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A REFORMA PROTESTANTE

“A NESSECIDADE DA REFORMA”

“...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.


Mateus 16.18

INT.:

CRIANÇAS, ADOLESCENTES, ADULTOS, O QUE VOCES CONHECEM DA REFORMA?

O QUE VOCES SABEM SOBRE A IGREJA DEPOIS DE ATOS E APOCALIPSE?

COMO A IGREJA CHEG OU ATÉ NÓS?

A IGREJA DEPOIS DOS APOSTOLOS:

O Professor de História Eclesiástica do Auburn Theological, Robert


Hastings Nichols, em seu livro História da Igreja Cristã, diz:
Entre o ano 100 d.C. e o reinado de Constantino, o Cristianismo alcançou
maravilhoso progresso. Em 313, era a religião dominante na Ásia Menor,
região muito importante do mundo de então, bem como na Trácia e na
longínqua Armênia. A Igreja se constituíra numa influência civilizadora
muito poderosa na Antioquia, na Síria, na costa da Grécia e da Macedônia,
nas ilhas gregas, no norte do Egito, na província da África, na Itália, no sul da
Gália e na Espanha. Era menos forte em outras partes do império, inclusive
na Britânia. Era fraca, naturalmente, nas regiões mais remotas, como a Gália
central e do norte. Em todas essas regiões a Igreja alcançou povos das mais
variadas línguas, que não faziam parte da civilização greco-romana. “O
Cristianismo já se mostrara mais inclusivo do que qualquer outra tradição
cultural.” O Cristianismo não tinha alcançado somente os limites do império;
até mesmo o leste da Síria e Mesopotâmia receberam influência poderosa.
(NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.40.)

Nichols afirma: “Ele [Orígenes] e Tertuliano foram os dois maiores homens da


Igreja dos séculos 2º e 3º.” (NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.41). E, ambos serviram numa
perspectiva bem apologista.
Todavia, quem mais expandiu a evangelização foram os cristãos comuns
cujos nomes não conhecemos, e a história não mencionou. Pessoas que por séculos
deram suas vidas como missionários itinerantes e mártires. Mais uma vez leiamos o que
disse o historiador Robert H. Nichols:
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Todavia, a maior parte da obra que contribuiu poderosa e decisivamente para


espalhar a causa da cruz foi realizada pelos cristãos em geral. Pela vida deles,
especialmente pelo grande amor fraternal e também pelo amor aos
descrentes, pela fidelidade e coragem sob as perseguições e pelo testemunho
oral da história do evangelho, esses desconhecidos servos de Cristo levaram
aos pés do Salvador a quase totalidade dos que foram ganhos para a causa do
evangelho naquele tempo.

Nunca faremos uma apreciação exata das conquistas que a Igreja fez nesses
séculos, se esquecermos que elas foram alcançadas em meio à mais feroz
perseguição. (NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.42)

A fé cristã era vista como uma ameaça:


Dois fatos contribuíram para aumentar a oposição oficial ao Cristianismo:
primeiro, seu crescimento a despeito da repressão; segundo, suas principais
reuniões, como a Ceia do Senhor, eram realizadas a portas fechadas. Aos
olhos do governo, a Igreja parecia uma perigosa arma secreta que crescia
assustadoramente.8

Como eram vistos assim, é natural que sofressem perseguição, mas ela não
foi sempre contínua. Intercalavam tempos de paz, e tempos de guerra, segundo os
interesses de cada governador Romano. Foi assim de Nero a Constantino, chegando a
intensificar-se no governo de Décio e seus sucessores.
...desencadeou-se a pior perseguição jamais sofrida, sob o governo de Décio e
seus dois sucessores (250-260). Eles lançaram mão de todo o poder de que dispunham,
numa tentativa sistemática e impiedosa de varrer o Cristianismo do Império Romano.
Milhares foram martirizados e milhares abandonaram a fé.9

Mas também houve um tempo de longa paz, conhecido como a “Pax Longa
(260-303), durante a qual a Igreja muito conseguiu em número, poder e organização”. 10
Até que alcançou uma paz estável e consolidada no quarto século. Que trouxe um novo
período na história da Igreja, onde esta achou-se mais confortável sem a mão pesada dos
seus inimigos lutando ferozmente para lhe tragar.
Em 331, apareceu um Edito de Tolerância, publicado por Galério, imperador
no Oriente, no qual era reconhecida a insânia da perseguição aos cristãos.

