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No Senhor
Rev. Cristiano Ribeiro do Nascimento
Pastor da IEC Kairós
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SUMÁRIO
O AMOR FRATERNAL..................................................................26
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LIÇÃO 01 ESTRUTURA, FORMATO E TRADUÇÕES
TEXTO BASE: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o
nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela
consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4)
❶ O ANTIGO TESTAMENTO
Testamento vem do grego “diatheke” e significa aliança ou
concerto.
O termo Antigo Testamento foi usado pela primeira vez por
Tertuliano e Orígenes. A expressão "Antigo Testamento" surgiu no II
século d.C., tendo sido divulgada dessa forma pelos chamados "pais
latinos da Igreja", quando procuravam diferenciar as Escrituras hebraicas
(os textos sagrados dos judeus, que até aquela época eram denominadas
simplesmente de "Escrituras"), dos escritos que os apóstolos e discípulos
de Jesus passaram a escrever que foram denominados de as "Escrituras
gregas".
Foi escrito originalmente em hebraico, com alguns trechos em
aramaico e em persa. Divide-se basicamente em quatro grupos de livros:
Lei, História, Poesia e Profecia.
a) Lei - São 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio.
Mais conhecidos como Pentateuco, esses livros tratam da origem de
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todas as coisas, da lei e do estabelecimento da nação israelita.
b) História - São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de
Israel em seus diversos períodos, principalmente a Teocracia (governo de
Deus, sob os Juízes); a Monarquia (governo de um único rei, sob Saul,
Davi e Salomão); Divisão dos reinos de Judá e Israel, sendo Israel levado
cativo para a Assíria e Judá para a Babilônia; Pós-cativeiro (sob Zorobabel,
Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas).
c) Poesia - São cinco livros, de Jó a Cantares de Salomão. O nome poético
deve-se ao gênero de seu conteúdo, não significa que sejam fantasiosos e
ficticios.
d) Profecia - São 17 livros, de Isaías a Malaquias. São classificados em
Profetas Maiores (5 livros, de Isaías a Daniel) e Profetas Menores (12
livros, de Oséias a Malaquias). O nome Profeta Maiores ou Menores não
tem nada a ver com o mérito ou notoriedade do profeta, mas,
principalmente, com a extensão do livro ou do ministério profético.
❷ NOVO TESTAMENTO
Logo depois da ressurreição de Cristo, aqueles que foram
testemunhas oculares de sua glória saíram pregando o Evangelho, a
todos os lugares. Isso era feito verbalmente. Com o passar dos anos,
surgiu à necessidade de registrar aquilo que ensinavam. Foi aí que os
livros do Novo Testamento começaram a ser escritos. É bom lembrar que,
enquanto o Antigo Testamento levou cerca de 1046 anos para ser escrito,
o Novo Testamento o foi escrito em menos de 100 anos.
O Novo Testamento tem 27 livros. Foi escrito em grego popular,
conhecido como Koiné. Os livros são classificados em quatro grupos,
conforme o assunto, ou seja: Biografia, História, Epístolas e Profecia.
a) Biografia - São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena de
Jesus e seu ministério. Os três primeiros Evangelhos são chamados de
Sinópticos devido ao paralelismo existente entre eles. Os Evangelhos são
os livros mais importantes da Bíblia. Os demais livros são uma preparação
para a vinda de Cristo ou uma explicação sobre a doutrina de Cristo.
b) História - É o livro de Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja.
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c) Epístolas - São 21 cartas, e vão de Romanos a Judas. Elas contêm a
doutrina da Igreja. Podem ser classificadas da seguinte forma: (I) Nove
são dirigidas as igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses); (II) Quatro são
dirigidas a indivíduos (1[ e 2ª Timóteo, Tito e Filemon); (III) Oito são
dirigidas a todos indistintamente (Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3
João e Judas). Estas são também chamadas universais, ou gerais.
d) Profecia - Trata-se do livro de Apocalipse ou Revelação. Esse Livro
aborda os eventos finais referentes ao universo, a terra, a igreja e ao
destino da humanidade.
Os livros, na Bíblia, não seguem uma ordem cronológica, pois são
agrupados conforme o assunto que abordam.
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Os trechos do Antigo Testamento escritos em aramaico são: Ed
4.8 a 6.18;7.12-26; Dn 2.4 a 7.28 e Jr 10.11.
O aramaico foi o idioma falado em Arã ou Síria e em grande
parte da Arábia Pétrea. Essa língua influiu profundamente sobre o
hebraico principalmente durante o cativeiro de Judá na Babilônia (587
a. C.). A influência do aramaico foi tão grande que ao voltar do
cativeiro o povo tinha essa língua como vernácula. No Novo Testamento
o aramaico já era bem conhecido, e foi à língua mais usada por Jesus e
seus discípulos. Jesus conhecia também o hebraico, pois leu as
Escrituras escritas nessalíngua.
b) O Novo Testamento - Foi escrito em grego. O grego do Novo
Testamento não é a língua erudita, mas uma versão popular, chamada
deKoiné.
Por ocasião do ministério terreno de Cristo, a língua sagrada dos
judeus era o hebraico; a falada, o aramaico; a língua oficial, o latim; a
universal, o grego.
Versões da bíblia
Versão João Ferreira de Almeida - Foi ministro do Evangelho da Igreja
Reforma Holandesa, em Batávia. Almeida traduziu primeiro o Novo
Testamento, terminando-o em 1670. Ele traduziu o Antigo Testamento
até Ezequiel 48.21, quando faleceu em 1691. Missionários amigos seus
completaram a tradução.
O texto de Almeida foi revisado em 1894 e 1925. Em 1951, a
Imprensa Bíblica Brasileira (Organização Batista Independente) publicou
a Edição Revista Corrigida”, abreviadamente ARC.
Uma comissão de especialistas brasileiros, trabalhando de 1945 a
1955 apresentou ultimamente a “Edição Revista Atualizada de Almeida
(ARA). Trata-se de uma obra com melhor linguagem e melhor tradução.
Além dessas há uma nova versão conhecida como
NAA – Nova Almeida Atualizada.
Nova Versão Internacional (NVI) - A Bíblia Nova Versão
Internacional (Bíblia NVI) foi realizada pela Sociedade Bíblica
Internacional e tem como seus objetivos principais, a clareza, a fidelidade
e a beleza de estilo. É a tradução intermediária entre a clássica Almeida e
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as traduções mais populares da Bíblia Sagrada.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) - É uma tradução da
Bíblia em linguagem moderna e inteligível em Língua Portuguesa. Foi
lançada no ano 2000 pela Sociedade Bíblica do Brasil. Pela linguagem
mais simples e coloquial, a NTLH é voltada às pessoas que ainda não
tiveram ou que tiveram pouco contato com a leitura bíblica clássica. É
bastante criticada, por ter uma grande diferença em relação às traduções
mais clássicas.
CONCLUSÃO
A bíblia sagrada é a palavra de Deus de Gênesis a Apocalipse, é a
revelação de Deus a humanidade. Palavra infalível que produz vida,
ilumina, liberta, santifica e mostra a vontade de Deus para a nossa vida.
Devemos buscar conhecer as Escrituras sagradas, pois sem elas
estaríamos às cegas. Como disse o salmista “Lâmpada para os meus pés é
a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Sl 119.105).
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LIÇÃO 02 ORIGEM E INSPIRAÇÃO
TEXTO BASE: “porque nunca jamais qualquer profecia foi
dada por vontade humana; entretanto, homens [santos]
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo ”
(2Pe 1.21)
❷ INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO
A inspiração do Antigo Testamento é respaldada por várias
passagens que destacam a comunicação direta de Deus aos profetas, que
eram considerados mensageiros do Senhor, escolhidos e capacitados por
Ele para transmitir Sua mensagem. Alguns recebiam na forma de sonhos
(Gn 37.5); outros, por visões (Dn 7.2); alguns, por voz audível (1 Sm 3.4)
ou por uma voz interior (Os 1; J I 1). Outros recebiam revelações de anjos
(Gn 19), e alguns por intermédio de milagres (Ex 3; Jz 6). Deus ainda falava
com outras pessoas enquanto estas meditavam sobre a sua revelação na
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natureza (SI 19). Seja qual for o meio, como declara o livro de Hebreus:
“Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas
maneiras” (Hb 1.1). Seu compromisso era comunicar precisamente o que
Deus instruía, sem acréscimos ou omissões.
