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Aula 3 – Teologia Bíblica

(Aula extraída e adaptada do livro Teologia Bíblica na prática de


Michael Lawrence, editora Fiel).

Conteúdo da aula 3: Tipologia, continuidade e descontinuidade.

Na aula da semana passada vimos o CARÁTER PROFÉTICO DAS


ESCRITURAS: CUMPRIMENTO DE PROMESSAS. Observamos também
os múltiplos horizontes de cumprimento profético.

Observar o exercício. Três a quatro exemplos.

Hoje vamos prosseguir falando a respeito da Tipologia.

I – TIPOLOGIA

Tipologia pode ser definida da seguinte maneira: Tipologia são


eventos e vidas individuais nas Escrituras que servem para prefigurar o que
ainda está por vir. Eventos reais e pessoas reais servem como analogias
históricas.

Tipo seria portanto um padrão, um exemplo que aguarda um


cumprimento pleno no futuro.

Tipologia não é alegoria. Alegoria é fazer conexões arbitrárias entre


os símbolos e as coisassimbolizadoas. Por exemplo, a Parábola do bom
samaritano.

Na Tipologia deve existir uma relação orgânica entre alguns aspectos


essenciais do tipo e do antítipo. Um tipo é uma pessoa histórica ou evento
real que Deus ordenou providencialmente para apontar além de si mesmo.

Na relação tipo-antítipo, há uma comparação de realidades históricas


que estabelecem uma analogia ou padrão, que então se desenvolve e se
expande organicamente. Por exemplo, Adão, Moisés, Josué, Davi, Salomão,
Sansão e Jonas. O templo, o sacerdócio e o sistema sacrificial.

Vejamos um exemplo Romanos 5. 5.14, 15-17. Mt.5.17; Lc 24.27.


Hebreus, 1Co10.4.

Como identificar tipos

1. Deve haver uma semelhança ou analogia real, histórica e


essencial entre o tipo e o antítipo.

Exemplo: o Rei Davi.

2. O tipo deve ser providencialmente projetado para prefigurar a


atividade redentora de Deus em Cristo.

Por isso, o jumento de Balaão não é um tipo.

3. Diferente de um mero símbolo, que representa uma verdade ou


ideia geral, um tipo, por sua própria natureza, deve aguardar
seu cumprimento específico e maior no antítipo.

Por exemplo a diferença simbólica entre sangue e o sacrifício do


Cordeiro.

Primeiro devo encontrar o tipo no AT dentro do contexto original


depois perceber como um tipo se realiza no antítipo no NT, as aplicações
surgem destas percepções.

II – CONTINUIDADE E DESCONTINUIDADE

O movimento de promessa feita até a promessa cumprida, do tipo ao


antítipo, é um movimento orgânico no qual o cumprimento é sempre maior
do que a promessa ou tipo original.

Existe não apenas uma diferença de grau, mas de sombra e realidade


(Cl 2.17; Hb 8.5). Além da continuidade, há uma descontinuidade
significativa à medida que nos movemos pelas eras, de um horizonte de
cumprimento para outro. Exemplos: 2Samel 7; Jr 31.29-33. Gl 3.21.

III – AS HISTÓRIAS A SEREM CONTADAS

Vamos agora aplicar tudo que estamos falando. Vamos considerar


cinco histórias diferentes que a Bíblia conta. Na verdade, contaremos toda a
história da Bíblia toda cinco vezes, cada vez de um ponto de vista
ligeiramente diferente. E então vamos considerar algumas das doutrinas que
surgem dessas histórias e como essas doutrinas moldam o que acreditamos e
como devemos viver.

A primeira história que vamos contar é a história da criação. A história


de Deus começa com a criação e termina com uma nova criação.

(1) A HISTÓRIA DA CRIAÇÃO

No princípio (no Gn 1.1; 2; 3).

O ciclo continua: criação, pecado, julgamento e recriação.

Gn 6.5-7. Deus salva Noé e sua família. Um ato de recriação Gn 9.1-


3.

Em Gn 11 perversidade e julgamento misericordioso de Deus. A


atividade criadora de Deus se manifestam quando chama Abraão.

A nação de Israel escraviza-se Deus fala e liberta a nação através de


Moisés.

Deus promete estabelecer o povo de Israel em uma terra que mana


leite e mel. O povo se rebele. Deus julga os rebeldes. Recria a nação que
entra na terra com Josué. Depois levanta o Rei Davi.

A nação se rebela é enviada para o exílio. A graça criadora intervém.


Um remanescente do povo é trazido de volta do exílio.
A inauguração de uma nova criação

Jo.1.1-4,14. Jesus inaugurou a nova criação (Ef 2.1-9; Hb 12.22,23).

A nova criação consumada Ap 21.1-5.

PADRÕES NO ENREDO

A história da criação de Deus tem uma estrutura narrativa.

Há um padrão claro de promessa e cumprimento por todo o caminho.

Encontramos o enredo da aliança das Escrituras. As alianças com Noé,


Abraão e Davi.

Vemos ao longo da narrativa bíblica o uso da tipologia no enredo da


criação.

Por exemplo, após o dilúvio a recriação, da escravidão de Israel a terra


prometida um tipo de criação. Todos os tipos apontando para o antítipo, a
nova criação inaugurada por Cristo.

SISTEMATIZANDO AS DOUTRINAS QUE APARECEM AO


LONGO DA NARRATIVA BÍBLICA

Deus cria do nada Gn 1.1; Jo 1.2.

Aplicações:

Deus é todo-poderoso. Ele é criativo. Ele é Criador. E ele é Senhor.

A criação teve um começo. Tem um propósito. É boa. A doutrina da


criação nos ensina sobre a doutrina da salvação. Deus cria a nossa salvação
do nada (2Co 4.6).

Deus cria pela sua palavra Gn 1.3; Rm 4.17; Is 55.11.

Deus cria para a sua glória Ap 4.11.

A criação é frustrada em seu propósito e submetida à morte.


Por causa do pecado, a criação é frustrada em seu propósito de mostrar
a glória de Deus Rm 8.20. A criação foi sujeita a morte Gn 3.19; Rm 5.12.

Por causa do pecado, o Criador morre como substituto de suas


criaturas. Essa verdade está sendo anunciada tipologicamente ao longo de
todo o enredo bíblico. Ao longo da história, Deus estava ensinando sobre si
mesmo, sobre nós e sobre como a salvação viria.

Dividir a turma para a apresentação dos seminários.

Equipe 1 - A HISTÓRIA DA QUEDA

Equipe 2 – A HISTÓRIA DO AMOR

Equipe 3 – A HISTÓRIA DO SACRIFÍCIO

Equipe 4 – A HISTÓRIA DA PROMESSA

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