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Os Remidos no Monte Sião.

Estudo pesquisado por Ap. Euclides – Teresina/PI.

Vamos ver o que diz O TODO-PODEROSO em Isaías 66: 8. “Quem jamais ouviu tal
coisa? Quem viu coisa semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra num só dia? Ou nasce uma
nação de uma só vez? Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos.”
No terceiro mês após a saída do Egito, as doze tribos de Israel chegaram ao pé do monte
Sinai, e ali acamparam.
“Subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou e lhe disse: Assim falarás à casa
de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: Tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei
sobre asas de águia e vos cheguei a mim. Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos;
porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as
palavras que falarás aos filhos de Israel.” Êxodo 19:3-6.
A partir daí, Israel passou a saber o que é que o Senhor pretendia fazer.
Deus os tirara do Egito com um propósito especial: fazer deles um reino de sacerdotes, uma
nação santa, propriedade exclusiva de Deus entre as nações.
" Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles
as suas vestes e estejam prontos para o terceiro dia; porque no terceiro dia o Senhor, à vista de
todo o povo, descerá sobre o monte Sinai. Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: Guardai-
vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto. Mão
nenhuma tocará neste, mas será apedrejado ou flechado; quer seja animal, quer seja homem,
não viverá. Quando soar longamente a buzina, então, subirão ao monte. Moisés, tendo descido
do monte ao povo, consagrou o povo; e lavaram as suas vestes. E disse ao povo: Estai prontos ao
terceiro dia; e não vos chegueis a mulher. Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e
relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira
que todo o povo que estava no arraial se estremeceu.” Êxodo 19:10-16.
Que cena aterrorizante!
Aquele era o início do que Paulo, mais tarde, chamou de “ministério da morte e da
condenação” veja: 2 Coríntios 3: 7-9. “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras,
se revestiu de glória, a ponto de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa
da glória do seu rosto, ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do
Espírito! Porque, se o ministério da condenação foi glória, em muito maior proporção será
glorioso o ministério da justiça.). A Velha Aliança estava sendo oficializada diante dos olhos
atônitos daqueles que compunham as doze tribos de Israel.”
Depois de ditar suas leis e seus estatutos a Moisés, Deus “deu-lhe as duas tábuas do
testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” veja: Êxodo 31:18. “E, tendo acabado de
falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra,
escritas pelo dedo de Deus.”
Aquelas tábuas originais foram quebradas pelo próprio Moisés, quando flagrou, ao descer
do monte, os filhos de Israel adorando à imagem de um bezerro de ouro, veja o que diz: Êxodo
32:18-20. “Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vencedores nem alarido dos vencidos, mas
alarido dos que cantam é o que ouço. Logo que se aproximou do arraial, viu ele o bezerro e as
danças; então, acendendo-se-lhe a ira, arrojou das mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte;
e, pegando no bezerro que tinham feito, queimou-o, e o reduziu a pó, que espalhou sobre a água,
e deu de beber aos filhos de Israel.”
Deus, então, ordenou que Moisés lavrasse duas novas tábuas de pedra, veja: Êxodo 34:1.
“Então, disse o Senhor a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei
nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que quebraste.”
A quebra das primeiras tábuas, e a ordem para que Moisés lavrasse novas tábuas de pedra,
apontam para o fato de que um dia a velha aliança seria substituída por uma Nova e Superior
Aliança.
Assim como Moisés quebrou as primeiras tábuas, Israel quebraria a primeira aliança, e esta
seria substituída pela Nova Aliança feita com base no sangue de Jesus, nosso Cordeiro Pascal.
O escritor de Hebreus nos informa em Hebreus 8: 6, 9 -10 e 13.
Verso 6. “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele
também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.
Versos 9,10. Não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela
mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e
eu não atentei para eles, diz o Senhor. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel,
depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu
coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Verso 13. Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna
antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.”
A Nova Aliança não é uma reedição da antiga. Trata-se de algo realmente novo.
O escritor de Hebreus, bem como outros escritores bíblicos nos apresentam algumas das
diferenças entre elas:
Antiga Aliança.
1. Mediadores: Moisés/Anjos-Hb.3:5; Gl.3:19.
2. Sacerdócio Levítico - Hb.7:5,11.
3. Sumo-sacerdote: Arão - Hb.5:4.
4. Ministério: Morte/Condenação-2Co.3:7-9.
5. Tabernáculo feito por mãos - Hb.9:1-2.
6. Lei: Tábuas de Pedra - 2 Co.3:3.
7. Sacrifícios de Animais - Hb.10:1-4.
8. Monte Sinai - Hb.12:18-21.
9. Israel.

