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O Culto Bíblico

“... O modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado
pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções
dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer
outro modo não prescrito nas Santas Escrituras” (CFW 21.1).

“Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás”. (Dt. 12:32)
“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os
mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando”. (Dt. 4:2)

“Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às
suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso”. (Pv. 30:6)

“E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”. (Mt. 15:9)

“Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes
fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém
tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore
da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”. (Ap. 22:18 e19).

Segundo A.A. Hodge Deus “em sua Palavra nos prescreveu o modo de cultuá-lo
aceitavelmente; e que se nos constitui uma ofensa dirigida a ele, e mesmo grave pecado,
negligenciar cultuá-lo e servi-lo da forma prescrita, ou tentar servi-lo de alguma outra forma
não prescrita” (pg. 368).
E, ainda segundo A. A. Hodge, “visto que Deus prescreveu o modo como devemos
aceitavelmente adorá-lo e servi-lo, é uma ofensa e um pecdo contra ele que negligenciemos
seu método ou, em preferência, pratiquemos o nosso próprio” (pg. 369).

Em artigo publicado pela Revista Os Puritanos (ANO V – N° 7 – Novembro/Dezembro –


1997) o autor Patch Blakey elucida que “acrescentar qualquer coisa ao que Deus já disse é
negar a auto-suficiência da Bíblia (e assim dizer que Deus é mentiroso) e exaltar a vã
imaginação humana a um nível divino, contrário às Escrituras (Is. 55:8,9)”.

Até aqui constatamos que devemos fazer somente o que as Escrituras nos dizem para fazer.
Temos diversos exemplos bíblicos de pessoas que resolveram fazer o que não estava ordenado
e que desagradaram a Deus. A explanação feita pelo autor Brian Schwertley, no artigo
denominado de “O Princípio Regulador do Culto”, é bem proveitosa, por isso vou transcrever
parte deste artigo.

“Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, são exemplo de pessoas que serviam a Deus e que
resolveram oferecer a Deus o que não tinha sido requerido por Ele. Eles tomaram cada um o
seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram “fogo
estranho” perante o Senhor, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor e
os consumiu; e morreram perante o Senhor (Lv 10.1,2).
Qual foi o pecado deles? Seu pecado foi o oferecimento de fogo estranho, portanto o texto diz
que eles ofereceram fogo estranho, o que Deus não lhes ordenara. Contudo, onde Deus o
proibira? Onde encontramos que Deus lhes proibiu o oferecimento de fogo estranho, ou a
designação do oferecimento de apenas um tipo de fogo? Não existe texto na Escritura que se
possa achar, do começo de Gênesis até esse ponto, onde Deus tenha dito terminantemente, de
maneira expressa: Oferecerás apenas um tipo de fogo. No entanto, aqui, eles foram
consumidos por Deus com fogo, por terem oferecido ‘fogo estranho’”.

Davi e Uzá também são exemplos de que não se deve incluir no culto aquilo que Deus não
requer de nós. Em 2 Samuel 6, versículos 3 a 7, narra a condução da arca de Deus para
Jerusalém. Brian Schwertley escreve que:
“Davi e os homens envolvidos no transporte da arca eram inquestionavelmente sinceros no
desejo de agradar a Deus com o intuito de levar a arca a Jerusalém. Todavia, o resultado
desse esforço sincero foi o juízo divino: Uzá tentou evitar a queda da arca com sua mão por
amar a Deus e se preocupar com sua arca. Porém, a despeito de toda a sua sinceridade e
boas intenções, acendeu-se a ira de Deus, e ele matou Uzá. Por quê? Porque a questão toda
era muito ofensiva a Deus. O fato de Uzá ter tocado na arca foi o ponto culminante das
ofensas desse dia.
Pelo fato de Deus ter ordenado aos levitas para carregar a arca com varas (Nm 4.6,15), era
desnecessário proibir os homens de Judá de usar um carro de boi para transportá-la. O rei
Davi e seus homens deveriam ter consultado a lei de Moisés e obedecido à sua prescrição.
Em vez disso, eles agiram de forma pragmática. Imitaram os filisteus, que haviam usado um
carro para levar a arca de volta a Bete-Semes. Quando se trata do culto a Deus, não nos é
permitido improvisar, por melhores que sejam as intenções. A sinceridade é importante, mas
ela deve estar de acordo com a revelação divina”.

