Você está na página 1de 60

 

Bíblia Sagrada

A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido e traduzido do mundo em todas épocas


da história da humanidade. O segundo livro mais vendido do mundo é O Peregrino, de
John Bunyan, uma obra de alegorização da vida cristã, ou seja, um livro clara e livremente
inspirado na Bíblia.

Nenhum cristão sincero questiona o valor e a importância das Escrituras Santas.


No entanto a Bíblia ainda parece ser um livro muito distante, embora cada vez mais
acessível. Sua linguagem é constantemente vertida para vários idiomas com vistas à fala
mais popular e cotidiana das pessoas, mas tal esforço não tem sido o suficiente para que
ela deixe de ser um livro de difícil entendimento.

A proposta deste Panorama Bíblico é oferecer uma exposição de fatos relevantes


sobre o Livro Sagrado, e em seguida desenvolver uma Introdução ao Antigo e ao Novo
Testamento, perpassando Livro por Livro.

O termo “Bíblia”, não aparece em nenhum lugar das Sagradas Escrituras. É


derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita,
chamada “biblós”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “biblion”, e
vários destes era uma “bíblia”. Então, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção
de livros pequenos", e por consequência, biblioteca. A maioria dos teólogos crê que o
nome Bíblia, foi aplicado pela primeira vez às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo,
patriarca de Constantinopla, no IV. A Bíblia Sagrada divide-se em dois tomos, que são o
Antigo Testamento e o Novo Testamento. Ela se compõe de 66 livros, sendo 39 no Antigo
Testamento e 27 no Novo Testamento. O Antigo Testamento se compõe de 929 capítulos,
com 23.146 versículos. E o Novo Testamento por seu turno possui 260 capítulos, cujos
versículos somados totalizam 7.957. Ambos Testamentos somam 1.189 capítulos e
31.103 versículos, sendo que o número de versículos em todos estes casos possa sofrer
levíssimas variações, de acordo com os manuscritos usados para a tradução.

Testamento é uma palavra que não se encontra na Bíblia como designação de uma
de suas partes. Este vocábulo corresponde à palavra hebraica berith, que
significa aliança, pacto, convênio, contrato, e indica a aliança que Deus fez com o povo
de Israel no Monte Sinai, tal como descrito no livro de Êxodo (Ex 24:1-8 e Ex 34:10-28).


 
 

Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo,
Deus prometeu uma nova aliança (Jr 31:31-34) que deveria ser ratificada com o sangue
de Cristo (Mt 26:28). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança
de antiga (Hb 8:13), em contraposição à nova (2Co 3:6-14). No Antigo Testamento, Jesus
é anunciado e profetizado. No Novo Testamento Ele é manifesto e revelado! A Epístola
aos Hebreus bem exemplifica tal divisão, onde logo no início da carta o primeiro versículo
engloba o Antigo Testamento e o versículo seguinte abraça o Novo Testamento.

Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por meio
dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de
todas as coisas e por meio de quem fez o universo. Hebreus 1:1-2.

Ambos Testamentos ainda sofrem divisões que não a por livros, mas por blocos
maiores, compostos por um ou mais livros conforme o esquema abaixo.

ANTIGO TESTAMENTO
Pentateuco – Lei Gn – Ex – Lv – Nm – Dt
Históricos Js – Jz – Rt – 1Sm – 2Sm – 1Rs – 2Rs – 1Cr – 2Cr – Ed – Ne – Et
Poéticos Jó – Sl – Pv – Ec – Ct
Profetas Maiores Is – Jr – Lm – Ez – Dn
Profetas Menores Os – Jl – Am – Ob – Jn – Mq –Na – Hc – Sf – Ag – Zc – Ml
NOVO TESTAMENTO
Evangelhos Mt – Mc – Lc – Jo
Histórico At
Epístolas Paulinas Rm – 1Co – 2Co – Gl – Ef – Fp – Cl – 1Ts – 2Ts – 1Tm – 2Tm – Tt – Fl
Epístolas Gerais Hb – Tg – 1Pe – 2Pe – 1Jo – 2Jo – 3Jo – Jd
Profético Ap

O Pentateuco, que os judeus chamam de Torá (Lei), registra as histórias da criação


do mundo, do dilúvio, os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Israel); seus descendentes no
Egito, o êxodo e a marcha pelo deserto até Canaã. Também documenta as regras divinas
para o povo, dadas no Sinai, para regulamentação dos sacrifícios, da adoração e da vida
diária. Os livros históricos seguem narrando a conquista de Canaã, a desobediência do
povo, o período dos juízes, o início da monarquia e a divisão do reino, as invasões assíria
e babilônica, o exilio de Judá e seu retorno. A seção chamada de livros poéticos, ou de
sabedoria, demostram a criatividade de Israel se expressar diante de Deus. Ali estão
encerradas as mais elevadas formas de poesia hebraica Os escritos de profetismo são


 
 

divididos em Profetas maiores e Profetas menores, designação dada não por importância
da revelação ou dos escritos, mas por causa do tamanho do material redigido. O
profetismo se caracteriza pela seguinte mensagem binomial: (1) Anúncio, contextual e
preditivo e (2), Denúncia, de injustiça e pecados. Os profetas trazem mensagens de
julgamento e esperança para o povo e predição da vinda do Messias, dando encerramento
ao Antigo Testamento.

Os Evangelhos contam como a boa notícia de Deus para os homens foi transmitida
através da vida, ministério, paixão, morte e ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Temos uma só história sob a ótica de quatro evangelistas. Atos vai tratar de como esta
mensagem flui do coração de Jerusalém até os confins da Terra, pela pregação e
ministério dos apóstolos. O Novo Testamento segue com a literatura epistolar de Paulo,
que escreve para igrejas e pessoas específicas, também com propósitos bem definidos,
sobre como doutrinar a Igreja de Cristo e para debater questões propostas pelas
congregações ou pelas circunstâncias. Ainda restam oito epístolas escritas por outros
apóstolos para trazer encorajamento em meio às perseguições, orientar quanto aos falsos
mestres e seus ensinos heréticos; e por fim o Apocalipse, que encerra o Cânon das
Escrituras. O Apocalipse é endereçado às sete igrejas da Ásia Menor (atual Turquia), que
passavam por perseguições e precisavam saber que Deus tem o controle da história e de
todas as coisas.

Cada livro originalmente não era dividido em capítulos ou versículos, sendo estas
divisões mais recentes na história. A divisão em capítulos foi realizada no século XIII
(entre 1234 e 1242), pelo teólogo Stephen Langhton, então Bispo de Canterbury, na
Inglaterra, e professor da Universidade de Paris, na França. Já divisão em versículos foi
realizada entre os séculos IX e X pelos judeus massoretas. Eles eram estudiosos da Bíblia
Hebraica (apenas o Antigo Testamento), e seu trabalho consistia de recitação e cópias das
Escrituras Hebraicas, bem como à formulação da gramática hebraica e técnicas didáticas
de ensino do texto bíblico do Antigo Testamento. O zelo e dedicação dos massoretas
influenciou o impressor francês Robert d´Etiénne, que fez a divisão do Novo Testamento
em versículos no ano de 1551. A primeira impressão da Bíblia Sagrada foi por volta de
1456, por Gutenberg, sendo aliás o primeiro livro a ser impresso. Cerca de um século
depois, em 1534, durante a reforma protestante de Martinho Lutero, a Bíblia foi pela
primeira vez impressa em linguagem popular. Esta impressão da Bíblia foi a partir da
tradução de Lutero dos originais para o alemão. O lançamento desta obra impulsionou
não só a Reforma Protestante, mas foi o começo de toda a produção literária alemã.


 
 

Quanto aos idiomas nos quais a Bíblia foi originalmente escrita, o hebraico
domina massivamente no Antigo Testamento, onde só poucos trechos estão redigidos em
aramaico. Já o Novo Testamento está todo em grego, com pouquíssimas palavras e
expressões em latim ou aramaico. Importante observar que o grego utilizado pelos autores
do Novo Testamento foi o grego Koinê, um grego mais popular e usual. Fogem desta
regra Lucas os prefácios de seu Evangelho e Atos e o autor de Hebreus, onde se pode
verificar um grego mais esmerado, o grego ático. Ainda assim a Bíblia tem como autor o
próprio Deus, que num período de aproximadamente 2000 anos inspirou cerca de três
dúzias de autores humanos a escrever tanto na perspectiva humana quanto na perspectiva
divina. Temos reis, pastores, pescadores, agricultores, um coletor de impostos e um
médico arrolados no grupo de escritores bíblicos.

Na condição de um Livro cuja autoria é divina, podemos dizer que a Bíblia é,


contém, e se torna a Palavra de Deus! Os muitos autores inspirados por Deus, dos quais
grande parte se consegue identificar com alguma precisão, serviram-se dos
conhecimentos que dispunham ou lhes fora revelado para escrever seus livros. Como livro
de Deus, a Bíblia contém a vontade revelada do Senhor para a humanidade. Sendo um
livro escrito por homens, as escrituras apresentam características muito humanas como
por exemplo, os estilos literários que a compõe. Dentre estes estilos, ou gêneros literários,
citamos a Sátira, a Novela, a Saga, a Poesia, a Antologia, o Profetismo, a Apocalíptica, a
Literatura Epistolar, a Narrativa, a Parábola, a Sabedoria Proverbial, o Evangelho, entre
outros. Em meio à esta riqueza literária, o caráter e os atos de Deus são os temas principais
de toda a Bíblia Sagrada.

Quando inquirida quanto à sua autoria divina, argumentam os críticos que a Bíblia
é só mais um livro escrito por homens sábios. Mas como o conhecimento humano não se
degenera nem declina e os saberes estão em constante desenvolvimento, como então não
se produziu uma obra superior às Escrituras? Ou ainda um livro que possa substituir a
Bíblia? Pela simples razão de que a Bíblia Sagrada é o que ela reiteradamente afirma ser:
A Palavra de Deus para o homem!


 
 

Antigo Testamento
Gênesis.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1.450 a.C. no Egito e/ou no Deserto do Sinai.
Formato 50 capítulos, 1533 versículos
Palavra-chave Gerações
Versículos-chave Gn 1:1 e Gn 2:4
Estilo Literário Narrativa. Didático e Novelado. Compreensivo e popular.
o Criação, queda e dilúvio 1-11
o Abraão 12-25
Esboço dos Capítulos
o Isaque e Jacó 12-36
o José 37-50

Gênesis é o primeiro livro da Bíblia e nele estão alocados o início das principais
doutrinas bíblicas. Seu nome é da tradução da Bíblia hebraica para o grego, a tradução
dos setenta, também chamada de septuaginta. Ali temos este nome que significa “origem”
ou “princípio”. Em hebraico o nome do livro é Bereshit, que se traduz como “no
princípio”. No Pentateuco, o nome de cada livro é sempre a primeira palavra escrita no
livro; isto no caso da Bíblia hebraica.

Quanto ao seu propósito é esclarecer aos seus primeiros leitores, que eram os
membros da comunidade dos descendentes de Israel saídos do Egito e a posteriori as suas
futuras gerações, a respeito de suas origens, a sua gênese. Os israelitas agora libertos da
escravidão de Faraó precisavam saber sobre a sua identidade como nação. Por isso um
resgate tão recuado na história. Gênesis relata a partir da criação, uma série de eventos
que abrangem 2369 anos. A autoria mosaica, embora duramente questionada não só em
Gênesis, mas ao longo de todo o Pentateuco, é devidamente assegurada pelo testemunho
interno e pelo próprio Senhor Jesus, quando recorre aos escritos de Moisés.

“Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”, porque é a
história do princípio de todas as coisas — o princípio do céu e da terra, o princípio de
todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. Tem sido chamado
o “viveiro” das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem todos os começos
de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à salvação.”
Myer Pearlman


 
 

Esboço Esquemático de Gênesis

I. A história primitiva do ser humano 1) A noiva de Isaque vem da Mesopotâmia


1.1– 11.32 24.1-67
2) A morte de Abraão 25.1-11
As narrativas da criação 1.1-2.5 3) Ismael, Esaú e Jacó 25.12-34
1. Criação dos céus, da terra, e da vida 4) Deus confirma seu concerto com Isaque
sobre a terra 1.1-2.3 26.1-35
2. Criação do ser humano 2.4-25 Jacó 27.1-35,29
A queda do ser humano 3.1-24 1) Jacó engana o seu pai 27.1-46
O mundo anterior ao dilúvio 4.1-5.32 2) A fuga de Jacó para Harã 28.1-10
Noé e o dilúvio 6.1-9.29 3) Deus confirma o concerto com Jacó
A Tabela das nações 10.1-32 28.11-22
A confusão das línguas 11.1-9 4) O casamento de Jacó em Harã 29.1–
Genealogia de Abraão 11.10-32 30.43
5) O retorno de Jacó para Canaã 31.1-35.29
II. Os patriarcas escolhidos 12.1-50.26 Esaú 36.1-43
José 37.1-50.26
Abrão (Abraão) 12.1-23.20 1) A venda de José 37.1-40.23
1) O chamado de Abraão 12.1-23.20 2) A exaltação de José 41.1-57
2) A batalha dos reis 14.1-24 3) José e os seus irmãos 42.1-45.28
3) O concerto de Deus com Abraão 15.1- 4) Jacó muda para o Egito 46.1-48.22
21.34 5) A benção de Jacó e o seu sepultamento
4) O teste de Abraão 22.1-24 49.1-50.21
Isaque 24.1-26.35 6) Os últimos dias de José 50.22-26

Êxodo.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1.448 a.C. no Egito e/ou no Deserto do Sinai.
Formato 40 capítulos, 1213 versículos
Palavra-chave Redenção
Versículos-chave Ex 3:7-8
Estilo Literário Saga. Literatura Jurídica.
o Moisés 1-7
o As pragas 7-13
Esboço dos Capítulos o O Êxodo 14-18
o A Lei 19-24
o O Tabernáculo e a Adoração 25-40


 
 

O motivo da redação do Êxodo é mostrar claramente a redenção e a Aliança


firmada entre Yahweh e seu povo Israel. Os destinatários do Êxodo, que são os mesmos
de Gênesis e de todo o Pentateuco, iriam se familiarizar com a grandiosa história da
salvação aqui relatada, à medida que leriam e transmitiriam aos seus filhos o conteúdo do
livro. O título do livro é da Septuaginta, Exodus, que traduzido do grego é “saída” ou
“partida”. A saída dos israelitas do Egito é a narrativa predominante ao longo do texto.
Em hebraico é Shemot, “os nomes”.

Os eventos ali contados, que vão da morte de José até a armação do tabernáculo
no deserto, abrangem um período de 216 anos. Como as datações não são consensuais na
pesquisa teológica, é possível que o livro tenha sido escrito no caminho pelo deserto.

