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ITI Curso Teológico Módulo VI

Tipologia Bíblica 1
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Tipologia Bíblica

Tipologia Bíblica 2
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
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Tipologia Bíblica 3
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
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INDICE

Capitulo I: A Importância da Tipologia Bíblica

Capitulo II: A Tipologia de Cristo nas Escrituras


1. Tipos Humanos de Jesus
1.1. Abel
1.2. Melquisedeque
1.3. José
1.4. Moisés
2. Tipos não Humanos de Jesus
2.1. Cordeiro Pascoal (sacrifício)
2.2. Leão (força)
2.3. Galinha (proteção)
2.4. Serpente de Metal (cura)
2.5. Rocha de Horebe (firmeza)
2.6. Arca de Noé (salvação)
3. O Tabernáculo como tipo de Cristo

Capitulo III: A Tipologia do Espírito Santo nas Escrituras


1. Como Fogo
2. Como Vento
3. Como Água
4. Como Selo
5. Como Azeite
6. Como Pomba
7. Como Orvalho
8. Como Chuva

Capitulo IV: A Construção do Tabernáculo


1. A Construção do Tabernáculo
2. O propósito do Tabernáculo
3. A Tipologia Espiritual

Capitulo V: O Pátio do Tabernáculo


1. A Porta
2. O Altar do Holocausto
3. A Bacia de Bronze
4. A Tipologia Espiritual

Capitulo VI: O Lugar Santo


1. A Mesa dos Pães da Proposição
2. O Candelabro dourado
3. O Altar do Incenso
4. A Tipologia Espiritual

Capitulo VII: O Santo dos Santos


1. A Arca
2. A Tipologia Espiritual

Capitulo VIII: As Cinco Ofertas Levíticas


1. O Holocausto
2. A Oferta de Manjares
3. A Oferta Pacífica
4. A Oferta pelo Pecado e 5. A Oferta pela Culpa

Capitulo IX: O Sacerdócio Levítico


Capitulo X: O Sacerdócio da Igreja
Capitulo XI: O Sacerdócio de Cristo

Tipologia Bíblica 4
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Introdução

A Bíblia Sagrada pode ser comparada a certas obras repletas de desenhos e


ilustrações. No começo do livro, encontramos várias gravuras selecionadas,
seguidas por textos que as descrevem, contando a história delas ou simplesmente
narrando algo a respeito do pintor. Conhecer o significado de cada um dos tipos do
Antigo Testamento é uma atividade muito interessante e frutífera. Ao mesmo
tempo, trata-se de algo essencial para se entender corretamente e de forma clara a
Palavra de Deus.
Deus é infinitamente tão glorioso, tão maravilhoso nas Suas obras, tão exaltado na
Sua majestade, e tão extraordinário no Seu amor pela Humanidade, que se serviu
de todos os artefatos da linguagem humana para se nos revelar. Declarações claras,
parábolas e alegorias, símbolos e sombras, emblemas e tipos, tudo é usado para
sermos levados ao conhecimento e gozo de Deus e vivermos para Sua glória,
cumprindo a razão da nossa existência.
Há cinco palavras importantes que são usadas para descrever diferentes formas de
discurso nas Escrituras. Referimo-nos à "figura", ao "exemplo", à "sombra", à
"parábola", e ao "modelo" ou "tipo". Para o estudioso diligente o seu estudo é muito
recompensador.
Na Bíblia descobrimos que há pessoas que são tipos. Em Romanos 5.14, é declarado
com muita clareza que Adão é "figura (tipo) d'Aquele que havia de vir". Isto é,
como Cabeça de uma nova espécie de pessoas - a Humanidade. O Senhor Jesus é
Cabeça de um novo grupo de pessoas, os crentes. Assim como a espécie humana se
identifica com a sua Cabeça, Adão, na morte, assim também se pode identificar
com Cristo na Sua ressurreição: "Porque assim como todos morrem em Adão,
assim também serão todos vivificados em Cristo". I Co 15.22.
Também há objetos que são tipos. Em I Coríntios 10.1-6, a nuvem, o mar, o maná, a
água, e a rocha no deserto, são ditos ser "figuras" ou tipos. E não só isto, pois é
declarado que estes tipos são para sermos instruídos em santidade. Também, há
eventos que são tipos. Os "acontecimentos" que se deram no deserto são
"exemplos". A Páscoa é um tipo de Cristo. I Coríntios 5.7. O tabernáculo e o seu
mobiliário, Aarão e as suas vestes e ministério, tudo declara a glória do Senhor.
Tudo isto são ilustrações, que Deus usa para as grandes doutrinas a respeito de
Cristo - da Sua Pessoa e obra, derramando luz sobre as verdades do Novo
testamento. As doutrinas de apreensão difícil são assim iluminadas.
Evidentemente procuro interpretar Tipologia de modo equilibrado e bíblico, sem os
exageros comuns em tratamentos do assunto. Existem, contudo, três grandes perigos
que devem ser evitados:
1. Limitar o tipo, e portanto não o usar como poderia.
2. Exagerar o tipo, e por conseguinte abusar dele (interpretações "forçadas").
3. Imaginar o tipo, e portanto fazer um mau uso da tipologia.

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Capitulo I

A Importância da Tipologia Bíblica

A palavra "tipologia" é de origem grega. Deriva-se do substantivo typos, termo


usado no mundo antigo para indicar (a) a marca de um golpe; (b) uma impressão, a
marca feita por um cunho - daí o sentido de figura, imagem e (c) modelo ou
padrão, que é o sentido mais comum na Bíblia. Evidentemente encontramos nas
páginas das Escrituras uma riqueza de “figuras de Linguagem” muito grande e o
não conhecimento desta linguagem tem levado muitos a interpretações totalmente
equivocados. Observe as “figuras de linguagem no texto bíblico”:
1. Metáfora: é a figura em que se afirma que alguma coisa é o que ela representa ou
simboliza, ou com o que se compara. Zc 3.8.
2. Símile: também afirma que alguma coisa é o que ela representa ou simboliza,
sendo que apresenta um elemento comparador. Is 53.2.
3. Metonímia: o emprego do nome de uma coisa pelo de outra com que tem certa
relação. Gn 25.26; Lc 16.29; Gn 41.13; Jó 32.7.
4. Sinédoque: a substituição de uma ideia por outra que lhe é associada. Mt 3.5; 6.11;
Gn 3.19; 19.20.
5. Hipérbole: É a afirmação em que as palavras vão além da realidade literal das
coisas. Dt 1.28.
6. Ironia: É a expressão dum pensamento em palavras que, literalmente entendidas,
exprimem sentido oposto. Gn 3.22; Jz 10.14; Jó 12.2; Mt 27.40.
7. Prosopopéia: É a personificação de coisas ou de seres irracionais. Sl 35.10; Jó 12.7.

8. Antropomorfismo: É a linguagem que atribui a Deus ações e faculdades humanas,


e até órgãos e membros do corpo humano. Gn 8.12; Sl 74.11.
9. Enigma: É a enunciação duma ideia em linguagem difícil de entender. Jz 14.14.

10. Parábolas: É uma forma de história colhida da natureza ou de ocorrências


diárias normais, que lança luz sobre uma lição moral ou religiosa.
11. Poesia: é a mensagem de Deus revelada através do lirismo da poesia judaica.
Está presente desde Gênesis até o Apocalipse. A poesia hebraica não possui rima.
Composta por paralelismo: sinonímico – o segundo verso repete com sinônimos (Sl
20.2,3; Pv 23.24,25); antitético – o segundo verso é uma antítese ao primeiro. (Sl.1.6;
71.7; Pv.12.1,2) e sintético – o segundo verso amplia a mensagem do primeiro. Sl.19.7.

10. Alegoria: Alegoria é uma história ou narrativa na qual diversos elementos são
comparados uns com os outros e considerados praticamente iguais. É formada
geralmente por uma lista de pontos que são facilmente identificáveis. Por exemplo,
na história do Bom Pastor, o pastor é Cristo, a ovelha são as pessoas por quem Ele
morre, e o rebanho representa aqueles que seguem a Jesus. João 10.1-16.

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Precisamos permitir que o próprio texto identifique os pontos-chave da alegoria


que sejam relevantes para a mensagem que está sendo comunicada. Os seguintes
exemplos são considerados alegorias:
Salmo 80.7-11 - Israel é comparado a uma vinha transplantada do Egito, que
prosperou e encheu a terra prometida. Mencione outros pontos de comparação.
Gálatas 4.21-31 - Ilustra a diferença entre o antigo e o novo concertos. Examine os
pontos usados na comparação. Hagar representa o antigo concerto e Jerusalém.
Sara representa o novo concerto e a Jerusalém celestial. Isaque é o filho da
promessa e Ismael é o filho da carne. O antagonismo entre os dois filhos é o
antagonismo entre a justificação pela fé e o legalismo.
Paulo está ilustrando "a liberdade que os cristãos têm na graça de Cristo, em
contraste com a servidão de tentar conseguir a salvação pelas obras. Isaque era
filho da fé; Ismael, o filho das obras.
"Ao tentar interpretar uma alegoria, devemos [1] sempre ter em mente os ouvintes
originais, [2] os motivos do autor para usar esse recurso, e [3] os pontos básicos de
comparação destacados por ele. Reconhecer as mensagens para os ouvintes
originais e para os atuais é vital ao intérprete." Compreendendo os Cantares de
Salomão. Este livro tem sido considerado por muitos comentaristas uma alegoria,
na qual os pontos básicos de comparação seriam o rei/Cristo e a noiva/a Igreja. O
método alegórico de interpretar este livro tem resultado em especulações de
diferentes tipos com pouca ou nenhuma base no texto bíblico; e aqui precisamos ser
muito cautelosos. Temos uma bela coleção de poemas de amor que ilustram de
modo muito apropriado a intenção e vontade de Deus para marido e mulher.
13. Tipos: É uma classe de metáforas que não consiste meramente em palavras, mas
em fatos, pessoas ou objetos que designam fatos semelhantes, pessoas, ou objetos
no porvir (Hb.9.8,9; Jo.3.14; Mt.12.40).
14. Símbolos: É uma espécie de tipo pelo qual se representa alguma coisa ou algum
fato, por meio doutra coisa ou fato conhecido, para servir de semelhança ou
representação. É diferente do tipo por não prefigurar a coisa que representa. Ele
simplesmente representa o objeto (Ap 5.5; I Pe 5.8; Js 2.18). Os símbolos podem ser
apresentados na forma de objetos (sangue, ouro, etc.); nomes (Abraão, Israel, Jacó,
etc); números (seis, sete, oito, etc.) e cores (púrpura, escarlate, etc.).
É de grande valor e necessidade, também uma benção, quando podemos penetrar e
ultrapassar os limites de nossa mente e espírito, no grande palácio de Deus, e
conhecermos um pouco mais de sua ciência e filosofia, bem como, conhecer melhor
do sábio construtor, através da revelação e iluminação do Espírito Santo, como
escreveu Paulo em Romanos 11.33-36, consequentemente, isto nos torna
capacitados ante as descobertas dos mistérios do Reino de Deus. "A tipologia
bíblica, portanto, envolve uma correspondência análoga em que eventos, pessoas e
lugares anteriores na história da salvação tornam-se padrões por meio dos quais
eventos posteriores, pessoas, etc. são interpretados". Portanto, além dos conceitos
mencionados acima, também existe o uso paralelo de figuras de linguagem,
juntamente com os tipos, para indicar um exemplo moral a ser seguido.

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Todos os crentes, como tais, devem considerar-se modelos ou padrões da vida que
se assemelha à de Cristo. É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo. Embora
ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.
(a) Símbolo é um sinal.
(b) Tipo é um modelo ou imagem de alguma coisa.
(c) O símbolo refere-se a alguma coisa do passado, presente ou futuro.
(d) O tipo sempre prefigura uma realidade futura.

Alguns dos símbolos que ora apresentamos, podem, dependendo do contexto em


que venha inserido, apresentarem dupla interpretação, portanto, como nunca, não
despreze jamais o contexto do texto.
1. Anjo (Mensageiro, ministrador). Hb 1.14
2. Água (palavra). Gn 1.2, Dt 8.15, Jo 3. 5, 4.14, 7.38, Apoc 22.17
3. Água (povos). Apoc 17.15
4. Areia (povos). Gn 22.17, Is 10.22, Os 1.10
5. Árvores (homens). Jz 9, Sl 1, Jr 17.8, Mt 7.17, Lc 6.43
6. Águias (espirituais). Mt 24.28, Lc 17.37
7. Animais (reinos). Dn 7 e 8, Apoc 13.2
8. Anel (autoridade). Gn 41.42, Et 3.10, Dn 6.17, Lc 15.22
9. Azeite (unção/capacitação). Ex 30.25, I Sm 16, Mt 25.4
10. Balança (justiça/juízo). I Sm 2.3, Pv 11.1, Dn 5.27
11. Castiçal (Igreja/palavra = lâmpada). Sl 119.105, Mt 25, Apoc 1.20
12. Crianças/pequeninos (discípulos). Mt 18.3,4, 19.14
13. Carne (atitudes contrárias a palavra de Cristo). Gl 5.17
14. Cauda (traição/rebelião). Apoc 12.4
15. Diabo (dragão/serpente). Gn 3.15, Mc 16.18, Lc 10.19, Apoc 20.2
16. Estrela (posição espiritual [ anjo, homens, demônios]) Ap 1.20, 12.4, Mt 24.29
17. Espada (palavra). Mt 10.34, Hb 4.12
18. Figueira (Israel). Jr 8.13, Hc 3.17
19. Figos (filhos de Israel). Jr 24.1
20. Figueira, Videira , Oliveira (Trindade). Jz 9, Jo 15. 1,2
21. Vide (eleitos) Is. 5.1-7
22. Fogo (juízo/aprovação/reprovação). Gn 19.24, Lv 9.24, Dt 4.24, II Cr 7.1
23. Martelo (palavra) Jr 23.29
24. Morte (separação, perda da comunhão) Gn 2.17, Is 59.1-2, Mt 27.46, Ap 1.18
25. Nu (Morte/sem graça e comunhão). Gn 3.7, Ap 3.17, 16.15
26. Nuvem (presença de Deus). Ex 13.21, Nm 9.15, Mt 17.5, At 1.9
27. Pão (provisão/necessidade diária). Ex 16.4, Ecl 11.1
28. Pó (pecado). Gn 3.14
29. Ponta/chifres (domínio/nações). Dn 7; 8.3
30. Rede (palavra de Deus/mensagem). Mt 13.47
31. Rocha/pedra (Cristo). Dt 8.15, Dn 2.35, Mt 21.42, At 4.11, I Co 10.4
32. Trovão (voz do Senhor). Sl 18.13, Sl 29.3, II Sm 22.14
33. Vaso (servo). Sl 31.12, Jr 18.4, I Ts 4.4, II Tm 2.21, I Pe 3.7
34. Véu (reverência/restrição/submissão). Gn 24.65, Lv 16.2, Mt 27.51, I Co 11.5,6
35. Virgem (Igreja) Mt 25, (Jerusalém). Is 37.22.
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Capitulo II
A Tipologia de Cristo nas Escrituras

I. Tipos Humanos de Jesus

1. Abel

1.1. Abel ofereceu maior sacrifício (Jesus também) Hb 9.11,12


1.2. Abel foi invejado (Jesus também) Gn 4.4-6; Mt 27.18
1.3. Abel foi morto inocente (Jesus também) Is 53
1.4. Abel foi chamado justo (Jesus também) Mt 23.35 e At 3.14,15
1.5. O sangue de Abel fala (o de Jesus também) Gn 4.10; Hb 12.24.
2. Melquisedeque

O nome em hebraico significa rei de justiça. Este era rei de Salém, o nome antigo de
Jerusalém. Não se sabe muitos detalhes a respeito da pessoa de Melquisedeque,
pois até mesmo a Bíblia não fornece tantas informações, mas se pode extrair deste
enigmático rei e sacerdote do Deus altíssimo, um tipo prefigurado da pessoa de
Jesus. Melquisedeque um rei e sacerdote sem genealogia, não tinha princípio de
dias nem fim de vida, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece
sacerdote para sempre. Hb 7.3. Esse sacerdote que provavelmente era descendente
de Cão, por ser rei em Salém, cidade dos jebuseus, conquistada por Davi é
considerado e recebe o título de rei, exercendo um sacerdócio totalmente
independente, que segundo as leis sacerdotais deveria ser da tribo de Levi. Um
selemita que, nas escrituras sagradas, não há registro da sua família, de onde veio e
qual foi o seu fim. Jesus é descrito como sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque. Um ponto particular que a carta aos Hebreus refere, é da ampla
relação da pessoa de Melquisedeque e a da pessoa de Cristo: cada um deles era
sacerdote, não segundo a ordem levítica, tendo superioridade sobre o patriarca
Abraão; considerado como rei de paz e justiça. Abraão reconhecendo este ofício
ligado a pessoa de Melquisedeque, prestou a homenagem de lhe entregar o dízimo
dos despojos, e este o abençoou. Hb 7.6. A pessoa e ministério de Melquisedeque
se caracterizam pela justiça e pela paz. Igualmente em Cristo, mais de modo
perfeito, ele permanece sacerdote para sempre. Hb 7.3b.
Melquisedeque — Prefigura a Genealogia de Cristo
1. No mistério de sua encarnação. Gl 4.4,5; Jo 1.14; Lc 1.31-33
2. No poder de sua morte. Hb 9,13,14; Fp 2.7,8; Jo 10.17,18
3. Na glória de sua ressurreição. At 2.24,27; Jo 20.17.
Melquisedeque — Prefigura o Sacerdócio de Cristo
1. Morreu para perdoar. Lc 5.14; Hb 7.26,27; II Co 5.21
2. Ressuscitou para abençoar. Hb 4.14-16; I Co 15.20,22
3. Vive para interceder. Hb 7.25; 5.10; Rm 8.34.
Melquisedeque — Prefigura o Reinado de Cristo
1. Um reino eterno. Sl 145.13; Dn 7.27; 2.44; Hb 1.8
2. Um reino inabalável. Hb 12.28; Sl 46.4,5; Mt 16.18
3. Um reino conquistador. Ap 5.9; 11.15; Sl 103.19.

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3. José

3.1. José amado pelo pai (Jesus também) Gn 37.3; Mt 3.17


3.2. José odiado pelos irmãos (Jesus também) Gn 37.4; Jo 15.24
3.3. José enviado pelo pai (Jesus também) Gn 37.13-24; I Jo 4.14
3.4. José vendido (Jesus também) Gn 37.28; Mt 26.4,15
3.5. José tentado e venceu (Jesus também) Gn 39; Mt 4.1-11
3.6. José levantado e exaltado (Jesus também) Gn 41.14,43,44; Mt 28.18
3.7. José com 30 anos começou o ministério (Jesus também) Gn 41.46; Lc 3.23
3.8. José casou-se com uma não-hebréia (Jesus também) Gn 41.45; Ef 5.25,27
3.9. José, por ele veio a reconciliação e (por Jesus também) Gn 45e46; Is 11.12 e 35
3.10. José foi procurado por seus irmãos (de Jesus também) Gn 42; Mt 24. 21
3.11. José preso entre 2 criminosos, um salvo, outro condenado, Gn 40
Jesus também entre 2 criminosos, um salvo, outro não,Lc 23.32,33.
4. Moisés

4.1. Dominou a água do mar (Jesus também) Êx 14.21; Mt 8.26


4.2. Alimentou uma multidão (Jesus também) Êx 16.15,16; Jo 6.11,12;31
4.3. Teve seu rosto iluminado (Jesus também) Êx 34.35; Mt 17.1-5
4.4. Os irmãos estiveram contra ele (Jesus também) Nm 12.1; Jo 7.5
4.5. Intercedeu pelo povo (Jesus também) Êx 32.32; Jo 17.9
4.6. Escolheu 70 auxiliares (Jesus também) Nm 11.16; Lc 10.1
4.7. Esteve 40 dias em jejum (Jesus também) Êx 24.18; Mt 4.2
4.8. Apareceu depois da morte (Jesus também) Mt 17.3; At 1.3
4.9. Ameaçado de morte e preservado por Deus, Êx 2.2-10; Hb 11.23
Jesus também (ameaçado de morte e preservado por Deus) Mt 2.13-15.
II. Tipos não Humanos de Jesus

1. Cordeiro Pascoal (sacrifício). Êx 12.3-14; I Co 5.7b


2. Leão (força), Ap 5.5
3. Galinha (proteção), Mt 23.37
4. Serpente de Metal (cura). Nm 21.4-9; Jo 3.14,15
5. Rocha de Horebe (firmeza). Êx 17.6 I Co 10.4
6. Arca de Noé (salvação). Gn caps. 6,7,8; Lc 17.26.
6.1. No dilúvio a iniciativa da salvação foi de Deus. Jo 3.16; Rm 5.8
6.2. No dilúvio Deus providenciou a arca, e para o homens hoje? At 16.31
6.2.1. A arca de Noé tinha uma porta, uma só. Jo 10.9
6.2.2. Os passageiros da arca tiveram total segurança. Rm 8.31.
III. O Tabernáculo como Tipo de Cristo

1. É o lugar onde Deus se encontra com o pecador, Ex 25.22


2. É o lugar onde Deus se revela ao pecador, Ex 29.43
3. É o lugar onde Deus habita com o pecador, Ex 25.8
4. É o lugar onde Deus fala com o pecador, Ex 29.45
5. É o lugar onde Deus recebe o pecador, Lv 1.4
6. É o lugar onde Deus perdoa o pecador, Lv 4.20
7. É o lugar onde Deus recebe a oferta do pecador, Ex 23.15.

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Capitulo III

A Tipologia do Espírito Santo nas Escrituras

Alguém disse uma vez que o ensino adequado "torna os ouvidos dos homens em
olhos". Isto é exemplificado na Bíblia por tipos, parábolas, comparações e
metáforas. As verdades espirituais são apresentadas numa multiplicidade de
figuras terrestres. Em função da limitação das palavras para transmitir verdades
mais profundas, Deus, achou por bem ilustrar com símbolos o que de outra
maneira, devido à pobreza da linguagem humana, nunca poderíamos saber. Estes
símbolos são empregados para descrever as operações do Espírito Santo:

I. Fogo. Is 4.4; Mt 3.11; Lc 3.16; Jr 20.9. O fogo ilustra a limpeza, a purificação, a


intrepidez ardente, e o zelo produzido pela unção do Espírito. O Espírito Santo é
comparado ao fogo porque:
1. O fogo alastra-se, comunica-se.
2. O fogo purifica. Contra a impureza espiritual, a principal força é o Espírito.
3. O fogo ilumina. É o saber, o conhecimento das coisas de Deus.
4. O fogo aquece. A igreja é o corpo de Cristo. Todo corpo vivo é quente.
5. O fogo, para queimar bem, depende muito da madeira, se ela é boa ou ruim.
6. O fogo tanto estira o ferro duro como a roupa macia.
7. Foi o fogo do céu que fez do templo de Salomão a Casa de Deus. II Cr 7.1.
8. Quem nasce sob o fogo não esmorece sob o sol.
9. No templo, o fogo deveria permanecer acesso continuamente. Lv 6.13.

II. Vento. Ez 37.7-10, Jo 3.8, At 2.2. O vento simboliza a obra regeneradora do


Espírito e é indicativo da sua misteriosa operação independente, penetrante,
vivificante e purificante. O vento é ar em movimento. Ele é ocasionado pelas
pressões atmosféricas e pelas diferenças de temperaturas. Quando o ar se aquece,
dilata-se e sobe verticalmente, deixando então um vácuo, um vazio. O ar, nos lados
deste vazio, movimenta-se para encher tal vazio. É este movimento de ar que é
chamado “vento”. A velocidade do vento depende das condições atmosféricas.
Jesus Cristo falou sobre a origem da manifestação do “vento do Espírito”, Jo 3.8.
Que é então que ocasiona o movimento deste vento maravilhoso? Da mesma
maneira que o ar natural entra em movimento para encher um vazio. É esta a
mesma manifestação do Espírito Santo como “vento”. Ele aparecerá quando houver
um vazio, uma necessidade na vida do homem. Quando os discípulos, durante os
10 dias de oração buscavam a Deus, abriu-se neles um “vazio”, uma necessidade
grande para receber poder. Foi então que de repente veio do céu um som, como de
um vento veemente e impetuoso, Atos 2.2.
1. O vento traz renovação do oxigênio do ar que respiramos.
2. O vento, também, espalha o perfume das flores, Ct 4.12-16.
3. A igreja é figurada como um jardim de Deus, que é fechado, Ct 4.12.
4. O vento dissipa a poluição do ar.
5. O vento - força impulsora, como nas velas dos barcos e nos moinhos.
6. O vento separa a palha do grão. Sl 1.4; Mt 3.12. Ele separa o leve do pesado.
7. O vento move e movimenta águas e árvores.
8. O vento fertiliza, levando o pólen, a vida. Ct 4.16 e Jo 3.5,8.
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9. O vento limpa árvores e campos.


10. O vento não tem cor, logo pode significar também a ausência de favoritismo.
11. O vento não pertence a um clima único. Ele é universal.
12. O vento move-se continuamente. Ec 1.6 e Gn 1.2.
13. O vento não tem cheiro, mas espalha perfume.
14. O vento quando se move é infalivelmente sentido, notado.
15. O vento refresca e suaviza o calor.
16. O vento é misterioso, Jo 3.8. (cuidados com os ventos nocivos) Mt 7.25; Ef 5.14
17. O vento (ar) alimenta e vivifica pulmões e a vida orgânica. Em Ezequiel 37.8-10,
vemos nos corpos ossos, nervos, carne, pele, mas não vida, até que o Espírito
assoprou sobre eles. Há muitos crentes por aí que têm de sobra (ossos, nervos,
carne e pele), mas falta-lhes a vida abundante do Espírito.
Principalmente em grandes cidades industriais, existe uma forte poluição do ar,
ocasionada pelos gases e fumaças, etc., que até prejudica a saúde do povo e
principalmente das crianças. Porém, quando o vento assopra, o ar se renova, pois o
ar poluído é removido e substituído por ar fresco e limpo. No Japão se vendem até
garrafas contendo oxigênio puro para respirar. Assim acontece quando o vento do
Espírito Santo assopra. Ele renova o ar que respiramos, de tal maneira que conseguimos
respirar um ar celestial, Ef 2.6.

III. Água. Ex 17.6; Ez 36.25-27; 47.1; Jo 3.5; 7.38,39; Is 44.3. O Espírito Santo é a fonte da
água viva, a mais pura e a melhor, porque ele é um verdadeiro rio de vida
inundando as nossas almas e limpando a poeira do pecado. O poder do Espírito
opera no reino espiritual o que a água faz na ordem material. A água purifica,
refresca, sacia a sede, e torna frutífero o estéril.
Ela purifica o que está sujo e restaura a limpeza. Assim, como a água é um
elemento indispensável na vida física; da mesma maneira o Espírito Santo é um
elemento indispensável na vida espiritual.
Qual é o significado da expressão “água viva?” É viva em contraste com as águas
fétidas de cisternas e brejos: é água que salta, correndo sempre da sua fonte,
sempre evidenciando vida. Se essa for detida num reservatório, interrompida sua
corrente, separada da sua fonte, já não se pode dizer que é água viva. Os cristãos
têm a “água viva” na proporção em que estiverem em contato com a fonte divina em Cristo.

IV. Selo. Ef 1.13; II Tm 2.19. Era comum em Éfeso no tempo de Paulo. Um negociante
ia ao porto selecionar certa madeira e então a marcava com seu selo – um sinal de
reconhecimento da possessão. Mais tarde mandava seu servo com o selo, e ele
trazia a madeira que tivesse a marca correspondente, II Tm 2.19. Portanto a
impressão dum selo dá a entender uma relação com o dono do selo, e é um sinal
seguro de algo que lhe pertence. Os crentes são propriedade de Deus, e sabe-se que
o são pelo Espírito que neles habita.

V. Azeite. Ec 9.8; Zc 4.1-3,6,11,12; Hb1.9; Lc 10.34; Mt 25.3,5. O azeite é, talvez, o mais


comum e mais conhecido símbolo do Espírito. Quando se usava o azeite no ritual
do Antigo Testamento, falava-se de utilidade, frutificação, beleza, vida e
transformação.
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Geralmente era usado como alimento, para iluminação, lubrificação, cura, e alívio
da pele. Da mesma maneira, na ordem espiritual, o Espírito fortalece, ilumina,
liberta, cura e alivia a alma.

VI. A Pomba. João 3.22. A pomba, como símbolo, significa brandura, doçura,
amabilidade, inocência, suavidade, paz, pureza e paciência. Entre os sírios é
emblema dos poderes vivificantes da natureza. Uma tradição judaica traduz Gn
1.2, da seguinte maneira: O Espírito de Deus como pomba pousava sobre as águas.
Cristo falou da pomba como a encarnação da simplicidade, uma das belas
características dos seus discípulos, Mt 10.16. É importante observarmos que a
pomba é entre os símbolos do Espírito o único que possui vida, motivo porque
simboliza o Espírito como aquele que transmite vida, que vivifica, Rm 8.2,11. A
pomba também é um símbolo da pureza, Gn 8.7,9,12. A pomba, era a única ave
usada para o sacrifício, Gn 15.9 e Lv 1.14. Era o sacrifício dos pobres, Lv 12.8.
Quando Jesus foi apresentado no templo, a sua mãe, Maria, trouxe como oferta
dois pombinhos, Lc 2.24.

VII. Orvalho. Sl 133.3. O orvalho é uma providência do Criador, para conservação da


vegetação nas grandes áreas onde falta chuva, Jó 34.13-15. Assim Deus também
providenciou ao seu povo uma fonte de renovação espiritual, através do Espírito
Santo e essa renovação é figurada pelo símbolo de orvalho.
,

a) A origem do orvalho: Jó perguntou: Quem gera as gotas do orvalho, Jó 38.28.


Jeremias responde: Não és tu somente, ó Senhor nosso Deus? Jr 14.22.
b) Que é orvalho? Orvalho é umidade da atmosfera que se condensa e se deposita em
forma de gotícula sobre a superfície da terra. Esta condensação acontece
normalmente segundo as leis da própria natureza e não falha.
c) O orvalho cai cada dia pela manhã: Não havendo impedimentos, conforme as leis
da natureza, o orvalho cai cada manhã, ainda na madrugada. Este fato traz para
nós ensinos importantes.
d) O orvalho cai diariamente: E traz os seus grandes benefícios à natureza. Assim,
Deus tem proporcionado uma possibilidade de os crentes de dia em dia
experimentarem a renovação pelo Espírito Santo, II Co 4.16. Assim, como o maná
caía cada manhã e os israelitas podiam colher conforme podiam comer, Ex 16.14-21,
de igual modo o Senhor quer abençoar cada um que espera em Deus, Is 40.31.
O orvalho traz uma renovação maravilhosa para a natureza.
O orvalho é considerado uma benção para a natureza, Gn 27.28; Dt 33.13,28.
O que o orvalho é para a natureza, o Espírito é para o crente. Quando o orvalho cai,
toda a impureza do ar poluído acompanha o orvalho, caindo por terra e o ar assim
se torna renovado, cheio de oxigênio. Por isto é tão agradável respirar o ar pela
madrugada, pois é tão sadio e até mesmo ozonizado.
Assim acontece quando o Espírito Santo é manifestado na igreja. Parece que tudo
se torna como novo. Hinos, pregação, orações, enfim, tudo é tão refrescante. É a
renovação pelo orvalho do Espírito Santo. Quando o orvalho do Espírito desce.
(e) O orvalho cai quando não há impedimentos
1. Tempestade: Havendo tempestade, o orvalho não cai. A tempestade dissipa
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2. Céu nublado: Quando o céu está muito nublado, o orvalho diminui ou não
aparece Isto se dá porque as nuvens impedem o sol de aquecer a terra, e
assim o ar retém menos umidade, e não há então orvalho para cair.
VIII. Chuva. Zc 10.1. A Origem da chuva: Da superfície da terra, do mar e dos rios
sobe constantemente umidade em forma de vapor de água, formando as nuvens
que contem vapor de água e água condensada. Quando a temperatura atmosférica
estiver alta, as nuvens têm então condições de conter maior quantidade de vapor
de água. Quando, porém, a temperatura cai, vem à fase da saturação, ocasião em
que o vapor de água passa para o estado líquido e isto dá origem á chuva, que em
gotas é derramada. Fundamentalmente esta definição da lei física da chuva traz
para nós um símbolo importante.

1. O aparecimento da chuva espiritual: Ele virá como chuva. Esta expressão foi usada
a respeito de Deus, tanto pelo profeta Oséias (6.3), como pelo rei Salomão (Sl 72.6).
O profeta Joel também usou este símbolo quando falou da vinda do Espírito Santo,
dizendo: fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, (Jl 2.23).

2. Como receber a chuva espiritual?


2.1. Deus orientou: Pedi ao Senhor chuva, Zc 10.1; I Rs 8.31, Os 6.3 e Tg 5.18.
2.2. Quando oramos, as orações sobem, “como gotas” Sl 141.2.
2.3. Deus reúne as gotas das águas e derrama em chuva do seu vapor, Jó 36.27
2.4. Elias orou para que chovesse e a chuva caiu, I Rs 18.42-45.
2.5. O cair da chuva significa que:
2.5.1. Deus está abaixando os odres do céu, Jó 38.37.
2.5.2. Deus está regando a terra, com a chuva do Espírito, Sl 10.4,12
2.5.3. Deus dá chuva, Dt 11.10,11.
2.5.4. Glória a Deus! Os céus estão gotejando água, Jz 5.4 e Sl 78.23,24.

3. A chuva prepara a terra: A Bíblia declara que a chuva funde o pó numa massa, Jó
38.38. Quando a terra está muito seca, ela se torna como pó, Dt 28.24. Quando,
porém a chuva começa a destilar, este pó forma um todo consistente, tornando a
terra em condições de ser lavrada e semeada.

4. A Chuva aplaina a terra: Muitas vezes aparecem grandes torrões, isto é, porções de
terra que mantém entre si uma relativa coesão. Existem também sulcos (regos
abertos pelo arado). Eles são difíceis de aplainar quando a terra está seca. Porém,
com a chuva, os torrões se ligam uns aos outros, Jó 38.38. O salmista diz a
respeito dos sulcos: Enches d'água os seus sulcos, regulando a sua altura, amolece-
a com muita chuva, Sl 65.10.

5. A Chuva faz produzir a erva. Sl 147.8. Ao cair à chuva, então a terra que embebe a
chuva produz erva, proveitosa para aqueles por quem é lavrada e recebe benção de
Deus, Hb 6.7, II Sm 23.4. Quando Deus rega a terra então a faz produzir e
brotar, Is 55.10; Sl l04.14-15.
Da mesma forma acontece quando a chuva do Espírito Santo cai sobre a lavoura de
Deus, que é a igreja do Senhor, I Co 3.9. Ela então passa a ser um jardim regado e
como manancial cujas águas nunca faltam, Is 58.11.

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Os crentes individualmente também ficam como um jardim regado e nunca


mais andarão tristes, (Jr 31.12), e pela benção da chuva do Espírito, produzirão,
fruto do Espírito, Gl 5.22. Que nunca falte, esta maravilhosa chuva do Espírito!!!
A água da chuva deve ser aproveitada: Os lavradores têm cuidado em aproveitar a
água da chuva. Principalmente em regiões onde a chuva somente cai em
determinados tempos. Para isto se constroem açudes destinados a represar água
para fins de irrigação ou tanques, isto é, reservatórios de pedra ou de metal, para
conter água para abeberar animais.

Quando Eliseu convicto de Deus enviaria chuva em resposta às suas orações,


mesmo contemplando o vale seco, vazio, declarou: Este vale se encherá de tanta
água, que bebereis vós e o vosso gado e os vossos animais, e um mistério é revelado:
Mas, não vereis vento e não vereis chuva. II Rs 3.17. Se o povo não tivesse cavado
covas no vale, a terra seca teria absorvido as águas e assim não teriam tido tão
grande proveito desta benção da água, nem para o povo e nem para os seus
animais.

Existem hoje crentes que não têm tão grande proveito pessoal, quando a chuva de
benção cai na igreja.... Os efeitos são sempre passageiros! Por quê? Porque, eles não
têm covas na sua vida, isto é, não tem lugar reservado no seu coração para conter
as bênçãos. No domingo são muito abençoados e fervorosos, porém, na segunda-
feira de manhã, não têm mais nada e a sua vida continua naquela marcha vazia e
corriqueira.

Cavemos covas! Dilatemos os nossos corações, II Co 6.11-13.

De que maneira devemos cavar?

O que devemos revolver?

1. A incredulidade, Tg 1.6,7

2. A murmuração, Fp 2.14

3. A auto-suficiência, Fp 4.13

4. O desânimo, II Co 4.8

5. Os pecados encobertos, Pv 28.13

6. O orgulho, II Tm 3.4

7. O velho homem, II Co 5.17.

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Capitulo IV

A Construção do Tabernáculo

O tabernáculo foi projetado para ser desmontável, foi projetado para acompanhar Israel
por onde quer que fosse. Deus ordena a construção do Tabernáculo no deserto. Jamais
poderia ser erguido no Egito.

I. Nomes dados ao Tabernáculo

1. Santuário (Lugar Santo) Ex 25.8


2. Habitação (Morada) Ex 25.8
3. Tenda (Lugar Móvel) Ex 40.2
4. Casa de Deus (Lugar de Deus) Jz 18.31
5. Santuário Terrestre (Lugar de cerimônias) Hb 9.1

II. O Propósito do Tabernáculo

Deus fez do Tabernáculo o lugar da sua morada entre os homens separados, e a sua
glória habitava visivelmente ali. Êx 40.34-38; 25.8. Deus chamou para fora (do Egito)
um povo. Separou-o para se encontrar com Ele, Jeová (Êxodo 19.5-6 e 20.1-3), com
exclusividade. Jeová não queria ser adorado à distância. Não se contentava em
visitar o seu Povo, vez ou outra, como o fazia no Egito. Queria morar, habitar
continuamente e ser adorado no meio do Seu Povo escolhido. Êx 25.8; 40.34-38. Era
preciso que o Povo se conservasse unido em Deus, o Único, assim como a brasa não
pode ser afastada do braseiro sem se esfriar. O povo aprenderia na prática a
obedecer e amar o Senhor. Para tanto, estabeleceu um Centro Único de Culto para
adoração e sacrifícios o “Tabernáculo”.
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III. O Arquiteto Celestial

O Tabernáculo ou Tenda da Revelação, que se tornou o centro de toda a adoração


dos israelitas durante a sua jornada no deserto, rumo a Canaã, foi designado por
Deus mesmo (o arquiteto era Deus. Êxodo 25.9. Deus sabia exatamente como o
tabernáculo deveria ser construído a fim de perfeitamente retratar "o maior e mais
perfeito tabernáculo, não feito por mãos". Hb 9.11. O plano foi elaborado por Deus,
no céu, depois entregue a Moisés com uma ordenança: "Vê que faças todas as
cousas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte". Hb 8.5.

Moisés recebeu ordens de se ater à planta. Só podia fazê-lo se cumprisse


exatamente o que Deus tinha determinado. Deus tem um propósito em todos os
padrões que estipula. Os padrões de Deus mostram a sua sabedoria infinita e ao
mesmo tempo põem a nossa fé à prova. Noé recebeu uma planta para a arca e, ao
seguir a planta, andou pela fé. Hb 11.7; II Co 5.7. "Assim fez Noé consoante a tudo
o que Deus lhe ordenara". Gn 6.22.

O que está escrito na palavra de Deus sobre esses padrões serve para nós. Rm
15.4. Como Moisés seguiu o modelo na construção do tabernáculo, também nós
devemos seguir os padrões de Deus hoje. O nosso padrão é a pregação e a prática
apostólicas. Não havia nada na planta de Deus para o tabernáculo que não fosse
essencial. Deus tem um propósito em suas instruções detalhadas.
IV. O Engenheiro Principal na Construção

Bezalel quer dizer “na sombra de Deus” Êx 31.1-6; 35.30-35; 36.1. Como é sugestivo
o seu caráter! Isso é tudo o que um obreiro precisa para cumprir a vontade de
Deus. Bezalel era o mestre, treinado nas melhores oficinas do Egito. Tornara-se
engenheiro capaz e habilidoso. Aoliabe foi designado auxiliar direto dele. Depois
repartiram a cada homem e mulher tarefas específicas.

V. Os Materiais, Origens e Significado Espiritual

Metais: ouro, prata e cobre. Não só o que havia de mais caro, mas também de mais
durável e resistente ao tempo. Madeira de acácia, preciosa. Peles de animais.
Tecidos de várias espécies. Pedras preciosas como o ônix. Azeite para o castiçal.
Aromas para o incenso, etc. Desta lista, descobrimos não só a riqueza do povo, mas
sua voluntariedade em contribuir.
Significado Espiritual

1. Ouro (divindade e majestade de Cristo)


2. Prata (redenção feita por Cristo)
3. Madeira (humanidade de Cristo [Filho do homem])
4. Tábuas cobertas de ouro (Jesus Cristo é o Deus-Homem)
5. Linho fino torcido (a santidade e a Justiça de Jesus Cristo )
6. A cor azul (a cor celestial. Jesus Cristo é de cima)
7. A cor púrpura ([escarlata] a cor da realeza. O Filho de Deus e o Rei dos reis )
8. A cor carmesim ([vermelha] a cor do sangue do nosso Salvador )
9. Cobre (o metal que agüenta calor como Jesus Cristo suportou a ira de Deus em
nosso lugar. Simboliza que Jesus Cristo sofreu em nosso lugar para nos salvar).
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Capitulo V
O Pátio do Tabernáculo

O Tabernáculo, assim como o homem é composto de três partes principais:


1. O Pátio,
2. O Lugar Santo,
3. E o Santo dos Santos (visto de fora para dentro). Uma curiosidade é que quando o
Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto, ele
era montado de dentro para fora, ou seja, do Santo dos Santos até o átrio!. Podemos
compreender aqui que o Senhor inicia seu tratamento conosco a partir de dentro,
daquilo que temos de mais interior: o espírito! As divisões citadas do tabernáculo
representam corpo, alma e espírito.

O Átrio era o único lugar do santuário onde podia entrar o adorador. Neste lugar eram
também realizados os sacrifícios. Ao entrar, o adorador encontrava primeiramente
o chamado Altar dos Holocaustos (Ex 27.1-8, 38.1-7), onde eram queimados os
sacrifícios. Este altar era feito de madeira de acácia e recoberto em bronze. Em cada
um dos seus quatro cantos havia uma ponta. Ex 27.2. Entre o Altar dos Holocaustos
e a entrada do templo, havia uma pia de bronze na qual permanentemente havia
água para que os sacerdotes lavassem os pés e as mãos antes de entrar no
santuário, ou de fazer o sacrifício. Ex 30.17-21.
O Átrio também conhecido como Pátio. Êxodo 27.9-19. O Tabernáculo foi cercado por
um pátio, ou “Átrio”, perto do fundo do qual ele situava-se. Este átrio, 75 pés de
largura e 150 pés de comprimento, estava formado por uma cerca de cortinas de
linho, suspensas por colchetes de prata, colocados no alto de colunas de madeira 7
½ pés de altura, que foram postos em tubos de bronze, e colchetes, da mesma
maneira que a tenda que cobria o Tabernáculo, com cordas e pinos. Todo este
recinto cercado era terra santa. O pátio era o local mais exterior do Tabernáculo.
Era totalmente descoberto e compunha-se de três elementos:
1. A Porta,
2. O Altar do Sacrifício,
3. E a Pia.

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1. A Entrada (Porta) Êxodo 27.16: O pátio media cem côvados de comprimento por
cinqüenta de largura. Ele era cercado por cortinas de linho fino torcido que eram
fixadas através de colunas de cobre e madeira, sendo que as colunas também eram
fixadas em encaixes de cobre. O cálculo feito da quantidade de cobre utilizado no
Tabernáculo prova que foi utilizado madeira nas suas colunas. Havia sessenta
colunas como estas.
Uma única porta de vinte côvados de largura permitia a entrada no pátio pelo lado
oriental. Ela era feita do mesmo material utilizado na confecção dos véus do
Tabernáculo e era fixada através de quatro colunas.
Quando alguém entrava por esta porta dava de frente com o Altar dos
Holocaustos, depois com a Pia e finalmente com o Tabernáculo propriamente dito.
A localização exata de cada uma destas coisas era significativo.

2. O Altar do Sacrifício. Êxodo 27.1-8


Este era o primeiro móvel encontrado
logo após a entrada para o Átrio. Esse
altar foi desenhado para queimar
sacrifícios. O altar foi construído de
madeira oca e coberto por bronze.
Isso o tornava leve o suficiente,
apesar de seu tamanho, para ser
carregado em varas cobertas de
bronze que passavam por argolas em
bronze nas suas beiradas. Êx 27.1-8.
Uma grelha de bronze ficava no meio do altar para permitir que o ar fluísse para
dentro do fogo. Baldes para as cinzas, ganchos para a carne, as bacias para recolher
o sangue e as panelas também eram feitas de bronze. Nos cantos do altar havia dois
chifres também cobertos por bronze. Esses chifres podem ter sido úteis para
amarrar os animais que seriam sacrificados, e eles também eram simbólicos. Como
sinal de proteção uma pessoa em Israel podia ir ao altar e bater nos chifres
(Também os fugitivos ficavam em segurança quando corriam e se agarravam em
uma das quatro pontas deste altar. I Rs 2.28).
Os sacrifícios e ofertas eram os elementos físicos
pelos quais, o ofertante trazia a Deus para expressar
sua devoção, gratidão ou necessidade de perdão.
Algumas nações antigas tinham o costume de
oferecer sacrifícios aos seus deuses, mas não com o
significado ou propósito que Israel.

A idéia de sacrifício aparece em toda a Bíblia. A


primeira menção explícita de um sacrifício aparece
em Gênesis 4.3-5 (para alguns, a primeira evidência
implícita da realização de um sacrifício se encontra
em Gênesis 3.21) e a última referência a tal assunto a
encontramos em Apocalipse 22 onde Jesus é
simbolizado por um cordeiro.
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No período patriarcal, os sacrifícios representam um profundo ato de adoração


chegando a ser uma suprema demonstração de lealdade como no caso de Abraão
ao estar disposto a sacrificar seu próprio filho, o filho da promessa. Estes mesmos
componentes de adoração e lealdade estão presentes no relato dos sacrifícios
oferecidos por Caim e Abel. No livro de Jó aparece um outro aspecto importante do
sacrifício: o sacrifício pelo pecado. Jó tinha por costume oferecer holocaustos pelos
possíveis pecados que seus filhos pudessem ter cometido (notemos também a
atitude intercessora e, de alguma forma, sacerdotal do patriarca). Na economia de
Israel, existiam diversos tipos de sacrifícios (oferta pacífica, sacrifício de comunhão,
sacrifício pelo pecado, holocaustos diários, etc. ) que refletem os diferentes aspectos
já mencionados. Portanto, o sistema sacrificial organizado entrou em vigor a partir
do êxodo. O sacrifício exigia uma vítima, sangue derramado sobre o altar.

Os Holocaustos Diários: Cada dia era oferecido em holocausto dois cordeiros de um


ano. O primeiro cordeiro era sacrificado pela manhã e era queimado no Altar dos
Holocaustos até a tardinha quando era sacrificado o segundo cordeiro que era
queimado ate a manhã. Ex 29.38-46, Nm 28.1-8. Este era o chamado holocausto
contínuo e, como os demais serviços diários, representava a contínua intercessão de
Cristo em nosso favor.

Sacrifício pelo Pecado: Como já mencionamos anteriormente, o sacrifício pelo pecado


fazia parte importante do ritual do Santuário e, portanto passaremos a descrevê-lo
com detalhes. Perceberemos também como são ilustrados os princípios de
substituição e transferência presentes em todo este sistema de adoração e, mais
importante ainda, em todo o plano de salvação. Ao estudar este assunto vemos a
existência de quatro casos a ser considerados.

1. Quando o Sumo Sacerdote Pecava. Lv 4.1-12


O Sumo Sacerdote representava o povo de Israel perante Deus, portanto se ele
pecava todo o povo se tornava culpado (Lv 4.3) e ficava sem intercessor. Neste caso,
o Sumo Sacerdote devia tomar um novilho sem defeito e colocar a mão sobre a
cabeça do novilho. Em este ato, o sacerdote confessava o pecado, demonstrava
confiança no substituto inocente (o novilho, representando a Cristo) e transferia o
pecado para o substituto. Em seguida, o sacerdote imolava o novilho e parte do
sangue era levado ao lugar Santo e espargido sete vezes no véu que separava o
Lugar Santo do Santíssimo (de alguma forma, o véu fazia as vezes de intercessor).
Assim mesmo, o sacerdote colocava parte do sangue nas pontas do Altar de
Incenso. Desta forma o pecado era transferido ao Santuário. O restante do sangue
era derramado aos pés do Altar dos Holocaustos representando assim o sangue de
Jesus derramado no Calvário. A gordura e os rins do novilho eram finalmente
queimados no altar.

2. Quando a Nação Pecava. Lv 4.13-21


Neste caso, o procedimento era igual ao caso anterior com a única diferença que
eram os anciãos do povo quem colocavam as mãos sobre o novilho.

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3. Quando um Príncipe Pecava. Lv 4.22-26

Quando era um príncipe quem pecava, devia levar um bode sem defeito, colocar a
mão sobre a cabeça do bode (com o mesmo significado que nos casos anteriores ) e
imolá-lo. Então o sacerdote tomava o sangue e parte dele era colocado nas pontas
do Altar dos Holocaustos e o resto era derramado aos pés do mesmo altar.
Notemos que a diferença dos casos anteriores, o sangue não foi levado dentro do
Lugar Santo, portanto o sacerdote devia comer da carne do animal para que então
o pecado seja cerimonialmente transferido ao sacerdote. Lv 10.17-18. Novamente, a
gordura era queimada no altar.

4. Quando uma Pessoa Comum Pecava. Lv 4.27-35. Neste caso o pecador devia levar,
dependendo de sua condição social, uma cabra ou uma cordeira sem defeito. O
restante do ritual era semelhante ao caso anterior. Apesar de toda esta riqueza
temática encontrada na Bíblia acerca dos sacrifícios, podemos nos perguntar, por
que Deus instituiu um sistema ritual aparentemente tão cruel? Responderemos esta
importante pergunta especificamente no caso do sacrifício pelo pecado. No
sistema de sacrifícios podemos identificar três ensinamentos básicos, a
saber:

A conseqüência do pecado é a morte. Como veremos com mais detalhes


posteriormente, quando uma pessoa comum pecava devia sacrificar uma cabra.
Levítico 4.27-29. Cada vez que havia um pecado alguém (no caso, a cabra) tinha
que morrer por causa desse pecado. “Sem derramamento de sangue não há
remissão”. Hb 9.22.

O pecador precisa de um substituto. Sabemos já que a conseqüência do pecado é a


morte (Gn 2.17, Rm 6.23), mas também sabemos que todos nós somos pecadores e,
portanto estamos todos condenados a morte. Mas o ritual de sacrifício mostra que
há um substituto, alguém que toma o lugar do pecador e recebe a penalidade no
seu lugar permitindo que o pecador seja perdoado e viva.

O horror do pecado. Sem dúvida o ritual do sacrifício era uma experiência


dramática. O próprio pecador devia matar o animal sacrificado (Lv 4.27-29)
salientando dessa forma que a vítima inocente morria pela sua causa. Assim, Deus
queria mostrar toda a malignidade do pecado.

Um elemento importante no Altar de Bronze é o Fogo:


O Altar de Bronze deveria estar sempre aceso. O
fogo ardia continuamente e a fumaça subia todo o
tempo. O fogo do Altar foi miraculosamente aceso
e nunca se apagava. Lv 9.24; Lv 6.8-13. A origem
do fogo era sobrenatural, foi ateado pelo próprio
Deus. O sacerdote tinha o cuidado de colocar lenha
sobre o Altar todas às manhãs, e o fogo permanecia
aceso. Em Levítico 10.1-5, Nadabe e Abiú filho de
Arão e sacerdotes levitas, levaram um fogo
estranho ao Altar de Deus, e foram consumidos e
mortos por sua leviandade.
Tipologia Bíblica 21
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É interessante que eles possuíam instruções específicas sobre o fogo a ser usado no
Altar e assim mesmo desobedeceram. O nome Nadabe significa “liberal” e Abiú
significa “ele é meu pai”.

3. Lavatório de Bronze. Êxodo 30.17-21: Conhecida também como Pia de bronze, era
feita de bronze e foi usado espelhos de metal das
mulheres, ficava no Átrio, entre o Altar do
Sacrifício e o Tabernáculo. Êxodo 30.17-21. Pouco
se sabe sobre o seu formato, sabe-se apenas que
era uma bacia, colocada sobre um pedestal,
também de bronze. A sua localização na entrada
da tenda da congregação evitava que as partes
interiores do tabernáculo se contaminassem com
poeira. Deus é santo, e ele exigia que os
sacerdotes se limpassem antes de começarem a
ministrar na tenda do tabernáculo. Esta Pia só
poderia ser usada pelo Sumo Sacerdote e os Sacerdotes quando entrassem na
tenda, ou quando chegassem ao Altar para ministrar, nas ocasiões da consagração
deveriam tomar banho completo. Este ato impediria que eles morressem em
serviço.

Significado Espiritual

Tipologia

1. As Paredes e o Pátio protegiam o Tabernáculo de alguma profanação acidental ou


intencional. Isto nos lembra que devemos chegar à presença de Deus de maneira
séria e reverente. Ec 5.1-6. Também somos lembrados que as coisas de Deus como a
Sua igreja, ordenanças e adoração devem ser separadas do mundo.
(Salomão, que foi uma figura de Cristo, era protegido enquanto dormia em suas
viagens por sessenta soldados. Muitos têm a suposição que o número de soldados é
uma alusão às sessenta colunas do Pátio. Esta referência está em Cantares 3.6-7).

2. O piso do Pátio e do Tabernáculo era a próprio solo. Isto nos lembra o fato de que
quando Cristo, em Sua encarnação e origem humana era uma “raiz de uma terra
seca”. Isaías 53.2. Não há glória terrena em Seu nascimento.

3. O Pátio tipificava para nós a comunhão e adoração que os santos gozam na igreja.
Como a igreja é a casa de Deus hoje (I Tm 3.15) o Tabernáculo era o lugar onde
Deus encontrava com Seu povo e onde o evangelho era tipificado em suas
ordenanças simbólicas. No pátio o povo de Deus adorava e oferecia seus sacrifícios.
Sl 84.1-2, 65.4, 100.1-4, 27.4-6,. Os Cristãos hoje são todos sacerdotes que devem
servir á Deus através da Igreja. I Pe 2.5. (É interessante lembrarmos que a primeira
igreja se reuniu para adoração nos pátios do Templo, como vemos em Atos 2.46.
Sem dúvida, os eventos do dia de Pentecostes ocorreram no pátio do Templo e não
no cenáculo, como muitas vezes é declarado).

Tipologia Bíblica 22
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4. A Porta: Não haviam querubins representados nesta cortina ao ar livre. Os


querubins só eram vistos dentro do Santo Lugar. Esta cortina com a sua mistura de
branco, azul, púrpura e carmesim estava idêntica àquela na entrada para o
tabernáculo. Mas era muito diferente da cerca de linho branca que dava entrada
para o átrio.
Pense na beleza que o Israelita veria quando ele se aproximava do portão do
Tabernáculo. Os raios luminosos do sol estariam resplandecendo nas quatro cores
do portão. Este era o único meio pelos quais os homens e mulheres poderiam se
achegar a Deus. Era a única entrada em todo o tabernáculo. Não havia nenhum
outro meio. Seja um sacerdote que fosse ministrar, ou um pecador arrependido
buscando perdão, teriam que entrar por aquele portão. Ninguém poderia entrar
por qualquer outro lugar a não ser por este portão. Qualquer Israelita que se
aproximava do Tabernáculo trazendo o seu sacrifício, e desejando a expiação, sabia
que não havia nenhuma maneira de alcançar o altar de bronze, a não ser pelo
portão no lado oriental. Nm 2.3. O Portão estava sempre aberto, nunca impedido,
sem que houvesse proibição para aquele que queria adorar a Deus. Mas a pessoa
tem que fazer uma decisão pessoal, para entrar se ele quiser receber.

Um Tipo de Cristo: Jesus se revelou como a única entrada para Deus. Certamente a
porta é uma figura de Cristo como a porta e o caminho para a presença de Deus.
João 10.9, 14.6. Havia somente uma porta para a presença de Deus. Ela fica em
frente ao Altar de Bronze, o qual é uma figura de Cristo sofrendo pelos nossos
pecados. Que lição há aqui! A primeira visão de quem entrava no Tabernáculo era
o altar. Nós vamos chegar ao lar celestial pelo caminho da cruz. Os Judeus
entravam na presença de Deus vindo primeiramente com um sacrifício para ser
oferecido neste altar. Nós entramos na presença de Deus pela fé no Cordeiro do
Calvário.
5. O Altar do Sacrifício: O altar de sacrifício era uma figura da cruz de Cristo, local
em que animais eram sacrificados em favor dos homens. Local onde o pecador se
aproximava de Deus.
(a) Madeira de Acácia: Simboliza a origem humilde de Cristo, porém resistente.
(b) Bronze: Significa o julgamento de todos os pecados da humanidade.
(c) Quatro pontas: Representa poder e autoridade.
(d) Lados Iguais: Simboliza que no sacrifício de Cristo não há diferenciação.
(e) As Brasas: Símbolo do sacrifício queimado e aceito. Lv 9.23-24.
(f) As Cinzas: Representa os pecados perdoados e consumidos pelo fogo espiritual.
6. Lavatório de Bronze: Como as pontas do altar apontavam para a morte de Jesus,
assim a pia apontava para a sua vida. O Sangue fala de uma vida tomada e a água
fala de uma vida dada. A água na pia fala de Jesus, a Palavra Viva de Deus que
entra em nós e nos dá a vida eterna. Jesus disse que nós estamos limpos por causa
da Sua Palavra e que o conhecimento de Deus que é passado a nós pela Sua Palavra
é vida eterna. Como o sacerdote lavava as suas mãos e os seus pés enquanto
entrava na Presença de Deus, assim nós estamos sendo limpos continuamente da
corrupção deste mundo pela Palavra de Deus.
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Capitulo VI

O Lugar Santo

O Santuário - cômodo interior onde só os sacerdotes entravam e realizavam sacrifícios.

O Lugar Santo era a primeira parte da tenda de dentro do tabernáculo. No lugar


Santo o acesso era restrito, somente o Sumo Sacerdote e o Sacerdote tinham
permissão para entrar, Os sacerdotes podiam entrar ali para fazer as suas rotinas
diárias no lugar do povo de Deus. Era um lugar de 10 mts. de comprimento, ao
lado direito de quem entrava, ficava: três peças importantes de mobília.
1. A Mesa da proposição ou dos pães asmos,
2. O Castiçal de ouro também conhecido como Candelabro (do lado esquerdo)
3. E o Altar de Incenso (ao centro) e em frente à entrada do lugar Santíssimo.

1. A Mesa dos Pães da Proposição


Mesa: esta é a primeira menção da palavra "mesa" (comunhão & companheirismo) na Bíblia
Proposição: Pão da proposição significa “pão da presença” ou “perante a face”. Isto é, pão
próprio para ser colocado na presença do Rei. Nas Escrituras é chamado de pão
contínuo. Êxodo 25.30; Números 4.7.
Com uma altura de 1 1/2 côvados
(70 cm). Ao redor da mesa estava
uma borda de ouro, e um pouco
mais adiante, no topo de mesa,
uma borda adicional que
seguraria os pães no lugar. A
mesa tinha quatro pernas, e duas
varas de ouro foram encaixadas
por argolas douradas presas às
pernas para transportar. Ex 25.23-
30. A Mesa com os Pães era colocada no lado direito da porta para entrada no
Lugar Santo. O propósito desta mesa era colocar os 12 pães feitos de flor de farinha.
Eles foram colocados lá em duas filas de seis, cada pão representa uma das tribos
de Israel. Lv 24.8. Todos os sábados os sacerdotes substituíam os pães por outros, e
os comiam. I Cro 9.32; Lv 24.9.

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O historiador Josefo, indica que o pão era sem fermento. Este pão às vezes é
chamado de “pão da preposição”, porque seu significado literal é “pão da face”,
isto é, pão partido diante da face ou presença de Deus.
2. O Candelabro Dourado. Êxodo 25.31-40

O Santo Lugar não havia nenhuma janela ou local para entrar a luz. Foi iluminado
por um candelabro de ouro glorioso, que estava colocado no lado oposto à mesa ao
lado sul no Santo Lugar. Feito de um pedaço de ouro sólido batido, que pesou
aproximadamente 43 kg. Em hebraico é conhecido como 'menorah' e um dos
símbolos mais comuns do Judaísmo.
O menorah dentro do Santo Lugar do tabernáculo era uma obra de beleza
extraordinária e consistia em três partes principais: a base, a haste principal e as
hastes filiais. Acima da base surgia uma haste vertical e dos dois lados desta haste,
saíam três hastes filiais que se encurvam para o lado e acima. Cada uma das seis hastes
filiais e a haste central terminava em um pote feito em forma de uma flor de amêndoa
aberta. No mesmo topo as pétalas abertas da flor seguravam uma luminária de óleo.
Foram decoradas habilmente a haste central as filiais com aquele mesmo desenho de
flor de amêndoa abertos com três em cada haste e quatro na haste central. A
decoração era tão primorosa e detalhada, que Deus ordenou que somente artesãos
altamente qualificados e ungidos pelo Espírito Santo poderiam fazer isto.

Todo dia e toda a noite, estas sete luminárias constantemente iluminaram a glória
do Santo Lugar e especialmente na mesa dos pães da proposição, como uma
lembrança de que Presença de Deus sempre está com o seu povo. Somente o sumo
sacerdote poderia trocar o óleo da luminária. Duas vezes diariamente, manhã e à
tarde, um sacerdote trocava um pavio, e enchia as luminárias com puro azeite de
oliveira batido para as luminárias. Êxodo 27.20-21; 30.7. Ele era responsável pelo
trabalho com as luminárias. Lv 24.3.
O Candelabro em hebraico é conhecido como 'menorah', um dos símbolos mais comuns do
Judaísmo.

As sete luminárias de óleo que descansam nas pétalas de flor


eram como pequenos potes. Na ponta de cada haste havia
uma lamparina, as quais eram acesas diariamente. O foco
de luz delas devia coincidir exatamente com o foco de luz
da haste central (em fileira - Levítico 24.2-4). A claridade
era necessária para o serviço sacerdotal no Lugar Santo.
Não havia janelas, e sequer um raio de luz natural (de fora)
ali penetrava. A única fonte de luz era a do Castiçal. Tudo
era escuro. A claridade no ambiente interno da Tenda
dependia exclusivamente do castiçal com suas lâmpadas
acesas. Isaías 9.2; João 12.46.
A identificação é tão real, que a luz de Cristo é a própria
luz dos seus discípulos verdadeiros. Cristo colocou sua luz em nós, por isso não
devemos colocá-la debaixo do “alqueire”. Mt 5.14-16. Devemos deitar o azeite
continuamente em nossas vidas, para que haja a real Luz do Senhor. Ef 5.18. Sem a
presença do Castiçal no recinto da Tenda, certamente haveria escuridão.
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E esta era a intenção primordial de Deus. Sem Cristo, o homem continua em trevas,
no caminho do pecado. O inferno é um local de trevas densas. O céu é um local de
luz. Apocalipses 22.3-5.

3. O Altar do Incenso. Êxodo 30.1-10


Diferentemente do altar de sacrifício no
átrio, esse altar era feito madeira de acácia
coberta de ouro, não bronze, e não era
usada para sacrifícios. No entanto, como
no altar de bronze, havia chifres em cada
canto e argolas e varas para carregá-lo.

O altar de incenso estava localizado no


Lugar Santo, “diante do véu” que separava
o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (Êx
30.6; 40.26; I Rs 6.22), para que o sumo
sacerdote pudesse queimar sobre ele, cada
manhã e cada tarde, “o incenso aromático”
ao Senhor. Êx 30.7,8. Embora localizado
geograficamente no Lugar Santo, esse altar
era tido como pertencendo tecnicamente
ao Lugar Santíssimo (Hb 9.3,4), pois o
incenso sobre ele oferecido era tido como penetrando além do véu, “perante o
Senhor”. Êxodo 30.8. Se o altar estivesse localizado no próprio Lugar Santíssimo, o
sumo sacerdote não poderia oferecer sobre ele “incenso contínuo ao Senhor”, cada
manhã e cada tarde (Êx 30.7,8), pois naquele compartimento o sumo sacerdote só
podia entrar “uma vez por ano” (Hb 9.6,7), ou seja, no grande Dia da Expiação. Lv
16.1-34; 23.26-32. Portanto, mesmo pertencendo ao Lugar Santíssimo, o altar de
incenso precisava estar no Lugar Santo para que o sumo sacerdote tivesse acesso
diário a ele.

Significado Espiritual

Tipologia

1. O Altar de Incenso: O Altar de Incenso (Ex 30.1-10, 37.25-28), era, assim como o
Altar dos Holocaustos, construído em madeira de acácia. Porém seu revestimento
era de ouro puro. O Altar de Incenso tinha também pontas em cada um dos seus
quatro cantos. Encontrava-se no Lugar Santo frente ao véu que separava o Lugar
Santo do Santíssimo. Era aqui que os sacerdotes queimavam diariamente incenso
como interseção pelo povo de Israel. Este incenso queimado representava as
orações dos santos. Apocalipse 8.4.

2. A Mesa e os Pães da Proposição: No lado Norte do Lugar Santo, encontrava-se a


mesa onde eram colocados os Pães da Proposição. Esta mesa era feita de madeira
de acácia e estava recoberta de ouro puro. Doze pães eram colocados sobre ela
formando duas colunas de seis pães. Sobre cada coluna era colocado um copo com
incenso. Levítico 24.7.

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O significado primário dos pães talvez tenha sido o reconhecimento de Deus como
o grande provedor e da conseqüente dependência do povo. Mas uma segunda
aplicação, de caráter messiânico, pode ser feita. Jesus declarou ser o pão da vida
(João 6.35), portanto podemos pensar nos pães como símbolos de Cristo.

O Candelabro de Ouro era na realidade uma lâmpada alimentada por azeite. Ele tinha
sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em
ramos separados. A peça inteira era altamente ornamentada, como descrito em (Êx
25.31-40). A Lâmpada queimava óleo de oliva batido á mão. Levítico 24.2.
O propósito do Candelabro era produzir luz para os sacerdotes no Lugar Santo. Ao
pensarmos nesta fonte de luz divinamente ordenada, vários aspectos da verdade
parecem ser apresentados em figura: De imediato o Candelabro nos leva a
refletirmos que Cristo é a luz do Seu povo. Nós andávamos em trevas espirituais
antes de conhecermos a Cristo. II Co 4.3-4, Ef 4.18. Seguindo a Cristo como
sacerdotes-cristãos, nós temos a luz da vida. Jo 8.12.
Considere que assim como o Candelabro brilhava por usar o óleo, assim também
Cristo significa “o Ungido”. Nosso Salvador, como o Cristo, foi ungido com o
óleo do Espírito. Hb 1.9. Suas obras e palavras maravilhosas foram feitas no poder
do Espírito. At 10.38. Cristo Jesus tem a plenitude do Espírito que é simbolizada em
Apoc 3.1. Os sete ministérios do Espírito em Cristo são explanados em Isaias 11.1-2.
O Santo dos Santos era iluminado pelo Shekinah, à luz da glória de Deus. Isto
tipificava a presença de Deus no Céu. O Lugar Santo, entretanto, era iluminado
pelo Candelabro ou luz da graça. Isto tipificava o ministério do Espírito Santo para
os santos do presente mundo. Embora nós não vejamos a glória de Deus com
nossos olhos físicos, podemos compreender através do Espírito as verdades
espirituais. Sem o Candelabro ninguém poderia ver a beleza do Lugar Santo. A
Mesa do Pão da Proposição, o Altar de Incenso e as lindas cortinas estariam em
trevas. O sacerdote não teria luz para realizar o seu serviço. Assim ocorre com o
Cristianismo. Até que o Espírito ilumine nossa mente a beleza de Cristo está oculta
(II Coríntios 4.6) e fica impossível prestar serviços aceitáveis á Deus. Somente o
novo nascimento através do Espírito de Deus é que nos equipa para a visão e
serviço do reino de Deus. João 3.3.
Ao ensinarmos que o Candelabro representa tanto a obra de Cristo como a obra do
Espírito, não estamos entrando em contradição. Há unidade no trabalho dEles. O
Espírito Santo é o Espírito de Cristo, pois Ele foi enviado pelo Salvador e no lugar
do Salvador. Gl 4.6, Jo 14.26 e 16.7. Cristo vive em nós pelo poder do Seu Espírito.
Ele morreu para nos comprar o dom do Espírito. Atos 2.33. Da mesma forma nós
não estamos indo além dos limites Bíblicos quando asseguramos que o Candelabro
representa as igrejas de Cristo como carregadoras da luz. De fato nós temos
autoridade divina para isto. Apoc 1.20. Depois da Sua ressurreição e ascensão o
Salvador enviou o Seu Espírito para dar poder a igreja para trabalhar. At 1.8. A luz
do evangelho brilha enquanto as igrejas de Cristo cumprem a Grande comissão
através do Seu poder. Mt 28.18-20. O povo de Deus é iluminado enquanto as igrejas
desempenham seus ministérios de ensinar a Palavra. I Tm 3.15, Ef 4.11-15. A igreja
local é a instituição através da qual a verdade de Cristo é preservada e conhecida. I
Tm 3.15.

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Capitulo VII

O Santo dos Santos

O Santo dos Santos era o lugar onde o Deus habitava. Êx 28.28-44. Um pequeno
cômodo de 10 cúbitos x 10 cúbitos (5 x 5m) separado do Santo Lugar pelo véu. Ali
não havia nenhuma luz natural como a do sol, e nenhuma luz artificial, mas a
própria Glória de Deus a "Shekinah" iluminava o Lugar Santíssimo. Não havia ali
nenhum assento para o homem, aqui, Jeová sentou-se só, no trono de glória e
justiça. Só o Sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano, no
Dia de Expiação, levando o sangue do bode de sacrifício para a remissão dos
pecados dos Israelitas. Ele fazia assim porque o Santo dos Santos do Tabernáculo, a
Casa de Deus, era um Santo Lugar onde ele não podia entrar a menos que se
levasse o sangue do sacrifício, em cuja cabeça suas mãos foram impostas, para
eliminar as iniqüidades dos pecadores. Como o Sumo Sacerdote entrava uma vez
ao ano, ele entrava com cabeça curvada, pés descalços, e sinos. Nenhuma voz
humana era ouvida, só a voz de Deus.

O Móvel do Lugar Santo. Êx 25.10-22


No Santíssimo só havia um móvel: a
Arca da Aliança, (também chamada):
(a) Arca do testemunho, Ex 25.22
(b) Arca da Aliança, Nm 10.33
(c) Arca do Senhor Jeová, I Rs 2.26
(d) Arca de Deus, I Sm 3.3
(e) Arca Sagrada, II Cr 35.3
(f) Arca da tua Fortaleza, Sl 132.8.
Ela media 1,25m de comprimento,
75cm de largura e altura. Entende-se
como apenas uma peça, pois o
propiciatório (tampa) era parte integrante da arca. A arca era caixa construída com
madeira de acácia e revestida de ouro. Sua tampa, o propiciatório, era totalmente
de ouro e estava encimado pôr dois querubins que tinham suas frontes voltadas
para baixo (como que estivesse olhando para o fundo da caixa). Suas asas estavam
abertas e tocavam-se, como que se estivessem dando as mãos. Dentro da arca
estava contida as Tábuas da Lei recebidas pôr Moisés no Monte Sinai, um vaso
contendo o maná fornecido aos israelitas no deserto e o cajado de Arão que havia
florescido. Isso representava para aquele povo a presença de Deus, que guiava-os,
protegia-os e dava-lhes vitória.
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Propiciatório: Na parte superior, ao redor, havia uma Bordadura de Ouro. Ex 25.11.

Sobre a tampa, chamada Propiciatório "o Kapporeth", foram esculpidos dois


querubins de ouro ajoelhados de frente um do outro, com os rostos voltados um
para o outro, com as asas esticadas para frente, tocando-se na extremidade. Suas
faces eram voltadas uma para a outra e as asas cobriam o propiciatório
encontrando-se como um arco, dum modo defensor e protetor. E se curvavam em
direção à tampa em atitude de adoração. Êxodo 25.10-21; 37.7-9. Esta peça era uma
peça só, não sendo fundidas em separado. Segundo relato do verso 22, Deus se
fazia presente no propiciatório no meio dos dois Querubins de ouro em uma
presença misteriosa que os Judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.

Após o estabelecimento do povo da terra prometida, a arca foi levada para Siló,
onde ficou guardada em um tabernáculo permanente. Foi capturada pelos Filisteus
após o período dos juízes e levada para Asdode, sendo enviada mais tarde a Ecrom
e novamente a Israel. Lá, ficou sob cuidados do sacerdote Eleazar por 20 anos em
Quireate-Jearim. Davi, durante seu reinado, ordenou a construção de um templo,
que somente foi terminado por seu filho Salomão. A arca foi depositada nesse
templo e permaneceu até o ano de 587 a.C. quando Nabucodonosor invadiu o reino
de Judá, desaparecendo misteriosamente.

Onde está a Arca da Aliança?

Jeremias profetizou o fim da arca da aliança (como objeto e símbolo) assim:


"Sucederá que, quando vos multiplicardes e vos tornardes fecundos na terra, então,
diz o Senhor, nunca mais se exclamará: A arca da aliança do Senhor! ela não lhes
virá à mente, não se lembrarão dela nem dela sentirão falta; e não se fará outra". Jr
3.16. Comentando esta passagem de Jeremias, R. K. Harrison diz: "A presença de
Deus em Sião fará desnecessária a arca e outros objetos de culto com sua majestade,
porque estes são somente símbolos da realidade de Deus. Na Jerusalém celestial de
(Apocalipse 22.5) o sol também estará fora de moda. Até esta época ainda
precisamos de alguns lembretes materiais da atuação de Deus, para auxiliar a fé".

Tipologia Bíblica 29
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Segundo o historiador Josefo, a arca da aliança provavelmente se perdeu durante a


destruição de Jerusalém pelos caldeus, em 587 a. C., pois na construção pós-exílica
do segundo templo (c. de 537 a. C.) a arca já não fazia parte dos utensílios do
santuário, o que deveras surpreendeu Pompeu quando em 63 a. C. insistiu, pela
força, entrar no lugar santíssimo. F. F. Bruce lembra: "No lugar santíssimo pós-
exílico a posição da arca estava marcada por uma plataforma chamada 'a pedra de
fundação' (heb. 'eben shattiyyãh)".

Há outras versões para o que teria acontecido com a Arca. Algumas delas:

No século VIII a.C. o rei Ezequias ordenou a construção de uma rede de túneis de
abastecimento de água sob Jerusalém. Os túneis levavam água da fonte de Guijón
ao tanque de Siloé. Algumas tradições judaicas afirmam que a Arca teria sido
escondida dentro desses túneis momentos antes da invasão babilônica. Não há
evidências que possam comprovar isso. A outra versão diz que os babilônios teriam
levado a arca para a sede de seu império, onde hoje está o Iraque. No entanto,
outros objetos que também pertenciam a templo foram levados para a capital do
Império e devolvidos anos mais tarde. A arca não estava entre eles.

- Uma outra tradição, narrada pelo Kebra Negast, livro sagrado etíope, diz que a
rainha de Sabá teria engravidado do rei Salomão em sua visita a Judá. O filho,
Menelik I, recebera então por herança alguns objetos, entre eles a arca, levada para
a ilha de Tana Cherqos, hoje considerada sagrada pelos etíopes e onde encontram-
se artefatos arqueológicos relacionados com Israel e com o cristianismo primitivo.
O Kebra Negast diz ainda que a arca foi finalmente levada a Axum, suposta cidade
natal da rainha de Sabá. De acordo com a Igreja Ortodoxa da Etiópia, a arca está
guardada em uma pequena capela ao lado da Igreja de Santa Maria de Ziom.
Somente o guardião do local tem acesso à suposta à pequena sala coberta com 7
cortinas.

Motivos para o desaparecimento?

Evidentemente, a existência da Arca da Aliança hoje, poderia ser objeto de


veneração, adoração, haja vista que o homem sempre foi mais propenso a adorar o
que vê do que o que não vê (ainda que para Deus, é necessário que a adoração seja
na dimensão do espírito e não da carne).

Há um fato comum nas igrejas da Etiópia. Todas elas possuem uma réplica da arca.
Réplicas que se tornaram objeto de adoração. Há inclusive determinados dias do
ano, principalmente na época das chuvas, em que os cristãos ortodoxos etíopes
rogam à arca. Isso mesmo, pedem à própria arca proteção e abundância de chuvas.

Foi preciso que Deus escondesse o corpo de Moisés, para que não fosse idolatrado
pelo povo de Israel. Imaginando, hoje, que a verdadeira arca fosse encontrada e
divulgada por todo o mundo, certamente milhões de pessoas iriam até ela e, como
os etíopes, a transformariam em objeto de idolatria. O achado da arca seria algo
fantástico para a arqueologia bíblica. Quem sabe o maior deles, mas, traria sérios
prejuízos espirituais, devido a idolatria humana.

Tipologia Bíblica 30
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Nota apologética

Os Querubins da Arca da Aliança - Indicação para Adorarmos Imagens? "As


imagens dos querubins na arca do concerto não eram adoradas. Êx 25.18. Não eram
padroeiras dos hebreus, não intercediam por eles, nem eram a recordação de
alguém que eles amavam. Eram ornamentos e simbolizavam a presença de Deus.
Dt 10.1-3; II Cro 5.10; Hb 9.4-5".

Os querubins não eram carregados em procissão; o povo não cantava louvores a


eles; não eram coroados; não eram iluminados por meio de velas; não eram tocados
e beijados; não eram reproduzidos para serem guardados em casa, em redoma, no
pescoço, e colocados nas praças e em lugar de destaque; não havia fábricas de
querubins com fins lucrativos; não eram colocados nas sinagogas. Mais: a igreja
primitiva não precisou usar querubins nem qualquer tipo de imagens. O mesmo
raciocínio serve para a serpente de metal, edificada no deserto. Foi destruída
exatamente quando o povo se inclinava a adorá-la.

"Ele [rei Ezequias] tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e
fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os
filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram de Neustã [hebraico:
pedaço de bronze]". II Rs 18.4.

Não houve outro que confiasse tanto no Senhor Deus... “Assim foi o Senhor com
ele" (18.5-6). Podemos dizer que quanto mais o rei Ezequias destruísse imagens,
mais demonstrava confiança no Senhor e mais o Senhor era com ele.

As figuras do Antigo Testamento eram sombras das coisas futuras (Cl 2.17), mas,
vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo... Entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna
redenção. Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do
verdadeiro...”. Hb 9.6-24.

Portanto, as imagens devem ser queimadas, quebradas, feitas em pedaços e


totalmente destruídas, porque para nada servem. Servem apenas para fomentar
uma idolatria destruidora, que afasta o homem de Deus e o faz confiar mais em
pedaços de pau, de mármore, pedra, gesso do que no Senhor.

A proibição de Êxodo 20.4-5: “Não farás para ti imagens de escultura, nem


semelhança alguma do que há em cima nos céus... Não te encurvarás a elas nem as
servirás”. Êxodo 20.4-5 – inclui, de forma bem clara, as imagens de pessoas
falecidas, dos anjos e da Trindade. “Para ti” significa para adoração particular. Por
isso, a Palavra acrescenta que não devemos nos prostrar (“não te encurvarás”, isto
é, não fazer gestos de reverência, tirar o chapéu, inclinar o corpo, ajoelhar-se).
Encurvar-se ou ajoelhar-se é a mais visível manifestação de adoração. É a adoração
interior, do coração, que se exterioriza. Em diversas praças das capitais brasileiras,
há imagens esculpidas de homens públicos ou de feitos históricos. Deus não as
proíbe, exceto se forem adoradas como deuses.

Tipologia Bíblica 31
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Significado Espiritual

Tipologia

I. A Arca da Aliança e sua Tipologia

A arca da aliança possuía significados distintos. O primeiro era simbolizar a


presença protetora e orientadora de Deus no meio do Seu povo. No recôndito do
santuário o Senhor revelava Sua vontade aos Seus servos (Moisés: Ex 25.22; 30.36;
Arão: Lv 16.2; Josué: Js 7.6, etc.). Justamente por ser símbolo de Deus com Seu
povo, a arca da aliança desempenhou um papel importantíssimo, como por
exemplo, na travessia do rio Jordão (Js 3.4), na queda de Jericó (Js 6) e na cerimônia
da memorização do pacto, no monte Ebal. Js 8.30-35.

Ela representa a presença de Deus no meio dos homens. Veja os textos bíblicos que
autenticam esta afirmação: "Quando, pois, a arca partia, dizia Moisés: Levanta-te,
Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os que te odeiam.
E quando ela pousava, dizia: Volta, ó Senhor, para os muitos milhares de Israel."
Números 10.35,36 Quando a arca partia, Moisés dizia: "Levanta-te ó Deus..." e
quando ela pousava, dizia: "Volta, ó Senhor...", porque a arca representava a
presença de Deus, que estava entre os querubins, como ele mesmo dissera a
Moisés. Vemos também que em I Samuel 4.21,22 quando os filisteus tomaram a
arca, dizia-se em Israel: "Icabode - de Israel se foi a Glória!" Assim como a arca
representava a presença de Deus no meio dos homens, da mesma forma ela figura Jesus!

No Novo Testamento, é Ele quem é chamado Emanuel, que traduzido é: Deus


conosco. Mt 1.23. E dele escreveu João, o apóstolo do amor, dizendo: "E o verbo se
fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do pai." "Ninguém jamais viu a Deus. O Deus
unigênito, que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer." João 1.14 e 18
A arca, portanto, é figura de Cristo, a presença de Deus no meio dos homens.

O segundo significado, que na verdade é a expressão maior do primeiro, tem a ver


com Jesus Cristo. O Dr. D. D. Turner observa: "A arca tipificava o Senhor Jesus
Cristo que intercede por nós detrás do véu". E ainda: "Verifica-se melhor a tipologia
da arca em Números 10.33: 'A arca da aliança do Senhor ia adiante deles caminho
de três dias, para lhes deparar lugar de descanso'. Jesus Cristo, o antitipo da arca,
vai adiante dos Seus remidos explorando o caminho através do deserto deste
mundo pecaminoso, e levando o Seu povo até à Canaã celestial". E conclui: "Assim
como a arca ficou nas mãos dos filisteus durante certo tempo (cf. I Sm 5 e 6), o
Messias foi cativo no sepulcro, mas depois ressuscitou com triunfo".

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1. A Arca ocupava o lugar mais importante, o centro do Santo dos Santos.

2. A Tampa: expiação dos pecados, (simbolizando o sacrifício de Jesus que redimiu)


O Propiciatório (Ex 25.17-21): O propiciatório era a tampa de ouro que maciço que
foi encaixada na arca. Nas suas duas extremidades foram formados dois querubins
de ouro maciço, da mesma peça. Olhavam ao propiciatório e suas asas formavam
uma cobertura sobre a luz “Shekinah” que brilhava entre os querubins. O ouro
batido representa os sofrimentos de Jesus, como também o próprio propiciatório
representa Jesus, nosso propiciatório.

Propiciação é a ação ou efeito de tornar propício. A doutrina bíblica da propiciação


não é que ela aplaca um Deus vingativo, mas sim que torna possível para um Deus
de amor e justiça, em retidão com a sua própria santidade, e de acordo com ela,
abençoar o pecador arrependido e crente em Cristo.

Os querubins representam a supremacia divina sobre poderes naturais. Mt 28.18.


Onipotência. Que descanso para o homem que confia naquele poder. Sl 57.1; 56.3;
89.9; Jo 4.6,10. Os querubins de ouro olhavam, não para fora, para ver a
perversidade de Israel, mas sim para o propiciatório, espargindo com o sangue que
faz expiação e que segundo propósito divino, era o lugar de encontro dele com o
representante do povo. Assim o propiciatório é um símbolo de Cristo crucificado; o
lugar de encontro entre Deus e os homens.

Como o sumo-sacerdote aspergia o sangue do sacrifício no propiciatório no dia da


expiação, assim Jesus aspergiu o seu próprio sangue no propiciatório de céu, o
trono de Deus, que de trono de juízo se tornou em trono de graça. Hb 9.12; II Co
5.21; Is 53.10; Hb 6.20; 4.14-16. Os pecados ficam cobertos – Sl 32.1. Os querubins
olhavam as tábuas da lei através do sangue; assim Deus nos vê através do sangue
do seu filho Jesus. A lei ficou coberta e escondida. A expiação significa “cobrir”, no
hebraico. Os nossos pecados são cobertos. Gl 3.13. O juízo suspenso e a sentença
anulada, a lei satisfeita e o pecador salvo! Graças a Deus!! Rm 3.25. A graça reina.
Hb 10:19-22. Compare: Jo 4:22,23. Ilustração: O publicano e o fariseu. Lc 18.10-15.

3. A Thorá: palavra deixada por Deus para que nós o conhecesse.

4. A Vara de Arão: autoridade concedida a alguém. A vara de Arão que floresceu –


Nm 16.17. A amêndoa é tipo da ressurreição. A vara cheia de gomos, flores e fruto
maduro simbolizava o sacerdócio vivo e frutífero de Jesus. Hb 7.24,25.

5. O Maná: Alimento diário vindo dos céus. Ex 16.11-15: 33. Há algumas figuras na
Bíblia que fortalecem este ensino. Lemos em Hebreus 9:4 acerca da arca da aliança
que continha em seu interior um vaso com o maná, além das tábuas da lei e da vara
de Arão que floresceu. E o mesmo escritor afirma em sua epístola que "a lei tem a
sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas". Hebreus 10.1. Na arca e
nos elementos em seu interior não temos a imagem exata das coisas, mas, a sombra
(ou figura) de bens futuros.

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Se observarmos estes objetos segundo o ensino do Novo Testamento, temos que ir


além da imagem exata (o que neles se vê literalmente) e compreender a sombra, ou
seja: o que eles tipificam: os bens futuros, da Nova Aliança, nele figurados.

Qual é a figura do Maná? Para entendermos claramente, compararemos dois textos


bíblicos; um do Velho Testamento apresentando a figura, e um do Novo
Testamento interpretando a figura: "Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te
sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender
que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor disso
vive o homem. Deuteronômio 8.3 "Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só
de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus."Mt 4.4.

Observe isto: em Deuteronômio, vemos que as Escrituras dizem: "o homem não
vive de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor". E segundo o texto, o que
saía da boca do Senhor? O maná! Agora veja, Jesus usa estas mesmas palavras ao
ser tentado pelo Diabo no deserto, e o interpreta ao dizer: "nem só de pão viverá o
homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus". Ele substitui a expressão
"maná" por "Palavra de Deus", que era o significado desta figura, que não tinha a
imagem exata, mas era sombra de um bem vindouro. O maná, portanto, é um tipo
da Palavra de Deus: é o alimento que vem do céu para o sustento do seu povo.

O Espírito Santo opera em nós a Renovação Diária: Ele nos alimenta mediante a Palavra
de Deus: João 6.58 Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos
pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.
1. O Maná caía do Céu: A Palavra de Deus nos foi dada por Deus.
2. O Maná era para servir de alimento: A Palavra de Deus é alimento espiritual.
3. O Maná precisava ser colhido: A Palavra de Deus é comparada a uma semente.
4. O Maná era cozido: A Palavra de Deus é para ser estudada.
5. O Maná era triturado: A Palavra de Deus é para ser meditada.
6. O Maná era assado como Bolo: A Palavra de Deus é para ser praticada.
7. O Maná era comido com alegria pelo milagre da alimentação fornecida por Deus:
A palavra de Deus é nosso alimento Diário como fonte de comunhão e alegria
como nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que é nosso alimento espiritual eterno.

O Maná Escondido: Uma vez compreendidas estas figuras, entenderemos melhor o


que Paulo disse aos Colossenses: "no qual [Cristo] estão ESCONDIDOS todos os
tesouros da sabedoria e da ciência." Colossenses 2.3. Veja bem: assim como o maná
encontrava-se escondido dentro da arca, da mesma maneira, em Cristo estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência!

A arca figura Cristo e o maná a Palavra de Deus. E o maná encontrava-se ESCONDIDO


dentro da arca, do mesmo modo que os tesouros da sabedoria e da ciência - os
mistérios do Reino, a Palavra de Deus - estão escondidos em Cristo. É importante
ressaltar a expressão "escondido". O maná não estava apenas guardado na arca,
mas escondido! A arca não tinha janela nem vitrine; era um baú coberto pela tampa
do propiciatório sobre o qual estavam os querubins. O que se colocava dentro dela
não era visto por ninguém.

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Jesus mesmo autentica esta verdade ao dizer à igreja de Pérgamo: "ao que vencer
lhe darei do maná ESCONDIDO... "Sabe o que isto significa? Se alguém olhasse para a
arca não veria o maná escondido, exceto se fizesse um exame mais cuidadoso,
abrindo a arca para examinar seu conteúdo.

Da mesma maneira, se você tiver um contato apenas superficial com Cristo jamais
descobrirá os tesouros da sabedoria e da ciência! Jamais poderá conhecer os
mistérios do Reino! Do mesmo modo como ao se examinar a arca de maneira
superficial não se encontrava o maná, assim também, um contato distante com
Cristo jamais lhe revelará os tesouros escondidos! E, infelizmente, esta é a
realidade da maioria dos cristãos que, servindo a Jesus por anos e anos, jamais
chegam a experimentar do maná escondido.

Talvez pensem que isto é só para ser desfrutado no céu, por causa da promessa de
Jesus à igreja de Pérgamo; mas o que de fato Jesus disse é que quando os
vencedores chegassem lá, continuariam a desfrutar do maná escondido, pois é
impossível chegar a desfrutar da totalidade destes tesouros em Cristo ainda nesta
vida. Eles são inesgotáveis! Mas isto não quer dizer que não se encontrem à sua
disposição desde já! Saia do seu comodismo e corra possuir o que lhe pertence! Há
mistérios no Reino.

Há verdades a serem compreendidas. Não são verdades novas, são antigas; elas
são uma novidade para estes dias apenas porque estão sendo restauradas,
restituídas por Deus já que a Igreja deixou-as de lado. Estes tesouros escondidos
são os mesmos segredos de Deus que Davi menciona no Salmo 25.14.

