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Antecedentes
Mapa detalhando a propagação da insurgência talibã no Fuzileiros navais procurando por guerrilheiros do Talibã no
Afeganistão, 2002-2006 verão de 2005
Um soldado da 10ª Divisão de Montanha dos EUA, fazendo patrulhas em Aranas, Afeganistão
Em agosto de 2008, a situação piora para a OTAN, já que suas baixas aumentam
sendo que junho, julho e agosto houve mais mortes que no Iraque, somando estes 3
meses são quase 120 mortos comparando isso com os 190 que morreram nos primeiros 3
anos o conflito é um claro sinal do ressurgimento da guerra. No dia 19, dez soldados
franceses foram mortos em uma emboscada talibã perto de Cabul.
Até outubro de 2008, o país continua em um clima de guerra constante, e segundo
o Financial Times existe descontentamento crescente com o governo de Hamid Karzai.
Segundo o jornal, a instabilidade poderia se espalhar para o norte, onde os líderes
da Aliança do Norte, excluídos e pressionados por Karzai, estariam rearmando-se.
O ano de 2009 foi ainda mais violento desde a invasão em 2001. A insurgência
Talibã intensificou os ataques em todo o território, causando grande número de mortes de
civis e forças afegãs e estrangeiras. A onda de violência no país exigiu uma revisão da
estratégia da OTAN no Afeganistão incluindo o envio de mais tropas dos países membros,
bem como promover e melhorar a formação das forças de segurança afegãs.
Em maio de 2009, a Casa Branca declarou que não impediria os bombardeios ao
país, recusando o pedido do presidente afegão, Hamid Karzai, depois que dois vilarejos
foram bombardeados, matando mais de uma centena de civis.
Especialmente sangrento foi em outubro de 2009, que foi registrado o maior número
de ataques de insurgentes durante a invasão. No dia 4, oito soldados norte-americanos
foram mortos em um ataque talibã no leste do país. No dia 17, um suicida se explodiu em
frente à embaixada indiana em Cabul, matando 17 pessoas. Em 28, o comando talibã
ataca a casa de hospedes da ONU em Cabul, matando 13 pessoas, incluindo seis
funcionários da ONU.
No início de novembro de 2009, o líder da oposição, Abdullah Abdullah anunciou
sua renúncia apresentada ao segundo turno das eleições, a realizar no dia 8, o que
significava a reeleição automática do presidente Hamid Karzai.
Em 1 de dezembro de 2009, o governo dos EUA pediu a OTAN o envio de 10.000
tropas adicionadas a mais 30.000 em que o país se compromete a implantar, em 2010.
O Reino Unido se comprometeu em enviar mais 500 militares, enquanto outros países da
coalizão estão estudando a proposta.
Ofensiva em Marja
Batalha de Candaar
A Batalha de Candaar foi parte de uma ofensiva nomeada em homenagem a antiga
"Batalha de Bad'r (ano 624)". Os confrontos se seguiram logo após um anúncio oficial feito
em 30 de abril de 2011, depois que o Talibã lançou sua ofensiva de primavera com
ataques simultâneos por todo o país.
Em 7 de maio de 2011, o Talibã lançou um pesado ataque contra prédios do
governo em Candaar. Às 12:30 h, hora local, os Talibãs atacaram os prédios centrais da
cidade. Os insurgentes haviam falado que seu principal objetivo era tomar o controle da
cidade de Candaar. Ao menos oito locais foram atacados: o complexo do governador, o
escritório do prefeito, o quartel-general da NDS, três estações da polícia e duas escolas.
A batalha prosseguiu por mais um dia, até 8 de maio de 2011. O reporter da BBC, Bilal
Sarwary, disse:
"Este foi o pior ataque sobre Candaar desde a queda da cidade em 2001 e da expulsão
dos Talibãs de seu controle e foi realmente vergonhoso para o governo afegão."[101]
Retiradas antecipadas
Em 6 de junho de 2011, autoridades da Casa Branca afirmaram que o Presidente
Obama tomaria uma decisão a respeito de uma retirada geral do país "em breve".O plano
seria começar a retirar as tropas e equipamentos ainda em junho e completar tudo até
2014. Em 7 de junho, o chefe do Comite do Senado para as Forças Armadas Carl
Levin ressaltou que "pelo menos 15 000 homens seriam retirados ainda este ano". Em 22
de junho, Barack Obama falou à nação ao vivo da Casa Branca e anunciou oficialmente
que 10 000 soldados seriam retirados até o fim de 2011 e outros 23 000 também deixariam
o país no verão de 2012.
Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Hamid Karzai, presidente da
República Islâmica do Afeganistão, após assinarem novos acordos de parceria entre os
dois países, em maio de 2012
Após o anúncio, vários países da aliança transatlântica também declararam suas
intenções de deixar o país. Em 1 de agosto de 2010, os Países Baixos tornaram-se de fato
o primeiro país membro da OTAN a retirar suas tropas do Afeganistão. O próximo país a
se retirar foi o Canadá, em 2011. Mais do que a falta que os dois mil soldados à ISAF, a
retirada teve um impacto simbólico. Os Países Baixos "quebraram a solidariedade entre os
membros da OTAN", destacou Hans de Vreij, influente repórter da Rádio Nederland.
Nenhum dos aliados europeus se mostrou disposto a preencher a lacuna deixada
pelos neerlandeses. Ao contrário, a maioria estudou também uma retirada antecipada, o
que deixa os governos da França e da Alemanha, países onde a guerra nunca foi popular,
sob pressão. Os Estados Unidos planejaram sua retirada do território afegão em 2011 e a
iniciaram em 2014, mas "numa primeira fase a retirada será limitada", informou Robert
Gates, secretário da Defesa dos Estados Unidos. A Polônia anunciou que se retiraria em
2012 e o Reino Unido, em 2014 ou 2015, antes das próximas eleições britânicas. Na
conferência de doadores em Cabul, em julho, ficou estabelecido a retirada para o final de
2014 a polícia e o Exército Afegão assumiu o controle de todas as províncias do país.
2012: Acordos estratégicos
Em 2012 os ataques feitos por insurgentes continuaram no mesmo nível que em
2011, totalizando 28 000 atentados e outras ações feitas pelo talibã naquele ano.
O presidente Obama afirmou que o ritmo da retirada dos soldados americanos seria
determinado pelos líderes militares do Pentágono. Ele afirmou que a função dos Estados
Unidos na região após 2014 seria focada em operações de contraterrorismo e
treinamento. Barack também salientou que a presença militar americana no país precisaria
incluir imunidade para os soldados estadunidenses com relação a lei afegã, mas Karzai
relutava.
Um dos primeiros passos para a transição seria a transferência de prisioneiros, dos
cuidados dos americanos para as autoridades afegãs, além da completa retirada dos
soldados dos Estados Unidos dos vilarejos pelo país ainda em 2013.
Transferência da responsabilidade de segurança
Em 18 de junho de 2013, a transferência de responsabilidade da segurança do país
foi completada. A última etapa seria a retirada da presença militar estrangeira de 95
distritos remanescentes. Karzai afirmou que "quando os afegãos veem a responsabilidade
da segurança sendo transferido, eles apoiaram o exército e a polícia ainda mais". O
secretário-geral da OTAN, Fogh Rasmussen, disse que os cinco estágios estabelecidos
para a transferência de responsabilidade começaria em março de 2011. A ISAF
permaneceria no país até 2014.
Acordos de segurança bilaterais entre Estados Unidos e Afeganistão
Como parte do acordo firmado entre autoridades americanas e afegãs em 2012, os
dois países firmaram um novo acordo de segurança, em 20 de novembro de 2013. Neste
entendimento foi acertado que os conselheiros militares americanos permaneceriam no
país, junto com as tropas especiais, para auxiliar as forças afegãs, em ações antiterrorismo
contra a Al-Qaeda e outros grupos insurgentes. Presidente Obama afirmou que a
quantidade de soldados seria pequena.
2014–2020: Início da retirada das forças internacionais e reincidência da violência
O começo do ano de 2014 foi complicado para o governo afegão, com os combates
contra os guerrilheiros mujahidins e os atentados se intensificando. Ainda assim, o
presidente afegão Hamid Karzai começou a negociar um plano com os britânicos se
retirarem do país, junto com os americanos.
