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01
APRESENTAÇÃO

“Ninguém de maneira alguma vos


engane; porque não será assim sem que
antes venha a apostasia...”
(2 Tessalonicenses 2.3)

Todo e qualquer livro possui uma divisão


didática comum. Ele se divide em início,
meio e fim. Podemos afirmar que a ideia
segue o princípio da lógica filosófica, com
suas bases em um raciocínio. Isso seria seguir
a ordem natural, em que a apresentação
do tema é seguida da sua argumentação,
que, por sua vez, se encerra em uma
conclusão (que seria o final do enredo). O
último capítulo de uma obra literária seria o
desfecho da ideia.
Se perguntássemos à Bíblia sobre o
tempo da vinda de Jesus, encontraríamos
uma série de versos (cerca de 35% do total
dos versos bíblicos), que, colocados em
ordem, formariam uma literatura completa
sobre o tema. Se desejássemos nominar
essa obra, poderíamos chamá-la de

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‘capítulos da história do governo humano
na terra’ (estudiosos definem como tempo
do governo babilônico, referindo-se ao
governo ideológico de influência de
Satanás sobre a humanidade, desde a
queda do homem). Ainda, se buscássemos
o último capítulo desse livro, encontraríamos
o capítulo que trata da ‘volta triunfal de
Jesus Cristo, vindo sobre as nuvens com
poder e grande glória. Este julgará o mundo
e estabelecerá seu Reino’. Ou seja, a volta
de Jesus é o último capítulo da história,
seguida da prisão definitiva do diabo e seus
seguidores (Apocalipse 20.10).
Contudo, se perguntássemos sobre o
capítulo que antecede a este fechamento
triunfal de Jesus, o que encontraríamos é o
que chamo de ‘o último capítulo da
humanidade’. E este seria o período de
tempo em que a humanidade chega ao
limite de seus atos de provocação a Deus.
Esse período de tempo é também definido
na Escatologia como ‘Grande Tribulação’
(curto espaço de tempo, sob o império das
trevas governando o mundo).
O último capítulo da humanidade (o
período de governo da besta e do
anticristo), é o tempo de certa autonomia

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do Maligno, em seus intentos contra a
humanidade (com o apoio da própria
humanidade). Esse tempo é precedido de
um fator importantíssimo. Podemos dizer
que o primeiro ato do último capítulo é a
apostasia da igreja de Cristo.
Este estudo que veremos, se propõe à
busca da compreensão dos fatos que se
sucederão, nesse tempo que antecede a
volta triunfal de Jesus e o estabelecimento
do seu Reino.
Observe a linha do tempo abaixo. O
espaço marcado por um círculo, diz
respeito ao tempo que dá base ao nosso
estudo.

A Grande Tribulação
A Era da Igreja /

Tempo da Humanidade

Linha do tempo Juízo Final


(Da Igreja até O Dia do Senhor)
Trono branco

4
O último capítulo da humanidade

02
VISÃO SOCIORRELIGIOSA

“O que vês escreve em livro e manda às


sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo,
Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia”
(Apocalipse 1.11)

É importante entendermos três pontos na


revelação do livro do Apocalipse de João:
(1) – João descreve tudo que vê, como vê;
(2) – João escreve a destinatárias – as sete
igrejas;
(3) – João recebe uma ordem direta de
Jesus.

Vamos fazer uma breve análise destes três


pontos e compreender a importância deles.

I. João descreve tudo o que vê, como vê.


O importante aqui é compreender o fator
limitação humana presente na revelação.
João descreve coisas espirituais como é

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capaz. E, isso limita a revelação ao nível do
profeta. A limitação humana é que
condiciona tal necessidade. A Teologia
define essa limitação como natural. Algumas
palavras gregas apontam a interferência
dessa necessidade de trazer a sublime
revelação ao nível da limitação humana,
para tornar o eterno compreensível. Vejamos
alguns termos:

(a) Antropomorfismo – Atribuir formas


humanas na revelação, como: a boca
de Deus; as mãos de Deus; Deus sentado
em um trono (a ideia de corpo
humano); entre outros.

(b) Antropopatia – Atribuir sentimentos


humanos a Deus, como: ira, cólera,
entre outros;

(c) Antropozoomorfismo – Atribuir formas


humanas e animalescas ao seres
celestiais, como: asas, chifres, figuras de
animais, entre outros.

Obs: Lembre-se, o objetivo da revelação é


apresentar elementos presentes no contexto

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terreno e humano (que estão presentes na
realidade espiritual revelada), e apresentá-los
de forma compreensível e dentro de um
contexto conhecido do homem. Para isso, os
servos do Senhor utilizarão os recursos
disponíveis, como: figuras, símbolos, tradições,
comparações, metáforas, parábolas, e o
principal, aquilo que denomino de hebraísmo.
O hebraísmo é o que se relaciona à cultura
do povo hebreu, suas tradições e costumes
(que trazem consigo há séculos). Podemos
chamar de cultura sociorreligiosa, que dará a
alguns detalhes dos textos sagrados uma
interpretação completamente dependente
do conhecimento cultural. Algo que só faz
sentido na cultura hebraica.
Em outras palavras, nós nunca teríamos a
compreensão da visão celestial dada ao
apóstolo João, na Ilha de Patmos, se ele não
nos aproximasse daquilo que viu,
comparando o sobrenatural às coisas
naturais. Se não comparasse o espiritual ao
físico e o desconhecido àquilo que
conhecemos.
Nós, simplesmente, não conseguiríamos
alcançar a revelação, caso João não
utilizasse frequentemente o ‘como’ em seus

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escritos. Comparando o que ‘viu’ ao que
‘conhecemos’.

O DESTINATÁRIO
“Escreve às igrejas”, assim determinou o
Senhor que João fizesse. Há um fator muito
importante nessa ordem, que não podemos
desprezar. O Apocalipse de João é uma carta
de Deus às Igrejas e não ao mundo (assim
como os demais livros do N.T.). Isso pode ser
visto como um propósito definido. O Deus
Eterno pretendia falar com a sua igreja.
Informá-la dos fatos. Prepará-la para o que
viria, a fim de deixá-la advertida e preparada
para o momento final. Há ainda algo mais
importante neste propósito estabelecido por
Deus. Ele quer que o seu povo esteja, de
alguma forma, preparando-se para um
evento do qual o mundo não irá participar – o
Arrebatamento.

FIGURAS & HEBRAÍSMOS


Vamos compreender algumas figuras do
hebraísmo importantes na revelação do livro
do Apocalipse:

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(A) – Os Selos. Geralmente usados com a
finalidade de dar autenticidade a um
documento, fazendo uma marca de
cera e o símbolo do anel real. Um
documento ou objeto selado
demonstrava algo ultrassecreto. Sete
selos apontam (na cultura semítica) um
Decreto Real importantíssimo. Pois, que
recebia a autenticação de sete nobres.

(B) – Os cavaleiros. Símbolos de guerra e


autorização para a batalha. Um
cavaleiro representava um grupamento
ou batalhão de soldados. Liberar um
cavaleiro era dar ordem de guerra. É
importante frisar que um cavaleiro era
responsável pela bandeira que trazia o
brasão dos grupamentos. Um
movimento de um cavaleiro de
comando e uma ‘massa humana de
guerra’ assumia posição. Logo, ele
significa ordem dada a um batalhão
para a peleja.

(C) – Os quatro seres viventes. Os quatro


seres viventes estão dentro do que
chamamos de ‘hebraísmo’ e precisa ser

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visto de duas formas: (1) O número; e (2)
Os seres. É o que a Teologia define como
tetramorfos (tetra=quatro; morf.=forma),
ou seja, quatro formas.
Aqui teremos uma tendência maior para
símbolos e figuras (embora possam ser
criaturas de Deus).
O número quatro carrega o sentido de:
(a) algo ligado à criação animal; (b) aos
pontos cardinais; (c) aos Evangelhos; (d)
aos querubins (o que concorda com
Ezequiel 1.4-25.

(D) – Os 24 anciãos. Outra vez encontramos


um número e uma identificação de
pessoas.
O número doze (12) carrega o sentido
de um ciclo completo. Seria a ideia de
que algo foi concluído. Por isso, 12 meses
e 24 horas (múltiplo de 12 determinando
‘o dia’ e ‘a noite’). O número carrega
essa mensagem, por isso também, 12
tribos de Israel; 12 apóstolos, dentre
outros.
Já a figura do ancião é de alguém de
respeito. Um sábio (moré); um rav
(mestre); shoftim (juízes).

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Como são múltiplos de doze (12), então
falamos da figura de juízes que
representam dois ciclos completos
(apontando para a igreja e Israel).
Sendo assim, há mais uma mensagem
que um grupo de pessoas.

(E) – Os chifres. Chifres vem do verbo


hebraico qeren, refere-se a brilhar. Ele
expressa a ideia de força, autoridade,
rei ou reino.

(F) – O Cordeiro. Aparece no contexto da


raiz da palavra ‘sacrifício’ (124 vezes no
A.T. e 17 vezes no N.T.). Trata-se do
animal adequado para o sacrifício de
substituição. Ou seja, aquele que
poderia morrer em lugar do homem
pecador. É a figura do Messias.

