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ANA JÚLIA ÔNGARO QUINTILIANO, CAMILA MARCHETTI PEREIRA,

CECÍLIA VIEIRA BUENO, MANUELA PAIVA FROTA, MARIA EDUARDA


SILVA D’ANGELO, MARIA LUIZA COSTA JOVELINO, MARIANA
FIGUEIREDO COUTO ROSA E SOPHIA ELISA LAMOUNIER DE
VILHENA.

1° ano B

AFEGANISTÃO: LINHA DO TEMPO E SITUAÇÃO ATUAL

VARGINHA-MG

2021
A- Introdução:

Durante esse trabalho buscamos refletir acima do tema Paz, Justiça e Instituições
Eficazes focando no impacto do terrorismo na geopolítica mundial e os empecilhos para a paz
mundial. Em primeiro momento, iremos discutir sobre a atual situação em que o Afeganistão
se encontra, onde o grupo extremista, conhecido como Talibã assumiu novamente o controle
do país depois de 20 anos e compreender as razões que o tornam uma ameaça aos direitos
humanos na região.
O Talibã é um grupo fundamentalista islâmico formado no fim da invasão soviética do
Afeganistão, por estudantes que defendiam uma rígida interpretação do Alcorão para governar
o país. Durante os anos que ficaram no poder, entre 1996 e 2001, eles prometeram eliminar
qualquer influência estrangeira no país, e promover a paz e a segurança regional por meio da
instauração de uma versão radical da Sharia, a lei islâmica. Foram adotadas medidas brutais e
repressivas, colocando em risco os direitos humanos e culturais.
Mas afinal, como se formam os grupos extremistas islâmicos e o que eles buscam?
Grupos como o Estado Islâmico, Al-Qaeda, Talibã e Boko Haram geralmente se consolidam
em regiões de minorias excluídas, dentro de países que até hoje são ditaduras, monarquias
absolutistas e com histórico de violação dos direitos humanos. Cada grupo tem um objetivo
diferente, como por exemplo o Talibã tinha como objetivo recuperar o poder no Afeganistão,
já o grupo AI-Qaeda (responsável pelo ataque as Torres Gêmeas em 2001), tem como objetivo
criar uma “fatwa”, espécie de decreto religioso, divulgado por Bin Laden em 1998 que dizia
querer unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica. Também afirmou
ser dever de muçulmanos em todo o mundo declarar uma guerra santa aos Estados Unidos e
todos os seus cidadãos, e a Israel.
Logo, a vulnerabilidade acerca desse tema é de extrema realidade. Regiões de minorias
excluídas, desrespeito com os direitos humanos e violência fazem parte desse tema, o que o
torna real e de necessário entendimento.
B- Histórico:

Entre 1979 e 1989, A União Soviética invade e ocupa o Afeganistão. Os combatentes


