Você está na página 1de 7

TIPOLOGIA BÍBLICA

Introdução

A Bíblia é um livro sagrado que usa de vários recursos de linguagem


para nos passar ensinamentos espirituais. Nós iremos encontrar na leitura da
Bíblia metáforas, símiles, alegoria, antropomorfismo, antropopatismo, tipos e
símbolos.

Como a palavra de Deus é um livro espiritual, além de entendermos acerca


desses recursos de linguagem que ela utiliza, nós precisamos também orar,
como o salmista nos Salmos 119, verso 18: "Desvenda os meus olhos para que
eu contemple as maravilhas da tua lei."

 METÁFORA

Um exemplo de metáfora na Bíblia é o Salmo, capítulo de número 31,


versículo de número 12, onde o salmista ali se compara como um vaso
quebrado.

 ANTROPOMORFISMO

Além desses recursos de linguagem já citados acima, vamos encontrar


também o antropomorfismo, que é quando são atribuídas características físicas
do homem a Deus, com o objetivo de descrevê-lo.

 ANTOPOPATISMO

Enquanto o antropomorfismo atribui atributos físicos do homem a Deus, o


antropofatismo atribui características sentimentais do homem a Deus, também
com o objetivo de descrevê-lo.

 SIMBOLOS

Como aprendemos, percebemos que existem três árvores na Bíblia que


trazem um simbolismo acerca da nação de Israel. Sendo elas a figueira, a
videira e a oliveira.

Um outro exemplo que temos é a prata, a qual, no Antigo Testamento, era


símbolo de resgate e apontava para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do
Calvário, nos resgatando. O próprio apóstolo Pedro vai dizer que não foi com
coisas corruptíveis como ouro ou prata que fomos resgatados, mas através do
precioso sangue de Cristo. Com certeza, o apóstolo Pedro ali estava fazendo o
paralelo entre o resgate que havia dentro da lei, através da prata, e o resgate
que tivemos em Cristo Jesus, através do seu sangue.

 PARÁBOLAS
Um recurso bastante utilizado na Bíblia Sagrada, às vezes pensamos que
só está no Novo Testamento, são as parábolas. Mas no Antigo Testamento,
nós iremos encontrar inúmeras parábolas também. E no Novo Testamento,
esse estilo de linguagem ficou porque foi um recurso que Jesus muito utilizou.
As parábolas, é uma narrativa em que as pessoas e fatos correspondem a
verdades morais e espirituais.

 TIPOS

E temos também esse recurso maravilhoso que é a tipologia bíblica. O tipo


é alguma pessoa ou coisa que se refere a acontecimentos futuros.

Abraão de Almeida, em seu livro "A Tipologia do Tabernáculo", vai dizer


que tipo é uma representação pré-ordenada, onde pessoas, eventos ou
instituições do Antigo Testamento prefiguraram pessoas, eventos e instituições
do Novo Testamento.

Vamos ter, por exemplo, o dilúvio como sendo uma pré-figuração do


julgamento vindouro. Também temos o tabernáculo, como símbolo da
encarnação de Cristo. Outro exemplo está na vida de José, um tipo de Cristo, e
na vida de Isaque, que foi também um tipo de Cristo no Antigo Testamento. E
toda a estrutura do tabernáculo, que é uma instituição que apontava, em cada
detalhe, para Jesus Cristo.

 Nós temos algumas razões para estudar tipologia:

1°Os tipos foram estabelecidos pelo próprio Deus.

2°Os tipos não foram esquecidos por Deus.

3°Os tipos falam a respeito de Jesus.

4°Os eventos do Novo Testamento estão ligados ao Antigo Testamento.

O próprio Senhor Jesus diz que deveria se cumprir o que estava escrito
a seu respeito na Lei, nos Salmos e nos Profetas. Ou seja, todo o Antigo
Testamento fala a respeito de Cristo, e isso se reflete em suas tipologias.

Um exemplo que temos disso é na conversa de Jesus com Nicodemos,


onde ele fala muito acerca do novo nascimento. Mas fala também que, assim
como Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, o Filho do Homem
teria que ser levantado. A serpente de bronze vem a ser ali um tipo de Cristo;
todos os que olhavam para a serpente eram curados instantaneamente. O
efeito do veneno parava de fluir sobre a vida daquelas pessoas. Nós sabemos
que a antiga serpente fala de Satanás, e que o veneno é o pecado. A
semelhança daquela serpente era que ela era igual a uma serpente
abrasadora, mas não tinha veneno. E a Bíblia diz que Jesus veio semelhante
ao homem, mas não foi encontrado nele pecado algum.
 Significado de tipo

A expressão "tipo" vem do grego "tupos", que traz a ideia de marca gerada
por uma pancada, um golpe para imprimir uma marca ou figura formada a partir
de um golpe.

Não podemos jamais confundir tipologia como uma forma de interpretar a


Bíblia. A tipologia não é uma interpretação alegórica da Bíblia; simplesmente, o
Antigo Testamento prometeu e o Novo Testamento tornou visível. Sendo
assim, o tipo sempre será inferior ao antítipo, porque o tipo é um projeto, é um
rascunho, por assim dizer, é uma sombra, enquanto o antítipo é a realização
desse projeto, é a forma completa em todos os seus detalhes.