Em 27 de maio de 2014, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que as
missões de combate das forças dos Estados Unidos no Afeganistão terminariam
oficialmente em dezembro de 2014. Uma força residual de 9 800 soldados ficaria para
atrás, para ajudar a treinar e dar suporte às tropas afegãs, além de realizar missões
pontuais de contraterrorismo contra a Al-Qaeda. Esta força continuaria a ser gradualmente
reduzida em tamanho entre 2015 e 2016, quando apenas uma pequena tropa ficaria para
atrás para defender as embaixadas estrangeiras. Outras nações da OTAN também já
estavam em processo de retirar seus militares do Afeganistão.
A 28 de dezembro de 2014 os Estados Unidos e a OTAN oficialmente encerraram
suas operações militares no Afeganistão, depois de treze anos. De mais de 100 mil
soldados no auge das operações, uma força de apenas 13 500 militares da OTAN ficaram
para atrás em 2015 para ajudar e treinar o exército afegão, mas não participariam dos
combates diretamente. Enquanto isso, a violência pelo país se intensificava, especialmente
na região de fronteira com o Paquistão, com o Talibã e a Al-Qaeda aumentando suas
atividades.
Um caça F-16 da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoando, em missão, o Afeganistão
Embora tenha havido um fim formal das operações de combate, em parte devido à
melhoria das relações entre os Estados Unidos e a presidência de Ghani, as forças
estadunidenses aumentaram os ataques contra os "militantes islâmicos", justificados por
uma interpretação ampla de proteger as forças americanas. Uma incursão conjunta por
forças americanas e afegãs prendeu seis talibãs ligados ao ataque à escola do exército em
Peshawar em 2014.
O Secretário de Defesa dos Estados Unidos Ash Carter viajou para o
Afeganistão em fevereiro de 2015; durante um período em que foi discutido que os
Estados Unidos iriam desacelerar a sua retirada do Afeganistão. Em fevereiro de 2015, os
componentes do quartel-general da 7ª Divisão de Infantaria dos Estados
Unidos começaram a ser implantados no Afeganistão. Estará acompanhado pela 2ª
Brigada Equipe de Combate da 10ª Divisão de Montanha e a 101ª Brigada de Combate da
Aviação. Em março de 2015, foi anunciado que os Estados Unidos irão manter quase dez
mil militares no Afeganistão até pelo menos o final de 2015, uma mudança da redução
programada. Ainda no final de maio de 2015, as forças dos Estados Unidos continuaram a
realizar ataques aéreos e incursões de operações especiais, enquanto as forças afegãs
estavam perdendo terreno para as forças talibãs em algumas regiões.
O presidente Donald Trump se encontrando com o líder afegão, Ashraf Ghani.
Trump foi o terceiro presidente americano a lidar com o conflito no Afeganistão,
iniciado em 2001.
Em abril de 2015, os talibãs começaram uma ofensiva na região norte do
Afeganistão, tomando boa parte da estratégica cidade de Kunduz. Apoiado pelos
americanos, o exército afegão contra-atacou e conseguiu reconquistar parte do território
perdido mas os combates se intensificaram. A moral das forças afegãs, treinadas e
armadas pelos Estados Unidos, estava baixa e o risco do conflito voltar a intensidade de
anos anteriores se tornou crescente. Em resposta a situação de segurança que se
deteriorava rapidamente, Barack Obama anunciou que os Estados Unidos manteriam 5
500 soldados no Afeganistão, mesmo após 2016 (data que ele anteriormente havia
estipulado para a retirada das tropas americanas do país).
Com a intensificação da violência perpetrada pelo Talibã e grupos aliados contra o
governo afegão, os Estados Unidos mantiveram sua política de ataques com aeronaves
não tripuladas (drones) contra alvos no Afeganistão e Paquistão, mirando a liderança e
infraestrutura de grupos terroristas da região. Em maio de 2016, quando o líder do
Talibã, Akhtar Mansoor, foi morto em um bombardeio americano, ele foi logo substituído
pelo clérigo Hibatullah Akhundzada, um conhecido fundamentalista religioso.
