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A maioria dos estudiosos da Bíblia concorda em que o

Antigo testamento contém tipos que posteriormente são


especificados de alguma forma no Novo Testamento.
Os dois Testamentos correlacionam-se por meio de
tipos e antítipos, sombras e concretizações. O Novo
Testamento considera um grande número de
personagens, elementos e fatos do Antigo como
prefigurações do que, então, ainda estava por vir.
A – TERMOS NEOTESTAMENTÁRIOS
ASSOCIADOS À TIPOLOGIA:
O termo “tipo” deriva do grego typos, que
aparece 15 vezes no Novo Testamento.
Ele ganhou diversas traduções, como vermos nos
exemplos seguintes:
FIGURAS; MODELO; NESTES TERMOS;
PREFIGURAVA; FORMA; EXEMPLOS; PADRÃO
A – TERMOS NEOTESTAMENTÁRIOS ASSOCIADOS À
TIPOLOGIA:
O termo correlato typikos aparece em 1Co.10:11:
“Estas cousas lhe sobrevieram como EXEMPLOS...”. A
função aqui é de advérbio: “Estas coisas lhes
sobrevieram tipicamente...”.
A – TERMOS NEOTESTAMENTÁRIOS ASSOCIADOS À
TIPOLOGIA:
Em 1Tm.1:16 vemos um termo parecido:
hypotyposis. A “completa longanimidade” de Cristo
serviria de “modelos” para aqueles que viessem a
crer nele. Paulo empregou a mesma palavra em
2Tm.1:13: “Mantém o PADRÃO das sãs palavras que
de mim ouviste...”.
A – TERMOS NEOTESTAMENTÁRIOS ASSOCIADOS À
TIPOLOGIA:
Existem dois termos associados a typos: DEIGMA
(“Como Sodoma e Gomorra... são postas para
exemplo” – Jd.7) e HYPODEIGMA.

VER APOSTILA – PÁGINA 26...