da resistência afegã, conhecidos coletivamente como mujahedeen, revidam. De 1989 a 1993 –
Após a retirada da União Soviética, confrontos entre os mujahedeen leva ao caos no país. Então,
o Talibã é formado, sendo um grupo fundamentalista islâmico sunita que surgiu como uma
milícia armada durante a Guerra Civil Afegã.
Esse conflito, por sua vez, foi um desdobramento da Revolução de Saur, um golpe
realizado pelos socialistas no país em 1978. Por meio desse golpe, o Afeganistão foi convertido
em uma nação socialista aliada à União Soviética. A implantação do socialismo no país foi
acompanhada de uma série de reformas, tais como reforma agrária, promoção de igualdade de
gêneros, secularização do país etc. Essas reformas começaram a desagradar grupos tradicionais
na região, muito ligados à organização tribal da sociedade afegã.
Esses grupos eram conservadores e muitos religiosos. Seu incômodo começou a ganhar
força e, então, os Estados Unidos entraram em cena. O governo de Jimmy Carter decidiu
financiar o treinamento e o armamento de rebeldes que lutassem contra o governo socialista
afegão para enfraquecê-lo. O objetivo principal era criar uma emboscada para a União
Soviética. O governo afegão, sofrendo com as rebeliões que se espalhavam no país, pediu ajuda
aos soviéticos. Leonid Brejnev, líder da União Soviética, autorizou a invasão militar do
Afeganistão. Assim, as tropas soviéticas foram enviadas para lutar contra os rebeldes afegãos.
Esses rebeldes ficaram conhecidos como mujahidin, termo que referência algo como “guerreiro
santo”. A ideia era que os mujahidin estavam lutando em defesa de sua fé contra os ateus
socialistas. O financiamento norte-americano criou uma gama enorme de grupos rebeldes,
sendo que muitos deles eram fundamentalistas islâmicos.
Esses grupos fundamentalistas islâmicos lutaram contra os soviéticos durante 10 anos, e,
em 1989, conseguiram forçar a retirada soviética. A partir daí, a luta se deu contra o governo
socialista do Afeganistão e se estendeu até 1992, quando o Partido Democrático do Povo
Afegão, que dominava o país desde 1978, foi derrotado. A partir de 1992, a disputa se deu entre
os próprios mujahidin, que formaram o Estado Islâmico do Afeganistão. Havia mujahidin com
visões progressistas e seculares, enquanto outros deles defendiam posições radicais,
fundamentalistas e conservadoras. A nova disputa se travou nesse cenário.
Durante essa guerra, um mujahidin chamado Mohammed Omar decidiu formar uma nova
milícia fundamentalista que defenderia a imposição de uma visão radical da Sharia. Essa milícia
era o Talibã e sua fundação aconteceu em 1994. O Talibã contou com grande apoio e foi
crescendo ao longo do conflito. Em 1996, o grupo tomou Cabul e formou um novo governo: o
Emirado Islâmico do Afeganistão. O governo do Talibã ficou marcado por todo o tipo de
violências e se estendeu de 1996 a 2001. O grupo passou a perseguir opositores e minorias
étnicas e religiosas no país, e seu controle se deu em quase todo o território afegão, com exceção
de uma porção do norte do país, que ficou sob controle da Aliança do Norte.
Grupos como os xiitas, cristãos e budistas foram perseguidos pelos talibãs, e a
perseguição religiosa se dava até no campo dos patrimônios, uma vez que o Talibã autorizou a
destruição de diversas estátuas de Buda que existiam no país havia séculos. Além disso, a
população civil passou por todo o tipo de violência sob o comando desse grupo radical.
Opositores eram executados em público, assim como pessoas acusadas de não obedecerem à
lei islâmica poderiam sofrer com açoitamentos e amputações em público. Ao longo de cinco
anos, a comunidade internacional denunciou inúmeras violações dos Direitos Humanos no país.
Nesse período, o governo afegão não tinha reconhecimento da comunidade internacional
e apenas três nações reconheciam os talibãs no poder do país: Arábia Saudita, Emirados Árabes
Unidos e Paquistão. Além de toda a violência, a população afegã sofria com a pobreza do país,
destruído após quase 20 anos em guerra. O governo do Talibã caiu em 2001, após os Estados
Unidos, liderando tropas da Otan, invadirem o país. A invasão do Afeganistão pelos Estados
Unidos foi uma consequência dos atentados de 11 de setembro de 2001, atentados terroristas
organizados pela Al-Qaeda contra o World Trade Center e o Pentágono.
O Talibã colheu as consequências desse atentado porque havia dado abrigo à Al-Qaeda,
organização terrorista liderada por Osama bin Laden. Dentro do território afegão havia bases
de treinamento para os guerrilheiros da Al-Qaeda. O governo norte-americano pediu que o
Talibã cooperasse entregando membros da organização, o que foi recusado pelo Talibã. Isso
levou à invasão do Afeganistão em outubro de 2001, e, em dezembro do mesmo ano, tropas do
Talibã fugiram de Cabul. Com a capital nas mãos das tropas norte-americanas, foi iniciado o
processo de reconstrução do Afeganistão. Ao longo de 20 anos, os Estados Unidos continuaram
lutando contra as tropas do Talibã. Além disso, os Estados Unidos investiram na reforma do
exército afegão e na formação de governos democráticos. O exército afegão foi formado a um
custo de bilhões de dólares, mas os governos afegãos que surgiram mostraram-se corruptos,
impopulares e incapazes de estender seu domínio para além de Cabul.
Ao longo dos 20 anos de ocupação norte-americana, o Talibã não deixou de existir.
Apesar de um período de enfraquecimento, seus membros continuaram presentes no interior do
Afeganistão e em partes do Paquistão. Nesse período, o grupo sobreviveu por conta de
atividades como mineração, prestação de serviços de segurança, extorsão de civis, cultivo de
ópio e venda de heroína. Em 2019 e 2020, o governo de Donald Trump negociou acordos de
paz com o Talibã por conta de uma possível retirada norte-americana, mas o acordo não
avançou. A saída das tropas norte-americanas começou a ser aspirada já no governo de Barack
Obama porque a guerra mostrou-se impopular e cara.
Barack Obama e Donald Trump não retiraram as tropas do Afeganistão e esse feito só foi
realizado por Joe Biden, presidente que assumiu no começo de 2021. A retirada das tropas
aconteceu em agosto de 2021, e isso motivou o início de uma grande campanha militar do
Talibã, que avançou sobre todo o território afegão. Após passar anos escondendo seu poderio,
o Talibã retomou o controle do Afeganistão, ocupando inclusive a capital, Cabul. Com isso, o
Talibã recuperou o poder do Afeganistão após 20 anos. A chegada do grupo motivou milhares
de pessoas a fugirem do país. Essas pessoas temem que o país passe, novamente, por tudo que
aconteceu durante o primeiro governo dos radicais.
C- Problema:

