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Guerra do Afeganistão

Contexto histórico:
As grandes potências europeias foram praticamente destruídas na Segunda Guerra Mundial
(1939-1945). Os Estados Unidos saíram ilesos da guerra em seus parques industriais e
começaram a abastecer o mercado mundial e a apoiar financeiramente esses países.
Assim, eles se tornaram a maior potência do mundo capitalista.
Enquanto isso, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) tornou-se a segunda
maior potência mundial, apoiando política e economicamente os países da Europa Oriental.
Desde que se proclamou uma república em 1978, estendeu sua influência a outros países
asiáticos, como o Afeganistão.
Os Estados Unidos e a União Soviética são hostis desde a década de 1950. Esse período,
em que os dois países se envolveram em disputas ideológicas, é conhecido como Guerra
Fria.
As duas potências nunca se enfrentaram diretamente nos campos de batalha, mas lutaram
entre si em diferentes partes do mundo. É neste contexto que começa a Primeira Guerra no
Afeganistão

Primeira Guerra do Afeganistão (1979 -1989)


Em 1979, a guerra civil estourou entre vários grupos no Afeganistão. Os mais importantes
eram os aliados do marxismo-leninismo e os opositores religiosos de ideologias
estrangeiras. A URSS apoiou a primeira, considerando o país uma região de influência.
Por isso, ajudou e apoiou o presidente afegão Babrak Karmal (1929-1996), invadindo o
Afeganistão em dezembro de 1979 e iniciando a Primeira Guerra no Afeganistão.
Seu objetivo era consolidar a deterioração da influência soviética e pacificar o Afeganistão
devido a uma insurgência de grupos guerrilheiros Mujahideen após uma revolta contra o
regime comunista. Assim, o confronto é também conhecido como "Invasão Soviética do
Afeganistão".
Em seguida, os Estados Unidos entraram na guerra e começaram a fornecer ajuda
econômica à oposição. Os americanos são aliados da China e de países islâmicos como o
Paquistão e a Arábia Saudita.
A União Soviética tomou grandes cidades e bases militares no Afeganistão, uma ação que
enfureceu os rebeldes.
Foi uma década de enfrentamentos sangrentos em que os Estados Unidos fomentaram o
crescimento militar de certos grupos afegãos anticomunistas. Posteriormente, os antigos
aliados se voltariam contra os americanos, na altura em que o Afeganistão passou a ser
governado pelo regime Talibã.
As relações entre os Estados Unidos e o Afeganistão foram abaladas pelo sequestro e
assassinato do embaixador dos EUA no Afeganistão.
As negociações com a União Soviética, que já eram difíceis, também foram afetadas. Os
Estados Unidos acusaram os soviéticos de serem os responsáveis pelo incidente.
Incapaz de resistir ao conflito, Mikhail Gorbachev ordenou a retirada das tropas da área em
maio de 1988. Os soviéticos perderam 15.000 pessoas no conflito.

Segunda Guerra do Afeganistão (2001 – presente)


O ataque de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos deu início a uma segunda guerra
no Afeganistão. Eles foram mortos pela Al Qaeda por ordem de Osama bin Laden, que é
apoiado pelo regime talibã.
O então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Um dos alvos do ataque foi
justamente o prédio do World Trade Center conhecido como Torres Gêmeas, símbolo do
poder econômico do país.
Em 7 de outubro de 2001, os Estados Unidos lançaram um ataque ao Afeganistão apoiado
pela OTAN, contra a vontade da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é
encontrar seu apoiador, Osama bin Laden, e acabar com o regime talibã e os campos de
treinamento de terroristas estabelecidos no Afeganistão.
Em 20 de dezembro do mesmo ano, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por
unanimidade a operação militar no Afeganistão. Deveria durar apenas seis meses e
proteger os civis dos ataques do Talibã.
Reino Unido, Canadá, França, Austrália e Alemanha anunciaram seu apoio aos EUA.
Batalhas, bombardeios, tumultos, destruição e milhares de mortes caracterizaram esse
conflito. Em maio de 2011, Osama bin Laden foi morto pelas forças americanas.
Em 2012, foi assinado um acordo estratégico entre o Presidente dos Estados Unidos e o
Presidente do Afeganistão, Barack Obama e Hamid Karzai, respectivamente.
O acordo trata de um plano de segurança que, entre outros, visa a retirada das tropas
americanas. No entanto, as nações não chegaram a um consenso em algumas partes do
acordo, tal como concessão da imunidade para os soldados americanos.
Em junho de 2011, os EUA começaram a retirar suas tropas do Afeganistão, o que se
esperava que terminasse em 2016.

