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AQUIDAUANA (MS),
MARÇO, 2009
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MARILEIZE DA SILVA BRASIL
AQUIDAUANA (MS),
MARÇO, 2009
TERMO DE APROVAÇÃO
_________________________________________________
Orientador: Prof. Dr Tito Carlos Machado de Oliveira
_________________________________________________
Profª Drª Jacira Helena do Valle Pereira
_________________________________________________
Profº Dr. Carlos Martins Junior
1998/2001
Curso de Graduação em Geografia
Campus Universitário de Corumbá – Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul –MS
2002/2003
Curso de graduação em Bacharelado em Geografia
Campus Universitário de Corumbá – Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul - UFMS
2004/2005
Curso de Pós Graduação em História, latu sensu nível de especialização
Campus Universitário de Corumbá – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul -
UFMS.
Ao meu pai (in memorian), minha mãe e meu filho Daniel
AGRADECIMENTOS
This research is based on the process of European migration; particularly the Italians
through the Bacia do Prata. The presence of numerous people in the region, such as
Spanish, Portuguese and Italian intensified not only commercial activities developed
in Mato Grosso also collaborated heavily for the production of many buildings that are
now part of national heritage, since all spatiality is the fruit cultural practice that
occurs in space. We seek to reflect on the level of ownership of the space in
question, specifically involving the immigration of Italians in Corumbá, relationships,
structural and morphological changes equivalent to their own cultural models of
production and the movement contained in the collective memory. The sources for
the preparation of this work were obtained through a literature review, analysis
historiographical national and international search for documents, reports,
photographs and newspapers in addition to interviews with the descendants of the
Italians, of course, contributed to this valuable research. When Italian immigrants
arrived in Corumbá, organized themselves into the colony, located in Largo Cadeia.
Beneficence Italian was the place where important events took place and important
meetings. The marriages were performed routinely, because most of the Italians
were composed of single men. By establishing social relationships with the
community, could play many commercial activities and all kinds of jobs, causing the
phenomenon of repossession space in Corumbá.
Words-Keys: Immigration, Italian, Corumbá.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
1 MIGRAÇÃO, TERRITÓRIO E IDENTIDADE 16
1.1 O debate do fenômeno migratório 16
1.2 A Imigração italiana pelo olhar da geohistória 21
1.3 Migrações e a ocupação territorial 23
1.4 Identidade e espaço 24
1.5 Identidade e território: uma análise 25
2 O BRASIL E AS MIGRAÇÕES TRANSOCEÂNICAS 27
2.1 Políticas de imigração 31
3 ITALIANOS EM ESPAÇO CORUMBAENSE E SUA CONTRIBUIÇÃO
MATERIAL E IMATERIAL 38
3.1 Corumbá e o processo migratório 38
3.2 Os primeiros italianos e a organização material do espaço 41
3.3 Italianos em Corumbá: reterritorializando o espaço 43
3.4 Italianos em Corumbá: Quantos eram? 48
3.5 Resgatando lembranças 52
3.6 Italianos em Corumbá: Quem eram? 54
3.7 Italianos em Corumbá: a emigração e as suas causas 56
3.8 Italianos em Corumbá: A contribuição econômica e social 60
3.9 Italianos em espaço mato-grossense 64
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 72
FONTES 74
Fontes impressas 74
Fontes Orais 74
Materiais publicados em anais de eventos, jornais e revistas 75
Materiais iconográficos 76
Material cartográfico 76
REFERÊNCIAS 77
APÊNDICE 1 82
ANEXO 1 83
LISTA DE TABELAS
Figura 01: Trajeto dos imigrantes italianos desde Itália até Mato Grosso via Bacia do
Prata 40
Figura 03: Edificação de 1896, construída pelo arquiteto Martino Santa Lucci.
Abrigou a Alfândega de Corumbá e está localizado no porto 42
Figura 04: Casa Vasquez & Filhos. Construção concluída em 1898. Obra do
arquiteto Martino Santa Lucci Ladeira José Bonifácio nº 171. Edificação inspirada no
art-noveau 42
reflete a cidade de Corumbá, despontada no período colonial, mas que assumiu uma
forma distinta de organização da vida material e social.
Textos sobre Mato Grosso, como a obra História de Mato Grosso e de
Generoso Ponce, um chefe ao abordar a cidade colonial, limitou-se ao período de
sua fundação, em 1778, por conta da política geostratégica de ocupação lusitana, e
ao período de sua fase áurea de comércio entre 1850-1920.
