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Apocalipse 2

Cartas às sete igrejas (2.1-3.22)


As forças do bem (Cristo e as igrejas) e do mal (os governantes mundiais e os poderes
cósmicos).

Aprendemos que Jesus é o Cristo glorificado, que está no controle não apenas das
igrejas, como também dos governantes seculares e das forças do mal.

Portanto, o cenário é preparado para as cartas das igrejas da Ásia Menor, descrevendo
os efeitos do conflito entre o bem e o mal na vida dos cristãos, contra quem o mundo
está em guerra.

As cartas são, neste sentido, enviadas por Cristo às igrejas e são parte dessa
"revelação" mediada por João.

Há especulações que essas igrejas eram mesmo igrejas locais da época, outras em que
acreditam que essas cartas foram direcionadas à todas as igrejas da Ásia menor, há
ainda uma linha que acredita que as 7 cartas às igrejas se referem ao desenvolvimento
histórico desde a igreja primitiva até hoje, mas o que devemos fazer com essas sete
cartas é perguntar: “Em que medida tal situação reflete a condição de nossa própria
igreja? Como nós podemos maximizar os pontos fortes e minimizar os pontos fracos
encontrados nessas igrejas?”.

Nessas cartão são apresentados pontos fortes e fracos de cada igreja e uma chamada
à correção.

E para nós são cartas de exortação que visam nos aproximar de Deus, fazer uma auto-
análise daquilo que precisamos corrigir e daquilo que estamos acertando.

Éfeso era uma das quatro cidades mais poderosas do Império Romano (junto com
Roma, Alexandria e Antioquia da Síria). Com mais de 250 mil habitantes, estava
localizada no porto onde o rio Caister desembocava no mar Egeu, na parte ocidental da
Ásia Menor.

Há muitos paralelos entre a igreja em Éfeso e nossa situação hoje. O problema da


heresia é ainda maior em nossos dias, por haver, literalmente, milhares de movimentos
religiosos mundiais. Nesse sentido, a igreja de Efeso é um exemplo positivo a ser
seguido. Como Éfeso, precisamos perseverar em meio à perseguição e aos falsos
mestres. Precisamos aprender a "pôr à prova" os líderes em nossas igrejas e nos
certificar de que sua vida espiritual é saudável.
Entretanto, devemos fazer isso de forma cuidadosa, pois, ao mesmo tempo, há "caça-
hereges" que atacam por qualquer diferença doutrinária que exista e parecem estar
interessados mais em poder do que na verdade. A atitude fundamental é fazer distinção
entre doutrinas cardeais (pontos que são claros nas Escrituras e essenciais para a fé
cristã) e pontos não cardeais (que não são tão claros na escrituras e nem são
essenciais para alguém permanecer cristão).

Deus quer o nosso todo, não apenas uma pequena parte da nossa vida. Ele quer uma
atmosfera familiar em nossas igrejas.

Quando apredermos a vencer não só os hereges, mas nossas tendências pecaminosas,


experimentaremos as bençãos de Deus de uma forma nova.

As mensagens fincam o livro de Apocalipse firmemente em nosso mundo. É uma


palavra de esperança dirigida a pessoas que precisam de esperança, pessoas que às
vezes vacilam. As mensagens, assim como boa parte do Novo Testamento, nos
encorajam. Jamais houve uma comunidade cristã perfeita. Cristãos têm sido fiéis e
heróis, como também frágeis e vacilantes. Não basta acharmos conforto na palavra
dada à igreja de Filadélfia; devemos também ouvir atentamente a palavra anunciada a
Laodiceia.

Carta a Esmirna

(2.8-11)

Esmirna é a única das sete cidades que existe até os dias de hoje, com o nome
moderno de Izmir. Ela também era uma cidade portuária, com um próspero comércio
de exportação.

Esmirna mantinha um excelente relacionamento com Roma e era uma das quatro
cidades (junto com Éfeso, Pérgamo e Sardes) que hospedava a assembleia da pro-
víncia. Ela foi a primeira na Ásia a erigir um templo para o culto da deusa

Roma (195 a.C.) e, em 26 d.C., por sua lealdade de longo tempo a Roma, venceu outras
dez cidades na disputa pelo direito de construir um templo em homenagem ao
imperador Tibério. Nas décadas seguintes, Esmirna tornou-se um centro do culto ao
imperador.

