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APOCALIPSE

Introdução e Capítulo 1
Apocalipse não é o único livro da Bíblia que se utiliza deste estilo. O livro de Daniel, por exemplo, é considerado
literatura apocalíptica. O mesmo se pode afirmar para trechos dos livros de Isaias (13 a 14), Ezequiel (1 e 28 a 39),
e ainda, Joel (2 a 3) e Zacarias (9 a 14). No período a partir do ano 210 a.C. e até cerca de 200 d.C. vamos
encontrar uma grande produção de textos apocalípticos, a maioria textos fora do cânon da Bíblia.
Entre eles, estão os chamados, tais como O Livro de Enoque, Apocalipse de Baruque, Assunção de Moisés, O Livro
do Quarto Esdras e outros.
* livros apócrifos = obra sem AUTENTICIDADE, ou cuja autenticidade não foi provada
Os escritos apocalípticos têm em comum vários pontos que caracterizam uma linguagem especial. Alguns desses
pontos são os seguintes:
. Salientam a esperança e as expectativas escatológicas, isto é, ligadas às últimas coisas, ou à consumação da
história e ao fim dos tempos.
• Asseguram a intervenção de Deus para a redenção do seu povo.
• Interpretam os conflitos e os problemas que estão acontecendo, à luz do fim da história. O texto sempre está
associado a uma situação histórica crítica.
Conhecer essa situação histórica facilita a interpretação do texto. Os textos em geral se propõem a fornecer
conforto, segurança e coragem em dias difíceis...
• Apresentam mensagens dentro de uma estrutura de visões que seus autores tiveram. Estas visões são descritas
numa série de símbolos extraordinários, tais como, criaturas estranhas, bestas e animais voadores fantásticos.
João se nomeou seu autor. Ele declara seu nome, mas esconde sua mensagem no estilo e na codificação da
literatura apocalíptica. Ele apresenta, também, uma mensagem com maior alcance no que se refere ao
entendimento da soberania de Deus na História e ao processo redentivo do ser humano. O Apocalipse de João
vai nos revelar que o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo, nos dará a vitória em Cristo Jesus.
Estudo 1
Reparem que João ouve a voz do Senhor Jesus, dizendo: – Eu sou o Alfa e Ômega, aquele que é, que era e que há
de vir, o Todo-Poderoso.
Alfa é a 1ª letra do alfabeto grego e ômega é a última. O que isso significa?
Muitos tradutores pensaram que o homem simples não entenderia isso e acrescentaram, como está, por
exemplo, na Ed. Corrigida: “O princípio e o fim”. Isso não está escrito no texto original, embora o conteúdo esteja
certo, pois o Senhor é de fato o Princípio e o Fim. Mas, a expressão “alfa e ômega” tem um significado ainda mais
profundo. Significa que Jesus Cristo é o Verbo eterno, que além Dele não existe mais nada a dizer, porque Ele e
somente Ele é a Palavra no seu sentido mais completo. A VERDADE E A VIDA. Essa é a razão do acréscimo do v.8 –
aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Vamos agora entender o significado do v.9 – Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na
perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de
Jesus.
O Imperador Domiciano governava o império romano de forma extremamente autoritária. Ele se considerava um
deus, espalhava imagens suas pelo império, punindo com martírio, exílio, torturas, confisco e a morte quem não o
adorasse. Domiciano estabeleceu um sistema de delatores que agia como verdadeiro flagelo. Os cristãos da
época recebiam todo o impacto dessa política cruel...
Nesse contexto, o Apóstolo João encontrava-se exilado na ilha de Patmos, como resultado das perseguições do
império. Lá, ele teve a oportunidade de refletir sobre o significado do conflito que havia surgido entre o Estado
Romano e a Igreja Cristã. João levou em conta esse conflito no seu sentido histórico e cósmico e, meditando
sobre suas vastas implicações, caiu num estado de êxtase, sob a influência do Espírito Santo, recebendo de Deus
uma visão que lhe permitiu escrever o "Livro das Revelações".

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Que resultaria de tudo isso? O Cristianismo iria acabar? Deus perdera o poder? Por que Deus não intervinha?
Quem venceria as forças do inferno, encarnadas em Domiciano? Até quando o império romano se manteria
oprimindo os cristãos?...
O povo cristão precisava, assim, de alguém, ou de algo, que os encorajasse, que lhes desse uma visão de futuro e
que lhes garantisse a vitória, apesar de perseguidos, dispersos e mortos.
Não somente os cristãos daquela época, mas todos os povos que viriam depois, de alguma forma, necessitavam
dessas palavras de encorajamento e dessa visão de futuro da vitória de Cristo sobre o mal.
É esta a grande mensagem que João nos entrega através do seu Apocalipse, uma mensagem cheia de bem-
aventuranças...
(AP 22:7) — Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
(AP 1:3) — Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas
nela escritas, pois o tempo está próximo.
(AP 14:13) — Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor...
(AP 16:15) — Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua
vergonha.
Quem são Os Destinatários da Revelação?
O v.11 indica que o livro foi dirigido às "sete igrejas que estão na Ásia". O que vês escreve em livro e manda às
sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
Entretanto, isso não significa que os receptores da mensagem estivessem limitados apenas a essas igrejas.
O uso do número "sete", que simboliza "inteireza" ou "perfeição", indica que o livro era para todas as igrejas da
Ásia Menor. Na realidade, vamos verificar que a mensagem dirigida a essas igrejas teve um caráter universal para
todos os demais cristãos, estendendo-se até os dias de hoje, e indo também até o futuro. É, portanto, uma
mensagem de vitória, uma mensagem de triunfo do Cordeiro-que-tira-o-pecado-do-mundo. É uma mensagem de
encorajamento, até que os reinos deste mundo se tornem parte do Reino de Deus e de seu Filho, Jesus Cristo.
Como eu disse, anteriormente, as condições dos cristãos que primeiro receberam o Apocalipse eram bastante
críticas. Por várias décadas o Cristianismo havia passado meio despercebido do império romano. O Judaísmo era
considerado uma religião legal e Roma via o Cristianismo como uma parte do Judaísmo. Pouco à pouco porém,
Roma notou que o Cristianismo e o Judaísmo eram religiões completamente diferentes. Além disso, existiam
diversos motivos para que houvesse uma forte má vontade contra os cristãos... Por exemplo: O Cristianismo era
considerado uma religião ilegal porque, ao contrário das demais religiões consideradas legais, buscava conquistar
seguidores entre os pagãos, fato que não era tolerado por Roma.
Outra coisa, aquele novo movimento aspirava tornar-se universal (católico) e o Reino de Deus era o seu ideal
principal. Para os romanos, porém, o Estado era o principal, o que os levava a ver o Cristianismo como um
possível rival do império... O Cristianismo era uma religião exclusivista, pois os crentes da época se recusavam de
participar da vida social e dos costumes pagãos. Não freqüentar os cultos pagãos e não ter deuses romanos em
casa fez com que o povo, em geral, visse os cristãos como inimigos de seus deuses.
Os cristãos negavam-se a ir à guerra, uma vez que todo soldado romano tinha que assumir compromisso com
cultos aos ídolos do império, o que incluía uso de insígnias que idolatravam o imperador.
Além disso, os cristãos entendiam que Cristo os havia ensinado a largar definitivamente a espada e a usar meios
pacíficos. Isso também contribuía para que o povo em geral os odiasse e os considerassem como traidores do
império.
Aqueles que usavam a religião como forma de ganhar dinheiro, tais como os fabricantes de imagens, os
sacerdotes pagãos e os comerciantes de animais destinados aos sacrifícios, faziam uma tremenda pressão contra
o Cristianismo. Os cristãos, como todos os povos dominados por Roma, tinham que afirmar que o deus-Cesar era
superior ao Deus Cristo, o que os cristãos se negavam a fazer. Assim, a sentença do governo de Roma foi que
aquele grupo traidor e rebelde deveria ser exterminado. Para os cristãos, porém, outra ameaça se levantava
contra eles: as muitas heresias que começavam a surgir, trazendo confusão e controvérsias, destruindo o
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companheirismo entre os crentes e ameaçando o próprio Cristianismo.
A Visão Inicial do Cordeiro
No trecho que estamos estudando, João vislumbra Cristo redivivo, santo, majestoso, onisciente, cheio de
autoridade e todo poderoso. Ele está de pé no meio das igrejas, tem a sorte delas em suas mãos e diz: "Não
temais ! Eu morri, mas vivo para sempre. E, mais do que isso, tenho em minhas mãos as chaves da morte e do
túmulo. Não deveis temer ir para o lugar do qual eu tenho a chave. Podereis ser perseguidos até a morte, mas eu
sou ainda o vosso Rei". É isso o que o Senhor está dizendo em AP 1:18-20... Que nós possamos ter sempre essa
visão de vitória gravada em nossas mentes para que jamais venhamos a desanimar quando estivermos diante de
quaisquer provações em nossa vida, seja na saúde, em nossos relacionamentos, nos desafios da nossa
subsistência, ou quando estivermos sendo perseguidos...

Cap. 2 – Cartas às Igrejas


Vimos anteriormente, ao iniciarmos o estudo do livro do Apocalipse, que este livro trata essencialmente da
Revelação de Jesus Cristo. Neste sentido, salientamos que Apocalipse é o mesmo que Revelação...
Vimos também que a mensagem principal do Apocalipse é o anúncio da volta de Jesus, a 2ª Vinda = Parusia...
Agora, estaremos dando início ao estudo das cartas às sete igrejas, que estão nos capítulos 2 e 3... Talvez esta seja
a parte mais conhecida do Apocalipse, basicamente, por ser o trecho do livro de mais fácil compreensão.
As igrejas em questão eram igrejas reais, e tudo indica que João não pretendia ser apenas genérico colocando,
nessas cartas, profecias referentes aos vários períodos da história eclesiástica.
João estava considerando a onda crescente de perseguição que estava se abatendo sobre aquelas igrejas. E ele,
também, conhecia as necessidades das pessoas que efetivamente freqüentavam aquelas igrejas.
O número sete sugere a idéia de perfeição. O nº 7 é a soma de três, que simboliza o divino (Pai, Filho e Espírito
Santo) com o quatro, que traz a idéia de mundo no sentido físico (os pontos cardeais, são quatro: Norte, Sul, Leste
e Oeste).
Essas mensagens se destinam às demais igrejas da Ásia Menor e de outras regiões. Ela se destina também a todas
as igrejas que vieram depois, incluindo as nossas igrejas atuais. Como a natureza humana é a mesma ao longo do
tempo, com seus anseios, suas fraquezas e seus pecados, e a História evolui em ciclos, o conteúdo dessas cartas
se mostra atual também para as igrejas e para os crentes de hoje.
Todas as sete cartas apresentam elementos que são comuns:
. Cada carta é endereçada ao "anjo" da igreja (seu pastor)...
. Há a identificação do remetente (Cristo). Este remetente revela possuir profundo conhecimento de cada igreja,
louva a igreja naquilo que ela tem de bom e demonstra seu desagrado pelo que ela tem de negativo...
. Há uma parte final de aconselhamento e a promessa para os que permanecerem firmes e fiéis.
. Da mesma forma que as parábolas, as cartas consistem de palavras proferidas pelo próprio Senhor Jesus... E
todas as cartas são concluídas com a ordem de Cristo: – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas...
Vamos ouvir, portanto, o que o Espírito diz HOJE à igreja:

A 1ª Carta — Igreja de Éfeso – Fiel, mas em Falta


(AP 2:1-7) — Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e
que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: (2) Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e
que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos; (3) e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer. (4)
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. (5) Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à
prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. (6) Tens,
contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. (7) Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.
Ao tempo dessa carta, Éfeso era uma grande e rica cidade, com uma população variada, ricos, pobres, letrados e
analfabetos... Era uma cidade culta, abastada e corrompida...
Ali existia o Templo pagão de culto à deusa Diana (romanos) ou Artemis (gregos)...
O ponto positivo da igreja de Éfeso, elogiado na carta, era a fidelidade no trabalho cristão e na doutrina.
Entretanto, o autor da Carta, o Senhor Jesus, observa um ponto fraco na igreja de Éfeso (v.4) — Tenho, porém
contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Parece que a igreja, apesar de atuante e firme na doutrina, estava
deixando de lado o verdadeiro motivo, ou o espírito do serviço Cristão: o amor.
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É possível que os membros da igreja de Éfeso estivessem mais presos a um ativismo e a um formalismo
doutrinário do que a uma verdadeira resposta, em amor, à ação e ao comando do Espírito de Deus.
A recomendação que Cristo faz à igreja de Éfeso pode ser resumida em três verbos: lembrar, arrepender-se e
voltar. Lembrar-se da alegria e do entusiasmo de antes, e da força das ações firmadas no amor fraternal
verdadeiro. Arrepender-se de um serviço feito sem amor, por mera tradição, e voltar ao primeiro amor.
Cristo afirma que, se eles não voltassem ao seu primeiro amor, estariam perdendo o direito de existir como igreja.

O v.6 diz: — Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
Reparem que esse v.6 nos leva de volta ao v.2 — Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e
que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os
achaste mentirosos — que fala de falsos apóstolos e de homens maus e mentirosos. O v.6 fala também disso, com
outras palavras. Os nicolaítas eram uma seita que, provavelmente, teve origem em Nicolau, prosélito de
Antioquia, conforme está em At 6:5 — O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de
fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. — (prosélito = pessoa
que adotou religião diferente da sua.) e pregava o liberalismo, dizendo que a carne de nada valia e que, portanto,
podia-se gozar livremente os prazeres da carne. A própria palavra grega nicolaítas = dominadores do povo
Cristo promete à igreja de Éfeso no (v.7) que — ... Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se
encontra no paraíso de Deus...
Neste contexto, Deus está afirmando que aquele que lhe for fiel, Ele lhe concederá alimento e sustento. Ele nos
atende em todas as nossas necessidades, mas espera que façamos a nossa parte, sendo fiéis e vitoriosos, não
aquém nem além de nossas forças, mas conforme as forças que Ele nos conceder.