A natureza profética dos autores garante que o registro escrito
das mensagens era exatamente o que Deus desejava comunicar à
humanidade. Mesmo aqueles não explicitamente chamados de
"profetas" eram reconhecidos como porta-vozes de Deus, como no caso
de reis como Davi e legisladores como Moisés.
Expressões como "assim diz o Senhor" ou variações semelhantes
ocorrem freqüentemente na Bíblia, indicando que o autor está falando
em nome de Deus. Isso ocorre em diversas passagens, evidenciando a
clareza da fonte original da mensagem.
Além disso, a Bíblia se autodenomina a "Palavra de Deus" em
várias passagens, como Mt 15.6. E, assim, vocês invalidam a palavra de
Deus, por causa da tradição de vocês. Rm 3.2. Principalmente porque aos
judeus foram confiados os oráculos de Deus e 1 Pe 1.23. Porque vocês
foram regenerados não de semente corruptivel, mas de semente
incorruptivel, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
Reivindicando assim autoridade divina, sendo indestrutivel, infalível e
suficiente para a fé e prática.
A abrangência da autoridade divina da Bíblia inclui todos os seus
conteúdos, palavras, tempos verbais e até a menor particula de uma
palavra. Apesar de não ser ditada mecanicamente, a Bíblia afirma que
Deus supervisionou sobrenaturalmente o processo de composição,
garantindo a perfeição do resultado. Isso é respaldado pela afirmação de
que Deus é a fonte de cada palavra das Escrituras.
Inspiração e revelação bíblica:
“Toda escritura é divinamente inspirada” (2Tm 3.16) declara
Paulo. Mas o que é inspiração? Literalmente significa “Sopro”. Assim
define Webster a inspiração: “A influência sobrenatural do Espírito de
Deus sobre a mente humana, pela qual os profetas, apóstolos e escritores
sacros foram habilitados para exporem a verdade divina sem nenhuma
mistura de erro”.
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Revelação - O termo significa “tirar o véu” é mostrar algo que
estava encoberto. Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer
ao escritor coisas desconhecida, o que o homem, por si só, não podia
saber. Exemplo: O relato da criação (Gn 1,2).
Inspiração – O termo vem do latim inspiro que significa “soprar
para dentro”. Inspiração significa que Deus soprou para dentro do autor
bíblico a Sua verdade.
Então revelar é mostrar e inspiração é a influência no registrar do fato.
A Bíblia estabelece claramente que a revelação e inspiração
ocorrem na Palavra escrita, nas Escrituras, e não apenas nas idéias ou nos
autores. Referências como "Escrituras reveladas ou divinamente
inspiradas", "palavras", "livro" e outras indicam que o enfoque está nas
palavras específicas escolhidas por Deus. O Novo Testamento confere
autoridade ao Antigo utilizando freqüentemente a expressão "está
escrito", ressaltando que as palavras são provenientes "da boca de
Deus".
Ênfase nos Detalhes Verbais e Temporais
A precisão das palavras é crucial, como evidenciado por
passagens como Jeremias 26.2. Assim diz o Senhor: Fique no átrio da Casa
do Senhor e diga ao povo de todas as cidades de Judá que vem adorar na
Casa do Senhor todas as palavras que ordenei que você lhes dissesse. Não
omita nem uma palavra sequer. Até os tempos verbais são enfatizados,
como em Mateus 22.31,32. “Quanto à ressurreição dos mortos, vocês
nunca leram o que Deus disse a vocês: sou o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó”? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.
Mostrando a importância de cada detalhe. A inspiração abrange desde as
palavras até as letras e até mesmo particulas mínimas das palavras.
Limitações da Inspiração
A inspiração não garante que todas as partes de uma parábola
transmitam verdade, que tudo na Bíblia seja literalmente verdadeiro, ou
que todas as afirmações sejam tecnicamente precisas pelos padrões
modernos. Há reconhecimento de hipérboles, perspectivas específicas e
diversidade de formas de expressão. A compreensão da inspiração
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envolve considerar os fenômenos das Escrituras, como números
arredondados, hipérboles e figuras de linguagem. Os dados da Bíblia
devem ser interpretados à luz desses fenômenos, reconhecendo que
tudo o que a Bíblia afirma é verdadeiro, mas o significado da verdade
deve ser compreendido considerando esses elementos.
Grau de Inspiração Bíblica – Igualdade
Não há diferentes graus de inspiração na Bíblia; tudo o que ela
afirma ou implica é igualmente inspirado, pois provém diretamente de
Deus. A verdade é absoluta e não pode ser graduada. Apesar disso, há
diferenças na importância das informações apresentadas.
Definição Bíblica de Inspiração
1 - Origem Divina: A fonte última da Bíblia é Deus, que a "soprou" ou
inspirou.
2 - Transmissão por Meio de Homens: A Bíblia chegou até nós por meio
de homens, embora tenha uma origem divina. Deus inspirou os autores,
respeitando suas personalidades e culturas. O processo de inspiração
não envolve Deus falando para o vazio, mas sim autores humanos
ativamente envolvidos na pesquisa histórica, reflexão teológica e
composição literária. A Escritura é considerada a Palavra de Deus e, ao
mesmo tempo, as palavras de seres humanos. Os autores humanos
expressaram suas personalidades, ênfases teológicas e estilos literários.
3 - Autoridade Escrita: A inspiração se relaciona com o texto escrito, as
Sagradas Escrituras (grapha), e não idéias ou pessoas inspiradas. A
expressão "está escrito" destaca a autoridade do texto diante do povo de
Deus.
4 - Autoridade no Texto Autográfico: A autoridade divina da Bíblia reside
no texto original, e qualquer erro nas cópias não pode ser atribuído ao
texto original.
5 - Inerrância do Texto Original: O texto original da Bíblia, sendo soprado
por Deus, é isento de erros. As cópias são inspiradas na medida em que
são precisas.
6 - Autoridade Final: A Bíblia é a autoridade final, acima de qualquer
ensinamento humano. Ela é a instância final em todas as questões que
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afirma ou implica.
7 - Canonicidade Limitada: A autoridade divina é exclusiva aos sessenta e
seis livros canônicos do cânon protestante; nenhuma outra fonte se
equipara ou sobrepuja as Escrituras.
Esses elementos constituem a base para a compreensão
evangélica da inspiração bíblica, enfatizando a igualdade na inspiração de
todas as partes da Bíblia e sua autoridade única e final.
Falsas teorias da inspiração da bíblia
a) Teoria da inspiração natural humana - Ensina que a Bíblia foi escrita
por homens com talento especial, nivelados a outros gênios da literatura.
REFUTAÇÃO: Essa teoria nega a influência sobrenatural, trazendo sérios
prejuízos para a fé. Os escritores da Bíblia afirmam que foi Deus quem
falou através deles (2 Sm 23.2; At 1.16; Jr 1.9; Ed 1.1; Ez 3.16-17; At 28.25).
b) Teoria da inspiração divina comum - Nivela a inspiração da Bíblia
àquela que hoje sentimos quando oramos, pregamos, cantamos,
ensinamos.
REFUTAÇÃO: Isso é errado porque a inspiração que hoje sentimos não é
completa como a que veio aos escritores bíblicos. Além disso, os
escritores recebiam essa inspiração de forma momentânea e específica
para o cumprimento de uma missão divina. Em diversos momentos
vemos a expressão veio sobre mim à palavra do Senhor, indicando uma
inspiração momentânea. É o que chamamos de inspiração especial.
c) Teoria da inspiração parcial - Ensina que somente algumas partes da
Bíblia são inspiradas. Segundo essa teoria, a Bíblia não é a Palavra de
Deus, apenas contém a Palavra de Deus.
REFUTAÇÃO: Se isso fosse verdade, como poderíamos saber quais as
partes que são inspiradas? II Timóteo diz que “Toda Escritura é inspirada
por Deus e útil para o ensino...”. Veja também em Jó 16.12; Mc 7.13; Ap
22.18-19.
d) Teoria do ditado verbal - Teoria que defende a opinião de que os
escritores bíblicos foram instrumentos passivos nas mãos de Deus
redigindo exatamente as palavras de Deus (a exemplo dos Dez
Mandamentos), não podendo ser levado em consideração a experiência
pessoal acerca do que se escrevia.
