Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DESENVOLVIDOS
DE HISTÓRIA DO
PENSAMENTO
JURÍDICO –
PRIMA PARTE
ORLOG DE NERUDA CONDE INGLÊS, ALGURES EM ANGOLA, DURANTE O MÊS DE MAIO DO ANO DE 2013
Propósitos
A intenção pela elaboração de um conjunto de anotações
histórico-jurídicas através do qual dá-mos a conhecer os
nossos “sumários”, a que, também denominamos
“desenvolvidos”, têm por base a preocupação que a muito
à nós se alistou (passamos o pleonasmo), de dar resposta à
necessidade de satisfação das necessidades de superação
da ausência de fontes suficientes, relativas às matérias por
nós ministradas nas nossas aulas da disciplina de “História
do Pensamento Jurídico”.
Esse intento, que até a presente data reclama realização,
encontra a sua ratio no facto de os órgãos dirigentes da
então recente Faculdade de Direito da Universidade
Independente de Angola, U.N.I.A., ANGOLA, não terem
deixado de assumir a arriscada responsabilidade de em nós
acreditar e, ainda assim, incumbir-nos a corajosa missão
de sermos os instrutores primários daqueles que
escolheram iniciar o curso de Direito na instituição por
eles encabeçada.
De nossa parte, sem duvidarmos dos perigos que o
caminho jurídico proporciona, sem deixarmos de ter em
atenção o facto de que, o acesso ao Direito é salpicado de
emboscadas e engodos que provêm de suas funções,
envolvemo-nos; e muito! De tal modo que, tal crédito
possibilitou a que outros também em nós acreditassem.
Independentemente daqueles que nos venham a
acompanhar nessa leitura recheada de imprecisões, e que
nos possam ajudar a precisá-las, desde já, convidamo-los a
sentirem-se proprietários do presente estudo que
dedicamo-lo aos nossos discentes, da F.D.U.N.I.A.
(primeiro ano, curso de Direito, desde o ano de 2006 à
presente data), C.D.I.S.C.A.H. (idem primeiro ano do
curso de Direito) e C.D.I.S.P.K.A (idem), onde
respectivamente respondemos pelo tratamento, em
situações consideráveis, da disciplina de História do
Pensamento Jurídico.
À todos…
A nossa consideração mais considerada e o nosso carinho
mais carinhoso, enfim, o que, de mais humano e ou
humanizante, além de que, o que de mais único, existindo
em nós, podemos endereçar.
Algures em Luanda, ANGOLA, durante o mês de Maio do
ano de 2013, Orlog de Neruda Conde Inglês, diferente,
mas, igual à PABLO.
1.INSTITUTA OU INSTITUTIONES
Ao iniciarmos o estudo de uma disciplina como a de
História do Pensamento Jurídico, quando mais, integrada
no Curso de Direito, este a que nos propomos pela
primeira vez, uma atitude importante e interessante poderá
ser (se é que não é), a de, a partir do nome da disciplina,
procurarmos extrair o seu conteúdo informador, uma vez
que, o ensino desta disciplina, em alguns cantos do mundo
Europeu (e não só), do qual, muitos de nós, extraímos
muito dos conhecimentos científicos de que dispomos e
expomos, na linguagem do Professor Doutor António
Pedro Barbas Homem “é uma página em branco a ser
preenchida pelo professor”; é, no entanto, defensável, de
nossa parte, que o seu estudo, se não deve cingir à análise
de um único ordenamento jurídico, por mais que ele seja,
no seio dos mais importantes o mais importante e
influenciador dos demais ordenamentos jurídicos de
alguma parte do Mundo cientificamente bem desenvolvida
pois, em nosso entender, até o mais importante, dentre os
demais, sofre influências culturais que lhe são estranhas.
Quanto a nós, evitando de certa forma, o que poderá ser
idealizado como menosprezo, porque dispomos de
insuficientes fontes escritas sobre o nosso intencionar
jurídico, longínquo, o que dizer? Muito ou pouco, parece-
nos que, apenas N´gana N´zambi e o tempo o sabem, mas,
no nosso pretender, o de simples plebeus, humildes servos
e orientados por algum humanismo, integrantes de uma
ordem que nega a desordem e que, além de natural é
dinâmica, na medida do que nos for possível, esforçar-nos-
emos para que a nossa missão seja concluída com
iluminado êxito.
Primeira forma!
Nada é impossível.
Na senda de Barbas, outro ilustre Professor Doutor, Ruy
de Albuquerque entende que o pensamento jurídico é uma
lição de liberdade: liberdade individual e liberdade dos
juristas; num sentido não muito distante, WELZEL,
LARENZ e COING: o conteúdo curricular da História do
Pensamento Jurídico assentava na aprendizagem de que o
Direito é obra dos juristas e, consequentemente, cabe
assumir uma atitude de desconfiança perante o Estado
enquanto poder-polítco e os textos legislativos que produz
- pois nem as suas posições espelham a vontade geral
correspondente à satisfação de necessidades, também,
gerais, e nem sempre, a feitura dos textos legislativos
respeita o sistema de legitimidade o qual a própria lei
fundamental também deve obediência. Recordam o
aforismo segundo o qual: O Direito não pode ser resumido
à opinião decretada pelo dono do Diário da República (1).
Assim, necessário será partirmos de algum ponto!
