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LIÇÃO 01: A BÍBLIA – FONTE DE DOUTRINA

TEXTO PRINCIPAL

“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para


redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.” (2 Tm 3.16)

RESUMO DA LIÇÃO

A Bíblia é a única fonte genuína de doutrina para o cristão.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 APRESENTAR a origem da Bíblia;


 EXPLICAR a inspiração das Escrituras;
 DESTACAR a Bíblia como fonte de doutrina.

TEXTO BÍBLICO
2 Timóteo 3.14-17
14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que fostes
inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 E que, desde a tua meninice, sabe as sagradas letras, que podem
fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 Para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído
para toda boa obra.

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos a respeito do “Valor da Doutrina”. Este é


um tema de fundamental importância para o cristão, individualmente e
para a igreja. Quanto ao foco da primeira lição, abordaremos a Bíblia
como fonte segura da doutrina. Certamente você concorda que a Bíblia
é indispensável para uma vida cristã frutífera, saudável. Mas você sabe
qual é a sua origem e natureza? Nesta primeira lição, vamos responder
essas questões, discorrendo a respeito da origem da Bíblia, a sua
inspiração divina e a sua elevada e inestimável importância.

I – A ORIGEM DA BÍBLIA

1- Definição do termo. As Escrituras Sagradas são uma confirmação


de que Deus deseja ser conhecido pelos seres humanos, por isso a
revelação de si mesmo foi preservada de forma escrita em um livro
chamado Bíblia Sagrada. Qual o significado da palavra Bíblia? Como se
deu o seu desenvolvimento dentro da história? O vocábulo Bíblia tem
origem na expressão grega biblos (Mt 1.1), que significa “um livro”, ou
ainda, da forma diminutiva “biblion” (Lc 4.17) que significa “pequeno
livro”. O termo Bíblia relaciona-se com biblos, de onde vem o nome dado
à parte interna do papiro, material usado na antiguidade para escrever
os livros. A Bíblia é também chamada de: Escritura (Mc 12.10; 15.28);
Santas Escrituras (Rm 1.2) e Sagradas Letras (2 Tm 3.15).

2- A origem literária da Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus aos


homens e, como literatura, é um livro antigo. Seu formato original era a
de um rolo (Jr 36.2) (2 Tm 4.13). Inicialmente, a Bíblia não foi formada
de um livro só, mas cada livro compunha um rolo individual. A invenção
do papel no século II pelos chineses e o desenvolvimento da imprensa,
por Johannes Gutenberg, contribuíram com a junção de seus livros. A
Bíblia tem 66 livros que foram escritos por 40 homens de lugares e
culturas diferentes. Originalmente foi escrita em dois idiomas (hebraico e
grego) e um dialeto (aramaico), dentro de mais de 1600 anos, com os
mais variados temas, com uma unidade admirável e inigualável. O
centro de sua mensagem não é o homem (antropológico), mas Deus
(teocêntrico), abordando o criacionismo (Deus é o Criador de todas as
coisas), a teologia (ênfase no conhecimento a respeito de Deus e a sua
relação com o mundo), a antropologia (exposição sobre o lugar do
homem no plano de Deus), culminando na soteriologia e na escatologia
(a doutrina da salvação e das últimas coisas, respectivamente).

3- A origem da Bíblia Sagrada. A Bíblia é um livro sagrado e a


expressão dada a isso é “cânon sagrado”. A palavra “cânon” é de
origem cristã e vem do grego kanon e provavelmente do hebraico
“kaneh”, que quer dizer “junco”, “cana” ou “vara de medir”, com
referência a uma regra ou uma norma a seguir. O cânon bíblico é uma
referência aos livros considerados como Palavra de Deus, servindo
como regra de fé e prática (Gl 6.16). A canonização dos livros da Bíblia
foi feita por concílios eclesiásticos nos quais os livros eram considerados
úteis para a fé e a adoração cristã. O Antigo Testamento foi aceito como
sagrado pelos judeus e, nos dias de Jesus, a sua composição já existia.
Quanto ao Novo Testamento, a autoridade de seus livros se confirmou
pelos seguintes critérios:
a) deveriam ter sido escritos por um dos apóstolos ou por alguém bem
próximo a eles;
b) o conteúdo deveria ser coerente com os ensinos da igreja e os
demais livros sagrados e
c) deveriam ser conhecidos e reconhecidos na igreja. Os concílios não
concederam autoridade divina às Escrituras, apenas a reconheceu.