2ª Carta — À Igreja de Esmirna – Os Santos Sofredores


(AP 2:8-11) — Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a
viver: (9) Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e
não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. (10) Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar
em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a
coroa da vida. (11) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da
segunda morte.
Esmirna era uma rica e bonita cidade comercial que havia sido fundada por Alexandre Magno. A História nos fala
de perseguições em Esmirna (=amargura)... O pastor daquela cidade era Policarpo que foi martirizado, no reinado
de Trajano... Os cristãos de Esmirna haviam perdido todos os seus bens materiais, confiscados por Roma.
Cristo dirige palavras de louvor e conforto àqueles crentes, pois conhecia as suas tribulações e sua pobreza.
Entretanto, Cristo afirma que, mesmo perdendo os seus bens, eles eram "ricos" de caráter.
O Senhor conhecia as "blasfêmias" dos judeus e faz referência aqueles que haviam escapado dos confiscos por se
submeterem à adoração da imagem do imperador.
É interessante notar que o Senhor não promete tirá-los das dificuldades e apertos... Naquelas circunstâncias, as
provações seriam a forma de lhes firmar o caráter...
É uma forma diferente da vitória apregoada pelos valores do reino deste mundo. Isto é, muitas vezes uma derrota
material corresponde a uma vitória espiritual...
Reparem que o v.11b diz — O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. Significa que o vencedor, o
qual já possui a plenitude da vida eterna em Cristo Jesus, esse não passará pela 2ª morte. Existem dois tipos de
morte: 1ª morte física; 2ª morte espiritual. Ou seja, quem nasce uma vez, tem que morrer duas vezes... Mas,
quem nasce duas vezes, morre apenas uma vez.
3ª Carta - À Igreja de Pérgamo – No Quartel General do Inferno
(AP 2:12-17) — Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
(13) Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha
fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita. (14) Tenho,
todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a
armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição. (15)
Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. (16) Portanto, arrepende-te; e,
se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca. (17) Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa
pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe.

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Cristo elogia Pérgamo quanto à sua fidelidade em meio às provações. Aquela cidade abrigava o centro do culto ao
imperador, e muitos dos crentes de Pérgamo foram martirizados em praça pública.
Dentro da igreja, entretanto havia membros que adotavam doutrinas heréticas as quais incluíam adoração de
imagens e o cumprimento de deveres ditos espirituais em troca de benefícios materiais. Alguns desses cristãos
aconselhavam que valia à pena aderir ao culto ao imperador para poder escapar das perseguições. Cristo, por
outro lado, aconselha à igreja para que se arrependa dessa sua atitude, sob pena do Senhor entrar pessoalmente
em guerra contra ela, combatendo-a com a "espada de sua boca". A espada de dois gumes a que o Senhor se
refere é a espada que separa o crente verdadeiro do crente infiel: A Palavra de Deus que convence, julga e separa
o joio do trigo.
No v.13 Ele diz: — Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás...
Ou seja, o Senhor está dizendo que, ali em Pérgamo, o príncipe das trevas tinha culto garantido através dos
templos pagãos que existiam na cidade. Altar a Zeus. Culto de adoração ao imperador romano...
O v.13 prossegue – e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha
testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Quando o Senhor diz que eles não negaram a fé, ainda nos dias de Antipas, ele está dizendo que até mesmo nos
tempos de maior provação, sofrimento, perseguições e morte, aqueles crentes se conservaram fieis a Cristo...
Ao falar em Antipas, o Senhor possivelmente está se referindo a um líder da Igreja de Pérgamo, talvez bispo
daquela cidade, que foi fechado dentro de um boi de bronze e colocado numa fornalha... Foi cozido vivo, mas até
os últimos momentos ele se manteve em louvor e oração....
Assim, ao que for fiel, o Senhor Jesus apresenta uma promessa dupla (v.17) "dar-lhe-ei a comer do maná
escondido"... Ou seja, Cristo o sustentará espiritualmente e acrescenta: — “Eu lhe darei uma pedra branca, e na
pedra, um novo nome escrito. “
A cultura de Pérgamo fazia vários usos da pedra branca. Ela poderia ser entregue aquele que era absolvido em um
processo judicial... Era também concedida ao escravo liberto, pois a pedra era a prova de sua nova cidadania
como livre. A pedra branca era conferida, também, como medalha, ao vencedor de corridas ou de lutas... era
concedida ao guerreiro, quando voltava vencedor... Por isso, parece clara a analogia da pedra branca do tempo
de Pérgamo com o prêmio espiritual que Cristo oferece. "Eu lhe darei uma pedra branca, e na pedra, um novo nome
escrito", diz o Senhor no (v.17b).

4ª Carta – À Igreja de Tiatira – À Espera da Estrela


(AP 2:18-29) — Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de
fogo e os pés semelhantes ao bronze polido: (19) Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua
perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras. (20) Tenho, porém, contra ti o tolerares que
essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a
praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. (21) Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela,
todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição. (22) Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os
que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. (23) Matarei os seus filhos, e todas as igrejas
conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras. (24) Digo,
todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles
dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós; (25) tão-somente conservai o que tendes, até
que eu venha. (26) Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, (27) e
com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; (28) assim como também eu recebi
de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã. (29) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Cristo elogia os crentes de Tiatira pelo amor deles. Louva-os também pelo progresso em suas obras.
Na aparência, portanto, trata-se de uma igreja sem problemas. Tiatira, porém, estava ligada a Pérgamo por uma
boa estrada. Assim, a mesma heresia que assolava Pérgamo estava presente em Tiatira.
Jezabel talvez seja simbólico por causa do seu mal caráter, fazendo referência à personagem do AT que foi esposa
do Rei Acabe... e que implantou a adoração a Baal em Israel (1º Reis 16 e ss)
Aos vitoriosos, o Senhor promete não sobrecarregá-los mais do que as obrigações que eles já possuem.
Ele promete ao vencedor a "Estrela da Manhã", sua direção e sua liderança na hora escura das tribulações,
perplexidades e provações. A estrela era um antigo símbolo de senhorio, significando que os crentes fiéis

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brilharão como estrelas, para todo o sempre. O sentido é, assim, de que os crentes entrarão na glória celestial e
resplandecerão como estrelas no Reino de Deus. Em Mt 13:43 — Então, os justos resplandecerão como o sol, no
reino do Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

5ª Carta - À Igreja de Sardes – Morta ou Viva ?


(AP 3:1-6) — Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete
estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. (2) Sê vigilante e consolida o resto que estava
para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. (3) Lembra-te, pois, do que tens
recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo
algum em que hora virei contra ti. (4) Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas
vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas. (5) O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e
de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e
diante dos seus anjos. (6) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
O nome da cidade de Sardes vem da palavra hebraica “sarid” que significa “o que escapou” ou “o remanescente”.
Historicamente, Sardes era a capital da Lídia e tinha um passado cheio de glórias.
Entretanto, no tempo dos romanos, isto é, na época de João, Sardes havia declinado muito, tornando-se uma
cidade provinciana e sem brilho.
Cristo, se identifica como "o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas" (v.1).
Os sete Espíritos de Deus significam a plenitude do Espírito Santo. O Senhor revelou pela boca do profeta Isaias
essa plenitude do seu espírito... Em Is 11:2 está escrito que — Repousará sobre ele o 1 Espírito do SENHOR, o 2
Espírito de sabedoria e 3 de entendimento, o 4 Espírito de conselho e 5 de fortaleza, o 6 Espírito de conhecimento e 7 de
temor do SENHOR. Cristo tem, portanto, todos esses poderes, pois os sete Espíritos de Deus estão sobre Ele. Tudo
está em suas mãos, inclusive os destinos da igreja...
Nas cartas anteriores, sempre havia primeiro um elogio e só depois o remetente fazia a crítica ao ponto negativo
da igreja. Aqui a ordem é invertida. Há mais pontos negativos do que positivos. Em essência, a crítica se refere ao
fato de que a igreja de Sardes demonstrava, externamente, uma grande atividade, mas, internamente, não tinha
nenhuma vida espiritual. Por fora, parecia viva, mas, por dentro, estava morta.
Ou seja, após um início cheio de vida,endureceu o seu coração. Essa igreja, em contraste com as outras que já
vimos, ela é deixada em paz... Satanás não a perturba, Satanás não é nem citado aqui. Por quê?? Porque em
Sardes não há falsas doutrinas, não há falsos profetas, também não há sofrimento, nem tribulações, justamente
porque aquela igreja está morta. “tens nome de que vives e estás morta” (v.1c). Está morta aos olhos do Senhor,
porque, aos olhos do mundo, ela tem nome e parece, somente parece, estar viva. Ou seja, tudo parece estar em
ordem, mas falta algo, e ela pretende algo que não existe. É exatamente isso que acontece com muitas pessoas
que se dizem cristãs: têm nome de cristão, mas não vivem como cristão, são pessoas que estão mortas
espiritualmente...
E aqui, o Senhor Jesus dá um aviso à Igreja. Ele aconselha a igreja de Sardes a ser vigilante e a " confirmar as coisas
que restam, que estavam para morrer" (v.2).
Naquela igreja, existia ainda alguma coisa que estava viva e que, por isso mesmo, poderia reverter o estado
moribundo daquela igreja... caso eles ouvissem as palavras de Jesus.
O aviso à vigilância tinha um especial significado para os habitantes de Sardes, pois a cidade estava edificada em
uma elevação. Era uma cidade fortificada, e três dos seus lados terminavam numa espécie de precipício.
Na igreja de Sardes, poucas pessoas mereciam algum elogio. Esses "não contaminaram seus vestidos" (v.4), significa
que alguns não participavam dos cultos pagãos, do mundanismo reinante e da corrupção da cidade. Esses poucos
haviam permanecido fiéis ao Senhor. Para este grupo fiel é, então, prometido que ele andará com o Senhor,
"vestido de vestes brancas" (sem manchas) (v.5). Esta figura tem um especial significado para Sardes, pois a cidade
se orgulhava de seu comércio de tecidos coloridos, usados especialmente pelas pessoas mundanas...

6ª Carta - À Igreja de Filadélfia - Aquela com uma Porta Aberta


(AP 3:7-13) — Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de
Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá: (8) Conheço as tuas obras - eis que tenho posto diante
de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar - que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não
negaste o meu nome. (9) Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram
judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei. (10) Porque

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guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo
inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. (11) Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém
tome a tua coroa. (12) Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre
ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu
Deus, e o meu novo nome. (13) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
É interessante notar que existem muitas referências positivas à igreja de Filadélfia. Ela não recebe críticas do
Senhor... Ao contrário, Jesus coloca diante dela "uma porta aberta que ninguém pode fechar" (v.8). Cristo sabe que
a igreja por si só é fraca, "tens pouca força" (v.8b), diz o Senhor Jesus. A igreja, porém, estava sendo fiel,
guardando o nome de Jesus. É a única que recebe somente elogios. Filadélfia significa amor fraternal... O texto
nos diz que a igreja de Filadélfia podia progredir, apesar de sua pouca força. Era conhecida como "a cidade
missionária
Assim, por terem agido com fidelidade, Cristo promete aos crentes de Filadélfia, sua graça sustentadora nas
tribulações que se abateriam sobre todo o mundo. As tribulações não os venceriam (v.10). É encorajada pela
próxima vinda do Senhor (v.11). Várias outras promessas são ainda feitas (v.12)"Ao vencedor, farei dele coluna no
templo do meu Deus", numa alusão a sobrevivência da igreja fiel.
Além disso, como a cidade de Filadélfia ficava em uma região sujeita a terremotos, os crentes daquela cidade
entendiam muito bem o significado, ou valor, de uma coluna. Cristo estava dizendo que, apesar dos terremotos,
das perseguições, os fiéis seriam como colunas inabaláveis de um templo indestrutível.
No Apocalipse, não há promessa de que os crentes escapam ao sofrimento e à morte. Há promessa, entretanto,
de que mal algum aconteceria às suas almas.
Cristo promete que viria "sem demora" pode significar "repentinamente" ou "inesperadamente".

7ª Carta - À Igreja de Laodicéia – A Igreja com uma Porta Fechada


(AP 3:14-22) — Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o
princípio da criação de Deus: (15) Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
(16) Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; (17) pois dizes: Estou
rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. (18)
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim
de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. (19) Eu repreendo e
disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. (20) Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e
abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (21) Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu
trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. (22) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito
diz às igrejas.
A cidade de Laodicéia era uma cidade próspera. Por ela passavam três estradas romanas. Era o principal centro de
comércio e de finanças da região, sendo reconhecida também como centro terapêutico para os olhos, por conta
de um ungüento que era lá fabricado.
Seu progresso tendia a levar seus moradores a serem arrogantes, orgulhosos e independentes, o que de certa
forma, refletia na igreja.
Laodicéia é a única sobre a qual nada é dito de positivo. Cristo a acusa de ser uma igreja indiferente — " Assim,
porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca . .." (v16).
Jesus se utiliza das características da cidade para exortar os crentes de Laodiceia. Ele os chama de pobres, apesar
de serem abastados, de cegos, apesar do ungüento, ou colírio, para os olhos, que ali se fabrica. E Ele os chama de
nus, apesar das boas roupas que usavam.
Cristo, utilizando a linguagem simbólica e contextualizada do comércio de Laodicéia, aconselha no verso 18, que a
igreja compre dele "ouro refinado", "vestiduras brancas" e "colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas".
No verso 19, Cristo avisa que a igreja será repreendida e disciplinada porque Ele a ama. Aquela igreja tinha tudo,
menos Cristo. (v.20) Eis que estou à porta e bato... O Senhor permanecia do lado de fora batendo à porta. Se
alguém a abrisse, Ele entraria e poderia começar a mudar a igreja, mesmo com uns poucos que lhe fossem fiéis.
Ao que vencer o espírito de indiferença e letargia e "abrir a porta", Cristo promete entrar por ela e cear com ele...
O Senhor Jesus promete também que o crente fiel sentará no seu trono, junto com Ele. O brado de alerta contra a

7
indiferença e a apatia espiritual, ainda, está vivo no Apocalipse, dirigido não só a Laodicéia, mas a todas as igrejas
na face da terra.
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas", conclui (Ap 3:22).