Devemos guardar este Tesouro

1. Devemos guardar a Salvação, nosso tesouro eterno. Fp. 3.7,8


2. Um tesouro de valor incalculável. Mt 11.28; Is 55.1; Pv 2.4
3. Um tesouro para ser guardado no coração, na Alma, No espírito. Apoc 3.11
4. Devemos tomar cuidado para não perder este tesouro. GL 5.19-21
5. Nossa alegria deve estar neste tesouro. Lc 10.20
6. Um tesouro que custou um alto preço para Jesus. Jo 10.17-18.

Em que consiste este Tesouro?

1. Na vida eterna com Cristo Jesus. Rm 6.23 b


2. No comer da Árvore da Vida. Apoc 2. 7
3. Na imortalidade através da transformação. Apoc 2.11
4. Na alimentar-se do Maná escondido, e no novo nome. Apoc 2.17
5. No poder sobre as Nações através da Estrela da Manhã. Apoc 2.27-28
6. Nas vestes brancas e o registro no Livro da Vida. Apoc 3.5
7. No privilégio de ser coluna no templo de Deus. Apoc 3.12
8. No assentará no Trono com Cristo. Apoc 3.21
9. Procure este Tesouro enquanto tens vida, para que depois não seja tarde demais!!

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Capitulo VIII

As Cinco Ofertas Levíticas

O sistema sacrificial foi instituído por Deus para ligar a nação israelita à Ele próprio

Há muitas instruções para o sacrifício ao longo do Pentateuco, mas em Levítico são


dedicados os capítulos 1-7 completamente às 5 ofertas de levíticas que eram os
principais sacrifícios usados nos rituais. Eles descrevem 5 tipos de sacrifícios:
1. O Holocausto,

2. A Oferta de Manjares,

3. A Oferta Pacífica,

4. A Oferta pelo Pecado,

5. e a Oferta pela Culpa. Cada um dos sacrifícios foi cumprido literalmente em Cristo.
As Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e
também um sacrifício para perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas
das ofertas estavam relacionadas com o Altar de Holocausto. Os sacerdotes
sacrificavam várias ofertas à Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios
pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como
desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e freqüentemente,
enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade. As
principais ofertas eram:

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I. O Holocausto

O holocausto era um sacrifício que estava completamente queimado. Nada dele era
comido, e então o fogo consumia o sacrifício inteiro. É importante notar que o fogo
jamais se apagava: Lv 6.13 O "fogo arderá continuamente sobre o altar; não se
apagará."

O adorador israelita trazia um animal masculino (um touro, cordeiro, cabra,


pombo, ou rola, que dependem da riqueza do adorador ) para a porta do
tabernáculo. Lv 1.3: Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem
defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade,
perante o Senhor. O animal devia ser sem defeito. O adorador então colocava as
mãos dele na cabeça do animal, e em consciência que este animal inocente estava
sendo reputado por pecador, ele buscaria o Senhor para perdão, e então mataria o
animal imediatamente.

II. A Oferta de Manjares. Lv 2.1-16; 6.14-23. É diferente das outras 4 em 5 pontos:


1. Não era uma vida.
2. Não tinha sangue.
3. Não recebia imposição de mãos.
4. Não havia substituição.
5. Não era pelo pecado.
Por a mão na cabeça representava identificação do ofertante com a vítima. Na
oferta de manjares, não havia substituição do culpado por um inocente. Esta oferta
representa a consagração dos bens. Era um presente, uma dádiva de gratidão a
Deus. Não era uma coisa rara, mas uma substância que todos podiam ter em casa, e
representava o fruto do trabalho humano.

Os Israelitas ofereciam manjares (cereais) ou legumes além dos animais. LevÍtico


capítulo 2 menciona 4 tipos de ofertas de cereal, e dá instruções de preparo para
cada uma. O pecador poderia oferecer massa de farinha de trigo assada em um
forno, cozida em uma forma, frita em uma panela, ou amassada para fazer pão
(como na oferta das primeiras frutas). Todas as ofertas de manjares eram feitas com
óleo e sal e nenhum mel e fermento seria usado (óleo e sal preservaram, enquanto o
mel e fermento deteriorariam). O adorador também traria uma porção de incenso
(puro incenso). As ofertas de manjares eram trazidos a um dos sacerdotes que
levaram isto ao altar e lançaram uma "porção memorial" ao fogo e fazia o mesmo
com o incenso. O sacerdote comia o restante, a menos que ele mesmo estivesse
trazendo a comida como oferta, e ele queimaria ela por inteiro. O propósito da
oferta de manjares era um oferecimento de presentes, e fala de uma vida que
é dedicada a dar, e à generosidade.

III. Ofertas Pacíficas. Lv 3.1-17; 7.11-34; S1 85. Haviam 3 tipos de Ofertas Pacíficas:

1. Oferta de Gratidão - expressava agradecimento por uma benção. Lv 22.29.


2. Ofertas Votivas - em cumprimento de votos. Lv 22.21.
3. Ofertas Voluntárias - expressando gratidão por um favor especial. Lv 22.21.

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Diferente de todas as outras, porque nela o ofertante comia uma parte, juntamente
com o levita, o órfão, o pobre e a viúva, convertendo-o em uma verdadeira refeição
de amor e comunhão. Na de holocausto tudo era queimado para Deus. Nas outras
três, o sacerdote tirava uma parte para si e seus filhos. A oferta pacifica representa
a comunhão com Deus.

Nesta oferta podia ser trazido para sacrifício: um novilho ou novilha (3.1-5); um
cordeiro (3.6-11) ou uma cabra (3.12- 16). Junto com o sacrifício sempre eram
apresentados pães asmos e bolos de flor de farinha. As ofertas pacíficas, incluíram
bolos sem levedura. Os sacerdotes comiam tudo, menos a porção comemorativa
dos bolos, e certas partes do animal, no mesmo dia que o sacrifício foi feito, e
quando o adorador os levava juntos, como oferta voluntária, o adorador poderia
comer durante 2 dias do animal inteiro, menos o peito e a coxa direita que era
comida pelos sacerdotes.

Jacó e Labão deram suas ofertas pacíficas quando eles fizeram o seu pacto (Gn 31.43
ss). era exigido fazer estas ofertas quando se fizesse um voto de consagração à
Deus, e Lhe agradecendo com louvores enquanto, espontaneamente, se traziam as
ofertas voluntárias.

IV. A Oferta pelo Pecado. Levítico 4.1-35; 6.24-30

As Ofertas pelo pecado expiavam, (liquidavam a dívida por completo) das


fraquezas e fracassos não intencionais dos adoradores e fracassos diante do Senhor.
Lv 4.1-4. Cada classe do pessoas tinha várias ordenanças para executar:

Os pecados do sumo sacerdote requeriam o oferecimento de um touro, e o sangue


não era vertido no altar mas aspergido do dedo do sumo sacerdote 7 vezes no altar.
Então a gordura era queimada, e o restante era queimado (nunca comido) fora do
arraial "em um lugar limpo" onde o sacrifício era feito e as cinzas se despejavam.
Lv 4.12.

Os pecados dos líderes requeriam o oferecimento de um bode. O sangue era


aspergido somente uma vez, e o restante era vertido ao redor do altar como com o
oferecimento queimado.

Os pecados do povo requeriam animais fêmeas, cabras, cordeiros, rolas, ou pombos


e no caso de ser muito pobre, um oferecimento de grãos era aceitável só como um
oferecimento de manjares.

Os pecados não intencionais eram difíceis identificar e poderiam acontecer a


qualquer hora, e então os sacerdotes trabalhavam de perto como mediadores com
Deus e o povo, e instruíam as pessoas sobre como eles buscariam ao Senhor. No
caso de qualquer pecado cuja oferta não foi trazida diante do Senhor, havia ofertas
para a nação e para o sumo sacerdote que os cobriam de um modo coletivo. No Dia
da Expiação (Yom Kippur) o sumo sacerdote aspergia sangue no propiciatório para
os seus próprios pecados e pelos pecados da nação.

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V. As Ofertas pela Culpa. Lv 5.14-16; 6.7; 7.1-7; S1 69

A Oferta pela culpa era bem parecida com a oferta pelo pecado, mas a diferença
principal era que a oferta pela culpa era uma oferta em dinheiro para pecados de
ignorância relacionados à fraude. Por exemplo, se alguém enganasse sem querer a
outro por dinheiro ou propriedade, o sacrifício dele devia era ser igual à quantia
levada, mais um quinto para o sacerdote e para o ofendido. Então ele reembolsou a
quantia levada mais 40%. Lv 6.5-7.

VI. Significado das Ofertas

1. Holocausto (consagração pessoal)


2. Manjares (consagração dos bens)
3. Pacífica (comunhão com Deus)
4. De Pecado (perdão)
5. De Culpa (restituição)

Tipologia de Jesus nas Ofertas Levítica

A tipologia de Jesus no livro de Levítico esta nas cinco ofertas no Dia da Expiação e
nas festas do capítulo 23, onde encontramos a parte mais interessante, a oferta das
primícias. As cinco ofertas são descritas nos capítulos 1 a 7 e explicam tudo que foi
realizado no Calvário.

I. Fatos a Respeito das Cinco Ofertas

1. Foram ordenadas ainda que eram voluntárias.


2. Todas, exceto a de manjares, tinham sangue.
3. Todas, exceto a de manjares, eram expiatórias.
4. O sangue derramado era um sacrifício, a entrega de uma vida, uma substituição.

II. As Cinco Ofertas em Ordem em Levítico

1. O holocausto ou Oferta queimada (com sangue) 1.1-17 e 6.8-13.


2. A oferta de manjares, ou Oblação de alimento (sem sangue) 2.1-16; 6.14-23.
3. A oferta pacifica ou Sacrifício de paz (com sangue) 3.1-17; 7.11-34; 19.5-8; 22.21-25.
4. A oferta pelo pecado ou Expiação pelo pecado (com sangue) 4.1-35; 6.24-30.
5. A oferta pela culpa ou Sacrifício pela culpa (com sangue) 5.14-19; 7.1-17.

Cristo como holocausto: No holocausto eram permitidas quatro espécies de animais:


novilho, carneiro, bode e aves. Esta diferença era por causa da condição financeira do
ofertante. Aplica-se na vida espiritual, ao grau de compreensão, ou a idéia que o
crente tem da pessoa de Cristo. Oferece uma oferta tipificada pelo pombo, o crente
que tem uma idéia fraca de Cristo. Só sabe que é do Céu (as aves são do céu),
porém não se desenvolve no testemunho. Sabe que vai também para o Céu, mas
esquece a vigilância e o serviço a Deus. Pomba e rola são símbolos de humildade.

Tipologia Bíblica 39
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O cabrito é a vida espiritual de quem só aprendeu que Jesus é o bode expiatório,


sofreu por nós. Tal crente aceitou a salvação e sabe que nós temos de sofrer neste
mundo, mas não se lembra de que Deus é "...de toda a consolação". I Co 1.3b. É
símbolo de substituição, representava Cristo como substituto dos pecadores.
Outros crentes vêem Jesus Cristo um pouco maior. Oferecem um carneiro. Tem-no
como o "Cordeiro de Deus". As vezes até evangelizam. O cordeiro era símbolo de
submissão, representa cristo como cordeiro de Deus em completa submissão.
Quem oferece pombos ou cabritos, não experimenta a consolação de Deus, não se
lembra do amor aos perdidos nem do dever de evangelizar. O holocausto com um
novilho é compreendido pelo crente que vê Cristo como o servo, que veio servir. E
procura manter o mesmo sentimento que houve nele. Fl 2.5. O boi gasta sua força
para servir, arrastando um carro, um arado, ou outro objeto que de lucro aos
homens. Entrega seu corpo todo para proveito da humanidade. A carne, o couro,
os chifres, os ossos, o esterco, os nervos, e tudo mais é industrializado para dar
alimento, conforto e vantagem ao homem neste mundo, como servo obediente até a
morte. O crente espiritual vê Jesus Cristo como o boi, e segue o exemplo, paciência
e serviço. Este tipo de crente e mencionado nas palavras; "...Espalhou, deu aos
pobres: a sua justiça permanece para sempre". II Co 9.9b.
Cristo como Oferta de Manjares: Em relação a Jesus Cristo, a oferta de manjares fala
de sua perfeição. O santo se tornou homem perfeito, sem pecado nem falta.
Também faz lembrar Jesus como o pão da vida, o pão que desce do Céu para nos
alimentar. A pessoa de Jesus é ligada a sua obra. O holocausto, com sangue,
redimiu o pecador, e a oferta de manjares com sua perfeição alimenta e sustenta os
que foram salvos pelo sangue.
Cristo como Oferta Pacífica: Nesta oferta não era permitido o sacrifício de pombos,
como na do holocausto. O pombo ou rolinha era de menor valor financeiro. Jesus
Cristo cumpriu o sentido da oferta pacífica "Porque Ele é a nossa paz..." (Ef 2.14a).
"...Pôr Ele é feito a paz pelo seu sangue..." (Cl 1.20a). Espargia-se o sangue sobre o
altar e se queimava a gordura e os rins, assim Deus recebia o que se considerava a
melhor parte e a mais saborosa. O peito era comido pelo sacerdote (7.30,31). Peito,
lugar de afeição. Somos agora sacerdotes e nos alimentamos do amor de Cristo que
nos dá a paz. A espádua (ombro) direita (7.32) também pertencia ao sacerdote. A
força representada pela espádua é o poder que vem do Senhor Jesus, para seus
servos realizarem a obra do testemunho neste mundo. O sangue pertencia a Deus
(v 20). O sangue trouxe o perdão dos pecados. Não pode haver comunhão sem
perdão. O sangue de Jesus Cristo nos purifica.
Cristo como Oferta pelo Pecado: O significado dos passos da oferta pelo pecado:

1. Apresentação: Aceitação pessoal do plano de Deus para o perdão.


2. Imposição: Transferência da culpa e da responsabilidade da vítima.
3. Imolação: O salário do pecado é a morte.
4. Aspersão do Sangue: Demonstrar a Deus que a vida foi retirada.
5. Sangue: A justiça de Deus foi satisfeita
6. Gordura queimada: O melhor consumido para agradar a Deus.
7. O resto: Comido pelos sacerdotes (levam a iniqüidade da congregação).
8. Queimado: Cinzas servem como sinais da ira aplacada e do pecado retirado.

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Diferenças entre a oferta de pecado e de culpa: O pecado aqui significa impureza,


fraqueza, condição. A culpa é um ato, uma dívida. O pecado e a natureza má, a
culpa, o erro. O pecado torna o pecador rejeitado por Deus pelo que é a culpa pelo
que ele faz. Em Isaías 41.24 Deus diz: "...sois menos do que nada e a vossa obra é
menos do que nada... ". Menos do que nada é quantidade negativa, como o
exemplo de quem tem dívidas e não tem cobertura para estas dívidas, suas finanças
são menos do que nada. Este é o valor do homem para Deus. Sendo menos do que
nada, precisa da oferta de pecado, para se habilitar perante Deus. Suas obras
valendo menos do que nada, ele precisa da oferta de culpa para pagar sua
dívida.
Eu sou purificado diante de Deus, mas pode aparecer em mim a manifestação do
pecado. Na morte de Jesus foi cumprida a oferta de pecado. "Deus o fez pecado por
nós". Hb 9 e 10; II Co 5.21. Todas as ofertas são indicadas em Hebreus 10.
"Sacrifícios " - "paz "; "oferenda" - "manjares "; "oferta queimada" - "holocausto";
"pelo pecado" - "pecado e culpa". O pecado referido nesta oferta e entendido pela
expressão: "pecar por ignorância". Lv 5.15. É um pecado não deliberado. Desde que
Jesus morreu, só há um pecado deliberado; é a rejeição do Filho de Deus.
Todos os outros são cometidos por ignorância. Pedro disse aos que o crucificaram:
"Pela vossa ignorância fizestes isso". Atos 3.17. Paulo declarou: "Nenhum dos príncipes
deste mundo o conhece; porque se o conhecessem nunca crucificariam ao Senhor da
Glória". I Co 2.8. A oferta de pecado é daquele que deseja ser salvo. Quem recusa
trazer a oferta de pecado, tem um pecado deliberado. É o caso tratado em Hebreus
6. Não se refere a um cristão falhar, mas a atitude de alguém esclarecido, certo da
verdade que volta deliberadamente, recusa o Filho de Deus como Salvador.
Cristo como Oferta pela Culpa: A oferta de culpa apresenta o primeiro aspecto da
obra de Cristo na cruz. Vem ao encontro do medo do pecador que dizia ansioso:
"Como me salvarei das conseqüências de meu pecado?" Cada pecado é uma ofensa
a majestade do céu. Uma falta contra o governo santo de Deus. Mesmo que seja
contra o homem, e primeiro contra Deus. Davi pecou contra Urias, mas diz: "..
contra ti somente pequei... " (Sl S 1.4a). Depois clama com fé na cruz do Cristo que
havia de vir: "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro: lava-me, e ficarei mais alvo
do que a neve " (v 7). Este e o aspecto da cruz que nos vem com a oferta de culpa.
Deus recebia mais por causa do pecado do homem do que receberia senão
houvesse pecado. Recebe mais glória do que a que perdeu. O valor da obra de
Cristo no Calvário não vai só ao encontro de todos os pecados dos que crêem nele,
mas alcança todos os arrependidos em todo o Universo. Cumprindo a oferta de
culpa e que Jesus e chamado Cordeiro.
No holocausto podia haver quatro animais a escolher; na pacífica, era gado ou
gado miúdo, macho ou fêmea; na oferta pelo pecado, era oferecido uma cabra, mas
pela culpa, só "um carneiro sem mancha". Jesus foi apresentado como "...o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo". Jo 1.29b. É "um Cordeiro, como havendo
sido morto". Ap 5.6a. "...como um cordeiro foi levado ao matadouro..." (Is 53.7b).
O Salmo 69 é o salmo de oferta de culpa. O versículo 9 é a confissão de nossos
pecados ao Senhor. Os versículos 20 e 21 descrevem o sofrimento do Salvador. O
versículo 31 mostra a superioridade do Calvário sobre os sacrifícios do tempo da
Lei.
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Capitulo IX

O Sacerdócio Levítico

1. Antes da oficialização do Sacerdócio: Os pais de toda família, e os príncipes de toda


tribo, eram sacerdotes. Este foi o caso tanto antes como depois do dilúvio; pois
Caim e Abel, Noé, Abraão, Jó, Abimeleque, Labão, Isaque e Jacó ofereceram seus
próprios sacrifícios e o sacerdócio de Melquisedeque que também é anterior e
superior ao sacerdócio levítico, que viria posteriormente, sob a tutela de Arão. Ex
28.41.

2. Institucionalização do Sacerdócio: Após a libertação do povo de Israel do domínio


egípcio Deus instituiu a ordem sacerdotal “araônica”. O Senhor escolheu a família
de Arão, e anexou o sacerdócio a essa linhagem, então o direito de sacrificar a Deus
foi reservado apenas a essa família. O sumo sacerdócio foi confinado ao
primogênito na sucessão; e o restante de sua posteridade eram, assim chamados,
sacerdotes simplesmente, ou sacerdotes da segunda ordem. Depois que o
tabernáculo foi construído, Moisés consagrou Arão ao sumo sacerdócio com o óleo
santo, e cobriu-o com suas vestes sacerdotais, seus trajes de glória e beleza.

3. A Escolha: Arão, o filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. Arão era três
anos mais velho do que seu irmão Moisés; e quando Deus apareceu na sarça
ardente, Moisés, tendo se dispensado da tarefa que lhe foi confiada argumentando
que não tinha jeito para falar, Arão, que era um homem eloqüente, tornou-se seu
intérprete e porta-voz; e na execução da libertação dos hebreus, nós, por essa razão,
encontramos os dois constantemente juntos. Durante a marcha dos filhos de Israel
pelo deserto, Arão e seus filhos foram nomeados por Deus para exercer
perpetuamente o ofício de sacerdotes no tabernáculo.

4. A Consagração: Havia diferença diferentes formas de consagração. O sacerdote


tinha o óleo santo, ou ungüento sagrado, derramado sobre sua cabeça, a fim de
escorrer para sua barba, e as orlas de sua roupa, Êx 30.23; Lv 8.12; Sl 133.2. Mas os
sacerdotes secundários eram somente espargidos com este óleo, misturado com o
sangue do sacrifício.

Levítico 8.30: Tomou Moisés também do azeite da unção E do sangue que estava sobre
o altar e o espargiu sobre Arão, e sobre as suas vestes, e sobre seus filhos e obre a
vestes de seu filhos com ele, e santificou a Arão, e as suas vestes, e seus filhos, e as
vestes de seus filhos com ele.

5. A Santidade: O sumo-sacerdote devia levar uma vida tão santa que em relação ao
seu casamento, devia casar com uma virgem, não com uma viúva, nem tampouco
casar com uma cuja reputação tivesse sido manchada, pois isto desqualificaria seus
filhos de seguir no ofício paterno. Lv 21.

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6. As Vestes do Sumo Sacerdote

Nome: Sumo-Sacerdote

Área de Atuação: Lugar Santíssimo

Sua Roupa: Um peitoral, uma estola sacerdotal, uma sobrepeliz, uma túnica
bordada, uma mitra e um cinto.

Ligação Espiritual: Cristo é nosso sumo-sacerdote Hb 4:14-15; 8:1-2.

O Éfode de Ouro: O éfode era considerado como a parte mais sagrada das
vestimentas sacerdotais, e se transformou em emblema do sacerdócio. I Sm 2:18,28;
14:3; 22.18. Este devia sustentar ao "peitoral", as duas pedras de ônix, e o Urim e o
Tumim. Ex 28.9,30. Era uma espécie de colete, feito em duas partes: uma que
cobria as costas e a outra o peito. Estas partes estavam unidas nos ombros
mediante "ombreiras" e na cintura por uma banda chamada "cinto de obra
primorosa", a qual, em realidade era parte integral do éfode. Rodeava ao corpo,
sustentando em seu lugar as duas partes do éfode.

Duas Pedras de Onix: Existe certa diferença de opinião quanto à identificação desta
pedra. O problema se deve à palavra original. A septuaginta traduz "esmeraldas".
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É provável que tenham sido de ônix, que era uma excelente pedra para gravar. No
Egito o anel real tinha o nome gravado de seu dono, mas no santuário havia escrito
nas pedras de ônix os nomes das tribos de Israel, 6 em cada lado, a pedra estava
nos ombros, Jesus leva nossas cargas através da pedra de ônix, disse ele: "...vinde a
mim todos os que estais cansados e eu vos aliviarei" Mt 11.18 e disse também:
"Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve". Mt 11.30.

O Peitoral: O principal propósito do éfode era sustentar o peitoral, o qual ficava por
cima do éfode e era seu principal ornamento. Devia ser a parte mais brilhante e
chamativa da vestimenta do sumo-sacerdote. O chamava "peitoral do julgamento"
(decisão), principalmente porque servia para sustentar "o Urim e o Tumim",
mediante os quais se consultava a Deus e por meio dos quais ele revelava sua
vontade ao povo. O peitoral era feito dos mesmos materiais do éfode.

As 12 pedras: Quer dizer, os nomes das 12 tribos. Em cada pedra estava o nome de
uma das 12 tribos. Estes nomes gravados ilustram o valor dos homens e mulheres
para nosso Pai celestial. Deus estima a seu povo como gemas preciosas do cofre de
seu amor. Sua igreja é-lhe como uma "noiva adornada com suas jóias". Is 61.10. A
igreja é seu "especial tesouro". Ex 19.5. O fato de que cada uma das 12 tribos
estivesse representada por uma gema diferente da outra, sugere que cada cristão
tem sua própria personalidade, sua própria beleza à vista do céu. Deus não espera
que sejamos todos iguais. Honra-nos pelo que somos e pelo que podemos fazer
para ele. Pode haver diferença de experiência e de habilidades, "diversidade de
dons", mas sempre se manifesta o mesmo "Espírito". I Cr 12.4-7.

Que cada nome esteja gravado em uma pedra separada parece sugerir também que
Deus pensa em cada pessoa de seu povo como indivíduo e o conhece, ama-o e o
cuida, e o chama pelo seu próprio nome. Sl 87.5,6; Is 57.15; Mt 25.40,45; Lc 15.3-10.
O sumo-sacerdote levava os nomes de Israel "continuamente", a fim de que sempre
fossem lembrados por Deus. Nunca devia esquecer sua posição e sua
responsabilidade como representante deles. Da mesma maneira Cristo vive
"sempre para interceder" por nós (Hb 7.25), nos tendo esculpidos "em as Palmas
das mãos". Is 49.16.

Urim e Tumim: Estas palavras significam respectivamente "luz" e "perfeição".


Embora não seja referência específica ao Urim e ao Tumim por nome, Josefo fala
do "brilho" das pedras no peitoral do sumo-sacerdote, "brilho" que tinha deixado
de ver-se fazia dois séculos devido à iniqüidade prevalecente. Por meio destas
duas pedras Deus fazia conhecer sua vontade. Um halo de luz em torno do Urim
era sinal da aprovação divina quanto aos assuntos que lhe apresentavam, e uma
sombra sobre o Tumim era evidência de sua desaprovação. I Sm 23.9-12; 28.6;
30.7,8.

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Uma Campainha de Ouro: As "campainhas" eram de ouro puro (Ex 39.25). Podiam ser
ouvidas pelo povo quando o sumo-sacerdote ministrava dentro do santuário (Ex
28.35). O tinido das campainhas fazia que os que rendiam culto soubessem que ele
estava oficiando em favor deles na presença de Deus e os insistia a lhe seguir com
seus pensamentos e suas orações, enquanto ele levava a cabo as diferentes parte do
ritual sacerdotal. O som das campainhas unia o sacerdote à congregação no culto.
Para destacar a importância deste elo entre o povo e seu representante, o castigo
do descuido era a morte (vers. 35). Por fé devemos conseguir ouvir o som das
campainhas das orlas das vestimentas de Cristo como nosso sumo-sacerdote. Rm
8.34; Hb 8.1,2.

Cordão de Ouro envolvendo a Mitra: Esta prancha de ouro era o mais característico e
sobressalente da mitra. Estava colocada sobre a frente, atraindo desta maneira a
atenção de todos, possivelmente ainda mais que o peitoral. Sua posição fazia que
fosse "o ponto culminante de todo o adorno sacerdotal". Esta posição ressaltava
mais e tinha mais significado pela inscrição que levava: "Santidade a Jeová". Tais
palavras davam ao povo o mais elevado conceito da religião, e assinalavam seu
objetivo supremo. Lv 11.44,45; Hb 12.14; I Pe 1.15,16. Eram um constante
recordativo de que, sem este elemento essencial, todas as formas do culto seriam
para Deus como uma brincadeira (ver Is 1.11-17). Quanto ao sumo-sacerdote,
ensinavam-lhe que seu ministério devia ter todo formalismo, porque seu propósito
era a consagração de sua própria vida. Esta é uma lição muito importante para os
ministros de Deus hoje. Is 52.11; I Pe 5.2,3. Os ministros que não vivem tendo em
conta este fim, caem sob a mais severa condenação do céu. I Sm 2.12-36; 3.11-14;
4.11.

A Mitra: Era feita de linho fino e enrolado ao redor da cabeça de Arão em forma de
um turbante, na parte da frente era colocada uma fita azul onde era fixada uma
lâmina de ouro puro na qual foi gravada "Santidade ao Senhor" Significa
obediência e assim refletir como a lâmina a glória de Deus.

Tipologia Espiritual

Tipos de Vestes na Vida do Cristão

Falar da importância das vestimentas para certas ocasiões, e mesmo o significado


das vestes sacerdotais que apontavam para as coisas espirituais, tudo, até mesmo
as cores Deus ordenou para que tivesse sentido espiritual, o peitoral, a mitra, o
éfode, etc. Transição: Conforme o texto as vestes de Arão representavam o
sacerdócio eterno de Cristo. Cada elemento das vestes falava de um traço ou
característica da qualificação de Jesus para assumir o nosso lugar:
1. O cinto representa o seu zelo
2. A sobrepeliz e a estola, sua beleza e glória
3. O peitoral, que nossos nomes estavam escritos no seu coração
4. O urim e tumim, sua sabedoria para governar; a mitra sua santidade.
Tipologia Bíblica 45
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I. Vestes da Salvação

O homem encontrava-se despido na presença de Deus, perdido procurando folhas


de figueira para se cobrir, essa nudez não era apenas física, mas também moral e
espiritual. "Fez o Senhor Deus vestes de peles para Adão e sua mulher". Gn 3.21.
Nestas condições faltava-lhe a alegria, a paz, e distante de Deus, condenado à
morte e às trevas vagava procurando algo que pudesse satisfazer e se cobrir.
Somente vestido de salvação o homem consegue obter alegria e paz para sua alma
como certeza de vida eterna, conforme expressão do salmista: "Eu me regozijo
muito no Senhor; a minha alma se alegra no meu Deus. Pois Ele me cobriu com
vestes de salvação, e me envolveu com o manto da retidão, como o noivo que se
adorna com um turbante, e como a noiva que se enfeita com suas jóias". Is 61.10.

Muito mais nestes dias o homem necessita destas vestes, o homem do século XXI,
do terceiro milênio continua despido, nu como a Igreja apocalíptica de Laodicéia
(Apocalipse 3.17). Achava-se rica e de vestes imponentes, porém o texto diz: "...és
um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu". Aquela Igreja apesar de pronunciar
o nome de Deus e professar sua fé Nele, precisava das vestes de Salvação.

II. Vestes da Purificação

O pecado sempre foi representado pela sujeira, vestes sujas, etc. Como no caso do
sumo sacerdote Josué, suas vestes estavam sujas, símbolo do pecado e o opositor
(satanás) já estava pronto para se lhe opor, caso o Anjo do Senhor não interferisse e
trocasse-lhe as vestes por vestes limpas, brancas.

"Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes
sujas. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te
vestirei de vestes finas. E disse eu: ponha-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça.
E puseram uma mitra limpa sobre a sua cabeça, e vestiram-no das roupas; e o Anjo
do Senhor estava em pé". Zc 3. 4-5.

Esta é uma veste que não pode faltar no guarda – roupas do cristão, pois a
santidade (pureza) convém aos santos do Senhor. As vestes da purificação ou
santificação são representadas pelo branco ou pelo linho fino: "O que vencer será
vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei seu nome do livro da vida,
mas confessarei o seu nome diante de meu pai e diante dos seus anjos". Apoc. 3.5.

No mundo de hoje cheio de corrupções, com aumento do pecado, a iniqüidade, o


amor tem se esfriado e também a pureza e a santificação têm sidos esquecidos nas
Igrejas. Muitos púlpitos já deixaram de pregar a santificação, dizendo que Deus só
quer o coração. Ser cristão virou moda e dá status na mídia e muitos artistas se
dizem convertidos a Cristo, mas não se vê neles nenhuma mudança ou
transformação (muitos continuam na prostituição, posando nus para revistas
pornográficas, etc.), são vidas incompatíveis com o evangelho de Cristo.
Mensagens que convidam ao pecador a vir como está (cheio de impurezas) e a
permanecer como veio, não é o evangelho de purificação e santificação pregado por
Jesus que ao absolver a mulher adúltera lhe diz : "...

Tipologia Bíblica 46
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Vá e não peques mais" (Jo 8.11) ou seja não se contamine mais, não se suje mais.

Muitos querem um evangelho sem mudanças, sem transformações, sem renúncias,


sem santificação, sem compromisso, despreocupado. Mas o evangelho de Cristo é
um evangelho de impacto, transformação, mudança de vida, desejo de santificação
e pureza, um evangelho que convida o pecador a vir como está, mas a não
conformar-se com estilo de vida levando a uma mudança completa de atitudes
como expressa Paulo em Efésios 4.28: "Aquele que furtava, não furte mais, antes
trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o
necessitado". O escritor aos Hebreus afirma: Sem esta santificação não se poderá
ver ao Senhor, nem entrar em sua presença conforme Hebreus12.14.

III. Vestes da Unção

Quando leio na Bíblia sobre unção, meu coração palpita mais forte, porque há uma
necessidade de estarmos vestidos de unção para atravessarmos o deserto de nossas
vidas. A unção foi essencial na vida de Davi, na vida de Elias, Eliseu, enfim de
todos os heróis da fé."Assim tomou Samuel o vaso de azeite, e ungiu-o no meio de
seus irmãos, e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi". I
Sm 16.13.

O Salmo 133 expressa com clareza essa unção na vida do cristão que começa na
cabeça e vai descendo sobre a barba e até a orla das vestes de Arão, uma unção
completa.

Também precisamos nos vestir da unção com o azeite novo do Pentecostes. A


unção que vem do Espírito Santo. " mas vós tendes a unção que vem do santo, e
sabeis tudo. E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes
necessidade de que alguém vos ensine." I João 2.20,27. Sem a unção a Igreja pára,
não cresce, não há frutos, nem manifestações de Deus. A unção é necessária para
manter o cristão em pé na presença de Deus, para impulsioná-lo a pregar,
testemunhar, e ganhar almas para Deus.

Pedro se tornou uma grande benção apenas depois da unção do pentecostes, antes
era medroso, covarde, precipitado, mas após a unção se tornou um grande líder e
exemplo de fé. Jesus sempre ministrou na unção e assoprou sobre os discípulos o
hálito do Espírito para que eles pudessem dar continuidade ao seu ministério na
mesma unção.

Deus quer nos vestir de unção, pois as batalhas são tremendas, o inimigo a ser
vencido é forte, mas na unção de Deus venceremos os ursos, leões e até mesmo
gigantes, como Davi o fez após aquela unção. O Senhor quer uma Igreja não apenas
vestida de poder e unção, mas também revestida, que significa vestida de novo,
duas vezes, porção dobrada. Há muitos que estão desistindo da carreira cristã
porque estão fracos, abatidos, derrotados, lhes falta a unção.

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7. O Sacerdote na Bíblia

Desde que o pecado entrou no mundo o homem tem


sentido a necessidade de um sacerdote. Até mesmo
as religiões pagãs incluem uma classe especial de
sacerdotes para intermediar entre o devoto e seu
deus. O desejo de um sacerdote vem do sentimento
de culpa e a necessidade de um mediador entre a
pessoa e Deus.

Antes de considerar os vários aspectos bíblicos do


sacerdote, é necessário mostrar quais são as
características essenciais do sacerdócio. Que devia o
sacerdote fazer, na sua qualidade de sacerdote, que
nenhum outro pudesse realizar sob quaisquer
circunstâncias? A mais exata definição de sacerdote
acha-se em Hb 5.1. O sacerdote era ”constituído nas
coisas concernentes a Deus a favor dos homens”.
Quer isto dizer que ele apresentava ao Senhor coisas,
dons e sacrifícios, ofertas do homem a Deus; e o seu
trabalho era realmente oposto ao do profeta, que
devia revelar Deus ao homem.

Nesta consideração, a idéia fundamental de sacerdote


é a de um mediador entre o homem e Deus. O
sacerdote apresenta-se entre o homem e Deus, como
na verdade aparece o profeta entre Deus e o homem.
Quando o sacerdote efetuava qualquer outro
trabalho, já não era como sacerdote que exercia essa
missão, mas somente como executante das funções de
outros homens. Este ato do sacerdote, na sua obra para Deus, é sempre acentuado
nas Sagradas Escrituras. (Ex 28.1; Ez 44.16; Hb 7.25.

Como dissemos anteriormente, nos tempos patriarcais, o chefe da família, ou da


tribo, operava como sacerdote, representando a sua família diante de Deus. Foram
assim considerados Noé, Abraão, Isaque e Jacó. Na época do Êxodo havia israelitas
que possuíam este direito de sacerdócio, e o exerciam; mas tornou-se necessário
designar uma ordem especial para desempenhar os deveres sacerdotais, sendo a
tribo de Levi a escolhida para esse fim. Desta tribo saíram os sacerdotes Aarônico,
que eram os mediadores entre o homem e Deus. Os filhos de Arão eram sacerdotes,
a não ser que tivessem sido excluídos por qualquer incapacidade legal. Esta
disposição continuou no reino do Sul por todas sua história. E o fato de ter
Jeroboão instituído o seu próprio sacerdócio mostra a essencial necessidade de uma
mediação.

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Desta maneira o sacerdócio atestava a vida pecadora do homem, a santidade de


Deus, e por conseqüência a necessidade de certas condições, para que o pecador
pudesse aproximar-se da Divindade. O homem devia ir a Deus por meio de um
sacrifício, e estar perto de Deus pela intercessão. Quando Esdras voltou do
cativeiro, reconstituiu as determinações levíticas, assim continuando tudo na sua
substância até à destruição de Jerusalém, no ano 70 (a.C.). No N.T., as poucas
passagens nos evangelhos em que ocorre a palavra sacerdote referem-se apenas ao
sacerdócio judaico. Em relação com o Cristianismo, o termo “sacerdote” nunca é
aplicado senão a Jesus Cristo. As funções sacerdotais, relacionadas com o sacrifício
e a intercessão, acham-se, freqüentemente, no N.T. em conexão com Jesus Cristo
(Mt 20.28; Rm 8.34; Ap 1.5); mas somente na epístola aos Hebreus, é que estas
funções lhe são atribuídas como sacerdote. O sacerdócio de Cristo é a nota tônica
da epístola aos Hebreus, e emprega-se para mostrar a diferença entre a
imaturidade e a maturidade espiritual.

Aqueles que conhecem Jesus Cristo como Salvador têm um conhecimento


elementar do mesmo Jesus como Redentor; mas os que o conhecem como Sacerdote
são considerados como possuidores de maior conhecimento e experiência. A
redenção é, em grande parte, negativa, implicando livramento do pecado; mas o
sacerdócio é inteiramente positivo, envolvendo o acesso a Deus. Os cristãos
hebreus conheciam Cristo como Redentor, mas deviam também conhecê-Lo como
Sacerdote, oferecendo-se então a oportunidade de um livre e corajoso acesso a
Deus em todos os tempos. Este sacerdócio de Cristo acha-se associado com o de
Melquisedeque, um sacerdócio misterioso, que vem mencionado em Gn 14, e
recordado em tempos posteriores no Salmo 110.

O argumento da epistola aos Hebreus é que o fato de ter sido mencionado naquele
Salmo um sacerdócio diferente do de Arão, era uma prova de que alguma coisa
superior ao sacerdócio de Arão era necessária. O sacerdócio de Melquisedeque é
referido para explicar a pessoa Divina do sacerdote, sendo a sua obra ilustrada com
o sacerdócio Aarônico, visto como não havia uma obra sacerdotal em conexão com
Melquisedeque.

O sacerdócio de Cristo é considerado como estável e eterno, não sendo jamais


delegado a qualquer outra pessoa. Hb 7.24. E este caráter do sacerdócio é devido ao
fato de que o sacrifício de Jesus Cristo é superior aos sacrifícios do A.T., pois é
completo, espiritual e eficaz para a redenção. Hb 9.12 a 14; 10.11 a 14. Deste modo o
sacerdócio de Cristo nos ensina aquela grande verdade de que o Cristianismo é a
“religião do acesso; e revela-se isso na exortação “aproximai-vos”. Em Cristo todos
os crentes são considerados como sacerdotes; mas o ministro do Evangelho,
distinto na verdade do leigo, nunca no N.T. é mencionado como sacerdote. Ele é o
presbítero ou o ancião, palavras que têm uma idéia inteiramente diferente. Mesmo
o sacerdócio, na referência aos crentes, nunca está associado com os cristãos
individuais, mas tem-se em vista a sua capacidade de corporação: “sacerdócio
santo”. I Pedro 2.5. A verdade fundamental a respeito do sacerdócio no Novo
Testamento é esta: O Servo é um sacerdote!

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I. Cerimônia de Consagração

1. Lavagem em água. Ex 29.4, Lv 8.6


2. Vestir em vestes santas. Ex 29.8.9; 40.14; Lv 8.13
3. Ungir com óleo. Ex 30.30; 40.13
4. Oferecer sacrifícios. Ex 29.10-19; 8.14-23
5. Purificação pelo sangue do carneiro da consagração. Ex 29.20.21; Lv 8.23.24
6. Imposição das mãos sobre, a oferta movida. Éx 29:22-24: Lv 8:25-27
7. Participar dos sacrifícios da consagração, Ex 29.31-33; Lv 8.31,32
8. Duravam sete dias. Ex 29.35-37; Lv 8.33
9. Tinham de ficar no tabernáculo sete dias após sua consagração. Lv 8.33-36
10. Nenhuma Pessoa, defeituosa podia ser consagrada para o sacerdócio. Lv 21.17-23
11. Era necessário provar a genealogia, antes de exercer o oficio. Ed 2.62; Nm 7.64.

II. Suas Vestes

1. Túnica. Ex 28.40; 39.27


2. Cinto. Ex 20.40
3. Tiaras, Ex 28.40; 39.28
4. Calções de linho. Ex 28.42; 39.28
5. Usadas na consagração, Ex 29.9; 40.15
6. Sempre usadas enquanto oficiavam no tabernáculo. Is 28.43; 39.41
7. Usadas pelo sumo-sacerdote no dia da expiação. Lv 16.4
8. Purificadas por sangue aspergido Ex 29.21
9. Guardadas em câmara santa. Ex 44.19
10. Freqüentemente providas pelo povo. Ed 2.68,69; Nm 7.70.72
11. Era necessário lavar-se na bacia antes de realizarem seu serviço. Ex 30.17-21.

III. Seus Serviços

1. Tomar conta do tabernáculo, etc Nm 18:1,5.7


2. Cobrir os objetos sagrados do santuário antes de sua remoção. Nm 4:5-15
3. Oferecimento de sacrifício. Lv cap. 1 a 6; II Cr 29.34; 35.11
4. Acender e conservar em ordem as lâmpadas do santuário. Ex 27.20.21; Lv 24.3.4
5. Conservar sempre aceso, o fogo do altar. Lv 6.12.13
6. Queimar o Incenso. Ex 30.7.8; Lc 1.9
7. Colocar e remover os pães da proposição. Lv 24.5-9
8. Oferecer os primeiros frutos. Lv 23.10.11; Dt 26.3.4
9. Abençoar o povo. Nm 6.23-27
10. Purificar os imundos. Lv 15.30.31
11. Decidir os casos de ciúme. Nm 5.14.15
12. Decidir os casos de lepra. Lv 13.2-59; 4.34-45
13. Julgar os casos de controvérsia. Dt 17.9-13; 21.5
14. Ensinar a lei. Dt 33.10; Ml 2.7
15. Tocar as trombeta em várias ocasiões. Nm 10.1-10: Is 6.3.4
16. Transportar a arca. Js 3.6.17; 6.12
17. Encorajar a povo, ao irem à guerra. Dt 20.1-4
18. Avaliar as coisas devotadas. Lv 27.8
19. Tinham de viver do altar, visto que não possuíam herança. Dt 18.1.2; I Co 9.13.
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IV. Viviam sobre Leis Especiais

1. Não podiam casar-se com mulheres divorciadas ou impróprias. Lv 21.7


2. Não podiam contaminar-se pelos mortos, exceto pelos parentes. Lv 21.1-6
3. Não podiam beber vinho, etc., durante o serviço no tabernáculo. Lv 10.9; Ez 44.21
4. Não podiam contaminar-se, comendo o que tinha morrido por si mesmo. Lv 22.8
5. Enquanto estivessem imundos, ficavam indisponíveis. Lv 22.1.2 com Nm 19.6.7
6. Enquanto estivessem imundos, não podiam comer das coisas santas. Lv 22.3-7
7. Nenhum hospede ou servo contratado podia comer de sua porção. Lv 22.10
8. Os servos comprados os nascidos na casa, podiam comer de sua porção. Lv 22.11
9. Seus filhos, casados com estranhos, não podiam comer sua porção. Lv 22.12
10. Se outras pessoas comessem as coisas santas, tinham que restituir. Lv 22.14-16
11. Divididos por Davi em vinte e quatro turmas. I Cr 24.1-19; II Cr 8.14; 35.4.5
12. As 4 turmas que voltaram da Babilônia subdividiram-se em 24. Ed 2.36-39;Lc 1.5
13. Cada turma tinha seu Iíder. I Cr 24.6,31; II Cr 36.14
14. Seus serviços eram divididos por sorte. Lc 1.9
15. Havia castigo para quem invadisse seu oficio. Nm 16.1-35; 10.7; II Cr 26.16-21
16. Exceções para outros não da linhagem sacerdotal. Jz 6.24-27; I Sm 7.9; I Rs 18.33

V. Foram Algumas Vezes

1. Foram cobiçosos. I Sm 2.13-17


2. Foram beberrões. Is 28.7
3. Foram profano, e ímpios. I Sm 2.22-24
4. Focam injustos. Jr 6.13
5. Foram corruptores da lei. Is 28.7 com Ml 2.8
6. Foram lentos em santificar-se ao serviço de Deus. I Cr 29.34
7. Geralmente participavam com o povo, em seu castigo. Jr 14.10; Lm 2.20
8. As vezes mais vis do povo (como Jeroboão e outros). I Rs 12.31; II Rs 17.32
9. Suas cerimônias, ineficaz para remover o pecado. Hb 7.11; 10.11.

VI. Sumo Sacerdotes

1. Especialmente chamado por Deus. Ex 28.1.2; Hb 5.4.


2. Consagrado para seu oficio. Ex 40.13; Lv 8.12.

VII. Era chamado de:

1. O sacerdote. Ex 29.30; Ne 7.65


2. Sumo-sacerdote de Deus. At 23.4
3. Príncipe do povo. Ex 22.28 com At 23.5
4. Seu oficio. Hereditário. Ex 29.29
5. Segundo em categoria, após o rei. Lm 2.6
6. Freqüentemente exercia poder civil principal. I Sm 4.18.

VIII. Seus Deveres:

1. Oferecer dons e sacrifícios. Hb 5.1


2. Acender as lâmpadas sagrada. Ex 30.8; Nm 8.3
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3. Fazer expiação ao santo dos Santos, uma vez por ano. Lv 16; Hb 9.7
4. Apresentar ao Senhor os nomes das tribos de Israel, como memorial. Ex 28.12,29
5. Interrogar a vontade de Deus pelo Urim e Tumim. I Sm 23.9-12; 30.7.8
6. Consagrar os levitas. Nm 8.11-21
7. Nomear sacerdotes aos, diversos ofícios. I Sm 2.36
8. Cuidar do dinheiro coligido no tesouro sagrado. II Rs 12.10; 22.4
9. Presidir o tribunal superior. Mt 26.3.57-62; At 5.21-28; 23.1-5
10. Fazer o recenseamento do povo. Nm 1.3
11. Abençoar o povo. Lv 9.22,23
12. Algumas vezes capacitado a profetizar. Jo 11.49-52.

IX. Comissionado

1. Chamado de segundo sacerdote. II Rs 25.18


2. Exercia supervisão sobre o tabernáculo. Nm 4.16
3. Exercia supervisão sobre os levita.. Nm 3.32
4. Precisava casar-se com uma virgem da família de Arão. Lv 21.13,14
5. Proibido lamentar quem quer que fosse. Lv 21.10-12
6. Devia ser terno e compassivo. Hb 5.2
7. Precisava oferecer sacrifício por si mesmo. Hb 5.1-3.

X. Tipificava Cristo

1. Por ser chamado por Deus. Hb 5.4,5


2. Por seu título. Hb 3.1
3. Por sua nomeação. ls 61.1; Jo 1.32-34
4. Por fazer expiação. Lv 16.33; Hb 2.17
5. Por suas vestes esplendidas. Ex 28.2 com Jo 1.14
6. Por estar sujeito à tentação, Hb 2.18
7. Por sua compaixão e simpatia pelos pobres e ignorantes. Hb 4.15; 5.1,2
8. Por casar-se com uma virgem. Lv 21.13.14; II Co 11.2
9. Pela santidade de seu oficio. Lv 21.15 com Hb 7.26
10. Por realizar sozinho todo o culto no dia da expiação. Lv 16 com Hb 1.3
11. Por trazer os nomes das tribos de Israel sobre o coração. Ex 28.29 com Ct 8.6
12. Porque só ele entrava no santo dos Santos. Hb 9.27 com vers. 12,24 e Hb 4.14
13. Por sua intercessão. Nm 16.43-48; Hb 7.25
14. Por sua benção. Lv 9.22,23; At 3.26.

XI. Inferior a Cristo

1. Por necessitar de expiação para seus próprios pecados. Hb 5.2,3; 7.26-28; 9.7
2. Por ser da ordem de Arão. Hb 6.20; 7.11-17; 8.4.5 com vers. 1.2,6
3. Por ser sem juramento. Hb 7.20-22
4. Por são ser capaz de continuar. Hb 7.23,24
5. Por oferecer continuamente o mesmo sacrifício. Hb 9.25,26,28; 10.11,12,14
6. Por entrar anualmente no santo dos Santos. Hb 9.7,11,15.

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XI. O Sacerdote e as Deformidades Físicas

Deus nomeou Arão e seus filhos para servirem no sacerdócio onde Arão seria
consagrado a Sumo Sacerdote e seus filhos a Sacerdotes. Os levitas, por seu zelo
espiritual foram escolhidos para auxiliarem no sacerdócio mais especialmente nos
transportes dos móveis e utensílios do Tabernáculo.

As funções dos Sacerdotes eram servir como mediadores entre o povo e Deus,
consultar a Deus sobre sua vontade, ser como mestres da lei e ministrar as coisas
sagradas do Tabernáculo. O Sumo Sacerdote era ainda mais importante pois
somente ele podia entrar no Lugar Santíssimo. Somente ele usava o peitoral com os
nomes das tribos e de consultar a Deus por meio de Urim e Tumim.

Para ser consagrado ao Sacerdócio era necessário que o homem não tivesse
nenhum defeito físico: "Disse mais o Senhor a Moisés: Fala a Arão, dizendo:
Ninguém dentre os teus descendentes, por todas as suas gerações, que tiver
defeito, se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem que tiver
algum defeito se chegará:
1. Como homem cego,
2. Ou coxo,
3. Ou de nariz chato,
4. Ou de membros demasiadamente compridos,
5. Ou homem que tiver o pé quebrado,
6. Ou a mão quebrada,
7. Ou for corcunda,
8. Ou anão,
9. Ou que tiver belida no olho,
10. Ou sarna,
11. Ou impigens,
12. Ou que tiver testículo quebrado. Nenhum homem dentre os descendentes de
Arão, o sacerdote, que tiver algum defeito, se chegará para oferecer as ofertas
queimadas do Senhor; ele tem defeito; não se chegará para oferecer o pão do seu
Deus"

Além disso, para que alguém fosse sacerdote, essa pessoa precisava não só ser da
tribo de Levi, ser chamada por Deus para o trabalho e ser consagrada, mas tinha de
estar isenta de deformidades físicas e de outras contaminações. Ainda que uma
pessoa preenchesse alguns dos outros requisitos, se fosse cega, coxa ou de algum
modo deformada, não podia atuar como sacerdote.

Então, vemos que os que eram sacerdotes no sistema do Antigo Testamento eram
especiais, santos e sem deficiências. Somente com a ordem de Deus eles
intervinham na oferta de sangue de animais sacrificados pelos pecados do povo.
Mas ainda havia uma grande deficiência no uso desses homens para oferecer
sacrifícios a favor da nação israelita. Hb 8.7-8. A deficiência era esta: os próprios
sacerdotes eram pecadores. Na verdade, eles só podiam exercer as suas funções
sacerdotais após sete dias completos de purificação cerimonial, durante os quais a
"expiação" era feita por causa do pecado deles.

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Capitulo X
O Sacerdócio Universal da Igreja

Todo cristão é chamado a exercer o sacerdócio. Sacerdote é o que se coloca diante


de Deus no lugar do homem, levando suas necessidades à presença dAquele que
somente pode intervir miraculosamente na vida da raça humana, l Pedro 2.9
declara: "Vós, porém, sois raça eleita, Sacerdócio Real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para Sua maravilhosa luz."

Dentre os princípios fundamentais defendidos pelos reformadores do século XVI


está o "sacerdócio universal dos crentes" ou "sacerdócio de todos os crentes." Os
outros princípios, dos quais este decorre, são as Escrituras como norma suprema de
fé e vida e a salvação pela graça mediante a fé, alicerçada na obra redentora de
Jesus Cristo. Embora o Velho Testamento apresente claramente a noção de um
ofício sacerdotal exercido por elementos da tribo de Levi em benefício do povo de
Israel, existem passagens que antecipam um entendimento mais amplo dessa
função. Êxodo 19.5-6: "Se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a
minha aliança, então sereis a minha propriedade particular dentre todos os povos...
vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa." Outro texto relevante é Isaías 61.6:
"Vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso
Deus."

No Novo Testamento, o conceito de sacerdócio tem dois aspectos:

(a) Jesus Cristo é o grande sumo sacerdote: todas as funções do sacerdócio da


antiga dispensação concentram-se nele, e são por ele transformadas. Ele é o único
mediador entre Deus e os seres humanos. I Tm 2.5. Ele é o representante de Deus
junto aos homens e o representante dos homens junto a Deus. Ele é, ao mesmo
tempo, o sacerdote e o sacrifício. A Carta aos Hebreus expõe claramente a
superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico e apresenta o
caráter definitivo e totalmente eficaz do seu auto-sacrifício sobre a cruz. Hb 2.17;
3.1; 4.14s; 5.10; 6.20; 7.24-27; 9.12,26; 10.12. Nas suas Epístolas o apóstolo João fala
repetidamente do sacerdócio de Cristo, como em. Jo 1.29.

(b) Todos os crentes partilham desse sacerdócio: isso se expressa principalmente


nas áreas da adoração, serviço e testemunho. I Pedro 2.5: "Também vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio
de Jesus Cristo." I Pedro 2.9: "Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação
santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." O Apocalipse
destaca o aspecto governamental desse sacerdócio: 1.5-6: "Àquele que nos ama, e
pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes
para o seu Deus e Pai..."; 5.9-10: "Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de
toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e
sacerdotes."
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O Novo Testamento não menciona a existência de um ofício sacerdotal na igreja.


Essa idéia surgiu posteriormente, em escritores como Clemente (ministério cristão
composto de sumo sacerdote, sacerdote e levita ), a Didaquê (chama os profetas
cristãos de "vossos sumos sacerdotes" e refere-se à eucaristia como um sacrifício) e,
mais especificamente, em Tertuliano e Hipólito, que referem-se aos ministros
cristãos como "sacerdotes" e "sumos sacerdotes."

Na Idade Média desenvolveu-se plenamente a idéia do sacerdócio (o clero) como


uma classe distinta dos leigos, dotada de dignidade e direitos especiais. Essa idéia
resultou do entendimento da eucaristia como um sacrifício – a repetição do
sacrifício de Cristo –, o que exigia a figura do sacerdote. Além disso, a noção de que
os (sete) sacramentos são canais quase que exclusivos da graça de Deus e só podem
ser ministrados através do sacerdócio, deu aos sacerdotes, à hierarquia, um enorme
poder sobre as vidas dos fiéis. Os leigos tornaram-se totalmente dependentes da
ministração dos sacerdotes para receberem os benefícios da graça de Deus e, em
última análise, a própria salvação.

Um exemplo dos malefícios causados por esses dogmas pode ser visto na prática
do interdito ou interdição, um instrumento utilizado pelos papas e outros líderes
religiosos contra os reis europeus, mediante o qual o clero ficava proibido de
ministrar os sacramentos em uma cidade, região ou país inteiro como um
instrumento de pressão político-religiosa.

Em sua peregrinação espiritual, Lutero veio a ter uma compreensão da graça de


Deus que chocou-se frontalmente com esse entendimento da igreja e do ministério
cristão. A partir de 1512, quando tornou-se professor de estudos bíblicos na
Universidade de Wittenberg, ele começou a encontrar nas Escrituras uma série de
verdades revolucionárias a respeito da salvação. A salvação fundamentava-se
exclusivamente na graça de Deus e na obra expiatória de Cristo. Mediante a fé ou
confiança nessa graça e nessa obra, o indivíduo era justificado, ou seja, aceito como
justo por Deus, sendo que essa fé também era um dádiva do alto. As obras ou
méritos humanos não desempenhavam nenhum papel nesse processo, mas a
salvação era, do começo ao fim, uma dádiva da livre graça de Deus ao pecador
arrependido.

A partir de 31 de outubro de 1517, Lutero passou a elaborar as implicações mais


amplas dessa nova percepção. Ele o fez principalmente através de uma obra que
escreveu em 1520, A Liberdade do Cristão, onde argumenta que "a alma crente, por
seu compromisso de confiar em Cristo, livra-se de todo pecado, do temor da morte
e do inferno, e se reveste com a justiça eterna, a vida, e a salvação de Cristo, o seu
esposo." É isto o que concede plena liberdade ao cristão.

Diz Lutero: "De posse da primogenitura e de todas as suas honras e dignidade,


Cristo divide-a com todos os cristãos para que por meio da fé todos possam ser
também reis e sacerdotes com Cristo, tal como diz o apóstolo Pedro em I Pe 2.9...
Somos sacerdotes; isto é muito mais que ser reis, porque o sacerdócio nos torna dignos
de aparecer diante de Deus e rogar pelos outros."

Tipologia Bíblica 55
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E acrescenta: Os leigos tem a mesma dignidade que os ministros. Todas as


profissões e atividades são igualmente valiosas aos olhos de Deus. Os ministros
diferenciam-se dos leigos simplesmente nisso: foram escolhidos para realizar certos
deveres definidos, para que haja ordem na casa de Deus. Foi esse princípio do
sacerdócio de todos os crentes que libertou os homens do temor e dependência do
clero. É o grande princípio religioso que jaz na base de todo o movimento da
Reforma. Não somente Lutero, mas todos os demais reformadores o afirmaram, em
especial João Calvino. Dessa verdade bíblica, decorrem algumas implicações
práticas:

(a) O princípio do sacerdócio universal dos crentes nos fala do grande privilégio
que temos como filhos de Deus: cada cristão é um sacerdote, cada cristão tem livre
e direto acesso à presença de Deus, tendo como único mediador o Senhor Jesus.

(b) Todavia, esse princípio jamais deve ser entendido de maneira individualista. A
ênfase dos reformadores está no seu sentido comunitário. Somos sacerdotes uns
dos outros, devendo orar, interceder e ministrar uns aos outros. À luz do Novo
Testamento, todo cristão é um ministro (diákonos) de Deus, o que ressalta as idéias
de serviço e solidariedade.

(c) Num certo sentido, todos os crentes são "leigos," palavra que vem do termo
grego laós, o povo de Deus. Todavia, a Escritura claramente fala de diferentes dons
e ministérios. Alguns cristãos são especificamente chamados, treinados e
comissionados para o ministério especial de pregação da Palavra e ministração dos
sacramentos.

(d) Os leigos, no sentido daqueles que não são "ministros da Palavra," também têm
importantes esferas de atuação à luz do Novo Testamento. Os líderes da igreja
devem falar sobre o ministério do povo de Deus, bem como instruir e incentivar os
crentes e desempenharem o seu ministério pessoal e comunitário. A placa de uma
igreja nos Estados Unidos dizia o seguinte: "Pastor: Rev. tal; Ministros: todos os
membros."

(e) O sacerdócio universal dos crentes corre o risco de tornar-se mera teoria em
muitas igrejas evangélicas. Sempre que os pastores exercem suas funções com
excesso de autoridade (I Pedro 5.1-3), insistindo na distância que os separa da
comunidade, relutando em descer do pedestal em que se encontram, concentrando
todas as atividades de liderança e não sabendo delegar responsabilidades às suas
ovelhas, tornando as suas igrejas excessivamente dependente de sua orientação e
liderança, não dando oportunidades para que as pessoas exerçam os dons e
aptidões que o Senhor lhes tem concedido, há um retorno ao sacerdotalismo
medieval contra o qual Lutero e os demais reformadores se insurgiram.

Que o Senhor nos dê a graça de valorizarmos e praticarmos fielmente o princípio


bíblico do sacerdócio de todos os crentes, redescoberto pelos reformadores do
século XVI. Dessa maneira, seguindo a verdade em amor, cresceremos "em tudo
naquele que é o cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado,
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu
próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor". Ef 4.15s.
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Portanto a morte e a ressurreição de Cristo nos legou o sacerdócio real, através do


qual nos chegamos a Deus. E, como podemos observar em Levítico 21.16,21 o Senhor
proibiu que pessoas com defeitos servissem como sacerdotes; vamos transportar isso
aos níveis espirituais e analisar esses defeitos na lista de Deus, deixando de lado a
questão física:

1. Cego: Cego no plano espiritual, é a pessoas que não tem visão espiritual e há
muita gente dentro da igreja que não tem nenhuma visão espiritual, não enxerga
um palmo diante do nariz, são pessoas naturais que não compreendem, não
entendem, não vêem nada do que é espiritual. Essa pessoa está impedida de
exercer alguma liderança, algum ministério na igreja. Está impedida de servir o pão
de Deus. Ter visão significa ter alvos, metas, ou seja, algo mensurável. Mas os
nossos sonhos não devem ser do nosso tamanho, e sim do de Deus. Lembra-se do
caso do servo de Eliseu? Que entrou em casa gritando e dizendo: Profeta! Estamos
cercados por um exército inimigo!!! O homem de Deus disse: Senhor abra os olhos
desse moço para que veja! E então ele pode contemplar os anjos de Deus dando-
lhes proteção. II Rs 6.17. O cristão (obreiro) precisa ver as coisas no mundo
espiritual, não pode ser cego.

2. Coxo: Este é o que tem pernas que não suportam o peso de seu corpo. O cristão
(obreiro) tem que caminhar não se arrastar ou andar manquejando. a. Temos que
fazer veredas direitas para nossos pés, Deus não poderá nos usar se estivermos
coxeando pela vida.

3. Nariz Achatado ou Defeito no Rosto: Este é aquele que usa uma máscara para
esconder o verdadeiro rosto. Algumas pessoas dizem que nós precisamos viver o
que pregamos, mas eu creio que precisamos pregar o que vivemos, pois era assim
com Jesus. Um líder precisa pregar o que ele vive dentro de sua casa, em sua vida
particular. O povo espera por isso e não por um ótimo pregador. As ovelhas
querem alguém sincero. O pastor ou líder que não tem outro rosto inspira
confiança. Nasce, então, o relacionamento, e a igreja ou o ministério cresce.

4. Membros Compridos: Este é o que tem o corpo desproporcional. Para crescer, o


corpo de Cristo, ou seja, a igreja precisa conhecer Jesus por completo. Existem
igrejas que se concentram desenvolvendo uma única área e criam anomalias.
Igrejas que só são hospitais, só têm doentes; igrejas que só são clubes, só têm sócios;
igrejas desequilibradas geram pessoas desequilibradas.

5. Pé Quebrado: O que acontece com um objeto que tem o pé quebrado? Não pára
em pé, não é verdade? Existem muitas pessoas que querem fazer a obra de Deus,
mas tem o pé quebrado. Não se firmam, estão aqui, depois mudam-se para lá,
aparecem e depois somem. “Sede firmes e constantes...” I Coríntios 15.58. O que
tem pé quebrado também não pode servir o pão do Senhor. É aquele que não pode
estar de pé firmemente, ele tem que estar se escorando em alguém, numa bengala.
Vive numa tremenda dificuldade de andar, não consegue firmar-se de pé.
Há cristãos (obreiros) que estão sempre caindo, sempre repetindo o mesmo erro. O
pecado é algo que, quando detectado, precisa ser tirado de nosso meio, extirpado
de nossa vida. Caso contrário, não conseguiremos ficar de pé.
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6. Mão Quebrada: A pessoa que tem mão quebrada é aquela que pega para fazer a
obra do Senhor e nunca termina. É aquela toda empolgada, que busca um cargo,
uma função, mas nunca a exerce, não termina o que começou e torna-se um
problema muito sério. Também o preguiçoso, que não quer trabalhar; "vai ter com
a formiga, ó preguiçoso!" - é um provérbio (Pv 6.6) - é o mão quebrada que só quer
dormir. É um lerdo e está impedido de servir o pão do Senhor. Tem um montão de
gente assim no contexto da igreja e que precisa ser curado imediatamente.
A mão quebrada não pode levantar o irmão, não enxuga suas lágrimas, não abraça.
Quem tem a mão quebrada, tem dificuldade de ofertar, de repartir.
7. Corcovado: Vemos, hoje, pessoas que só têm a visão para baixo, visão terrenal,
pessoas carnais, só pensam nas coisas sexuais, sentimentais, emocionais,
financeiras,... têm uma visão desfocada. O salmista diz: "Tu és escudo ao redor de
mim, és minha Glória e quem levanta minha cabeça". Salmo 3.3.
A vida do crente é de cabeça erguida e quem levanta a nossa cabeça é o Senhor. O
corcunda anda de cabeça baixa, olhando para o pé, com uma visão terrenal. Quem
tem só essa visão não pode servir o pão de Deus.
8. Anão: O anão nasce como todas as outras crianças, mas, em um determinado
tempo, ele pára de se desenvolver. Isso não pode acontecer com um cristão
(obreiro) ele não pode parar de crescer. É impressionante o número de pessoas
que começam o ministério e depois estacionam em algum ponto e dali nunca
mais saem. Nunca pare de crescer. quantas pessoas "nanicas" dentro da igreja?!
Quantas não cresceram, não evoluíram! Passam-se os anos e elas não evoluem, não
prosperam. Sua visão continua rasteira e isto é um grande e sério problema. Esses
são os anões, também impedidos de exercer o sacerdócio, de ser líder, de servir o
pão do Senhor.
9. Belida nos Olhos: A belida é uma manchinha que vai tomando os olhos e tornando
a visão nublada, míope. Às vezes a pessoa não é cega, mas tem uma visão nublada,
totalmente deformada, embaçada, não consegue ver as coisas espirituais
nitidamente. Este é o que tem uma visão distorcida das pessoas. Em um texto que
está no livro de Marcos 8.22-26, o narrador conta-nos de um cego que foi tocado
por Jesus. Questionado sobre o estado de sua visão, ele respondeu que via os
homens como se fossem árvores. Jesus, então, tocou-lhe novamente a fim de que
ele enxergasse as pessoas perfeitamente. Um líder nunca pode ver homens como
árvores, pois quem vê o homem como árvore, o trata como uma utilidade,
esperando receber alguma coisa. Líderes devem olhar para as pessoas com a
intenção de serví-las e não de tirar-lhes algo.
10. Sarna: Murmurador (está sempre incomodado, sempre se coçando )

11. Impigem: É também conhecida como (doença de touro), uma mancha na pele.
Um líder não pode ter manchas em sua vida e nem viver atormentado por culpas
do passado.Mau testemunho, má reputação, etc.
12. Testículo Quebrado: São aqueles que são estéreis, não conseguem fecundar. Esta
é a área onde é elaborado o esperma, os espermatozóides. Quem tem problema
nesta área, não consegue fecundar. No mundo espiritual, aquele que não frutifica,
não dá filhos espirituais. Estes são os que têm testículos esmagados. Árvore que
não dá fruto será cortada e lançada no fogo.
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Capitulo X

O Sacerdócio de Jesus Cristo

O escritor aos Hebreus declara que Jesus é um sumo sacerdote. Hb 2.17; 3.1; 4.14.

Todos os seus sacrifícios na antiga aliança oferecidos pelos sacerdotes apontavam


para Cristo, o Cordeiro de Deus, que um dia derramaria seu sangue por nossos
pecados. Quando Jesus morreu na cruz a figura foi cumprida, logo a necessidade
de sacrifícios, e também a necessidade de sacerdotes, foram desfeitas.

A morte de Cristo elimina o sacerdócio formal judaico. O véu do Templo que simboliza
a separação da humanidade de Deus, foi "rasgado de alto a baixo" quando Ele
morreu e tornou-se nosso sumo sacerdote dando-nos acesso direto a Deus. Hb
10.18-21. Agora podemos chegar à presença de Deus mediante seu sacrifício. Jesus
é nosso Sumo Sacerdote, nosso Sacrifício e nosso Mediador. Não precisamos de
nenhum outro.

Os registros genealógicos foram completamente destruídos pelos romanos. Esse


registros genealógicos eram guardados cuidadosamente pelos judeus por causa de
linhagens familiares e heranças tribais. Tanto Mateus como Lucas registram a
genealogia de Cristo. Deus permitiu que isso fosse incluído em sua Palavra para
que a messianidade de Jesus Cristo pudesse ser provada. Centenas de anos antes
de Jesus Cristo, os profetas disseram que ele viria de um certo povo, de uma certa
tribo, de uma certa linhagem, de um certo indivíduo dentro dessa família. Isto foi
parte da prova magnífica de Deus de que Jesus Cristo foi Deus na carne como dizia
ser.

Depois de Jesus ter sido crucificado, Tito, no ano 70 A.D. destruiu todos os
registros genealógicos de Jerusalém. Tudo o que restou foram os que estão
registrados na Palavra de Deus. Deus estava dizendo: "O Messias já veio e sua
genealogia já foi provada. Está terminado."

Os registros genealógicos eram um meio pelo qual se provavam as qualificações


dos sacerdotes. Sua linhagem podia ser traçada até Arão. Ao instituir o sacerdócio
judaico Deus escolheu somente uma das 12 tribos de Israel, os levitas, para serem
sacerdotes. Da tribo de Levi ele escolheu um homem, Arão, como sumo sacerdote.

Todos os sacerdotes verdadeiros descendiam de Arão. Ex 28.1;31.10; Lv 8.2;9; Nm


3.1-4. Qualquer pessoa que não fosse descendente de sangue de Arão, e afirmasse
ser sacerdote, era sacerdote falso, a despeito de quantas vozes pudesse ouvir ou
visões que pudesse ter reivindicado que Deus lhe havia dado a autoridade de
sacerdote. A descendência de Arão devia ser comprovada. Ao permitir Deus que
estes registros genealógicos fossem destruídos, depois de tê-los preservado
miraculosamente por séculos, tornou impossível que qualquer pessoa traçasse sua
descendência de Arão e assim reivindicasse ser sacerdote aarônico! Qualquer
homem que alega ser sacerdote segundo Arão hoje é falso sacerdote.

Tipologia Bíblica 59
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A Visão do Sumo Sacerdote Jesus

Pode haver olhar mais terno, doce, e cheio de amor?


Olhos que enxergam todas as tristezas e aflições, mas jamais condenam.
Olhos que brilham ao perceber o pecador no caminho de volta aos braços do Pai.
Olhos que nos acompanham em todos os momentos e circunstâncias.
Olhos, cheios de luz e que iluminam a estrada de nossas vidas.
Olhos que penetram as fibras de todo nosso ser e o mais intimo de nosso coração.
Olhos que muitas vezes derramam lágrimas de compaixão e misericórdia por nós.
I. O Olhar de Jesus
1. Jesus enxergava o sofrimento alheio. Jo 9.1
2. Jesus enxergava o vazio existencial. Lc 9.10-17
3. Jesus enxergava a pressão da culpa. Jo 8.1-11.
4. Jesus enxergava os transtornos comportamentais. Mc 5.1-5
5. Jesus enxergava a tristeza interior:
5.1. A dor que esmagava o coração da viúva de Naim no enterro do filho. Lc 7.13.
5.2. As lágrimas da irmã e dos amigos de Lázaro, sepultado a 4 dias. Jo 11.33.
5.3. Duas vezes, perguntou a Maria Madalena: Porque choras, Mulher? Jo 20.13, 15
6. Jesus enxergava as deformidades físicas:
6.1. As costas corcundas por 18 anos da mulher encurvada. Lc 13.11
6.2. A mão atrofiada daquele homem que estava na sinagoga. Lc 6.6
6.3. As pernas imóveis por 38 anos do paralítico do tanque de Betesda. Jo 5.5
6.4. Os olhos baços do cego de nascença. Jo 9.1
6.5. O rosto sem a orelha direita do servo do sumo sacerdote. Lc 22.50
7. Jesus era tomado de compaixão pelo sofrimento alheio
7.1. Foi assim com a mulher por 12 anos hemorrágica. Lc 8.43-48
7.2. Foi assim com os dez leprosos. Lc 17.11-19
7.3. Foi assim com o cego de Jericó. Lc 18.35-42
7.4. Foi assim com a o paralítico de Cafarnaum. Mc 2.1-12
7.5. Foi assim com a filha da mulher Cananéia. Mt 15.21-28
7.6. Foi assim com a sogra de Pedro. Lc 4.38-40
7.7. Foi assim com o servo do centurião. Lc 7.1-10
7.8. Foi assim com a filha de Jairo. Lc 8.40-56
7.9. Foi assim com o menino endemoninhado. Lc 9.37-45

Arturo Toscanini estava em Londres regendo a Nona Sinfonia de Beethoven. Sua


regência foi tão convincente que, ao final da apresentação, a platéia o aplaudiu
demoradamente. Enquanto isso, o primeiro violinista cochichou aos ouvidos de um
colega: "Se, desta vez, Toscanini nos criticar, vou empurrá-lo na direção do poço."
Ele disse isso porque sabia que Toscanini era perfeccionista e muito exigente. Para
sua surpresa, porém, o regente permaneceu em seu lugar, humildemente, tocado
pela inspiração da maravilhosa música. Finalmente, voltou-se para a orquestra e
disse: "Toscanini não é ninguém. Não sou nada. Vocês também não são nada. A
orquestra não é nada." E, após uma pausa, levantou as mãos acima da cabeça e,
apontando para o alto, exclamou: "Beethoven! Beethoven! Ele é tudo!" Se Arturo
Toscanini conhecesse quem é Jesus, Beethoven! não seria tudo!". Quando olhamos
para Jesus, os astros deste mundo perdem seu brilho e encanto.

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Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
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Bibliografia

Pr Airton Evangelista da Costa


G. R. Osborne
Paulo Renato Alves (USA)
Pr. Heloizio de Oliveira Santos
Pr. Ezequiel Teixeira
Martyn Barrow
Pr. José ferraz
Alderi Souza de Matos
A.A.Autores Anônimos

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INDICE

Capitulo I: Objeções à Doutrina Bíblica dos Anjos


Capitulo II: A Origem dos Anjos de Deus
1. A Criação Espiritual
2. A Criação Material
3. A Criação da Vida sobre a Terra
Capitulo III: Os Anjos de Deus no Antigo Testamento
Capitulo IV: Os Anjos de Deus no Novo Testamento
1. O Ministério dos Anjos no Novo Testamento
2. A Participação dos Anjos na Vida de Jesus
3. A Participação dos Anjos na Vida dos Apóstolos
4. A Participação dos Anjos na Vida dos Crentes
Capitulo V: Tudo que Você Gostaria de Saber Sobre os Anjos
1. O que os Anjos não Fazem (suas limitações)
2. A Missão dos Anjos de Deus
3. Nomes Aplicados aos Anjos
4. O Caráter dos Anjos
5. A Personalidade dos Anjos
6. Classificação Genérica dos Anjos
7. Algumas Peculiaridades sobre os Anjos
8. Diferenças Entre Homens e Anjos
Capitulo VI: Classes Especiais de Anjos
Capitulo VII: A História do Querubim Ungido que Caiu do Céu
1. Sua Origem
2. A Queda de Lúcifer
3. Quem é o Diabo?
4. Seus Nomes Revelam seu Caráter
5. As Atividades e a Natureza Satânica
6. A Esfera das Suas Atividades
7. As Restrições das Suas Atividades
8. A Presente Posição de Satanás
9. Sua Personalidade
Capitulo VIII: Anjos Maus (A queda parcial do mundo angelical)
1. Pontos de Vista Sobre a Origem dos Demônios
2. A Época da Queda de 1/3 dos Anjos
3. A Causa de Sua Queda
4. O Resultado de Sua Queda
5. Três Grupos Distintos
6. Os Demônios/Sua natureza e Atividades
Capitulo IX: Níveis de Ação Demoníaca
Capitulo X: Expulsando Demônios Segundo a Bíblia
Capitulo XI: Batalha Espiritual
Capitulo XII: Confrontando os Mitos
Capítulo XIII: A Visão de Samuel Doctorian na Ilha de Patmos
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Introdução

O termo teológico apropriado para esse estudo que ora iniciamos é Angelologia (do grego
angelos, "anjo" e logia, "estudo", "dissertação"). Angelologia, se constitui, portanto, de
doutrina específica dentro do contexto daquilo que denominados de Teologia Sistemática,
a qual se ocupa em estudar a existência, as características, natureza moral e atividades dos
anjos. A febre dos anjos também alcançou o Brasil. Como o nosso povo é muito
supersticioso, voltado para o misticismo, não é de admirar que também tenha entrado na
onda das aparições angelicais. Como outros assuntos sagrados, a Angelologia teve o seu
período de obscurantismo e ignorância no Brasil, mas, devido ao crescimento do
movimento da Nova Era, estão aparecendo livros a respeito, oficinas vendem bonecos
representando anjos (encontrado em muitas casas e jardins - inclusive de crentes), e são
realizados inúmeros cursos e palestras sobre eles.

A revista IstoÉ, 353195, trouxe como matéria de capa o seguinte tema: “Anjos - Não
Estamos Sós”. Em seis páginas inteiras, o artigo “Sob o domínio dos anjos” mostra como o
culto a esses seres angelicais tem extrapolado o modismo e arrebatado uma legião de
pessoas que acreditam ouvir suas vozes e trabalhar sob sua inspiração.

Uma escritora, cujo nome nem quero mencionar, relata em seu último livro, experiências
que, segundo ela, obteve diretamente do seu anjo protetor que lhe apareceu em tempos
atrás, e regularmente lhe aparece até os dias de hoje. A escritora, em entrevista a uma
revista semanal, declara que todas as pessoas podem entrar em contato com o seu
“anjinho da guarda”. Ela realiza visita domiciliar para àquelas pessoas que querem
informações sobre anjo. Existe também em seu livro, uma tabela onde, de acordo com o
nascimento de cada pessoa, é só procurar e verificar o nome do “anjo” responsável a
guardá-la. Mas afinal, até que ponto isto é verdade? Como saber se realmente todas as
pessoas estão sendo “veladas” por anjos enviados por Deus? Qual a aparência mais
provável de um anjo, seria com cabelos ondulados, bochechas rosada, baixinha, segurando
uma harpa na mão? Teria um verdadeiro anjo do Senhor esta aparência efeminada que os
esotéricos pintam?

São várias as afirmações expostas em uma cultura tão mística como a nossa, mas os
evangélicos só podem acreditar nas afirmações que oriunda da Bíblia, que é a única fonte
de informação segura e verdadeira, pois veio diretamente do criador de todas as coisas.
Colossenses 1.16.

Em relação à igreja evangélica, nunca os anjos foram tão lembrados como atualmente, até
parece que estamos vivendo a “síndrome de anjos”. Hinos falam de anjos, pregadores
emocionam platéias dissertando sobre eles, visionários vêem anjos de todos os tamanhos
por todos os cantos..., o que existe de verdades e alucinações?

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Capitulo I

Objeções a Doutrina Bíblica dos Anjos

Em toda a história da humanidade, a realidade dos anjos tem sido discutida,


contestada por uns e acreditada por outros. Por essa razão tem-se criado outras
doutrinas com o fim de negar a existência dos anjos, ou de admiti-la fantasiosa e
ficticiamente.

Os gnósticos prestavam adoração aos anjos (Cl 2.18); depois então, na Idade Média,
com as crenças absurdas dos rituais de bruxarias com culto aos anjos, e agora em
nossos dias, os estudos cabalísticos personalizados no meio esotérico e místico,
ensinam novamente o culto aos anjos, por meio de bruxos sofisticados e modernos.
Sabendo que antes de tudo, a existência e ministério dos anjos são fartamente
ensinados nas escrituras, por isso, não podemos negligenciar os ensinamentos
sagrados. Dentre muitas falsas doutrinas (ensinamentos) sobre os anjos, destacamos
algumas:

(a) A Doutrina dos Saduceus: Não acreditava na existência dos anjos nem na
ressurreição dos mortos, At 23.8.

(b) A Doutrina Racionalista: Os racionalistas entendem que a crença na existência


dos anjos é absurda, pois acreditar que os anjos existem significa entrar na ficção e
abandonar a razão. Eles vêem na doutrina dos anjos uma forma de politeísmo
primitivo que com o tempo, foi tomando forma na vida dos hebreus. Ora, a
acusação de que a crença nos anjos seja uma forma de politeísmo primitivo se
choca frontalmente com o monoteísmo pregado pelo povo hebreu. Os anjos não são
deuses; são seres espirituais criados por Deus para o servirem.

(c) A Doutrina Materialista: Essa doutrina nega tenazmente a existência do mundo


espiritual, e, por conseguinte, os anjos. Acreditam apenas na matéria e nada que vá
além da matéria.

(d) A Doutrina Espírita: O espiritismo ensina que os anjos são as almas dos mortos
que alcançaram um grau máximo de perfeição. Essa doutrina nega a existência
distinta dos anjos como criaturas de Deus, bem como a existência dos demônios, os
quais, segundo ensinam, são almas desencarnadas dos maus.

Infelizmente, como em toda doutrina, há uma negligência muito grande desta, nas
igrejas e entre os Teólogos, que chega a ser verdadeira. Porém, apesar de toda
confusão de todos os tempos, não podemos desprezar esta grande doutrina
(Angelologia), pois ela foi autenticada pelos escritores da Bíblia e pelo próprio
Criador.

1. O apóstolo Paulo falou dos anjos. Gl 1.8.


2. O próprio Satanás falou dos anjos. Mt 4.6.
3. O apóstolo João falou mais de 60 vezes no livro de Apocalipse. 1.1.

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4. Cristo comprovou a existência e falou muitas coisas sobre os anjos. Jo 1.51.


4.1. Ajuntarão os eleitos. Mt 24.31.
4.2. Os anjos serão os ceifeiros. Mt 13.39.
4.3. E separarão os ímpios dos justos. Mt 13.41,49.
4.4. As crianças têm anjos que as guardam. Mt 18.10.
4.5. Jesus confessará os Seus perante os anjos. Lc 12.8.
4.6. Falou em anjos que subiam e desciam sobre Ele. Jo 1.51
4.7. Os anjos não têm sexo e não morrem, Lc 20.35,36; Mt 22.30.
4.8. Anjos conduziram o mendigo para o seio de Abraão. Lc 16.22.
4.9. Os anjos se alegram com o arrependimento dos pecadores. Lc 15.10.
4.10. Os anjos estarão com Ele, quando voltar. Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26.
4.11. Disse poder contar com 12 legiões de anjos para O livrarem. Mt 26.53.
4.12. O diabo tem anjos malignos. Mt 25.41.

Foi o próprio Jesus quem disse estas coisas. As declarações de Jesus a respeito dos
anjos foram de tal modo específico, variadas e abundantes que, explicá-las sob a
teoria de que Ele estava apenas se acomodando ás crendices do povo, é enfraquecer
a validade de quaisquer palavras de Jesus, como verdades que são.

5. Os Termos Bíblicos: O Antigo Testamento hebraico traz a palavra mal’aqh e o


Novo Testamento grego assumiu a palavra aggelos, que se pronuncia angelos
(quando há dois gamas, nossa letra “g”, o primeiro soa como “n”) como as palavras
mais comuns. Os termos não têm a ver com sua forma, mas com sua função, que
significa “mensageiro”. Anjos são mensageiros de Deus. O termo é usado tanto para
mensageiros humanos (I Rs 19.2, Lc 7.24 e 9.52), como para mensageiros divinos.
Gn 21.17, Mt 1.20, Lc 22.43.

Na maior parte das vezes, a palavra refere-se aos mensageiros de Deus, que
povoam o mundo celeste e assistem em sua presença. Mas aggelos se usa tanto
para anjos de Deus quanto para os anjos caídos. Já não acontece isto com mal’aqh
porque no judaísmo a noção de Satanás e de anjos caídos é tênue. Há outros termos
hebraicos usados para designar anjos. Um deles é beney Elohym (filhos de Deus).
Encontramos em Jó 1.6; 2.1, Salmos 29.1 e 89.6 (que algumas versões trazem como
“seres celestiais”).

Outro termo é “santos” (qadoshym), com a idéia de “distintos, separados”. Vemos


assim no Salmo 89.5 e 7. Um outro, ainda, é “vigias” ou “vigilantes” (ayr), que
aparece apenas em Daniel 4.13, 17 e 23. A idéia é que estão vigiando pelo povo de
Deus.

No Novo Testamento, além de aggelos, eles são chamados de “espíritos”, como


lemos em Hebreus 1.4. O termo é pneuma, que significa “ar” ou “vento”. Ressalta a
idéia da sua imaterialidade, ou seja, são incorpóreos.

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Capitulo II

A Origem dos Anjos de Deus

A criação dos anjos será entendida mais plenamente, depois de conhecermos os


fundamentos da criação. Existe um processo ordenado na criação caracterizado em
três fases distintas como se segue:

1. A Criação Espiritual: A época de sua criação não é indicada com precisão em


parte alguma, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos
céus. Gn 1.1. Pode ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a
criação dos céus e antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38.4-7,
rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra.

Ao responder os questionamentos de Jó, Deus de modo enfático e poético disse que


este ainda nem havia nascido, nem o mundo material havia sido criado, os seus
anjos; que são espíritos criados por Ele, já existia.

Portanto, a criação dos anjos precede a criação do mundo material, texto: Jó 38.1-7.
(V 7. Linguagem figurada), estrelas da alva e filhos de Deus aqui, são seres
espirituais. Antes de criar o homem, Deus criou os anjos. Uma coisa sabemos, os
anjos não existem desde a eternidade e isto é mostrado pelos versículos que falam
de sua criação. Ne 9.6, Sl 148.2,5; Cl 1.16.

2. A Criação Material: Em Gênesis nos primeiros capítulos está a história e o


fundamento da criação, porém a criação material é imensa e abrange todo o sistema
solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo homem. A extensão dos corpos
celestes espalhados no espaço sideral, fazendo parte da Via Láctea, com muitos
sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão apenas limitada de toda a grandeza da
criação. Neemias 9.6.

3. A Criação da Vida sobre a Terra: Deus formou a vida física numa combinação
do material com o imaterial, Gn 1.11,20-27. Nesta ordem da criação, são incluídos:

(a) A vida vegetal, Gn 1.11.

(b) Os animais nas mais diferentes espécies, Gn 1.20-25.

(c) E o homem, Gn 1.26-27.

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Capitulo III

Os Anjos de Deus no Antigo Testamento

I. O Ministério dos Anjos no Antigo Testamento


1. Um anjo socorreu Hagar, Gn 16.7-12
2. Um anjo repreendeu Balaão, Nm 23.31-35
3. Um anjo livrou Daniel dos Leões, Dn 6.22
4. Um anjo anunciou o nascimento de Sansão, Jz 13
5. Um anjo impediu a morte de Isaque, Gn 22.11-12
6. Um anjo feriu o exército assírio, II Rs 19.35, Is 37.36
7. Um anjo comissionou Gideão a livrar Israel, Jz 6.11-40
8. Um anjo comissionou Moisés a redimir Israel, Êxodo 3
9. Um anjo ajudou Zacarias a escrever, Zc 2.3; 4.5
10. Um anjo dirigiu os esposais de Isaque e Rebeca, Gn 24.7
11. Um anjo guiou Israel no deserto, Ex 14.19; 23.20-23; 32.34
12. Um anjo repreendeu os israelitas por sua idolatria, Jz 2.1-5
13. Um anjo anunciou o nascimento de Isaque, Gn 18.1-15
14. Um anjo acampa-se em redor daquele que teme a Deus, Sl 34.7
15. Um anjo socorreu Elias, quando ele fugia de Jezabel, I Rs 19.5-8
16. Anjos guardaram Jacó, Gn 28.12, 31.11, 32.1, 48.16
17. Anjos destruíram Sodoma e Gomorra, Gn 19.1-29
18. Anjos cercaram Eliseu, II Rs 6.14-17
19. Anjos trouxeram a Lei dada no Monte Sinai, At 7.38,53, Hb 2.2.
20. Anjos salvaram Ló e suas filhas de Sodoma e Gomorra, Gn 19.1-29
21. Anjos ministradores no Antigo Testamento
21.1. Orientando e provendo, Gn 16.7-12
21.2. Anunciando uma mensagem, Gn 18.1-33
21.3. Livrando do perigo, Gn 19
21.4. Guiando seu povo, Êx 14.19, 23.20
21.5. Orientando e estabelecendo uma estratégia de vitória, Js 5.13-15.

O ministério dos anjos no Antigo Testamento tem grande destaque no relato


sagrado, e esteve quase sempre associado à proteção e provisão de Deus em favor
de Israel. A materialização do Senhor (Teofania) e de alguns dos seus santos anjos,
no Antigo Testamento, foi testemunhada de forma especial por alguns dos
profetas, como vemos em seguida: Daniel:

"Havendo eu, Daniel, tido a visão procurei entendê-la, e eis que se me apresentou
diante uma como aparência de homem. E ouvi uma voz de homem dentre as
margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão.". Dn
8.15,16. Também a Elias: "Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o
tocou-lhe disse: Levanta-te e come. Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão
cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a
dormir. Voltou segunda vez o anjo do Senhor tocou-o e lhe disse: Levanta-te e
como, porque o caminho te será sobremodo longo." I Rs. 19.5-7. Leia os seguintes
casos de aparições angélicas no Antigo Testamento, que foram testemunhos por Ló
(Gn. 19); Balaão (Nm. 22.31); Manoá (Jz 13.3,13), e o profeta Zacarias. Zc. 1.9; 2.3.
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Capitulo IV

Os Anjos de Deus no Novo Testamento

I. O Ministério dos Anjos n Novo Testamento

1. Um anjo feriu Herodes de morte, At 12.23


2. Um anjo soltou Pedro da prisão, At 12.7,8,9
3. Um anjo dirigiu a redação do Apocalipse, Apoc 1.1
4. Um anjo encaminhou Filipe ao oficial etíope, At 8.26
5. Um anjo abriu as portas dá prisão aos apóstolos, At 5.19
6. Anjos ministram a favor dos herdeiros da salvação, Hb 1.13-14
7. Um anjo mostrou ao apóstolo Paulo a cidade que deveria pregar, At 16.9 b.
7.1. Nesta cidade (Macedônia) uma mulher rica (Lídia) se converte, At 16.14.
7.2. O carcereiro da prisão onde Paulo estava preso, se converte, At 16.29,30.
7.3. Uma jovem possessa de espíritos de adivinhação é liberta, At 16.16-18.
7.4. Uma igreja é estabelecida, At 17.4.
7.5. E em virtude de todas essas coisas, o ministério de Paulo toma um novo
rumo, devido ao atendimento do pedido feito pelo anjo de Deus.

