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Prelúdio
ADORAÇÃO
SAUDAÇÕES
LEITURA: Salmo 139.1-12 (ARA)
ORAÇÃO
CÂNTICO: “Tu És Soberano”
“Grande é o Senhor”
CONTRIÇÃO
LEITURA: Salmo 130.1-8 (ARA)
ORAÇÃO SILENCIOSA
ORAÇÃO AUDÍVEL
CÂNTICO: “Perdão” (HNC 71)
MENSAGEM
ORAÇÃO POR ILUMINAÇÃO
SERMÃO: Jonas 1.1-17
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INTRODUÇÃO
Você é vocacionado? Qual missão lhe foi atribuída? Você realmente está fazendo a
vontade daquele que lhe chamou? Quais ações, hoje, indicam que você está no caminho que
lhe foi divinamente outorgado?
[TRANSIÇÃO] As Escrituras nos apontam personagens que foram vocacionados por
Deus, todavia andaram fora da rota a qual foram designados. E, nesse sentido, poucos relatos
são tão emblemáticos como o do profeta Jonas.
“A palavra de Deus veio a alguém”, isso significava que algo estava prestes a
acontecer. Alguém iria entrar em ação; algo haveria de ocorrer. Desta vez a palavra de Deus
veio “a Jonas, filho de Amitai” (v.1). Mas quem é Jonas? Não temos muitas informações sobre
este personagem. Sabemos que o seu nome significa “pomba”, apesar de que Dionísio Pape
disse que “gavião teria sido mais apropriado”.
O único trecho que menciona Jonas no A.T., fora seu próprio livro, é o texto de 2Reis
14.25. O qual corrobora com o versículo primeiro de Jonas ao confirmar que é filho de um tal
de Amitai, nome esse que significa “verdade” ou “fidelidade” (Jonas é filho da verdade), e
ainda, o texto de 2Rs 14.25, acrescenta que Jonas é um servo de Deus, natural de Gate-
Héfer, que exercia o ofício de profeta. A única descrição bíblica do exercício de seu ofício
profético foi quando profetizou, durante o reinado de Jeroboão II (786-746 a.C.), que o
SENHOR restabeleceria os limites de Israel. Deste modo, fica evidente que essa não era a
primeira vez que “a palavra do Senhor” havia vindo a Jonas.
Mas, e agora, novamente a palavra do Senhor veio a Jonas. Qual será a missão que
Deus dará ao seu servo? Na primeira vez sua missão foi profetizar bençãos ao seu próprio
povo. Dizer a eles que Deus havia visto suas aflições e que agiria com misericórdia, apesar
de seus muitos pecados, concedendo-lhes sucesso em suas investidas militares para
reestabelecimento dos limites territoriais de Israel. Desta vez a missão não seria tão fácil
quanto a primeira. O segundo verso nos apresenta a missão designada ao profeta.
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Missão: “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a
sua malícia subiu até mim.” (v.2)
A ordem do Senhor dirigida ao profeta foi: “Dispõe-te... vai... clama”. Jonas não
poderia dar a desculpa de que não havia entendido bem o chamado de Deus. Note que esses
três verbos estão no modo imperativo, sendo assim, não são meras sugestões de Deus, mas
ordens que deveriam ser seguidas. A ideia do texto é expressar uma ordem, e uma ordem
urgente. Vá logo para “Nínive e clama contra ela”. Jonas deve ter ficado surpreso com essa
ordem do Senhor. Isso porque, ao contrário de outros profetas, Jonas recebe a incumbência
de deslocar-se até Nínive para anunciar contra ela. É verdade que outros profetas haviam
sido usados para profetizar as nações estrangeiras, como Isaias ao Egito e Ezequiel a Tiro.
Mas, nenhum deles teve de deslocar-se geograficamente até elas. Todavia, pela primeira vez,
o Senhor estava comissionando um profeta para pregar em território estrangeiro.
Pregar contra as nações é uma coisa; pregar contra elas em seu próprio meio é algo
bem diferente. O agravante é que Jonas teria de pregar para pessoas pertencentes a um dos
impérios mais cruéis e violentos dos tempos antigos, o império Assírio. Os quais tinham como
costume, depois de capturar os inimigos, cortar as pernas e um braço, deixando o outro para
poderem cumprimentar a vítima, apertando-lhe a mão com escárnio, enquanto morria. Eles
forçavam os familiares das vítimas a desfilar carregando a cabeça de seus entes queridos
espetados no alto de estacas de madeira. Arrancavam a língua, vazavam os olhos dos
prisioneiros e esticavam seus corpos com cordas para poderem esfolá-los. Aqueles que eram
deixados vivos estavam fadados a suportar formas cruéis e violentas de escravidão. O motivo
do Senhor enviar Jonas para pregar aos ninivitas era porque a “malícia/maldade” havia
subido até o Senhor.
O que o profeta Jonas fez ao receber esta ordem do Senhor?
voltados contra Nínive, e com razões muito boas. Todavia, foi ele e não Nínive que estava
sofrendo dano.
Jonas, possivelmente, tinha o seguinte pensamento: quanto mais longe do território
geográfico de Nínive, mais longe de cumprir a missão de clamar contra ela. Assim, abandona
a terra de Israel e embarca em direção a Társis.
Não é sem propósito que a frase “para Társis”. se repete três vezes. Társis,
provavelmente uma colônia fenícia no sul da Espanha, representava o “fim do mundo”, onde
nem mesmo o Deus de Israel era conhecido. Como está escrito em Isaias “Társis, Pul e Lude
[...] terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha
glória...” (Is 66.19b). Társis ficava no extremo oposto de Nínive. Essa cidade simbolizava o
lugar onde se podia estar a salvo da tarefa, missão de Deus.
