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PANORAMA DO
ANTIGO TESTAMENTO
MATERIAL ADAPTADO POR
REV. ADILSON MACIEL DE ARAÚJO
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A SINGULARIDADE DA BÍBLIA
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I) CÂNON BÍBLICO
“1 Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos.
2 Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
3 Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som;
4 no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos
confins do mundo...” (Salmos 19:1-4 RA)
1) INTRODUÇÃO
A maioria de nós manuseia e estuda diariamente a Bíblia, dando a ela enorme
importância, nela buscando resposta, alívio, soluções e crendo ser ela a Palavra de
Deus, sem que paremos para nos questionar com perguntas que afligem alguns como:
No entanto, vamos tentar responder a estas perguntas, ainda que você até hoje
não tenha se preocupado em fazê-las.
O nosso Deus é um Deus que fala. Ele não se esconde. Os grandes
propósitos que Deus sempre teve para o homem desde sua criação, só poderiam e
podem ser alcançados e experimentados pelo homem por meio da revelação que
Deus o criador, faz à sua criatura humana, da sua divina vontade de seu caráter e
desses mesmos propósitos.
Ele começou falando no Éden diretamente ao homem:
Andando com este pelo jardim (Gn. 3: 8 - 9);
Por meio da consciência (Rm. 2: 14 - 15);
E por meio da própria criação, (Sl.19: 1 - 4; Rm. 1: 19 - 20).
A princípio o homem não precisava de palavra escrita para ouvir Deus.
Ao invadir a história humana, o pecado tornou esta revelação insuficiente – pela
necessidade de ser revelado um Deus também Salvador. O homem afastou de Deus
que falava e teve sua consciência cauterizada (I Tm. 4:2).
Deus então providenciou uma revelação especial ao longo da história e por meio
de homens escolhidos diretamente orientados a registrarem o que lhes era revelado
(II Pe. 1: 21), a fim de que esta revelação permanecesse para todas as futuras
gerações (I Pd. 1: 23). Esta coletânea de livros ou de material revelados e registrados
chama-se Cânon Bíblico.
A Bíblia possui 66 livros escritos por cerca de 40 autores, durante um período
aproximado de 1.600 anos. (1500 a. C. – 95 A.D).
O primeiro autor sagrado foi Moisés e o primeiro registro da 1ª ordem a este
respeito encontramos em Êxodo 17:14.
Mas, como foram agrupados e escolhidos os escritos sagrados a partir de
Moisés?
Como chegamos aos nossos atuais 66 livros do Cânon?
Estes 40 autores sagrados foram reunidos e comissionados por Deus num
solene encontro a escreverem a futura Bíblia?
Como, se viveram em épocas tão diferentes quanto os 1.600 anos que vão de
Moisés a João?
E por que a Bíblia com Cânones diferentes?
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Pergaminho:
Velino:
OUTROS MATERIAIS:
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b) INSTRUMENTOS:
Cinzel:
Estiletes:
A p en a:
c) TINTA:
Geralmente era uma mistura de carvão, goma (cola) e água.
d) FORMA:
e) LINGUA
Hebraico era a língua do povo de Israel – alguns trechos em aramaico – Esdras,
Jeremias e Daniel.
Grego é a língua do Novo Testamento.
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f) TIPOS DE ESCRITAS
Foi neste tempo, por volta do ano 250 a.C. que um grupo de 70 estudiosos judeus,
na cidade de Alexandria, ao traduzir o Cânon Hebraico para o Grego, adicionou à Lei,
aos Profetas e aos Escritos já reconhecidos como sagrados, mais alguns livros sobre
os quais não se tinha ainda chegado a uma definitiva conclusão com respeito a
canonicidade. Esta versão chamou-se SEPTUAGINTA. Só mais tarde aqueles
livros de caráter duvidoso foram considerados espúrios pelos judeus, mas o Cânon da
Septuaginta já era considerado e usado por muitos grupos religiosos.
No ano 90 A.D. no Concílio de Jâmnia, os judeus definitivamente rejeitaram a
canonicidade dos livros Apócrifos e fixam o seu Cânon.
Aqui no entanto já claramente reconhecidos dois CANONES espalhados pelo
mundo. O judeu e o grego – (Septuaginta)
Entre os anos 385 e 405 A.D. Jerônimo traduziu a Septuaginta para o Latim
(Vulgata latina) e esta sempre foi a versão universal Católica Romana. Na reforma
Protestante, Lutero foi ao Hebraico, e surpreendeu-se não encontrando ali os
apócrifos; fazendo então uma nova versão para o idioma alemão, do Cânon judaico.
Em 1546, no Concílio de Trento, como contra-reforma, a Igreja Católica confirmou
o Cânon da Vulgata Latina e emitiu anátema contra sua rejeição.
b) Apócrifos - a
appóókkrriiffoojj - Literalmente significa ocultos ou espúrios.
Secundariamente o sentido é aquilo que possui caráter duvidoso. São os 07 livros e
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mais 07 adições aos livros canônicos que fazem parte do Cânon Católico mas não são
aceitos como sagrados pelos judeus e protestantes, tendo contudo alto valor histórico.
São eles:
Tobias;
Judite;
Sabedoria de Salomão;
Eclesiastico;
Baruque;
I Macabeus;
II Macabeus
As adições:
Adções ao livro de Daniel (os 3 jovens na fornalha, Bel e o dragão, a história de
Suzana; oração de Manasés);
Ester 10:4 – 16:24;
III e IV Esdras.
Ø Superstições: 6: 5; 7
“Então disse-lhe o anjo: tira as entranhas a esse peixe, e toma para ti o coração, e o fel, e o
fígado: porque te serão necessárias essas coisas para remédios úteis."
Ø Superstições: 7: 9 a 8:5
9 E depois que falaram, mandou Raguel matar um carneiro e preparar um banquete, e
quando ele os rogava que se pusesse a mesa;
10 Disse Tobias: eu não comerei nem beberei aqui hoje a menos que tu me não despaches a
minha petição, e prometas dar-me Sara, tua filha;
11 Ouvindo isso, Raguel se assustou sabendo o que tinha acontecido aos sete maridos que se
tinham chegado a ela e começou a temer não suceder o mesmo também a este: e como
vacilasse, e não desse resposta alguma à petição que lhe fazia.
12 O anjo lhe disse: não temas dar tua filha a este moço, porque a este, que é temente a
Deus, lhe é devida tua filha por esposa: e por isso, nenhum outro a pode ter.
13 Então Raguel respondeu: não duvido que Deus aceitasse em sua presença as minhas
orações e as minhas lágrimas.
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14 E creio que por isso ele permitiu que vós viésseis, para que esta filha se desposasse com
um da sua parentela segundo a lei de Moisés: assim não duvides que eu ta não haja de
dar.
15 e pegando na mão direita de sua filha, a pôs na mão direita de Tobias dizendo: O Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó seja convosco, e Ele mesmo vos ajunte e
cumpra sua benção em vós.
16 E tomando papel, fizeram a escritura de casamento.
17 E depois fizeram um banquete bendizendo a Deus
18 E Raguel chamou a Ana, sua mulher e ordenou que preparasse outro aposento.
19 E introduziu Ana no tal aposento a Sara e se pôs a chorar.
22. Fizeram em seguida suas bagagens, Tobias despediu-se de seu pai e de sua mãe e os
dois viajantes partiram.
23. Depois que partiram, sua mãe pôs-se a chorar: Tiraste-nos, disse ela, o bordão de nossa
velhice, e o apartaste de nós.
24. Prouvera a Deus que nunca tivesse havido esse dinheiro pelo qual o enviaste.
25. O pouco que temos nos bastava; a nossa riqueza era a vista de nosso filho.
26. Tobit respondeu-lhe: Não chores; nosso filho chegará são e salvo, e voltará também são
e salvo para a nossa companhia; tu o verás com os teus olhos.
27. Estou certo de que um bom anjo de Deus o acompanhará e disporá solicitamente tudo o
que lhe diz respeito, de modo que ele tenha a alegria de voltar para nós.
28. Ouvindo isso, sua mãe cessou de chorar e calou-se.
28, Os que habitam no monte Seir e os filisteus, e o povo estúpido que habida em
Siquém.
4.5) Sabedoria de Salomão: (40 AD)
Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra incredulidade e idolatria do
Epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta:
O corpo como prisão da alma - capítulo 9 versículo 15:
Porque o corpo, que se corrompe, torna pesada a alma, e esta morada terrestre
abate o espírito que pensa muitas coisas.
4.6) I Macabeus
Descreve a história de três irmãos da família Macabeus que no chamado período
interbíblico (400 a.C a 03 A.D). Lutam contra inimigos dos judeus visando a
preservação do seu povo e terra.
Adições a Daniel
Capítulo 3, versículos 24 a 90. Os versos 24 a 30 da Bíblia Protestante são os
versos 91 a 100 da bíblia católica.
38. Hoje, já não há príncipe, nem profeta, nem chefe, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação,
nemincenso, nem mesmo um lugar para vos oferecer nossas primícias e encontrar misericórdia.
39. Entretanto, que a contrição de nosso coração e a humilhação de nosso espírito nos permita achar
bom acolhimento junto a vós, Senhor,
40. como (se nós nos apresentássemos) com um holocausto de carneiros, de touros e milhares de
gordos cordeiros! Que assim possa ser hoje o nosso sacrifício em vossa presença! Que possa
(reconciliar-nos) convosco, porque nenhuma confusão existe para aqueles que põem em vós sua
confiança.
41. É de todo nosso coração que nós vos seguimos agora, que nós vos reverenciamos, que buscamos
vossa face.
42. Não nos confundais; tratai-nos com vossa habitual doçura e com todas as riquezas de vossa
misericórdia.
43. Ponde em execução vossos prodígios para nos salvar, Senhor, e cobri vosso nome de glória.
44. Que sejam então confundidos aqueles que maltratam vossos servos, que eles sofram a vergonha
de ver a ruína de seu poderio e o aniquilamento de sua força.
45. Assim saberão que sois o Senhor, o Deus único e glorioso sobre toda a superfície da terra.
46. Enquanto isso, os homens do rei, que os haviam lá jogado, não cessavam de alimentar a fornalha
com nafta, estopa, resina e lenha seca.
47. Então, as chamas, subindo a quarenta e nove côvados acima da fornalha,
48. ultrapassaram a grade e queimaram os caldeus que se achavam perto.
49. Mas o anjo do Senhor havia descido com Azarias e seus companheiros à fornalha e afastava o
fogo.
50. Fez do centro da fogueira como um lugar onde soprasse uma brisa matinal: o fogo nem mesmo os
tocava, nem lhes fazia mal algum, nem lhes causava a menor dor.
51. Então os três jovens elevaram suas vozes em uníssono para louvar, glorificar e bendizer a Deus
dentro da fornalha, neste cântico:
52. Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais, digno de louvor e de eterna glória! Que seja bendito
o vosso santo nome glorioso, digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!
53. Sede bendito no templo de vossa glória santa, digno do mais alto louvor e de eterna glória!
54. Sede bendito por penetrardes com o olhar os abismos, e por estardes sentado sobre os
querubins, digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!
55. Sede bendito sobre vosso régio trono, digno do mais alto louvor e de eterna exaltação!
56. Sede bendito no firmamento dos céus, digno do mais alto louvor e de eterna glória!
57. Obras do Senhor, bendizei todas o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
58. Céus, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
59. Anjos do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
60. Águas e tudo o que está sobre os céus, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
61. Todos os poderes do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
62. Sol e lua, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
63. Estrelas dos céus, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
64. Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
65. Ó vós, todos os ventos, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
66. Fogo e calor, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
67. Frio e geada, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
68. Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
69. Frios e aragens, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
70. Gelos e neves, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
71. Noites e dias, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
72. Luz e trevas, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
73. Raios e nuvens, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
74. Que a terra bendiga o Senhor, e o louve e o exalte eternamente!
75. Montes e colinas, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
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76. Tudo o que germina na terra, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
77. Mares e rios, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
78. Fontes, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
79. Monstros e animais que vivem nas águas, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
80. Pássaros todos do céu, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
81. Animais e rebanhos, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
82. E vós, homens, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
83. Que Israel bendiga o Senhor, e o louve e o exalte eternamente!
84. Sacerdotes, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
85. Vós que estais a serviço do templo, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
86. Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
87. Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!
88. Ananias, Azarias e Misael, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente, porque ele nos
livrou da permanência nas trevas, salvou-nos da mão da morte; tirou-nos da fornalha ardente, e
arrancou-nos do meio das chamas.
89. Glorificai o Senhor porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia.
90. Homens piedosos, bendizei o Senhor, Deus dos deuses, louvai-o, glorificai-o, porque é eterna a
sua misericórdia!
Capítulo 13: A história de Suzana. Segundo esta lenda, Daniel salva Suzana
num julgamento fictício baseando em falsos testemunhos.
1 Havia um homem chamado Joaquim, que habitava em Babilônia.
2 Tinha desposado uma mulher chamada Suzana, filha de Helcias, de grande beleza, e piedosa,
3 porque havia sido educada segundo a lei de Moisés por pais honestos.
4 Joaquim era sumamente rico. Junto à sua casa havia um pomar. Os judeus reuniam-se
freqüentemente em casa dele, porque gozava de uma particular consideração entre seus
compatriotas.
5 Haviam sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo, aos quais se aplicava bem a
palavra do Senhor: A iniqüidade surgiu, em Babilônia, de anciãos juízes que passavam por
dirigentes do povo.
6 Esses dois personagens freqüentavam a casa de Joaquim, aonde vinham consultá-los todos aqueles
que tinham litígio.
7 Lá pelo meio-dia, quando toda essa gente tinha ido embora, Suzana vinha passear no jardim de seu
marido.
8 Os dois anciãos viam-na portanto todos os dias durante seu passeio, tanto que se apaixonaram por
ela e,
9 perdendo a justa noção das coisas, desviaram os olhos para não ver mais o céu e não ter mais
presente no espírito a verdadeira regra de comportamento.
10 Ambos foram atingidos pelo amor a Suzana, mas sem se confiarem mutuamente sua emoção.
11 Tinham vergonha de declarar um ao outro o desejo que sentiam de possuí-la.
12 Todos os dias, inquietos, procuravam avistá-la.
13 Uma vez disseram um ao outro: Vamos para casa; está na hora do almoço. Saíram cada um para
seu lado.
14 Mas, havendo ambos retrocedido, encontraram-se novamente no mesmo lugar. Perguntando um ao
outro qual o motivo de sua volta, confessaram-se sua concupiscência. Combinaram então um
encontro onde a pudessem surpreender sozinha.
15Enquanto calculavam qual seria o momento propício, eis que Suzana chegou como de costume, com
duas empregadas, e tomou a resolução de banhar-se, pois fazia calor.
16 Lá não havia ninguém, salvo os dois anciãos escondidos, que a espreitavam.
17 Trazei-me, disse ela às duas empregadas, óleo e ungüentos, e fechai as portas do jardim, para eu
me banhar.
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18 O que elas fizeram por sua ordem. As portas do jardim estando fechadas, saíram pela porta do
fundo para ir buscar os objetos pedidos, ignorando que os anciãos lá se achavam escondidos.
19 Apenas saíram, os dois homens precipitaram-se em direção de Suzana.
20 As portas do jardim estão fechadas, disseram-lhe, ninguém nos vê. Ardemos de amor por ti.
Aceita, e entrega-te a nós.
21Se recusares, iremos denunciar-te: diremos que havia um jovem contigo, e que foi por isso que
fizeste sair tuas servas.
22 Suzana exclamou tristemente: Que angústias me envolvem por todos os lados! Consentir? Eu
seria condenada à morte! Recusar? Nem assim eu escaparia de vossas mãos!
23 Não! Prefiro cair, sem culpa alguma, em vossas mãos, do que pecar contra o Senhor.
24 Suzana soltou grandes gritos, e os dois anciãos gritavam também contra ela.
25 E um deles, correndo às portas do jardim, abriu-as.
26 Com essa balbúrdia, os criados precipitaram-se pela porta do fundo para ver o que havia
acontecido.
27 Os anciãos se puseram a falar, e os criados enrubesceram, pois jamais nada de semelhante fora
dito de Suzana.
28 No dia seguinte, os dois anciãos, cheios de criminosas intenções contra a vida de Suzana, vieram
à reunião que se realizava em casa de Joaquim, marido dela.
29 Disseram, diante da assembléia: Mandem buscar Suzana, filha de Helcias, a mulher de Joaquim!
Foram-na buscar,
30 e ela chegou com seus pais, seus filhos e os membros de sua família.
31 Era delicada e bela de rosto.
32 Aqueles homens perversos exigiam que ela retirasse seu véu - pois estava velada -, a fim de
poderem (pelo menos) fartar-se de sua beleza.
33 Os seus choravam, assim como seus amigos.
34 Os dois anciãos levantaram-se à vista de todos, e pousaram a mão sobre sua cabeça,
35 enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas com o coração cheio de confiança no Senhor, olhava
para o céu.
36Os anciãos disseram então: Quando passeávamos pelo jardim, ela entrou com duas servas; depois
fechou a porta e mandou embora suas acompanhantes.
37 Então, um jovem que se achava escondido ali, aproximou-se e pecou com ela.
38 Nós nos encontrávamos num recanto do jardim. Diante de tal desvergonhamento, corremos para
eles e os surpreendemos em flagrante delito.
39 Não pudemos agarrar o homem, porque era mais forte do que nós, e fugiu pela porta aberta.
40 Ela, nós a apanhamos; mas quando a interrogamos para saber quem era o jovem, recusou-se a
responder. Somos testemunhas do fato.
41 Confiando nesses homens, que eram anciãos e juízes do povo, condenaram Suzana à morte.
42 Então ela exclamou bem alto: Deus eterno, vós que penetrais os segredos, que conheceis os
acontecimentos antes que aconteçam,
43 sabeis que isso é um falso testemunho que levantaram contra mim. Vou morrer, sem nada ter
feito do que maldosamente inventaram de mim.
44 Deus ouviu sua oração.
45 Como a levassem para a morte, o Senhor suscitou o espírito íntegro de um adolescente chamado
Daniel,
46 que proclamou com vigor: Sou inocente da morte dessa mulher!
47 Todo mundo virou-se para ele: O que significa isso?, perguntaram-lhe.
48 Então, no meio de um círculo que se formava, disse: Israelitas, estais loucos! Eis que condenais
uma israelita sem interrogatório, sem conhecer a verdade!
49 Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho a declaração desses dois homens contra
ela.
50 O povo apressou-se em voltar. Os anciãos disseram a Daniel: Vem sentar conosco e esclarece-
nos, pois Deus te deu o privilégio da velhice!
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13 Mas, após a saída deles, quando o rei acabava de depor as oferendas diante de Bel, Daniel
ordenou aos criados trazerem cinza, a qual espalhou pelo templo todo na presença do rei. A seguir
saíram, fecharam a porta e, depois de tê-la lacrado com o sinete real, retiraram-se.
14 Durante a noite, os sacerdotes introduziram-se como de costume (no templo) com suas mulheres
e filhos, comeram e beberam tudo.
15 Ao amanhecer, o rei veio com Daniel.
16 Os selos, disse, estão intactos, Daniel Intactos, ó rei.
17 Logo que a porta foi aberta, o rei olhou para a mesa e exclamou: Tu és grande, ó Bel! Tu não nos
enganaste.
18Mas Daniel pôs-se a rir e impediu o rei de entrar mais adiante. Olha o chão, disse-lhe. De quem
são estes passos?
19 Vejo de fato, respondeu o rei, passos de homens, de mulheres e de crianças. E uma cólera
violenta apoderou-se dele.
20 Então mandou prender os sacerdotes com suas mulheres e filhos, os quais lhe mostraram as
entradas secretas por onde se introduziam para vir consumir o que havia na mesa.
21 O rei mandou matá-los e pôs Bel à disposição de Daniel que o destruiu, assim como seu templo.
22 Lá havia também um grande dragão, que os babilônios veneravam.
23 O rei disse a Daniel: Pretenderás também dizer que aquele é de bronze? Vive, come, bebe. Tu
não podes negar que seja um deus vivo.
24 Adora-o então. Eu adoro, replicou Daniel, unicamente o Senhor meu Deus, porque ele é um Deus
vivo.
25 Ó rei, dá-me licença para fazê-lo, e, sem espada nem bastão, matarei o dragão. Eu ta concedo,
disse o rei.
26 Então Daniel tomou breu, gordura e pêlos, cozinhou tudo junto, e com isso fez umas bolas e
meteu-as na boca do dragão, que estourou e morreu. Daniel exclamou: Eis aí o que adoráveis!
27Quando os babilônios souberam, ficaram sumamente indignados, e amotinaram-se contra o rei aos
gritos de O rei tornou-se judeu! Destruiu Bel; e (agora) fez perecer o dragão e matar os
sacerdotes.
28 Vieram à presença do rei e disseram-lhe: Entrega-nos Daniel; do contrário, nós te mataremos,
bem como toda a tua família.
29 Diante da violência com que o ameaçavam, o rei viu-se forçado a entregar-lhes Daniel,
30 que eles jogaram à cova dos leões, onde permaneceu seis dias.
31 Na cova havia sete leões, aos quais davam cotidianamente dois corpos (humanos) e dois carneiros.
Porém, daquela vez, nada lhes foi distribuído, a fim de que devorassem Daniel.
32 Ora, o profeta Habacuc vivia naquele tempo na Judéia. Acabava de cozinhar um caldo e picava
pão dentro dele numa panela, para levá-lo aos ceifadores no campo.
33 Mas um anjo do Senhor disse-lhe: Leva esta refeição à Babilônia, a Daniel, que se encontra na
cova dos leões. 34 Senhor, disse Habacuc, nunca vi Babilônia, e não conheço essa cova.
35 Então o anjo, segurando-o pelo alto da cabeça, transportou-o pelos cabelos, num fôlego, até
Babilônia, em cima da cova. 36 Daniel, Daniel (chamou), toma a refeição que Deus te envia.
37 E Daniel respondeu: Ó Deus, vós pensastes em mim! Vós não abandonastes os que vos amam!
38 Depois disso pôs-se a comer, enquanto o anjo do Senhor transportava de volta Habacuc a seu
domicílio.
39 Ao sétimo dia veio o rei chorar Daniel. Ao acercar-se da cova, porém, olhou para dentro e aí
avistou Daniel sentado.
40E bem alto exclamou: Vós sois grande, Senhor, Deus de Daniel. Não existe outro Deus além de
vós!
41 Mandou retirá-lo da cova dos leões e lá jogou todos aqueles que haviam tentado eliminá-lo, os
quais foram imediatamente devorados, sob seus olhos.
42 Então disse o rei: Que todos os habitantes da terra reverenciem o Deus de Daniel, porque é um
salvador que opera sinais e prodígios em toda a terra, e salvou Daniel da cova dos leões.
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3.6) TALMUDE – (100 – 500 d.C) – lit. instrução – heb. limmed – ensinar –
O TALMUDE consiste em duas divisões:
C
COON
NCCLLU
USSÃ
ÃOO
Uma vez formado o Cânon, havia uma grande quantidade de rolos de vários
tamanhos (7 – 12 metros) o que dificultava a consulta às Escrituras. Com a invenção
da imprensa no século XV, a pequena biblioteca sagrada foi arrumada num livro com
páginas contendo os 66 livros sagrados.
IIIIII)) A
A HHIIS
STTÓÓR
RIIA
A D
DOO A
ANNTTIIG
GOO TTE
ESSTTA
AMME
ENNTTO
O C
COON
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ADDA
A N
NAA
B
BÍÍB
BLLIIA
A
1) INTRODUÇÃO
O Velho Testamento foi escrito em sua maior parte em hebraico, em algumas
poucas passagens no aramaico.
Possui 39 livros, que podem ser classificados didaticamente desta forma:
Livros da Lei - O Pentateuco (5): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Livros Históricos (12): Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas,
Esdras, Neemias e Ester.
Livros Poéticos (5): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
Livros Proféticos – Profetas Maiores (5): Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e
Daniel.
Livros Proféticos – Profetas Menores (12): Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
2) A QUESTÃO CRONOLÓGICA
Moisés é o escritor dos primeiros livros da Bíblia. E esta vivendo entre os anos
1500 – 1400 a.C. João é o autor do último livro da Bíblia e o escreve por volta do ano
95 A.D. A conclusão é a de que a Bíblia foi escrita durante um período aproximado de
1.600 anos, por cerca de 40 escritores, e compreende o período histórico de 1.500 a.C.
a 95 A.D.
Entretanto a conclusão acima não é totalmente exata por algumas razões:
Embora Moisés esteja vivendo entre 1.500 – 1400 a. C. seu primeiro livro, o
Gênesis, faz um flash-back retornando à criação do mundo e do homem (sem datas
precisas).
Daí rapidamente ele chega à Abraão (2.200 a.C.) e então percorre os fatos
principais da história dos primeiros patriarcas até alcançar os seus dias em Êxodo 2.
Malaquias (450 – 400 a.C.) é o último autor do Antigo Testamento e o Novo
Testamento abre suas páginas falando de Jesus. Há portanto um intervalo histórico
de 400 anos de grande ebulição político social, mas de silêncio profético e silêncio
escriturístico.
3) A QUESTÃO HISTÓRICA
A Bíblia é o que podemos chamar de um livro que possui principio, meio e fim.
Ela vai do Éden (Gn. 2: 8 e 9) ao Éden (Ap. 22: 1 e 2) começa no princípio do
mundo e termina contando o fim de todas as coisas criadas, acenando-nos contudo
com a esperança da vida nova em novos céus. São sobretudo páginas de vida e
esperança.
É um livro universal em sua mensagem e objetivos, trata de questões de
abrangência e interesse geral como são a criação do mundo e da humanidade o
evangelho do ide por todo mundo a todas as criaturas e o destino futuro do mundo.
Deus serve-se de recursos especiais para alcançar seus objetivos. Toda a história e
enredo vivido apresentado na Bíblia poderia ser sintetizada em três palavras: Israel,
Cristo e Igreja.
A Bíblia é a palavra de Deus para os homens, é a revelação de Deus, sua
vontade seu querer, seu caráter, seus atributos e qualidades, tendo como objetivo
34
4) TEMÁTICA PRINCIPAL
Na primeira tríade, Deus dá forma à terra ao separar a luz do dia da escuridão da noite,
o mar abaixo das nuvens e a terra seca da vegetação do mar.
Na segunda tríade, movendo-se do céu para a terra, progride de um ato criativo
simples (vs. 3, 5, 14, 19) para um ato criativo com dois aspectos (vs. 6, 8 , 20, 23) para
dois atos criativos separados, cada um culminado na produção da terra (vs. 9, 13, 24,
31). O padrão de cada dia é semelhante:
Uma declaração: “disse Deus” e uma ordem: “e assim se fez”.
Uma avaliação: “e viu Deus que isso era bom” e uma estrutura cronológica: “o
primeiro, o segundo, o terceiro .... dia”
Os estudiosos que sustentam que os dias da criação constituem uma estrutura
literária visam ensinar o princípio da narrativa: Somente Deus é o criador do
universo ordenado.
A hipótese estrutural considera os dois dias da criação como uma acomodação
graciosa de Deus às limitações do conhecimento humano – uma expressão do infinito
trabalho do Criador em termos compreensíveis aos frágeis e finitos seres humanos.
Para os defensores dessa teoria, pelo fato de o universo ter a aparência de uma
grande antiguidade (e a ciência comprova isso), a expressão “tarde e manhã) parece
incoerente com a teoria do dia era e a noção de eras intervenientes entre os dias
isolados de 24 horas não é claro no texto.
PROBLEMAS DESSA TEORIA:
Sendo um produto da teologia Liberal, essa teoria tenta reduzir a narrativa
da Escritura a apenas uma explicação com argumentos meramente
literários que desrespeitam os métodos ortodoxos de interpretação.
Nega completamente a autoridade das Escrituras, a despeito de sua
argumentação bem arranjada e quase convincente.
instrumento nas mãos de Deus, é de Judá o quarto filho que Deus dará continuidade a
linhagem escolhida de Jesus. Por causa da fome que reinava em todo o mundo, a
família de José (agora povo de Israel) desse ao Egito, onde José já era vice rei, para
buscar alimentos. Deixa para trás sua terra acomoda-se em terra Egípcias, porém
permanece ali mais do que convinha, até que após sucessivas mudanças em dinastias
faraônicas (1805 – 1446 aC) torna-se escravo Gn. 15:13.
O povo de Deus não nasceu para escravidão, e numa bela tipologia Bíblica,
Deus lhes suscita um libertador, Moisés que os levaria de volta de Canaã. Esta
libertação é marcada pelas 10 pragas e pela páscoa onde o sangue inocente tingido as
ombreiras das portas, salvaria o povo da morte.
São 600 mil homens com suas famílias que voltam a Canaã após peregrinarem
430 anos em terra estranha, e antes de retomarem a terra prometida precisavam
tornar-se verdadeiramente uma nação. Eram um povo e tinham uma terra, mas faltava-
lhes a noção de governo e obediência, a organização política, social e espiritual.
Deus faz com eles um pacto baseado em obediência, vida santa e muitas
promessas. O pacto inclui:
O DECÁLOGO,
AS LEIS SOCIAIS,
RITUAIS, CIVIS,
O SACERDÓCIO,
A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO
E A INSTITUIÇÃO DAS FESTAS. (Exodo, Leviticos e Números).
Aquela geração adulta de judeus que ali estava foi caracterizada por desanimo e
saudosismo do Egito, o que os levou a caminhar durante 40 anos no deserto sem
tomar posse da promessa de reentrada. E só seus filhos em número de 600 mil
homens sobreviveram chegando a Canaã. (êxodo e Números). Há um detalhe, a nova
geração se distanciara cerca de 40 anos do pacto, das leis e das festas que Deus
fizera a seus pais e é fundamental que sejam relembradas antes que pisem a nova
terra (Deuteronômio).
O libertador Moisés (1406 aC) e o jovem conquistador Josué é quem dirige a
retomada de Canaã e a luta contra os povos inimigos os quais vieram a possuir a terra
que fora abandonada nestes 430 anos. A terra reconquistada é dividida em 12 tribos.
Por mais de 20 anos Josué lidera o povo, porém, ao aproximar-se a sua morte, reúne
todo o Israel e exorta-os a perseverar na fidelidade e obediência a teocracia. (Josué 23
e 24). Nesta ocasião nem todos os inimigos havia sido desalojados de Canaã e a
ordem de Deus era que tal fato ocorresse. Entretanto a ausência de liderança e da
fidelidade recém reafirmada a Deus, levou o povo de Israel a acomodar-se na
proximidade dos inimigos, com a perspectiva de que eles seriam submetidos e
escravizados e assim não precisariam ser expulsos (Juizes 1:28).
Não se pode desobedecer a Deus sem que haja serias conseqüências. Não se
pode conviver pacificamente com inimigos de Deus como se tive sobre eles eterno
domínio, e Israel desobedeceu e falhou. (Juizes 2:2 – 3 e 20:23). Tal perigosa
vizinhança induziu o povo a costumes pagãos, a enfraquecimento moral, espiritual,
político e consequentemente a cativeiros, ainda que habitando sua própria terra.
(Juizes 17:6 ). São 410 anos onde alternam-se sete cativeiros (111 anos) e sete
libertações (299 anos) sempre que havia arrependimento e contrição do povo, Deus
promovia-lhes libertação através de homens e mulheres piedosas. Estas histórias estão
registradas nos livros de Juizes, e dentre estes conhecemos bem Gideão e Sanção.
Rute está vivendo no tempo dos Juizes (Rute 1:1) e sua história é destacada em
um livro do Cânon, dentre outros motivos porque Deus está revelando que há graça no
VT. Alcançando e fazendo de uma moabita alguém participante do pacto, e
antecessora de Davi e Jesus (Mt 1:5)
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Samuel e seus filhos, são os últimos Juizes de Israel, pois o povo distante de
Deus invejava as nações ao redor, as quais, possuíam, reis, exércitos etc. Assim
pedem a Samuel a indicação de um rei, trocando a teocracia pela monarquia (1Sm 8:4-
9 e 19:22)
OS PATRIARCAS
Adão – o primeiro criado – o representante da raça humana – pacto das obras
Abel – o filho de Adão – ofereceu sacrifício mais excelente que Caim - Hb. 11:4
Sete – o filho de Adão gerado depois da morte de Abel – GN. 4: 25
Enos – o filho de Sete – daí se começou a invocar o nome d Senhor – Gn. 4: 26
Noé – da descendência de Sete e Enos - Gn. 5 - o instrumento de salvação e
preservação da raça - Gn. 6, 7 e 8 – pacto da graça - Gn. 9
Sem – a raiz genealógica dos hebreus – Gn. 10:21 (Héber – raiz do nome hebreu)
Abraão – pacto da graça – Gn.15: 12-20 – uma grande nação - a promessa da terra
ao seu povo
Isaque – o fruto do pacto da graça
Jacó - (Israel = príncipe) – pai das 12 tribos
José- Tipo de Cristo - vendido pelos próprios irmãos – veio a ser o salvador deles.
A POSSE DA TERRA
Josué – homem através de quem o povo toma posse da terra prometida (Livro de
Josué)
Período tribal – tempo em que o povo viveu na terra, que fora distribuída às 11 tribos
(a tribo de Levi não herdou terra pois eram separados para o serviço religioso e
deveriam viver dos dízimos das demais) – foram governados pelos juizes (Livro de
Juizes)
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A MONARQUIA
MONARQUIA UNIDA
Saul – o primeiro rei de Israel – I Sm cap 8 e 10:17-24
Davi- o segundo e maior rei de Israel – unificação e fortalecimento do reino - +/-
1.000 a.C.
Salomão – filho de Davi e Bate Seba – o rei que construiu o templo - I Rs. Cap. 3 a
11
A MONARQUIA DIVIDIDA
Roboão – filho de Salomão – reino do Sul: Judá e Benjamim – capital: Jerusalém
(IRs. 12)
Jeroboão – alto oficial do exército – reino do Norte: Israel – as outras 10 tribos –
capital: Samaria ( I Rs. 12:16-20)
QUEDA DA MONARQUIA
722 a.C. - o reino do Norte (Israel) é invadido e dominado pelo império Assírio
586 a.C. – o reino do Sul (Judá) é invadido pelo império babilônico.
INTRODUÇÃO AO PENTATEUCO
1) INTRODUÇÃO
No grego, a palavra Pentateuco significa “cinco volumes”. Porém, os judeus
chamavam esta primeira porção da Bíblia, TORAH ou a LEI. Compreende os livros de:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Foi este o primeiro grupo de livros da Bíblia a ser canonizado e está presente em
todas traduções da Bíblia ou seja, aquelas dos mais diversos Cânones (Hebreu, Grego,
Samaritano, etc.) No Cânon Judaico, o Pentateuco era provavelmente um livro com
cinco grades volumes; cada volume iniciava com um título o qual nada mais era que a
sua primeira ou primeiras palavras. Assim o primeiro volume “Bereshit” (No princípio).
Segundo volume “Welleh Shemoth” (e estes são os nomes) etc.
Os nomes que possuímos hoje como: Pentateuco, Gênesis, Êxodo, e outros são
de origem grega, dados quando da tradução de Septuaginta a mais disseminada
tradução da antigüidade.
2) AUTORIA:
Até o século XVIII A.D. a Igreja acatou fielmente as declarações bíblicas de ser
Moisés o autor do Pentateuco, porém um grupo de céticos estudiosos, por volta dos
séculos XIX, baseando-se na chamada alta crítica (critica e análise da autoria e da
integridade dos textos), afirmou não ser Moisés o autor e sim alguém vivendo em torno
do oitavo século antes de Cristo.
Entretanto, tal crítica não foi aceita pela imensa maioria da Igreja por algumas
razões que comprovam e evidenciam a autoria mosaica.
O Pentateuco testemunha que seu autor é Moisés – Êx. 24:04; Nm. 33:02; Dt; 31:09.
O NT dá o mesmo testemunho – Mt. 19:08; Jo 1:17 – 5:46 e 47 – 7:19; At 3:22 Rm.
10:05 e 19.