Nova Aliança.
1. Mediador: Jesus - Hb.12:24.
2. Sacerdócio Universal - Ap.1:6.
3. Sumo-sacerdote: Jesus - Hb.3:1; 7:26.
4. Ministério: Espírito e Justiça - 2Co.3:8-9.
5. Santuário Celestial - Hb.9:24.
6. Lei no Coração-Hb.10:16; 2 Co.3:3.
7. Sacrifício Único de Jesus - Hb.10:12.
8. Monte Sião - Hb.12:22.
9. Igreja - Novo Israel.
Cinquenta dias após a crucificação de Cristo, a Igreja estava reunida no cenáculo, como
Israel esteve reunido ao pé do Sinai, quando de repente, cumpriu-se a promessa do Pai.
O Espírito Santo veio sobre a Igreja com glória superior àquela que se manifestou no cume
do Sinai.
Naquele momento, o dedo de Deus escreveu no coração dos discípulos a Sua Eterna Lei.
Agora, o Senhor e a Igreja tornarem-se um só espírito.
Todos foram igualmente elevados ao cume do Monte Sião, para ali gozarem da presença do
Seu Deus.
Aquilo de que Israel foi privado por causa de sua obstinação, a Igreja passou a gozar: a
presença gloriosa de Deus.
Parafraseando o escritor de Hebreus, finalmente chegamos ao Monte Sião, à cidade do Deus
vivo, à Jerusalém Celestial veja: Hebreus 12:22. “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do
Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia.”
A glória manifestada no Sinai era apenas uma sombra da glória que haveria de revelar-se em
nós.
Diante de tudo o que foi dito até aqui, podemos compreender melhor a visão registrada em
Apocalipse 14, onde João afirma ter visto “o Cordeiro em pé sobre o monte, e com ele cento e
quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai.
Veja Apocalipse 14:1. “Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e
quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.”
E por que eles trazem tal marca em suas frontes?
Porque agora, eles são o Novo Israel, “a raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido?
Veja o que diz: 1 Pedro 2:9. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
O propósito inicialmente revelado a Israel ao pé do monte Sinai, agora foi transferido para o
Novo Israel.
Veja o que diz: 1 Pedro 2:10. “Vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo
de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.”
A Igreja é o único povo na terra que pode ser chamado de “propriedade exclusiva de Deus”.
João nos informa que os 144.000 representam a totalidade daqueles que foram “comprados
da terra” veja o que diz: Apocalipse 14:3. “Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos
quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e
quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.” 12 x 12 x 1000 = 144.000.
Doze é o número da redenção.
Mil representa um grandioso número.
Os doze patriarcas e as suas respectivas tribos representam o total dos redimidos sob a antiga
aliança.
Os doze apóstolos representam a totalidade dos redimidos sob a Nova Aliança.
Os cento e vinte discípulos (12 x 10 = 120) que receberam o Espírito Santo em Pentecostes
representam a totalidade da igreja de Cristo em um estado embrionário. Doze vezes doze vezes mil
é uma equação representativa, e aponta, sem dúvida alguma, para a totalidade daqueles que serão
alcançados pela ação salvífica de Deus.
“Estes”, explica o apóstolo João, “são os que não se contaminaram com mulheres, pois são
virgens” veja o que diz: Apocalipse 14:4. “São estes os que não se macularam com mulheres,
porque são castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram
redimidos dentre os homens, primícias para Deus e para o Cordeiro.”
Isso lembra a orientação que Moisés dá aos hebreus para que não tocassem em suas
mulheres durante aqueles dois dias de santificação.
Não devemos compreender isso de maneira literal, até porque, não há nada de impuro na
relação sexual entre marido e mulher.
As “mulheres” nesse texto representam as religiões pagãs ou mesmo o judaísmo apóstata
com suas variações; as filhas da Babilônia, a grande meretriz, vejamos o que diz: Apocalipse 17:5.
“Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das
Meretrizes e das Abominações da Terra.”
Ainda que muitos desses remidos tenham vindo de tais religiões, ou apostasias, tornaram-se
“novas criaturas”, pelo que são chamados de “virgens”.
Eles são “os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai.
Estes são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o
Cordeiro.
Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis” veja o que diz: Apocalipse 14:4,5.
“São estes os que não se macularam com mulheres, porque são castos. São eles os seguidores do
Cordeiro por onde quer que vá. São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para
Deus e para o Cordeiro; e não se achou mentira na sua boca; não têm mácula.”
Estes dois versículos parecem abrir mais o leque, e lançar luz sobre a identidade desses
144.000.
Eles não são um grupo especial dentre os escolhidos por Deus; não são os mártires, como
defendem alguns; nem são os santos dos últimos dias.
São simplesmente os que seguem o Cordeiro, não importando em que contexto histórico
vivam ou tenham vivido.
Eles são as primícias para Deus, o que parece concordar com Tiago que diz: Tiago 1: 18.
“Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que
primícias das suas criaturas.”

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