Em Esmirna havia uma grande população judaica, que se opôs odiosamente aos
cristãos. Isso pode ter sido ocasionado pela destruição do templo e pelo consequente
sentimento antijudaico no Império Romano.

O cristianismo, dessa forma, tornou-se uma dupla ameaça, tanto religiosa quanto
política.

Roma tinha dado aos judeus o direito de praticar sua religião, e eles não queriam que
seu precioso privilégio fosse ameaçado. Além disso, na década de 80, o judaísmo tinha
excomungado os cristãos "hereges" de suas sinagogas e não queria nenhuma relação
com eles. Em 155 d.C., o Emoso bispo de Esmirna, Policarpo, foi queimado vivo por se
recusar a chamar César de "Senhor", durante uma extensa perseguição provocada
pelos judeus. A própria igreja de Esmirna fora fundada por alguns peregrinos judeus
que estiveram presentes no Pentecostes ou (mais provável) durante a missão de Paulo
em Atos 19.'

Contexto

Essa é uma das duas igrejas (a outra é Filadélfia) sem nenhum ponto fraco citado.

É revelador observar que ambas eram as mais insignificantes das sete igrejas. em
termos de número e influência. A preocupação atual das igrejas modernas com
números e influência precisa ser reexaminada. É mais importante ser fiel do que ter
muito poder. Essa é também uma das duas cartas (a outra, a dirigida a Pérgamo) sem a
fórmula: "Conheço tuas obras". Em vez disso, é descrito o conhecimento divino de (e
empatia por) sua situação. Há três coisas que o Cristo exaltado "conhece": sua
tribulação, sua pobreza e sua blasfêmia.

Essas três coisas jamais seriam consideradas hoje "pontos fortes", mas "problemas",
ou ainda "tragédias". Isso porque a igreja de hoje tem se esquecido da centralidade da
"participação nos seus sofrimentos" (Fp 3.10) para a igreja primitiva. Sofrer por Cristo
era um privilégio, não apenas uma aflição. Certamente, era doloroso (Hb 12.11), mas
também era considerado uma participação em Cristo no nível mais profundo. Esmirna
sofreu muito, entretanto, como resultado, foi ainda mais favorecida por Deus.

Os cristãos de esmirna enfrentavam a possibilidade real de morte.

O tema mais importante dessa carta é que Cristo fará surgir “vida” da “morte”.

Essa é uma carta dirigida especialmente para aqueles que passam por tempos difíceis.

Há dois níveis nos quais pode se contextualizar (aplicar) a Palavra de Deus: no que
brota do texto (o que se aplicaria aqui à perseguição) ou no teológico (o que se aplicaria
aqui às provas em geral, visto que a perseguição é um tipo de prova; cf.

Hb 12.4-11 ou 1Pe 1.6,7). Ambos os níveis são válidos.

Há quatro níveis nos quais a perseguição pode ser aplicada numa sociedade como a
nossa, na qual ela raramente ocorre de forma escancarada: podemos nos identificar
com muitos cristãos que sofrem ao redor do mundo (cf. Rm 12.15; Hb 13.3);

podemos imaginar que esse tipo de perseguição pode acontecer onde estamos, num
futuro próximo, e nos preparar para ela; podemos nos perguntar quantas concessões
temos feito para evitar qualquer tipo de perseguição no trabalho ou na sociedade
secular; e podemos suportar perseguições em geral, que nos afastam do mundo e nos
levam para perto de Cristo.

Qualquer uma dessas perseguições pode se enquadrar na carta. Deus lembra aos
cristãos de "Esmirna" que ele permite tempos difíceis, não para desanimá-los, mas
para que "concorram para o bem" (Rm 8.28); e mesmo diante da perseguição final
Deus trará vida. Pode ser que não vejamos as respostas às nossas orações antes de
morrer (como os heróis da fé em Hb 11), porém, Deus realmente vindicará seu povo. A
"sinagoga de Satanás" não será capaz de nos ferir de modo definitivo. A "coroa da
vida" é garantida a todos aqueles que permanecem fiéis.