Outro exemplo nos dá o profeta Jeremias, em Jr 7.31 e. 19.5, quando Deus, por intermédio
deste profeta, condena a idolatria e o culto pagão dos filhos de Judá com a declaração: “o que
nunca ordenei, nem me subiu ao coração”.
Ainda segundo Brian Schwertley a “Idolatria, assassinato e sacrifício infantil são
explicitamente condenados na lei e nos profetas. Entretanto, Jeremias revela a essência do
culto idólatra. Judá cultuava de forma improcedente do coração divino. O culto de Judá não
se baseava no mandamento divino. Em vez de cultuar Deus segundo seu mandamento, eles
“andaram nos seus próprios conselhos, no propósito do seu coração malvado; e andaram
para trás, e não para diante” (Jr 7.24). Se os habitantes de Judá tivessem consultado a
Palavra de Deus e lhe fossem obedientes, teriam sido poupados da ira divina”.

Mais um exemplo nesse sentido pode ser encontrado no Evangelho segundo Mateus no
capitulo 15, versículos de 1 a 3, onde uns escribas e fariseus se dirigem a Jesus.
Brian Schwertley ensina que “Os fariseus eram líderes religiosos respeitados do povo judeu.
Eles criam ter a liberdade de fazer adições aos mandamentos divinos. A lei de Deus continha
diversas lavagens cerimoniais para representar a purificação dos impuros. Os fariseus
adicionaram outras lavagens para destacar e “aperfeiçoar” a lei de Moisés. Não existe
mandamento expresso proibindo essas adições cerimoniais, exceto o Princípio Regulador
(e.g., Dt 4.2; 12.31). Elas não tinham fundamentação na Palavra de Deus”.

Jesus Cristo repreendeu fortemente os escribas e fariseus por fazerem adições à lei divina. O
que acontece quando homens pecadores acrescentam regras e regulamentos à lei de Deus?
Com o passar do tempo, a tradição humana substitui e pretere a lei divina: “E assim
invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (Mt. 15.6).

E, temos ainda muitos outros exemplos nesse sentido, como o de Saul e Jeroboão, temos a
exortação dada por Paulo aos Colossenses no capítulo 2 da epistola, dentre outros.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos
apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas
propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha
necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e
tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando
com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que
iam sendo salvos”. (At. 2:42-47)

“Lucas encerra essa seção sobre o derramamento do Espírito com um resumo das práticas
da igreja em Jerusalém. Os primeiros seguidores de Cristo foram, até certo ponto,
inigualaveis, porém a fidelidade deles permanece como padrão para todos os cristãos quanto
ao que a igreja deve ser (Comentário da Biblia Genebra, pag. 1426)”.

Observando o texto de Atos 2, versículo 42 a 47, constata-se que a pratica usual da igreja
primitiva compreendia o estudo e pregação da Palavra de Deus, a comunhão e a congregação
de seus membros, a assistência mutua, as orações e o louvor.

Não temos uma liturgia fixa prescrita na Bíblia, especialmente no Novo Testamento. O
conhecimento que temos do culto cristão apostólico é fragmentado.
Porém, no Novo Testamento, o próprio Deus nos revelou em Sua Palavra quais atividades são
apropriadas para o culto que Ele nos determinou.

O Novo testamento não contém um manual de liturgia, porém, quanto ao culto, além de sua
biblicidade e formas vetotestamentárias, encontramos, embora não de forma sistematizada, os
elementos essenciais do culto em textos como: I Ts 5.16-22; Cl 3.16-18; Ef 5.18-21.
Nos textos citados se encontramos os seguinte elementos: a) Louvor. B) Oração. C) Ação de
graças. D) Pregação. E) Ensino. F) Confissão.

Segundo Rev. Onezio Figueiredo “observamos, pelas informações recebidas por meio dos
trechos mencionados, que o culto do Novo Testamento não era anárquico e nem improvisado,
pois Paulo, o autor sagrado deles, nos esclarece que tudo deve ser feito com ordem e
decência (I Co 14.33,40)”.

Nos textos citados se encontramos os seguinte elementos: a) Louvor. B) Oração. C) Ação de


graças. D) Pregação. E) Ensino. F) Confissão.

Segundo Rev. Onezio Figueiredo “[i]observamos, pelas informações recebidas por meio dos
trechos mencionados, que o culto do Novo Testamento não era anárquico e nem improvisado,
pois Paulo, o autor sagrado deles, nos esclarece que tudo deve ser feito com ordem e
decência[/i] (I Co 14.33,40)”.

Conclusão

O culto a Deus deve ser prestado da forma que O agrade. E, esta forma agradável e aceitável é
prescrita pelo próprio Deus em sua Palavra.
Ainda que no Novo Testamento não tenhamos uma liturgia sistematizada como se deu no
culto sacerdotal do Antigo Testamento, temos prescrito ali os elementos que devem constar
no culto e, ainda, o exemplo da Igreja Primitiva.
Devo trabalhar para nos atermos às prescrições bíblicas. Para simplificarmos o culto
comunitário e não para inserir nele práticas e atos que não são requeridos por Deus.

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