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INSTITUTO TEOLÓGICO BATISTA NACIONAL DE JOINVILLE - ITEBANJ

TEOLOGIA – ÊNFASE EM MISSIOLOGIA


ESCATOLOGIA
PR. JAISSON PONTES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO MÓDULO ESCATOLOGIA

GABRIEL DE FREITAS OLIVEIRA

Joinville
16/11/2013
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................3

O Livro.................................................................................................................4

Primeira seção: Cristo e os sete candeeiros.......................................................5

Segunda seção: os sete selos............................................................................5

Terceira seção: as sete trombetas......................................................................7

Quarta seção: o dragão e as sete vozes.............................................................9

Quinta seção: as sete taças...............................................................................11

Sexta seção: as sete cenas de julgamento.......................................................11

Sétima seção: as sete visões............................................................................12

CONCLUSÃO....................................................................................................15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................16

2
INTRODUÇÃO

O presente trabalho fará uma abordagem ao estudo do livro de


Apocalipse, com a utilização de alguns outros textos bíblicos para melhor
entendimento. Por estar se tratando da Palavra de Deus, muito além de um
trabalho acadêmico, este deve ser recebido e estudado como um meio pelo
qual se tem acesso ao conhecimento das coisas do Pai. Busquei o meio mais
claro possível para a apresentação de minha interpretação pessoal e
entendimento do livro. Basicamente dividindo-o em 7 partes diferentes, sendo
cada uma delas foco de análises individuais, porém procurando sempre
compará-las umas com as outras. “Bem-aventurado aquele que lê, e os que
ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas; porque o tempo está próximo.” (Ap 1.3), que este trabalho venha a ser
uma ferramenta ajudadora para o cumprimento dessa bem aventurança.

3
O Livro

O livro de Apocalipse, como o próprio nome sugere (do grego;


Apokalipsis = tirar o véu, trazer à luz, revelação), nos traz a revelação das
diferentes situações as quais a igreja do Senhor tem enfrentado e terá de
enfrentar, e do fim de todas as coisas. O livro é fruto de uma revelação dada
pelo próprio Senhor Jesus em uma aparição à João, seu discípulo amado, na
ilha de Patmos (Ap 1.9) – aproximadamente no ano 96 d.C (segundo estudos e
depoimentos de pessoas que foram discípulos de discípulos de João, à
exemplo de Irineu, o qual viveu pouco mais de 100 anos após João, que afirma
que João, o apóstolo, escreveu o apocalipse no reinado de Domiciano –
imperador romano da época). No desenrolar dos textos, podemos observar
uma grande gama de figuras de linguagem e alegorias utilizadas para
representar as diferentes etapas da igreja, da volta de Cristo e como todas
estas coisas ocorrerão. Daí surgem as mais diversas correntes teológicas na
tentativa de se encontrar uma “melhor” interpretação dos fatos relatados.
Uma característica bastante relevante de se considerar ao estudar o livro
de Apocalipse é que este não se trata de uma sequência exata de ocorrência
dos fatos: não se trata de um livro que se prende à uma linearidade ou à uma
cronologia, mas sim à ciclos ou narrativas paralelas. Muitas vezes ele vai lá à
frente da história e depois retorna dando continuidade. Há uma circularidade
bastante evidente, onde o “coração” da mensagem se repete por sete vezes
(número grandemente utilizado no livro). Essas sete repetições podem ser
melhor entendidas como sete seções ou partes do livro que ocorrem de forma
paralela (7 narrativas do período chamado a “grande tribulação” (Mt 24.21),
com diferentes enfoques). Por exemplo, uma dessas narrativas aborda mais
detalhadamente o princípio da tribulação e menos, ou nada, a parte final; ao
passo que outra faz justamente o inverso. O estudo aqui será dividido
exatamente em 7 etapas, a saber: Cristo e os sete candeeiros (cap. 1-3), os
sete selos (cap. 4-7), as sete trombetas (cap. 8-11), o dragão e as sete vozes
(cap. 12-14), as sete taças (cap. 15-16), as sete cenas de julgamento (cap. 17-
19), as sete visões (cap. 20-22). Apenas para reforçar a existência desses sete
ciclos, não há sentido lermos o texto tendo em mente uma sequencia linear de
ocorrência dos fatos, pois, por exemplo, em praticamente cada parte dessas
mencionadas há o fim dos tempos e a destruição do mundo e, com isso, não
teria sentido a ocorrência destes fatos repetidas vezes.

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Primeira seção: Cristo e os sete candeeiros

Num primeiro momento (uma introdução ao livro), antes de entrar na


revelação em si, temos a aparição de Cristo dentre sete castiçais (igrejas) e
com sete anjos (os pastores ou líderes destas igrejas) à sua destra. Já
podemos observar a simbologia envolvia: castiçais (ou candelabros) tem a
função de expelir luz (Mt 5.14); e o ouro, material do qual são feitos, remete a
importância e dignidade da igreja do Senhor. Ele ordena o envio de sete cartas
às sete comunidades messiânicas da província da Ásia, a saber: Éfeso,
Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sárdes, Filadélfia e Laodicéia. Essas cartas seriam
a Palavra de Deus trazendo à elas elogios, críticas, instruções e promessas por
parte do próprio Senhor.

