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SERMÃO EM ISAIAS 53
1 Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? 2 Porque foi subindo
como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-
lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. 3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os
homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. 4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e
oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós
andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair
sobre ele a iniquidade de nós todos. 7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como
cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a
boca. 8 Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado
da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. 9 Designaram-lhe a
sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem
dolo algum se achou em sua boca. 10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar;
quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias;
e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. 11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma
e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as
iniqüidades deles levará sobre si. 12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os

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poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os
transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.
Em certa ocasião o jornalista de origem judaica Stélio Feldmann da Folha de Londrina entrevistou o
pastor Glênio Paranaguá por ocasião da páscoa.
Ele perguntou ao pastor quem foram os responsáveis pela morte de Jesus. Os romanos ou os judeus?
Ele disse: os judeus têm sido acusados por este crime. E este povo tem sido judiado por essa
acusação.
Inclusive judiar vem do tempo em que se atribuía aos judeus a culpa pela morte de Jesus e se
cometia várias atrocidades contra esse povo por esse motivo.
O pastor respondeu: nem os romanos nem os judeus, Jesus foi morto por vontade de Deus e o
culpado desta morte sou eu com certeza.
Na verdade, todos nós somos responsáveis diretos pela crucificação e morte de Jesus Cristo. Porque
se não fosse o pecado Jesus não precisaria ter morrido.
E a cruz e sua mensagem se ergue diante de todo ser humano que vive nesse planeta.
Fica claro pelas Escrituras que a morte de Jesus foi, na verdade, a morte do pecador.
Quando lemos a Bíblia com cuidado percebemos que a cruz onde Jesus foi pregado não era dele.
Jesus morreu na minha cruz a minha morte. E a cruz que ele levou era, a minha cruz, a sua cruz.
Os judeus e romanos foram o instrumento de Deus para a execução dessa morte para satisfazer a
justiça divina em razão do nosso pecado.
Quando alguém era condenado à crucificação significava que havia perdido o direito de existir.
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A cruz era um instrumento utilizado pelos Romanos para expor à humilhação os seus piores inimigos.
Era o símbolo máximo da vergonha.
Era a condenação imposta aos piores transgressores, criminosos, rebeldes e assassinos, pois produzia
a pior morte.
Quando se colocava a cruz sobre os ombros de um homem sabia-se que era o seu fim. Não havia
mais retorno à vida.
E foi esta a forma que Deus usou para resolver o problema do nosso pecado e nos dar vida eterna.
E quero acrescentar uma grande verdade: Aquela cruz que Jesus Cristo levou em seus ombros sob o
calor daquele dia em Jerusalém, eu não poderia levar e nem você também.
Pois havia naquela cruz um peso incalculável, que só Jesus poderia conduzir.
Nem mesmo todo o mundo junto poderia suportar o peso daquela cruz, não pelo que havia nela, pois
ela na sua estrutura era constituída de dois troncos.
Mas o seu peso espiritual equivalia a força que nem todo este mundo poderia conter, era além da
esfera física.
Ela levava sobre si o peso de Todos Os Pecados Dos eleitos de Deus.
Por isso eu digo que nem mesmo todos os seres humanos juntos, que na verdade são pecadores,
poderiam levá-la.
A cruz é um instrumento de escárnio. Ela fala do que é vergonhoso. A sua presença ressalta o castigo
merecido de um criminoso.
A cruz é um assunto central para o cristianismo. Não há verdadeiro cristianismo sem os efeitos
marcantes e permanentes da Cruz.