“Não é possível que ele (Êxodo) seja fictício. Nenhuma nação inventaria para si e
transmitiria fielmente século após século e milênio após milênio uma tradição
vergonhosa e indecorosa dessa natureza.”
Nahum Sarna

Esboço Esquemático de Êxodo

I. A libertação miraculosa de Israel 1.1- III. As revelações miraculosas junto ao


13.16 Sinai 19.1– 40.38

A opressão dos israelitas no Egito 1.1-22 A chegada ao Sinai e a manifestação de


O nascimento e a primeira parte da vida de Deus 19.1-25
Moisés 2.1-4.31 Os dez mandamentos 20.1-21
O processo de libertação 5.1-11.10 O Livro da Aliança 20.22-23.19
O episódio do êxodo 12.1-13.16 A proteção do Anjo de Deus 23.20-33
Israel confirma o concerto 24.1-18
II. A jornada miraculosa até o Sinai Orientação a respeito do tabernáculo 25.1-
13.17-18.27 31.18
O bezerro de ouro 32.1-35
A Libertação junto ao mar Vermelho 13.17- Arrependimento e renovação do concerto
15.21 33.1-35.3
A provisão para o povo 15.22-17.7 A construção do tabernáculo 35.4-40.33
A proteção contra os Amalequitas 17.8-16 A glória do Senhor enche o tabernáculo
O estabelecimento dos anciões supervisores 40.34-38
18.1-27


 
 

Levítico.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1.445 a.C. no Deserto do Sinai.
Formato 27 capítulos, 859 versículos
Palavra-chave Santidade
Versículo-chave Lv 19:2
Estilo Literário Pouca preocupação estética. Literatura Sacerdotal.
o Sacrifícios 1-7
o Sacerdócio 8-10
Esboço dos Capítulos o Limpo e Imundo 11-15
o Dia da Expiação 16
o Leis da Vida diária 17-27

Levítico tem a mesma relação para com o Êxodo que as epistolas tem com os
quatro Evangelhos. Relativamente existem aqui poucas narrativas, o que nos permite
presumir uma abrangência de no máximo um ano do tempo que Israel peregrinou no
deserto.

Seu objetivo como livro é transmitir o código de adoração levítica e as instruções


para a vida legal e social dos israelitas. O nome do livro em hebraico é Vayikra, “e
chamou”. Na versão dos setenta temos o título Leviticus, por causa das instruções que o
livro dá aos levitas.

“A palavra santo é usada 91 vezes em Levítico, e palavras relacionadas à purificação


são empregadas 71 vezes. Referências à impureza totalizam 128. Não há dúvidas a
respeito do que este livro trata.”
Warren W. Wiersbe

Esboço Esquemático de Levítico

I. A descrição do sistema de sacrifícios O sacrifício pelo sacrilégio 5.14-6.7


1.1-7.38 Outras instruções 6.8-7.38

Os holocaustos 1.1-17 II. O serviço dos sacerdotes no santuário


As ofertas de manjares 2.1-6 8.1-10.20
Os sacrifícios de paz ou das graças 3.1.17
A Expiação do pecado 4.1-5.13 A ordenação de Arão e seus filhos 8.1-36


 
 

Os sacerdotes tomam posse 9.1-24 Matando por alimento 17.1-16


O pecado de Nadabe e Abiú 10.1-11 Sobre ser sagrado 18.1-20.27
O pecado de Eleazar e Itamar 10.12-20 Leis para sacerdotes e sacrifícios 21.1–
22.33
III. As leis das impurezas 11.1-16.34 Dias santos e festas religiosas 23.1-44
Leis para elementos sagrados de louvor
Imundícias dos animais 11.1-47 24.1-9
Imundícias do parto 12.1-8 Punição para blasfêmia 24.10-23
Imundícias da pele 13.1-14.57 Os Anos do Descanso e do Jubileu 25.1-55
Imundícias de emissão 15.1-33 Bênçãos por obediência e punição por
Imundícias morais 16.1-34 desobediência 26.1-46

IV. O código de Santidade 17.1-26.46 V. Ofertas para o santuário 27.1-34

Números.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1.410 a.C. nas fronteiras de Canaã.
Formato 36 capítulos, 1288 versículos
Palavra-chave Peregrinação
Versículo-chave Nm 10:29
Estilo Literário Sequencia Esquemática. Literatura Jurídica.
o Censo 1-9
o Sinai para Canaã 10-12
Esboço dos Capítulos
o Espias e Rebelião 13-19
o Moabe 20-36

Em Gênesis temos a formação de um povo. No Êxodo vemos este mesmo povo


em fuga triunfal do Egito. Levítico mostra como este pode tinha que se portar e se
conduzir. Em Números vemos este povo agora em marcha. Estavam livres não para
fazerem o que quisessem, mas livres para escolher a quem queriam servir. Todos tinham
uma função dentro desta grandiosa nação.

O título do livro na Septuaginta é Aritimoi. Em hebraico é Bemidebar, “no


deserto”. É uma claríssima alusão aos dois recenseamentos realizados; um na saída do
Egito e o outro na fronteira com Canaã. Suas narrativas abarcam um período de 39 anos,
tempo das peregrinações de Israel no deserto.


 
 

“O livro de Números é um estudo sobre o contraste entre a fidelidade de Deus e a


desobediência do homem.”
R. K. Harrison

Esboço Esquemático de Números

I. Instruções para a viagem do Sinai 1.1- 4) Desafio para Moisés 12.1-16


10.10 5) Recusa a entrar na Terra Prometida 13.1-
14.45
Relato sobre a tomada do censo 1.1-4.9 6) Instruções relacionadas às ofertas 15.1-
1) Censo militar 1.1-2.34 41
2) Censo não militar: levitas 3.1-4.49 7) Desafios à autoridade de Arão 16.1-
Instruções e relatos adicionais 5.1-10.10 18.32
1) Cinco instruções 5.1-6.27 8) Leis da purificação 19.1-22
2) Ofertas dos líderes 7.1-89 9) A morte de Miriã e Arão 20.1-29
3) Levitas dedicados 8.1-26 10) Do monte Hor às planícies do Moabe
4) Segunda Páscoa 9.1-14 21.1-35
5) Direção pela nuvem e fogo 9.15-23 11) Balaque e Balaão 22.1-25.18
6) As trombetas de prata 10.1-10 Preparo da nova geração 26.1-36.13
1) Um novo censo 26.1-65
II. Relato da viagem do Sinai 10.11-36.13 2) Instruções relacionadas à herança, ofertas
e votos 27.1-30.16
Rebelião e punição da primeira geração 3) Vingança sobre os midianitas 31.1-54
10.11-25.18 4) As tribos da Transjordânia 32.1-42
1) Relato da primeira marcha do Sinai 5) Itinerário do Egito até Moabe 33.1-49
10.11-36 6) Instruções para a ocupação de Canaã
2) Queixas do povo 11.1-3 33.50-36.13
3) Ansiando por carne 11.4-35

10 
 
 

Deuteronômio.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1.408 a.C. nas planícies de Moabe
Formato 34 capítulos, 959 versículos
Palavra-chave Obediência
Versículos-chave Dt 10:12-22
Estilo Literário Oratório. Parênese. Insinuante, afetivo e humanitário.
o Discurso 1. Revisita histórica 1-4
o Discurso 2. Leis 5-28
Esboço dos Capítulos
o Discurso 3. Aliança 29-30
o Recomendações finais 31-34

Deuteronômio significa “segunda lei”. Segunda num sentido de repetição desta


mesma Lei. Este é o nome dado na versão grega das Escrituras. Na Bíblia hebraica o
nome é D’varim, “as palavras”. Em qualquer versão, o título é dado em razão de
Deuteronômio ser uma releitura da Lei, dada agora à geração dos que tinham menos de
20 ao sair do Egito no Êxodo. São os que nasceram no deserto. Então seus destinatários
originais são estes, já que quem tinha mais de 20 anos de idade ao sair do Egito, tinham
morrido no deserto.

A autoria mosaica permanece inconteste, à exceção dos últimos versículos que


narram a morte e sepultamento de Moisés, estes possivelmente acrescidos logo mais por
Josué. Era costume na cultura hebraica que a obra de um mestre fosse concluída por seus
discípulos na ocasião de sua morte. Os discursos proferidos por Moisés durante os dois
meses que Israel ficou acampado nas planícies de Moabe são a tônica do livro. Estes
discursos à toda a nação, revisitam um período de 40 anos na forma de retrospecto dos
últimos 40 anos. É profundamente enfatizado a importância de se permanecer fiel e
obediente a Yahweh.

“O Deuteronômio inteiro é como a última palavra de um pai à vigília da morte, cheio de


fervor e amor, aos seus filhos indisciplinados, prestes a entrarem na terra da promissão.
Estes discursos de Moisés a nação de Israel, são considerados como obras-primas que
nem Demóstenes conseguiu atingir. Discurso terminado em cântico que nenhum outro
orador jamais sobrepujou.”
O. S. Boyer

11 
 
 

Esboço de Deuteronômio

I. O primeiro discurso de Moisés 1.1-4.43 III. O terceiro discurso de Moisés 27.1–


30.20
Introdução 1.1-5
O passado recordado 1.6-3.29 Cerimônia de retificação 27.1-26
Um chamado à obediência 4.1-40 Sanções do concerto 28.1-68
Cidades de refúgio nomeadas 4.41-43 O juramento do concerto 29.1-30.20
II. O segundo discurso de Moisés 4.44- IV. As palavras finais e a morte de
26.19 Moisés 31.1– 34.12

Exposição dos Dez Mandamentos 4.44– Perpetuação do concerto 31.1-29


11.32 O cântico do testemunho 31.30-32.47
Exposição das leis cerimoniais 12.1-16.17 A bênção de Moisés sobre Israel 32.48—
Exposição da lei civil 16.18-18.22 33.29
Exposição das leis criminais 19.1-21.9 A Morte e a sucessão de Moisés 34.1-12
Exposição das leis sociais 21.10– 26.19

Josué.

Autoria Josué
Data e Local Cerca de 1.380 a.C. em Canaã.
Formato 24 capítulos, 658 versículos
Palavra-chave Conquista
Versículo-chave Js 11:15
Estilo Literário Narrativo. Literatura bélica.
o A Conquista 1-12
Esboço dos Capítulos o A Divisão da Terra 13-22
o A Despedida de Josué 23-24

Embora não seja usual, algumas edições bíblicas servem-se do termo Hexateuco
para referirem-se ao Pentateuco mais à obra de Josué (Hexateuco em grego “seis
volumes” e Pentateuco “cinco volumes”). Josué inicia logo após o Deuteronômio,
narrando a subsequente conquista da Terra Prometida. Sua abrangência é 24 anos, ou algo
muito próximo disso; da morte de Moisés até o discurso de despedida de Josué.

12 
 
 

Narrar a conquista de Canaã e a distribuição da terra é o principal objetivo.


Mostrar que é possível honrar a aliança com Deus sendo obediente é também um alvo
bastante implícito. O nome do livro (Josué em hebraico “Yahweh é salvação”) é em
virtude de seu autor e principal personagem. O título vai permanecer inalterado em
qualquer tradução ou versão da Bíblia. Os leitores iniciais são os mesmo de
Deuteronômio. Seu paralelo no Novo Testamento é Efésios.

“O livro de Josué é um dos maiores testemunhos da Bíblia acerca dos atos poderosos de
Deus em favor de Israel.”
Jerome F. D. Creach

Esboço Esquemático de Josué

I. Preparação da herança 1.1-5.15 9.1-27


2) Os milagres trazem a liberação -
Mediante a escolha do líder do exército 1.1- Amorreus 10.1-43
18 O território do Norte 11.1-15
1) Josué ouve o chamado 1.1-9 Revisando os territórios conquistados
2) Josué dá o mandamento 1.10-15 11.16—12.24
3) Josué recebe estímulo 1.16-18 1) Os territórios 11.16-23
Mediante o preparo do exército para a 2) Os reis 12.1-24
batalha 2.1-5.15
1) Procurando a moral do inimigo 2.1-24
2) Posicionando o povo para a batalha 3.1- III. Compartilhando a herança 13.1-
5.1 22.34
3) Fortalecendo as tropas p/a guerra 5.2-12
4) Convencendo um líder a servir 5.13-15 Distribuindo a herança 13.1-21.45
1) Partes ainda não conquistadas 13.1-7
II. Possuindo a herança 6.1-12.24 2) Partes para Ruben, Gade e Manassés
13.8-33
O território central 6.1-8.35 3) Dividindo as partes a oeste da Jordânia
1) A obediência traz a conquista - Jericó 14.1-5
6.1-27 4) Uma parte para Calebe 14.6-15
2) O pecado traz a derrota - Acã 7.1-26
3) O arrependimento traz a vitória - Ai 8.1- 5) Uma parte para Judá 15.1-63
29 6) Uma parte para Efraim e Manassés 16.1-
4) A lei traz a bênção - Monte Ebal e monte 17.18
Gerizim 8.30-35 7) Partes para as tribos restantes 18.1-19.48
O território do Sul 9.1-10.43 8) Uma parte para Josué 19.49-51
1) O engano traz o cativeiro - Gibeonitas
13 
 
 

9) Cidades de refúgio e para os levitas 20.1- IV. O discurso final de Josué e sua morte
6.21.42 23.1—24.33
10) Epílogo 22.1-34
Discutindo o futuro 22.1-34 Josué aconselha os líderes 23.1-16
1) Uma benção para as tribos do Leste 22.1- Josué desafia o povo 24.1-28
9 Josué morre 24.29-33
2) Uma explicação para o altar 22.10-34

Juízes.

Autoria Samuel
Data e Local Cerca de 1.080 a.C. em Canaã.
Formato 21 capítulos, 619 versículos
Palavra-chave Decadência
Versículo-chave Jz 21:25
Estilo Literário Predominância Histórica. Narrativo.
o Razões para a derrota 1
Esboço dos Capítulos o Os Juízes 2-16
o Dias de Anarquia 17-21

Os primeiros 300 anos de Israel tendo posse de Canaã são narrados no livro de
Juízes. O título da obra se dá por causa dos líderes carismáticos que tiveram proeminência
de ação neste período. O nome hebraico do livro é Shoftim, “juízes” em hebraico. São 13
juízes que tem seus atos registrados no livro. Ainda outros 2 juízes, Samuel e Eli, estão
elencados em I Samuel.

Juízes foi escrito por uma razão bem específica. Contar os acontecimentos
ocorridos neste período tão conturbado da história nacional. Um tempo de degradação
moral que culminou na anarquia generalizada. Já os leitores a quem o livro foi escrito não
são bem específicos. Juízes é uma obra para todas as gerações de Israel, com muitas
orientações bastante claras sobre como não se deve agir, e também o quanto é importante
ter Deus como Rei.

