Você está na página 1de 15

25/06/2017

JONAS

Localização do livro dentro


da Bíblia
profético ou sapiencial?
Está entre os doze
profetas menores
Localiza-se entre Abdias
e Miquéias
2 Rs 14,25: "Restabeleceu
as fronteiras de Israel desde
a entrada de Emat até o mar
da Planície, conforme tinha
o Senhor anunciado pela
boca de seu servo Jonas,
filho de Amati, que era
natural de Get-Hefer”.

Filho de Amati (787-747


aC) 1
25/06/2017

Filho de Amati (787-747 aC)


Cronologicamente
deveria situar-se entre
Amós(750aC) e Miquéias
(733-712aC)
Porém Ab 1,1: “enviado
às nações” - explica sua
atual colocação
Livros proféticos =
Anúncio e denúncia.
Em Jonas apenas 3,4b
aparece um anúncio e
mesmo assim de
destruição...

Há uma semelhança com


Elias, Eliseu, Rute, Ester.
Trata-se de um conto, uma
narrativa com diálogos e
cenários diferentes.
Apresenta suspense.
Está mais para sapiencial
que para profético.
O conto apresenta
hipérbole (exageros) 3,3;
4,10; todos os habitantes
de Nínive se convertem –
isto mudaria a história do
Antigo Oriente; questão do
peixe! Os exageros
acentuam os aspectos...

2
25/06/2017

Livro didático sobre Deus:


1,9 – Deus dos céus,
Criador; 3,8-10 –
arrependimento; 4,2 –
misericórdia
Muitas perguntas em
1,6.8.10.11 e 4,2.4.9.11 –
perguntas que se voltam
para o leitor.
RESUMINDO: Conto
didático ou novela
didática sobre Deus que
tem a primeira (1,1) e
última palavra (4,11). O
tema central: a
misericórdia de Deus é
para todos.

Datação e autoria
O livro não traz nenhuma referência à autoria.
Quanto ao nome Jonas e referência ao rei Jeroboão II (Séc
VIII a C) nada indica que o escrito seja da mesma época
A linguagem utilizada é tardia, com palavras aramaica e
portanto do período persa.
Deus do céu (1,8) é expressão desta época. Existem
alusões de costumes persas: animais participando de
cerimônias de luto(3,7-8); co-autoria de decreto real.
Anacronismos e imprecisões geográficas:
Na época de Jeroboão II, Nínive não era grande e nem
importante;
Nesta mesma época não haveria referência para rei de
Nínive, mas sim da Assíria;
A cidade portuária de Jope seria mais perto de quem vem
de Jerusalém e não da Galiléia, como na descrição (Tiro
ou Aco) .

3
25/06/2017

Datação e autoria

O livro cita várias passagens do AT,


pressupondo a sua existência:
4,2 alusão ao profeta Elias – 1 Rs19,4;
4,4.9 semelhança a Caim – Gn 4,5;
3,6 arrependimento do rei de Nínive reflete o
oposto feito pelo rei Joaquim que queima o
rolo com as palavras de Jeremias – Jr 36,21
Ainda referências ao livro de Jeremias 18,7-
10 (3,9-10) e Joel 2,13-14 (3,9) revelam uma
data por volta do século IV.

Datação e Autoria

Embora o livro seja de cunho didático, não devemos


creditar a autoria do livro junto aos sacerdotes que na
época exerciam este trabalho, porém voltados para as
leis sobre o culto e sacrifícios.
No livro existe ausência de indicações sobre o Templo
ou culto. Somente 2,5.8 menciona Templo, mas dentro
do salmo litúrgico utilizado por Jonas.
Os sábios poderiam ser os autores do livro de Jonas,
pois também eles transmitiam ensinamentos e
refletiam questões ligadas à fé e vida, que se
encontram no livro de Jonas: A sabedoria israelita
tradicional acreditava que o mal feito recairia sobre
aquele que o praticou (Pr 26,27).