II. A Participação dos Anjos na Vida de Jesus

1. Estão vinculados a eventos especiais, tais como:


1.1. A concepção de Cristo, Mt 1.20,21
1.2. Seu nascimento, Lc 2.10-12
1.2.5. Um anjo anunciou o nome de Jesus, Mt 1.21
1.2.4. Anjos formaram um coral e cantaram, Lc 2.13-14
1.2.1. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus a Maria, Lc 2.13
1.2.2. Um anjo anunciou o nascimento de Jesus a José, Mt 1.20-21
1.2.3. Anjos anunciaram aos pastores o nascimento Jesus, Lc 2.8-15
1.2.6. Um anjo dirigiu sua fuga para o Egito e no regresso, Mt 2.13-20
1.3. Sua ressurreição, Mt 28.5,7
1.3.1. Um anjo removeu a pedra do sepulcro de Jesus, Mt 28.2
1.3.2. Um anjo anunciou a ressurreição de Jesus às mulheres, Jo 20.11-14
1.4. Sua ascensão e segunda Vinda, At 1.11
2. Obedecem a vontade dEle, Mt 6.10
3. Executam os Seus propósitos, Mt 13.39-42
4. Celebram os louvores de Cristo, Lc 2.13,14
5. Anjos subiam e desciam sobre Jesus, Jo 1.51
6. Servem e louvam a Cristo, Fp 2.9-11; Hb 1.6
7. Transmitem a vontade de Cristo, Mt 2.13,20; At 8.26
8. Anjos serviram a Jesus depois da tentação, Mt 44.11, Mc 1.13
9. Um anjo esteve com Jesus, na agonia do Getsêmane, Lc 22.43.

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III. A Participação dos Anjos na Vida dos Apóstolos da Igreja Primitiva

1. Um anjo trasladou a Filipe por quase 100 kms, At 8.26-28.


2. Um anjo foi enviado até a prisão e libertou o apóstolo Pedro, At 12.2-11
3. Na ascensão de Jesus, animando e confortando os discípulos, At 1.10-11
4. Quando os apóstolos foram presos, um anjo abriu-lhes as portas, At 5.19
5. Quando Paulo estava preso no navio sofrendo o perigo de naufrágio,
apareceu-lhe um anjo com a mensagem de livramento, At 27.22-25, e o
Apóstolo assegurou aos companheiros que naquela mesma noite o anjo de
Deus estivera com ele, At 27.23.

IV. A Participação dos Anjos na Vida dos Crentes

1. Encorajam os crentes, At 27.23-24


2. Guiam e guardam os crentes, Sl 91.11; Hb 1.14
3. Trazem respostas às orações, Dn 7.15,16; At 12.7
4. Interessados no esforço evangelístico, Lc 15.10; At 8.26
5. Cuidam dos crentes na morte, Lc 16.22; 24.22-24; Jd 1.9
6. Ministram ao povo de Deus, Hb 1.14; Mt 4.11; Lc 22.43
7. Defendem e livram os servos de Deus, Gn 19.11; At 5.19-20
8. Cooperam na separação entre justos e ímpios, Mt 13.49; 25.31-32
9. Ás vezes, ajudam a interpretar sonhos e visões proféticos, Dn 7.15,16
10. Observam o comportamento dos cristãos, I Co 11.10; Ef 3.10; I Tm 5.21.

A crença em anjos no Novo Testamento

Os cristãos não eram o único grupo do primeiro século que acreditava na existência
de anjos. A maioria das seitas do judaísmo, berço do cristianismo, professava a
crença nesses mensageiros celestes, á exceção provável dos saduceus. At 23.8. 0
interesse dos judeus por anjos havia crescido de forma notável durante o período
intertestamentario, quando o segundo templo foi construído, após o retorno do
cativeiro babilônico.

É provável que esse aumento de interesse pelos anjos tenha ocorrido como
resultado da ênfase nesse período á idéia de que Deus havia se distanciado do seu
povo, já que não havia mais profetas. A ausência de profetas, os mensageiros oficiais
de Deus ao seu povo, provocava a necessidade de outros mediadores da vontade divina.
Os anjos vieram ocupar esse espaço no judaísmo do segundo templo. 0 aumento do
interesse pelo mundo celestial e pelos seus habitantes, os anjos, nota-se nos escritos
judaicos produzidos antes ou logo após o nascimento do cristianismo. Exemplos
desta tendência se percebem em alguns livros apócrifos. 4 Esdras 2.44-48; Tobias
6.3-15; 2 Macabeus 11.6.

0 mesmo se vê em alguns dos escritos dos sectários do Mar Morto achados nas
cavernas do Wadi Qumran, como o rolo da Batalha entre os Filhos das Trevas e os
Filhos da Luz. Alguns dos escritos produzidos pelo movimento apocalíptico dentro
do judaísmo, mais que os escritos de outros movimentos, enfatizava o ministério
dos anjos (1 Enoque 6. 1 ss; 9. 1 ss).
Tipologia Bíblica 71
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0 interesse pelos anjos se nota até mesmo nos escritos rabínicos datados a partir do
século III (com exceção do Mishnah), e que possivelmente representam a linha
principal do judaísmo no período do segundo templo.

Fora das fronteiras do judaísmo, a crença em anjos, encontrava-se não somente nas
religiões que fervilhavam no mundo greco-romano, mergulhado no misticismo
helênico, como também nas obras dos filósofos e escritores gregos famosos, como
Sófocles, Homero, Xenofonte, Epicteto e Platão. A biblioteca de Nag Hammadi,
descoberta em nosso século (1945) nas areias quentes do deserto egípcio, apresenta
material gnóstico datando do século IV, com uma elaborada angelologia, onde a
distância entre Deus e os homens é coberta por trinta “archons”, seres
intermediários, possivelmente anjos, que guardam as regiões celestes.

Os “Papiros Mágicos” desta coleção contém fórmulas para atrair os anjos. Embora
datando do século IV, estes escritos possivelmente refletem crenças que já estavam
presentes de forma incipiente no mundo greco-romano desde antes de Cristo. Em
contraste aos escritos produzidos cm sua época, a literatura do Novo Testamento é
bem mais discreta e reservada em seus relatos da atividade angélica.

A presença e a atividade de anjos registradas nos evangelhos sinópticos (Mateus,


Marcos e Lucas) indicam invariavelmente a intervenção direta de Deus. Como
mensageiros fiéis de Deus, que têm acesso a presença divina (Lc 1. 19; cf 12.8; Mt
10.32; Lc 15.10), a visita ou a intervenção de um deles eqüivale a uma manifestação
divina. A encarnação e o nascimento de Jesus foram marcados pela presença de
anjos, indicando a participação direta de Deus no nascimento do Messias. Mt 1.20;
2.13,19; Lc 1 . 11; 1.26-38.

Embora os evangelhos não registrem quase nenhuma participação direta dos anjos
assistindo a Jesus em seu ministério (o que poderia ter ocorrido, se Jesus quisesse,
Mt 26.52), os anjos acompanharam o Senhor e se rejubilaram a medida em que
pecadores se arrependiam. Lc 15.10. As poucas vezes em que se manifestaram
visivelmente tinham como propósito demonstrar que Ele era amado e aprovado
por Deus. Mt 4.11; Lc 2143. Os anjos ainda participaram da sua ressurreição, da
anunciação ás mulheres, e da anunciação aos discípulos de que Jesus havia de
voltar. Mt 28.2-5; At 1.9-11. E o próprio Jesus também mencionou varias vezes que
os anjos participariam) da sua segunda vinda e do Juízo final. Mt 13.4 1; 16.27; 24.3 l.

Embora nos evangelhos a atividade dos anjos praticamente se concentre em tomo


da pessoa de Jesus, ele mesmo menciona uma atividade deles relacionada aos
homens, “cuidado para não desprezarem nenhum destes pequeninos. Eu afirmo
que os anjos deles estão sempre na presença do meu Pai que está no céu” Mt 18. 10,
NVI. Aqui Jesus fala do cuidado vigilante de Deus pelos “pequeninos ‘, através dos
anjos. A quem Jesus se refere por pequeninos” tem sido debatido pelos estudiosos,
já que o termo pode ser tomado literalmente (crianças) ou figuradamente (os
discípulos). Talvez a última possibilidade deva ser a preferida, já que Jesus usa
regularmente pequeninos para se referir aos discípulos, cf Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42;
Lc 17.2.

Tipologia Bíblica 72
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
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Qualquer que seja a interpretação, a passagem não está ensinando que cada crente
ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, como era crido popularmente entre os
judeus na época da igreja primitiva. Fazia parte desta crença que o anjo guardião
poderia tomar a forma do seu protegido. At 12.15.

Jesus está ensinando nesta passagem que Deus envia seus anjos para assistir aos
“pequeninos”, e que, portanto, nós não devemos desprezar estes “pequeninos”. Esse
ministério angélico para com os “pequeninos” faz parte do cuidado geral que os
anjos desempenham, pelo povo de Deus. SI 9 1.11; Hb 1. 14; Lc 16.22. A passagem,
portanto, não deve ser tomada como suporte á crença popular em “anjos da
guarda”.

E importante notar que o Evangelho de João faz pouquíssimas referências á


atividade dos anjos, embora, segundo João, Jesus tenha dito aos seus discípulos, no
início do seu ministério, que eles veriam, os anjos subindo e descendo sobre si. Jo 1.
51. Possivelmente esta passagem não deva ser entendida literalmente no que se
refere aos anjos, mas apenas como uma alusão ao sonho de Jacó (Gn 28.12) e ao seu
cumprimento na pessoa de Cristo (unindo o céu á terra). No relato de João das boas
novas, os anjos só revelam a sua presença ao lado da sepultura de Jesus. Jo 20.12.

Estes fatos indicam que as aparições angélicas durante o período cm que Jesus
esteve presente fisicamente entre nós foram relativamente poucas, e quase todas
associadas com o seu nascimento, ministério, morte e ressurreição. Era conveniente
que a vinda do Filho de Deus ao mundo fosse marcada por esta atividade angélica
especial.

Apesar de a narrativa do livro de Atos abranger um período marcado por intensa


manifestação sobrenatural, que foi o nascimento da igreja cristã, as aparições
angélicas registradas pelo autor são relativamente poucas. Não há aparição de
anjos em grupos, á exceção dos dois homens em vestes resplandecentes no local da
ascensão. At 1.10-11. Nas intervenções angélicas, é sempre um único anjo que
aparece, o qual é chamado de “um anjo do Senhor” (At 5.19; 8.26; 12.7,15) ou “um
anjo de Deus”. 10.3; 27.23.

A expressão “anjo do Senhor” não tem em Atos a mesma conotação que no Antigo
Testamento, onde ás vezes este anjo é identificado com o próprio Deus. Em Atos a
expressão sempre designa um mensageiro angelical. Os anjos aparecem em Atos
com a mesma função principal, que no Antigo Testamento e nos Evangelhos, ou
seja, trazer uma mensagem oficial da parte de Deus. At 5.19; 10.22; 27.23.

A isto se acresce a função protetora, pois por duas vezes um anjo do Senhor
libertou apóstolos da prisão. At 5.19; 12.7. Uma outra missão de um anjo foi punir o
rei Herodes (At 12.23) missão esta já mencionada no Antigo Testamento. Ex 12.13; 2
Sm 24.17. A atividade dos anjos em Atos, além de bastante discreta, é voltada quase
que exclusivamente para o progresso do Evangelho. Um ponto de grande
relevância para nos hoje é que ela se concentra, em torno dos apóstolos (At 5.19;
12.7 27.23) ou dos seus associados, como Filipe. At 8.26.

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A única exceção foi a aparição á Cornélio. At 10,3. Mesmo assim ocorreu una ponto
crucial do nascimento da Igreja Cristã, que foi a inclusão do gentios na Igreja. Á
exceção deste caso não há registro de aparições de anjos ao crentes em geral, nem
para lhes trazer mensagens de Deus, nem para protege-los, embora certamente eles
estivessem ocupados em desempenhar esta última; função, provavelmente de
forma não perceptível aos crentes.

0 apóstolo Paulo é bastante ponderado no que escreve sobre os anjos, se com


parado com outros autores religiosos não cristãos da sua época. Ele emprega a
palavra aggelos apenas catorze vezes em suas treze cartas. Ele se refere aos anjos de
Deus, não tanto como mensageiro: celestes ou protetores dos crentes, mas como
participantes do progresso do plano de Deus neste mundo, que participaram da
entrega da Lei no Sinai (G1 3.19) e que virão com Cristo para executar juízo sobre a
humanidade. II Ts 1.7.

Estes são os “anjos eleitos”, que assistem diante de Deus. I Tm 5.2 1; cf. Gl 4.14. Uma
possível explicação para a atitude reservada de Paulo é que, para ele, o Senhor
Jesus, é a manifestação suprema de Deus, que suplanta todas as demais, diante das
quais as manifestações angélicas perdem em importância e relevância. Ef 1.21; Cl 1.
16; cf. Hb 1. 1-2.

Em nenhum momento Paulo menciona em suas cartas encontros angélicos que


porventura teve, nem encoraja os crentes a buscar tais encontros. Some-se a isso a
preocupação que demonstra em suas cartas com aparições e visões de anjos. 0
apóstolo teme que anjos caídos, passando-se por anjos de Deus, manifestem-se em
visões com o alvo de enganar os crentes. Ele menciona a possibilidade de que um
anjo do céu venha pregar outro evangelho (G1 1.S), e que Satanás apareça
dissimulado de “anjo de luz”. II Co 11.14.

Ele alerta aos crentes de Colossos a que não se deixem arrastar para o culto aos
anjos propagado pelos líderes da heresia que ameaçava a igreja, e que se baseava
cm visões. C1 2.18. Uma passagem surpreendente sobre anjos é Gl 3.19, em que
Paulo diz que a Lei de Deus foi entregue ao povo de Israel por meio de anjos. Esse
fato no é mencionado na narrativa da entrega da Lei a Moisés no livro de Êxodo.

Sua veracidade foi aceita possivelmente durante o período do segundo templo,


quando os anjos receberam cada vez mais lugar destacado na teologia do
judaísmo,. ao ponto de serem reconhecidos como mediadores no Sinai, na hora da
entrega da Lei a Moisés por Deus. 0 fato foi aceito como verídico por judeus
cristãos como Estêvão (At 7.53), o autor de Hebreus (Hb 2.2), e por Paulo.

Só que, enquanto que para os judeus da sua época, a presença de anjos no Sinai era
algo que exaltava a glória da Lei, para Paulo, a presença destas criaturas era apenas
um sinal da inferioridade da Lei em comparação ao Evangelho, que havia sido
trazido pelo próprio Filho de Deus, sem mediação de criaturas.
Uma outra passagem difícil de entender nas cartas de Paulo é a enigmática
expressão de 1 Co 11. 10. “Por esta razão, e por causa dos anjos, a mulher deve ter
sobre a cabeça um sinal de autoridade”.
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0 que tem os anjos, a ver com o uso do véu nas igrejas de Corinto? A resposta está
ligada a um aspecto da situação histórica específica da Igreja de Corinto no século
I, que nós desconhecemos. Havia uma idéia estranha na época de Paulo de que Gn
6.1-2 se referia a anjos que se deixaram atrair pelos encantos femininos (uma
tradição rabínica acrescenta que foram os longos cabelos das mulheres que
tentaram os anjos), A falta de decoro e propriedade por parte das mulheres na
igreja de Corinto poderia novamente provocá-los.

0 mais provável é que Paulo se refira a outro conceito corrente que os anjos bons
eram guardiões do culto divino, o que exigiria decoro e propriedade por parte de
todos os adoradores. Este conceito se encaixa perfeitamente no ensino do Novo
Testamento de que os anjos observam e acompanham o desenvolvimento do
evangelho no mundo. Ef 3. 10, 1 Tm 5.12; 1 Pe 1. 12; Hb 1. 14.

Não há menção de anjos em Tiago, e nem nas três cartas de João. Pedro menciona
apenas que os anjos anelam compreender os mistérios do Evangelho (1 Pe 1.12), e
que estão subordinados a Cristo (3,22).

Em Judas encontramos mais uma referência enigmática aos anjos, desta feita cm
relação ao confronto do arcanjo Miguel com Satanás, em disputa pelo corpo de
Moisés (Jd 9). Esse incidente não é narrado no Antigo Testamento, mas aparece
num livro apócrifo que era bastante popular entre os judeus chamado A Ascensão
de Moisés. Neste livro o autor narra que, após a morte de Moisés, sozinho no
monte, Deus encarregou o arcanjo Miguel de dar-lhe sepultura. 0 diabo veio
disputar o corpo, alegando que Moisés era um assassino (havia matado o egípcio),
e que, portanto, seu corpo lhe pertencia. De acordo com a Ascensão, Miguel
limitou-se a dizer que o Senhor repreendesse os intentos malignos de Satanás.

Embora narrado num livro apócrifo, o incidente deve ter ocorrido, e Deus permitiu
que, através de Judas, viesse a alcançar lugar no cânon do Novo Testamento.
A carta aos Hebreus menciona os anjos nada menos que 13 vezes, 11 das quais nos
dois primeiros capítulos, onde o autor procura estabelecer a superioridade de
Cristo sobre os anjos. Hb 1.4-7,13; 2.2,15,16. A razão para esta abordagem foi
possivelmente a exaltação dos anjos por parte de muitos judeus no século I. 0 autor,
escrevendo a judeus cristãos sentiu a necessidade de diferenciar a mensagem do
evangelho trazida por Cristo, e as muitas mensagens e mensageiros angelicais que
infestavam a crendice popular judaica no século I.

E no livro de Apocalipse que temos a maior concentração no Novo Testamento do


ensino sobre anjos. É o livro do Novo Testamento que mais emprega a palavra
aggelos (67 vezes). Aqui os anjos aparecem como agentes celestes que executam os
propósitos de Deus no mundo, como proteger os servos de Deus (Ap 7.1-3) e
administrar os juízos divinos sobre a humanidade incrédula e impenitente. Ap 8.2;
15.1; 16.1. Apocalipse está cheio das visões que o apóstolo João teve do céu, e os
anjos aparecem como habitantes das regiões celestes, ao redor do trono divino, em
reverente adoração a Deus e ao Cordeiro (Ap 5.11; 7.11), mediando ao apóstolo
João as visões e as instruções divinas. Ap 1.1.

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Uma questão que tem atraído o interesse dos intérpretes é o sentido da palavra
“anjo” em Apocalipse 1.20, “os anjos das sete igrejas”. Ap 2.1,8,12,18; 3,1,7,14.
Alguns acham que João se refere aos pastores das igrejas às quais endereça suas
cartas, já que em Malaquias os líderes religiosos são chamados de anjos. MI 2.7. Ou
então, aos mensageiros (aggelos) das igrejas que haveriam de levar as cartas às suas
comunidades. 0 problema com estas interpretações é que a palavra aggelos em
Apocalipse nunca é usada para seres humanos, mas consistentemente para anjos.

Por este motivo, outros, como Origenes no século II, acham que João se refere a
anjos reais, já que este é o uso regular que ele faz da palavra no livro. Estes anjos
seriam os anjos de guarda de cada igreja a quem João manda uma carta. A
dificuldade óbvia com esta interpretação é que as advertências e repreensões das
cartas seriam dirigidas a anjos, e não aos membros da igreja. Além do mais, fica
claro pelo fim de cada carta que elas foram endereçadas aos membros das igrejas
(2.7,11,17 etc). Assim, outros estudiosos têm sugerido que “anjos” representam o
estado real de cada igreja, o “espírito” da comunidade. Esta idéia, que no deixa de
ser curiosa e estranha, tem sido adotada por alguns que defendem que igrejas têm
suas próprias entidades espirituais malignas, que se alimentam dos pecados não
tratados das mesmas.

Anjos em batalha espiritual: Uma outra passagem cm Apocalipse que merece


destaque é a que descreve uma batalha no céu entre Miguel e seus anjos, contra o
dragão e seus anjos, onde Satanás é derrotado e lançado á terra. Ap 12.7-9. A que
evento histórico esta guerra celestial corresponde tem sido bastante discutido. Para
alguns, refere-se á queda de Satanás no principio, quando revoltou-se contra Deus
e foi expulso dos céus. Para outros, a vitória final de Cristo, ainda por ocorrer no
fim dos tempos. E ainda existem aqueles acreditam que esta derrota de Satanás nas
regiões celestiais corresponde à vitória de Cristo, ao morrer e ressuscitar, já que ela
aconteceu, “por causa do sangue do cordeiro”. Ap 12. 10; Jo 12.31; 16.1l.

À semelhança do Antigo Testamento, o Novo é igualmente reservado em narrar


estas pelejas celestiais, e limita-se a registrar dois confrontos do arcanjo Miguel com
Satanás. Jd 9; Ap 12.7-9. Evidentemente digno de nota é o fato que Miguel, que no
Antigo Testamento aparece como guardião de Israel, surge aqui em Ap 12.7-9
como defensor da Igreja, liderando as hostes angélicas contra Satanás e seus
demônios, que procuram destruir a obra de Deus. Sua área de ação não e mais o
território de Israel, mas o mundo, onde quer que a Igreja esteja. A constatação deste
fato deveria moderar a fascinação de muitos hoje pela idéia de espíritos territoriais,
maus ou bons, que seriam supostamente responsáveis por determinadas regiões
geográficas, e que se embatem em busca da supremacia sobre aqueles locais.

É possível que as nações ou outras regiões tenham seus príncipes angélicos, bons
ou maus, mas esta idéia não exerce qualquer função ou influência no ensino do
Novo Testamento, quanto aos anjos e á sua participação na luta da igreja contra os
“principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso”. Ef 6.12.
Enquanto que em Daniel os principados e as potestades aparecem relacionados
com determinados territórios, no Novo Testamento eles aparecem não mais
relacionados com regiões, mas com este mundo tenebroso.

Tipologia Bíblica 76
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Capitulo V

Tudo que você gostaria de saber sobre os Anjos

I. O que os Anjos Não Fazem

Suas Limitações

1. Anjos não avivam a igreja


2. Anjos não curam ninguém
3. Anjos não atendem orações
4. Anjos não expulsão demônios
5. Anjos não pregam o Evangelho
6. Anjos não são Oniscientes. Mt 24.36
7. Anjos não são Onipotentes. Dn 10.13
8. Anjos não são Onipresentes. Dn 9.21-23
9. Anjos não batizam com o Espírito Santo
10. Anjos não fazem à obra de evangelização
11. Anjos não revelam pecados ocultos na igreja
12. Os anjos possuem uma existência milenar, mas não eterna
13. Anjos não recebem glorificações ou adoração, Apoc 22.8-9
14. Anjos não protegem pessoas que não servem a Deus, Sl 34.7
15. Os anjos não sabem o dia do arrebatamento da igreja, Mc 13.32
16. Os anjos não conhecem os mistérios do Evangelho e da salvação, I Pe 1.12
17. Os anjos são seres dotados de inteligência e vontade. Em II Sm. 14.20, é
mencionada a "sabedoria de um anjo" e no v. 17, que o "anjo de Deus discerne entre
o bem e o mal". O conhecimento que eles têm é obviamente maior do que o dos
homens, pois convivem com o próprio Deus, armazenando conhecimento de
centenas de anos, não só da terra, mas de todo o universo.

II. A missão dos Anjos de Deus

1. Foi um anjo que guiou a Eliezer a buscar uma noiva para Isaque, Gn 24.40.
2. Foi um anjo que transmitiu a Daniel uma mensagem escatológica, Dn 9.21-23.
3. Deus entregou a Lei a Moisés por meio de um anjo, At 7.53; Gl 3.19.
4. Os anjos são enviados como mensageiros para confortar, Lc 22.43.
4.1. Jacó disse que durante toda a sua vida o anjo o protegeu do mal, Gn 48.16
4.2. Elias no deserto foi confortado por um anjo, I Rs 19.5.
4.3. Um anjo fechou a boca dos leões para livrar Daniel da morte, Dn 6.22.
4.4. Dois anjos foram livraram a Ló e sua família da morte, Gn 19.15,16.
4.5. Um anjo feriu 185 mil soldados, para dar livramento a Israel, II Rs 19.35
5. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, Sl 34.7
6. O anjo do Senhor coloca os inimigos em fuga, Sl 35.5.
7. Os anjos nos céus colocam no incensário as orações dos santos, Ap 8.1-5
8. Na morte dos santos, os anjos o conduzem ao paraíso, Lc 16.22
8.1. Por meio dos anjos, Deus envia:
8.1.1. Advertências, Mt 2.13; Hb 2.2
8.1.2. Encorajamento, At 27.32; Gn 28.12
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8.1.3. Anunciações, Lc 1.11-20; Mt 1.20,21


8.1.4. Instrução, Mt 28.2-6; At 10.3; Dn 4.13-17
8.1.5. Revelação, At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Dn 9.21-27.
8.2. O anjo trouxe seis mensagens inesquecíveis em Lc 2.8-9
8.2.1. Coragem (não temais).
8.2.2. Alegria (porquanto vos trago novas de grande alegria).
8.2.3. Adoração (glória a Deus nas alturas).
8.2.4. Bondade (paz na terra).
8.2.5. Universalidade (que será para todo o povo).
9. Os anjos guardam os caminhos dos santos de Deus, Sl 91.11.

Você já se sentiu protegido numa circunstância que parecia impossível escarpar? Já


se deparou com um animal feroz que repentinamente ficou manso? O carro que
vinha na sua direção e o motorista pareceu fazer uma manobra impossível e você
nada sofreu? Em uma viagem você já foi envolvido em um grave acidente, mas está
vivo e forte para contar a história? Quantas vezes você sentiu que alguém estava
lhe guardando mesmo sem ter ninguém por perto? Poderíamos lhe fazer varias
perguntas de livramentos, mas creio que o leitor entendeu e definitivamente já
vivenciou uma circunstância parecida.

Leia atentamente o testemunho deste amado servo de Deus: Um desses livramentos aconteceu
em uma viagem que realizei para a cidade de Campo Grande. As rodovias do
nosso Estado até que são razoáveis, mas as do Mato Grosso do Sul não são nada
boas. Bem, saímos de S. J. Rio Preto no domingo por volta de 23 horas. Eu estava já
um tanto cansado, pois havia na tarde daquele dia, o domingo, levado um jovem
em Bauru para passar por um período de recuperação em uma casa especializada.

Cheguei naquele dia por volta das 21hs, descansei apenas por duas horas e às 23hs
estava novamente na rodovia. Viajei acompanhado de dois obreiros, que como eu
queria ver o palestrante americano, que estaria na segunda feira pela manhã dando
início num congresso de milagres. Eu nem imaginava que o maior milagre veria
no caminho, mesmo antes de ali chegar.

Eram quase 5hs da madrugada, os meus olhos estavam pesados e cansados, apesar
de até àquela hora eu pouco ter dirigido, mas era minha vez de pegar o volante e
assim eu o fiz. Na pista eu ia com o carro bem centralizado, até queimando um
pouco de faixa por ser às margens da rodovia cheia de buracos. Lá na frente
apontou um caminhão de boi e por ser plana a rodovia ambos andávamos bem.

O detalhe que assim como eu ele vinha queimando faixa e provavelmente estava
com tanto sono quanto eu. O caminhão chegava cada vez mais perto, mas eu nada
fiz, estava paralisado como que sonhando, mas realmente o caminhão vinha em
nossa direção. Acredito que o caminhoneiro também não estava bem, de repente
um forte barulho e de minha parte só deu tempo de chamar por Jesus. Naquele
momento só eu estava acordado ou meio acordado. O irmão que esta do meu lado
acordou assustado com tamanho barulho. Foi ai que me dei conta do ocorrido, não
conseguindo nem mesmo controlar o carro.

Tipologia Bíblica 78
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Quando voltei ao controle do carro estava na contra mão da pista, por provisão não
vinha nem um carro naquela mão. Diminui bastante a velocidade do carro e voltei
para minha mão, mas eu imaginava o carro todo arrebentado e um grande arrombo
em sua lateral. Tremendo e quase chorando disse ao irmão que precisava parar o
carro, o que fiz prontamente. Antes de descermos fizemos uma oração e
concordamos que o carro estivesse em condições para prosseguirmos, pois
estávamos muito longe de alguma cidade. Ao descermos do carro levamos outro
choque, não podia ser verdade, nós ouvimos o choque do caminhão com o carro e o
barulho foi muito grande, mas milagrosamente não havia nem um arranhão no
veículo. Começamos a chorar e glorificar o nome do Senhor, pois o seu anjo havia
nos guardado poderosamente debaixo de suas asas. Sabíamos disso, pois havíamos
orado pedindo por essa proteção. Aleluia !!! Os anjos do Senhor estão conosco.

III. Nomes aplicados aos Anjos

1. Querubim, Gn 3.24
2. Varão, Gn 18.2
3. Príncipe, Js 5.13-15
4. Serafim, Is 6.2
5. Filhos de Deus, Jó 1.6
6. Ministro, Sl 104.4
7. Principados, Potestades e Domínios, Ef 1.20-21
8. Espíritos Ministradores, Hb1.14
9. Arcanjo, Jd 9.

IV. O Caráter dos Anjos

1. Poderosos magníficos em poder, Sl 103.20.


2. Santos (são separados para Deus) Apoc 14.10
3. Mansos (não injuriam seus opositores) II Pe 2.11; Jd 1.9
4. Reverentes (são seres adoradores) Ne 9.6; FI 2.9-11; Hb 1.6
5. Sábios (uma expressão proverbial em Israel reconhecia isto) II Sm 14.17
6. Obedientes (não questionam as ordens) Mt 6.10; Sl 103.20; Jd 6; I Pe 3.22.

V. Personalidade dos Anjos

1. Características pessoais do Anjo


1.1. O anjo têm intelecto, I Pe 1.12
1.2. O anjo têm emoções, Lc 2.13
1.3. O anjo têm arbítrio, (resolução dependente da vontade). Jd 1.6.

VI. Classificação genérica dos Anjos

Denominamos "classificação genérica" porque entendemos que dentro da ordem


apresentada em Romanos 8.38 e Colossenses 1.16, o apóstolo Paulo não quis
dogmatizar a ordem angelical segundo o seu entendimento. De fato, o seu interesse
foi o de tornar mais clara a compreensão sobre as várias classes angelicais .

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Portanto a classificação a seguir se fundamenta segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e


Rm 8.38 sem a preocupação com uma ordem definitiva.

1. Tronos - Cl 1.16: Tem um sentido especial porque se refere a uma classe de anjos
que está diretamente ligada à majestade e soberania de Deus. É possível que os
"querubins" estejam diretamente ligados a esse tipo de atividade real, pois alguns
textos identificam os querubins como os seres sobre os quais Deus está assentado e
reinando, I Sm 4.4; II Rs 19.14; Sl 80.1; É interessante fazer uma ligação tipológica
dos anjos-tronos com os "carros" nos quais Deus anda e ostenta sua glória no
Universo, Sl 68.17. Também encontramos essa mesma linguagem figurada acerca
dos anjos comparando-os e tipificando-os "aos carros da salvação" e ainda destaca o
Senhor "montado sobre cavalos" Hc 3.8. Não há nenhum tom negativo ou
humilhante nessa tipologia sobre anjos como cavalos, porque na mente antiga, os
cavalos são símbolos de força e serviço.

2. Domínios - Cl 1.16: Tem o sentido de soberanias ou dominações, Ef 1.21. A classe


especial de anjos dominadores tem como função principal executar as ordens de
Deus sobre as coisas criadas. Paulo diz que esses anjos executam as ordens divinas
sob autoridade de Cristo. Subentende-se pelo contexto doutrinário do papel dos
anjos, que essa classe denominada "dominadores" age de forma executiva sobre o
Universo e sobre determinadas esferas espirituais.

3. Principados - Cl 1.16: Mais uma vez aquelas categorias especiais dos querubins e
serafins se confundem com essas classificações de tronos, domínios, principados e
potestades. Por isso, é difícil estabelecer uma ordem específica; porém, o que está
revelado acerca dessas classes de anjos nos é suficiente para entender a sua
importância e o seu ministério. Nos reinos terrestres, os principados regem sobre
territórios pertencentes ao reino. Podemos ver isto na história de Lúcifer, o qual
havia sido estabelecido como "querubim ungido para proteger" e estava no monte
santo antes de sua queda.

Ao mesmo tempo, parece-nos que sua posição de "querubim" é fortalecida e


acrescida por outra posição de "principado". Supõe-se que ele governava o planeta
na posição de "principado", e só perdeu essa posição quando se rebelou contra o
Criador e Senhor, Is 14.13; Ez 28.16; Ap 12.9. Devemos também considerar um
outro "príncipe" chamado Miguel referido na Bíblia como "um dos primeiros
príncipes" de Deus, Dn 10.13.

4. Potestades - Cl 1.16: Potestades referem-se a anjos especiais que executam tarefas


especiais da parte de Deus. Não se trata de poderes angelicais isolados, mas são
chamados de "potestades" porque foram investidos de uma autoridade especial.
Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de anjos.
Um destes anjos foi enviado por Deus para destruir a cidade de Jerusalém e só
parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que guardasse a sua espada. I Cro
21.15-27. O salmista Davi destaca anjos que são "magníficos em poder". Sl 103.20.

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Isto revela que esses anjos pertencem a uma classe de seres poderosos, mas não
onipotentes. A onipotência é atributo único do Deus Trino, por isso, nenhuma
criatura jamais teve nem terá poderes totais.

5. Arcanjo: A palavra "arcanjo" representa a mais elevada posição na hierarquia


angelical. O prefixo "arc", do grego "arch", sugere tratar-se de um chefe, um
príncipe, um primeiro-ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque,
que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel
e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia
que usamos é o do arcanjo Miguel, Judas 9. Esse arcanjo se destaca biblicamente
como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a
Israel, Jd 9; Dn 12.1. Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de
convocação dos remidos do Senhor, a Escritura não dá nome ao arcanjo, mas
declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais
ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos
ares, I Ts 4.16.

6. Querubins: Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles
têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original tem o sentido de
guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do
Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado
contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. O que
aprendemos acerca dos querubins que eles possuem uma posição elevada na corte
celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus, I Sm 4.4; II Rs 19.15; Sl 80.1;
99.1; Is 37.16. Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de
Deus está acima deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina
que eles guardam o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo
dos Santos ou "Lugar Santíssimo" com o sangue da aliança em nossas vidas, Hb
10.19-22.

No Antigo Testamento, no livro de Gênesis, eles tinham a incumbência de guardar


o caminho para a árvore da vida, no jardim do Éden, Gn 3.24. Uma função
semelhante foi credita aos dois Querubins dourados, postos em cada extremidade
do propiciatório (a tampa que cobria a arca no santíssimo lugar [foto ilustrativa ao
lado] - Êx 25.18-22; Cf. Hb 9.5), onde simbolicamente protegiam os objetos
guardados na arca, e proviam, com suas asas estendidas, um pedestal visível para o
trono invisível de Deus, Salmo 80.1 e 99.1. No livro de Ezequiel, (Ez 10), o trono-
carruagem de Deus, que continuava sustentado por Querubins, tornava-se móvel.
Também foram bordados Querubins nas cortinas e véus do Tabernáculo, bem
como estampados nas paredes do Templo, Êx 26.31; II Cro 3.7. Há cerca de 57
referências sobre os querubins, nas Escrituras Sagradas. São ministros de Deus
para os eleitos.

7. Serafins: O vocábulo Serafim deriva do "saraph" e significa ardente, refulgente


ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na
Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao
serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam
e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados
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como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com
duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as
outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e
com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que
todos os anjos, obrigatoriamente, têm de ter asas. As asas desses serafins tinham
por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos
para realizarem a vontade de Deus.

VII. Algumas peculiaridades sobre os Anjos

1. São seres espirituais e incorpóreos. Os anjos são descritos espíritos, porque


diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas.
Aparecem e desaparecem, e movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem
usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de
corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem, Gn
19.1-3. Que os anjos são incorpóreos está claro em Ef 6.12, onde Paulo diz que "a
nossa luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes". Outras referências: Sl 104.4; Hb 1.7,14; At 19.12; Lc
7.21; 8.2; 11.26; Mt 8.16; 12.45. Não têm carne nem ossos e são invisíveis, Cl 1.16.

2. Não tem sexo, Lc 20.34,35


3. Os anjos são seres imortais, Lc 20.34-36
4. Assumem quando necessária forma humana, Gn 19.1-3
5. Não recebem adoração, Apoc 19.10; 22.8,9 (é proibido adora-los, Cl 2.18)
6. São numerosos
6.1. Em Daniel 7.10 (diz que são: Milhares de milhares e milhões de milhões)
6.2. Em Mateus 26.53 (diz que são: legiões de anjos)
6.3. Em Lucas 2.13 (diz que são: multidões de exércitos celestiais)
6.4. Em Hebreus12.12 (diz que são: muitos milhares de anjos)

VIII. Diferenças entre Homens e Anjos

1. Deus fez o homem um pouco abaixo dos anjos, Hb 2.5-7.


2. Os anjos servem aqueles que foram redimidos por Jesus, Hb 1.13-14, Ap 22.9.
3. Os salvos são chamados "herdeiros de Deus", Rm 8.17, anjos não.
4. A compreensão dos anjos as coisas do evangelho é menor que do salvo, I Pe 1.12.
Eles não têm uma compreensão total, por não terem experimentado pessoalmente a
salvação. Seria o mesmo que alguém falar sobre casamento não tendo
experimentado pessoalmente a vida de casado. Existe, todavia, certa reciprocidade
entre anjos com homens como seres espirituais. Porém, é preciso distinguir ambas
as criações, porque os:
(a) Anjos são apenas seres espirituais
(b) Os homens são seres espirituais e materiais.
(c) A vida dos anjos é apenas espiritual.
(d) A vida dos homens é espiritual e física. A vida física foi criada para propagar-se,
por isso, os homens procriam e geram outros homens, porém, a vida dos anjos é única
e eterna; não pode propagar-se, isto é os anjos não procriam.

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Capitulo VI

Classes Especiais de Anjos


1. Anjo do Senhor

Um ensino veterotestamentário de grande importância, que por sua vez está


estritamente relacionado com as Teofanias, são as aparições do Anjo do Senhor ou
seja, as aparições de Deus se davam de forma humana.

A expressão "Anjo do Senhor" ou sua variante "Anjo de Deus", se encontram mais


de cinqüenta vezes no AT. Portanto, é necessária alguma consideração acerca
desse personagem, que se reveste de grande importância quando tratamos da
possibilidade da Encarnação. A primeira aparição bíblica do "Anjo do Senhor" foi
no episódio de Agar, no deserto Gn 16:7. Outros acontecimentos incluíram pessoas
como Abraão, (Gn 22.11,15), Jacó (Gn 31.11-13), Moisés, (Êx 3.2), todos os israelitas
durante o Êxodo, (Êx 14.19), e posteriormente em Boquim, (Jz 2:1,4), Balaão, (Nm
22.22-36), Gideão, (Jz 6.11), Davi, (I Cr 21.16), entre outros.

A Bíblia nos informa que o Anjo do Senhor realizou várias tarefas semelhantes às
dos anjos, em geral. Ás vezes, Suas aparições eram simplesmente para trazer
mensagens do Senhor Deus, como por exemplo, em (Gn 22.15-18; 31.11-13). Em
outras aparições, Ele fora enviado para suprir necessidades, (I Rs 19.5-7), ou para
proteger o povo de Deus de perigos. Êx 14.19; Dn 6.22.

Com relação à identidade do Anjo do Senhor, os eruditos não são e nunca foram
unânimes. Entretanto, não há porque duvidar da antiqüíssima interpretação cristã
de que, nesses casos acima citados, encontramos manifestações pré-encarnadas da
Segunda Pessoa da Trindade. Desejamos, portanto, apresentar a seguir três
argumentos bíblicos que comprovam, indubitavelmente, que o Anjo do Senhor é
Jesus Cristo antes de encarnado.

Primeiro: Josué 5.14 - Quando o Anjo do Senhor apareceu a Josué, diz a Palavra do
Senhor que ele "...se prostrou sobre o seu rosto na terra, e O adorou, e disse-lhe:
Que diz meu Senhor ao seu servo?". Se o Anjo do Senhor não fosse o próprio
Senhor (ou melhor, o Senhor Jesus como Segunda Pessoa da Trindade), o anjo (caso
fosse simplesmente "um anjo") teria proibido a Josué de adorá-lo, como ocorreu
em. Apoc 19.10 e Ap 22.8,9.

Segundo: Jz 13.18 - Quando Manoá, pergunta ao Anjo do Senhor, o seu nome, Ele
responde: “... porque perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso ?".
Uma comparação desta resposta com a passagem de (Is 9.6), demonstra que o Anjo
do Senhor que apareceu a Manoá é o Menino que nos fora dado de Isaías. Isto é, o
Anjo do Senhor, cujo Nome é Maravilhoso, é o próprio Senhor, e ao mesmo tempo
o Menino que nos fora dado.

Terceiro: A terceira prova escriturística que queremos apresentar, é que no contexto


neotestamentário, a Bíblia deixa de utilizar-se do termo "o Anjo do Senhor" como
pessoa específica. Isto é demonstrado pelo fato de que o artigo definido masculino
singular "o" deixa de ser utilizado, sendo substituído pelo artigo indefinido "um".

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Alguns exemplos disto são os textos de, (Lc 1.11; At 12.7 e At 12.23), dentre muitos
outros. Concluindo podemos afirmar que, no Antigo Testamento, Ele aparece com
poderes maiores, portanto, o Anjo do Senhor é uma teofania (uma auto-
manifestação de um ser espiritual em forma humana) do Messias, o Libertador de
Israel. Os teólogos entendem também que, o fato de não aparecer no Novo
Testamento nenhuma menção do Anjo do Senhor, este anjo é o próprio Cristo,
manifesto no tempo do Antigo Testamento. Este Anjo do Senhor é diferente dos
demais anjos. Ele tem uma autoridade única e aceita adoração, coisa que outro anjo
não faria. Ele também fala na primeira pessoa, como sendo o próprio Deus falando.
O Anjo do Senhor, evidentemente, não deve ser entendido como um anjo, mas
especificamente como o anjo.

2. Anjo Gabriel

No Antigo Testamento, Gabriel (O vocábulo hebraico Gabriel significa "homem de


Deus") aparece apenas em Daniel, e ali como mensageiro celestial que surge na
forma de um homem. Dn 8.16; 9.21. Suas funções são: revelar o futuro ao
interpretar uma visão, (Dn 8.17), e dar entendimento e sabedoria ao próprio Daniel.
Dn 9.22.

No Novo Testamento, Gabriel surge somente na narrativa de Lucas que descreve o


nascimento de Cristo. Ali, ele é o mensageiro angelical que anuncia grandes
eventos: O nascimento de João, (Lc 1.11-20), e de Jesus. Lc 1.26-38. Também é
apresentado como aquele que "assiste diante de Deus". Lc 1.19. Destes casos,
conclui-se que Gabriel é o portador das grandes mensagens divinas aos homens.
Pode-se concluir, dizendo que na Bíblia, Gabriel é o "anjo mensageiro" e Miguel o
"anjo guerreiro" e destacado por Deus para "assuntos especiais".
(a) Daniel 8.15-17: Revela o futuro ao interpretar uma visão, (544 a.C.)
(b) Daniel 9.21-22: Dá entendimento e instrução a Daniel, (523 a.C.)
(c) Lucas 1.13 e 19: Anuncia o nascimento de João Batista, e de Jesus, Lc 1.26-27.

3. O Arcanjo Miguel

No grego encontramos Michael, heb. mika'el . O nome Miguel significa "quem é


como El (Deus)?". A Bíblia revela a existência de um único Arcanjo, Miguel, I Ts
4.16 e Jd 9, o termo só aparece no singular, ligado unicamente ao nome de Miguel,
donde se conclui biblicamente que só exista um anjo assim denominado Arcanjo,
ou anjo-chefe, e que esse Arcanjo chama-se Miguel.
O Miguel que se pode encontrar no NT, surge no AT apenas no livro de Daniel.
Como Gabriel, é um ser celestial tem, no entanto, responsabilidade especiais como
campeão de Israel contra o anjo rival dos persas, (Dn 10.13,21), e ele comanda os
exércitos celestiais contra todas as forças sobrenaturais do mal na última grande
batalha, Dn 12.1. No Novo Testamento, Miguel aparece apenas em duas ocasiões.
Em Jd 9, há referência a uma disputa entre Miguel e o diabo com respeito ao corpo
de Moisés. O outro texto em que Miguel aparece, é, (Apoc 12.7), que retoma o tema
de (Dn12.1), apresentando-se Miguel como sendo o vencedor do dragão
primordial, identificado como Satanás.
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Miguel, o Arcanjo, é considerado o chefe dos exércitos celestiais e o padroeiro da Igreja


Católica. É o anjo do arrependimento e da justiça. É comemorado pela Igreja
Católica, sob o nome de São Miguel Arcanjo em 29 de setembro. O Catolicismo
mantém uma considerável devoção por São Miguel Arcanjo, especialmente
demonstrada nas situações em que são efetuados pedidos de livramento dos seus
fiéis contra ciladas do demônio e dos espíritos maléficos. Acredita ainda que,
durante as orações, e quando o nome do arcanjo é invocado, este os defenderá os
com o grande poder que Deus lhe concedeu, protegendo-os contra os perigos, as
forças do mal e os inimigos. Histórica e cronologicamente falando, as teses
interpretativas dos textos bíblicos mencionadas pelos que defendem que Miguel é
um outro nome de Jesus, remontam ao Século IV quando foram propostas e
defendidas, quase com as mesmas argumentações. Algumas igrejas (como a Igreja
Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová) acreditam que o arcanjo
Miguel é Jesus. Posso até admitir que, em alguns textos, Miguel seja um tipo de
Cristo, assim como outros personagens, fatos e rituais, mas “jamais” ele é o próprio
Jesus. Assim, rejeitando que ambos possam ser a mesma pessoa, apresentam como
argumentos as seguintes premissas:

As diferenças entre Miguel e Jesus

No Nome

O nome Miguel significa "Quem é Como Deus?". Encerra uma pergunta, sem
afirmar que Miguel seja Deus. Já o nome Jesus significa "Javé é o Salvador". É uma
afirmação que enfatiza a diferença de Miguel.

Em Is 43.11 se lê: "Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador". Essa declaração
é aplicada a Javé nas Escrituras Hebraicas, como as Testemunhas de Jeová
costumam referir-se ao Velho Testamento. Nas Escrituras Gregas ou Novo
Testamento, vamos encontrar que a salvação é obra exclusiva de Jesus: "E em
nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome
há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos". At 4.12. Embora o Pai e
Jesus sejam duas pessoas distintas (Jo 8.16-18), constituem o mesmo Deus Salvador.
Assim a Palavra Deus, pode ser aplicada a qualquer uma das três pessoas da
unidade divina (Pai - Jo 17.3; I Co 8.4,6; Ef 4.6; Filho - Jo 1.1; Rm 9.5; Hb 1.8-9 comp.
Sl 45.6-7; I Jo 5.20; e Espírito Santo - At 5.3-4; 7.51 comp. Sl 78.18-19). São três
pessoas, mas um só Deus, e não podemos confundir as pessoas, nem separar a
substância. Jesus Cristo é a segunda pessoa da Trindade, é Deus (Jo 1.14) e homem
(I Tm 2.5). O arcanjo Miguel é uma pessoa distinta de Jesus no significado do
próprio nome.

Na Natureza

Miguel é anjo, na hierarquia angelical de arcanjo. Embora possa ser tido como chefe
dos anjos, não deixa de ser criatura. Falando dos anjos diz Hb 1.14: "Não são
porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação?" A função dos anjos é servir àqueles que
vão ser salvos.

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Como tal os anjos defendem os cristãos das artimanhas do diabo e de inimigos


terrenos. Sl 34.7; 91.11. É digno de nota, ainda, que os anjos estão sujeitos a Cristo:
"O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu; havendo-se sujeitado os anjos, e
as autoridades e potências". I Pe 3.22.

Jesus, diferentemente de Miguel, é o Criador do próprio Miguel. Em Cl 1.16, lemos:


"Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele". Cristo é o Criador de todas as coisas, e dentre
elas, as coisas invisíveis que compreendem toda a hoste celestial na categoria de
anjo, arcanjo, querubim, serafim. Conseqüentemente, Jesus é o Criador de Miguel,
não podendo ser confundidas as pessoas do Criador (Jesus) e da criatura (Miguel).

Ainda na natureza de ambos, Miguel e Jesus, se nota que Miguel é arcanjo


enquanto Jesus é Deus, a segunda pessoa da Trindade. O Deus verdadeiro único é
o que sendo um na essência, é trino nas Pessoas. É chamado Deus Criador em Jo
1.1-3. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez". Jesus em Jo 3.16 é chamado "Filho Unigênito".

A expressão "unigênito", (monogenes), em grego, vem de dois vocábulos: (monos)


significa "único" e (genes) apresenta duas possibilidades: uma "gerar" e outra que
parece receber apoio em todo o contexto bíblico, é a que significa "raça", "tipo", de
onde vem o "gen" da genética, responsável pela transmissão dos caracteres para os
filhos. Ser "Filho Unigênito" é ser o único da espécie do Pai; é ter a mesma natureza.
Esse Pai é Deus; logo o Filho também o é.

Na Adoração

Miguel não pode ser adorado. Dentro de toda a hierarquia angelical é


terminantemente proibido prestar culto aos anjos, qualquer tipo de culto, como se
lê em Cl 2.18, "Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e
culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua
carnal compreensão".

Os próprios anjos são conhecedores que não se lhes deve prestar adoração e por
isso recusam-na abertamente. Isso se pode ler em duas partes da Bíblia: Em Ap 19.10
e Ap 22.8,9 "E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças
tal; sou teu conservo, e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus: adora a
Deus"."E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto,
prostrei-me aos pés do anjo que, mas mostrava para o adorar. E disse-me: 0lha não
faças tal... Adora a Deus".

Já, com respeito à pessoa de Jesus, não há qualquer problema em adorá-lo.


Sabemos que os anjos são maiores do que nós (Hb 2.6,7), entretanto prestaram
adoração a Cristo sem qualquer constrangimento. É interessante notar que é o
próprio Deus que ordena essa adoração, como se lê em Hb 1.6 "E quando outra vez
introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem".
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Se Jesus fosse um anjo, na hierarquia de um arcanjo como Miguel, então seriam os


anjos tidos como idólatras, pois não é correto que um chefe de anjo seja adorado
por outros anjos.

Mas, na continuação da leitura de Hebreus, capítulo primeiro, versículos 4,5 e 6,


pode-se ler sobre a superioridade de Jesus em relação aos anjos; o verso 8 mostra
essa razão, quando o Pai declara de seu filho: "Mas do Filho diz: Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do reino." No
céu, ao nome de Jesus, se prostram todos os seres criados: "Para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus..." Fp 2.10.

A Adoração ao único Deus é vista da seguinte forma em Apocalipse 5.13: "E ouvi, a
toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e eu está no mar, e a
todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao
Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o
sempre". Miguel, nunca foi chamado de "Cordeiro" na Bíblia.

Exame das cinco vezes onde aparece o nome Miguel

Daniel 10.13: "Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs


defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um
dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me".

É de notar a declaração hierárquica que se faz de Miguel - "um dos primeiros


príncipes", o que faz deduzir que Miguel é apenas um dentre outros. Isso quer
dizer que existem outros iguais a Miguel. Tal não acontece com Jesus: ele não "um
dos primeiros", mas é o único.

Enquanto se fala de Miguel como um príncipe dentre outros, Jesus é chamado o Rei
dos reis e Senhor dos senhores. Isso é visto em Ap 19.16: "E no vestido e na sua
coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor dos senhores".

Ora, este texto só pode fazer paralelo com o próprio Deus Javé que a si mesmo se
declara: "Pois o Senhor vosso Deus, é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o
Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita
recompensas". Dt 10.17. O mesmo se lê no Sl 136.3, "Louvai ao Senhor dos
senhores; porque a sua benignidade é para sempre".

Daniel 10.21: "Mas eu te declararei o que está escrito na


escritura da verdade; e ninguém há que se esforce comigo
contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe".

Miguel é tido nesse texto como defensor do povo judeu. Jesus é defensor de todos
os povos como declara I Jo 2.1: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que
não pequeis: e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o justo".

Tipologia Bíblica 87
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Daniel 12.1: "E naquele tempo se levantará Miguel, o grande


príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá
um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve
nação até àquele tempo; mas naquele livrar-se-á o teu povo,
todo aquele que se achar escrito no livro".

No tempo da grande tribulação para o povo judeu (Jr 30.7), depois do


arrebatamento da Igreja, Miguel se porá a favor do povo judeu, que, por fim,
aguardará o seu Messias, Jesus Cristo. Zc 12.10; 14.4.

Judas 9: "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o


diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou
pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O
Senhor te repreenda."

Notamos que Miguel não lutou contra Satanás na disputa sobre o corpo de Moisés,
por faltar-lhe autoridade para tanto. Usou da autoridade do nome de Jesus, "O
Senhor te repreenda". Jesus, enquanto aqui na terra, lutou várias vezes contra
Satanás, vencendo-o. Alguns exemplos:
Em Mt 4.1-10, por três vezes Jesus repreendeu Satanás e por fim ordenou
categoricamente: "Vai-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorará,
e só a ele servirás. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o
serviram". (v.10,11).
Em Mt 16.21-23 de novo Jesus repreende o diabo, manda-o retirar-se e ele não
contesta, mas obedece prontamente: "Para trás de mim, Satanás, que me serves de
escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são
dos homens".
Em Mc 16.17 ele concede poder aos seus seguidores de usar o seu nome para
expulsar demônios: "Em meu nome expulsarão demônios..."
Em At 19.12, 13 se lê que até os exorcistas sabiam do poder do nome de Jesus sobre
os demônios. Tentavam usar esse nome, mas sem a autoridade do próprio Jesus,
foram envergonhados. Já no caso de Paulo, que invocava o nome de Jesus, os
demônios não suportavam a autoridade desse nome e se retiravam. Como Miguel e
o Senhor Jesus podiam ser a mesma pessoa, se Miguel não ousou repreender
Satanás, o que foi feito por Jesus várias vezes durante o ministério na terra?

Apocalipse 12.7: "E houve batalha no céu: Miguel e seus anjos


batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus
anjos".

No v. 7 fala-se de Miguel e, se esse Miguel é o próprio Jesus, por que no v. 11


afirma-se que o povo de Deus venceu o inimigo pelo sangue do Cordeiro? Está
escrito no v. 11: "E eles (o povo de Deus) venceram pelo sangue do Cordeiro e pela
palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte". Gostaríamos
de ver qualquer intérprete da Bíblia substituir esse texto, colocando o seguinte:

Tipologia Bíblica 88
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"E eles venceram pelo sangue de Miguel..." Haveria alguém que atribuísse a vitória
do povo de Deus ao sangue de Miguel? O povo de Deus sempre tem vitória pelo
nome e pelo sangue de Jesus. Lc 10.19; At 1.8; 3.6; Ef 1.7, 20-22. Com relação ainda a
I Ts 4.16 dizem as Testemunhas de Jeová: "Em 1 Tessalonicenses 4.16 a ordem de
Jesus Cristo para a ressurreição começar é descrita como 'a voz do arcanjo', e Judas
9 diz que o arcanjo é Miguel."... É, portanto razoável que o arcanjo Miguel seja Jesus
Cristo." (Raciocínios À Base Das Escrituras, STV, 1985, p. 219).

Ora, lendo-se todo o texto em tela se observa que Jesus não só vem com voz de
arcanjo", mas com a trombeta de Deus ". Se o fato de Jesus vir 'com voz de arcanjo'
o torna o arcanjo Miguel, o fato também de ele vir com 'trombeta de Deus' o coloca,
obviamente, como Deus. O exército celestial acompanhará Cristo na sua segunda
vinda, como é mostrado em Mt 25.31" E quando o Filho do homem vier em sua
glória, e todos os santos anjos com ele...". Quando se lê 'todos os santos anjos com
ele' se inclui certamente o arcanjo Miguel. O mesmo se lê em Ap 19.11,14".

É digno de nota, ainda, que o Jesus das Testemunhas de Jeová passou por três
fases: antes de vir a terra chamava-se, no céu, de arcanjo Miguel; ao tornar-se
homem, nascendo da virgem Maria, abandonou o nome que lá tinha e tornou-se
somente homem, nada mais do que homem, um homem perfeito como Adão antes
da queda; ao ressuscitar dos mortos e ascender ao céu, o Jesus de Nazaré homem,
deixou de existir para sempre, voltando a ser o arcanjo Miguel, de novo.

No livro Ajuda ao Entendimento da Bíblia, STV, p. 1111 diz: "A evidência Bíblica
indica que o nome Miguel Logo se trata de um Jesus mutável na sua natureza: anjo,
homem, anjo. Isso chega as raias de blasfêmia inominável, pois a Bíblia Sagrada
diz: Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje, e eternamente. Hb 13.8.

Mudanças doutrinárias

Quando adotamos um conceito errado sobre algum ponto doutrinário, e,


reconhecemos o erro e o abandonamos, tal atitude é elogiável, pois Deus não leva
em conta os tempos da nossa ignorância. At 17.30. Mas é terrível, muito terrível
mesmo, quando estamos certos e abandonamos o que é correto para adotar um
ponto de vista errado, assim considerado à luz da Bíblia. Isso é apostasia teológica.
I Tm 4.1.

Tipologia Bíblica 89
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
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Tipologia Bíblica 90
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Capitulo VII

A História do Querubim Ungido que Caiu do Céu

No estudo de Angelologia não só as Escrituras focalizam os Anjos do bem que


segundo se diz, se movimentam neste vasto reino de luz, mas ela também de igual
modo, nos informa sobre o vasto reino de seres tenebrosos, isto é, o mundo dos
espíritos malignos que se opõem tanto a Deus como à sua obra. Eles são chamados
tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, por vários nomes e títulos
que representam suas disposições hostis. Um destes seres é Satanás que iremos
observar a luz de cada contexto. Vejamos:

Apoc 12: 9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e
Satanás, que engana todo mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com ele.

Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo". Diabo é transliteração do


vocábulo grego "diábolos", nome sempre usado no singular, que significa
"acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. Tanto o Senhor
Jesus Cristo como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome
empregando a pessoa de Satanás por muitas vezes.

I. Sua Origem

A origem de Lúcifer é descrita em dois textos bíblicos: Is 14.12-15 e Ez 28.12-19.


A figura tétrica de satanás ‚ que se conhece hoje, com sua aparência, onde o vemos
vermelho, com chifres, uma cauda e um tridente nas mãos, é de origem pagã.

De acordo com a Bíblia ele era originalmente um anjo de luz, seu nome era Lúcifer,
que no latim significa, portador de luz. Ele gozava de uma condição impar diante
de Deus, porém exaltou-se em seu coração e intentou em ser igual a Deus, por este
motivo foi lançado do céu, I Tm 3.6.

Os reis da Babilônia e Tiro são apresentados como paradigmas de satanás. Ambos


reivindicaram para si a adoração. São apresentados de forma didática para
descreverem como foi à queda de Lúcifer, Dn 3.1-12; Ap 13.15; Ez 28.2; At 12.20-23.

Deus criou milhares de anjos, mas somente a criação de Lúcifer é mencionada de


maneira particular. Num determinado momento, lá na eternidade passada, o mal
se instalou no coração de uma dessas criaturas. Brotou lá no coração, e se
manifestou, Ezequiel 28.11,19.

Muitas passagens na Bíblia se referem a dois fatos, e isso se chama profecia de


dupla referência. Quando uma mesma passagem bíblica se refere a dois eventos
ou a duas personagens. Neste texto está muito claro. O rei de Tiro era um
homem na cidade de Tiro.
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Podemos notar que no começo do capítulo o Senhor está falando com o rei, o
príncipe de Tiro, mas está falando também com o poder que está atrás dele, o
poder oculto, que move aquele homem, e que era Satanás. Lúcifer era o "querubim
da guarda ungido" - um título muito especial que mostra a sua posição.

Ele era o querubim separado para dirigir a adoração a Deus. Nós vamos ver
aparecer Gabriel, vamos ver Miguel aparecer, mas ninguém explica a criação deles.
Mas aqui, descreve como ele era, como foi criado, a formosura, a perfeição, a
maravilha, ele era um ser extremamente exaltado entre os anjos. Nele havia
instrumentos musicais, porque ele era especialista em música, ele era da área de
adoração.

"Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura,


estiveste no Éden, jardim de Deus, e cobria-te de toda pedra preciosa".
Assim ele é descrito, e para ninguém achar que é apenas uma figura, cita
até as pedras: cornalina, topázio, ônix, crisólito, berílio, jaspe, granada,
esmeralda e ouro.

II. A Queda de Lúcifer

Lúcifer, considerado querubim protetor na escala angelical, aferidor, possuidor na


criação de Deus de importantes atribuições, anjo de luz, estrela da manhã. Presente
no jardim do Éden na criação original. Rodeado de toda a gloria, pedras preciosas,
ouro, ornamentos e perfeito em seus caminhos.

Porém, nasceu em seu coração um sentimento de insatisfação e descontentamento.


Pensamentos estranhos formaram-se no seu íntimo e transformaram-se em
ambição, orgulho e rebeldia tão crescente que ele disse: "Subirei ao céu, exaltarei o
meu trono, me assentarei…, subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao
altíssimo".

Esse plano ia se formando ajudado pelo livre arbítrio de Lúcifer e, pouco a pouco o
seu pensamento transformou-se em vontade e esta em ação, ocasionando a maior
catástrofe de todos os tempos.
1. Seu pecado (Is 14.5,12-15) "EU"
(a) EU subirei ao céu (Eu tirarei o lugar a Deus)
(b) EU exaltarei meu trono acima das estrelas de Deus (acima dos anjos)
(c) EU me assentarei no monte da congregação na banda dos lados do norte
(d) EU subirei acima. . . das nuvens (a glória de Deus)
(e) EU serei semelhante ao Altíssimo.

Portanto, lúcifer se rebelou contra o próprio Deus, sendo lançado fora e precipitado
para o mais profundo dos abismos, atuando hoje nos lugares celestiais, isto é,
abaixo da morada de Deus. Is 14.13-15; Ez 28.15,16; Mt 25.41. Satanás também
conseguiu arrastar consigo 1/3 dos anjos (ou seja, 1 em cada 3 anjos ficou do lado
dele, Apoc 12.3,4,7). Esta rebelião trouxe a manifestação da ira de Deus que o Sl
18.7,11 descreve. Assim, a terra ficou no estado descrito em Gênesis 1.2.
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III. Quem é o Diabo?

1. O diabo aparece na Bíblia como o chefe dos anjos caídos. Mt 25.41; 9.34; Ef 2.2
2. Ele aspirou a ser como o Altíssimo e caiu na condenação, Ez 28.2,19; Is 14.2-15
3. Ele é o originador do pecado, Gn 3.1,4; Jo 8.4; II Co 11; I Jo 3; Apoc 12.9; 20.10
4. Ele está destinado a ser lançado no abismo, Apoc 20.10
5. Ele é mais que humano, mas não é divino (tem limitações). Mt 12.29; Apo 20.2
6. Trocou o Jardim do Édem pelo inferno, Ez 28.12-19 e Mt 25.41
6.1. O Éden de Lúcifer não é o Éden do tempo de Adão, em que o diabo
entrou como rebelde usurpador. Acredita-se ser um Éden anterior ao qual
Lúcifer presidia e ocupava alta posição. É interessante compararmos as pedras
mencionadas aqui com aquelas de Ap.21:11-21. Esse esplendor talvez indique
algo da glória do palácio em que Lúcifer residia.

IV. Seus nomes revelam seu Caráter

O grande inimigo de Deus é visto por toda a Bíblia. Sempre em conexão com o mal,
os nomes que lhe são atribuídos, representam em si mesmo, a personificação da
maldade. Da mesma forma como os nomes qualificativos de Deus nos fornecem
uma doutrina bem completa, a respeito de Sua natureza, os nomes qualificativos de
Satanás identificam seu caráter e estratégias.

Através da Bíblia, encontramos por volta de 30 nomes para o nosso inimigo, mas
estudaremos apenas alguns deles.

1. Poderoso, Ef 2.2
2. Homicida, Jo 8.44
3. Enganador, Ef 6.11
4. Presunçoso, Mt 4.4,5
5. Feroz e cruel, I Pe 5.8
6. Belial, Jz 20.13; II Co 6.15
7. Anjo do abismo, Ap 9.11
8. Maligno, Jó 2.4, Mt 13.19
9. Astuto, Gn 3.1; II Co 11.3
10. Orgulhoso, I Tm 3.6; Ez 28.17
11. Espírito que atua nos filhos da desobediência, Ef. 2:2.
12. Tentador, (assim descrito quando tentou ao Senhor), Mt 4.3
13. Appollyon, (destruidor no grego), no hebraico, Abaddon, Apoc 9.11
14. Imitador de Deus
14.1. Deus é trino (Pai, Filho e Espírito Santo)
14.2. O diabo terá uma “trindade” durante a grande tribulação
14.2.1. O dragão (falso pai [deus])
14.2.2. O anticristo (falso filho [cristo])
14.2.3. E o falso profeta (falso espírito santo)
15. Deus tem seus servos – o diabo tem seus cavalos.
16. Deus tem um reino de luz – o diabo tem um reino de trevas.
17. Deus faz sinais verdadeiros - o diabo faz sinais de mentira, II Ts 2.9.
18. Outros nomes
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Diabo, Mt 4.1; Ef. 6.11, Apoc 12.10: Este nome é formado de uma transliteração do
grego "diabolos" e significa acusador, difamador, caluniador e maldizente. É citado
35 vezes na Bíblia. É utilizado em passagens onde percebemos atividades de
engano, tentação e armadilhas. Salienta um caráter dominado pelo ódio e desprezo,
que se satisfaz ao envergonhar a Deus pelas acusações levantadas contra Seus
filhos.

Serpente - Apoc 12.9; 20.2: Serpente tanto em Gênesis 3.1 como em Apocalipse 12.9.
O apóstolo Paulo, em II Co 11.3, nos lembra que a serpente enganou Eva, no Éden,
com astúcia. E o que é astúcia, senão "sabedoria usada para o mal"?. As serpentes
são traiçoeiras e hábeis em se esconder. Assim também é o diabo, que esconde o
"veneno mortal", inoculado em duas vítimas. Satanás nunca mostra que o caminho
sugerido por ele, leva a uma vida destruída, e se não tiver a interferência de Cristo,
levará ao inferno.

Dragão - Apoc 12.3-17; 13.2-4: O Novo Testamento registra este nome por 12 vezes.
É um símbolo que demonstra o furor maligno de Satanás. Transparece também o
caráter de alguém que quer destruir e aterrorizar como um monstro. Não tem dó
nem piedade dos servos de Deus.

Belzebu - Mt 12.24: Príncipe dos demônios, (líder dos demônios). Jesus designou
este nome, acrescentando o detalhe de que era o "maioral dos demônios". Belzebu é
a derivação do nome de um deus adorado em Ecrom, uma cidade filistéia,
chamada “Baal-Zebube”, II Rs 1.2 e 16. O significado deste nome é "Senhor das
moscas" ou "o gênio que preside a corrupção". É interessante lembrar que o lugar
de maior concentração de moscas, é o lixo. Da mesma forma, ele quer tornar a vida
humana um lixo, correspondendo os padrões em relação a sexo, honestidade,
relacionamento interpessoal, etc.

Príncipe das potestades do ar - Ef 2.2: Uma outra possível tradução seria


"governante do império da atmosfera". Seu domínio no ar é invisível. Seu poder de
malignidade envolve o mundo, tal como o ar. Atinge a todos os homens, mesmo os
que duvidam de sua existência.

Príncipe deste mundo - Jo 12.31; 14.30; 16.11: Este título sugere o controle que
exerce na sociedade que anda fora da vontade de Deus, Jo 12.31; II Co 4.4; I Jo 19;
2.16. Destaca também o diabo como "governante" ou "aquele que tem autoridade"
sobre o mundo. Porém, satanás traça as linhas da história, dentro dos parâmetros
de liberdade permitidos por Deus. Jó 1.10-12; Lc 22.31; Mt 12.29.

deus deste século - II Co 4.4: Ele é o principal oponente ao Deus Único e Verdadeiro,
e sempre quis ser como Deus. Isaias 14.14. Agostinho chamou o diabo de "o
imitador de Deus". Como tal, ele que a adoração das pessoas, e para isso ele as cega
e domina para que não creiam no Evangelho.

Satanás - I Cr 21.1 e At 5.3: Satanás significa "oponente", "inimigo", (adversário, II


Co 11.14; Zc 3.1) não do homem em primeiro lugar, mas de Deus.

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Ele trabalha em oposição, guerreia a todo Reino de Deus, sempre visando a


malignidade. Até Paulo comenta esta oposição, I Ts 2.18 e Mt 16.23.

Acusador - Ap 12.10: (Caluniador) Gn 3.2,4,5; Jó 1.9; Zc 3.1,2; Lc 22.31. O diabo nos


acusa diante de Deus, dia e noite. Existem vários exemplos na Bíblia, mas
lembramos de Jó (Jó 1.6-11), e do sumo sacerdote Josué. Zc 3.1. Ele também nos
acusa, diante de nós mesmos, com alegações que muitas vezes são mentirosas e
outras, que são verdadeiras. Daí a necessidade de estarmos limpos diante de Deus,
pela confissão de pecados, I Jo 1.9.

Mentiroso (pai da mentira): Temos notícia pela Bíblia, de que desde Éden, Satanás
mente com sutileza e frieza cada vez maiores. Na verdade, ele é um artista, um
mestre na arte de enganar. Não há limites, nem escrúpulos e nem pudores, desde
que através da mentira, consiga os seus propósitos sujos. O grande problema para
nós, é que ele tem feito rapidamente, muitos discípulos da mentira, por todo o
mundo.

V. As atividades e a Natureza Satânica

1. Em relação aos descrentes


1.1. Cega-lhes as mentes, II Co 4.4
1.2. Rouba-lhes a Palavra dos seus corações, Lc 8.12
1.3. Usa descrentes para se opor ao trabalho de Deus, Apoc 2.13
1.4. Reuni-los-á para a batalha do Armagedom, Apoc 16.13-16
1.5. Atualmente engana-os, Apoc 20.3.

2. Em relação aos crentes


2.1. Tenta os crentes para mentirem, At 5.3
2.2. Acusa e calunia os crentes, Apoc 12.10
2.3. Pode impedir o trabalho de um salvo, I Ts 2.18
2.4. Tenta derrotar-nos através de demônios, Ef 6.12
2.5. Tenta-nos para a imoralidade, I Co 7.5
2.6. Semeia falsificadores entre os crentes, Mt 13.38,39
2.7. Incita perseguição contra os crentes, Apo 2.10.
2.8. Afligir e tentar os santos de Deus, I Ts 3.5.

3. Defesas dos crentes contra Satanás:


3.1. Intercessão de Cristo, Hb 7.25; Jo 17.15
3.2. Estar vigilante contra Satanás, I Pe 5.8
3.3. Usar a armadura espiritual, Ef 6.11-18
3.4. Ter a atitude correta para com Satanás, I Pe 5.8, Jd v.8,9
3.5. Tomar uma atitude de resistência contra Satanás, Tg 4.7, II Ts 2.22.

VI. A esfera das suas Atividades

1. Age como anjo de luz, II Co 11.14


2. Cria doutrinas, I Tm 4.1

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3. Cria perturbações a obra de Deus, I Ts 2.18


4. Cria obstáculos ao Evangelho, Mt 13.19; II Co 4.4
5. Tem suas próprias congregações, Apoc 2.9
6. Seus agentes se fazem passar por ministros de justiça, II Co 11.15.

VII. As restrições das suas Atividades

1. Para os que crêem em Cristo, ele é um inimigo derrotado, Jo 12.31


2. Pode ser resistido e até vencido, Tg 4.7
3. Sem a permissão de Deus ele não pode:
3.1. Tentar, Mt 4.1
3.2. Afligir, Jó 1.16
3.3. Matar, Jó 2.6; Hb 2.14.

VIII. A presente posição de Satanás

1. Tem um reino de demônios, Mt 12.24


2. Controle geral, I Jo 5.19
3. Controle político, Jo 12.31
4. Controle eclesiástico, II Co 4.4
5. Controle espiritual, Mt 13.38.

IX. Sua Personalidade

1. Satanás possui características de uma pessoa:


1.1. Ele tem Intelecto. Mt 4; II Co 11.3 (cita as Escrituras)
1.2. Ele tem Emoções. Apoc 12 (ira)
1.3. Ele tem Arbítrio (resolução dependente da vontade) (II Co 2.26; Is 14;
Mt 25.41 e II Ts 2.26) - moralmente responsável.

Conclusão: Um resumo de sua história do Começo ao Fim.

Primeiro no Céu, Isaías 14.12: Ninguém pode dizer por quanto tempo ele viveu
gozando o favor de Deus, mas veio a hora em que ele e muitos outros anjos
caíram. Encontramos a seguir no Jardim do Éden, Gênesis 3.1-15: Por intermédio da
serpente ele se tornou o agente da queda do homem. Em seguida encontramos no
céu, Jó 1.6-7: Tendo acesso tanto ao céu como na terra, aparece diante de Deus e
tem a permissão de tentar a Jó. No futuro será lançado a terra, Apocalipse 12.9: Isto
acontecerá no período da Grande Tribulação, sua presença na terra será por
pouco tempo. Da terra será lançado no abismo, Apocalipse 20.1-3: Isto se dará
quando Cristo retornar a terra com poder e grande glória para implantar o seu
reino milenar. Satanás será acorrentado e confinado ao abismo por mil anos. Será solto
por pouco tempo, Apocalipse 20.3: Durante este período tentará frustrar os planos
de Deus, mas será em vão. Em seguida será lançado no Lago de Fogo, Apocalipse
20.10: Fogo descerá dos céus e os destruirão e todos serão lançados no lago de
fogo.
Tipologia Bíblica 96
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As escrituras não autorizam a idéia de que o Inferno ou Lago de Fogo é um


reino onde ele manda ou reina. Satanás não será nenhum "Rei" no Lago de
Fogo.

Portanto, satanás, odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho

de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal

da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima em suas mãos inescrupulosas.

Ao mesmo tempo em que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter

cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, ele já é

um inimigo derrotado, Jo 12.31, e é forte somente para aqueles que cedem à

tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde, Tg 4.7. Não pode tentar,

(Mt 4.1), afligir, (I Ts 3.5), matar (Jó 2.6), nem tocar no crente sem a permissão

de Deus. Satanás, não limita suas operações aos ímpios e depravados. Muitas

vezes age nos círculos mais elevados como "um anjo de luz", II Co 11.14.

Deveríamos querer saber mais e mais dos


ensinamentos sagrados para podermos estar
firmes contra as astutas ciladas deste inimigo
derrotado, Satanás, o anjo caído. Romanos
16.20 e Apocalipse 12.7-9; 20.1-10.

Tipologia Bíblica 97
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Estudar Angelologia sem estudar Demonologia, é não perceber, à luz da


Bíblia, que demônios são anjos, não como os anjos do Senhor, mas
um número de seres igualmente espirituais com as mesmas
características básicas (natureza). Seres que podem estar em todo
lugar, pois são em enorme quantidade, e extremamente organizados.
Satanás (o demônio maior) está no comando deste “grupo” de anjos
que a Bíblia chama de “anjos caídos”, caídos porque foram expulsos
da presença santa e gloriosa de Deus.

Com este exército de seres invisíveis ao olho natural, Satanás se


infiltra nos lares; escolas; instituições; igrejas; governo; empresas;
culturas de nações; etc; com o objetivo de causar “todo mal” a vida do
homem, que é o seu maior alvo de destruição.

Tipologia Bíblica 98
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Capitulo VIII

Anjos Maus – A queda parcial do Mundo Angelical

Evidentemente os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo 1º de


Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo versículo
deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era muito bom". Isso
certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente
criados. Algumas pessoas acham que Ez 28.15 se refere a lúcifer. Ele é
definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito. Mas diversas passagens
mostram alguns dos anjos como maus, Sl 78.49; Mt 25.41; Ap 9.11; Ap 12.7-9. Isto se
deve ao fato de terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada, Jd 6,
e pecado, II Pedro 2.4.

I. Pontos de vista sobre a origem dos Demônios

1. Aqueles anjos que seguiram Satanás na sua queda. (posição bíblica)


2. A alma dos homens perversos que morreram. (gregos)
3. Espíritos duma raça pré-Adãmica
4. Descendência [do intercurso] dos anjos caídos com as mulheres, antes do
dilúvio. Gn 6.1-4.

II. A Época da Queda de 1/3 dos Anjos

Nas Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa
claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na
forma de serpente e induziu Eva a pecar, Gn 3. Portanto, sugerimos que ela
ocorreu algum tempo após a criação dos céus, e que foi a causa principal da
condição descrita em Gênesis 1.2.

III. A Causa de sua Queda

De acordo com as Escrituras não há dúvidas, que os anjos foram criados perfeitos e
santos. Ez 28.15; Jd 1.6. Como pode tais seres pecarem? É aqui que podemos ver a
perfeição de toda a criação, os Teólogos Latinos são autores de uma frase que diz:
"Posse pecare et posse non pecare". Isso traduz a capacidade de pecar e a de não
pecar. É a posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser
constrangido a fazer uma ou outra coisa. Em outras palavras, havia liberdade de
escolha. Deus não coagiu nenhuma de suas criaturas, nem mesmo os anjos.
Conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e
autodeterminada contra Deus.

IV. O Resultado de sua Queda

1. Todos eles perderam a sua santidade original, Mt 10.1; Ef 6.11-12; Apoc 12.9
2. Condenados a viverem sem moradas, Ef 6.12.
3. Condenados a viverem sem corpos, Mt 12.43-45, Mc 5.10–11.
4. Não podem se materializar (tomar forma humana)
Tipologia Bíblica 99
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Com relação os anjos de Deus, a Bíblia diz que podem se materializar, isto é, tomar
forma humana, Gn 18.1-2; 19.10; At 1.10. A materialização dos anjos de Deus
acontece sempre quando há uma missão envolvida. Deus permite esse fato (Sl
91.11), provavelmente por causa da fraqueza humana, pois se os anjos aparecessem
no mundo físico como eles são iriam chocar os homens e não agüentariam
o esplendor angelical (Dn 8.27).

Com relação os maus, a resposta podemos encontrar quando meditamos no texto de


Lucas 11.24-26. O diabo e seus anjos quando caíram sofreram uma deformação (Ez
28; Is 14; Apoc 12) perdendo assim as suas formas angelicais, tornando-se criaturas
hediondas e horríveis: “Chegastes a um fim horrível”. Ez 28.19. Lucas narra que
essas criaturas estão a procura de corpos humanos para se tornarem hospedeiros,
fazendo desses corpos verdadeiras oficinas de coisas maléficas.

Acreditamos que esses anjos maléficos não podem se materializar, pois não iriam
usar tantos esforços para tomarem um corpo se pudessem ter um. Seria muito mais
fácil para os demônios tomar forma humana e arrasar os outros homens, mas isso
não acontece. Nunca se leu na Bíblia que um anjo bom tomou posse de corpos
humanos, mas que se materializaram em forma de varão. Por outro lado, os
demônios estão sempre procurando um corpo para cumprir as suas maldades, nos
deixando claros da impossibilidade de se materializarem.

Portanto não encontramos na Bíblia nenhum relato de materialização (forma


humana) de anjos maus e nem deixa bases para essa suposta possibilidade. O que
tem sido vivenciado é o que está na Bíblia, onde pessoas que deram brechas foram
dominadas completamente, ficando possessas. Eles podem possuir humanos e
animais, Mt 4.24; Mc 5.8-14.

V. Três Grupos Distintos

Primeiro grupo: Os anjos que estão em liberdade. Efésios 6.12. Estes são normalmente
mencionados em conexão com Satanás
(a) Submissos a Satanás, Mt 12.24
(b) Atormentam os homens, Mc 5.1-4
(c) Procuram separar o cristão de Cristo, Rm 8.38-39
(d) Ocupam várias categorias, Mt l7.21, Ef 6.12
(e) São em grande quantidade, Mc 5.9. “...Respondeu ele: Legião é o meu nome,
porque somos muitos” "Uma Legião, no exército romano, totalizava, quando
completa, seis mil soldados; mas aqui essa palavra é usada a respeito de um
número indefinido e elevado - suficientemente elevado, contudo, para, assim que
tiveram licença, ocupar os corpos do dois mil porcos e destruí-los".

Segundo grupo: Os anjos que estão temporariamente confinados. II Pe 2.4 e Jd 6. Parece


que todos concordam que Pedro e Judas se referem aos mesmos anjos. Judas
apresenta seu pecado como sendo o de haver abandonado seu próprio principado
e Pedro simplesmente diz que eles pecaram e que Deus os precipitou no “Tártaro”

Tipologia Bíblica 100


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(um lugar sombrio abaixo do inferno) entregando-os a abismos de trevas e


reservando-os para juízo.
(a) Estão presos em cadeias, II Pe 2.4
(b) São em grande quantidade, Apoc 9.15-16
(c) São violentos, Apoc 9.15
(d) Eles serão, no futuro, atirados para a terra, Apoc 12.8-9.
(e) depois serão julgados e lançados no Lago de Fogo, Mt 25.41; Apoc 20.10
(f) Eles conhecem o seu próprio fim, Mt 8.29.

Terceiro grupo: Os anjos que estão confinados no inferno, II Pe 2.4; Jd 1.6. Os textos de
Pedro e Judas não querem dizer que todos os anjos maus estejam presos no inferno,
pois a Bíblia mostra no seu contexto geral que a maioria deles estão soltos, Ef
6.12. Em breve todos serão julgados e condenados para sempre. Mt 25.41; Apoc
20.10-14; Rm 16.20. A palavra Inferno na Bíblia tem significados que variam de
acordo com o texto em que é citada. Vamos analisar apenas quatro formas:

1. Sheol: O mundo dos mortos. Dt 32.22; Sl 9.17.

2. Gehenna: Termo usado para designar um lugar de suplício eterno. Mc 9.43.

3. Hades: É a forma grega para o hebraico Sheol, e significa lugar das almas que
partiram deste mundo ou lugar de tormento. Mt 11.23; Lc 10.15; 16.23 e Tártaro: O
mais profundo do abismo e significa encarcerar no suplício eterno. II Pe 2.4.

VI. Os Demônios

Ainda que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie, tal
expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo". Diabo é
a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa "acusador" e é
aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás.

VII. A Natureza dos Demônios

1. São seres espirituais, Mt 8.16; Lc 9.38,39,42; 10.17,20; Hb 1.13,14; 2.16


2. São reputados como imundos, Mc 9.25; Apoc 18.2
3. São seres vis e perversos (baixos em conduta) Mt 4.3; Mc 1.27; I Tm 4.1
4. São servis e obsequiosos, Mt 12.24-27
5. São seres inteligentes, Mt 8.29,31; I Tm 4.1-3; I Jo 4.1 e Tg 2.19
6. São seres que possuem personalidade, Mc 1.24; 5.6,7; 8.16; Lc 8.18-31
7. São seres degenerados em sua condição
8. São seres malignos, Lc 8.2; At 19.15-16
9. Outras vezes, são relacionados a doenças:
9.1. Espírito surdo, mudo, Mc 9.25
9.2. Espírito de enfermidade, Lc 13.11
9.6. Espíritos enganadores, I Tm 4.1
9.7. Espírito de adivinhação, At 16.16.

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VIII. As Atividades dos Demônios


1. Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais, Mc 5.8,11-13
2. Afligem aos homens mental e fisicamente, Mt 12.22; Mc 5.4,5
3. Produzem impureza moral, Mc 5.2; Ef 2.2.
4. Sua existência reconhecida por Jesus, Mt 12.27,28
5. Sua existência reconhecida pelos setenta, Lc 10.17
6. Sua existência reconhecida pelos apóstolos, I Co 10.20,21 e Tg 2.19.
7. São anjos caídos que não estão confinados ao Tártaro.
8. Características Gerais
8.1. Eles causa moléstias, Mt 9.33
8.5. Eles se opõem aos cristãos, Ef 6.2
8.6. Eles conhecem Jesus Cristo, Mc 1.24
8.7. Eles podem possuir animais, Mc 5.13
8.2. Eles causam distúrbios mentais, Lc 8.35
8.4. Eles disseminam falsas doutrinas, I Tm 4.1
8.3. Eles levam muitos á impureza moral, Lc 8.2
8.8. Eles podem possuem seres humanos, Mt 4.24
8.9. Eles não são: Almas de homens maus que morrem. (um ponto de vista
pagão, portanto, absurdo total) ou Espíritos desincorporados de uma raça pré-
Adâmica. (a Bíblia não menciona este povo, pura dedução humana e absurda).
Sl 9.17; Lc 16.26-31; Apoc 1.18; Apoc 12.7-9.
9. Tentam subverter o propósito de Deus.
"Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as
palmas das minhas mãos. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às
palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado.
Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. Então, me disse: Não
temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a
compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e,
por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me
resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para
ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. Agora, vim para fazer-te
entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere
a dias ainda distantes." Daniel 10.10-14.
"Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três
espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios,
operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-
los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem
o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não
ande nu, e não se veja a sua vergonha.) Então, os ajuntaram no lugar que em
hebraico se chama Armagedom." Apocalipse 16.13-16.

10. Tentam estender a autoridade de satanás, cumprindo sua vontade. "Revesti-vos


de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes." Efésios 6.11,12.

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Capitulo IX

Níveis de Ação Demoníaca

1. Tentação Esporádica: São tentações não muito freqüentes, em qualquer área da


vida. O diabo, que "anda em derredor", I Pedro 5.8, observa e ataca em algum
ponto fraco. (pode ocorrer com crentes e não crentes).

2. Sujeição, Hb 2.14-15: Pessoas que quebram tenazmente a lei da Deus, dando até
mesmo desculpas, para explicar porque continua caindo no mesmo pecado. Estes,
talvez, estejam gostando de permanecer no pecado. Devem avaliar I Jo 3.6-10.
(pode ocorrer com crentes e não crentes).

3. Opressão, At 10.38: Tormento e sofrimento (físico e/ou psicológico) de uma


pessoa, não causado por problemas médicos ou psicológicos, mas sim por um
espírito maligno. O demônio age externamente, não possuindo sua mente. Por
vezes a opressão pode ser tão forte, que até é confundida com uma possessão
demoníaca.

4. Possessão: O diabo toma posse da mente da pessoa. Quando a entidade satânica


se manifesta, o indivíduo fica impedido de qualquer atitude, que não seja
permitida pelo demônio que o está comandando. Veja algumas ocorrências
comuns:
(a) As vítimas podem ser voluntárias ou não;
(b) Indício de outra personalidade;
(c) Indício de outra voz; sinais de sabedoria e poderes ocultos;
(d) São impelidos a ter comportamento contrário ao normal;
(e) Sintomas e espasmos nervosos;
(f) Respiração profunda, fala rouca, com dificuldade e forçada;
(g) A pessoa fica agitada quando confrontada com a leitura da Bíblia, bem
como quando são feitas orações. A possessão somente ocorre com quem não
entregou realmente a sua vida ao Senhorio de Cristo, I Jo 5.18; I Pe 2.9; II Co
6.14-16.

Aprendendo a reconhecer os problemas

Muitas pessoas têm caído no erro de achar "demônios" em todas as situações do


seu dia a dia. O diabo até deve "agradecer", tanta propaganda dele, sem que
realmente tenha participado em várias oportunidades! Se é um erro NÃO ACREDITAR
que o diabo está ativo em nossos dias, também é errado SUPERVALORIZAR o trabalho
de Satanás, "jogando em suas costas" muitas coisas que são de nossa
responsabilidade acertar. Sim, precisamos ter sabedoria de Deus, para discernir se
estamos diante de um problema físico ou espiritual.
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Capitulo X

Expulsando demônios segundo a Bíblia

I. Procedimento equivocado

1. Entrevistá-lo antes de expulsar, (a exceção não anula a regra)


2. Pedir ou negociar sua saída
3. Expulsá-lo sem vigilância, (olhos fechados, cuidado com a gravata)
4. Expulsá-lo pelo sangue de Jesus, (o sangue é para perdoar pecados)
5. Permitir que eles causem tumulto, atraiam para si as atenções ou venham
jogar suas vitimas no chão, causando-lhes ferimentos.

6. Ordenar sua saída sem autoridade, At 19.13-17: Ninguém pode enfrentar o reino
das trevas ou expulsar demônios sem estar preparado. É preciso ter autoridade
do Senhor, poder do Espírito Santo vida de oração e, em certos casos, até jejum, Mt
17.21. Uma vida de obediência a Deus é fundamental, pois “o inimigo não
obedecerá ao desobediente“.

O inimigo não vai recuar só porque alguém prega bonito, é formado em teologia,
conhece as línguas originais da Bíblia ou porque é filho de sacerdote. At 19.13-17.
De modo algum. O inimigo vai recuar, sim, diante de um crente que vive uma vida
de submissão ao Senhor.

7. Amarrá-lo: Baseado na má interpretação de três passagens: Mt 12.29; 16.19 e


18.18. O contexto, no entanto revela que (Mt 12.29) é uma ilustração do poder
pessoal de Cristo sobre Satanás, e não nosso poder. Ademais, Mt 16.19 e 18.18 estão
no contexto de cumprir [plenamente] a vontade de Deus na terra, incluindo a
disciplina pela igreja.

Antes era: O sangue de Jesus tem poder! Agora é: Tá amarrado! E como gostam de
amarrar! Em muitas igrejas, amarram no inicio, no meio e no fim do culto.
Amarram antes e depois de cada cântico. Como alguém disse: Haja corda! e não
estão amarrando direito, pois a todo o momento o demônio escapa e eles têm que
amarrar novamente. Assim, vão aparecendo de tempo em tempo, fórmulas
mágicas para derrotar o inimigo.

8. Expulsar o demônio pelo nome

9. Expulsá-lo para o inferno, para nunca mais voltar

10. Ordenar que eles se manifestem, (invocação de demônios): Em alguns círculos


ditos evangélicos, os pregadores da libertação chegam a instigar os demônios para
que se manifestem, dando-lhes ordens como: “comece a se manifestar, exu caveira,
tranca rua, Maria Padilha e uma lista de nomes de orixás da umbanda e do
candomblé, são mencionados. Parece até ser uma reunião de invocação aos
demônios.
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Não vemos tal modelo na Bíblia! Nem Jesus nem os discípulos mandaram os
demônios se manifestarem. As manifestações demoníacas na Bíblia foram
espontâneas. Mc 23,24 e 3.11. A simples presença de Jesus era suficiente para que o
inimigo se manifestasse. O mesmo acontecia com os discípulos.

Quando esteve em Filipos, Paulo não mandou o espírito que possuía uma jovem se
manifestasse. Muito ao contrário, sentiu-se incomodado com as suas declarações e
o demônio foi expulso, At 16.17,18. Basta a presença do Senhor na igreja ou na vida
do cristão para o inimigo ficar incomodado.

