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Habacuque – Um hino de contentamento em Deus – Hc 3.

16-19
“Se paz há mais doce me deres gozar, se dor há mais forte sofrer....
sou feliz com Jesus”. O Hino 108, Aflição e Paz, é um lindo hino,
mas a história por detrás dele é muito forte.
“Quem ouve as maravilhosas palavras deste hino, muitas
vezes não conhece a história de quem a escreveu. Esse lindo hino
de conforto, foi escrito num momento extremamente difícil da vida
de seu autor, Horatio Gates Spafford.
Horatio Spafford nasceu no dia 20 de outubro de 1828, em
Chicago. Presbiteriano dedicado, era um bem sucedido advogado
e empresário do ramo imobiliário na década de 1860. Casado com
Anna Spafford, tinha 5 filhos: 4 mulheres e 1 homem. Foi professor
de Jurisprudência Médica na Universidade de Lind. Serviu como
diretor de um Seminário Teológico Presbiteriano e era professor de
Escola Bíblica Dominical na sua igreja, além de ser operante no
trabalho da ACM (Associação Cristã de Moços).
Entretanto, na década de 1870, vários eventos transformaram
por completo a vida de Spafford.
O primeiro, em 1870, foi a morte de seu único filho homem,
então com 4 anos de idade, que faleceu devido a uma doença
chamada escarlatina.
Em outubro de 1871, os bens da família foram quase todos
destruídos no famoso e desastroso "Grande Incêndio de Chicago".
Este incêndio durou dois dias, matou entre 200 e 300 pessoas,
destruiu 17.450 casas, deixou 100 mil pessoas desabrigadas e
cerca de 200 milhões de dólares de prejuízos materiais.
Em 1873, ainda se reerguendo financeiramente e atendendo
sugestão médica de levar sua esposa Anna, que estava com a
saúde bastante debilitada, para viajar, Spafford resolveu passar
férias com sua família na Europa, querendo aproveitar que seu
amigo, o evangelista D. L. Moody, estaria pregando em uma região
da Inglaterra no outono.
Em novembro daquele ano, a Sra. Spafford tomou o navio
francês "Ville du Havre" juntamente com suas quatro filhas:
Dorothy, Mary, Bunny e Baby May. O Sr. Spafford não pôde seguir
no mesmo navio, devido a compromissos de trabalho, mas havia
combinado de encontra-las na França.
A viagem se encaminhava tranquila. No entanto, no dia 22 de
novembro de 1873, durante a noite, enquanto todos os passageiros
dormiam, o navio francês se chocou com o navio inglês Lochearm e
logo começou a afundar. A Sra. Spafford reuniu suas quatro filhas,
e as cinco se ajoelharam pedindo que Deus as salvasse, se assim
fosse a Sua vontade, mas, se não, que as preparassem para
morrer.
À medida que a água subia, mais e mais, dentro do navio,
uma a uma, as suas queridas filhas foram arrancadas dos seus
braços, perecendo diante dos seus olhos. Menos de trinta minutos
depois da colisão o navio já havia afundado. Duzentos e vinte e seis
passageiros morreram. Foi o pior desastre na história naval até o
naufrágio do Titanic, 40 anos depois.
A Sra. Spafford, porém, foi milagrosamente poupada e salva:
mais tarde, um tripulante de outro navio a encontrou flutuando na
água, mas as quatro filhas estavam desaparecidas. Depois de 10
dias, os sobreviventes conseguiram chegar a Cardiff, no País de
Gales. Lá, a Sra. Spafford enviou para seu marido um telegrama
com apenas duas palavras: "Saved alone", ou "Salva, sozinha".
Ao ler a mensagem, ele partiu imediatamente para a
Inglaterra.
Durante a viagem, quando passava pelo lugar onde o
naufrágio aconteceu, ele escreveu as seguintes palavras: "Quando
a paz, como um rio, visitar o meu caminho; quando as tristezas,
como ondas do mar, rolarem; seja qual for o meu destino, tu me
ensinaste a dizer: está tudo bem, está tudo bem com a minha
alma”.”