A unidade de estilo, de lingüística e de arrumação entre os cinco livros, apontam
para um único autor, o qual além de ser hebreu conhecendo bem os costumes judeus,
também possuía alta cultura egípcia.
O autor fora participante direto dos eventos, tal a riqueza de detalhes em seus relatos.
O estilo de cada livro do Pentateuco corresponde as circunstância ocasionais da vida
de Moisés relatados nestes mesmos livros. Assim em Êxodo e Números, o estilo é
irregular e rápido como um diário de notas de alguém em trânsito, enquanto
Deuteronômio é pausado exortativo, como alguém parado e reflexivo da forma como
Moisés o fez em Moabe.
b) Conteúdo:
Como já dissemos, Gênesis é o livro que relata o princípio de todas as coisas.
Moisés, faz uma retrospectiva conduzindo-nos as origens de tudo e concentrando-se
uma verdade absoluta: Deus criou.
Não é portanto um livro que tenha preocupação científicas, até porque se as
tivesse não poderia ser um livro transtemporal, sua preocupação é afirmar o poder e a
soberania criativa de Deus. Gênesis é também um livro de Genealogias onde a
expressão “filho de” ... garante a historicidade dos fatos ali relatados.
Em seus primeiros 11 capítulos, Gênesis trata de temas universais tendo como
pano de fundo o Oriente Médio (antiga Mesopotâmia) quase sempre as histórias
deste trecho resumem-se na seqüência: Rebeldia – Soberba – Condenação. A partir
do capítulo 12 o foco central da história volta-se para Israel, tendo como palco a
Palestina. Israel começa em um homem (Abrão) cresce em uma família (Isaque) e
recebe seu nome Jacó.
A terceira e última parte do livro nos mostra como a providência de Deus
intervém na história para fazer cumprir seus propósitos, levando-nos sempre aos
melhores fins propostos por Ele. A história da maldade dos irmãos de José,
vendendo-o ao Egito, será usada para preservação do povo de Deus, em meio a
grave fome reinante na terra.
c) DIVISÃO
O livro de Gênesis pode ser dividido em três grandes blocos de assuntos. Todos
mnemônicamente iniciados pela letra P.
– Os primórdios de tudo capítulos 1 a 11.
– Os patriarcas capítulos 12 a 35.
– A providência manifestada na descida ao Egito e na preservação do povo
durante o período da fome capítulos 35 a 50.
Portanto: Primórdios - 1 a 11
Patriarcas : - 12 a 35
Providência:- 36 a 50
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d) ESBOÇO DO LIVRO
Gênesis possui 50 capítulos com 1.533 versículos que contam:
1 e 2 – Criação do mundo
3 a 5 – Adão Caim e Abel – A corrupção do homem
7 e 8 – Dilúvio
9 e 10 – Noé – Babel
12 – A chamada de Abrão
13 a 17 – Abrão Ló e Ismael.
18 e 19 – Sodoma e Gomorra.
20 a 23 – Abraão, Sara e Isaque.
24 a 27 – Isaque
28 a 34 – Jacó
25 a 36 – Descendentes de Esaú e Jacó
37 a 47 – José
48 a 50 – A morte de Jacó.
e) COMENTÁRIOS
Há em Gênesis alguns textos que são fundamentais para entendermos todo o VT,
bem como a Bíblia inteira. São os seguintes: Gn. 12: 1-3 Deus faz uma promessa a
Abraão como respostas e solução para todo o caos da humanidade, contada de Gn.
1 a 11; dar-lhe-ia uma terra, dele faria uma nação, e de sua descendência suscitaria
aquele que abençoaria todas as nações. Esta promessa foi reafirmada a Isaque
Gn.26:2-5, e confirmada a Jacó Gn. 28:13-15. São, portanto, os pais da aliança:
Abraão, Isaque e Jacó.
A Bíblia é o desenvolvimento e o comprimento desta aliança de salvação, de
resposta, de remédio ao caos da humanidade. Cristo está abundantemente presente
no livro de Gênesis.
É o dizer criativo de Deus é a Palavra de Deus, por quem e para quem todas a
coisas foram criadas. “Disse Deus Haja ... João 1 de 1 a 3; Provérbios 8 de 22 a 30.
É o descendente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente Gn. 3:15
É o descendente de Abraão que abençoará todas as nações Gn.12:1-3 Gl 3:7-9
Foi tipificado: em Adão I Co. 15:21-22 – em Abel Hb 11:4 – em Melquisedeque (Hb.
7:1-3) – * * Isaque - um sacrifício inocente – em José - Santidade, sendo traído em
sofrimento inocente redimindo seus irmãos, assumindo o trono.
O Livro de Gênesis termina com as palavras: Num caixão no Egito. E
simbolicamente é assim que vamos encontrar o povo ao encerrarmos o livro de
Gênesis e iniciarmos o Êxodo.
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2 - ÊXODO
a) Autoria e datação
Nome - No hebraico é We’elleh Shemoth (e este são os nomes) enquanto que no
grego, êxodo quer dizer “saída”. A primeira palavra do livro de êxodo em Hebraico é um
conectivo que revela ser este livro a continuidade do livro de gênesis.
Autor - Moisés, neste livro ele é o protagonista de tudo, o personagem principal do
relato.
Data da escrita: Aproximadamente 1445 AC. Provavelmente na 1ª fase da caminhada
pelo deserto do Sinai.
Tempo de ação – Relata desde o nascimento de Moisés – 1526 AC. Até o início da
caminhada no deserto do Sinai – 1445 AC.
Verso Chave – É 3: “10”vem agora e eu te enviarei a faraó para que tireis o meu povo,
os filhos de Israel, do Egito.
Tema – Libertação pelo sangue. É um livro de libertação, de redenção, e o caminho, o
meio sempre apontado aqui é o Sangue. Neste Êxodo, libertação virá sempre através
do sangue. É seu tema o anuncio profético da obra de Jesus.
b) Conteúdo
A família de Jacó descera ao Egito para fugir da fome reinante na terra, e isto foi
providência divina através de José.
Após saciarem sua fome, contudo, não voltaram à sua terra, fruto da promessa de
Deus. Acomodaram-se em terra alheia por terem sido bem tratados pelo faraó egípcio
cuja dinastia era contemporânea a José.
Estar no lugar errado no tempo errado, fora dos propósitos de Deus sempre traz
conseqüências difíceis aos servos de Deus.
As dinastias que se sucederam no trono egípcio não eram tão simpáticas ao povo
de Israel e os subjugaram, os escravizaram ali no Egito.
Foram 400 anos de cativeiro conforme a palavra de Deus a Abraão – GN. 15.13.
Deus não os abandonara, embora desobedientes, Deus é misericordioso e tem um
plano para a humanidade através de seu povo Israel.
Entraram no Egito 70 homens da família de Jacó, mas já não eram apenas 70 e
sim 600.000 homens de Deus no cativeiro Egípcio.
Deus levanta um libertador, com sinais e prodígios, com poder e através do sinal
do sangue os salva do cativeiro.
Para regressaram do Egito à terra de Canaã era preciso atravesasar o deserto do
Sinai. E Deus usa esse tempo de caminhada para algo novo no meio desse povo.
Este povo precisava ser transformado em nação, escravos tinham que ser
preparados para a liberdade de iniciativa.
Careciam de uma linha básica sobre a vontade de Deus e da importância de se
submeterem a esta regra Deus tinha que ser visto como rei e governador daquele
povo. Por isso vem a lei no monte Sinai.
Através desta história real, Deus nos fala da libertação do cativeiro em que o
homem se encontra, quando longe do querer de Deus e de sua vontade.
Nos fala da libertação por meio do sangue; da necessidade de submissão e
obediência, enquanto faz a caminhada entre o cativeiro (do qual fora liberto) até chegar
a Canaã prometida. Nos fala também de sustento, proteção e amparo que Ele nos
proporciona enquanto vivemos neste mundo como peregrinos até chegar a Canaã
celestial.
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c) Divisão
Tal como Gênesis, o livro de Êxodo pode também ser devido em três grandes
blocos de assuntos, todos mnemônicamente iniciados pela letra L .
Libertação do povo de seu cativeiro - 1-12
Locomoção através do deserto – Caps. 13 -18
Legislação recebida ao pé de Sinai – 19-40
Portanto:
Libertação – 1-12.
Locomoção: 13-18.
Legislação: 19-40.
Esboço do livro –
Êxodo possui 40 capítulos com 1.213 versículos e nos conta:
1: O cativeiro
2: O nascimento de Moisés
3 e 4: A vocação de Moisés
5-11: A controvérsia e as pragas
12: A páscoa
13: Os primogênitos
14: O mar vermelho
15: O cântico do povo
16: O maná
17: A água da rocha
18: Jetro
19: Moisés sobe o Sinai
20: Os dez mandamentos
21-31: A complementação da lei
24: A aliança com o povo
25-31: O tabernáculo o sacerdócio e o culto
32: O bezerro de ouro
33-34: As segundas tábuas da lei
35-40: O tabernáculo
d) Comentários
A vida de Moisés pode ser dividida em três períodos iguais de 40 anos AT. 7:23-30
- Hb. 11:-29.
Na primeira fase até completar 40 anos ele estava na corte egípcia preparando-se
e sendo educado como um príncipe. Segundo Moody, neste templo ele pensava que
era alguém.
Na Segunda fase dos 40 aos 80 anos de idade. Após matar um egípcio precisou
refugiar no deserto apascentando ovelhas seu ímpeto de ira.
Foi conhecer o deserto por onde iria a peregrinar – Moody diz ele aprendeu que
não era ninguém.
A terceira e ultima fase dos 80 aos 120 anos de idade e o tempo que volta ao Egito,
liberta o povo e peregrina no deserto. É o tempo de seu ministério Naody afirma que
ele descobriu o que Deus pode fazer com um ninguém.
Deus o preparou por 80 anos para usa-lo 40 anos. Os seus primeiros 80 anos
ocupam apenas 2 capítulos do êxodo, enquanto seus últimos 40 anos ocupam todo
Pentateuco.
50
Poderíamos dizer que três grandes eventos marcam o livro do êxodo, como
resposta de Deus ás necessidades do povo de Israel.
1ª) A Libertação do Egito – Através do sangue derramado, de um cordeiro
inocente e sem macula, passado sobre a verga da porta. Deus o libertará do cativeiro
do Egito.
2ª) A entrega da lei – Após serem libertos, precisavam conhecer melhor o seu
Deus a fim de obedece-lo e servi-lo assim no Sinai Deus lhes provê sua lei.
3ª) A construção do tabernáculo – Conhecida a lei, tornava-se necessário um
local para adoração e purificação aos pecados – Deus lhe dá o tabernáculo.
Muitos pensam que com a vinda de Cristo, com o novo testamento, deixa de fazer
sentido a lei do velho testamento. É preciso que aclarearmos esta questão.
TABERNÁCULO
iiioo dede
po
porp
3) LEVÍTICO
a) Autoria e datação
Nome – No Hebraico seu nome é WAYYIQRA ( e chamou o Senhor) são as primeiras
palavras desde livro. No grego Leviticos significa “Leis dos Levitas”.
Autor – Moisés
Data da escrita – aproximadamente 1445 a.C. provavelmente na 1ª fase da
caminhada pelo deserto do Sinai.
Tempo da ação – Em 1445 a.C. nas ultimas semanas do povo ao pé do monte Sinai,
enquanto recebiam as leis.
Verso chave – 19:2 ou 20:26 – Ser-me-eis santos, porque eu o Senhor sou santo.
Tema: Santidade
Este livro é um manual de Leis para os levitas e sacerdotes regerem suas vidas e
ministrarem ao povo, com princípios morais, espirituais, éticos, litúrgicos e cerimoniais,
visando a santidade do povo.
b) Conteúdo –
Após caminharem três messes pelo deserto do Sinai, o povo de Israel chega ao
pé do monte Sinai. Depois de experimentarem a libertação, eles precisavam conhecer
o caráter, a vontade, as leis do seu Deus, seu Senhor, a fim de segui-lo, obedece-lo e
agrada-lo.
Permanecem 11 messes parados recebendo estas orientações. Desde Êxodo 19,
e por todo livro do Levítico, encontramos Deus comunicando-se com eles, através de
Moisés.
São leis morais, espirituais, comportamentais, cerimoniais, etc. Deus quer se
envolver com tudo o que nos diz respeito como pessoas, como indivíduos.
Em Gênesis conhecemos o Deus todo poderoso, criador, soberano: Em êxodo
descobrimos o Deus libertador e salvador; agora em Levítico conhecemos o Deus
santificador.
O Deus que deseja conduzir-nos ao que há de melhor e mais aceitável no culto,
na saúde, no relacionamento interpessoal, alem disto tudo, há significados típicos
messiânicos nos costumes, festas, ritos e leis, os quais encontramos completo
cumprimento e compreensão em Cristo. HB-10:1
Deus separa a tribo de Leví para o serviço no tabernáculo, e
Arão e sua descendência para o sacerdócio. É o pacto Levítico em L.v.8 e 9 = Nm.8
c- Divisão –
Podemos dividir o livro em cinco blocos de assuntos, todos mnemônicamente iniciados
com a letra S.
A – Sacrifício – capítulos 1 ao 7.
B – Sacerdócio – capítulos 8 a 10.
C – Saúde – capítulos 11 ao 15.
D – Separação – capítulos 16 ao 22.
E – Solenidades – capítulos 23 ao 27.
d- Esboço do Livro
Levítico possui 27 capítulos com 859 versículos tratando de:
1-7 – Diferentes tipos de sacrifícios, holocaustos, manjares, pacíficos, pecados por
ignorância, pecados ocultos, voluntários, culpa.
8 – Arão e seus filhos consagrados.
9 – Arão oferece sacrifícios.
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e- Comentários
No último capítulo de Êxodo, Moisés terminou a construção do tabernáculo e
Deus está presente ali.
No primeiro capítulo de Levítico, Deus está chamando Moisés e começando a
ditar-lhe dali, leis para o povo.
Após os dez mandamentos e o tabernáculo, o povo precisava aprender a forma
correta de cultuar, adorar e consagrar-se.
Também em nossas vidas esta é a ordem dos acontecimentos. “À libertação do
cativeiro do pecado e do mundo, seguem-se: o conhecimento da vontade de Deus,
encontrar-se o seu lugar de culto e seu povo, então a adoração, o louvor, o serviço e a
consagração”.
As palavras ou expressões que mais, aparecem neste livro são bem sugestivas.
Disse o Senhor a Moisés – 56 vezes – enfatiza a autoria mosaica e o fato de ser o
próprio Deus aquele que ditava as leis.
Expiação – 51vezes – A expiação do pecado é o pagamento do preço e o
cumprimento do rito sacrificial, é a substituição do pecado pela oferta que paga em seu
lugar.
A expiação é a provisão do Deus justo e misericordioso. Um Deus santo que não
pode conviver com o pecado.
Sangue – 93 vezes – É o sangue que fará expiação Lv-17.11 – HB-9:12. Vida
pagando por vida, sangue inocente substituindo sangue culpado.
Só quem entende esta mensagem enfática de Levítico, entenderá o sacrifício de
Jesus no calvário. Seu sangue derramado reúne o significado de todas as ofertas do
velho testamento.
Santo – 93 vezes – Santo significa “separado”. Levítico fala de leis para
adoração, vida e serviço de um homem separado para Deus. A ênfase de palavra,
revela-nos antecipadamente a mensagem de toda Bíblia: O Deus santo só espera
santidade daqueles que o adoram e servem.
As instruções quanto à santidade, dadas pelo Senhor em Levítico, não foram
dadas como se apontado um caminho de salvação, mas de aproximação de Deus.
convicto pecador em falta com Deus. O sangue do animal derramado reconhece que
sua vida, a do ofertante, é que deveria estar sendo entregue, mas Deus em sua
misericórdia propôs este sacrifício substitutivo, o qual prenuncia o sacrifício de Cristo.
E)- Oferta pela culpa – Lv. 5:14 – 6:7 e Lv. 7: 1-10. É uma oferta pela expiação de
pecados contra Deus ou homens, que admitiam compensação, também compreendia
derramamento de sangue animal inocente e mais restituição do que fora extorquido ou
furtado mais um quinto, ao ofendido. (Lv.6: 4 e 5).
f- As festas do hebreus
(Lv.23) com suas datas, ritos e significados típicos são:
Semanais
O Sábado - O Dia do SENHOR. O Sétimo dia da semana era separado para o
descanso e todo homem devia abster-se de qualquer trabalho. Os sacerdotes faziam
oferta em dobro e traziam novos pães da proposição ao tabernáculo. Tipificava o crente
descansando na obra concluída, por Jesus.
Por isso, na Nova Aliança, o Dia do SENHOR é o primeiro dia da semana e é observa-
do em comemoração da ressurreição de Jesus que ocorreu naquele dia. Uma vez que
foi a ressurreição que comemorou a consumação da obra de redenção; assim como o
Sábado era guardado em comemoração da consumação da obra de criação na antiga
Aliança; agora, na Nova Aliança ele é guardado no 1º dia da semana.
Mensais
A Lua nova – realizava-se no dia da lua nova e era anunciada ao som de trombetas.
Não era proibido ao trabalho mas sacrifícios em dobro eram oferecidos. A lua nova do
sétimo mês (tisri) em Outubro, indicava o começo do ano civil e a festa do ano novo
Judaico recebia o nome de festas das trombetas. Esta era de completo descanso e as
trombetas tocavam bem mais forte e demoradamente – tipificava a reunião do povo de
Israel.
Eram festas especiais realizadas no primeiro dia de cada mês (Nm. 10: 10), celebradas
com a oferenda de sacrifícios (Nm. 28: 11-15). Entre as tribos do norte a festa de Lua
Nova era considerada ocasião propícia para se ir ao profeta receber instrução (2 Rs. 4:
23).
Anuais
Páscoa e Pães Asmos – A páscoa era comemorada no dia 14 de Abril ( mês de
Abibe) e lembrava a libertação do cativeiro egípcio. Tipificava a crucificação de Cristo e
nossa conseqüente libertação do pecado. 1 Co.5:7. As festas dos Pães Asmos ia de
15 a 22 de Abril, como continuação da páscoa, comemorando as dificuldades da fuga
apressada e tipificando a necessidade de uma vida limpa do fermento do pecado.
A festa das primícias era o 2º dia da festa dos Pães Asmos (16 de Abril), onde
eram dedicados ao Senhor todas as primícias das colheitas feitas tipificava a
ressurreição de Cristo, como as primícias da ressurreição dos crentes, ao 3º dia após a
crucificação (páscoa) 1 Cor. 15: 20 e 23.
Pentecoste – também chamada festa das semanas, era comemorada 49 dias
(7 semanas) após a oferta das primícias – tinha como objetivo agradecer pela colheita
da cevada e dedicar a próxima colheita de trigo – tipificava a descida do Espírito Santo.
Festas dos Tabernáculos – de 15 a 22 de tisri (Outubro) comemorava a
peregrinação de Israel pelo deserto e o cuidado de Deus por eles. Regozijava-se pela
complementação das colheitas. Enquanto celebravam a festa, moravam em tendas de
ramos.
Dia Nacional da expiação – (Yon Kuphur) - Em 10 de tisri (Outubro) expiavam
todos os pecados do ano, que não haviam ainda sido expiados. Neste dia o Sumo-
56
sacerdote oferecia um novilho por si mesmo e então entrava no santo dos santos.
Apenas nesta dada ele assim fazia. Dois bodes eram levados a cerimônia, a sorte era
lançada sobre eles. Um era sacrificado e o outro era enviado para o deserto (bode
emissário), carregando toda culpa que sobre ele o sumo-sacerdote colocava.
Era o bode emissário ou expiatório ambos os bodes tiveram significado em Cristo,
que foi sacrificado na cruz, assim como morreu fora da porta carregando nossas
culpas. HB.13:12.
A Festa da Dedicação - celebrada em 25 de Dezembro (1 Rs. 8:2; 2 Cr 5:3).
Comemorava a dedicação do templo. Parece ter tido origem após a reconstrução do
tempo mas, provavelmente, também incluía o pensamento da dedicação do templo de
Salomão.
A Festa do Purim - Relembrava a libertação dos judeus através de Ester (Et 9:
20: 32) e era observada em 14 e 15 de Março.
Ano Sabático.
Vinha a cada sete anos e toda a terra de Israel deveria descansar assim como o povo
de Israel descansava no sétimo dia. Nenhuma semente deveria ser plantada e tudo 0
que crescia era de propriedade pública e poderia ser tomada pelo pobre se ele
quisesse. Durante aquele ano todas as dívidas deveriam ser perdoadas exceto aquelas
contra estrangeiros (Ex. 23: 1011 ; Lv 25: 2-7; Dt 15: 1-1 1 ).
O Ano do Jubileu
Todo qüinquagésimo ano era conhecido como o Ano do Jubileu (Lv 25: 8-55).
Começava no décimo dia do sétimo mês e durante essa época o solo permanecia sem
cultivo exatamente como no ano sabático. Toda terra que tivesse sido vendida ou
arrendada voltava para seu dono original, e todo escravo hebreu era libertado se assim
o quisesse.
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4 – NÚMEROS
a) AUTORIA E DATAÇÃO
Nome – No Hebraico chama-se Bemidbarth – “Pois no deserto” são suas primeiras
palavras.
No grego, “Números” é o seu nome pois há dois censos registrados nos capítulos 1 e
26.
Autor – Moisés (Nm.33:2)
Data da escrita – em torno de 1.406 A.C ao final de sua caminhada pelo deserto.
Tempo da ação – O conteúdo deste livro refere-se a aproximadamente 39 anos, que é
o período da caminhada do povo de Israel desde o pé do monte Sinai até a chegada
definitiva á entrada de Canaã – compreende de 1445 a 1406 A.C.
Tema: Peregrinação
O Povo esteve parado aos pés do Sinai por 11 meses recebendo as leis (o relato
deste período está desde Êxodo 20 até o final do livro de Levítico) o povo agora se
levanta para caminhar e o faz durante 39 anos. Seus acontecimentos, sucessos e
fracassos, são descritos no livro de Números.
b- Conteúdo –
Este livro começa com o povo preparando-se para a jornada á terra prometida. O plano
de Deus era que em poucas semanas eles chegassem á Canaã.
Por ordem de Deus Moisés os conta e os organiza – 600 mil homens.
Espias são mandados á terra prometida e em 40 dias retornam. Com o relatório.
Havia gigantes na terra, o povo que ali proliferaram (multiplicar) durante aqueles 400
anos que Israel permaneceu no Egito.
O povo se esqueceu do poder e do cuidado de Deus, não deu ouvidos á Calebe e
Josué e murmuram contra Deus. Incredulidade!
Como castigo, Deus os faz peregrinar em torno de Cades, por mais 39 anos,
caminhando sem chegar a lugar nenhum ( Nm.33)até que aquela geração adulta,
incrédula, morresse, e seus filhos, numa nova geração, entrassem na posse da terra de
Canaã.
Aí então um novo censo é feito. Mantinha-se o número de 600 mil homens
(Nm.26:63-66).
Os censos são mais do que lições de ordem e disciplina de Deus, são
demonstração de sua fidelidade e cuidado, pois mesmo castigando com a morte a
primeira geração incrédula, Deus preservou o número de homens que tomariam posse
da promessa.
Números é um livro de peregrinação de números, mas é também um livro de
murmuração e rebeliões, veja quantas nele há! Como Deus se cansou deles. Sl.95:10-
11.
Paulo nos chamou a atenção quanto aos ensinos deste livro dizendo serem eles,
exemplo para nós.1Co.10:1-6.
c- Divisão
O relato das caminhadas do povo de Israel pelo deserto pode ser feito, dividindo-se
segundo três marcadas etapas:
No Sinai – Capítulo 1 a 10:10. É a preparação para saída. Há um censo, purificação e
consagração. Aqui são gastos 20 dias.
De Sinai a Cades – Capítulo 10:11 a 20. Inicia-se com o envio dos espias à Canaã,
cuja viagem de ida e volta leva 40 dias. Por causa da incredulidade, peregrinam mais
39 anos em torno de Cades até chegarem novamente a entrada de Canaã.
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d- Esboço do livro
Números possuí 36 capítulos com 1288 versículos. Trazendo os seguintes relatos.
1-4 – censo de organização.
5-10 – purificação e consagração.
11 e 12 – sedição e murmuração.
13 – os espias.
14 – incredulidade e castigo.
15 – novas leis.
16 – rebelião.
17 – a vara de Arão floresce.
18 e 19 – ordenação.
20 – o pecado de Moisés.
21 – a serpente de bronze.
22-24 – Balaão.
25 – Fineias e a apostasia.
26-32 – nomeações e distribuição.
33 – Sumário da viagem (recapitulação).
34-36 – outras leis.
e- Comentários
Os títulos dos livros do Pentateuco, em muito nos ajudam à lembrança de seu
conteúdo. Gênesis: os princípios – Êxodo: libertação – Levítico: santificação –
Números: É um livro de peregrinação, pois o povo aqui ( ao contrário do Levítico onde
o povo está parado) está sempre andando, mas é sobretudo um livro de números pois
* Há dois censos realizados um ao início da caminhada ( Nm.1) e outro ao final, 38
anos depois. (Nm.26).
* A palavra “Números” aparece cerca de 125 vezes no livro.
Deus os guiava e cuidava com todo amor e poder: De dia eram guiados por uma
nuvem, e a noite por uma coluna de fogo. Não sabiam para onde e nem por onde iam,
apenas seguiam a nuvem. Onde ela parava, eles paravam.(Nm.9:15-23).
Seus sapatos nunca se gastavam e as roupas não envelheciam – Dt.29:5.
O maná caia do céu diariamente, porção suficiente para um dia apenas.
Eles estavam no deserto, sem estradas, sem parâmetros, sem fontes, sem
armazéns; e no dia a dia, passo a passo, eram guardados e guiados por Deus, uma
lição cotidiana de confiança, entrega e descanso.
O povo contudo deixou que a beleza e a sublimidade de toda aquela sobre-
naturalidade se transformasse em algo comum e monótono. Bocejou, resmungou,
rebelou-se e murmurou, tendo saudades dos alhos e cebolas do tempo do cativeiro
egípcio.
Nós também algumas vezes agimos assim. Acostumamo-nos com o sublime, com
o sobrenatural de Deus, banalizando-o monotonizamos a graça multiforme de Deus.
Sempre que assim o fazemos, vem a saudade dos alhos que comíamos quando
escravos do mundo!
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5 - DEUTERONÔMIO
a - Autoria e datação
NOME – As primeiras palavras do livro em hebraico são: “estas são as palavras”, por
isto seu título é “Elleh haddebharim”.
No grego, “DEUTERONÔMIO” significa “Segunda lei”.
AUTOR – Moisés, o qual refere-se a si mesmo 38 vezes neste livro. (Dt.31:9 e 24-26)
DATA DA ESCRITA – 1406 a.C., nos últimos dias de vida de Moisés.
TEMPO DA AÇÃO – É o registro de discursos e cânticos de Moisés durante seus dois
últimos meses de vida, talvez fevereiro e março de 1406 a.C. (ver Dt.1:3).
VERSO-CHAVE: É o 12:1 – “São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de
cumprir na terra que vos deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos
os dias que viverdes sobre a terra”.
TEMA: OBEDIÊNCIA
Moisés, à entrada de Canaã, faz uma retrospectiva de toda história do povo no
deserto, sob um apelo à nova etapa a ser vivida enfim na terra prometida, obedeçam!
b- CONTEÚDO
Após 40 anos de caminhada no deserto enfim aproximava-se o momento de
entrarem novamente na posse da terra de Canaã.
Chegam às campinas de Moabe e de lá avistam a terra que mana leite e mel. Já
estiveram ali os doze espias, e por causa de seu relatório infamante, aliado à
incredulidade do povo, tiveram que andar mais 39 anos pelos deserto.
Morreu a primeira geração, a geração incrédula, a geração que atravessou o Mar
Vermelho, que recebeu os dez mandamentos e as demais leis do Sinai, que viu muitos
sinais e prodígios. Chega às portas de Canaã uma nova geração e é por isto, antes de
entrarem na posse e gozo desta terra prometida, que Moisés gasta com eles longo
tempo em lembranças, especialmente das leis do Senhor, para que tudo na nova terra,
“te vá bem”.
Deuteronômio é um livro de cânticos e de discursos, de recordações da lei e das
peregrinações, de advertências, de benções (se obedecerem) e de maldições (se
desobedecerem).
c- DIVISÃO –
Moisés faz quatro discursos em Deuteronômio, e poderíamos dividir o livro,
didaticamente desta forma:
Ou ainda como sugere Henrietta Mears, em seu livro “Estudo Panorâmico da Bíblia”
– Ed. VIDA:
Olhando para trás – 1ºdiscurso – caps.1 ao 4
Olhando para o alto – 2ºdiscurso – caps.5 ao 26
Olhando para frente – 3º e 4º discursos – caps. 27 ao 34
d- ESBOÇO DO LIVRO
Deuteronômio possui 34 capítulos e 959 versículos, com os seguintes relatos:
1-4 - O 1ºdiscurso de Moisé
5-26 - O 2ºdiscurso de Moisés
27-28 - O 3ºdiscurso de Moisés
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e- COMENTÁRIOS
1 – Os títulos dos livros do Pentateuco, no hebraico, são as suas primeiras palavras, e
no grego são a idéia predominante no livro, ajudando-nos assim a memorizar seus
conteúdos.
7 – Moisés morre aos 120 anos e seu corpo nunca foi encontrado pois foi enterrado por
Deus.
Ele entoa um cântico antes de morrer Dt.32 (já havia entoado outro na libertação do
cativeiro Êxodo.15, e o conhecido Sal.90).
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b) AUTORIA -
Os doze livros históricos são anônimos, mas quase certamente foram escritos ou
compilados por: Josué, Samuel, Jeremias e Esdras.
Devemos nos Lembrar ainda dos cronistas que oficialmente eram encarregados
de relatar os fatos históricos para registro oficial.
A história de Davi foi escrita por Samuel, Natã e Gade, I Cr. 29:29; de Salomão,
por Natã, Aías e Ido, II Crônicas - 9:29; a de Roboão por Semaías e Ido, II Cr.12:15.
Baruque era o escrivão de Jeremias Jr.36:1.6.
As próprias Escrituras testemunham além disto, da existência de outros
documentos históricos, não inspirados, não canonizados, mas que serviam como fonte
de dados para alguns registros inspirados por Deus.
d) DIVISÃO –
Esta história contada durante o período de 1000 anos pode ser assim dividida entre os
doze livros:
1º período – Da entrada em Canaã (1406 aC.) até o estabelecimento da monarquia
1044 aC narram este período : Josué, Juizes, Rute, I Samuel dos
capítulos 1 ao 8. Poderíamos chamar a este o período dos Juizes.
2º período – Do estabelecimento da monarquia (1.044 aC.) à divisão de Israel em dois
reinos (931 – aC). Chamaríamos a este, o período do Reino Unido.
Neles estão sendo escrito os livros Poéticos.
3º período – Da divisão dos dois Reinos (931 Ac.) ao cativeiro Babilônico (536 aC.)
narram este período: I Reis dos capítulos 12 ao 22 – II Reis e II Crônicas
dos capítulos 10 ao 36. É o período pré-exílico, o mais rico período
profético.
4º período – Da volta do cativeiro e restauração judaica (536 aC.) ao silêncio profético
(400 aC).
Narram este período, também chamado pós - exílico: Esdras, Neemias e Ester.
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e) CONTEUDO
A história contada nestes livros é obviamente uma seleção de fatos, pois todo o
registro histórico seria por demais extenso e cansativo ao leitor.
Deus, através dos autores inspirados, escolheu os fatos mais importantes da
história para que nos revelassem seu amor, poder, caráter, e propósitos. Os textos que
O servem desta forma compõe o cânon histórico.
Há ênfase nas bênçãos da obediência e nos castigos e juízos sobre a
desobediência ( neste sentido os livros históricos são clara continuação e ilustração
dos últimos capítulos do Deuteronômio), na busca da santidade prática, no
relacionamento interpessoal, na preparação histórica da vinda de Jesus Cristo.
Os livros históricos são o pano de fundo da mensagem dos profetas e o cotidiano
dos livros poéticos.
f) COMENTÁRIOS:
Os doze livros históricos estão em seqüência cronológica, exceto os livros de
Rute e Ester.
Rute é contemporânea dos juizes, em seus primeiros capítulos, e Ester está
vivendo aproximadamente ao tempo do relato de Esdras entre os capítulos 6 e
7.
Toda a história do velho testamento após a chegada a Canaã, está nestes 12
livros, eles formam o arcabouço, a estrutura, o esqueleto do Velho Testamento.
Os livros poéticos e os proféticos são os “músculos”, “tendões”, “órgãos” e
“pele”, que compõem, repletam e revestem os livros históricos.
- A Palestina é o cenário geográfico dos livros históricos, e as demais nações só
aparecem aí, quando relacionam-se com Israel.
Há pequenos cativeiros e opressões vividas pelo povo durante o período dos
juizes e assim aparecem: Moabe, Midiã, Filístia, Amom.
Assíria e Babilônia ganham destaque maior pelo papel fundamental que
exerceram na história de Israel, como efetuadores do juízo de Deus em 722 aC.
e 605 aC. respectivamente.
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1 – JOSUÉ
a) Autoria e datação
NOME – Josué, no hebraico, quer dizer Deus é salvação, e no grego, Josué toma a
forma de IESOUS ou Jesus.
AUTOR – A tradição judaica afirma que Josué escreveu todo o livro, com exceção dos
últimos versículos, atribuídos á fineias, neto de Arão. (Js. 24:26,33) e (Nm. 25:7)
DATA DA ESCRITA – Aproximadamente 1380 aC.
TEMPO DA AÇÃO – Da morte de Moisés (1.406 aC.) à morte de Josué (1380 aC.)
portanto abrange um período de 24 anos.
VERSO CHAVE – 1:2. Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te agora, passa este
Jordão, tu e todo povo, à terra que dou aos filhos de Israel.
TEMA – A conquista e a divisão da terra de Canaã. A fidelidade de Deus dando posse
da herança prometida a Abraão cerca de 700 anos após ter feito a promessa.
b) CONTEÚDO
Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e entram na posse
de Canaã através de muitas lutas.
Os habitantes de Canaã, são inimigos hostis, idolatras, pervertidos, os quais
ocuparam a terra enquanto o povo esteve no Egito e no deserto.
A terra lhes for dada por Deus, mas os inimigos deviam ser desalojados e
destruídos.
O livro de Josué nos conta o cumprimento das promessas de Deus (Js.21:45.).
Enfim o povo liberto do Egito chegara à terra de Canaã, agora tomava posse e
instalava-se.
Josué é um tipo de Cristo, e até o nome é o mesmo, Josué – Jesus.
É ele quem nos leva á terra prometida celestial, dando-nos posse nela ele e o
nosso general conquistador.
c) DIVISÃO
O livro de Josué pode didaticamente ser dividido em :
1- A preparação para a entrada na terra – caps. 1 a 5.
2- A conquista da terra – caps. 06 a 12.
3- A divisão da terra – caps. 13 a 22.
4- A despedida de Josué – caps. 23 e 24
d) ESBOÇO DO LIVRO
Josué possuí 24 caps. Com 658 versículos, tratando de :
1 – A chamada de Josué
2 – A escolha de Raabe
3 – A passagem do Jordão
4 e 5 – O monumento em Gilgal.
6 – A conquista de Jericó
7 – O pecado de Acã
8 – A conquista de Aí
9 - 12 – Batalhas e vitórias
13 - 19 – A divisão da terra
20 – As cidades- refúgio
21 – As cidades dos levitas
22 – A desmobilização dos Exércitos
23 – Últimos conselhos de Josué
24 – Despedida e morte de Josué.
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e) COMENTÁRIOS:
A partir deste livro de Josué, Deus introduz um novo método de ensino ao seu povo.
Até aqui ele falava através de sonhos, visões, teofanias, de seus lideres, mas agora
também aponta o Livro da Lei ( o Pentateuco) o qual fora escrito por Moisés, sob
orientação de Deus, e estava nas mãos do povo. Js.1:7:8 e 23:6
Assusta-nos a forma como Deus mandou que judeus exterminassem os inimigos
cananeus sem lhes dar chances ou oportunidades de conversão. Isto pode ser melhor
compreendido com os seguintes adendos.