Tempos atrás, tínhamos dificuldade em encontrar pessoas com alguma experiência


nesta área. Hoje em dia, existem livros inteiros a respeito do assunto, bem como
igrejas locais com pessoas selecionadas e bem treinadas.

Não bastasse isso, programas evangélicos de Rádio e TV têm mostrado até mesmo
"ao vivo" expulsões de demônios, causa-nos preocupação, entretanto, a maneira
como muitos pastores e irmãos têm agido nessas reuniões de exorcismo.

Alguns desses irmãos, sob o pretexto de darem uma demonstração do poder de


Deus, fazem do endemoniado um "animalzinho de estimação", ordenando que ele
bata palmas para Jesus, que se ajoelhe, que role no chão, etc. para um verdadeiro
"delírio" da platéia da igreja.

Ora, além disto, ser uma atitude inconseqüente, muitas vezes pode esconder o
desejo íntimo de alguns dirigentes, em serem considerados por suas comunidades
como "pessoas altamente espirituais". Estes elementos devem lembrar que, mesmo
recebendo "nota 10", diante dos irmãos da igreja, eles estarão recebendo “nota 0”,
diante de Deus. O quê realmente importa, na ótica de Deus, não é simplesmente a
CONSEQUÊNCIA (aqui em nosso caso, se o demônio saiu ); Ele se importa com a nossa
OBEDIÊNCIA EM TODO O PROCESSO.

Devemos nos lembrar que, num caso parecido, Moisés foi castigado pelo Senhor.
Deus mandou que Moisés falasse com a rocha, para que ela desse água, mas o
profeta bateu nela. A CONSEQUÊNCIA foi alcançada - a água jorrou mas Deus castigou
Moisés, com a proibição de entrar na terra de Canaã. Para que não sejamos
"reprovados" pela ótica de Deus, devemos expulsar os demônios como Jesus e os
apóstolos expulsaram.

Textos para Leitura: Mc 1.23-26; Mc 7.24-30; Mt 8.28-32; Mt 9.32-33; Mt 15.22-28; Mt


17.14-21; At 16.16-18; At 19.13-16.

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Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar,


mas sim contra os principados, contra as potestades,
conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as
hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.

Efésios 6.12.

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Capitulo XI

Batalha Espiritual

I. Definindo Batalha Espiritual

1.1 A batalha espiritual nas Escrituras

A Bíblia está repleta de relatos de


batalhas, guerras, confrontos e todo
tipo de coisas que denotam
conflitos. Só para termos uma idéia
de como este assunto é tratada em
grande escala nas Escrituras, a
palavra “batalha” assim como foi
traduzida encontra-se em cinqüenta
trechos das Escrituras. A palavra
sinônima “guerra” encontra-se em
duzentos e oito versículos. São
referências que descrevem a luta entre nações, pessoas individuais, Deus e o
homem, o homem cristão e a sua velha natureza, a Igreja e o mundo, a Igreja e o
diabo.

Esta última a ser referida, revela-nos uma espécie de guerra que é bastante
diferente da que estamos acostumados a ver nos noticiários de T.V, mas, não
menos horrenda e, até mais terrível: a Batalha Espiritual. Em Apoc 12.4,
encontramos a referência à primeira batalha espiritual que foi travada: “arrasta a
terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Esta é uma referência
de João a Satanás que se rebelou contra Deus e arrastou consigo a terça parte dos
anjos. Desde então, nós vemos, através da Bíblia, Satanás fazendo guerra contra
Deus e o Seu povo:

Então ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do
Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.
Zacarias 3.1.

Encontramos, também, citações da batalha que o crente deve fazer contra Satanás:
“Não deis lugar ao diabo”. Ef 4.7. “Revesti-vos de toda armadura de Deus para que
possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”. Ef 6.11. Em Tiago 4.7, está
escrito: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós”. Esta palavra “resistir”, a qual Tiago refere-se, no grego é “anqi(sthte”, ela é
derivada de ”anqi)sthmi”, que traduzido é “colocar-se contra, opor-se, permanecer
firme”.

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Esta palavra é aplicada da mesma forma o combate que o crente deve fazer ao
diabo em, pelo menos, mais duas formas no Novo Testamento: Ef 6.13 e I Pe 5.8,9.
Isso denota, de forma direta, uma luta espiritual que está se travando. Sobre isso,
Paulo Romeiro comenta de forma plausível: “A Bíblia fala muitas vezes sobre tal
conflito. Sim, existe uma contínua e intensa batalha entre a luz e as trevas, entre
Cristo e Satanás, entre a Igreja e o inferno”. Para entendermos melhor esta batalha,
precisamos tomar conhecimento de como ela começou.

1.2 A origem da batalha espiritual

Procurar saber a origem desta guerra cósmica leva-nos a indagar sobre a origem do
mal. No entanto, não iremos nos deter neste assunto. Aqui, é necessário sabermos
que existe uma origem para o mal e que esta, é identificada com o diabo.

De acordo com as Escrituras, o Diabo é o chefe da apostasia. Em Is 14.12, Satanás é


identificado como sendo a Estrela da Manhã e Filho da Alva. Isso quer dizer que
houve um tempo em que este ser angelical criado por Deus, rebelou-se contra o
seu Criador (Ez 28.12-19), querendo ser igual a Ele e, consequentemente, foi
expulso do céu juntamente com os seus seguidores. Mt 25.41; 12.24; Ef 2.2; Apoc
12.7.

É aí que começa toda a guerra, com o propósito de Satanás de ser igual a Deus e,
por isso, opor-se a tudo o que Deus faz ou o que se chama pelo Seu nome. Mt 13.24-
30; Lc 22.3.

1.3. O Movimento Batalha Espiritual

Precisamos nos guardar contra dois perigos extremos. Não podemos


tratá-lo com muita leviandade, para não subestimar seus perigos. Por
outro lado, também não podemos nos interessar demais por ele.

Evidentemente causam preocupação alguns ensinos sobre batalha espiritual. Eles


fazem uma confusão e criam um caos com um tipo de maniqueísmo, no qual vêem
demônio em tudo e em todos; elaboram e hierarquizam um mundo infernal
criando demônios municipais, estaduais e federais; dividem os demônios em
aeronautas, marinheiros e do exército; brevemente devem criar os demônios
legislativos, os judiciários e os executivos.

Isso não é de estranhar, considerando que já criaram e multiplicaram os demônios


das relações internacionais. Já existem também os demônios especialistas em
anatomia humana, os quais se alojam, segundo dizem, em certas partes do corpo
da pessoa, dificultando à sua cura. Daí, pregadores e pregadoras ungirem todas as
partes do corpo, a fim de que o milagre se realize.

Por isso se explica a tão famigerada unção dos órgãos sexuais masculinos e femininos
por determinados setores gospel para que se afastem os demônios da área e haja
fidelidade conjugal.

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Enfim, os graduados e pós-graduados em demonologia sabem até os nomes e


apelidos dos demônios, os quais, quando recebem ordem para deixar o possesso,
só o fazem se quem o estiver expulsando souber e usar o seu nome correto. Caso
contrário, ele não sai. Só falta dizer: por favor, troque o demônio, mas não troque o
nome!”.
1.4. Os grandes inimigos do Crente

Muita gente gostaria de simplificar a questão da batalha espiritual, lançando toda a


culpa sobre o diabo. É certo que ele é ladrão, destruidor e malévolo. No entanto,
além do maior de todos os inimigos de Deus, possuímos ainda outros inimigos
vorazes, contra os quais devemos vigiar e lutar. Vejamos quais são os nossos
inimigos:
(a) A Carne: A carne se constitui em um grande e feroz inimigo, que se não for
dominada, poderá levar-nos à queda, Gl 5.1.
(b) O Mundo: Além de nossa carne, ainda existe um outro inimigo que assola os
servos de Deus: o mundo e suas ofertas. Jo 15.18-19; Gl 1.4; I Jo 2.15.
(c) O Pecado: O pecado é um astuto inimigo, pois segundo o ensino bíblico nos
assedia, nos ronda de perto. Hb 12.1. É um feroz inimigo que precisa ser domado.
Gn 4.7.
(d) O Diabo: Para muitas pessoas, esse é o pior dos inimigos, o mais pertinaz, o mais
astuto e perigoso. No entanto, a Bíblia faz declarações especiais acerca desse
inimigo:
Ele está desarmado, Ef 6.11; Cl 2.15.
Suas obras já foram desfeitas, I Jo 3.8.
E seu final já está predito, Apoc 20.10.

1.5. As Armas do Crente

Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e


vestida à couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do
evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o
capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Ef
6.14-17.

O apostolo Paulo usa esta figura para exemplificar a luta do


crente e como, este, pode vencer. A metáfora denota o
revestimento do Senhor Jesus que o cren te deve ter. Todas as
partes da armadura são pertencentes ao caráter de Cristo e
são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.
Alguns vestem a armadura como algo místico de eficácia
instantânea, ao proferir algumas orações. No entanto, não creio que seja
isso que Paulo tinha em mente. É certo que o apóstolo, quando advertia
os crentes a vestirem a armadura de Deus, estava pensan do no revestir-se
da natureza moral de Cristo; revestir -se do próprio Cristo.

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Quando Paulo cita a armadura, ele tinha em mente o soldado romano


preparado para a guerra

O Cinto: O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a


finalidade de apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga
e a espada.

A Couraça: A couraça pessoal protegia o corpo do combatente de


ferimento enquanto usava suas mãos livremente para manejar suas
armas. O modelo primitivo de couraça deu origem à longa armadura.
Consistia de uma túnica comprida feita de couro ou alguma fibra
resistente. Era relativamente simples de ser produzida, leve o suficiente
para permitir total mobilidade e oferecia proteção para o peito, abdome,
costas, coxas e pernas. Equipado dessa forma, o soldado precisaria ter
somente um pequeno escudo para proteger os braç os e o rosto.

Na era do Bronze foi desenvolvido o casaco de malha, que consistia em


centenas de pequenas peças sobrepostas de metal unidas como escamas
de peixe e costuradas na superfície de uma túnica de tecido ou couro.
Antigos documentos afirmam que entre 400 e 600 grandes escamas e
muitas centenas de escalas menores eram usadas na produção de uma
única couraça. Escamas menores e fileiras mais estreitas eram usados nas
partes que requeriam mais flexibilidade, como a garganta e o pescoço. A
peça resultante era relativamente flexível, permitindo liberdade de
movimento, enquanto as escamas de metal rígido possibilitavam maior
proteção pessoal do que o couro e a fibra.

A Sandália: era feita de couro e possuía vários cravos, formando uma


camada espessa. Esta peça tinha a finalidade de proteger os pés do
soldado, onde quer que ele fosse.

O Escudo: Destinado a estabelecer uma barreira entre o corpo de um


soldado e a arma de seu inimigo, o escudo era um dos mais antigos meios
de proteção. No tempo dos juízes e dos primeiros reis israelitas,
importantes guerreiros eram freqüentemente protegidos por um escudo
bem grande.

Era carregado num suporte especial que permanecia sempre do seu lado
direito e desprotegido, funcionando como um guarda -corpo. Jz 9.54; I Sm
14.1; 17.7; II Sm 18.15. O lado direito de um combatente armado era
desprotegido porque ele carregava suas armas na mão direita e o escudo
na esquerda. O suporte do escudo, no entanto, tinha que ficar no seu lado
mais vulnerável o direito para protegê -lo.

O Capacete: Considerando-se que a parte mais vulnerável de um soldado


em combate era sua cabeça, havia desde o fim do quarto milênio AC,
preocupação com alguma forma de capacete protetor.

Tipologia Bíblica 110


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Foi durante séculos um equipamento básico para a infantaria pesada dos


exércitos estrangeiros (inclusive foi usado por Golias e por Saul, I Sm
17.5,38).

Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia
mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
Efésios 6.13.

Paulo, como prisioneiro na altura que escreveu a epístola aos Efésios, observava
diariamente a armadura protetora dos soldados que o guardavam. Usando a
armadura como ilustração, Paulo explica-nos como podemos ficar firmes contras as
astutas ciladas do Diabo. Seis peças da armadura são necessárias para a total
proteção do crente contra os ataques de Satanás:

Primeira Peça: Cingindo os Lombos com a Verdade

O cinto, ou cinturão, era posto em torno da cintura, usado com a finalidade de


apertar a armadura em volta do corpo e sustentar a adaga e a espada. Esta verdade
poderia, muito bem, significar a verdade moral, o oposto da mentira o que seria
lógico, pois satanás é o pai da mentira.

No entanto, é certo que o significado desta verdade, exposta por Paulo, vai muito
além do significado de verdade ética. A verdade aqui mencionada é a verdade
objetiva da Palavra de Deus. Deus quer que sejamos completamente dominados e
controlados pela verdade da Bíblia. É por causa de muitos Cristão não estarem
completamente compenetrados com a absoluta verdade e autoridade final da
Palavra de Deus que eles são ineficazes na batalha espiritual. Devemos tomar, II
Tm 3.16,17 e II Pe 1.3, seriamente. Isto deve ser a nossa premissa.

Segunda Peça: Vestindo a Couraça da Justiça

A couraça era uma peça da armadura romana que se constituía em duas partes: a
primeira, cobria a região do tórax, e a outra parte cobria a região das costas. Esta
peça tinha a finalidade de proteger as regiões vitais do corpo. Paulo, ao usar esta
peça, como metáfora, para exemplificar a justiça, tinha em mente a justificação. Em
Rm 8, Paulo comenta que nada poderá condenar o crente, pois é Deus quem o
justifica. Isso quer dizer que:

(1) Não podemos confiar em nossa própria justiça, ou santidade, para vencer o
inimigo, mas confiar na justiça que vem de Deus, através do sacrifício de Jesus; por
isso, é que nada, nem anjos nem potestades, poderá nos separar do amor de Deus.

(2) Quando somos justificados, o Espírito Santo opera em nós a obra da


santificação; uma obra conjunta com o crente, no qual, este, assume, de forma
gradual, o caráter de Cristo, em particular, o caráter justo. Paulo aplica este termo,
desta forma, em Ef 4.24 e 5.9.

Tipologia Bíblica 111


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Terceira Peça: Calçando os Pés na Preparação do Evangelho da Paz

A sandália romana, usada como figura pelo apóstolo Paulo, era feita de couro e
possuía vários cravos, formando uma camada espessa. Esta peça tinha a finalidade
de proteger as canelas e os pés, especialmente o tendão tibial posterior. Para esta
peça, são usadas algumas interpretações, como a que diz que Paulo está referindo-
se ao evangelismo. No entanto, é preferível a interpretação de que Paulo refere-se à
paz com Deus, consigo mesmo e com o próximo, que o Evangelho
proporciona. Esta paz é a tranqüilidade mental e emocional oriunda da consciência
da plena aceitação da parte de Deus que o crente tem por aonde vai, e em toda e
qualquer situação.

Quarta Peça: Tomando o Escudo da Fé

O escudo, usado como ilustração pelo apóstolo, era grande o bastante


para proteger o corpo inteiro do soldado. Ele era formado de duas partes
de madeira, recobertas de lona e, depois, de couro. O suporte do escudo,
no entanto, tinha que ficar no seu lado mais vulnerável o direito para
protegê-lo. I Sm 17.41; Sl 16.8. Naquele tempo era comum ungir o escudo
como parte da consagração de um guerreiro israelita e suas armas de
batalha. II Sm 1.21.

Isto fala não da "fé para salvação" (pois essas pessoas já estão salvas), mas de uma
"fé viva", uma confiança nas promessas e no poder de Deus. A principal arma de
Satanás é nos fazer duvidar da Palavra de Deus. É pela fé em Deus e na Sua
Palavra que somos capazes de lidar com qualquer artimanha que Satanás possa
levantar no nosso caminho. Somente por tirar nosso olhar de nós mesmos e voltá-lo
para Deus, colocando nossa confiança nEle tanto para a vida quanto para a morte e
eternidade, confiando somente na Sua Palavra de revelação e de promessa, é que é
possível repelir a chuva de mísseis inflamados de Satanás.

Quinta Peça: Tomando o Capacete da Salvação

O capacete, usado por Paulo para exemplificar a salvação, era formado


de couro grosso ou metal. Era usado para proteger o soldado de golpes
de espada, proferido em sua cabeça. A salvação do crente, recebida pela
graça divina, mediante a fé, é o que o livra dos ataques aterradores do
diabo. Ela é uma proteção divina para o guerreiro que é crente. Quando
a pessoa é salva da morte e do pecado através de Cristo, ela está
escondida em Cristo e o diabo não a toca. É interessante notar -se, que
todas as demais peças da armadura eram vestidas pelo guerreiro, mas o
escudo era recebido, o seu escudeiro colocava nele. Isso denota a
graciosidade da salvação. A salvação é pela graça, por isso, de graça.
Embora durante séculos fosse equipamento básico pa ra a infantaria
pesada de exércitos estrangeiros, o capacete não parecia ser uma proteção
comum dos soldados do exército israelita durante o período da
monarquia unida. Dentre as reformas militares introduzidas pelo Rei
Uzias no séc. IX AC estava à provisão de capacetes para o exército do
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reino de Judá. II Crônicas 26.14. Entretanto, como a Bíblia deixa claro,


Deus é a verdadeira Cabeça e Protetor de seus guerreiros e quando Israel
se esquecia disso, seus soldados eram derrotados.

Sexta Peça: Tomando a Espada do Espírito

Poder-se-ía pensar que a espada é uma arma de ataque, e realmente o é; no entanto,


ela, também, pode ser usada como defesa, e o contexto do texto de Efésios, nos da o
subsídio necessário para pensar que aqui, ela é usada para defesa. O que Paulo
queria dizer usando a espada como ilustração? Certamente ele estava falando da
atuação do Espírito na vida do crente, de tal forma, que torna a Palavra de Deus
uma força viva na vida diária, a torna eficaz em nós e torna vigoroso o uso que
fazemos dela. Assim como a espada é morta quando não manuseada, assim é a
Palavra sem o atuar do Espírito na vida de quem a lê. A Palavra de Deus
respaldada pelo Espírito Santo, da vida é mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes e é apta para discernir as intenções do coração. Hb 4.12. Portanto a
Palavra de Deus (gr. machaira). No grego, existem onze palavras para espada.
Machaira diz respeito àquela espada de fácil manuseio, somente portada pelo
soldado bem treinado. Com ela Jesus resistiu e confrontou o próprio diabo, Lc 4.
1.6. Outras Armas poderosas do Crente

Porque as armas da nossa guerra não são carnais, mas sim poderosas em
Deus para destruição de fortalezas; destruindo conceitos e toda altivez
que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando todo pensamento
cativo em obediência à Cristo. II Co 10.4-5.

(a) A unção (a unção quebra todo o jugo), Is 10.27


(b) O Nome de Jesus (arma que faz o inimigo recuar), Mc 16.17
(c) O Sangue de Cristo (tem um caráter protetor), Ex 12.13; Ap 12.11
(d) A fé (é a certeza do que fazemos), Mc 11.22-23; Ef 6.16; Hb 11.1
(e) Oração (o inimigo treme quando vê o crente de joelhos), Tg 5.16 b
(f) Louvor de Guerra (arma de ataque e defesa), II Co 20.19-23; Jz 5.1-22
(g) O perdão (a falta de perdão inviabiliza o contato com Deus), Mt 6.14-15
(h) O jejum (existem certos tipos de demônios que só sai com jejum), Mt 17.21.
Todos os crentes fazem parte desta guerra? (Nm 32.20,27) Sim. Embora muitos não
reconheçam ou não tem consciência do nível desta guerra. Precisamos reconhecer
que a grande maioria está muito longe desta realidade. Quem está em guerra? A
Igreja de Deus (Eu, Você, Nós) todos que em todos os lugares e épocas invocam o
nome de Jesus. Estamos em guerra contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso que operam nas regiões celestiais. Ef 6.12.
Saiba da autoridade que você tem: Todo cristão deve ter em mente da autoridade
que Deus, em Cristo Jesus, lhe outorgou. Muitos crentes parecem ter medo das
forças das trevas, esquecendo-se assim do poder que está do nosso lado. É claro
que devemos respeitar o nosso adversário e não subestimá-lo: “porque não
ignoramos as suas maquinações”. II Co 2.11. O Senhor Jesus, quando foi tentado no
deserto, nos mostrou como derrotamos as forças das trevas. Ele citou três vezes a
Palavra dizendo ao diabo: “Está Escrito”. O Senhor assim o fez para que nós o
imitássemos e como Ele fizéssemos o diabo correr.
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Capitulo XII

Confrontando os Mitos

1. Obras da Carne ou de Demônios?

Ao se examinar a lista existente hoje no meio evangélico com os nomes dos


espíritos maus, pode-se encontrar nela os demônios da prostituição imoralidade,
ciúme, inveja, alcoolismo, glutonaria, ira, idolatria e vários outros. Ensinam que
demônios têm nomes que refletem suas influências. Nomes tais como "luxúria",
"assassinato", "inveja", "mexerico", etc. Contudo, em nenhum lugar na Bíblia nós
encontramos qualquer suporte para este ensino. A Escritura explicitamente diz que
estas ações são produtos da carne, Gl 5.19-21.

Embora os demônios se aproveitem das brechas que lhe são dadas, não adianta
ficar colocando a culpa neles o tempo todo. A vitória sobre o pecado e o mal é certa
através da conversão, da santificação quando o cristão passa a produzir o fruto do
Espírito, Gl 5.22,23. Portanto, apesar de Paulo não desconhecer os desígnios ou os
ardis de satanás, (II Co 2.11), pois foi um especialista em guerra espiritual, não há
na Bíblia ensinos de Paulo sobre espíritos territoriais, amarrar demônios, nomes
extra bíblico de demônios e muitas outras superstições demonológicas existentes
hoje.

Se não houver parâmetros bíblicos, nunca se sabe até onde vão chegar os desvios
doutrinários e a paranóia da guerra espiritual.

Muitas pessoas têm caído no erro de achar "demônios" em todas as situações do


seu dia a dia. O diabo até deve ver com bons olhos, tanta propaganda dele, sem
que realmente tenha participado em várias oportunidades. Se for um erro não
acreditar que o diabo está ativo em nossos dias, também é errado supervalorizar o
trabalho de Satanás, "jogando em suas costas" muitas coisas que são de nossa
responsabilidade acertar.

2. A Aparência dos Anjos

Qual a aparência mais provável de um anjo seria com cabelos ondulados,


bochechas rosada, baixinha, segurando uma harpa na mão? Teria um verdadeiro
anjo do Senhor esta aparência efeminada que os esotéricos pintam? Têm asas, olhos
azuis, bochechudo? Ou como aparecem nos gibis de Maurício de Souza, é um ente
com cabelos loiros encaracolados, olhos azuis, um par de asas nas costas e uma
auréola sobre a cabeça?.

É interessante que na Bíblia os anjos não têm nada a ver com a angelologia
proposta pela Nova Era. Segundo Mônica Bonfiglio, por exemplo, os anjos são
entidades etéreas, que não tem memória e nunca julgam. São como bebês... Nus,
com asas, bochechudos e com um sorriso maroto de criança arteira [Mônica
Bonfiglio, Anjos Cabalísticos, S P, Oficina Cultural Esotérica, 1993, p. 64].
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Na mística angelologia da Nova Era propõe um relacionamento com os anjos


através de práticas esotéricas, via astrologia, numerologia e ancoragem (magia
branca). São utilizadas dezenas de invocações, velas, incensos e talismãs. Tudo para
manipular os anjos. Estamos, de fato, diante de uma cosmovisão gnóstica e espírita.
Conforme, explica o teólogo Scott Horrell, esta é "uma angelologia sem Deus
definido, sem estrutura moral e sem explicação sobre o porquê da própria
existência dos anjos" [J. Scott Horrell, Anjos Cabalísticos, in Vox Scripturae, São
Paulo, AETAL, 1995, p. 245].

No misticismo de hoje, os anjos são mostrados como entes que podem ser
manipulados. Há um anjo para cada dia, dá-se seu nome, e como se relacionar bem
com ele. No neopentecostalismo não é diferente. “Gloria Copeland e Charles Capps
sugerem que pode haver entre 40.000 e 72.000 anjos designados para cada crente,
apenas esperando para servir-nos”.

Em Brasília havia um líder que recebera uma legião de anjos da parte de Deus, e os
cedia aos crentes, que deviam se comprometer pagando mensalidades de um carnê
pelo “aluguel” dos anjos.

3. Para expulsar um demônio precisa saber o nome dele?

Qualquer experiência pessoal, não pode ser transformada em verdades espirituais.

Alguns ministros de libertação ensinam que, ao se expulsar um espírito mau, é


necessário saber o seu nome correto para que a libertação se efetue. Se alguém
expulsar Maria Mulambo, (entidade do culto afro), e se não é ela quem está na
pessoa, mas, sim, Maria Padilha, (outra entidade do culto afro), não funciona.

Ora, isso é reconhecer um panteão mitológico, pois à luz da Bíblia, “não existe Pomba-
Gira, Maria Padilha, Maria Mulambo, lemanjá, Oxalá ou qualquer tipo de Exu”. À luz da
Bíblia todos são demônios. O incrível é que estes nomes e informações foram obtidos
através de entrevistas e diálogos com os demônios no ato do exorcismo. Logo,
trata-se de revelações demoníacas e não bíblicas.

Que diferença faz, com as obtidas numa sessão espírita? Muitas apostilas foram
distribuídas no meio evangélico e algumas com mais de trezentos nomes de demônios.
Mas, a lista ainda não está completa, pois, segundo os especialistas no assunto, estes nomes
ainda não foram revelados e considerando o número de demônios devem faltar ainda
milhares de nomes. Ainda, existem outras informações que chegam a ser
surpreendentes. Tem até aqueles que conseguem sentir o cheiro dos demônios e
inclusive, segundo estas fontes, existem demônios malcheirosos.

Depoimento de Frank e Ida Mae Hammmond: Uma outra faceta das manifestações
demoníacas é a dos cheiros. Lembro-me de uma vez em que estávamos
ministrando numa casa pastoral, a casa ficou tomada por um malcheiro parecido
com o de repolho cozinhando que, para mim, é um cheiro ruim.

Tipologia Bíblica 115


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Numa outra ocasião, eu estava expulsando um demônio de câncer. Ele saiu acompanhado
por um cheiro distinto, igual ao que encontramos num hospital de câncer. Segundo
eles, quando os demônios são expulsos, normalmente saem pela boca ou pelo
nariz. Os espíritos estão associados à respiração. Sem dúvida, a manifestação mais
comum é tossir. A tosse pode ser seca, mas, em geral é acompanhada de catarro.

Outras manifestações pela boca incluem: choro, grito, suspiro, arroto e bocejo.

Demônios coloridos! Uma preletora de batalha espiritual fala até de um demônio de


cor Grená e de um espírito de aborto em forma de sapo, cor cinza-claro. Ela relata
ainda como recebeu informações sobre o demônio Minotauro ou Tauro: Recebemos
as revelações, quando fomos fazer um trabalho de libertação na casa de uma
pessoa, e o Minotauro e o Centauro dominavam e controlavam outro demônio de
casta muito baixa, chamado Amoran (tipo de uma lesma que atua nos
homossexuais). São destituídos de inteligência (...), só pode ser exterminado
dividindo-se em dois ou queimando com o Fogo do Espírito Santo. Não se expulsa,
pois ele não entende a linguagem dos humanos.

4. A Aparência de Satanás

A imaginação popular, levando em conta a malévola ação satânica, pinta Satanás


com formas horripilantes, amorcegado, de rabo pontudo e chifres protuberantes,
carregando um tridente, de feiúra monstruosa e aparência amedrontadora. Isso,
entretanto, é mera fantasia, destituída de todo fundamento.

Segundo a Bíblia ele é capaz de se manifestar de muitas maneiras, inclusive com


aparência angelical, mesmo que degradado por Deus. Em II Coríntios 11.14 declara
a Escritura que Satanás se manifesta com anjo de luz.

Portanto não é (necessariamente) uma criatura asquerosa, disforme, horrorosa de


aparência. Bem pelo contrário, e aí está o perigo: manifesta-se disfarçadamente,
insinuante, sedutor, melífluo, cheio de encanto, pois, doutra forma, espantaria e
seria repelido de pronto. É verdade que, sutil e astuto, age ele sorrateiramente,
invisível, discreto, imperceptível ou despercebido, mas nem por isso, menos
eficiente e maligno, de tal modo que nem muitos nem se apercebem de sua
traiçoeira interferência em seu pensar, e sentir, e agir.

5. No Céu Seremos Anjos

Certamente não. Nós fomos criados com uma estrutura absolutamente distinta
e na Eternidade nós teremos alguma semelhança com os anjos, por causa do
mundo espiritual, entretanto jamais teremos uma natureza igual à deles. Lc
20.36. Os anjos jamais serão homens. Os homens jamais serão anjos.

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Capitulo XIII

A Visão de Samuel Doctorian na Ilha de Patmos

16 de Agosto de 1998

Os cinco anjos dos continentes

"Eu estava sozinho em uma casa na ilha de Patmos por várias semanas para orar e
buscar o Senhor. Eu encontrei uma pequena capela - Capela de São Nicolas - onde
ninguém vai. Eu fui lá e derramei meu coração diante de Deus. Eu encontrei uma
rocha ao lado de uma colina onde eu me sentava e orava - meditação e leitura da
Bíblia. Eu comia muito pouco naqueles dias. Várias vezes eu fui até a caverna de
João onde ele viu a grande Revelação.

Enquanto eu meditava por um mês neste lugar solitário, eu pensei, "Eu imagino se
o Senhor irá enviar um décimo anjo?" Eu tinha visto anjos nove vezes antes - na
Inglaterra, em Belgrado, Iugoslávia, em Amman, Jordânia, em Jerusalém, e um anjo
que cuidou para que uma mulher fosse enforcada no Egito; Eu vi o nono anjo em
Beirute no meio da guerra. O anjo fisicamente me acordou às 3 da manha e me
disse para sair do país imediatamente.

Eu sou grato ao Senhor até hoje - Eu não sei o que teria acontecido comigo se o
anjo não tivesse vindo. O Céu me dirá um dia. Então eu imaginei se eu viria um
anjo pela décima vez. Houve algumas vezes enquanto eu estava orando em que eu
senti esta presença e perguntei "Senhor, eu imagino se um anjo esta vindo agora?" -
mas era somente um sonho. Eu queria ver um anjo, como eu tinha visto nove vezes
anteriores.

No dia 20 de junho as 3:50 da manhã, aqui em Patmos, de repente o meu quarto


ficou cheio de luz, e não existem luzes aqui. É uma casa solitária no fim de uma
estrada perto de um monastério. De repente, eu me acordei - Eu vi cinco belos
anjos.

Eu vi as suas faces - perfeitas e como de humanos - mas cheias de luz. Eu vi os seus


olhos, os seus cabelos, as suas mãos. Ao meu lado direito havia dois anjos, e
quando eu olhei para a esquerda eu vi três outros anjos com asas. Eles tinham belos
robes brancos descendo até o chão - algo que eu não poderia descrever com
palavras humanas. Eu fiquei pensando porque esses anjos teriam vindo, mas eu
estava tremendo e balançando. Eu queria chorar, mas eu não podia.

Um pouco antes de ter visto estes anjos no Espírito. Eu tinha visto a mim mesmo
em uma grande reunião de multidões, e eu estava pregando em inglês. Um
interprete estava a minha esquerda com cabelo escuro e um terno cinza, mas eu
não posso me lembrar que língua ele estava falando. Eu estava profetizando esta
mensagem: Minha igreja, você prega o amor, você ensina o amor, mas você precisa
praticar o amor.

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Existe uma necessidade de unidade no meu corpo. Existem muitas divisões entre
vocês. O meu Espírito não vai mover e trabalhar onde não existe unidade. Existe
carnalidade na minha igreja; muita falta de limpeza na minha igreja. Eu desejo e eu
quero um povo santo. Eu morri para fazê-los santos.

Enquanto eu estava profetizando no espírito eu estava tremendo. Os meus olhos se


abriram e eu estava olhando para uma grande multidão. E de repente, no meio da
profecia, estes anjos poderosos apareceram. Eu voltei do púlpito e pensei que eu
iria cair. Eu agora estou bem acordado, mas tudo isso esta acontecendo no espírito.
Algum poder me ajudou a não cair e eu imaginei o que estaria acontecendo.

Então, de repente, o primeiro anjo ao meu lado direito disse, "Nós somos os cinco
anjos dos cinco continentes. Nós estamos aqui para dar a você mensagens dos cinco
continentes do mundo." No momento em que eu ouvi aquilo, eu também ouvi a
multidão chorando, "ohhh, ohhh, ohhhh" Eu acredito que a multidão tenha visto os
anjos também.

De alguma forma o Senhor me mostrou aquilo nos dias em que estão por vir, em
muitas partes do mundo, Deus esta por revelar-se através de anjos ministradores.
Está por acontecer publicamente; está por acontecer nas igrejas - milhares de
pessoas vendo anjos ao mesmo tempo. Eles estarão ministrando ao corpo nestes
últimos dias. Então veio esta mensagem veio dos anjos : "O que você vê e ouve,
conte as nações." Então não é algo para eu manter para mim mesmo. Quer eles
aceitem ou não, eu tenho que contar as nações.

Primeiro Anjo

O primeiro anjo disse: "Eu tenho uma mensagem para toda a Ásia." Quando ele
disse aquilo, num espaço de poucos segundos, eu podia ver toda a China, Índia, os
países da Asia como Vietnam, Laos - Eu nunca havia estado nestes paises.

Eu vi as Filipinas, Japão, Singapura, Malásia e Indonésia. E então o anjo mostrou-


me toda a Papua Nova Guine, Irian Jaya até embaixo na Austrália e Nova Zelândia.

"Eu sou o anjo da Asia," ele disse. E na sua mão eu vi uma tremenda trombeta que
ele vai soprar sobre toda a Asia. Tudo o que o anjo disse, vai acontecer com a
trombeta do Senhor sobre toda a Asia. Milhões vão ouvir a voz poderosa do
Senhor. Então o anjo disse, "Vai haver um desastre, fome - muitos vão morrer de
fome. Ventos fortes serão como nunca aconteceram antes. Uma grande parte será
chacoalhada e destruída. Terremotos vão acontecer sobre toda a Asia e o mar
cobrirá a terra”.

Eu vi isto em 20 de junho. Hoje é 16 de agosto. A poucas semanas atrás eu escutei


notícias de vilarejos completamente varridos ao mar em Papua Nova Guine.
Milhares de vidas em grande perigo. Aquilo ocorreu há poucas semanas atrás, e o
anjo me contou que vai acontecer sobre toda a Asia. "A terra cairá dentro do mar,"
Eu escutei o anjo dizer, "parte da Austrália será abalada. Australia será dividida, e
uma grande parte ira para dentro do oceano." Isto era assustador - Eu pensei se eu
Tipologia Bíblica 118
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estava escutando corretamente. Mas o anjo disse, "Milhões vão morrer na China e
na Índia. Nação será contra nação, irmão contra irmão. Asiáticos vão lutar uns
contra os outros. Armas nucleares serão utilizadas, matando milhões." Duas vezes
eu escutei as palavras. "Catastrófico! Catastrófico!" então o anjo disse, "A crise
financeira virá sobre a Asia. Eu abalarei o mundo."

Eu estava tremendo enquanto o anjo estava falando. Então ele olhou para mim,
sorriu e disse, “Haverá o maior despertar espiritual - bondade será quebrada,
barreiras serão removidas”. E sobre toda a Asia - China - Índia - as pessoas se
voltarão para Cristo.

Na Australia haverá um reavivamento tremendo. Eu escutei o anjo da Asia dizer:


"Será a última colheita." Então como se o Senhor estivesse falando, ele disse "Eu
prepararei a minha igreja para o retorno de Cristo." Eu estava feliz com estas boas
novas depois da mensagem do juízo. Durante todo o tempo os cinco anjos estavam
no meu quarto, eu podia sentir a presença deles - era tremendo.

Segundo Anjo

Então eu vi que o segundo anjo tinha uma foice em sua mão, como as que são
usadas na colheita. O segundo anjo disse, "A hora da colheita chegou a Israel e aos
países por todo o caminho até o Irã." Eu vi aqueles países em poucos segundos.
“Toda a Turquia e aqueles (inaudível) países que me rejeitaram e rejeitaram a
minha mensagem de amor irão odiar um ao outro e matar um ao outro." Eu vi o
anjo levantar a foice e descer sobre todos os paises do Oriente Médio.

Eu vi o Irã, Pérsia, Armênia, Azerbaijão, toda a Geórgia, Iraque, Síria, Líbano,


Jordânia, Israel, toda a Asia menor - cheios de sangue. Eu vi sangue sobre todos
esses países. E eu vi fogo; armas nucleares usadas em muitos destes países. Fumaça
subindo em todos os lugares. Destruição repentina - homens destruindo uns aos
outros.

Eu escutei estas palavras, "Israel, Oh Israel, o grande juízo chegou" O anjo disse: O
escolhido, a igreja, the remnant, serão purificados. O Espírito de Deus prepará as
crianças de Deus. Eu vi fogos subindo aos céus. O anjo disse. "Este é o julgamento
final. A minha igreja será purificada, protegida e pronta para o dia final. Homens
morrerão de sede. Água será escassa sobre todo o Oriente Médio. Rios secarão, e
homens vão guerrear por água nestes paises." O anjo mostrou-me que as Nações
Unidas serão quebradas em pedaços por causa da crise no Oriente Médio. Não
haverá mais Nações Unidas. O anjo com a foice fará a colheita.

Terceiro Anjo

Então um dos anjos com asas me mostrou a Europa de um fim ao outro - do norte
por todo o caminho até a Espanha e Portugal. Na sua mão ele tinha uma escala
para medir. Eu o vi voar sobre a Europa, e eu ouvi as palavras. "Eu estou pesaroso.
Eu estou pesaroso. Injustiça, impureza, falta de Deus - sobre toda a Europa,

Tipologia Bíblica 119


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O pecado subiu aos céus. O Espírito Santo esta pesaroso." Eu vi os rios da Europa
inundando e cobrindo milhões de casas. Milhões afogados. Depois de ver isso, eu li
as noticias há algumas semanas atrás. Checoslovaquia teve a pior inundação de
todos os tempos. Eu também escutei que o grande rio na China está causando um
perigo de milhares casas serem destruídas por inundação. Eu não conhecia estas
noticias antes de ter a visão e eu escutei o que os anjos me disseram.

De repente eu escutei terremotos por toda a Europa. "Países que não tiveram
terremotos serão abalados." Disse o anjo. E de repente, no meu espírito, eu vi a
torre Eiffel em Paris em pedaços a cair. Uma grande parte da Alemanha destruída.
A grande cidade de Londres - destruição em toda a parte. Eu vi as inundações em
toda a Escandinávia. Eu olhei para o sul e vi a Espanha e Portugal passando por
fome e grande destruição.

Muitos vão morrer de fome sobre toda a Espanha e Portugal. Eu me pertubei com
todas estas notícias, e eu disse, "Senhor, e nossas crianças?" O anjo disse, "Eu as
prepararei. Elas estarão procurando pela aparição do Senhor. Muitas vão chorar a
mim naqueles dias e eu as salvarei. Eu farei milagres poderosos para elas e
mostrarei a elas o Meu poder." Então no meio da grande destruição, haverá a graça
de Deus naqueles países. Eu estava feliz que Deus tivesse a sua proteção sobre suas
crianças.

Quarto Anjo

Agora nos vamos à África. Eu vi o quarto anjo com asas voar sobre a África, e eu
podia ver de Capetown no sul por todo o caminho até o Cairo - Eu vi todos os
países lá, mais de cinqüenta deles. O anjo da África tinha uma espada em sua mão -
uma espada tremenda e afiada.

De repente eu escutei ele falar: Sangue inocente foi derramado. Divisões entre as
pessoas gerações longe do Senhor - eles mataram uns aos outros, milhares de
pessoas. Eu tenho visto minhas crianças fiéis na África, e eu retribuirei a sua
fidelidade no continente da África.

Eu as abençoarei abundantemente. Eu controlarei o tempo - queimaduras leves e


fortes do sol em algumas partes. Grandes rios irão secar, e milhões irão morrer de
fome. Em outras partes, inundações. Fundações serão abaladas. A minha espada irá
julgar o injusto e o sedento de sangue. Tantos terremotos acontecerão que os rios
irão fluir em diferentes direções no continente, inundando muitos vilarejos." Eu vi
grandes pedaços caindo do céu sobre diferentes partes da África."

Haverá tremor de terra como nunca desde a criação. Ninguém escapará da espada
do Senhor." Eu vi o rio Nilo secar. É deus do Egito. Peixes mortos e fedendo sobre
todo o Egito. Uma grande parte da África Meridional será coberta com água -
milhões morrendo. "Senhor," eu disse," Tudo isso são más notícias. Tudo
destruição. Alguma notícia boa?" O Senhor disse, "O dia final chegou. O dia do
juízo está aqui. O meu amor foi rejeitado agora, e o fim chegou." Eu estava abalado
e tremendo. Eu pensei que não poderia suportar.
Tipologia Bíblica 120
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Quinto Anjo

Então eu vi o último anjo voando sobre a América do Norte e do Sul - por todo
caminho do Polo Norte até a Argentina. Do leste dos EUA até a Califórnia. Eu vi na
sua mão uma vasilha. O anjo disse que ele iria lançar sobre os países os juízos que
estavam na vasilha. Então eu escutei o anjo dizer: Sem justiça, sem retidão, sem
Santidade, idolatria, materialismo, bebedices, servos do pecado.

Derramando sangue inocente - milhões de bebês sendo mortos antes que nasçam.
Famílias são quebradas. Uma geração adúltera, Sodoma e Gomorra estão aqui. Os
dias de Noé estão aqui. Falsos pregadores, falsos profetas. Recusa do meu amor.
Muitos deles têm a imitação da religião, mas negando o poder real.

Quando eu ouvi tudo aquilo, eu implorei ao anjo, "Você não pode esperar um
pouco mais? Não derrame os juízos. Dê uma chance para o arrependimento." O
anjo disse, "Muitas vezes Deus tem se refreado e falado, mas eles não ouviram. A
sua paciência chegou ao fim. Preste atenção, o fim chegou. Eles amaram o dinheiro
e prazer mais do que eles amaram a mim".

À medida que o anjo começou a tirar da vasilha, eu vi Icebergs tremendos


derretendo. Quando aquilo aconteceu eu vi inundações sobre todo o Canadá e
América do Norte - todos os rios inundaram; destruição em toda a parte. Eu escutei
que o mercado mundial estava em colapso com poderosos terremotos, e os
arranha-céus de Nova York estavam caindo - milhões morrendo.

Eu vi barcos no oceano afundando. Eu escutei explosões por todo o norte do país.


Eu vi o anjo lançando sobre o México e dois oceanos se juntando - o Atlântico e o
Pacífico. Uma grande parte do norte do Brasil coberta com água, o rio Amazonas se
tornando um grande mar. Florestas destruídas e inundadas.

As maiores cidades do Brasil destruídas, terremotos em muitos lugares. À medida


que o anjo lançou grande destruição aconteceu no Chile e Argentina como nunca
antes.

O mundo todo estava abalado. Então eu escutei o anjo dizer, "Isto vai acontecer em
pouco tempo." Eu disse: Você pode adiar? Não lance estas coisas sobre o globo. E
de repente eu vi os cinco anjos em volta do globo levantando as suas mãos e suas
asas em direção ao céu e dizendo: Toda glória ao Senhor dos céus e da terra. Agora
a hora chegou e ele glorificará ao seu filho. A terra será queimada e destruída.

Todas as coisas passarão. O novo Céu e a nova Terra virão. Deus destruirá as obras
do diabo para sempre. Eu mostrarei o meu poder - como eu irei proteger as minhas
crianças no meio de toda essa destruição. Esteja pronto para aquele dia, porque o
Senhor veio.

O meu quarto estava cheio de luz e brilho dos anjos. Então de repente eles
ascenderam ao céu. À medida que eu olhava eu vi os anjos irem em cinco direções.
Eu sei que eles já começaram as suas obrigações. Por mais de uma hora eu não
podia me mover. Eu estava acordado, tremendo de tempos em tempos.
Tipologia Bíblica 121
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Eu disse, "Senhor, devo deixar Patmos agora?" Ele disse, "Não, Eu trouxe você aqui
para um propósito." Eu disse, "A mensagem dos anjos sobre todo o mundo não são
boas novas. É juízo, punição, destruição, devastação. O que as pessoas iram dizer
de mim? Eu sempre fui um pregador do amor, paz e boas novas." O anjo disse, "É a
nossa mensagem. Você é o instrumento, o canal. Que privilégio que Deus tenha
escolhido você para dar essa mensagem às nações." Eu disse, "Senhor, isto será
feito." A Deus seja a Glória.

Quem é, afinal, o Pastor Samuel Doctorian ?

De origem Armênia, nasceu em Beirute. Como tantas famílias de seu país, a sua sofreu
tremendamente nos massacres praticados pelos turcos, em 1915. Na época seus pais eram crianças,
e ambos perderam os pais de forma bárbara, por se terem recusado a negar a Cristo. Tendo
conseguido escapar, foram mais tarde conduzidos ao orfanato de uma Missão.

Quando Samuel tinha 6 anos de idade, seus pais se transferiram para Jerusalém, onde
permaneceram até a guerra, em 1948, época em que novamente perderam tudo e se tornaram
refugiados. Aos 9 anos, estando junto ao local onde Jesus morrera, Samuel se tornou um cristão
comprometido, garantindo dedicar toda a sua vida a Cristo.

Nascido numa família muito pobre, chegando aos 14 anos não teve condições de continuar os
estudos e começou a trabalhar numa sapataria. Foi enquanto se dedicava a esse trabalho, aos 16
anos, na Nova Jerusalém, que o Senhor o chamou para o ministério. Decorrido um ano iniciou
seus estudos teológicos no Hurlet Nazarene College, próximo à Glasgow, na Escócia, onde se
graduou, tendo sido ordenado em 1951. Nesse mesmo ano retornou ao Oriente Médio, dando
início a seu ministério em Jerusalém, e mudando-se para Amã, Na Jordânia. Em 1952 casou-se
com Naomi Pashgian. O casal tem hoje cinco filhos e quatro netos.

Tipologia Bíblica 122


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Pentecostalismo
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Bibliografia

Anjos, Homem e Pecado - O Relacionamento das Criaturas Com o Criador, Raimundo F. de Oliveira, 2ª
Edição, 1989.
Batalha espiritual - Discernindo os agentes espirituais no dia-a-dia; Caio Fábio D' Araújo Filho, 1ª Edição,
1996.
Bíblia de Estudo Pentecostal - Almeida Revista e Corrigida; CPAD, Edição de 1995.
Manual Bíblico - H. H. Halley, tradução David A. de Mendonça, Edição Vida Nova, 4ªEdição - 1994,
Reimp. 1995.
Dicionário Bíblico – Davis, Bíblia (ARC), Bíblia em Cd-Rom
A.A – Autores Anônimos
Rev. Augustus Nicodemus Lopes Doutor em Novo Testamento, é professor de Exegese do Sem. Presbit. José
Manoel da Conceição, em São Paulo e Diretor do Centro Presbit. de Pós-Graduação Andrew Jumper, São
Paulo. E-Mail: anlopes@mackenzie.br

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QUESTIONARIO

TODAS as questões foram elaboradas em forma de múltipla


escolha, porém, APENAS UMA RESPOSTA para cada questão é
CORRETA.

Questão 01. Qual a palavra, no Antigo Testamento, corresponde à “ANJO” e qual a sua
língua de origem?

( ) Angelus. Do Latim
( ) Mal’ãkh. Da língua hebraica
( ) Angelós,. Tem origem na língua grega
( ) Angelus. Da língua hebraica

Questão 02. Em geral, o que podemos entender do ministério dos anjos e a relação de
Deus com eles?

( ) Que todos eles têm um ministério independente de Deus


( ) Que Deus não se utiliza deles no cumprimento de Seus propósitos
( ) Que eles não têm vontade própria e por isso, são servos fiéis do Senhor
( ) Deus se serve deles, em parte, para executar Sua vontade no governo do universo.

Questão 03. Dentro de uma primeira definição, podemos dizer que os anjos são:

( ) Serem invisíveis e imateriais, possuidores de corpos espirituais.


( ) Que, eles obedientes ao pai e sem vontade própria, por isso não podem pecar.
( ) Que eles são seres sem qualquer tipo de corpo. São apenas espíritos.
( ) Que todos têm um mesmo grau de autoridade e poder.

Questão 04. Do que se ocupa a Angelologia, quanto as suas áreas de estudo?

( ) Estuda a origem da palavra ‘anjo’ e seu significado


( ) É o estudo daqueles que, a partir do mundo espiritual, estão sempre a serviço de Deus
( ) Estuda a existência, as características, e natureza moral e as atividades dos anjos
( ) Disciplina da Teologia Sistemática, obrigatória a todo estudioso da Bíblia Sagrada

Questão 05. Quanto à natureza dos anjos podemos afirmar que eles são:

( ) Seres sem pecado e desprovidos de corpos e de livre-arbítrio


( ) Foram criados para o serviço do Senhor e todos contemplam a sua Glória
( ) São seres espirituais sem corpos e sem classe ou ordem
( ) Criaturas espirituais assexuadas e possuidoras de poder, sabedoria e glória

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Questão 06. A santidade, a obediência e a reverência são:

( ) Características do caráter dos anjos


( ) Características da natureza dos anjos
( ) Características do ministério dos anjos
( ) Características de todos os anjos

Questão 07. De todas as atividades desenvolvidas pelos anjos, quais são consideradas as
mais sublimes?

( ) Executar o juízo do Altíssimo


( ) Transmitir a mensagem de Deus à Sua igreja
( ) Adoração e Louvor
( ) Reunir os escolhidos, na volta de Cristo

Questão 08. Quando à classificação, quais as duas principais dos seres angelicais

( ) Anjos e arcanjos
( ) Bons e maus
( ) Anjos e demônios
( ) Serafins e querubins

Questão 09. Miguel é o único Arcanjo citado, na bíblia, por seu nome. Qual o significado
de seu nome?

( ) O Primeiro criado por Deus


( ) O chefe dos exércitos de Deus
( ) Aquele que é semelhante a Deus
( ) Aquela que peleja por Deus

Questão 10. Eles foram destinados para revelar o poder a glória e a majestade de Deus

( ) O arcanjo Miguel
( ) Os serafins
( ) O anjo Gabriel
( ) Os querubins

Questão 11. ‘Serpente ardente’ é a tradução da palavra

( ) Gabriel
( ) Miguel
( ) Querubim
( ) Serafim

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Questão 12. A Bíblia fala de principados, potestades, tronos e domínios, fazendo


referência a quê?

( ) As posições dos homens que governam as nações


( ) Aos anjos caídos que estão nos ares
( ) Classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo celestial
( ) Aos demônios que exercem influência sobre àqueles que não temem ao Senhor

Questão 13. Qual o significado do termo hebraico ‘satanás’?

( ) Sem santidade
( ) Adversário
( ) Príncipe das trevas
( ) Anjo caído

Questão 14. Sabendo que satanás era antes um anjo de luz, qual o termo hebraico que o
definia?

( ) Helel
( ) Heõsphoros
( ) Querubim Ungido
( ) Lúcifer

Questão 15. Com base no texto de Ezequiel 28.19b, em relação ao diabo, seria correto
afirmar que:

( ) É uma sentença de condenação eterna sem possibilidade de volta a condição inicial


( ) Por mais que satanás tente, jamais será igual a Deus
( ) Que ele jamais poderá comparecer na presença do Altíssimo
( ) Que quando Deus executa juízo Ele age sem misericórdia

Questão 16. Em Mt 12.24 satanás é chamado de Belzebu. Esse nome o identifica como
sendo o quê?

( ) Enganador
( ) Príncipe dos demônios
( ) Caluniador
( ) Adversário

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Índice

Capitulo I: O Pentecostes
Capitulo II: A Origem e a Continuidade do Pentecostalismo
1. Movimento Pentecostal – Século I até o Século XX
2. Expansão do Movimento Pentecostal
3. Movimento Pentecostal no Brasil
4. História das Assembléias de Deus no Brasil
Capitulo III: A Doutrina Pentecostal
Capitulo IV: Principais Grupos Evangélicos no Brasil
1. Os Tradicionais
Igreja Luterana - 1517
Igreja Anglicana - 1534
Igreja Presbiteriana - 1549
Igreja Batista - 1609
Igreja Metodista - 1740
2. Os Pentecostais
Igreja Congregação Cristã no Brasil - 1910
Igreja Assembléia de Deus - 1911
Igreja do Evangelho Quadrangular - 1950
Igreja O Brasil para Cristo - 1955
Igreja Deus é Amor - 1962
3. Os Neopentecostais
Igreja Universal do Reino de Deus - 1977
Igreja Internacional da Graça de Deus - 1980
Igreja Sara Nossa Terra - 1980
Igreja Renascer em Cristo - 1986
Capitulo V: Rejeição ao Pentecostalismo
Capitulo VI: Antropomorfismo em Alta
1. Culto Antropocêntrico
2. Culto Teocêntrico
3. Mantras e Extravagâncias
Capitulo VI: Os Bastidores da Pregação dos Lideres das Igrejas Modernas
1. A Bíblia usada como pretexto
2. Ministrando numa época em que os ouvidos comicham
3. Mensagem Corrompida
4. Um Evangelho mundano e antibíblico
Capitulo VII: Culto que não agrada a Deus
Capitulo VIII: Culto que Agrada a Deus
Capitulo IX: Heresias Neopentecostal
Capitulo X: Três episódios e muitas Inquietações
Capitulo XI: Práticas Judaizantes em Igrejas Evangélicas
Capitulo XII: Comercialização Gospel
Capitulo XIII: Perguntas e Respostas Objetivas
Capitulo XIV: Reflexão
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Introdução

Numa linguagem simples você vai percorrer os corredores da História do Movimento Pentecostal
e descobrir que o Pentecostes nunca deixou de existir, também vai conhecer os movimentos que
culminaram no pentecostalismo moderno no mundo e sua chegada ao Brasil.

Evidentemente o topo culminante que assinala, o ponto de partida do Cristianismo é o Monte das
Oliveiras. Foi ali que Jesus Cristo o Nazareno, cerca do ano 30 da nossa era, ministrou seus
últimos ensinamentos a cerca de 500 discípulos, antes de ascender aos céus, dos quais 120
permaneceram até o dia dos pentecostes.

No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu sobre aqueles 120 irmãos reunidos, estando ali
também os 12 apóstolos, os quais sendo cheio do Espírito Santo, proclamaram oficialmente as boas
novas do Cristianismo e deram impulso a este movimento começado por Cristo.

O cristianismo iniciou sua historia com um movimento de caráter mundial através do grande
derramamento do Espírito Santo na primavera do ano 30 d.C. e esse avivamento serviu para
iluminar a mente dos discípulos dando-lhes um novo conceito do reino de Deus, fazendo com que
ele compreendesse que aquele reino não era um império político, mas sim um reino espiritual
para conquistar o mundo por amor de Cristo.

Cheios do Espírito Santo, tanto os apóstolos, como os demais cristãos resistiram as perseguições
implacáveis promovidas pelos religiosos e por Roma. É bastante estranho observar essas
perseguições ao Cristianismo dirigidas pelos imperadores Romanos, pelo fato dos Romanos
possuírem uma vasta cultura na área jurídica da lei e do direito, perseguirem pessoas tão cidadãs e
fieis as autoridades como eram os cristãos; mas por outro lado havia algumas coisas que
despertavam, ciúmes, invejas e iras aos romanos e principais autoridades da época.

Umas dessas coisas eram que o Cristianismo considerava todos os homens iguais: um escravo
poderia se eleito bispo da igreja, coisas que os da nobreza não aceitavam, outra coisa era que os
cristãos não aceitavam fazer parte ao culto ao imperador, e outra questão principal, era que os
cristãos pregavam a vinda de um outro rei "Jesus", e sim a Ele adoravam, enquanto que os
romanos veneravam a Cezar; e uma das principais causas também era a ambição pretensiosa de
alguns dos funcionários públicos de se apropriar das propriedades de alguns cristãos ricos, que
morriam durante as perseguições. As perseguições mais fortes foram a que Nero liderou (66 a 68
d.C.), e Dominicano (90 a 95 d.C.). Porém, nem a mais implacável das perseguições conseguiu
apagar a chama pentecostal que ardia nos corações.

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Capitulo I
O Pentecostes
No antigo calendário Deus decretou três festas anuais, as quais deveriam ter santa
convocação, ou seja, onde todos os varões deveriam apresentar-se no Tabernáculo,
ou posteriormente no Templo. Dt 16.16. A Festa dos Pães Asmos, relacionada com
a Páscoa (Dt 16.1-8); a Festa das Semanas, Festa das Primícias ou Festa do
Pentecostes, relacionada com as primícias da colheita de grãos, especialmente a do
trigo e cevada (Dt 16.9-12; Ex 23.16; 34.22); e a Festa dos Tabernáculos ou Festa da
Colheita, relacionada com o fim da colheita. Dt 16.13-16.
Pentecostes uma festa Judaica: Em primeiro lugar, a palavra festa (hag, no hebraico)
significa fazer um círculo. Isso revela o sentido primitivo de festa, isto é, uma
reunião comunitária. Êxodo 5.1. Nela, o povo celebrante reunia, especialmente,
para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam a ser a Bíblia. Em segundo
lugar, o nome Pentecostes vem da língua Grega e significa cinqüenta dias depois, a
saber, da festa da Páscoa. Originalmente, esta festa possuía três nomes hebraicos:
festa das Semanas, festa das Colheitas ou Dia das Primícias. Estes três nomes
revelam um pouco do conteúdo da festa: era agrícola e situada no período das
colheitas. A troca de nome para Pentecostes deu-se a partir do período grego (333-
63 anos antes de Cristo), quando a Grécia dominou culturalmente o mundo. O mais
primitivo motivo desta festa foi gratidão a Deus pelo dom da terra. Posteriormente,
o povo israelita incorporou o motivo de gratidão pela doação da Torá.
Jerusalém como local da Festa: Tudo leva a crer que, originalmente, a Festa do
pentecostes era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo. No projeto
de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram
levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém?
1. Jerusalém é a sede do governo, a capital política e espiritual.
2. Jerusalém é uma cidade que possui uma carga fortíssima de tradição. Sl 48.
3. Jerusalém encarna-se todas as contradições e conflitos.
4. Jerusalém é o centro de todas as tensões da vida judaica:
4.1. Em Jerusalém, sente-se amor dentro da condição de ódio.
4.2. Em Jerusalém, nasce a esperança em meio ao desespero.
4.3. Em Jerusalém, o povo acredita que se dará a plenitude da vida.
1. Fatores que Contribuíram para o dia de Pentecostes
▪ Obediência: At 1.4; 5.32; I Sm 10.1-10; Dt 16.16; Ex 23.17
▪ Oração com fé e unidade: At 1.14; Mt 5.24; Ef 4.3,6,13
▪ Perseverança: At 1.14; 4.13; Is 40.31; 62.6,7; Os 10.12
2. O dia de Pentecostes

▪ Confirmação deste dia - fogo: II Co 3.6; Sl 104.4; Mt 3.11; At 4.13


▪ Natureza do projeto - vento: Jo 3.8; 10.15; 6.63; Gl 5.22; At 2.11
▪ Manifestação pragmática - línguas: At 2.4,8; I Co 14.1-4; Rm 12.1
3. Os resultados do dia de Pentecostes

▪ Crescimento dos apóstolos: At 2.40; 3.14-16; 4.8,13


▪ Crescimento da Igreja: At 2.41,47; 4.4; 5.14
▪ Crescimento da perseguição: At 4.1-3; 5.17,18
Tipologia Bíblica 131
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Capitulo II

A Origem e a Continuidade do Pentecostalismo

A origem do pentecostalismo está em Atos 2, onde encontramos a primeira menção


ao dom das línguas. VV 1-15. Seguindo-se a Festa de Pentecostes, os cento e vinte
discípulos foram ouvidos "em diversas línguas, de acordo com o que o Espírito
Santo lhes ordenou". Havia então em Jerusalém uma diversidade tal de raças e
povos, que representavam "toda nação sob o céu". Todos ficaram "desconcertados",
porque cada um ouviu os discípulos falando das "maravilhosas coisas de Deus" em
sua própria língua. A glossolalia (palavra grega que designa este carisma) então
descrita era, de "histórica, articulada e inteligível". Depois derramamento glorioso
houve outras "manifestações subseqüentes ocorreram em Cesaréia, Palestina, Éfeso
e Corinto, todas as regiões poliglotas".

Perspectiva Histórica

Ao longo de toda a História, desde o dia de Pentecostes que marca de forma


indelével o nascimento da Igreja em Jerusalém até aos dias de hoje, sempre o
batismo no Espírito Santo foi uma experiência à disposição de todo o crente,
embora nem sempre tivesse assumido a dimensão que lhe conhecemos nos
primórdios da igreja e do início do século XX.

No brilhante prefácio de O testemunho dos séculos, o missionário sueco Samuel


Nyström ressalta que um dos motivos pelos quais há poucos registros históricos de
manifestação dos dons espirituais antes do século XIX é que os historiadores,
cessacionistas em sua totalidade, omitiram de suas obras manifestações como
profecias e línguas estranhas, que quando eventualmente citadas eram
apresentadas, nas palavras de Nyström, como “excentricidades passageiras, coisas
inconvenientes até para serem descritas”.

Outro fator é que os casos de glossolalia (como o fenômeno das línguas estranhas é
descrito tecnicamente) foram realmente muito raros depois do terceiro século até ao
período da Reforma Protestante, já que o advento da Igreja Católica Romana, com
os seus dogmas heréticos que afetaram até o conceito de salvação, acabou jogando
a cristandade em uma profunda era de trevas espirituais. Some-se a isso a má
vontade dos historiadores e temos esta escassez de registros. A glossolalia só
voltou a ganhar registros significativos quando retomou com força total nos séculos
XIX e XX.

Experiência Pentecostal até ao Século III

Um deles é citado por Emílio Conde em O testemunho dos séculos. Conde


menciona uma história narrada pelo reverendo Frederic William Farrar (1831-1903),
historiador e deão da Catedral de Canterbury, na Inglaterra. Em suas pesquisas
sobre a Igreja Primitiva, Farrar registra a visita às escondidas de um príncipe
britânico da Corte Romana a uma reunião cristã. Segundo a narrativa, em dado
momento da reunião, “línguas estranhas” foram ouvidas.

Tipologia Bíblica 132


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“As palavras que pronunciavam eram elevadas, solenes e cheias de significação


misteriosa. Não falavam a sua própria língua, mas parecia que falavam toda a
qualidade de idiomas, embora não se pudesse dizer se hebraico, grego, latim ou
persa. Isso se deu com uns e outros, segundo o impulso poderoso quer operava na
ocasião”, transcreve Farrar, que em seguida declara: ”O príncipe os ouvira falar em
línguas. Ele fora testemunha ocular do fenômeno pentecostal que o paganismo não
conhecia”. Esse era um culto da Igreja Primitiva do primeiro século. É só a partir do
século III que a freqüência dos dons espirituais não é mais a mesma.

O outro relato refere-se a um movimento espiritual no segundo século liderado por


Montano que haveria de descarrilar para a heresia por falta de sólido fundamento
bíblico: O movimento surgiu na Frigia, Ásia Menor romana (Turquia), em meados
do segundo século, e visava o despertamento espiritual da Igreja. É que algumas
comunidades cristãs estavam esfriando espiritualmente, inclusive olvidando os
dons espirituais, tão comuns no primeiro século. O adepto mais famoso do
montanismo, como ficou conhecido o movimento, foi Tertuliano, um dos Pais da
Igreja. Montano não tinha cargos eclesiásticos. Ele e três mulheres ricas, Priscila,
Quintila e Maximila, percorriam as cidades pregando a necessidade de viver uma
vida de santidade para estar pronto para a Vinda de Cristo. Havia línguas
estranhas, revelação e profecias. As três mulheres profetizavam. Nas profecias,
Deus falava por meio delas na primeira pessoa: “Eu, o Senhor...”.

Um outro registro vem-nos pela pena do anticristão Celso, citado pelos Pais da
Igreja: Celso, um filósofo pagão que odiava os cristãos, menciona em um dos seus
discursos do segundo século (176 DC) que os seguidores de Cristo falavam línguas
estranhas. O discurso de Celso é citado literalmente nas obras Contra Heresias e
Comentário de João, de Orígenes (254 DC). Orígenes cita-o para comprovar que no
segundo século os cristãos falavam em línguas estranhas. Ou seja, já na época de
Orígenes, línguas estranhas não eram tão comuns. Em seu discurso, Celso afirma
que os cristãos são estranhos e fanáticos, e que em suas reuniões falam palavras
ininteligíveis para as quais uma pessoa racional não consegue encontrar
significado. Ele diz que são línguas muito obscuras.

Além de Tertuliano e Orígenes, apenas mais dois Pais da Igreja citam o falar em
línguas estranhas: Irineu e Agostinho. Irineu era discípulo de Policarpo, que por
sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ele foi bispo em Lyon, na França. A Igreja
de Irineu era uma das poucas comunidades cristãs da época em que os dons
espirituais ainda estavam em plena atividade. Em seus escritos do início do terceiro
século, Irineu afirma: Temos em nossas Igrejas irmãos que possuem dons proféticos
e, pelo Espírito Santo, falam toda a classe de idiomas.

Veio, então, o quarto século, o advento do catolicismo romano, seus dogmas


espúrios e o conseqüente engessamento da Igreja. Mesmo assim, há registros de
que, no quarto século, Pacómio, o fundador do primeiro mosteiro, falava em grego
e latim sem nunca ter estudado essas línguas. Pacómio nunca explicou o caso e
todos começaram a atribuir essas suas habilidades ao Espírito Santo. E, finalmente,
Agostinho, bispo de Hipona, escreve no mesmo período: Faremos o que os
apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, pedindo que o
Espírito Santo caísse sobre eles:
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Esperamos que os convertidos falem novas línguas. Agostinho tinha a expectativa


de que o que era comum até ao terceiro século continuaria a acontecer no quarto.
Porém, quando escreve Cidade de Deus anos depois, já no quinto século, no ocaso
do seu ministério, ele transparece não acreditar mais na contemporaneidade de
todos os dons espirituais.
Assim, depois do quarto século, praticamente não se houve mais falar de línguas estranhas
e de manifestação de dons espirituais. Elas só voltam à tona da Reforma Protestante em
diante. Existiram casos entre os séculos V e XV, pois o Espírito Santo nunca deixou de atuar
plenamente na História, mas foram poucos os que ficaram registrados para a posteridade.
Só no século XII surgem novamente referências concretas a línguas estranhas nos
registros históricos: No século XII, Pedro Valdo, rico comerciante francês do
Delfinado (Leste de França), resolve dar todos os seus bens aos pobres e reúne os
fiéis dispostos a lutar com ele contra o luxo e a opulência do clero romanista.
Nascem, assim, os valdenses, caracterizados pelo desejo de um evangelismo puro.
Por só reconhecerem a autoridade dos Evangelhos, os valdenses foram
excomungados em 1182. Perseguidos por Roma, espalharam-se na região de Lyon,
depois na Provença e até ao Norte de Itália e à região da Catalunha. Segundo
registros históricos, os primeiros valdenses falavam línguas desconhecidas. Esses
registros são ressaltados pelo jornalista norte-americano John Sherrill, em uma pesquisa
que fez sobre o Movimento Pentecostal antes de aceitar o pentecostalismo, e que foi
publicada posteriormente sob o título: They Speak in Other Tongues.
Nos séculos seguintes, há referências a manifestações espirituais entre albigenses e
outros grupos, mas nada muito direto no que concerne a línguas estranhas. O pré-
reformador Girolama Savonarola, do século XV, por exemplo, era usado em
profecia e tinha visões, mas não há referência à glossolalia em seu ministério. De
qualquer forma, isso mostra que os dons espirituais ainda estavam sendo usados,
mesmo que não em sua plenitude, como nos primeiros séculos da Igreja. Afinal, se
a principal doutrina, a da Salvação, ainda precisava ser resgatada, o que dizer das
demais?
Por isso, só após a Reforma Protestante os registros aumentam. Há casos entre os
anabatistas e, segundo o historiador alemão T. L. Souer, em sua obra: História da
Igreja Cristã, no volume 3, página 406, o próprio Martinho Lutero falava em línguas
estranhas: Dr. Martin Lutero profetizava, evangelizava, falava em línguas e
interpretava revestido de todos os dons do Espírito Santo. Essa é a única referência
histórica à glossolalia na vida do célebre reformador, e escrita por um antigo e
respeitável historiador alemão do século XIX.
No século XVII, entre os Quacres, há registro de línguas estranhas. W. C.
Braaithwait, no seu relato sobre as primeiras reuniões dos Quacres, escreveu:
Esperando no Senhor, recebemos com freqüência o derramamento do Espírito
sobre nós e falamos em novas línguas. No mesmo período, há glossolalia entre os
pietistas. O Movimento Pietista nasceu na Alemanha, em 1666. O historiador
Edmund Hamer Broadbeent (1861-1954) cita registros de línguas em cultos pietistas
nos séculos XVII e XVIII: Um estranho êxtase espiritual vinha sobre alguns ou sobre todos,
e começavam a falar em línguas. De quando em quando essas manifestações se repetiam. A
muitos deles, estas coisas pareciam mostrar que, agora, eram um só coração e uma só alma
no Senhor.
Tipologia Bíblica 134
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No século XIX, há um boom de registros de glossolalia. Em 1830, na Escócia, uma


jovem de Fernicarry, chamada Mary Campbell, planejava tornar-se missionária. Ela
começou a orar por isso e, em uma certa noite daquele ano, quando orava junto
com outros amigos, Campbell sentiu poderosamente a presença divina e começou a
falar em um idioma que não conhecia. No começo, pensou que se tratava de uma
língua que a ajudaria na obra missionária, mas nunca pôde identificar que idioma
era aquele.
Na mesma época, em Inglaterra, um destacado ministro londrino, o reverendo
Edward Irving (1792-1834), pastor presbiteriano, recebeu o batismo no Espírito
Santo. Ele e a sua congregação foram excluídos da denominação. Havia línguas e
profecias nos cultos. Foi em Julho de 1822 que Irving, então com 30 anos, foi
convidado a pastorear uma pequena congregação da Igreja da Escócia em Londres,
a Caledonian Chapel. No início do ano seguinte, as multidões que se reuniam para
ouvi-lo eram tão grandes que um novo templo precisou ser construído: a majestosa
catedral de Regent Square. Em 1827, quando o novo templo foi inaugurado, cerca
de mil pessoas freqüentavam os cultos regularmente, fazendo dela a maior igreja
da capital inglesa.
A fama de Irving se devia ao fato de ser um pregador eloqüente. Um historiador
diz que “nenhum ídolo e nenhum pecado escapavam do açoite profético de suas
denúncias abrasadoras”. Mesmo assim, “a alta sociedade londrina ocorria para
ouvi-lo, inclusive distintas personalidades do mundo político e intelectual, como
Canning, Lord Liverpool, Bentham e Coleridge. Embora os seus sermões se
estendessem em média por duas horas, era preciso reservar lugares com dias de
antecedência”.
A partir de 1825, Irving começou a reunir-se com amigos na casa do banqueiro
Henry Drummond, em Albury Park, para estudar escatologia e buscar o Senhor,
pedindo um derrame do Espírito Santo. Então, em 1830, surgiram ocorrências de
glossolalia e profecias na Escócia. Um ano depois, no final de 1831, surgiram
também línguas e profecias nos cultos de Regent Square, a igreja pastoreada por
Irving, que se recusou a proibi-las. Semanas depois, Irving foi afastado do
pastoreado de Regent Square. Mais de 600 pessoas o acompanharam. Após a morte
de Irving aos 42 anos, devido à tuberculose, esse grupo fundou a Igreja Apostólica
de Londres, que aos poucos se diluiu.
Em 1854, falando de um avivamento em uma igreja evangélica da Nova Inglaterra,
um crente chamado V. P. Simmons escreveu impressionado: ”Em 1854, o ancião F.
G. Mathewson falou em línguas, enquanto o ancião Edward Burnham interpretou
as mesmas”. Por essa época, os mórmons anunciaram que falavam em línguas em
uma colônia de Nauvoo, Illinois. O 7º artigo da fé dos mórmons fala sobre a
contemporaneidade dos dons espirituais. Porém, as ocorrências pareciam ser mais
um bluff da seita, para chamar a atenção de curiosos, do que manifestações reais do
Espírito Santo.
Em 1855, jornais publicam que, dentro da Rússia czarista, um pequeno grupo
dissidente da Igreja Ortodoxa Grega falava línguas e profetizava. Em 1873, Ropbert
Boyd escreve sobre uma campanha que o célebre evangelista Dwigght Lyman
Moody fez em Sunderland, Inglaterra:
Tipologia Bíblica 135
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Quando cheguei às salas da Associação Cristã de Moços, encontrei a reunião em


fogo. Os jovens estavam falando em línguas e profetizando. Que significaria isso?
Somente que Moody pregara para eles naquela tarde. Nada se sabe sobre Moody
ter falado línguas alguma vez. Se o fez foi de forma particular. Sabe-se, porém, que
muitos dos que o seguiam falavam em línguas e ele não os criticava por isso.
Moody cria em uma segunda bênção subseqüente à salvação e que consistia em um
revestimento do poder do Alto, que ele e R. A. Torrey chamaram de “batismo no
Espírito Santo”. A diferença é que os dois não ensinavam que línguas estranhas era
evidência externa do batismo no Espírito.

Em meio ao avivamento do século XIX nos Estados Unidos que começou em 1857 e
se estendeu até perto do final do século, e que teve como protagonistas
principalmente Charles Finney e Moody, as ocorrências de glossolalia
aumentaram. Eventualmente, pessoas falavam em línguas nas campanhas de
Moody e Finney. Finney cria também em uma segunda bênção, mas, como Moody,
não a vinculava às línguas. Nesse período, surgiu também o Movimento de
Santidade ou Holiness, como é conhecido em inglês, de onde surgiria o Movimento
Pentecostal no início do século XX.

Nessa época, R. B. Swan, pastor em Providence, Rhode Island (EUA), escreveu: Em


1875, nosso Senhor começou a derramar sobre nós de seu Espírito. Minha esposa,
eu e alguns irmãos começamos a proferir algumas poucas palavras em uma língua
desconhecida. Em 1879, mais outro caso: um crente chamado Jethro Walthall, do
Estado de Arkansas, falou em línguas. Quando o Movimento Pentecostal se inicia,
o caso de Walthall é relembrado e ele escreve: Quando tive essa experiência, nada
sabia do ensino bíblico acerca do batismo no Espírito Santo ou do falar em línguas.
Como Walthall, muitas pessoas passaram pela mesma experiência nos séculos
anteriores, em sua devoção pessoal com Deus, mas por essa doutrina estar relegada
naquele período, guardaram essas experiências para si.

Outro caso ocorreu na viagem do teólogo F. B. Meyer (1847-1929) à Estónia no final


do século XIX. Meyer conta que visitou congregações batistas e viu “uma poderosa
ação do Espírito Santo”. Escrevendo a crentes em Londres, ele diz: “O dom de
línguas é ouvido abertamente nas reuniões, especialmente nas vilas, mas também
nas cidades. (...) O pastor da Igreja Baptista disse-me que muitas vezes as línguas
irrompem em suas reuniões e, quando elas são interpretadas, têm como
significado: Jesus está vindo. Jesus está perto. Esteja pronto. Não seja negligente.
Quando as línguas são escutadas, incrédulos que porventura estejam na audiência
ficam grandemente impressionados.

Em 1880, na Suíça, uma crente chamada Mary Gerber declara que em momentos
especiais de alegria, que descreve como entregar o meu duro coração ao Espírito
Santo, entoa cânticos espirituais em um idioma que lhe é desconhecido. Anos
depois, em visita aos Estados Unidos, Mary estava orando por uma amiga enferma
quando começou a cantar e a profetizar fluentemente em inglês, para espanto dele
e da sua amiga.

Tipologia Bíblica 136


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Um outro caso em especial ocorreu na Armênia, em 1880. Membros da Igreja


Presbiteriana da vila de Kara Kala pediram a Deus um derramamento do Espírito
Santo e vivenciaram um avivamento com línguas estranhas, revelações e profecias.
Nesse avivamento, é profetizado um grande mover de Deus para o final do século,
atingindo todo o mundo. Essa profecia cumpre-se com o advento do Movimento
Pentecostal.

Todos esses casos foram apenas um prelúdio do que aconteceria em Dezembro de


1900 e que deu início ao Movimento Pentecostal.

Surgiram, no século XIX, os pregadores da segunda bênção. Homens de Deus


como: Dwight Lyman Moody; R. A. Torrey; A. B. Simpson; Andrew Murray; A. J.
Gordon; F. B. Meyer e Charles Grandison Finney que passaram a ensinar, à luz da
Bíblia, que a nomenclatura bíblica batismo no Espírito Santo não era sinônimo de
conversão, mas uma experiência subseqüente à conversão e que se caracterizava
por ser um revestimento do poder do Alto para dinamizar o serviço cristão.

Moody, Simpson e principalmente Torrey enfatizavam que todo o cristão deveria


buscar esse revestimento de poder. Porém, nessa época, os cristãos evangélicos
ainda não entendiam que as línguas estranhas eram evidência externa do batismo
no Espírito. Os pregadores da segunda bênção criam na contemporaneidade dos
dons espirituais. Era comum ouvir registros de que em algumas reuniões havia
línguas estranhas, profecia, cura divina, etc, mas nunca se vinculava as línguas ao
batismo no Espírito.

Nesse período, grandes servos de Deus começaram a destacar-se, principalmente


manifestando dons de cura. Alguns deles foram os norte-americanos: John
Alexander Dowie; John Graham Lake e Maria Woodworth Etter. Lake foi curado
em 1886, aos 16 anos, após oração de Dowie em seu Divine Healing Home (Lar de
Cura Divina), em Chicago. Ele convertera-se em uma reunião do Exército de
Salvação, mas passou a congregar na Igreja Metodista ainda adolescente.

Em 1891, John Lake casou com Jennie Stevens e dias depois descobriu que a sua
esposa estava com tuberculose e uma incurável doença de coração. Durante anos
ele orou por ela, até que, depois de ler Atos 10.38, orou pela cura da sua esposa
com fé na Palavra de Deus e viu o milagre acontecer. Era 28 de Abril de 1898. A
partir dessa data, Lake não seria mais o mesmo. Em 1907, sabendo do Avivamento
da Rua Azusa, Lake jejuou pedindo a Deus o batismo no Espírito com a evidência
da glossolalia. Ao final do jejum, recebeu a benção e iniciou o seu ministério
evangelístico com manifestação da cura divina. Dirigido pelo Espírito, foi para a
África do Sul. Antes de morrer, voltou aos Estados Unidos, onde continuou
pregando até partir para a Eternidade em 1935. Quando isso ocorreu, as igrejas sul-
africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião, ambas fundadas por ele naquele
país, já contavam, juntas, com mais de 100 mil membros e 600 congregações na
África do Sul.

Tipologia Bíblica 137


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Maria Woodworth converteu-se a Cristo em 1857, na Igreja dos Discípulos. Passou


um tempo com os Quakers e depois voltou à Igreja dos Discípulos. Quando
pregava em uma congregação da sua igreja, foi batizada no Espírito Santo com
evidência de línguas estranhas. Como essa doutrina ainda não havia sido
popularizada por Charles Parham, Etter entendera apenas que o revestimento do
poder do Alto que recebera viera, nesse caso, acompanhado de línguas. Ela só foi
compreender a experiência que vivenciara posteriormente sua pregação era
acompanhada por visões, profecias, milagres, línguas e libertações.

Quando o Avivamento de Azusa começou, Etter se juntou a ele. Foi só com Charles
Fox Parham que a doutrina do Batismo do Espírito Santo passou a ser entendida
como é hoje. Foi ele quem resgatou a compreensão, bastante clara nos tempos
apostólicos, de que as línguas estranhas eram evidências externa do batismo no
Espírito.

Tudo ocorreu quando Parham, um professor de Teologia pertencente à Igreja


metodista, resolveu abrir um seminário em Topeka, Kansas. Ele abriu a Escola
Bíblica Betel, como passou a ser conhecida, em uma casa que pertencera a um tal de
Stone, que fizera um trabalho mal feito ao construir o lugar. Por isso, o casarão
passou a ser chamado de a tolice de Stone. Era Outubro de 1900 quando ele
começou as aulas para cerca de 40 estudantes. Alguns deles já haviam estudado em
outros institutos bíblicos.

O que atraiu esses alunos foi o fato de a proposta de Parham consistir em promover
um ano de estudos onde ele e os demais alunos estudariam sobre como descobrir o
poder que capacitará a Igreja a enfrentar o desafio do novo século. Seria um ano de
treinamento com estudo da Palavra, oração e evangelismo. Cada aluno teria um
período de três horas do dia dedicadas exclusivamente à oração. Conta-se que
alguns passavam a noite orando. Era também uma escola da fé, como se chamava,
já que nenhuma taxa seria cobrada para moradia e alimentação. O objetivo da
escola era, em síntese, preparar-se para a obra do Senhor e clamar a Deus por um
novo avivamento para as igrejas.

Em 25 de Dezembro de 1900, depois de estudarem sobre Arrependimento,


conversão, consagração, santificação, Cura Divina e Segunda Vinda de Jesus,
Parham precisou viajar, mas deixou uma tarefa para seus alunos. Disse ele: “Em
nossos estudos, nos deparamos com um problema. E o segundo capítulo de Atos?
(...) Tendo ouvido tantas entidades religiosas reivindicarem diferentes provas para
a evidência do recebimento do batismo recebido no Dia de pentecostes, quero que
vocês estudem diligentemente qual é a evidência bíblica do batismo no Espírito,
para que possamos apresentar ao mundo alguma coisa incontestável, que
corresponda de forma absoluta com a Palavra.

Três dias depois, Parham retorna e seus alunos apresentam a seguinte resposta: a
prova irrefutável em cada ocasião era que eles falavam em línguas, e mesmo nas
passagens bíblicas onde as línguas não são citadas na experiência do batismo no
Espírito, elas estão claramente implícitas. Parham concordou com a resposta e
passou a sistematizar a doutrina.
Tipologia Bíblica 138
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
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Porém, em 1 de Janeiro de 1901, a Escola Bíblica Betel saiu da teoria para a prática.
Em um período de oração, a aluna Agnes Ozman, de 18 anos, pediu para que
Parham e os demais alunos impusessem as mãos sobre ela pedindo o batismo no
Espírito Santo. Eram 11h daquele dia quando Ozman se tornou a primeira pessoa,
depois do período apostólico, a receber o batismo no Espírito consciente de que as
línguas eram a sua evidência externa. O poder sobre ela foi tamanho que passou
três dias sem conseguir falar em inglês. Ozman transbordava no Espírito toda a
hora, louvando a Deus em línguas em todos os momentos. Nos demais dias, todos
os outros receberam o batismo, inclusive o próprio Parham, que foi um dos
últimos.

Movimento Pentecostal – Século XX

Com o derramamento do Espírito


Santo na Escola Bíblica Betel, em
Topeka, Kansas, a doutrina bíblica
do batismo no Espírito Santo com
evidência externa de falar em
outras línguas foi redescoberta e
sistematizada. Porém, apesar de
Charles Fox Parham e seus alunos
se dedicaram à divulgação desse
ensinamento nos Estados Unidos,
não foi com eles que o Movimento
Pentecostal ganhou notoriedade. O
mundo só foi dar conta desse
movimento espiritual em 1906, por meio da instrumentalidade de um homem negro e
simples, amante da Palavra de Deus: William Joseph Seymour. Foi ele o homem que
Deus usou para dar início ao célebre Avivamento da Rua Azusa.

Tudo começou quando Neely Terry, uma moradora de Los Angeles que
freqüentava uma pequena Igreja da Santidade, fez uma viagem a Houston, Texas,
em 1905. Ela freqüentou a igreja que William Seymour estava pastoreando. Embora
Seymour não tivesse recebido ainda o batismo no Espírito Santo com a evidência
do falar em outras línguas, estava convencido que era bíblico e pregava esta
mensagem com grande fervor.

Seymour aprendeu a doutrina no batismo no Espírito Santo assistindo às aulas que


Parham ministrava no país sobre o assunto. Quando Parham chegou à sua região,
ele foi até lá ouvi-lo. Porém, como as leis de segregação nos Estados Unidos ainda
eram fortes nessa época, as leis determinavam que os negros não podiam assistir a
uma aula na mesma sala dos alunos brancos. Por isso, ele teve que colocar uma
cadeira no corredor, diante da porta da sala e, dali, assistiu atentamente a todas as
aulas de Parham. Após o curso, inflamado pelo que aprendera, William Seymour
passou a pregar a mensagem pentecostal no Texas.

Tipologia Bíblica 139


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Impressionada com o caráter e a mensagem de William Seymour, ao retornar à


Califórnia, Neely Terry relatou à sua igreja sobre as mensagens avivadas de
Seymour e convidaram-no para visitá-los. Ele concordou em ir. Só que o
empreendimento evangelístico, que havia sido inicialmente previsto para durar um
mês, acabou durante anos. Os planos de Deus eram diferentes.

Seymour chegou a Los Angeles em 22 de Fevereiro de 1906, e dentro de dois dias


estava pregando na Igreja da Santidade de Los Angeles. Ele pregou sobre
regeneração, santificação, cura divina e o batismo no Espírito Santo com a
evidência de falar em outras línguas. Julia Hutchins, líder da igreja, rejeitou o
ensino de Seymour e, dentro de poucos dias, fechou as portas da igreja para ele. O
presbitério da igreja rejeitou o ensino de Seymour. No entanto, em meio à
perseguição, Seymour continuou firme e inabalável em seu trabalho para o Senhor.

Os membros daquela igreja que creram na pregação de Seymour começaram a


realizar reuniões com ele em suas casas. Alguns se sentiam compelidos a passar
horas em oração e outros tiveram visões confirmando que Deus iria abençoá-los em
Los Angeles com um derramamento espiritual. O grupo continuou a reunir-se para
oração e adoração, realizando cultos na casa de Richard e Ruth Asbery na 214
Bonnie Brae Street. Outros tiveram informações a respeito dos cultos e começaram
a freqüentá-los, incluindo algumas famílias brancas que moravam próximas de
Igrejas de Santidade.

Assim, em 9 de Abril de 1906, o derramamento teve início quando Edward Lee foi
batizado no Espírito Santo e começou a falar em línguas após Seymour ter orado
com ele. Os dois então se dirigiram à casa dos Asbery. Lá cantaram um hino,
oraram e testemunharam, seguindo-se uma pregação de Seymour usando Atos 2.4
como texto-chave. Após a mensagem de Lee levantou suas mãos e começou a falar
em línguas. O Espírito de Deus moveu-se sobre aqueles crentes reunidos e seis
outras pessoas começaram a falar em línguas naquela mesma noite. Jennie Moore,
que mais tarde se casaria com William Seymour, estava entre elas. Foi a primeira
mulher em Los Angeles a receber o batismo no Espírito Santo. Ela começou a
cantar em línguas e a tocar piano sob o poder de Deus, sem nunca antes ter
aprendido a tocar esse instrumento.

Poucos dias mais tarde, em 12 de Abril, William Seymour finalmente recebeu o


batismo no Espírito Santo, aproximadamente às quatro horas da manhã, depois de
Ter orado a noite toda. Uma testemunha ocular, Emma Cotton, mais tarde
relembrou aquelas experiências: eles clamaram durante três dias e três noites. As
pessoas vinham de todas as partes. Perto da manhã seguinte, não havia como
entrar na casa. Conta-se que algumas pessoas que conseguiam entrar na casa caíam
sob o poder de Deus sem que houvesse alguém que as sugestionasse a isso, e toda a
cidade ficou agitada. Clamaram ali até o chão da casa ceder, mas ninguém ficou
ferido. Durante aqueles três dias, muitas pessoas que tinham vindo só para ver o
que estava acontecendo receberam o batismo no Espírito Santo. Os doentes ficaram
curados e muitos aceitavam Jesus ao entrarem em casa.

Tipologia Bíblica 140


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
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Após o derramamento inicial do Espírito Santo em Los Angeles, cresceu o interesse


pelos cultos de oração. As multidões tornaram-se tão grandes para a casa dos
Asbury em Bonnie Brae Street, que foram levadas para o quintal da casa. Logo este
espaço também se tornou pequeno. O grupo descobriu então um prédio disponível
na Azusa Street, número 312, que tinha sido construído originalmente como uma
Igreja Metodista Africana. Tendo sido abandonado, o galpão foi usado como um
estábulo para abrigar feno e animais. No entanto, foi consertado e limpo em
preparação para os cultos.

Dentro de poucos dias, a imprensa de Los Angeles tomou conhecimento sobre os


cultos de avivamento realizados na Azusa Street Mission (Missão da Rua Azusa)
por reportagens em jornais publicados por todos os Estados Unidos e no mundo.
Milhares tomavam conhecimento do avivamento e eram atraídos para os cultos em
Azusa. Todos se reunião em adoração: homens; mulheres; crianças; negros;
brancos, hispânicos; asiáticos; ricos; pobres; analfabetos e graduados. Foram
arrebanhados para Los Angeles tanto cépticos como famintos espirituais.

Em Setembro de 1906, um repórter de um jornal local desaprovou os eventos


ocorridos e escreveu que a Azusa Street Mission era uma “vergonhosa mistura de
raças (...) eles clamavam e faziam grande barulho o dia inteiro e noite adentro.
Essas pessoas parecem ser loucas, com problemas mentais ou enfeitiçadas. Elas
afirmam estar cheia do Espírito. Elas têm um caolho, analfabeto e negro como seu
pregador que fica de joelhos a maior parte do tempo com a sua cabeça escondida
entre engradados de leite feitos de madeira. Não fala muito, mas às vezes pode ser
ouvido gritando “Arrependei-vos” (...) Eles cantam repetidamente a mesma canção,
“O Consolador Chegou”.

Em poucos meses, a Azusa Street Mission, que passou a se chamar Apostolic Faith
Mission (Missão da Fé Apostólica - o mesmo nome que Gunnar Vingren e Daniel
Berg deram à igreja fundada por eles no Brasil, e que só passou a ser chamada
Assembléia de Deus oficialmente em 1918), tornou-se a maior igreja da cidade, com
cerca de 1,3 mil pessoas freqüentando os cultos diariamente, e o fervor do
avivamento continuou por três anos.