 TIPO E ANTITIPO

O tipo é o objeto da lição, a revelação temporária de uma pessoa, um


acontecimento ou uma instituição vindoura. O antítipo é o cumprimento daquilo
que havia sido predito.

São necessários um ou mais pontos de afinidade entre o tipo e o antítipo. O


tipo precisa ser profético em todos os pontos de semelhança com o antítipo e
precisa verdadeiramente prefigurar as coisas vindouras.

O tipo é sempre terrestre, enquanto o antítipo pode ser terrestre ou


celestial.

Desde que tipo e antítipo, ou seja, figura e cumprimento, necessitam ser


preordenados como parte de um mesmo plano divino, eles não podem ser
escolhidos pelo homem. Por isso, a autoridade dos tipos e sua aplicação
provém da Bíblia, que exige o depósito de pelo menos três testemunhos para
confirmar uma verdade.

 TIPOS DUPLOS

Tipos duplos: Às vezes, no mesmo tipo, vemos lados diferentes da verdade


representados por duas coisas semelhantes. Por exemplo, na purificação do
leproso, há duas aves: uma sacrificada sobre as águas correntes e a outra
solta para voar pelos campos. Essa dualidade certamente edifica sobre a morte
e a ressurreição de Cristo.

 TIPOS DO CALVÁRIO

Tipos do Calvário são pessoas do antigo testamento onde suas histórias


apontavam para o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário.

 TIPOS DA RESSURREIÇÃO
Os tipos da ressurreição do Senhor Jesus Cristo foram claramente
pronunciados no Antigo Testamento. Paulo nos diz em 1° Coríntios 15, como
parte do seu evangelho que Cristo: "ressuscitou ao terceiro dia, segundo as
Escrituras". E parece claro que se referia principalmente aos tipos que
prefiguravam esse fato. A arca passando pelas águas do dilúvio era um tipo da
morte de Cristo; logo, a arca repousando no Monte Ararate e saindo para andar
na Terra Nova prefiguraria a vida ressurreta futura.

A importância de estudar os tipos é que nossa mente sempre busca por


uma imagem.

]Tabernáculo de Moises

 Introdução
O tabernáculo é, na Bíblia, descrito com várias acepções e uma delas é de tenda que se
podia armar e desarmar. Sua função principal era servir como um lugar de encontro
entre Deus e o homem. O tabernáculo é também chamado de tenda do testemunho.
Em Números, capítulo 9, versículo 15, era nesse recinto relativamente simples que
Deus encontrava-se com seu povo, à porta da tenda da congregação, perante o
Senhor, onde vos encontrarei para falar contigo. Ali, Êxodo 29:42, este lugar era santo,
consagrado ao culto de Jeová, o Deus vivo e eterno. Consideraremos a seguir alguns
dos principais pontos concernentes ao tabernáculo.

Como já falamos, o tabernáculo era um templo móvel e era montado nas caminhadas
de Israel por ordens específicas de Deus. Ele era armado sempre com sua frente virada
para o oriente e ficava no meio das 12 tribos de Israel, com três tribos à frente, três
acampadas ao lado esquerdo, três na retaguarda e três ao lado direito, representando
que Deus quer habitar no meio do seu povo.

 As divisões do tabernáculo
O tabernáculo tinha três divisões: o Pátio, o Santo e o Santíssimo. No pátio,
encontramos o altar do holocausto e, logo em seguida, a bacia de bronze. Ao
adentrarmos na primeira parte coberta, o tabernáculo, do lado direito, encontramos a
mesa com os 12 pães da proposição, representando as 12 tribos de Israel. Ao lado
esquerdo, encontramos o candelabro de ouro que iluminava aquele lugar. À frente,
encontramos um segundo altar, o altar de incenso, que, segundo a Bíblia, representa
as nossas orações. O Santo dos Santos era separado por uma cortina, na qual havia
bordaduras de querubins. Atrás dessa cortina, estava um único objeto, a arca da
aliança, que representava a presença de Deus no meio do seu povo.

 Separação do tabernáculo
O tabernáculo estava separado da congregação por uma cerca constituída de 60
colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de linho branco de 2
metros de altura. Isso fala da separação entre Deus e o pecador. O número 6 e seus
múltiplos, como no caso dessas colunas, associam-se ao número 7, que é o número de
perfeição divina. O tabernáculo, com o numeral, relaciona-se com o homem, enquanto
o número sete relaciona-se com Deus. Temos, então, no tabernáculo, a comunhão ou
encontro entre Deus e o homem. O número 6 aparece em muitos lugares do
tabernáculo, como nas seis fileiras de pães da proposição, com seis pães em cada uma,
e no número de braços do candelabro de ouro, excetuando a arte central, que
representa Jesus como o tronco que sustenta as varas.

