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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE KANGONJO

ÁREA DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS ECÓNOMICAS, SOCIAIS E TECNOLÓGICAS


FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
CIÊNCIAS POLÍTICAS & RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CONFLITO – ESTADOS UNIDOS &


AFEGANISTÃO

DOCENTE

________________________

André Muanza

Luanda, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE KANGONJO
ÁREA DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS ECÓNOMICAS, SOCIAIS E TECNOLÓGICAS
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
CIÊNCIAS POLÍTICAS & RELAÇÕES INTERNACIONAIS

RESOLUÇÃO DE CONFLITO

Tema:
CONFLITO – ESTADOS UNIDOS &
AFEGANISTÃO

Nome: Joaquim Manuel Lando

Nº: 170176

DOCENTE

________________________

André Muanza

Luanda, 2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 2
CONFLITO – ESTADOS UNIDOS E AFEGANISTÃO ................................................ 2
1.1. ORIGEM DO CONFLITO ............................................................................. 2
1.1.1. TALIBÃ ..................................................................................................... 2
1.1.2. AL-QAEDA ............................................................................................... 3
1.2. ATENTADOS DE 11 DE SETEMBRO ......................................................... 4
2. MOTIVO DA GUERRA DO AFEGANISTÃO DE 2001 ................................ 4
2.1. CAUSA DO CONFLITO ................................................................................ 5
2.1.1. APOIO DA ONU NO CONFLITO ......................................................... 7
2.2. ACORDO COM O TALEBÃ ...................................................................... 7
2.2.1. RETIRADA DE TODAS AS FORÇAS AMERICANAS ..................... 8
3. CONFLITO - ACTUAL SITUAÇÃO ............................................................... 8
Duas décadas no Afeganistão: valeu a pena? .......................................................... 8
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 11
INTRODUÇÃO

O conflito do Afeganistão foi uma fase da guerra civil afegã, que opôs,
inicialmente, os Estados Unidos, com a contribuição militar da organização armada
muçulmana Aliança do Norte e de outros países ocidentais da OTAN, ao regime Talibã.

Esse conflito se estendeu por 20 anos e só foi encerrado em agosto de 2021,


quando as tropas norte-americanas deixaram o Afeganistão. A longa ocupação fez desse
um dos conflitos mais longos da história norte-americana, e mais de três mil soldados do
país morreram em operação.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CONFLITO – ESTADOS UNIDOS E AFEGANISTÃO

1.1. ORIGEM DO CONFLITO

"A Guerra do Afeganistão de 2001 foi um conflito que se iniciou no mês de


outubro do referido ano. Iniciou-se com a invasão do Afeganistão por tropas norte-
americanas como resposta aos atentados de 11 de setembro que os EUA tinham sofrido.
Esse conflito se estendeu por 20 anos e resultou em um grande fracasso norte-americano."

Esse conflito, como o próprio nome sugere, foi iniciado em outubro de 2001,
consistindo em uma campanha militar liderada pelos Estados Unidos contra o
Afeganistão. Essa campanha foi uma represália aos atentados de 11 de setembro,
organizados pela Al-Qaeda e que resultaram na morte de quase três mil pessoas.

Conforme veremos, o objetivo dessa guerra era destituir o Talibã do poder do


Afeganistão e destruir a Al-Qaeda, aprisionando os principais nomes desse grupo
terrorista. Os objetivos imediatos foram alcançados, mas, no longo prazo, os Estados
Unidos não conseguiram realizar tudo que havia sido proposto para o Afeganistão.

Esse conflito se estendeu por 20 anos e só foi encerrado em agosto de 2021,


quando as tropas norte-americanas deixaram o Afeganistão. A longa ocupação fez desse
um dos conflitos mais longos da história norte-americana, e mais de três mil soldados do
país morreram em operação. A saída das tropas norte-americanas do Afeganistão resultou
no retorno do Talibã ao poder.

1.1.1. TALIBÃ
O Talibã é uma dos atores-chave para que possamos entender o que foi esse
conflito que se estendeu por duas décadas. Se trata de uma
organização fundamentalista islâmica de caráter nacionalista que surgiu na década
de 1990 na região de fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Era formado,
inicialmente, por estudantes que frequentavam escolas religiosas conhecidas como
madraças.

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Esses estudantes eram da etnia pachto, e a atuação do Talibã se resume aos locais
habitados por pachtos. O Talibã surgiu no contexto da Guerra Civil Afegã, conflito
travado entre 1992 e 1996. O objetivo do Talibã era tomar o poder do Afeganistão
e impor sua visão radical do islamismo sobre a população do país.

