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O Afeganistão é um país asiático, o seu território está localizado no centro deste continente.
Faz fronteira com o Turquemenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, China, Paquistão e Irã.
Desde a antiguidade, o Afeganistão tem sido objeto de invasões e conquistas. Isso acontece
pois este tem uma localização geográfica privilegiada, que o torna um ponto estratégico
importante para as relações comerciais e para estabelecer domínio na Ásia Central.
Situação atual
Situação atual
Uma situação "desastrosa". É desta forma que especialistas descrevem o estado do Afeganistão
atualmente, dois anos após a retomada do poder pelos talibãs. A crise econômica, social e
humanitária leva os afegãos a deixar o país em massa: 1,6 milhão de pessoas desde 2021, o
que representa 4% da população.
Atualmente é regime constituído por radicais islâmicos e por uma liderança fraca, de um
homem muçulmano. A economia afegã, já abalada por décadas de guerra, enfrenta uma crise
após sanções e o corte de bilhões de dólares de ajuda internacional desde a retomada de
poder pelo regime Talibã.
Em dois anos de regime, as afegãs foram obrigadas a voltar a utilizar o véu integral, perderam o
direito de ir à escola ou à universidade, de frequentar espaços públicos, de trabalhar no setor
público ou em ONGs, e de gerir ou frequentar salões de beleza.
INTRODUÇÃO
A Guerra do Afeganistão, marcada por complexidades históricas e geopolíticas, teve início em
2001 e teve desdobramentos significativos nas décadas seguintes. Este trabalho propõe-se a
analisar de forma abrangente os antecedentes que levaram ao conflito, explorando as
dinâmicas políticas, sociais e culturais que moldaram a região. Desde a ocupação soviética na
década de 1980, passando pela ascensão e queda do regime Taliban, até os eventos pós-11 de
setembro, será examinado como diversos fatores contribuíram para a prolongada instabilidade
no Afeganistão. O objetivo deste trabalho é proporcionar uma compreensão aprofundada dos
eventos que culminaram na Guerra do Afeganistão, destacando as complexidades das relações
internacionais, as influências dos atores regionais e as implicações globais resultantes desse
conflito.
Contextualização
No século XIX, em meados de 1813, o Afeganistão tornou-se num campo de batalha devido a
uma luta de influências ou seja , um conflito e rivalidade estratégica entre o Império Britânico e
o Império Russo pela supremacia na Ásia Central, uma vez que a expansão russa começou a
ameaçar colidir com o crescente domínio britânico. Após sofrer uma derrota significativa, a
Grã-Bretanha, que era uma superpotência na altura, transformou o Afeganistão em um
protetorado (território autônomo que é protegido diplomaticamente ou militarmente por um
Estado contra terceiros). Em 1919, o Afeganistão conquistou a sua independência dos
britânicos.
Em 1898, após nove anos de guerra e 15 mil soldados soviéticos mortos, Moscovo retira as
suas tropas, mas mantém o apoio financeiro ao regime afegão, terminando assim esta guerra.
Os Mujahidin continuaram em luta contra o governo afegão, eventualmente contribuindo para
a sua queda em 1992. Após tomar o poder, a união dos mujahidin desfez-se e começou um
período de lutas entre si.
Em 1994, formou-se o um movimento fundamentalista islâmico chamado os talibãs, pois 40 a
50 estudantes muçulmanos, insatisfeitos com o caos do país, reuniram-se com a ideia de
desarmar os bandos, acabar com os crimes e estabelecer o islamismo mais radical trazendo
expectativa de paz á população . O grupo foi crescendo, conquistou a capital Cabul e invadiu
cerca de 90% do país. Depois da queda de Cabul surgiu a Aliança do Norte liderada pelo
ministro da defesa Ahmed Shah Massoud, com o fim de unir vários grupos afegãos que para
lutarem juntos contra os Talibãs, porém estes até 2001 estiveram no poder.
Em 9 de Setembro de 2001, o líder da Aliança foi assassinado por agentes do grupo Al-Qaeda.
A Al-Qaeda, que em árabe significa “a base” é uma organização extremista islâmica fundada
por Osama bin Laden e outros líderes em 1988. Ao princípio, o foco de atuação da Al-Qaeda
tinha por objetivo expulsar as tropas russas do território do Afeganistão e durante esse período
os EUA como já referido realizavam ajuda financeira à organização, que inicialmente integrava
os mujahidin. No entanto, por várias razões, como a significativa presença militar dos EUA no
Médio Oriente, a influência cultural ocidental que ameaçava os valores islâmicos e o apoio a
governos considerados inimigos pelos extremistas islâmicos como o apoio a Israel no conflito
Israel-Palestina, Bin Laden iniciou uma campanha contra os EUA. Esta organização é conhecida
pelos seus ataques terroristas em todo o mundo e foi então reconhecida como uma
organização terrorista pelos EUA, Reino Unido, União Europeia, NATO e muitos outros países..
A organização encontrou refúgio no Afeganistão no final da década de 1990,e criou estreitas
alianças, ficando sob o governo Taliban.
Ataques 11 de setembro
No dia 11 de setembro de 2001 os EUA foram alvos de ataques terrorista. Este ataque ,como
mais tarde se provou foi proporcionado pelo grupo Al-Qaeda, liderado por Osama bin Laden
devido a toda a ira que sentiam dos EUA, pelas razoes já mencionadas. Foi uma tentativa do
grupo de enviar uma mensagem dramática e causar impacto global, para destabilizar os
Estados Unidos e provocar mudanças na sua intervenção no Médio Oriente .