Como espaço histórico onde se movimentaram homens e mulheres que
viveram as tensões e as lutas cotidianas durante o processo de ocupação
povoamento, Corumbá merece figurar entre as cidades que atraiu um número ainda
incalculável de povos que ajudaram a construir o espaço e a história de Mato
Grosso. Partindo dessas considerações foi proposto estudar a problemática que
envolve “cidades e povos” com objetivo de traçar as considerações acerca das
migrações européias através da Bacia do Prata - o caso dos italianos em Corumbá,
MS. (1870-1950).
Cada vez que caminha-se pelo centro urbano de Corumbá, é possível
perceber que muitos estabelecimentos foram construídos ou moldados pela
influência portuguesa, italiana e outras trazidas por outros imigrantes chegados
depois da Guerra do Paraguai. Daí a necessidade de se discutir este espaço que
acolheu plenamente a marca identitária contida na memória material e imaterial,
como arquitetura, heranças sócio-culturais, etc.- dos segmentos populacionais
vindos da Europa.
Para dar conta dos objetivos buscou-se explicações para os silêncios de
abordagens em torno desse tema à luz das reflexões do pensador Pollak (1992) que
discute a difícil questão da subjetividade e da objetividade, sobretudo no sentido
ponderativo e seletivo no uso da memória.
A investigação se justifica pela urgente necessidade de quebrar o silêncio a
presença italiana na cidade de Corumbá, segmento social, cujo passado, despojado
de merecida cientificidade, restringiu-se apenas em depoimentos isolados, dados
escassos e esparsos ou detalhes insignificantes e narrativas ainda desprovidas de
críticas.
Procuramos fazer uma discussão sobre o processo de organização do espaço
brasileiro e, para então tratarmos da organização do território sul mato-grossense.
Nessa perspectiva foi abordada a questão da formação dos territórios, das grandes
13
1
Maillat (2002) afirma que o processo de globalização caracteriza-se pelo desenvolvimento de redes
mundiais de grandes empresas que se distinguem pela importância dos investimentos diretos e
transações que elas efetuam em escala mundial, assim pela prática crescente de acordos de
cooperação, notadamente no domínio da pesquisa e do desenvolvimento.
20
marítimas, da arte náutica, dos problemas urbanos, das doenças, dos povoamentos
e dos movimentos sociais para a compreensão das relações humanas.
O desencadeamento do processo migratório da região da Europa para as
Américas foi também objeto de reflexões do historiador francês. Braudel (1984)
analisou o crescimento demográfico das velhas sociedades rurais européias, as
quais não resistiram à demanda de alimentar, por constituírem-se de uma população
muito densa e em terra bastante empobrecida.
Diante desse quadro, a Europa passou a oferecer espaço restrito à população
carente de empregos e alimentos. Milhares de europeus foram condenados a
expropriar-se a partir dos anos 1860, intensificando-se na década de 1880,
migrando-se para novos países de população branca: Estados Unidos, Canadá,
América Latina e Austrália.
No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos
de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais
pobre, tinha dificuldade de sobreviver seja nas pequenas propriedades que possuía
ou onde simplesmente trabalhava, seja nas cidades, para onde se deslocava em
busca de trabalho. Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada
pelo governo, como era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias.
Assim, é possível entender a saída de cerca de 7 milhões de italianos no período
compreendido entre 1860 e 1920. A dinâmica industrialização do norte da Itália não
foi suficiente para absorver a enorme massa de migrantes.
Conforme as reflexões de Braudel (1988) sobre as Migrações na Itália, no
início os homens partiam sozinhos, enviavam dinheiro para casa para alimentar a
família e comprar uma terra ou uma loja, como uma nítida intenção de voltar. Num
outro momento, não havendo mais esperança de retorno de seus familiares, as
mulheres também partiam numa ruptura definitiva: “[...] após ter vivido ou sobrevivido
por um período da emigração, graças aos envios de dinheiro de seus filhos, a aldeia
acaba por morrer [...] a aldeia não passa de uma lembrança, condenada ao
desaparecimento ou a ser reinventada pelos turistas nórdicos”. (BRAUDEL, 1986, p.
85).
