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OS FILHOS DE ZADOQUE E SUAS LIÇÕES PARA NÓS HOJE (PARTE 1)

Texto Bíblico: Ezequiel cap. 44

Introdução: O nome Ezequiel em hebraico significa "Deus fortalece". Como


todos os profetas bíblicos, seu nome indica algo sobre seu caráter e a natureza de seu
ministério. Como um profeta de Judá, ele profetizou três períodos: profetizou para
seu próprio tempo, para a primeira vinda de Jesus e para o retorno de Cristo.
Como todos os profetas, também, Ezequiel é um tipo do Cristo no Antigo Testamento.
Ele é a única pessoa na Bíblia, além de Jesus, que é chamado de "filho do
homem".

Nos dias de Ezequiel, o cativeiro e o juízo de Deus profetizados por Isaías,


Jeremias e Joel, estavam acontecendo. As tribos do norte já estavam em cativeiro em
720 AC; agora o juízo de Deus estava vindo para o sul, Judá. Isaías e Joel advertiram
sobre isso, mas sua mensagem foi rejeitada. Jeremias advertiu sobre isso, e foi
perseguido. As pessoas preferiam ouvir os falsos profetas. Mesmo a profecia
acontecendo, ainda assim, o povo não se arrependeu. O cativeiro já estava em
andamento; Nabucodonosor invadiu o país quatro vezes. Na verdade, o próprio
Ezequiel estava profetizando sobre cativeiro. As pessoas estavam dizendo coisas
como, "não é tão ruim", "vai ficar melhor", "será de curta duração", quando na verdade
as coisas estavam piorando. Falsos profetas não se arrependeram e as pessoas,
esquecendo que profetizaram falsamente, continuaram ouvindo a próxima falsa
profecia. Enquanto isso rejeitavam o profeta de Deus, Ezequiel, da maneira que
rejeitaram Jeremias antes dele. Alguma diferença hoje em dia?

O texto que lemos mostra dois tipos de ministérios no templo: os filhos de


Zadoque e os levitas comuns. Nem todos os levitas eram zadoquitas, mas todos os
zadoquitas eram levitas. O nome Zadoque vem da palavra hebraica Tsodek que
significa "ser correto”, relacionada com a palavra hebraica Tsadek, justo. A palavra
hebraica Tsdaka é a mesma para “caridade”. Dentro da cultura judaica bíblica, a
filiação de alguém ia além das origens, significando que o descendente possuía traços
do caráter do seu antecessor. Por exemplo, temos duas demonstrações da genealogia
do Messias na fé hebraica: ha Moshiach Ben Yosef e há Moshiach Ben David;
Messias, o Filho de José, (servo sofredor) e o Messias, Filho de Davi, (rei
conquistador). Jesus veio no caráter de José em sua primeira vinda, mas retornará no
caráter de Davi para reinar no Seu trono, que lhe é por direito.

Outro exemplo que temos está em Mt 16:17 quando Jesus ao se dirigir a Pedro,
ele o chama de 'Simão bar Jonas', em aramaico 'filho de Jonas. Por quê? Em certo
sentido, um dos nomes do pai de Pedro pode ter sido Jonas, como o profeta. Nos
tempos bíblicos os judeus davam aos seus filhos nomes de heróis e personagens da
história bíblica na aspiração de que a criança crescesse para emular as virtudes
dessas figuras. Jonas era alguém que ousou argumentar com Deus ... em Jope. Pedro
também argumentou com Deus... em Jope (At 10). Jonas não queria ir aos gentios;
nem Pedro.