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A cruz não foi um acidente na vida de Jesus e não é um simples incidente teórico na experiência dos
cristãos.
Ela é um verdadeiro instrumento de extermínio que tem a finalidade de acabar com o pecado e suas
consequências.
Para você entender isso vamos usar esse texto do profeta Isaías.
Esse texto do profeta Isaías relata a morte expiatória de Cristo na cruz cerca de 700 anos antes de
Jesus vir a esse mundo.
Esse texto relata a morte expiatória de Cristo na cruz com todos os seus sofrimentos.
Quero falar sobre: O SOFRIMENTO DO CORDEIRO DE DEUS.
INTRODUÇÃO
Jesus deixou a glória e a companhia dos anjos para se fazer carne e habitar entre nós. Sendo Deus
exaltado se humilhou até a morte de cruz.
Sendo Deus transcendente se esvaziou. Sendo rei dos reis se fez servo. Sendo infinito tornou-se um
bebê enfaixado na manjedoura.
Veio cumprir o plano do Pai. Veio espontaneamente. Veio por amor. Veio buscar e salvar o perdido.
Veio para salvar o pecador. Veio para desfazer as obras do diabo.
Veio para vencer o pecado. Veio para estabelecer o Reino de Deus. Veio para conquistar seu coração
e remir a sua vida.
Não veio para ser servido, mas para servir. Não veio para ser aplaudido, mas para ser desprezado.
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Não veio para ser colocado num trono, mas para ser pregado numa cruz. Nasceu não para viver, mas
para morrer. Hoje vamos acompanhar seus passos, olhar suas feridas, enxergar seu triunfo e perceber
sua recompensa.
I. O SOFRIMENTO DE JESUS
2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência
nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
Somos inclinados a pensar que as agonias finais de Jesus constituem os Seus sofrimentos completos.
Contudo, toda a Sua vida foi uma vida de sofrimentos.
Quando o v. 2 fala de um renovo, se refere a uma planta que brota num terreno árido e seco e
mesmo sem as devidas condições começa a crescer e por não ter água e um solo adequado é uma
planta raquítica e feia.
Essa é a ideia das palavras de Isaías, desde o seu nascimento Jesus não foi levado em conta pelos
homens. Ele nasceu e teve como berço um cocho de animais.
Cresceu e se tornou homem, mesmo assim poucos se impressionaram e se importaram com ele, pois
foi desprezado pelos próprios irmãos.
Não teve uma vida de confortos e seus conterrâneos não viam nele valor algum.
Foi uma vida de servo, a vida do único ser humano sem pecado, na companhia diária de pecadores, a
vida do Santo num mundo dominado pelo pecado.
Ele sofreu com as repetidas investidas de Satanás, com o ódio e a incredulidade do Seu povo, e com a
perseguição dos Seus inimigos.
Seu sofrimento foi um sofrimento cada vez mais atroz, conforme o fim se aproximava.

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O sofrimento iniciado na encarnação, chegou finalmente ao clímax na grande paixão no fim da Sua
vida. Foi quando pesou sobre Ele toda a ira de Deus contra o pecado.
1. Rejeição - v. 3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe
o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não
fizemos caso.
Jesus foi desprezado, mas diz o texto que foi “O MAIS rejeitado entre os homens.”
Ele foi rejeitado pelos irmãos: Jo.7.5: Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele. Ele foi rejeitado
pelo seu povo Jo.11.11 “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam.”
Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época que o chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo,
pecador, beberrão e até de possesso do diabo.
Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu na sua entrada triunfal em Jerusalém empolgada
com seus milagres.
Essa mesma multidão perversamente grita diante de Pilatos: Lc. 23.18: Toda a multidão, porém,
gritava: fora com este! Solta-nos Barrabás. Lc. 23.21: “crucifica-o, crucifica-o” - “Caia sobre nós o
sangue dele.”
Ele foi rejeitado por parte de discípulos que não gostaram da sua pregação: Jo. 6.66 e por isso o
abandonaram e já não mais o seguiam.
Ele foi rejeitado pelas autoridades que se sentiram incomodadas com Ele, Herodes, o grande, o quis
matar quando criança.
Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes Antipas, o escarneceu quando Cristo
não quis fazer nenhum milagre para satisfazer seus caprichos.
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Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas o sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo.
Acusaram-no de blasfemo.
Ele foi rejeitado pelos apóstolos que no momento da sua agonia maior fugiram e o abandonaram.
Ele foi rejeitado por Judas que o traiu e o vendeu por 30 moedas.
Ele foi rejeitado por Pedro que o negou covardemente, afirmando, jurando que não o conhecia.
Ele foi rejeitado por Deus quando se fez pecado, quando se fez maldição.
Quando levou sobre si os nossos pecados. “Deus meu, Deus meu porque me abandonaste.”
Naquele momento Deus estava lançando sobre ele o pecado de todos nós.
O fato de Deus o ter abandonado, porém não significa que Deus deixou de amar o seu filho Jesus.
Significa que naquele momento a sua comunhão perfeita com Deus foi rompida e Ele que era
totalmente santo levava sobre si todos os nossos pecados.
Somente Jesus poderia suportar tal sofrimento.
Naquele momento Jesus estava experimentando o peso do castigo do inferno por toda a eternidade e
o abandono da presença confortadora de Deus.
Ele ainda tem sido rejeitado por todos aqueles que amam mais o pecado que o levou à cruz do que a
Ele.
2. Humilhação: 7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
Constitui humilhação o fato de Jesus assumir a "carne", isto é, a natureza humana caída, enfraquecida
e sujeita ao sofrimento e à morte, embora isenta da mancha do pecado.