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REFUTAÇÃO: Faz dos escritores uma espécie de máquina que registra as
palavras ditadas por Deus sem usar o raciocínio próprio. Lucas, por
exemplo, fez extensa pesquisa sobre Jesus antes de escrever o Evangelho
(Lc 1.4).
e) Teoria da inspiração das idéias - Faz o contrário da anterior, ensinando
que Deus inspirou somente as idéias, deixando as palavras a cargo dos
escritores.
REFUTAÇÃO: Também não é verdadeira porque em inúmeros momentos
Deus colocou as palavras certas na mente dos escritores bíblicos (2 Pe
1.21; Hb 1.1; 1 Co 2.13; Ap 22.19).
TEORIA CORRETA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal - Ensina que todas as partes da
Bíblia foram igualmente inspiradas por Deus, e que houve cooperação
entre os escritores e o Espírito Santo que os capacitava. Eles escreveram a
Bíblia com palavras de seu vocabulário, mas sob poderosa influência do
Espírito Santo, e o que eles escreveram é a Palavra de Deus.
Provas da inspiração bíblica
a) Harmonia - Somente a palavra milagre explica esse acontecimento.
São 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um período de
16 séculos. A maioria desses homens não se conheceu. Viveram em
lugares distantes, falando línguas diferentes. Muitas vezes nada sabiam
do que já estava escrito, mas registram a mais pura mensagem vinda
diretamente da mente de Deus;
b) Confiabilidade - As profecias bíblicas (no sentido preditivo) se
cumpriram fielmente. Isso demonstra sua origem divina. O que Deus
disse se sucederá (Jr 1.12);
c) Contextualidade – Mesmo sendo um livro antigo a bíblia nunca fica
ultrapassada. Sua mensagem continua atual. Quando a ciência descobriu
que a terra era redonda a bíblia já dizia que o Senhor estava assentado na
redondeza da terra (Is 40.22);
d) Influenciadora – Não dá para negar que muitas vidas e até nações
foram transformadas quando passaram a meditar nas escrituras. É
inegável o sentimento de bem estar que ela produz. Ela tem sempre uma
mensagem que pode mudar o nosso estado;
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e) Foi aprovada por Jesus - Ele a leu (Lc 4.16-20); ensinou (Lc 24.27);
chamou-a de A Palavra de Deus” (Mc 7.13); cumpriu-a (Lc 24.44). Jesus
também afirmou que as Escrituras são a verdade (Jo 17.17).
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CONCLUSÃO
A Bíblia é o único livro na história da humanidade que revela a
Deus, ou ainda, que é a palavra do próprio Deus. Todas as demais obras
não conseguem provar por si próprio que tem como autor o Senhor de
todo o Universo. Somente a Bíblia conta a maior história de amor, jamais
revelada de outra forma, a não ser a do Senhor Jesus Cristo, para salvação
da humanidade. Somente a mensagem da Bíblia é capaz, na direção do
Espírito Santo, conduzir o homem em todas as áreas de sua vida: “Bem-
aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios... antes
tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl
1.1,2).
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LIÇÃO 03 CARACTERISTICAS DA BÍBLIA
TEXTO BASE: “Achadas as tuas palavras, logo as comi;
as tuas palavras me foram gozo e alegria para o
coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó Senhor,
Deus dos Exércitos” (Jr 15.16)
❶ A INFALIBILIDADE
O conceito da infalibilidade da Bíblia, embora a palavra em si não
seja explicitamente utilizada nas Escrituras, é fundamentado em
afirmações contidas no texto sagrado. Jesus afirmou categoricamente
que "a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10.35). A garantia divina da
eficácia da Palavra também é destacada por Deus através do profeta
Isaías, assegurando que Sua palavra cumprirá o propósito para o qual foi
enviada, não retornando vazia (Is 55.11).
A afirmação de Paulo sobre a Palavra de Deus como "os oráculos
de Deus" (Rm 3.2, BJ) reforça a sua natureza infalível. Embora a Bíblia não
utilize explicitamente o termo "infalível" para descrever a si mesma, as
declarações de Jesus, os ensinamentos dos profetas e as referências
apostólicas indicam claramente a confiança na incorruptibilidade e na
eficácia da Palavra divina.
Portanto, a infalibilidade da Bíblia é sustentada por essas
afirmações, destacando a confiança inabalável na sua autoridade e na
realização do propósito divino através dela. Este entendimento é crucial
para a nutrição espiritual e o crescimento da igreja, pois proporciona uma
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base sólida e inabalável para a fé e prática cristãs.
A INDESTRUTIBILIDADE
A indestrutibilidade da Bíblia é enfatizada por Jesus, que declarou
que nem um "jota" ou "til" da lei será omitido até que tudo seja cumprido
(Mt 5.17,18), indicando sua durabilidade além da existência do céu e da
terra. Isaías reforça essa idéia ao afirmar que, enquanto a erva seca e as
flores caem, a palavra de Deus permanece eternamente (Is 40.8). O
salmista também testifica que a palavra do Senhor permanece no céu
para sempre (SI 119.89).
A história da Bíblia é marcada por sua resistência diante de
adversidades. Mesmo enfrentando proibições, queimas e proibições, a
Bíblia continua sendo o livro mais vendido de todos os tempos. Este
testemunho histórico reforça a convicção de que a Palavra de Deus é
verdadeiramente indestrutivel, resistindo a todas as tentativas de
suprimi-la.
❸ A INFATIGABILIDADE
A infatigabilidade da Bíblia é destacada pela sua natureza
incansável e poder penetrante. Hebreus descreve a Palavra de Deus
como viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois
gumes, capaz de discernir pensamentos e intenções do coração (Hb
4.12). Jeremias a compara a fogo e um martelo que quebra a penha (Jr
23.29), indicando seu impacto transformador.
O poder incansável das Escrituras é uma extensão do Deus
infinito, cuja força inesgotável se manifesta em Sua Palavra infalível. As
armas espirituais, incluindo a "espada do Espírito, que é a palavra de
Deus" (Ef 6.17), são poderosas em Deus para destruir fortalezas (2 Co
10.4). Agradecemos incessantemente a Deus pelo impacto da Sua
Palavra naqueles que a recebem não como palavra humana, mas como
Palavra divina operante naqueles que crêem (1 Ts 2.13).
Portanto, a Bíblia é uma fonte inesgotável de poder espiritual,
sendo comparada à semente incorruptivel que regenera e permanece
para sempre (1 Pe 1.23).
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❹ A INERRÂNCIA
A inerrância da Bíblia é fundamentada na firme ligação com o
Deus que é a própria Palavra. Cada membro da Trindade Divina
contribui para este atributo, resultando em três argumentos distintos
que afirmam a ausência de erros na Escritura. Essa inerrância é uma
característica intrínseca da natureza divina da Bíblia, garantindo a
confiabilidade e perfeição de sua mensagem.
O argumento da inerrância da Bíblia é sustentado por três
perspectivas, cada uma relacionada a um membro da Trindade.
Argumento a partir de Deus, o Pai: Deus é incapaz de errar, conforme
afirmado na Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus. Portanto, a Bíblia não
pode errar. As Escrituras enfatizam a imutabilidade de Deus e Sua
incapacidade de mentir, garantindo a confiabilidade da Bíblia como Sua
Palavra.
Argumento a partir de Deus, o Filho: Se Jesus é o Filho de Deus, então a
Bíblia é a Palavra de Deus e não pode errar. A Bíblia ensina que Jesus é o
Filho de Deus. Logo, a Bíblia é a Palavra de Deus e é inerrante. Este
argumento destaca a autoridade divina de Cristo como base para a
inerrância das Escrituras.
Argumento a partir de Deus, o Espírito Santo: A terceira pessoa da
Trindade, o Espírito Santo, é chamada de "Espírito da Verdade". A Bíblia é
uma expressão do Espírito da Verdade. Portanto, a Bíblia não pode estar
em erro. O Espírito Santo inspirou os autores das Escrituras, e, como a
Fonte da verdade, Sua expressão na Bíblia é livre de erros.
Esses argumentos reforçam a inerrância da Bíblia como uma
característica intrínseca de sua natureza divina, refletindo a verdade
absoluta de Deus.