Jesus, como Filho de Davi, está ligado ao Rei Davi; Seu pai biológico não era
David, embora carnalmente Davi fosse um de Seus antepassados. Da mesma forma,
os Zadokitas traziam em si as virtudes de Zadok. Zadoque era um justo e íntegro
sacerdote do Velho Testamento que permaneceu leal e fiel a Davi por ocasião das
rebeliões de Absalão e Seba (2 Sm 8.17; 2 Sm 20). A lealdade de Zadoque a Davi é
um tipo da lealdade que todo Pastor deve a Cristo, o Filho de Davi. Os filhos de
Zadoque herdaram o seu caráter; Eles não eram apenas biologicamente
descendentes dele, mas eles também permaneceram fiéis por séculos e gerações
quando o restante dos levitas se corrompeu.
Em Ezequiel temos uma constatação séria: havia obreiros íntegros e fiéis (os
filhos de Zadoque) e os levitas comuns corruptos e malignos. A constatação é do
próprio Deus, que mostra claramente essa diferença apesar de todos eles serem filhos
de Levi (Ez 44.6-8).

O apóstolo Paulo escrevendo aos Filipenses claramente afirma que não se pode
ser justo a não ser que sejamos certos (Fp 1.9). Se aquilo em que você acredita está
errado, você não tem condições de ser justo. O fato de que o que você acredita está
certo, no entanto, não garante também que você seja justo. Podemos crer no que é
certo e ainda sermos injustos; Paulo nos diz isso em I Coríntios 13. Não se pode
presumir que, porque a doutrina de alguém é certa, eles também têm razão. Pode ser
uma indicação de justiça, e na verdade é; Entretanto, não prova a retidão. No entanto,
se o que alguém acredita está errado, essa pessoa não pode ser justo.

O verdadeiro amor, o amor ágape, depende do conhecimento bíblico e do


discernimento. Se não há discernimento e nenhum conhecimento das Escrituras, o
amor verdadeiro não pode abundar. O mundo que não conhece a verdade e, portanto,
vive na injustiça precisa ver na Igreja a prática do conhecimento de Deus que faz o
amor e a verdade mutuamente exclusivos e mutuamente dependentes. Não se pode
amar de verdade sem fé. Não há bondade sem verdade.

Efésios 6:13, 14 diz: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”. Estai,
pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. A
VERDADE VEM ANTES DA JUSTIÇA. As antigas armaduras romanas eram feitas de
material muito pesado. Era um desafio vesti-las. A armadura tinha de ser muito bem
ajustada. Ou seja, somente a posição corrente do cinturão poderia segurar a couraça
e manter na posição correta o restante da armadura. Se o soldado a vestisse de forma
errada, por mais valente que fosse não conseguiria vencer a batalha. A armadura seria
o seu inimigo mais próximo. Da mesma forma, a menos que você tenha a verdade,
você não pode ser justo; A verdade vem primeira, a justiça depois. Se o que você
acredita é falso, você não pode ser justo.

Hoje encontramos muita gente que desculpa os maiores erros com as piores
justificativas: "Eu sei que esse homem está errado sobre sua crença na prosperidade,
mas ele ainda é uma boa pessoa"; "Eu sei que a Igreja X tem algumas coisas
estranhas, como a quebra de maldição, mas o líder é um homem amoroso”, "Ele é tão
caridoso, tão amoroso, faz tanto pelos pobres que nem vejo elementos judaizantes no
culto". Mas se ele não tem conhecimento da Palavra de Deus e não tem
discernimento, não é um homem amoroso. Muito menos bom. O amor só pode
abundar onde há conhecimento e discernimento. Uma vez conheci certo líder
evangélico; boa pessoa, bom homem, muito simpático, muito gentil. Mas era um falso
profeta. Ninguém, por mais carismático que seja, pode ser justo se o que crê e prega é
falso. Vou repetir: a verdade vem antes da justiça, porque a menos que você
conheça a verdade, você não saberá o que é justiça. Ninguém pode saber a
diferença entre o certo e o errado, a menos que primeiro se tenha a verdade.