Os cultos eram realizados de Domingo a Domingo, três vezes por dia: pela manhã,
à tarde e à noite, com o prédio sempre lotado. A mensagem era o amor de Deus, e a
unidade e a igualdade eram prioridades. O historiador Frank Bartleman observou
sobre Azusa: A linha cor foi removida pelo sangue de Jesus. Também às mulheres
eram dadas posições de liderança na Missão. O jornal The Apostolic Faith,
publicado pela Missão, alcançou distribuição mundial, com tiragem de mais de 50
mil exemplares por edição.

Tipologia Bíblica 141


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
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Expansão do Movimento Pentecostal

O movimento pentecostal expandiu-se por todas as partes do mundo. Um dos


pioneiros do Movimento pentecostal na Europa foi Thomas Barratt, um pastor
norueguês metodista que teve contacto com Azusa e trabalhou no florescimento de
igrejas pentecostais na Noruega, Suécia e Inglaterra.

Barratt influenciou o pastor batista sueco Lewi Pethrus, que foi o pioneiro do
Movimento Pentecostal naquele país.

Na Inglaterra, um dos maiores nomes do pentecostalismo nascente foi o pastor


Donald Gee e o teólogo judeu pentecostal Myer Pearlman, da AD nos EUA, foram
os dois nomes que sistematizaram as doutrinas pentecostais. Charles Parham foi
quem sistematizou a Doutrina do Batismo no Espírito Santo, mas foram Gee e
Pearlman que sistematizaram toda a Teologia Pentecostal. Gee, por exemplo, foi o
primeiro a sistematizar a doutrina acerca do uso correto dos dons espirituais.

Na Alemanha, um dos líderes do Movimento da Santidade naquele país, Jonathan


Paul, semeou a mensagem pentecostal. Na Itália, um forte pentecostalismo brotou
por meio dos parentes de imigrantes italianos nos EUA. Muitos desses imigrantes
tiveram contacto direto com o Avivamento de Azusa e retornaram à sua terra para
pregar a mensagem pentecostal aos seus parentes.

Na Rússia o pioneiro do Movimento Pentecostal foi Ivan Voronaev, um imigrante


russo nos EUA. Em 1919, ele fundou a primeira Igreja Pentecostal Russa em
Manhattam, Nova Iorque. Em 1920, Voronaev, de volta à Rússia, começou um
ministério em Odessa. Após nove anos, depois de incrivelmente fundar nesse
curtíssimo período de tempo 350 congregações na Rússia, Polônia e Bulgária,
Voronaev foi preso pela polícia soviética. Acabou morrendo na prisão.

Na Holanda após lerem exemplares do jornal Apostolic Faith (da Missão de Azusa)
falando sobre o Avivamento em Azusa e notícias nos jornais seculares de 1906
sobre o assunto, alguns cristãos holandeses resolveram clamar pela mesma benção.
Assim, em 1907, Deus batizou a esposa do pastor G. R. Polman. No ano seguinte,
foi a vez do próprio Polman. Em 1912 foi inaugurado o primeiro templo
pentecostal em Amsterdã. Depois foi a vez de Roterdão, Hilversum, Utrecht, Ilha
Terscchelling e Haarlem.

Na Suíça o pastor Smith Wigglesworth, um dos grandes nomes da história do


Movimento Pentecostal, foi um dos instrumentos de Deus para trazer a mensagem
pentecostal. Ele trabalhou principalmente na cidade de Berna. Wigglesworth foi
batizado no Espírito Santo em um trabalho dirigido pelo pastor Thomas Barratt, de
quem já falamos. Também trabalhou na África do Sul.

No País de Gales o pastor Alexander A. Boddy foi um poderoso arauto divino,


fazendo conferências pentecostais naquele país e depois pela Europa. Boddy tomou
conhecimento do avivamento lendo os primeiros exemplares do jornal Apostolic
Faith.

Tipologia Bíblica 142


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Estendeu-se pela Ásia

O Movimento Pentecostal na China começou em 1907, com a chegada dos irmãos


A. G. Garr, vindos da Califórnia, (EUA), e acesos pelo fogo de Azusa. As suas
conferências evangelísticas alcançaram centenas de pessoas em Macau, Hong Kong
e Cantão, com dezenas de conversões e batismos no Espírito Santo. Mas, um dos
grandes nomes do pentecostalismo na China em seu início é, sem dúvida, Nettie
Noorman. Ela já era missionária naquele país quando soube do Avivamento da
Rua Azusa. Resolveu, então, em vez de só ouvir falar conferir o que estava
acontecendo. Assim, em Outubro de 1906, Noorman deixou a China rumo a Los
Angeles. Ali, certificou-se de que Azusa se tratava mesmo de obra divina, então,
clamou pelo batismo no Espírito Santo, recebendo-o. De volta à China, os sinais se
seguiram: curas divinas, milagres, batismos no Espírito Santo e muitas conversões
a Cristo.

O Movimento Pentecostal chegou à Índia também devido ao Avivamento da Rua


Azusa. Alguns evangélicos ali receberam notícias do que Deus estava fazendo em
Los Angeles. Um deles chamado Max Wood Morehead, afirmou na época; “Se esta
notícia do que Deus está fazendo em Los Angeles é verdadeira, o dom de línguas
será visto na Igreja em todo o mundo, assim como hoje, em todos os lugares, os
crentes já crêem em cura divina”.

No mesmo ano, a missionária S. C. Easton abriu as portas para os irmãos Garr,


testemunhas oculares de Azusa e batizados no Espírito Santo. Um deles conta:
“Comecei a crer que eu era a pessoa que necessitava de endireitar-se, e não o
evangelista.“ (Testemunho dos Séculos, Emílio Conde [CPAD]). Nos anos seguintes
a mensagem pentecostal espalhou-se entre os cristãos na Índia.

Na Coreia do Sul, depois da guerra entre as duas Coreias, um jovem pastor


assembleiano chamado Paul Yonggi Cho, formado em teologia em um curso do
Instituto Bíblico das Assembleias de Deus na Coreia, foi usado por Deus para um
grande avivamento naquele país, com muitos sinais, principalmente curas divinas.
Hoje, a sua igreja, a Igreja do Evangelho Pleno em Seul, é uma das maiores do
mundo.

Também na África o Pentecostalismo lançou raízes:

O Pentecostes chegou ao Egito em 1907. Um jovem chamado Alexander Paul, natural


do Egito, boi batizado no Espírito Santo nos Estados Unidos. Quando os seus
amigos cristãos no Egito receberam a notícia do que havia acontecido, pediram que
alguém fosse até eles instruí-los acerca dessa bênção. O evangelista G. S. Breslford
foi enviado e, com o apoio de missionários em Jerusalém que já tinham recebido o
batismo no Espírito Santo, fundou o primeiro trabalho pentecostal em Assiout, no
Egito.

Em 1911, foi fundado um orfanato mantido pelos irmãos pentecostais em Assiout,


que atendia cerca de 700 órfãos. Em poucos anos, havia congregações também em
Alexandria e Cairo, algumas com centenas de crentes.

Tipologia Bíblica 143


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O Movimento Pentecostal chegou ao Congo em 1915, por meio dos missionários


pentecostais William Burton e James Salter. O trabalho começou na vila de
Mwanza. Em dez anos, a obra desenvolveu-se tanto que, nesse período, já havia
alcançado três tribos, sete estações centrais, estava com 17 missionários como
auxiliares e 100 evangelistas nativos, todos batizados no Espírito Santo.
A África do Sul também recebeu a chama do Movimento Pentecostal, por meio do
trabalho incansável e fervoroso de homens como o norte-americano John Lake.
Dirigido pelo Espírito, ele foi para a África do Sul. Antes de morrer, voltou aos
Estados Unidos, onde continuou pregando até partir para a Eternidade em 1935.
Quando isso ocorreu, as igrejas sul africanas Missão de Fé Apostólica e Cristã Sião,
ambas fundadas por ele naquele país, já contavam, juntas, com mais de 100 mil
membros e 600 congregações na África do Sul. Nos anos 60, esse número já havia
subido para mais de 120 mil. Mas é no Brasil que o movimento atinge a maior
expressão:
Movimento Pentecostal no Brasil

No início do século XX, apesar da presença marcante de imigrantes europeus de


origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas
tradicionais dos Estados Unidos, o nosso país era ainda quase totalmente católico
romano. Foi só com o advento do Movimento Pentecostal que aconteceu uma
explosão de crescimento do Evangelho no Brasil. O avanço da evangelização do
nosso país deve-se, sem dúvida, ao pentecostalismo, e especialmente à sua vertente
mais tradicional, a Assembléia de Deus.
A origem das Assembléias de Deus no Brasil está intimamente ligada ao
reavivamento espiritual que varreu o mundo no início do século XX, encetado na
América do Norte, e que teve como seu maior expoente o Avivamento da Rua
Azusa.

História das Assembléias de Deus no Brasil

Como Tudo Começou: Enquanto o avivamento pentecostal


expandia-se e dominava a vida religiosa de Chicago, na
cidade de South Bend, no Estado de Indiana, que fica a
cem quilômetros de Chicago, morava um pastor batista
que se chamava Gunnar Vingren. Atraído pelos
acontecimentos do avivamento de Chicago, o jovem foi a
essa cidade a fim de saber o que realmente estava
acontecendo ali. Diante da demonstração do poder
divino, ele creu e foi batizado com o Espírito Santo.

Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma


convenção de igrejas batistas, em Chicago. Essas igrejas
aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que se
chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com Espírito Santo.
Ambos eram de origem sueca e membros da igreja batista em seu país, havendo
emigrado para a América em épocas diferentes.

Tipologia Bíblica 144


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
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Ali, não somente tomaram conhecimento do avivamento pentecostal, mas


receberam-no individualmente de modo glorioso. Posteriormente, já amigos e
buscando juntos o Senhor, receberam Dele a chamada missionária para o Brasil.
Através de uma revelação divina, o lugar tinha sido mencionado: Pará. Nenhum
dos presentes conhecia aquela localidade. Após a oração, os jovens foram a uma
biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde o Pará estava localizado.
Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil. Era uma
chamada de fé, pois para eles, era um lugar totalmente desconhecido.

Rumo ao Brasil: Gunnar Vingren e Daniel Berg


despediram-se da igreja e dos irmãos em Chicago. A
igreja levantou uma coleta para auxiliar os missionários
que partiam. A quantia que lhes foi entregue só deu para
a compra de duas passagens até nova Iorque. Quando lá
chegassem, eles não saberiam como conseguir dinheiro
para comprar mais duas passagens até o Pará. Porém,
esse detalhe não os abalou em nada, nem os deteve em
Chicago à espera de mais recursos. Tinham convicção de
que haviam sido convocados por Deus. Portanto, era da
total responsabilidade de Deus fazer com que os recursos
materiais inexistentes necessários à viagem surgissem.

Chegaram à grande metrópole, Nova Iorque, sem conhecer ninguém, e sem


dinheiro para continuar a viagem. Os dois missionários caminhavam por uma das
ruas da cidade, quando encontraram um negociante que conhecia o jovem Gunnar.
Na noite anterior, enquanto em oração, aquele negociante sentira que devia certa
quantia ao irmão Vingren. Pela manhã, aquele homem colocou a referida
importância em um envelope para mandá-la pelo correio, mas enquanto estava
caminhando para executar aquela tarefa, viu os dois enviados do Senhor surgirem
à sua frente. Surpreso ao ver a maneira especial como Deus trabalhava, o
comerciante contou-lhes sua experiência e entregou-lhe o envelope. Quando o
irmão Vingren abriu o envelope, encontrou dentro dele 90 dólares - exatamente o
preço de duas passagens até o Pará.

Assim, no dia 5 de novembro de 1910, os missionários Daniel Berg e Gunnar


Vingren deixaram Nova Iorque abordo do navio "CleMent" com destino à Belém
do Pará. No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços
de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas
tradicionais, nosso país era quase que totalmente católico.

A Chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg no Brasil

No dia 19 de novembro de 1910, em um dia de sol causticante, os dois missionários


desembarcaram em Belém. Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a
Belém, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para
iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do
Brasil.

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Não possuíam eles amigos ou conhecidos na cidade de Belém. Não traziam


endereço de alguém que os acolhessem ou orientasse. Carregando suas malas,
enveredaram por uma rua. Ao alcançarem uma praça, sentaram-se em um banco
para descansar; e aí fizeram a primeira oração em terras brasileiras. Seguindo a
indicação de alguns passageiros com os quais viajaram, os missionários Gunnar
Vingren e Daniel Berg hospedaram-se num modesto hotel, cuja diária completa era
de oito mil réis. Em uma das mesas do hotel, o irmão Vingren encontrou um jornal
que tinha o endereço do pastor metodista Justus Nelson. No dia seguinte, foram
procurá-lo, e contaram-lhe como Deus os tinha enviado como missionários para
aquela cidade. Como Daniel Berg e Gunnar Vingren estivessem até aquele
momento ligados à Igreja Batista na América (as igrejas que aceitavam o
avivamento permaneciam com o mesmo nome), Justus Nelson os acompanhou à
Igreja Batista, em Belém, e os apresentou ao responsável pelo trabalho, pastor
Raimundo Nobre. E, assim, os missionários passaram a morar nas dependências da
igreja. Alguns dias depois, Adriano Nobre, que pertencia à igreja presbiteriana e
morava nas ilhas, foi a Belém em visita ao primo Raimundo Nobre. Este apresentou
os missionários a Adriano, que imediatamente mostrou-se interessado em ajudá-los
a aprender falar o português. Passado um determinado tempo eles já podiam falar
português. Vingren continuou a estudar a língua, enquanto Daniel trabalhava
como fundidor. Passado algum tempo, Berg começou a dedicar-se ao trabalho de
colportogem.

O Movimento Pentecostal começa a queimar os Corações Brasileiros

Os jovens missionários tinham o coração avivado pelo Espírito Santo, e oravam de


dia e de noite. Oravam sem cessar. Esse fato chamou a atenção de alguns membros
da igreja, que passaram a censurá-los, considerando-os fanáticos por dedicarem
tanto tempo à oração. Mas isso não os abalou. Com desenvoltura e eloqüência,
continuaram a pregar a salvação em Cristo Jesus e o batismo com o Espírito Santa,
sempre alicerçada nas Escrituras.

Todavia, como resultado daquelas orações, alguns membros daquela Igreja Batista
creram nas verdades do Evangelho completo que os missionários anunciavam. Os
primeiros a declararem publicamente sua crença nas promessas divinas foram as
irmãs Celina Albuquerque e Maria Nazaré. Elas não somente creram, mas
resolveram permanecer em oração até que Deus as batizasse com Espírito Santo
conforme o que está registrado em Atos 2.39.

Numa quinta-feira, uma hora da manhã de dois de junho de 1911, na Rua Siqueira
Mendes, 67, na cidade de Belém, Celina de Albuquerque, enquanto orava, foi
batizada com o Espírito Santo. Após o batismo daquela irmã começaria a luta
acirrada. Na Igreja Batista alguns creram, porém outros não se predispuseram
sequer a compreender a doutrina do Espírito Santo. Portanto, dois partidos
estavam criados.

A nova (antiga, Atos 2) doutrina trouxe muita divergência. Enquanto um grupo


aderiu, outro rejeitou. Devido a este movimento pentecostal, Daniel Berg e Gunnar
Vingren e mais 17 simpatizantes foram expulsos daquela Igreja Batista, no dia 13
de junho de 1911.
Tipologia Bíblica 146
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Na mesma noite da expulsão, ao chegarem à casa da irmã Celina, na Rua Siqueira


Mendes, 67, os irmãos resolveram passar a se congregar ali, o que normalmente foi
feito pelo espaço de mais ou menos três meses, com cultos dirigidos pelo
missionário Vingren e pelo irmão Plácido. Daniel Berg pouco falava por ainda estar
atrasado no aprendizado da língua.

A Fundação da Primeira Assembléia de Deus

Assim surgiu a necessidade de que o trabalho fosse organizado como igreja, o que
se deu a 18 de junho de 1911, quando por deliberação unânime, foi fundada a
Assembléia de Deus no Brasil, tendo em Daniel Berg e Gunnar Vingren os
primeiros orientadores.

O termo Assembléia de Deus dado a denominação não tem uma origem definida,
entretanto sugere-se estar ligado as Igrejas que na América do Norte professam a
mesma doutrina e recebem a designação de Assembléia de Deus ou Igreja
Pentecostal. Sobre a questão, é aceitável o seguinte testemunho do irmão Manoel
Rodrigues: Estou perfeitamente lembrado da primeira vez que se tocou neste
assunto. Tínhamos saído de um culto na Vila Coroa. Estávamos na parada do
bonde Bemal do Couto, canto com a Santa Casa de Misericórdia. O irmão Vingren
perguntou-nos que nome deveria dar-se a Igreja, explicando que na América do
Norte usavam o termo Assembléia de Deus ou Igreja Pentecostal. Todos os
presentes concordaram em que deveria ser Assembléia de Deus.

Em 11 de Janeiro de 1968 a denominação foi registrada oficialmente como pessoa


jurídica. Com o nome de Assembléia de Deus. A Assembléia de Deus no Brasil se
expandiu pelo Estado do Pará, alcançou o Amazonas, propagou-se para o
Nordeste, principalmente entre as camadas mais pobres da população. Chegou ao
Sudeste pelos idos de 1922, através de famílias de retirantes do Pará, que se
portavam como instrumentos voluntários para estabelecer a nova denominação
aonde quer que chegassem. Nesse ano, a igreja teve início no Rio de Janeiro, no
bairro de São Cristóvão, e ganhou impulso com a transferência de Gunnar Vingren,
de Belém, PA, em 1924, para a então capital da República. Um fato que marcou a
igreja naquele período foi a conversão de Paulo Leivas Macalão, filho de um
general, através de um folheto evangelístico. Foi ele o precursor do assim
conhecido Ministério de Madureira.

A influência sueca teve forte peso na formação assembleiana brasileira, em razão


da nacionalidade de seus fundadores, e graças à igreja pentecostal escandinava,
principalmente a Igreja Filadélfia de Estocolmo, que, além de ter assumido nos
anos seguintes o sustento de Gunnar Vingren e Daniel Berg, enviou outros
missionários para dar suporte aos novos membros em seu papel de fazer crescer a
nova Igreja. Desde 1930, quando se realizou um concílio da igreja na cidade de
Natal, RN, a Assembléia de Deus no Brasil passou a ter autonomia interna, sendo
administrada exclusivamente pelos pastores residentes no Brasil, sem contudo
perder os vínculos fraternais com a igreja na Suécia. A partir de 1936 a igreja
passou a ter maior colaboração das Assembléias de Deus dos EUA através dos
missionários enviados ao país, os quais se envolveram de forma mais direta com a
estruturação teológica da denominação.
Tipologia Bíblica 147
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As Perseguições

A fundação da Assembléia de Deus repercutia profundamente entre as várias


denominações. O medo que a Assembléia de Deus viesse a absorver as demais
denominações fez com que estas se unissem para combater o movimento
Pentecostal.

No ano de 1911, em Belém, alguns se dispuseram a combater o Movimento


Pentecostal em seu nascedouro. Para alcançarem esse intento, não escolhiam os
meios: calúnia, intriga, delação e até agressão física. Tudo era válido. Chegaram,
inclusive, a levar aos jornais a denúncia de que os pentecostais eram uma seita
perigosa, tendo com prática o exorcismo. Enfim, alarmaram a população. A matéria
no jornal A Folha do Norte, todavia, acabou por atrair numerosas pessoas para os
cultos da nova igreja. Não poderia haver propaganda melhor.

A Chegada em São Paulo

Em 15 de novembro de 1927, por direção divina, chegava na capital de São Paulo o


abençoado casal Daniel Berg e sua esposa Sara, para aqui semearem a boa semente
do evangelho de Jesus. O primeiro culto nesta cidade foi realizado na mesma data
em uma casa alugada na Vila Carrão, um bairro distante do centro da cidade. Este
culto teve a participação do casal de missionários suecos, Simon Lundgren e Linnea
Lundgren, e é a data oficial da fundação da igreja.

Orando muito, eles prosseguiam com as reuniões. Porém, aos poucos, a vizinhança
começou a tomar conhecimento dos cultos. Certo dia, quando estavam orando e
cantando, uma senhora bateu à porta e convidaram-na para entrar. Perguntou-lhes
se eram crentes, e eles responderam afirmativamente. Esta mulher contou-lhes que
havia se convertido na Assembléia de Deus de Maceió, vindo depois para São
Paulo. Em sua casa, vinha por muito tempo, com lágrimas, pedindo ao Senhor
Jesus para que enviasse um servo seu para desenvolver a sua obra na cidade de São
Paulo. O casal Berg compreendeu imediatamente que fora pelas orações desta irmã
que o Senhor lhes enviara à capital paulista. Na família da mesma, haviam pessoas
que estavam sedentas de salvação, que aceitaram o Evangelho com muita alegria.
Muitos vizinhos começaram também a participar das reuniões, recebendo de bom
grado a Palavra do Senhor e a Cristo como seu Salvador.

Alguns dias depois, um grupo de crentes que haviam saído de outra denominação
(discordância doutrinária), passaram para a nova igreja. Entre eles estavam:
Ernesto Ianone e a sua esposa Josefina; Vitaliano Piro e esposa; José Piro e esposa
Elvira; Filomena Salzano e seus filhos Miguel e Luiz Salzano. Ainda faziam parte
deste grupo, familiares da irmã Regina Antunes, de saudosa memória, que em
fevereiro de 1989 passou para a eternidade: sua mãe Angelina Augusta Barretta e
seu irmão Pedro Barretta Hallepian. Nascia assim a Igreja Evangélica Assembléia
de Deus, do Ministério do Belém, que hoje já reúne cerca de 2.000.000 de membros,
e que teve como seus pastores: Daniel Berg, Samuel Nystron, Samuel Hedlund, Simon
Lundgren, Francisco Gonzaga da Silva, Bruno Skolimovski, Cícero Canuto de Lima, e o
atual pastor José Wellington Bezerra da Costa.

Tipologia Bíblica 148


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Sempre houve, no meio do povo de Deus, um remanescente fiel, mesmo em meio


ao obscurantismo de uma cúpula que, notadamente após a liberalização do culto
cristão pelo Império Romano, permitiu a entrada do paganismo na Igreja e
promoveu uma frieza espiritual.

Este remanescente, de tempos em tempos, era despertado pelo Espírito Santo e


movimentos espirituais ocorriam, levando as pessoas a uma vida de maior
intensidade na presença de Deus, uma vida de maior dedicação e de pregação da
genuína Palavra de Deus. Era o verão do Israel de Deus, onde havia pouquíssimas
chuvas e quando as havia, de curta duração. No entanto, enquanto isto se dava,
havia a preparação para a formação de uma safra substanciosa, que será colhida
pelo Senhor antes do grande e terrível dia. Jl 2.28-31.

Esta realidade histórica já havia sido revelada pelo Senhor Jesus, quando ditou as
Suas cartas para as igrejas da Ásia, ao apóstolo João, que se encontrava preso na
ilha de Patmos por causa da Palavra do Senhor. Apoc 1.9,19,20. Com efeito, quando
nos deparamos com as cartas às igrejas da Ásia, vemos que elas dizem respeito às
“coisas que são”, que correspondem à segunda parte do livro do Apocalipse
(capítulos 2 e 3), ou seja, ao período da dispensação da graça, ao tempo da Igreja
sobre a face da Terra.

Estas igrejas estavam estabelecidas em sete cidades diferentes, mas, eram cidades
vizinhas, numa área de aproximadamente 250 km entre as mais distantes (Pérgamo
e Laodicéia). A região incluída seria apenas um canto de um estado brasileiro.

Eram sete igrejas, uma próxima à outra, mas cada uma com a sua própria
personalidade e suas características diferentes. Nestas cartas encontramos igrejas
menos de 50 km distantes com contrastes enormes em atitudes e ações. Os efésios
se mostraram fortes em doutrina e fracos em amor. Os irmãos de Esmirna foram
materialmente pobres e espiritualmente ricos. A igreja de Pérgamo resistiu às
perseguições, mas tolerava a falsa doutrina de Balaão. A de Tiatira era uma igreja
muito ativa, mas que não tirou a má influência de uma mulher imoral e idólatra.
Entre a igreja quase morta em Sardes e a congregação morna em Laodicéia,
encontravam-se os irmãos perseverantes e fiéis em Filadélfia.

Alguns teólogos costumam dividir o livro do Apocalipse em sete partes, mas a


sabedoria divina o dividiu em apenas três, a saber:

1. As Coisas que tens Visto. É a primeira das três divisões deste livro. É, sem dúvida,
a menor das três partes deste compêndio divino: um capítulo apenas! Também pela
duração dos acontecimentos a que se refere.

2. E as que São. Esta se refere à segunda parte do livro. De exposição, pouco mais
extensa em conteúdo (capítulos 2 e 3). No que diz respeito ao tempo, é o mais longo
período: abrange ensinos para a vida inteira da Igreja desde os primitivos tempos, e
como lição tem servido durante toda a dispensação da Graça, até o momento do
arrebatamento.

Tipologia Bíblica 149


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3. E as que depois destas (das duas primeiras) hão de acontecer. A terceira parte é
essencialmente futurística, vai do capítulo 4 a 22. “Porém os fatos decorrerão com
rapidez e as profecias que terão lugar neste tempo, sofrerão uma reação em cadeia
e se cumprirão sucessivamente…”.

Em todos os períodos identificados pelo Senhor (pois cada igreja, nesta perspectiva
histórico-profética, fala-nos de um período da história da Igreja ), temos sempre a
presença de um remanescente fiel ao Senhor, bem como a ação contínua do Espírito
Santo a avivar estes servos fiéis. Assim:
A Igreja de Éfeso (correspondente ao período apostólico, até por volta do ano 100) – uma igreja
que nasce avivada, mas vai perdendo o “primeiro amor”.
A Igreja de Esmirna (correspondente ao período pós-apostólico, mas de perseguições por parte de
Roma, por volta do ano 100 até por volta de 315) – uma igreja que, apesar da presença dos
integrantes da “sinagoga de Satanás”, tem riqueza espiritual e é fiel até a morte.
A Igreja de Pérgamo (correspondente ao período da liberdade de culto por parte de Roma e início
da paganização, por volta de 315 até por volta de 600, com a instituição do Papado ) – uma igreja
que se mantém fiel apesar de habitar onde está o trono de Satanás, ainda que já
sofrendo a infiltração da doutrina de Balaão, da idolatria e dos nicolaítas.
A Igreja de Tiatira (correspondente ao período que vai por volta de 600 até a Reforma Protestante)
– uma igreja se mantém fiel, apesar da tolerância que há com “Jezabel”, com a
idolatria e com as profundezas de Satanás.
A igreja de Sardes (correspondente ao período que vai da Reforma Protestante até o século XIX)
uma igreja fiel em meio a uma igreja que está espiritualmente morta, alheia à volta
de Cristo.
A Igreja de Filadélfia (correspondente ao período que vai do século XIX até o arrebatamento da
Igreja) – a igreja fiel é despertada, evangeliza todo o mundo e é poupada da Grande
Tribulação.
A Igreja de Laodicéia (correspondente ao período que vai do século XIX até o arrebatamento da
Igreja) – a igreja apóstata ou paralela, concomitante a igreja de Filadélfia, mas que,
em vez de se despertar, prefere confiar na sua auto-suficiência e na sua história,
cujo final será trágico: ser vomitada pelo Senhor, perdendo a chance de ser
poupada da Grande Tribulação.
Portanto, não houve período da história da Igreja em que não tenha existido um
remanescente fiel, remanescente este que, por ter o Espírito Santo nele, vez por
outra, como as “chuvas escassas e rápidas” do verão da Palestina, manifestaram-se
em avivamentos que passaram a ser cada vez mais intensos a partir do século
XVIII, culminando no avivamento do início do século XX, que indica o início da
“chuva serôdia”, do derramamento intenso do Espírito Santo antes da volta do
Senhor. Tem fundamento a doutrina pentecostal quando ensina que as Escrituras nos
mostram que o avivamento da Igreja é contínuo, jamais foi interrompido desde o dia de
Pentecostes do ano 30, embora esteja determinado que se intensifique, como está
intensificado nos últimos cem anos, na proximidade da volta .

Tipologia Bíblica 150


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Capitulo III

A Doutrina Pentecostal

A doutrina pentecostal não é uma inovação, nem uma novidade, mas é algo que está
presente na Igreja desde o seu primeiro dia de manifestação ao mundo, ou seja, o dia
de Pentecostes, pois é algo que está na Palavra de Deus e, sabemos todos, que esta
Palavra não muda, nem jamais mudará. Sl 33.11; Mt 24.35; Lc 21.33; I Pe 1.23,25.

Alguém comentou certa vez que o pentecostalismo é um movimento à procura de


uma teologia, como se não estivesse ele radicado à interpretação bíblica e à
doutrina cristã. As pesquisas sobre o desenvolvimento histórico e teológico das
crenças pentecostais têm revelado, contudo, uma tradição teológica bem elaborada.
O Pentecostalismo conquanto possua muita coisa em comum com as outras
denominações evangélicas, apresenta um vívido testemunho da obra do Espírito
Santo na vida e na missão da Igreja.

Para uma compreensão, com profundidade, da doutrina pentecostal, há a


necessidade de se entender os princípios, os conceitos denominados de pentecostal,
ou, pentecostalismo. Com relação ao termo pentecostalismo, ele é originário de
Pentecostes, festa comemorada pelos judeus 50 dias após a Páscoa em
comemoração à descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, (At 2.1-4), daí a
atribuição do nome pentecostalismo. No que diz respeito a nossa concepção,
compreendemos por pentecostais aqueles religiosos que dão ênfase ao “… batismo
do Espírito Santo, que se manifesta na vida do crente através de uma mudança de
orientação pessoal (santificação) e mais concretamente pela capacidade de falar em
línguas estranhas, ou seja, glossolalia”.

Portanto, a essência do pentecostalismo consiste não só em crer que Deus continua


a atuar como nos tempos apostólicos, como também ter a mesma espiritualidade
daquela época. a doutrina pentecostal é, caracterizada não só pela crença de que o
batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, além dos demais sinais
confirmadores da Palavra, são uma realidade para os nossos dias, mas uma
experiência prática destas manifestações na vida de cada crente e de cada igreja
local, devendo assim continuar até que o Senhor nos venha buscar.

Fundamentos da Teologia Pentecostal

Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o


Espírito Santo. Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29.
Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa
para a vida e o caráter cristão. II Tm 3.14-17.
Cremos na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua
ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus. Is 7.14;
Rm 8.34 e At 1.9.

Tipologia Bíblica 151


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Cremos na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que


somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é
que pode restaurá-lo a Deus. Rm 3.23 e At 3.19.
Cremos na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder
atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do
Reino dos Céus. Jo 3.3-8.
Cremos no perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna
justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado
por Jesus Cristo em nosso favor. At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9.
Cremos no batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em
águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o
Senhor Jesus Cristo. Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12.
Cremos na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a
obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador,
inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis
testemunhas do poder de Cristo. Hb 9.14 e I Pe 1.15.
Cremos no batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a
intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a
sua vontade. At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7.
Cremos na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja
para sua edificação, conforme a sua soberana vontade. I Co 12.1-12.
Cremos na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira -
invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande
Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar
sobre o mundo durante mil anos. I Ts 4.16. 17; I Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5.
Cremos que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra. II Co 5.10.
Cremos no juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis. Ap
20.11-15.
Cremos e na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para
os infiéis. Mt 25.46.
Que a santa Palavra de Deus possa fazer de nós cristãos maduros, que defendam a
fé genuína, e não se deixam levar por quaisquer ventos de doutrina, não podemos
esquecer:
▪ Sola fide (somente a Fé);
▪ Sola scriptura (somente a Escritura);
▪ Solus Christus (somente Cristo);
▪ Sola gratia (somente a graça);
▪ Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

Tipologia Bíblica 152


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Capitulo IV

Principais Grupos Evangélicos no Brasil

O protestantismo chegou a terras brasileiras com a invasão holandesa (1624-25). Os


invasores trouxeram consigo a fé reformada e a espalharam-na principalmente
entre os índios. De um inicio não tão expressivo devido à repressão católica que
não admitia outra fé a não ser a implantada pelo catolicismo. As igrejas
protestantes desde então, vem sendo no Brasil, mais do que em qualquer outro
lugar, um fenômeno religioso que desperta o interesse dos peritos nessa área,
devido ao vertiginoso e acelerado crescimento nas últimas décadas, que coloca o
Brasil como segundo país no mundo em número de protestantes, só ficando atrás
dos Estados Unidos. Basicamente são três as ramificações que se apresenta no meio
Protestante:
I. Os Tradicionais
▪ Luterana: fundada por Martinho Lutero (1517)
▪ Anglicana: Fundada pelo rei da Inglaterra Henrique VIII (1534)
▪ Presbiteriana: Fundada por João Calvino (1549)
▪ Batista: Fundada por John Smith (1609)
▪ Metodista: Fundada por John Wesley (1740).
II. Os Pentecostais
▪ Congregação Cristã no Brasil: Fundada por Louis Francescon (1910)
▪ Assembléia de Deus: Fundada por Gunnar Vingren e Daniel Berg (1911)
▪ Igreja do Evangelho Quadrangular: Fundada por Aimee S. McPherson (1950)
▪ O Brasil para Cristo: Fundada por Manoel de Melo (1955)
▪ Deus é Amor: Fundada por David Miranda (1962).
III. Os Neopentecostais
▪ Igreja Universal do Reino de Deus: Fundada por Edir Macedo (1977)
▪ Igreja Internacional da Graça de Deus: Fundada por R. R. Soares (1980)
▪ Sara Nossa Terra: Fundada por Robson Rodovalho (1980)
▪ Renascer em Cristo: Fundada por Estevan Hernandez (1986).
Igrejas Tradicionais

Compreende principalmente as chamadas igrejas históricas que tiveram origem no


início da Reforma Protestante ou bem próximo dela. Igrejas que resultaram da obra
teológica de João Calvino (1509-1564), Ulrico Zwínglio (1484-1531), João Knox
(1513-1572) e outros reformadores, e que adotaram a forma presbiteriana de
governo eclesiástico. Distinguem-se dos outros ramos da Reforma: luteranos,
anglicanos e anabatistas. No continente europeu foi adotado o nome Igreja
Reformada (Suíça, França, Holanda, etc.) e nas Ilhas Britânicas e América do Norte
(Escócia, Irlanda, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos ), Igreja Presbiteriana.
Doutrinariamente, as Igrejas Reformadas adotam, entre outras, as definições
aprovadas pelo Sínodo de Dort (1618-1619) e pela Assembléia de Westminster
(1643-49). Além dos princípios aceitos pelos protestantes em geral (Escrituras,
Cristo, graça, fé, sacerdócio universal), o sistema calvinista dá ênfase à plena
soberania de Deus na criação, providência e redenção.

Tipologia Bíblica 153


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Igrejas Pentecostais

Compreende as igrejas que tiveram inicio no reavivamento nos Estados Unidos


entre (1906-1910). As reuniões eram eletrizantes e barulhentas na Rua Azusa 312
(perto do centro de Los Angeles EUA), começavam às 10 horas da manhã e
prosseguiam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando às 2 ou 3 da
madrugada seguinte. Não havia hinários, liturgia ou ordem de culto. Os homens
gritavam e saltavam através do salão; as mulheres dançavam e cantavam. Algumas
pessoas não resistiam e caiam prostradas.

Uma característica marcante dessas primeiras reuniões foi o seu caráter multi-
racial, com a participação de negros, brancos, hispanos, asiáticos e imigrantes
europeus. A liderança era dividida entre negros e brancos, homens e mulheres. Um
artigo do jornal A Fé Apostólica, fundado por Seymour, dizia no número de
novembro de 1906: “Nenhum instrumento que Deus possa usar é rejeitado por
motivo de cor, vestuário ou falta de cultura”. Outro artigo informava que em um
culto de comunhão que durou toda a noite havia pessoas de mais de vinte
nacionalidades. Uma frase comum na época dizia que “a linha divisória da cor
havia sido lavada pelo sangue”. Diante da longa e terrível história de racismo e
segregação nos Estados Unidos, esse fato só podia deixar maravilhado os
participantes e observadores do avivamento, que viam nisso mais uma prova de
que o movimento vinha de Deus.

Um bom número de pastores respeitáveis foi investigar o que estava ocorrendo e


muitos deles acabaram se rendendo ao que presenciaram. Este mover se espalhou e
se tornou um fenômeno internacional e mundial a partir de 1906.

O Brasil foi alcançado ainda nos primeiros anos do movimento pentecostal norte-
americano, trouxe para o país duas igrejas: a Congregação Cristã no Brasil (1910) e
as Assembléias de Deus (1911). Essas igrejas dominaram amplamente o campo
pentecostal durante quarenta anos. A Assembléia de Deus foi a que mais se
expandiu, tanto numérica quanto geograficamente. A Congregação Cristã, após um
período em que ficou limitada à comunidade italiana, sentiu a necessidade de
assegurar sua sobrevivência por meio do trabalho entre os brasileiros. É
interessante o fato de que, quando chegaram os primeiros pentecostais, todas as
denominações históricas já haviam se implantado no país: anglicanos, luteranos,
congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais. Todavia, o seu
crescimento havia sido modesto.

Na década de 50 e início dos anos 60, surgiram, entre muitos outros, três grandes
grupos também ligados ao pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho
Quadrangular (1951), Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e
Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo especial para a cura
divina.

Tipologia Bíblica 154


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Igrejas Neopentecostais

Um outro momento que merece registro aconteceu na segunda metade dos anos 70
com o surgimento das igrejas denominadas “neopentecostais”, fundadas por
brasileiros como a Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro, 1977); a Igreja
Internacional da Graça de Deus (Rio de Janeiro, 1978); a Renascer em Cristo (São
Paulo, 1986) e a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra (Brasília, 1992) estão
entre as principais. Utilizam intensamente a mídia eletrônica e aplicam técnicas de
administração empresarial, com uso de marketing, planejamento estatístico, análise
de resultados etc. Também são mais liberais em questões de costumes.
Além das grandes denominações pentecostais, existem hoje milhares de
"ministérios independentes" ou novas denominações surgindo anualmente no
Brasil e no mundo.
Paralelamente ao Pentecostalismo, várias denominações protestantes tradicionais
experimentaram movimentos internos, com manifestações pentecostais. Assim
foram denominados "Renovados", como a Igreja Presbiteriana Renovada (originária
da IPB), Convenção Batista Nacional (originária da CBB), Igreja do Avivamento
Bíblico (originária da IMB) e a Igreja Cristã Maranata (originária também da IPB).
Vale lembrar que o Neopentecostalismo apesar do seu crescimento impressionante,
tem gerado muitos "nômades da fé" devido sua a decepção. Ao decepcionar-se
numa igreja, o crente vai em busca de outra. Nas grandes cidades, há um
contingente significativo de evangélicos que circulam, constantemente, de igreja
em igreja, constituindo o fenômeno que os sociólogos chamam de "trânsito
religioso". Eles buscam respostas imediatas aos problemas, "uma vez que vivemos
na era da velocidade. Se as respostas não chegam rápido, o sujeito procura uma
nova igreja".
E o que essas pessoas que são atraídas às igrejas neopentecostais buscam? Que
fiquem ricas, sejam curadas de todo tipo de doença e que todos os seus problemas
sejam resolvidos, desde a falta de dinheiro até a falta de emprego. Essas são
promessas da teologia da prosperidade, que propõe banir a pobreza, a doença.
O problema não está na prosperidade, mas na teologia. Para a teologia da
prosperidade, o crente "deve morar em mansão, ter carrões, muito dinheiro e nunca
ficar doente. Quando isso não acontece, é porque ele está sem fé, em pecado ou
debaixo do poder de Satanás".
Um outro fator preocupante é que hoje em dia, as pessoas na igreja funcionam na
base da emoção, e não pela reflexão. A teologia da prosperidade e todo esse clima
de emoção têm forte apoio na mídia, um instrumento que as igrejas
neopentecostais sabem trabalhar muito bem. Na avaliação do Pastor Paulo Romero
o fator principal que garante a sobrevivência do movimento neopentecostal é o seu
investimento pesado na mídia e o seu sucesso em colocar a igreja no mercado e as
políticas do mercado na igreja. Isso ainda vai durar algum tempo, representando
crescimento dos principais grupos neopentecostais no Brasil. Mas não têm mais o
mesmo ímpeto que tinha no passado "na medida em que os adeptos vão se
decepcionando com a mensagem e a falta de ética de alguns segmentos
neopentecostais, haverá uma volta à Bíblia”.
Tipologia Bíblica 155
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Capitulo V
Rejeição ao Pentecostalismo

O Movimento Pentecostal é desde seu início, tratado como um movimento sem


doutrina, sem fundamentação teológica e os pentecostais são tachados de
antiintelectuais. Esses críticos fizeram e ainda fazem uma análise muito superficial
sobre o pentecostalismo. São pessoas que não conhecem a história e a estrutura
doutrinária dos pentecostais, assim generalizam, classificando o Pentecostalismo
com algo sem fidelidade à Palavra de Deus.

O credo doutrinário das Assembléias de Deus (por exemplo), não foge em nada das
declarações de fé que foram estruturadas na história da igreja. Os críticos do
Pentecostalismo, normalmente cessassionistas, desconhecem a estrutura teológica
do Pentecostalismo Clássico. Em suas análises cometem erros injustos com os
pentecostais. Os erros mais comuns são:

a) confundem pentecostalismo com neopentecostalismo;


b) usam frases heréticas de pastores famosos como se fosse doutrina pentecostal;
c) não procuram livros teológicos de pentecostais para analisarem;
d) costumam sempre generalizar.

É claro que sempre existirá pessoas que pregam doutrinas erradas no meio
pentecostal, mas esse fato acontece até mesmo no meio reformado ou hístórico. Ou
já se esqueceram que no começo do século XX, as heresias do liberalismo teológico
invadiram muito dessas igrejas? Deve-se analisar a doutrina do Pentecostalismo, e
não o ensino de muitos que se autodenominam pentecostais. Como lembra o pastor
Claudionor de Andrade: "Infelizmente, somos confundidos, às vezes, com grupos
se autodenominam pentecostais... Logo, não temos de ser equivocados como tais,
assim como os outros evangélicos não devem ser identificados com as seitas que
surgiram em seu meio e, hoje, são repugnados por todos os que seguem a sã
doutrina."

A história mostra que os pentecostais sempre tiveram ligados ao ensino bíblico (O


pentecostalismo moderno nasceu dentro de uma escola bíblica, o Instituto Bíblico Betel,
com Charles Fox Parham. Parham e seus quarentas alunos, começaram a estudar sobre o
Batismo no Espírito Santo em 1900. A escola tinha com objetivo um estudo aprofundando
na Palavra de Deus e muita oração. Em 1° de janeiro de 1901, Agnes Ozam foi batizada no
Espírito Santo e começou a falar em línguas. Um dos alunos de Paham, foi William Joseph
Seymour, homem que deu notoriedade ao pentecostalismo na Rua Azuza no ano 1906.
Seymour, também, abriu uma escola bíblica no Texas). As Escolas Bíblicas de Obreiro, a
valorização da escola bíblica dominical e o começo (nos anos 60) da tradição de
seminários teológicos no modelo norte-americano, é uma prova que o Movimento
Pentecostal valoriza a teologia ortodoxa.

Todos que pretendem avaliar o pentecostalismo, deve fazê-lo com imparcialidade e


examinar a história e doutrina desse grupo que tantos benefícos trouxe ao
protestantismo. Os pentecostais têm história, uma sã doutrina e ainda são grandes
instrumentos na defesa da fé cristã.

Tipologia Bíblica 156


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Pentecostalismo
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Capitulo VI
Antropomorfismo em Alta

O antropocentrismo é um câncer no seio da igreja. Os males que derivam deles corroem as


bases teocêntricas da igreja cristã. Triste é a igreja que sucumbe aos tentáculos da
secularização e relativização - dois grandes tentáculos desse terrível monstro. Lembremos
da igreja nacional alemã, como foi presa por esses tentáculos vindo apoiar Hitler em suas
campanhas contra os judeus, os cristãos, os negros, entre outros. Outrora, os ardis do
inimigo vinham de fora dos Templos. Na atualidade, ficamos despercebidos das
heresias apresentadas e o povo aplaude sem questionar. At 17.11.

Culto Cristocêntrico ou Antropocêntrico?

"Que culto é este Vosso?" Êxodo 12.26

Um crente que não fora ao culto de domingo, em uma certa igreja, perguntou a um
amigo, na segunda-feira:
- Como foi o culto ontem? Foi bom?
- Não sei. Pergunte a Jesus - respondeu o amigo.
- Como assim? - retrucou o primeiro, estranhando a inesperada e aparentemente
ríspida resposta.
- Não me leve a mal. Você vai ao templo cultuar a Deus ou receber bênçãos?
perguntou o irmão que estivera no culto de domingo. É claro que o Senhor nos
abençoa, quando estamos na presença dEle. Porém, o culto é uma reunião para os
crentes receberem bênçãos, ou, antes de tudo, um momento para adorarmos a Deus
na beleza de sua santidade?

Culto Antropocêntrico

O espírito pós-moderno tem levado muitos crentes à banalização do sagrado.


Milhares de pessoas entram pelos umbrais da igreja evangélica, mas continuam
prisioneiras de suas crendices e de seus pecados. Têm nome de crente, cacoete de
crente, mas não vida de santidade. Em vez de ser instruídas na verdade, são
alimentadas por toda sorte de misticismo. Em vez crescerem no conhecimento e na
graça de Cristo, aprofunda-se ainda mais no antropocentrismo idolátrico, ainda
que maquiado de espiritualidade efusiva.

Dentro desta cosmovisão, os céus estão a serviço da terra. Deus está a serviço do
homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra, mas a vontade
do homem no céu. Tudo tem de girar ao redor das escolhas, gostos e preferências
do homem. O bem-estar do homem e não a glória de Deus tornou-se o foco central
da vida. Assim, o culto também se tornou antropocêntrico. Ele precisa ser moldado
para atingir um determinado tipo de ouvinte cujo perfil deve se encaixar dentro de
um público alvo escolhido pela igreja. Isso diz respeito basicamente ao tipo de
música que será usado nos cultos. Os cânticos são escolhidos para satisfazer o
próprio deleite.

Tipologia Bíblica 157


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Pentecostalismo
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Nesse contexto, a mensagem também precisa agradar o auditório. Ela é resultado


de uma pesquisa de mercado para saber o que atrai o povo. O ouvinte é quem
decide o que quer ouvir. O sermão deixou de ser voz de Deus para ser preferência
do homem. Os pregadores pregam não o que o povo precisa ouvir, mas o que o
povo quer ouvir. A mensagem tem que ir ao encontro, ser sensível às necessidades.
Existem terminologias e assuntos que não são politicamente corretos se alguém
quiser ter um “cliente” que volta.

O misticismo está tomando o lugar da verdade. A auto-ajuda está ocupando o


lugar da mensagem da salvação. Assim, o homem não precisa de arrependimento,
mas apenas de libertação, visto que ele não é culpado, mas apenas uma vítima. O
pragmatismo pós-moderno está substituindo o genuíno evangelho.

A banalização da teologia desemboca na vulgarização da ética. Onde não tem


doutrina bíblica sólida não pode haver vida irrepreensível. A teologia é mãe da
ética. A ética procede da teologia. Onde a verdade é substituída pela experiência, a
igreja pode até crescer numericamente, mas torna-se confusa, doente e corrompida.
O povo de Deus perece quando lhe falta o conhecimento. Onde falta a Palavra de
Deus o povo se corrompe. Outrossim, onde não há santidade, ainda que haja
ortodoxia, o nome de Deus é blasfemado.

A banalização do sagrado é visto claramente nas Escrituras. O profeta Malaquias


denunciou com palavras candentes o desrespeito dos sacerdotes em relação à
santidade do nome de Deus, do culto, do casamento e dos dízimos. A religiosidade
do povo era divorciada da Palavra de Deus. As coisas aconteciam, o povo vinha ao
templo, o culto era celebrado, mas Deus era não honrado.

Jesus condenou, também, a banalização do sagrado quando expulsou os vendilhões


do templo. Eles queriam fazer do templo, um covil de salteadores; do púlpito, um
balcão de negócios; do evangelho, um produto de mercado e dos adoradores,
consumidores de seus produtos.

O livro de Samuel, outrossim, denuncia esse mesmo pecado. O povo de Israel


estava em guerra contra os filisteus, pensando que Deus estava do lado deles,
mesmo quando seus sacerdotes estavam em pecado. Porém, quatro mil israelitas
caíram mortos na batalha, porque o ativismo não substitui santidade. O povo, em
vez de arrepender-se, mandou buscar a arca da aliança, símbolo da presença de
Deus. Quando a arca chegou, houve grande júbilo e o povo de Israel celebrou
vigorosamente a ponto de fazer estremecer o arraial do inimigo, mas uma derrota
ainda mais fatídica foi imposta a Israel e trinta mil soldados pereceram, os
sacerdotes morreram e a arca foi tomada pelos filisteus.

Alegria e entusiasmo sem verdade e sem santidade não nos livram dos desastres.
Rituais pomposos sem vida de obediência não agradam a Deus. Deus está mais
interessado em quem nós somos do que no que fazemos. Deus não aceita nosso culto nem
nossas ofertas quando ele rejeita a nossa vida. Antes de Deus aceitar o nosso culto, ele
precisa agradar-se da nossa vida. É tempo de examinarmo-nos a nós mesmos e
voltarmo-nos para o Senhor de todo o nosso coração.

Tipologia Bíblica 158


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Pentecostalismo
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Portanto, infelizmente o culto divino, em muitas igrejas, vem sendo substituído por
espetáculos e shows. Em vez da simplicidade do cenáculo, a grandiosidade dos
banquetes de Assuero. A pirotecnia ofusca a glória daquele que se acha entronizado
entre os querubins. E o Cordeiro de Deus tem como sucedâneo o bezerro de ouro.
Púlpitos são transformados em palcos; obreiros fazem-se animadores de auditório; os
santos tornam-se meros espectadores e consumistas. Se algum pecador anseia por
Deus, oferecem-lhe um evangelho falso, destituído das boas novas do Calvário e sem
poder para salvar. Ao invés da mensagem do arrependimento, o que nos querem
empurrar é um marketing comprometido com os costumes do Egito e com a cultura de
Canaã.
Culto Teocêntrico

O culto cristão tem sido ameaçado por dois inimigos perigosos. : O formalismo que
sacramenta o modo de adorar a Deus, anulando um contato vital com Deus (Ex.: A
igreja de Éfeso perdeu o primeiro amor, caiu no formalismo; forma externa,
fachada) e uma espontaneidade excessiva que encoraja a liberdade desprezando
qualquer forma criando confusão e desordem (Ex.: A igreja de Corinto que amando
a liberdade perdeu a santificação).

A forma do culto deve ser o veículo adequado para conduzir o adorador a um


encontro real com Deus. O ideal é juntar a forma com a expressão interna do
coração, coadunando isto ao máximo, com a verdade revelada na Bíblia sobre a
pessoa de Deus.

1. Culto Teocêntrico: O culto não é para agradar ao homem, mas para agradar a
Deus. A adoração não tem de ser, e nem deve ser, desagradável aos adoradores.
Contudo, essa adoração não pode ter como meta agradar ao homem usando como
molde os seus gostos. O culto original era teocêntrico e não antropocêntrico.

2. Adoração tributada exclusivamente a Deus: De acordo com a Bíblia, a adoração


está associada à idéia de culto, reverência, veneração por aquilo que Deus é (Santo,
Justo, Amoroso, Soberano, Misericordioso, etc... [Sl 96.9; Ap 4.8-11; 7.11-12; 11.16-17]),
ou seja, independente do que Deus faz, fez ou fará nós devemos adorá-lo pois Ele é
Deus.

3. O louvor tributado a Deus: O louvor não é para agradar os participantes do culto


e sim a Deus. É comum escutar a seguinte frase: o louvor foi fraco. Há algo de
errado com esse sentimento, pois mostra que a pessoa estava buscando satisfação
própria. (culto antropocêntrico). O louvor não é para mexer com o nosso
sentimento ou esquentar o crente para a mensagem ou, muito menos, para
preencher o tempo. Ele deve ser dirigido a Deus, em espírito e em verdade. O
louvor é parte do culto; é para Deus. (culto teocêntrico). O autêntico louvor brota
de um coração que sente gratidão, em reconhecimento a tudo quanto Deus já fez,
(obra de salvação) está fazendo e fará. Ef 5.18-20.
Razões apresentadas no livro de Salmos, para louvarmos ao nosso Deus:
▪ Por sua majestade. Sl 96.6
▪ Por sua glória. Sl 138.5
▪ Por sua excelência. Sl 148.3
Tipologia Bíblica 159
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▪ Por sua grandeza. Sl 145.3


▪ Por sua bondade. Sl 107.8
▪ Por sua misericórdia. Sl 89.1
▪ Por sua longanimidade e veracidade. Sl 138.2
▪ Por sua salvação. Sl 18.46
▪ Por suas maravilhosas obras. Sl 89.5
▪ Por suas consolações. Sl 42.5
▪ Por seus juízos. Sl 101.1
▪ Por seu perdão. Sl 103.1-3
▪ Por sua proteção. Sl 71.6
▪ Por sua resposta às orações. Sl 28.6

3. O Adorador prostrado em adoração: Mas a hora vem, e agora é, em que os


verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai
procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito e é necessário que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade (João 4.23,24). Há apenas um requisito
básico que todo o participante do culto deve saber e que se resume essencialmente
numa palavra: Vida. Se não há vida santa, espiritual, vida comprometida com
Deus, com a igreja, com a santidade, vida no altar o espírito do verdadeiro louvor e
adoração a Deus não flui nos cultos.

Adoração é um estilo de vida, tanto individualmente quanto corporativamente. Cl


3.15-16; Sl 95. Há uma expressão comum no meio pentecostal que é a
expressão: “culto vivo”. Todo culto a Deus tem que ser vivo, não desregrado,
liberal, onde todo mundo participa, mesmo sem vida cristã reta. Digo que não há
culto vivo sem vida no altar.

Mantras e Extravagâncias

Estou preocupado com duas tendências negativas, muito fortes no meio musical
das igrejas brasileiras. A primeira diz respeito a nova onda da adoração
extravagante. Os cantores e editores resolveram utilizar uma palavra negativa em
seus cds e livros, pois ouve-se, agora, sobre adoração extravagante! Consulte
qualquer dicionário e verá que a palavra extravagante não tem o mesmo sentido
que lhe querem dar. O sentido dela é mais negativo que positivo! O Dicionário
Português Michaelis, por exemplo, dá a seguinte definição para extravagante: 1. Que
extravaga. 2. Estulto, imbecil, insano, insensato. 3. Estróina, gastador. 4. Esquipático,
esquisito, singular. 5 Que anda fora do seu lugar. s m f Pessoa que tem vida irregular e
dissipadora.

Eles querem dizer adoração extravasante, que se derrama, que se extravasa, como
um rio que sobe pela ribanceira, ou a água que transborda do copo, etc. Eis o
problema dos tradutores: dar o mesmo sentido do inglês a uma palavra em
português! Não há dúvidas de que se vê muita extravagância nos cultos e reuniões
da igreja, como se, para adorar a Deus tivéssemos que assumir outra
personalidade. Para esses cabe bem o título de extravagantes, mas não para o
verdadeiro adorador que adora a Deus em espírito e em verdade!

Tipologia Bíblica 160


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Porque adoração não é um momento de levantar as mãos, de se prostrar ou de


coreografar, adoração é um estilo de vida que pode incluir essas coisas, mas
redunda, basicamente, numa vida de devoção e de serviço! Resumindo, a maioria
dos cantores e pregadores está confundindo adoração como um momento de culto,
quando na realidade, adoração é um estilo de vida!

Minha segunda preocupação diz respeito aos "mantras" na maioria dos cultos de
adoração. Deixe-me explicar uma coisa: Quando o adorador penetra no mundo
espiritual transita entre o falso e o verdadeiro, entre o divino e o satânico, porque
penetra no campo da mística ou das revelações. Três dos dons espirituais são de
revelação: palavra de conhecimento, sabedoria e discernimento de espíritos,
porque o que se vê e se recebe nessa área transcendem a razão; estão além do
conhecimento humano, daí a necessidade do discernimento de espíritos que
permite julgar a fonte do conhecimento e da sabedoria! E na adoração, a música
penetra nesse campo transcendental.

Paulo aborda essa questão quanto ao orar em línguas, porque é algo tão
sobrenatural que o espírito ora, mas a mente fica infrutífera! Daí que a experiência
cristã é, ao mesmo tempo, mística e pragmática. Quando se ora em línguas é
mística; quando se interpreta, o Espírito Santo traz a revelação ao nível do
entendimento humano, porque a vida cristã não é de mistério, mas de revelação!
Ele diz: "Cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente". E na
adoração com música canta-se com a mente, mas também com o espírito!

Quando se canta no espírito entramos no mesmo terreno do falar em línguas - nada


se entende a menos que haja interpretação! O cântico espiritual é dinâmico,
melódico, tem altos e baixos e um cântico difere do outro! Em melodia e em letra. E
varia de uma pessoa para outra. A questão é que o mantra e o cântico espiritual
operam no mesmo terreno espiritual em que a divisa, ou fronteira entre os dois é
também espiritual, tênue, imperceptível! Se o adorador não tiver discernimento
poderá entrar ou ser levado pelo dirigente de adoração a cantar mantras em vez de
cânticos espirituais.

E muita de nossa adoração foi invadida pelos mantras coletivos de nossos cultos,
em que refrões, ou repetições, a mesma "batida" do ritmo, a repetição de sons e
frases confundem-se com cânticos espirituais e não são!

Alguns dos dirigentes de adoração trazem mantras enrustidos em seus cânticos,


que, ao fim deixam o adorador "prostrado", não no sentido de prostração
voluntária, de quebrantamento, mas de uma adoração depressiva, compulsória, em
que o lamento e dor não dão espaço a alegria e gozo. Ao fim de uma hora ouvindo-
se certas melodias sentimo-nos verdadeiros trapos humanos! Seria bom que alguns
dirigentes de louvor estudassem mais a fundo o poder oculto da música! A
verdadeira adoração tem esse "fundo" de tristeza e quebrantamento, mas também o
"pico" de gozo e alegria!. Devemos tomar cuidado em relação ao “mantra gospel”.

Tipologia Bíblica 161


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Capitulo VI

Os Bastidores da Pregação dos Lideres das Igrejas Modernas

Baseada em fé-fácil numa suposta salvação fácil, que


produz uma vida fácil, sem crises ou conflitos com o
mundo. Através de um engenhoso linguajar ora
mundanizado, ora espiritualizado Fala de qualidade
de vida, espiritualidade, missões, evangelismo,
discipulado, orações, ministérios, etc... mas estas
palavras ganham novos significados, que são
estranhos a Bíblia.

A Bíblia é usada como pretexto: Porque, quando se


usa Metodologia Pragmática (os fins justificam os
meios) usam qualquer técnica que dão resultados
garantidos e imediatos (especialmente as baseadas
nas ciências humanistas como psicologia de
marketing, sociologia), e neste contexto a Bíblia entra
apenas para sacramentar métodos mundanos, que
violam os princípios bíblicos absolutos de “santificação do crente, separação, não
conformismo e diferenciação do mundo” e assim a Bíblia é violada pela apóstata
pregação moderna.

Ministrando numa época em que os ouvidos comicham: II Tim 4.3,4 Porque virá tempo em
que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para
si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da
verdade, voltando às fábulas. Paulo não constrangeu Timóteo a fazer uma pesquisa
de mercado/opinião, nem a fazer os desejos, o que agradasse o povo!. Ao
contrário, lhe ordenou que pregasse a Palavra fiel, sistemática, paciente, e
reprovantemente e deixasse-a confrontar frontalmente o espírito da época.

Mensagem Corrompida: Exemplo: em um sermão de formandos em Direito, eu ouvi


um pastor da uma igreja de uma renomada denominação dizer "Cristo foi o mais
sábio dos homens, pois foi ele que ensinou Mt 5.6", depois o pastor fez citações do
"admirável Brecht" (ímpio teatrólogo alemão), depois ele disse que "salvação é
processo, resulta de praticar justiça", depois citou a "admirável Madre Teresa de
Calcutá, que Deus a tenha", e finalizou convocando todos "ao invés de hino,
cantemos, 'Amigos para Sempre', do Julio Iglesias" ). Tenho ouvido e lido
aberrações até mesmo de pregadores e professores que se julgam a nata da
ortodoxia e fundamentalismo.

Alguns pastores abandonaram sua vocação de portadores de boas novas.


Assumiram novos papéis: animadores de auditórios e levantadores de fundos. O
púlpito transformou-se em mero palco. A igreja, simples platéia. O clero
arremedou a fama dos artistas. Com estilos de vida extravagantes e caros inebriam
as multidões que também almejam galgar a celebridade.

Tipologia Bíblica 162


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Outros viram-se como empresários, vestiram-se como empresários e, pasme,


contrataram guarda-costas armados para serem protegidos. Acham-se
seqüestráveis. Os cultos já não estão centrados na máxima de João Batista – importa
que ele cresça e que eu diminua. Sermões podem ser facilmente confundidos com
palestras de neurolingüística. Cantores e "artistas" se atropelam querendo renome e
gordos cachês. O cristianismo ocidental não conseguiu salgar, perdeu o sabor e
conformou-se em ser raso.

Um Evangelho que agrada o homem mundano é antibíblico

1. O evangelho visa levar o pecador ao arrependimento e não confortá-lo, Mt 9.13.


2. O evangelho moderno não é autêntico.
2.1. Um evangelho agradável, divertido e contextualizado a moda do dia.
2.2. Prega uma mensagem simples e alegre e que não ofenda o ouvinte.
2.3. Procura impressionar com testemunhos de sinais, visões e prosperidade.
2.4. Procura usar pessoas famosas pretensamente convertidas como atração.
2.5. Procura seduzir o ouvinte, mostrando as vantagens materiais a curto prazo.
3. A pregação moderna é Humanista, Liberal, Pragmática e Hedonista
3.1. Humanista começa a partir dos interesses e necessidades visíveis do homem
3.2. Liberal segue o movimento teológico que rejeitou a Bíblia como auto suficiente
3.4. Pragmática onde os fins justificam os meios (o critério são resultados visíveis)
3.5. Hedonista porque visa dar ao ouvinte aquilo que lhe agrada e dar prazer.
3.6. As igrejas modernas pesquisaram o que o ouvinte moderno quer.
3.6.1 Este é o resultado da pesquisas de marketing feitos pelas novas igrejas.
3.6.1. Participar dos cultos de forma anônima - sem compromisso;
3.6.2. A mensagem deve ser simples e não confrontadora, mas confortadora
3.6.3. Que o ambiente lhe deixe sem qualquer receio.
3.6.4. Que a pregação trate de assuntos contemporâneos e relevantes
3.6.5. Que não lhes impões restrições a vida que tinham antes
3.6.6. Que possam conciliar sua vida no clube social com sua vida na igreja
3.6.7. Querem ter uma consciência tranqüila
3.7. Para satisfazer seus "clientes" as igrejas se voltaram para métodos mundanos e
para técnicas e estratégias:
3.7.1. De "Comercialização" (Marketing - tudo para agradar ao cliente)
3.7.2. De "Entretenimento" (Em vez do culto tradicional, um grande show)
3.7.3. De "Liberalismo Ético" (flexibilização e relativismo, nada de radicalismo)
3.7.4. De "Misticismo" (técnicas psicológicas e espirituais de conduzir ao êxtase)
3.8. Pregadores Cotonetes
Para satisfazer seus "clientes" as igrejas buscam “pregadores cotonetes”que
coçam a coceira mundana dos ouvidos rebeldes. Foi assim que, parafraseando
Paulo (II Tm 4.3), o Pr. Gerson Rocha denominou, os pregadores modernos, são
eles que aliviam as concupiscências e paixões irrefreáveis do novo "povo
evangélico" ardente de paixões mundanas. Estes pastores e pregadores cotonetes,
tomam as paixões mundanas e envernizam com um brilho religioso, dando assim,
as coisas mundanas um colorido que parece cristão, porém, embora, chamem estas
coisas travestidas de cristianismo de "evangélicas" e "gospel", com certeza, elas não
tem nada com, o evangelho simples e puro de Cristo.
Tipologia Bíblica 163
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Capitulo VII
Culto que não Agrada a Deus

De acordo com Isaías 1.10-17, a maior queixa contra


o povo é que este desobedecia continua e
abertamente ao Senhor, mas continuava a lhe
oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como se
nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da terra. Deus diz que
aquilo era abominável (v.13), porque ele não podia "suportar a iniqüidade
associada ao ajuntamento solene". O povo vinha até a presença de Deus, cultuava
mas não mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de pecados e sem
arrependimento, pensando, talvez, que bastava cumprir os rituais e tudo estaria
resolvido.

Esse povo aparentemente participava com animação de todos os trabalhos


religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda era um povo muito
dado à oração. Uma oração altamente emotiva, pois eles "estendiam as mãos" e
"multiplicavam as orações" (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma ouviria,
pois eram mãos contaminadas e, certamente, orações vazias. Eram hipócritas.

O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a mera formalidade,
aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas
interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração
agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável
ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías,
dizendo: "este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me
honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só
em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu..." Is 29.13.

Ou seja, o que está nos lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas.
No fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São
invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O resultado
final, é que o formalismo, associado à corrupção doutrinária, produzira um
tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto a Deus.

Características do culto que não agrada a Deus:

Culto que marginaliza a Bíblia: A Bíblia é usada, não como texto, mais como pretexto
ou excitante das experiências emocionais e místicas da multidão; de fato, a
autêntica pregação do evangelho é substituída por uma pregação água com açúcar,
demagógica e mercenária, onde os aspectos radicais do evangelho são amenizados
ou totalmente tirados. Em muitos casos a pregação é trocada pelos múltiplos
testemunhos de curas, prosperidade, exorcismos etc.; Além, do alongamento quase
interminável de cânticos, teatros, e apresentações especiais.

Tipologia Bíblica 164


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Culto místico: onde a fé é algo mais a ser sentido do que entendido. No misticismo
perde-se o vínculo com o racional e consciente [aquilo que pode ser explicado e
verbalizado] e afunda-se no inconsciente em busca do êxtase ou percepção
sobrenatural, direta e especial de Deus. Isto não só leva ao fanatismo e superstição,
como faz o místico ser cada vez mais valorizado, e a Bíblia cada vez menos, como
única fonte de revelação divina. Sua busca psicótica (insana) por sinais, poderes
miraculosos e novas revelações contemporâneas, faz da Bíblia um livro obsoleto,
irrelevante. A Bíblia é trocada pelo profeta de plantão, ou pela pessoa que alega
“ter comunicação sobrenatural direta com Deus, a viva voz”.
Culto do descontrole emocional: As emoções literalmente explodem em gritos,
urros, choro, tremores, suspiros, quedas, calafrios, delírios e em alguns casos, em
histeria coletiva. Este descontrole é condenado em I Coríntios 14.32,33.
Culto Aeróbico ou Culto do Corpo: Onde o corpo vestido de acordo com a moda
sensual do mundo, balança solto em coreografias nunca antes imaginadas para um
templo cristão. O movimento é liberado em danças e ginásticas rítmicas e
psicodélicas de grande estimulo místico e sensual, na realidade, tudo passa a ser
regido pelo compasso da carne e não do Espírito. O resultado disto tudo é
lastimável. O culto Bíblico deve ser uma manifestação do espírito e não do corpo.
Jo 4.23-24. “Cantando e salmodiando ao Senhor em vosso coração” fala de uma
devoção interior. Ef 5.19. O corpo deve ser “esmurrado” e não estimulado
carnalmente. I Co 9.27; Gl 6.17.

Culto Psicológico [falsamente dito espiritual ]: Onde tentam numa imitação, barata e
falida da terapia de grupo mundana, e pelo soltar-se do corpo e da mente trazer
extravasamento emocional e psicológico, além de satisfação e saúde psicológica,
porém o resultado é patológico ou instalador de enfermidades espirituais – O
adorador é levado a imaginar que deve sempre estar se sentido bem, vitorioso, e
animado – quando a vida com Cristo é fraqueza, fortalecida pela graça.
No reino da graça não há lugar para o super crente, mas somente para o crente
humilde e sincero, que espera confiadamente em Deus, sem ter de lhe exigir ou
cobrar ou determinar nada - A saúde e força espiritual do crente não devem ser
derivadas do efeito psicológico exercito pela explosão emocional de um grupo.
Culto Fabricador de Espiritualidade Sintética: O que conseguem é causar ilusão
coletiva - criar uma espiritualidade emocional fantasiosa e passageira – não real,
onde mesmo alguém que vive escandalosamente no pecado pode participar do
louvor (do extravasamento ou descarrego) animadamente, pois a ênfase não é
racional, não passa pela consciência. É um culto visceral, onde o som da batida
forte da bateria e dos mais diversos tambores, junto com o balanço do corpo, faz
alguns adoradores se sentirem com a consciência aliviada, e outros que exploram o
lado místico sintam-se super poderosas e dotadas de grande autoridade.
Culto Existencialista: Marcado pela tensão entre a satisfação aqui - agora e a
insatisfação vinda quando o novo sofre o desgaste da rotina - onde a busca pelo
sentir-se sempre bem gera ansiedade e procura constante de renovação do culto e
das novidades estimulantes – ainda, nesta busca frenética e desnorteante, quase
tudo é válido, desde que feito em nome de Jesus.
Tipologia Bíblica 165
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Culto antropológico-Sincretista-Ecumênico: Embora falem muito do Espírito Santo,


de culto como encontro com Deus, na realidade, a prioridade é dada ao homem,
suas ansiedades, suas necessidades, o que pode lhe agradar ou ofender a sua
sensibilidade cultural e psicológica. De modo que, tenta-se a quase qualquer preço
reduzir ao máximo qualquer choque traumático com as culturas sociais e religiosas
vigentes.
Culto do Marketing: Todo um marketing, ou pesquisa de campo para saber o que
melhor agrada ao cliente-membro são feitos, tudo para que o culto seja agradável
ao povão, de modo, que o templo, seja literalmente um “clubão”, com direito a tudo
que tem de mais moderno, em termos de massageamento psicológico do eu,
levantamento neurolingüístico da auto-estima, show pirotécnico, recreação e lazer
não muito longe dos padrões do mundo, etc.
Culto Espetáculo-Show: O pastor deixar de ser o pregador, para ser o animador de
palco, a platéia se transforma num grande circo, ou casa de show, onde artistas
bem pagos se apresentam com testemunhos, bandas e conjuntos de música gospel
que tecnicamente rivalizam com os cantores do mundo e músicas criadoras de
excitação de massas. O ambiente, o programa, a pregação açucarada, o ofertório, e
o apelo, são montados para produzir os efeitos psicológicos previamente
arquitetados.
Do ponto de vista humano, tudo parece muito gostoso e agradável, tanto que
seduz e arrebanham grandes multidões. Muitas vezes são igrejas superlotadas,
capazes de levantar grandes somas de dinheiro em um só culto, mas o povo não se
queixa da extorsão religiosa, afinal, pagaram para ter um show que lhes agradasse,
foi o tiveram, portanto, não têm do que reclamar.
Portanto, toda a dinâmica do culto nas igrejas de hoje parece ser com o objetivo de
atingir o homem, enfatiza-se a experiência em detrimento da razão. Os sentimentos
são supervalorizados. "Nesse sentido, a liturgia contemporânea tem sido
fortemente acusada de ser um meio para se atingir as emoções”.
E o que fazer para atender a classe média? Na segunda metade do século passado,
surgiram os "cultos espetáculos". A idéia de púlpito ou altar cedeu lugar à de um
palco. Muito diferente da solenidade do culto litúrgico. Nesse caso, a mensagem
tem que ser curta, sem profundidade, e apelar para a paz interior. Entretanto, a
mensagem e a doutrina são superficiais, há pouco comprometimento com padrões
cristãos de conduta.
Conforme Don Hustad, professor de música religiosa no Southern Baptist
Theological Seminary, nos Estados Unidos, "muitas igrejas reavivamentalistas de
hoje decidiram reformular seu estilo de acordo com o que é apresentado na
televisão. ... Os organizadores do culto para a superigreja estão convencidos de que
devem planejar programas atrativos para os inconversos, com uma exibição de
estímulo emocional igual ao que é executado por artistas profissionais do show
business secular". E com ele ecoa Valdeci dos Santos: "Um dos meios pelos quais
essa ênfase humanística em nosso meio se manifesta é através de nossa busca
frenética por entretenimento. ... Neste contexto, o culto foi transformado em um
programa e o desejo de se obter felicidade é certamente maior do que o de se obter
santidade.
Tipologia Bíblica 166
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Capitulo VIII
Culto que Agrada a Deus

1. O culto que agrada a Deus nada tem a ver com local de culto
2. O culto que agrada a Deus nada tem a ver com forma de culto
3. O culto que agrada a Deus deve ser uma celebração. Êx 12.24-27
4. O culto que agrada a Deus contém ordem e decência. I Co 14.40
5. O culto que agrada a Deus deve edificar a todos. I Co 14.26-40
6. O culto que agrada a Deus é reverente, Ecl 5.1
7. O culto que agrada a Deus é teocêntrico. Sl 100
8. O culto que agrada a Deus é sacrificial. Rm 12.1,2
9. O culto que agrada a Deus possui uma liturgia equilibrada
9.1. Oração. At 12.12; 16.16
9.2. Cânticos. I Co 14.26; Cl 3.16
9.3. Leitura e exposição da Bíblia. Rm 10.17; Hb 13.7
9.4. Ofertas. I Co 16.1,2
9.5. Manifestações e operações do Espírito Santo. I Co 14.26-32
9.6. E bênção apostólica. II Co 13.13; Nm 6.23-27.
Outras Características do Culto que agrada a Deus:

Culto Racional: Rm 12.1,2. O “culto racional” transpõe a adoração para um patamar


mais sublime. Considerando que o sistema sacrifical judaico exigia que o adorador
oferecesse no templo um animal ou fruto, a vida no Espírito exige que o adorador
se ofereça. Para os que levam algo para o altar, o ato de adoração finda quando a
oferta é consumida; para os que se oferecem, o ato sacrifical é só o começo. O
cristão é um “sacrifício vivo”, o que significa que a adoração é transferida do
templo para as ruas. Em resumo, o grau de responsabilidade pessoal é ressaltado
para aquele que anda no Espírito, e não de acordo com a lei.

Portanto, devemos prestar nosso culto a Deus evitando os dois extremos: o


formalismo do ritual, da liturgia seca e mecânica que impede a ação do Espírito,
mas também, fugir da irracionalidade e do descomedimento, que escandaliza e
impede a edificação coletiva. O primeiro consiste na rejeição de qualquer
manifestação, sob o pretexto de não correr riscos e o segundo, na adoção de
práticas exageradas e extra bíblica. Como evitar estes extremos? Pedro responde:
“... crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, II
Pe 3.18. Quem quiser crescer só na graça, fatalmente se tornará um fanático. E,
quem buscar só o conhecimento, não terá como escapar da frieza espiritual.

Para crescer na graça, o caminho é sempre o mesmo: oração, jejum, consagração a


Deus, bem como uma vida de piedade e santificação. Mas, para crescer em
conhecimento, é preciso estudar a Palavra de Deus e, principalmente, obedecer os
seus ensinamentos. Grandes avivamentos ocorridos no século passado se
desviaram da vontade de Deus ou acabaram por falta de observância ao que o
Santo Livro ensina sobre a autêntica operação do Espírito Santo. Quando em uma
igreja se dá pouca ou nenhuma ênfase à sã doutrina, a possibilidade de surgirem
expressões e manifestações estranhas é muito grande.

Tipologia Bíblica 167


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Avivamento Urgente

Dois obstáculos se interpõem no caminho de um autêntico e genuíno avivamento


bíblico: o primeiro é a experiência mística, à parte da Bíblia, como norma de vida; o
segundo, a erudição teológica, sem a unção do Espírito e sem vida consagrada.

Muitos crentes se deixam guiar por visões, revelações, sonhos e impressões


subjetivas, que conduzem à confusão e ao erro. Comunidades inteiras são
submetidas a cartazes em reuniões de arrebatamentos emocionais, decolando nas
asas do histerismo escapista e viajando pelos continentes da ignorância da Palavra.
Muitos até consultam a Bíblia, mas de forma inadequada, ignorando o texto e a
exegese, e atropelando as leis da hermenêutica sagrada. Abrem-na a esmo,
consultam-na como se fosse um livro mágico. Outros atribuem à Bíblia um poder
exorcizante. Colocam-na aberta no Salmo 91 na cabeceira da cama para espantar os
maus espíritos e proteger o lar dos aleivosos perigos. Todos esses perdem o que a
Bíblia tem entre as duas capas; andam com ela, mas não a conhecem.

É preciso repudiar o fanatismo cego e o emocionalismo histérico, sem deixar de


resistir o de igual forma ao teologismo estéril e ao intelectualismo frio e sem vida.
Esses dois extremos, esses dois pólos opostos, embora façam muito barulho, não
produzem efeitos duradouros. São trovões sem chuva. São folhas sem frutos. São
aparência sem realidade. São entraves ao verdadeiro avivamento.

É preciso deixar claro que, em épocas de busca de avivamento, a igreja é renovada


em seu amor à Palavra. Não há avivamento sem volta à Bíblia, sem fome da
Palavra. Não há avivamento sem que a igreja tenha avidez pelas verdades eternas.

Nesses tempos de refrigério da parte do Senhor, a igreja passa a ter um santo


deleite no estudo das Escrituras. Surge um novo gosto e prazer no exame da
Palavra. O povo come com sofreguidão a Palavra, sorve a Palavra e transborda da
Palavra. A Palavra torna-se viva nas mãos dos crentes e arde em seus corações.

A Palavra de Deus sempre foi a base para a busca do avivamento. Os avivamentos


bíblicos começaram com a Palavra. Quando a Palavra é reencontrada, quando o
povo passa a dar atenção aos preceitos de Deus, há humilhação, há
arrependimento, há volta para Deus e vida nova com o Senhor.

O aviamento nos tempos do rei Josias começou com a leitura da Palavra. No tempo
de Esdras e Neemias, foi motivado pela leitura pública das Escrituras. No vale dos
ossos secos, começou quando Deus disse: “Ossos secos ouvi a Palavra do Senhor”.
Ezequiel 37.4.

O avivamento em Jerusalém espalhou-se do cenáculo para a multidão, quando


Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se para pregar a Palavra. Esparramou-se
para fora de Jerusalém, quando os discípulos, perseguidos, dispersos, iam por
toda parte pregando a Palavra.

Tipologia Bíblica 168


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O avivamento de Éfeso, que levou o evangelho a toda Ásia Menor e constrangeu o


povo a abandonar as crenças vãs na deusa Diana e a se voltar para Deus, foi assim
resumido: Assim a Palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente. Atos
19.20.

O extraordinário avivamento de Tessalônica foi descrito por Paulo como resultado


da pregação evangélica no poder do Espírito Santo. I Ts 1.5. A igreja recebeu a
Palavra e tornou-se modelo para os crentes de outras regiões (I Ts 1.6,7), e o
impacto desse avivamento fez-se sentir em toda parte. Assim o descreve Paulo:
Porque de vós repercutiu a Palavra do Senhor, não só na Macedônia e Acaia, mas
por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos
necessidade de acrescentar coisa alguma. I Ts 1.8. Todo avivamento, portanto, é
logocêntrico: centrado na Palavra.

A igreja padece de raquitismo e inanição espiritual. É que temos uma geração


analfabeta de Bíblia. Os crentes não amam mais a lei do Senhor com todas as forças
de sua alma (Sl 119.47); não têm o seu prazer na lei do Senhor (Sl 1.3); não meditam
nela de dia e de noite (Js 1.8). Os crentes lêem sobre a Bíblia, mas não lêem a Bíblia;
por isso não são vivificados segundo a Palavra de Deus (Sl 119.25, 107).

Não basta ler a Palavra, é preciso ter a Palavra no coração. O coração necessita
transbordar da Palavra. Sl 119.11. A palavra tem de ser o nosso alimento. Dt 8.3.
Precisamos comer a Palavra e dela nossas entranhas. Ez 3.1-3. Essa Palavra tem que
arder em nosso coração. Lc 24.32.

Não basta falar a Palavra de Deus, é preciso ser boca de Deus. Jr 15.19. Não basta
ser um eco, é preciso ser uma voz como o foi João Batista. Lc 3.4. Não basta
carregar o bordão profético como Geazí, é preciso que esse bordão tenha eficácia
em nossa mão.

Não existem sermões poderosos, existem homens cheios de poder. E homens


cheios de poder falam com um poder irresistível como falou Estêvão. At 6.8-10. O
bordão profético nas mãos de um homem cheio de poder ressuscita mortos, como
no exemplo de Eliseu. É isso que querem dizer as Escrituras quando afirmam que a
Palavra de Deus na boca de Elias é verdade. I Rs 17.24.

Em épocas de avivamento a igreja não gasta tempo com banalidades, com


futilidades, com conversas inúteis e com diversões frívolas. Pelo contrário, o povo
volta-se para as Escrituras como aconteceu no tempo da reforma no século XVI. E
quando a igreja se volta para a Bíblia, ela rejeita toda a palha que nada tem que ver
com trigo. Jr 23.28-29. Ela despreza toda manipulação mística, subjetiva, carnal, e a
condição política e ditatorial na igreja. Ela despreza toda espiritualidade estranha à
Bíblia.

Muitos crentes buscam apenas experiências, mas não querem saber de estudar a
Bíblia. Querem sensacionalismo, milagres e coisas extraordinárias, mas não estudar
doutrinas. Dizem que o que importa é a luz interior, a experiência íntima, o
testemunho interno do Espírito. Isso é lamentável, é desastroso.

Tipologia Bíblica 169


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O Espírito Santo age sempre em harmonia com a Palavra. Ele tem compromisso
com as Escrituras. Ele nos instrui na Palavra; guia-nos na verdade; faz-nos lembrar
a Palavra. Ele fala tudo o que tiver ouvido. Jo 16.13. Jesus disse aos saduceus:
“Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mt 22.29).
Avivamento sem Bíblia não é avivamento genuíno, e desemboca inevitavelmente
em divisões, traumas e distorções.

A igreja apostólica, que nasceu sob o signo do avivamento, evidencia como


primeira marca de uma igreja avivada a perseverança na doutrina dos apóstolos.
At 2.42. O avivamento sempre passa pelo compromisso irrestrito e inegociável com
a Palavra. Onde a Palavra de Deus é deixada de lado, o Deus da Palavra é rejeitado.
E, quando isso acontece, a igreja se extrema para o subjetivismo, calcado em
experiências e na mística, ou para o racionalismo incrédulo. Todos esses extremos
são danosos e provocam desastres irreparáveis. Temos hoje no meio evangélico
duas posições polarizadas, ambas perigosas, ambas desembocando em
conseqüências trágicas para a igreja. De um lado, aqueles que insistem em ir além
da Bíblia, desviando-se pelos intransitáveis caminhos da heterodoxia; por outro, os
que ficam aquém da Bíblia, enveredando-se pelos atalhos da impiedade e da
desobediência.

O liberalismo teológico foi uma tragédia para a igreja, porque ela não tem
anticorpos contra o vírus do liberalismo. Quando a igreja já não aceita a Bíblia
como única regra de fé e prática; já não crê na inerrância e infalibilidade das
Escrituras; começa a dizer que a Bíblia não é, mas apenas contém a Palavra de
Deus; que a Bíblia está cheia de mitos; não há mais esperança para ela, e a falência e
a bancarrota são inevitáveis. Foi o que aconteceu nos séculos XVIII e XIX. Os
teólogos liberais não jogaram as Bíblias nas fogueiras, mas jogaram o veneno
mortal do racionalismo nas Escrituras.

Quando o povo perde a Bíblia como o único referencial de fé e conduta, sua ruína é
iminente. O liberalismo assolou as igrejas evangélicas da Europa e da América.
Grandes templos e magníficas catedrais ficaram vazios, e as vidas, ocas.

Mas o avivamento tira a Bíblia do baú, tira-a das mãos iníquas dos liberais e põe-na
nas mãos do povo; e aí então ela age como espada que penetra (Hb 4.12), como fogo
que queima, como martelo que despedaça (Jr 23.39), como água que purifica (Ef
5.26) e como mel que alimenta. Sl 19.10.

É tempo de a igreja voltar-se para a Palavra. É tempo de a igreja amar a Palavra.


Dwight Moody, referindo-se à Bíblia, dizia: “Este livro o afastará do pecado ou o
pecado o afastará deste livro”. Quanto mais longe da Palavra, mais perto do
pecado. Quanto mais perto da Palavra, mais longe do pecado.

Os crentes assistem por duas horas a um programa de televisão, mas exasperam-se


em ouvir um sermão de quarenta minutos. A Palavra lhes dá sono e canseira. Não
têm fome da Palavra. Não gostam de alimento sólido. Por isso, estão longe de
experimentar uma vida cheia do espírito.

Tipologia Bíblica 170


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Precisamos aprender com os nossos pais puritanos. Eles gostavam de ler a Palavra;
deleitavam-se em ouvir a pregação da Palavra; alimentavam-se da Palavra com
avidez, e por isso tinham uma vida de poder.

Certa feita Moody procurou um hotel e ali se hospedou. Cansado, lançou-se sobre a
cama, tentando conciliar o sono. Mas, de repente, seus olhos foram atraídos por um
livro à cabeceira da cama. Tomou-o nas mãos e examinou-o minuciosamente.
Percebeu que uma traça havia roído o livro de capa a capa. Era uma Bíblia. Moody
então disse para si mesmo: “Assim como esta traça roeu este livro de capa a capa,
eu também vou fazê-lo. Vou comer este livro. Vou mastigá-lo, ingeri-lo e sorvê-lo”.
De fato, Moody tornou-se um homem cheio da Palavra, e a História conferiu-lhe o
título de maior evangelista dos últimos tempos.

George Müller foi um dos homens mais extraordinários. Ele é conhecido como o
príncipe dos intercessores. Era um gigante de Deus. Era um homem afinado com o
céu. Quando ele falava, dizia um amigo de Hudson Taylor, até o céu ficava em
silêncio. Era um homem acostumado com os milagres de Deus. Sua vida era
ordinariamente extraordinária. Ele conheceu, como ninguém, o que é viver vendo o
invisível, tocando o intangível e crendo no impossível. E experimentou, como
ninguém, a providência de Deus.

Müller construiu em Bristol, na Inglaterra, enormes edifícios para abrigar menores


carentes, sem ter e sem pedir um centavo a quem quer que fosse. Todos os recursos
ele os sacou no banco celestial. Todos os recursos ele obteve através da oração.
Deus nunca mandou provisão para longos períodos. Por isso George Müller
aprendeu a recolher todo dia maná fresco. Concluídas as obras, ele chegou a
abrigar três mil crianças. Nunca pediu um quilo de cereal a ninguém. Pedia tudo a
Deus, e na hora certa as janelas do céu abriam-se e todas as necessidades daquelas
crianças eram supridas. Müller nunca teve na dispensa alimento para um mês. Ele
aprendeu a depender de Deus. Cada dia era um milagre novo. Todavia, certa
manhã, as mesas estavam postas para café e não havia sequer um copo de leite e
nem um pão. As crianças aguardavam irrequietas a primeira refeição. Um
murmúrio tomou conta do lugar. Uma expectativa amarga brotou no coração de
milhares: e agora, será que Deus vai prover? Será que pode fazer alguma coisa?

Müller, sereno e confiante, ajoelhou ali mesmo, e orou: “Deus, eu te agradeço


porque tu és fiel. Tu nunca falhaste. Eu te agradeço pelo alimento que estás
providenciando”. Quando ele terminou, a mão de Deus já estava agindo
poderosamente. Em meia hora todas as crianças estavam tomando seu leite com
pão. A fé em Jesus se ri das impossibilidades, vê o invisível, toca o intangível e
alcança o impossível.

Certa vez perguntaram a George Müller: “Qual é o segredo da sua vida?” Por que
Deus opera tantos milagres em resposta às suas orações? Ao que ele respondeu: “É
que eu conheço o meu Deus. Eu já li a minha velha Bíblia cem vezes de joelho.”

Quem tem intimidade com a Palavra, tem intimidade com o Deus da Palavra; e
quem tem intimidade com Deus sabe o que é avivamento. Que nestes dias Deus
nos dê fome não de pão, mas da Palavra. Amós 8.11.
Tipologia Bíblica 171
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Capitulo IX
Heresias Neopentecostal

O surgimento do neopentecostalismo no Brasil está primariamente ligado à


sujeição da cultura norte-americana. No campo teológico não tem sido diferente, a
Igreja acaba consumindo o que se produz nos EUA. Dentro desse contexto, segundo
alguns estudiosos, está uma gama de fatores, que estão ligados à fragilidade
teológica da Igreja, à vocação mística do povo brasileiro, obsessão pela praticidade
e pelo utilitarismo. O "evangelho neopentecostal" volta todas as suas atenções para
uma cultura de consumo e sucesso. Fp 1.15.

Por ser excessivamente tolerante o neopentecostalismo se tornou um movimento de


inclusão, aceitando no seu seio todo tipo de pensamento e prática. Por ser pluralista
é um movimento que agrega, sem critérios, toda nova visão que aparece, desde que
a mesma venha acompanhada de uma virtual autoridade. I Jo 4.1.

Como conseqüência, estamos vivendo momentos de extrema ambigüidade no


cenário evangélico brasileiro. Todo dia aparece uma “doutrina” diferente, uma
nova manifestação de Deus, uma nova “gospel mania”, um novo discurso, novas
revelações e métodos infalíveis e únicos e vez por outra aparecem pessoas com
conceitos os mais variados possíveis, que estão se transformando em doutrinas em
muitas igrejas consideradas evangélicas. Vemos com pesar os resultados de uma
doutrina pulverizada, uma tendência teológica, que produz muito mais
insegurança e incerteza daquilo que somos no Senhor, do que uma certeza
inabalável, apesar de sempre estar pregando certezas.

Infelizmente para muitas pessoas o “modismo”, tem se tornado muito mais


relevantes do que as verdades básicas do evangelho. Basta o anuncio de um “novo”
mover do Espírito Santo, para atrair multidões de pessoas, a procura de uma nova
experiência com Deus. A minha preocupação é que estas pessoas estão sendo
vitimas de um evangelho desprovido da verdadeira essência espiritual.

Se você parar um instante para analisar comigo estes fenômenos, você perceberá a
seriedade deste alerta. Você já percebeu quantos “modismos” apareceram no meio
evangélico nestes últimos anos? O exagero é tão grande que no Mato Grosso pouco
tempo atrás fizeram a grande campanha do shampoo do Sangue de Cristo para
purificação da cabeça; e quem quisesse receberia a palmilha ungida para colocar no
seu sapato.