A situação militar do Afeganistão, em 2019:
Tropas do exército afegão. Desde 2014, as forças armadas do país assumiram o papel principal na luta contra os Talibãs,
com resultados não muito favoráveis.
Reações internacionais
Militares italianos no Afeganistão
Apoio internacional
A primeira onda de ataques foi realizada apenas por forças americanas e britânicas.
Desde o primeiro período de invasão, essas forças foram aumentadas por tropas e aviões
de Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Nova
Zelândia e Noruega, entre outros. Em 2006 havia cerca de 33.000 soldados. A partir de
2014, as tropas ocidentais começaram sua retirada do país e em 2017 somavam menos de
4 000 homens. Em abril de 2021, quando foi anunciada a retirada da aliança, havia pelo
menos 9 600 militares não americanos da OTAN no Afeganistão, sendo o maior
contingente formado por alemães.
Protestos, manifestações e eventos
A guerra tem sido objeto de grandes protestos ao redor do mundo começando com
as grandes manifestações nos dias que antecederam a invasão e todos os anos desde
então. Muitos manifestantes consideram o bombardeio e invasão do Afeganistão como
sendo uma agressão injustificada. As mortes de civis afegãos causadas direta ou
indiretamente pelas campanhas de bombardeamento dos EUA e da OTAN é um grande
foco central dos protestos. Em janeiro 2009, a Brave New Foundation lançou a Rethink
Afghanistan, uma campanha nacional de soluções não violentas no Afeganistão
construídas em torno de um documentário do diretor e ativista político Robert
Greenwald. Dezenas de organizações tem planejados (e, eventualmente, mantido) uma
marcha nacional pela paz em Washington, D.C, em 20 de março de 2010.
Impacto na sociedade afegã
Mortes de civis
Estimativas de baixas da guerra variam. De acordo com um relatório das Nações
Unidas, os talibãs foram responsáveis por 76% das mortes de civis no Afeganistão em
2009. Um relatório das Nações Unidas em junho de 2011 declarou que 2.777 civis foram
conhecidos por terem sido mortos em 2010 (insurgentes responsáveis por 75%). Um
relatório de julho de 2011 da ONU afirmou que "1462 não combatentes morreram" nos
primeiros seis meses de 2011 (insurgentes 80%).
Em 2011, um recorde de 3.021 civis foram mortos, o quinto aumento anual
consecutivo. De acordo com um relatório das Nações Unidas, em 2013 houve 2.959
mortes de civis com 74% sendo atribuídas às forças antigovernamentais, 8% as forças de
segurança afegãs, 3% as forças da ISAF, 10% a combates terrestres entre as forças
antigovernamentais e forças pró-governamentais e 5% das mortes sem atribuição. 60%
dos afegãos têm experiência pessoal direta e a maioria dos outros relatam sofrerem uma
série de dificuldades. 96% foram afetados pessoalmente ou pelas consequências mais
amplas.
Narcotráfico
Hectares de cultivo de papoula entre 1994-2007 (tabela com base em dados da
ONU). Em janeiro de 2008, foi estimado que o Afeganistão produziu 93% da produção
mundial de papoula do ópio
Em 2000, o Talibã, tinha imposto a proibição da produção de ópio, o que levou a
reduções de 90%. No entanto, logo após a invasão do Afeganistão em 2001, a produção
aumentou consideravelmente. Em 2005, o Afeganistão tinha recuperado a sua posição
como o maior produtor mundial de ópio, com 90% da produção mundial, a maior
parte sendo transformada em heroína e vendida na Europa e na Rússia. Em 2009, a
BBC informou que "constatações da ONU dizem que um valor de mercado do ópio de
$65bn (£39bn) financia o terrorismo global, atende a 15 milhões de viciados, e mata 100
mil pessoas todos os anos”.