Segundo Braudel (1986), a Itália foi o país que mais se transformou com a
intensa mobilidade de homens. Entre 1860 à 1970, a região sofreu 25 milhões de
partidas, embora nem todas tenham sido definitivos oriundos do Piemonte, da
Toscana ou da Emília, centenas de italianos alcançaram, por volta de 1860-1880, o
23
Klein (2000) enfatiza que as migrações para a América além das questões da
terra foram intensificadas graças ao desenvolvimento tecnológico nos meios de
transportes e comunicação. No campo do transporte sua importância traduziu-se na
substituição total da vela pela energia a vapor “[...] instalação do primeiro telegráfico
transatlântico, em 1866, e a conclusão de um primeiro conjunto de ligações
ferroviárias, por volta de 1870, em todos os principais países europeus e americanos
criaram um meio de transporte e de comunicação infinitamente mais rápido e mais
barato” (KLEIN, 2000, p.23)
As considerações de Klein (2000) permitem inferir que a intenção de migrar
ficou ainda mais favorável a partir do crescente avanço tecnológico.
Como outros países submetidos ao capital, em sua fase mercantil, o Brasil
dependia economicamente do mercado externo, embora dotado de uma produção
voltada para o plantio de café. A política de redifinição da terra no Brasil, em 1850,
era mantida por uma elite extremamente conservadora e escravocrata.
A maioria dos imigrantes vinha para o Brasil e outros países da América
desprovida de dinheiro para comprar terras. Esse aspecto permitiu por muito tempo
sua submissão aos proprietários.
Entre os anos de 1937 e 1945 o programa de assimilação inaugurou no Brasil
a Campanha de Nacionalização assistida com a finalidade de impedir qualquer
demonstração de etnicidade, como, por exemplo, o não funcionamento de escolas
particulares, em que as aulas eram ministradas em línguas estrangeiras ou
possuíam professores não naturalizados, o impedimento da regularização de
associações culturais que continha alguma aspecto étnico, a utilização publica de
línguas estrangeiras e principalmente a imposição ao serviço militar, com objetivos
específicos de implantar “[...] normas de civismo e patriotismo num contexto
missionário de abrasileiramento” (SEYFERTH, 2005, p.17).
Seyferth (2005) enfatiza que na visão dos nacionalistas, a diversidade cultural
e o sentimento de pertence realizados pela imigração não coincidiam com o princípio
do nacionalismo fundado sob a perspectiva do caldeamento ( de raças e culturas).
Esse princípio era utilizado por pensadores sociais que não se encontravam
totalmente nas políticas públicas de assimilação.
Além dessas atitudes interferiram diretamente nas vidas de muitas pessoas,
pois os sentimentos e pertencimentos étnicos não eram condizentes com aqueles
29
Esse primeiro grupo foi sucedido por emigrantes da região sul. Os vênetos
provavelmente eram aos mais loiros do que a maioria dos italianos e possuíam
pequenas propriedades ou arrendatários de terras, o que seria um estímulo para o
empreendimento da arriscada viagem. Os imigrantes do sul eram morenos, pobres e
rústicos e não dispunham de nenhuma economia, denominados de braccianti.
Os ítalo-brasileiros espalharam-se principalmente pelos Estados do Sul e
Sudeste do Brasil. Nesse caso os ítalos brasileiros são considerados a maior
população de oriundi (descendentes de italianos fora da Itália. A concentração de
quase a metade se encontra em São Paulo.
Tabela 01: Emigração italiana para o Brasil.
Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões de
procedência - período 1876/1920
Regiões de procedência Emigrantes
Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sicília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lazio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
Total 1.243.633
Fonte: Brasil 500 anos de povoamento. IBGE. Rio de Janeiro, 2000.