4
25/06/2017

Datação e autoria

A questão também se encontra no livro de


Jonas, onde o mal/maldade de Nínive vai
redundar em mal/destruição da cidade.
Pode-se acrescentar ainda um conhecimento
de tradição não israelita (grande peixe) e
contato com os mesmos, podemos até supor
pessoas que viviam em lugares de
relacionamento com estrangeiros, como
cidades portuárias por exemplo.

Características e mensagem do livro de Jonas

O livro não foi escrito de uma só vez, é fruto de fontes


e autores diversos. Trata-se de um mutirão!
Contém uma narrativa não israelita sobre o peixe ou
monstro marinho que engole o herói;
Algumas vezes Deus é designado por Javé outras por
Eloim, talvez tradições diferentes de uma mesma
narrativa;
4,5.6 revelam elementos diferentes de um mesmo
conto;
2,3-10 é poesia e difere do restante, tratando-se de
salmo no meio de uma história e difere das
características de Jonas no relato. Para muitos trata-se
de inclusão posterior. Por fim vale lembrar o uso de
diferentes tradições bíblicas do AT

5
25/06/2017

Estrutura do livro
No Mar Em Terra
A 1,1-3 Missão de Jonas 3,1-4
B 1,4-16 Deus e os Gentios 3,5-10
C 2,1-11 Deus e Jonas 4,1-11

A – Os dois envios a Nínive são semelhantes. A missão é


a mesma. A reação de Jonas é diferente
B – o personagem central está em segundo plano.
Primeiro aparecem os marinheiros que agem como
verdadeiros piedosos israelitas e Jonas como mesquinho
e egoísta. Segundo, a população de Nínive adere à
pregação profética, fato que nunca houve em Israel.
C – Jonas está sozinho com seu Deus. No interior do
peixe (monólogo de Jonas) e a leste de Nínive (Diálogo)

Mensagem dentro desta disposição:


Não se trata de apresentar pessoas estrangeiras
reconhecendo o senhorio de Javé ou de
mudança radical de vida.
O objetivo é transformar Jonas. Há uma
pedagogia divina através de situações
experimentadas por Jonas, portanto, Deus quer
levar o profeta a mudar seus conceitos
teológicos
O conto novelístico é muito bem elaborado. A
escolha de certos termos e repetição de palavras
ajudam na compreensão da mensagem.

6
25/06/2017

Mensagem dentro desta disposição:


Nínive representa a cidade má e opressora de todos
os tempos.
Társis representa o lugar mais distante e oposto de
Nínive, ou seja símbolo da fuga.
Jonas representa o grupo de israelitas nacionalistas
que viviam do anúncio do restabelecimento do
antigo reino de Israel, em nome de Deus.
Os povos vizinhos seriam castigados pelo mal que
fizeram no passado.
Na verdade o livro não quer excluir estes grupos do
plano de Deus, mas integrá-los a participarem de
uma nova maneira de conviver que inclua também
os outros (não israelitas)

A TEOLOGIA DO LIVRO DE JONAS


Conforme alguns teólogos, a teologia é a explanação e explicação
consciente e metodológica da Revelação divina, recebida e
aprendida na fé.
Trata-se portanto do esforço humano para compreender e
interpretar a experiência de fé de uma comunidade e comunicá-
la em linguagem e símbolos.
Podemos dizer também que teologia é a “fé de olhos abertos”,
uma fé lúcida, inteligente e crítica. A teologia inclui um encontro
entre Deus que vem a nós e o ser humano que se abre à sua
manifestação.
Portanto, quando falamos de teologia do AT, estamos
entendendo o esforço humano para compreender e interpretar a
experiência de fé do povo hebreu.
Como esta experiência de fé não se fez em um só momento, mas
durante centenas de anos, podemos então afirmar que na Bíblia
não encontramos uma única teologia, mas tantas quantas foram
as experiências de fé que o povo teve.

7
25/06/2017

A TEOLOGIA DO LIVRO DE JONAS


Em cada momento vivido pelo povo hebreu, a
cada nova realidade experimentada pelo
povo, uma nova experiência de fé foi
realizada.
Em outras palavras, podemos dizer que a(s)
teologia(s) presente(s) no AT revelam ao
mesmo tempo o encontro entre Deus e seu
povo e a própria experiência vivida por este
povo.
Vejamos então brevemente as principais
etapas da história vivida pelo povo hebreu...