Deus é um Deus de vida, de paz, de amor, mas também de santidade e de justiça. Ele
é imutável
Os cananeus eram um povo idolatra, cujas divindades eram deuses sanguinários,
cruéis, de sensualidade e promiscuidade desenfreados, para os quais os sacerdotes eram
homossexuais, sodomitas e prostitutas, e em cujos os cultos crianças eram sacrificadas.
Tornam-se semelhantes aos seus deuses que cultuam, aqueles que assim o fazem. (Sl.
115:8)
Aquela terra que pertencia a Deus já havia sido dada a Abraão e sua descendência, e
agora estava inapropriadamente ocupada pelos cananeus. Os Judeus retomando a terra e
destruindo os cananeus eram a manifestação do Juízo de Deus contra um povo ímpio,
promiscuo, idolatra, regidos por um sistema inspirado e dirigido por Satanás.
A travessia do Rio Jordão para entrada na terra de Canaã, em muito se pareceu
com a passagem pelo mar vermelho. (compare Ex. 14:12 – 25 com Js. 3). Isto:
confirmava o poder de Deus num momento tão importante para o povo quanto o da
libertação do cativeiro egípcio. Lembre-se que esta geração não esteve no evento do mar!
Confirmava a liderança de Josué.
Demonstrava o poder da arca do Senhor, que significava a presença do Senhor entre
eles.
Raabe a prostituta, embora com um passado condenável, aceitou a mensagem da
presença do Senhor Jeová, e acolheu os espias, fazendo parte do plano de tomada de
Jericó por Israel. Gentia e prostituta, contudo tornou-se ancestral direta do Messias. Js.2
Hb. 11:31 e Mt. 1:5.
2 - JUIZES
a) Autoria e datação
NOME – No hebraico é Sophetim que significa “Juizes ou lideres executivos”.
No grego e kritai que tem o mesmo significado.
O livro tem este nome pois foi o tipo de governo que Israel experimentou durante
o período nele descrito. (Jz.2:7 e 16 e Js.24:31).
AUTOR – É desconhecido, porem a maioria dos estudiosos creditam a Samuel sua
autoria.
DATA DA ESCRITA – provavelmente em torno 1.000 anos a.C.
TEMPO DA AÇÃO – Abrange desde a morte de Josué (1.380 a.C.) ao início da
magistratura de Samuel (1.060 a.C. )um período aproximado de 300 – 350 anos.
VERSO CHAVE – 17:6 ou 21:25 – naqueles dias não havia rei em Israel: cada um fazia
o que achava mais reto.
TEMA – Opressão e livramento. O livro relata sete apostasias, sete opressões e sete
libertações.
b) CONTEÚDO
O relato do livro de Juizes começa depois da morte do líder Josué e alcança seus
primeiros 300 – 350 anos em Canaã sem um outro líder que sucedesse Josué.
O povo além da falta de liderança e total independência, tribal e individual,
esqueceu-se de duas mensagens fundamentais do Senhor para eles:
1º Que eles eram um povo peculiar ao Senhor, que Deus lhe tinha um propósito:
Anunciar ao mundo através deles a existência do Deus único e verdadeiro;
2º Que eles deviam exterminar os inimigos que habitavam aquela terra (Dt.7:2-8).
Ao contrário, o povo de Israel, misturou-se e contaminou-se com os idólatras, e o
resultado da desobediência foram opressões dos inimigo, seguidos cativeiros, que se
intercalavam com períodos de arrependimento e clamor quando então o Senhor lhes
suscitava um Juiz, libertador militar e magistrado civil, para reconduzi-los aos
caminhos corretos.
O capítulo 2 de Juizes é uma súmula de todo livro, e explica porque o Senhor
mesmo não expulsou os inimigos por eles.
Santidade, não por extermínio do mal, mas por separação voluntária dele.
Fundamental é a mensagem do livro: maior do que a persistente rebeldia do homem,
são a graça e misericórdia de Deus.
c) DIVISÃO
Podemos dividir o livro de Juizes em três partes:
A – Período Pós- morte de Josué – caps.1 e 2.
B – Período das apostasias, opressões e libertações – caps.3 a 16.
C – Período de confusão e anarquia – caps.17 a 21.
d) ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui 21 capítulos com 619 versículos relatando:
1– Vitorias parciais das tribos de Israel.
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e) COMENTARIOS
1 – O caráter moral e espiritual dos israelitas decaíra muito desde os últimos dias
da liderança de Josué. Js. 23 e 24.
Talvez a grande extensão de terra e a separação das tribos, onde cada um lutava
por isoladamente estabelecer-se e prosperam, tenha agravado a situação.
O sentimento nacional perdeu-se assim como zelo religioso.
Decidiram que era mais vantajoso escravizar os inimigos que expulsá-los, e neste
convívio adquiriram costumes, hábitos e ritos indesejáveis, vieram os casamentos
mistos e alianças espúrias – Js.16:10 Jz.3:5-6.
Fortaleceram-se os antigos habitantes da terra e num descuida ou franqueza,
aconteceram os cativeiros e opressões.
Esta é a lista de opressões e livramento:
Primeira opressão – Jz.3:7-11 – Mesopotâmia – a causa: idolatria – 8 anos de
opressão – Juiz libertador: Otiniel 40 anos de paz.
Segunda opressão – Jz.3:12-31 – moabitas e filisteus – a causa: imoralidade e
idolatria – 18 anos de opressão – Juizes libertadores: Eúde e
Sangar 80 anos de paz.
Terceira opressão – Jz.4 e 5 – cananeus – a causa: abandonaram o Senhor – 20
anos de opressão – Juiz: Débora 40 anos de paz.
Quarta opressão – Jz.6 a 8 – midianitas a causa: abandonaram o Senhor 7 anos de
opressão – Juiz Gideão: 40 anos de paz.
Quinta opressão – Jz.8 a 10 – rei usurpador – a causa: abandonaram o Senhor 3
anos de opressão e uma guerra civil – Juizes: Tola e Jair 45
anos de paz.
Sexta opressão – Jz.10-12. Filisteus e Amonitas – a causa: idolatria 18 anos de
opressão – Juizes: Jefté, Ibsã, Elom e Abdom, 31 anos de paz.
Sétima opressão – Jz.13 a 16. Filisteus, a causa: abandonaram o Senhor 40 anos de
opressão – Juiz Sansão 20 anos de paz.
Se somarmos todos estes anos de cativeiros e livramento, alcançaremos um
numero de anos maior do que 300-350 anos de período estimado para o período dos
Juizes.
A explicação é que muitos cativeiros eram localizados, e alguns juizes julgaram
simultaneamente em regiões deferentes de Canaã.
O livro de Juizes termina com as histórias tristes das tribos de Dã e Benjamim,
porém elas são contemporâneas aos mandatos dos primeiros Juizes.
Estão relatados após o capítulo 16 apenas por uma arrumação do autor, o qual a
tradição acredita ser Samuel.
69
3 - RUTE
NOME – O nome Rute é moabita e sua tradução não é precisa. Pode significar
“amizade”, “rosa” ou “vistosa”.
AUTOR – A tradição judaica afirma ter sido Samuel.
DATA DA ESCRITA – Se olharmos os últimos versos do livro, descobriremos que o
autor já conhecia Davi e este era um personagem importante a ponto de ser citado, por
tanto a data da escrita aproxima-se do início do reinado de Davi, por volta do ano 1.010
aC.
TEMPO DA AÇÃO – O primeiro versículo do livro nos situa a história de Rute no
período dos Juizes. O período de fome em Belém, segundo alguns estudiosos, deve ter
sido no tempo de Jafté ou Gideão, 1.100 aC. Para outros contudo a história se da logo
no início do tempo em que os Juizes julgaram Israel, em torno de 1.300 aC. Portanto
em 1300 aC. ou 1.100 Ac.
VERSO CHAVE – 1:16. “... aonde que fores, irei eu, onde quer que pousares, ali
pousarei eu: o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.
TEMA – Redenção
b- CONTEÚDO
É a história de uma família, que vivia no tempo dos Juizes de Israel, e onde a
desgraça foi transformada em graça familiar e universal.
Elimeleque e Noemi, (“delícia”), num período de fome em Belém, mudam-se com
seus filhos, Malon e Quilion, para Moabe.
Morre Elimeleque e Noemi, viúva, casa seus dois filhos com mulheres moabitas, Orfa
e Rute. Após 10 anos, seus dois filhos também morrem e Noemi decide retornar para
sua terra (1-20) – oferecendo liberdade às noras.
Orfa com tristeza se despede e fica em Moabe, mas Rute havia adotado Noemi
como sua Família e o Deus de Noemi como seu Deus. Conversão pelo amor..
Retornam á Israel.
Em Israel Rute conhece Boaz , familiar de Noemi, rico e possível resgatador, pela
lei do levirato.
Casam-se e são geradores de Obede, Jessé e Davi. Por conseguinte também de
Jesus –ver 4-21.22 Mt.1:5, 6:16.
Graça familiar pelo resgate de Boaz, graça universal pois Boaz é neto da
prostituta cananita Raabe, Rute é moabita. Deus não é Deus apenas de Israel, a
salvação veio também pelos e para os gentios.
c- DIVISÃO
Dividimos o livro como a maioria dos estudiosos o faz, em seus próprios quatro
capítulos:
Rute decidindo – cap.1. Ela decide voltar com a sogra para Belém.
Rute servindo – cap.2. Ele serve Noemi, colhendo nos campos de Boaz.
Rute descasando – cap.3. Aos pés de Boaz ela o escolhe para seu resgatador.
Rute se casando – cap.4. É resgatada, casa-se com Boaz.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 4 capítulos com 85 versículos, seus assuntos, capítulo a capítulo, foram
listados na divisão do livro.
70
e- COMENTÁRIOS
O livro de Rute, embora seja uma continuação do livro dos Juizes, é um Rolo separado
e compõe num grupo de 5 livros chamado “os cinco Rolos”, que os judeus usam ler
regularmente por ocasião de suas cinco festas mais importantes.
Como a história do resgate se dá no período das colheitas de Boaz, o livro é lido
anualmente na festa do Pentecostes, como agradecimento pela colheita da cevada
e dedicação da colheita do trigo (aproximadamente 5 de junho).
É útil explicar-se a lei do levirato:
Levirato é o casamento de uma viúva com parente mais próximo de seu marido
(geralmente o irmão deste), para preservar a linhagem familiar suscitando-lhe
descendência, e também prover sustento para a viúva.
Tem as seguintes responsabilidades: deve ser o parente legítimo mais próximo. Deve
Ter posses para resgatar débitos do morto. Deve casar-se com aquela que
resgatou.
Noemi e Rute eram viúvas e pobres, Boaz era o parente capaz embora houvesse outro
parente mais próximo. este outro parente negou-se a resgatá-las, cedendo o direito
a Boaz que prazerosamente casou-se com a “vistosa” “rosa” Rute.
Boaz é um tipo de Cristo Pois:
Cristo tornou-se nosso “parente próximo”, ao nascer de uma mulher.
Era capaz de resgatar-nos.
Tornou-se noivo da igreja, seu povo a quem acolheu, sustenta e defende.
71
4 - I SAMUEL
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Os livros de Samuel, I e II, formam um só livro no Cânon hebraico, e foram
divididos desta forma pelos tradutores gregos da Septuaginta. Tomam o nome de
personagem de destaque nos livros. “Samuel” quer dizer “pedido a Deus”.
AUTOR – Os livros de Samuel são anônimos, mas a tradição judaica considera Samuel
o autor de I Samuel 1 a 24 e, Natã e Gade, autores do restante. Veja I Cr.29:29
DATA DA ESCRITA – Por volta do ano 1000 a.C.
TEMPO DA AÇÃO – Os acontecimentos relatados vão desde o nascimento de Samuel
(1.100 a.C.), até a morte de Saul. (1.011 a. C.).
VERSO-CHAVE – É o 12:13 –“Agora, pois, eis aí o rei que elegestes e que pedistes; e
eis que o Senhor vos deu um rei.”
TEMA – A HISTÓRIA DE SAMUEL, SAUL E DAVI
A teocracia foi trocada pela monarquia.
b- CONTEÚDO
I Samuel é um livro de biografias que conta o período de transição vivido pelo
povo de Israel: da direção do último Juiz (Samuel) o qual também foi sacerdote e
profeta (I Sm.7:15 e Atos 3:24) até a escolha de seu primeiro rei (Saul). Além da
história destes dois homens, o livro começa falando de um fracassado pai, o sacerdote
e Juiz Eli, e termina contando a vocação, unção e preparação divinas na vida do jovem
Davi. Num tempo de frieza e abandono de Deus, experimentado pelo povo de Israel,
Samuel vem como resposta de oração, onde Deus atende os pedidos de sua mãe Ana
(I Sm.3:1; 7:3 e 4; 1). Os filisteus haviam invadido a terra, guerreado e tomado a arca
do Senhor, levando-a cativa (I Sm.4:6).
Samuel assume a liderança do povo, cumpre seu ministério com devoção e
fidelidade (I Sm.12), convida o povo a um arrependimento nacional (I Sm.7:2-4) e os
conduz a uma vitoriosa batalha contra os filisteus (a arca contudo só é trazida de volta
por Davi, bem mais tarde – ver II Sm.6)
Com Samuel tem início a preeminência dos profetas sobre os sacerdotes.
Israel decide trocar o Divino Rei invisível por um humano rei visível, e escolhe a
monarquia (I Sm.8:7 e 20; Dt.17:14 a 20).
Saul é o escolhido, um rei “alto” em lugar de um rei “do alto”. Benjamita (I Sm.9:1),
não fazia parte da linhagem real escolhida por Deus (Gn.49:8-10).
Posteriormente é rejeitado por Deus devido a três grandes pecados:
Oferece sacrifícios indevidamente – cap.13 (ver. Nm.3:10 e 38)
Faz votos precipitados – cap.14
Desobedece as ordens de Deus – cap.15
c- DIVISÃO
Podemos dividir o livro em três grandes blocos , segundo seus temas principais:
* A história de Samuel – caps.1 a 7
* A história de Saul – caps.8 a 15
72
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 31 capítulos com 811 versículos, tratando de:
1 e 2- Samuel é resposta de oração
3- Deus fala com Samuel
4-6 - A caminhada da arca
7- Guerra com os filisteus
8- Israel pede um rei
9-11 - A escolha de Saul
12 - A despedida de Samuel
13-15- A rejeição de Saul: seus três grandes pecados
16 - A escolha de Davi
17 - Davi e Golias
18-23 - Perseguição de Saul a Davi
24 - Davi poupa a Saul
25 - A morte de Samuel
26 - Davi poupa novamente Saul
27 - Davi e Gate
28 - A médium de En-Dor
29-30 - Algumas vitórias de Davi
31- A morte de Saul
d- COMENTÁRIOS
1 – Mesmo os mais dedicados, fiéis e ocupados servos de Deus não devem olvidar a
responsabilidade que têm no ministério de pais. Vejam os resultados em I Samuel:
2:12-17 e 22-25; 3:12 e 13; 4:17 e 18; 8:1-5.
4 – Lemos em I Sm.17 que Golias foi morto por Davi, mas em II Sm.21:19 o matador é
apresentado como Elanã.
Como conciliar isto? Ao lermos I Cr.20:5 percebemos que o copista hebreu
provavelmente ao copiar o texto de II Sm. 21:19 trocou Lami por Belemita.
6 – I Samuel dá a um novo período da história da Israel, o período dos reis, que tem a
duração de 540 anos. Já passamos pelo período dos Patriarcas, e dos Juizes.
5 - II SAMUEL
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Os livros de Samuel, I e II, formam um só livro no cânon hebraico, e foram
divididos desta forma pelos tradutores gregos da Septuaginta. Tomam o nome do
personagem de destaque nos livros.
Samuel quer dizer “pedido a Deus”.
AUTOR – Os livros de Samuel são anônimos, mas a tradição judaica considera Natã e
Gade autores desta Segunda parte do livro. Ver: I Cr.29:29; II Sm.12:1 e 24:11.
b- CONTEÚDO
II Samuel é o livro que conta a história de Davi, seus sucessos e fracassos. Ele é
o personagem central de todo relato.
Com a morte de Saul (I Sm 31 e II Sm.1), Davi aos 30 anos de idade é aclamado
rei apenas sobre a sua tribo de Judá, enquanto Is-Bosete , filho de Saul reina sobre as
demais tribos de Israel. Após sete anos e meio, enfim Davi foi clamado rei sobre todo
Israel. ( II Sm.5:4 e 5).
Os primeiros dez capítulos deste livro contam suas vitórias contra seus inimigos
onde destacamos: a conquista de Jerusalém, estabelecendo-a como capital de seu
reino, e a retomada da arca do Senhor que ainda permanecia em poder dos filisteus.
Logo pensou em construir um majestoso templo para o Senhor, mas este projeto
de Deus não era para ele executar. (II Sm.7). Este mesmo capítulo sete é profético
quanto à estabilidade de seu trono para sempre (7:16), profecia esta que se cumpre:
Na preservação do trono de Judá no reino do Sul;
Na preservação do reino do sul através do cativeiro babilônico;
Na linhagem messiânica de Jesus;
Nas verdades escatológicas do reinado do Cristo (ver Sl.89).
O capítulo 11 nos conta o maior pecado de Davi, e tudo o mais que a seguir virá
relatado em II Samuel, será conseqüência direta ou indireta deste pecado – “Da tua
casa suscitarei o mal sobre ti” (II Sm.12:11). Satanás aproveitou-se daquele que era o
momento de maior glória, honra e poder de Davi.
A punição foi dolorosa, a criança de Bate-Seba que morreu, e a traição e morte de
seu filho Absalão, sem falar em Amnon e Tamar.
O rei Davi era um homem “segundo o coração de Deus” e diferentemente de
Saul, quando à paciência (16:5-14), dependência de Deus (2:1; 5:19), espírito de louvor
e ações de graças (6:1-5; 13-15; 7:18-29; 22; 23), encontrou um lugar e momento de
arrependimento (Sl.51).
75
Ao final de seu reinado que dura 40 anos, pecou novamente por orgulho e
soberba recenseando seu povo e exército sem ordem de Deus para isto (II Sm.25:1-9),
vindo a escolher então o seu próprio castigo (24:10-17).
Acumulou recursos para que seu filho e sucessor, Salomão, construísse o templo.
A Bíblia não esconde a humanidade de Davi, e seus pecados.
Neste tempo todo, de sucessos, e alguns fracassos, o rei-poeta Davi compôs
seus cânticos devocionais, históricos, proféticos, para a liturgia do culto no templo, e
para nosso deleite e edificação.
c- DIVISÃO
II Samuel pode ser dividido em três blocos de capítulos.
A ascensão de Davi – caps.1 a 10
A queda moral de Davi – caps.11 a 20
Os últimos anos de Davi – caps.21 a 24
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 24 capítulos com 695 versículos, tratando de:
1- A morte de Saul
2-4- Davi sobre Judá
5- Davi ungido rei
6- A arca de volta
7- O pacto com o Senhor
8-10- As vitórias de Davi
11 e 12- O adultério de Davi
13-18- As conseqüências em sua família
19-21- A restauração de seu trono
22 e 23- Louvores
24- O pecado derradeiro de censo
e- COMENTÁRIOS
1. Saul provavelmente começou a reinar em 1044 a.C. e morreu em 1011 a.C.. O texto de
Atos 13:21, que afirma ter durado seu reino por 40 anos deve estar incluindo os sete anos
e meio em que, após sua morte, seu filho Is-bosete e seu capitão Abner, ocupam o trono
até 1004 a.C. (II Sm.1 a 4). Davi sobre ao trono de Jerusalém em 1011 a.C. reinando só
sobre Judá, mas em 1004 a. C. é então aclamado rei sobre todo Israel, reinando até 971
a.C..
2. A respeito da morte de Saul, há aparente discordância entre os relatos de I Sm.31:4 e 5
( suicídio) e II Sm.1:6-10 ( morto pelo amalequita). O relato de I Cr.10:4 e 5 confirma o
suicídio e os estudiosos do assunto crêem que o amalequita violou o cadáver, furtando-
lhes os bens, indo depois mentir a Davi sobre ter sido ele o autor da morte, julgando que
seria felicitado pelo rei Davi, o que não ocorreu.
3. O pecado do censo ( II Sm.24) se deveu a duas coisas:
a. Não foi feito com a orientação do Senhor
b. Foi motivado por orgulho e vaidade.
4. II Samuel possui correspondência com I Crônicas 11 a 29.
5. Os capítulos 22 e 23 de II Samuel não estão cronologicamente na mesma seqüência
dos demais capítulos e dos eventos históricos relatados no livro.
6. Embora só haja uma profecia messiânica nos livros do Samuel (II Sm.7:16 e Lc.1:32 e
33), Davi é tipo de Cristo como Rei.
7. A visão que Davi possuí a respeito dos sacrifícios dedicados ao Senhor foi muitas vezes
( e ainda hoje é ) esquecida pelo povo de Israel ( compare II Sm.24:24 com Ml.1:7 e 8, 12-
14).
76
6 - I REIS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Este nome foi dado no hebraico devido às suas primeiras palavras.
“Wehammelek” em hebraico é “sendo o rei”.
No cânon hebraico os livros de Samuel, Reis e Crônicas são sempre um só livro, e
foram separados em I e II pela tradução grega, já que este idioma possui maior número
de letras e necessitava dois rolos para cada um deste livros.
O título foi mantido no grego por resumir bem o assunto de que o livro trata.
AUTOR – É desconhecido. Certamente alguém que teve acesso a escritos de cronistas
( I Rs.4:3) tais com: “O livro das histórias de Salomão”(I Rs.11:41), “O livro das histórias
dos reis de Judá”( I Rs.14:29), “O livro das histórias dos reis de Israel”( I Rs.14:19).
A tradição judaica acredita ter sido Jeremias o autor, pela visão profética que tem o
livro e pelo intenso enfoque dado à relação dos reis com a aliança entre Deus e Davi.
DATA DA ESCRITA – Quem quer que tenha escrito era profeta e vivia nos dias de
Jeremias pois descreve o início do exílio no livro II Reis. A data portando da escrita
deste livro e sua continuação, II Reis, é o 6º século alcançando os primeiros dias de
exílio, aproximadamente 586 a.C.
TEMPO DE AÇÃO – Da morte de Davi (964 a.C.) até o fim do reinado de Josafá (848
a.C.).
VERSOS-CHAVE – 9:4-7 – “Se andares perante mim como andou Davi teu pai... então
confirmarei o trono do teu reino sobre Israel... Porém se vós e vossos folhos de
qualquer maneira vos apartardes de mim ... então eliminareis a Israel da terra que lhe
dei ...”
b- CONTEÚDO
Os dois livros de Samuel e os dois livros de Reis formam na Bíblia um conjunto de
livros o reino de Israel e, na verdade, devem ser lidos juntos. I e II Reis são uma
compilação de crônicas sobre os reis de Israel onde, provavelmente o profeta Jeremias
tinha o objetivo de mostrar que o bem estar do povo dependia de sua fidelidade ao
Senhor, e que o sucesso político dos reis estava diretamente ligado à observância da
lei mosaica e à obediência à aliança entre Davi e Jeová. Salomão substitui seu pai no
trono (971 a .C.) cumprindo-se a promessa de Deus (II Sm 7: 12) e mantendo a
linhagem davídica.
Torna-se o homem sábio e rico que já se conheceu ( I Rs.3:12 e 13; 4:29-31),
tudo porque fez escolha certa diante de Deus ( I Rs.3:5 e 9). Compôs Cânticos e
Provérbios. O maior empreendimento do reinado de Salomão foi a construção do
templo; era o que o seu pai empreendera fazer. Era a mais bela e luxuosa construção
da antigüidade, uma das sete maravilhas do mundo.
A Salomão Deus repete a aliança feita com seu pai Davi ( I Rs.9:4-9), tornando a
adverti-lo quanto ao nefasto futuro e Israel, previsto por Moisés na entrada da terra de
Canaã, caso houvesse desobediência do povo ao Senhor (Dt.28:36-42).
Salomão, assim com Saul e Davi, reinou por 40 anos, e a princípio tudo foi bem
até que o poder, o luxo, a riqueza, a sabedoria, parece terem lhe subido à cabeça e daí
sugiram sérios problemas. Aumentou em muito a carga de impostos, para fazer frente
aos seus gastos, e sufocou o povo. Para agradar suas 1000 mulheres estrangeiras,
construiu altares pagãos e entregou-se à idolatria ( I Rs.11), pelo que Deus se indignou
contra ele. Talvez tenha sido neste tempo de declínio, juízo e reflexão que escreve
Eclesiastes.
77
Havia rixas e ciúmes entre as tribos, em especial Efraim contra Judá, pois de
Efraim vieram grandes líderes como José e Josué e agora Judá estava no trono com
um momentâneo mau rei.
Ao morrer Salomão, seu filho Roboão assume o trono e por aumentar ainda mais
os impostos, num clima já de rixa e revolta, as doze tribos separam-se cindindo o reino
em dois. O reino do Norte, sob a liderança de Efraim, entrega seu trono a Jeroboão e o
reino do sul, com Judá e Benjamim, mantém o trono com Roboão, da linhagem
davídica ( 931 a.C. –I Rs.12).
Daqui em diante todo o relato dos livros de Reis, Crônicas e mesmo dos profetas,
apresentará os reis e reinos no Norte ( Israel) e do Sul ( Judá) bem como seu caráter,
decadência moral e espiritual. A fidelidade dos reis ao Senhor sempre será comparada
a Davi ou Jeroboão (I Rs.15:2 e 3,9-11,33 e 34). Vinte reis da mesma família de Davi
sucedem-se no trono de Judá, dos quais somente oito foram justos (destaquem-se Asa
e Josafá em I Reis, e Ezequias e Josias em II Reis); enquanto dezenove reis, de
diversas dinastias, todos eles maus, sucedem-se no trono de Israel.
Este período de reis é o período mais rico do ministério profético, e Elias aparece
como o mais ilustre deles, em especial ministrando no período descrito em I Reis.
c- DIVISÃO
O I Reis pode ser dividido didaticamente em três blocos de capítulos:
O reinado de Salomão – caps.1 a 11.
A divisão dos reinos – caps.12 a 16.
O ministério de Elias – caps.17 a 22.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 22 capítulos em 817 versículos, tratando de:
1– Salomão é constituído rei.
2– Salomão faz um expurgo dos inimigos.
3e4– As virtudes de Salomão.
5-8 – A construção e consagração do templo.
9 e 10 – Glória e fama de Salomão.
11 – Pecado, declínio e morte de Salomão.
12 – Divisão de Israel em dois reinos.
13 e 14 – Profecias contra Jeroboão.
15 e 16 – Os primeiros reis do Israel dividido.
17 – Elias e a viúva de Sarepta.
18 – Elias e os profetas de Baal.
19 – Elias no monte Horebe, a vocação de Eliseu.
20-22 – O reinado do Acabe.
23 – Morte do rei Acabe.
e- COMENTÁRIOS
No cânon hebraico, os livros de Reis são considerados proféticos e crê-se que
Jeremias foi seu autor. A visão destes livros é mais espiritual do que biográfica pois
pouco tempo é gasto como relato das vidas de reis com Onri, Azarias etc., enfatizando-
se por outro lado, os reinados de Acabe, Ezequias os quais são ricos em lições
espirituais.
pelo fato de se ter coroado algumas vezes o filho antes da morte de seu pai. Vide o
próprio Salomão e Davi (I Rs.1:32-39 e 2:11 e 12).
O rei Acabe não gostava de consultar o profeta Micaías, o único em seu reino que
permanecia fiel ao Senhor.
Qual a razão disto? “Ele nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o
que é mau”(I Rs22:8). Ainda hoje há muitos “Acabes”, que só gostam de ouvir o que a
eles é agradável e aprovação.
O conteúdo relatado em I Reis 1 a 10 está correlacionado com o conteúdo de II
Crônica 1 a 9, assim como I Reis 11 a 22 e todo II Reis, aparecem correlacionados com
o conteúdo de II Crônicas 10 a 36.
A Bíblia nos dá conta de três templos:
O de Salomão, que levou sete anos para ser construído, e era o mais belo e luxuoso
(966-959 a.C.). Foi destruído pelos babilônios em 586 a.C.
O de Zorobabel, reconstrução feita na volta do cativeiro babilônico, (536-516 a.C.)
não tinha nem de perto a mesma beleza do 1º templo. (Ed.3, 4, 5 e 6:15).
O de Herodes, erigido entre 20 a.D. e 64 a.D., era maior que os dois primeiros, mas
não tão belo. Foi destruído por Tito em 70 a.D.
Hoje a mesquita de Omar, centro religioso dos maometanos, ergue-se nesse local.
A luxuosa, majestosa construção do templo de ouro de Salomão, bem como a
organizadíssima e linda cerimônia de culto, não foram por sí só suficientes para impedir
a idolatria entre o povo de Israel. O mal vem do coração do homem que se afasta de
seu Deus.
Quando houve a divisão a divisão dos reinos (931 a.C.- I Reis 12), Jeroboão
visando impedir que o povo descesse para cultuar Jeová em Jerusalém, no templo,
levantou altares e cultos alternativos em Betel e Dã, com bezerros do ouro. Infringiu o
1º e 2º mandamentos do Senhor, bem como a sucessão do trono fugindo da linhagem
davídica. As conseqüências foram terríveis, bem como a destruição total do reino em
722 a.C. sob mão dos assírios.
Elias aparece em Israel durante o reinado de Acabe e sua mulher Jezabel
adoradora de Baal, deus da chuva e da agricultura. Todo Israel,(ou quase todo) já
adorava e servia a Baal, assim seu primeiro milagre foi fechar o céu para chuvas por 3
anos e depois desafiar Baal no monte Carmelo (I Rs.17 e 18).
Há algumas semelhanças entre o ministério de João Batista e Elias (Lc.1:17 e
Mt.1:10-13):
Ambos profetizam a um Israel decaído moral e espiritualmente.
Ambos assemelham-se na aparência. (II Rs.1:8 e Mt.3:4)
Ambos pregavam o arrependimento. (I Rs.18:21 e Mt.3:2)
Ambos repreenderam reis malvados. (I Rs.18:18 e Mt.14:3 e 4)
Ambos foram perseguidos por rainhas perversas. (I Rs.19:1 e Mt.14:8)
Os sucessores de Elias (Eliseu) e de João (Jesus) receberam unção do Espírito no rio
Jordão.
Ambos tiveram um período de desânimo. (I Rs.19:4 e Mt.11:2-6)
Ambos foram cheios do mesmo Espírito Santo. (Ml.4:5; Mt.11:14; Mt.17:10-13)
79
7 - II REIS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – No cânon hebraico os dois livros de Reis, são um só livro e tomam este nome
“Wehammelek” porque suas primeiras palavras são “sendo o rei”. O título foi mantido
no grego por resumir bem o assunto de que o livro trata.
AUTOR - É desconhecido. Certamente alguém que teve acesso a escritos de cronistas
(I Rs.4:3) tais como: “O livro da história do Salomão” (I Rs.11:41), “O livro das histórias
dos reis de Judá” (I Rs.14:29), “O livro das histórias dos reis de Israel” (I Rs.14:19).
A tradição judaica acredita Ter sido Jeremias o autor, pela visão profética que tem o
livro e pelo intenso enfoque dado à relação dos reis com a aliança entre Deus e Davi.
DATA DA ESCRITA – Quem quer que o tenha escrito era profeta e vivia nos dias de
Jeremias pois descreve o início do exílio neste livro. A data portanto é o 6º século
alcançado os primeiros dias de exílio, aproximadamente 586 a.C.
TEMPO DA AÇÃO – Da morte do rei Acazias (em torno de 840 a.C.) até o cativeiro
Babilônico (586 a.C.)
VERSOS CHAVES – 17:9, 13 e 20 – “Os filhos de Israel fizeram contra o Senhor seu
Deus o que não era reto ... O Senhor advertiu a Israel e a Judá por intermédio do todos
os profetas ... Pelo que o Senhor rejeitou a toda descendência de Israel, e os afligiu e
os entregou nas mãos de despojadores, até que os expulsou da sua presença”.
TEMA – OS ÚLTIMOS REIS E OS CATIVEIROS DE ISRAEL E JUDÁ
b- CONTEÚDO
II Reis é a continuação de I Reis formando com este um só livro na Bíblia Hebraica.
Os reis vão se sucedendo ao Norte e ao Sul, na maioria das vezes distantes de Deus
e cujos súditos, o povo de Israel, permanecem esquecidos dos pactos e alianças
feitas com Deus. Tudo segue assim até que o juízo vem a seu tempo para o Norte e
para o Sul, com os cativeiros Assírio e Babilônico respectivamente (II Rs.17 e 25).
II Reis começa seu relato com os últimos dias do profeta Elias e com o início do
ministério do seu sucessor, Eliseu.
Eliseu recebeu porção dobrada do Espírito que estava sobre Elias (II Rs.2:9) e
realizou o dobro dos milagres realizados por Elias, até mesmo em sua morte revela
grande poder (II Rs.13:20 e 21).
Os reis do Norte foram todos maus e idólatras, e mesmo advertidos pelos profetas
como Elias ( 875-850 a.C.), Eliseu (850-800 a.C.), Jonas (790-770 a.C.), Oséias (760-
720 a.C.) e Amós ( 780-740 a.C.), eles não se desviaram de seus maus caminhos.
Como advertência, foram cercados pelo poderoso e cruel exército Assírio em 743 a.C.
(II Rs.15:17), mais tarde houve um segundo cerco assírio em 734 a.C. (II Rs.15:27),
mas nada mudou, até que o cativeiro definitivo chegou pelas mesmas mãos assírias no
ano 722 a.C.
O Capítulo 17 de II Reis detalha-nos a causa deste cativeiro Assírio no reino do
Norte, a forma de executá-lo foi pelo “caldeamento sucessivo” como era costume do
exército assírio. Os assírios espalharam por todas as suas colônias, grupos de Judeus
de Israel, e trouxeram para Canaã colonos de várias outras terras por eles dominadas,
isto em levas sucessivas... Visava minar a resistência e a unidade nacional, de língua,
ritos, cultos, costumes, etc. Assim destruiu as dez tribos de Israel; Samaria tornou-se
habitada por uma mistura de povos idólatras que mais tarde aceitou apenas a Lei
Mosaica com Cânon Sagrado, e construíram um templo em Gerizim para adorar a
Deus. Estas são as principais causas do chamado “cisma samaritano” e da
incompatibilidade entre judeus e samaritanos (Jo.4:4, 9, 20).
Algo semelhante a Israel, no que se refere à degradação moral e espiritual,
acontecia no reino do Sul, Judá. Poucos reis ali conseguiram imprimir reformas
80
religiosas, mas incompletas e sem continuidade. O autor de II Reis destaca isto: II Reis
14:4; 15:4; 15:35 etc. ...
Profetas não lhes faltaram, para lembrar o acontecido ao Norte no reino de Israel,
as profecias do Moisés (Dt.28:15-68) e suas próprias recentes advertências do Senhor.
Citamos entre eles:
Joel (840-830 a.C.), Amós (780-740 a.C.), Miquéias (740-700 a.C.), Isaías (740-
695 a.C.), Sofonias (639-608 a.C.), Naum(630-610 a.C.) e Jeremias (626-586) o qual
não somente contemplou a ida do povo de Judá para o cativeiro babilônico como
provavelmente fez toda a retrospectiva da história de Israel (I e II Reis).
O Senhor não destruiu o reino do Sul como fez com o Norte, porque precisava
preservar a tribo de Judá, a linhagem messiânica de Davi, de onde viria a Messias
prometido (II Rs.8:19).
No ano 701 a.C., os assírios ameaçam invadir o reino de Judá, durante o reinado
do Ezequias (II Rs.18) mas a hora do castigo ainda não chegara, e nem o seria por
mãos assírias. Ezequias os vence com a ajuda de Deus.