(G) – O leão. O leão acha-se mencionado


mais vezes nas Escrituras que qualquer
outro animal. A razão é a presença
ameaçadora do leão nas regiões da
Síria até a Ásia (naqueles dias). A figura
de um leão era a melhor
representatividade de ‘domínio’. Se em
alguma região encontravam uma

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alcateia, então, tinham a ideia de uma
região ‘dominada, governada,
controlada’. Um leão só morreria caso
enfrentasse grande fome. Logo, matar
um leão (ou leãozinho), era tornar-se
alguém de muita coragem. Os leões
tornaram-se emblemas de reis, rainhas,
reinos e também sinônimo de poder,
governo, autoridade (tanto para o bem
quanto para o mal).

(H) – A besta. Animal; um símbolo profético


que aponta para um misto de animais. A
besta é a soma de animais e maldade;
no contexto da profecia é a mistura de
‘poder’, ‘religião’, ‘guerra’. A besta é a
figura do governo de Satanás. De um
‘reino’ sob seu controle.

(I) – O dragão. Animal presente na


mitologia; um símbolo do mal; um
símbolo da evolução da maldade.
Aponta para o próprio diabo.

(J) – A mulher. No contexto do Apocalipse


é igreja ou Israel. Sendo ambas
comparadas à noiva. A mulher é

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símbolo da igreja pura ou impura
(prostituta ou meretriz).

13
O último capítulo da humanidade
03
OS EVENTOS APOCALÍPTICOS

“Escreve as coisas que tens visto, e as que


são, e as que depois destas hão de
acontecer”
(Apocalipse 1.19).

Outros pontos importantes são aqueles


que nos auxiliam a ter uma percepção mais
ampla dos eventos que se sucederão (ou
estarão presentes na Revelação). São eles: (1)
a identificação de ocorrências proféticas; (2)
a identificação dos ‘personagens’ e ‘agentes’
das ocorrências proféticas; (3) a identificação
geográfica dos agentes e das ocorrências.
Vamos iniciar pela identificação das
ocorrências proféticas.

I – O evento das HEPTADES

Heptades são as ocorrências que


aparecem no livro do Apocalipse em número
de SETE. São sentenças do Senhor ou

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decretos, direcionados à humanidade.
Aparecem em número de SETE, por se referir
ao próprio DEUS.
Algumas sentenças se repetem. A razão é
que se trata de sentenças sobre sentenças.
Condenação sobre condenação. Como se
um crime fosse cometido diversas vezes pelo
mesmo criminoso e coubesse sentenças
acumuladas.

As sentenças aparecem em três grupos:

1. SETE SELOS:

(A) Os Selos (significado). Geralmente


usados com a finalidade de dar
autenticidade a um documento,
fazendo uma marca de cera e o símbolo
do anel real. Um documento ou objeto
selado demonstrava algo ultrassecreto.
Sete selos apontam (na cultura semítica)
um Decreto Real importantíssimo. Pois,
que recebia a autenticação de sete
nobres.

(B) Os sete Selos correspondem a


declaração dos decretos. Seria a
autorização de um mandado legal para

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se fazer cumprir as sentenças. Os selos
são:

• Primeiro Selo: no primeiro selo, o


cavalo branco com seu cavaleiro vem
travando uma guerra (apontando
para uma guerra de motivações
espirituais);

• Segundo Selo: no segundo selo, o


cavalo vermelho com seu cavaleiro
representa as guerras que ocorrerão
nesse período. A principal função
desse cavaleiro é ‘tirar a paz’ do
mundo.

• Terceiro Selo: no terceiro selo, o


cavalo preto, com seu cavaleiro,
representa uma grande fome que
assolará a terra. Alimento escasso e
altos preços da alimentação.

• Quarto Selo: o quarto selo mostra o


cavalo amarelo com seu cavaleiro,
que representa o grande número de
mortes pelas mais diversas causas.
Principalmente, pestes.

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• Quinto Selo: no quinto selo, João vê os
mártires, que morreram em
decorrência da perseguição.

• Sexto Selo: o sexto selo mostra terríveis


desastres naturais, como: grandes
terremotos, eclipses, queda de estrelas
(seriam meteoros).

Interlúdio: entre o sexto e o sétimo selo,


João vê judeus que se converterão na
Grande Tribulação e serão selados, isto é,
protegidos por Deus durante esse período,
e também os mártires de todas as nações,
que morrerão em decorrência da
perseguição do anticristo.

• Sétimo Selo: O sétimo selo se refere à


Grande Tribulação, com os anjos
tocando sete trombetas, que
representam mais sete
acontecimentos que assolarão o
mundo.

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II. AS SETE TROMBETAS

(A) As trombetas – instrumentos que serviam


para sinalizar um evento, convidar,
despertar para guerra, anunciar uma
festa, a chegada de um nobre. O termo
mais usado na Bíblia é shophar, da raiz
shaphar, que significa beleza.

(B) As sete trombetas seriam novos decretos


de juízo divino. São elas:

• Primeira Trombeta - o primeiro anjo tocou


a sua trombeta, houve saraiva e fogo
misturado com sangue é jogado para a
Terra, queimando um terço das árvores do
planeta, e toda a erva verde é queimada
(Apocalipse 8.7).

• Segunda Trombeta - o segundo anjo


tocou a trombeta; e foi lançada no mar
uma coisa como um grande monte
ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a
terça parte do mar (Apocalipse 8.8).

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• Terceira Trombeta - o terceiro anjo tocou
a sua trombeta, e caiu do céu uma grande
estrela ardendo como uma tocha, e caiu
sobre a terça parte dos rios, e sobre as
fontes das águas (Apocalipse 8.10).

• Quarta Trombeta - o quarto anjo tocou a


sua trombeta, e foi ferida a terça parte do
sol, a terça parte da lua e a terça parte das
estrelas; para que a terça parte deles se
escurecesse, e a terça parte do dia não
brilhasse, e semelhantemente a noite
(Apocalipse 8.12).

• Quinta Trombeta - O som da quinta


trombeta é o "primeiro ai" de três (o ‘ai’ seria
uma referência a guerra espiritual).
Basicamente, demônios são libertos para
agir em diversas áreas (Apocalipse 9.1-3).

• Sexta Trombeta - O som da sexta


trombeta é o "segundo ai". E tocou o sexto
anjo a sua trombeta, e ‘quatro anjos’, que
estão presos junto ao grande rio Eufrates, e
foram soltos . A finalidade é matarem a
terça parte dos homens (Apocalipse 9.13-
18).

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• Sétima Trombeta - O som da sétima
trombeta sinaliza o "terceiro ai". Este é o som
da trombeta final. E o sétimo anjo tocou a
sua trombeta, e os reinos do mundo vieram
a ser de nosso Senhor e do seu Cristo
(Apocalipse 11.15-19).

20
O último capítulo da humanidade

04
OS EVENTOS APOCALÍPTICOS

“E os sete anjos que tinham as sete pragas


saíram do templo, vestidos de linho puro e
resplandecente, e cingidos com cintos de
ouro pelos peitos.
E um dos quatro animais deu aos sete anjos
sete taças de ouro, cheias da ira de Deus,
que vive para todo o sempre”
(Apocalipse 15.6,7)

Muitos pontos de divergência entre a


nossa posição sobre os fatos e a posição da
Bíblia já foram parcialmente apresentados.
Agora, iremos ver alguns eventos
relacionados ao período mais crítico da
história da humanidade, conhecido como: a
Grande Tribulação.
A Grande Tribulação é período mais crítico
da história, jamais visto pela humanidade.
Citado por Jesus no Evangelho de Mateus,
onde Jesus Cristo cita a realidade terrível
daquele tempo, com as frases: “porque nesse

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tempo haverá grande tribulação, como
desde o princípio do mundo até agora não
tem havido nem haverá jamais. Não tivessem
aqueles dias sido abreviados, ninguém seria
salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias
serão abreviados” (Mateus 24.21-22).
Assim percebemos que a Grande
Tribulação nunca foi vista pela humanidade,
como afirmam os preteristas (os quais dizem
que a Grande Tribulação já se cumpriu). Outra
questão a que devemos ficar atentos são as
sentenças determinadas para esse período
terrível, denominados “taças da ira de Deus”.
Algumas sentenças presentes na abertura
dos selos também estão presentes em
algumas trombetas. Podemos entender esses
fatos como sendo o Senhor aplicando
sentença sobre sentença. O mesmo ocorre na
Grande Tribulação. Encontraremos
semelhanças entre sentenças e sentenças
nesse período. No entanto, nada se compara
a outras épocas, em razão de que nesse
período o governo maligno tem total
liberdade de ação. E também, há um
acúmulo de sentenças, o que torna tais dias
incomparáveis.

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III. – As taças.

Esta é a última série das heptades. São


sete taças sendo derramadas (não
bebidas).