PENSE! Qual a importância de se conhecer a origem da Bíblia?


PONTO IMPORTANTE! O desenvolvimento histórico da Bíblia atesta
ser ela a Palavra de Deus.

II – A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS

1- Uma breve definição. Termos como inspiração, iluminação,


aplicação, convicção e testemunho compõem a discussão acerca da
fonte das Escrituras. A expressão “inspiração” é a que coordena o
funcionamento das demais, pois atesta a origem da Bíblia, reafirmando
assim a sua autoridade final. Do latim inspiratio, que advém do verbo
inspirare, inspiração quer dizer “soprar em”, ou ainda, “insuflar”. Ao
afirmar que a Escritura é “divinamente inspirada”, o apóstolo Paulo está
afirmando que ela foi idealizada e supervisionada pelo Espírito Santo (2
Tm 3.16), motivo pelo qual ela é “digna de toda aceitação” (1 Tm 1.15).
Portanto, uma vez que o Espírito Santo é que inspirou a Bíblia, é Ele
quem também ilumina o homem para que possa entendê-la, além de
operar os seus resultados exclusivos, atestando ser ela a verdade
eterna de Deus.

2- A revelação especial da Bíblia. Inicialmente veremos duas questões


a serem consideradas: “Por que Deus usou homens como autores de
sua Palavra?” e “Como aceitar a Bíblia como Palavra de Deus se ela foi
escrita por homens?” Deus, inicialmente, se revelou ao homem por meio
de sua criação (Sl 19.1- 6; Rm 1.18-20). Ele também se revelou pela
Bíblia, e por intermédio de Jesus Cristo, “a quem constituiu herdeiro de
tudo” (Hb 1.1-3), o qual denominamos Revelação Especial. Portanto, a
escolha de homens como autores da Bíblia é justificada pela estratégia
divina em dar-se a conhecer à humanidade. Nota-se que, tanto no
Antigo quanto no Novo Testamento, Deus se comunicou oralmente com
o homem (Gn 1.28-30), e depois incumbiu pessoas a fazer o registro,
em sua Palavra (Êx 17.14). Os homens que escreveram a Bíblia foram
chamados por Deus para tal tarefa, servindo-lhes como instrumento
divino (2 Pe 1.21). O “canal” usado foi o humano, mas a autoridade é
divina, o que faz da Bíblia a Palavra de Deus para os homens de todos
os tempos.

3- A natureza divina da Bíblia. Como confirmar a natureza divina da


Bíblia? Há meios pelos quais a fonte divina da Bíblia pode ser
constatada e aceita, tais como:
a) sua unidade;
b) sua mensagem sem igual;
c) o cumprimento de suas profecias e
d) o seu testemunho próprio.

Mesmo tendo sido escrita por diferentes pessoas, nas mais variadas
condições e em diferentes épocas, a unidade doutrinária e estrutural
da Bíblia indica a inquestionável e necessária presença de um
idealizador soberano, que conduziu a sua composição e estruturação. A
mensagem das Escrituras também faz dela um livro divino, pois reafirma
a perfeição de Deus, o estado de Queda do homem e os seus efeitos, o
amor de Deus revelado em Cristo, bem como o chamado ao homem
para a redenção e para a esperança de vida eterna. A Bíblia contém
profecias, das quais muitas já se cumpriram, outras estão em franco
cumprimento e outras que ainda se cumprirão, e somente Deus é capaz
de anunciar antecipadamente e, com precisão, a sua vontade. A própria
Bíblia dá testemunho de sua natureza divina (2 Sm 23.1,2; 2 Tm 3.16; 2
Pe 1.20,21). Os testemunhos da arqueologia, da própria Bíblia e das
muitas vidas transformadas pela Palavra de Deus, de forma conjunta,
também confirmam a natureza divina da Bíblia.