Segunda seção: os sete selos

Após dar o conteúdo que as cartas deveriam conter, abre-se uma porta
no céu e Jesus chama João para lhe mostrar as coisas que estariam por vir
(Ap. 4.1). Então ele vê um trono celeste, no qual se assenta o Senhor, cercado
por vinte e quatro tronos com vinte e quatro anciãos e por sete lâmpadas de
fogo (sete espíritos de Deus). Podemos observar o sentido profundo trazido por
essa simbologia. Sabemos das grandes promessas do Senhor feitas para o
seu povo escolhido: promessa de salvação ao povo de Israel (Lv. 20.24-26; Is.
10.20-21; Rm 11.26), e promessa de salvação à igreja (Jo 14.2-3; Jo 13.36; Mt
16.18). Analisando a simbologia, com os vinte e quatro anciãos, Jesus faz
menção à esses dois povos por meio de suas primícias: o povo de Israel é
lembrado por meio de suas 12 tribos (ou seus 12 patriarcas) e a igreja por meio
de seus 12 apóstolos. Com isso, temos às profecias do Senhor cumpridas ao
estarem ao seu redor com suas coroas os 24 representantes do seu povo
escolhido: a igreja de Cristo (Mt 19.28), e os remanescentes de Israel (Rm
11.26; Ap 20.4). Os sete espíritos de Deus, nos traz a ideia de totalidade e
perfeição das características dadas pelo Senhor à Jesus: espirito de sabedoria,
de entendimento, de conselho, de fortaleza, de conhecimento, de temor do
Senhor e o próprio Espírito de Deus (Is 11.2).
João avistou, ainda, um “mar de vidro, semelhante ao cristal” e “quatro
animais cheios de olhos, por diante e por detrás” (Ap 4.6). O “mar de vidro”
aqui citado faz menção à bacia que os sacerdotes utilizavam para a purificação
após os sacrifícios, é uma simbologia de purificação. Os quatro animais,
representam a criação (muitas passagens bíblicas ao tratarem da criação, ou
fazerem alguma descrição da natureza, abordam de alguma maneira o número
quatro – “os quatro cantos da terra”, “os quatro ventos da terra” (Ap 7.1),
“nações, tribos, povos e linguas” (Ap. 7.9)).
Então, ele avista na mão direita de Deus o “Livro da vida”, o qual
representa o propósito de Deus para com o seu povo escolhido e para com a
humanidade, fechado por sete selos. Ninguém seria capaz de abri-lo, senão o
“Leão da tribo de Judá”, “a Raiz de Davi”, o “Cordeiro” que contém os sete
espíritos de Deus (Ap 5.5-6). Jesus se aproxima do Pai e, então, recebe
autoridade para abrir o Livro. Jesus, então começa a abrir o livro, desatando os
selos. Cada selo aberto por Cristo representa um evento ocorrido (ou que irá
ocorrer) na história da humanidade.

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Ao abrir-se o primeiro selo, eis que aparece um “cavalo branco; e o que
estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso, e para vencer.” (Ap 6.2). Temos aqui a liberação de um cavaleiro ao
mundo. Por meio das escrituras Sagradas, podemos ter conhecimento da
vontade e propósitos do Senhor com a terra e, com isso, observar que o “Livro
da Vida” e a sua abertura (os selos) vem a ser justamente o cumprimento de
seus propósitos. O cavaleiro branco, é a liberação da Palavra, do evangelho de
Cristo (através da igreja) ao mundo (Mt 28.18-20), a qual terá sua missão (sua
disseminação) concluída, alcançando a vitória (Mt 16.18-19). É a autorização
de Cristo Jesus para a pregação do evangelho.
Com a abertura do segundo selo, “outro cavalo, vermelho; e ao que
estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se
matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” (Ap 6.4). Essa é
liberação dada por Cristo para que o mundo passasse por dificuldades e
tribulações (guerras e mortes), este cavaleiro tem a missão de destruição (Jo
16.33). Devemos entender que com a queda de Adão, todos se afastaram de
Deus porque “todos pecaram” (Rm 5.12), e com isso temos por naturalidade
nos afastarmos dele. Com isso, torna-se necessário que passemos por
dificuldades e adversidades para que possamos ser tratados; precisamos
entender que devemos buscar o Senhor e seu Reino sempre em primeiro lugar
(Mt 6.33) e permanecer nele mesmo que o mundo tente nos impedir. Mas para
isso, precisamos viver esses acontecimentos para que haja a consolidação
desse entendimento em nossa mente (Rm 12.2). Vale ressaltar que, ao passo
que o cavaleiro branco vai vencendo (a mensagem é disseminada), temos
também o aumento gradativo das destruições (avanço do cavalo vermelho).
Porém, o cavaleiro do cavalo vermelho tem poder para atingir apenas as coisas
terrenas, pois a Palavra do Senhor permanecerá para todo o sempre (2Tm 2.9;
1Pe 1.25).
Então o terceiro selo é aberto, e surge “um cavalo preto e o que sobre
ele estava assentado tinha uma balança em sua mão. E ouvi uma voz no meio
dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um denário e três
medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.” (Ap
6.5-6). Este cavaleiro representa fome, distúrbios sociais causados pela
desigualdade. A balança traz um significado de que será cobrado valores
exorbitantes por pouca quantidade de comida (um denário era um salário
recebido por um trabalhador comum por um dia inteiro de serviço). Ainda por
cima, é ordenado “não danifiques o azeite e o vinho”. Devemos entender a
cultura da época para definirmos o significado dessa afirmação: trigo e sevada
era a alimentação de pessoas menos favorecidas, mas azeite e vinho era a
alimentação de pessoas de alto nível. Com isso podemos discernir que a
ordem basicamente seria: que haja fome, porém que não prejudique os ricos.
Essa afirmação, no mínimo intrigante, traz a ideia de que não se deve reagir à
fome atingindo os que tem em abundância, vem a ser uma espécie de não à
revolução. A ordem é que aqueles que não tem, aguentem firmemente, sendo
perseverantes, sem prejudicar os que tem (Mt 16.24; Jo 16.33).
Após isso, “eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele
tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a
quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da
terra.” (Ap 6.8). Este cavaleiro traz uma espécie de aprofundamento das
catástrofes, por meio dele vem a morte através da espada (reforçando o

