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23/04/2023
Introdução
Foi no ano 81 da Era Cristã que assumiu o governo de Roma o imperador Domiciano, um
homem perverso e cruel, ao ponto de ser chamado pelos os historiadores de o segundo
Nero.
Este homem foi o primeiro imperador de Roma a rogar para si o título de senhor e deus.
E a partir dele começa a se construir templos por todo o império para que o imperador fosse
adorado como uma divindade.
Foi esse imperador que deporta o apóstolo João para uma ilha vulcânica no Mar Egeu, a
ilha de Patmos. Que servia como uma espécie de asilo político onde as pessoas eram
enviadas para morrerem em trabalhos forçados e em solidão.
Vale destacar que quando João é deportado para esta ilha era um tempo de terrível
perseguição a igreja.
Onde os crentes eram jogados nas arenas, entregue as feras, queimados vivos ou
crucificados.
A essa altura todos os apóstolos com exceção de João já estavam mortos e todos pelo o
viés do martírio.
Certamente o propósito de Domiciano ao deportar João para a ilha de Patmos era calar a
sua voz.
Mas se o homem por mais cruel e poderoso que seja pode traçar seus planos, mas a
palavra final é de Deus, é a vontade soberana de Deus que prevalece.
Quem está no comando da história não são os governantes, os reis, quem comanda a
história é aquele que está assentado no alto e sublime trono.
Por isso quando João chega nesta ilha ele escreve em Apocalipse 1:9
João não veio para aquela ilha para cumprir a agenda do imperador, mas para cumprir a
agenda do Todo Poderoso.
Então por volta dos anos 55/56 o apóstolo Paulo passa 3 anos na cidade de Éfeso e a
mesma foi transformada/ impactada pela a Palavra de Deus.
Dessa forma, o apóstolo Paulo como um grande plantador de igreja, começa a plantar
igrejas nas cidades da província, tais como Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia,
Hierapolis, Colossos, Laodiceia entre outras.
E agora João está ali naquela ilha, Paulo já havia sido degolado, Pedro crucificado e João
começa a ouvir uma grande voz.
Não vou me ater as 6 primeiras igrejas, mas somente a sétima igreja, a igreja de Laodiceia.
De todas as cartas as Igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à
igreja de Laodicéia. Praticamente as demais igrejas recebem exortações, mas também
elogios, mas Laodiceia não.
A cidade de Laodicéia foi fundada em 250 a.C., era uma cidade rica e opulenta. Laodicéia
era o lar dos milionários. Era uma importante cidade devido à sua localização, por ficar no
meio das grandes rotas comerciais.
Na cidade havia teatros, um estádio e um ginásio equipado com banhos. Era a cidade de
banqueiros e de transações comerciais.
A igreja estava satisfeita com sua prosperidade, orgulhosa de seus membros ricos.
A 4 pontos sobre a cidade que merecem destaquem e que são citados por Jesus, entender
esses pontos é entender toda a plenitude das palavras de Jesus a Laodiceia.
Em primeiro lugar, era um centro bancário e financeiro. Era uma das cidades mais ricas do
mundo. Lugar de muitos milionários. Em 61 d.C., foi devastada por um terremoto e
reconstruída sem aceitar ajuda do imperador. Os habitantes eram orgulhosos de sua
riqueza. A cidade era tão rica que não sentia necessidade de Deus.
Em terceiro lugar, era um centro médico de importância. Ali havia uma escola de medicina
famosíssima. Fabricavam-se ali dois unguentos quase milagrosos para os ouvidos e os
olhos. O pó frígio para fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade.
Esse colírio era exportado para todos os centros populosos do mundo.
Em quarto lugar, era um centro das águas térmicas. A região era formada por três cidades:
Colossos, Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em
Hierápolis havia uma fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto tornava-se
morna, e nesta condição fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia.
Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram terapêuticas,
mas as águas mornas de Laodiceia eram intragáveis.
Com essas informações vamos adentrar no texto e entender o que Deus quer falar conosco.
➡️ Nem és frio nem quente. És morno, estou a ponto de vomitar-te dar minha boca.
Sabe o que é interessante, diferentemente das outras igrejas, o problema da igreja de
Laodiceia não era teológico, nem moral. Não havia ali falsos mestres, nem heresias. Não há
na carta menção a hereges ou perseguidores.
O que faltava a igreja era fervor espiritual. A vida espiritual daqueles membros era morna,
apática, indiferente e pior nauseante.
Por isso, Jesus ciente de todo esse contexto, das águas quentes de Hierapolis e das águas
frias de Colossos, faz esse paralelo.
Há um rei que exemplifica isso. 2 Crônicas 25.1, 2 diz: Era Amazias da idade de vinte e
cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; sua mãe se
chamava Jeoadã, de Jerusalém. Fez ele o que era reto perante o SENHOR; não, porém,
com inteireza de coração.
Parece que muitos de nós se encaixam perfeitamente neste perfil que a Bíblia pinta do
jovem rei Amazias, pois fazemos “o que é reto perante o Senhor”, mas sem a intensidade,
“com inteireza de coração” ou, como Jesus diria, “de todo o teu coração, de toda a tua alma
e de todo o teu entendimento” (Mateus 22.37).