• O beber da taça pode ter dois


significados: Primeiro, pode simbolizar
honra. Ser convidado para uma taça
com o rei poderia ser considerado
receber honra. O segundo sentido de
taça carrega o entendimento
exatamente oposto a este. Seria
experimentar a ira do rei. As Taças
derramadas no Apocalipse dizem
respeito ao segundo sentido – a ira de
Deus.
São sentenças (assim como nas outras
heptades). Um detalhe deve ser
observado aqui: As Taças estão
destinadas apenas aos que receberam a
marca da besta. As taças são:

1. Primeira taça. Quando a primeira taça foi


derramada, chagas cruéis e malignas
irromperam nos que tinham a marca da
besta e nos que adoraram a imagem
da besta (Apocalipse 16.1-2;

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2. Segunda taça. Quando a segunda taça
foi derramada, os mares e os oceanos se
transformaram em sangue, como dos
mortos, causando a morte de tudo que
vivia no mar (Apocalipse 16.3).

3. Terceira taça. Quando a terceira taça foi


derramada, os rios e as fontes de água
potável se transformaram em sangue. Os
anjos começaram então a louvar ao Senhor
Deus, por seu julgamento, porque vingou o
sangue derramado dos santos e profetas,
dando sangue de beber aos homens
(Apocalipse 16.4-7).

4. Quarta taça. Quando a quarta taça foi


derramada, o sol queimou os homens na
terra. Os maus continuaram sem se
arrepender e blasfemaram contra Deus
(Apocalipse 16.8-9).

5. Quinta taça. Quando a quinta taça foi


derramada, uma poderosa escuridão
tomou o reino da besta. Os maus
teimosamente continuaram a blasfemar e

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não quiseram se arrepender e louvar a Deus
(Apocalipse 16.10-11).

6. Sexta taça. Quando a sexta taça foi


derramada, o grande rio Eufrates secou, o
que permitiu que os reis do oriente
pudessem atravessá-lo para se prepararem
para a batalha. Três espíritos impuros
parecidos com sapos apareceram saindo
cada um da boca do dragão, da besta e
do falso profeta. Esses espíritos demoníacos
realizaram milagres para juntar as nações
do mundo para lutar contra as forças do
bem, no Armagedom. Jesus anuncia
que sua vinda será como a de um ladrão à
noite, urgindo que seus fiéis permaneçam
alertas (Apocalipse 16.12-16).

7. Sétima taça. Quando a sétima taça foi


derramada, um terremoto global destruiu as
cidades do mundo. Todas as montanhas e
ilhas mudaram de lugar. Pedras com o peso
de um talento caíram sobre a terra. As
pragas foram tão severas que o ódio dos
maus contra Deus se intensificou e eles
continuaram a amaldiçoá-lo. Uma voz no
trono de Deus anunciou: "Está
feito!" (Apocalipse 16.17-21).

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OUTROS SIGNIFICADOS

(A) – Armagedom. É uma referência a uma


guerra que ocorrerá em Israel, em uma
região conhecida como Meguido.
Segundo o relato bíblico, os inimigos de
Israel e da igreja, em número de milhares, se
ajuntarão e vencerão Israel nessa batalha.
Nessa localidade ocorreram vários fatos
históricos de batalhas entre os servos de
Deus e os seus inimigos, ou seja, entre o bem
e o mal.
Um desses fatos históricos bem conhecidos
é a batalha ocorrida entre Elias e os
profetas de Baal, no Monte Carmelo
(localizado na região). Este ocorrido ficou
conhecido como guerra entre o bem e o
mal.

(B) – Reinos do Oriente. Entende-se como


reinos vindos do Oriente, de países hoje
conhecidos pelos nomes de: China, Irã e
Coreia. Tais países hoje são inimigos
declarados de Israel. O que também mostra
o tempo em que estamos vivendo. E, que se
aproxima o tempo da volta do Senhor.

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Segundo o livro do Apocalipse, 200 milhões
de soldados se reunirão para a batalha. Isso
significa que se ajuntarão a outros inimigos
de Israel, que estão próximos da fronteira.
Como por exemplo: Síria, Líbano, Iraque,
Turquia, Egito e outros países de fé
muçulmana ao redor de Israel.

(C) – Gogue e Magogue. Aqui nós temos dois


sentidos diferentes para estas palavras.
Gogue é uma referência é um rei de uma
localidade, na Ásia menor. Possivelmente,
refere-se à Turquia ou até mesmo à Rússia.
Magogue é uma referência ao lugar onde
o rei Gogue exerce o seu governo.

(D) – Reinos do Norte. Os reinos do norte foram


referidos na citação da guerra do
Armagedom. São eles: Turquia, Síria, Líbano,
Iraque, Egito, Etiópia, Sudão, países árabes,
até mesmo a Rússia está entre os reinos do
Norte.

(E) – Localização do centro do governo do


anticristo. Muita gente confunde a
localização do poder do anticristo. Não
deveria ser assim, uma vez que a Bíblia
deixa claro que a localização geográfica

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do Reino, também conhecido como da
besta, que será responsável por ter o seu
governante reconhecido, apontado como
o anticristo.
A referência a Roma é clara no capítulo
17.9 do Apocalipse, onde se lê: “Aqui está o
sentido, que tem sabedoria: as sete
cabeças são sete montes, nos quais a
mulher está sentada”. A enciclopédia
católica define Roma como sendo a
cidade das 7 colinas. Isso coloca Roma
como sendo a capital do Império do
anticristo, que é confirmado pelo apóstolo
João no livro da Revelação do Apocalipse.
Vale a pena lembrar que é exatamente
Roma que está na mente do profeta
quando ele escreve o Apocalipse. Isso não
é segredo, nem tampouco desconhecido
da igreja católica romana, antes eles
buscam justificativa para esse fato bíblico.

(F) – O inferno. Três termos no Antigo


Testamento acham-se traduzidos pela
palavra inferno. O mais conhecido deles é
a palavra que significa lugar vazio. Embora
seja um lugar espiritual, o inferno deve ser
considerado local de condenação. No
Novo Testamento, o inferno corresponde a

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um lugar mau, de tormento, lugar para
onde os condenados serão lançados.
Contudo, o inferno não é o lugar definitivo.
Haverá um lugar mais terrível, ainda pior
que o inferno: lugar de condenação
eterna, chamado de Lago de Fogo e
Enxofre.

(G) – O lago de fogo. O Lago de fogo é a


continuidade da punição determinada
para aqueles que desobedeceram às
ordens e aos decretos da Palavra do
Senhor. É a condenação eterna daqueles
que estão no inferno, segundo diz o
Apocalipse 20.10: “o diabo, o sedutor deles,
foi lançado para dentro do lago te fogo e
enxofre, onde já se encontram não só a
besta como também o falso profeta; e
serão atormentados de dia e de noite, pelos
séculos dos séculos”.

(H) – O paraíso. Este termo é de origem persa,


significando Jardim, um parque, um recinto.
Encontra-se somente no Novo Testamento,
como lugar de almas piedosas que partem
deste mundo.

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Observação: Tanto o paraíso como o
inferno são lugares que se encontram
nas regiões celestiais. São distantes,
separados e incomunicáveis .

(I) – A morada eterna. Morada eterna é


uma referência à habitação dos salvos,
preparada para os salvos, segundo
prometeu Jesus Cristo aos que crerem, os
quais viverão na casa do Pai, eternamente.
Daí o termo morada eterna, que se trata de
um lugar onde iremos morar para sempre.

AINDA HÁ ALGO IMPORTANTE PARA


COMPREENDERMOS. VEJAMOS:

(A) – O arrebatamento. Arrebatamento é o


momento em que, subitamente, os
crentes no Senhor Jesus que estiverem
vivos serão atraídos por Jesus Cristo e
levados para o céu. No arrebatamento,
os corpos dos vivos serão transformados
na mesma condição que se encontra
hoje o corpo de Jesus Cristo.
Acreditamos que os crentes serão
arrebatados em algum momento

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imediatamente anterior ao início do
governo do iníquo.

(B) – A ressurreição. Diz respeito à grande a


mais extraordinária demonstração do
poder do Senhor, que é trazer o morto à
vida, novamente.
Esse ato poderoso já foi demonstrado
por Deus em algumas situações
relatadas na Bíblia (Lázaro, por
exemplo). Mas, a igreja aguarda a
ressurreição de todos os salvos, que
ocorrerá após o anúncio da grande
trombeta, que convocará todos os
salvos para o encontro com Jesus.
Esse evento ocorrerá em dois momentos:
Primeiro, antes da Grande Tribulação; e
o segundo após o milênio.

(C) – A Grande Tribulação. Um período


terrível que a humanidade irá viver sob o
domínio do anticristo. A Grande
Tribulação é um tempo singular de
sofrimento e é dividido em dois
momentos (ambos com a duração de
três anos e meio). Os primeiros três anos
e meio de aparente paz e os últimos de

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Grande Tribulação propriamente, com a
declaração direta do anticristo.

(D) – O Grande Trono Branco. Diz respeito ao


momento do julgamento da
humanidade. Toda humanidade irá ser
apresentada diante do Senhor
assentado em um Grande Trono Branco.

(E) – O galardão. Diz respeito ao prêmio que


os salvos receberão por suas obras. A
Bíblia não dá detalhes do que possa vir
a ser esse prêmio. A única expectativa é
de que seja algo maravilhoso e especial.