Outro dia um sujeito (não posso chamá-lo de pregador do evangelho), realizando


uma campanha evangelística, pediu que o povo levasse um “bife” para igreja, é
exatamente isto que você leu “um bife de carne bovina”. Segundo ele através da
sua oração a doença da pessoa passaria para o bife. Outro pregador
eloqüentemente desafiava as pessoas a levarem terra para receber a oração da terra
ungida que purificaria as suas vidas. Vivemos num período caracterizado por uma
tremenda confusão doutrinária e muitos estão confusos e enganados.

Tipologia Bíblica 172


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Capitulo X
Três episódios e muitas Inquietações

Estranhos acontecimentos têm ocorrido em algumas reuniões neopentecostal sob a


égide de um novo mover.

Primeiro Acontecimento: Preparados para a Batalha Espiritual?

A pastora Miriam Silva prometera algumas surpresas para o próximo culto. Na


data marcada uma pequena multidão superlotou o seu auditório em São Paulo.
Disputavam lugares até nos corredores. O ar pastoso do calor não inibia a euforia
que passava de pessoa para pessoa.

Ondas de uma eletricidade emocional causavam arrepios em todos. Cantaram-se


alguns hinos; todos convocando os crentes para uma batalha. De repente, as portas
que ladeiam a plataforma do templo se abriram e a pastora Miriam entrou. Vinha
acompanhada por alguns dos seus oficiais. Apareceu trajando um uniforme militar
com camuflagem e carregando uma baioneta pendurada no cinto. Marchou até o
centro, sempre rodeada de seus oficiais. Todos igualmente fantasiados. A voltagem
subia a cada hino que se cantava.

De repente abriu-se mais uma porta e seis homens surgiram carregando um caixão
de defuntos nos ombros. Os gazofilácios serviram de apoio para repousarem a urna
funerária diante do povo. Agora o frenesi emocional misturava-se à perplexidade.
Tudo se mostrava inusitado demais. A pastora Miriam sacou a baioneta e com ela
em punho começou a pregar o seu sermão. Culpava a cultura romana pelos
percalços da nação brasileira. Afirmou que somos pobres, vivemos no meio da
violência e estacionamos em nosso desenvolvimento devido ao “espírito de Roma”.
“Esse espírito” continuou com a voz afetada, nos ensinou a guardar o domingo e
batizar crianças. Temos que matar e esfaquear esse espírito, ele não provém de
Deus.

Depois de mais de meia hora condenando o “espírito de Roma”, convocou a todos


no auditório a verificarem se suas próprias vidas também não estariam
contaminadas com o tal espírito. Abriram o caixão e as pessoas trouxeram um
papel escrito, indicando de que maneira estavam maculados por Roma. Quando se
aproximavam do caixão, enxergavam-se num espelho estrategicamente colocado
no lugar onde repousaria a cabeça do morto.

Depois que todos depositaram seus pedaços de papel naquele móvel sinistro,
repuseram a sua tampa e esperaram o próximo movimento da pastora. Ela desceu
com a baioneta em posição de ataque e logo começou a esfaquear o caixão com
força. Lancetava com tanto furor que lascas de madeira voavam pelo espaço. Ao
terminar com a sua coreografia, deixou claro para o seu auditório que aquilo não
fora apenas uma encenação. Eles haviam presenciado um ato profético. Prometeu
que depois daquele evento, Deus reverteria à sorte do Brasil.
Tire as suas próprias conclusões.

Tipologia Bíblica 173


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Segundo Acontecimento: Ungindo a Cidade Maravilhosa?

Roberto Pires pastoreia uma igreja no Rio de Janeiro. Certo dia, resolveu agir,
indignado com a violência da cidade. Precisava fazer alguma coisa para reverter a
incompetência crônica da polícia. Não cogitou ações políticas, nem imaginou um
programa na igreja que melhorasse a educação cívica de seus membros.

Sequer lhe passou pela cabeça participar de manifestações ou passeatas exigindo


melhor segurança pública. Os óculos teológicos e ideológicos com que enxerga a
sua realidade não lhe permitem essas cogitações.

Assim, orava em um culto quando lhe veio uma idéia que considerou a mais genial
de sua vida - tão genial que ele a relatou por anos. Correu para o seu escritório,
abriu a Lista Telefônica e nervosamente procurou pelos “agás”, queria
“helicópteros”. Desejava saber quanto custaria alugar um desses beija-flores
mecânicos.

Anotou os valores e levou sua idéia para o culto daquela noite. “Irmãos e irmãs,
Deus me deu uma visão. Preciso que vocês me ajudem a cumpri-la. Deus mandou
que eu alugasse um helicóptero, colocasse um tonel de óleo dentro e ungisse a
cidade do Rio de Janeiro”. O auditório irrompeu em palmas, uma oferta foi
levantada e o pastor Roberto Pires naquela semana embarcou no mais bizarro
sobrevôo que o Rio de Janeiro já teve. Latas de óleo eram derramadas para ungirem
a Cidade Maravilhosa. Respingos melados caíram sobre a avenida Rio Branco, na
praia de Copacabana e sobre alguns dos morros mais violentos da cidade. Fora o
inconveniente oleoso, nada aconteceu; meses depois a violência carioca
recrudesceu.

Terceiro Acontecimento: Demarcando o Território?

O pastor Carlos Feijó voltou para Curitiba depois de uma semana em um seminário
de batalha espiritual. A equipe que ministrou o curso ensinou-lhe a decretar sua
cidade para Deus. Ali aprendeu como identificar os limites do seu município e
declarar que ele pertence a Jesus Cristo.
Aprendeu mais: Se a igreja não souber reivindicar o que pertence ao Senhor, o
diabo continuará com direitos legais sobre vidas, espalhando miséria. O pastor
Carlos passou uma semana indignado consigo mesmo e com os outros pastores.
Por anos não se aperceberam dessa imensa negligência. Foi para casa e orou. Com
lágrimas rolando pelo rosto, se propôs a jejuar.
No terceiro dia do jejum veio-lhe o que também considerou uma brilhante
revelação divina. Há muitos anos aprendera que tanto os leões como os lobos
urinam para demarcar o seu território e impedir a invasão de outros machos. Ele
precisava fazer o mesmo, como legítimo representante de Jesus – o Leão da Tribo
de Judá. Naquela semana, convocou seus parceiros de ministério para saírem pela
madrugada urinando em pontos estratégicos da cidade. Gastaram algumas horas
na empreitada. O comboio de carros percorreu vários quilômetros com muitas
paradas. Beberam litros e litros d’água; precisavam de muita urina para uma
cidade tão grande.
Tipologia Bíblica 174
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Quarto Acontecimento: Endemoninhado?

Minha secretária anunciou que o Alexandre Souza já chegara. Pedi então que ele
entrasse em meu escritório, pois queria um aconselhamento pastoral. Aproximou-
se cabisbaixo e me encarou apenas de soslaio, embora apertasse minha mão com
firmeza. Notei logo sua timidez. Calculei sua idade por volta dos 28 anos. Os
cabelos bem aparados e penteados para a esquerda chamavam a atenção pela
negritude. Pedi que Alexandre se sentasse.

Iniciei nosso diálogo procurando deixá-lo mais à vontade. Ofereci um copo d’água,
que aceitou sem esboçar nenhuma emoção. Achei-o muito quieto. Pensei na
dificuldade daquele aconselhamento. Imaginei que gastaria a maior parte do tempo
perguntando e ouvindo meras respostas monossilábicas. Ledo engano. Logo que
bebeu o primeiro gole, Alexandre me encarou e perdeu toda timidez. – Pastor,
começou sem gaguejar, faço parte da igreja ‘X’ aqui em Fortaleza. Há dois anos
estou endemoninhado. – Vim aqui porque preciso de libertação, emendou. Mostrei-
me surpreso: - Endemoninhado? Você está em pleno controle de suas faculdades
mentais, emocionalmente equilibrado e com um semblante tranqüilo. O que lhe
leva a crer que está endemoninhado? Sua resposta me deixou ainda mais perplexo.
– Todas as sextas-feiras eu vou ao culto de quebra de maldições em minha igreja e
faz dois anos que eu caio tomado por demônios em todos os cultos. Pela voz não
parecia indignado, apenas cansado. – O bispo põe a mão sobre minha cabeça e eu
fico agoniado, tenho vontade de tirar a mão dele de cima de mim.

É nesse exato momento que acontece... – O quê? Interrompi. – Fico nervoso, com
uma aflição muito grande. Quero tirar a mão do bispo de cima de mim. Acabo
caindo no chão. Lá me dizem que essa aflição é demoníaca. Questionei-lhe porque
o bispo não conseguia libertá-lo totalmente, já que sua possessão se manifestava
semanalmente há dois anos. Explicaram-lhe que esse tipo de demônio é muito
esperto. Quando o expulsavam da mente, corria para o espírito. Do espírito se
escondia na vontade e da vontade pulava para a alma. Desta forma, continuava
cativo mesmo já batizado e mesmo havendo terminado o seu curso sobre plenitude
do Espírito Santo. Mostrei-lhe que não era possesso, apenas um inocente útil. Um
joguete nas mãos dos líderes que precisavam de pessoas sugestionáveis para
valorizar os cultos de libertação da sexta-feira.

Esses quatro episódios descritos são verdadeiros. Todos patéticos! Realmente


aconteceram nas cidades mencionadas. Apenas os nomes e alguns detalhes são
fictícios. Ilustram bem o que invade as igrejas evangélicas no Brasil. Entendo que as
pessoas têm o direito constitucional de crerem, praticarem ou pregarem o que
quiserem. Entretanto, não deveriam fazer em nome da fé protestante e evangélica.
Muito sangue já foi derramado, muitas vidas sacrificadas e muitos missionários
afadigados para que testemunhássemos tanta superficialidade. Além disso,
produzem um estrago imensurável em vidas. Muita gente já perdeu a fé. Qualquer
pessoa com um mínimo de senso crítico, depois que passa a euforia e o fanatismo,
se sentirá envergonhada de um dia haver participado de ambientes onde imperam
tantas tolices. Acabam trilhando o caminho do cinismo ou da revolta.
Protestemos, antes que só dê vontade de chorar.
Tipologia Bíblica 175
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Capitulo XI
Práticas Judaizantes em Igrejas Evangélicas

Os judaizantes chegavam às igrejas com o


Velho Testamento "nas mãos". Isso se
apresentava como um grande impacto para
os cristãos. O próprio Paulo ensinava a
valorização das Sagradas Escrituras. Como
responder a um judeu que mostrava no
Velho Testamento a obrigatoriedade da
circuncisão e da obediência à lei? Além
disso, apresentavam Abraão como o modelo
para os servos de Deus. Os judaizantes ensinavam que a salvação dependia
também da lei, principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, a
pessoa precisava antes ser judeu (não por descendência, mas por religião). Foi para
combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos gálatas e mostrou àqueles
irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da graça. Gl 5.1-10.
Algo parecido tem acontecido na Igreja brasileira nos dias atuais. Sob o slogan
“Sair de Roma e voltar para Jerusalém”, alguns líderes e pastores tem disseminado
praticas tais como:

1. Musicas e danças judaicas nos cultos


2. Tocar de costas para a congregação
3. Uso do Shofar, para liberar unção ou invocar Deus.
4. Observância de festas Judaicas. (Tabernáculos, Bar Mitzivah, etc)
5. Uso do Kipá e Talit (vestimentas que os judeus usam para ir a sinagoga)
6. Tirar os calçados ao entrar na igreja (por estar pisando em lugar santo)
7. Vestir-se de pano de saco, (sinal de humilhação)
8. Banhar-se de cinzas, (sinal de humilhação)
9. Fazer a leitura da Torah nos cultos
10. Estola sacerdotal para pastores
11. Usar o hebraico nos louvores, pregações, saudações, etc.
12. Excessivos símbolos judaicos tais como:
12.1. Bandeira de Israel
12.2. O Menorah ou a Estrela de Davi
12.3. Castiçais de sete braços
12.4. Incensários em seus salões de cultos.
13. Trono (simbólico! dizem eles) e colocaram no Santo dos santos atrás do púlpito.
14. Raspar a barba e o cabelo
15. Árvore genealógica
16. Guardar as festas judaicas
17. Atos Proféticos
18. Dança profética
19. A guarda do sábado
20. Restauração do sacerdócio
21. Romarias para Jerusalém
22. Outros

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Capitulo XII
Elementos Estranhos no Culto Neopentecostal e a Comercialização

Os Vendilhões do Templo Voltaram e Armaram suas Tendas

A proposta é tornar cada um tão poderoso quanto a sua


própria vontade. Na busca pela fidelização da alma vale
tudo, menos a pureza do Evangelho.

Propagandas e programas de TV têm divulgado em todos


os cantos a mensagem de que você tem que ser alegre. Tem
que conquistar o que quiser, seja qual for o custo. Fume tal
cigarro, compre essa marca de carro e você encontrará a
felicidade, é o que insinuam.

Estamos nos aproximando de certas sociedades em que a


diversão do indivíduo no fim de semana é aos shoppings em busca da última
novidade, comprometendo seu pequeno orçamento mensal. Se isso continuar
desenfreadamente, vamos acabar sendo um país de endividados, de gente
dependente da renegociação dos compromissos que não consegue quitar.

O pior é que muitos pregadores estão indo na mesma onda, apresentando um


evangelho em que o que vale é atender os interesses do ouvinte para conquistar seu
bolso e sua alma – para usar termo moderno, para fidelizá-lo aos negócios do
“reino”. Também, há a ameaça do capitalismo selvagem. Os evangélicos — bem
como a própria Igreja Católica — convivem com uma cultura dominada pela
cosmovisão pós-moderna do capitalismo neoliberal.

Nessa sociedade técnica, a religião torna-se pragmática e a piedade é


instrumentalizada para satisfação pessoal. Devemos, portanto, tomar extremo
cuidado de não cair no hábito de ver a Deus como se fosse uma máquina com
botões prontos para serem apertados. A maior tentação para a igreja é que ela passe
a ser uma organização gerida de acordo com as técnicas empresariais.

Em algumas igrejas evangélicas pastores se despiram de suas roupas pastorais.


Assumiram o papel de executivos da fé. Seus escritórios parecem-se com os
escritórios das grandes multinacionais; cercam-se de assessores e se reúnem
regularmente em reuniões de planejamento.

Nos Estados Unidos, proliferam-se as igrejas estabelecidas sobre um marketing


bem planejado. Sobram palestrantes ensinando como lubrificar as engrenagens
administrativas de suas comunidades. Uma gama enorme de especialistas em
crescimento de igreja palestra sobre como tornar o louvor adequado ao auditório —
as orações devem ser mais curtas, as músicas mais comunicativas aos ouvidos
sensíveis daqueles que não conhecem a Deus. Para esses empresários da fé, se
providenciarmos bons estacionamentos, cadeiras confortáveis, ar-condicionado,
um bom berçário para os recém-nascidos e uma excelente lanchonete,
conseguiremos lotar nossos santuários e aumentar a arrecadação mensal.

Tipologia Bíblica 177


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Por mais bem intencionados que estejam, nenhum deles parece entender que
lidamos com valores espirituais e não gerenciais. Nosso desafio não é o de lotar os
auditórios, mas de inspirar corações a amar a Deus.
Infelizmente existem igrejas que se dizem evangélicas, mas que mais parecem
clínicas de estética contra a obesidade ou a calvície, daquelas que mostram os
clientes em duas imagens – antes e depois do tratamento. Olhe para as
propagandas das clínicas estéticas e veja que invariavelmente têm duas fotos – uma
mostra a pessoa gorda, feia ou careca; a outra exibe-a depois do tratamento, mais
bonita e atraente. Nos centros de recuperação capilar, as fotos mostram o sujeito
careca ao entrar e, depois, ostentando vistosa cabeleira. O mercado religioso tem
feito verdadeiras pesquisas para identificar o que poderá agradar o “cliente”.
Depois, basta oferecer os produtos ou serviços “espirituais” mais adequados. “Se
você perdeu aquela paixão venha participar (e dar a sua oferta – só que isso não
aparece na propaganda) do culto tal”; assim também para quem está com
problemas na empresa, no emprego, com mau-olhado etc. Tem até o show da fé,
para ninguém botar defeito na eficácia nas alternativas do prozac gospel.
A proposta é tornar cada um tão poderoso quanto a sua própria vontade. É um tipo
de promiscuidade espiritual e religiosa. Na promiscuidade sexual, busca-se dar
vazão aos mais primitivos instintos da paixão; na religiosa, o “ápice” é pela busca de
poder realizar os sonhos. “Sinta-se bem” – este é o lema do projeto de vida boa
vendida a preços não tão módicos como se pensa.
Esse lado obscuro do mundo evangélico está gerando uma onda de mercantilismo
religioso que chegará a um ecumenismo paradoxal. Hoje está difícil saber, nestes
casos, onde fica a linha divisória entre o Evangelho, a macumba, a Nova Era e o
folclore supersticioso, por exemplo. É o caso de se preocupar: aonde isso vai dar?
Mercantilismo Religioso
É interessante notar que algumas igrejas neopentecostais
distribuem aos fiéis objetos ungidos dotados de poderes
mágicos ou miraculosos, ato que mais uma vez as aproxima
de crenças e práticas dos cultos afro-brasileiros e do
catolicismo popular.
Esses líderes crêem que o uso e a distribuição de objetos
visa apenas despertar a fé das pessoas e constitui uma das
técnicas de pregação empregadas por Jesus em sua
passagem pela terra. Depois de ungidos, os objetos são
apresentados aos fiéis como dotados de poder para resolver problemas específicos,
em rituais diversificados e inventivos, tendo por referência qualquer passagem ou
personagem bíblicos. Dotados de funções e qualidades terapêuticas, servem para
curar doenças, libertar de vícios, fazer prosperar, resolver problemas de emprego,
afetivos e emocionais. Não apresentam caráter meramente simbólico como alegam
os pastores quando inquiridos pela imprensa e por outros interlocutores. Para os
fiéis, cujos poucos recursos são desembolsados em troca de bênçãos nas correntes
de oração das quais participam dias ou semanas ininterruptamente, tais objetos,
pelos quais esperam ter seus pedidos atendidos, contêm uma centelha do poder
divino.
Tipologia Bíblica 178
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Pentecostalismo
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Capitulo XIII
Perguntas e Respostas Objetivas

Pentecostalismo Consiste em Barulho?

Pentecostal que não faz barulho está com defeito de fabricação. Esse é um novo
conceito difundido no meio pentecostal. O que caracteriza um crente pentecostal é o
barulho? Há base bíblica para esse conceito? O crente que não é barulhento, é um peixe
fora da água em um culto pentecostal?
O verdadeiro pentecostalismo se baseia na Bíblia, nunca estrutura doutrinas e conceitos
em cima de experiências pessoais, revelações, tradições, eventos sobrenaturais ou
qualquer outro meio que não seja uma séria exegese dos textos bíblicos. Isso é
característica do cristianismo histórico e do pentecostalismo histórico.
1. Barulho parece que não fazia parte da pregação de Paulo, At 20.7
2. Barulho não é necessariamente sinônimo de espiritualidade
3. Barulho não é necessariamente sinônimo de avivamento
4. Barulho não é necessariamente sinônimo de fervor
5. Barulho não é necessariamente sinônimo de poder
6. Barulho não é necessariamente sinônimo de unção
7. Barulho não edifica, quando é só barulho.

O Barulho é Característica do Culto Pentecostal?

1. O culto pentecostal é racional. Rm 12.2.


2. O culto pentecostal tem ordem. I Co 14.40.
3. O culto pentecostal é dinâmico, mas há lugar para uma liturgia. I Co 14.26.
4. O propósito do culto pentecostal é glorificar a Deus e edificar a igreja. I Co 14.26.
5. O barulho pode e deve respeitar os princípios estabelecidos.
6. O uso devido dos dons espirituais, não causa desordem. I Co 14.29-33
O que é ser Pentecostal?
1. Ser pentecostal é valorizar a EBD, como a maior agência de ensino da igreja.
2. Ser pentecostal é conclamar, os ouvintes do evangelho, ao arrependimento.
3. Ser pentecostal é valorizar uma liturgia participativa, mas ordenada.
4. Ser pentecostal é aceitar a contemporaneidade dos dons espirituais.
5. Ser pentecostal é aceitar a Bíblia como única regra de fé e prática.
6. Ser pentecostal é aceitar a doutrina do Batismo no Espírito Santo.
7. Ser pentecostal é enfatizar o sacerdócio universal dos cristãos.
8. Ser pentecostal é pregar a iminência da volta de Cristo.
9. Ser pentecostal é valorizar a grande Comissão de Jesus.
10. Ser pentecostal é primar por uma teologia ortodoxa.
11. Ser pentecostal é cultivar o Fruto do Espírito.
O que não é ser Pentecostal?
1. Valorizar um "evangelho" triunfalista, antropocêntrico, empirista e legalista.
2. Ser adepto de modismos teológicos, litúrgicos e ministeriais.
3. Ser adepto do liberalismo teológico ou da neo-ortodoxia.
4. Pregar um antiintelectualismo.
5. Fazer o culto-show.
6. Ser tradicionalista.
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Capitulo XIV
Reflexão
1. A necessidade de um Pentecoste
2. As causas do Pentecoste
3. 0 conteúdo do Pentecoste
4. Resultados do Pentecoste

Dois obstáculos se interpõem no caminho de um genuíno despertamento espiritual:


o primeiro é a experiência mística, à parte da Bíblia, como normatização de vida; o
segundo é a erudição teológica sem a unção do Espírito Santo e sem piedade.
Muitos hoje correm atrás de experiências, prodígios e sinais. Buscam um calmante,
um anestésico que alivie suas tensões do agora. Comunidades inteiras são
submetidas a catarses e extrojeções, em cultos de arrebatamento emocional, nos
quais as pessoas decolam nas asas do histerismo coletivo e escapista e viajam pelos
continentes da ignorância.

Alguns até consultam a Bíblia, mas de forma equivocada, pois não contextualizam
sua mensagem, não aplicam a exegese nem a estudam sob as leis da hermenêutica
sagrada. Abrem-na a esmo, consultam-na como se fosse um livro mágico. Outros
acham que a Bíblia tem poder exorcizante. Colocam-na aberta no Salmo 91, na
cabeceira da cama, para espantar os maus espíritos e proteger o lar dos aleivosos
perigos. Usam a Bíblia, mas não retêm a sua mensagem. Carregam a Bíblia, mas
não discernem a voz de Deus. Escutam o som ruidoso que brota do coração, mas
não ouvem a voz de Deus que emana da sua Palavra.

Outros, porém, examinam as Escrituras com os óculos do racionalismo, com as


lentes da teologia liberal, e fazem uma leitura equivocada da Palavra de Deus. O
liberalismo tem matado muitas igrejas. Onde ele chega, a igreja morre. Onde os
homens tratam a Bíblia com descaso, negando sua inerrância e infalibilidade, a
igreja estiola-se e perde seu vigor.

Neste tempo de confusão, apostasia e sincretismo, é preciso trabalhar de forma


árdua para resgatar a centralidade da Bíblia. É preciso zelar pela erudição bíblica,
sem deixar a piedade de lado. E preciso repudiar o fanatismo e o emocionalismo
histérico, sem deixar de resistir de igual modo ao teologismo estéril. Esses dois
extremos, embora façam muito barulho, não produzem resultados que dignificam
o nome de Deus. São trovões sem chuva, folhas sem frutos, aparência sem
realidade, entraves ao verdadeiro despertamento espiritual.

A necessidade de um Pentecoste: O dr. John Stott, considerado um dos maiores


exegetas bíblicos do século XX, disse que "antes de mandar a igreja para o mundo,
Cristo mandou o Espírito para a igreja. A mesma ordem precisa ser observada
hoje". Não há missão sem capacitação. Não há pregação sem poder. Não há
avivamento sem derramamento do Espírito. Leonard Havenhill, em seu livro Por
que Tarda o Pleno Avivamento?, conta a experiência de um pastor que pregou uma
tabuleta na porta da sua igreja: "Esta igreja passará por um avivamento ou por um
sepultamento". Na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá muitas igrejas
históricas que tiveram um passado cheio de vigor e hoje são consideradas igrejas
mortas. Têm templo, têm orçamento, têm estrutura, mas não têm vida.
Tipologia Bíblica 180
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A grande verdade é que ao longo da história, Deus visitou o seu povo, irrompendo
com grande poder e trazendo à igreja tempos de refrigério, através do der-
ramamento do seu Espírito. Foi assim entre os valdenses, na França, no século XII.
Foi assim na Reforma do século XVI, quando o Espírito de Deus soprou com
grande poder na Europa, usando homens como Lutero, Zwinglio, Knox e Calvino.
Deus voltou a visitar a igreja com grande poder no século XVII, levantando
sobretudo na Inglaterra os puritanos, uma das gerações mais santas e cultas da
história da igreja. No século XVIII, as janelas dos céus se abriram em copioso
derramamento do Espírito na Inglaterra, no País de Gales e na Nova Inglaterra. No
século XIX, Deus enviou a chuva torrencial do seu Espírito em grandes
avivamentos nos Estados Unidos, na Escócia, na Inglaterra e na Irlanda do Norte.
No século XX, Deus tem feito maravilhas, desde o grande avivamento do País de
Gales, em 1904, com Evan Roberts; o grande avivamento nas Ilhas Novas Hébridas,
em 1946, com Duncan Campbell; o avivamento entre os zulus, na África do Sul, em
1966, com Erlo Stegen; e o grande despertamento na Coréia do Sul, desde 1907,
quando o vento do Espírito começou a soprar com grande poder, levando aquela
igreja a um colossal crescimento até os dias de hoje.

As Causas do Pentecoste:

Cumprimento da promessa do Pai. Lc 24.49: O Pentecoste é o cumprimento de


profecias claras e inconfundíveis. O Deus fiel, que não pode negar a si mesmo e que
vela pelo cumprimento de sua Palavra, prometeu derramar do seu Espírito sobre
toda a carne. Jl 2.28. Obviamente não se está falando quantitativamente em "toda a
carne", mas qualitativamente. O Pentecoste transpôs a barreira sexual, pois o
Espírito foi derramado sobre filhos e filhas, homens e mulheres. Deus devolveu à
mulher sua dignidade original. O Pentecoste quebra a barreira do preconceito
etário: o Espírito desceu sobre jovens e velhos. Não há idade sagrada nem há idade
problemática. Todos podem experimentar a vida abundante de Deus. O velho pode
ter ideais e sonhos, e o jovem pode ter visões e discernimento. O Pentecoste rompe
o preconceito social, pois o Espírito foi derramado sobre servos e servas. Não há
aristocracia espiritual. Não há dinastia sagrada. Não há estratificação social no
Reino de Deus. Até mesmo os mais simples e humildes são contemplados com a
qualidade superlativa da vida cheia do Espírito.

Resultado de uma espera obediente. Lc 24.49: "...ficai em Jerusalém...". A ordem de


Jesus estava dada e não podia ser mudada, adiada ou desobedecida. Os discípulos
deviam permanecer em Jerusalém. Talvez o último lugar que gostariam de ficar
fosse a cidade de Jerusalém, que significava fracasso e queda na vida deles.
Jerusalém representava vergonha e opróbrio na história deles. Ali suas expectativas
e sonhos foram sepultados. Ali um espectro de dor se apoderou da alma deles. Mas
Jesus mostra que o cenário do fracasso deve ser o lugar da restauração. Onde há
obediência, há bênção; onde a palavra de Jesus não é levada a sério, há maldição.
Obedecer é melhor que sacrificar. Aquele não era tempo de sair, era tempo de ficar.
Aquele não era momento de fazer missão, mas de introspecção. Há ocasiões em
que o que Deus espera de nós não é atividade, mas auto-avaliação. Deus está mais
interessado no que somos que naquilo que fazemos. A nossa vida é mais
importante que o nosso trabalho.
Tipologia Bíblica 181
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Quando Jesus chamou os apóstolos, antes de enviá-los a pregar e a expulsar


demônios, designou-os para que estivessem com ele. Agora, antes de derramar
sobre eles o Espírito, capacitando-os para o cumprimento da missão, ordena-os a
ficar em Jerusalém.

Precisamos depender mais dos recursos de Deus do que das nossas estratégias. Se
gastássemos em oração o tempo que investimos em reuniões e programações
intérminas, a igreja explodiria em crescimento fenomenal. Para nós, ficar quietos na
presença de Deus é mais difícil do que correr de um lado para o outro. É mais fácil
ser Marta do que Maria. É mais fácil sair em campo do que depender do Senhor,
obedecer à sua Palavra e descansar nas suas promessas.

Lendo um dos manuais de crescimento da Igreja do Evangelho Pleno em Seul,


pastoreada pelo dr. David Yong Cho, fiquei impressionado com o gigantismo do
seu ministério. A igreja, que começou em 1958, conta hoje com 700 mil membros. É
a maior igreja local do mundo. Tem 700 pastores auxiliares, 30 mil grupos
familiares, 7 cultos a cada domingo com 50 mil pessoas cada.

Além da complexidade de uma igreja tão grande, ainda dispõe de várias emissoras
de televisão, dezenas de emissoras de rádio e um jornal com 700 funcionários e
tiragem diária de 1 milhão de exemplares. Fiquei impressionado ao conhecer essa
igreja. Imediatamente comecei a meditar sobre a agenda do pastor titular dessa
igreja. Como ele administra o seu tempo? Fiquei emocionado e comovido ao ler
que ele gasta apenas 30% do seu tempo administrando toda essa máquina e 70%
orando, lendo a Palavra e preparando o sermão de domingo. Estar com Jesus, ficar
na presença de Deus, é a grande prioridade do seu ministério. Certa feita, o
presidente da Coréia do Sul telefonou para o seu gabinete. A secretária disse-lhe que o
pastor não poderia atendê-lo porque estava orando. O presidente insistiu em falar, dizendo
à secretária que era o presidente e o assunto requeria prioridade. Ela delicadamente comu-
nicou ao presidente que o pastor não o atenderia naquele momento, porque estava orando.
Mais tarde o presidente ligou para o pastor e reclamou não ter sido atendido prontamente
como a maior autoridade do país. O pastor respondeu-lhe que não podia atendê-lo porque
estava em audiência com o soberano do universo, o Senhor Jesus Cristo.

Resultado de uma espera perseverante. Lc 24.49 "... ficai... até que do alto sejais
revestidos de poder...". Muitas vezes, deixamos de receber uma efusão e um
derramar do Espírito de Deus em nossa vida, porque somos muito apressados e
superficiais na nossa busca. Desistimos cedo demais. Nosso amor por Deus é como
a névoa que cedo passa. Vivemos num tempo em que predomina o descartável.
Tudo precisa ser rápido. Não desenvolvemos a perseverança. Não agüentamos
esperar.

Aquele grupo dos 120 discípulos perseverou em oração durante 10 dias. Eles não
arredaram o pé. Não olharam para trás com incredulidade. Não duvidaram da
promessa. Por isso, receberam a bênção. Os céus se abriram e o fogo de Deus caiu
sobre eles. As torrentes do céu inundaram o coração deles. A vida deles foi tocada e
transformada para sempre por causa dessa espera perseverante.

Tipologia Bíblica 182


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Depois de triunfar sobre os profetas de Baal no Carmelo, depois de ver o fogo de


Deus cair sobre o holocausto e o povo cair de joelhos, proclamando que só o Senhor
é Deus, depois de testemunhar o triunfo de Deus sobre os ídolos abomináveis que
escravizavam a Israel, Elias subiu ao cume do monte. Lá meteu a cabeça entre os
joelhos. Clamou a Deus pelo derramamento das chuvas. Havia três anos e meio
que não chovia sobre a terra. Reinava a fome. A calamidade era geral. Elias, mesmo
sendo um homem semelhante a nós, perseverou na oração. Clamou a Deus com
insistência. Na sétima vez, viu um pequeno sinal, uma nuvem do tamanho da
palma de uma mão e creu que Deus mandaria uma chuva torrencial. A chuva caiu.
A terra floresceu e frutificou, porque Elias perseverou em buscar a Deus.

Naamã, comandante do exército da Síria, só foi curado de sua lepra quando deixou
de lado sua própria metodologia e resolveu obedecer à ordem do profeta Eliseu,
mergulhando no rio Jordão sete vezes. Se ele tivesse desistido na sexta vez, teria
voltado para a Síria leproso. Importa perseverar. Perseverar é obedecer.

Na África do Sul, em 1991, houve um grande avivamento que Deus deu ao povo
zulu em 1966 pela instrumentalidade do pastor Erlo Stegen. Foram 14 anos de
busca. Muitas vezes eles foram tentados a desistir.
Houve tempos de desânimo, mas eles prosseguiram. Nos três meses que
antecederam a chegada do avivamento, eles só conseguiam chorar em suas
reuniões de oração, três vezes ao dia. Mas como a terra estava seca e os corações
estavam sedentos, permanecendo na busca, Deus enviou sobre eles torrentes
caudalosas do Espírito com resultados colossais que pudemos ver e ouvir.

Resultado da expectativa de uma vida cheia de poder. Lc 24.49."... até que do alto
sejais revestidos de poder." O que você espera da sua vida cristã? Você tem
anseios? Aspira a algo maior? Busca uma vida abundante? Anela com todas as
forças da sua alma a plenitude do Espírito? Não há nada mais perigoso para o
cristão do que viver satisfeito consigo mesmo. A estagnação e o conformismo são
perigos ameaçadores à vida cristã saudável.

Muitas pessoas se contentam com migalhas, enquanto os celeiros de Deus estão


abarrotados. Os mananciais de Deus são inesgotáveis. Os recursos de Deus para
nós são ilimitados. Ele tem para nós vida abundante. Os rios de água viva podem
fluir do nosso interior. Há vestes alvas e óleo fresco para a nossa cabeça. Temos à
disposição a suprema grandeza do poder de Deus, o mesmo poder que ressuscitou
Jesus dentre os mortos. Não há escassez da parte de Deus. Enquanto tivermos
vasilhas vazias, o azeite de Deus não cessará de jorrar. Enquanto nosso coração
estiver sedento de Deus, ansioso por buscar sua face e aberto para receber a sua
unção, não faltará orvalho do céu sobre nós, nem o bálsamo de Gileade sobre a
nossa cabeça. Deus não despede de mãos vazias aqueles que nele esperam. Ele não
decepciona aqueles que o buscam. Aqueles discípulos estavam aguardando não a
perpetuação da escassez, não a continuação da crise, não o prolongamento da
aridez espiritual que os assolava. Estavam buscando com avidez um
derramamento do Espírito, uma qualidade superior de vida, uma experiência mais
profunda com o poder de Deus.

Tipologia Bíblica 183


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

No passado muitos homens de Deus experimentaram coisas tremendas e


extraordinárias porque ousaram crer e buscar as riquezas insondáveis do
Evangelho de Cristo e a plenitude do poder do Espírito. Foi essa busca de poder
que fez de George Whitefield o maior pregador ao ar livre do século XVIII. Foi essa
sede de vida plena que fez de John Wesley o grande avivalista que sacudiu a
Inglaterra e tirou o país das cinzas de uma crise avassaladora. Foi o poder do céu
que fez do jovem David Brainerd o maior referencial de vida piedosa no século
XVIII, a ponto de John Wesley considerar a leitura do diário pessoal de Brainerd a
obra mais importante a ser lida por um pregador. Foi esse revestimento de poder
que transformou o vendedor de sapatos Dwight Moody no maior evangelista de
todos os tempos. Hoje vemos muitas vertentes religiosas pregando um poder que vem de
dentro do homem. Isso não é cristianismo, é budismo. O poder que precisamos não vem de
dentro, mas do alto, do céu, de Deus.

Resultado de oração fervorosa. Atos 1.14 "... todos perseveraram, unânimes em


oração." Todo o grupo dos 120 discípulos estava irmanado no mesmo objetivo.
Ninguém ficou de fora daquela reunião de oração. Não houve desistência no meio
do caminho. Todos perseveraram. Hoje, muitas vezes, temos ânimo para começar
uma reunião de oração, temos arrojo para conclamar as pessoas, mas não temos
fibra para perseverar. É fácil começar.
É fácil ter entusiasmo quando a situação é favorável. Mas Deus busca em nós
persistência. Abraão insistiu com Deus para não destruir os justos junto com os
ímpios em Sodoma. Deus ouviu a sua oração e tirou Ló de lá. Elias insistiu com
Deus no cume do Carmelo e orou sete vezes até a chuva torrencial cair sobre a terra
seca de Israel. Os discípulos passaram dez dias perseverando em oração. Eles não
desistiram. Oraram até que veio sobre eles, com grande poder, o derramamento do
Espírito. Mas eles não estavam apenas juntos. Não foi mera perseverança que
marcou aquela extraordinária reunião de oração. Eles oraram unânimes. Havia
acordo sobre o assunto da oração. Era como se fosse uma só alma diante de Deus.
Eles estavam afinados pelo diapasão do céu. Eles tinham um só coração, um só
propósito. Todos oravam na mesma direção, aguardavam a mesma promessa,
buscavam o mesmo revestimento de poder.

Hoje temos gigantes do saber no púlpito e pigmeus na vida de oração. Pastores


indolentes não sabem o que é agonia de alma, nem jamais experimentaram o que é
lutar com Deus em oração como Jacó. E. M. Bounds disse no seu clássico livro O
Poder através da Oração que "homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões
mortos matam". Lutero, o grande reformador alemão, já dizia que " sermão sem unção
endurece o coração". C. H. Spurgeon dizia que toda a sua vasta biblioteca nada era
diante do altar sagrado de sua sala de oração. Abraão Kuiper, grande teólogo,
educador e político holandês, afirmou que, "se pastores não forem homens de
oração e não honrarem o Espírito Santo em sua vida e ministério, darão aos seus
rebanhos pedra em vez de pão". É verdadeiro o refrão que citamos em nossas
igrejas: "Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração,
nenhum poder". Na verdade, bancos vazios de oração fazem púlpitos sem poder. C. H.
Spurgeon, ao pregar sobre o texto de Atos 1.14, disse: "Como esperar o Pentecoste
se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime,
perseverando em oração, só depois vem o Pentecoste".
Tipologia Bíblica 184
Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Perguntaram a David Yong Cho qual seria a melhor estratégia que um pastor
deveria usar para levar a sua igreja a tornar-se uma igreja de oração. Ele
respondeu: "A única maneira de levar uma igreja a orar é o pastor dela ser um
homem de oração". Por esse motivo, quando perguntaram a Dwight Moody qual
era, para ele, o maior obstáculo ao avanço da obra, ele respondeu: "O maior
obstáculo da obra são os obreiros". E disse mais: "Moody é o maior inimigo de
Moody". Se os pastores forem gravetos secos a pegar o fogo do Espírito, o povo
todo começará a arder. Se o púlpito for uma fogueira, a igreja será cheia do calor do
Espírito. Perguntaram a Moody certa vez: "Sr. Moody, como começar um
avivamento na igreja?". Ele respondeu: "Acenda uma fogueira no púlpito".
Martyn-Lloyd Jones afirmou que "o Pentecoste é derramado sobre algo que está
pronto. A unção do Espírito derrama-se sobre a preparação. Elias erigiu um altar,
em seguida cortou a lenha e arrumou-a sobre o altar. Então, matou o novilho,
cortou-o em pedaços e colocou-os sobre a lenha. Tendo feito tudo isso, orou para
que descesse fogo; e o fogo desceu. Essa é a ordem das coisas".

0 conteúdo do Pentecoste: O Pentecoste veio porque uma congregação de 120


pessoas estava unida, coesa, unânime, perseverando na busca do mesmo ideal. At
1.14; 2.1. Havia unidade de propósitos. Hoje há ajuntamento, mas pouca
comunhão; há orações, mas pouca concordância; muita coreografia, mas pouco
quebrantamento; muito movimento, mas pouca adoração; muita agitação, mas
pouco louvor; muita verborragia, mas pouca unção; muitos buscam o
derramamento do Espírito, mas outros puxam para trás.
Quando o missionário presbiteriano John Hyde estava indo para a índia, recebeu
um telegrama a bordo do navio. Abriu-o sofregamente. Havia uma pergunta
lacônica e perturbadora: "John Hyde, você está cheio do Espírito Santo?". Ele ficou
irritado com a petulância e audácia da pergunta. Amarrotou o telegrama, enfiou-o
no bolso e tentou escapar da intrigante pergunta. Procurou justificar para si mesmo
que a pergunta não tinha razão de ser, visto que ele estava indo para um campo
missionário, abrindo mão de tantas regalias, a fim de embrenhar-se em terras
longínquas e obscuras. Todavia, ao entrar em seu aposento, o dedo de Deus o tocou
e a pergunta começou a arder em seu coração: "John Hyde, você está cheio do
Espírito Santo?". Foi então que ele caiu de joelhos, em lágrimas, e clamou a Deus
por um derramamento do Espírito em sua vida. Ele foi profundamente
influenciado por esta oração. Experimentou algo especial da parte de Deus. Ao
chegar à índia, em apenas três anos viu mais de mil pessoas rendendo-se a Cristo
através do seu ministério. A experiência do enchimento do Espírito Santo é pessoal
At 2.3,4. O Espírito Santo desce sobre cada um individualmente. Cada um vive a
sua própria experiência. Ninguém precisa pedir, como as virgens néscias, azeite
emprestado. Todos podem ser cheios do Espírito!.
No pentecostes o Espírito veio em forma de Vento para mostrar a soberania, a
liberdade e a inescrutabilidade do Espírito. O Espírito, assim como o vento, sopra
onde quer, da forma que quer, em quem quer. Ninguém pode cercar ou deter o
vento. Ele é misterioso. Ninguém sabe donde ele vem nem para onde vai. Seu curso
é livre e soberano. Deus não se submete à agenda dos homens.

Tipologia Bíblica 185


Angelologia (Um Tratado sobre os Anjos)
Pentecostalismo
Família Projeto de Deus
ITI Curso Teológico Módulo VI

Ele não se deixa domesticar. Ele não pode ser pressionado. Ele é Deus. Está no
trono e faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade. Também no
Pentecostes o Espírito veio em forma de línguas de fogo. O fogo ilumina, purifica,
aquece e alastra. Jesus veio para lançar fogo sobre a terra. Hoje muitos crentes
parecem mais barras de gelo do que brasas vivas. Benjamim Franklin gostava de
ouvir George Whitefield porque podia vê-lo arder diante dos seus olhos. Deus
disse ao profeta Jeremias: "Eis que eu converterei em fogo as minhas palavras na
tua boca". Mas a tendência do fogo é apagar. Onde não há combustível, o fogo se
apaga. É por isso que, cinco vezes, em Levítico capítulo 6, Deus instruiu a que não
se deixe o fogo apagar sobre o altar. Deus acende o fogo, mas nós devemos mantê-
lo aceso. II Cr 7.11. O apóstolo Paulo, nessa mesma direção, exorta o seu filho na fé,
Timóteo, a reavivar o seu dom. II Tm 1.6. A palavra reavivar refere-se ao uso de
foles para fazer com que volte a chamejar o fogo prestes a apagar. Precisamos de
uma igreja inflamada. Quando a igreja perde o fogo do Espírito, os pecadores perecem
no fogo do inferno. Só uma igreja aquecida pelo fogo de Deus pode arrebatar as pessoas do
fogo da condenação.

Quando os discípulos ficaram cheios do Espírito, começaram a falar das grandezas


de Deus. At 2.4,11. Todos começaram a glorificar a Deus. Não havia espaço para
palavras torpes e maliciosas. Acabaram-se as intrigas. Cessaram as acusações. Toda
a visão pessimista acabou. Eles estavam cheios de entusiasmo e vibração, falando
das grandezas de Deus.
Precisamos de um Pentecoste que tire da igreja toda murmuração, toda palavra e
atitude de derrota. Há muitos na igreja que só vêem as coisas através de lentes
embaçadas. São pessoas que passam o tempo todo reclamando da vida, da família
que têm, da igreja que freqüentam. São pessoas que jogam contra o patrimônio, que
puxam para baixo, que remam no sentido oposto, que são sempre do contra. Essas
pessoas são arautos do caos, profetas do desastre, embaixadores do pessimismo.
Precisamos de um Pentecoste que tire a igreja do pântano do desânimo, da cova da
murmuração e do calabouço do negativismo. Precisamos abrir a boca para falar das
grandezas de Deus. Precisamos profetizar as possibilidades infinitas de Deus.
Precisamos ser um povo mais ousado, mais otimista e mais entusiasmado!

Experiência pessoal de revestimento de poder. Lc 24.49; At 1.5,8: Não há


cristianismo sem poder. O Evangelho que abraçamos é o poder de Deus para todo
o que crê. Rm 1.16. O Espírito Santo que recebemos é Espírito de poder. II Tm 1.7.
O Reino de Deus, que está dentro de nós, não consiste em palavras, mas em poder.
Rm 4.20. A pregação da Palavra precisa ser feita com poder. I Ts 1.5; I Co 2.4.
O próprio Jesus, mesmo sendo Filho de Deus, não abriu mão desse poder. Quando
foi batizado no rio Jordão, o céu se abriu, o Pai falou, e o Espírito Santo desceu
sobre Ele, revestindo-o de poder para o ministério. Lc 3.21,22. Dali, Jesus foi para o
deserto, conduzido pelo Espírito, cheio do Espírito, onde jejuou e orou durante 40
dias. Ali no deserto o diabo usou todo o seu arsenal para tentar a Jesus. Lançou
sobre ele todos os seus torpedos mortíferos. Mas foi fragorosamente derrotado. Lc
4.1-11. Do deserto, Jesus saiu vitorioso e, cheio do Espírito, retornou à Galiléia. Lc
4.14.

Tipologia Bíblica 186


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Entrou na sinagoga de Nazaré e tomou o livro de Isaías nas mãos, para revelar ao
povo que o Espírito de Deus estava sobre ele, ungindo-o para pregar, curar e
libertar. Lc 4.17,18. Toda a vida de Jesus e todo o seu ministério aconteceram sob a
unção do Espírito Santo. At 10.38. O Espírito Santo esteve presente até mesmo na
sua morte (Hb 9.14) e na sua ressurreição. Rm 8.11. Se Jesus, sendo Deus, não
prescindiu do poder do Espírito, tampouco nós podemos fazê-lo. Não basta apenas
conhecer as Escrituras, é preciso experimentar o poder de Deus. Mt 22.29. Não
basta apenas ter a cabeça cheia de luz, é preciso ter o coração cheio de fogo. Não
basta apenas ter boa teologia, é preciso ter unção do Espírito. Não basta apenas ter
boa organização, é preciso ter óleo na engrenagem. A igreja sem a unção e o poder
do Espírito é como um vale de ossos secos.
Sem o poder do Espírito, poderemos ter igrejas grandes, mas não igrejas vivas. Sem
o poder do Espírito, poderemos ter grandes templos, mas não congregações santas.
Sem o poder do Espírito, poderemos ter um culto solene e pomposo, mas não
convicção de pecado e sede de Deus. Sem o poder do Espírito, poderemos realizar
grandes obras, mas não estender as estacas do Reino de Deus. Foi esse sentimento
que levou Billy Graham, o maior evangelista deste século, a dizer: "Se Deus tirar a sua mão
da minha vida, estes lábios se tornarão lábios de barro".

Depois de anos de trabalho missionário, John Wesley era apenas um cristão


nominal. Converteu-se em 24 de maio de 1738 num culto dos morávios na
Aldersgate Street, em Londres. Nesse mesmo ano, desejou uma experiência mais
profunda com Deus. No dia 1° de janeiro de 1738, ele, seu irmão Charles Wesley e
George Whitefield, mais 60 irmãos, continuaram em oração até às três horas da
madrugada. Quando o Espírito Santo foi derramado de forma poderosa, eles foram
usados para sacudir a Inglaterra e tirar a igreja das cinzas. John Wesley viveu 52
anos depois desse revestimento de poder. A partir daquele dia, pregou para
grandes multidões, nas minas de carvão, nas praças e em todos os lugares onde o
povo se ajuntava para ouvi-lo. Morreu em 2 de março de 1791, mas sua vida e seu
exemplo inspiram o povo de Deus até hoje.
Antes de sua ordenação, George Whitefield jejuou e orou por dois dias. No seu
primeiro sermão, 15 pessoas foram poderosamente convencidas de pecado e
convertidas. Este gigante da pregação ao ar livre pregou durante 35 anos, de três a
cinco vezes por dia para auditórios de 2 mil a 20 mil pessoas. Muitas vezes, caval-
gando pelas estradas empoeiradas da Inglaterra, montado em seu cavalo, era
tomado por grandes comoções. As torrentes do céu caíam abundantemente sobre
ele. O orvalho celestial molhava a sua alma com unção renovada. O poder do
Espírito o inundava, e o povo afluía para ouvi-lo com sofreguidão onde quer que
ele chegasse.
Dwight Moody já havia sido usado grandemente em Chicago. Duas mulheres da
Igreja Metodista Livre oravam fielmente por ele. No final do culto disseram-lhe:
"Estamos orando por você". Intrigado, ele respondeu: "Por que vocês não oram pelo
povo?". Elas então o fitaram e disseram: "Porque o senhor precisa de poder". Dias
depois, o Espírito Santo desceu sobre Moody com poder em Wall Street, New York.
A essas alturas, Moody já estava pedindo a Deus todos os dias para que o enchesse
de poder.

Tipologia Bíblica 187


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Pentecostalismo
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Depois que Deus derramou seu Espírito e Moody experimentou essa efusão de
poder, ele disse: "Eu não voltaria ao lugar em que estava há quatro anos, por todo o
dinheiro do mundo". Mais do que nunca, estamos precisando de um Pentecoste
para revitalizar a pregação nos nossos púlpitos. Há púlpitos que estão dando não o
pão do céu ao povo, mas um caldo venenoso e mortífero. Há pastores pregando
outro evangelho, ensinando ao povo doutrinas de homens, mercadejando a Palavra
e sonegando às almas o santo Evangelho de Cristo. Há outros púlpitos que são
verdadeiras cátedras de erudição, mas anunciam ao povo apenas sabedoria
humana. Alguns púlpitos têm-se transformado em balcões de negócio, onde
pregadores inescrupulosos vendem e barganham as bênçãos de Deus e escondem
do povo o Evangelho da graça. Há também púlpitos que pregam a sã doutrina, a
ortodoxia bíblica, mas sem o óleo da unção. São púlpitos secos, cujas mensagens
são áridas. Os pregadores parecem postes doutrinários, carentes da seiva da vida.

Se não houver unção no púlpito, haverá morte nos bancos. Sem pregação ungida, os
mortos espirituais não ressuscitarão. Sermões sem unção alimentam a mente, mas
não tocam o coração. Lançam luz à cabeça, mas não ateiam fogo ao coração. Não
estamos necessitados de grandes homens no púlpito, mas precisamos de homens
de Deus. Não estamos necessitados de grandes sermões, mas de mensagens cheias
do azeite do Espírito. Não estamos precisando de erudição, mas de unção.

Quando o Espírito é derramado, até mesmo homens rudes como os pescadores da


Galiléia transtornam o mundo e atraem multidões aos pés de Jesus. Hoje gastamos
mais tempo preocupados em preparar a mensagem, fazer pesquisas, ler
comentários e buscar a exegese para os termos a partir das línguas originais. Tudo
isso é muito importante. Mas não pode parar aí. Deus não unge estruturas
literárias. Deus não unge simplesmente a mensagem, mas sobretudo o pregador.
Jonathan Edwards pregou um tremendo sermão sobre o tema "Pecadores nas Mãos
de um Deus Irado". Cerca de 500 pessoas sofreram tal impacto com a mensagem,
que gemiam, choravam e gritavam, agarradas aos bancos e pilares do templo,
tomadas de profunda convicção do pecado. Esse mesmo sermão está impresso.
Poderíamos pregá-lo literalmente, e os resultados seriam bem outros. A unção não
estava na mensagem, mas no mensageiro. O método de Deus é o homem. Deus unge
homens, e não métodos. Precisamos, portanto, do poder do Espírito Santo para pregar a
Palavra com poder e intrepidez.

Atos 1.8: Sem o poder do Espírito, a igreja perde a visão e a paixão. Sem o poder do
Espírito, a igreja se encolhe e ensarilha as suas armas. Sem o poder do Espírito, a
igreja se intimida e se esconde dentro de suas quatro paredes, pois é mais fácil ficar
do que sair, é mais cômodo permanecer no ninho do que entrar em campo. Só o
Pentecoste pode dar senso de urgência à igreja em relação à sua missão. Só o
derramamento do Espírito pode tirar os olhos da igreja de si mesma e erguê-los
para ver os campos brancos para a ceifa. Só o poder do Espírito pode elastecer a
visão da igreja quanto à visão missionária.
No século passado, Alexandre Duff deixou a Escócia e foi para índia. Ali gastou a
sua vida. Ali derramou o seu coração. Ali fez sua alma arder por Deus numa
profunda devoção à salvação dos perdidos.
Tipologia Bíblica 188
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Depois de velho e cansado, doente e com as forças estioladas, voltou a seu país
para tratamento de saúde. Também realizou conferências missionárias para
despertar outras vocações que dessem prosseguimento ao seu trabalho. Certa feita,
num grande auditório, falava a centenas de jovens. Pregou com grande ardor.
Derramou seu coração num apelo veemente aos jovens, convocando-os a deixar a
Escócia e ir para a índia. Para sua surpresa, nenhum jovem atendeu ao apelo. Ele
ficou tão chocado com a resposta negativa do auditório que teve um ataque
cardíaco no púlpito e desmaiou. Levaram-no para uma sala contígua ao púlpito,
massagearam-lhe o peito e ele voltou à consciência. Pediu, então, para o levarem de
volta ao púlpito de modo que pudesse terminar o apelo. Os médicos responderam
que ele não podia voltar ao púlpito. Mas ele retrucou: "Eu não posso deixar de
voltar. Preciso terminar o apelo". Levaram-no então ao púlpito, e o auditório o
ouviu atentamente. Mesmo com voz trêmula, ele se dirigiu à seleta audiência com
estas palavras: "Jovens, se a rainha da Escócia convocasse vocês para qualquer missão
diplomática, em qualquer lugar do mundo, vocês iriam com orgulho e sem detença. O Rei dos
Reis, o Senhor dos Senhores, aquele que amou vocês e morreu por vocês na cruz, convoca-
os para ir à índia como embaixadores do céu e vocês não querem ir. Então irei eu. Já estou
velho, cansado e doente. Pouco poderei fazer, mas pelo menos morrei às margens do
Ganges, e o povo indiano saberá que alguém os amou e se dispôs a ir até eles, levando a boa
nova da salvação". Quando Alexandre Duff terminou o apelo, o auditório estava em prantos.
O Espírito de Deus produziu grande quebrantamento naquela conspícua assembléia, e
dezenas de jovens se levantaram atendendo ao desafio de ir para a índia.

Conta-se que, quando Jesus terminou sua obra de redenção no mundo, morrendo
na cruz e ressuscitando dentre os mortos, voltou para a glória, sendo recebido
apoteoticamente pelos anjos. Um anjo aproximou-se de Jesus e perguntou-lhe:
"Senhor, tu morreste na cruz para a salvação dos pecadores. Mas quem vai levar
essa mensagem ao mundo inteiro?". Jesus respondeu: "Eu deixei lá na terra doze
homens preparados para esta missão". O anjo, então, arriscou uma segunda
pergunta: "Mas, Senhor, e se eles falharem?". Jesus de pronto respondeu: "Se eles
falharem, eu não tenho outro método". Essa missão é nossa. É intransferível. Por
isso, precisamos do poder do Espírito para realizá-la.
As missões são uma tarefa impostergável. Não podemos omitir-nos nessa tarefa,
pois seria uma atitude criminosa. Não podemos protelar o que deve ser nossa
missão mais urgente. A cada dia que passa, portas se fecham e outros atalhos
aparecem para desviar as pessoas. Surgem a cada dia, em cada esquina, novas
seitas pregando um falso evangelho, outro evangelho, fazendo os incautos
enveredar pelas sendas do erro. Doutrinas satânicas estão ganhando espaço, con-
quistando terreno, invadindo as universidades, entrando na mídia bem na cara da
igreja. Estamos assistindo nesse século à orientalização do ocidente. O
espiritualismo com suas diversas faces está penetrando na cultura subjacente do
nosso povo. Os terreiros de Umbanda crescem como cogumelos em todos os
quadrantes da nossa Pátria. As seitas heréticas conquistam terreno a cada dia. E o
pior disso é que a igreja dorme, enquanto o inimigo semeia o seu joio maldito no
meio do trigal de Deus. Precisamos acordar. Precisamos levantar os olhos.
Precisamos ver os campos que estão brancos para a ceifa.

Tipologia Bíblica 189


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Precisamos entender que a nossa comida e a nossa bebida é fazer a vontade de


Deus, e a vontade de Deus é que levemos todo o Evangelho a toda criatura, a todas
as nações, até os confins da terra. Numa tribo indígena, um jovem se preparava
para ser o cacique. Era moço inteligente, ágil e com forte espírito de liderança. Seu
corpo atlético e hercúleo faziam dele a esperança de toda a tribo.

Entretanto, uma doença indomável e avassaladora estiolou as suas forças, minou o


seu vigor e tirou o brilho dos seus olhos. Toda a tribo, aflita, buscou os recursos
disponíveis para salvar a vida do futuro cacique. Mas foi tudo em vão. A doença
não retrocedia. O jovem, então, com o corpo surrado pela doença, os olhos
perdidos no infinito e a certeza da morte iminente, aproximou-se de sua velha mãe
e perguntou-lhe: "Mamãe, para onde eu irei quando morrer? O que será da minha
alma?". A mãe aflita respondeu: "Meu filho, eu não sei". Os dias se passaram, e o
jovem, agora com o corpo macérrimo e olhar baço, já no colo da mãe, com a voz
fraca, perguntou-lhe: "Mamãe, estou morrendo. Para onde vai a minha alma? O
que será de mim quando eu morrer?". A mãe, chorando, apertou-o contra o seu
peito e disse: "Meu filho, eu não sei, eu não sei". O jovem, não resistindo à
enfermidade, morreu sem saber para onde ia. Meses depois, chegou àquela tribo um
missionário pregando o Evangelho, falando sobre o céu, a vida eterna e a certeza da
salvação. Enquanto o missionário pregava essas boas novas de salvação, saiu de uma palhoça
uma mulher idosa, com o rosto sulcado de dor e os olhos inchados de tanto chorar; ela
correu em direção ao missionário, agarrou-o pelos braços, sacudiu-o violentamente e gritou:
"Por que você não veio antes? Por que você não veio antes?". Era a mãe do jovem que
morrera sem saber para onde ia. É muito frustrante chegar atrasado. É doloroso
chegar tarde demais. Somos convocados a fazer missões, “aqui e além fronteira,
antes que seja tarde demais”.

Resultados do Pentecoste: 0 Pentecoste foi um fenômeno celestial. O Pentecoste não


foi algo produzido, ensaiado, fabricado, teatralizado. Algo do céu verdadeiramente
aconteceu. O Pentecoste foi incontestável, ninguém pôde negar sua existência. Foi
irresistível, ninguém pôde impedi-lo. Foi soberano, ninguém pôde produzi-lo. Foi
eficaz, ninguém pôde desfazer os seus resultados. Foi singular, o Espírito Santo
veio para permanecer eternamente com a igreja, como o outro Consolador. O
fenômeno do derramamento do Espírito incluiu:

1. Som - Não foi barulho, algazarra, falta de ordem, histeria, mas um som do céu. O
Pentecoste foi audível, verificável, público, transpirando para fora do cenáculo,
reverberando sua influência na sociedade. Este insólito acontecimento atraiu a
grande multidão que estava em Jerusalém para ouvir a Palavra de Deus.

2. Vento - O vento é símbolo do Espírito Santo. O hebraico tem uma única palavra
para vento e sopro. O homem passou a ser alma vivente quando Deus soprou em
suas narinas. Foi o hálito de Deus que lhe deu vida. Deus renova a face da terra,
enviando o seu Espírito. SI 104.30. O Espírito soprou no vale de ossos secos e do
vale brotou a vida. Jesus disse que "o vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas
não sabes donde vem, nem para onde vai..." Jo 3.8. O vento é livre, ninguém
consegue domesticá-lo; ele sopra onde quer. Muitas vezes, ele sopra onde jamais
sopraríamos e deixa de soprar onde estamos soprando com toda a força.

Tipologia Bíblica 190


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O vento é soberano, ninguém pode resistir a ele. O vento é misterioso; ninguém


sabe de onde vem nem para onde vai. O vento tem uma voz, importa-nos ouvi-la e
obedecer.

3. Fogo - O Espírito veio em línguas como de fogo. O fogo também é símbolo do


Espírito. O fogo ilumina, pois quem é nascido do Espírito não anda em trevas. O
fogo purifica, queimando todo o entulho que entope as fontes da nossa vida. O
fogo aquece, tirando-nos da frieza espiritual e inflamando nosso coração. O fogo
alastra, pois quando estamos cheios do Espírito é impossível isso ficar escondido.
Quando estamos cheios do Espírito, as pessoas que estão à nossa volta notam isso e
sofrem o impacto desse fato. A história dos avivamentos prova sobejamente essa
tese. Foi assim no grande despertamento espiritual da Inglaterra no século XVIII.

Quando George Whitefield se levantava para pregar nas praças, as multidões se


acotovelavam, ávidas para ouvir sua mensagem. Quando John Wesley ia às minas
de carvão, aqueles homens, outrora rudes, choravam quebrantados pela sua
pregação. No País de Gales, no século XVIII, Deus salvou um jovem, Howell
Harris, usando não um sermão, mas o aviso dominical sobre a Santa Ceia. Ao ser
convertido, Howell Harris não sabia pregar. Meses depois de sua conversão,
recebeu poderosa visitação do Espírito e a partir de então passou a ter grande
paixão pelas almas. Mesmo não sabendo pregar, começou a ler livros evangélicos
para as pessoas. A unção de Deus caiu sobre ele de tal forma, que as pessoas
sofriam grande impacto com suas leituras. Mais tarde, esse homem recebeu de
Deus a capacitação para pregar e veio a ser um dos maiores avivalistas daquele
século em seu país. Tornou-se eloqüente e ungido pregador. As multidões ouviam
com profundo interesse sua pregação, e centenas de pessoas foram salvas através
de seu ministério.

No século passado, no grande avivamento que varreu todos os Estados Unidos,


Deus usou de forma tremenda o advogado Charles Grandisson Finney. Onde ele
chegava para pregar, Deus operava maravilhosamente. Os corações se derretiam, e
os joelhos se dobravam diante do Salvador Jesus pela sua pregação. Quanto a
Dwight Moody, desde que foi revestido com o poder do Espírito em Wall Street,
New York, sempre que se levantava para pregar, as pessoas se ajuntavam ávidas
para ouvi-lo.

A Bíblia diz de João Batista que, cheio do Espírito, era uma voz e não um eco, e por
isso as multidões deixavam Jerusalém com todo o seu aparato religioso, o sumo
sacerdote e os mestres da lei e rumavam para o deserto para ouvi-lo. O que mais
importa não é se estamos num púlpito erudito, numa catedral ou num templo de
chão batido ou mesmo no deserto. O que importa é se o nosso ministério está
irrigado pelo óleo do Espírito. O que importa é se há unção em nossa vida. Não
adianta erudição sem poder. Não adianta conhecimento sem unção. Não adianta ter cursos e
mais cursos se o orvalho de Deus não cai sobre nós. Nossos diplomas não podem atrair as
multidões para ouvir a Palavra. Nossos títulos não nos credenciam a ter um ministério
frutífero. E finalmente, depois do Pentecoste a religião deixou de estar vinculada a
lugares sagrados para penetrar na tessitura da vida. O lar, o lugar mais comum,
mais universal, deve ser o lugar mais sagrado, uma verdadeira Betel, casa de Deus.
Tipologia Bíblica 191
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Referências Bibliográficas

A.A (Autores Anônimos)


Claudionor de Andrade
José de Oliveira
Cristianismo em Crise. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, 1 ed. p.52-53.
Revista de enriquecimiento. Primavera de 2006.
Ciro Sanches Zibordi
Pastor Martim Alves da Silva
José Barbosa Junior
Jane Borges Santos
in Macarthur Jr. Desfrutando música e adoração espiritual.
in Casimiro (ed.) Adoração e louvor.
Leila Gusmão e Luz, Westh Ney.
Bíblia de Genebra, rodapé in loco
Swindol, Charles. A noiva de Cristo. S. Paulo: Editora Vida,
Warren, Rick. Um a igreja com propósitos. S. P: E. Vida, 3ª. ed., 1998, p. 308.
Hernandes Dias Lopes – Pentecoste O fogo que não se apaga

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Índice
Capitulo I: Família: Um Projeto de Deus

Capitulo II: A Família e o Aspecto Jurídico

Capitulo III: A Televisão e a Família


1. Televisão: Babá Eletrônica
2. Vinte e Sete Conselhos para ver televisão em Família

Capitulo IV: A Família e as Finanças


1. O dinheiro é de Deus ou do diabo?
2. O dinheiro é a raiz de todos os males?
3. Sete princípios bíblicos para uma boa administração do dinheiro
4. Sete passos para o sucesso
5. Orientação orçamentária

Capítulo V: O Perfil da Mulher segundo o Coração de Deus


1. O perfil da mulher cristã no Antigo Testamento
2. O perfil da mulher cristã no Novo Testamento
3. Escala de Prioridades da Mulher
4. Direitos Constitucionais da Mulher
5. Direitos garantidos pela Constituição Divina
6. Obrigações da Mulher como Esposa
7. Obrigações da Mulher como Mãe
8. Obrigações da Mulher como Profissional
9. Que tipo de mulher Você é?
10. O que todo Esposo espera de sua Esposa?

Capítulo VI: O Perfil do Homem segundo o coração de Deus


1. Escala de prioridades do Homem
2. Direitos do Homem garantidos pela Constituição Divina
3. Obrigações do Homem como Líder Espiritual
4. Obrigações do Homem como Esposo
5. Obrigações Homem como Pai
6. Obrigações do Homem como Profissional
7. Que Tipo de Esposo, Você é?
8. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

Capítulo VII: Direitos e Obrigações dos Filhos segundo a Bíblia


1. Direitos dos Filhos
2. Obrigações dos Filhos
3. Dez Tipos de Filhos
4. Relacionamento na Vida Familiar
5. Lista de atitudes que afastam os Filhos dos Pais
6. Advertência
7. Disciplina
8. Como ter um Filho delinqüente

Capitulo VIII: Violência Domestica

Capitulo IX: Graça para um Relacionamento Sem Graça

Capitulo X: O que não pode faltar numa Família


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Introdução

No mundo contemporâneo é assustador o rebaixamento dos padrões morais,


éticos e principalmente espirituais. Isto está de modo sutil, minando e demolindo
os alicerces da família, como célula básica da sociedade, a qual se tornou
permissiva, sem referenciais e limites.

O apóstolo Paulo, afirmou que nos últimos dias o inimigo promoveria uma
destruição em massa na família. Os sentimentos de ternura, amor e respeito,
desapareceriam do lar e com a ausência de tudo aquilo que faz parte da estrutura
familiar, surgiria pais desumanos, egoístas e filhos desobedientes, II Tm 3.1-3.

Como a família é o núcleo de toda a sociedade, ela se torna alvo fácil da destruição
em função da exploração, em outras palavras, cada vez que alguém quer
transformar a opinião do povo passa a introduzir conceitos distorcidos dentro dos
lares. São várias as maneiras de se distorcer a base de uma família, o que gera este
caos em a atual sociedade está inserido e que em tempos passados ocasionou o
julgamento implacável de Deus como nos dias de Noé e posteriormente em
Sodoma, Gomorra e cidades circunvizinhas.

Porém, quando uma família está bem estabelecida e alicerçada na Palavra de Deus,
a contaminação exterior não a atinge. É com profundo pesar que constamos que
muitas famílias cristã tem adotado o mesmo discurso e conceitos mundanos que
tem causado danos irreversíveis. Por exemplo, com relação a cultura do divórcio: a
sociedade parece tomada por uma epidemia de separações conjugais, doença que
deixa marcadas as almas de muitos casais maduros, como as de inúmeros jovens
que experimentam desde cedo a inconstância do amor e a experiência perversa das
rupturas do lar.

O número de divórcios está crescendo dramaticamente na sociedade, mostrando


que hoje muitos casais o consideram uma opção importante quando um casamento
não vai bem. No Brasil, um de cada quatro casamentos acaba em divórcio e nos
Estados Unidos o problema atinge quase metade dos casamentos.

Não admira que a atual geração demonstre um gélido pessimismo quanto à


possibilidade de viver um amor verdadeiro e realizador no casamento. Mas o que
impressiona mais é que estudos mostram que os cristãos são tão vulneráveis ao
divórcio quanto qualquer outra pessoa.

Todos os anos, milhares de cristãos decidem, por diversos motivos, terminar seu
casamento. Um estudo realizado pelo Barna Research Group revela que o índice de
divórcio entre os cristãos americanos está realmente um pouco mais elevado do
que entre os que não são cristãos. Entre os adultos que não são cristãos, 24 por
cento estão atualmente ou já estiveram divorciados. Em comparação, 27 por cento
dos crentes que acham que nasceram de novo estão nessa mesma situação. Essa
tendência prejudica o testemunho dos cristãos na sociedade. Há a informação de
que até os ateus estão, com alegria, utilizando o mesmo estudo para anunciar que
quem não crê em Deus tem o índice mais baixo de divórcio.

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Capitulo I

Família: Um Projeto de Deus

A sociedade conhece uma caricatura de família, onde não há compromisso


de palavra, de votos, de respeito, de solidariedade, de companheirismo; a
família tem se tornado um grupo de poucas pessoas que moram no mesmo
lugar, sem diálogo, sem misericórdia, sem tempo em comum, onde predomina
o individualismo - cada qual tem seus interesses pessoais, seus prazeres,
seus amigos. Enfim, são famílias sem amor e sem Deus! Esse não é o modelo
divino. O Projeto de Deus está descrito na Bíblia Sagrada da Família
segundo o coração de Deus.

Certa feita, num grande simpósio de arquitetura nos EUA, dentre muitos profissionais
reuniam-se ali as maiores autoridades e estudiosos da engenharia e arquitetura
mundial discutindo os projetos arquitetônicos da humanidade... Num certo momento
pede a palavra um renomado historiador, que convida todo auditório a lembrar e
elencar os maiores projetos da humanidade construídos até hoje. E assim foram
sendo destacados: As pirâmides do Egito, O Templo de Jerusalém, as Muralhas da
China, Coliseu, Estátua da Liberdade e até as grandes obras brasileiras foram
lembradas, como o Cristo Redentor e a nossa Usina de Itaipu.

Muito bem! disse o bom historiador a toda a platéia, essas são as grandes
maravilhas da humanidade. Mas, vocês sabem qual é o maior projeto de Deus?
Alguns minutos se passaram num total silêncio e infelizmente aqueles
doutores não souberam responder.

O maior projeto de Deus é a Família: Todos esses projetos acima citados e centenas
de outros são belos, mas, nada se compara a família. Pois, o maior projeto de Deus
é a instituição mais valiosa que possuímos, antes mesmo do Estado, da Igreja, a família
tem sua origem em Deus e por isso é a célula mater da sociedade e, isto é comprovado
na santíssima trindade, na pessoa do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. A eterna
comunhão familiar existe no seio de Deus. “Por esta causa, me ponho de joelhos
diante do Pai, de quem tomo o nome toda família tanto no céu como sobre a terra”.
Ef 3.14,15

No projeto original de Deus, sua percepção de que não era bom o homem estar só
levou-o a formar a mulher, com o propósito de que esta viesse a ser sua
companheira, sua ajudadora. Gn 2.18-25. Daí se originou os primeiros filhos. Estava
formado o primeiro núcleo familiar no mundo, dentro dos padrões de Deus.

A família que nasce em Deus é uma família voltada à satisfação do ser: "Não é bom
que o homem esteja só". Gn 2.18. Essa constatação, por si só, evidencia que Deus
estava interessado no bem-estar da sua criatura. Família surgiu para trazer
satisfação, complementação, ajuste, prazer, alegria, plenitude e todos os outros
sentimentos inerentes à própria condição de ser família. Ou seja, família é para ser
bênção segundo a intenção original de Deus.

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O Antigo Testamento se inicia quando a primeira família é criada por Deus (Gn 2.26-
27) e quando Deus dialoga com o primeiro casal (Gn 3.9-10) e termina chamando as
famílias para uma reconciliação. Ml 4.6: “E ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais...”.

O Novo Testamento se inicia com a história de uma família que aguarda um filho
que, pelas indicações dos acontecimentos, seria muito importante. Mt 1.18-25. O
filho nasce quando a família está em viagem e o único lugar que encontram para
acolher a criança é uma manjedoura. O Novo Testamento termina com a figura da
esposa e do esposo que se comunicam com a palavra de convite “Vem”. Apoc 22.17.

O termo grego oikos ocorre cerca de 110 vezes no Novo Testamento e significa
“casa”, “família”, “pertences”, “bens”, etc. Lendo e analisando alguns textos dos
Evangelhos, pode-se perceber que Jesus, de uma maneira ou outra, resgatou o
sentido de família. Jesus não falou de uma maneira clara e direta sobre ela, mas fica
claro que a família teve um papel importante na sua formação e para o seu
ministério. Jesus viveu cerca de 30 anos junto com sua família, enfrentando diversos tipos
de situações e experimentando o cotidiano da vida e das relações judaicas.

Nas cartas de Paulo há alusão às relações familiares. Ele destaca a família como
modelo de comportamento ideal para toda a igreja e exorta as comunidades cristãs
como uma família. Rm 12 e 14; I Co 12; Ef 5.21-26; Cl 3.18-21.

Assim, tanto o Antigo e o Novo Testamento testificam “a respeito da importância


da família na vida das pessoas e da sociedade. Seu papel vai além da função
meramente procriadora, sendo uma comunidade de apoio mútuo, amor,
comunhão, formação e serviço, atingindo assim funções educadoras, socializadoras
e integradoras das pessoas na sociedade”.

Portanto, a família faz parte do plano divino da criação. Deus tem um projeto para
a vida da família. Ao criar a família, Deus providenciou as condições para que o
homem e a mulher não estivessem sozinhos. Ao vínculo entre o homem e a mulher
Deus estabeleceu a comunhão. A garantia de felicidade no lar está em o casal
“buscar constantemente sintonia entre seu projeto fundamental de vida e o projeto
de Deus”. Qualquer constituição familiar que fuja a esse padrão divino é pecado,
pois contraria frontalmente a intenção de Deus, caracterizando-se como
desobediência aos seus ensinamentos. Todo servo de Deus deve primar por uma
família dentro dos padrões divinos.

Mulheres, em nome de Jesus não recebam ministrações de programas que só


inculcam na mente de vocês tudo aquilo que é contrário a Palavra de Deus.
Homens sejam colunas de suas casas. Sejam responsáveis com aquilo que Deus
colocou em suas mãos. Sua esposa e seus filhos são responsabilidade sua. Quanto
tempo você gasta curvado diante de Deus? Curve-se diante de Deus para que sua
família não fique curvada diante deste mundo. Ef 3.15.

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Capitulo II

A Família e o Aspecto Jurídico

"Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeita-a; dominai (...). Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom."
(Bíblia Sagrada, Livro do Gênesis, 1:27-28, cerca de 1.500 a.C.)

"Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. (...) A família é o núcleo
natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado."
(Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU - 1.948, art. XVI, "1" e "3")

"A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado."

(Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, art. 226): "O casamento estabelece
comunhão plena de vida (...). O casamento se realiza no momento em que o homem e a
mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal e o juiz
os declara casados." (Código Civil Brasileiro, 2002, arts. 1.511 e 1.514).

A família natural é constituída pela união matrimonial do homem e da mulher e,


uma vez assim constituída, passa a ser instituição basilar e fundamental para a
existência de nossa sociedade. E mais: por assim ser, dada a sua importância e
indispensabilidade, goza de especial proteção do Estado.

Há nesses documentos históricos - de natureza cristã, científica e jurídica - a


atestação, contundente e peremptória, de que a família natural - aquela que pode
ser fecunda, conforme o mandamento bíblico - tem sido e é sim - em toda a história
da humanidade - o bem maior, a ratio essendi (isto é, a razão essencial) da
sociedade, como se houvesse - e de fato há - uma implicação lógica de causa e
efeito, qual seja: não há sociedade sem família, de modo tal que a família seria o
antecedente necessário do conseqüente lógico que é a sociedade. Não é por outra
razão que, entre os romanos, a máxima capacidade jurídica e social de uma pessoa
se realizava com a obtenção - em ordem e grau de plenitude jurídico-social - do
"status libertatis", depois do "status civitatis" e depois do "status familiae".
Traduzindo: a plenitude do ser humano e da condição social, para os romanos,
dava-se, em primeiro lugar, com a assunção do "estado de liberdade", depois com a
assunção da condição e "estado de cidadão" e, em terceiro lugar, como ápice e
razão de ser do romano, com a assunção de uma posição dentro de uma família
(familia communi iure), o que seria o seu "estado de família".

Nesse mesmo contexto histórico da antigüidade, a noção de "Família", como base


da sociedade, é ainda mais clara, porque, como não havia "Estado" - como
organização jurídica nos moldes em que temos hoje - era no seio dela - da "Família"
- que as relações políticas e jurídicas se iniciavam e se consolidavam, de modo que
a tradição jurídica e cultural de cada comunidade era transmitida, oralmente, dos
pais para os filhos.

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A preservação da comunidade e a continuidade dos seus valores e tradições ficava


a cargo das famílias. Percebamos, então, que papel essencial exercia,
historicamente, a instituição "Família", neste contexto. Os judeus, por exemplo, em
suas entidades familiares, conservavam as tradições e valores fundamentais da sua
comunidade através do "midrash" que era uma espécie de narrativa oral,
transmitida de pai para filho, cujo objetivo maior era interpretar e aplicar, mais
facilmente, na vida diária, os ensinamentos da Torá. Percebe-se, em tudo isso, que
as crianças e adolescentes tinham referenciais claros para serem seguidos. Havia
uma distinção mais nítida, perceptível e elucidativa entre o que é bem e mal, certo e
errado, belo e feio, verdade e mentira. Os pais eram os arquétipos e modelos a
serem seguidos pelos filhos. Era em casa, no lar, que as virtudes eram ensinadas e
exaltadas, do mesmo modo que os vícios eram reprovados e corrigidos. Havia
amor, respeito, ordem, disciplina, consideração, dignidade e honradez familiar.
Infelizmente, não mais tem sido assim. O que era a "Família"? O que é a "Família"?
E no que está se tornando a "Família" são questões que precisamos, urgentemente,
(re)discutir e (re)dimensionar.

Sob o prisma científico, resta, também, comprovado hoje que é no seio da "Família"
que atingimos a plenitude da nossa formação física, moral, cultural e intelectual. É
exatamente por isso que as chamadas Ciências Humanas - assim como também, as
Ciências Sociais e Aplicadas - olham, objectual e cognitivamente, a instituição
"Família" como uma forma de organização elementar dos indivíduos, cujas funções
- proteção psicossocial; socialização; geradora de afeição; proporcionadora de
segurança, aceitação pessoal, satisfação e de sentimento de utilidade; asseguradora
da continuidade das relações sociais; impositora de disciplina, autoridade e do
sentimento do que é correto - são essenciais para o desenvolvimento do ser
humano, do ser social e da sociedade.
A psicologia, neste sentido, afirma que é no seio da "Família" que se constitui o
sujeito e se estabelece os parâmetros comportamentais que vão dominar as relações
sociais (Freud, em "Totem e tabu", 1913). Não é por outra razão que este mesmo
Freud afirmou que, com a morte do pai, o sentimento que veio à tona nele é o de
que, apartir daquele momento da morte, ele estava sendo desenraizado (Carta a
Wilhelm, em 1895).
A sociologia e a antropologia atestam no mesmo sentido a importância vital da
"Família" para a sociedade porque esta é um tipo de instituição social que se
encontra em todos os agrupamentos humanos, mesmo que variem as estruturas e
funcionamento, de tal modo que podemos, sociológica e antropologicamente,
afirmar que a família é ínsita ao conceito de sociedade. É inelutável afirmar que não
existe sociedade sem famílias. A questão maior é indicar que tipo de "Família" é
essa que se tem constituído neste momento pós-moderno.
Todo esse entendimento cultural e científico sobre a "Família" foi incorporado no
nosso Sistema Jurídico, porque, como sabemos, este é consubstanciado nos valores
principiológicos e nos preceitos normativos que a sociedade adota. É a sociedade,
em sua maioria, quem decide sobre eles - os princípios e os preceitos jurídicos. Por
isso que o nosso legislador constitucional e infraconstitucional - assim como o
próprio Direito Internacional - reconhecem a "Família" como instituição mater e
basilar de uma sociedade. Foi o que vimos nos texto da epígrafe do presente ensaio.
Tipologia Bíblica 200
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Capitulo III

A Televisão e a Família

Pesquisa, um tanto antiga, concluía que só em uma semana foram disparados 1.940
tiros nas telas de TVs; houve 886 explosões; 651 brigas; 1.145 cenas de nudez;
233 trombadas de carro e 188 referências a trejeitos homossexuais. Pesquisa
semelhante, nos Estados Unidos, mostrou que um telespectador de 18 anos terá
visto 3.200 cenas de homicídios e 250.000 atos violentos na TV.

O escritor J. N. Norton conta a história de Alípio, um teórico da música do quarto


século que procurava viver uma vida digna. Ele era sempre convidado por seus
vizinhos a assistir aos combates de gladiadores, mas se recusava terminantemente,
pois detestava a brutalidade desses programas bárbaros.

Um dia, no entanto, conseguiram coagi-lo a ir. Como Alípio estava determinado a


não assistir ao espetáculo sangrento, fechou bem os olhos e nada quis ver. Mas um
grito cortante o fez dar uma olhadinha na hora em que um dos lutadores estava
sendo ferido mortalmente. O que ocorreu com ele a partir daquele momento foi
emblemático. Com a sua sensibilidade embotada, Alípio juntou a sua voz aos gritos
e exclamações da multidão barulhenta que o cercava.

Daquele momento em diante, ele passou a ser um homem mudado – mas mudado
para pior; não apenas se tornou assíduo freqüentador desse esporte, mas passou
também a instar com outros a fazerem o mesmo. A lição que Norton destaca é que,
apesar de Alípio ter entrado na arena contra a sua vontade, a exposição ao mal
mostra o que pode acontecer com as melhores pessoas ao sentirem o gostinho pelo
prazer destrutivo. Antes de o perceberem, já estão escravizados a ele.

Se você geralmente passa algumas horas por dia diante da televisão, então isso
provavelmente já aconteceu com você. Embora não seja nenhuma novidade, o conteúdo
moral da televisão tem decaído constante e rapidamente nos últimos anos. A boa
notícia é que nós não temos que cair junto.

Tipologia Bíblica 201


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Hoje, 98% dos lares brasileiros têm televisão, enquanto 94% têm geladeira. Para se
ter uma idéia, o brasileiro, hoje, é o campeão mundial em tempo gasto na frente da
televisão. Ele assiste em média cinco horas e sete minutos por dia – só as crianças
assistem mais de quatro horas. A única coisa que a criança brasileira faz mais do
que assistir televisão, é dormir.

No século XVII, teve início a Era Industrial; no século XX, tivemos a Era Pós-
industrial, e o início da era da informação, que avança pelo século XXI. Os meios de
comunicação têm uma influência poderosa sobre a mente das pessoas, queiramos
ou não, aceitemos ou não. A Igreja de Cristo, em seu aspecto humano, sofre
diariamente essa tremenda influência. As famílias e as pessoas, individualmente,
são afetadas pelos veículos de comunicação. E o Diabo tem sabido fazer o mais
eficiente uso desses meios para a destruição de vidas. Como diz a Palavra de Deus,
ele tem usado a mídia para roubar, matar e destruir. Jo 10.10a.

O uso da televisão é sem dúvida alguma um tema que durante anos tem sido
motivo de bastante controvérsia no seio da igreja. Os benefícios e malefícios do seu
uso têm gerado calorosos debates, chegando ao extremo inclusive de ser motivo de
disciplina em algumas igrejas, onde seu uso é proibido e verazmente combatido.

Evidentemente, não podemos ignorar a baixa qualidade do conteúdo da televisão


brasileira e o prejuízo que ela tem trazido a família através de suas novelas, humor
nocivo e programas violentos. A violência continuada é a tônica dos programas dos
canais de TV e não há opção de escolha para o telespectador. "Uma pesquisa feita
por uma equipe, aqui no Brasil durante 200 horas de programação, revelou os
seguintes dados: 30 mortes cruéis, 1.018 lutas, 3.592 acidentes, 32 roubos, 616 cenas
de uso indevido de armas, 57 seqüestros, 819 desafios, 410 trapaças, 86 casos de
chantagem e 321 aparições de monstros e animais ferozes". (Cadernos de Comunicação,
93, 1978, Proal, p. 8).

A violência na TV pode ser vista nas novelas, filmes, propaganda, noticiários e


desenhos animados. É fato comprovado, que a maior audiência da programação da
Televisão envolve novelas e filmes, onde sexo e violência estão presentes em
grande escala. Diante deste quadro, pouca coisa sobra de útil na programação da
TV brasileira. E mais, quer gostemos ou não, o fato é que a Televisão usurpa um
tempo precioso de todos os membros da família. Tempo que poderia ser
positivamente investido na melhoria do relacionamento, compreensão e
comunicação entre eles, do devocional e descanso.

Televisão: Babá Eletrônica

Teremos que dar conta, diante de Deus, do tempo que nossos filhos tem
gasto inutilmente diante da TV.

Na Antigüidade, o povo judeu tinha cuidado especial com suas crianças. Os


meninos eram cuidados normalmente pela mãe até aos cinco anos, cabendo ao pai
a responsabilidade principal de ensinar ao filho as Escrituras Sagradas desde a
infância.

Tipologia Bíblica 202


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Assim, os pais eram responsáveis pela educação e treinamento de seus filhos,


sendo eles mesmos os instrutores e orientadores, tanto por palavra como por
exemplo, seguindo o conselho bíblico: " Tu inculcarás a Palavra de Deus aos teus
filhos assentados em tua casa, andando na rua, deitando e levantando-se...". Dt 6.7.

O programa de educação era dividido em sete pontos:

1. Ensinar a criança o temor de Deus


2. Ensinar a honrar pai e mãe
3. Ensinar a lei, os mandamentos e as verdades reveladas por Deus
4. Ensinar respeitar os mais velhos
5. Ensinar aos jovens a serem obedientes
6. Ensino: o pai ensinava a profissão ao filho, e a mãe o serviço doméstico a filha
7. Ensinar a criança a ler e escrever.

A responsabilidade de criar um filho começava no lar, conforme o padrão bíblico.


Hoje, inculcar a Palavra de Deus aos filhos significa ler a Bíblia com eles, colocar
louvores para eles ouvir, comprar literatura evangélica e oferecer programações na
televisão com valores cristãos que os ajude em seu crescimento espiritual e moral.
Isso é como deveria ser, mas, o que está acontecendo de fato?

Para que servem as programações televisivas assistidas pelo público infantil? A


televisão pode ser útil aos pais enquanto cuidam dos seus afazeres, largando os
pequeninos do Senhor Jesus frente à baba eletrônica? Os adultos falam de educação
por princípio, mas ligam a televisão para os filhos assistirem programações
contendo bruxaria, satanismo, pornografia, espiritismo, tornando-os, com o passar
do tempo, rebeldes e sedutores. Até as propagandas ensinam as crianças a matar,
beber, fumar e praticar sexo livre. A criança é um receptor ativo e atento, o que ele
ouve e vê é o que ele vai ser. A Bíblia alerta: "Ensina a criança no caminho que deve
andar quando ela crescer e se envelhecer não se desviará dele". Pv 22.6.

Sabemos que 58% da população brasileira está abaixo de 15 anos, e 3,5 bilhões da
população mundial é formada de crianças. As pessoas que aceitam a Jesus Cristo
como Senhor e Salvador de suas vidas, tem sua distribuição percentual da seguinte
forma:

Antes dos 5 anos - 1% aceita a Jesus;


Dos 5 aos 15 anos - 85%;
Dos 15 aos 30 anos - 10%;
Após os 30 anos - 4% aceitam a Jesus.

Satanás conhece também estes dados. Ele nunca vai tocar nas crianças na igreja, na
escola dominical, ou enquanto os pais estão orando com eles. Satanás vai tocá-los
na sala de sua própria casa, quando os pais ligam a televisão para eles. Mas por
que? Se ele destruir as crianças hoje, no futuro não haverá ministros, pastores,
cristãos e nem igreja. A especialidade do inimigo é esta - matar, roubar e destruir.
Jo 10.10. Se os pais não criarem seus filhos, podemos ter certeza de uma coisa:
alguém os criará A criança ainda é o alvo principal de Satanás, pois nela estão
contidas todas as possibilidades do futuro.
Tipologia Bíblica 203
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27 Conselhos para ver televisão em Família

Como tirar o melhor partido do uso da televisão? Especialistas em educação familiar


oferecem 27 úteis e práticos conselhos, para utilizar a televisão como um meio
eficaz para a educação dos filhos. A televisão, utilizada com critério, pode ser um
meio eficaz para a educação para os filhos. Ninguém mais quer o melhor para os
filhos do os pais. Portanto, estão obrigados a utilizar a televisão como um meio
mais, dos muitos que existem ao seu alcance, para educar as crianças nos valores
da vida.

1. Os filhos devem ser ensinados pelos pais tanto a ver programas televisivos
gratificantes e enriquecedores, como a não ver aqueles que os possam degradar na
sua dignidade humana. Se os pais não ensinarem os filhos a ver televisão, quem o
fará?

2. Ensinar aos filhos que não se deve ''ver televisão'', mas sim ver programas de
televisão. Assim podemos revelar a capacidade de seleção e discriminação, que nos
habilitará a ver aquilo que nos convém e a não ver aquilo que não nos convém ver.
Os pais devem perguntar aos seus filhos: ''Que querem ver? '', mas não: ''Querem
ver televisão?''.

3. Para criar um critério de seleção, devemos evitar estar presos à televisão quando
não estamos a ver um determinado programa.

4. Uma boa maneira de pôr em prática as idéias anteriores é não ter à mão o
controle remoto, o ''zapping'', ou o costume de mudar constantemente de canal,
dado que isto é contrario ao critério de seleção que devem criar os filhos para
verem televisão.

5. Os filhos não devem ter um aparelho de televisão no seu quarto. Este costume
incentiva o isolamento e provoca uma dependência da televisão que é contrária à
vida de família. Uma dependência desregrada da televisão impede o jogo dos
filhos, a sua criatividade e o convívio familiar.

