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Ironia – É uma figura de linguagem que consiste em utilizar uma palavra ou expressão,
atribuindo-lhe diferente sentido ou significado de acordo com o contexto, sendo de três
modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (satírica).
Retórica – É uma forma de poder, é um modo de persuadir alguém por meio de recursos
retóricos.
- Texto histórico
- Interpretação parabólica
O livro de Jonas pode ser dividido em dois atos principais com duas cenas cada um.
Os atos são divididos pela repetição da comissão de Deus ao profeta em Jonas 1.1,2 e
3.1,2. A maior parte da ação no primeiro ato ocorre no mar sendo duas cenas, uma a bordo
do navio e outra na barriga do peixe. O capítulo 3 e 4 constituem o segundo ato, Jonas
prega o evangelho e Nínive se arrepende, na última cena no leste de Nínive, Jonas se
debate com os desígnios de Deus de julgamento e salvação.
MENSAGEM TEOLÓGICA
Como vimos, Jonas é de muitas maneiras um livro incomum. Uma das características
mis notáveis do livro com relação a sua inserção no Antigo Testamento é a atitude
assumida para com os que estão fora da comunidade da aliança. Certamente a
preocupação que Deus demonstra pelos gentios não é novidade (Gn 21.8-21; 2Rs 5), mas
também não é um tema frequente no Antigo Testamento.
O livro de Jonas aborda de dois modos a misericórdia de Deus com os que estão fora
de Israel. Em primeiro lugar, o livro contrasta os pagãos espiritualmente sensíveis com o
relutante profeta israelita. Em Jonas 1, os marinheiros pagãos tremem diante da colérica
tempestade de Deus enquanto Jonas dorme no porão do navio. Eles se mostram
preocupados em serem considerados por Deus responsáveis pela morte de Jonas, quando
decidem lança-lo ao mar. Na última metade do livro, Jonas prega ao povo de Nínive (3.4),
mas não chega a mencionar o nome de Deus nem a possibilidade de arrependimento. No
entanto, o povo se arrepende (3.5) e o rei, que só ouviu falar da mensagem de Jonas por
terceiros, convoca toda a cidade ao arrependimento (3.7-9). Em segundo lugar, o livro
termina com uma nota que põe em foco os sentimentos de Deus em relação a Nínive,
quando ele retoricamente pergunta a Jonas: “E não hei de eu ter compaixão da grande
cidade de Nínive?”.
Como aponta Childs, contrariando essa linha de raciocínio (OTI, p. 420-21), a missão
de Jonas era chamar um povo teimoso ao arrependimento. A mensagem do profeta sobre
a destruição dependia, em certo sentido, da reação do povo. O melhor entendimento da
relutância e da resultante depressão de Jonas baseia-se na compaixão de Deus não
somente para com uma nação gentia, mas estendida a um poder imperial vicioso e cruel
que constantemente ameaçava a sua pátria. Jonas entendia que Israel merecia mais do que
ver o seu Deus perdoar seus inimigos. O salmista constantemente clama a Deus para
destruir os seus inimigos. Aqui, Deus os perdoa.
Aprendemos, assim, que Deus é o Deus do universo e não apenas de Israel. Essa
mensagem é também realçada de outro modo, e pode ser seguida do exame de outra
Leitwort, “enviar” ou “prover”. Ao longo da narrativa Jonas tenta escapar de Deus, mas
Deus utiliza a sua criação para trazê-lo de volta. Ele envia um grande peixe (Jn 1.17),
uma planta (4.6), um verme (4.7) e um vento calmoso oriental (4.8) para mostrar a Jonas
que não existe modo dele escapar de Deus. Ele é o Deus de Israel, o Deus de Nínive, o
Deus de toda a criação.