Aqui podemos perceber as rotas dos 4 aviões: Dois aviões foram lançados sobre as duas torres
do World Trade Center, em Nova York, as conhecidas torres gémeas, que as destruiu ;Um avião
foi lançado sobre o Pentágono, em Washington, causando grandes danos ;O quarto avião
supostamente seria lançado sobre o Capitólio, também em Washington DC, mas caiu em um
local deserto na Pensilvânia. O saldo desse atentado terrorista foi de quase 3 mil mortos,
incluindo os 19 terroristas.
Em 21 de Setembro de 2001 George Bush, fez um ultimato aos talibãs, que formulou as
seguintes exigências:
garantir o livre acesso dos EUA aos acampamentos, a fim de verificar o seu encerramento.
Por esta altura o único pais que continuou a manter os contatos diplomáticos com o
Afeganistão foi o Paquistão.
Guerra do Afeganistão.
Os objetivos dos Estados Unidos passavam por:
Derrubar o Talibã do poder e impedir que ele apoiasse novas organizações terroristas.
Destruir a Al-Qaeda e prender suas lideranças, nomeadamente Osana Bin Laden que já
era procurado pela ONU desde 1999 devido a ataques a embaixadas dos EUA no
Quénia e na Tanzânia
Dessa forma, as forças do Talibã se desorganizaram, ficando impossível defender o país .Com o
desmantelamento do governo Talibã, lideranças importantes desse grupo e da Al-Qaeda
esconderam se nas montanhas do país ou fugiram para o seu único aliado no momento e país
vizinho o Paquistão.
Com isto em dezembro, os Estados Unidos deram início à formação de um novo governo no
Afeganistão para garantir a estabilidade por meio de novos governos democráticos., nomeando
Hamid Karzai como presidente. Além disso, a ONU autorizou o envio de forças de defesa para
sustentar o novo governo que surgia no Afeganistão, e o objetivo disso era impedir o retorno
dos Talibã. Em agosto de 2003, a NATO envolveu-se como aliança, e liderou a missão de
segurança Força Internacional de Assistência à Segurança .Uma parte das forças dos Estados
Unidos no Afeganistão operavam sob o comando da OTAN e o restante permaneceu sob
comando direto dos Estados Unidos.
O líder talibã Omar reorganizou o movimento e, no final de 2003, lançou uma insurgência
contra o governo e a ISAF contribuindo para um aumento na violência. Foram criados
pequenos campos de treinamento móveis ao longo da fronteira com o Paquistão por fugitivos
da al-Qaeda e do Talibã para treinar novos recrutas em táticas de guerra. Entretanto, o
enfraquecimento do grupo Talibã foi gradualmente superado e o grupo foi ao longo dos anos
criando grandes ataques, emboscadas e ataques suicidas contra bastantes civis.
O ano de 2009 foi ainda mais violento desde a invasão em 2001. A insurgência Talibã
intensificou os ataques em todo o território, causando grande número de mortes de civis e
forças afegãs e estrangeiras. A onda de violência no país exigiu uma revisão da estratégia da
NATO incluindo o envio de mais tropas dos países membros, bem como promover e melhorar a
formação das forças de segurança afegãs . As tropas contribuintes vinham de vários países
como quase todos os países da UE, incluindo Portugal, bem como a Coreia do Sul, Azerbaijão,
Singapura e alguns outros não membros da OTAN. O recém eleito presidente dos EUA, Barack
Obama, anunciou também em 2009 a estratégia de envio de um grande número de tropas
adicionais americanas para tentar conter a insurgência Taliban.
O presidente americano, Barack Obama, afirmou que as missões de combate das forças dos
Estados Unidos terminariam oficialmente em dezembro de 2014. Uma força residual de 9 800
soldados ficaria para atrás, para ajudar a treinar e dar suporte às tropas afegãs, além de
realizar missões pontuais de contraterrorismo contra a Al-Qaeda. Esta força ia ser
gradualmente reduzida em tamanho entre 2015 e 2016, quando apenas uma pequena tropa
ficaria para atrás para defender as embaixadas estrangeiras. A 28 de dezembro de 2014 os
Estados Unidos e a NATO oficialmente encerraram suas operações militares no Afeganistão,
depois de treze anos.
A partir de 2016, o Talibã começou a recuperar suas forças e voltou a realizar ofensivas. O
governo afegão, contando com menos apoio do Ocidente, teve dificuldades em reagir. Em abril
de 2017, o já presidente Donald Trump autorizou o envio de 5 000 fuzileiros americanos
adicionais ao território afegão para apoio contra os talibãs. O ano de 2018 seguiu a tendência
de 2017e embora os Estados Unidos tenham aumentado as intervenções aéreas no país, o
número de mortes e atentados subiu acima do esperado para o ano, especialmente na região
sul. Como podemos observar no mapa essa zona sul estava já dominada pelos Talibãs e aliados.
Em 2018, foram também iniciados as negociações de paz entre os Estados Unidos e o Taliban,
com o objetivo de buscar um acordo político que permitisse a retirada das tropas estrangeiras,
porém não foi sucedido, apenas so sendo falado novamente em dezembro de 2019. Nesse
momento, o Talibã já controlava algumas regiões do interior do Afeganistão, embora locais
importantes, como Cabul, ainda estivessem nas mãos do governo afegão, representado pelo
novo presidente Ashraf Ghani.
Nós agora vamos passar um pequeno vídeo que, pode ajudar á melhor compreensão do final
desta longa guerra, com imagens bastante alusivas.
(depois do link) A retirada dos EUA do Afeganistão em 2021 marcou o fim de uma presença
militar de duas décadas, mas também desencadeou uma série de desafios políticos,
humanitários e de segurança para o povo afegão e a comunidade internacional.