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Isto está claro em Fp. 2.6-8. 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o
ser igual a Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz.
Existem dois elementos na humilhação de Cristo: (1) o esvaziamento, que consiste em abrir mão de
Sua majestade divina, a majestade do supremo Governador do universo, e assumir a natureza humana
na forma de um servo;
E (2) a Humilhação, que consiste em haver Ele se colocado debaixo das exigências e da maldição da
lei.
Ele, que era o Senhor de toda a terra, o supremo Legislador, colocou-se debaixo da lei para cumprir
suas obrigações federais e penais a favor do Seu povo.
Ao fazê-lo, Ele se tomou legalmente responsável por nossos pecados e sujeito à maldição da lei.
O Sinédrio o humilhou cuspindo nele, e lhe dando bofetadas na face.
Cuspir na face de alguém era um sinal de ira, desprezo e vergonha. Era o sinal da maior desgraça que
poderia ocorrer com uma pessoa.
Os soldados o humilharam colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na
cabeça.
Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas mais agitadas de Jerusalém em pleno dia
de festa, sendo companheiro de dois ladrões, como se fossem iguais.
Jesus foi humilhado pela gritaria dos soldados, pelo escárnio da multidão; foi humilhado quando o
despiram na cruz e rasgaram suas vestes.
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“Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz.”. Ele foi humilhado quando clamou que estava com
sede e lhe deram vinagre para aguçar a tortura.
3. O sofrimento físico: v. 3.b: Homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem
os homens escondem o rosto...4 Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas
dores levou sobre si. e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5 Mas ele foi
traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.6 Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós
todos. 10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar;
Semblante desfigurado - Quando Jesus foi pregado na cruz toda maldade do nosso pecado estava
sobre ele. Toda feiura da nossa iniquidade estava sobre ele.
Ao se encarnar Jesus sabia que iria experimentar a miséria humana e a ira de Deus sobre si.
Seu semblante com tanta tortura estava desfigurado não tinha nem aparência nem formosura.
Todo o pecado caiu sobre ele toda mentira, todo crime horrendo, todo adultério, toda maldade, toda
impureza nojenta estava caindo sobre ele.
Seu rosto ficou transfigurado. Ele foi feito pecado. Ele foi feito maldição. Naquela hora não havia
beleza nele.
Ele estava carregando no seu corpo todos os nossos pecados, todas as nossas mazelas, toda a nossa
sujeira e desgraça.
Sua feiura era a nossa feiura nele. Suas feridas eram as nossas feridas nele.