O Início da Visão
Ap 4 – Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi,
como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. 2
Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; 3 e esse que se acha
assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no
aspecto, a esmeralda. 4 Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos
vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. 5 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do
trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. 6 Há diante do trono um como que mar de vidro,
semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e
por detrás. 7 O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de
homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. 8 E os quatro seres viventes, tendo cada um
deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de
noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir. 9
Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos
séculos dos séculos, 10 os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono,
adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: 11 Tu és digno,
Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua
vontade vieram a existir e foram criadas.
A partir de agora, surgirão cenas, no livro do Apocalipse, que têm o objetivo de dar aos cristãos perseguidos, a
certeza de que a causa de Cristo será completamente vitoriosa.
A linguagem usada é a própria linguagem "apocalíptica", ou seja, é uma linguagem que não está fundamentada na
razão, mas, sim, na imaginação. A mensagem dos símbolos deve ser vista, de uma forma geral e não nos seus
detalhes. Estes detalhes, em sua maioria, não trazem nenhuma mensagem específica, mas apenas compõem o
cenário, contribuindo para dar cor, luz, som e movimento à cena.
Por exemplo, a utilização de números raramente tem significado numérico ou aritmético.
A numerologia judaica revela que o nº 1 simbolizava a própria unidade (um objeto). O nº 2 estava relacionado ao
conceito de fortaleza, de confirmação ou de coragem (duas testemunhas).
O 3 àquilo que é divino (Pai, Filho e Espírito Santo), o 4 o mundo físico (quatro pontos cardeais). O nº 5
representa os dedos da mão, associado à perfeição humana. O dobro de 5, que é 10, se constitui nos
mandamentos de Deus. O 7 é a soma do quatro (mundo físico) e três (divino), simbolizando a perfeição.
E o 6 é aquele que falhou em sua tentativa de alcançar o 7 da perfeição, está associado à falha, ou à queda e ao
pecado. Há também outros números que são combinações de uns com os outros, como é o caso do 666 (o
número da besta), ou o 40 que quer dizer a provação humana — 40 anos do povo de Israel no deserto, 40 anos do
exílio de Moisés. O nº 70 significa o super sagrado... há ainda a multiplicação de 3 x 4 = 12, que significa a religião
organizada — as 12 tribos de Israel e os 12 discípulos do Senhor Jesus.
O Trono de Deus, os 24 Anciãos e os 4 Seres Viventes
João, em espírito, entra pela porta do céu para receber a grande primeira visão.
(AP 4:1-2) — Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que
ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas
coisas. (2) Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
O cap. 4 começa dizendo: — Depois destas coisas... O que significa esse DEPOIS? Para compreendermos o que
significa vamos recapitular 1,2,3 de uma maneira diferente.
Os três primeiros capítulos tratam da Igreja de Jesus, com aquelas mensagens que são dirigidas às 7 igrejas. Além
disso, precisamos nos lembrar da ordem que o Senhor Jesus dá a João. Ele diz em 1:19
1. Escreve, pois, as coisas que viste... O que João havia visto? João viu o Senhor glorificado e viu, também, que Ele
8
estava voltando (1:1-20). Esta visão foi tão espetacular, tão magnífica, que João cai como morto... O v. 17 diz —
Quando o vi, caí a seus pés como morto.
2. O v.19b prossegue e diz – Escreve... as (coisas) que são... As que são, são as sete igreja (2:1 – 3:22).
3. No v.19c, o Senhor ordena que João escreva – as que hão de acontecer depois destas: o que aconteceria na
terra depois da época da Igreja de Jesus, ou seja, depois do arrebatamento da igreja.
O (4:1) diz — Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que
ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas
coisas.
João vê primeiro aquilo que é essencial, o principal: ou seja, O Evangelho, mais exatamente o resultado da
redenção. Mas, João não somente vê, ele também ouve (4:1b) – como também a primeira voz que ouvi, como de
trombeta ao falar comigo... João imediatamente reconhece a voz, porque ele já havia ouvido aquela voz no (1:10)
– Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta...
O próprio Apóstolo João escreveu em Jo 10:3-4 – ...as ovelhas ouvem a sua voz... e elas o seguem, porque lhe
reconhecem a voz;
João chega muito rapidamente ao céu. O v.2 diz: – Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um
trono, e, no trono, alguém sentado;
A 1ª coisa que João vê é um trono, no qual alguém está sentado. Existe uma razão para João se referir ao trono, e
não à pessoa que está sentada naquele trono... Não foi em vão que Deus disse a Moisés em Ex 33:20 — ...Não me
poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.
Por esse motivo, João faz apenas uma alusão a alguém que está assentado no trono, ou seja, ele não chega a dizer
que viu Deus... Fala somente no trono e sobre alguém assentado, e depois ele descreve o que havia ao redor do
trono, sobre o trono e o que saía do trono. Diz apenas alguém assentado. É como se ele ficasse mudo diante da
visão gloriosa de Deus.
A mensagem da visão de Deus ressalta Sua soberania sobre o Universo e alguns de seus atributos. Vejamos:
1. Deus é espírito: O Apóstolo João tenta retratar o Soberano de todo o Universo. Ele diz somente que Deus é
semelhante a pedras como o jaspe, que é um cristal, e a sardônica, uma pedra avermelhada de brilho faiscante.
(AP 4:3) — e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono,
há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.
Ao comparar a natureza de Deus a essas pedras sugere que a expressão do caráter de Deus é gloriosa como uma
jóia preciosa.
2. Deus é soberano:
(AP 4:4) — Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de
branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.
Essas 24 pessoas representem os doze patriarcas da velha dispensação e os doze apóstolos da nova aliança. Eles
prostram-se diante de Deus que está assentado no trono e depositam suas coroas diante do Senhor,
demonstrando a soberania do Deus Altíssimo.
(AP 4:10-11) — os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o
que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: (11) Tu és digno, Senhor e
Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram
a existir e foram criadas.
3. Deus é Poder:
(AP 4:5) — Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os
sete Espíritos de Deus.
Esta referência revela o poder de Deus a partir das manifestações da Natureza criada por Ele mesmo...
4. Deus é imanente na sua Criação: Isto é, Deus é inseparável da sua criação.
No v.5 há menção aos "sete espíritos" de Deus, usando Isaias 11:2. Essa menção aos sete espíritos é uma
referência à perfeição do Espírito Santo de Deus.

9
5. Deus é Santo:
(AP 4:6) — Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta
do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.
O v.6 se refere a um mar de vidro diante do trono de Deus, sugerindo o quanto Deus é transcendente e
majestoso. Por causa da majestade divina o homem não pode se aproximar de Deus porque Ele é Santo.
6. Deus é Fonte de Vida:
A visão, neste ponto, fala de quatro seres viventes no meio e à volta do trono. Cada um deles é semelhante,
respectivamente, a um leão, a um novilho, a um homem e a uma águia voando.
(AP 4:7-8) — O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como
de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. (8) E os quatro seres viventes, tendo cada
um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de
noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
Estes 4 seres viventes não são anjos, porque se fossem isso estaria escrito de alguma forma. Mas, reparem, estes
4 seres viventes estão no MEIO do trono e à volta do trono, eles estão, portanto, próximos, muito próximos de
Deus... podemos dizer até que eles fazem parte de Deus... ou seja, eles representam as 4 características de Deus:
O 1º ser vivente – semelhante ao Leão – Leão é a figura da majestade, da força e do poder criador de Deus. Ele é
o Rei dos reis, o Senhor dos senhores... Ele é o LEÃO DE JUDÁ...
O 2º ser vivente – semelhante a um novilho - significando que Deus entrega a sua força e o seu poder em
sacrifício... ou seja, o novilho significa que Deus se deixou sacrificar em Cristo Jesus...
O 3º ser vivente - tem o rosto como de homem – significando a renúncia de sua glória quando o Senhor Deus veio
a esse mundo na figura de HOMEM, em Jesus Cristo. Fp 2:7 diz assim – a si mesmo se esvaziou, assumindo a
forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
O 4º ser vivente - semelhante à águia quando está voando – significando que apesar da renúncia, que apesar da
limitação que Deus se impôs quando veio a esse mundo, quando se tornou homem, ELE continua sendo aquele
que está nos mais altos lugares, acima de todas as coisas...
Além disso, estes 4 seres também representam todos os seres viventes da Natureza: os animais selvagens, os
animais domésticos, os seres humanos e os pássaros.
E, tais seres estão sempre no trono de Deus onde reside toda a fonte de vida.
Assim, o cap. 4, que acabamos de estudar, dá início às descrições das visões que se ampliarão nos capítulos
seguintes.
Em essência o cap. 4 apresenta a soberania de Deus, o Eterno Criador que protege o Seu povo... Este é o
encorajamento que, inicialmente, é apresentado aos perseguidos e massacrados cristãos da Ásia Menor...
Entretanto, esse encorajamento que se aplica a todos os crentes em todos os séculos. O sofrimento, as
perseguições e as provações estão sempre presentes na nossa vida, mas são coisas temporárias, uma vez que
Deus, o nosso Defensor, é o Soberano da História.

A Visão do Livro e dos Selos


Apocalipse 5 — 1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo
selado com sete selos. 2 Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe
desatar os selos? 3 Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo
olhar para ele; 4 e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. 5
Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e
os seus sete selos. 6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como
tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
7 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; 8 e, quando tomou o livro, os quatro
seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de
ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, 9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de
abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação 10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. 11 Vi e ouvi uma voz de
10
muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de
milhares, 12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e
força, e honra, e glória, e louvor. 13 Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o
mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a
glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. 14 E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos
prostraram-se e adoraram.
No Capítulo 4, vimos Deus como Criador de todas as coisas e, agora, no cap. 5 lemos a continuação da visão que
João teve da santidade e da glória de Deus...
Reparem que essa visão da glória de Deus não muda, continua a mesma, porque Deus é imutável. Tg 1:17 nos diz
que em Deus – ... não pode existir variação ou sombra de mudança. Ou seja, Deus é eternamente o mesmo...E
isso é um consolo para nós que vivemos num mundo cheio de variações, num mundo cheio de mudanças, ao
ponto da filosofia afirmar que a nossa única certeza é a certeza da mudança...
Na visão que se segue, João vê um livro seguro pela destra daquele que está sentado no trono. (AP 5:1) — Vi, na
mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete
selos.
Reparem também que, nesse cap. 5, a visão de João é muito ampliada. Ele vê agora um livro, isto é, ele vê um
rolo, porque naquela época não existiam livros como os conhecemos hoje. Havia, sim, rolos de papiro...
Nesta nova seqüência de visões de João, Deus é apresentado como Redentor, e João vê o rolo na mão direita
daquele que está assentado no trono.
Reparem que tudo o que está à direita de Deus está relacionado com a REDENÇÃO e com a Salvação. Deus separa
os cabritos da ovelhas, como lemos em Mt 25:33 — e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;
— e diz, no v.34, aos que estão à direita — Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo. – e no v.41, aos que estão à esquerda o Senhor diz — Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Além disso, reparem, o próprio Senhor Jesus está assentado à direita da Majestade de Deus... porque é na mão
direita que está a força. Assim, o livro que João vê está na mão direita de Deus...
Reparem que o livro está escrito por dentro e por fora, e está selado com sete selos. Uma das possíveis
interpretações para o significado do livro sugere que ele trata do destino dos homens. Mas, será que é isso
mesmo? Vamos analisar...
Quando lemos todo o cap. 5, percebemos que este rolo, na mão direita de Deus, deve ser algo de extrema
importância. Este rolo é tão extraordinariamente importante que o Cordeiro de Deus é levado a agir, tomando o
rolo das mãos de Deus, como está no v.7 — Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado
no trono;
Este gesto do Senhor Jesus tem como conseqüência que os 24 anciões e os 4 seres viventes se prostram diante do
Cordeiro, como podemos ler no v.8 — e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro
anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que
são as orações dos santos, — e entoaram Novo Cântico, dizendo (v.9-10) – Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe
os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação 10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
Reparem, também, que ninguém mais é digno de abrir aquele rolo especial, conforme está no v.3 – Ora, nem no
céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
Somente este fato já nos leva a perguntar: — O que será que esta escrito nesse livro, nesse rolo??? Será que ele
contém a História da Criação do Mundo??? Claro que não! E por que não??
Simplesmente, porque se assim fosse, não haveria ordem na seqüência divina de toda a visão. Reparem que no
4:11 nós vimos que Deus é adorado como criador de todas as coisas... está assim — Tu és digno, Senhor e Deus
nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade
vieram a existir e foram criadas.

