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SEMINÁRIO PRESBITERIANO DO SUL

RESENHA: UM PASTOR SEGUNDO O


CORAÇÃO DE DEUS

MARCOS GONÇALVES CHAGAS

CAMPINAS
2023
PETERSON, Eugene H. Um pastor segundo o coração de Deus: a base da
integridade pastoral. Trad. Cláudia Moraes Ziller. Rio de Janeiro: Textus, 2001. 182 p.

Eugene em sua introdução mostra uma realidade que é ruim para a vida pastoral e
que precisa ser mudado a forma que pastores tem conduzido sua forma de ver a oração,
pois tem sido algo negligenciado na vida de muitos. Tem deixado de lado a prática da
oração em suas vidas, perdendo a noção que isso é o que sustenta de forma principal a
vida e a obra pastoral, e com isso trazendo problemas em manter sua integridade com
ministério. Eugene é muito certeiro ao dizer que essa é uma função tanto como central e
essencial para vida ministerial.

Ao discorrer sobre isso o autor traz a história de prometeu que se absteve de uma
vida de oração por conta de suas ocupações, desvalorizando a oração, isso também ocorre
devido uma reavaliação da narrativa bíblica que traz uma ênfase no ser humano e o mundo
trazendo uma desvalorização ao que era divino e aos céus. Mas devido o trabalho feito
por Mowinckel que houve uma nova compreensão verdadeira da oração onde ele resgata
essa necessidade. Trazendo em ênfase seu trabalho os salmos, mostrando a importância
de se voltar a Deus e não ao foco do homem e a vida terrena que estava tão em ênfase
naquele período.

Eugene coloca a ênfase em lembrar que não podemos tratar a oração de maneira
insignificante e acaba questionando os pastores que não deviam falar a Palavra de Deus
de forma superficial e deveriam considerar de forma continua em sua vida a oração
levando isso para todos os momentos e todo o decorrer de suas vidas como um alvo
central de seu ministério, como nos salmos. Além de trazer a necessidade de uma vida de
oração o autor coloca em a importância do “sabá” o dia do Senhor, que precisa ser um dia
de descanso para olhar para sua vida e olhar o que Deus tem feito em nossas vidas, se
afastando das atividades diárias que ocupam o dia e atrapalha a olhar para Deus e enxergar
as bençãos com clareza.

Eugene também alerta a necessidade de transformar sua leitura mesclando com


experiencias auditivas. Experimentando o que acontecia nos tempos antigos onde
acontecia leituras audíveis das Escrituras para as pessoas que não conseguiam ler. Ele traz
a importância da comunicação verbal que vem através dos relacionamentos, onde o pastor
não deve permanecer somente em suas leituras mas experimentar outras experiencias que
a escrita não iram proporcionar a nós
Eugene coloca em seu livro uma grande verdade dita por Martin Thornton: “Uma
congregação enorme é algo bom e agradável, mas a maior parte das comunidades precisa
mesmo é de alguns santos. A tragédia é que pode ser que eles estejam lá, como embriões,
esperando ser descobertos, precisando de treinamento eficiente, aguardando ser libertados
do culto à mediocridade”.
Essa afirmação forte traz à tona a infelicidade de pastores que deixam de lado o
que deveria ser um tesouro e o que lhes foi confiado deixando de lado o verdadeiro
proposito de suas vidas sem nem mesmo se importar com as consequências sobre suas
vidas e ministério, onde ele deixa claro que deveria ser cheio de leituras bíblicas e oração,
onde podemos falar com Deus e também ouvir a Deus.
Eugene ressalta que Deus quer se comunicar de maneira intima com cada um de
nós, mas como nossos ouvidos frequentemente estão obstruídos para a compreensão das
escrituras. Onde ele coloca que mesmo com as ferramentas e livros a uma grande
dificuldade em conseguir ouvir a palavra de Deus e seu real significado. Eugene quer
dizer que a oração nos faz sensíveis a entender o que a Palavra de Deus quer nos falar, e
sem ela não adianta a quantidade de recursos.
Eugene deixa claro o valor da hermenêutica das Escrituras. Criticando o uso
inadequado dessas práticas que normalmente os pastores usam o caminho mais fácil e
cômodo do dia a dia. Peterson enfatiza uma orientação espiritual como a forma principal
para lidar com as questões evidentes como o pecado. No entanto, lamenta que nos dias
atuais essa prática tem sido cheia de superficialidade. Eugene mostra que é muito
importante a proximidade e intimidade das ovelhas geram proximidade e intimidade gera
sabedoria. O autor conclui que é importante a discussão teológica prazerosa entre amigos,
pois cultiva a nossa vigilância para a vida de oração.

Peterson mostra realidades que podem afastar ou trazer o pastor para perto da igreja, e
ajuda-lo a ter uma vida saudável em comunhão com as ovelhas e claro principalmente de
Deus, fazendo com que possamos ser mais sensíveis a ouvir sua voz nas escrituras,
buscando ser constrangidos pela leitura e não pela pesquisa superficial do texto sagrado.
Mas infelizmente a falta de oração e leitura sensível está sendo realidade hoje no meio
dos líderes das igrejas.

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