Ezequias tropeça diante de Deus ao final de seu reinado (II Rs.20), Deus anuncia
sua morte e ele mais tempo de vida, tempo este em que gera seu filho Manassés, o
pior rei que já subira ao trono de Judá.
No ano 605 a.C., a Babilônia que já era o grande império mundial, vem e cerca
Judá (II Rs.24:1) levando um grupo de jovens sábios cativos (entre eles Daniel). No
ano 597 a.C. a Babilônia faz um segundo cerco (II Reis 24.10-12) e o castigo final
chega com a transferência de todo o povo de Judá para a Babilônia, no ano 586 a.C..
c- DIVISÃO
Podemos dividir didaticamente o livro em três blocos de capítulos:
O ministério de Eliseu – caps.1 a 8
Declínio e cativeiro de Israel – caps.9 a 17
Declínio e cativeiro de Judá – caps.18 a 25
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 25 capítulos com 719 versículos, tratando de:
1 - Fim do ministério de Elias
2 - Eliseu sucede Elias
3 - Eliseu prediz vitória sobre Moabe
4 - O azeite da viúva; a sunamita
5 - Naamã
6e7 - Eliseu e a guerra contra os siros
8 - Eliseu e o rei da Síria
9-16 - Reis do Norte e do Sul
17 - A queda de Samaria
18 - Senaqueribe afronta Ezequias
19 - A oração de Ezequias
20 - Doença e cura de Ezequias
21-24 - Os últimos reis de Judá
25 - O cativeiro de Judá
e- COMENTÁRIOS
Para a reconstrução histórica do período dos reis, além das fontes citadas no item
“AUTOR”, Jeremias também se serviu de parte do registro profético de seu antecessor,
o profeta Isaías. Ver. Is.36 a 39 e II Rs.18 a 20.
Assim com Elias em muito se assemelhou a João Batista, seus sucessores ( Eliseu
e Jesus) também muito se assemelharam:
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Eliseu é profeta, e de uma certa forma todo profeta tipifica Cristo, o “Grande Profeta
de Deus”.
Eliseu foi antecedido por Elias, o “João Batista” do V.T., enquanto Jesus o foi pelo
“Elias do N.T.”.
Ambos foram ungidos pelo Espírito Santo no Jordão. (II Rs.2:9-14 e Mt.3:13-17)
Ambos ressuscitaram mortos, preservaram vidas, multiplicaram alimentos e com suas
mortes, salvaram vidas. (II Rs.13:20 e 21
O relato de II Rs.2:23 e 24 que a princípio nos choca, é melhor compreendido com as
seguintes explicações:
A palavra aí traduzida “rapazinhos” não se refere a criança indefesas, mas a jovens
já maduros, idólatras, da cidade de Betel.
O apelido “calvo” era altamente ofensivo naquele tempo.
Ao convidarem-no a subir: “Sobe! Sobe!”, chamavam-no de idólatra pois eram nos
altos os sacrifícios idólatras. (I Rs.13:1 e 2; II Rs.14:4)
Eliseu os amaldiçoou e foi Deus quem os determinou castigar através dos animais.
Louvor e atuação do Espírito Santo, mais uma vez aparecem juntos: I Samuel
16:14-23 e II Reis 3:15.
Os capítulos de II Reis 17, 24 e 25 são os capítulos mais importantes do livro, e
estão entre os capítulos – chave da história de Israel no Velho Testamento.
O capítulo muito importante é o que marca a divisão dos reinos de Israel, em I Reis
12.
Os capítulos de II Reis 23, 24 e 25 são o pano de fundo histórico para os profetas
Jeremias, Sofonias, Naum, Habacuque e Obadias, e devem sempre ser lidos durante o
estudo destes profetas.
Os setenta anos do cativeiro babilônico começam a ser contados no ano do 1º
cerco, 605 a.C. (Dn.1:1 e II Rs.24:1), depois veio o 2º cerco em 597 a.C. (II Rs.24:11 e
12) e o cativeiro final em 586 (II Rs.24:8-11).
No ano 536 a.C. completaram-se ao 70 anos.
O reino do Sul teve alguns reis bons, oito entre os vinte reis, cinco destes
realizaram reformas religiosas, mas seus filhos e sucessores foram idólatras e
destruíram tudo o que seus pais fizeram.
Esta história de filhos pais nós já vimos anteriormente com Samuel, Eli e Davi.
Parece ser uma advertência importante para nós, pais, mesmo estando envolvidos
em grandes projetos com Deus, e possuirmos ministérios muito abençoados, não
podemos descuidar de nossos primeiros projetos e ministérios que são nossas próprias
vidas e as nossas famílias.
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8 - I CRÔNICAS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – I e II Crônicas compõem um só livro no cânon hebraico, e lá chama-se
“dibhrey hayamin” que significa “acontecimentos dos dias”. Está colocado no final do
seu cânon. No grego chama-se “Paralipomenon” ou “as coisas omitidas” e são
considerados um suplemento a Reis e Samuel. O nome que temos, “CRÔNICAS”, foi
dado por Jerônimo ao fazer a tradução da Vulgata Latina.
AUTOR – Não sabemos com certeza quem é o autor deste livro, mas a tradição judaica
afirma que foi Esdras, o sacerdote e escriba ( compare II Cr.36:22 e 23 com Ed. 1:1-3).
Ele teria selecionado dentre vários registros inspirados de Samuel, Gade, Natã e
outros, os dados relativos à história do povo judeu, em especial à tribo de Judá.
Suas fontes, entre outras foram:
Livro das Crônicas do rei Davi (I Cr.27:24), Livro das Crônicas de Samuel (I Cr.29:29),
Livro das Crônicas do Natã (I Cr.29:29), Livro das Crônicas de Gade (I Cr.29:29),
Livro das Profecias de Aías (II Cr.9:29) e Livro das Visões do Ido (II Cr.9:29).
DATA DA ESCRITA – O livro foi escrito logo após a volta do exílio, com a finalidade de
relembrar, animar e exortar o povo, que após 70 anos de cativeiro voltara à sua terra,
reconstruíra o templo e agora vivia um grande marasmo espiritual.
Até mesmo as razões daquele castigo, os acontecimentos que antecederam o exílio,
estavam esquecidas.
Por volta de 450 a.C. parece ser uma data bem provável.
TEMPO DA AÇÃO – Faz um rápido “flash-back” genealógico e sumariza, da morte de
Saul (1011 a.C.) até a morte de Davi (971 a.C.).
VERSO-CHAVE – É o 29:26 – “Ora Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel”.
TEMA: AS COISAS OMITIDAS DO REINADO DO DAVI
O centro do relato de I Crônicas é o reinado de Davi.
b- CONTEÚDO
Judá já era mais uma monarquia, mas um grupo de ex-exilados, que viviam
estagnação espiritual e, complexos de inferioridade e abandono. As promessas de
Deus, quando lembradas, não pareciam nada mais do que fantasias de algum velho
esclerosado.
Precisavam de uma sacudida, de que algumas poeiras da memória fossem
retiradas. Esdras compilou estes livros tentando fazer isto, mostrar-lhes que Deus, o
Deus deles é o Senhor soberano da história, está interessado na nação, e, a adoração
e obediência, proporcionariam a concretização das promessas.
Começa o livro por uma retrospectiva genealógica provando que Deus escolheu,
separou e os guardou, à linhagem levítica e messiânica. Começa em Adão, passando
por Noé, Sem, Abraão, Jacó, Judá, Davi, Salomão, Levi, etc.
Ao começar a história, fala rapidamente sobre Saul, um rei benjamita que
fracassou, porém logo destaca a escolha de Davi, da tribo de Judá, sobre quem
discorrerá em todo o livro.
Em I Crônicas 10 a 29 encontramos o relato dos mesmos fatos descritos em II
Samuel ou seja, a vida do rei Davi, mas não concentra-se nos seus sucessos políticos
e econômicos e sim em sua vida espiritual, sua devoção, louvores e liturgia ( ver
caps.15-17 e 22-29).
Esdras é sacerdote e como tal tem seus olhares voltados aos aspectos
eclesiásticos e espirituais da vida de Davi, como também tudo o que nela se relaciona
com o 1º templo, embora já estivessem vivendo a realidade do 2º templo recém-
reconstruído.
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c- DIVISÃO
Dividimos I Crônicas em dois blocos de capítulos:
As genealogias – caps.1 a 9
A história de Davi – caps.10 a 29
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 29 capítulos com 942 versículos, tratando dos seguintes assuntos:
1- Descendentes de Adão, Noé, Sem, Abraão, Ismael e Isaque.
2- Descendentes de Jacó e Judá.
3- Descendentes de Davi e Salomão.
4-8- Descendentes de outros filhos de Jacó.
9- Habitantes de Jerusalém depois do cativeiro
10- Morte de Saul
11- Início do reinado de Davi
12- Os exércitos de Davi
13-16- Davi, a arca e o culto
17- Aliança do Senhor com Davi
18-20- Vitórias de Davi
21- O pecado do censo
22-27- A preparação para a construção do templo, a liturgia.
28-29- Davi aponta Salomão como seu sucessor.
e- COMENTÁRIOS
1. O conteúdo histórico de I Crônicas é semelhante ao de I e II Samuel, e o de II
Crônicas é semelhante ao de I e II Reis, no entanto os objetivos e ênfases são
distintos.
Jeremias escreveu os livros de Reis no início do cativeiro babilônico, ainda meio
perplexo com tudo que estava acontecendo, além disto registrava suas profecias em
seu livro que leva seu nome. Ele enfatizava como o pecado dos reis e do povo
redundaram em fracasso político, moral, espiritual, e por fim nos cativeiros.
Esdras está votando com o povo judeu do cativeiro para a terra de Canaã após 70
anos e objetiva animá-los a reconstruírem a nação, crendo no cumprimento das
promessas de Deus, não os deixando estagnados no desânimo. Concentra-se apenas
em Judá, nos levitas, na adoração do templo, e foge de detalhes políticos e de guerra,
bem como das histórias do reino do Norte.
4. Talvez por esta abundância de fontes usadas por Esdras, encontramos algumas
diferenças nos nomes e nos números do relatos comparados com Samuel e Reis.
Freqüentemente os erros são de pequena monta, e devem-se ao tipo de anotação
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9 - II CRÔNICAS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – I e II Crônicas compõem um só livro no cânon hebraico e lá chama-se
“dibhrey hayamin” que significa “acontecimentos dos dias”. Está colocado no final do
seu cânon.
No grego chama-se “Paralipomenon” ou “as coisas omitidas” e são consideradas
um suplemento a Reis e Samuel. O nome que temos, “CRÔNICAS”, foi dado por
Jerônimo ao fazer a tradução da Vulgata Latina.
AUTOR – Não sabemos com certeza que é o autor deste livro mas a tradição judaica
afirma que foi Esdras, o sacerdote e escriba ( compare II Cr.36:22 e 23 com Ed.1:1-3).
Ele teria selecionado dentre vários registro inspirados de Samuel, Gade, Natã e outros,
os dados relativos à história do povo judeu, em especial a tribo de Judá.
Suas fontes entres outros foram: Livros de Crônicas do Rei Davi ( I Cr.27:24), livro
das Crônicas de Samuel (I Cr.29:29), Livro das Crônicas de Natã ( I Cr.29:29), Livro
das Crônicas de Gade (I Cr.29:29), Livro das profecias de Aías (II Cr.9:29), Livro das
Visões de Ido (II Cr.9:29).
DATA DA ESCRITA – O livro foi escrito logo após a volta do exílio, com finalidade de
relembrar, animar e exortar o povo, que após 70 anos de cativeiro voltara à sua terra,
reconstruíra o templo e agora vivia um marasmo espiritual. A data mais provável
parece ser 450 a.C.
TEMPO DA AÇÃO – Relata desde o reinado de Salomão ( 971 A.C.) até o retorno do
cativeiro (537 a.C.).
VERSO-CHAVE – É o 7:14 “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei
dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
TEMA – AS COISAS OMITIDAS DO REINO DE JUDÁ
O foco central deste livro está sobre os sucessores de Davi.
b- CONTEÚDO
Assim como I Crônicas apresenta o mesmo relato histórico de I e II Samuel e algo
de I Reis, acrescido e de ricos detalhes, também II Crônicas apenas no que diz respeito
ao reino de Judá. Não aparecem em II Crônicas, os reis do Reino do Norte, o povo do
reino de Israel ou mesmo seus profetas ilustres como Elias e Eliseu, e a razão disto já
foi por nós explicada quando tratamos do CONTEÚDO de I Crônicas, o qual deve ser
lido neste momento também.
Mesmo ao tratar apenas dos reis de Judá, Esdras concentra-se nas obras de
restauração espiritual com ricos detalhes que não aparecem em II Reis.
Infelizmente o mau exemplo do Norte foi seguido pelo reino do Sul, no abandono
a Deus e na decadência moral e espiritual, apesar das tentativas de Asa (caps.14-16),
Josafá (caps.17-20), Joás (caps.23 e 24), Ezequias (caps.29-32) e Josias (caps.34 e
35), os quais não foram completos nas reformas que empreenderam ou então
prevaricaram ao final dos seus reinados.
Os profetas foram renegados e então o cativeiro chegou.
A princípio foram cercados em 605 a.C. e aqui perderam a liberdade, o 2º cerco
babilônico foi em 597 a.C., até que em 586 a.C. foram levados para Babilônia. Lá
permaneceram até o edito de libertação promulgado pelo rei persa Ciro (537 a.C.) o
qual recentemente invadira e dominara a Babilônia.
Cumpre-se a profecia de Jeremias (Jr.25:11) e no início do ano de 536 a.C. eles
voltam à Palestina.
c- DIVISÃO
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d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 36 capítulos em 808 versículos, tratando dos seguintes assuntos:
e- COMENTÁRIOS
1. Myer Pearlman e “Através da Bíblia livro por livro” – Ed. VIDA e Stanley Ellisen em
“Conheça melhor o Antigo Testamento” – Ed. VIDA comparam Reis e Crônicas de
seguinte forma:
Reis foi escrito no início do cativeiro, e Crônicas pouco depois da volta ao cativeiro.
Reis foi compilado pelo profeta Jeremias e Crônicas pelo sacerdote Esdras.
Reis possui uma visão terrena ( I Rs.14:20) relevando o trono terreno de reis terrenos.
Crônicas
tem uma visão celestial (II Cr.13:20) relevando o trono terreno ( o templo) do rei
celestial.
Reis falam de Israel e Judá, as Crônicas só falam de Judá.
Reis são livros políticos, Crônicas são eclesiásticos.
Crônicas é mais estatístico do que biográfico.
Crônicas encoraja mais do que castiga, estimula mais a lealdade do que indicia a
culpa.
Crônicas não enfatiza a idolatria mas sim a indiferença espiritual.
2. Deus foi arquiteto do templo construído por Salomão, o qual seguiu o mesmo modelo
do tabernáculo, em dimensões dobradas.
Foram sete anos de trabalho (I Rs.6:38) onde todo material era trabalho e preparado do
lado de fora e apenas montado dentro do templo, assim não se ouviu sons de martelos
na casa do Senhor.
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3. Veja uma súmula dos sucessos e fracassos dos grandes reis de Judá:
a) Asa- sucessos-cap.15
derrotas-cap.16:1-10
II Cr.26 a 32, são o pano de fundo histórico do profeta Isaías, assim como II Cr.34 a 36
o são de Jeremias.
88
10 - ESDRAS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Em hebraico Esdras quer dizer “ajuda”.
No antigo cânon hebraico, Esdras e Neemias eram um só livro.
A Septuaginta trazia os dois também como um só livro, mas chamando-o de Esdras II,
em seqüência ao apócrifo Esdras I.
A Vulgata Latina é quem primeiro os divide, chamando Esdras, de Esdras I, e
Neemias, de Esdras II.
Só a Bíblia evangélica e o moderno cânon hebraico, mantiveram a divisão, dando aos
livros, os nomes de seus personagens centrais, Esdras e Neemias.
AUTOR – Esdras, sacerdote e escriba, é considerado pela tradição judaica, o autor de I
e II Crônicas, Esdras e Neemias.
Esdras era um dos cativos em Babilônia, onde provavelmente nasceu, filho ( ou neto)
do sumo sacerdote Seraías assassinado por Nabucodonosor em 586 a.C. (Ed.7:1 e II
Rs.25:18-22), sendo assim descendente de Arão. Hábil instrutor da lei, é comparado a
Moisés, ambos levitas. Moisés escreveu os primeiros 5 livros e Esdras os últimos 4
livros históricos do Velho Testamento.
DATA DA ESCRITA – Em torno de 430 a.C., um pouco depois de Malaquias encerrar
sua profecia.
TEMPO DE AÇÃO – Compreende desde o edito libertador do rei Ciro e a volta da
primeira leva de judeus sob a liderança Zorobabel (536 a.C.), até a volta da Segunda
leva de judeus sob a liderança de Esdras (457 a.C.).
VERSO-CHAVE – É o 7:10 – “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a
lei do Senhor e para a cumprir e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus
juízos.”
TEMA – A VOLTA DO EXÍLIO.
b- CONTEÚDO
Ao findar o tempo do cativeiro Babilônico como profetizara Jeremias 29:10-14,
Daniel entendeu que era tempo de voltar para casa.
O império medo - persa vencera a dominara o babilônico e agora Ciro era o
imperador. Duzentos anos antes, Deus anunciara por boca de seu profeta Isaías, que
Ciro nasceria e seria Seu instrumento de libertação do povo (Is.44:28 e 45:1-4).
Ao saber disto, e decidido pela libertação do povo judeu, Ciro os envia de volta
junto com seus objetos de culto to templo (537 a.C.). 42.360 é o total dos que
retornaram na 1ª leva, sob a liderança de Zorobabel (Ed.2.64). A maioria já havia se
estabelecido em Babilônia e não queria trocar esta segurança por uma jornada longa, e
perigosa, ao seu país desolado necessitando de ser reconstruído.
Chegando à Jerusalém, erigiram o altar e depois começaram a obra de
reconstrução do templo, lançando seus alicerces (Ed.3); logo são molestados pelos
inimigos (Ed.4). As obras de reconstrução do templo são interrompidas no ano 534 a.C.
a pedido dos samaritanos e sob ordem do imperador Cambises que sucedera Ciro no
trono persa. A reconstrução do templo é retomada em 520 a.C., já sob o período do
reinado de Dario o grande, o qual sucedera Cambises, após consulta feita ao rei pelos
inimigos samaritanos (Ed.5). Ao desanimarem, foi muito importante a mensagem dos
seus profetas contemporâneos, Ageu e Zacarias (Ed.5).
Após 4 anos de obra, o templo foi terminado (Ed.6 - 516 a.C.).
Há um intervalo de aproximadamente 60 anos entre Esdras 6 e 7, pois só após
este período é que Esdras resolve viajar à Palestina, com uma Segunda leva de judeus
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(457 a.C.), É durante este intervalo de tempo (485-465 a.C.), que se dá o reinado de
Assuero (Xerxes) e a história de Ester.
Esdras era sacerdote, que amava a Palavra de Deus, e que fundara as sinagogas
na Babilônia. O rei Artaxerxes, marido da rainha judia Ester, o envia (Ed.7:11-8:14) com
a incumbência de avaliar o estado na nação (Ed.7:14) e levar mais recursos
financeiros. (Após mais 13 anos, o mesmo Artaxerxes enviaria o preocupado Neemias).
Esdras se entristece profundamente ao chegar a Jerusalém pois encontrou o povo
desanimado, voltando à idolatria e casando-se com mulheres pagãs.
Esdras realiza profundas reformas religiosas, com a ajuda do profeta Malaquias
(veja o texto de sua mensagem). Orou, chorou e mandou que se despedissem as
mulheres hetéias, voltando às mulheres dos casamentos de suas mocidades (Compare
Ed.9 e 10 com Ml.2:10-16).
c- DIVISÃO
O livro de Esdras pode ser dividido em duas partes:
A volta dos judeus – caps.1 a 6. - Incluindo desde o edito libertador até a
construção do templo.
A jornada de Esdras – caps.7 a 10 - Tratando das reformas que realizou.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 10 capítulos, com 280 versículos, os quais tratam de:=
1 e 2- O decreto e a volta à Palestina.
3-5- O início da reconstrução do templo e os problemas.
6- O templo acaba de ser reconstruído.
7 e 8- A viagem de Esdras.
9 e 10- Reformas religiosas.
e- COMENTÁRIOS
1 - A volta do cativeiro se dá em 4 levas:
a) com Zorobabel em 537 a.C.
b) com Esdras em 457 a.C.
c) com Neemias em 444 a.C.
d) novamente com Neemias em 432 a.C.
5 - O templo reconstruído por Zorobabel era maior do que o de Salomão (27 metros de
altura, 27metros de largura e 45 metros de comprimento); mas ,muito inferior em luxo e
beleza. (por isto as pessoas que tinham visto o primeiro templo, choravam ao ver o
segundo templo – Ed. 3:12 e 13).
6 - Algumas parte do livro de Esdras, estão em aramaico (4:8 a 6:18 e 7:12-26), pois
Esdras usou várias fontes para a composição deste livro ( assim como fez com
Crônicas): Memórias suas, memórias de Neemias e registros oficiais na língua
internacional que era o aramaico.
8 - O trecho de Esdras 4:6 –23, é uma informação que o autor está dando aos seus
leitores, de oposições desencadeadas pelos Samaritanos contra os judeus à
semelhança daquela descrita em Esdras 4:1-5, porém em datas posteriores.
Esdras 4:6-23 não está em seqüência cronológica imediata, e nem faz parte dos
mesmos acontecimentos descritos nos primeiros cinco versículos. Quem está no trono
persa, durante a primeira oposição samaritana (Esdras 4:1-5), contra a reconstrução do
templo, é Ciro e posteriormente seu sucessor Cambises. A reconstrução do templo fica
interrompida entre 534 – 520 a.C., sendo então liberada sob o governo de Dario - o
Grande em 520 a.C. (Esdras 5 e 6).
Novas oposições se dão contra os judeus bem posteriormente (embora descritas
neste mesmo capítulo quatro de Esdras), e o autor faz questão de diferenciá-las
datando os eventos, nos reinados de Assuero (Esdras 4:6) e de Artaxerxes ( Esdras
4:7-23), entre 486-424 a.C.. Tratava-se da reconstrução dos muros da cidade de
Jerusalém e o próprio rei Artaxerxes, volta atrás desta sua decisão em Neemias 2.
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11 - NEEMIAS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Neemias quer dizer “consolo do Senhor”.
No antigo cânon hebraico, Esdras e Neemias eram um só livro.
A Septuaginta trazia os dois também como um só livro, mas chamando-o Esdras II, em
seqüência ao apócrifo Esdras I.
A Vulgata Latina é quem primeiro os divide chamando Esdras, de Esdras I, e Neemias,
de Esdras II.
Só a Bíblia evangélica e o moderno cânon hebraico mantiveram a divisão, dando
aos livros os nomes de seus personagens centrais, Esdras e Neemias.
AUTOR – Esdras o sacerdote e escriba, é considerado pela tradição judaica, o autor de
I e II Crônicas, Esdras e Neemias.
Certamente serviu-se de anotações suas e de Neemias para escrever este livro já que
algumas vezes Neemias aparece falando na 1ª pessoa (1:4) e outras vezes aparece
na 3ª pessoa (8:9).
DATA DA ESCRITA – Em torno de 430 a.C., um pouco depois de Malaquias encerrar
sua profecia.
TEMPO DA AÇÃO – Desde a viagem primeira de Neemias à Jerusalém (444 a.C.) até
a restauração completa do culto no templo (432 a.C.).
VERSO-CHAVE – É o 2:5 – “e disse ao rei: se é do agrado do rei e se o teu servo acha
mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de
meus pais, para que eu a reedifique”.
TEMA – ORAÇÃO E PERSEVERANÇA – ou poderia ser: A RECONSTRUÇÃO DE
JERUSALÉM.
b- CONTEÚDO
Neemias era copeiro do rei Artaxerxes. Este era um cargo de honra e confiança.
Honra e confiança adquiridos certamente em parte por ser um homem admirável e em
parte porque Ester, a judia, era madrasta do rei.
Neemias recebera notícias do estado calamitoso da cidade de Jerusalém, Esdras
já lá estava há 13 anos, o templo fora reconstruído, mas os muros e a cidade ainda
estavam desolados. Ele se entristeceu bastante e o rei leu isto em seu rosto.
Artaxerxes não somente permite sua ida à Jerusalém como o nomeia o
governador da cidade, e lhe autoriza levar madeira para a reconstrução (Ne.2:8).
Chegando lá, à noite, faz vistoria na cidade a fim de avaliar o estado das muralhas.
Logo incentivou o povo a reconstruí-las e mesmo sob severa oposição externa (
Sambalá e Tobias) e interna (cansaço e desânimo do povo), em 52 dias terminou sua
obra.
Finda a obra de reconstrução dos muros, era hora de reorganizar a cidade.
Neemias nomeia vários funcionários para o bem público (Ne.7).
Reorganizar os princípios morais e espirituais foi o passo seguinte e final da obra
de Neemias. Todo o povo foi reunido diante da Palavra de Deus ministrada por Esdras
(Ne.8), e a leitura e explicação dos textos produziu quebramento, arrependimento e
conversão. (Ne.9)
Cerca de doze anos depois, Neemias volta à Babilônia, mas não sabemos ao
certo quanto tempo permaneceu ali; e, durante este tempo, Tobias, moabitas e
amonitas introduzem-se no templo (Ne.13:4 -6).
Neemias retorna (+ ou – 432 a.C.), com a Quarta e última leva de judeus e
expulsa Tobias do templo, bem como definitivamente reorganiza o culto no templo.
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c- DIVISÃO
Podemos dividir o livro em dois grupos de capítulos por assuntos:
A reconstrução dos muros – caps.1 a 6.
A reconstrução moral e espiritual – caps.7 a 13.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro de Neemias possui 13 capítulos com 506 versículos, tratando de:
1 e 2- Neemias volta a Jerusalém com a 3ª leva de judeus (444 a.C.)
3-6- A reconstrução dos muros
7- Relação dos que voltaram à Jerusalém.
8-10- Quebrantamento, confissão e arrependimento.
11 e 12- Relação dos que habitaram em Jerusalém.
13- Tobias expulso do templo.
e- COMENTÁRIOS
1 - A cidade de Jerusalém estava desolada, era grande mas desabitada e em ruínas
(Ne.7:4). Neemias resolveu povoá-la determinando que um em cada dez habitantes
das demais cidades fosse morar em Jerusalém. Os que aceitavam tal “sacrifício” eram
abençoados e bem vistos pelos demais (Ne.11:1 e 2).
12 - ESTER
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – O nome Ester é derivado da palavra persa que quer dizer “estrela”. O nome
hebraica era “Hadassah” que quer dizer “murta”.
AUTOR – Não se sabe ao certo quem é o autor de Ester. Cogita-se ao nomes de
Mordecai, mas o último capítulo, da forma como se refere a ele, parece desqualificá-lo
como autor. Ainda são lembrados pela tradição judaica, Esdras e Neemias.
DATA DA ESCRITA – Aproximadamente 460 a.C., após a morte do rei Assuero
(Xerxes) quando seus relatórios foram completados.
TEMPO DA AÇÃO – A história de Ester se dá ao tempo entre Esdras 6 e 7, no reinado
do rei Assuero (Xerxes), entre 483 – 473 a.C. (Assuero reinou entre 486 – 465 a.C.)
VERSO-CHAVE – É o 4:14 – “Porque se de todo te calares agora, de outra parte se
levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai
perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada à
rainha?”
TEMA – A PROVIDÊNCIA DE DEUS
O livro é uma ilustração de providência de Deus, soberano que preserva seu
povo das mais irremovíveis perseguições humanas.
b- CONTEÚDO
Foram poucos os judeus que aproveitaram o edito libertador de Ciro, e voltaram para
Jerusalém. A maior parte deles, pelo menos à princípio, permaneceu na Babilônia e
posteriormente na Pérsia. Se todos houvessem voltado à sua terra, a história de Ester
não teria acontecido.
A história do livro de Ester começa com um grande banquete organizado pelo rei
Assuero (Xerxes). Pelo que os estudiosos concluem, era o basquete no palácio de
Susã onde o rei e seus aliados comemoravam os planos e projetos de invasão que a
Pérsia faria à Grécia por volta de 480 a.C. Nesta grande festa todos se embebedaram
e o rei mandou chamar a bela rainha Vasti para alegrar a festa com sua beleza (Et.
1:10-12), porém a rainha negou-se a tal atitude. Este fato o humilhou ante os príncipes
e autoridades presentes, pelo que o rei a depôs (Et.1:16-21).
Entre o capítulo 1 e 2 do livro, dá-se o tempo em que o rei Assuero da Pérsia sai
à luta, invade a queima Atenas, mas é fragorosamente derrotado em Salamina, numa
das batalhas mais famosas do mundo. Ele retorna à Pérsia, e chegara o momento de
conhecer a beleza da judia Ester, e coroá-la rainha (Et.2).
Neste tempo de coroação, seu primo Mordecai descobre uma conspiração contra
o rei e levando isto ao conhecimento dele, muito sobe em seu conceito (Et.2:21-23).
Hamã, um agagita, foi escolhido por Assuero como o vice-rei, e ordenou que todo
o povo ao encontrar-se com ele se prostrasse e o adorasse, o que Mordecai como
judeu não fazia. Tal atitude despertou ódio de Hamã contra Mordecai e contra os
judeus, tendo planejado destruí-los da face da terra (Et.3).
Hamã engana Assuero e consegue que este decrete a morte de todos os judeus
em seu reino (Et.3:7-15). Era o fim aparente do povo, e dos projetos de Deus para a
vinda do Messias.
Ester é convidada pelo primo Mordecai, a conseguir diante do rei, uma mudança
em tudo isto, e ela corre o risco de, apresentando-se diante do rei sem ser chamada,
sofrer pena semelhante a de Vasti (Et.4).
Ester arma uma boa estratégia para entregar o mau Hamã nas mãos do rei
Assuero (Et.5), Mordecai é honrado pelo rei que foi incomodado por Deus para fazê-lo
(E.6), e Hamã foi enforcado (Et.7).
94
Os judeus foram salvos (Et.8 e 9) pela providência de Deus, que usou uma
humildade judia, em terra estranha, fazendo-a chegar a lugar de honra para que no
momento oportuno salvasse seu povo. Lembra-se da história de José, como é
semelhante?
Os judeus alegres, instituíram a “Festa do Purim” (sortes) porque por sorteio
Hamã havia escolhido aquele dia para a destruição deles, e no entanto, pelo Senhor
através de Ester foram salvos.
Anualmente, até hoje, os judeus comemoram a “Festa do Purim”, e neste dia
lêem, na cerimônia, o livro de Ester.
O autor de livro ( Esdras ?), ao compilar esta história e entregá-la aos judeus que
retornaram do exílio e encontravam-se abatidos e desanimados, além de explicar-lhes
a origem da Festa do Purim, revelava-lhes, o amor, o interesse, o poder e a providência
de Deus em favor deles.
c- DIVISÃO
Podemos didaticamente dividir o livro de Ester em três blocos de assuntos:
A festa de Assuero – caps.1 e 2
A festa de Ester – caps.3 a 7
A festa do Purim – caps.8 a 10
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro tem 10 capítulos com 167 versículos, que tratam de:
1- A festa de Assuero
2- Ester rainha
3-6- Hamã Mordecai
7- A morte de Hamã
8-10- A preservação dos judeus e a festa do Purim.
e- COMENTÁRIOS:
1 - No ano 483 a.C. a rainha Vasti foi deposta e só em 479 a.C., Ester foi coroada.
Em 473 a.C., deu-se a história de Hamã e a “Festa do Purim”.
5 - Curiosamente no livro de Ester não aparece o nome de Deus. Uma das explicações
é a de que seu relato foi retirado das crônicas e registros dos persas, e tal nome não
teria lugar ali (Et.2:23 e 6:1).
A verdade no entanto é que embora o nome aí não esteja, contudo a mão e o poder de
Deus são abundantes em Ester.
6 - Foi o casamento de Ester com Xerxes que deu à Esdras e Neemias o prestígio que
tiveram ante o rei Artaxerxes, filho de Xerxes.
OS LIVROS POÉTICOS
a- INTRODUÇÃO
Os livros Hagiógrafos do Velhos Testamento são para os judeus o que nós
chamamos de Livros Poéticos e compreendem: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, e
Cantares, alguns dos nossos estudiosos incluem neste grupo as Lamentações de
Jeremias.
No cânon hebraico tradicional contudo, apenas Jó, Salmos, e Provérbios são
chamados de “poesias”. Eclesiastes e Cantares fazem parte do grupo de livros
chamados “os 5 rolos”, lidos anualmente por ocasião das 5 festas sagradas do judeus.
Estes livros não são chamados poéticos por romancearem seus relatos ou por
tratarem de assuntos imaginários ou irreais, mas este nome se deve à forma literária
em que foram escritos, à elegância do estilo e das expressões usadas e ao
PARALELISMO DE IDÉIAS.
b- PARALELISMO
O Paralelismo é o nome dado à principal característica da poesia hebraica, onde
há correspondência ou no pensamento ou na linguagem de uma frase com a outra.
Esta correspondência pode ser por repetição, ênfase ou contraste de idéias, assim o
ritmo não se obtém pela repetição de sons semelhantes ( rima) e nem pela métrica.
“A poesia hebraica enfatiza o ritmo da idéia e não o ritmo do som, pois a mente
oriental está mais interessada no conteúdo da idéia do que nos meros artifícios
literários”. Stanley Ellisen
c- TIPOS DE PARALELISMO
Eles são de muitos tipos:
a) Sinônimo:
Uma frase encontra expressão sinônima na frase seguinte.
Ex.: Sl.24:1 – “Ao Senhor pertence a terra, e tudo o que nela se contém; o mundo e os que nele
habitam”.
Sl.19:1 – “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos”.
Sl.19:2 – “Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite”.
b) Antitético:
Uma frase expressa idéias contrárias à outra frase. O realce é pelo contraste.
Ex.:Sl.1:6 – “Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”.
c) Sintético ou Construtivo:
As frases vão se completando e correspondendo, como uma construção.
Ex.:Pv.15:17 – “Melhor é um prato de hortaliças onde há amor, do que o boi cevado e com ele ódio”.
Sl.19:7 – “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma, o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria
aos simples”.
Pv.10:22 – “A benção do Senhor enriquece, e com ela não traz desgosto”.
a- A correspondência de uma frase do período com outra, quer pelo sinônimo ou pela
antítese, muitas vezes ajuda o leitor na interpretação de uma idéia difícil ou
ambígua do texto.
b- Ele realça e amplia o brilho do texto.
c- Como independe de métrica ou rima, a beleza do texto e da mensagem não se
perde nas traduções e versões para outros idiomas, como acontece com a Bíblia.
d- ACRÓSTICOS
Por vezes os versos hebraicos estão escritos em ordem alfabética, sendo a
primeira letra de cada linha ou verso, as letras do alfabeto hebraico na devida ordem.
Ex.: Salmos 9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, 119, 145. (Veja também as Lamentações de
Jeremias)
Isto tinha com finalidade para eles facilitar a memorização, mas para nós este
valor se perde na tradução.
Os livros são escritos por homens de Deus, inspirados pelo Espírito Santo, os
quais vivem um variedade de experiência do cotidiano, semelhantes às nossas, e que
nos são úteis na medida em que apareceram no texto sagrado interpretadas. São
aplicadas a nós pelo mesmo Espírito Santo que produziu estas experiências e inspirou
os autores sagrados e registrarem-nas.
97
1 - JÓ
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Assim como Ester, o nome do livro não é o nome do seu autor, mas do seu
personagem principal.
No hebraico Jó é “IYYOB” que pode significar “o perseguido”, enquanto no árabe quer
dizer “arrependimento”. Como a história parece se dar parte norte da Arábia, o
significado mais plausível é o segundo.
AUTOR – O livro é anônimo, e vários são os cogitados como autores: Jó, Eliú (Jó
32:6), Jeremias, e mais fortemente, Moisés ou Salomão. A tradição hebraica crê ser
Moisés, o qual conheceu a história durante o período de sua vida que esteve em Midiã.