Em 1996, o Talibã conquistou Cabul, e grande parte do território afegão passou


para o seu controle. Assim, o grupo inaugurou o Emirado Islâmico do Afeganistão, um
regime que foi reconhecido por apenas três países. O regime do Talibã ficou marcado
pela violência, extremismo e autoritarismo e se estendeu até 2001, ano em que o país
foi invadido pelos norte-americanos.

1.1.2. AL-QAEDA
Outro ator-chave da Guerra do Afeganistão é a Al-Qaeda, uma organização
fundamentalista islâmica que também surgiu na zona de fronteira entre o Afeganistão e
o Paquistão. O surgimento da Al-Qaeda remonta diretamente à Guerra do
Afeganistão de 1979, conflito iniciado pela invasão do Afeganistão pelas tropas
soviéticas.

Os soviéticos invadiram o país para apoiar o governo socialista que estava em seu
comando, e isso gerou uma grande reação da população muçulmana. Uma jihad, guerra
santa contra os soviéticos, que eram considerados infiéis por não serem seguidores do
islamismo, foi convocada para que ocorresse a mobilização dos muçulmanos de todas
as partes do mundo para ajudar na resistência afegã contra os soviéticos.

Essa jihad atraiu muitas pessoas para o Afeganistão, como Osama bin Laden,
milionário saudita. Ele, junto de Abdullah Azzam, um professor universitário e teólogo
palestino, criou uma organização que era responsável pelo recrutamento de jovens
dispostos a aderir à jihad contra os soviéticos. Esse grupo ficou conhecido como Maktab
al Khidmat lil Mujahidin al-Arab (MAK).

O MAK tornou-se Al-Qaeda no final da década de 1980, quando a guerra já


estava no fim. Na década de 1990, tornou-se um inimigo dos Estados Unidos. A Al-
Qaeda, diferentemente do Talibã, surgiu com vocação transnacional e, assim, procurava
ampliar sua atuação pelo mundo. Em 1996, a Al-Qaeda se estabeleceu no Afeganistão
com a permissão do Talibã.

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1.2. ATENTADOS DE 11 DE SETEMBRO

As Torres Gêmeas, como era conhecido o World Trade Center, foram destruídas
nos atentados de 11 de setembro de 2001.

A ação mais ousada da Al-Qaeda contra os Estados Unidos se deu no dia 11 de


setembro de 2001. Na ocasião, 19 terroristas dessa organização sequestraram quatro
aviões comerciais que partiram de diferentes cidades da costa leste dos EUA. Os aviões
foram transformados em armas e lançados contra alvos específicos e de grande
simbolismo.

Dois aviões foram lançados sobre as duas torres do World Trade Center, em Nova
York;

Um avião foi lançado sobre o Pentágono, em Washington;

Um avião supostamente seria lançado sobre o Capitólio, em Washington, mas caiu


em um local de mata na Pensilvânia.

O saldo desse atentado terrorista foi de 2996 mortos, incluindo os 19 terroristas.


Especialistas apontam para o fato de que a inteligência norte-americana falhou em
identificar o risco que a Al-Qaeda representava aos Estados Unidos e falhou em evitar
que os atentados acontecessem. Caso queira saber mais sobre esse evento traumático para
o Ocidente, leia o texto: Atentados de 11 de setembro.

2. MOTIVO DA GUERRA DO AFEGANISTÃO DE 2001


Durante o final da década de 1990, a Al-Qaeda já havia realizado alguns atentados
contra os Estados Unidos, mas eram de proporção pequena, e a reação do governo norte-
americano era limitada. No dia 11 de setembro de 2001, um enorme atentado foi
realizado pela Al-Qaeda dentro do território norte-americano.

Esse atentado começou a ser organizado no final da década de 1990 e foi colocado
em prática anos depois. Ao todo, 19 terroristas do grupo sequestraram quatro aviões
comerciais, que decolaram da costa leste dos Estados Unidos. As quatro aeronaves, na
posse dos terroristas, foram usadas como armas contra alvos simbólicos.

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Os alvos atingidos pelos aviões foram:

• As duas torres do World Trade Center, um importante prédio comercial que


ficava em Nova York;

• O Pentágono, o prédio que sedia o Departamento de Defesa dos Estados


Unidos, localizado em Washington.