B – QUANDO O TIPO É TIPO?
1 – SEMELHANÇA: A primeira característica de
um tipo é sua semelhança, similaridade ou
correspondência com o antítipo.
2 – REALIDADE HISTÓRICA: Os personagens, os fatos
ou os elementos do Antigo Testamento que são tipos de coisas
no Novo Testamento possuíam realismo histórico.
B – QUANDO O TIPO É TIPO?
3 – PREFIGURAÇÕES: O tipo contém traços de
predição, de simbolismo. Ele antevê e chama a atenção
para o antítipo. O tipo é um sombra (Cl.2:17) que indica
outra realidade.
4 – ELEVAÇÃO: Em tipologia, o antítipo é maior
que o tipo e a ele superior. Ocorre uma expansão,
uma elevação, uma intensificação.
B – QUANDO O TIPO É TIPO?
5 – PLANEJAMENTO DIVINO: Os tipos não são
meras analogias ou ilustrações a que os leitores da
Bíblia dão atenção. Pelo contrário, são semelhanças
planejadas por Deus. O tipo era projetado para
apresentar uma similaridade com o antítipo, que,
por sua vez, fora criado por Deus para ser o
“cumprimento” e a elevação do tipo.
C – DEVEM SER IDENTIFICADOS COMO TAIS NO N.T.
Como evitar a transformação de todos os elementos do
Antigo Testamento em “analogias evidentes, nítidas”, conforme
se exprimiu Glassius em 1623? Onde devemos estabelecer o
limite? Que tipo de controle temos? Sou da opinião que, para
uma figura ser um tipo, ela tem de obedecer a uma Sexta
condição: PRECISA SER ESPECIFICADA NO NT. O texto deve
indicar de alguma forma que o elemento é um tipo. (pág.28)
C – DEVEM SER IDENTIFICADOS COMO TAIS NO N.T.
Como já vimos, essa especificação não precisa ser
feita necessariamente pelo termo typos ou por palavras
correlatas. Os tipos, portanto, são especificados no NT; as
ilustrações, por outro lado, são mais amplas e numerosas.
As ilustrações e as analogias não vem rotuladas, mas os
estudiosos da Bíblia são capazes de perceber paralelos e
analogias entre as verdades do Antigo e do NT.
D – QUE TIPOS SÃO VÁLIDOS?
Nosso estudo até o momento mostrou que, para
um termo bíblico ser um tipo, ele precisa satisfazer
todas as seis condições.
Precisamos fazer as seguintes perguntas para
sabermos quais os tipos válidos nas Escrituras:
D – QUE TIPOS SÃO VÁLIDOS?
1 – Existe correspondência ou semelhança clara
entre o TIPO e o ANTÍTIPO?
O tipo apresenta os mesmos fatos, princípios e
relações que o elemento neotestamentário
correspondente?
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D – QUE TIPOS SÃO VÁLIDOS?
2 – O antítipo está de acordo com o contexto
HISTÓRICO do tipo?
3 – O tipo é uma PREFIGURAÇÃO ou prenunciação
do antítipo? Ou não passa de exemplo, de
ilustração? O tipo aponta para frente, para o futuro?
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D – QUE TIPOS SÃO VÁLIDOS?
4 – O antítipo eleva ou “cumpre” o tipo, sendo-
lhe ainda superior?
5 – Pode perceber o propósito divino na relação
tipo – antítipo?
6 – O Novo Testamento especifica de alguma
forma o tipo e o antítipo?
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
1 – O tipo e o 1 – A ilustração e o 1 – Não há
antítipo possuem fato possuem uma correspondência
uma CORRESPONDÊNC exata. Pelo
CORRESPONDÊNC IA ou semelhança contrário, procura-
IA ou semelhança exata. se no texto um
exata. sentido oculto,
forçado.
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
2 – O tipo possui 2 – A relação entre 2–A
HISTORICIDADE. a ilustração e o autenticidade
(A relação tipo – fato depende da histórica do A. T. é
antítipo depende AUTENTICIDADE desconsiderada ou
do sentido literal.) histórica da negada. O
primeira. significado literal
não é importante.
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
3 – O tipo é uma 3 – Na ilustração não 3 – A alegorização
PREFIGURAÇÃO ou existe PREFIGURAÇÃO. consiste na formação
prenunciação do Não é profética; é de conceitos ocultos,
estranhos e
antítipo. É profético; apenas um exemplo. O
subjacentes ao texto
volta-se para o fato remonta ao do Antigo Testamento.
futuro e aponta para exemplo do Antigo Ela procura o que está
o antítipo. Testamento. por trás, não adianta.
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
4 – O tipo encontra 4 – A ilustração não 4 – A alegorização
CUMPRIMENTO encontra não “cumpre” os
(ou conclusão, CUMPRIMENTO textos do Antigo
elevação) no (ou conclusão, Testamento.
antítipo. Este é maior elevação) no fato
e superior à aquele. que ilustra.
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
5 – O tipo é 5 – A ilustração é 5 – A alegorização
divinamente divinamente é fruto da
INSTITUÍDO. É INSTITUÍDA para imaginação do
planejado por retratar um fato. intérprete, não
Deus. dos desígnios de
Deus.
TIPOLOGIA ILUSTRAÇÃO ALEGORIZAÇÃO
6 – O tipo e o 6 – O conjugado 6–A
antítipo são fato/ilustração alegorização não
ESPECIFICADOS não é chamado é indicada no
como tais no N. de tipo. texto.
T.
Com base nestes seis critério,
quais personagens, fatos ou
elementos do Antigo Testamento são
tipos? Naquilo que aprendemos, são
possíveis os 17 a seguir:
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TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
PERSONAGENS:
O sacerdócio eterno de Hb.7:3,15-
1 –Melquisedeque
Cristo. 17
O ministério sacerdotal
2 – Arão Hb.5:4,5
de Cristo.
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
FATOS:
3 –Festa da Páscoa. Cristo, nosso sacrifício. 1Co.5:7
4 –Festa dos pães O Caminhar santificado
1Co.5:7,8
asmos. cristão.
5 –Festa das A ressurreição de Cristo, garantia da 1Co.15:20-
primícias. ressurreição dos crentes. 23
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
FATOS:
6 – F. de Pentecoste A vinda do Espírito Santo. Jl.2:28
7 – Festa das O reagrupamento de
Mt.24:21-23
Trombetas. Israel.
8 – Dia da Conversão de Israel pelo Zc.12:10; Rm.11:26,27;
Expiação. sangue de Cristo. Hb.9:19-28.
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
FATOS:
9 – Festa dos Necessidade humanas Jo.7:2, 37-
Tabernáculos. (com Israel no reino). 39
Cl.2:17;
Descanso espiritual do
10 – Sábado. Hb.4:3,9,1
cristão.
1
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
ELEMENTOS:
Cristo – acesso do
11 – Hb.8:5;
crente a Deus e a base
Tabernáculo. 9:23,24
da comunhão com Ele.
12 – Cortina do Cristo – o acesso do
Hb.10:20
Tabernáculo. crente a Deus.
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
ELEMENTOS:
13 – O sacrifício perfeito de Lv.1; Hb.10:5-
Holocausto. Cristo. 7; Ef.5:2
O sacrifício perfeito de
14 – Oferta de Lv.2;
Cristo do mais elevado
manjares. Hb.10:8
grau.
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
ELEMENTOS:
O sacrifício de Cristo,
15 – Sacrifícios Lv.3; Ef.2:14;
base de nossa comunhão
pacíficos. Cl.1: 20
com Deus.
A morte de Cristo pelo
16 – Sacrifício Lv.4:1-5:13;
pecador em relação à
pelos pecados. Hb.13:11,12
condenação do pecado.
TIPO ANTÍTIPO PASSAGEM
ELEMENTOS:
17 – A morte de Cristo Lv.5:14-
Sacrifício como expiação da 6:7;
pelo transgressão do Hb.10:
sacrilégio. pecado. 12
Somente uma das sete festas de Israel – a
Páscoa – é especificamente identificada como tipo
(1Co.5:7), mas Cl.2:16,17 fala de todas as festas
religiosas como “sombra das coisas que haviam de
vir”. É com base nisso que a tabela acima apresenta
todas as festas como tipos. Semelhantemente,
Hb.9:9,10 dá a entender que todos os cinco
sacrifícios de Israel eram tipos.
E – QUAIS AS ETAPAS A SER SEGUIDAS NA
INTERPRETAÇÃO DOS TIPOS?