A TEOLOGIA DO LIVRO DE JONAS

 Deus cria o ser humano à Sua imagem e semelhança – O ser humano faz a
experiência de Deus na Criação: Teologia da criação.

 Deus faz as promessas de terra, descendência e bênção a Abrão, o homem


da fé: Teologia da promessa.

 Deus liberta o povo da escravidão e opressão no Egito: Teologia do Êxodo


ou também da libertação.

 Deus revela a Moisés as leis que protegerão o povo contra a servidão:


Teologia da Aliança.

 Deus escolhe o povo hebreu para revelar-se: Teologia da eleição.

 Deus promete a Davi a segurança de seu Reino e fidelidade aos seus


descendentes: Teologia davídica.

8
25/06/2017

A TEOLOGIA DO LIVRO DE JONAS

 A construção do Templo oferece a oportunidade aos fiéis de serem


perdoados de seus pecados através dos sacrifícios oferecidos a Deus:
Teologia dos sacrifícios.

 Deus promete enviar o seu ungido para orientar e libertar o povo:


Teologia messiânica.

 Enquanto o povo realiza o projeto de Deus, Ele age com amor e ternura;
enquanto povo se desvia de seus caminhos, Ele age com castigo e punição:
Teologia profética.

 Deus retribui de acordo com a fidelidade do ser humano. Bênção para


aqueles que o seguem e maldição para aqueles que se afastam: Teologia
da retribuição.

 O castigo de Deus para o ímpio não é eterno, sempre existe a possibilidade


do perdão na medida em que este se arrepende: Teologia da
misericórdia.

Os capítulos 1-3 estão repletos de indicações de localidades que


possuem não apenas o sentido geográfico, mas teológico também.
De um lado temos Nínive, a grande cidade, localizada a nordeste
de Israel. Para lá Jonas é enviado. De outro lado está Társis, uma
colônia fenícia na Espanha, no fim do mundo conhecido na época, a
cerca de 3000 km a oeste de Israel. Para lá Jonas quer fugir.
Ele toma a direção oposta da planejada por Deus. O profeta quer o
contrário do que propõe Javé. Jonas não aceita a direção indicada
por Deus. Ele estabelece uma própria.

9
25/06/2017

Entre Nínive e Társis, os dois extremos de uma linha horizontal


imaginária, se encontra o porto de Jope.
Para chegar a Társis é necessário passar por Jope. Para evitar ir a
Nínive, a cidade dos estrangeiros maus, Jonas deve entrar em
Jope, um porto com estrangeiros de todas as nações. Em Jope, a
imaginária linha horizontal que liga Nínive a Társis se mescla
com outra linha. É a linha vertical que vai da região montanhosa
onde Jonas está por ocasião de sua vocação até as profundezas
do mar (Jn 2,7).

O termo característico do movimento de


Jonas nesta linha é “descer”. Jonas desce até
Jope, que se encontra no nível do mar.
Depois embarca no navio, o que na
concepção hebraica significa “descer” do cais
ao convés do navio (Jn 1,3).
Na história que segue, Jonas desce até os
porões do barco para dormir (Jn 1,5).
O movimento de descida continua com o
lançamento de Jonas no mar (Jn 1,15) e com a
chegada ao fundo do mar (Jn 2,7).
Em Jope se cruzam portanto, as duas linhas
geográficas imaginárias. Jonas quer ir a
Társis, quer locomover-se em direção oeste
na linha geográfica horizontal. Ele pensa
poder fazer isto. No entanto Jonas se engana.
Em vez de fugir de Javé e de sua missão, ele
desce cada vez mais até afundar-se no
abismo do mar, e nas profundezas do peixe.
Por fim será “vomitado” para Nínive...

10
25/06/2017

Cidade
portuária de
Jope, atual Jafa,
em Tel Aviv.

Cidade de Nínive,
atual Mosul, no
estado de Ninawa
do Iraque.

Afinal, qual seria a teologia do livro de Jonas?


