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A IGREJA DE LAODICÉIA.

INTRODUÇÃO:

Encontro-me ás vezes nas igrejas nos dias de hoje, e olho para elas
e todas suas adaptações no que se refere à infra-estrutura. Muito se
gasta em prédio, aconchego e beleza do templo. Porém, não é só
isso que vejo acontecer, mas, também, olho para a realidade
espiritual e encontro miserabilidade nas vidas em suas tentativas
em buscar a Deus. Vejo as pessoas em não se preocuparem com
suas vidas de santidade. E os cultos estão cada vez mais mortos.

Com tudo isso que acontece, eu paro para refletir sobre a situação
da igreja de hoje em correlação com a igreja de Laodicéia. Acredito
que das sete igrejas do Apocalipse, as quais foram cartas enviadas,
a mais contemporânea é a igreja de Laodicéia. De todas essas, a
igreja de Laodicéia é a que mais se aproxima de nossa realidade.
Uma igreja que abandonou Jesus, o Cristo como centro da doutrina
e da prática de vida, uma igreja que viveu a apostasia e se
enquadrou no ambiente que vivia.

Sendo assim, em ver essa proximidade de nossas igrejas nos dias


de hoje e a igreja de Laodicéia, resolvi fazer um artigo sobre ela.

PANO DE FUNDO DE LAODICÉIA:

É importante conhecermos como era a cidade de Laodicéia antes


de entendermos o texto, pois o texto usa alguns detalhes que traz a
luz dos fatos que ocorriam em Laodicéia.

É bom deixar relatado que havia três cidades com o nome de


“Laodicéia” na antiguidade, e não podemos confundi-las, a saber: 1º
Laodicéia ad Maré, que hoje é a atual Lataquia, a qual é o principal
porto do mar da Síria; 2º Laodicéia Combusta, que é hoje a atual
Ladique na Turquia; e 3º A Laodicéia do Lico (veremos a seguir
porque tinha esse nome) que é a do Novo Testamento, a qual
estará em analise, pois é a única que tem interesse bíblico.
Veremos seus aspectos geográfico, econômico e histórico.

Aspecto geográfico:

Essa cidade era conhecida como Laodicéia ad Lycum, que nos dias
atuais é a Pamucale, um lugar desértico. Ficava perto da cidade de
Denizli, que nos dias atuais é a Turquia ocidental. Laodicéia
encontrava-se cerca de 60 km a sudeste da Filadélfia, a 10 km ao
sul de Hierápolis e a 16 km a oeste de Colossos; se localizava junto
ao rio Lico e no fértil Vale do Licos, por essa razão tinha o nome de
“Laodicéia do Lico”. E junto com Hierápoles e Colossos se formava
uma totalidade, se tornando um grande eixo político-judicial do
continente.

Outro ponto da sua localização era bom para o seu


desenvolvimento e crescimento próspero, que era em um
cruzamento de estradas consideradas importantes na Ásia Menor, a
saber: 1º Estrada que ia para os portos de Mileto e Éfeso, cerca de
160 km; 2º A mesma estrada para o oriente levava ao Planalto
central, e de lá para Síria; e 3º Existia outra estrada que conduzia
para o Norte, que ia para a principal capital que era Pérgamo, e,
também, para o Sul até as costas de Ataléia.

Ela era agrupada em uma área de 25 cinco aldeias no máximo,


sendo-a cidade-mãe nesta autêntica metrópole, como mostra a
arqueologia. Não só isso que arqueologia descobriu, mas, também,
relata que nela havia uma pista de corrida e três teatros (um deles
tem 136 metros de diâmetro). Muitas outras ruínas e itens foram
descobertos que confirmam a sua riqueza.

Aspecto Econômico:

Precedendo está parte foi mostrado o seu aspecto geográfico, pois


como já dito à cima a sua localização contribuía para seu
crescimento financeiro e desenvolvimento. As estradas que foram
relatadas fizeram com que a cidade se tornasse um grande centro
bancário e comercial. De todos os lugares vinham homens de
negócio para buscar financiamento para seus projetos e
empreendimentos, pois possuía bancos.

Indústrias foram implantadas nela, dois tipos de indústria se


destacavam. Havia a indústria de lã que fabricava roupas e tapetes
de cor preta que ditava a moda, e a de medicina que era
especializada em oftalmologia, que era feito pelo pó da Frigia,
porém, não era conhecida como uma indústria, mas, sim, como
uma escola de medicina. Também, por haver fontes minerais
térmicas a tornava um centro terapêutico.
Depois dos tempos bíblicos sua prosperidade aumentou, e até
antes desses tempos, na época dos primeiros imperadores
romanos, ela já era famosa por sua importância e riqueza. Sua
riqueza era tão grande que nos anos 60 D.C, ela foi vitima de um
terremoto que quase a destruiu completamente (era uma cidade
sujeita a constantes terremotos). Com sua própria riqueza ela se
reconstruiu, evitando e renegando a ajuda do governo romano. E
não somente para ela, mas, também, contribuiu para o
levantamento de algumas cidades adjacentes que também foram
atingidas pelo terremoto.