Carta a Pérgamo (2.12-17)

A esplêndida cidade de Pérgamo ficava a cerca de 112 quilômetros ao norte de


Esmirna e a 24 quilômetros da costa marítima, tendo uma fortaleza a aproximadamente
quatrocentos metros de altitude sobre a planície do rio Caicus e uma grande cidade ao
pé do monte. Ela se tornou um centro urbano de destaque no terceiro século a.C.
(alguns pensam que os persas haviam, deliberadamente, impedido seu
desenvolvimento por causa de suas condições militares naturais), quando os
sucessores de Alexandre, o Grande, fizeram dela uma importante fortaleza militar.

Ele se aliou a Roma (contra os selêucidas) durante a primeira guerra macedônia, e


Pérgamo tornou-se uma grande força como vassalo de Roma. Seu território expandiu-
se com frequência durante esse período, até o rio Tauros, a cerca de quinhentos
quilômetros de distância. Em sua morte, Átalo III (138-133 a.C.) deixou seu reino para
Roma, que se tornou a província romana da Ásia.

Junto com Atenas e Alexandria, ela veio a ser um destacado centro intelectual.

Eumenes II foi o responsável direto pela popularização das "folhas" para escrita, feitas
de peles de animais, que vieram a ser chamadas de Trepyaunvi (pergamène),
conhecidas hoje como "pergaminho" (uma tradição diz que o pergaminho foi inventado
ali, mas isso tem sido contestado). Portanto, por volta do primeiro século, Pérgamo não
era apenas um grande centro político, mas também um dos mais destacados centros
intelectuais e religiosos o madale ainda se tornou o principal núcleo religioso da Ásia.
Templos, altares e santuários eram dedicados a Zeus.

Os cristãos de Pérgamo eram perseguidos, principalmente, por conta do culto ao


imperador, que era predominante, mais do que pelos cultos populares.

Os cristãos, devido à sua rejeição aos deuses romanos, eram chamados de ateus, mas
também eram acusados de "ódio pela raça humana", porque se negavam a demonstrar
lealdade ao imperador e, consequentemente, ao povo de Roma. Os judeus eram
tolerados porque representavam uma nação antiga, no entanto os cristãos não tinham
uma história nacional. O povo judeu era protegido e reconhecido por um acordo
romano. O cristianismo não tinha os mesmos antecedentes, e por isso era considerado
mera "superstição", a mais odiada de todas por seu exclusivismo e intolerância para
com outros deuses.

Ponto fraco (2.14,15)


Enquanto a igreja de Éfeso foi elogiada por identificar a heresia nicolaíta e se opor a ela,
a igreja de Pérgamo a tolerava, e, portanto, precisava ser disciplinada por sua fraqueza.
A fórmula introdutória é igual à dirigida a Efeso (2.4), exceto pela adição de algumas
coisas.

O propósito aqui é salientar a seriedade da situação. Embora os cristãos tivessem


permanecido fiéis, eles estavam permitindo um movimento herético florescer em seu
meio e, assim, colocando toda a igreja em perigo. O problema não era externo, mas
interno, como visto em que significa "tens em teu meio". O problema é identificado

como a doutrina de Balaão. Alguns

membros da congregação tinham, ao que tudo indica, caído no movimento dos


nicolaítas.

Doutrina de Balão
Balaão foi um profeta gentio consultado por Balaque, rei de Moabe, em Números
22-24, que lhe pediu para lançar maldições sobre os israelitas, mas ao invés disso,
Balaão proferiu somente bênçãos. Não há nenhum registro de Balaão aconselhando
Balaque, mas em Números 25.1-3 os israelitas são descritos sucumbindo à imoralidade
com mulheres pagãs e à idolatria na adoração a Baal. Mais adiante no mesmo livro, em
31.16, Moisés atribui a ação das mulheres moabitas ao "conselho de Balaão". Além
disso, a tradição judaica considerou Balaão um falso mestre. Cristo enfatizou esse
aspecto ao declarar que Balaão as [mulheres moabitas] "ensinou" a levar Israel a pecar.
A linguagem usada em Apocalipse (lançar uma pedra de tropeço) fala de levar uma
pessoa à apostasia. Em Mateus 18.7, a "pedra de tropeço" é uma tentação que afasta
alguém de Cristo, e tanto em Romanos 9.33 quanto em 1Coríntios 1.23, o termo faz
referência à rejeição de Jesus pelos judeus. A seita de Balaão é claramente retratada
como heresia e seus seguidores como apóstatas.