“...elas (as histórias e lições de Juízes) nos mostram o pecado mais escuro do homem,
mas nós o vemos com a luz da graça mais resplandecente de Deus.”
Michael Wilcock

14 
 
 

Esboço Esquemático de Juízes

I. Prólogo: As condições em Canaã após Gideão 6.1– 8.35


a morte de Josué 1.1-3.6 Breve reinado de Abimeleque 9.1-57
Carreira de Tola como Juiz 10.1,2
Continuação das conquistas pelas tribos de Carreira de Jair como Juiz 10.3-5
Israel 1.1-26 Opressão amonita e libertação por meio de
Conquista incompletas da terra 1.27-36 Jefté 10.6 –12.7
A aliança do Senhor é quebrada 2.1-5 Carreira de Ibsã como juiz 12.8-10
Introdução ao período dos juízes 2.6 –3.6 Carreira de Elom como juiz 12.11,12
Carreira de Abdom como juiz 12.13-15
II. História de opressões e libertações Opressão filistéia e libertação por meio de
durante o período dos juízes 3.7-16.31 Sansão 13.1-16.31
Opressão mesopotâmica por meio de Otniel
3.7-11 III. Epílogo: Condições que ilustram o
Opressão moabita por meio de Eúde 3.12- período dos juízes 17.1-21.25
30
Opressão filistéia e libertação por meio de Apostasia: A idolatria de Mica e a migração
Sangar 3.31 dos danitas 17.1 –18.31
Opressão cananita e libertação por meio de Imoralidade: Atrocidade em Gibeá e a
Débora e Baraque 4.1-5.31 guerra benjamita 19.1-21.15
Opressão midianita e libertação por meio de

Rute.

Autoria Samuel
Data e Local Cerca de 1.030 a.C. em Canaã.
Formato 4 capítulos, 85 versículos
Palavra-chave Redentor
Versículo-chave Rt 4:14
Estilo Literário Romance. Predominância Histórica. Narrativo.
o Noemi e Rute 1
o Rute e Boaz 2
Esboço dos Capítulos
o A eira 3
o O Casamento 4

O pequeno livro de Rute já em sua primeira linha se apresenta como um s ao livro


de Juízes. Suas últimas palavras deixam claro a principal motivação de ser escrito:

15 
 
 

Delinear a genealogia de Davi. Cerca de 10 anos é o tempo abrangido com os relatos


históricos ao redor da moabita Rute (em hebraico “companheira”), personagem principal
e que dá nome ao livro. É provável que a narrativa se passe no período do juiz Gideão.

Se o livro de Juízes conta uma das histórias mais tristes do mundo, Rute em seus
4 capítulos encerra uma das mais belas. Os leitores originais de Rute eram os israelitas
que viviam nos primórdios da monarquia e necessitavam saber mais sobre a origem de
seu maior rei. Implicitamente ainda tinham uma narrativa romanceada em que Deus usou
o amor entre Boaz e Rute para tipificar sua providencia e plano redentor.

“Vejo a imagem do autor de Rute como a um artista em pleno comando de uma arte
complexa e sutil, a qual é exibida em quase todas as palavras da história.”
D. F. Rauber

Esboço Esquemático de Rute

I. Ima família hebraica em Moabe 1.1-22 III. Um matrimônio planejado 3.1-18

Sofrimento de Noemi 1.1-5 Orientação de Noemi 3.1-5


Dedicação e promessa de Rute 1.6-18 Obediência de Rute 3.6-13
Retorno a Belém 1.19-22 Recompensa pela obediência 3.14-18

II. Uma mulher humilde no campo da IV. Parente e Remidor 4.1-22


colheita 2.1-23
Boaz, o remidor escolhido por Deus 4.1-12
Rute no campo de Boaz 2.1-3 Casamento de Boaz com Rute 4.13
Generosidade e proteção de Boaz 2.4-17 Benção de Deus sobre Noemi 4.14-17
Noemi reconhece a bondade de Deus 2.18- Genealogia de Davi 4.18-22
23

16 
 
 

I Samuel.

Autoria Samuel e Natã.


Data e Local Cerca de 980 a.C. em Israel e Judá.
Formato 31 capítulos, 811 versículos
Palavra-chave Reino
Versículos-chave 1Sm 10:25 e 1Sm 16:1
Estilo Literário Prosa e Narrativa. Várias Seções Poéticas.
o Samuel 1-7
Esboço dos Capítulos o Saul 8-15
o Saul e Davi 16-31

Originalmente I Samuel e II Samuel formavam uma só obra, que começou a ser


redigida pelo próprio Samuel e retomada por seu discípulo Natã após a morte deste,
conforme costume já mencionado na introdução ao Deuteronômio. Não podemos
descartar também a compilação de materiais produzidos por outros discípulos de Samuel
como Ido e Gade, além da adição de farta antologia nacional. Fica evidente também a
titulação, visto que Samuel (em hebraico “Deus ouviu”) foi o maior vulto de Israel no
período de transição entre o ministério dos juízes e o começo da monarquia.

A obra toda de Samuel se concentra em redor do trono de Israel, pois narra


exaustivamente o estabelecimento do reino na nação. Os primeiros leitores de Samuel
estavam ser informados sobre como Israel deixou de ser uma unidade de estados
confederados para se tornar uma nação governada por um único soberano.

Os dois livros fazem exposição dos reinados de Saul e Davi, mas começam
contando a história de Samuel, o último juiz de Israel e pai do profetismo nacional. Todos
os relatos de Samuel ocupam um espaço de tempo de 153 anos, sendo 115 anos em I
Samuel e 38 anos em II Samuel.

“Quando olhamos para o livro de (I) Samuel a partir da perspectiva humana, trata-se de
um livro completamente trágico. Nenhum personagem escapa de tragédias”
Avraham Kariv

17 
 
 

Esboço Esquemático de I Samuel

I. Renovação sob Samuel 1.1-7.17 II. O reinado de Saul 8.1 –15.35

Nascimento e infância de Samuel 1.1-2.36 Estabelecimento de Israel por um rei 8.1-


1) Nascimento e dedicação de Samuel 1.1- 12.25
2.11 1) A Exigência de Israel por um rei 8.1-22
2) Crescimento de Samuel e a corrupção 2) Saul é escolhido e ungido rei 9.1-12.25
dos filhos de Eli 2.12-36 As guerras de Saul 13.1-14.52
Começo do ministério profético de Samuel Saul é rejeitado por Deus 15.1-35
3.1-4.1
1) Seu chamado por Deus 3.1-9 III. Declínio de Saul e ascensão de Davi
2) Sua palavra para Eli 3.10-18 16.1-31.13
3) Seu ministério a todo Israel 3.19-4.1
O ministério de Samuel como juiz 4.2-7.17 A crescente proeminência de Davi 16.1-
1) A captura da arca pelos filisteus 4.2-11 17.58
2) A morte de Eli 4.12-22 1) Sua unção por Samuel 16.1-13
3) Recuperação da arca por Israel 5.1-7.1 2) Sua música diante de Saul 16.14-23
4) Samuel exorta ao arrependimento 7.2-6 3) O conflito de Davi com os filisteus e os
5) Derrota dos filisteus 8.1– 15.35 amalequitas 29.1-30.31
4) A morte de Saul 31.1-13

II Samuel.

Autoria Natã
Data e Local Cerca de 980 a.C. em Israel e Judá.
Formato 24 capítulos, 695 versículos
Palavra-chave Reino
Versículo-chave 2Sm 7:9
Estilo Literário Prosa e Narrativa. Várias Seções Poéticas.
o Reinado de Davi em Judá 1-4
o Davi une Israel 5-10
Esboço dos Capítulos o Davi e Bate-Seba 11-12
o Problemas familiares 13-20
o Conclusões e Comentários 21-24

18 
 
 

Podemos verificar em I Samuel a história do ministério de Samuel e a história do


reinado de Saul. II Samuel fica com as narrativas do reinado de Davi. Na primeira divisão
de Samuel temos a transição da anarquia típica do período dos juízes para a monarquia,
o advento de Samuel e a coroação de Saul. Vai fechar este volume a entrada de Davi na
história nacional e a morte de Saul. II Samuel vai se ocupar exclusivamente com Davi,
sua vida, seu reinado, seus pecados, seu constante arrependimento e afirmação de seu
trono.

“Em vez de pedir a Davi que construa uma casa para Deus, o Senhor promete construir
uma casa para Davi.”
Paul R. House

Esboço Esquemático de II Samuel

I. Os triunfos de Davi 1.1-10.19 11.14-25


3) Casamento de Davi com Bate-Seba
Os triunfos políticos de Davi 1.1-5.25 11.26,27
1) O reino de Davi em Hebrom 1.1-4.12
2) O reino de Davi em Jerusalém 5.1-25 III. Os problemas de Davi 12.1-24.25
Os triunfos espirituais de Davi 6.1-7.29
1) Mudando a arca 6.1-23 Problemas na casa de Davi 12.1-13.36
2) Aliança de Deus com Davi 7.1-29 1) Profecia de Natã 12.1-14
Os triunfos militares de Davi 8.1-10.19 2) Morte do filho de Davi 12.15-25
1) Triunfos sobre os seus inimigos 8.1-12 3) Lealdade de Joabe a Davi 12.26-31
2) O governo Justo de Davi 8.13– 9.13 4) Incesto na casa de Davi 13.1-20
3) Triunfos sobre Amom e Síria 10.1-19 5) Absalão mata Amom 13.21-36
Problemas no reino de Davi 13.37—24.25
II. As transgressões de Davi 11.1-27 1) Rebelião de Absalão 13.37—17.29
2) Joabe mata Absalão 18.1-33
O pecado do adultério 11.1-5 3) Restauração de Davi como rei 19.1–
O pecado do Assassinato 11.6-27 20.26
1) Lealdade de Urias a Davi 11.6-13 4) Comentários sobre o reino de Davi
2) Ordem de Davi para assassinar Urias 21.1—24.25

19 
 
 

I Reis.

Autoria Natã e Jeremias


Data e Local Cerca de 590 a.C. em Judá e no exilio babilônico.
Formato 22 capítulos, 817 versículos
Palavras-chave Fidelidade e Infidelidade
Versículo-chave 1Re 11:4
Estilo Literário Narrativa. Notas introdutórias e finais para cada reinado.
o Reinado de Salomão 1-4
o Construção do Templo 5-9
Esboço dos Capítulos o Rainha de Sabá 10
o Divisão do Reino 11-16
o Profeta Elias 17-22

Reis, que também se constitui de um único volume, só mais tarde segmentado,


trata da realeza humana. É o seu tema principal o trono dos homens que reinaram em
Israel e no reino dividido. Alguns foram fiéis ao Senhor, outros lamentavelmente não o
foram. O título fica por conta dos principais personagens listados na obra.

O período histórico narrado vai da morte de Davi até a destruição de Judá, o que
perfaz uma soma de 400 anos mais ou menos; sendo 120 anos em I Reis e 308 em II Reis.
Além dos reis, que já foram introduzidos em Samuel, somos apresentados aos profetas.
Em I e II Reis se destacam os profetas Elias e Eliseu. O valor de se obedecer a Deus e os
perigos em desobedece-Lo são verdades que o autor quer transmitir aos seus leitores.

“O autor não simplesmente escreveu a história, ele procurou enfatizar princípios morais
e espirituais. Sua principal preocupação era mostrar que Israel (...) devia manter a Lei.
Os israelitas seriam abençoados por mate-la, e castigados se não a considerassem.”
Howard F. Vos

Esboço Esquemático de I Reis

I. O reino unido 1.1-11.43 O erro de Salomão como rei 9.1-11.43

O estabelecimento de Salomão como rei II. O reino dividido 12.1-22.53


1.1-2.46 A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel
A consagração de Salomão como rei 3.1- 12.1-14.20
8.66 O reinado de Roboão em Judá 14.21-31

20 
 
 

O reinado de Abdias em Judá 15.1-8 O reinado de Zinri em Israel 16.15-20


O reinado de Asa em Judá 15.9-24 O reinado de Onri em Israel 16.21-28
O reinado de Nadabe em Israel 15.25-32 O reinado de Acabe em Israel 16.29-22.40
O reinado de Baasa em Israel 15.33-16.7 O reinado de Josafá em Judá 22.41-50
O reinado de Elá em Israel 16.8-14 O reinado de Acazias em Israel 22.51-53

II Reis.

Autoria Jeremias
Data e Local Cerca de 590 a.C. em Judá e no exílio babilônico.
Formato 25 capítulos, 719 versículos
Palavras-chave Fidelidade e Infidelidade
Versículo-chave 2Re 19:15
Estilo Literário Narrativa. Notas introdutórias e finais para cada reinado.
o O Profeta Eliseu 1-8
o Os Reis de Judá e Israel 9-16
Esboço dos Capítulos o Queda de Israel 17-21
o O Rei Josias 22-23
o Queda de Judá e Exílio 24-25
 

I Reis narra a majestade de Salomão, a construção do Templo e a fatídica divisão


do reino. Agora temos uma nação dividida em reino do sul, Judá, com as tribos de Judá e
Benjamim; e reino do norte, Israel, com as 12 tribos restantes. Elias é um personagem
destacado.

II Reis segue com o profeta Eliseu ministrando ao reino do norte, e avaliações


sobre ambos os reinos. E por fim, teremos a queda de Israel pela invasão assíria e a
posteriori acontece a queda de Judá nas mãos dos babilônios. A obra quer mostrar aos
seus leitores a decadência e extinção do reino.

“Os livros de Reis executam sua tarefa historiográfica a partir de uma perspectiva
descaradamente teológica. Deus é o ator central no enredo da história de Israel (...) Ele
cumpre promessas, mas não é preso a expectativas humanas.”
Richard Nelson

21 
 
 

Esboço Esquemático de II Reis

I. I reino dividido 1.1-17.41 O reinado de Acaz em Judá 16.1-20


O reinado de Oséias em Israel 17.1-5
O reinado de Acazias em Israel 1.1-18 O cativeiro de Israel para a Assíria 17.6-41
O reinado de Jorão em Israel 2.1-8.15
O reinado de Jeorão em Judá 8.16-24 II. Somente o reino de Judá 18.1-25.30
O reinado de Acazias em Judá 8.25-9.29 O reinado de Ezequias 18.1-20.21
O reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36 O reinado de Manassés 21.1-18
O reinado da rainha Atalia em Judá 11.1-16 O reinado de Amon 21.19-26
O reinado de Joás em Judá 11.17-12.21 O reinado de Josias 22.1-23.30
O reinado de Jeocaz em Israel 13.1-9 O reinado de Joacaz 23.31-34
O reinado de Jeoás em Israel 13.10-25 O reinado de Jeoaquim 23.35-24.7
O reinado de Amazias em Judá 14.1-22 O reinado de Joaquim 24.8-16
O reinado de Jeroboão II em Israel 14.23-29 O reinado de Zedequias 24.17-20
O reinado de Azarias em Judá 15.1-7 A queda de Jerusalém 25.1-7
O reinado de Zacarias, Salum, Menaém, O cativeiro de Judá pra a Babilônia 25.8-26
Pecaías e Peca em Israel 15.8-31 A libertação de Joaquim 25.27-30
O reinado de Jotão em Judá 15.32-38

I Crônicas.