11
Ora, se o livro tratasse da criação, não seria apropriado, não seria adequado e estaria fora de ordem apresentar o
Cordeiro de Deus, No entanto, é disso que trata o rolo... Por quê? Porque o próprio Cordeiro, o Senhor Jesus, é a
revelação de Deus. Jo 1:18 diz assim: – Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é
quem o revelou.
E o próprio Senhor Jesus diz em Jo 14:9 – ...Quem me vê a mim vê o Pai;
Também, se imaginarmos que o livro se refere à Redenção, de uma coisa podemos ter certeza: NÃO SE TRATA DA
REDENÇÃO REALIZADA NA CRUZ DO CALVÁRIO.
Ou seja, não se trata da experiência pessoal da redenção que o crente obteve com a Nova Aliança... Não, não é
isso! Essa experiência pessoal de cada um de nós está baseada no ato do Senhor Jesus que, como Cordeiro de
Deus, derramou o seu sangue precioso na Cruz, para nos lavar de todo o pecado.
Mas, não é disso que o rolo trata... O rolo é a respeito da REDENÇÃO, mas num outro sentido. Esse rolo fala do
DIA DA REDENÇÃO que está adiante de nós... que está, portanto, no futuro, ou seja, o rolo fala do Dia da Volta do
Senhor Jesus.
O apóstolo Paulo, em 1 Co 15:19, diz assim: — Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens.
É claro // que a redenção tem efeito para toda a eternidade... tanto para nós como para todo o Universo. Aliás,
reparem, os filhos de Deus, ou seja, nós, recebemos do Senhor um penhor para esse dia, conforme está em Ef
1:13-14 — em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele
também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da
sua propriedade ( ou, até ao Dia da Redenção), em louvor da sua glória. Logo, essa Redenção é a redenção futura...
A redenção através de Jesus é uma força viva, uma força que dá vida, uma força que se estende a todo o futuro
que está diante de nós. Um futuro sobre o qual o Senhor diz em 21:5 — ...Eis que faço novas todas as coisas. E
acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
É verdade que essa redenção futura tem suas raízes no passado, lá na Cruz do Calvário, onde todos os crêem são
salvos. Entretanto, esse resultado da redenção ainda é pequeno, se compararmos com aquilo que se torna visível
na Redenção que irá se consumar no futuro. Em Hb 9:12, a Escritura se refere a essa redenção como ETERNA
REDENÇÃO.
É interessante observarmos que, em Lc 21:1-27, o Senhor Jesus faz um sermão profético, dirigindo-se
primeiramente a Israel (pedir a alguém que leia). Agora, reparem, repentinamente, no v.28, o Senhor Jesus fala a
todos os que crêem Nele, dizendo — Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça;
porque a vossa redenção se aproxima.
Essa é a Redenção Futura, a redenção sobre a qual o rolo que estamos analisando fala...
Assim, esse rolo não é o Livro da Vida sobre o qual o Apocalipse e outros livros da Bíblia se referem. Sobre o Livro
da Vida iremos tratar mais pra frente...
O rolo, que se encontra na mão direita daquele que está assentado no trono, é o TESTAMENTO DE DEUS E DO
CORDEIRO. Testamento é uma palavra que significa vontade final, ou última vontade. Em relação a Deus, é claro
que não se trata de sua última vontade, porque Deus não morre, Deus é eterno. Assim, o rolo trata da vontade
soberana de Deus para toda a eternidade.
Agora, como podemos saber que esse rolo contém o TESTAMENTO DE DEUS E DO CORDEIRO?
1º - O conteúdo do rolo, selado com os sete selos, não permanece oculto porque o v.1 diz que ele está escrito por
dentro e por fora...
2º - Os sete selos indicam claramente que se trata de um testamento. Essa representação era muito comum para
o apóstolo João... Quando estudamos a História do Império Romano, descobrimos que as leis de Roma, naquela
época, eram seladas com sete selos. Deus mostrou, portanto, ao apóstolo, figuras que ele entendia...
3º - Reparem que, ao desatar os selos e abrir o livro, não foi revelado nada de novo. Alguns estudiosos pensam
assim mas, no nosso entendimento, reparem, o que estava registrado no testamento tornou-se válido quando os
selos foram desatados.

12
É isso o que acontece com os testamentos... só se tornam válidos quando são abertos... Podemos, ou não, saber o
que um testamento contém mas, uma coisa é certa, um testamento só se torna válido quando é aberto, quando
são desatados os selos.
Neste cap.5, vemos que ninguém podia abrir o livro, ou seja, ninguém podia abrir o testamento. Ninguém era
capaz de conhecer a herança dos santos, conforme está em Cl 1:12 — ...dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à
parte que vos cabe da herança dos santos na luz Aparece, então, um anjo forte e proclama em alta voz como está no
v.2b — Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos (e revelar o propósito de Deus para os homens?)?
Chegou, portanto, o momento de Deus executar o seu testamento, executar a sua vontade soberana de salvação.
Vamos olhar um pouco para trás. Reparem: Deus já revelou sua vontade de salvação ao Primeiro Adão, no Eden.
Em Gn 1:27 lemos — Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Qual era então a vontade salvadora de Deus???
Quando lemos a história da criação, vemos que Deus estabeleceu o homem acima de tudo o que tinha sido
criado, e vemos também o Senhor disse que tudo era muito bom.
Ou seja, o homem foi colocado como cabeça sobre a herança gloriosa de Deus, sobre a herança incorruptível, sem
mácula, herança imarcescível, como diz o apóstolo Pedro em 1 Pe 1:4.
Entretanto, o homem perdeu essa herança por causa do pecado. Com a queda, o homem perdeu a comunhão
com Deus e, assim, perdeu a vida eterna... Foi expulso do Paraíso e se tornou um ser errante... é como nos diz
Isaias em Is 53:6 – Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho ...
A abertura de um testamento é sempre um momento de tensão. E, na situação descrita por João, não é
diferente... e essa tensão é até justificada...
Reparem que, quando o anjo pergunta no v.2 – Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? – Não
houve resposta, fez-se silêncio... E o v.3 diz — Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém
podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
Isso significa que ninguém no céu = nenhum anjo; ninguém na terra = nenhum homem; ninguém debaixo da terra
= nenhum demônio; ninguém!! Absolutamente ninguém era digno de abrir o livro e olhar para ele...
Nessa situação, há um silêncio na terra e no céu. Ouve-se apenas o soluço de um homem... No v.4 João confessa
— e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele .
Agora, reparem, João já havia passado por muitas experiência com Jesus... Ele andou com Jesus, ele ouviu os
ensinamentos de Jesus, ele assistiu aos milagres que Jesus fez, ele estava ao pé da cruz e viu Jesus ser
crucificado... viu, também, Jesus ressuscitado e viu Jesus subir aos céus numa nuvem...
Ou seja, João havia visto coisas grandiosas. Mas, agora, na abertura do testamento, quando suas esperanças eram
maiores ainda, ele ouve que ninguém é digno de abrir o livro e desatar os selos...
É como se o plano da Salvação tivesse sido bloqueado, porque nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da
terra, ninguém podia abrir o testamento e dar valor legal à herança de Deus e do Cordeiro...
NINGUÉM??? NINGUÉM!! Ninguém além do próprio Cordeiro de Deus! E por quê? Porque agora vem um ancião –
um representante da Igreja Glorificada — e diz a João (v.5) — Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz
de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Ou seja, é revelado a João que o "Leão da Tribo de Judá" abriria o livro. Jesus é o Leão que, na cena seguinte da
visão, se transforma no Cordeiro de Deus, como está no (5:6) — Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres
viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete
olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
O Leão, que representa o absoluto poder e a bravura, se transforma num Cordeiro, símbolo de absoluta bondade.
Ele havia sido morto, mas estava vivo. O Cordeiro, está claro, é Jesus Cristo, o Ungido de Deus, o Messias de
Israel.
Reparem que o Cordeiro tem sete chifres: pontas ou chifres representam poder... O número sete representa a
perfeição... Ele tem também sete olhos, representando os sete Espíritos de Deus, o Espírito Santo perfeito, que
vigia em favor do seu povo.
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Na cena seguinte, o Cordeiro toma nas mãos o livro. Diz assim o v.7 — Veio, pois, e tomou o livro da mão direita
daquele que estava sentado no trono...
Somente Ele pode abrir o livro e executar os juízos de Deus sobre os iníquos. Somente Ele salva o povo de Deus.
Há grande alegria e cânticos por parte daqueles que presenciam a cena. Vejamos o que diz os v.8-10 — e, quando
tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada
um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, (9) e entoavam novo
cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (10) e para o nosso Deus os
constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
Reparem, portanto, que as quatro criaturas viventes, as quais representam toda a criação, e os vinte e quatro
anciãos, que simbolizam os Patriarcas e Discípulos de Jesus, bem como os anjos, se prostram diante do Cordeiro...

A primeira parte do relato se fecha, então, com essa eletrizante cena de certeza de que tanto o presente quanto o
futuro estão nas mãos do Cordeiro triunfante...
Esta é uma mensagem de esperança, não só para aqueles cristãos perseguidos pelo Imperador Domiciano, mas,
também, para todos os demais crentes em todos os tempos.
Qualquer que for a ameaça, Qualquer que for a luta ou Qualquer que for a provação, Deus não nos abandonará.
Ele é o Senhor da História...

O Cordeiro Abre os Selos

Ap 6:1 — Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos...


Esta expressão “Vi” não deve ser separada dos capítulos anteriores que já estudamos. Por exemplo, em 5:1 ou em
5:6, o apóstolo João também diz: – Vi, na mão direita...; ...Então, vi, no meio do trono...
Precisamos salientar esse detalhe, porque João teve uma visão sem interrupções, uma visão completa... E ele vê
tudo aquilo dentro da perspectiva da ETERNIDADE.
Reparem que a visão do apóstolo começou quando ele foi arrebatado em espírito ao céu (4:1). Assim, João vê
tudo desde a eternidade... Ou seja, aos poucos, vamos percebendo que João teve uma visão grandiosa do final
dos tempos, uma visão de todos os acontecimentos dos últimos dias.
Agora, vejam, embora estes acontecimentos possam ser colocados numa ordem cronológica, isto é, embora eles
possam ser ordenados na seqüência em que acontecerão..., estes acontecimentos já são o presente na
eternidade.
E João vê tudo de uma só vez, embora ele somente seja capaz de descrever esses acontecimentos um de cada
vez. É por esse motivo que não podemos separar os capítulos de 4 a 6...
O Livro Selado do qual falamos na semana passada (cap.5) e que estava na mão direita de Deus-pai, passou agora
para as mãos do Cordeiro... Isso corresponde, exatamente, à afirmação do próprio Senhor Jesus que, Jo 5:22, diz
aos que o perseguem — E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento...
Como vimos, também, no estudo anterior, este livro selado não contém nenhum segredo, ou novas revelações,
pois ele está escrito por dentro e por fora...
Entretanto, ele está selado com os sete selos, porque ele é, como dissemos, O TESTAMENTO DE DEUS E DO
CORDEIRO, ele é a herança de Deus para a sua igreja, para nós.
É, portanto, aquilo que nós herdamos da Cruz do Calvário... e essa herança precisa passar a ter força de lei... Ou
seja, os selos precisão ser abertos...
Estes selos significam os juízos que devem vir sobre o mundo, esse mundo que rejeita a Deus, que rejeita ao
Senhor Jesus, e que está cada vez mais e mais atolado no pecado...
Agora, portanto, o Cordeiro começa a abrir os selos... A descrição da abertura desses selos mostra que, aqui, nós
estamos entrando num novo tempo, numa nova época do Plano de Salvação.

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O ser humano viveu várias épocas. Primeiro, uma época sem lei, depois da Queda... Depois, uma época com a lei,
a lei que foi dada por Deus a Moisés e que vai até a 1ª Vinda do Senhor Jesus.
Com a vinda do Messias, chegamos à época da graça que continua em vigor até os dias de hoje...
Mas, no momento em que o Cordeiro tomar o livro e abrir o 1º selo, sairemos da era da graça e entraremos numa
outra era...
Assim, Ap 6 mostra, exatamente, isso... mostra que a era da graça está encerrada, porque nesse tempo a Igreja do
Senhor Jesus já terá sido arrebatada..
Agora, portanto, o Cordeiro começa a dar força de lei à sua herança... E nós, que fazemos parte da Igreja de
Cristo, e que, portanto, vencemos com Ele, estaremos no céu e seremos co-herdeiros dessa herança maravilhosa.
Reparem, também, que em contraste com os cap. 4 e 5, onde todos os atos se referem ao que está no céu, no
cap. 6, todas as ações são direcionadas para terra, para o nosso planeta...
Com a abertura dos selos, começa, então, um terrível período de juízos sobre a terra. O 7º selo, como veremos
mais pra frente, inclui as sete trombetas, e a 7ª trombeta é justamente a última trombeta... e inclui também as
sete taças do juízo...
Tudo isso começa, portanto, no cap.5 e vai terminar no cap. 20, com a 2ª Vinda do Senhor... Esse é o Dia do
Senhor, o Dia da Volta de Jesus...
O período dos sete selos é, dessa maneira, um período que se encontra entre o Arrebatamento da Igreja e a era
do estabelecimento do Reino da Paz, quando o Senhor Jesus voltar...
Vejamos então os selos:
O 1º Selo:
Ap. 6:1-2 — Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz
de trovão: Vem! 2 Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu
vencendo e para vencer.
Os quatro primeiros selos nos mostram 4 cavaleiros, ou seja, há sempre um homem e um cavalo. Esses quatro
cavaleiros que aparecem por ocasião da abertura dos quatro primeiros selos representam:
1- Conquista: O primeiro cavaleiro cavalga um cavalo branco, empunha um arco e se chama "Conquista". Ele
representa todo indivíduo que se empenha em conquistar o mundo pela força. Poderia representar Domiciano,
Hitler, ou outro conquistador qualquer, como, George W. Bush e outros que ainda vão surgir. Mas, iremos
analisar esse cavaleiro mais em profundidade daqui a pouco.
2- Guerra: O segundo cavaleiro, que se chama "Guerra", utiliza um cavalo vermelho. Foi lhe dado "tirar a paz da
terra, para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dado uma grande espada" (v.4).
Inevitavelmente, a guerra é o resultado da ação de conquista.
3- Fome: O terceiro cavaleiro é a "Fome". Ele cavalga um animal preto e na mão, segura uma balança. Uma voz
fala em trigo, cevada, azeite e vinho. O simbolismo da balança sugere a escassez de alimento, que tem que ser
racionado. Ainda hoje vemos exemplos da maneira pela qual a guerra traz a fome, como é o caso de eventos
recentes no Iraque... e em países da África.
4. Morte: O nome do quarto cavaleiro é "Morte". Ele cavalga um animal amarelo, e o Hades, isto é, o inferno o
estava seguindo. O sentido é "morte que segue a morte"... porque a morte provoca a morte. Assim, esse 4º
cavaleiro completa a obra dos três anteriores.
Entre esses 4 cavaleiros do Apocalipse, o 1º tem uma posição especial. Entre todos, o 1º Cavaleiro, o do cavalo
branco, tem sido interpretado pelos estudiosos das mais diversas maneiras.
Alguns, inclusive, quiseram interpretar esse cavaleiro como o próprio Cristo, dizendo que o seu cavalo branco
significa a pureza e que ele, como Cristo, — saiu vencendo e para vencer (v.2b).
Essa interpretação é errada pelas seguintes razões:
1. O Senhor Jesus já se revelou como um Cordeiro como tendo sido morto (5:6), como um Cordeiro que abre os
selos. Por isso, Ele não pode, ao mesmo tempo, se revelar numa outra figura.
2. Como o Senhor Jesus é o único que é digno de abrir os selos e, quando Ele abre o 1º selo, avança esse cavaleiro