A objeção extraída da natureza humana da Bíblia é abordada e
refutada da seguinte maneira:
A objeção apresenta: A Bíblia contém palavras de homens. Homens
erram. Logo, a Bíblia também erra.
Refutação: A conclusão é inválida, pois os homens não erram o tempo
todo. Mesmo sem auxílio divino especial, os humanos podem evitar
erros. Autores das Sagradas Escrituras contaram com o auxílio divino.
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Outro formato da objeção: A Bíblia é um livro humano. Os homens
podem errar. Logo, a Bíblia pode errar.
Falácia no argumento: Este formato não nega efetivamente a inerrância
da Bíblia. No máximo, mostra que a Bíblia pode errar, mas não que ela
realmente erra. A distinção crucial é feita ao afirmar que, na medida em
que a Bíblia é a Palavra de Deus, ela não pode errar.
Distinção importante: A Bíblia, sendo a expressão de homens, poderia
errar, mas não o faz. A Bíblia é inerrante no sentido mais firme como a
Palavra de Deus. A natureza dual de Cristo e da Bíblia permite essa
distinção entre inerrância no sentido firme e no sentido frágil.
Assim, a inerrância da Bíblia é defendida, considerando tanto sua
natureza divina quanto humana, e a capacidade de evitar erros é
sustentada pelo auxílio divino e pela dualidade presente na Palavra de
Deus.
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CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é o único manual do crente. Os manuais
existem para orientar as pessoas sobre os procedimentos corretos em
determinadas ocasiões. Dessa forma, a Bíblia nos ensina a servir ao
Senhor, a empregar bem as orientações deixadas por Deus para uma
vida feliz e para a correta realização de Sua obra. É também a Bíblia
que nos mostra o caminho da salvação, da santificação e da vida
eterna. A eficiência no uso da palavra vem do exercício constante, da
prática (1 Pe 2.9, 3.15; Ef 2.10; 2 Tm 2.15; Is 34.16; 55.11; Sl 119.130).
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LIÇÃO 04 O CANON BÍBLICO
TEXTO BASE: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e
útil para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para
toda boa obra” (2Tm 3.16,17).
❶ APÓCRIFOS CATÓLICOS-ROMANOS
O debate em torno dos livros apócrifos envolve uma lista de obras
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literárias consideradas canônicas pelos católicos.
Lista desses livros apócrifos:
1 - Sabedoria de Salomão (c. 30 a.C.) - Livro da Sabedoria. 2 - Eclesiástico
(Siraque, 132 a.C.) – Siraque. 3 - Tobias (c. 200 a.C.) – Tobias. 4 - Judite (c.
150 a.C.) – Judite. 5 - 1 Esdras (c. 150-100 a.C.) - 3 Esdras. 6 - 1 Macabeus
(c. 110 a.C.) - 1 Macabeus 7 - 2 Macabeus (c. 110-170 a.C.) - 2 Macabeus. 8
- Baruque (c. 150-50 a.C.) - Baruque 1—5. 9 - Carta de Jeremias (c. 300-
100 a.C.) - Baruque 6. 10 - 2 Esdras (c. 100 d.C.) - 4 Esdras*. 11 -
Acréscimos a Ester (140-130 a.C.) - Ester 10.4-16.24. 12 - Oração de
Azarias (século I a.C.) - Daniel 3.24-90 (Cântico dos Três Jovens). 13 -
Susana (século I ou II a.C.) - Daniel 13. 14 - Bel e o Dragão (c. 100 a.C.) -
Daniel 14. 15 - Oração de Manassés (séculos I-II a.C.) - Oração de
Manasses*
Estes livros foram considerados canônicos no Concílio de Trento.
Apesar de o cânon católico romano possuir onze livros a mais que a Bíblia
protestante, apenas sete livros a mais são evidentes no índice das Bíblias
católicas. Os quatro livros ou obras literárias adicionais não aparecem nos
índices, mas estão integrados em outros livros, como os Acréscimos a
Ester, a Oração de Azarias, Susana, e Bel e o Dragão.
Argumentos contra a canonicidade desses livros
O cânon judaico-protestante do Antigo Testamento, composto
por trinta e nove livros, é considerado o verdadeiro cânon. Os judeus da
Palestina, representantes da ortodoxia judaica, reconheceram esse
cânon como o verdadeiro, o mesmo utilizado por Jesus, Joséfo e
Jerônimo, além de muitos Pais da igreja antiga.
O verdadeiro teste de canonicidade é a "profeticidade", onde
apenas os livros escritos por profetas ou seus representantes autorizados
são considerados inspirados. A formação do cânon envolveu a
confirmação imediata pelos contemporâneos, evidenciada pelas
citações e aceitação dos livros ao longo do tempo.
Os livros apócrifos são questionados quanto à sua canonicidade.
Eles não alegam terem sido escritos por profetas, não possuem
confirmações sobrenaturais, carecem de profecia preditiva e não
contribuem com novas verdades messiânicas. A comunidade judaica
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reconhecia o cessar dos dons proféticos antes da composição dos
apócrifos.
O testemunho continuo desde a antiguidade, incluindo Filo,
Flávio Joséfo e os mestres judeus de Jamnia, reforça a rejeição dos
apócrifos. Jesus e os autores do Novo Testamento não citaram os
apócrifos como Escrituras. Os Pais da igreja cristã, como Jerônimo, se
pronunciaram contra os apócrifos.
Os Reformadores, como Lutero e Calvino, negaram a
canonicidade dos apócrifos. A igreja cristã universal rejeita esses livros
por falta de profeticidade, ausência de citações no Novo Testamento,
exclusão do cânon hebraico e rejeição histórica.
Razões por que não reconhecemos os apócrifos como inspirados:
1) Não fazem parte do Cânon hebraico;
2) Os judeus não os reconhecem como inspirados;
3) Foram escritos num período de silêncio de Deus;
4) Cristo nunca fez citação de tais livros;
5) Eles possuem vários ensinos heréticos:
Em Tobias se ensina: A justificação pelas obras (4:7-11; 12:8),
Mediação dos santos (12:12) e Um anjo ensina a mentir (5:16-19);
Em Baruque se ensina: A intercessão pelos mortos (3:4);
Em Eclesiástico se ensina: Justificação pelas obras (3:33-34),
Tratar cruelmente os escravos (33:26,30;42:1,5) e Incentivo o ódio aos
samaritanos (50:27,28);
Em Sabedoria de Salomão se ensina: O corpo como prisão da alma
(9:15) e A salvação pela sabedoria (9:19);
Em II Macabeus se ensina: Oração pelos mortos (12:44-46), Culto
pelos mortos (12:43) e Intercessão pelos santos (7:28;15:14).
CONCLUSÃO
Por não conhecer adequadamente a Palavra de Deus, muitos
crentes se tornam fanáticos. Em vez de deixarem o Espírito Santo usá-los,
querem usar o Espírito Santo para fazer suas vontades. Por outro lado, há
os que conhecem a Palavra, mas a falta de correta e pronta orientação
espiritual, principalmente aos novos convertidos, podem resultar em
vidas desequilibradas e doentias pelo resto da existência. São pessoas
que ferem a si mesmas e as outras pessoas com as quais convivem, por
não compreenderem as riquezas da liberdade conquistada por Cristo (Sl
119.72; Ef 1.17; 1 Co 2.10).
25
LIÇÃO 05 O AMOR FRATERNAL
TEXTO BASE: “Um novo mandamento vos dou: que vos
ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que
também vós vos ameis uns aos outros” Jo 13.34
❷ UM DESAFIO CONSTANTE
Além de o amor recíproco ser de vital importância para nós os
cristãos, sua manifestação ou ausência acaba se transformando num
desafio constante ao pensarmos na vida daqueles que sofrem com a
indiferença do mundo moderno. Eles estão à busca de ajuda, de apoio, de
relacionamentos fraternais, de amizades sinceras, saudáveis,
equilibradas e discretas. Mas se forem a uma igreja onde o amor
recíproco não é constantemente ensinado, motivado e expressado,
correm o risco de encontrar um ambiente de solidão, indiferença,
hipocrisia, egoísmo, intolerância, aspereza, inveja, amargura,
maledicência e coisas ainda piores que as que estão acostumadas.
Jesus fez desse mandamento um desafio para Sua igreja, afim de
que possamos ser beneficiados e, ao mesmo tempo, manifestarmos
publicamente a nossa fé (Jo 13:35).