PENSE! Por que a Bíblia é um livro divino?

PONTO IMPORTANTE! A Bíblia é um livro divino, pois o Espírito Santo


é a sua fonte.

III – A BÍBLIA COMO FONTE DA DOUTRINA

1- Definição do termo. O significado do termo “doutrina” é amplo. A


este respeito, o Dicionário Teológico editado pela CPAD afirma: “[Do lat.
Doctrina, do verbo docio, ensinar, instruir, educar.] Conjunto de
princípios que formam a base de um sistema religioso”. Já em uma
análise mais específica, a referida obra dá a seguinte explicação: “A
doutrina cristã acha-se baseada na Bíblia Sagrada – nossa única regra
de fé e prática. Ela pode vir expressa em forma de credos, declarações
de fé ou dogmáticas”. A doutrina também pode ser entendida como
ensinamento. Portanto, doutrinar é ensinar com base em um conjunto de
crenças pertencente a uma pessoa, individualmente, mas principalmente
a um determinado grupo religioso, coletivamente. Quanto ao uso do
termo “doutrina” nesta lição, e em todas as demais deste trimestre,
relaciona-se com as bases da fé cristã, conforme expostas e ensinadas
nas Escrituras Sagradas.

2- A importância da doutrina bíblica. A sua estima se confirma de


muitas formas, principalmente se considerada a sua missão de apontar
o caminho a ser seguido pela Igreja, isto é, para onde ela deve ir, mas
também de protegê-la dos ataques externos, e, nesse caso, advertindo-
a sobre o que não fazer como método de manutenção de sua saúde
espiritual. Historicamente, as doutrinas bíblicas surgiram e se
consolidaram como respostas às ameaças e defesa aos ataques à
unidade da fé da Igreja. Nesse ponto, a doutrina se reafirma como
indispensável à vida da igreja, pois ela cumpre uma função delimitadora,
mantendo assim a sua integridade. Uma igreja sem as doutrinas bíblicas
pode ser comparada a uma casa sem portas, cuja característica é a
ausência de limites e a presença marcante e desastrosa da desordem. A
doutrina bíblica lança luz na trajetória da igreja e fecha as portas para as
ameaças externas.

3- Bíblia, verdadeira fonte doutrinária. A esta altura deve estar claro


que a Bíblia é o instrumento de comunicação de Deus com o homem,
que se dá em duas dimensões: com o homem, em geral, e com a Igreja,
em particular. Note que a ordem de Jesus é para que o Evangelho seja
pregado a todo o mundo (Mc 16.15), assim como Paulo afirmou que
compartilharia o mesmo Evangelho com os irmãos que estavam
em Roma (Rm 1.15). Obedecendo os respectivos propósitos, o
Evangelho a ser pregado ao pecador é o mesmo a ser ensinado à
Igreja, cuja fonte é uma só, a Palavra de Deus, isto é, a Bíblia.
Considerando que, conforme já visto, doutrina é ensinamento, as
palavras de Paulo confirmam que a Bíblia é a fonte de toda doutrina
cristã: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16).

PENSE! Qual a relação entre a Bíblia e a doutrina?


PONTO IMPORTANTE! A Bíblia é a fonte de toda a doutrina cristã.

CONCLUSÃO

Nesta lição reafirmamos o lugar da Bíblia como fonte genuína da


doutrina cristã. Vimos que ela é a inspirada Palavra de Deus, cujo
desenvolvimento histórico e estrutural comprova que, não obstante
tenha sido escrita por homens falíveis, Deus é a sua fonte; o que faz
dela o Livro dos livros, pois é o instrumento infalível e inerrante de
comunicação da mensagem de Deus aos seres humanos.

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