Dois anos mais tarde, o Edito de Milão, de Constantino e Licínio,


imperadores do Ocidente e do Oriente respectivamente, estabelecia a
liberdade religiosa para todos. Esse edito teve por objetivo pôr fim à
perseguição ao Cristianismo.11

8
NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.42-43.
9
NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.43.
10
NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.43.
11
NICHOLS, 14ª ed. 2013, p.44.
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ANTES E DEPOIS DE CONSTANTINO:

Veio então uma fase completamente diferente daquela pela qual a igreja
passou nos primeiros três séculos. Ela alcançou liberdade religiosa. Mas, tal paz foi
realmente benéfica? Quais os efeitos que desencadeou? A igreja teve um
desenvolvimento saudável?
Essa resposta só pode ser encontrada quando olhamos para o que aconteceu
com a igreja no governo do imperador romano Constantino. Eu não poderia deixar de
mencionar estes acontecimentos. A igreja passou por transformações marcantes e
decisivas, o problema é que o registro histórico de tais fatos foram mais maléficos que
benéficos.

A igreja já se organizara de certa forma desde a metade do segundo século,


e desde essa época começou a ser chamada de Igreja Católica. A palavra “Católica”
significa Universal. Ou seja, a igreja entendia sua função de ser luz para todos os povos.
Não era a igreja de um estado, mas a igreja de Deus. Um Deus que escolheu pessoas em
todos os cantos do mundo. A igreja não foi inventada ou instituída nesta época, mas, se
organizando. Assim, congregações de várias cidades e lugares diferentes ou distantes
estavam unidas como uma força universal, com motivações, propósitos e crenças
semelhantes. Essa organização Católica constituiu-se de alguns fatores determinantes.
Eles são: (1) Um mesmo e único sistema de governo; (2) Um mesmo e único credo; (3)
Uma mesma e única Bíblia. As igrejas estavam envolvidas numa espécie de aliança. No
governo, praticamente todas eram compostas por Bispos (que seriam os nossos
pastores), Presbíteros e Diáconos. Quanto ao credo, guardaram a fé e doutrina que os
Apóstolos ensinaram à Igreja. E tinham também um mesmo Cânon, ou seja, adotaram
os mesmos livros da Bíblia como inspirados pelo Espírito Santo. É claro que nem todas
as igrejas adotaram esses três pilares da igreja católica inicial, e por isso, não faziam
parte da aliança, sendo consideradas como heréticas. Essa organização foi muito
necessária, pois muitas heresias e imoralidades surgiam a cada século, e isso no meio da
igreja. É claro, também havia muita piedade. Contudo, mesmo nessa época o joio
continuava semeado no meio do trigo (Mt.13.24-25).

A organização Católica (universal) foi fiel às Escrituras até que Constantino


(imperador romano) tomou uma importante decisão: unir a Igreja Católica ao Estado.
Aqui as coisas começaram decair. Mais uma vez, lembro a figura de um navio que tem
um rumo traçado, e um iceberg aparece em seu caminho fazendo-o naufragar.
Constantino foi o iceberg que levou a igreja católica ao início do naufrágio.
Constantino teve a ideia de tornar a igreja, uma instituição do estado. Quais
as suas intenções? Ele era cristão? Visava expandir o reino de Deus? Suas motivações
eram puras? Certamente o seu desejo não era a glória de Deus. Constantino visava o seu
próprio benefício. Tentaria explorar tudo o que a igreja poderia lhe proporcionar. Tinha
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o nome de cristão, mas não o coração. Não tinha o desejo de cumprir o


comissionamento dado por Jesus. Começou governar a partir de 323 a.D., e a partir
desse momento o cristianismo deixou de ser perseguido e, as vezes, massacrado para se
tornar predominante no império. Isso foi uma estratégia sagaz de um político que
entendeu a força da fé cristã e viu a incapacidade humana para destruí-lo. Simpatizado
com o cristianismo, o apoiou. Planejou-se para ter essa força ao seu lado, com intuitos
completamente políticos e egocêntricos. Mas, não se converteu genuinamente, apesar de
ter sido batizado antes de sua morte.
O cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano. Embora
Constantino tomasse de fato essa deliberação, só se efetivou no reinado de
Teodósio (375-95), que o tornou obrigatório fazer parte da igreja. Foi isto a
PIOR CALAMIDADE que já sobreveio à mesma Igreja. O desígnio de
Cristo era vencer por meios puramente espirituais e morais. Até ao tempo de

