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Um dos quatro seres viventes inicia o relato dos selos (6.1) e outro dá as sete taças da ira
aos anjos, para que as derramem sobre a terra (15.7). Em resumo, a sala do trono do
capítulo 4 está no centro das imagens do livro.
A Bíblia frequentemente descreve Deus como luz (SI 18.12; 104.2;1Tm 6.16; 1Jo 1.5,7) e
três pedras translúcidas são usadas aqui para retratá-lo. Em primeiro lugar, ele é
semelhante a uma pedra de jaspe). O jaspe é uma joia opaca, geralmente de cor
avermelhada, mas, às vezes, verde, marrom, azul, amarela ou branca. Com base em
Apocalipse 21.11 ("como uma pedra preciosa, como se fosse jaspe cristalino"), ela talvez
seja uma opala ou um diamante e ela é, uma pedra que sumariza as outras joias do livro,
visto que também compõe o muro da cidade de Deus (21.18) e encabeça a lista das doze
pedras de fundação em 21.19,20, sendo especialmente associada à glória de Deus
(21.11).
Em segundo lugar, ele é descrito como (sardio, sárdio), uma pedra de cor vermelha
flamejante, muito popular no mundo antigo e possivelmente a origem do nome
"semelhante a uma esmeralda). O "arco-íris" (ipis) é um termo raro, usado somente aqui e
em 10.1 na Bíblia grega, e pode significar tanto arco-íris quanto auréola. Quase todos os
estudiosos concordam que arco-íris é o sentido pretendido aqui, porém ele tem uma
forma incomum, pois está "ao redor do trono". pois este arco-íris tem a forma de um halo
de luz circundando o trono.
Como no caso dos seres viventes (v. 8), não sabemos que tipo de seres celestiais eles
são, apenas que fazem parte da assembleia celestial. Suas "vestes brancas" significam
pureza e santidade (talvez parte de sua função sacerdotal de apresentar as orações dos
santos e de sua liderança na adoração) e as "coroas
O número "vinte e quatro" poderia ser uma referência às ordens sacerdotais, caso essa
função esteja sendo destacada aqui, ou aos patriarcas e apóstolos, caso sejam a
contraparte da igreja na terra.
cuidadosamente sua criação. Nada pode escapar da supervisão que esses seres
O ponto essencial para a compreensão delas é sua relação com o leão, o touro, o
homem e a águia. João nos diz que eles são "semelhantes a" ou que se parecem com
essas quatro criaturas. Em relação à sua "aparência", eles tinham as formas
mencionadas.
Com base em Ezequiel, é possível supor que a "aparência" esteja relacionada apenas
com o rosto, porém, isso é improvável, visto que somente o terceiro ser é descrito com
um "rosto de".
Em resumo, tudo que podemos saber, com certeza, é que eles representam as ordens
mais elevadas de seres celestiais, talvez anjos,» e dirigem a adoração e o juízo.
Desenvolvidos com base nos querubins e serafins de Ezequiel e Isaías, eles vão além
dessas figuras na sua participação na justiça divina. Uma vez mais, vemos que a sala
do trono desse capítulo, focalizada na adoração e na glória, prepara o leitor para o tema
do juízo no restante do livro.
Embora esses quatro seres transcendam a natureza, em certo sentido, como seres
celestiais (cf. 5.13), eles também representam a totalidade da ordem criada quando
estão diante de Deus.
A parte final de sua descrição, em 4.8, é composta por outros dois detalhes: suas seis
asas e seus "olhos em volta". Como já afirmado, João extrai a imagem das "seis asas"
de Isaías 6.2. No relato de Isaías, duas asas cobriam suas faces, duas, os seus pés e
duas eram usadas para voar. E se os olhos representam vigilância, as asas podem
representar velocidade.
Os "olhos em volta e por baixo" acrescentam mais detalhes à imagem de 4.6, "olhos,
na frente e atrás", que é resumida, aqui, por "em volta" (4.6 foi desenvolvido a partir de
Ez 1.18, em que os aros das rodas tinham "olhos ao redor"). O quadro dos olhos " em
volta e por baixo".
O que eles "diziam sem cessar" é o primeiro dos muitos hinos de adoração do livro. Os
hinos são estrategicamente distribuídos por todo o livro de Apocalipse para chamar a
atenção para dois pontos: a majestade e a soberania de Deus, e a adoração por parte
de seu povo, tanto no céu quanto na terra. A ênfase está no Deus que liberta e vindica
seu povo, bem como julga aqueles que praticam o mal. O louvor é a resposta adequada
dos que são objeto do seu amor onipotente. Os hinos desses dois capítulos (4.8,11;
5.9,10,12,13) expressam a unidade do Pai e do Filho. Os dois primeiros se relacionam
com Deus, os outros dois, com o Cordeiro, e o hino final se dirige a ambos. Ademais, o
coral se torna cada vez maior, começando com os quatro seres viventes e concluindo
com "todas as criaturas que estão no céu, [e] na terra" (5.13).
Nesse cântico, os quatro seres viventes lideram a adoração litúrgica (como também em
5.8,9,14) e celebram três atributos divinos: sua santidade, sua onipotência e sua
eternidade.
Resumo
Este capítulo é certamente uma das passagens mais esplêndidas da Bíblia,
desenvolvido com base nas cenas da sala do trono exaltado de Isaías 6 e de Ezequiel
1. De início, devemos observar que não há uma descrição literal de Deus, como de fato
não existe nenhuma em toda a Bíblia. Como diz João: "Ninguém jamais viu a Deus"
(1.18).
(1) Fundamentar a nossa própria adoração litúrgica com base na adoração que
oferecem os seres celestiais na sala do trono;
(3) Mostrar que o juízo de Deus (cap. 6-20) está fundamentado em sua santidade e em
sua obra redentora (cap. 4-5).
Deus é o Criador de todas as coisas e, como tal, é soberano sobre tudo. Sempre que as
pessoas escolhem adorar a criatura (como no culto ao imperador) em lugar do
Cada um desses temas é relevante para a igreja de hoje e precisa ser entendido mais
claramente pelos cristãos. A confissão de Westminster diz que a humanidade foi criada
para "glorificar a Deus e desfrutá-lo eternamente", e a adoração de nossos dias precisa
retornar ao modelo encontrado no NT, que a vê como um estilo de vida diário, não
apenas como parte do momento de culto na igreja.
Além disso, embora não tenhamos o "culto ao imperador" atualmente, enfrentamos
algo bem mais sutil e tão insidioso quanto o perigo anterior, que podemos chamar de
"culto da personalidade".
Os cultos geralmente concentram o foco na vida horizontal dos cristãos com tanta
intensidade, que a experiência de admiração na adoração a Deus, a sensação de que
estamos na presença dele, é quase sempre perdida.
A igreja como o trono de Deus e o ministro como mediador da presença divina (da
mesma maneira que os seres viventes e os anciãos o fazem neste capítulo) são um
antídoto a essa falta de adoração verdadeira. Os cristãos necessitam experimentar
Deus em seu esplendor glorioso, e poucas passagens bíblicas são mais importantes do
que esta para promover tal experiência na igreja de Cristo.