Os dois aspectos de seu "ensino", idolatria e imoralidade, se relacionam mais com a


prática do que com a doutrina, e é interessante que nenhuma menção aos
ensinamentos desse movimento é feita nas cartas a Éfeso, Pérgamo ou Tiatira.

Talvez isso seja proposital, porque os ensinos não eram dignos de discussão ou porque
João não queria dar publicidade alguma a essas doutrinas.
Mas isso é improvável, pois várias epístolas (Colossenses e 1 João) refutam as
doutrinas dos falsos mestres. É mais provável que o movimento tenha focalizado mais a
práticas do que a teoria. A descrição, "comer das coisas sacrificadas a ídolos" e
"praticar idolatria" ["se prostituírem"], provem de Atos 15.20,29 e das quatro restrições
impostas aos crentes gentios pelo concílio de Jerusalém. Esses eram os problemas
habituais entre os cristãos gentios, que cresceram numa atmosfera de idolatria e
imoralidade. Ao que parece, essa seita procurava uma acomodação com tais práticas
pagãs. O aspecto principal era a idolatria.

Os hereges estavam, provavelmente, ensinando que não havia nada de errado em


participar do culto ao imperador, já que a maioria dos romanos se envolvia mais por
dever do que por adoração.

Sua igreja está em perigo porque esses hereges não enfrentam oposição. A situação de
Pérgamo é diretamente oposta à da igreja de Éfeso, que triunfou sobre os nicolaítas,
mas se esqueceu de "amar". Os crentes de Pérgamo são fiéis, porém se esqueceram
de lutar contra os inimigos de Deus. Não obstante, a solução para ambas é a mesma:
(metanoeson, arrepende-te).

O verbo significa "mudar" condutas anteriores, tanto espirituais quanto éticas. Neste
contexto, ele implica mudar sua abordagem e tomar um posicionamento firme contra os
falsos mestres.

A falta de arrependimento resulta em juízo, juízo momentâneo e vindouro que se


realizará com a volta de Jesus.

A igreja em Pérgamo pode ser comparada à igreja de hoje sob às pressões do mundo
secular, ainda que não tenhamos nada no mundo ocidental comparável ao culto ao
imperador (trono de Satanás), com sua rejeição e perseguição de tudo o que é cristão
(apesar de muitas outras nações estarem experimentando isso). Entretanto, temos de
fato uma sociedade secular que pressiona fortemente os cristãos a que façam
concessões e se conformem a ela (cf. 1Pe 4.3,4).

E um sincretismo semelhante ao enfrentado pelos cristãos de Pérgamo está dominando


o cristianismo com seu materialismo desenfreado. Pesquisas têm demonstrado que,
embora o evangelicalismo esteja hoje num dos mais elevados picos de popularidade da
história, raramente teve efeito tão insignificante sobre a sociedade quanto hoje e, em
geral, é difícil distinguir

os cristãos dos não cristãos com base em seu estilo de vida e suas atitudes. Além
disso, temos ainda mais falsos mestres na igreja atual (a maioria dos grupos heréticos
se originou no seio da igreja), o que é um problema mundial.
Portanto, como Pérgamo, a maioria de nós vive no império de Satanás e enfrenta
grande pressão para enfraquecer-se na fé e na caminhada com Cristo. É muito comum
pregarmos e vivermos uma teologia cristã diluída (muitos cristãos estão dando as
costas para a teologia e buscando apenas uma religião do "bem-estar"). Devemos
treinar mestres e pregadores que tornem a verdade teológica empolgante e relevante.
Precisamos nos

"arrepender" e fomentar "vencedores" tanto quanto o precisava a igreja em Pérgamo.