Constantino as conversões eram voluntárias, por uma genuína mudança do


coração e da vida. Agora, porém, as conversões forçadas enchiam as igrejas
de gente não regenerada. Entrou na Igreja o espírito militar da Roma
Imperial, mudando-lhe a natureza e tornando-a uma organização política e
fazendo-a precipitar-se no milênio abominações papais.14
14
HALLEY, HENRY H. Manual Bíblico – Um comentário Abreviado da Bíblia. Traduzido por David
A. de Mendonça. São Luiz, Ma., Livraria Editôra Evangelica, 1963. p.670.

Iniciou-se uma decadência moral na história da igreja. Que começou perder


sua identidade. O mundo a invadiu, e trouxe consigo o pecado e corrupção. Como uma
instituição apoiada pelo estado, todo o povo naturalmente aderiu às igrejas. Pessoas que
não tinham o compromisso com as Escrituras. Que não abandonaram suas impiedades.
Abraçaram o cristianismo, mas não deixaram o paganismo. O número de cristãos
aumentou consideravelmente, mas a sua qualidade decaiu profundamente.
Principalmente após o decreto baixado por Teodócio, que impôs a seus súditos o dever
de ser cristãos e crer nas decisões do Concílio Niceno. A religião era imposta. A fé
cristã era uma lei imperial. Multidões de crentes nominais que nunca experimentaram a
regeneração.

Calvino dizia que a Igreja e Estado são poderes diferentes ou que devem estar separados
no seu governo.

A FORMAÇÃO DO PAPADO:

P.64:

No inicio eram vários, depois o papa de Roma foi se tornando mais poderoso e assumiu a
ponteira até hoje.

OS PRÉ-REFORMADORES:
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John Wycliff: p.145

John Huss: p.146

I.Contexto Histórico da Reforma.

O principal benefício da Reforma Protestante foi o fato de tornar a Bíblia conhecida pelo
povo novamente e trazer o povo para a verdadeira religião bíblica.

A Reforma surgiu em 1517, quando a Igreja estava perdida em práticas e credos


distorcidos.

A Igreja Católica Apostólica Romana buscava não os bens espirituais, mas os tesouros
desse mundo.

CAUSAS DA REFORMA: FATORES MÚLTIPLOS E COMPLEXOS.

Político:

 Jurisdição da Igreja sobre o Estado.

 Preenchimento de Cargos pelo Papa.

 Julgamento de Clérigos em tribunais eclesiásticos.

Econômico:

 As terras da Igreja Romana na Europa: os Estados Papais.

 O não pagamento de Impostos.

 Divisão de soberania/governo dentro do estado.

 As indulgências.

Intelectual: O Redescobrimento da liberdade intelectual e a busca do saber levou o


homem do século XVI:

 Interesse pela vida secular e desinteresse pela religião.

 Questionar a validade dos dogmas da Igreja e a autoridade de seus líderes.

Social:

 Mudanças sociais acontecendo, e tranzendo um espírito novo de individualismo


e revolta contra injustiça social.

 Movimentos sociais como o Renascimento.

Moral:

 As lideranças religiosas em pecado.

 O povo abandonado, vivia em pecado (reflexo da liderança).


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 Corrupção e inveja.

 Simonia: compra e venda de cargos eclesiásticos.

 Concubinas: mulheres que se deitavam com os padres.

Teológico:

 Rezas pelos mortos.

 Substituição do Culto Cristão pela Missa.

 Culto às imagens e canonização dos santos.

 Purgatório.

 Inquisição.

 Indulgências.

A Igreja era rica e o povo pobre, por causa de exploração da fé.

A Igreja tinha conhecimento que o povo não tinha.

II. Os Reformadores.

1. O estopim da Reforma com Lutero:

Até que um monge discordou das práticas e credos da igreja e resolveu chamar a Igreja
à mudanças. Todavia, fez isso diante de todos, pois expôs os erros da Igreja diante do povo que
sofria nas mãos da mesma.

Assim, na manhã de 31 de outubro de 1517 d.C., um monge agostiniano, chamado


Martinho Lutero, que era professor de teologia na Universidade de Wittemberg Alemanha,
dotado de uma mente brilhante, fixou na porta da igreja as 95 teses contra as indulgências da
ICAR.