Os dados do IBGE dão conta de que na década de 1870, os italianos
começaram a migrar em número significativo para o Brasil, impulsionado pelas
transformações sócio-econômicas no norte da Península itálica, envolvendo,
sobretudo as propriedades rurais. Mas a imigração em massa italiana começou a
31
Italianos 1 882 650 2 532 8,72 1 004 1 002 2 006 5,22 526
Entradas e saídas de italianos ─ 1936/45
Nacionalidades Especificação Movimento anual
1936 1937 1938 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945
Entradas 3002 3376 2 532 2 006 1 029 387 44 05 39 509
Italianos Saídas 2368 3445 1 664 1 481 636 341 467 — 25 115
Saldo 634 - 69 868 525 393 46 -423 05 14 394
Nos anos de 1907 a 1912 no item população do Brasil por municipio e estado,
percebe-se o crescememto populacional no estado de 1,07% e Corumbá com um
aumento de aproximadamnte 0,7%. Isso mostra que a entrada de estrangeiros
contribuiu para esse acrescimo.Observa-se também no movimento migratório no Brasil
que a nacionalidade italiana nos anos de 1908 a 1912 teve um numero muito
significativo, chegando a imigrarem cerca de 17912 italianos em quatro anos.No item
que apresenta o movimento geral de entrada de estrangeiros,segundo a condição e a
nacionalidade entre os anos de 1938 e 1939 é possível perceber que houve uma
queda,contabilizando uma diferença de 3,5% de imigrantes permanentes e
temporários. Todavia o movimento anual de italianos até o ano de 1945 mostra que
houve uma diminuição no processo migratório.O numero de saídas é sempre inferior
das entradas, embora nos anos de 1937 e 1942 o número de saída ultrapassa o
número de entradas de italianos.
Gomes (2002) faz uma breve analise sobre a política migratória do propalada
pelo governo Imperial, desde os primeiras décadas do século XIX, quando
ocorreram os primeiros experimentos de colonização envolvendo assentamentos
alemães no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essa iniciativa teve uma fase de
estagnação que durou até 1850, quando o advento da extinção do tráfico ensejou a
redifinição da política de terras:
“[..] Desde então (1850) e até a década de 1930, tal política orientou-se por
uma diretriz de franca atração de imigrantes, voltada para dois objetivos
fundamentais: a ocupação de ‘áreas vazias’ do território, geralmente
situadas em regiões de fronteiras ao sul do País, e o fornecimento de mão
de obra abundante e barata para a substituição do braço escravo nas
lavouras café.promoveram.a vinda de imigrantes que se interpusesse
‘estrategicamente’ entre senhores e escravos.” (GOMES, 2000, p. 162).
discurso que os arregimentou em seu país de origem, e que lhes atribuía uma
capacidade de trabalho e de aprendizagem superior aos nacionais.
O culto ao trabalho e devoção à família, bem como as histórias
compartilhadas sobre italianos que ascenderam na vida, são elementos importantes
para se compreender a construção de uma identidade étnica, de italianitá, que
precisava, antes de mais nada, ultrapassar as referências regionais predominantes
em fins do século XIX, manifestando-se significativamente pelo uso de dialetos
vistos como signos culturais.
Enfim, os novos imigrantes, desde os anos de 1950 e 1960, seriam sobretudo
trabalhadores industriais e crescentemente técnicos e executivos de empresas
italianas, as quais, vieram abrir filiais no Brasil. A Itália tornou-se um dos países
mais modernos e ricos da Europa, sendo a terra de canções e de massas
saborosas, mas sendo também a terra da arte clássica e da ciência e tecnologia de
ponta. Quando, nos anos de 1970, foram comemorados os 100 anos de imigração
italiana, esta Itália multifacetada foi festejada no Brasil, país onde um número cada
vez maior de jovens descendentes deseja sua dupla cidadania.
Trata-se, segundo Gomes (2000), de uma Itália que só existe no Brasil,
traduzida na forma de manter os vínculos com a terra natal, hábitos alimentares e
muitos outros costumes que se perpetuaram, via guardiões da tradição familiar e de
aldeia
3 ITALIANOS EM ESPAÇO CORUMBAENSE E SUA CONTRIBUIÇÃO
MATERIAL E IMATERIAL
Figura 01: Trajeto dos imigrantes italianos desde Itália até Mato Grosso via Bacia do Prata. (Edição:
Omar Daniel – FCA/UFGD).
41
Os conceitos, cunhados por de Certeau (1996), dão suporte para explicar que
a organização do novo espaço pelos italianos migrados para o Mato Grosso,
especificamente para a cidade de Corumbá, entre 1870 a 1930, refletiu o passado
de experiências singulares, de movimentos sociais, deslocamentos, adequações às
particularidades geo-ecológicas e fixação e de organização da vida material.
Inúmeros estrangeiros chegavam instalaram-se em lugares abertos às apropriações
e promoveram múltiplas transformações matérias e culturais.