32
O último capítulo da humanidade
05
ENCONTRANDO JESUS NO APOCALIPSE
“Quando o vi, caí aos seus pés como
morto. Então ele colocou sua mão direita
sobre mim e disse: Não tenha medo. Eu
sou o primeiro e o último”
(Apocalipse 1.17)

Iniciamos nossos estudos sobre o último


capítulo da humanidade, que trata dos
momentos anteriores ao arrebatamento da
igreja remida no sangue do Cordeiro e salva
por seu testemunho. Estamos falando do
momento mais espetacular da igreja. Do
evento mais incrível jamais experimentado
pela humanidade.
Para compreender o último capítulo da
humanidade, penso ser importante
apresentar o gráfico abaixo. Observe-o antes
de prosseguir a leitura.

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Na imagem (anterior) imaginamos uma
forma didática de apresentar o livro de
Apocalipse. É uma tarefa difícil, porém, o que
estamos fazendo é dividir o livro da Revelação
em quatro temas principais, que seriam:

01 – O Encontro da igreja com Jesus


glorificado;

02 – As reações do Inimigo;

03 – Os juízos de Deus;

04 – O triunfo do Cristo.

Acreditamos que assim apresentaremos o


Apocalipse de forma panorâmica e bem mais
direta para os assuntos que importam neste
momento.

34
Vamos ao nosso primeiro tema
ESTUDO 01:

I. “Encontrando Jesus no Apocalipse”.

Este tema é fundamental para a


compreensão do propósito do livro. Podemos
dizer que dois são os propósitos primários na
Revelação de João:

(1º) – Revelar à igreja quem é Jesus depois de


ressurreto. Quem é Jesus glorificado (o Rei).

(2º) – Revelar a autoridade que Cristo tem


sobre o Universo e que seu interesse (como
Juiz) começa pela igreja.

1. Encontro da Igreja com Jesus Glorificado


A Autoridade de Cristo.

Aqui encontramos um problema de


identificação comprometedor, que a igreja
carrega sobre Jesus – A igreja ainda considera
Jesus como ‘Servo Sofredor’, ‘o bom moço de
Nazaré’, ‘o Profeta, que não tinha
autorização para conhecer o futuro. Estava

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limitado. Isso fica claro nas palavras do próprio
Jesus (enquanto encarnado). Veja:

"Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem


os anjos no céu, nem o Filho, senão somente
o Pai”
(Marcos 13.32).

Se pegarmos este versículo e outros textos


ligados a este, chegaremos à conclusão
óbvia do texto: “Jesus Cristo não sabe a hora
da sua vinda”. Isso é um fato. Mas, interpretar
esse momento como definitivo é um erro
maior. Também é um erro clássico na
interpretação – usar um texto como base
para uma afirmação. É preciso ir além do
texto... É preciso buscar o contexto sobre a
Pessoa do Senhor. Realmente, Jesus não sabia
o dia e nem a hora de sua vinda, apenas o
Pai. Contudo, devemos fazer algumas
perguntas, como:

• Quem é o Jesus de Marcos 13.32?


• Sob quais condições ele fala?

Jesus em Marcos 13.32 é o Filho de Deus


encarnado, que abriu mão de sua condição
divina, esvaziando-se de toda interferência

36
em sua natureza humana na terra, enquanto
homem. Sendo assim, um homem apenas.
Sob as mesmas condições de cada ser
humano. É o que afirma o Senhor por meio da
revelação do Espírito Santo a Paulo, que diz:

“...mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser


servo, tornando-se semelhante aos homens.
E, sendo encontrado em forma humana,
humilhou-se a si mesmo e foi obediente até
à morte, e morte de cruz!”
(Filipenses 2.7,8).

“Sendo homem até a sua morte na cruz”,


ou seja, o Jesus que fala em Marcos 13.32 é o
Filho de Deus que abriu mão de suas
características divinas e tornou-se homem.
Logo, como homem, estava limitado. Porém,
não é este o mesmo Jesus encontrado no
Apocalipse. Alguns textos que apontam esta
mudança:

“Por isso Deus o exaltou à mais alta posição


e lhe deu o nome que está acima de todo
nome,
para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, no céu, na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que Jesus Cristo é o

37
Senhor, para a glória de Deus Pai”
(Filipenses 2.9-11)

“Vi os céus abertos e diante de mim um


cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel
e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com
justiça. Seus olhos são como chamas de
fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e
um nome que só ele conhece, e ninguém
mais. Está vestido com um manto tingido de
sangue, e o seu nome é Palavra de Deus. Os
exércitos dos céus o seguiam, vestidos de
linho fino, branco e puro, e montados em
cavalos brancos. De sua boca sai uma
espada afiada, com a qual ferirá as nações.
Ele as governará com cetro de ferro. Ele pisa
o lagar do vinho do furor da ira do Deus
Todo-poderoso. Em seu manto e em sua
coxa está escrito este nome:
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”
(Apocalipse 19.11-16).

Definitivamente, não é Jesus o ‘bom moço


de Nazaré’. Esta visão, de Jesus bem
diferente, cheio de glória e majestade,
assusta profundamente a João. E o faz cair ao
chão como morto diante da gloriosa visão. O

38
Senhor Jesus, que está no céu, é Soberano
Rei. Não mais um homem limitado. Isso é
extraordinário na visão de João.
No episódio de Sua apresentação triunfal
diante dos anciãos e todas as hostes
espirituais, deixa bem claro: Jesus reassumiu o
seu lugar de Majestade no céu!

“Então vi na mão direita daquele que está


assentado no trono um livro em forma de
rolo escrito de ambos os lados e selado com
sete selos.
Vi um anjo poderoso, proclamando em alta
voz: Quem é digno de romper os selos e de
abrir o livro?
Mas não havia ninguém, nem no céu nem
na terra nem debaixo da terra, que podia
abrir o livro, ou sequer olhar para ele.
Eu chorava muito, porque não se encontrou
ninguém que fosse digno de abrir o livro e de
olhar para ele.
Então um dos anciãos me disse: Não chore!
Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de
Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete
selos.
Então vi um Cordeiro, que parecia ter estado
morto, de pé, no centro do trono, cercado
pelos quatro seres viventes e pelos anciãos.

39
Ele tinha sete chifres e sete olhos, que são os
sete espíritos de Deus enviados a toda a
terra.
Ele se aproximou e recebeu o livro da mão
direita daquele que estava assentado no
trono.
Ao recebê-lo, os quatro seres viventes e os
vinte e quatro anciãos prostraram-se diante
do Cordeiro. Cada um deles tinha uma
harpa e taças de ouro cheias de incenso,
que são as orações dos santos;
e eles cantavam um cântico novo: Tu és
digno de receber o livro e de abrir os seus
selos, pois foste morto, e com teu sangue
compraste para Deus homens de toda tribo,
língua, povo e nação.
Tu os constituíste reino e sacerdotes para o
nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra.
Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos,
milhares de milhares e milhões de milhões.
Eles rodeavam o trono, bem como os seres
viventes e os anciãos,
e cantavam em alta voz: Digno é o Cordeiro
que foi morto de receber poder, riqueza,
sabedoria, força, honra, glória e louvor!
Depois ouvi todas as criaturas existentes no
céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e
tudo o que neles há, que diziam: Àquele que

40
está assentado no trono e ao Cordeiro sejam
o louvor, a honra, a glória e o poder, para
todo o sempre!
Os quatro seres viventes disseram: Amém, e
os anciãos prostraram-se e o adoraram”
(Apocalipse 5.1-14).
No Apocalipse, capítulo um, Jesus
surpreende a João com alguns aspectos:

1. Voz de trovão e de muitas águas;


2. Vestido como Juiz;
3. Olhos como chama de fogo;
4. Pés como latão reluzente;
5. Na boca, uma espada afiada;

Se você entende isso, então você tem o


mesmo temor de João! Jesus não é outro
senão – o Rei da Glória.

A igreja precisa ter a consciência do que


ocorre no Apocalipse, com respeito a Jesus e
sua apresentação aos seus servos. Algumas
perguntas importantes deveriam ser feitas,
como:

(1) Por que razão Jesus inicia a visão de


João com a igreja?

41
(2) Por que parece que Jesus está
sentenciando a igreja?

Vamos buscar esse entendimento.

Não há uma impressão apenas de que


Jesus sentencia a igreja. E esta é a razão pela
qual o livro do Apocalipse começa com Jesus
passeando pela igreja (em termos militares,
diríamos que Jesus passa a igreja em revista).
E, a razão é exatamente – Jesus não pode
julgar o mundo sem primeiro julgar os seus.

“Porque já é tempo que comece o


julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro
começa por nós, qual será o fim daqueles
que são desobedientes ao evangelho de
Deus?”
(1 Pedro 4.17)

O julgamento da igreja começa primeiro,


e já começou. Percebemos esse julgamento
nas palavras de Pedro em sua carta, quando
refere-se ao sofrimento e lutas da igreja, como
sendo as sentenças do Senhor aplicadas ao
seu povo.

42
“Amados, não estranheis a ardente prova
que vem sobre vós para vos tentar, como se
coisa estranha vos acontecesse”
(1 Pedro 4.12).

As provações são apontadas como


sentenças do Senhor. Jesus busca o padrão
de qualidade do céu em cada indivíduo que
se declara cristão.