Lutero enxergou os desvios teológicos da ICAR, especialmente as indulgências.

As indulgências: eram documentos que as pessoas adquiriam com dinheiro, e que


segundo a ICAR, livravam das penas do pecado, àqueles que pagavam.

As indulgências havia sido declaradas como um dogma em 1343 pelo Papa Clemente VI,
e depois, o Papa Sixto IV, estendeu o poder salvador das indulgências até mesmo àqueles que
já haviam morrido e segundo eles, estavam se purificando no purgatório.

João Tetzel, um dominicano, encarregado pelo papa Leão X de vender as indulgências na


Alemanha, dizia que: “A indulgência que eles [ele e sua comitiva] vendiam deixava o pecador
‘mais limpo do que saíra do batismo’, ou ‘mais limpo do que Adão antes de cair’, que ‘a cruz do
vendedor de indulgência tinha tanto poder como a cruz de Cristo’, e que no caso de alguém
7

comprar uma indulgência para um parente já morto, ‘tão pronto a moeda caísse no cofre, a
alma saía do purgatório’”. (GONZALES, 1983, p.53).

Lutero foi despertado pelo texto de Rm.1.17: “O justo viverá pela fé”.

Além disso, Lutero traduziu a Bíblia para a língua do povo Alemão, dando liberdade
àqueles que estavam escravos, pois o povo não podia ler a Bíblia e avaliar a conduta da igreja
romana por não saber o grego, hebraico ou latim.

Conflitos armados surgiram nessa época, pois o povo que estava na miséria e pobreza
revoltou-se ao compreender que a ICAR estava abusando da fé deles por muito tempo. Alguns
eram a favor disso e naturalmente outros não. Daí surgiram conflitos armados em nome de
católicos e protestantes. Mas, enquanto isso acontecia, Lutero estava estudando, traduzindo,
escrevendo comentários e pregando o Evangelho. Não tinha tempo para se envolver ou
influenciar esses conflitos.

Em 1521 (apenas 4 anos após o início da Reforma), Lutero foi chamado para comparecer
diante de um plenário para se retratar e abandonar a Reforma. Esse evento ficou conhecido
como Dieta de Worms (Alemanha). E a resposta de Lutero foi: “É impossível retratar-me, a não
ser que me provem que estou laborando em erro, pelo testemunho das Escrituras ou por uma
razão evidente. Minha consciência está alicerçada na Palavra de Deus, e não é seguro nem
honesto agir-se contra a consciência de alguém. Assim, Deus me ajude. Amém”. (NICHOLS,
1985, p.151).

Como surgiu o nome Protestante? Não foi pela guerra armada.

Os Protestantes ficaram conhecidos por lutar com palavras e argumentos pela liberdade
de Culto e religião. PROSTESTAR PELA VERDADEIRA RELIGIÃO.

O nome católico e o protestante.

2. O Surgimento e importância de Calvino:

Calvino nasceu em 1509 e morreu em 1564, ou seja, viveu 55 anos apenas. Mas, sua
existência foi extremamente importante. Calvino foi profundamente usado por Deus.

Calvino foi responsável pelo estabelecimento do Protestantismo na França e na Suíça.


Mas, quando a Reforma surgiu em 1517, João C. tinha apenas 8 anos.

João Calvino estudou Latim, Humanidades e Teologia em 1523, quando tinha 14 anos.
Em 1531, com 22 anos, estuda literatura clássica. E vai desenvolvendo suas capacidades
intelectuais.

Calvino se converteu em 1533, e no mesmo ano começou escrever as Institutas, com 24


anos. Nesse tempo, o plano de Calvino era fazer uma edição de bolso para as pessoas lerem
onde quisessem. Porém, depois foi ampliada e deixada como está já em 1539. Considerado por
muitos o melhor livro teológico após a Bíblia, em 20 séculos.
8

Nas Institutas e nos comentários, Calvino trouxe à luz o doutrinas a muito esquecidas
pela ICAR. Essas doutrinas foram redescobertas e estudadas por teólogos das igrejas mais
tradicionais que foram se formando a partir da Reforma. Mas, com o surgimento das Igrejas
Pentecostais essas doutrinas foram deixadas de lado e abraçado um cristianismo que valorize
mais as experiências e misticismo.