Autoria Esdras
Data e Local Cerca de 450 a 425 a.C. em Judá.
Formato 29 capítulos, 942 versículos
Palavra-chave Templo
Versículos-chave 1 Cr 17:1-2
Estilo Literário Narrativa. Anais do Reino. Antologia e Genealogias.
o Genealogias dos Israelitas 1-9
Esboço dos Capítulos
o Revisita Histórica ao Reinado de Davi 10-30

Crônicas tem este nome a partir da Vulgata Latina, que já fazia a divisão da obra
em dois tomos. Jerônimo sugeriu o nome de Chronicon, do qual deriva Crônicas. Na
Septuaginta o título é Paraleipomena, do grego “eventos dos tempos passados”. Na Bíblia
hebraica o nome é Divréh Hayyamim, que significa “As palavras dos dias”. Crônicas
relata eventos que perfazem 520 anos de história, começando com exaustivo material

22 
 
 

genealógico e discorrendo sobre os reinados de Davi, Salomão e todos os reis de Judá,


culminando com a queda do reino do sul.

O objetivo do autor é mostrar aos seus leitores, pela perspectiva religiosa, que a
fidelidade a Yahweh é uma garantia de benção. É um livro de exortação, que convida o
povo a ser fiel ao plano redentor prometido a Davi, a aderir a Aliança e se manterem
afastado das outras nações.

“(O cronista foi) o primeiro teólogo do Antigo Testamento.”


P. R. Ackroyd

Esboço Esquemático de I Crônicas

I. As raízes do povo de Deus 1.1– 9.44 II. O reinado do rei Davi 10.1-29.30

A herança dos filhos de Jacó 1.1-2.2 A confirmação de Davi como rei 10.1-12.40
A herança da linhagem de Davi em Judá A aquisição da arca por Davi 13.1-17.27
2.3-3.24 Progressos militares de Davi 18.1-20.8
A herança das doze tribos 4.1-8.40 Preparativos de Davi para a construção do
A herança do remanescente 9.1-34 templo 21.1-27.34
A herança do rei Saul em Benjamim 9.35- Últimas declarações de Davi 28.1 –29.30
44

II Crônicas.

Autoria Esdras
Data e Local Cerca de 450 a 425 a.C. em Judá.
Formato 36 capítulos, 822 versículos
Palavra-chave Templo
Versículos-chave 2 Cr 13:10 e 2Cr 7:14
Estilo Literário Narrativa. Anais do Reino. Antologia. Saga
o Reinado de Salomão 1-9
Esboço dos Capítulos o Reis de Judá 10-36
o Cativeiro e Retorno de Judá 36

23 
 
 

Reis e Crônicas parecem ser livros que tratam dos mesmos assuntos, portanto
obras praticamente iguais; o que não é verdade. Algumas passagens de Crônicas são
idênticas a outras em Reis. No entanto, apesar desta aparente similaridade, existem muitas
diferenças substanciais em ambos os livros, senão vejamos:

Reis gira em torno do trono dos reis terrestres. Crônicas olha para o trono terrestre
(que é o Templo) do Rei Eterno e Celestial. Crônicas olha exclusivamente para Judá,
citando o reino do norte apenas de modo sucinto. Já Reis se ocupa dos monarcas do reino
unido e do reino dividido. Reis é uma obra régia e política, além de civil e profundamente
realista. Crônicas é eclesiástico e sacerdotal, bem como moral, espiritual e idealista. Reis
tem 5 capítulos que discorrem sobre o Templo e a adoração. Em Crônicas estes assuntos
ocupam 20 capítulos. O primeiro tem um apelo acusativo, documentando todos os
fracassos do povo de Deus. O segundo, tem um tom incitativo para encorajar os judeus
vindos do cativeiro.

Os destinatários de Reis e Crônicas também diferem bastante em tempo e


circunstancias. Os autores também não são os mesmos.

“Vocabulário de apostasia, vocabulário de obediência, vocabulário de respostas


divinas.”
J.A. Thompson

Esboço Esquemático de II Crônicas

I. O período de governo do rei Salomão Jeorão 21.1-20


1.1-9.31 Acazias 22.1-9
Atalia 22.10-23.15
A ascensão de Salomão como rei 1.1-17 Joás 23.16-24.27
A realização da construção do tempo 2.1- Amazias 25.1-28
7.22 Uzias 26.1-23
A riqueza de Salomão 8.1-9.31 Jotão 27.1-9
Acaz 28.1-27
II. Os governos dos reis de Judá 10.1- Ezequias 29.1-32.33
36.16 Manassés 33.1-20
Amon 33.21-25
O reinado de Roboão 10.1-12.16 Josias 34.1-35.27
Abias 13.1-22 Joacaz 36.1-3
Asa 14.1-16.14 Jeoaquim 36.4-8
Josafá 17.1-20.37 Joaquim 36.9-10

24 
 
 

Zedequias 36.11-16 O cativeiro de Judá por Babilônia 36.17-21


O decreto de Ciro para o retorno de Judá
III. Cativeiro e retorno de Judá 36.17-23 36.22,23

Esdras.

Autoria Esdras
Data e Local Cerca de 460 a 440 a.C. em Judá.
Formato 10 capítulos, 280 versículos
Palavra-chave Restauração
Versículos-chave Ed 1:5 e Ed 3:11
Estilo Literário Narrativa. Intercalada entre primeira e segunda pessoa.
o Retorno dos Exilados 1-2
Esboço dos Capítulos o Reconstrução do Templo 3-6
o Ministério de Esdras 7-10

São 79 anos o tempo de abrangência do livro de Esdras, que em hebraico quer


dizer “auxílio”. O nome do livro é em menção de seu protagonista. Neste período
reinaram na Pérsia Ciro, Cambises, Dário, Xerxes, Artaxerxes entre outros imperadores.
Nesta época profetizam Ageu e Zacarias. Os eventos do livro de Ester se dão
paralelamente às narrativas contidas em Esdras, precisamente entre os capítulos 6 e 7 de
Esdras. O Assuero de Ester é o Xerxes, filho de Dario, personagens estes devidamente
registrados na história mundial.

É propósito do autor descrever como foi o retorno do remanescente de judeus que


sobreviveram ao cativeiro babilônico e agora estavam sendo repatriados. O público alvo
de Esdras é justamente os judeus interessados em tais acontecimentos.

O Talmude aponta Esdras e Neemias como uma só obra multi autoral. Os


primeiros versículos de Esdras são exatamente os mesmos versículos que encerram as
Crônicas, ventilando a possibilidade de estes rolos serem um material primitivamente
unificado. Certo é que os nossos 39 livros que compõe o Antigo testamento, na Bíblia
Hebraica eram 22, mesmo número de letras do alfabeto hebreu.

25 
 
 

“A história (de Esdras) reconta como os judeus conquistaram um senso renovado de


identidade.”
Derek Kidner

Esboço Esquemático de Esdras

I. O retorno sob a liderança de Dario assegura a Tatenai que o projeto é


Zorobabel 1.1-2.70 legal 6.1-12
Conclusão e dedicação do templo 6.13-18
Ciro proclama o retorno de Israel 1.1-4 Celebração da Páscoa 6.19-22
O povo se prepara para o retorno 1.5-11
Os nomes e a numeração dos primeiros que III. O retorno sob a liderança de Esdras
voltaram 2.1-67 7.1-8.36
Ofertas voluntárias dos que retornaram
2.68-70 Esdras parte da Babilônia com outro grupo
de exilados 7.1-10
II. O processo de reconstrução do templo Artaxerxes escreve uma carta de apoio a
3.1 –6.22 Esdras 7.11-28
Os nomes e a numeração do segundo grupo
A reconstrução do altar e o começo dos que retornou 8.1-20
sacrifícios 3.1-7 Retorno dos exilados para Jerusalém 8.21-
Os alicerces são colocados em meio a choro 36
e louvor 3.8-13
Os inimigos desencorajam o projeto do IV. A reforma de Esdras 9.1-10.44
templo 4.1-5
Bislão e seus companheiros se queixam a Esdras confessa as transgressões de Israel
rei Artaxerxes 4.6-16. 9.1-15
Artaxerxes ordena a interrupção da obra Os líderes de Israel concordam com a
4.17-24 reforma 10.1-44
Tatenai tenta para a construção do templo
5.1-17

26 
 
 

Neemias.

Autoria Esdras e Neemias


Data e Local Cerca de 445 a 432 a.C. em Judá.
Formato 13 capítulos, 406 versículos
Palavras-chave Reconstrução
Versículos-chave Ne 2:5 e Ne 2:20
Estilo Literário Narrativa. Intercalada entre primeira e segunda pessoa.
o Volta de Neemias 1-2
o Reconstrução do Muros 3
Esboço dos Capítulos o Ameaças e Perseguição 4-7
o Renovação da Aliança 8-10
o Dedicação e Leis 11-13

A principal temática apontada em Neemias é a restauração política de Jerusalém.


Enquanto Esdras se ocupa da restauração religiosa dos judeus. Ambos os livros
perpassam cerca de 90 anos de história, sendo 11 anos no livro de Neemias; que é autor
e destacado personagem do livro, emprestando-lhe ainda o nome (que em hebraico é
“Yahweh conforta”) para titulação da obra.

O livro de Esdras se concentra na reconstrução do Templo, que fora destruído


pelos babilônicos. O livro de Neemias contempla a reconstrução das muralhas da cidade
de Jerusalém. Os judeus pós-exílio são os evidentes destinatários do livro.

“Neemias é um tesouro de livro em relação às lições espirituais que ensina (...) Há lições
e analogias por todo lugar (...) O próprio Neemias rende um estudo de personagem de
primeira linha.”
J. Sidlow Baxter

27 
 
 

Esboço Esquemático de Neemias

I. Neemias: do exílio à reconstrução das Lendo a Bíblia 8.1-12


muralhas de Jerusalém 1.1-7.73 Celebração da Festa dos Tabernáculos 8.13-
18
Autorização de Artaxerxes para reconstruir Confissão de pecado pessoal e coletivo 9.1-
as muralhas 1.1-2.8 37
Planejando o trabalho, motivando e Compromisso de guardar a lei e manter o
organizando os trabalhos 2.9-3.32 templo 9.38– 10.39
Oposição e defesa 4.1-23
Rechaço contra a extorsão e usura pelo III. Verdadeiro arrependimento produz
exemplo piedoso de Neemias 5.1-9 justificação 11.1 –12.26
As muralhas são completadas apesar das
intrigas maldosas 6.1-7.3 Censo de Jerusalém e vilas vizinhas 11.1 –
Restabelecimento dos cidadãos de 12.26
Jerusalém 7.3-73 Dedicação das muralhas e provisão para as
finanças do templo 12.27-13.3
II. Esdras e Neemias trabalham juntos Segundo período de governo de Neemias,
para estabelecer o povo 8.1-10.39 incluindo reformas posteriores e uma
oração final 13.4-31

Ester.

Autoria Mordecai
Data e Local Cerca de 486 a 465 a.C. na Medo-Pérsia.
Formato 10 capítulos, 167 versículos
Palavra-chave Providência
Versículo-chave Et 4:14
Estilo Literário Narrativa. Entusiasmo, ironia e duplicidade. Saga.
o Procura por uma nova rainha 1-2
o O plano de Hamã 3
Esboço dos Capítulos o O plano de Ester 4-6
o Queda de Hamã 7
o Ester salva os Judeus 8-10

O nome do livro é em virtude da protagonista, que não é autora da obra que narra
os eventos em torno de sua pessoa, dados na corte da Pérsia. Ester inclusive é um nome
persa que significa “estrela”, seu nome hebraico é Hadassa, que se traduz como “murta”.

28 
 
 

Ester é um dos primeiros livros a sofrer forte oposição dentro da teologia rabínica
e cristã, pela não menção do nome de Deus. Mas não existe história em que a presença de
Deus seja tão notada por sua providencia e intervenção. Também não há qualquer citação
da Lei mosaica ou da religião dos judeus, mas isso não impede que este livro esteja
carregado de fé e confiança em Deus.

Mostrar a libertação assegurada por Yahweh aos judeus residentes na pérsia


depois de findado o cativeiro, e que se achavam agora em meio à adversidade, é a proposta
do autor que era primo e tutor de Ester. Os eventos narrados em Ester se postam entre os
capítulos 6 e 7 de Esdras e somam 4 anos de história. Contudo o lapso temporal entre os
referidos capítulos é de 60 anos.

Na condição de uma saga, Ester quer contar a origem da festa de Purim; todavia
o objetivo claro do autor é atestar a providencia de Deus em favor dos judeus,
sentenciados ao extermínio étnico na Pérsia. O público a que se destina são os judeus,
embora esta história envolvente e patriótica agrade a qualquer povo.

“A característica mais distinta do estilo em Ester é o uso extensivo de cadeias elaboradas


de sinônimos, isto é, a tendência de dizer exatamente a mesma coisa duas, três ou quatro
vezes.”
Susan Niditch

Esboço Esquemático de Ester

I. Uma nova rainha é escolhida 1.1-2.17 Hamã planeja destruir os judeus 3.1-15
Mordecai persuade Ester a intervir 4.1-14
O rei Assuero mostra seu poder e celebra Ester solicita a ajuda de Mordecai 4.15-17
uma festa 1.1-8
A rainha Vasti e deposta 1.9-22 IV. Mordecai é exaltado 5.1-6.14
Ester é escolhida para ser rainha 2.1-18
Ester prepara um banquete 5.1-8
II. A vida do rei é salva 2.19-23 Hamã planeja destruir Mordecai 5.9-14
Hamã é forçado a honrar Mordecai 6.1-14
Mordecai descobre uma conspiração 2.19-
21 V. Hamã é enforcado 7.1-10
Ester informa o rei 2.22-23
Ester revela sua identidade e expõe Hamã
III. É feito um plano contra os judeus 7.1-6
3.1-4.17 Hamã e enforcado na forca preparada para
Mordecai 7.7-10

29 
 
 

VI. Os judeus são salvos 8.1 –9.17 VII. A Festa de Purim é estabelecida
9.18-10.3
Ester leva seu pedido ao rei 8.1-6
O rei emite um decreto a favor dos judeus Os judeus celebram o primeiro Purim 9.18-
8.7-17 32
Os judeus derrotam seus inimigos 9.1-17 O rei eleva Mordecai 10.1-3

Jó.