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do cavalo branco. Logo, Ele mesmo não pode ser o tal cavaleiro...
3. O cavaleiro do cavalo branco está, claramente, subordinado às ordens de Deus. Reparem que, quando o
Cordeiro abre o 1º selo, João ouviu — um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem!
(v.1) Isso é uma ordem e essa ordem vem do trono de Deus. Todavia, o Pai confiou todo o julgamento ao Filho, de
modo que esse cavaleiro do cavalo branco nunca poderia ser Cristo.
4. Além disso, como vimos mais atrás, a esse cavaleiro do cavalo branco seguem a guerra (cavalo vermelho), a
fome (cavalo preto) e a morte (cavalo amarelo)... E nós sabemos que ao Senhor Jesus essas coisas não o seguem...
Ao contrário, com Cristo sempre vem a Paz, a Abundância e a Vida.
Fica claro, portanto, que o 1º Cavaleiro do Apocalipse, aquele que cavalga o cavalo branco, é a personagem mais
sinistra da humanidade... Falamos, inicialmente, que ele poderia ser Domiciano, Hitler, Sadan Russen ou qualquer
outro desses flagelos.
Mas, esse cavaleiro representa, na verdade, o ANTICRISTO. Reparem que ele não é um príncipe por nascimento,
porque está dito no v.2 que — ...foi-lhe dada uma coroa...
No livro do Apocalipse, vamos encontrar com freqüência essas imagens duplas, imagens que apresentam um
grande contraste entre si.
Assim, o cavaleiro do cavalo branco, o anticristo, é semelhante a Cristo. Ele engana com seu cavalo branco, com
sua aparência inofensiva, com sua aparência de vencedor...
Quando o Cordeiro abre o 1º selo no céu, o anticristo aparece imediatamente na terra... e o Senhor Jesus predisse
isso em Jo 5:43 – Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome,
certamente, o recebereis.
E esse outro está a caminho... Eu creio, inclusive, que ele já está no meio de nós... (Lord Maitreya). E o mundo ira
receber esse falso cristo, um homem forte, um super-homem que dominará o mundo e que com ele virá guerra,
fome e morte...
(treva e luz X Arrebatamento). Bom para os que forem arrebatados... Nós estaremos lá do céu assistindo a tudo
de camarote... Mas, que coisa terrível será para os que ficarem para trás (Deixados para Trás).
É isso que está em Ap. 12:12 – Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o
diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.
O anticristo é, assim, o 1º juízo dos selos, após o arrebatamento da igreja. Esta começando, portanto, o período
da Grande Tribulação...
Nós nos demoramos mais na analise do 1º selo porque esse 1º selo é fundamental... Vejamos os demais
O 2º Selo:
Ap 6:3-4 — Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem! 4 E saiu outro cavalo, vermelho; e ao
seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma
grande espada.
Quando Jesus diz em Mc 13:5-6 – ... Vede que ninguém vos engane. 6 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou
eu; e enganarão a muitos. — Jesus está se referindo ao anticristo.
E o v.7 continua — Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é
necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. — Esse é o cavaleiro do cavalo vermelho, a Guerra, como
dissemos antes.
Cabe salientar que os selos descrevem o que irá acontecer em linhas gerais. Entretanto, os próximos capítulos vão
falar do anticristo e vão falar das guerras terríveis que estão por vir de maneira mais detalhada.
Esse 2º cavaleiro é caracterizado por três coisas:
Primeiro, reparem, o texto diz que — foi-lhe dado tirar a paz da terra — Esse é um anúncio claro das guerras que
estão por acontecer...
Segundo, o texto prossegue e diz — que os homens se matassem uns aos outros. Isso já é realidade nos nossos
dias...
Os homicídios, os assassinatos, os crimes mais terríveis já começam a acontecer.

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Terceiro, a esse cavaleiro do cavalo vermelho o texto diz que — lhe foi dada uma grande espada. Essa é uma
referência aos bilhões e bilhões de dólares que cada vez as nações têm gasto em armamento, em armas
nucleares, em instrumentos cada vez mais sofisticados para matar. Essa é a grande espada que está sendo
preparada agora...
O 3º Selo:
Ap 6:5-6 — Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o
seu cavaleiro com uma balança na mão. 6 E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma
medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.
Reparem que a descrição desse 3º cavaleiro diz que ele tem uma balança em suas mãos. Essa balança indica o
racionamento dos alimentos que precisam ser medidos e pesados. Isso significa a fome... uma fome que já é, nos
dias de hoje, muito grande em todo o mundo.
O texto faz referência a uma escassa medida de trigo por um denário. Conforme podemos ler em Mt 20:2 — E,
tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. — Um denário correspondia,
no tempo de João, a um dia inteiro de trabalho de um trabalhador... Esse trabalhador tendo que dar, por uma
simples medida trigo, um dia inteiro de seu trabalho, isso significava fome para a sua família...
A fome, que vem matando milhares e milhares de pessoas em todo o mundo nos dias de hoje, talvez seja mais
terrível ainda do que a guerra... Lm 4:9 diz assim — Mais felizes foram as vítimas da espada do que as vítimas da
fome; porque estas se definham atingidas mortalmente pela falta do produto dos campos.
O texto diz também (v.6b): — não danifiques o azeite e o vinho. — O que significa essa expressão? Reparem que o
azeite, ou o óleo, na Bíblia, representa o Espírito Santo. O vinho representa o sangue do Senhor Jesus derramado
na cruz do Calvário... Essa é, portanto, uma alusão de que a Igreja do Senhor não sofrerá nenhum mal - não
danifiques o azeite e o vinho! — porque a igreja já estará arrebatada quando essas coisas acontecerem.
O 4º Selo:
Ap 6:7-8 — Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! 8 E olhei, e eis um
cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade
sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
Esse 4º cavaleiro, praticamente, não precisa ser explicado. Ele se estabelece como o grande coveiro do mundo... é
o anticristo trazendo morte e destruição. Rm 6:23 nos diz que o salário do pecado é a morte, e esse cavaleiro
arrasta atrás de si o inferno, isto é, as suas vítimas, as pessoas que não creram no Senhor Jesus... Estas pessoas
são as que ficaram para trás, não foram arrebatadas e vão sofrer todas essas calamidades, as guerras, a fome, as
pestes e a morte.
É como está em Mt 24:21 — porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo
até agora não tem havido e nem haverá jamais.
O 5º Selo:
(AP 6:9-11) — Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa
da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. (10) Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? (11) Então, a
cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também
se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Quando o Cordeiro abre o quinto selo, o simbolismo se modifica. Nos atos anteriores, vimos os meios pelos quais
Deus pode exercer seu julgamento e algumas de suas ações.
Aqui, vemos a razão desse julgamento. Debaixo do altar, João vê "as almas dos que foram mortos por causa da
palavra de Deus, e por causa do testemunho que deram".
É claro que João se refere, primariamente, aos mártires do período de Domiciano... Todavia, aqui estão os
mártires do período da Grande Tribulação.
Vamos explicar isso melhor. Reparem que esses mártires clamam, dizendo em grande voz — Até quando, ó
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
Em 1º lugar, por que eles clamam? Essas almas clamam, em contrataste com os arrebatados, porque elas estão
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sem corpo, sem o corpo glorificado... Reparem que elas estão debaixo do altar. A Igreja de Jesus, ao contrário,
está glorificada.
Reparem também que elas dizem — Até quando, ó Soberano Senhor, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra? — À primeira vista isso parece estranho... Parece que essas almas estão clamando por
vingança. Mas, não é isso. Esse clamor tem razões profundas:
1. Essas almas vêem como Deus julga o mundo, mas elas mesmas continuam sem justificação... apesar de terem
sido as únicas que, durante a Grande Tribulação, aceitaram a Palavra de Deus e receberam a Cristo como
Salvador...
2. Essas almas clamam para que a honra e o louvor ao nome de Deus sejam restabelecidos na terra. Reparem que
até a forma de tratamento é diferente. Elas gritam: — ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro... Em outras
palavras, é como se elas estivessem dizendo: — Senhor, não permita que o Teu Santo Nome continue a ser
injuriado...
3. Essas almas clamam, também, como dissemos, porque não foram glorificadas. E por que não foram??? Não
foram porque elas estão sem o selo do Espírito Santo! Em Ef 1:13 lemos assim: — em quem também vós, depois
que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa;
Todavia, essas almas não receberam o selo porque, no tempo que elas creram, isto é, durante a Grande
Tribulação, o Espírito Santo já não estava mais aqui... Mas, o clamor é respondido: — Então, a cada um deles foi
dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se
completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Assim, essas almas devem esperar ainda um pouco, até que seja completado o número dos que ainda serão
salvos durante a Grande Tribulação...
A cada mártir é dado uma vestidura branca, símbolo de vitória e pureza, e é dito a eles que tenham paciência. O
tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus. No fim, entretanto, o juízo e a vitória de Deus
chegarão.
O 6º Selo: O Terremoto, o Fim dos Séculos
(AP 6:12-17) — Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco
de crina, a lua toda, como sangue, (13) as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento
forte, deixa cair os seus figos verdes, (14) e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os
montes e ilhas foram movidos do seu lugar. (15) Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e
todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes (16) e disseram aos montes e aos
rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, (17) porque chegou o
grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?
Reparem que, quando o sexto selo é aberto, João vê, como lemos, uma série de catástrofes. Existem algumas
controvérsias sobre o significado dos fenômenos descritos neste trecho...
A dúvida é se eles se referem a catástrofes localizadas, ou se diz respeito a uma antevisão simbólica do juízo final
e do fim dos tempos. Seja qual for a interpretação, esta parte do drama simboliza o poder de Deus contra aqueles
que rejeitam a Ele e ao seu plano de salvação.
A partir disso, podemos perguntar: O que acontece com os crentes, os que forem convertidos durante essas
catástrofes destruidoras? Eles escaparão, ou serão vitimados por elas?
A resposta está no sétimo selo, o qual somente será aberto no capítulo 8.

Selagem dos 144.000 e a Grande Multidão


Ap 7:1-8 – Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra,
para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. 2 Vi outro anjo que subia do
nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer
dano à terra e ao mar, 3 dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os
servos do nosso Deus. 4 Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as