Os esforços dos Estados Unidos e aliados para barrar o comércio de drogas não
têm obtido êxito sobretudo porque muitos indivíduos suspeitos são altos funcionários do
governo Karzai. De fato, as recentes estimativas do Escritório das Nações Unidas sobre
Drogas e Crime mostram que 52% do PIB do Afeganistão, que é de 23 bilhões de dólares,
é gerado pelo comércio da droga. O aumento da produção tem sido associado à
deterioração da situação de segurança, uma vez que a produção é significativamente
menor em áreas com segurança estável. Parar alguns, o extermínio dos cultivos de
papoula não é visto como uma opção viável porque a venda de papoulas constitui o modo
de subsistência dos produtores rurais do Afeganistão. Cerca de 3,3 milhões de afegãos
estão envolvidos na produção de ópio. O ópio é mais rentável do que o trigo e a
destruição de campos de ópio poderia levar ao descontentamento ou agitação entre a
população indigente.
Custos
O custo da guerra supostamente foi um fator importante para que os oficiais norte-
americanos considerassem retirar tropas em 2011. Um relatório de março de 2011
da Congressional Research Service observou que, (i) após o anúncio de escalada no
Afeganistão em 2009, os gastos do Departamento de Defesa para o Afeganistão
aumentaram em 50 %, passando de $4.4 bilhões para $6.7 bilhões por mês. Durante
esse tempo, as tropas aumentaram de 44.000 para 84.000, e era esperado que estivesse
em 102.000 para o ano fiscal de 2011; (ii) o custo total desde o início até o ano fiscal de
2011 era esperado para ser $468 bilhões. A estimativa para o custo de implantação de um
soldado dos Estados Unidos no Afeganistão é mais de US$1 milhão por ano.
Até 2021, um estudo feito pela Universidade Brown estimou que o custo total da
Guerra no Afeganistão para os Estados Unidos girava em torno de US$ 2,261 trilhões de
dólares, dos quais US$ 530 bilhões foram gastos em pagamentos de juros e US$ 296
bilhões foi designado para custear cuidados de veteranos.
Problemas de estabilidade
Soldados do exército dos Estados Unidos descarregam ajuda humanitária para distribuição à cidade de Rajan Kala, 5 de
dezembro de 2009
A Guerra do Afeganistão foi uma fase da guerra civil afegã, que opôs, inicialmente
(de outubro a novembro de 2001), os Estados Unidos, com a contribuição militar da
organização armada muçulmana Aliança do Norte e de outros países ocidentais
da OTAN (como Reino Unido, França, Canadá e outros), ao regime Talibã. A invasão do
Afeganistão, liderada pelos americanos, teve início em 7 de outubro de 2001, à revelia
das Nações Unidas, que não autorizaram uma ação militar no território afegão. O objetivo
declarado da invasão era encontrar Osama bin Laden e outros líderes da Al-Qaeda,
destruir toda essa organização e remover do poder o regime Talibã, que dera apoio a Bin
Laden. Neste ponto, a primeira etapa da guerra foi bem sucedida para a OTAN. Contudo,
vinte anos mais tarde, o conflito acabou terminando com a retomada dos fundamentalistas
do Talibã ao poder, em 2021.
A invasão marcou o início da guerra contra o terrorismo, declarada pelo governo
Bush, após os atentados de 11 de setembro. A Aliança do Norte — grupo armado
adversário dos talibãs — forneceu a maior parte das forças terrestres, enquanto os
Estados Unidos e a OTAN ofereceram, na fase inicial, o apoio tático, aéreo e logístico. Na
segunda fase, após a recaptura de Cabul, as tropas ocidentais aumentaram a sua
presença a nível local. Nos Estados Unidos, a guerra é também conhecida pelo nome
militar de "Operação Liberdade Duradoura". Segundo a "Doutrina Bush", não havia
distinção entre a Al-Qaeda e as nações que a abrigavam. O ataque inicial removeu o
Talibã do poder, mas logo uma insurgência liderada pelos fundamentalistas recuperou sua
força. A guerra foi menos bem-sucedida na consecução do objetivo de restringir o
movimento Al-Qaeda. Desde 2006, o Afeganistão tem visto as ameaças à sua estabilidade
no aumento de atividade insurgente do Talibã e nos altos níveis de produção de drogas
ilegais, e um frágil governo com controle limitado fora de Cabul.