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cavaleiro vermelho), da fome (reforçando o cavaleiro preto), de pestes
(doenças) e também pelas feras da terra (animais selvagens).
Com a abertura do quinto selo, há a ocorrência de um evento celestial:
“vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de
Deus e por amor do testemunho que deram.” (Ap 6.9). E estas almas (que são
os mártires por amor a Cristo, aqueles que perderam sua vida por causa do
evangelho), assim como é de desejo de todo cristão, pedem a Deus que seja
feita a sua justiça. E lhes foram dadas vestes brancas e ordenadas que
“repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o
número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como
eles foram.” (Ap 6.11). Temos aqui o Senhor dizendo para esperarem, pois a
hora da realização da sua justiça ainda não havia chegado; entende-se que até
a abertura do quinto selo não se inicia o tempo da sua justiça, sendo ainda o
tempo de oferta do evangelho e salvação para o mundo (ainda é o período da
missão do cavaleiro branco).
Porém, com a abertura do sexto selo, é chegada a hora da revelação da
justiça e da ira de Deus (Ap 6.17). Neste momento, antes da destruição do
mundo, um anjo aparece e grita aos quatro anjos liberados para a destruição
“Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos selado
nas suas testas os servos do nosso Deus.” (Ap 7.3). Haviam ainda pessoas
escolhidas por Deus na terra, mas ainda não convertidas, que precisavam ser
marcadas para que permanecessem vivas e pudessem ter a oportunidade de
conversão. Elas eram “cento e quarenta e quatro mil”, “de todas as tribos dos
filhos de Israel.” (Ap 7.4). E voltando-se novamente os seus olhos para o trono,
João avista uma grande e incontável multidão de todas as “nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando
vestes brancas e com palmas nas suas mãos.” (Ap 7.9). E um dos anciãos
afirma “Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas
vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (aqui retrata o estado eterno
que terão todos os salvos em Cristo). Portanto, o sexto selo marca o fim de
todas as coisas. A abertura do sétimo selo vem a ser o estado final, paz e
tranquilidade (“silêncio”). Com isso, o apóstolo segue para a outra abordagem
quanto ao fim dos tempos, confirmando a circularidade do livro mencionada
anteriormente.