Frequentamos as reuniões da igreja, lemos a Bíblia, jejuamos, mas, mesmo assim, a
questão permanece: Estamos fazendo isso com intensidade? Estamos fazendo o que é reto
diante do Senhor, de todo coração?
Como temos servido a Deus? Com toda a nossa força, intelecto, com todo o nosso
coração? Ou temos estado meia boca, fazendo de qualquer jeito, da forma que dar?
São palavras duras, mas esse estado segundo Jesus é o estado do vômito.
Como você se encontra hoje? Frio? Quente? Ou morno? Em cima do muro. Gosta de vir
aos cultos, de sentir a presença de Deus, mas se acha auto-suficiente, não quer renunciar a
uma vida de pecado, de prazeres mundanos.
E pior a carta é endereçada a pessoas que já eram cristãos, que triste aparentar ser uma
coisa e verdadeiramente não ser.
Laodiceia considerava-se rica e era pobre. A igreja era morna devido a ilusão que
alimentava a respeito de si mesma.
As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil
dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus
sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si
mesma, mas Jesus não foi enganado!
A auto-satisfação também é uma grande tragédia. A igreja de Laodicéia disse: "Não preciso
de cousa alguma".
A igreja de Laodiceia enfrentou a tragédia de não ser o que se projetou ser e ser o que
nunca se imaginou ser.
Ela estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio, mas era pobre, nua e cega.
A congregação de Laodiceia fervilhava de frequentadores presunçosos. Ele diziam: Estou
rico e abastado e não preciso de cousa alguma. Os crentes eram ricos. Frequentavam as
altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade.
A cidade era um poderoso centro médico, bancário e comercial. O orgulho de Laodicéia era
contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia da soberba. Os membros da igreja
tornaram-se convencidos e vaidosos.
Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo
teve de acusá-los de cegos, mendigos e nus.
Mendigos apesar de seus bancos, cegos apesar de seus pós frígios e nus apesar de suas
fábricas de tecidos. São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus
pecados. São nus porque não têm roupas adequadas para se apresentarem diante de
Deus. São cegos porque não conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.
Como temos estado de Deus? Cientes do nossa total dependência dEle ou com uma ideia
equivocada de nossa realidade espiritual.
Sabe o que Cristo gosta? De coração contritos, quebrantados, homens e mulheres que se
prostram, reconhecem que sem Ele nada somos, não podemos, nada temos.
Filho, nosso Senhor é gentil, educado, Ele não vai lhe forçar a nada, mesmo ciente do seu
estado miserável, Ele de dar conselhos, se apresenta soluções, mudança de vida.
Estamos pobres, mas Cristo tem ouro. Estamos nus, mas Cristo tem roupas. Estamos
cegos, mas Cristo tem colírio para os seus olhos.
Só Cristo pode enriquecer nossa pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.
Corra para Cristo, nada no mundo vai te saciar, só Ele tem as palavras de vida eterna.
Disciplina é um ato de amor. A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser
prensada para produzir vinho.
É deixar de fazer as coisas meia boca, de todo jeito, e começar a se entregar de todo o
coração, com o todo o ser.
Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, Ele nos vomitará. Devemos
trocar os anos de mornidão pelos anos de zelo.
Jesus está a porta e bate! Então onde Ele esta? Pois é, do lado de fora!
Mesmo diante dessa triste contestação, Ele nos faz um apelo pessoal. Um convite a um
relacionamento, não a uma religião, mais a um relacionamento, a ter com Ele comunhão.
A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto muitos batem a porta no rosto de
Jesus, Cristo vem visitar-nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele
deseja entrar. É uma visita do Amado da nossa alma.
Mais uma vez Ele te dar uma oportunidade, mais uma vez Ele bate a porta!
Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta. Ele chama, mas depende dos ouvintes
atender à voz dele. Ele respeita nosso livre arbítrio. Jesus oferece a salvação a todos, mas
cada pessoa toma a sua própria decisão.
Sabe uma das coisas mais bonitas que eu considero em uma pessoa, é ela reconhecer
suas falhas, seus erros.
Davi disse tira tudo de mim, mas não me afasta da tua presença.
Não importa minha posição, meu cargo, só fica comigo, não me vomita da tua presença.
Como anda sua vida espiritual? Meia boca? Como anda sua leitura bíblica, sua vida íntima
e relacional com Deus?
Que sair da mornidão e viver uma vida de intensidade? O segredo é reconhecer seu estado.
Sua dependência de Deus.
Deus está a sua porta! A porta de um miserável e infeliz, pobre, cego e nu.
Ele está dizendo: Deixe-me entrar, porque vou cobrir a sua nudez, tenho colírio para os
seus olhos e muitas riquezas para você!
Só depois que reconhecermos nosso estado de limitação e miséria sem Jesus e abrirmos a
porta para o salvador de pecadores miseráveis é que faremos “o que é reto diante do
Senhor, de todo coração”.