 Os metais do tabernáculo
Os metais no tabernáculo são muito expressivos. Seguindo a ordem de entrada, do
pátio para o lugar Santíssimo, encontramos as colunas revestidas de bronze e suas
bases também de bronze, o grande altar todo revestido de bronze situado logo após a
porta do tabernáculo, e a pia ou lavatório de bronze maciço. As passagens bíblicas de
Êxodo 27:17 e Números 21:9 indicam que esse metal é um tipo de julgamento ou juízo,
e o bronze no tabernáculo significa o julgamento do pecado. Todos os cravos ou
pregos usados nesse santuário eram desse mesmo metal, apontando para a
crucificação de Jesus no madeiro, no Calvário.

 A prata
A prata, por sua vez, estava presente em todos os ganchos que sustentavam as
cortinas do tabernáculo e também formava os cabides ou faixas que ornamentavam
essas cortinas. Além disso, todas as tábuas do santuário estavam apoiadas em bases
de prata. A prata é o símbolo do resgate, e o mesmo preço seria pago por todo Israel,
independentemente de suas posses.

Levítico 5:15 diz que a pessoa que cometer uma infidelidade e pecar
inadvertidamente, desviando alguma das coisas consagradas ao Senhor, deverá levar
em sacrifício de reparação ao Senhor um carneiro sem defeito tirado do rebanho,
avaliado em 20 gramas de prata, segundo o peso do santuário. Se tirarmos a prata do
tabernáculo, ele perderá sua base de sustentação, e todas as suas cortinas cairão por
terra. Sem a obra expiatória de Cristo na cruz do Calvário, a igreja não é nada. Sem o
resgate, sem a redenção realizada por Jesus Cristo, a igreja deixa de ser igreja.

 O ouro
Ao entrarmos no santuário propriamente dito, atravessamos o segundo véu, que é a
primeira parte coberta. Nele, encontramos as cinco colunas de ouro que sustentam,
com seus colchetes também de ouro, as cortinas ou cortinados da entrada. Notamos
que a base dessas colunas era de bronze. Dentro do santuário, à direita de quem entra,
ou seja, para o lado norte, está a mesa com os pães da proposição, feitos de madeira
de Acácia e toda revestida de ouro. Sobre ela ficam os 12 pães ázimos. No lado sul do
lugar santo, está o candelabro, todo feito de ouro batido. À frente da junta cortina,
que separa o lugar santo do lugar Santíssimo, fica o altar de ouro, feito de madeira de
Acácia e todo revestido de ouro. Esse altar é onde os sacerdotes queimam o incenso
sagrado enquanto o povo ora a Deus. Isso acontece todas as manhãs e tardes. Ao
serem apagadas ou transformadas em cinzas, as lâmpadas do tabernáculo e o móvel
que fica no Santíssimo lugar também são todos revestidos de ouro e são conhecidos
como a arca da aliança.

 A inauguração

No livro de Êxodo, no capítulo 40, encontramos a inauguração do tabernáculo.


Nesse relato, a primeira peça de mobília a ser colocada no tabernáculo é a arca
da aliança, que é posicionada no interior do lugar Santíssimo. Isso representa a
obra de Cristo na vida do cristão. Essa obra não ocorre de fora para dentro, mas
sim de dentro para fora. Quando Deus habita em nós, Ele vem habitar em nosso
espírito, e a mudança começa de dentro para fora. Isso significa que a
transformação começa no íntimo do ser humano e se manifesta no exterior.
Enquanto a religião pode se concentrar em práticas externas, a obra de Cristo
restaura o homem do seu interior até o seu exterior.

 Os sacerdotes

Para cuidar de todo o sistema do tabernáculo, foram instituídos sacerdotes,


sendo o sumo sacerdote o principal entre eles.

A separação dos sacerdotes e dos levitas era claramente definida nas práticas
religiosas do antigo Israel. Os sacerdotes ocupavam-se em servir diretamente a
Deus, enquanto os levitas serviam aos sacerdotes, auxiliando-os em suas tarefas
sagradas. O Senhor instruiu Moisés a aproximar-se de Arão e seus filhos para
que servissem como sacerdotes. Em Êxodo 28, o Senhor ordenou que a tribo de
Levi estivesse à disposição do sacerdote Arão, cuidando das necessidades gerais
da tenda da congregação e das obrigações do serviço religioso de Israel.

Os levitas foram inteiramente consagrados para servirem como ajudantes dos


sacerdotes e foram entregues pelos israelitas para esse propósito. Esse arranjo
reflete a organização precisa estabelecida por Deus para o funcionamento do
culto e dos rituais sagrados.

A igreja também é chamada a ser um sacerdócio espiritual, conforme descrito


em 1 Pedro 2:5, onde os crentes são exortados a serem "pedras vivas" na
edificação de uma "casa espiritual" para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis
a Deus por meio de Jesus Cristo. Essa imagem ilustra a natureza sagrada e o
propósito da comunidade cristã em oferecer louvor e adoração a Deus através
de suas vidas e de seus sacrifícios espirituais.

Você também pode gostar