Outros estudiosos, comparando o estilo e o conteúdo de Eclesiastes com Jó, afirmam
ser Salomão e seu autor.
DATA DA ESCRITA – Como não se conhece com precisão seu autor, não se conhece
por conseguinte sua data de escrita. Se foi Eliú a data é o XXII século a.C.; se Moisés,
em torno de 1450 a.C.; se Salomão, em torno de 950 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Embora não se saiba ao certo quando este livro foi escrito,
parece haver no entanto poucas dúvidas de que Jó foi realmente um personagem
histórico e não alguém fictício criado para fins de lições morais e espirituais (Ez.14:14;
Tg.5:11), habitou a cidade de Uz (Jó 1:1), cidade à sudeste da Palestina, norte da
Arábia, vizinha de Edom; e que esta história verídica se deu no período patriarcal antes
de Moisés e Abraão, mas após o dilúvio (portanto entre Gênesis 11 e 12). As razões
para que se creia nisto são:
Jó vive com sua família numa organização de clãs, no estilo patriarcal.
Jó não faz nenhuma referência ao povo de Israel ou à lei Mosaica.
Jó cumpre as funções de pai e sacerdote (Jó 1:5).
Jó teve longa vida, como era comum aos homens do antigo patriarcado (Jó
42:16).
Alguns poucos questionam se este Jó era o mesmo 3º filho de Issacar (Gn.46:13).
VERSO-CHAVE – É o 23:10 – “Mas Ele sabe o meu caminho; se Ele me provasse, sairia eu como
o ouro.” Mas também poderia ser o 1:21 – “Nu sai do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o
Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor !”
b- CONTEÚDO
Este livro nos mostra as diferenças facetas interpretativas, humanas e teológicas,
que compõem a discussão do problema do sofrimento humano, em especial, do
sofrimento do justo.
Aqui aparecem a perspectiva satânica, a do piedoso sofredor, a de seus amigos
de fora do problema, e a Deus.
Dentre muitos objetivos, o livro destaca como a soberania de Deus está acima do
poder de Satanás, e pode usá-lo para que através do sofrimento, amadureça, purifique
e estimule a fé de seu povo.
A história começa com a apresentação de Jó com um homem íntegro e temente a
Deus (Jó 1:1), próspero e feliz (Jó1:2-3).
Satanás aparece diante de Deus entre os seus anjos, e claramente é descrito não
como “uma força impessoal” ou um “espírito mau”, mas uma pessoa angelical,
poderosa, inimiga de Deus e do homem, que observa atentamente o se humano
98
c- DIVISÃO
Há duas formas distintas de dividirmos didaticamente o livro de Jó:
1ª) Jó é um poema com duas prosas no prólogo e epílogo, intermediados por um
diálogo. Dividiríamos o livro então:
Prólogo – caps.1 a 2:10 - A vida de Jó e os ataques satânicos contra ele.
Diálogo – caps.2:11 a 42:6 - Jó com seus amigos e Deus.
Epílogo – caps.42:7 a 17 - Deus restaura a vida e os bens de Jó.
2ª) Poderíamos dividi-lo também, segundo a presença dos personagens que surgem
na história:
Jó – cap.1:1-6
Deus e Satanás – cap.1:6-2:10
Jó e seus amigos – cap.2:11-37
Deus e Jó – caps.38 a 42
d- ESBOÇO DO LIVRO
Jó possui 42 capítulos com 1060 versículos, tratando de:
1- Jó: seu caráter, vida familiar e os ataques satânicos.
2- Os amigos de Jó
3-14 - O primeiro ciclo de discursos
15-21 - O segundo ciclo de discursos
22-31 - O terceiro ciclo de discursos
32-37 A palavra de Eliú
38-40:2 - O primeiro discurso do Senhor
40:3-5 - A primeira resposta de Jó
40:6-41:34 - O segundo discurso do Senhor
42:1-6 - A segunda resposta de Jó
42:7-9 - Deus repreende os amigos de Jó
42:10-17 - Deus restaura Jó
E - COMENTÁRIOS
1 “As perspectivas para o sofrimento dos justos que aparecem no livro de Jó, são as
seguintes:
a- a de Satanás: ele usa o sofrimento para a forçar o justo a abandonar Deus ( 1:11 e
2:4 e 5).
b- a de Bildade, Zofar e Elifaz – o sofrimento é a recompensa do pecado ( 4:7-9; 8:3-6;
11:13-15).
c- a de Eliú: o sofrimento tem fins disciplinares ( 33:13-17 e 29).
d- a de Jó:- o sofrimento é para o iníquo e não para o justo (6:24 e 7:20).
- o sofrimento é um processo refinador com se produz ouro (23:10).
e- a de Deus: - o sofrimento é um privilégio que Deus dá ao seu povo, para ajudá-Lo a
cumprir algum propósito, tal como refutar Satanás (1:8 a 12).
* O sofrimento é um apelo para confirmar, mesmo quando não entendemos o propósito
(13:15).
* O sofrimento pode ser um meio de Deus trazer alguém a um ponto em que ele já não
saiba mais o que fazer, e de tal forma indefeso, faça de Deus seu único possível
defensor (42:3-7). Stanley Ellisen
3 Em oposição clara aos argumentos dos amigos de Jó, de que sofrimento sempre
significa pecado ou distanciamento de Deus temos:
Os textos listados acima que revelam os propósitos de Deus na vida dos seus
servos, através do sofrimento.
Os ímpios que, em contrapartida, prosperam.
O testemunho de Jó, Estêvão (At.7:59), Paulo (II Co.12:7) e Jesus (I Pe.2:21;
Hb.5:8).
4 Jó é o livro mais antigo da Bíblia junto com o Gênesis, no entanto fala de
conhecimentos modernos da ciência, como a pressão barométrica (Jó 28:24 e 25), a
evaporação e hidrometria (Jó 36:27 e 28).
Traz ainda uma série de revelações teológicas como: atividades angelicais
(Hb.1:14), o caráter satânico (Ap.12:10; Lc.22:31; I Pe.5:8) o ministério do Messias ( Jó
16:19), a ressurreição dos mortos (Jó 19:26 e 27), a ressurreição de Jesus (Jó 19:25),
e o combate à reencarnação (Jó 7:9 e 10; 10:19-22; 14:7-14).
2 - SALMOS
a) AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – O nome que usamos é derivado do grego “PSALMOI” que significa “poemas
cantados com instrumentos musicais”, e no hebraico o título do livro é Sefer Tehillim ou
“livro de louvores”.
É uma característica do livro de Salmos, dar nomes ou títulos também a muitos de seus
capítulos, títulos estes, que parece terem sido dados não originalmente, antes da
versão da Septuaginta.
Exemplos:
Mizmor (canção para ser acompanhada com instrumentos de corda) –Sl.76
Shiggayon – ( Salmo penitencial) –Sl.7
Ao mestre de canto (instrução musical) –Sl.75
Estes títulos na Bíblia hebraica foram incorporados ao texto, tornando-se os
primeiros versos destes capítulos.
AUTOR – São muitos os autores, os quais são conhecidos pelos títulos apostos aos
salmos, já que em si mesmos os salmos não declaram sua autoria.
Os salmos são muitas vezes chamados de “Salmos de Davi” porque ele foi o
autor da maioria deles, mas há entre títulos apostos e informações da tradição judaica,
cerca de 12 autores:
Davi compôs 73 salmos.
Asafe (I Cr.6:39, I Cr.16:4 e 5 e II Cr.29:30) era diretor de louvor no templo e também
profeta, compôs12 salmos – o 50 e os de 73 a 83.
Os filhos de Coré (I Cr.26:1 e I Cr.9:19) eram cantores e porteiros do templo,
compuseram 12 salmos – os de 42-49, 84, 85, 87 e 88.
Salomão, compôs os 72 e 127.
Hemã (I Cr.6:33 e I Rs.4:31), o 88.
Etã ( I Cr.15:19), o 89.
Moisés, o 90.
Jeremias, o 137.
Ageu, o 146.
Zacarias, o 147.
Esdras, o 119.
E há cerca de 48 salmos anônimos.
mas quase sempre retratando nos livros alguns acontecimentos de sua vida (3, 18, 34,
etc.).
Certamente ele foi o primeiro a arrumar um hinário para ser usado nos cultos, é o que
nos revela o texto de Sl.72:20.
Salomão constrói o templo, compõe seus salmos assim como Asafe, os filhos de Coré,
Etã e Hemã.
4000 cantores entoavam os Salmos sob a direção dos diretores de música Asafe,
Hemã e Jedutum (I Cr.23:5 e 25:1).
Alguns salmos foram compostos no período do cativeiro e pós-cativeiro, quando seria
reerguido o 2º templo. ( Já que o 1º de Salomão fora destruído por Nabucodonosor).
Parece ter sido Esdras o colecionador, o organizador final do saltério com os 150
salmos que hoje temos.
c- DIVISÃO
Há uma divisão existente no próprio livro que divide os Salmos em cindo livros. Na
opinião de muitos estudiosos eles foram assim divididos para corresponderem ao
Pentateuco, terminando sempre cada um dos livros com uma doxologia, desta forma
teríamos:
Livro I – Sl.1 ao 41 – Corresponde ao Gênesis, e seu tema principal é o homem, seu
estado de bem aventurança, queda e restauração. Exemplo: Salmo 8. Quase a
totalidade destes salmos pertence a Davi.
Livro II – Sl.42 a 72 – Corresponde ao Êxodo, e seu tema principal é o cativeiro de
Israel, sua redenção e o Redentor. Exemplo: Sl.42 e 68. Alguns destes salmos são
dos filhos de Coré, mas a maior parte é de Davi.
Livro III – Sl.73 a 89 – Corresponde ao Levítico, e seu tema principal é o santuário.
Exemplos: Sl.73 e 84. Alguns destes salmos são dos filhos de Coré, porém a maioria
é de Asafe.
Livro IV – Sl.90 a 106 – Corresponde a Números, e seu tema principal é a peregrinação
na terra, o deserto. Exemplos: Sl.106 e 90. A maioria destes salmos é anônima.
103
d- ESBOÇO DO LIVRO
É o maior livro da Bíblia, possuindo 150 capítulos e 3451 versículos. Não pode ser
esboçado com facilidade tal a sua variedade de temas e assuntos abordados.
Entretanto várias classificações são feitas tomando-se por base diferentes critérios.
Relacionamos a seguir algumas classificações para ilustração:
a) SALMOS DE INSTRUÇÃO – usados para louvor ao Senhor e concomitante
instrução do povo. Ex.: 1, 6, 19, 82, 90, 119 e 131.
b) SALMOS DE LOUVOR E ADORAÇÃO
Ex.: 8, 23, 24, 91, 103, 136 e 148.
c) SALMOS DE AÇÕES DE GRAÇA
Ex.: 18, 34, 81, 85 e 116.
d) SALMOS DEVOCIONAIS – os que louvavam exprimindo arrependimento e
confiança em Deus, orações. Ex.: 3; 27; 32; 38; 44; 51; 120.
e) SALMOS HISTÓRICOS – aqueles que recordam grandes feitos do Senhor na
história do povo. Ex.: 78; 105; 106.
f) SALMOS MESSIÂNICOS – São proféticos a respeito de Cristo.
Ex.: 2; 16; 22; 40; 45; 72; 110; 118.
g) SALMOS ACRÓSTICOS – (ver introdução dos livros poéticos). Para facilitar a
memorização, iniciavam seus versos com seqüência do alfabeto hebraico. Ex.: 9;
10; 25; 34; 37; 111; 112; 119; 145.
h) SALMOS IMPRECATÓRIOS – Eles impetravam a maldição do Senhor sobre os
inimigos do salmista, do povo e do Senhor. Ex.: 52; 58; 59; 69; 109; 140.
i) SALMOS DE ROMAGEM OU DOS DEGRAUS – Eram cantados quando o povo
voltara do cativeiro e quando anualmente subiam ao templo em Sião para as
Festas. Ex.: 120; 134.
e- COMENTÁRIOS
1 – Os autores sagrados citam os salmos 112 vezes em seus escritos, abrangendo 97
dos 150 Salmos. Damos aqui alguns poucos exemplos: Ef.4:26 e Sl.4:4; I Pe.2:3 e
Sl.34:8; Lc.1:53 e Sl.107:9; Ap.5:9 e Sl.144:9; Sl.14:1-3 e Rm.3:10-18.
2 – A palavra “Selá” (Sl.66:15) que aparece cerca de 70 vezes nos salmos pode ter
vários significados:
Mudança na melodia do acompanhamento.
Pausa musical com descanso para as vozes.
Uma exclamação de louvor, como: Glória a Deus!
Início de uma nova estrofe.
Sinal para elevação da voz.
3 – A palavra “Aleluia” deve ser traduzida com “Louvai ao Senhor”. Ela é uma palavra
composta de duas outras: hallel (louvar) e Yah (abreviatura de Yahweh-Senhor).
* Nem sempre é possível distinguir no hebraico o significado das expressões “que isto
aconteça” e “isto acontecerá”. Desta forma o que é expressado como um desejo do
salmista, pode ser na verdade um anúncio profético.
* Os salmistas não estão vivendo sob o espírito do evangelho, mas sob a antiga lei da
retribuição de Lv.24:17-20.
5 – Stanley Elissen, em seu livro “Conheça melhor o Antigo Testamento” – Ed. VIDA,
nos diz que os cinco salmos finais (146-150) dão ao livro de Salmos seu clímax de
encerramento e síntese. Cada um desses capítulos começa e termina com “Aleluia” ou
“Louvai ao Senhor”.
Sl.146 – Quando louvar ao Senhor? – “Enquanto eu viver”.
Sl.147 – Por quê? – “Porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus”.
Sl.148 – Quem? – “Toda a criação, todos os povos”.
Sl.149 – Onde? – “No santuário, nas festas, nos leitos, nas guerras”.
Sl.150 – É o resumo: quem, onde, por quê, como e por quem será dado o louvor.
6 – Uma outra divisão do livro dos Salmos, citada por Henrietta Mears em seu livro
“Estudo Panorâmico da Bíblia”- Ed. VIDA, é:
Livro I – Sl. 1 a 41 – o Homem, sua bem-aventurança, queda e restauração.
Livro II – Sl.42 a 72 – Israel.
Livro III – Sl.73 a 89 – o santuário.
Livro IV – Sl.90 a 106 – a terra.
Livro V – Sl.107 a 150 – a Palavra de Deus.
3 - PROVÉRBIOS
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – No hebraico é “Mishle Shelomoh” ou “Provérbios de Salomão”.
Provérbios são expressões curtas e concisas contendo lições morais. São
princípios de vida por analogias, máximas que expressam uma verdade de forma
sucinta, sentenças curtas extraídas de longas experiências de vida. Esta era uma
forma de ensino muito comum no antigo Oriente por chamar a atenção, despertar a
reflexão no ouvinte, e facilitar a memorização.
AUTOR – Salomão foi o autor e compilador da maioria dos provérbios (Pv.1:1; I Reis
4:32), apresentados entre os capítulos 1 a 24. Foi também o autor dos provérbios que
estão contidos nos capítulos 25 ao 29 (Pv.25:1), os quais foram no entanto, compilados
pelos escribas do rei Ezequias ( profetas Isaías e Miquéias?). Agur e o rei Lemuel
foram os autores dos capítulos 30 e 31, mas são pessoas desconhecidas para nós.
Quando analisamos a disposição do livro, ele parece apresentar uma conclusão
no capítulo 24, provérbios estes que precedem o período do reinado de Ezequias. Este
rei provavelmente reuniu então provérbios adicionais, durante o período de avivamento
espiritual experimentado em seu reino.
DATA DA ESCRITA – Segundo o relato de I Rs.4:32, Salomão durante o seu reinado
(971-931 a.C.) compôs cerca de 3000 provérbios, porém o livro só apresenta 400
destes.
Quando e como, estes foram selecionados? Quando foram acrescentadas as
composições de outros sábios (Pv.22:17), Agur e Lemuel?
Uma resposta precisa não se tem, mas o próprio livro de Provérbios declara ter
havido uma seleção de provérbios feita pelos sábios do tempo do rei Ezequias (+ ou –
700 a.C.), crendo-se então girar em torno desta data a compilação final do livro de
Provérbios. Coincide este fato com o período de reformas implantadas pelo rei
Ezequias. (II Cr.29:25-30)
TEMPO DE AÇÃO – Como já vimos, este livro cobre vários séculos de produção
literária. São quase 300 anos, pois há composições de Salomão (971 a.C.), seleção
dos sábios de Ezequias (700 a.C.) e obras de prováveis contemporâneos de Ezequias
como Agur e Lemuel.
b- CONTEÚDO
Salomão foi o homem mais sábio que já viveu sobre a terra (I Rs.4:29-32), e esta
sabedoria foi recebida de Deus, a qual também está ao nosso alcance (Tg.1:5 e 6).
O tema central deste livro é a sabedoria de forma prática, não apenas para viver
uma “boa vida”, mas para viver no temor do Senhor. Deus é a sua fonte, e o princípio
dela é o próprio temor do Senhor. Todas as máximas apresentadas no livro objetivam
gerar homens saudáveis e redimidos, bem sucedidos na vida, segundo o projeto de
Deus para nós.
Os princípios de vida são divinamente inspirados e apresentados sob a forma de
ditados, que por contraste ou comparação retratam as experiências, características e o
caminhar do sábio e do tolo, do justo, do preguiçoso, do bom e do mau, do insensato,
da mulher virtuosa, etc.
Esta sabedoria atravessa gerações e deve ser a base para nosso viver diário,
bem como parâmetro para avaliação de nossa conduta.
106
c- DIVISÃO
Adotamos para dividir o livro, didaticamente, aquela divisão que é aceita pela maioria
dos estudiosos:
a) Exortação aos jovens – caps. 1 a 9.
O valor da sabedoria e como adquiri-la.
b) Provérbios variados de Salomão – caps.10-24.
c) Provérbios de Salomão colecionados pelos sábios de Ezequias – caps.25-29.
d) Palavras de Agur e Lemuel – caps.30 e 31.
c- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 31 capítulos com 887 versículos, destes, os nove primeiros capítulos e
os dois últimos são discursos extensos, enquanto que os capítulos intermediários
contém breves parelhas de versos onde sobressaem os paralelismos poéticos,
predominando as antíteses (ver introdução aos livros poéticos).
Pode ser assim esboçado:
1:1-6 – Título e propósito do livro.
1:7-9:18 – Quinze lições de sabedoria:
1ª - 1:7-19 9ª - 6:1-5
2ª - 1:20-23 10ª - 6:6-11
3ª - 2:1-22 11ª - 6:12-19
4ª - 3:1-18 12ª - 6:20-25
5ª - 3:19-26 13ª - 7:1-27
6ª - 3:27-35 14ª - 8:1-36
7ª - 4:1-5:6 15ª - 9:1-18
8ª - 5:7-23
d- COMENTÁRIOS
1 – Sugerimos dois cuidados na leitura do livro de Provérbios:
a) “A leitura dos capítulos que contêm muitos Provérbios, na maioria das vezes
tratando de assunto variados, assemelha-se a contemplarmos uma galeria repleta
de pequenos quadros. Cada quadro merece atenção particular e especial, não
107
3 – Stanley Ellisen, em seu livro “Conheça melhor o Antigo Testamento”- Ed. VIDA, diz
que Provérbios nos apresenta três níveis de insensatez:
a) O simples ou néscio – É o ingênuo, o inocente, que se deixa levar facilmente.
b) O louco ou insensato – os que rejeitam a verdade, desprezam a sabedoria, odeiam
o conhecimento.
c) O escarnecedor – O desordeiro que deliberadamente zomba da integridade e
ridiculariza qualquer tipo de correção.
4 - ECLESIASTES
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – No hebraico é “Qoheleth” que significa “o pregador” (em uma assembléia). No
grego é Eclesiastes ou “palavras do pregador”. Talvez este material tenha sido
discursado publicamente, com finalidades instrutivas, aos seus ouvintes.
AUTOR – Como o próprio livro, a autoria é enigmática. Alguns crêem ser Salomão,
baseando-se para isto nos versos 1:1, 12 e 16 e 12:9. Mas outros contestam
questionando: Como ser Salomão se ele afirma em 1:12, “Fui rei” (no hebraico), e “a
sabedoria estava longe de mim” em 7:23 ?
Os argumentos a favor e contra a autoria de Salomão, são os seguintes:
A FAVOR
O autor ao identificar-se como o sábio rei de Israel, filho de Davi (1:1,12 e 16;2:9).
Compôs e reuniu muitos provérbios (12:9).
A tradição judaica afirma ser Salomão o autor.
O autor do livro é sábio, rico, vitorioso, que passou por momentos de queda espiritual e
ao final se levanta novamente. Como a história de Salomão.
CONTRA
O nome de Salomão não aparece neste livro, tal com aparece em Cantares e
Provérbios.
A linguagem, o estilo, algumas palavras não se adequam ao tempo contemporâneo a
Salomão, e sim ao período pós - exílico.
Muitos dos estudiosos de hoje descrêem da autoria de Salomão.
DATA DA ESCRITA – Aceitando Salomão como autor do Eclesiastes, a data da escrita
deve Ter sido ao final de seu reinado, aproximadamente 935 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Este livro seria um discurso reflexivo de arrependimento ao final
de sua vida, o que solucionaria a questão deixada em I Reis 11 sobre a apostasia de
Salomão.
VERSO-CHAVE – É o 2:11 – “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como
também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento e
nenhum proveito havia debaixo do sol”.
b- CONTEÚDO
O livro de Eclesiastes é sem dúvida nenhuma um dos mais difíceis de análise e
interpretação em toda Bíblia. Sua construção é complexa, onde intercala testemunhos
pessimistas, apáticos, quase pagãos (1:13; 1:16-18; 2:3; 2:8-11; 2:24; 4:2 e 3) com
confissões de fé piedosa (12:1, 13 e 14).
É um sermão dialético onde dois pontos de vista intercalam-se sucessivamente
até o fim.
Ao final de sua vida, depois de grandes obras de usar santamente a sabedoria e os
recursos materiais dados por Deus, Salomão desviou-se do Senhor (I Rs.11:1-8)
passando a viver na idolatria e no pecado (Ec.2:1-11) e aí aplicando sua sabedoria na
busca do significado da vida humana, agora sem a perspectiva de Deus.
Há 4 frases- chave no livro e elas nos ajudam, por sua freqüência de repetições,
a compreender o estado de Salomão e seus propósitos.
“Eu vi” “debaixo do Sol”, retratam a limitação em que ele se encontrava sem a
presença de Deus e a perspectiva que tinha da vida e de tudo sem olhar para cima,
descrendo dos propósitos e da intervenção de Deus na existência humana. Como
109
resultado desta situação, deste estado, ele conclui que “tudo era vaidade” e “correr
atrás do vento”, tudo era futilidade, vazio.
As conclusões apresentadas no livro, deste tempo distante de Deus, não são
inspiradas por Deus, porém o registro delas sim, servem-nos para nossa reflexão
quanto à visão da vida, e a interpretação dos fatos, para um homem sem Deus.
Eclesiastes é um discurso de Salomão ante uma assembléia, após novamente
cair em si e arrepender-se, e em meio às suas perplexas lembranças do seu tempo de
pecado, ele acaba concluindo suas palavras e compartilhamento a seus ouvintes,
fortes afirmações piedosas. (caps.11 e 12)
c- DIVISÃO
O livro pode ser dividido em três partes:
a) A experiência do pregador – caps.1 a 4.
A vaidade das coisas terrenas.
b) Exortação à luz desta experiência – caps.5 a 10
c) Conclusão do pregador – caps.11 e 12.
c- ESBOÇO DO LIVRO
O livro de Eclesiastes possui 12 capítulos com 222 versos.
Excetuando-se os trechos de 3:2-8; 7:1-14; 11:17 e 12:7, o livro está todo escrito
em prosa, sendo esta a razão principal para que o livro não esteja incluído entre os
livros poéticos na classificação tradicional dos judeus.
Dentre muitíssimos esboços deste livro, adotamos o de Samuel Schultz em seu
livro, “A história de Israel” – Ed. VIDA NOVA.
1:1-3 – O tema e propósito do livro
1:4-11 – O ciclo contínuo da vida e das coisas
1:12-18 – A sabedoria como alvo da vida
2:1-11 – O prazer como um objetivo
2:12-23 – O paradoxo da sabedoria
2:24 –3:15 – A sabedoria de Deus e o propósito da criação
3:16-22 – A responsabilidade do homem perante Deus
4:1-16 – A vida dos oprimidos
5:1-17 – A vaidade da religião e das riquezas
5:18 –6:12 – A capacidade de desfrutar é dada por Deus
7:1-19 – Temperança prática em tudo
7:20-29 – O homem caiu de seu estado original
8:1-17 – A análise do homem se limita a esta vida
9:1-12 – A vida existe para aprazimento do homem
9:13 –10:20 – A sabedoria é prática e benéfica
11:1 –12:7 – Conselhos aos jovens
12:8-14 – O temor a Deus como conclusão
d- COMENTÁRIOS
1 – Neste livro o nome de Deus, Jeová, aquele com o qual o Senhor se apresenta e
trata com o homem em missão redentora, não aparece.
Entretanto a sabedoria de Deus e seu poder criador são enfatizados pelo nome de Deus,
Elohim, que aparece mais de 40 vezes.
3 – Henrietta Mears, em seu livro “Estudo Panorâmico da Bíblia” – Ed. VIDA, nos diz
que o problema de Salomão era: como achar felicidade e satisfação longe de Deus?
(Ec.1:1-3).
Ele busca na ciência (1:4-11), e na filosofia (1:12-18) mas em vão.
Descobre que o prazer (2:1-11), a alegria (2:1), a bebida (2:3), a construção (2:4),
as possessões (2:5-7), a riqueza e a música (2:8), são todos vazios.
Em termos de correntes filosóficas, ele experimentou o materialismo (2:12-26)j, o
fatalismo (3:1-15), o deísmo (3:1-4:16), mas também eram vãos. A religião (5:1-18), a
riqueza (5:9 – 6:12) e até a moralidade (7:1-12:12), são igualmente inúteis.
Sua conclusão é 12:13 : “teme a Deus e guarda seus mandamentos”.
5 - CANTARES DE SALOMÃO
a – AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – No hebraico o nome do livro é “Cântico dos Cânticos” pois as primeiras
palavras do livro são: Cântico dos Cânticos de Salomão, representam o principal dos
1005 cânticos compostos por Salomão (I Rs.4:32).
AUTOR – Salomão é o autor.(Ct.1:1)
Alguns estudiosos modernos tentam negar esta autoria afirmando haver no livro,
palavras persas, aramaicas e gregas. Porém a autoria de Salomão é confirmada pois:
Salomão era um rei com intensa relação exterior em seu reino e comércio, além de ter-
se casado com várias esposas estrangeiras, explicando seu rico vocabulário.
Salomão era profundo conhecedor de plantas e animais (I Rs.4:33) e menciona em
Cantares, vinte e uma espécies diferentes de plantas (rosa de Sarom, lírios,
macieiras, canela, etc...) e quinze espécies de animais (cervos, gazelas, pombas,
etc...).
A tradição judaica afirma ser Salomão.
Semelhanças terminológicas com Provérbios e Eclesiastes.
Faz referências geográficas ao Sul e ao Norte de Israel, como uma nação ainda unida,
já que após sua morte o reino foi dividido.
DATA DA ESCRITA – Provavelmente no início do reinado de Salomão – 965 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Salomão já era rei, e já tinha expandido seu reino até Jezreel,
porém seu harém ainda era relativamente pequeno ( Ct.6:8 e 9). Cantares parece
corresponder ao início do reinado de Salomão, assim como Provérbios ao meio de seu
reinado e Eclesiastes ao final. Em torno de 965 a.C..
VERSO-CHAVE – 6:3 – “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os
lírios”.
b- CONTEÚDO
Este é talvez o principal cântico, dos cânticos de Salomão, contando a história do
conhecimento, noivado e casamento de dois personagens: o rei Salomão ( “Príncipe da
paz”) e a Sunamita ( “a pretendente da paz”). O poema não tem pausas, é entrecortado
subitamente por um coro de jovens, e traz a fala dos dois personagens passando da
voz de um para a voz do outro de uma forma repentina.
Na história do poema (idílio lírico), uma camponesa da cidade de Suném, na
encosta do monte Hermon, apascentava cordeiros e lavrava a vinha da família, que na
verdade pertencia ao rei Salomão. Um dia, estando a cuidar do rebanho, encontrou-se
com um formoso entranho ( era Salomão disfarçado de pastor) ao qual se afeiçoou.
Eles convivem durante um tempo, prometem-se em casamento até que um dia este
estranho parte prometendo voltar. Ela esperou muito tempo crendo na promessa e
sonhando com este dia.
Certo dia ele volta, e vem com grande séquito proclamando-a sua esposa,
levando-a então para o palácio. É aí no palácio que o poema é cantado, fazendo-se
recordações do passado.
O livro de Cantares em primeiro lugar, enaltece a beleza e pureza do casamento,
por meio da história de Salomão e sua esposa; em segundo lugar, traz na história uma
revelação figurada do amor de Deus para com Israel, o povo de sua aliança (Is.54:5 e
6; 62:4 e 5; Os. 2:16-23); e em terceiro lugar, aqui os cristãos podem encontrar uma
interpretação alegórica do relacionamento entre Cristo e sua noiva celestial, a Igreja (II
Co.11:1 e 2; Ef.5:25; Ap.19:7 e 8; 21:2 e 9).
112
c- DIVISÃO
É preciso conhecer bem o estilo de escrita de Cantares para que o possamos
entender e dividir. As falas parecem por vezes confundirem os personagens e o
desenvolvimento da história não é simples de se compreender.
Além das muitas metáforas na linguagem poética este poema é um idílio lírico, ou
seja, uma história campestre, contada sob a forma de um poema onde o relato não
segue uma seqüência lógica cronológica, mas há “flash-backs” e coros entrecortando o
relato.
Dividiremos o livro em cinco cenas:
A noiva nos jardins de Salomão – cap.1:1 a 2:7.
As recordações da noiva – cap.2:8 a 3:5.
As núpcias – cap3:6 a 5:1.
Os dois no palácio – cap.5:2 a 8:4.
O lar da esposa – cap.8:5 a 14.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui oito capítulos com 117 versículos .
Cena 1 > 1:1 a 4 – A noiva e as donzelas louvam o noivo.
1:5 a 8 – A noiva desculpa-se de sua origem humilde e pergunta pelo noivo.
1:9 a 2:7 – Há um afetuoso diálogo entre os noivos na chegada de Salomão.
Cena 2 > 2:8 a 17 – A noiva, agora sozinha, lembra-se da primeira visita do seu
noivo.
3:1 a 5 – A noiva recorda de um sonho onde o perdera e depois o encontrara.
Cena 3 > 3:6 a 11 – Os habitantes de Jerusalém descrevem a chegada do rei e
sua noiva para as núpcias.
4:1 a 5:1 – Há uma troca de palavras afetuosas entre os noivos.
Cena 4 > 5:2 a 8 – A sunamita relata um sonho onde perdera o seu amado.
5:2 a 6:3 – No sonho, as donzelas perguntam pelas características do amado e
ela descreve sua formosura, bem como o encontro desagradável com os guardas.
6:4 a 9 – Salomão entra e elogia sua esposa.
6:10 a 7:5 – Há um diálogo entre o coro de donzelas e a sunamita.
7:6 a 9 – Novamente Salomão a elogia.
7:10 a 8:4 – A esposa convida o esposo a visitar seu lar paterno.
Cena 5 > 8:5 – Os habitantes de Suném de longe vêem a comitiva.
8:6 a 14 – Diálogo entre Salomão e a esposa, com um coro dos irmãos da
esposa.
e- COMENTÁRIOS
1 – Alguns estudiosos modernos analisam o texto não como um idílio lírico mas como
um drama onde a Sunamita seria noiva de um pastor como ela, em sua terra. Salomão
a encontra em sua vinha e a leva para seu palácio em Jerusalém fazendo todo esforço
para convencê-la a desposá-lo, ela contudo permanece fiel ao seu noivo. Até que por
fim, com a aprovação do rei, ela retorna à sua terra para desposar seu noivo,
enaltecendo a fidelidade do amor.
Esta hipótese é rejeitada pela maioria porque:
O estilo da narrativa não é de um drama com um conflito, onde haveria uma seqüência
lógica e cronológica de narrativa.
Este é o cântico mais belo e importante de Salomão, e não um triste relato de um
fracasso amoroso,
Considerar o belo amor de Salomão pela Sunamita justifica sua presença no Cânon
Sagrado e a leitura anual do livro na festa da Páscoa dos Judeus.
113
2 – O livro, tal como Ester, não traz uma vez sequer o nome de Deus. Não é um conto
religioso, ou um estímulo à fé. Mas é tão belo, tão verdadeiro, tão sincero, que foi
considerado sagrado pelos judeus porque este relacionamento amoroso é perfeita
alegoria para o amor entre Deus e seu povo Israel.
Por este motivo, o livro é lido anualmente por ocasião da festa da Páscoa, a
comemoração mais importante para os judeus.
3 – Podemos afirmar sem sombra de dúvida, que Cantares é o livro menos lido e
menos pregado em nossas igrejas. É o livro mais deturpado pelos ascetas e pelos
sensuais, sendo contudo de grande importância nos dias que vivemos.
A má interpretação dada ao livro divide os cristãos em dois grandes grupos:
Aqueles que acham o livro dispensável, vendo nele um conto erótico, que faz
enrubescer, pela mera leitura.
Aqueles que o espiritualizam completamente, transcendentalizam-no, tornam seu relato
sobrenatural. Crêem que é uma história alegórica e tentam encontrar significados
espirituais para cada detalhe da história, das palavras e dos acontecimentos.
OS LIVROS PROFÉTICOS
a- INTRODUÇÃO
Vidente- I Sm.9:9
Eram assim chamados porque viam o que os olhos humanos comuns não
podiam ver.
Não era uma questão de possuíram psicologia profunda, inteligência
incomparável ou uma manifestação de ocultismo. É verdade que Deus revelava
sua mensagem muitas vezes sob forma de visões (Am.1:1), mas esse nome
vinha sobretudo pelo fato deles receberem o ponto de vista de Deus. Eles viam
as coisas como Deus as via e não iludidos pela aparência externa delas.
Homem de Deus- I Rs.13:4 e II Rs.4:9 Esta expressão evidencia uma ligação intensa
com Deus, um compromisso profundo e total com Ele. Pertencimento, dedicação ,
consagração, caráter santo, justo e reto.
115
Após Malaquias, Deus faz um silêncio profético, só voltando a falar através de João
Batista.
g- TEMA E CONTEÚDO
Exceto isto, na grande maioria das vezes encontramos três elementos na mensagem
dos profetas:
117
h- COMENTÁRIOS
1 – Podemos avaliar a importância do estudo destes livros e o papel que eles possuem
no Cânon Sagrado segundo alguns parâmetros:
atributos; possuem poesia (Hc.3:1-19), pois muitas vezes com grande riqueza poética
Deus usou seus mensageiros.
2 – Quando Deus se revelava aos seus profetas sob a forma de visões e seu conteúdo
alcançava gerações futuras, dava-lhes uma visão completa e complexa, onde incluía
ao mesmo tempo elementos do presente, de um futuro próximo e de um futuro distante
ou remoto, tudo ao mesmo tempo, sem que fosse dado ao profeta, discernimento
completo sobre o que pertencia a que tempo, e quanto tempo demoraria entre um
evento e outro.
É algo que se assemelha a contemplarmos uma serra montanhosa à distância.
Aparentemente uma montanha se justapõe à outra, parecendo estarem intimamente ou
continuamente ligadas. À medida no entanto que nos aproximamos, percebemos que
há enormes distância como vales, rios, cascatas, etc.
Na mensagem profética, proveniente de semelhante revelação, há eventos por
vezes descritos como se fossem contemporâneos, mas que estão na verdade
separados por milhares de anos (Is.9:6). Há profecias sobre a vinda do Messias, que
contém elementos de sua primeira e da segunda vinda.