1 – DESCOBRIR o sentido literal do tipo:


Aspecto fundamental na interpretação precisa
sempre é a apuração do sentido literal do texto.
E –QUAIS AS ETAPAS A SER SEGUIDAS NA INTERPRETAÇÃO DOS TIPOS?
2 – REPARAR no ponto ou nos pontos de
correspondência ou semelhança entre o tipo e o
antítipo: Por exemplo, Melquisedeque era rei e sacerdote, e
era superior a Arão. Pelo menos nesses dois aspectos ele
representava Cristo, pois Cristo é Rei e Sacerdote, e seu
sacerdócio é superior ao de Arão. Devem-se procurar as
semelhanças principais, não as secundárias e insignificantes.
E –QUAIS AS ETAPAS A SER SEGUIDAS NA INTERPRETAÇÃO DOS TIPOS?
3 – REPARAR nos elementos de Contraste ou de
diferenças, para evitar caracterizá-los como aspectos
do tipo: Melquisedeque era humano, mas Cristo era Deus e homem.
Arão tinha de oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, enquanto
Cristo não precisava fazê-lo por causa da natureza santa que possuía
como Deus encarnado. Na Páscoa, os israelitas sacrificavam animais,
mas Cristo, nossa Páscoa, sacrificou-se a si mesmo. Os sacrifícios que
retratavam vários aspectos de Cristo eram repetidos, ao passo que a
morte do Senhor na cruz foi um evento definitivo.
E –QUAIS AS ETAPAS A SER SEGUIDAS NA INTERPRETAÇÃO DOS TIPOS?
4 – ATENTAR para as afirmações
explícitas no Novo Testamento que
atestem a correspondência
tipológica.
F – PORQUE SE PREOCUPAR COM A TIPOLOGIA?
Embora os eruditos divirjam deste pormenor, o estudo dos
tipos e antítipos sem dúvida tem sua utilidade. Uma das
vantagens é que permite enxergar o traçado divino da história,
pelo fato de Ele escolher pessoas, acontecimentos e elementos
de Israel para retratar e predizer aspectos de Cristo e de seu
relacionamento com os crentes de hoje. Continua enxergar
essas relações tipo – antítipo ajuda-nos a ver a mão de Deus na
história. APOSTILA – Pág. 32

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