O “bom perfume” do amor fraterno deve extravasar, em toda sua
27
essência, para fora da igreja, a fim de cativar, com seu aroma suave,
aqueles que vivem neste mundo fétido. Somente quando a sociedade
inala a fragrância das palavras, dos gestos e das atitudes responsáveis
que nos levam a cuidar uns dos outros com amor fraternal, é que
reconhece a presença transformadora de Deus em nossa vida (2Co 2:15).
CONCLUSÃO
Se de fato queremos cumprir o mandamento do Senhor e amar
uns aos outros, assim como Cristo os amou, na certeza de que esse amor
recíproco é uma necessidade vital para todos nós, um desafio inestimável
do qual não podemos prescindir, então temos que aprender a olhar para
as pessoas da maneira como Deus as vê.
1º Temos que aprender a olhar as pessoas com os olhos da fé, não com o
julgamento superficial dos sentimentos (1Sm 16:7);
28
2º Temos que olhar as pessoas com discernimento, ajudados pelo
Espírito Santo, para entendermos a pessoa com ela, evitando, assim,
fazermos juízo errado (Rm 14:13);
3º Temos que olhar as pessoas “com olhar do coração” – vê-las com o
critério de Deus – alguém por quem Cristo morreu... Alguém que é
amado por Deus... Alguém a quem devemos amar (Jo 13:35).
29
LIÇÃO 06 O AMOR NO ACOLHER
TEXTO BASE: “Portanto, acolham uns aos outros, como
também Cristo acolheu vocês para a glória de Deus” Rm
15.7
❶ DEMONSTRE INTERESSE
O mundo moderno, com seu ritmo alucinante, fez crescer a
população e aumentar a solidão. Pessoas se acotovelam nas ruas, nos
ônibus, nos metros, nas lojas, nas praias, nos estádios, mas ninguém
conhece ninguém, nem quer conhecer. Mas, na igreja, por menor e mais
apertada que seja Deus espera uma realidade bem diferente: o Senhor
quer ver manifestações de amor, de comunhão e de interesse mútuo.
Afinal, somos família, somos filhos de Deus! (Rm 15:1-3)
O conselho de Paulo é que não apenas cumprimentemos, mas
tenhamos a disposição de ajudar aqueles que estão chegando, os novos
convertidos e os fracos na fé, a carregarem os seus pesados fardos. Que
fardos são esses?
a) O fardo da carne: Aqueles que são ainda fracos na fé sofrem o conflito
antagônico entre carne e espírito; entre fazer a vontade Deus ou
satisfazer os desejos da carne. Precisamos demonstrar interesse por eles,
solidariedade e disposição para ajudá-los, aconselhá-los e interceder por
eles.
b) O fardo do mundo: Os novos convertidos e aqueles que não cresceram
na fé são bombardeados dia e noite pelos gracejos, insinuações e insulto
da sociedade, dos amigos e da própria família. Eles precisam do nosso
apoio e compreensão para vencer essa difícil etapa da vida.
c – O fardo do diabo: Ninguém está mais interessado na ruína daqueles
que já estão fracos do que Satanás. As tentações são constantes e, às
vezes, vêm até mesmo de dentro da igreja. Eles precisam sentir que
estamos interessados no bem deles, para que se sintam amparados,
fortalecidos.
Há um pensamento que diz: “A igreja é o único exército que
abandona seus feridos”. É triste, mas é verdade. Precisamos mudar essa
31
infeliz realidade. O abandono acontece pela falta de persistência, pelo
comodismo, pela indiferença e pelo desinteresse dos próprios cristãos.
❷ DEMONSTRE RESPEITO
Que responsabilidade Deus coloca nas mãos daqueles que já
cresceram um pouco mais na vida espiritual, em relação aos que ainda
estão fracos?
a) Os fortes devem suportar as fraquezas dos fracos (Rm 15:1) –
“suportar as debilidades” significa: agüentar, tolerar, mas também
carregar, apoiar. No contexto do versículo, o sentido parece ser este
último “carregar e apoiar”. No entanto, devemos fazer isso sempre
demonstrando o máximo respeito.
b) Os fortes devem se preocupar com os fracos (Rm 15:1) – Na igreja do
Senhor, não cabe a figura do egocentrismo; aquele que só pensa nos seus
problemas e busca apenas os seus próprios interesses. Nosso interesse
deve ser pelos fracos, lembrando-nos que o fraco também é digno.
c) Os fortes devem promover o bem-estar dos fracos, a fim de edificá-los
– Paulo disse que “cada um de nós deve agradar o seu irmão, para o bem
dele, a fim de que ele cresça na fé” (Rm 15:2), como já havia ensinado:
“Por isso procuremos sempre as coisas que trazem a paz e que nos
ajudam a fortalecer uns aos outros na fé” (Rm 14:19 NTLH). Mas, se não
fizermos isso com todo respeito, acabamos levando-os a tropeçar em vez
de edificá-los (Rm 14:13-15).
❸ DEMONSTRE ACEITAÇÃO
O “corpo de Cristo”, que é a igreja, é como coração de mãe –
sempre cabe mais um! Sempre deve haver espaço e ministério para
aqueles que estão chegando (1Co 12:7-14). Em cada um de nós há muitas
diferenças na estrutura física, na aparência, na formação, no
temperamento, na criação, no estilo de vida, na educação e em outras
áreas também. Por isso, para a boa convivência é imprescindível nos
adaptarmos a essa imensa colcha de retalhos, na qual tanta diferença,
quando bem trabalhada, contribui para a edificação de todos.
Em Romanos 15:7 Paulo diz: “Portanto, aceitem uns aos outros para a
glória de Deus, assim como Cristo aceitou vocês” (NTLH). A questão é:
32
por que Cristo nos aceitou? O que havia de bom em nós para que
merecêssemos tamanho amor e consideração? Bem sabemos que
não havia nada de bom em nós e que o amor de Deus por nós é
gratuito, isto é, não fizemos por merecer. Deus nos amou e, apesar
de nossas fraquezas, nos aceitou como Seus filhos. Por isso, seguindo
esse exemplo, o que se espera de nós é que saibamos dar de graça
aquilo que recebemos de graça: amor, aceitação, perdão, carinho e
amizade.
Espera-se que os fortes na fé expressem, pelo menos, duas
atitudes:
1º Aceitem os fracos (Rm 14:1): Assim como Deus nos aceitou quando
éramos fracos e crianças na fé, também devemos proceder para com
aqueles que se mostram fracos espiritualmente.
2º Aceitem os fortes (Rm 15:7): Nós fomos aceitos pela família divina
quando Deus Pai nos amou, Deus Filho graciosamente Se deu por nós e
Deus Espírito Santo nos revestiu com uma nova natureza e nos capacitou
a entrar na família de Deus. Agora é nossa vez de manifestarmos alegria
ao acolher uns aos outros, sem competições, sem vangloria, sem
rivalidade (Fp 2:4).
❹ DEMONSTRE ESPERANÇA
Paulo termina seus conselhos dizendo: “Que Deus, que nos dá
essa esperança, encha vocês de alegria e de paz, por meio da fé que vocês
têm” (Rm 15:13 NTLH). O que dava esperança ao apóstolo era ver o
progresso que o evangelho vinha promovendo na vida dos cristãos
romanos (Rm 1:8). E era essa esperança que lhe permitia momentos de
alegria e paz. Os crentes romanos ainda não eram perfeitos, mas já
demonstravam algumas mudanças.
Da mesma forma, devemos depositar esperanças na restauração
ou progresso espiritual daqueles que hoje se acham fracos na fé, isto é,
aqueles com quem temos convivido e cujo esforço para melhorar se
percebe. Nossa esperança lhes dará esperança, nossa alegria lhes trará
alegria e nossa paz os fará descansar na certeza de que são vitoriosos.
33
CONCLUSÃO
Precisamos resgatar o que fez tanto sucesso no passado, na igreja
primitiva – a mutualidade cristã – não porque tenha sido um modismo
que deu certo, mas por ter sido a estratégia que Deus criou para eles e
para nós. Somos família de Deus, corpo de Cristo, irmãos uns dos outros,
por isso é imprescindível que haja entre nós acolhimento amoroso.