Autoria Moisés
Data e Local Cerca de 1430 a 1420 a.C. no Egito e/ou no Sinai.
Formato 42 capítulos, 1070 versículos
Palavra-chave Provação
Versículos-chave Jó 1:9-12 e Jó 19:25
Estilo Literário Verso e Poesia. Emoldurado por Prosa
o Provação de Jó 1-3
o Os Amigos de Jó 4-31
Esboço dos Capítulos
o O Discurso de Eliú 32-37
o Resposta de Deus 38-42

O livro de Jó, que em hebraico quer dizer “voltando sempre para Deus”, foi
possivelmente o primeiro livro do Cânon a ser escrito. Seu título por causa do patriarca e
personagem principal. Estima-se que o período da provação de Jó, que ocupa
praticamente toda a obra, seja de 9 meses a um ano no máximo. Jó não é contudo uma
alegoria, antes um personagem real passando por experiências de dor e tristeza reais como
é atestado em outras partes da Bíblia.

O livro se propõe a buscar uma solução para o sofrimento humano. Jó retrata em


forma de drama a experiência humana, servindo-se de uma estrutura sublime. A rica
poesia emoldurada por um prólogo e um epílogo que são em prosa quer nos mostrar o
que fazer e o que não fazer face às amargura e aflições da vida. A fidelidade ao Senhor
em meio às mais difíceis provas é enaltecida.

É um livro escrito para quem acha que há ligação sequencial entre bom
comportamento e prosperidade, bem como a humanidade sofredora em qualquer época e
lugar. Dada a antiguidade da obra não se pode determinar um público alvo mais
específico. Jó vai tratar de um tema que só será respondido mais tarde no Novo
Testamento: “Como, pois, seria justo o homem para com Deus (...)?” Jó 25:4a.
30 
 
 

“Magnifico e sublime como nenhum outro livro das Escrituras.”


Martinho Lutero

Esboço Esquemático de Jó

Introdução 1.1-2.13 Clamor de desespero de Jó 3.1-26


Primeiro diálogo 4.1-14.22
Jó é consagrado e rico 1.1-5 Segundo diálogo 15.1-21.34
Satanás desafia o caráter de Jó 1.6-12 Terceiro diálogo 22.1-26.14
Satanás destrói as propriedades e os filhos
de Jó 1.13-22 II. Discurso final de Jó aos seus amigos
Satanás ataca a saúde de Jó 2.1-8 27.1-31.40
Reação da esposa de Jó 2.9,10 III. Eliú desafia Jó 32.1-37.24
A visita dos amigos de Jó 2.11-13 IV. Deus responde de um remoinho 38.1-
41.34
I. Diálogo entre Jó e os seus três amigos V. A resposta de Jó 42.1-6
3.1-26.1 VI. Parte histórica final 42.7-17

Salmos.

Autoria Davi. Asafe. Salomão. Moisés e outros.


Data e Local Cerca de 1000 a 430 a.C. em Israel e Judá.
Formato 150 capítulos, 2461 versículos
Palavra-chave Adoração
Versículos-chave Sl 29:1-2 e Sl 145:21
Estilo Literário Poesia. Súplica. Didática. Hinologia. Ações de graça.
o Livro I 1-41
o Livro II 42-72
Esboço dos Capítulos o Livro III 73-89
o Livro IV 90-106
o Livro V 107-150

É o hinário nacional de Israel. Uma antologia de obras líricas de vários autores.


Cada Salmo é uma obra independente, sendo a maioria de Davi. Os salmos foram
compilados na forma que hoje conhecemos por Esdras. Como há um salmo de autoria
mosaica, que é o mais antigo e a compilação foi no retorno do cativeiro babilônico, o
tempo abrangido é pelos salmistas é do Êxodo até Esdras, quase todo o Antigo
Testamento.

31 
 
 

O nome é do hebraico Tehilim, que se traduz por “louvores”. Na septuaginta


aparece a titulação Psalmoi que as versões em português adotam. Psalmoi em grego são
“as músicas para serem seguidas com instrumentos de cordas” (Saltério). O público alvo
é apenas implícito e muitíssimo diversificado, como o são também os gêneros e estilos
utilizados nas várias épocas em que viveram os salmistas.

“Definitivamente, os salmos devem ser lidos como poemas, como poesias líricas – com
todas as licenças e formalidades, hipérboles, associações emocionais (e não logicas),
próprios da poesia lírica.”
C. S. Lewis

Esboço Esquemático de Salmos

I. Livro I 1.1-41.13 IV. Livro IV 90.1-106.48

Cânticos introdutórios 1.1-2.12 Cânticos de Moisés 90.1-17


Cânticos de Davi 3.1-41.12 Cânticos anônimos 91.1-92.15
Doxologia 41.13 Cânticos “O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos de Davi 101.1-8; 103.1-22
II. Livro II 42.1-72.20 Cânticos anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia 106.48
Cânticos dos filhos de Corá 42.1-49.20
Cânticos de Asafe 50.1-23 V. Livro V 107.1-150.6
Cânticos de Davi 51.1-71.24
Cânticos de Salomão 72.1-17 Cânticos de ação de graças 107.1-43
Doxologia 72.18,19 Cânticos de Davi 108.1-110.7
Versículo de conclusão 72.20 Hallel Egípcio 111.1-118.29
Cânticos Alfabético sobre a lei 119.1-176
III. Livro III 73.1-89.52 Cânticos dos degraus 120.1-134.3
Cânticos anônimos 135.1-137.9
Cânticos de Asafe 73.1-83.18 Cânticos de Davi 138.1-145.21
Cânticos dos filhos de Corá 84.1-85.13 Cânticos “Louvai ao Senhor” 146.1-149.9
Cânticos de Davi 86.1-17 Doxologia 150.1-6
Cânticos dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos de Etã 89.1-51
Doxologia 89.52

32 
 
 

Provérbios.

Autoria Salomão. Agur e Lemuel.


Data e Local Cerca de 700 a.C. em Israel.
Formato 31 capítulos, 915 versículos
Palavra-chave Sabedoria
Versículos-chave Pv 1:7 e Pv 9:10
Estilo Literário Paralelismo de membros. Enigma. Sapiencial.
o Lições de sabedoria 1-9
o Provérbios de Salomão 10-22
Esboço dos Capítulos o Provérbios Sábios 23-24
o Provérbios de Salomão 25-29
o Outros Provérbios 30-31

Dar orientações aos seus leitores para que possam ter uma vida moral e
espiritualmente ordenada por meio da sabedoria! Eis a suma do que pretende o autor para
o seu público. Se o autor (ou autores) pode ser facilmente identificado, o mesmo não se
pode afirmar de seus leitores imediatos.

No contexto do pensamento hebraico, sabedoria é o conhecimento para viver, e


ter pensamento e atitudes corretos. E é a esta oferta de sabedoria que Salomão se propõe.
O conteúdo do livro é bastante prático, baseado em conceitos da vida cotidiana. Salomão
era muito observador, e transformou suas experiências pessoais em conceitos simples
para ajudar as gerações futuras nas mais diversas situações da vida cotidiana. Não foi em
vão que quando lhe fora dado o direito de pedir qualquer coisa ao Senhor, pediu sabedoria.
(1Rs 3.1-15)

O título do livro na Bíblia hebraica é Míshlê Shelomoh, “Provérbios de Salomão”.


Na Septuaginta temos Paroimiai, do grego “provérbios/parábolas”. Como há total
ausência de narrativas ou elemento significativamente histórico, a abrangência do livro é
dos dias de Salomão até Ezequias, uns 250 anos.

“Provérbios é verdadeiramente uma compilação de ditados sem organização, estrutura,


ordem ou progressão. Quando se pensa a respeito, entretanto, a vida é assim. Tentamos
organizá-la, mas surgem oportunidades, crises e instruções inesperadas (...) Talvez seja
por isso que Provérbios se apresente a nós dessa maneira.”
Robert L. Alden

33 
 
 

Esboço Esquemático de Provérbios

I. Introdução 1.1-7 10.1-22.16


Palavras do sábio— primeira coleção
Título, propósito e introdução 1.1-6 22.17-24.22
Tema ou lema 1.7 Palavras do sábio— segunda coleção (pelos
homens de Ezequias) 25.1-29.27
II. Avisos de um pai e advertências da
Sabedoria 1.8-8.36 V. Provérbios de Agur 30.1-33

Avisos de um pai, parte um 1.8-19 A vida de moderação temente a Deus 30.1-


Advertências da Sabedoria, parte um 1.20- 14
33 As maravilhas da vida observadas sobre a
Avisos de um pai, parte dois 2.1-7.27 terra 30.15-31
Advertências da Sabedoria, parte dois 8.1- A insensatez do orgulho e da ira 30.32,33
36
VI. Provérbio do rei Lemuel 31.1-31
III. O caminho da Sabedoria em oposição
ao caminho da Loucura 9.1-18 Conselhos de uma mãe para um filho nobre
IV. Provérbios de Salomão e palavras do 31.1-9
sábio 10.1-29.27 Um poema acróstico sobre a esposa perfeita
31.10-31
Provérbios de Salomão— primeira coleção

Eclesiastes.

Autoria Salomão.
Data e Local Cerca de 950 a 933 a.C. em Jerusalém.
Formato 12 capítulos, 222 versículos
Palavras-chave Vaidade e Teme a Deus
Versículos-chave Ec 2:11 e Ec 12:13-14
Estilo Literário Discurso. Melancolia e compaixão com o sofrimento.
o Significado da Vida 1-2
o A Vida nem sempre é justa 3-6
Esboço dos Capítulos o Sabedoria 7-8
o Ninguém sabe o futuro 9-10
o A obediência a Deus 11-12

34 
 
 

Eclesiastes trata da vida e dos princípios do dia a dia sob uma perspectiva
filosófica. Servindo-se de vários conceitos, o autor apresenta temas relevantes na vida. O
nome do livro é tirado da Septuaginta, onde temos a titulação Ekklesiastes, que em grego
é “aquele que fala à assembleia”. Assembleia em grego é Ekklesia, que comumente
traduzimos como “igreja”. Ekklesiastes é o orador, ou o pregador. Talvez a ideia implícita
seja que Salomão, após o tempo que passou afastado de Deus, passava algum tempo
ensinando publicamente as lições aprendidas em suas experiências. Na Bíblia hebraica o
nome que temos para o livro é Kohelet, que quer dizer “orador”.

Embora os capítulos finais demandem considerável atenção aos jovens, a


mensagem de Eclesiastes é muito abrangente, visto que o desejo de encontrar significado
e satisfação na vida é universal.

(Eclesiastes é) A expressão mais nobre, mais sábia e mais poderosa da vida humana
sobre a terra, e é também a nata da poesia, da eloquência e da verdade.”
Thomas Wolfe

Esboço Esquemático de Eclesiastes:

I. Prólogo 1.1-2 sentido em si mesmo. 2.1-11


O fracasso da compensação: O sábio e o
Identificação do Livro 1.1 tolo encaram um fim comum 2.12-17
Resumos das investigações do Pregador 1.2 O fracasso do materialismo. 2.18-26

II. Estabelecimento do Problema 1.3-11 IV. Desenvolvimento do tema 3.1 - 6.12

Estabelecimento do problema: Pode-se Inutilidade dos esforços humanos em mudar


encontrar algum valor verdadeiro nesta a ordem criada. 3.1-15
vida? 1.3 Inutilidade de um fim igual a criaturas
Exposição do problema: Uma refutação das desiguais. 3.16-22
soluções humanísticas 1.4-11 Inutilidade de uma vida oprimida 4.1-3
Inutilidade da inveja. 4.4-6
III. Tentativas de solução para o Inutilidade de ser sozinho. 4.7-12
problema 1.12-2.26 Inutilidade de uma monarquia hereditária.
4.13-16
A refutação da razão pura: A sabedoria Inutilidade do fingimento numa religião
humana, sozinha, é inútil. 1.12-18 formal. 5.1-7
O fracasso do hedonismo: O prazer não tem

35 
 
 

Inutilidade de sistemas de valores 8.10 - 9.12


materialistas. 5.8-14 Inutilidade da natureza instável do homem
Inutilidade de deixar para trás, na morte, os (novamente) 9.13-18
produtos do trabalho 5.15-20
Inutilidade da futilidade de uma vida VII. Mais sobre a sabedoria e seus usos
despojada. 6.1-9 10.1 - 11.6
Inutilidade do determinismo da natureza.
6.10-12 VIII. O único valor é temer a Deus e
obedecê-Lo. 11.7 - 12.7
V. A sabedoria prática e os seus usos. 7.1
- 8.9 O primeiro resumo das conclusões 11.7-10
O segundo resumo: alegoria da velhice e
Provérbios moralizantes sobre vida e morte, morte 12.1-7
bem e mal. 7.1-10
A sabedoria e as suas aplicações. 7.11-22 IX. Epílogo: Confirmação da conclusão
Observações sábias variadas. 7-23 - 8.1 12.8-14
A sabedoria na corte do rei. 8.2-9
Resumo das conclusões do Pregador 12.8
VI. Um retorno ao tema. 8.10 - 9.18 Resumo das conclusões do pregador através
de um discípulo. 12.9-14
Inutilidade da compensação (novamente)

Cântico dos cânticos.

Autoria Salomão.
Data e Local Cerca de 975 a 933 a.C. em Jerusalém.
Formato 8 capítulos, 117 versículos
Palavra-chave Amado
Versículo-chave Ct 6:3
Estilo Literário Poesia Hebraica. Poema lírico e dramático.
o Namoro 1-3
Esboço dos Capítulos o Casamento 3-4
o Relacionamento duradouro 5-8

Dado à circunstancias bastante pontuais, Cântico dos cânticos apresenta algumas


particularidades. As mais significativas são a ausência do Nome de Deus e não haver
qualquer citação da obra no Novo Testamento, o que não nos permite ser ousados na
interpretação do livro. Quanto a falta do tetragrama divino, caso que já ocorrido em Ester,
Cânticos se mostra como uma primorosa obra da poesia hebraica que relata o amor de um
36 
 
 

homem para uma donzela, quem sabe tipificando o Amor de Deus para Israel, de Cristo
para sua Igreja e do Espírito Santo para o homem. O verdadeiro amor está presente em
cada linha de Cânticos.

Na Bíblia hebraica o nome do livro é tirado das primeiras palavras, semelhante ao


Pentateuco. Shir haShirim asher leShelomoh, quem em hebraico é “Cântico dos cânticos
de/para Salomão”. Na Vulgata Latina temos Canticum Canticorum, donde se tem a
variante “cantares”.

Em Cânticos os dois amantes ouvem um ao outro e os leitores “ouvem” a conversa


entre o apaixonado casal. Maiores descrições sobre o público alvo precisam ficar em
aberto.

Se Eclesiastes é obra de Salomão ao final da vida e Provérbios uma coleção de


máximas da sabedoria em sua idade madura, Cânticos retrata este rei de Israel no vigor
de sua juventude.

