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24/07/2022 19:02 Cavaleiros do Apocalipse – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cavaleiros do Apocalipse
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Os Quatro Cavaleiros são


personagens descritos na terceira
visão profética do Apóstolo João no
livro bíblico de Revelação ou
Apocalipse. Os quatro cavaleiros do
apocalipse são respectivamente
peste, guerra, fome e morte, que para
os cristãos irão acontecer antes do fim
de todas as coisas.

Contexto
Os quatro Cavaleiros do Apocalipse, por Viktor Vasnetsov (1887).
Após contemplar toda a estrutura da
organização celestial de Deus, João vê em sua mão direita um
rolo (manuscrito enrolado em formato cilíndrico) com sete selos Escatologia cristã
(Apocalipse 5:1-2.) Em seguida Jesus Cristo (descrito como o
Diferenças escatológicas
Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, um cordeiro em pé,
como se tivesse sido morto) tira o rolo da mão direita daquele
que está assentado sobre o trono (Apocalipse 5:5-9). Esses
cavaleiros começam sua cavalgada por ocasião da abertura do
primeiro desses "sete selos" e a cada selo aberto um cavaleiro
aparece no total de quatro (Apocalipse 6:1-Apocalipse 7:17). Há
interpretações que associam esses eventos com os descritos nas
visões do profeta Daniel que se iniciam no final das 70 semanas
Metodologia
e cavalgam até a Grande tribulação findando no Armagedom.
O Milênio
Simbologia relacionada
Textos Bíblicos
Como em outros livros de profetas bíblicos como Isaías, Daniel e
Ezequiel aspectos da narrativa como local, tempo, quantidade, Termos chave
personagens envolvidos e referências são vistos de forma
simbólica e muitas vezes interpretados de maneira relacionada Israel & A Igreja
a outras passagens bíblicas e acontecimentos passados ou
atuais. Portal do cristianismo

O número quatro na simbologia numérica bíblica representa


quadrangulação em simetria, universalidade ou totalidade simétrica,[1] como em quatro cantos
da Terra, quatro ventos. Vemos isso também em outros textos (Apocalipse 4:6; Apocalipse 7:1-
2; Apocalipse 9:14; Apocalipse 20:8; Apocalipse 21:16), provavelmente tornando esses quatro
Cavaleiros parte de um único evento relacionado.

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Cavalos e cavaleiros: Em muitas culturas, o cavalo é


símbolo de impetuosidade e impulsividade
relacionadas com os desejos humanos, além de ser
associado com água e fogo por serem muitas vezes
incontroláveis. Também é tido como a relação com o
divino servindo de guia de almas, sendo muitas vezes
enterrados junto com seus donos. Exprime também
vigor e virilidade, por vezes simbolizando a juventude.
No contexto histórico, principalmente nos campos de
batalha, o cavalo era treinado muitas vezes para matar
soldados com suas patas ou sua boca,[2] portanto
nessa narrativa esses cavalos e seus cavaleiros
podem representar (e muitas interpretações os
descrevem assim) uma cavalgada (campanha) com
toques de guerra trazendo suas consequências por
onde passam.
As cores dos cavalos dizem muito dos respectivos
cavaleiros como:
Branco - Pureza, santidade, régio;
Albrecht Dürer - Os Quatro Cavaleiros do
Vermelho - Sangue, assassinato, guerra; Apocalipse.
Preto - Obscuridade, peste, maldição;
Amarelo - Corpo em decomposição, morte.
Seus apetrechos mostram característica a respeito do papel que desempenham ou a
consequência de sua cavalgada:

Arco e coroa - Símbolo da guerra e do poder;[3]


Espada - Principal arma dos exércitos antigos, usada como símbolo de assassinato;
Balança - No contexto denota desigualdade ou injustiça (no caso de alimento);
Jarra - Traz a peste dentro.
A Ordem em que são chamados revela uma sucessão progressiva, pois eles não são
chamados ao mesmo tempo, levando muitos a associar essa visão com acontecimentos do
início do século XX, chegando à conclusão que o final das "Setenta Semanas" seria 1914, o
primeiro cavaleiro Jesus Cristo e os outros cavaleiros sinais de sua presença.(Mateus 24:3-21)

Ver também: 1914 para as Testemunhas de Jeová, Fim dos tempos para os Meninos de Deus

Quem os chama são quatro "criaturas viventes cheias de olhos" (Apocalipse 4:6b) ou querubins
que estão "em volta do trono, em cada um dos seus lados"[4] (i.e do trono de Deus). É provável
que não se refira a um número literal, mas representa toda a classe angelical desse grupo, ou
dos que desempenham a mesma função. Cada um é descrito como tendo a cabeça, ou
aparência, distinta (Apocalipse 4:7).