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Suas chagas eram as nossas chagas nele. Sua morte era a nossa morte nele. Toda a tragédia do
mundo estava sobre ele.
O v. 4 fala de Jesus como aflito e ferido: Ele sofreu aflição na alma por conta dos pecados que
estavam caindo sobre ele e ele foi ferido por Deus por conta da maldade dos nossos pecados.
Torturas cruéis - 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Nenhum ser humano sofreu como Jesus sofreu. Na noite em que foi preso, sua alma estava
angustiada até à morte. Sendo o libertador foi preso.
Jesus foi amarrado a fim de que pudéssemos ser livres de nossos pecados.
Cristo não tratou ninguém com violência, mas teve suas mãos amarradas como bandido.
Sendo o criador foi açoitado pela criatura.
O castigo de açoites era uma parte brutal da execução e tinha a função de enfraquecer o corpo do
condenado para que resistisse menos tempo na cruz.
Jesus foi devorado pelos chicotes, coroado com uma cora de espinhos e com seu rosto ensanguentado
faz a longa caminhada para o calvário.
A crucificação teve início no pretório, o pátio da guarda romana.
Jesus foi colocado na presença dos soldados, onde vestiram-no de púrpura e em sua cabeça
colocaram uma coroa de espinhos.
Os soldados o saudavam, debochadamente, como a um rei, pois esta era a acusação que sobre ele
recaía; Jesus Nazareno Rei dos Judeus.
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Depois uma coroa de espinhos foi colocada na caixa craniana, perfurando os ossos, dilacerando o
couro cabeludo e rasgando a fronte, quando os soldados batiam em sua cabeça com a cana, o cetro de
sua majestade.
Mateus diz que toda uma corte, 600 homens fortes e devidamente preparados para a guerra
torturaram Jesus.
A maior caminhada da história, aconteceu nos passos de um homem, andando sob o peso de sua
cruz.
Jesus caminha debaixo da zombaria da multidão. Caminha cambaleante sob o peso da cruz. Seu corpo
ferido, surrado, ensanguentado cambaleia, perde o equilíbrio e tomba debaixo do peso.
Tente imaginar: Jesus caído a multidão grita, o chicote castiga as costas de Jesus!
O cortejo prossegue, avança e Jesus debaixo de chicotadas e escárnios chega ao topo do calvário.
A tortura continua. Jesus vai ser pregado na cruz, ela será o local de morte. Foram seis horas de
vergonha e horror.
Seus pulsos puros e santos, mãos que curaram os cegos e aleijados, mãos que levantaram os mortos
e abraçaram as crianças, agora são rasgadas pelos pregos.
Por volta das 09h00 crucificaram a Jesus. Primeiro pregaram as suas mãos com cravos de 12 a 15cm
no patíbulo.
Eram quatro marteladas para se perfurar cada mão e mais oito em cada cravo para se perfurar e
prender bem cada mão na madeira.

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Depois, com desprezo e brutalidade, pregaram o patíbulo na estaca vertical, colocando uma minúscula
banqueta para que ele sentasse, evitando assim um colapso devido as contorções do corpo e
prolongando a agonia e o sofrimento.
Em seguida, juntaram-lhe os pés, pregando um no outro com oito marteladas, para então pregarem
os dois na madeira com mais doze marteladas.
Por fim, levantava-se a cruz deixando o crucificado exposto ao sol forte da Palestina.
Jesus, enfraquecido devido a situação que passou desde a sua prisão, onde ele foi duramente
chicoteado enfrenta agora a agonia de uma morte terrível.
A morte na cruz era por asfixia mecânica ou por hemorragia, visto que para respirar era necessário se
levantar o corpo, dilacerando as mãos e os pés, a cada movimento, bem como comprimindo cada vez
mais a caixa torácica sempre que se respirava um pouco mais fundo.
Ali na cruz Jesus sofreu dor, sede, vergonha, humilhação, abandono e morte.
Até o universo entrou em convulsão com as dores de Jesus e as trevas cobriram a terra em pleno
meio-dia e as pedras se arrebentaram de dor e rolaram para os vales.
O Texto dos evangelhos informa que do meio-dia até às três horas da tarde a Terra escureceu.
John Stott, no livro A Cruz de Cristo, diz que aquela escuridão era uma espécie de símbolo externo das
trevas espirituais que envolveram a Jesus naquele momento.
No decurso das horas muitos zombaram de Jesus insultando-o e mandando-o descer da cruz para
salvar-se a si mesmo.
Queriam um milagre para que pudessem crer, visto que não foram capazes de entender que o milagre
era a própria cruz.
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Na cruz reside o milagre da salvação e do perdão de pecados.


