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JACSON ENILSON RODRIGUES PENO

DEUS, A CRIAÇÃO, SEU POVO ELEITO E A PROMESSA DO MESSIAS.

Resenha apresentada para cumprir as


exigências da disciplina de Antigo
Testamento, do curso de Bacharelado em
Teologia, ministrada pela professora Marivete
Zanoni Kunz.

FACULDADE BATISTA PIONEIRA


IJUÍ/RS
ABRIL 2020
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DEUS, A CRIAÇÃO, SEU POVO ELEITO E A PROMESSA DO MESSIAS.


RENDTORFF, Rolf. A formação do Antigo
Testamento. São Leopoldo: Sinodal,
1983. 48 p.
A editora Sinodal trás a tradução desta obra com objetivo de mostrar de forma
sucinta a formação do Antigo Testamento como conhecemos hoje. Seu autor, Rolf Rendtorff
estudou Teologia nas universidades de Kiel, Göttingen e Heidelberg, na Alemanha, possui
doutorado em Antigo Testamento e também foi professor, era especialista nas escrituras
judaicas e Pentateuco. Durante sua vida destacou-se principalmente por sua contribuição ao
debate sobre as origens do Pentateuco. O autor resume em seis capítulos como o Antigo
Testamento se desenvolveu ao longo da história e como o agir de Deus com seu povo se
desenvolvia dentro desta história. Ao final faz a ligação entre o Antigo e Novo Testamento
como o povo de Deus em todas as nações.
O autor incialmente contextualiza a formação do Pentateuco, os cinco primeiros
livros que tratam da criação, a história dos patriarcas, o desenrolar da história do povo
escolhido de Deus desde a saída do Egito até a conquista da terra prometida. Conclui que a
autoria do Pentateuco é composta pela compilação de autor Javista, – por sempre usar o nome
hebraico de Deus (Javé) em suas exposições - por Elohista, onde seus escritos são
suplementos acrescentados na obra javista, o escrito Sacerdotal onde descrevia os assuntos
sacerdotais e cultuais e por último o Deuteronomista, que teria juntado e redigido as tradições
que encontrou de acordo com determinados pontos de vista.
Apresenta o livro de Deuteronômio como uma coleção de leis, a narração da morte
de Moisés, concluindo que o tema central do livro é mostrar a adoração única ao Deus em um
único lugar de culto, e suas diretrizes seriam seguidas por Josué perpetuando até o livro de II
Reis.
Rolf trata no capítulo seguinte sobre os profetas, onde coloca o livro de Josué até II
Reis como a primeira parte do cânone profético baseado na tradição judaica, que atribuía estes
livros a autores que eram considerados profetas – Josué, Samuel e Jeremias. Após seguem-se
os livros proféticos propriamente ditos, onde esses livros abrangeram um espaço de tempo de
diversos séculos. Os profetas atuaram durante o período político entre os diversos reinados do
povo de Israel, mas mesmo após o fim deste período, onde se iniciou o exílio do povo
escolhido, a atividade profética continuou com Ezequiel no exilio babilônico. O livro de Isaías
é uma coleção de diversos escritos proféticos. Obadias vem depois da destruição de
Jerusalém. Os profetas continuariam aparecendo mesmo após o período do exílio, com Ageu
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na reconstrução do templo, Zacarias na pregação da palavra, Malaquias, Joel e Jonas também


são pós-exílio. A tarefa básica do profeta é anunciar um agir futuro de Deus através do qual
este impõe sua vontade. Pode significar salvação ou desgraça, por isso se consiste em
promessa ou ameaça. Corresponde ao caráter do ministério profético o fato de que ele próprio
se encontra inteiramente em segundo plano, mas aparece de vez em quando em cena.
Ao tratar do livro de Salmos, o autor informa que o que temos hoje no cânone seria
apenas uma pequena parte de todos os salmos existentes das mais diversas épocas da história
do povo de Israel. Sua metodologia para chegar a essa conclusão se baseia na mesma forma
como foi composta o hinário cristão, cuja composição como a temos hoje é resultado de uma
longa história do hino eclesiástico baseado em hinários e coleções de cânticos mais antigos.
Trata o restante do A.T. como os escritos restantes, onde está Provérbios com sua
sabedoria da natureza e vida. Após segue-se uma coleção de cinco livros menores: Rute,
Cantares, Eclesiastes, Lamentações e Ester. Representam “rolos de festas”, que eram lidos por
ocasião das cinco principais festas judaicas: Rute, na festa das cinco semanas (colheita);
Cantares, na Páscoa judaica; Eclesiastes, na festa dos Tabernáculos; Lamentações, no jejum
observado em memória a destruição de Jerusalém; Ester, na festa do Purim. As Lamentações
são uma coleção de cinco poemas independentes que lamentam todos eles, o destino de
Jerusalém em 598 ou 587 a.C. Daniel teria sido escrito quando a coleção dos proféticos já
estava encerrada, razão por que não mais foi aceito nela. Crônicas, Esdras e Neemias formam,
nesta sequência, uma obra historiográfica coerente, a “cronística”, que encerra o cânone do
AT.
Na leitura do A.T. depara-se com dificuldades em seu entendimento, ao se encontrar
com contradições ou fatos supostamente estranhos ao entendimento humano. Desta forma a
obra de Rolf apresenta de forma sucinta a história da formação do A.T., com a preocupação
de mostrar a veracidade dos livros, como foram escritos ao longo da história e como ainda se
faz necessário sua leitura e aplicação para nossos dias, não sendo anulado com a chegada ao
Novo Testamento, pois como testemunho da revelação histórica de Deus formam uma união
indissolúvel. Faz-se necessária uma nova revisão ortográfica, bem como a inclusão de
glossário e mapas da história de Israel. A organização cronológica segue os escritos bíblicos,
uma linguagem simples e de fácil entendimento. A obra é recomendável a todos que tenham
interesse em conhecer a formação do Antigo Testamento.

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