O foco do trabalho são as notícias atuais do Afeganistão, e o impacto causado, além de


evidenciar a problemática de um grupo extremista e intolerante. Sendo assim, buscamos
responder as seguintes perguntas: Como surgiu o Talibã? Por que ocorreu a ocupação dos
Estados Unidos no Afeganistão? O Al Qaeda foi eliminado? Como sobrevivem esses grupos?
Em quais circunstâncias a crise da pandemia afetou a disseminação desses ideais
fundamentalistas? Por que os Estados Unidos saíram de território afegão? Quais fatos explicam
a tomada rápida do Estado pelo grupo talibã? Quais os futuros passos do Talibã?
D- Hipótese:
É importante citar as hipóteses, vamos explicar por que o Afeganistão se encontra nessa
situação e as diversas previsões futuras.
A situação está cada vez mais complicada, independentemente da rápida vitória do
movimento talibã na prolongada guerra civil.
O primeiro ponto que devemos ressaltar é a relação com o mundo exterior, tendo em vista
o péssimo estado da economia afegã e a sua dependência da ajuda humanitária. Em segundo
lugar, eles têm de definir a sua relação com os grupos islâmicos ainda mais radicais no país e
no vizinho Paquistão, a fim de os excluir da lista de inimigos, especialmente no primeiro
período do seu governo. E terceiro, eles têm de encontrar uma maneira de estabelecer o controlo
total sobre todas as suas próprias unidades em todo o país, a fim de ter uma política e um
governo centralizados.
É mister dizer que o futuro do Afeganistão se encontra, em grande parte, nas mãos de
forças externas. Um exercício sobre destino do país deverá ter em conta, por um lado, o facto
de o país se inserir geograficamente na Ásia Central, em sentido lato um espaço de confrontação
geopolítica entre as grandes potências (China, EUA e Rússia), e, por outro, ser um palco de
disputa entre as potências regionais (Índia, irão e Paquistão). A situação no país dependerá, de
certo modo, da forma como evoluírem as relações entre a China, EUA e Rússia. os EUA
procuram desafiar o predomínio da Rússia e, simultaneamente, conter o protagonismo cada vez
maior da China na região, fortemente dependente da energia proveniente do Cazaquistão e do
Turquemenistão.
Embora as forças de segurança afegãs estivessem bem financiadas e equipadas, elas
ofereceram pouca resistência, enquanto os militantes do Talibã tomavam grande parte do país,
após a retirada dos militares dos Estados Unidos. Observadores internacionais temem pela nova
situação dos direitos humanos no país, principalmente para as mulheres.
Portanto, a linha do tempo violenta, presença de minorias excluídas, pobreza, localização
geográfica e relações religiosas desempenham um papel fundamental na compreensão da
situação atual. A complexidade perpetua a tensão e a falta de resolução no quadro presente.
E- Objetivos:

O pesquisa visa promover um conhecimento e aprofundamento detalhado e de fácil


entendimento sobre o recente episódio vivido no Afeganistão e presenciado pelo mundo, tendo
como base os acontecimentos do passado. A pesquisa pretende reunir informações e detalhes
sobre a linha do tempo, acontecimentos anteriores, ascensão do terrorismo no século XXI,
ocupação dos Estados Unidos e aliados no Afeganistão, impacto, e reocupação do Talibã ao
poder afegão. Busca-se com a pesquisa também, traçar as pretensões, hipóteses para futuros
desdobramentos e a compreensão da situação atual que muitos civis estão reféns.
F- Justificativa:

