Você está na página 1de 3

Seminário Teológico Batista Goiano

Antigo Testamento III


Professor: Roberto do Amaral
Aluno: Adeilson Oliveira de Souza

Exposição sobre o livro de Jonas Yonah


Autoria e data: A bíblia relata que Jonas era profeta, filho de Amitai, morava na cidade
de Gate-Hefer, na tribo de Zebulom, no norte de Israel a 7kms de Nazaré (2 Rs 14.25),
era galileu e contemporâneo dos profetas Amós e Oséias.

Segundo o texto bíblico, Jonas exerceu o seu ministério no reinado de Jeroboão II ou


um pouco antes (793 – 753 a.C) 8º século (SPURGEON, 2021).

A literatura empregada é ironia e retórica.

Ironia – É uma figura de linguagem que consiste em utilizar uma palavra ou expressão,
atribuindo-lhe diferente sentido ou significado de acordo com o contexto, sendo de três
modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (satírica).

Retórica – É uma forma de poder, é um modo de persuadir alguém por meio de recursos
retóricos.

- Texto histórico

- Interpretação parabólica

Estrutura do livro de Jonas

O livro de Jonas pode ser dividido em dois atos principais com duas cenas cada um.

Os atos são divididos pela repetição da comissão de Deus ao profeta em Jonas 1.1,2 e
3.1,2. A maior parte da ação no primeiro ato ocorre no mar sendo duas cenas, uma a bordo
do navio e outra na barriga do peixe. O capítulo 3 e 4 constituem o segundo ato, Jonas
prega o evangelho e Nínive se arrepende, na última cena no leste de Nínive, Jonas se
debate com os desígnios de Deus de julgamento e salvação.

Em direção ao Novo Testamento


O Novo Testamento proclama que os gentios podem vir a Deus e podem fazer parte
do povo da aliança. Jesus Cristo foi enviado para o mundo e não apenas para Israel (Jo
1.6-14).

Jesus comparou e contrastou o seu ministério com o ministério de Jonas (Mateus


12.38-45; Lc 11, 24-32). Pediram-lhe um sinal milagroso e em resposta Jesus disse que
estaria três dias e três noites na terra, comparando tal condição com a permanência de
Jonas na barriga do peixe.

MENSAGEM TEOLÓGICA

Como vimos, Jonas é de muitas maneiras um livro incomum. Uma das características
mis notáveis do livro com relação a sua inserção no Antigo Testamento é a atitude
assumida para com os que estão fora da comunidade da aliança. Certamente a
preocupação que Deus demonstra pelos gentios não é novidade (Gn 21.8-21; 2Rs 5), mas
também não é um tema frequente no Antigo Testamento.

O livro de Jonas aborda de dois modos a misericórdia de Deus com os que estão fora
de Israel. Em primeiro lugar, o livro contrasta os pagãos espiritualmente sensíveis com o
relutante profeta israelita. Em Jonas 1, os marinheiros pagãos tremem diante da colérica
tempestade de Deus enquanto Jonas dorme no porão do navio. Eles se mostram
preocupados em serem considerados por Deus responsáveis pela morte de Jonas, quando
decidem lança-lo ao mar. Na última metade do livro, Jonas prega ao povo de Nínive (3.4),
mas não chega a mencionar o nome de Deus nem a possibilidade de arrependimento. No
entanto, o povo se arrepende (3.5) e o rei, que só ouviu falar da mensagem de Jonas por
terceiros, convoca toda a cidade ao arrependimento (3.7-9). Em segundo lugar, o livro
termina com uma nota que põe em foco os sentimentos de Deus em relação a Nínive,
quando ele retoricamente pergunta a Jonas: “E não hei de eu ter compaixão da grande
cidade de Nínive?”.

Embora expresse a compaixão de Deus para os não-israelitas – na verdade ele é o único


israelita no livro. Como um profeta, ele deveria ser o ápice da espiritualidade. Os profetas
eram os servos do Senhor. Esse servo, no entanto, fez tudo o que pôde para evitar cumprir
a ordem divina. Quando Jonas finalmente foi para Nínive, ele o fez de modo bastante
relutante. Porém, tendo o povo de Nínive se arrependido, Deus o poupou do castigo, o
que levou Jonas a uma profunda depressão e à fúria contra Deus. Jonas estava apartado
de Deus. Quanto mais Israel!
Uma questão que tem despertado algum debate reflete sobre a causa da depressão de
Jonas. Alguns acreditam que Jonas relutou em pregar aos ninivitas por medo de ser
recebido como um falso profeta (Rendtorff, OT, p. 226). Quer dizer, Deus queria que ele
fosse para Nínive e advertisse o povo sobre a destruição vindoura, mas considerando que
Deus é um Deus paciente (Jn 4.2), ele poderia ceder em seu julgamento e desse modo a
profecia não se tornaria realidade.

Como aponta Childs, contrariando essa linha de raciocínio (OTI, p. 420-21), a missão
de Jonas era chamar um povo teimoso ao arrependimento. A mensagem do profeta sobre
a destruição dependia, em certo sentido, da reação do povo. O melhor entendimento da
relutância e da resultante depressão de Jonas baseia-se na compaixão de Deus não
somente para com uma nação gentia, mas estendida a um poder imperial vicioso e cruel
que constantemente ameaçava a sua pátria. Jonas entendia que Israel merecia mais do que
ver o seu Deus perdoar seus inimigos. O salmista constantemente clama a Deus para
destruir os seus inimigos. Aqui, Deus os perdoa.

Aprendemos, assim, que Deus é o Deus do universo e não apenas de Israel. Essa
mensagem é também realçada de outro modo, e pode ser seguida do exame de outra
Leitwort, “enviar” ou “prover”. Ao longo da narrativa Jonas tenta escapar de Deus, mas
Deus utiliza a sua criação para trazê-lo de volta. Ele envia um grande peixe (Jn 1.17),
uma planta (4.6), um verme (4.7) e um vento calmoso oriental (4.8) para mostrar a Jonas
que não existe modo dele escapar de Deus. Ele é o Deus de Israel, o Deus de Nínive, o
Deus de toda a criação.

Você também pode gostar