“O poeta (autor de cânticos) é um observador atento, tanto da natureza como dos


amantes.”
Michael D. Goulder

Esboço Esquemático de Cânticos

I. Cenas de abertura 1.1-2.7 Começando a busca 2.8-15


A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
Lembrando o amor do rei de bom nome A procura determinada pelo objetivo
1.1-4 principal 3.1-4
A morena e agradável guarda de vinhas A segunda súplica 3.5
1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho III. A busca por mutualidade 3.6-5.8
1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11 A carruagem matrimonial real do amor da
A linguagem do amor 1.12-17 aliança 3.6-11
O espírito e a árvore 2.1-6 Conhecendo Sulamita 4.1-7
A primeira súplica 2.7 Uma visão sobre a terra de cima do monte
Hermom 4.8
II. A busca por abertura 2.8-3.5 Uma vida de união íntima num banquete no
jardim 4.9-5.1

37 
 
 

A queda da Sulamita 5.2-7


A terceira súplica 5.8 V. Últimas cenas com resumo de
realizações 8.5-14
IV. A busca por unidade 5.9 –8.4
alcançando o objetivo principal 8.5
Conhecendo Salomão 5.9-6.3 Alcançando o amor autêntico 8.6,7
A glória triunfante da Sulamita 6.4-10 Alcançando à maternidade e a paz 8.8-10
O nobre povo da Sulamita 6.11-12 Obtendo uma vinha igual a de Salomão
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9 8.11-12
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3 Obtendo a herança 8.13-14
A quarta súplica 8.4

Isaías.

Autoria Isaías.
Data e Local Cerca de 740 a 680 a.C. em Judá.
Formato 66 capítulos, 1292 versículos
Palavra-chave Salvação
Versículo-chave Is 9:6 e Is 53:5-6
Estilo Literário Profetismo. Elitizado e Refinado. Messiânico.
o Condenação 1-39
Esboço dos Capítulos o Conforto no Exílio 40-55
o Esperança futura 56-66

Isaías profetizou por cerca de 50 a 62 anos; sob o reinado de 4 reis de Judá. O


nome de seu livro é por causa do autor, como ocorre com todos os livros proféticos. Isaías
era da família real e seu nome em hebraico é “Yahweh salva”, sendo a salvação o tema
norteador desta obra. É o Evangelho do Antigo Testamento.

O livro é endereçado à Judá no período pré-exílio, a quem Isaías deseja comunicar


mensagens divinas de acusação, de julgamento e consolo às nações, em especial à nação
da Aliança, Judá. Autoria do livro nunca foi contestada na tradição rabínica ou na teologia
cristã. No entanto, após o século XVII todas as autorias tradicionais dos escritores
bíblicos têm sido questionadas. O mesmo ocorre com Isaías, onde se tem desejado atribuir
ao livro três autores de épocas diferentes, por causa das profecias de Isaias serem tão
abrangentes. Contudo, Jesus cita trechos de Isaías de diferentes partes do livro, e atribui
uma só autoria.

38 
 
 

“Isaías é como uma Bíblia em miniatura.”


Kenneth Boa e Bruce Wilkinson

Esboço Esquemático de Isaías

I. Profecia de denúncia e convite (parte I) II. O procedimento de Deus com


1.1-35.10 Ezequias 36.1-39.8

Mensagem de Julgamento e promessas 1.1- Deus liberta Judá 36.1-37.38


6.13 Deus cura Ezequias 38.1-22
Mensagem concernentes ao Emanuel 7.1- Deus censura Ezequias 39.1-8
12.6
Mensagem de Julgamento sobre as nações III. Profecia de consolo e paz (parte II)
13.1-24.23 40.1-66.24
Mensagem de Julgamento, louvor,
promessa 25.1-27.13 A garantia de consolo e paz 40.1-48.22
Os infortúnios dos descrentes imorais em O Servo do Senhor, o Autor do consolo e
Israel 28.1– 33.24 da paz 49.1-57.21
Resumo 34.1-35.10 A realização do consolo e da paz 58.1-
66.24

Jeremias.

Autoria Jeremias.
Data e Local Cerca de 620 a 586 a.C. em Judá.
Formato 52 capítulos, 1364 versículos
Palavra-chave Aviso
Versículos-chave Jr 7:28 e Jr 9:1
Estilo Literário Profetismo. Poético e Melancólico. Oráculos.
o Jeremias 1-10
o Avisos proféticos 11-28
Esboço dos Capítulos
o Nova Aliança 29-39
o A queda de Jerusalém 40-52

Jeremias profetizou em Judá por aproximadamente 40 anos. Ele testemunhou a


queda de Jerusalém. Foi contemporâneo de Sofonias e Habacuque, e no final do seu

39 
 
 

ministério conheceu Daniel. Isaías profetizou alertando Judá contra a Assíria. Jeremias
avisou seus compatriotas sobre a Babilônia.

As profecias e o todo o conteúdo de Jeremias acham na nação de Judá antes e


durante o cativeiro os seus destinatários originais. Jeremias se traduz do hebraico
“Yahweh estabelece”.

Jeremias foi acusado de traidor do seu povo, por causa das suas sentenças
proféticas contra a infidelidade e rebeldia do povo. Parte de seus escritos inspirados,
foram queimados pelo rei Jeoaquim, que de acordo com a tradição, foi imediatamente
reescrito e anexado a outros materiais de Jeremias, chegando ao livro como hoje
conhecemos. Jeremias anunciava a iminente queda de Judá sob o jugo babilônico,
conclamando seus compatriotas a se voltarem para Deus.

“Jeremias nos dá um extenso estudo de tempos como o nosso, quando o homem tem se
desviado de Deus, e a sociedade se tornou pós-cristã.”
Francis A. Schaeffeer

Esboço Esquemático de Jeremias

I. O chamado de Jeremias 1.1-9 Revogada a libertação de escravos 34.8-22


II. Coleção de discursos 2.1-33.26 O exemplo dos recabitas 35.1-19
IV. Julgamentos e sofrimentos de
Primeiros oráculos 2.1-6.30 Jeremias 36.1-45.5
Sermão do templo e abusos no culto 7.1-8.3
Assuntos diversos 8.4-10.25 Jeoaquim e os rolos 36.1-32
Eventos na vida de Jeremias 11.1-13.27 Cerco e queda de Jerusalém 37.1-40.6
Seca e outras catástrofes 14.1-15.21 Gedalias e o seu assassinato 40.7-41.18
Advertência e promessas 16.1-17.18 A fuga para o Egito 42.1-43.7
A santificação do sábado 17.19-27 Jeremias no Egito 43.8-44.30
Lições do oleiro 18.1-20.18 Oráculos para Baruque 45.1-5
Oráculos contra leis, profetas e povo 21.1-
24.10 V. Oráculos contra nações estrangeiras
O exílio babilônico 25.1-29.32 46.1-51.64
O livro de consolação 30.1-35.19
Contra o Egito 46.1-28
III. Apêndice histórico 34.1-35.19 Contra os filisteus 47.1-7
Contra Moabe 48.1-47
Advertência a Zedequias 34.1-7 Contra os amonitas 49.1-6

40 
 
 

Contra Edom 49.7-22 VI. Apêndice histórico 52.1-34


Contra Damasco 49.23-27
Contra Quedar e Hazor 49.28-33 O reinado de Zedequias 52.1-3
Contra Helão 49.34-39 Cerco e queda de Jerusalém 52.4-27
Contra a Babilônia 50.1-3 Sumário de três deportações 52.28-30
Libertação de Joaquim 52.31-34

Lamentações.

Autoria Jeremias.
Data e Local Cerca de 587 a 584 a.C. em Judá ou Babilônia.
Formato 5 capítulos, 154 versículos
Palavras-chave Calamidade. Assolação.
Versículo-chave Lm 1:1
Estilo Literário Poético e Melancólico. Elegíaco. Lamento fúnebre.
o Sofrimentos dos cativos 1
o Ira contra Jerusalém 2
Esboço dos Capítulos o Esperança e Misericórdia 3
o Castigo 4
o Restauração 5

A canção fúnebre e de lamento que conhecemos por Lamentações de Jeremias era


originalmente um apêndice do livro de Jeremias. Na Bíblia hebraica seu nome é Eikha,
primeira palavra do livro, que quer dizer "Como!", ou ainda "Oh!". Não se pode precisar
a datação do livro, mas o forte apelo de Jeremias indica uma redação bem aproximada da
destruição de Judá, ocorrida em julho de 586 a.C. Além do mais, não há indicações de
que Jeremias tenha profetizado muito tempo depois da queda.

A proposta de lamentações é lamentar a queda de Jerusalém, e oferecer


perspectiva espiritual para a catástrofe e calamidades nacionais. Se Jó trata de sofrimentos
pessoais imerecidos, Lamentações vislumbra o sofrimento comum totalmente merecido.
Os sobreviventes do cerco e da queda da cidade, que precisam de esperança e consolo, e
forças e instruções para se arrependerem, são os destinatários imediatos de lamentações.

Há uma tradição rabínica que atesta que Jeremias escreveu Lamentações abrigado
numa caverna que ficava abaixo de uma pequena elevação rochosa fora dos limites da
cidade. A tradição cristã reconhece essa colina como o Gólgota, o Monte Calvário.

41 
 
 

“Um relato desesperado de extrema aflição.”


H. L. Ellison

Esboço Esquemático de Lamentações

I. O primeiro poema: a miséria, o pecado Submissão e humildade trazem misericórdia


e a oração de Jerusalém 1.1-22 3.35-39
O arrependimento deles chega tarde demais
A derrota, humilhação, sofrimento e pecado 3.40-47
de Jerusalém 1.1-11 O profeta e o povo confiam em Deus pra
Falando ao mundo descuidado sobre seu vindicação no fim 3.48-66
castigo 1.12-19
Uma oração por ajuda em grande aflição IV. O quarto poema: devastação, o
1.20-22 resultado da desobediência 4.1-22

II. O segundo poema: a destruição A devastação do povo e de seus líderes 4.1-


mandada por Deus e a reação do profeta 11
2.1-22 A desobediência e seus resultados 4.12-20
Edom será castigado e Israel será ajudado
Como o próprio Deus destruiu Israel 2.1-10 4.21.22
O sofrimento do profeta, desesperança e
exortação à oração 2.11-19 V. O quinto poema: uma oração
A oração angustiada de Judá 2.20-22 registrando o sofrimento e apelos finais
de Jerusalém 5.1-22
III. O terceiro poema: a severidade e
misericórdia de Deus; a submissão e a Uma lembrança de seu estado lamentável
oração do povo 3.1-66 5.1-10
Ninguém está isento do sofrimento 5.11-14
A severidade do castigo conduz a Todo o orgulho e a alegria se foram 5.15-18
pensamentos de misericórdia 3.1-24 O apelo final desesperado 5.19-22

42 
 
 

Ezequiel.

Autoria Ezequiel.
Data e Local Cerca de 594 a 584 a.C. em Judá e Babilônia.
Formato 48 capítulos, 1273 versículos
Palavra-chave Visões
Versículos-chave Ez 1:1 e Ez 2:3-6
Estilo Literário Profetismo. Sempre em primeira pessoa. Apocalíptico.
o Ezequiel 1-3
o Julgamento de Judá 4-24
Esboço dos Capítulos o Julgamento das nações 25-32
o O fim dos tempos 33-39
o Restauração do Templo 40-48

Ezequiel viveu em Jerusalém e é provável que tenha sido discípulo de Jeremias,


de quem era contemporâneo. Ambos além de profetas eram sacerdotes. Ezequiel, cujo
nome em hebraico é “Yahweh fortalece”, foi levado cativo para a Babilônia 9 anos antes
de Daniel. Ele foi profeta no cativeiro por 22 anos até ser morto por um compatriota no
exílio, segundo a tradição, por tê-lo repreendido por causa da idolatria.

Como porta-voz de Deus aos judeus cativos na Babilônia, que eram o seu público
em vista, Ezequiel tinha uma mensagem de destruição e restauração de Jerusalém. Suas
visões eram o fio de condução das suas profecias. O profetismo e a apocalíptica estão tão
bem harmonizados em Ezequiel, quanto estão a denúncia do mal e as promessas de
bênçãos futuras.

“De fato para (Ezequiel), tudo vem por meio de visões e de sinais concretos.”
Francis Thompson

Esboço Esquemático de Ezequiel

I. O início da visão e chamada de II. Profecias e visões sobre a destruição


Ezequiel 1.1-3.21 de Jerusalém 3.22-24.27

Visões introdutórias 1.1-28 Oráculos de julgamento 3.22-7.27


O encargo dos profetas 2.1-3.21 Visões de idolatria no templo 8.1-11.25
O exílio e cativeiro de Judá 12.1-24.27

43 
 
 

III. Oráculos da ruína contra nações IV. Profecias de restauração 33.1-48.35


estrangeiras 25.1-32.32
Ezequiel como vigia 33.1-33
Contra Amom 25.1-7 Deus como Pastor 34.1-31
Contra Moabe 25.8-11 Julgamento contra Edom 35.1-15
Contra Edom 25.12-14 Restauração de Israel 36.1-37.28
Contra a Filístia 25.15-17 Julgamento contra Gogue 38.1-39.29
Contra Tiro 26.1-28.19 Restauração do templo 40.1-46.24
Contra Sidom 28.20-26 Restauração da terra 47.1-48.35
Contra Egito 29.1-32.32

Daniel.

Autoria Daniel.
Data e Local Cerca de 606 a 530 a.C. na Babilônia.
Formato 12 capítulos, 357 versículos
Palavra-chave Revelação
Versículos-chave Dn 2:22 e Dn 2:44
Estilo Literário Profetismo. Apocalíptico. Narrativa palaciana.
o Daniel e seus três amigos 1-6
Esboço dos Capítulos
o Visões Apocalípticas 7-12

As profecias de Daniel compreendem um período de 73 anos, ou seja, todo o


cativeiro babilônico. Ainda jovem foi levado cativo na primeira deportação, vinte anos
antes da queda de Jerusalém. Serviu fielmente a 3 imperadores mundiais, Nabucodonosor,
Ciro e Dario. Morreu com 88 anos de idade, não sem antes testemunhar a queda da
Babilônia e a ordem de retorno dos judeus exilados. Seu nome em hebraico é “Yahweh é
o meu juiz”.

Seus destinatários são seus compatriotas no exilio e a geração deles na Babilônia.


Mas como boa parte de Daniel foi redigida em aramaico temos um pressuposto de que o
livro também seja endereçado à todas as nações subjugadas pelos babilônicos. Daniel
inclusive tem um capítulo escrito pelo próprio rei Nabucodonosor.

Além de mostrar que Deus está no controle da história derrubando governantes e


revelando o futuro mundial, o livro quer alocar como um exemplo à posteridade o caráter
firme de Daniel e seus 3 amigos na corte babilônica.