Seria um tipo de Pietismo potencializado? O Pietismo (que pode ter aspectos positivos e
negativos) foi um movimento de renovação na Igreja, surgido na igreja Luterana alemã no fim
do século XVII. Os defensores do Pietismo, priorizavam as emoções, sentimentos e
experiências místicas na religião, do que uma teologia racionalista, ou seja, extremamente
racional e não associada à prática.

Calvino redescobriu Agostinho, que baseou-se na Teologia Paulina para Sistematizar a


teologia da Igreja, e Paulo aprendeu com Jesus.

3. John Knox: Igreja Presbiteriana na Escócia.

A Reforma na Escócia teve como grande influenciador um homem chamado John Knox.

No século 16 a Escócia era um reino independente, que tinha mais amizade com a
França do que com a Inglaterra (nações rivais nesta época). Era um reino influenciado pelo
catolicismo, que na época era bem corrompido. Mas essa situação iria mudar com o
estabelecimento do protestantismo reformado.

Knox nasceu entre 1513-1515 não se sabe ao certo de coisas do seu passado. Porém
tornou-se sacerdote (protestante) e pregava um cristianismo reformado de forma ousada já
em 1546 (quando tinha entre 31-33 anos), quando foi preso por franceses de influência
católica romana que ajudavam o governo escocês. Ficou nessa situação por 1 ano e 7 meses,
passando por diversas durezas.

Tempos depois, foi para a Inglaterra que progredia com a Reforma, lá, amadureceu e
destacou-se como notável pregador. Mas por causa de uma perseguição que surgiu na
Inglaterra foi para Genebra na Suiça, estudar e aprender com João Calvino e demais
companheiros.

“Genebra se lhe tornaria o grande centro de preparação, operação e organização para


a extraordinária obra que realizaria em sua pátria”. (LUZ, Waldyr Carvalho. John Knox: o
patriarca do presbiterianismo. p.67).

A reforma com dificuldades continuava na Escócia, até que em 1559, John Knox retorna
à sua terra natal para liderar a Reforma Protestante na Escócia, queria a liberdade da fé ainda
que não fosse o desejo da rainha escocesa.

Enfim, em 1560 com apoio da Rainha Elisabete (Inglaterra), conseguiram o direito de


expressar sua fé protestante juntamente com os demais protestantes, após os franceses serem
expulsos diante do exército Inglês. Em pouco tempo a Igreja Reformada Escocesa estava
estabelecida.

“A reforma religiosa não se imporia sem a reforma política. A religião verdadeira não
transformaria apenas o indivíduo, teria de transformar a sociedade, primeiramente o seu
governo”. (LUZ, Waldyr Carvalho. John Knox: o patriarca do presbiterianismo. p.67-68).
9

O protestantismo ganhava tanta força que com a criação da Confissão escocesa, o


Parlamento proibiu a prática da missa, e rejeitaram a autoridade do papa.

“Knox também foi o principal autor do Livro de disciplina, que traçava uma forma
presbiteriana de governo para a Igreja”. (NICHOLS, Robert Hastings. A História da Igreja Cristã.
p.182).

Porém, em cerca de um ano depois, em 1561, a Rainha Maria, veio da França para
restabelecer o catolicismo romano na nação recém reformada. Teriam de lutar para que a
Reforma permanecesse em vigor, e conseguiram vencer mais uma batalha com o apoio do
povo.

A vitória protestante estava certa, mas agora a batalha era para estabelecer o
Presbiterianismo, pois o filho da rainha Maria, chamado Tiago VI, que depois se tornaria Tiago I
da Inglaterra tentou introduzir bispos na Igreja Escocesa. Ele viu que a forma de governa
presbiteriana sobre a igreja iria desenvolver um espírito de liberdade no povo. E isso não seria
bom para qualquer um que quisesse dominar o povo.

Assim, a tentativa era o governo estabelecer ministros para as igrejas, o que


naturalmente iria fazer com que a Igreja tivesse Interferência do Estado. Mas, os Reformados
lutaram para sustentar uma Igreja cuja liderança fosse somente de presbíteros escolhidos pelo
povo que guardava a fé. Um dos nomes importantes para essa vitória foi André Melville, um
líder presbiteriano que com certeza aprendeu com Knox e guardou seus ensinos.

Desta forma, nasceu a Igreja Presbiteriana, que é a mesma Igreja Reformada, porém na
Escócia. O nome presbiteriano era para que ficasse bem claro que a Igreja segundo a Bíblia
tem Presbíteros escolhidos e reconhecidos pelo povo como seus Líderes.