Terceira seção: as sete trombetas


Então se segue a visão de João por outro ângulo e com novos enfoques
(ao passo que o primeiro ciclo da revelação tinha como ênfase a graça, a oferta
do evangelho e a situação final dos salvos no céu, o segundo ciclo enfoca a
destruição), onde se tem a sequência das sete trombetas a serem tocadas
pelos anjos. Antes de a primeira trombeta ser tocada, um anjo se coloca diante
do Senhor, junto a muito incenso, que simboliza as orações de todos os santos
(como pedidos da realização da justiça de Deus, mostrando a participação da
igreja nos eventos do céu e na consumação dos séculos) e lança sobre a terra,
dando início a etapa de destruição.
E, então, as trombetas passam a ser tocadas, uma após a outra
ocasionando respectivamente 1 - “saraiva e fogo misturado com sangue”,
queimando a terça parte da terra; 2 - “um grande monte ardendo em fogo”
(podemos associa-lo à um astro caindo do espaço), transformando em sangue
7
a terça parte do mar e matando a terça parte da vida marinha; 3 - “uma grande
estrela ardendo como uma tocha” (estrela Absinto), por meio da qual muitos
homens morreram por ela ter tornado as águas dos rios amargas (venenosas);
4 - ferida na “terça parte do sol”, “da lua” e “das estrelas”, fazendo com que a
terça parte do dia virasse noite; 5 - a queda de uma “estrela” do céu que abriria
o “poço do abismo” (o antro de prisão de Satanás e seus seguidores; um lugar
para além do inferno; em grego: o Tártaro – traduzido como inferno ou abismo-
mencionado em 2Pe 2.4 e Ap 20.3), e devido a ela os “gafanhotos” (demônios,
juntamente com o Diabo) puderam vir para a terra com a liberação de
destruição (“como o poder que tem os escorpiões da terra”) de todos os
homens não selados pelo anjo, durante cinco meses (tempo no qual não
haverá morte, mas somente sofrimento); 6 - a libertação dos “quatro anjos, que
estão presos junto ao grande rio Eufrates.”, os quais tinham o poder de matar a
terça parte da humanidade pelo fogo, fumaça e enxofre.
Antes da sétima trombeta (assim como na segunda seção), há uma
breve pausa (antes João estava vendo as coisas futuras acontecendo, e agora,
com a pausa, ele está recebendo uma revelação falada a qual iria ocorrer antes
daquelas coisas que ele havia visto), onde um anjo entrega um “livrinho” à João
e afirma “Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas
e reis.”. O livro teve a descrição de “amargo” no estômago, mas “doce como o
mel” em sua boca, mostrando justamente o que é a Palavra de Deus para nós:
o nosso corpo se recusa a aceita-la e até mesmo sofre por causa dela (é
amarga para o corpo), porém quando a temos em si ela transforma o nosso
coração e, consequentemente, tudo o que sai da nossa boca é doce (Mt
12.34), uma vez que é a própria Palavra de Deus, a mensagem da misericórdia
de Deus.
No capítulo onze, temos um breve resumo do que foi visto até então,
João tem diante de si o templo do Antigo Testamento e lhe é ordenado tirar-lhe
medidas. Sabemos que o antigo Templo do Senhor era composto por três
partes, o santo dos santos, o santo lugar e o átrio exterior. Aqui nesta
passagem, a voz o diz “deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o
meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses,
calcarão aos pés a cidade santa. Darei às minhas duas testemunhas para que
profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.” (Ap
11.2-3). Portanto, temos aqui novamente a descrição do início da era da graça
de Deus (assim como o cavaleiro brando citado no ciclo anterior), onde a igreja
do Senhor é simbolizada pelas “duas testemunhas”, as quais (assim como no
caso dos 24 anciãos) representam a igreja do Antigo Testamento (judeus
convertidos) e a igreja do Novo Testamento (gentios convertidos) que terão um
período de 3 anos e meio para anunciar as boas novas. Passado esse período,
elas serão mortas (são os mártires mencionados em Ap 6.9-11). Elas passarão
3 dias e meio mortas (Ap 11.9) (aqui pode-se fazer uma comparação entre
esses 3 dias e meio e os 3 anos e meio citados anteriormente, relembrando o
fato de que os “últimos dias” seriam abreviados pelo Senhor, conforme Mt
24.22) e então virá a sua ressurreição (o arrebatamento da igreja, dos
escolhidos convertidos, mas não o arrebatamento de todos os escolhidos).
Após isso, se segue o toque da sétima trombeta que (assim como o
sétimo selo, porém enfoque diferente) retrata o resultado ou o estado final: o
julgamento (Ap 11.18) e a eterna adoração ao Senhor Todo Poderoso (Ap
11.15-19).

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Quarta seção: o dragão e as sete vozes