Exercite o acolhimento! Ligue para alguém que você tem sentido
falta na igreja. Envie uma mensagem. Faça uma visita. Precisamos cuidar
uns dos outros.
34
LIÇÃO 07 A COMUNHÃO NA IGREJA
TEXTO BASE: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que
não haja entre vós divisões; antes, sejais todos
inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no
mesmo parecer” 1 Co 1.10
35
❷ COMUNHÃO: DESEJO DOS PRIMEIROS CRENTES
O desejo do Pai e do Filho foi impresso na igreja. Os textos de Atos
2:42-47; 4:32-53 juntos se completam e mostram o começo da igreja de
Jerusalém. Era uma igreja que se caracterizava pela comunhão, sinais
sobrenaturais, solidariedade de seus membros, testemunho da
ressurreição de Cristo, e pelo poder atuante do Espírito Santo na vida dos
discípulos. Tais características são indispensáveis na vida da igreja em
todas as eras e em todos os lugares. A igreja de Jerusalém, logo nos seus
primeiro dias, vivia o que diz o texto, “... Todos os que creram estavam
juntos e tinham tudo em comum...”, “... Da multidão dos que creram era
um o coração e a alma...” (At 2:44; 4:32). Em seus primeiros passos a
igreja de Jerusalém deu ao mundo uma lição de koinonia. O texto
sagrado é mais profundo do que imaginamos inicialmente, pois revela
que não se tratava apenas de compartilhar algo, mas também de
unidade. ”Coração” diz respeito ao centro da vida. “Alma” é a sede das
emoções, fala dos mesmos afetos e sentimentos (Fp 2:2-3). Todos os
crentes tinham o mesmo propósito, a mesma esperança, servindo o
mesmo Senhor.
36
sua missão deve, antes de qualquer outro esforço, buscar a comunhão
dos seus membros entre si e com Deus, para então estar qualificada para
outras pretensões.
CONCLUSÃO
A palavra koinonia é geralmente traduzida, na ótica latino-
americana, por “comunhão”, “fraternidade”, “solidariedade”. H. Cox diz
que a fraternidade é o “aspecto da responsabilidade da igreja que exige
uma demonstração visível daquilo que a igreja está dizendo no querigma
(anúncio da fé) e apontando na sua diaconia”.
37
Karl Barth fala da igreja como sendo “a demonstração da intenção
de Deus para toda a humanidade”. Assim, a igreja é mais do que uma
simples esperança. Ela é o lugar onde a esperança já se tornou realidade,
onde o futuro já assumiu uma forma concreta.
Diante deste breve resumo sobre esta grande responsabilidade, é
necessário nos situarmos neste contexto de igrejas do qual fazemos
parte. Mais ainda, devemos particularizar tudo isto numa auto-
avaliação, até percebermos o quanto temos, ou não, contribuído para
que haja comunhão em nossas igrejas.
38
LIÇÃO 08 SUPORTANDO O IRMÃO
TEXTO BASE: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-
vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de
queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos
perdoou, assim também perdoai vós” Cl 3.13
❶ ENTENDENDO O MANDAMENTO
Viver o termo “uns aos outros” em um ambiente social onde
39
imperam o egoísmo e o individualismo, caracteriza-se como um dos
grandes desafios a serem enfrentados. Em meio a tanta diversidade de
pessoas, é inevitável que os problemas surjam e, associado a estes
problemas, a dificuldade de aceitação. É dentro deste conceito de
dificuldade de aceitação do outro que se torna tão importante esse
mandamento.
A palavra suportar aparece diversas vezes na Bíblia e com os mais
variados significados: dar apoio ou apoio, sustentar, agüentar.
Suportar uns aos outros é tolerar de forma graciosa aquelas
atitudes que consideramos desagradáveis, ofensivas e até mesmo
pecaminosas da parte de nossos irmãos na fé. O verbo grego também
traduz a idéia que a repreensão, a disciplina e a correção sejam adiadas,
tanto quanto possível, visando permitir o ofensor reconhecer seus erros
e corrigi-los por ele mesmo.
Deus é paciente para conosco, e Ele nos ama como nós somos,
independente das nossas fraquezas. Nós também devemos imitar nosso
Deus e suportar nossos irmãos em Cristo com suas fraquezas.
Quando obedecemos a este mandamento nós contribuímos para
a manutenção tanto da unidade quanto da paz no seio da igreja. Quando
somos rápidos demais em apontar os erros, os maus hábitos, os
problemas de personalidade e até mesmo os pecados nos outros, nós
contribuímos para que um espírito de julgamentos e de crítica surja em
nosso meio. Se nos irritarmos e nos irarmos facilmente uns contra os
outros então, as sementes da discórdia e da divisão serão semeadas em
nosso meio.
CONCLUSÃO
Em sua epístola, Tiago nos recomenda o seguinte: “Sabeis estas
42
coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir,
tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1:19). O apóstolo Pedro diz:
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros,
porque o amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4:8).
Quando tivermos que corrigir ou repreender a um irmão,
devemos fazê-lo sempre com uma atitude de amor, com humildade e
desejando o melhor para ele e não motivados por desamor ou vingança.
Quando somos acintosos em nossas confrontações recebemos
em troca uma resposta à altura do nosso próprio acinte ou provocação,
pois a palavra dura suscita a ira, mais a branda alivia o furor (Pv 15.1).
Sempre que suportamos nossos irmãos tanto no sentido de
agüentar pacientemente suas falhas, como também de darmos a eles
suporte para vencerem suas falhas vivemos a pratica de uma
espiritualidade centrada no outro.
43
LIÇÃO 09
PRÁTICA DA ORAÇÃO
TEXTO BASE: “E Deus não fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles?” Lucas 18:7
❶ O QUE É ORAR?
“Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia
e noite, embora pareça demorado em defendê-los?” (Lc 18:7)
Este versículo ensina-nos a compreender o que é oração. Orar
é clamara a Deus. Em seu livro “Oração: O refúgio da Alma”, Richard
Foster classifica vários tipos de oração: Oração simples, do desamparado,
do exame, de lágrimas, de renúncia, de formação, de aliança, de
adoração, de descanso, sacramental, incessante, do coração, meditativa,
contemplativa, comum, peticionária, intercessória, de cura, de
44
sofrimento, de autoridade e radical.
Jesus ensina que orar é clamar, pedir com insistência e
determinação (Lc 11:9- 10). O clamor vem acompanhado de
lágrimas,
sentimento de um coração aflito e necessitado. Quem sofre grita
e clama por socorro (Sl 40:1). Jesus praticou o clamor (Hb 5:7). A oração
revela a batalha entre o meu querer e a vontade de Deus (Mt 26:38-
39). Orar é render-se a vontade de Deus.
Paradoxalmente, Jesus também ensina que orar é não aceitar as
injustiças da vida e do mundo como algo natural e comum. Na figura da
viúva que pedia para o juiz iniquo, aprendemos que orar é uma ação
revolucionária ou de inconformação. Somente os insatisfeitos e
inconformados oram. A viúva não aceitou a injustiça do juiz iníquo.
A viúva sempre foi, na bíblia, um símbolo tipico dos inocentes,
impotentes e oprimidos (Êx 22:22-23; Dt 10:18; 24:17; 27:19; Sl 68:5; Is
10:2; Jr 22:3).
45
❸ QUEM DEVE ORAR?
Na parábola, Jesus fala que o dever de orar é para os seus
escolhidos (Lc 18:7). Observe que Jesus fala no plural, seus escolhidos. A
oração é para todos os seus, homens e mulheres, jovens e velhos, líderes
e liderados.
A bíblia ensina que todo cristão verdadeiro foi escolhido por Deus
para a salvação (2Ts 2:13), para uma vida de santificação (Ef 1:4), para
frutificar e produzir boa obras (Jo 15:16; Ef 2:10), mas, principalmente
para orar. Os crentes debatem demasiadamente sobre a doutrina da
eleição para a salvação e esquecem da eleição para a oração.
Os primeiros cristãos da igreja primitiva entenderam e praticaram
a doutrina da eleição para a oração. A primeira reunião da igreja após a
ascensão de Jesus foi uma reunião de oração (At 1:12-14). Quem estava
naquela reunião? Uma variedade de pessoas, homens e mulheres,
famílias e, principalmente, a liderança da igreja. Toda a igreja reunida em
oração, de forma unânime (At 2:46; 4:24; 5:12). Eles entenderam que a
vida cristã sem oração era algo impossível.
