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AULA 02 - O Prólogo – João 1:1-18

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 Interpretação do Prólogo de João


Neste texto, o autor explora o Prólogo do Evangelho de João, enfatizando como ele estabelece
uma base teológica profunda e relaciona-se com o Antigo Testamento. O autor destaca como o
Prólogo apresenta a "Palavra" (logos) como central para a criação, a revelação e a encarnação de
Jesus Cristo.

 Origens Culturais do "Logos"


O autor discute a influência cultural do termo "logos" no contexto do Prólogo de João. Embora
possa haver influências filosóficas gregas, como a de Fílon, a doutrina de João não se limita a
esse dualismo. O Prólogo oferece uma rica compreensão da "Palavra" (logos) com múltiplas
associações culturais.

 "Logos" no Antigo Testamento


Explorando as raízes do termo "logos", o autor destaca sua relação com o Antigo Testamento,
onde a "Palavra" de Deus está associada à criação, revelação e salvação. A personificação da
Sabedoria no Antigo Testamento também influencia a escolha do termo "logos" por João.

 Relação entre "Logos" e Sabedoria


O autor aborda a possível conexão entre o "logos" de João e a Sabedoria divina do Antigo
Testamento. Enquanto alguns sugerem semelhanças, o autor enfatiza que o significado do
"logos" é moldado pela experiência da igreja com Jesus Cristo, transcendendo um único
contexto.

 Intimidade do "Logos" com Deus


O autor destaca a relação íntima entre a "Palavra" e Deus, onde o "logos" está orientado em
direção a Deus, mas é distinto Dele. A afirmação de que a Palavra era Deus é vital para a
doutrina trinitária e para a identificação da divindade de Jesus no Evangelho de João.

 Referências ao Antigo Testamento


O autor salienta que o uso do "logos" por João tem raízes no Antigo Testamento, como em Isaías
9.7 e Salmo 45. Essas referências fortalecem a confissão cristã da divindade de Jesus. João
claramente afirma a deidade de Jesus Cristo.

 Conclusão Teológica
O autor conclui enfatizando que o termo "logos" tem significado profundo e ressoa tanto em
contextos judaicos quanto pagãos. O "logos" revela o Filho de Deus, Jesus Cristo, como a
autorrevelação definitiva de Deus. Essa compreensão impacta a visão cristã da trindade e da
encarnação.

"Através do Prólogo do Evangelho de João, somos conduzidos ao profundo mistério da Palavra divina
encarnada. O termo 'logos' abrange a criação, a revelação e a encarnação, revelando a união
extraordinária entre Deus e a humanidade."
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1. O Testemunho de João Batista - João 1:6-8


Neste trecho, o autor destaca o papel de João Batista como testemunha da Palavra, que é a luz
dos homens. O testemunho de João Batista tinha como objetivo levar as pessoas a crerem na
luz, que é a própria Palavra de Deus manifestada em Jesus Cristo. O evangelista ressalta que João
Batista não era a luz em si mesma, mas um enviado por Deus para dar testemunho da
verdadeira luz que é Jesus.

2. Importância do Testemunho - João 1:15, 29-34


Esse testemunho de João Batista, e de outras testemunhas citadas posteriormente no
Evangelho, é parte importante da proclamação de Jesus Cristo e seu propósito redentor. João
Batista preparou o caminho para o ministério público de Jesus, apontando para Ele como o
Messias e o verdadeiro Salvador da humanidade. Assim, o testemunho de João Batista, mesmo
após sua morte, continua a falar e influenciar aqueles que vêm a crer em Jesus.

3. Enfatizando a Dualidade Luz/Trevas - 1:6-9


O versículo 8, em particular, enfatiza que João Batista não era a luz, para evitar qualquer
confusão ou sobreposição entre a figura de João e a de Jesus. Ele foi um profeta com um papel
importante, mas limitado, enquanto Jesus era a própria luz divina, que veio para iluminar a
humanidade com a verdade e a salvação.

4. A Dualidade Luz/Trevas no Evangelho de João - João 1:4-5, 9-11, 3:19-21, 8:12, 12:35-36, 46
É importante ressaltar que o Evangelho de João é caracterizado por uma forte ênfase na
dualidade luz/trevas. As trevas são associadas com o mal e a incredulidade, enquanto a luz é
relacionada com a verdade, a revelação divina e a salvação. Essa dualidade permeia todo o
Evangelho de João, e o autor sugere que os leitores devem entender essa antecipação do tema
da luz/trevas já no versículo 5.

5. A Luz que Ilumina Todos os Homens - João 1:9


Neste trecho, o autor discute a interpretação do versículo 9, especialmente a frase "Estava
chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens". Existem duas
interpretações possíveis para essa frase. A primeira é que a luz verdadeira brilha sobre todos os
homens sem exceção antes mesmo de vir ao mundo (na encarnação), seguindo a ideia da
"revelação geral". A segunda interpretação é que a verdadeira luz está brilhando no contexto da
encarnação, iluminando não apenas os judeus, mas todos os homens sem distinção. O autor
ressalta que a "luz" em João tem uma função discriminadora e que o texto parece indicar que a
Palavra de Deus está dando luz a todos os homens.

6. O Significado de "Verdadeira" (alêthinos) - João 1:9


O termo "verdadeira" (alêthinos) usado para descrever a luz (a Palavra) tem o significado de
"real" ou "genuína". Essa palavra é frequentemente aplicada à luz, adoradores, pão do céu, a
videira e até mesmo a Deus em outros trechos do Evangelho de João. Essa palavra implica uma
verdade genuína e definitiva, contrastando com o que é anterior e provisório na revelação de
Deus ao longo da história. Assim, a Palavra que veio ao mundo é a verdadeira luz, a genuína e
definitiva autorrevelação de Deus ao homem.