A partir do capítulo 12, João passa a ser muito mais específico na


descrição do verdadeiro inimigo (nos mostra a realidade invisível existente por
de trás da visível), e não mais de forma tão generalizada e aberta como nas
outras visões. Desde o tempo de João a igreja era perseguida (pelo império
romano). Até aqui ele descreveu as perseguições, agora ele vem nos mostrar
contra quem é, de fato, a nossa luta (vai reafirmar as palavras de Paulo em
Efésios 6.12-13).
O capítulo doze começa justamente no início do período da graça (assim
como os outros ciclos): o nascimento do messias (Ap 12.5) por meio da nação
de Israel (a “mulher”). Podemos chegar à conclusão de que se trata de Israel
partindo-se para a análise do Antigo Testamento, onde as características “sol”,
“lua” e “doze estrelas” aparecem no sonho de José (Gn 37.5-11): o sol e a lua
representam os seus pais e as doze estrelas (ele mais as onze) representam
sua descendência. Tem-se, portanto, claramente a descrição de Israel desde o
pai até os descendentes (as doze tribos). Essa passagem também faz ligação
direta com a promessa de Deus à Eva, no Éden (Gn 3.15). O “Dragão” está
parado diante da mulher porque ele sabe que quando essa criança nascer, ela
esmagará a sua cabeça. Porém a criança nasce e nada a impede de ir para
perto de Deus (sabemos que nada foi capaz de impedir o cumprimento do
propósito de Deus de redenção do mundo por meio de Jesus, e ele foi
arrebatado para o Senhor e assumiu o trono celestial) e poder a “grande voz do
céu” gritar “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a
autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o
mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” (Ap 12.10).
Com isso, o Dragão é atirado à terra e passa a perseguir a mulher (Israel),
porém ela é retirada do foco do inimigo e, a partir de então, o seu foco passa a
ser a igreja do Senhor (os “remanescentes” de Israel, não os remanescentes
filhos da carne de Abraão, mas filhos da promessa) (Rm 9.8), pois ela é que
permanece agindo segundo a vontade de Deus.
O Inimigo, então, posiciona-se diante do mar (que representa as nações)
e atrai uma primeira besta “semelhante a leopardo, com pés de urso e boca
como de leão” e uma segunda besta que “possuía dois chifres, parecendo
cordeiro, mas falava como dragão.”. A primeira besta liberada faz menção aos
três primeiros “animais grandes” vistos por Daniel (Dn 7.3) em sua visão, os
quais simbolizavam reinos que se levantariam sobre a terra (uma das opções
possíveis poderia ser Babilônia, Medo-Persa, o de Alexandre o Grande e dos
Selêucidas). Esses reinos retornarão unificados e desviarão a atenção dos
cristãos fazendo-os adorarem as coisas do Inimigo (coisas do mundo) e
negarem a Cristo. A besta aqui, vem a ser o império romano, que é justamente
a união (através de conquistas) dos citados anteriormente e que já está em
atuação na época de João. Porém não deve ser entendido que literalmente o
império romano seja a besta, mas sim que ele foi usado como símbolo por
Deus para exemplificar a união de poderes, fortificação de um sistema e
grande opressão e repressão dos cristãos. A besta trás todo o significado de
poder político e econômico, é o sistema mundano (os reinos desse mundo). Ao
citar a cabeça golpeada de morte e curada depois, está nos mostrando que a
besta morreria e tornaria a viver. Essa ideia de retorno da besta certamente
fora entendida pelos ouvintes de João na sua época, pois eles já viviam essa
expectativa de retorno de algo muito ruim. Com a morte do imperador romano
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Nero em 68 d.C, havia-se a expectativa (uma crença) de que ele retornaria a
viver. Alguns chegaram a achar que o imperador Domiciano (da época de
João) seria o próprio Nero ressuscitado (e, de certa forma, era mesmo, pois ele
foi tão terrível quanto Nero). Essa é mais uma base para o entendimento de
Roma ter sido o símbolo utilizado.
A segunda besta a ser suscitada, vem a ser a falsa religião, a qual se
manifesta de diferentes maneiras se mascarando e parecendo ser a
mensagem de Deus, porém quando fala anuncia um falso evangelho
(“parecendo cordeiro, mas falava como dragão”). A primeira besta traz a ideia
da coação do poder dos impérios mundiais, ao passo que a segunda é a
sedução da falsa religião (que não se desvencilha do sistema mundano).
Parece ser bastante chocante tal afirmação, porém devemos entender que a
mensagem de apocalipse foi dada à João, que por sua vez a deveria discernir
e que, portanto, já deveria vivenciar algumas dessas coisas. No reinado de
Domiciano, havia um sacerdote pagão (sacerdote da religião imperial) que
exigia que todos adorassem o imperador como se ele fosse Deus. Na
mensagem à igreja de Pérgamo afirmava justamente isso: ali era onde se
encontrava o trono de Satanás (Ap 2.13) (lembrando que Pérgamo era o lugar
onde mais se adorava o imperador na Ásia menor). Naquela época já havia
grande dificuldade de os cristãos sobreviverem, pois se não o adorassem,
poderiam perder direitos sociais, assim como o direito de comprar e de vender.
Ainda, há relatos de que esse sacerdote pagão realizava shows pirotécnicos
(truques de enganação) para mostrar que o imperador era divino. Tais
passagens do apocalipse certamente significavam para os leitores de João da
época que a marca da besta significava se associar à tais eventos (dançar
conforme a música, por assim dizer). O curioso é que ao declarar “dada certa
marca sobre a mão direita ou sobre a fronte” (Ap 13.16) está nos alertando que
para se ter a marca da besta, basta que se tenha uma dessas opções
satisfeitas: na mão direita ou sobre a fronte (testa). Ter essa marca na mão
direita, traz o sentido de ação, e na testa refere-se a aceitação pelo
entendimento (mente). Ao revelar o seu número, ele manda que seja calculado
e que é o número de um homem (numa tradução do original mais correta: de
um homem). O calculo que é mandado fazer está se referindo a uma antiga
técnica, muito utilizada nos tempos de João, chamada de Gematria, que vem a
ser a atribuição numérica à letras do alfabeto para formação de nomes (no
português seria mais ou menos assim: a=1, b=2, c=3). O número seiscentos e
sessenta e seis, quando analisado, forma o nome Nero César (esse nome,
transliterado para o hebraico, dá exatamente esse número). Sem dúvidas já
havia ficado bastante claro para João que ele já vivenciava os últimos tempos
revelados em sua visão.
Esses acontecimentos do capítulo 13 caracterizam justamente as 42
semanas iniciais dos últimos tempos (ou o período da tribulação), ao passo que
o capítulo 14 marca a vinda de Cristo nas nuvens (anunciada pelas 7 vozes
dos 7 anjos), levando consigo o seu povo redimido, os quais não se inclinaram
para a besta. E, logo após esse arrebatamento, segue-se a destruição (Ap
14.19-20).