6. É conveniente ter um horário pré-estabelecido para ver programas de televisão.


Como todas as coisas, a televisão tem de ter ''o seu lugar'' na vida familiar,
juntamente com outras atividades.

7. Não use a televisão como uma ''babá eletrônica'', dado que ela não cuida
verdadeiramente dos seus filhos, especialmente se os deixar ver ''o que está
passando''. Quando os pais trabalham, o critério é especialmente importante.

8. A capacidade de imitação que as crianças têm deve ser orientada para o


conhecimento de personalidades reais e exemplares (por exemplo: esportistas,
heróis da nossa história, poetas destacados, etc.), e não para ''heróis imaginários'' e
inexistentes.

9. Culpar à televisão é uma saída fácil. Os pais não devem abdicar da luta para que
em casa se veja boa televisão, tendo sempre presente que pertence a eles a grande
responsabilidade de formar os seus filhos.

Tipologia Bíblica 204


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10. Se for possível, é muito conveniente que os pais vejam televisão com os filhos.
De maneira a poderem conhecer diretamente os efeitos que os programas que
vêem produzem neles.

11. Nem todos os programas são igualmente vantajosos. Os pais devem preferir
que os seus filhos vejam aqueles que têm a ver com o revelar de valores familiares,
amor pela natureza, ocupação positiva dos tempos livres, estudo e
desenvolvimento da cultura do espírito, etc., e não aqueles programas superficiais e
sem fundamento.

12. Não é conveniente que a criança veja um programa que a iluda, tanto com a
cumplicidade dos pais como às escondidas deles. Não convém dar por assente que
todos os programas chamados infantis têm um conteúdo adequado. Os pais devem
orientar os seus filhos nesse sentido, o que nos obriga a informarmo-se
adequadamente a este respeito.

13. Os pais devem informar-se do conteúdo dos programas de televisão. Qualquer


programa que inclua erotismo, sexualidade, violência, maldade, promiscuidade,
delinqüência, racismo, etc., não é apto para crianças. E os pais devem sabê-lo, e
evitar que os filhos vejam. Para adquirirem esse conhecimento, podem consultar os
guias de qualificação da programação que se publicam ocasionalmente em diversos
organismos e revistas de critério.

14. Há que ter presente que os filhos devem aprender os valores morais antes de
mais nada no domínio da família e no convívio com os outros, e não com os
personagens e ações da televisão.

15. Os pais de família devem fazer esforços para procurar alternativas à televisão:
desporto, visitas a museus e parques naturais, sessões de teatro, projeções de
vídeos, fomentar conversas familiares, praticar ações solidárias a favor dos outros...

16. A “cultura da imagem’’ deve chegar às crianças por outros meios que não seja
exclusivamente a televisão, quer dizer por fotografias, exposições, mapas, leitura,
etc.”.

17. Inevitavelmente, e apesar dos esforços, haverá conteúdos televisivos contrários


aos valores familiares. É por esse motivo que os pais, devem fazer o necessário para
que os programas sejam analisados e discutidos em reuniões de família, por
exemplo, às refeições. Isto não só enriquece a comunicação familiar, mas também é
uma boa maneira de dar um apoio à educação dos seus filhos, evitando que se
enraízem neles maus conteúdos televisivos.

18. As famílias, a pouco e pouco, podem criar uma coleção de vídeos com filmes e
documentários de interesse para as crianças.

19. Os anúncios comerciais podem ser tão perigosos como os maus programas de
televisão. Os pais devem estar muito atentos para que a televisão não torne os seus
filhos pessoas superficiais ou consumidores de tudo o que se anuncia. Nunca se
deve fazer caso da publicidade de jogos que incitem à violência, erotismo, à
discriminação ou ao racismo.

Tipologia Bíblica 205


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20. Ver ou não ver televisão não deve constituir para as crianças uma questão de
prêmio ou castigo.

21. Os pais de família devem iniciar os seus filhos, segundo a sua idade e
desenvolvimento, numa prudente e positiva educação sexual, na qual se evite que
uma imagem distorcida da mulher e do sexo lhes seja transmitida, pouco a pouco,
por meio da televisão.

22. Os pais de família devem lutar para que qualquer programa de televisão
infantil, realizado sem ética, sem respeito pelos valores e pelos direitos das
crianças, seja qualificado como um delito pela legislação nacional. A má televisão
infantil, ou "programação-lixo" tem como origem o desprezo pelas crianças como
pessoas.

23. Os pais não devem deixar que os seus filhos vejam televisão-lixo. Se estes
programas de televisão forem vistos pelos seus filhos, farão com que confundam
realidade e ficção; desorientar-se-ão e ficarão equivocados na compreensão do
valor e do sentido da vida, e irão deformar a sua própria consciência. Transigir com
a má qualidade desses programas de televisão impróprios para crianças, deixando-
os ver, equivale a transigir e tornar-se cúmplice dessas pessoas que distorcem os
valores e os direitos da infância.

24. Os pais de família devem organizar-se para exigir uma boa televisão, em
horários infantis. As atitudes grosseiras, os hábitos e comportamentos anti-sociais,
as linguagens obscenas, a perda do sentido da autoridade, a vulgaridade e a
frivolidade, o direito a condutas menos corretas, qualquer desrespeito à vida
humana, etc., devem ser eliminados, especialmente dos programas que tenham as
crianças como destinatários.

25. Perante uma programação infantil com baixa, discutível e reprovada qualidade,
os pais têm o legítimo direito de pôr em marcha uma crítica construtiva. Assim,
devem incentivar uma boa televisão, destacando os bons programas.

26. Os pais de família e educadores devem fazer compreender aos seus filhos que a
televisão não é imprescindível nem é o único meio para ocuparem seu tempo livre.

27. O exemplo é uma terapia eficaz. Se os pais vêem muita televisão, e televisão de
má qualidade, com que critério vão evitar que os seus filhos vejam os programas
que são negativos para eles?

Portanto, muita coisa poderia mudar na vida da família se alguém, com um leve toque
de mão, desligasse a televisão. A televisão tem domínio sobre os lares, impondo as suas
leis e exigindo o cumprimento das mesmas. Muitas famílias estão sendo destruídas e
estão cada vez mais desunida, os valores estão sendo trocados e invertidos e a maioria
tem se acovardado diante desta situação.

Assim sendo, as crianças recebem pouca ou nenhuma atenção dos pais e os casais
vivem como estranhos dentro de sua própria casa. Em geral, a atenção é reservada para
os programas de televisão, que têm total primazia em todos os horários e em todos os
dias.

Tipologia Bíblica 206


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Capitulo IV

A Família e as Finanças

O dinheiro é de Deus ou do diabo? Alguém certa vez afirmou: Dizem que dinheiro é coisa do
diabo; mas se alguém quer ver o diabo, ande sem dinheiro. Afinal como defini-lo
corretamente?

Alguns dizem que o dinheiro é a


raiz de todos os males. Outros
dizem que a falta de dinheiro é a
raiz de todos os males. Porém, a
Bíblia diz que o “amor” ao dinheiro
é a raiz de todos os males. I
Timóteo 6.10.

O consumismo desenfreado e a
busca incansável pelo dinheiro podem afastar o homem de Deus e tomar o lugar do
que realmente é importante na vida de um cristão. Mt 6.33. O capitalismo empurra
as pessoas para a necessidade de se ter e ostentar uma aparência independente da
condição financeira. Mas antes deste sistema ser imposto, a Bíblia já alertava
quanto a isto: "Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou
pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é
a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves
do céu; não semeiam, não colhem, nem ajuntam celeiros, e, contudo o vosso pai
celestial as alimenta. Não tende vós muito mais valor do que elas?. Mt 6.25,26.

I. Algumas razões dos problemas Financeiros

Preocupações com o dinheiro? Quem não as tem? Em realidade, muitos cristãos


não se preocupam com ele. Eles aprenderam a colocar em prática os princípios
bíblicos de administração das finanças, e com isso eliminaram virtualmente o
estresse financeiro. Eles crêem na providência de Deus, O qual estabeleceu
princípios administrativos que devem ser seguidos.

Durante meus anos de prática em aconselhamento financeiro, tenho encontrado


três razões primárias que contribuem para o descontrole das finanças. Farei uma
lista em ordem de ocorrência.

A primeira razão é a “Ignorância”. Muitas pessoas, mesmo com curso superior, são
financeiramente iletradas. Nunca estudaram os princípios bíblicos — e nem mesmo
os seculares — quanto à administração do dinheiro.

A segunda razão para o descontrole financeiro é a “Ganância e o Egoísmo”. Atraídos


pelas propagandas e desejos pessoais, muitas pessoas acabam gastando mais do
que ganham. Elas não desejam morar, dirigir ou vestir aquilo que realmente podem
possuir. Contudo, muitas delas também se consideram bastantes pobres para
devolver o dízimo. Dessa forma, vivem sem a manifestação das promessas quanto
à sabedoria e bênçãos de Deus. Prov. 3.5-10.

Tipologia Bíblica 207


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Há esperança para essas pessoas também, mas isso requer uma mudança de
coração, ou seja, a capacidade de contentamento. O apóstolo Paulo exorta: “De fato,
grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido
para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em
muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e
perdição”. I Tm 6.6-9.

A terceira razão é a ocorrência de alguma tragédia inesperada. Por exemplo, alguém


da família ter contraído uma enfermidade grave sem ter um seguro de saúde ou,
por outro lado, um membro dela perder o emprego. Outro exemplo é quando um
dos cônjuges esbanjadores abandona seu parceiro, deixando toda a dívida para ele.
Outro fator pode ser um desastre que dilapide suas posses. Ou eles podem ter
crescido em um lar extremamente pobre. Há esperança para essas pessoas também.

A despeito de seu caminho ser mais difícil, a pobreza pode ser superada. A
mudança pode ocorrer a partir do auxílio de amigos cristãos; o conselho e/ou
assistência de pessoas íntegras; um esforço dedicado somado a uma boa educação e
a bênção e providência de Deus, que podem reverter o quadro. Mas chega de
problemas! Falemos agora sobre as soluções para uma experiência financeira bem-sucedida.

II. Sete princípios bíblicos para uma boa administração do dinheiro

1. Deus é o dono de todas as coisas. Salmo 24.1; 50.12; I Crônicas 29.13,14. Como cristãos,
precisamos compreender que nada trouxemos a este mundo e nada levaremos dele.
Enquanto vivermos na Terra, somos apenas mordomos daquilo que Deus nos
confiou. Fidelidade é o mais importante.

2. Deus e Sua suprema sabedoria devem ter o primeiro lugar em nossa vida. Pv 3:5-9; Mt
6.33.Deus pode ver nossa vida desde o princípio até o fim. Ele sabe o que é melhor
para nós e deseja que prosperemos. Essa não é uma questão simplista do tipo: “O
que Jesus faria?”, mas antes devemos perguntar: “Qual é o Seu conselho para essa
esfera de minha vida?”.

3. Nosso propósito na vida é glorificar a Deus. Mateus 5.16; I Coríntios 10.31. Pessoas
secularizadas buscam a prosperidade para que possam acumular e gastar. Cristãos
buscam prosperar para que possam satisfazer suas necessidades, as necessidades
de outros e ajudar no avanço da causa de Deus. São embaixadores de Deus.

4. Prosperidade é ter aquilo que precisamos quando necessário. Fl 4.19; Is 26.3. Deus
não nos prometeu que, se nos tornássemos cristãos, seríamos ricos segundo os
padrões da sociedade. Mas Ele nos garantiu que se nós O servíssemos, Ele supriria
nossas necessidades, estaria conosco onde estivéssemos e nos daria paz interior.

5. A dívida é prejudicial. Pv 22.7; Rm 13.8; Sl 37.21. Reconhecer e seguir este único


princípio faria mais do que qualquer outra coisa para trazer paz às nossas famílias
e prosperidade à obra de Deus. A dívida produz contendas e estresse familiar e
individual.

Tipologia Bíblica 208


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6. A contribuição espontânea. O requisito neotestamentário é por uma generosidade


magnânima, não-mercenária (Mt 5.40-42) não é cumprida por estrito e exato
cumprimento da lei. O dar cristão deve ser proporcional aos meios da pessoa. I Co
8.12-15. Deve ser pessoal e não somente eclesiástico. A generosidade, por outro
lado, é medida pelo que é deixado, antes que pelo montante dado. Mc 12.42-44.

7. Cada um deve prestar contas a Deus quanto à administração de seus recursos. Mt


Não há nada mais claro nas Escrituras do que o fato
25.19-29; II Co 5.10; Apoc 22.12.
de que todos nós devemos passar pelo juízo de Deus. A recompensa: Mt 25.21.
III. Sete passos para o sucesso

Uma vez que compreendamos os princípios bíblicos quanto à administração de recursos,


podemos aplicá-los em nosso dia-a-dia. Isso pode ser realizado dando-se os seguintes
passos:
1. Organize-se. Faça um orçamento e um planejamento.
2. Gaste menos do que ganha. Decida viver dentro de suas possibilidades.
3. Poupe uma parte de seu salário.
4. Evite despesas como você evita uma doença (juros são gastos que podemos evitar).
5. Seja um diligente trabalhador. Pv 22.29.
6. Seja fiel a Deus. (e Aquele que prometeu e fiel para cumprir cada promessa)
7. Não se esqueça: Este mundo não é nossa pátria real. Aqui somos peregrinos.

IV. Uma simples orientação orçamentária: Um orçamento familiar é um cálculo dos


rendimentos da família e das despesas que ela tem. A sua família precisa de um orçamento
para que você possa ser um bom despenseiro. Você tem um plano de administração?

A beleza dessa diretriz orçamentária é que ela pode ser adaptada às situações
pessoais. Por exemplo, se você precisa de 35% para despesas com a casa, pode
ajustar seu orçamento desde que deduza o percentual de outras categorias. Você
tem apenas 100% para gastar ou se tornará um devedor. Se você adicionar mais
uma categoria para as despesas educacionais, deverá subtrair o percentual
necessário de outras categorias. Essa é a razão pela qual estudantes e pais com
crianças na escola devem ter um estilo de vida bem econômico.
Os estrategistas financeiros geralmente incentivam as pessoas a olharem para sua
vida sob três segmentos: anos de acumulação, anos de preservação e anos de
distribuição. Da perspectiva cristã, podemos referir-nos a esse tripé como anos de
aprendizagem, anos de obtenção e anos de devolução. Quando somos jovens, não
temos preocupação quanto ao fato de nos tornarmos idosos. Entretanto, contrair
uma doença terminal, sofrer um acidente fatal ou experimentar envelhecimento
todos teremos de enfrentar um dia. Para a maioria das pessoas há um tempo na
vida que, em função de uma limitação física ou qualquer outro tipo de restrição,
serão forçados a abandonar seus empregos. Um planejamento e uma provisão
financeira devem ser efetuados para enfrentar esse período. Se nos aposentarmos
sem dívidas e com casa própria, essa quadra da vida será muito mais fácil e
prazerosa. Finalmente, todos sabem que algum dia, quer seja na morte ou na volta
de Jesus, todos deveremos livrar-nos das posses terrenas. Não poderemos levá-las
conosco. I Tm 6.7. Mas Jesus encorajou Seus seguidores a ajuntar tesouros no Céu.
Mt 6.20. Onde está ajuntando o seu tesouro maior?
Tipologia Bíblica 209
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Capítulo V

O Perfil da Mulher segundo o Coração de Deus

Elizabete Elliot, uma escritora contemporânea, escreve o seguinte: “Nós fomos


criadas para sermos mulheres”. O fato de ser mulher, não me faz um tipo de cristã
diferente, mas o fato de ser cristã me faz uma mulher diferente.

O perfil da mulher cristã no Antigo Testamento: Em toda a história da Bíblia, apesar


de encontrarmos Mulheres insensatas, uma figura de Mulher de ânimo forte,
alentada fé e sábias decisões sempre se fez presente aos olhos de Deus. Este grupo
torna-se um espaço especial dedicado às Mulheres de Deus. É um tema muito
importante, porque a Mulher funciona como uma pedra fundamental na qual se
assenta toda a família. É através de sua participação que os ensinos da Bíblia
chegam ao marido, aos filhos e a todos quantos a cercam, influindo muitas vezes
até na comunidade em que vive.

Provérbios 31.10-31: Mulher virtuosa = mulher exemplar: A mulher descrita neste


trecho é exemplar, de “caráter nobre” – virtuosa. Ela está plenamente envolvida
com a sua família e é apresentada, na Palavra Inspirada, com grandes elogios por
sua operosidade e talentos.

Não encontramos, aqui, uma mulher frustrada por causa de suas obrigações e
deveres na família, mas alguém que alegremente se empenha em suas atividades
diárias. Não observamos o retrato de alguém impedida no desenvolvimento de
suas habilidades intelectuais, mas uma que rege muito bem cada espaço e esfera de
atividade que cai em suas mãos – e alguém que também está ativamente
procurando as oportunidades de desenvolvimento.

Uma cuidadosa leitura do trecho revela a descrição de uma mulher que é:

1. Valiosa. V.10
2. Confiável. V.11
3. Benevolente. V.12
4. Operosa, nos trabalhos manuais. V.13
5. Inteligente na busca dos melhores recursos para o lar. V.14
6. Madrugadora. V.15
7. Pronta a delegar. V.15

Uma mulher que é...

1. Conhecedora de atividades comerciais (vende, compra, investe). V.16


2. Forte e que prioriza o cuidado com o físico. V.17
3. Uma trabalhadora responsável. V.18
4. Tecnicamente habilidosa. V.19
5. Sensível às necessidades dos demais. V.20
6. Precavida. V.21
7. Elegante. V.22

Tipologia Bíblica 210


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Uma mulher que é...

1. Uma fonte de respeito para a sua família, da parte de outros. V.23


2. Perspicaz, nas oportunidades de negócios. V.24
3. Confiante e Íntegra. V.25
4. Sábia e Educadora. V.26
5. Diligente. V.27
6. Reconhecida e respeitada por sua família. V.28
7. Singular – inigualável. V.29
8. Autêntica. V.30
9. E, finalmente, uma mulher que é... Reconhecida e respeitada pelos de fora. V.31.

O perfil da mulher cristã no NT: Os apóstolos Pedro e Paulo estabeleceram algumas


qualidades destinadas especificamente às mulheres. Estas virtudes servem como
critérios para avaliar a maturidade cristã e a verdadeira eterna beleza.

1. Respeitáveis. I Tm 3.11
2. Não maldizentes. Tito 2.3
3. Temperantes. I Tm 3.11
4. Fiéis em tudo. I Tm 3.11
5. Mestras do bem. Tt 2.3
6. Amam a seus maridos. Tt 2.3-4
7. Amam a seus filhos. Tt 2.3-4
8. Sensatas. Tt 2.3-5
9. Honestas. Tt 2.3-5
10. Boas donas de casa. Tt 2.3-5
11. Bondosas. Tt 2.4-5
12. Submissas. Tt 2.3-5
13. Espírito manso e tranqüilo. I Pe 3.3-4

I. Escala de Prioridades da Mulher

1. Deus
2. Esposo
3. Filhos
4. Trabalho

II. Direitos Constitucionais da Mulher (Lei N. 10.406 de 10/01/02 - Art. 240/255)

A Constituição reconhece, em seu art. 3º, que constitui objetivo da República Federativa do
Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação. Seu art. 5º, inciso I, determina que homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações, enquanto o art. 7º, inciso XVIII, garante à
mulher gestante trabalhadora, sem prejuízo do emprego e do salário, licença de 120 dias. O
inciso XX desse artigo ainda propõe a proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos. O art. 226, § 5º, por seu turno, determina que os direitos
e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.

Tipologia Bíblica 211


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Nos termos da Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regula o § 7º do art. 226 da
Constituição Federal, o planejamento familiar é direito de todos, e o Sistema Único de
Saúde deve garantir, em sua rede de serviços, a assistência à concepção e contracepção; o
atendimento pré-natal; a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; o controle das
doenças sexualmente transmissíveis além do controle e da prevenção do câncer cérvico-
uterino e do câncer de mama. Essa lei ainda proíbe, no seu art. 13, a exigência de atestado
de esterilização ou de teste de gravidez para quaisquer fins, impondo a pena de um a dois
anos de reclusão e multa para quem o fizer.

Portanto a atual Constituição avançou no sentido da igualdade e isto traduz


expressamente que, “todos são iguais perante a lei”, independentemente de sexo, cor,
credo, condição social ou religião, donde se conclui ter a mulher direito de estar ao
lado do homem (não acima nem abaixo deste), em igualdade de condições, no que
concerne a sua vida ministerial, pessoal, familiar e profissional, não podendo ser a
mulher discriminada ou mesmo desvalorizada em qualquer segmento ou ramo de
atividade em sua jornada nesta terra.

III. Direitos garantidos pela Constituição Divina (Bíblia Sagrada)

1. Ser amada pelo seu esposo. Ef 5.25,28,29.


2. Ser respeitada. I Pe 3.7.
3. Ser reconhecido o seu trabalho, e ser agradada. Pv 31.28-30 e I Co 7.33.
4. Exigir fidelidade do seu marido. Mt 19.15 e I Co 6.16.
5. Ser honrada. I Pe 3.7.
6. Ter um marido carinhoso. Pv 5.18; Ecl 9.9; Gn 26.8.
7. Ter um marido paciente. Cl 3.19 parte b.
8. Não ser defraudada na sua vida intima. I Co 7.5.
9. Viver com o seu marido até que a morte os separe. I Co 7.39.

IV. Obrigações da Mulher segundo o Coração de Deus

1. Obrigações da Mulher como “Esposa”

Se os cônjuges prestassem mais atenção o que diz a


Bíblia sobre os deveres conjugais sem dúvida,
teríamos famílias mais felizes, unidas e abençoadas.
Deus estabeleceu “princípios de conduta” que jamais
serão revogados e todo casal, toda família que deseja
ser abençoada, terá que necessariamente observar
estes “princípios”. Devemos considerar também o fato
de que se o “relacionamento conjugal” não tiver como
base “princípios bíblicos” terá sérios problemas.
1. Transferir o domínio do seu corpo para o seu marido. I Co 7.4a.
2. Amar o seu marido. Tito 2.4
3. Ser fiel. I Co 7.2 parte b; Gn 3.16
4. Ensinar as recém casadas a amar os seus maridos e filhos. Tt 2.4
5. Honrar o seu marido. Et 1.20; Nm 5.21
6. Cuidar da vida do seu marido. I Sm 18.28; 19.11,12
7. Ser a coroa (não de espinhos do seu marido). Pv 12.14
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8. Não se separar do seu marido. I Co 7.10; Rm 7.3


9. Deve ser virtuosa e auxiliadora. Pv 31.10-31
10. Respeitar, reverenciar o marido. Ef 5.33
11. Edificar o lar. Pv 14.1
12. Ser prudente. Tt 2.4
13. Ser moderada. Tt 2.5
14. Pura, casta. Tt 2.5
15. Boa dona-de-casa. Tt 2.5
16. Agradar ao marido. I Co 7.34
17. Abençoar o marido verbalmente. Mc 11.25
18. Ter espírito manso. I Pe 3.4
19. Falar com doçura. Ct 4.3; Pv 16.22
20. Guardar a sua vinha – família. Ct 1.6
21. Deve ser submissa ao seu marido. Ef 5.22; I Pe 3.1.
As feministas consideram a “submissão” da mulher ao marido, algo inconcebível,
porém é preciso compreender esta regulamentação divina, na ótica divina e não
humana. O que a Palavra de Deus nos ensina, está no significado da palavra
submissão. Compreendendo este princípio, partindo do significado literal da palavra
“submissão”. “Sub” - quer dizer debaixo - de. “Missão” - profissão ou vocação. Em
resumo: Submissão é exercer Missão de Apoio, missão de base, de auxilio.

Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois o


marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da
igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a
igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam “em tudo
sujeitas” a seus maridos. Efésios 5.22-24.

Diferença entre submissão e obediência total: é necessário fazermos uma distinção


entre submissão e obediência total. Obediência total nós devemos unicamente ao
Senhor Jesus Cristo, tanto na esfera da família, da igreja como da nação. Entretanto,
a Bíblia é clara em nos dizer que, como cristãos, devemos estar submissos às
autoridades constituídas, em todos os seguimentos. Portanto, é possível estar em
plena submissão a uma autoridade e não obedecê-la totalmente. Pois, submissão
está relacionada a governo e a autoridade, enquanto que obediência está
relacionada a atitudes. Mesmo que venhamos a não obedecer uma ordem, por estar
contra a palavra de Deus, não devemos usurpar o lugar da autoridade, não
devemos usar o erro de uma autoridade para nos rebelarmos contra o governo, isto
vale tanto para o lar, a igreja ou a nação.

Alguns exemplos podem nos ajudar a compreender melhor este aparente


paradoxo. Primeiramente, podemos ver Davi que, embora tenha sido totalmente
submisso a Saul, não o obedeceu em tudo, pois muitas vezes as ordens de Saul
eram contrárias à palavra de Deus, mas Davi nunca se aproveitou dos erros de Saul
para destroná-lo, ele compreendia que Deus era maior que Saul e que quando Deus
quisesse o eliminaria e lhe daria o trono.

Tipologia Bíblica 213


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Davi sempre dizia: "eu não ponho as mãos no ungido do Senhor". Outro exemplo
são os cristãos primitivos que, embora fossem submissos ao governo de Roma, não
o obedecia quando suas leis eram contrárias as leis de Deus. Eles sempre diziam:
"mais importa obedecer a Deus do que aos homens", mas nunca aproveitaram das
falhas do governo para se rebelarem contra as autoridades.

Por que submissão é tão importante? Porque toda autoridade é constituída por
Deus. Como cristãos cremos na soberania de Deus, que Ele é quem põe Rei e tira
Rei, e que toda autoridade é constituída por Ele. Portanto, a rebelião contra
autoridades, em última instância, é a rebelião contra Deus. A Bíblia sempre diz que
a rebelião é como pecado de feitiçaria, procede do inferno. Por isso sempre que o
Novo Testamento fala de submissão, quer seja na esfera da família, da igreja ou da
nação, sempre nos lembra que devemos submeter-nos a essas autoridades
constituídas "como ao Senhor".

É importante compreender que, biblicamente, submissão não significa


inferioridade, mas sim funções diferenciadas na ordem da criação de Deus. O
exemplo máximo que temos disto é a própria triunidade. Como funciona o
princípio de autoridade delegada? Na Trindade temos que o Pai é igual ao Filho,
que é igual ao Espírito Santo. Na essência os três são iguais, todavia, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, são diferentes nas funções.

1. O Pai enviou o Filho, Jo 4.34.


2. O Filho veio, Jo 16.28.
3. O Filho foi obediente ao Pai, Jo 8.29.
4. O Filho enviou o Espírito Santo, Jo 15,26;14.26.
5. O Espírito Santo veio, At 2.16-17.
6. O Espírito Santo é obediente ao Filho, Jo 16.12-15.

Deus delega autoridades em todas as áreas da vida:

1. Civil: Rm 13.1-3.
2. Trabalho: Ef 6.5-6; Tt 2.9-10; 1 Tm 6.1-2.
3. Igreja: I Co 12.28; Hb 13.7,17.
4. Família: Ef 5.22-24; 6.1-4.

Maria que, sendo a bem aventurada e teve a experiência singular de trazer dentro
de si, gerado em suas entranhas, o Senhor Jesus Cristo, também observamos este
princípio aplicado. É interessante perceber que, enquanto Maria estava solteira, o
Senhor falava diretamente a ela, dando-lhe a direção. Entretanto, depois que se
casou, o Espírito Santo revelava a José o caminho a seguir e Maria lhe era
submissa.

Submissão da Mulher ao Marido: A submissão feminina, biblicamente entendida, é o


reconhecimento da diferença de gênero. Homem e mulher são diferentes, logo têm
papéis diferentes, que devem ser valorizados. Ambos podem se destacar no mundo
dos negócios, da política, da educação e da ciência, mas há papéis, biologicamente
ou culturalmente dados, que cabem a cada um. No desenvolvimento desses papéis,
homem e mulher, marido e esposa, são complementares.
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Tornou-se politicamente correto afirmar a igualdade absoluta entre masculino e


feminino, mas esta assertiva é equivocada se não incluir a dimensão da diferença,
sem superioridade, sem inferioridade.

A submissão feminina, biblicamente entendida, é a afirmação de que o relacionamento


entre marido e mulher deve ser exclusivo, no sentido de ser um para o outro: O amor e
o cuidado devem ser mútuos, com um servindo ao outro. Não é o homem nem a
mulher mais importante do que o outro aos olhos de Deus (Gálatas 3.28), pois Deus
os criou à sua imagem (Gênesis 1.27) e os tornou co-herdeiros do dom da graça da
vida manifestado em Cristo Jesus. I Pedro 3.7. Casados, gastem tempo juntos;
façam planos juntos; criem juntos seus filhos; ensinem-nos juntos sobre a bênção da
fé cristã. Quanto mais tempo gastarem juntos e quanto mais servirem um ao outro,
quanto mais se deixaram preencher por Deus e quanto mais crescerem na
semelhança de Cristo, mais terão do amor, da alegria e do poder do Espírito Santo
em suas vidas. O casamento é o espaço da cooperação.

A submissão feminina, biblicamente entendida, quer dizer que uma família precisa de
uma liderança: Nenhum organismo social vive sem uma liderança. Nem mesmo
uma família, que precisa de uma liderança para o planejamento do futuro e para a
tomada de decisões. Marido e mulher podem inclusive se especializar na liderança.
O casal pode combinar, por exemplo, que a gestão financeira poderá ficar sob a
responsabilidade daquele que for mais capaz (aquele que sabe gastar menos...).

Uma eventual especialização não altera o papel do homem na vida familiar. Muito
do que há de pior nas famílias advém da omissão masculina. Portanto, numa
situação ideal, em que o casal busca a plenitude do Espírito Santo, a liderança é
masculina. No entanto, vivemos num mundo decaído, presentes o abandono, a
infidelidade, a insanidade, a violência doméstica e a dependência química. Nessas
condições de exceção, a esposa deverá tomar a liderança do casal e da família, para
que a tragédia não seja maior.

Uma esposa abandonada não pode esperar que o marido ausente lidere a família;
esta tarefa tem que ser assumida por ela, se não quiser que a fome campeie e a
desagregação se estabeleça de modo definitivo. Uma esposa sabidamente traída
precisa assumir sua dignidade, não esperando que um marido adúltero diga a ela e
a seus filhos como devem agir. Um marido infiel está moralmente incapacitado
para liderar a família.

Uma esposa física ou emocionalmente agredida por seu marido está desobrigada
de aceitar a violência como decorrência da liderança masculina. A violência de um
homem contra sua esposa é uma demonstração de insanidade, que o desqualifica
como líder. A mulher tem o dever de preservar sua saúde física e emocional,
buscando uma delegacia, se for o caso, para denunciar seu cônjuge.

Uma família em que o marido/pai ficou enfermo mentalmente não deve esperar
que ele assuma seu papel de líder enquanto precisa de recuperação. Ele deve ser
respeitado, amado, querido, mas não pode ter sobre si mais este peso, que o
debilite ainda mais. A esposa precisa assumir a liderança da casa e até do
tratamento do esposo.
Tipologia Bíblica 215
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Uma família em que o marido/pai se tornou dependente de drogas, seja o álcool ou


os tóxicos, não pode permitir que um homem com essa dependência lidere a casa,
sob pena de um naufrágio coletivo, uma vez que a dependência devasta a saúde
física, emocional e financeira de uma família. A esposa deve assumir a liderança e
investir na recuperação do esposo.

A submissão feminina, biblicamente entendida, tem o mesmo peso que o amor


masculino: Deve as esposas se submeter a seus maridos? Sim. Mas os maridos
devem amar as suas esposas. Amar é a forma masculina da submissão feminina.
A submissão feminina e o amor masculino devem ser no Senhor, o que quer dizer
que a submissão e o amor são dedicados primeiramente ao Senhor. Ambos são
para honrar ao Senhor. Não são os maridos os primeiros destinatários da
submissão e as mulheres os primeiros destinatários do amor, mas o Senhor;
maridos e mulheres são destinatários em segundo plano. É por isto que o
casamento é mais que um contrato entre duas pessoas; na verdade, é um espelho
entre Cristo e a igreja. Ele reflete Cristo e ela reflete a Igreja.

O ideal da submissão feminina e do amor masculino, no casamento, se aplica à questão


da liderança masculina. Paulo afirma que "o marido é o cabeça da mulher, como também
Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador". (V. 23).

Mais uma vez, estamos falando num plano espiritual, não natural. No plano
natural, a legislação brasileira não estabelece mais o marido como chefe da família.
Ao fazê-lo, a lei apenas reconheceu o que acontece em muitas comunidades: há
famílias sem maridos e pais, com as mulheres acumulando as duas funções; há
famílias com maridos presentes, mas ausentes nos seus compromissos e deveres.
Num documentário recente, na televisão, ouvi uma mulher dizer: "eu chegava,
punha a conta na mesa; se eu não pegasse, o papel ficaria velho; ele só queria
beber".

Numa família que procura viver sob o Espírito de Deus, o padrão é outro. Nela, o
marido assume o seu papel, amando a sua esposa, amando os seus filhos, sem se
impor com frases do tipo "aqui quem manda sou eu", próprias dos fracos.
Maridos, lamento dizer que a liderança tem um peso e não é sobre a mulher; é
sobre o marido, que deve se comportar com sua esposa como Cristo se comportou
em relação à Igreja. Jesus Cristo, "embora sendo Deus, não considerou que o ser
igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a
ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma
humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!".
Filipenses 2.6-8. Preciso ler mais algum texto?.

Submissão é uma atitude do coração, não um ato. Um casamento triunfará se for


entre iguais. Um casamento entre iguais vai além de papéis e fórmulas. Só o
casamento entre iguais permite a verdadeira intimidade. O casamento é o espaço
da comunhão entre iguais. Se for baseado na autoridade, o casamento fracassará,
mesmo que os dois continuem coabitando. O relacionamento no casamento não é
de hierarquia, com o marido no trono e a mulher no chão, mas de parceria.

Tipologia Bíblica 216


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Portanto, a submissão deve ser a mais forte demonstração de amor da mulher para
com o marido. Esta submissão não escraviza. É importante entender o que não é
submissão segundo a Bíblia. Submissão, não é ser empregada doméstica de luxo,
não é ser super-dependente, não é se auto-escravisar, não é se anular como pessoa.
(Pr. Josué Gonçalves).

2. Obrigações da Mulher como “Mãe”


A maternidade completa a mulher enquanto fêmea e enquanto ser, já que ter filhos é ver
perpetuado o ser em um outro indivíduo, é ver no outro nossos traços, algumas semelhanças
e alguns opostos do que somos. Gerar filhos é, pois, um grande privilégio da mulher. Os
filhos são bênçãos de Deus para os casais a fim de preenchê-los e complementá-los.

Mãe, só tem uma, como se costuma dizer. E nem precisa mais. Sua
figura é tão marcante na família que o próprio Senhor se fez carne
através de uma. Em qualquer cultura (e a cristã não é exceção), a
maternidade é encarada quase como um ministério, um sacerdócio.
Por isso mesmo, também é uma missão complexa, e mesmo a mais
consagrada das mulheres precisa do auxílio da Palavra de Deus
para cumpri-la bem. A figura da mãe pode ser sintetizada pelo
exemplo de Ana em I Samuel: uma mulher estéril que se torna fértil a partir de um
encontro terapêutico com Deus e, por isto, entrega este filho para servir ao Senhor.
É o exemplo de uma mulher que experimenta a superação de suas limitações por
ter "derramado a sua alma perante o Senhor".

Uma mulher que ama este filho, mas não de forma possessiva e egoísta. Ela se
dispõe a doá-lo para Deus para que ele possa cumprir a vocação para a qual Deus o
chamou. Ela continua expressando o seu amor, manifesto através da túnica que
tecia para ele ano após ano, e continua se doando sem cobrança nem controle.
Assim, as mães, são chamadas a abrir mão de suas expectativas pessoais para que
os filhos se sintam livres para desenvolver o potencial que Deus lhes deu, em vez
de atender os seus desejos.
3. Obrigações da Mulher como “Profissional”

Apesar da mulher contemporânea estar vivendo num contexto


totalmente diferente de todas as épocas; - o seu contexto hoje é
de uma mulher profissional, competitiva no mercado de trabalho,
etc. Porém, mesmo em meio à era da pós-modernidade (3º milênio),
ela não pode perder de vista o alvo estabelecido por Deus na Sua
Palavra para as mulheres.

Neste aspecto específico, que trata no papel da mulher como


profissional de respeito, vale lembrar que, à luz da Palavra de
Deus e ainda Constituição Federal e demais ordenamentos
jurídicos vigentes no país, em nenhum momento o Senhor
Deus proibiu o trabalho digno da mulher e sua ajuda
financeira inclusive, no sustento da família e filhos a serem educados
conjuntamente pelo casal cristão.

Tipologia Bíblica 217


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As vedações a tal trabalho decorrem de preconceitos e dogmas humanos, os quais


não visam edificar a casa ou mesmo a mulher cristã, mas tão somente discrimina-la
e mesmo impedir seu desenvolvimento pleno como pessoa e mulher bem sucedida,
também no âmbito profissional.

A própria Bíblia Sagrada, no livro de Provérbios de Salomão, capítulo 31, trata do


assunto por Deus, descrevendo as características da mulher sábia, a qual zela pelo
lar e com lã e linho fino tece os proventos de sua casa, através do espírito de
inteligência e sabedoria dados por Deus, o que afinal irá redundar em dupla honra
à sua pessoa.

Aliás, vale lembrar que, desde o início, pela leitura e interpretação das Sagradas
Escrituras, Deus aprova o trabalho da mulher, desde que digno e não provindo da
prostituição ou venda de seu corpo, a colocando como "adjutora" idônea a estar
agregando com o homem conhecimentos e técnicas de gestão do lar, filhos, família,
podendo pois querendo, exercer profissão remunerada.

Os avanços da mulher em tal mister, em nosso país, o qual na Constituição Federal


confere expressamente igualdade de direitos e obrigações para homens e mulheres,
foram grandes nos últimos tempos, podendo-se notar a presença e trabalho digno
da mulher em todas as profissões.

Temos mulheres atuando em todos os ramos de trabalho, tais como medicina,


odontologia, direito, arquitetura, engenharia, ramo empresarial, enfim, grande foi o
crescimento na mulher nos últimos tempos como profissional de sucesso, ainda em
outras profissões de respeito e credibilidade, como no magistério, ramo de criação
de crianças, empregada doméstica, faxineira.

Às mulheres é lícito atuarem em todos os ramos de trabalho, desde o menor até o


maior, sendo todos merecedores de respeito e credibilidade, inclusive a dona de
casa, que não tendo remuneração, colabora para a mantença da casa ao atuar
positivamente nos afazeres domésticos, sendo referido trabalho doméstico
inclusive amparado em lei, em casos de separação e partilha de bens na dissolução
da união estável, aonde tem a mulher direito à meação, desde que comprovado
haver trabalhado, em casa ou fora dela, durante a constância da sociedade conjugal
ou união estável, determinando em tal hipótese o juiz, a meação justa para a esposa
ou companheira fiel, em caso de configurada a união estável.

Reconhecemos que em muitos casos, o trabalho da mulher é uma necessidade para o


complemento e em muitos casos até para o sustento da família. Mas o que se vê
atualmente é uma preferência pela carreira que, a longo prazo, não realiza a mulher
tanto quanto a família. É profundamente lamentável que a sociedade moderna desdenhe
as mulheres que devotam tempo integral à criação dos filhos e ao cuidado do lar, e
exalte as mulheres que dão mais importância às suas carreiras profissionais.

Tipologia Bíblica 218


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V. Que tipo de mulher Você é?

1. Joquebede - Mulher que enfrentou o decreto real. Êx 1.22; 2.1,2


2. Mirian - Mulher ambiciosa. Nm 12.1,2
3. Débora - Mulher patriota. Jz 4.4
4. Rute - Mulher constante. Rt 1.16
5. Ana - Mulher ideal. I Sm 1.20 e 2.19
6. Abigail - Mulher capaz. I Sm 25.3,18,19
7. Ester - Mulher que se sacrificou a si mesma. Et 4.16
8. Maria Madalena - Mulher transformada. Mc 16.1,9
9. Isabel - Mulher humilde. Lc 1.43
10. Maria - Mulher escolhida por Deus. Lc 1.30-38
11. Maria de Betânia - Mulher imortalizada por Cristo. Mt 26.13
12. Marta - dona de casa preocupada. Lc 10.40
13. Dorcas - a costureira benevolente. At 9.36
14. Lídia - Mulher negociante. At 16.14,15
15. Raquel - Mulher amada. Gn 29.18
16. Léia - Mulher rejeitada. Gn 29.32,33
17. Hagar - Mulher desprezada. Gn 21.14-19
18. Maria - Mulher incompreendida. Mt 1.19
19. Ana - Mulher humilhada. I Sm 1.6
20. Noemi - Mulher amargurada. Rt 1.20
21. Eva - Mulher enganada. I Tm 2.14
22. ( ? ) - Mulher invisível.

A cura dos Traumas Emocionais: As mulheres por serem mais sensíveis, desde mais
tenra infância tem recebido ataques do inimigo para serem usadas como figuras de
sensualidade ficando escravizadas suas mentes e sentimentos, por amarras que são
difíceis de serem rompidas. Pelo poder de Cristo não existe enfermidade que não
tenha remédio, Ele é o remédio para toda a humanidade. Ainda que algumas
mulheres tenham sido marcadas na tenra infância até a fase adulta, há uma cura
específica para cada faixa etária, que quando se manifesta este milagre, romperão
numa desenvoltura e mostrarão uma capacidade na sua liderança e viverão
realizadas como pessoa, mulher, mãe e esposa; respondendo no nível sacerdotal
ministrando cura e libertação aos oprimidos e cativos do Diabo, trazendo as
revelações mais profundas. At 10.38.

VI. Que tipo de Mulher você é?

1. A sensível?
2. A ansiosa?
3. A exagerada?
4. A compulsiva?
5. A perfeccionista?
6. A romântica?
7. A ciumenta?
8. A parceira
9. A independente
10. A econômica
Tipologia Bíblica 219
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11. A autoritária?
12. A obediente? Tt 2.5
13. A fiel. Pv 28.20
14. A discreta. Pv 11.22
15. A paciente. I Co 13.4
16. A cuidadosa? I Tm 5.8
17. A dona de casa? Tt 2.5
18. A sábia?Pv 14.1; 12.4; 31.10-12
19. A ajudadora? Gn 2.18; Pv 31.13-31

VII. O que todo Esposo espera de sua Esposa?

Se o esposo se vê dentro da casa como sacerdote, honra, esposa sábia, como amiga,
intimidade sexual, confiança, não praticar o mal, dignidade, com vontade e admiração.
Essa casa estará edificada sobre a Rocha. Os rios vão subir, os ventos vão soprar, mas
a casa não vai cair, pois ela está edificada sobre a Rocha.

Não importa se você está começando a vida conjugal agora ou se você já está
casado há mais tempo, o importante é saber que para um casamento dar certo, o
casal, marido e mulher, precisa aprender a tornar-se consciente das necessidades
um do outro e procurar satisfazê-las.

Suprir necessidades não significa que você deva sofrer e ranger os dentes para
fazer o melhor de algo que detesta. Significa preparar-se para atender as
necessidades que você pessoalmente não tem. Aprendendo a compreender que seu
cônjuge é uma pessoa totalmente diferente, você começa a se especializar em
atender a todas as necessidades emocionais dele (a), se você assim desejar. Deus
criou a mulher para completar o que faltava no homem, e vice-versa. O outro
termo, "idônea", literalmente significa "conforme o seu oposto". Em outras palavras,
a mulher corresponde ao homem, mas também completa o homem. Ela é o que ele
não é, faz o que ele não faz, supre o que ele não tem, e vice-versa. Assim como os
dedos de duas mãos se entrelaçam, homem e mulher juntos "fecham" as respectivas
falhas na vida de cada um.

Um dos segredos de um bom casamento não é que os dois eliminam as diferenças


entre si com o passar do tempo. A chave é saber trabalhar as diferenças. Um
exemplo da biologia ilustra este princípio. Dizem que quanto mais diversificados os
genes, mais forte se torna a espécie. Isso pelo fato de que quando dois animais com
genes semelhantes cruzam, tendem a reforçar as fraquezas na espécie. Mas a
diversidade genética enriquece e fortalece a cria, pois genes prejudiciais são
contrabalançados por genes bons. O relacionamento conjugal é assim também. O
casal inteligente sabe aproveitar as diferenças entre si para ministrar um para o
outro justamente nas áreas de fraqueza ou falha. O que um Marido espera de sua
Esposa?

Tipologia Bíblica 220


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1. Companheirismo: Mais do que qualquer outra coisa, seu marido precisa de uma
parceira e companheira por toda vida. É o que ele mais deseja para ter a
oportunidade de partilhar com você seus sonhos, frustrações, tristezas e alegrias.

2. Apoio: Casamento é uma fusão interessante, espiritual, de duas vidas distintas


em uma só carne. Como era o homem antes que a mulher fosse tirada de seu
corpo? Sozinho e necessitado de ajuda. Por isso, não deveria ser nenhuma surpresa
para você o fato de que a outra grande necessidade de seu marido no casamento
seja o apoio. Os homens expressam esta necessidade com palavras como: "mais
compreensão, apoio, estímulo, confiança, apreciação, respeito, afirmação, aceitação,
sentir-se importante". O que os maridos estão querendo dizer é : "Ajude-me aqui".
E "Eu preciso de incentivo".

3. Elogios e apreciação: É importante observar que os homens também necessitam


ser elogiados e apreciados. Portanto, você esposa deve observar os pontos fortes
em seu marido e mencioná-los, colocando-os em evidência. Ele precisa sentir que
você o admira.

4. Ter suas necessidades supridas: Ele não é precisamente igual a você e nem igual a
qualquer outra pessoa. Ele é um ser único, com necessidades e preferências, com
falhas e fraquezas, virtudes e poderes, ele é o somatório de características que o
fazem diferente e exatamente por isso, pode ser que a maneira como você tenta
agradá-lo, não esteja satisfazendo suas necessidades. Descubra as necessidades
pessoais e singulares de seu marido e tente satisfazê-las.

5. Evite criticá-lo e transmita-lhe afeto e carinho: Ninguém gosta de ser criticado,


pois a critica nem sempre é construtiva, no memento certo, da forma correta, onde
todas as conseqüências são devidamente medidas. Você não pode deixar de
considerar o fatos de que os homens respondem melhor a abordagem persuasiva.
Lembre-se que ele também necessita de afeto e carinho. Todo marido procura a
mesma coisa fundamental: Experimentar satisfação e alegria em sua vida. Ele pode
expressar isto de muitas formas - felicidade, sucesso, satisfação, realização, alegria,
prazer, gozo, deleite, significado, propósito e sentido.

No coração do o homem palpita um desejo intenso de viver uma vida mais


significativa. A necessidade mais íntima do homem é de ser significante de
encontrar sentido e propósito para a vida, fazer diferença, realizar alguma coisa
com sua vida. Portanto, as necessidades prioritárias masculinas são diferentes das
femininas, cada parceiro precisa dedicar-se a descobrir e entender o que é mais
importante para o outro, ou seja, qual é a necessidade com maior prioridade. São
mundos totalmente diferentes, mas que juntos se completam. Por exemplo:
Enquanto a mulher tem uma necessidade ínfima de ser amada, o homem necessita
muito mais ser admirado. Você já parou para pensar no por que seu marido não se
derrete quando você diz o quanto o ama? Mas ao invés, tente dizer que o admira
pelo físico, pela sua inteligência, pelo seu amor ao Senhor... e veja, então, o que
acontece!. E quando o marido diz a sua esposa que a ama apaixonadamente... e veja
então o que acontece!.

Tipologia Bíblica 221


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Por isso é fundamental o conhecimento da mulher em relação ao universo


masculino, assim como é imprescindível o conhecimento do homem em relação ao
universo feminino. Observemos:

Necessidades da Mulher Necessidade do Homem

Afeto Realização sexual

Para a maioria das mulheres, afeto Quando um homem escolhe uma mulher
significa segurança, proteção, conforto e para ser sua esposa promete permanecer
aprovação. Coisas de vital importância aos fiel a ela por toda a sua vida. Isto significa
seus olhos. Quando o marido demonstra pensar que sua esposa será sua única
afeto por sua esposa, está enviando parceira sexual "até que a morte os
mensagens como: "Eu cuidarei de você e a separe". Ele assume este compromisso
protegerei. Você é importante para mim e porque acredita que sua esposa está
eu desejo que nada de mal lhe aconteça", sexualmente tão interessada nele quanto
"eu me preocupo com os problemas que ele nela. É importante que a mulher
você enfrenta e estou ao seu lado", "Você compreenda o quanto o sexo é especial
fez um bom trabalho, parabéns.". para o homem.

Diálogo Uma pessoa atraente

A mulher deseja estar com alguém que, no Pode parecer imaturo ou superficial, mais
seu entender, preocupa-se imensamente os homens apreciam uma esposa atraente.
com ela. Quando percebe esse tipo de Eles não apreciam uma mulher apenas por
atenção, ela se sente bem próxima da suas qualidades interiores. Para eles é
pessoa com quem está falando. Na psique muito importante a maneira como ela é
feminina a conversa mistura-se com fisicamente, e como se apresenta. Lembre-
afeto, o que a leva a se sentir unida à se que a atração física de uma esposa é
outra pessoa. Marido, lembre-se que freqüentemente um ingrediente vital para
parceiros atenciosos conversam de forma o sucesso de um casamento, e qualquer
atenciosa. Não esqueça que pequenos esposa que ignore esta verdade por
gestos, pequenos elogios, cavalheirismo, qualquer razão que seja, certamente
etc, fazem diferença. arrisca-se a enfrentar um desastre.

Marido e mulher que se comprometem em satisfazer as necessidades um do outro


estão lançando as bases de uma felicidade duradoura no seu casamento, que pode
ser mais intensa e prazerosa do que eles jamais sonharam ser possível. A regra
áurea para um bom relacionamento é: satisfaça as necessidades do seu cônjuge
como você deseja que seu cônjuge satisfaça as suas. "Os laços do matrimônio serão
inúteis se o interesse mútuo não for mantido". Portanto para que ela se torne
"aquele tipo de esposa que todo marido gostaria de ter" a mulher não tem que ser
simplesmente uma boa dona de casa, mas tenho que ser a rainha do lar e aceitar o
seu esposo como rei; não tem que ser simplesmente uma companheira sexual que
se submete aos desejos do esposo, mas tem que ser uma esposa romântica e
apaixonada; não tem que ser simplesmente babá dos filhos, mas tem que ser um
exemplo que os influencie a destacar-se e a progredir.
Tipologia Bíblica 222
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Capítulo VI

O Perfil do Homem segundo o coração de Deus

I. Escala de prioridades do Homem

1. Deus
2. Esposa
3. Filhos
4. Trabalho

II. Direitos do Homem garantidos pela Constituição Divina (Bíblia Sagrada)

1. Exercer a liderança como cabeça do lar. I Co 11.3


2. Ter domínio sobre o corpo da mulher. I Co 7.4
3. Ser amado. Tt 2.4
4. Exigir submissão da mulher. Ef 5.22,23
5. Exigir fidelidade. I Co 7.2 b
6. Não ser defraudado na sua vida íntima. I Co 7.5
7. Ser honrado. Et 1.20; Nm 5.20,21
8. Ter na sua esposa uma companheira. Gn 3.12; Gn 3.16

III. Obrigações do Homem segundo o Coração de Deus

1. Prover a liderança espiritual do Lar - o líder. Dt 6.6-9; Gn 3.16


2. Prover a vida social do Lar - o instrutor. Pv 4.1; 23.22; I Co 7.33
3. Prover a manutenção do Lar - o mantenedor. Gn 25.27; I Tm 3.4; 5:8

IV. Obrigações do Homem como “Líder Espiritual”

Há muitos homens que não está levando à vida espiritual a sério, deixando
de cumprir seu papel de guia espiritual de sua família, transferindo esta
responsabilidade a esposa. É preciso se posicionar. Há uma convocação
urgente para os homens abrirem os olhos espirituais e guardarem seus
lares.

Como Sacerdote da Casa: A Bíblia ensina que Jesus Cristo nos comprou com seu
sangue para fazer de nós reis e sacerdotes (Apoc 5.9,10), o que nos faz compreender
a visão do sacerdócio universal do crente. Diferente da idéia pintada pela igreja em
séculos anteriores, não temos duas categorias distintas na igreja: o clero e os leigos.

Todos são sacerdotes e deveriam funcionar como tal. A Bíblia distingue posições de
governo dentro da Igreja Local, mas não limita o sacerdócio a uns poucos cristãos.
Todo crente deve funcionar em seu lugar no Corpo de Cristo, e todos têm a
responsabilidade de ministrar ao Senhor, bem como aos homens, em nome d´Ele.
Esta visão tem sido resgatada em nossos dias, e somos gratos a Deus por isso.

Tipologia Bíblica 223


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Contudo, mesmo para aqueles cujo coração já se encontra aberto a esta verdade,
ainda vemos muitos com uma dificuldade: a de não enxergarem o sacerdócio do lar
como algo fundamental.

O Sacerdócio Começa em Casa: Antes de ser sacerdote na igreja, o homem tem que ser
sacerdote na sua própria casa: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível,
esposo de uma só mulher... e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob
disciplina, com todo o respeito, pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como
governará a Igreja de Deus?", I Tm 3.2,4,5.

Não é porque vai governar a igreja que o bispo tem que ter um bom lar, mas
justamente o contrário. O homem tem que ser o pastor do seu lar; isto é requisito
não só para quem ingressa no ministério de tempo integral, mas é um exemplo de
vida cristã. E se a pessoa não cumpre um requisito básico da vida cristã, então não
tem autoridade para ser um ministro à frente da Igreja.

Portanto, o mandamento de ser sacerdote no lar é para todo cristão. E isto envolve
uma excelente conduta familiar, que depois será cobrada do líder como exemplo
para o restante do rebanho: "Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesse em
ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísse presbíteros,
conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher,
que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são
insubordinados", Tt 1.5,6.

O homem, além de ser fiel à sua esposa, deve conduzir seus filhos no caminho do
Senhor e numa vida de santidade, o que exigirá dele não só conselhos casuais, mas
todo um acompanhamento, investimento e ministração na vida espiritual de seus
familiares. O posicionamento de um homem de Deus sempre deve envolver sua
casa. Este foi o exemplo dado por Josué: "Mas se vos parece mal servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem sirvais, se aos deuses a quem serviram vossos pais, que
estavam dalém do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém
eu e a minha casa serviremos ao Senhor", Js 24.15.

O texto acima reflete a responsabilidade de Josué de não apenas buscar ao Senhor,


mas servi-lo com toda a sua família. Quando se trata de família, não existe a
história de "cada um por si". Embora a responsabilidade de cada um diante de
Deus seja individual, precisamos aprender a lutar por nossos familiares,
especialmente aqueles que possuem a incumbência de exercer o sacerdócio do lar.

O plano de Deus não é apenas para o homem sozinho, mas para toda a sua
família. Quando o Senhor decidiu julgar e destruir a humanidade nos dias de
Noé, não proveu salvação para ele sozinho, mas para toda a sua família. Gn 6.18.

Vemos também que Deus prometeu a Abraão que nele seriam abençoadas todas as
famílias da Terra. Gn 12.3. Ao tirar Ló de Sodoma, o anjo do Senhor fez com que ele
saísse com toda a família. Gn 19.12. No Novo Testamento encontramos um anjo
visitando Cornélio e dizendo que deveria chamar a Pedro, "o qual te dirá palavras
Tipologia Bíblica 224
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mediante as quais será salvo, tu e toda a tua casa". At 11.14. E além de todas estas
porções bíblicas, encontramos a clássica declaração do apóstolo Paulo ao carcereiro
de Filipos: "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e toda a tua casa", At 16.31.

Deus tem um plano para toda a família. Não quer dizer que porque um se
converteu, todos irão converter-se por causa deste texto. Não creio que ele seja uma
promessa a todo crente, mas sim que revele uma intenção de Deus quanto às
famílias de uma forma geral.

Vale lembrar que Paulo declarou isto ao carcereiro num momento em que este
homem ia se matar. Paulo não podia vê-lo, pois além de estar dentro de sua cela, a
Bíblia diz que eles estavam no escuro. O apóstolo Paulo teve uma revelação do
Espírito Santo para uma pessoa específica, num momento específico. Não posso
dizer: - "Ei, Deus! Você prometeu que se eu cresse iria salvar todo mundo lá em
casa!". Mas posso muito bem orar pelos meus familiares crendo que há um plano
divino para a família.

Cada familiar meu tem o direito de escolha, se dirão sim ou não a Jesus Cristo, é
responsabilidade pessoal de cada um deles. Mas farei de tudo para convencê-los,
ensina-los, cobri-los de oração intercessória e tudo o mais que for possível. No caso
deste carcereiro filipense, o Senhor mostrou de antemão toda a família salva. Mas
para cada um de nós, mesmo se não diga de antemão o que irá acontecer, Deus já
revelou seu plano em sua Palavra para toda a família. E o sacerdote do lar tem uma
grande responsabilidade de afetar o destino dos seus entes queridos.

O Cabeça é o Responsável: Na condição de cabeça do lar, o homem é o responsável


de quem Deus cobrará o exercício do sacerdócio. É óbvio que a mulher deve
participar exercendo o sacerdócio juntamente com seu marido, mas a
responsabilidade maior não está sobre seus ombros. Muitos maridos se acomodam
por ver sua esposa fazendo bem o seu papel, mas não deveriam agir assim. Por
melhor que seja a ajuda da mulher, o homem tem que fazer a sua parte!

No caso da mulher cujo marido não é convertido, entendemos que ela deve
assumir a posição de sacerdotisa sobre os filhos, porém não sobre seu marido.
Parece-nos ter sido exatamente o que aconteceu na casa de Timóteo, discípulo do
apóstolo Paulo. A Bíblia menciona apenas a mãe dele como sendo convertida:
"Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo,
filho de uma judia crente, mas de pai grego; dele davam bom testemunho os
irmãos em Listra e Icônio", At 16.1,2.

E além da Bíblia nada falar sobre o pai de Timóteo sendo convertido, ainda mostra
que a cadeia de ensino e discipulado foi sendo transmitida por meio da avó e
depois da mãe dele: "Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para
que eu transborde de alegria pela recordação de tua fé sem fingimento, a mesma
que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo
de que também, em ti", I Tm 1.4,5.

Tipologia Bíblica 225


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Portanto, na falta do homem como sacerdote, ou na incapacidade dele de exercê-lo


por não ser convertido, por exemplo – a mãe assume este papel, porém sempre em
relação aos filhos, nunca em relação ao marido: "E não permito que a mulher
ensine, nem exerça autoridade sobre o marido", I Tm 2.12.

Os pais cristãos devem entender a sua responsabilidade de suprir não só as


necessidades materiais e emocionais de seus filhos, mas também as espirituais. A
Palavra de Deus declara que "Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre,
seu galardão". Sl 127.3. Os filhos não nos pertencem, são propriedade de Deus. Ele
apenas nos confiou seus cuidados, e um dia teremos que responder perante Ele por
isso. Daremos conta da forma como criamos nossos filhos, e isto deve trazer temor
ao nosso coração, especialmente no que diz respeito à formação espiritual deles.

Não podemos brincar com isto!

Deus está chamando os pais a assumirem um compromisso maior com Ele de


ministrar a vida espiritual de seus filhos. É preciso ministrar-lhes o coração. Desde
os dias da Velha Aliança o Senhor já esperava isto: "Não te esqueças do dia em que
estiveste perante o Senhor, teu Deus, em Horebe, quando o Senhor me disse: Reúne
este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me
todos os dias que na terra viver e as ensinará aos seus filhos", Deuteronômio 4.10

No versículo anterior a este, Deus já havia dito: “... e as farás saber aos teus filhos e
aos filhos de teus filhos". Dt 4.9. Precisamos ministrar a Palavra de Deus aos nossos
filhos! Nosso ensino – ou a falta dele – tem o poder de afetar o resto da vida de
nossos filhos; foi Deus mesmo quem declarou isto: "Ensina a criança no caminho
em que deve andar, a ainda quando for velho, não se desviará dele", Pv 22.6.

Não se trata apenas de dar uma boa educação, mas sim a verdadeira educação.
Ensinar-lhes a andar nas veredas da justiça, nos caminhos bíblicos. Isto também é
um mandamento claro e expresso da Nova Aliança: "E vós, pais, não provoqueis
vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor", Efésios 6.4.

Cobertura de Oração: Também vemos na Bíblia que o sacerdote do lar deve cobrir os
seus com oração. A Palavra de Deus nos mostra que Isaque orava a Deus para que
abrisse a madre de Rebeca, sua mulher. E Deus ouviu suas orações. Gn 25.21.

As Escrituras ainda nos falam acerca de Jó, que periodicamente chamava seus
filhos para um culto e sacrificava ao Senhor em favor deles, com medo de terem
pecado contra Deus. Jó 1.5.

O homem e mulher de Deus precisam ter um coração e uma vida de oração


voltados para cobrir e proteger a sua família. Vemos este exemplo na vida de
Esdras: "Então, apregoei ali um jejum junto ao Rio Aava, para nos humilharmos
perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos,
e para tudo o que era nosso", Esdras 8.21.

Tipologia Bíblica 226


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Em I Samuel 30 lemos acerca de Davi e seus homens saindo para a batalha e


deixando suas mulheres e crianças desprotegidas em Ziclague. Enquanto eles
estavam fora, os amalequitas incendiaram a cidade e levaram suas mulheres e
filhos em cativeiro. Três dias depois, eles chegaram e se desesperaram pelo
ocorrido. Finalmente, se fortaleceram no Senhor e foram atrás dos seus,
conseguindo resgata-los.

Aprendemos duas lições aqui. Primeiro que precisamos proteger os nossos


familiares, cobrindo-os em oração e não permanecendo distantes deles. Segundo,
que algumas vezes nos tornamos descuidados, e o inimigo pode se aproveitar de
nosso descuido. Mas também aprendemos junto que Deus é fiel, e mesmo quando
falhamos, sua misericórdia ainda pode nos ajudar a consertar aquilo em que
erramos.

O Sacerdócio envolve proteção. Deus nos mostrou isto em sua Palavra desde o
início, com o que ordenou a Adão, no Jardim do Éden: "Tomou, pois, o Senhor
Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e guardar", Gn 2.15.

Note que além de cultivar o jardim, o homem deveria também guarda-lo, protege-
lo. Mas guardar de quem, se nem mesmo Eva ainda havia sido criada? Penso que
Deus já estava indicando a Adão que Satanás, o inimigo de nossas almas, tentaria
destruir o que o Senhor estava colocando nas mãos do homem. Se Adão tivesse
protegido a Eva, em vigilância, bem como ministrando-lhe sobre a importância da
obediência ao Senhor, provavelmente aquilo não teria acontecido. Também nós
precisamos guardar e proteger nossas famílias, e isto envolve oração e vigilância,
bem como a ministração da Palavra de Deus em nossos lares.

Muita gente fala da forma maravilhosa como Deus visitou a casa de Cornélio (Atos 10)
com salvação e enchimento do Espírito Santo. Mas isto não aconteceu de graça. Este
homem orava continuamente a Deus. E onde há uma semeadura de oração, sempre
haverá uma colheita da manifestação do poder de Deus! Se cobrirmos nossa casa de
oração, veremos feitos grandiosos acontecendo em nosso favor, pois o Senhor sempre
age num ambiente de muitas orações.

Orando Juntos: Penso que além de cobrir os


familiares com oração, o sacerdote do lar deve
proporcionar um ambiente de oração onde os seus
não só recebam oração em seu favor, mas também
aprendam a orar. Orar juntos, em família, como
muitas vezes acontecia também com os irmãos da
igreja em seu início: "Passados aqueles dias, tendo-nos retirado, prosseguimos
viagem, acompanhados por todos, cada um com sua mulher e filhos, até fora da
cidade; ajoelhados na praia, oramos", Atos 21.5. Exercer o sacerdócio não é só
declarar a Palavra de Deus dentro de casa, mas primeiramente vive-la. Porém, além
de se dispor a ministrar os filhos, e também um ao outro, o casal cristão deve
aprender a prática de orar junto. Não quero dizer orar junto o tempo todo, mas isto
deve também acontecer em suas vidas.

Tipologia Bíblica 227


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Quando o casal ora junto, goza de princípios operando em seu favor que orando
sozinho não se experimentaria. "Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra
concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí
estou eu no meio deles", Mateus 18.19,20.

Ao orar junto, o casal aumenta seu "poder de fogo" contra o inimigo, pois no reino
de Deus, quando dois se unem, o efeito não é de soma, mas de multiplicação. É
sinérgico! Moisés cantou acerca deste princípio ao mencionar o que Deus fizera
acerca do exército de Israel: "Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer fugir
dez mil, se a sua Rocha lhos não vendera, e o Senhor não lhos entregara"?, Dt 32.30.

A Bíblia mostra que deve haver sintonia natural e espiritual entre o casal.
Desentendimentos vão roubar deles o poder de unidade nas orações, que por sua
vez serão impedidas: "Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento,
dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras
convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações", I
Pedro 3.7.

A "correria" é um dos maiores inimigos deste tempo de oração que o casal deve ter
junto. E cada um deve aprender a "driblar" suas dificuldades e conseguir praticar
este princípio de alguma forma. Não deve haver vergonha ou críticas quanto à
forma de cada um orar. A intimidade no que diz respeito à vida espiritual precisa
ser desenvolvida da mesma forma que a física e emocional.

O Culto Doméstico: Exercer o sacerdócio no lar não requer um horário específico ou


dia marcado, é atividade a ser exercida sempre, em diferentes situações. Mas a
prática de um culto em família auxilia muito. Devemos desenvolver o hábito de
cultuar a Deus em família, o que envolve o ir juntos à Casa do Senhor, como vemos
acontecendo desde os dias do Velho Testamento:

"Todo o Judá estava em pé diante do Senhor, como também as suas crianças, as suas
mulheres e os seus filhos", II Crônicas 20.13. "No mesmo dia, ofereceram grandes
sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres
e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe",
Números 12.43.

Elcana subia com toda a sua família para adorar ao Senhor. I Sm 1.1-5. Acredito que
pais cristãos devem levar seus filhos à igreja. Mesmo que ela não seja perfeita (e
não é, porque não existe igreja perfeita!), é melhor que eles cresçam num ambiente
que exalta ao Senhor e sua Palavra do que num ambiente mundano que exalta o
pecado e os prazeres da carne.

Lemos no Evangelho de Lucas que os pais de Jesus o levaram ao templo para


consagrarem-no ao Senhor (Lc 2.22-24), depois há registros de que o fizeram por
ocasião da Festa da Páscoa quando ele estava com 12 anos (Lc 2.41-43), mas a maior
evidência de que Jesus cresceu exposto ao ensino da Lei na Sinagoga era o
conhecimento que ele trazia (como homem) das Escrituras.
Tipologia Bíblica 228
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Cultuar ao Senhor em família não envolve somente o ir à igreja, mas também pode
abranger um culto familiar na própria casa. Foi exatamente isto que aconteceu na
casa de Cornélio. Atos 10.33. A reunião familiar também não precisa acontecer
apenas dentro de casa. Além dos cultos na igreja, podemos nos reunir em algum
outro lugar (e até mesmo com outras famílias) para buscar ao Senhor. Atos 21.5.

A negligência no exercício sacerdotal trará Conseqüências: Quais as conseqüências de


se negligenciar o sacerdócio em casa? Juízo divino para o sacerdote, além da
evidente rebeldia vida dos filhos. A primeira palavra profética que Samuel proferiu
foi contra alguém que ele certamente amava: o sacerdote Eli, que o criava no
templo. E o que Deus disse envolvia a casa dele e sua negligência no sacerdócio
familiar:

"Naquele dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado com respeito à sua casa;
começarei e o cumprirei. Porque já lhe disse que julgarei sua casa para sempre, pela
iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele não os
repreendeu", I Samuel 3.13.

O Senhor trouxe advertências anteriores, mas Eli não deu ouvidos. Deus está
falando de negligência, aqui. Diz que embora conhecesse bem o pecado dos filhos,
Eli não os repreendeu. Toda omissão no sacerdócio do lar sempre trará
conseqüências sérias. Davi teve problemas com vários de seus filhos, e se você
estudar com calma a história dele, perceberá o quanto ele era negligente em relação
a seus filhos. Adonias, assim como Absalão, se exaltou, querendo usurpar o trono.
Mas por trás desta atitude de rebelião, a Bíblia mostra a negligência de Davi como
sacerdote em sua casa: Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?,
I Rs 1.6.

Se não queremos sérios problemas futuros com nossos filhos, muito menos a
qualidade do relacionamento deles com Deus comprometidos, então precisamos
ser sacerdotes dedicados em ministrar e cobrir suas vidas.

V. Obrigações do Homem como “Esposo”

Se os cônjuges prestassem mais atenção o que diz a


Bíblia sobre os deveres conjugais sem dúvida,
teríamos famílias mais felizes, unidas e abençoadas.
Deus estabeleceu “princípios de conduta” que jamais
serão revogados e todo casal, toda família que deseja
ser abençoada, terá que necessariamente observar
estes “princípios”. Devemos considerar também o fato
de que se o “relacionamento conjugal” não tiver como
base “princípios bíblicos” terá sérios problemas.

1. O marido deve escutar e dar ouvidos aos conselhos sábios de sua esposa:
1.1. Conselho da esposa de Abraão. Gn 21.12
1.2. Conselho da esposa de Manoá. Jz 13.19-23
Tipologia Bíblica 229
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1.3. Conselho da mulher sulamita a seu marido. II Reis 4.8-10


1.4. Conselho da mulher de Pilatos. Mt 27.19
2. Coabitar com ela com entendimento. I Pe 3.7
3. Reconhecer o seu trabalho. Pv 31.28-30
4. Ser carinhoso. Pv 5.18; Ecl 9.9; Gn 26.8
5. Viver com ela toda a vida. Mt 19.3-9
6. Agradar a sua esposa. I Co 7.33
7. Respeitar a sua esposa. I Pe 3.7
8. Honrar sua esposa. I Pe 3.7
9. Amar a sua esposa. Cl 3.19
9.1. Amar, como ama a si mesmo. Ef 5.28,29
9.2. Amar, como Cristo amou a igreja. Ef 5.25
9.2.1. Como Ele a amou? Com amor eterno, Jo 17.23, Jr 31.3
9.2.2. Como Ele a amou? Sem ser amado, Lc 19.41
9.2.3. Como Ele a amou? Sacrificialmente, Jo 18.12; 19.1,16-18
9.2.4. Como Ele a amou? Profundamente, Jo 15.13
9.2.5. Como Ele a amou? Voluntariamente, Gn 2.20.
10. Despedir-se sempre com um gesto de ternura. Pode ser a última despedida.
11. Cuidar de sua esposa, como a si próprio. Ef 5.28-30; I Tm 5.8
12. Tomar cuidado com as palavras. Gn 31.32, 35; 35.19
13. Estar juntos sempre que possível. Gn 2.18; Mc 10.8
14. Dar lazer a esposa. Jo 10.23; Ct 7,11,12.
15. Colaborar nas tarefas do lar. Is 41.6
16. Ter tempo para a esposa. Ec 3.1
17. Falar sempre a verdade. Cl 3.9
18. Abençoar sua casa. II Sm 6.20
19. Dar felicidade. Dt 24.5
20. Orar juntos. Mt 18.19
13. Elogiar. Pv 31.28,29

VI. Obrigações Homem como “Pai”

A tarde da sexta-feira, o corpo do comerciante


aposentado Amador Cortellini foi sepultado no
cemitério Chora Menino, em São Paulo. Amador
morreu devastado pela culpa. Vinte e seis dias antes
ele desferiu o primeiro tiro do revólver com cabo de
madrepérola que tinha comprado havia 40 anos. A
bala foi disparada de cima para baixo - e atingiu o
coração de seu filho caçula, Rodrigo, de 26 anos. O
rapaz morreu na hora. Depois do crime, Amador
passou duas noites preso. Com a saúde em frangalhos, foi mandado para casa. Entrou
em depressão. Como carregava uma prótese no lugar de uma das válvulas cardíacas,
Amador Cortellini passou a tomar nove comprimidos por dia, na tentativa de estabilizar
a pressão. Ficava o tempo inteiro na cama, não saía do quarto. Estava lúcido, mas
chorava sem parar, abraçado às visitas. 'O tiro que atingiu Rodrigo pegou a mim
também', repetia.
Tipologia Bíblica 230
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Quando um parente tentava tirá-lo deste tormento, pedia: 'O único desejo que eu
tenho é ser enterrado ao lado do meu filho'. A depressão e a fraqueza geral foram
seguidas por uma quebra na resistência e a chegada de uma infecção. Na Páscoa,
Amador teve um derrame cerebral e entrou em coma. Morreu na quinta-feira. Foi
sepultado à direita do túmulo de Rodrigo. O inimigo é o maior interessado em destruir o
relacionamento entre pais e filhos.

O primeiro entendimento que os pais devem ter é o de que a missão de ser Pai e
Mãe é para toda vida. Ela não termina quando os filhos saem de casa ou tornam-se
adultos. Em I Timóteo 5, 8 o autor chega a dizer que: “quem se descuida dos seus, e
principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel”.

As estatísticas revelam que 70% dos jovens em reformatórios do governo vêm de


lares sem os dois pais presentes. Crianças numa família com uma mulher como a
cabeça têm duas vezes mais probabilidade de receber serviços de saúde mental do
que crianças em famílias com ambos os pais presentes. Meninas em famílias de um
só pai estão em maior risco de sexualidade e casamento precoces, gravidez fora do
casamento e divórcio do que as meninas de famílias com dois pais.

Uma das maiores necessidades hoje é ensinar os homens a exercerem


satisfatoriamente o papel de pai. Muitos ainda não perceberam os estragos que
podem ser causados à formação da personalidade ou caráter de uma criança pela
ausência, seja física ou emocional, dessa figura tão importante. Nada pior na
família do que a omissão. Muitos homens estão distante daquilo que Deus projetou
para eles na família.

Existem diversos Tipos de Pai:

1. Pai herói
2. Pai coruja
3. Pai que é uma mãe
4. Pai bravo
5. Pai amigo
6. Não importa o tipo, a raça ou a crença, pai é sempre pai.
7. Tem pai que Ama. Tem pai que esquece do Amor.
8. Tem pai que não sabe que é Pai. Tem filho que não sabe do Pai.
9. Tem pai que dá Amor. Tem pai que dá Presente.
10. Tem pai que se preocupa com os problemas do Filho,
11. Tem pai que não sabe dos problemas do Filho...
12. Tem pai que Ensina. Tem pai que não tem Tempo.
13. Tem pai que Afaga. Tem pai que só pensa em Negócios.
14. Tem pai que Acaricia. Tem pai que não percebe que o filho precisa de Carinho.
15. Tem pai de todo jeito. E você? Que tipo de pai você é?
15.1. Pai permissivo?
15.2. Pai indiferente?
15.3. Pai cobrador?

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15.4. Pai carrasco?


15.5. Pai ausente?
15.6. Pai radical?
15.7. Pai policial?
15.8. Pai patrão?
15.9. Pai ideal?.

O Pai e a relação com o Filho Criança

Nos estudos mais recentes da personalidade


humana nota-se uma reavaliação da figura
paterna e sua função na estruturação da
personalidade. Até a algum tempo, a
psicologia do desenvolvimento era quase
omissa em relação ao pai, enquanto uma
importância marcada às relações mãe-criança, modelo inicial sobre o qual se
apoiaria todo o desenvolvimento posterior. Só que as teorias mais recentes
admitem a deste terceiro elemento que é representado e atuado pelo pai. Entretanto
a Bíblia nunca excluiu a figura do pai em todo processo de desenvolvimento e fases
posteriores, haja vista, que a figura paternal é fundamental e insubstituível.

O pai, como primeira imagem de autoridade que a criança tem na vida, para
educar bem o filho para vir a ser cidadão consciente e responsável, precisa ter
atitudes educativas firmes, mas com um coração amoroso. Agindo assim para com
seu filho, o pai poderá formar um ser humano mais equilibrado e que, certamente,
saberá, quando adulto, agir com harmonia no contato com os outros, contribuindo
com seu comportamento para que a sociedade venha a ser melhor. O pai é, para a
criança, a primeira imagem de autoridade em sua vida e a interiorização dessa
imagem (e das imposições sociais, culturais, morais, religiosas). O tipo de
relacionamento que a criança tiver com seu pai, certamente irá influenciar como ela
enfrentará as regras e os limites normais que encontrará no convívio com as outras
pessoas. Os tipos de relacionamento utilizado por pais são variados, mas há três
mais marcantes, apresentados a seguir.

Primeiro Tipo: Há pai que utiliza no relacionamento com seu filho, o "estilo
autoritário" que era muito utilizado algumas gerações passadas: ele educa de modo
rígido, severo, dogmático, inflexível, rigoroso, repressivo, ríspido, exigente, dá
ordens e direções, valoriza obediência cega às regras e valores estabelecidos,
reprimindo quaisquer outros comportamentos. Quando o filho comete alguma
falta, lhe dá castigos físicos ou outros corretivos disciplinares, como punição.
O filho reconhece e obedece integralmente a autoridade do pai, sem nenhum
questionamento e nesse ambiente de autoritarismo, não tem outra escolha a não ser
agir de modo resignado, obediente, submisso, dependente, silencioso, com medo,
ansioso, frustrado, etc., o que poderá provocar nele inibição da sociabilidade, baixa
auto-estima, frustrações, agressividade reprimida, sentimento de inferioridade, etc.

Tipologia Bíblica 232


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Segundo Tipo: Já um outro tipo de pai adota um "estilo educativo permissivo"


(conhecido como laissez-faire), excessivamente liberal, inconseqüente, com fraqueza
de controle e sem colocação de limites ao filho. Esse pai permite tudo, não proíbe
nada, deixa o filho fazer o que bem entender que seja feito, dá o menor número de
orientações, abstendo-se de avaliar, quer seja no sentido positivo ou no negativo.

Certamente esse tipo de pai foi influenciado com a publicação das experiências da
Escola inglesa de Summerhill, que dava liberdade total aos seus alunos e pelas
mudanças na juventude da década de 60, com o comportamento "hippie" e com a
influência da explosão libertária dos jovens universitários franceses ocorrida em 22
de março de 1968, iniciando a Revolução Cultural na França que espalhou as suas
idéias pelo resto do mundo. Em pleno século XXI é encontrado pai que age com esse
"estilo permissivo", por sentir culpa ao pensar em impor quaisquer limites ao filho.

Esse pai acredita na idéia, sem fundamento, que o filho ficará frustrado se lhe
forem estabelecidos limites e regras. Essa idéia é crendice popular, idéia distorcida
e sem fundamento bíblico e científico, já que nenhuma teoria recomenda aos pais
que não ensinem limites às crianças e não exerçam a natural autoridade, educando
os seus filhos. Esse tipo de pai, além de errar na interpretação das teorias
psicológicas, e por ter, ele próprio, ficado frustrado e desiludido com a educação
repressora e punitiva que teve na infância, quer dar ao seu filho uma educação
diferente da que teve e também, porque não quer que seu filho o veja como
autoritário, repressor e inibidor, mas o veja como "bom" pai.

E assim, esse tipo de pai dá liberdade total para o filho ter quaisquer tipos de
comportamentos inadequados, para ter ataques emocionais de raiva, choro, birra,
agressividade verbal (xingamentos, palavrões, etc) ou física (bater em outras pessoas)
tolerando até as grosserias, a falta de respeito do filho e os abusos que ele comete.
Agindo desse modo com o filho, o pai sofrerá as conseqüências de ter criado filho
que é um verdadeiro "tirano" exigente que manda e desmanda sobre os membros
da família, sem ter aprendido regras de convívio, limites, bons comportamentos e
disciplina.

Terceiro Tipo: O Pai equilibrado, que procura aplicar o procedimento estabelecido


nas Escrituras. Ele sabe utilizar sua autoridade de pai, sem haver rigidez. Uma
mudança sutil, mas muito importante para educar o filho com equilíbrio e assim,
este tipo de pai procura ter autoridade firme e clara sobre o filho, uma autoridade
conquistada e construída no dia-a-dia, com um estilo de convivência onde existe
respeito recíproco aos direitos e deveres de cada um, diálogo, companheirismo,
sensibilidade, solidariedade, tudo isso sintetizado em "relações afetivas mais
profundas e positivas" entre o pai e o filho. Há atitudes firmes de autoridade, mas
com um coração enorme.

Com esse tipo de convivência e orientação positiva sobre os limites, regras e o que é
permitido ou não, certamente haverá melhores condições de desenvolvimento da
cidadania do filho com obtenção de melhores resultados, e se a maioria dos pais
agirem assim poderá existir uma melhor sociedade humana, com seres humanos

Tipologia Bíblica 233


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com características mais saudáveis e equilibradas. Pai lembre-se: "A criança


assemelha-se a uma árvore nova que está exposta ao vento e à tempestade. O jardineiro
coloca uma estaca para evitar que ela entorte ou quebre com a força do vento, e para que
cresça na direção certa. Quando já estiver bem crescida e o tronco bastante forte, a
estaca não será mais necessária".

O Pai e o Filho Adolescente

“A tarefa principal dos adolescentes em nossa cultura é emancipar-se psicologicamente


de seus pais deixando de lado a dependência que tinha quando criança. Antes de poder
desenvolver uma relação adulta com seus pais, o adolescente primeiro deve distanciar-
se da forma como se relacionava com eles no passado. É normal que este processo seja
caracterizado por uma certa dose de rebeldia, desafio, insatisfação, confusão,
inquietude e ambivalência. As emoções geralmente estão exaltadas. As flutuações
amplas do estado de humor são comuns. Na melhor das hipóteses, esta rebeldia do
adolescente continuará por aproximadamente 2 anos; não é raro que persista durante 4
a 6 anos.”

A palavra adolescência vem do latim "adolescere", que significa "crescer". Há


muitas tentativas de se definir adolescência, embora nem todas as sociedades
possuam este conceito. Cada cultura possui um conceito de adolescência,
baseando-se sempre nas diferentes idades para definir este período.

No Brasil segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei No 8.069, de 13 de


Julho de 1990. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos
de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Podemos também dividi-la em três períodos:
1. Pré-adolescência (09 aos 13 anos);
2. Adolescência (14 aos 16 anos);
3. Adolescência final ou juventude (17 aos 20 anos).

O Adolescente e seus Encontros e Desencontros

No período inicial da adolescência, ocorre


uma explosão de mudanças biológicas,
tais como, alteração das proporções do
corpo, mudança de estatura, crescimento
acelerado dos órgãos sexuais e dos pêlos,
mudança na voz, crescente atividade das
glândulas sudoríparas, aparecimento de
cravos e espinhas, menstruação e polução
noturna, etc. Todas estas mudanças físicas
acarretam efeitos sociais e psicológicos.

O adolescente passa por períodos em que se sente embaraçado, mas está consciente
das mudanças que lhe ocorrem. O corpo desafia o próprio tempo e torna-se uma
loucura conviver com tal instabilidade. O olhar-se no espelho causa espanto.
Descobre sua sexualidade. Há uma dificuldade em controlar seus impulsos sexuais

Tipologia Bíblica 234


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que tornam-se cada vez mais intensos. Para desabafar, o adolescente procura seu
grupo, colegas da mesma idade, com os mesmos sonhos, problemas e carências; tal
experiência oferece-lhes senso de realização.

Existe um forte desejo de ser aceito, uma busca de identificação com os demais
através dos costumes, maneira de vestir, linguagem e formas de diversão. Sonhar
acordado torna-se comum e longas horas são gastas, conversando com amigos ao
telefone.

O espírito de independência dos pais e dos valores por eles estabelecidos é muito
comum nesta fase. A família passa para o segundo plano. Ela já não satisfaz seus
anseios, não há mais novidade. Por isso negam-se a acompanhar os pais em
viagens, festas e passeios. Querem ser e agir como adultos. Buscam explicações
racionais para tudo.

Questionam ou não aceitam mais as explicações recebidas na infância. Às vezes são


até agressivos e atrevidos na maneira de se expressar. Paradoxalmente, ao mesmo
tempo em que sentem adultos e donos de si, revelam insegurança afetiva, como
crianças que precisam sentir-se queridas e protegidas. A adolescência é a época da
vida que substitui os pontos de exclamação por pontos de interrogação. Eles
passam a indagar sobre questões básicas: Quem sou eu? É a luta com sua
identidade. Quando criança, a vida é simples. Eles são o que os pais são e fazem o
que eles determinam. Agora, descobrem que outros vivem e agem de forma
diferente. Geralmente, sentem medo e insegurança enquanto buscam sua
identidade.

Muitos, inconscientemente, querem voltar ao ventre da mãe. Que atitudes devo


tomar? É uma verdadeira luta ser responsável. É a escolha entre o certo ou errado.
Procuram definir suas atitudes, idéias e opiniões sobre todas as áreas da vida. Que
autoridades respeitar? Há uma carência de bons exemplos que sirva de parâmetro
para os adolescentes formarem seu conceito de autoridade. Questionam a
autoridade dos pais, devido à crise familiar que enfrentamos. O mesmo se dá a
nível governamental, uma vez que o país enfrenta uma época de desconfiança e
instabilidade. E as autoridades da igreja? Foi feita a seguinte pergunta numa
pesquisa entre a juventude evangélica: "A quem você pede ajuda quando surge um
problema?" Entre oito alternativas apresentadas, o pastor foi escolhido em último
lugar. Este é um aspecto a ser repensado pelos líderes da igreja.

Qual será meu estilo de vida? Os adolescentes estão cercados por diferentes
padrões de vida impostos pela sociedade. Conhecem os estilos de vida de seus
pais, irmãos mais velhos, parentes e líderes, mas questionam seus padrões por,
muitas vezes, enxergarem incoerências na vida de tais pessoas. Não quero esse
estilo de vida para mim no futuro. Diante de tantas mudanças e desafios
enfrentados na adolescência, torna-se imprescindível que pais e filhos mostrem
paciência e disposição para ceder. Os filhos devem compreender que os pais são
colocados por Deus como porta-vozes de Sua vontade em suas vidas.

Tipologia Bíblica 235


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Os pais devem encarar os filhos como seres pensantes e também respeitar suas
opiniões, ponderando-as antes de tomarem decisões contrárias. Compreendendo
tal processo, poderão passar por esse período sem grandes conflitos, curtindo
emoções e momentos, pois cada um deles possui seu encanto.

O Adolescente e as Amizades

É na adolescência que os jovens passam a se desligar um pouco dos pais e a


construir vínculos com colegas da mesma idade. Ficam horas no telefone
conversando com os amigos, marcam de sair juntos, e participar de diversas
atividades. Tudo isso é normal e faz parte do amadurecimento do adolescente. As
coisas complicam um pouco quando os pais não gostam destes novos amigos e as
consideram más companhias. Eles vivem em bandos pra cima e pra baixo. Punks,
skinheads, mauricinhos, skatistas, clubbers, góticos, surfistas, ou seja, lá como são
chamadas, essas pessoas formam o que muitos sociólogos denominam de tribos
urbanas, que têm um modo de vestir, falar, agir e pensar bastante peculiar, muitas
vezes ininteligíveis para o restante da população.

Esses adolescentes, na opinião da psicóloga Karina Brodski, têm a necessidade de


se identificar, repensando e reavaliando os valores que receberam de seus pais e da
sociedade, o que faz com que andem sempre em grupo. Para a terapeuta de família
Maria Tereza Maldonado, essa é uma nova etapa na formação da identidade da
pessoa. “A criança gosta de se identificar com os familiares, colocar as roupas da
mãe ou imitar gestos do pai. Com o passar dos anos, tudo muda e os filhos
procuram se diferenciar da família para se sentirem mais eles mesmos”, explica a
psicóloga.

Muitos, inclusive, se recusam a andar acompanhados dos pais e se sentem


envergonhados quando realmente precisam sair com a família. Autor de “Infância,
Adolescência y Família” (editora Granica), o psiquiatra e professor da Unicamp
Maurício Knobel enfatiza que nesse período de desenvolvimento se entrelaçam
dois lutos principais: o da perda do corpo infantil e o da perda dos pais
idealizados. Segundo o médico, essas situações de perdas e o seqüente estado de
luto levam os adolescentes a um "velório" prolongado, que procura conforto e
identidade nas situações grupais vividas entre seus pares.

Os jovens, na opinião de Maria Tereza Maldonado, começam também a


experimentar uma fase de ampliação de contatos e relacionamentos. “O grupo
externo à família passa a ser o principal ponto de referência”, diz. O sentimento de
"pertencer" dá a segurança de ser aceito e valorizado. Eles se sentem, então, mais
fortalecidos e apoiados quando se identificam na maneira de vestir, no ‘dialeto’
próprio e nas condutas valorizadas pelos colegas. Por isso mesmo acabam
adotando um tipo de comportamento uniforme.

Por isso, segundo Maria Tereza Maldonado, é importante que os pais conheçam os
amigos dos filhos e tenham noção clara das características dos grupos que eles
pertencem. O maior risco, na opinião da terapeuta, é que muitos se submetem às
regras do grupo a ponto de fazerem coisas que não ousariam fazer sozinhos, tudo
para serem merecedores dessa inclusão.
Tipologia Bíblica 236
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“Eles são capazes de atos anti-sociais como riscar carros, depredar orelhões, fazer
bagunça nas portas das boates, passar trotes ou cometer pequenos furtos”, alerta.

Quem não se lembra do índio Galdino, o Pataxó covardemente queimado vivo por quatro
jovens de classe média, filhos de funcionários públicos em Brasília? A agressividade,
para a psicóloga Karina Brodski, geralmente tem a ver com o crescimento físico,
que nem sempre acompanha o emocional. Eles não têm noção da força física que
possuem e não entendem que devem usar a inteligência ao invés do corpo e da
ação.

Como são mais imaturos, os adolescentes não têm muita idéia das conseqüências de seus
atos. São mais impulsivos e têm aquele sentimento de invencibilidade, do tipo “nada vai me
acontecer”, explica a psicóloga. Os pais precisam orientar e impor limites desde cedo.
É importante também não passar a mão na cabeça e fingir que nada aconteceu com
o filho. Léa Gonçalves, por exemplo, não pestanejou e castigou seu filho quando
soube que ele passou a tarde inteira aprontando com quatro colegas em sua casa.
“Sem mais nada o que inventar, os cinco tiveram a brilhante idéia de passar trotes
ameaçadores para alguns colegas de turma. Deu a maior confusão porque duas das
‘vítimas’ tinham bina. Fui até chamada pela coordenação do colégio”, lembra a mãe
que proibiu, como punição, que seu filho fosse a uma festa e cortou o acesso à
Internet por uma semana. Para quem está de fora, não é fácil ver alguns
adolescentes querendo quebrar a cabeça pelas esquinas da vida. Aos pais e
educadores, resta impor limites, sanções e, sempre dialogar, com muito afeto.