Veja Joel 1:4 a 6 – Há a praga contemporânea, o juízo num futuro imediato
através dos Assírios e o juízo final.
3 – Os profetas falavam de coisas espirituais e seres humanos, falavam de revelações,
que trazendo conteúdo transtemporal, atravessariam a história e, precisariam ser
entendidos por todos os homens em todos os tempos, épocas e lugares. Isto tornou
necessário o uso de uma linguagem poética e simbólica.
OS PROFETAS MAIORES
1 – ISAÍAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Isaías quer dizer “Salvação de Jeová”.
AUTOR – O autor é Isaías, filho de Amós, marido de uma profetiza e pai de dois filhos
(1:1 e 8:3). Membro da família real, do rei Joás, primo do rei Uzias, foi profeta no
palácio por cerca de 50 anos, durante os reinados de Uzias Jotão, Acaz e Ezequias.
Morreu, segundo a tradição judaica, serrado ao meio, após ser enterrado vivo
dentro de um tronco ôco, sob as ordens do terrível rei Manassés (ver Hb.11:37).
Sua autoria única de todo o livro é contestada por muitos estudiosos da alta
crítica, porque o livro nitidamente possui duas partes (caps.1 a 39 e caps.40 a 66)
diferentes quanto à abordagem teológica, temática e conteúdo.
A Segunda parte do livro teria sido escrita por outro autor durante o período pós-
exílico, pois nesta 2ª parte:
b- CONTEÚDO
Isaías é considerado o maior dos profetas do V.T., sendo ao mesmo tempo
profeta, poeta, estadista e grande orador. Deus o usa, assim como usou Amós o
boiadeiro agricultor, revelando com isto não fazer acepção de pessoas e sua
disposição de usar homens independentemente de suas qualidades ou atributos
pessoais. Seu livro contém variadíssimo material profético, pois ele denunciou o mal
em Israel e Judá, ameaçou os inimigos circunvizinhos como Egito, Assíria, Moabe,
Filístia, Síria e Edom (cap.13 a 23), aconselhou reis como Ezequias (caps.36 a 39),
anunciou o Messias com tal riqueza de detalhes que é chamado de “o profeta
evangélico”, anunciou a queda do reino do Norte pela Assíria (8:4) e presenciou o
cumprimento de sua profecia, quase 200 anos antes predisse o cativeiro babilônico e
até o nome do futuro libertador (41:25; 44:28 e 45:1). Seu estilo literário é belíssimo,
usando em sua mensagem inúmeras figuras de linguagem (3:16-24; 5:1-7; 26) e figuras
dramáticas (7:3; 8:3 e 4; 20:2 e 3).
Começa seu ministério sob os reinados de Uzias e Jotão (caps.1 a 6, ver 6:1),
falando contra a ganância de alianças com povos pagãos e idolatras. Prosseguiu
falando quando o mau rei Acaz subiu ao trono ( caps.7 a 14, ver.7:1), este era um rei
idólatra declarado e por isto sofreu castigos de Deus como invasões freqüentes em seu
reino. É um tempo de profetizar juízo (cap.8) e anunciar a esperança messiânica (
caps.7 e 9, 10 e 11). Babilônia, futura inimiga, também seria destruída (caps.13 e 14).
Morre Acaz, mas segundo Isaías, não morreram as opressões sobre um povo distante
de Deus (14:28-32).
O rei Ezequias assume o trono, é um período fundamental na história do povo de
Deus e ocupa a maior parte das mensagens proféticas de Isaías (caps.15 a 66). Um rei
piedoso, que começou bem seu reinado, mas terminou mal. Durante o 6º ano de seu
reinado a Assíria invadiu o Norte e destruiu Israel, vindo após oito anos a invadir
também o reino de Judá, Ezequias adoeceu mortalmente. Isaías foi forte apoio ao rei
neste período crítico (caps.36 a 39; II Rs.18 a 20).
Isaías freqüentemente neste período condena a idolatria e as alianças espúrias,
tal como a que Ezequias fez com o Egito para livrar-se da Assíria.
Os capítulos 40 a 66 trazem principalmente uma mensagem de consolação e
restauração, enfatizando a graça de Deus e vinda do Messias, o “servo sofredor”. O
capítulo 53 é o central não só numericamente quanto temáticamente.
c- DIVISÃO –
Há formas diversas de dividir o rico livro de Isaías. Uma delas é a que
apresentamos no conteúdo do livro, correspondendo ao período dos reis:
Sob Jotão e Uzias – caps.1 a 6
Sob Acaz – caps.7 a 14
Sob Ezequias – caps.15 a 66
Alguns questionam se o trecho do “servo sofredor” (caps.40 a 66) não poderia
pertencer ao período de sofrimento do profeta Isaías sob o governo do rei
Manassés.
Uma Segunda forma de dividir o livro é aquela que o faz em três partes, quanto ao
seu objetivo e conteúdo profético:
Denúncias, julgamentos e condenação para Israel, Judá e circunvizinhos – caps.1 a
35
A história do rei Ezequias – caps.36 a 39
Libertação, redenção e consolo – caps.40 a 66.
Entretanto, a maioria dos autores, contudo, adota uma divisão mais simples e
concisa:
Denúncia e condenação – caps.1 a 39
121
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 66 capítulos com 1292 versículos tratando de:
1a6- Juízo contra Israel e Judá
7 a 12 - Alianças políticas condenadas
13 a 23 - Dez predições de castigos aos inimigos circunvizinhos.
24 a 27, 32 e 35 - O apocalipse de Isaías.
28 a 31, 33 e 34 - Mais juízo contra Israel, Judá e inimigos.
36 a 39 - O rei Ezequias
40 a 48 - A grandeza de Jeová contrastando com as nações gentias.
49 a 57 - A redenção através do sofrimento
58 a 66 - A implantação do reino universal de Deus
d- COMENTÁRIOS
3 – Isaías 14:12-23 e Ezequiel 28:12-19, são os dois textos mais ricos da Bíblia sobre a
beleza e perfeição original de Satanás, e os motivos de sua queda. Os profetas o
apresentam como o “rei da Babilônia” e o “rei de Tiro”, na verdade tomando numa
figura de linguagem, as figuras pelo figurado ( Satanás) que estava por trás de seus
reinados satânicos.
Daniel usa a mesma figura em Dn.10:20.
4 – Quase todos os estudiosos de Isaías apresentam seu livro como uma Mini-Bíblia,
diante de tantas “coincidências”. Vejamos:
A Bíblia tem 66 livros, Isaías tem 66 capítulos.
A Bíblia se divide em duas partes: V.T. com 39 livros e N.T. 27 livros; e Isaías tem duas
partes, a primeira fala de julgamento e condenação (caps.1 a 39) e a Segunda fala
de graça e redenção (cap.40 a 66).
A primeira parte da Bíblia (V.T.), se encerra com profecias messiânicas e é assim que
termina a primeira parte de Isaías (cap.34 e 35). A Segunda parte da Bíblia (N.T.) se
abre com o precursor do Messias ( João Batista) e trata da pessoa e obra de Jesus.
A Segunda parte de Isaías ( cap.40) começa falando de João Batista e anuncia a
graça salvadora do Messias.
A Bíblia termina com o Apocalipse e Isaías termina com a visão de um novo céu e uma
nova terra (cap.65:17)
Entre a primeira (V.T.) e a Segunda (N.T.) partes da Bíblia há um interlúdio histórico,
onde Israel é ameaçado pelos dois grandes impérios mundiais o Grego e o Romano.
Entre a primeira (cap. 1 - 36) e a segunda parte de Isaias, há um interlúdio histórico
onde Israel é ameaçado pelos dois grandes impérios mundiais de então, o Assírio e
Babilônico (Cap.36 – 39)
122
2 - JEREMIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME: Jeremias quer dizer “Jeová estabelece”.
AUTOR: O autor é o profeta Jeremias, com seu escrivão Baruque fazendo as
anotações (36:4).
É o livro profético que mais nos apresenta seu próprio autor. Era filhe de Hilquias,
o sumo-sacerdote que achou o livro da Lei no tempo da reforma do rei Josias (II
Rs.22:8-20). Hilquias foi bisavô de Esdras (Ed.7:1).
Jeremias foi vocacionado ainda jovem, e tentou fugir do duríssimo ministério que
se vislumbrava. Mas Deus o havia vocacionado ainda no ventre de sua mãe, e tocou-
lhe os lábios, pondo-lhe na boca suas santas palavras (1:4-10).
Profetizou durante 40 anos, pelo reinado de cinco reis e um governador de Judá,
sendo sempre desprezado, perseguido e castigado.
Só sobreviveu porque realmente “Jeová o estabeleceu”.
Era Jovem, tímido e sensível. Chorava com facilidade. (9:1 e 13:17). Só teve
reconhecido seu valor, depois de morto, pelo povo que voltou do exílio, segundo
cumprimento de suas profecias.
Foi contemporâneo de: Habacuque, Sofonias, Naum, Obadias, Ezequiel e Daniel.
DATA DA ESCRITA – Jeremias recebe ordens de Deus, no meio do seu ministério,
para escrever as suas profecias. (36:1 e 2)-605 a.C.
Seu escrivão Baruque registra suas profecias, e Jeremias é preso. Baruque lê as
profecias no templo e no palácio (36:6-19), e enraivecido, o rei Jeoaquim rasga o rolo e
o lança ao fogo.
Jeremias reescreve as profecias e acrescenta ainda mais novas palavras.
Registra até próximo ao final do seu ministério. Cerca de 586 a.C.
TEMPO DE AÇÃO – Jeremias foi chamado a profetizar com 20 anos de idade, durante
o reinado de Josias (626 a.C.) e ministrou até pouco antes de sua morte no Egito (586
a.C.).
VERSO-CHAVE – 1:18- “Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna e ferro, e
por muros de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes,
contra os seus sacerdotes e contra o seu povo”.
b- CONTEÚDO
Jeremias era um jovem tímido e sensível e foi chamado por Deus com uma
missão duríssima ( vide o verso-chave), anunciar o juízo de Deus contra Judá, diante
da severa oposição do povo, dos líderes políticos, reis e sacerdotes. Ninguém a seu
favor, ninguém a lhe reconhecer méritos, ninguém a se converter, durante as décadas
que seu ministério duraria.
Começa a profetizar durante o reinado do também jovem rei Josias e o a ajuda
em suas reformas e avivamento religioso (II Cr.34 e 35). As profecias do reinado de
Josias as dos capítulos 2 a 12, e em sua maioria são um apelo à conversão de Judá.
As lutas contra ele começam e seus próprios conterrâneos querem matá-lo (cap.11).
No ano 609 a.C. o rei Josias é morto na batalha de Megido contra o Egito, e isto
traz intensa comoção em Judá (II Cr.35:20-27).
Jeoacaz, filho de Josias só reina por 3 meses, pois é preso pelo rei Neco do Egito
e vem a morrer cativo. Neco nomeia Jeoaquim como rei de sua confiança em Judá (II
Rs.23:28-37).
Durante o reinado de Jeoaquim, Jeremias profetiza o que aparece registrado nos
capítulos 13 a 20; 25 a 27:1; 35 e 36. Intensamente anuncia o juízo de Deus, combate
123
A maioria dos autores rearranja os capítulos de acordo com o período dos reis de
Judá, ao tempo em que Jeremias profetiza:
No reinado de Josias – caps. 1 a 12.
No reinado de Jeoaquim – caps. 13 a 20; 25 a 27:11; 35 e 36.
No reinado de Zedequias – caps.21 a 24; 27 a 34; 37 a 39.
Durante o cativeiro – caps.40 a 44.
Em tempos diversos aos povos circunvizinhos – caps.45 a 52.
d- ESBOÇO DO LIVRO
Com seus 52 capítulos e 1364 versículos, é o segundo maior livro da Bíblia,
somente menor que os Salmos.
1 a 12 – Profecias no reinado de Josias.
13 a 20 – Profecias no reinado de Jeoaquim.
21 a 27 – No reinado de Zedequias, aconselha submissão à Babilônia.
22 – O destino do rei Jeoaquim.
25 e 26 – No reinado de Jeoaquim, conspiração contra Jeremias.
28 – No reinado de Zedequias, o falso profeta Hananias.
29 – No reinado de Zedequias, uma carta aos cativos da Babilônia.
30 a 33 – No reinado de Zedequias, confiança na restauração de
Jerusalém.
34 – O destino do rei Zedequias.
35 – No reinado de Jeoaquim, constância e obediência dos recabitas.
36 – No reinado de Jeoaquim o livro é queimado.
37 e 38 – No reinado de Zedequias, prisão de Jeremias.
39 – No reinado de Zedequias, a tomada de Jerusalém.
40 a 43 – História final de Jeremias.
44 – Protesto contra a idolatria dos judeus no Egito.
45 – Mensagem ao escritor Baruque.
46 a 52 – Profecia contra nações inimigas em tempos diversos.
52 – No reinado de Zedequias, repetição da tomada de Jerusalém.
e- COMENTÁRIOS
1 – Jeremias dramatizava freqüentemente suas profecias para torná-las mais
inteligíveis e memorizáveis.
Vejam alguns exemplos:
A vara de amendoeira e a panela ao fogo – no capítulo 1.
O cinto de linho e o jarro quebrado – no capítulo 13.
O vaso do oleiro – no capítulo 18.
A botija quebrada – no capítulo 19.
Os canzis – no capítulo 27.
A compra de um campo – no capítulo 32.
As grandes pedras – em 43: 9-13
O livro lançado no Eufrates – em 51:63 e 64.
2 – A Palavra de Deus é apresentada por Jeremias como o martelo que esmiuça a
penha em 23:29. Outros textos belíssimos e muito conhecidos são: 9:23 e 24; 10:10-13
e 23; 17:5 a 10; 20:9 e 12; 22:13 a 16; 23:1,5 e 6,23 e 24,31 e 32; 29:7 e 11-14;
31:21,34 e 37; cap.33.
3 – É Jeremias quem anuncia o tempo de duração do cativeiro Babilônico – 25:1-15, e
Daniel ao estudar esta profecia acorda para o fato de que o tempo chegara ao fim –
(Dn.9:2).
6 – Jeremias foi o mais perseguido e impopular profeta que a Bíblia apresenta. Pregou
mais de 40 anos sem que aparentemente fosse ouvido.
Contudo após a sua morte, suas palavras foram fonte de esperança e alegria para os
milhares de judeus que estavam cativos.
9 – Alguns afirmam que os 70 anos de cativeiro devem ser contados entre 586 a.C.
(destruição do templo) e 516 a.C. (a reconstrução do templo) segundo a
interpretação de Zacarias 1:12.
126
3 – LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – No grego o livro chama-se “threnoi” que quer dizer, “alto choro”, “lamentação”.
Os hebreus o chamavam “Ekah” ou “Como!”... que é a primeira palavra do livro no
hebraico. Posteriormente os rabinos passaram a entitulá-lo “qunoth” que significa
“pranto”, “alto choro”, lamentação”.
AUTOR – O livro não fala quem é o seu autor, mas não há dúvidas de que foi
Jeremias.
Esta é a crença tanto das tradições judaicas quanto cristãs, inclusive este livro
fazia parte da profecia de Jeremias, de onde foi separado.
Ninguém melhor que o profeta Jeremias podia escrever este livro, como sua
própria profecia, através do seu escrivão Baruque.
Ninguém amava tanto Jerusalém, ninguém anunciou tanto este doloroso fim,
ninguém tão presente ao quadro podia revelar tão íntima dor, como este sentimental
profeta.
DATA DA ESCRITA – 586 a.C., durante a invasão Babilônica e cativeiro de Judá, na
destruição completa da cidade e do templo.
TEMPO DA AÇÃO – A data da invasão e destruição foi 7 de agosto de 586 a.C. É este
o tempo da ação a que se refere o livro.
No ano 70 A.D., em 9 de agosto, o general romano Tito, destrói Jerusalém pela
segunda vez. A data 9 de agosto é celebrada anualmente pelos Judeus, por causa
das duas destruições do templo e, por ocasião deste dia, o livro de Lamentações é
lido nas sinagogas.
VERSO-CHAVE – 2:5 e 6 –“Tornou-se o Senhor como inimigo, devorou Israel, devorou
todos os seus palácios, destruiu as suas fortalezas, e multiplicou, na filha de Judá, o pranto e a
lamentação. Demoliu com violência o tabernáculo, como se fosse um horta; destruiu o lugar de
sua congregação, o Senhor em Sião pôs em esquecimento e as festas e o sábado, e na
indignação da sua ira, rejeitou com desprezo o rei e o sacerdote”.
b- CONTEÚDO
Após os dois primeiros cercos a Jerusalém promovidos por Nabucodonosor, rei
da Babilônia, em 605 a.C. e 597 a.C., o rei Zedequias foi colocado no trono de Judá
como homem de confiança de Nabucodonosor. Zedequias contudo traiu esta confiança
e aliou-se ao rei do Egito contra a Babilônia.
Durante 40 anos o profeta Jeremias advertiu contra o pecado e anunciou este
provável castigo por mãos Babilônicas. Condenou Zedequias e aconselhou-o e, ao
povo, que se entregassem ao juízo de Deus. Agora no ano 586 a.C., Nabucodonosor,
invade Jerusalém leva cativo o povo e o rei Zedequias, a quem fura os olhos (Jr.39:6 e
7), arrasa a cidade, queima e destrói tudo, inclusive o templo do Senhor, bela,
imponente, majestosa, sagrada obra, inestimávelmente amada pelo povo.
Era o fim de tudo quanto o povo considerava inviolável e invencível, a cidade e o
templo. Quem sabe o povo até continuava pecando, apesar das advertências
proféticas, porque julgava impossível Deus abandonar seu povo, sua cidade e seu
templo. Mas como prometera, cumprira. Deus é de palavra.
O juízo veio, como Jeremias advertira em sua mensagem.
E, ele, que sabia com certeza que tudo isto ia acontecer, é contudo o mais
surpreso, ou melhor, estupefato; há tristeza, dor, lamento.
127
c- DIVISÃO – O livro pode ser dividido em seus próprios cinco capítulos que são cinco
poesias, ou cinco hinos fúnebres, e onde, em cada capítulo, a cidade é representada
por uma figura metafórica.
Capítulo 1 – A cidade é uma viúva chorando.
Capítulo 2 – A cidade é uma mulher com véu, chorando entre as ruínas.
Capítulo 3 – A cidade é o profeta chorando ante um juiz que é Jeová.
Capítulo 4 – A cidade é como ouro embaçado, degradado.
Capítulo 5 – A cidade é um suplicante diante de Deus.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui capítulos com 154 versículos.
A forma poética de escrita é artística e simétrica. Vejamos as razões disso:
Todos os capítulos, exceto o quinto, estão escritos em acróstico, ou seja iniciam com
cada uma das 22 letras, do alfabeto hebraico
O capítulo 3, que possui 66 versículos, faz o acróstico com 22 grupos de 3 versículos
para cada letra.
Desta forma todos os capítulos possuem 22 versículos ou múltiplo de 22 como o
terceiro capítulo.
No hebraico, os capítulos 1 e 2, usam três linhas para cada versículo, os capítulos 3 e
4, usam duas linhas para cada versículo e o capítulo 5, uma apenas uma linha para
cada versículo.
Obs. O esboço do livro, capítulo por capítulo, foi apresentado no item DIVISÃO.
e- COMENTÁRIOS
É de Lamentações um dos trechos bíblicos mais belos e conhecidos da Bíblia, o
capítulo 3:21 a 42.
A Bíblia hebraica só possui três livros poéticos (Salmos, Provérbios e Jó) e são
chamados Hagiógrafos.
O livro de Lamentações faz parte de um grupo chamado Megilloth, ou “os cinco
rolos”, onde cada um dos rolos é lido uma das cinco festas mais importantes dos
judeus. São eles:
Cantares – lido na Páscoa
Rute – lido no Pentecostes
Eclesiastes – lido na festa dos Tabernáculos
Ester – lido no Purim
Lamentações – lido no aniversário da destruição de Jerusalém. todo 9 de agosto, e por
muitas sinagogas de Israel, em toda sexta-feira, diante do “muro das Lamentações”.
Jerusalém foi destruída novamente no ano 70 A.D. pelo general romano Tito,
cumprindo a profecia de Jesus em Lc.19:41-44.
128
4 - EZEQUIEL
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Ezequiel significa “Deus fortalece”.
Como já tivemos oportunidade de dizer, o significado dos nomes dos profetas,
ajuda-nos a entender muito o tipo de mensagem e ministério que tiveram. Veja: Ez..2:1-
7 e 3:4-11.
AUTOR – A autoria de Ezequiel é universalmente aceita.
Ele é um profeta que fala ao povo de Deus durante o exílio, sendo
contemporâneo de Daniel, o qual tinha aproximadamente sua mesma idade. Enquanto
Daniel tinha acesso ao palácio babilônico, Ezequiel falava ao povo nas ruas e nas
casas, na Babilônia.
Ambos, Daniel e Ezequiel, foram também contemporâneos do final do ministério
profético de Jeremias, o qual falava ao povo que restou lá em Judá, quando a maior
parte foi trazida para o cativeiro babilônico.
Ezequiel além de profeta era também sacerdote (Ez..1:3), embora sem templo e
sem sacrifícios. Nascera durante o reinado de Josias e aos trinta anos, quando deveria
assumir o sacerdócio, em 597 a.C., foi trazido cativo para a Babilônia, no segundo
cerco a Jerusalém, de Nabucodonosor. Na Babilônia, vivia numa casa junto ao rio
Quebar, na colônia judia chamada Tel-Abibe. (Ez..1:1 e 3:15).
DATA DA ESCRITA – Ezequiel datou todas as suas mensagens, e as escrevia à
medida em que profetizava.
Escreveu-as entre 592 a 570 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Seu livro, e ministério, começa no quinto ano do cativeiro do rei
Joaquim (II Rs.25:10-16), em 5 de julho de 592 a.C. (Ez..1:2), e suas últimas profecias
são: ( Ez:40:1) que é uma visão ocupando os últimos capítulos do livro, e que está
datada de 10 de abril de 572 a.C., e ainda Ez.29:17, onde há uma profecia contra o
Egito, em 1 de abril de 570 a.C.
VERSOS-CHAVE – 1:1 e 3:17
“... estando eu no meio dos exilados, junto ao rio Quebar, se abriram os céus e eu tive visões
de Deus”
“Filho do homem eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra
e os avisarás de minha parte.”
A frase “a glória de Deus” aparece doze vezes nos primeiros onze capítulos. Ela
se retira do templo de Jerusalém por causa do pecado de idolatria do povo. Vem a
destruição de Jerusalém e do templo, pelo julgamento e juízo divinos.
A glória contudo retorna, na restauração de Israel, nos capítulos 43 e 44.
b- CONTEÚDO
Ezequiel era sacerdote. Antes que iniciasse ministério sacerdotal em Judá, foi
levado cativo aos 30 anos, para a Babilônia, na 2ª leva de exilados, em 597 a.C..
Um grupo de importantes pessoas, entre elas Daniel, já estava no exílio desde
605 a.C..
Ele para cinco anos em Tel-Abibe quando então, é vocacionado para o ministério
profético através de uma visão (592 a.C.).
Seu ministério era específico, devia admoestar o povo no cativeiro a lembrar-se
constantemente do porquê de estarem ali, anunciar o juízo iminente sobre Jerusalém
(fato que se deu no ano de 586 a.C.), anunciar ainda o juízo de Deus sobre as nações
129
c- DIVISÃO
Podemos, como vimos acima, dividir a profecia de Ezequiel em 3 fases:
Profecias antes do cerco final a Jerusalém – caps.1 a 24
Profecias durante o cerco a Jerusalém – caps.25 a 32 referem-se às nações gentias.
Profecias após o cerco e tomada de Jerusalém – caps.33 a 48 referem-se à
restauração de Israel.
130
d- ESBOÇO DO LIVRO
São 48 capítulos com 1272 versículos, tratando de :
1a3 O chamado e vocação do profeta
4 a 24 Juízo sobre Jerusalém
25 a 32 Juízo sobre as nações gentias
33 O Atalaia
34 Profecia contra os chefes de Israel
35 Profecia contra Edom
36 e 37 Profecia quando ao retorno de Israel à sua terra.
38 e 39 Profecia contra Gogue
40 a 48 Profecia sobre a restauração do templo e o reino milenar do
Messias.
e- COMENTÁRIOS
1 – Expressões que aparecem muitas vezes neste livro são:
A Glória de Deus – sobre esta já falamos no CONTEÚDO.
“Veio a mim a palavra do Senhor” – aparece 49 vezes.
É o profeta comprometendo sua mensagem com sua origem genuína.
As palavras eram duras, mas autênticas.
“Filho do homem” – Por 93 vezes, Deus se dirige a Ezequiel tratando-o desta forma.
Só Daniel (Dn.8:17) uma vez, e Jesus por 80 vezes, recebem esta denominação.
A expressão nos assegura a identificação que o profeta cativo tinha para com os
seus contemporâneos também cativos. Era um profeta cativo, falando para seu
próprio povo cativo, não alguém de fora da dor ou da tragédia, mas dentro do
mesmo quadro.
2 – O ministério de Ezequiel começou nas casas dos Judeus no exílio (1:3 e 3:15).
Provavelmente este foi o embrião das sinagogas.
No cativeiro não havia templo, altar ou sacrifícios. Ezequiel era sacerdote, e no
tempo que iniciaria sua missão sacerdotal foi levado cativo.
5 - DANIEL
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Daniel significa no hebraico, “Deus é meu juiz”.
Isto já sugere o tema e conteúdo do livro, a soberania do Senhor sobre todas as
nações.
AUTOR – O profeta Daniel é o autor do livro.
Ele nascera durante o governo do rei Josias em Judá, era de nobre família (1:3) e
foi levado por Nabucodonosor junto com outros jovens, no primeiro cerco a Jerusalém
(605 a.C.). Lá foi separado com seus amigos para uma alimentação especial e estudos
de preparação. Ganhou um novo nome: Beltessazar – “Que Bel proteja sua vida”.
Após dois anos interpretou um sonho de Nabucodonosor (cap.2), sendo por isto
declarado governador da província, chefe dos sábios do reino e conselheiro do rei.
(2:48)
Permaneceu no palácio por quase 70 anos, servindo a cinco governadores
babilônicos e a dois persas. ( Nabucodonosor, Evil-Merodaque, Neriglizar, Nabonido,
Belsazar, Dario e Ciro).
A autoria de Daniel não é universalmente aceita, alguns afirmam ser alguém
vivendo no período pós exílico, talvez no período interbíblico (+ ou – 165 a.C.).
Entretanto Ezequiel, seu contemporâneo, reconhece sua historicidade, sua
notável sabedoria e integridade de caráter (Ez..14:14, 20; 28:3).
Jesus (Mt.24:15), as tradições judaicas e cristãs, reconhecem a autoria de Daniel.
Ressalta-se que a septuaginta, escrita em torno de 250 a.C., já apresentava seu
cânon o livro de Daniel. O historiador Josefo relata que Alexandre o Grande, ao entrar
em Jerusalém ( 332 a.C.) impressionou-se e muito com as profecias de Daniel a ele
apresentadas pelo sacerdote Jádua.
DATA DA ESCRITA – Em torno de 535 a.C., após 70 anos na Babilônia, quando
recebe e registra sua última visão.(10:1)
TEMPO DA AÇÃO – O ministério profético de Daniel se deu durante todo o período do
exílio, ou seja entre 605 e 535 a.C.
VERSOS-CHAVE – 4:34 e 35 – “... eu Nabucodonosor levantei os olhos ao céu, ... eu
bendisse o Altíssimo e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno
e cujo reino é de geração em geração.
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e segundo a sua vontade ele
opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão,
nem lhe dizer: Que fazes?”
b- CONTEÚDO
O livro de Daniel, embora pequeno, abrange um período histórico de 70 anos, que
é o tempo do cativeiro.
Daniel foi levado com alguns jovens importantes e nobres de Judá, para a
Babilônia, na Ocasião do primeiro cerco de Nabucodonosor ao reino de Judá, no ano
605 a.C..
Toda sua vida praticamente é vivida lá na Babilônia, pois com aproximadamente
90 anos, ele assiste a última leva de judeus voltar do exílio, mas ele, já muito idoso,
permanece por lá.
Nestes 70 anos de cativeiro para os judeus, e vida profética para Daniel, ele
assistiu a ascensão e a queda de grandes impérios, sendo este o tema de muitas
mensagens, as quais revelam a soberania de Deus sobre as nações e antecipam muito
do calendário histórico de reinos gentios, que Deus através de visões, lhe mostrou.
133
c- DIVISÃO
A maioria dos autores divide o livro de Daniel em duas partes:
História – caps.1 a 6
Profecias – caps.7 a 12 (cronológicamente concomitantes aos caps.1 a 6)
135
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 12 capítulos com 357 versículos contando o seguinte:
1 Daniel chega à corte Babilônica
2 A visão de Nabucodonosor da estátua
3 Os jovens na fornalha
4 A visão e humilhação de Nabucodonosor
5 A escrita na parede
6 Daniel na cova dos leões
7 O sonho de Daniel sobre os quatro animais
8 A visão de Daniel sobre o carneiro e o bode.
9 A oração de Daniel e as setenta semanas.
10-12 A última visão de Daniel
e- COMENTÁRIOS
1 – Daniel foi primeiro ministro no governo de 3 reis, Nabucodonosor, Belsazar e Dario.
Esta sua posição em muito foi favorável aos cativos em terras babilônicas, e ao
decreto de libertação, já que certamente Daniel foi o responsável por Ciro saber-se
profetizado como libertador do povo (Is.44 e 45) cerca de 150 anos antes.
2 – Daniel é junto com Isaías, o autor de V.T. mais discutido como verdadeiro.
Os argumentos para isto usados são:
“Ele não é incluído entre os “profetas” no cânon hebraico, mas sim entre os “escritos”,
último grupo de livros a serem aceitos como canônicos entre os judeus.”
Este argumento é rebatido pelo fato de que outros livros que foram incluídos
entre os escritos, foram escritos bem antes de Daniel como Salmos, Provérbios, Jó,
etc.
“A presença de termos medos e persas, bem como gregos no livro, apontam para um
escritor do período interbíblico.”
Daniel no entanto viveu o tempo persa, e os gregos eram já bem conhecidos, em
especial para um nobre que viveu 70 anos na corte babilônica.
“Profecias do capítulo 11 são detalhadamente cumpridas no período Macabeu
(interbíblico)”.
Só que descrê da revelação divina, pode duvidar que Deus tenha dado estes
detalhes a Daniel.
3 – Aspenaz, o chefe dos eunucos, muda o nome de Daniel e seus três amigos,
segundo os deuses adorados na Babilônia.
Hananias, “agraciado do Senhor” para Sadraque, que significa: “o servo de AKU”,
deus da lua.
Misael, “quem é como Deus? Para Mesaque, que siguinifica: Quem é igual a
AKU”.
Azarias, “meu socorro é o Senhor” para Abede-nego, que significa: “servo de
Nego” – deus da sabedoria e da astrologia.
Daniel, para Beltessazar, que significa: “Que Bel proteja sua vida”, o deus
poderoso da Babilônia.
136
OS PROFETAS MENORES
1 - OSÉIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Oséias que dizer “salvação”.
AUTOR – É o próprio profeta Oséias, filho de Beeri, contemporâneo dos profetas
Amós, Miquéias e Isaías (1:1).
DATA DA ESCRITA – Em torno do ano 740 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – O primeiro verso no livro nos informa que Oséias profetizou
durante o tempo do reinado do rei Jeroboão II em Israel (794 – 753 a.C.) ,
contemporaneamente ao reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (791 – 696 a.C.) em Judá.
Ao conciliarmos as datas, e observarmos que sua profecia advertia principalmente
Israel quanto à sua infidelidade e ao seu iminente castigo, o qual veio pelos Assírios
em 722 a.C., concluímos que seu ministério profético deu-se entre 760 – 720 a.C.,
portanto alcançando todos os reis citados.
VERSO-CHAVE - 1:2 – “... vai toma uma mulher de prostituições, e terás filhos de
prostituição, porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor.”
b- CONTEÚDO
Oséias é vocacionado no reino de Norte, ao tempo em que o rei Jeroboão II
reinava.
Politicamente era um tempo áureo, pois Israel se expandira bastante (II Rs.14:23-
29 a II Rs.17), mas espiritualmente vivia um tempo negro.
Os profetas Elias, Eliseu e recentemente Amós, advertiram Israel de seus maus
caminhos, mas nada mudara. Pecado disseminado, idolatria tal que prostitutas cultuais
e sacrifícios infantis ali eram realizados, sacerdotes corrompidos e ladrões, cultos
vazios e hipócritas, graves injustiças sociais, eram o terrível retrato deste que se
chamava povo de Deus ( Os.4:2, 9, 12, 13, 17, 18). Povo infiel, adúltero e traidor.
O juízo em breve viria, se não houvesse conversão sincera (Os.6:1-7). Deus
então usa a mensagem do profeta através de sua história familiar. Oséias casa-se com
uma mulher prostituta por orientação de Deus (se o profeta já sabia ser ela prostituta
antes de casar-se ou não, a Bíblia não nos diz). Ele a ama intensamente, mas ela o
trai, foge, prostitui-se e se torna escrava (Os.1 e 2). Oséias contudo continua a amá-la
e a perdoa, compra-a (Os.3).
Todo este quadro representava o casamento de Deus com Israel e sua traição
(Os.2:19).
Oséias revela ao povo a sua infidelidade para com o Senhor, e o juízo que adviria
disto (Os.4-10), porém como seu nome o diz, aponta ao final da mensagem, um
caminho de arrependimento, graça e salvação (Os.11:14). “Volta ó Israel para o
Senhor” (Os.14:1). O amor de Deus era um amor antigo: “Quando Israel era menino, eu
o amei, e do Egito chamei o meu filho” (Os.11:1). Promete cura e restauração: “curarei
a sua infidelidade ... serei para Israel como orvalho” (Os.14:4 e 5).
Israel, contudo, ouviu esta mensagem e foi destruído no ano 722 a.C., pelos
Assírios.
138
c- DIVISÃO
O livro de Oséias é tradicionalmente dividido, segundo esta figura de casamento, em:
Separação: Israel, a esposa infiel- caps.1 a 3
Condenação: Israel, a nação pecaminosa – caps.4 a 13:8
Reconciliação: Israel, a nação restaurada – caps.13:9- 14:9
No entanto podemos dividi-lo também segundo os três elementos contidos na
mensagem profética (vide introdução aos livros proféticos).
Advertências contra o pecado – Juízo: caps.1 a 3, 4 a 10 e 13 “Eu castigarei a todos
eles”.
Convite ao arrependimento: caps.11, 12, 14:1-3; 6:4-6 e 2:19.
Revelações escatológicas: caps.14:4-9 “Israel florescerá como o lírio”.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 14 capítulos com 196 versículos, tratando de:
1-3 Israel é infiel como Gômer
3-10 Há corrupção geral
11 O amor de Deus a ingratidão do povo
12 Jacó é um castigo para Israel
13 O castigo definitivo
14 A Israel celestial
e- COMENTÁRIOS
1) Oséias dirige profecia a Israel, ou seja às 10 tribos do reino do Norte após a divisão
ocorrida no ano 931 a.C. (I Rs.12). Algumas vezes ele chama Israel de Efraim,
porque esta era a mais importante tribo entre as 10 que compunham o Reino de
Norte (Os.3:1; 4 e 5; 5:3 e 11-14). Anuncia com toda clareza, o destino em breve
do povo a ser submetido aos assírios (Os.11:5).
2) A imagem de esposa e marido, noivo e noiva, é comumente usada por Deus em Sua
Palavra, é uma figura rica que fala entre outras coisas de: complementação, ajuda,
proteção, sustento, carinho, amor, fidelidade, dependência, relação prazeirosa
etc...
Veja: Is.62:5; Jr.3:14; Ef.5:31-33; Ap.19:6-8; Ap.21:2, 9 e 10; Jo.3:28 e 29; Lc.5:34 e
35; Mt.25:1-13.