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Quinta seção: as sete taças

Este ciclo traz enfoque à ultima parte da última semana (os 42 meses
finais), a qual tem 7 taças da cólera de Deus preparadas para si. Esse é o
período onde será revelada a ira do Senhor sobre os ímpios, os seguidores da
besta. Ao derramar da primeira taça pelo anjo, “sobrevieram úlceras malignas e
perniciosas.”. A segunda taça torna a água do mar em sangue e mata “todo ser
vivente que havia” ali. Então, o quarto “anjo derramou a sua taça sobre o sol, e
foi-lhe dado queimar os homens com fogo.”. Com o quinto, a terra “se tornou
em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam”. A
sexta taça é, então, derramada e há a liberação de demônios presos que se
unem a todos os reis do mundo inteiro e se “ajuntaram no lugar que em
hebraico se chama Armagedom.”. E, enfim, a sexta taça traz a destruição total.

Sexta seção: as sete cenas de julgamento

Este ciclo traz a abordagem do juízo final, começa-se a ser apresentado


a João o cenário: o julgamento de todos os que permaneceram com a besta.
Aqui esses ímpios são representados pela Meretriz (que significa “aquela que
faz sexo por dinheiro”), aquela que se prostituiu com a besta e que está repleta
de vaidade, de abominações e embriagada. “Na sua fronte, achava-se escrito
um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E
DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.”. Porém, antes do julgamento propriamente
dito, o anjo revela toda história existente por traz daquele momento, a história
que levou aquela mulher a estar sob julgamento (assim como na segunda e
terceira seção, enfatizando a ideia de repetição de 7 narrativas). Com isso, faz-
se mais uma abordagem sobre a história do fim dos tempos (ou da última
semana de Daniel).
Conta-se, então, mais uma vez que a besta morrerá, mas ressurgirá (“a
besta que era e não é, mas aparecerá.”). A mulher vem a ser Roma (Roma
sempre foi conhecia como a cidade das sete colinas ou montes), que está
sobre os 7 reis (“A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os
reis da terra.”). A besta, como já mencionado, vem a ser o poder dominador do
mundo e o poder de seduzir (Roma também ficou conhecida como a “cidade da
diversão”, devido a sua imoralidade, prostituição e mortes – à exemplo do
próprio coliseu). A besta é o meio que está por de trás de toda a atuação do
sistema.
Chegando, então, a descrição dos 8 reis que surgem (Ap 17.9-10), a
margem de interpretações torna-se exorbitante. Porém, creio ser mais cabível
entender-se que até o momento em que João estava vivendo (sob império
romano) haviam existido 5 impérios muito terríveis e violentos (assim como o
do atual, Domiciano). O atual era Roma, e viria mais um (que pode ser
entendido como algumas dessas nações mais fortes e autoritárias que
surgiram com o tempo – à exemplo da Alemanha com Adolf Hitler – ou como
uma nação de grande influência mundial, à exemplo, hoje, dos EUA, que
governa praticamente todas as questões políticas e econômicas mundiais).
Após essa nação, virá o anticristo (uma materialização na forma humana da
própria besta).

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Os dez chifres representam dez reis que estarão apoiando a besta e
reinando com ela. Eles lutarão contra Jesus, porém ele os vencerá, e tornará
vitoriosos a todos quanto escolheu desde antes da fundação do mundo (Ap
17.14). Temos aqui novamente a descrição da aglomeração no Armagedom
para lutarem contra o Senhor (Ap 16.16).
O capítulo 18 traz o fim, a destruição do sistema mundano. E todos os
que não foram selados por Deus, lamentarão por verem aquela, na qual
depositaram toda a sua fé, cair e ser destruída em tão pouco tempo.
Na sequência, segue-se no capitulo 19 (pela primeira vez) os
preparativos para a nova vida com Deus, uma espécie de introdução à
chegada do “novo céu” e da “nova terra” que será melhor descrita na próxima
seção. Os céus se abrem, e eis que vem o exército celestial (possivelmente
também os salvos, tidos como vencedores) com o cavaleiro branco à frente,
cujo nome é “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.”. A besta e o
anticristo são lançados no lago de fogo que arde com enxofre (juntamente com
o Diabo, porém este último só será abordado na próxima seção), e os demais
foram comidos pelas aves ordenadas pelo anjo à devorarem.