Aspecto Histórico:

A cidade de Laodicéia foi fundada no século III A.C. Ela foi ampliada
por Selêucida Antíoco II, e seu nome foi trocada em homenagem a
sua mulher “Laodice”, pois antes a cidade se chamava “Diosópolis”,
a cidade de Zeus. Só para deixar de passagem o nome “Laodicéia”
significa “Justiça do Povo” que é da palavra grega “laodikeiai”,
denotando talvez um governo democrático, ou também, pode ser
algum juiz do povo. No entanto, quando nós desfragmentamos a
palavra dá a idéia: “os costumes dos leigos ou as opiniões do povo
comum.”1. Pois, “laos” significa povo em comum/leigos e “dicéia”
significa costumes/opiniões do povo. Com isso define a tal idéia:

“Esta Igreja que queria ganhar o mundo veio a tornar-se mundana e


cheia de idéias e opiniões humanas. Todos opinavam e decidiam o
que seria espiritual para a Igreja. Entretanto, nem sempre a voz do
povo é a voz de Deus - a Igreja virou um caos.” 2

No século IV D.C, essa cidade era a sede episcopal da Frigia.


Contudo, ela foi destruída pelas sangrentas guerras travadas pelos
islamitas da idade média. Há ruínas chamadas de “Eski Hissar”,
palavra Turca que significa “Castelo Antigo”.

Falando agora da historicidade Cristã na cidade, sabemos que


Paulo esteve lá em sua terceira viagem missionária e
provavelmente foi ele que deu origem à igreja dessa cidade, pela
pregação da palavra. Conforme ensina Cl 4.13-16, sabemos que
Paulo tem grande zelo pela igreja de Laodicéia e que ele escreveu
uma epístola para aquela igreja. Há os que palpitem que a epístola
escrita para igreja de Laodicéia seja a epístola aos Efésios, no
entanto, isso não passa de conjectura.
O TEXTO (Ap 3. 14 – 22):

O Remetente (VS/14b): Nós sabemos que quem enviou essa carta


para a igreja de Laodicéia e a escreveu foi João, o mesmo autor de
Apocalipse. Todavia, ele escrevera essa carta, mas não foi ele que
elaborou o conteúdo da mesma, pois quem elaborou seu conteúdo
foi o próprio Jesus. Mas, como sabemos que foi ele? Pela forma
que o VS/14b mostra. Podemos dizer que isto é um circunlóquio de
Jesus, para entendermos melhor veremos cada item:

Ø O Amém: Em Is 65.16 aparece falando sobre o Deus da verdade.


A palavra no grego para “verdade” e para “amém” é a mesma:
“amém”, que é a palavra que aparece no texto. Ou seja, esse
“amém” seria uma tipificação do “Deus da verdade” conforme
aparece em Isaias, porém, aqui indica a Jesus, o Cristo, que
também é o “Deus da Verdade”. Desta forma implica que as
palavras de Jesus são verazes e sinceras, assim como o próprio
Jesus é.

Ø Testemunha fiel e verdadeira: Próprio João escrevera que Jesus


é fiel testemunha (1.5). E o próprio Cristo se apresenta como
Verdadeiro à igreja de Filadélfia (3.7). Aqui há um contraste com a
lamentável condição que a igreja de Laodicéia estava vivendo,
enquanto Jesus era uma testemunha fiel e verdadeira, a igreja de
Laodicéia não testemunhava verdadeiramente e fielmente. Jesus
nunca escondeu e nem esconderá a verdade, ele não acrescentará
nada do que vê, e, também, não esconderá nada.

Ø O principio da criação de Deus: Não podemos partir para as


heresias como faz as Testemunhas de Jeová, que dizem que Jesus
é um ser criado e foi o primeiro a ser criado por Deus. Esse texto
não sustenta tal teologia. Aqui se refere a Jesus como base de toda
Criação de Deus, podemos confirmar isso através dos textos (Jo
1.1-3; Cl 1.15-17). Portanto, essa passagem deve ser interpretada a
luz dessas outras passagens. È interessante salientar de que em
Ap 21.6, aparece falando que Jesus é o “principio”. Essa palavra no
grego é “arché”, de onde vem a palavra “arquiteto”, ou seja, Jesus é
o arquiteto da criação de Deus.