…a primeira (…) semelhante a um leão - O leão é símbolo do poder e da justiça.[3] É


também associado ao atributo divino da justiça (Oseias 5:14; Oseias 11:10; Oseias 13:7-9).
Na visão profética de Ezequiel sobre o templo de Deus, ao redor do trono ele também vê
quatro querubins com quatro faces, sendo uma dessas face de leão (Ezequiel 10:14).
…segunda (…) semelhante a um novilho (ou um touro) - Símbolo de força,[3] também
representado como um atributo divino (Salmos 62:11; Isaías 40:26) e uma das faces dos
querubins vistos por Ezequiel (Ezequiel 1:10).
…terceira (…) tem rosto semelhante ao de homem - O homem dentre as criações é o
único semelhante a Deus (Gênesis 1:26) e capaz de amar ou de imitar essa qualidade
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inerente dele (I João 4:8).


…quarta (…) semelhante a uma águia voando - Dentre outras atribuições a águia é
bastante conhecida por sua excelente visão (Jó 39:29) ou como símbolo de sabedoria,
perspicácia ou discernimento.[3] Também é símbolo da sabedoria divina e uma das faces
dos querubins vistos por Ezequiel.

Como um todo esses querubins podem representar a ação ou manifestação conjunta (ou completa)
dos atributos principais de Deus, tanto que são eles que chamam os quatro cavaleiros.

Sete selos (ou sinete) e o rolo - o selo era usado como sinal de autenticidade ou garantia a
privacidade do documento levando uma marca.[5] O número sete é considerado um número
sagrado e representa inteireza[3] e o rolo (ou livro) era usado como símbolo de decreto,
pronunciação ou onde estão anotados[3] o conjunto desses símbolos denotam que esse rolo
contém uma pronunciação inteiramente autêntica de acordo com seu contexto bíblico.

Características individuais

Peste

Diz a Bíblia que ele é o mais Seguido de todos, o que remete


a Zacarias 10:3-5, onde o profeta reúne seu "rebanho" e
segue após ser "coroado", travando batalhas contra seus
inimigos (pregando). Este cavaleiro faz pensar nos partos
("Feras da terra"), cuja arma característica era o arco,
terror do mundo romano no século I (cf. Dt 7,22; Jr 15,2-4
e 50,17; Ez 34,28 e 9, 13-21)[carece de fontes ?]

“ E eu vi, e eis um cavalo branco; e o que


estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe
dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para
completar a sua vitória. ”
Observação: A palavra "arco" pode significar (em lugar do
"arco-e-flecha" representado na figura acima) um arco da
morte, fenômeno de muita representatividade simbólica,
também associado por seitas pagãs, segundo estudiosos, à
figura do Anticristo. O arco-íris, nessa esteira,
representaria a ligação da mente do homem com as forças Os quatro Cavaleiros do Apocalipse
cósmicas - as quais, de acordo com a Bíblia (Efésios 6:12), representados no Apocalipse do Lorvão,
século XII
seriam "forças espirituais da maldade".[6]

Guerra
O Cavaleiro do Cavalo Vermelho, que tem uma Grande Espada, símbolo das guerras sangrentas.
Acredita-se que o mesmo representa os flagelos, os meios pelos quais Deus castigaria e oprimiria os
adoradores da besta e do falso profeta.

“ E saiu outro, um cavalo vermelho; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da
terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande
espada. ”
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Fome

O Cavaleiro do Cavalo Negro, carrega consigo uma Balança e traz com isso, segundo uns, a justiça
(proteção aos justos), segundo outros (a maioria dos estudiosos) o colapso econômico e a fome, pois
a balança seria símbolo dos alimentos racionados e dos preços exorbitantes.