2 - JOEL
a- AUTORIA E DATAÇÃO
b- CONTEÚDO
A terra acabara de ser assolada por uma praga de gafanhotos que devorara toda
a plantação, promovendo fome, seca e desemprego. Morriam o povo e os animais. O
desespero era incomparável. Esta é a ocasião em que o profeta se levanta em nome
do Senhor anunciando-lhes que a praga era juízo imediato ao estado de pecado e
indiferença do povo para com Deus; era também símbolo de juízo final, do “dia do
Senhor”.
Joel é detalhado em sua mensagem descrevendo vivamente o que acontecera.
Nós, seus leitores, acompanhamos seu relato como se contemplando o evento.
Nada antes assim havia acontecido (1:2) e até mesmo os alienados bêbados
sentiriam os efeitos da desgraça (1:5).
Não havia o que colher, o que plantar, o que comer ou mesmo oferecer no templo
(1:9-12).
Os gafanhotos foram comparados a “um povo com dentes de leoa” (1:6). Isto é,
na visão profética, mais do que a constatação do juízo imediato pela praga, é o anúncio
do um juízo em futuro breve, por mãos dos Assírios cujo símbolo de seus exércitos era
o leão.
O “dia do Senhor está perto” (1:15), vamos nos arrepender e jejuar (1:13 e 14).
Novamente há aqui uma visão completa e complexa pois o dia do Senhor é
proféticamente um dia escatológico, o dia do juízo final, mas era naquela hora também
o dia da praga de gafanhotos e o dia da invasão dos Assírios, dias estes onde o
Senhor, em escala menor, manifestara e manifestaria o seu juízo.
Há um convite de Deus à conversão (2:12 e 13).
Deus lhes promete então a restauração (2:21-27) incluindo aqui a promessa
futura do Pentecoste (2:28-32). Veja Atos 2:16. Haverá também juízo para as nações
que cercavam e ameaçavam o povo de Deus, pois Deus é o Senhor do Universo e não
somente de Judá ( cap.3).
140
c- DIVISÃO
O livro de Joel pode didaticamente ser dividido em três partes:
A praga de gafanhotos, o dia do Senhor hoje – cap.1
A invasão Assíria, o dia do Senhor em breve – cap.2:1-27
O juízo final, o dia do Senhor escatológico – cap.2:28-3:21
Segundo o conteúdo da mensagem dos profetas ( vide capítulo 18- introdução aos
livros proféticos) poderíamos ainda dividir o livro da seguinte forma:
Advertência contra o pecado- Juízo – cap.1 a 2:11 “virá o terrível dia do Senhor”
Convite ao arrependimento – cap.2:12-27 “Rasgai o vosso coração”
Revelação escatológica – cap.2:28-3:21 Pentecostes, Graças a Salvadora, Juízo
final e Jerusalém Celestial.
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui 3 capítulos com 73 versículos que tratam de:
1 A praga de gafanhotos
2:1-11 O dia do Senhor vem.
2:12-27 A misericórdia do Senhor.
2:28-32 O pentecostes
3:1-17 O juízo do Senhor sobre as nações.
3:18-21 A Israel celestial
e- COMENTÁRIOS
1 – As revelações messiânicas e escatológicas de Joel são: (Ap.9:3, 7 e 8).
O Pentecostes – 2:28 e 29 – At.2:16-21
Sinais do fim – 20:30 e 31 – Ap.6:12-17 – Mt.24:29
A Salvação pela graça – 2:32 – Rm.10:13
Juízo final – 3:1-17 – Ap.20:11-15
A Jerusalém celestial – 3:18-21 – Ap.21
2 – Tal como dissemos no item – COMENTÉRIOS 2 – da Introdução aos Livros
Proféticos, Joel recebe uma visão transtemporal, complexa, a qual nos transmite em
seu livro.
Vejamos:
Ele vê a praga dos gafanhotos, e sua devastação é enorme, patente aos seus olhos
(1:4).
Imediatamente ele vê a praga como “um povo” poderoso e inumerável que tem
destes de leão (1:6).
Mais à frente ainda descrevendo a desgraça, fala de cavalos e cavaleiros, carros,
fogo e combate (2:4-9).
Deus ao lhe consolar, fala que vai remover o “exército” que vem no Norte (2:20).
Toda esta descrição encaixa-se perfeitamente na destruição iminente, que em breve
(alguns anos) sobreviria ao Reino do Norte por mão do terrível e poderoso exército
Assírio, o qual viria do Norte e possuía como símbolo o leão.
Na mesma visão ainda ele chora e lamenta pelo terrível “dia do Senhor”(1:15; 2:1;
2:11; 2:31; 3:14).
O “dia do Senhor”, dia do juízo do Senhor, de uma certa forma era mesmo o dia da
praga dos gafanhotos e o dos do juízo Assírio, alguns anos depois. Porém isto numa
forma bem restrita.
O profeta ao descrever este dia, o faz como um evento futuro e tão tremendamente
grande, que não se cumpria apenas com a invasão Assíria, pois inclui
acontecimentos universais (2:2; 2:10 e 11; 2:28-32).
O “dia do Senhor” em sua versão completa e final, envolverá todas as nações (3:1 e
2), e mudará a história do mundo (3:18-21).
141
É uma visão só, com elementos do presente (a praga de futuro próximo (a invasão
Assíria), de um futuro distante (o Pentecostes) e de um futuro escatológico ( o Juízo
Final).
Tudo porém visto a um só tempo, sem que o profeta discernisse espaços de tempo
entre os eventos.
3 – A expressão “o dia do Senhor” tão freqüente na profecia de Joel, não é
exclusividade de sua mensagem, pois cerca de nove profetas falaram deste dia.
O dia do Senhor, num sentido mais restrito é todo qualquer dia, na história, onde
o Senhor faça uso de sue poder, soberania, glória e majestade, para executar justiça e
juízo sobre os homens. Por isto, desta forma, a praga de gafanhotos e a invasão
assíria, foram expressões locais do dia do Senhor.
No sentido mais amplo e completo contudo, refere-se ao evento final onde o
Senhor julgará todas as nações, segundo aos suas obras. Alguns autores contudo
crêem que esta expressão refere-se ao juízo pré-milenário de Cristo.
Falam deste dia:
Isaías- 2:12; 13:6 e 9 – Dia de assolação contra os soberbos.
Jeremias- 46:10 – Como um dia de vingança contra seus adversários.
Ezequiel- 13:5 e 30:3 – Como um dia de luta e espada, em especial contra os
gentios.
Joel – Como um terrível dia de destruição.
Amós- 5:18 e 20 – Como um dia de trevas.
Obadias-15 – Como um dia de juízo e retribuição.
Sofonias-1:7 e14 – Como um dia amargo.
Zacarias-14:1 – Como um dia de vingança de Deus contra os inimigos.
Malaquias-4:5 – Como um dia histórico, que será precedido da vinda do “profeta
Elias”, na verdade João Batista.
142
3 - AMÓS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Seu nome significa fardos ou quem carrega fardos
AUTOR - O autor é próprio Amós, que se apresenta como pastor, boiadeiro e colhedor
de sicômoros (1:1 e 7:14). Até ser vocacionado não fazia parte do grupo de religiosos
de Israel, já que não era profeta, filho de profeta, aluno da escola de profetas e nem
mesmo sacerdote.
Ainda que com um linguajar rude, rural, direto, objetivo, seu estilo de escrita é
belo e seu livro bem coordenado, com seções de mensagens marcadas pela repetição
periódica de expressões tais como: “Assim diz o Senhor”, “Ouvi a palavra do Senhor” e
“O senhor Jeová assim me fez ver”.
Natural de Tecoa, aldeia que ficava 20 Km ao sul de Jerusalém, e, embora
morasse em Judá (Reino do Sul), é enviado a pregar em Betel, centro religioso de
Israel (Reino do Norte).
É contemporâneo de Oséias, falando ao mesmo povo, quase ao mesmo tempo e
sob o mesmo contexto. É interessante ler estes dois livros em conjunto.
Quando menino, deve ter conhecido Jonas, Eliseu, e Joel. O final de seu
ministério, coincide com o início do ministério, no reino do Sul, dos profetas Isaías e
Miquéias.
DATA DA ESCRITA – Provavelmente foi escrito entre 760-750 a.C., pouco tempo
depois do terremoto que ele descreve em 1:1.
O terremoto aconteceu em 763 a.C., suas visões proféticas começaram dois anos
antes, mas sua escrita deu-se logo após isto.
TEMPO DA AÇÃO – Amós declara que profetizou durante os reinados de Uzias em
Judá, e Jeroboão II em Israel, isto significa entre 790-752 a.C.
O terremoto que marca o início de seu ministério aconteceu em 763 a.C., e foi tão
importante que até Zacarias refere-se a ele, quase 300 anos depois (Zc.14:5).
VERSO-CHAVE – Há dois versos muito conhecidos neste livro e que sintetizam a
ênfase do livro: 4:12 – “Portanto assim te farei, ó Israel! E porque isto te farei, prepara-te, ó
Israel para te encontrares com teu Deus” e o verso 5: 24 – “Antes corra o juízo como as
águas e a justiça como ribeiro perene”.
b- CONTEÚDO
O tempo do reinado de Jeroboão II é um tempo áureo no campo político e
expansionista.
Israel está em paz, próspero, com seus pequenos inimigos circunvizinhos
subjugados e sem ameaças de qualquer grande império mundial.
O contrário dá em sua vida moral, espiritual e social. É um dos períodos negros
de sua história. Ainda adoravam ao bezerro de ouro dedicado a Baal, desde o tempo
de Jeroboão I quando houve a divisão dos dois reinos – 931 a.C. (ver. I Rs.12:25-33),
seus sacerdotes eram escolhidos políticamente (tal como atual Amazias – Am.7:10-17),
corruptos, ladrões e hipócritas, os cultos eram mecânicos e vazios, os juízes eram
subornáveis, os pobres eram oprimidos pelos ricos, havia adultério e promiscuidade,
tudo realizado por um povo que se chamava “Povo de Deus”.
Como havia paz e prosperidade econômica, eles se achavam protegidos do
Senhor e isentos de qualquer juízo condenatório. Deus então levanta um insuspeito
não profeta, não religioso, no reino de Sul, com visões simbólicas, e o envia a Israel.
Amós vai parar no centro religioso corrupto do reino do Norte, Betel ( I Rs.12:25-
33), e ali começa a entregar sua mensagens.
143
c- DIVISÃO
O livro pode didáticamente se dividido em:
Juízo contra as nações – cap.1 e 2
Juízo contra Israel – cap.3-9:10
A restauração de Israel – cap.9:11-15
Mas também de acordo com os três elementos que aparecem na mensagem
profética, segundo os apresentamos na introdução aos livros proféticos, podemos
dividir Amós em:
Advertências contra o pecado – Juízo – cap.1; 4:11; 5:16 e 9:10 “Oprimis os
pobres e esmagais os necessitados”. “Levantarei contra vós uma nação que os
oprimirá.”
Convite ao arrependimento – cap.4:12 e 5:15. “Buscai a Deus e vivei”.
Revelação messiânica e escatológica – cap.9:11-15 “A Israel celestial”.
144
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro possui nove capítulos com 146 versículos tratando de:
1:1-2:3 Os pecados das nações inimigas
2:4 e 5 O pecado de Judá
2:5-16 Os pecados discurso contra Israel
3 O primeiro discurso contra Israel
4 O segundo discurso contra Israel
5:1-6:14 O terceiro discurso contra Israel
7-9:10 As cinco visões de Juízo
9:11-15 A restauração de Israel
d- COMENTÁRIOS
1 – O tempo histórico de Jeroboão de Uzias aparece relatado em II Rs.14:23-29 e II
Cr.26. Este tempo de paz prosperidade fez parecer loucura aos olhos do povo a
mensagem de juízo iminente trazida por Amós. A Assíria, em 722 a.C., entretanto fez
cumprir-se o juízo anunciado.
4 – Amós fala do “dia do Senhor” (5:18), como um dia de trevas. Para melhor
conhecimento desta expressão tão usada por alguns dos profetas, sugerimos a leitura
do COMENTÁRIO 3 no Profeta Joel.
145
4 - OBADIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Obadias, significa “servo de Jeová”
AUTOR – O autor é o profeta Obadias, contemporâneo de Jeremias.
DATA DA ESCRITA – Em torno de 586 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – A profecia é uma visão dada ao profeta, a respeito do futuro
reservado ao vizinho reino de Edom, nos dias da invasão e destruição de Jerusalém
através dos caldeus liderados por Nabucodonosor.
VERSO-CHAVE – 21 – “Salvadores hão de subir no monte Sião para julgarem o monte de
Esaú; e o reino será do Senhor”.
b- CONTEÚDO
Este livro é uma profecia de um só capítulo, é o menor livro do Velho Testamento.
Estamos no ano 586 a.C., o povo de Deus agora resumia-se ao reino de Judá,
pois o reino de Israel ao Norte havia sido dispersado pela Assíria em 722 a.C.. Apesar
das recentes advertências de Jeremias, o povo de Judá não muda seus maus
cominhos e é cercado e invadido pelos babilônicos, exército de Nabucodonosor.
Derrubam as muralhas, invadem as casas, saqueiam e seqüestram famílias, pisoteiam
crianças, matam pessoas, arrasam plantações, pilham bens, destroem o sagrado
templo do Senhor. Levam tudo e todos cativos para a Babilônia, deixando apenas
naquela terra desolada os aleijados, os loucos e os velhos. Jeremias fica entre eles
compondo suas Lamentações.
Nesta terrível invasão, os babilônicos contam com a inesperada ajuda do
pequeno vizinho de Judá, o inimigo reino de Edom.
Edom presenciou o cerco e ajudou a invasão (v.11), alegrando-se com isso (v.12),
colaborando na pilhagem (v.13 e 14) e na entrega dos fugitivos (Sl.137:7 e Lm.4:21).
Judá desolado, angustiado, triste, arruinado, enquanto em Edom havia alegria,
júbilo, orgulho, festa, sensação de vitória.
Neste contexto Deus levanta Obadias com um visão sobre o juízo de Deus vindo
contra Edom. Aquele comportamento enchera a taça da ira de Deus vindo contra
Edom. Aquele comportamento enchera a taça da ira do Senhor. “Assim diz o Senhor
Deus a respeito de Edom: Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado ...tu
serás exterminado para sempre ...” (2,10).
A rixa entre Edom e Judá era bem antiga e remonta e às origens dos povos, já que
Edom é descendência Esaú, e Judá é descendência de Jacó. Obadias tem em mente
esta história dos antepassados pois freqüentemente chama Esaú a Edom, e Jacó a
Judá (6, 8, 10, 17-19). Antes do evento de 586 a.C., muitas outras intrigas e guerras
entre eles já houvera: 1406 a.C. (Nm.20:14-21); 992 a.C. (II Sm.8:13); 860 a.C. (II Cr.20);
847 a.C. (II Cr.21:8); 845 a.C. (II Cr.21:16 e 17); 785 a.C. (II Cr.25:11 e 12); 735 a.C.
(II Cr.28:17).
Deus não suportava mais nada e Edom, em especial por causa da traição desta
hora. Edom era pequeno mas aparentemente inexpugnável, pois estava localizava
numa cadeia de montanhas e sua capital Sela (ou Petra) era inacessível como um
ninho de águia, sua única entrada era um desfiladeiro de dois quilômetros entre
penhascos de 200 metros de altura. Orgulhava-se de seus homens, eram valentes e
sábios.
Pois a mensagem de juízo do Senhor começa por desprezar toda esta arrogância
geográfica e humana (veja os versos 3, 4, 8 e 9), anunciando-lhes o juízo por mãos dos
seus próprios aliados (7) que lhe saqueariam mais do que necessitariam (5 e 6). Tal
146
ocorreu inicialmente pelos babilônicos cerca de cinco anos depois desta profecia, e
pelos árabes em torno de 70 A.D., a quem aliaram-se na destruição que os romanos
efetuaram sobre Jerusalém no mesmo ano 70 A.D..
O profeta termina fazendo um comparação surpreendentemente, diante do
contexto daquela hora, favorável à Judá e desfavorável a Edom.
O dia do Senhor virá e será dia de retribuição (15). O monte Sião, monte sagrado
de Judá, será monte de vitória, de libertação, e o monte Seir, monte de Edom, será
destruído.
A casa de Jacó será chama, fogo, e a casa de Esaú será cinzas, restolho (18).
Os agora desalojados terão suas terras, mas os atuais alegres edomitas deixarão
de existir e então o reino será de Senhor (19 a 21).
c- DIVISÃO
Podemos dividir o livro em duas partes:
Juízo sobre Edom – vs.1-16
Livramento de Sião – vs.17-21
Mas é possivel ainda, segundo os elementos contidos na mensagem profética,
dividir Obadias assim:
Juízo – vs.1-16
Revelação escatológica – vs.17-21
Obadias, assim como Habacuque, Jonas e Naum, são profecias dirigidas a povos
pagãos.
d- ESBOÇO DO LIVRO
Há um só capítulo com 21versículos, tratando de:
Vs.1-9 – Juízo contra o orgulho de Edom.
Vs.10-14 – Juízo pela violência contra Judá.
Vs.15 e 16 – O desaparecimento de Edom.
Vs.17-20 – A confirmação eterna de Israel.
Vs.21 – O reino universal do Senhor.
e- COMENTÁRIOS
1 – Não há unanimidade quanto à data de 586 a.C. para a profecia de Obadias. Grande
parte dos estudiosos acredita que esta invasão e pilhagem de Edom, é datada de 845
a.C., junto a invasão pelos filisteus, segundo descrição de II Cr.21:16 e 17.
Argumentam a este favor:
O livro está colocado no cânon, junto aos profetas mais antigos, dentre os profetas
menores.
Obadias não fala de um destruição completa e exílio.
Obadias é citado em Jr.49:7-22, o que o faz necessariamente anterior a Jeremias.
Nós contudo, nos posicionamos ao lado da maior parte dos estudiosos que situa
Obadias em 586 a.C..
2 – O início de toda esta rixa e desgraça foi um problema familiar na casa de servos de
Deus.
Jacó era o filho preferido de sua mãe Rebeca e Esaú o preferido do pai Isaque.
Além das preferências, há o agravante de que os pais deixam isto ser percebido e
tramaram em favor dos seus filhos. Leia com atenção os textos de Gn.25. 19-34 e
Gn.27
A ira e amargura fizeram morada no coração de Esaú, de tal forma que
contaminou toda a sua descendência. Leia Hb.12:15-17.
Até Herodes que era edomita ou idumeu, descendente portanto de Esaú,
perseguiu Jesus, ao tornar-se rei da Judéia, imposto ali pelo Império Romano.
Ódio não tratado enraíza-se, envenena, contamina e mata.
147
3 – Os fatos, a aparência visível das coisas, não são a única realidade para os que
crêem no Senhor.
Em 586 a.C. os fatos apontaram a desgraça, a destruição total, o desterro, o
cativeiro de Judá, e a vitória, o júbilo de Edom. Mas aquela não era a última palavra,
Deus anunciou por Obadias que Judá teria seu monte Sião de volta e possuiria suas
herdades, quanto a Edom seria banido da história eternamente.
Naquela hora tudo isto parecia loucura, mais era a palavra de Deus.
Tal se cumpriu e hoje nada mais de Edom se conhece.
A última palavra vem da boca de Senhor, pois os fatos espirituais (invisíveis) são tão
reais quanto os de concretude material (visíveis).
4 – Contemplar a desgraça era terrível para Obadias, porém mais terrível ainda era
contatar a aparente vitória do ímpio.
Deus contudo não é amoral ou omisso e vem anunciando a justiça. Veja Sl.73 e o
Sl.37.
Deus por vezes usa um temporária vitória do ímpio e fracasso do justo, com fins
didáticos e disciplinares. Veja: II Co.4:8-11, 17 e 18; Tg.1:2-4; Hb.12:11-23 e I Pe.1:6 e
7.
148
5 - JONAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Seu nome significa “pombo” e este é na verdade o melhor símbolo para o seu
ministério, levando uma mensagem de paz à Nínive, capital da Assíria.
AUTOR – O autor é próprio Jonas embora o livro esteja escrito na terceira pessoa.
É um personagem verdadeiramente histórico, e não fictício ou simbólico.
É filho de Amitai (1:1 e II Rs.14:25-27), morador de Gate-hefer, aldeia situada mais
ou menos a três quilômetros à nordeste de Nazaré, em Israel, reino do Norte.
DATA DA ESCRITA – Em torno de 770 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Jonas viveu e ministrou no tempo do rei Jeroboão II entre 790-
770, de acordo com II Rs.14:25. Falou-lhes da misericórdia de Deus para com eles e
que o Senhor lhes concederia prosperidade. Além de profetizar estas coisas ao povo
de Deus em Israel, Deus o levou a entregar uma mensagem de arrependimento e paz
à Nínive.
Provavelmente no seu retorno, ao final de seu ministério, ele escreveu este livro
como uma lição a Israel. É bom destacarmos que este livro foi escrito para o povo de
Deus, embora o seu conteúdo relate o ministério de Jonas em Nínive. Foi pensando em
seu povo, e nas lições que aqueles acontecimentos podiam lhes trazer que Jonas, pela
ordenança de Deus, escreveu sua história.
VERSO-CHAVE – 3:2 - “Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive, e proclama contra ela a
mensagem que eu te digo.”
b- CONTEÚDO
Nos dias do rei Jeroboão II havia paz e prosperidade política em Israel. Israel se
expandia e não se sentia ainda ameaçado pela Assíria, que era o grande império
mundial, e um inimigo potencial de todas as pequenas nações.
Jonas era profeta de Deus em Israel e falava bastante da misericórdia de Deus (II
Rs.14:25-27).
Chegou o momento de Deus testar a visão que Jonas tinha desta misericórdia, e
o envia a pregar arrependimento em Nínive, capital da Assíria, pois se eles não se
arrependessem Deus os destruiria. Jonas bem consciente da vontade de Deus,
objetiva e claramente apresentada, foge, provavelmente desejando que o juízo logo se
manifestasse contra o grande e terrível império Assírio. Uma visão estreita e
preconceituosa, de um Deus local e particular, que não ama e não tem planos para
mais ninguém que não Israel.
“Que me importa eles”? Deus se importa.
Fora da vontade de Deus o homem só desce, à Jope (1:3), ao navio, ao porão do
navio (1:5), ao fundo do mar (1:15) e ao ventre do grande peixe (1:17).
Lá, ele após 3 dias de reflexão, descobriu-se fugitivo de Deus e portanto
desgraçado. Clama por socorro e o peixe o devolveu à praia.
Deus não mudara de planos e o vocaciona com a mesma mensagem (3:2);
Jonas levantou-se e foi.
Sua mensagem era curta e simples, atravessando a enorme, bela, importante e
cosmopolita Nínive, com a frase: “Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida”.
Era mesmo uma palavra de Deus, pois imediatamente toda a cidade converteu-se
desde o povo até as mais altas autoridades (cap.3). Deus não os destruiria mais.
Que bênção! Que milagre! Que sucesso! Era tudo o que um servo de Deus
gostaria um dia de ver acontecer através de sua vida!
149
Mas Jonas desgostou-se e ficou irado (4:1). “Eu sabia que és Deus clemente e
misericordioso!”. Só não sabia que Deus não era preconceituoso e de visão tão curta
quanto ele.
Enquanto ele resmungava, Deus fez subir uma planta que o abrigou com sua
sombra, e o alegrou sobremaneira (4:5 e 6), mas no dia seguinte mandou um verme
destruir toda a planta (4:7).
Novamente Jonas desgostou-se, porque a agradável plantinha que tanto lhe
servia, morreu precocemente. Deus completa sua lição, comparando seu sentimento
humano e imperfeito por uma plantinha, com a compaixão e misericórdia divinos por
todas as suas criaturas (4:8-11).
Um servo de Deus dever ter como objetivo de vida, alcançar os perdidos com a
mensagem da graça salvadora de Deus, mediante o arrependimento sincero.
Quaisquer que sejam os nomes, endereços ou aparências destes perdidos. A graça e o
juízo de Deus são para todos.
c- DIVISÃO
O livro é classicamente dividido segundo seus próprios quatro capítulos.
Jonas fugindo – cap.1
Jonas no peixe – cap.2
Jonas pregando – cap.3
Jonas exortado – cap.4
d- ESBOÇO DO LIVRO
O livro tem quatro capítulos com 48 versículos e seu esboço foi apresentado no item
anterior.
e- COMENTÁRIOS
1 – Jonas e Adão são os dois personagens bíblicos mais inverossímeis aos olhos
humanos naturais. Parecem ser alegorias e não história.
O que traz esta visão humana sobre o profeta Jonas é a riqueza de milagres
sobrenaturais que seu curto livro apresenta:
vivo, com mensagem de vida, assim também aconteceria com Ele após sua morte.
(Mt.16:4). Jonas é tão histórico quanto Salomão (Mt.12:41 e 42).
5 – a afirmação de 3:10, onde diz o texto que “Deus se arrependeu”, deve ser
entendida como uma figura de linguagem chamada “antropopatia”. É a atribuição a
Deus de sentimentos humanos.
Deus contudo é imutável em sua essência e em sua vontade, planos e propósitos
(Nm.23:19 e I Sm.15:29).
Deus julga com eqüidade e não os condenaria, tal como afirmou a Jonas.
É Jonas quem, ao verificar a misericórdia de Deus, afirma que o Senhor “mudaria
de idéia”, arrependendo-se de seus intentos.
6 – A tradição judaica afirma que Jonas era o filho da viúva de Sarepta, ressuscitado
por Elias. (I Rs.17:8-24). Não há provas bíblias disto, mas cronologicamente isto seria
possível.
151
6- MIQUÉIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Miquéias significa “Quem é semelhante a Jeová ?” – expressão que
curiosamente aparece em Mq.7:18
AUTOR – O profeta Miquéias o seu autor, morador da cidadela interiorana de
Morastite, a 320 Km sudoeste de Jerusalém, na fronteira com a Filístia.
Era contemporâneo de Oséias e Isaías.
Isaías pregava em Jerusalém, capital de Judá, entre os nobres e palacianos.
Oséias pregava ao Norte, em Israel e Miquéias entre o povo do Sul, porém sua
mensagem dirigia-se tanto ao Norte (Israel) quanto ao sul (Judá).
DATA DA ESCRITA – Provavelmente entre 730 – 725 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – No verso um primeiro capítulo, o profeta informa que seu
ministério se deu durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, reino
onde morava. Este período compreende aproximadamente 750-700 a.C..
Com certeza ele, assim como Isaías, presenciou a invasão Assíria e a destruição
do reino do Norte em 722 a.C., mas nada sobre isto é dito em sua profecia, pelo
contrário, ele ainda está advertindo o povo, e Samaria (capital do reino de Israel) a
respeito de seus pecados. Por esta causa cremos que sua profecia neste livro situa-se
um pouco antes do ano 722 a.C..
Por ser contemporâneo de Oséias e Isaías, e ter recentemente findado o
ministério profético de Amós, sugerimos a leitura dos conteúdos referentes a estes
livros, para melhor compreensão do contexto em que Miquéias profetiza.
VERSO-CHAVE – 6:8 – “Ele te declarou ó homem, o que é bom; e que é que o Senhor pede
de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu
Deus?”
b- CONTEÚDO
Miquéias vive e profetiza no reino do sul, em Judá, mas sua mensagem se dirige
a ambos os reinos que viviam momentos semelhantes, Samaria capital de Israel e
Jerusalém capital de Judá.
Idolatria, prostituição, religiosidade hipócrita, e sobretudo opressão aos pobres
por graves injustiças sociais promovidas pelos líderes políticos e religiosos (2:1).
Deus não admite pecado de ninguém, sobretudo dos poderosos que oprimem os
pobres, daqueles que receberam autoridade e poder, para dirigir e decidir, no entanto
prevaricam em seus ministérios.
Miquéias é homem humilde, do povo, de formação não tão nobre, culta e
palaciana quanto Isaías, e talvez por isto, embora contemporâneos, notemos
diferenças em suas mensagens.
Isaías fala sobre os inimigos externos de Judá, estendendo a eles a palavra de
juízo e condenando alianças políticas que contrariam o Senhor. Miquéias no entanto
desenvolve com obstinada objetividade uma palavra direta aos líderes de Judá e
Israel, condenando as injustiças sociais e os pecados pessoais que trariam iminentes
juízos sobre ambos os reinos.
Miquéias e Isaías, ao lado de suas palavras de juízo, anunciaram a vinda futura
do Messias, o qual, no dizer de Miquéias, trará paz (5:5).
A lista de pecados condenados por Deus, segundo Miquéias era longa (2:1-3; 2:9
e 11; 3:1-3; 3:9-11; 7:2-7). O reino do Norte já estava condenado e sem possibilidade
de cura (1:9), seu juízo, poucos anos depois, veio por mãos assírias. Esta
152
contaminação atingira Judá (1:9), a qual seria levada para a Babilônia (4:10). A profecia
é dada mais de 140 anos antes de que tal fato viesse a acontecer.
Os falsos profetas recriminavam Miquéias, dizendo:
“Não fale bobagens Miquéias” (2:6), mas ele respondia: “eu estou cheio do poder do
Espírito do Senhor” (3:8). “Tanto Samaria quanto Jerusalém serão destruídas e
reduzidas a um montão de pedras” (1:6 e 7 e 3:12).
Miquéias chamava o povo a um diálogo com Deus. Se eles não aceitavam que
eram pescadores, que se apresentassem ante Deus, o Juiz, e defendessem a causa
(1:2; 5:1; 6:1-8).
Deus é misericordioso, um justo juiz, e os convida a uma sincera e verdadeira
conversão (6:8; 7:18 e 19). Completa sua mensagem com o anúncio da vinda do
Messias (5:2-5) o qual implantará um reino de paz e justiça sobre aqueles de Israel que
permanecessem fiéis ao Senhor (2:12; 4:7; 5:7; 7:20).
c- DIVISÃO –
Podemos dividir a profecia de Miquéias em três partes, seguindo suas naturais
três seções, todas iniciadas pela conclamação: ouvi!, e encerradas por promessas:
Ouvi, todos os povos – 1:2-2:13. Trata-se dos pecados de Israel e Judá e anuncia
por fim a promessa de livramento – 2:12 e 13
Ouvi, líderes – 3:1-5:15 Trata dos pecados sobretudo da liderança corrupta; anuncia
o Messias.
Ouvi, montes – 6:1 e 2-7:20 Chama o povo para um confronto judicial, onde o fórum
seria a própria criação e anuncia por fim a restauração ao remanescente fiel.
Outra forma de dividirmos o livro, como temos feito com todos os livros proféticos, é
segundo os elementos contidos na mensagem profética.
Advertências quanto ao pecado – Juízo-caps.1 a 3 “Injustiças Sociais”
Revelações messiânicas e escatológicas – caps.4 e 5 “De ti me sairá o que há de
reinar”
Convite ao arrependimento – caps.6 e 7 “Um tribunal divino”
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui sete capítulos em 115 versículos, tratando de:
1 Ameaças contra Israel e Judá.
2:1-11 Condenação aos poderosos e falsos profetas.
2:12 e 13 Promessas para o remanescente fiel.
3 Condenação aos líderes
4 O chamamento dos gentios
5 A vinda do Messias
6-7:7 Juízo contra Israel
7:8-20 A misericórdia do Senhor
E- COMENTÁRIOS
1 – Certa vez, uma profecia de Miquéias salva o profeta Jeremias (Jr.26:10-19).
2 – É linda a verdade de que Deus bane de sua presença para sempre os nossos
pecados confessados e deixados, lançando-os no fundo do mar (7:18 e 19).
3 – Miquéias nos ensina que Deus não se deixa enganar por uma religiosidade de
aparências, e nem requer de nós algo complexo e misterioso, mas:
Vida prática, justa, coerente com a justiça Dele.
Coração amoroso, compassivo e misericordioso no trato com o semelhante.
Convivência e relacionamento, em humildade, diário com Deus. É a explicação do
texto 6:8.
153
4 – É Miquéias que anuncia a cidade natal do Messias, servindo de bússola aos magos
do Oriente para encontrarem e adorarem o Senhor Jesus (5:2 e Mt.2:6).
7 - NAUM
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Naum significa “alívio”, “conforto”.
Como entender isto se a ênfase de sua mensagem é de juízo e destruição para
Nínive?
Veja: 1 :12 e 13. A destruição da Assíria, traria alívio e conforto para Judá.
AUTOR – É o próprio Naum, chamado “o elcosíta”. Contemporâneo de Jeremias,
Sofonias e talvez de Habacuque.
Naum devia ser natural de Galiléia, de uma cidadela posteriormente chamada
“Cafarnaum” (cidade de Naum ), e de lá fugido para Elcós que fica no sul de Judá, isto
por ocasião da invasão e destruição Assíria ao Reino de Norte. (722 a.C.).
DATA DA ESCRITA – Como não há datas marcadas na profecia de Naum, há grande
dificuldade de precisarmos a data de sua escrita. Cada autor traz uma informação
diferente sobre a data da escrita de Naum.
Podemos no entanto estimá-la da seguinte forma:
A profecia fala da futura destruição de Nínive, que se deu o ano 612 a.C., pelos medos
e babilônicos.
Cita como exemplo o saque de Tebas, ou Nô-Amon, pelos próprios assírios (3:8-10),
acontecidos entre 661-663 a.C..
Há na profecia um espírito de animação e festa, aparentemente verificado também em
Judá. Talvez isto se deva ao avivamento produzido pelo rei Josias quando o livro da
lei foi encontrado (621 a.C.)
Veja Na.1:15 e II Rs.22 e 23. Concluímos que a data deve estar entre 663 a.C. e 612
a.C., talvez próxima a 620 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Como vimos acima a profecia, provavelmente está se dando em
torno de 620 a.C., e seu cumprimento, ou seja, a destruição da cidade de Ninive, se
deu por mãos dos medos e babilônios em 612 a.C., após uma enchente que destruiu
as muralhas que a cercavam. (1:8 e 2:6 e 8)
VERSO-CHAVE – 3:7 – “Há de ser que todos os que te virem fugirão de ti e dirão:
Nínive está destruída; quem terá compaixão dela? De onde buscarei os que te consolem ?”
B- CONTEÚDO
A Assíria era o grande império mundial, expansão esta realizada através de
invasões, saques destruição cruel e sanguinário, corrupção e exploração das terras
ocupadas.
Pelo seu poderio militar, pela sua história e pela fortaleza quase e inexpugnável
de sua capital Nínive, a Assíria julgava-se invencível e indestrutível. Desafiava,
enfrentava e vencia todos os pequenos povos que queria.
Após destruir o reino do Norte em 722 a.C., rumava para o sul, e significava
constante ameaça para o povo de Judá.
A Assíria e Nínive eram sinônimos de poderio, violência, crueldade, corrupção,
luxúria, auto-suficiência, impiedade e paganismo.
Naum então é levantada por Deus com uma mensagem clara e objetiva que
anunciava o fim de Nínive, e o fazia de uma forma tão viva, tão bela, tão dinâmica, tão
155
descritiva, tão detalhada, que seus ouvintes e nós seus leitores parecemos estar
presenciando os eventos.
Há poucos ensinos teológicos, morais ou religiosos em Naum, não há mensagens
exortando Judá, mas é o anúncio de um grande momento onde a justiça de Deus se
revela intervindo na história, e este é um dos tributos mais belos e fundamentais (se é
que podemos dizer assim) do Senhor.
Fica claro que há dois pecados condenados: o violento uso do seu poderio militar
(2:8-13); a corrupção e o comércio sem escrúpulos (3:1-5).
Naum dirige-se a Nínive inicialmente e apresenta a sentença proveniente do
tribunal do Senhor, Deus de Israel e Senhor do Universo. (1:1)
O Juiz é apresentado em todo o primeiro capítulo, como um Deus soberano,
zeloso, vingador, reto, longânimo e misericordioso (Nínive já provara isto com o
ministério de Jonas), mas que não inocenta o culpado.