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tribos dos filhos de Israel: 5 da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze
mil; 6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7 da tribo de Simeão, doze
mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da
tribo de Benjamim foram selados doze mil.
Em meio a esse período de juízos de Deus sobre o mundo, juízos que são representados pelos selos que estão
sendo abertos pelo Cordeiro, como vimos na semana passada, entre o 6º e o 7º selo temos uma espécie de
parêntesis, isto é, um intervalo, pois o 7º selo somente será aberto no capítulo 8.
Nesse cap. 7 que iremos estudar hoje, a graça e a misericórdia de Deus se manifestam sobre dois grupos de
pessoas especiais...
Reparem que no meio das catástrofes tremendas que estão acontecendo, ocorre, portanto, uma pausa, uma
espécie de silêncio... Podemos comparar com um tornado... ou um ciclone... um furacão... Sabemos que no meio
de um furacão, uma tormenta que destrói tudo por onde passa, no meio reina um profundo silêncio...
O v.1 diz — Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da
terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
Reparem que os quatro anjos seguram os quatro ventos do juízo, mas estão a ponto de soltá-los. Entretanto, aí aparece
um outro anjo que ordena, em alta voz, como está no v.2-3 — Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do
Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo:
Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores...
Isso significa que os quatro poderes destruidores, representados aqui pelos quatro ventos, não podem,
simplesmente, serem lançados sobre a terra de qualquer maneira...
E isso é uma prova de que o Senhor mantém o controle sobre a execução dos juízos, como também sobre todas
as coisas...
Agora, a pergunta que se faz é: — Quem é esse Outro Anjo que aparece? Reparem que ele tem grande
autoridade, pois ele ordena em alta voz... No meu modo de entender, esse outro anjo é o próprio Senhor Jesus na
figura de um anjo que subia do nascente do sol... (v.2)
Vemos, aqui, de maneira profética o futuro de Israel... Malaquias 4:2 diz assim: — Mas para vós outros que
temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas...
Esse outro anjo, reparem, ele é muito superior aos quatro que seguram os quatro ventos, as tempestades do
juízo... Está claro que esses quatro anjos têm a tarefa de soltar os juízos de Deus sobre a terra...
Mas, aí, vem de repente uma contra-ordem, uma contra-ordem que tem precedência, que tem autoridade para
mudar...
Podemos comparar isso com um sinal de trânsito. Reparem, quando o sinal está verde, podemos passar
livremente... Mas, se vier uma ambulância (polícia) com a sirene ligada, a preferência é da ambulância, temos que
parar...
A ordem desse outro anjo tem, assim, prioridade... e isso é um indício muito forte de que se trata de uma ordem
do Senhor Jesus para que os quatro juízos ainda não sejam soltos...
Assim durante a Grande Tribulação, um grupo de 144.000 pessoas de Israel receberá o selo de Deus... É o mesmo
que acontece, hoje, antes do arrebatamento...
Quando uma pessoa é convertida, quando recebe o Senhor Jesus em seu coração, ela se arrepende de seus
pecados e essa pessoa é selada com o Espírito Santo, como está em Ef 1:13 — em quem também vós, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa;
E nós sabemos também que o Espírito Santo, conforme o v.14 de Ef 1, é — o penhor da nossa herança...
Deus,portanto, deu o seu próprio Espírito Santo como penhor, como garantia, para que nós fiquemos seguros de
que seremos guardados, até o Dia da Redenção, até a Volta do Senhor Jesus...
Esta selagem, durante a Grande Tribulação, será uma selagem coletiva, uma selagem que acontecerá quando
Jesus voltar, porque só então Israel compreenderá que, de fato, Jesus é o Messias prometido...
Naturalmente, esse número 144.000 é um número simbólico, como o são a maioria dos números do Apocalipse e
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da Bíblia... 144.000 = 12 x 12 x 1000...
Todavia, uma coisa é certa, trata-se especificamente de judeus que compõem as doze tribos de Israel... Isso está
bem claro no texto... Existem estudiosos que não querem aceitar isso e falam que as tribos são dos crentes fieis...
Mas, reparem, isso é uma grande tolice... Os crentes fieis, nessa altura, já foram arrebatados... Além disso, o texto
fala claramente nas tribos de Israel e nomeia cada uma delas... E mais, nós não podemos perder de vista que
Israel, quer queiramos ou não, é povo de Deus e isso é bíblico (explicar)
Não resta, pois, a menor dúvida de que esse nº 144.000 se refere aos israelenses que se converteram, que se
tornaram crentes, durante a Grande Tribulação, portanto, depois do arrebatamento.
Esses 144.000 são referidos também no cap. 14:1-5. Ali, verificamos que eles não têm antepassados espirituais,
porque eles são, como diz o v.4, primícias para Deus e para o Cordeiro.
Igualmente, eles não têm descendência espiritual... e isso vale também para nós, porque Deus não tem netos,
mas somente filhos. Isso significa que a conversão não pode ser herdada... (explicar)
Vejamos, agora, o ato de selagem dos 144.000. O v.2 diz — Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o
selo do Deus vivo...
Reparem que é a própria Trindade Santa que age: 1. O selo é o Espírito Santo; 2. o Espírito Santo do Deus vivo,
isto é, de Deus-Pai; 3. e o anjo que clama em alta voz, como explicamos, é o Filho.
Temos, aqui, portanto, o Pai, o Filho e o Espírito Santo... E o Filho, no v.3, diz — ... até selarmos na fronte os
servos do nosso Deus.
Essa selagem com o Espírito Santo é absolutamente necessária, caso contrario, ninguém na terra poderia escapar
da Grande Tribulação...
Ap 7:9-17 — Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos,
povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; 10 e
clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. 11 Todos
os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu
rosto, e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o
poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! 13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo:
Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? 14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele,
então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do
Cordeiro, 15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que
se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. 16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre
eles o sol, nem ardor algum, 17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as
fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
Embora tenhamos uma pausa entre o 6º e o 7º selos, como explicamos, essa passagem que acabamos de ler faz
parte do 6º selo, porque, reparem, o 6º selo tem como resultado três visões:
1. Catástrofes que enchem as pessoas de perplexidade, medo e terror... Em 6:5-17, se os irmãos estão lembrados,
nós vimos que o sol fica negro como saco de crina, a lua vermelha como sangue e a terra é abalada por um
enorme terremoto.
2. Em meio a esse juízo, é estabelecida uma pausa por causa dos 144.000 de Israel que ainda têm que ser selados.
3. A grande multidão vestida de vestiduras brancas e com palmas nas mãos (7:9)
Agora, reparem, as duas primeiras visões se referem à terra (catátrofes) e a pessoas de carne e osso (os 144.000).
Mas, a 3ª visão se refere ao céu e às pessoas que estão lá glorificadas.
Entretanto, o conteúdo dessa visão faz parte das outras duas. Por quê? Porque o dia da Volta do Senhor
Jesus, ///, não é um dia comum de 24 horas...
Todos os selos e todos os acontecimentos desencadeados pela abertura desses selos fazem parte desse dia...
Entretanto, cada um desses acontecimentos representam períodos variados... podem durar vários dias, vários
meses e vários anos...
O que o apóstolo João vê, agora, no céu, é algo extraordinário. Os v.9-10 dizem: — Depois destas coisas, vi, e eis
grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono
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e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; 10 e clamavam em grande voz,
dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
Essa visão é a continuação do cap.4, onde João vê o trono de Deus e do Cordeiro e os 4 seres viventes com os 24
anciãos assentados em tronos...
E, agora, aparece essa multidão inumerável, proveniente de todas as nações, vestidas de branco, acenando com
as palmas da vitória... E não só isso, a multidão louva e clama em alta voz: — Ao nosso Deus, que se assenta no
trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
E, aí então, vem a reação (v.11-12) — Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro
seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! O louvor,
e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos
dos séculos. Amém!
Ou seja, o louvor da multidão causa um novo louvor e produz uma espécie de reação em cadeia... Mas, essa cena
da visão do apóstolo é perfeitamente compreensível, embora essa grande multidão exija uma análise
aprofundada...
Reparem que um ancião pergunta no v.13 — Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde
vieram?
Esta pergunta, reparem, não é feita com relação aos 144.000 de Israel, porque, nesse caso, não existe dúvida,
está muito claro, como acabamos de ver... A pergunta também não é em relação aos anjos que estão em volta do
trono, nem tampouco com relação às almas que estão debaixo do altar...
Deve, portanto, haver algo de especial com respeito a essa multidão inumerável...
Reparem, também, que João demonstra que não sabe QUEM são, nem de onde vieram aquelas pessoas, pois ele
diz no v.14a – meu Senhor, tu o sabes. — E, como João, muitos estudiosos do Apocalipse também não sabem
QUEM são, e dão respostas, às vezes, sem fundamento a esse respeito...
Mas, com base no mesmo v.14b, todos sabem de onde aquelas pessoas vieram, pois o ancião diz a João — São
estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro...
Todavia, existem muitas opiniões a respeito de QUEM são, aquelas pessoas que formam a grande multidão: (1)
elas podem ser pessoas de carne e osso que estavam na terra na Grande Tribulação; ou (2) poderiam ser espíritos
em processo de transição; ou (3) santos glorificados em suas habitações celestiais; e (4) muitas outras são as
opiniões...
Assim, como as opiniões são muitas, a melhor coisa a fazer é verificar o que estas pessoas NÃO são, e, aí,
poderemos esclarecer muitos pontos:
1. Elas NÃO são os vencedores redimidos que constituem a Igreja Glorificada do Senhor Jesus. Nós já vimos, nos
cap. 4 e 5, a igreja arrebatada a qual é representada pelos 24 anciãos coroados e assentados em tronos.
Essa multidão NÃO está assentada, mas, sim, em pé. A Igreja arrebatada aparece no céu antes de se iniciarem as
catástrofes e os juízos sobre o mundo...
A tal multidão, no entanto, aparece diante do trono, enquanto os juízos na terra estão sendo realizados, até a
abertura do 6º selo...
A multidão NÃO pode ser a Igreja Glorificada, repito, porque ela já estava no céu antes que soasse a hora das
provações, conforme podemos deduzir de 3:10 — Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também
eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam
sobre a terra.
Reparem que a multidão tem palmas em suas mãos, e está dito, de forma muito clara, que ela passou pela
Grande Tribulação. Assim, é um erro querer equiparar essa multidão inumerável com a Igreja arrebatada e
glorificada...
2. Essa multidão, também, NÃO pode ser identificada com os 144.000 selados, porque a esses é dado um número
que indica uma quantidade, embora simbólica...
Mas, em relação à multidão é dito que ela é INUMERÁVEL. Além disso, os 144.000 selados, como vimos, são de
21
Israel, enquanto a grande multidão procede de todas a nações, tribos, povos e línguas...
Assim, parece que essa grande multidão foi tirada da Grande Tribulação... parece que a Grande Tribulação foi
interrompida, entre o 6º e o 7º selos, por causa dessa grande multidão...
Entretanto, essa é uma conclusão um tanto cômoda, porque essa grande multidão não é mostrada DURANTE o
tempo em que ela está na Grande Tribulação... Ela é mostrada, apenas, no momento em que ela sai como
vencedora... Ou seja, ela só é mostrada DEPOIS que sofreu a Grande Tribulação.
Desta maneira, esta é a dedução, temos aqui uma visão ANTECIPADA daquilo que ainda não foi completado...
poderíamos dizer que é uma visão do futuro do futuro... João pode ver isso porque ele vê tudo da eternidade.
Assim, essa grande multidão será afligida DURANTE e APÓS a abertura do 7º selo, durante as 7 trombetas e as 7
taças da ira de Deus.
Isso acontece, porque essa grande multidão é constituída por aquelas pessoas que se recusam a adorar o
ANTICRISTO, quando ele se manifesta como a BESTA... Consequentemente, vem o martírio dessa multidão
inumerável, quando aquelas pessoas têm que morrer por causa da sua fé...
Desta forma, como eu disse, neste cap.7 a grande multidão é mostrada ANTECIPADAMENTE, como a grande
ceifa... Isso indica que, durante a Grande Tribulação, haverá também um grande despertamento...
É um despertamento tardio, um despertamento, de certa forma, triste, porque essa pessoas serão salvas, mas
terão que sofrer muito e pagar com suas vidas...
Sabemos, portanto, agora, exatamente QUEM são, ou melhor, de qual situação vem essa grande multidão... São
pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas... pessoas que não aceitaram a Cristo antes do
arrebatamento...
Entre essa pessoas estão, certamente, aqueles que se dizem cristãos, mas que desprezam a advertência de Jesus
que está em Mt 24:44 — Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do
Homem virá.
Esses deixados para trás, além de não darem importância à advertência do Senhor, também não se preparam... É
exatamente como no tempo de Noé, como o próprio Senhor Jesus diz em Mt 24:38-39 — Porquanto, assim como
nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, 39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a
vinda do Filho do Homem.
Quando eles perceberam, era tarde demais... No arrebatamento, também será assim... Os que ficarem para trás
passarão pelas guerras, pela fome, pelos terremotos, por violências de toda espécie...
O irmão pode até levantar uma dúvida: — Mas, pastor, como é que depois do arrebatamento, ou seja, durante a
Grande Tribulação, ainda haverá conversões??? O Espírito Santo não estará mais presente, então, como é isso???
Que o Espírito Santo já terá se retirado da terra, está absolutamente correto!!! Mas, a obra do Espírito Santo
permanece mesmo assim...
(ilustração) Tomemos, por exemplo, o quadro de um pintor famoso... Miguel Ângelo, ou um escritor, por
exemplo, Machado de Assis, estas pessoas já morreram há muito tempo, mas a obra delas continua vivendo,
continua influenciando a cultura...
Da mesma forma, a obra do Espírito Santo estará vivificando a Palavra de Deus no coração dos homens... Quem
ouviu a Palavra poderá ainda receber a graça da Salvação...
Vamos dar um exemplo. Um casal em que um é crente e o outro não. Acontece o arrebatamento... Vamos supor
que a mulher é arrebatada... O camarada olha pro lado e já era... a mulher sumiu..
Em seguida, o marido começa a ouvir no rádio, na TV, nos jornais, que muita gente desapareceu no mundo... e ele
começa, então, a perceber que aconteceu, justamente, aquilo que sua esposa dizia que iria acontecer...
Aí, começa a Grande Tribulação, os sofrimentos e tudo mais... e esse marido se lembra da Palavra de Deus,
Palavra que não volta vazia (Is 55:11)... E aquele homem entrega, então, seu coração a Jesus.
Essa pessoa vai sofrer muito, vai morrer martirizado, e vai fazer parte, exatamente, daquela grande multidão
inumerável...
22
Assim, os efeitos vivificadores do Espírito Santo estarão atuantes durante a Grande Tribulação... Quando o v.14
diz que eles — lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro... — isso significa que o Espírito
Santo está agindo...
Estes salvos, retardadamente, não terão a experiência do novo nascimento, como nós... Mas, através do
arrependimento, eles serão salvos para a eternidade...
Que eles se converteram, está mais que provado no v.14 – lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do
Cordeiro...
Entretanto, há uma coisa aqui que chama a nossa atenção. Reparem que o versículo fala duas vezes em
vestiduras: (1) lavaram suas vestiduras e (2) alvejaram as vestiduras no sangue do Cordeiro.
Por que motivo??? Pelo seguinte motivo: 1º eles lavaram suas vestiduras, isto é, lavaram o seu interior no sangue
do Cordeiro... Se arrependeram e foi lhes dada a conversão... 2º eles entregaram suas vestiduras, isto é, seus
corpos, e tornaram-se UM com Jesus em sua morte...
Assim, depois que aquelas pessoas deixaram suas vidas, foi alcançado o número de mártires pelo qual esperavam
os que estavam em baixo do altar, aqueles que já haviam recebido uma vestidura de honra...
Os irmãos estão lembrados??? O Ap. 6:11 diz assim – Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e
lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus
conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Agora, portanto, o número de mártires está sendo completado, e eles estão diante do trono de Deus e do
Cordeiro, e louvam ao Pai e ao Filho...
A fonte da bem-aventurança é o Cordeiro, pois o 7:17a diz assim – o Cordeiro que se encontra no meio do trono
os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida.
Ou seja, o sofrimento deles será transformado em glória, porque o próprio Deus-Pai lhes enxugará dos olhos toda
lágrima (17b).
E para encerrar o estudo de hoje.... Se a glória desses restantes, desses que vão ser martirizados durante a
Grande Tribulação, será tão grande, imaginem como será a glória dos que serão arrebatados ANTES da Grande
Tribulação... É como está em 1 Co 2:9 — Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em
coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.

