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Resumo de Escritos Joaninos

3. Lugar e data da composição


Segundo a Tradição foi escrito em Éfeso. Antes de 100 d.C. Razões:
1. Foi encontrado um fragmento no Egito datada de 120 d.C.
2. Santo Inacio de Antióquia fala do quarto Evangelho em suas cartas de 107 d.C.
OBS.: Tome-se em consideração o tempo para que as coisas tornassem populares e para serem compostas.
3. São João Fala da fisionomia de Jerusalém antes de destruída em 70 d.C.
4. A fé em JESUS, o Filho de DEUS
João quer corroborar a fé em JESUS “...escrevo-vos isto para que tenhais fé...” Narra por tanto, os sinais (que
estão em função da fé) que são como o fio condutor de sua exposição.
Quer levar o cristão a sentir a realidade viva de JESUS, dizendo o próprio JESUS falar: abundancia dos “EU
SOU...” Desejou consolidar a fé dos cristãos (uso do conjuntivo presente ao invés do aoristo, denota:
continuidade e constância).
Por fim, Joao quer evidenciar a divindade de CRISTO que se comunica aos homens. (PROLOGO). Por isso não
narra somente os feitos, pois tem profunda consciência da divindade de CRISTO, sobretudo, sua relação com o
PAI.
5. O quarto Evangelho e os Sinóticos
A narração dos fatos segue um plano diferente dos sinóticos. Por exemplo:
- João fala mais do ministério de JESUS em Jerusalém; os sinóticos na Galileia. Razão pela qual João fala de 3
subidas e os sinóticos apenas de uma (que o conduziu à morte).
- Na Paixão: Joao evidencia-a sob a luz da glorificação; os sinóticos: como padecimento.
- Joao fala de temas como vida, verdade, luz, gloria; os sinóticos: questão do sábado, o legalismo farisaico etc.
-- Como harmonizar o quarto evangelho com os sinóticos? --
* Opinião comum: João conhecia os sinóticos; estava familiarizado com a pregação de Pedro e por isso, quis
expor outros detalhes para esclarecer, completar. Parece que ele pressupõe que os leitores já sabem dos fatos.
Seu evangelho parte de sua experiencia, daquilo que viu e ouviu.
!!! Permanece idêntica a figura central de JESUS nos quatro evangelhos: DEUS e Homem = o fundo doutrinal é
o mesmo, mas com acentos, tonalidades, nuances diferentes !!!
+ Substancialmente iguais para os 4 evangelhos são:
- as circunstancias que acompanham os discursos,
- a conduta da multidão e dos fariseus.
- a intimidade divina que há ELE e o PAI.
- RESUMO: embora harmonizado com os Sinóticos, permanece como uma obra substancialmente
independente. Com traços característicos. (Ver ponto 4).
6. O Quarto Evangelho e a História
Frequentemente é precisamente João quem completa e explica os Sinóticos. Esta harmonia na diversidade
testemunha em favor da historicidade do quarto Evangelho.
Resumo de Escritos Joaninos
João dá explicitações claras a respeito da geografia, da liturgia, da cronologia.
Perfeita aderência ao ambiente judaico = uso dos costumes, mentalidade, os judeus perante os romanos.
(Qumram dá testemunho).
João combina o elemento espiritual-transcende intimamente com o concreto-natural-histórico.
!!! Posição do Magistério = sustenta a historicidade! “O apóstolo João é o autor” e “não se pode dizer que os
fatos narrados no quarto evangelho foram total ou parcialmente inventados...”
7. A divisão do Evangelho de S. João
1. Prólogo = 1,1-18.
2. Livro dos sinais: Vida Pública = 1,19-12,50.
3. Livro da glória: Paixão e Ressureição = 13, 1-20,31.
4. Apêndice = 21, 1-25.
8. O prologo
* Comparando com os Sinóticos:
- Marcos dá início a história de JESUS nas margens do Jordão.
- Lucas e Mateus: em Belém (na infância).
- João: transcende o tempo e vê à luz da eternidade.
+ 1 parte: deplora o erro (E não O receberam...). + 2 parte: a Encarnação e seus benefícios (Adoção, graça,
verdade).

8.1 – O Logos em Suas relações com DEUS – Jo 1, 1-2

+ 1 proposição: Trata-se do ser eterno do Logos. A expressão princípio alude ao Gn, a criação pela Palavra
Divina. Fala-se do que era anteriormente, pois o Logos já existia.
João fala do que aconteceu, mas do era. O imperfeito (ao invés do aoristo) do verbo ser deixa claro o sentido
absoluto de existir desde sempre.
+ 2 Proposição: Trata-se da distinção entre o PAI e o Logos.
A preposição “pros” = designa a proximidade ou contato com o outro ser, neste caso com DEUS, o PAI = Sua constante
união com ELE.

+ 3 Proposição: Trata-se da divindade do Logos. “Ho Theos en ho Logos.” Esta proposição sugere a unidade e
indivisibilidade da natureza divina. A Palavra de DEUS é DEUS (Eu e o PAI somos um. 10,30). A Sabedoria personificada.

- O terceiro versículo “Ele era no principio com DEUS” = é uma recapitulação dos outros 3 proposições.

- Cheio de graça e verdade: são como duas bases da Aliança.

- “Hesed” é a bondade divina que vai ao encontro da humanidade.


- “Emet” é a verdade, mas no sentido de firmeza e estabilidade.

!! A Charis do Logos é como a hesed de DEUS. Mas não indica o termo técnico (g. santificante, atual) !!

- A Aleteia no AT está ligada à história da salvação e da Aliança. Serve com o sentido de doutrina revelada – o plano
salvífico de DEUS (salmo 118) = “Santifica-os na verdade....” = O Logos feito carne traz a verdade, porque seu
aparecimento neste mundo é a revelação definitiva do plano divino de da salvação.
Resumo de Escritos Joaninos

- Da Sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça.

S. Joao associa o pleroma e a habitação divina. Ele e S. Paulo completam-se no diz respeito ao tema profético-sapiencial
da habitação = S.J.: mostra que o Logos vem habitar entre nós. / S.P: o Messias como a habitação da plenitude dos bens
divinos (...fazer nele habitar toda a plenitude...”).

-Xaris anti Xaristos pode ser entendido:

1. Sucessão de graças: participação continua da plenitude de CRISTO. Objeção: epi e não anti para acúmulo.
2. Uma correspondência a graça: a graça recebida corresponde com a plenitude de Cristo.
3. A substituição: Antiga graça (Alianças) -> Nova Graça (provinda da Encarnação), mas CRISTO é sempre a plenitude e
fonte da graça (O que foi feito nele...”) Há uma só causa, fonte. O que confirma o versículo seguinte: porque a
lei...Moisés... a graça e a verdade...foi feito por CRISTO.
- O Unigênito como exegeta do PAI

Só DEUS pode revelar a DEUS. CRISTO revela a DEUS nenhum homem jamais viu. ELE é o único Revelador autêntico dos
mistérios de Divinos.

O verbo exegesato exprime a ideia de revelação Divina no sentido estrito.

Ho on: este particípio dá a entender que as relações do Filho com o Pai são permanentes e não foram interrompidas pela
encarnação: “ninguém subiu aos céus senão aquele que desceu, o Filho do Homem que está (on) no Céu.

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