Em 1 de agosto de 2010, os Países Baixos tornaram-se o primeiro país membro da
OTAN a retirar suas tropas do Afeganistão, com outras nações fazendo o mesmo a partir
de 2014. Na época, os analistas não acreditavam em vitória militar num país sob os
governos corruptos de Hamid Karzai e Ashraf Ghani, com uma nação dividida entre
diferentes etnias, tribos e áreas de influência de senhores da guerra. Com o passar do
tempo, inicialmente, viu-se um enfraquecimento da insurgência islâmica, que passou a
preferir atentados à bomba do que confrontos diretos com as tropas de ocupação. Em uma
vitória simbólica, em 2 de maio de 2011, forças especiais dos Estados Unidos conduziram
uma operação na cidade paquistanesa de Abbottabad que culminou com a morte do
terrorista Osama bin Laden.
Em 22 de junho de 2011, o Presidente americano Barack Obama anunciou que os
Estados Unidos dariam início a uma retirada sistemática de soldados e equipamentos do
país ainda em 2011. Em dezembro de 2014, as potências ocidentais da OTAN oficialmente
encerraram suas missões de combate no Afeganistão, assumindo uma postura de apoio
ao governo afegão para combater os rebeldes islamitas. Ainda assim, o país seguia
instável internamente, com frequentes atentados à bomba e insurgência por parte dos
talibãs. Em maio de 2017, cerca de 13 000 militares estrangeiros (a maioria americanos)
ainda estavam estacionados no Afeganistão, sem um prazo formal para se retirarem, com
a violência sectária e religiosa no país ganhando força novamente. Em 2020, após quase
duas décadas de hostilidades, o governo dos Estados Unidos negociou com o Talibã
um acordo de paz que permitiria a retirada americana do Afeganistão, começando no ano
seguinte. Se aproveitando do váculo de poder, militantes do Talibã iniciaram uma ofensiva
em larga escala por todo o Afeganistão e em agosto de 2021, eles já estavam no comando
de quase todo o país enquanto o governo central afegão, apoiado pelo Ocidente, entrou
em colapso, com a capital Cabul sendo tomada.
De acordo com um estudo da Universidade Brown, até abril de 2021, cerca de 174
000 pessoas morreram na guerra no Afeganistão; entre elas, cerca de 47 245 eram civis,
entre 66 000 e 69 000 eram membros das forças de segurança afegãos e pelo menos 51
000 eram insurgentes islamitas, a maioria ligados ao Talibã. No entanto, o número de
mortos pode ser possivelmente maior devido a mortes não contabilizadas por "doenças,
perda de acesso a alimentos, água, infraestrutura e/ou outras consequências indiretas da
guerra." Em 2019, com dezoito anos de duração, a guerra em território afegão se tornou o
conflito mais longo já travado pelos Estados Unidos em sua história.
Índice
1. Antecedentes
Ataques de 11 de setembro de 2001
2. Conflito
Invasão e derrubada do Talibã 2007: Ofensiva da Coligação
2003-2005: a insurgência talibã 2008-2009: Expansão da guerrilha
ganha força 2010: Ofensiva Anglo-Americana e
2006: OTAN no sul do Afeganistão conversas de paz
3. Ofensiva em Marja
Tensões entre Paquistão e Estados Unidos
Ataques contra líderes Talibãs
4. 2011: Redução da presença militar dos EUA e da OTAN
A morte de Osama bin Laden
Batalha de Candaar
Retiradas antecipadas
5. 2012: Acordos estratégicos
Reformulação da Frente Unida (Aliança do Norte)
6. Acordo de parceria
Encontro da OTAN em Chicago: Plano de retirada das tropas e presença em longo prazo
2013: Retirada das tropas americanas
7. Encontro entre Karzai e Obama
Transferência da responsabilidade de segurança
8. Acordos de segurança bilaterais entre Estados Unidos e Afeganistão
9. 2014–2020: Início da retirada das forças internacionais e reincidência da violência
10. Conversas de paz em 2020
2021: A OTAN se retira e a queda de Cabul
Reações internacionais Refugiados
Apoio internacional Narcotráfico
Protestos, manifestações e Custos
eventos Problemas de estabilidade
Impacto na sociedade afegã Violações dos direitos humanos
Mortes de civis Casos de abusos cometidos
A controvérsia sobre a tortura em Guantánamo