2. Aspectos de Jesus nos Céus.

Já vimos que Jesus não deve ser visto como


‘o Servo Sofredor’, ‘o bom moço de Nazaré’,
ou como ‘homem’. Jesus agora está revestido
de toda sua glória. Ele é um com Deus. Ele é
Deus.

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério


da piedade: Deus se manifestou em carne,
foi justificado no Espírito, visto dos anjos,
pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória”
(1 Timóteo 3.16).

Este Jesus é bem diferente, veja:

43
(A) Suas vestes talares e um cinto à altura do
peito – Isso é referência a uma veste de
um rei ou sumo-sacerdote. Em outras
palavras – Jesus está vestido como Juiz.
A cinta à altura do peito, mostra que
seus sentimentos estão guardados. Ele
julgará com imparcialidade.

(B) Seus cabelos brancos e olhos como


chama de fogo – Mais uma vez, os
cabelos brancos falam de um Juiz (um
ancião experiente para julgar). Obs:
Alguns tribunais ainda se utilizam dessa
figura dos cabelos brancos. E, todos os
magistrados usam perucas brancas
sobre a cabeça.
Os olhos ‘como chama de fogo’, é
uma demonstração de sua
onisciência. Ele vê sob quaisquer
circunstâncias.

(C) Pés como latão reluzente – É a figura de


um juiz inabalável. Firme em suas
decisões.

(D) Voz de muitas águas – Uma referência


ao medo das suas sentenças. O que o
Senhor fala é algo que estava

44
escondido secretamente. Contudo, o
Senhor é Onisciente.

3. Cordeiro e Leão.

Duas figuras também aparecem como


referência a Jesus e precisam ser vistas: Jesus
como Cordeiro e Leão.

“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis


aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi,
que venceu, para abrir o livro e desatar os
seus sete selos.
E olhei, e eis que estava no meio do trono e
dos quatro animais viventes e entre os
anciãos um Cordeiro, como havendo sido
morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que
são os sete espíritos de Deus enviados a toda
a terra”
(Apocalipse 5.5,6).

A. Jesus é apresentado como Cordeiro,


que é o substituto perfeito, o sacrifício
aceito pelo Pai. Podemos dizer (por

45
figura), que o Cordeiro é um
apontamento para o Sumo-sacerdote.
Pois, a vida de um sacerdote é uma
entrega em sacrifício a Deus em prol de
todo povo.

B. Como Leão, Jesus é o herdeiro legítimo do


trono de Davi. O Messias, Ungido de Deus,
para exercer o governo sobre todas as
coisas, com autoridade total.

Assim, podemos concluir que Jesus que


aparece no livro do apocalipse, é bem
diferente do Jesus revelado nos Evangelhos.
Essa diferença encontrada entre o evangelho
de Jesus que o apresenta como sendo um
homem limitado, é a causa da dificuldade
que temos sem perceber que o senhor não
mais está naquela condição encontrada nos
evangelhos.

Esse erro a igreja vem carregando ao longo


dos séculos. Fazendo com que nossa visão de
Jesus (diferente da realidade), é a causa da
igreja viver um imaginário diferente do que
deveria compreender sobre a posição real de
Jesus hoje.

46
O último capítulo da humanidade

Você sabe com quem está falando?

“E, chegando Jesus às partes de Cesareia de


Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo:
Quem dizem os homens ser o Filho do
homem?
E eles disseram: Uns, João o Batista; outros,
Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu
sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-
aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to
não revelou a carne e o sangue, mas meu
Pai, que está nos céus”
(Mateus 16.13-17).

Uma das frases mais comuns entres os


prepotentes e poderosos é esta: “Você sabe
com quem está falando?” As pessoas que

47
usam esta frase querem intimidar com sua
posição social, com seu ‘poder’ na
sociedade.
Mas, este não é o caso da pessoa de
Jesus. Contudo, havia um interesse de Jesus
em saber o que os homens pensavam dele.
Porque isso é, de fato, importante.
Oportunidades se perdem quando não
sabemos com quem estamos falando. E Jesus
quer que saibamos com quem estamos
falando, quando o assunto é Ele.
A resposta dos discípulos deixou bem claro
que as pessoas têm uma variedade de
opiniões sobre Jesus. Esse erro persiste até os
nossos dias. Vejamos o grau de compreensão
sobre quem era Jesus, na imaginação das
pessoas, e quem é o Senhor Jesus Cristo de
fato.
Veja como há uma compreensão
multifacetada a respeito de Jesus:

(a) Alguns viam Jesus como Jeremias – Isso


significa que ‘uma pequena parcela’
via Jesus um sofredor incompreendido.
Porque este era o perfil de Jeremias.

(b) Outros viam Jesus como João Batista –


Ou seja, uma pessoa ousada, que era

48
um verdadeiro servo. Suas palavras
eram diretas. Suas profecias eram
verdadeiras. Assim é que alguns viam a
Jesus.

(c) Outros viam Jesus como Elias. O profeta


poderoso, cheio de autoridade do
Espírito Santo. E Jesus tinha as
características de Elias.

(d) Outros, ainda, viam Jesus como ‘um


profeta’.

Muitas pessoas têm uma opinião sobre


Jesus. Mas, Pedro, que assertivamente, disse
que Jesus é o FILHO DE DEUS. Não tinha uma
opinião sobre Jesus. Pedro teve uma
experiência com Jesus. Isso muda tudo! A
visão correta de Jesus só é dada aos que têm
uma experiência com Ele.
Esta visão distorcida acompanha muitos
cristãos (como já dissemos).
Quero citar dois personagens bíblicos para
mostrar a importância de conhecer a Jesus.
O primeiro é o apóstolo da coragem e fé –
Paulo. Que escreveu: “Por isso estou sofrendo
estas coisas; todavia, não me envergonho,
porque sei EM QUEM TENHO CRIDO E ESTOU

49
CERTO QUE É PODEROSO PARA GUARDAR O
MEU DEPÓSITO ATÉ AQUELE DIA” (2 Timóteo
1.12)

O segundo é o exemplo de fé e paciência –


Jó, que disse: “Eu bem sei que podes fazer
todas as coisas; e que nenhum dos teus planos
pode ser frustrado” (Jó 42.2)

A visão correta de Jesus acrescenta fé,


esperança e isso transforma tudo.

50
O último capítulo da humanidade

06
SEGUNDO ESTUDO
AS SENTENÇAS DE DEUS

“E, havendo o Cordeiro aberto um dos


selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais,
que dizia como em voz de trovão: Vem, e
vê”
(Apocalipse 6.1).

Já vimos, em nosso primeiro estudo, que


a igreja precisa rever sua ideia sobre Jesus,
o Filho de Deus. Nossa imagem deturpada,
distorcida e embaçada sobre a autoridade
e o poder de Jesus pode ser a causa de
tantos erros doutrinários, quanto figurativos
de Jesus. É preciso corrigir o foco, colocar
colírio em nossos olhos (como diz o Senhor à
igreja de Laodiceia - Apocalipse 3.18).
Vimos como essa nova postura é
fundamental para um viver seguro, na
verdadeira esperança.

51
Neste segundo estudo, buscaremos
perceber o propósito do livro da Revelação,
dada a João em Patmos. O livro do
Apocalipse ultrapassa os limites de uma
informação sobre os últimos
acontecimentos.
Podemos dizer que o Apocalipse
carrega uma série de propósitos. Dentre os
principais, seria: (1) Apresentar a urgência
da igreja em se preparar, mantendo-a
alerta; (2) Apresentar os juízos de Deus para
a humanidade desobediente; (3)
Apresentar as características do Inimigo e
revelar o destino dos homens.
A urgência da igreja tomar
conhecimento dos fatos é prepará-la para
aquele terrível dia. Mas, o Senhor busca
revelar o seu próprio sentimento sobre a
humanidade pecadora. Deus está
indignado com toda a situação que a
humanidade resolve assumir diante de todo
Juízo que Ele prometeu. A indignação do
Senhor vem sobre todos: crentes e
descrentes. Não são apenas os ímpios que
geram indignação no Senhor, mas, todos
aqueles que, cientes do Juízo de Deus,
ignoram a sua Palavra. E os cristãos estão
presentes entre esses. Na realidade, a

52
apostasia é o sinal mais evidente dessa
negativa diante das palavras do Senhor
Deus. Nisso os crentes têm culpa. Ignoram,
juntamente com os ímpios, toda revelação,
todos os fatos que estão diante dos nossos
olhos.
O que podemos dizer sobre as
sentenças que o Senhor decretou sobre a
humanidade? Primeiro, que são justas.
Nenhum só juízo do Senhor pode ser
considerado injusto. Porque o homem se
tornou culpado de todos eles, com seu
comportamento indigno, ímpio,
desaprovado, irreconciliável, cheio de
malícia. Então, os desígnios de Deus são
justos. Não podem ser questionados por
nenhum homem. Nem mesmo um cristão,
que é culpado de tudo o que tem feito e de
todos os juízos que o Senhor impetrou sobre
eles.