Por isso, a Relação entre a igreja presbiteriana e a reformada (que é a calvinista) é de


igualdade, são a mesma coisa ou como nomes sinônimos.

III. CALVINISMO, A DOUTRINA DOS REFORMADORES

Calvinismo – Paulo Anglada: p.2


O que é Calvinismo? Que doutrinas são estas de um francês do século XVI? Qual a
essência do Calvinismo?

O termo Calvinismo talvez não seja tão apropriado, não por não corresponder ao ensino
de João Calvino, mas porque não foi somente ele quem escreveu sobre tais doutrinas. O
calvinismo é a síntese das doutrinas dos reformadores, que por sua vez, é a redescoberta da
pregação dos apóstolos de Cristo.

Todas as confissões de fé das igrejas Luterana, Reformada, Presbiteriana, Anglicana,


Congregacional e Batista professam as ideias de Calvino, mesmo que não plenamente.

Tomemos por exemplo, Charles. H. Spurgeon. Um dos maiores pregadores Batistas (e de


quaisquer denominações) de todos os tempos:

 “Somente usamos o termo ‘calvinismo’ por uma questão de brevidade. A


doutrina conhecida como ‘calvinismo’ não teve sua origem em Calvino; acreditamos
10

que ela se originou com o grande Fundador de toda verdade. Talvez o próprio Calvino
a tenha extraído dos escritos de Agostinho. E Agostinho, sem dúvida, chegou às suas
conclusões através do Espírito de Deus, a partir do estudo diligente dos escritos de
Paulo, o qual, por sua vez, os recebeu do Espírito Santo e de Jesus Cristo, o grande
Fundador da era cristã. Portanto, usamos essa designação não porque atribuímos uma
importância especial ao fato de Calvino ter ensinado estas doutrinas. Estaríamos
dispostos a chama-las por qualquer outra designação se pudéssemos achar uma que
fosse melhor compreendida e que, em sua totalidade, estivesse de acordo com os
fatos”.
 “A antiga verdade que Calvino, Agostinho e o apóstolo Paulo pregaram é a
verdade que eu também devo pregar hoje; do contrário deixaria de ser fiel à minha
consciência e ao meu Deus. Não posso remodelar a verdade; desconheço tal coisa
como lapidar uma doutrina bíblica. O evangelho de John Knox é o meu evangelho.
Aquilo que trovejou por toda Escócia precisa trovejar novamente por toda a
Inglaterra”.
 “Se eu acreditasse no que alguns pregam acerca de uma salvação temporária e
passageira, a qual dura somente por algum tempo, dificilmente eu ficaria grato por ela;
mas quando eu sei que aqueles que Deus salva, ele os salva com uma salvação eterna,
quando eu sei que ele lhes concede uma justiça eterna, quando eu sei que ele os
estabelece sobre um fundamento duradouro de amor eterno e que os conduzirá ao
seu reino eterno, então eu fico admirado de que uma bênção como essa tenha sido
concedida a mim!”
 “Minha opinião pessoal é que não há pregação de Cristo e este crucificado, a
menos que se pregue aquilo que atualmente se chama Calvinismo. É cognome chamar
isso de Calvinismo; pois Calvinismo é o evangelho e nada mais. Não creio que
possamos pregar o evangelho... a menos que preguemos a soberania de Deus em
dispensação...”

QUAL A ESSÊNCIA DO CALVINISMO?

São DUAS verdades centrais destacadas pelo Calvinismo. Uma tem relação com o
HOMEM [Antropologia]; outra tem relação com DEUS [Teologia]. Todo o sistema teológico
conhecido como calvinismo é o resultado natural, lógico e bíblico dessas duas doutrinas
essenciais. Elas são:

1. A QUEDA do Homem: a corrupção do ser humano;

2. A SOBERANIA de Deus: a vontade livre e majestosa de Deus;

Se estas duas doutrinas são verdadeiras, e de fato, não há como nega-las pelas
Escrituras, não se pode concluir outra coisa senão que Jesus é o Autor e Consumador da fé;
não o homem.

As características das Igrejas Reformadas. (NICHOLS, Robert Hastings. A História da Igreja


Cristã. p.183-184).
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DIEGO JUNIOR DE ANDRADE LIMA

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