Um quarto avião tinha outro alvo, em Washington. Acredita-se que era o


Capitólio, o prédio que sedia o Legislativo norte-americano. Esse quarto avião acabou
caindo em uma área vazia quando sobrevoava o estado da Pensilvânia e não atingindo seu
alvo porque os passageiros se rebelaram contra os terroristas que sequestraram o avião.

O total de mortes decorrentes dos ataques em 11 de setembro foi de 2996. O


presidente dos Estados Unidos na ocasião era George W. Bush, e foi esse governo que
assumiu a postura que ficou conhecida como “guerra ao terror”.

2.1. CAUSA DO CONFLITO

A Guerra do Afeganistão foi uma das fases da Guerra ao Terror, criada no governo
de George W. Bush.

Logo depois do ataque, o serviço de inteligência norte-americana, a CIA, iniciou


as investigações e concluiu que o ataque provavelmente tinha sido realizado pela Al-
Qaeda. A suspeita logo foi confirmada pela Al-Qaeda, e isso movimentou os Estados
Unidos a responderem ao maior ataque em seu território desde Pearl Harbor.

Os Estados Unidos eram governados na época pelo presidente George W. Bush, e


a resposta do governo Bush foi criar a Global War on Terrorism, conhecida em português
como Guerra ao Terror. Com base nessa ideia de combater o terrorismo no planeta, os
Estados Unidos decidiram iniciar uma campanha militar contra o Afeganistão.

Entretanto, isso só aconteceu porque o Talibã, o regime que abrigava a Al-Qaeda


no Afeganistão, recusou-se a destruir as bases da Al-Qaeda, assim como a entregar
lideranças dessa organização, como Osama bin Laden. A negativa fez com que os
objetivos dos Estados Unidos se tornassem:

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• Derrubar o Talibã do poder e impedir que ele apoiasse novas organizações
terroristas.
• Destruir a Al-Qaeda e prender suas lideranças.

A atuação dos Estados Unidos aconteceu à revelia da ONU, e a intervenção norte-


americana, portanto, não tinha o apoio dessa organização. Os Estados Unidos se aliaram
com a Aliança do Norte, um grupo de oposição ao Talibã no Afeganistão, e, em outubro,
começaram a posicionar tropas no país, além de iniciar bombardeios contra instalações
do Talibã e da Al-Qaeda.

Dessa forma, as forças do Talibã se desorganizaram, ficando impossível defender


o país das tropas norte-americanas. Com o desmantelamento do governo Talibã,
lideranças importantes desse grupo e da Al-Qaeda fugiram do Afeganistão ou se
esconderam nas montanhas do país.

Em dezembro, o governo Talibã foi derrubado, e, com isso, os Estados Unidos


deram início à formação de um novo governo no Afeganistão, nomeando Hamid Karzai
para governá-lo interinamente. Além disso, a ONU autorizou o envio de forças de defesa
para sustentar o novo governo que surgia no Afeganistão, e o objetivo disso era impedir
o retorno do Talibã.

Uma vez derrubado o Talibã, a ideia era garantir a estabilidade do Afeganistão


por meio de novos governos democráticos. Visando à construção de um Estado estável,
foi promulgada no Afeganistão uma nova Constituição em 2004. O Talibã, nesse
momento, estava em posição de notório enfraquecimento.

Entretanto, esse enfraquecimento foi gradualmente superado, e, a partir do final


de 2003, as operações do Talibã no Afeganistão aumentaram, sobretudo por meio de
ataques militares e terroristas. Isso forçou os Estados Unidos a aumentarem a quantidade
de tropas no país. O desgaste que o conflito passou a causar fortaleceu a ideia de retirada
das tropas do Afeganistão a partir de 2006

Apesar do sucesso imediato dos Estados Unidos em derrubar o Talibã e


enfraquecer a Al-Qaeda, a Guerra ao Terror passou a sofrer profundas críticas, sobretudo
quando tropas norte-americanas foram enviadas ao Iraque para invadirem o país sob a
falsa alegação de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.

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2.1.1. APOIO DA ONU NO CONFLITO

A invasão norte-americana, a princípio, não tinha o apoio da Organização


das Nações Unidas, mas, posteriormente, a própria ONU enviou tropas ao Afeganistão
para garantir a segurança do país.

A derrubada do Talibã representava o claro enfraquecimento desse grupo.