A presente pesquisa se justifica com base na atualidade e contemporaneidade do tema. A


linha do tempo do Afeganistão e a maneira como as notícias viralizadas nessas últimas semanas
podem impactar na segurança, liberdade, direitos e a vida de milhões de pessoas é de extrema
importância e relevância para estudo e aprofundamento. De acordo com o Índice Global de
Terrorismo de 2020, de 103 países comparados, o país afegão ficou com o maior número de
incidência terrorista. A existência de um estado controlado por um grupo terrorista é de
completa preocupação, é necessário observar atentamente os próximos passos, a possibilidade
de apoiar outros grupos, dominação de outros territórios, ataques, limitação das mulheres e
imposição da cultura por uso da força. A possibilidade de expansão é perigosa.
É válido mencionar que a pesquisa deve contribuir para o conhecimento do público o qual
será destinada em termos de exploração do tema, introdução a ele e até a quebra de futuros e
atuais estigmas, a equipe considera essencial o estudo e aprofundamento do tema, tendo em
vista que se trata de algo atual e de proporções globais. Por essas razões, deve-se urgência no
acompanhamento das razões e linha do tempo até o momento atual, e no entendimento das
intenções, ambições e história do grupo que está no comando do Afeganistão.
G- Metodologia:

Refletindo as mudanças no mundo, e a esperança dos refugiados, a paz, no entanto, estava


longe de chegar. Ao sair do epicentro geopolítico mundial, o país submergiu em mais uma
década de guerra, dessa vez civil. Muitas pessoas continuaram em campos de refugiados para
escapar não de invasores, mas do terror que culminou no regime do Talibã. O método de
pesquisa utilizado é a descritiva, onde foram usadas as técnicas de coleta de dados. De acordo
com o site Super Abril a pesquisa sobre o Afeganistão e sua linha do tempo e situação atual não
busca enumerar ou medir eventos. Ela serve para obter dados descritivos que expressam os
sentidos dos fenômenos. A pesquisa foi desenvolvida a partir de: Pesquisa bibliográfica – os
principais autores que contribuíram com o trabalho foram: Nicolau Sevcenko (autor de “A
Corrida Para o Século XXI”) e Bauman.
H- Referência Bibliográfica:

Di Spagna, Julia. O que é o Talibã e como o grupo tomou o poder do Afeganistão. Guia do
Estudante, 2021. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/o-que-e-o-
taliba-e-como-o-grupo-tomou-o-poder-no-afeganistao/>. Acesso em: 28/09/2021.

Quem são e o que querem os grupos extremistas que propagam o terror. G1, 2015. Disponível
em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11/quem-sao-e-o-que-querem-os-grupos-
extremistas-que-propagam-o-terror.html>. Acesso em: 28, setembro de 2021.

COMO OS TAPETES DO AFEGANISTÃO SE TORNARAM UM RETRATODA GUERRA.


Super interessante, 2020. Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/tapetes-de-
guerra/>. Acesso em: 28 de setembro de 2020.

ÍNDICE GLOBAL DE TERRORISMO 2020 BRIEFIN. Instituto de Economia & Paz, 2020.
Disponível em <https://www.visionofhumanity.org/wp-content/uploads/2021/02/Indice-
global-de-terrorismo-2020-briefing-web.pdf>. Acesso em 28, setembro de 2021.

FIGLIAGI, Luiz Fernando. Cronologia do Afeganistão: o que está acontecendo? Professor da


UFU explica. O Estado de Minas, 2021. Disponível em
<https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/08/16/interna_internacional,1296495
/cronologia-do-afeganistao-o-que-esta-acontecendo-professor-da-ufu-explica.shtml>. Acesso
em 28, setembro de 2021.

Stefanovic, Mirco. O futuro dos talibãs. Diário de notícias, 2021. Disponível em


<https://www.google.com.br/amp/s/www.dn.pt/opiniao/amp/o-futuro-dos-talibas-
14080704.html>.Acesso em 28, setembro de 2021.

SILVA, Daniel. TALIBÃ. Mundo Educação, 2021. Disponível em


<https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/taliba.htm.> Acesso em 28, setembro de
2021.
LINHA DO TEMPO: DA INSURGÊNCIA AO PODER, A HISTÓRIA DO TALIBÃ NO
AFEGANISTÃO. CNN Brasil, 2021. Disponível em:
<https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/linha-do-tempo-da-insurgencia-ao-poder-a-
historia-do-taliba-no-afeganistao/ >. Acesso em: 28 de setembro de 2021.

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