CAPÍTULO 1
No primeiro capítulo temos em Jn1,9: 9Ele lhes disse: “Eu sou
hebreu e temo a Javé, Deus do céu, que fez o mar e a terra”.
Nesta declaração há uma confissão de fé de Jonas: eu temo a Javé
(em algumas traduções aparece adoro ou venero). Não se trata
do temor dos marinheiros diante da tempestade. Trata-se de
uma confissão de pertença a uma comunidade que venera o
Deus Javé.
Outra característica está no fato de que este Deus está no céu,
este atributo aparece no tempo persa, quando os judeus estão
dispersos e desta forma Deus é apresentado de forma universal,
não se restringindo apenas a um povo ou lugar.
Desta maneira, Javé atua em todos os lugares, reivindicando
uma soberania sobre todas as outras divindades. Mas este Deus
é também criador, pois fez o mar e a terra, portanto, como
criador, Javé tem o domínio sobre o mar. O salmo 95 (94) retrata
estas características que acabamos de apresentar...

11
25/06/2017

"Vinde, manifestemos nossa alegria ao Senhor,


aclamemos o Rochedo de nossa salvação;
2.apresentemo-nos diante dele com louvores, e
cantemos-lhe alegres cânticos,
3.porque o Senhor é um Deus imenso, um rei
que ultrapassa todos os deuses;
4.nas suas mãos estão as profundezas da terra,
e os cumes das montanhas lhe pertencem.
5.Dele é o mar, ele o criou; assim como a terra
firme, obra de suas mãos. 6.Vinde, inclinemo-
nos em adoração, de joelhos diante do Senhor
que nos criou.“

CAPÍTULO 2
No segundo capítulo temos em Jn 2,5.8-10: 5E eu dizia: Fui expulso
de diante de teus olhos. Como poderei contemplar novamente o teu
santo templo? 8Quando minha vida em mim desfalecia,lembrei-me de
Javé; minha prece chegou a ti,até o teu santo templo.9Aqueles que
veneram os ídolos vãos,abandonam seu amor.10Quanto a mim, com
cantos de ação de graças,vou te oferecer sacrifícios e vou cumprir os
votos que tiver feito:a Javé pertence a salvação!”
Praticamente todo o capítulo 2 retrata a súplica de um salmo.
Nele aparece por duas vezes a menção do templo. No livro de
Jonas é a única vez que o templo aparece.
Conforme estes versos, Jonas é partidário da teologia do templo,
no qual Javé reside. No vs 5 temos suas afirmações básicas: a
expulsão diante dos olhos de Deus equivale a não mais poder
contemplar o seu santo templo. O mesmo ocorre no vs 8: a
minha prece chegou a ti, a teu santo tempo. A oração que
alcança o templo também alcança a Deus e vice-versa.

12
25/06/2017

CAPÍTULO 2
É muito importante lembrar que esta é a teologia de Jonas e do grupo ao
qual pertence, diferente da teologia do autor do livro.
O canto de ação de graças geralmente era acompanhado do sacrifício de
um animal. Canto e sacrifício de agradecimento são designados por um
mesmo termo, são gestos do mesmo ritual e expressões do mesmo
sentimento.
O sacrifício de um animal simbolizava o restabelecimento da comunhão.
Somente as partes gordurosas do animal eram queimadas. A carne era
consumida pelo salmista e seus amigos e familiares.
Este ritual é colocado em cheque através do texto de Oséias 6,1-6:
"1.Vinde, voltemos ao Senhor, ele feriu-nos, ele nos curará; ele causou a ferida, ele
a pensará. 2.Dar-nos-á de novo a vida em dois dias; ao terceiro dia levantar-nos-á,
e viveremos em sua presença. 3.Apliquemo-nos a conhecer o Senhor; sua vinda é
certa como a da aurora; ele virá a nós como a chuva, como a chuva da primavera
que irriga a terra. 4.Que te farei, Efraim? Que te farei, Judá? Vosso amor é como
a nuvem da manhã, como o orvalho que logo se dissipa. 5.Por isso é que os
castiguei pelos profetas, e os matei pelas palavras de minha boca, e meu juízo
resplandece como o relâmpago, 6.porque eu quero o amor mais que os sacrifícios, e
o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.“