Figura 002: Edificação da Rua 13 de junho Figura 03: Edificação de 1896, construída pelo
esquina com 15 de novembro. Em 1914 serviu arquiteto Martino Santa Lucci. Abrigou a
de hotel, denominado “Hotel Royal”. AYALA, Alfândega de Corumbá e está localizado no
S.Cardoso; (Foto: BRASIL, M. S., 2007). porto. (Foto: BRASIL, M. S., 2007).
Figura 04: Casa Vasquez & Filhos. Construção concluída em 1898. Obra do
arquiteto Martino Santa Lucci Ladeira José Bonifácio nº171. Edificação
inspirada no art- noveau. (Foto: BRASIL, M. S., 2007)
43
1884/1885 1885/1886
População
Entraram Saíram Entraram Saíram
Sexo
Homens 186 102 285 135
Mulheres 56 45 117 91
Total 242 148 402 226
Nacionalidades
Italianos 56 36 25 16
Franceses 10 6 4 2
Ingleses 6 4 2 -
Paraguaios 69 42 276 174
Orientais 9 5 8 -
Argentinos 38 24 16 3
Espanhóis 21 13 39 17
Bolivianos 13 8 14 8
Austríacos 2 2 - -
Portugueses 10 3 11 3
Nortes-Americanos 6 5 4 -
Gregos 2 - - -
Alemães - - 3 3
Família
Com 5 4 20 4
Sem 237 144 382 222
Destino
Transitório 86 - *Não há -
Para residir 11 - descrição -
Fonte: Relatório do Chefe de Polícia Interino da Província de Mato Grosso -1884-1886.
Secretaria de Mato Grosso. Cuiabá: Arquivo Público de Mato Grosso, Livros 70 b e 71.
Fogos
Desabitadas
Analfabetos
Analfabetas
Sabem ler
Sabem ler
Habitadas
Mulheres
Casados
Casadas
Solteiros
Solteiras
Homens
Viúvos
Viúvas
Total
1679 1407 3086 371 1191 117 390 934 83 536 1143 64 1343 116 - 130
Fonte: Recenseamento feito no ano de 1872 - Províncias de Matto Grosso, Cx. 1872. ArMT
Tabela 07: Relação de matrimonio, profissão e naturalização dos italianos em Corumbá – MS ( 1896-1931)
Marido/Esposa Data de Nascimento Naturalidade Esposo/Esposa Profissão Idade Esposo/Esposa
Antonio Albanez / Ângela Grossa 05/09/1896 Reino da Itália Não identificada 44/22 anos
Santiago Solare / Apolonia Calcagne 18/11/1899 Negociante 35/17 anos
Antonio Mandetta / Joanita Monaco 21/12/1895 Reino da Itália Alfaiate
Gilvane Carlos Lombardi / Joannita Cavassa 02/11/1889 Marido- reino da Itália/ Esposa- Paraguai Artista Marido-32 anos
Nicola Jordano /Carmelha Marmora 04/04/1896 Marido-Reino da Itália/ Esposa- Republica do Uruguai - 24/22 anos
Natalio Giordani/Maximiana Amelia de morais 11/04/1896 - - 21/17 anos
Cyriaco Carretoni/ Maria Rita Martins 7/7/1901 - - 21/23 anos
Domingos Albanez / Maria Helena Calabria 28/111903 Reino da itália - 27/26 anos
Natalio Giordano/Leodugeria Tavares da Silva 15/11/1902 Industrial 27/23 anos
Pedro Carretoni/Egnacia Gonçalves Martins 18/8/1906 29/18 anos
Severio Mandetta/ Rosa Rebúa 20/9/1902 Reino da Itália Artista 28/17 anos
Agostinho Monaco / Ameris Carlota Lombardi 25/5/1907 24/19 anos
José da Silva Jumena/Maria Magdalena Santa Lucci 29/4/1909 26/19 anos
André Avelino da Penha/ Jacintha Dolores Candia 12/9/1909 25/18 anos
Raphael Mônaco/ Anna Luiza Rondon 29/7/1909 27/18 anos
Francisco Olegário Delvisio/ Maria Antonia Monaco 23/12/1909 28/18 anos
Viciente Calábria /Thereza Salomone 9/7/1910 Comerciante 29/18 anos
Modesto Candia / Roberta da Silva 17/12/1910 24/17 anos