I. Sentenças sobre sentenças

É assim que devemos analisar o evento


das héptades (citações de 7 que
aparecem no livro do Apocalipse). O
número fala por si, pois o número 7 é uma

53
referência à perfeição. A ação perfeita de
Deus. A perfeição das decisões divinas. Sete
é o número de Deus. Se encontramos o 7
nas sentenças de Deus, então podemos
dizer que essas sentenças são divinas e
perfeitas. Foram medidas pelo Senhor;
foram medidas justas e equilibradas. Não
são como as decisões da justiça humana,
sujeitas a erros, falhas e enganos. A justiça
de Deus é perfeita. Sendo assim, os seus
decretos, apresentados aqui, são perfeitos,
por isso aparecem em número de sete.
Outra coisa deve ficar clara: é que se
trata de sentenças sobre sentenças.
Quando nós lemos sobre os selos, o toque
das trombetas, as taças derramadas da ira
do Senhor, devemos imaginar que o Senhor
está impetrando sentenças sobre sentenças
aos que cometeram o crime do pecado.
Contra Satanás e os seus demônios,
agentes malignos, e quanto aos homens
que seguiram o seu intento. Deus está
colocando sentenças e depois novas
sentenças sobre esses homens que
desobedeceram às leis do Senhor, e não
deram crédito. Antes, desprezaram o
Senhor e suas ordens.

54
As sentenças aparecem em três grupos
distintos: os selos, as trombetas e as taças.
Poderíamos dizer que são três níveis
diferentes de juízo. Ainda que encontremos
paralelos (semelhanças entre as
sentenças), na realidade, são níveis
diferentes de sentenças novas para crimes
novos e repetitivos da humanidade e do
Inimigo. Da humanidade, porque ela segue
os desígnios do Inimigo, desobedecendo os
decretos de Deus. Do Inimigo, porque este
ainda é o manipulador de toda a raça
humana, fazendo com que esta
humanidade esteja sempre submissa às
suas mentiras e aos seus enganos, como foi
no passado, nos dias de Adão e Eva.
O Inimigo não mudou suas estratégias.
Mudou apenas a sua forma de operar.
Sofisticou suas ações. Mas, o Apocalipse o
identifica como ‘a antiga serpente’ ou seja:
o Dragão evoluiu, mas, ainda é a mesma
criatura que encontramos no começo da
história da humanidade. O sedutor sagaz. O
enganador nato. O pai da mentira.

55
II. COMO COMPREENDER O TEMPO
E AS SENTENÇAS.

Podemos dizer que as sentenças


apresentadas nos selos, nas trombetas e nas
taças seguem, de alguma forma, a lógica
que encontramos no sermão escatológico
de Jesus Cristo, no Evangelho de Mateus
capítulo 24, onde o Senhor apresenta uma
evolução dos acontecimentos.
Basicamente, são três: a primeira parte o
Senhor chama ‘dia’ - ainda não é o fim; a
segunda parte o Senhor define como
‘princípio das dores’; e, na terceira parte,
diz: ‘então virá o fim’. Essas três partes, de
alguma forma, se encontram em paralelo
com o Apocalipse. Porque podemos
perceber uma evolução das sentenças do
Senhor, no Evangelho de Mateus, bem
como no livro do Apocalipse.
Outra coisa importante é percebermos
que o Apocalipse tem dois propósitos:
primeiro, o relato dos fatos e sentenças do
Senhor Deus sobre a humanidade; o
segundo, uma preocupação de Deus em
mostrar a proximidade do tempo. Isso tem
uma explicação, que se encontra no

56
Evangelho de Mateus 24.3. Refiro-me à
pergunta dos apóstolos: “Dize-nos quando
sucederão estas coisas e que sinal haverá
da tua vinda e da consumação dos
séculos.”
Esta é a grande questão da
humanidade: o ‘quando’. Podemos
observar que a pergunta dos discípulos tem
três pontos em uma só questão: (1) quando
sucederão estas coisas? (2) qual o sinal da
tua vinda? (3) quando da consumação dos
séculos? Podemos observar claramente
que o Senhor busca dar uma resposta a
todas as questões. Assim também no
Apocalipse nós encontramos o Senhor
buscando apresentar os fatos e a
proximidade do tempo. Logo, o que o
Senhor pretende é alertar sobre os sinais
que estão acontecendo, falar dos selos ou
trombetas, e que devemos ficar atentos a
tudo que o Senhor está fazendo, sempre
percebendo a proximidade do tempo,
devido a cada sinal que se realiza. E hoje
podemos dizer algo muito sério de todos os
sinais dados para a volta do Senhor Jesus
Cristo: não devemos pensar que demore
muito. Apenas os sinais que dizem respeito
aos acontecimentos da Grande Tribulação

57
estão sendo aguardados. Isso representa
um percentual bem baixo diante de tudo
que já foi realizado. Algo em torno de
apenas 1% (um por cento) do total das
profecias apresentadas nas Escrituras. Ou
seja, a humanidade já andou um longo
caminho de 99% (noventa e nove por
cento) de sinais cumpridos. O Senhor Jesus
está às portas. Em breve virão os sinais que
faltam para a vinda de Jesus Cristo.

Dentro dessa linha de tempo, é


importante compreender que os selos vão
sendo abertos, e não há uma ordem
cronológica sequencial. Ou seja, selos
podem estar sendo abertos, enquanto
trombetas sendo tocadas.
Outra coisa importante a perceber,
nessa estrutura profética do livro do
Apocalipse, é que tanto os selos quanto as
trombetas são sentenças que vão
acompanhar a humanidade por muitos
anos, talvez séculos. Vale a pena colocar
aqui um exemplo: os primeiros quatro selos,
trazendo os quatro cavaleiros, se cumprem
há pelo menos vinte séculos. Muitos talvez
nunca imaginaram tal coisa. Mas, o que
iremos ver é exatamente essa sobreposição

58
de selos e trombetas. Por essa razão, temos
sempre a sensação de que os atos de
justiça de Deus se repetem, tanto nos selos
quanto nas trombetas. Porque, na
realidade, estamos vendo sentença sobre
sentença.

III. COMPREENDENDO OS SINAIS

É muito importante compreendermos os


sinais propriamente ditos. Porque eles às
vezes são ignorados por estudiosos da
Bíblia. Os primeiros sinais, que deveriam ser
observados por todos nós, são aqueles que
aparecem no primeiro capítulo do livro do
Apocalipse: “o Senhor passeia pela igreja.”
Este é o primeiro sinal para Sua vinda. Ele
julgará toda a terra; porém, não antes te
julgar a própria igreja. E isso é um sinal que
estamos vendo na igreja atualmente. O
esfriamento dos crentes, o abandono da fé,
o distanciamento do Senhor – são sinais que
não deveríamos ignorar!

Os outros grupos de sinais aparecem nos


selos, primeiramente. Refiro-me, em

59
especial, aos cavaleiros dos quatro
primeiros selos. Eles são muito importantes.
Porque não falam apenas de quatro
cavaleiros, mas falam de quatro líderes. Isso
mesmo! Os cavaleiros do Apocalipse não
passam com suas maldições, mas
inauguram uma era de suas maldições. Isso
diz respeito ao significado de um cavaleiro
em uma batalha dos dias antigos (iremos
explicar isso nas palestras).
Os outros três selos vão ser os
preparatórios, e vão falar de
acontecimentos para preparar as
trombetas (é bom lembrar que a igreja –
segundo nos consta – ainda não foi
arrebatada, mas, permanece aqui na terra,
aguardando a volta do Senhor. Isso significa
que a igreja estará vivenciando os
cavaleiros, os selos e algumas trombetas).
Isso parece trágico, não é?
O quinto selo (Apocalipse 6.9) fala do
clamor dos que estão debaixo do trono do
Senhor, aguardando o Dia do Juízo do
Senhor sobre todos os homens.
O sexto selo aparece com o Senhor
visitando a terra com terremotos e vento
forte abalando os montes.

60
Quero lembrar que tudo que citamos
até agora e está no Evangelho de Mateus
24.14 e Apocalipse 6.17 parece ter seu
cumprimento em nossos dias.
Agora, iremos encontrar um interlúdio,
ou seja, um período de intervalo que o
Senhor permite sobre a terra, para selar os
seus eleitos entre o povo de Israel. Fique
claro que o Senhor está separando entre o
povo de Israel (aqui não diz respeito à igreja
do Senhor Jesus). Logo depois desse
interlúdio, do Senhor marcar os seus eleitos
em Israel, encontraremos o Senhor abrindo
o sétimo selo, e tocando a primeira
Trombeta.
Então, iremos nos preparar para
compreender melhor as trombetas. Já
vimos que as trombetas são referência a
comandos para guerra. Logo, quando
falamos de trombetas, estamos falando de
guerras contra Deus, de batalhas, do
Senhor Deus anunciando a sua ira em forma
de batalhas terríveis contra a humanidade.
Do capítulo oito do Apocalipse até o
capítulo onze, no versículo dezenove, nós
vamos encontrar as trombetas sendo
tocadas. Mais uma vez, vale a pena
lembrar que as trombetas estão sendo

61
tocadas, enquanto ainda encontramos
sinais de alguns selos que já foram abertos.
É como se estivessem sobrepostos (uns
sobre outros).
Uma informação importantíssima sobre as
trombetas. No evento das trombetas (mais
exatamente a sexta trombeta), nós vamos
encontrar o Senhor mandando medir os
santos, que, no livro de Apocalipse,
aparecem como as duas testemunhas. As
duas testemunhas são, na realidade, a
igreja que não passa nas medidas da
santidade estabelecidas pelo Senhor,
quando este resolve medir os seus santos e
saber se estão aptos para o céu. Não os
achando aptos para o céu, o Senhor,
então, os mantém como testemunhas, que
ficarão aqui na terra durante o governo do
anticristo, para testemunhar do Senhor,
Deus dos exércitos.
Já o evento das taças destina-se
especificamente para o período da
Grande Tribulação. Ainda que possamos
encontrar algum paralelo entre eles, ou
alguma semelhança com as trombetas ou
selos, as taças são claramente
determinadas para aquele período
chamado de Grande Tribulação, que

62
durará sete anos. Segundo a interpretação
do livro de Daniel (a 70a e última semana).