CAPÍTULO 2
O povo reconhece que seu pecado reside no
afastamento de Javé, mais precisamente na falta de
conhecimento de Javé.
A presença de Javé na vida do povo é certa como o dia
a dia e abundante como a chuvarada. Esta abundância
da presença de Javé se compara de forma inversa ao
orvalho do amor do povo.
Deus não quer os sacrifícios e holocaustos, mas o amor
e conhecimento que se traduz não por doutrina a ser
decorada, repetida e aplicada, mas experiência da
presença amorosa e libertadora de Javé e a partir desta
experiência do amor, perceber como que Ele quer que a
gente olhe e organize a vida.

13
25/06/2017

CAPÍTULO 3
No terceiro capítulo de Jonas, temos duas questões teológicas que estão
interligadas.
A primeira diz respeito ao anúncio de destruição em 40 dias para Nínive.
O tema sobre o dia ou ira de Javé é recorrente no AT, principalmente no
meio profético. Amós é primeiro profeta a trazer este tema, mas vamos
também encontrar no livro de Joel, contemporâneo de Jonas.
O outro tema presente no capítulo três de Jonas é o arrependimento de
Deus. Jonas anuncia o dia da destruição, o rei e o povo de Nínive fazem
jejum de arrependimento, entretanto isto não é garantia de que Deus irá se
arrepender: Jn3,9: 9Quem sabe? Talvez Deus volte atrás, arrependa-se e revogue
o ardor de sua cólera, de modo que não pereçamos!”
No livro do profeta Joel 2,13-14 há algo de semelhante, quando ele afirma
que um arrependimento verdadeiro por parte do povo pode mover o
coração de Deus.
Em Jonas 3,10 a conversão dos ninivitas move o coração de Deus, que se
arrependeu do mal que ameaçara fazer-lhes e não fez. Portanto temos aí
os dois temas importantes: o dia de Javé e o seu arrependimento diante da
conversão do povo.

CAPÍTULO 4

No quarto capítulo temos em Jonas 4,2: “E rezou a Javé: Ah! Javé! Não era
justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu
corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e
clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas”.
A conversão dos ninivitas faz Javé voltar atrás e não destruir a cidade.
Por isso Jonas sente um grande desgosto e fica irado. Jonas sabe que a
misericórdia de Deus se estende a todos os povos, mas não aceita.
A teologia presente está baseada no amor gratuito de Deus. O ser humano
é salvo por graça de Javé. Não sabemos se Jonas aceitou esta compreensão
de Deus. Pelo jeito não. Ele proclama a misericórdia de Deus, mas sua
vida e pratica a negam.
Há uma contradição entre teoria e a prática. No livro de Jeremias 18,1-10,
encontramos a famosa comparação entre Deus e o oleiro. Esta
comparação traz a teologia da misericórdia que encontramos em Jonas
Deus modela o povo como a argila, refaz os seus planos de acordo com o
que seja melhor para o povo, por isso é capaz de rever suas ameaças
transformando-as em acolhida e bênçãos.

14
25/06/2017

CONCLUSÃO:
O livro de Jonas revela um Deus muito humano. Ele sente, igual
a nós, pena de pessoas; isto o motiva a agir com misericórdia.
Não encontramos nada do dogmatismo e esquematismo de
Jonas;
Não se vê nenhum Deus calculista que soma direitos e deveres
em seu bloco de anotações.
O livro de Jonas nos revela um Deus livre e soberano, que não se
enquadra no rígido esquema da ortodoxia israelita.
A vida é o que importa para este Deus. Quando a vida está em
jogo, ele se deixa comover.
Este amor está bem próximo do amor presente nas parábolas de
Jesus. É o amor do Pai que recebe de braços abertos o filho que
desperdiçou toda a sua fortuna (Lc 15,11-32).
É a justiça do Deus que vê a necessidade do trabalhador e dá
salário igual a todos os operários, mesmo que alguns não
tenham tido a sorte de ter serviço durante o dia inteiro (Mt 20,1-16)

15

Você também pode gostar