Entretanto, a partir de 2004, o Talibã retomou poderio militar e deu início a uma série
de ataques contra tropas norte-americanas no interior do Afeganistão. Foi necessário,
então, que os Estados Unidos reforçassem suas posições no país com o envio de mais
soldados.

Os esforços para reconstrução do Afeganistão se mostraram inúteis, porque


os governos democráticos que surgiram no país tinham sua influência limitada aos
arredores de Cabul, a capital. Além disso, a corrupção dos novos governos impediam o
desenvolvimento do Afeganistão.

2.2. ACORDO COM O TALEBÃ

Em fevereiro de 2020, os Estados Unidos e o Talebã assinaram um "acordo para


trazer a paz" ao Afeganistão que há anos vinha sendo discutido.

Segundo seus termos, os Estados Unidos e seus aliados militares da Organização


do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordavam em retirar todas as tropas do território
em troca do compromisso do grupo de não permitir que a Al-Qaeda ou qualquer outro
grupo extremista operasse nas áreas que controla.

Como parte das negociações em 2020, o Talebã e o governo afegão concordaram


em libertar parte de seus prisioneiros. Quase 5 mil militantes talebãs foram liberados nos
meses seguintes ao acordo.

Os Estados Unidos também prometeram suspender as sanções contra o grupo. O


país negociou diretamente com o Talebã, sem o intermédio do governo afegão.

"Depois de todos esses anos, chegou a hora de trazer os nossos de volta para casa",
disse o então presidente Donald Trump.

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2.2.1. RETIRADA DE TODAS AS FORÇAS AMERICANAS

No início de julho, todos os soldados americanos e de aliados internacionais


membros da Otan deixaram a base aérea de Bagram, a principal base militar americana
no Afeganistão.

De acordo com a agência Associated Press, contudo, cerca de 650 soldados


americanos devem permanecer no país para fornecer proteção a diplomatas e ajudar a
proteger o aeroporto internacional de Cabul, um hub de transporte vital para o país.

3. CONFLITO - ACTUAL SITUAÇÃO

Desde que o acordo foi assinado, o Talebã tem dado sinais de que vem apostando
em uma estratégia diferente. Os ataques complexos em centros urbanos e postos militares
têm dado lugar a uma onda de assassinatos seletivos que tem aterrorizado os civis.

Os militantes têm avançado por vastas áreas do território, ameaçando derrubar


mais uma vez o governo em Cabul após a retirada das tropas estrangeiras.

A preocupação com o futuro da capital tem crescido, mas o presidente do país,


Ashraf Ghani, tem repetido que as forças de segurança do país são totalmente capazes de
manter os insurgentes longe do poder.

A Al-Qaeda segue operando no Afeganistão, enquanto militantes do grupo


autodenominado Estado Islâmico também realizaram ataques no país.

Duas décadas no Afeganistão: valeu a pena?

Desde o início da guerra, não houve um único ataque terrorista internacional bem-
sucedido planejado a partir do Afeganistão.

"Assim, baseado apenas pela medida do contraterrorismo internacional, a


presença das Forças Armadas estrangeiras teve sucesso em seu objetivo". Duas décadas
depois, porém, o Talebã está longe de ser derrotado e segue sendo um grupo com
importante poder de combate.

Alguns relatos apontam que o último mês de junho foi um dos mais violentos no
país desde a chegada da coalizão liderada pelos Estados Unidos. Centenas de vidas foram

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perdidas e importantes conquistas foram ameaçadas, já que muitas escolas, prédios do
governo e parte da rede de energia foram danificados ou destruídos.

"A Al-Qaeda, o Estado Islâmico e outros grupos extremistas não desapareceram,


eles estão se renovando, em parte estimulados pela partida iminente das últimas forças
ocidentais remanescentes."

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CONCLUSÃO

A Guerra do Afeganistão de 2001 foi um conflito iniciado com a invasão do


Afeganistão por tropas lideradas pelos Estados Unidos. A invasão do Afeganistão fez
parte da chamada “guerra ao terror” e foi uma resposta aos atentados de 11 de
setembro. Depois de 20 anos de ocupação, os Estados Unidos retiraram suas tropas do
país, e o Talibã recuperou o poder afegão.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SILVA, Daniel Neves. "Guerra do Afeganistão de 2001"; Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-afeganistao.htm. Acesso
em 30 de março de 2023.

Afeganistão: a guerra explicada em 10 pontos - 8 julho 2021, BBC Brasil.


Disponível em: https://bbc.com/portuguese/internacional-57768118.

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