Invasão soviética:
A invasão soviética começou oficialmente em 24 de dezembro de 1979, enviando cerca de
8.500 soldados diretamente para Cabul. As forças soviéticas derrubaram Hafizulla Amin do
poder, e ele também foi executado alguns dias depois. Assim, Babrak Karmal tornou-se o
novo presidente do Afeganistão.

Sobre a ocupação do Afeganistão, os historiadores apontam que, até meados de 1979, a


visão predominante da liderança soviética era de que uma agressão jamais beneficiaria a
União Soviética, argumentando-se que ele era visto como uma pessoa que perdeu o apoio
público.

Essa visão mudou quando os soviéticos se ressentiram da incapacidade do governo de


Hafizullah Amin de derrotar os rebeldes e temeram que ele se aliasse aos Estados Unidos.
Declararam a jihad (guerra santa) e lançaram uma luta que duraria a década seguinte.

Os Mujahideen usaram táticas de guerrilha para lutar contra os soviéticos e tiveram uma
vantagem estratégica significativa nas regiões montanhosas do norte do país. Os rebeldes
afegãos também receberam forte apoio dos Estados Unidos, que condenou
internacionalmente a invasão soviética do Afeganistão.

Ascensão do Talibã:
15 de agosto de 2021 foi o dia em que o Talibã recuperou o controle de Cabul, capital do
Afeganistão. A captura da cidade foi o culminar de uma operação militar orquestrada pelo
Talibã em resposta ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de retirar as
tropas do Afeganistão, encerrando uma ocupação de 20 anos.
O Talibã controlava várias províncias do Afeganistão, mas em agosto as campanhas
militares do grupo se intensificaram, com quase todas as províncias do país sendo
ocupadas em poucos dias. Não teve oposição quando as forças afegãs que defendiam a
cidade desertaram.

Em 1996, o Talibã ocupou Cabul e estabeleceu um governo no Afeganistão, designando o


país como Emirado Islâmico do Afeganistão. O governo talibã é violento e autocrático,
notório por açoitamento, amputação e execução de opositores. As mulheres, em particular,
têm sido um dos grupos mais afetados pela violência generalizada do Talibã. Não podem
trabalhar (excepto no sector da saúde) nem estudar, não podem sair à rua sozinhas, são
obrigadas a usar burca e as penas em caso de incumprimento são muito severas.

Consequências:
Em primeiro lugar, apesar das tentativas do governo de encobrir o número de mortos, o
conflito foi bastante impopular no país, principalmente por causa do grande número de
soldados mortos. O número de mortos do lado afegão foi ainda mais dramático, com cerca
de um milhão de mortos entre 1979 e 1989.

Além disso, a guerra da década de 1980 teve um impacto severo na economia soviética.
Até o final da guerra civil em 1989, estima-se que a União Soviética tenha gasto cerca de
US$ 2,6 bilhões em ajuda econômica e gastos militares. Esses custos pesaram fortemente
nas economias que passaram por crises no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

Por fim, uma séria consequência da guerra no Afeganistão foi o acúmulo de rebeldes
islâmicos, em grande parte financiados internacionalmente. Esses segmentos rebeldes
representam os ideais fundamentalistas islâmicos. Além disso, dois grandes grupos
terroristas surgiram dos Mujahideen hoje: a Al Qaeda e o Talibã.

A Guerra do Afeganistão continua até os dias de hoje.

Desde então, a ONU tem feito muito para alcançar a paz. A missão da ONU é erradicar o
terrorismo e fornecer ajuda humanitária ao povo do Afeganistão.

Atualmente, parte significativa da população morre de fome ou por falta de atendimento


médico, pois a infraestrutura do país ainda não foi restaurada.
Além do sofrimento do povo afegão, a guerra resultou em milhares de mortes, problemas
psicológicos para os soldados e bilhões de dólares gastos em compras de armas.

Motivações da invasão dos Estados Unidos:


A Guerra do Afeganistão de 2001 foi uma guerra de 20 anos que começou quando o
Afeganistão, país da Ásia Central, foi invadido por forças lideradas pelos Estados Unidos. O
conflito faz parte do que o governo dos EUA está chamando de "Guerra ao Terror", que visa
derrubar o Talibã do poder e destruir a Al-Qaeda no Afeganistão.
A invasão do Afeganistão e a própria guerra resultante foram a resposta dos EUA aos
ataques de 11 de setembro de 2001, que ceifaram quase 3.000 vidas. O ataque foi
orquestrado pela Al-Qaeda como parte de uma guerra que a organização lançou contra os
Estados Unidos.

Por 20 anos, o Afeganistão foi ocupado por forças americanas atuando como forças de
segurança, enquanto as potências ocidentais tentavam reorganizar a administração do país.
Ao longo desse período, estima-se que cerca de 3 mil soldados norte-americanos morreram
em combate.

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