4. Carta a Tiatira (2.18-29)

A cidade menos importante entre as sete mencionadas no livro, Tiatira era um centro
urbano comercial situado no rio Lico. Quase nada foi escrito sobre a cidade nas fontes
antigas e, visto que a moderna cidade de Akhishar está em seu lugar, poucas
escavações arqueológicas têm sido feitas ali. Consequentemente, sabemos menos
sobre Tiatira do que sobre as outras cidades da Ásia Menor. Ela foi fundada no terceiro
século a.C., como um posto militar.

Por ser uma estratégica cidade de fronteira, durante o primeiro século de sua vida, ela
experimentou sofrimento e devastação causados pelas forças invasoras.

Apesar de as revoltas terem diminuído devido à presença dos romanos a partir de 190
a.C., Tiatira ainda era militarmente estratégica, portanto, foi frequentemente perturbada
por políticas locais.

No tempo em que a carta foi escrita, a cidade era relativamente desconhecida, mas
estava a caminho da prosperidade, alcançada no segundo e terceiro séculos. Tiatira era
especialmente conhecida pelo seu grande número de associações de classe.

A maioria das cidades no mundo greco-romano concentrava-se nessas associações,


mas, em Tiatira, elas tinham importância especial (as mais frequentemente
mencionadas nas inscrições eram as dos sapateiros, dos produtores e vendedores de
roupas tingidas e dos artesãos de cobre). Hemer (1986: 107-8) acredita que isso ocorria
porque, em toda sua história, os negócios proviam uma função auxiliar para os militares
em Tiatira, que era uma cidade com guarnição. Cada profissional (mercadores,
curtidores de couro, oleiros, padeiros, trabalhadores com lá e com linho, vendedores de
roupas, diversos metalúrgicos etc.) fazia parte de uma "associação" e, ainda que isso
não fosse obrigatório, poucas pessoas trabalhavam por conta própria, pois as
associações eram centros da vida social e do comércio.

De fato, tanto física quanto socialmente, elas eram o coração da vida civil. As cidades
tendiam a se organizar em quarteirões, e cada associação controlava sua região de
"quarteirões". Lídia, uma "vendedora de tecidos de púrpura" e possivelmente
patrocinadora da igreja em Filipos (Ar 16.12-15), veio de Tiatira, conhecida por suas
tintas de tecidos.
A vida religiosa dessa cidade também era influenciada por essas associações
profissionais, pois cada uma tinha o próprio deus (ou deusa) padroeiro, e muitas de
suas festas tinham um caráter religioso. A pressão sobre os cristãos para participarem
da vida idólatra do povo estava provavelmente ligada às associações, já que suas
festas eram o centro da vida social (e comercial) da cidade. A recusa em delas
participar implicava a perda tanto da simpatia quanto dos negócios.

O principal deus adorado em Tiatira era Apolo, o deus sol e filho de

Zeus.

Há três áreas enfatizadas nessa carta e todas estão intimamente relacionadas com a
igreja de hoje. Em primeiro lugar, é crucial crescer nas mesmas obras (amor, fé, serviço
e perseverança) (2.19,25). A igreja da atualidade enfrenta as mesmas pressões que a
igreja de Tiatira, e seria bom se o Senhor pudesse dizer o mesmo de nós: "tuas últimas
obras são mais numerosas que as primeiras". Em segundo lugar, como já afirmado na
carta anterior, também estamos lutando contra muitos movimentos doutrinários
heréticos e precisamos tomar uma posição firme.

Devemos proteger a igreja de líderes inescrupulosos, que guiam seus seguidores com o
objetivo de construir os próprios reinos e diluem a fé cristã para torná-la mais atraente
ao mercado secular. Em terceiro lugar, o principal desafio da igreja em Tiatira difere
daquele da igreja em Pérgamo, no sentido de que a maior pressão não vem da religião
pagã, mas do mundo dos negócios ou do comércio.

Isso encontra correspondentes ainda mais próximos em nossa cultura, pois muitos
cristãos fazem concessões no seu andar com Cristo, a fim de aumentar os seus ganhos
ou manter seus empregos.

O juízo de Cristo pode cair sobre nossas igrejas do mesmo modo que caiu sobre a
igreja de Tiatira.

Devemos nos assegurar de que Deus é nosso sócio majoritário e de que consideramos
nossa carreira como um chamado de Deus, bem como uma oportunidade para exaltar a
Cristo. De outra forma, acabaremos como Jesabel.

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