A seguir, após apresentar o juiz, Naum apresenta a sentença e descreve o seu
cumprimento. O juízo viria por mãos dos medos (exércitos vermelho, 2:3) e babilônicos,
após inundação que destruiria parte das inexpugnáveis muralhas (2:6). O Leão feroz
(símbolo dos Assírios), fugiria atônito e apavorado. (2:11-13; 2:4, 5, 7-10). Há ironia em
Naum, o que agrava a própria dor do juízo (2:1 e 3:5, 12-15), mas este era definitivo
(3:19).
Uma fama, um império, com terror construído ao longo de séculos, dava à Assíria,
ante o mundo, a imagem de alguém que simbolizava onipotência, injustiça, maldade e
invencibilidade, até que o único e verdadeiro Senhor dos céus e terra, o Santo e Justo
Juiz, Soberano Deus, bate o martelo em seu tribunal e decreta a chegada de seu
tempo do fim.
C- DIVISÃO –
Didaticamente poderíamos dividir o livro em duas partes:
O Senhor é Justo Juiz – cap.1
O Justo Juízo do Senhor – caps.2 e 3.
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O possui três capítulos com 47 versículos tratando de:
Deus é o Juiz.
O cerco e a tomada de Nínive.
A completa ruína de Nínive.
-E COMENTÁRIOS
1 – A Assíria foi por cerca de 500 anos um dos maiores impérios do mundo antigo, e
um terrível flagelo para as pequenas nações. É considerado por muitos, o mais
poderoso e implacável inimigo que o povo de Deus já teve.
Ela aparece citada em dez dos livros dos profetas do V.T., sempre advertida ou
condenada por impiedade.
Nínive era cidade fortaleza, cercada por muralhas de 100 Km de circunferência e
30 metros de altura com largura suficiente para três carros andassem lado a lado sobre
elas.
Havia ainda um fosso de 40 metros de largura por 30 metros de profundidade
guarnecendo as muralhas.
Esar – Hadom – Deus refere-se a ele em Is.19:4, com “um senhor duro, um rei
feroz”.
Assurbanipal – declarou que rasgou os lábios e as mãos dos reis inimigos, pondo
arreios em três reis capturados, obrigando-os a puxar seu carro de guerra.
3 – A alegria e o júbilo de Naum ante a destruição de Nínive não eram apenas fruto da
contemplação da derrota de um aterrorizante inimigo, mas sobretudo fruto de vitória da
Santidade de Deus Todo-poderoso.
O profeta não era apenas um nacionalista vingativo, mas alguém comprometido
com causa do seu Senhor cuja santidade e justiça ansiava ver vitoriosa sobre a tirania
desumana de um reino pagão que pisoteava brutalmente as nações súbitas e se
ufanava de sua crueldade.
Naum podia, pelo Espírito Santo, discernir que aquele castigo era operação da
justiça de Deus.
5 – Ainda que a conversão tivesse vindo sobre Nínive quando Jonas ali esteve
(Jn.3:10), ela não permaneceu, e cerca de 150 anos depois chega esta palavra de
juízo.
Deus lhes assegura que não haverá deles descendência (Na.1:14), e a verdade é
que Nínive hoje é só ruínas.
Quando Alexandre o Grande esteve ali perto em 331 a.C., nem sabia que houvera
ali um cidade, tal a ausência de vestígios.
8 - HABACUQUE
a- AUTORIA E DATAÇÃO
B- CONTEÚDO
A Assíria caíra ante a Babilônia em 612 a.C., o Egito fora derrotado pela mesma
Babilônia em 605 a.C., e agora o rei Nabucodonosor marchava para cercar o povo de
Deus em Judá.
Internamente, os problemas não eram menores, Josias morrera, suas reformas e
avivamento não atingiram efeitos profundos e prolongados, e o iníquo rei, Jeoaquim
assumira o trono (II Rs.23:31-24:9). Judá estava às voltas com graves pecados sociais
e espirituais.
Jeremias profetizava sem ser ouvido. A derrota do reino do Norte, subjugado pela
Assíria (também por causa de pecados)120 anos antes, em nada convencera o reino
do Sul a rever seu comportamento.
Em meio a tudo isto o profeta Habacuque ergue-se orando e dialogando com o
Senhor. Faz perguntas difíceis e espera respostas.
Não conseguia conciliar sua fé com os fatos que presenciava.
Por que Deus não ouvia aos seus clamores? (1:2)
Violência, injustiça, idolatria em Judá, sem intervenção divina?
Deus lhe respondeu dizendo que agia e agiria de uma forma tão maravilhosa, que
eles não creriam ao lhes ser contado (1:5). Deus estava trazendo os caldeus sobre eles
como manifestação de juízo (1:6). Esta resposta perturba ainda mais o profeta.
Por que Deus, santo, usa instrumentos iníquos? (1:12 e 13)
Pôs-se a guardar respostas. (2:1)
Deus é o Senhor do universo, e dispõe, e usa, quem quer, como quer, para o fim
que desejar. Os caldeus também teriam o seu juízo. O ímpio não prosperará para
sempre, e quanto ao justo, este viverá pela fé. (2:2-20)
O justo não vive pelo que vê, não se pauta pela aparência das coisas, não tem
também em suas mãos o poder de decidir e solucionar seus problemas, sobretudo
precisa andar e viver pela fé no Senhor, seu criador, mantenedor e salvador.
158
C- DIVISÃO
Podemos dividir a profecia de Habacuque em cinco partes:
A primeira pergunta do profeta –1:1-4
A primeira resposta de Deus –1:5-11
A segunda pergunta do profeta 1:12-17
A segunda resposta de Deus –capítulo 2
A oração de Habacuque. –capítulo 3.
D- ESBOÇO DO LIVRO
O livro tem três capítulos com 56 versículos, e os assuntos tratados aparecem
esboçados no item DIVISÃO.
E- COMENTÁRIOS
1 – O juízo sobre os caldeus, anunciado por Habacuque cumpre-se aproximadamente
70 anos depois, através dos medos e persas (539 a.C.).
2 – Naum e Habacuque são seqüenciados em nosso cânon; anunciam juízo final para
os dois maiores impérios mundiais de então os quais foram executores do juízo de
Deus sobre o seu próprio povo.
A Assíria trouxe sobre Israel, o reino do Norte, em 722 a.C. e Naum anuncia o seu
fim.
A Babilônia trouxe juízo sobre Judá, o reino do sul, em 605 a.C., 597 a.C., e por
fim 586 a.C.
Habacuque profetiza juízo sobre eles.
3 – O verso chave deste livro, 2:4, é “o justo viverá pela fé”. Ele foi citado por Paulo em
sua doutrina de justificação nas cartas aos Romanos (1:17), aos Gálatas (3:11); e pelo
autor da carta aos Hebreus (10:38). Neste texto também, Lutero encontrou inspiração
para a Reforma Protestante.
4 – Textos belíssimos de Habacuque são: 1:5; 1:12 e 13; 2:1,2 e 4; 2:14; 2:20; 3:2;
3:17-19.
159
9 - SOFONIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Sofonias que dizer “Jeová guardou” ou “Jeová escondeu”, e em meio a
palavras fortíssimas de juízo e condenação, Deus anuncia ter guardado para si um
remanescente fiel (3:12, 13 e 15).
AUTOR – É o profeta Sofonias, trineto do rei Ezequias, vivendo e ministrando ao tempo
do bom rei Josias (1:1).
É contemporâneo de Jeremias e Naum.
DATA DA ESCRITA – Entre 630 – 625 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Sofonias é profeta durante o reinado de Josias, que reinou entre
639-609 a.C.. Dois fatos nos ajudam a estimar aproximadamente a data de sua
mensagem:
Anuncia um futuro juízo contra Nínive, tal como Naum (2:13-15). Este juízo aconteceu
em 612 a.C..
Faz ameaças contra os pecados de Judá, e sabemos que houve um reavivamento
durante o reinado de Josias, logo após ser reencontrado o livro da lei do Senhor, na
reforma do templo (II Rs.22 e 23-621 a.C.).
Assim Sofonias deve estar profetizando logo no início do reinado de Josias, em
seqüência aos péssimos e pecaminosos reinados dos antecessores Manassés e
Amom.
VERSO-CHAVE – 1:14 – “Está perto o grande dia do Senhor, está perto e muito se apressa .
Atenção o dia do Senhor é amargo e nele clama até o homem poderoso.”
B- CONTEÚDO
Sofonias se levanta num dos períodos mais negros da história de Judá.
Israel, ao Norte, havia sido dizimado pela Assíria por causa de seus pecados, há
quase 100 anos.
Isaías e Miquéias já haviam se calado há 70. Mas nada fizera o reino de Judá
demover-se de seus maus caminhos estes precipitados ainda mais pelos seus maus
caminhos, caminhos estes precipitados ainda mais pelos seus dois últimos reis, os
piores reis de Judá, Manassés e Amom.
Idolatria, sincretismo religioso, sacrifícios infantis a Moloque, prostituição,
opressão aos pobres, falsos profetas, sacerdotes ladrões, e tudo o de pior que se
possa pensar.
Tudo isso se reflete na mais dura e objetiva profecia de juízo dos profetas
menores, a de Sofonias. Veja o capítulo 1 e o 3:1-7.
Sofonias anuncia, tal como Joel, a vinda do “dia do Senhor” (1:7, 14; 2:2). Dia de
juízo, de angústia e desolação. De uma certa forma seria o dia da invasão babilônica,
será o dia da grande tribulação, será o dia do juízo final.
O juízo de Senhor não virá apenas sobre o seu povo, mas entender-se-á aos
vizinhos pagãos também (cap.2).
No que se refere à Nínive, suas palavras assemelham-se à profecias de Naum
(2:13-15 e Na.2:10; 3:19).
Faz um convite ao concerto com Deus, valendo-se do recurso do significado de
seu nome “Jeová escondeu” (2:3).
Conclui sua mensagem profetizando a restauração futura de Israel. O
remanescente voltará a Sião, e a beleza das palavras parece não limitá-las aos
sobreviventes do cativeiro babilônico, à Israel final que terá Cristo sobre seu trono
160
reinando em grande glória (3:8-20). Leia este trecho e veja a beleza das suas palavras
e promessas.
Veja também Romanos 11:15 e Isaías 1:9.
C- DIVISÃO –
Podemos didaticamente dividir o livro de Sofonias em três partes, segundo os três
elementos que aparecem na mensagem dos profetas menores:
Advertência quanto ao pecado – Juízo- cap.1-3:7 “Contra Judá e seus inimigos”
Convite ao arrependimento –2:1-3 “Buscai o Senhor”
Revelação escatológica –3:8-20 “A Israel eterna”
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui três capítulos, com 53 versículos tratando de:
1 Ameaças contra Judá e Jerusalém.
2 Ameaças contra os inimigos de Judá.
3:1-7 Novas ameaças contra Jerusalém
3:8-20 A salvação final de Jerusalém
E- COMENTÁRIOS
1 – Sofonias é como Joel, o profeta do “dia do Senhor”. Esta expressão aparece
algumas vezes também em outros profetas e refere-se a um tempo especial na
economia divina, em que Ele mais nitidamente assume o governo do mundo e faz
revelar sua glória, seu poder, sua soberania e seu juízo.
É contemporaneamente, o dia em que o Senhor manifesta seu juízo local como
foi o da Assíria sobre o Reino de Israel, e o da Babilônia sobre o Reino de Judá.
Mas escatologicamente é, segundo alguns estudiosos, o dia da Grande
Tribulação e do reinado milenar de Cristo. Para outros, será o dia do Juízo final.
Veja o COMENTÁRIO 3 do Profeta Joel.
2 – Sofonias revela a ira do Senhor contra os pecados daS falsas expressões de culto
e religiosidade.
Adoradores de Baal (1:4)
Adoradores de astros e estrelas (1:5)
Sincretistas (1:5)
Indiferentes, embora chamem-se povo de Deus (1:6)
Os que julgam Deus fraco ou indiferente (1:12)
10 - AGEU
a- AUTORIA E DATAÇÃO
DATA DA ESCRITA – Sua mensagem aparece bem datada (1:1, 2:1, 2:10 e 20), e seu
ministério se dá no segundo ano do rei Dario Histaspes, rei da Pérsia.
Portanto no ano 520 a.C..
TEMPO DA AÇÃO – Após o decreto de libertação promulgado por Ciro em 537 a.C., a
primeira leva de judeus retorna sob a liderança de Zorobabel, governador nomeado
para Jerusalém (Esdras 2 e 3). Eles então iniciam a reconstrução do templo.
Esta reconstrução é interrompida (534 a.C.) pela ação ameaçadora dos
samaritanos, os quais conseguem a chancela oficial para este impedimento, com o rei
Cambises (529-522 a.C.).
Dario Histaspes sobe ao trono em 521 a.C., e só então o templo recomeça a ser
reconstruído, com a interveniência de Ageu e Zacarias (Esdras 5:1 e 2, e Ageu 1:14 e
15)
A ação profética de Ageu vai de 1 de Setembro a 24 de Dezembro de 520 a.C..
B- CONTEÚDO
A primeira leva do povo de Deus que volta do cativeiro, sob o comando do
governador Zorobabel e do sumo-sacerdote Josué, contava apenas com cerca de 42
mil homens. Eram pobres e logo após iniciarem a reconstrução do templo com o
lançamento de seus alicerces, sofreram oposição dos samaritanos. A resistência a esta
oposição foi pequena, e seguiu-se a esta parada um desânimo completo, diante de
toda sorte de dificuldades que encontravam.
Voltaram-se imediatamente então para seus interesses pessoais, em plantar,
colher e construir suas próprias casas. Nisto investindo cerca de 14 anos (534-520
a.C.).
A princípio Deus os advertiu do pecado da negligência para com sua casa através
de secas, más colheitas e toda sorte de dificuldades econômicas (Ag.1:2-11), mas eles
não entenderam a mensagem, necessitando que o profeta fosse levantado com uma
palavra de advertência, exortação e estímulo (Ag.1:12).
Era tempo de reconstruir totalmente o templo do Senhor.
162
Cerca de um mês e meio depois (1:1 e 2:1), o Senhor vota a falar ao povo e aos
líderes através do profeta Ageu. A causa desta nova mensagem era o fato de que a
reconstrução pobre do segundo templo chocava, entristecia, desanimava aqueles que
conheceram a majestade, riqueza, beleza e glória do primeiro templo erguido por
Salomão. (ver. Ed.3:8-13).
O estímulo que o Senhor lhes dava era que não somente Ele estava entre eles
(Ag.2:5), como a glória do Senhor, o “desejado das nações” estaria naquela casa,
proféticamente anunciado o Messias, o Senhor Jesus, como um dos freqüentadores
daquele segundo templo.(Ag.2:7-9)
Após três meses e meio de reinicio da reconstrução do templo o Senhor volta a
falar-lhe, e a mostrar-lhes que a impureza do povo e o pecado do abandono da casa do
Senhor, eram causadores de juízo de Deus sobre eles (Ag.2:10-19). Mas a partir da
retomada, do novo ânimo, da priorização às coisas do Senhor, então o Senhor estava
com eles. (Ag.2:19).
Neste mesmo dia, Ageu entrega um mensagem ao governador Zorobabel,
príncipe de Judá, pois era neto do rei Joaquim (ou Jeconias) que fora levado cativo por
Nabucodonosor (II Rs.24:10-12). Deus abalará os tronos dos reinos gentios (Ag.2:21 e
22), e faz-lhe uma promessa: “Serás como um anel de selar”. Sinal de autoridade e
reconhecimento. Seu avô, descendente de Davi, o rei Joaquim (Jeconias) havia sido
amaldiçoado por Deus, mas agora, na preservação da linhagem davídica, para a vinda
do Messias, Zorobabel estava sendo restaurado e abençoado por Deus. Veja: Jeremias
22:24-30, Mt.1:11 e 12.
C- DIVISÃO –
Há duas mensagens de exortação e advertência e três mensagens de ânimo e
fortalecimento, poderíamos portanto dividir didaticamente o livro assim:
A primeira mensagem de exortação – cap.1:1-11
A primeira mensagem de fortalecimento – cap.1:12-15
A segunda mensagem de fortalecimento – cap.2:1-9
A segunda mensagem de exortação – cap.2:10-19
A terceira mensagem de fortalecimento – cap.2:20-23.
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui dois capítulos com 38 versículos, e aparece esboçado segundo
seus assuntos no item anterior.
E- COMENTÁRIOS
1 – Ageu é o segundo menor livro do Velho Testamento, só maior que Obadias.
3 – Embora a prata e o ouro pertençam ao Senhor (Ag.2:8), este segundo templo era,
materialmente, infinitamente mais pobre que o primeiro templo construído por Salomão.
No entanto a glória desta segunda casa seria maior porque “as coisas preciosas”
ou numa melhor tradução, “o desejado das nações” (Ag.2:7) estaria dentro
daquele templo.
163
11 - ZACARIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Zacarias significa “Jeová se lembra”. Sua mensagem para um povo
desanimado ante tantas dificuldades é a de que o Senhor se lembra de seu povo e das
promessas maravilhosas que fez para Israel.
AUTOR – Zacarias é o autor de seu livro profético. É sacerdote, filho do sacerdote
Baraquias e neto do sacerdote Ido. Eles foram como sacerdotes, os maiores
incentivadores da primeira leva que retornou à Jerusalém, do cativeiro babilônico, sob a
liderança do governador Zorobabel. (Ne.12:4 e 16).
Era jovem, nascido na Babilônia, e contemporâneo do velho profeta Ageu.
VERSO-CHAVE – 9:9 – “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta ó filha de Jerusalém: eis aí te
vem o teu Rei, justo e salvador, montado me jumento, num jumentinho cria de jumento”.
Confira esta palavra com Mt.21:1-11.
B- CONTEÚDO
Zacarias vota na primeira leva do povo que vem do exílio babilônico e chega à
Jerusalém em ruínas. O povo além das dificuldades próprias de uma reconstrução
penosa e cansativa encontra oposição dos samaritanos (Ed.4). Há desânimo e uma
parada de cerca de 14 anos nas obras. Deus os adverte através de seca, calor,
colheitas estéreis, e levanta os profetas Ageu e Zacarias (Ed.5:1 e 6:14 ).
Os primeiros capítulos de Zacarias tratam deste objetivo, a reconstrução do templo.
Ele os está advertindo mas ao mesmo tempo restaurando confiança própria e
esperança. O povo se sentia fraco, impotente, desamparado. Zacarias investe aí quase
quatro anos de ministério, de 520-516 a.C.. “Nem por força, e nem por poder, mas pelo
Espírito” (4:6)
Numa só noite (1:8) ele recebe oito visões, e as compartilha, sendo elas
referentes a assuntos diversos. (1:7 e 8; 1:18; 2:1; 3:1; 4:1; 5:1; 5:5 e 9; 6:1)
164
Estas visões falam dos pecados de Israel, de suas derrotas, mas também da
esperança de restauração da nação, de seu papel mundial, do Messias que haveria de
vir, da justiça de Deus que seria sobre todas as nações.
Este trecho da profecia se encerra com um ato simbólico muito lindo e
significativo.
Deus ordena a Zacarias que faça uma coroa com prata e ouro e a coloque sobre
a cabeça do sacerdote Josué (6:11). Neste ato Deus estava anunciando que o
Messias, o Renovo, Jesus ( o mesmo Josué no grego), reuniria em si mesmo o
ministério de sacerdote e Rei, ministrando a Deus em nome dos homens, sendo
caminho para o Pai, e ao mesmo tempo reinando em glória, assentado sobre o trono
eterno de Deus. (6:12-13). Desde que o pecado entrou na história humana, o poder
humano, político e o poder espiritual, de representação divina, não puderam conciliar-
se, até que Cristo pode reunir em si não somente estes dois, mas também o ministério
profético. Jesus foi Profeta, Sacerdote e Rei, projeto de Deus para todo o homem,
projeto frustrado pelo pecado.
Dois anos depois destas visões (7:1) o profeta recebe uma comitiva (7:2 e 3) que
vem consultar os sacerdotes sobre a necessidade e oportunidade de manterem a
prática de jejuns por ocasião de suas festas comemorativas. Deus os surpreende
perguntando se realmente foi para Ele aqueles jejuns (7:5 e 6).Também lhes fala
novamente das razões de seu cativeiro, exortando-os à prática sincera de justiça e vida
santa em lugar de ritos de pausa alimentar (Veja I Sm.15:22; Mq.6:8; Am.5:4; Os.6:6;
Is.1:11-17).
Que lindo este capítulo oito! Deus lhes anuncia a restauração futura de Israel, é
maravilhoso o futuro de Israel. (8:23)
Deus ainda os exorta à obediência, apresentando-lhes promessas de futuras
bênçãos. Os planos do Senhor para Sião que esta seja uma cidade de paz, verdade e
justiça (8:16-19). Os fatos neste capítulos descrito são de cumprimento escatológico,
no reino milenial. Compare Is.65:20 e 22 com os versos 8:4 e 5, 10-12. Estas palavras
ainda são respostas de Deus através de Zacarias ao povo, naquele momento de
consulta (7:1-3), quando o povo carecia de estímulos em meio às obras de
reconstrução do templo. Os jejuns deviam transformar-se em festas (8:18 e 19).
Nesta primeira parte da profecia de Zacarias, entre os capítulos um ao oito, o
tempo enfocado é o próprio tempo do profeta, incentivando o povo à reconstrução do
templo, porém na segunda parte que se inicia no capítulo nove e vai até o quatorze, o
foco está sobre o futuro e deve ter sido escrito muito tempo depois dos primeiros oito
capítulos.
Nos capítulos 9 e 10, Israel aparece sob o domínio grego (9:13), no capítulo 11
sob o Domínio romano, enquanto nos capítulos 12 a 14, Israel vive seus últimos dias
de história nacional.
O capítulo nove apresenta um contraste belíssimo, descreve nos versos 1-8 a
futura caminhada vitoriosa de Alexandre Magno, imperador grego, e a preservação de
Judá dos exércitos gregos introduzindo a humilde, porém invencível, caminhada do
Messias (versos 9-17), em sua primeira (v.9) e segunda (v.10) vinda. Neste capítulo os
versos 13 a 17, parecem descrever a vitória dos irmãos Macabeus contra os gregos,
por volta do século II antes de Cristo.
O capítulo 10 é de uma forma o prosseguimento do 9, onde Zacarias continua a
descrever as bênçãos de Deus sobre Judá, através da obediência do povo, não se
limitando ao tempo dos Macabeus, mas ao tempo do reinado do Messias sobre Israel
(10:4), o qual tornar-se-á então invencível.
Zacarias está antevendo no capítulo 11, a rejeição do bom pastor Jesus, quando
Israel esteve sob domínio romano, pois O vendeu por 30 moedas de prata (11:12 e 13
e Mt.27:9 e 10), preço de um escravo doente.
165
O juízo sobre eles veio no ano 70 A.D. quando por mãos dos exércitos romanos,
um milhão e meio de judeus foram mortos, como também o templo foi definitivamente
destruído (11:6 e 9). O pastor inútil e insensato que virá, por certo será o Anticristo,
sobre que também virá juízo ao final (11:17).
Assim como os capítulos 9 a 11 estão interligados, o mesmo acontece com os
capítulos 12 a 14, onde se trata da consumação histórica de Israel.
No capítulo 12, Zacarias profetiza o cerco final dos inimigos contra Jerusalém e
sua vitória pelo braço do Senhor com a conseqüente conversão de Israel (12:10), em
um pranto de arrependimento nacional (12:11-14).
O capítulo 13 continua a tratar da conversão de Israel, onde os versos de 7 a 9
falam de Jesus, o pastor ferido, aquele que é homem e ao mesmo tempo companheiro
(“um com”) de Deus (13:7).
O tempo e a descrição dos eventos no capítulo 14 são os mesmos do capítulo 12,
trata-se da guerra do Armagedom. É o “dia do Senhor”, tão falado por Joel, Sofonias,
etc. ...
Compare 14:4 com Atos 1:11 e 12; 14:5 com I Ts.3:13 e 4:14; 14:8 com Ap.22:1;
14:9 com Ap.11:15 e 19:16.
Enfim a santidade será universal e permeará todos os aspectos da vida dos
homens (14:20 e 21). As panelas das casas, serão tão sagradas quanto às que
serviram como utensílios no templo. Não haverá mais mercador (ou “cananeu”) todos
serão santos, do povo de Deus. Aleluia!
C- DIVISÃO –
Podemos didaticamente dividir o livro de Zacarias, como a maioria dos autores o
faz, em duas partes:
O povo e o templo – o presente para Zacarias – cap.1 a 8
O Messias e a Israel eterna – o futuro para Zacarias – cap.9 a 14
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui 14 capítulos com 211 versículos, tratando de:
E- COMENTÁRIOS
1 – Há duas expressões que aparecem muito freqüentemente nesta profecia:
“Assim diz o Senhor”-89 vezes
“O Senhor dos exércitos”-36 vezes
3 – Tal como Isaías, alguns estudiosos da alta crítica contestam ser o livro de Zacarias
um unidade escrita por ele. Afirmam que a segunda parte do livro, dos caps.9 a 14
deve ser contemporânea do período interbíblico escrita por outro autor.
Contudo em nossa maneira de ver a questão, concordamos com a tradição judaica e
cristã, bem como com a maioria dos estudiosos que asseguram a unidade do livro e a
fiel autoria de Zacarias.
12 - MALAQUIAS
a- AUTORIA E DATAÇÃO
NOME – Malaquias significa “mensageiro de Jeová”.
AUTOR – Nada se conhece sobre o autor Malaquias (1:1).
Alguns poucos estudiosos crêem que “Malaquias” é mais a referência a um
atributo de um anônimo que um nome próprio, mas isto é rejeitado pela maioria.
Ele é contemporâneo de Esdras e Neemias.
DATA DA ESCRITA – Provavelmente em torno de 430 a.C..
Os temas da mensagem profética equivalem assuntos tratados
contemporaneamente entre Esdras 7 e Neemias 13, o que nos ajuda a situar o livro
próximo à volta de Neemias da Pérsia, 430 a.C. (Ne. 13:6-31).
Compare: Ne.13:10-12 com Ml.3:8-10
Ne.13:23-28 com Ml.2:10-16
Ne.13:29 com Ml.2:8
TEMPO DA AÇÃO – Cerca de 100 anos já haviam se passado desde a volta do povo
do cativeiro babilônico. O tempo fora reconstruído (516 a.C.) sob o incentivo de Ageu e
Zacarias, o culto restaurado por Esdras (457 a.C.), e os muros reerguidos com
Neemias (444 a.C.). Mas as grandes esperanças, o reavivamento espiritual e a
fidelidade a Deus começavam a desaparecer ante a vida duríssima que
experimentavam. Deixaram de dizimar e sofriam desemprego, baixas colheitas, fome,
seca, etc.
Tudo os levava a duvidar do amor de Deus (Ml.1:20) e a invejar a prosperidade
dos ímpios (Ml.3:14 e 15).
Divorciavam-se de suas mulheres judias por motivos fúteis (Ml.2:10-16) e
cumpriam uma religião fria e formal, inclusive com a colaboração de sacerdotes
corrompidos. Renasciam a feitiçaria, o adultério, a desonestidade e a opressão aos
pobres (Ml.3:5).
Neste contexto todo, entre 445-400 a.C., Malaquias é levantado com um
ministério bastante claro e objetivo.
VERSO-CHAVE – 3:1 –“Eis que eu envio o meu mensageiro que preparará o caminho
diante de mim, de repente virá ao seu tempo o Senhor a quem vós buscais, o Anjo da aliança a
quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos”.
B - CONTEÚDO
Malaquias é levantado e põe-se ao lado de Neemias naqueles momento terrível
do povo de povo, mas é questionado provocante e freqüentemente (1:2, 6, 12; 2:14, 17;
3:7 e 13).
Começa sua mensagem atacando a irreverência do povo contra Deus, o que no
fim explicava em grande parte tudo o que acontecia. Um contraste entre o amor de
Deus e a incredulidade deles nisto (1:1-5).
A seguir os sacerdotes são duramente reprovados por sua falta de reverência
(1:6), pelas ofertas defeituosas do Senhor que havia entre os povos pagãos, tal
comportamento era visto (1:11 e 14). O sacerdócio era relaxado, e esquecido da
aliança de Levi (2:1-9).
Suas exortações então dirigem-se à nação como um todo, em especial por causa
dos divórcios fáceis e casamentos como estrangeiras (2:10-16). Profanação e traição
para com Deus (2:10-11) e para com suas esposas (2:14).
168
O povo não cria mais no justo juízo de Deus e em seu caráter santo e reto,
afrouxando na vida moral e invejando os idólatras que prosperavam. (2:17; 3:5, 13-15).
Deus lhes responde assegurando-lhes sua presença, poder e ação.
O Messias virá em breve, precedido por um mensageiro (3:1), e quando este dia
chegar quem poderá resistir à sua purificadora justiça? (3:2-4)
Quanto ao aparente sucesso dos ímpios, Deus possui uma memória inapagável,
e fará justiça (3:16-18).
Suas advertências quanto à sonegação dos dízimos, e por isto são chamados de
ladrões (3:6-9). A bênção da fartura e prosperidade vem como conseqüência à
fidelidade na entrega do que pertence ao Senhor (3:10-12).
O V.T. se encerra com a reafirmação de Malaquias quanto à chegada do “dia do
Senhor”. Dia de glória e vitória, de governo completo, justo e definitivo do Senhor. Este
dia nascerá com o levantar do Sol da Justiça. Sol que promoverá luz, vida, alegria aos
justos, tal como os bezerros soltos num campo, em um belo dia claro e ensolarado;
mas este mesmo sol será causticante, fogo consumidor a abrasar os ímpios que, como
reles ervas daninhas, serão destruídos sem deixar marcas ou raízes (4:1-3).
O apelo é para que voltem à obediência, à observância da lei de Moisés! (4:4)
Não é este verso um síntese de todo o V.T.?
O sinal mais breve de que tudo isto se cumprirá será o envio de um mensageiro, um
preparador de caminhos, um anunciador profético, o qual chegará com o mesmo
poder, autoridade, sinais, prodígios e mensagem (arrependimento) com que Elias veio
a Israel centenas de anos antes. (4:5 e 6).
Seguem-se 400 anos de silêncio profético.
Tudo estava dito e anunciado. Era tempo agora de meditarem, arrependerem-se e
aguardarem o Messias.
C- DIVISÃO –
Podemos didaticamente dividir o livro de Malaquias em quatro partes:
O amor de Deus por Israel – cap.1:1-5
Mensagens contra os sacerdotes – cap.1:6-2:9
Mensagens contra o povo – cap.2:10-3:18
O dia do Senhor e o Sol da Justiça – cap.4
D- ESBOÇO DO LIVRO –
O livro possui quatro capítulos em 55 versículos, e os assuntos aparecem
esboçados em sua divisão, no item anterior.
E - COMENTÁRIOS
1 – A primeira palavra de Deus para aquele calamitoso Israel é : “Eu vos tenho amado”.
A consciência completa, total do amor de Deus por nós, é o remédio, o bálsamo, a
resposta a todos os nossos males e dores. Quanto temos absoluta certeza de que
Deus nos ama, tudo o mais, mesmo os mais graves problemas, tornam-se sem
importância.
Julga Deus alguém pequeno, tolo e inepto. Como se Deus não soubesse reconhecer o
que é bom, vindo a conformar-se, distrair-se, alegrar-se em receber o que é
defeituoso.
Cultua por formalidade, com enfado e canseira, não motivado espiritualmente.
4 – Deus não aceita este tipo de culto, vazio, formal, hipócrita, fraudulento, com ofertas
que procedem de um coração distante. Tal mensagem aparece em : Ml.1:10; Is.1:10-
17; Am.5:21-24; Mq.6:6-8 etc.
7 – João Batista não é a reencarnação de Elias (Ml.3:5) pois esta doutrina não faz parte
das Escrituras, pelo contrário é claramente oposta às suas revelações (Hb.9:27;
Lc.16:22-31; Jó 7:9 e 10; Jó 14:14).
João e Elias assemelhavam-se fisicamente, em suas vestimentas e hábitos, em
seus ministérios, em suas mensagens, no contexto de opressão e apostasia que
viveram, no poder e força do Espírito que os vocacionou.
Leia também o COMENTÁRIO 9 do livro de I Reis.
8 – O Velho Testamento termina com a palavra “maldição”, pois quem vivia em pecado
e sob o domínio da lei, assim realmente se encontrava.
Cristo surge nos evangelhos, e em todo o Novo Testamento, com a mensagem de
Salvação, da graça redentora e abençoadora de Deus. (Gl.3:13 e 14)
NOTA - Nas Bíblias hebraicas, o verso cinco é repetido após o verso seis, para
que as Escrituras não se encerrem com esta palavra de condenação. A mesma coisa
acontece nos livros de Isaías, Lamentações e Eclesiastes.
170
PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO
1.4 - A MONARQUIA
1.4.1 – MONARQUIA UNIDA
Saul – o primeiro rei de Israel – I Sm cap 8 e 10:17-24
Davi- o segundo e maior rei de Israel – unificação e fortalecimento do reino - +/-
1000 a.C.
Salomão – filho de Davi e Bate Seba – o rei que construiu o templo - I Rs. Cap. 3 a
11
PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO
500
Zorobabel e Esdras reconstroem o novo templo
P
Esdras e Neemias reedificam a cidade e reerguem os muros de Jerusalém
400
331 - conquistas gregas
(Alexandre - o grande)
300
Conflito entre a casa dos Selêucidas e Ptolomeus
G
200
175 – 165 - Antíoco Epífanes
167 - 165 – A revolta dos Macabeus
146 – Os romanos dominam o império grego
100
INDEPENDÊNCIA
R
63 - Os judeus conquistados pelos Romanos
37-04 – Herodes - O Grande
06 a. C. (?) Nascimento de Jesus
173
3 - A PLENITUDE DO TEMPO
“ vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei,” (Gálatas 4:4 RA)
Deus enviou o Seu Filho unigênito a este mundo para resgata-lo na Plenitude do
Tempo - Gl 4:4
Jesus vir na plenitude do tempo implica em o mundo estar totalmente preparado
para recebê-lo. Todas as circunstâncias foram tornadas favoráveis para que o mundo
estivesse preparado para receber a mensagem de boas novas anunciadas pelo Rei de
um novo reino que estava sendo inaugurado.
Deus agiu silenciosamente na história durante cerca de 400 anos, desde o fim
do ministério do profeta Malaquias. Nesta ação silenciosa de Deus, os eventos
históricos envolvendo todo o mundo então conhecido são altamente significativos.
Nenhuma esfera da vivência humana deixou de ser afetada pelos acontecimentos
históricos, todos regidos pela mão maestral de Deus, o Senhor da história. Tanto a
cultura, quanto a política em suas implicações econômicas, sociais, militares, bem
como a religião foram todas moldadas e usadas por Deus para tornar o momento da
vinda do Seu Filho apropriado, para que vindo, fosse reconhecido e recebido por
aqueles que desde a fundação do mundo foram destinados a recebê-Lo.
Assim, os eventos históricos envolvendo a cultura a política e a religião
corroboraram para que a vinda de Jesus acontecesse exatamente na plenitude do
tempo, e o momento era exatamente aquele, o momento de Cristo vir e se insurgir na
história de forma absolutamente impactante.
Tanto a cultura grega, quanto a política Romana e a religião judaica contribuíram
para a plenitude do tempo. Vejamos as principais contribuições dadas por estas
esferas da vida cultural, política e religiosa:
1 – A Cultura grega:
Difusão do conhecimento – o helenismo
Língua universal – grego coinê
A Septuaginta – a tradução da Escritura Sagrada do hebraico para o grego
As religiões e as filosofias
BIBLIOGRAFIA
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Vinde, 1995.
ARCHER, Gleason L. Jr. Merece Confiança o Antigo Testamento? 3 ed. São Paulo–
SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1984.
SHULTZ, Samuel. A História de Israel. São Paulo-SP: Edições Vida Nova, 1985.
MEARS, Henrieta. Estudo Panorâmico da Bíblia. São Paulo-SP: Editora Vida, 1983.
MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredito: Evidências históricas da fé cristã.
2 ed. São Paulo: Editora Candeiam, 1996.
GONZALES, Justo L. Uma História Ilustrada do Cristianismo. Vol. I - A Era dos
Mártires. São Paulo-SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1982.