❺ APRENDENDO A ORAR?
Não devemos orar para aparecer, mas numa postura espiritual
adequada. James Houston diz: “Orar é tomar a decisão de ficar sozinho
46
diante de Deus, sem ter de jogar para a platéia ou fazer comparações
que nos desviem de nosso propósito”. A oração é uma posição ou
postura diante de Deus, algo muito maior do que fazer ou dizer palavras
bonitas e corretas teologicamente.
Veja o modelo da oração do Pai Nosso (Mt 6:5-13). Nesta oração
devemos nos colocar na condição de filhos, de adoradores, de súditos, de
servos, de dependentes, de pecadores e de espiritualmente fracos.
A oração do Pai Nosso pode ser dividida em três partes:
1ª Relacionamentos (Pai e os irmãos);
2ª Responsabilidades (honrar o nome de Deus, declarar o Seu senhorio;
3ª Pedidos (necessidades diárias, perdão e livramento espiritual).
Em João 14:13-14, temos um pequeno resumo de como devemos
orar:
● Orar é pedir ao Pai (Jo 14:13) – Mt 6:9; 7:11. Isto envolve humildade
submissão a vontade de Deus (1Jo 5:14);
● Orar é pedir em nome de Jesus (Jo 14:13) – 1Tm 2:5. Ele é o nosso
mediador e somente por meio dEle somos abençoados (Ef 1:13);
● Orar é pedir por tudo (Jo 14:13) – Fp 4:6. Não existem limites para
pedirmos a Deus, contudo, a motivação deve ser santa(Tg 4:2-3);
● Orar é pedir com fé, na certeza que será respondido (Jo 14:14) – Sl
66:20. Jesus garante que dará resposta a nossa oração;
● Orar produz resultados: a glória de Deus (Jo 14:14) – Sl 115:1-2. Tudo o
que Deus é e faz é promover a Sua glória.
CONCLUSÃO
A oração é o primeiro alimento para o nosso crescimento
espiritual. Se você deseja crescer, ore. Com certeza o Espírito Santo o
ajudará (Rm 8:26-27). Seja um novo convertido ou um crente mais velho,
todos devem orar. W. Wiersbe diz: “Uma das evidências de que uma
pessoa é nascida de novo é o seu desejo de orar. Creio que quando o
Espírito Santo entra no coração, o novo crente deseja orar”.
47
LIÇÃO 10 MEDITAÇÃO DA PALAVRA
TEXTO BASE: “presbíteros que há entre vós, eu,
presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos
de Cristo, e ainda coparticipante da glória que há de
ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há
entre vós, não por co ns t rang ime nt o, mas
espontaneamente” (1Pe 2.1,2)
❶ O LEITE NA BÍBLIA
A palavra leite (halab) aparece 40 vezes no A.T., literalmente para
indicar o leite de animais (Dt 32:14) e o leite humano (Is 28:9), e
figuradamente descreve abundância e fartura (Êx 33:3; Lv 20:24). No
Novo Testamento, a palavra leite (Gala) aparece 5 vezes: (1Co 3:2; 9:7; Hb
5:12-13; e 1Pe 2:2).
O leite foi um alimento importante no cardápio de Israel. bebia-se leite
de vaca, ovelhas e cabras (Dt 32:14; Pv 27:27; Is 7:22). Os produtos
48
derivados do leite eram bastantes consumidos, principalmente a
manteiga o queijo e a coalhada (Gn 18:8; Is 7:22). O leite era colocado
num saco e couro e este sacudido e espremido até que se formasse
manteiga (Pv 30:33). O queijo também era feito do leite (2Sm 17:29)
Leite e mel foram usados de forma combinada, metaforicamente,
para indicar a abundância da terra prometida (Dt 6:3; Js 5:6).
Provavelmente, o leite era misturado ao vinho e ao mel (Gn 49:12; Ct 5:1;
Is 55:1). A palavra de Deus é comparada ao mel, alimento rico e nutritivo
(Sl 19:10; 119:103; Ez 2:3; Ap 10:9).
CONCLUSÃO
Ao encerrar esta lição, quero enfatizar a importância do estudo da
bíblia acompanhado da oração (Sl 119:18). Assim como salmista,
devemos reconhecer que a palavra de Deus, está repleta de maravilhas e
que só podemos contemplar estas maravilhas se Deus abrir nossos olhos
espirituais. Por isso, devemos orar ao estudarmos a palavra.
51
LIÇÃO 11 VIDA DE ADORAÇÃO
TEXTO BASE: “também vós mesmos, como pedras que
vivem, sois edificados casa espiritual para serdes
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus
Cristo” (1Pe 2.5).
❶ O QUE É ADORAR?
O vocabulário bíblico define culto como “serviço prestado a
Deus”, pelo povo ou individualmente (Êx 3:12; Dt 6:13; Mt 4:10; At 13:2;
Rm 12:1; 15:16; Fp 2:17). Este serviço é prestado em reconhecimento à
pessoa de Deus (quem Ele é) e por tudo que Ele faz (Sl 107:1; 146).
Adorar a Deus é a nossa razão de ser como cristão e igreja. Pedro
declara esta verdade em 1Pe 2:5. Encontramos neste versículo cinco
princípios essenciais:
1º Cada crente é uma “pedra que vive”, por causa de sua união pessoal
com Cristo, que é a “Pedra Viva” (Mt 21:42; 1Co 10:4;1Pe 2:4). Todos os
crentes formam uma residência espiritual, uma casa habitada pelo
Espírito Santo (2Co 6:16; Ef 2:19-22). E a igreja existe para adorar.
52
2º Cada crente é um sacerdote, alguém que existe para prestar adoração
a Deus. Juntos os crentes formam uma nação de sacerdotes (Ap 1:5-6).
Todos os crentes têm acesso a presença de Deus, por meio de Jesus Cristo
(Hb 10:19-25).
3º A natureza do culto ou do sacrifício que o crente oferece para Deus, é
espiritual (Hb 10:9-18; 13:15-16).
4º O objetivo do culto é agradar a Deus, em primeiro lugar (Gn 4:1-7; Hb
12:28). A adoração bíblica é centrada em Deus. Apocalipse justifica isto
explicando que no céu existe um trono. Deus está assentado neste trono
e dali Ele exerce o Seu governo soberano. Por isso, toda criatura deve
adorar dizendo: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o
louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos (Ap
5:13).
5º Jesus é o mediador da nossa adoração (Hb 10:19-22; 13:15). O nosso
culto chega a Deus por intermédio de Jesus Cristo.
❷ A ABRANGÊNCIA DA ADORAÇÃO
Entendemos que o conceito de adoração na bíblia envolve a vida
do adorador e não apenas o momento do culto. A vida é o culto e o culto é
a vida (Dt 10:12-13).
O culto envolve a vida do crente, tudo que ele é, tem e faz (1Co 10:31; Cl
3:17).
O culto é a vida do cristão (Cl 3:24). Muitas vezes achamos que
quando entramos no templo “entramos na presença do Senhor” e que
quando deixamos o templo “saímos da presença do Senhor”. Não! O
templo é a casa do Senhor, mas a Sua presença enche toda a terra (Hb
2:20).
Por causa da onipresença e onisciência de Deus, a vida do crente
não pode ser dividida em sagrada e profana (1Co 6:19-20). Você adora a
Deus na igreja, no lar, no trabalho, ou em qualquer outro lugar onde você
estiver.
❸ TIPOS DE ADORAÇÃO
Há na bíblia três tipos de adoração:
53
ADORAÇÃO INDIVIDUAL – Dn 6:10; Mt 6:5-8
Trata-se do culto que envolve o encontro entre uma pessoa e
Deus, de maneira informal. Geralmente este culto é marcado pela leitura
bíblica e oração.
ADORAÇÃO DOMÉSTICA – Dt 6:6-9; Lc 10:38-42
Trata-se da forma básica de adoração. Para o judeu e o cristão, o
conhecimento de Deus é algo que se aprende ou experimenta em casa. É
no culto doméstico que se aprende a adorar coletivamente.
ADORAÇÃO COMUNITÁRIA – Sl 134; At 20:7
É quando o povo de Deus se reúne coletivamente, geralmente no
dia “do Senhor”, num local especifico (Monte, tabernáculo, tempo, etc.).
trata-se de um culto solene e que obedece a uma ordem litúrgica.