7. O Significado de "Mundo" (kosmos) em João - João 1:9, 10:36, 12:46, 16:8-11, 17:14-16
O termo "mundo" (kosmos) em João tem implicações mais específicas. Embora em algumas
passagens tenha implicações neutras ou até mesmo positivas, a maioria das ocorrências é
negativa. "Mundo" aqui não se refere ao universo, mas à ordem criada (especialmente seres
humanos e assuntos humanos) em rebelião contra seu criador. João destaca que o "mundo" é
caracterizado pelas trevas e que a luz, representada pela Palavra de Deus, está vindo ao mundo
para iluminar a humanidade imersa na escuridão do pecado.

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8. A Complexidade do Verbo "Iluminar" (phôtizei) - João 1:9


O verbo "iluminar" (phôtizei) usado para descrever a ação da luz (a Palavra) em relação a todos
os homens tem algumas complexidades. Pode significar "dar conhecimento" ou "iluminar
interiormente". Existem três interpretações possíveis para esse versículo: (a) A luz brilha sobre
todos os homens sem exceção antes de vir ao mundo, continuando a fazê-lo. (b) A luz está
brilhando no contexto da encarnação, iluminando não apenas todos os homens sem exceção,
mas todos os homens sem distinção (ou seja, não apenas os judeus). (c) A Palavra é a única
verdadeira luz que Deus deu ao mundo, portanto, é a luz para todo homem.

9. A Encarnação da Palavra - João 1:10-13


Neste trecho, o autor enfatiza a encarnação da Palavra. O verbo "iluminar" (phôtizei) agora não
se refere ao conhecimento, mas à revelação objetiva da luz que veio ao mundo com a
encarnação da Palavra. A luz brilha sobre todos os homens, dividindo a espécie em reações
distintas: alguns a aceitam, enquanto outros fogem para ocultar suas obras más. João não
permite dualismo ontológico, afirmando que a criação e o mundo são obra da Palavra de Deus,
não havendo um princípio do mal inteiramente independente de Deus. No entanto, a Palavra
veio ao mundo e não foi reconhecida por ele.

10. Rejeição e Aceitação da Palavra - João 1:11-13


O versículo 11 destaca a rejeição da Palavra por seu próprio povo, referindo-se provavelmente à
nação judaica, da qual a salvação veio. Esse tema será desenvolvido ao longo do Evangelho,
mostrando que as Escrituras exigem que o Messias seja rejeitado por seu próprio povo. No
entanto, o evangelista ressalta que nem todos rejeitam a Palavra, e existem aqueles que a
recebem. Aqueles que a recebem são identificados como filhos de Deus e nascidos de Deus. O
novo nascimento é um ato de Deus e não depende de herança ou raça, mas da fé em Jesus
Cristo.

11. O Verbo se Tornou Carne - João 1:14


A Palavra, a autoexpressão de Deus, encarnou-se tornando-se um ser humano real e histórico,
exceto pelo pecado. Essa é a suprema revelação de Deus, superando tanto o racionalismo
quanto o misticismo irracional. A Palavra habitou entre os seres humanos, e o uso do termo
"skênoô" evoca a imagem do tabernáculo onde Deus habitava com Israel no Antigo Testamento.
O autor destaca a transcendência de Deus, que agora se torna imanente ao habitar entre a
humanidade.

12. A Glória da Encarnação - João 1:14


O versículo 14 menciona a glória da encarnação da Palavra. A palavra "glória" refere-se à
manifestação visível da presença divina. Nesse contexto, refere-se à manifestação divina na
pessoa de Jesus Cristo. A Palavra, ao se tornar carne, revelou a glória de Deus de uma forma
única e especial. O autor reforça a ideia de que Deus se tornou homem em Jesus Cristo para que
pudéssemos conhecê-Lo de maneira mais profunda e pessoal.

13. A Graça Substitui a Lei - João 1:14-18


Nesse contexto, podemos dizer que Jesus é a narração de Deus. "Da mesma forma que Jesus dá
vida e é vida, ele ressuscita os mortos e é a ressurreição, dá pão e é o pão, fala a verdade e é a
verdade, assim, quando ele fala a palavra, ele é a Palavra" (C. H. Dodd em tradição oral: cf.
Beasley-Murray, p. 10). A ênfase do Prólogo, portanto, é sobre a revelação da Palavra como a
revelação definitiva do próprio Deus. Esse tema é dramaticamente reforçado pelos notáveis
paralelos entre o versículo 1 e o 18, constituindo um inclusio, um tipo de envelope literário que
sutilmente envolve tudo de 1.1-18 em sua esfera. Assim 'no seio do Pai' é paralelo a 'com Deus';
o Unigênito, [o próprio] Deus', é paralelo a 'era Deus'; e dizer que essa pessoa única e amada
tornou Deus conhecido é dizer que ela é a Palavra', a autoexpressão de Deus.

14. Conclusão
O Prólogo do Evangelho de João é uma exposição profunda sobre Jesus Cristo, enfatizando sua
identidade como a Palavra eterna de Deus, manifestando Sua graça e verdade para a
humanidade. Jesus, o Filho unigênito que sempre existiu com o Pai, tornou-se humano para
mostrar o amor incompreensível de Deus.
Esse prólogo é uma obra-prima teológica que fundamenta o evangelho de João e a teologia
cristã. Ele resume a essência do evangelho: a graça salvadora de Deus através de Jesus Cristo.
Convida à fé profunda em Jesus como o Filho de Deus e Salvador.
Que a grandiosidade da revelação em Jesus nos inspire a adorá-lo. Que a Palavra de Deus
continue a nos iluminar e possamos compartilhar Sua mensagem com o mundo. Que o
Evangelho de João nos guie, aproximando-nos do coração de Deus.

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