Pasquale Russo / Magdalena Galucci 10/12/1910 Reino da Itália 33/22 anos
Agustinho Thomaz Mônaco/Mathilde Elisa Carstens 16/9/1911 Negociante 27/18 anos
Agostinho Vasques / Augusta Henriqueta Carstens 12/12/1912 Comerciante
Francisco Giordano/Therezinha Marciano 19/7/1913 24/19 anos
Nicolau Fragelli / Maria Cruz Fontanelllos 18/2/1914 Médico 18/2/1914
Viciente Calábria /Thereza Salomone 9/7/1910 Comerciante 29/18 anos
Modesto Candia / Roberta da Silva 17/12/1910 24/17 anos
Pasquale Russo / Magdalena Galucci 10/12/1910 Reino da Itália 33/22 anos
Agustinho Thomaz Mônaco/Mathilde Elisa Carstens 16/9/1911 Negociante 27/18 anos
Agostinho Vasques / Augusta Henriqueta Carstens 12/12/1912 Comerciante
Francisco Giordano/Therezinha Marciano 19/7/1913 24/19 anos
Nicolau Fragelli / Maria Cruz Fontanelllos 18/2/1914 Médico 18/2/1914
José Provenzano/ Victoria Marmora 25/4/1914 Machinista 28/17 anos
Alexandre Aurélio de Castro / Joanna Santa Lucci 18/7/1914 24/19 anos
José Vicente Jeronymo Provenzano/ Dalila Jorge da Cunha 5/9/1914 Marítimo 24/17 anos
Antonio Allegno / Rosa Vairo 16/1/1915 Reino da Itália
Pedro Antonio Rosário Pécora/ Philomena Ferreira Cardeal 19/4/1915 Reino da Itália 28/17 anos
Francisco Raphael Mônaco/ Dorvina Perez 12/6/1915 Marítimo 24/19 anos
Vicente Fragelli/ Constança barros do Valle 18/9/1919 Pharmaceutico; Serviços domésticos 26/19 anos
Heráclito da Silva Braga/ Mercedes Rosa Lombardi 29/11/1919
Matheus Candia/ Astrogilda Andreza Rodrigues da Silva 27/12/1919 Reino da Itália Negociante; Trabalhos Domésticos 26/20 anos
Pedro Provenzano/ Athanazia Campos 5/12/1925 Carpinteiro; Serviços Domesticos 24/18 anos
Mario Mattos de Barros / Margarida Cavassa Carcano 11/3/1926 Industrial; Serviços domesticos 25/17 anos
Manoel Vicente Vieira / Rosa Giordano 17/4/1926 28/18 anos
Felicio Carmelio Calabria / Ignez Barros da Silva 30/6/1928 Empregado no comércio
Rassis Giordano / Ruth Wulfs 25/9/1929 Tabelião de notas; Serviços domésticos 28/18 anos
Vicente de Paula Novaes / Julieta Calabria Albaneze 10/12/1931 Funcionário público; Serviços domésticos 25/20 anos
o
Fonte - Acylino Xavier do Vale 2 Oficio da Comarca de Corumbá
56
Na tabela acima indicada verifica-se que de certa forma a imigração
contribuiu para a miscigenação de diferentes etnias na região, possibilitando a
diversificação nos aspectos culturais. Uma situação interessante foi que segundo
a tabeliã Rosangela do Valle, as datas de nascimento não eram informadas, pelos
contraentes, por isso não consta na tabela 7. Ao dizer sobre a sua naturalidade, o
indivíduo sempre se referia ser do Reino da Itália, sem especificar exatamente a
cidade.
Entre diferentes modos de conquistar espaços nesse novo lugar e
estabelecer contato e conhecimento com o povo corumbaense, os italianos, foram
aos poucos criando raízes nessa terra distante e desconhecida do interior
brasileiro Logo o sentimento de pertencimento à terra mato-grossense se fazia
valer, seja por motivo de matrimônio, e conseqüentemente o nascimento de seus
filhos ou porque os seus negócios deram resultados.