Sofreu no corpo e na alma. Não foi a simples dor física que constituiu a essência do Seu sofrimento,
mas essa dor acompanhada de angústia de alma e da consciência do pecado dos eleitos de Deus que
pesava sobre Ele.
Tanto o corpo como a alma foram afetados pelo pecado, e a punição tinha que atingir ambos.
Além disso, a Bíblia ensina claramente que Cristo sofreu em ambos. Ele agonizou no jardim, onde a
Sua alma esteve "profundamente triste até à morte", e Ele foi esbofeteado, açoitado e crucificado.
II. POR QUE JESUS SOFREU?
1. Porque levou sobre si os nossos pecados - v. 5,6,8 . 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. 8 Por juízo
opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos
viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido.10 Todavia, ao SENHOR agradou moê-
lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e
prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.
Seus sofrimentos foram únicos. A Sua capacidade para o sofrimento era proporcional ao caráter da
Sua humanidade, à Sua perfeição ética e ao Seu senso de justiça, santidade e verdade.
Ninguém poderia sentir como Jesus sentia a dureza da dor, da tristeza e do mal moral.
Mas, além destes sofrimentos mais comuns, havia também os sofrimentos causados pelo fato de que
Deus fez com que as nossas iniquidades viessem sobre Ele com grande peso.

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Os sofrimentos do Salvador eram o resultado de uma ação positiva de Deus. Todos os sofrimentos de
Cristo resultaram do fato de que Ele tomou o lugar dos pecadores.
- Quem matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem a cruz. Quem matou Jesus fomos
nós. Foram os nossos pecados.
- Ali na cruz Ele foi moído pelos nossos pecados. Ali Ele foi torturado. Foi traspassado. Ali o peso dos
nossos pecados caiu sobre Ele.
- Ali Ele bebeu o cálice amargo do juízo de Deus, da repulsa que Deus tem pelo pecado. Ali a espada
da lei exigiu a sua morte porque Ele foi feito pecado por nós.
- Ali Ele sentiu o próprio desamparo de Deus: Ali Deus julgou o nosso pecado na carne do Seu Filho.
Ali Deus cumpriu a nossa condenação no corpo do Seu Filho.
Ali Deus derramou a sua ira que devia cair sobre nós, sobre o Seu Filho. Ali Deus satisfez sua justiça
violada por nós, na morte do Seu Filho.
- Cristo morreu pelos nossos pecados. Sua morte foi substitutiva. Ele tomou o nosso lugar. Na cruz Ele
foi abandonado e desamparado para que fôssemos aceitos por Deus.
Ali Ele foi condenado pela lei para que fôssemos libertos da lei. Ali Ele bebeu o amargo fel para que
pudéssemos beber a água da vida. Ali Ele morreu para que pudéssemos ter vida eterna.
2. Porque o seu castigo nos justificará
v. 11: Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu servo, o justo, com o
seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.
Jesus era inocente e estava pagando as penas de muitos não as suas próprias.
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Nós somos culpados diante de Deus e Jesus pagou nossas culpas, recebendo a punição que era
nossa.
Deus salva o homem pecador através de Jesus Cristo, oferecendo o perdão gratuito ao pecador,
mediante a morte de Cristo na cruz.
É por essa razão que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
Ou seja, alguém pagou a nossa dívida fomos justificados diante de Deus.
Se antes estávamos sem Deus no mundo, se éramos por natureza inimigos de Deus agora que fomos
justificados somos amigos de Deus.
Nossa justificação faz a paz com Deus e nos dá acesso a Deus. Por Deus fomos justificados por meio
de Cristo e Cristo nos trouxe para a graça de Deus.
Deus está em paz conosco, e temos agora livre acesso a Deus. O cristão justificado desfruta de uma
bênção muito mais grandiosa do que uma simples aproximação periódica de Deus, ou uma audiência
ocasional com o rei.
Nós temos o privilégio de viver na presença de Deus.
Nossa relação com Deus, que é possível pela justificação, não é ocasional, mas contínua; não é
precária, mas uma relação segura.
Nós não vivemos entrando nas graças de Deus e depois perdendo o seu favor, como políticos que
ganham a simpatia do povo e depois a perdem.
Não! Nós estamos firmes nela, pois é esta a natureza da graça. Nada pode separar-nos do amor de
Deus.
Pelo sangue de Cristo nós temos livre acesso a Deus por um novo e vivo caminho que Ele nos abriu.

