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SEMINÁRIO E INSTITUTO BATISTA BEREIANO

Disciplina: Filosofia de Ministério


Prof. Pr. Almir Cocentino
Aluno: Bruno Menezes
Semestre 2022.2

UM PASTOR SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

O Livro intitulado “Um pastor segundo o coração de Deus” foi escrito por Eugene
H. Peterson, ele foi um ministro, estudioso, teólogo, autor e poeta norte-americano. Ele
escreveu mais de 30 livros, inclusive este que é descrito por ele como: um antídoto para
algumas práticas superficiais e, especialmente, seculares, que fazem parte do ministério
pastoral da atualidade.

O autor aborda um tema relevante e atual que tem ocorrido nas igrejas, ele nos
ajuda de uma certa perspectiva a observar o que tem se tornado o ministério pastoral nos
nossos dias e isso de certa forma chama a nossa atenção, com um olhar crítico aprendemos
como deve e como não deve ser o nosso futuro ministério, e serve de alerta para os
pastores que têm atuado em reais ministérios.

Nos é apresentado exemplos reais de líderes dos nossos dias e o autor se preocupa
em relatar o que tem acontecido com esses líderes, nos apresentando um modelo de como
deve funcionar o ministério, alistando três coisas essenciais e que não podem faltar na
vida ministerial de um pastor, tais coisas se tornaram tópicos abordados no livro de forma
mais trabalhada, são elas: a oração, as Escrituras e a orientação Espiritual.

Somos levados a voltar a nossa atenção pelo fato de os pastores estarem


abandonando seus postos, o real chamado que Deus colocou em seus corações e essa
negligência gera uma grande preocupação. Tais homens continuam pregando domingo
após domingo, mas o autor usa palavras duras para descrever isso, ele afirma que estes
homens estão “se prostituindo após outros deuses”, é um termo forte, mas que descreve
essa grande falta para com a igreja do Senhor.

As práticas e o que dizem ser ministério se difere totalmente da prática daqueles


pastores que viveram e fizeram história nos últimos vinte séculos, e isso é uma evidência
de que eles perderam o foco, perderam o amor, perderam o objetivo, a glória de Deus não
é mais vista na vida destes homens e nem almejada, eles abandonaram seus postos,
desviando-se para a direita e para a esquerda.
Os pastores da atualidade são definidos pelo autor como “gerentes de lojas”, claro
que isso não é generalizado a todos, mas é o que tem acontecido com a maioria, isso é
preocupante, pois as igrejas não são empresas para se administrar, a igreja é um
organismo vivo, e eu concordo com o autor em relação a isso, já vi muitos pastores que
apenas administravam a igreja como administradores, mas que ao subir ao púlpito traziam
um alimento ralo, um “pão com água”, a igreja não estava sendo nutrida. A capacidade
administrativa é sim importante para manter uma igreja organizada, mas a ideia que o
autor quer nos trazer não é simplesmente essa.

Ele está nos mostrando que os pastores buscam satisfazer os desejos da igreja,
como se fossem clientes, e não buscam satisfazer a verdadeira necessidade que é a
espiritual, isso deixa qualquer um indignado, estamos vivendo dias sombrios onde os
homens buscam apenas satisfação e quando encontram uma igreja cujo líder tem o perfil
de fazer o gosto do cliente é inevitável que se tenha uma igreja cheia, porém deficiente.

O autor traz uma grande verdade dita por Martin Thornton: “Uma congregação
enorme é algo bom e agradável, mas a maior parte das comunidades precisa mesmo é de
alguns santos. A tragédia é que pode ser que eles estejam lá, como embriões, esperando
ser descobertos, precisando de treinamento eficiente, aguardando ser libertados do culto
à mediocridade”.

Essas são palavras pesadas, que retratam bem essa infeliz prática de homens que
negligenciam aquilo que deveria ser um tesouro em suas mãos, o privilégio que lhes foi
confiado é constantemente negligenciado, eles esqueceram o verdadeiro propósito e
vivem sem nenhum peso em suas consciências.

O ministério deve ser recheado por oração, leitura bíblica e orientação espiritual,
talvez o termo recheado não seja a palavra mais adequada nessa ocasião, mas digo isso
pelo fato de que o chamado já é um grande privilégio, agora imagine só isso que já é tão
grandioso ser cercado por outros privilégios, oração é um privilégio, é como falamos com
Deus, leitura bíblica é ouvir Deus falando a nós e orientação espiritual é outro grande
privilégio, é como um recheio que dá sentido ao maior dos privilégios, o chamado.

O problema real está em negligenciar essas três práticas no ministério, e o autor


tenta nos chamar a atenção exatamente para isso, ele está nos dizendo que pelo fato de
essa prática ser muito pessoal e imperceptível por quem está a nossa volta, por isso é tão
perigoso, porque você pode aparentar uma falsa espiritualidade e no fundo não está
cumprindo com essa obrigação, é comum nos descuidarmos.

Quando o autor começa a falar especificamente da oração, ele diz algo que chama
minha atenção e me faz discordar dele, ele diz o seguinte “os pastores são continuamente
submetidos a uma indignidade, quando um grupo se reúne, para uma reunião ou refeição
e lhe pede: ‘Pastor, o Senhor poderia fazer uma oraçãozinha para começar?’” (p. 42).

Ele transforma isso em um bicho de sete cabeças, entendo perfeitamente a ideia


que ele quis passar, mas geralmente os irmãos não falam “oraçãozinha” de propósito,
aliás eu nunca vi alguém falar dessa forma, e as vezes é questão de honra um irmão pedir
para o pastor orar, não é algo incomum, geralmente o que se pensa é que é melhor pedir
para o pastor orar do que pedir a qualquer outra pessoa.

Esse talvez tenha sido o único trecho que me causou uma certa indignação, mas
não é nada grave, essa obra não é inspirada, muito menos o autor e por essa razão é
passível de erros, porém na obra como um todo é muito bem escrita, fácil de ler e prende
nossa atenção no bom sentido, pois ela nos faz ver nosso futuro ministério e até mesmo o
atual para quem já está no ministério e nos exorta a não negligenciar aquilo que é
essencial.

É um bom livro que eu recomendaria com toda a certeza para os colegas de


seminário, indicaria para pastores experientes e iniciantes, inclusive eu o indiquei para
um amigo que entrou recentemente no ministério, creio que é uma obra que nos ajuda a
pensar acerca do ministério, e quando apreciada ela nos ensina o que não devemos fazer
através dos exemplos negativos apresentados e nos dá bons conselhos sobre o que se deve
fazer e como fazer.

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