44 
 
 

“As duas metades transmitem uma mensagem diferente sobre o mesmo tema: a relação
do Reino de Deus com os reinos do homem.”
P. R. Davis

Esboço Esquemático de Daniel

I. As convicções religiosas de Deus 1.1-21 A oração e restauração de Nabucodonosor


4.34-37
O exílio de Judá 1.1-2
A decisão de Daniel de manter-se separado V. A festa blasfema de Belsazar 5.1-31
1.3-21
A escrita manual na parede 5.1-9
II. O primeiro sonho de Nabucodonosor A interpretação de Daniel da escritura 5.10-
2.1-49 31

O sonho esquecido 2.1-28 VI. Daniel na cova dos leões 6.1-28


A revelação e a interpretação de Daniel
2.29-45 Complô contra Daniel 6.1-9
Daniel é honrado através de promoção Daniel é lançado na cova dos leões 6.10-17
2.46-49 Daniel é liberado 6.18-28

III. A libertação da fornalha de fogo 3.1- VII. A primeira visão de Daniel 7.1-28
30
O sonho da Daniel sobre os quatro animais
Convocação para adorar a estátua de ouro 7.1-14
3.1-7 A Interpretação de Daniel 7.15-28
A recusa dos três hebreus de se prostrarem
perante a estátua 3.8-18 VIII. A segunda visão de Daniel 8.1-27
Os três hebreus são miraculosamente
protegidos 3.19-25 O sonho de Daniel sobre um carneiro, um
O rei confessa o Deus verdadeiro 3.26-30 bode e sobre os chifres 8.1-14
A interpretação de Gabriel 8.15-27
IV. O segundo sonho de Nabucodonosor
4.1-37 IX. A profecia das setenta semanas 9.1-
17
O sonho de Nabucodonosor 4.1-37
A Interpretação da Daniel 4.19-27 A oração de Daniel 9.1-19
O cumprimento do sonho 4.28-33 A Visão da Daniel 9.20-27

45 
 
 

A visita de um anjo 10.10-21


X. A visão final de Daniel 10.1-12.13 Guerra entre reis do Norte e do Sul 11.2-45
O tempo da tribulação 12.1-13
A visão de Daniel de um ser glorioso 10.1-9

Oseias.

Autoria Oseias.
Data e Local Cerca de 782 a 755 a.C. em Israel.
Formato 14 capítulos, 197 versículos
Palavra-chave Volta
Versículos-chave Os 4:6 e Os 14;1
Estilo Literário Profetismo. Narrativa. Drama familiar.
o Esposa infiel 1-3
Esboço dos Capítulos
o Nação infiel 4-14

Oseias profetizou no reino do norte por cerca de 60 anos. Foi contemporâneo de


Amós, Isaías e Miqueias. Oseias (salvação em hebraico) iniciou seu ministério no
profetismo numa época de prosperidade e opulência sob o governo de Jeroboão II.

Oseias é mais conhecido por a mando de Deus ter desposado uma prostituta. Sua
mensagem era para o povo da Aliança, que estava sendo infiel ao Senhor. Embora
ministrando exclusivamente nas 10 tribos do norte, todos que pertencem ao povo da
aliança com Yahweh são conclamados a serem fiéis. Ao amar e cuidar de uma esposa
infiel, Oseias mostrava ao povo como Deus encarava a quebra, por parte do povo, de
todas as regras estabelecidas na aliança. Deus e Oseias tinham esposas infiéis.

Além deste apelo a fidelidade, Oseias retrata profundas perturbações em sua


época, advindas da degradação moral e da rebeldia. Oseias propõe a seus compatriotas a
restauração que só o amor de Deus pode assegurar.

“O amor de Oseias para Gomer teve sua origem e inspiração naquele amor divino que
ele revela de forma imperfeita. O relacionamento humano é o símbolo, o relacionamento
divino é a realidade.”
Stephen Winward

46 
 
 

Esboço Esquemático de Oseias

I. Oseias e Gômer 1.1-3.5 2) A volta de Israel a Deus 3.4-5

O casamento de Oseias e Gômer 1.1-9 II. O SENHOR e Israel 4.1-14.9


1) O cenário 1.1
2) O casamento 1.2-3 Corrupção geral de Israel 4.1-10.15
3) Os filhos 1.3-9 1) O estado pecaminoso de Israel 4.1-19
O Casamento do SENHOR com Israel 1.10- 2) Aviso de julgamento 5.1-6.11
2.23 3) Os pecados de Israel listados 7.1-8.14
1) Israel como povo de Deus 1.10-2.1 4) Formas de julgamento especificados 9.1-
2) A infidelidade do povo 2.2-8 10.15
3) O castigo de Israel pela infidelidade 2.9- Amor e restauração 11.1-14.9
13 1) Amor de pai de deus por Israel 11.1-12
4) O amor de Deus para com Israel 2.14-23 2) Deus na história de Israel 12.1-13.6
A longanimidade de Deus 3.1-5 3) Deus no futuro de Israel 13.7-16
1) Gômer tirada da escravidão3.1-3 4) Promessa de Deus de restauração 14.1-9

Joel.

Autoria Joel.
Data e Local Cerca de 835 a 800 a.C. em Judá.
Formato 3 capítulos, 73 versículos
Palavras-chave O Dia do Senhor
Versículos-chave Jl 1:15 e Jl 2:1
Estilo Literário Profetismo. Condenatório.
o Gafanhotos 1
Esboço dos Capítulos
o Bênçãos e Maldições 2-3

Joel quando jovem conheceu Eliseu e possivelmente Elias. Ele era de Judá, onde
profetizou, e seu nome é “Yahweh é Deus”, em hebraico. Profetizou para o reino do sul
antes do exílio.

A temática de Joel é o Dia do Senhor. Este “Dia” é um assunto relevante ao longo


das Escrituras. Joel vê como um acontecimento futuro e certo que culminará em bênçãos
para os redimidos e em terror e agonia para os pecadores.

Joel prediz desgraças terríveis como ação do juízo divino, conclamando assim
seus ouvintes, os habitantes de Judá, ao arrependimento. Ele insiste que quem buscaro
47 
 
 

Senhor achará salvação. Sua profecia ainda antevê a proclamação do Evangelho e o


derramamento do Espírito Santo. Não há evidencias que os gafanhotos lembrados no seu
livro não sejam literais.

“(Jl 2-3) desempenhou um papel significativo ao moldar a linguagem sobre a qual a


Igreja primitiva estabeleceu suas convicções a respeito do que Cristo fizera e ainda
faria.”
C. H. Dodd

Esboço Esquemático de Joel

I. A mão do Senhor no presente 1.1-2.27 II. O dia do Senhor no futuro 2.28-3.21

A destruição pelas locustas 1.2-2.11 A graça do Senhor 2.28-32


O arrependimento de Judá 2.12-17 O Julgamento do Senhor 3.1-17
A restauração do Senhor 2.18-27 A Bênção do Senhor 3.18-2

Amós.

Autoria Amós.
Data e Local Cerca de 760 a 753 a.C. em Israel.
Formato 9 capítulos, 146 versículos
Palavras-chave Castigo. Julgamento e Justiça.
Versículos-chave Am 2:4-6 e Am 9:9-11
Estilo Literário Profetismo. Narrativa.
o Vizinhos punidos 1-3
Esboço dos Capítulos o Destruição 3-8
o Futura esperança 9

Nascido em Judá, a 10 km ao sul de Belém, Amós inusitadamente profetizou ao


reino do norte. Conheceu Eliseu Jonas já idosos quando era menino. Profetizou à mesma
época de Oseias, Isaías e Miqueias. Declarou em seu livro não ser profeta de formação,
mas um homem do campo. Amós profetizou longe de seus compatriotas de Judá; e sua
mensagem era para toda a casa de Jacó.

A tradução de seu nome é “carregador de fardos”. Exerceu seu oficio profético em


torno de 60 a 80 anos antes do cativeiro assírio e a queda de Israel. Ele profetizou em

48 
 
 

várias localidades das 10 tribos do norte, inclusive em Betel, onde havia um centro
religioso idólatra mantido pelo Jeroboão. Suas palavras condenavam duramente a
idolatria nacional e as injustiças sociais. Dados sobre seu tempo de ministério são pouco
precisos.

“O primeiro reformador.”
Fonte desconhecida

Esboço Esquemático de Amós

I. Introdução 1.1-2 2 Um chamado ao arrependimento 5.4-9


II. Julgamento sobre as nações 1.3 –2.16 3) Enumeração dos atos maus 5.10-13
4) Um segundo chamado ao
Damasco 1.3-5 arrependimento 5.14-15
Gaza 1.6-8 5) O julgamento trará lamentação e luto
Tiro 1.9-10 5.16-17
Edom 1.11-12 6) O Dia do Senhor 5.18-20
Amom 1.13-15 7) Necessidade de justiça ao invés de festas
Moabe 2.1-3 5.21-27
Judá 2.4-5 8) Ai daqueles que são complacentes 6.1-7
Israel 2.6-16 9) Julgamento sobre o povo impenitente
6.8-14
III. Oráculos contra Israel 3.1– 6.14
IV. Visões de Julgamento 7.1-9.10
Julgamento sobre o povo escolhido de Deus
3.1-15 Visões de abrandamento 7.1-6
1) O castigo é anunciado 3.1-2 1) Enxames de gafanhotos 7.1-3
2) O castigo merecido 3.3-10 2) Fogo consumidor 7.4-6
3 O castigo descrito 3.11-15 Visões de rigidez 7.7-9.10
Julgamento de Deus sobre o povo 1) A linha de prumo 7.7-17
insensível 4.1-13 2) O cesto de frutos de verão 8.1-14
1) As mulheres opressoras de Samaria 4.1-3 3) O Senhor junto ao altar 9.1-10
2) Transgressão sacrifical 4.4-5
3) Falha de Israel em reagir às calamidades V. A restauração de Israel 9.11-15
4.6-11
4) Castigo sobre o povo obstinado 4.12-13 A tenda de Davi levantada 9.11-12
Julgamento sobre o impenitente povo de A terra e o povo restaurados e abençoados
Deus 5.1-6.14 9.13-15
1 Um canto fúnebre para Israel 5.1-3

49 
 
 

Obadias.

Autoria Obadias.
Data e Local Cerca de 587 a 586 a.C. em Judá.
Formato 1 capítulo, 21 versículos
Palavra-chave Edom
Versículos-chave Ob 1:1 e Ob 1:12
Estilo Literário Profetismo. Narrativa. Condenatório.
o Julgamento de Edom 1-9
Esboço dos Versículos o Violações de Edom 10-14
o Vitória de Israel 15-21

Contemporâneo de Jeremias, Obadias profetiza contra Edom, povo inimigo de


Israel. Descendiam do irmão gêmeo de Jacó, Esaú. Obadias em hebraico é “servo de
Yahweh”. Sua mensagem é o julgamento e sentença dos Edomitas. Em Dt 23:7 Deus
orienta Israel a não atacar seu irmão Edom. Na queda de Jerusalém os Edomitas tomaram
parte no saque da cidade impondo um massacre cruel aos sobreviventes do cerco.

Sua profecia cumpriu-se fielmente. Após o retorno dos judeus, Ciro massacrou
milhares de Edomitas. No período dos Macabeus sofreram violenta perseguição destes.
Herodes magno, que mandou matar os meninos menores de 2 anos em Belém era idumeu
(outro nome para os descendentes de Esaú). Após a destruição de Jerusalém pelos
romanos em 70 d.C., os Edomitas desapareceram da história. Detalhes pessoais sobre o
profeta Obadias não puderam ser verificados mesmo nas pesquisas mais recentes.

“O livro ensina que o governo soberano pertence ao Senhor. (...) A proclamação da


supremacia de Deus levanta questões sobre Seus objetivos, leis e motivos.”
John Watts

Esboço Esquemático de Obadias

I. Título 1 III. O Dia do Senhor vs 15-21


II. O decreto do Senhor Vs 1-14
O dia da retribuição divina vs 16-16
A condenação de Edom vs 1-4 O dia da restituição divina vs 17-20
O colapso de Edom vs 5-9 O dia do domínio divino vs 21
Os crimes de Edom vs 10-14

50 
 
 

Jonas.

Autoria Jonas.
Data e Local Cerca de 780 a 760 a.C. na Galileia ou em Nínive.
Formato 4 capítulos, 48 versículos
Palavra-chave Edom
Versículos-chave Jn 3:2 e Jn 4:2
Estilo Literário Narrativa. Biografia. Profetismo.
o Jonas foge 1
Esboço dos Capítulos o Jonas ora 2
o A ira de Jonas e a misericórdia de Deus 3-4

Jonas apresenta uma particularidade marcante; o livro não registra suas profecias
mas sim as experiências de sua biografia, algo inusitado no profetismo. Seu nome quer
dizer “pomba” em hebraico. Serviu às 10 tribos do norte e seu ministério teve início
quando findou o de Eliseu. Sua provação no ventre do peixe foi um episódio real atestado
por Jesus e reconhecido na história.

O livro mostra um profeta emocionalmente instável. Sua mensagem é endereçada


aos seus compatriotas das 10 tribos, mas o que Jonas tem a dizer é que o amor de deus
pode alcançar pessoas foram do modelo idealizado pelo povo da aliança. É pontual e
significativo que Jonas proclama uma mensagem de arrependimento em Nínive e o povo
da cidade se arrepende, ao passo que seus colegas do profetismo repetidas vezes anunciam
infrutiferamente a mesma mensagem às 12 tribos.

“O principal conflito da história é que Jonas é um grande patriota, mas Deus é um


internacionalista.”
Aluno Anônimo do Wheaton College

Esboço Esquemático de Jonas

I. A retirada ordenada 1.1-3 II. O retorno providencial 1.4-2.10

“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive” O Senhor manda uma tempestade 1.4-9
1.1-2 Os marinheiros o jogam no mar 1.10-16
Jonas foge para Társis 1.3 O Senhor prepara um grande peixe 1.17
Jonas ora 2.1-9

51 
 
 

Ele é vomitado na terra 2.10 A população se converte 3.5-9


Deus demonstra piedade 3.10
III. A renovação bem-sucedida 3.1-10
IV. Uma reação negativa 4.1-11
Uma segunda chance de levantar e ir é dada
a Jonas 3.1-3 Jonas desgostou-se 4.1-5
Jonas prega 3.4 Deus ensina uma lição 4.6-11

Miqueias.

Autoria Miqueias.
Data e Local Cerca de 737 a 700 a.C. em Israel e Judá.
Formato 7 capítulos, 105 versículos
Palavra-chave Juízo
Versículos-chave Mq 7:11-13
Estilo Literário Poesia Hebraica. Profetismo. Messiânico
o Julgamento e Libertação 1-5
Esboço dos Capítulos
o Confissão e Restauração 6-7

“Quem é como Yahweh?” é o nome de Miqueias traduzido. Sua mensagem era


endereçada para o povo deste Deus, tanto para o reino do sul como o do norte. Profetizou
a queda e cativeiro de ambos os reinos. Era natural de Judá. Sentenças contra a violência,
a degradação moral e a injustiça social voltam para a pauta profética.

Sua mensagem era pontuada pela compaixão de Deus e pela denúncia do pecado,
principalmente a idolatria. Miqueias quer alertar seus ouvintes quanto ao juízo certo
contra a maldade e proclamar que há salvação no arrependimento e retorno para Deus.