IV. OS EVENTOS APÓS A GRANDE


TRIBULAÇÃO

Não podemos nos esquecer que haverá


eventos também após a Grande
Tribulação. Esses eventos também servirão
como sinais para aqueles que estiverem
vivos, porque o Senhor espera que haja
salvação durante aquele período.
Os eventos após a Grande Tribulação
também receberão forte atuação do Senhor
nosso Deus. A partir do momento em que se
estabelece sua vingança sobre os seguidores
da besta, do anticristo e do próprio Satanás.
A guerra do Armagedom demonstrará a
ira do Inimigo contra Israel, mas também
revelará o amor de Deus pelo seu povo.
Daquele momento em diante, inaugura-se
um período de tempo de eventos poderosos
do Senhor contra o Inimigo. Tais eventos são
citados em todo o Velho Testamento e no
Novo Testamento, com frases que destacam
os atos poderosos de Deus e sua ira contra o
Inimigo.

63
Alguns exemplos aparecem em frases,
como: “O Grande Dia do Senhor” (Joel 2.31);
“O dia da visitação” (1 Pedro 2.12); “O dia do
Senhor Jesus” (2 Coríntios 1.14); “O dia do Juízo
(1 João 4.17); “Dia da vingança do nosso
Deus” (Isaías 61.2); Outras passagens
simplesmente se referem a esse tempo como
"o dia", "naquele dia" ou "o dia de Deus".

O primeiro evento: Cristo vence a besta e


o falso profeta.

Esse evento está registrado no Apocalipse


19.11-21,
onde encontramos o Senhor Jesus sendo visto
como um Cavaleiro, que se chama “Fiel e
Verdadeiro”. A descrição desse Cavaleiro se
assemelha à aparição de Jesus no início do
livro do Apocalipse. Ele tem “os olhos como
chama de fogo; na sua cabeça, há muitos
diademas; tem um Nome escrito, que
ninguém conhece, senão ele mesmo. Está
vestido com um manto tinto de sangue o seu
nome se chama o Verbo de Deus” (versículos
12-13).

64
Alguns detalhes do capítulo 19 chamam
nossa atenção para o fato de que Jesus vem
inaugurar um tempo final para Satanás e seus
seguidores. Como se pode ler nos versos 14-16:
“e seguiam-no os exércitos que há no céu,
montando cavalos brancos, com vestiduras
de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua
boca uma espada afiada, para com ela ferir
as ações; e ele mesmo as regerá com cetro
de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso.
Tem no seu manto e na sua coxa um nome
inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS
SENHORES”.
O Senhor vem para aprisionar Satanás por
mil anos e assim governar por esse período
sobre a terra. Chamamos esse período de
milênio (Que é uma referência ao governo de
Jesus sobre a terra durante mil anos). Nesse
período de tempo a besta e o falso profeta
são aprisionados. Os restantes dos seguidores
da besta serão mortos com ‘a espada que sai
da boca’ do Rei Jesus.

65
O segundo evento: Satanás é solto e
derrotado.

Ao fim do milênio (período de mil anos),


Satanás será solto de sua prisão (Apocalipse
20.7). E, conforme afirmação bíblica, irá
seduzir ainda os povos e nações. Agora, para
uma batalha a ser travada ‘no vale de Josafá’
(perímetro que cerca a Jerusalém antiga). O
Senhor não dará trégua ao Inimigo, e destruirá
seus exércitos ali mesmo, ‘com fogo do céu’.

O terceiro evento: O lago de fogo

Este é o evento final para o Inimigo, que


marcará a vitória triunfal de Jesus sobre seus
inimigos – “O Lago de fogo e enxofre”.
É preciso explicar algo que compõe a
expectativa escatológica nesse ponto. É o
denominado ‘estado intermediário’. O que
seria? O estado intermediário é o período de
tempo que compreende a morte física até a
ressurreição (ou seja, o período em que os
salvos que morreram ainda esperam). Nesse
período, os salvos aguardam o “Dia do
Senhor” no lugar chamado por Jesus de
“paraíso” e os ímpios no “inferno” (hades). O

66
lago de fogo e enxofre é a afirmação de que
‘o que era, para os perdidos, um estado
intermediário, tornou-se um estado eterno’ – é
a referida ‘segunda morte’. Esse evento é
terrível, pois é o chamado ‘Juízo Final”, ou
seja, que não cabe recursos. É definitivo.
O que vem depois é o estado eterno –
definitivo. Os salvos estarão eternamente sob
o governo do Senhor; e os não salvos sob
eterna condenação.
O último capítulo da humanidade

67
07
AS AÇÕES DO INIMIGO

“Ai da terra e do mar, pois o diabo desce


até vós, cheio de grande cólera, sabendo
que pouco tempo lhe resta”
(Apocalipse 12.12b).

Este é um capítulo importante de nosso


estudo. Ele mostra bem como podemos
compreender tudo que ocorre bem debaixo
do nosso nariz, e que não percebemos. É
importante citar que as ações do Inimigo são
constantes e reais. O diabo não descansa e
nem dá tréguas entre suas investidas.
Para um propósito didático, iremos propor
a seguinte divisão nas ações do Inimigo:
(1) – suas ações antes da queda;
(2) – suas ações após a queda;
(3) – suas ações durante a Grande
Tribulação;
(4) – suas ações após o milênio.

68
(1) – As ações do diabo antes da queda.

Podemos compreender que o diabo nunca


mudou. Seu coração e intentos são maus.
Suas intenções são malignas. Seus propósitos
destrutivos. Mas, ele não foi criado assim. Em
algum momento, isso foi achado nele. É como
afirmar que o diabo gerou malignidade, deu
forma ao mal. Como afirma o texto do
profeta: “15 Perfeito eras nos teus caminhos,
desde o dia em que foste criado, até que se
achou iniquidade em ti. 16 Na multiplicação
do teu comércio, se encheu o teu interior de
violência, e pecaste...” (Ezequiel 28.15-16).
As ações do inimigo, antes de sua queda,
podem ser assim descritas:
a. Ele buscou alianças contra Deus entre
os anjos;
b. Ele promoveu uma rebelião contra o
Senhor;

Estes dois pontos são apresentados nas


profecias de Isaías e Ezequiel. Vejamos:

a. Ele busca alianças contra Deus.


Podemos encontrar essa busca de
alianças na palavra utilizada pelo profeta

69
Ezequiel: “comércio” (Satanás ofertou
algo para seduzir anjos a segui-lo).

“15 Perfeito
eras nos teus caminhos, desde o
dia em que foste criado, até que se achou
iniquidade em ti. 16 Na multiplicação do teu
comércio... 17 Elevou-se o teu coração por
causa da tua formosura, corrompeste a tua
sabedoria por causa do teu resplendor...”
(Ezequiel 28.15-17)

b. Ele promoveu uma rebelião contra o


Senhor. As palavras do profeta Isaías
deixam isso bem claro. O poder presente
na natureza de Satanás, quando da sua
criação, elevou seu coração ao ponto de
acreditar ser possível derrotar o Senhor. E,
assim tentou fazê-lo.

“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao


céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o
meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, aos lados do Norte.
Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei
semelhante ao Altíssimo.
(Isaías 14.13,14)

70
(1) – AS AÇÕES DO DIABO APÓS A QUEDA.

É bom saber que o Senhor não nos deixou


alienados, quanto a estas informações tão
preciosas. Antes, deixou-nos detalhes das
principais ações do Inimigo. E, algo
importante: o princípio que rege suas ações.
Saber as motivações do Maligno é estar um
passo à frente para nos defender de suas
investidas.
O que o diabo faz após sua queda
(perdendo seu reino mineral e seu poder,
sendo colocado como alguém humilhado
diante de todos os seres celestiais), é voltar
todo seu ódio contra o homem. Na mente
maligna do Inimigo, o homem é uma espécie
de ‘corresponsável’ por ele (Lúcifer), ter
perdido sua posição honrosa. Seu olhar se
volta para a destruição completa da
humanidade.
Podemos dizer que todas as ações que
identificamos como sendo do Inimigo, só
conhecemos porque as experimentamos. E,
porque são ações que aparecem todo
tempo, por toda parte, em todas as épocas.