O Adolescente e a Depressão

Durante muitos anos acreditou-se que os


adolescentes, assim como as crianças, não
eram afetadas pela Depressão, já que,
supostamente, esse grupo etário não tinha
problemas vivenciais. Como se acreditava
que a Depressão era exclusivamente uma
resposta emocional à problemática
existencial, então quem não tinha problemas
não deveria ter depressão.

Atualmente sabemos que os adolescentes são tão suscetíveis à depressão quanto os


adultos e ela é um distúrbio que deve ser encarado seriamente em todas as faixas
etárias. A depressão pode interferir de maneira significativa na vida diária, nas
relações sociais e no bem-estar geral do adolescente, podendo até levar ao suicídio.

Quase todas as pessoas, sejam jovens ou idosas, experimentam sentimentos


temporários de tristeza em algum momento de suas vidas. Estes sentimentos fazem
parte da vida e tendem a desaparecer sem tratamento. Isso não é depressão.
Quando falamos de "depressão", estamos falando de uma doença com sintomas
específicos, com duração e gravidade suficiente para comprometer seriamente a
capacidade de uma pessoa levar uma vida normal.

Tipologia Bíblica 237


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Não devemos, nem por brincadeira, julgar as pessoas deprimidas como se elas
estivessem ficando loucas, nem tampouco devemos achar que há motivos para o
deprimido se envergonhar. A depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas
as nacionalidades, em todas as fases da vida. Estima-se que cerca de 5% da
população mundial sofra de depressão (incidência) e que cerca de 10% a 25% das
pessoas possam apresentar um episódio depressivo em algum momento de sua
vida (prevalência).

Entre aqueles que já sofreram um episódio depressivo, há maior probabilidade de


terem mais outros episódios depressivos ao longo de suas vidas, embora esta
probabilidade varie muito de pessoa para pessoa. Muitas pessoas apresentam uma
primeira crise de Depressão durante a adolescência, apesar de nem sempre essa
crise ser reconhecida. Segundo os especialistas, a Depressão comumente aparece
pela primeira vez em pessoas com idade entre 15 e 19 anos.

De fato, observou-se nas duas últimas décadas um aumento muito grande do


número de casos de depressão com início na adolescência e na infância. Algumas
pesquisas também mostram que cerca de 20% dos estudantes do 2º grau sentem-se
profundamente infelizes ou têm algum tipo de problema emocional. Talvez seja
porque o mundo moderno esteja se tornando cada vez mais complexo,
competitivo, exigente, e muitos adolescentes têm dificuldades para lidar com as
necessidades de adaptação que se deparam diariamente.

De modo geral os adolescentes se deparam com várias situações novas e pressões


sociais, favorecendo condições próprias para que apresentem flutuações do humor
e mudanças expressivas no comportamento. Alguns, entretanto, mais sensíveis e
sentimentais, podem desenvolver quadros francamente depressivos com notáveis
sintomas de descontentamento, confusão, solidão, incompreensão e atitudes de
rebeldia. Esse quadro pode indicar depressão, ainda que os sentimentos de tristeza
não sejam os mais evidentes.

Os traços afetivos da personalidade talvez sejam as condições capazes de explicar a


razão pela qual alguns adolescentes se tornam deprimidos enquanto outros não. Como
ocorre com qualquer outra doença, algumas pessoas são mais suscetíveis que outras,
além disso. Embora as tensões da vida cotidiana do adolescente sejam importantes
fatores para o aparecimento da Depressão muitos jovens passam por
acontecimentos desagradáveis sem desenvolver depressão. A tristeza, comum nos
momentos de reflexão da adolescência, é uma experiência normal que geralmente
não progride para Depressão se a pessoa não tiver outros requisitos emocionais
propícios ao desenvolvimento do transtorno afetivo.

O Adolescente e a Violência

Hoje o problema da violência vem despertando grande preocupação entre pais e


educadores. As estatísticas mostram um aumento da turbulência entre os
adolescentes e de problemas na infância, demonstrando uma queda nos níveis de
competência emocional.
Tipologia Bíblica 238
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Entre todos os problemas que o chamado analfabetismo emocional pode acarretar,


alguns estão intimamente relacionados com a questão da violência. Constatamos na
observação de crianças e adolescentes, a presença de comportamentos impulsivos,
grande dificuldade em lidar com a frustração, desobediência em casa e na Escola,
mentiras e trapaças, envolvimentos constantes em encrencas e discussões,
provocações, demonstrações de “pavio curto”, destruição de propriedade alheia,
além de abuso de drogas lícitas e ilícitas.

Os resultados das pesquisas são alarmantes e demonstram a necessidade urgente


de focarmos nossa atenção para o preparo emocional de nossas crianças e
adolescente. Sabemos que o desenvolvimento emocional depende de muitos
fatores e sofrem influência marcante da relação estabelecida com nossos pais,
principalmente nos primeiros anos de nossa vida, vivências que deixam marcas
profundas.

Se analisarmos a realidade atual da sociedade, encontramos famílias passando por


sérias dificuldades de ordem econômica e emocional, interferindo muito na criação
de filhos saudáveis no que diz respeito à inteligência emocional. Nós, pais e
educadores, influenciamos nossos jovens de maneira direta, através do trabalho
educativo e indireta, no momento em que servimos de modelo de identificação.

A Escola pode ajudar muito, desenvolvendo Projetos de Orientação Familiar,


possibilitando aos pais um espaço de aprendizado, troca de informações e
experiências sobre a difícil arte de educarmos nossos filhos. Devemos ter em mente
que educar não dá direito a férias, é um trabalho de horário integral e muita
dedicação. Os pais devem estar atentos ao comportamento apresentado pelos
filhos, acompanhando e caminhando lado a lado. Os conflitos devem ser encarados
e não negligenciados, pois todo sintoma merece um diagnóstico e um
encaminhamento pertinente.

Adolescente e os Desafios dos Pais: Toda família enfrenta dificuldades para educar
seus filhos. A temida adolescência não tem necessariamente que ser uma
experiência ruim para pais e filhos. Há alguns passos que os pais podem dar para
fazer desses anos uma aventura boa para todos. Os pais necessitam de: Joelhos
Calejados; Ouvidos de Elefante; Olhos Perspicazes; Exercite Equilíbrio; Seja Modelo e
Seja Acessível e Gaste tempo com seu filho.

Como Amar o seu Adolescente: Criar os seus filhos nos anos de adolescência pode
ser um desafio e geralmente uma aventura perigosa. O fundamento segura para
um sólido relacionamento com seus adolescentes é o amor incondicional. Só
quando este fundamento é construído você pode ficar seguro sobre a educação que
foi dada. De outra forma educar torna-se algo confuso e bastante frustrante.
Esse amor atua como uma luz que guia, para saber onde você está com seu filho. Amor
incondicional, para o seu adolescente significa:

1. Não importa como ele age;


2. Não importa o que eles pareçam;
3. Não importam quaisquer que sejam suas qualidades ou deficiências.

Tipologia Bíblica 239


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Os Pais Precisam se Lembrar de que:

1. Adolescentes está numa fase de transição;


2. Adolescentes geralmente irão agir como adolescentes;
3. Muito do comportamento do adolescente é desagradável.

Se você amar o seu adolescente só quando ele lhe agradar (amor condicional) e
comunicar o seu amor apenas nestes momentos, ele não se sentirá genuinamente
amado. Isso fará com que ele se sinta inseguro, com sua auto-imagem prejudicada,
e de fato o impossibilitará de desenvolver um comportamento mais maduro. Se
você ama o seu adolescente incondicionalmente, ele se sentirá bem com ele mesmo.
Será capaz de controlar sua ansiedade, e por sua vez seu comportamento ao tornar-
se um adulto.

Adolescentes estão sempre perguntando "Você me ama?" Esta pergunta é


primariamente feita através do comportamento, e através de palavras. Sua resposta
a esta pergunta é importante. Se sua resposta for não, seu filho não irá ser e nem irá
fazer o seu melhor. Poucos pais respondem sim porque não sabem como. Adultos
falam com palavras, enquanto adolescentes, como criancinhas pequenas, se
expressam através do comportamento e não através das palavras que são ditas.
Você precisa amá-los através do que você faz e não através do que você diz.

Adolescentes normalmente respondem ao amor, mas eles não tomam a iniciativa.


Se for dado a eles amor, eles correspondem. Se nada lhes é dado, eles também não
dão nenhum retorno. Adolescentes estão sempre voltando atrás. Não importa o
quanto eles digam que não gostam dos pais, eles precisam do seu apoio emocional
para ir adiante.

Eles precisam desesperadamente de encher o tanque emocional para obterem a


segurança e a autoconfiança necessária para lidar com a pressão do grupo e outras
demandas da sociedade adolescente. Sem essa confiança, os adolescentes tendem a
sucumbir à pressão do grupo dominador de influência e a seguir experimentam
dificuldades para manter os valores éticos saudáveis.

Seu adolescente vai lhe testar. Geralmente isto se dará através do comportamento
impróprio na busca por independência. Não reaja no momento de raiva. Isto não
significa aprovar o mau comportamento. Você precisa expressar os seus
sentimentos honestamente, mas de maneira apropriada, sem ira, gritarias,
linguagem torpe, atacando o adolescente verbalmente, ou ficando fora de si.

Portanto a adolescência, é um período de transição entre a infância e a idade


adulta. Vai dos 10 aos 20 anos. Período de crises e desequilíbrios, busca de si
mesmo, redefinição como pessoa, numa transição da identidade infantil para a
adulta. Início de vida introspectiva. A inteligência passa ao tipo hipotético-
dedutivo. É normal um certo retraimento ou isolamento social, atitudes
reveladoras de astúcia e ousadia contrastando com a timidez, sentimento de
urgência, dificuldade para coordenar diferentes ações e opções, desinteresse e
Tipologia Bíblica 240
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apatia que podem repercutir nas adaptações familiares, sociais, escolares e


profissionais; conflitos afetivos, crises religiosas, intelectualizações, postulações
filosóficas, atitudes contemplativas.

O Pai e o relacionamento com o Filho Adulto

Thiago pegou as chaves do carro e virou-se para abrir a porta da casa. Deparou com
uma placa afixada com fita adesiva.

Não tenho maior alegria do que esta a de ouvir que meus filhos andam na verdade. III Jo 4.

– Mãe, foi Pai que colocou isto aqui?”


– Foi. A gente ficou sabendo mais dos problemas de uns amigos antigos. Seu filho mais
velho é viciado em drogas. Agora, a filha de 22 avisou que está grávida e disse-lhes que
nem sabe de quem é. Seu pai ficou muito impressionado. Comentou como devemos dar
graças a Deus pelos filhos que temos. Sentou-se no computador e o resultado está aí.
– Então, não é bronca?
– Não, não é. É elogio, louvor, encorajamento, gratidão…
– Que bom, mãe. Mas poderíamos entender isto um pouquinho como alerta também, não?
– Talvez.
Quando o pai retornou naquela noite, havia uma outra placa ao lado da primeira. Quatro
figuras estilizadas proclamavam Pai, nós te amamos também!—e debaixo estava a
assinatura dos quatro filhos do casal.
Um ano depois, aquelas declarações ainda permanecem no mesmo local—assimiladas
inconscientemente por todos que por ali passam diariamente—símbolo da família ideal,
do relacionamento pacífico almejado tanto pelos pais quanto por seus filhos.
Um pouco adiante, na parede, há uma foto desta família—dois filhos adultos, dois
adolescentes, pai e mãe. As roupas alinhadas e combinadas, a perspectiva simétrica e
os sorrisos descontraídos transmitem harmonia e alegria. Parece uma família ajustada
e unida. E realmente, há momentos em que os de fora olham para eles com certa inveja
e perguntam como foi que eles “conseguiram”. – De joelhos, um dia de cada vez,
responde a mãe.
Isabel lembra as lágrimas derramadas, as noites mal dormidas… Recorda
desentendimentos, angústias, brigas, acusações, mágoas e as conseqüências de atitudes
pecaminosas, algumas duradouras. Mas se regozija porque, aos poucos, eles
descobriram e assimilaram princípios bíblicos que facilitaram o relacionamento e
fizeram com que houvesse—não a perfeição, mas sim—a possibilidade de conciliação,
harmonia e satisfação.
Em alguns países, é muito natural os pais cristãos incentivarem seus filhos a criar
asas e iniciar vida independente quando chegam ao término da adolescência.
Consideram cumprida a sua missão na criação e reassumem a vida a dois com
liberdade para gastar seu dinheiro e servir em outras áreas. No Brasil, entretanto,
esta não é uma prática freqüente. Encontramos muitos lares em que pais e filhos
adultos permanecem juntos por tempo indefinido. Nem sempre o convívio é fácil
ou pacífico. Em tantos lares, até dentro da igreja, pais e jovens se sentem como
verdadeiros reféns de situações que fugiram do seu controle há muito tempo.
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Em alguns casos, a convivência é opção de ambas as partes. Em outros, os pais não


permitem que partam. Na maioria das vezes, são os filhos que se acomodam na
casa dos pais. Existem filhos que nunca saíram e aqueles que voltaram ao lar
paterno depois de servirem no exército, de estudarem fora ou de tentarem a vida a
sós por um período. Às vezes, chegam depois de um relacionamento fracassado,
com ou sem filhos a tiracolo.

Em cada circunstância, ocorrem problemas bem diferentes. Fora disso, alguns


absorvem, muitas vezes sem querer, os valores do mundo pós-moderno que exalta
os direitos individuais às custas das responsabilidades e questiona as normas e os
limites tradicionais ou bíblicos. Isso sem falar dos efeitos, nos hábitos familiares, da
informática, do culto ao lazer, da globalização e da mídia de comunicação. Num
mundo que corre a mil por hora e em que todos são bombardeados com
informações desencontradas de toda a parte, muitos acabam confusos e
desorientados.

Uma Família Feliz, Sonhos ou Realidade?

Quais as normas que devem ser seguidas quando jovens continuam no lar paterno
depois de se tornarem adultos? Afinal, não há na Bíblia qualquer orientação
dirigida especificamente a esta situação. Será possível alguém olhar para a nossa
família e enxergar nela pelo menos um vislumbre da felicidade, intimidade,
fraternidade e união familiar que a Bíblia tanto nos incentiva a imitar? (Sl 133.1; I
Co 1.3,10; Hb 13.1) Sim, é possível aproximar-se deste ideal. Há esperança! Existem
sábios princípios, que são bíblicos, que se aplicam e que, se forem seguidos,
possibilitarão amenizar e evitar muitos dos problemas que têm surgido entre filhos
adultos e seus pais e irmãos quando convivem sob o mesmo teto.

Quem é que Manda?

A primeira coisa que devemos estabelecer, antes de mais nada, é que a casa é dos
pais e que quem deve mandar nela são eles. Foram eles que investiram suas
energias, seus recursos e seu tempo no intuito de construir um abrigo confortável e
sossegado para se refugiar das agruras do mundo externo. Nenhum filho tem o
direito de diminuir ou tirar o bem-estar, tranqüilidade ou alegria paterna ou
materna neste local criado por eles.

O lar, portanto, não é uma democracia onde pais e seus filhos crescidos devem ter
voz igual, como alguns sugerem. Quando Paulo instrui Timóteo sobre quais os
homens aptos a liderar a igreja (a “família de Deus”), ele diz que eles têm que ser
pessoas conhecidas por governar bem a sua própria casa e pergunta: Se alguém não
sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? Ef 2.19; I Tm 3.4,5,12.

O governar a que Paulo se refere significa administrar, estabelecer regras e limites,


exercer autoridade, reger…E já que o homem e a sua esposa são um e ela é a sua
ajudadora—este controle é compartilhado pela mãe da família e os dois devem ser
“honrados” pelos filhos—que é o primeiro mandamento com promessa. Gn 2.20,24; Êx
20.12; Ef 6.2,3.

Tipologia Bíblica 242


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Os Jovens devem “agir” como “Adultos”

Quando chegam à idade em que tenham identidade independente — tendo


autonomia legal, podendo votar, trabalhar e dirigir — os jovens se consideram
adultos. Mas é difícil, muitas vezes, eles enxergarem as responsabilidades que se
escondem por trás dos privilégios. Paulo descreve o seu próprio crescimento,
dizendo que falava, sentia e pensava como menino quando era menino. Entretanto,
quando ele se tornou homem, ele desistiu das coisas próprias de meninos. I Co
13.11. Isto significa mudanças radicais no comportamento, dentro do lar também, e
tudo no contexto do amor — afinal, I Coríntios 13 é o capítulo do amor. A lista de
exortações aqui (e em muitos outros lugares), sobre a maneira de ser e o trato com
outras pessoas, se aplica a jovens igualmente e eles tem de lembrar que terão que
dar contas de si mesmo a Deus. Rm 14.12.

Em qualquer convívio, tem que haver respeito e cortesia. Pessoas civilizadas se


saúdam, se despedem, comunicam seus planos e as mudanças nestes, como
também possíveis atrasos, com as pessoas com quem interagem, especialmente se
existem vínculos familiares e o andamento da vida destas pode ser afetado. Isto
vale para os jovens e também para seus pais, para que não haja ocasião para
surpresas ou preocupações desnecessárias ou ocorram desencontros desagradáveis.

Os Jovens devem ser “tratados” como “Adulto”

Vimos que os pais são responsáveis, diante de Deus, pelo andamento e o


testemunho da casa — tanto pelas atividades que permitem e promovem quanto
pelas que proíbem lá — tudo conforme princípios claramente expressos na Bíblia.

Mas isto não significa, de jeito nenhum, que os pais têm mandato divino para
manter controle sobre todos os aspectos da vida dos filhos adultos enquanto eles
moram na mesma casa. O alvo paterno deve ser de progredir da fase de
regulamentação geral (criança pequena) para o estágio de liberdade condicional
(adolescência) até a etapa de independência total de decisão e ação (adulto). Não
pretendemos advogar aqui a tendência dos pais de outros países de desalojar os
filhos. Mas eles devem procurar se relacionar com seus filhos, desde a sua
adolescência, com o amadurecimento e eventual emancipação em mente,
preparando-os de tal modo que a sua partida para o mundo fora do lar nem seja
excessivamente traumática nem por demais libertadora.

É preciso deixar os filhos adultos tomarem suas próprias decisões e deixá-los


arcarem com as conseqüências ou resultados. À primeira vista, isto pode parecer
contraditório ao princípio de que os pais devem mandar no seu lar. Mas não é,
especialmente quando se trata do filho ou da filha que já se sustenta. O processo de
criação terminou. A fase de disciplinar acabou. Fica muito feio um filho crescido
ser dominado por seus pais. Ele não poderá agir como adulto, e muito menos se
tornar um líder, se for sempre tratado como criança.

Tipologia Bíblica 243


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Pais, é bom reavaliar a situação nos nossos lares à luz de Efésios 6.4, Pais, não
provoqueis vossos filhos à ira. Como nosso filho (ou nossa filha) descreveria o seu
relacionamento conosco? Sente-se sufocado? Manipulado? Fiscalizado? Vigiado?
Controlado?

Por demais protegido? Respeitamos o seu gosto e a sua individualidade ou ficamos


insistindo que bons filhos devem ser clones dos seus pais? Damos palpites em
tudo, ainda quando eles não pedem? Ficamos ressentidos e transmitimos as nossas
mágoas toda vez que ele ou ela toma uma decisão ou faz algo com que
discordamos? Conseguimos engolir as palavras “Eu não lhe disse…?” ou “Se tivesse
me perguntado…” Ficamos plantados, emburrados, na sala até que todos cheguem
em casa, não importa a hora? Estamos afirmando, encorajando e elogiando mais de
que censurando, admoestando e criticando?…
Parceria Responsável ou Pensão com Cama, Comida e Roupa Lavada?

Dona Valdete hesitou e depois entrou, decidida, no quarto do neto. Alisou a cabeça dele.
Era tão bonito, parecia um anjo dormindo. Mas era um anjo muito descuidado e precisava de
uma bronca.
–Acorde, Thiago.
–Que é, Vó?
–Acorde e olhe para mim! Thiago se virou e dobrou o travesseiro debaixo da cabeça.
–Que foi? Aconteceu alguma coisa?
–Ainda não, mas vai acontecer se você não parar de ser preguiçoso.
–Que história, Vó! Eu trabalho todo dia.
–É, e sua mãe não?! Ela acaba de me dizer a lista de coisas que tem que ser feitas hoje.
Olhe, sua mãe está com apenas dois meses de operada. Seu pai teve que ir ao trabalho.
–Ela não me falou nada. Como eu vou saber?
–E você perguntou, por acaso? Eu mesma ouvi você avisando ontem que ia aproveitar o
sábado para colocar o sono em dia. Você acha que seus pais vão lhe pedir alguma coisa
depois de uma declaração daquelas? Onde já se viu? Um marmanjo deste tamanho na cama
enquanto a mãe coloca o lixo na rua. Se fosse apenas um volume, ainda vai lá, mas são quinze
sacos bem pesados porque ontem o jardineiro teve aí. Eu a proibi terminantemente! Depois
ela está querendo levar o carro para o mecânico e para o borracheiro. Agora me diga, com
quem foi que o pisca-pisca quebrou? E com quem o pneu furou?
–Comigo, Vó.
–Então! E pode desmanchar essa cara de espantado! Estou achando que Deus me mandou
para cá para dar uma basta nessa exploração! Tem quatro de vocês e ninguém faz nada para
ajudar nesta casa nos sábados. Fica todo mundo na cama até meio-dia e depois cada um tem
seus programas. Se vocês dividissem as tarefas, seus pais poderiam dormir umas horas a
mais também. Bem que eles precisam. E aí, vai sair desta cama, ou não?!
Quando o pai (Neto) chegou algumas horas mais tarde, ficou espantado. Thiago havia saído
para cuidar do carro (com ordens para comprar ração e passar na farmácia e na locadora).
Seu caçula estava dando banho na cachorra enquanto a avó estava preparando o material
para ensinar-lhe como lavar três pares de tênis. O outro filho estava cortando a grama do
quintal. Na cozinha, a filha estava assando o bolo que ela havia prometido para a reunião da
mocidade daquela noite e já sabia que quem iria passar sua blusa a ferro seria ela mesma.

Tipologia Bíblica 244


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Sr. Neto chamou a esposa de lado e perguntou a ela que “milagre” era aquele.
–Olhe, sua mãe resolveu que nossos filhos são um bando de preguiçosos e acordou a
cambada toda. Mas eu também já recebi uma bronca bem grande. Duvido que você escape!
Mais tarde, Vovó Valdete reuniu a família.
—Como vocês notaram hoje de manhã, apesar de achar vocês a família mais linda do mundo,
estou preocupada com algumas coisas que tenho observado nas três semanas que passei
aqui. Já conversei com seus pais e agora vou falar com vocês novamente. E aí ela continuou
falando, com a Bíblia na mão….

Pais sacrificados, Filhos acomodados

Uma das queixas mais freqüentes dos pais é que os jovens vivem como se a casa
em que moram fosse uma espécie de hotel onde necessidades e caprichos de filhos-
hóspedes têm que ser satisfeitos exatamente por pais-empregados. Para eles, amor
de pai e mãe implica em sacrifício e canseira. Amor de filho, entretanto, tem pouco
a ver com este conceito. Basta dizer “eu te amo” de vez em quando, comprar uns
presentinhos no dia deles e no Natal e pronto.

Vemos que a culpa pelos desentendimentos nesta área é de ambas as partes. É dos
pais que não exigem participação nos gastos e desgastes físicos que a manutenção e
conservação do lar requerem. É dos filhos que não percebem que, por serem
adultos, já podem e devem começar a aliviar os pais das suas tarefas e despesas
com o andamento domiciliar. Paulo ensinou a Timóteo que os filhos e netos devem
aprender a exercer piedade para com a sua própria casa, e a recompensar os seus
progenitores; pois isto é aceitável diante de Deus. I Tm 5.4. Em outra epístola, Paulo
falou da importância de evitar comer pão, de graça, à custa de outros, mas de trabalhar,
em labor e fadiga, de noite e de dia, a fim de não ser pesado a ninguém . Ele continua
afirmando, Se alguém não quer trabalhar, também não coma. II Ts 3.8,10.

No lar ideal, os pais criam os filhos e, em seguida, lutam ao lado deles por um
tempo enquanto se estabilizam na sua emancipação. Depois, tanto os filhos como
os pais devem ser livres. A mãe também tem direito a este estágio de liberdade,
retomando ou desenvolvendo novos talentos e atividades na sua comunidade. As
suas obrigações e tarefas com os cuidados dos seus filhos terminam quando esses
se tornam adultos exceto, quando de comum acordo, pais e filhos decidem
continuar com a convivência ou dependência financeira.

Pode ser no intuito de ajudar o filho ou a filha a se preparar melhor para uma
próxima fase nas suas vidas. Este apoio é voluntário e temporário e pode ser
retirado ou diminuído se os pais notarem que seus filhos estão lhes explorando ou
tirando proveito indevido do sacrifício paterno.

Chega o momento em que os pais vêem que seus mimos estão atrasando o
amadurecimento dos filhos. Agora, quem deve se sacrificar mais, fora e também
dentro do lar (o labor e fadiga, noite e dia acima) é o jovem. Um filho crente se esforça
não apenas para não ser um peso, mas também para aliviar a carga dos pais,
começando a recompensá-los, assumindo tarefas domésticas, compras, consertos…
O seu amor se concretiza—passa de meras palavras para ações visíveis.
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VII. Obrigações do Homem como “Profissional”

É certo que hoje vivemos uma época em que as mulheres trabalham fora e
ajudam nas despesas de casa, porém há muitos maridos que se aproveitam
dessa participação e transferem suas responsabilidades de provedor do lar
colocando uma grande sobrecarga na esposa causando cansaço, desilusão, e
até desinteresse dela pelo seu companheiro. Um homem de Deus, no
exercício da Mordomia da Família procura por todas as formas dar o
melhor possível à sua mulher e filhos, suprindo suas necessidades
materiais.

É fundamental o homem estabelecer as prioridades corretas,


para evitar trazer prejuízos irreversíveis. Definitivamente
estamos vivendo dias muito difíceis com relação ao nosso
ambiente de trabalho. Embora o discurso vigente seja a
favor das pessoas (funcionários), a prática (infelizmente)
tem demonstrado o contrário: a cada dia que passa está mais difícil
trabalhar, a pressão vai aumentada! Pressão por novos cortes de custos,
pressão por maiores resultados, pressão para adquirir novos
conhecimentos. Resumindo: pressão, pressão e mais pressão. Algumas
empresas resolveram sugar os seus funcionários. Doze, treze, quatorze
horas de trabalho diário, sábados, domingos. Dedicação quase exclusiva
aos interesses da empresa. Conheço um determinado banco que nos seus
treinamentos para gerente tem a prática de fazer a seguinte questão
para os participantes: Para você, quem vem em primeiro lugar, o banco ou
a sua família? As prioridades do marido cristão:

1. Ser presente no lar


2. Filhos antes dos amigos
3. Amar pessoas antes de coisas
4. Esposa antes de si mesmo
5. O lar antes da profissão
6. Coisas espirituais antes de coisas materiais
7. A esposa antes dos filhos
8. A esposa antes da mãe. Gn 2.24
9. Família antes da igreja.

VIII. Que Tipo de Esposo, Você é?

1. Silencioso: governa sem que haja qualquer tipo de comunicação; silêncio total.
2. Hipócrita: fala bem da mulher só na frente dos outros, em casa a maltrata.
3. Desequilibrado: ora negligente, ora ditador (vive nos extremos).
4. Bomba Relógio: a família nunca sabe quando vai explodir.
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5. Indeciso: não toma decisão, se a esposa toma se aborrece.


6. Crítico: só acha motivo para criticar; elogiar nunca.
7. Negligente: é gastador, não leva a família a sério.
8. Teimoso: é perfeito, nunca admite quando erra.
9. Insensível: indiferente, mau, torturador.
10. Ditador: cruel, tirano, é quem manda.
11. Ciumento: desconfiado, inseguro.
12. Esposo trabalhador?
13. Esposo inconstante?
14. Esposo preguiçoso?
15. Esposo cavalheiro?
16. Esposo provedor?
17. Esposo prudente?
18. Esposo amoroso?
19. Esposo indeciso?
20. Esposo protetor?
21. Esposo piedoso?
22. Esposo ausente?
23. Esposo egoísta?
24. Esposo crítico?
25. Esposo gentil?
26. Esposo ideal?
27. Esposo fiel?

IX. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

Desde que Eva foi criada, muita coisa tem mudado na vida das mulheres, mas as coisas
mais importantes, aquelas que nos trazem felicidade e realização, permanecem
inalteradas por fazerem parte da essência da nossa feminilidade. Se todas as esposas
virem em seus maridos amor, atenção, bondade, fidelidade, proteção, cobertura
espiritual, valorização, intimidade sexual. Essa casa estará edificada sobre a Rocha. Os
rios vão subir, os ventos vão soprar, mas a casa não vai cair, pois ela está edificada
sobre a Rocha. O que toda Esposa espera de seu Esposo?

1. Convivência: O marido deve procurar passar tempo com a esposa, para aprender a
conhecê-la como a pessoa especial que é. Conhecer profundamente todas as
sutilezas e nuances de temperamento, para poder fazer uso desse conhecimento em
benefício da própria esposa. Através da convivência, o esposo poderá descobrir
quais são as necessidades básicas de sua esposa e satisfazê-las dentro do possível.

2. Exemplo: Uma liderança eficaz requer que o líder dê o exemplo, não exigindo dos
seus nada que ele mesmo não esteja disposto a fazer. O marido que já tiver
demonstrado amar a esposa, sabe que poderá contar com ela para fazer por ele o
que tenha feito por ela. Se ele a servir, será servido; se ele a amar, será amado; se
ele coloca os interesses dela antes dos seus, verá que ela fará o mesmo por ele.

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3. Comunicação: O marido deve separar tempo para comunicar-se com a esposa,


para expor a ela as coisas íntimas que vão em seu coração, seus sonhos, seus
anseios para si mesmo e para a família. Para tanto, é preciso que tenha metas, saiba
o que quer para os seus, compartilhe tudo isso com a esposa, para que esta possa
ajudá-lo a definir e a levar a cabo a sua parte neste ideal. Lembre-se de que a
comunicação é uma via de mão dupla.

4. Divisão de Responsabilidades: O marido atencioso é aquele que procura dar a


oportunidade a esposa para que ela se desenvolva como pessoa, para benefício dela
e seu próprio, pois feliz será o marido de uma esposa realizada e capaz. A boa
liderança consiste exatamente no reconhecimento da potencialidade de cada um
dos liderados, na utilização máxima desse potencial. Com isto, todos se beneficiam,
e o lar é enriquecido.

5. Transmita Segurança e Amor: A segurança é algo extremamente essencial na vida


de uma esposa, para que ela possa ser feliz e tenha condições de transmitir
felicidade aos seus. Portanto, ela precisa sentir que tem um esposo comprometido
com o casamento, com os filhos, com a família, enfim, esposo comprometido com o
ninho. A esposa precisa sentir que tem ao seu lado um esposo que a ame e que
transmita amor. Passos práticos que o ajudarão a demonstrar amor:

Expresse constantemente e audivelmente o amor que sente por ela: Muitas vezes o
marido acha difícil entender a necessidade que a esposa tem de ouvi-lo confirmar
com palavras o sentimento que tem no coração. Expresse, através de ações, o
cuidado que merecem as necessidades dela: Uma massagem no pescoço cansado e
dolorido, uma mãozinha inesperada com alguma tarefa dela, podem falar mais alto
que mil palavras. Mas não se esqueça que as palavras dão aquele toque especial e
indispensável.

Procure demonstrar de maneira prática que ela é o ser humano que ocupa o primeiro
lugar em sua vida: Mostre-lhe que suas opiniões são respeitadas, mesmo quando não
forem aceitas. Nos conflitos, ela deverá poder contar com seu apoio, pois você
deixou até pai e mãe para unir-se a ela. Trate-a com cortesia e com ternura: Ela será
o reflexo do modo como a tratar. Se quiser ter uma rainha por esposa, terá que
tratá-la como tal. Expresse freqüente e generosamente sua apreciação e admiração:
São tantas as coisas que ela faz por você e por sua família, que esta dedicação não
pode ser passada em branco. Se realmente ela representa algo em sua vida, então,
expresse. Jamais use comparações para tentar mudá-la: Especialmente no caso de
compará-la a outras mulheres, isso pode produzir uma terrível mágoa e
sentimentos de falta de valor próprio. Lembre-se de que sua esposa é uma pessoa
especial e diferente das outras pessoas e mulheres. Ela será uma pessoa muito
melhor se, ao invés de criticar seus pontos fracos, você encorajá-la a desenvolver
suas qualidades.

Não a critique na frente de outras pessoas: Se houver algo que ela precisa corrigir,
espere pelo momento certo, quando vocês estiverem a sós, e então, diga-lhe o que
tens para dizer, mas com brandura e amor.

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Capítulo VII

Direitos e Obrigações dos Filhos segundo a Bíblia

Formar filhos saudáveis e felizes é o maior empreendimento e a tarefa mais trabalhosa a


exercer como seres humanos. Filhos trazem alegria e realização, mas necessitam de
disciplina e dedicação, cobram atenção e carinho, e merecem respeito e amor. Criar filhos
é, portanto, uma arte que envolve o repensar sobre si mesmo, a projeção de nossos desejos
e perspectivas futuras, a utilização de ferramentas cognitivas acertadas, e a parceria com
Deus visando sabedoria e frutos.

De acordo com o art. 1566 do Código Civil, são deveres de ambos os cônjuges, entre outros,
mútua assistência, sustento, guarda e educação dos filhos. O art. 1568 determina que os
cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do
trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime
patrimonial.

I. Direitos e Obrigações dos Filhos

1. Direitos dos Filhos

1.2. Ser amado, Tt 2.4


1.3. Ser conduzido a Cristo, Mt 19.13-14
1.4. Ser corrigido corretamente, Prov 13.24
1.5. Não ser provocado pelos pais, Ef 6.4 Parte a
1.6. Ser criado na doutrina bíblica, Ef 6.4 Parte b
1.7. Ser abençoado pelos pais, Gn 48.15, 49.1-33, Hb 11.20-21

2. Obrigações dos Filhos

2.1. Honrar os pais, Êxodo 20.12


2.2. Submissão e respeito, I Rs 2.19
2.3. Ouvir as instruções, Dt 4.9, 11.19 e 6.7
2.4. Não maldizer sua mãe ou seu pai, Mc 7.10
2.5. Obedecer aos pais, Ef 6.1, em tudo, Cl 3.20
2.6. Ser uma benção, Pv 10.1, Gn 33.5, 48.9 e Pv 17.6

3. Dez Tipos de Filhos

3.1. Filho ideal.


3.2. Filho mimado, I Rs 1.6
3.3. Filho carnal, I Sm 8.1-5
3.4. Filho pródigo, Lc 15.11-32
3.5. Filho insensato, Oséias 13.13
3.6. Filho sábio, Pv 10.1, 13.1, 15.20
3.7. Filho problemático, II Sm caps. 15 ao 18
3.8. Filho cobrador, (tudo o que sabe é cobrar...cobrar)
3.9. Filho crítico, (sabe tudo, os pais são ultrapassados)
3.10. Filho ingrato, (nunca reconhecem o que os pais fazem)

Tipologia Bíblica 249


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4. Relacionamento na Vida Familiar

4.1. Dar e cobrar na medida certa.


4.2. Orem por seus filhos e com eles.
4.3. Ensinar o valor da oração aos filhos.
4.4. Não provocar a ira aos filhos. Ef 6.4.
4.5. Ser afetivo com os filhos. I Pe 3.8;4.8.
4.6. Realizar o culto doméstico. Gn 12.5-7.
4.7. Preparar os filhos para a vida. Lc 2.52.
4.8. Ensinar o valor da Igreja. Hb 12.23; Ap 21.9.
4.9. Cuidar dos filhos, dando tempo para eles. I Tm 5.8.
4.10. Ensinar a Palavra de Deus aos filhos no lar. Dt 11.18-21.
4.11. Procurar entender as falhas de seus filhos; quem não falha?.
4.12. Diga que os amam: Eu amo você. São palavras que produzem efeito.
4.13. Evitar gritar com seus filhos. Isso pode ser um mau exemplo para eles.
4.14. Peça perdão aos seus filhos, quando verificaram que erraram com eles.
4.15. Aceitar seus filhos como eles são, com alegria, vendo-os como bênçãos.
4.16. Dar liberdade aos filhos com limites de acordo com a idade de cada um.
4.17. Demonstrar amor, sem mimá-los muito, para que não fiquem inseguros.
4.18. Cultivar o respeito aos filhos: falar a verdade; cumprir as promessas; etc.
4.19. Dedicar tempo para seus filhos. Tempo para conversar, ouvi-los, passear.
4.20. Procurar ser amigos íntimos de seus filhos, tornando-se seus confidentes.
4.21. Procurar entender seus filhos, entender as razões de suas ações e reações.

5. Lista de atitudes que afastam os filhos dos pais

5.1. Ausência do pai


5.2. Criticas constantes
5.3. Estar ocupado demais, quando eles o procuram
5.3. Fazer promessas que não podem cumprir
5.4. Trair confidências
5.5. Sarcasmo e Zombarias

6. Advertência

6.1. O primeiro pastor de uma criança, é o pai cristão


6.2. O primeiro templo de uma criança, são os braços de sua mãe
6.3. O primeiro altar, os joelhos da mãe
6.4. A cartilha da criança é o exemplo dos pais
6.5. Quando a criança chegar na encruzilhada da vida, é bom que o pai
esteja ali dirigindo o trânsito.

7. Disciplina

7.1. Pais permissivos demais


7.2. Pais rígidos demais
7.3. Pais equilibrados
7.4. Que tipo de pai você é?

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Em algum lugar do caminho Eli, Samuel e Davi esqueceram da importância da disciplina


no lar. Eles foram totalmente dedicados à causa do Senhor, mas falharam como pais.
Eli pode gemer um "não" aos seus rapazes e não fazer nada sobre seus crimes vis. Você
supõe que ele fez o mesmo quando eles tinham dois anos de idade? Samuel pode ter
feito tudo para educar filhos devotos, mas então, de novo, ele pode não ter tido tempo
para brincar de pega-pega com eles por causa da sua carga de trabalho. Davi soube o
que fazer com outros que pecaram (o amalequita relatando a morte de Saul; os
assassinos de Isbosete) mas revelou uma estranha paralisia quando se tratou de
membros da família que pecaram (Joabe e o assassinato de Abner; Amom estuprando
Tamar; o assassinato de Amom por Absalão e sua traição). "Ser pais não é para os
covardes" (James Dobson), e os pais que se recusam a usar a vara da correção não são
dignos de serem chamados "pais".

Os pais que decidirem utilizar a forma


bíblica para disciplinar seus filhos
devem conhecer os argumentos e os
contra-argumentos desse polêmico
tema. Disciplina de filhos,
principalmente a forma como ministrá-
la, é uma das áreas mais polêmica dos
meus seminários. Existe, atualmente
em nossa sociedade, uma forte corrente
que pretende banir o uso da vara do
relacionamento pais & filhos. Não tenho dúvidas de que grande parte desse
sentimento parta de uma sincera preocupação com o bem-estar da criança. Sei que
há pais que não disciplinam, mas espancam seus filhos. O abuso infantil sempre foi
e continua sendo uma triste realidade. Seguindo esse raciocínio há vários
argumentos utilizados contra o uso da vara.

Disciplina segundo a Bíblia: Os pais têm o dever de passar aos


filhos a noção das fronteiras a serem respeitadas. Nas últimas
décadas, proliferaram teorias de orientação para pais.
Tivemos um período da nossa história marcado por uma
educação autoritária e rígida. Na segunda metade do século
passado, acompanhamos outro período extremamente liberal,
influenciado pelo movimento hippie. Atualmente, vivemos
uma era onde muitos pais encontram-se confusos e perdidos.
Psicólogos e educadores têm se empenhado em oferecer
ajuda às famílias, que, embora preocupadas em educar da melhor forma possível,
sentem-se inseguras em qual caminho seguir. Creio que a grande dificuldade esteja
no posicionamento dos pais quanto à colocação de limites. E o problema agrava-se
atualmente porque os pais, já inseguros, temem deixar de ser amados por seus
filhos.

Este fato os torna vulneráveis e frágeis para a tarefa de educar, e eles não impõem
as regras necessárias para que os filhos desenvolvam-se com maturidade. Se a
criança disser “não gosto de você”, eles levam tão a sério que se mostram
totalmente ameaçados na relação.
Tipologia Bíblica 251
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Outros problemas surgem porque muitos pais se sentem culpados por estar
ausentes a maior parte do dia e, assim, assumem posturas permissivas. Têm
dificuldade de frustrá-los com repreensões, imposições ou castigo físico. Temem
ser considerados “chatos”, e não repreendem suficientemente os filhos. O pior desta
dinâmica é que a criança percebe tal fragilidade e abusa, tornando-se cada vez mais
exigente. Muitas vezes, exige novamente uma exceção ou concessão que lhe foi
dada em determinado dia, e enfrenta os pais com arrogância: “Mas você deixou
naquele dia. Por que não vai deixar hoje? Eu quero!”. A birra das crianças é um
exemplo clássico de disputa de poder em relação aos pais.

A criança grita e tenta obter o que deseja envergonhando os pais em público. Se


conseguir, fica satisfeita, mas entende que tem pais que se submetem. Esta birra
também pode ser entendida como um grito: “Preciso de pais fortes; preciso de
limites, com urgência!”. Pais que tiveram uma educação rígida buscam oferecer
uma educação oposta, baseada na democracia. Mas os filhos acabam ditando as
regras, e então não aprendem a obedecer. Há quem se orgulhe de ser confrontado
pelo filho, dizendo que isto é um sinal da força da personalidade da criança.

Nesta falsa democracia, a família torna-se uma anarquia: sofás arrebentados de


tanto as crianças pularem, gritos ao invés de conversas, ferramentas do pai
espalhadas pela casa quando querem consertar sua bicicleta, objetos quebrados por
jogarem bola na sala etc. “Ah, mas as crianças estão felizes”, diriam os mais liberais.
Pais excessivamente democráticos criam filhos tiranos. Filhos precisam de firmeza.
A felicidade não está na anarquia, mas na liberdade com responsabilidade, que se
consegue mantendo o respeito próprio e ao outro.

Fronteira: Adolescentes também testam os limites para sentir os quantos são


importantes e o quanto os pais se interessam por eles. Reclamam das regras
impostas, mas gostam que alguém se importe com eles. Garantido o afeto entre
pais e filhos, é importante que os limites sejam negociados e que ambos
estabeleçam uma relação de mútua confiança. Reconsiderar uma regra não é sinal
de fraqueza dos pais, mas sinal de ponderação e liberdade de comunicação. Os pais
precisam aprender a suportar a cara feia do filho sem temer que o amor da relação
fique abalado. Carrasco é o pai que não ajuda o filho a formar sua identidade; que
deixa a porteira aberta e o joga no mundo, sem repará-lo. Pais carrascos são aqueles
que não oferecem limites, cuidados e afetos aos filhos. Vamos imaginar potrinhos
soltos dentro de um espaço delimitado por uma cerca. Esta cerca é a fronteira ou
limite entre o seu mundo particular e o mundo externo. Esta fronteira é a garantia
de que nenhum lobo virá comê-los, ou que não se perderão por onde ainda não
sabem caminhar.

A fronteira (limite) oferece proteção: No campo psicológico, a fronteira é a


delimitação entre o espaço eu e o não eu, isto é, o que é meu e o que é do outro.
Esta delimitação é o que dá a noção de quem sou, qual espaço ocupo e quem é
esta outra pessoa diferente de mim. Assim sendo, a disciplina e a imposição de
limites correspondem à formação desta fronteira de contato que aponta o que o
filho pode fazer e o que não pode.

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É, ao mesmo tempo, o que lhe garante proteção e a confiança de que está sendo
cuidado por alguém que sabe o que é melhor para ele. Portanto, o limite tem
duas funções: a educativa, que dá a noção de respeito ao outro, e a função
psicológica, de segurança, proteção e a noção de quem eu sou. Quando a atmosfera
de confiança é mantida e reconhecida e há afeto na relação, a comunicação eficaz
acontece. A educação que Deus nos dá é assim! Temos liberdade para agir e ser
aquilo que escolhemos, considerando o outro ao nosso redor e ainda
amadurecendo na plena vontade do nosso Pai. Qual é a vontade do Pai? Filhos
maduros, carinhosos, íntegros, responsáveis e, principalmente, que reconheçam o
investimento e o afeto que o Pai nos dedicou, Deuteronômio 6.7.

Filhos precisam de firmeza: A felicidade não está na anarquia, mas na liberdade


com responsabilidade, que se consegue mantendo o respeito próprio e ao outro.
Carrasco é o pai que não mostra como o filho tem que se comportar diante dos seus
familiares, amigos e estranhos. Carrasco é aquele que não ensina o filho a se manter
dentro da sua fronteira. Carrasco é o pai que não ajuda o filho a formar sua
identidade; que deixa a porteira aberta, sem orientá-lo, e o joga no mundo, sem
prepará-lo. Carrasco é aquele que abandona o filho aos lobos, sem instruí-lo.
Conceitos com relação à disciplina:
a. Com Conselho, Pv 19.25 (para moldar, fortalecer e aperfeiçoar)
b. Com Vara, (surra), Pv 22.15; 13.24 (mas não agredir ou não espancar)
c. Com Castigo, Pv 19.18; 29.17 (quando ficar caracterizado a falta intencional)
d. A disciplina deve aplicada para corrigir maus hábitos. Pv 15.5
e. A disciplina deve aplicada para formar bons hábitos. Pv 15.10
f. A disciplina deve aplicada para estabelecer a pratica da obediência
g. A disciplina deve aplicada para desenvolver o senso e o respeito da autoridade.
8. Como ter um Filho delinqüente
A Delegacia de Houston, Estado do Texas, nos Estados Unidos, elaborou as seguintes
regras para formar um filho delinqüente. São um alerta aos pais.
1. Desde pequeno, dê tudo o que o filho pedir. Desta forma, ele crescerá pensando
que sempre terá tudo o que quiser. (O certo é não dá tudo o que o filho pedir).
2. Quando ele disser palavras imorais, ria com ele. Isto fará pensar que é
engraçadinho e o encorajará a aprender frases mais "engraçadinhas" ainda, que,
mais tarde, vão lhe deixar completamente sem jeito. (O certo é repreender o filho
quando disser palavras torpes e imorais, e não achar engraçado).
3. Nunca lhe dê treinamento espiritual algum. Espere até que ele complete 21 anos,
e deixe-o decidir por si mesmo; (O certo é dar o ensino espiritual desde cedo, como
manda a Bíblia).
4. Evite o uso da palavra "errado". Pode desenvolver nele um complexo de culpa.
Isto condicionará seu filho a acreditar, mais tarde, quando for preso por roubar um
carro, que a sociedade está contra ele e que está sendo perseguido; (O certo: se
precisar, deve-se mostrar o erro ao filho).

Tipologia Bíblica 253


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5. Apanhe tudo o que seu filho deixar espalhado: livros, sapatos e roupas. Faça
tudo por ele e, assim, ele se acostumará a jogar todas as responsabilidades em cima
dos outros. (O certo: não fazer tudo pelo filho; ensiná-lo a ter responsabilidade,
cuidando de suas coisas, desde criança).
6. Deixe-o ler tudo que lhe caia nas mãos. Cuide sempre que as vasilhas, pratos,
talheres e copos sejam esterilizados, mas deixe que sua mente se alimente de lixo;
(O certo: examinar o que o filho ler, não permitindo literatura imoral no lar).

7. Brigue com sua esposa (ou com seu marido) frequentemente na presença dos
filhos; deste modo, eles não ficarão chocados mais tarde, quando o lar se desfizer;
(O certo: jamais brigar com a esposa, muito menos em frente dos filhos ).

8. Dê-lhe todo o dinheiro quiser. Não permita que ele trabalhe para ganhar
dinheiro. Porque ele teria que adquirir as coisas com as mesmas dificuldades que
você? (O certo: se puder, dar a mesada aos filhos, orientando-lhes para o valor do
dinheiro, sem gastar além do que recebe).
9. Satisfaça qualquer desejo de comida, bebida e conforto que ele queira. Veja que
todos os seus desejos sensuais sejam gratificados. A inibição de desejo pode dar
origem a uma perniciosa frustração; (O certo: só satisfazer aquilo que é lícito e
conveniente para os filhos).
10. Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. Todos eles estão de
prevenção contra seu filho. (O certo: se ele errar, nunca ficar de seu lado; ajudá-lo a
corrigir as falhas, com amor e compreensão).
11. E, quando ele estiver seriamente envolvido em dificuldades, desculpe-se a si
mesmo, dizendo: "Nunca consegui fazer nada com ele"; (Procurar ajudar nas
dificuldades, visando a correção e resolução dos problemas).
12. Prepara-se para uma vida de tristezas e sofrimentos. Você está fazendo tudo
para tê-la. (O certo: usando a Palavra de Deus, preparar a família para uma vida de
amor, obediência e dedicação a Deus).
Pontos Positivos
■ Não dê à criança tudo quanto ela queira.
■ Aponte os erros que seu filho comete.
■ Nos momentos de perplexidade, esclareça sua dúvida.
■ Ensine e ajude seu filho a escolher entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
■ Ajude-o a seguir o caminho do bem abraçando sempre a verdade.
■ Dê a seu filho uma educação espiritual.
■ Quando seu filho deixar tudo espalhado pelo chão roupas, faça-o apanhá-los.
■ Com gritos nunca se educa uma criança. Educa-se com energia, amor e bondade.
■ Não brigue nem discuta na presença do filho.
■ Quem não se contenta com pouco, nem o muito o satisfará jamais.
■ O filho deve aprender quanto custa ganhar dinheiro.
■ Não satisfaça todos os desejos e caprichos do seu filho.
■ Ninguém é perfeito; seu filho também está dentro desta regra.
■ Seja justo e dê razão a quem tem de fato.

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Capítulo VIII

Violência Domestica

A violência doméstica atinge não apenas a mulher, mas toda a sociedade.


Temos hoje, na Presidência dos
Estados Unidos, um filho que viu
sua mãe ser espancada e abusada
em casa. Devido ao costume da
época, essa mãe não pôde proteger-
se, nem denunciar. O espancamento
só cessou quando Bill confrontou o
padrasto." O contido depoimento
da então primeira-dama americana,
Hillary Clinton, no salão nobre do
Banco Interamericano de
Desenvolvimento, BID, em Washington, por ocasião da Conferência sobre Violência
Doméstica na América Latina e Caribe, pegou a platéia de surpresa. Não cabia, naquele
plenário, detalhar as agressões domésticas que marcaram a infância do presidente Bill
Clinton, mas tampouco cabe, nos dias de hoje, varrê-las de sua biografia. "A solidão é parte
da vergonha, que é parte do silêncio", alertou Hillary. "Não acreditamos que a violência
doméstica seja uma questão cultural. Acreditamos que seja um ato criminoso, ponto."
Infelizmente, as duas coisas não são excludentes. "Por enquanto", pondera Martha
Mesquita da Rocha, titular de uma das seis Delegacias Especiais de Atendimento à
Mulher, Deam, do Rio de Janeiro.

O ponto de partida todo mundo conhece:

O lugar mais perigoso para a mulher é em casa.

Segundo dados mundiais, o risco de uma mulher ser agredida em sua própria casa,
pelo pai de seus filhos, ex-marido ou atual companheiro, é nove vezes maior do
que o de sofrer alguma violência na rua, fora do âmbito familiar. Aquelas que
deveriam ser as paredes protetoras do lar atuam como muros do medo. A vítima
não vê saída, mesmo que tenha a chave da porta. Isso porque, em sua essência, a
violência doméstica é a manifestação da distribuição desigual de poder. Poder
físico, econômico, psicológico, social e, sobretudo, emocional do homem. Aí está o
nó da questão.

Para que a sociedade possa produzir respostas institucionais de prevenção e


combate à violência doméstica, estatísticas são, de fato, essenciais. Mas, para
retratar o real estrago de uma vida espancada, elas não servem. Para isso, mais vale
fazer ponto numa das quase 260 Delegacias da Mulher espalhadas pelo Brasil e
observar o silencioso desfile de mulheres que vão chegando. Há a que vem de
celular na mão, há a que traz uma fitinha de Nosso Senhor do Bonfim amarrada na
sacola de plástico. Há a que esconde a marca da brutalidade sofrida na véspera;
outra estampa o medo da violência que não deixa impressão digital. Todas
parecem ter uma mesma expressão no olhar. É um olhar vazio, perplexo e
derrotado.
Tipologia Bíblica 255
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Ele espelha o caminho que cada uma percorreu até a delegacia, para expor as
feridas mais íntimas de sua vida. Muitas desistem à última hora e dão meia-volta
antes de entrar. Outras — quase 30% — retornam nos dias seguintes para retirar a
queixa. "Quero que a violência cesse", diz a delegada Martha Rocha, "mas tenho a
humildade de não impor a essa mulher os meus princípios. Não tenho a pretensão
de mudá-la". Segundo dados levantados pela pesquisadora carioca Bárbara Soares,
do Instituto Superior de Estudos da Religião, Iser, 52% das mulheres que sofreram
agressões anteriores preferiram não fazer registro. Ainda assim, foram quase
220.000 os boletins de ocorrência registrados nas Delegacias da Mulher em 1997.

Em todo o país, a procura mais


intensa de ajuda ocorre às segundas-
feiras, logo que acaba o fim de
semana de agressões em que a vítima
tem poucas possibilidades de escape,
pois o agressor está dentro de casa. É
nas manhãs de segunda-feira, depois
de encaminhar os filhos para a escola
e certificar-se de que o marido saiu
para o trabalho, que a mulher agredida se põe em marcha. No caso da Delegacia da
Mulher mais movimentada do Rio, situada numa contramão da zona portuária da
cidade, o caminho é hostil.

A delegacia está escondida numa área que causa estranhamento, entre armazéns
desativados e prédios surrados que abrigam órgãos policiais. É preciso
determinação e anestesia emocional para chegar até ali, subir os três lances de
escada descascada e alcançar o corredor que deságua na área de atendimento. Para
fazer o relato de suas cicatrizes, a vítima não tem a mínima privacidade, nem
cadeira para sentar. A seu lado, ombro a ombro, outra mulher estará relatando uma
rotina de murros e abusos semelhantes. Nessa primeira saleta não há janelas. Os
depoimentos são dados por cima de um balcão de vinil azul para plantonistas que
ao mesmo tempo precisam atender às chamadas telefônicas, igualmente urgentes.

"O meu ex-noivo, coronel reformado do Exército, está com uma calibre 12, uma
espingarda e uma pistola 45 em casa", inquieta-se uma voz feminina que conseguiu
ligar cedinho. "Ele bateu na minha filha, que teve afundamento no rosto, e a
mantém presa em casa", denuncia outro fiapo de voz. O plantonista ouve, orienta e
dá o endereço da delegacia. Enquanto isso, desconcertada com as interrupções, a
vítima que está tentando contar seus horrores ao vivo, de pé no balcão, se sente um
nada.

"Os publicitários que criam peças institucionais belíssimas, completamente irreais,


deveriam é vir até aqui", sugere a investigadora Isa da Silva Barros, 49 anos. "Eles
colocam artistas famosos como Tony Ramos e Milton Gonçalves para falar das
Delegacias da Mulher, criam expectativas de atendimento com solução para tudo, e
acabam induzindo quem nos procura a decepções fortes. Por falta de estrutura, a
gente acaba ficando mal." Um colega de plantão de Isa, Oswaldo de Assis, 41 anos
de idade e seis meses no posto, pisa mais fundo.

Tipologia Bíblica 256


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"Proteção para a mulher agredida só existe no seriado Dama de Ouro, em que a


delegada americana Katy Mahoney resolvia tudo. A Delegacia de Mulheres, da TV
Globo, também glamourizou demais, com aquela coisa de cafezinho e tapinha no
ombro. Na prática não é nada disso." Não é mesmo. A começar pela imagem que a
própria corporação tem do policial alocado em uma Delegacia da Mulher. "Quando
informei meus colegas que eu vinha para cá", lembra Assis, "foi como se eu dissesse
que tinha caído na vida. 'Tá lá de castigo?', perguntam até hoje. Troquei o poder da
truculência por isso aqui, onde o marginal é um pai de família."
Numa segunda-feira recente, uma das primeiras a chegar na Deam mais
movimentada do Rio foi a dona de casa Rosamaria, acompanhada de seu
companheiro-agressor. Aflita, veio retirar a queixa que fizera dias antes. "Ele não
merece ficar com o nome sujo, trabalha em repartição pública há quarenta anos. Ele
nunca tinha me batido antes, foi a primeira vez, não matou ninguém. A gente tem é
de resolver as coisas em casa, entre a gente mesmo. Eu é que fiz besteira e agora
vou tentar consertar."
A escrivã Márcia Bezerra Mendonça, 35 anos e oito meses de Deam, ouve o casal.
"O que queremos, aqui, é que haja um entendimento, quando possível", explica a
policial. "Num primeiro momento, a mulher agredida se sente traída, aviltada.
Vem e faz o registro. Numa segunda fase, ela começa a mensurar as conseqüências
da denúncia, como fica o sustento dos filhos se o marido for preso, o tamanho da
vergonha. Por isso ela volta e retira a queixa. No fundo, a mulher nos procura não
tanto para denunciar um crime, mas para ver se a polícia consegue modificar o
temperamento violento do parceiro." É aí que reside o perigo.
Para Déborah Menezes, delegada titular da Deam de Brasília, ameaças devem ser
levadas a sério. "A própria mulher não acredita que um dia a ameaça possa tornar-
se realidade. De tanto ouvir: 'Vou te matar, vou fazer picadinho de você', aquilo já
virou feijão-com-arroz. No fundo, nem a policial acredita. Mas um dia entorna."
Segundo tese de mestrado do pesquisador Renato Sérgio de Lima, do Seade, 40%
dos homicídios de autoria conhecida cometidos contra mulheres, no município de
São Paulo, são intrafamiliares. A média nacional é pior ainda: 66%, segundo dados
divulgados na semana passada pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos
no livro Retratos dos Homicídios Femininos no Brasil.

Aquelas que deveriam ser as paredes


protetoras do lar atuam como muros do
medo. A vítima não vê saída, mesmo que tenha
a chave da porta.
Quem não vive uma situação de violência em casa tem dificuldade em entender
sua lógica, a desproporção abissal entre a miudeza da causa e a devastação do
efeito. Em situações de relacionamento-limite, basta uma camisa mal passada, o
sumiço de um objeto, a recusa de um contato físico, o atraso na volta das compras,
para desencadear o pior.
Tipologia Bíblica 257
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E o pior, quando se fala em violência doméstica, é simplesmente inimaginável: uma


senhora de meia-idade talhada com facão e o ânus incendiado por uma garrafa de
álcool. A mulher de um policial encaminhada para a seção de politraumatismos —
seu rosto é uma massa amorfa de cores arroxeadas. Mais adiante, um torso e
ombros com queimaduras que lembram os efeitos do napalm. Outra tem a cabeça e
o corpo enfaixados como múmia, restando apenas o olhar vazio. Uma jovem que já
foi linda, com pontos cirúrgicos ainda frescos ziguezagueando o seu rosto, pescoço
e corpo. Uma pré-adolescente com as costas lanhadas.

Segundo uma teoria desenvolvida pela psiquiatra americana Lenore Walker, que
estuda a cumplicidade da mulher espancada com seu agressor, a violência
doméstica segue três ciclos distintos. A primeira fase é a escalada da tensão, uma
tensão insuportável, que costuma moer emocionalmente a mulher, e durante a qual
ela se anulará ao extremo para tentar apaziguar o parceiro. Como Julia Roberts, no
filme Dormindo com o Inimigo. Jamais dá certo. Segue-se a brutalidade anunciada,
que dura, em média, de duas a 24 horas. Durante a sessão de violência, a mulher
não tem mais o que temer — o pior já está ocorrendo. É a catarse, para os dois.
Passada a explosão, começa a fase da tranqüilidade doentia, em que a vitimização
da mulher se completa: o parceiro faz juras e promessas, e ela, por não ter
condições psicológicas de não acreditar, finge que acredita. Não é raro que uma
mulher submetida a anos de abuso acelere a fase da pancadaria para chegar logo à
fase da lua-de-mel. Somente quando a agredida se sente completamente sem saída,
pode ocorrer-lhe matar o companheiro agressor. Nesse momento, com medo de si
mesmas, muitas procuram ajuda.

"Senhora, pare de falar um pouquinho, senão não entendo nada", pede a policial
Ana Regina Soares, 42 anos, que dá plantão de 24 horas a cada três dias, enquanto
tenta transformar o relato fluvial de uma vítima numa ocorrência policial em cinco
vias. "Você fica sentada aqui dia e noite, escutando situações dramáticas que não
pode resolver com um 38. Só pode colocar no papel. Quando entra uma nova
vítima por essa porta, mudam apenas o nome e o endereço. A gente já sabe o
enredo do samba: agressão, estupro ou ameaça porque o arroz queimou. Naquela
manhã de segunda-feira, ao lado da figura miúda, com olhar de passarinho, que
trazia um bebê no ventre, outro no colo, e deixara os seis filhos maiores em casa
"para buscar meus direitos" (fora espancada pelo marido por se recusar a manter
relações sexuais), estava uma senhora de classe média alta, acompanhada da filha
universitária de 20 anos, vinda de Jacarepaguá. Tinha um braço engessado e o olho
direito macerado. Na véspera, domingo à noite, o marido com quem está casada há
22 anos, executivo de uma grande cervejaria, cobriu-a de socos, chutes, tapas e
pauladas, bateu-lhe o rosto na parede e a arrastou da sala até o quarto. Motivo: o
sumiço de uma carteira.

A próxima da fila é uma figura em desalinho, que mal alcança o topo do balcão,
agarrada a uma sacola em que guarda o que conseguiu pegar antes de fugir do seu
apartamento de Copacabana: um chinelo, um pacote de biscoito água e sal,
algumas peças de roupa. Está fora de casa há quatro dias, amparada por uma
vizinha. Ele sempre aumentava o som da televisão na sala ou no quarto antes de me bater.
Eu apanhei por dezessete anos.

Tipologia Bíblica 258


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Mas dessa vez me deu terror quando ele botou um lençol na minha garganta para
eu não gritar. Acho que levei muito soco, não lembro bem. Depois ele me atacou
com unhadas que destruíram minhas partes íntimas. Foi horrível..." O investigador
Assis coloca o formulário da ocorrência na caquética Olivetti e começa a batucar.
"Zero sete, barra, zero cinco, barra, 98..." "E o que mais?", pergunta Assis,
protocolarmente. Sempre tem mais. "Ele falou que se eu aparecer vai me matar...
ele é policial militar reformado." A depoente está com a vida à deriva. Existem, no
Brasil, sete casas-abrigo para onde são encaminhados os casos de maior risco. Mas
é difícil avaliar onde mora o perigo, e mais difícil ainda, para a mulher, romper
com tudo e com todos e ir esconder-se da vida.

Diálogo entre o investigador Peninha, chefe do setor de estupros na Deam de


Brasília, e um suspeito:
— O senhor já foi preso alguma vez?
— Só três vezes.
— Por quê?
— Porque furei minha esposa.
— Furou como?
— Esfaqueei, as três vezes.

Nos países mais desenvolvidos, faz-se todo tipo de cruzamento de dados para
determinar o berço em que nasce a violência doméstica. Desde características
individuais do agressor (biológicas, idade, abuso na infância, educação, profissão) até
as familiares (densidade habitacional, renda familiar) e da comunidade (violência do
bairro, índice de criminalidade do país). Disso resultam algumas conclusões
genéricas: 1) quanto mais tempo de casado, maior a chance de haver violência; o
direito ao abuso parece consolidar-se; 2) quando a mulher tem um trabalho
remunerado, a violência física mais bruta despenca substancialmente; a violência
psicológica, porém, permanece a mesma; 3) o agressor costuma estar na idade
máxima de produção (entre 25 e 40 anos) e recorre à violência quando acha que não
está conseguindo cumprir o mandato social de ser o provedor, a autoridade; 4)
alcoolismo, pobreza e desemprego, freqüentemente citados como causa, são
coadjuvantes, não atores principais; 5) a teoria do agressor descontrolado, sob
stress intenso, não se sustenta: quanto mais ele brutaliza a mulher, mais diminui
seu batimento cardíaco; ele focaliza com frieza a agressão. Ademais, se as tensões
no trabalho fossem a causa, por que não começar espancando o patrão?; 6) classe
social não altera o comportamento-padrão da vítima e do agressor.

Um bem-nascido empresário de Brasília, freqüentador assíduo das colunas sociais,


e que foi denunciado pela quarta vez por lesões corporais, em nada se distingue do
espancador de salário mínimo. Segundo os registros policiais feitos por sua jovem e
bela ex-mulher, o que começou com xingamentos e empurrões evoluiu para socos,
chutes no rosto, espancamento generalizado e humilhação inenarrável em frente
dos empregados. O ciclo terminou numa sala do Instituto Médico Legal, para o
exame de corpo de delito. Terminou cedo, após apenas cinco anos de casamento.

Tipologia Bíblica 259


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Segundo um exemplo apresentado na conferência do BID em outubro passado,


37% das mulheres argentinas espancadas em casa sofrem o abuso há mais de vinte
anos. Significativamente, o agressor doméstico da mulher, quando chamado a
depor, costuma ostentar sua violência também em público. Nesse sentido, está na
ponta oposta à do pai, padrasto, avô ou aparentado que pratica um dos capítulos
mais desconcertantes de violência doméstica, o abuso sexual de crianças em casa. O
abusador é reservado, chega dócil à delegacia e não raro se declara crente. Já houve
quem pedisse uma Bíblia para se ajoelhar. "O adulto incestuoso sabe o erro dele, e
não existe ordem de comando mais forte do que a consciência. Ele sabe que não
tem amparo de ninguém, nem na prisão", observa uma das psicólogas da Deam de
Brasília. "Em contrapartida, o homem agressor se sente imbuído do que considera
seus direitos e chega aqui cheio das razões." Alguns ficam tão exaltados com o fato
de estar numa Delegacia da Mulher, onde, pela primeira vez em sua vida, a
autoridade homem-mulher se apresenta invertida, que às vezes é necessário
algemá-los. "Numa Delegacia da Mulher, mesmo que o policial seja homem, não
haverá solidariedade com o agressor, e isso é desconcertante, é uma enorme
novidade", observa a delegada Martha Rocha.
O problema é que, fora dali, a licença social dada ao homem para agredir sua
mulher ainda é ampla. Mundo afora, todo um elenco de agentes sociais que
poderiam atuar na prevenção da violência doméstica — professores, profissionais
de saúde, lideranças religiosas, legisladores — continua omisso. Uma das
aberrações mais gritantes desse quadro vigorava no Peru, onde, pela legislação
abolida somente no ano passado, todo estuprador que aceitasse casar com a mulher
que violentara estava liberado de qualquer pena. No fundo, enquanto a mulher
agredida continuar excluída das políticas de defesa dos direitos humanos, como se
fossem vasos não comunicantes, pouco se avançará.
Tantos séculos depois que a Inglaterra codificou o tamanho da vara com a qual um
marido podia espancar sua mulher (um polegar), a violência doméstica se mantém
encruada na família, como um furúnculo que de vez em quando estoura. Enquanto
o médico não denunciar ferimentos suspeitos, a professora não observar sinais de
alerta numa criança, o pastor não condenar regularmente a violência doméstica, e a
sociedade, como um todo, não reconhecer que o problema é dela, não há Delegacia
da Mulher que resolva. Ao contrário do que sugere Hillary Clinton, quem acaba
com a brutalidade em casa não é a polícia. Somos nós.

Estatística

Em algum momento de suas vidas, metade das latino-americanas é vítima


de alguma violência. (Fonte: Unifem, 1999).

De acordo com a Organização de Saúde, de 85 a 115 milhões de meninas e


mulheres são submetidas a alguma forma de mutilação genital por ano, em várias
partes do mundo. (ONU, 1999).
Estima-se que pelo menos uma vez ao ano, 50% das mulheres árabes casadas são
espancadas por seus maridos e 25%, uma vez a cada 6 meses. (Control Ciudadano,
Instituto Del Tercer Mundo, 1999).

Tipologia Bíblica 260


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Em 1993 o Banco Mundial diagnosticou que a pratica de estupro e de violência


doméstica são causas significativas de incapacidade e morte de mulheres na idade
produtiva, tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.

No Brasil a cada 4 (quatro) minutos uma mulher é agredida em seu próprio lar,
por uma pessoa com quem mantém uma relação de afeto.

O Banco Mundial estima que uma em cinco mulheres no mundo já foram


atacadas física ou sexualmente.

Nos Estados Unidos, um terço das internações de mulheres em unidades de


emergência é conseqüência de agressões sofridas em casa; em algumas cidades,
elas são mais do que as de vítimas de acidentes de carro, assaltos e câncer somadas.

23% das mulheres brasileiras estão sujeitas à violência doméstica, segundo


levantamento da Sociedade Mundial de Vitimologia, sediada na Holanda, entre
138.000 mulheres de 54 países.

41% dos homens que espancam suas parceiras também são violentos com as
crianças da casa. Um terço dessas crianças tende a perpetuar a agressividade
quando crescer.

No Rio de Janeiro, registram-se 5.098 ocorrências de violência doméstica por mês,


ou 170 por dia. Isso significa que a cada hora há sete mulheres em situação de
violência, segundo levantamento do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher,
Cedim.
Portanto, a violência contra a mulher é um dos fatos sociais mais absurdos e
monstruosos que existe. Trata-se de um meio que é usado para se obter poder e
domínio sobre a mulher. A violência física é uma das expressões extremas das
contradições de gênero, que revela a crueza e profundidade do problema. Como
vimos acima, é no espaço doméstico que ela é mais freqüente e apresenta suas mais
variadas formas. Contrariando o senso comum, as pesquisas indicam que o lugar
menos seguro para a mulher é a sua própria casa. Segundo dados mundiais, o risco
de uma mulher ser agredida em casa, pelo marido, ex-marido ou atual companheiro, é
nove vezes maior do que o de sofrer alguma violência na rua.

Acobertada pela cumplicidade da sociedade e pela impunidade, a violência contra


a mulher ainda é um fenômeno pouco visível. Os casos que chegam às delegacias
são apenas a ponta do iceberg. Cabe destacar que os boletins de ocorrência das
delegacias revelam um número significativo de registros provenientes das classes
A e B, contrariando a tese de que a violência contra a mulher é resultado de uma
cultura da pobreza ou da baixa escolaridade.
A violência conjugal tem forte impacto sobre a saúde física e mental das mulheres.
Os atos ou ameaças de violência infundem medo e insegurança. As mulheres têm
medo por causa do poder dos homens, em particular dos maridos, e este próprio
medo serve à justificativa do poder.

Tipologia Bíblica 261


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Dentre as conseqüências psicológicas da violência, podemos destacar as seguintes:


terror que paralisa, agitação e ansiedade próximas do pânico, ameaça constante de
ataque, impotência e incapacidade de atuar, desespero, sensação de abandono e
desvalorização pessoal, indolência extrema e constante depressão.

Evidentemente, uma das violências praticadas contra a mulher e que vem com um
alto poder de destruição é a “violência psicológica”. Conceitualmente, a violência
emocional é toda ação ou omissão destinada a produzir dano psicológico ou
sofrimento moral a outra pessoa como sentimentos de ansiedade, insegurança,
frustração, medo, humilhação e perda da auto-estima e acontece quando:
a. A mulher é ofendida moralmente e também sua família;
b. A mulher é ameaçada de ficar sem os filhos;
c. A mulher é acusada de ter amante;
d. A mulher é impedida de trabalhar, estudar, ter amizades ou sair; não recebe
carinho; é rejeitada pelo seu corpo; é ameaçada de espancamento.

A violência psíquica, praticada por palavras ameaçadoras ou depressivas, vem


carregadas de veneno mortífero e na maioria das vezes machucam lá no fundo da
alma. Este tipo de violência, não deixa hematomas no corpo, mas, produzem
conseqüências piores, pois os hematomas com o tempo desaparecem, porém, as
palavras fazem cicatrizes na alma, lá no fundo do coração e que durante anos não
se fecham e acabam muitas vezes causando a própria destruição do casamento.

Acontecimentos

Sem Fachadas

Alaíze chegou sozinha ao 2º andar do


99º DP de São Paulo, no bairro de
Santo Amaro, onde funciona a
Delegacia da Mulher mais
movimentada da capital. O marido
com quem está casada há vinte anos,
fiscal da Secretaria da Fazenda, não
suspeita que a mulher em quem bate
há pelo menos dez anos esteja ali,
“Não quero que minha filha tenha medo aguardando a vez, para denunciá-lo.
de ser mulher quando crescer"
Naquela manhã de sexta feira, Alaíze trazia, na boca inchada, o carimbo da
agressão mais recente. Ela está com 43 anos, tem uma filha de 7, casa confortável e
carro, freqüenta clube de classe média. Esta é a fachada de sua vida.

Só que naquela sala de espera não sobra lugar para fachadas. Quem chega até ali se
esgueira até os bancos de madeira em forma de L e fica quieto. Ninguém olha para
os lados nem puxa conversa. Não precisa. Num canto está a moreninha Cineide,
com um imenso curativo cobrindo o olho estourado por uma seqüência de murros
do ex-marido. É só o pedaço mais visível do seu estado de decomposição interior.

Tipologia Bíblica 262


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A cabeça lateja, ela tenta disfarçar a tontura. Cineide acaba de ser informada de
que para registrar queixa ela precisa lembrar do nome completo dos pais do ex-
marido agressor. "Deus meu, me ajude. Como é que eu vou saber esses nomes
numa hora dessas? Eu nem os conheci, morreram cedo. Acho que era Ana e
Albertino."
Sentado num canto mais afastado, um evangélico aguarda a vez de apresentar
queixa de adultério contra a esposa. Numa outra ponta, uma senhora de meia-
idade não larga a mão da filha. É a mais encolhida. Na véspera, pressentindo novo
surto de violência em casa, foi até um orelhão chamar a polícia, pelo 190. Quando
voltou, o marido saiu nu do banho e começou a chutar e arrebentar o que via pela
frente. "Quero ver essa polícia chegar! Duvido. Daqui a gente só sai morto, eu e
você." A policia jamais veio. Foi uma noite de terror.
Enquanto aguarda sua vez, a miúda Alaíze procura se convencer de que está
fazendo a coisa certa. "Que coisa horrível, vir até aqui e denunciar a pessoa com
quem vivi a vida toda, que é pai da minha filha, que me conhece melhor que os
meus próprios pais. Mas não posso completar mais um ano apanhando. Acho que
os abusos e o desrespeito começaram quando eu me tornei dependente dele até
para comprar um pente. Eu já tive emprego — fui secretária bilíngüe durante mais
de dez anos —, mas me deixei convencer a parar de trabalhar. Me tornei a office-
girl de luxo do meu marido, sem nenhuma vontade própria. Até para mudar um
sofá de lugar eu tinha de perguntar antes.
Depois vieram as bofetadas. Na hora, não dói, você não pensa em nada, só em ficar
quieta, em não reagir. Os hematomas, os zumbidos na cabeça, as feridas aparecem
depois. É ficar quieta e ganhar aquele murro, ou ele quebra a casa inteira. As
agressões são sempre à noite, e me convenci de que se eu não gritar minha filha
não vai notar nada. Já não vivemos maritalmente, mas o controle continua total. É
doentio. Fui aceitando porque não queria perder o que tenho, não queria piorar as
coisas ainda mais.
De uns tempos para cá, ando com mais medo. Avisei uma vizinha para pedir ajuda
se algum dia me ouvisse gritar. Também coloquei uma escada de pedreiro do lado
de fora da janela do meu quarto e tenho dormido com uma pochete na cintura. Mas
isso é jeito de dormir? Na pochete eu guardo os documentos da minha filha e os
meus. Também escondo 50 reais para poder pegar um táxi, numa emergência. Nem
sei como vim até aqui — me sinto como se eu estivesse engatinhando. Estou com
medo de fazer a denúncia, mas não quero que minha filha tenha medo de ser
mulher quando crescer."
Alaíze sai da delegacia mais insegura do que entrou. Uma folha de papel que
recebeu da policial lhe queima as mãos: trata-se da intimação que deverá entregar
ao marido, com data marcada para seu comparecimento perante um juiz. Por que a
intimação não é enviada pelo Correio? Por que não é entregue por um policial? Por
que tem de ser logo por ela, que já gastou toda sua coragem indo até a delegacia?
"Falta de meios", denuncia a própria coordenadora das 124 Deams de São Paulo,
Maria Inês Valente. Quem lida com violência doméstica sabe que há agressores que
obrigam as companheiras a literalmente engolir as intimações. Alaíze também sabe.
Por isso talvez não a entregue.
Tipologia Bíblica 263
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Última Parada

Em todo o Brasil existem apenas sete refúgios públicos e seguros para mulheres
que atingem o grau máximo do medo e correm perigo de vida em casa. Em São
Paulo, Porto Alegre, Campinas, Rio, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte. São
espaços em que a integridade física da mulher, e a de seus filhos menores, estará
resguardada pelo poder público por um máximo de noventa ou 120 dias, e onde ela
tentará reestruturar-se emocionalmente. Cavalo de batalha das organizações
feministas, as Casas Abrigo representam um grande avanço no envolvimento do
Estado com as conseqüências da violência doméstica. Apenas o Canadá tem
instrumentos semelhantes.

A localização desses refúgios é mantida em sigilo absoluto, e as mulheres para lá


encaminhadas ficam proibidas de revelar onde estão até mesmo para seus
familiares mais chegados. O regimento é severo, pois as tentativas de rastreamento
por parte dos agressores mais violentos costumam ser doentias. Pouco tempo atrás,
uma refugiada em abrigo do Rio deixou vazar para a família em que bairro ela
estava protegida. Pouco depois, seu marido foi liberado do presídio de Campos e,
com o auxílio da rede de marginais da região, localizou o esconderijo.

Externamente, as Casas Abrigo não têm nada de singular, nenhuma placa,


nenhuma movimentação que possa chamar a atenção dos vizinhos. Um pouco
como os "aparelhos" que abrigavam os militantes de esquerda durante os anos da
ditadura. Do lado de dentro a história é outra.

A Casa Abrigo do Rio de Janeiro é uma das mais bem estruturadas. Tem psicóloga,
agente de saúde, educadoras sociais, professoras para as crianças de até 6 anos e
segurança. É provável que nenhuma das 71 mulheres e 133 crianças que ali
aportaram entre janeiro e abril deste ano tenha recebido tanta atenção em toda a
sua vida. Ainda assim, o rompimento da mulher agredida com seu mundo é
duríssimo, e nem todas agüentam.

Algumas trazem em si a síndrome da violência adquirida em casa. "Não tendo em


que descarregar, elas agridem os próprios filhos, deixando a mamadeira azedar,
não trocando as fraldas, não dando o peito para mamar", observa a psicóloga
Lourdes Lira, que dirige o abrigo com duas coordenadoras também psicólogas,
Denise Brasil e Eliane Motta. O depoimento de Cristina, de 34 anos, ilustra como é
duro largar todas as amarras, perder todas as referências e não quebrar.

Tipologia Bíblica 264


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Vítimas da agressividade, muitas Mulheres sofrem em Silêncio

Não sei mais quem sou. Mas sei que estou


viva: Foi no dia 8 de março, Dia
Internacional da Mulher. Eu voltava
com meu marido de um churrasquinho
na Ilha do Governador. Dezoito anos de
casados, três filhos. Quieto e sem dizer
palavra, ele trancou a porta e me
arrebentou toda. Quando meu filho
mais velho conseguiu entrar, tinha
sangue nas paredes e pedaços dos meus
dentes no chão. Não foi a primeira vez,
foi a mais violenta. Nas 48 horas
seguintes, ele parecia um animal, me
manteve presa em casa. Depois de
alguns dias, fui à Delegacia da Mulher e
registrei a ocorrência. Também fui ao
Fórum para entrar na Defensoria com registro de agressão e lesão corporal, mas o
advogado me disse para agüentar 'só mais um pouquinho', para eu voltar em
quinze dias.

Quinze dias? Esperar 'só um pouquinho'? Como é que alguém pode dizer um
absurdo desses? Entrei em pânico, peguei um ônibus e fui direto ao Conselho
Estadual dos Direitos da Mulher, Cedim, que me deu o endereço sigiloso dessa
casa do subúrbio do Rio. Aceitei me esconder porque meu marido poderia me
matar se descobrisse que o denunciei, ou eu poderia matá-lo, de medo. Foi como
sair de uma vida inteira, não apenas de uma casa. Saí fugida, apavorada de que ele
chegasse enquanto eu pegava duas calcinhas, um jeans, chinelo, escova e creme
dental.

Consegui achar o Abrigo por milagre, no meio da noite. Vim sozinha. Não me senti
no direito de arrastar meus filhos menores, pois só eu sei por que estou aqui. Acho
que fiz bem. Aqui é duro. Quando acordo, percebo que não estou na minha cama,
que este não é meu travesseiro, que não sei onde estou. Sinto apenas que estou
onde jamais deveria estar. É uma dor muito grande. Eu tinha uma casa, uma
família, e hoje divido o quarto com mulheres feridas e desesperadas. Minha vizinha
de beliche não está agüentando, todo dia ela diz que vai sair daqui.

É fácil cair na depressão, ela vai te consumindo. Não gosto de ver novelas, como as
outras daqui — afinal, o clima da minha vida não está para novela, com gente se
beijando e eu nesta depressão. Dói mais ainda. Quero fazer coisas normais, coisas
comuns, como ir a um supermercado. Quero de volta essa vida que tem aí fora.
Para mim, voltar à lucidez está sendo difícil. Não sei mais quem sou. Mas sei que
estou viva.

Tipologia Bíblica 265


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Capitulo IX

GRAÇA para um Relacionamento SEM GRAÇA

Durante muitos anos pairou em minha mente uma dúvida que me assombrava. Eu
me indagava se não faltava algum ponto vital no ensino bíblico a respeito do
casamento. Já ouvi muitas palestras, li muitos livros e artigos que falavam sobre os
alicerces adequados para a construção de um casamento sólido; ensinei em muitos
seminários sobre liderança, submissão, papel do marido e da esposa, como resolver
conflitos, etc.

No entanto, para mim parecia que o elemento que seria a base para todos os outros
ainda estava faltando. Descobri que esse elemento é a graça.
Casamento é a união de dois indivíduos imperfeitos. Cada um traz para o
relacionamento uma série de hábitos, fracassos, preconceitos e idiossincrasias.
Não importa a quantidade de boas intenções, não importa a qualidade da paixão e
do romantismo, o fato é que existem forças que minam o casamento ameaçando
enfraquecê-lo e até destruí-lo.

É necessário um elemento poderoso para unir o homem e a mulher quando suas


imperfeições os distanciam e isolam. É absolutamente indispensável que o casal
entenda as implicações do seu compromisso de amor. A graça é o elo vital que
providencia a coesão que mantém duas pessoas juntas. Ela permite que o amor se
desenvolva.

O compromisso diz: Eu ficarei com você até que a morte nos separe. A graça diz:
Eu o aceito e o tratarei com dignidade mesmo se você falhar comigo. Graça é a
qualidade espiritual que proporciona a base para todos os relacionamentos
saudáveis.

"Graça é demonstrar bondade a quem não merece. Seria mais ou menos o quadro
de uma rainha, com todas as suas roupas finas e caríssimas jóias, abaixando-se para
ajudar um mendigo imundo, malcheiroso, cheio de feridas e, para completar,
criminoso. Falamos muito sobre o amor de Deus. Graça, no entanto, é a forma de
expressão do amor para enfrentar a imperfeição, o fracasso ou o pecado".

Os cristãos deveriam ser especialistas quando o assunto é graça. Nós já deveríamos


ter descoberto mais profundamente o Deus gracioso que temos. O apóstolo Paulo
escreveu em Efésios 2.4,5: "Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande
amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos
mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos". Deus foi bondoso conosco
quando nós não O conhecíamos. Mesmo após ter conhecido Deus e Sua graça
através de Jesus Cristo, reconhecemos penosamente que somos incapazes de viver
vidas dignas diante Dele.

O comportamento do casal e sua própria comunicação sofrem um processo de


modificação.
Tipologia Bíblica 266
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A graça diz: Nunca te condenarei. Quando falamos através da graça, nos


preocupamos em edificar nosso cônjuge. Exaltamos seus pontos fortes. Nossas
palavras são impregnadas de paciência, perdão e compaixão. Comprometemo-nos
a nunca rebaixar ou destruir nosso marido ou esposa. Não usamos palavras duras
de crítica ou que ridicularizam ou atacam.

A graça diz: No nosso casamento, você está livre de minhas regras, exigências e leis.
Existe certa manipulação entre cônjuges. Cada um tenta estabelecer o controle do
relacionamento aspirando egoisticamente seu próprio ganho. Às vezes a pessoa
tenta manipular a outra crendo realmente que sabe o que é melhor para ela. No
entanto, pouco a pouco isso torna a relação restrita e destrutiva.
Num casamento baseado na graça, ambos ficam livres da necessidade de esforço e
performance para obterem amor, aceitação e compreensão. Isso propicia um
ambiente de liberdade e crescimento mútuo. Não existe receio, desconfiança e, em
conseqüência, nenhuma postura defensiva de autoproteção.

A graça diz: Eu o aceito como alguém igual a mim. "Sois juntamente herdeiros da mesma
graça de vida". I Pe 3.7. Quando o Espírito da graça reina no casamento, estamos
livres da obsessão de "ser o senhor sobre o outro". Tornamo-nos cônjuges genuínos
na nossa busca de Deus pela vida. Não temos necessidade de hierarquias
socialmente impostas. Ambos seguros, vivendo sob a liderança do Senhor, não se
sentindo ameaçado pelo outro.

A graça diz: Eu o convido a compartilhar comigo suas mais profundas feridas e


medos, tanto forem seus sonhos e desejos. Não tenha medo! Eu nunca ridicularizei
o que está no íntimo do seu coração".
- Graça é um sorriso caloroso e convidativo.
- Graça é dar liberdade para o outro fazer do jeito dele e não do meu.
- Graça diz: "Eu fico admirado como você consegue me amar, apesar de tudo".
- Graça é não permitir que minhas contrariedades estraguem um momento especial
- Graça é constatar paciência diante da irritação.
- Graça é contar ao outro os seus pontos fortes e não superestimar seus pontos fracos
O relacionamento fundamentado na graça abre as portas da cumplicidade no
compartilhar. Que base maravilhosa para desenvolver um relacionamento
saudável! Um casamento baseado na graça de Deus. O Senhor nos capacita a
compreender e mostrar graça, porque Ele a tem demonstrado em todas as suas
ações para conosco. Infelizmente, muitos não compreendem a natureza graciosa do
Senhor. Eles ainda O encaram como um severo senhor feudal exigente e
intransigente. Portanto, essas pessoas nunca conseguirão interagir em seus
casamentos com liberdade, generosidade e amor maturo. Pode ser que você esteja
passando por sérios problemas conjugais. A graça da qual me refiro é sua maior
necessidade nesse momento. Essa graça o alcançará através do reconhecimento de
que Deus enviou ao mundo Jesus Cristo, Seu Filho cheio de graça e verdade, para
oferecer a vida Dele em troca da sua. Que cada um de nós, nascidos de novo, possamos
continuar a crescer cada vez mais na graça de Jesus Cristo e a aprender no dia-a-dia a
sermos melhores despenseiros dessa maravilhosa graça.

Tipologia Bíblica 267


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Capitulo X

O que não pode faltar numa Família

1. Amor
2. Perdão
3. Diálogo
4. Tolerância
5. Solidariedade
6. Cumplicidade
7. Respeito
8. Alegria
9. Bom Humor
10. Sinceridade
11. Base sólida
12. Segurança
13. Carinho
14. harmonia
15. Equilíbrio
16. Justiça
17. Pureza
18. Sonhos
19. Projetos
20. Longaminidade
21. Nobres sentimentos
22. Luz
23. Verdade
24. Princípios cristãos
25. Amor a esposa
26. Amor ao esposo
27. Amor aos filhos
28. Perseverança
29. Espírito de equipe
30. Simplicidade
31. Paz
32. Oração
33. Culto doméstico
34. Ordem
35. Santidade
36. Bons costumes
37. Flexibilidade
38. A graça de Deus
39. Capacidade de superação
40. Jesus

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QUESTIONARIO

Uma Pergunta para cada Capitulo

1. Qual a principal finalidade da existência da família como projeto de Deus?


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2. Porque a família desfruta de especial proteção do Estado?


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3. Quais as vantagens e desvantagens da televisão?


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4. Como a família deve administrar as suas finanças?


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5. Descreva o perfil de uma mulher segundo o coração de Deus


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6. Descreva o perfil do homem segundo o coração de Deus


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7. Descreva o perfil do filho segundo o coração de Deus


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8. Quais as principais razões para tanta violência domestica?


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9. Qual a importância da Graça num Relacionamento Sem Graça?


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10. Cite 7 coisas que não pode faltar numa Família?


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Bibliografia

Pr. Kemp
Revista Veja
Helio Coutinho
Luciano Subirá
G. Edward Reid
Iara Vasconcellos
Antonio de Andrade
Pr. José Antônio Corrêa
Sanders, J.O. Liderança
Luís Eduardo Machado
Elizabeth Zekveld Portela
AD “Autores Desconhecidos”
Dusikek, N.G. Liderança cristã
Enciclopédia Britannica, 1969, p. 298
Uziel Santana – Advogado e Professor
Psiquiatria. Barcelona: Toray, 1970, p.31
Lahaye, T. Temperamentos transformados
Revista Palavra Viva: O Lar Segundo Deus
Ministério Cristo Vai Voltar – Cleando Viana
Autor desconhecido. Extraído do livro Ela Precisa Ele Deseja - Willard F. Harley, Jr
Allport, Gordon W. Personalidade. São Paulo: Herder, 1969, p. 191. Horney, Karen. Novos Rumos da
Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1966, p. 169-189. Spoerri, TH. Compendio de
Livro do Ano Barsa. Anuário Ilustrado dos Principais Acontecimentos de 1968. Rio de Janeiro/São Paulo:

Tipologia Bíblica 270


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