As reprovações (VS/15-17): Talvez nesse momento em que a carta


estava começando a ser lida para igreja, houve uma expectativa de
elogios que viriam, por causa da sua tamanha riqueza. Entretanto,
nenhum elogio foi direcionado a essa igreja, mas, sim, reprovações.
No VS/15 e 16 vemos que ela era uma igreja morna. Por que será
que foi usada essa terminologia? Uns dos problemas que havia em
Laodicéia, e considerado o maior, era sua escassez de água. Ela
tinha um arqueduto de 6 ou 7 milhas construído, para trazer águas
de fora para o suprimento da cidade. Vinham de Colossos águas
frias e de Hierápoles vinham águas quentes, boas para tratamentos
e cura de muitas doenças. Porém, quando as águas de Hierápoles
chegavam à cidade, elas não estavam mais quentes, mas estavam
mornas. Desta forma os cidadãos da cidade sabiam o quão era
desagradável isso. Quando na carta foi usada essa analogia dá
mornidão, o público que estava escutando a leitura sabia o quão
desagradável eles estavam sendo para Deus. Não eram nem frios,
uma analogia de alguém que espiritualmente está em uma situação
de indiferença as coisas de Deus; e não eram quente, uma analogia
de alguém que vibra nas coisas de Deus. Mas eram mornos, uma
analogia para alguém que desagrada a Deus, pois se diz Cristão e
ativo na igreja, mas não busca a Deus como deveria, e nem vive
uma vida Cristã como deveria, porém, se envolve no meio do
mundo e de suas vontades se adaptando ao ambiente em que vive,
da mesma forma que as águas se adaptavam ao ambiente de
Laodicéia.

Continuando essa parte vemos que no VS/17, eles achavam que


estavam enriquecidos e de nada sentiam falta, só porque viviam no
meio da riqueza e do bem-estar. Refletia na vida deles o
comportamento da comunidade em que viviam. Desta forma
mostrava o orgulho desta igreja, acredito que umas das coisas mais
repugnantes aos olhos de Deus seja a questão do orgulho, o
mesmo que levou Lúcifer a se rebelar contra Deus. Sentiam-se
auto-satisfação e orgulho pela vida que levavam. Todavia, não era
isso que Jesus achava deles. A mentalidade de Jesus sobre essa
igreja era totalmente diferente do que eles achavam. Para Jesus
eles eram desgraçados, ou seja, aqueles que não conheciam, não
viviam, não experimentavam da maravilhosa graça de Deus e assim
eram infelizes, o oposto do que pensavam que eram. Eles também
foram chamados de miseráveis, ou seja, eram dignos de
compaixão, pois em sua vivência não havia abundância, mas, sim,
miserabilidade.

Essas próximas três criticas em que tiveram é um contraponto com


a vida que eles pensavam que tinham. Pensavam que eram ricos e
cheios de riqueza por causa do ambiente em que viviam e de seus
bancos, contudo, eram pobres, não tinham a riqueza que
precisavam. Orgulhavam-se, pois tinham a escola de medicina com
especialidade em oftalmologia, fabricando remédios pelos pós da
frigia, no entanto, a verdade é que eles estavam cegos diante as
coisas espirituais, ou seja, fabricavam remédios para curar os
outros, mas eles mesmos não se tratavam. E por último, se
destacavam em sua indústria de roupas, produzindo vestimentas
para os outros, todavia, eles mesmos não se vestiam, viviam numa
nudez espiritual sem se preocuparem em se vestir com a verdadeira
veste que precisavam.

E agora, após terem ouvido tudo isso, como será que podiam
adquirir tudo isso que pensavam que tinham? Como podem se
tornar ricos? Como podem enxergar? Como podem se cobrir? Já
que têm todas essas qualidades na cidade, mas continuam vivendo
ao contrário do que deveriam. Bem, na continuação do texto vemos
a solução.

O conselho (VS/18-19): Já que todos os atributos que Laodicéia


tinha, foi provado que espiritualmente era um antônimo, Jesus
aconselha de como eles podem adquirir esse atributos espirituais.
Para que se tornem ricos, eles precisam comprar “ouro provado no
fogo”; aqui dá a idéia de ser refinado e purificado pelo fogo esse
ouro que devem comprar. Ou seja, desse ouro é retirado toda
impureza que pode ter. As impurezas que geralmente tem nas
riquezas terrena. Portanto, eles deviam buscar a riqueza sem
impureza, em Cristo. No decorrer do texto vemos também que eles
são orientados a comprar “vestes brancas”, para que eles
pudessem se vestir. As vestes brancas aqui entram em contraste
com as lãs pretas que eles fabricavam na cidade. E não só isso,
mas, também, reforça o sentido da pureza que eles precisavam
adquirir, pois o branco significa pureza, e, também, se refere à
justiça dos santos (Ap 19.8b). É uma admoestação para que se
entreguem novamente a Cristo para obter a pureza e a justiça dos
santos. E terminando o VS/18, a mais uma coisa a qual eles têm
que comprar que é o colírio para os seus olhos, tornando-se um
paradoxo para uma cidade de medicina oftalmologista. Pensavam
que tinham o segredo para cura dos olhos, todavia, não sabiam que
suas cegueiras eram piores e que só esse colírio adquirido em
Cristo poderia trazer a visão que eles precisavam, a saber, a visão
espiritual, e isso após de terem ungido seus olhos com esse colírio.
Lembrando que a unção é um ato de separar e consagrar, ou seja,
eles deveriam separar e consagrar seus olhos para as coisas
espirituais. Muito interessante a definição do evangelho que
podemos encontrar aqui, a saber:

“Riqueza divina para nossa pobreza espiritual; veste branca de


justiça para nossa pecaminosidade. Visão espiritual para nossa
cegueira” 3

Continuando esse texto vemos que Jesus dá mais conselhos. O


próximo conselho é “arrepende-te”. No original essa palavra está no
aoristo (que é o nosso pretérito), desta forma exigindo uma ação
imediata que eles deveriam tomar. Mas antes disso há outro
conselho “se, pois, zeloso”, essa frase está no imperativo presente,
no original. Ou seja, eles deveriam ter uma constância em seu zelo
pelas coisas referentes ao reino.

Precedendo esses dois conselhos últimos conselho, Jesus mostra


um ensinamento, a saber: “Eu repreendo e castigo a todos quantos
amo”. Quando há um castigo da parte de Deus, deve ser entendido
dá mesma forma quando há um castigo da parte de um pai para o
filho. Não é por maldade o castigo, mas para correção e
principalmente amor, conforme já ensina Hb 12.5-11. O interessante
aqui no texto, é que a palavra para amor não é o costumeiro
“agapao”, mas, sim, “fphileo”, ou seja, o amor de Jesus por eles não
é só o desejo de amar, mas é algo maior e mais intenso. Um amor
de sentimentos, afeições e emoções.

A promessa (20-21): Esses dois versículos contêm uma promessa.


No entanto, eles precisam tomar a iniciativa para que as promessas
se cumpram. Vamos ver as promessas: “entrarei em sua casa, e
cearei com ele, e ele comigo” e “ao que vencer lhe concederei que
assente comigo no meu trono”. Vamos por parte. Para a primeira
promessa se cumpra eles precisavam tomar o proceder de abrir a
porta quando Jesus bate. Ele toma a iniciativa de ir ao encontro, e
para que possam unir-se com Ele e desfrutar da sua doce
comunhão precisam abrir a porta. É interessante esse versículo,
pois o assentar a mesa naquela cultura é algo sério, é algo que só
os íntimos e chegados poderiam desfrutar. Não é simplesmente o
comer, mas é a idéia de íntima comunhão, ou seja, eles iriam
desfrutar dessa íntima comunhão com Cristo, a comunhão de
solidarizar, de conversar, de ouvir e ser ouvido e de receber
encorajamento.
Para segunda promessa, é simples ver o que eles precisam fazer
para herdá-la. Precisam tomar a iniciativa de lutar e serem
perseverantes em suas lutas, pois a vitória não vem sem
perseverança e luta. Essa promessa ecoa a promessa que Jesus
fez aos seus apóstolos em Mt 19.28 e Lc 22.29-30. A totalidade da
promessa é a mesma, porém a intensidade é diferente.

Quando a primeira promessa no texto fala em uma atitude que


acontecerá na hora e futuramente, a segunda só se refere a uma
vida futura.

A exortação final: Como foi dito às outras 6 igrejas, para essa não
foi diferente: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas”. Ouvir aqui não é só escutar as palavras, mas, também, é
obedecer e procurar mudar o seus procederes errôneos, os quais
têm vivido.

CONCLUSÃO:

Essa igreja não incorporava nenhum bem que havia nas outras.
Não tinha o calor espiritual de Éfesos, não tinha o temor de
Esmirna, não tinha a fidelidade ao nome de Cristo e a fé de
Pérgamo, não tinha a fé e as obras de Tiatira, não tinha um
remanescente imaculado de Sardes e não tinha a observância da
palavra de Deus e os labores de Filadélfia. 4

Pelo ao contrário, essa igreja só apresentava males diante de Deus.


Uma igreja que não procurava bem estar espiritual, mas só físico.
Infelizmente essa era sua realidade, uma realidade que vemos mais
uma vez repetir nos dias de hoje.

Através dessa carta, acredito que as igrejas de hoje deveriam parar


para refletir sobre suas vidas e ver se têm se relacionado com a
igreja de Laodicéia, com tais perguntas: Onde estão minhas fontes
de riqueza? Como tem sido nossa vida de santidade? Será que
estamos agradando a Deus em nossa forma de ser igreja? Qual
tem sido o valor de nossas vidas espirituais? Quando lemos a carta
aos laodicenses vemos alguma proximidade com nossa igreja?

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