Vejamos o exemplo de Madre Teresa de Calcutá. Ela era muito caridosa? Sim.
Sacrificou a sua vida em favor dos pobres? Sim. Pregava a caridade e o amor?
Também. Mas, vários meses antes de morrer, deixou claro que só convertia os hindus
e os muçulmanos para serem melhores hindus e muçulmanos. Ela não pregava a
Cristo para poder fazer “caridade”. Ela enviou essas pessoas para o inferno sem Cristo
em nome de ser caridosa. O amor só pode abundar onde há discernimento e
conhecimento. A Bíblia nos diz que outros deuses são demônios; os deuses do
hinduísmo são demoníacos. Madre Teresa não tinha discernimento, nem tinha
conhecimento da Palavra de Deus; portanto, o amor verdadeiro não poderia abundar.
É maravilhoso cuidar das pessoas, dar roupa, comida e um lugar para viver (serviço
social - ajudar o Governo a fazer o seu papel). Mas são coisas para essa vida. Onde
essas pessoas passarão a eternidade? São histórias lindas acompanhadas de uma
boa mídia, mas essas pessoas vão para a eternidade sem Cristo, essa é a realidade.
A caridade verdadeira depende da verdade e do discernimento.

Temos a primeira diferença que Deus faz entre os filhos de Zadoque e os levitas
comuns (v.8): "... “Não cumpristes as prescrições a respeito das minhas coisas
sagradas; antes, constituístes em vosso lugar estrangeiros para executarem o serviço
no meu santuário”. Sempre que havia um avivamento verdadeiro, o estrangeiro era
expulso. O levita deu lugar ao estrangeiro profano e sem temor a Deus; os zadoquitas
jamais fariam isso. Muitas pessoas pregam nas Igrejas sem serem cristãos. Da
mesma forma, são estrangeiros os músicos mundanos contratados para tocar no
Culto.

Vejamos outro exemplo em Neemias 13. O cativeiro havia acabado; o povo havia
aprendido as lições resultantes da desobediência e desejavam voltar à terra. Houve
um avivamento com a rededicação do Templo e da cidade, sendo as muralhas
reconstruídas e uma volta à Palavra de Deus com estudos bíblicos diários;tudo girava
em torno da Palavra de Deus.Tudo estava baseado nas Escrituras. Quando há um
avivamento, a Palavra de Deus será central e primordial; Tudo o mais será
consequência desse Avivamento. Quando você se depara com revelação e profecia
subjetivas, você sabe que não procede de Deus. Há muitos doentes mentais além dos
falsos profetas falando bobagens em nome de Deus. A verdadeira profecia é sempre
baseada na Bíblia; A Bíblia não pode ser substituída por ações humanas. Mas isso é o
que mais vemos hoje. As pessoas estão substituindo o que está na Escritura por
"palavras" pessoais, conselhos de autoajuda, seguindo pessoas que são obviamente
falsos profetas, como muitos pastores que estão pregando outro Evangelho. Há uma
miséria espiritual em andamento.

Leiamos NE 13.1-3. Esses estrangeiros tentaram se unir a Israel com um


propósito maligno. Eles tinham uma agenda de satanás. Com Sambalate e seu povo,
eles eram inimigos que fingiam ser amigos, alegando, "nosso Deus é o seu Deus, e
nós somos um com você". Havia uma base falsa para a unidade; Eles tinham uma
agenda escondida: minar a fé dos verdadeiros judeus.

"Ora, antes disto, Eliasibe, o sacerdote, que foi designado sobre a câmara da
casa de nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias.” (Ne 13.4.). A palavra
"aparentado" é ambígua. Poderia significar fisicamente relacionado, mas também
poderia significar simplesmente 'perto de' - "tinha preparado uma grande sala, onde
antigamente eles colocavam a oferta de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos
de grãos, vinho e óleo prescritos para os levitas, os cantores, os porteiros, as
contribuições dos sacerdotes". Observe que quando trouxeram esse estrangeiro, que
tinha outro propósito diferente, o grão, o vinho e o óleo pararam. O grão - a Palavra
de Deus. A unção - o óleo. O verdadeiro culto - o vinho. Entre os cantores, a
verdadeira adoração parou. O ensino da Palavra (a alimentação do grão ao povo)
parou. A verdadeira unção parou. Tudo para quando você traz a abominação ao
templo. O Culto equivocado perde o sentido.

(CONTINUA)

Rev. Dionildo Dantas

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