Tabela 08: Demonstrativo dos estrangeiros de ENTRADAS na província de Mato Grosso durante o ano de 1875
Nacionalidade Total Sexo Estado Profissão Tota
l
Meses
Portuguese
Paraguaios
Dinamarqu
Argentinos
Agricultura
Austríacos
Franceses
Espanhóis
Bolivianos
Comércio
Chineses
Mulheres
Industrial
Orientais
Alemães
Italianos
Ingleses
Homens
Casado
Solteiro
Russos
Outros
Outros
Viúvo
Artes
eses
s
Janeiro - - - - - - - - - - - - - - - 0 - - - - - - - - - - 0
Fevereiro - 3 4 1 - - - - - - - - 3 - - 11 11 - 2 - 9 1 8 - 2 11
Março 2 25 1 2 - - - 1 4 - - - - - - 35 31 4 4 - 31 1 2 1 - 31 35
Abril 3 1 2 15 - - 2 - - - - - - 1 24 14 10 6 1 17 8 1 15 - - 24
Maio 1 25 1 3 5 - - 1 2 1 5 - - 1 45 33 10 15 - 28 4 1 17 - 21 45
Junho 11 1 6 19 - - - - - 3 1 - - - 41 26 15 10 - 31 2 5 14 - 20 41
Agosto 6 1 2 5 13 - 2 1 1 1 - - - - - 30 19 11 3 1 26 5 1 3 2 20 30
Setembro - - - - - - - - - - - - - - - 0 - - - - - - - - - - 0
Outubro 2 8 5 5 41 - 3 1 8 - 2 2 - 2 - 79 57 22 8 - - 71 12 2 11 53 79
Novembro - 13 - 5 31 - - - 3 1 2 - 1 1 3 60 40 20 15 - 14 6 5 13 2 16 60
Dezembro - 9 1 1 40 - 2 - - 4 1 - - - 1 58 31 27 4 - 54 3 2 4 - 49 58
Geral
Fonte: arquivo público de Cuiabá (MT) – 11/2008- Portaria da policia da província do Mato Grosso em Cuiabá, 29 de abril de 1876
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Tabela 09: Demonstrativo dos estrangeiros SAÍDOS na província de Mato Grosso durante o ano de 1875
Portuguese
Paraguaios
Argentinos
Agricultura
Austríacos
Franceses
Espanhóis
Comércio
Mulheres
Industrial
Alemães
Italianos
Ingleses
Homens
Oriental
Casado
Solteiro
Outros
Bolívia
Meses
Viúvo
Artes
s
Janeiro - - - 2 - - - - - - - 2 2 2 1 1 - - - - - 2
Fevereiro - - - - - - - - - - - 0 - - - - - - - - - - 0
Março - - - - - - - - - - - 0 - - - - - - - - - - 0
Abril 3 1 - 1 2 - - 1 - - - 8 7 1 1 - 7 6 - - - 2 8
Maio 1 - - - 1 - - 1 - - - 3 3 - - - 3 2 - - - 1 3
Junho - 1 1 3 3 - - - - - - 8 6 2 1 - 7 4 - - - 3 8
Julho 1 - - 1 22 - 3 1 - 2 - 30 8 22 2 - 28 6 - 1 - 23 30
Agosto - 2 1 2 11 - 2 1 - 1 - 20 10 10 2 - 18 7 - - 1 13 20
Setembro - - - - - - - - - - - 0 - - - - - - - - - - 0
Outubro - 2 - 2 4 - 2 1 1 - - 12 8 4 2 - 10 5 1 1 - 5 12
Novembro 2 4 5 13 12 2 - 2 - - 2 42 33 9 1 - 41 2 1 1 - 38 42
Dezembro - 2 - 1 8 - - 3 - - - 14 6 8 2 1 11 4 2 - - 8 14
Fonte: arquivo público de Cuiabá (MT) – 11/2008- Portaria da policia da província do Mato Grosso em Cuiabá, 29 de abril de 1876
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As tabelas acima fornecidas pelo Arquivo Público de Cuiabá, de acordo
com a portaria da polícia, demonstram a entrada e saída de estrangeiros na
Província de Mato Grosso durante o ano de 1875. O número de italianos que
entraram foi relativamente grande em comparação às outras nacionalidades,
perdendo somente para os paraguaios. Depois da Guerra do Paraguai (1864-
1870), observou-se o aumento do fluxo de imigrantes na região do Prata. Os
meses de março, maio e julho foi o período que mais entrou italianos pela rota do
prata, o que confirma a atração desses povos europeus para a região.
A tabela 09 evidencia a saída de apenas 12 italianos de Mato Grosso
naquele ano. Isto indica o estabelecimento daqueles que decidiram ficar na
Província por ter encontrado nas suas respectivas profissões e conseqüentemente
melhores condições de vida.