Não tenho dúvidas que Deus nos faz passar por momentos difíceis,
estando junto e soberanamente nos guiando, para extrair de nós
grande confiança e os mais belos poemas, cânticos, hinos de louvor
ao Senhor. Também não tenho dúvidas que o Ele quer nos ensinar
algo de grande valor e que, com toda certeza é difícil para nós, o
CONTENTAMENTO NELE!
Habacuque, que significa abraço, ou mesmo luta com Deus, como
vimos na primeira mensagem, é um livro que não pode ficar sem
ser lido e relido por nós várias vezes em nossa vida para um ensino
do contentamento em Deus e verdadeira segurança num Deus que
é soberano.
Em nosso texto final desta série é um salmo precioso para aqueles
que não veem algo a não ser incertezas e lutas, gerando em seu
coração ira, dúvidas, “briga com Deus”.
Habacuque ouviu as respostas de Deus e a última resposta de
Deus ao seu lamento, foi que o Senhor soberanamente tem tudo
sobre controle e todos se rendem diante dele.
No caso do profeta e a ameaça que lhe afligira, que levou ao
lamento, era a vinda dos caldeus, o rei Nabucodonosor. Por isto
lemos no capitulo 2.20 que: "O Senhor, porém, está no seu santo
templo; diante dele cale-se toda a terra". Ou seja, os reinos se
prostraram ao Senhor, chegaria, como foi feito, o dia da ruína da
Babilônia, depois outros reinos se levantaram e caíram.
Também o que nos estiver afligindo, podemos e poderemos ter a
certeza que o Senhor está no controle, e Ele pode determinar:
"cale-se": dor, câncer, medo, falta de fé, pois o JUSTO VIVERÁ
POR FÉ.
Mas vejamos algumas coisas da declaração poética deste hino de
Habacuque a esperança que vem do Senhor:
Esperança recobrada em Deus – v. 2 – reconhece que o Senhor
está no controle e seu coração aflito se aquieta na esperança da
ação de Deus tanto no julgamento das nações como na salvação de
seu povo. “Aviva a tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos...” O
Senhor trouxe alegria de volta ao coração do profeta. Não pelo
cenário regido por Ele na história, mas por Quem Ele é, é por isto
que há esperança.
Segurança recobrada em Deus – v.3-15 – Se Judá temia, e
profeta fez lamento por causa dos adversários comuns de seu povo,
e agora não era só sobre Judá que o profeta se referia, mas
também a Israel (Norte), como um povo único, Havia inimigos que
outros profetas com Obadias e Jeremias falara que seriam
exterminados, Habacuque poderia está em sua oração lembrando
de declarações destes profetas, ou Deus revelando a ele seu total
poder sobre todos os inimigos de Israel: Temã = Edom(v.3); as
pestes que havia vindo sobre os egípcios estava sendo lembrado
como ação poderosa de Deus (v.5); na peregrinação no deserto, a
ação protetora e purificadora de Deus sobre seu povo (v.6); ainda
na peregrinação os povos de Cusã, os midianitas que teve que
derrotados no deserto. O profeta traz a lembrança, pois é comum
esquecermos quem é o nosso Deus.
Dos versos 8-12, profeta salienta que o Senhor é um Guerreiro
Divino e que mexer com seu povo é mexer com Ele, ainda que Ele
use das nações ímpias para castigar seu povo, Ele resgata seu
povo com poder, molda seu caráter, transforma e purifica um povo
para si.
Dos versos 13-15 – Temos a segurança recobrada, pois alem do
Senhor afetar com sua ira até a terra, universo, Ele vem em
salvamento de seu povo (v.13).
O que restou para o profeta? Saber que temos um Deus que
zela por nós, o que precisamos declarar, crer, entender e viver?
CONTENTAMENTO
As declarações finais de Habacuque nos dá uma tremenda lição!
Não é ausência de guerras, problemas, não é fartura e ou falta. Em
Cristo, como disse Paulo, “tudo posso” (Fp 4.10-13).
A satisfação alcançou o coração do profeta, porque o JUSTO
VIVERÁ POR FÉ. (v.18-19 cf 2.4b Hb 11.1)

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