“ E eu vi, e eis um cavalo preto; e o que estava sentado nele tinha uma balança na mão.
E eu ouvi uma voz como que no meio das quatro criaturas viventes dizer: "Um litro de
trigo por um denário, e três litros de cevada por um denário; e não faças dano ao
azeite de oliveira e ao vinho. ”
A fim de comparação, é válido destacar que o denário era uma pequena moeda de prata que era a
de maior circulação no Império Romano. É geralmente aceito que no fim da República Romana e no
início do Principado, o denário correspondia ao salário diário de um trabalhador. Com um denário
era possível comprar em torno de 8 quilos de pão.

Morte

O Cavaleiro do Cavalo Baio (amarelo-esverdeado: a cor do cadáver que se decompõe), traz consigo
a morte, a privação do plano terrestre, sendo ele o último cavaleiro.

A tradição popular perpetuou a ideia de que este último animal seria uma égua esquálida e não um
cavalo. A citação do Inferno que a acompanha é, tradicionalmente, representada pelo Leviatã a
engolir as vítimas, destinadas à morte eterna.

“ Então ouvi a quarta Criatura:"Venha" e apareceu um cavalo baio, o nome do cavaleiro


era Morte e o Inferno o seguia de perto. ”
Os cavaleiros e suas cavalgaduras
Os cavaleiros e seus cavalos, tal qual são descritos na Bíblia:

Simbolismo
Cor do Simbolismo da Descrição
Cavaleiro Poder do
Cavalo cor original grega
Cavaleiro

Tem um arco
Anticristo, o
Falsa inocência/ (ou um arco- ίππος λευκός
falso Cristo,
Branco/cinza paz disfarçada. íris), uma Conquistar. (híppos leukós), o
[carece de fontes ?] a falsa
coroa e uma Cavalo Branco
religião.
máscara.
ίππος πυρρός
O sangue
Porta uma Traz a Guerra, (híppos pyrrós), o
Vermelho derramado no
espada. guerra. destruição flamejante Cavalo
campo de batalha.
vermelho
Escassez Penúria, ίππος μέλας
Escuridão, Porta uma
Preto de fome, trocas (híppos mélas), o
planícies desertas balança
alimentos injustas Cavalo Negro
Amarelo A cor do cadáver Porta um Destruir Morte, ίππος χλωρός,
que se decompõe tridente, um pela doenças θάνατος (híppos

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alfanje ou guerra, khlōrós,


uma gadanha pela fome, thánatos), o
pela peste, Cavalo verde
etc. pálido, chamado
Peste

NB: Mesmo que, muitas vezes, o cavaleiro branco seja interpretado como o Anticristo, o livro do
Apocalipse não o nomeia como tal.

Algumas interpretações
Sendo um livro profético, o Apocalipse usa de linguagem simbólica para representar diferentes
fatos. Tal fato não é diferente com relação aos quatro cavaleiros. Tal linguagem simbólica permite
grande número de interpretações [1] (http://www.ricardocosta.com/pub/liebana.htm), por
diferentes pessoas e diferentes correntes cristãs. Como principais interpretações podem ser
consideradas as seguintes, por serem as que tem maior quantidade de adeptos:

Visão temporal: Os quatro cavaleiros representariam eventos da época em que a "profecia"