História, Pensamento, Jurídico? Que ideias flutuam pelas
marés de nosso pensar quando expressões como estas nos
são ditas a título de questionamento? Qual o objecto de
estudo de tal composto?
De seguida, como e com relação a quê estruturar a nossa
disciplina? O seu estudo irá ou deverá cingir-se à análise
do Pensamento Jurídico de uma civilização em específico
ou, antes porém, deverá abranger, mesmo que, a título
comparado, uma universalidade considerável de
civilizações?
Quando fazemos referência a ideia de pensamento
jurídico, a que nos referimos? Do momento em que,
exactamente, se dá a criação das normas jurídicas? De um
momento que lhe antecede? Momento em que, mesmo
sem se dar por conta, a comunidade de indivíduos
processa como que, involuntariamente, a formação de uma
consciencialização comum, geral, a que Savigny apelidou
de espírito geral do povo ou da comunidade ou sociedade?
Em que se consubstancia?
O que afinal devemos considerar? Momentos anteriores
ou posteriores ao surgimento da escrita? Para já, quais as
razões que estão na base da necessidade de, em uma
colectividade determinada, surgirem normas de regulação
da comunidade dentre as quais se inserem as jurídicas?
Será que, em algum momento da história das
comunidades de indivíduos, se presenciou o fracassar da
eficácia de normas que desempenhavam a função
reguladora do social antes do surgimento do jurídico, tal
como é, institucionalizado e “garantido” pela possibilidade
coercitiva de uma autoridade determinada por uma
vontade geral?
2.NOTA ADVERTIVA
Longe de pré-conceitos e, distante de consensualismos,
mas, algures bem perto da inesperada razão, procuraremos
partir de ideias básicas sem intenções de tomarmos como
verdades absolutas as posições por nós adoptadas.
Não somos detentores, nem nos pretendemos apropriar, do
entendimento mais balizado sobre as temáticas à abordar,
apenas manifestaremos o entendimento que, de momento,
nos parece o mais esclarecedor, logo, havendo a
susceptibilidade de, não hesitarmos em reformular o nosso
entender sobre o que por ora se aborda.
Será tudo uma questão de “fundamentação”, a contar pelo
facto de, os dicionários associarem a palavra “
fundamento” ao que legitima, dá suporte ou serve de
princípio, base, razão ou motivo de alguma coisa (2), ou
aquilo em que se baseia o pensamento (3), sendo
expressivo notar que o verbo “fundamentar” é tido como a
acção de “apresentar justificativa convincente para (4)
alguma coisa, então, este, é o nosso entendimento hoje!
Baseado no nosso empirismo, na nossa mais humilde,
mas, atenta experiência de vida socioprofissional.
De resto, no que nos for possível, procuraremos
abordagens transdisciplinarmente abertas a outras
aportações, racionalidades, propostas e desafios, i-é, não
nos bastaremos, apenas, com o nosso entender, sem antes,
sobre a mesma questão expormos os alicerces da
construção do nosso, e o que contra o nosso atento
entender existe.
(2). Houaiss, António; Villar, Mauro de Salles. Dicionário
Houassis da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objectiva,
2001, p.1404. De forma semelhante: Bueno, Silveira.
Grande Dicionário etimológico prosódico da língua
portuguesa. Saraiva: São Paulo, 1965, v. 3, p. 1490;
Academia de Ciências de Lisboa. Dicionário da língua
portuguesa contemporânea. Lisboa: Verbo, 2001. V.1, p.
1836.
(3). Aulete, Caldas. Minidicionário contemporâneo da
língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004,
p. 390.
(4). Ibidem, 2004, p. 389.
3.PRELIMINARES
Na senda do que advertimos e sem deixarmos de ser
pragmáticos idealizemos, então, a História como a parte
ou parcela da ciência global que se preocupa em analisar
os factos, eventos ou fenómenos sociais, que numa
vertente específica, determinam ou determinaram avanços
evolutivos ou retrocessivos na vida de uma colectividade,
em determinado assentamento geográfico, ou de várias
delas comparativamente analisadas. Não levaremos em
conta todos os factos, eventos, fenómenos ou
acontecimentos sociais ou culturais, mas só, e só aqueles
que, determinam mudanças importantíssimas na vida das
colectividades.
Ponto prévio: Por Exemplo, numa situação como a
actualmente vivida em Angola, digo, em todos os níveis do
social angolano, o que trará uma substituição inter vivos
ou mortis causa do ilustríssimo cidadão José Eduardo
Dos Santos do cargo de Presidente da Rés-Pública
Democrática de Angola?
Só o tempo nos poderá responder mais acertadamente.
Entendemos então que, uma análise histórica deverá ser
sempre contextualizada e contextualizável, o tempo ou
época do sucedido e o espaço em que ocorrera, são e
deverão ser sempre seus companheiros.
Por Pensamento, poderemos, por agora, entender ser a
operação mental, que se processa no intelecto humano, por
intermédio da qual o homo sapiens compõe e articula
ideias e, concatenadamente, promove, entre elas, uma
ligação (5), na maior parte das vezes isenta de contradição.
Na perspectiva de se elevar algo à jurídico, entenderemos
a possibilidade de os preceitos éticos, morais e ou
socioculturais, orientadores da socialidade ou
sociabilidade (6) de uma determinada colectividade,
quando não voluntariamente observados, acarretarem a
possibilidade de se fazerem cumprir, por instituições
doseadas de autoridade social, mesmo que, contra a
vontade daquele que os incumpriu (7).