Entretanto, Oliveira (2006) ao apresentar a tabela do movimento do porto
de Corumbá (1901-1909) destaca em sua tese a classificação registrada nos
mapas do Ministério da Marinha ou nos dados fornecidos capitanias estaduais os
números referentes ás nacionalidades das tripulações eram muito instáveis. Ou
seja, o número de tripulantes estrangeiros que entravam pouco se diferia dos que
saíam.
Daí a dificuldade de explicar o fluxo de entrada e saída de embarcações e
de tripulantes na região. Nessa análise o autor acredita que são vários os fatores a
serem considerados na análise da variação do fluxo migratório, sobretudo no que
se refere aos migrantes na arte ou fama de navegar como, por exemplo: período
das cheias e vazantes dos rios; influências de conflitos bélicos ou políticos locais,
regionais ou mundiais; epidemias problemas administrativos ou financeiros dos
armadores; momentos de retração e de retomada de mercadorias; greves entre
outros.
Segundo Oliveira (2006) os mapas do Ministério da Marinha, que o auxiliou
de referência para a confecção da tabela, não esclarece quais foram as bases
utilizadas para a classificação das características da tripulação ou embarcação
nacionais e estrangeiras como, país de nascimento, país de residência, país de
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origem da embarcação e o país de registro de embarcação junto à capitania de
origem do tripulante.
De acordo com Póvoas (1982) a convivência com os oriundos dos países
do Prata introduziu nos povos mato-grossense, muitos de seus hábitos e
costumes, como por exemplo famílias sentadas à porta das casas, homens
fumando charutos, hábitos trazidos pelos argentinos. Esse foi um hábito muito
praticado, em Cuiabá até a pouco tempo. A siesta depois do almoço também foi
um habito introduzido pelos paraguaios, especialmente nas áreas mais quente. O
truco espanhol, um jogo de cartas trazidas pelos espanhóis, ainda é praticado em
determinados bairros de Cuiabá e, principalmente, de Várzea Grande e de Santo
Antonio de Leverger.
O uso do chimarrão nasceu no extremo-sul do antigo Estado de Mato
Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. Ali a erva-mate (ilex paraguariensis) é nativa.
Dessa região o hábito do chimarrão difundiu-se para as cidades ribeirinhas dos
rios da bacia platina pelos paraguaios. A leitura da magnífica obra do escritor Hélio
Serejo revela que o consumo do chimarrão foi um hábito herdado dos paraguaios,
(PÓVOAS, 1982, p. 23)
Os italianos que se radicaram em Mato Grosso, em fins do século 19 e
início do século 20 penetraram na Província pela rota do Prata. Mas ainda não há
uma informação precisa a respeito da data de penetração dos primeiros italianos
no espaço mato-grossense. Segundo o historiador cuiabano Lenine Póvoas, tanto
nos antigos documentos de Cuiabá como nos Anais de Vila Bela não constam a
presença dos italianos durante o período colonial. Os antigos registros coloniais
não mencionaram povoadores de origem italiana.
Viajantes e cronistas coloniais, ao descreverem a cidade de Cuiabá no
início do século XIX (1818) não fizeram menção sobre a presença italiana em
Mato Grosso. O viajante Hércules Florence (1977), que aportou em Cuiabá a 30
de janeiro de 1827, registrou a figura de Angelini, um negociante vindo da Itália.
Segundo Póvoas (1982) tudo indica que este foi o primeiro registro de imigrante
italiano na região. O viajante argentino Bartolomé Bossi por sua vez, ao chegar na
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cidade de Cuiabá em 1862 mencionou em seu diário de viagem a presença de
dois italianos
[...] Não há hotéis, mas é verdade que não há transeuntes; mas existem
duas pensões onde se serve comida, por falta de instalações para dar
hospedagem. Freqüentam essas pensões unicamente operários e
estrangeiros. Uma delas pertence a um milanês, sapateiro de ofício,
excelente pessoas; ajuda-o sua esposa, também milanesa, verdadeiro
tipo italiano por sua afabilidade e simpáticos dotes... O outro verdadeiro e
detestável ´bodegón,é de um piemontês chamado Carlos Novelli que não
goza de uma boa reputação no país pelo seu caráter. Pelas suas
péssimas condições, é menos freqüentado. (PÓVOAS, 1982, p. 26)
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APÊNDICE 1
Questionário Social