71
Os atos do Maligno aparecem definidos
como: (1) Atos diretos de engano e da
maldade; (2) atos indiretos, onde o próprio
homem se faz refém de si mesmo. Em ambos
os casos, podemos classificar tais atitudes
como ações do ‘espírito do anticristo’. O que
a humanidade pratica, desde a queda do
homem, sob influência do Inimigo, é resultante
do entendimento manipulado pela
consciência de Satanás. Sua ira é plantada
no coração.
A manipulação de Satanás, na consciência
do homem, transforma esse homem. Essa
influência carrega ideais, valores, princípios,
naturalmente, contrários aos da Bíblia. A isto
chamamos de ‘espírito do anticristo’. Ou seja,
há uma série de ações promovidas pelo
homem sob essa ideologia contra Cristo – o
que está sendo manipulado para esse
propósito. Sobre essa presença invisível, mas
manipuladora e real, é que a Bíblia diz:

“Sabemos que somos de Deus e que o


mundo todo está sob o poder do Maligno”
(1 João 5.19).

72
Ainda:

“Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo


espírito que confessa que Jesus Cristo veio
em carne é de Deus; e todo espírito que não
confessa a Jesus não é de Deus; pelo
contrário, este é o espírito do anticristo, do
qual já ouvistes que vem, e, presentemente,
já está no mundo. Filhinhos, vós sois de Deus,
e tendes vencido os falsos profetas, porque
maior é aquele que está em vós do que
aquele está no mundo. Do mundo são, por
isso falam do mundo, e o mundo os ouve”
(1 João 4.2-5).

Por vezes essa ideologia torna-se uma ação


concreta, em forma de guerras, torturas,
perseguição social, barreiras políticas etc.
Como afirma as Escrituras:

“Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de


nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa
reunião com ele,
que não vos movais facilmente do vosso
entendimento, nem vos perturbeis, quer por
espírito, quer por palavra, quer por epístola,
como de nós, como se o dia de Cristo

73
estivesse já perto.
Ninguém de maneira alguma vos engane;
porque não será assim sem que antes venha
a apostasia, e se manifeste o homem do
pecado, o filho da perdição,
o qual se opõe, e se levanta contra tudo o
que se chama Deus, ou se adora; de sorte
que se assentará, como Deus, no templo de
Deus, querendo parecer Deus. Não vos
lembrais de que estas coisas vos dizia
quando ainda estava convosco?”
(2 Tessalonicenses 2.1-5)

Tendo a consciência das ações do Inimigo


depois da queda (vindo depois a tentação
de Adão e Eva e prossegue visando o
convencimento do mundo para a aceitação
do anticristo) fica fácil compreender que
qualquer ação contra o evangelho procede
do diabo.

(2) – AS AÇÕES DO DIABO NA GRANDE


TRIBULAÇÃO.

Acredito que as ações do Inimigo, depois de


sua queda, são muito mais reações do que
propriamente ações. Não consigo ver o

74
Inimigo tomando a iniciativa das coisas. Antes,
o vejo reagindo diante de todas as ações de
Deus e dos homens em relação à obra do
Senhor, que as suas próprias ações.
Isso fica ainda muito mais claro na Grande
Tribulação. O que vemos o tempo inteiro é o
Senhor dando autorização ao diabo e aos
seus anjos para poderem agir. Nunca
devemos entender que o Inimigo está
tomando a iniciativa e que Deus está
reagindo a elas. Quem está no comando é o
Senhor Deus, e não o diabo. Deus é quem
determina todas as coisas desde a queda do
Inimigo. E será assim pra sempre.
Os selos, as trombetas e as taças são ações
de Deus, e não do diabo. O que podemos ver,
de fato, são suas reações diante de tudo que
o Senhor faz. E por que ele reagiria? Porque é
tudo que lhe resta. Ele sabe que pouco tempo
ele tem para colocar em prática os seus
propósitos. Então, ele reage a cada atitude
do Senhor, provocando o homem ao
pecado, para que o Senhor novamente
venha a enviar novas pragas, novo juízo. É
Satanás induzindo o homem ao pecado. É o
diabo provocando homem, tomando a
iniciativa para a queda desse homem.

75
Quais seriam as principais reações do
Inimigo durante a Grande Tribulação? O que
poderíamos pontuar? Podemos citar uma
série de reações do Inimigo durante a Grande
Tribulação:
Primeiramente, ele reage ao fato de que o
Senhor está próximo de trazer julgamento
sobre a Terra. Então, ele provoca a igreja à
apostasia. Quando ele vê o Senhor
repreendendo o seu povo, chamando sua
atenção para uma mudança de vida, e, ao
mesmo tempo, vê esse povo desinteressado
nessa mudança, ele apresenta o anticristo,
que é uma resposta de Satanás para uma
igreja fria, distante, apática, pronta para servir
a qualquer um que demonstre poder, sinais,
prodígios e maravilhas.
Todos os sinais do anticristo, bem como o
poder que ele apresenta, são todos atos de
reação. Ele aumenta a crise humanitária. Ele
piora as condições para o ser humano. Ele
aumenta a perseguição ao remanescente.
Tudo isso porque ele sabe que tem pouco
tempo para destruir todos que puder. Isso é
reação. Não é demonstração de poder.
Antes, demonstração de urgência em mostrar
sua capacidade destruidora. Urgência em
demonstrar o seu lado mau e negativo. Antes

76
que o Senhor venha puni-lo, ele fará o
possível, ele irá reagir com toda sua ira e ódio
contra o homem e a humanidade.
O último ato de desespero do diabo está
exatamente em dar o seu poder e autoridade
à besta, para que assim consiga aquilo que
tem pressa para conseguir: a destruição do
homem.
Num certo momento da minha vida
acadêmica, fui questionado por um aluno
com a seguinte pergunta: é possível que o
Inimigo mude de ideia? Mesmo ele sabendo
agora de tudo que está previsto para sua
vida? Ele não mudaria de ideia? Não mudaria
seus planos? A resposta é clara e direta: é
impossível que o Inimigo mude o que está
determinado no livro de Apocalipse. É simples:
o Apocalipse não é um livro que conta o que
o inimigo irá fazer. O Apocalipse é um livro que
conta o que o Inimigo já fez. Estamos falando
de um Deus Onisciente, contando o futuro
para humanidade – algo que é passado para
Ele. O Inimigo não fará o que nós lemos no
Apocalipse. O inimigo já fez o que está no
Apocalipse. O que conhecemos do
Apocalipse são suas reações diante das
atitudes poderosas do Deus Vivo de Israel, e
da iminente derrota do Maligno.

77
Três guerras que aparecem no Apocalipse e
estão relacionadas a essa reação do Inimigo
diante do pouco tempo que lhe resta. São
elas: (1) a guerra do ciúme (em que o Inimigo
irá juntar um exército para lutar pelo templo);
(2) a guerra do Armagedom (na qual
exércitos vindos do Norte marcharão em
grande número sobre o leito do Rio Eufrates,
que irá secar, para se tornar uma estrada de
acesso ao numeroso exército, para uma
guerra, que é a tentativa de Satanás de
silenciar Israel); (3) por fim, a guerra
conhecida como Gogue e Magogue (que
reunirá exércitos vindos da Rússia, da Turquia
e países que fazem fronteira com israel. Essa
guerra será travada no Vale de Josafá, e o
Senhor os vencerá ali mesmo.
Depois dessa batalha, então, o Senhor irá
lançar o Inimigo, o anticristo e os seus adeptos,
com o inferno, no Lago de Fogo e Enxofre,
para sempre.

78
O último capítulo da humanidade

08
O TRIUNFO DE CRISTO

O apocalipse é o relato da vitória do Senhor

Este tema seria desnecessário não fosse a


importância da sua confirmação. O Senhor
Jesus e o seu povo eleito triunfarão, ou melhor,
dentro da perspectiva do próprio Deus, já
triunfaram. Isto mesmo! Já triunfamos em
Cristo Jesus, sobre todas as obras do mal. Isso
já ocorreu. Pois que, para Deus tudo isso já é
um fato vivido. Sem chance de mudança e
sem a possibilidade de alguma alteração no
rumo das coisas. Vejamos como o Senhor
trata isso:

“Não chores; eis aqui o Leão da tribo de


Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir
o livro e desatar os seus sete selos”.
Apocalipse 5:5

Deus já venceu e, aqueles que estão


nele também. No livro de apocalipse

79
podemos mostrar a vitória de Jesus nos
seguintes pontos históricos:

(1) – Jesus vencer a morte e o inferno na


sua crucificação e ressurreição. Por
isso, aparece como o Cordeiro
aprovado de Deus e o Leão da tribo
de Judá (O ungido).
Essa vitória lhe dá direito de abrir o livro
selado, que guarda os decretos do
Senhor sobre a humanidade.

(2) – Jesus vence o inimigo nas regiões


celestiais. Isso aparece no capítulo
doze (12). Onde o contexto
apresentado sobre a queda de Lúcifer
no Antigo Testamento é validado.

(3) – O Senhor triunfa diante dos milhares


que se reúnem (ao lado do anticristo),
para a destruição dos servos do
Altíssimo.

(4) – O Senhor triunfa ao descer dos céus


com poder e grande glória. Ao lado
de sua igreja e noiva, o Messias
instaura seu reino milenar.

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(5) – O Senhor triunfa após o milênio sobre
Gogue e Magogue. E, lança seus
inimigos no lago de fogo e enxofre.

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