dos alicerces frente, pois a Canaã Celestial é logo ali.

ABRIL • M AIO ■ JUNHO 2024 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO 63


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como podemos definir o Paraíso?

2. De onde virá a Nova Jerusalém ?

3. De acordo com a lição, como 0 perfeito e eterno estado é descrito na Bíblia?

4. Quais os sím bolos apresentados no livro de Apocalipse que descre­


vem 0 divino estado perfeito de todas as coisas?

5. O que os cristãos sinceros devem cultivar em seu coração?

LEITU RAS PARA APROFUNDAR

9An tomo
Gilberto
D aniel &
Apocalipse

Escatologia Pentecostal Daniel e Apocalipse


Por meio de relatos cronológicos Uma análise segura sobre os principais
extraídos da análise interpretativa assuntos de cada capítulo destes dois
da teologia pentecostal, com base livros proféticos e escatológicos das
na revelação gradual das Escrituras Escrituras Sagradas.
proféticas da Bíblia Sagrada, este livro
sucinto e direto ao ponto, apresenta
todo o desencadeamento escatológico.

6 4 LIÇÕES BÍBLICAS • ALUNO ABRIL • M AIO • JUNHO 2 0 2 4


DO QUE O
MUNDO TEM
TE CHAMADO?
O apelido diz muito sobre quem som os e com o as pessoas nos veem.
O nome que eles nos chamam diz com o som os percebidos e essa per­
cepção pode ser muito reveladora.

Jesus era chamado de muito nomes. Tudo o que Ele fez foi amar e ajudar as
pessoas, mas também teve aqueles que só queriam vê-lo cair. Muitos dos
líderes religiosos da época tinham inveja do sucesso de Jesus e temiam que
Ele fosse levar rebeldia à população. No desejo de desacreditá-lo aos olhos
do público, diziam todo tipo de atrocidade sobre Ele. Denunciaram-no às
autoridades romanas com o desordeiro e uma ameaça à paz pública.

O Filho de Deus não merecia tamanho ódio, mas um dos apelidos que lhe colo­
caram era verdadeiro: “amigo de pecadores”. Para Jesus, esse título não era
uma vergonha, mas um sinal do seu sucesso, era a definição da sua missão.

CPAD
COMO PAULO PASSOU
A ENTENDER A PESSOA DE JESUS
COMO ÚNICO SENHOR?

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