teria sido escrita. O primeiro cavaleiro representaria a esperança de derrota dos romanos (e
consequentemente o término da perseguição aos cristãos) por povos vindos do oriente,
provavelmente os alanos, que eram famosos arqueiros (notar a descrição de Apocalipse 6:2,
que diz "cavaleiro com um arco"). Os demais cavaleiros indicariam a queda dos romanos. (esta
interpretação é a que tem menos adeptos religiosos, porém a mais aceita nos meios céticos).
Visão futurista: A mais comum entre os cristãos protestantes. Os quatro cavaleiros
representariam os quatro primeiros eventos do "fim do mundo". O primeiro seria um grande líder
que conquistaria grande poder e autoridade (motivo pelo qual muitos o identificam como o
AntiCristo), o segundo significaria uma "guerra mundial" entre o homem representado pelo
primeiro cavaleiro e aqueles que não aceitariam a sua dominação, o terceiro seria a "fome" ou
racionamento de alimentos, causada por estes se tornarem raros com a guerra, e o quarto seria
uma grande crise de mortalidade, como uma consequência dos cavaleiros anteriores.
Visão interpretativa: Os quatro cavaleiros representariam os períodos históricos da igreja cristã.
Onde o primeiro cavaleiro seria o "cristianismo original", que "conquistaria" grande número de
seguidores, após isto, os muitos seguidores de Cristo se separariam e começariam a brigar
("guerrear") pelo direito de interpretar os ensinos e as crenças cristãs (muitos consideram como
o período dos primeiros Concílios), o terceiro cavaleiro representaria a "fome pela Palavra de
Deus" (ver Amós 8. 11), ocasionada pelos muitos líderes que ocultariam tal ensino (muitos
considerando este período como a época da Idade Média) e o último cavaleiro seria a "morte
espiritual", causada pela propagação de falsas doutrinas e religiões que substituiriam o
verdadeiro cristianismo (muitos considerando que tal período se iniciaria com a Reforma
protestante e seguiria até o "fim dos tempos"), o que levariam as pessoas diretamente para o
"inferno" (notar a descrição deste cavaleiro de Apocalipse 6:8 que diz: "e o inferno o seguia").[7]

Referências
1. Javane, F; Bunker, D. Numerologia e o Triângulo Divino, a. [S.l.]: Pensamento. pp. 113, 117.
ISBN 85-315-0786-3
2. Chevitarese, AL; Cornelli, G. Judaismo, Cristianismo e Heleninsmo. [S.l.]: Annablume.
145 páginas. ISBN 85-7419-714-9
3. Lexikon, H (1998). Dicionário de símbolos. [S.l.]: Cultrix. pp. 22, 183, 125, 121, 193, 14. ISBN 85-
316-0129-0
4. «Apocalipse 4:6 Bíblia na Linguagem de Hoje On-line» (http://www.bibliaonline.net/bol/?acao=por
_verso&livro=66&capitulo=4&versiculo=6&versao=2&grupos=&agrupar=on&link=bol&cab=1&lan
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cavaleiros_do_Apocalipse 5/6
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g=BR). www.bibliaonline.net
5. Mallalieu, H (1999). História ilustrada das antiguidades. [S.l.]: Nobel. 339 páginas. ISBN 85-213-
1049-8
6. «HugeDomains.com - OApocalipse.com is for sale (O Apocalipse)» (http://www.oapocalipse.co
m/home/estudos/nova_era_implicacoes.html). www.oapocalipse.com
7. http://www.4tons.com/7816.doc

Bibliografia
Ammannati, Renato (2010). Rivelazione e Storia. Ermeneutica dell'Apocalisse. [S.l.]:
Transeuropa
Bass, Ralph E., Jr. (2004) Back to the Future: A Study in the Book of Revelation, Greenville,
South Carolina: Living Hope Press, ISBN 0-9759547-0-9.
Bauckham, Richard (1993). The Theology of the Book of Revelation (https://books.google.com/b
ooks?id=So0hIAMtTs0C&printsec=frontcover&dq=theology+revelation&hl=en&sa=X&ei=x8MKV
LOZK8T98QXI0ILQBA&ved=0CDMQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false). [S.l.]: Cambridge
University Press
Beale, G.K.; McDonough, Sean M. (2007). «Revelation». In: Beale, G. K.; Carson, D. A.
Commentary on the New Testament Use of the Old Testament (https://books.google.com/book
s?id=e69R5GYemBgC&pg=PA1081&dq=%22No+other+book+of+the+NT+is+as+permeated+by
+the+OT+as+is+Revelation%22&hl=en&sa=X&ei=iwMMVOvwAtP68QWqm4LYBA&ved=0CB4Q
6AEwAA#v=onepage&q=%22No%20other%20book%20of%20the%20NT%20is%20as%20per
meated%20by%20the%20OT%20as%20is%20Revelation%22&f=false). [S.l.]: Baker Academic

Ver também
Escatologia cristã
Anticristo

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