“... tendo descido”. O verbo descer aparece três vezes no primeiro capítulo, indicando
o caminho descendente de Jonas: desceu para Jope, desceu para o navio (Jn 1.3), desceu
para o fundo do navio, onde dormia profundamente (Jn 1.5). E, apesar de não aparecer o
verbo descer, ele desceu um pouco mais ao ser lançado ao mar pelos marinheiros (Jn 1.15).
Vejamos alguns resultados da fuga de Jonas.
Resultados da fuga
Com Jonas no navio tudo vai mal. A desobediência de Jonas causou males as
pessoas ao seu redor. Ele mesmo confessou: “... eu sei que, por minha causa, vos
sobreveio esta grande tempestade” (v.12).
É possível que outros barcos estivessem em perigo com a tempestade que o pecado
de Jonas provocou. O pecado estava afetando o profeta fujão, bem como as pessoas
próximas dele.
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Vocação
Missão
Fuga
Resultados da fuga
Confissão destoante de ações. Ah! Como somos confessionais, alguns nem tanto.
Por vezes nossa confissão de fé é contradita por nossa conduta. Nossas omissões, ante o
sofrimento e o mal ao nosso redor, contradizem nossa confissão de que amamos a Deus e
ao nosso próximo. Muitos de nós memorizamos os catecismos, subscrevemos a Confissão
de Fé de Westminster, aderimos ao pensamento reformado e rogamos ter, por assim dizer, a
doutrina correta. Porém, nossas ações não refletem a fé que professamos. É como a frase
que se tornou bordão na minha turma: “Lindo discurso, pena que eu conheço sua vida”.
Intervenção divina: “Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento” (v.4)
Deus usa a sua criação e a natureza para atingir os seus objetivos. Aqui Ele usa
a tempestade para intervir nos planos de fuga de Jonas e colocá-lo novamente na rota correta.
Enquanto os marinheiros suam para salvar vidas, sacrificando, quem sabe, a própria
comida ou os próprios pertences, Jonas dorme despreocupadamente. Enquanto os
marinheiros se dedicam, em espírito solidário, a uma causa em comum, a vida de todos os
integrantes do navio, Jonas se isola egoisticamente, negando-se participar deste esforço
coletivo. Enquanto os marinheiros clamam cada qual a seu deus, expressando assim seu
fervor religioso, Jonas passa vergonha, por ser necessário que um gentio o lembre de seus
deveres religiosos. Em todo caso, é verdadeiramente surpreendente que os gentios são bem
mais religiosos que Jonas.
O capelão do navio, semelhante ao que o nosso capelão fará daqui a pouco, chamou
todos para reunião de oração. O interessante é que, quando abordou Jonas, o capitão usou
as mesmas palavras que Deus havia usada ao dar a missão a Jonas, “Levanta-te, invoca ao
teu Deus” (v.6). Parece que Deus se serve do capitão/capelão do navio para lembrar o profeta
de sua tarefa e de seus deveres. O Deus de Israel fala através da boca de um não-israelita
palavras que lembrariam Jonas de sua missão. Todos esses pontos não são coincidências,
mas sim o agir soberano de Deus.
Por fim, Deus usa o Grande peixe como meio de colocar Jonas na rota correta da
missão. Deus soberanamente preparou e forneceu os meios para a realização de seu
propósito. O peixe foi o meio de salvação, não de maldição. Obviamente, o peixe salvou a
vida do profeta quando o engoliu; depois o vomitou colocando-o na rota para Nínive.
Intervenção divina:
Deus não deixa que seus filhos pequem em paz, ou ainda, que fujam em paz.
Não se pode escapar de Deus. Ninguém pode se colocar contra a sua vontade e
prevalecer. Ninguém consegue frustrar os Seus desígnios (Jó 42.3). Por mais que tentemos
fugir de Deus e da vocação que Ele nos deu, não conseguiremos. O Senhor nos perseguirá e
nos fará dobrar-se ao seu propósito soberano.
A intervenção divina se dá, muitas vezes, através de meios tempestuosos. Quantos
de nós, no mar revolto da pandemia, não pensou em desistir da vocação? Quantos de nós,
nesse período, teve uma ressignificação da vocação?
[Ilustração] Período difícil da pandemia e a graça de Deus.
Deus não envia tempestades para nos destruir, mas para fazer-nos retornar ao
caminho certo. As tempestades de Deus são pedagógicas, elas nos tomam pela mão e nos
colocam na rota correta.
MISSÃO
O que Deus quer fazer agora através de nós? Creio eu que Ele quer que clamemos
contra toda malícia, maldade. Quer que não façamos acepção de pessoas, mas que
preguemos para todos. Deus quer que recordemos que Ele se preocupa com as nações; que
Ele é soberano sobre nossa vocação.
Eu não sei em que fase da fuga você se encontra neste momento. Se já chegou a
Jope, se já comprou a passagem e embarcou no navio para Társis, ou se está no fundo do
mar. O que eu sei é que Cristo é o Bom Pastor, o qual não perde nenhuma de suas ovelhas,
ante as resgata do mais fundo poço.
Recordo-me de um discípulo de Cristo que havia voltado a exercer seu antigo trabalho,
deixando sua vocação ministerial. Cristo foi até ele e indagou três vezes: Tu me amas? Então
apascenta as minhas ovelhas.
Que o Senhor nos auxilie a demonstrar nosso amor a Ele pastoreando suas ovelhas e
as encaminhando ao verdadeiro e Bom Pastor. Amém
CONSAGRAÇÃO
ORAÇÃO