Sétima seção: as sete visões


O capítulo vinte, onde relata o estabelecimento do reinado milenar de
Jesus, é foco de diferentes correntes teológicas (amilenismo, pré-milenismo
histórico, pré-milenismo dispensacionalista e pós- milenismo). Vale lembrar
que, assim como as demais seções, esta irá novamente tratar do fim dos
tempos com a sua abordagem e específico. A questão é que por está no fim e
ser o único momento em que se fala do milênio, é bem comum o entendimento
de que ele virá depois de todas as coisas vistas anteriormente. O livro de
apocalipse quando lido de forma linear e cronológica (no caso, se o capítulo 20
fosse uma sequência do 19), a única posição possível de interpretação seria
pré-milenista, pois o capítulo 19 narra a volta de Cristo e o capítulo vinte o
estabelecimento de seu Reino. Teríamos, então, o início do milênio sendo
marcado pela segunda vinda de Cristo. Porém, quando o livro é analisado sob
a forma de ciclos ou de narrações paralelas sobre o mesmo assunto (como
tenho enfatizado), com ênfases diferentes, tem-se uma interpretação muito
mais clara (corrente amilenista).
O capítulo vinte, não é uma sequência do dezenove, mas sim um novo
início da próxima forma de abordagem para o fim dos tempos, porém com
enfoque no retorno de Cristo. Até mesmo porque, que reino seria este, sendo
que ao final do capítulo 19 há a morte de todo o povo presente na terra? Jesus
e seus eleitos iriam reinar exatamente à quem? Certamente não há muito
sentido do Reinado de Jesus segundo a visão pré-milenista. Contanto, o
capítulo vinte não narra a segunda vinda de Cristo, mais sim a primeira (que é
foco do início de praticamente todas as seções já vistas).
A narração inicial trata do momento de ascensão de Jesus (após sua
morte e ressureição) aos céus e a sua posse diante de Deus ao tomar o Livro
da Vida. Ele começa descrevendo a prisão do Dragão, mostrando exatamente
o que Jesus, com o seu ato na cruz, fez com o inimigo. E com isso, se inicia o
período da graça, do Reino de Deus (Mt 12.28-29; Lc 10.17-18), que é o
Reinado milenar de Jesus, no qual é ele que decide todas as coisas e que
determinou o meio pelo qual as pessoas poderiam ser salvas. Algumas
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afirmações contidas nos evangelhos nos levam a crer que a primeira vinda de
Cristo traz a “prisão” ou repressão do poder do Diabo (Mt 12.28-29; Lc 10.17-
18; Jo 12.20-32). Podemos ainda contar com outras passagens do Novo
Testamento que afirmam o que a morte de Cristo causou ao Diabo (Hb 2.14-
15; Cl 2.13-15). Vale ressaltar que a mesma palavra (no original do grego) que
designa essa prisão do Inimigo nos evangelhos é utilizada no Apocalipse. A
palavra grega φυλακή traduzida como prisão, não vem a ser o impedimento
total da liberdade, mas sim repressão ou limite imposto. Ainda, não temos a
prisão legítima dele, mas sim uma restrição: foi preso para que “não mais
enganasse as nações até se completarem os mil anos.” (isso não o impede de
perseguir e lutar contra a igreja, mas sim lança a impossibilidade de impedir
que aqueles já escolhidos do Senhor sejam salvos). Também podemos
enxergar aqui uma impossibilidade de impedimento do Inimigo à disseminação
do evangelho (Mt 16.18). E, ainda por cima, no capítulo 20 não afirma que esse
Reino milenar será aqui na terra, mas sim no céu (“as almas” “reinaram com
Cristo durante mil anos.”). Ainda, o nome “REI DOS REIS E SENHOR DOS
SENHORES” atribuído à Jesus faz sentido justamente porque tem-se o Rei
Jesus conquistando o território de Satanás (que era o príncipe desse mundo) e
tomando o seu Reinado. Jesus tinha o Reino celestial, enquanto Satanás tinha
o terreno. E no fim dos tempos, Jesus estabelece seu Reinado eterno com a
vinda da “nova Jerusalém”. Cada alma que morre aqui na terra em favor do
nome de Cristo Jesus (morre como mártir) passará para este Reino milenar
celestial (esta é a “primeira ressureição”). Já os ímpios, quando morrem, são
levados para o inferno (que fica no seol, do grego, ou no hades, do hebraico)
que posteriormente será lançado no lago de fogo e enxofre (Ap 20.14).
O versículo quatro, então, novamente descreve de forma diferente a
visão dos 24 anciãos e das almas dos mártires (Ap 4.4; Ap 6.9). Os versículos
de 4 à 6, formam uma espécie de parênteses, onde tem-se um parênteses de
explicação sobre o que havia ocorrido antes de ter chegado aquele momento (o
que havia acontecido para que estivessem ali, assim como nas seções
anteriores): a primeira ressureição (o arrebatamento da igreja).
A partir do versículo 7, há novamente a abordagem da primeira e
segunda parte da grande tribulação (a sedução da besta e posterior
aglomeração dos aliados da besta para lutarem contra Jesus) (Ap 16.14),
tendo como parte nessa história a libertação do Dragão (Mt 12.28-29). No
período da graça o Inimigo é impossibilitado de destruir a igreja, porém na
segunda parte da última semana (quando ele é solto, onde marca a chegada
do anticristo) ele recebe a liberação de Deus para acabar com a igreja (tendo
então a posterior morte de todos aqueles que não negaram a Cristo e não se
aliarem a besta). Pois sabemos que “as duas testemunhas” irão morrem, mas
que ressuscitarão glorificadas. O Diabo se reúne com os reinos desta terra
para lutarem contra o exército celestial de Cristo, porém Jesus vem e os
derrota (assim como já fora descrito no final dos outros ciclos), trazendo
consigo o juízo de Deus e lançando o Diabo no lago de fogo e enxofre, assim
como a besta e o anticristo. Vindo após isso, novos céus e nova terra. A
segunda vinda de Cristo marca, portanto, a chegada do juízo e dos novos céus
e da nova terra (2Pe 3.10-13).
Após essas coisas, o capítulo 21 mostra como e onde será a nova vida
dos salvos. Temos características incríveis quanto ao futuro que aguarda o
povo de Deus, “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e
a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” (mar sempre trouxe o
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significado de indomável, de descontrole). O futuro lar (nova Jerusalém) dos
escolhidos do Senhor “descia do céu” e uma voz afirmava que o próprio Deus
permaneceria com o seu povo. Deus lavará o seu povo de toda iniquidade e
malícia, ele enxugará as lágrimas de seus olhos e “não haverá mais morte,
nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são
passadas.”. O Senhor tornou novas todas as coisas. E seu povo passará a
beber da “agua da vida”, assim como era o propósito inicial de Deus com a
criação do homem, e ele terá a vida eterna.
A cidade santa possui características incomparáveis: um grande e alto
muro (que cerca a cidade que é em forma de quadrado), com três portas de
cada lado, cada uma com um nome de umas das doze tribos de Israel; doze
fundamentos para os muros com o nome de cada apóstolo em cada; é feita de
“ouro puro”; muro de jaspe e repleto de pedras preciosas; ela forma um cubo
perfeito; com praça de ouro puro; não há sol e nem lua, pois a glória de Deus
ilumina toda a cidade e jamais entrará algo que a contamine. Do trono de Deus
jorra um rio puro da “agua da vida” e de cada lado “a árvore da vida”. Ali nunca
mais haverá maldição, apenas a presença gloriosa do Senhor. Seu povo verá o
seu rosto, e terão em suas testas o nome do Deus Altíssimo.