O 7º Selo
Ap 8:1-5 — Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. 2 Então, vi os sete anjos
que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. 3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar,
com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar
de ouro que se acha diante do trono; 4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações
dos santos. 5 E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos
e terremoto.
No estudo anterior, vimos os 144.000 e a Multidão Inumerável e, naquela ocasião mostramos o significado
disso....
Hoje, vamos ver, inicialmente, a abertura do 7º Selo. O apóstolo João continua no céu, em espírito... ele é
testemunha ocular desse grande acontecimento... O Cordeiro de Deus está acabando de abrir o 7º Selo do Livro, e
isso faz com que os juízos de Deus caiam sobre a terra...
Esta é a visão do apóstolo João... Mas, reparem, isso tudo esta, de fato, prestes a acontecer... O Arrebatamento
da Igreja pode ocorrer a qualquer momento...
Como vimos nos estudos anteriores, os 6 primeiros selos foram abertos, NA VISÃO de João, e nós analisamos as
conseqüências. Mas, um Selo ainda está faltando – o 7º Selo...
As conseqüências desse 7º Selo são as mais importantes, porque do 7º Selo vêm as 7 Trombetas e, depois, as 7
Taças da ira de Deus, como veremos mais pra frente...
Podemos estabelecer, aqui, um paralelo com o AT. Reparem que os filhos de Israel tiveram que dar uma volta por
dia em torno de Jericó, durante 6 dias... No 7º dia, eles tiveram que dar 7 voltas... e, depois que eles fizeram isso,
23
conforme o relato de Josué 6, os muros de Jericó caíram.
É como se Deus aguardasse um tempo, antes de executar o seu juízo. Esse é aquele atributo de Deus que se
chama Longanimidade... é a grande paciência de Deus... É o que diz o apóstolo Pedro em 2 Pe 3:9 — Não retarda
o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não
querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. (naturalmente, esse todos são
TODOS os escolhidos...)
Essa longanimidade de Deus também está relacionada com a conseqüência da abertura do 7º Selo. Reparem que
está escrito no v.1 — Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Reparem também que NÃO está dito Meia Hora, mas, SIM, cerca de meia hora. Isso significa um pouco mais, ou
um pouco menos que meia hora. Essa informação vaga, sem precisão, tem dois motivos:
1. Na eternidade, a contagem do tempo não é como aqui... Lá, o tempo já passou, e tudo é eternamente
PRESENTE.
2. Agora, desde que foi indicado um tempo terreno, cerca de meia hora, nós podemos calcular esse tempo de
maneira terrena. Como é isso??? Vamos explicar.
Reparem que a Grande Tribulação dura 7 anos e corresponde à 70ª semana de anos de Daniel. Dn 9:24-27 diz
assim – Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a
transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e
a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para
edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as
circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 Depois das sessenta e duas semanas, será morto o
Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será
num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27 Ele fará firme aliança com muitos, por
uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações
virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.
Vamos fazer aqui um pequeno intervalo, para entendermos a profecia de Daniel. Se nós não compreendermos
bem a profecia das 70 semanas, não teremos condições de entender o Sermão Profético de Jesus em Mt 24, e
nem tampouco o Livro do Apocalipse. Por quê?
Pelo seguinte, quase todo o Apocalipse, isto é, do Cap. 6 ao 22, trata apenas da aplicação da profecia das 70
Semanas de Daniel.
Vamos procurar resumir o mais possível a profecia de Daniel, para depois podermos voltar ao Apocalipse.
O v. 24a diz – Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo — O que significam essas 70 semanas??
Reparem que, no 9:2 Daniel diz assim — no primeiro ano do seu reinado (Dario), eu, Daniel, entendi, pelos livros,
que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de
Jerusalém, era de setenta anos.
Ou seja, o povo judeu estava há 70 anos no cativeiro da Babilônia, e não acontecia a volta para Jerusalém. Esse
cativeiro do povo judeu ocorreu em razão da desobediência deles com relação às determinações de Deus.
Em Levítico, Deus havia determinado a observância de um ano sabático, isto é, um ano a cada 7, no qual a terra
descansava.
Todavia, durante quase 500 anos, desde o período da monarquia de Israel até o cativeiro babilônico, os judeus
não cumpriram a determinação de Deus. Assim, o próprio Senhor fez a terra descansar por 70 anos, colocando o
povo judeu no cativeiro.
Reparem que 70 anos é o total de anos sabáticos, anos de descanso, ocorridos exatamente no espaço de 490
anos.
Assim, as 70 semanas da profecia de Daniel são semanas de anos, NÃO de dias. E nós podemos afirmar isso
porque o original hebraico não diz semana, mas, sim, setes – setenta setes. No hebraico, quando se trata de
semana de dias é acrescentada a palavra yamin = dias.
Além disso, a expressão semana de anos é bíblica. Ela aparece em muitas passagens da Escritura. Por exemplo,
24
em Lv 25:8 — Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de
anos te serão quarenta e nove anos.
Reparem, também, que os 6 eventos preditos sobre Israel, por Daniel, em 9:24, ainda não se cumpriram —
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para 1 fazer cessar a
transgressão, para 2 dar fim aos pecados, para 3 expiar a iniqüidade, para 4 trazer a justiça eterna, para 5 selar a
visão e a profecia e para 6 ungir o Santo dos Santos.
Em 9:27, por ocasião da última das 70 semanas, a Bíblia diz assim — Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana. É absolutamente ridículo se falar em um pacto entre nações para durar 7 dias.... só o protocolo leva, às
vezes, várias semanas...
E mais, a autenticidade da profecia de Daniel foi atestada pelo próprio Senhor Jesus, em Mt 24:15 — Quando,
pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda). — Aqui,
o Senhor mostra que a última das 70 semanas, isto é, os 7 anos da Grande Tribulação, é um evento futuro, porque
o fato citado, o abominável da desolação, ainda não ocorreu...
Além disso, vejam, as 70 semanas são divididas em 3 partes: 1ª parte – 7 semanas = 49 anos; 2ª parte – 62
semanas = 434 anos;
3ª parte - 1 semana = 7 anos. Total = 490 anos.
Voltemos, agora, ao apocalipse. Nós estávamos analisando a expressão cerca de meia hora. O dia de 24 horas tem
48 meias horas, certo?
Pois bem, como o ano bíblico é um ano lunar de 360 dias, essa meia hora do Apocalipse corresponde, na verdade,
a 7 dias e meio... 360/48 = 7,5
No 7º Selo, Deus dá, portanto, mais 7 dias e meio de prazo. Foi assim também com Noé. Reparem que depois que
Noé construiu a arca, depois que os animais e toda a sua família estavam na arca, o Senhor disse a Noé, em Gn
7:4 — Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites...
Ou seja, Deus deu um prazo além do estabelecido. Por que Ele fez isso? Porque Deus quer sempre que os seus
eleitos se arrependam...
A abertura do 7º Selo tem conseqüências terríveis, mas primeiro acontece, como vimos, cerca de meia hora de
silêncio... = 7 dias e meio.
Isso é muito esclarecedor. Reparem: na abertura do 1º Selo, uma poderosa voz diz, VEM! O mesmo acontece com
o 2º, o 3º e o 4º Selos (6:1-7).
No 5º Selo, ouve-se o clamor das almas dos mártires (6:9-10). Na abertura do 6º Selo, houve um grande abalo no
céu e na terra, e o terror tomou conta dos homens.
Entretanto, na abertura do 7º Selo, não se ouve nenhuma voz, nenhum movimento é feito, mas, ao contrário, há
uma interrupção nos acontecimentos... houve silêncio no céu cerca de meia hora... Todo o céu está quieto,
silenciou o louvor a Deus e tudo está parado.
Reparem que em 7:3 nós vimos que Jesus diz — Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até
selarmos na fronte os servos do nosso Deus — Ou seja, com a selagem dos 144.000 acontece também uma pausa
no juízo de Deus, uma pausa SEM indicação de tempo.
Mas, aqui, no 7º Selo, isso não acontece... NÃO existe ação alguma, mas neste silêncio Deus fala. Aliás, Deus
sempre fala no silêncio... Ele fala quando existe silêncio em nós. O Sl 46:10 diz – Aquietai-vos e sabei que eu sou
Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. – e, em Is 41:1 o Senhor diz — Calai-vos perante mim,
ó ilhas, e os povos renovem as suas forças...
Reparem que, no momento em que Jesus ficou em silêncio, na sua vida terrena, Ele falou mais alto... O Profeta
Isaías diz assim em Is 53:7 — Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao
matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
Facilmente, podemos compreender que esse silêncio de cerca de meia hora, no meio do juízo, é uma revelação
do caráter do Cordeiro... esse silêncio é uma revelação do íntimo de Deus.
Reparem que, apesar dos juízos, Deus não está nos terremotos, nem no vento, nem no fogo, mas, Deus está, isto
25
sim, em profundo silêncio...
Verificamos, portanto, que nessa meia hora = 7,5 dias, na abertura do 7º Selo, o Senhor revela o íntimo do seu
caráter... Essa pausa divina atinge todos os seres viventes, todos os anjos e todos os bem-aventurados que estão
no céu...
E o centro desse silêncio é o trono de Deus e do Cordeiro. Reparem que a Escritura não faz nenhuma referência a
esse período de silêncio sobre a terra... de maneira que, no v.2, olhamos novamente para o céu — Então, vi os
sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas...
Observem que esses 7 anjos são servos diretos de Deus e têm muito poder. Aliás, já no AT, verificamos que,
quando os anjos do Senhor agem, coisas grandiosas acontecem.
Por exemplo, em 2 Rs 19:35, lemos assim — Então, naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no
arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos
estes eram cadáveres.
Compreende-se, assim, que os servos de Deus, sejam anjos, ou sejam homens, têm sempre grandes tarefas a
realizar, e fazem essas tarefas com grande autoridade... autoridade concedida pelo próprio Senhor nosso Deus.
Amém???
O v.2 nos diz também que aos 7 anjos foram dadas sete trombetas que procedem, que vêm, do 7º Selo. Não
podemos perder de vista que, aqui, nós estamos na época do DIA DO SENHOR... e como dissemos, esse não é um
dia comum de 24 horas, mas, sim, um período que abrange os 7 anos da Grande Tribulação... é o período dos
juízos de Deus sobre a terra.
Neste sentido, é interessante observar que em Sf 1:14-16 está escrito assim — Está perto o grande Dia do
SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clama até o homem
poderoso. 15 Aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e
negrume, dia de nuvens e densas trevas, 16 dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as
torres altas.
Reparem, portanto, que o profeta Sofonias já havia chamado o Dia do SENHOR de dia de trombeta... Outro
aspecto que chama a atenção ainda, é que, nesse cap. 8, vemos não somente profecias sobre o futuro, mas
também profecias que foram cumpridas no passado...
Por exemplo, quando Deus deu a Moisés as tábuas da Lei, no Monte Sinai, ouviu-se também o som de uma
trombeta muito forte, e o próprio Senhor Deus desceu em fogo... Em Ex 19:18 está escrito que — Todo o monte
Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo... e aqui, no Apocalipse, logo na 1ª Trombeta,
também cai fogo do céu. Diz, assim, o v.7 — O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura
com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda
erva verde.
Em Nm 10:9, está dito que, em perigo de guerra, era tocada uma trombeta. Assim, com o toque das 7 trombetas,
está sendo anunciada a guerra contra a Besta, a guerra contra o anticristo...
Mas, antes que os anjos toquem suas trombetas, aparece OUTRO ANJO... o v.3 diz — Veio outro anjo e ficou de
pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de
todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono...
Esse outro anjo, como vimos no cap. 7, é próprio Senhor Jesus. E, aqui, Ele se apresenta como o Sumo Sacerdote
que realiza a tarefa de oferecer incenso no altar de ouro...
Os vv 4-5 dizem — e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. 5
E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e
terremoto...
Reparem que essas orações dos santos são todas as orações de todos os santos, de todos os tempos... e essas
orações têm um efeito duplo:
1. efeito sobre Deus, pois elas sobem ao Senhor como aroma suave; e 2. efeito sobre a terra, na forma dos juízos
de Deus...
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Agora, entretanto, vem uma pergunta. Por que motivo a solenidade dessas orações oferecidas com incenso é
realizada, justamente, antes do momento em que são tocadas as 7 Trombetas do Juízo??? Por que esse
acontecimento está incluído no 7º Selo, após os 7 dias e meio de silêncio???
Em 5:8 lemos que — quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se
diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos
santos... — ou seja, os 24 anciãos que representam a nós, a Igreja Glorificada, a Igreja Arrebatada, se prostram
diante do Cordeiro com taças de ouro cheias de incenso...
Reparem que isso foi no início, pouco antes da abertura do 1º Selo... No v. 9 seguinte, eles cantam um novo
cântico, mas ainda não se fala no atendimento das orações...
Os próprios santos glorificados elevam orações diante do Cordeiro e, lá no cap. 5, eles esperam resposta a essas
orações... Agora, aqui no cap. 8, reparem, é o próprio Senhor Jesus, em forma de OUTRO ANJO, quem eleva essas
orações... Por quê??
Porque Ele, o Sumo Sacerdote, é o nosso fiador, é o Mediador entre nós e Deus-Pai. É como se, agora, Jesus
estivesse dizendo a Deus — Pai, chegou a hora de atender a estas orações... orações daqueles que foram
comprados pelo meu sangue.
Reparem que, na abertura do 6º Selo, temos a impressão de que ali começam os últimos e os piores dias do fim
dos tempos. Mas, na abertura do 7º Selo, diz o v.5 que — houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto... — Ou
seja, agora, sim, as catástrofes são maiores ainda...
As Trombetas
O v.6 diz — Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
A seqüência está muito clara. Depois que passa o período de silêncio, aquele período de cerca de meia hora = 7,5
dias (v.1), depois que os juízos afastam os empecilhos para a fundação do Reino de Paz sobre a terra, o Rei dos
reis prepara-se para assumir o trono do seu reinado...
Não é por acaso que se fala, aqui, que os 7 anjos preparam-se para tocar as trombetas... No AT, a posse de um
novo rei era anunciada pelo toque de trombetas... Essa linguagem era, assim, familiar ao apóstolo João.
Por exemplo, na posse do Rei Salomão, assim se refere 1º Rs 1:39 — Zadoque, o sacerdote, tomou do tabernáculo
o chifre do azeite e ungiu a Salomão; tocaram a trombeta, e todo o povo exclamou: Viva o rei Salomão!
Aqui, no Apocalipse, são tocadas as trombetas do juízo para que o Rei da Glória, o Senhor Jesus, possa entrar...
Para não perdermos a visão geral dos acontecimentos, é oportuno salientar alguns pontos: do Ap 6 a 8:1 fala-se
dos 7 Selos que são abertos; de 8:2 a 9:21 e em 11:15-19 está escrito a respeito das 7 trombetas do juízo; e, nos
capítulos 15 e 16, veremos as 7 taças da ira de Deus...
Essas taças da ira de Deus, figuradamente, significam que o anticristo está sendo derrotado, porque o Senhor
Jesus está assumindo o seu reinado de mil anos (cap.17)
É importante, também, observar que são três ondas de juízos: 1. A Abertura dos Selos. 2. O toque das Trombetas.
E 3. o Derramamento das Taças da Ira de Deus. A cada onda as catástrofes vão aumentando de intensidade...
Assim, reparem, na abertura dos selos, é atingido um quarto da terra. Em 6:8 lemos, a respeito dos 4 cavaleiros
do Apocalipse, que — foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com
a mortandade e por meio das feras da terra.
Quando as trombetas tocarem, será atingida a terça parte da terra. Em 9:18 está dito – Por meio destes três
flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos
homens;
E, no derramamento das Taças, todo o mundo é atingido. Em 16:14 lemos — porque eles são espíritos de
demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do
grande Dia do Deus Todo-Poderoso.
E mais, não somente a intensidade dos juízos aumenta, como também vai aumentando o endurecimento do
coração dos homens.
Reparem que, na abertura do 6º Selo, os homens estão apavorados. Em 6:16 está dito assim — e disseram aos
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montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do
Cordeiro...
Entretanto, quando toca a 6ª Trombeta, está escrito em 9:20 — Os outros homens, aqueles que não foram
mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os
ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar...
Na 7ª Taça da Ira é, ainda, muito pior... 16:21 diz — Também desabou do céu sobre os homens grande saraivada,
com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens
blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande.
O estudo do capítulo 8 é bem grande, razão pela qual nós vamos, hoje, parar por aqui. No próximo estudo, vamos
analisar as 4 primeiras Trombetas do Juízo, ou seja, o capítulo 8:7-13...