Para crescermos espiritualmente precisamos adora a Deus.
Necessitamos tirar um tempo diário para leitura da bíblia e para a oração.
As famílias precisam também realizar o culto doméstico. E todos
precisam ir ao templo para o culto comunitário.
❹ OS RESULTADOS DA ADORAÇÃO
O objetivo da adoração é agradar a Deus. Quando o adoramos da
maneira que Ele manda, somos também beneficiados espiritualmente.
Muitas vezes vamos a igreja, participamos de um culto, e saímos como se
nada tivesse acontecido. Mas será que a culpa está em Deus, ou no
dirigente do culto, ou em mim? Esta é uma pergunta que gera muitas
discussões.
O certo e seguro é, que se o culto for agradável a Deus, Deus
torna-se agradável ao adorador: “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os
desejos do teu coração” (Sl 37:4). Olhando para os exemplos de culto na
bíblia, podemos relacionar alguns resultados da adoração verdadeira:
cresce o nosso conhecimento e a nossa admiração por Deus (1Rs
8:23; Sl 27:4; Lc 5:9; 8:25; Ap 1:9-20)
Percebemos e sentimos a presença real de Deus em nosso meio e na
nossa vida (Êx 40:34-38; 2Cr 7:1-3)
Tomamos consciência da nossa fraqueza e da nossa dependência da
graça divina (Is 6:1-3; Lc 18:9-14)
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Somos instruídos e orientados por Deus, por meio da palavra (Ed 8:1-
12; 2Rs 23:1-3)
Recebemos salvação e libertação (2Cr 20; Mt 15:21-28; At 12)
Somos motivados a santificação e a consagração (Gn 28:18-22; At
13:1-3)
Sentimos a necessidade de testemunhar e falar de Jesus (At 4:23-31)
CONCLUSÃO
Frederick W. Robertson afirma: “Repito, o homem não tem opção
para ser ou não ser um adorador. Um adorador ele não pode deixar de ser
– a única questão é decidir o que ele vai adorar. Todo homem adora – pois
é um adorador nato”.
A nossa maior necessidade é adorar a Deus! O nosso grande
privilégio é podermos acessar a Sua presença . não abra mão de adorar ao
Senhor.
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LIÇÃO 12 EXERCÍCIO DO JEJUM
TEXTO BASE: “Quando jejuardes, não vos mostreis
contristados como os hipócritas; porque desfiguram o
rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em
verdade vos digo que eles já receberam a
recompensa.Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça
e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens
que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que
vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.16-18).
❶ O JEJUM NA BÍBLIA
Jejuar é abster-se de qualquer tipo de comida, durante um
período limitado. Na bíblia, o jejum espiritual refere-se à abstenção de
alimentos para finalidades espirituais, diferente a greve de fome e a dieta
alimentar. Os meios normais de jejuar envolviam a abstinência de
qualquer alimento, sólido ou liquido, excetuando-se a água (Lc 4:2; Dn
10:3). Há também o jejum chamado de absoluto ou extraordinário (Êx
34:28; Dt 9:9,18; 1Rs 19:8; At 9:9).
1.1 CLASSIFICAÇÃO
Na bíblia, podemos classificar o jejum de três maneiras:
● INDIVIDUAL (Ed 10:6; Ne 1:4) ou COLETIVO (2Cr 20:1-4; Et 4:16);
● CONVOCADO (Lv 23:27; Jl 2:15) ou ESPONTÂNEO (Dn 9:3; Mt 4:1)
● EXIGÊNCIA LEGAL (Lv 23:27) e JEJUM REGULAR (Zc 9:19; Mc
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2:18;Lc 18:12)
● OCASIÃO: Na bíblia, o jejum é observado sempre em ocasiões:
● JUÍZOS DE DEUS (Jl 1:14; 2:12)
● CALAMIDADES PÚBLICAS (2Sm 1:12)
● AFLIÇÕES DA IGREJA (Lc 5:35)
● AFLIÇÕES PESSOAIS E ALHEIAS (Sl 35:13; Dn 6:18; 2Sm 12:16)
● ELEIÇÃO E ORDENAÇÂO DE MINISTROS (At 13:3; 14:23)
TENTAÇÃO ESPIRITUAL (Mt 4:2)
ACOMPANHAMETO: Na bíblia, o jejum é sempre acompanhado por:
● ORAÇÕES (Mt 17:21)
● CONFISSÃO DE PECADO (1Sm 7:6; Ne 9:1-2)
● SERVIÇO (At 13:2-3; Lc 2:36-37)
● HUMILHAÇÃO e LAMENTO (Dt 9:18; Ne 9:1; Jl 2:12)
❷ O JEJUM HOJE
É o jejum hoje uma prática obrigatória para os cristãos?
No Antigo Testamento o jejum era obrigatório apenas “no dia da
expiação”, relacionado com o arrependimento (Lv 13:31; 23:37; Is 58:5).
Não existindo mais o dia da expiação, o jejum deixou de ser uma pratica
obrigatória (Cl 2:14).
O fato de não ser obrigatório, não quer dizer que o jejum não seja
necessário e importante. Em Mateus 6:16-18 lemos “Quando
jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque
desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em
verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém,
quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não
parecer aos homens que jejuais, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu
Pai, que vê em secreto, te recompensará”.
Primeiro: As palavras de Jesus não constituem uma ordem, mas
instruções sobre o exercício apropriado de uma prática comum do seu
tempo. O cristão, ao jejuar, não deve fazê-lo com com exibição de
espiritualidade. As expressões “quando jejuardes” (v.16); e “tu,
porém, quando jejuares”, reforçam a ideia de que Jesus via o jejum
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como uma prática devocional do cristão, tal como a oferta e a oração.
Jesus praticou o jejum (Mt 4:2).
O jejum é uma prática cristã. Gordon Cove diz: “No início da
história da igreja, o jejum era considerado uma das colunas da religião
cristã. Quando a igreja tinha poder, o jejum era uma parte essencial da fé.
Jejum não era mera abstinência de alimentos ou de qualquer outro
prazer, por si mesma. É abstinência com propósito. Jejum significa que
você chegou a um lugar de desespero espiritual. Significa que está
determinado agora a colocar Deus em primeiro lugar a qualquer custo.
Há momentos quando devemos virar as costas a tudo no mundo, até
mesmo a nossa alimentação, para buscar a face de Deus. Jejum significa
que estamos determinados a buscar a face de Deus e a ter respostas para
nossas orações. Significa simplesmente que colocamos Deus primeiro,
antes de tudo, inclusive do alimento”.
Segundo: Jesus nos ensina que o jejum deve ser para Deus (Zc
7:5). “Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de falsa
religião” R. Foster. O jejum pode ser mal praticado, como uma forma de
expressar soberba espiritual (Lc 18:11- 12). O jejum também não é uma
prática ascética que busca espiritualidade pela mortificação do corpo (Cl
2:8; 20-23). Jejum é colocar Deus em primeiro lugar (Jo 4:34). “Então
jejuar significa colocar realmente em primeiro lugar quando se ora,
desejar Deus mais do que se deseja comer, mais do que dormir, mais do
que ter comunhão com outros, mais do que correr atrás de negócios.
Como um cristão pode saber se Deus está em primeiro lugar na sua vida,
se em algumas épocas ele não deixa todas as outras obrigações e
prazeres para se separar inteiramente para buscar a face de Deus?
(Gordon Cove).
Terceiro: o jejum reflete a necessidade espiritual de quem o
pratica (Mt 9:14- 15). Jesus faz o anúncio prévio sobre a experiência
amarga que os discípulos enfrentariam. Jesus indica que o espírito triste
acompanha o ato de jejuar.
CONCLUSÃO
Encerramos essa lição com três lições básicas:
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1ª O jejum não é uma prática obrigatória ao cristão, conforme a
interpretação bíblica.
2ª O fato do jejum não ser obrigatório, não nega a sua importância. O
cristão poderá ou não praticar o jejum. Ao praticá-lo, deve fazê-lo como
expressão de humildade e sem ostentação.
3ª Ore e jejue com o objetivo de colocar Deus em primeiro lugar em sua
vida. A decisão de jejuar é pessoal e está ligada a necessidade do coração.
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