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Para os que são de Cristo, Deus é um Pai amoroso, podem se aproximar dEle sem temor e podem ter
a certeza que Deus os aceita e cuida.
Aqueles que foram justificados e agora tem Deus como Pai não necessitam que ninguém os
represente diante de Deus.
Todos que foram justificados pela fé tem livre acesso ao Pai, tem comunhão com Deus.
A RECOMPENSA DE JESUS - v. 11
- “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho e ficará satisfeito.” (v. 11).
- Hb 12.2 “...o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso
da ignomínia...”.
- A recompensa de Jesus são os eleitos de Deus! É seu arrependimento. É sua conversão.
Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir em seu rosto outra vez. É zombar e escarnecer dele.
Recebê-lo, amá-lo é ministrar alegria a Ele. Cristo suportou tudo para conquistar os eleitos de Deus e
o seu amor!
Os eleito de Deus são a recompensa de Jesus! Você está entre eles?
CONCLUSÃO:
Deus impôs judicialmente a sentença de morte ao Mediador.
Desde que Jesus voluntariamente aceitou cumprir a pena do pecado dos eleitos de Deus. Tem início a
nossa salvação.
Era necessário que Cristo assumisse a natureza humana com todas as suas fraquezas, como ela existe
desde a Queda, e assim se fazer semelhante a nós em todas as coisas, com a exceção única do pecado.
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Era essencial que Cristo não sofresse morte natural, nem acidental, e que não morresse pelas mãos
de um assassino, mas sob sentença judicial.
Ele tinha que ser contado com os transgressores e condenado como criminoso.
Além disso, Deus agiu providencialmente para que Jesus fosse julgado e sentenciado por um juiz
romano. Os romanos representavam o poder judicial mais alto do mundo.
O julgamento perante um juiz romano serviria para demonstrar claramente a inocência de Jesus, o
que de fato aconteceu, para que ficasse absolutamente claro que Ele não foi condenado por nenhum
crime cometido por Ele.
Isto dá testemunho do fato de que, como diz o Senhor, Ele foi cortado da terra dos viventes; por
causa da transgressão do meu povo foi ele ferido.
E quando o juiz romano, apesar de tudo o condenou, condenou o inocente.
A sentença de Pilatos foi também sentença de Deus, embora sobre bases inteiramente diferentes.
Sofrendo esse tipo de morte, Jesus satisfez as extremas exigências da lei.
A nossa paz com Deus teve um custo muito alto, por isso pensando na cruz eu quero fazer algumas
rápidas aplicações a nós.
1- A cruz revelou o pecado, as blasfêmias, o ódio. Não é possível se aproximar da cruz e continuar
vivendo da mesma forma, ou a odiamos profundamente, ou a amamos.
A cruz está diante de nós e ao nos aproximarmos o que ela nos revela.?
2 - A cruz nos aproxima de nós mesmos, diante dela caem todas as nossas máscaras e mentiras, ela
nos deixa nus e revela o nosso coração.

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Diante da cruz Deus nos olha nos olhos, e diante desse olhar não a nada oculto, nada permanece da
mesma forma.
O que a cruz revela sobre você?
3 - Diante da cruz todos tem que ter uma atitude, diante da cruz não existe meio termo quem com
Deus não ajunta espalha, quem não está a favor está contra, não dá para ficar em cima do muro.
Ao morrer então naquela cruz, Jesus Cristo assegurou o perdão e o resgate de todo aquele que nele
crê, por meio do seu sangue que escorreu por ela até cair pelo chão.
A cruz que eu não levei, mas que Ele levou, foi a maneira que Deus o Pai escolheu para nos salvar.

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