Depois de Isaías seu contemporâneo, Miqueias é o profeta mais messiânico do


Antigo Testamento. Ele predisse o nascimento do Messias em Belém dos efrateus. Deus
revela sua ira por meio do profeta; através do seu amor Deus procura justiça na terra.
Como em todos os profetas até aqui visitados, por mais dura que fosse a mensagem,
sempre havia um lampejo de esperança para quem se arrependesse.

“Um dos melhores resumos da verdadeira religião encontrados na Bíblia.”


G. Campbell Morgan

52 
 
 

Esboço Esquemático de Miqueias

Tema: Quem é como o Senhor? Atração de todas as nações pelo nome do


I. A dramática vinda do Senhor em Senhor 4.1-5
Julgamento 1.1-2.13 Compaixão sobre o povo dependente e
rejeitado 4.6-13
Sobre as cidades capitais de Samaria e O lugar de nascimento e a administração do
Jerusalém 1.1-9 Messias 5.1-6
Sobre as cidades localizadas a sudoeste de A restauração de um restante num lugar
Jerusalém 1.10-16 sem ídolos 5.7-15
Sobre os crimes que trazem ocupação
estrangeira 2.1-11 IV. A apresentação da contenda do
Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 6.1-7.6
Senhor 2.12-13
O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5
II. A condenação dos líderes feita pelo Suas expectativas para uma reação
Senhor 3.1-12 apropriada 6.6-8
Seu fundamento para o julgamento do
Sobre os líderes que consomem o povo 3.1- ímpio 6.9-7.6
4
Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8 V. A salvação do Senhor como esperança
Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e do povo 7.7-20
profetas 3.9-12
Apesar do julgamento temporário 7.7-9
III. A vinda do reino universal do Senhor Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
4.1-5.15 Por causa da sua incomparável compaixão
7.18-20

Naum.

Autoria Naum.
Data e Local Cerca de 630 a 610 a.C. em Judá.
Formato 3 capítulos, 47 versículos
Palavra-chave Fim
Versículos-chave Na 1:1-3
Estilo Literário Poesia Hebraica. Profetismo.
o Julgamento 1
Esboço dos Capítulos o Esperança para Judá 1
o Destruição de Nínive 2-3

O profeta Naum se ocupa de um único tema: o julgamento e sentença contra


Nínive. Naum começa seu ministério pouco tempo depois da Assíria, cuja capital era
Nínive, ter levado as 10 tribos cativas. Isso causou temor em Judá; 150 anos Jonas

53 
 
 

anunciou a sua mensagem de arrependimento que foi aceita em Nínive. Contudo, passado
este tempo os ninivitas já haviam voltado aos seus pecados. A destruição de Nínive ocorre
um século após a profecia condenatória de Naum.

Deus chama Naum para animar seu povo, seu nome hebraico é “consolo”, e
mostrar a justiça de Deus; os pecados e a violência da Assíria não ficariam sem uma
resposta divina como se cogitava.

Nada mais sabemos sobre o profeta além de sua cidade, a época que profetizou e
que seu livro harmoniza magistralmente poesia hebraico com profetismo.

“Seu trabalho (o livro de Naum) deve ser colocado na primeira fila da poesia bélica.”
John R. MacArthur

Esboço Esquemático de Naum

I. Título A destruição de Nínive 2.1-12


II. O veredicto de Deus 1.1-15 A declaração do Senhor 2.13

O zelo de Deus 1.2-6


A bondade de Deus 1.7 IV. A vitória de Deus 3.1-19
O julgamento de Nínive 1.8-14
A alegria de Judá 1.15 Os pecados de Nínive 3.1-4
O cerco de Nínive 3.5-18
A celebração sobre Nínive 3.19
III A Vingança de Deus 2.1-13

Habacuque.

Autoria Habacuque.
Data e Local Cerca de 607 a 586 a.C. em Judá.
Formato 3 capítulos, 56 versículos
Palavra-chave Fé
Versículos-chave Hc 1:13 e Hc 2:4
Estilo Literário Profetismo. Poesia Hebraica. Hinologia.
o Perguntas difíceis 1-2
Esboço dos Capítulos
o Louvor ao Senhor 3

54 
 
 

O profeta Habacuque (“abraçado” em hebraico) apresenta um problema, que é a


prosperidade dos iníquos e a aflição dos piedosos. O profeta contempla em todas as
direções a injustiça triunfante. Quando o Senhor intervém com julgamento e castigo,
surge uma nova problemática: Como Deus usa os caldeus para executar o seu juízo contra
o seu povo, sendo os homens da Caldeia mais ímpios que o povo de Deus?

Se pressupõe algum momento no intervalo entre a queda de Nínive e a queda de


Jerusalém como o período de atividade profética de Habacuque. Sua mensagem é que
Deus é justo e o pecado não ficará sem punição. Mesmo que o justo não veja isso
imediatamente, ele precisa seguir sua vida piedosa e, como orienta o principal versículo
da obra, viver pela fé.

Embora os ímpios prosperem em suas injustiças e vivam sossegadamente sua


impiedade e os justos sofram, esses últimos são orientados por Habacuque a viver uma
vida de fidelidade e confiança repousante em Deus.

“Habacuque reclama, Habacuque ouve, Habacuque ora.”


Irving Jensen

Esboço Esquemático de Habacuque

I. As perguntas de Hc 1.1-17 1) O alcance da resposta 2.2-3


2) A verdade central para os crentes 2.4
Uma pergunta acerca da preocupação de 3) As consequências da verdade para os
Deus 1.1-11 incrédulos 2.5-20
1) A pergunta declarada: “Por que Deus não
faz alguma coisa? 1.1-5 III. A oração de Hc 3.1-19
2) A resposta dada: “Porque eis que suscito
os caldeus” 1.6-11 O poder do Senhor 3.1-16
Uma pergunta acerca dos métodos de Deus: 1) Um grito de misericórdia 3.1-2
“Por que Deus usa ímpios?” 1.12-17 2) O poder da natureza 3.3-11
3) O poder contra as nações 3.12-16
II. A resposta de Deus 2.1-20 A fé do profeta 3.17-19
1) Confiança apesar das circunstâncias
O profeta à espera 2.1 3.17-18
A resposta do Senhor 2.2-20 2) Confiança por causa de Deus 3.19

55 
 
 

Sofonias.

Autoria Sofonias.
Data e Local Cerca de 639 a 609 a.C. em Judá.
Formato 3 capítulos, 53 versículos
Palavras-chave O Dia do Senhor
Versículo-chave Sf 1:14
Estilo Literário Profetismo. Poesia Hebraica. Condenatório.
o Julgamento de Judá
Esboço dos Capítulos o Julgamento das Nações 2
o Promessas de Restauração 3

Sofonias foi contemporâneo de Jeremias e um dos pioneiros do avivamento no


reinado de Josias. Profetizou antes da queda de Nínive. A tradução de seu nome é
“Yahweh guarda”.

Seu público alvo eram Judá e as nações pagãs ao redor, contra as quais o profeta
faz severas acusações e anúncio de sentenças. O juízo condenatório é contra Judá, contra
os líderes políticos e religiosos do povo, e contra as nações. Embora Sofonias insista numa
promessa de restauração para os judeus, as suas palavras são contra praticamente toda a
humanidade conhecida na época.

A mensagem principal de Sofonias então, é que ninguém que comete pecados está
impune diante de Deus, seja de qual nação proceda ou posição ocupe. A temática do Dia
do Senhor volta a ser discutida, o será abordada oportunamente em Malaquias.

“Uma mensagem de destruição e esperança em uma forma elegante e bem moldada. É


uma visão coerente, convincente e escatológica.”
J. Alec Motyer

Esboço Esquemático de Sofonias

Introdução 1.1 O julgamento sobre toda a criação 1.2-3


Contra os líderes religiosos 1.4-7
A identificação do autor 1.1 Contra os líderes políticos 1.8-9
O tempo do escrito 1.1 Contra os líderes do comércio 1.10-11
Contra os descrentes 1.12-13
I. O dia do julgamento contra Judá 1.2-
13 II. O dia do Senhor 1.14-18

56 
 
 

Próximo e se aproxima rapidamente 1.14 Aos do Norte—Assíria 2.13-15


Um dia de indignação 1.15-16
A terra inteira para ser destruída 1.18 V. O dia do Julgamento contra
Jerusalém 3.1-7
III. Um chamado ao arrependimento 2.1-
3 Contra os líderes 3.1-4
O Senhor é justo, no meio dela 3.5
Um chamado para congregar 2.1-2 Jerusalém não mudou 3.6-7
Um chamado para buscar o Senhor 2.3
VI. Um remanescente fiel 3.8-20
IV. O dia do julgamento contra as nações
circunvizinhas 2.4-15 Falar com pureza e honestidade 3.8-13
Os juízos são afastados, e os inimigos são
Aos da borda do mar—filisteus 2.4-7 exterminados 3.4-15
Aos do oriente—Moabe e Amom 2.8-11 O Senhor se regozijando 3.16-17
Aos do sul—Etiópia 2.12 O povo restaurado 3.18-20

Ageu.

Autoria Ageu.
Data e Local Cerca de 520 a 516 a.C. em Judá.
Formato 2 capítulos, 38 versículos
Palavra-chave Edificai
Versículo-chave Ag 1:8
Estilo Literário Profetismo. Poético e Encorajador.
o A Reconstrução do Templo 1
Esboço dos Capítulos o Bênçãos 2
o Trono de Davi 2

Os leitores a quem Ageu endereça suas profecias são os judeus pós-exílio,


especialmente seu líder Zorobabel. Ageu, “festivo” em hebraico anima o povo a retomar
a obra de reconstrução do Templo, parada a mais de uma década, e faz promessas para
quem se empenhar e voltar para essa importante obra: reedificar o centro nacional de culto
e adoração.

Seu ministério foi de 4 meses, mas não conhecemos profeta que tenha ministrado
em um período tão crítico. Depois de 4 anos após suas profecias, o Templo foi finalizado
e consagrado. Zacarias e Malaquias (possivelmente) foram seus companheiros de ofício
junto aos judeus que retornaram do cativeiro.

57 
 
 

“Todo o livro de Ageu é um comentário maior sobre o texto de Jesus: ‘Mas buscai
primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas’
Mt 6:33”
Ralph Earle

Esboço Esquemático de Ageu

I. A primeira mensagem do Senhor: Esforçai-vos e trabalhai 2.1-9


Aplicai o vosso coração aos vossos
caminhos 1.1-15 A comparação do novo Templo com o
templo de Salomão 2.1-3
Considerai o que tendes feito: Chamado para esforçar 2.4-5
negligenciastes a Casa de Deus 1.1-6 A glória vindoura do novo templo 2.6-9
Considerai o que devíeis fazer: edificar a
Casa de Deus 1.7-11 III. A terceira mensagem do Senhor: Eu
Os resultados de considerar vossos vos abençoarei 2.10-23
caminhos 1.12-15
Uma pergunta aos sacerdotes 2.10-19
II. A segunda mensagem do Senhor: Uma promessa para Zorobabel 2.20-23

Zacarias.

Autoria Zacarias.
Data e Local Cerca de 520 a 518 a.C. em Judá.
Formato 14 capítulos, 211 versículos
Palavra-chave Renovação
Versículo-chave Zc 13:1
Estilo Literário Profetismo. Apocalíptico. Messiânico.
o Visões de Zacarias 1-8
Esboço dos Capítulos
o Profecias Messiânicas 9-12

Seu ministério começou 2 meses após o de Ageu e profetizou cerca de 2 anos. Era
de família sacerdotal, nascido na Babilônia. “Yahweh se lembra” é o seu nome em
hebraico. Como profetizou na mesma época de Ageu, seu público alvo é o mesmo.

Zacarias segue na questão da reedificação do Templo, já proposto por Ageu. Mas


sua mensagem, que mistura elementos da apocalíptica e do profetismo, é para estimular
a nação a servir fielmente ao Senhor nesta nova etapa de sua vida nacional. Sua mensagem
é de esperança para o povo da aliança, mas também de juízo em caso de desobediência.

58 
 
 

“A mensagem de Zacarias funciona praticamente da mesma forma como o livro de


Apocalipse. (...) Suas profecias se relacionam tanto ao público de Zacarias como às
futuras gerações.”
John R. MacArthur

Esboço Esquemático de Zacarias

I. O chamado ao arrependimento 1.1-6 III. A coroação do sumo sacerdote 6.9-15


II. As oito visões 1.7-6.15 IV. Ritual religioso ou arrependimento
verdadeiro? 7.1-14
O homem e os cavalos 1.7-17 V. A restauração de Sião 8.1-23
Os quatro chifres e o ferreiro 1.18-21 VI. O triunfo do Reino de Deus 9.1-14.21
O homem com um cordel de medir 2.1-13
O sumo sacerdote 3.1-10 A primeira profecia: O Messias rejeitado
O castiçal e o vaso de Azeite 4.1-14 9.1-11.17
O rolo voante 5.1-4 A segunda profecia: O Messias Reina 12.1-
A mulher no meio do efa 5.5-11 14.21
Os quatro carros 6.1-8

Malaquias.

Autoria Malaquias.
Data e Local Cerca de 440 a 420 a.C. em Judá.
Formato 4 capítulos, 55 versículos
Palavra-chave Honra
Versículo-chave Ml 2:2
Estilo Literário Profetismo. Argumentativo e Retórico. Diátribe.
o Pecados identificados 1-3
Esboço dos Capítulos
o Recompensas para o justo 4

Se Neemias fecha a história do Antigo Testamento, Malaquias encerra os registros


inspirados por Deus ao seu povo. O próximo profeta de Deus será João batista no Novo
Testamento, 400 depois.

Malaquias em hebraico é “mensageiro de Yahweh”. Como pouco se sabe sobre o


profeta, se tem pensado na possibilidade de Malaquias ser um pseudônimo. “Yahweh é
Rei” é uma outra possibilidade de tradução do nome.

59 
 
 

Sua mensagem para os judeus agora estabilizados em Judá após o cativeiro, é que
que permaneçam leais ao Senhor. Tanto o povo, como principalmente os sacerdotes são
confrontados por Malaquias para quem voltem à prática da justiça e fidelidade à aliança.

“Dez vezes o profeta apresenta o povo interrompendo com uma objeção, ao colocar as
palavras ‘mas vós dizeis’ em sua boca.”
Homer Hailey

Esboço Esquemático de Malaquias

O Título 1.1 VI. O destino do ímpio e do Justo 3.134.3


I. O amor do Senhor por Israel 1.2-5 VII. Exortação e Promessa 4.4-6
II. O fracasso dos sacerdotes 1.6-2.9
III. A infidelidade do povo 2.10-16
IV. O dia do Julgamento 2.17-3-5
V. Bênção no dar 3.6-12

60 
 

Você também pode gostar