As Quatro Primeiras Trombetas


No estudo anterior, vimos a abertura do 7º Selo e, naquela oportunidade, estudamos de maneira resumida a
profecia de Daniel a respeito das 70 Semanas de anos...
Agora, vamos continuar o estudo do cap. 8 do Apocalipse, vendo as quatro primeiras Trombetas do Juízo de Deus.
1ª Trombeta
Ap 8:7 — O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi,
então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.
Os resultados desse 1º juízo das Trombetas serão terríveis. Reparem que, enquanto os 4 anjos do Juízo ainda
estavam retidos sob o 6º Selo (7:2-3), por causa da selagem dos 144.000, agora a ordem para esperar foi
revogada... Os juízos começam verdadeiramente...
Saraiva (chuva de pedra de gelo), fogo e sangue! Uma terça parte da terra, das árvores e das ervas verdes são
queimadas...
Reparem, ainda, que, da mesma forma que os 4 primeiros Selos, os 4 primeiros juízos das Trombetas, também,
estão relacionados uns com os outros:
O 1º Juízo das Trombetas atinge a terra (v.7); o 2º atinge o mar (v.8); o 3º atinge as fontes de água (v.10-11); e o
4º atinge o universo (v.12-13)... Tudo é, portanto, julgado pelo Cordeiro...

2ª Trombeta do Juízo
Ap 8:8-9 — O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar,
cuja terça parte se tornou em sangue, 9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída
a terça parte das embarcações.
Reparem que muita coisa no Apocalipse, como já falamos aqui, é simbólica... Mas, quando João usa símbolos, ele
indica que aquilo se trata de um símbolo...
Neste sentido, vejam que NÃO está dito que uma GRANDE MONTANHA em chamas foi atirada ao mar. NÃO! O
que está dito, reparem, é: ... uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar...
É claro que podem existir aqui muitas interpretações. Alguns estudiosos acham que se trata de um vulcão... mas,
a maioria entende que será um meteoro em chamas que cairá no mar... Há também outros que dizem que serão
bombas atômicas...
Entretanto, reparem, como um terço do mar se transforma em sangue, não há como explicar esse juízo de Deus.
Agora, vejam, a verdade é que NÃO é muito importante saber COMO acontecerá... mas, SIM, que acontecerá!
Se alguém tiver dúvidas disso, é só ler Êx 7:20-21, onde a 1ª praga sobre o Egito se realizou de maneira
semelhante: — Fizeram Moisés e Arão como o SENHOR lhes havia ordenado: Arão, levantando o bordão, feriu as
águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio se tornou em sangue. 21 De sorte
que os peixes que estavam no rio morreram, o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e
houve sangue por toda a terra do Egito.
Reparem que esse acontecimento é indicado em outros pontos da Escritura. Por exemplo, no Sl 105:29 —
Transformou-lhes as águas em sangue e assim lhes fez morrer os peixes. Também, no Sl 78:44, lemos — e
converteu em sangue os rios deles, para que das suas correntes não bebessem.
Isso demonstra que o Senhor não depende nem de meteoros, nem de bombas atômicas como instrumentos de
juízo, embora esteja no seu poder utilizar essas coisas, se for da Sua soberana vontade... Por isso, é importante
salientar que não se deve querer sempre explicar tudo em detalhes...

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Reparem, também, que uma grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar. Em qual mar??? Embora
não se possa afirmar com certeza, tudo indica que será o Mar Mediterrâneo, em cujas margens já aconteceram
tantas coisas em relação ao Plano da Salvação...
Todavia, certamente, todos os mares do mundo serão afetados por esse 1º Juízo das Trombetas. Reparem que,
no mundo, existem 7 mares e 3 oceanos... O texto diz que uma terça parte do mar se transforma em sangue. Isso
significa mais do que um oceano inteiro. Imaginem, também, a montanha de peixes mortos... um terço dos peixes
morrerá...
Mais ou menos recentemente, cientistas da NASA localizaram através de satélite um organismo semelhante a um
vegetal que faz a água do mar ficar vermelha e mata os peixes, pois é extremamente venenoso... É a chamada
maré vermelha...
O texto diz também que foi destruída a terça parte das embarcações. Isso nos faz imaginar que ondas enormes
destroçarão nas costas um terço das embarcações... Será que estamos fantasiando??? As Tsumani!!!
Lembramos mais uma vez que esse terrível período acontecerá durante a Grande Tribulação, pertence ao DIA DO
SENHOR e será depois do Arrebatamento.
Não se compreende por que o homem, de maneira geral, dá tão pouca atenção ao DIA DO SENHOR, apesar da
Escritura falar tanto dele. Isaías, em Is 2:12-21, diz assim: — Porque o Dia do SENHOR dos Exércitos será contra
todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que seja abatido; 13 contra todos os cedros do
Líbano, altos, mui elevados; e contra todos os carvalhos de Basã; 14 contra todos os montes altos e contra todos
os outeiros elevados; 15 contra toda torre alta e contra toda muralha firme; 16 contra todos os navios de Társis e
contra tudo o que é belo à vista. 17 A arrogância do homem será abatida, e a sua altivez será humilhada; só o
SENHOR será exaltado naquele dia. 18 Os ídolos serão de todo destruídos. 19 Então, os homens se meterão nas
cavernas das rochas e nos buracos da terra, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se
levantar para espantar a terra. 20 Naquele dia, os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de
prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem, 21 e meter-se-ão pelas fendas das
rochas e pelas cavernas das penhas, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se levantar
para espantar a terra.

3ª Trombeta do Juízo
Ap 8:10-11 — O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas
uma grande estrela, ardendo como tocha. 11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto,
e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.
Vamos analisar os efeitos da 3ª Trombeta. As águas amargas de que nos fala o AT têm um equivalente nos últimos
tempos. Reparem que, na época em que o povo de Israel passou pelo deserto, durante os três primeiros dias, não
havia água para eles beberem... e quando eles encontraram água, essa água era amargosa.
Êx 15:23 diz assim — Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram
amargas;
No fim dos tempos, como lemos, cai do céu sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha.
O nome da estrela é Absinto.
O que é absinto?? Absinto é um líquido muitíssimo amargo preparado com as folhas de uma erva chamada
Artemisia absinthium.... Essa estrela, portanto, cai espalha absinto por um terço dos rios e das frontes de água.
Isso significa que essa estrela não precisa, necessariamente, ser formada de matéria compacta, uma vez que o tal
absinto é um líquido... Essa estrela pode, então, por exemplo, ser um cometa... Sabemos que os cometas têm
uma parte gasosa na sua constituição...
Seria, assim, talvez, um cometa que traz em si, na sua parte gasosa o absinto, estragando a água potável, a água
que se pode beber, de um terço dos rios e de outras fontes...
Ou seja, é retirado dos homens, em grande parte, aquilo de que eles mais necessitam para viver: a ÁGUA. Por
quê? Porque eles rejeitaram a ÁGUA DA VIDA, rejeitaram o Senhor Jesus...

4ª Trombeta do Juízo
Ap 8:12 — O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte
deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.
Por tudo o que já vimos até aqui, nós constatamos que haverá, no final dos tempos, acontecimentos terríveis,
catástrofes que não podemos imaginar.

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Atualmente, já estão acontecendo coisas tremendas, jamais vistas em outros tempos... As Tsumanis são um
exemplo...
Um outro exemplo, que eu li há pouco tempo e que é significativo, é um fenômeno astronômico. Um astrônomo,
chamado Bruce Margon, descobriu um corpo celestial misterioso e incompreensível... As observações desse
cientista indicam que esse corpo se movimenta à VELOCIDADE DE ATÉ 184 MILHÔES DE KM por hora... e isso em
duas direções ao mesmo tempo...
Parece que esse corpo celestial, uma estrela de características desconhecidas, parece que ela se aproxima e se
afasta da terra, ao mesmo tempo, e num ritmo, ou freqüência, de aproximadamente 60 dias.
Os cientistas, liderados por Bruce Margon, descobriram esse corpo estranho quando estavam estudando uma
estrela chamada SS433 e que está a 10.000 anos-luz da terra. Eles chegaram à conclusão de que esse corpo deve
ter uma energia descomunal e expele os seus gazes somente em duas direções opostas e nessa incrível
velocidade de 184 milhões Km/h. É, assim, um corpo celeste absolutamente diferente, porque as estrelas normais
emitem gazes em todas as direções ao mesmo tempo...
Mas, voltemos ao nosso estudo do Apocalipse.
É interessante observar que a Sagrada Escritura fala a esse respeito... Em Lc 21:25-27 o próprio Senhor Jesus
anunciou — Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade
por causa do bramido do mar e das ondas; 26 haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das
coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. 27 Então, se verá o Filho do Homem
vindo numa nuvem, com poder e grande glória.
Igualmente, os profetas fizeram previsões a esse respeito... Por exemplo, Is 13:9-10 diz assim — Eis que vem o Dia
do SENHOR, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores.
10 Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não
fará resplandecer a sua luz.
É exatamente isso que nos é mostrado no 4º Juízo das Trombetas. O profeta Ezequiel também viu isso e escreveu
em EZ 32:7-9 — Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com
uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. 8 Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares
do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o SENHOR Deus. 9 Afligirei o coração de muitos povos, quando se levar
às nações, às terras que não conheceste, a notícia da tua destruição.
Também, em Joel 2:10 e 3:14-15, encontramos referências ao 4º Juízo das Trombetas. Esses versos dizem assim:
— Diante deles, treme a terra, e os céus se abalam; o sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu
resplendor... Porque o Dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão. O sol e a lua se escurecem, e as estrelas
retiram o seu resplendor.
Assim, esse 4º Juízo das Trombetas será uma catástrofe cósmica inimaginável. Reparem o que o v.12 diz que — ...
foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas...
Essa expressão foi ferida significa uma terrível explosão que será capaz de abalar todo o Universo...

O Tríplice Ai
E agora, vem o v.13 e diz — Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai!
Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!
Reparem que antes de acontecer os três últimos e mais importantes Juízos das Trombetas, há uma espécie de
proclamação no céu que consiste desse tríplice Ai... Ai dos que moram na terra...
Agora, o que significa essa águia voando pelo meio do céu e clamando em alta voz???
Na Bíblia, os filhos de Deus são, muitas vezes, comparados com águias. Por exemplo, em Is 40:31 está escrito –
mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam,
caminham e não se fatigam.
No Salmo 103:5 lemos — quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da
águia.
Parece, portanto, que essa águia do Apocalipse representa justamente a Igreja do Senhor Arrebatada... A Igreja,
da qual fazemos parte, e que está unida ao Cordeiro, da mesma forma que os 24 anciãos também representam a
Igreja...
A Bíblia explica a própria Bíblia. Em Lc 17, o Senhor Jesus descreve o arrebatamento, e os v. 34-35 dizem — Digo-

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vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; 35 duas mulheres estarão
juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. — e o v. 37 completa assim — Então, lhe perguntaram:
Onde será isso, Senhor? Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres.
Aetoi é a palavra grega que está no texto. Aetoi pode ser traduzido por abutres ou por águias. A versão corrigida
traduz por águias! O fato é que ambas são aves de rapina que se alimentam de carne.
É uma figura, concordo, um tanto macabra... Mas, reparem, é uma figura perfeitamente lógica no contexto desse
verso. Os crentes são chamados de abutres, ou de águias e, como o Cordeiro foi morto, ... aí se ajuntarão também
os abutres...
Será que esses abutres, ou essas águias, vão comer o cadáver??
Vejamos o que diz Jo 6:53-55 — Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a
carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. 54 Quem comer a
minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é
verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
Além disso, para não compreendermos de maneira errada esse ponto importante do estudo, vamos recordar um
trecho do Sermão Profético de Jesus em Mt 24:26-28 — Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto,
não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa, não acrediteis. 27 Porque, assim como o relâmpago sai do
oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem. 28 Pois onde estiver o
cadáver, aí se ajuntarão as águias.
Consequentemente, se o próprio Senhor Jesus usa essa figura, nós mesmos temos mais é que nos lembrar
sempre que Ele é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a eternidade...
Ou seja, quando João teve a visão da águia, ele experimentou aquilo que já havia sido representado no AT. Em Dt
32:11-12, o Senhor diz ao seu próprio respeito — Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus
filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o SENHOR o guiou, e não havia com ele deus
estranho.
Desta maneira, o tríplice Ai da águia, ou seja, da Igreja, é aquilo a que se referiu o apóstolo Paulo em 1º Co 6:2 —
Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso,
indignos de julgar as coisas mínimas?
Ou seja, como Igreja do Senhor Jesus, nós participamos do juízo sobre o mundo. A águia tem, assim, uma missão a
cumprir entre o toque da 4ª e o da 5ª Trombeta. Qual é exatamente essa missão, ainda não sabemos, mas, ISTO
SIM, sabemos que, se formos fieis, seremos vencedores e, então, voaremos como águias no meio do céu...

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