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CONCLUSÃO

Sem sombra de dúvidas, o livro de apocalipses vem a ser um livro


fantástico e cheio de mistérios, um livro que nos deixará sempre com um
gostinho de “quero mais”. Porém muitas conclusões ainda são possíveis de ser
tomadas, ainda que muitas vezes questionáveis. A revelação que o apóstolo
João teve na ilha de Patmos, nos traz, em poucas palavras, os passos que a
humanidade já deu e que ainda dará em direção ao fim dos tempos. Antes da
morte e ressureição de Cristo, o sistema mundano corrupto, imoral e
controlador já existia, e são comentados na revelação de João como
precedentes do fim. A vinda do Messias é mais um dos sinais revelados. Com
a ressureição, Jesus sobe aos céus, toma o Livro da Vida e recebe toda a
autoridade do Pai, assumindo o trono. Com o seu reinado celestial (com
duração simbólica de mil anos) ele passa a abrir o Livro da Vida e consumar os
propósitos de Deus para com a humanidade. Por um período simbólico de 42
meses, há a permissão de atuação do Inimigo para fazer o mal aqui na terra,
porém de maneiras menos sombrias – ele se utilizará do próprio povo para
realizar essa tarefa. Durante esse período a igreja estará com a missão de
disseminação do evangelho, que é completamente contrária ao Inimigo que é o
governante desse mundo. Com isso ele tentará de todas as maneiras frustrar
os planos de Deus por meio da igreja, mas será somente ao fim desse período
que ele receberá permissão para mata-la. Então, ele e seus aliados destruirão
à todos que aqui estiverem e os farão sofrer amargamente. Com isso virá a ira
do Senhor sobre a terra, trazendo total destruição e a prisão do Diabo e seus
comparsas. Esta será a segunda vinda de Cristo, ele destruirá esse mundo e
trará consigo um novo céu e uma nova terra e Deus Pai assumirá o poder
novamente, para que ele seja tudo em todos, e reinará eternamente assentado
no trono da Nova Jerusalém. E os salvos, os escolhidos deste antes da
fundação do mundo, se encontraram na vida eterna.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia Judaica Completa: o Tanakh (AT) e a B´rit Hadashah (NT). Editora Vida, São
Paulo, 2010.

Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Barueri, São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil,
2008.

Biblia Sagrada. Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Sociedade Bíblica do Brasil, São
Paulo, 2008.

Millard J. Erickson, INTRODUÇÃO À Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1997

Pesquisa na internet:

www.gotquestions.org/Portugues/24-anciaos-Apocalipse.html

www.segredodedavi.blogspot.com.br/2008/10/os-sete-espritos-de-deus-em-
apocalipse.html

www.ebdareiabranca.com/2012/1trimestre/licao02ajuda2.html

www.gotquestions.org/Portugues/24-anciaos-Apocalipse.html

www.arcauniversal.com/mundocristao/estudos-biblicos/noticias/estudo-do-apocalipse-os-
vinte-e-quatro-anciaos-14194.html

www.solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/SalvacaoEternaDoCrente-LASilva.htm

www.estudosdabiblia.net/b09_12.htm

www.bible.com/pt-BR/bible/211/mat.24.ntlh

www.estudosgospel.com.br/estudos/diversos/inferno-seol-hades-gehena-tartaro.html

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